anais do iv encontro de iniciação científica 2015

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    SUMRIO

    Contedo

    APRESENTAO ....................................................................................................... 5

    INICIAO CIENTFICA ............................................................................................. 5

    TRABALHOS ............................................................................................................... 5

    Empreendedorismo e Comrcio Eletrnico: Fatores que Levam Abertura de uma

    Loja Virtual .................................................................................................................. 8

    Responsabilidade Social e Trabalho Voluntrio: desenvolvimento e implementao

    de um projeto nas Faculdades Promove e Infrium. ................................................. 32

    DIREITO - FACULDADE KENNEDY ......................................................................... 49

    Linguagem Jurdica e Acesso Justia .................................................................... 50

    Legal Language and Access to Justice ..................................................................... 50

    Poltica Migratria para o Brasil ................................................................................. 70

    Migratory Political to Brazil ........................................................................................ 70

    Abuso De Direito: Mero Ato Ilcito Objetivo? ............................................................. 91

    Abuse Of Rights: Mere Objective Unlawful Act? ....................................................... 91

    Direito Penal como Poltica Social: As Consequncias da Expanso do Direito Penal

    sobre o Estado Democrtico de Direito no Brasil .................................................... 109

    Conveno de Palermo e o Crime Organizado Transnacional: Aplicao da

    Conveno em mbito Interno Face as suas Possveis Controvrias .................... 134

    O Incidente De Resoluo De Demandas Repetitivas Do Novo Cdigo De Processo

    Civil ......................................................................................................................... 157

    Garantia No Emprego Do Pai Ou Me Adotante ..................................................... 173

    Disponibilidade Jurdica Da gua ............................................................................ 196

    A Tributao Unificada No Mercosul Enquanto Medida De Eficincia Do Processo De

    Integrao Do Bloco ................................................................................................ 219

    A judicializao da sade no Estado de Minas Gerais: uma anlise sob os aspectos

    jurdico-econmicos. ............................................................................................... 237

    O Direito Dos No Nascidos: Uma Anlise Sobre A Tutela Legal Dos No Nascidos

    No Ordenamento Jurdico Brasileiro ....................................................................... 263

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    3

    Estudo Sobre A Satisfao Dos Discentes Do Curso De Graduao Em Direito Da

    Faculdade Kennedy De Minas Gerais ..................................................................... 279

    A Hermenutica Jurdica em Dei delitti e delle pene [Dos delitos e das penas

    1764], de Cesare Beccaria [1738-1794]: uma anlise filosfica e humanstica....... 298

    ENGENHARIA CIVIL ............................................................................................... 343

    Light Steel Frame .................................................................................................... 346

    Processo de Dessalinizao da gua do Mar para Consumo Humano .................. 358

    Desalination Process of Sea Water for Human Consumption ................................. 358

    Proceso de desalinizacin de agua de mar para el consumo humano ................... 358

    Potencial de Aproveitamento com Uso Sustentvel da gua da Chuva em Santana

    do Riacho ................................................................................................................ 371

    Tarifa Zero Para O Transporte Pblico ................................................................... 386

    A Importncia do Planejamento de Obra ................................................................ 402

    Metodos Experimentais ........................................................................................... 375

    Mobilidade Urbana: Expectativas e Impacto Inicial das Obras Realizadas Para a

    Copa do Mundo de 2014 em Belo Horizonte .......................................................... 390

    ENGENHARIA DE MINAS ...................................................................................... 413

    Uso e Reuso da gua no Processamento Mineral: Reviso do Cenrio Mundial ... 415

    Modelagem 3D de Corpo de Minrio: Aplicao Utilizando Micromine ................ 434

    Beneficiamento E Industrializao Do Cimento ....................................................... 450

    Elaborao de Sistema de Informaes Geogrficas (SIG) a partir de Dados

    Pblicos: Relao com a Gerao de Alvos de Pesquisa para Elementos Terras

    Raras. ...................................................................................................................... 467

    ENGENHRIA DE PRODUO ............................................................................... 483

    Estudo comparativo e cognitivo de materiais feitos a partir da tecnologia social dos

    encauchados amaznicos ....................................................................................... 485

    Avaliao das Propriedades Teraputicas de guas Minerais................................ 507

    Mensurao da Qualidade em Servios em Instituies Financeiras ..................... 525

    Prticas de Governana Corporativa em Empresa Familiar de Segurana Eletrnica:

    um Estudo de Caso ................................................................................................. 536

    Estudo De Campo Em Uma Unidade Do Sistema Prisional Para Melhoria De

    Processos Com Ganho De Qualidade E Produtividade .......................................... 556

    Anlise Da Curva De Vida De Ferramentas De Corte Para O Ao Inox 303 .......... 580

    Avaliao do Reso de gua na Reduo de Custos em Processos de Tratamento

    de Efluentes da Indstria Txtil ............................................................................... 592

    PUBLICIDADE E PROPAGANDA ........................................................................... 617

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    4

    Design e Visualizao da Informao: reviso terminolgica e conceitual ............ 644

    SISTEMAS PARA INTERNET ................................................................................. 654

    Utilizao De Um Data Warehouse Para Anlise Histrica Do Volume Pluviomtrico

    Do Municpio De Belo Horizonte No Perodo De 2010 a 2014. ............................... 658

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    5

    APRESENTAO

    A Escola de Engenharia Kennedy, a Faculdade Kennedy de Belo Horizonte, e a

    Faculdade Kennedy de Minas Gerais, atravs do Ncleo de Ps Graduao e

    Pesquisa (NPP) incentivam a pesquisa cientfica e, por acreditar no potencial de seu

    corpo discente e docente, criou o Programa Institucional de Bolsas de Iniciao

    Cientfica (PIBIC). Esta publicao uma semente dessa iniciativa institucional que

    mostra que os frutos so trabalhos de qualidade e valor cientfico.

    INICIAO CIENTFICA

    Modalidade de pesquisa que permite ao estudante de graduao ter o primeiro

    contato com atividades e trabalhos ligados pesquisa cientfica e assim possa

    despertar seu interesse de pesquisador.

    TRABALHOS

    No 4 ano de PIBIC foram desenvolvidos 37 trabalhos distribudos nas seguintes

    reas: Administrao (2), Direito (14), Engenharia Civil (6), Engenharia de Minas (4),

    Engenharia de Produo (7), Gastronomia (1) Publicidade e Propaganda (2) e

    Sistemas de Informao (1).

    ? ? ? IC Pesquisa

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    6

    10%

    17%

    21%

    17%

    17%

    4%

    7%

    7%

    Trabalhos

    Administrao

    Direito

    Eng. Civil

    Eng. Minas

    Eng. Produo

    Gastronomia

    Publicidade e Propaganda

    Sistemas de Informao

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    7

    ADMINISTRAO FACULDADE PROMOVE

    rea De Concentrao Linha De Pesquisa Professores Vinculados

    ADMINISTRAO

    Administrao De

    Produo

    Delmi Carvalho

    Fernando Lomelino

    Administrao Financeira Fernando Custdio

    Ronaldo Teixeira

    Mercadologia

    Ana Cristina Marques

    Armando Aguiar Filho

    Negcios Internacionais Marcelo Ayres

    Administrao De

    Recursos Humanos

    Andrea Arnaut

    Kandice Vieira

    Administrao Pblica

    Jane Maria Diniz Martins

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    8

    Empreendedorismo e Comrcio Eletrnico: Fatores que Levam Abertura de uma Loja Virtual

    Juliana Cristina de Andrade1

    Fernando Gonalves Custdio2

    Resumo: O empreendedorismo tema de grande relevncia no cenrio econmico brasileiro, consiste

    na percepo de oportunidades e desenvolvimento de solues inovadoras, seja por meio da criao

    de um novo negcio, ou dentro de um negcio j existente. Com o acelerado crescimento da internet,

    surgem cada vez mais empreendimentos relacionados ao comrcio eletrnico, visto que este

    apresenta algumas vantagens em relao ao ambiente fsico. Um exemplo deste tipo de

    empreendimento a empresa Foca na Moda, cujos proprietrios, em decorrncia de algumas destas

    vantagens, optaram por trabalhar exclusivamente no meio virtual.

    Palavras-chave: Empreendedorismo; Oportunidades; Internet; Comrcio Eletrnico; Vantagens.

    1-INTRODUO

    Contextualizao do tema e problema

    Tomando como base o mbito empresarial, pode-se definir empreendedorismo como

    a capacidade para identificar oportunidades de negcio atravs de necessidades

    percebidas, utilizar de inovao e criatividade para idealizar meios de satisfazer tais

    necessidades e coloc-los em prtica buscando alcanar rentabilidade (BESSAS,

    2012, p.27).

    1 Aluna do Curso de Administrao da Faculdade Promove de Minas Gerais

    2 Professor Orientador da Faculdade Promove de Minas Gerais

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    9

    O empreendedor , portanto, a pessoa que rene em si a vontade de suprir uma

    determinada demanda, o conhecimento necessrio para desenvolver uma soluo

    vivel e a iniciativa para tornar real tal soluo. (SERTEK, 2012, p.14).

    Ele no somente um fundador de novas empresas, o construtor de novos negcios

    ou o consolidador e impulsionador de negcios atuais. Ele muito mais do que isso,

    pois proporciona a energia que move toda a economia, alavanca as mudanas e

    transformaes, produz a dinmica de novas ideias, cria empregos e impulsiona

    talentos e competncias (CHIAVENATO, 2012, p.3).

    De uma forma geral, endente-se comrcio eletrnico como a realizao de qualquer

    tipo de transao comercial por meio de redes de computadores, internet ou outros

    meios eletrnicos, indo desde a compra e venda de produtos at locao de espao

    para anncios publicitrios (TURBAN; KING, 2004, p.3).

    No Brasil o desenvolvimento do e-commerce maior a cada ano. De acordo com a

    E-bit, empresa especializada em informaes do comrcio eletrnico, o setor

    movimentou R$ 35,8 bilhes em 2014, crescendo, nominalmente, 24%, em relao a

    2013, quando o faturamento chegou a R$ 28,8 bilhes. (E-bit3, 2015).

    A Foca na Moda um empreendimento familiar, localizado em Belo Horizonte, cujo

    negcio est ligado venda de artigos do vesturio e acessrios. Foi fundada em

    fevereiro de 2013 e atua exclusivamente atravs do comrcio eletrnico.

