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Realização: SIF 2011 - 8º Seminário Internacional de Farmácia / Instituto Racine 1

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Anais do SIF 2011 - 8º Seminário Internacional de Farmácia realizado pelo Instituto Racine em Portugal e Espanha de 10 a 19 de outubro de 2011

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Realização:

SIF 2011 - 8º Seminário Internacional de Farmácia / Instituto Racine 1

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Editorial

No ano de 2002, ao iniciar os cursos de pós-graduação, o Instituto Racine optou por um desenho educacional que agregasse diferentes atividades e permitisse a formação integral dos alunos, ou seja, seu desenvolvimento técnico, científico, pessoal e social. Os Seminários Internacionais, como atividade optativa dos cursos de pós-graduação, são resultados desta proposta.

Após um período de estudo e amplas discussões, definimos que o programa ideal para estes Seminários Internacionais deveria sustentar-se sobre um tripé:

- Ganho de conhecimento técnico e científico - conferências e visitas técnicas

- Intercâmbio de experiências internacionais e nacionais e projeção profissional - relacionamento e troca de experiências com instituições de ensino e entidades européias e entre profissionais europeus e brasileiros participantes do Seminário, provenientes de várias regiões do Brasil.

- Crescimento cultural - viagens e visitas culturais.

Assim, foram estabelecidos acordos de cooperação com universidades européias, inicialmente Portugal e depois Espanha. A eleição desses dois países deveu-se à sua grande influência em nossa cultura e à facilidade que os alunos teriam com o idioma.

A concretização em 2003 do 1º Seminário Internacional demonstrou-nos que os esforços foram bem conduzidos e contamos com a aprovação unânime dos participantes. Hoje, após todos esses anos realizando esta atividade, estamos certos de que foi uma decisão acertada.

Percebemos que os alunos retornam do Seminário mais enriquecidos e com suas visões acerca do exercício profissional mais alargadas, com o conhecimento técnico e científico ampliado e o senso crítico mais apurado. Com certeza, suas competências pessoais, sociais e profissionais são desenvolvidas e este é, como instituição formadora, o grande objetivo do Instituto Racine.

Nessa edição do SIF inovamos novamente e ampliamos a interação com a Universidade de Coimbra inserindo a apresentação de trabalhos na forma oral e na forma de pôsteres. Foram selecionados 3 trabalhos brasileiros e 3 trabalhos portugueses para apresentação oral e seis trabalhos brasileiros e nove trabalhos portugueses para apresentação em pôster. Todos esses 21 trabalhos constam dos anais do evento que marcam mais uma iniciativa do Instituto Racine em prol do desenvolvimento técnico-científico da farmácia luso-brasileira.

Nilce Barbosa, Farmacêutica e Presidente do Instituto Racine.

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Comissão OrganizadoraAndré PolicastroKelly Monteiro

Ricardo NegreirosAna Paula de Almeida

Comissão CientíficaMaria Denise Funchal Witzel (Coordenadora)

Nilce BarbosaSérgio Slan

Comissão de Avaliação de PôsteresLuiz Carlos da Silva (Coordenador)

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Participantes

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Programação Científica

SIF 2011 - SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE FARMÁCIA

ESPANHA

UNIVERSIDADE DE GRANADA

Dia 10/10/11 (Segunda-feira)

9h15 - 9h30 Recepción: Facultad de Farmacia, Universidad de Granada -Campus Universitario de CartujaSesión de apertura:Dr. D. Luis Recalde Manrique, Decano de la Faculdad de Farmacia, Universidad de Granada.Dr. D Fernando Martinéz Martinéz, Director del Master en Atencion Farmaceutica Universidad de GranadaDra.D Maria José Faus Dáder, Directora del Grupo de Investigación en Atención Farmacéutica.Universidad de GranadaDr D. Sérgio Slan Zarwar, Director del Departamento de Gestión del Ambiente Educativo.Instituto Racine

9h30h - 10h30 Conferencia: Las características del Sistema de Salud Español. Mª Dolores Cabezas Lopez. Profesora del Departamento de Historia y Legislación Farmacéutica.

10h30 - 11h Intervalo

11h - 12h Conferencia: Bases conceptuales de la Atención Farmacéutica .Situación actual en España. Dra.D Maria José Faus Dáder.. Directora del Grupo de Investigación en Atención Farmacéutica. Universidad de Granada.

12h - 13h Conferencia: Evaluación del impacto de servicios cognitivos farmacéuticos.Dr. D Fernando Martinéz Martinéz, Director del Master en Atencion Farmaceutica Universidad de Granada

13h - 14h Conferencia: La comunicación paciente-médico-farmacéutico en diferentes niveles asistenciales.Dr. D Victoria Garcia Cardenas. Grupo de Investigación en Atención Farmacéutica. Universidad de Granada

14h - 16h30 Almuerzo

17h Visita al Colégio Oficial de Farmacéuticos de Granada

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Dia 11/10/11 (Terça-feira)

9h30 - 10h30 Conferencia: La Formulación Magistral en la práctica profesional: adaptación de formas farmacéuticas a situaciones clínicas especiales en el ámbito comunitario y hospitalario.Dra D Adolfina Ruiz Departamento de Tecnología Farmacéutica de la Facultad de Farmacia ,Universidad de Granada.

10h30 - 11h Intervalo

11h - 14h Relato de experiencias de investigación en formulación magistral, hospitalaria y comunitaria en España. Dra D Adolfina Ruiz, Departamento de Farmacia y Tecnología Farmacéutica de la Facultad de Farmacia y Dr D. Miguel Angel Calleja Grupo de Investigación en Atención Farmacéutica.

14h - 17h Almuerzo

17h - 18h30 Experiencias profesionales en servicios farmacéuticosDr D Emilio García

18h30 - 20h Relato de experiencias de investigación en formulación magistral, hospitalaria y comunitaria en EspañaDra D Beatriz Clares Departamento de Farmacia y Tecnología Farmacéutica de la Facultad de Farmacia ,Universidad de Granada

Dia 12/10/11 (Quarta-feira) - Dia Libre en Granada

Dia 13/10/11 (Quinta-feira)

9h - 11h Curso: Servicios cognitivos dirigidos a pacientes: Parte 2: Seguimiento FarmacoterapéuticoDr D Daniel Sabater , Grupo de Investigación en Atención Farmacêutica

11h - 11h30 Intervalo

11h30 - 14h Curso: Servicios cognitivos dirigidos a pacientes: Parte 1: Dispensación e Indicación farmacéuticaDra. D. Pilar García y Dra D Ana Ocaña, Grupo de Investigación en Atención Farmacéutica

14h - 17h Almuerzo

17h - 19h30 Palestra: Adaptación del Método Dáder de Seguimento Farmacoterapéutico a pacientes hospitalizados y Visita a la Unidad de Farmacia del Hospital Virgen de las NievesDr D. Miguel Angel Calleja, Grupo de Investigación en Atención Farmacéutica.

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17h - 19h30 Visita Distribuidora de Medicamentos

19h30 - 20h Finalización de las actividades y entrega de los certificados.

UNIVERSIDADE DE SEVILHA

Dia 14/10/11 (Sexta-feira)

9h - 9h15 Recepción: D. José Manuel Vega Pérez. Decano de la Facultad de Farmacia de la Universidad de SevillaDña. Mercedes Fernández Arévalo. Vicedecana de Estudiantes, Relaciones Institucionales y Desarrollo del EEESDña Concepción Pérez Guerrero. Profesora del Departamento de Farmacología. Responsable del GI Farmacoterapia y Atención Farmacéutica Facultad de Farmacia de la Universidad de SevillaDr. Sérgio Slan Zarwar, Director del Departamento de Gestión del Ambiente Educativo del Instituto Racine

9h30 - 10h15 Conferencia: La farmacia hospitalaria en España: realidad y perspectivas: Dra Mª Victoria Gil

10h30 - 11h15 Conferencia: La farmacia comunitaria en España: realidad y perspectivas: Dr. Ignacio Gavilán Reche

11h30 - 12h Intervalo

12h15 - 13h15h Conferencia: Atención Farmacéutica como Innovación: Dr. Manuel Machuca González

13h30 - 15h Almuerzo

15h - 19h Visitas:1. Unidad de Avaliación Integral de la Farmacoterapia 2. Farmacia Comunitária 3. Hospital Virgen Del Rocio

Dia 15/10/11 (Sábado)

7h30 Saída para Coimbra - Com passagem por Monsarraz e Évora

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PORTUGAL

UNIVERSIDADE DE COIMBRA

Dia 15/10/11 (Sábado)Check in no Hotel Oslo - Coimbra

Dias 16/10/11 (Domingo)Dia Livre em Coimbra

Dia 17/10/10 (segunda-feira)

9h - 9h15 Recepção na Faculdade de Farmácia da Universidade de CoimbraSessão de abertura:Prof. Doutor Amílcar Falcão - Director da FaculdadeProf. Doutor João José de Sousa - CEF - Centro de Estudos FarmacêuticosSr. Sérgio Slan Zarwar - Director do Departamento de Gestão do Ambiente Educacional - Instituto Racine

9h15 - 10h15 Conferência: Características do Serviço Nacional de Saúde Português. Sua sustentabilidade Prof. Doutor Fernando Regateiro Presidente do Conselho de Administração dos Hospitais da Universidade de CoimbraProfessor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra

10h15 - 11h Intervalo e visita ao Pólo das Ciências da Saúde

11h - 13h Mesa-redonda: A farmácia comunitária e hospitalar em Portugal: situação atual e perspectivas

