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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
Marjorie Bueno de Souza
A liNGUA BRASILEIRA DE SINAIS NA EDUCA<;:AO DOS
SURDOS
Curitiba
2006
Marjorie Bueno de Souza
A LiNGUA BRASILEIRA DE SINAIS NA EDUCACAO DOS
SURDOS
Traoo!ho de Conclutao de CUI"1lO
'ilPf'e$o!ntando como requisito p;lfCia! p;aroll
ohteru.!to do gfi!lU de licenciado em Ped8gogio
doll Faculdade de Cj~ncjas Humann, Letras e
Artes da Uni'lerUjade Tututi do Parana.
OnentadOf.t Prot" Marta Proen9<l Fi!i~az
Curitiba
2006
.~ Universidade Tuiuti do ParanaFACULDADE DE CI~NCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
Curso de Pedagogia
TERMO DE APROVA<;AO
NOME DO ALUNO: MARJORIE BUENO DE SOUZA
TITULO: A Lingua de Sinais na Educarao dos Surdos
TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL
PARA A OBTEN<;AO DO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOGIA, DO CURSO DE
PEDAGOGIA, DA FACULDADE DE CI~NCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DA
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA.
MEMBROS DA COMISSAO AVALIADORA:
('!J-.r;;.... f_~.!.'a.. 'PROF(aY- MARTA R~ANE PROEN<;~ FILIETAZ
ORIENTADOR(A)
'VUJj [,\((,tI-:- ,.PROF(a). OLGA SILVA'1iATTOS
MEMBRO DA BANCA r,\Q;Q~~
PROF(a) CARLOS ALVES ROCHA
MEMBRO DA BANCA
DATA: 20/05/2006
MEDIA: ~Q _
CURITIBA - PARANA
2006
AGRADECIMENTOS
Muitas barreiras foram encontradas durante essa caminhada
principalmente em rela9~o a comunic89flO. No entanto, pude encontrar pessoas
que me conduziram para esse momento de vitoria. Que presencia ram alguns
momentos de angustia e ansiedade, mas, que tiveram sempre palavras para me
incentivarem a prosseguir.
Agrade90 a Deus par tudo que me tem leito.
A meu marido Gustavo Leonart, minha mae Sirlei, meus irm~os Giro Junior
e Marcelino, minha sogra Maria Suely pela compreensao dos period os de
ausimcia.
A minha orienta dora Marta Proeng8 Filietaz que esteve presente durante
essa monografia.
RESUMO
Este trabalho aborda a importancia da Lingua de Sinais na educag80 dosurdo. Com 0 Objetivo de analisar a aproveitamento educacional do aluno Surdo,e demonstrar como a Libras (lingua brasileira de sinais) e capaz de ser 0 maiomais eficiente pra que a crianya Surda tenha aces so aos centeudos academicos eS8 desenvolva naturalmente. Percebe~se que para que isso acontega a crianyasurda precisara integrar-se precocemente a lingua de sinais e que dentro dosistema de ens ina tenha acesso aos conteudos atravas desta para possibilitar urndesempenho e desenvolvimento linguistico normal. Para tal sera realizadapesquisa com cinco alunos Surdos do ens ina fundamental que estudam em salasinclusivas e que tiveram cantata com as libras precocemente.
PALAVRAS CHAVES SURDEZ, EDUCA<;AO, LINGUA DE SINAIS.
MAS DEVERIA SER BEM DIFERENTE QUANDO UM BERRA COM AGENTE, OUTRO LOGO DEVERIA ELOGIAR, ENCORAJAR, CONSOLAR. ESERA QUE E PRECISO BERRAR? SEI LA, TALVEZ SEJA E TALVEZ NAo.
~Quando voltar a !er crianc;a"
Janusz Korrczak
SUMARIO
1 INTRODUGAo.
2 CARACTERIZAGAo DA PESSOA SURDA.
2.1 FlslCA
2.2IDENTIDADE
2.3 FAMILIA
2.4 COMUNIDADE E CULTURA SURDA.
3 HISTORIA DO SURDO NO BRASIL.
3.1 ALiNGUAGEM
3.1.1 Llbras- Lingua Brasileira de Sinais
3.1.2 Discrimina~o e Tabus
.9
.14
14
.15
1619
. .22
.24
24
25
3.1.3 Direitos UngUisticos Dos Surdos. 27
4 A ANALISE DAS DIFICULDADES ESCOLARES DOS SURDOS
BRASILEIROS
5 RELATORIO DE PESQUISA DE CAMPO
.. 31
.. 34
5.1 QUESTIONARIO PARA PESSOAS COM DEFICIENCIA AUDITIVA SOBRE
SEU DESEMPENHO ACADEMICO ... 34
5.2 QUESTIONARIO PARA PESSOAS COM DEFICIENCIAAUDITIVA-SOBRE
A IDADE QUE TEVE CONTATO COM AS LIBRAS. 35
6 CONCLUsAo .
7 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
ANEX001
ANEXO 02.
37
39.42
.44
1 INTRODUC;;AO
Nasci surda e na idade escolar frequentei 0 ensina regular. Nao conseguia
aprender as conteudos, quase todos as dias, a professora dava aula sabre os verbos
e interpreta~o de textos, nunca entendia nada, sempre tirava notas baixas na
disciplina de lingua portuguesa. Ja na adolescencia fui estudar na escola regular junto
com as surdos.Havia alguns professores que sabiam LIBRAS (lingua brasileira de
sinais), dessa forma camecei a aprender as vernos e entendia muito melhor. Creio
que todas as crianc;:as surdas tambem como aconteceu comigo, nao conseguem a
compreender as conteudos sem LIBRAS.
Esse trabalho originou-se tambem da necessidade sentida par ser surda e
trabalhar com alunos sUrdas e ter percebido suas dificuldades frente aos conteudos
acad~micos. Nasci surda, cresci e estudei em escola regular, nao consegui aprender
os conteudos, quase todos os dias, a professora dava aula sobre os verbos e
interpreta~ao de textos. nunca entendia nada, sempre tirava notas baixas na disciplina
de lingua portuguesa. Ja na adolesc~ncia fui estudar na escola regular junto com as
surdos. Havia alguns professores que sabiam LIBRAS (Lingua brasileira de sinais),
dessa forma comecei a aprender as verbos e entendia multo melhor. Creio que todas
as crian9as surdas tambem como aconteceu comigo, nao conseguem a compreender
os conteudos sem LIBRAS.
Segundo Strobel (1995) a crian9a surda e, obviamente, incapaz de ouvir 0 som
da palavra falada, continua sendo urn ser humano no tocante a lingua e a
comunicac;:ao, como todas as crianc;:as, se ela e educada em ambiente de troca de
contato. A ausencia de linguagem nao e consequ~ncia da surdez; devemos nos
ajustar a crianc;:a surda que tenta se expressar em uma modalidade apropriada ate
10
mesma aos seis meses de idade, 0 bebe surdo pade mostrar intencionalidade e
reciprocidade durante tracas ritualizadas com a sua mae. A visao desempenha um
papel tao importante nessas intera~Oes pre·verbais, que a crianc;a surda nao encontra
obstaculos ao progredir, como as crianyas Quvintes, na comunica<;ao e na descoberta
da estrutura interna das tracas pre·verbais, isto e, nos procedimentos puramente
lingOisticos que sao as regras dos dialog as e dos processos de refer~ncia e
predicac;:ao articuladas. Logo, podemos dizer que ha mais semelhanc;:as entre crianC;:3s
surdas e a ouvinte no que concerne a prepara~o para a linguagem.
