anais da ix jornada de polÍticas pÚblicas (2011) - geppge/uem

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ANAIS DA IX JORNADA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO EDUCACIONAL "Educação do Campo: Um conceito em construção” Universidade Estadual de Maringá UEM Maringá - PR De 10 a 12 de novembro de 2011

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ANAIS DA IX JORNADA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO EDUCACIONAL - 2011 Educação do Campo: um conceito em construção

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ANAIS DA

IX JORNADA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO

EDUCACIONAL

"Educação do Campo: Um conceito em construção”

Universidade Estadual de Maringá – UEM

Maringá - PR

De 10 a 12 de novembro de 2011

Page 2: ANAIS DA IX JORNADA DE POLÍTICAS PÚBLICAS (2011) - GEPPGE/UEM

FICHA CATALOGRÁFICA

Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

(Biblioteca Central - UEM, Maringá – PR., Brasil) Jornada de Políticas Públicas e Gestão Educacional

(9. : 2011 nov. 10-12 nov. : Maringá, PR)

J82a Anais da IX Jornada de Políticas Públicas e Gestão

Educacional : Educação do campo : um conceito em

construção / editores Jani Alves da Silva Moreira,

Darlene Novacov Bogatschov, Maria Eunice França Volsi.

–- Maringá : UEM-DTP, 2011.

49 p.

Coordenação do evento: Rebeca Szczawlinska

Muceniekcs.

Comissão científica: Darlene Novacov Bogatschov,

Gesilaine Mucio Ferreira, Gislaine Aparecida Valadares

de Godoy, Irizelda Martins de Souza e Silva, Jani

Alves da Silva Moreira, Kiyomi Hirose, Maria Aparecida

Cecílio, Maria Eunice França Volsi.

ISSN 2237-6542

1. Educação – Congresso. 2. Educação no campo –

Políticas públicas – Congresso. 3. Políticas

educacionais - Brasil - Congresso. 4. Gestão

educacional – Políticas públicas. I. Muceniekcs,

Rebeca Szczawlinska, coord. II. Universidade Estadual

de Maringá. Departamento de Teoria e Prática da

Educação. III. Título: IX Jornada de Políticas

Públicas e Gestão Educacional. IV. Título: Educação do

campo : um conceito em construção. V. Título.

CDD 22. ed. 370.91734

GVS-000110

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ÍNDICE

1. APRESENTAÇÃO ................................................................................. 04

2. PROGRAMAÇÃO .................................................................................. 05

3. ORGANIZAÇÃO .................................................................................... 06

4. RESUMOS – APRESENTAÇÃO DE PÔSTER ..................................... 08

5. RESUMOS – TRABALHOS DESENVOLVIDOS PELO GEPPGE ......... 34

Page 4: ANAIS DA IX JORNADA DE POLÍTICAS PÚBLICAS (2011) - GEPPGE/UEM

APRESENTAÇÃO

Esta publicação refere-se aos Anais da IX Jornada de Políticas

Públicas e Gestão Educacional, realizado entre os dias 10 e 12 de novembro

de 2011, em Maringá, no Bloco I12 da Universidade Estadual de Maringá, por

iniciativa do Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Públicas e Gestão

Educacional – G.E.P.P.G.E. e da Escola Milton Santos de Educação do

Campo.

O evento teve como tema central "A Educação do Campo: um conceito

em construção”, o qual foi abordado na palestra de abertura a temática

Realidade do Campo e no segundo dia abordou-se sobre a temática As

diversas concepções de educação no e do campo na contemporaneidade.

A coordenação da IX Jornada, dentre várias possibilidades de

divulgação dos resultados, optou apresentar em Anais Eletrônico os resumos

dos Pôsteres apresentados no evento, bem como, divulgar no mesmo

documento os resumos das pesquisas e produções do Grupo de Estudo

GEPPGE ao longo desses 09 anos de existência.

Comissão Científica

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PROGRAMAÇAO

10/11 (Quinta-feira)

19h30 - Abertura da Jornada 19h40 - Mística - Escola Milton Santos de Educação no Campo

20h - Palestrante: Gilmar Mauro - Líder nacional do MST

11/11 (Sexta-feira) 18h - Exposição de pôsteres Exposição de Fotos

19h30 - Mística - Escola de Agroecologia Milton Santos 19h45 - Palestrante: Profa. Liliam Faria Porto Borges - Unioeste Campus

Cascavel

12/11 (Sábado) 8h - Saída da UEM para aula monitorada na Escola Milton Santos de Educação

no Campo 9h - Teatro: O Auto dos 99

10h - Esquete apresentada pelos alunos do Programa de Pós-graduação em Educação da UEM

10h30 - Mística e diálogo 12h - Almoço e despedida

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ORGANIZAÇÃO

Promoção e Realização:

Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Públicas e Gestão Educacional – G.E.P.P.G.E.

UEM - Universidade Estadual de Maringá

Pró-Reitoria de Ensino

Departamento de Teoria e Prática da Educação

Escola Milton Santos de Educação do Campo

Coordenação:

Rebeca Szczawlinska Muceniecks

Comissão Organizadora:

Ana Paula Rosa da Silva Bruno da Silva Vale Bruna França Volsi

Caroline Mari de Oliveira Dominique Michèle Guhur Periotto

Evanir Cuaio Frascarelli Kethlen Leite Moura

Nilciney Toná Elias Canuto Brandão

Irizelda Martins de Souza e Silva Maria Aparecida Cecílio

Darlene Novacov Bogatschov Gesilaine Mucio Ferreira

Gislaine Aparecida Valadares de Godoy Jani Alves da Silva Moreira

Kiyomi Hirose Lisete Pereira Alves de Lima

Maria Eunice França Volsi

Sula Andressa Engelmann

Comissão Científica:

Darlene Novacov Bogatschov Gesilaine Mucio Ferreira

Gislaine Valadares de Godoy Irizelda Martins de Souza e Silva

Jani Alves da Silva Moreira Kiyomi Hirose

Maria Aparecida Cecílio

Maria Eunice França Volsi

Editores:

Jani Alves da Silva Moreira Darlene Novacov Bogatschov

Maria Eunice França Volsi

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IX JORNADA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO EDUCACIONAL – UEM – 2011 Maringá-PR

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Revisora Técnica:

Luciana Miriam Pires

Agência Financiadora:

Fundação Araucária

Apoio:

Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes

Pró-Reitoria de Ensino

Programa de Pós-Graduação em Educação

Departamento de Teoria e Prática da Educação

Departamento de Fundamentos da Educação

Laboratório de Apoio Pedagógico

Apoio Técnico:

Beatriz Cavalcante

Heliana da Silva

Maria Toloy Soldan

Mércia Sueli de Barros Oliveira Sanches

Rodrigo de Araújo Alves

Page 8: ANAIS DA IX JORNADA DE POLÍTICAS PÚBLICAS (2011) - GEPPGE/UEM

TRABALHOS PARA APRESENTAÇÃO DE PÔSTER

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IX JORNADA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO EDUCACIONAL – UEM – 2011 Maringá-PR

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POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO BRASIL E A INFLUÊNCIA DO INSTITUTO

INTERNACIONAL DE PLANEJAMENTO DA EDUCAÇÃO (IIPE)1

Ana Paula Rosa da Silva (UEM)2 Jani Alves da Silva Moreira (DTP/UEM)3 Maria Eunice França Volsi (DTP/UEM)4

RESUMO: A pesquisa em questão tem como objetivo investigar as influências do Instituto Internacional de Planejamento da Educação (IIPE) no que se refere a uma agenda política para financiamento da educação no Brasil a partir de 1998 a 2010. Deste modo, este estudo centra-se na compreensão da relação de gestão e o financiamento da educação no Brasil, compreendendo o processo de elaboração de políticas para o financiamento num período de transformações históricas, principalmente no que predominou a formulação de políticas de ajustes neoliberais em 1990. A análise do conteúdo desenvolve-se por meio de documentos de caráter teórico-bibliográfico, que são fontes que discutem a respeito da educação, as influências do neoliberalismo para a formulação de políticas, o papel do Estado para com a sociedade, assim como também averiguar as orientações do IIPE para o financiamento da educação no Brasil, com o intuito de promover uma educação de qualidade para todos. A pesquisa torna-se relevante por analisar criticamente as orientações políticas para o financiamento da educação propaladas pelo IIPE, contribuindo para a compreensão do contexto educacional atual brasileiro no que diz respeito ao tema, políticas públicas, financiamento e gestão educacional. Portanto, ao buscar explicações sobre o quadro situacional que a América Latina, em especial o Brasil se encontra, obtém breves conclusões de que o mercado financeiro move a educação e não o contrário, e que o Estado exerce um papel articulador entre mercado capitalista e educação/sociedade, pois emprega maiores propósitos para o capitalismo ao ponto que, exerce o mínimo para a educação. Palavras-chave: Educação; Financiamento; IIPE

1 Esse texto é resultado parcial da pesquisa de iniciação científica (PIC) intitulada O Instituto

Internacional de Planejamento da Educação (IIPE) e suas orientações para a política educacional brasileira, sob orientação da Prof. Ms. Jani Alves da Silva Moreira (UEM/DTP) e co-orientação da Profª Ms. Maria Eunice França Volsi (UEM/DTP) 2 E-mail: [email protected]

3 E-mail: [email protected]

4 E-mail: [email protected]

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IX JORNADA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO EDUCACIONAL – UEM – 2011 Maringá-PR

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COMUNIDADES QUILOMBOLAS NO PARANÁ: PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO E PRÁTICAS CORPORAIS RECORRENTES1

Thaís Godoi de Souza (PPE/UEM/Bolsista CAPES)2

Larissa Michelle Lara (PEF/UEM)3

RESUMO: A presente pesquisa analisou a produção de conhecimento sobre comunidades quilombolas no Paraná, identificando seu conteúdo e, especialmente, se as práticas corporais recorrentes aparecem como temas nessas investigações e de que forma elas são apresentadas. Para tanto, foi necessário, por meio de incursões teóricas, mapear os estudos realizados sobre quilombolas no Paraná, identificando categorias presentes nesses estudos, bem como selecionando as produções teóricas que contemplassem a categoria “práticas corporais”. Na investigação, foram encontradas 17 produções científicas sobre quilombolas, relacionadas às áreas de ciências humanas, agrárias e da saúde, sendo apenas duas delas voltados às práticas corporais, com abordagem da dança e cultura afrodescendente. Tais dados demonstram a carência de estudos realizados sobre essas comunidades pela Educação Física, atentando para a necessidade de novas investigações que percebam como essas comunidades produzem cultura e reafirmam suas práticas corporais. Palavras-chave: Quilombola; Práticas corporais; Paraná