Moderadora: Prof. Doutora Margarida CaramonaFaculdade de Farmácia de CoimbraCEF

Palestrantes:Dra Aida BatistaPresidente da Associação Portuguesa de Farmacêuticos HospitalaresDr. Nuno AugustoAssociação Nacional das Farmácias (ANF)

13h - 14h30 Almoço

15h - 17h Visita guiada a parte Monumental da Universidade de Coimbra

17h30 - 18h30 Visita a Distribuidora de Medicamentos

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Dia 18/10/11 (Terça-feira)

9h - 11h Palestra: Medicamentos de liberação modificada: considerações farmacotécnicas e clínicas Moderador: Prof. Doutor João Carlos CanotilhoFaculdade de Farmácia de CoimbraCEFPalestrantes: Prof. Doutor Prof. Doutor João José de SousaFaculdade de Farmácia de Coimbra CEFProf. Doutor Francisco VeigaFaculdade de Farmácia de Coimbra CEF

11h00 - 11h30 Intervalo

11h30 - 13h30 Mesa-Redonda: Intervenção Farmacêutica em Transtornos Menores. Moderadora: Profª Dra. Isabel Vitória FigueiredoFaculdade de Farmácia de Coimbra CEFPalestrantes: Profª. Dra. Margarida Castel-Branco Faculdade de Farmácia de CoimbraCEFDra Manuela TeixeiraUniversidade Lusófona de LisboaFarmacêutica Comunitária

13h30 - 14h30 Almoço

14h30 - 18h30 Curso de Manipulação ClínicaProf. Doutor Maurício BarbosaFaculdade de Farmácia do PortoMestre Henrique SantosSociedade Portuguesa de Cuidados FarmacêuticosMestre Paula IglésiasSociedade Portuguesa de Cuidados Farmacêuticos

Dia 19/10/11 (Quarta-feira)

9h - 10h30 Relato de Experiências de investigação clínica e tecnológica em farmácia hospitalar, magistral e comunitária em Portugal e no Brasil Moderadoras: Profª. Dra. Ana Cristina Rama, Profª Dra. Margarida Castel-Branco, Profª. MSc Maria Denise Funchal Witzel

Comunicações orais no máximo de 15 minutos das diferentes áreas de conhecimento.

10h30 - 11h Intervalo

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11h - 13h Palestra: Interações Fármaco-AlimentosProf. Doutor Fernando RamosFaculdade de Farmácia de CoimbraCEF

13h Encerramento das atividades, entrega dos certificados.

13h - 14h30 Almoço

15h - 18h Prestação de Serviços Farmacêuticos em Farmácia Comunitária - Um exemplo em Portugal - Visita à Farmácia Saúde na Figueira da Foz Coordenação: Profª Dra. Isabel Vitória Figueiredo

FACULDADE DE FARMÁCIA FACULDADE DE FARMÁCIAUNIVERSIDADE DE GRANADA UNIVERSIDADE DE SEVILHA

FACULDADE DE FARMÁCIA - UNIVERSIDADE DE COIMBRA

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APRESENTAÇÃO ORAL

RECONCILIAÇÃO MEDICAMENTOSA: FARMÁCIA CLÍNICA NA UNIDADE DE EMERGÊNCIA

PEDROSO, PÂMELA RODRIGUES¹‚²

1 Especializanda do Curso de Pós-Graduação em Farmácia Hospitalar e Farmácia Clínica - Instituto Racine. 2 Farmacêutica do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia

Introdução: A reconciliação medicamentosa é um processo padronizado para identificar o nome do medicamento, dose, via de administração, forma farmacêutica e posologia, cujo objetivo é evitar divergências entre os medicamentos já utilizados e as prescrições realizadas durante a internação. Seu principal benefício é prevenir eventos adversos em todas as interfaces do cuidado ao paciente, sendo elas: admissão, transferência e alta. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi levantar as divergências relacionadas a medicamentos presentes nas anamneses dos médicos e enfermeiros para justificar a implementação de um protocolo de reconciliação. Método: Trata-se de um estudo observacional analítico transversal realizado na unidade de emergência de um hospital privado de médio porte situado na cidade do Rio de Janeiro. Foram analisadas fichas de anamnese e prescrições dos pacientes atendidos e/ou internados no período de setembro de 2009 a março de 2010. Para fins de coleta de dados foram desenvolvidos uma lista para acompanhar as anamneses e um formulário de reconciliação para quantificar divergências entre os medicamentos já utilizados e as prescrições realizadas na admissão. Trabalho submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa através do registro de número 383. Resultados: Foram analisadas 6 anamneses de enfermagem (27%) e 16 médicas (73%) para verificar se haviam sido coletadas informações sobre o (s) medicamento (s) que o paciente fazia uso, dose, posologia, via, forma farmacêutica, alergia, medicamentos trazidos de casa, administrados antes da internação e os de uso irregular. O percentual de conformidade foi de 25% para uma, entre 26-50% para três e acima de 70% para duas das anamneses da equipe de enfermagem e 25% para quatro, entre 26-50% para oito e entre 51-70% para quatro da equipe médica. Foram acompanhados 23 registros utilizando o formulário de reconciliação, sendo realizadas duas análises: 1) Avaliação da evidência do registro de medicamentos, observando-se a inclusão de 18 pacientes com apenas 30% apresentando registro. 2) Avaliação dos medicamentos em uso e que foram descontinuados, observando-se a inclusão de 10 pacientes em que todos tiveram medicamentos descontinuados sem o motivo registrado. Conclusão: O trabalho aponta para a existência de divergência durante a anamnese médica e de enfermagem em relação aos medicamentos prescritos e utilizados pelo paciente na sua admissão o que justifica a criação de um protocolo de reconciliação de medicamentos. A partir deste estudo, o farmacêutico clínico foi incorporado à equipe de cuidado do paciente para implementar a prática da reconciliação medicamentosa na unidade de emergência.Categoria: Trabalho acadêmico (pós-graduação em Farmácia Hospitalar e Farmácia Clínica - Instituto Racine)Modalidade: Farmácia Hospitalar

E-MAIL PARA CONTATO: [email protected]

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RESUMO DOS TRABALHOS APRESENTADOSTRABALHOS DO BRASIL

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SISTEMATIZAÇÃO DO SEGUIMENTO FARMACOTERAPEUTICO A PACIENTES EM CHOQUE SÉPTICO

AZEVEDO, MARIA FERNANDA SALOMÃO; SIQUEIRA, JORGE AUGUSTO, MORENO, GRAZIELA BAUPTISTA; CARVALHO, DEBORA CECILIA MANTOVANI FAUSTINO

Hospital Sírio Libanês- São Paulo - Brasil

O choque séptico ainda persiste como importante causa de mortalidade em Unidades de Terapia Intensiva, apesar das extensas pesquisas nos últimos anos. O manejo clínico envolve múltiplas estratégias terapêuticas, variando de polifarmácia a terapias de suporte clínico. Considerando a complexidade do tratamento, diversos estudos demonstram que as intervenções do farmacêutico clínico podem ser benéficas ao desfecho do paciente. Os objetivos desse trabalho foram sistematizar o seguimento farmacoterapêutico (SFT) através do desenvolvimento de uma ferramenta composta de linhas temporais da terapia prescrita e um plano de cuidado focado às recomendações atuais do tratamento de choque séptico e avaliar a aplicabilidade desta ferramenta para auxiliar a tomada de decisão das intervenções farmacêuticas (IF). Desenvolveu uma ferramenta com linha temporal que relaciona os antimicrobianos prescritos com os resultados das culturas e dos antibiogramas, uso e dose dos medicamentos vasoativos, corticóides, sedativos e analgésicos com as intercorrências no período da utilização. O plano de cuidado desenvolvido é composto de monitoramento das interações medicamentosas, intervenções farmacêuticas, evolução e desfecho clínico. O farmacêutico aplicou essa ferramenta e observou a evolução clínica do paciente com análise crítica de alguns pontos recomendados nos atuais protocolos de tratamento de choque séptico como profilaxia de úlcera gástrica e de tromboembolismo venoso (TEV), utilização de expansor plasmático e necessidade de diálise. Os exames laboratoriais foram verificados diariamente, principalmente os de Lactato, Procalcitonina, Proteína C Ativada, Creatinina e Uréia. Durante 60 dias avaliou-se a viabilidade dessa ferramenta. Nesse período foram acompanhados 19 pacientes, dos quais 11 pacientes reverteram o quadro de choque séptico e 9 pacientes não reverteram. As intervenções farmacêuticas aceitas foram: 15 de correção de dose por disfunção renal; 7 de monitoramento de Reações Adversas; 5 de adequação ao protocolo de profilaxia de TEV; 5 de indicação terapêutica; 2 de monitoramento de interações medicamentosas; 3 de adequação de diluições para tipo de acesso do paciente; 2 de duplicidade terapêutica dos antimicrobianos e 1 de otimização do aprazamento prescrito. O SFT focado às recomendações atuais do tratamento de choque séptico foi sistematizado através da ferramenta desenvolvida. Esta mostrou ser aplicável, pois ilustrou quando era o melhor momento de realizar a IF, auxiliando as tomadas de decisão para intervenção na terapia prescrita.

E-MAIL PARA CONTATO: [email protected]

A PRÁTICA PROFISSIONAL FARMACÊUTICA EM FARMÁCIAS COM ÊNFASE NA FILOSOFIA DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA - RESULTADOS PARCIAIS

MACHADO, DANUTA ANTUNES1,2; NEVES, LUCIANA LIMA VERDAN1,2; SANTOS, RAFAEL CAIRÊ DE OLIVEIRA1,2; SANTANA, GLADYS MARQUES2,3; QUEVEDO, MICHELE PEIXOTO2,4; TAKAHASHI, PATRÍCIA SAYURI KATAYOSE2,5.

