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UNIVERSIDADE PARANAENSE – UNIPAR
Reconhecida pela Portaria – MEC. n.º 1580, de 09/11/1993.
Curso de Direito – Campus – Sede – Umuarama – Pr.
ANA CLAUDIA PINHEIRO CENA
PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA DECISÃO DE MÉRITO
Umuarama
2016
ANA CLAUDIA PINHEIRO CENA
PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA DECISÃO DE MÉRITO
Artigo apresentado ao Curso de Direito da
Universidade Paranaense – UNIPAR, como
exigência parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Direito.
Orientação: Prof. Me. Celso Hiroshi Iocohama
Umuarama
2016
ANA CLAUDIA PINHEIRO CENA
PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA DECISÃO DE MÉRITO
Autora:
Nome: Ana Claudia Pinheiro Cena
Curso: Direito R.A: 0135392
CPF: 068.883.049-81 RG: 11.038.109-3
End. Res.: Rua Rio Goioerê, 3286, Jardim Beira Rio, Umuarama (PR).
Fone: (44) 9732-8244 E-mail: [email protected]
Professor Orientador:
Nome: Celso Hiroshi Iocohama.
Titulação: Doutor em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e Doutor em
Educação pela Universidade de São Paulo – USP.
Endereço: Rua Des. Munhoz de Mello, 3.800, 2º andar, Conj. 201, Edifício Centro Comercial,
Umuarama (PR).
Telefone: (44) 3622-2930 E-mail: [email protected]
FICHA DE AVALIAÇÃO DO TRABALHO DE CURSO
Critérios:
Considerando que a supressão da apresentação oral do Trabalho de Curso (TC)
não significa critérios aleatórios para atribuição da nota pelo Professor Orientador, relaciona-
se as questões de avaliação de acordo com o Art. 18 do Regulamento Geral das Atividades
de Elaboração do Trabalho de Curso do Curso de Graduação em Direito, as quais
deverão servir de parâmetros orientadores para atribuição da nota.
I Etapa - análise do levantamento bibliográfico (mínimo de cinco obras) realizado pelo aluno
em consonância com o tema proposto e discutido com o Professor Orientador, com peso de
até 1,0 (um vírgula zero) na composição da nota final;
II Etapa - linhas gerais do desenvolvimento do trabalho com base no levantamento
bibliográfico, elaboração do Resumo Expandido e apresentação na Mostra de Trabalhos
Científicos do Curso de Direito, com peso de até 3,0 (três vírgula zero) na composição da nota
final;
III Etapa - término do desenvolvimento do trabalho conforme item anterior, com peso de até
2,0 (dois vírgula zero) na composição da nota final;
IV Etapa - introdução e conclusão do trabalho, com peso de até 2,0 (dois vírgula zero) na
composição da nota final;
V Etapa - análise geral do trabalho: conteúdo e apresentação escrita (organização seqüencial,
relevância do tema e correção gramatical) do trabalho, de acordo com as normas para
publicação, com peso de até 2,0 (dois vírgula zero) na composição da nota final;
UNIVERSIDADE PARANAENSE
Curso de Direito – Umuarama – Unidade - Sede
NOTA FINAL DO TC
APROVADA
REPROVADA
TÍTULO DO
ARTIGO
PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA DECISÃO DE MÉRITO
O trabalho será encaminhado para publicação
pelo(a) professor(a) orientador(a)?
SIM
NÃO
ACADÊMICA: Ana Claudia Pinheiro Cena
R.A. 00135392 SÉRIE 4º ano
PERÍODO A
ORIENTADOR: Celso Hiroshi Iocohama
Observações:
Umuarama-PR, 10/11/2016.
Assinatura do Prof. Orientador
Agradeço a Deus que iluminou о meu caminho
durante esta caminhada e aos familiares pelo
carinho е apoio para que chegasse até esta
etapa de minha vida.
PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA DECISÃO DE MÉRITO
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi analisar o princípio da primazia da decisão de
mérito presente na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 do Código de Processo Civil. Entre
outras inovações, tão importantes quanto o que será analisado no presente estudo, o legislador
preocupou em atender minuciosamente, sem deixar dúvidas, o interesse processual das partes,
a solução integral do litígio e a duração em tempo razoável. Assim, a Constituição Federal em
seu art. 5º, inciso LXXVIII, garante às partes, o direito a duração razoável do processo, visto
que almejam a solução integral da lide com resolução de mérito. Com isso, a inovação
processual objetivou a proximidade dos dispositivos do Código de Processo Civil com a
interpretação soberana da Constituição Federal, visando a celeridade processual presente na
demanda inicial ou recursal. Com efeito, todos os envolvidos no processo têm papel
fundamental para que se chegue até a sentença de mérito. Para a realização deste estudo,
utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica com a utilização de material específico
dentre eles, documentos, publicações de artigos científicos, monografias, dissertações e livros,
sendo esta última a principal fonte referencial.
Palavra-chave: Novo Código de Processo Civil; Decisão de Mérito; Aplicação do Princípio
da Primazia da Resolução de Mérito.
PRINCIPLE OF PRIMACY OF MERIT DECISION
Abstract: the aim of this work was to analyze the principle of primacy of merit decision
present in law No. 13,105, of March 16, 2015 of the Code of Civil Procedure. Among other
innovations, as important as that will be analyzed in the present study, the legislator tried to
answer thoroughly, leaving no doubts, the procedural interest of the parties, the full solution
of the dispute and the duration in reasonable time. Thus, the Federal Constitution in art. 5,
item LXXX, guarantees to the parties, the right to a reasonable duration of the process, since
it aims to handle full solution with merit resolution. With that, the procedural innovation
aimed to the proximity of the provisions of the code of Civil procedure with the sovereign
interpretation of the Federal Constitution, in order to speed this procedure on initial demand
or appeals. Indeed, everyone involved in the process have key role in order to reach the
verdict. For this study, it was used methodology of bibliographical research with the use of
specific material, including documents, publications of scientific articles, monographs,
dissertations and books, the latter being the main reference source.
KEY WORDS: New Code of Civil Procedure; Decision of merit; Application of the principle
of the primacy of the Merit resolution.
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1 INTRODUÇÃO
O presente estudo analisará as inovações da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015,
ante a evolução dos princípios, se comparada com a Lei nº 5.869, de 11 de novembro de 1973,
com ênfase ao art. 4º da norma vigente.
O novo Código de Processo Civil (CPC) inovou ao trazer o princípio da primazia da
resolução de mérito, privilegiando a resolução satisfativa da solução de mérito, bem como
estabelece, em seu art. 4º que as partes têm direito de obterem em prazo razoável “a
solução integral do mérito”.
Para isso, cabe ao juízo o dever de prevenção, ou seja, o juiz deve adotar medida para
que o processo tramite até a resolução final (sentença). Partindo dessa premissa, o juiz
deve sempre que possível, superar os vícios processuais, corrigindo e
possibilitando às partes para que os faça, sempre priorizando a decisão de mérito.
A partir disso, o legislador, buscando assegurar as partes em todos os meios possíveis,
reforça o princípio da primazia de decisão de mérito no art. 317 “antes de proferir decisão sem
resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o
vício”, com a finalidade de evitar a sentença extintiva.
Essa possibilidade de correção dos defeitos no processo, está atrelado ao princípio da
cooperação, elencado no art. 6º, em que “todos os sujeitos do processo devem cooperar entre
si” (..) a partir do momento que o magistrado concede oportunidade para as partes em sanar os
vícios, espera-se que haja de boa-fé. Afirma Wambier (2016, p. 68) que muito “embora nem
todas as condutas de boa-fé sejam essencialmente cooperativas”.
Diante disso, conforme preceitua o art. 5º, LXXVIII, da Constituição Federal de
1988, em que “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável,
decisão de mérito justa e efetiva”, as partes têm o direito de obterem dentro do prazo razoável
a decisão de mérito justa e efetiva. A prestigiar-se o princípio constitucional, o legislador não
menciona qual o prazo “razoável” do processo, contudo, podemos assegurar que não pode ser
tão longa tornando ineficaz a medida que a visam, nem tão breve que possa prejudicar a
defesa ou o excelente esclarecimento dos fatos.
