anais de resumo 2011

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ISBN - 978-85-87977-93-9 1 Organizadora: Taiza Mara Rauen Moraes

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O 15º Encontro do Proler de Joinville, 2º Seminário de Práticas Leitoras e 2º Seminário de Pesquisa em linguagens, leitura e Cultura – Leitura, Sujeito e Diversidade - tem a proposição de discutir questões que envolvem leitura/sujeitos/diversidades culturais, para ampliar espaços de compreensão do mundo que facilitem a convivência, gerando atitudes mais conscientes e, portanto, realizadoras de políticas que promovam a dinamização da leitura como móvel transformador da sociedade. O evento prevê a discussão e a fortificação da proposta de política de leitura para a região, integrando instituições educacionais e culturais: Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE, SESC, UNIMED, Secretarias Municipal e Estadual de Educação, da Fundação Cultural de Joinville e Bibliotecas públicas e escolares. A implementação de Políticas de Leitura para Joinville e Região prevê ampliar condições efetivas que permitam às pessoas reconhecer seus direitos e deveres e refletir com relativa autonomia e capacidade crítica sobre informações que circulam nos meios de comunicação, fruir e valorizar os bens culturais produzidos em seus espaços (re) significando suas vidas. O encontro instituirá um diálogo entre as contribuições teóricas e as necessidades de nossa sociedade de vencer os problemas de acesso à leitura, partindo do princípio de que os espaços de circulação da leitura e a discussão sobre políticas /teoria/métodos são caminhos para a (re)criação da realidade social.

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Organizadora:

Taiza Mara Rauen Moraes

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ISBN - 978-85-87977-93-9

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Organizadora

Taiza Mara Rauen Moraes

Realização Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE

Programa Nacional de Incentivo à Leitura - PROLER

Reitor Paulo Ivo Koehntopp

Vice-Reitora

Sandra Aparecida Furlan

Pró-Reitora de Ensino Ilanil Coelho

Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação

Therezinha Maria Novais de Oliveira

Pró-Reitora de Extensão e Assuntos Comunitários Berenice Rocha Zabbot Garcia

Pró-Reitor de Administração

Raul Landmann

Joinville 2011

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Comitê PROLER Joinville Cássio Correia

Eliana Aparecida Quadra Correia Eliete Terezinha Philippi

Fábio Henrique Nunes Medeiros Helga Tytlik

Hilda Maria Girardi Medeiros Marilene Gerent

Rita de Cássia A. Barraca Gomes Taiza Mara Rauen Moraes

Valéria Alves

Comissão Científica Regina Back Cavassin Rosana Mara Koerner

Taiza Mara Rauen Moras

Equipe de Apoio Fábio Henrique Nunes Medeiros (PROLER)

Jussara Cascaes (Eventos) Sônia Regina Biscaia Veiga (PROLER)

Diagramação Gabriela Huller

Campus Joinville - Rua Paulo Malschitzki, nº 10

Campus Universitário - Zona Industrial Joinville SC - CEP: 89219-710

Fone: (47) 3461-9000 | Fax: (47) 3473-0131

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APRESENTAÇÃO

O 15º Encontro do Proler de Joinville, 2º Seminário de Práticas Leitoras e 2º Seminário de Pesquisa em linguagens, leitura e Cultura – Leitura, Sujeito e Diversidade - tem a proposição de discutir questões que envolvem leitura/sujeitos/diversidades culturais, para ampliar espaços de compreensão do mundo que facilitem a convivência, gerando atitudes mais conscientes e, portanto, realizadoras de políticas que promovam a dinamização da leitura como móvel transformador da sociedade.

O evento prevê a discussão e a fortificação da proposta de política de leitura para a região, integrando instituições educacionais e culturais: Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE, SESC, UNIMED, Secretarias Municipal e Estadual de Educação, da Fundação Cultural de Joinville e Bibliotecas públicas e escolares.

A implementação de Políticas de Leitura para Joinville e Região prevê ampliar condições efetivas que permitam às pessoas reconhecer seus direitos e deveres e refletir com relativa autonomia e capacidade crítica sobre informações que circulam nos meios de comunicação, fruir e valorizar os bens culturais produzidos em seus espaços (re) significando suas vidas.

O encontro instituirá um diálogo entre as contribuições teóricas e as necessidades de nossa sociedade de vencer os problemas de acesso à leitura, partindo do princípio de que os espaços de circulação da leitura e a discussão sobre políticas /teoria/métodos são caminhos para a (re)criação da realidade social.

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2º Seminário de Pesquisa em Linguagens, Leitura e Cultura

ÍNDICE

A MANIFESTAÇÃO LITERÁRIA NA INTERNET: BLOGS COMO FERRAMENTA

DE CRIAÇÃO ARTÍSTICA .................................................................................... 6

ANÁLISE SEMIOLÓGICA DO “MONUMENTO AO FUNDIDOR”: REIFICAÇÃO

DO MITO DO TRABALHO .................................................................................... 7

AS NARRATIVAS AFRICANAS NA SALA DE AULA: A PRESENÇA DO GRIÔ

NA VOZ DO PROFESSOR ................................................................................... 8

CONTADOR DE HISTÓRIA: UM ANIMADOR DE “PALAVRAS”? ....................... 9

ECOS E RESSONÂNCIAS EM YUXIN............................................................... 11

IDAS E VINDAS, MITOS E MEMÓRIAS ............................................................. 12

IDENTIDADES OU AVATARES? CONSTRUÇÕES IDENTITÁRIAS NO

CIBERESPAÇO. ................................................................................................. 13

JOINVILLE: CENAS E CENÁRIOS DA CIDADE EMOLDURADA PELOS

CARTÕES-POSTAIS .......................................................................................... 14

O RITMO: UM FENÔMENO PARADOXAL ........................................................ 15

O TRANSCURSO DO SIGNFICADO NOS CONTOS DE CLARICE LISPECTOR

............................................................................................................................ 17

PATRIMÔNIO CULTURAL E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ........................... 18

REFERENCIAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE SENTIDO: UMA ANÁLISE DE

FORMAS NOMINAIS DE IMPLICAÇÃO ANAFÓRICA DE JORNALISMO

ONLINE .............................................................................................................. 19

TEMPO/ANIMA, METRÔNOMO DA ARTE DA ANIMAÇÃO .............................. 20

UMA PERSPECTIVA SOBRE A APROPRIAÇÃO DO PATRIMÔNIO PELA

INDÚSTRIA CULTURAL ..................................................................................... 22

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A MANIFESTAÇÃO LITERÁRIA NA INTERNET: BLOGS COMO FERRAMENTA DE CRIAÇÃO ARTÍSTICA

Philipe Macedo Pereira Projeto de Pesquisa de Iniciação Científica – PIBIC/FAP/UNIVILLE

Orientadora Dra. Taiza Mara Rauen Moraes RESUMO O advento da pós-modernidade trouxe inúmeras revoluções à humanidade, dentre elas a internet, que conecta o mundo de forma irremediável. Um dos setores privilegiados por esse instrumento foi o da produção cultural que permitiu uma maior divulgação de obras artísticas, incluindo-se aí a literatura. Tendo em vista que atualmente a internet proporciona contato com uma gama variada de autores, a proposta da presente pesquisa é entender a cibercultura e divulgá-la aos acadêmicos de Letras da Univille, para dessa forma inseri-los no contexto de produtores de cultura ao produzirem textos por meio de blogs. Visto que a Literatura tem papel fundamental na construção social de um indivíduo, é significativo que futuros professores saibam como trabalhar com a nova mídia e conheçam, de fato, seu valor para a estruturação leitora de um sujeito, não se atendo somente aos textos impressos. Além disso, trabalhar com a produção de literatura será uma forma de aprimoramento criativo. Quanto à metodologia, a pesquisa se dá através de encontros que visam à discussão da literatura em suporte digital através de blogs, sendo utilizados textos tanto de autores da região de Joinville como também de outras regiões do Brasil, dessa forma também divulgando os trabalhos de outros escritores através de postagens dos endereços no blog destinado aos estudos. Através do trabalho com a hipertextualidade, pôde-se observar como se dá a construção dos textos escritos em plataforma digital, a sua diferença em relação ao meio impresso, sua alinearidade. Durante os encontros, é possível aos participantes estabelecer comparações entre estilos literários de autores da região e de outros locais do país. A importância do projeto está na valorização da Literatura, a descoberta de novos autores e no despertar do potencial de escrita dos acadêmicos em Letras da Univille, sendo que os mesmos poderão ter seus escritos, produzidos durante os encontros, postados no blog. A coleta de dados é feita pela análise das “postagens” e do grau de envolvimento dos acadêmicos de Letras com o meio virtual. Os resultados esperados são o estímulo à cibercultura e avaliação da influência da cibercultura no meio acadêmico. Até o momento observa-se a interação dos participantes através da elaboração de textos e das discussões durante os encontros, e está em processo de criação uma obra hipertextual, uma produção coletiva que consista em uma série de pequenos contos e interligações entre os blogs dos acadêmicos de Letras da Univille. Palavras-chave: Internet, blog, hipertexto

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ANÁLISE SEMIOLÓGICA DO “MONUMENTO AO FUNDIDOR”: REIFICAÇÃO DO MITO DO TRABALHO.

