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LABORATÓRIO DA PAISAGEM
RELATÓRIO:OFICINA-SEL SANTA MARIA - RS
SISTEMAS DE ESPAÇOS LIVRES URBANOSE A CONSTITUIÇÃO DA ESFERA PÚBLICACONTEMPORÂNEA NO BRASIL.
Oficina realizada em Santa Maria, RSnos dias 1,2 e 3 de setembro de 2008
Participantes QUAPÁ-SEL São Paulo:Prof. Dr. Silvio Soares Macedo (coordenador)
Profa. Dra. Helena Degreas
Prof. Dr. Rogério Akamine
Acadêmico Alexander Alfonso Villalón
Acadêmica Lais Regina Flores
Coordenador do núcleo SEL-Santa Maria:Prof. Msc. Luis Guilherme Aita Pippi
Relatório desenvolvido porDrª Helena Degreas e Dr. Rogério Akamine
SUMÁRIO
1. Apresentação: Oficina Quapa Sel em Santa Maria............................ 03
2. Trajetos da viagem entre São Paulo e Santa Maria........................... 04
3. Exposição fotográfica sobre os Espaços livres de Santa Maria......... 04
4. Roteiro da visita terrestre e plano de vôo........................................... 05
5. Descrição da visita terrestre............................................................... 07
6. Programação e participantes da Oficina em Santa Maria.................. 09
7. Apresentações................................................................................... 12
8. Atividades em ateliê........................................................................... 27
9. Anexos ........................................................................... 37
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1. Apresentação: Oficina Quapa Sel em Santa Maria
O presente relatório traz uma descrição das atividades desenvolvidas nos dias 1,2 e 3
de setembro de 2008, durante a Oficina QUAPÁ SEL de Santa Maria, RS. As seções a
seguir trazem não somente as descrições elementares como trajetos, locais visitados,
e participantes de cada dia, mas também as principais idéias colocadas nas
apresentações, as discussões dos grupos durante as atividades de ateliê e a síntese
final elaborada no último dia da oficina.
Durante as visitas terrestres, os pesquisadores locais passaram naturalmente muitas
informações sobre os locais de interesse aos membros de São Paulo. A cada local
visitado, as principais características foram evidenciadas, incluindo problemas
existentes e potencialidades de qualificação. O percurso organizado pela equipe do
núcleo local contemplou as principais unidades de espaço da cidade que foram
mencionadas nas discussões da oficina durante os dias que sucederam as visitas.
Contamos com o apoio da base aérea de Santa Maria para a realização do sobrevôo.
Para aqueles que participaram deste trajeto aéreo, a morfologia da cidade ficou mais
clara com a visão geral que se tem do alto. Essa compreensão é passada para os que
ficaram em terra por meio das fotos tiradas de dentro do avião. Ficaram registradas
imagens dos diferentes tecidos urbanos, os mais horizontais e os mais verticalizados.
Também estavam em foco de registro as imagens dos principais parques e espaços
livres junto aos rios e arroios.
No segundo dia, voltado para as apresentações, foram registradas as informações
mais relevantes de cada palestra.
A pesquisa QUAPÁ SEL foi apresentada pelo Prof. Silvio Soares Macedo a um público
numeroso composto por representantes do poder público local, de secretarias de meio
ambiente, de professores universitários e um grande número de alunos de diversos
campos.
Obviamente, a abrangência dos assuntos é limitada aos diferentes representantes de
cada instituição, de sociedade organizada e de mercado imobiliário. As apresentações
na Oficina de Santa Maria contaram com importantes informações no campo legal do
meio ambiente, no aspecto fitogeográfico da região, no processo histórico de formação
da cidade, em aspectos sociológicos da população e em questões de urbanismo.
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No último dia, dedicado às atividades em ateliê, os participantes foram divididos em 6
grupos e cada grupo recebeu um tema para discussão e espacialização para ser feita
em mapa.
Cada grupo apresentou um mapa, algumas vezes acompanhado por croquis para
melhor entendimento de algumas questões, como a exemplificação da ocupação de
lotes conforme a legislação urbana local. Também foram elaborados 6 quadros com
palavras ou idéias chave que explicitavam características, conflitos existentes e
potencialidades de espaços ou temas discutidos.
A finalização da oficina foi feita com a elaboração de um mapa síntese e um quadro
síntese, onde as principais idéias e indicações gráficas apresentadas pelos grupos
foram reunidas e organizadas. O professor Silvio Soares Macedo colocou as principais
conclusões sobre toda a discussão sobre o sistema de espaços livres da cidade.
2. Trajetos da viagem entre São Paulo e Santa Maria
CHEGADA:
A equipe do Núcleo São Paulo QUAPA – SEL embarcou no dia 30.08.2008 as
17h30min do Aeroporto de Congonhas, São Paulo rumo Porto Alegre (RS) pelo vôo
TAM JJ 3057. As 21h30min a equipe embarcou para o Aeroporto de Santa Maria
pelo vôo NHT , chegando as 22h:25min.
SAÍDA:
A equipe do Núcleo São Paulo QUAPA – SEL embarcou no dia 04.08.2008 as
7h:45min do Aeroporto de Santa Maria pela NHT com destino ao Aeroporto de Porto
Alegre. As 9h:50min do Aeroporto de Porto Alegre com destino a São Paulo pelo vôo
TAM JJ JJ 3058.
INFRA-ESTRUTURA DO NÚCLEO SÃO PAULO
Dois Laptops, um moden Claro 3G, 5 máquinas fotográfica digitais, kit de imagens
digitais e dados para uso durante a oficina.
3..Exposição Fotográfica sobre os Espaços Livres de Santa Maria
Local: Salão Imembui – Reitoria – UFSM
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Expositores: Lucas Figueiredo Baisch e Paulo Fernando dos Santos
4. Roteiro da visita terrestre e plano de vôo
DIA: 01.09.2008
Manhã:
- Faixa Nova – RS 287 (vista panorâmica da cidade de Santa Maria e sky line dos Morros e Edificações)
- Av. Nossa Senhora de Lourdes: BIG e praça de rótula, Posto de gasolina
- Cerrito (área e esportes e lazer), Parque Vicente Palloti e FAPAS
Av. Medianeira e Parque da Medianeira
- Descer Rua Visconde de Pelotas
- Av. Presidente Vargas em direção ao hospital de Caridade
- Largo da locomotiva
- Av. Borges de Medeiros
- Centro desportivo Municipal - CDM (Farrezão)
- Avenida Tênis Clube
- Av. Liberdade
- Malet
- R. Venâncio Aires
- Sotéia
- Arroio Cadena e Vila Natal
- Parque de Motos
- Tancredo Neves
- Distrito Industrial
- BR 287
- Estação Ferroviária
- Vila Belga
- Maneco
- Parque Itaimbé
- Calçadão / Praça Saldanha Marinho
Tarde:
- Base Aérea
- UFSM
- Faixa Nova – RS 287 - Clube Recreativo Dores – Sede Campestre
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- Condomínios fechados (Village Green e Sociedade de Medicina)
- km3 / Santa Fé Vagões
- Rio Vacacaí - Mirim
- Montanha Russa
- Barragem do DNOS
- Monumento dos ferroviários (belvedere, mirante histórico com vista da cidade de Santa Maria e Barragem do DNOS)
- Morro Cechella (mirante natural com vista da cidade de Santa Maria e Barragem do DNOS)
- Estrada do Perau (3 mirantes em implantação)
- BR 158
- Mirante da polícia rodoviária
- Faixa Velha - RS
- Cidade dos Meninos
- Via de comunicação entre faixa velha e faixa nova
- UFSM
Roteiro do plano de vôo
- Cidade dos Meninos / Rio Vacacaí - Mirim
- Km3
- Barragem do DNOS
- Cerro do Link / Monumento Ferroviários
- Mancha ferroviária (junto à gare)
- Arroio Cadena próximo a Av. Borges de Medeiros
- Lixão Caturrita
- Distrito industrial / Santa Marta
- Jóquei Clube
- Arroio Cadena próximo a Vila Natal
- Interzinho / Malet
- Praça dos Bombeiros (João Menna Barreto) / Praça Saturnino de Brito / praça Saldanha Marinho
- Av. Rio Branco
- Centro (calçadão / Saldanha)
- Parque Itaimbé
- Km3
- Parque Vicenti Palotti
- Cerrito
- Morro da Alemoa
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- Vazios urbanos entre as faixas de Camobi
- Parque previsto para Camobi (próximo a São José)
- Camobi
- Base
- UFSM
- Clube Recreativo Dores
- Morro Mariano da Rocha
- Arroio Cancela
- Parque da Nanoai
- Urlândia / Tancredo Neves
- Distrito Industrial / Santa Marta
5. Descrição da visita terrestre
O método utilizado a seguir para a redação do texto foi realizado por meio de
anotações de campo efetuadas a partir das informações contidas nas falas de nossos
anfitriões.
