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USO DE IMAGENS DE SATÉLITE NA QUANTIFICAÇÃO TEMPORAL DASÁREAS OCUPADAS POR PIVÔ CENTRAL EM SÃO DESIDÉRIO - BA
USO DE IMÁGENES POR SATÉLITE EN LA CUANTIFICACIÓN TEMPORAL DEZONAS OCUPADAS CON PIVOTE CENTRAL EN SÃO DESIDÉRIO - BA
USE OF SATELLITE IMAGES IN TEMPORAL QUANTIFICATION OF CENTRALPIVOT OCCUPIED AREAS IN SÃO DESIDÉRIO – BA
Apresentação: Pôster
Taynara Souza Sateles; Rafaela Ribeiro Santos; Jackson Damasceno Soares; Thais dos SantosRodrigues; Uldérico Rios Oliveira
Introdução
O sensoriamento remoto pode ser entendido como um conjunto de atividades que
permite a obtenção de informações dos objetos que compõem a superfície terrestre, sem a
necessidade de um contato direto com eles. Estas atividades envolvem a detecção, aquisição e
análise (interpretação e extração de informações) de energia eletromagnética emitida ou
refletida pelos objetos terrestres e registradas por sensores remotos (MOREIRA, 2001).
O sensoriamento remoto orbital permite o monitoramento contínuo de superfícies, em
diferentes escalas, local, regional ou até mesmo global. Os alvos presentes na superfície
podem ser identificados e caracterizados de acordo com o comportamento espectral de cada
um, frente à radiação eletromagnética (BERTOLIN, 2017).
Diante disso, a interpretação de imagens de sensoriamento remoto é de suma
importância, pois a extração de informações visando à identificação e discriminação dos
objetos, depende, primordialmente, da forma de apresentação visual da imagem na tela do
monitor. Com isso, uma das formas mais eficientes e comum é o uso de imagens coloridas,
isso por causa da visão humana, e assim, o termo cor é usado para referir-se a um aspecto da
experiência visual de percepção. Para descrevê-la pode ser usado vários atributos, como a cor
dominante, o brilho, se ela é clara, escura ou acinzentada (MENESES; ALMEIDA 2012).
O objetivo deste estudo é quantificar temporalmente o total de pivôs centrais
presentes entre os anos de 1999 e 2019 no município de São Desidério, Oeste da Bahia.
Fundamentação Teórica
A região do MATOPIBA, formada pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e
Bahia, é considerada a grande fronteira agrícola nacional da atualidade e tem grande
influência sobre o município de São Desidério, de maneira que os produtores locais são cada
vez mais encorajados a investir em um plantio de alto desempenho, o que implica em um
grande aumento do uso de técnicas de cultivo avançadas, dentre elas a irrigação (EMBRAPA,
2015). No sistema mecanizado de irrigação, entre os mais populares encontra-se o pivô,
sistema que pode ser aplicado em grandes áreas, utilizando menos mão de obra e aumentando
significativamente a produtividade das áreas (GUIMARÃES, 2016).
Ao analisar uma área através de imagens obtidas pelo uso do sensoriamento remoto
podemos notar exatamente onde se localizam os pivôs por apresentarem formato circular, e
com isso fazer o estudo quantitativo da região, havendo uma facilidade maior ao se obter
dados sobre a expansão e variação do uso de solo em diferentes períodos.
Sendo assim, o uso de imagens de sensoriamento remoto tem se mostrado uma
ferramenta adequada no monitoramento e planejamento de uso agrícola. Os pivôs centrais são
facilmente identificados nas imagens de satélites, sendo possível também, identificar a
dinâmica da utilização dessa técnica empregando a análise multitemporal (SOARES et al.
2007).
Metodologia
O município de São Desidério fica localizado no extremo Oeste do Estado da Bahia,
distante 890 km da capital, Salvador – Bahia e 600 km de Brasília. De coordenadas 12° 21’
48” S e 44° 58’ 24” W com altitude de 497m (Figura 1). Possui uma área de 15.116,398 km²
e uma população de 33.742 habitantes estimada em 2019 (IBGE, 2019). As condições
climáticas são favoráveis, apresentando duas estações bem definidas e um período de chuvas
que varia de outubro a maio garantindo índices pluviométricos de 1.100mm a 1.700mm ao
ano. Sua temperatura média anual é de 24°C (PSD, 2019).
Figura 1. Mapa de Localização do município de São Desidério, Bahia.
Fonte: Própria (2019)
A maior parte do território pertencente à São Desidério está na órbita 220 e ponto 69
das imagens dos satélites Landsat-7 e Landsat-8, utilizadas. Devido à ausência de pivôs
centrais na área na parte da órbita 219 e ponto 69 das imagens, não houve necessidade de seu
uso.
Para o estudo da quantificação temporal das áreas ocupadas por pivôs do município de
São Desidério/BA foi utilizado o software QGIS 2.18, imagens dos satélites Landsat-7
(09/08/1999) e Landsat-8 (08/08/2019), período de 20 anos, obtidas no catálogo de imagens
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE.
