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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE
PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO
GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
GLÁUCIA APARECIDA GÓES FERREIRA
ESTUDO DA PERCEPÇÃO DOS COLABORADORES SOBRE OS PROGRAMAS
AMBIENTAIS DE UMA EMPRESA DE SANEAMENTO BÁSICO
SÃO PAULO
2014
2
GLÁUCIA APARECIDA GÓES FERREIRA
ESTUDO DA PERCEPÇÃO DOS COLABORADORES SOBRE OS PROGRAMAS
AMBIENTAIS DE UMA EMPRESA DE SANEAMENTO BÁSICO
Dissertação de mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Administração da Universidade Nove de
Julho - UNINOVE, como requisito parcial
para a obtenção do grau de Mestre em
Administração – Gestão Ambiental e
Sustentabilidade.
Orientadora: Profª. Drª. Cláudia Terezinha Kniess
SÃO PAULO
2014
3
GLÁUCIA APARECIDA GÓES FERREIRA
ESTUDO DA PERCEPÇÃO DOS COLABORADORES SOBRE OS PROGRAMAS
AMBIENTAIS DE UMA EMPRESA DE SANEAMENTO BÁSICO
Dissertação de mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Administração da Universidade Nove de
Julho - UNINOVE, como requisito parcial
para a obtenção do grau de Mestre em
Administração – Gestão Ambiental e
Sustentabilidade, pela Banca
Examinadora, formada por:
São Paulo, 20 de março de 2014.
___________________________________________________________
Presidente: Profª Cláudia Terezinha Kniess, Drª – Orientadora, UNINOVE
___________________________________________________________
Membro: Prof. Marcelo Luiz Dias da Silva Gabriel, Dr., UNINOVE
_________________________________________________________________
Membro: Profª. Heloisa Candia Hollnagel, Drª. Universidade Federal de São Paulo
5
AGRADECIMENTOS
Este trabalho contou com o incentivo de várias pessoas especiais, que contribuíram para
sua realização, tornando-se indispensável demonstrar-lhes gratidão:
a Deus, que me guiou a cada dia desta jornada, concedendo paciência e determinação,
capacitando e motivando-me em todo o tempo;
ao meu esposo Luís Carlos, por sua imensa compreensão, pelo auxilio em todo tempo,
por entender minha ausência e cuidar de todas as tarefas às quais não pude me dedicar para
empenhar-me na condução do trabalho;
a cada um dos colegas da primeira turma do Mestrado em Gestão Ambiental e
Sustentabilidade da Uninove, pelo espírito de equipe e auxilio mútuo que permitiu a cada um
de nós compartilhar experiências, renovar as forças e amadurecer academicamente;
aos colegas da Sabesp que me proporcionaram conhecimentos e experiências que pude
trazer para este trabalho, assim como o interesse por conduzir esta pesquisa;
à querida professora orientadora Drª. Cláudia Terezinha Kniess, pela atenção e
dedicação constantes, e por longas horas de seu precioso tempo dedicados à condução deste
resultado, que tornou-se uma conquista conjunta;
ao professor Doutor Marcelo Luiz Dias da Silva Gabriel, que tão generosamente
compartilhou seus conhecimentos e com tanta dedicação auxiliou-me em uma etapa
fundamental deste estudo;
ao todos os demais professores do Mestrado em Gestão Ambiental e Sustentabilidade
da Uninove, que trouxeram preciosas contribuições, durante as aulas e reuniões de linha de
pesquisa;
aos meus amados familiares, por todo apoio recebido desde antes de iniciar o curso, e
pela compreensão tão importante durante a execução do trabalho.
6
Se fracassar, ao menos que fracasse ousando grandes feitos, de modo que a sua postura
não seja nunca a dessas almas frias e tímidas que não conhecem nem a vitória nem a
derrota.
Theodore Roosevelt
7
RESUMO
A humanidade explora os recursos naturais desde os primórdios, contudo apenas nas
últimas décadas se deu conta dos impactos que vem causando ao meio ambiente e da
necessidade de zelar pela sustentabilidade do planeta, nas esferas econômica, social e
ambiental. Com a tendência moderna de abordar o tema sustentabilidade, a sociedade demanda
que as organizações pratiquem e evidenciem suas ações ambientais. Este estudo tem enfoque na
área de saneamento básico, onde a sustentabilidade ambiental é parte do negócio. Pesquisou-se
a percepção dos colaboradores com relação aos programas ambientais da empresa, a conduta
ambiental organizacional, e compilaram-se suas sugestões de melhoria para programas
ambientais. Realizou-se um estudo de caso, com método de pesquisa misto: quantitativo e
qualitativo. Estudou-se a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - Sabesp,
selecionando-se três de seus programas ambientais: Programa Sabesp 3Rs (Reduzir, reutilizar e
reciclar), Programa de Educação Ambiental (PEA) e o Programa de Uso Racional da Água
(PURA), por serem os mais abrangentes. Para a pesquisa qualitativa realizaram-se
levantamentos nos relatórios de sustentabilidade de empresas de saneamento básico, e
entrevistas semiestruturadas com os gestores dos três programas. Para a pesquisa quantitativa
procedeu-se um levantamento de campo com uma amostra de 739 colaboradores da Diretoria
de Sistemas Regionais (R) da empresa. Identificaram-se como principais ferramentas utilizadas
pela Sabesp para disseminar os programas ambientais o website, a Intranet e o Relatório de
Sustentabilidade. Pontuou-se a necessidade de aprimorar a comunicação interna dos programas
ambientais para que alcance todas as regiões geográficas e todos os níveis hierárquicos.
Sugeriu-se a formatação de programas de Endomarketing® que possam unificar objetivos e
estratégias de promoção interna dos programas ambientais. Identificou-se a conduta individual
favorável às ações ambientais nos pesquisados, o que precisa ser potencializado com
envolvimento dos colaboradores visando melhores resultados dos programas ambientais.
Dentre as sugestões de melhoria apontadas pelos colaboradores, destacam-se as relacionadas à
divulgação, treinamento, e incentivo dos líderes. Sugeriu-se envolver a sociedade e promover
alinhamento entre as unidades de negócio, para ampliar o escopo dos programas e obter
melhores resultados. O estudo contribui para a prática organizacional propondo aos gestores
um programa de Endomarketing® voltado aos programas ambientais com o detalhamento das
ações a ele vinculadas.
Palavras-chave: Sustentabilidade. Endomarketing®. Programas ambientais. Saneamento.
8
ABSTRACT
Mankind explores natural resources since the early days, but only recently realized the
impacts that is causing to the environment and the need to ensure the sustainability of the
planet, in the economic, social and environmental spheres. With the modern tendency to
address the issue sustainability, society has demanded the organizations to practicing and
disclosing their environmental actions. This study focuses the field of basic sanitation, which
has environmental sustainability as part of the business. This paper has attempted to research
the perception of employees about company‟s environmental programs, the organizational
environmental conduct and compile their improvement suggestions for environmental
programs. It was decided to conduct a case study by using a mixed research method:
quantitative and qualitative. The Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo -
Sabesp was chosen to study, and three of its environmental programs were selected: Sabesp
3Rs Program (Reduce, reuse and recycle), Environmental Education Program (PEA) and the
Program for the Rational Use of Water (PURA), because they are the most comprehensive. For
the qualitative research sustainability reports of sanitation companies were studied, and the
managers of the three programs were submitted to semistructured interviews. For quantitative
research a field survey was conducted with a sample of 739 employees of the Board of
Regional Systems (R). Website, Intranet and Sustainability Report was identified as main tools
used by Sabesp to disseminate environmental programs. The research pointed to the need to
enhance internal communication of environmental programs to reach all geographic regions
and all hierarchical levels. It was suggested creating Internal Marketing programs that can unify
aims and strategies for internal promotion of environmental programs. It was identified
individual behavior favorable to environmental actions on the employees, what have to be
boosted by involving company employees aiming better results in its environmental programs.
Among the improvement suggestions given by the employees, have prevailed those related to
dissemination and training, as well as encouragement from the leaders. It was further suggested
to involve the society and promote alignment between the business units, aiming to widen the
programs scope and achieve more significant results. This study contributes to organizational
practice by proposing to managers an Internal Marketing program focused to environmental
programs, in addition to detailing the actions related to it.
Keywords: Sustainability. Internal Marketing. Environmental programs. Sanitation.
9
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS ........................................................................................................ 11
LISTA DE QUADROS....................................................................................................... 13
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ............................................................................................... 15
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS......................................................................... 16
1.INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 17
1.1.PROBLEMÁTICA DE PESQUISA ............................................................................. 20
1.2.OBJETIVOS ................................................................................................................. 24
1.3.JUSTIFICATIVA / RELEVÂNCIA ............................................................................. 25
1.4.ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................. 26
2.REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................................... 28
2.1.SUSTENTABILIDADE ............................................................................................... 28
2.2.RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE ............................................................... 31
2.3.SUSTENTABILIDADE NO SETOR DE SANEAMENTO BÁSICO ........................ 40
2.4.PROGRAMAS AMBIENTAIS .................................................................................... 50
2.5.PERCEPÇÃO ............................................................................................................... 59
2.6.ENDOMARKETING® ................................................................................................ 61
3.METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................................. 68
3.1.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.................................................................. 68
3.2.ESTUDO DE CASO ..................................................................................................... 70
3.3.MÉTODO DE PESQUISA: MISTO (QUALITATIVO E QUANTITATIVO) ........... 73
3.4.CASO EM ESTUDO .................................................................................................... 75
3.5.DELINEAMENTO DA PESQUISA ............................................................................ 76
3.5.1.Constructo da Pesquisa .............................................................................................. 78
3.5.2.Coleta de dados – Fontes de evidências ..................................................................... 87
3.5.2.1.Levantamento de Dados Qualitativos ..................................................................... 88
3.5.2.2.Levantamento de Dados Quantitativos ................................................................... 89
3.5.2.3.Sujeitos da Pesquisa ................................................................................................ 92
3.5.3.Construção do Protocolo para o Estudo ..................................................................... 97
3.5.3.1.Instrumento de Coleta de Dados Qualitativos: Roteiro de Entrevista .................... 98
3.5.3.2 Instrumento de coleta de dados quantitativos ......................................................... 98
3.5.3.3 Validação do instrumento de coleta de dados ......................................................... 99
10
3.6.ANÁLISE DOS DADOS .............................................................................................. 107
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 109
4.1 PESQUISA QUALITATIVA ....................................................................................... 109
4.1.1.Entrevistas .................................................................................................................. 109
4.1.2.Questões abertas / opção “outros” do questionário quantitativo ............................... 121
4.1.2.1 Programa Sabesp 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) .......................................... 121
4.1.2.2 Programa de Educação Ambiental .......................................................................... 125
4.1.2.3 Programa de Uso Racional da Água ....................................................................... 128
4.2. PESQUISA QUANTITATIVA ................................................................................... 131
4.2.1.Análise Descritiva: Perfil do respondente .................................................................. 133
4.2.2.Conduta ambiental do indivíduo ................................................................................ 141
4.2.3.Conduta ambiental da empresa .................................................................................. 143
4.2.4.Programas ambientais da empresa ............................................................................. 150
4.2.5.Comparações .............................................................................................................. 166
5. CONCLUSÕES .............................................................................................................. 221
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 226
Apêndice A: ROTEIRO DE ENTREVISTA COM GESTORES ...................................... 236
Apêndice B: INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS QUANTITATIVOS ............. 238
Apêndice C: CODIFICAÇÃO E DESCRITIVO DAS QUESTÕES ................................. 242
Apêndice D: GRÁFICOS COM COMPILAÇÕES DOS RESULTADOS ........................ 245
Apêndice E: PROGRAMA DE ENDOMARKETING® PROPOSTO PARA OS
PROGRAMAS AMBIENTAIS DA SABESP ................................................................... 247
11
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Ranking 2010 dos relatórios de sustentabilidade brasileiros ................................... 34
Tabela 2: Ranking 2008 dos relatórios de sustentabilidade brasileiros ................................... 38
Tabela 3: Número de respondentes de cada variável categórica ............................................. 132
Tabela 4: Distribuição do número de empregados da R e dos respondentes por UN .............. 138
Tabela 5: Distribuição dos respondentes nas Unidades de Negócio........................................ 139
Tabela 6: Frequência e Percentual de respostas por níveis de concordância – Bloco 1 .......... 142
Tabela 7: Frequência e Percentual de respostas por níveis de concordância – Bloco 2 .......... 144
Tabela 8: Frequência de consulta às ferramentas de disseminação das informações .............. 147
Tabela 9: Frequência e Percentual de respostas por níveis de envolvimento – Bloco 3.1... ...... 150
Tabela 10: Frequência e Percentual de respostas por níveis de concordância – Bloco 3.1 ........ 151
Tabela 11: O que poderia ser melhorado no Programa Sabesp 3Rs ......................................... 154
Tabela 12: Frequência e Percentual de respostas por níveis de envolvimento – Bloco 3.2.. ..... 156
Tabela 13: Frequência e Percentual de respostas por níveis de concordância – Bloco 3.2 ........ 156
Tabela 14: O que poderia ser melhorado no Programa de Educação Ambiental (PEA) ......... 158
Tabela 15: Frequência e Percentual de respostas por níveis de envolvimento – Bloco 3.3.. ......... 160
Tabela 16: Frequência e Percentual de respostas por níveis de concordância – Bloco 3.3 ............ .161
Tabela 17: O que poderia ser melhorado no Programa de Uso Racional da Água (PURA)... ... 162
Tabela 18: Grau de envolvimento dos respondentes com cada um dos programas ................. 163
Tabela 19: O que poderia ser melhorado em cada um dos programas .................................... 165
Tabela 20: Teste de Normalidade Kolmogorov-Smirnov ........................................................ 167
Tabela 21: Teste de Mann-Whitney para a variável sexo ........................................................ 169
Tabela 22: Diferenças de concordância em relação à variável sexo ........................................ 171
Tabela 23: Diferenças de frequência de acesso às ferramentas de disseminação de informações
em relação à variável sexo ....................................................................................................... 172
Tabela 24: Teste de Kruskal-Wallis para a variável idade ...................................................... 173
Tabela 25: Diferenças de concordância em relação à variável idade ...................................... 175
Tabela 26: Diferenças de frequência de acesso às ferramentas de disseminação de informações
em relação à variável idade ...................................................................................................... 179
Tabela 27: Diferenças de envolvimento com os programas em relação à variável idade ....... 179
Tabela 28: Teste de Kruskal-Wallis para a variável escolaridade ........................................... 181
12
Tabela 29: Diferenças de concordância em relação à variável escolaridade – Bloco 2 .......... 182
Tabela 30: Diferenças de envolvimento em relação à variável escolaridade– PURA ............. 184
Tabela 31: Teste de Kruskal-Wallis para a variável cargo ...................................................... 185
Tabela 32: Diferenças de concordância em relação à variável cargo – Bloco 1 .................... 186
Tabela 33: Diferenças de concordância em relação à variável cargo – Bloco 2 ..................... 187
Tabela 34: Diferenças de frequência de acesso às ferramentas de disseminação das informações
em relação à variável cargo ...................................................................................................... 188
Tabela 35: Diferenças de envolvimento com os programas em relação à variável cargo ...... 189
Tabela 36: Diferenças de concordância em relação à variável cargo – 3Rs ........................... 190
Tabela 37: Diferenças de concordância em relação à variável cargo – PEA ......................... 192
Tabela 38: Diferenças de concordância em relação à variável cargo – PURA ...................... 193
Tabela 39: Testes de Kruskal-Wallis para a variável unidade ................................................. 194
Tabela 40: Diferenças de concordância em relação à variável unidade – Bloco 1 ................. 196
Tabela 41: Diferenças de concordância em relação à variável unidade – Bloco 2 ................. 197
Tabela 42: Diferenças de frequencia de acesso às ferramentas de disseminação das
informações em relação à variável unidade ............................................................................ 199
Tabela 43: Diferenças de concordância em relação à variável unidade – 3Rs ....................... 200
Tabela 44: Diferenças de concordância em relação à variável unidade – PEA ...................... 203
Tabela 45: Diferenças de concordância em relação à variável unidade – PURA ................... 205
Tabela 46: Diferenças de grau de envolvimento em relação à variável unidade – 3Rs ......... 207
Tabela 47: Diferenças de grau de envolvimento em relação à variável unidade – PEA ........ 207
Tabela 48: Diferenças de grau de envolvimento em relação à variável unidade – PURA ..... 208
Tabela 49: Testes de Kruskal-Wallis para a variável tempo de empresa ................................ 211
Tabela 50: Diferenças de concordância em relação à variável tempo de empresa - blocos 1 e 2
.................................................................................................................................................. 212
Tabela 51: Diferenças de frequencia de acesso às ferramentas de disseminação das
informações em relação à variável tempo de empresa ............................................................ 214
Tabela 52: Diferenças de grau de envolvimento em relação à variável tempo de empresa ...
.................................................................................................................................................. 215
Tabela 53: Diferenças de grau de concordância em relação à variável tempo de empresa –
Bloco 3.. ................................................................................................................................... 217
13
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Níveis de aplicação da Global Reporting Initiative (G3/Versão 3.0) ..................... 35
Quadro 2: Análise de discurso do Relatório de Sustentabilidade de 2007 da Sabesp ............. 39
Quadro 3: Fatores facilitadores e dificultadores na implantação de um SGA ......................... 54
Quadro 4: Projetos sociais e ambientais da Sanepar ................................................................ 56
Quadro 5:Agenda Unificada de Eventos Ambientais da Sanepar –2010 ................................ 57
Quadro 6: Referências pesquisadas que utilizam o termo percepção ...................................... 60
Quadro 7: Tipos de programas de Endomarketing® ............................................................... 62
Quadro 8: Objetivos dos programas de Endomarketing® ....................................................... 63
Quadro 9: Categorias de análise dos programas de Endomarketing® .................................... 64
Quadro 10: Benefícios dos programas de Endomarketing® segundo a teoria ........................ 66
Quadro 11: Constructo relacionado à pesquisa qualitativa realizada ...................................... 79
Quadro 12: Constructo relacionado à pesquisa quantitativa realizada .................................... 82
Quadro 13: Sujeitos da pesquisa qualitativa ............................................................................ 92
Quadro 14: Abrangência geográfica das Unidades de Negócio da Diretoria R ...................... 93
Quadro 15: Perfil dos juízes que avaliaram o instrumento de coleta de dados ........................ 102
Quadro 16: Avaliação dos juízes quanto à relação questão X objetivo específico .................. 103
Quadro 17: Validação dos constructos – alterações pós avaliação de juízes e pré-teste ......... 107
Quadro 18: Principais pontos abordados nas entrevistas ......................................................... 113
Quadro 19: Síntese das sugestões de melhoria apontadas no item “outros” para o3Rs .......... 122
Quadro 20: Síntese das sugestões de melhoria apontadas no item “outros” para o PEA ........ 126
Quadro 21: Síntese das sugestões de melhoria apontadas no item “outros” para o PURA ........ 128
Quadro 22: Estatísticas / níveis de resposta da pesquisa ......................................................... 131
Quadro 23: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa - Bloco1.. 142
Quadro 24: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco 2 ......144
Quadro 25: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco 3.1. 151
Quadro 26: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco
3.1_q11 ................................................................................................................................................. 154
Quadro 27: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco 3.2
.............................................................................................................................................................. 157
14
Quadro 28: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco
3.2_q11 ................................................................................................................................................. 159
Quadro 29: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco 3.3
.............................................................................................................................................................. 161
Quadro 30: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco
3.3_q11 ................................................................................................................................................. 163
Quadro 31: Avaliação da confiabilidade estatística por meio do alpha de Cronbach ............. 166
Quadro 32: Codificação e descritivo das questões de concordância do Bloco 2 ..................... 197
Quadro 33: Codificação e descritivo das questões de concordância do Bloco 3.1 .................. 201
Quadro 34: Codificação e descritivo das questões de concordância do Bloco 3.2 .................. 203
Quadro 35: Codificação e descritivo das questões de concordância do Bloco 3.3 .................. 205
15
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Classificação dos Relatórios de Sustentabilidade Top 10 ........................................ 36
Figura 2: Partes Interessadas da AdP ....................................................................................... 45
Figura 3: Meios de comunicação consultados para obter informações sobre a AdP ............... 46
Figura 4: Organograma da Diretoria de Sistemas Regionais – R ............................................ 95
Figura 5: Nuvem de palavras da entrevista com a gestora do Programa Sabesp 3Rs ............. 110
Figura 6: Nuvem de palavras da entrevista com o gestor do Programa de Educação Ambiental ............
.............................................................................................................................................................................. 111
Figura 7: Nuvem de palavras da entrevista com o gestor do Programa de Uso Racional da Água
.................................................................................................................................................. 112
Figura 8: Nuvem de palavras do item “outros” das sugestões de melhoria para o 3Rs ........... 121
Figura 9: Nuvem de palavras do item “outros” das sugestões de melhoria para o PEA ......... 125
Figura 10: Nuvem de palavras do item “outros” das sugestões de melhoria para o PURA ....... 128
Figura 11: Faixa etária dos pesquisados .................................................................................. 133
Figura 12: Níveis de escolaridade dos pesquisados ................................................................. 134
Figura 13: Tempo de empresa dos respondentes ..................................................................... 135
Figura 14: Distribuição dos pesquisados conforme o cargo / nível hierárquico ...................... 136
Figura 15: Distribuição dos respondentes de acordo com a Unidade de Negócio ................... 137
Figura 16: Grau de conhecimento e participação nos programas ............................................ 245
Figura 17: Quantidade de citações às opções do que poderia ser melhorado nos programas .
.................................................................................................................................................. 246
Figura 18: Modelo conceitual de um programa de Endomarketing® voltado para os programas
ambientais ................................................................................................................................ 248
Figura 19: Diagrama atual da atuação dos programas ambientais estudados .......................... 251
Figura 20: Diagrama proposto para atuação dos programas ambientais estudados .................... 252
16
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
3Rs – Programa Reduzir, Reutilizar, Reciclar - Sabesp
AdP – Águas de Portugal
Agbar – Águas de Barcelona
Amcham – Câmara Americana de Comércio
APDA – Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas
CERES – Coalition for Environmentally Responsible Economies
Coopalm – Cooperativa dos Produtores de Palmito do Baixo Sul da Bahia
Copasa – Companhia de Saneamento Básico de Minas Gerais
Diretoria M – Diretoria Metropolitana da Sabesp
Diretoria R – Diretoria de Sistemas Regionais da Sabesp
FBDS – Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável
GRI – Global Reporting Initiative
Ibase – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
ONGs – Organizações Não-Governamentais
PDIS – Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Mosaico de Áreas de Proteção Ambiental
do Baixo Sul da Bahia
PEA – Programa de Educação Ambiental – Sabesp
Pnuma – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
PURA – Programa de Uso Racional da Água - Sabesp
RS – Relatório de Sustentabilidade
Sabesp – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
Sanepar– Companhia de Saneamento Básico do Paraná
SGA – Sistema de Gestão Ambiental
SPSS – Statistical Package for the Social Sciences
UN – Unidade de Negócio
UNEP – United Nations Environment Programme
17
1. INTRODUÇÃO
O ser humano sempre extraiu o seu sustento dos recursos naturais, antes presentes em
abundância no planeta. Com o passar dos séculos, o advento da industrialização e a
superpopulação que habita a Terra atualmente, muitos recursos tem se tornado escasso sou
impróprios para o consumo devido à poluição ambiental. Esta situação tem sinalizado cada vez
mais a necessidade da humanidade intensificar sua preocupação com o meio ambiente, na
busca da conservação ambiental e de sua própria subsistência (BELLEN, 2006; BARBIERI,
2011).
O tema sustentabilidade tem sido cada vez mais abordado tanto nas organizações quanto
na academia. Apesar de sempre existirem discussões na academia sobre ecologia e meio
ambiente, a consolidação de um conceito relacionado à sustentabilidade amplamente aceito foi
divulgada pelo Relatório Brundtland em 1987. Definiu-se assim o desenvolvimento sustentável
como uma forma de satisfazer as necessidades do presente sem comprometera capacidade das
gerações futuras (BRUNDTLAND, 1987).
O conceito de sustentabilidade mais difundido atualmente abrange o equilíbrio de três
pilares fundamentais: o econômico, o social, e o ambiental. A sustentabilidade consiste num
equilíbrio destas três vertentes, de forma que só é possível atingir-se quando ela está presente
nas três esferas (ELKINGTON, 2001).
O foco principal deste trabalho é a sustentabilidade ambiental. Esta esfera, sempre
citada como fundamental para a sobrevivência da espécie humana no planeta, é
consequentemente, essencial também aos negócios das organizações (BELLEN, 2006;
BARBIERI, 2011; ELKINGTON, 2001).
O nível de conscientização da sociedade pós-capitalista vem exigindo que as empresas
mudem sua postura com relação a seus stakeholders, devido à demanda crescente do mercado
por produtos ecologicamente corretos, além de demonstrarem consciência ambiental
empresarial (MOURA; ROCHA, 2012).
18
Nesta mesma linha de raciocínio, pontua-se que “a motivação da sustentabilidade global
está diretamente ligada às novas tecnologias e à pressão que os stakeholders exercem nas
empresas para melhor aproveitar os recursos naturais e diminuir os impactos ambientais.”
(SANTOS et al., 2009, p.5).
Barbieri (2011, p. 105) definiu uma empresa sustentável como “aquela que cria valor de
longo prazo aos acionistas ou proprietários e contribui para a solução dos problemas ambientais
e sociais.” O autor comenta ainda que as organizações não buscam a sustentabilidade ambiental
espontaneamente – como a maior parte das questões ambientais geram externalidades que não
influenciam diretamente os custos e a lucratividade das empresas, não seria uma prioridade
para elas o tema ambiental. A busca atual das empresas por preservar o meio ambiente, reduzir
seus impactos e alinhar seu discurso organizacional ao meio ambiente tem crescido em função
das pressões por parte do governo, sociedade e do mercado (BARBIERI, 2011).
Em função da importância e do destaque que o tema sustentabilidade tem recebido
recentemente, percebe-se por diversas vezes que os termos “sustentabilidade” e “sustentável”
são utilizados indiscriminadamente seja por empresas, pela sociedade e inclusive pela mídia.
Observa-se que a inserção do tema nos discursos das organizações tem se tornado
recorrente, de forma que fica clara a existência de um isomorfismo institucional, isto é, uma
padronização no discurso ambiental das organizações. Desta forma, a sustentabilidade está
inserida no conjunto de regras e normas legitimadas exteriormente e dominantes dentre as
organizações, com as quais a conformidade confere legitimidade no meio organizacional e na
sociedade (BARBIERI et al., 2010).
Entende-se este processo como uma consequência deste “modismo” do termo
sustentabilidade ambiental, gerado muitas vezes pela ampla exploração do assunto pela mídia,
pelas corporações, organizações não governamentais, redes sociais e muitos eventos locais ou
de grande relevância como a Rio + 20, acabaram por despertar interesse em todas as esferas da
sociedade (LINS; SILVA, 2009; COELHO; GODOI, 2010).
Coelho e Godoi (2010, p. 72), declararam perceber “que a mídia também ampliou a
atenção sobre o discurso da sustentabilidade, criando jornais, revistas e programas
19
televisionados, cujos protestos e novas causas ambientais realizados por meio da mídia passam
a ser notícias de grande destaque”.
Buscando estudar a sustentabilidade no setor de saneamento básico, identifica-se que a
falta de saneamento é uma das principais questões que afetam negativamente o
desenvolvimento sustentável das cidades brasileiras (IBGE, 2004). Trata-se de um setor que
causa efeitos socioambientais positivos, como a distribuição de água potável e a coleta e
tratamento de esgotos, que contribuem para a saúde e bem-estar da sociedade.
Por outro lado, os projetos de saneamento, assim como outras atividades empresariais,
podem causar impactos ambientais negativos, como o despejo das águas de lavagem dos filtros
das estações de tratamento de água, a disposição do lodo e dos resíduos gerados pelos sistemas
de tratamento, e uma eventual contaminação por vazamento de efluentes ou lançamento in
natura, ou ainda por cloro gás ou outros produtos químicos. Considerando a ampla gama de
aspectos ambientais positivos e negativos e a relevância destes, se faz necessária uma análise
da gestão ambiental no setor de saneamento (SILVA FILHO; ABREU; FERNANDES, 2008).
Com o aumento das preocupações com a sustentabilidade integrada dentro das
organizações públicas e privadas nota-se um crescimento no número de
iniciativas em todos os setores de atividade. Organizações que atuam em
saneamento ambiental merecem destaque, uma vez que possuem significativo
efeito no meio ambiente e na sociedade. (GOMES; SILVA; MALHEIROS,
2010, p. 9)
Compreende-se assim a importância da sustentabilidade ambiental no setor de
saneamento básico. Os estudos já realizados no setor têm indicado que a maior parte das
empresas de saneamento possui programas ambientais implantados. Pontua-se a importância da
participação dos colaboradores das empresas de saneamento nestes programas e a sua atuação
como disseminadores. Cabe ressaltar que ao longo deste estudo identificou-se carência de
literatura específica sobre a sustentabilidade no setor de saneamento básico.
Devido à escassez de artigos científicos, teses e dissertações sobre o tema específico,
buscou-se preencher esta lacuna com publicações de empresas de saneamento básico que
20
abrangessem as questões ambientais. As principais publicações localizadas e utilizadas para
este estudo foram os relatórios de sustentabilidade.
Este trabalho visa contribuir com uma visão empírica do tema “programas ambientais
em empresas de saneamento básico”.
1.1.PROBLEMÁTICA DE PESQUISA
Existe uma pressão constante sobre as empresas para que modernizem seus sistemas de
gestão, alcançando maior qualidade, competitividade e lucratividade, além de gerir melhor a
questão ambiental. A sociedade tem cobrado ações de ordem ambiental, social e econômica
sobre os processos empregados pelas organizações. Os stakeholders demandam que as
empresas pratiquem a conservação ambiental, busquem tecnologias mais sustentáveis e
evidenciem suas informações ambientais (RIBEIRO; BELLEN, 2010; RÜCKERT;
GARAFFA, 2009; OLIVEIRA; PINHEIRO, 2010).
A implantação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é uma alternativa para
atender a estas demandas, logo, observa-se uma tendência de crescimento da implantação de
SGA nas organizações (OLIVEIRA; PINHEIRO, 2010).
O número de organizações que implementam práticas ambientais e que adotam sistemas
de gestão ambiental tem aumentado, no entanto observa-se que a postura destas empresas com
relação ao tema meio ambiente não é uniforme. Pode-se dizer que existem fases diferentes de
maturação da gestão ambiental dentro de uma empresa, e ainda mais importante do que isto,
cada empresa dá à gestão ambiental uma abordagem diferenciada (SILVA FILHO; ABREU;
FERNANDES, 2008; ABREU, 2001; ABREU; FIGUEIRÊDO JUNIOR; VARVAKIS, 2002).
Barbieri (2011, p. 106) separou as diferentes abordagens empresariais para a gestão
ambiental em três grandes grupos: controle da poluição–postura reativa que visa impedir efeitos
da poluição gerada pelo processo, prevenção da poluição – ações que evitam, reduzem ou
modificam a geração de poluentes, e por fim a abordagem estratégica – questão ambiental
21
como parte da estratégia da empresa, relacionada ao próprio negócio e passível inclusive de
gerar vantagem competitiva.
O trabalho de Silva Filho, Abreu e Fernandes (2008) apresentou outra possibilidade de
classificação da postura das empresas com relação às questões ambientais, utilizando o ECP-
Ambiental, um modelo que analisa a gestão ou conduta, assim como suas ligações com a
estrutura setorial e sua performance.
Este modelo propõe um agrupamento de perfil de condutas ambientais das organizações
como fraco, intermediário ou forte. A conduta fraca é atribuída a uma organização que
demonstra omissão frente às questões ambientais, não possui setor estruturado para cuidar da
questão ambiental, e geralmente não possui SGA nem programa de Educação Ambiental
implantados, carece de um canal de comunicação com as partes interessadas para tratar das
reclamações ambientais e não produz relatórios ambientais (SILVA FILHO; ABREU;
FERNANDES, 2008).
Num segundo nível, o modelo apresenta a conduta intermediária, a qual normalmente
tem a gestão de algumas questões ambientais implantadas ou em implantação, mas algumas
questões internas ainda divergem desta postura (SILVA FILHO; ABREU; FERNANDES,
2008).
Por fim, apresenta-se a conduta ambiental forte, atribuída a empresas que possuem uma
gerência ou departamento ambiental em sua estrutura organizacional, além do compromisso da
alta administração com a responsabilidade ambiental. Organizações com conduta ambiental
forte possuem política ambiental escrita e implementada, e geralmente um programa de
educação ambiental. Outra característica deste grupo é adotar tecnologias para minimizar seus
impactos ambientais, realizar auditorias ambientais e possuir relatórios de performance
ambiental elaborados sistematicamente e disponíveis ao público.Quase sempre a conduta forte
também apresenta um SGA implantado e muitas vezes certificado (SILVA FILHO; ABREU;
FERNANDES, 2008; ABREU, 2001; ABREU; FIGUEIRÊDO JUNIOR; VARVAKIS, 2002).
Conforme abordado nestes estudos, percebeu-se que as empresas apresentam uma
postura heterogênea em relação ao meio ambiente - diferentes níveis de amadurecimento da
gestão ambiental e atitudes diferenciadas perante as questões ambientais. Desta forma é
22
importante para um estudo do tema ambiental nas organizações levar em conta qual a fase de
implantação das práticas de gestão ambiental em que a empresa estudada está, ou qual
abordagem adotou com relação ao meio ambiente.
Além do estágio ou postura de gestão ambiental de cada organização, o tamanho e a
estrutura da empresa também influenciam na forma como a mesma permeia as questões
ambientais internamente. Quanto maior o porte da empresa observa-se maior dificuldade para
que a comunicação interna e a divulgação de programas ambientais atinjam todas suas esferas.
(CURVELLO, 2012). Daí o desafio de se conquistar ações ambientais homogêneas por toda a
organização e de abranger toda a organização nos programas ambientais
Muitas vezes a organização possui programas ou projetos ambientais implantados, no
entanto é grande o desafio de envolver todos ou grande parte de seus colaboradores. Nesse
sentido é usual que estes programas mobilizem apenas uma parte dos colaboradores, ou ainda
que tais programas se concentrem em determinadas unidades da empresa e não consigam
permear toda a organização.