Portanto, objetiva-se além da duração do prazo razoável do processo, a garantia que
este tramitará de forma célere, efetiva e justa. Assim, examinar-se-á as novações legislativas e
jurisprudenciais ante o princípio da primazia da decisão de mérito, perante o Novo Código de
Processo Civil.
2
2 CONCEITO DE MÉRITO EM PROCESSO CIVIL
Do verbo latim meritu, conceitua-se que é aquilo que está contido na questão judicial,
ou litígio; lastro de conhecimentos da causa. Questão ou questões fundamentais, de fato ou de
direito, que constitui o principal objeto da lide (DINAMARCO, 2002, p.232). Ou seja, é a
pretensão das partes junto ao poder judiciário na busca da solução litigiosa.
Vários são os posicionamentos dos doutrinadores, ao conceituar mérito, as
divergências são visíveis, porém sua essência não foge à regra, de que cada qual possui sua
conceituação de forma pertinente, assim sendo, vejamos:
Na visão de Liebman (1980, p. 222-223): “o conhecimento do juiz é conduzido com o
objetivo de decidir se o pedido formulado no processo é procedente ou improcedente e, em
consequência, se deve ser acolhido ou rejeitado”.
Para Bedaque (2010, p. 162), mérito é assimilado a questões, assim dizendo: “exame
de mérito ou melhor, das questões de mérito significa a verificação da subsunção da situação
descrita pelo autor ao ordenamento jurídico material”.
Diferente dos autores supracitado, Carnelutti (1999, p. 13) denomina-se mérito, em
razão da matéria. E diz: “mérito da lide significa, portanto, o complexo das questões materiais
que a lide apresenta”.
Segundo disciplina Dinamarco (2002, p. 254), mérito é aquilo que alguém vem a juízo
pedir, postular, exigir. E ainda completa, “é a exigência que através, da demanda, uma pessoa
apresenta ao juiz para exame”. Conclui, assim, o eminente processualista, que para solucionar
a lide exposto pelas partes, o juiz deverá resolver os pontos duvidosos que originaram as
questões surgidas no processo.
Nas palavras de Didier Jr. e Cunha (2009, p. 71), mérito em fase recursal: “é a
pretensão recursal, que pode ser a de invalidação, reforma, integração ou esclarecimento”.
Após a explanação dos conceitos acima exarados, tem-se que mérito se perfaz ao
pedido do autor, manifestado na propositura da ação, buscando o reconhecimento do seu
pedido junto ao judiciário, almejando a solução do seu litígio de forma integral.
3 O QUE É O PRÍNCIPIO DA PRIMAZIA DA DECISÃO DE MÉRITO
Antes da vigência do Código de Processo Civil (2015), não havia expressamente no
código anterior a determinação do art. 4º de que as partes têm direito de obterem em prazo
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razoável “a solução integral do mérito”. No decorrer dos anos a jurisprudência passou a
reconhecer a importância da decisão de mérito e passou a ser adotado tal princípio nos atos do
magistrado.
Com a inovação da legislação atual, o legislador se preocupou em estabelecer o direito
das partes, garantindo a razoável duração do processo, exigindo a análise de mérito, como
também a garantia de um processo judicial célere e seguro. A obrigação do jurista não é mais
apenas a de revelar as palavras da lei, mas a de projetar uma imagem, corrigindo-a e
adequando-a aos princípios de justiça e aos direitos fundamentais (MARINONI,
ARENHART, MITIDIERO, 2016, p. 55).
Além dessa obrigação do magistrado em garantir o direito das partes, é preciso
destacar, a importância da colaboração de todos os envolvidos no processo, em conformidade
com o art. 6º: “todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em
tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva”. Nesse entendimento, Nery J. e Andrade
(2015, p. 208) defendem que é preciso haver reciprocidade, o que fica evidenciado pela
inclusão da expressão “entre si” no artigo supracitado.
