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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
“ESTUDO COMPARATIVO DA REAÇÃO TECIDUAL CONJUNTIVA DE RATOS, FRENTE A TRÊS CIMENTOS
ENDODÔNTICOS RESINOSOS”
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia da
Universidade Paulista – UNIP para a Obtenção do Título de Mestre
KAZUZO OKINO NETO
SÃO PAULO
2007
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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
“ESTUDO COMPARATIVO DA REAÇÃO TECIDUAL CONJUNTIVA DE RATOS, FRENTE A TRÊS CIMENTOS
ENDODÔNTICOS RESINOSOS”
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia da
Universidade Paulista – UNIP para a Obtenção do Título de Mestre
Orientador: Prof. Dr. Harry Davidowicz
KAZUZO OKINO NETO
SÃO PAULO
2007
3
SUMÁRIO Lista de abreviaturas e siglas Lista dos cimentos endodônticos relatados no estudo Resumo Abstract 1) Introdução; 1
2) Revisão da Literatura; 3
3) Proposição; 33 4) Material e Métodos; 34 5) Resultados; 51 6) Discussão; 63 7) Conclusão; 70 Anexos 71
Referência Bibliográfica 75 Apêndices 84
4
Lista de abreviaturas e siglas.
%.....................................................................................................Porcentagem
° C .................................................................................................Grau Celcius
G-18 ................................................................................................... Gauge 18
g .............................................................................................................. Grama
ml ......................................................................................................... Mililitro
mg ..................................................................................................... Miligrama
µm .................................................................................................. Micrômetro
µl ........................................................................................................Microlitro
< ....................................................................................................... Menor que
> ........................................................................................................ Maior que
= ............................................................................................................... Igual
p> ................................................................................probabilidade maior que
p< .............................................................................. probabilidade menor que
n= .......................................................................................Número da amostra
CRCS ................................................................Calciobiotic Root Canal Sealer
PAS ....................................................................................Periodic Acid Schift
5
DNA .........................................................................Ácido desoxirribonucléico
LPS ....................................................................................... Lipopolissacáride
MTA .................................................................. Agregado de trióxido mineral
PGE2 .................................................................................... Prostaglandina E2
PMCC .............................................................. Paramonoclorofenol canforado
ISO ........................................................... International Standard Organization
FP (5) ............................................................. Fibroblastos de polpas humanas
V 79 ............................................................. Fibroblastos de hamster chineses
OC2 .......................................................................... Células de carcinoma oral
NIH- 3T3 .......................................................................... Fibroblastos de ratos
NRU .................................................................................. Neutral Red Uptake
HeLa ................................................... Células humanas de carcinoma cervical
L 929 ....................................................... Fibroblastos de pele de camundongo
RPC-C2A .................................................................. Células de polpa de ratos
UMU TEST ......................................... Teste genotoxicidade em procarióticos
DMSO ....................................................................................Dimetil sulfoxido
S9 fraction ............................................ Fração microssomal de fígado de rato
6
3T3 ........................................................... Fibroblastos de ratos albinos suíços
SRB .........................................................................................Sulforodamina B
LDH .............................................................................. Lactate dehydrogenase
MTT ................................................................................... Sal de tetrazolium
mJ ....................................................................................................... Milijoule
W .............................................................................................................. Watts
Hz ............................................................................................................. Hertz
Nd:YAG ............................................... Neodímio:Ítrio – Alumínio – Granada
HCl ...........................................................................................Ácido clorídrico
7
Lista dos cimentos endodônticos relatados no estudo.
Cimentos à base de resina:
Acroseal (Septodont, Barueri, São Paulo, Brasil)
AH-Plus ( Dentsply/De Trey, Konstanz, Alemanha)
AH-26 (Dentsply/De Trey, Kontanz, Alemanha)
Diaket ( ESPE-Premier, Norristown, P.A., Estados Unidos)
EndoREZ (Ultradent Products Inc., Utah, Estados Unidos)
Epiphany (Pentron Clinical Technologies, Wallingford, C.T.)
FibreFill (Pentron Laboratories Technologies, Estados Unidos)
Hydron (NPD Dental Systems Inc., New Brunswick, Estados Unidos)
Sealer Plus (Dentsply, Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil)
Top Seal (Dentsply/De Trey, Konstanz, Alemanha)
Cimentos à base de óxido de zinco e eugenol:
Bioseal (Ogna, Milão, Itália)
Canals (Showa Corporation, Tókio, Japão)
Canals-N (Showa Corporation, Tókio, Japão)
Cortisomol (Pierre Rolland, Merignac, France)
8
Endofill (Dentsply, Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil)
Endoflas (Sanlor Laboratories, Cali, Colombia)
Endométhasone (Specialites Septodont, França)
Endométhasone N (Specialites Septodont, França)
Fill Canal ( DG Ligas Odontológicas Ltda, Rio de Janeiro, Brasil)
Kloropercha NO (NO Therapeutics, Oslo, Noruega)
N-Rickert (Botica Veado D’Ouro, São Paulo, Brasil)
N2 ( Ghimas, Bolonha, Itália)
Óxido de Zinco e Eugenol (NO Therapeutics, Oslo, Noruega)
Pulp Canal Sealer ( Kerr Corporation, Romulus, Estados Unidos)
Roth 811 (Roth International, Chicago, Il., Estados Unidos)
Tubli Seal ( Kerr Corporation, Romulus, Estados Unidos)
Cimentos à base de hidróxido de cálcio:
Apexit ( Vivadent, Schaan, Liechtenstein)
CRCS (Hygienic, Akron, OH, Estados Unidos)
Sealapex ( Kerr Corporation, Romulus, Estados Unidos)
Sealer 26 (Dentsply, Petrópolis, Rio de Janeiro, Brasil)
9
Cimentos à base de ionômero de vidro:
Ketac-Endo (3M ESPE, Seefeld, Alemanha)
Cimentos à base de silicone:
Roeko Seal (Roeko, Langenau, Alemanha)
Outros materiais:
Cimento Portland ( Votorantim, Votorantim, São Paulo, Brasil)
EC I (Nilsen TH, personal communication)
EC II (Nilsen TH, personal communication)
GuttaFlow (Coltene-Whaledent, Lagenau, Alemanha)
Pro Root MTA (Tulsa/Dentsply, Oklahoma, Estados Unidos)
Poliquil (Araraquara Polímeros Químicos Ltda, Araraquara, São Paulo,
Brasil)
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Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar in vivo a biocompatibilidade
dos cimentos endodônticos resinosos AH-Plus, Acroseal e EndoREZ, após a
implantação em tecido subcutâneo de 16 ratos. Os cimentos foram colocados no
interior de tubos de polietileno e implantados em locais específicos no subcutâneo do
dorso dos animais. Os blocos de tecidos foram removidos após 24 horas, 72 horas, 7
dias e 21 dias, processados histologicamente e analisados através da observação
microscópica.
Os resultados indicaram que todos os cimentos induziram reações
inflamatórias discretas, que diminuíram ao longo do experimento. Os tecidos
apresentaram melhor resposta biológica frente ao cimento Acroseal seguido pelo
AH-Plus e EndoREZ
11
Abstract
The purpose of this study was to evaluate in vivo the
biocompatibility of AH-Plus, Acroseal and EndoREZ resin endodontic cements, after
implantation in connective tissue of sixteen rats. The cements were inserted into
polyethylene tubes and implanted in specific areas of the animals dorsal
subcutaneous. The blocks of tissue were removed after 24 hours, 72 hours, 7 days
and 21 days, histologically processed and observed under optic microscopy.
The results indicated that all cements induced mild inflammatory
reaction that decreased with the experiment time. The tissues showed the best
biological response when Acroseal cement was used, followed by AH-Plus and
EndoREZ.
12
Dedicatória
Dedico este trabalho aos meus queridos pais, Kaoro e Kinue, pelo amor e
pelos ensinamentos ao longo da minha vida, que propiciaram alcançar este
objetivo.
A minha esposa Carla, pelo amor e incentivo, o meu muito obrigado. E aos
meus filhos Luca e Pedro, dedico com muito amor este trabalho.
13
Agradecimentos
Ao meu orientador Prof. Dr. Harry Davidowicz pela sua amizade, dedicação
e pelos seus ensinamentos humanos e científicos.
Ao Prof. Dr. José Barbosa pelo seu companheirismo, colaboração e
orientação no desenvolvimento deste estudo.
Ao Prof. Dr. Abílio Albuquerque Maranhão de Moura e equipe pelas
orientações na minha formação de mestre.
Ao amigo e colega Prof. Alex Yoshiharu Otani, pelo incentivo e dedicação no
desenvolvimento da minha carreira científica.
Ao Paulo e a Jô do laboratório de patologia, a Dadá do biotério, a Fernanda e
Leila da secretaria de pós-graduação e a Jaqueline, bibliotecária da UNIP-
Sorocaba.
14
Aos amigos e colegas de equipe:
Ruy Hizatugu
Alex Yoshiharu Otani
Eduardo Shigueaki Kado
Edson Mitsuru Miyasaki
Gustavo Pazzeto Meneghine
Marko Nishioka
Sidney Komatsu
Shinichi Kimura
1
Introdução
A obturação do sistema de canais radiculares representa o desfecho de um
conjunto de procedimentos intracanais, visando à restituição das funções dentárias
normais. Através da obturação, elimina-se o espaço vazio outrora ocupado pela polpa
dental, que poderia funcionar como local propício para o estabelecimento de
microorganismos, o que acarretaria uma infecção ou reinfecção do sistema de canais
radiculares. Além disso, parte do conteúdo destes canais ainda persistentes após os
procedimentos de desinfecção, pode ser sepultada em áreas do sistema de canais
radiculares, assim não invadindo a região dos tecidos perirradiculares, favorecendo a
sua reparação. Ainda sob este ponto de vista, microorganismos e fluidos teciduais
teriam seu trânsito impedido para o interior do mesmo sistema, estando este
devidamente preenchido e selado. Cabe ressaltar que, para tal, o preparo químico-
cirúrgico deste deve apresentar efetividade, com a obtenção de um nível de antígenos
adequado à supremacia do sistema de defesa do organismo.
Rickert, em 1925, propôs o uso de um cimento em conjunto com os cones de
guta-percha. Desde então, os cimentos endodônticos têm sido amplamente utilizados
na Endodontia como coadjuvantes na obturação do sistema de canais radiculares,
servindo de material de união dos cones de guta-percha entre si e desses com as
paredes dentinárias.
Em 1957, Schroeder introduziu o cimento AH-26 (Dentsply/De Trey), à base
de resina epóxica, para ser utilizado nas obturações endodônticas. Recentemente
foram introduzidos na Odontologia cones de guta-percha associados às resinas, para
serem utilizados com cimentos resinosos do tipo dual, na obturação do sistema de
2
canais radiculares. De acordo com Grossman (1958), os cimentos endodônticos
devem preencher alguns requisitos: homogêneo, quando manipulado; promover um
selamento “hermético”; radiopaco; bacteriostático; insolúvel frente aos fluidos
bucais; solúvel aos solventes comuns; não ser irritante aos tecidos periapicais; não
deve sofrer retração após sua presa; não deve manchar a estrutura dentária.
Sendo assim, o cimento endodôntico ideal deve apresentar propriedades
físico-químicas satisfatórias e compatibilidade biológica. Desta forma, ele não irá
interferir negativamente no processo de reparação dos tecidos com os quais está em
contato. A biocompatibilidade de um cimento endodôntico depende diretamente de
seus componentes, de seu tempo de presa e de sua solubilidade. Os cimentos
endodônticos são classificados em: cimentos à base de óxido de zinco e eugenol,
cimentos contendo hidróxido de cálcio, cimentos resinosos, cimentos de ionômero de
vidro e cimentos à base de silicone (Lopes e Siqueira, 2004).
Os métodos de avaliação da biocompatibilidade dos cimentos endodônticos
incluem: utilização de dentes de cobaias (Tagger e Tagger, 1989; Leonardo et al.,
1999), entre outros estudos,; injeção em tecido subcutâneo de cobaias (Mittal et al,
1995; Canova, 2002), entre outros,; implante em tecido subcutâneo de cobaias
(Gomes Filho, 2001), entre outros; e cultura de células (Schwarze, 2002; Silva,
2002), entre outros. Dentre estes métodos, o implante de tubos de polietileno
preenchidos com cimento, no subcutâneo de ratos, caracteriza-se como um método
de boa confiabilidade e de fácil reprodução e padronização. Portanto, parece-nos
válido avaliar a reação tecidual conjuntiva através desta metodologia, frente ao
grande número de cimentos endodônticos resinosos disponíveis para o uso clínico.