    Com o crescimento acelerado da aceitao e utilizao do e-commerce, vrios

    empreendedores vm deixando de investir em lojas fsicas para iniciarem seus

    3 Disponvel em: Acesso em: 15 mar.

    2015

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    10

    negcios atuando atravs do e-commerce. Tal fato ocorre devido a algumas

    vantagens percebidas no ambiente virtual em relao ao ambiente fsico.

    Tendo em vista os fatores apresentados, o presente projeto tem como propsito

    aplicar um estudo de caso, buscando responder seguinte questo: quais principais

    causas levaram os proprietrios da empresa Foca na Moda optar pelo e-commerce

    em detrimento de uma loja fsica?

    2-Objetivos

    Objetivo geral

    Apontar as principais causas que levaram os proprietrios da empresa Foca na

    Moda a iniciar as suas atividades atuando exclusivamente no comrcio eletrnico ao

    invs de optar por uma loja fsica.

    Objetivos especficos

    Estudar conceitos e definies relacionados aos temas empreendedorismo e

    comrcio eletrnico;

    Descrever o histrico e a estrutura da empresa Foca na Moda;

    Diagnosticar os principais benefcios e dificuldades observadas pelos proprietrios

    da empresa Foca na Moda no mercado virtual em relao ao mercado fsico.

    3 Justificativa

    A importncia do presente estudo reside na possibilidade de apresentar ao leitor os

    principais benefcios e obstculos na abertura de um negcio atravs do ambiente

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    11

    virtual, por meio de um estudo realizado com os proprietrios de uma empresa que

    atua exclusivamente neste ambiente.

    Salienta-se tambm sua relevncia para o administrador, atravs da promoo de

    uma viso mais ampla sobre o empreendedorismo relacionado ao e-commerce.

    4-REFERENCIAL TERICO

    Com o intuito de sustentar o entendimento dos objetivos propostos neste trabalho e

    fundamentar as informaes apresentadas, sero revistos a seguir alguns tpicos

    referentes temtica.

    5-Empreendedorismo

    Conceitos e definies

    O empreendedorismo est relacionado capacidade de um indivduo para agregar

    valor a uma organizao na qual est inserido, a uma empresa a qual ele passou a

    gerir ou a uma ideia por ele desenvolvida, atravs do uso de inovao, criatividade e

    iniciativa. Refere-se, ainda, ao comprometimento apresentado por tal indivduo na

    busca por seus objetivos e persistncia perante obstculos encontrados (STADLER;

    ARANTES; HALICKI, 2014, p.16).

    De acordo com Dolabela (2006, p.31), o termo empreendedorismo uma livre

    traduo que se faz da palavra entrepreneurship, que contm as ideias de iniciativa

    e inovao. um termo que implica uma forma de ser, uma concepo de mundo,

    uma forma de se relacionar.

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    12

    Shane e Venkataraman4 (2000 apud BARON; SHANE, 2007, p.6) definem que:

    O empreendedorismo, como uma rea de negcios, busca entender como surgem

    as oportunidades para criar algo novo (novos produtos ou servios, novos mercados,

    novos processos de produo ou matrias-primas, novas formas de organizar as

    tecnologias existentes); como so descobertas ou criadas por indivduos especficos

    que, a seguir, usam meios diversos para explorar ou desenvolver essas coisas

    novas, produzindo assim uma ampla gama de efeitos.

    Partindo de outro ponto de vista, destaca-se que o empreendedorismo no ,

    necessariamente, relacionado personalidade do indivduo, e sim ao mbito

    comportamental. Assim, acredita-se que possvel desenvolver habilidades

    empreendedoras atravs de aprendizado, convivncia, busca por informaes,

    dentre outros meios (MALHEIROS; FERLA; CUNHA, 2005, p.17).

    Perfil e caractersticas do empreendedor

    Maximiano (2006, p.3) acredita que, o empreendedor, em essncia, a pessoa que

    tem capacidade de idealizar e realizar coisas novas. Assim, traando um paralelo

    com as definies propostas para o empreendedorismo, pode-se defini-lo como um

    indivduo capaz de identificar oportunidades, desenvolver solues inovadoras e agir

    para transform-las em retorno financeiro e realizao pessoal.

    Para Chiavenato (2012, p.8), o empreendedor a pessoa responsvel por tirar

    ideias do papel e coloc-las em prtica, fazendo uso de criatividade, iniciativa e

    perseverana para transformar oportunidades em negcios reais e lucrativos. Com

    isso, promove benefcios para si prprios e para a sociedade na qual est inserido.

    4 SHANE, Scott.; VENKATARAMAN, S. The promise of entrepreneurship as a field of research. Academy of

    Management Review, 25: 217-226, 2000.

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    13

    Chiavenato (2012, p.2) ressalta ainda que, o empreendedor a pessoa que inicia

    e/ou dinamiza um negcio para realizar uma ideia ou projeto pessoal assumindo

    riscos e responsabilidades e inovando continuamente.

    Sobre o perfil do empreendedor, Dolabela (2006, p. 23) conclui atravs da anlise de

    pesquisas que:

    O empreendedor um ser social, produto do meio em que vive (poca e lugar). Se

    uma pessoa vive em um ambiente em que ser empreendedor visto como algo

    positivo, ter motivao para criar seu prprio negcio.

    um fenmeno local, ou seja, existem cidades, regies, pases mais ou menos

    empreendedores do que outros. O perfil do empreendedor (fatores do

    comportamento e atitudes que contribuem para o sucesso) pode variar de um lugar

    para outro.

    Maximiano (2006, p.3) considera que o empreendedor possui alguns traos

    comportamentais que se manifestam em diferentes combinaes e intensidades em

    cada indivduo, dentre os quais podemos citar: criatividade, capacidade de

    implementao, senso de independncia, perseverana, otimismo e disposio para

    assumir riscos.

    Na viso de Malheiros, Ferla e Cunha (2005, p.24), algumas virtudes so

    necessrias para o sucesso do empreendedor:

    Para ser bem-sucedido preciso iniciativa, busca de oportunidades, perseverana,

    comprometimento, busca por qualidade, correr riscos calculados, determinao de

    metas significativas, busca de informaes, capacidade de detalhar, monitorar e de

    persuadir, independncia, autoconfiana e saber trabalhar em parceria.

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    14

    O Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE)5, define o

    empreendedor como um indivduo que possui em sua essncia o esprito criativo e

    pesquisador. Faz, ainda, um detalhamento mais amplo sobre as caractersticas

    empreendedoras, dividindo-as em: relativas realizao (busca oportunidades, toma

    a iniciativa, corre riscos calculados, exige qualidade e eficincia, persistente e

    comprometido); relativas ao planejamento (busca informaes, estabelece metas,

    planeja e monitora sistemicamente); e relativas ao poder (possui poder de persuaso

    e rede de contatos, independente e autoconfiante).

    Etapas do empreendedorismo

    Alguns autores prope o estudo do empreendedorismo definindo-o como um

    processo, ou seja, um conjunto de etapas sequenciais, em detrimento da ideia de

    um evento isolado. Tendo em vista tal definio, sero descritas a seguir as

    principais etapas do processo empreendedor.

    Identificar oportunidades

    A identificao de uma oportunidade ou de uma demanda no atendida no mercado

    o primeiro passo para o desenvolvimento de um novo empreendimento. Ao

    identificar determinada oportunidade, o empreendedor busca ideias que possam

    satisfaz-la.

    A identificao de uma oportunidade o primeiro passo que impulsiona o

    empreendedor para o desenvolvimento de um produto ou servio que propiciar o

    negcio. Geralmente, a oportunidade uma lacuna detectada ao se avaliar o

    mercado e os produtos e servios oferecidos. No entanto, a oportunidade existe

    quando o empreendedor consegue visualizar a realizao de seu sonho pessoal,

    identifica uma oportunidade para lucrar, ou uma forma de subsistncia quando em

    situao de desemprego, insatisfao profissional ou outros motivos (CHIAVENATO,

    2012, p. 65).

    5 Disponvel em: Acesso

    em: 21 abr. 2015.

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    15

    De acordo com Malheiros, Ferla e Cunha (2005, p.57), atravs de diversas fontes,

    contatos e experincias podem acontecer o surgimento de vrias ideias, que levem

    ao desenvolvimento de diferentes tipos de empreendimentos. Cabe ao

    empreendedor, ento, ser capaz de identificar quais dessas ideias representam boas

    oportunidades, nas quais ele poder obter lucro.

    Segundo Ferreira, Santos e Serra (2010, p.48), em um primeiro momento as ideias

    so muito abstratas, servindo apenas para orientar a procura por mais informaes.

    Com pesquisas mais aprofundadas o empreendedor tem a chance de desenvolver a

    ideia e fazer os ajustes necessrios.

    Para que a ideia tenha uma maior chance de sucesso importante que ela se

    enquadre em um dos trs seguintes quesitos:

    Novo mercado: O empreendedor lana um produto ou servio que no inovador,

    mas que uma novidade no segmento- alvo do mercado ao qual se destina.

    Nova tecnologia: Negcios que consistem em novas tecnologias sobrepostas aos

    processos de produo ou aos produtos.

    Novo benefcio: Apresentao de novos meios de oferecerem um produto ou

    servio, apresentando um novo benefcio aos clientes.

    Baron e Shane (2007, p.47) destacam, tambm, que a maioria das oportunidades

    beneficia as empresas j estabelecidas. Portanto, alm de identificar e explorar

    uma oportunidade valiosa para comear uma nova empresa, um empreendedor tem

    de faz-lo enfrentando a competio das empresas estabelecidas. Assim, um dos

    desafios enfrentados pelo empreendedor a busca por oportunidades que sejam

    propcias a novos empreendimentos.

    Desenvolver solues inovadoras

    A segunda etapa do processo empreendedor consiste em desenvolver solues

    inovadoras, para transformar as oportunidades percebidas em negcios reais e

    lucrativos.

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    16

    Muitas empresas so iniciadas quando empreendedores desenvolvem ideias para

    novos produtos e servios. No apenas os produtos de alto contedo tecnolgico

    tem potencial para o sucesso. Na verdade, com frequncia chegam ao mercado

    produtos e servios, triviais ou criativos, com tecnologia de domnio publicou sem

    nenhuma sofisticao tecnolgica, mas que nem por isso deixam de ser competitivos

    (MAXIMIANO, 2006, p.20).