As 8h: 45min, um ônibus da Universidade Federal de Santa Maria, doravante citada
como UFSM, veio buscar a equipe no Park Hotel Morotin juntamente com o
coordenador da Oficina QUAPA – SEL Santa Maria, Prof. Luiz Guilherme Aita Pippi e
as arquitetas Thais, Renata e Larissa, ex-alunas da UFSM empenhadas em continuar
seus estudos (mestrado) em Arquitetura da Paisagem. Do hotel até o bairro de Cerrito
(setor sul da cidade, há 3 km do centro pela Avenida Dep. Ferrari), estende-se
linearmente a cidade de SM por aproximadamente 30 km, deixando à vista vastas
glebas de terras sem ocupação entre o aeroporto e a cidade propriamente dita. A partir
do novo Plano Diretor, doravante PD, há incentivo por parte do poder público ao
mercado imobiliário para a implantação de condomínios residências fechados nestes
locais. De acordo com o professor, esse tipo de ocupação pode ser prejudicial à
cidade, pois incentiva a privatização de espaços livres intramuros numa cidade carente
de espaços públicos para uso de sua população. É preciso ser sócio ou obter
autorização dos proprietários para ingressar em áreas que dispõem de quadras, locais
para churrasco, playgrounds, etc., criando uma categoria de espaço livre de uso
privativo. Exemplificou sua fala logo depois, ao levar o grupo até o Parque de Eventos,
de propriedade da Congregação dos Irmãos Maristas, que fica repleto de pessoas ao
final das tardes e principalmente nos finais de semana. Um dos maiores eventos é
promovido pela Congregação e é conhecido como 65ª Romaria da estadual da
Medianeira que é promovida pela Diocese de Santa Maria e Santuário Basílica da
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Medianeira e ocorre no santuário da Basílica de Nossa Senhora Medianeira todos os
anos, reunindo cerca de 300.000 fiéis ao longo da Avenida que atravessa a cidade e
chega ao centro. Na estrada pode-se ver os resultados do adensamento desordenado
previsto pelo novo PD. Foram construídas algumas torres sobre um shopping Center
(nos mesmos moldes do Shopping Jardim Sul). Em suma, trata-se de uma construção
cujo “paredão” ou parede cega de vários andares se destaca da paisagem. As torres
residenciais tem apartamento de 2 a 3 dormitórios e destinam-se a uma faixa de renda
alta.
Ao longo do percurso, observou-se que as calçadas são estreitas, situação essa que
praticamente inviabiliza o plantio de espécies arbóreas. As poucas espécies
existentes foram plantadas em sua maioria pela população e por vezes de forma
inadequada quanto ao porte. Pelos relatos, arborização urbana não é objeto de
preocupação do poder público (hoje administrado pelo PT). Outro local visitado foi o
Parque Nossa Senhora de Lurdes. Um fenômeno cultural proveniente provavelmente
da ausência de espaços livres apropriados à fruição da vasta parcela jovem da
população (proveniente das sete universidades instaladas e em expansão) é o uso de
locais inusitados para encontro. Destacam-se um posto de gasolina cuja população
congestiona a avenida central e o shopping Center que está há dois anos em processo
de inauguração, uma vez que não há mercado disponível para preencher todos os
espaços comerciais por ele ofertados. De qualquer forma, é bastante freqüentado pela
população jovem.
O PD prevê um crescimento vegetativo de 100% para os próximos anos, ou seja, que
a população passe dos atuais 230.000 habitantes para 500.000.
O próximo ponto visitado foi o Parque Vicente Pallotti, também propriedade da
Congregação Marista. O local ainda não tem projeto paisagístico. Foi solicitado à Fau
UFSM a realização do projeto que, apesar de feito e entregue, não foi implantado. A
gleba permanece sem nenhum tipo de intervenção que propicie o uso público.
Ao longo do trajeto, foi citado que o PD prevê na área de alagados, o incentivo de
atividades que privilegiem o agronegócio (sul).
Também foi citado como exemplo de implantação e arquitetura que não colabora na
implementação da vida pública, o caso do residencial Royal Plaza. O citado edifício
tem uma ocupação comercial no térreo e nos andares superiores criando uma parede
que visualmente assemelha-se a um muro quando vista de vários pontos da cidade e
na altura do pedestre. Sobre a laje do shopping Center, tem-se a implantação do
térreo de um edifício residencial repleto de atividades de recreação e lazer.
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6. Programação e participantes da Oficina em Santa MariaDIA: 02.09.2008
Local: sala 218 – Reitoria
Roteiro:
8h :30min – Exposição da sistemática da oficina e constituição dos grupos de
trabalho
9h :00min – Oficina sobre o sistema de espaços livres de Santa Maria (trabalho
em grupos temáticos)
10h :30min – Intervalo para o café
10h :50min – Oficina sobre o sistema de espaços livres de Santa Maria
(trabalho em grupos temáticos)
12h :00min – Intervalo para o almoço
14h :00min – Oficina sobre o sistema de espaços livres de Santa Maria
(trabalho em grupos temáticos)
16h :00min – Intervalo para o café
16h :20min – Apresentação dos trabalhos dos grupos – Debates
17h :30min – Conclusões e encerramento
Representantes do QUAPÁ-SEL-SP presentes na oficina:
Dr. Sílvio Soares Macedo
Dra. Helena Napoleon Degreas
Dr. Rogério Akamine
Acadêmico Alexander Alfonso Villalón
Acadêmica Laís Regina Flores
Integrantes do grupo SEL-Santa Maria
Me. Luís Guilherme Aita Pippi
Camila Lorenci Mallmann
Caroline Lorenci Mallmann
Cássio Lorensini
Daiane Regina Valentini
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Me. José Luís de Moura Filho
Larissa Carvalho Trindade
Marcos Fontoura Cartana
Renata Rotta
Thaís Caetano Bochi
Participantes da Oficina (02/09/2008)
Estudantes:
Aline Cembranel – arquitetura ULBRA
André Denardin – arquitetura UNIFRA
Bruno Pirrongeli Gil – arquitetura UFSM
Daniele Faccin – arquitetura UFSM
Denise Antonia Eberhardt – engenharia ambiental UNIFRA
Fabiano Salbego – arquitetura UNIFRA
Gabriela Strauss – arquitetura UNIFRA
Graziela Rossatto Rubin – arquitetura UFSM
Greice Souza – arquitetura UFSM
Iohana Stangarlin – arquitetura UNIFRA
Jéssica Lange – arquitetura UFSM
João Augusto Salvadori Júnior – arquitetura UFSM
Josiana de Maman – arquitetura UNIFRA
Juliana Lima da Costa – arquitetura UFSM
Letícia de Castro Gabriel – arquitetura UFSM
Liliana Techio – arquitetura UFSM
Lísian Varini Ceolin – arquitetura UFSM
Lucas Figueiredo Baisch – arquitetura UFSM
Lutiele Bueno Desconsi – arquitetura UFSM
Mirella Cordeiro Ferraz – engenharia florestal UFSM
Natália Valentim – arquitetura UNIFRA
Nistely Luiza Grellmann Pacheco – engenharia florestal UFSM
Patrícia Spias – arquitetura UFSM
Paulo Rogério Lemos – arquitetura UNIFRA
Raquel Weiss – arquitetura UFSM
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Renata Lutkemeyer – arquitetura UFSM
Renata Magalhães Fagundes – arquitetura UNIFRA
Robson Tatsch Retore – arquitetura ULBRA
Rodrigo Rodrigues – arquitetura UNIFRA
Rosana Prado Oliveira – arquitetura UFSM
Tânia Cristine Walter – arquitetura ULBRA
Thales Zamberlan Pereira – economia UFSM
Deise Michelotti – engenharia ambiental UNIFRA
Claiton Neisse – matemática UFSM
Camila Mesquita Santos – artes visuais UFSM
Pós-graduandos:
Cristina Schneider – geografia UFSM
Mara Ione Sarturi Schuch – Ed. Ambiental e geomática
Roberto Vergílio Seidel – Geografia UFSM
Formados:
Carmen Terezinha B. Lorenci – pós-graduada em turismo
Darci Roberto Trevisan Fidler – designer/Coord. geral CONDEMA
Eliane Maria Foleto – Profª. Deptº. Geociências/CCNE/UFSM
Helvio José Mello Júnior – arquiteto urbanista
Mauro Idelcina Cezar – turismólogo
Michelle Campos Morais – arquiteta urbanista
Patrícia Prado Oliveira – arquiteta urbanista
Raquel Arboitte Moro – bacharel em turismo
Juliano Siqueira – profº licensiado artes visuais
Adriano Falcão – profº arquitetura
Rosana Franco Trevisan – geógrafa
Outros:
Sheila Comizan – Escritório da cidade
Gianine Pivetta Mello – Prefeitura campus
Guilherme Lul da Rocha – Fepam
Fabiano Marion
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7. ApresentaçõesDIA: 02.09.2008
AberturaProf. Luis Guilherme Aita Pippi (coordenador da Universidade Federal de Santa Maria
e professor assistente do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFSM) abriu as
atividades do dia com mensagens de boas-vindas e pronunciamentos sobre os
objetivos do evento, sobre a programação dos dois dias e fez agradecimentos. Em
seguida, apresentou o Prof. Dr. Silvio Soares Macedo para iniciar sua apresentação.