Bruner (1975) esclarece que tudo parece estar preparado para a crianc;a "falar"
na idade esperada, mas as primeiras palavras nao surgem devido a barreira sensorial
da surdez. Par outro lada, se esta mesma crian<;:8 surda tivesse estado em um
ambiente onde a lingua fosse ados sinais, suas primeiras Mpalavras" n~o sofreriam
atraso. Quando a crianya surda tern aces so a lingua de sinais desde cedo, ela
consegue desenvolver seu potencial como uma crian9a ouvinte. Ela con segue ent~o,
chegar a uma melhor lingua gem oral e entrar no mundo da escrita~
Conforme Wallin (1988).SupOe-se que esta crianc;a sofre uma capacidade
inadequada para pensar, pOis naa possui uma lingua. Erroneamente, lingua e
pensamento estao interligados. Uma vez que, de acordo com a visao oralista, a
nOyaa de linguagem esta relacionada a lingua oral, e como a crianc;.a surda nao
consegue falar, conseqOentemente nao consegue pensar, au sua capacidade de
pensar esta severa mente camprometida. Como conseqO~ncia da imposi<;::lo da
lingua oral e do impedimento ao acesso a lingua de sinais, a crianc;a mostra-5e sem
lingua alguma.
De acordo Wallin "Com 0 desenvolvimento normal das crianc;as surdas nao
II
depende necessariamente da preSeny8 au aus~ncia da audi<;ao" (1988 p.4). E
passivel acorrer urn desenvolvimento semelhante ao das crian~as ollvintes, cantanto
que 0 cantato com a lingua de sinais se d~ a mais precoce passive!. Se isto acorrer, 0
desenvolvimento das crian9as surdas poderc~seguir trajet6ria paralela ao das crian9as
ouvintes em seu processQ de aquisj~o da fala. Logo e mLJito importante dar acrian9a surda a oportunidade de aprender a lingua de sinais, para que esta possa
ser capaz de desenvolver em tenrs idade todas as estruturas IingOlsticas para um
pensamento e significayao precisos, e com isto ela pode chegar a urna melhor
linguagem oral e eserits.
Pretende-se com esta pesquisa investigar como que a lingua brasileira de
sinais pode contribuir no processo de desenvolvimento lingtiistico e cognitiv~ na
educa~o dO surdo.
Justifica·se, portanto, esta monografia, pois, pretende -se demonstrar como a
Lingua Brasileira de Sinais (LIBRAS) pode auxiliar na aquisicta0 e interiorizat;:lo dos
conceitos, na organiza~o do pensamento 16gico, na assimila<;Ao das estruturas
lexica is e sem~nticas que interferem no processo lingOfstico e cognitivo da crian9a
surda.
Entretanto. ha um numero consideravel de surdos, que nao receberam
atendimentos adequados ou s6 come~aram a freq(lentar 0 ensino especial quando ja
havia passado 0 perfodo ideal para a aquisi9~0 de linguagem.
Segundo Bevilacqua (1997, p.ll),
'0 diagn6stico precoce e urn d(J$ f~1tOl'es deci5ivos pmoil 0 rnelhordesi!nvofvimento eta crian~ deficiente au<:litiY'a,a medidil que os primeirosanQ'S dE" vida poder~o Rf rnais bern 2IproveitooO$. !:. neJt21 tase que est~havendo .• matlJ~o neurol6gica, tempo cons:kler~o ideal para 1Iettjmut~o :mditiv;I. jj que nos primeiras anO!lSde \lida t-J(i.le uma pronti!l~o
12
p.na que OIS habflidades ~ceptuais b3sie:n, 3§&im como 3. liflgu~em, ponaser adquirida"
Se nao houver a estimula<;clo precoce e 0 atendimento adequado, 0 oralismo
nao dara bons resultados, 0 que exige uma refiexao mais profunda sabre 0 assunto,
principal mente sabre a com preen sao do desenvolvimento lingOistico e social dos
surdos, reflexao que passa necessariamente para a adqLJirir precoce da Lingua
Brasileira de Sinais (LIBRAS).
Porianto, 0 tema a ser abordado sera: ~A Lfngua Brasileira de Sinais na
educayao do surdo".E, a partir dos en unci ados aeirna, delimita-se 0 tema.Pretende-se
estudar 0 papel da Lingua Brasileira de Sinais (LIBRAS) na educay:io de 05 pessoas
surdas cursando 0 ensina fundamental, atrav~s de questionarios e pesquisa
bibliografica.
o objetivo geral foi: "Analisar 0 desenvolvimento educacional do Surdo quando
este acontece atraves da lingua de sinais".E, especificamente, pretende-se investigar
aspectos do aproveitamento educacional de surdos educados que tiveram acesso aLIngua Brasileira de Sinais (LIBRAS) precocemente. Ap6s os dados acima
anunciados formula-se 0 problema: "Qual 0 aproveitamento educacional da crianc;;a
atraves da Irngua brasileira de sinais (LiBRAS)T.
E, como questoes norteadoras pretendem-se: "Quais sao os fatores que
podem intervir no desenvolvimento da linguagem e cogni~o em criam;:as surdas
assegurando a naturalidade do aprendizado?~ E NOual e a forma que devera ser
utilizada para intervir no desenvolvimento IingOistico e cognitivo em crian9as surd as?".
A hip6tese foi sobre: "0 desenvolvimento lingOistico e cognitivo em crian<;as
sLlfdas depende de fatores tais como: 0 contata com a Libras a mais ceda passivel e
o atendimenta especializada~
13
A metodologia utilizada sera realizada atraves de urn questionario, aplicado
para 5 alunos surdos do ensino fundamental que frequentam salas inclusivas e que
tiveram contato com a lingua de sinais precocemente.Com pesqllisa bibliografica
1-1
2 CARACTERIZACAo DA PESSOA SURDA
2.1 FislCA
A surdez e tao antiga quanta a humanidade. Sempre existiram sUrdas.
Conforme Dias, (1995) Desde as tempos mais remotos se sabia que havia
pessoas que nao Quviam, e que as surdos conganitos nao aprendiam a falar
normalmente; par isso, expressava-se par sinais. A falta de audiC;ao era associada a
incapacidade para compreender e articular a palavra faJada, dal serem denominados
surdos-mudos.
Portanto Surdez au perda auditiva e a diminui~o, em grau mais au menes
intense da percep9a.o do som. Pode ser decorrente de problemas na condu9aO do
som, atingindo, a ouvido externo e lou media. Pode ocorrer em fun~o de les6es em
celulas sensitives au no nerve auditivo e ainda pode envolver esses dais tipos de
problemas, para uma melhor compreensao das form as em que a surdez se apresenta
e do atendimento adequado a cada um dos casos, segue-se uma classifica~o dos
principais graus de surdez, nos sons em que se situa a percep<;a.o dos sons que
geralmente e nas frequ~ncias de 500, 1.000 e 2.000 ciclos par hertz (hz) e os limites
de amplitude de 0 a 110 de decibeis (dB.).