    De acordo com Rogers (2003 apud MORETTI; LENZI; ZUCCO, 2012, p. 99), para

    que a introduo de um novo produto ou servio no mercado tenha sucesso

    importante agregar caractersticas inovadoras, ou seja, valores ainda no

    conhecidos pelos consumidores. Cabe, ainda, salientar que o tais caractersticas

    inovadoras devem acrescentar utilidade ao produto ou servio do ponto de vista do

    consumidor final.

    Colocar as ideias em prtica

    Aps identificar no mercado uma oportunidade e desenvolver uma soluo

    inovadora para atend-la, o passo seguinte no processo empreendedor consiste em

    colocar em prtica aquilo que foi desenvolvido. Muitas ideias que tem potencial para

    tornarem-se grandes negcios morrem antes mesmo de sarem do papel, o que

    demonstra a importncia da atitude no comportamento empreendedor.

    Atitude faz toda diferena. Sonhar nos alimenta, traz um sopro vital de entusiasmo,

    mas so as aes e a objetividade que nos ajudam a sair do lugar. quando

    decidimos ir alm das previses negativas - e levantar todos os dias com o propsito

    de fazer o melhor - que conseguimos mudar o placar do jogo a nosso favor

    (GRADILONE6, 2015).

    Empreendedorismo e tendncias de mercado

    6 Disponvel em: . Acesso em: 31 mai. 2015.

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    17

    O mercado contemporneo encontra-se extremamente saturado, assim,

    necessrio que o empreendedor seja criativo, busque informaes e tenha

    persistncia para que possa identificar alternativas para diferenciar-se da

    concorrncia ou oportunidades ainda no percebidas por outros.

    O empreendedor de sucesso aquele que no se cansa de observar negcios, na

    constante procura por novas oportunidades, seja no caminho de casa, do trabalho,

    nas compras, nas frias, lendo revistas, jornais ou vendo televiso. Ele curioso e

    est sempre atento a qualquer oportunidade de conhecer melhor um

    empreendimento. Sabe que sua chance de sucesso s vem para quem trabalha

    duro para consegui-lo (DEGEN, 1989 apud SERTEK, 2012, p.124).

    , portanto, fundamental que na busca por um negcio de sucesso o empreendedor,

    alm de sua criatividade e persistncia, esteja cercado por informaes das mais

    diversas fontes. So as informaes sobre necessidades e desejos dos

    consumidores, pontos fortes e fracos das empresas j existentes e tendncias de

    mercado que apoiam a elaborao de ideias e norteiam as aes do empreendedor.

    A oportunidade pode advir de acontecimentos externos e/ou tendncias que

    introduzem transformaes sociais, polticas, econmicas, tecnolgicas,

    demogrficas, globais ou locais. Por exemplo, o progresso tecnolgico em

    informtica e comunicaes, bem como em tecnologia de forma geral, est

    introduzindo novos processos e mtodos, novos produtos e novos modelos de

    gesto que acarretem novos desafios, mas que tambm trazem novas

    oportunidades para as empresas. O empreendedor pode aproveitar uma dessas

    oportunidades emergentes em um setor que manifeste maior probabilidade de ter

    um crescimento mais acentuado (FERREIRA; SANTOS; SERRA, 2010, p.55).

    Ao buscar informaes para desenvolver uma nova ideia o empreendedor

    comumente depara-se com uma srie de tendncias, que, nada mais so do que

    mercados ou segmentos que apresentam grande expectativa de crescimento curto

    prazo. Tais tendncias representam boas oportunidades para o desenvolvimento de

    negcios, podendo servir como referncia para o empreendedor. Nesse sentido, o

    portal do SEBRAE, destaca que entendendo as mudanas do comportamento

    consumidor e as tendncias do mercado possvel identificar novas oportunidades

    de negcios.

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    18

    O portal SEBRAE ressalta, ainda, as diferenas entre tendncias, ondas e modismo:

    As tendncias surgem pela mudana de comportamento da populao, diferentes de

    ondas e modismos (moda). Ondas surgem repentinamente, tm curta durao e

    passam rpido. Os modismos so ciclos que vm e vo, com altos e baixos, como a

    moda.

    Assim, entende-se que, uma boa alternativa para o empreendedor que busca por

    ideias de negcios a se explorar apoiar-se na identificao de tendncias de

    mercado, tirando proveito de mercados promissores onde haja boa probabilidade de

    expanso acentuada (FERREIRA; SANTOS; SERRA, 2010, p.55).

    6-Comrcio Eletrnico

    Conceito e histrico

    O comrcio eletrnico, tambm conhecido como e-commerce, consiste,

    essencialmente, na operao de compras, vendas e demais transaes comerciais

    em ambiente virtual por meio da internet.

    .

    Para Turchi (2012, p.16), atravs do desenvolvimento da internet, o ambiente virtual

    passou a ser visto pelas empresas como uma rea promissora a ser explorada e

    uma ferramenta para dar maior agilidade aos negcios.

    Ainda de acordo com Turchi (2012, p.16), no final dos anos 1990 e incio de 2000,

    com a rpida expanso da internet e de sua estrutura de segurana, as novas

    perspectivas percebidas levaram as organizaes a ter uma viso mais abrangente,

    agregando aos seus planejamentos de marketing um tpico referente s estratgias

    de e-business (conceito amplo que engloba a integrao de diversas atividades

    organizacionais por meio do auxlio de sistemas de informao tendo como base a

    internet).

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    19

    Segundo Torres (2009, p. 53), a internet possibilitou uma nova forma de

    comercializao: a venda on-line atravs de loja virtual. Alguns tipos de produtos

    apresentam maior dificuldade de adaptao para este perfil, mas com o

    desenvolvimento tecnolgico, os benefcios desta ferramenta se estendem cada vez

    mais.

    Torres (2009, p.53) destaca ainda que, o comrcio eletrnico visto por diversas

    empresas como uma espcie de tabu a ser quebrado. Muitos empresrios no

    percebem as vantagens oferecidas pelo e-commerce, at que um concorrente

    comece a vender on-line mostrando que possvel.

    Caractersticas do comrcio eletrnico

    O comrcio eletrnico apresenta algumas caractersticas que o diferenciam do

    comrcio em ambiente fsico. Para facilitar o entendimento dessas caractersticas

    prprias, podem-se citar algumas de suas vantagens e desvantagens, do ponto de

    vista de consumidores e vendedores.

    Para os consumidores

    De acordo com o SEBRAE (2015)7, o e-commerce apresenta vantagens para os

    consumidores, tais como a possibilidade de pesquisar em diversas lojas de forma

    mais prtica, reunir maior quantidade de informaes e fugir necessidade de se

    deslocar de sua residncia para efetuar a compra, evitando assim o transtorno com

    trnsito, filas e lojas cheias. Porm, mesmo com todas as facilidades permitidas pela

    tecnologia, ainda existem alguns obstculos a serem superados, dentre os quais

    cabe ressaltar a intangibilidade, o valor e o tempo necessrios para a entrega e a

    7 Disponvel em: Acesso em: 26 jul.

    2015.

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    20

    resistncia que muitas pessoas oferecem por terem receio de realizar compras pela

    internet.

    Para os vendedores

    J para os vendedores, o SEBRAE (2015) destaca como principais vantagens do

    comrcio eletrnico: o baixo custo para a comunicao com os clientes e promoo

    de ofertas e novos produtos, a possibilidade de oferecer suporte tcnico e

    assistncia ps-venda online, receber maior quantidade de feedback dos clientes e

    atender clientes de todos os lugares a qualquer momento. Por outro lado, o grande

    desafio consiste em melhorar a logstica para a distribuio dos produtos nos locais

    desejados pelos clientes e encontrar formas para driblar a intangibilidade e a

    insegurana dos clientes.

    Panorama do setor de comrcio eletrnico

    Segundo informaes levantadas pelo SEBRAE (2014)8, o nmero de consumidores

    do e-commerce aumentou exponencialmente nos ltimos 13 anos, passando de

    cerca de um milho no ano de 2001 para aproximadamente 61,5 milhes em 2014,

    sendo que existem atualmente mais de 100 milhes de usurios na internet. Apurou-

    se, ainda, que o aumento das vendas nos ltimos anos foi, em grande parte,

    impulsionado pela incluso digital das classes C, D e E, e que a tendncia para os

    prximos anos que o setor continue a crescer.

    Tambm tendo como base os dados apurados pelo SEBRAE (2014), os principais

    fatores atrativos para os consumidores das classes C e D adotarem as compras on-

    8 Disponvel em: Acesso em: 26 jul. 2015

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    21

    line, foram: facilidade de acesso a cartes de crdito; popularizao da internet,

    crescimento das redes sociais, e o consequente aumento nas vendas de

    smartphones, tablets e notebooks. Cabe ainda destacar que, as empresas tm como

    grande desafio conquistar a confiana de clientes da classe C (que, em geral,

    possuem menor familiaridade com o comrcio eletrnico), demonstrando que as

    compras so seguras e respeitam valores e prazos combinados.

    Ainda de acordo com o SEBRAE (2014), o Brasil lidera o ranking de participao de

    compra via e-commerce dos pases latinos, com 60%, sendo que as vendas online j

    representam 2% do PIB brasileiro. Os produtos mais vendidos no e-commerce

    brasileiro so: vesturio e acessrios com uma marca de 19%; cosmticos,

    perfumaria, cuidados pessoais e sade, com 18%; eletrodomsticos, na faixa dos

    10%; livros e revistas, com 9%; e o segmento de informtica, com 7%.

    O empreendedor, portanto, deve ter um bom conhecimento do e-commerce de modo

    geral, e conhecimento ainda mais aprofundado no seu segmento de atuao, assim,

    poder ampliar o seu negcio, aproveitando adequadamente as oportunidades

    oferecidas pelo ambiente virtual.

    Tendncias do e-commerce

    Para Kalakota e Robinson, ao mesmo tempo em que as relaes comerciais por

    meio do e-commerce tornam-se uma realidade cada vez mais entranhada nas vidas

    de consumidores, vendedores e fornecedores, existe tambm uma grande variedade

    de oportunidades ainda inexploradas para revolucionar o mercado. No entanto,

    necessrio que o empreendedor consiga entender e se antecipar as tendncias

    sociais, econmicas, tecnolgicas e modas passageiras, de forma a desenvolver

    solues que atendam as necessidades das pessoas de forma surpreendente.