Eliana Terezinha Viana Moser

Mestranda em Patrimônio Cultural e Sociedade Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE

Orientadora Dra. Taiza Mara Rauen Moraes RESUMO O presente resumo visa abordar um recorte da pesquisa de mestrado intitulada “Análise Semiológica dos Monumentos ao Imigrante e ao Fundidor: uma experiência estética dos sentidos”. Nesta comunicação farei a apresentação de uma análise semiológica como metodologia de leitura e investigação de uma das obras selecionadas: o Monumento ao Fundidor, erguido em 1979, no Bairro Boa Vista, criado por Paulo da Siqueira. Artista nascido em Chapecó, o qual foi escolhido por trabalhar com sucatas de ferro, numa perspectiva do movimento do construtivismo artístico. O propósito da pesquisa foi investigar o monumento numa perspectiva semiológica, a relação contextual, histórica, estética e de linguagem. Os monumentos são portadores de linguagens e de significados, por meio destes é possível se reconhecer os discursos de regularidade enunciativos, bem como, o sistema mítico imbricados nestas obras; é uma linguagem que precisa ser decodificada, a qual transcende o significante, relacionando-se com o significado e gerando a cada representâmen um novo signo, daí forma-se o sistema de significação. O desvelamento do sistema de significação não se esgota no encontro de um sentido, pois, o mesmo é ressignificado a cada leitura, se configura um continuum. Barthes (2007, p.11) coloca que “a semiologia tem por objeto, qualquer sistema de signos, que se constituem como linguagem, como sistema de significação.” Assim, o estudo deste monumento, erguido em 1979, revela como a cidade funcionava, na qual, assim como no cenário do país, vinha se implementando a política do Nacional Desenvolvimento, em que a meta política e econômica era rumo ao progresso e ao futuro por meio do trabalho, da ordem e da harmonia. A compreensão deste sistema de significação, pela semiologia, enquanto ciência da observação, é captada pela poiética do artista, investigando a escolha dos materiais, do tema e do conteúdo, o que valoriza a obra. A leitura do sistema mítico permite reconhecer como é trabalhado e entender que o monumento foi erguido para significar pela escolha do local, materiais, discurso enunciativo, tema e conteúdo propostos. Da relação do que está posto no plano da expressão com o que está no plano de conteúdo é possível ler “o não dito” no plano de significação. A relevância desta pesquisa consiste em apontar uma nova perspectiva de enxergar de olhar sobre os patrimônios culturais existentes na cidade de Joinville, sejam estes, de caráter histórico, artístico ou arquitetônico, pois é por meio do deslocamento do olhar, que se vai além do que é apresentado no significante, daí se reconhecem as formas de legitimação do discurso do poder e da exploração. Palavras Chave: Patrimônio Cultural; Leitura semiológica; Monumento ao Fundidor: Leitura;

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AS NARRATIVAS AFRICANAS NA SALA DE AULA: A PRESENÇA DO GRIÔ NA VOZ DO PROFESSOR

Sonia Regina Reis Pegoretti

Mestranda em Patrimônio Cultural e Sociedade Universidade da região de Joinville - UNIVILLE

Orientadora Dra Sueli de Souza Cagneti RESUMO A oralidade é um dos pilares da educação africana. As sociedades africanas ainda preservam a oralidade como um valioso patrimônio e têm na figura do griô uma fonte inesgotável da cultura do seu povo. Os griôs são grandes contadores de histórias e se utilizam de linguagem refinada do seu idioma, para que os jovens possam imitá-lo, construindo sentenças semanticamente corretas e com coerência lógica. Essas narrativas além de educar os mais jovens também servem de educação continuada aos mais velhos. Essa figura que parece estar tão distante do mundo ocidental nos revela que ainda temos necessidade de nos reunirmos para contar histórias, a exemplo do que acontece entre professores e alunos nas salas de aula. O retorno (ou à permanência) à ancestralidade, com a troca, a sinergia dessa relação, ainda nos emociona. O contato, o tom de voz, o gesto utilizado pelo professor em muito se assemelha ao nosso griô africano. A imaginação simplesmente voa ao lermos um bom livro aos nossos pequenos. A ressignificação da arte da memória pelo professor, levando e trazendo belas histórias aos seus alunos, pode colaborar para além da educação formal. A mediação do professor entre “a realidade” e a “palavra inventada” das histórias faz trazer de volta a vontade de perpetuar saberes, construir valores, saborear um mundo sem limites. Assim, essa teia pode ser construída num vai e vem de modo significativo, levando adiante os saberes das gerações passadas e da nossa própria geração com sensibilidade, desse modo mantendo viva a tradição do griô africano. No contexto das africanidades, falar dessa memória é arriscar-se em terreno ainda desconhecido por muitos. É dar saltos sem saber onde se vai parar. Temos dificuldade de compreensão da nossa realidade social como nação, cheia de diversidade, mas também cheia de abismos. A inspiração no griô, o contador de histórias, dá-se nesse sentido. Suas múltiplas funções na sociedade africana traduzem sua importância, assim como o professor para a cultura ocidental. A idéia é colocar em prática alguns preceitos vividos pelos povos africanos, como o uso da oralidade durante as aulas, para contar e narrar histórias vividas ou ouvidas, bem como suas próprias experiências individuais, familiares ou relativas a outros grupos. O uso dessa palavra pode ser tanto do professor como do seu educando, assim como o respeito por quem fala, democratizando assim o uso da palavra na sala de aula. Por último, fica o desejo de que os professores não sejam meros agenciadores da lei 10639/03 - que ora se instaurou – e, sim, que possam ser disseminadores de um debate que está longe de ter fim. Esperamos ainda que as inquietações e que a temática da cultura africana não cessem por falta de vozes que as propaguem e que venham à tona em muitos outros encontros e discussões. Palavras-chave: Griô africano; Literatura oral; Professor.

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CONTADOR DE HISTÓRIA: UM ANIMADOR DE “PALAVRAS”?