3
2 - Revisão da literatura
Torneck, em 1966, investigou a influência de um espaço não preenchido, bem
como de outros fatores locais normalmente associados com o reparo dos tecidos
periapicais. Tubos de polietileno com comprimentos de 4, 6 e 10 mm e diâmetros
interno de 0,58, 0,86, 1,14 e 1,40 mm foram desinfetados através da imersão em
solução de iodo, lavados com solução salina, secados com gaze estéril e implantados
cirurgicamente no dorso de ratos. Na primeira fase do estudo, os tubos foram
implantados com as duas extremidades abertas e na segunda, uma das extremidades
foi termicamente selada. Após 60 dias de implantação, os animais foram sacrificados
e os implantes foram removidos juntamente com tecidos adjacentes e conduzidos ao
processamento histológico. As amostras foram coradas com Hematoxilina e Eosina
(HE) e Tricômio de Mallory. Os resultados demonstraram que pontes de tecido
desenvolveram-se no lume de alguns tubos e não em outros. A invaginação ocorreu
nos tubos abertos de pequeno comprimento e grande diâmetro. Em tubos selados de
um lado, a invaginação ocorreu primariamente em pequenos diâmetros, indicando
que os fatores que influenciam no crescimento individual são diferentes em cada
sistema. Em todos os espécimes um fluido seroso foi observado preenchendo o tubo
e este fluido pareceu não influenciar a indução da inflamação. Concluiu-se com este
estudo que um canal limpo e desinfetado resultaria provavelmente na cura do tecido
periapical, desde que o tecido tenha uma capacidade de reparo normal.
Phillips, em 1967, avaliou a resposta tecidual em subcutâneo de ratos frente a
implantação de tubos de polietileno vazios. Os tubos, desinfetados antes do implante,
apresentavam 6 mm, 10 mm e 15 mm de comprimento, com seis diâmetros diferentes
4
para cada comprimento. Os animais foram sacrificados após 60 dias e as peças foram
processadas histologicamente. Os resultados mostraram que todos os tubos foram
encapsulados por tecido conjuntivo fibroso, sendo que os tubos de comprimento
menor e maior diâmetro interno demonstraram uma invaginação de tecido.
Torneck, em 1967, comparou a reação do tecido conjuntivo de ratos frente à
implantação de tubos de polietileno preenchidos com fragmentos de tecido muscular
contaminados com cocos Gram-negativos e estéreis. Foram implantados 24 tubos de
polietileno de vários diâmetros e comprimentos, com uma das extremidades seladas
como controle, no dorso de seis ratos Wistar. Após 60 dias, os animais foram
sacrificados, os tubos de polietileno e os tecidos adjacentes foram removidos e
enviados para o processamento histológico. Os achados indicaram que o prognóstico
de reparo foi menos favorável quando o lúmen foi preenchido com material
contaminado. O autor concluiu que os tubos, preenchidos com material contaminado
ou não, apresentaram um reparo menos favorável que o resultante no tubo estéril,
sem preenchimento algum.
Xavier et al., em 1974, estudaram o comportamento histopatológico do tecido
conjuntivo de ratos frente a implantes de tubos de polietileno preenchidos com os
cimentos AH-26 (Dentsply/De Trey), N-Rickert (Botica ao Veado D’Ouro) e
Endométhasone (Septodont). Foram utilizados 18 ratos, que, após 2, 16 e 32 dias,
foram sacrificados. O material foi processado histologicamente. Os corantes
utilizados foram a Hematoxilina e Eosina, o Tricômio de Masson e a Prata. Os
exames histopatológicos visaram analisar morfologicamente as intensidades das
reações inflamatórias e reparativas, sendo o resultado graduado como nulo, discreto,
5
moderado e intenso. O cimento N-Rickert, após 2, dias foi classificado como
moderado a intenso; após 16 e 32 dias, discreto a moderado. O AH-26 apresentou,
após 2 dias, reações moderadas a intensas; aos 16 e 32 dias, discretas a moderadas. O
Endométhasone, após 2 dias, apresentou reações discretas a moderadas; e, aos 16 e
32 dias, o quadro histopatológico geral poderia ser avaliado como discreto. Os
autores concluíram que o cimento Endométhasone evidencia induzir reação
inflamatória menos intensa em relação aos outros dois cimentos, nos três intervalos
de tempo.
Guaraciaba e Fava de Moraes, em 1980, testaram a histocompatibilidade dos
cimentos endodônticos AH-26 (Dentsply/De Trey) e N-Rickert (Botica ao Veado
D’Ouro), através de implantação direta destes no tecido subcutâneo do rato. Os
autores implantaram os cimentos através da injeção com seringas tipo insulina, com
agulha 30-12, após serem espatulados. Os 18 ratos utilizados no experimento foram
divididos em nove grupos, tendo cada animal recebido quatro implantes, dois de cada
tipo de cimento. Os nove grupos formados foram estudados aos 0-1-3-5-7-10-16-23 e
34 dias após a implantação. Foram utilizados três métodos para análise dos
resultados sobre a histocompatibilidade dos cimentos estudados: Hematoxilina e
Eosina para a aferição da reação inflamatória; Tricômio de Mallory e de Van Gieson,
para o estudo da fibrogênese conjuntiva junto ao cimento implantado e o Alcian Blue
+ PAS, para o estudo histoquímico dos polissacarídeos da substância intercelular
amorfa do tecido conjuntivo. Considerando as condições em que foi realizada a
experimentação, os autores constataram:
6
1- Com o cimento AH-26 intensa reação inflamatória; formação de um tecido
de granulação de alta renovação; aparecimento de células gigantes; uma pequena
reação fibroblástica e a não formação de cápsula conjuntiva, além de o cimento ser
nitidamente reabsorvível.
2 – Com o cimento N-Rickert: discreta e rápida reação inflamatória; formação
de um tecido de granulação de baixa renovação; evidente reação fibroblástica e
formação de espessa cápsula conjuntiva; além de o cimento ser muito pouco
reabsorvível.
Sendo assim, concluíram que o cimento N-Rickert apresentou melhor
histocompatibilidade com o conjuntivo subcutâneo do que o cimento AH-26.
Olsson et al., em 1981, testaram o método do implante de tubos de teflon no
subcutâneo do dorso de ratos, preenchidos com os seguintes materiais: Kloropercha
NO (NO Therapeutics), Cimento de Rickert (Kerr) e AH-26 (Dentsply/De Trey). Os
animais foram sacrificados após 14, 30, 90 e 180 dias e os tubos foram removidos
juntamente com o tecido adjacente e encaminhados para o processamento
histológico. Foram corados com Hematoxilina-Eosina, Tricômio de Masson, Azul de
Metileno e Brown e Brenn. Os resultados mostraram, aos 14 dias, tecido necrótico e
numerosos neutrófilos, se desintegrando adjacentes aos três materiais. Linfócitos,
plasmócitos, macrófagos e células gigantes invadiram o tecido que circundava o
implante na entrada do tubo. Aos 30 dias, o padrão inflamatório era similar ao de 14
dias. Células agudas e crônicas estavam presentes e partículas do material foram
encontradas em macrófagos e células gigantes. Aos 90 dias, havia predominância de
células inflamatórias crônicas, com necrose tissular e desintegração celular adjacente
7
aos três materiais, mas uma camada fibrosa aparecia junto à inflamação e o material.
Aos 180 dias, a inflamação crônica persistia, uma zona de necrose estava presente
junto ao material e verificou-se uma camada de células em desintegração adjacente a
esta. De acordo com os resultados, os autores concluíram que a Kloropercha NO
apresentou os melhores resultados, seguida do AH-26 e do cimento de Rickert.
Safavi et al., em 1983, avaliaram a resposta do tecido subcutâneo de ratos
frente a dois cimentos endodônticos, AH-26 (Dentsply/DeTrey) e Hydron (NPD
Dental Systems Inc.). Tubos de teflon foram preenchidos com os respectivos
cimentos e implantados no dorso dos animais através de uma agulha G-14, biselada,
com o auxílio de um êmbolo. Os tubos mediam 6mm de comprimento, 1,7mm de
diâmetro externo e 1,3mm de diâmetro interno, sendo que uma das extremidades foi
selada. Após 90 minutos, 7, 14, 90 e 180 dias, os animais foram sacrificados e os
tubos foram removidos com o tecido conjunt ivo adjacente. Após o processamento
histológico, necrose e inflamação foram observadas ao redor dos materiais em todos
os intervalos de tempo. Os autores concluíram que o método foi confiável para uma
avaliação qualitativa dos materiais, mas não permitiu uma avaliação acurada da
biocompatibilidade dos materiais.
Leal et al., em 1988, estudaram sob microscopia a biocompatibilidade dos
cimentos endodônticos Sealapex (Kerr), CRCS (Hygienic), Fill Canal (DG Ligas
Odontológicas) e N-Rickert (Botica Veado D’Ouro) em tecido subcutâneo de ratos
por períodos de 7, 21 e 60 dias. Aos 7 dias, o Sealapex e o N-Rickert provocaram
uma reação inflamatória moderada e o CRCS e Fill Canal, uma reação intensa. No
período de 21 dias, o Sealapex e N-Rickert induziram uma reação inflamatória suave
8
e o CRCS, moderada. Aos 60 dias, o Sealapex, o N-Rickert e o CRCS exibiram uma
reação inflamatória suave e o Fill Canal persistia em induzir uma reação moderada.
Tagger e Tagger, em 1989, verificaram a reação periapical dos cimentos
CRCS (Hygienic), Sealapex (Kerr) e AH-26 (Dentsply/De Trey) em dentes de
macacos. Foram utilizados dentes com polpas vitais de três macacos jovens, os quais
foram obturados com cones de guta-percha e os cimentos em estudo, pela técnica
híbrida. Os animais foram sacrificados após um período de 7, 8 e 14 meses e as
peças, processadas histologicamente. Os resultados histológicos mostraram reações
inflamatórias de médias a severas na região das foraminas apicais dos canais
obturados com AH-26 e CRCS. A maioria dos espécimes com Sealapex não
apresentou nenhuma célula inflamatória, exceto macrófagos com partículas de
cimentos. Verificou-se também a obliteração apical com tecido calcificado após a
reabsorção do Sealapex.
Arenholt-Bindslev e Hörsted-Bindslev, em 1989, avaliaram a citotoxicidade
dos cimentos AH-26 (Dentsply/De Trey), N2 (INDRAG-AGSA), Kloropercha NO
(NO Therapeutics), Óxido de Zinco e Eugenol e 2 cimentos experimentais, EC I e
EC II (Nielsen TH). Tubos de polietileno de 4 mm de comprimento foram
autoclavados e selados em uma das extremidades com parafina, preenchidos com os
cimentos endodônticos e colocados em cultura de fibroblastos humanos para serem
avaliados após 5, 10 e 15 dias. Os autores verificaram as alterações morfológicas
celulares, a inibição do crescimento celular ao redor da embocadura dos tubos e o
número de células presentes em cada amostra. Observou-se como resultado que o
cimento N2 se apresentou como o material mais tóxico e a Kloropercha, o menos
9
tóxico; os outros cimentos não apresentaram diferenças significantes entre si, para
todos os períodos avaliados.
Pascon et al., em 1991, realizaram um estudo com o objetivo de desenvolver
métodos e critérios para os testes de biocompatibilidade dos materiais endodônticos.
Utilizaram-se 121 dentes de babuínos, que, sob condições assépticas, foram
instrumentados e obturados a 1 mm do forame apical, através da condensação lateral,
com cones de guta-percha e os respectivos cimentos; AH-26 (Dentsply/De Trey),
Pulp Canal Sealer (Kerr) e a Kloropercha NO (NO Therapeutics). Após 1, 7, 30, 365,
730 e 1095 dias foi realizada a avaliação histológica da região periapical dos
respectivos dentes. Os autores concluíram que, no período de 1 a 7 dias, o AH-26
causou reações inflamatórias severas e o Pulp Canal Sealer e a Kloropercha
causaram reações moderadas e discretas, respectivamente. Após 2 e 3 anos, os
autores observaram que o AH-26 apresentou reação inflamatória discreta,; o Pulp
Canal Sealer moderada; e a Kloropercha, severa.
Mittal et al., em 1995, avaliaram a resposta do tecido conjuntivo de ratos
frente à injeção de quatro cimentos endodônticos; Óxido de Zinco e Eugenol (DPI),
Tubli Seal (Kerr), Sealapex (Kerr) e Endoflas (Sanlor). Utilizaram-se 15 ratos para a
realização da injeção de cada cimento recém-espatulado, com agulha G-18. Dois
animais foram sacrificados a cada intervalo de tempo: 2 dias, 7 dias, 14 dias, 1 mês e
3 meses após a injeção, por sobredose de éter. Os blocos de tecidos foram removidos
e fixados em formalina 10% para processamento histológico. A reação inflamatória
foi graduada, dependendo do número de células, localização e difusão da inflamação,
presença de necrose, edema, densidade de fibroblastos e formação de cápsula fibrosa.
10
O exame do tecido revelou que todos os cimentos mostraram alguma inflamação, a
qual decresceu com o tempo, exceto o cimento aa base de Óxido de Zinco e Eugenol,
que aumentou a inflamação de 2 dias para 7 dias e depois decresceu. O Sealapex
mostrou menor reação inflamatória, moderada em 2 dias e leve nos demais períodos.
Nenhum cimento apresentou reação inflamatória após o período de 3 meses.