    Os consumidores esto mudando seus hbitos de compra e esto adotando o

    comrcio eletrnico mais rapidamente que as mais arrojadas previses anteciparam.

    [...] O reconhecimento de tendncias no s para empreendedores procurando

    fundar novas empresas ou para comerciantes que tentam vender produtos antigos

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    22

    em embalagens novas. til para identificar novas oportunidades de negcios

    (KALOKATA; ROBINSON, P.52, 2002).

    De acordo com o portal Curso de e-commerce9 as principais tendncias que esto

    dirigindo as organizaes para o e-business para o ano de 2015 so:

    Foco em dispositivos mveis

    Cada vez mais pessoas tem acesso a smartphones e tablets conectados internet,

    empreendedores e organizaes, tem o desafio de se adaptar essa tendncia,

    principalmente por meio de aplicativos.

    Layout responsivo

    Com a variedade cada vez maior de dispositivos mveis e o crescimento das vendas

    mobile, as empresas precisam garantir que seus sites mantenham a mesma

    qualidade e funcionalidade para qualquer tipo de dispositivo.

    Meios de pagamento para mobile commerce

    Ao mesmo tempo em que necessrio aprimorar a qualidade e funcionalidade dos

    sites, tambm fundamental que haja uma evoluo na segurana em meios de

    pagamentos.

    Cada vez mais tecnologia

    9 Disponvel em: Acesso

    em: 06 set. 2015

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    23

    necessrio oferecer maior qualidade nos recursos de visualizao, vdeos e

    detalhes do produto ofertado, de forma a permitir uma experincia mais tangvel para

    o consumidor. O setor de vesturio saiu na frente nesse quesito e necessrio que

    os outros setores acompanhem essa evoluo.

    Customizao da navegao e atendimento

    Ainda dentro do conceito de experincia do usurio, a customizao deve se tornar

    uma realidade cada vez mais forte, no apenas na aparncia e funcionalidade das

    lojas virtuais, mas tambm na interface de comunicao com os clientes.

    Simultaneamente, cresce tambm o conceito de cross selling, que utiliza

    experincias anteriores do usurio para personalizar as aes de marketing

    destinadas a ele.

    Intensificao do uso de redes sociais

    A integrao do e-commerce com as redes sociais uma forte tendncia e deve

    crescer ainda mais, devido a utilidades como a lista de desejos, por exemplo.

    Consumidores podero criar sua lista de desejos pelas redes sociais e a lista ficar

    disponvel nas lojas virtuais.

    Micro e-commerce

    Atualmente as plataformas de e-commerce de boa qualidade apresentam baixo

    custo de montagem e manuteno, assim, iniciar uma loja virtual est ao alcance de

    pessoas fsicas e micro empresrios.

    WordPress dever avanar

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    24

    A WordPress uma plataforma inicialmente desenvolvida para a criao de blogs

    que, no entanto, est caminhando em direo ao e-commerce. Atualmente, j existe

    a possibilidade de montar uma loja virtual, que no fica devendo nada para outras

    plataformas do mercado. A tendncia para 2015 que a WordPress seja uma

    alternativa de baixo custo para os empreendedores do mercado virtual.

    Aprimoramento da logstica no e-commerce

    A logstica um fator muito importante para o sucesso do e-commerce, porm ainda

    preciso melhorar muito. Devido ao aumento da competio entre os operadores

    logsticos voltados ao e-commerce nacional, esperado um aprimoramento em

    relao logstica reversa, alm de uma possvel reduo dos custos.

    Capacitao profissional em alta

    Outra forte tendncia que as empresas adotem equipes tcnicas e administrativas

    profissionalizadas, para gerir seus setores de e-commerce, pois o setor est em

    plena ascenso, e o nvel de exigncia dos consumidores cada vez mais alto.

    7. METODOLOGIA

    Delineamento da pesquisa

    O presente trabalho foi elaborado essencialmente atravs de extensa pesquisa

    bibliogrfica e de pesquisa descritiva na forma de estudo de caso, conduzido junto

    empresa Foca na Moda, por meio de entrevista com um dos proprietrios.

    Desta forma, foram coletados dados e informaes para fundamentar o estudo,

    descrevendo conceitos, caractersticas e dados estatsticos relevantes sobre os

    temas propostos.

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    25

    Mtodos e instrumentos de coleta de dados

    Quanto coleta de dados, utilizou-se a pesquisa bibliogrfica como mtodo

    fundamental para a composio de uma base terica que orientou a formulao do

    trabalho.

    A pesquisa bibliogrfica deu-se atravs da explorao de diversas fontes, tais como

    livros, artigos acadmicos e outros tipos de publicaes. Foi necessria

    posteriormente uma triagem, na qual, dentre os dados coletados, foram identificados

    e selecionados aqueles essenciais para a construo do trabalho.

    Por fim, a partir da entrevista realizada junto ao proprietrio da Foca na Moda foi

    possvel ter um conhecimento sobre a histria, o funcionamento e o contexto atual

    da empresa, fornecendo uma base para relacionar as teorias apresentadas a uma

    situao da realidade.

    Roteiro de entrevista

    Como surgiu a ideia de empreender?

    A ideia surgiu a partir do momento em que percebemos que comprvamos muitas

    camisetas em diversas lojas virtuais (que hoje so nossas concorrentes). Alm

    disso, na empresa em que eu trabalhava na poca, eu era responsvel pela criao

    de estampas das camisetas que eram vendidas l. Percebi uma oportunidade de

    usar essa experincia que eu tinha para criar o meu negcio e trabalhar por conta

    prpria.

    Como se deu o processo de escolha do negcio?

    Escolhemos a comercializao de roupas e acessrios atravs da internet devido ao

    baixo investimento inicial necessrio, j que eu mesmo tinha conhecimento para

    desenvolvimento de uma loja virtual, e alguma experincia na rea de vesturio.

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    26

    Quais foram os primeiros passos para desenvolver o empreendimento?

    O primeiro passo foi a criao da loja virtual, pois no tnhamos interesse nem

    capital para investir numa loja fsica. Tambm fizemos contato com alguns

    fornecedores e comeamos a esboar as primeiras estampas para as camisetas.

    Por que a escolha pelo setor de moda e vesturio?

    Optamos pelo segmento de vesturio, devido a baixa depreciao do estoque, e ao

    baixo risco de danificao dos produtos durante o transporte at o consumidor final,

    j que o processo de distribuio fundamental para o e-commerce.

    Quais as principais dificuldades encontradas nesta rea?

    A dificuldade de se administrar uma loja virtual que concorremos com todo o Brasil,

    e como hoje em dia tudo acontece muito rpido, precisamos ser geis e estar

    sempre acompanhando as tendncias do mercado.

    Por que atuar exclusivamente atravs de comrcio eletrnico?

    Em uma loja fsica, quanto melhor a localizao, maior o valor do aluguel, alm

    disso, na loja fsica o atendimento fica restrito s pessoas que vo at l

    pessoalmente. A loja virtual permite alcanar qualquer pessoa com acesso a

    internet, evitando que os clientes precisem enfrentar lojas cheias, filas no caixa,

    trnsito, etc.

    Quais as principais vantagens do e-commerce?

    Funcionamento 24 horas por dia, sete dias na semana. A possibilidade de que o

    cliente tenha acesso atravs de smartphones, tablets, sem precisar se deslocar de

    sua residncia. Outra vantagem, que nem todos os produtos precisam estar

    disponveis fisicamente no estoque, eles podem ser produzidos conforme a

    demanda no site.

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    27

    Como se d o relacionamento com os clientes atravs da plataforma virtual?

    Ns disponibilizamos para os consumidores o contato via telefone, email, chat on-

    line, e tambm possvel um contato via mdias sociais (facebook, twiter, google+ e

    instagram).

    Quais os maiores desafios enfrentados desde o incio das atividades at o presente

    momento?

    O maior desafio foi abandonar meu emprego fixo, no qual eu estava h cinco anos e

    que me garantia um salrio fixo, para me dedicar totalmente a um empreendimento

    que no tinha nenhuma garantia de retorno.

    Quais so os projetos e perspectivas para os prximos anos?

    Planejamos ampliar nossa linha de produtos no setor de vesturio e acessrios, e

    passar a confeccionar nossas as prprias peas.

    8-ANLISE E DISCUSSO DOS DADOS

    A partir dos estudos realizados, percebeu-se que a grande motivao para que o

    empreendedor Breno optasse por atuar exclusivamente atravs do e-commerce, foi

    a percepo de algumas importantes vantagens que o diferenciam do ambiente

    fsico.

    Dentre estas vantagens, aquela que teve um maior peso no momento inicial do

    negcio foi o baixo investimento necessrio para a estruturao da empresa, visto

    que uma loja fsica exigiria um alto valor, do qual ele no dispunha no momento.

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    28

    Outro aspecto positivo fundamental observado em relao ao e-commerce foi a

    oportunidade de alcanar clientes com uma amplitude geogrfica e um nvel de

    relacionamento que no possvel por meio de uma loja fsica.

    J a escolha pelo segmento de vesturio deu-se principalmente devido a fatores

    logsticos, tais quais a baixa depreciao do estoque e ao reduzido risco de danos

    ao produto durante o processo de transporte at a entrega ao consumidor final.

    Contudo apesar da srie de vantagens, o ambiente virtual tambm apresenta alguns

    obstculos, sendo que o principal deles consiste em acompanhar as mudanas

    tecnolgicas e as tendncias da moda. Somando-se a isso houve o grande desafio

    de abandonar o emprego fixo, no qual o salrio era garantido, e se dedicar um

    negcio que no havia garantia de retorno.

    9-CONCLUSO

    O empreendedorismo representa uma importante ferramenta de desenvolvimento

    econmico e social, medida que, estimula o surgimento de novos negcios,

    produtos e servios, bem como, o autodesenvolvimento do empreendedor.

    O acesso cada vez mais abrangente de pessoas internet seja atravs de

    computadores ou dispositivos mveis, contribui sobremaneira para as prticas

    empreendedoras, uma vez que possibilita o estreitamento da relao entre empresa

    e clientes, a eliminao de barreiras geogrficas, a melhoria nos processos de ps-

    venda e recebimento de feedback, alm da reduo de custos iniciais e

    operacionais.