A seguir, para cada apresentação, estão destacadas as principais idéias expostas:
Apresentação do QUAPÁ e oficina QUAPÁ SELProf. Dr. Silvio Soares Macedo
A idéia fundamental é “Passar um dia discutindo um diagnóstico”, colocou o Prof.
Silvio. Fez-se um relato das oficinas que já foram realizadas e as que estão
agendadas até o final de 2008.
Há o interesse para os alunos e profissionais que podem trabalhar em qualquer lugar
do Brasil, como por exemplo, lecionando em alguma universidade ou representando
alguma construtora. O trabalho se faz com espaço livre, pois jardim é apenas um
detalhe do campo de atuação.
A conceituação do espaço livre foi elaborada pela Profa. Miranda Magnoli da FAUUSP
com definições e máscaras de espaços livres de áreas urbanas.
Com isso, critica-se o índice de 12 m2 de área verde por pessoa, tendo em vista que o
mais importante é a distribuição desta área e sua qualificação enquanto espaço.
No bairro do Morumbi em São Paulo, o índice de equipamentos nos espaços públicos
é similar ao do bairro da Brasilândia. A diferença é que os edifícios no Morumbi
possuem equipamentos de lazer dentro do lote. Tais números podem esconder reais
carências do bairro mais popular.
“O espaço público é aquele de propriedade pública e apropriação pública.” O exemplo
da Praça da Sé em São Paulo perde seu caráter público quando os moradores de rua,
que ocupam o local por períodos muito prolongados, impedem um uso mais
abrangente de milhares de pessoas que passam por ela diariamente.
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Espaços livres das ruas são perigosos pelo risco de acidentes com automóveis. A
paisagem vai sendo alterada com o aumento crescente do número de veículos.
Matas ciliares tem sido prática comum nas últimas intervenções nas cidades.
Entretanto, faz-se uma crítica em relação a muralhas formadas por vegetação ciliar
que impede o acesso visual às águas, por exemplo. Pode-se citar uma lagoa da Barra
da Tijuca, Rio de Janeiro.
Esquemas de distribuição de espaços livres são diferentes dependendo da cidade, se
há praia ou não, depende da escala.
Os parques passaram a ser importantes a partir do século XX, com a preocupação de
embelezamento das cidades.
Os tipos de sistema de acordo com a origem são:
- pré-determinado (raro).
- espontâneo;
- formal.
Em Brasília, os espaços livres são públicos, mas sofrem críticas sobre a falta de
hierarquização.
Curitiba construiu seu sistema de espaços livres, há investimentos no sistema viário e
no transporte público.
Paris construiu seu sistema de espaços livres na “martelada”, principalmente quando
abriu suas avenidas.
Ocupação do espaço livre pelo Estado cria certo clientelismo, troca de favores,
principalmente quando não controla a ocupação irregular de áreas de mananciais.
Espaço Livre necessita de gestão, pois na ausência de controle, as pessoas se
acomodam com o que tem disponível.
Apresentação:
O que é o QUAPÁ SEL?Prof. Dr. Silvio Soares Macedo
O objetivo da pesquisa é estudar como o espaço público brasileiro está constituído. O
espaço livre é o espaço mais fácil de estudar, em relação aos construídos.
A construção da Rede Nacional de pesquisa QUAPÁ SEL é feita durante os encontros,
nos congressos científicos que reúnem pesquisadores de todo o país com interesses
comuns.
Um tema para discussão em nível nacional e também para ser tratado neste evento é
como está sendo a política para a criação de espaços públicos.
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Os resultados esperados são trocas de interpretações entre os nativos da cidade e a
coordenação nacional.
O professor encerrou sua apresentação com uma mostra das oficinas e respectivos
produtos em outras cidades. Além disso, mostrou os mapas de espaços livres e de
verticalização elaborados por meio do GIS (sistema para mapas georeferenciados)
que estão sendo desenvolvidos no laboratório QUAPÁ em São Paulo.
Apresentação:
LEI Nº 9.985 (18 de julho de 2000)Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição FederalInstitui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC Estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das Unidades de Conservação no BrasilEng. Florestal Tarso Isaia - Analista Ambiental – IBAMA/RS
(Trabalhou no NE pela FAO da ONU)
Na Constituição Federal, há aspectos sobre o direito à qualidade ambiental.
Apresentou o conceito de unidade de conservação e os objetivos do Sistema Nacional
de Unidades de Conservação da natureza. Explicou a organização dos órgãos de
gestão do SNUC como seguem:
Órgão Consultivo e Deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente -
CONAMA, com as atribuições de acompanhar a implementação do Sistema;
Órgão Central: o Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de coordenar o
Sistema;
Órgãos Executores: o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBIO, os órgãos estaduais e municipais, com a função de
implementar o SNUC, subsidiar as propostas de criação e administrar as unidades de
conservação federais, estaduais e municipais, nas respectivas esferas de atuação. O
ICMBIO recebeu as funções do IBAMA, que foi extinto.
Podem integrar o SNUC, excepcionalmente e a critério do CONAMA: unidades de
conservação estaduais e municipais que, concebidas para atender a peculiaridades
regionais ou locais, possuam objetivos de manejo que não possam ser
satisfatoriamente atendidos por nenhuma categoria prevista nesta Lei e cujas
características permitam, em relação a estas, uma clara distinção.
O trabalho de instituir sistemas, implantar, gerir o SNUC deve ser compartilhado nas
três esferas. Nos municípios essa integração tem sido mais difícil.
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Ponto de vista normativo das unidades de conservação, de fato, não se tem um
sistema em Santa Maria, mas sim potencialidades. As unidades de conservação são
divididas em dois grupos:
Unidades de Proteção Integral: têm por objetivo básico preservar a natureza,
sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos
casos previstos nesta Lei. Possui as seguintes categorias: Estação Ecológica,
Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural, Refúgio de Vida Silvestre.
Unidades de Uso Sustentável: têm por objetivo básico compatibilizar a
conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos
naturais. Possui as seguintes categorias: Área de Proteção Ambiental, Área de
Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de
Desenvolvimento Sustentável, Reserva Particular do Patrimônio Natural.
Os parques urbanos (ou temáticos) não se enquadram em nenhuma das categorias
acima como é comumente confundido. Há a necessidade de atributos que justifiquem
o seu enquadramento em uma categoria do SNUC.