1 Esta pesquisa é derivada de PIBIQ, fomentada pela Fundação Araucária/CNPq.

2 E-mail: [email protected]

3 E-mail: [email protected]

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IX JORNADA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO EDUCACIONAL – UEM – 2011 Maringá-PR

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O TRABALHO PRECOCE E A EDUCAÇÃO NO BRASIL: COMO COMPREENDER O DIREITO A EDUCAÇÃO DO CAMPO COMO POLÍTICA

DE ESTADO?1

Kethlen Leite de Moura (PPE/UEM/Bolsista CAPES)2 Caroline Mari de Oliveira (PPE/UEM/Bolsista CAPES)3

Maria Aparecida Cecílio (DTP/UEM)4 Irizelda Martins de Souza e Silva (DTP/UEM)5

RESUMO: O presente resumo é parte do resultado do Projeto de Iniciação Científica, tendo como principal objeto de estudo a Educação do Campo como direito infanto-juvenil, objetivando a investigação de fontes que respondam à necessidade de compreensão da Educação do e no Campo, como política de Estado no Brasil a partir da década de 1990. O estudo e análise das políticas educacionais vinculadas ao meio acadêmico identificaram os traços que marcam a Educação do Campo, acoplada aos conceitos do espaço urbano. A Educação do e no Campo, na visão do Estado, ainda é objeto de „adaptação‟ da escola urbana. A temática aqui apresentada como elemento de investigação tem conquistado o espaço educacional brasileiro na discussão de políticas de Estado. Nesse processo, um dos objetivos que nos conduz à sistematização de nossa compreensão sobre o encontro campo e cidade para garantia do direito à infância e à adolescência é a erradicação do trabalho precoce. Nesse caminho de análise, apreendemos que, para os espaços de discussões sejam abertos, é necessário uma ação coletiva para o combate ao trabalho penoso na efetivação dos direitos infanto-juvenis. O trabalho precoce é uma das maneiras mais bárbaras de exclusão social e envolve complexas relações políticas, econômicas e sociais, consentindo com a falta de educação e cultura mantendo a pobreza nesses espaços sociais. Observou-se que no Brasil existem ações na orientação legal que visam, principalmente, agir sobre dificuldades de vivência plena de seus principais direitos. Diante desse fato, direcionamos nosso estudo à compreensão dos sujeitos que vivem no campo e na viabilização de políticas educacionais para a sociedade campesina prevista nas legislações que amparam a Educação do Campo no Brasil. Palavras-chave: Direitos infanto-juvenis; Educação do e no Campo; Políticas Públicas

1 Este trabalho é uma versão do Projeto de Iniciação Científica (PIC).

2 E-mail: [email protected]

3 E-mail: [email protected]

4 E-mail: [email protected]

5 E-mail: [email protected]

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IX JORNADA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO EDUCACIONAL – UEM – 2011 Maringá-PR

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POLÍTICAS EDUCACIONAIS PARA EDUCAÇÃO NO PERÍODO COLONIAL

(1500-1822)

Rafaela Vendrametto Granzotti (UEM)1 Jaqueline Campos Lopes Ferreira (UEM)2

Jani Alves da Silva Moreira (DTP/UEM)3 RESUMO: O objetivo deste trabalho foi discutir a educação no Brasil durante o período colonial (1500-1822), focando principalmente no trabalho dos jesuítas durante o período citado. A metodologia utilizada para a elaboração do texto baseou-se em análises bibliográficas. As reflexões propostas foram resultado de estudos realizados durante a disciplina de Políticas Públicas e Gestão Educacional no curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, no segundo semestre de 2011, ministrada pela professora Jani Moreira Alves da Silva. A educação no período colonial foi organizada sobretudo pelos padres da Companhia de Jesus, os jesuítas. Os jesuítas tiveram grande influência na dinâmica colonial durante o período em que estiveram no Brasil. Vieram com o objetivo de evangelizar os índios e os colonos, por meio de aldeamentos e colégios. Nas aldeias, os índios eram catequizados e protegidos das influências externas e da escravização. Nos colégios, os filhos dos colonos eram educados com uma mescla de valores medievais e modernos, utilizando o método do Ratio Studiorum. Os padres também eram ativos na economia da Colônia, possuindo bens e terras e participando de ciclos econômicos como a exploração dos gêneros nativos da Amazônia. Concluiu-se que os padres jesuítas foram agentes ativos na colonização do Brasil, constituindo um elemento homogeneizador na sociedade colonial e trazendo pela primeira vez a educação à Colônia. Palavras-chave: Jesuítas; Colônia; Políticas Educacionais

1 Email: [email protected] Ciências biológicas 2 Email: [email protected]

3 Email: [email protected]

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REFLEXÕES SOBRE AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO PERÍODO IMPERIAL E NO IMPÉRIO BRASILEIRO: TENTATIVAS DE REFORMAS NO

ENSINO

Rafaela Vendrametto Granzotti (UEM)1 Jaqueline Campos Lopes Ferreira (UEM)2

Jani Alves da Silva Moreira (DTP/UEM)3 RESUMO: O objetivo deste trabalho é discutir as características da educação brasileira no período anterior à Independência no Brasil (1579-1822) e também no período imperial (1822-1889). Analisa-se os fatos ocorridos durante essa fase que tiveram significativa influência na educação. A metodologia utilizada na elaboração deste artigo baseia-se na análise de fontes bibliográficas. As reflexões propostas foram resultado de estudos realizados durante a disciplina de Políticas Públicas e Gestão Educacional no curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, no segundo semestre de 2011, ministrada pela professora Jani Moreira Alves da Silva. Com a expulsão dos padres jesuítas do Brasil, o Marquês de Pombal implementou nas Colônias portuguesas as Reformas Pombalinas, com o objetivo de tirar Portugal do atraso econômico, inaugurando a educação laica no Brasil. No Primeiro Reinado, D. Pedro I promulgou a primeira Constituição brasileira, colocando a educação primária como gratuita para todos os cidadãos. Em 1834, durante o período regencial, foi aprovado o Ato Adicional, que define o poder de legislar sobre a educação um direito e dever de cada Província, fragmentando o sistema educacional brasileiro. Por fim, no Segundo Reinado, são propostas a Reforma Couto Ferraz e a Reforma Leôncio de Carvalho, com o intuito de organizar a educação. Concluiu-se, analisando os fatos citados, que no período mencionado há grande fomentação de ideias para melhorar o sistema educacional brasileiro, pouco delas, porém, com resultados efetivos. Além disso, notou-se que a educação brasileira era também influenciada pelas políticas econômicas vigentes no período. Palavras-chave: Império Brasileiro; Políticas Públicas; Reformas

1 Email: [email protected] 2 Email: [email protected]

3 Email: [email protected]

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IX JORNADA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO EDUCACIONAL – UEM – 2011 Maringá-PR

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A POLÍTICA DE FINANCIAMENTO E GESTÃO DA EDUCAÇÃO NO CAMPO: UMA EXPERIÊNCIA NO ASSENTAMENTO PONTAL DO TIGRE – PR1

Sula Andressa Engelmann (UEM)2

Jani Alves da Silva Moreira (DTP/UEM)3 Maria Eunice França Volsi (DTP/UEM)4

RESUMO: A pesquisa teve como objetivo analisar historicamente a educação desenvolvida no assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Pontal Tigre – PR, desde sua implantação até a atualidade (1988-2010). O foco desse estudo está na compreensão sobre a política de financiamento e gestão da educação proposta e desenvolvida na educação no campo, especificamente no que tange a implantação das escolas deste assentamento. Para tal proposto escolhemos o caso em questão com o intuito de explanar teoricamente o percurso histórico do MST, a sua trajetória de luta e de ocupação da Fazenda 29 conhecida hoje como “Assentamento Pontal do Tigre” e também, sobre as políticas que lutam pela não-efetivação desse movimento, tais como as políticas neoliberais no contexto da sociedade capitalista monopolista. A análise concentra-se na experiência de duas escolas do campo, denominadas Escola 01 e Escola 02. Utilizamos para tanto, uma abordagem de cunho teórico que constituiu-se na análise crítica das fontes bibliográficas e documentais, que abordam a questão central deste trabalho, propondo assim a ampliação do debate no âmbito da educação no campo. Palavras-chave: Educação no e do campo; Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Financiamento e Gestão da Educação.

1 Projeto de Iniciação Científica - PIC

2 E–mail: [email protected]

3 E–mail: [email protected]

4 E–mail: [email protected]

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PROJETO DE EXTENSÃO: INCLUSÃO DIGITAL PARA PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS

Renata Pedroso Leonel (UEM)1

Fernanda Giacopini Ramos (UEM)2 Maria Eunice França Volsi (DTP/UEM)3

RESUMO: O projeto de extensão “Inclusão digital para pessoas com necessidades educativas especiais” tem como objetivo promover a inclusão social e digital de grupos historicamente excluídos pela sociedade. Trata-se das pessoas com necessidades educativas especiais e seus familiares. O projeto criado em 2006 faz parte das atividades do Programa Museu Dinâmico Interdisciplinar – PROMUD e acontece no laboratório de informática do referido museu. Atualmente participam do projeto adolescentes, jovens, adultos e idosos com necessidades especiais, bem como alguns familiares que os acompanham. Os conteúdos trabalhados são informações básicas que possam viabilizar o uso dos recursos da informática, como: manuseio de computadores; conhecimento básicos do Word, Power Point, Paint e acesso a internet. Na operacionalização do projeto trabalham acadêmicas do curso de pedagogia e letras da Universidade Estadual de Maringá. Nesse sentido, o projeto tem contribuído com a formação de profissionais da educação, pois, tanto a formação inicial do pedagogo como a do licenciado em Letras, deve contemplar atividades relativas à inclusão de pessoas com necessidades educativas especiais (PNEE) em diferentes espaços educativos escolares e não-escolares. Além das atividades desenvolvidas diretamente com o público alvo do projeto, são realizados estudos e pesquisas na área de inclusão digital para pessoas com necessidades especiais. Os estudos consistem na leitura de livros, artigos, leis e documentos que abordam a temática em questão, sendo assim, objeto de pesquisa para acadêmicas e professoras. Passível de renovação, anualmente são acrescentadas atividades tanto para os alunos do projeto, como para os acadêmicos nele envolvidos. Com base na abrangência e dinâmica do projeto entendemos que o mesmo se constitui em importante espaço de inclusão social para a comunidade, bem como de formação para acadêmicos dos cursos de licenciatura. Palavras-chave: Inclusão digital; Inclusão social; Necessidades educativas especiais