Economíades et al., em 1995, estudaram a biocompatibilidade de quatro
cimentos obturadores e a influência dos componentes dos materiais na concentração
de cálcio e zinco nos órgãos dos ratos. Os cimentos testados foram: CRCS
(Hygienic), Sealapex (Kerr), Roth 811 (Roth International) e AH-26
(Dentsply/DeTrey). Foram utilizados 77 ratos, os quais foram submetidos aos
implantes de tubos de teflon, preenchidos com os respectivos cimentos, e tubos
vazios como controle. Após 7, 14 e 21 dias, os animais foram sacrificados e os tubos
removidos juntamente com tecido adjacente e enviados para processamento
histológico. Após a análise das amostras, os autores concluíram que o material mais
irritante foi o AH-26; no período de 7 dias, contudo, a reação inflamatória começou a
diminuiu. O Roth 811 e o Sealapex causaram reação inflamatória de severa a
moderada, enquanto o CRCS, de leve a moderada. O CRCS e o Roth 811 induziram
distribuição de zinco e o AH-26 induziu mudanças no conteúdo de cálcio nos órgãos.
Almeida, em 1997 avaliou dois cimentos endodônticos, o AH-Plus
(Dentsply/De Trey) e o Fill Canal (DG Ligas Odontológicas). Foram utilizados dois
cães com polpas vitais nas quais a obturação foi realizada pela técnica da
condensação lateral. Após 90 dias da obturação, os cães foram sacrificados e as
maxilas e mandíbulas removidas e fixadas em formol a 10%, durante 48 horas. Após
11
o processamento histológico, os resultados histopatológicos mostraram que o
cimento AH-Plus permitiu melhor deposição de tecido mineralizado ao nível apical,
comparado com o cimento Fill Canal, evidenciando excelente biocompatibilidade
tecidual e permitindo a ocorrência do processo de reparo apical e periapical.
Schweikl et al., em 1998, avaliaram a atividade mutagênica do cimento
endodôntico AH-Plus (Dentsply/De Trey). O cimento foi preparado de acordo com a
instrução do fabricante, que foi testado imediatamente após a espatulação e após o
período de presa de 24 horas, a 37° C, em câmara úmida, através do teste de Ames. O
cimento recém-espatulado e o cimento endurecido foram imersos em dimetil
sulfóxido (DMSO) e soro fisiológico (0,1g/2ml), por 24 horas, a 37°C. Alíquotas de
solvente diluídas seriadamente foram usadas em um padrão de incorporação à placa.
Duas diferentes suspensões de Salmonela thyphimurium foram empregadas para
detectar a indução de mutações e substituições de bases-pares que compõem a dupla
fita do DNA, ambas na presença e ausência de frações microssomais metabólicas
ativas de fígado de ratos (S9). Os autores concluíram que tanto o cimento AH-Plus
recém-espatulado, como o após a presa, foram biologicamente ativos em solventes
(DMSO) para causar efeitos tóxicos e mutagênicos nas duas suspensões de
Salmonela typhimurium.
Kolokouris et al., em 1998, verificaram, no tecido conjuntivo subcutâneo de
44 camundongos fêmeas Wistar, a biocompatibilidade de dois cimentos obturadores
de canais radiculares, o Apexit (Vivadent), à base de hidróxido de cálcio, e o Pulp
Canal Sealer (Kerr), à base de óxido de zinco e eugenol. Estes cimentos,
devidamente manipulados, foram inseridos em tubos de teflon para então serem
12
implantados no dorso dos animais. Os implantes foram removidos depois de 5, 15,
60 e 120 dias e preparados para avaliação microscópica. Observou-se uma severa
reação inflamatória com extensões necróticas para o Apexit no quinto e décimo-
quinto dia, porém a intensidade desta reação diminuiu no sexagésimo dia, chegando
a um nível mínimo após 120 dias, caracterizado pela presença de tecido conjuntivo
com poucos macrófagos. Resultados semelhantes ocorreram com o Pulp Canal
Sealer, verificando-se uma reação inflamatória nos períodos finais pouco maior do
que a ocorrida com o Apexit.
Koulaouzidou et al., em 1998, avaliaram in vitro a citotoxicidade de três
cimentos endodônticos à base de resina; AH-26 (Dentsply/De Trey), AH-Plus
(Dentsply/De Trey) e Top Seal (Dentsply/De Trey). Os testes foram realizados in
vitro com células L 929 (fibroblastos de camundongos) e células de polpa de ratos
(RPC-C2A). Os resultados foram analisados após 24 e 48 hs, através dos testes
sulforodamina B (SRB) colorimétrico e através da contagem de células viáveis. O
AH-26 mostrou-se severamente citotóxico, quando comparado ao AH-Plus e Top
Seal, os quais, similarmente, mostraram uma baixa toxicidade para todos os tempos e
testes avaliados.
Leyhausen et al., em 1999, propuseram-se a determinar a citotoxicidade e a
genotoxicidade do cimento endodôntico AH-Plus (Dentsply/De Trey). Foram
utilizadas culturas de fibroblastos de ligamento periodontal humano e células 3T3
permanentes em monocamada, através do teste procariótico UMU, do teste
eucariótico de inibição da síntese de DNA, e do teste de filtro alcalino in vivo. Além
disso, o teste Ames foi realizado com extrato de AH-Plus. O cimento AH-Plus
13
causou nenhuma ou somente leve injúria celular, sem que nenhuma genotoxicidade
ou matagenicidade fosse revelada. Segundo os autores, estes dados deveriam ser
levados em consideração quando da escolha de um cimento endodôntico.
Berbert, em 1999, analisou a reparação periapical pós-tratamento endodôntico
em dentes de cães com lesão periapical crônica induzida. Foram utilizadas 96 raízes,
que, após o preparo biomecânico, receberam curativo de demora, com pasta à base de
hidróxido de cálcio, Calen/PMCC (S. S. White) ou Calasept (Nordiska Dental), por
30 dias. Decorrido este período, os canais radiculares foram obturados com Sealapex
(Kerr) ou AH-Plus (Dentsply/De Trey). Os melhores resultados biológicos deram-se
com o grupo Calasept e Sealapex, seguido do grupo Calen/PMCC e Sealapex, e, com
resultados menos satisfatórios, nos grupos Calen/PMCC e AH-Plus e Calasept e AH-
Plus. Não houve diferença estatística significante entre os grupos Calasept e
Sealapex e Calen/PMCC e Sealapex. O grupo Calasept/AH-Plus foi o que apresentou
significantemente o pior reparo dos tecidos apicais e periapicais.
Leonardo et al., em 1999a, avaliaram dois diferentes tipos de cimento
obturador de canais radiculares: AH-Plus (Dentsply/De Trey) e Fill Canal (DG Ligas
Odontológicas). Foram utilizados 34 canais de pré-molares de cães, com polpa vital.
Após a instrumentação, os canais foram obturados com guta-percha e AH-Plus ou
guta-percha e Fill Canal, usando a técnica da condensação lateral. Após o
processamento histológico, os cortes foram corados com Hematoxilina e Eosina ou
Tricômio de Mallory. Verificou-se que células inflamatórias ou áreas de necrose não
estavam associadas com o AH-Plus e em quatro espécimes observou-se formação de
tecidos duros apicalmente ao material. O cimento Fill Canal apresentou em todas as
14
amostras, áreas de necrose ou áreas com poucos fibroblastos, congestão capilar e
uma resposta inflamatória de intensidade moderada na região periapical,
principalmente nas áreas adjacentes ao material. Os autores observaram também
áreas de reabsorção óssea e cementária.
Leonardo et al., em 1999b, verificaram a liberação do formaldeído em quatro
cimentos endodônticos. Utilizaram-se os cimentos AH-26 (Dentsply/De Trey),
Endométhasone (Septodont), AH-Plus (Dentsply/De Trey) e Top Seal (Dentsply/De
Trey), manipulados de acordo com a instrução do fabricante. Através da análise de
espectrofotometria, encontraram-se maiores liberações de formaldeído nos cimentos
AH-26 e Endométhasone, enquanto que nos cimentos AH-Plus e Top Seal a
liberação foi mínima.
Azar et al., em 2000, estudaram o efeito citotóxico dos cimentos AH-Plus
(Dentsply/De Trey), AH-26 (Dentsply/De Trey) e Óxido de Zinco e Eugenol
(Products Dentair S.A.), in vitro, empregando cultura de fibroblastos de gengiva
humana. Os cimentos foram preparados de acordo com os fabricantes e colocados,
através de discos de alumínio, em contato com as culturas de fibroblastos, em
diferentes intervalos de tempo. Os resultados demonstraram que o efeito citotóxico
induzido pelo óxido de zinco e eugenol foi detectado antes de uma hora após a
mistura e continuou até o final do experimento (5 semanas). O AH-26 induziu efeito
citotóxico até uma semana, diminuindo substancialmente os efeitos citotóxicos. A
citotoxicidade do AH-Plus ocorreu no início e não foi detectada após 4 horas da
mistura. De acordo com os resultados obtidos para cada grupo, houve diferenças
significantes, principalmente em relação aos intervalos de tempo. Os autores
15
concluíram através deste estudo que o cimento AH-Plus é mais biocompatível que os
outros dois cimentos.
Cohen et al., em 2000, propuseram-se a determinar a citotoxicidade de dois
cimentos obturadores de canais radiculares: AH-26 (Dentsply/De Trey) e AH-Plus
(Dentsply/De Trey). O teste de citotoxicidade de difusão de ágar foi realizado
baseado nos procedimentos descritos pela Organização Internacional
Estandardização (ISO-1993); para padronização foi determinada a reação biológica,
células L929 (fibroblastos de ratos), em resposta aos agentes testados. Após período
de 48 horas de observação, as culturas celulares expostas aos testes com discos de
AH-26 e AH-Plus exibiram severa reação. Nenhum sinal de reação foi observado nos
discos de controle negativo. As amostras testadas de AH-26 e AH-Plus foram
consideradas citotóxicas.
Huang et al., em 2000, analisaram a biocompatibilidade dos cimentos AH-26
(Dentsply/De Trey) e AH-Plus (Dentsply/De Trey) pela técnica da infiltração por
“Lactate Desidrogenase” (LDH). Os cimentos foram misturados e então dissolvidos
em dimetil sulfóxido em concentrações finais de 0,1%, 0,04% e 0,01%
(peso/volume), em concentração < 0,05. A determinação da viabilidade celular foi
verificada através da infiltração da “Lactate Desidrogenase” (LDH) na enzima
intracelular. A infiltração da LDH em dosagem-dependente e tempo-dependente foi
medida e testada pela análise estatística de ANOVA. Os resultados mostraram que
ambos os cimentos, AH-26 e AH-Plus, foram citotóxicos aos hepatócitos de ratos.
Em baixa concentração, o AH-26 teve mais alta toxicidade do que o AH-Plus.
16
Miletic et al., em 2000, verificaram o efeito citotóxico de quatro cimentos
obturadores: AH-26 (Dentsply/De Trey), AH-Plus (Dentsply/De Trey), Diaket (3M
ESPE) e Apexit (Ivoclair/Vivadent). Foram utilizados no experimento duas linhagens
de células, ou seja, humanas, de carcinoma cervical (HeLa), e células de fibroblastos
de rato (L929). Sob condições assépticas, os cimentos foram manipulados de acordo
com as instruções do fabricante sendo, 0,01 ml de cada material colocado em uma
placa. Os cimentos foram cobertos com suspensão celular. A citotoxicidade foi
avaliada pela determinação do número de viabilidade celular, verificada através de
observação microscópica, assim como o total de número celular às 24 horas, 48 horas
e 120 horas após o tratamento com os materiais mencionados. Os resultados obtidos
neste estudo mostraram a alta citotoxicidade do cimento AH-Plus, o qual mostrou ser
igual ou mais tóxico do que o AH-26 e o Diaket. O Apexit foi o menos tóxico dos
cimentos estudados.
Santos et al., em 2000, investigaram a citotoxicidade de cinco cimentos
obturadores in vitro: AH-Plus (Dentsply/De Trey), Sealapex (Kerr), Tubli Seal
(Kerr), Pulp Canal Sealer (Kerr) e Fill Canal (DG Ligas Odontológicas Ltda). Os
cimentos foram manipulados conforme orientação dos fabricantes e colocados em
lamínulas de vidro, sendo estas depositadas em cultura de células. Utilizaram-se
fibroblastos de ratos (NIH-3T3) plaqueados em 1x104 células/placa de Petri. Os
períodos experimentais foram 1, 3, 5 e 7 dias. Os resultados mostraram que as
culturas tratadas pelo AH-Plus, Pulp Canal Sealer e Fill Canal apresentaram morte
celular a partir do 5° dia após a aplicação da substância. O Sealapex apresentou
porcentagem de viabilidade celular entre 80 a 100% durante todo o período
experimental. Os autores concluíram que, em ordem crescente de citotoxicidade,
17
estão Sealapex, Tubli Seal, AH-Plus, Pulp Canal Sealer e Fill Canal, sendo que, entre
os dois últimos cimentos, não houve diferença estatisticamente significante.
