ana lucia rocha de santana - fgts

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EXMO

EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE CANDEIAS-BAANA LUCIA ROCHA DE SANTANA, brasileira, solteira, professora, residente e domiciliada na Rua Salvador, 9-A , centro, Candeias-BA, inscrita no CPF sob o n. 174.179.615-68 portadora do RG n. 02500502 26, CTPS 2938118/002-0 BA, filha de Alvaro Rocha e Alzira Silva Batista, vem perante Vossa Excelncia, por meio do seu advogado infrafirmado, conforme instrumento de mandato anexo, com endereo na Avenida Tancredo Neves, n620, Ed. Mundo Plaza, Salas 1114/1115, Caminho das rvores, Salvador - BA, CEP 41820-020, proporRECLAMAO TRABALHISTAem face do MUNICPIO DE CANDEIAS, pessoa jurdica de direito pblico, inscrita no CNPJ sob o n. 13.830.336/0001-23, por seu representante legal, com endereo para intimaes no Pao Municipal Conselheiro Luiz Viana, s/n., Ouro Negro, Candeias-BA, em razo dos seguintes fatos e fundamentos:DA JUSTIA GRATUITA

Inicialmente, requer os benefcios da Justia Gratuita, nos termos da Lei n. 1.060/50, por ser pobre na forma da lei, no podendo arcar com as custas processuais sem prejuzo da prpria subsistncia e de sua famlia.DA COMPETNCIA DA JUSTIA DO TRABALHO PARA PROCESSAR E JULGAR O PRESENTE FEITO

Conforme a pacfica e reiterada jurisprudncia do Tribunal Regional do Trabalho da 5 Regio, tendo a Reclamante celebrado contrato de trabalho com o Municpio-Reclamado antes da Constituio de 1988, e no tendo jamais se submetido a qualquer concurso pblico, celetista o vinculo jurdico decorrente desta relao:

VNCULO CELETISTA ANTERIOR CONSTITUIO FEDERAL DE 1988. COMPETNCIA DA JUSTIA DO TRABALHO E VALIDADE DO VNCULO. Incontroverso nos autos que a Autora firmou com o Municpio vnculo celetista anterior a 05 de outubro de 1988 (vigncia da CF/88) e que em nenhum momento se submeteu a concurso pblico, fica atestada a competncia desta especializada para processar e julgar os pleitos exordiais (art. 114 da CF/88), ao tempo em que se torna insubsistente qualquer alegao de nulidade contratual, notadamente quando a Lei Municipal que institui o Regime Jurdico do Municpio preveja expressamente a existncia de quadro suplementar temporrio celetista para estas hipteses. (TRT5, 4. TURMA, RECURSO ORDINRIO N 0073600-66.2009.5.05.0651RecOrd, Rel. Des. VALTRCIO DE OLIVEIRA, julgado em 02/12/2010) Grifou-se.Face ao exposto, evidenciada esta a competncia desta Justia Especializada para processa r julgar a presente reclamao trabalhista.DO CONTRATO CELEBRADO ANTES DA CONSTITUIO DE 1988. VALIDADE RECONHECIDA. PRECEDENTES DO TRT DA 5 REGIO.Uma vez que a celebrao do contrato de trabalho da Reclamante deu-se antes da Constituio de 1988, ainda sob o regime celetista, sem que houvesse a sua aprovao posterior em concurso pblico, a validade de seu contrato reconhecida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 5 Regio:CONTRATO DE TRABALHO. NULIDADE. ADMISSO ANTERIOR PROMULGAO DA CF/1988. Somente com a promulgao da Constituio Federal de 1988, estabeleceu-se a exigncia de concurso pblico para a investidura em cargo ou emprego pblico. Destarte, no se reconhece qualquer nulidade do contrato de emprego de servidor admitido antes da atual Carta sem a prvia aprovao em certame pblico (TRT5, Processo 0030400-69.2009.5.05.0631 RecOrd, ac. n 030646/2010, Relatora Desembargadora MARIZETE MENEZES, 3. TURMA, DJ 11/10/2010.)SERVIDOR PBLICO CONTRATADO SEM CONCURSO ANTES DA CONSTITUIO FEDERAL DE 1988 - REGIME JURDICO - IMPOSSIBILIDADE DE CONVERSO - Comprovado que o servidor foi contratado em 1985, quando no havia exigncia de prvia aprovao em concurso para preenchimento de empregos pblicos, vlido seu contrato de trabalho. Assim, reconhecida a condio de celetista do empregado e no tendo o reclamado comprovado o recolhimento do FGTS, correta a deciso que determina seu recolhimento na conta vinculada do empregado. (TRT5, Processo 0000883-58.2010.5.05.0251 RecOrd, ac. n 045943/2011, Relatora Desembargadora NLIA NEVES, 4. TURMA, DJ 01/02/2011.) Grifou-se.De igual sorte, o mesmo TRT5 tem decidido que o servidor admitido regularmente sem concurso pblico antes da promulgao da CF/88 no pode sofrer alterao de regime celetista para estatutrio:

PRESCRIO BIENAL. ENTE PBLICO. VNCULO CELETISTA INICIADO ANTES DA CONSTITUIO FEDERAL DE 1988. PUBLICAO POSTERIOR DE LEI MUNICIPAL INSTITUINDO O REGIME JURDICO ESTATUTRIO. AUSNCIA DE SUBMISSO DO SERVIOR A CONCURSO PBLICO. IMPOSSIBILIDADE DE TRANSMUDAO DO REGIME. MANUTENO DO VNCULO SOB A GIDA DA CLT. NO-CONFIGURAO DA PRESCRIO. A publicao de lei local instituindo regime jurdico estatutrio para os servidores do ente pblico municipal no tem o condo de transmudar a natureza do vnculo celetista que existia entre as partes, ainda que iniciado antes da Constituio Federal de 1988, isso se no houve prvia submisso e aprovao do servidor em concurso pblico, como o exige o 1 do art. 19 do ADCT, razo pela qual, cogitando-se de contrato nico, no h que se falar em prescrio bienal, haja vista que, da data da extino do vnculo at o momento da propositura da ao no havia decorrido mais de dois anos. (TRT5, Processo 0000577-29.2010.5.05.0271 RecOrd, ac. n 046116/2011, Relatora Desembargadora DBORA MACHADO, 2. TURMA, DJ 04/02/2011.)SERVIDOR PBLICO MUNICIPAL - MUDANA DE REGIME - IMPOSSIBILIDADE - O servidor pblico admitido regularmente sem concurso pblico antes do advento da Constituio Federal de 1988, no pode sofrer alterao de regime celetista para estatutrio, em razo de no deter a qualidade de servidor efetivo. (TRT5, Processo 0000250-75.2010.5.05.0371 RecOrd, ac. n 041670/2010, Relator Desembargador LUIZ TADEU LEITE VIEIRA, 1. TURMA, DJ 10/12/2010.) Grifou-se.Assim, cristalina est a plena validade do contrato de trabalho celebrado entre as partes. DA ADMISSO, DESPEDIDA E FUNO

A Reclamante foi admitida em 01/04/1979 conforme assinatura na sua CTPS, exercendo a funo de Professora at a presente data, com remunerao no montante equivalente ao piso nacional da categoria.DO FGTSO Reclamado no realizou devidamente os depsitos do FGTS durante todo o vinculo empregatcio, devendo a Reclamante ser indenizada pela omisso do Ru.

DOS DANOS MORAIS EM DECORRNCIA DOS ATRASOS NO PAGAMENTO DOS SALRIOSEm razo dos constantes atrasos no pagamento de seu salrio, ocorridos em todos os meses a partir de janeiro de 2009 at dezembro de 2012, a Reclamante fora obrigada a contratar diversos emprstimos, alm de sofrer inegvel abalo moral decorrente dos constantes e regulares atrasos pelo Municpio ora Reclamado.

Compete destacar que no tocante ao dano de natureza moral, no possvel a produo de prova dos prejuzos decorrentes da ofensa. Neste sentido, reiterada, pacfica e uniforme a jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia:A indenizao pelos danos morais independe de prova de prejuzos materiais. Recurso especial conhecido e provido" (STJ - 3 Turma - REsp n 218.529/SP - Rel. Min. Ari Pargendler - j. 13.9.2001).