1Especializandos em Atenção Farmacêutica do Instituto Racine; 2 Grupo de Estudo e Pesquisa em Assistência Farmacêutica do Instituto Racine; 3 Grupo de Investigación en Farmacoterapia y Atención Farmacéutica (CTS 528) Universidad de Sevilla; 4 Assessoria Técnica de Saúde Mental Atenção Primária à Saúde (APS) Santa Marcelina; 5 Hospital Universitário da Universidade de São Paulo.

Introdução. Nos últimos anos, têm sido identificadas muitas iniciativas de implantação da Atenção Farmacêutica, inclusive no âmbito da farmácia comunitária, em várias regiões do Brasil. Apesar dos esforços que vem sendo empreendidos no sentido de vencer as barreiras e fomentar as mudanças necessárias na prática profissional no ambiente das farmácias, estas alterações têm sido muito lentas. Os usuários continuam desconhecendo os serviços assistenciais que podem ser prestados pelo farmacêutico e os profissionais continuam, em seu conjunto, exercendo um papel inexpressivo dentro do sistema de saúde. Objetivo: Descrever o perfil dos farmacêuticos que atuam em farmácias públicas e privadas, com relação a sua formação e atuação profissionais com ênfase em atividades relacionadas à filosofia da atenção farmacêutica. Método: Estudo exploratório e descritivo submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Norte do Paraná, realizado entre abril e agosto de 2011 durante cursos e eventos promovidos pelo Instituto Racine em São Paulo, Brasil com farmacêuticos que exercem atividades em drogarias, farmácias com ou sem manipulação, serviço público de saúde ou farmácias-

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escola, que aceitaram participar do estudo mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Como instrumento de coleta de dados, foi utilizado um questionário auto-administrado com perguntas abertas e fechadas sobre as variáveis pesquisadas. Resultados: Dos farmacêuticos que responderam o questionário (n=83) 66% eram do sexo feminino, com idade média de 32,9 ± 9,12 anos (48,2% tinha idade entre 21 e 30 anos), sendo a maioria procedente de São Paulo (39,8%) e os demais 60,2 % de outros Estados, consideram-se satisfeitos a muito satisfeitos com seu trabalho (62,7%). Em geral, apresentavam formação em “farmácia” e “generalista” (63,8%) entre 4 a 6 anos (56,6%) tendo concluído ou cursando aprimoramento técnico em 85,5% dos casos. Os entrevistados atuam em: drogaria de rede (12%), drogaria independente (25,3%), farmácia com manipulação (30,1%), farmácia de unidade de básica de saúde (UBS) (28,9%), sendo que a localização destes estabelecimentos se divide entre bairro e centro de maneira equivalente (50%), e 56,6% alegam possuir um local reservado para atendimento ao usuário. Com relação à prática de serviços, seguindo a lógica da atenção farmacêutica, 68,7% relatam não realizar e dos que os realizam somente 33,7% dedicam a maior parte do tempo de seu trabalho ao atendimento ao usuário. Conclusão: Os resultados desta avaliação inicial demonstram que estes farmacêuticos, em sua maioria mulheres, jovens e com pouco tempo de formação e de atuação profissional, procuram manter-se atualizados buscando aprimoramento além da formação graduada. Trabalham em farmácias de UBS ou manipulação que apresentam locais reservados para atender ao usuário, porém somente uma pequena parte realiza este atendimento. Algumas barreiras para implantação da atenção farmacêutica em drogarias e farmácias, como formação e local reservado para atendimento, estão sendo vencidas, porém os farmacêuticos ainda disponibilizam maior parte do seu tempo para atividades administrativas que o afastam de atividades assistenciais.

E-MAIL PARA CONTATO: [email protected]

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APRESENTAÇÃO NA FORMA DE POSTERO USO DA ANÁLISE DE PRESCRIÇÃO COMO FERRAMENTA NA OTIMIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA HOSPITALAR

PEREIRA, NATÁLIA REGINA DE SOUZA1; TEIXEIRA, NATÁLIA FARIA DAFLON1; SALVIANO, STEPHANY FONSECA1; SÁ, LILIANE CUNHA1

1Hospital de Clínicas Niterói

No ambiente hospitalar, a assistência farmacêutica ocorre de maneira integrada pela equipe multidisciplinar desenvolvendo ações voltadas à seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, acompanhamento e avaliação da utilização de medicamentos e insumos, na perspectiva da obtenção de uma farmacoterapia segura e racional. O farmacêutico é capacitado para aperfeiçoar a terapia medicamentosa pela prevenção, detecção e correção de problemas relacionados aos medicamentos. A análise da prescrição é utilizada como uma ferramenta eficaz para garantir a qualidade assistencial, além de auxiliar na redução dos custos hospitalares. O objetivo deste trabalho foi estudar a documentação de análise técnica de prescrições de forma a verificar os problemas detectados, as intervenções realizadas, o índice de aceitação e de adesão às mesmas e discutir a importância deste instrumento para a otimização da assistência farmacêutica hospitalar. Foi realizado um estudo descritivo da análise técnica das prescrições durante o período de Janeiro de 2011 à Agosto de 2011. As prescrições selecionadas para a análise foram as pertencentes à pacientes idosos, nefropatas e com administração de medicamento por sonda enteral internados no hospital durante o período de estudo. Os dados obtidos foram coletados de um formulário contendo itens relacionados à verificação da dosagem, posologia, forma farmacêutica, via de administração, aprazamento, interações medicamentosas e possíveis substituições de medicamentos não-padronizados. As análises e intervenções foram estratificadas, assim como os motivos da não aceitação e adesão às mesmas. Durante este período, foram internados, em média, 140 pacientes por dia, dos quais 50% estavam incluídos na população de estudo. Foram analisadas em média 58 (80%) prescrições por dia e realizadas 94 intervenções, das quais a maioria estava relacionada à substituição de medicamentos não-padronizados (68%), administração de medicamentos pela via enteral (15%), e dosagem e/ou posologia (12%). Setenta e duas (76%) intervenções foram aceitas pelos médicos responsáveis e foi obtido 95% de adesão terapêutica. O principal motivo de não adesão foi o uso contínuo do medicamento seguido da condição clínica do paciente. Frente aos resultados apresentados foram realizadas palestras educativas sobre o plano seguro de medicamentos para o esclarecimento da equipe multidisciplinar sobre aprazamento, armazenamento, interação medicamentosa, preparo e administração de medicamentos. Além disso, foram elaboradas tabelas de diluição, estabilidade e incompatibilidade de medicamentos injetáveis; tabela de medicamentos que não devem ser administrados por sonda enteral e de formas farmacêuticas alternativas disponíveis. Também foi disponibilizado na rede interna do hospital o manual de medicamentos padronizados. Apesar de ser uma atividade recente na instituição, a análise das prescrições está contribuindo para que a farmacoterapia tenha maior qualidade. Também foi possível concluir que as intervenções têm apresentado uma boa aceitação pela equipe multidisciplinar. Portanto, esta atividade será realizada de maneira contínua e estará incluída na rotina dos farmacêuticos, com a missão de otimizar a terapia medicamentosa dos pacientes, auxiliando a equipe clínica e prevenindo efeitos adversos e falhas terapêuticas.

E-MAIL PARA CONTATO: [email protected]

ANÁLISE DA EFETIVIDADE DO TRATAMENTO HOMEOPÁTICO UTILIZANDO AUTO-ISOTERÁPICO EM ONICOMICOSE - ESTUDO DE CASO

HAMERSKI, Mônica Minuzzi1; GRIEBELER, Susana Porsch2 ; ZARIF, Cristina Severo3

Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões Campus Santo Ângelo - RS

DESCRIÇÃO DO CASO: O presente estudo relatou o caso de uma paciente com onicomicose crônica nos pés, em que o tratamento alopático com os antifúngicos fluconazol, itraconazol e tioconazol não apresentou efeito. A escolha da paciente para a participação da pesquisa foi realizada pela médica colaboradora através do exame clinico e laboratorial identificando o agente dermatófito Trichophyton mentagrophytes como o causador da enfermidade. AVALIAÇÃO: O acompanhamento da paciente foi realizado através de registros fotográficos no inicio, meio e fim do tratamento. Na avaliação inicial as unhas da paciente apresentavam um intenso acometimento, com descolamento da lâmina do leito ungueal proporcionando um espaço subungueal com aspecto de unha oca; coloração esbranquiçada

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evoluindo a amarelada e não homegênea; superfície áspera, opaca e espessada. INTERVENÇÃO: Analisou-se então a efetividade de um tratamento não convencional utilizando um medicamento homeopático auto-isoterápico preparado a partir da unha infectada da paciente, segundo a Farmacopéia Homeopática Brasileira na escala centesimal e pelo método Hahnemanniano, administrado na 30 CH em dose terapêutica oral de 5 gotas duas vezes por dia pelo período de 4 meses. CONCLUSÕES: Após o período de tratamento, a paciente evidenciou melhoras clínicas significativas nas lesões ungueais, apresentando unhas mais lisas, brilhantes, uniformes e com aderência da lâmina ao leito ungueal, comprovando a efetividade da terapia com auto-nosódios em onicomicose. Esse fato favorece a busca por novas pesquisas na área de isoterapia, a fim de verificar sua eficácia também frente a outras doenças de pele. O presente trabalho esta de acordo com as normas da resolução 196/96 e foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa conforme Nº CAAE: 0007.0.282.000-10.