Grecca et al., em 2001, avaliaram o reparo periapical através do exame
radiográfico após o tratamento endodôntico em dentes de cães com reação periapical
induzida. Foram utilizados 96 canais radiculares que, após o preparo biomecânico,
receberam curativo de demora à base de hidróxido de cálcio (Calen/PMCC
(S.S.White) ou Calasept (Nordiska Dental), o qual permaneceu no canal radicular por
30 dias. Após este período, os canais foram obturados com cones de guta-percha e
um cimento, Sealapex (Kerr) ou AH-Plus (Dentsply/De Trey). Os dentes foram
divididos em: Grupo I: Calen PMCC + Sealapex; Grupo II: Calasept + Sealapex;
Grupo III: Calen PMCC + AH-Plus; e no Grupo IV: Calasept + AH-Plus. Tomadas
radiográficas periapicais dos dentes em estudo foram realizadas no início do
tratamento e nos períodos de 90, 180, 270 e 360 dias. As imagens radiográficas
foram digitalizadas através de scanner. Através do programa MOCHA foram
mensuradas as alterações periapicais. A análise estatística da avaliação radiográfica
mostrou que o Grupo IV, Calasept + AH-Plus, foi o que apresentou os piores
resultados quanto à regressão da alteração periapical. Em todos os grupos
experimentais, contudo, ocorreram regressões das lesões periapicais com o decorrer
do período, sendo que os melhores resultados foram observados nos períodos de 270
e 360 dias.
Gomes Filho, em 2001, avaliou a biocompatibilidade dos cimentos
endodônticos Endométhasone (Septodont), Pulp Canal Sealer (Kerr) e AH-Plus
(Dentsply/De Trey), após a implantação em tecido subcutâneo de ratos. Foram
18
utilizados 24 ratos Wistar-Furth, que receberam implantes de tubos de polietileno
com os referidos cimentos em locais específicos no subcutâneo. Os implantes foram
removidos após 3, 7 e 30 dias, fixados e processados pelo método de inclusão em
glicol metacrilato para avaliação microscópica. Observou-se, no 3° dia, uma resposta
inflamatória mais intensa com células do infiltrado agudo para todos os cimentos,
sendo que o Pulp Canal Sealer apresentou uma reação mais branda. No 7° dia, o
tecido já apresentava um aspecto mais organizado, principalmente para o cimento
AH-Plus, o qual permitiu o início de formação de cápsula fibrosa, com poucas
células inflamatórias crônicas. No período de 30 dias, o cimento Pulp Canal Sealer
apresentou um estágio mais avançado de organização tecidual, enquanto os cimentos
AH-Plus e Endométhasone não diferiram muito entre si, mostrando ainda um leve
grau de inflamação.
Huang et al., em 2001, avaliaram a genotoxicidade dos cimentos Canals
(Showa Corporation), Canals-N (Showa Corporation), Tubli Seal (Kerr), Sealapex
(Kerr), Top Seal (Dentsply/de Trey), AH-26 (Dentsply/De Trey) e AH-Plus
(Dentsply/De Trey). Foram utilizadas células de carcinoma oral (OC 2), avaliadas
através da análise eletroforética. Os resultados foram analisados e os cimentos
Canals, Canals N e Tubli Seal não causaram um aumento da genotoxicidade; já os
cimentos Top Seal, AH-26 e AH-Plus causaram aumento e induziram um alto nível
de destruição de DNA.
Salgado, em 2001, avaliou o reparo apical e periapical após tratamento
endodôntico de dentes de cães com necrose pulpar e reação periapical crônica. Foram
utilizados 44 canais radiculares, os quais foram instrumentados após indução de
19
reações periapicais crônicas, empregando-se solução irrigadora de hipoclorito de
sódio a 5,25%. Os canais radiculares foram preenchidos com curativo de demora
(Calen/PMCC (S.S.White)), mantido por 15 dias. Em seguida os canais foram
obturados pela técnica da condensação lateral ativa, empregando-se os cimentos
Sealapex (Kerr), AH-Plus (Dentsply/De Trey) e Sealer Plus (Dentsply). Decorrido o
período de 180 dias, os animais foram sacrificados e as peças, submetidas ao
processamento histológico. Os resultados da análise histopatológica demonstraram
que os cimentos Sealapex e AH-Plus apresentaram melhores resultados de reparo
apical e periapical do que o Sealer Plus.
Tai et al., em 2001, avaliaram a citocompatibilidade de três diferentes
extratos de cimentos endodônticos em culturas de fibroblastos orais e células de
hamster (V 79). Os resultados mostraram que os cimentos AH-Plus (Dentsply/De
Trey), Canals (Showa Corporation) e N2 (Indrag-Agsa) foram citotóxicos às células
de fibroblastos orais humanos e células V 79. O N2 foi o mais tóxico dos materiais
testados em todas as culturas. A toxicidade diminuía na seguinte ordem: N2 > AH-
Plus = Canals.
Tai et al., em 2002, avaliaram o poder citotóxico e genotóxico de quatro
cimentos endodônticos; AH-26 (Dentsply/De Trey), AH-Plus (Dentsply/De Trey),
N2 (INDRAG-AGSA) e Canals (Showa Corporation), utilizando cultura de células
de hamster (V 79), através do método MTT e da precipitação e fragmentação de
DNA. Os resultados mostraram que todos os cimentos testados foram citotóxicos,
observando-se a seguinte ordem decrescente; N2 > AH-26 > AH-Plus > Canals. Em
relação à genotoxicidade, o N2, AH-26 e o AH-Plus apresentaram poder genotóxico,
20
provocando alterações no DNA. Os autores concluíram que o N2 foi o cimento mais
tóxico entre os testados e que os cimentos que contêm formaldeído e bisfenol-A
apresentaram características citotóxicas e genotóxicas.
Em 2002, Schwarze et al., avaliaram a compatibilidade celular de cinco
cimentos endodônticos, nas primeiras 24 horas após a mistura. Foram testados os
cimentos N2 (Indrag-Agsa), Endométhasone(Septodont), Apexit (Ivoclair/Vivadent),
AH-Plus (Dentsply/De Trey) e Ketac-Endo (3M ESPE) em células 3T3-fibroblastos
e em fibroblastos do ligamento periodontal de humanos. Os cimentos foram
espatulados e colocados em contato direto com as células, que após 0, 1, 5 e 24 horas
foram analisadas usando o método MTT, para verificar a citotoxicidade dos
cimentos. Os autores concluíram que os cimentos N2, Endomethasone, AH-Plus e
Ketac-Endo apresentaram citotoxicidade, sendo que apenas o Apexit não revelou
potencial citotóxico.
Canova et al., 2002, estudaram o poder flogógeno de quatro cimentos
obturadores de canal radicular por meio do teste edemogênico, que quantifica o
edema frente ao material analisado. Foi verificado que, dentre os cimentos
Endométhasone (Septodont), Sealapex (Kerr), Sealer Plus (Dentsply) e Sealer 26
(Dentsply), os que apresentaram menor resposta tecidual, foram o Sealer Plus e o
Sealapex. A quantificação do edema, um dos primeiros eventos do processo
inflamatório, permitiu uma comparação da biocompatibilidade tecidual entre os
cimentos testados. Foram utilizados 48 ratos machos, da raça Wistar, distribuídos em
grupos de seis para cada tempo pós-operatório e para cada um dos cimentos; após a
espatulação, estes cimentos foram imediatamente injetados no tecido conjuntivo
21
subcutâneo da região dorsal do animal. Os resultados, após o tempo de 3 e 6 horas,
com o auxílio do espectrofotômetro, mostraram maior quantidade de edema no
tempo pós-operatório de 3 horas em todos os cimentos. O Endométhasone e o Sealer
Plus apresentaram reação inflamatória inicial acentuada, reduzida com o tempo. O
Sealapex e o Sealer 26 foram mais biocompatíveis, quando comparados com o
Endométhasone e o Sealer Plus, por apresentarem menor quantidade de exsudato
inflamatório.
Schwarze et al., em 2002, verificaram a citotoxicidade de vários cimentos
obturadores de canais in vitro, por um período de 1 ano, usando-se um novo modelo
de teste. Foram utilizadas 24 raízes recém-extraídas de dentes anteriores ou pré-
molares, de humanos, que, depois de preparadas biomecanicamente, foram
obturadas. Os cimentos para a obturação AH-Plus (Dentsply/De Trey), Apexit
(Ivoclair/Vivadent), Endométhasone (Septodont), Ketac-Endo (3M ESPE), N2
(Indrag-Agsa) e Roeko Seal (Roeko) foram utilizados em 3 raízes cada, em
combinação com um cone de guta-percha n° 60. A quantidade de cimento utilizada
para cada raiz foi de aproximadamente 23 mg. Outras três raízes foram obturadas
com o cimento N2 através da condensação lateral, para avaliar a influência da
quantidade de cimento em relação à citotoxicidade por um longo período (n=3).
Outras três raízes foram obturadas somente com guta-percha (n=3). Todas as
amostras foram investigadas usando-se 3T3 fibroblastos imortalizados e fibroblastos
primários de ligamento periodontal humano. Os resultados foram estatisticamente
analisados pelo teste Dunnett´s. Pronunciado efeito citotóxico foi causado somente
pelo N2 em ambas as culturas celulares. Alterações estatisticamente significantes,
como inibição no metabolismo celular também foram induzidas por volta de 10
22
semanas pelo Endométhasone. Todos os outros materiais investigados não tiveram
alterações significantes no metabolismo celular.
Silva, em 2002, avaliou a citotoxicidade dos cimentos endodônticos Top Seal
(Dentsply/De Trey), EndoREZ (Ultradent), Tubli Seal (Kerr), Kerr Pulp Canal Sealer
EWT (Kerr), tendo como controle o Zimosan e o LPS, quanto à liberação de
derivados do oxigênio no contato do cimento com cultura de macrófagos peritoneais
de camundongos. Quanto à liberação de peróxido de hidrogênio, na ordem do mais
para o menos citotóxico dos cimentos na concentração de 9mg/ml foram: Top Seal,
Zimosan, EndoREZ, Tubli Seal e Kerr Pulp Canal Sealer EWT. Com relação à
liberação de óxido nítrico, na ordem do mais para o menos citotóxico dos cimentos
na concentração de 9mg/ml foram: o grupo controle (LPS), Top Seal, Kerr Pulp
Canal Sealer EWT e Tubli Seal semelhante ao EndoREZ. E na concentração de
18mg/ml foram: LPS, Top Seal igual ao Kerr Pulp Canal Sealer EWT, Tubli Seal e
EndoRez. O autor concluiu que as duas metodologias utilizadas para a avaliação da
citotoxicidade se mostraram viáveis.
Huang et al., em 2002, avaliaram a citotoxicidade de cimentos à base de
resina, óxido de zinco e eugenol e hidróxido de cálcio, utilizando culturas de células.
Os cimentos testados foram o AH-26 (Dentsply/De Trey), AH-Plus (Dentsply/De
Trey), Canals (Showa), Endométhasone (Septodont), N2 (Indrag-Agsa) e Sealapex
(Kerr), que foram colocados em contato com cultura de células de ligamento
periodontal de humanos e células V 79, derivados de hamster chineses. Após 1, 2, 3 e
7 dias, verificou-se, através do espectrofotômetro, a proliferação e sobrevivência das
células, pelo método MTT. Os autores concluíram que o cimento N2 foi o mais
23
citotóxico, seguido em ordem decrescente pelo Endométhasone, AH-26, AH-Plus,
Canals e Sealapex.
Camps e About, em 2003, compararam in vitro a citotoxicidade do cimento
AH-Plus (Dentsply/De Trey), Cortisomol (Pierre Ro land) e Sealapex (Kerr), através
de dois métodos: utilizando culturas de células L929 (fibroblastos de ratos) em
contato direto com os cimentos e uma nova técnica proposta pelos pesquisadores,
ambas avaliadas pelo teste MTT, no período de 1, 2 e 30 dias. Na técnica proposta
pelos autores, utilizaram-se 30 dentes unirradiculares que foram cortados na junção
cemento-esmalte, instrumentados e esterilizados antes de serem obturados através da
condensação lateral, utilizando-se cones de guta-percha e os três cimentos
endodônticos testados (n=10). Após as obturações, os ápices das raízes foram
colocados em contato com as células L929. Os resultados mostraram que em relação
às técnicas, a técnica dos autores, comparada a outras, apresentou menor
citotoxicidade para todos os cimentos em todos os intervalos de tempo (p<0.0001).
Em relação aos cimentos, na técnica do contato direto, o Sealapex e Cortisomol
foram mais citotóxicos que o AH-Plus em todos os tempos testados (p<0.000l). Na
técnica dos autores no intervalo de 1 dia (p<0.000l), o Cortisomol foi o mais
citotóxico, seguido pelo Sealapex e o AH-Plus. No intervalo de 2 e 30 dias
(p<0.000l) o Cortisomol também apresentou-se mais citotóxico, seguido do AH-Plus
e Sealapex. Os autores concluíram que, de acordo com a técnica proposta, os
cimentos apresentam um resultado mais próximo da realidade clínica e que, no
método em que o cimento é colocado em contato direto com as células, os resultados
são sobre-avaliados, podendo clinicamente ser comparados a sobre-obturações.
24
Lima, em 2003, avaliou por meio de teste edemogênico a resposta tecidual a
quatro materiais utilizados para preenchimento de canais radiculares: Sealer 26
(Dentsply), Cimento Portland (Votorantim), Pro Root MTA (Dentsply/Tulsa) e
EndoREZ (Ultradent). Pesquisava as diferenças quanto ao potencial inflamatório
entre os diferentes tipos de cimentos e em um mesmo tipo de cimento em diferentes
períodos de tempo. Foram utilizados 48 ratos machos da espécie Wistar, que, após
serem anestesiados, receberam injeção intravenosa de azul de Evans e injeção
subcutânea de cimento recém-espatulado, de acordo com as especificações do
fabricante. A reação tecidual provocada pelos cimentos foi avaliada em tempos
operatórios de 3 e 6 horas. Nesses tempos, os animais foram sacrificados e áreas de
edema removidas foram colocadas em formamida, mantidas em estufa (45°C) por 72
horas. A solução foi filtrada e levada ao espectrofotômetro para leitura. Verificou-se
que todos os cimentos induziram reação inflamatória, não havendo diferenças
estatísticas entre eles e entre os diferentes períodos testados.