Um ator fundamental no estudo das práticas de gestão ambiental é o Relatório de
Sustentabilidade, cuja publicação tem sido fortemente adotada principalmente pelas empresas
de grande porte, pelas multinacionais, e por aquelas que possuem suas ações negociadas em
bolsas de valores. Esta prática é mais comum neste universo de empresas devido às exigências
de transparência de suas práticas de negócio e práticas ambientais por parte da sociedade e de
seus acionistas (LINS; SILVA, 2009; CALIXTO, 2007; OLIVEIRA, 2005).
Um relatório de sustentabilidade ou outro relatório anual similar que traga informações
sobre a postura da empresa frente ao meio ambiente, costuma evidenciar os programas e
projetos ambientais que a organização vem desenvolvendo, demonstrando inclusive os
resultados destes. Desta forma, estes relatórios passariam a compor uma ferramenta importante
de disseminação dos programas ambientais junto à sociedade e principalmente junto ao público
interno da organização, ou seja, os colaboradores (COELHO; GODOI, 2010; MARINHO et al.,
2002).
Entretanto, analisando alguns relatórios de sustentabilidade pode-se perceber que, por
mais que as práticas ambientais da empresa estejam ali evidenciadas, muitas vezes a linguagem
23
utilizada por este material, o volume denso de literatura, e até mesmo a forma de publicação
tornam-na mais adequada para um público-alvo distinto como acionistas ou compradores
corporativos, mantendo esta comunicação distante dos seus próprios empregados.
Coelho e Godoi (2010) afirmam que as empresas costumam adotar relatórios de
sustentabilidade visando comunicar aos seus stakeholders de forma transparente, sua postura
em relação à sustentabilidade. Os autores comentam, contudo, que apenas a minoria lê os
Relatórios de Sustentabilidade das empresas, geralmente por necessidade profissional. Outros
preferem não ler por considerar que o texto não desperta interesse, é enigmático ou
autoelogioso, já que destacam práticas com as quais as organizações desejam ser identificadas.
Os autores ainda pontuam que muitas vezes os relatórios não detalham suficientemente as
informações, e são falhos ao expor os impactos sociais.
Para destacar a importância estratégica dos colaboradores de uma organização para seu
sucesso, pode-se citar que “[...] o que garante a sobrevivência e a diferenciação de uma
empresa ao longo do tempo é o resultado de um saber agir coletivo, que se mostra na ação
interligada de um conjunto de pessoas e recursos” (PERIN et al., 2009, p.117).
Nesta mesma linha, pontua-se que o capital intelectual de uma organização – do qual os
colaboradores são parte – possui natureza intangível, é responsável por promover vantagens
competitivas. Assim, fica claro que o sucesso de uma organização também é determinado pelas
pessoas que a compõem (SILVA et al., 2009).
Neste contexto apresenta-se a importância do alinhamento das questões relevantes para
a organização – dentre elas as ambientais– com seu público interno, afim de que as práticas
ambientais sejam efetivas, perenes e permeiem toda a organização. Portanto, é de fundamental
importância conhecer como os colaboradores percebem as práticas ambientais da organização e
buscar neste público as contribuições sobre a melhor forma de conduzir as questões ambientais
dentro da empresa. Considerando estas questões, cabe afirmar que mais do que comunicar ao
mercado o que uma organização tem realizado na área ambiental, é fundamental divulgar
previamente ao público interno, envolvendo-o e permitindo que o maior número de
colaboradores esteja engajado nestes projetos, para que se transformem em multiplicadores
destas informações dentro e fora da organização.
24
Kotler (1998, p. 40) considerou que o marketing interno deve vir antes de marketing
externo, pois “não faz sentido a empresa prometer serviço excelente antes de seus funcionários
estarem preparados para isso.” Assim, o marketing interno tem por objetivo gerar
colaboradores treinados, motivados e satisfeitos com a organização, pois assim tendem a
conferir maior importância do cliente externo e oferecer produtos e serviços com qualidade
(FIGUEIREDO NETO; MACHADO; SILVA, 2010).
Para empresas que prestam serviços, torna-se fundamental esta conscientização e
engajamento dos colaboradores, uma vez que serão estes que estarão em contato constante com
os clientes, e precisam ser os primeiros a “comprarem” os programas ambientais propostos pela
companhia, para que consigam “vender” estas ideias aos consumidores.
Vislumbra-se neste contexto uma área de convergência entre a gestão de pessoas, que
rege as relações da empresa com seus colaboradores, e o marketing, que cuida do
relacionamento da organização com o mercado. Esta zona de convergência denomina-se
Endomarketing®. Entende-se, portanto, que é necessário utilizar o marketing primeiramente
com o público interno, afim de que tenha mais efetividade ao ser aplicado ao público externo,
os clientes.
Nesse sentido, este trabalho pretende analisar o nível de conhecimento, concordância e
participação do público interno nos principais programas ambientais da empresa de saneamento
básico estudada.
Dentro desse contexto, este trabalho é norteado pela seguinte questão de pesquisa:
Como se caracteriza a percepção dos colaboradores em relação aos programas ambientais
de uma empresa de saneamento?
1.2.OBJETIVOS
O objetivo geral deste trabalho é analisar a percepção dos colaboradores em relação aos
programas ambientais de uma empresa de saneamento.
25
Os objetivos específicos deste trabalho estão descritos a seguir.
a) Estudar os principais programas ambientais da empresa de saneamento básico
pesquisada por meio de avaliação dos relatórios de sustentabilidade divulgados;
b) Identificar as ações de Endomarketing® da empresa voltadas para a
disseminação dos programas ambientais para o público interno;
c) Pesquisar a percepção dos colaboradores com relação aos programas ambientais
divulgados pela empresa estudada;
d) Caracterizar a conduta dos colaboradores com relação à responsabilidade
ambiental;
e) Identificar junto aos colaboradores suas contribuições e sugestões aos programas
ambientais da companhia;
f) Compilar as contribuições dos colaboradores sugerindo propostas de melhoria na
aplicação ou divulgação dos programas ambientais já implantados, ou ainda
sugestões para implantação de novos projetos ambientais.
1.3.JUSTIFICATIVA / RELEVÂNCIA
Para algumas organizações o próprio negócio depende da conservação ambiental, como
por exemplo, aquelas que exploram recursos naturais escassos. As empresas do mercado de
saneamento têm o meio ambiente como parte do seu negócio, e consequentemente, é de
fundamental importância vincular sua imagem à conservação ambiental e programas
relacionados à sustentabilidade.
Em alguns relatórios de sustentabilidade é observável um isomorfismo no discurso, de
forma que, este padrão recorrente de discurso em balanços sociais e demais relatórios anuais
26
transparece que algumas publicações têm visado, prioritariamente, publicar um discurso que
agrade ao interesse de seus stakeholders.
Esta postura, para algumas organizações, serve para “esverdear” os relatórios (atitude
conhecida como greenwash), a fim de divulgar informações ambientais alinhadas à demanda
dos stakeholders, porém refletindo certa falácia ao divulgar práticas ambientais estabelecidas
porém pouco consistentes. Atitudes como esta tornam mais complexa a função de distinguir o
discurso da prática, sendo necessária uma análise mais profunda das práticas ambientais que
trazem uma contribuição significativa à sociedade e ao meio ambiente (COELHO; GODOI,
2010; LINS; SILVA, 2009).
Desta forma é importante investigar os principais programas ambientais divulgados no
relatório de sustentabilidade, para avaliar o quanto eles estão presentes na cultura da
organização estudada, e o que pode ser feito para torná-los mais consistentes.
O tema escolhido para esta dissertação de mestrado foi o estudo dos principais
programas e projetos ambientais de uma empresa de saneamento sob a perspectiva de seus
colaboradores internos.
Considerando que as empresas que operam no ramo de saneamento ambiental possuem
ações voltadas ao meio ambiente como inerentes ao seu negócio, considerou-se o tema
relevante para ser estudado. Este interesse culminou na busca por identificar o quanto as
práticas ambientais divulgadas pela organização estão internalizadas, ou seja, são conhecidas e
praticadas por seu público interno.
Os resultados obtidos pela pesquisa proposta pretendem trazer propostas de melhoria
das ações vinculadas aos programas ambientais.
1.4.ESTRUTURA DO TRABALHO
Este trabalho está dividido basicamente em introdução, revisão da literatura,
metodologia da pesquisa, resultados e discussões, conclusões, referências e apêndices.
27
A introdução traz a contextualização do trabalho, a problematização relacionada ao
tema escolhido, o objetivo geral e os objetivos específicos, e por fim a relevância e as
justificativas para a escolha do tema.
A revisão da literatura integra o capítulo 2 e apresenta a conceituação do tema
sustentabilidade, passando na sequência a explorar a sustentabilidade no setor de saneamento
básico, e os relatórios de sustentabilidade. Ainda neste capítulo são estudados os programas
ambientais, a percepção e o Endomarketing®.
Na sequência é apresentada a metodologia da pesquisa, que está dividida nos seguintes
itens: procedimentos metodológicos, estudo de caso, método de pesquisa, caso em estudo e
delineamento da pesquisa. O delineamento possui como subitens o constructo da pesquisa, a
coleta de dados (qualitativos, quantitativos e definição dos sujeitos da pesquisa), o protocolo
para o estudo (que contém o instrumento de coleta de dados qualitativos e o instrumento de
coleta de dados quantitativos), e a validação dos instrumentos de coleta de dados que encerra o
delineamento da pesquisa. Em seguida é apresenta a análise dos dados, que encerra o capítulo
Metodologia.
O quarto capítulo do trabalho traz os resultados e discussões, separadamente da
pesquisa qualitativa e depois da quantitativa. O quinto capítulo apresenta as conclusões de
forma integrada, e por fim, informam-se as referências utilizadas e apresentam-se os apêndices.
28
2. REVISÃO DA LITERATURA
Observou-se que estudos na área ambiental em geral apresentam grande complexidade,
considerando a abrangência, a profundidade e a confiabilidade necessárias, o que requer que
estes trabalhos sejam criteriosamente estruturados (PHILIPPI JUNIOR; ROMÉRO; BRUNA,
2004). Considerando esta necessidade, buscou-se estudar diversas publicações na elaboração
deste trabalho: artigos científicos, livros, teses, dissertações e relatórios de sustentabilidade.
Estas publicações abordam visões diversificadas e em períodos diferentes, contribuindo para
obter-se uma visão mais ampla da área de conhecimento escolhida.
Os pilares que serão abordados na revisão da literatura são Sustentabilidade,
Sustentabilidade no Setor de Saneamento Básico, Relatórios de Sustentabilidade, Programas
Ambientais, Percepção e Endomarketing.
2.1.SUSTENTABILIDADE
A antiga visão de mundo incentivava o crescimento contínuo, mesmo que por meio do
uso indiscriminado dos recursos, produção em larga escala, obsolescência programada e
práticas ambientais apenas para atender às exigências da legislação. Consequentemente
surgiram problemas sociais, ambientais e econômicos, alertando que este padrão poderia
inviabilizar a vida na Terra, e assim os preceitos da sociedade e dos negócios começaram a
mudar, visando incorporar práticas sustentáveis. Neste contexto, os termos sustentabilidade e
desenvolvimento sustentável têm sido muito discutidos e adotados, porém apresentam um
significado pouco claro para a maioria dos indivíduos. Como resultado de uma pesquisa,
identificou-se que o termo sustentabilidade possui significados diferentes para empregados de
diferentes empresas de uma mesma região, independentemente do ramo de atuação da
organização (CLARO; CLARO; AMÂNCIO, 2008).
O conceito de sustentabilidade provém basicamente de duas vertentes: uma da biologia
e outra da economia. A primeira, por meio da ecologia, que relaciona sustentabilidade à
capacidade de recuperação dos ecossistemas frente às ações antrópicas ou naturais (resiliência).
A segunda, da economia, é fruto da percepção de que o padrão de produção e consumo em
29
expansão mundial principalmente nas últimas décadas não pode subsistir uma vez que o planeta
e seus recursos são finitos. Assim, a noção de sustentabilidade carrega a consciência da finitude
dos recursos naturais e do perigo atrelado à sua degradação (NASCIMENTO, 2012; VEIGA,
2010).
Integrando a noção de sustentabilidade atrelada à capacidade de recuperação ecológica à
noção econômica de finidade dos recursos, o Relatório Brundtland traz a definição mais aceita
e mais citada pela academia para o termo desenvolvimento sustentável. Este conceito se resume
em atender as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de
atender as suas (BRUNDTLAND, 1987).
Claro, Claro e Amâncio (2008) corroboram este conceito esclarecendo que um dos
princípios da sustentabilidade é a visão de longo prazo, explícita quando os interesses das
futuras gerações são considerados.
Atualmente o conceito mais difundido para sustentabilidade é o de Elkington (2001),
que apresentou o triple bottom line ou tripé da sustentabilidade, que resumidamente atrela a
sustentabilidade ao equilíbrio e integração das questões sociais, ambientais e econômicas
(ELKINGTON, 2001). Desta forma, inúmeros autores têm estudado o tema a partir de três
esferas: a social, a ambiental, e a econômica.
Existem inúmeras definições de sustentabilidade, porém, o ponto comum identificado
nelas, são as dimensões que compõem a sustentabilidade: a maioria dos estudos caracteriza a
existência de três dimensões, que se inter-relacionam: a econômica, a ambiental e a social
(CLARO, CLARO e AMÂNCIO, 2008).
Detalhando o que abrange cada uma das dimensões da sustentabilidade, pode-se dizer
que a ambiental pressupõe um modelo de produção e consumo “compatível com a base
material em que se assenta a economia, como subsistema do meio natural. Trata-se, portanto,
de produzir e consumir de forma a garantir que os ecossistemas possam manter sua
autorreparação ou capacidade de resiliência” (NASCIMENTO, 2012, p.55).
A dimensão econômica implica em aumentar a eficiência da produção e do consumo,
economizando recursos naturais, principalmente fontes fósseis de energia, água e minerais. O
intuito é conquistar uma contínua inovação tecnológica que nos leve a sair do ciclo fóssil de
30
energia (carvão, petróleo e gás) e a ampliar a desmaterialização da economia. Já a dimensão
social consiste em que todos os cidadãos conquistem uma vida digna e que ninguém absorva
bens e recursos que sejam prejudiciais a outros. Em síntese, equivale à erradicação da pobreza,
definindo limites aceitáveis de desigualdade e acesso a bens materiais (NASCIMENTO, 2012).
A integração das três esferas trazida por estes conceitos representa uma evolução do
antigo modelo de negócios que só considerava fatores econômicos na avaliação de uma
empresa para modelo que também considera o desempenho ambiental e social.
O discurso de sustentabilidade nas organizações é dirigido aos colaboradores,
consumidores, concorrentes, parceiros, Organizações Não-Governamentais (ONGs) e órgãos
governamentais. A este grupo, denominado stakeholders, é direcionado um discurso de
sustentabilidade que visa vincular práticas gerenciais ambientais, sociais e econômicas a uma
imagem positiva da empresa. Entretanto, cabe pontuar a dificuldade de muitas empresas em
praticar uma definição completa de sustentabilidade: algumas priorizam as questões sociais,
outras, as ambientais ou ainda questões exclusivamente econômicas (CLARO, CLARO e
AMÂNCIO, 2008).
Com o objetivo de transcrever este discurso de sustentabilidade das organizações,
surgiram os relatórios de sustentabilidade. São relatórios anuais que visam relatar práticas
organizacionais nas esferas social, ambiental e econômica, para divulgação junto aos
stakeholders.
De acordo com as diretrizes do Global Reporting Initiative (GRI) um relatório de
sustentabilidade deve abranger indicadores de desempenho econômico, ambiental e social(GRI,
2000). Considerando que os relatórios de sustentabilidade devem abranger o tripé da
sustentabilidade como um todo, o que gera um denso volume de informações, decidiu-se para
este trabalho avaliar apenas a esfera ambiental, que é a que engloba os programas ambientais,
que são objeto deste trabalho.
31
2.2.RELATÓRIOS DE SUSTENTABILIDADE
Os relatórios de sustentabilidade são publicações anuais das questões relativas à
sustentabilidade que vem sendo adotado pelas organizações, como forma de divulgar suas
práticas ambientais, sociais e econômicas. Com relação à nomenclatura do relatório, identifica-
se um rol de publicações que são muito semelhantes em forma, conteúdo e intenção, podendo
assim ser equiparadas ao Relatório de Sustentabilidade. Inclui-se neste rol o Relatório Anual,
Relatório Ambiental, e o Balanço Social (ETHOS, 2006; LINS; SILVA, 2009; CUSTÓDIO;
MOYA, 2007; SUSTAINABILITY LTD, 2008; BARBIERI, 2011).
Barbieri (2011, p.267) apresenta como relatórios ambientais “as comunicações
veiculadas por qualquer meio, impresso ou eletrônico, para divulgar os aspectos ambientais da
organização, seus impactos e o que ela faz e pretende fazer, em relação a eles”.
Ao decidir por elaborar um relatório de sustentabilidade (RS), a organização pode optar
por um modelo próprio, adotar um padronizado, ou ainda combinar os dois modelos. Alguns
modelos são apresentados pela Global Reporting Initiative (GRI), “organização sem fins
lucrativos, criada em 1997, em Amsterdã, reconhecida como uma iniciativa conjunta da
Coalition for Environmentally Responsible Economies (CERES) e o United Nations
Environment Programme (UNEP)” (COELHO; GODOI, 2010).
Considerando a preocupação das empresas em realizar e relatar suas atividades
socioambientais para que todas as partes interessadas tivessem acesso, foram criados os
balanços sociais e relatórios de sustentabilidade. Deste momento em diante, surgem novos
desafios, como por exemplo, saber o que reportar e a dificuldade de comparação entre os
relatórios de sustentabilidade (PEREIRA; SILVA, 2008).
Os mesmos autores analisam o grau de aderência dos relatórios de sustentabilidade das
empresas Natura, da Petrobras e do Bradesco com os indicadores essenciais da versão 3.0, da
GRI, buscando identificar o “nível de sustentabilidade” destas empresas. Foram estudadas as
diretrizes da GRI para relatórios de sustentabilidade e do Instituto Brasileiro de Análises
Sociais e Econômicas (Ibase) para o Balanço social, além dos relatórios de sustentabilidade
destas empresas. A justificativa dada pelos autores para a escolha destas organizações foi que a
Petrobrás possui grande liquidez na bolsa e é muito requisitada por grandes investidores, o
32
Bradesco apresenta o maior patrimônio líquido bancário na bolsa até a fusão Itaú/Unibanco, e a
Natura por ser a primeira empresa a adotar o RS de acordo com as características do G3 da
GRI.
A versão 3.0 da GRI, também conhecida como G3, é a publicação denominada
“Diretrizes para Relatórios de Sustentabilidade”, publicada pela Global Reporting Initiative em
2000, sendo até hoje a mais adotada para a elaboração dos relatórios de sustentabilidade
brasileiros, e pretende instruir as organizações sobre quais informações devem ser abordadas
em seu RS e como devem ser citadas (GRI, 2000).
Pereira e Silva (2008) relatam que o Ibase criou um modelo de relatório denominado
Balanço Social, que abrange 7 itens: base de cálculo, indicadores sociais internos, indicadores
sociais externos, indicadores ambientais, indicadores do corpo funcional, “cidadania
empresarial”, entre outras informações. Os indicadores do GRI são balizadores para os
relatórios de sustentabilidade que adotam estas diretrizes, e foram criados visando à
transparência das informações para os stakeholders. Estes indicadores têm por missão
comunicar de forma clara e transparente, utilizando uma linguagem coerente e métrica,
assuntos relacionados à sustentabilidade, utilizando uma estrutura confiável para elaboração de
relatórios de sustentabilidade.
Tanto os modelos de relatórios propostos pela GRI quanto pelo Ibase “existem com o
objetivo de fomentar a discussão sobre transparência e gestão responsável e contribuem
fortemente na definição de temas a serem colocados para escrutínio de toda a sociedade”
(CUSTÓDIO; MOYA, 2007, p.5).
Para a GRI, elaborar o RS significa medir, divulgar e prestar contas do desempenho
organizacional para os stakeholders, visando ao desenvolvimento sustentável, descrevendo os
impactos econômicos, ambientais e sociais de uma organização. Existem 79 indicadores para
demonstrar o grau de aderência ao GRI - divididos entre os essenciais e adicionais (em geral
práticas emergentes). Estes indicadores estão distribuídos na esfera econômica que indicam o
fluxo de capital entre diferentes stakeholders e os principais impactos econômicos da
organização sobre a sociedade, ambiental, medindo o desempenho relacionado aos insumos, à
produção (emissões, efluentes, resíduos), à biodiversidade e à conformidade ambiental, e por
33
fim a esfera social, que inclui práticas trabalhistas, direitos humanos, sociedade e
responsabilidade pelo produto (PEREIRA; SILVA, 2008).
Os relatórios que seguem as diretrizes do Global Reporting Initiative adotam os
indicadores GRI, e com base no número de indicadores evidenciados. A classificação nos
níveis de aplicação é feita por autoavaliação, uma vez que a própria organização determina o
número de indicadores que vai relatar. A atribuição do “+” ao nível de aplicação ocorre quando
o RS possui uma verificação externa (CUSTÓDIO; MOYA, 2007).
As três organizações estudadas por Pereira e Silva (2008) foram classificadas A+, o que
indica uma provável preocupação em ser cada vez mais sustentáveis e demonstrar isso aos
stakeholders. Como conclusão os autores relataram a Petrobrás foi a empresa que melhor
reportou os indicadores essenciais exigidos pela GRI, seguida do Bradesco e Natura. Esta
última, mesmo sendo a primeira empresa brasileira a adotar o GRI, teve o maior número de
indicadores essenciais apresentados de forma parcial e apresentou regressão nos seus relatórios
de sustentabilidade do ano de 2006 para 2007.
Uma análise mais recente e sistematizada de relatórios de sustentabilidade feita pela
publicação “Rumo à Credibilidade”, abordou relatórios de sustentabilidade de 2009 e alguns de
2008, analisando o relatório da Natura dentre diversos outros. Diferentemente do exposto
previamente por Pereira e Silva (2008), este estudo apontou a Natura como detentora do
relatório de sustentabilidade com o melhor desempenho do Brasil. A pontuação conferida à
Natura foi 65%, uma importante vantagem com relação à Sabesp que ficou na segunda posição,
com 51%. Este trabalho relata os resultados da Natura com uma melhora significativa
comparando-se com o ano anterior, que foi de 54%. Além da Natura, notou-se uma melhoria
geral, sinalizando que as principais empresas brasileiras que divulgam relatórios de
sustentabilidade parecem estar elevando o padrão, além do fato que a pesquisa apresentou duas
vezes mais participantes que em 2008 (SUSTAINABILITY LTD, 2010).
A publicação “Rumo à Credibilidade” faz considerações gerais sobre os relatórios de
sustentabilidade das empresas avaliadas, apontando que a maior parte delas, mesmo as 10 mais
bem avaliadas, apresentou um desempenho global mediano, comparando-se com equivalentes
internacionais – identifica-se, então, uma grande oportunidade de melhoria.
34
A Tabela 1 apresenta o ranking que classifica os relatórios de sustentabilidade avaliados
pela pesquisa “Rumo à credibilidade” publicada em 2010.
Tabela 1: Ranking 2010 dos relatórios de sustentabilidade brasileiros
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ção
20
10
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DJ
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An
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1 Natura 1 65 Cosmético 4,2 6.260 Brasil + 7
países* A+ X 2009
2 Sabesp 7 51 Saneamento 6,7 15.103 Brasil B X 2009
3 Celulose
Irani 8 50 Papel 0,4 1.756 Brasil A+ X X 2009
4 EDP 6 49 Energia 4,6 2.008 Brasil A+ X 2009
5 Vale - 46 Mineração 24,4[3]
140.600 Brasil + 33
países** A+ X X 2009
6 Coelce 3 45 Energia 1,9 9.150 Brasil A X 2008
7 Itaú 10 44 Financeiro 608,3[4]
102.000 Brasil + 11
países*** A+ 2009
8 Ampla 3 43 Energia 2,5 8.272 Brasil A X X 2008
9 Even - 42 Construção 0,8 1.174 Brasil C X 2008
9 Light - 42 Energia 5,4 3.694 Brasil A X 2009
[1] Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&F Bovespa
[2] Dow Jones Sustainability Index
[3] Informação conforme o USGAAP
[4] Total de ativos consolidados
* Américas e Europa
** Ao redor do mundo
*** Américas, Europa e Ásia
Fonte: Adaptada de Sustainability LTD (2010, p.7)
A empresa Natura, que foi objeto de estudo de vários outros papers que avaliaram
relatórios de sustentabilidade, destacou-se neste ranking com a primeira posição, apresentando
em 2009 um RS classificado como “A+” pelo GRI. A Sabesp, empresa selecionada como
objeto deste estudo, foi classificada neste mesmo ranking na segunda posição, e seu relatório é
considerado nível “B”, pelos critérios do GRI.
O Quadro1 esclarece os critérios de cada nível de aplicação do GRI.
35
Quadro 1: Níveis de aplicação da Global Reporting Initiative (G3/Versão 3.0)
Item O que deve constar no relatório Nível de aplicação
atingido
Perfil Os itens 1.1; 2.1 a 2.10; 3.1 a 3.8; 3.10 a 3.12; 4.1 a 4.4;
4.14 e 4.15
C
C+
(se houve
verificação
externa)
Forma de Gestão Não exigido
Indicadores de
Desempenho e do
Suplemento Setorial, se
este existir
No mínimo dez indicadores de desempenho, incluindo
pelo menos um de cada área de desempenho ambiental,
econômico e social
Não são permitidas omissões de nenhum dos itens do nível C
Item O que deve constar no relatório Nível de aplicação
atingido
Perfil Os itens 1.1; e 1.2; 2.1 a 2.10; 3.1 a 3.13 e 4.1 a 4.17
B
B+
(se houve
verificação
externa)
Forma de Gestão Informações sobre a forma de gestão para cada categoria
de indicador
Indicadores de
Desempenho e do
Suplemento Setorial, se
este existir
No mínimo 20 indicadores de desempenho, incluindo pelo
menos um de cada área de desempenho ambiental,
econômico, direitos humanos, práticas trabalhistas,
sociedade e responsabilidade pelo produto
Não são permitidas omissões de nenhum dos itens do nível B
Item O que deve constar no relatório Nível de aplicação
atingido
Perfil Os itens 1.1 e 1.2; 2.1 a 2.10; 3.1 a 3.13 e 4.1 a 4.17
A
A+
(se houve
verificação
externa)
Forma de Gestão Forma de gestão para cada categoria de indicador
Indicadores de
Desempenho e do
Suplemento Setorial
correspondente, se este
existir
Todos os indicadores essenciais da G3 e do suplemento
setorial, com a devida consideração ao princípio da
materialidade para responder o indicador e para explicar
sua eventual emissão
Não são permitidas omissões de nenhum dos itens do nível C
Fonte: Adaptado de Custódio e Moya (2007 p.20-21)
Observa-se no Quadro 1 que são três possíveis níveis de aplicação do GRI, cada um
com um número mínimo de itens e indicadores e serem reportados, os quais podem ser
classificados com “+” quando há verificação externa.
A Figura 1 apresenta a classificação das organizações consideradas Top 10 pela
publicação “Rumo à credibilidade”, das quais nove já foram expostas na Tabela 1
(SUSTAINABILITY LTD, 2010). Em formato de gráfico, obtém-se uma melhor representação
visual das diferenças entre as empresas avaliadas, e pode-se também comparar a pontuação de
cada uma com a média do grupo, com a classificação de cada uma no ano anterior, além de
36
observar quais são as companhias avaliadas pela primeira vez – denominadas “novos
entrantes”.
Figura 1: Classificação dos Relatórios de Sustentabilidade Top 10
Fonte: Sustainability LTD (2010, p.19)
O estudo “Rumo à credibilidade 2010” (SUSTAINABILITY LTD, 2010) apresenta
diversas críticas e sugestões de melhoria aos relatórios de sustentabilidade, das quais cabe
destacar:
Governança e Estratégia: muitas empresas poderiam fornecer informações
mais equilibradas sobre êxitos e fracassos e demonstrar melhor de que forma a
sustentabilidade está sendo integrada à sua atividade central, de modo a
proteger, aumentar e gerar valor.
Apresentação do Desempenho: os relatórios poderiam ainda melhorar no
que diz respeito à incorporação de metas, ou seja, indicar se foram atingidas e
se as lições foram aprendidas.
Acessibilidade e Verificação: existem práticas bem avançadas no Brasil, mas
alguns relatórios ainda não fornecem qualquer tipo de verificação externa, o
que precisa ser melhorado para estabelecer e garantir a credibilidade dos
relatos.
37
Coelho e Godoi (2010) desenvolveram um estudo que analisou a coerência entre as
estratégias discursivas sobre sustentabilidade dos Relatórios de Sustentabilidade (RS) e as
práticas ambientais relatadas no discurso midiático. Foram selecionadas para a pesquisa
empresas de capital aberto com ações listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA).
Para realizar uma análise discursiva, foram considerados elementos norteadores da estratégia
organizacional como missão, visão, princípios, crenças e valores, e outros temas no interior dos
RS que demonstram como a empresa trata o tema sustentabilidade. O contraponto para este
discurso institucional foi a análise do discurso midiático de jornais e revistas de grande
circulação no país, com relação às práticas ambientais destas mesmas organizações.
A relevância da pesquisa está associada à desmistificação entre o discurso e a
prática organizacional, em função crescente demanda da sociedade por maior
evidenciação e transparência no que diz respeito à relação das empresas com o
meio ambiente. O que se pretende nessa pesquisa é refletir sobre a forma
como os discursos midiáticos podem contribuir para revelar os não-ditos dos
discursos institucionais sobre a sustentabilidade das empresas(COELHO;
GODOI, 2010).
Coelho e Godoi (2010, p.77) delimitaram o campo de sua pesquisa tomando como base
a pesquisa “Rumo à Credibilidade” publicada em dezembro de 2008, “que destaca o ranking de
empresas Top 10, líderes em qualidade de relatórios e sustentabilidade elaborados no Brasil.”
A publicação “Rumo à credibilidade” cujos principais resultados de 2010 já foram
apresentados,estreou no Brasil em 2008, e estuda a prestação de contas sobre sustentabilidade
em um determinado país. A pesquisa conta com apoio do Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (Pnuma) e é realizada por meio de uma parceria da SustainAbility, uma
consultoria criada em 1987 que se dedica à agenda da sustentabilidade, e a Fundação Brasileira
para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS). A FBDS é uma fundação sem fins lucrativos,
criada em 1992, muito próxima da comunidade científica e de entidades de fomento
internacionais e corporações nacionais, com a missão de difundir as melhores práticas de meio
ambiente e sustentabilidade (SUSTAINABILITY LTD, 2010).
Foi avaliada a situação dos Relatórios de Sustentabilidade do país em 2008,
considerando com contextos as tendências globais, as melhores práticas e do crescente volume
deste tipo de relatórios publicados no Brasil. As empresas que figuraram como Top 10 neste
ranking em 2008 e que constituíram o universo da pesquisa realizada foram: Natura
38
Cosméticos (higiene e beleza); Suzano Petroquímica (petroquímica); Ampla (concessionária de
energia elétrica); Coelce (concessionária de energia elétrica); Banco Real (serviços
financeiros); Energias do Brasil (concessionária de energia elétrica); Sabesp (concessionária de
água e saneamento); Bunge (agronegócios); Celulose Irani (papel e celulose); Banco Itaú
(serviços financeiros). Todas elas tiveram seus Relatórios de Sustentabilidade com base nas
diretrizes G3 da Global Reporting Initiative (GRI) (COELHO; GODOI, 2010).
A Tabela 2 apresenta as dez empresas mais bem pontuadas na avaliação dos relatórios
de sustentabilidade feita em 2008 pela Sustainability LTD.
Tabela 2: Ranking 2008 dos relatórios de sustentabilidade brasileiros
Os Top 10
Empresa Setor de Atividade Ano do
relatório Pontuação %
1 Natura Higiene e beleza 2007 54
2 Suzano Petroquímica Petroquímica 2006 53
3 Ampla Concessionária de energia elétrica 2007 52
Coelce Concessionária de energia elétrica 2007 52
5 Banco Real Serviços financeiros 2007 51
6 Energias do Brasil Concessionária de energia elétrica 2007 47
7 Sabesp Concessionária de água e saneamento 2007 46
8 Bunge Agronegócios 2007 41
Celulose Irani Papel e celulose 2007 41
10 Banco Itaú Serviços financeiros 2007 35
Média 47
Fonte: Adaptada de Sustainability LTD (2008, p.2)
Percebe-se que várias concessionárias de serviços públicos como empresas de energia e
de saneamento figuraram neste ranking de 2008. Na ocasião a Sabesp foi classificada na sétima
posição, considerando a pontuação atribuída ao seu relatório de sustentabilidade.
O quadro 3, extraído do trabalho de Coelho e Godoi (2010), corresponde a uma
análisede discurso feita pelos autores ao avaliar o relatório de sustentabilidade da Sabesp.
39
Quadro 2: Análise de discurso do Relatório de Sustentabilidade de 2007 da Sabesp
SABESP
Trechos do Discurso dos Relatórios de
Sustentabilidade Padrões Discursivos Função Discursiva
“universalizar os serviços públicos de saneamento no
Estado de São Paulo e fornecer serviços e produtos
de qualidade nos mercados nacional e internacional.”
[...] “O compromisso coma salubridade ambiental, de
forma competitiva e autosustentada. O atendimento
equilibrado e eficiente das vertentes do serviço
público e do negócio. A atuação ética e o foco no
cliente, em ambiente competitivo. A
responsabilidade social e ambiental. A defesa do
setor de saneamento”.
Ambiental
Ambiente
Compromisso
Qualidade
Responsabilidade
Sustentada
Demonstrar
comprometimento com a
salubridade ambiental e
com a responsabilidade
social.
Fonte: Adaptado de Coelho e Godoi (2010, p.79-80)
Os trechos destacados do relatório de sustentabilidade apontam um padrão de discurso
da Sabesp com enfoque às questões de qualidade, responsabilidade social e meio ambiente. A
empresa reforça estas questões como um compromisso:
[...] A Sabesp já está sintonizada com o ambiente competitivo e com a
necessidade de atender aos quesitos da regulação externa. A empresa está
mobilizada para romper a acomodação do regime monopolista e disputar
mercados com base na eficiência e em prol do interesse dos cidadãos e
consumidores. [...] a proteção ambiental deixou de ser complemento do
programa de trabalho para se tornar a própria razão de ser da Sabesp. [...]