E-MAIL PARA CONTATO: [email protected]

AVALIAÇÃO DA EFETIVIDADE DA Thuya occidentalis NA FORMA FARMACÊUTICA POMADA NO TRATAMENTO DE PAPILOMATOSE BOVINA

NATHIELE HELGUEIRA ELY1; SUSANA GRIEBELER PORSCH2; CRISTINA ZARIF SEVERO3; MÁRCIO FONSECA DO AMARAL4

1Acadêmica do Curso de Farmácia da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões; 2Farmacêutica, Professora do Curso de Farmácia da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões; 3Farmacêutica Homeopata; 4Médico Veterinário Homeopata.

DESCRIÇÃO DO CASO: A papilomatose bovina é uma enfermidade tumoral benigna, causada por um vírus de natureza fibroepitelial, caracterizada por alterações na pele e nas mucosas, conhecidas popularmente como verrugas. Trata-se de uma doença onde ocorre o crescimento excessivo das células basais do epitélio cutâneo, causada por um vírus DNA. Os animais participantes deste estudo apresentavam quadro grave de papilomatose bovina. As primeiras lesões surgiram cinco meses antes da intervenção homeopática, e ao passar do tempo aumentaram de tamanho, mudando seu aspecto e passando a interferir no comportamento dos animais. O objetivo deste estudo foi avaliar a efetividade de uma pomada tópica à base de Thuya occidentalis no tratamento da papilomatose bovina. AVALIAÇÃO: O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Animais da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Campus de Santo Ângelo, sob registro nº. 146-4/PPa/09. Os animais foram selecionados por um Médico Veterinário, em uma propriedade de rebanho leiteiro. Trata-se de duas terneiras mestiças das raças Jersey e Holandesa, que apresentavam quadro grave de papilomatose. Ambas não tiveram tratamento tópico ou sistêmico anteriormente. Os animais selecionados foram avaliados inicialmente, no decorrer do estudo e no final do período de dois meses pelo Médico Veterinário. As lesões apresentadas pelos animais eram grandes, secas, sem sangramento, mas que vinham aumentando gradativamente. Não havia comprometimento no desenvolvimento e comportamento dos animais. INTERVENÇÃO: A pomada tópica utilizada neste estudo foi preparada no laboratório de Farmacotécnica Homeopática do curso de Farmácia da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões. O medicamento homeopático foi manipulado utilizando uma base para pomada Chemygel®, tintura de Thuya occidentalis incorporada a 10% nesta base e butilhidroxitolueno, como antioxidante, acrescentado à formulação na proporção de 0,05%. O produto tópico foi aplicado uma vez ao dia, durante dois meses sobre as regiões acometidas pelas lesões. Após um mês de tratamento verificou-se um agravamento dos sintomas com aumento das lesões, surgimento de lesões úmidas, sanguinolentas, com aspecto de couve-flor e odor fétido em ambos os animais. Também houve alteração comportamental nos animais, mostrando estarem assustados e deprimidos. Os sintomas foram reconhecidos como agravação normal do tratamento homeopático, sendo que o produto tópico teve sua utilização continuada nos dois animais. CONCLUSÃO: Após dois meses de utilização da pomada tópica, os animais apresentaram melhora, as lesões reduziram de tamanho, secaram e por fim acabaram caindo havendo total remissão das lesões. No presente estudo obteve-se sucesso no tratamento da papilomatose bovina com uma pomada homeopática à base de Thuya occidentalis, aplicada uma vez ao dia durante sessenta dias, mostrando a eficácia do tratamento homeopático nesta enfermidade.

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O QUE PENSAM OS ACADÊMICOS DE FARMÁCIA SOBRE A FUNÇÃO DE GERENTE FARMACÊUTICO?

MATTOS, FERNANDO GASPAR1, DINIZ, MAYRA SANTOS2, MACHADO, MARIA AUGUSTA SOARES3

1 e 3: Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais - Rio de Janeiro: IBMEC; 2: Drogarias Tamoio

Introdução: acadêmicos de Farmácia, que participaram de um Congresso no Rio de Janeiro, apresentaram sua visão a respeito da perspectiva de atuarem como gerente farmacêutico em redes varejistas. O resultado permitiu traçar um perfil sobre como esses futuros profissionais encaram essa atividade tão importante para a Assistência Farmacêutica. Objetivo: avaliar a percepção dos acadêmicos de Farmácia quanto à perspectiva de atuarem como gerente farmacêutico no setor varejista farmacêutico. Métodos: realizou-se pesquisa quantitativa com uma amostra de 62 acadêmicos. Utilizou-se um questionário de 22 perguntas com escala de Likert com o objetivo de avaliar a percepção de acadêmicos sobre aspectos críticos do papel do gerente farmacêutico. Um teste não paramétrico foi realizado para confirmar a homogeneidade da amostra pesquisada. Resultados: 42% dos acadêmicos de Farmácia pesquisados responderam que pretendem atuar no varejo farmacêutico e 36% responderam que talvez atuem. 34% dos pesquisados afirmaram que pretendem se tornar gerente farmacêutico e outros 45% afirmaram que talvez pretendam ocupar essa posição. 67% dos acadêmicos pesquisados concordam plenamente com a afirmativa de que a posição de gerente farmacêutico pode colaborar de forma positiva para uma melhor assistência farmacêutica ao consumidor final. 16% dos acadêmicos pesquisados concordam plenamente com a percepção de que a figura do gerente farmacêutico como uma mudança cultural no varejo farmacêutico e outros 37% concordaram parcialmente com essa afirmativa. 87% dos entrevistados eram do sexo feminino o que representará uma relevante mudança de perfil nas lideranças varejistas nos próximos 5 a 10 anos. Este trabalho aponta uma demanda entre os acadêmicos por capacitação em gestão de pessoas, uma vez que 66,% dos respondentes concordaram plenamente com a necessidade de capacitação em Liderança para uma melhor atividade de gerência farmacêutica.. Além disso, 39% dos respondentes concordaram plenamente que as Universidades não os preparam para os desafios inerentes ao varejo farmacêutico e 38% concordaram parcialmente com essa afirmativa. Finalmente, 27% dos respondentes concordaram plenamente com a afirmativa de que ainda há preconceito dos empresários frente ao gerente farmacêutico e 32% concordaram parcialmente com essa afirmativa. . Conclusão: A atuação do farmacêutico como gerente varejista é vista de forma positiva pelos acadêmicos de Farmácia, constituindo-se numa tendência que afetará diretamente no ambiente corporativo das redes de farmácia e na qualidade da Assistência Farmacêutica a ser oferecida a população nos próximos anos.

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IMPLEMENTAÇÃO DE CENTRO DE INFORMAÇÃO DE MEDICAMENTOS EM UNIDADES AFILIADAS DE UMA ORGANIZAÇÃO SOCIAL DE SAÚDE

ABU JAMRA, ANA PAULA; VALENTA, MÁRCIO; VITA, DANIELA PRISCILA MOREIRA

SPDM - Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina

Introdução: A informação em saúde vem sendo incorporada como instrumento institucional estratégico e proprietário em gestão, por ser essencial nos processos de tomada de decisão e de aplicação adequada de recursos. O CIM é uma unidade operacional que proporciona informação técnica e cientifica sobre medicamentos. A Organização Social de Saúde (O.S.S) responsável por este trabalho administra 35 Unidades Afiliadas, que anteriormente a 2008, apresentavam histórico de questionamento cujas informações não eram centralizadas. Objetivo: Entendendo se a necessidade de padronizações, registro e coleta de dados, a partir de 2008 foi elaborado o projeto do CIM, para servir como suporte e referência para todas as demais, centralizados e padronizados as informações. Método: No planejamento da implementação do CIM foi realizado uma amostragem entre os Hospitais Afiliados com objetivo de se estabelecer um fluxograma de trabalho e definir as demandas necessárias para execução. Inicialmente pensou-se apenas na criação de um CIM Central, localizado em um Hospital. Contudo, com o andamento do projeto e a divulgação do trabalho, verificou-se a necessidade de estabelecer Centros de Informações Descentralizados (CIM Local) localizadas nas Unidades Afiliadas, mas seguindo as orientações e diretrizes do CIM Central. O CIM Central é composto for um Farmacêutico e um Assistente Técnico, que são subordinados diretamente à Gerência Coorporativa de Farmácia e Superintendência da O.S.S .Além disso, todas as Unidades Afiliadas implementaram o CIM Local, subordinado ao CIM Central. Em cada CIM Local há a presença de um Farmacêutico Responsável por responder os questionamentos de menor

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complexidade, coletar informações e enviar dados ao CIM Central. A Equipe multidisciplinar encaminha ao questionamento ao CIM Local, através de impressos padronizados ou outras mídias. Por sua vez, o CIM Local, em questões de média de alta complexidade, envia estes questionamentos ao CIM Central. Como estratégia de divulgação de informações e do serviço, foi criado um grupo de e- mails onde estão atualmente cadastrados 507 profissionais, de diversos segmentos (técnicos, administrativos e outros) vinculados ou não a O.S.S. As informações veiculadas foram preparadas em forma de Boletins Mensais (divulgação do trabalho que está sendo executado nas Afiliadas pelos integrantes da Farmácia e divulgação dos questionamento respondidos) e Informativos (informações semanais veiculadas na mídia e atualização de legislação). Resultado: No ano de 2010 o CIM Central respondeu 75 questionamentos de média à alta complexidade. O total de questionamento de baixa complexidade, respondidas pelo CIM Local, somaram 8.966. Destas, 5,5% representam respostas ao Corpo Clínico, 26,3% respondidas à Enfermagem, 60,3% aos pacientes e 7,9% aos colaboradores da Farmácia. Conclusão: Portanto, os resultados indicam que a implementação do CIM Central e do CIM Local foram essenciais para prestação de informações rápidas e seguras, principalmente aos usuários de medicamentos, que representam a maior parcela dos questionamentos respondidos. E-MAIL PARA CONTATO: [email protected]

AS INTERVENÇÕES FARMACÊUTICAS PARA O MANEJO DE EVENTOS ADVERSOS RELACIONADOS AO TRATAMENTO ANTI-RETROVIRAL

FERRAZ, NATÁLIA PONTE E AZEVEDO, MARIA FERNANDA SALOMÃO.