Fábio Henrique Nunes Medeiros Doutorando em Artes Cênicas

Universidade de São Paulo - USP/FAPESP RESUMO Essa reflexão, teórico-poética, tem como abordagem o contador de histórias como animador (no sentido de dar alma) de palavras. O objetivo desse texto é perfurar minhas questões sobre o contador/animador. O contador de histórias se utiliza de animação. A priori, poderíamos mencionar dois suportes para animar: a palavra (que dorme na boca do imaginário ou livro) e as formas (bonecos, adereços, uma infinidade de coisas). “A fala humana anima, coloca em movimento e suscita as forças que estão estáticas nas coisas” (HAMPATÉ BÂ, 1982:186). Tudo no universo “é fala que ganhou corpo e forma” (idem). O contador desprende anima de si para os elementos de seu uso, inclusive a própria palavra que já tem uma potência de anima impregnado. Mas não apenas, objetos, bonecos, máscaras, entre outros elementos podem ser animados pelo contador de histórias. O ato de ler, decodificar, decompor está desprovido do som da palavra oral e do gesto e, com isso, escorregam alguns dos seus sentidos orgânicos. Isso porque essa palavra não respira só. É como se o leitor tivesse que fazer uma respiração boca a boca artificial. O contador corta, amassa, modela, esculpe, afina, pesca, desenha, escreve as histórias com intenção que elas voem em ouvidos, em olhos e nos corpos, como ocorreu no seu. Nessa perspectiva, para ele, a palavra é matéria maleável. O ato de contar histórias é uma prática animista, pois o animismo parte da lógica de animar o inanimado, de dar vida. Não que um texto não tenha vida, mas ele dorme e precisa ser iluminado pela anima, seja ela, vinda do ouvinte, leitor, ou mediador, que nesse caso é o contador de histórias/animador, que vai pegar a palavra e acordá-la, dar intenção, dar respiração e, com isso, movimento. “Dentro da tradição oral, na verdade, o espiritual e o material não estão dissociados” (HAMPATÉ BÂ, 1982:183). “A força da eloquência consiste na capacidade de guiar as almas, aquele que deseja tornar-se orador deve forçosamente conhecer quais formas existem na alma” (PLATÃO, 2004:114). O homem sempre contou histórias (guiou almas/anima), e as paredes das cavernas na pré-história, livro dos mortos, papiros e pergaminhos egípcios, as mitologias greco-romanas e outras, iluminuras, “Sherazades”, “Homeros”, culturas ágrafas e gráficas, etc. comprovam isso. As histórias só existem porque existe quem as conte, quem as anime - existe o homem. Elas são os testemunhos dos sonhos com diversas máscaras: às vezes de textos, outras da oralidade, música, teatro, desenho e assim, sucessivamente, vestida de várias formas. O “texto” seja de que forma for, está ali, mas potencializar-lhe vida e acordá-lo é função do contador/animador. “O testemunho, seja escrito ou oral, no fim não é mais que o testemunho humano, e vale o que vale o homem” (HAMPATÉ BÂ, 1982:181). Segundo Hampaté Bâ (1982), numa versão africana da gênese, acreditava-se que foram depositados três potenciais (forças) no homem: o poder, o querer e o saber, que permanecem dentro dele até o momento em que a fala venha colocá-las em movimento. “Vivificadas pela palavra divina, essas forças começam a vibrar. Numa primeira fase, torna-se pensamento; numa segunda, som; e, numa terceira, fala. A fala é, portanto, considerada como a materialização, ou a exteriorização, das vibrações das forças” (Idem: 185).

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Palavras-chave: Contador de histórias/animador; Anima. Referências: HAMPATÉ BÂ, A. Tradição Viva In: História Geral da África - vol. I, Ática/UNESCO, São Paulo/SP, p.181-218,1982.; PLATÃO. Fedro. São Paulo: Martin Claret, 2004

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ECOS E RESSONÂNCIAS EM YUXIN

Gabriela Cristina Carvalho Mestranda em Literatura Brasileira

Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC /CNPQ RESUMO “No tempo da mãe da mãe da mãe da mãe” (MIRANDA, 2009, p.17)... A narrativa Yuxin (2009), de Ana Miranda, é rodeada de lirismo, poesia e estranhamentos, que provocam e evocam a musicalidade do texto, com onomatopeias ritmadas em ecos e ressonâncias nos fluxos de consciência da narradora, a índia Yarina. É ela quem nos leva ao mundo de sua memória, habitado pelas lembranças, pelos mitos, pelos yuxins que assombram os vivos. A heroína borda na espera do marido, borda e traz à memória suas vivências, borda e viaja para dentro de si, se desfiando lentamente, como viagem onírica, que é a imagem em palavra, da qual sai transformada. A noção do “eu” indígena, aqui representada, é de harmonia com o mundo, por isso a linguagem também se funde com os elementos de seu mundo; a linguagem é aberta e trespassada pelos ruídos e vozes. “bordar bordar... hutu, hutu, hutu, hutu... aprendi o bordado kene em dia de lua nova... bordar... bordar... achei aquele couro de cobra atrás do tear, minha avó me levou mata dentro para eu saudar Yube e aprender o bordado kene” (MIRANDA, 2009, p.17). Como se bordasse a voz mítica da índia-narradora alinhavada à voz da natureza, dos animais, da chuva, do vento, dos yuxins, da floresta, de seus ruídos e silêncios, a linguagem é tecida transformando a existência em função poética. Tal como na Odisseia de Homero, Yarina borda na espera de seu companheiro, mas é ela que se desfia em fluxos de narrativa. Acácio Piedade (2011), em artigo no qual gera uma discussão acerca de hibridismo e musicalidade, entende a memória musical-cultural, como aquela compartilhada e constituída por um conjunto imbricado dos elementos musicais e significações associadas, e é essa memória musical-cultural que seria a musicalidade; ela seria “desenvolvida e transmitida culturalmente em comunidades estáveis no seio das quais possibilita a comunicabilidade na performance e na audição musical” (PIEDADE, 2011, p. 104). Wisnik, ao desmontar o som em seus elementos constitutivos, aproxima a música e o corpo, a pulsação musical e a pulsação sanguínea, a respiração. Corpo e música estariam relacionados, o som e o pulso. A musicalidade, para Wisnik, seria também “metáfora e metonímia do mundo físico, enquanto universo vibratório onde, a cada novo limiar, a energia se mostra de outra forma [...] o ritmo está na base de todas as percepções” (WISNIK, 1999, p.29). Diante desse contexto, em que as manifestações artísticas e, nesse recorte em especial, a literatura brasileira promovem relações intermidiáticas, esta investigação está centrada na percepção da musicalidade presente na narrativa Yuxin, na maneira como foi construída nessa narrativa a voz feminina de uma índia brasileira e como elementos da musicalidade atuam construindo arranjos de significação. Nesta comunicação são apresentados dados relacionados à musicalidade presente no texto, sendo parte da pesquisa de mestrado intitulada “Traços do pós-modernismo na ressignificação do passado em Yuxin”, enquadrada dentro da linha de pesquisa “Textualidades Contemporâneas”. Palavras-chave: Musicalidade; Literatura; Relações Intermidiáticas

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IDAS E VINDAS, MITOS E MEMÓRIAS

Eliana Aparecia de Quadra Corrêa Mestranda em Patrimônio Cultural e Sociedade Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE

Orientadora Dra. Taiza Mara Rauen Moraes

RESUMO

A pesquisa intitulada Idas e vindas, mitos e memórias enfoca a cultura imaterial joinvilense através dos causos e lendas narradas sob a ótica dos idosos nascidos antes da década de 1950, abordados como manifestação e representação popular e social da cidade. A literatura oral é investigada como representação social e literária. Através da metodologia qualitativa com o referencial teórico e da história oral, a pesquisa é desenvolvida primeiro com os aspectos históricos da literatura oral, quando e porque originou a expressão e seu estudo. Explora a cultura tradicional popular, passada de geração em geração expressando identificações, práticas, representações, conhecimentos, técnicas e instrumentos, lugares e grupos que os reconhecem como patrimônio cultural imaterial. A narrativa transcrita para este recorte é a lenda do Boi-de-mamão investigada através da análise das variações encontradas na literatura oral. Percebeu-se nas investigações que as histórias de Bois são contadas em diversas localidades, mas que apresentam especificações conforme cultura, tempo e espaço em que é contada, mas que sua representação pode ser conservada. Esta narrativa coletada pela voz de um idoso acima de 50 anos é cotejada com versões de Cascudo, Pisani e Azevedo.

Palavras chaves: lenda Boi-de-mamão, memória de idosos, cultura imaterial joinvilense.

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IDENTIDADES OU AVATARES? CONSTRUÇÕES IDENTITÁRIAS NO CIBERESPAÇO.