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    29

    A Foca na Moda um exemplo de empresa construda a partir de uma ideia

    empreendedora, cujo negcio consiste na comercializao de peas do vesturio e

    acessrios exclusivamente por meio de ambiente virtual.

    O aspecto financeiro foi fundamental para a deciso de se atuar exclusivamente com

    o e-commerce. Dentro deste aspecto, os principais fatores levados em considerao

    foram a necessidade de um investimento inicial mais baixo e a diminuio dos

    custos operacionais (com salrio de vendedores e aluguel, por exemplo).

    Outro importante aspecto observado foi o geogrfico, pois o comrcio eletrnico

    permite que os produtos oferecidos pela loja tenham alcance em nvel nacional, o

    que seria extremamente dispendioso no caso de lojas fsicas.

    10-REFERNCIAS

    BARON, Robert A.; SHANE, Scott A. Empreendedorismo: uma viso do processo.

    So Paulo: Cengage Learning, 2007.

    BESSAS, Nilson Antnio. Tornando sua empresa um sucesso. So Paulo: Editora

    Nelpa, 2012.

    CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao esprito

    empreendedor. 4 ed. Barueri: Editora Manole, 2012.

    CURSO DE E-COMMERCE. Tendncias do e-commerce em 2015. 2015 Disponvel

    em: Acesso em: 07 set. 2015.

    DOLABELA, Fernando. O segredo de Lusa. 30.ed. So Paulo: Editora Cultura,

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    E-BIT. E-Commerce supera expectativas. 2015 Disponvel em:

    Acesso em: 15

    mar. 2015.

    FERREIRA, Manuel Portugal; SANTOS, Joo Carvalho; SERRA, Fernando A.

    Ribeiro. Ser empreendedor: pensar, criar, moldar a nova empresa. So Paulo:

    Saraiva, 2010.

    GRADILONE, Mari. Empreendedor tem que ter atitude. 2015 Disponvel em:

    . Acesso em: 31 mai. 2015.

    KALAKOTA, Ravi; ROBINSON, Marcia. E-business: estratgias para alcanar o

    sucesso no mundo digital. 2.ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.

    MALHEIROS, Rita de Cssia da Costa; FERLA, Luiz Alberto; CUNHA, Cristiano J. C.

    de Almeida. Viagem ao Mundo do Empreendedorismo. 2.ed. Florianpolis: Instituto

    de Estudos Avanados, 2005.

    MAXIMIANO, Antnio Csar Amaru. Administrao para empreendedores:

    fundamentos da criao e gesto de novos negcios. So Paulo: Pearson Prentice

    Hall, 2006.

    MORETTI, Srgio; LENZI, Fernando Csar; ZUCCO, Fabrcia Durieux. Marketing

    empreendedor: novos rumos para o sucesso nos negcios de micro, pequenas e

    mdias empresas. Curitiba: InterSaberes, 2012.

    SEBRAE - Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas. A essncia

    do empresrio de sucesso a busca de novos negcios e oportunidades, alm da

    preocupao com a melhoria do produto. 2013 Disponvel em: Acesso em: 21

    abr. 2015.

    SEBRAE - Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas. Tendncias

    de negcios para 2015. 2015 Disponvel em: <

    http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/mg/artigos/Tend%C3%AAncias-de-

    neg%C3%B3cios-para-2015> Acesso em: 19 jul. 2015.

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    SHANE, Scott.; VENKATARAMAN, S. The promise of entrepreneurship as a field of

    research. Academy of Management Review, 25: 217-226, 2000.

    STADLER, Adriano; ARANTES, Elaine Cristina; HALICKI, Zlia. Empreendedorismo

    e responsabilidade social. Curitiba: Editora Intersaberes, 2014, v.4.

    TORRES, Cludio. A Bblia do Marketing Digital: tudo o que voc queria saber sobre

    marketing e publicidade na internet e no tinha a quem perguntar. So Paulo:

    Novatec Editora, 2009.

    TURBAN, Efraim; KING, David. Comrcio Eletrnico: estratgia e gesto. So Paulo:

    Prentice Hall, 2004.

    TURCHI, Sandra R. Estratgia de marketing digital e E-commerce. So Paulo: Atlas,

    2012.

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    32

    Responsabilidade Social e Trabalho Voluntrio: desenvolvimento e implementao de um projeto nas Faculdades Promove e Infrium.

    Quintiliana Rodrigues dos Santos1

    Cssia Torres de Carvalho2

    1-Introduo

    O trabalho voluntrio tem se tornado um importante fator de crescimento das

    organizaes no-governamentais componentes do Terceiro Setor. graas a esse

    tipo de trabalho que muitas aes da sociedade organizada tm suprido o

    insuficiente investimento governamental em educao, sade, lazer, etc.

    Atualmente existem diversas organizaes que se utilizam do trabalho voluntrio de

    milhares de pessoas, no s no Brasil como em todo o mundo. Bons exemplos de

    organizaes internacionais so: a Cruz Vermelha, os Mdicos Sem Fronteiras e o

    Servio Voluntrio Internacional do Brasil que tem ramificaes em vrios pases.

    Uma forma de trabalho voluntrio com a participao de milhes de pessoas a

    computao voluntria em que indivduos instalam sistemas em seus computadores

    pessoais para colaborar em projetos cientficos doando a capacidade ociosa dos

    mesmos.

    O trabalho voluntrio, ao contrrio do que pode parecer, exercido de forma sria e,

    muitas vezes, necessita de especializao e profissionalismo, j que empresas de

    toda sorte, como hospitais, clnicas, escolas, etc., precisam do auxlio de

    profissionais formados em vrias reas.

    Desde 1985, a Organizaes das Naes Unidas (ONU) instituiu o dia 5 de

    dezembro como Dia Internacional do Voluntrio. O objetivo da ONU fazer com que,

    1 Aluna do Curso de Administrao da Faculdade Promove de Minas Gerais. E-mail: [email protected]; 2 Coordenadora do Ncleo de Extenso das Faculdades Promove e Infrium de Tecnologia. Coordenadora do

    curso de Comunicao Publicidade e Propaganda. E-mail: [email protected]

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    33

    ao redor do mundo, sejam promovidas aes de voluntariado em todas as esferas

    da sociedade. No Brasil, j existem diversas iniciativas em favor do desenvolvimento

    de prticas de voluntariado. O dia nacional do trabalho voluntrio no Brasil 28 de

    agosto.

    De acordo com o Instituto Ethos (2002), a Responsabilidade Social uma forma

    tica e responsvel que a empresa adota para desenvolver todas as aes,

    polticas, prticas, atitudes, tanto com a comunidade quanto com seu corpo

    funcional. Enfim, com os ambientes da organizao, interno e externo e com todos

    os agentes interessados no processo.

    2- Referencial Terico

    2.1 Responsabilidade Social nas organizaes

    As mudanas nas condies ambientais das organizaes foram a viso tradicional

    de administrao de pessoas a se deslocar para uma perspectiva mais atual,

    passando, ainda que lentamente, a focar o fator humano como chave para o

    sucesso.

    Segundo Ashley (2001) preciso repensar o papel e a filosofia empresarial, pois o

    mercado est exigindo das organizaes o seu exerccio de cidadania, forando os

    gestores a provocar mudanas ambientais de forte impacto. Melo (2001, p.26)

    refora a ideia definida por Ashley afirmando que:

    a responsabilidade social de uma empresa consiste na deciso de participar

    mais diretamente das aes comunitrias na regio em que

    est inserida e diminuir possveis danos ambientais decorrente do tipo de atividade

    que exerce.

    Ashley (2001) relata que a Responsabilidade Social envolve o comportamento tico

    e a qualidade nas relaes que a empresa estabelece com todos os seus pblicos.

    um processo contnuo de aprendizagem que, para se concretizar, deve ser

    incorporado gesto dos negcios.

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    34

    Segundo Chiavenato (2004, p.112) a Responsabilidade social o grau de

    obrigaes de uma organizao em assumir aes que protejam e melhorem o bem-

    estar da sociedade na medida em que ela procura atingir seus prprios interesses.

    Assim, temos diferentes conceitos aplicados Responsabilidade Social, mas que de

    uma maneira objetiva, demonstram o comprometimento das organizaes em

    promover o bem-estar social tanto em seu ambiente interno como no ambiente

    externo.

    2.1 A Responsabilidade social versus ao social

    Segundo Oliveira (2008), a ao social so doaes ou projetos sociais que

    benefeciam alguns grupos, como comunidades, famlias de empregados, escolas ou

    Organizaes No-Governamentais (ONGs). A responsabilidade social das

    empresas envolve atitudes, aes e relaes com um grupo maior de partes

    interessadas (stakeholders) como consumidores, fornecedores, sindicatos e

    governo.

    Algumas empresas confundem responsabilidade social com aes sociais, sendo

    que existe uma distino entre elas, apesar das duas colaborarem com a

    comunidade/localidade na qual est inserida.

    Ainda segundo Oliveira (2008) apud Friedam, em uma definio que causou

    polmicas relata que a responsabilidade social desvirtuava as empresas por vrias

    razes, a principal delas que os donos (acionistas) so os que devem decidir como

    ser usado o dinheiro das empresas, e no os gestores (estes estavam fazendo

    nada mais do que caridade com o dinheiro dos outros. Alm do mais, como as

    empresas no so especializadas em gesto social, poderiam estar sendo

    ineficientes na utilizao dos recursos para o social.

    2.1.1 Voluntariado

    Segundo definio das Naes Unidas, "o voluntrio o jovem ou o adulto que,

    devido a seu interesse pessoal e ao seu esprito cvico, dedica parte do seu tempo,

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    35

    sem remunerao alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou no, de

    bem-estar social, ou outros campos..."

    Portanto, o voluntariado o conjunto de aes de interesse social e comunitrio em

    que toda a atividade desempenhada reverte a favor do servio e do trabalho. feito

    sem recebimento de qualquer remunerao ou lucro. uma profisso de prestgio,

    pois o voluntrio ajuda quem precisa, contribuindo para um mundo mais justo e mais

    solidrio.

    De acordo com Gafuri (2009) os voluntrios no doam somente o seu tempo e sua

    generosidade, mas respondem a um impulso humano fundamental: a vontade de

    colaborar, de ajudar, de dividir alegrias, aliviar sofrimentos e de melhorar a qualidade

    da vida em comum, e que solidariedade, responsabilidade e compaixo so

    sentimentos essencialmente humanos e virtudes cvicas.