Hamaoka, em 2003, avaliou a reação inflamatória do tecido conjuntivo de 16
ratos frente ao implante subcutâneo de 64 raízes humanas, que foram autoclavadas,
instrumentadas e obturadas com N-Rickert (Oficinalis) e cones de guta-percha, frente
a quatro tratamentos distintos. Após este procedimento, as raízes foram divididas em
grupos e tratadas da seguinte maneira: Grupo I: raízes sem hidratação, deixadas em
meio ambiente por 3 horas; Grupo II: raízes sem hidratação, deixadas em meio
ambiente por 3 horas e depois tratadas com fluoreto de sódio 2%; Grupo III: raízes
hidratadas com soro fisiológico; e Grupo IV: raízes sem hidratação, deixadas em
meio ambiente por 3 horas e depois tratadas com irradiação de Nd:YAG (2,0 W de
potência, 100 mJ de energia e 20Hz de freqüência), nos tempos experimentais de 1, 7
25
e 45 dias. Após o preparo histológico e análise das amostras, pode-se concluir que
não houve diferenças estatísticas significantes entre os grupos e tempos
experimentais em relação à reação inflamatória tecidual no tecido conjuntivo de
ratos. No grupo IV, a reação inflamatória apresentou-se mais branda em todos os
tempos experimentais e, após 45 dias, as cápsulas fibrosas apareceram mais delgadas
e com tecido conjuntivo mais organizado que os demais grupos.
Oztan et al., em 2003, compararam a citotoxicidade de um cimento à base de
resina epóxica (AH-Plus (Dentsply/De Trey)) e um cimento à base de silicone
(Roeko Seal Automix (Roeko)). Os cimentos foram colocados em contato com
células L929 (fibroblastos de ratos) e, após 24, 48 e 72 horas, foram avaliados pelo
método MTT e pelo método da coloração e contagem de células viáveis. O cimento
AH-Plus e o Roeko Seal Automix não apresentaram diferenças estatísticas
significantes em relação ao grau de toxicidade. Ambos os cimentos apresentaram
baixa toxicidade para as células L929 durante todo o período experimental. De
acordo com os resultados encontrados, os autores concluíram que o cimento à base
de resina epóxica AH-Plus e o cimento à base de silicone Roeko Seal Automix
apresentaram níveis de toxicidade similares para as células L929.
Gambarini et al., em 2003, avaliaram a compatibilidade biológica dos
cimentos endodônticos FibreFill (Pentron), Bioseal (Ogna) e Acroseal (Septodont)
em cultura de células 3T3, no período de 24 horas. A vitalidade celular foi avaliada
através do teste NRU, que avalia a permeabilidade da membrana celular. Os autores
concluíram que todos os cimentos apresentaram baixa citotoxicidade, sendo
compatível com o uso clínico diário.
26
Brunini, em 2003, avaliou a intensidade da reação do tecido conjuntivo
subcutâneo de ratos frente à inoculação do extrato aquoso (n=60) e à implantação dos
cimentos (n=48) Endométhasone (Septodont), Sealer 26 (Dentsply) e AH-Plus
(Dentsply/De Trey), através do teste edemogênico e da microscopia óptica. Para o
teste edemogênico foram utilizados 60 ratos que, imediatamente após a aplicação do
corante azul de Evans pela veia caudal lateral, receberam por inoculação 0,1 ml do
extrato aquoso previamente preparado de cada cimento endodôntico a ser estudado e
de solução fisiológica (grupo controle). Após 1, 3 e 6 horas os animais foram
sacrificados e a área de edema evidenciada pela coloração azul foi retirada e
processada; o corante extravasado foi submetido à análise espectrofotométrica. Para
a análise microscópica foram empregados 48 ratos, que receberam, na região dorsal ,
implantes de tubos de polietileno preenchidos com um dos cimentos testados ou um
cilindro de polietileno como controle. Decorridos os períodos de 7, 30 e 45 dias, os
animais foram sacrificados e as peças removidas e processadas para análise ao
microscópio óptico. Os achados no teste edemogênico indicaram que houve
exsudação plasmática frente a todos os cimentos obturadores; contudo, somente em
relação ao cimento Sealer 26, a diferença foi estatisticamente significante, sendo o
mais irritante para todos os períodos experimentais. Para a análise microscópica, o
cimento Endométhasone apresentou o melhor comportamento tecidual ao término
dos períodos experimentais, com a formação de uma cápsula fibrosa.
Bouillaguet et al., em 2004, avaliaram as propriedades citotóxicas e seladoras
de quatro tipos de cimentos: Pulp Canal Sealer (Kerr), Roeko Seal (Roeko), Top Seal
(Dentsply/De Trey) e EndoREZ (Ultradent). Os cimentos foram colocados em
contato direto com as culturas de células, imediatamente após a espatulação e 24
27
horas após o seu tempo de presa. As propriedades citotóxicas foram avaliadas através
do método MTT em 3 intervalos de tempo; 24 horas, 48 horas e uma semana. Os
resultados mostraram que a citotoxicidade geralmente aumenta com o tempo, porém
apresenta riscos significantes logo após a espatulação. Todos os cimentos
apresentaram infiltrações, porém o cimento à base de silicone Roeko Seal apresentou
menor citotoxicidade e menor infiltração.
Zmener, em 2004, avaliou a resposta tecidual do subcutâneo de ratos em
relação ao cimento EndoREZ (Ultradent). Foram implantados no subcutâneo de ratos
tubos de silicone com cimento EndoREZ e silicone sólido sem cimento, do mesmo
tamanho dos tubos com cimento, usados como grupo controle. Após 10, 30, 90 e 120
dias da implantação, foi feita a análise histológica. O tecido apresentou diferentes
reações entre os grupos. No grupo com cimento, verificou-se tecido granulomatoso,
contendo numerosos leucócitos polimorfonucleares, linfócitos e plasmócitos. O
tecido apresentou também macrófagos e células gigantes com material fagocitado
para o seu citoplasma. Observou-se também a presença de fibroblastos e novos vasos
sangüíneos na região, persistindo este quadro após 30 dias. A severidade da reação
foi diminuindo com o tempo, ocorrendo a cicatrização após 120 dias, porém alguns
casos apresentavam um leve infiltrado inflamatório. No grupo sem cimento, ocorreu
uma leve concentração de células inflamatórias, que desapareceu após 30 dias; a
formação de um tecido fibroso livre de células inflamatórias ocorreu no período entre
90 e 120 dias.
Perassi, em 2004, avaliou a resposta tecidual aos cimentos EndoREZ
(Ultradent), Endofill (Dentsply), Sealapex (Kerr) e um cimento experimental
28
derivado do polímero de mamona, o Poliquil (Polímeros Químicos). Tubos de
polietileno contendo os cimentos e o grupo controle foram implantados em duas lojas
cirúrgicas preparadas no tecido subcutâneo dorsal de 26 camundongos. Após 7 e 50
dias da implantação, os animais foram sacrificados e removidos cirurgicamente os
fragmentos teciduais, os quais foram fixados por 96 horas em formol tamponado,
para o processamento histológico. Foram realizados cortes de 6 µm de espessura,
corados com Hematoxilina e Eosina e Tricômio de Mallory, para serem avaliados
com o auxílio de microscópio óptico comum. As análises mostraram discreto ou
moderado infiltrado inflamatório em relação aos materiais testados após 7 e 50 dias,
com exceção do cimento experimental derivado do polímero de mamona, o qual
apresentou ótimo comportamento biológico, mostrando seu potencial para o
desenvolvimento de um novo material obturador de canal radicular. O autor ainda
concluiu que o EndoREZ apresentou comportamento biológico satisfatório,
necessitando de mais investigação, por ser um material novo no mercado.
Lauretti et al., em 2004, avaliaram a citotoxicidade dos cimentos
endodônticos Sealer 26 (Dentsply), AH-Plus (Dentsply/De Trey) e o Epiphany
(Pentron Clinical Technologies). Foi utilizado o método de ensaio de viabilidade pela
exclusão de células coradas pelo Azul de Trypan. Os cimentos foram aplicados em
lamínulas de vidro e colocados sobre fibroblastos de polpa humana (FP 5). O
controle recebeu lamínulas isentas de qualquer substância. As porcentagens de
viabilidade celular foram calculadas após 0, 12 e 24 horas e as de sobrevivência,
após 3, 5 e 7 dias do contato das células com as substâncias. A viabilidade variou de
83% a 20% para todos os grupos estudados e a tendência da curva de crescimento
demonstrou presença de crescimento no terceiro dia. O controle mostrou-se estável
29
em torno de 80%, enquanto a viabilidade do Epiphany variou de 20 a 75%; a do AH-
Plus e do Sealer 26 variaram entre 20 e 80%. Após tratamento estatístico com
ANOVA e teste de Turkey (p<0,05), houve diferença entre os cimento AH-Plus e
Sealer 26, quando confrontados com o grupo-controle; e para o cimento Sealer 26,
houve significância entre 0 e 24 horas, não havendo diferença nas demais situações
experimentais. Os autores concluíram que o Epiphany, comparado ao grupo-controle
no período de 24 horas, mostrou-se menos citotóxico do que os demais cimentos,
porém todos os cimentos apresentaram citotoxicidade independente do tempo
experimental observado.
Rodrigues, em 2004, avaliou o comportamento do tecido periapical frente a
quatro cimentos endodônticos, após a sobreobturação intencional de 64 canais
radiculares de quatro cães adultos. Os canais foram instrumentados e o diâmetro
apical foi ampliado com lima tipo K n°40. Os canais foram obturados com cones de
guta-percha e os cimentos; Sealapex (Kerr), AH-Plus (Dentsply/De Trey),
Endométhasone (Septodont) e Endométhasone N (Septodont), através da técnica da
compressão hidráulica vertical. Os animais foram sacrificados após 30 e 180 dias
após a obturação dos canais radiculares e as peças anatômicas foram submetidas ao
processamento histológico. Cortes histológicos com 6 µm de espessura foram
corados pela Hematoxilina e Eosina e avaliados por microscopia óptica. Através dos
resultados concluiu-se que os cimentos Sealapex, AH-Plus, Endométhasone e
Endométhasone N não apresentaram diferenças estatísticas significantes em relação à
presença de cimento extravasado, neoformação cementóide, reação inflamatória e
reabsorção cementária.
30
Miletic et al., em 2005, avaliaram a citotoxicidade dos cimentos Roeko Seal
Automix (Roeko) e AH-Plus (Dentsply/De Trey), in vitro, utilizando células de
carcinoma cervical de humanos (HeLa) e fibroblastos de ratos (L929). Os cimentos
foram colocados em contato direto com as células, 1 hora, 24 horas, 48 horas, 7 dias
e 1 mês após a sua mistura. Foram preparadas quatro amostras como grupo-controle,
sem cimento. Após 5 dias da incubação, o número de células viáveis foi contados
usando-se um microscópio de luz, sendo que a contagem foi repetida duas vezes para
cada cimento e para cada período. O cimento AH-Plus foi significantemente mais
citotóxico após 1 hora, 24 horas, e 48 horas, comparado aos grupos de 7 dias e 1
mês, para os dois tipos de células. O cimento Roeko Seal não apresentou
citotoxicidade para os dois tipos de células, em todos os tempos experimentais.
Zmener et al., em 2005, avaliaram a reação óssea em tíbias de ratos frente à
implantação de tubos de silicone preenchidos com cimento endodôntico à base de
metacrilato (EndoRez (Ultradent)) e bastão de silicone, como grupo-controle. Após
10 e 60 dias do implante, foram realizadas as aná lises histológicas e histométricas.
Após 10 dias, a quantidade de osso reacional em contato com o cimento foi
significantemente menor em relação ao grupo-controle (p<0,05). O número de
células inflamatórias em contato com o cimento foi significantemente maior em
relação ao grupo-controle (p<0,05). Após 60 dias, a quantidade de osso reacional não
apresentou diferença significativa em relação aos dois grupos. A reação inflamatória
inicial observada em relação ao cimento não foi mais evidenciada. Os autores
concluíram que não houve diferenças estatísticas significantes (p>0,05) entre os dois
grupos.
31
Gahyva e Siqueira Jr., em 2005, avaliaram os efeitos citotóxicos, genotóxicos
e mutagênicos diretos de várias substâncias e materiais utilizados em diferentes
etapas do tratamento endodôntico, através de dois sistemas procarióticos: SOS
chromotest e o teste de Ames. Os cimentos testados neste estudo foram AH-Plus
(Dentsply-DeTrey), Fill Canal (Dermo), Sealer 26 (Dentsply) e resina do Sealer 26
(Dentsply). Os autores não observaram nenhuma atividade mutagênica aos cimentos
testados. O Fill Canal apresentou leve citotoxicidade e a resina do Sealer 26, leve
genotoxicidade.