Segundo Miranda (1993, p.9),
"Clal.1:ifica9llo dn perda-a :auditiv;as de acordo com 0 grau: surdez I~e: e (Iperda auditiv.a situada entre 26 a 40 db. A crian~ nilo percebe os fonem.ascia mesma forrn~. islo sltera a compreensdo don p.ato.vt.n; nl'lo owe a VOl:fmea e dist~nte, COnsiderad3 "de$alenta". a aqlli~o da linguaoem ~"norm.alnent.a ", mat~ ttMde '/ai tN diflcutd~ "3 t-eitlll'JIe J OU N ~rit.a enecessila de- acompanhamento. (idem, 1995, p.?l'Surdt'z rnoder~ •••.~ :II perda 900iliva t.itua<la entre 41 a 70 dB. A criany<ilpercebe a ¥OZ com celta intent.Kl3de, atraS3 na !il1iJu~Slem, atter~ iIarticllta~o e tern dificllldade de discriminar tugares ruidosos. (idem, 1995,
15
p.7).Surdez severa' e a perda auditiva situada entre 71 a 90 dB. A cnanyaidentifica ruJdos graves famifiares; percebe voz forte (grave); terncompreensao verbal associada a grande aptidao visual e necessila dEorjenta~ao precoce para melhorar 0 rendimento. (idem; 1995 p.7).Surdez profunda: e a perda auditiva situ ada acima de 90 dB. A crianya naopercebe a voz humana sem urn estimulo adequado; nao h.a feedback auditivoe tern maior faeilidade para perceber as pistas visuals."
Logo apos 0 diagnostico, quando as pais sao informados a respeito da perda
auditiva, devem providenciar 0 mais cede passivel 0 atendimento e a reabilitac;:ao da
crianQa para que nao haja 0 atraso de sua linguagem.
2.2IDENTIDADE
Durante muitos anos a surdez esteve assDciada a deficiElncia mental. 0
despreparo dos profissionais ao atendimento de surdo e uma visao
humanista/assistencialista discriminou e marginalizou 0 surdo como uma pessoa
totalmente inca paz.
Esser (1995) afirma, que, no entanto, 0 surdo se organiza e integra com 0
mundo de uma maneira propria e competente e 0 que 0 difereneia da pessoa ouvinte
e a ausencia da linguagem oral.Com a perda auditiva, 0 surdo tern muita dificuldade
para interiorizar um c6digo lingOistico oral devido as barreiras de comunica930 (dic930
ruim, bigades, falta de luminasidade, naa visualiza930 dos fonemas que nao estao ao
alcance, falta de leitura labial, etc) E com isto 0 surdo procura outro canal que e 0
vi so-motor e passa a materializar todas as suas visualiza90es atraves de gestos. Para
se coneretizar a possibilidade de uma comunicayao efetiva, com urn grau de
eompreensao satisfat6rio entre surdos e ouvintes, e necessario que os canais dos
interlocutores estejam ajustados.
16
o fata de que par muitos anos a surdez e a defici~ncia mental estarem
associadas ja. ~ passado. Nesse aspecto e grande a contribuiyao de Piaget na
compreensao do desenvolvimento cognitiv~ da crian<;a. Sua descri~o dos varios
periodos do desenvolvimento da crian~, partindo do periodo sens6rio-motor at~
checar, ja na adolesc~ncia, ao periodo do pensamento formal, ende a lingua gem
puramente verbal stinge a plenitude, levou-o tambem a concluir que nao e a
linguagem unicamente a respons3vel pelo desenvolvimento das opera<;:Oes
mentais.Ha ai tambem a influ~ncia do gradativQ processo mielinizat;ao das estruturas
16gicas. Conforme afirma Miranda (1993, p.9), "a formar;ao da lingllagem e do
pensamento nao estariam Ilgadas par urna relayao causal. mas conjuntamente
solid arias a urn processo mais geral; a de formayao simb6Iica".
No caso dos surdos, pesquisas realizadas pel a psic61ogo norte-americana
Helmer Miklebust chegaram a urna COnCllJS~Ogeneralizada de que as crian9as surdas
t~m um atraso mental de dais anas em rela9ao as crianyas Ollvintes.
No entanto, ressalta-se que tanto a crian~ ouvinte como a crian9a surda
precisa participar de um ambiente com muito estimulo para que possarn atingir seu
desenvolvimento cognitivo a mais pr6ximo passivel. As diferen9as ficam par conta das
a90es especificas que cada caso im exigir. oai se ressalta a irnportancia da
estimula<;::1ioprecoce que possibilite a crianya surda a desenvolvimento semelhante ao
da crian<;:aouvinte em processo da aquisi9aO de linguagem.
2.3 FAMiLIA
a autor French (1985) afirma que ser pai e/ou ser mae e um desejo muito forte
17
que nasee em cada um. Os pais esperam ansiosos pelo nascimento de lim tilho. A
crianya quando nasee, na.o traz visivel 0 sinal de sua defici~ncia aLJditiva. Os pais a
recebem e se relacionam com ela como crian9a QlIvinte, sadia e perfeita. Falam e
brincam com a crianc;a todo 0 tempo em que se mantem acordada.
Quando estes descobrem a surdez. fiearn chocados, se deprimem e se fecham
para 0 mundo e para a crianya, v~em nela um sonho desfeito, a fonte de suas
frlJstra90es e 0 relacionamento entre a crian~ e as pais sao rompidos, e com isto, par
sua vez, privam as pais de falar com sua crian~a surda. Ha, dar em diante, uma
quebra de comunica~o entre pais e filho,
E com isto as pais tarnam a consciencia de que comec;ara uma maratona em
busca de amenizar 0 problema. Medicos especializados, hospitais, curandeiros com
poc;Oes magicas, opera<;Oes astrais, todas as informac;6es de possibilidade de cura,
os pais iraQ investigar, para que seu filho possa ter condic;Oes de urn desenvolvimento
considerado normal no ambiente em que vive.
Mas, e a crianya surda? Enquanto seus pais nao aceitarem a realidade de que
a surdez e definitiva e sem retorno nao haven't paz produtiva no lar. Aceitar e, dentro
do sofrimento pel a impossibilidade de a crianrya voltar a ouvir e assumir uma atitude
positiva.E tomar consci~ncia de sua surdez e buscar a forya interior que os
impulsionara para a luta pela conquista dos metodos que possibilitar:io tornar essa
crianc;a bem integrada ao meio. "E com essa aceitaryao positiva a crianga surda vai se
sentindo gratificada e desenvolve assim, neste ambiente de calor, urn auto conceito
positivo, confianc;a em 5i propria e a certeza de ser amada. Tal crianya cresce
confiante em 5i mesma e vai ao encontro de futuro sem traumas que possa atrapalhar
na sua InteQra~o social".(MAESTRI, 1995, p. 19).