Coerentemente com o objetivo de uso sustentável dos recursos hídricos, e em
linha com a meta de aumento de receita e diversificação, foi criada uma
plataforma de produtos e serviços por meio do programa Sabesp Soluções
Ambientais. [...] O crescimento e a sustentabilidade da Companhia dependem
essencialmente da introdução sistemática de novos produtos e tecnologias,
mantendo a empresa na fronteira mundial de inovação. [...] A atuação da
Sabesp na melhoria da qualidade do saneamento ambiental dos municípios
gera impactos positivos na saúde pública, no meio ambiente, na qualidade de
vida e no desenvolvimento econômico regional. Por isso, a Sabesp
desempenha papel fundamental para o desenvolvimento sustentável.
(Relatório de Sustentabilidade Sabesp 2007 - trechos destacados por Coelho e
Godoi, 2010).
Para estes pesquisadores já é esperado que as organizações buscassem construir uma
impressão positiva junto ao seu público-alvo, incorporando assim uma imagem de relacionada
às questões ambientais, além de trabalhar para conquistar o respeito das comunidades com as
quais interagem. Observa-se neste trecho uma séria de afirmações positivas declaradas pela
própria empresa sobre sua postura frente às questões ambientais, como busca de uma
representação de empresa sustentável (COELHO; GODOI, 2010).
40
Após analisar os relatórios de sustentabilidade, Coelho e Godoi (2010) avaliaram as
divulgações de questões ambientais na mídia, apontando que a Sabesp,assim como outras
empresas, que apresentou incoerências entre o discurso ambiental e o exposto na mídia. É
apresentado um discurso midiático que responsabiliza a Sabesp por um impacto ambiental
considerável, o que diverge da postura apresentada pela empresa em seu relatório de
sustentabilidade:
[...] A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) foi
multada em R$ 1,2 milhão pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio
Ambiente por poluir uma área de preservação ambiental na Zona Oeste da
capital paulista [...]
Depois de vistoriar o local, fiscais da secretaria concluíram que a empresa de
saneamento é a responsável pelo despejo irregular de esgoto na região. A água
suja é despejada dia e noite sem qualquer tipo de tratamento no córrego. A
água limpa das nascentes, que desemboca no local, se mistura com o esgoto
(g1.globo.com, de 17/11/08; - trechos destacados por Coelho e Godoi, 2010).
A comparação dos dois discursos, ambos informações públicas, porém quando
analisados conjuntamente revelam não-ditos pelo discurso institucional, demonstrando
desacordo com os princípios que a Sabesp havia declarado de compromisso com a salubridade
ambiental, busca de atuação ética e de também zelo pela responsabilidade social e ambiental
(COELHO; GODOI, 2010).
2.3.SUSTENTABILIDADE NO SETOR DE SANEAMENTO BÁSICO
A esfera ambiental da sustentabilidade está intimamente ligada ao setor de saneamento
básico. Isto ocorre porque os serviços de distribuição de água potável e de coleta e tratamento
de esgotos geram benefícios salutares à sociedade como um todo, enquanto que a carência ou
ineficiência dos serviços de saneamento prejudicam o desenvolvimento sustentável (IBGE,
2004; SANEPAR, 2010). Mesmo empresas de outros setores industriais devem se preocupar
com a geração, tratamento e destinação dos efluentes como um aspecto ambiental. Neste
contexto, as empresas de saneamento básico podem contribuir para a sustentabilidade
ambiental não apenas da sociedade civil, mas também da sociedade empresarial.
41
Identificaram-se poucos trabalhos acadêmicos relacionados ao tema sustentabilidade
que tenham enfocado específicamente no setor de saneamento básico. Alguns autores já citados
analisaram empresas de saneamento de maior destaque, como a Sabesp, comparando-a com
empresas de outros ramos, seja para avaliar os relatórios de sustentabilidade e a forma como
tratam as questões ambientais, seja em casos isolados nos quais foi desenvolvido um estudo de
caso que estudou uma empresa de saneamento isoladamente.
Devido à carência de literatura, buscou-se apresentar os trechos mais relevantes dos
trabalhos relacionados a empresas de saneamento básico e com que abordagem cada um
conduziu os temas ambientais. No item anterior, apresentaram-se os trabalhos que avaliaram
relatórios de sustentabilidade da Sabesp (COELHO; GODOI, 2010; SUSTAINABILITY LTD,
2010; SUSTAINABILITY LTD, 2008).
Visando complementar a carência de literatura acadêmica, sintetizou-se o discurso sobre
a esfera ambiental da sustentabilidade apresentada nos relatórios de sustentabilidade de
algumas empresas de saneamento que são referência mundialmente. Os pontos destacados deste
relatório serão apresentados na sequência.
No item “Programas Ambientais” são citados resultados do trabalho de Prado e Istilli
(2002) que estudaram o Programa de Educação Ambiental da Sabesp, e são apresentados
também programas ambientais que estão sendo desenvolvidos em outras empresas de
saneamento e foram relatados nos RS (ODEBRECHT, 2011; COPASA, 2010; ÁGUAS DE
PORTUGAL, 2011; SANEPAR, 2010; PRADO; ISTILLI, 2002).
Para iniciar uma reflexão sobre como o tema sustentabilidade impacta o setor de
saneamento mundialmente serão apresentadas abordagens de diversas empresas do ramo para o
tema. Como exemplo, pode-se iniciar citando que a empresa de saneamento de Barcelona
Agbar (Aguas de Barcelona) tem muitas alusões em suas publicações com relação ao
desenvolvimento sustentável, a qualidade deseu produto e serviço e de responsabilidade social.
Corroborando a aderência do discurso corporativo ao conceito de sustentabilidade, cita-se a
falta de Ricardo Fornesa, presidente da Agbar uma das reuniões do Fórum de Reputação
Empresarial. Na ocasião o executivo discursou sobre a necessidade de gerir os negócios além
dos critérios puramente econômicos, defendendo princípios como honestidade, transparência e
solvência social com os funcionários, clientes e fornecedores (CARRASCO, 2005).
42
Nesta mesma linha, Afonso Lobato de Faria, Presidente do Conselho de Administração
da Águas de Portugal (AdP) abre o relatório de sustentabilidade da companhia falando da
importância do tema, e do quanto está relacionado ao negócio da empresa:
Para o grupo Águas de Portugal, ao qual tenho a honra de presidir desde
fevereiro de 2012, a sustentabilidade, mais do que um objetivo, é o seu próprio
objeto, na medida em que as empresas do grupo trabalham em áreas que
configuram serviços essenciais para a vida das pessoas, para as atividades
econômicas e para a qualidade do ambiente (ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011,
p.13).
No Brasil, as companhias estaduais ainda são maioria na operação do saneamento
básico dos Municípios. Dentre elas, se destacam a Sabesp (São Paulo), Sanepar (Paraná) e
Copasa (Minas Gerais) pelos índices de cobertura que tem alcançado, bem como por projetos
que apresentam na área ambiental (SABESP, 2012a; COPASA, 2010; SANEPAR, 2010).
A Sanepar se considera agente do desenvolvimento sustentável pela natureza do setor
em que atua, traduzindo isso em políticas e práticas socioambientais responsáveis. Em seu
relatório anual a empresa informou ter consolidado em 2010 sua liderança em conservação
ambiental e desenvolvimento humano integrados, declarando um compromisso com a
sustentabilidade, e compartilhando responsabilidades com o Governo e com a sociedade civil
(SANEPAR, 2010).
Complementando esta ideia, a Sanepar afirmou que: “Nosso compromisso é colaborar
com a construção do desenvolvimento sustentável, marcado pelo respeito às pessoas e ao meio
ambiente.” (SANEPAR, 2010, p.6). No mesmo relatório, a empresa se declarou consciente de
que seus produtos e serviços impactam diretamente na saúde pública e na conservação
ambiental e, portanto, tem como premissa entregar a seus usuários um produto com qualidade
comprovada.
Nesta mesma linha, a Copasa afirmou contribuir para a preservação do meio ambiente,
tendo como “compromisso e princípio fundamental o respeito e a preservação do meio
ambiente e dos recursos hídricos, atuando de forma legal, preventiva e educacional, visando à
sustentabilidade ambiental, à saúde e à qualidade de vida da população.” (COPASA, 2010,
p.72).
43
Vislumbrando o contexto internacional do saneamento quanto às questões ambientais,
foram estudados também os relatórios de sustentabilidade da francesa Veolia e da portuguesa
Águas de Portugal.
A Águas de Portugal (Grupo AdP) contavam em 2011 com 5.300 colaboradores, e
declararam um volume de negócios de 834 milhões de euros (ÁGUAS DE PORTUGAL,
2011).Para demonstrar o compromisso que a empresa manifesta com relação às questões
ambientais, destacou-se a seguir o texto informado como missão, visão e valores da companhia:
Missão: Ser um Grupo empresarial de referência no setor do ambiente, de
forma a promover a universalidade, a continuidade e a qualidade do serviço, a
sustentabilidade do setor e a proteção dos valores ambientais.
Visão: Conceber, construir, explorar e gerir sistemas de abastecimento de
água, de saneamento de águas residuais e de tratamento e valorização de
resíduos sólidos urbanos, num quadro de sustentabilidade económica,
financeira, técnica, social e ambiental, desenvolvendo um grupo empresarial
português forte e de elevada competência.
Valores: Sustentabilidade na utilização de recursos naturais; Preservação da
água enquanto recurso estratégico essencial à vida; Equilíbrio e melhoria da
qualidade ambiental; Equidade no acesso aos serviços básicos e Bem-estar
através da melhoria da qualidade de vida(ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011,p.
16 – grifos nossos).
O Grupo AdP declarou o desenvolvimento sustentável como subjacente à sua estratégia
de negócio,e além disso, informou ter definido em 2008 uma ambiciosa estratégia de
sustentabilidade, fruto da análise das orientações de gestão e da estratégia de negócio, das
expectativas dos stakeholders e da fusão das melhores práticas existentes. No quesito que
denominam “simbiose com o meio ambiente”, o Grupo AdP declarou contribuir para a proteção
do ambiente, por meio da conciliação dos ciclos urbanos com os ciclos da natureza. Dentro
deste conceito, destacam-se os desafios de prevenir impactos ambientais, gerir e valorizar os
recursos, inovar, gerir riscos atrelados às mudanças climáticas, potencializar a utilização e
geração de energias renováveis, além de mensurar e compensar as emissões de gases de efeito
estufa (GEE)(ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011).
O grupo se comprometeu em valorizar os recursos e os subprodutos provenientes dos
processos de tratamento, além de investir no aumento da ecoeficiência de suas instalações. No
combate às alterações climáticas, destacam-se os compromissos da exploração do potencial
44
energético das instalações, da utilização dos resíduos e de seus subprodutos para geração de
energia renovável, e do aumento da eficiência energética reduzindo/compensando emissões
(ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011).
O grupo possui uma unidade de negócios que desenvolve atividades no âmbito da
gestão ambiental, por meio da produção e aproveitamento de várias formas de energia
renovável, formatando sistemas de coleta, transporte, e tratamento ou valorização dos
lodos,além de desenvolver aprimoramento da eficiência energética. Dentre os objetivos
estruturantes do Grupo, a Energias Renováveis e Serviços Ambientais S.A. (AdP Energias)
declara buscar contribuir para o desenvolvimento sustentável, consumir racionalmente energia,
reduzir e compensar as emissões de GEE (ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011).
Por prestar um serviço essencial à comunidade e enfrentar desafios ambientais
relevantes, a empresa destacou a relação com seus stakeholders como fundamental,
considerando a importância da contribuição destes na perseguição da missão. Assim, a AdP
Energias vem consultando estes grupos visando identificar suas expectativas, traçar novos
desafios e compromissos e responder com clareza e transparência às questões consideradas
mais criticas (ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011).
45
A Figura 2 representa os onze grupos de stakeholders identificados pelo grupo AdP.
Figura 2: Partes Interessadas da AdP
Fonte:Águas de Portugal, 2011,p.51
Durante a consulta aos stakeholders foi preenchido um questionário baseado na
estratégia da AdP, visando identificar os maiores desafios em sustentabilidade.Consultaram-se
três dimensões: imagem e reputação (contextos: nacional, sustentabilidade, ética empresarial,
gestão e social),desempenho e estratégia (expectativas, percepção do desempenho ambiental,
social e econômico da companhia, e identificação de oportunidades de melhoria), e por fim a
comunicação (identificar opiniões acerca das formas e conteúdos de comunicação na área da
sustentabilidade) (ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011).
46
Quando os stakeholders da Águas de Portugal foram questionados sobre quais meios de
comunicação costumam consultar para obter informações sobre o grupo AdP, as respostas
obtidas foram as expressas na Figura 3:
Nota: Consolidado de respostas dos Colaboradores, Representante dos Trabalhadores, Sindicatos, Empresa participada (Administrador
Executivo), Acionistas, Bancos, Entidades reguladoras, fiscalizadoras e públicas, Utilizadores Industriais e Universidades.
Figura 3: Meios de comunicação consultados para obter informações sobre a AdP
Fonte: Águas de Portugal, 2011, p.55
47
Pode-se destacar da Figura 3 como meios de comunicação mais citados pelos
stakeholders o site da empresa e contato direto (pessoal ou por e-mail). Estes veículos se
destacaram tanto na comunicação interna (colaboradores) como na externa (demais partes
interessadas), o que serve de indicativo de que são canais adequados para a divulgação de
informações ambientais.
Com relação à qualidade de informação disponibilizada aos stakeholders por meio do
Relatório de Sustentabilidade, a pesquisa da AdP refletiu que a informação é em sua maioria
classificada como “Boa”, sendo avaliada como insuficiente pelos sindicatos, e “Muito Boa”
pelas universidades. “No entanto, verifica-se que o Relatório de Sustentabilidade não chega a
todos os colaboradores, sendo a percentagem de respostas “Sem Opinião” de cerca de 30%.”
(ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011, p.55 – grifos nossos).
A AdP questionou seus stakeholders sobre quais informações consideravam importante
incluir no relatório de sustentabilidade. Foram pesquisados os colaboradores, representante dos
trabalhadores, sindicatos, administrador executivo, acionistas, bancos, entidades reguladoras,
fiscalizadoras e públicas, utilizadores industriais e universidades. Dentre diversas informações
classificadas por este grupo como relevantes para um RS, destacam-se algumas que foram
classificadas pela maior parte dos pesquisados como muito importantes ou importantes. São
elas: a qualidade do serviço prestado, as informações sobre o serviço público prestado,a
conservação e valorização do recurso água, produção e utilização de energias renováveis, boas
práticas de sustentabilidade adotadas (ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011).
Cabe observar que das cinco observações apontadas como mais importantes para
constar num relatório de sustentabilidade, três são relacionadas ao pilar ambiental da
sustentabilidade: água, energia e boas práticas de sustentabilidade.
Além das questões ambientais apontadas pela AdP em seu RS, o grupo relata sua
responsabilidade social por meio do apoio à comunidade do entorno e ao ensino, encorajando
também seus colaboradores em ações voluntárias nas comunidades, e apoiando ações de
sensibilização e educação ambiental (ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011).
Outra empresa referência no saneamento básico mundial, a francesa Veolia
Environnement apresenta como seus três principais negócios a água, energia e gestão de
48
resíduos. A empresa atua também com reciclagem de águas residuais, coleta, tratamento e
recuperação de resíduos, fornecimento de ar aquecido e refrigerado, além da otimização de
processos industriais. A alta administração da Veolia aponta que existe uma demanda crescente
por serviços ambientais com alto valor agregado tanto nos países emergentes quanto nos
desenvolvidos. É apontado como uma das prioridades da companhia apoiar seus clientes
industriais em sua expansão que crescimento auxiliando-os no cumprimento de rigorosas
normas ambientais (VEOLIA, 2011).
"Estamos nos concentrando em setores de negócios em que há uma crescente demanda
de alto valor agregado e serviços ambientais que exigem as tecnologias e os processos em que
Veolia Environnement já tem significativas vantagens competitivas." (VEOLIA, 2011, p.3,
tradução nossa).
Na área de investigação e inovação a empresa foca nos desafios ambientais mais
relevantes na atualidade, como a rápida urbanização e intenso crescimento populacional, a
escassez de recursos naturais, o acesso à água e as mudanças climáticas. A Veolia destaca sua
experiência bem como suas capacidades tecnológicas como uma fonte de diferenciação que lhe
permite liderar serviços de projeto ambientais para o futuro, e conferindo-lhes uma vantagem
competitiva crítica. Suas equipes de pesquisa trabalham para desenvolver soluções inovadoras
práticas, eficazes e acessíveis buscando ir ao encontro destes desafios ambientais. Destacam-se
soluções como construções energeticamente inteligentes, reciclagem de água, novas
tecnologias para dessalinização de água marinha, tratamento de resíduos, eco-bairros e recursos
biológicos (VEOLIA, 2011).
Como a demanda por soluções sustentáveis tem sido uma preocupação crescente, faz-se
necessário otimizar a gestão de água, energia e resíduos. Como exemplo, cita-se que parte da
remuneração dos operadores se baseia na geração de economia de energia. A pegada de
carbono é outra questão salientada como essencial para o atendimento das exigências dos
clientes públicos. Assim, vislumbrando os grandes pilares da sustentabilidade, a Veolia declara
que há um triplo desafio para as grandes cidades emergentes: eficiência econômica, controle
ambiental e alcançar o equilíbrio social (VEOLIA, 2011).
49
Observa-se assim uma postura alinhada aos preceitos da sustentabilidade em seus três
pilares, envolvendo os colaboradores e lançando-lhes desafios relacionados às questões
ambientais, já que, por exemplo, a energia poupada reflete na remuneração deles.
Para responder à crescente demanda por serviços ambientais com alto valor agregado
tanto em países emergentes quanto nas economias desenvolvidas, a Veolia garante a integração
total dos princípios do desenvolvimento sustentável no âmbito da sua oferta de negócios em
todo o mundo. Sua abordagem é flexível, orientada ao cliente, demonstrando os benefícios
tangíveis para o cliente, melhorias no ambiente e desempenho social. Alguns exemplos são as
parcerias público-privadas (PPP) que ajudam os clientes a alcançarem seus objetivos de
reciclagem e recuperação de energia (VEOLIA, 2011).
A Veolia tem um projeto de reciclagem há dez anos, que permite aos clientes industriais
de Durban, na África do Sul, utilizarem água reciclada para atender às suas necessidades de
produção em vez de água potável - são 40 mil metros cúbicos de água potável por dia liberados
para o consumo dos habitantes da cidade, como resposta a um antigo problema de
abastecimento. Na África do Sul os fabricantes industriais pagam 60% a menos de água do que
a sua para a água potável, e com a comunidade, onde mais pessoas possuem acesso à água
potável (VEOLIA, 2011).
Este tipo de ação da Veolia se ajusta tanto aos propósitos do Programa 3Rs da Sabesp
que visa reduzir o consumo como um todo, reutilizar e reciclar tudo o que for possível, quanto
do Programa de Uso Racional da Água (PURA), também da Sabesp. Trata-se de uma boa
prática identificada para poupar um bem escasso: a água potável.
Bem à frente do mercado, a Veolia tomou a decisão estratégica há vários anos, de
transformar resíduos em recursos. Hoje são produzidas de matérias-primas a partir de
“resíduos” e energia (VEOLIA, 2011).
As principais demandas do mercado são soluções que melhorem o desempenho
ambiental e energético, mantendo a lucratividade. A Veolia declara ter se mobilizando em
todas as frentes para reduzir o impacto ambiental de suas operações, para aumentar sua
capacidade de extrair valor e estabelecer novos fluxos de reciclagem (VEOLIA, 2011).
50
Trata-se de uma prática ambiental compatível com o negócio de uma empresa de
saneamento, que deve zelar pelo ambiente por ter seus negócios e sua imagem diretamente
atrelados aos recursos naturais.
Veolia Environmental Services é a única empresa no mundo que opera em
todo o espectro de gestão de resíduos. Suas soluções inovadoras ajudam os
clientes municipais e industriais, melhorar o seu desempenho ambiental
através de uma gestão eficiente e reciclagem de resíduos sólidos, líquidos, não
perigosos e perigosos. O mercado de serviços da empresa é enorme: a nível
mundial, mais de quatro bilhões de toneladas de resíduos são produzidos a
cada ano, apenas um quarto do que é recuperado. Aumento da consciência
ambiental, o aumento dos preços da energia e as preocupações com o
esgotamento dos recursos naturais estão criando grandes oportunidades para
Veolia Serviços Ambientais, com a sua capacidade de extrair valor a partir de
resíduos e estabelecer novos fluxos de reciclagem (VEOLIA, 2011, p.40,
tradução nossa).
Na Austrália o grupo obteve um reconhecimento pela educação para
sustentabilidade:pelo segundo ano consecutivo a Veolia Environmental Services ganhou o
Australian Business Award 2011 para a Sustentabilidade Ambiental. Isto ocorreu devido à
liderança da empresa na prestação de serviços educacionais inovadores para empresas
australianas sobre a importância da reciclagem e recuperação de recursos,além de incentivar
mudanças de comportamento para reduzir os impactos ambientais dos resíduos (VEOLIA,
2011).
2.4.PROGRAMAS AMBIENTAIS
Um programa ambiental organizacional, muitas vezes é entendido como um sistema de
gestão ambiental (SGA) (HOURNEAUX JUNIOR, 2010; HOURNEAUX JUNIOR;
BARBOSA; KATZ, 2004; VILAÇA; OLIVEIRA, 2008). Apesar de alguns trabalhos trazerem
esta abordagem, decidiu-se por tratar o sistema como um todo como SGA,e utilizar o termo
“Programa Ambiental” para programas específicos estruturados dentro de uma empresa para
conduzir ações ambientais. Como exemplo, pode-se citar aqueles informados pelas empresas de
saneamento nos RS, denominados programas ambientais no próprio relatório de
sustentabilidade (SABESP, 2012a; SANEPAR, 2010; COPASA, 2010).
51
Para conduzir programas ambientais corporativos, cinco aspectos que devem ser
priorizados: uso racional de água, papel e energia, salubridade e destinação adequada de
resíduos. Contudo, em qualquer destes aspectos, o principal desafio para o sucesso de um
programa ambiental é despertar a conscientização dos colaboradores para que se envolvam e
participem do programa (VILAÇA; OLIVEIRA, 2008).
Prado e Istilli (2002, p. 46) publicaram um trabalho que estudou o Projeto de Educação
Ambiental na Sabesp, pesquisando as percepções dos empregados sobre ele. Os autores relatam
que a Unidade de Negócio de Tratamento de Esgotos (AE) havia criado em 1998 um Programa
de Educação Ambiental, “motivada pelo fato de ser responsável por um serviço que contribui
para a melhoria do meio ambiente e ao mesmo tempo degrada, à medida que não consegue
atender, totalmente, às necessidades da população”.
Os empregados pesquisados se mostraram muito receptivos e preocupados com a
devolutiva do resultado da pesquisa. O comentário de um dos pesquisados reforça esta
afirmação: “[...] estamos cansados de responder pesquisas que ninguém fica sabendo no que
deu [...]”. Com relação aos projetos de educação ambiental que não foram bem sucedidos na
Sabesp, pontua-se que os principais motivos para o insucesso foram a falta liberação e
incentivo por parte da chefia, e o excesso de burocracia (PRADO; ISTILLI, 2002, p. 57).
Mesmo com problemas em tentativas anteriores a educação ambiental figura como
fundamental, principalmente para empresas do setor de saneamento, pois “aliada à legislação e
aos mecanismos de controle ambientais tem papel essencial na mudança de atitude
organizacional e social, por possibilitar novas aprendizagens” (MOURA; ROCHA, 2012, p.1).
Analisando a pesquisa que Prado e Istilli (2002) realizaram na Sabesp há mais de uma
década, cabe a crítica de que foram pesquisados muito mais conceitos ambientais (se o
empregado conhece efeito estufa, poluição, chuva ácida e seus efeitos, coleta seletiva e
reciclagem) do que as percepções mesmo sobre o programa de Educação Ambiental, que foi
pesquisado em segundo plano. Os autores adotaram um método de pesquisa quali-quantitativa,
visando levantar as concepções, compreender valores culturais, e dimensionar problemas pela
pesquisa qualitativa, e trabalhá-los em seguida pela pesquisa quantitativa.
52
Apresenta-se a seguir uma síntese dos principais resultados da pesquisa de Prado e Istilli
(2002):
a) 70% dos pesquisados alegam conhecer a empresa, 18% mais ou menos e 12%
não, pois é muito grande e subdividida. Ao questionar se sabem qual a
importância da Sabesp para a sociedade, 76% responderam “saneamento
ambiental, preservação ambiental, saneamento”, 10% citaram “melhoria na
qualidade de vida”, 10% “distribuição de água e tratamento de esgoto”, e 4%
“saúde”. Sobre a Sabesp preocupar-se com o meio ambiente: 6% responderam
que não, e 94% que sim, destacando a conscientização do uso da água.
b) Quando questionados se a Sabesp poderia fazer mais pelo meio ambiente, 74%
responderam que “sim, com campanhas/participação de projetos”, 22% que
“sim, ampliando a coleta e tratamento de esgoto”, e 4% não responderam.
c) Sobre saber se a Sabesp promove algum programa de educação ambiental, 52%
responderam “sim”, 10%“não sei informar”, 22%“sim, a UN tem um grupo de
meio ambiente”, e 16%“sim, feiras e eventos”. Questionando-se se a área de
trabalho do empregado desenvolve algum programa de educação ambiental,
40%responderam “não”, e 60% “sim, na UN – GIEAN”. Sobre conhecer as
ações promovidas pela Sabesp referentes ao meio ambiente, 48% responderam
“sim”, 50% responderam “não”, e 2% não responderam.
O estudo também pesquisou alguns fatores relacionados à comunicação. Ao questionar
se o empregado considera a comunicação na Sabesp eficiente, 44% responderam “sim”, 16%
não responderam, e 40% responderam “está melhorando”. Sobre conhecer as ferramentas de
comunicação da Sabesp, 46% não conhece e 54% conhece. Com relação à ter acesso às
ferramentas de comunicação da Sabesp, 40% alega não ter, e 60% possuem. No quesito
comunicação, os autores declaram que a Sabesp se preocupa com o meio ambiente e usa muitos
meios de comunicação para chegar aos seus funcionários, porém não consegue atingi-los na
totalidade pela dificuldade de contemplar os que trabalham externamente (PRADO; ISTILLI,
2002).
53
Outra pesquisa, que estudou as contribuições da gestão de pessoas para a implantação
de um sistema de gestão ambiental, apontou a necessidade de uma comunicação externa atuante
para divulgar práticas ambientais à comunidade, subcontratados, fornecedores e clientes. Com
relação à comunicação interna, o estudo apontou que é importante para conscientizar e motivar
empregados – comunicação ambiental no intuito de promover e controlar o fluxo de
informações e conteúdos do SGA. Salienta-se por fim a necessidade de identificar o melhor
meio de comunicação, e utilizar uma linguagem simples e objetiva (OLIVEIRA; PINHEIRO,
2010).
Na pesquisa de Prado e Istilli (2002), ao questionar se as pessoas cuidam do meio
ambiente, 98% responderam que “sim, mas é preciso fazer mais”, e 2% que falta educação e
informação. Quando incitados a responder se participam de algum programa de educação
ambiental, obteve-se o seguinte resultado: Sim 16%, não 56%, não responderam 28%. Sobre o
interesse em participar de algum programa de educação ambiental, 56% respondeu sim, 21%
não, 23% não responderam. Na mesma linha, questionou-se “você faz coleta seletiva em sua
casa?”, e obteve-se como resposta: sim 30%, não 66%, não responderam 4%. 28% dos
pesquisados participa de algum programa social, e 82% não. Na análise dos autores, a maior
parte dos pesquisados demonstrou preocupação em proteger o meio ambiente e interesse em
participar de atividades de educação ambiental.
Por fim, os autores trazem como proposta: adaptar o programa de educação ambiental já
existente para o público externo, para ser utilizado com o público interno. Pretende-se
promover união e interação entre os empregados, sensibilizá-los para a importância da questão
ambiental, reforçar a responsabilidade de cada um dentro do processo, despertar o potencial
criativo e o autodesenvolvimento, fazer de cada colaborador um multiplicador, padronizar
procedimentos, norteados pelo “Orientador para Educação Ambiental da Sabesp”(PRADO;
ISTILLI, 2002).
Prado e Istilli (2002) recomendam ainda um trabalho inicial de sensibilização das
chefias, encontros participativos e capacitação dos empregados para desenvolvê-los e despertar
o lado crítico, disseminando o conhecimento ambiental e estimulando a autoestima,
criatividade e liberdade de expressão. Sugerem também que seja desenvolvido um mecanismo
de reconhecimento (divulgação e premiação), para incentivar competição saudável por
54
melhores resultados – o prêmio não deve ser o objetivo, e sim uma consequência. E completam
suas recomendações incentivando a participação voluntária ao invés de impositiva, como
acontece com outras premiações, que o empregado é convocado a participar, e o destaque
quando premiado, geralmente vem para a chefia.
Como conclusão os autores trazem a possibilidade de disseminar informações por meios
já existentes (mural, intranet, internet, jornais internos e folhetos) tendo o cuidado de utilizar
meios que praticamente todos empregados têm acesso, sendo importante incentivar o uso
frequente e adequado. Um aspecto positivo é a possibilidade dos empregados participarem na
própria comunidade em que vivem, disseminando a educação ambiental, bastando que sejam
incentivados para que estejam seguros para serem multiplicadores. Entende-se que a
participação dos empregados da Sabesp nas ações sociais seria maior se melhor divulgadas. É
fundamental o acompanhamento contínuo e reciclagem do pessoal, para atualização com novas
leis e novas informações. Como item mais importante, pontua-se a motivação e o incentivo,
para despertarem o talento, a criatividade, e o espírito voluntário para fazer algo pelo próximo
(PRADO; ISTILLI, 2002).
Muitas organizações trabalham com seus projetos ambientais sistematizados em um
Sistema de Gestão Ambiental (SGA), enquanto que outras possuem alguns programas isolados,
e não optaram por um SGA, ou não possuem ISO 14.001. Considerando os problemas e
dificuldades já apresentadas ao se implantar um projeto de educação ambiental, ou outro
programa relacionado ao meio ambiente, apresenta-se o Quadro 3 como contribuição de outros
autores para a identificação de alguns destes fatores – facilitadores e dificultadores.
Quadro 3: Fatores facilitadores e dificultadores na implantação de um SGA.
Fatores Descrição
Facilitadores Comprometimento da alta direção, parceria com a área de recursos humanos, investimento
em capacitação, consciência ambiental, cultura da organização, interação do comitê de
gestão ambiental com direção e preocupação em minimizar resistência à mudança.
Dificultadores Resistência à mudança, pessimismo com novos programas de gestão, necessidade de
monitoramento e acompanhamento intenso, falta de incentivo financeiro aos colaboradores
e falta de integração com o sistema da qualidade.
Fonte: Adaptado de Oliveira e Pinheiro (2010, p.58)
55
A companhia estadual de saneamento do Paraná é a Sanepar, que presta serviços de
fornecimento de água tratada, coleta e tratamento de esgoto sanitário. A Sanepar apresenta-se
em seu relatório de sustentabilidade como referência entre as empresas do setor pelo fato de
aliar eficiência operacional e resultados econômicos a uma sólida política socioambiental. O
relatório complementa a ênfase às questões ambientais citando que a empresa amplia cada vez
mais seu comprometimento com a universalização do saneamento e, consequentemente, com o
desenvolvimento sustentável (SANEPAR, 2010).
Em 2010a companhia venceu o 17º Prêmio Expressão de Ecologia, maior premiação da
Região Sul na área ambiental,em duas categorias. Na categoria Tecnologias Socioambientais –
Setor Público venceu o projeto Do Rio ao Rio - educação socioambiental das comunidades com
orientação técnica para a correta ligação à rede coletora de esgotos, evitando o lançamento no
meio ambiente.
A Sanepar obteve o primeiro lugar na categoria Educação Ambiental da
Chamada Pública para Seleção de Práticas Inovadoras em Revitalização de
Bacias Hidrográficas, promovida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).
A Companhia conquistou o prêmio com o projeto “Educação Socioambiental
em Saneamento como Ferramenta para a Revitalização da Bacia do Rio
Palmital”. A Sanepar relatou o processo de educação socioambiental e o
envolvimento comunitário na ação integrada de governo desenvolvida na Vila
Zumbi dos Palmares, entre 2004 e 2009 (SANEPAR, 2010, p.7).
A empresa paranaense se auto declara comprometida com a preservação ambiental e a
qualidade de vida da população no item programas sociais e ambientais de seu relatório anual.
Sua política socioambiental possui quatro eixos norteadores: proteção dos mananciais,
intervenção socioambiental-educação em saneamento, redução do passivo ambiental e
integração com órgãos de governo e sociedade. A empresa cita que a cooperação entre
diferentes agentes permite compartilhar a responsabilidade pelo desenvolvimento sustentável
com instituições de governo e também com cidadãos sociedade, garantindo maior eficácia aos
programas sociais e ambientais da Sanepar (SANEPAR, 2010).
As ações de educação ambiental da Sanepar são executadas em conjunto com diversos
programas socioambientais, com foco em saneamento, e constituindo uma das principais
ferramentas da Sanepar na busca pela sustentabilidade. O objetivo destes projetos
desenvolvidos junto à comunidade é promover reflexão sobre as temáticas ambientais,
qualidade de vida e desenvolvimento humano. Uma estratégia para que as ações sejam
56
contínuas e abrangentes, é o investimento na capacitação de gestores ambientais e na formação
de multiplicadores, sensibilizando a sociedade civil para compartilhar a responsabilidade pela
conservação dos recursos naturais (SANEPAR, 2010).
Alguns exemplos de projetos da Companhia que promovem a participação, o repensar
de atitudes e o cultivo de valores como contribuição para o desenvolvimento sustentável são a
Formação de Facilitadores em Educação Ambiental e Patrimonial, Agenda 21 Escolar e Fórum
das Águas, todos realizados por equipes multidisciplinares da Sanepar, e com a parceria de
instituições governamentais e sociais(SANEPAR, 2010).
O Quadro 4 apresenta a quantidade de projetos sociais e ambientais realizados pela
Sanepar em 2010:
Quadro 4: Projetos sociais e ambientais da Sanepar
Projetos técnicos sociais em obras, mananciais e eventos 2010
Ações sociais de sensibilização 47.162
Reuniões comunitárias 114
Participantes em reuniões comunitárias 2.508
Reuniões de grupos gestores 36
Participantes em reuniões de grupos gestores 216
Cursos para formação de agentes socioambientais 7
Agentes socioambientais formados 150
Cursos para formação de encanadores 13
Participantes nos cursos de formação de encanadores 91
Visitantes em Centros de Educação Socioambiental 4.100
Fonte: Adaptado de Sanepar(2010, p.38)
A Sanepar visa promover o conceito de desenvolvimento sustentável focando o uso
racional dos recursos naturais por meio da educação socioambiental baseada nos princípios da
Agenda 21 - a denominada Agenda Unificada. Este programa promove eventos em datas
relacionadas às questões ambientais, integrando diversas secretarias e órgãos governamentais,
no intuito de contribuir para que o Paraná se torne um estado comprometido com a preservação
ambiental (SANEPAR, 2010).