A terapia anti-retroviral (TARV) altamente ativa tem promovido melhorias na qualidade de vida do paciente acometido pela Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (SIDA), porém apresentam eventos adversos incapacitantes. As intervenções farmacêuticas em conjunto com a equipe de saúde podem contribuir para o manejo de tais eventos. O objetivo do trabalho foi catalogar os principais eventos adversos relacionados aos medicamentos TARV distribuídos gratuitamente pelo Ministério da Saúde do Brasil e discutir seus manejos. A metodologia foi através de levantamento artigos científicos publicados durante o período 1986 a 2010 nas bases de dados Lilacs, Medscape e Scholar, com as seguintes palavras chaves: Recomendações da Terapia anti-retroviral em Adulto, Crianças e Adolescentes Infectados pelo HIV, adesão à medicação; cooperação do paciente; Síndrome Imunodeficiência Adquirida; terapia anti-retroviral de alta atividade. Na literatura foram encontrados eventos gastrointestinais incluem anorexia, náuseas, vômitos, diarréia, pancreatite e hepatotoxicidade. O manejo desses eventos está em recomendações dietéticas como controle de ingestão de lipídeos, nessa ação evidencia ações com outros profissionais, como o nutricionista. Os eventos dermatológicos incluem eritema maculopapular, prurido, rash., o manejo inclui titulação de dose dos medicamentos. Os eventos metabólicos abrangem distúrbios de lipídios e de glicose, como a síndrome de lipodistrofia. Os eventos metabólicos com riscos cardiovasculares, a recomendação inicial é a prática de exercício físico e dietética, porém se houver a necessidade de tratamento farmacológico, o farmacêutico pode sugerir medicamentos com menor potencial de interações medicamentosas. Em relação ao sistema músculo esquelético o evento adverso mais presente é a miopatia. Os eventos adversos neurológicos incluem tontura, cefaléia, insônia, pesadelos, depressão, agitação, irritabilidade, despersonalização, alucinações, dificuldade em concentração, ansiedade, depressão e idéia suicidas, e o sistema nervoso periférico que incluem a neuropatia periférica. Os eventos renais são frequentemente associados a toxicidade da terapia anti-retroviral ou por medicamentos nefrotóxicos como os antimicrobianos usados para tratamento das infecções oportunistas e o manejo é a correção de dose dos medicamentos. Conhecer os manejos dos eventos adversos e aplicá-los corretamente implica na significância clínica das intervenções farmacêuticas e, consequentemente, pode melhora da qualidade de vida do paciente e a adesão ao tratamento.

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APRESENTAÇÃO ORAL

A INTERVENÇÃO DO FARMACÊUTICO NA ADESÃO À TERAPÊUTICA EM DOENTES IDOSOS EM FARMÁCIA COMUNITÁRIA

MOSCA, CAROLINA*(1,4); CASTEL-BRANCO, MARIA MARGARIDA; RAMA, ANA CRISTINA(1,2,3); CARAMONA, MARGARIDA(1,2); FIGUEIREDO ISABEL VITÓRIA(1,2)

1Grupo de Farmacologia e Cuidados Farmacêuticos - Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra 2Centro de Estudos Farmacêuticos (CEF), 3Serviços Farmacêuticos, Hospitais da Universidade de Coimbra, 4Farmácia Central Sabugal *Estudante de Doutoramento em Ciências Farmacêuticas

Introdução: A não adesão à terapêutica, verificada em doentes idosos com patologias crónicas, incentiva a implementação de ações de intervenção e acompanhamento farmacêutico na farmácia comunitária. O objetivo do trabalho foi verificar se a intervenção farmacêutica contribui para a adesão à terapêutica em doentes idosos. Métodos: Foram constituídos 2 grupos com doentes idosos, autónomos, medicados com pelo menos 3 medicamentos para patologias crónicas, sujeitos à determinação mensal, durante 4 meses, do colesterol total (COL T), colesterol-LDL (LDL-c), colesterol-HDL (HDL-c), triglicerídeos (TG), glicémia (GLI), pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD) e risco cardiovascular (RCV) e à análise da adesão à terapêutica com eventual utilização de estratégias de memória, sendo apenas um dos grupos sujeitos à preparação terapêutica semanal em “blisters pack”, com aconselhamento farmacêutico. A adesão à prescrição médica foi observada por meio de um auto-relato, do acompanhamento dos doentes, pela contagem semanal dos medicamentos não administrados e evolução dos resultados.Resultados: Foram estudados 54 doentes com idades entre 65-90 anos, sendo 67% mulheres e o número médio de medicamentos consumidos por idoso de 7,5±4,5. As percentagens da adesão à prescrição médica, através da escala de auto-relato da adesão (Morisky), no início e final da realização do estudo foram de 70% e 89%, sendo a diferença estatisticamente significativa (p=0,002). Em todos os parâmetros determinados foi calculada a diferença entre os dois momentos de avaliação (inicial e final) e verificou-se que a diferença dos valores medianos obtidos foi estatisticamente significativa para a GLI (-8 mg/ml, p=0,003), HDL-c (+1 mg/ml, p=0,040), PAD (-3,5 mmHg, p=0,020), PAS (-7 mmHg, p<0,001) e RCV (0,7%, p<0,001). Considerando a influência do tempo, foram avaliadas as evoluções dos diversos parâmetros ao longo dos 4 meses do estudo e verificou-se que cada aumento de um mês de tempo levou a uma diminuição de 5,243 mg/dl da glicose, 1,054 mmHg da PAD, 2,620 mmHg da PAS e 0,256% do RCV em média, sendo estatisticamente significativo. Pela evolução dos valores médios das determinações de COL T, LDL-c, TG, PAD e RCV verificou-se que os resultados foram em média superiores num idoso que tenha tido acompanhamento farmacêutico, uma vez que, nestes idosos, partimos com valores iniciais bastante superiores, do que num idoso sem acompanhamento da medicação. Os resultados do HDL-c foram, em média, inferiores num idoso com acompanhamento farmacêutico. Relativamente à GLI a evolução temporal média foi diferente nos 2 grupos, existindo uma interação significativa entre os grupos e o tempo. Conclusão: O objetivo deste estudo foi alcançado - dos resultados obtidos concluímos que a intervenção farmacêutica contribuiu para promover a adesão à terapêutica prescrita.

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RESUMO DOS TRABALHOS APRESENTADOSTRABALHOS DE PORTUGAL

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OS MEDICAMENTOS NOS IDOSOS HIPERTENSOS ACOMPANHADOS NA FARMÁCIA COMUNITÁRIA

SILVA, ESPERANÇA*1,3; OLIVEIROS, BARBARA4; PONCIANO, EMANUEL4: FIGUEIREDO, ISABEL VITORIA2,3; CARAMONA, MARIA MARGARIDA2,3

1Farmácia Rocha, Coimbra 2Grupo de Farmacologia e Cuidados Farmacêuticos - Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra.3Centro de Estudos Farmacêuticos (CEF)4IBILI - Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.*Estudante de Doutoramento, Universidade de Coimbra

Os idosos são os maiores consumidores de medicamentos, podendo o seu uso cuidadoso e racional ser a chave do êxito para uma melhor qualidade de vida. No entanto a alta prevalência de diversas doenças crónicas concomitantemente no mesmo indivíduo leva muitas vezes a um risco de polifarmacoterapia, com as inerentes consequências nefastas, entre as quais se encontram a dificuldade de adesão ao esquema terapêutico e enormes encargos económicos para o doente, sistemas de saúde e sociedade em geral. Objetivo: O presente trabalho pretendeu, numa amostra populacional de idosos hipertensos, verificar a quantidade de fármacos diários, avaliar a adesão à terapêutica e a qualidade de vida resultantes da polifarmacoterapia. Métodos: Foi efectuado um estudo prospectivo em 1039 doentes hipertensos, com idade superior a 65 anos, recrutados nas farmácias comunitárias, e que responderam a um questionário de caracterização sócio-demográfica, farmacoterapêutica e clínica. Resultados: Os doentes estavam medicados em média com 5,1 fármacos distintos, o que correspondia a uma administração diária de 6,3 comprimidos por dia. Tanto o número de total de fármacos (7,5) como o número de comprimidos por dia (6,7) eram superiores no sexo feminino. A terapêutica anti-hipertensora envolvia em média dois tipos de fármacos. Nos outros grupos farmacológicos destacavam-se os antidislipidémicos (40,33%), os antiagregantes plaquetários (37,3%), (AAS (24,74%) e Clopidogrel (6,83%)), as benzodiazepinas (36,77%), os antidiabéticos orais (19,63%) e os vasodilatadores coronários (8,57%). Determinou-se não haver adesão à terapêutica em apenas 9,59% dos doentes, utilizando métodos indiretos. A Qualidade de vida apresentou valores elevados na dimensão emocional, física e diária. Conclusão: pode objetivar-se o conceito de polifarmacoterapia nesta amostra populacional de idosos hipertensos. Observa-se ainda uma elevada adesão à terapêutica apesar de algum esquecimento das tomas. O farmacêutico deve assumir responsabilidade na cedência dos medicamentos e actuar como promotor do uso racional da farmacoterapia, com o objetivo de obter resultados terapêuticos com impacto na saúde e na qualidade de vida do doente. Por estas razões é também relevante considerar a contribuição do farmacêutico para a optimização da terapêutica e para a sustentabilidade do sistema nacional de saúde.