    2.1.2 O voluntrio

    Algumas caractersticas so enumeradas pelos autores sobre quem pratica o

    voluntariado, como, por exemplo:

    "... tem o dom de se doar, e em algum momento sente-se chamado a desenvolv-lo"

    "... dispe-se a fazer um trabalho sem interesse de retorno material, apenas

    espiritual ou em troca de algo intangvel"

    "... atravs da atuao junto sociedade, sente-se til. ''

    "... doa sua fora de trabalho para alguma causa humana, social ou ambiental"

    "... tem um conceito mais estruturado do papel do indivduo na sociedade ... pensa e

    age de maneira coletivas..."

    "... coloca-se disposio, contribui, oferece-se sem pensar em retribuio... de livre

    e espontnea vontade..."

    "... valoriza a satisfao pessoal de ter colaborado para tornar os outros mais

    felizes..."

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    36

    2.2 Voluntariado visto como desafio

    Segundo Medeiros Filho (2002, p. 44) participa quem quer, na medida das suas

    possibilidades. Mas, uma vez comprometido, o voluntrio deve cumprir as regras

    estabelecidas e executar suas tarefas com assiduidade e responsabilidade.

    Ainda segundo Medeiros Filho (2002), o bom voluntrio no Brasil est ligado s

    questes de responsabilidade social da empresa; dessa raiz, crescem o

    investimento social privado e as aes voluntrias e muitas vezes se unem formando

    uma sinergia para o trabalho voluntrio, sabendo-se que essa no uma regra

    absoluta.

    Mendes Filho (2002, p. 42) pondera:

    aes impensadas podem causar um desastre ambiental, criar atritos com o

    consumidor ou com a comunidade. Uma das melhores maneiras de prevenir esses

    inconvenientes estimular os funcionrios a se envolverem em campanhas

    ecolgicas, movimentos de defesa do consumidor, atividades de apoio

    comunidade o que tem um carter educativo. E tudo isso pode ser direcionado para

    atender tambm aos objetivos da empresa.

    relevante discutir os conceitos de voluntariado, para que seja visto como uma ao

    que envolve vrios fatores, sendo que os benefcios sejam mtuos, tanto para o

    voluntrio como para os beneficiados. Todas as partes devem estar totalmente

    envolvidas em prol de uma ao socialmente relevante, que possam transformar e

    dar resultados positivos.

    Atualmente, o maior desafio conseguir envolver pessoas e comunidades, uma

    ao social deve ser assumida com compromisso e responsabilidade de ambas as

    partes, como se fosse um ciclo, que um depende do outro para dar bons

    resultados.

    2.2.1 Motivaes para a ao

    Uma das razes frequentemente apontadas para o engajamento em trabalhos

    voluntrios que nas atividades dirias no existem muitos desafios nem

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    37

    realizaes, nem liberdade de ao suficiente, e nas empresas em geral no existe

    uma misso, apenas convenincia.

    Segundo documentao dos pesquisadores, o trabalho voluntrio pode melhorar a

    autoimagem, promover um sentimento de realizao e competncia e agir como um

    antdoto para o stress e a depresso. De fato, alguns estudos mostram que os

    voluntrios tendem a ser mais saudveis e felizes e viver mais que aqueles que no

    o so. Na realidade brasileira, segundo dados recolhidos na prtica, voluntrios de

    camadas socioeconmicas baixas, com problemas de insero social, rejeio, falta

    de razes devido s constantes migraes, encontram no trabalho voluntrio um forte

    componente para conformarem sua identidade, aumentarem sua autoestima, e se

    sentirem valorizados no meio social em que atuam.

    Os inmeros benefcios ainda so insuficientes para inserir as pessoas neste meio

    social, talvez seja por no entenderem o verdadeiro conceito de ser voluntrio e por

    no estarem totalmente informados destes benefcios.

    As escolas tm um papel fundamental em conscientizar as crianas da importncia

    do voluntariado, pois alm de despertar o interesse, elas vo repassar para os pais,

    amigos e parentes. Desde cedo, elas tero a preocupao em ser solidrios,

    sabero o real conceito e aes que podero fazer para ajudar o prximo e a

    comunidade. fundamental que alm de repassar os conceitos, repassem tambm

    atividades que elas possam fazer na comunidade em que vivem, aprender na prtica

    torna-se mais prazeroso e desperta o interesse em desenvolver aes contnuas.

    2.2.2 Voluntrios "profissionais"

    Muitas organizaes sem fins lucrativos ainda dizem: Ns no remuneramos os

    voluntrios, portanto no podemos exigir nada deles... Hoje se faz necessria uma

    mudana de atitude: Os voluntrios precisam obter muito mais satisfao de suas

    realizaes, exatamente porque no recebem nenhuma remunerao... A constante

    transformao do voluntrio, de amador bem-intencionado a membro no

    remunerado da equipe, profissional e treinado, o progresso mais significativo no

    setor sem fins lucrativos.

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    38

    Na relao entidades/voluntrios, o espao para a ao tem que ser um sistema

    motivador. Deve existir uma poltica definida, conceito e objetivos claros sobre o

    trabalho voluntrio; objetivos especficos: resultados e metas claramente definidos

    para o trabalho voluntrio; sistemas de capacitao, aperfeioamento, avaliao, e

    motivao constantes; e um sistema de informao, com indicadores de resultado,

    para dar retorno da ao, como uma espcie de prestao de contas dos resultados

    atingidos pelo esforo comum. A maior frustrao de um voluntrio a falta de

    organizao da entidade.

    Os voluntrios se afastam da instituio quando a prtica do grupo no satisfaz suas

    necessidades e expectativas. Para obter os melhores esforos de uma pessoa na

    equipe, ela precisa:

    Saber o que se espera dela;

    Sentir que pertence organizao;

    Sentir que honestamente se precisa dela;

    Poder partilhar o planejamento das metas do grupo em clima de liberdade;

    Sentir que possvel alcanar os objetivos e que os mesmos tm sentido para ela;

    Ter delegao de responsabilidades que desafiem suas habilidades.

    2.2.3 Estratgias de estmulo ao trabalho voluntrio

    As estratgias de estmulo ao engajamento voluntrio da sociedade no

    necessariamente devem ser orientadas apenas por faixa etria, mas ligadas s

    habilidades, talentos e interesses das pessoas, porque muitas aes podem ser

    igualmente desempenhadas por jovens, adultos e idosos.

    O voluntrio deve estar informado do seu papel, por quanto tempo participar, qual

    ser a funo a ser desenvolvida, quais as metas a serem atingidas, os objetivos, se

    o projeto bem organizado e visa resultados contnuos, entre outros.

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    39

    Desta maneira, os candidatos sentem-se participantes de um processo bem

    planejado, bem controlado e que lhe fornece medidas concretas do alcance de sua

    ao, e do seu prprio crescimento.

    Ao implantar estratgias, deve existir previamente uma demanda clara e definida e,

    sempre que possvel, devem se basear em pesquisas prvias.

    Diversos grupos de pblico de voluntrios:

    Crianas (escoteiros, bandeirantes, etc.);

    Jovens (estudantes de escolas, colgios, universidades; jovens da comunidade,

    membros de clubes e associaes religiosas, culturais, de servio);

    Idosos, terceira idade em geral;

    Adultos, sociedade em geral (indivduos, sindicatos, clubes, associaes);

    Profissionais aposentados;

    Profissionais liberais e/ou autnomos;

    Profissionais ativos, funcionrios de empresas e suas famlias.

    Diversos grupos de pblico beneficirio:

    Crianas e adolescentes (de rua, institucionalizadas, da comunidade; de diversas

    classes sociais, com diversos tipos de necessidades: dificuldades de aprendizagem,

    problemas de sade, e outros; jovens em situao de risco);

    Idosos (asilos, casas de repouso, orfanatos, nas famlias da comunidade);

    Populao com carncias, em geral (habitao, alimentos, servios de sade);

    Doentes, deficientes, dependentes (pacientes e seus familiares);

    Vtimas de desastres e catstrofes naturais;

    Meio ambiente, ecossistema;

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    40

    Artes, cultura: museus, orquestras, acervos, monumentos, manifestaes de arte

    popular, diferentes etnias, etc.

    Diversos tipos de ao:

    Ajuda emergencial ou em situaes extraordinrias (desastres: primeiros socorros,

    abrigos, alimentos, roupas, mutiro para reconstruo de casas danificadas;

    preparao para grandes eventos nacionais, como Olimpadas, etc.);

    Ajuda assistencial, (arrecadao e distribuio de alimentos, agasalhos, captao de

    recursos materiais e financeiros, servios de atendimento em sade e educao,

    etc.);

    Campanhas pontuais de doaes diversas: remdios, equipamentos, dinheiro,

    companhia, lazer, recreao: visitas e passeios com crianas, idosos ou doentes;

    Aconselhamento de jovens: estudo, cursos, profisses;

    Sade: servios mdicos, psicolgicos, de enfermagem, nutrio, medicina

    preventiva, vacinao; pacientes e familiares em hospitais, conforto emocional;

    grupos de autoajuda;

    Educao: de adultos, alfabetizao, ajuda a crianas/jovens com problemas de

    aprendizagem, orientao vocacional e profissional;

    Defesa dos direitos (advocacia), diversas causas;

    Capacitao em geral, profissionalizao, a jovens e adultos;

    Meio ambiente: reflorestamento, preveno de desastres ecolgicos, denncias,

    proteo de animais.

    3- Sustentabilidade de Organizaes No-Governamentais

    Segundo a Associao Brasileira de Organizaes No Governamentais (ABONG),

    para o funcionamento de uma ONG necessrio criar uma estrutura mnima de

    funcionamento. Mobilizar recursos (humanos, financeiros, polticos), portanto, uma

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    41

    necessidade e um desafio permanente para garantir o desenvolvimento dos seus

    trabalhos.

    So diversas as fontes de recursos: podem ser internacionais, por meio de parcerias

    realizadas com agncias de cooperao, ou nacionais, por intermdio do acesso a

    fundos pblicos, doaes de indivduos ou empresas e da utilizao de mecanismos

    de auto sustentabilidade.