O Quadro 5 representa o número de eventos ambientais e os resultados obtidos, durante
o ano de 2010, por meio do programa Agenda Unificada da Sanepar.
57
Quadro 5:Agenda Unificada de Eventos Ambientais da Sanepar - 2010
Dia da
Água
Semana do
Meio Ambiente
Dia da
Árvore
Dia do Rio
N° de ações socioambientais 82 172 86 64
N° de mudas plantadas 5.890 9.510 52.542 14.810
N° de parcerias 127 86 113 90
Fonte: Adaptado de Sanepar (2010,p.39)
A companhia mineira de saneamento apresenta em seu relatório de sustentabilidade o
Programa ProÁgua Nacional, que tem por objetivo garantir a melhoria e a implantação da
oferta de água de boa qualidade para o Norte de Minas Gerais, integrando neste programa a
promoção do uso racional, a fim de evitar que a escassez relativa de água deixe de impedir o
desenvolvimento sustentável da região. Quem coordena o programa no estado é o Instituto
Mineiro de Gestão das Águas (IGAM), contando com o apoio técnico da Copasa (COPASA,
2010).
A Foz do Brasil é uma empresa brasileira de saneamento privada, que pertence ao grupo
Odebrecht. No relatório de sustentabilidade conjunto do grupo são apresentados os seguintes
programas ambientais da Foz do Brasil: Educação Ambiental para escolas da área do Emissário
Submarino de Jaguaribe (BA), Boas Práticas para o Saneamento Básico -incentivo à
participação da comunidade educacional no saneamento de Cachoeiro de Itapemirim (ES), Foz
do Brasil Estimula a Pesquisa: 2ª edição: fomento ao conhecimento sobre a Bacia Hidrográfica
do Rio Itapemirim (RS), Programa de Educação Ambiental Olho Vivo: água e óleo não se
misturam (SP), Projeto Guaruzinho: sensibilização ambiental de crianças de escolas próximas
aos córregos da cidade de Mauá (SP) e Projeto Taquarussu, uma Fonte de Vida: promoção do
manejo sustentável da sub-bacia do ribeirão Taquarussu Grande (TO) (ODEBRECHT, 2011).
A Odebrecht promove uma premiação no âmbito nacional denominada Prêmio
Odebrecht para o Desenvolvimento Sustentável, voltada para estudantes universitários de
Engenharia (ODEBRECHT, 2011).
Como dentre os programas ambientais da Foz do Brasil, o relatório de 2011 destacou o
investimento de R$ 38 milhões, pela Fundação Odebrecht, em ações do Programa de
Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Mosaico de Áreas de Proteção Ambiental do
Baixo Sul da Bahia (PDIS). Somados os investimentos de parceiros e das próprias
58
cooperativas, chega-se a R$ 94 milhões. A companhia foi reconhecida com o Prêmio ECO
2011, na categoria Práticas de Sustentabilidade, concedido pela Câmara Americana de
Comércio (Amcham) de São Paulo e pelo jornal Valor Econômico à Cooperativa dos
Produtores de Palmito do Baixo Sul da Bahia (Coopalm) (ODEBRECHT, 2011).
Com relação aos programas ambientais do grupo Águas de Portugal (AdP), a semana
européia de prevenção de Resíduos de 2011 destacou a Valorsul, empresa do grupo AdP que
recebeu visitas temáticas às instalações da empresa e organizou ações de sensibilização
voltadas para empresas que pretendam melhorar o seu desempenho ambiental, bem como
implantar um plano de gestão de resíduos (ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011).
Outra empresa da AdP,a Águas do Algarve, recebeu a menção honrosa na categoria
“Melhores Ações de Educação Ambiental” da Associação Portuguesa de Distribuição e
Drenagem de Águas (APDA), durante a premiação denominada “Prémios APDA – Tubos de
Ouro 2011”. Este reconhecimento pela APDA é atribuído ao Programa Integrado de Educação
Ambiental da AdP pela terceira vez consecutiva (ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011).
No campo da reciclagem, o grupo AdP traz como destaque a Resinorte, empresa do
grupo que desenvolve uma sensibilização voltada para os comerciantes, visando num segundo
ampliar o escopo para o público em geral. O slogan da campanha é “Dê o exemplo, separe para
reciclar!”, por meio do qual foram veiculadas mensagens práticas sobre como e por que
segregar resíduos para a reciclagem. Como recompensa, os comerciantes que aderem à
campanha integram o grupo de empresas “amigas do ambiente” e recebem da Resinorte um
certificado de reconhecimento pela colaboração (ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011).
Indo além da reciclagem o grupo português de saneamento lançou a campanha “Hora da
Troca”, visando à sensibilização ambiental para incentivar a troca de materiais que não eram
mais utilizados, para que outro possa reutilizá-los, aumentando o ciclo de vida do produto. O
público foram as escolas da região do Algarve e centros paroquiais (áreas da catequese, locais
onde foi promovida a troca direta entre aluno sem feiras de troca (ÁGUAS DE PORTUGAL,
2011).
Como parte integrante do plano de educação ambiental da AdP o programa “Liga-te a
um futuro feliz” visa sensibilizar a população para a importância do tratamento das águas
59
residuais,reforçando a necessidade de interligar-se à rede de saneamento básico (ÁGUAS DE
PORTUGAL, 2011).
2.5.PERCEPÇÃO
Ao se compor a questão de pesquisa decidiu-se por utilizar o termo “percepção”, ou
seja, o trabalho é direcionado a investigar como os colaboradores da empresa em estudo
percebem o assunto proposto.
Pode-se definir percepção como ato, efeito ou faculdade de perceber. Trata-se de um
conhecimento sensorial de configuração organizada e dotada de sentido. O termo serve tanto
para definir a resposta sensorial a estímulos externos, quanto a atividade intencional que
registra alguns fenômenos claramente ao mesmo tempo em que bloqueia outros. O processo
mental percepção decorre da interação do indivíduo com o meio, e pode ser captadas pelos
cinco sentidos, ou pelos mecanismos cognitivos: inteligência, motivações, humores,
necessidades, conhecimentos prévios, valores, julgamentos e expectativas (FERREIRA, 2007).
Considerando que se pretende estudar a percepção dos colaboradores sobre os
programas ambientais, não se pretender apenas compreender quais são os programas
ambientais da empresa estudada, mas como a divulgação deles é recebida pelos colaboradores.
Como exposto no conceito de percepção, mesmo que certo programa exista e seja até
divulgado, pessoas diferentes podem percebê-lo de forma diferente, já que a percepção pode
registrar alguns fatos e bloquear outros, sendo inclusive influenciada por fatores pessoais como
humor, valores, expectativas, conhecimentos, dentre outros.
Em ciências sociais é comum pesquisar atitudes, comportamentos e percepções. As
pesquisas de marketing, por exemplo, utilizam métodos para medição de atitudes e avaliação de
percepção. O intuito é verificar o modo como as pessoas percebem algo, uma vez que isto se
reflete no comportamento (BRANDALISE, 2005).
O trabalho de Brandalise (2005) compara uma série de instrumentos de aferição de
atitudes, comportamentos e percepções das pessoas, visando auxiliar nas tomadas de decisão e
fomentar estratégias de ação no gerenciamento das organizações.
60
A escala Likert, selecionada para a condução deste trabalho, foi apresentada por
Brandalise (2005) como indicada para a aferição de percepção. A escala apresenta vantagens
em relação às demais, principalmente devido à simplicidade de aplicação, por permitir utilizar
afirmações não explicitamente atreladas à atitude estudada, e por tende a uma maior precisão,
já que permite maior número de alternativas (BRANDALISE, 2005).
Corroborando o trabalho da autora de estudo de percepções em ciências sociais,
elaborou-se o Quadro 6. O quadro sintetiza as referências pesquisadas para a condução do
trabalho sobre percepção dos colaboradores sobre os programas ambientais, que também
utilizaram o termo percepção.
Quadro 6: Referências pesquisadas que utilizam o termo percepção
Título do trabalho Autores / Referências
Criatividade em aula: percepção de alunos de dois estados brasileiros GONÇALVES; FLEITH;
LIBÓRIO, 2011
Explorando a percepção dos trabalhadores sobre o ambiente de
trabalho em linhas de geracionais (tradução nossa) BELL, 2008
Um levantamento das percepções dos gerentes sobre ética empresarial,
responsabilidade social e ações que podem afetar o sucesso das
empresas (tradução nossa)
CACIOPPE; FORSTER; FOX,
2008
Projeto de Educação Ambiental na Sabesp: Um estudo das percepções
dos empregados. PRADO; ISTILLI, 2002
Percepção e mensuração da reputação corporativa (tradução nossa) CARRASCO, 2005
Responsabilidade social empresarial com público interno: a percepção
dos empregados da Promon FURTADO, 2006
Empenhamento organizacional e percepção de apoio organizacional:
Estudo exploratório com uma amostra de trabalhadores do sector dos
dispositivos médicos
MARQUES, 2010
Modelos de medição de percepção e comportamento – uma revisão BRANDALISE, 2005
Percepção de Ciência: Relações entre conhecimentos, crenças, atitudes
e fatores sócio-demográficos SIMON, 2009
Fonte: Elaborado pela autora
Pode-se observar que todas as referências apontadas no Quadro 6 utilizaram o termo
percepção, todas elas aplicando o termo inclusive no título do trabalho, o que comprova a
usualidade do termo em pesquisas semelhantes a que está sendo conduzida.
61
2.6.ENDOMARKETING®
O marketing interno, ou Endomarketing®, na definição de Bekin (1995), consiste em
ações gerenciadas de marketing dirigidas ao público interno das organizações.
Cerqueira (1994) define Endomarketing® como um conjunto de práticas introduzidas e
aprimoradas na organização que visam obter ou elevar o comprometimento dos colaboradores.
Brum (1994) traz um conceito bem semelhante, ressaltando que a empresa deve utilizar
adequadamente estas práticas, porém aponta como objetivo vender a imagem da organização
aos funcionários e aos seus familiares – ampliando a esfera de aplicação do Endomarketing®,
quando comparado à definição de Cerqueira. Brum (1994) complementa que o
Endomarketing® visa tornar comuns objetivos, metas e resultados entre os colaboradores de
determinada empresa, enfatizando a comunicação interna.
Kotler (1998, p.40) já trabalhou com um conceito mais específico definindo
Endomarketing® como uma “tarefa bem sucedida de contratar, treinar e motivar funcionários
hábeis que desejam atender bem aos consumidores”.
O conceito de Endomarketing® consolidou-se em diversas literaturas da década de
1990, quando foram consolidados conceitos e propostas do tema, porém observa-se deficiência
na evolução do tema no Brasil, pois praticamente não se observam publicações acadêmicas
sobre o tema na última década.
Um fator que pode ser cogitado como um dos principais motivos para a falta de
literatura sobre o tema é o fato do termo Endomarketing® ter sido patenteado no Brasil. É
difícil imaginar os argumentos apresentados ao INPI para aprovação da concessão de uso
exclusivo de uma marca que exprime um conceito científico, procedimento administrativo ou
ferramenta gerencial (INKOTTE, 2000).
O Endomarketing® pode ser considerado uma ampliação do conceito de marketing, que
antigamente voltava-se exclusivamente ao público externo às organizações, porém hoje busca
também a satisfação do público interno, que motivado e empenhando, atende de maneira
eficiente o seu público externo. A estrutura interna da organização corresponde à imagem
62
divulgada pela empresa, de forma que se torna essencial que os funcionários se sintam
motivados e satisfeitos (FIGUEIREDO NETO; MACHADO; SILVA, 2010).
Com base na literatura pesquisada é possível inferir a importância da utilização do
Endomarketing® como uma ferramenta para “vender” os programas ambientais da empresa ao
público interno, buscando fomentar a motivação dos colaboradores e consequentemente o
comprometimento destes com as ações ambientais já implantadas na organização.
Uma pesquisa realizada junto a doze organizações analisou os programas e ações de
Endomarketing® praticados por elas, estudando paralelamente as ações sugeridas pela
literatura, e realizando um levantamento com os gestores das doze empresas, para identificar a
avaliação deles sobre o Endomarketing® de sua organização (GRAZIANO, 2011).
Como forma de sintetizar os resultados da pesquisa de Graziano (2011), destacaram-se
os quatro quadros apresentados a seguir, por serem os que mais interessam a este estudo.
O Quadro 7 apresenta os principais tipos de programas de Endomarketing que podem
ser adotados por uma organização, visando gerar comunicação, motivação e comprometimento
dos colaboradores.
Quadro 7: Tipos de programas de Endomarketing®
Tipos de programas de Endomarketing
- Qualidade de vida
- Treinamentos de capacitação de pessoas
- Merchandising de produtos para os colaboradores
- Quadro de avisos
- Jornal interno
- Cultura organizacional
- Manuais
- Panfletos
- Comportamento organizacional
- Mudança organizacional
- Clima organizacional
Fonte: Adaptado de Graziano (2011, p.124)
Extrapolando o conceito de Endomarketing® já apresentado, o Quadro 7 auxilia na
explanação dos tipos de programas que estão englobados nesta modalidade e são comumente
adotados pelas organizações.
63
Grande parte destas atividades já está presente na rotina de muitas empresas, mesmo
que não possuam um programa de Endomarketing® estruturado. A ideia do marketing interno é
conjugar estas atividades que quase sempre estão nas áreas de Marketing ou Recursos
Humanos, com um objetivo bem definido, no intuito de trabalhar sistematicamente para
aprimorar a força de trabalho da organização.
Pode-se citar como objetivo do Endomarketing® construir lealdade no relacionamento
com o público interno, partilhar os objetivos da organização, harmonizar e fortalecer as
relações internas, refletindo positivamente na relação da empresa com seu mercado (BEKIN,
2002). O Quadro 8 apresenta os objetivos dos programas de Endomarketing® propostos por
Graziano (2011), que extrapolam os objetivos sintetizados por Bekin (2002) para objetivos
mais específicos, esclarecendo assim com que foco as ações do Quadro 8 deverão ser
conduzidas.
Quadro 8: Objetivos dos programas de Endomarketing®
Objetivos dos Programas de Endomarketing
- promover consciência e prática de atitudes que promovam bem-estar (através de atividades de educação
nutricional, sobre lazer, atividades físicas, sobre como tratar o estresse e outros problemas)
- Conscientização em relação aos cuidados com o meio ambiente (atividades sobre sustentabilidade)
- Comprometimento dos colaboradores
- Prevenção de possíveis problemas com os produtos
- Informar os colaboradores
- Apresentar novos produtos para os colaboradores, no sentido de favorecer o processo de vendas
- Distribuição interna de amostras no lançamento de produtos
- Informar os colaboradores sobre assuntos organizacionais
- Apresentar a empresa
- Reconhecer a diversidade cultural
- Integrar o colaborador, comunicar informações internas e externas relevantes
- Reter os colaboradores
- Capacitar, desenvolver e reciclar os colaboradores
- Manter um ambiente sadio na empresa
- Incentivar a iniciativa e manter a motivação
- Elaborar panfletos informativos para informar e integrar os colaboradores nas políticas da organização
- Desenvolver ações em benefícios dos clientes
- Proporcionar motivação, valorização e reconhecimento dos colaboradores
- Melhorar índices de produtividade
- Reduzir custos
- Melhorar os índices de qualidade
- Promover educação e desenvolvimento dos colaboradores
- Desenvolver a flexibilidade no ambiente de trabalho
- Evitar o distanciamento entre as áreas da empresa
- Apresentar os resultados alcançados, mensalmente, para toda a equipe
- Fazer pesquisa de clima organizacional e correções necessárias
Fonte: Adaptado de Graziano (2011, p.124, grifos nossos)
64
Dentre todos os benefícios apontados no trabalho de Graziano (2011) e apresentados no
Quadro 8, destacaram-se em negrito os que se relacionam diretamente com os programas
ambientais estudados por este trabalho.
Entre os itens destacados encontra-se a “conscientização em relação aos cuidados com o
meio ambiente”, que é o objetivo do Endomarketing® mais fortemente relacionado ao recorte
dado para os programas ambientais. Em complemento a este objetivo, o destacam-se também
os de informar, capacitar, gerar comprometimento e integrar os colaboradores, para os
programas ambientais da organização.
O Quadro 9 apresenta as de respostas dadas pelos gestores a cada afirmação proposta
por Graziano (2011) sobre os programas de Endomarketing®. Foi utilizada uma escala de seis
pontos, definida da seguinte forma: CT: Concordo Totalmente; CP: Concordo Parcialmente; C:
Concordo; DP: Discordo Parcialmente; D: Discordo; DT: Discordo Totalmente. Cada coluna
apresenta um nível desta escala, e cada linha uma afirmação apresentada. A intersecção das
linhas com as colunas representa o número de respostas que foram atribuídas àquele nível, para
aquela afirmação em específico.
Quadro 9: Categorias de análise dos programas de Endomarketing®
Categorias de análises dos programas CT CP C DP D DT
Os PEnd estimulam a participação de todos os colaboradores da
organização 5 2 2 1
Os PEnd melhoram as atitudes e comportamentos dos colaboradores
com relação ao emprego 5 5
Os PEnd provêm pesquisas para identificar as necessidades e desejos
dos colaboradores 4 4 1 1
Os PEnd, com base nas pesquisas, incluem benefícios para satisfazer
as expectativas dos funcionários 4 2 3 1
Os PEnd atraem, desenvolvem e retém talentos 4 1 3 2
Os PEnd asseguram que todos os colaboradores tenham as
informações necessárias para agir em beneficio do cliente 4 4 2
Os PEnd criam e promovem ideias nas organizações voltadas ao bom
atendimento ao cliente 5 2 3
Os PEnd vencem resistências internas a mudanças 2 4 3 1
Os PEnd buscam a manutenção de um ambiente de trabalho, que
proporcione motivação, valorização e reconhecimento das pessoas 4 3 3
Os PEnd estimulam em todos a assunção da missão, visão, objetivos,
estratégias e táticas do negócio 3 3 3 1
Os PEnd contribuem para a melhoria dos índices de produtividade 1 7 1 1
Os PEnd contribuem para a melhoria dos índices de qualidade 3 4 1 2
65
Categorias de análises dos programas CT CP C DP D DT
Os PEnd contribuem para a diminuição dos custos 2 3 4 1
Os PEnd utilizam canais de comunicação interna, que contribuem
para a melhoria dos relacionamentos, independente do nível
hierárquico
4 3 2 1
Os PEnd criam ambientes e situações que façam o funcionário ter
motivação em seu trabalho 3 4 2 1
Os PEnd favorecem o recrutamento e seleção 2 5 3
Os PEnd trabalham o treinamento sob a ótica de educação e
desenvolvimento 4 3 1 2
Os PEnd incluem os planos de carreira como instrumentos de
motivação 2 5 3
Os PEnd atingem colaboradores por nível organizacional
(operacional, intermediário, gerencial) 3 2 2 3
Nota:PEnd: Programas de Endomarketing®
Fonte: Adaptado de Graziano (2011, p.125)
Analisando-se o Quadro 9, percebe-se que as afirmações sobre os programas de
Endomarketing® apontadas com “concordo totalmente” pelo maior número de respondentes
(cinco) foram as seguintes: estimulam a participação de todos os colaboradores da organização,
melhoram as atitudes e comportamentos dos colaboradores com relação ao emprego e criam e
promovem ideias nas organizações voltadas ao bom atendimento ao cliente.
Quando somados os três níveis que indicam concordância (concordo totalmente,
concordo parcialmente e concordo) obtêm-se mais de setenta por cento das repostas para todas
as questões, concentradas neste grupo. Assim, dentre os dez respondentes ao menos sete
indicaram concordar total ou parcialmente, com todas as contribuições dos programas de
Endomarketing® apresentadas.
Esta validação empírica das contribuições do Endomarketing® é de grande valia para
este trabalho, que buscará identificar se esta ferramenta é utilizada na empresa estudada.
Pensando na efetividade e aplicabilidade dos programas de Endomarketing®, por serem
processos gerenciais e cíclicos, são demandadas ações e gestão continuas em quatro variáveis,
denominadas “Composto de Endomarketing”: i) a empresa (o que é entregue aos
colaboradores); ii) o ambiente (tangível e intangível); iii) o trabalho (moeda de troca do
colaborador); e iv) a comunicação (FIGUEIREDO NETO; MACHADO; SILVA, 2010).
66
O Quadro 10 compara os benefícios dos programas de Endomarketing® apresentados
pela teoria e utilizados por Graziano (2011) como base para a pesquisa empírica, e compara-os
com os resultados práticos do levantamento realizado junto às indústrias de produtos orgânicos,
que foram objeto de sua pesquisa.
Quadro 10: Benefícios dos programas de Endomarketing® segundo a teoria
Benefícios dos Programas de Endomarketing: posicionamentos
disponíveis na teoria
Resultados na Prática: benefícios dos
Programas de Endomarketing na ótica
das indústrias de orgânicos
Segundo os autores Ponce (1995), Kotler (1993), Bekin (1995), os
benefícios dos Programas de Endomarketing são:
Estimulam a participação de todos os colaboradores da
organização
Melhoram as atitudes e comportamentos dos colaboradores
com relação ao emprego
Provem pesquisas para identificar as necessidades e desejos
dos colaboradores
Incluem com base em pesquisas benefícios para satisfazer as
expectativas dos funcionários
Atraem, desenvolvem e retém talentos
Asseguram que todos os colaboradores tenham as
informações necessárias para agir em beneficio do cliente
Criam e promovem ideias nas organizações voltadas ao bom
atendimento ao cliente
Vencem resistências internas a mudanças
Buscam a manutenção de um ambiente de trabalho, que
proporcione motivação, valorização e reconhecimento das
pessoas
Estimulam em todos a assunção da missão, visão, objetivos,
estratégias e táticas do negócio
Contribuem para a melhoria dos índices de produtividade
Contribuem para a melhoria dos índices de qualidade
Contribuem para a diminuição dos custos
Utilizam canais de comunicação interna, que contribuem para
a melhoria dos relacionamentos, independente do nível
hierárquico
Criam ambientes e situações que façam o funcionário ter
motivação em seu trabalho
Favorecem o recrutamento e seleção
Trabalham o treinamento sob a ótica de educação e
desenvolvimento
Estimulam a participação de todos
os colaboradores da organização
Melhoram as atitudes e
comportamentos dos colaboradores
com relação ao emprego
Criam e promovem ideias nas
organizações voltadas ao bom
atendimento ao cliente
Contribuem para a melhoria dos
índices de produtividade
Favorecem o recrutamento e
seleção
Incluem os planos de carreira como
instrumentos de motivação
67
Benefícios dos Programas de Endomarketing: posicionamentos
disponíveis na teoria
Resultados na Prática: benefícios dos
Programas de Endomarketing na ótica
das indústrias de orgânicos
Incluem os planos de carreira como instrumentos de
motivação
Atingem colaboradores por nível organizacional (operacional,
intermediário, gerencial)
Fonte: Adaptado de Graziano (2011, p.127)
De forma sucinta, podem-se destacar como principais pontos em comum entre teoria e
pesquisa de campo, o estímulo à participação dos colaboradores, melhoria de atitudes e
comportamentos destes, geração de ideias para um bom atendimento ao cliente, melhoria de
produtividade, contribuição para o recrutamento e seleção e transformação dos planos de
carreira como instrumentos de motivação.
Tomando-se estas contribuições para a aplicação na pesquisa dos programas ambientais,
acredita-se que os benefícios apresentados pelos programas de Endomarketing são importantes
para a implementação de programas organizacionais que requeiram a participação maciça dos
colaboradores, como os programas ambientais selecionados para este estudo.
O objeto deste trabalho são as percepções dos colaboradores os programas ambientais.
Após estudar o conceito de percepção e os objetivos das ações de Endomarketing® podem-se
apontar as práticas de Endomarketing® como possíveis promotoras de uma percepção positiva
dos programas ambientais.
Reforçando esta ideia, pode-se citar que as ações de Endomarketing® são ferramentas
úteis para comunicar programas corporativos, melhorar a reputação da organização junto ao
público interno, gerando ou fortalecendo a confiança na empresa,além de satisfação,
comprometimento e fidelização nos colaboradores (FIGUEIREDO NETO; MACHADO;
SILVA, 2010).
68
3. METODOLOGIA DA PESQUISA
Neste capítulo apresenta-se a metodologia, que descreve os procedimentos adotados
para a condução da pesquisa de campo, a estratégia de pesquisa adotada e o protocolo definido
para este levantamento.
3.1.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Prodanov e Freitas (2013) relatam que “método” significa caminho, “logia” significa
estudo, e “ciência” se refere ao próprio saber. O termo “Metodologia Científica” estuda os
caminhos percorridos para chegar a este saber. Nesta mesma linha, Zanella (2009, p.61) define
metodologia como “o caminho que o pesquisador percorre em busca da compreensão da
realidade, do fato, do fenômeno”.
A Metodologia, em um nível aplicado, examina, descreve e avalia métodos e
técnicas de pesquisa que possibilitam a coleta e o processamento de
informações, visando ao encaminhamento e à resolução de problemas e/ou
questões de investigação.A Metodologia é a aplicação de procedimentos e
técnicas que devem ser observados para construção do conhecimento, com o
propósito de comprovar sua validade e utilidade nos diversos âmbitos da
sociedade (PRODANOV; FREITAS, 2013, p.14).
O método científico é a maneira escolhida pelo pesquisador para aprofundar o
conhecimento sobre determinado objeto, fato ou fenômeno. É um conjunto de procedimentos
intelectuais e técnicos utilizados de forma ordenada e sistemática para este fim (ZANELLA,
2009).
Considerando o método como um procedimento ou caminho para alcançar determinado
fim, e é sabido que a finalidade da ciência é buscar o conhecimento, pode-se dizer que o
método científico são procedimentos adotados com o intuito de atingir o conhecimento
(PRODANOV; FREITAS, 2013).
Yin (2010) apresenta como principais métodos de pesquisa presentes nas ciências
sociais os experimentos, levantamentos, análise de arquivos, pesquisas históricas e estudos de
caso. Visando identificar qual destes métodos melhor se aplica a esta investigação, retorna-se à
69
questão de pesquisa definida sumariamente: “Como se caracteriza a percepção dos
colaboradores em relação aos programas ambientais de uma empresa de saneamento?”
Para as questões do tipo “como”, é sugerido o uso de experimento, pesquisas históricas
ou estudos de caso (YIN, 2010).
Neste trabalho, decidiu-se por explorar um estudo de caso de uma empresa de
saneamento básico. No entanto, este traz em sua concepção um levantamento – também
conhecido como survey, além da análise documental e entrevistas. Este conjunto permite
triangular os métodos a fim de se obter múltiplas evidências conforme recomendações para
estudos de caso melhor exploradas no item 3.2 (SANTOS, 2009; TANURE; EVANS;
CANÇADO, 2010; YIN, 2010).
Com relação à opção de incluir um levantamento dentro do estudo de caso, pontua-se
que as pesquisas do tipo survey permitem investigar um grande número de variáveis
independentes, em relação a qualquer variável dependente, sendo assim mais representativas e
com maior possibilidade de generalização (LEVIN; FOX, 2004, p.4).
Prodanov e Freitas (2013, p.57-58), apresentam a seguinte definição de levantamento:
Esse tipo de pesquisa ocorre quando envolve a interrogação direta das pessoas
cujo comportamento desejamos conhecer através de algum tipo de
questionário. Em geral, procedemos à solicitação de informações a um grupo
significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida,
mediante análise quantitativa, obtermos as conclusões correspondentes aos
dados coletados.
Uma pesquisa do tipo survey ou levantamento é considerada retrospectiva, ou seja,
analisa os efeitos das variáveis independentes sobre as dependentes registrados após a
ocorrência. Os pesquisadores que utilizam esta técnica buscam reconstruir estas influências e
consequências por meio de relatórios verbais dos entrevistados, seja por questionários
autoadministrados, entrevistas face a face ou telefônicas (LEVIN; FOX, 2004).
70
3.2.ESTUDO DE CASO
Este trabalho é um estudo exploratório, que utilizou como estratégia de pesquisa o
estudo de caso. Nesta situação, seleciona-se uma empresa para estudar em profundidade,
utilizando-se de múltiplas evidências para extrair as respostas às questões de pesquisa propostas
(GODOY, 1995).
Validando a relevância de um estudo de caso, Schramm (1971) pondera que, mesmo
quando há grande número de experimentos e quase-experimentos passíveis de execução em
campo, estudos de caso são úteis por sua qualidade realista e holística. Eles são capazes de
informar sobre um projeto em sua totalidade e apontar descobertas separadas em contexto e
proporção.
Cabe salientar também que, o estudo de caso é um sistema limitado com relação ao
tempo, eventos e processos, limites estes que muitas vezes não são claros. O objeto do estudo
de caso demandará um estudo prévio que conferirá foco e direção à investigação. Não se pode
perder de vista o caráter único, específico, diferente e complexo do caso. A pesquisa decorre
em ambiente natural, e o investigador recorre a fontes múltiplas de dados e a distintos métodos
de coleta de dados, tais como observações diretas ou indiretas, entrevistas, questionários,
documentos, entre outros (PRODANOV; FREITAS, 2013, p.64).
Considerando a especificidade de cada caso, a avaliação prévia permite definir o
número de casos a ser estudado, os tipos de evidências e métodos de coleta de dados, e
consequentemente a dimensão do estudo. Com relação à sua dimensão “[...] um estudo de caso
pode variar em comprimento e detalhes de acordo com o nível de tomada de decisão para a
qual se destina a contribuir, e o nível de compreensão que se destina a servir” (SCHRAMM,
1971, p.7, tradução nossa).
O estudo de caso “representa a estratégia preferida quando colocamos questões do tipo
„como‟ e „por que‟, quando o pesquisador tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco
se encontra em fenômenos contemporâneos inseridos em algum contexto da vida real”
(PRODANOV; FREITAS, 2013, p.128).
71
Esta estratégia de pesquisa tem por objetivo apreender a totalidade de uma situação para
então descrever, compreender e interpretar a complexidade de um caso concreto e bem
delimitado (MARTINS, 2008).
Apresentam-se como requisitos básicos para a realização de um estudo de caso a
severidade, objetivação, originalidade e coerência (PRODANOV; FREITAS, 2013).
Dentro da estratégia de estudo de caso, pode-se optar por um caso único ou casos
múltiplos (BRESSAN, 2000; YIN, 2010). Levando em conta a limitação de tempo e de
recursos, e a representatividade do caso selecionado no segmento estudado, decidiu-se por
estudar um estudo de caso único.
Martins (2008) pondera que as limitações e dificuldades inerentes ao estudo de caso
demandam um projeto de pesquisa que seja viável para os pesquisadores, permitindo conduzir
um estudo de caso com uma preparação prévia e uma estrutura adequada. Desta forma, o autor
sugere que “os projetos de mestrado tendam para um modelo de Estudo de Caso único com
enfoque incorporado” (MARTINS, 2008, p. 17).
Considerou-se pertinente estudar um caso único uma vez que o caso selecionado é a
maior empresa de saneamento brasileira e uma das cinco maiores do mundo (SABESP, 2012b).
Assim, o tamanho da empresa, ampla atuação geográfica, grande número de clientes e
colaboradores, elegeram-na como um caso típico e mais facilmente representativo do setor que
se pretendia estudar (YIN, 2010).
Ainda citando definições do estudo de caso, tem-se que ele “[...] não se caracteriza
como uma maneira específica para a coleta de dados nem simplesmente uma característica do
planejamento de pesquisa em si; é sim uma estratégia de pesquisa abrangente” (PRODANOV;
FREITAS, 2013, p.62).
O estudo de caso é considerado uma investigação complexa, de forma que o
pesquisador defronta-se por vezes com grande número de variáveis de interesse, que muitas
vezes requerem o uso de várias fontes de evidências. Assim, o pesquisador buscará a
convergência de evidências, que conferirão fidedignidade e validade aos achados. Este é o
papel das triangulações de informações, evidências e até mesmo teorias. Leva-se em conta um
conjunto de proposições teóricas durante todo o processo de investigação, compreendendo a
72
coleta e a análise de dados ocorrendo paralelamente (YIN, 2010; PRODANOV; FREITAS,
2013; MARTINS, 2008).
Yin (2010) enumera seis possíveis fontes de evidências para um estudo de caso:
entrevistas, documentos, observação direta, observação participante, registros em arquivo e
artefatos físicos. O autor cita a importância de utilizar múltiplas evidências (ao menos duas das
citadas) para aumentar substancialmente a qualidade dos resultados e conclusões.
Para este estudo foram selecionados como fontes de evidências os documentos
(relatórios de sustentabilidade), as entrevistas com os gestores, e complementarmente
conduziu-se um levantamento junto aos colaboradores.
Uma forma de obterem-se múltiplas evidências é por meio da triangulação de dados,
que pode ser feita, por exemplo, utilizando-se a coleta de dados primários, referentes ao estudo
de caso em conjunto com dados secundários, provenientes de um levantamento. É possível
ainda a triangulação de investigadores e de metodologia, esta última utilizando-se método
quantitativo e qualitativo (TANURE; EVANS; CANÇADO, 2010).
Creswell (2010) baseou seu trabalho na explanação dos métodos mistos de pesquisa
(qualitativo e quantitativo integrados), e também defende o uso da triangulação como um
procedimento eficaz para obter-se os melhores resultados de um estudo misto.
“O recurso da triangulação e o desenvolvimento de projetos de pesquisa de método
misto se apresentam como ferramentas operacionais importantes, considerando a necessidade
de inovação das técnicas tradicionais de coleta, processamento e análise de dados.” (SANTOS,
2009, p.129).
Prodanov e Freitas (2013, p.64) relatam que “[...] a convergência de resultados
provenientes de fontes distintas oferece um excelente grau de confiabilidade ao estudo, muito
além de pesquisas orientadas por outras estratégias.”
73
3.3.MÉTODO DE PESQUISA: MISTO (QUALITATIVO E QUANTITATIVO)
O método qualitativo visa criar um modelo de entendimento profundo de ligações entre
elementos, ou seja, uma ordem que é invisível ao olhar comum. Este método pretende
“entender como o objeto de estudo acontece ou se manifesta; e não aquele que almeja o
produto, isto é, os resultados finais matematicamente trabalhados” (TURATO, 2005, p.509).
Já método quantitativo é aquele que pesquisa uma amostra da população, e os resultados
finais podem ser analisados e interpretados por meio de médias e percentuais das respostas
obtidas (SAMARA; BARROS, 2007).