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PROCEDIMENTO OPERATIVO NORMALIZADO DE GESTÃO HOSPITALAR DE ERROS DE MEDICAÇÃO, NA VERTENTE DE IDENTIFICAÇÃO, COMUNICAÇÃO E ANÁLISE

PEREIRA, TERESA SIMÕES1; RAMA, ANA CRISTINA2,3

1 Serviços Farmacêuticos, Hospital Distrital da Figueira da Foz, EPE; 2 Grupo de Farmacologia e Cuidados Farmacêuticos, Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra; 3 Centro de Estudos Farmacêuticos, Coimbra; Introdução: O manual de Padrões de Acreditação da Joint Commission International para hospitais (JCI, 2007), engloba a norma Gestão e Utilização de Medicamentos onde se estabelece que “os erros de medicação (EM) são comunicados através de um procedimento e dentro do prazo estabelecido pela instituição” e a norma Melhoria da Qualidade e Segurança do Doente referindo que “a instituição utiliza um processo predefinido para identificar e analisar eventos de quase falha (QF)”. Objectivo: Elaborar um procedimento operativo normalizado para estudo e prevenção de erros de medicação, na vertente de identificação, comunicação e análise. Métodos: Pesquisa bibliográfica na Medline/PubMed e sítios creditados; Na criação do procedimento, os itens e etapas do processo para montagem final do documento, adoptam-se os da JCI; A concepção do item Análise dos Dados tem como base o Exploring Incidents - Improving Safety um guia para a Root Cause Analysis da National Patient Safety Agency (2005/2009); O formato da apresentação final do procedimento é da autoria do hospital. Resultados: O procedimento operativo normalizado criado para o estudo e prevenção de erros de medicação, nas diversas vertentes, envolveu a concepção e apresentação das seguintes ferramentas adequadas a cada etapa do processo: Etapas - 1. Identificação das etapas do circuito do medicamento e profissionais

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envolvidos; 2. Identificação do tipo de EM ou QF; 3. Categorização dos erros de medicação segundo a gravidade; 4. Comunicação de EM e QF - impressos de notificação voluntária para profissionais de saúde e para os SF; 5. Análise dos dados obtidos - Esquemas representativos da abordagem ao processo segundo a RCA; Esquema do processo de análise dos incidentes e melhoria da segurança; Identificação do tipo de informação a recolher; Diagramas elaborados: de sequência no tempo; de causa-efeito; e mapeamento da informação; Diagrama em espinha de peixe com os principais factores contributivos e a sua classificação; 6. Síntese do Processo - fluxograma geral. Conclusão: As ferramentas elaboradas vão permitir pôr em prática o procedimento elaborado.

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APRESENTAÇÃO NA FORMA DE POSTER

ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO EM FARMÁCIA COMUNITÁRIA: CASO CLÍNICO DE UM IDOSO POLIMEDICADO

BRANCO, SARA1*; MOSCA, CAROLINA1,2; CARAMONA, MARGARIDA1,2; CASTEL-BRANCO, MARGARIDA1,2; FIGUEIREDO, ISABEL VITÓRIA1,2

1Grupo de Farmacologia e Cuidados Farmacêuticos, Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra2Centro de Estudos Farmacêuticos (CEF), Coimbra*Aluna do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

O recurso à farmacoterapia tem como grande objetivo alcançar resultados positivos que, efectivamente, conduzam a uma melhoria da qualidade de vida. Contudo, nem sempre o processo de utilização de medicamentos é acompanhado destes resultados para a saúde do doente, uma vez que com frequência ocorrerem falhas na farmacoterapia. O objetivo principal deste trabalho foi demonstrar a necessidade eminente de promover uma prática clínica centrada no doente, materializando a verdadeira concepção do conceito “pharmaceutical care”, onde o Acompanhamento Farmacoterapêutico se exprime como expoente máximo, e onde farmacêutico intrinsecamente se eleva como o profissional mais dotado e competente para o concretizar. A metodologia utilizada consistiu na obtenção, no contexto real de uma farmácia comunitária, do perfil farmacoterapêutico de um idoso polimedicado, R.A., de 80 anos de idade, e avaliação do seu estado de situação, a fim de detectar possíveis PRM e prevenir/resolver os Resultados Negativos associados à Medicação (RNM). Doente hipertenso e cardíaco, fumador no passado, R.A. foi operado há 4 anos, altura em que lhe foi colocado um pacemaker. Em consequência das constantes crises de “falta de ar”, foi sujeito a um novo internamento hospitalar, sendo actualmente seguido em cardiologia e pneumologia. Apresenta o seguinte registo farmacoterapêutico: furosemida 40mg (½ ao pequeno almoço, à 2ª, 4ª e 6ª feira), lercanidipina 10mg (1+0+0), mononitrato de isossorbido 50mg (1+0+0), digoxina 0,125mg (0+1+0), varfarina 5mg (0+0+1), sinvastatina 20mg (0+0+1), bioflavonóides 500mg (1+0+1), fluticasona 250µg/dose + salmeterol 50µg/dose (1+0+1), brometo de tiotrópio 0,0225mg (1+0+0), hidrogenofosfato de cálcio 600mg + colecalciferol 500U.I. (0+0+1), tansulosina 0,4mg (0+0+1), domperidona 10mg (1+1+1), pantoprazol 40mg (1+0+0) e cianocobalamina 1mg/1ml (1x/mês). Em Fevereiro de 2011 dirige-se à farmácia e revela que está “muito preocupado com a sua saúde”, pois “não se sente nada bem”, e associa este mal-estar à tensão arterial, que “ultimamente tem andado muito descontrolada” (PAS ≥ 140 mmHg e PAD < 90 mmHg). As crises de “falta de ar” são uma constante, acompanhadas de tosse produtiva persistente, sobretudo de noite. Sente os “ossos fracos” e um “enorme cansaço” que o limita nas suas actividades. As suas pernas estão visivelmente inchadas e com uma coloração escurecida. O farmacêutico constata que com frequência o doente não adere à terapêutica nem cumpre o esquema posológico proposto. É sugerido ao doente a integração num programa de acompanhamento farmacoterapêutico, com o objetivo de alcançar resultados concretos que melhorem a sua qualidade de vida. Foram identificados 4 PRM fundamentais (não conhece/não respeita as precauções com a utilização do medicamento; incumprimento/falta de adesão; interacção medicamentosa; probabilidade de efeitos adversos) que estão na origem da inefetividade e insegurança da terapêutica (RNM). Após delineamento do plano de educação e monitorização para a saúde, o doente compreendeu a necessidade da utilização correcta e regular da medicação, bem como da adoção de um estilo de vida saudável. Indubitavelmente, o acompanhamento farmacoterapêutico representa uma prática clínica altamente diferenciada, de enorme impacto no controlo da doença e na melhoria da qualidade de vida. Centrando-se no doente, maximiza o benefício da farmacoterapia, minimizando a morbi-mortalidade relacionada com medicamentos.

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AVALIAÇÃO DO RISCO CARDIOVASCULAR NA FARMÁCIA COMUNITÁRIA COMO PRECURSOR DE UM SERVIÇO DIFERENCIADO

OLIVEIRA, NÉLIO1; MASCARENHAS, ANABELA1; CABRAL, ANA1,2; POETA, RICARDO1; CARAMONA, MARGARIDA2,3; FIGUEIREDO, ISABEL VITÓRIA2,3; CASTEL-BRANCO, MARGARIDA2,3

1Farmácia Saúde, Figueira da Foz; 2Grupo de Farmacologia e Cuidados Farmacêuticos, Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra; 3 Centro de Estudos Farmacêuticos, Coimbra

Introdução: Em todo o mundo, a doença cardiovascular é a principal causa de incapacidade e morte prematura. Objectivos: Pretendeu-se com este trabalho identificar factores de risco cardiovascular na amostra em estudo, para poder intervir nos factores de risco modificáveis ao nível da prevenção primária e secundária, na farmácia comunitária. Métodos: A identificação de factores de risco cardiovascular foi

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feita através de recolha de informação pessoal e de determinação de parâmetros antropométricos, hemodinâmicos e bioquímicos em três freguesias do distrito de Coimbra. Para selecção da amostra foram considerados voluntários de ambos os sexos com idades compreendidas entre os 30 e os 80 anos. Para estudo do Risco Cardiovascular apenas foram considerados indíviduos dos 40 aos 65 anos. Foram excluídas do estudo grávidas, mães a amamentar e pessoas com diagnóstico prévio de doença cardiovascular. Os dados obtidos foram tratados estatisticamente recorrendo ao programa SPSS 17.0 (Statistical Package for the Social Sciences). Resultados: Estudou-se uma população de 127 pessoas, sendo 64,57 % do sexo feminino e 35,43 % do sexo masculino. Na amostra verifica-se que 78,74 % da população tem peso acima do normal, existindo 38,00 % de obesos. 55,91 % dos indivíduos afirma não praticar exercício físico e 92,9 % dos indivíduos negou ter hábitos tabágicos. Verifica-se que 79,53 % dos indivíduos apresenta valores de pressão arterial acima dos limites considerados normais. Destes, 66,34 % estão tratados farmacologicamente, mas apenas 14,93 % dos que tomam medicação cumprem os objectivos terapêuticos. Constata-se que a prevalência de hipertensão arterial na amostra se deve sobretudo a um aumento da pressão arterial sistólica. 69,30 % dos indivíduos tem valores de colesterolémia total considerados normais. Conclusão: Em relação à diabetes existe, no geral, um controlo terapêutico adequado. Relativamente à pressão arterial e à dislipidémia parece ainda existir um longo caminho a percorrer até se conseguir controlar estes factores de risco. Muito importante será também a insistência no cumprimento da prescrição por parte do utente.O estudo do risco cardiovascular permite interligar a análise dos parâmetros bioquímicos, o aconselhamento nutricional e a promoção de estilos de vida saudáveis dos utentes. O farmacêutico pode assim oferecer um serviço diferenciado na farmácia comunitária.