18
Somente urna mudan9a total da mentalidade dos pais e dos respons8veis por
nossos educandarios podera propiciar ao surdo uma il1tegrayao social e, portanto,
uma vida proxima ao normal.
Os pais devem estar devem estar cientes de que 0 desenvoivimento intelectual
e 0 comportamento social do surdo dependem de seu convivio e sua aceita~o. aspais devem superar 0 sentimento de culpa au vergonha de gerarem um deficiente,
na.o flear se cui pando mutuamente, a que trara conflitos conjugais que repercutira.o
diretamente na crianc;a. As interfe~ncias. as vezes desastrosas, de parentes au
vizinhos e ami gas devern, tambem, ser evitadas para que nao venham prejudicar as
boas relayDes do surdo com a sociedade.
Segundo Miranda (1993, p.15),
"E primordial que loci •••a ~jedade e, ptincipalmente, os pais, sejamoon\Cienliz:ad~ dOl~ade de umiil inlegrilylo precooe do 5urdo com 05oUllinte, J:\1i'iIque 0 contato entre amtni seja C<lnsiderado uma coi~ n:.JIUfJIe pa:r;i qu~ cheguem e-spontoneamente i conclu~ de que suasneCl:$\ftj':ade! e sentimentos sao semelhant(!S 05 PillS nlo devem e1queotrque lanto 0 osoondono como a superprot~o sao prejudiciilis 80deu:n¥Olvimento do surdo"
Todos as problemas podem ser superados com uma integrayao precoce do
surdo na sociedade. E, da mesma forma, poder~o ser sensivelmente agravados pel a
marginaliza~o.
E compet~ncia do especialista a orienta9~o do surdo e de sua familia De
maneira aJguma podem abdicar dessa responsabilidade au delega-Ia a profissionais
de outras areas.
As associa90es de surdos surgiram em funyao da necessidade de reunir
pessoas surd as, ja que as outras entidades de pessaas que auvem, n~a se
19
compatibiliz..avam com as interesses dos surdos. Isto devida a ~diferenc;a~existente
entre as surdos e as auvintes advindo da dificuldade de comunica9aO e das condi90es
socials. (FENEIS, 1996, p. 10).05 sUrdas t~m a direito de ter a sua associayao na.o
somente para lutar por seus interesses perante a sociedade, como tambem promover
o sell desenvolvimento cliitural e social. (FE NElS, t 996, p. 10). Esta integra<;l!o com a
sociedade proporcionara aos surdos a restaurayao de sells direitos humanos,
diminui<;Ao de seus problemas psicol6gicos, favorecimento de seu aprendizado,
desenvolvimento de sua segunda lingua (portugues), possibilite de seu
aproveitamento futuro na vida pratica impedindo sua marginalizayao social,
diminuiyao da excessiva depend~ncia dos pais. maior experi~ncia sociaL eleva<;:ao de
seu nivel intelectual, maior variedade de atividades complementares e de cursos
superiores a sua escolha. Qualquer individuo que nao esteja social mente integrado.
nao e um ser completo!
2.4 COMUNIDADE E CULTURA SURDA
A lingOista americana surda Carol Padden estabeleceu uma diferenya entre
cultura e comunidade. Uma cultura e urn conjunto de comportamentos apreendidos de
um grupo de pes50as que possuem sua propria lingua, valores, regras de
comportamento e tradi¢es. HUma comunidade e um sistema social geral, no qual um
grupo de pessoas vive juntas, compartilham metas comuns e partilham certas
responsabilidades umas com as outras". (PADDEN, 1989, p.5).
Para Padden uma comunidade surda e um grupo de pessoas que mora em
uma localiza9ao particular, compartilha metas comuns de seus membros e, de varios
modos, trabalha para alcanyar estas metas. Portanto, em uma comunidade surda
pode ter pessoas ouvrntes e surda que nao sao culturalmente surdos. Ja a cultura da
pessoa surda e mars fechada do que a comunidade surda. Membros de uma cultura
surda se comportam como pessoss surdas, usam a lingua de surdos e compartilham
entre si das crenyas de pessoas surdas e com oulras pessoas que n£30sao surdas.
Segundo Salermo (1993) As comunidades surdas estao espalhadas pelo pais,
e como 0 Brasil e muito grande e diversificado; estas comunidades possuem
diferenyas regionais em rela~o a habitos alimentares, vestuarios e situa<;:io s6cio-
econOmica, entre outras, estes fatores geram tambem variac;:Oes IingOisticas
regionais.
As escolas sao fatores de integrac;:'o ou desintegray:io das comunidades
surdas, e dependendo da metodologia adotada: se uma escola rejeitar libras (Lingua
Brasileira de Sinais) e quer transformar a crianc;a surda em ouvinte-deficiente. esta
crian<;a nao vai conhecer sua comunidade e nao aprendera a sua lingua.
Por outro lado, varias escolas, em cidades ou estados que n~o possuem
associa<;oes de surdos, trabalham ainda somente com uma metodologia oralista e as
crianc;:as surdas desenvalvem um diareta entre eras par a uma comunicar;:io minima e
estas ficam totalmente desintegradas da cultura surda, senda consideradas, apenas,
como deficientes auditivos.
Devida a tradi~o aralista, ha surdos que s6 querem falar, usanda sempre a
portuguas como tambem, muitos sllrdos que nae deminam bem a gramatica de libras
(Lingua Brasileira de Sinais), usam 0 bimodalisma, ou sejam, falam portugues
enquanto sinalizam, como os ouvintes quando comegam a aprender algllma lingua de
sinais.
21
A estimativa do numero de surdos no Brasil e de 2 milhOes, segundo dados
fornecidos pelo ministerio da educa~o na revista integraCao 90/ano 03, n. 06. 0
censo demografico de 1990 do IBGE incluiu dados para conhecer 0 numero de
deficientes no Brasil, incluindo os surdos, mas a questionario aplicado registra
somente os surdos profundos. Portanto, ainda nao se tem uma pesquisa para se
avaliar, com precisao, quantos surdos ha no Brasil equal 0 percentual deles qlle esta
inserido na comunidade surda.
Mas ser surdo nao equivale a dizer que este faz parte de uma comunidade
surda au de cultura surda, porque sendo a maioria dos surdes, 95% filhes de pais
euvintes, muitos destes nae aprendem libras (lingua brasileira de sinais) e nae
conhecem associacOes de surdos, que s~o as comunidades.
As comunidades surdas no Brasil t~m como fatores principais de integraya.o a
libras (I[ngua brasileira de sinais), as esportes e lazer.
Atualmente, ainda nao ha estudos da cultura surda brasileira, mas convivendo
um pouco se podem perceber diferenc;:as, por exemplo: as pessoas sllrdas preferem
um reiacionamento mais intima com outra pessoa surda do que com pessoas
ouvintes; as piadas contadas pel as pessoas surdas s~o incompasslvel para pessoas
ouvintes e vice-versa. 0 surdo, do seu sil~ncio, tem um modo pr6prio de olhar 0
mundo onde as pessoas sao expresst'5es faciais e corporais. Como fala com as maos,
evita usa-las desnecessariamente e quando as usam, passu em uma agilidade e
leveza que dificilmente um ouvinte podera alcangar.