Elisangela Viana Mestranda em Patrimônio Cultural e Sociedade

Universidade da Região de Joinville – FAPESC/ UNIVILLE Orientadora Dra. Taiza Mara Rauen Moraes

RESUMO

Esta comunicação apresenta os resultados prévios de uma pesquisa que investiga a produção poética da literatura contemporânea joinvilense no ciberespaço, procurando observar as influências da cibercultura nos processos de construção identitária. A pesquisa é desenvolvida para o curso de Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade da Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE, com o financiamento do Edital de Bolsas 13/2009 da Fundação de Apoio a Pesquisa – FAPESC. Na sociedade contemporânea, os ciberespaços se reproduzem na internet e tornam-se lugares de ser e estar de milhares de usuários, espaços de construções identitárias que flutuam e transformam-se de acordo com os trajetos que um usuário tomar. Partindo dos pressupostos teóricos de Stuart Hall, André Lemos, Zygmunt Bauman, Nestor Canclini e Michel Foucault, foram analisados alguns espaços virtuais como blogs, jogos MMORPG (Massively Multiplayer Online Role Playing Game – Jogos de Personagens On Line para Multi-jogadores) e simuladores de realidade como o Second Life observando as flutuações identitárias dos usuários e as possibilidades de anonimato e da adoção de diferentes avatares, que intensificam os conflitos identitários e os processos de negociações culturais. A investigação é geradora de questões sobre esse universo e o estudo aponta as transformações nas relações de identidade, cultura, arte e memória na contemporaneidade.

Palavras chave: Identidade, Cultura, Cibercultura, Ciberespaço

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Joinville: Cenas e Cenários da Cidade Emoldurada pelos Cartões-Postais

Daniela Pereira

Graduada em História Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE

Orientador Msc. Fernando Cesar Sossai

RESUMO Vivemos em um período em que a velocidade das experiências sociais soam rapidamente em nossa vida deslizando para além de nossas expectativas, mais rápido do que imaginamos que muitas vezes, nos sentimos estranhos em nosso próprio meio e lugar social. Vivemos hoje uma nova experiência temporal, cujas relações entre passado, presente e futuro são rearticuladas, de modo que vivamos um presentismo no qual nossas ansiedades transformam-se em tentativas de barrar a efemeridade de nosso tempo. A cidade é um desses espaços onde as vivências, valores, conceitos, processos identificatórios e representações são construídas e vividas. Essa cidade composta por anseios, pode ser representada de diversas formas, na clandestinidade, na subversão, nas representações visuais e estéticas, nos meios de produção institucional, dentre outros tão presentes. A cidade exposta para nós, muitas vezes exprime enquadramentos expostos pelos desejos dos planejadores urbanos que tentam enquadrar a cidade de modo que ela por si só seja um cartão postal, referente a uma concepção de beleza e ordem. Os usos do passado para as representações oficiais da constituição da cidade, representam imagens da cidade não mais condizente com o tempo em que vivemos, insinuando um interesse exposto por identificações de alguns grupos sociais. Pensando em uma ferramenta de representação através da imagem, utilizada tanto no tempo presente quanto no passado, o cartão postal surge, como um meio de problematização sobre a cidade, voltando sua atenção para as condições e os processos que sustentam as operações de produção de sentido.A presente pesquisa, realizada no ano de 2010, como Trabalho de Conclusão de Curso consistiu em problematizar, utilizando a categoria de análise de imagem, como os cartões postais da cidade de Joinville SC, do período de 1990 a 2010, se (re) significam e se apropriam da história e do patrimônio cultural, fomentando discursos e identidades sobre a cidade, e como ocorrem as operações de sentidos dos estudantes do Ensino Médio de três escolas Públicas da região sul da cidade em torno dessa representação. Para tanto, foram realizadas pesquisas dos cartões postais no Arquivo Histórico de Joinville, em Bancas, Museus e pontos turísticos em Joinville, assim como a utilização de narrativas orais de estudantes do terceiro ano do Ensino Médio, possibilitando problematizar as novas identificações e anseios sobre a representação da cidade, suas apropriações culturais, suas memórias e processos identificatórios não mais condizentes com as imagens representadas pelos meios oficiais da cidade, exposta como a cidade dos príncipes, das bicicletas, das flores, da dança ou, ainda, cidade germânica. Palavras-Chave: Representações, Cartões-Postais, História de Joinville.

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O RITMO: UM FENÔMENO PARADOXAL

Andréia Paris Doutoranda em Teatro

Universidade Estadual de Santa Catarina – PPGT/UDESC Orientador Dr. Milton de Andrade Leal Junior

RESUMO Este resumo é parte da pesquisa de mestrado realizada no Programa de Pós-Graduação da Universidade do Estado de Santa Catarina intitulada A Escuta do Sussurro: Percepção e Composição do Ritmo no Trabalho do Ator, defendida em 2010. Problematiza-se o conceito de ritmo que as teorias teatrais e musicais do Ocidente têm desenvolvido, uma vez que, devido à sua complexidade, encontram-se estudiosos defendendo a sua potência como elemento métrico outros como elemento fluido. Na língua portuguesa ritmo é originado de rhythmus, palavra latina correspondente à grega rhythmòs que tem a mesma raiz de rhéo1 (rio) que significa fluir, correr e escorrer. (BUENO, 1974: 3545 e 3550). Esta informação, inserida na etimologia da palavra ritmo sugere interpretações como a de Eugenio Barba (1936) e Nicola Savarese (1945): “Literalmente, ritmo significa „um meio particular de fluir‟” (1995: 211). Assim como a de Murray Schafer: “originalmente, „ritmo‟ e „rio‟ estavam etimologicamente relacionados, sugerindo mais o movimento de um trecho do que sua divisão em articulações” (1991: 87). Contudo, há outras fontes que apontam que ritmo, etimologicamente, não prevê apenas o fluir. O The New Grove Dictionary of Music and Musicians (1980: 805) coloca que o conceito de fluir foi sendo substituído por outro mais antigo que aproximava rhéo da raiz “ry (ery) ou w’ry” que significa puxar, prender, deter. Contudo, o dicionário não apresenta os motivos da mudança. Há ainda, como demonstra a pesquisa da Prof.ª Dr.ª Jacyan Castilho de Oliveira (2008: 40), o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa (1989), no qual consta a palavra grega rhythmòs como originária da palavra arithmetiké (aritmética), uma vez que esta contém “o elemento de composição arthimós que significa „número‟”. Além disso, o trabalho da pesquisadora Vilma Leni Nista Piccolo, tese intitulada Uma Análise Fenomenológica da Percepção do Ritmo na Criança em Movimento (1993), problematiza a interpretação do conceito rhéo em sua acepção de fluência, ao citar Georgiades, estudioso da língua grega e de música. Segundo a pesquisadora, Georgiades acreditava que a descoberta do ritmo, para o grego, não estava vinculada apenas aos conceitos de fluir e correr, mas também a um movimento limitado, já que, neste período, “tinha-se a idéia de medida, como uma ordem rígida do movimento” (PICCOLO, 1993: 17). Portanto, aparece outra possibilidade de interpretação da raiz grega rhéo e, consequentemente, novas interpretações para o conceito ritmo, que implicam no seu entendimento, na sua função e manipulação enquanto elemento das artes como o teatro, a música, a dança e a linguagem. Diante de tudo isto, é possível perceber o ritmo como um fenômeno duplo e

1 Encontrou-se outras duas formas de escrever a mesma palavra: rhein e rheein. Ambas também referindo-se à

raiz grega que significa fluir. Mantém-se neste trabalho rhéo porque é a forma apresentada no dicionário

português Grande Dicionário Etimológico – Prosódico da Língua Portuguesa (1974), de Francisco da Silveira

Bueno.

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paradoxal. Paradoxal no sentido que Gilles Deleuze (2000: 79) concebe o conceito de paradoxo. Justamente por causa desta capacidade agregadora do ritmo - unir o constante e o mutante, a ordem e a desordem, possibilitando infinitas variações, combinações e (des)organizações dos elementos métricos e fluidos - é que torna tudo que existe único e singular. Palavras-Chave: Ritmo. Trabalho do ator. Métrica. Fluidez.

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O TRANSCURSO DO SIGNFICADO NOS CONTOS DE CLARICE LISPECTOR

Jailson Estevão dos Santos Mestrando em Patrimônio Cultural e Sociedade Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE

Trabalho do Curso de Pós-Graduação em Educação - IBPEX Orientador Dr. Valdir Vegini.