    Organizaes de Cooperao Internacional - Historicamente, a cooperao

    internacional desempenha importante papel no financiamento de projetos das ONGs

    no Brasil. As organizaes de cooperao, governamentais ou no-governamentais,

    esto sediadas em pases desenvolvidos, majoritariamente na Europa e na Amrica

    do Norte, e destinam recursos para projetos que, de um modo geral, tm como

    finalidade o combate pobreza, promoo do desenvolvimento sustentvel e a

    reduo das desigualdades sociais.

    Parcerias com rgos governamentais muito comum o estabelecimento de

    parcerias entre organizaes da sociedade civil e o poder pblico, para a execuo

    de polticas pblicas diversas, como: poltica de preveno a DST/AIDS, capacitao

    profissional, sade, assistncia social, gerao de emprego e renda, educao de

    jovens e adultos, etc. O desenvolvimento de projetos e metodologias inovadoras e

    exemplares no campo social, promovido pelas organizaes , muitas vezes,

    apoiado pelo Estado, contribui para o avano e aprimoramento das polticas pblicas

    e para a efetivao dos direitos sociais.

    Contribuies associativas As ONGs so constitudas por um grupo de pessoas

    ligadas por uma causa ou objetivo comum, com vistas transformao social. Esse

    corpo associativo, alm de ser responsvel pelas diretrizes polticas e estratgicas

    da organizao, muitas vezes contribui financeiramente para a sustentabilidade do

    projeto poltico da ONG. Algumas organizaes brasileiras contam com milhares de

    associados/as contribuintes.

    Doaes de indivduos Muitas ONGs possuem uma ampla base social de apoio,

    que se traduz em doaes de recursos, bens e tambm pelo envolvimento militante

    e voluntrio de mulheres e homens em suas atividades e projetos.

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    42

    Doaes de empresas Nos ltimos anos, crescente o nmero de empresas que

    investem em organizaes e projetos sociais. As razes para isso so vrias: desde

    convices pessoais e filantrpicas de seus/suas proprietrios/as, at mesmo como

    forma de melhorar a imagem pblica e agregar valor a seus produtos e servios, por

    meio do chamado marketing social.

    Auto sustentabilidade - Entre as possibilidades de auto sustentabilidade para as

    ONGs esto venda de produtos (camisetas, adesivos, livros) e a prestao de

    servios (na realizao de pesquisas, atividades de formao e assessoria, nas

    reas em que acumulam conhecimentos). Essas atividades no se confundem com

    uma finalidade lucrativa, j que as receitas so totalmente investidas na

    organizao, na realizao de seus objetivos sociais, e no so distribudas entre

    seus/suas associados/as ou diretores/as.

    3.1.1 Protagonismo social dos jovens

    Acreditamos que um programa de voluntariado deve propiciar aos adolescentes e

    jovens o acesso a prticas em causas ligadas ao bem comum, ao meio ambiente,

    preservao de bens culturais, ao resgate de memria histrica, assim como

    proporcionar companhia e laser a outros indivduos.

    As escolas e universidades tem um papel importante para estimular a participao e

    a reflexo dos jovens no trabalho voluntrio, desde distribuir folhetos informativos,

    at mesmo montar um grupo para determinadas aes. Atravs dessas aes o

    jovem alm de se desenvolver individualmente, tambm se desenvolver dentro de

    um grupo, com a conscincia de construir um mundo mais solidrio.

    Exemplos de trabalhos que podem ser realizados por jovens:

    Quadro 1

    Realizar individualmente Realizar em grupos

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    43

    Ajudar crianas em escolas da

    comunidade que tem problemas de

    aprendizagem.

    Auxiliar e aconselhar jovens que

    estejam superando doenas graves.

    Fazer companhia a pessoas idosas

    solitrias, oferecendo distrao e ajuda

    tecnolgica.

    Conservao da natureza em reservas

    ambientais, conservao de parques,

    praas e jardins.

    Ajudar em pequenos reparos, em

    escolas e casas na comunidade

    (pinturas, telhado, eltrica etc.)

    Elaborado pelos autores

    4- Metodologia

    A pesquisa desenvoldia pode ser classificada como

    bibliogrfica e descritiva. Alguns procedimentos que foram adotados:

    a) Pesquisa em sites para identificar projetos e locais para aplicarmos uma ao

    social.

    b) Elaborao dos passos fundamentais para criao do grupo de voluntrios, que

    foram alguns alunos do 6 perodo do curso de Administrao da Faculdade

    Promove.

    c) Reviso bibliogrfica em livros, artigos e sites para estruturar os temas de

    Responsabilidade social e trabalho voluntrio.

    d) Pesquisa em sites para identificar os principais projetos que as comunidades,

    orfanatos e asilos necessitam, suas carncias e deficincias.

    5- Anlise

    Durante todo processo de pesquisas, percebeu-se a necessidade de se implementar

    um projeto em orfanatos e/ou asilos, mas mediante o espao limitado para suportar

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    44

    um grande nmero de voluntrios em um s evento no foi possvel realizar nestes

    locais. Nosso objetivo era realizar apenas uma ao com 15 voluntrios.

    Essas ONGs necessitam de aes contnuas de pessoas que alm fazer doaes de

    alimentos, agasalhos e brinquedos, doem seu tempo com amor e carinho, e acima

    disso, com compromisso e responsabilidade. O trabalho voluntrio deve ser como

    outro qualquer, mas sem remunerao.

    Algumas pessoas abordadas para o projeto, ainda tem dificuldade de doar seu

    tempo, de ser solidrio, de ajudar sem ganhar nada em troca. Despertar esse

    interesse nas pessoas ainda continua sendo um processo lento, um objetivo para o

    qual devemos nos esforar para alcanar.

    Elaborar e implementar o projeto social demandou muito planejamento dentre:

    Escolher e conhecer o local onde foi realizado o evento;

    Recrutar os alunos voluntrios;

    Diagnosticar quais as habilidades dos alunos;

    Buscar possveis patrocinadores;

    Identificar quais so as necessidades do local/comunidade onde foi executado;

    Fazer a divulgao do evento;

    Valorizar e reconhecer as aes voluntrias, dentre outros...

    O local escolhido para realizao do evento social foi no bairro Roa Grande na

    cidade de Sabar, no ptio da igreja Santo Antnio, o foco principal foi comemorar o

    Dia das Crianas. Pela falta de recursos, no foi possvel atender toda demanda de

    crianas da comunidade.

    Ter uma infraestrutura, patrocinadores e pessoas que realmente queiram colaborar,

    que disponibilize tempo, leve o trabalho a srio, com responsabilidade e

    pontualidade so fatores relevantes para desenvolver alguma ao social. No basta

    querer participar, preciso se envolver, se doar, e executar as tarefas com amor,

    prazer e carinho.

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    45

    As principais atividades realizadas foram:

    Jogo da cadeira;

    Corrida no saco;

    Quem estoura o balo;

    Pintura no rosto;

    Desenhos para pintar e colorir;

    Bazar de roupas e calados usados;

    Doao de brinquedos e lembrancinhas com (balas, pirulito, bombons e assopro);

    Lanche para as crianas;

    Cama elstica.

    Atravs desse projeto foi possvel perceber que a necessidade da comunidade vai

    alm de um dia feliz. Existem vrias famlias que passam por inmeras

    necessidades, falta comida, agasalho e o mnimo de conforto para os filhos ainda

    pequenos. A realidade em que convivem comoveu-nos ao ponto de repensarmos em

    que mundo vivemos. A desigualdade, corrupo, pobreza so fatores que

    evidenciam os dias atuais. Ser solidrio um ato simples, mas que pode mudar a

    realidade do prximo.

    6- Consideraes finais

    Nas igrejas, nos bairros e comunidades, nos grupos de autoajuda e nos clubes, nas

    associaes culturais e esportivas, nas instituies sociais e nas empresas, um

    nmero imenso de pessoas ajuda umas s outras e ajudam a quem est em

    situao mais difcil. Ainda que no se chamem a si mesmos de voluntrios.

    Ao doarem sua energia e sua generosidade, os voluntrios esto respondendo a um

    impulso humano bsico: o desejo de ajudar, de colaborar, de compartilhar alegrias,

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    46

    de aliviar sofrimentos, de melhorar a qualidade da vida em comum. Compaixo e

    solidariedade, altrusmo e responsabilidade so sentimentos profundamente

    humanos e so tambm virtudes cvicas.

    Ao nos preocuparmos com a sorte dos outros, ao nos mobilizarmos por causas de

    interesse social e comunitrio, estabelecemos laos de solidariedade e confiana

    mtua que nos protegem em tempos de crise, que tornam a sociedade mais unida e

    fazem de cada um de ns um ser humano melhor.

    Pelos benefcios que traz para o prprio voluntrio, para as pessoas com quem o

    voluntrio se relaciona, para a comunidade e a sociedade como um todo, que o

    voluntariado merece ser valorizado, apoiado, divulgado e fortalecido.

    Neste sentido, algumas concluses podem ser elaboradas:

    1. Todos podem ser voluntrios

    No s quem especialista em alguma coisa que pode ser voluntrio. Todas as

    pessoas tm capacidades, habilidades e dons. O que cada um faz bem pode fazer

    bem a algum.

    2. Voluntariado uma relao humana, rica e solidria

    No uma atividade fria, racional e impessoal. relao de pessoa a pessoa,

    oportunidade de se fazer amigos, viver novas experincias, conhecer outras

    realidades.

    3. Trabalho voluntrio uma via de mo dupla

    O voluntrio doa sua energia e criatividade, mas ganha em troca: contato humano,

    convivncia com pessoas diferentes, oportunidade de aprender coisas novas,

    satisfao de se sentir til.

    4. Voluntariado ao

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    47

    No preciso pedir licena a ningum antes de comear a agir. Quem quer, vai e

    faz.

    5. Voluntariado escolha

    No h hierarquia de prioridades. As formas de ao so to variadas quanto as

    necessidades da comunidade e a criatividade do voluntrio.

    6. Cada um voluntrio ao seu modo

    No h frmulas nem modelos a serem seguidos. Alguns voluntrios so capazes,

    por si mesmos, de olhar em volta, arregaar as mangas e agir. Outros preferem

    atuar em grupo, juntando os vizinhos, amigos ou colegas de trabalho. Por vezes

    uma instituio inteira que se mobiliza, seja ela um clube de servios, uma igreja,

    uma entidade beneficente ou uma empresa.