A cultura stJrda e muito recente, tem poueo mais de cern anos e
somente agora eome~a 0 interesse em se registrar, atraves de filmes, as narrativas
pessoais de surdos idosos.
22
3 HIST6RIA DO SURDO NO BRASIL
Moura (1993) afirma que no ano de 1855, 0 professor franc~s Ernesto Huet,
surdo, chegou ao Brasil, e sob 0 beneplacito do imperador o. Pedro II, consegui
fundar a prime ira escola brasileira para a educayao de surdos. Esse Instituto dos
Surdos-Mudos, criado pela Lei nD 939, em 26 de novembro de 1857, no Rio de
Janeiro, passou a denominar-se, em 1957, Instituto Nacional de Educa<;~o de Surdos
- INES. Nessa Institui<;ao, os alunos foram, inicialmente, educados por linguagem
escrita, datilol6gica e de sinais. Oesde os primordios de sua exist~ncia, essa cas a
atendeu aos surdos brasileiros de varias regiOes do pais, que ali convergiam em
busca de estudo; sua linguagem de sinais e 0 alfabeto manual passaram a ser
conhecidos e usados em lodos 0 nosso territorio.
A pratica de tais estrah~gias alternativas de comunica<;:io, em urn curto prazo,
foi se distanciando dos usos e costumes profissionais, como bern pode ser observado
ao longo da histona do nos so ensino especial. As institui<;oes brasileiras,
especializadas no atendimento e na educa<;ao de surdos, por infJuencia europeia,
vinham trabalhado a luz de uma filosofia eminentemente oralista, ate a bern pouco
tempo. A interferAncia de movimento estrangeiros (que na primeira metade deste
seculo sofreram fortes infJuencias de correntes metodologicas, pois, ao atribllirem a
surdez urn cunho prevalente de "defici~ncia de audi<;ao", outorgavam-Ihe,
implicitamente, um significado terminal de patologia "medica"), somada aos
significativos avan<;os de uma tecnologia de base eletrOnica, que foi produzindo
aparelhos sofisticados, 0 trabalho de aproveitamento funcional de residuos auditivos,
bem como a centraliza9~o normativa das diretrizes e bases dos programas a serem
23
implementados em nosse ensine especial publico (cuja politica de atua~o 56
recentemente passou a interessar-se par alternativas educacionais) foi talvez, as
fatores rnais diretamente determinantes no fenOmeno dos rumos, que a nossa
educayao especial iria seguir par longa5 decadas.
No Brasil, nas ultimas tn~s decadas, com inumeras pesquisas que avaliam 0
status jingOistico das linguas de sinais, somadas aos resultados e resultantes
daqueles programas cuja meta era a da pura oralizay:io, e rna is todo urn movimento
crescente vivido, como demanda, de dentro de nossas comunidades urbanas de
surdos adultos, acabaram par levantar serias questoes. Paulatinamente, e a exemplo
do que ja ocorreu e vern ocorrendo em muitos outros paises, 0 bilingOismo vern se
difundindo cada v~s mais entre nos, educadores e comunidade de surdos, trazendo
consigo reflexOes e revisOes sabre conceitos e principios, que tern se prestado a
acrescentar e renovar as alternativas metodol6gicas e educativas para as sUrdos.
A histona da educayao de surdos eo a de desencontros IingOisticos e culturais,
escrita em sua majoria par ouvintes, que determinaram e continuam a determina para
eles os caminhos sinuosos da almejada inclusa.o social, atraves da imposiyao de uma
lingua da qual eles nao compartilham, nem poderiam, naturalmente, compartilhar.
E de fundamental importancia 0 resgate dessa hist6ria, para que os
educadores atuais nao repitam as mesmas posturas autoritarias e repressivas de
outrora. Resgatar a historia de uma comunidade signifies demonstrar a resistencia, a
forya e a ideologia de um grupo social minoritario, que se mostrou fortalecido diante
da arbitrariedade hist6riC8.
2-1
3.1 A LlNGUAGEM
3.1.1 Libras - Lingua Brasileira de Sinais
Segundo Strobel (1996) Essa mane ira tao estranha - para muitos ouvintes· de
conversar sem som, fazendo movimentos no ar com as maos, acompanhados de
expressOes corporais e faciais, as vezes chamam a nossa aten~o, quando
deparamos com surdas se comunicando.
A dificuldade imposta pela barreira sensorial faz com que as surdos sintam
necessidade de recorrer a outros -caminhosM para desenvolver suas habilidades
lingOisticas: a lingua de sinais. Nao se pode confundir "mimica", expressao do
pensamento atraves de gestos naturais que procuram imitar a imagem do que se quer
fazer compreender, com a complexa estruturayao da lingua de sinais. Seu
reconhecimento e legitimidade passam necessariamente par essa diferenciaC;ao.
Um outro aspecto a ser destacado e que muitos consideram esta forma de
comunica<;ao como sendo uma linguagem mundial de surdos. Parece que em todos
os lugares do planeta eles sempre fazem tudo igual. Nao e verdade. A lingua de
sinais nao e universal, cada pais tem a sua.
00 mesmo modo que existem varias Unguas orais estrangeiras, ha diferentes
Ifnguas de sinais e cada destas linguas tern seus names, par exemplo: ASL - Lingua
de Sinais Americana; LSB - Lingua de Sinais Britanica e a de nosso pais e chamada
de LIBRAS - Lingua Brasileira de Sinais.
Recentemente, no Brasil, muitos llngOistas comegaram a estudar LIBRAS,
empregada pelas varias comunidades surdas brasiteiras e, descobriram que esta
25
lingua e tao rica e complexa em aspectos gramaticais como as linguas orais. Estao
convencidos que LIBRAS e a lingua no sentido pie no. LIBRAS e capaz de expressar
ideias sutis, complexas e abstratas. Os seus usuarios podem discutir filosofia,
literatura ou politica, alem de esportes, empregos, moda, etc. LIBRA pode expressar
poesia e humor. Como outras IInguas, LIBRAS allmenta 0 vocabultuio com novos
sinais introduzidos pel a comunidade surda em resposta as mudanc;as culturais e
tecnicas. LIBRAS e uma lingua natural - relacionada aos costumes e cultura da
comunidade surda - que flui de uma necessidade de comunicaC;ao entre as pessoas
que nao utilizam a modalidade auditivo-oral como a principal, mas sim a modalidade
vi so-motor.
3.1.2 Discriminac;ao e Tabus
Conforme esclarece Miranda (1993), em todos os paises, os surd os sao
minorias lingOisticas, mas nao devide a imigra~o ou a etnia, ja que nascem de
familias que falam a lingua oficial da comunidade maior, a qual tambem pertencem
por etnia; eles sao minoria lingOistica por se organizarem em associac;Oes onde 0
fator principal de agregat;ao e a utilizac;:.io de uma IInQua gestual-visual por quase
todos os associados. Sua integrac;:.io esta no gato de poderem ter urn espayo onde
nao ha repressao de sua condiC;ao de surdo, podendo expressar-se da maneira que
mais Ihe satisfaz para manter entre uma situayao prazerosa no ato de comunicac;ao.