Complementando esta ideia, pode-se dizer que a pesquisa quantitativa emprega
instrumentos estatísticos na coleta e no tratamento dos dados. É uma abordagem que não se
aprofunda tanto quanto a qualitativa na busca do conhecimento dos fenômenos, atendo-se ao
comportamento geral dos acontecimentos (VERGARA, 2005).
Para Stake (2000), o que define o estudo de caso não são os métodos de investigação,
mas o interesse em casos individuais, de forma que o método pode ser tanto qualitativo como
quantitativo.
Schramm (1971) esclarece que um estudo de caso é um método não-experimental, que
pode ser quantitativo ou não. É possível “[...] reportar e analisar dados experimentais e
levantamento e relacionar estes com as decisões e outras características do projeto”
(SCHRAMM, 1971, p.3, tradução nossa).
Prodanov e Freitas (2013) pontuam que a pesquisa de campo pode apresentar
abordagem predominantemente quantitativa ou qualitativa dependendo das técnicas de coleta,
análise e interpretação dos dados. Os autores apontam como diferença entre as duas abordagens
o fato de que a qualitativa enfoca a complexidade da realidade social, enquanto que na pesquisa
predominantemente quantitativa o pesquisador se limita à descrição factual do evento estudado.
Assim, pode-se concluir que, independente de utilizar-se uma pesquisa quantitativa,
qualitativa ou mista, a análise atrelada a um estudo de caso sempre demandará uma abordagem
qualitativa. Isto ocorre porque o objetivo do estudo de caso “é o estudo de uma unidade social
que se analisa profunda e intensamente” (MARTINS; THEÓPHILO,2009, p. 62).
74
Santos (2009, p.129) cita como tendência atual para a pesquisa social articular técnicas
quantitativas e qualitativas em uma mesma investigação.
Uma pesquisa que utilize métodos mistos “pode permitir que os pesquisadores abordem
questões de pesquisa mais complicadas e coletem uma série mais rica e mais forte de evidência
do que poderiam obter por qualquer método único isolado” (YIN, 2010, p. 87)
Nesta mesma linha, Santos (2009, p. 152) pondera que “o embate entre os
pesquisadores alinhados a técnicas qualitativas ou quantitativas foi intenso e ainda perdura,
embora a tendência mais atual seja no sentido de ampliação do reconhecimento mútuo e
integração entre ambas as abordagens.”
Corroborando esta discussão, Yin (2010) descrevendo os métodos de pesquisa
aplicáveis ao estudo de caso, relata que experimentos como os estudos de percepções
psicológicas, da mesma forma que algumas questões de levantamento que tragam respostas
categóricas ao invés de numéricas, avaliam a evidência qualitativa. Desta forma, o autor afirma
que:
[...] o método de estudo de caso não é apenas uma forma de “pesquisa
qualitativa”, mesmo que possa ser reconhecida entre a variedade de opções da
pesquisa qualitativa [...] vai além [...] usando uma mistura de evidência
quantitativa e qualitativa. Além disso, os estudos de caso não precisam sempre
incluir a evidência observacional direta e detalhada marcada pelas outras
formas de “pesquisa qualitativa” (YIN, 2010, p.41)
Para este estudo de caso utilizou-se um método misto de pesquisa que conjuga a
pesquisa qualitativa com a quantitativa. Segundo Silverman (2009), existem inúmeras
possibilidades de combinação destes métodos, como por exemplo, grupos focais (qualitativo) e
questionários (quantitativo).
Santos (2009, p.130) traz um esclarecimento que valida este pensamento:
Os delineamentos metodológicos modernamente incorporam diferentes
técnicas de coleta e análise de dados, integrando múltiplas estratégias de
pesquisa. Os fenômenos sociais apresentam diversas dimensões e interfaces e
sua adequada abordagem requer, com frequência, a integração de aspectos
subjetivos com determinantes estruturais ou contextuais mais abrangentes.
Desta forma, podem ser interligadas perspectivas macro e microsociais de
forma complementar, assim como, incorporar procedimentos mistos nas
etapas da coleta, processamento ou análise dos dados.
75
A combinação de diversas técnicas de pesquisa possibilita o desenvolvimento de
pesquisas sociais mais precisas e interessantes. O desenho multimétodo, com a
combinação de estratégias quali-quanti parece ser mais completo e efetivo do
que os realizados exclusivamente com uma das duas abordagens (SANTOS,
2009, p.130).
Um estudo de caso é uma pesquisa qualitativa e/ou quantitativa que tem como objeto o
estudo de uma unidade profundamente, seja ela um sujeito, um grupo de pessoas, uma
comunidade etc. (PRODANOV; FREITAS, 2013).
Os objetivos da pesquisa, bem como o acesso aos colaboradores da empresa selecionada
permitiram a realização de um levantamento de dados, pesquisa classificada como quantitativa.
Entretanto, segundo Martins (2008) um levantamento amostral e avaliação exclusivamente
quantitativa não permitem a penetração plena em uma realidade social mediante um mergulho
profundo e exaustivo em um objeto delimitado, o que é proporcionado pelo estudo de caso,
considerado como uma metodologia que na maioria dos estudos predomina a abordagem
qualitativa.
A existência de programas ambientais amplamente divulgados nos relatórios de
sustentabilidade facilita a obtenção de dados secundários, que foram utilizados na análise
qualitativa inicial feita para este estudo de caso. Complementando a etapa qualitativa da
pesquisa, foram realizadas entrevistas com os gestores dos três programas ambientais
selecionados para o estudo. Já para a fase quantitativa, procedeu-se uma pesquisa de campo,
que buscou identificar o nível de conhecimento, concordância e participação do público interno
nos programas ambientais, para comparar o discurso ambiental expresso nos relatórios de
sustentabilidade com a visão do público interno.
3.4.CASO EM ESTUDO
Selecionou-se como caso em estudo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de
São Paulo – SABESP, fundada em 1973 como sociedade de participação acionária (Governo do
Estado de São Paulo, acionistas privados e municípios). A companhia possui 15.109
colaboradores (efetivo de março de 2013), atuando em 363 municípios do Estado de São Paulo,
76
e abrangendo quase 70% de sua população urbana. Os principais serviços são fornecimento de
água, coleta e tratamento de esgotos (SABESP, 2013a; SABESP, 2013b).
A empresa conta com um patrimônio líquido de R$ 11,7 bilhões (Balanço 4º trimestre
de 2012) e está entre as cinco maiores empresas de saneamento, por número de clientes, ou
seja, é a maior empresa brasileira de saneamento neste quesito (SABESP, 2012b).
O recorte da pesquisa limitou-se à Diretoria de Sistemas Regionais (Diretoria R), que
abrange todos os municípios do interior paulista e litoral que são operados pela Sabesp,
totalizando 326 municípios dos 363 atendidos pela empresa (SABESP, 2013a). Em julho de
2013 a Diretoria R declarou um quadro funcional de 6.697 colaboradores (informação verbal) 1.
A definição do recorte para a pesquisa se deu pelos seguintes motivos: a) facilidade para
obter aprovação e apoio para realização da pesquisa por depender de aprovação de um único
diretor ao invés de toda a diretoria colegiada e presidência; e b) historicamente os programas
corporativos iniciam sua implantação pela região metropolitana de São Paulo, e geralmente
estão mais estruturados nesta região, de forma que interessou ao estudo avaliar como estão os
programas ambientais nos demais municípios, que costumam apresentar evolução incipiente
em alguns programas corporativos.
Os programas ambientais selecionados para o estudo foram o Programa 3Rs (Reduzir,
reutilizar e reciclar), o Programa de Educação Ambiental (PEA) e o Programa de Uso Racional
da Água (PURA).
3.5.DELINEAMENTO DA PESQUISA
A primeira fase da investigação utilizou-se da pesquisa qualitativa, por meio de uma
análise de dados secundários. Realizou-se uma pesquisa documental, para identificar os
programas ambientais divulgados pela empresa objeto do estudo em seu relatório de
1Número de colaboradores da Diretoria R: informação recebida verbalmente da área de Recursos Humanos da
Diretoria em18.jul.2013.
77
sustentabilidade, bem como informações publicadas em relatórios e artigos acadêmicos, e de
relatórios de sustentabilidade de outras empresas do setor de saneamento.
Ainda como parte da pesquisa qualitativa, foram conduzidas entrevistas com os gestores
dos três programas ambientais selecionados para estudo. Foram selecionados o Programa 3Rs
(Reduzir, reutilizar e reciclar), Programa de Educação Ambiental (PEA) e o Programa de Uso
Racional da Água (PURA), por serem os que em sua concepção são mais abrangentes.
O conceito do Programa 3Rs baseia-se nos conceitos de “reduzir, reutilizar e reciclar”.
Por meio da coleta seletiva da Sabesp foram recicladas 372 toneladas de materiais em 2012,
destinadas às cooperativas de catadores. Trata-se de um incremento de 30% nos resultados do
ano anterior. Desde 2008, quando foi criado o programa, realizaram-se cerca de 75 atividades
de sensibilização, entre visitas técnicas, treinamentos, e capacitação de multiplicadores locais
para atuarem na companhia, abrangeu-se um público aproximado de 1.200 empregados
próprios e terceirizados (SABESP, 2012a).
O Programa Corporativo de Educação Ambiental (PEA) tem por objetivo desenvolver
medidas que visam criar valores sociais, conhecimentos, habilidades e atitudes em prol de um
mundo sustentável. Desde 2007 mais de mil colaboradores foram treinados para disseminar a
cultura de saneamento ambiental. São contabilizados mais de 100 ações e projetos, podem ser
citadas visitas a estações de tratamento de água ou estações de tratamento de esgotos, com a
participação de estudantes e professores, em todo o estado, totalizando em 2012 1.474 visitas e
56.456 pessoas beneficiadas. Também são realizadas, dentro do PEA, palestras em escolas,
comunidades e empresas. Contabiliza-se em 2012 um público de 165.948 pessoas atendidas,
em 1.516 eventos (SABESP, 2012a).
O PURA é uma das principais ações dentro da estratégia da companhia de combate ao
desperdício de água, focando a economia de água em prédios públicos. O programa visa
sensibilizar os clientes quanto às dificuldades para prover água de qualidade e em volume
suficiente para atender às demandas crescentes da sociedade, promovendo assim o consumo
consciente. De 2008 a 2012 2,4 mil escolas, postos de saúde, hospitais e presídios foram
atendidas com ações de educação para o uso racional e intervenções físicas para troca de
equipamentos por outros cuja tecnologia gere economia de água, dentro do escopo do PURA.
78
Como resultados do programa, a companhia declara que conseguiu poupar um volume de água
capaz de abastecer uma população de 26 mil pessoas (SABESP, 2012a).
Estes três programas foram selecionados considerando que o escopo de cada um deles
permite sua aplicação a qualquer município operado pela Sabesp, enquanto que alguns outros
programas ambientais estão limitados a uma região específica, como o Projeto Tietê (grande
São Paulo) ou o Programa Onda Limpa (litoral paulista) (SABESP, 2012a).
Depois de realizar a entrevista com os gestores destes três programas, o estudo
prosseguiu com uma pesquisa quantitativa, por meio da realização de um levantamento com
colaboradores da empresa objeto do estudo de caso. Esta etapa de levantamento pretendeu
identificar a percepção dos colaboradores sobre os programas ambientais da empresa.
3.5.1. Constructo da Pesquisa
Serão apresentados os constructos (ou construtos), que são considerados pilares de
sustentação da pesquisa realizada. Para melhor compreensão do significado e importância do
termo constructo para a pesquisa científica, são apresentadas algumas definições.
Os constructos servem para atender a uma descrição mais adequada de um determinado
objeto. Trata-se de uma abstração considerada pelos cientistas sociais em suas teorias, passíveis
de serem observados e medidos (ENOKI et al., 2005).
Ao pesquisador é demandada a tradução do conceito teórico para a prática, no intuito de
explorar empiricamente a teoria. Esse processo se baseia em variáveis e fenômenos observáveis
e denomina-se construto da pesquisa (DUARTE et al., 2012).
Complementando esta definição, pode-se citar que “um constructo é uma variável -
conjunto de termos, de conceitos e de variáveis, isto é, uma definição operacional robusta que
busca representar empiricamente um conceito dentro de um específico quadro teórico”.
(MARTINS; THEÓPHILO, 2009, p. 35).
79
Elucidando e simplificando o que foi citado pelos outros autores, pode-se sintetizar com
a definição de que a ciência conceitua a realidade por meio de conceitos denominados
construtos. A diferença entre conceito e construto é que o construto é adotado conscientemente
com um significado específico, construído intencionalmente a partir da teoria, de forma
delimitada, observável e mensurável (PRODANOV; FREITAS, 2013).
Os constructos da pesquisa foram alinhados com as referências utilizadas, partindo-se
dos objetivos específicos definidos, e compilando-se em forma de quadro para facilitar a
compreensão. O Quadro 11 apresenta o constructo da pesquisa qualitativa, descreve os
objetivos específicos e a relação com as perguntas que compõem a pesquisa empírica
(entrevista com os gestores), e as referências.
Quadro 11: Constructo relacionado à pesquisa qualitativa realizada.
Objetivo
Específico
a) Gestor do Programa 3Rs (Reduzir, Reutilizar,
Reciclar) Referencial Teórico
b) Identificar as
ações de
Endomarketing®
da empresa
voltadas para a
disseminação dos
programas
ambientais para o
público interno.
c) Pesquisar a
percepção dos
colaboradores com
relação aos
programas
ambientais
divulgados pela
empresa estudada.
1 - Você acredita que os procedimentos e resultados dos
Programas ambientais da empresa são amplamente
divulgados e disponíveis para qualquer um que precise
acessar?
(WU; MELNYK;
CALANTONE, 2008)
2 - Quais as formas de divulgação? (CHINANDER, 2001; BEKIN,
2002)
3 - Você acredita que o Programa 3Rs é amplamente
divulgado e disponível a todos colaboradores da Sabesp?
(WU; MELNYK;
CALANTONE, 2008)
4 - Qual o principal objetivo da implementação do
Programa 3Rs? (SABESP, 2013c)
5 - Qual a importância do Programa 3Rs para a
comunidade interna da empresa?
(HOURNEAUX JUNIOR;
BARBOSA; KATZ,
2004;CACIOPPE; FORSTER;
FOX, 2008)
6 - Qual a importância do Programa 3Rs para a sociedade?
(NEJATI; GHASEMI; 2012;
CACIOPPE; FORSTER; FOX,
2008)
7 - Você acredita que o público interno da Sabesp participa
efetivamente do Programa 3Rs? (FUJII; TATSUO, 2012)
80
8 - Que tipo de prática ambiental você acredita que pode
ser melhorada na empresa? De que forma?
(WU; MELNYK;
CALANTONE,
2008;CHINANDER,
2001;RONNENBERG;
GRAHAM; MAHMOODI,
2011; CANTOR; MORROW;
MONTABON, 2012a;
RANGARAJAN; RAHM,
2011; RAMUS; MONTIEL,
2005;CLARK, 2001)
9 – Na sua opinião, qual a percepção do colaborador
interno em relação ao Programa 3Rs? (PRADO; ISTILLI, 2002;
MALHOTRA, 2006)
Objetivo
Específico b) Gestor do Programa de Educação Ambiental (PEA) Referencial Teórico
b) Identificar as
ações de
Endomarketing®
da empresa
voltadas para a
disseminação dos
programas
ambientais para o
público interno.
c) Pesquisar a
percepção dos
colaboradores com
relação aos
programas
ambientais
divulgados pela
empresa estudada.
1 - Você acredita que os procedimentos e resultados dos
Programas ambientais da empresa são amplamente
divulgados e disponíveis para qualquer um que precise
acessar?
(WU; MELNYK;
CALANTONE, 2008)
2 - Quais as formas de divulgação? (CHINANDER, 2001; BEKIN,
2002)
3 - Você acredita que o Programa de Educação Ambiental
é amplamente divulgado e disponível a todos
colaboradores da Sabesp?
(WU; MELNYK;
CALANTONE, 2008)
4 - Qual o principal objetivo da implementação do
Programa de Educação Ambiental? (SABESP, 2013c)
5 - Qual a importância do Programa de Educação
Ambiental para a comunidade interna da empresa?
(HOURNEAUX JUNIOR;
BARBOSA; KATZ,
2004;CACIOPPE; FORSTER;
FOX, 2008)
6 - Qual a importância do Programa de Educação
Ambiental para a sociedade?
(NEJATI; GHASEMI; 2012;
CACIOPPE; FORSTER; FOX,
2008)
7 - Você acredita que o público interno da Sabesp participa
efetivamente do Programa de Educação Ambiental? (FUJII; TATSUO, 2012)
8 - Que tipo de prática ambiental você acredita que pode
ser melhorada na empresa? De que forma?
(WU; MELNYK;
CALANTONE,
2008;CHINANDER,
2001;RONNENBERG;
GRAHAM; MAHMOODI,
2011; CANTOR; MORROW;
MONTABON, 2012a;
RANGARAJAN; RAHM,
2011; RAMUS; MONTIEL,
2005;CLARK, 2001)
9 – Na sua opinião, qual a percepção do colaborador
interno em relação ao Programa de Educação Ambiental? (PRADO; ISTILLI, 2002;
MALHOTRA, 2006)
Objetivo
Específico
c) Gestor do Programa de Uso Racional da Água
(PURA) Referencial Teórico
b) Identificar as
ações de
Endomarketing®
da empresa
1 - Você acredita que os procedimentos e resultados dos
Programas ambientais da empresa são amplamente
divulgados e disponíveis para qualquer um que precise
acessar?
(WU; MELNYK;
CALANTONE, 2008)
81
voltadas para a
disseminação dos
programas
ambientais para o
público interno.
c) Pesquisar a
percepção dos
colaboradores com
relação aos
programas
ambientais
divulgados pela
empresa estudada.
2 - Quais as formas de divulgação? (CHINANDER, 2001; BEKIN,
2002)
3 - Você acredita que o Programa de Uso Racional da
Água é amplamente divulgado e disponível a todos
colaboradores da Sabesp?
(WU; MELNYK;
CALANTONE, 2008)
4 - Qual o principal objetivo da implementação do
Programa de Uso Racional da Água? (SABESP, 2013c)
5 - Qual a importância do Programa de Uso Racional da
Água para a comunidade interna da empresa?
(HOURNEAUX JUNIOR;
BARBOSA; KATZ,
2004;CACIOPPE; FORSTER;
FOX, 2008)
6 - Qual a importância do Programa de Uso Racional da
Água para a sociedade?
(NEJATI; GHASEMI; 2012;
CACIOPPE; FORSTER; FOX,
2008)
7 - Você acredita que o público interno da Sabesp participa
efetivamente do Programa de Uso Racional da Água? (FUJII; TATSUO, 2012)
8 - Que tipo de prática ambiental você acredita que pode
ser melhorada na empresa? De que forma?
(WU; MELNYK;
CALANTONE,
2008;CHINANDER,
2001;RONNENBERG;
GRAHAM; MAHMOODI,
2011; CANTOR; MORROW;
MONTABON, 2012a;
RANGARAJAN; RAHM,
2011; RAMUS; MONTIEL,
2005;CLARK, 2001)
9 – Na sua opinião, qual a percepção do colaborador
interno em relação ao Programa de Uso Racional da
Água?
(PRADO; ISTILLI, 2002;
MALHOTRA, 2006)
Fonte: Elaborado pela autora
Da mesma forma que para a pesquisa qualitativa, na sequência é apresentado o
constructo referente à pesquisa quantitativa. O Quadro 12 descreve os objetivos específicos
relacionados com perguntas utilizadas no questionário, apontando também o referencial teórico
associado.
82
Quadro 12: Constructo relacionado à pesquisa quantitativa realizada.
RESPONDA SEU NÍVEL DE CONCORDÂNCIA COM AS AFIRMAÇÕES QUE SEGUEM
UTILIZANDO UMA ESCALA DE 1 A 5 :
1.Discordo totalmente; 2. Discordo parcialmente; 3.Não discordo nem concordo;
4. Concordo parcialmente; 5. Concordo Totalmente.
(Likert, 1932; Marques, 2010)
BLOCO 1 - CONDUTA AMBIENTAL DO INDIVÍDUO
Objetivo
Específico Pergunta Referencial Teórico
d)
Car
acte
riza
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rado
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com
rela
ção
à
resp
on
sab
ilid
ade
amb
ien
tal.
1 Gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis.
(ROBERTSON e
BARLING, 2013); (SMITH
e TERRY, 2012)
2 Estou disposto a me empenhar muito para que as iniciativas
ambientais tenham sucesso. (CANTOR et al., 2012b)
3 Eu me considero ambientalmente responsável. (CLARK, 2001)
BLOCO 2 - CONDUTA AMBIENTAL DA EMPRESA
Objetivo
Específico Pergunta Referencial Teórico
b)
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est
ud
ada.
1 Tenho recebido treinamento relacionado às questões
ambientais.
(CANTOR, MORROW e
MONTABON, 2012a);
(RONNENBERG,
GRAHAM e
MAHMOODI, 2011);
(RANGARAJAN e RAHM,
2011); (RAMUS e
MONTIEL, 2005);
(CLARK, 2001)
2
As ações ambientais dos funcionários são avaliadas
formalmente como parte de sua avaliação de desempenho
anual.
(RANGARAJAN e RAHM,
2011)
3
Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar
com seus superiores sobre qualquer assunto relacionado às
iniciativas ambientais.
(RANGARAJAN e RAHM,
2011)
83
4 A consciência ambiental é uma questão de preocupação
prioritária na empresa.
(CLARK, 2001);
(RONNENBERG,
GRAHAM e
MAHMOODI, 2011); (WU,
MELNYK e
CALANTONE, 2008);
SMITH; TERRY, 2012
5
Conheço alguma ação comunicação interna da empresa
voltada para a disseminação dos programas ambientais para
os colaboradores.
(BEKIN, 2002); (BEKIN,
1995); (BRUM, 1994);
(CERQUEIRA, 1994);
(GRAZIANO, 2011)
6
Com que frequência você consulta as ferramentas de
disseminação das informações da empresa?
(Pontue cada uma das opções de 1 à 5 para a frequência que
utiliza: 1= Nunca 2= Poucas vezes 3= Algumas vezes 4=
Muitas vezes 5= Sempre)
( ) Portal na Intranet
( ) Informativos por e-mail
( ) Mural
( ) Site da Sabesp (www.sabesp.com.br)
( ) Relatório de Sustentabilidade
(CHINANDER, 2001);
(BEKIN, 2002); (MATOS e
FLEITH, 2006); (FLEITH e
ALENCAR, 2008);
(GONÇALVES, FLEITH e
LIBÓRIO, 2011)
7
Considero as ferramentas corporativas de comunicação
interna / disseminação de informações da companhia
eficientes.
(CHINANDER, 2001);
(BEKIN, 2002)
8 A participação dos funcionários nas questões ambientais é
intensa. (FUJII; TATSUO, 2012)
BLOCO 3 - PROGRAMAS AMBIENTAIS DA EMPRESA
3.1 PROGRAMA SABESP 3RS (Reduzir, Reutilizar, Reciclar)
Objetivo
Específico Pergunta Referencial Teórico
b)
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1
Qual o seu grau de envolvimento com o PROGRAMA
SABESP 3RS?
1= Não conheço
2= Já ouvi falar
3= Conheço mas não participo
4= Participo ou participei brevemente
5= Participo ou participei ativamente
(HUNTON-CLARKE et
al., 2002; ROTHENBERG,
2003)
Com relação ao PROGRAMA SABESP 3Rs, indique seu grau de concordância com as
afirmações abaixo (1 Discordo totalmente, 2 Discordo parcialmente, 3 Não discordo nem
concordo, 4 concordo parcialmente, 5 concordo totalmente):
2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o
programa.
(RONNENBERG;
GRAHAM; MAHMOODI,
2011)
3 A alta administração suporta totalmente a implementação
de ações do programa.
(RONNENBERG;
GRAHAM; MAHMOODI,
2011; FUJII; TATSUO,
2012)
4 Os procedimentos do programa são amplamente
divulgados.
(WU; MELNYK;
CALANTONE, 2008)
84
5 Os resultados do programa são amplamente divulgados. (WU; MELNYK;
CALANTONE, 2008)
6
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar
conscientização extensa a toda empresa quanto aos
problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas
ao programa.
(WU; MELNYK;
CALANTONE, 2008)
7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos
necessários para o programa.
(CANTOR; MORROW;
MONTABON, 2012a;
RONNENBERG;
GRAHAM; MAHMOODI,
2011; RANGARAJAN;
RAHM, 2011; RAMUS;
MONTIEL, 2005; CLARK,
2001)
8
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos,
competências e habilidades necessários para a
implementação do programa.
(RONNENBERG,
GRAHAM e
MAHMOODI, 2011)
9 O programa é importante para a comunidade interna da
empresa.
(HOURNEAUX JUNIOR;
BARBOSA; KATZ, 2004;
CACIOPPE; FORSTER;
FOX, 2008)
10 O programa é importante para a sociedade.
(NEJATI; GHASEMI,
2012;
CACIOPPE; FORSTER;
FOX, 2008)
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.
11
O que poderia ser melhorado no PROGRAMA SABESP
3RS? (assinale todas que concordar)
( ) divulgação do programa
( ) divulgação dos resultados do programa
( ) disponibilização de informações / materiais
( ) treinamento dos colaboradores
( ) incentivo por parte dos gestores
( ) suporte por parte da alta administração
( ) criação de recompensas / incluir na avaliação
( ) Outro: _____________________________
( ) Nada ( ) Não sei
(WU; MELNYK;
CALANTONE, 2008;
CHINANDER, 2001;
RONNENBERG;
GRAHAM; MAHMOODI,
2011; CANTOR;
MORROW; MONTABON,
2012a; RANGARAJAN;
RAHM, 2011; RAMUS;
MONTIEL, 2005;CLARK,
2001)
3.2 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (PEA)
Objetivo
Específico Pergunta Referencial Teórico
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a. 1
Qual o seu grau de envolvimento com o PROGRAMA DE
EDUCAÇÃO AMBIENTAL?
1= Não conheço
2= Já ouvi falar
3= Conheço mas não participo
4= Participo ou participei brevemente
5= Participo ou participei ativamente
(HUNTON-CLARKE et
al., 2002; ROTHENBERG,
2003)
Com relação ao PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, indique seu grau de
concordância com as afirmações abaixo (1 Discordo totalmente, 2 Discordo parcialmente, 3
Não discordo nem concordo, 4 concordo parcialmente, 5 concordo totalmente):
85
2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o
programa.
(RONNENBERG;
GRAHAM; MAHMOODI,
2011)
3 A alta administração suporta totalmente a implementação
de ações do programa.
(RONNENBERG;
GRAHAM; MAHMOODI,
2011; FUJII; TATSUO,
2012)
4 Os procedimentos do programa são amplamente
divulgados.
(WU; MELNYK;
CALANTONE, 2008)
5 Os resultados do programa são amplamente divulgados. (WU; MELNYK;
CALANTONE, 2008)
6
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar
conscientização extensa a toda empresa quanto aos
problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas
ao programa.
(WU; MELNYK;
CALANTONE, 2008)
7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos
necessários para o programa.
(CANTOR; MORROW;
MONTABON, 2012a;
RONNENBERG;
GRAHAM; MAHMOODI,
2011; RANGARAJAN;
RAHM, 2011; RAMUS;
MONTIEL, 2005; CLARK,
2001)
8
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos,
competências e habilidades necessários para a
implementação do programa.
(RONNENBERG,
GRAHAM e
MAHMOODI, 2011)
9 O programa é importante para a comunidade interna da
empresa.
(HOURNEAUX JUNIOR;
BARBOSA; KATZ, 2004;
CACIOPPE; FORSTER;
FOX, 2008)
10 O programa é importante para a sociedade.
(NEJATI; GHASEMI, 2012;
CACIOPPE; FORSTER;
FOX, 2008)
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.
11
O que poderia ser melhorado no PROGRAMA DE
EDUCAÇÃO AMBIENTAL?
(assinale todas que concordar)
( ) divulgação do programa
( ) divulgação dos resultados do programa
( ) disponibilização de informações / materiais
( ) treinamento dos colaboradores
( ) incentivo por parte dos gestores
( ) suporte por parte da alta administração
( ) criação de recompensas / incluir na avaliação
( ) Outro: _____________________________
( ) Nada ( ) Não sei
(WU; MELNYK;
CALANTONE, 2008;
CHINANDER, 2001;
RONNENBERG;
GRAHAM; MAHMOODI,
2011; CANTOR;
MORROW; MONTABON,
2012a; RANGARAJAN;
RAHM, 2011; RAMUS;
MONTIEL, 2005;CLARK,
2001)
3.2 PROGRAMA DE USO RACIONAL DA ÁGUA (PURA)
Objetivo
Específico Pergunta Referencial Teórico
86
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1
Qual o seu grau de envolvimento com o PROGRAMA DE
USO RACIONAL DA ÁGUA?
1= Não conheço
2= Já ouvi falar
3= Conheço mas não participo
4= Participo ou participei brevemente
5= Participo ou participei ativamente
(HUNTON-CLARKE et
al., 2002; ROTHENBERG,
2003)
Com relação ao PROGRAMA DE USO RACIONAL DA ÁGUA, indique seu grau de
concordância com as afirmações abaixo (1 Discordo totalmente, 2 Discordo parcialmente, 3
Não discordo nem concordo, 4 concordo parcialmente, 5 concordo totalmente):
2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o
programa.
(RONNENBERG;
GRAHAM; MAHMOODI,
2011)
3 A alta administração suporta totalmente a implementação
de ações do programa.
(RONNENBERG;
GRAHAM; MAHMOODI,
2011; FUJII; TATSUO,
2012)
4 Os procedimentos do programa são amplamente
divulgados.
(WU; MELNYK;
CALANTONE, 2008)
5 Os resultados do programa são amplamente divulgados. (WU; MELNYK;
CALANTONE, 2008)
6
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar
conscientização extensa a toda empresa quanto aos
problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas
ao programa.
(WU; MELNYK;
CALANTONE, 2008)
7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos
necessários para o programa.
(CANTOR; MORROW;
MONTABON, 2012a;
RONNENBERG;
GRAHAM; MAHMOODI,
2011; RANGARAJAN;
RAHM, 2011; RAMUS;
MONTIEL, 2005; CLARK,
2001)
8
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos,
competências e habilidades necessários para a
implementação do programa.
(RONNENBERG;
GRAHAM; MAHMOODI,
2011)
9 O programa é importante para a comunidade interna da
empresa.
(HOURNEAUX JUNIOR;
BARBOSA; KATZ,
2004;CACIOPPE;
FORSTER; FOX, 2008)
10 O programa é importante para a sociedade.
(NEJATI; GHASEMI, 2012;
CACIOPPE; FORSTER;
FOX, 2008)
87
e) I
den
tifi
car
jun
to a
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tais
da
com
pan
hia
.
11
O que poderia ser melhorado no PROGRAMA DE USO
RACIONAL DA ÁGUA (PURA)?
(assinale todas que concordar)
( ) divulgação do programa
( ) divulgação dos resultados do programa
( ) disponibilização de informações / materiais
( ) treinamento dos colaboradores
( ) incentivo por parte dos gestores
( ) suporte por parte da alta administração
( ) criação de recompensas / incluir na avaliação
( ) Outro: _____________________________
( ) Nada ( ) Não sei
(WU; MELNYK;
CALANTONE, 2008;
CHINANDER, 2001;
RONNENBERG;
GRAHAM; MAHMOODI,
2011; CANTOR;
MORROW; MONTABON,
2012a; RANGARAJAN;
RAHM, 2011; RAMUS;
MONTIEL, 2005;CLARK,
2001)
PERGUNTAS DE CARÁTER GERAL / PERFIL DO RESPONDENTE:
Sexo: ( ) M ( ) F
(NEJATI e GHASEMI,
2012); (CLARK, 2001);
(ROBERTSON e
BARLING, 2013);
(CANTOR, MORROW e
MONTABON, 2012a)
Idade: ( ) Até 25 anos ( ) de 26 a 35 ( ) de 36 a 45 anos
( ) de 46 a 55 ( ) Acima de 55 anos
(ROBERTSON e
BARLING, 2013); (BELL,
2008); (CANTOR,
MORROW e
MONTABON, 2012a)
Escolaridade
(último nível
concluído):
( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino médio
( ) Ensino superior ( ) Pós-graduação
(RANGARAJAN e RAHM,
2011)
Qual dos cargos / níveis hierárquicos abaixo melhor descreve sua posição atual?
( ) Gerencial ( ) Líder, gestor ou encarregado
( ) Administrativo ( ) Manutenção ou apoio ( ) Operacional
(CLARK, 2001)
Qual sua Unidade de negócio?
( )R ( )RA ( )RB ( )RE ( )RG ( )RJ ( )RM ( )RN
( )RO ( )RR )RS ( )RT ( )RV
(CLARK, 2001);
(RANGARAJAN e RAHM,
2011)
Tempo de
Empresa:
( ) Menos que 2 anos ( ) de 2 a 5 anos
( ) de 6 a 10 anos ( ) de 11 a 20 anos
( ) mais que 20 anos
(NEJATI e GHASEMI,
2012)
Fonte: Elaborado pela autora
3.5.2. Coleta de dados – Fontes de evidências
As evidências para um estudo de caso podem ser coletadas por diversas maneiras, como
por exemplo, entrevistas individuais, grupos focais e questionários. Utilizar a estratégia de
estudo de caso serve para analisar em profundidade o objeto estudado, possibilitando a
88
generalização teórica, enquanto que os resultados de uma survey permitem maior generalização
dos dados (TANURE; EVANS; CANÇADO, 2010).
Malhotra (2006, p.181) especifica os métodos de levantamento ou de comunicação:
[...] podem ser classificados conforme o modo de administração, como
entrevistas telefônicas tradicionais, entrevistas telefônicas assistidas por
computador, entrevistas pessoais nas residências, entrevistas em shopping
centers, entrevistas pessoais assistidas por computador, entrevistas por
correio, painéis postais, levantamentos por e-mail e pela Internet.
Malhotra ainda esclarece que o método de levantamento pressupõe um questionário
estruturado respondido pelos entrevistados para elucidar informações específicas. Trata-se
então de um método de coleta baseado no interrogatório dos participantes com relação a
comportamentos, intenções, atitudes, percepção, motivações e características demográficas e de
estilo de vida. A formulação das perguntas e obtenção das respostas pode ser verbal, por escrito
ou informatizada. Utilizar um questionário estruturado tem por objetivo padronizar o processo
de coleta de dados. A coleta de dados estruturada contempla a elaboração de um questionário
formal e a condução dos questionamentos seguindo uma ordem pré-determinada
(MALHOTRA, 2006).