Sobre tal dispositivo, ensina Didier Jr. (2015, p. 127):
Os deveres de cooperação são conteúdo de todas as relações jurídicas processuais
que compõem o processo: autor-réu, autor-juiz, juiz-réu, autor-réu-juiz, juiz-perito,
perito-autor, perito-réu etc. Essa é a premissa metodológica indispensável para
compreender o conteúdo dogmático do princípio da cooperação (..) ao integrar o
sistema jurídico, o princípio da cooperação garante o meio (imputação de uma
situação jurídica passiva) necessário à obtenção do fim almejado (o processo
cooperativo).
Nesse sentido leciona Medina (2016, p. 54) que “o princípio da cooperação atua
diretamente, imputando aos sujeitos do processo deveres”. Portanto, o juiz tem o “dever de
esclarecer, prevenir, bem como de consultar e auxiliar as partes”.
Conforme prevê o art. 317 do CPC (2015): “antes de proferir decisão sem resolução de
mérito, o juiz deverá conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício”. Tal
medida, se faz necessário para evitar a extinção do processo sem resolução de mérito,
atribuindo as partes a correção do vício, sempre que possível. Assim sendo, é importante
ressaltar que: “[...] antes de proferir sentença sem resolver o mérito, o juiz deverá conceder à
parte uma última chance para, se for possível, corrigir o (s) vícios (s) que levaria (m) à
extinção do processo, sem resolução de mérito” (WAMBIER et al., 2016, p. 596).
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Diante dessa situação, constata-se que o magistrado, deverá esgotar todas os meios
imagináveis ao seu alcance, do qual deverá determinar o suprimento de pressupostos
processuais e o saneamento de outros vícios processuais, de acordo com o art. 139, IX do
CPC.
Com efeito, o Art. 139 IX é de suma importância para correção dos vícios processuais
antes do magistrado proferir sentença sem resolução de mérito. Na lição de Medina (2016, p.
544):
Antes de proferir decisão terminativa, que, em razão da ausência de algum requisito
processual, rejeita o pedido sem examinar sua procedência, deve o juiz conceder à
parte oportunidade para corrigir o vício, quando isso for possível. Trata-se, aqui de
manifestação do dever de prevenção, que decorre do dever de cooperação, e se
encontra previsto no art. 139, IX do CPC/2015. Segundo o qual cabe ao juiz
“determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros
vícios processuais”.
Além do suprimento dos pressupostos processuais, o juiz deverá conceder às partes
oportunidade para sanar vícios formais, portanto, não deverá extinguir o processo sem antes
sanar o problema encontrado no litígio. Segundo essa regra, o magistrado deverá “dar o
máximo aproveitamento possível ao processo, com ampla possibilidade de correção de rumos
e sanação de vícios, de modo que a apreciação do direito material ao processo subjacente seja
efetiva prioridade”. (WAMBIER et al., 2016, p. 303).
Ora, se é possível corrigir vícios no processo, não há necessidade de extingui-lo sem
resolução de mérito, sendo que seria possível essa correção, visando a solução integral da lide,
pleiteado pelas partes.
Assim, será prioridade do juiz, analisar e adequar o processo e, toda vez que for
possível corrigir e sanar o vício, deve-se tentar a resolução do mérito. Sob esse enfoque, fica
claro, que antes de pronunciar a nulidade do processo, o juiz declarará que atos são atingidos
e ordenará as providências necessárias a fim de que sejam repetidos ou retificados, conforme
preceitua o art. 282 do CPC/2015. Uma vez decretada a nulidade pelo reconhecimento de
vício anterior, “deverá o juiz indicar quais atos serão privados de efeitos e que sejam
repetidos ou ratificados, incluindo determinar as providenciar necessárias para que isto
ocorra”. (WAMBIER et al., 2016, p. 519).
Nessa perspectiva, vale citar o entendimento de Cunha (2015):
O princípio da primazia do exame do mérito abrange a instrumentalidade das
formas, estimulando a correção ou sanação de vícios, bem como o aproveitamento
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dos atos processuais, com a colaboração mútua das partes e do juiz para que se
viabilize a apreciação do mérito.