Ex. Reserva Particular de Patrimônio Natural. Pode ser parte de propriedade
particular, com gestão própria, mas sob supervisão do Instituto Chico Mendes.
A Bacia Hidrográfica do Rio Vacacaí Mirim se localiza na disjunção da Mata Atlântica
(transição para o bioma Pampas) e a ocupação urbana está desordenada. Municípios
de Santa Maria e Itaara têm a intenção de criar uma unidade de conservação federal
de uso sustentável, nessa bacia hidrográfica com área de 3.200 hectares, abrangendo
terras de ambos os municípios.
Por um lado há uma contestação pelo gerenciamento por órgão federal e, por outro
lado, uma proposta de gestão pelo Estado do Rio Grande do Sul.
O Rio Grande do Sul existe apenas uma APA do Rio Ibirapuitã. O objetivo é disciplinar
e limitar a ocupação humana.
Cada Município está sendo encorajado para instituir a APA dentro de cada limite.
A RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural - grava perpetuamente uma
área de conservação de propriedade privada. Exceção neste caso é o vício de origem
(sobreposição de títulos dominiais).
Comentário da Sra. Eleonora Muller, conselheira da Fundação MOÃ – Ambientalístico:
“Não se pode impor ao Município. Muitos ainda pecam por omissão na criação da
APA.”
15
Complementação do Eng. Tarso: “O poder público não age, mas sim reage.”, no
sentido de que só haverá algum ato por parte do poder público se este for pressionado
pela população.
Apresentação:
Espaço Urbano e meio ambienteEng. João Antônio Mallmann
FEPAM (órgão estadual ambiental) - SEMA
Lei 6938 – 81 - Política Nacional do Meio Ambiente
Trata-se de uma lei de Políticas de Gestão. Há um detalhamento maior e particular
para cada estado da Federação.
Um dos instrumentos de política de meio ambiente é a Licença Ambiental, que
genericamente autoriza a poluir, a degradar e a utilizar recursos naturais obedecendo
a padrões estabelecidos. Estão atrelados ao licenciamento o EIA e o RIMA.
Se houver impacto regional, em dois estados, o caso fica sob a atuação do IBAMA.
O IBAMA pode fazer convênios e passar parte das competências para estados e
municípios. Ao contrário, os municípios e estados devem ser ouvidos pelo IBAMA.
Resolução COSEMA 102
Esta resolução trata da competência do município quanto licenciamento ambiental
(impactos, etc.) e lista de todos os tipos
Parcelamento do solo para fins residenciais até 5 ha;
Loteamento residencial;
Turismo (Parques temáticos se encaixam nesse aspecto).
Lei 11520 – 00
Código Estadual do Meio Ambiente RS
Esta lei define como objeto de proteção as áreas reconhecidas pela Organização das
Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) como Reservas da
Biosfera.
Santa Maria possui Reservas da Biosfera da Mata Atlântica, patrimônio paleontológico
e arqueológico.
Exemplo: três hectares do sítio da Alemoa. Esta área foi doada pelo proprietário, mas
a universidade não assumiu, e um prefeito passou para a associação dos policiais.
Áreas de tratamento de esgotos não podem estar dentro da área de proteção.
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Lei 6766-79
No artigo 4º, parágrafo III, há a descrição dos 15 metros de área non aedificanti de
cada lado ao longo de estradas, rios, etc.
Resolução CONAMA 303
Definições
“Art. 3º Constitui Área de Preservação Permanente a área situada:
I - em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal, com
largura mínima, de:
a) trinta metros, para o curso d’água com menos de dez metros de largura;
b) cinqüenta metros, para o curso d’água com dez a cinqüenta metros de largura;
c) cem metros, para o curso d’água com cinqüenta a duzentos metros de largura;
d) duzentos metros, para o curso d’água com duzentos a seiscentos metros de
largura;
e) quinhentos metros, para o curso d’água com mais de seiscentos metros de
largura;”
Inclui topos de morros como APPs.
CONAMA 302
Dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação
Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno.
Resolução 369 – 2006
Trata de flexibilizações e situações já com conflito.
- Uma APP é intocável e vedado o uso econômico;
- o direito de propriedade será exercido com as limitações que a legislação estabelece;
- define uso para utilidade pública, inclusive interesse social, regularização
sustentável,
- Recuperação e mitigação na mesma área em caso de compensação ambiental;
- Recuperação com plantio não precisa de autorização;
- O poder público pode tornar uma APP em parque urbano, seguindo limitações;
- Faixas mínimas de 15 metros junto à rios de 50 metros.
Da Regularização Fundiária Sustentável de Área Urbana
Art. 9º - [...]: ...
17
ocupações consolidadas, até 10 de julho de 2001, conforme definido na Lei nº10.257,
de 10 de julho de 2001 e Medida Provisória no 2.220, de 4 de setembro de 2001;”
(Ocupações consolidadas até 10 de julho de 2001, data do Estatuto da Cidade.)
CONDEMA pode reduzir ainda mais as restrições. Os municípios devem assumir
essas funções.
No RS, 200 municípios já estão licenciando ambientalmente.
O município pode agilizar o processo.
Vendem-se facilidades porque a variável ambiental fica prejudicada pela variável
social.
Apresentação:
Escritório da CidadeEng. Civil Luziany Collusso
Plano Diretor
Em 1969 não havia a preocupação ambiental e 100% de ocupação do lote (subsolo,
primeiro e segundo). As áreas verdes em loteamentos eram doadas para associações
comunitárias até o plano de 2005, quando essa prática foi barrada.
Simulação do antigo plano diretor para a Zona A
Mapas temáticos e dados que fundamentaram os argumentos e contextualização:
- interesse turístico do bioma, com visitas por meio dos trilhos existentes;
- Material paleontológico, pode haver fósseis em toda região. Parque arqueológico na
área da Alemoa;
- Eixo leste-oeste, com questões ambientais;
- índice verde: área permeável em cada lote foi definida na frente, pelos construtores e
melhor para a fiscalização;
- outros objetivos, num total de sete.
Descrição das áreas verdes de interesse
- Áreas de amortecimento da área urbana para a reserva da biosfera;
- Parque de 40 ha Parque Produtivo de Vacaí Mirim;
- Área de proteção do Aqüífero Guarani;
Definição das Macrozonas com definições de limites e índices urbanos.
- Plano de Transporte: 500 carros mês em Santa Maria;
Comparação entre a lei antiga e a lei atual
- Índice verde de 18 a 65%. Dos 18%, metade tem de ser permeável e com árvores, e
a outra metade com pavimentação permeável.
Introdução de recuos dos limites dos lotes.
18
- “Zonas 17”: 17.1 a 17.6 – zonas de interesse. Há concessões negociadas pelo
Escritório da Cidade.
Tentou-se trocar o índice verde por índice permeável, mas permaneceu o termo
original para manter o conceito original.
Apresentação:
Paisagem NaturalJosé Newton Cardoso Marchiori – Fitogeógrafos e Eng. Agrônomo
É possível ver uma moldura de morros coberta de florestas, principalmente para quem
vem do sul. O elemento arbóreo se torna raro nos Pampas.
Dentro de uma perspectiva geológica, a floresta tem 10.000 anos e chegou a ocupar
40% do território do Rio Grande do Sul. Espécies campestres disputavam com as
espécies arbóreas, que predominam nos terrenos de encostas e ao longo dos rios. As
florestas tinham papel de moldura (estético) e ambiental.
Santa Maria, apesar de ter terrenos planos ou pouco ondulados, localiza-se em áreas
da depressão central.
Os índios guaranis foram os primeiros a devastar florestas até 1640, quando eles
migraram forçadamente para os lados ocidentais do Rio Uruguai.
No Séc. XIX – Tratado de Madrid (época da expulsão dos jesuítas), ficou definido o
limite sul entre as antigas colônias portuguesas e espanholas, surge então o Uruguai
como país vizinho. Em 1826, ocorre a introdução do gado nos campos da região.
O limite entre as terras de Portugal e da Espanha era divisor de águas entre os rios
que vão para a Lagoa dos Patos e as que vão para o Rio Uruguai.