RESUMO Esta comunicação é um recorte de uma pesquisa que se propôs a estudar o transcurso do significado nos contos: Legião Estrangeira; Laços de Família; Onde Estivestes de Noite; e, A Via Crucis do Corpo, de Clarice Lispector. O enfoque analítico é no conto: Legião Estrangeira. A análise partiu de uma pesquisa bibliográfica que foi feita com base em várias situações linguísticas apresentadas em outras obras da mesma autora, bem como em outras leituras críticas. O objetivo principal foi fazer um levantamento de situações literárias, nas quais o trânsito semântico acontece, e a partir daí favorecer novos conhecimentos e possibilidades estilísticas. Procura-se abordar três análises, as quais serão tratadas em seis capítulos. Foi desenvolvido um levantamento analítico e uma tipologia própria da significação nos contos, para discutir as particularidades de Clarice Lispector com relação ao jogo semântico. Posteriormente foi investigado o transcurso do significado, na obra Legião Estrangeira, como uma amostra crítica de variantes semânticas em Clarice enquanto contista, bem como as diversas maneiras e figuras de linguagens usadas pela autora quando se utiliza da palavra e permite instalar o transcurso desta, e a interferência na diversidade dos discursos: a) filosófico; b) místico; c) lingüístico; d) literário. Neste sentido o trânsito aqui estudado é filosófico pela evidência da base existencialista das narrativas; é linguistico-literário, pois evoca categorias linguísticas internas e externas ao texto e muita recorrência à intertextualidade; e é místico à medida que os contos trazem à baila, histórias de verdadeiros rituais, e utilização de linguagem associados a diversos segmentos religiosos, ainda que a autora não se mostra compromissada com nenhum deles. O último aspecto estudado foi a transição semântica, pois é por meio dela que o texto faz um convite ao leitor para construir junto, mas também, destruir, desconstruir e reconstruir num jogo entre o objetal e o subjetal como uma transcendência recíproca. Ao final, destaca-se a interferência do transcurso do significado no envolvimento com uma acentuada intertextualidade que vem alicerçada, muitas vezes, na literatura clássica. O resultado primordial desta pesquisa indica os caminhos para uma leitura em diversidade. Palavras-chave: semântica; transcurso; discurso.

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PATRIMÔNIO CULTURAL E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

Cibele Dalina Piva Ferrari Mestranda em Patrimônio Cultural e Sociedade

Universidade da Região de Joinville – CAPES/UNIVILLE Orientadora Dra. Sandra Paschoal Leite de Camargo Guedes

RESUMO Esta comunicação é parte de uma pesquisa maior, ligada ao Grupo de Pesquisas “Estudos Interdisciplinares de Patrimônio Cultural” e ao Programa de Mestrado em Patrimônio Cultural e Sociedade da UNIVILLE e tem como objetivo discutir a relevância da teoria das representações sociais como instrumento importante para os estudos ligados ao patrimônio cultural a partir dos resultados preliminares da revisão bibliográfica. As representações sociais possibilitam a compreensão e a transformação da vida social e de seus significados e podem ser definidas como categorias de pensamento que expressam a realidade, buscam explicações e justificativas, fomentando novos questionamentos a essa realidade. As discussões apresentadas nesta comunicação estão baseadas, principalmente, nos trabalhos de Serge Moscovici, criador da Teoria das Representações Sociais, e de seus seguidores, tais como Denise Jodelet, Pedrinho Guareschi, Sandra Jovchelovitch, Maria Cecília de Souza Minayo e Martha de Alba, entre outros. Apesar de ter nascido na Psicologia Social, a Teoria das Representações Sociais tem sido muito utilizada em diversas áreas do conhecimento, pois além da teoria, as representações sociais proporcionam uma metodologia de pesquisa que pode ser utilizada em temas diversificados. A superação da fragmentação da ciência tradicional, integrando os diferentes saberes, é uma proposta que ultimamente vem ganhando mais força e visa articular as diferenças e possibilitar uma abordagem integrada e ampla do problema de pesquisa. As representações sociais podem ser descritas como uma forma de conhecimento socialmente elaborado e compartilhado, uma visão de mundo, que colabora para a construção desta realidade. Por outro lado, o patrimônio cultural é um dos fatores identificadores e promotores de cidadania. Através da memória histórica refletida no patrimônio cultural se dá a noção de origem e de pertencimento e é esta relação do patrimônio com a identidade que legitimam sua preservação. O sujeito social sente-se possuidor de uma memória e de um passado representado por este patrimônio, o que pode ou não ser compartilhado por outros indivíduos. As Representações Sociais possibilitam compreender a forma como os grupos sociais concebem o mundo, suas formas de se relacionar e de criar novas representações. As representações sociais são um aspecto significativo para a preservação do patrimônio cultural, dando novos significados e sentidos a este patrimônio refletindo assim o contexto histórico e cultural em que estão sendo formadas estas novas representações sobre o patrimônio cultural. Num momento, que já é chamado de “pós-moderno” por muitos, caracterizado por incertezas, mudanças constantes e identidades fluídas, as representações sociais são importante ferramenta na compreensão desta nova realidade e transformação da vida social e de seus significados. Palavras-chave: Patrimônio Cultural, Representações Sociais, Identidade.

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REFERENCIAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE SENTIDO: UMA ANÁLISE DE FORMAS NOMINAIS DE IMPLICAÇÃO ANAFÓRICA DE JORNALISMO ONLINE

Nívea Rohling da Silva

Doutoranda em Linguística Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC

Professora da Universidade da Região de Joinville - UNIVILLE

RESUMO O objetivo dessa comunicação é apresentar uma análise de formas nominais de implicação anafórica no processo de referenciação e suas nuanças na construção de sentidos em se tratando de um objeto-de-discurso específico – Barack Obama. Tal objeto-de-discurso é particularmente interessante tendo em vista que ele traz consigo uma série de componentes icônicos de natureza social, cultural e histórica: o primeiro negro presidente da maior potência mundial, país cuja história, como se supõe amplamente sabido, carrega episódios emblemáticos de segregação racial. Delimitaram-se como dados de pesquisa excertos de textos publicados no jornalismo online que tematizam a eleição presidencial nos Estados Unidos da América em 2008. Analisou-se como o presidente Barack Obama foi (re)categorizado nesses textos por meio de formas nominais de implicação anafórica. A fundamentação teórica se insere nos estudos sobre referenciação, concebido como atividade discursiva, conforme proposta por Mondada e Dubois (2003). Nessa perspectiva, a referenciação é tomada como uma atividade na qual o sujeito, na interação verbal, opera sobre o material linguístico, realizando escolhas significativas para representar estados de coisas, tudo isso com vistas à construção de sentido e em função do seu querer-dizer. Assim, nesse quadro teórico, parte-se do pressuposto de que a linguagem não se constitui em um sistema de etiquetas para referenciar as coisas do mundo, e, sim, uma atividade intersubjetiva em que os sujeitos constroem, em suas práticas discursivas, sociocognitivas e culturalmente situadas, versões públicas de mundo. Os resultados da análise reiteraram as considerações dos teóricos da referenciação no sentido de que determinadas formas de implicação anafórica, tendo em vista o potencial de recategorização do referente, atuam na construção sociocognitiva do objeto-de-discurso. O estudo mostrou que, no processo de referenciação, as formas nominais de implicação anafórica utilizadas em textos do jornalismo on-line foram construídas através do compartilhamento sociocognitivo de versões públicas sobre o objeto-de-discurso específico, a saber: o presidente dos EUA, “Barack Obama”. As formas de nomear esse objeto-de-discurso constituíram-se no compartilhamento sociocognitivo dos interlocutores e foram tomadas como dadas, como elementos estabelecidos na memória discursiva dos interlocutores e, por isso, foram frequentemente introduzidas nos textos jornalísticos. Ressalta-se, ainda, que o uso de tais formas anafóricas corrobora na construção da argumentatividade, pois marcam a posição do enunciador frente ao objeto-de-discurso e trazem consigo um caráter axiológico acentuado, uma vez que ao introduzir esse objeto através de itens lexicais como Messias, por exemplo, revela um movimento de referenciar, mas também de (des)qualificar o objeto-de-discurso. Palavras-chave: Referenciação. Formas nominais de implicação anafórica. Recategorização. Objeto-de-discurso. Barack Obama.