Diante disso, é admissível o juiz, sempre que possível, superar os vícios, estimulando,
viabilizando e permitindo sua correção, a fim de que possa efetivamente examinar o mérito,
evitando as falhas processuais e resolvendo o conflito posto pelas partes. Esse princípio é
visto como norma fundamental ao acesso à justiça (art. 5º, LXXVIII da CF/1988) e, também
função de paz social, por esse motivo a sentença sem resolução de mérito, deve ser reprimida
sempre que possível.
O art. 485, § 1º do CPC/2015 contempla as hipóteses em que as partes serão intimadas
pessoalmente para suprir a falta dos pressupostos processuais (incisos II e III), no prazo de 5
(cinco) dias. O referido artigo aduz as exigências que, se não observadas, levam a não
resolução do mérito (MEDINA, 2016, p. 766).
Em algumas ocasiões o juiz poderá decidir o mérito à parte que não foi responsável ao
vício processual, que não deu causa ao vício ou defeito nos termos do art. 488: “desde que
possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a decisão for favorável à parte a quem
aproveitaria eventual pronunciamento”. Nesse sentido, o juiz pronunciará sobre o mérito,
evitando com tal decisão, a propositura de nova ação, movimentando novamente o poder
judiciário.
Sobre a introdução de tal artigo, Medina (2016, p. 766) escreveu que:
A nova lei processual, contudo, enfatiza o princípio, ao dispor, no art. 488, que o
juiz deve evitar a decisão fundada no art. 485 do CPC/2015 (decisão terminativa,
que não resolve o mérito), sempre que puder julgar o mérito em favor daquele a
quem aproveitaria a decisão que não o resolve. Impõe-se, aqui, seja realizada uma
abordagem funcional (Funktionale Betrachtungsweise) dos requisitos processuais.
Sobre essa ótica, se extrai que o principal objetivo do legislador, é oportunizar as
partes para o aproveitamento processual, possibilitando correções de vícios sanáveis, como
bem asseveram Wambier e Talamini (2016, p. 83), “o único objetivo a que a legitimamente se
pode aspirar no processo é uma tutela jurisdicional justa e oportuna”.
4 MOMENTOS QUE O CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL CONSAGRA A PRIMAZIA
DO MÉRITO
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Como outrora dito, o Código de Processo Civil (2015), trouxe vários mecanismos para
a resolução da lide, sendo papel fundamento de o juiz examinar o processo priorizando a
decisão de mérito. Diante de tais dispositivos, importante observar que o legislador trouxe a
superação dos vícios processuais, não só em fase inicial, mais também na fase recursal, que já
vinha sendo adotada por alguns magistrados na vigência do Código de Processo Civil de
1973, visto a ausência de dispositivos nesse sentido, porém outros não partilhavam do mesmo
entendimento.
A decisão de mérito é uma garantia constitucional, prevista no art. 5º, LXXVIII da
Constituição Federal, visto como direito fundamental das partes ao acesso à justiça, onde
almeja-se a solução do caso concreto em tempo razoável.
A respeito da razoabilidade da duração do processo, lecionam Nery Júnior e Nery:
A norma garante aos brasileiros e residentes no Brasil o direito à razoável duração
do processo, judicial ou administrativo. Razoável duração do processo é conceito
legal indeterminado que deve ser preenchido pelo juiz, no caso concreto, quando a
garantia for invocada. Norma de eficácia plena e imediata (CF 5º. § 1º.), não
necessita de regulamentação para ser aplicada (2009, p.198).
Por sua vez, o legislador reforçou tal garantia no Novo Código de Processo Civil (art.
4º) visando maior celeridade processual, sendo “correto afirmar que toda pessoa tem direito
fundamental ao processo justo, cujo fim é permitir a concretização das garantias materiais
asseguradas pelo ordenamento constitucional”. (ARAÚJO, 2016, p. 53).