Capela de Santa Maria vingou e cresceu. Uma das primeiras ruas de Santa Maria
estava na direção Norte-Sul, a rua do acampamento. Outra rua foi a Rua Dr. Bozano.
Santa Maria tem 150 anos como município.
Os rios que drenam o centro da cidade eram rios importantes para as pessoas da
época. Até o séc. XVIII, os rios eram utilizados para transporte.
Artigo: História Natural de Santa Maria que descreve a vegetação do município.
A fitogeografia do Rio Grande do Sul: hiato entre os dois biomas.
Discussão:
1. Houve um falso argumento para a utilização de espécie nativa na arborização da
Rua do Acampamento contra a escolha da espécie extremosa índica, mais apropriada
para arborização de vias.
Nenhuma espécie nativa estaria no seu local se estivesse em uma rua.
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Itaara, ou antiga Pinhal, foi a área onde os imigrantes alemães encontraram pinheiros
nas encostas, os quais foram expulsos pelo elemento tropical.
2. Gerivás na Avenida Nossa Senhora das Dores do centro são adequadas?
Sim, muito adequadas. Mas há tentativas de plantio na UFSM. (Av. R, e na antiga RS).
As gramas impedem a chegada da água às raízes (similar ao do pé de milho). Isso
explica a competição entre as gramíneas e as florestas.
Solução: pedras junto ao caule. Essa espécie é adequada para canteiros estreitos.
3. No caso do Morro Sechela, qual o valor da vegetação?
O local possuía atividades de uma pedreira que foram interrompidas, onde angicos e
outras espécies estão recuperando a vegetação local.
A estátua transcende as questões ambientais ou urbanas para a esfera política e
religiosa.
Salgueiros do Rio Grande possuem flexibilidade dos caules e resistência às
inundações que possibilitam a sobrevivência. Outra formação vegetal é o capão que
são aquelas manchas arredondadas nos campos.
Direcionar o crescimento da cidade é o único meio para preservar os valores
ambientais, do contrário, haverá conseqüências no futuro que as grandes cidades
conhecem.
Apresentação:
Apropriação dos Espaços Públicos de Santa MariaMarco Aurélio Biermann e Valter Noal Filho
A apresentação aborda a perda dos espaços públicos com o passar do tempo na
cidade de Santa Maria.
1861 – questão de propriedade com o Estado
Final dos anos 30, à época do presidente da província do Rio Grande do Sul Borges
de Medeiros, foi aberta a exposição no Parque Farroupilha em Porto Alegre.
No final da 2ª. Guerra Mundial, parte da área do Prado foram incorporadas ao exército.
Em 1918, executa-se um projeto de saneamento sob a Coordenação do Eng.
Saturnino de Brito.
Áreas livres da época: Imembuí, Praça 3 de Maio, Praça Júlio de Castilho, Praça
Sétimo RI (hoje centro de cultura, e outros edifícios).
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A Praça Júlio de Castilhos ficava em rótula na conjunção de várias. As linhas
vermelhas do mapa representam o plano de intervenção proposta por Saturnino de
Brito.
Na História do Município de Santa Maria (de Belém), em 1933, há uma praça que
aparece com canteiros desenhados.
Nos documentos existentes, não é possível identificar momentos de mudanças de
função da praça.
Há ocupação de áreas públicas que se dá, inclusive, por edifícios comerciais.
João Daudt Filho, escritor de Santa Maria, descreve que a praça no final da Rua do
Comércio (Bozano) foi incorporada pelo exército.
Foram descritas as análises das seguintes imagens:
Praça das Carretas em 1896 (praça dos bombeiros e esquina da Rua Ápel e Rua
Bozano);
Praça Júlio de Castilhos e antiga ferrovia;
Praça Tiradentes: Sociedade Italiana de Mutuo Socorro e Pensionato Santa Teresinha;
Praça 3 de Maio: Floriano Peixoto, Andradas (hoje, onde está a UNIFRA);
Vista panorâmica da Praça 3 de maio e o colégio Santana.
Apresentação:
Espaços livres x espaços edificadosFábio Müller
A apresentação trata de abordagem arquitetônica em reflexões teóricas.
A intenção é moldar posturas práticas com base na relação dialética, relação de
dominância.
A ação é inerente ao fazer arquitetônico (arte e engenho). A questão é edificar ou não.
Geografia é a primeira ação.
Genealogia da imaginação (Paulo Mendes da Rocha):
O segredo da ação arquitetônica está na mediação entre o que se edifica e o que se
deixa.
As questões nesse processo são: O quê? Para quem? Onde?
Tal mediação poderia se dar por enquadramento: a paisagem assume o protagonismo.
Ela é o espetáculo.
A tradição francesa de Versalhes apóia-se nas perspectivas para desenvolver o
espetáculo.
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Villa Savoya: a natureza é enquadrada pelos vãos e o emolduramento da paisagem
serve para perceber a mudança das estações do ano. O edifício do Ávaro Siza em
Porto Alegre enquadra o rio.
De outro modo, a Waterfall House de Wright. Há integração entre o natural e o
construído, não se trata de espetáculo.
Arquitetura e paisagem se fundem como no projeto de Renzo Piano para o Museu
Paul Klee em Berna.
Espaço transformado em lugar é mediação do arquiteto.
Na UFSM, há um “verde árido”. Santa Maria é uma cidade cinza
Mileto estabelece o livre e o edificado em continuidade – direta ou indireta –
estimulando variados graus e ricos matizes na experimentação desde o interior ao
exterior e vice-versa. Produzem-se o arquitetônico com materiais impalpáveis, como a
luz, o vento, o solo e a vegetação.
Mies trabalha espaços fechados com vidros e na zona urbana no edifício Seagran,
onde o valor do metro quadrado de terreno é altíssimo, recua o edifício do alinhamento
da rua.
Aalto também é citado pelos pátios de casas.
Paulo Mendes da Rocha e o MUBE: libera-se uma praça, uma praça de esculturas.
Projeto inteligente: Ensache de Barcelona, de Cerdá, em que o reticulado permitiu a
arborização urbana, as praças, e a valorização da paisagem. Nos bairros novos da
cidade mais espaços livres foram previstos em faixas que atravessam quadras blocos.
Leveza e permanência: estão relacionadas em cada situação.
Obras do PAC em Santa Maria e habitação popular: Os técnicos não resolvem as
questões de má distribuição de renda da população com seus projetos.
Apresentação:
Reflexões a respeito do espaço de Santa Maria: continuidades e alteraçõesClóvis Schmitt Souza / Sociólogo Urbano
Espaço público existe para conhecer e ser conhecido, é um espaço para diálogos.
A renda média d cidade é de 5 salários mínimos. A retração das pessoas se dá pela
sensação de insegurança.
Santa Maria cresce, mas não se desenvolve.
Qual o significado de praças e parques para os ambulantes?
Isto fortalece a idéia que a cidade não tem espaços públicos.
Um sinal da privatização dos espaços é o uso de clubes.
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As empresas de engenharia são muito fortes, e seus anseios refletem decisões
políticas que privilegiam o interesse de poucos.
O espaço público não existe sem que seja apropriado. A atratividade de um espaço
promove encontro, como por exemplo, a concha acústica no Parque Itaimbé.
Um não lugar é aquele não apropriado.
Santa Maria é uma cidade de universitários, mas não possui identidade por não ter
espaço para encontros.
Muros que caem, paredes que ficam umedecidas são indicadores do tipo de habitação
que está sendo provida à população de baixa renda. Como essa população pode obter
lazer, se precisa de transporte para ir a um local distante como o parque Itaimbé.
Feira do Vira lata é uma forma de apropriação da praça do Bombeiro.
O centro que se fecha em si, o centro que exclui. O local que deveria ser público é
apropriado por barracas.
Exemplo: parque na área central que são fechados à noite. Há relação com decisões
de diferentes cidades como Porto Alegre, Belo Horizonte e Curitiba.
Interesses políticos e seus agentes influem na exclusão de população menos
favorecida. Nem todos podem utilizar todos os espaços de encontro, pois estes são
privatizados.
Santa Maria não tem identidade, não tem bairro tradicional.
A exclusão se materializa na beira dos rios e se esse tecido for removido, haverá uma
nova invasão. A existência daquela situação faz sentido.