1 E-mail: [email protected]

2 E-mail: [email protected]

3 E-mail: [email protected]

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IX JORNADA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO EDUCACIONAL – UEM – 2011 Maringá-PR

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ESCOLA ITINERANTE: UMA ANÁLISE PARA ALÉM DA SALA DE AULA

Pós-graduandos da disciplina Tópicos Especiais em Educação1

Universidade Estadual de Maringá

RESUMO: A disciplina Tópicos Especiais em Educação: Políticas e Gestão da Educação do e no Campo no Brasil do Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá (UEM) tem o objetivo de analisar as políticas educacionais e formas de gestão das práticas educativas do e no campo ampliando fontes de investigação para pesquisadores da educação. A fim de observarmos a prática pedagógica e formas de gestão de uma escola do campo, realizamos uma visita à Escola Itinerante Carlos Marighella no Acampamento Elias Gonçalves de Meura, em Planaltina do Paraná/PR. Para entender a práxis da escola itinerante é necessário contextualizá-la à criação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em 1984, como uma organização coletiva e institucional que luta por um projeto de desenvolvimento do campo, o qual inclui na pauta de lutas sociais articuladas a Reforma Agrária a Educação do e no Campo. Nesse contexto, surgem as Escolas Itinerantes, que foram oficializadas em 1996 com amparo legal do Conselho Estadual de Educação e respaldada na Pedagogia do MST. A Escola Itinerante nasceu das necessidades e da luta dos acampados por direitos sociais no campo. Sua gênese pauta-se em uma proposta pedagógica que atenda às crianças, aos adolescentes e aos jovens dos acampamentos sem-terra. O grupo formado pelos alunos da disciplina elaborou um roteiro coletivo, com as indagações acerca do funcionamento da escola a ser visitada. A visita e o relato de experiência vivenciado no campo de observação contemplaram questões como: documentação da Escola Itinerante e dos alunos através do acompanhamento da Escola-Base “Colégio Estadual Iraci Salete Strozak”, formação de professores, metodologia de trabalho, organização curricular, avaliação e proposta pedagógica. Além desses aspectos foi observado a estrutura física da Escola (direção, cozinha, salas de aula, etc.). A estrutura da escola foi montada pelos próprios acampados coletivamente, inclusive bancos e mesas das salas de aula. A proposta de Educação do e no Campo do MST valoriza o diálogo e a problematização da conjuntura política, econômica, social e educacional na elaboração dos princípios pedagógicos com base na prática social dos sujeitos e o fortalecimento da identidade sem-terra. A Escola Itinerante nos acampamentos está organizada em ciclos de formação humana com objetivos e conteúdos próprios considerando e respeitando os conhecimentos produzidos historicamente pela humanidade. A Escola Itinerante possui seus objetivos bem definidos e uma pedagogia que prepara criticamente os educandos para o convívio nos acampamentos sabendo o valor do partilhar, da vida com responsabilidades e do papel do cidadão. Nos ciclos de formação humana os educandos aprendem a história

1 Trabalho coletivo realizado na disciplina de Tópicos Especiais em Educação: Políticas e

Gestão da Educação do e no Campo no Brasil do Programa de Pós Graduação em Educação/UEM, ministrada pelas Profª. Drª. Maria Aparecida Cecílio e Profª. Drª. Irizelda Martins de Souza e Silva. Pós-graduandos da disciplina: Caroline Mari de Oliveira; Daiane Letícia Boiago; Kethlen Leite de Moura; Rozenilda Luz de Oliveira Matos; Joziane Alves dos Santos; Vania Catarina dos Santos; Evanir Cuaio Frascarelli; Tais Reis Leal Murta; Reginaldo Peixoto; Arthur Walfrido Sperandio Furtado.

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IX JORNADA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO EDUCACIONAL – UEM – 2011 Maringá-PR

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das lutas daqueles que se sacrificaram contra as injustiças e desigualdades sociais geradas pela lógica capitalista, sendo uma das consequências: a perda da terra. A Escola Itinerante é um exemplo de resistência. Apesar dos avanços não acontecerem de forma rápida, cada conquista é comemorada por todos que partilham do mesmo ideal, principalmente o ideal de que a educação acontece onde o ser humano está para além das estruturas físicas de uma escola. Dessa forma a educação acompanha o ser social e com ele obtém significado. Palavras-chaves: Educação do e no Campo; Escola Itinerante; Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST)

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IX JORNADA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO EDUCACIONAL – UEM – 2011 Maringá-PR

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POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS BRASILEIRAS PARA A INFÂNCIA:

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O FINAL DO SÉCULO XX

Viviane Aparecida Nogueira1 Maria Eunice França Volsi (DTP/UEM)2

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo abordar as políticas públicas para educação infantil nos anos finais do século XX, a fim de tecer algumas considerações sobre o direito da criança a educação no Brasil. Para tanto, destaca o contexto político e econômico no qual foram forjadas tais políticas de atendimento as crianças de 0 a 5 anos, considerando a importância do cuidar e educar e sua indissiociabilidade durante a permanência da criança na educação infantil. No final da década de 1980, mais precisamente a partir da década de 1990 a crianças passa a ser o foco das atenções no âmbito das políticas públicas, no entanto, a produção de leis e documentos evidencia apenas o discurso da importância da educação nessa faixa etária, pois observa-se a ausência de investimentos para garantir de fato, o direito a educação a todas as crianças. O postulado da criança concebida como sujeito de direito, bem como, da educação infantil como primeira etapa da educação básica não lograram o êxito esperado devido a insuficiência de recursos destinados pelo poder público. A análise dessa questão apresenta-se como necessária na formação de professores para que os mesmos compreendam que não basta apenas determinações legais para a infância, é preciso muito mais para que de fato tenhamos garantido a efetivação do direito a educação a todas as crianças no Brasil. Palavras–Chaves: Estado; Políticas; Infância

1 E-mail: [email protected]

2 E-mail: [email protected]

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IX JORNADA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO EDUCACIONAL – UEM – 2011 Maringá-PR

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A RELAÇÃO PÚBLICO E PRIVADO NAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS

PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA NA ATUALIDADE BRASILEIRA: PRIMEIRAS APROXIMAÇÕES1

Bruno Silva do Vale (UEM)2

Jani Alves da Silva Moreira (DTP/UEM)3 RESUMO: Esta pesquisa de iniciação científica tem como objetivo compreender sobre a relação público e privado na educação básica no Brasil. O recorte temporal para tal estudo se dá a partir da década de 1990, momento de intensa presença dos organismos internacionais do Sistema ONU (Organização das Nações Unidas) na configuração das políticas educacionais nacionais. Em decorrência das transformações produtivas do capital, o Brasil nesse período de globalização da economia, estabeleceu uma reforma da administração pública no aparelho do Estado na qual as medidas adotadas influenciaram as políticas educacionais por meio das orientações de cunho neoliberal, com ênfase no mercado, que sob um viés economicista encaminhou a educação sob responsabilidade da Terceira Via e o Estado tornou-se mínimo para a área social e máximo para o mercado. A metodologia empregada para tal estudo é de cunho teórico e o método de análise considera que para compreensão da totalidade o objeto da pesquisa deverá ser compreendido no tempo e espaço, na materialidade histórica. Palavras-chave: Público; Privado; Educação

1 Pesquisa de Iniciação Científica (PIC) 2 E-mail: [email protected]

3 E-mail: [email protected]

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IX JORNADA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO EDUCACIONAL – UEM – 2011 Maringá-PR

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REFLEXÕES ACERCA DA RELAÇÃO PRÁTICA E TEORIA NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL EM AGROECOLOGIA NO MST

Aparecida do Carmo Lima (EMS/MST)1

Dominique Michèle Perioto Guhur (EMS/MST)2 Nilciney Toná (EMS/MST)3

RESUMO: Desde 2002, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Estado do Paraná (MST/PR) tem desencadeado ações para consolidar práticas educativas em Agroecologia visando a formação política e técnica dos Sujeitos Sem Terra. Ao longo desse período, os Centros/Escolas do MST/PR têm enfrentado o desafio de construir estratégias pedagógicas que tratem da especificidade da formação em Agroecologia. Objetiva-se, neste estudo, apresentar algumas reflexões acerca da relação prática e teoria nesse processo, a partir de pesquisas já concluídas. Enquanto intencionalidade pedagógica específica da formação em agroecologia, a relação teoria e prática está na base da matriz pedagógica Capacitação e de um conjunto de estratégias metodológicas orientadas pela Concepção de Técnico Pesquisador: a Inserção nas Unidades de Produção Agroecológicas (UPAs), o Diálogo de Saberes, no encontro de culturas e o Trabalho de Conclusão de Curso. Depreende-se que a construção da relação entre prática e teoria precisa estar embasada nas necessidades da produção material da vida. E que se trata de possibilitar um fazer que busque integrar concepção e execução, fazer historicamente negado com o aprofundamento da divisão do trabalho. Palavras-chave: Educação Profissional; Agroecologia; MST

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A ESCOLA MILTON SANTOS DE EDUCAÇÃO DO CAMPO

Dominique Michèle Perioto Guhur (EMS/MST)1

Aparecida do Carmo Lima (EMS/MST)2 Nilciney Toná (MST/PR)3

RESUMO: A Escola Milton Santos-EMS é um centro de Educação do Campo criado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra-MST em 2002, no município de Maringá-PR. Busca-se apresentar a escola, explicitando sua origem, objetivos, concepção, forma de organização, e as principais atividades desenvolvidas. A EMS foi fundada como parte do esforço do MST por criar as condições materiais de implementação da agroecologia nos assentamentos e acampamentos, e também no esforço de conquistar espaços para a luta da Reforma Agrária e por uma transformação social mais ampla. Seu Projeto Político e Pedagógico está embasado na Teoria da Organização, nas Normas Gerais do MST e no Método Pedagógico sistematizado pelo Instituto de Educação Josué de Castro-IEJC, e se organiza em torno de quatro eixos fundamentais: o estudo, o trabalho produtivo, a organicidade (estrutura organizativa) e a convivência. A partir deles, a proposta pedagógica da EMS se orienta pelos seguintes elementos metodológicos: regime de alternância; trabalho como elemento pedagógico fundamental; formação integrada ao processo de produção; organização dos tempos educativos; organização de coletivos; relação escola e comunidade como elemento estratégico; e qualificação aliada à escolarização e à formação política. Para atingir seus objetivos, a escola oferece o Curso Técnico em Agroecologia desde 2003, em parceria com o Instituto Federal do Paraná-IFPR, com recursos do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária-PRONERA, nas modalidades: Pós-médio; Integrado ao ensino médio; e Integrado ao Ensino Médio/Educação de Jovens e Adultos. Formaram-se já três turmas, num total de 60 educandos, havendo atualmente uma quarta turma em andamento, com 29 educandos. São regularmente oferecidos cursos não-formais em diversas áreas, além de eventos diversos, promovidos por Movimentos Sociais Populares, partidos políticos de esquerda e outras organizações. O trabalho é organizado em setores, sendo atualmente quatro: setor administrativo, setor de produção, setor de infraestrutura e setor pedagógico.Na área da produção, destacam-se a horta agroecológica, a produção de leite a pasto, a produção de mudas de alto porte e o emprego de tecnologias para uso de fontes renováveis de energia. Palavras-chave: Educação do Campo; MST; Agroecologia.