"O dano moral, tido como leso personalidade, honra da pessoa, mostra-se s vezes de difcil constatao, por atingir os seus reflexos parte muito ntima do indivduo - o seu interior. Foi visando, ento, a uma ampla reparao que o sistema jurdico chegou concluso de no se cogitar da prova do prejuzo para demonstrar a violao do moral humano" (STJ - 4 Turma - REsp n 121.757/RJ - Rel. Min. Slvio de Figueiredo Teixeira - j. 26.10.1999). "Dispensa-se a prova de prejuzo para demonstrar a ofensa ao moral humano, j que o dano moral, tido como leso personalidade, ao mago e honra da pessoa, por vez de difcil constatao, haja vista os reflexos atingirem parte muito prpria do indivduo - o seu interior. De qualquer forma, a indenizao no surge somente nos casos de prejuzo, mas tambm pela violao de um direito" (STJ - 4 Turma - REsp n 85.019/RJ - Rel. Min. Slvio de Figueiredo Teixeira - j. 10.3.1998). evidente que a ausncia de pontualidade nos pagamentos do Reclamado da nica fonte de renda e sobrevivncia da Reclamante e de sua famlia os obrigou a passar fome, privaes e toda sorte de vexame, com os credores a lhe cobrar todo o tempo, sem que fosse possvel sequer saber ao certo que dia seria adimplida a obrigao pelo Reclamado, j que o atraso no salrio era e continua sendo prtica habitual, mensal e ordinria.Destaque-se que o Egrgio Tribunal Superior do Trabalho vem reconhecendo o direito reparao pelos danos morais causados em casos como o presente, em que a regra o atraso sistemtico e desrespeitoso do salrio do trabalhador:

2. ATRASO REITERADO NO PAGAMENTO DE SALRIOS. DANO MORAL. CONFIGURAO PELA SIMPLES OCORRNCIA DO FATO. 2.1. O dano moral se configura pela mudana do estado psquico do ofendido, submetido pelo agressor a desconforto superior queles que lhe infligem as condies normais de sua vida. 2.2. O patrimnio moral est garantido pela Constituio Federal, quando firma a dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos da Repblica, estendendo sua proteo vida, liberdade, igualdade, intimidade, honra e imagem, ao mesmo tempo em que condena tratamentos degradantes e garante a reparao por dano (arts. 1, III, e 5, -caput- e incisos III, V e X). 2.3. No dilogo sinalagmtico que se estabelece no contrato individual de trabalho, incumbe ao empregador proceder, tempestivamente, ao pagamento de salrios (CLT, art. 459, 1). 2.4. O atraso reiterado no pagamento de salrios claramente compromete a regularidade das obrigaes do trabalhador, sem falar no prprio sustento e da sua famlia, quando houver, criando estado de permanenteapreenso, que, por bvio, compromete toda a vida do empregado. 2.5. Tal estado de angstia resta configurado sempre que se verifica o atraso costumeiro no pagamento dos salrios - -damnum in re ipsa-. 2.6. Ao contrrio do dano material, que exige prova concreta do prejuzo sofrido pela vtima a ensejar o pagamento de danos emergentes e de lucros cessantes, nos termos do art. 402 do Cdigo Civil, desnecessria a prova do prejuzo moral, pois presumido daviolao da personalidade do ofendido, autorizando que o juiz arbitre valor para o compensar financeiramente. 2.7. O simples fato do ordenamento jurdico prever consequncias jurdicas ao ato faltoso do empregador (a resciso indireta do contrato de trabalho, com a condenao da empresa s reparaes cabveis nos termos dos arts. 483, -d-, e 484 da CLT) no prejudica a pretenso de indenizao por dano moral, consideradas as facetas diversas das leses e o princpio constitucional do solidarismo. Recurso de revista conhecido e desprovido. (TST, Processo: RR - 75700-90.2008.5.09.0562 Data de Julgamento: 09/02/2011, Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, 3 Turma, Data de Publicao: DEJT 18/02/2011) Grifou-se.