A partir disso, ressalta-se a importância do magistrado em analisar o caso concreto
para aplicar as normas constitucionais como garantia fundamental à solução integral e
satisfatória da lide, permeando os meios suficientes em prazo razoável.
4.1 Hipóteses em que o magistrado deverá tentar sanar o vício
Atualmente, na vigência no CPC/2015, é pacífico o entendimento de que o Supremo
Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça poderão desconsiderar vício formal de
recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave (art. 1029, § 3º),
garantindo às partes, o alcance do duplo grau de jurisdição, que nas palavras de Assis (2015,
p. 346), “pressupõe uma resolução já tomada, relativamente ao mérito de uma demanda,
operando no mesmo processo. É um convite ao reexame do mérito”.
Assim o dispositivo da norma supracitada, dispõe:
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Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na
Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do
tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
§ 3º O Supremo Tribunal Federal ou Superior Tribunal de Justiça poderá
desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde
que não o repute grave. (BRASIL,2015)
Cumpre destacar outro dispositivo semelhante elencado na Consolidação das Leis do
Trabalho - CLT/1943 em seu art. 896, § 11:
Art. 896. Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho
das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos
Tribunais Regionais do Trabalho, quando:
§ 11. Quando o recurso tempestivo contiver defeito formal que não se repute grave,
o Tribunal Superior do Trabalho poderá desconsiderar o vício ou mandar saná-lo,
julgando o mérito. (BRASIL, 1943)
No que tange ao vício grave, Medina entende que é “aquele que não seja passível de
correção” e completa “naturalmente, deve-se estar diante de vício sanável” (2016.p 1333-
1334) para que seja aplicado o dispositivo.
Nestes termos, o relator, antes de considerar inadmissível o recurso, ou seja, não
examinando o mérito em questão, concederá prazo de cinco dias ao recorrente, para que seja
corrigido o defeito ou apresente os documentos exigíveis para o julgamento de mérito, nos
ternos do parágrafo único do art. 932 do CPC:
Art. 932. Incumbe ao relator:
Parágrafo único: Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o
prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complemente a
documentação exigível. (BRASIL, 2015)
Sobre tal dispositivo, importante mencionar o Enunciado 82 do IV Encontro do Fórum
Permanente de Processualistas Civis – IV FPPC, destacando o dever do relator e não mera
faculdade deste, em conceder prazo para o recorrente sanar o vício:
82. (art. 932, parágrafo único; art. 938, § 1º). É dever do relator, e não faculdade,
conceder o prazo ao recorrente para sanar o vício ou complementar a documentação
exigível, antes de inadmitir qualquer recurso, inclusive os excepcionais. (Grupo:
Ordem dos Processos no Tribunal, Teoria Geral dos Recursos, Apelação e Agravo).
(BRASIL, 2013)
Dessa maneira, sendo reconhecido algum erro, seja pela ausência de assinatura ou erro
no preparo, será “assegurado o direito à ampla defesa e ao contraditório, não se pode permitir
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que vícios processuais sem relevância, acabem comprometendo a própria finalidade do
instrumento” (BEDAQUE, 2010, p. 108 e 109).
Para maior compreensão, Bedaque (2010, p. 109 e 110) acrescenta:
Em primeiro lugar, é preciso abandonar a idéia de que os atos processuais devem
atender rigorosamente a determinada forma previamente estabelecida não tendo o
juiz poderes para flexibilizar os rigores da lei. O formalismo exagerado é
incompatível com a visão social do processo. Não podemos olvidar que o Estado
está comprometido com a correta solução das controvérsias, não com a forma do
processo. Essa constitui fator de garantia do resultado e de segurança para as partes,
não pode ser objeto de culto.
Esse é o mesmo entendimento de Didier Jr. e Cunha que defendem: “A ausência de
preparo constitui, a toda evidência, um vício sanável”. Pois bem, se a parte não juntou à peça
recursal a respectiva guia de recolhimento, caberá ao magistrado conceder o prazo de 5 dias
(art. 932) para que seja anexado aos autos o referido documento, sem, no entanto, extinguir o
processo sem resolução de mérito. Diante disso, o parágrafo único é claro “no sentido de que
deve haver o amplo aproveitamento da atividade processual, com a ampla sanabilidade de
vícios” (WAMBIER et al., 2016, p. 1471).