Quando imigrantes vao para outros paises, formando guetos, a lingua que
trazem, geralmente, e a Hngua oficial de sua cultura, sendo respeitada, enquanto
lingua, no pais para onde imigrarem, mas a lingua dos surdos, por ser de outro canal
26
Mviso motor', e por ser utilizadas par pessoas consideradas "deficientes", por n~o
poderem, na maiaria das vezes, expressar-se como Quvintes, era desprestigiada e,
ate bern pouco tempo, proibida de ser usada nas escolas e em casa de crianya surda
com pais Quvintes.
Muitos profissionais que atuarn direta au indiretamente no trabalho com surdos
rejeilam LIBRAS alegando que a mesma nao e uma lingua real; que 0 usa de sinais
na educa9~a precoce, pre-escota e primeiro graus, impedem au prejudica a aquisiyao
da lingua falada, au entao, que 0 unieD prop6sito da educayao e a intera~o das
pessoas surdas no mundo do Quvinte. Os sinais ioam interfenr mais do que apoiar
este processo.
Este tabu fruto de urn desconhecimento gerou urn preconceito, e pensava-se
que este tipo de comunicac;Ao dos surdos impedia os surdos a aprender a lingua
oficial de seu pais. Mas pesquisas que foram desenvolvidas nos Estados Unidos e na
Europa mostraram a contrario. Se a criant;a surda puder aprender a lingua de sinais
da sua comunidade surda a qual sera inserida, ela tera mais facilidade em aprender a
lingua oral-auditiva da comunidade ouvinte, a qual tambem pertencera. A crianc;a
quando comec;a a internalizar as estruturas lingOisticas da lingua de sinais, recebe a
feedback, coisa que nao acontece com uma lingua do canal oral-auditiva. Na
aquisic;ao da lingua de sinais, como a primeira lingua, a crianc;a surda tera menos
dificuldade para a aquisi<;ao de uma lingua oral-auditiva, como segunda lingua, devido
ao conhecimento internalizado do funcionamento de uma lingua que aprendeu pelo
processo natural, ou seja, espontaneamente. "Todas as IInguas passu em 05 mesmos
universais lingOisticos, variando apenas 0 canal, como ja foi visto, da!, e preconceito e
ingenuidade dizer, que uma lingua e superior a qualquer Dutra, ja que elas
independ em dos falores economicos ou tecnol6gicos, n~o podendo ser classificadas
e desenvolvidas, subdesenvolvidas ou, ainda, primjtivas~. (Revista ESPACO, 1994,
p.7). As linguas se transfonnam a partir da comunidade lingOistica que a utiliza. Uma
crianya surda precisara se integrar a comunidade surda para poder flear com um bom
desempenho na lingua desta comunidade.
3.1,3 Direitos LingUisticos Dos Surdos
Olante dos fatos citados anteriores, urge que prestemos mais aten9ao aos
Oireitos LingOislicos dos Surdos que foi enumerado pela lingOista Lucinda Ferreira
Brito, que usou como base aqueles propostos p~r Gomes de Matos (Revista de
Cultura Vozes, 1984, n.2) como Oireitos LingOisticos individuais.
Direito a igualdade IingOistica: 0 surdo tem direito a ser tratado IingOisticamente
com respeito e em condi90es de igualdade.
Direito a aquisic;~o da linguagem: 0 surdo tern direito a adquirir sua lingua materna,
a lingua de sinais, mesmo que essa n~o seja a lingua de seus pais;
Direito de aprendizagem da lingua materna: Todo sLlrdo tern direito a ser
alfabetizado em tempo habil e de se desenvolver lingOisticamente, segundo
preconizado pel a Educayao Permanente,
Direito ao uso da lingua materna: 0 uso tern direito de usar sua lingua materna em
carciter perrnanente;
Direito de fazer opc;oes lingOisticas: 0 surdo tem a direito de optar por uma lingua
oral ou dos sinais segundo suas necessidades comunicativas;
Direito a preservac;ao e a defesa da lingua materna: Como minoria IingOistica, os
~8
surdos tern direito de preservar e defender 0 usa da lingua materna.
Direito ao enriquecimento e it valorizat;o1o da lingua materna: Todo surdo tern
direito de contribuir ao aeerce lexical da lingua materna e de valoriza-Ia como
instrumento de comunicac;~o nos pianos local (municipal, estadual, regional, nacional
e internacional);
Direito a aquisif;ao aprendizagem de uma segunda lingua: Todo sLJrdo, ap6s sua
escolariza<;:ao inicial em Ungua de Sinais, tern 0 dire ito de aprender uma au mais
linguas (alem da matema);
Direito it compreens:io e it produc;ao plenas: 0 surdo tern direito de usar a lingua
que mais Ihe can vier, oral au de sinais, no intuito de compreender sell interlocutor e
de se fazer entender par ele, No case do usc da lingua oral, a surdo tern direito de
cometer lapsos, de auto corrigir-se, de empenhar-se a tim de ser claro, preciso e
relevante. 0 mesmo deve valer para a Lingua de Sinais:
Direito de receber tratamento especializado para disturbios da comunica<t~o:
Todo surdo tem direito de reivindicar e de receber tratamento especializado para a
aquisi9aO de uma Hngua oral:
Direlto IingOistico da crian~a surda: Direito de ser McompreendidaH pelos pais;
direito de receber dos pais dad os lingOisticos necessarios para seu desenvolvimento
lingUistico inicial (no periodo de aquisi«:.io da lingua materna). No caso de os pais
serem ouvintes, estes devem dar aos tilhos surdos a possibilidade de mutua
compreens:io, aprendendo, tao logo descubra a surdez dos tilhos, a lingua de sinais.
Direito IingOistico dos pais de crianc;as surdas: Direito de aprender e usar sem
opressao a lingua de sinais, canal natural de comunica9:io para 0 tilho surdo, para
que possa comunicar-se com ele na vida diana e no periodo em que a interayao pais
29
e tithos se fazem necessaria para a crianya;
Direito Iingilistico do surdo aprendiz da lingua oral: Direito de ~errar"oralmente au
por escrito sem ser punido, humilhado, por OP90es lingOisticas inadequadas; direito de
ser sensibilizado contra as preconceitos e discrimina<;;Oes de natureza lingLlistica (au
s6cio - lingOlstica);
Direito do professor surdo e de surdos: Direito de receber formayclo sabre a
natureza da lingua de sinais, sura estrutura e seus usas e de ensinar nesia lingua,
meio mais natural de comunica9ao com e/au entre as surdos;
Direito lingUistico do sUrdo enquanto individuo bilingue: Direito de mudar de uma
lingua para Dutra de aeardo com a siluac;Ao que se Ihe apresente, desde que
assegure a compreensclo da mensagem pelo Quvinte,
Direito lingtiistico do sUrdo enquanto conferencista: Direito de proferir palestra na
lingua de sinais, fazendo-se compreender e contando-se para isso, com interpretes
ouvintes que dominem sua lingua de sinais e a lingua oral oficial da situayao de
congresso.