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TEMPO/ANIMA, METRÔNOMO DA ARTE DA ANIMAÇÃO

Fábio Henrique Nunes Medeiros

Doutorando em Artes Cênicas Universidade de São Paulo - USP/FAPESP

RESUMO Esta abordagem tem como premissa o tempo como elemento fundamental na animação, provocada pelas seguintes questões: o tempo é uma invenção do homem, para lhe dar sentido de busca, vida, anima. O tempo é um evento psicossomático que envolve mente, corpo e alma, assim como ilusão e movimento? O movimento é um recurso de medida para os eventos temporais, dessa forma o tempo está sempre associado à mudança, e com isso ao movimento. Essas proposições são prerrogativas para pensarmos o tempo como unidade de sentido, do ponto de vista real, virtual e representacional. Questões aqui levantadas serão discutidas à luz dos pensamentos contemporâneos, percorrendo essa linguagem artística enquanto conceito e técnica sob o prisma do tempo enquanto anima, bem como, a montagem como recurso. Para tal e por uma necessidade de delimitação observar-se-á o tempo atual ou real e virtual (DELEUZE, 2007); tempo cronológico, que não pára, e tempo fotográfico, que expõe (VIRILIO, 2008); tempo como matéria ou substância, a partir de três diretrizes: o teatro de animação como arte do tempo presente, atual; o cinema de animação como arte do tempo “passado”; o teatro e cinema de animação como arte de manipulação do tempo, e tempo representacional. É recorrente no campo da teoria da arte da animação, e mesmo no cinema, considerar o movimento como sendo síntese dessas artes. Todavia, o tempo é tão síntese quanto o movimento, uma vez que o movimento se faz num tempo e espaço. No teatro de animação, o tempo está representado multiplamente, na fisiologia dos personagens (bonecos e formas); nas indumentárias e cenografia; tempo interior e exterior, podendo estar representado pela luz, etc. E de forma mais indireta: tempo/espaço/movimento - o tempo que esse gesto vai ocupar no espaço, ou seja, criando uma carga semântica de um tempo analógico. O teatro é uma linguagem do tempo presente, só existe na efemeridade do tempo atual, presente. Não se equivale à importância do tempo para o teatro de animação como para o cinema de animação. O tempo no teatro de animação é quase automático, mesmo que a mímese do movimento passe pelo domínio do tempo. Diferentemente do que ocorre no cinema de animação, que também passa por esses princípios sobrepostos, o tempo e o movimento estão esquartejados, numa camada elevadíssima de exposição. A animação no cinema é um processo de montagem de movimento que percorre um tempo. O tempo está exposto no cinema de animação que é um de seus princípios base. Uma colagem, ou cálculo impreciso revela e expõe o aparato da animação. No cinema de animação, o movimento e o tempo estão simulados quadro a quadro, milimetricamente decompostos. A automatização da máquina de captura cinematográfica sai para uma captação ou manipulação segmentada. O desenho animado, stop motion, e mesmo a computação gráfica, entre outras técnicas de animação cinematográfica, são, de modo geral, análise do tempo e movimento, o tempo que precisa para fazer esse movimento, a captação desse movimento no tempo. O tempo/anima é a alma, ferramenta de medida fundamental na animação, que é além da arte do movimento, mas a arte do tempo, este que pulsa antes mesmo de ser preenchido, representado por um movimento.

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Palavras-chave: Tempo/anima e animação Referências: AUMONT, Jacques. As teorias dos cineastas. Trad.: Marina Appenzeller. Campinas-SP: Papirus, 2004. ; DELEUZE, Gilles. A Imagem-tempo: cinema II. São Paulo: Brasiliense, 2007.; VIRILIO, Paul. O Espaço Crítico - e as perspectivas do tempo real. Trad.: Paulo Roberto Pires. 4ª reimpressão. Rio de Janeiro: Ed. 34, 2008.

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Uma perspectiva sobre a apropriação do patrimônio pela indústria cultural

Maurício Biscaia Veiga Mestrando em Estética e História da Arte

Universidade de São Paulo - MAC/ USP

RESUMO Este estudo tem como objetivo discutir questões a respeito da apropriação do patrimônio cultural pela indústria cultural na contemporaneidade, através do turismo. De um objeto que identifica uma localidade e deve, por isso, ser preservado, o patrimônio passa a ser também mercadoria, tendo, muitas vezes, seu valor histórico, artístico ou cultural transformado, prevalecendo um valor mercadológico. O turismo, inclusive, utiliza-se destes valores simbólicos para agregar valor a um determinado local. Paralela a essa apropriação do patrimônio, tem ocorrido nas últimas décadas uma presentificação do passado, por exemplo, na construção de monumentos e memoriais, criação de museus, filmes e novelas de época, livros trazendo novas visões sobre histórias do passado, etc. Esta proliferação de produtos memoriais também pode ser entendida como produto da indústria cultural, pois percebeu-se que rememorar o passado era uma atividade lucrativa, porque as pessoas identificam-se com o passado e com as memórias, uma vez que muitos acontecimentos históricos fazem também parte da história pessoal de cada indivíduo. Entretanto, como muitos destes produtos ligados à memória são direcionados às massas, eles acabam por não abordar aspectos históricos de maneira profunda e contextualizada, mas, geralmente, de forma anacrônica, com valores e pontos de vista da época em que foram produzidos e não da época referente aos acontecimentos retratados. Assim, a história e a memória tornam-se produtos para serem consumidos, mas produtos pasteurizados de fácil assimilação. Neste contexto, o patrimônio cultural também passa por esta pasteurização, sendo também transformado em produto para consumo. Diante desta massificação, podemos perceber o fenômeno da “cidade-espetáculo”, termo utilizado por autores como Fernanda Sánchez, que pode ser entendido como a transformação da cidade e de seus monumentos, assim como outros de seus atrativos culturais, em mercadorias. Assim, grandes obras e projetos são realizados na cidade para torná-la mais atrativa. Há, entre outros, dois tipos de intervenção recorrentes: primeiramente a transformação de um patrimônio já existente como, por exemplo, grandes projetos de restauração e revitalização de centros históricos, em que se dão novos usos e significados a construções antigas. Este processo, porém, acaba por tirar delas suas funções originais e as transforma numa espécie de cenário, para atender à nova função de atrativo turístico, ocorrendo, inclusive, a remoção da população local, ignorando a participação dos habitantes nativos como parte da história e da cultura. A este processo dá-se o nome de gentrificação, neologismo vindo do inglês (gentrification) que significa enobrecimento, ou seja, substituição de classes sociais mais baixas pelas classes médias ou altas. Outro problema deste tipo de intervenção é quanto à autenticidade do patrimônio, que é posta em dúvida, uma vez que ele sofre transformações tanto físicas como simbólicas. Também, um tipo de intervenção recorrente é a construção de novos edifícios destinados a serem atrativos turísticos, geralmente museus ou centros culturais, e que contam com arquitetura sofisticada ou de grande porte. Ou ainda a restauração de grandes edifícios para esse mesmo fim. Estes, embora, em muitos casos, sejam de iniciativa pública, também têm como alvo a mercantilização do espaço, o que acaba também por torná-lo elitista. Assim, há um outro lado das políticas patrimoniais além da preservação como instrumento de cidadania, não havendo, atualmente, como desvinculá-lo do mercado. Palavras-chave: Patrimônio cultural, memória, espetacularização do patrimônio

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2º Seminário de Práticas Leitoras

ÍNDICE

RESUMO – LEIVITURA - LEITURA VIVÊNCIA E ATITUDE ......................................... 24

PROJETO – ÔNIBUS DA LEITURA – BIBLIOTECA MÓVEL ....................................... 25

PROJETO PEDAGOGICO – ESPAÇO DA LEITURA ...LEITURA E ESPAÇOS ........... 31

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LEIVITURA - LEITURA VIVÊNCIA E ATITUDE