Outro dispositivo que concede as partes a reparação ao respectivo preparo já em fase
recursal sob pena de deserção, estabelecendo prazo para sanar o vício, está previsto no art.
1.007, § 7º do CPC:
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando
exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e
de retorno, sob pena de deserção:
§ 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da
pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quando ao
recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias.
(BRASIL, 2015)
Essa oportunidade de correção do vício, é evitar a nulidade do ato tão somente pela
ausência de preparo, que deverá ser comprovado no momento da interposição do recurso, pois
“a ideia é a de sanar os defeitos de forma do processo, para que este possa atingir seu fim, que
é o de produzir decisão de mérito”. (WAMBIER et al., 2016, p. 1596).
Sendo assim o relator disponibiliza diversas formas de reparar o vício, hipóteses em
que o recorrente não poderá se manter inerte ao feito, sob pena de nulidade e deserção.
5 INTERPRETAÇÃO JURISPRUDENCIAL PELO PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DE
MÉRITO DIANTE A VIGÊNCIA DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 1973
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Em que pese o Código de Processo Civil (CPC/73) não ter mencionado qualquer
alusão sobre o tema, a jurisprudência já havia consolidado a interpretação dos magistrados a
esse princípio.
Desta feita, verifica-se a análise jurisprudencial na vigência do Código de Processo
Civil de 1973, em comento ao art. 269, observe-se:
Para verificar se houve exame do mérito, há que pesquisar se a pretensão formulada
foi decidida. Isso tendo ocorrido, não importa que a sentença haja,
equivocadamente, afirmado que o autor era carecedor da ação. Fica o tribunal, no
julgamento da apelação, autorizado a examinar todas as questões pertinentes ao
merecimento”. (STJ- 3a. turma - Resp 31.766-0-RS, rel. Min. Eduardo Ribeiro, j.
25.4.94, deram provimento, v.u. DJU 30.5.94, p. 13.480 -"in" Theotonio - 31a. ed.
- nota 3 ao art. 269 - p. 333).
Alguns Tribunais sobre o entendimento de reparo do recurso de apelação, desde que
apresentado tempestivamente, adequado e devidamente reparado o vício, merecem
provimento nos termos do art. 557, § 1º do CPC/73, atualmente previsto no art. 932 do
CPC/2015, conforme poderá ser observado a seguir:
Processo Civil. Extinção do feito sem resolução do mérito por suposta ausência de
preparo. Apelante que comprova o recolhimento da complementação das custas.
Apelação provida. 1. Consta nos autos petição do apelante, informando a
complementação das custas em data anterior à sentença que cancelou a distribuição.
2. Apelação a que se dá provimento por decisão monocrática, nos termos do art. 557,
§ 1º.-A CPC. (TJ-RJ - APL: 00136723920128190038 RJ 0013672-
39.2012.8.19.0038, Relator: DES. HORACIO DOS SANTOS RIBEIRO NETO,
Data de Julgamento: 17/10/2014, DÉCIMA QUINTA CAMARA CIVEL, Data de
Publicação: 21/10/2014).
Conforme verifica-se no julgado acima exposto o Tribunal de Justiça do Rio de
Janeiro, entendeu por decisão monocrática, dar provimento ao Recurso de Apelação, uma vez
que conforme o que foi fundamentado, a Apelante comprovou o recolhimento da
complementação das custas que anteriormente não havia sido recolhida decretando a extinção
do processo sem resolução de mérito.