Direito lingtiistico do surdo de se comunicar com os outros surdos: Direito de
usar lingua de sinais para se integrar com os outros surdos, primeiro pas so para uma
integra~o na sociedade como urn todo. (Brito, 1993, p81).
Estes direitos lingOisticos dos sUrdos podem ser reconhecidos, respeitados e
satisfeitos pela Legisla~~o Educacional Brasileira .. E com isto podem despertar 0
interesse para um problema de relevancia social que Mio reconhecem LIBRAS como
a lfngua oficial da comunidade surda. (Brito, 1993, p.5).
Escola de surdos no Brasil no ano de 1857, 0 Instituto Nacional da Educac;ao
de Surdos - INES. Foi no INES que surgiu, da mistura da lingua de sinais francesa
com os sistemas ja usados pelos surdos das varias regi6es do Brasil, a Lingua
Brasileira de Sinais - LIBRAS.
31
4 A ANALISE DAS DIFICULDADES ESCOLARES DOS SURDOS BRASILEIROS
De acordo com Strobel (1995) a maioria de escolas especiais de surdos no
Brasil a capaddade da crianc;a surda de aprender a falar uma ou outra palavra e rna is
importante do que a certeza de que 0 conteudo tenha sido entendido. Entao, todas as
atividades ficam diredonadas a exercicios de fala e as atividades como a leitura e
escrita, sendo que as outras areas de conhecimentos se tornam secundarias.
o aluno surdo que consegue falar uma ou outra palavra tem melhor vantagem
em assimilac;ao de conhecimen10s enquanto a maio ria fracassa e desiste apes varias
tentativas, fica quieto e conseqOentemente, 0 acesso ao conhecimento Ihe e negado,
porque para estas escolas 0 talento de cada aluno e medido pela capacidade de fala.
Nas outras escolas especiais a aifabetizB9aO da crian9B surda geralmente e
compreendida num periodo de 2 a 3 anos para cada serie enqllanto da crianc;a
ouvinte e de urn ano. Com este ritmo lento a crianC;a surda fica com 0 processo de
pensamento e desenvolvimento cognitiv~ e intelectual mais lento e quando ela
ingressa a escota regular para continuidade da escotaridade, fracassada, nao
conseguindo acompanhar a ritmo rl3pido dos ouvintes devido a barreira de
comunicaC;ao.
Atraves de pesquisa realizada por profissionais da PUC (Pontificia
Universidade Cat6Hca do Parana) em corwltnio com 0 CENESP (Centro Nacional de
EducaC;ao Especial) publicada em ana de 1986 em Curitiba, constatou-se que 0 sLJrdo
apresenta muitas dificuldades em rela~o aos pre-requisitos quanta a escolaridade, e
74% nao chega a concluir 0 primeiro grau.
32
Segundo a FENEIS (Federa<;ao Nacional de Educa<;Ao e Integra<;Ao de
Surdos). a Brasil tern aproximadamente 5% da popula~ao surda total estudando em
Universidade e a maioria e inca paz de lidar com a portugues escrito.
Ao ingressar na escola regular a crianya surda enfrenta seu maior problema: a
barreira da comunica~o.
E e atraves da LIBRAS (Lingua BrasHeira de Sinais), e passivel ter 0
desenvolvimento semelhante a crian~a ouvinte, contanto que tenha cantata com a
LIBRAS desde cedo; assim a crian~a surda podera se sentir como as outras crian9as,
fazer perguntar e obter respostas de professores, de pais e outras pessoas, ou seja, a
curiosidade da crianc;a surda sera satisfeita muitas vezes.
Com Isto a erian~a Surda utilizando, LIBRAS desde cedo ela assimila a
conteudo e 0 desenvolve intelectual e emocionalmente, a que facilita a aprendizagem
da leitura, da fala e tera forya, autoconfianc;a e base mais s61ida para se integrar a
sociedade sem complexo de inferioridade.
Assim a crianc;a surda pode iniciar sua vida em condi<;6es de igualdade com a
crianya ouvinte, Atraves da LIBRAS, os potenciais e talentos podem ser utllizados
permitindo-Ihe creseer como ser humano competente, po is damos a ela a
oportunidade de desenvolvimento normal.
Par muitos anos, as profissionais proibiram a crianc;a. surda 0 uso de LIBRAS,
defendendo 0 usa de oralismo pur~, mas a LIBRAS nao desapareceu, resistiu porque
e a lingua natural, viva pr6pria da crianc;;a surda, e a necessidade que ela tern de
comunicar-se sem limitayao.
33
A crian9a surda usa LIBRAS espontaneamente em cantata com autro surda,
enquanta a lingua portuguesa (segunda lingua) ela tera que aprender, esta e a funy~o
de fanaaLJdi6lagas, profissianais e das centros de reabilita~a.
LIBRAS e a meia principal de aqll;si~a de conhecimentas, enquanta a lingua
portuguesa tem fundamentalmente, a fun9~o de uma lingua escrita, de leitura e
tambem de leitura labial e de fala.
34
5 RELATORIO DE PESQUISA DE CAMPO
5.1 QUESTIONARIO PARA PESSOAS COM DEFICIENCIA AUDITIVA SOBRE SEU
DESEMPENHO ACADEMICO
Foram realizadas entrevistas com cinco portadores de defici~ncia auditiva do
Ensino Fundamental (dais alunos cursando a 311 serie, urn aluno a 41 serie, um aluno
cursando a 511 serle e urn aluno a 8· serie),
Na primeira pergunta sabre "Qual e seu interesse pela eseDla? Justifique",
quatro alunos afirmaram que era para aprender, estudar e fazer amigos e urn aluno
respondeu que era importante garantir 0 futuro,
Na segunda pergunta "Voce aprendeu atraves da LIBRAS as conteudos da
escola?~, quatro alunos afirmaram que sim aprenderam libras muito ceda e Urn aluno
acredita que nac, pais conheceu a libras tardiamente.
Na terceira pergunta "Como e a aceitacyao do professor do ensina regular em
rela~o a Lingua de Sinais?", quatro alunos afirmam que nao freqOentaram 0 ensino
regular sempre estudaram em escolas para surdos e um dos alunos respondeu que e
dificil porque 0 professor nao conhece sinais e prejudica na comunicaC;ao.
Na quarta pergunta MQuando 0 professor nao conhece a lingua de sinais
interfere em seu aprendizado?ft Todos foram un~nimes em afirmar que quando 0
professor nao conhece a lingua de sinais prejudica a comunica~o, pois 0 aluno e 0
professor podem n:io compreender 0 que e solicitado.
Na quinta pergunta wDe que forma a lingua de sinais ajuda em seu
desenvolvimento?-. Todos afirmaram que e atraves da LIBRAS que conseguem se
35
comunicar aprendendo palavras novas e as informac;oes diversas.
Estes foram os resultados encontrados nesta pesquisa.
5.2 QUESTIONARIO PARA PESSOAS COM DEFICIENCIA AUDITIVA SOBRE A
IDADE QUE TEVE CONTATO COM A LIBRAS
Solicitou-se as pessoas deficientes auditivas, pertencentes ao Ensino
Fundamental, a gentileza de responderem 0 questionario relacionado a sua vida
academica. A idade cronol6gica se situa entre 08 a 15 anos, em relac;~o ao grau de
escolaridade duas pessoas surdas estao cursando a 3 sene, um aluno na 5 serie, urn
aluno na 8 serie e urn aluno na 4 serie.