Reconhecer as limitações do projetar é responsabilidade do arquiteto, mesmo que as
questões políticas sejam mais determinantes.
A universidade também é um parque, mas os usuários são apenas os que têm carro.
O horto não é aberto por falta de funcionários.
Santa Maria não tem seus jovens somente freqüentando o shopping center.
A idéia de cidade universitária foi “comprada” por decreto para apagar a imagem de
cidade ferroviária.
Apresentação:
Investigações sobre a ocupação do solo urbano de Santa MariaEdson Bortoluzzi / Coordenador do Curso de Arquitetura da UFSM
Será que estamos frente a um novo paradigma na ocupação do espaço urbano?
A ocupação tradicional acontece nos espaços altos, exceto nas cidades a beira mar e
rio. A ocupação posterior acontece nos espaços baixos.
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Questão de defesa foi uma razão para a ocupação de Santa Maria, iniciando-se pela
Rua do Acampamento e Rua do Comércio.
Talvegues de sangas (rincões) restaram para a implantação de parques e a ocorrência
de ocupações inadequadas.
O quadro ipsométrico mostra a cidade de Santa Maria no divisor de águas.
Quando se analisa a expansão urbana, vê-se que a linha férrea atraiu mais que os
cursos d’água.
Como resolver a ocupação dos baixos? Remoção de população para “não lugares”?
Esta forma torna difícil o acesso ao trabalho e a manutenção de vínculos de amizade
que existe entre os indivíduos da população removida.
A Av. Rio Branco decaiu com a diminuição da atividade férrea.
Parque Itaimbé possui um arroio canalizado e conduz o lixo e fedor para o Arroio
Cadena.
Peculiaridades de terras altas e terras baixas.
Em 1996, foram feitas proposições para reurbanização das áreas limítrofes ao Arroio
Cadena por meio de núcleos de referência (1ª, 2ª. e 3ª ordem). Nesta ocasião foram
conduzidas entrevistas com moradores. O que seria bom para esses habitantes sem
perspectivas?
Evitar a expulsão de população seria possível pelo assentamento nas proximidades e
geração de renda.
Em 2005, um Projeto (edital do CNPq) colaborava para o Plano Diretor de Itaara.
Havia a idéia de integração física entre os espaços públicos e os equipamentos de uso
público. Os atrativos turísticos seriam direcionados não apenas para os de fora, mas
para os moradores da cidade.
Apresentação:
Núcleo QUAPÁ SEL de Santa MariaLuis Guilherme Aita Pippi
O recente retorno do pesquisador para a cidade aconteceu com uma visão crítica
aguçada. Encontrou pessoas com interesse afins e é com elas que mantém
discussões sobre a paisagem.
Estrutura da pesquisa se dá em várias escalas: escalas macro (região e município),
meso (perímetro urbano) e micro (recorte de bairros e de espaços livres específicos).
A pesquisa visa:
- revisão teórico-conceitual;
- caracterização contextual;
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- operacionalização e execução de levantamentos, análises e discussões.
Apresentação da cidade de Santa Maria
Destacam-se a forte presença militar, atividades de agricultura.
A cidade apresenta área de 1.779,6 Km², população de 258.834mil habitantes, dos
quais 248.490mil urbanos e densidade demográfica de 145,4hab/km² (FEE, 2008).
Morro de Sechela
Linearidade leste-oeste da mancha urbana, onde se acomodam as bacias
hidrográficas do Jacuí (leste) e do Ibicuí (oeste).
A segunda residência de muitos habitantes de Santa Maria está em Itaara, ao norte.
São vários os clubes privados que atendem a demanda por lazer e recreação em
espaços livres.
Quanto à utilização dos parques e praças, pode-se dizer que estes não atendem às
necessidades de uso. Esses espaços não são mantidos e acabam sendo
vandalizados.
Como prover acessibilidade para locais de interesse paisagísticos?
A Represa da DNOS possui área que poderia ser transformada em parque urbano. O
Parque Itaimbé se localiza na área próxima ao centro da cidade, mas não está bem
cuidado. O calçadão do centro da cidade é muito utilizado durante todo o dia.
Shopping Center e Postos de gasolina são locais de encontro dos jovens de Santa
Maria.
O Parque da Medianeira recebe uma multidão de fiéis na Romaria de Nossa Senhora
Medianeira. Esse evento ocorre uma vez por ano, durante uma semana.
A canalização do Rio Cadena é questionada pela falta de preocupação ambiental e
por não prover parque linear para o uso público.
No eixo cultural da Av. Rio Branco, há a problemas de apropriação por camelôs e de
empresas.
Considerações Finais
O grupo de Santa Maria pretende adotar, entre outras, a metodologia do QUAPÁ SEL
nacional, que vem se disseminando por outras cidades do país.
Debate e questõesCarmem Lorenci Mallmann
A questão histórica da ocupação e valorização dos espaços livres.
O apelo dos shopping centers acontece nas cidades maiores, mas os estudantes de
cidades menores conhecem a suas praças e o potencial.
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O fortalecimento da questão ecológica se dá a partir da Agenda 21 da ECO 92.
A moradia e a alimentação são questões que vêm antes da questão ambiental, mas a
cidade deve ser pensada como um todo.
O Parque Itaimbé recebeu intervenções nos anos 80 e atualmente este local ainda
possui potencialidade para lazer. A nova população não freqüenta por insegurança,
diferente do calçadão que se mantém por tradição.
Observações do Prof. Silvio:
É preciso uma visão de conjunto da cidade.
O shopping center valoriza o centro da cidade por sua proximidade, e pode ser um fato
positivo.
O aparecimento da TV e a mudança dos hábitos influenciam a demanda para a
utilização dos espaços livres.
A universidade está distante do núcleo urbano, e por isso, a presença dos estudantes
fica dividida e enfraquecida para a vida pública da cidade.
Falta de investimento público e políticas para a qualificação dos espaços públicos.
A indústria da segurança e a falsa idéia de violência também fazem as pessoas terem
receio de saírem ao espaço público, principalmente durante a noite.
Renda média 5 salários mínimos não é tão baixa se comparada a de outras cidades
brasileiras. Isto significa que a demanda por áreas de lazer e recreação pode ser alta.
A praça do coreto não existe mais, talvez não interesse mais. Os programas dos
espaços públicos devem ser revistos para atender o público atual.
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8. Atividades em ateliêDIA: 03.09.2008
Na parte da manhã, retomados os assuntos apresentados e discutidos no dia anterior
e as atividades de ateliê foram iniciadas com a formação de grupos de acordo com os
seguintes temas:
1. Padrões de Crescimento da Cidade em Relação à Dinâmica do Meio Ambiente;
2. Tendências do Mercado Imobiliário e Padrões de Espaços Livres;3. Espaços Livres e Plano Diretor;4. Espaços Livres Privados;5. Espaços Livres Públicos e Privados para Lazer e Recreação6. Conservação dos Recursos Naturais e Dinâmicas Ambientais.
Disposição dos participantes da oficina em seis grupos.
No período da tarde, após a finalização dos trabalhos em equipe, foram apresentados
os resultados por equipe e a elaboração de uma síntese de todos os temas.
Equipe em apresentação de tema desenvolvido.
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Uma descrição dos principais pontos apresentados por tema segue abaixo:
1. Padrões de Crescimento da Cidade em Relação à Dinâmica do Meio Ambiente
Equipe:
Cássio Lorensini – mestrando UFSC (grupo SEL - Santa Maria)
Fabiano Salbego – arquitetura UNIFRA
Juliana Lima da Costa – arquitetura UFSM
Lísian Varini Ceolin – arquitetura UFSM
Mauro Idelcina Cezar – turismólogo
Natália Valentim – arquitetura UNIFRA
Paulo Rogério Lemos – arquitetura UNIFRA
Verificou-se uma tendência de crescimento para o norte com conflito, uma vez que a
urbanização avança para área de morros com sistema associado à Mata Atlântica.
Uma forte intervenção é a canalização do Arroio Cadena que inclui a construção de
trecho viário para desafogamento de trânsito da área central por meio de conexão com
vias do lado norte. Além de descaracterizar a configuração original do leito do rio,
haverá uma forte tendência à ocupação urbana do entorno.