Nesse mesmo raciocínio o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, entendeu que a
eventual falta de atendimento, pelo autor, de ordem judicial de comprovação de alegada
hipossuficiência financeira, somente pode ensejar o indeferimento do pedido de gratuidade
judiciária, e não a extinção do processo, fundada em falta de preparo das custas prévias, senão
vejamos:
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APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE REVISÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS -
PEDIDO DE GRATUIDADE JUDICIÁRIA - ORDEM DE APRESENTAÇÃO,
PELO AUTOR, DE COMPROVANTES DE SUA ALEGADA
HIPOSSUFICIÊNCIA ECONÔMICA E FINANCEIRA - EXTINÇÃO DO FEITO,
SEM EXAME DE MÉRITO, FUNDADA EM AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTO
DE CONSTITUIÇÃO E DESENVOLVIMENTO VÁLIDO DO PROCESSO,
RELATIVO A RECOLHIMENTO DAS CUSTAS PRÉVIAS -
IMPOSSIBILIDADE - NECESSIDADE DE PRÉVIA DECISÃO, PELO JUIZ,
SOBRE O PLEITO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA, COM
ABERTURA DE NOVO PRAZO PARA O PREPARO, EM CASO DE
INDEFERIMENTO DO BENEFÍCIO. - Descabe a extinção do processo, sem
exame de mérito, motivada na falta de preparo das custas prévias, antes do
pronunciamento, pelo Juiz, sobre pedido de gratuidade judiciária formulado na peça
de ingresso. - A eventual falta de atendimento, pelo autor, de ordem judicial de
comprovação de alegada hipossuficiência financeira, somente pode ensejar o
indeferimento do pedido de gratuidade judiciária, e não a extinção do processo,
fundada em falta de preparo das custas prévias. (TJ-MG - AC: 10701150105446001
MG, Relator: Márcio Idalmo Santos Miranda, Data de Julgamento: 23/02/2016,
Câmaras Cíveis / 9ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 08/03/2016).
Assim, constata-se que, antes de ser extinto o processo, sem resolução de mérito,
deveria o douto Juízo de primeiro grau ter indeferido a justiça gratuita, oportunizando-se a
interposição do recurso competente ou mesmo das custas devidas, estipulando prazo para a
parte recolher as custas processuais.
6 CONCLUSÃO
Em regra, quando se fala do mérito da questão levada ao judiciário, trata-se do nó
górdio da lide; a razão de ser da demanda aforada, e, legislar de modo a mecanismos que
facilitem a apreciação do mérito, faz da nova sistemática processual civil uma ferramenta de
importância ímpar no alcance do deslinde do feito, com decisão mais justa e efetiva.
À luz da nova lei processual, quando da ausência de pressupostos processuais, o
magistrado deverá oportunizar às partes sanar o vício, seja apresentando documento essencial
complementando custas, etc., sem culminar na extinção do processo sem resolução de mérito
(art. 6º do CPC). Deste modo, em razão do princípio objeto do presente trabalho, o juiz da
causa deverá esgotar os meios que lhe possibilitem o exame do mérito e a solução do
litígio, alcançando o principal objetivo do processo, sem comprometer sua duração
razoável (art. 4º do CPC).
Assim, as mudanças são notáveis quando comparadas às disposições do Código de
Processo Civil de 1973, visto que todos os envolvidos no processo terão papel fundamental
para que o processo tramite sem embaraços, alcançando seu verdadeiro objetivo, qual seja, a
11
análise de mérito, não de formas. Essa flexibilidade do magistrado em fase inicial, e pelos
Tribunais Superiores em fase recursal, trará benefícios não só para as partes, como também
para o regular andamento dos atos processuais.
Portanto, uma vez constatados erros, problemas ou vícios, o magistrado
deverá permitir às partes que estes sejam sanados e, sempre que possível, prosseguir na
apreciação do mérito, sem causar a nulidade do ato processual, determinando prazo para a
retificação.
Pelo que foi analisado neste trabalho pode-se concluir que, o novo Código de Processo
Civil não segue modelo inquisitivo nem tampouco dispositivo, visto que oportuniza às partes
sanar, bem como manifestar-se sobre vícios do processo, caracterizando a aplicação do
princípio da primazia da decisão de mérito à espécie, contudo, não de forma isolada, mas em
conjunto com outros princípios do direito, como o da cooperação e da instrumentalidade das
formas, por exemplo.
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