Por outro lado, compete ao Reclamado a comprovao da pontualidade no pagamento dos salrios da Autora, o que poder ser feito por mera juntada dos depsitos ou ordens de pagamentos bancrias, conforme j decidiu o Tribunal Regional do Trabalho da 2 Regio:Salrios em atraso. Prova da quitao. do empregador a prova do pagamento tempestivo dos salrios. E tendo em vista que os pagamentos eram efetuados por meio de depsito bancrio, poderia o empregador eximir-se da condenao apresentando os recibos. Recurso a que se nega provimento. Face ao exposto, mais do que evidenciados esto os danos morais a ensejar a indenizao ora pleiteada. (TRT-2, 10 Turma, RECORD 918200605702002 SP 00918-2006-057-02-00-2, Rel. Des. MARTA CASADEI MOMEZZO, julgado em 24/03/2009, publicado em 07/04/2009). Grifou-se.Face ao exposto, mais do que evidenciados esto os danos morais a ensejar a indenizao ora pleiteada.DOS HONORRIOS ADVOCATCIOS

Dispe o Enunciado 219 do TST:

TST Enunciado n 219 - Res. 14/1985, DJ 19.09.1985 - Incorporada a Orientao Jurisprudencial n 27 da SBDI-2 - Res. 137/2005, DJ 22, 23 e 24.08.2005.Justia do Trabalho - Condenao em Honorrios Advocatcios.I - Na Justia do Trabalho, a condenao ao pagamento de honorrios advocatcios, nunca superiores a 15% (quinze por cento), no decorre pura e simplesmente da sucumbncia, devendo a parte estar assistida por sindicato da categoria profissional e comprovar a percepo de salrio inferior ao dobro do salrio mnimo ou encontrar-se em situao econmica que no lhe permita demandar sem prejuzo do prprio sustento ou da respectiva famlia. (ex-Smula n 219 - Res. 14/1985, DJ 26.09.1985)

II - incabvel a condenao ao pagamento de honorrios advocatcios em ao rescisria no processo trabalhista, salvo se preenchidos os requisitos da Lei n 5.584/70. (ex-OJ n 27 da SBDI-2 - inserida em 20.09.2000) Grifou-se.

Uma vez que a Reclamante encontra-se assistida pelo advogado do Sindicato dos Servidores Pblicos de Candeias, alm de receber salrio inferior ao dobro do mnimo legal, presentes esto os requisitos do Enunciado n.219 do TST.

DOS PEDIDOSAssim, requer a Vossa Excelncia que seja conhecida e julgada totalmente procedente a presente reclamao trabalhista para que seja determinada:

a- a citao do Reclamado para contestar a presente reclamao, sob pena de confisso e revelia;

b- a concesso da gratuidade da justia, nos termos da Lei n. 1060/50;

c- o pagamento de todas as parcelas na primeira audincia pelo Reclamado, sob pena pag-las acrescidas de 50% (cinqenta por cento), conforme indica o art. 467 da CLT;d- o reconhecimento da validade do contrato de trabalho celebrado entre as partes para todos os efeitos legais;e- pagamento de indenizao a ttulo de reparao pelos danos morais causados Reclamante pelo constante atraso nos seus salrios, no montante a ser fixado por este M.M. Juzo, em face da gravidade e regularidade do ato ilcito praticado pelo Reclamado;f- a comprovao do depsito das parcelas devidas a ttulo de FGTS pelo Reclamado ou a indenizao compensatria dos valores devidos Reclamante a titulo do Fundo de Garantia, ao longo de toda relao de emprego, desde a sua admisso ; g- a condenao do Reclamado ao pagamento das custas processuais e honorrios advocatcios, estes no equivalente a 15% do total da condenao.h- o pagamento de correo monetria e juros de mora.

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em Direito admitidos, em especial a oitiva de testemunhas que sero oportunamente arroladas.

D-se causa o valor de R$ 30.000,00 ( Trinta mil reais).Nestes Termos

Pede Deferimento.

Salvador para Candeias, 03 de Outubro de 2013. Jernimo Luiz Plcido de Mesquita Bruno Augusto da Cruz OAB-BA 20.541 OAB-BA 39.503PAGE 6