Foram realizadas composições das imagens Landsat-7 R4G3B2 e Landsat-8 R5G4B3.
Os mapeamentos das quantificações dos pivôs centrais foram elaborados seguindo métodos
de interpretação das imagens, conforme procedimentos metodológicos descritos por Jensen
(2009), Novo (2010), Moreira (2011) e Cunha et al. (2012).
.
Resultados e Discussões
Conforme podemos observar na Figura 2 e na Tabela 1, no ano de 1999, foram
quantificados 151 pivôs centrais de irrigação (pontos na cor laranja). Na Figura 3 e também
descrito na Tabela 1, para o ano de 2019, foram quantificados 437 pivôs centrais (pontos na
cor amarela). Um aumento de 286 pivôs em relação aos anos analisados, período de 20 anos.
Figura 2. Áreas dos pivôs centrais no ano de 1999, no município de São Desidério, Bahia.
Fonte: Própria (2019)
Figura 3. Áreas dos pivôs centrais no ano de 2019, no município de São Desidério, Bahia.
Fonte: Própria (2019)
Tabela 1. Quantidade de pivôs centrais nos anos de 1999 a 2019 em São Desidério.
LANDSAT-7 LANDSAT-8
ANO 1999 2019
PIVÔS 151 437
Observa-se que um intervalo de 20 anos (1999-2019) seu território alcançou grande
desenvolvimento, possuindo atualmente quase três vezes mais pivôs centrais de irrigação
(437) em relação ao ano estudado.
Feita a determinação e comparação da quantidade de pivôs presentes na área de São
Desidério-BA, os resultados revelam grandes modificações em um período de 20 anos, bem
como pode-se visualizar através dos mapas, a evolução das áreas agrícolas do município,
decorrente principalmente da cidade ser uma grande produtora de grãos.
O municipío de São Désidério se destaca hoje como um dos líderes em produção
agrícola do Brasil, ocupando o primeiro lugar no ranking nacional de produção quando
somadas todas as suas culturas (IBGE, 2019).
Conclusões
Com a obtenção de imagens de dois períodos distintos do município de São Desidério,
foi possível quantificar o número de pivôs centrais existente na região. Isto posto, e com base
nos dados obtidos nesse período de 20 anos (1999 à 2019), observou-se uma evolução intensa
no município, e que esse aumento nítido no desenvolvimento influencia diretamente a
movimentação econômica da região, bem como do Brasil.
Referências
BERTOLIN, N.O. Predição da produtividade de milho irrigado com auxílio de imagens desatélite. Revista Brasileira de Agricultura Irrigada. Fortaleza-CE, v. 11, p.1627 - 1638, 27março 2017. n°4.
CUNHA, E.R.; SILVA, L.F.; AYACH, L.R.; BACANI, V.M. Imagens de Alta Resolução doGoogle Earth como Base para o Mapeamento do Uso e Cobertura da Terra da BaciaHidrográfica do Córrego Indaiá- MS. Revista Pantaneira, v. 14, p. 60-68, 2012.
EMBRAPA - EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Matopiba, anova ousadia da agricultura brasileira, 2015. Disponivel em: <https://www.embrapa.br.>Acesso em: 15 set 2019.
GUIMARÃES C.M. Solos arenosos apresentam aumento de produtividade com uso detécnicas agrícolas, 2016. Disponível em: https://www.embrapa.br. Acesso em: 12 set 2019.
IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2019. Cidades: SãoDesidério. Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/sao-desiderio /panorama>.Acesso em: 15 set. 2019.
JENSEN, J.R. Sensoriamento remoto do ambiente: uma perspectiva em recursosterrestres. Tradução da 2ed. por (pesquisadores do INPE): José Carlos N. Epiphanio(coordenador); Antonio R. Formaggio; Athos R. Santos; Bernardo F. T. Rudorff; Cláudia M.Almeida; Lênio S. Galvão. São José dos Campos: Parêntese. 2009. 672p.
MEDEIROS, R.; YOUNG, C.E.F. Contribuição das unidades de conservação brasileiras para
a economia nacional: Relatório Final. Brasília: UNEP‐WCMC, 120 p. 2011.
MENESES, P. R.; ALMEIDA, T. D. Introdução ao Processamento de Imagens deSensoriamento Remoto. Universidade de Brasília, Brasília, 2012, 266 p.
MOREIRA, M. A. Fundamentos do Sensoriamento Remoto e Metodologias de Aplicação.São José dos Campos, 2001. Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). 208p
NOVO, E.L.M. Sensoriamento Remoto. Princípios e Aplicações. São Paulo: Edgard BlucherLtda, 2010.
PMD - PREFEITURA DE SÃO DESIDÉRIO. Desenvolvimento: São Desidério. Disponívelem: <https://saodesiderio.ba.gov.br/desenvolvimento>. Acesso em: 12 set 2019.
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