Verifica-se uma tendência de crescimento linear na direção leste-oeste, com ênfase no
sentido leste, para o lado da universidade. Entretanto, não há áreas verdes
significativas que acompanhem essa expansão urbana.
Deve-se observar a área destinada às indústrias na direção do aqüífero.
A linha férrea tem suas áreas dentro da cidade com pontos de ocupação irregular com
habitações pecarias.
Ao sul, segundo carta geotécnica, há áreas propícias para a ocupação urbana sem
restrições.
2. Tendências do Mercado Imobiliário e Padrões de Espaços Livres
Equipe:
Renata Rotta – profa. UFSM (grupo SEL - Santa Maria)
Edson Luiz Bortoluzzi da Silva – coordenador do Curso de Arquitetura UFSM
Darci Roberto Trevisan Fidler – designer/Coord. geral CONDEMA
Mara Ione Sarturi Schuch – ed. ambiental e geomática
Michelle Campos Morais – arquiteta urbanista
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Nistely Luiza Grellmann Pacheco – engenharia florestal UFSM
Uma análise foi feita sobre cada uma das zonas definidas no Plano Diretor.
Centro: maior parte de edificações se destacam pela altura, densidade de espaços
construídos maior do que de espaços livres, e marcação da expansão para norte e
nordeste.
Norte: Residências unifamiliares, parcelamento consolidado, com pouca atividade do
mercado imobiliário.
Oeste e sul: é presente a habitação popular não pública.
Leste: as residências de alto e médio padrão representam as tipologias mais comuns.
Não há falta de espaços livres, mas sim tratamento do espaço e melhor distribuição
nas regiões da cidade.
Anel verde que circunda a área central existe apenas como intenção no plano diretor,
mas não há projeto específico de parque.
Como na cidade de Curitiba, o “Corredor de Urbanidade” do plano de Santa Maria, na
direção leste-oeste estimula a verticalização. Observa-se a permissão de altura livre
das edificações, mas com índice urbano máximo de 5.0 e mínimo de 2.1. A área de
intersecção desta área de adensamento com a baixada do rio deveria ter uma atenção
especial, ou seja, um projeto para tomar partido das características das áreas junto ao
rio que pode se perder com a urbanização.
3. Espaços Livres e Plano Diretor
Equipe:
Luís Guilherme Aita Pippi – prof. UFSM (grupo SEL - Santa Maria)
Marcos Fontoura Cartana - mestrando UFSM (grupo SEL - Santa Maria)
Bruno Pirrongeli Gil – arquitetura UFSM
Daniele Faccin – arquitetura UFSM
Liliana Techio – arquitetura UFSM
Patrícia Prado Oliveira – arquiteta urbanista
Raquel Arboitte Moro – bacharel em turismo
Rodrigo Rodrigues – arquitetura UNIFRA
Rosana Prado Oliveira – arquitetura UFSM
Sheila Comizan – arquiteta e urbanista - Escritório da Cidade
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Um cruzamento de informações do mapa geotécnico com a área relativa ao Arroio
Cadena indica que há porções sujeitas a alagamentos. Como neste caso, nas “áreas
17”, que se relacionam com corpos d’água e áreas verdes, deveria haver índices
verdes (área permeável no lote) maiores para evitar a impermeabilização do solo e
conseqüente agravamento em momentos de enchentes. A largura da área non
aedificandi ao longo do rio poderia ir além do mínimo definido por lei, que na resolução
CONAMA 369/2006 é de 30 metros. Essas áreas podem ter caráter de lazer.
Muitas áreas marcadas como áreas de interesse ambiental e para parques no Plano
Diretor não irão se configurar apenas usando índices urbanos.
A expansão urbana na direção de Santa Marta atingirá a região de aqüífero. Há uma
tendência de crescimento por este vetor que se caracteriza por edificações para
habitação popular e também pelo conflito com áreas de preservação. Soma-se nesta
problemática, a instalação do hospital regional.
A área destinada para a criação de Porto Seco previsto pelo plano diretor não
apresenta condições favoráveis de acordo com a Carta Geotécnica.
No caso, a rodovia mais externa ao sul do município que desafoga as faixas do leste e
acomodará o porto seco, deveria ter maior controle na instalação de infra-estrutura.
No geral, áreas de conservação natural se contradizem com o parcelamento de glebas
em grandes lotes, e sem a criação clara de parques. Nesse contexto, o Morro do
Cerrito, que está sendo loteado, poderia incorporar a área que já é utilizada pela
população.
Área de conservação natural com sítios produtivos? Poderia haver conexão física do
parque produtivo com a área do Morro do Elefante e a área ao longo do Arroio
Vacacaí Mirim.
Utilizar o largo ferroviário e a Estação. Há potencial de reativação do espaço e do
edifício para dar apoio (cursos de arte, dança, cursos profissionalizantes) a um parque
no trajeto ao longo do Rio Vacacaí Mirim. Um percurso de trem aumentaria a
acessibilidade às áreas de balneárias nas vizinhanças de Santa Maria.
AC1, Área de Conservação, nas barras dos morros do norte necessita de maior
fiscalização para evitar ocupação irregular.
O Parque da Medianeira e o Parque São Vicente Palloti poderiam estar conectados ao
cinturão verde do Arroio Cadena, e assim incrementar o trecho sul do sistema de
espaços livres que levam aos morros do norte.
No centro, devem-se observar áreas com potencialidades como parques e praças que
precisam ser qualificados.
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4. Espaços Livres Privados (Espaços Livres intra-lotes e sistemas de espaços livres)
Equipe:
Camila Lorenci Mallmann – arquiteta e urbanista (grupo SEL - Santa Maria)
Thaís Caetano Bochi – arquiteta e urbanista (grupo SEL - Santa Maria)
Graziela Rossatto Rubin – arquitetura UFSM
Letícia de Castro Gabriel – arquitetura UFSM
Roberto Vergílio Seidel – geografia UFSM
Foi elaborada uma planta com simulações de volumetria edificada em lotes típicos e
quadras dos principais tecidos urbanos propostos pelo Plano Diretor.
Espacialização dos espaços livres dentro dos lotes e formação de quadras.
As partes leste, oeste e norte possuem tipologias de ocupação dos lotes semelhantes.
No entanto, o conjunto de lotes e suas partes edificadas não formam um espaço livre
único.
No caso de condomínio fechado, há uma continuidade dos espaços livres pela
justaposição dos espaços dos lotes e dos públicos internamente ao loteamento.
Diferentemente, os bairros antigos apresentam lotes compridos com quintais e
vegetação. Não há possibilidade de conexão daqueles espaços com os da rua.
Na área central, simulou-se uma disposição aleatória das edificações nos lotes e
também com recuos frontais iguais. Miolo de quadra e espaço junto à rua mais
definidos foram as evidências encontradas.
Na maior parte das áreas urbanizadas, com ocupação térrea, considera-se 4 ou 5
habitantes por lote. Isto leva a comparar com a área central da cidade, onde uma alta
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densidade populacional apresentaria maior demanda para o uso do espaço livre
público.
Portanto, o Parque Itaimbé e o anel que acompanha o Arroio Cadena possuem muita
potencialidade de lazer para atender a população de suas adjacências.
5. Espaços Livres Públicos e Privados para Lazer e Recreação
Equipe:
Larissa Carvalho Trindade - mestranda UFSC (grupo SEL - Santa Maria)
Gabriela Strauss – arquitetura UNIFRA
Iohana Stangarlin – arquitetura UNIFRA
João Augusto Salvadori Júnior – arquitetura UFSM
Josiana de Maman – arquitetura UNIFRA
Raquel Weiss – arquitetura UFSM
Renata Lutkemeyer – arquitetura UFSM
Renata Magalhães Fagundes – arquitetura UNIFRA
Tânia Cristine Walter – arquitetura ULBRA
Claiton Neisse – matemática UFSM
Imagem do mapa apresentado, onde os tons de verde representam
espaços livres públicos e os avermelhados indicam os espaços livres
privados.
Foram identificados no mapa 27 equipamentos públicos e 27 privados. Há também
espaços livres com potencial para uso de lazer e recreação, sendo 9 em áreas
públicas e 1 em área privada.