    7. Voluntariado compromisso

    Cada um contribui na medida de suas possibilidades, mas cada compromisso

    assumido para ser cumprido. Uns tm mais tempo livre, outros s dispem de

    algumas poucas horas por semana. Alguns sabem exatamente onde ou com quem

    querem trabalhar. Outros esto prontos a ajudar no que for preciso, onde a

    necessidade mais urgente.

    8. Voluntariado uma ao duradoura e com qualidade

    Sua funo no de tapar buracos e compensar carncias. A ao voluntria

    contribui para ajudar pessoas em dificuldade, resolver problemas, melhorar a

    qualidade de vida da comunidade.

    9. Voluntariado uma ferramenta de incluso social

    Todos tm o direito de ser voluntrios. As energias, recursos e competncias de

    crianas, jovens, pessoas portadoras de deficincia, idosos e aposentados podem e

    devem ser mobilizadas.

    10. Voluntariado um hbito do corao e uma virtude cvica

    algo que vem de dentro da gente e faz bem aos outros. No voluntariado todos

    ganham: o voluntrio, aquele com quem o voluntrio trabalha, a comunidade.

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    48

    7-REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ASHLEY, Patrcia Almeida. tica e Responsabilidade Social nos Negcios. So

    Paulo: Saraiva, 2001

    CHIAVENATO, Idalberto. Introduo Teoria Geral da Administrao. So Paulo:

    campus, 2004

    FRIEDMAN,M.The social Responsability of Business is to Increase its Profits. The

    New York Times Magazine, September 13, 1970, 8 pages.

    GAFURI, Zuleide. A importncia do Trabalho Voluntrio. Cuiab, 2009 Disponvel

    em: http://www.cultura.gov.br/vidasparalelas/?author =277 .Acesso em: 2 de maio de

    2010.

    INSTITUTO ETHOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL. Indicadores Ethos de

    Responsabilidade Social Empresarial. Disponvel em:

    www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/default.asp Acesso em 27 set.

    2008.

    MEDEIROS FILHO, Barbap. Voluntariado na empresa: gesto eficiente da

    participao cidad. So Paulo. Peiropolis. 2002

    MELO NETO, F.P Fres,C. Responsabilidade social e cidadania empresarial. 2 ed

    Rio de janeiro. Ed. Qualitymark, 2001

    ONU, Organizao das Naes Unidas. Disponvel em:

    http://rio.org/index.phpoption?=com_content&task=view&id=116&itemid=83 Acesso

    em: 10 jan.2008

    OLIVEIRA, Jos Antonio Puppim de. Empresas na sociedade: Sustentabilidade e

    responsabilidade social/ Jos Antonio Puppim de Oliveira. Rio de Janeiro: Elservier,

    2008.

    http://www.cultura.gov.br/vidasparalelas/?authorfile:///D:/www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/default.asphttp://rio.org/index.phpoption?=com_content&task=view&id=116&itemid=83

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

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    DIREITO - FACULDADE KENNEDY

    rea de Concentrao Linha de Pesquisa Docentes Vinculados

    Direito

    Teoria do Direito

    Alex Ian Psarski Cabral Jnio Donato

    Direito Pblico

    Cristiane Helena de Paula Ren Vial

    Direito Privado

    Joo Salvador Mariana Swerts Silvia Portilho Hellom Lopes Nelson Garcia Otvo Tostes

    Direitos Especiais

    Jnio Donato Mariana Swerts Nelson Garcia

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    Linguagem Jurdica e Acesso Justia

    Legal Language and Access to Justice

    Renata Paula de Oliveira1

    Cristina Cordeiro Lima Tadielo2

    RESUMO

    O presente artigo tem como intuito discutir a linguagem jurdica e como tal instituto prejudica, em

    grande parte, o livre acesso do cidado justia, uma vez que tal texto privilegia o uso de palavras

    em desuso e de jarges tcnicos incompreensveis a grande parte da populao brasileira. A

    comunicao, condio essencial do ser humano, tem como regra primria e primeira o envio de

    mensagens, a quem possa interessar, de forma clara e objetiva, deve-se ressaltar. Ao escolher um

    texto cifrado e repleto de expresses latinas que j perderam o seu sentido original, o Direito parece

    no cumprir a sua funo precpua, que a de possibilitar a todos, e sem distino, o critrio da

    igualdade. Assim, e diante de tal perspectiva, o presente texto debater propostas e sugestes sobre

    a necessidade de simplificao do texto jurdico advindas, inclusive, de conceituados juristas.

    PALAVRAS-CHAVE: Direito; Linguagem Jurdica; Acesso Justia.

    ABSTRACT

    This article has the intention to discuss the legal language and as such institute harms largely free

    access of citizens to justice, because this text emphasizes the use of words into disuse and

    incomprehensible technical jargon to much of the population Brazilian. Communication, an essential

    condition of the human being, is primary and first rule sending messages to whom it may concern,

    clearly and objectively, it should be noted. When choosing an encrypted and full text of Latin

    expressions that have lost their original meaning, the law does not seem to fulfill its primary function,

    which is to enable everyone, without distinction, the criterion of equality. So, and at such a

    perspective, this text will discuss proposals and suggestions on the need for simplification of the legal

    text arising even of respected jurists.

    KEY WORDS: Law; Legal Language; Access to Justice.

    1 Mestre em Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Professora de

    Lngua Portuguesa e Metodologia Jurdica da Faculdade Kennedy de Minas Gerais. E-mail:

    [email protected].

    2 Aluno de graduao do curso de Direito da Faculdade Kennedy de Minas Gerais. E-mail:

    [email protected].

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

    51

    1. INTRODUO

    E desde tempos remotos, e historicamente marcados, a comunicao parece ser a

    busca primeira entre toda e qualquer tentativa de se viver em sociedade e ainda

    que o conceito de sociedade seja relativamente novo, a busca do ser humano por si

    marcar em um espao temporal, e por passar adiante aquilo que vivenciou, se reflete

    em pinturas rupestres, hierglifos, sinalizao rudimentares em rvores entre outros

    processos.

    Delimitar reas acessveis, indicar perigos existentes, sedimentar posicionamentos

    e/ou question-los tambm parece ser um indicativo de um dos principais canais de

    comunicao: a linguagem.

    Oral, comportamental, gestual ou escrita, uma linguagem clara e acessvel evita

    possveis desentendimentos e ratifica acordos: no contexto atual, em que o texto oral

    cedeu espao ao texto escrito, expressar-se bem e claramente tornou-se condio

    sine qua non para quem deseja sucesso e diferencial em distintas reas.

    Entretanto, necessrio se faz pontuar o uso indistinto e exacerbado de jarges

    lingusticos que, inicialmente, se justificam pelo tecnicismo da rea ou por

    confirmarem o requinte e rebuscamento de uma linguagem que, h muito, perdeu

    espao para um pblico que parece ler menos, escrever menos e compreender

    menos aquilo que se l quando l e se ouve.

    No que diz respeito especificamente rea do Direito, uma linguagem mais clara,

    menos complexa, mais acessvel aos dias atuais, vivenciados em pleno sculo XXI,

    no permitiria ao cidado comum acesso facilitado a seus direitos? Ser que a troca

    de termos ou mesmo uma redao calcada nos pronomes de tratamento atuais, ou

    que se expresse com palavras mais contemporneas retiraria do Direito o seu

    carter nobre e de requinte?

    O presente artigo tem como intuito discutir a atual situao da linguagem utilizada na

    rea do Direito, que insiste na utilizao de termos extremamente tcnicos, arcaicos

    e inexistentes em dicionrios de nossa lngua materna, a Lngua Portuguesa, o que

    dificulta e compromete o livre acesso do cidado comum aos seus direitos, justia

    se todo e qualquer texto deve ser escrito para que todo e qualquer leitor seja

    capaz de decifr-lo, ainda que minimamente, acredita-se ser necessria reviso e

  • Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa

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    utilizao de uma linguagem mais simples na seara jurdica, haja vista ser esta a

    linguagem direcionada a um pblico leigo e que carece de explicaes sobre

    circunstncias, eventualmente, simplrias, mas codificadas sob a gide de palavras

    que h muito caram em desuso e perderam a sua significao.

    Embora o Direito vise oferecer a todo e qualquer cidado o livre e correto acesso

    Justia, em distintas circunstncias, o uso de uma linguagem que se dirige a um

    pblico especfico e dotado tambm de conhecimentos especficos parece interferir

    em sua funo primria e primeira, a de oferecer livre acesso justia, uma vez que

    delimita e condiciona tal acesso queles que, notadamente, cursam um curso

    superior em referida rea.

    importante ressaltar que o cidado comum pode, em algumas circunstncias,

    dirigir-se ao judicirio sem o acompanhamento de um advogado. No entanto, tal

    direito se v cerceado pelo uso de uma linguagem prolixa e que descumpre a funo

    precpua do direito, a de tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais,

    na exata medida de suas desigualdades3.

    O debate que aqui se prope, bem como as ideias que aqui se pretende apresentar,

    mostra-se relevante por se relacionar diretamente com instrumento essencial

    seno principal do Direito, a linguagem, propondo modificaes e simplificaes

    que podem contribuir social e juridicamente, haja vista ser capaz de acelerar o atual

    e moroso processo judicirio brasileiro (afinal, muito mais lento e difcil ler o que

    no se entende, do que ler o que se apresenta de forma clara e conhecida),

    beneficiando o sistema judicirio e o cidado comum, que possivelmente esperar

    menos pelo resultado de seu processo e possuir claro conhecimento daquilo que

    determinar a sua vida em muitas situaes.

    Academicamente, necessrio se faz enfatizar a possibilidade de contribuio de

    discusso do tema em tela no recinto discente, principalmente, uma vez que uma

    linguagem mais direta e simples contribuiria com aqueles que do os primeiros

    passos no mundo universitrio.

    3 JUSBRASIL. Disponvel em: http://webcache.googleuser

    content.com/search?q=cache:n7c0h0se2x0J:anajus.jusbrasil.com.br/noticias/2803750/principio-

    constitucional-da-igualdade+&cd=4&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br. Acessado dia 21/02/2015.

    http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:n7c0h0se2x0J:anajus.jusbrasil.com.br/noticias/2803750/principio-constitucional-da-igualdade+&am