LUZIA RIBA HAMMES HILDA MADALENA WEBER DE ALMEIDA

RESUMO No decorrer dos últimos séculos o foco da educação tem sido a leitura. Pois, através dela temos a possibilidade de desenvolver a imaginação e conhecer lugares, desenvolver conhecimentos e inúmeras situações que só um leitor assíduo é capaz de enumerar. Se a leitura produz tantos efeitos benéficos, nos perguntamos, por que esta tarefa na maioria das escolas passou a ser apenas dos alunos? Porque nossos professores só lêem quando lhes é cobrado ou quando precisam desenvolver algum projeto. Sentimos que há muito o professor deixou de ser modelo para o seu aluno. Assim sendo, como procuramos tornar os nossos alunos leitores desenvolvemos vários projetos e momentos de leitura. Pretendemos assim, tornar nossos professores disseminadores deste hábito entre eles e seus familiares. Portanto, foi implantado entre os profissionais desta instituição de ensino (professores, equipe administrativa e agentes operacionais) o Projeto Bolsa de Leitura – “Leivitura”. A bolsa da leitura tem por objetivo principal criar o hábito da leitura em todos os membros desta instituição de ensino. Procede-se da seguinte forma: temos duas bolsas para os professores do 6° ao 9° ano, duas para os do 1° ao 5° ano, uma para a equipe administrativa e uma para os agentes operacionais. Esta bolsa permanece com um membro, durante uma semana e espera-se que neste espaço de tempo o mesmo leia o livro. Passando uma semana, a bolsa retorna para a escola e outra pessoa a levará para casa e desfrutará do livro da melhor forma possível. Para a semana seguinte é feito um novo sorteio e os livros colocados na bolsa não tem o título antecipado. Temos percebido maior entusiasmo em relação à leitura, e há a curiosidade da descoberta de novos livros, prática que tem fomentado o hábito da leitura entre os profissionais. Palavras-Chave: Leitura, Conhecimento, Prazer.

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GERÊNCIA DA UNIDADE DE GESTÃO DE ENSINO COORDENAÇÃO DE ENSINO

PROGRAMA ÔNIBUS DA LEITURA

PROFESSORAS: ELIETE TEREZINHA PHILIPPI HILDA MARIA GIRARDI MEDEIROS 1. Dados de Identificação: 1.1 Título: Ônibus da Leitura – Biblioteca Móvel 1.2 Promotores: Prefeitura Municipal de Joinville e Secretaria Municipal de Educação.

2. Descrição

2.1 Justificativa: Considerando que a escola prepara o cidadão para a vida em sociedade, no meio letrado, e que o equilíbrio entre autonomia escolar e educação de qualidade perpassa pelas relações de ajuda no meio acadêmico, favorecidas pelo ensino-aprendizado e as inúmeras histórias de mundo que o aluno vivencia; Considerando que há uma expectativa traduzida por objetivos, competências, resultados ou habilidades regidas ao longo de um ano letivo, destacando a meta de aprender a ler e o ato de ler para aprender; Considerando que é mister ampliar a prática leitora e inseri-la enquanto Projeto Curricular, difundindo-a em todas as instâncias disciplinares e espaços democráticos do saber; Considerando que nós, educadores, precisamos estar comungados com as reais possibilidades de atuação, modificação e transformação da realidade de nossos alunos, aliados ao avanço tecnológico e os recursos disponíveis de mídia e de mercado, para viabilizar a escola eficaz como centro de comunicação dialógica; Considerando que torna-se necessário reivindicar, sistematicamente, as capacidades de livre expressão dos educandos, permitindo-lhes alternativas prazerosas enquanto sujeitos leitores; é que essa missão-desafio se legitima, resultando numa iniciativa vinculada ao respaldo e a marca da Administração Municipal estendendo-se a todos os segmentos escolares e comunidade, comprometidos em transformar o ato de ler numa verdadeira ação cultural na cidade de Joinville e assim transformá-la na “Cidade dos Livros”.

2.2 Objetivos :

.Sensibilizar, difundir e favorecer a leitura nos espaços pedagógicos e comunitários, de modo especial nas escolas municipais rurais, permitindo que a

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linguagem seja um fator interativo, ampliando o repertório dos que leem e constroem a sua própria história cidadã. .Levar aos educandos e a comunidade o valor da leitura no aprendizado e na sua própria vivência, pois o que realmente se fixa na memória é o que se vive, e o que se vive precisa de emoção.

2.3 Metodologia

“Ônibus da Leitura” são dois ônibus adaptados e decorados pela Secretaria Municipal de Educação de Joinville, contando com um acervo aproximado de seiscentos títulos e que atendem 26 escolas municipais rurais e 5 escolas urbanas do 1º ao 5º ano que não possuem biblioteca escolar. Cerca de três mil crianças recebem a visita do ônibus da leitura e podem assim viver os sonhos, as aventuras, a magia e o encantamento que são proporcionadas pelos livros e por ótimas contações de histórias. Este Programa é coordenado pelas professoras Eliete Terezinha Philippi e Hilda Maria Girardi Medeiros que utilizam como recursos livros altamente selecionados, fantoches, objetos, aventais e também a música (violão e outros instrumentos musicais). O Programa teve início em 2003 e atualmente além das escolas rurais com o cronograma já estabelecido, atende-se também ofícios encaminhados por escolas urbanas, Centros de Educação Infantil(CEIS), Entidades Assistenciais e eventos realizados na cidade que envolvem a leitura como a Feira do Livro de Joinville .

RELATÓRIO DE AÇÕES REALIZADAS PELA BIBLIOTECA MÓVEL

As atividades desenvolvidas pelas professoras dos dois ônibus da leitura (Biblioteca Móvel) Eliete Terezinha Philippi e Hilda Maria Girardi Medeiros, tem por objetivo sensibilizar, difundir e favorecer a leitura nos recantos escolares, de modo particular, nas 27 escolas rurais, bem como a comunidade em geral. Permitindo assim, que a linguagem seja um fator interativo, ampliando o saber dos que lêem e constroem sua vida cidadã, fazendo de Joinville a cidade dos livros.

Ações realizadas em 2009

Foram 27 escolas rurais e quatro escolas urbanas (sem o agente de leitura) de 1ª a 4ª séries, com cerca de 2306 alunos, que quinzenalmente receberam a visita da Biblioteca Móvel, perfazendo um total de 9 visitas por escola, ao ano.

Foram 13 Centro de Educação Infantil (CEIS) visitados com cerca de 1800 crianças atendidas.

Mediante ofícios foram atendidas, oito escolas urbanas com 3000 alunos atendidos; e 7 instituições com um total de 930 pessoas.

Também participamos da Feira do Livro de Joinville, que ocorreu de 1º a 9 de abril, onde a Biblioteca Móvel recebeu um público estimado de 5000 pessoas.

Encontros de formação de leitores

Em 2009, coordenamos 8 encontros de formação, para os 60 mediadores de leitura que atuam nas bibliotecas escolares da rede municipal; os encontros tem como objetivo o entrosamento, a troca de experiências e informações

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relacionadas a área da leitura, bem como o bom funcionamento das bibliotecas escolares.

Participações

Participação na Comissão do Proler, na Univille e da Feira do Livro.

De 22 a 26 de junho na Mostra do Proler.

De 26 a 30 de outubro no XIII Encontro Regional do Proler.

Participação, como ministrantes da palestra, de Contação de Histórias, no evento Fundo do Milênio; para 60 professores dos CEIS da rede.

De 22 a 24 de junho no Abril Mundo (Prolij)

2ª Conferência Municipal de Cultura de 23 a 25 de outubro.

XIV Encontro Nacional do Proler, com o tema “Políticas Publicas de Livro e Leitura no Brasil”, de 23 a 27 de novembro (RJ).

Ações realizadas em 2010

Foram 175 visitas realizadas nas escolas rurais, atendendo a um total de 2500 alunos do 1º ao 5º ano, da rede.

Mediante oficio, foram atendidas 9 escolas urbanas, do 1º ao 5º ano e 3 instituições.

Foram 12 Centros de Educação Infantil (CEIS) visitados, no decorrer do ano.