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POLÍTICAS EDUCACIONAIS PARA ADOLESCENTES EM CUMPRIMENTO

DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS DE PRIVAÇÃO DE LIBERDADE NO ESTADO DO PARANÁ

Maria Nilvane Zanella (UFPR)1

RESUMO: O referido estudo monográfico apresenta uma reflexão sobre a trajetória escolar do adolescente em situação de conflito com a lei, em especial quando em cumprimento de medida socioeducativa de internação no Estado do Paraná. A pesquisa reproduz a compilação de dados de uma pesquisa qualitativa, de cunho bibliográfico e documental. A análise histórica relata a difícil inserção dos adolescentes na escola durante e após o cumprimento da medida socioeducativa e também, a complicada gestão do Programa de Educação nas Unidades Socioeducativas (PROEDUSE) no âmbito das Secretarias Estaduais e da legislação vigente desvelando as nuances do atendimento escolar do adolescente privado de liberdade no Estado. O estudo referencia a pesquisa de monografia de conclusão do Curso de Especialização em Gestão em Centros de Socioeducação da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Trata-se de uma pesquisa documental que realiza um recorte histórico entre 1993 – quando por meio de um acordo especial de amparo técnico, formulado entre a Secretaria de Justiça (SEJU) e a Secretaria de Estado da Educação (SEED) foi disponibilizado o acesso a educação escolar para os adolescentes aprendidos nas Unidades Sociais Oficiais em atendimento à legislação vigente promulgada em 1990 – e o momento de implantação do Programa Proeduse, instituído em 2005. Além da trajetória, pautada por documentos institucionais a pesquisa apresenta as contradições de um programa de governo que evidencia pouco sucesso no retorno dos adolescentes às escolas da rede de ensino, posterior ao seu desinternamento. A pesquisa caracteriza-se por uma abordagem qualitativa, de cunho bibliográfico envolvendo fontes documentais que incluem programas de governo, relatórios, leis e propostas pedagógicas que instrumentalizam a escolarização dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa em nível estadual. Palavras-chave: Adolescente; Escolarização; Privação de liberdade.

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O SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA (SAEB) NO BRASIL:

DIRETRIZES POLÍTICAS E O PAPEL DO ESTADO

Talita Ruy Matsuo (UEM)1 Jani Alves da Silva Moreira (DTP/UEM)2

Resumo: O Presente trabalho tem por objetivo analisar o papel do Estado na configuração das políticas para as diretrizes do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB). Priorizou-se as análises dessa política de avaliação no Ensino Fundamental. As discussões aqui apresentadas são fruto de uma pesquisa de final de curso de graduação em Pedagogia na Universidade Estadual de Maringá (2009-2010), intitulada “Uma Análise das Políticas Públicas Educacionais do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) no Ensino Fundamental”. A pesquisa refere-se a uma análise bibliográfica e a metodologia utilizada teve como pressuposto teórico o Materialismo Histórico, na qual se compreende a política de avaliação da educação no Brasil e as determinações que envolve a compreensão da totalidade histórica da atual fase do capitalismo. Os resultados apontam que a educação como direito passa a ser vista como mercadoria, sendo administrada pela lógica produtivista e sob pressupostos de padrões diferenciados de qualidade de ensino. Observou-se que o Estado sempre exerceu a centralização da avaliação da educação tendo para isso motivos diferentes no decorrer da história. No final da década de 1980 e começo de 1990, os motivos pelos quais o Estado exerceu o papel de avaliador da educação básica, se adequaram a doutrina neoliberal, com vistas à busca da eficiência e qualidade via lógica econômica. Constata-se que as diretrizes políticas da avaliação da educação básica, formuladas pelo Estado, não se enquadram à realidade, devido ao papel de Estado mínimo na área educacional, transpassou-se esse dever para a escola, restando ao Estado a função de regular os requisitos propostos pelo mercado e agências internacionais. Palavras-chave: Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb); Estado; Políticas Educacionais.

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PROGRAMA PROJOVEM CAMPO – SABERES DA TERRA: CAPITAL

SOCIAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL A PARTIR DA QUALIFICAÇÃO SOCIAL E PROFISSIONAL DO JOVEM DO CAMPO1

Darlene Novacov Bogatschov (DFE/UEM)2

Gesilaine Mucio Ferreira (DFE/UEM)3 Gislaine Aparecida Valadares de Godoy (DFE/UEM)4

Maria Eunice França Volsi (DTP/UEM)5 RESUMO: O objetivo desta pesquisa é realizar uma análise da influência da teoria do capital social no Programa ProJovem Campo – Saberes da Terra que atende à população do campo no sentido de elevar a escolaridade de jovens e adultos agricultores familiares, possibilitando o acesso e permanência na escola de ensino fundamental, a qualificação, formação social e profissional. A compreensão das políticas educacionais para a educação do campo implica na análise das bases teóricas que as orientam e do contexto em que são elaboradas. É fundamental compreender como a partir de 1990 as agências internacionais revelam sua função orientadora das políticas públicas elaboradas pelos países da América Latina e Caribe. As recomendações recentes destas agências mostram-se preocupadas com a redução da pobreza tanto no campo quanto na cidade e têm como fundamento a Teoria do Capital Social. É o que se verifica nas produções de agências como a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL) de 2002 e 2003, as quais tratam de pesquisas e recomendações a respeito da necessidade de fortalecimento de capital social para possibilitar o desenvolvimento econômico das camadas excluídas da sociedade. Neste sentido a educação é entendida como instrumento fundamental, pois além de favorecer a interação e aproximação entre as pessoas, fortalece os laços de solidariedade, cooperação, processos comunitário sustentáveis entre outros. Para alcançar o objetivo da pesquisa foram analisados dois documentos da CEPAL, que tratam de recomendações sobre a Teoria do Capital Social na educação e desenvolvimento econômico. Posteriormente, foi efetuada a análise do programa ProJovem Campo – Saberes da Terra, edição de 2009. A análise demonstrou que as políticas educacionais adotadas para a população do campo continuam representando os interesses, os valores e as necessidades econômicas da sociedade capitalista explicitadas nos documentos produzidos pelos organismos internacionais. Pela análise do Programa ProJovem Campo – Saberes da Terra verificou-se como as políticas educacionais implantadas no Brasil mostram-se correspondentes às expectativas das agências internacionais quanto à formação de capital social. Palavras-chave: Programa ProJovem Campo; Capital Social; Políticas Públicas.

1 Resultado final de pesquisa docente.

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OS CONSÓRCIOS INTERMUNICIPAIS: ORGANIZAÇÃO, EXPERIÊNCIAS E

PERSPECTIVAS

Nestor Alexandre Perehouskei1 Vera Aparecida da Silva Martini2

RESUMO: O presente trabalho apresenta uma discussão sobre os consórcios

intermunicipais, buscando compreender como ocorre sua organização e compara um

caso no Brasil, que se destaca prioritariamente no setor de saúde, com exemplos da

Espanha, onde os consórcios encontram-se bem desenvolvidos, atuando também em

outros setores. A partir de leituras e reflexão, procurou-se considerar aspectos

relevantes para a compreensão deste tema, bem como mapear alguns exemplos

organizados na lógica em rede. Atualmente assiste-se a um processo de propostas

vitoriosas nos setores de saúde, meio ambiente e geração de empregos que se

destacaram devido às pressões e articulações de movimentos da sociedade civil

organizada. Essas articulações, em sua maioria, ocorrem em virtude da excessiva

burocracia existente por parte do Estado no enfrentamento das questões relacionadas

ao meio ambiente e à saúde pública.

Palavras-chave: Consórcios intermunicipais; Cooperação; Redes; Desenvolvimento regional.

1 Professor e geógrafo; Pós-graduado em Análise Espacial e Geoprocessamento em Saúde pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ); Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) Rio de Janeiro-RJ; Mestre e Doutorando em Geografia Ambiental e Regional pela Universidade Estadual de Maringá (UEM); Bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas e Gestão Educacional (GEPPGE). E-mail: [email protected].

2 Professora; Mestre em Geografia Ambiental e Regional pela Universidade Estadual de Maringá. E-mail: [email protected].

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POLÍTICAS EDUCACIONAIS NA DÉCADA DE 1930: ORGANIZAÇÃO,

CONFLITOS E FUNÇÃO DAS UNIVERSIDADES NO PAÍS

Renan Falcioni (UEM)1 Jani Alves da Silva Moreira (DTP/UEM)2

RESUMO: Refere-se à análise do contexto educacional do período denominado de estado getulista compreendido entre os anos de 1930 à 1945, onde houveram grandes mudanças políticas, econômica e educacionais. Pela primeira vez à interesse do poder central pela estrutura orgânica para o ensino no Brasil, sobretudo, com a organização, hierarquização e estruturação ao ensino superior brasileiro. Uma grande perspectiva para os rumos educacionais na república brasileira são gerados, ficando a frente dois grupos, os católicos, mais conservadores e os liberais, propondo reformas drásticas para a educação, o que culminou para o manifesto dos pioneiros de 1932. Analisamos e ressaltamos os principais fatos da organização das universidades brasileiras, antes denominadas de faculdades por não abrangerem todos os níveis da educação, de duas frentes educacionais em disputa (católicos e liberais) e da formação especializada por meio do curso superior, buscando a formação da mão de obra que será responsável pelo desenvolvimento da intelectualidade e tecnologias para o pais, contudo devemos ressaltar já, que a tecnologia ficará aos cargos dos pais ricos e industrializados que impõe sua hegemonia. O desenvolvimento para esse estudo foi realizado por meio de análises de dados e pesquisa bibliográfica em livros, revistas, periódicos, que retrataram como se desenvolveu a educação superior brasileira no período compreendido entre 1930 a 1945 durante o período denominado estado getulista. Buscamos nos aprofundar mais sobre os três principais temas que abordamos e analisamos os moldes da educação nesse período, visando às relações políticas educacionais adotadas. O período de 1930 a 1945 foi de grande avanço para a educação. Marcado sem sombra de dúvida pela industrialização, pelo comércio emergente e pelo crescimento da economia nacional. Concluímos que a educação inclina-se para a questão do desenvolvimento. Desde 1930, passando pelo manifesto de 32, pelas constituições de 1934 e 1937, até as leis orgânicas, identifica-se que a organização da educação volta-se não só para a formação pessoal do aluno, mas sim para uma formação de capacitação do mesmo, para que ele possa ser, no futuro, um membro ativo da sociedade, atuando nos diferentes setores da indústria nacional, promovendo assim, o desenvolvimento da nação. Palavras-chaves: Educação Getulista; Industrialização em 1930; Políticas Educacionais.