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IDENTIFICAÇÃO DE RESULTADOS NEGATIVOS DA MEDICAÇÃO EM DOENTES COM VALORES LABORATORIAIS DE HIPO- E HIPERCALIÉMIA

CRUZ, SÍLVIA; 1; CABRAL, ANA CABRAL1; CASTEL-BRANCO, MARGARIDA1,2; CARAMONA, MARGARIDA1,2; FIGUEIREDO, ISABEL VITÓRIA1,2; RAMA, ANA CRISTINA1,2,3 1Grupo de Farmacologia e Cuidados Farmacêuticos, Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra, Portugal; 2Centro de Estudos Farmacêuticos, Coimbra, Portugal; 3Serviços Farmacêuticos, Hospitais da Universidade de Coimbra, E.P.E.(HUC), Coimbra, Portugal.

Objectivo: Análise retrospectiva do perfil de prescrição de doentes internados nos HUC, com valores séricos de hipo- e hipercaliémia, como resultados negativos associados à medicação (RNMs). Estudo piloto de uma amostra de quatro doentes. Métodos: A população foi retirada do pool de doentes com doseamento sérico/urinário de potássio de Janeiro a Outubro de 2008 e internados em Cirurgia, Medicina, Cardiologia e Transplantação Renal, num total de 19.873 análises. Destas, foram retiradas 409 com valores de hipocaliémia ([K+]sérico<3,5mmol/L - 217 doentes) e hipercaliémia ([K+]sérico>5,3mmol/L - 84 doentes) do total de 3.056 efectuadas no sangue. Os doentes foram agrupados de acordo com a creatininémia, tendo como referência os valores de [creatinina]sérica<0,66mg/dL e [creatinina]sérica>1,09mg/dL adoptados pelo hospital. Os dados foram cruzados com o perfil de prescrição à data do resultado analítico. A avaliação da segurança visou detectar reacções adversas e interacções medicamentosas e da necessidade/efectividade referiu-se à utilização da suplementação de potássio, face aos valores do ionograma. O estudo envolve farmacêuticos de patologia clínica e hospitalares, médicos e elementos da Comissão de Farmácia e Terapêutica. Foi seleccionada uma amostra de quatros doentes para estudo piloto do método de tratamento de dados a ser aplicado a toda a amostra. Resultados: Na análise total dos dados verificou-se que a hipo- e hipercaliémia corresponderam a 13,4% das análises laboratoriais totais (3.056), das quais 75% revelam hipocaliémia (307), confirmando assim os dados epidemiológicos internacionais. Na análise dos 4 doentes foram identificados possíveis RNMs relacionados com: segurança, devido a efeitos adversos ou interacções medicamentosas que podem resultar em hipo ou hipercaliémia; efectividade, foi identificada uma possível inefectividade do cloreto de potássio; necessidade, justificando-se a suplementação de potássio para tratar a hipocaliémia. Discussão/Conclusão: O estudo permitiu concluir que a medicação pode originar RNMs de hipo- ou hipercaliémia em doentes internados, sendo relevantes estes estudos na gestão de risco. O modelo adoptado neste estudo piloto servirá para a análise da restante amostra e para delinear procedimentos de gestão de risco de RNMs associados à homeostase do potássio.

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INTERVENÇÃO FARMACÊUTICA NA DETECÇÃO PRECOCE DA DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÓNICA

MASCARENHAS, ANABELA1; CABRAL, ANA1,2; POETA, RICARDO1; CASTEL-BRANCO, MARGARIDA2,3; FIGUEIREDO, ISABEL VITÓRIA2,3; CARAMONA, MARGARIDA2,3 1Farmácia Saúde, Figueira da Foz; 2Grupo de Farmacologia e Cuidados Farmacêuticos, Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra; 3Centro de Estudos Farmacêuticos, Coimbra

Introdução: As doenças respiratórias foram desvalorizadas e consideradas de menor importância durante vários anos, porque todas as atenções estavam voltadas para os problemas cardiovasculares, resultando assim um elevado crescimento da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC). Objectivos: Pretendeu-se detectar precocemente sinais de alarme em indivíduos após a realização de uma espirometria. Em função dos resultados que se obtiveram fora dos padrões normais, os doentes foram encaminhados para o médico, para que mais precocemente e num estadio mais ligeiro da doença, pudessem começar a ser tratados. Metodologia: O estudo realizou-se em 4 locais diferentes no Distrito de Coimbra. A população em estudo apresentava pelo menos 3 destes critérios: idade> 40 anos (> 35 anos, se fumador); fumador ou ex-fumador; ter expectoração ou “catarro na maior parte dos dias”; ter tosse na maior parte dos dias; cansar-se com mais facilidade do que as outras pessoas da sua idade. As espirometrias foram realizadas com um aparelho Vitalograph Compact, seguindo os requisitos necessários. Os resultados foram avaliados no momento e os que se obtiveram fora dos padrões normais foram incluídos numa fase de estudo, para depois serem enviados ao médico com o respectivo relatório da farmácia. Os doentes polimedicados foram encaminhados, para as consultas de acompanhamento farmacoterapêutico na farmácia. Resultados: Aderiram ao estudo 127 utentes, dos quais 104 obedeceram ao mínimo de 3 critérios de inclusão. 54% eram do sexo feminino e 46% do sexo masculino. 44,2% dos individuos eram fumadores. Foram encaminhados ao médico 12,5% dos doentes com Índice de Tiffeneau abaixo dos 70%, dos quais 96,15% eram assintomáticos, característica frequente da DPOC ligeira. Conclusão: Na DPOC, o papel do farmacêutico comunitário na educação do utente acerca da sua doença é essencial, face à proximidade com o mesmo. Um dos principais objectivos é conseguir que coopere com o tratamento e reduza a ansiedade perante a doença. A identificação precoce de sinais de um estadio ligeiro, que normalmente é assintomático, pode levar ao tratamento antecipado desse doente por parte do médico, com melhoria significativa da sua qualidade de vida.

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INTERVENÇÃO FARMACÊUTICA NUM PROJECTO DE REESTRUTURAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO DO SECTOR AMBULATÓRIO NUM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

PROENÇA, MARIA MANUEL 1; RAMA, ANA CRISTINA 1,2

1Serviços Farmacêuticos, Hospital Distrital da Figueira da Foz, EPE; 2Grupo de Farmacologia e Cuidados Farmacêuticos, Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra; 3Centro de Estudos Farmacêuticos, Coimbra

Introdução: A redução dos períodos de internamento e a qualidade de vida acrescida dos doentes transfere, para o regime de ambulatório, os períodos de convalescença. Como tal, a importância da dispensa de medicamentos tem vindo a ser reforçada, exigindo, cuidados farmacêuticos continuados. Objetivo: Apresentar o processo de implementação e o resultado final do Projecto de Reestruturação e Requalificação do Sector Ambulatório dos Serviços Farmacêuticos dos Hospitais da Universidade de Coimbra, E.P.E. Métodos: Revisão bibliográfica e da legislação; Identificação de problemas estruturais do exercício profissional - Descrição dos tipos de intervenção farmacêutica; identificação das necessidades estruturais e conjunturais; determinação dos meios e recursos, humanos e tecnológicos, para implementação de um programa de atendimento personalizado e dos procedimentos subjacentes à implementação de um sistema semi-automático de armazenamento e dispensa de medicamentos; monitorização das diferentes fases de implementação; identificação do impacto previsto. Resultados: Em 2010 o sector ambulatório apresentou como indicadores de actividade: 8340 doentes atendidos (média de 250/dia), encargos financeiros 44,6M€ (60,6% do total de medicamentos). Baseados nos princípios preconizados nas Boas Práticas Farmacêuticas e imbuídos de uma “cultura de segurança” diferenciámos a intervenção farmacêutica a três níveis: 1. Acessibilidade ao medicamento, escolha do local de atendimento dos doentes e determinação de soluções para a cedência. 2. Estruturas físicas e funcionais, requalificação e reestruturação das instalações existentes, privilegiando a privacidade e personalização do atendimento. 3. Processos de atuação, incorporando as inovações e oportunidades

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das tecnologias de informação, sobretudo na área da robótica hospitalar. Conclusão: Conseguiu-se a optimização do espaço existente e a criação de oportunidades de melhoria assistencial. As reformulações efectuadas melhoraram substancialmente as condições de trabalho e contribuíram para uma maior funcionalidade do sector, uma melhor acessibilidade dos doentes e uma melhor prestação de cuidados farmacêuticos aos doentes.