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A maioria dos espaços livres está na região central e imediações. Já as expansões
leste e oeste da cidade apresentam alguma distribuição de espaços livres dentro das
porções urbanizadas. Ao sul da cidade, permanecem grandes vazios urbanos.
Na escala regional, os distritos tem potencial de lazer nos topos de morros em todas
as direções. A Estrada do Perau, ao norte, dá acesso a mirantes e por isso tende a ser
uma via de lazer. Há sete cascatas na área do Vacacaí Mirim e dos balneários.
Os parques estão na área central, tem acesso fácil e são usados para caminhadas e
contemplação. As quadras esportivas são também utilizadas como áreas para
caminhadas. Tanto nos parques, quanto nas praças, nota-se uma carência de
banheiros e iluminação.
Em especial, as praças possuem desenhos semelhantes e ocorrem, em vários casos,
dentro de quarteirões (mais parecidos com lotes recreativos). É comum a presença de
algum grupo arbóreo e equipamentos para crianças.
No centro, a Avenida Rio Branco dá acesso à estação, ao Calçadão e à Rua 24 horas.
Com a remodelação dos equipamentos e bancos, a retomada daquele espaço toma
partido do potencial de conexões entre pontos de interesse na cidade.
Como indicações de potencialidades dentro do tema destacam-se a preservação
arbórea, a valorização do patrimônio histórico e a adequação dos espaços para usos
diversificados.
A apropriação do patrimônio natural existente é ilustrada com o mirante junto ao
Monumento ao Ferroviário na área dos morros vegetados ao norte. Outros nove
pontos com potencial de mirante natural estão em áreas privadas ou junto às áreas
invadidas. Alguns locais já são utilizados para visitação e para prática de esportes
radicais e o acesso é negociado diretamente com os proprietários.
Para a prática esportiva a cidade conta com três ginásios esportivos. Saindo do centro
não há áreas públicas de lazer. Há áreas nas outras regiões do entorno, mas são
privadas. No total são quatorze clubes privados, cinco deles com sedes campestres.
Os campos de futebol que surgem naturalmente nos bairros têm potencialidade para
serem praças.
A ausência de acessibilidade aos espaços livres representa um conflito grave. Assim
como a carência de equipamentos que dão suporte aos usuários, como banheiros,
bancos, e iluminação, impedem um pleno uso por parte da população.
Conclui-se que falta conectar todos os espaços livres de lazer da cidade.
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6. Conservação dos Recursos Naturais e Dinâmicas Ambientais
Equipe:
Aline Cembranel – arquitetura ULBRA
Denise Antonia Eberhardt – engenharia ambiental UNIFRA
Greice Souza – arquitetura UFSM
Lutiele Bueno Desconsi – arquitetura UFSM
Mirella Cordeiro Ferraz – engenharia florestal UFSM
Patrícia Spias – arquitetura UFSM
O mapa apresentado destaca os biomas no entorno da área correspondente à
urbanização de Santa Maria. Há conectividades vegetais interrompidas, mas que
possuem potenciais para recuperação.
O município está na faixa de transição entre os dois biomas, o da Mata Atlântica ao
norte e o dos Pampas ao sul.
Ao norte, a cadeia de morros são áreas que são importantes para a dinâmica
ambiental e valores paisagísticos, para a proteção dos recursos hídricos e para a
conservação dos solos.
A proximidade física entre o Morro do Elefante e a Universidade Federal permite que
estudantes de engenharia florestal e áreas afins utilizem a área vegetada daquela
elevação de terreno como campo de pesquisas.
No caso do Morro do Cechella, existe grande potencial para a utilização pela facilidade
de acesso em relação à área central da cidade.
Outras áreas como Cerrito, Palotti e Alemoa já são freqüentados e têm potencial para
intensificação em sua utilização.
Na região sul de Santa Maria, observa-se a formação de campos e áreas pioneiras.
Segundo definições do IBGE, há várias denominações para aquele tipo de
configuração, como várzeas, banhados, etc. Para efeito desta análise, optou-se por
adotar o termo “áreas úmidas”.
As áreas úmidas fazem parte das bacias do Jacuí e do Vacacaí Mirim e são pouco
citadas nos estudos ambientais e urbanos. Estas estão bem conservadas e carecem
de mais estudos.
Na área urbana, os estudos para ocupação com conservação têm maior significância
do ponto de vista ambiental.
As áreas úmidas encontram-se próximas das estradas (BR392, RS158 e RS287), do
adensamento urbano, e são áreas frágeis.
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É necessário um plano que de fato recupere áreas com ocupações irregulares, como
por exemplo, aquelas nas bases dos morros.
Como os córregos são em grande número, são extensas as áreas de proteção
permanente (APP). Todo o conjunto de APP é importante para a dinâmica ambiental.
Entretanto, falta cumprimento da legislação ambiental, com o agravante em nível
municipal de haver a possibilidade redução da faixa para 5 metros (dependendo da
dimensão do corpo d’água, a largura da APP varia em geral de 15 a 30 metros).
No Plano Diretor há áreas que contemplam atividades de lavoura e conservação.
O Jardim Botânico de Santa Maria está situado junto à Universidade Federal e seria
importante para educação ambiental, além da manutenção da coleção de espécies
raras e multiplicação das espécies locais. Contudo, a instituição tem acesso restrito a
pesquisadores e não é possível a abertura ao público em geral pela falta de
funcionários e estrutura de apoio no local.
A crítica que se faz é que falta entendimento sobre unidades de conservação
possíveis por parte do governo local. Uma institucionalização da existência de cada
unidade é necessária para que um projeto seja implantado, inclusive com a elaboração
de plano de manejo de vegetação.
Síntese de todos os temas abordados
Mapa Síntese que mostra os principais elementos destacados pelas equipes.
O Prof. Silvio Soares Macedo apresentou o Mapa Síntese da Oficina, que foi
elaborado durante as apresentações dos grupos.
As vantagens de se ter um sistema de espaços livres apareceram muito fortemente
em todos os temas desenvolvidos.
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O Município de Santa Maria praticamente não tem plano sobre os espaços livre
públicos, como praças, parques, e nem sequer sobre as calçadas.
A preocupação do Plano Diretor está na configuração das quadras, apesar de ter
algumas preocupações com permeabilidade do solo dentro do lote. Como gerenciar
essa área de permeabilidade no fundo do lote?
Talvez, seja exigindo essa área permeável junto ao passeio para ficar visível e
passível de fiscalização do poder público e da própria população.
Em se tratando da volumetria dos edifícios que vai configurar um desenho urbano, as
simulações de ocupação de lotes e quadras segundo os índices do Plano Diretor
foram interessantes à medida que mostram o espaço livre dentro das quadras.
Quanto ao tema de espaços livres para lazer e recreação, o Morro do Cechella se
destaca na cidade. Todos já foram ao morro, pois é próximo da cidade. Aquele platô
precisa de pouco investimento para se tornar um parque urbano, além de permitir que
se acatem as sugestões de conectividade ambiental.
Vimos que há uso das praças da cidade e percebe-se um centro consolidado e com
vida. O conflito maior é causado pela falta de equipamentos.
Alguns indícios levam a questionar uma alta demanda por espaços livres, como casas
de veraneio (segunda residência) para onde inúmeras pessoas podem se dirigir nas
férias e nos finais de semana e os 60000 veículos da cidade que possibilita uma
mobilidade alta (em termos gerais metade da população pode se locomover
facilmente).
O anel ao redor da área urbana central – ao longo do Arroio Cadena - está previsto no
Plano Diretor, mas não foi nem está sendo implementado. Não há projeto de espaço
livre para aquela área.
Percebe-se a falta de um plano de sistema de espaços livres e de projeto para cada
um dos elementos do sistema.
Uma estratégia seria iniciar pontualmente intervenções na área urbana, já que os
custos de execução de projeto de parque e praças são relativamente baixos em
comparação com edifícios e outras obras civis. Isto leva a uma visibilidade maior para
a população, e esta pode passar a reivindicar a sua conclusão em sua totalidade.
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9. Anexos
Folder do programa
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Cartaz e Pasta da oficina
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