Bouillaguet et al., em 2006, avaliaram a citotoxicidade de três cimentos
endodônticos; AH-Plus (Dentsply/De Trey), Epiphany (Pentron) e GuttaFlow
(Coltene-Whaledent), utilizando culturas de células (3T3 fibroblastos). Os materiais
foram preparados de acordo com as instruções dos fabricantes e inseridos no interior
de tubos de teflon e colocados em contato com os fibroblastos. Foram testados,
também, 5 µl do primer da GuttaFlow e do Epiphany e como controle foi utilizado
HEMA, etanol, água estéril e acetona, que, após 24 e 72 horas, foram avaliados
através do teste MTT. Os resultados deste estudo mostraram que o AH-Plus
apresentou citotoxicidade moderada (24horas) e aumentou com o tempo (72 horas).
O cimento Epiphany e o primer apresentaram citotoxicidade severa em todos os
intervalos de tempo. O cimento GuttaFlow e o primer apresentaram menor
citotoxicidade em relação aos materiais testados, após 24 e 72 horas. Os autores
concluíram que todos os materiais avaliados, com o tempo, apresentaram um
aumento na citotoxicidade.
32
Sousa et al., em 2006, avaliaram a biocompatibilidade intra-óssea dos
cimentos AH-Plus (Dentsply/De Trey), EndoREZ (Ultradent) e do Epiphany
(Pentron). Foram utilizados 30 porcos-da- índia, 10 para cada tipo de cimento. Cada
animal recebeu 2 implantes de tubos de polietileno preenchidos com os respectivos
cimentos, na região de sínfise mandibular. Após 4 e 12 semanas, sacrificaram-se os
animais e os materiais coletados foram enviados para o processamento histológico.
Os resultados mostraram que no período de 4 semanas o AH-Plus e o EndoREZ
apresentaram intensa reação inflamatória. Após 12 semanas, o EndoREZ ainda
apresentou intensa reação inflamatória e o AH-Plus, uma resposta inflamatória
moderada. O Epiphany foi o cimento que apresentou o melhor comportamento
biológico para os dois intervalos de tempo, induzindo uma leve ou nenhuma resposta
inflamatória. De acordo com a metodologia deste estudo, os autores concluíram que
o Epiphany foi o único cimento que apresentou biocompatibilidade intra-óssea.
Baseando-nos nesta revista de literatura, pudemos observar estudos que se
contrapõem quanto à ação deletérica tecidual de cimentos endodônticos do tipo
resinosos. É interesse deste estudo verificar a reação inflamatória conjuntiva destes
cimentos, para futuras correlações com dor pós-operatória.
33
3 - Proposição
O presente estudo tem como objetivo avaliar in vivo a intensidade da reação
inflamatória do tecido conjuntivo em dorso de ratos, frente ao implante de tubos de
polietileno preenchidos com AH-Plus (Dentsply/De Trey), Acroseal (Septodont),
EndoREZ (Ultradent) e um grupo-controle em quatro tempos experimentais, 24hs,
72hs, 7 dias e 21 dias.
34
4 - Material e Métodos
4.1 - Material
Ácido clorídrico - Labsynt Produtos para Laboratório Ltda – Diadema - São
Paulo
Álcool 50% - Labsynt Produtos para Laboratório Ltda – Diadema - São Paulo
Álcool 70% - Labsynt Produtos para Laboratório Ltda – Diadema - São Paulo
Álcool 75% - Labsynt Produtos para Laboratório Ltda – Diadema - São Paulo
Álcool 85% - Labsynt Produtos para Laboratório Ltda – Diadema - São Paulo
Álcool absoluto - Labsynt Produtos para Laboratório Ltda – Diadema - São
Paulo
Agulha descartável 20x5,5 BD - Becton Dickinson Indústrias Cirúrgicas Ltda
– Juiz de Fora – Minas Gerais
Agulha descartável 13x0,38 – Injex Ind. Cirúrgicas Ltda – Ourinhos – São
Paulo
Avental descartável - Ferraz Produtos Médico-Odontológico-Hospitalar Ltda-
Me - São Paulo – São Paulo
Balança – Triple Beam Balance – Ohaus – USA
Borracha abrasiva verde 7445-104 PM - Hager & Meisinger – GmbH,
Düsseldorf, Alemanha
35
Cabo de bisturi – Metalúrgica Fava - São Paulo – São Paulo
Campos descartáveis 40x70 – Descarpack Descartáveis do Brasil Ltda – São
Paulo - São Paulo
Cassete para material histológico – Hisosette I – Simport Plastic – Canadá
Cetamin – Rhobifarma Indústria Farmacêutica Ltda - Hortolândia - São Paulo
- São Paulo
Cimento para obturação de canal Acroseal – Septodont Brasil Ltda- Barueri –
São Paulo
Cimento para obturação de canal AH-Plus - Dentsply – Kontanz - Alemanha
Cimento para obturação de canal EndoREZ – Ultradent Products, Inc. – Utah
– Estados Unidos
Contra-ângulo – Kavo do Brasil Ind. e Com. Ltda – Joinvile – Santa Catarina
Entellan – Merck S.A. – Rio de Janeiro – Rio de Janeiro
Envelope para esterilização Medstéril 70mm x 230mm – Investimar de
Intercâmbio Comercial Ltda. - São Paulo – São Paulo
Eosina 1% - Quimibrás Ind. Química S.A. – Rio de Janeiro – Rio de Janeiro
Espátula flexível nº 24 – Duflex – S. S. White Artigos Dentários Ltda - Rio
de Janeiro – Rio de Janeiro
Estufa Fanem – Fanem Ltda – Guarulhos – São Paulo
36
Fio de sutura agulhado de seda número 4-0 – Ethicon – Johnson & Johnson
Produtos Profissionais Ltda – São José dos Campos - São Paulo
Formol 10% - Labsynth Produtos para Laboratório Ltda – Diadema - São
Paulo
Gaiolas individuais (16) – Sogorb Indústria e Comércio Ltda – São Paulo –
São Paulo
Garrafas para água (16) – Sogorb Indústria e Comércio Ltda – São Paulo -
São Paulo
Gaze hidrófila – Umed Indústria e Comércio Produtos Hospitalares Ltda –
Umuarama – Paraná
Hematoxilina de Harris – Quimibrás Ind. Química S.A. - Rio de Janeiro - Rio
de Janeiro
Lâmina de barbear tipo Gilette – Gilette do Brasil - Rio de Janeiro - Rio de
Janeiro
Lâmina de bisturi número no15 – BD – Becton Dickinson Indústrias
Cirúrgicas Ltda – Juiz de Fora – Minas Gerais
Lâminas histológicas 76x26 mm – Knittel Gläser - Alemanha
Lamínulas histológicas 24x32 mm – Knittel Gläser - Alemanha
Luvas de couro grossas – Superluvas Equipamentos de Proteção Ltda – São
Paulo – São Paulo
37
Luvas de procedimento – Supermax – Supermax Glove Manufacturing –
Selangor - Malaysia
Maravalha – Biotécnicas Comércio e Instalações Ltda. – São Paulo – São
Paulo
Máquina para tricotomia WAHL – Global Beauty – São Paulo – São Paulo
Microscópio de Luz – Modelo BX60F5 – Olympus Optical C.O. Ltda – Japão
Micrótomo – Modelo RM2125 – Leica Microsystems – Nussloch - Alemanha
Motor elétrico Easy Endo – Easy Equipamentos Odontológicos Ltda – Belo
Horizonte - Minas Gerais
Parafina histológica – Labsynth Produtos para Laboratório Ltda – Diadema -
São Paulo
Pinça clínica – Metalúrgica Fava - São Paulo – São Paulo
Pinça dente de rato - Metalúrgica Fava - São Paulo – São Paulo
Pinça hemostática curva tipo mosquito - Metalúrgica Fava - São Paulo – São
Paulo
Placa de vidro polida
Ponta abrasiva 694XF 104PM – Hager & Meisinger – Düsseldorf - Alemanha
Propulsores de lêntulo – Dentsply Indústria e Comércio Ltda – Petrópolis –
Rio de Janeiro
38
Ração para Ratos – Nuvital nutrientes S/A – Colombo - Paraná
Ratos da linhagem Wistar (16) – Biotério do Instituto de Ciências da Saúde –
Universidade Paulista – Campus Indianópolis – São Paulo
Refrigerador Electrolux – Electrolux do Brasil S.A. – Guabirotuba - Paraná
Riodeine – Ind. Farmacêutica Rioquímica Ltda. - São José do Rio Preto – São
Paulo
Seringa descartável 5 ml - BD – Becton Dickinson Indústrias Cirúrgicas Ltda
– Juiz de Fora – Minas Gerais
Seringa descartável 1 ml – Injex Ind. Cirúrgicas Ltda – Ourinhos – São Paulo
Tesoura para corte de tecido - Metalúrgica Fava - São Paulo – São Paulo
Tesoura para divulsão de tecido - Metalúrgica Fava - São Paulo – São Paulo
Tubos de Polietileno - C.P.L. Medicals – São Paulo – São Paulo
Xilazin – Rhobifarma Indústria Farmacêutica Ltda - Hortolândia – São Paulo
– São Paulo
Xilol - Labsynt Produtos para Laboratório Ltda – Diadema - São Paulo
39
4.2 - Métodos
4.2.1 - Seleção e preparo dos ratos
Foram selecionados 16 ratos machos da raça Wistar, com idade entre 8 a 12
semanas, pesando aproximadamente 250 gramas. Os animais ficaram devidamente
alojados em gaiolas plásticas com grade superior metálica, específicas ao uso do
biotério (Fig. 4.1).
No decorrer de todo o período experimental, os ratos receberam ração
balanceada e água “ad- libitum”, e as gaiolas foram forradas com maravalha e
trocadas periodicamente para manter a higiene necessária. Preparou-se uma bancada
para a realização do experimento e, só então, cada rato foi pesado em uma balança e
os valores, anotados em quadros distintos.
Fig. 4.1 – Rato na gaiola plástica forrada com maravalha, grade superior
metálica, água e ração.
40
4.2.2 - Preparo dos tubos de polietileno
Foram utilizados 64 tubos de polietileno com 1,5 mm de diâmetro interno, 2,0
mm de diâmetro externo e 10,0 mm de comprimento. Os tubos foram selados em
uma de suas extremidades com auxílio de uma pinça clínica, aquecida em lamparina
a álcool. Após o selamento, realizou-se o alisamento com ponta abrasiva 694 XF 104
e polimento com borracha abrasiva verde 7445-104 (Fig 4.2). Verificou-se a eficácia
do selamento através da injeção de água no interior dos tubos com o auxílio de uma
seringa plástica descartável de 5 ml, com agulha 20x5,5. Os tubos foram colocados
no interior de envelopes auto-selantes para esterilização e autoclavados.
Fig. 4.2 – Tubos de polietileno
4.2.3 - Preparo dos cimentos e dos corpos de implante
Cimento AH-Plus: utilizou-se uma placa de vidro lisa e espátula de aço
inoxidável flexível nº 24 para proceder à mistura do cimento na proporção 1:1, como
recomenda o fabricante (Fig. 4.3).
41
Cimento Acroseal: utilizou-se uma placa de vidro lisa e espátula de aço
inoxidável flexível nº 24 para proceder à mistura do cimento na proporção 1:1, como
recomenda o fabricante (Fig. 4.4).
Cimento EndoREZ: utilizou-se uma placa de vidro lisa e espátula de aço
inoxidável flexível nº 24 para proceder à mistura do cimento na proporção 1:1, como
recomenda o fabricante (Fig. 4.5). Importante salientar que não foi utilizada a ponta
responsável pela mistura do cimento.
De acordo com os fabricantes, a composição dos 3 cimentos endodônticos
testados são: Anexo 1
Fig. 4.3 – Cimento AH-Plus
42
Fig. 4.4 – Cimento Acroseal
Fig. 4.5 – Cimento EndoREZ
Os corpos de implante foram preparados da seguinte maneira: 48 tubos de
polietileno foram preenchidos com os cimentos recém-espatulados, com o auxílio de
motor elétrico (Fig. 4.6) e contra-ângulo associado a propulsores de lêntulo (Fig.
4.7), em velocidade de 750 rotações por minuto. O excesso de cimento que
43
porventura extravasou para a superfície externa do tubo foi removido com o auxílio
de uma gaze estéril. Os 16 tubos restantes não foram preenchidos por cimento. Todos
os instrumentos e materiais utilizados na preparação e implante dos materiais foram
previamente esterilizados em autoclave.
Os 64 tubos foram divididos em 4 grupos (Fig. 4.8):
Grupo I: 16 tubos preenchidos com AH-Plus
Grupo II: 16 tubos preenchidos com Acroseal
Grupo III: 16 tubos preenchidos com EndoREZ
Grupo IV: 16 tubos vazios
Fig. 4.6 – Motor elétrico EasyEndo.
44
Fig. 4.7 – Contra-ângulo associado ao propulsor de lêntulo.
Fig. 4.8 - Tubos de polietileno representando os 4 grupos.