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O CONSUMO DE MEDICAMENTOS PARA A DISFUNÇÃO ERÉCTIL NUMA FARMÁCIA COMUNITÁRIA DE COIMBRA

FERNANDES, DIOGO1*; MOSCA, CAROLINA1; CARAMONA, MARGARIDA1,2; RAMA, ANA CRISTINA1,2; FIGUEIREDO, ISABEL VITÓRIA1,2; CASTEL-BRANCO, MARGARIDA1,2

1Grupo de Farmacologia e Cuidados Farmacêuticos - Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra2Centro de Estudos Farmacêuticos (CEF)*Aluno do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Introdução: A disfunção eréctil é um problema de saúde cada vez mais prevalente, afectando homens de todas as idades. Cada vez mais homens tomam medicamentos para este problema, deslocando-se à farmácia para a sua aquisição. Objectivo: Caracterização dos consumidores de medicamentos para a disfunção eréctil - grau de informação sobre os medicamentos, factores de risco para o aparecimento da doença e aspectos económicos associados. Métodos: Questionário com 23 questões a que os utentes que adquiriram medicamentos para a disfunção eréctil entre 01.02.2001 e 07.05.2011 na Farmácia Guarda Inglesa (Coimbra, Portugal) foram convidados a responder, tendo sido conseguida uma amostra de 49 indivíduos. Resultados: A maioria dos indivíduos situou-se na faixa etária 51-65 anos (n=29). O medicamento mais consumido foi o Cialis® (tadalafil) 20 mg (n=16). A maioria dos utentes tomou conhecimento do medicamento através do médico (n=31). Apenas 4 indivíduos iam tomar o medicamento pela primeira vez. Alguns homens já experimentaram produtos naturais (n=2) ou outros medicamentos (n=8). As principais patologias associadas foram hipertensão (n=10), hipercolesterolémia (n=6) e diabetes (n=5). Mais de metade dos homens tomavam outros medicamentos (n=26), nomeadamente anti-hipertensores (n=15). Os utentes afirmaram conhecer bem os efeitos adversos (n=42), embora apenas 8 já tenham sentido algum desses efeitos. 24 utentes revelaram tomar o medicamento 1-2 vezes/mês e 22 3-5 vezes/mês. O dia da semana de maior procura foi o sábado (n=14). Quase todos consideraram o preço bastante elevado (n=41).Discussão/Conclusão: A idade dos utentes está de acordo com o esperado para a disfunção eréctil. As doenças associadas estão relacionadas com uma maior probabilidade de disfunção eréctil. São mais os indivíduos que assumem tomar outros medicamentos do que aqueles que dizem ter outras doenças, o que pode estar relacionado com o receio de não lhes ser prescrito o medicamento desejado. Não foram detectadas interacções graves que motivassem a suspensão do tratamento e a utilização dos medicamentos revelou-se segura para a maioria dos utentes. O elevado preço restringe a sua utilização em 13 indivíduos, levando mesmo vários utentes a comprarem embalagens de dosagem superior à necessária para depois dividirem os comprimidos ao meio, prática que parece não afectar a sua efectividade. Embora o médico seja o profissional mais procurado para encontrar soluções para o problema, o farmacêutico pode assumir um papel relevante no acompanhamento destes utentes, desde o aconselhamento de medidas não-farmacológicas ao esclarecimento de questões e à detecção de problemas relacionados com estes medicamentos, prevenindo perdas de efectividade e/ou segurança.

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PROBLEMAS RELACIONADOS COM MEDICAMENTOS, DETECÇÃO E AVALIAÇÃO, IMPACTO PARA A SAÚDE DO DOENTE

FIGUEIREDO-PINHO, CAPITOLINA1; CABRAL, ANA1,2; CASTEL-BRANCO, MARGARIDA2,3; CARAMONA, MARGARIDA2,3; FIGUEIREDO ISABEL VITÓRIA2,3

1Farmácia Figueiredo, Coimbra;2Grupo de Farmacologia e Cuidados Farmacêuticos, Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra;3Centro de Estudos Farmacêuticos, Coimbra

Introdução: A Dispensa Clínica de Medicamentos (DCM), parte integrante dos Cuidados Farmacêuticos, permite que o farmacêutico avalie o processo de uso da farmacoterapia possibilitando a detecção, avaliação e resolução de Problemas Relacionados com Medicamentos (PRM). A resolução de PRM permite reduzir os Resultados Negativos Associados ao Medicamento (RNM) que são uma causa elevada de morbimortalidade associada ao uso do medicamento. Objectivos: Detecção de PRM,

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avaliando o processo de uso da farmacoterapia durante a DCM; Avaliação dos PRM encontrados, e tentativa da sua resolução; Impacto da resolução dos PRM na saúde do doente. Métodos: Trabalho desenvolvido na Farmácia Figueiredo por um farmacêutico da equipa, três dias por semana, durante os meses de Fevereiro a Abril de 2011. Para a detecção, avaliação, classificação e registo dos PRM foi utilizada a” Classificação de PRM de Lisboa (2008)” e respectivo formulário. Foram consultadas as seguintes fontes de informação: Histórico do doente, Resumo das Caracteristicas do Medicamento, CEDIME, Médico prescritor e Armazenista. Os dados obtidos foram tratados através do programa informático EXCEL. Resultados: Neste estudo foram avaliados 133 doentes, dos quais 61,7% do sexo feminino e 38,3% do sexo masculino. 75,8% encontrava-se na faixa etária dos 40 aos 90 anos. Foram detectados e avaliados 159 PRM, sendo que destes 9% correspondiam a Medicamento não necessário, 9% a Medicamento não adequado, 56% a Posologia não adequada e 26% a Falta de condições do doente/sistema. Dos 159 PRM detectados 86,2% PRM foram resolvidos. Para a sua resolução foram realizados 15 contactos telefónicos ao médico, 32 encaminhamentos ao médico com informação escrita, 12 contactos aos armazenistas, 7 contactos ao CEDIME, 48 RCM foram consultados e 5 doentes foram encaminhados para Acompanahmento Farmacoterapêutico. Relativamente à origem dos PRM, considerou-se que 10,1% se deveram ao Doente/Cuidador, 62,8% ao Prescritor, 3,8% ao Farmacêutico, 16,4% ao sistema e não se conseguiu classificar a origem de 6,9% dos PRM. Conclusão: A maior parte dos PRM detectados foram resolvidos após intervenção farmacêutica. A sua resolução contribuiu para evitar o aparecimento de RNM, para melhorar a saúde do doente e para reduzir a morbimortalidade associada ao uso dos medicamentos. Pode-se portanto concluir que no acto da DCM é possível o farmacêutico contribuir efectivamente, na sua prática diária, para o uso racional do medicamento.

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PROCEDIMENTOS OPERATIVOS NORMALIZADOS APLICADOS AO ACOMPNHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO DA SEGURANÇA DO USO DE MEDICAMENTOS EM GRÁVIDAS

CABRAL, ANA CABRAL1; RAMA, ANA CRISTINA1,2,4; CASTEL-BRANCO, MARGARIDA.1,2; TAVARES, FRANCISCO3; CARAMONA, MARGARIDA1,2; ALMEIDA SANTOS, TERESA3; FIGUEIREDO, ISABEL VITÓRIA1,2

1Grupo de Farmacologia e Cuidados Farmacêuticos, Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra; 2Centro de Estudos Farmacêuticos, Coimbra; 3Unidade de Diagnóstico Pré-Natal, Serviço de Reprodução Humana, Hospitais da Universidade de Coimbra, E.P.E.; 4Serviços Farmacêuticos, Hospitais da Universidade de Coimbra, E.P.E.

Introdução: O efeito teratogénico depende de vários factores e nunca é observado em todos os fetos a ele expostos. A área da segurança em teratologia carece de um serviço de informação que suporte a decisão dos profissionais. Objetivo: Estudo retrospectivo: Validar um questionário de recolha de dados clínicos e medicamentosos numa amostra de grávidas; Criar normas e procedimentos de opções de tratamento e de acompanhamento farmacoterapêutico e clínico; Desenvolver modelos de informação e educação à grávida; Estudo prospectivo: Acompanhamento farmacoterapêutico de grávidas consultadas na Unidade de Diagnóstico Pré-Natal, dos Hospitais da Universidade de Coimbra, E.P.E.; Avaliação da utilidade e qualidade da informação cedida ao médico para suporte à decisão. Métodos: Estudo retrospectivo: caracterização das grávidas consultadas durante 5 anos (2005-2009), quanto à doença e medicamentos a que estiveram expostas e resultados clínicos no feto e recém-nascido até aos 3 dias de idade. Para a caracterização da situação clínica será utilizado um sistema multidimensional hierárquico de classificação e gestão de informação em saúde. Para a recolha de dados será utilizado e validado um questionário criado para o efeito. Para o desenvolvimento de normas e procedimentos será efectuada uma revisão bibliográfica sistematizada e baseada na evidência. Estudo prospectivo: estudo observacional de coorte e consistirá num programa de acompanhamento de todas as grávidas expostas a medicamentos. Para o registo sistemático da informação relevante respeitante à situação clínica da grávida, à medicação utilizada e ao desenvolvimento fetal, recorrer-se-á ao questionário validado no estudo retrospectivo, que será arquivado no processo clínico e no serviço de informação, para posterior acompanhamento da situação clínica. Resultados: A análise crítica da literatura pesquisada e dos processos clínicos avaliados aumentará o poder da evidência científica sobre medicamentos e gravidez. Com este contributo espera-se conseguir reunir muita da informação dispersa, organizá-la por patologias e criar uma base de dados que permita que esta seja disponibilizada de forma sistematizada aos profissionais de saúde que interagem directamente com a grávida, bem como às grávidas, numa perspectiva mais ampla de promoção da saúde e qualidade de vida.

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