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AS CONTRIBUIÇÕES DE PAULO FREIRE PARA UMA

EDUCAÇÃO HUMANIZADORA

Lourdes Martinelli Souza (PDE/UEM)1 Kiyomi Hirose (DTP/UEM)2

RESUMO: Em seu extenso legado sobre educação, Paulo Freire nos ensina que educar deve ser um ato de amor, ao testemunhar que educar é um processo que deve buscar a humanização, a consciência de que somos humanos e acreditamos na possibilidade da construção de relacionamentos coerentes e verdadeiramente humanizados e humanizadores. O objetivo deste trabalho foi apresentar uma proposta de educação em que se predomine a valorização da vida e do relacionamento humanizador entre os indivíduos. Para tanto, foi proporcionado ao educador situações em que a reflexão fosse constante na formação de cidadão, bem como analisar as contribuições do pensamento freireano para uma educação humanizadora, e que, ao elaborar suas propostas de atividades nas disciplinas curriculares de atuação, só procedesse após ouvir os segmentos da escola. Foi realizado um curso de extensão destinado aos professores e funcionários da instituição escolar e comunidade, gincana cultural envolvendo a equipe dos profissionais da educação e alunos da escola e comunidade e, o Grupo de Trabalho em Rede (GTR), na Plataforma MOODLE da secretaria de estado, além de pesquisa bibliográfica. Todas as atividades foram elaboradas na perspectiva do pensamento de Paulo Freire. Nesse ato de educar, Paulo Freire (2000) remete-nos à formação do professor, que não pode prescindir dessas reflexões ao afirmar que: não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que por não ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que escolha entre isso ou aquilo. Não posso ser professor a favor de quem quer que seja e a favor de não importa o quê. As contribuições de Paulo Freire para uma educação humanizadora, possibilitou aos participantes poder ouvir e falar sobre o que fazem na escola. Desconhecíamos os participantes em muitos aspectos, sua pessoa enquanto ser em potencial e a história de vida. O desafio de contribuir para uma escola mais humanizada, sem perder a criticidade, foi atingido dentro do programado. Sabedores de que este foi o primeiro degrau na conquista e de uma possibilidade fora dos espaços das quatro paredes da sala de aula. Portanto, considere-se como atividade inconclusiva de educação, passível de novas pesquisas e aperfeiçoamentos, mas consciente das possibilidades, mesmo que restritas, são possíveis. Palavras-chave: Paulo Freire; Formação de Professores; Educação Humanizadora

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GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM POLÍTICAS PÚBLICAS DE

EDUCAÇÃO DO CAMPO – GEPPPEC1

Elias Canuto Brandão – Coord.

Maria Edi da Silva Comilo Maria Ilda da Silva

Paula Oliveira da Rocha Andriele dos Santos Rodrigues

Claudete Stürmer Fabiano de Jesus Ferreira

Fernanda Boeing Fernando Krueger da Cruz

Gilson Manto Vanello Jéssica Elaine Inácio Chagas

Taziane Portante Souto de Oliveira

RESUMO: O GEPPPEC é um Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Públicas

de Educação do Campo, criado em 25 de junho de 2010, na Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR-Campus de Paranavaí) e está em fase de certificação pelo CNPQ. O GEPPPEC objetiva subsidiar investigações de Educação do e no Campo (escolas itinerantes em acampamentos; comunidades assentadas; comunidades indígenas; comunidades quilombolas; ilhéus; ribeirinhos; escolas no campo, vilas, vilarejos e patrimônios; educação de jovens e adultos do e no campo), visando a constituição de fontes na promoção da análise de Legislações de ensino para o atendimento educacional, considerando a formação dos docentes do e no campo um compromisso histórico na garantia de Educação como direito humano. O GEPPPEC trabalha com três frentes de ações: a) Acadêmica: estudo e reflexão coletiva; b) Político-pedagógica: Disseminação dos estudos e pesquisas; promoção de eventos; cursos de formação e conscientização; publicação (on-line) dos estudos e pesquisas; c) Social: Promoção de estudo e pesquisa com os movimentos sociais, entidades e instituições; intercâmbio de experiências e visitas junto às instituições de ensino e movimentos sociais no campo. Como linhas de ações, o GEPPPEC estuda as produções científicas sobre Educação do Campo, enquanto direito humano; realiza levantamento de legislações de ensino para o campo e pesquisa em educação ambiental; educação, trabalho e organização social no e do campo; educação, violência e direitos no campo. Palavras-chave: Educação do Campo; GEPPPEC; Políticas públicas; Legislações

1 Grupo de estudo e pesquisa da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR – Campus

Paranavaí)

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A ESCOLA CAMPONESA MUNICIPAL “CHICO MENDES” E SUA

CONSTRUÇÃO HISTÓRICA

Maria Edi da Silva Comilo1 Maria Ilda Silva2

Elias Canuto Brandão3

RESUMO: O estudo socializa a construção histórica da Escola Camponesa Municipal “Chico Mendes” (ECMCM), no Assentamento Pontal do Tigre, em Querência do Norte/PR, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e teve início em janeiro de 1984, durante a 1ª ocupação de terra, na fazenda Padroeira, em Ramilândia – Oeste do Paraná. O estudo objetiva registrar a história da escola em questão e teve como métodos: a) registro da história; b) reforço das ações e reflexões da história de luta dos trabalhadores assentados e da educação no MST; c) debate social da proposta de um projeto popular para as escolas do campo no Brasil. Constatamos resultados consideráveis: registro da construção coletiva da escola e da inserção dos educadores na Escola, compreendendo a realidade local através da pesquisa participante; garantia da participação da comunidade nas assembleias da Escola Camponesa; participações em projetos conjuntos e em levantamentos realizados junto à comunidade visando a reconstrução do Projeto Político Pedagógico da escola (PPP) e; inclusão de dados quantitativos, somados de dimensões qualitativas para fins de registro escolar. A título de conclusão, o estudo indicou necessidades a serem sanadas, no entanto, parte dos objetivos foram cumprido. Palavras-chave: Escola camponesa; Reflexão da história; Trabalhadores; Construção coletiva

1 Escola Camponesa Municipal Chico Mendes. E-mail: [email protected]

2 E-mail: [email protected]

3 E-mail: [email protected]

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PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DE ORIGEM AFRICANA NEGRA EM MARINGÁ

Lisete Pereira Alves de Lima (DTP/UEM)1

Resumo: O estudo teve a finalidade de afirmar a importância da estatística na Educação para compreensão e contextualização a priori e para afirmar a relevância social do trabalho realizado, enriquecendo, a posteriori, a análise dos resultados, que segundo Gatti, “[...] demandam o esforço de reflexão do pesquisador para dar sentido ao material levantado e analisado [Estudos quantitativos em educação. Educação e Pesquisa, v. 30, n.1, 2004]”. Assim, valorizamos o levantamento estatístico na construção dos dados preliminares da nossa pesquisa de campo sobre os professores afrodescendentes de Maringá. Iniciamos nosso trabalho com uma visita ao Núcleo Regional de Ensino e à Secretaria de Educação de Maringá, mas não havia ainda estatística do número de professores negros existentes em nosso município. Partimos então para nossa coleta de dados a partir da informação de que Maringá possui 38 centros municipais de educação infantil, 36 escolas municipais e 41 escolas estaduais. Enviamos correspondência aos diretores das escolas públicas de Maringá e recebemos retorno de 12 centros infantis, 13 escolas municipais e de 7 escolas estaduais. Recebemos de volta, 63 questionários preenchidos, e destes, escolhemos somente as escolas de ensino fundamental e ensino médio e decidimos entrevistar os professores que possuem características marcantemente negras como cabelo crespo e pele negra. As escolas municipais possuem 25 professores afrodescendentes e as escolas estaduais, 18 professores afrodescendentes. Em posterior visita às escolas verificamos que há outros professores afrodescendentes que, ou não foram contatados ou se recusaram a se identificar como afrodescendentes. A seguir fizemos um levantamento do tempo de serviço dos professores e optamos pelos professores que tinham entre 5 e 30 anos de exercício na profissão e entrevistamos 30% dos professores, ou seja 14 professores. Verificamos que 100%, dos professores que responderam a nossa pesquisa, têm formação superior e Curso de especialização lacto-sensu. O trabalho foi importante na realização de nossa pesquisa e reafirma a relevância de mais pesquisas com o objetivo de discutir questões relacionadas à educação dos afrodescendentes da cidade de Maringá e região. Palavras-chave: professores, afrodescendentes, dados estatísticos

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POLÍTICAS DE FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO: EM DISCUSSÃO O FUNDO DE MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO

FUNDAMENTAL E DE VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO (FUNDEF)

Evanir Cuaio Frascarelli (GEPPGE/UEM)1

Maria Eunice França Volsi (DTP/UEM)²

Resumo: O presente trabalho trata-se de estudos e reflexões desenvolvidos em projeto de pesquisa em andamento, cujo eixo da discussão é a relação entre as orientações de acordos internacionais e a criação de Fundo destinado exclusivamente ao ensino fundamental. As regulamentações de políticas financeiras na área educacional se dão por meio das ações do governo na área social implantadas pelo Estado. Conforme acordo firmado na Conferência Mundial de Educação para Todos em Jontiem, na Tailândia, em 1990, os países em desenvolvimento assumiram compromissos em erradicar o analfabetismo e oferecer a população uma educação básica de qualidade. Nesse sentido, os países signatários se responsabilizaram em desenvolver políticas focalizadas no ensino fundamental. Visando atender tal compromisso, foi criado pela Emenda Constitucional nº 14/96 e regulamentado pela Lei nº 9.424/96 o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério – FUNDEF. Esse fundo priorizou a destinação dos recursos da educação para o atendimento ao ensino fundamental, em detrimento dos demais níveis de ensino. Destaca-se que tal política visava também, promover a valorização dos professores que atuavam nesse nível de ensino. Essa política, desenvolvida no Brasil, para atender as recomendações expressas na Conferência Mundial de Educação para Todos foi alvo de muitas críticas, uma vez que, evidenciou o descompromisso do Estado com a garantia do direito a educação a todo cidadão, por não atender financeiramente as necessidades de manutenção do ensino em todos os seus níveis e modalidades. Para contemplar a proposta, realizamos estudo da legislação brasileira e de documentos internacionais, por meio de dados bibliográficos acerca do objeto em questão a fim de compreender as políticas de financiamento da educação no Brasil na década de 1990. Palavras-chave: Políticas Educacionais; Financiamento da Educação; Acordos Internacionais.