4.2.4 - Anestesia
Com o auxílio de uma luva de couro espessa, cada animal foi imobilizado e
mantido em uma posição adequada para a aplicação de anestésico intramuscular,
através de uma mistura de Cetamin (Cloridrato de Cetamina 10%) e Xilazin
(Cloridrato de Xilazina 2%) (Fig. 4.9) na proporção meio a meio, injetando-se 0,2 ml
45
da solução para cada 100 g-animal. Foi utilizada seringa descartável de insulina 1 ml
e agulha 13 x 0,38.
Fig. 4.9 – Soluções anestésicas, miorrelaxantes e analgésicas.
4.2.5 - Procedimento cirúrgico
Depois de anestesiados os ratos, a tricotomia do dorso foi iniciada com
máquina elétrica (Fig. 4.10) e finalizada com lâminas gilete (Fig. 4.11), tomando-se o
cuidado de manter a integridade cutânea. Procedeu-se à desinfecção da área cirúrgica
com Riodeine (PVP-I 10%), antes de realizar as incisões.
46
Fig. 4.10 – Tricotomia com máquina elétrica
Fig. 4.11 – Finalização da tricotomia com lâmina gilete
O dorso do rato foi dividido em dois lados, tendo-se a coluna vertebral como
referência. Em cada um dos lados realizou-se uma incisão de aproximadamente 1,5
cm com lâmina de bisturi estéril no15 (Fig. 4.12). Inseriu-se um instrumento rombo
com o objetivo de divulsionar os tecidos, separando o cutâneo do conjuntivo,
47
tomando-se o cuidado de não causar perfuração ou dilaceração. Foram criadas duas
lojas para cada incisão, uma para a direção craniana e outra para a direção caudal. Os
tubos de polietileno foram levados para a intimidade da loja cirúrgica com o auxílio
de um trocart, de tal forma que cada rato recebeu 3 tubos, contendo cada um
cimentos diferentes e 1 tubo sem cimento. No lado esquerdo, em direção craniana,
foram colocados os tubos do grupo I e na direção caudal os do grupo II. No lado
direito, em direção craniana, foram colocados os tubos do grupo III e na direção
caudal, os do grupo IV.
Fig. 4.12 – Incisões bilaterais no dorso do rato
A seguir as incisões foram suturadas com fio de seda número 4.0 estéril (Fig.
4.13). Dessa forma, cada um dos 16 ratos ficou portador de 4 corpos de prova, 1 de
cada grupo, cabendo salientar que logo após a cirurgia os ratos ficaram em gaiolas
individuais, para evitar problemas em relação às feridas e às suturas.
48
Fig. 4.13 – Incisões suturadas
4.2.6 - Período experimental
Os ratos foram divididos aleatoriamente em 4 grupos de 4 ratos cada,
separados em gaiolas diferentes, segundo os tempos experimentais de 24 horas
(Grupo A), 72 horas (Grupo B), 7 dias (Grupo C) e 21 dias (grupo D).
4.2.7 - Sacrifício dos ratos
Passado o tempo experimental de cada grupo, foi procedido o sacrifício dos
animais. Os ratos foram sedados previamente, colocados individualmente em um
recipiente com éter sulfúrico (Fig. 4.14). Após a sedação, utilizou-se uma seringa de
insulina com agulha 13x0,38 para a injeção de anestésico e relaxante muscular,
Cetamin (Cloridrato de Cetamina 10%) e Xilazin (Cloridrato de Xilazina 2%)
respectivamente, equivalente a duas vezes a dose terapêutica, de acordo com o peso
de cada rato.
49
Fig. 4.14 – Recipiente com éter sulfúrico no interior da capela.
Após a confirmação do óbito, realizou-se a desinfecção do dorso dos animais
com Riodeine (PVP-I 10%) e localização dos tubos por palpação. Executaram-se
incisões com lâmina de bisturi no15, respeitando-se margem de segurança de 2 cm de
cada lado, removendo-se tubos e os tecidos circunvizinhos, em uma única peça
cirúrgica, formando assim 4 fragmentos de tecidos (Fig. 4.15). Os fragmentos foram
conservados em formol 10%, identificados e encaminhados ao laboratório de análise
patológica para o processamento. Cabe ressaltar que nos grupos de 7 e 21 dias, nova
tricotomia foi necessária, antes da desinfecção e remoção das amostras.
50
Fig. 4.15 – Remoção cirúrgica das amostras.
4.2.8 - Preparo das lâminas histológicas
O material foi conservado em formol 10%, identificado e enviado para o
processamento histológico (Anexo 2).
4.2.9 – Avaliação histológica
As lâminas foram analisadas em microscópio de luz, considerando as células
do processo inflamatório, proliferação de tecido conjuntivo fibroso, presença de
fragmentos de cimento no tecido conjuntivo e sinais de processos degenerativos,
inclusive necrose.
51
5 – Resultados
A avaliação dos eventos histológicos foi realizada por um único observador,
através de microscopia óptica, com aumentos de 100 e 200 vezes, graduando-se a
intensidade do infiltrado inflamatório em: não significativa (0); discreta (1);
moderada (2) e intensa (3), (ISO-10993-3, 1992). Os critérios utilizados para graduar
a intensidade do infiltrado inflamatório estão descritos no quadro abaixo:
Graus Células inflamatórias
0 Nenhuma ou poucas células inflamatórias,
caracterizando tecido conjuntivo normal.
Discreta quantidade de polimorfonucleares ou
1 mononucleares e características histológicas do
tecido conjuntivo subcutâneo identificáveis
Moderada quantidade de células inflamatórias, mas
2 sem tecido necrótico, podendo haver desarranjo das
características histológicas do tecido conjuntivo
subcutâneo
3 Denso infiltrado inflamatório, com presença de
abscesso e possibilidade de tecido necrótico
52
AH-Plus
No período de 24 horas, verificou-se discreto infiltrado inflamatório,
caracterizado por edema, porém com poucos neutrófilos e macrófagos. Verificou-se
a presença de mastócitos e eosinófilos. (Fig. 5.1)
Após 72 horas de implantação do cimento AH-Plus, o tecido apresentou
discreto infiltrado inflamatório, caracterizado por edema e presença de poucos
neutrófilos, plasmócitos, linfócitos, eosinófilos e macrófagos. Verificou-se a
presença de fibroblastos com raras fibras colágenas, sem formação de cápsula
fibrosa. (Fig. 5.2)
No período de 7 dias, um infiltrado inflamatório discreto ainda estava
presente. Plasmócitos, linfócito, macrófagos, alguns mastócitos e eosinófilos foram
encontrados. Observou-se proliferação de fibroblastos com formação de fibras
colágenas em feixes ondulados e orientados. (Fig. 5.3)
Após 21 dias, verificou-se a presença de tecido de granulação, caracterizado
pela presença de capilares sangüíneos neo-formados, proliferação de fibroblastos
infiltrados por células inflamatórias mononucleadas e delgados feixes de fibras
colágenas. (Fig. 5.4)
53
Fig. 5.1 AH-Plus, 24 horas (HE, 20x) - Discreto infiltrado inflamatório,
presença de edema, poucos neutrófilos e macrófagos.
Fig. 5.2 AH-Plus, 72 horas (HE, 20x) – Discreto infiltrado inflamatório,
edema, com presença de fibroblastos e raras fibras colágenas.
54
Fig. 5.3 AH-Plus, 7 dias (HE, 10x) - Persistência de discreto infiltrado
inflamatório, proliferação de fibroblastos e fibras colágenas.
Fig. 5.4 AH-Plus 21 dias (HE, 20x) - Intensa proliferação de fibroblastos,
sintetizando matriz extracelular e fibras.
Acroseal
No período de 24 horas, verificou-se discreto infiltrado inflamatório, edema,
com presença de poucos neutrófilos, macrófagos e células mononucleadas, como
55
linfócitos e plasmócitos. Alguns mastócitos e eosinófilos estavam presentes na área
observada. (Fig. 5.5)
Após 72 horas, o tecido ainda apresentava um discreto infiltrado inflamatório,
proliferação de capilares e numerosos fibroblastos envolvidos por fibras colágenas
delicadas. Notou-se também a presença de mastócitos e eosinófilos. (Fig. 5.6)
No período de 7 dias, verificou-se tecido de granulação e proliferação de
fibroblastos com formação de fibras colágenas em feixes ondulados e bem
orientados. Linfócitos e plasmócitos foram vistos em pequena quantidade. (Fig. 5.7)
Aos 21 dias, foram observados numerosos fibroblastos com formação de
feixes de fibras colágenas espessas, densas e onduladas. Poucas células
mononucleadas foram encontradas. (Fig. 5.8)
Fig. 5.5 Acroseal 24 horas (HE, 20x) - Discreto infiltrado inflamatório, com
presença de poucos neutrófilos, macrófagos e células mononucleadas.
56
Fig. 5.6 Acroseal 72 horas (HE, 10x) - Discreto infiltrado inflamatório,
proliferação de capilares e numerosos fibroblastos envolvidos por fibras colágenas
delicadas. Notou-se também a presença de mastócitos e eosinófilos.
Fig. 5.7 Acroseal 7 dias (HE, 20x) - Proliferação de fibroblastos com
formação de fibras colágenas em feixes ondulados e bem orientados. Linfócitos e
plasmócitos foram vistos em pequena quantidade.
57
Fig. 5.8 Acroseal 21 dias (HE, 20x) - Numerosos fibroblastos com formação
de feixes de fibras colágenas espessas, densas e onduladas. Poucas células
mononucleadas foram encontradas.
EndoREZ
No período de 24 horas, verificou-se discreto infiltrado inflamatório, edema
com poucos neutrófilos, macrófagos, plasmócitos e linfócitos. Raros eosinófilos
foram encontrados. (Fig. 5.9)
No período de 72 horas, verificou-se a persistência de um discreto infiltrado
inflamatório, edema e um tecido de granulação, com proliferação de capilares
sangüíneos e presença de poucos plasmócitos, linfócitos e eosinófilos. Fibroblastos
estavam presentes com raras fibras colágenas, assemelhando tecido conjuntivo
frouxo. (Fig. 5.10)
Aos 7 dias, verificou-se a persistência de plasmócitos, linfócitos, eosinófilos e
inúmeros mastócitos. Muitos fibroblastos com pouca formação de colágeno,
apresentando feixes delgados e discretos, foram evidenciados. (Fig. 5.11)
58
Aos 21 dias, foi possível observar a persistência do edema, a presença de
capilares sangüíneos, de células inflamatórias mononucleadas como plasmócitos e
linfócitos e fibroblastos relacionados com fibrilas colágenas muito delgadas. (Fig.
5.12)
Fig. 5.9 EndoREZ 24 horas (HE, 20x) - Discreto infiltrado inflamatório,
edema, com poucos neutrófilos, macrófagos, plasmócitos e linfócitos. Raros
eosinófilos foram encontrados.
59
Fig. 5.10 EndoREZ 72 horas (HE, 20x) - Persistência de discreto infiltrado
inflamatório e edema. Poucos fibroblastos estavam presentes, com raras fibras
colágenas, assemelhando tecido conjuntivo frouxo.
Fig. 5.11 EndoREZ 7 dias (HE, 10x) - Persistência de infiltrado inflamatório.
Muitos fibroblastos com pouca formação de colágeno, apresentando feixes delgados
e discretos, foram evidenciados.
60
Fig. 5.12 EndoREZ 21 dias (HE, 20x) - Persistência do edema, presença de
capilares sangüíneos, células inflamatórias mononucleadas e fibroblastos
relacionados com fibrilas colágenas muito delgadas.
Controle
Nos períodos de 24 e 72 horas, observou-se que o tecido conjuntivo adjacente
aos tubos apresentou características semelhantes ao tecido conjuntivo sub-epitelial.
Verificou-se um infiltrado inflamatório não significante, com raros neutrófilos e
macrófagos. (Fig. 5.13)
Aos 7 dias, verificou-se um tecido conjuntivo isento de edema e presença de
fibroblastos e feixes de fibras colágenas orientadas envolvendo os tubos. Não foram
evidenciados neutrófilos e macrófagos. Células inflamatórias mononucleadas
estavam presentes em pequena quantidade. (Fig. 5.14)
No período de 21 dias, observou-se a ausência de edema e raras células
inflamatórias mononucleadas. Foram encontrados inúmeros fibroblastos e feixes de
fibras colágenas, caracterizando uma fibrose ao redor do tubo. (Fig. 5.15)
61
Fig. 5.13 Controle 24 e 72 horas (HE, 20x) - Tecido conjuntivo com um
infiltrado inflamatório não significante, com raros neutrófilos e macrófagos.
Fig. 5.14 Controle 7 dias (HE, 10x) - Tecido conjuntivo isento de edema e
presença de fibroblastos e feixes de fibras colágenas orientadas envolvendo os tubos.
Não foram evidenciados neutrófilos e macrófagos. Células inflamatórias
mononucleadas estavam presentes em pequena quantidade.
62
Fig. 5.15 Controle 21 dias (HE, 20x) - Observou-se a ausência de edema e
raras células inflamatórias mononucleadas. Foram encontrados inúmeros fibroblastos
e feixes de fibras colágenas, caracterizando uma fibrose ao redor do tubo.
Em nenhuma das lâminas analisadas foi possível observar processos
degenerativos, necrose ou presença de corpo estranho.