Na primeira pergunta t~s das pessoas entrevistadas ingressaram na eseola
antes dos sete anos de idade e duas ingressaram com rnais de sete anos.
Na segunda questao os cinco entrevistados responderam que sua primeira
escola foi escola para surdos
Na terceira pergunta que se referiu a idade que aprendeu a lingua de Sinais,
todas as pessoas responderam na inf~neia.
Na quarta pergunta ~Voce usa (usava) a Lingua de Sinais·, todos os
entrevistados usa va em ambas as situBc;Oes.
Na quinta pergunta ~Gosta de ler? E 0 que voce Ie?" Tr~s pessoas afirmaram
que sim gostam de ler revistas e gibis e uma pessoa respondeu que nao 90Sta de ler.
Na sexta pergunta ~Quem ensinou a le(', duas pessoas responderam que foi a
familia e a eseola, uma respondeu que foi a escola e os amigos e urn afirmou que s6
a eseola ensinou.
Na setima pergunta sobre escrever textos, tres pessoas responderam que
apresentam uma certa dificuldade em escrever e duas pessoas afirmaram que
escrevem com muita dificuldade.
Estes foram os resultados encontrados nesta pesquisa.
Analisando e confrontando os dad os dos questionarios colhidos, com a teoria,
percebe-se que as maiorias dos entrevistados defendem a Lingua de Sinais para se
comunicar porque e a primeira Hngua (materna) e facilita a compreensao do que esta
acontecendo ao redor e para a aquisic;Ao da Lingua Portuguesa Aceitam a Lingua
Portuguesa com a mesma igualdade.
A maioria evidencia a necessidade de ser aceito e compreendido a Lingua de
Sinais com prioridade no desenvolvimento lingOistico e cognitiv~ do surdo. A
aceita~o e compreensao da familia e pelos filhos, apesar dos membros desta n~o
utilizarem a lingua de Sinais, s~o de suma import~ncia. 0 surdo procura comunicar-
se com a familia com ambas as Hnguas (Libras I Portugu6s).
A maioria dos entrevistados ingressou na escola entre a a 7 anos de idade.
As dificuldades aumentam ao ingressar no ensino regular, pois se deparam com
professores sem especializa9~0 e na.o compreens~o da necessidade de uma
avalja~o diferenciada para a crianya surda, principal mente da estruturac;Ao da
linguagem, pois e a Lingua de Sinais que organiza, de forma logica, a ideia dos
surdos e acaba tendo sua estrutura gramatical refietida nas suas atividades escritas,
p~r isso a maio ria dos entrevistados apresenta dificuldades em escrever redayao.
J)
6 CONCLUSAO
Tem-se, portanto, a ideia da necessidade para a criany8 surda a aquisi9ao da
lingua de sinais 0 mais ceda passivel, pois este, se faz necessaria para que tenha urn
desenvolvimento Iing(1istico normal e posteriormente tenha a oportunidade em adquinr
a segunda lingua (Lingua Portuguesa) sem defasagem no processo de alfabetizac;§o
para depois estar bem integrada na sociedade.
Verifica-se que 0 que interfere 110desenvolvimento educacional da crian9a surda
e sell cantata tardio com a primeira lingua, a Libras (Lingua Brasileira de Sinais). E
que se a crianc;:a Surda tiver cantata na idade adeqllada esta conseguira assegurar
seu aprendizado. Portanto, llBRAS e 0 meio principal de aquisifY30 de
conhecimentos, enquanto a lingua portuguesa tem fundamentalmente, a func;:ao de
uma lingua escrita, de leitura e tambem de leitura labial e de fala.
Considera-se que a Libras e capaz de expressar ideias sutis complexas e
abstratas, os seus usuarios podem discutir filosofia, literatura, politica e etc. Como as
oLitras Hnguas, Libras aumenta vocabulario com novos sinais introduzidos pela
comunidade surda em resposta as mudanc;:as culturais e tecnicas. A crianya surda
precisara integrar-se precocemente a comunidade surda para possibilitar urn born
desempenho e desenvolvimento lingOistico normal. Nos MDireitos Ling(jisticos dos
Surdos· existem entre eles, os direitos do surdo de ~errar" oralmente ou por escrita
sem ser punido e humilhado; 0 direito de ser sensibilizado contra os preconceitos e
discriminac;::;\o de natureza IingLlistica.
Conclui-se que a maior import~ncia para a crianya surda, ter um born
desenvolvirnento lingOistico e cognitiv~ e na interac;::to social, e a aquisic;:Ao da Lingua
3X
de sinais 0 mais precoce passivel.
7 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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Boletim 5, Geles - Grupo de Estudos sabre linguagem, educaC;;ao e.
Surdez, UFRJ.
41
42
ANEXO 01
UNIVERSIDADE TUIUTII DO PARANA
TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO- TCC
CURSO DE PEDAGOGIA
NOME:
ESCOLA:
SERlE:
aUEsTloNARIO PARA ALUNOS SURDOS
1. Qual e a papel do professor do ensina especial frente a lingua de sinais?
2. Como acontece 0 aprendizado do surdo duranle as primeiros anos de vida?
3. Como e a aceitac;Ao do professor do ensina regular em relac;1io a lingua de sinais?
4. Como alguem pode dar a uma crianc;.a surda a oportunidade de adquirir uma
segunda lingua (lingua portuguesa) a que tern direito sem que haja defasagem
nesse processo?
5. Quais os fatores que interierem para 0 desenvolvimento IingOfstico e cognitivo
normal ern crjan~s surdas?
6. De que forma a lingua de sinais ajuda no desenvolvimento lingLiistico e cognitivo
do surdo?
Marjorie Bueno de Souza
ANEXO 02
UNIVERSIDADE TUIUTII DO PARANA
TRABALHO DE CONCLUsAo DE CURSO - TCC
CURSO DE PEDAGOGIA
NOME:
SEXO:
IDADE:
FICHA DE ANAMNESE - ESCOLA
1. Vore entrou na escola:
( ) 0 ale 07 anos de idade
( ) com mais de 07 anos de idade
2. A sua primeira escola foi:
( ) de surdos
( ) de ouvintes
( ) ambas
3. Com quantos anos voc~ aprendeu a lingua de sinais?
( ) desde que voce nasceu
( ) durante a inf~ncia
( ) durante a adolescencia
-15
( ) adulto
3. voc~ usa ( usava ) a Lingua de 5inais:
( ) na sala de aula
( ) fora da sala de aula
) ambas
) somente fora da escola
( ) nao usa (usava) a lingua de sinais
5. Voce gosta de ler? E 0 que vod! Ie?
R _
6. Quem ensinou voc~ a ler?
) a escola
) a familia
( ) amigos
( ) outros
7. V~ escreve reday:'o?
( ) com facilidade
) com dificuldade
) mais ou menes
Obrigada.
Marjorie Bueno de Souza
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