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OS DESAFIOS PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA CIDADE SEM BARREIRAS PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS FÍSICAS – UMA QUESTÃO DE

DIREITOS

Tatiana Moreira Lourenço1

RESUMO: Este trabalho aborda sobre a atual condição das pessoas com deficiências físicas e pessoas com dificuldade de locomoção na sociedade brasileira (desde o início da segunda década do século XXI), num cotidiano de segregação espacial, tendo em vista cidades de estruturas históricamente construídas (ainda que com avanços tecnológicos e legislativos), ausentes das acessibilidades que lhes garanta a cidadania e a inclusão em pé de igualdade. Construídas de modo a excluir essas pessoas que se vêem envoltas numa luta diária em suas vidas. Dado ao componente cultural onde se impera a construção para o “ideal”, um dos direitos fundamentais do homem deixa de ser atendido em sua integralidade, o “Direito de ir e vir”. Ante a análise textual das legislações na sociedade brasileira, atentamente observa-se que mostram-se insuficientes para a inclusão de pessoas com deficiências físicas de forma efetiva. Isto evidencia a necessidade de mudanças da mentalidade da sociedade como um todo. As barreiras arquitetônicas trazem em seu bojo, o significado de uma sociedade habituada a construir para homens “normais e perfeitos”, de forma a desviar o olhar a seres humanos, descaracterizados de direitos fundamentais, dignidade e liberdade. O debate e a educação sobre as acessibilidades no Brasil há-de ser incessante para mudanças definitivas e significativas, que garanta igualdade, dignidade, competitividade e justiça social. Palavras-Chave: Deficiências Físicas, Acessibilidades, Barreiras Arquitetônicas, Direitos.

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DA POLÍTICA PÚBLICA A AÇÃO TEATRAL: DISCURSO CONTRA

DISCURSO1

Acadêmicos do curso de mestrado em Educação (PPE-UEM)2 RESUMO: A presente pesquisa é resultado das análises e discussões realizadas na disciplina de Políticas Públicas Educacionais no Brasil pós-1990. O objetivo foi analisar o conteúdo do discurso de posse de Fernando Henrique Cardoso de 1995, a fim de estabelecer relações entre o proposto pelo então presidente e os princípios da ideologia neoliberal. Para tanto, o conteúdo foi problematizado na linguagem dramática utilizando a literatura pertinente, articulada ao cenário histórico de referência. As análises nos permitiram identificar que a proposta de governo expressa no discurso de posse de Fernando Henrique apresenta caráter neoliberal, sendo notável a intenção de instituir cooperação internacional com agências multilaterais interlocutoras de um ideário capitalista. Nota-se a proposição de políticas sociais focalizadas que visam o atendimento da população marginalizada e, a implementação de reformas realizadas no aparelho do Estado brasileiro, as quais incidiram de forma direta no setor educacional. Palavras-chave: Estado; Políticas Públicas; Brasil pós-1990; Governo FHC.

1 Esta pesquisa é resultado do trabalho coletivo realizado na disciplina de Políticas Públicas

Educacionais do Brasil do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá, ministrada pelas professoras Profª Drª. Maria Aparecida Cecílio e Profª Drª.Irizelda Martins de Souza e Silva. 2 Thaís Souza, Daiane Boiago, Bárbara Pupio, Pedro Ochôa, Caroline Oliveira, Kethlen Moura,

Valdiléia Oliveira, Marilene Kaspchak, Rosilene Silva, Gilmara Silva, Tânia Rossetto, Valéria Guisso, Rosane Schmidt.

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RESUMOS DE TRABALHOS PRODUZIDOS

PELO GEPPGE

(2011)

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IX JORNADA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO EDUCACIONAL – UEM – 2011 Maringá-PR

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DIREITOS INFANTO-JUVENIS NO ENCONTRO CAMPO/CIDADE: COMO

COMPREENDER O DIREITO A EDUCAÇÃO DO CAMPO COMO POLÍTICA DE ESTADO?

Caroline Mari de Oliveira (PIC/CNPq-UEM)1

Kethlen Leite de Moura (PIC/CNPq-UEM)2 Maria Aparecida Cecílio (DTP/UEM)3

Irizelda Martins de Souza e Silva (DTP/UEM)4 RESUMO: O presente texto resulta da pesquisa de iniciação científica intitulada “Direitos infanto-juvenis no encontro campo/cidade: como compreender o direito a educação do campo como política de Estado?”. O objeto de estudo é a educação do campo como direito infanto-juvenis dos que vivem no campo. O objetivo da investigação é a reunião de fontes que respondam à necessidade de compreender a Educação no e do campo como uma política de Estado no Brasil a partir da década de 1990. No Brasil existem ações políticas na orientação legal para garantia de direitos que visa, principalmente, agir sobre dificuldades de vivência plena dos principais direitos. Diante desse fato, direcionamos nosso estudo à compreensão dos sujeitos que vivem no campo e na viabilização de políticas educacionais para a sociedade camponesa prevista nas legislações que amparam a Educação do campo no Brasil, como direito universal. Palavras-chave: Direitos; Educação no e do Campo; Políticas Públicas.

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AS INFLUÊNCIAS DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS NAS POLÍTICAS

EDUCACIONAIS NO BRASIL: UM OLHAR PARA O TRABALHO PRECOCE E PENOSO NO E DO CAMPO A PARTIR DA DÉCADA DA EDUCAÇÃO

(1997 – 2007)

Caroline Mari de Oliveira (UEM)1 Maria Aparecida Cecílio (DTP/UEM)2

RESUMO: O presente artigo é resultado da investigação científica realizado via

projeto de iniciação científica (PIC) intitulado como “Orientações da UNESCO para as políticas públicas brasileiras na proteção ao direito a infância e a adolescência na década da educação (1997-2007)”, realizado no período de abril de 2008 a abril de 2009, vinculada ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Públicas e Gestão Educacional (GEPPGE – CNPQ/UEM) e do Grupo de Estudos e Pesquisa em Políticas e Gestão da Educação na América Latina e Caribe (PGEALC) envolvendo atividades de ensino, pesquisa e extensão. Priorizamos como nosso objeto de estudo o papel da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como principal organismo internacional propagador de políticas para a educação e proteção ao direito a infância e adolescência no Brasil. Para tanto, analisamos resultados de programas e documentos relativos aos direitos infanto juvenis presentes nas políticas sociais brasileiras. No Brasil existem ações na orientação legal que visa, principalmente, solucionar dificuldades da população em viver plenamente os seus direitos. Enfrentamos no fim do século XX e início do século XXI, a prática do trabalho precoce e penoso, o qual é tema discutido mundialmente por agências internacionais vinculadas a Organização das Nações Unidas (ONU). Nosso estudo vem ratificar a permanência da exploração do trabalho infanto juvenil que foi e tem sido historicamente formador de diversos tipos de crianças e jovens brasileiros que vivem as graves consequências desse processo para o desenvolvimento humano. Consideramos que a crítica ao trabalho precoce e penoso permite a vigilância a essa exploração que tem roubado a infância, o tempo de aprendizado, o convívio familiar e o descanso, além de trazer conseqüências como à evasão escolar, o analfabetismo e a repetência e permite-nos constituir parâmetros de proposição de políticas públicas de proteção. Palavras-chave: Direitos do cidadão; Políticas públicas; UNESCO; Trabalho precoce e penoso

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A CONTRIBUIÇÃO DE MILTON SANTOS PARA EDUCAÇÃO DO E NO

CAMPO.

Jeinni Keliy Pereira Puziol (PPE/UEM)1 Maria Aparecida Cecílio (DTP/UEM)2

RESUMO: O objetivo deste ensaio é analisar a contribuição da ciência geográfica, especificamente dos estudos de Milton Santos, na Educação do e no Campo, considerando os objetos de estudo no interior da sociedade capitalista em suas condições de mundialização. Busca-se compreender as categorias geográficas em consonância com a Reestruturação Produtiva do Capital, a partir da década de 1970, e resgatar a realidade da Educação do e no Campo no intuito de apreender como a geografia pode colaborar com a formação de educadores do campo mais conscientes das relações sociais e espaciais que ocorrem desde a realidade global ao cotidiano. O referencial teórico metodológico busca explicitar o vínculo orgânico entre a o modo de produção capitalista e a vida social, explicitando a relação entre a educação do campo e a geografia no contexto histórico-mundial na fase global. Finaliza-se pontuando o papel que tais relações podem exercem na realidade educacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Palavras-chave: Milton Santos; Educação do Campo; MST

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POLÍTICAS EDUCACIONAIS DO CAMPO E O PENSAMENTO DE MILTON

SANTOS

Maria Aparecida Cecílio (DTP/UEM)1 Jeinni Kelly Pereira Puziol (PPE/UEM)2

RESUMO: O presente artigo tem como objetivo analisar a contribuição da ciência geográfica, especificamente dos estudos do intelectual Milton Santos, na compreensão das políticas educacionais do campo. O trabalho resultou das discussões realizadas pelo Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas e Gestão Educacional GEPPGE (UEM) – CNPq/2002. Os estudos de Milton Santos, apesar de não serem referência na pesquisa educacional, contribuem amplamente para a compreensão do contexto social no qual se encontra inserida a educação do campo, construída no interior das lutas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A elaboração das políticas educacionais direcionadas ao campo pela classe dominante é predominantemente pautada na dicotomia histórica campo e cidade, tal dicotomia considera o campo como um local de atraso e a cidade como um local moderno. Essa concepção nega a importância das particularidades do território e constrói políticas respaldas numa falsa realidade, o que justifica sobretudo a necessidade de resgatar as contribuições do geógrafo Milton Santos para discutir os mitos que permeiam a educação do campo. Dessa forma buscou-se compreender algumas categorias basilares da Geografia – espaço geográfico, território, lugar, campo e cidade – para o entendimento das contradições entre o rural e o urbano e sua implicação na luta por políticas educacionais para o campo. O MST é também discutido no interior dessa temática, pois, constitui-se num importante sujeito de resistência contra dominação imamente do capital que negligência e menospreza a realidade territorial camponesa a favor lógica urbana veloz. Para análise de tais questões busca-se explicitar a relação orgânica entre a vida humana e o modo de produção capitalista em suas condições de globalização. Sem pretensões de esgotar as contribuições de Milton Santos para com a educação do campo e suas políticas, enfatiza-se neste trabalho a importância de analisar os objetos de investigação crítica calcados em um território material e contraditório, composto por particularidades numa movimentação dialética de construção da realidade. Palavras-chave: Políticas Educacionais do Campo; Milton Santos; Território

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POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O COMBATE AO TRABALHO PRECOCE NO

BRASIL: AÇÕES GOVERNAMENTAIS VINCULADAS À EDUCAÇÃO, IMPLEMENTADAS A PARTIR DE 1990.