3.5.2.1.Levantamento de Dados Qualitativos
A fase qualitativa da pesquisa iniciou na análise documental dos relatórios de
sustentabilidade das empresas de saneamento básico, identificando-se assim os principais
programas ambientais da empresa selecionada como objeto do estudo de caso e em seguida
foram conduzidas entrevistas com os gestores dos programas ambientais.
A pesquisa documental utiliza como fonte dados secundários, que podem ser
encontrados junto à empresa estudada. São dados que já foram coletados, tabulados, ordenados,
sistematizados e, algumas vezes, já analisados. Alguns exemplos são os relatórios e manuais da
organização, e inclusive as publicações externas (ZANELLA, 2009).
A modalidade de entrevista definida para este trabalho é a semiestruturada, por apresentar
a possibilidade de reduzir o tempo da entrevista, evitando divagação por assuntos que não
89
contribuam com os objetivos do estudo, garantindo também uma estrutura minimamente
padronizada para que entrevistas distintas possam ser comparadas (SILVA, 2009).
Numa entrevista semiestruturada “o entrevistador dispõe de um roteiro-guia (ou uma
pauta), no entanto, não necessariamente segue a ordem determinada no roteiro, se oportuno,
inclui novos questionamentos durante o encontro, mas nunca perdendo os objetivos da
investigação” (ZANELLA, 2009, p. 119).
Yin (2010) apresenta esta modalidade de entrevista como entrevista focada, porém com
as mesmas características: o pesquisado é entrevistado por cerca de uma hora, conduzida por
questões do protocolo do estudo de caso, podendo, entretanto assumir um caráter mais aberto e
conversacional.
O roteiro de entrevista teve como base o constructo apresentado no Quadro 12.
3.5.2.2.Levantamento de Dados Quantitativos
Dentre as possibilidades de levantamento de dados por métodos eletrônicos estão o e-
mail e os ministrados pela Internet. Dentre as vantagens que o levantamento via Internet
apresenta frente ao levantamento por e-mail, destaca-se a possibilidade de direcionar
corretamente o respondente a uma resposta única ou múltipla dependendo do que é pretendido
naquela determinada questão, de forma que o formulário de pesquisa seja um facilitador ao
respondente (MALHOTRA, 2006).
A pesquisa empírica foi realizada utilizando um instrumento de coleta de dados
estruturado, com a maior parte das questões escalonada por escala Likert, e algumas de
múltipla escolha (LIKERT, 1932; MARTINS; LINTZ, 2010).
O escalonamento tipo Likert permite ao respondente atribui sua concordância ou
discordância com uma afirmação, indicando assim um nível de concordância ou discordância.
O objetivo deste tipo de escala é aferir a intensidade de aprovação ou reprovação do objeto
pesquisado (LIKERT, 1932).
90
Pereira (2004, p.65) justifica a aplicabilidade da escala Likert com o fato de que “ela
tem uma relação adequada entre a precisão e acurácia da mensuração.” O autor salienta que a
estratégia da representação aritmética de um evento qualitativo favorece o processamento a
análise, porém ressalta que é requerido do pesquisador retornar ao significado original de suas
medidas (PEREIRA, 2004).
Já as questões de múltipla escolha são aquelas que apresentam várias alternativas de
resposta, podendo ter resposta única, ou algumas vezes, permitindo ao respondente escolher
mais de uma alternativa (MARTINS; LINTZ, 2010).
Dentre os métodos de coleta de dados disponíveis, as entrevistas pessoais apresentam
índices de respostas na faixa de 80%, enquanto que os levantamentos telefônicos oscilam entre
60 e 80%, e os levantamentos postais geralmente apresentam resposta inferior a 15% quando
não existe nenhum contato antes ou depois do envio da pesquisa (MALHOTRA, 2006).
Considerando as restrições de tempo e recursos financeiros para pesquisar uma amostra
estatisticamente representativa pessoalmente ou por telefone, decidiu-se por encaminhar o link
do questionário por e-mail aos respondentes. As enquetes eletrônicas autorrespondidas
apresentam-se como uma forma de coleta de dados produtiva e de baixo investimento de tempo
e dinheiro, sejam elas enviadas por e-mail ou hospedadas em sites de survey (SANTOS, 2009).
Considerando a possibilidade de baixo índice de resposta do levantamento por e-mail,
realizou-se uma divulgação da pesquisa (contato prévio). Previu-se a possibilidade de enviar e-
mails posteriores aos que ainda não tenham respondido, no caso de constatação de baixo índice
de resposta ao e-mail inicial, enfatizando a relevância da pesquisa e a importância de cada
resposta individualmente. Certificou-se que também que o tamanho da amostra necessária para
que a pesquisa seja estatisticamente representativa é inferior ao nível de resposta esperado
enviando-se a pesquisa a toda a população.
Num trabalho similar, identificou-se uma estratégia semelhante à escolhida para esta
investigação, conforme descrito a seguir:
Os empregados selecionados aleatoriamente para participar da pesquisa
receberam um e-mail assinado pela direção da empresa, conforme modelo
elaborado pelos pesquisadores, informando que haviam sido selecionados para
a pesquisa e que, em breve, seriam contatados para realização da pesquisa,
91
sem intermediação da empresa. A partir de então, todo o contato com os
participantes foi feito diretamente pelos pesquisadores. Os empregados
receberam um e-mail com informações sobre a pesquisa, uma senha de acesso
e o endereço de acesso ao site em que o questionário poderia ser acessado
(FURTADO, 2006, p. 74).
Como exemplo de bons resultados, o trabalho citado alcançou um ótimo índice de
resposta, uma vez que a empresa em questão possuía 541 empregados, dos quais foram
selecionados aleatoriamente 400, aos quais foi disponibilizado o questionário de forma
eletrônica. Foram obtidas respostas de 197 (uma amostra de 34,2% dos empregados), e destes
185 concordaram em participar dessa pesquisa (FURTADO, 2006).
Mesmo contando com o respaldo da diretoria para a realização da pesquisa, identificou-
se um desafio a ser vencido: o de atingir uma amostra estatisticamente representativa.
Considerando que a resposta ao questionário é voluntária, considerou-se o risco de baixa
adesão dos pesquisados. Visando superar esta barreira, conseguiu-se junto à diretoria apoio
para divulgar a pesquisa – por e-mail, pela Intranet e pelo jornal mural. Desta forma foi
possível ressaltar a importância do trabalho para a Sabesp e para seus colaboradores,
incentivando a participação. A alta administração também se predispôs a desenvolver um
trabalho junto a todos os superintendentes, para que estes comuniquem aos gerentes,
encarregados e gestores, e estes últimos disseminem junto aos seus colaboradores a importância
de responder à pesquisa. Considerou-se ainda uma alternativa de, no caso de ainda assim o
nível de resposta ser baixo, complementar a pesquisa aplicando o mesmo questionário
pessoalmente. Esta alternativa não foi necessária pois o nível de resposta obtido atendeu à
quantidade necessária para que fosse estatisticamente representativo.
Determinou-se no cronograma que o período de coleta de dados seria de setembro a
outubro de 2013, pois pretendendo-se obter uma amostra representativa da população, o
número de respondentes mínimo a ser atingido poderia não ser obtido em um período muito
curto de tempo.
O questionário teve como base o constructo apresentado no quadro 12.
92
3.5.2.3.Sujeitos da Pesquisa
Para a pesquisa qualitativa, foram definidos sujeitos da pesquisa os gestores
responsáveis por cada um dos programas selecionados para o estudo, descritos no quadro 13.
Quadro13: Sujeitos da pesquisa qualitativa
Programa Entrevistado Tempo de
Empresa Formação Cargo Unidade
3Rs E1 35 anos Química Gestora do Programa 3Rs TAD12
PEA E2 32 anos Biologia
Gerente de Educação e
Desenvolvimento Ambiental
/Gestor do PEA
TAD12
PURA E3 19 anos Engenharia Gestor do Programa PURA MEE
Fonte: Elaborado pela autora
A esta população, composta pelos três gestores indicados, conduziram-se as entrevistas
semiestruturadas.
Para a pesquisa quantitativa, tomaram-se como universo do estudo todos os
colaboradores da Sabesp, distribuídos ao longo dos 363 municípios operados pela companhia
no estado de São Paulo. Determinou-se uma população de estudo correspondente aos
colaboradores da Diretoria R, conforme definição do recorte já explanada. Para determinar a
amostra, não houve distinção por características pessoais, setor de trabalho, nem nível
hierárquico, inclusive porque a intenção foi obter-se uma amostra representativa da população.
Para melhor compreensão da área geográfica abrangida pelo estudo, apresenta-se o
quadro 14 com todos os municípios englobados pela Diretoria de Sistemas Regionais da
Sabesp, e seu agrupamento por unidades de negócio / bacias hidrográficas. As
superintendências não englobadas no quadro são áreas funcionais, e ficam no município de São
Paulo.
93
Quadro 14: Abrangência geográfica das Unidades de Negócio da Diretoria R
Sigla
da
UN
Descrição da
Unidade de
Negócio
(por bacias)
Abrangência (municípios)
RA
Unidade de
Negócio Alto
Paranapanema
Águas de Santa Bárbara, Alambari, Alvinlândia, Angatuba, Arandu, Avaré, Barão de
Antonina, Bernardino de Campos, Bom Sucesso de Itararé, Buri, Campina do Monte Alegre,
Capão Bonito,Coronel Macedo, Duartina, Espírito Santo do Turvo, Fartura, Fernão, Gália,
Guapiara, Guareí, Iaras,Itaberá, Itaí, Itapetininga, Itapeva, Itaporanga, Itararé,
Lucianópolis,Lupércio, Nova Campina, Óleo,Paranapanema, Paulistânia, Pilar do Sul, Piraju,
Ribeirão Branco, Ribeirão do Sul, Ribeirão Grande,Riversul, Santa Cruz do Rio Pardo, São
Miguel Arcanjo, Sarapuí, Sarutaiá, Taguaí,Taquarituba,Taquarivaí, Timburi e Ubirajara.
RB
Unidade de
Negócio Baixo
Paranapanema
Adamantina, Alfredo Marcondes, Álvares Machado, Álvaro de Carvalho, Anhumas, Arco
Íris, Assis, Bastos, Borá, Caiabu, Cruzália, Echaporã, Emilianópolis, Estrela do Norte,
Euclides da Cunha Paulista, Flora Rica, Flórida Paulista, Florínea, Gabriel Monteiro, Iacri,
Inúbia Paulista, Lucélia, Luiziânia, Lutécia, Marabá Paulista, Maracaí, Mariápolis, Mirante
do Paranapanema, Narandiba, Nova Guataporanga, Oriente, Oscar Bressane, Osvaldo Cruz,
Parapuã, Paraguaçu Paulista, Pedrinhas Paulista, Piacatu, Piquerobi, Pirapózinho, Platina,
Pracinha, Presidente Bernardes, Presidente Epitácio, Presidente Prudente, Quatá, Queiróz,
Quintana, Regente Feijó, Ribeirão dos Índios, Rosana, Sagres, Salmourão, Sandovalina,
Santa Mercedes, Santo Anastácio, Santo Expedito, Santópolis do Aguapeí, Taciba, Tarabaí,
Tarumã, Teodoro Sampaio e Tupã.
RG
Unidade de
Negócio Pardo e
Grande
Águas da Prata, Altair, Buritizal, Cajuru, Cássia dos Coqueiros, Colômbia,
Divinolândia, Espírito Santo do Pinhal, Franca, Guariba, Icém, Igarapava, Itirapuã,
Itobi, Jaborandi, Jeriquara, Miguelópolis, Mocóca, Pedregulho, Restinga, Ribeirão
Corrente, Rifaina, Santa Cruz da Esperança, Santa Rosa do Viterbo, Santo Antonio do
Jardim, São João da Boa Vista, Serra Azul, Serra Negra e Terra Roxa.
RJ
Unidade de
Negócio
Capivari/
Jundiaí
Cabreúva, Campo Limpo Paulista, Elias Fausto, Hortolândia, Itatiba, Itupeva, Jarinú,
Mombuca, Monte Mor, Morungaba, Paulínia e Várzea Paulista.
RM
Unidade de
Negócio Médio
Tietê
Águas de São Pedro, Agudos, Alumínio, Anhembi, Araçariguama, Araçoiaba da Serra,
Arealva, Areiópolis, Bocaina, Bofete, Boituva, Boracéia, Botucatu, Capela do Alto,
Cesário Lange, Charqueada,Conchas, Dourado, Ibiúna, Iperó, Itatinga, Laranjal
Paulista, Macatuba, Pardinho, Pederneiras, Piedade, Porangaba, Pratânia, Quadra, Salto
de Pirapora, Santa Maria da Serra, São Manuel, São Roque, Tatuí e Torre de Pedra.
RN
Unidade de
Negócio Litoral
Norte
Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba.
RR
Unidade de
Negócio Vale
do Ribeira
Apiaí, Barra do Chapéu, Barra do Turvo, Cajati, Cananéia, Eldorado, Iguape, Ilha
Comprida, Iporanga, Itaóca, Itapirapuã Paulista, Itariri, Jacupiranga, Juquiá, Juquitiba,
Miracatu, Pariquera-Açu, Pedro de Toledo, Registro, Ribeira, São Lourenço da Serra,
Sete Barras e Tapiraí
RS
Unidade de
Negócio
Baixada Santista
Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São
Vicente.
94
Sigla
da
UN
Descrição da
Unidade de
Negócio
(por bacias)
Abrangência (municípios)
RT
Unidade de
Negócio Baixo
Tietê e Grande
Adolfo, Alto Alegre, Álvares Florence, Aparecida d‟Oeste, Aspásia, Auriflama, Avaí,
Balbinos, Bento de Abreu, Brejo Alegre, Cajobi, Cândido Rodrigues, Cardoso, Catiguá,
Coroados, Dirce Reis, Dolcinópolis, Embaúba, Estrela d‟Oeste, Fernando Prestes,
Fernandópolis, Floreal, Gastão Vidigal, General Salgado, Guarani d‟Oeste, Guzolândia, Ibirá,
Indiaporã, Irapuã, Jales, Lins, Lourdes, Macedônia, Magda, Marinópolis, Meridiano,
Mesópolis, Mira Estrela, Monções, Monte Alto, Monte Aprazível, Nhandeara, Nipoã, Nova
Canaã Paulista, Nova Granada, Nova Luzitânia, Novo Horizonte, Onda Verde, Orindiúva,
Ouroeste, Palmares Paulista, Palmeira d‟Oeste, Paranapuã, Paulo de Faria, Pedranópolis,
Piratininga, Planalto, Poloni, Pongaí, Pontalinda, Pontes Gestal, Populina, Presidente Alves,
Riolândia, Rubiácea, Rubinéia, Santa Albertina, Santa Clara d‟Oeste, Santa Ernestina, Santa
Salete, Santana da Ponte Pensa, São Francisco, São João das Duas Pontes, Sebastianópolis do
Sul, SudMenucci, Três Fronteiras, Turiúba, Turmalina, União Paulista, Urânia, Uru, Valentim
Gentil, Vitória Brasil e Zacarias.
RV
Unidade de
Negócio Vale
do Paraíba
Arapeí, Bananal, Caçapava, Cachoeira Paulista, Campos do Jordão, Canas, Guararema,
Igaratá, Jambeiro, Lagoinha, Lavrinhas, Lorena, Monteiro Lobato, Pindamonhangaba,
Queluz, Redenção da Serra, Roseira, Santo Antonio do Pinhal, São Bento do Sapucaí,
São José dos Campos, São Luiz do Paraitinga, Silveiras, Taubaté e Tremembé.
Fonte: Adaptado de Sabesp (2014a).
O organograma da Diretoria R, que representa a hierarquia e distribuição das unidades
dentro da diretoria, é representado na Figura 4.
95
Figura 4: Organograma da Diretoria de Sistemas Regionais – R
Fonte: Adaptado de Sabesp (2014b).
EMPREENDIMENTOS SUDESTE
EMPREENDIMENTOS CENTRO
EMPREENDIMENTOS NOROESTE
EMPREENDIMENTOS NORDESTE
EMPREENDIMENTOS NORTE
GESTÃO DE LICITAÇÕES
REA
SUPORTE TÉCNICO E QUALIDADE DA IMPLANTAÇÃO
REQ
EMPREENDIMENTOS SUL
PLANEJAMENTO E CONTROLE
REC
PROJETOS E LICENCIAMENTO
AMBIENTAL REP
DIRETORIA DE SISTEMAS REGIONAIS
R
ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO
RFF
CONTROLADORIA E PLANEJAMENTO
INTEGRADO
RCC
CONTROLE SANITÁRIO E AMBIENTAL
ROA
COMERCIAL
ROC
CONTROLE DE PERDAS E
PLANEJAMENTO OPERACIONAL
ROP
GESTÃO E DESENVOLVIMENTO
OPERACIONAL
RO
MANUTENÇÃO E AUTOMAÇÃO
ROM
UNIDADES DE NEGÓCIO
RA – Unidade de Negócio Alto Paranapanema
RB – Unidade de Negócio Baixo Paranapanema
RG – Unidade de Negócio Pardo e Grande
RJ – Unidade de Negócio Capivari / Jundiaí
RM – Unidade de Negócio Médio Tietê
RN – Unidade de Negócio Litoral Norte
RR – Unidade de Negócio Vale do Ribeira
RS – Unidade de Negócio Baixada Santista
RT – Unidade de Negócio Baixo Tietê e Grande
RV - Unidade de Negócio Vale do Paraíba
GESTÃO DE EMPREENDIMENTOS
RE
96
De acordo com Levin e Fox (2004, p. 178). “Como os pesquisadores sociais operam
com tempo, energia e recursos limitados, eles raramente podem estudar cada elemento de
determinada população. Em vez disso, estudam apenas uma amostra”.
A amostra selecionada para responder ao instrumento de coleta de dados é aleatória e
não-intencional, e foi calculada para que seja representativa da população em estudo. O número
total de colaboradores da Diretoria de Sistemas Regionais da Sabesp em julho de 2013 é de
6.697, dos quais descontados 172 colaboradores afastados por aposentadoria por invalidez
obtêm-se um efetivo de 6.525, que corresponde à população para este estudo. Para calcular a
amostra executou-se um arredondamento para cima, a fim de garantir que eventual oscilação no
número de colaboradores durante o período da pesquisa não interfira no nível de confiança e
demais estatísticas. Assim, definiu-se para este trabalho uma população de 6.700
colaboradores.
Nas ciências sociais geralmente utiliza-se um nível de confiança de 95% como um
padrão arbitrariamente aceitável. Convencionou-se entre os pesquisadores o uso de níveis de
confiança mais amplos, menos precisos, e com maior probabilidade de representar uma
estimativa precisa ou verdadeira da média populacional, e isto pode ser encontrado com 95%
de confiança (LEVIN; FOX, 2004; SILVER, 2000).
Partindo deste pressuposto, calculou-se a amostra estatisticamente significativa
utilizando como parâmetros uma margem de erro de 5% e um nível de confiança de 95%,
aplicados à fórmula de cálculo amostral com correção para população finita, apresentada a
seguir (BRACARENSE, 2012):
( )
n = tamanho da amostra
N = tamanho da população
z = valor crítico da distribuição normal que corresponde ao grau de confiança desejado
d = desvio ou margem de erro
σ² = variância
97
A margem de erro é à diferença máxima provável entre o valor calculado na amostra e
o verdadeiro valor do parâmetro da população, enquanto que a variância equivale ao quadrado
do desvio padrão, e representa a dispersão de valores de uma variável em torno de sua média.
(BRACARENSE, 2012; HAIR et al, 2005).
Por meio da aplicação da fórmula, calculou-se uma amostra estatisticamente
significativa de 363 colaboradores.
Um dos principais desafios identificados para a consecução da pesquisa foi conseguir
apoio e consequente autorização da Diretoria R para enviar os questionários a uma amostra
representativa de toda a diretoria. Como pontuou Martins (2008) “É preciso contar com a
permissão formal do principal responsável pela unidade em estudo”.
Contudo, ao apresentar-se o projeto de pesquisa à diretoria, este desafio foi vencido por
meio da manifestação de apoio do diretor para que a pesquisa fosse executada.
3.5.3. Construção do Protocolo para o Estudo
O protocolo de um estudo de caso define os procedimentos e regras gerais a serem
seguidas ao longo da investigação, além de conter o instrumento de coleta de dados. Trata-se de
uma ferramenta desejável em qualquer estudo de caso, porém essencial quando se trata de
estudo de casos múltiplos (YIN, 2010).
Schramm (1971) detalha a necessidade de apresentar os objetivos e métodos
pretendidos do projeto, organogramas, materiais e equipamentos necessários, e tudo mais que
for aplicável. Materiais já existentes como publicações relacionadas ao tema estudado serviram
de dados secundários e, portanto, também foram de grande relevância na coleta de dados do
estudo de caso. Neste estudo de caso, as fontes secundárias permitiram identificar os programas
ambientais a serem estudados, e nortearam toda a coleta de dados em campo, servindo como
uma fonte de evidências a ser triangulada.
98
3.5.3.1.Instrumento de Coleta de Dados Qualitativos: Roteiro de Entrevista
Complementando os estudos qualitativos realizados por meio da análise dos relatórios
de sustentabilidade, procedeu-se uma entrevista com os gestores de cada um dos programas
ambientais da Sabesp pré-selecionados – Programa 3Rs, Programa de Educação Ambiental e
Programa de Uso Racional da Água. Para que houvesse um padrão para a condução destas
entrevistas na mesma linha de investigação, determinou-se um roteiro para as entrevistas
semiestruturadas.
Como atividades que precedem a entrevista, é importante definir os objetivos da
entrevista, e descrever o roteiro de entrevista levando-os em conta. Ainda antes de iniciar a
entrevista propriamente dita, é importante como ética na pesquisa, esclarecer ao entrevistado o
caráter estritamente acadêmico e sem conotação comercial. É fundamental também pontuar que
o respondente pode se recusar a responder a qualquer questão, ou até mesmo interromper a
entrevista ou solicitar que não seja publicada alguma informação já prestada. Cabe ao
pesquisador solicitar a permissão para gravar a entrevista, se essa for sua estratégia o que
geralmente permite maior atenção aos fatos além de rapidez e maior fidelidade aos dados
coletados. Estima-se a duração das entrevistas de aproximadamente uma hora cada, tempo este
que pode variar em função de necessidades do entrevistado (SILVA, 2009).
O pesquisador deve observar uma eventual resposta dada pelo entrevistado a alguma
questão que contenha respostas a outras questões, mesmo que parcialmente, ou ainda levar à
necessidade de novas questões, não previstas no roteiro inicial (SILVA, 2009; YIN, 2010).
O roteiro de entrevistas integra o apêndice A.
3.5.3.2. Instrumento de coleta de dados quantitativos
Samara e Barros (2007) que o instrumento de coleta dos dados de uma pesquisa
quantitativa pode denominar-se questionário e roteiro em uma pesquisa qualitativa
Pode-se complementar a descrição deste instrumento utilizando a definição de Martins e
Lintz (2010, p.38) de que “questionário é um conjunto ordenado e consistente de perguntas a
respeito de variáveis, e situações, que se deseja medir, ou descrever”.
99
Utilizou-se um questionário como instrumento de coleta de dados, cuja maior parte das
questões são respondidas por níveis de concordância com as informações apresentadas,
utilizando-se uma escala Likert de cinco pontos (LIKERT, 1932).
O link para preenchimento do instrumento de coleta de dados foi encaminhado por e-
mail, divulgado nos Murais (comunicação interna impressa) de todas as áreas da Diretoria de
Sistemas Regionais e disponibilizado nos portal corporativo da R (Intranet), para que toda a
população pesquisada tivesse acesso.
Para determinar-se a descrição dos níveis da escala Likert, foram avaliados diversos
trabalhos similares, e identificou-se que as denominações para os níveis são muito semelhantes.
Likert (1932) autor da escala de cinco pontos tão utilizada para medir atitudes, sugere como
afirmações a serem escolhidas pelo respondente em cada nível como “aprovo fortemente",
"aprovo", "indeciso", "desaprovo", e "desaprovo fortemente". Já Enoki et al. (2005) sugerem
um modelo muito usado cujos níveis de concordância são: “concordo totalmente”, “concordo
em parte”, “neutro”, “desaprovo em parte” e “desaprovo totalmente”.
Para este trabalho decidiu-se por utilizar, de forma semelhante às apresentadas pelos
autores citados, os seguintes níveis de concordância: 1. Discordo totalmente; 2. Discordo
parcialmente; 3. Não discordo nem concordo; 4. Concordo parcialmente; 5. Concordo
Totalmente.
O instrumento de coleta de dados quantitativos é apresentado no Apêndice B.
3.5.3.3.Validação do instrumento de coleta de dados
a) Pré-teste
O instrumento de coleta de dados da pesquisa quantitativa, depois de finalizado, foi
submetido a um pré-teste com 20 (vinte) integrantes da população, para validação semântica.
Os sujeitos que participaram do pré-teste foram excluídos da amostra final à qual foi aplicado o
100
questionário validado (PASQUALI, 2003; SIMON, 2009; CLARO; CLARO, AMÂNCIO,
2008; GABRIEL, 2011).
Dentre estes vinte empregados, procurou-se abranger todos os públicos que compõem a
amostra, no intuito de certificar-se que o instrumento de coleta de dados fosse válido e
compreensível para os elementos da amostra, independentemente da formação escolar ou do
nível hierárquico. Desta forma, foram abrangidos pelo pré-teste 2 gerentes, 6 universitários, 6
técnicos/ administrativos, e 3 operacionais.
Como resultado do pré-teste, pondera-se que todos conseguiram responder e concluir a
pesquisa, porém foram apontadas as sugestões de melhoria apresentadas a seguir.
Sugeriu-se não utilizar o termo “corporativo” Endomarketing® pois ele não é conhecido
de todos, exigiria a necessidade de explicação, o que poderia enviesar a pesquisa,
questionando-se a contribuição da assertiva 9 para a pesquisa. A 9ª assertiva estava redigida da
seguinte forma: “Conheço alguma ação de Endomarketing® da empresa voltada para a
disseminação dos programas ambientais para o público interno. (Endomarketing®: marketing
dirigido ao público interno da empresa. Comunica objetivos, metas e resultados entre os
colaboradores, enfatizando a comunicação interna)”. Considerando este retorno do pré-teste,
decidiu-se por substituir o termo Endomarketing® por comunicação interna, dispensando assim
o esclarecimento do significado do termo,já que comunicação interna é um termo utilizado no
dia-a-dia das empresas, e não um termo técnico específico como o Endomarketing®.
Outra sugestão recebida pelo pré-teste foi especificar a que nível de gestão se refere
quando utilizada a frase “A gestão descreve claramente os conhecimentos necessários,
competências e habilidades que são necessárias para a implementação do programa”. Um dos
pesquisados informou ter encontrado dificuldade para distinguir se seria seu superior direto, a
alta administração, o gestor daquele programa ambiental ou ainda uma postura corporativa, que
tratasse da empresa como um todo. Como as outras questões utilizaram o termo “alta
administração” para se referir às principais lideranças da empresa e o termo “minha empresa”
para se referir a uma postura corporativa, decidiu-se por alterar o termo “a gestão” para “minha
empresa”. Desta forma atendeu-se o intuito da questão de identificar o que o empregado
percebe como postura corporativa, além de padronizar o texto com o restante do instrumento.
101
Propôs-se também, isolar as questões que não utilizam os níveis de concordância de 1 a
5 para evitar confusões na hora de responder. Na formatação do questionário no site que
hospedou o survey essa ponderação foi levada em conta, isolando-se os blocos de questões
conforme o tipo de resposta (concordância, envolvimento, múltipla escolha).
b) Validação de juízes
O instrumento de coleta de dados quantitativos foi submetido a uma avaliação da
adequação do conteúdo aos constructos definidos para a pesquisa. Pediu-se aos juízes que,
utilizando uma escala de 1 a 5 (1 = Nada; 5 = Completamente), expressassem sua avaliação
sobre o quanto cada uma das questões do instrumento de coleta de dados representavam os
construtos apresentados nas colunas (MACKENZIE; PODSAKOFF; PODSAKOFF, 2011).
Desta forma, pretendeu-se medir a aderência de cada assertiva aos constructos, e avaliar se
cada uma dela é essencial, útil ou desnecessária (LAWSHE,1975). Solicitou-se ainda aos juízes
que fizessem contribuições que julgassem necessárias fora do quadro, devolvendo suas
considerações por e-mail.
Para esta etapa enviou-se o instrumento para seis “juízes” selecionados, escolhidos
considerando sua formação e experiência na área ambiental, no campo de conhecimento da
administração, no campo de pesquisas quantitativas, ou dos programas ambientais da Sabesp. A
solicitação de avaliação foi feita por e-mail, e destes seis obteve-se três respostas. Os três juízes
que avaliaram o instrumento foram denominados J1, J2 e J3, e o perfil deles está descrito no
quadro 15.
102
Quadro 15: Perfil dos juízes que avaliaram o instrumento de coleta de dados
Juiz J1 J2 J3
Formação
Pós-doutora pela School of
Environmental Sciences da
University of East Anglia -
Inglaterra
Doutor em Saúde Pública pela
USP
Doutor em Administração
de Empresas pela
Universidade Mackenzie
Doutora em Engenharia pela
Escola Politécnica da USP
Mestre em Saúde Pública pela
USP
Mestre em Ciências
Contábeis pela FECAP
Mestre em Engenharia Civil
pela USP - São Carlos.
Especialista em gestão ambiental
pela Escola Politécnica da USP
Especialista em Métodos
Quantitativos e
Informática pela
CEAG/FGV
Geóloga pela Unesp Engenheiro Químico pela Escola
Politécnica da USP
Administrador de Empresas
com ênfase em Análise de
Sistemas pela Faculdades
Associadas de São Paulo
Cargo
Professora titular do
Mestrado Profissional em
Gestão Ambiental e
Sustentabilidade da
Uninove. Professora do
Departamento de Hidráulica
e Ambiental da Escola
Politécnica da USP.
Pesquisadora do Instituto de
Pesquisas Tecnológicas -
IPT
Professor titular do Mestrado
Profissional em Gestão
Ambiental e Sustentabilidade da
Uninove. Consultor eventual,
auditor independente para
certificação de sistemas e
produtos, e professor convidado
em outras instituições, prestando
serviços para empresas e
entidades
Professor titular do
Mestrado Profissional em
Gestão Ambiental e
Sustentabilidade da
Uninove.
Principais
temas de
atuação
Geociências e Meio
Ambiente, com ênfase em
Geologia Ambiental e
Geotecnia, atuando com
instrumentos de gestão
ambiental (avaliação de
impacto ambiental,
licenciamento ambiental,
auditoria ambiental,
avaliação ambiental
estratégica, recuperação de
áreas degradadas, dentre
outros) e processos do meio
físico (solo e água)
Desenvolvimento sustentável,
sistemas de gestão ambiental
(ISO 14001 e outros), gestão de
segurança e saúde ocupacional
(OHSAS 18001), auditoria
ambiental, resíduos sólidos e
coleta seletiva, e reciclagem de
resíduos
Green supply chain
management, gestão
ambiental e logística
reversa
Fonte: Adaptado de CNPQ (2014).
Dois dos três juízes que responderam (J1 e J2), pontuaram o questionário conforme a
proposta, avaliando questão a questão com os constructos / objetivos específicos propostos. O
terceiro juiz (J3) enviou suas considerações sobre o instrumento por e-mail, porém não atribuiu
as notas ao questionário.
103
O juiz J3 avaliou que de maneira geral o instrumento de pesquisa lhe pareceu bom. Ele
sugeriu na apresentação das questões sobre os programas 3Rs, PEA e PURA, separar e deixar
claro sobre qual programa o pesquisado estaria respondendo, já que as questões eram as
mesmas para os três programas, e poderiam transparecer que o respondente estaria respondendo
novamente às mesmas questões. O juiz J3 pontuou ainda que, por tratar-se de um instrumento
criado – com base em outros validados academicamente, porém não se trata de uma replicação
– seria necessária uma associação entre a teoria e as assertivas, além de um teste de validação
do instrumento.
As sugestões do juiz J3 foram atendidas quando se teceu uma associação entre a teoria
e as assertivas, apresentada no quadro 12. O teste de validação do questionário foi realizado e
descrito no item “pré-teste”.
As pontuações atribuídas pelos juízes J1 e J2 a cada questão são apresentadas no quadro
16, e visam avaliar o quanto cada questão representa algum dos constructos. Tanto a análise
das pontuações atribuídas, quanto as considerações feitas pelos juízes fora da planilha, são
expostas depois do quadro.
Quadro 16: Avaliação dos juízes quanto à relação questão X objetivo específico
BL
OC
O 1
- C
on
du
ta A
mb
ien
tal
do
In
div
ídu
o
Objetivo
Específico
Assertiva
Identificar as
ações de
Endomarketing
® da empresa
voltadas para a
disseminação dos
programas
ambientais para
o público
interno.
Caracterizar a
conduta dos
colaboradores
com relação à
responsabilidade
ambiental.
Pesquisar a
percepção dos
colaboradores
com relação aos
programas
ambientais
divulgados pela
empresa
estudada.
Identificar junto
aos
colaboradores
suas
contribuições e
sugestões aos
programas
ambientais da
companhia.
Juiz J1 J2 J1 J2 J1 J2 J1 J2
Gosto de me engajar em ações
ambientalmente amigáveis. 4 1 5 5 4 1 4 1
Estou disposto a me empenhar
muito para que as iniciativas
ambientais tenham sucesso.
2 1 5 5 3 1 3 1
Eu me considero ambientalmente
responsável. 2 1 3 3 4 1 3 1
104
BL
OC
O 1
- C
on
du
ta
Am
bie
nta
l d
o I
nd
ivíd
uo
Objetivo
Específico
Assertiva
Identificar as
ações de
Endomarketing
® da empresa
voltadas para a
disseminação dos
programas
ambientais para
o público
interno.
Caracterizar a
conduta dos
colaboradores
com relação à
responsabilidade
ambiental.
Pesquisar a
percepção dos
colaboradores
com relação aos
programas
ambientais
divulgados pela
empresa
estudada.
Identificar junto
aos
colaboradores
suas
contribuições e
sugestões aos
programas
ambientais da
companhia.
Juiz J1 J2 J1 J2 J1 J2 J1 J2
Eu apoio as iniciativas
relacionadas às questões
ambientais na minha
organização.
5 1 4 2 5 1 4 1
BL
OC
O 2
- C
on
du
ta a
mb
ien
tal
da
em
pre
sa
Tenho recebido treinamento
relacionado às questões
ambientais.