Também participamos da Feira do Livro, que ocorreu de 7 a 17 de abril, onde atendemos aproximadamente um público de 6000 pessoas.

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Encontros de formação de leitores

Em 2010, coordenamos 7 encontros de formação, para os 60 mediadores de leitura que atuam nas bibliotecas escolares da rede municipal; os encontros tem como objetivo o entrosamento, a troca de experiências e informações relacionadas a área da leitura, bem como o bom funcionamento das bibliotecas escolares.

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Participações

Participação na Comissão do Proler, na Univille e da Feira do Livro.

De 8 a 10 de abril, na Mostra do Proler e Feira do Livro.

De 27 a 30 de setembro no XIV Encontro Regional do Proler.

Participação, como ministrantes da palestra, de Contação de Histórias, para os professores do Projovem.

De 17 e 18 no Abril Mundo (Prolij)

XV Encontro Nacional do Proler, com o tema “Proler e as Políticas Públicas: Caminhos da Cidadania”, de 22 a 26 de novembro (RJ).

Conferência estadual do Livro e da Leitura (Florianópolis). Ações de 2011, em andamento

No primeiro semestre, fizemos em média 4 visitas por escola, perfazendo aproximadamente 125 nas escolas rurais, e atendendo a um total de 2500 alunos do 1º ao 5º ano, da rede.

Mediante oficio, foram atendidas, 4 escolas: E.M. Vitor Meirelles, de Jaraguá do Sul E.M. Amador Aguiar E.M. Sadalla Amin Ghanem E.M. Pastor Hans Müller

E ainda mediante oficio, foram atendidos 4 Centros de Educação Infantil (CEIS), ao decorrer do primeiro semestre: CEI Raio de Sol II CEI Parque Guarani CEI Sigelfrid Poffo CEI Peter Pan

Lar Abdon Batista

CREAS – Bem Estar Social

Também participamos da Feira do Livro, que ocorreu de 1º a 10 de março, onde atendemos aproximadamente um público de 7000 pessoas.

Participação na festa do trabalho, da RIC Record – Expoville.

Reuniões com os mediadores de leitura: 18/03 – Mitra Diocesana de Joinville

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29/04 – Midas 19/08 – Midas

Reuniões da Comissão do PROLER

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CEI ESPAÇO DA CRIANÇA PROJETO PEDAGOGICO – ESPAÇO DA LEITURA... LEITURA E ESPAÇOS...

Solange Cararo da Silva e Aline Cristina Araujo dos Santos Bispo

PROBLEMATIZAÇÃO: Desenvolver um trabalho educativo com crianças de 0 a 5 anos, nos permite deparar a todo momento, no cotidiano desse espaço, com novos olhares docentes para o imaginário infantil, para seus desejos, seus interesses, incentivando elaborações próprias, fantasias, experimentações em seus tateios no mundo. O professor desequilibra-se a partir da escuta constante, em perceber formas tão peculiares de apreender o mundo já pronto. Diante das possibilidades de constantes interações entre o professor e crianças, crianças-crianças na Educação infantil, qual seria a função desse lugar? Quais práticas pedagógicas adequadas à escuta das vozes infantis, não tolhendo ou excluindo tamanha riqueza desse universo peculiar? JUSTIFICATIVA: A função da Educação Infantil além do atendimento e do cuidado, também se volta para a proposição de experiências educativas significativas, como um espaço que possibilita a ampliação das capacidades de comunicação e expressão da criança, bem como ajuda a criança a entender, interpretar e representar a realidade. Dentro os objetos do conhecimento temos a Linguagem Oral e Escrita. Quanto mais a criança puder falar em situações diferentes, como contar o que aconteceu em casa, dar um recado, explicar um jogo, pedir uma informação, ouvir e recontar uma história, mais poderá desenvolver suas capacidades comunicativas de maneira significativa. O contato com livros de histórias, textos, jornais, gravuras, contos, poemas, parlendas, trava-línguas levam as crianças a perceber a função social da escrita e os aspectos sonoros da linguagem, como ritmo e rimas, além de questões culturais e afetivas. A leitura e‟ um momento em que a criança pode conhecer a forma de viver, pensar, agir e o universo de valores, costumes e comportamentos de outras culturas situadas em outros tempos e lugares que não seu. A partir daí ela pode estabelecer relações com sua forma de pensar e o modo de ser do grupo social ao qual pertence. Ter acesso à literatura e dispor de informação cultural alimentam a imaginação. Surgindo então o projeto Espaço da leitura...leitura e espaços...para estimular na criança o prazer pela leitura, um processo ligado à participação em práticas sociais de leitura. OBJETIVOS: - Incentivar a leitura visual e o contato com diferentes livros; - Tornar a leitura um ato prazeroso; - Possibilitar a integração dos pais com os filhos através do projeto de leitura, para que se torne um hábito de família; - Propor a troca de livros entre as crianças; - Montar no CEI um espaço coletivo destinado a práticas de leitura; - Estimular a construção de cantos de leitura nas salas de aula; - Realizar passeios de estudos em outros espaços de leitura formalmente constituídos; - Criar espaços diferenciados para momentos de contação de histórias fora da sala de aula; - Participar de varal literário ;

Page 32: Anais de resumo 2011

ISBN - 978-85-87977-93-9

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- Fazer exposições de livros diversos; - Promover a feirinha de livros infantis para crianças e familiares; - Socializar o prazer da leitura levando os livros para serem também lidos em casa com a ajuda e participação dos pais ou outro familiar. METODOLOGIA: - A aplicação do projeto possibilitará que os alunos realizem um trabalho coletivo, no qual haja o envolvimento de todos em sala de aula, estimulando a integração e participação dos pais na vida escolar dos filhos; - Por meio de inúmeras atividades, os professores proporcionarão o contato com os livros e textos escritos. O material escrito será apresentado às crianças de forma a despertar a curiosidade das crianças; - Orientação quanto aos cuidados com os livros e com os textos escritos, pois registram ideias de alguém e podemos aprender com elas e nos divertir. - Com a ajuda dos pais e das crianças montar na sala de aula um espaço destinado aos livros, onde as crianças, sempre que quiserem, terão acesso a eles (tapete da leitura, estantes,almofadas,suporte de livros); - Através de sugestão dos professores a das crianças se escolherá um espaço destinado à leitura coletiva. Após a escolha, toda a equipe participará da adequação do espaço, deixando alegre, colorido e divertido; - A coordenação pedagógica juntamente com os professores realizará o empréstimo de livros para as crianças que os levarão em sacolas de pano (ecologicamente corretas), sendo estas decoradas pelas crianças. (Este item sugere a questão ecológica do reaproveitamento de sacolas plásticas as quais causam danos ao meio ambiente). - A família participará fazendo a ponte da oralidade com o que está escrito: lendo e interpretando as histórias para a criança, bem como preenchendo uma ficha de leitura que destaca o nome do livro, autor e ilustrador; - De tempos em tempos, num espaço aproximado de três meses, acontecerá a FEIRINHA DO LIVRO com representantes de editoras. As famílias serão comunicadas com antecedência do evento para que possam juntamente com a criança adquirir um livro ou uma coleção com preços acessíveis (R$ 1,00); - Com a colaboração dos pais se realizarão visitas programadas à Biblioteca Pública Municipal, à Biblioteca da Escola Municipal Amador Aguiar, à Feira do livro na Praça Nereu Ramos, à Livrarias Curitiba e Midas; - E assim, diferentes atividades estarão presentes no cotidiano da instituição oportunizando a criança e os familiares a se identificarem com o mundo dos livros. PERÍODO DE APLICAÇÃO: Este projeto se iniciou no ano de 2006, sendo que continua em pleno desenvolvimento em 2011, uma vez que toda essa experimentação se apresentou de forma positiva, tornando-se permanente e presente na dinâmica pedagógica das crianças. AVALIAÇÃO: Interesse das crianças e entusiasmo com as atividades do projeto, nas etapas de implantação e continuidade. O processo avaliativo das crianças, pais, professores, equipe técnico –pedagógica se tornou essencial, pois permitiu modificar, executar ajustes e planejamentos de novas situações.