Juliana Carli Moreira de Andrade (UEM)

Maria Aparecida Cecílio (DTP/UEM)1 RESUMO: Na presente monografia procuramos compreender a criação, implementação e avaliação dos principais programas de renda mínima vinculados à educação com vistas à erradicação do trabalho precoce e da evasão escolar como proposta de solução ao problema da pobreza e criação de políticas do Estado. Abordamos o processo de implementação e os primeiros resultados do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil - PETI, do Programa Bolsa Escola do Distrito Federal e do Programa Bolsa Escola Federal no Brasil. Estes programas, em síntese, tratam da atribuição de uma renda mínima às crianças que vivem na linha da miséria, para que as mesmas abandonem o trabalho precoce e se dediquem aos estudos. Fizemos apenas a análise dos primeiros resultados, devido ao fato de que programas dessa natureza após décadas apresentam resultados que possibilitam parâmetros para avaliações de impacto social. Objetivamos com essa pesquisa chamar a atenção de nossa sociedade para a questão do trabalho precoce que ainda hoje é um problema persistente e abundante e contribuir com a comunidade científica que já pesquisa sobre o assunto no acréscimo de acervo para futuros estudos. Para levantamento dos resultados fizemos um trabalho de pesquisa bibliográfica em sites do Governo Federal e publicações oficiais editadas no período que comporta a pesquisa e entrevistas com os responsáveis pelos programas Bolsa – Escola e Bolsa – Família junto à prefeitura de Maringá, Paraná. Posteriormente, de posse da lista de títulos e autores fizemos um levantamento junto a Biblioteca Central da UEM (Universidade Estadual de Maringá), biblioteca do campus da UNESP (Universidade Estadual Paulista) de Assis, demais bibliotecas públicas e de outras faculdades da cidade de Maringá sites na Internet. Os títulos selecionados não encontrados em nenhuma destas fontes, foram adquiridos pela pesquisadora. Para análise interpretação dos dados coletados, adotamos como perspectiva teórica o Materialismo Histórico, que é a ciência filosófica do Marxismo que estuda as leis sociológicas que caracterizam a vida e a sociedade em cada momento histórico a partir da investigação das formações sócio-econômicas, da estrutura social, da organização política, da vida espiritual, da cultura e da concepção de o homem, existente em um dado local. Para que o trabalho fosse abrangente o suficiente e para que pessoas de outras áreas o pudessem compreender o formatamos em quatro momentos buscando apresentar as principais noções necessárias à compreensão das políticas para a população de trabalhadores precoces. Palavras chave: Políticas Públicas; Erradicação do Trabalho Precoce; Programa Bolsa Escola.

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POLÍTICAS PÚBLICAS PARA EDUCAÇÃO NO CAMPO: REVISANDO AS

IMPLEMENTAÇÕES DO SISTEMA NACIONAL PARA FORMAÇÃO DE EDUCADORES.

Juliana Canale Camargo (UEM)

Irizelda Martins de Souza e Silva (DTP/UEM)1 Maria Aparecida Cecílio (DTP/UEM)2

RESUMO: No objetivo de atualizar informações para o ensino e ao mesmo tempo, organizar fontes documentais para análises posteriores apresentamos no presente texto, levantamento de documentos oficiais das Secretarias de Estado da Educação sobre a formação de educadores para educação no campo, implementadas a partir de 1997. Nessa perspectiva registramos que a educação para a “zona rural”, assegurada pela Lei Federal nº 9.394/96 (por meio da adaptação adequada às reais necessidades e singularidades da vida rural), tem sido objeto de várias discussões em assembléias e em encontros realizados a âmbito nacional na área de educação por sua flexibilidade. Dentre os quais podemos citar: o I Seminário Estadual da Educação do Campo, com o tema: Construindo Políticas Públicas (9 a 11 de Março de 2004); o II Seminário de Educação no Campo do Paraná, realizado em parceria – SEED/PR e MEC, (7 a 9 De Abril de 2005); o II Encontro Estadual de 2000 (realizado concomitantemente com a II Conferência Estadual por uma Educação do Campo, de 2 a 5 de novembro de 2000), em Porto Barreiro; e a II Conferência Nacional por uma Educação do Campo – CNEC, Luziânia/GO, (2 a 6 de agosto de 2004). Nesses eventos foram discutidas as ações que buscam cumprir de fato o que leis estabelecem. Estes fóruns de debates trabalharam para a elaboração de políticas públicas de direitos sociais e humanos na luta por garantia de direitos conquistados e que necessitam ser concretizados. Diante dessas questões que tematizam a educação voltada para a população camponesa, analisamos as fontes com a finalidade de verificar a real importância dada à educação no e do campo, seu processo de concretização e as formas de implementação de políticas públicas no estado brasileiro para a compreensão dos entraves existentes. Com base em consultas a páginas da web das secretarias de educação dos estados brasileiros3, Verificamos que a maioria dos estados não traz informações relacionadas a políticas públicas destinadas à educação do e no campo, bem como informações pertinentes à formação do educador. Este fato pode ser subentendido como descaso á essa população, que como qualquer outra, ou melhor, como a zona urbana, também possui os mesmos direitos de ensino, de acesso e permanência a uma educação de qualidade, numa escola com estrutura física adequada e com educadores devidamente capacitados, orientados e remunerados. Todos os direitos estabelecidos na Carta Magna, independem do local onde o cidadão resida e de sua condição financeira e etnia. A educação precisa alcançar a todos os habitantes de uma nação, morem eles no campo ou na cidade. Alguns dos estados investigados, como Acre, Alagoas e Maranhão não possuem informação nos sites sobre o assunto, sendo

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3Buscamos contato por meio de telefone (cabe informar que em todas tentativas não

conseguimos atendimento), e via e-mail (dos quais não obtivemos respostas).

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comum a mensagem “EM BREVE ou EM CONSTRUÇÃO”, o que denota falta de preparo necessário para a atualização e disponibilização de informações relacionadas à educação para todos. Nas Regiões Norte e Nordeste do Brasil constatamos que a maioria dos estados não apresenta políticas públicas para a educação do campo, bem como a formação de professores para atuação junto a população camponesa. Em alguns casos constatamos o atendimento por meio de programas como o de Educação de Jovens e Adultos e o PROJOVEM. A ação Social como arremedo de política pública predomina. Orientadas com a elaboração de questionário constituído de perguntas relacionadas às garantias de ensino ofertadas pelas secretarias estaduais de educação, abordando desde a educação rural e indígena, a existência de escolas agrícolas e a valorização dos profissionais da educação, buscamos informações de atendimento às populações camponesas na forma de política pública. Verificamos se o que está determinado legalmente é, de fato, real, cumprido em suas determinações. Isto é demonstramos se o que é legal é legítimo. As consultas às secretarias estaduais de educação das Regiões Norte e Nordeste serviram como indicadores em relação à educação no campo dentro do cenário nacional. Palavras chave: Políticas Públicas; Zona Rural: Educação do Campo

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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS PÓS 1990 – TERRITÓRIOS DO

SABER EM MOVIMENTOS SOCIAIS DO CAMPO

Bianca Aparecida Martins Felix Lazarini (PPE/UEM)1

RESUMO: Essa dissertação tem como objeto de estudo a Educação de Jovens e Adultos (EJA) do campo. Iniciando a investigação pela retomada do desenvolvimento da EJA e da educação do campo separadamente, o trabalho tem como objetivo a análise das relações entre Estado e Movimentos Sociais na construção de políticas públicas para o atendimento das populações camponesas no contexto de reestruturação educacional brasileiro da década de 1990. A abordagem histórica norteia a investigação inserindo o objeto no processo mais amplo das relações sociais considerando as implicações nacionais e internacionais e mediando o objeto com as condições históricas na qual ele se desenvolve. Acredita-se que as relações entre Estado e Movimentos sociais na efetivação de políticas públicas para a educação do campo, não se explicam por si mesmas, nem se restringem à legislação educacional brasileira. Desta forma, a pesquisa insere ao debate educacional as relações econômicas e políticas do desenvolvimento do capitalismo mundial em sua fase monopolista que constituem o cenário em que as políticas se desenvolvem. A pesquisa se utiliza da articulação entre o singular e o universal para discutir a relação entre a reestruturação capitalista e as implicações para a educação, sua adequação às necessidades do mercado e novos padrões de produção. Para esta análise de cunho teórico, utiliza-se como fontes primárias a legislação nacional para a educação de jovens e adultos, a legislação nacional para a educação do campo, demais documentos oficiais, bem como documentos internacionais que contemplem essa temática. O estudo problematiza as relações entre Estado e Movimentos sociais sob a ótica da contradição e consenso na busca pela efetivação de políticas públicas que atendam á demanda de Jovens e Adultos do campo, evidenciando a divergência de concepções de educação e sociedade dentre os lados desta relação. Evidencia-se também a posição marginal da educação do campo bem como da educação de adultos na história da educação brasileira a partir da observação da ocorrência destas na legislação brasileira. Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Educação do Campo; Políticas públicas

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O NEOLIBERALISMO E AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS PÚBLICAS DO