5 5 4 1 5 1 4 1
As ações ambientais dos
funcionários são avaliadas
formalmente como parte de sua
avaliação de desempenho anual.
5 4 4 1 5 5 4 1
Em geral, os funcionários podem
facilmente se comunicar com seus
superiores sobre qualquer assunto
relacionado às iniciativas
ambientais.
4 2 2 1 3 5 5 1
A consciência ambiental é uma
questão de preocupação prioritária
na empresa.
5 1 3 1 5 5 3 1
Conheço alguma ação de
Endomarketing® da empresa
voltada para a disseminação dos
programas ambientais para o
público interno. (Endomarketing®:
marketing dirigido ao público
interno da empresa. Comunica
objetivos, metas e resultados entre
os colaboradores, enfatizando a
comunicação interna.)
5 5 2 1 4 3 3 1
Com que frequência você consulta
as ferramentas de disseminação
das informações da empresa?
4 5 1 1 3 3 2 1
Considero as ferramentas
corporativas de comunicação
interna / disseminação de
informações da companhia
eficientes.
4 5 1 1 2 5 2 1
A participação dos funcionários
nas questões ambientais é intensa. 3 5 5 1 5 5 4 1
BL
OC
O
3 -
Pro
gra
ma
s
Am
bie
nt
ais
da
emp
resa
Qual o seu grau de envolvimento
com o Programa (3Rs, PEA ou
PURA)?
4 2 5 5 4 3 4 3
105
BL
OC
O 1
- C
on
du
ta
Am
bie
nta
l d
o I
nd
ivíd
uo
Objetivo
Específico
Assertiva
Identificar as
ações de
Endomarketing
® da empresa
voltadas para a
disseminação dos
programas
ambientais para
o público
interno.
Caracterizar a
conduta dos
colaboradores
com relação à
responsabilidade
ambiental.
Pesquisar a
percepção dos
colaboradores
com relação aos
programas
ambientais
divulgados pela
empresa
estudada.
Identificar junto
aos
colaboradores
suas
contribuições e
sugestões aos
programas
ambientais da
companhia.
Juiz J1 J2 J1 J2 J1 J2 J1 J2
Minha empresa comunicou a
necessidade de implementar o
Programa (3Rs, PEA ou PURA).
5 5 5 1 5 3 4 1
A alta administração suporta
totalmente a implementação de
ações do Programa (3Rs, PEA ou
PURA).
5 3 3 1 4 5 3 1
Os procedimentos do Programa
(3Rs, PEA ou PURA) são
amplamente divulgados.
5 5 2 1 4 3 3 1
Os resultados do Programa (3Rs,
PEA ou PURA) são amplamente
divulgados.
5 5 2 1 4 3 3 1
Minha empresa tem sido bem
sucedida ao criar conscientização
extensa a toda empresa quanto aos
problemas, custos e oportunidades
ambientais relacionadas ao
Programa (3Rs, PEA ou PURA).
5 3 2 1 3 5 2 1
Minha empresa oferece
oportunidades e treinamentos
necessários para o Programa (3Rs,
PEA ou PURA).
5 3 4 1 5 5 4 1
Minha empresa descreve
claramente os conhecimentos,
competências e habilidades
necessários para a implementação
do Programa (3Rs, PEA ou
PURA).
5 3 3 1 4 5 3 1
O Programa (3Rs, PEA ou PURA)
é importante para a comunidade
interna da empresa.
5 1 4 1 4 5 2 1
O Programa (3Rs, PEA ou PURA)
é importante para a sociedade. 4 1 5 1 3 5 2 1
O que poderia ser melhorado no
Programa (3Rs, PEA ou PURA)? 5 1 4 1 5 1 5 3
Fonte: Elaborado pela autora
106
Pelo quadro de avaliação de juízes, ponderou-se se alguma questão foi pontuada como 1
ou 2 por ao menos um dos juízes para todos os constructos, o que questiona sua capacidade de
medir algum dos objetivos específicos propostos. Destacou-se em negrito apenas a questão
nesta situação: “Eu apoio as iniciativas relacionadas às questões ambientais na minha
organização”. Todas as demais questões, pelas pontuações recebidas, foram validadas por
representarem ao menos um dos objetivos específicos e demonstrarem assim alinhamento ao
constructo estabelecido para este estudo.
O juiz J2 questionou ainda o termo "apoio", na assertiva “Eu apoio as iniciativas
relacionadas às questões ambientais na minha organização” por julgar que não ficou claro se
trata-se de um “apoio moral” ou participação efetiva. A princípio procurou-se um termo
alternativo que substituísse o “apoio”, porém entendeu-se que substituir por “participo” criaria
uma dependência de a empresa disponibilizar as ações, e não permitiria aferir a conduta
ambiental dos colaboradores, que é o que se pretende neste primeiro bloco. Entendeu-se ainda
que substituir por “gosto”, “estou disposto a participar” ou ainda “estou disposto a me
empenhar” deixaria a assertiva muito semelhante às questões 1 e 2 e não agregariam ao
instrumento. Para não ficar repetitivo, considerando que o instrumento já é extenso, e que a
pontuação atribuída pelo J2 à 4ª assertiva foi baixa para todos os objetivos específicos e não
demonstrou forte relação da assertiva com o constructo, decidiu-se por retirá-la do questionário.
Assim, foram mantidas apenas as três primeiras questões para caracterizar a conduta ambiental
do empregado.
O quadro 17 mostra a versão inicial e as alterações sugeridas pelos juízes e pré-teste.
107
Quadro 17: Validação dos constructos – alterações pós avaliação de juízes e pré-teste
Versão inicial do instrumento Versão final do instrumento
Eu apoio as iniciativas relacionadas às questões
ambientais na minha organização. Questão retirada
Conheço alguma ação de Endomarketing® da empresa
voltada para a disseminação dos programas ambientais
para o público interno. (Endomarketing®: marketing
dirigido ao público interno da empresa. Comunica
objetivos, metas e resultados entre os colaboradores,
enfatizando a comunicação interna.)
Conheço alguma ação de comunicação interna da
empresa voltada para a disseminação dos
programas ambientais para os colaboradores.
A Gestão descreve claramente os conhecimentos
necessários, competências e habilidades que são
necessárias para a implementação do programa.
Minha empresa descreve claramente os
conhecimentos, competências e habilidades
necessários para a implementação do programa.
Fonte: Elaborado pela autora
O instrumento de coleta de dados qualitativos (roteiro de entrevista) foi elaborado a
partir das questões validadas do instrumento de coleta de dados quantitativos.
3.6.ANÁLISE DOS DADOS
Para analisar os dados qualitativos coletados, procedeu-se uma análise documental dos
relatórios de sustentabilidade da empresa, e uma análise de conteúdo das entrevistas com os
gestores dos principais programas ambientais selecionados.
Para Bardin (1977, p. 38) análise de conteúdo “É um conjunto de técnicas de análise das
comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das
mensagens”. Bardin (1977) ainda define a análise de conteúdo como sendo um conjunto de
técnicas que analisam as comunicações para obter, por sistemática e objetivamente a descrição
do conteúdo das mensagens. Estes procedimentos permitem inferir conhecimentos relativos às
condições de produção e recepção destas mensagens.
A análise de conteúdo é apresentada como uma alternativa às pesquisas tipo survey,
pois o investigador busca descrever objetivamente o conteúdo de mensagens previamente
108
elaboradas. Trata-se de um método qualitativo, cujo objeto pode ser a observação direta,
entrevistas ou mesmo dados secundários registrados em meio impresso ou de outra forma. Esta
técnica trabalha com materiais textuais escritos, sejam eles construídos no processo de pesquisa
(como transcrições de entrevista ou protocolos de observação) ou textos prontos como jornais
ou documentos de empresas. A análise de conteúdo é técnica de tratamento de dados que
objetiva identificar o que está sendo dito sobre determinado tema (VERGARA, 2005; LEVIN;
FOX, 2004).
Já na fase quantitativa, os dados primários coletados pelo questionário foram analisados
estatisticamente utilizando-se o software SPSS (Statistical Package for the Social Sciences),
por meio do qual se extraíram as informações estatísticas que nortearam a análise da percepção
dos colaboradores sobre as ações ambientais.
Os dados coletados da pesquisa de campo compuseram uma primeira apresentação
genérica, na qual as assertivas foram apresentadas com seus cinco possíveis níveis de
concordância, porém tratando dos respondentes como uma amostra única.
Na sequência os dados foram testados estatisticamente para determinar-se quais
variáveis categóricas geraram respostas diferentes para um mesmo item. Assim, apenas os itens
com alguma divergência apontada pelos testes foram estratificados por categorias. Procedeu-se
ainda, nesta segunda fase de análise, um agrupamento dos níveis concordo totalmente +
concordo parcialmente como apenas concordância, e o concordo totalmente + concordo
parcialmente como apenas discordo, mantendo-se o nível intermediário como neutro, no intuito
de agrupar e facilitar as discussões.
Por fim, as análises isoladas fomentaram uma triangulação dos dados na conclusão, no
intuito de obter-se uma visão mais ampla de toda a situação problema, em quais pontos os
dados coletados foram convergentes e em quais foram divergentes, para viabilizar uma análise
composta pelas múltiplas evidências coletadas no decorrer do estudo de caso.
109
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste capítulo são apresentados e discutidos primeiramente os resultados obtidos pela
pesquisa qualitativa e na sequência os da pesquisa quantitativa. Estes últimos são apresentados
de forma geral, e em seguida estratificados por categorias para aquelas variáveis onde foram
identificadas diferenças nas respostas, no intuito de facilitar as discussões.
As discussões foram incorporadas ao trabalho à medida em que os resultados são
apresentados, sempre anexas às tabelas, no intuito de facilitar a compreensão do objeto
pesquisado e fomentar as conclusões que são trazidas no capítulo final.
4.1.PESQUISA QUALITATIVA
Os resultados da pesquisa qualitativa foram originados pelas entrevistas e pela parte
dissertativa incorporada ao instrumento de coleta de dados quantitativo. Primeiramente são
apresentados os achados das entrevistas semiestruturadas conduzidas com os gestores dos
programas ambientais estudados. Em seguida foram compiladas as sugestões de melhoria dadas
de forma dissertativas pelos pesquisados a cada um dos programas, por meio da questão aberta
/ opção “outros” do questionário.
4.1.1. Entrevistas
As entrevistas foram conduzidas com os gestores dos programas ambientais selecionados
para este estudo e compiladas de duas maneiras: análise de conteúdo e nuvem de palavras.
A análise de conteúdo foi representada por meio de quadros, onde são destacadas em
formato de itens as respostas dadas pelos pesquisados às questões da entrevista. Desta forma
fica mais fácil a visualização dos pontos relevantes da entrevista, bem como das ideias expostas
pelos entrevistados. Depois de apresentados os quadros, procedeu-se à análise de conteúdo em
si, que compara e interpreta os discursos, tecendo discussões.
110
Uma nuvem de palavras ou tagcloud representa graficamente um texto, formatando um
diagrama que atribui maior destaque às palavras mais freqüentes em um texto, permitindo
perceber rapidamente os termos mais importantes (SILVA; SAMPAIO,2012; LOHMANN;
ZIEGLER; TETZLAFF, 2009; ABULAISH; ANWAR, 2011). Para auxiliar na confecção da
nuvem, utilizou-se como ferramenta o site http://www.tagxedo.com/app.html, que importa o
texto e monta um diagrama de nuvem, permitindo algumas configurações (TAGXEDO, 2014).
O texto importado para confecção da nuvem de palavras foi a transcrição literal e integral das
entrevistas com os gestores dos programas ambientais. Considera-se que, esta representação
gráfica pode sintetizar as principais ideias transmitidas pelos entrevistados, integrando uma
maneira objetiva e didática de visualizar quais foram os pontos mais abordados nas respostas.
Palavras com alta freqüência no discurso porém com pouco significado isoladamente como
preposições e artigos, foram omitidos da exibição em nuvem.
A seguir apresentaram-se as três nuvens de palavras que compilaram separadamente as
principais ideias extraídas das entrevistas com os gestores dos Programas Sabesp 3Rs,
Programa de Educação Ambiental, Programa de Uso Racional da Água (figuras 5, 6 e 7,
respectivamente).
Figura 5: Nuvem de palavras da entrevista com a gestora do Programa Sabesp 3Rs
Fonte: Elaborada pela autora.
111
Observa-se na figura 5 que durante a entrevista sobre o Programa Sabesp 3Rs os termos
mais reincidentes no discurso (em destaque na figura) foram: grupo, Sabesp, coleta, gestor,
empresa, pessoas, gente, programa, unidades, multiplicadores, todos, procedimento, destinação
e resíduos. A tagcloud traz também vários outros termos relevantes para que se tenha uma
visão completa das principais ideias trazidas pela gestora, porém tomando-se somente estes
termos é possível fazer uma primeira análise de conteúdo, mais superficial.
Dos termos citados, podem-se visualizar a relevância da Sabesp como patrocinadora do
programa e dos procedimentos que estabelecem a correta destinação dos resíduos. Pode-se
ainda abstrair a demonstração da necessidade de envolvimento dos colaboradores, formando
grupos, capacitando multiplicadores e grupos gestores e promovendo um alinhamento entre as
unidades de negócio.
Figura 6: Nuvem de palavras da entrevista com o gestor do Programa de Educação Ambiental
Fonte: Elaborada pela autora.
Observa-se na figura 6 que, como fruto da entrevista relativa ao Programa de Educação
Ambiental, destacaram-se os termos: Sabesp, educação, responsáveis, saneamento, gente,
empresa, pessoas, nós, programa e ambiental. Nesta primeira análise de conteúdo, é possível
vislumbrar forte intersecção de ideias com o programa 3Rs. Da mesma forma que na entrevista
112
do 3Rs, visualiza-se na tagcloud do PEA a importância da Sabesp e do envolvimento das
pessoas, por meio da repetição dos termos pessoas e gente, da integração contida no termo
“nós” e o do comprometimento implícito no termo “responsáveis”. Os termos ambiental,
saneamento, programa, e educação são inerentes ao próprio PEA, e por isso também foram
utilizados diversas vezes durante a entrevista.
Figura 7: Nuvem de palavras da entrevista com o gestor do Programa de Uso Racional da
Água
Fonte: Elaborada pela autora.
Já na figura 7, originada pela entrevista relacionada ao Programa de Uso Racional da
Água, as palavras mais citadas foram: Sabesp, programa, água, multiplicadores, colaboradores,
divulgação, principal, uso, PURA, consumo, todos e racional. Na análise de conteúdo da
nuvem, observa-se também uma intersecção de ideias com os outros dois programas.
Novamente aparecem com forte destaque a Sabesp, por ser a responsável pelo programa, e as
pessoas, representadas principalmente pelos colaboradores, todos e multiplicadores. Este último
termo já deixa clara a importância do público interno na disseminação do programa. Na
sequência surgem os termos relacionados ao próprio PURA e seus objetivos, como o uso,
principal, água, consumo, racional e programa, e a por fim destaca-se a importância da
divulgação do programa.
113
O quadro 18 aborda, de maneira resumida porém mais detalhada que as nuvens de
palavra, as principais ideias relatadas no decorrer das entrevistas. Nele estão compiladas as
respostas dadas por cada um dos gestores pesquisados às questões elaboradas. Os três
programas são apresentados de forma integrada, para facilitar a comparação.
Quadro 18: Principais pontos abordados nas entrevistas
Questões
Entrevistado
/ Programa Principais pontos abordados na resposta
1
Você acredita que
os procedimentos
e resultados dos
Programas
ambientais da
empresa são
amplamente
divulgados e
disponíveis para
qualquer um que
precise acessar?
E1/ 3Rs
- Procedimentos nos sistemas / todos podem acessar;
- Resultados nos sistemas internos e relatórios de sustentabilidade
- Não tem certeza se todos empregados sabem acessar e se acessam.
E2/ PEA
- Divulgação externa dos resultados na mídia;
- Divulgação interna: sistemas, comunicação interna e portal;
- Acredita serem amplamente divulgados e disponíveis a todos.
E3/ PURA - Acredito que são amplamente divulgados dentro da diretoria M;
- Há diversos canais de divulgação interna e externa.
2 Quais as formas
de divulgação?
E1/ 3Rs
- SOE e Gedoc (sistemas internos, disponíveis na Intranet da Sabesp,
responsáveis por armazenar e permitir acesso aos procedimentos empresariais);
- Relatórios das unidades com informações compiladas do programa;
- Relatório de sustentabilidade no site da Sabesp;
- Palestras para os multiplicadores do programa.
E2/ PEA
- Internamente: - unidades de negócio (que executam as atividades);
- sistemas corporativos e Intranet (alguns dados confidenciais);
- Externamente: - informações públicas.
E3/ PURA - Site da Sabesp na Internet;
- Portal na Intranet.
3
Você acredita
que o Programa
(3Rs/PEA/
PURA) é
amplamente
divulgado e
disponível a
todos
colaboradores
da Sabesp?
E1/ 3Rs
- Existe divulgação, talvez não ampla;
- Capacitação de multiplicadores que devem replicar;
- Visitas às unidades de negócio – reuniões / treinamentos;
- Encontro educativo piloto na sede com grande abrangência;
- Visita aos postos de trabalho na sede para adequação da coleta seletiva.
E2/ PEA
- Divulgação ampla;
- Desde 2007 mais de 1000 empregados treinados para disseminar;
- Relatório de sustentabilidade.
- Informações na Internet (site externo) e Intranet (portal corporativo)
- Capacitação periódica em educação ambiental - público interno e externo;
- Dois responsáveis pelo PEA em cada uma das 17 unidades de negócio;
- Meta de treinar 600 pessoas por ano.
- Momentos de mobilização interna para envolver os demais públicos.
E3/ PURA - Acredita que o programa é bem divulgado e conhecido na Diretoria M;
- Na Sabesp como um todo não conhece a divulgação / não consigo avaliar.
4 Qual o principal
objetivo da E1/ 3Rs
- Propor medidas para reduzir consumo / geração de resíduos;
- Estabelecer a destinação adequada e responsável dos resíduos.
114
Questões
Entrevistado
/ Programa Principais pontos abordados na resposta
implementação
do Programa
(3Rs /PEA
/PURA)? E2/ PEA
- Construir valores essenciais, conhecimento, habilidades, atitudes e
competências para a conservação do ambiente;
- Promover e alinhar a Educação Ambiental interna e externamente;
- Uniformizar procedimentos e diretrizes;
- Promover o uso racional da água, a proteção e despoluição dos mananciais.
E3/ PURA - Atuar na demanda de água (consumo) reduzindo-a;
- Levar a comunidade a utilizar menos água, sem comprometer o conforto.
5
Qual a
importância e
contribuição do
Programa (3Rs
/PEA /PURA)
para a
comunidade
interna da
empresa?
E1/ 3Rs
- Questão ambiental tem que ser tratada de forma integrada;
- Ações locais refletem em todo o planeta;
- 3Rs visa envolver os empregados para multiplicarem interna e externamente.
E2/ PEA
- Atuação em área de mananciais;
- Promoção do saneamento ambiental;
- Remete à sensibilização, conscientização, capacitação e comprometimento de
cada funcionário com o saneamento básico ambiental.
E3/ PURA - Transformar empregados em multiplicadores para atingir a sociedade;
- Levá-los a adotar as medidas de uso racional em seu próprio dia-a-dia.
6
Qual a
importância e
contribuição do
Programa (3Rs /
PEA/ PURA)
para a
sociedade?
E1/ 3Rs
- Impossível desvincular âmbito ambiental local do mundial;
- Meio ambiente implica em repercussão a nível planetário;
- Responsabilidade ambiental da Sabesp se estende além de seus portões.
E2/ PEA
- Educação ambiental não pode ser passiva, tem que envolver a comunidade;
- Os mananciais estão com a comunidade;
- Necessário firmar um pacto entre a população e o berço das águas;
- Sanear = tornar sadio;
- PEA comunica esses valores e conceitos para a comunidade.
E3/ PURA - Preservar os mananciais (favorável também para a imagem da Sabesp);
- Muitos enxergam como benefício apenas a redução na conta de água.
7
Você acredita
que o público
interno da
Sabesp participa
efetivamente do
Programa 3Rs
/PEA /PURA?
E1/ 3Rs
- Em números a proporção de participação não é muito elevada;
- Há empregados comprometidos com o 3Rs que acreditam e se empenham.
- Percebe-se mais iniciativa de algumas pessoas do que orientação gerencial;
- Apenas algumas pessoas se dedicam muito, enquanto outras não se importam.
E2/ PEA
- Publicação “40 anos de educação sanitária ambiental na Sabesp” como prova;
- Ações de educação ambiental: teatro, dança, música, mímica, oficinas de
desenho, cartilhas, exposições, soltura de peixes, plantio de árvores, limpeza de
córregos, rios e praias, visita monitoradas às áreas da Sabesp e palestras.
E3/ PURA
- Na M empregados conhecem e dizem adotar o uso racional da água;
- Difícil apurar efetivamente;
- Participação não é voluntária. Poucos atuam diretamente com o PURA;
- Participação ativa: equipe do MEL, multiplicadores das UNs e contratados.
8
Que tipo de
prática
ambiental você
acredita que
pode ser
melhorada na
empresa? De
que forma?
E1/ 3Rs
- Melhorar (na Sabesp e no mundo) sensibilização para a finitude da natureza;
- Programas estão consistentes. Necessário trabalhar mais com o ouvinte;
- Sensibilização para o consumo excessivo como um problema social;
- “Terapia ambiental” para conscientização quanto à “doença” do planeta.
E2/ PEA
- A educação ambiental por sua amplitude / inúmeras possibilidades;
- Foco da Gestão ambiental hoje: evitar passivo ambiental e cumprir legislação;
- Futuro da gestão ambiental: educação ambiental / sensibilização.
E3/ PURA
- O PURA tem muita oportunidade de desenvolvimento dentro da empresa;
- Sabesp gerir melhor o consumo de água dos prédios próprios;
- Servir de exemplo do PURA;
- UN Metropolitana Norte: exemplo de sucesso no monitoramento do consumo.
115
Questões
Entrevistado
/ Programa Principais pontos abordados na resposta
9
Na sua opinião,
qual a
percepção do
colaborador
interno em
relação ao
Programa (3Rs
/PEA /PURA)?
E1/ 3Rs
- Ambientalistas são apaixonados, mas são minoria na população e na empresa;
- Muitos não acreditam na dimensão dos problemas ambientais;
- Atitudes presentes na empresa como um reflexo da sociedade.
- Área ambiental diferente: perfil dos empregados, comprometidos com o tema.
- Empresa de soluções ambientais;
- Todos empregados deveriam se sentir educadores ambientais.
E2/ PEA
- Percepção, em visitas às UNs, de que a educação ambiental muda as pessoas;
- Mudança de valores e atitudes das pessoas em relação à sustentabilidade;
- Relatos: contato com a EA mudou a vida, estudos, objetivos de carreira.
E3/ PURA
- Colaboradores da Sabesp têm visão incompleta do que o PURA abrange;
- Não conhecem todas as ações englobadas pelo programa;
- Às vezes implantam PURA sem fazer um diagnóstico completo do consumo;
- É necessário identificar os vazamentos e equipamentos à trocar;
- Apenas com conscientização a redução de consumo pode ter pouco impacto.
Fonte: Elaborado pela autora
Considerando-se as respostas dos entrevistados – gestores dos três programas
ambientais selecionados para o estudo, pode-se observar que, as respostas às três primeiras
questões, relacionadas à divulgação dos programas, foram razoavelmente similares.
Apesar de apresentarem de forma diferente o quanto acreditam na amplitude da
divulgação, os três entrevistados apontaram os mesmos canais de comunicação como os
principais, e que são utilizados para divulgar os três programas: interno – Intranet, Portal e
Sistema Organizacional disponível na Intranet; externo – site da Sabesp, que inclui as
informações publicadas diretamente no site e também o Relatório de sustentabilidade. Quanto à
abrangência da comunicação, dois dos três entrevistados não tem certeza se o que está
publicado atinge a todos os empregados ou se a divulgação é efetiva fora de sua diretoria.
A gestora do 3Rs acredita que o programa é divulgado, talvez não amplamente. O
gestor do PEA acredita na amplitude da divulgação, inclusive pelo número oficial de pessoas
treinadas pelo programa e de colaboradores envolvidos com as atividades do programa. Já o
gestor do PURA observa essa divulgação ampla na Diretoria Metropolitana (M), que é sua área
de divulgação. Não sabe informar se essa divulgação é tão intensa na R, até porque a Diretoria
R não possui uma área funcional para cuidar exclusivamente do programa, da forma como
existe na M.
116
Ainda com relação à divulgação, os três gestores informaram que trabalham com a
estratégia de multiplicadores. Como a empresa é de grande porte e são muitas unidades de
negócio para serem abarcadas pelos programas, os três trabalham com a indicação de pessoas-
chave que são capacitadas para implantar o programa em suas UNs, implantando e
monitorando as ações a ele relacionadas. Os entrevistados acreditam que essa estratégia
funciona bem, sendo possível abranger um número maior de pessoas com pouco tempo e
poucos recursos.
Analisando os objetivos de cada programa, percebe-se que todos possuem seu âmago na
conservação ambiental, e apesar de demonstrarem enfoques diferenciados, já que cada um
abarca um tipo de atividades, todos possuem pontos de interligação.
De forma sucinta, o 3Rs visa minimizar o consumo e a geração de resíduos, e destinar
os resíduos adequadamente. O PEA tem por objetivo desenvolver valores e competências para
a conservação do ambiente, além de promover e alinhar a Educação Ambiental interna e
externamente, estimular o uso racional da água, despoluindo e protegendo os mananciais. Por
fim, o PURA visa reduzir o consumo, consequentemente protegendo os mananciais – estes
objetivos do PURA coincidem com parte dos objetivos apresentados pelo PEA, demonstrando
interação entre os dois programas.
Observa-se que, em seus objetivos, o 3Rs está praticamente delimitado ao ambiente
interno da companhia, por tratar do consumo e dos resíduos gerados dentro da própria empresa.
O PEA trabalha no âmbito interno e externo, já que capacita o público interno para que esse
possa replicar a Educação Ambiental para o público externo. O PURA, de forma diferente,
enfoca a redução de consumo dos clientes, ou seja, é voltado para a sensibilização e adequação
de equipamentos para o público externo à companhia.
Analisando estes objetivos, fica mais fácil compreender algumas sugestões de melhoria
apontadas pelos gestores dos programas na questão n.º 8, bem como sugestões dadas pelos
próprios empregados na pesquisa survey, discutida a seguir, de ampliar o 3Rs para que ele
ultrapasse as fronteiras da empresa e envolva e comunidade, e da mesma forma que o PURA
passe a ser aplicado em todas áreas próprias da Sabesp, para que a empresa como um todo sirva
de exemplo.
Adotar estas sugestões permitiria que os três programas atuassem tanto no âmbito
interno da empresa, envolvendo e capacitando seus colaboradores para as atividades
117
ambientais, quanto no âmbito externo, envolvendo a comunidade e demais stakeholders,
tornando a contribuição do programa mais relevante para a sociedade e para o meio ambiente,
melhorando como consequência a imagem que a sociedade tem da empresa frente às questões
ambientais.
Para validar esta recomendação retoma-se o exemplo da Sanepar, já apresentado na
revisão da literatura, quando a empresa apresenta a integração com órgãos de governo e
sociedade como um dos quatro eixos norteadores de sua política socioambiental. Para a
empresa, esta cooperação compartilha a responsabilidade pelo desenvolvimento sustentável
com o poder público e com a sociedade, conferindo maior eficácia aos programas sociais e
ambientais (SANEPAR, 2010).
Com relação à importância do programa para o público interno (colaboradores), as três
entrevistas destacaram o fato de capacitá-los / sensibilizá-los para adotarem as ações do
programa, e transformá-los em multiplicadores para que possam replicar o que receberam do
programa.
Os entrevistados acreditam na importância dos programas para a sociedade, já que
zelam pelo meio ambiente que é um bem comum. A gestora do 3Rs relata que cada ação ao
meio ambiente implica em repercussão a nível planetário, e por isso a responsabilidade
ambiental da Sabesp se estende além de seus portões. Para o gestor do PEA, como os
mananciais estão com a comunidade a Educação ambiental tem que envolvê-la. O gestor do
PURA aponta a preservação dos mananciais como principal contribuição do programa à
sociedade, sendo favorável também para a imagem da Sabesp.
Validando a afirmação do gestor do PURA, Brum (1994) e Inkotte (2000),
desenvolveram estudos na área de Endomarketing®, que caracterizam o investimento em
Marketing Social como vantagem competitiva em potencial. Os autores salientam a
importância de não considerar esta postura filantrópica como promoção de vendas, mas como
postura e valores da organização, pois assim pode influenciar positivamente o comportamento
do público interno.
Observa-se que os três programas apresentam impactos relevantes à sociedade, já que
interferências no meio ambiente (positivas ou negativas) sempre refletem na comunidade de
entorno.
118
Quanto à questão “Você acredita que o público interno da Sabesp participa efetivamente
do Programa 3Rs /PEA /PURA?”, o posicionamento dos gestores foi semelhante ao obtido nas
questões sobre divulgação. Para o 3Rs respondeu-se que a participação dos empregados não é
muito elevada em números absolutos, porém há pessoas comprometidas e muito dedicadas ao
programa. Salientou-se na resposta que se observa mais iniciativa destes que orientação
gerencial. Para o PEA respondeu-se que há participação efetiva, comprovada pelas atividades
divulgadas na publicação “40 anos de educação sanitária ambiental na Sabesp”. Para o PURA,
a resposta foi que os empregados da M alegam conhecer e adotar o uso racional da água, porém
é difícil apurar efetivamente, inclusive poucos atuam diretamente com o PURA.
Resgatando o que foi abordado na revisão da literatura sobre o a participação, traz-se o
exemplo da Águas de Portugal, que declara como parte de sua responsabilidade social o
incentivo à participação de seus colaboradores em atividades socioambientais, dentre elas a
educação ambiental (ÁGUAS DE PORTUGAL, 2011).
Os entrevistados apresentaram as práticas ambientais que acreditam que podem ser
melhoradas. A gestora do 3Rs trouxe à tona a necessidade de sensibilização, dentro e fora da
Sabesp, para a finitude da natureza. Sugeriu também um trabalho voltado ao público-alvo
sensibilização para o consumo excessivo como um problema social, já que os programas
internos são consistentes e bem estruturados, ela enxerga como grande potencial de melhoria
trabalhar na parte comportamental, buscando criar conscientização na população, para que
então o programa tenha forte adesão, por parte dos colaboradores, da liderança e da
comunidade.
O gestor do PEA apontou a própria educação ambiental como programa com grande
potencial de melhoria, devido à sua amplitude que envolve todas as questões ambientais. Ele
acredita que o futuro da gestão ambiental terá um enfoque preventivo, voltando-se para a
educação ambiental e sensibilização dos públicos de interesse. O gestor do PURA também
aponta que o próprio programa que está sob sua gestão apresenta grande potencial de
desenvolvimento dentro da empresa. Ele sugere que o programa seja aplicado aos prédios
próprios, para que a empresa sirva de exemplo do PURA em todas as suas áreas.
Como relatado na revisão da literatura, um trabalho com objetivos similares a este foi
desenvolvido por Prado e Istilli (2002) já há algum tempo e direcionado exclusivamente para o
Programa de Educação Ambiental da Sabesp. Apesar de haver decorrido mais de uma década, é
119
possível observar que algumas de suas sugestões ainda cabem não apenas para o PEA, mas
também para outros programas ambientais da companhia, como 3Rs e o PURA. Observa-se
que estas sugestões, ou já estão sendo adotadas pelos gestores ou foram apontadas por eles
mesmos como necessidades, como é o caso da sensibilização das chefias, ampliação do escopo
dos programas, maior envolvimento dos colaboradores, e investimento em divulgação
(PRADO; ISTILLI, 2002).
Dois dos três pesquisados apontaram as sugestões de melhoria direcionadas ao próprio
programa que são responsáveis. Acredita-se que, por conhecerem com mais detalhe o programa
que gerem, conhecem os pontos fracos e consequentemente as principais oportunidades de
melhoria.
Ao final da entrevista, questionou-se qual a opinião dos entrevistados sobre a percepção
dos colaboradores em relação aos programas ambientais. Para esta questão, a responsável pelo
3Rs se declarou acreditar que apenas a minoria da população e da empresa são ambientalistas, e
infelizmente muitos não acreditam na dimensão dos problemas ambientais. Segundo a gestora,
estas atitudes são um reflexo da sociedade, e que se percebe uma postura diferente entre
poucos, por exemplo entre os que trabalham na área ambiental, devido ao próprio perfil dos
empregados. Como a Sabesp é uma empresa de soluções ambientais, acredita que todos
empregados deveriam se sentir educadores ambientais. Para a gestora a maioria dos
empregados não percebe de forma completa e adequada os programas ambientais, contudo,
constata-se uma atitude favorável e forte comprometimento de alguns empregados frente às
questões ambientais, o que demonstra possibilidade de melhoria neste quadro.
Analisando o PEA, O gestor entrevistado teve a percepção, durante suas visitas às UNs,
de que a educação ambiental muda as pessoas, seus valores e atitudes frente à sustentabilidade.
De forma otimista, o segundo entrevistado relatou acreditar que os empregados possuem uma
percepção positiva do Programa de Educação Ambiental.
Para finalizar a discussão sobre as entrevistas, o responsável pelo PURA ponderou que
os colaboradores da Sabesp têm visão incompleta de tudo que o PURA abrange, e algumas
vezes por não conhecerem todas as ações englobadas pelo programa acabam por implantar o
PURA sem fazer um diagnóstico completo do consumo, identificação de vazamentos e troca de
equipamentos por economizadores. Enxergando esta percepção dos colaboradores como
120
incompleta, acredita que algumas vezes a implantação do Programa de Uso Racional da Água
pode auferir uma redução de consumo de pouco impacto.
Corroborando a ponderação do gestor do PURA, Santos (2010) desenvolveu um estudo
sobre o uso racional da água em prédios próprios da Empresa Baiana de Saneamento (Embasa).
Concluiu-se que o sucesso deste programa depende de planejamento, manutenção preventiva e
periódica, acompanhamento dinâmico do consumo de água por equipe gestora treinada,
identificação e atuação imediata quando detectadas anomalias no consumo de água.
O autor recomenda ainda que o plano de manutenção hidráulica contemple
“intervenções periódicas, tanto para execução de pesquisas e correção de vazamentos,
aparentes ou não aparentes, nas instalações hidráulicas internas e externas da edificação, quanto
para revisões, regulagens ou trocas, se necessário, de equipamentos hidráulicos” (SANTOS,
2010, p.85).