63
6 – Discussão
A metodologia utilizada neste estudo é recomendada por organizações
internacionais como Fédération Dentaire International e International Standard-
ISO, que buscam a uniformização e padronização dos testes de avaliação biológica
em relação aos materiais dentários (Gomes Filho, 2001; Hamaoka, 2003; Perassi,
2004; Zmener et al., 2004). Esta padronização é amplamente aceita pela comunidade
científica internacional, pois permite a comparação de resultados, sendo fator
decisivo no projeto e elaboração deste estudo. De acordo com as organizações
supracitadas, os testes recomendados são: iniciais, secundários e de aplicação.
Testes Iniciais Testes Secundários Testes de Aplicação
1- Citotoxicidade 1- Irritação da membrana 1- Irritação da polpa
mucosa
2- Hemólise 2- Toxicidade dérmica por 2- Capeamento pulpar/
exposição repetida pulpotomia
3- Teste de Ames 3- Implantação subcutânea 3- Aplicação
Endodôntica
4- Teste de Styles 4- Implantação em 4- Implante dental
tecido ósseo
5- Dose Letal 5- Sensibilização
6- Toxicidade aguda
(LD50 oral)
7- Toxicidade aguda
(IP - LD50)
8- Inalação aguda
64
Os testes iniciais são indicados para verificar a citotoxicidade (Schwarze et
al., 2002; Silva, 2002), genotoxicidade (Huang et al., 2001; Tai et al., 2002) e
mutagenicidade (Schweikl et al., 1998; Gahyva e Siqueira Jr., 2005) dos materiais
dentários. Como os cimentos endodônticos podem ter contato direto com os tecidos
periapicais, estes testes são importantes para avaliar a viabilidade celular frente a
esses materiais, assim como as possibilidades genotóxicas e mutagênicas. Os testes
secundários, objetivo do presente estudo, enfocam o comportamento biológico dos
tecidos de cobaias em relação aos materiais dentários, avaliando a
histocompatibilidade, através da intensidade da resposta inflamatória do hospedeiro
(Zmener et al., 2004; Souza et al., 2006). Finalmente, os testes de aplicação,
utilizando geralmente dentes de cães (Leonardo et al., 1999a; Rodrigues, 2004) e
macacos (Tagger e Tagger, 1989; Pascon et al., 1991), são os testes mais próximos
da realidade clínica. Porém cabe ressaltar que as diferenças anatômicas e
imunológicas dos diferentes animais devem ser consideradas.
Os animais utilizados neste estudo foram escolhidos em função do curto
tempo de experimentação, facilidade de manipulação e padronização, baixo custo e
alta resistência. O tempo experimental variou de 24 horas a 21 dias, podendo ser
considerado um estudo de curta duração, com compensação pelo alto metabolismo
das cobaias utilizadas. A facilidade no manejo dos animais foi verificada ao longo do
experimento, visto que os ratos não apresentaram agressividade e por possuírem
dimensões corpóreas reduzidas, propiciando fidelidade e padronização em relação à
metodologia. O custo dos animais foi adequado à pesquisa em questão e a resistênc ia
pôde ser verificada pela morte de apenas um animal durante todo o estudo.
65
A metodologia de implantação de tubos de polietileno no tecido conjuntivo de
ratos utilizada neste estudo foi embasada nos estudos de Torneck (1966 e 1967) e
Phillips (1967), que demonstraram a aceitabilidade desse material pelo tecido
conjuntivo subcutâneo de ratos. Estes achados originaram diversos estudos,
permitindo avaliar a histocompatibilidade de vários cimentos endodônticos (Xavier
et al., 1974; Gomes Filho, 2001; Perassi, 2004). O interessante nesta metodologia é
que os tubos de polietileno simulam uma raiz, onde pequena porção de uma das
extremidades do tubo viabiliza a interação material/tecido. Além disso, permite a
implantação de cimentos recém-espatulados, como nos tratamentos endodônticos
realizados na clínica diária. Nas metodologias que utilizam culturas de células,
notam-se alguns inconvenientes, como o emprego de vários tipos celulares e meios
de culturas, avaliação por diferentes testes, materiais em contato direto com as
células, entre outros fatores, que podem apresentar resultados discrepantes
(Koulaouzidou et al.,1998). Os cimentos em contato direto com culturas de células
são sobre-avaliados e podem ser comparados aos casos de sobre-obturações que
ocorrem nos tratamentos endodônticos (Camps e About, 2003). Estes detalhes devem
ser considerados frente à análise e comparação dos resultados dos estudos realizados
através desta metodologia. Cabe salientar que estes estudos avaliam a viabilidade
celular, diferindo do presente estudo, que objetivou a verificação da reação
inflamatória no tecido conjuntivo.
De acordo com a metodologia utilizada neste estudo, verificou-se que o
comportamento biológico dos cimentos AH-Plus e Acroseal foi semelhante em todos
os períodos avaliados. Ambos os cimentos induziram discreto infiltrado inflamatório
nos períodos iniciais, o qual diminuiu com o tempo, e significante proliferação
66
fibroblástica e de fibras colágenas nos períodos finais. O EndoREZ apresentou um
comportamento biológico ligeiramente menos favorável em comparação ao AH-Plus
e ao Acroseal. Apresentou discreto infiltrado inflamatório nos períodos iniciais, que
persistiu em todos os períodos avaliados. Nos períodos finais, uma proliferação
fibroblástica e de fibras colágenas menos intensa, em relação aos outros cimentos
testados.
Poucos estudos comparativos foram realizados com os cimentos utilizados
neste estudo objetivando avaliar o comportamento biológico e utilizando a
metodologia de implantação de tubos preenchidos com cimento no tecido subcutâneo
de ratos. Gomes Filho, em 2001, avaliou os cimentos Pulp Canal Sealer,
Endométhasone e AH-Plus através da mesma metodologia e encontrou resultados
diferentes. Verificou que o AH-Plus apresentou intensa reação inflamatória inicial,
que diminuiu com o tempo. Aos 30 dias, verificou que ainda persistia uma discreta
reação inflamatória. Esta diferença provavelmente pode estar relacionada com a
intensidade do trauma cirúrgico ou o extravasamento do cimento para o tecido.
Alguns estudos, nos quais o cimento AH-Plus foi colocado em contato direto com as
células, apresentaram reações inflamatórias intensas nos períodos iniciais,
diminuindo com o tempo (Huang et al., 2000; Huang et al., 2001; Tai et al., 2002).
Esta capacidade do AH-Plus induzir uma reação inflamatória inicial pode estar
relacionada com a liberação de formaldeído durante a reação de presa e pelo
componente Bisfenol-A diglicidil éter, presente em sua formulação. Porém, de
acordo com Cohen et al., 2000 a liberação de formaldeído pelo AH-Plus é de 3,9
p.p.m. e do AH-26 é 1.347 p.p.m., portanto a liberação de formaldeído pelo AH-Plus
é mínima (Leonardo et al., 1999b). Pode-se inferir, então, que o componente
67
Bisfenol-A diglicidil éter induziria esta intensa reação inflamatória inicial, quando
em contato com os tecidos (Schweikl et al., 1998).
Em relação ao Acroseal, poucos dados foram encontrados na literatura, em
relação ao comportamento biológico. De acordo com os resultados encontrados neste
estudo, o Acroseal apresentou um bom comportamento biológico, induzindo discreta
reação inflamatória para todos os tempos testados. Estes achados podem estar
relacionados com a presença do hidróxido de cálcio em sua composição. Testes
iniciais, comparando os diversos tipos de cimentos, verificaram que os cimentos à
base de hidróxido de cálcio apresentaram menor citotoxicidade. (Miletic et al., 2000;
Santos et al., 2000; Schwarze et al., 2002; Huang et al., 2002). Nos testes
secundários e de aplicação, os cimentos à base de hidróxido de cálcio apresentaram
melhor comportamento biológico em relação a outros tipos de cimentos (Tagger &
Tagger, 1995; Kolokouris et al., 1998). Cabe salientar que a biocompatibilidade é
apenas um dos requisitos de um cimento endodôntico, o qual deve apresentar,
também, algumas características físico-químicas para desempenhar as suas funções
(Grossman, 1958).
Assim como o Acroseal, o EndoREZ não apresenta muitos dados na
literatura em relação ao seu comportamento biológico. Neste estudo, foi o cimento
que induziu uma reação inflamatória mais persistente, porém com a mesma
intensidade em relação ao AH-Plus e Acroseal. No período de 30 dias, o EndoREZ
ainda induziu o edema e foi verificada menor quantidade de fibras colágenas.
Perassi, em 2004, avaliou o EndoREZ através da mesma metodologia e verificou
reação inflamatória discreta até os 50 dias. Souza et al., em 2006, verificou que o
68
Endorez induziu reação inflamatória severa nos períodos de 4 e 12 semanas, porém a
metodologia utilizada foi diferente. A reação inflamatória foi avaliada através de
implantes de tubos de teflon em mandíbulas de porcos-da- índia. Por outro lado,
Zmener et al., em 2005, através de implantes de tubos de silicone preenchidos com
EndoREZ em tíbias de ratos, verificou, após 10 dias, reação inflamatória severa, que
desapareceu após 60 dias. Os resultados encontrados por Perassi estão de acordo com
os nossos achados, porém nosso período de avaliação foi mais curto, findando aos 21
dias. Os resultados de Souza e Zmener apresentaram diferenças em relação aos
resultados deste estudo, provavelmente pelo diferente local de implantação dos tubos
preenchidos com o cimento EndoREZ. Estes pesquisadores utilizaram tecido ósseo
como sítio de implante. Outra variável pode ter sido o critério de avaliação da reação
inflamatória induzida pelos corpos de prova.
De acordo com os resultados deste estudo, verificou-se que o cimento
Acroseal apresentou o melhor comportamento biológico, seguido do AH-Plus e do
EndoREZ, sucessivamente. Pode-se inferir que o cimento Acroseal pode ser
empregado na rotina da clínica endodôntica (Gambarini et al.,2003), assim como o
AH-Plus, pois, em estudos de aplicação em dentes de cães, este cimento apresentou
bom comportamento biológico (Leonardo et al., 1999).
Para findar esta discussão, pode-se inferir que a reação inflamatória em
relação aos diferentes tipos de cimentos, avaliados por diferentes metodologias, é
mais significante nos períodos iniciais, decrescendo com o tempo e podendo
influenciar no pós-operatório dos tratamentos endodônticos. Cabe ressaltar que mais
69
estudos devem ser realizados no intuito de verificar as propriedades biológicas e
físico-químicas dos cimentos endodônticos, em busca do cimento ideal.
70
6 – Conclusões
De acordo com os resultados obtidos através da metodologia empregada,
pode-se concluir que:
1 – Todos os cimentos induziram reações inflamatórias discretas.
2 – As reações inflamatórias induzidas pelos cimentos diminuíram com o
tempo, com exceção do EndoREZ.
3 – O Acroseal apresentou o melhor comportamento biológico, seguido do
AH-Plus e EndoREZ, respectivamente.
4 – Nenhum cimento induziu processos degenerativos, inclusive necrose.
71
Anexo 1
Composição dos cimentos testados no estudo, segundo os fabricantes:
AH-Plus
Pasta A:
Éter de bisfenol-A diglicidil
Tungsteanato de cálcio
Óxido de zircônio
Aerosil
Óxido de ferro
Pasta B:
Amina adamantana
N,N-dibenzil-5-oxanonano-diamina-1,9
TCD-diamina
Tungsteanato de cálcio
Óxido de zircônio
Aerosil
Óleo de silicone
72
Acroseal
Base:
Methenamina
Enoxolona
Agente radiopaco
Catalizador:
DGEBA – Resina epóxida
Hidróxido de cálcio
Agente radiopaco
EndoREZ
Base/Catalizador
30% Urethane dimethacrylate - UDMA
73
Anexo 2
O processamento histológico do material foi realizado de acordo com as
seguintes etapas:
1- recebimento do material, identificado e fixado em formol 10%
2- procedeu-se à análise macroscópica para orientação dos cortes
3- identificou-se cada amostra com seu respectivo número
4- o material foi desidratado em 3 passagens de 1 hora cada em diferentes
concentrações de álcool; 75%, 90% e absoluto
5- diafanizou-se e procedeu-se 3 passagens em xilol, de 1 hora cada
6- impregnou-se com parafina líquida em 2 passagens de 2horas cada
7- incluiu-se em parafina líquida, para ser confeccionados os bloquinhos de
parafina para corte
8- os bloquinhos foram colocados em refrigerador para o endurecimento e
procedeu-se o corte no micrótomo com espessura de 5 micras
9- as lâminas foram pré-desparafinadas na estufa a 62°C, por 1 hora
10- desparafinou-se totalmente em 3 banhos de xilol, de 5 minutos cada
11- o xilol foi retirado das lâminas em 3 passagens de 5 minutos cada em
diferentes concentrações de álcool; absoluto, 85% e 50% e hidratadas em água
corrente também por 5 minutos
74
12- os núcleos das células foram corados com Hematoxilina de Harris por 10
minutos
13- diferenciou-se em HCl a 1% em água
14- lavou-se por 15 minutos
15- o citoplasma foi corado com eosina 1% em álcool 75% por 1 minuto
16- as lâminas foram desidratadas em álcool 50%, 80% e absoluto
17- clareou-se as lâminas em 3 passagens de xilol de 5 minutos cada
18- as lâminas foram finalizadas com a montagem da lamínula e entellan
75
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