BRASIL A PARTIR DA DÉCADA DE 19901

Rosa Maria Antonio (PPE/UEM)2 Irizelda Martins de Souza e Silva (DTP/UEM)3

Maria Aparecida Cecílio (DTP/UEM)4

RESUMO: Com o presente artigo temos por objetivo constatar a presença de princípios neoliberais nas políticas públicas brasileiras a partir de 1990, entre elas às voltadas para a educação. Analisamos documentos oficiais como o Discurso de Posse do Presidente FHC em 1990, A Nova Fase da Privatização publicada em 1995, o Programa Brasil em Ação de 1998 e referente ao financiamento da educação, a LDB – Lei nº 9394/96, a Emenda Constitucional nº14 de 1996 e o Plano Nacional de Educação – Lei nº 10.174/2001 que trazem indícios das políticas educacionais públicas do governo Lula. A partir do documento Programa de Educação do Governo Lula de 2002 e, de leitura de autores que analisam as políticas do primeiro mandato do presidente Lula, compreendemos que no governo FHC, houve forte presença dos princípios neoliberais nas políticas e, no governo Lula, dentro dos limites impostos pela economia globalizada, registra-se tanto sinais de ruptura, como sinais de continuidade, com relação às políticas implementadas pelo governo FHC, o que revela os limites do processo de criação e políticas de Estado no campo da Educação. Palavras-chave: Políticas Educacionais Públicas; Neoliberalismo; Globalização Econômica; Governo Fernando Henrique Cardoso; Governo Lula

1Este trabalho é resultado das discussões e estudos ocorridos na disciplina de Políticas Educacionais Públicas do Brasil, do Programa de Pós-graduação em Educação - Mestrado. 2 E-mail: rosamaria_0608@ hotmail.com

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A ESPACIALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO DO CAMPO NO PARANÁ: UMA

FORMA DE RESISTÊNCIA DO MST

Jeinni Kelly Pereira Puziol (PPE/UEM)1 Irizelda Martins de Souza e Silva (DTP/UEM)2

Maria Aparecida Cecílio (DTP/UEM)3 RESUMO: A contradição imanente ao modo de produção capitalista em suas condições de globalização evidencia que ainda é possível se opor à homogeneização econômica exploratória à qual a sociedade é submetida e ousar se pensar novas formas de organização sócio-espacial. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) é um profundo exemplo de resistência do modus operandi e do modus vivendi do capital. Tem atuado no Brasil desde a década de 1980 e expandido sua influência pela América Latina. Sua luta está vinculada ao Projeto de Reforma Agrária em um país, Brasil, cuja concentração de renda está em décimo lugar no ranking mundial. No entanto, seus embates estão além da Reforma Agrária, o MST busca uma agricultura popular ancorada nos princípios da Agroecologia, moradia e vida digna no campo, democratização da comunicação e da educação. Neste trabalho, objetiva-se discutir a educação pela qual luta o MST, a Educação do Campo. Essa modalidade educacional não representa apenas a busca pelo direito à educação, mas a construção daquela vinculada à realidade camponesa e à intencionalidade política do Movimento e, por isso, é denominada de Educação do Campo. Além dos acampamentos, formas de pressão e dos assentamentos, efetivação da luta, a escola é também parte compositiva da resistência do Movimento que evidencia o seu caráter formativo. Este trabalho abordará a espacialização da Educação do Campo, por meio de um mapeamento, especificamente no Paraná, onde se verifica a presença das seguintes modalidades educativas: ensino fundamental e médio, EJA, ensino técnico e superior. O referencial teórico-metodológico está pautado na relação dialética entre economia do capital e vida social.

Palavras-chave: Espaço Geográfico; Educação do Campo; MST.

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POLÍTICAS DE ORIENTAÇÃO DA UNESCO PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL PÓS 1990

Thais Vieira (UEM)1

Maria Aparecida Cecílio (DTP/UEM)2 RESUMO: O presente estudo tem por objetivo compreender as políticas nacionais pós 1990 para a Educação Básica conforme as orientações da UNESCO. Compreendem estas Políticas a valorização dos direitos humanos a dignidade, igualdade de oportunidades, exercício da participação e autonomia aos membros da comunidade escolar. A democratização das condições de acesso, permanência e conclusão de todos e a conclusão da Educação Básica com a finalidade de propiciar a consciência crítica aos sujeitos. O objeto de análise é a capacidade do Estado Brasileiro de atender a estas orientações, frente á seguinte questão: Quais as políticas nacionais pós 1990 para a Educação Básica em conformidade as orientações da UNESCO? Para a análise do objeto recorremos ao estudo documental a partir das categorias – contradição e mediação. Considerando que os documentos da UNESCO compreendem a “Educação Para Todos”, como o atendimento a Diversidade Cultural e os princípios de garantia dos Direitos Humanos. São de fundamental importância para compreensão de nosso objeto, ao reafirmarem por meio da Declaração Universal dos Direitos Humanos, os dois Pactos de 1966, relativos aos direitos civis e políticos e aos direitos econômicos, sociais e culturais. Estes subsídios teóricos são consubstanciados nos documentos referentes aos Direitos Humanos, como: O Plano Nacional de Educação, 2001, Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural, 2002 e Cultura de Paz, 2010. O presente estudo justifica-se pela escassez de fontes organizadas que possibilite demonstrar quais são os Direitos Humanos para as crianças que estão na Educação Básica no Brasil pós 1990, garantidos pelo Estado.

Palavras chave: Políticas de Estado; Orientações da UNESCO; Educação Básica e Direitos Humanos.

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POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO PROGRAMA BRASIL SEM HOMOFOBIA:

PRIMEIRAS APROXIMAÇÕES

Ana Paula Rosa da Silva1

Jani Alves da Silva Moreira2

RESUMO: Esse texto tem como objetivo apresentar as políticas educacionais presentes na configuração do Programa Brasil Sem Homofobia (2004). Trata-se de uma análise bibliográfica realizada nos estudos e pesquisas sobre Políticas Públicas e Gestão Educacional no curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá. O Governo Federal a partir de 2004, em parceria com os movimentos em prol dos Direitos Humanos e movimentos civis organizados como GLBT(Gays, lésbicas, bissexuais e transexuais) uniram-se democraticamente para expor e requerer da sociedade o direito à diversidade e liberdade da escolha sexual. A luta está em desenvolver políticas públicas que atendam e garantam essa diversidade por meio da abertura do espaço no campo educacional para promover e incentivar a não-violência e o combate a discriminação homofóbica. Palavras-chave: Políticas Educacionais; Programa Brasil Sem Homofobia; Diversidade sexual.

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OS PRESSUPOSTOS HISTÓRICOS E POLÍTICOS DA EDUCAÇÃO PARA A

INFÂNCIA BRASILEIRA A PARTIR DO SÉCULO XX NO BRASIL

Jani Alves da Silva Moreira (UEM)1 Angela Mara de Barros Lara (UEM)2

RESUMO: O objetivo é analisar os pressupostos históricos e políticos da educação para a infância a partir do século XX no Brasil. A análise é fruto da pesquisa ocorrida no período de 2004 a 2006 no mestrado em educação realizado na Universidade Estadual de Maringá–PR, com a dissertação intitulada: Políticas públicas para a educação infantil em revistas dirigidas: uma análise da revista nova escola e revista criança na década de 1990. Refere-se a compreensão sobre o desenvolvimento da educação destinada a pequena infância no estágio imperialista do capital onde a criança foi vista como o fulcro para o empreendimento da moralização da pobreza e instrumento de ação do Estado. Para a apreensão e mediação das análises, priorizou-se: a compreensão dos pressupostos históricos do atendimento educacional destinado à pequena infância, e; análise sobre as políticas propostas para esse atendimento a fim de elucidar o caráter de tais políticas públicas e seus pressupostos nos documentos oficiais do Ministério de Educação (MEC). Os resultados evidenciaram que a história da educação para a infância se mostra contraditória, pois as propostas educacionais foram ambíguas desde sua origem institucional, sendo de predomínio da concepção educacional assistencialista, preconceituosa em relação à pobreza, descomprometida quanto à qualidade do atendimento. Observou-se que esse atendimento educacional recebeu a representação de um favor aos pobres e estabeleceu-se por meio das escassas verbas públicas, às entidades assistenciais na prestação do serviço à população. Foi predominantemente assistencialista o atendimento à classe majoritária, não desconsiderando as outras formas de atendimento aos filhos da elite, em instituições privadas. Duas tendências caracterizavam o atendimento à criança em idade pré-escolar, uma tendência assistencialista e outra paternalista à proteção da infância brasileira, em que o atendimento não se constituía em direito, mas em favor. Ambas as tendências ajudam a esconder que o problema da criança se origina na divisão da sociedade em classes sociais. Entre as décadas de 1930 a 1980, o período foi movido por modificações políticas econômicas e sociais em estreita relação com o cenário internacional e isso evidenciou-se na configuração de um atendimento à infância priorizado pela relação educação e saúde. A partir deste contexto ampliaram-se os atendimentos, mas o enfoque ainda permaneceu voltado para uma educação assistencialista e compensatória.

Palavras-chave: Infância; História da educação; Políticas educacionais; Reformas educacionais.

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POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO E MEIO AMBIENTE: FUNDAMENTOS PARA A

POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Rebeca Szczawlinska Muceniecks (UEM)3

RESUMO: O artigo discute a articulação educação/meio ambiente presente em documentos de agências internacionais que influenciam no desenho das políticas educacionais brasileiras. Objetiva analisar o grau de materialização das orientações internacionais na política nacional. Para isso, analisa o processo histórico de inserção da temática ambiental na agenda internacional e sua vinculação com a educação, sendo esta entendida como a responsável em proporcionar novas práticas e valores sociais. Em seguida, examina a construção da política nacional de educação ambiental, para, enfim, discutir os desdobramentos da atual reestruturação capitalista e de seu modelo de desenvolvimento, incompatível com o discurso de sustentabilidade defendido internacionalmente. Assim sendo, considera-se que os problemas ambientais são histórica e socialmente construídos e a noção de valor do meio ambiente representa a relação existente entre os homens na sociedade. É a relação caracterizada pela dominação, do homem sobre outros homens e do homem sobre a natureza. A importância atribuída à educação para o alcance dos objetivos ambientais, sociais e/ou econômicos é evidente e recebe tratamento especial de estratégia para o alcance dos objetivos da classe dominante, de formação de bases consensuais, utilizada pelas agências internacionais. Palavras-chave: Educação e Meio Ambiente; Agências Internacionais; Políticas Educacionais; Educação Ambiental.

3 Professora Assistente do Departamento de Teoria e Prática da Educação. E-mail:

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