Com relação ao papel dos gestores ambientais entrevistados, Cantor et al. (2012b)
afirmam que quanto maior o compromisso ambiental do gestor ambiental e sua identificação
psicológica com a causa, mais provável que ele consiga defender a implementação de práticas
de gestão ambiental na empresa, possivelmente por meio de sua capacidade de obter o
comprometimento do pessoal. Os autores apontam que gestores ambientais campeões em
práticas ambientais organizacionais devem este sucesso ao seu comprometimento pessoal com
as questões ambientais. Ter uma área ambiental designada e um gestor incumbido das questões
ambientais são condições necessárias mas não suficientes para o envolvimento de toda a
oerganização nas práticas ambientais.
Analisando os discurso das entrevistas com os gestores ambientais da Sabesp, observou-
se claramente a identificação pessoal destes com o tema ambiental, além de um claro
conhecimento e alinhamento com o relatório de sustentabilidade, e as questões ambientais
apontadas como estratégica para a companhia. Este resultado demonstrou forte alinhamento
com a sugestão de Cantor et al. (2012b), configurando assim mais um fator que facilita à
Sabesp obter sucesso em suas práticas ambientais, inclusive no que se refere ao nível de
envolvimento de seu pessoal.
121
4.1.2. Questões abertas / opção “outros” do questionário quantitativo
Dentro do instrumento de coleta de dados quantitativos, ao questionar-se o que poderia
ser melhorado em cada um dos programas, apresentaram-se como alternativas de resposta:
divulgação do programa, divulgação dos resultados do programa, disponibilização de
informações / materiais, treinamento dos colaboradores, incentivo por parte dos gestores,
suporte por parte da alta administração, criação de recompensas / incluir na avaliação, outros,
nada e não sei. Assim, a alternativa “outros” apresentada ao final permitia que os empregados
que desejassem manifestassem de forma dissertativa suas sugestões de melhoria para cada um
dos programas. Assim, esta opção apesar de compor o instrumento quantitativo, trouxe
informações passíveis de uma análise qualitativa, que é explorada a seguir.
4.1.2.1.Programa Sabesp 3Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar)
As palavras que mais se repetiram na indicação aberta das sugestões de melhoria para o
Programa Sabesp 3Rs (item outros) foram compiladas na figura 8.
Figura 8: Nuvem de palavras do item “outros” das sugestões de melhoria para o 3Rs
Fonte: Elaborada pela autora.
122
Além da nuvem, que apresenta as principais ideias de forma bem sintetizada, elaborou-
se um quadro com as sugestões dos respondentes em formato de tópicos, e depois de
apresentado o quadro trazem-se as considerações sobre a figura e o quadro juntas.
Quadro 19: Síntese das sugestões de melhoria apontadas no item “outros” para o 3Rs
O que poderia ser melhorado no Programa Sabesp 3Rs? (OUTRO)
A alta administração torná-los prioridade da política corporativa.
Facilitar a disposição final - evitar acúmulo de material;
Municípios pequenos muitas vezes não possuem cooperativas de catadores, o que dificulta a disposição.
Esclarecer os critérios para implantação;
Muitos municípios ainda não oferecem disposição adequada;
Faltam projetos ambientais municipais e cooperativas para aproveitamento dos recicláveis.
Abertura de debates entre os empregados interessados, levantando ações e ideias no âmbito pessoal e de trabalho;
Fazendo com que eles se sintam reconhecidos e estimulem os demais, trazendo interação entre os funcionários.
Abrir espaço para ações voluntárias.
Sabesp ter todos seus sistemas 100% adequados ambientalmente;
Ser exemplo, principalmente com relação aos esgotos, que poluem.
Acompanhar a reciclagem até o final do processo;
Precisamos nos certificar como é destinado e para onde.
Muita coisa precisa sair do papel e acontecer na prática.
Adequar quadro de pessoal para que haja tempo de participar em ações ambientais.
Medidas para reduzir a utilização de papéis;
Digitalizar documentos e formulários, utilizando arquivos digitais.
Ampliar o programa para a sociedade;
Adotar mesmos critérios para que a população faça despejo voluntário de resíduos nos postos da Sabesp.
Divulgações têm de ser feitas pelos gerentes;
Sensibilização constante entre os colaboradores;
Dar credibilidade às sugestões dos colaboradores e aos preceitos do programa, para que haja participação efetiva.
Divulgação diária por e-mail de assuntos relacionados ao programa;
Familiarizar colaboradores com o tema;
Desenvolver a cultura '3Rs' (reduzir, reutilizar e reciclar).
Pensar além dos lucros;
A empresa respira meio ambiente (água e esgoto);
Escutar os funcionários que têm ótimas ideias ambientais
Deixar de executar ações ambientais apenas de forma emergencial;
Uma empresa de saneamento depende do meio ambiente, portanto deve investir nele.
Cobrança por parte dos encarregados até que o programa seja aprendido e incorporado totalmente.
Criar autoridades funcionais para acompanhar a implantação;
Participação da sociedade no programa.
Criar indicadores por UN para materiais recicláveis / reutilizáveis;
Exemplo: quantidade de papel sulfite / número de empregados.
Incentivar competição entre as unidades;
Premiar a UN que obtiver maior quantidade de material reciclado.
Incluir como quesito da avaliação de performance.
123
O que poderia ser melhorado no Programa Sabesp 3Rs? (OUTRO)
Criar um grupo para implantação.
Criar uma equipe para promover e monitorar o 3Rs nas UNs;
Incentivando a Educação Ambiental, que tem sido esquecida.
Certificar os parceiros, principalmente quanto ao 3º R (reciclar).
Definir melhor os materiais recicláveis no programa para a indicação de destinação não divergir das embalagens.
Desburocratizar, e flexibilizar o programa para atender às características e recursos da região.
Reciclagem dos envolvidos permanentemente para fixar uma cultura ambiental forte.
Difundir a Informação e os agentes multiplicadores.
Questões precisam ser comunicadas corretamente, e não apenas divulgadas;
Sensibilizar implica em ação constante, para despertar a necessidade agir de forma diferente;
A comunicação precisa ser bem feita para resultar nos objetivos traçados;
Sabesp precisa aprimorar a comunicação.
Modificar a cultura da empresa para incentivar a participação do 'chão de fábrica'.
Programa é importante, mas ainda está iniciando, tem muito a ser desenvolvido.
Estabelecer metas para os programas ambientais.
Foco da empresa hoje: atender o cliente e faturar;
Não se percebe cultura da liderança cobrar ações ambientais.
Há gestores que não vêem a preocupação com o ambiente como necessidade.
Fazer campanhas e atividades permanentes de divulgação;
Envolver empregados na implantação e manutenção do 3Rs.
Inserir testes de conhecimento obrigatório para os funcionários.
Instalar lixeiras de coleta seletiva no prédio-sede da UN.
Instituir local correto para disposição final dos resíduos.
Melhorar a conscientização dos funcionários e terceirizados;
Fazer ações de reciclagem para que resultados sejam visíveis;
Envolver gerências;
Divulgar ações que a Sabesp está conduzindo.
Percepção de empolgação na implantação, que foi se perdendo;
No início muitos se empenharam e trabalharam;
Muitos empregados infelizmente não mantêm a consciência de reduzir o consumo, reutilizar e reciclar materiais;
Percepção de que poucos poupam energia no ambiente de trabalho;
Solução proposta: conscientizar, comunicar, educar.
Muitas cidades pequenas do interior, não possuem centros de segregação e reciclagem e os catadores e
cooperativas não são regularizados;
Devido a esta realidade não é possível atender às exigências do programa.
Crê que em sua UN o programa não está implantado
Necessário conquistar os funcionários para aderirem ao programa;
Ações simples como separar recicláveis parecem difíceis, dada a cultura, formação social e educação coletiva;
Difícil praticar reciclagem e respeito ao meio ambiente na cultura brasileira;
Usualmente só funcionam com retorno financeiro atrelado;
Integrar a cultura da empresa e dos colaboradores;
Estabelecer metas para o programa, incluindo-o na avaliação e criando recompensas.
Todos os funcionários que se interessassem deveriam ser convidados a participar do programa.
O resíduo é separarmos nas lixeiras, porém é descartado junto com o lixo comum, desincentivando os funcionários.
Priorizar o compromisso do programa com a causa e com a legislação; Evitar ações apenas para marketing verde ou
cumprimento de ISO.
Deveria ser obrigatório em todas as áreas da empresa.
124
O que poderia ser melhorado no Programa Sabesp 3Rs? (OUTRO)
Forte divulgação do programa apenas na implantação;
Necessário dar continuidade, a educação / sensibilização tem que ser constante / diária para surtir efeito.
Gerentes deveriam ouvir mais os colaboradores, trabalhar em pequenas ações locais sugeridas pelos empregados.
Planejamento, organização, comunicação e comprometimento.
Comunicar à sociedade os trabalhos que estão sendo feitos;
Envolver a sociedade nos programas ambientais;
Comunicar por informativos, divulgação nas escolas;
Divulgar "Se liga na rede", programa com grande benefício ambiental pois subsidia ligações de esgoto em locais
carentes, tirando os esgotos que antes poluíam os mananciais.
Trabalhar na educação ambiental para todos os funcionários, pois vários não têm nenhuma noção de sustentabilidade.
Programas ambientais serem tratados com relevância efetiva;
Ir além do cumprimento das exigências legais e da melhoria de imagem;
Compor os quesitos da participação nos resultados, tornando-se meta;
Gerências tratarem o 3Rs com maior seriedade.
Na região metropolitana programa é bem mais divulgado que na R.
Reuniões frequentes de manutenção do Programa;
Apresentação das ações e dificuldades de cada UN;
"Fórum" para discutir novas formas de fazer e de envolver as pessoas;
Espécie de reconhecimento também do trabalho dos colegas;
Alinhamento entre UNs essencial para incentivar as que estão começando.
As outras demandas diárias sempre são priorizadas e os programas ambientais tratados em 2º plano.
Sinceridade, honestidade, determinação, motivação, participação, transparência.
Tornar as questões ambientais menos burocráticas.
Treinamento do 3Rs obrigatório para todos os empregados, independente do nível hierárquico - desde a Alta Direção.
Aprimorar a divulgação;
Reconhecimento para quem aplica.
Parceria efetiva, suportando e auxiliando na estruturação do 3Rs e das associações de coleta seletiva nos municípios.
Fonte: Elaborado pela autora
Para o Programa 3Rs obteve-se um número grande de sugestões de melhoria no item
“outros”. Algumas delas foram comuns aos três programas, como a necessidade de divulgar
melhor / comunicar, treinar os empregados e incentivar e reconhecer a participação. As
questões culturais também apareceram muito fortemente, com indicações de melhoria tanto na
sensibilização dos empregados para aderirem a uma postura de conservação ambiental, quanto
por parte das lideranças de se comprometerem com o programa, fornecendo todo apoio
necessário. Foram sugeridos ainda encontros periódicos entre as UNs para compartilhar
melhores práticas, o estabelecimento de metas para o 3Rs, a desburocratização do programa, o
envolvimento da sociedade (hoje o programa é interno), e o assunto ser tratado com maior
seriedade pela alta administração, passando a ser considerado uma das prioridades. Apontou-se
como sugestão também a criação de uma área para tratar do programa, com uma equipe
específica e capacitada para tratar do assunto.
125
Por tratar-se de um programa que abrange a questão dos resíduos sólidos, segregação de
resíduos e reciclagem, surgiram sugestões específicas para o 3Rs como por exemplo instalação
de lixeiras separadas por tipo de material, tornar obrigatório na empresa o descarte segregado,
reutilizar o papel, utilizar arquivos digitais e estabelecer parcerias com associações de catadores
ou incentivo para a estruturação delas nos municípios onde ainda não existem ou não estão
formalmente organizadas.
4.1.2.2.Programa de Educação Ambiental
A Figura 9 representa uma nuvem de palavras com os termos que mais se repetiram nas
respostas, apresentando uma compilação das principais ideias indicadas pelos pesquisados
como sugestões de melhoria para o Programa de Educação Ambiental. A análise da nuvem e do
quadro com tópicos foi feita de maneira conjunta ao final.
Figura 9: Nuvem de palavras do item “outros” das sugestões de melhoria para o PEA
Fonte: Elaborada pela autora.
126
Quadro 20: Síntese das sugestões de melhoria apontadas no item “outros” para o PEA
O que poderia ser melhorado no Programa de Educação Ambiental de sua empresa? (OUTRO)
Programas Ambientais serem levados com mais seriedade.
Divulgação.
Deveria abranger todos os colaboradores.
Vincular à avaliação e carreira. Recompensar a participação.
Planejamento, organização, comunicação, comprometimento.
Envolvimento e apoio da alta direção;
Exemplo e comprometimento virem da diretoria, gerências e gestores;
Ações isoladas de poucos não surtem os mesmos efeitos.
Manutenção periódica e reuniões sistemáticas para alinhamento do PEA com 3Rs.
Divulgação efetiva;
Apoio das superintendências regionais.
Viabilizar que os empregados conheçam o programa;
Envolver todos os funcionários, não restringir a um determinado grupo.
Treinamento específico para todos envolvidos / responsáveis por implantar nas UNs.
Liberem dos funcionários e de recursos necessários para ações de Educação Ambiental nas escolas;
Alguns participam voluntariamente - tempo e recursos próprios;
Incentivo por parte das lideranças - com apoio e recursos da empresa a participação seria mais intensa.
Comprometimento com o programa, não ter apenas para dizer que tem PEA.
Melhorar a divulgação interna do programa;
Estimular visitas às ETAS e ETES da Sabesp;
Formar as crianças como multiplicadores da idéia em seu meio social e familiar.
Ser novamente objetivo da ISO 14.000.
Inserção de testes obrigatórios aos funcionários.
Instalar lixeiras de coleta seletiva em todas as dependências
Desburocratizar o programa.
Treinar todos os funcionários.
Envolvimento e patrocínio do governo estadual
Parceria com o poder público municipal e associações de catadores de recicláveis;
Apoio financeiro, estrutura e divulgação na mídia.
Sinceridade, honestidade, participação, motivação, transparência.
Facilitar os trabalhos e desburocratizar as questões ambientais.
Sabesp ter todos seus sistemas 100% adequados ambientalmente;
Ser exemplo, principalmente com relação aos esgotos, que poluem.
Comunicação e incentivo;
Na região metropolitana programa é bem mais divulgado que na R.
Questões precisam ser comunicadas corretamente, e não apenas divulgadas;
Sensibilizar implica em ação constante, para despertar a necessidade agir de forma diferente;
A comunicação precisa ser bem feita para resultar nos objetivos traçados;
Sabesp precisa aprimorar a comunicação.
Criação de uma equipe para promover e monitorar o PEA nas unidades;
Selecionar para ela profissionais qualificados em Educação Ambiental.
Divulgação ampla e permanente;
Envolver cada vez mais empregados, interessados na preservação ambiental.
127
O que poderia ser melhorado no Programa de Educação Ambiental de sua empresa? (OUTRO)
Incluir na formação / treinamento dos novos colaboradores;
Sensibilizá-los desde o início com a responsabilidade ambiental.
Estimular competição entre as UNs, premiando periodicamente pelos resultados.
Palestrar em todos os setores.
Estabelecer parcerias externas.
Criação uma área com foco em educação ambiental dentro de cada UN
Fonte: Elaborado pela autora
Dentre as sugestões de melhoria para o PEA, comunicação e treinamento foram os itens
mais citados. Também se sugeriu estabelecer metas para o programa, premiando as unidades
que se destacarem e incluir a participação como parte da avaliação dos empregados, com
conseqüente recompensa. Mencionou-se ainda a necessidade de desburocratizar o programa, e
melhorar o apoio e incentivo por parte da empresa, desde a alta administração até os superiores
imediatos. Como exemplos de apoio citaram-se a liberação dos colaboradores para participarem
e a disponibilização de recursos para a execução das ações.
Do ponto de vista da gestão de pessoas, identificam-se na literatura recomendações de
treinamento e desenvolvimento para gerentes e líderes de equipe, em relação à forma de gerir a
participação eficaz de seus colaboradores nas práticas ambientais (RONNENBERG,
GRAHAM e MAHMOODI, 2011).
Caracteriza-se assim o papel fundamental dos líderes no incentivo à participação dos
colaboradores, favor apresentado como forte potencial de melhoria.
Foi sugerida ainda a ampliação daabrangência do programa e envolver mais
empregados. Outra ideia apontada foi estabelecer parcerias com instituições e prefeituras.
Pontuou-se ainda a necessidade de a empresa tratar o programa com mais responsabilidade,
comprometimento e seriedade.
Outra ação sugerida foi o alinhamento do PEA entre as unidades de negócio para
compartilhar melhores práticas, alinhando-o também com os outros programas ambientais.
Sugeriu-se também a criação de uma equipe, uma nova área nas unidades de negócio para tratar
especificamente dos programas ambientais.
128
4.1.2.3.Programa de Uso Racional da Água
As palavras que mais se repetiram na indicação das sugestões de melhoria para o
Programa de Uso Racional da Água foram compiladas em uma nuvem de palavras, para melhor
visualização das principais ideias apontadas pelos pesquisados. Da mesma forma que para os
outros programas, apresenta-se primeiramente a nuvem de palavras, em seguida o quadro com
sugestões sintetizadas, e somente depois uma análise integrada de ambos.
Figura 10: Nuvem de palavras do item “outros” das sugestões de melhoria para o PURA
Fonte: Elaborada pela autora.
Quadro 21: Síntese das sugestões de melhoria apontadas no item “outros” para o PURA
O que poderia ser melhorado no Programa de Uso Racional da Água (PURA) de sua empresa?
(OUTRO)
Treinar todos os funcionários
Planejamento, organização, comunicação, comprometimento.
Estender o programa a todos os grandes consumidores (incentivar redução);
Divulgar melhor às prefeituras, para implantação em imóveis públicos.
Seguir o exemplo da Diretoria Metropolitana, atingindo escolas, condomínios, sindicatos e associações;
Investir em estrutura e capacitação de pessoal.
129
O que poderia ser melhorado no Programa de Uso Racional da Água (PURA) de sua empresa?
(OUTRO)
Ampliar divulgação que muitas vezes se restringe a gerentes e gestores.
Distribuição de folhetos nas escolas.
Envolver a administração publica, incentivando redução do consumo e conserto de vazamentos;
Desenvolver um trabalho com as escolas, municipais e estaduais.
Melhorar a divulgação e trabalhar na conscientização
Empresa ter responsabilidade efetiva na aplicação do programa.
Cursos, Palestras e Workshops;
Visitar outras unidades com o programa mais maduro para buscar boas práticas;
Formar um grupo dedicado ao programa para atender toda a UN;
Capacitá-los para executar diagnósticos e demais atividades do PURA;
Encontros frequentes entre as UNs para trocar experiências e resultados;
Elaborar palestras e periódicas junto à comunidade, escolas, etc.;
A população deve perceber a empresa ensinando boas práticas de uso da água.
Maior ação, comprometimento e patrocínio por parte do governo estadual.
Selecionar ao menos uma escola por UN como Piloto;
Conduzir trabalho piloto que seja factível de grande retorno (economia de água);
Analisar criticamente e aprimorar ações para levar às demais escolas.
Gestão não enxergar o programa apenas como um "redutor de faturamento";
Enxergar responsabilidade da Sabesp e oportunidade de preservar o recurso;
Evitar ter que investir muito para buscar a água mais distante (por ter poupado).
Divulgação.
Gestores estabelecer metas / ações claras para os multiplicadores praticarem;
Dar continuidade ao programa, alinhar constantemente, melhorar comunicação;
Questões precisam ser comunicadas corretamente, e não apenas divulgadas;
Sensibilizar implica em ação constante, para despertar a necessidade agir de forma diferente;
A comunicação precisa ser bem feita para resultar nos objetivos traçados;
Sabesp precisa aprimorar a comunicação.
Melhorar a seleção dos beneficiados pelo PURA para não prejudicar o faturamento.
Fonte: Elaborado pela autora
Destacaram-se no quadro 21 as principais ideias, em formato de tópicos, obtidas no item
“outros”, da questão “O que poderia ser melhorado no Programa de Uso Racional da Água
(PURA) de sua empresa?”.
Observa-se que os itens mais citados pelo público pesquisado foram a comunicação, o
treinamento, a responsabilidade da empresa frente ao programa, a constância e continuidade
das ações, e a integração e troca de informações entre as unidades de negócio, para obter-se
melhores práticas.
Apesar dos itens comunicação e treinamento constarem nas opções dadas pelo
questionário quantitativo, a maior parte dos respondentes que optou por complementar
130
utilizando o campo “outros”, detalhou a forma que deveria ser conduzida a comunicação e os
treinamentos relativos ao programa. Neste detalhamento destacam-se as sugestões de maior
envolvimento e abrangência, e a periodicidade, sugerida para ser constante conferindo
continuidade ao programa, o que segundo os pesquisados, potencializa os resultados frente às
ações pontuais que ocorrem atualmente.
Uma vez apresentadas as sugestões de melhoria relatadas no item “outros” dos três
programas, pode-se constatar uma forte adesão dos colaboradores da Sabesp à pesquisa, já que
muitos presquisados aproveitaram o campo aberto “outros” para manifestar suas opiniões.
Desta forma, é possível fazer uma relação com o trabalho de Clark (2001), no qual os
colaboradores demonstraram ter opiniões fortes em relação às questões ambientais. Como
proposta da pesquisa, sugeriu-se que os comentários dos pesquisados fossem colocados em
prática, para que assim eles se sintam participantes dos programas, se tornando mais propensos
a aderir e apoiar programas ambientais, e pré-dispostos a sugerirem melhorias futuras
(CLARK, 2001).
Replica-se assim esta sugestão para a Sabesp, haja vista a predisposição dos
empregados pesquisados em emitir sua opinião e recomendações. Deve-se considerar, contudo,
a necessidade de analisá-las de forma integrada, avaliando a aderência de cada uma à realidade
estudada no grupo pesquisado e aos resultados gerais da pesquisa, para não definir ações com
base em uma recomendação isolada.
Nas sugestões abertas que os colaboradores deixaram para os três programas, foram
pontuadas apontaram a necessidade de tratar os programas ambientais com mais seriedade,
vinculá-los à avaliação, recompensar a participação, estabelecer metas e demonstrar
envolvimento, apoio e comprometimento tanto da alta direção quanto dos superiores imediatos.
Estes fatores caracterizam sugestões para que os programas ambientais sejam
considerados como uma questão estratégica, da mesma forma que Santos (2010) recomendou
que o uso racional da água fosse incluído como objetivo no plano estratégico da Embasa,
definindo bem as metas, ações e competências.
131
4.2. PESQUISA QUANTITATIVA
A seguir serão apresentados os resultados da pesquisa quantitativa. A pesquisa
quantitativa, do tipo survey, foi hospedada em um site da web, o http://www.questionpro.com,
que possui as ferramentas necessárias para a construção do instrumento de coleta de dados no
formato apresentado, bem como segurança de preservar a identidade dos respondentes e
armazenar os dados de forma segura, para posterior acesso pela pesquisadora e extração das
planilhas que foram utilizadas no tratamento estatístico dos dados. Além de permitir acesso por
meio de link direto (http://programasambientaissabesp.questionpro.com/) e armazenar os dados
já obtidos, o site forneceu as estatísticas gerais da pesquisa apresentadas no Quadro 22.
Quadro 22: Estatísticas / níveis de resposta da pesquisa
A Número de visualizações da pesquisa 1.837
B Quantidade de respondentes que iniciou o preenchimento 1.420
C Quantidade de respondentes que completou todo o instrumento 739
D Taxa de conclusão (C/B*100) 52,04%
E Tempo médio de preenchimento (em minutos) 12
Fonte: Adaptado de Questionpro (2013)
Todas as questões, exceto as categóricas, eram de preenchimento obrigatório. Desta
forma, foram obtidas 739 respostas válidas, cujas questões obrigatórias foram completamente
respondidas.
Dos 6.525 empregados da Diretoria R que tiveram acesso à pesquisa, houve a
devolutiva de 739 respondentes. No entanto, nem todos os respondentes preencheram as
questões referentes ao perfil.
A Tabela 3 apresenta as estatísticas descritivas da amostra que participou da pesquisa
quantitativa, separando o número de respondentes que informaram cada uma das variáveis
categóricas pesquisadas (sexo, idade, escolaridade, cargo, unidade e tempo de empresa).
132
Tabela 3: Número de respondentes de cada variável categórica
Sexo Idade Escolaridade Cargo Unidade
Tempo de
empresa
Respondentes 686 686 725 725 725 725
Não responderam 53 53 14 14 14 14
Fonte: Elaborada pela autora
Dentre todas as questões que compunham o instrumento de coleta de dados, as que
representavam as variáveis categóricas – sexo, idade, escolaridade, cargo, unidade e tempo de
empresa – foram apresentadas ao final do questionário, e eram as únicas cujo preenchimento
não era obrigatório.
Tanto nas divulgações da pesquisa quanto em seu cabeçalho, foi esclarecido que se
tratava de um trabalho acadêmico, que o sigilo dos respondentes seria preservado e não haveria
nenhuma forma de identificação direta. Haveria apenas classificações pelas variáveis
categóricas para aprimorar as análises e conclusões do trabalho.
Apesar destes esclarecimentos, decidiu-se por deixar estas questões como não
obrigatórias, não divulgando abertamente a não-obrigatoriedade, porém permitindo que as
respostas fossem salvas mesmo sem completar esta etapa. Esta cautela foi tomada visando-se
evitar baixo nível de resposta caso os pesquisados ficassem com receio de serem identificados.
Embora se tenha tomado este cuidado, observa-se que dos 739 respondentes que
responderam a todas questões de conteúdo do instrumento, apenas 53 (7,17%) não informaram
sexo e idade, e um número ainda menor – apenas 14 (1,89%) – não responderam às demais
variáveis categóricas, acredita-se que por receio de serem identificados.
133
4.2.1. Análise Descritiva: Perfil do respondente
A amostra deste estudo foi composta de 739 sujeitos, todos empregados da Diretoria de
Sistemas Regionais da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Destes respondentes, 525 (76,5% das respostas válidas) são do sexo masculino, 161 (23,5% das
respostas válidas) do sexo feminino, e 53 não responderam. Observa-se assim a predominância
de respondentes do sexo masculino.
Buscando entender se esta discrepância entre os sexos poderia sinalizar um viés de
pesquisa, analisaram-se algumas particularidades da empresa estudada. Segundo o Balanço
Social divulgado pela Sabesp em 2012 (SABESP, 2012a, p.84) observa-se que de um quadro
de 15.019 empregados no final de 2012, apenas 3.018 eram mulheres, ou seja, 20,09%.
Analisando os dados sob este novo prisma, pode-se concluir que a participação das mulheres
neste estudo foi proporcional à sua representatividade no quadro funcional, e até levemente
superior que a dos homens.
Para melhor visualização da distribuição dos respondentes por faixa etária, elaborou-se
o gráfico apresentado na Figura 11.
Figura 11: Faixa etária dos pesquisados
Fonte: Elaborado pela autora
44 7%
112 16%
206 30%
234 34%
90 13%
Idade dos respondentes
até 25 anos de 26 a 35 anos de 36 a 45 anos de 46 a 55 anos acima de 55 anos
134
Observou-se claramente que a minoria – apenas 7% - tem até 25 anos. Um fator que
influencia este número é o fato de que, como as contratações são por meio de concurso público,
um dos requisitos é a idade mínima de 18 anos. Percebeu-se ainda que a faixa etária de 46 a 55
anos predomina, e logo em seguida a de 36 a 45 anos. Somando-se as duas pode-se concluir
que 64% dos empregados da Sabesp que responderam à pesquisa têm entre 36 e 55 anos. Por
fim, observou-se que 13% dos pesquisados tem mais que 55 anos. O número de não
respondentes foi igual ao do item anterior: 53. Acredita-se que podem ser os mesmos 53
indivíduos que não responderam sua faixa etária nem sexo para evitar identificação.
A Figura 12 apresenta o nível de escolaridade dos respondentes.
Figura 12: Níveis de escolaridade dos pesquisados
Fonte: Elaborado pela autora
Em relação ao nível de escolaridade informado pelos respondentes, apenas 0,8% (6)
informaram possuir ensino fundamental. A maioria – 39,7% (288) possui ensino superior
completo, enquanto que 30,9% (224) concluíram o ensino médio e 28,6% (207) já cursaram
pós-graduação. Apenas 14 sujeitos da pesquisa não informaram sua escolaridade.
6 0,8%
224 30,9%
288 39,7%
207 28,6%
Escolaridade dos Respondentes
Ensino Fundamental Ensino Médio Ensino Superior Pós-graduação
135
A Figura 13 representa a distribuição dos respondentes de acordo com o tempo de
empresa.
Figura 13: Tempo de empresa dos respondentes
Fonte: Elaborado pela autora
Ao analisar o gráfico da Figura 13 observa-se que o menor grupo de respondentes tem
de 6 a 10 anos de empresa. Em seguida vem o grupo mais jovem de companhia – 10,8% com
menos de 2 anos, e 15,6% com 2 a 5 anos. Somando-se estes dois grupos, constatou-se que
apenas 26,4% dos pesquisados possuem até 5 anos de empresa. Apontou-se ainda que 35,9%
possuem de 11 a 20 anos de empresa, enquanto que um grupo semelhante, 34,3%, tem mais de
20 anos. Somando-se estes dois últimos é possível concluir que a grande maioria dos
respondentes – 70,2% – tem mais de 10 anos de companhia.
Quando questionados sobre qual dos cargos / níveis hierárquicos melhor descreviam sua
posição atual, as respostas obtidas foram as sintetizadas na Figura 14.
78 10,8%
113 15,6%
25 3,4%
260 35,9%
249 34,3%
Tempo de empresa
menos de 2 anos
de 2 a 5 anos
de 6 a 10 anos
de 11 a 20 anos
mais de 20 anos
136
Figura 14: Distribuição dos pesquisados conforme o cargo / nível hierárquico
Fonte: Elaborado pela autora
Observa-se que o menor público dentre os respondentes foi o gerencial (7%), o que e
compatível com a realidade organizacional já que, segundo o efetivo de pessoal divulgado pela
Sabesp em Março de 2013 destacou que os gerentes representavam 3,9% do total de
empregados (SABESP, 2013d). Os universitários que responderam à pesquisa são 22,5% do
total, também proporcional à sua participação no quadro funcional, que em Março era de
18,4%. Os demais empregados, que somam os operacionais, técnicos e administrativos, no
efetivo da Sabesp totalizam 77,7% da força de trabalho. Nesta pesquisa, equivalem à soma das
categorias operacional, técnica, administrativa e os cargos de liderança de nível técnico (líder,
gestor e encarregado). Este público representou 70,5% dos respondentes, número que não
difere muito da distribuição de pessoal da Sabesp. Contudo, cabe salientar que esta diferença de
7,2% pode se justificar pelo fato deste público abranger a equipe operacional, na qual parte do
90 12%
250 35%
90 12%
163 23%
81 11%
51 7%
Cargo / nível hierárquico
Operacional
Técnico
Administrativo
Univeristário
Líder/ Gestor/ Encarregado
Gerencial
137
pessoal não utiliza o computador em seu trabalho diário. Como a pesquisa foi realizada via
Internet, considera-se isto como um dificultador para que participassem da pesquisa na mesma
intensidade que os demais públicos.
Mesmo com essa possível restrição de participação proporcional da equipe operacional,
considera-se que o objetivo foi alcançado, já que o percentual de participação do grupo foi
satisfatório, e observou-se reforço por parte das lideranças incentivando a participação de
todos, além de divulgação da pesquisa nos Murais e demais informativos, que atingem todos os
empregados.
Outro desafio era o de conseguir uma participação efetiva de todas as unidades de
negócio da Diretoria de Sistemas Regionais. A Figura 15 representa a distribuição desta
participação de cada unidade.
Figura 15: Distribuição dos respondentes de acordo com a Unidade de Negócio
Fonte: Elaborado pela autora
R 30
4,1%
RA 71
9,8%
RB 60
8,3%
RE 41
5,7%
RG 72
9,9%
RJ 69
9,5%
RM 72
9,9% RN 40
5,5% RO 5
0,7%
RR 33
4,6%
RS 80
11,0%
RT 62
8,6%
RV 90
12,4%
Unidade de Negócio / Região Geográfica
138
Pode-se dizer que a representatividade de cada unidade de negócio foi altamente
satisfatória, uma vez que a participação foi homogênea e para a maioria das unidades,
proporcional ao número de empregados da UN.
Tabela 4: Distribuição do número de empregados da R e dos respondentes por UN
Número de
empregados
Número de
respondentes
Percentual de
participação
R 16 Não especificado Não especificado
RC 10 Não especificado Não especificado
RF 26 Não especificado Não especificado
Total considerado
como R 52 30 57,69%
RA 605 71 11,74%
RB 728 60 8,24%
RE 198 41 20,71%
RG 691 72 10,42%
RJ 442 69 15,61%
RM 716 72 10,06%
RN 338 40 11,83%
RO 49 5 10,20%
RR 286 33 11,54%
RS 1085 80 7,37%
RT 588 62 10,54%
RV 863 90 10,43%
Total R 6.641* 725** 10,92%
* Neste total constam os empregados afastados por aposentadoria por invalidez. Quadro funcional da R em fev/14.
** Além deste número, há 14 respondentes não identificaram sua UN, e computam as 739 respostas válidas.
Fonte: Elaborada pela autora
Dentre as unidades pesquisadas, 3 são unidades funcionais, que são centralizadas e
apoiam todas as UNs, e por serem centralizadas possuem um número pequeno de empregados.
São elas a própria R - diretoria, equipe de staff, Departamento Administrativo e Financeiro e
Departamento de Controladoria e Planejamento Integrado, a RO – Gestão e Desenvolvimento
Operacional, que possui 4 departamentos, e a RE – Gestão de Empreendimentos, que possui 10
departamentos. As superintendências RC e RF são muito pequenas e como são áreas funcionais
e fisicamente ficam anexas à R, foram consideradas como “R”, inclusive para preservar a
identidade dos respondentes. As outras 10 são unidades de negócio (regionais), cuja
abrangência geográfica é apresentada no quadro 14, que compõe a Metodologia.
139
Praticamente todas as unidades pesquisadas apresentaram níveis de resposta entre 7 e
21%, sendo que para a maioria este nível foi próximo de 10%. O único caso diferente foi da
própria R, que apresentou nível de resposta superior a 50%. Acredita-se que este foi resultado
porque foi a unidade que assumiu a responsabilidade de disseminar a pesquisa e incentivar a
participação. Soma-se a isto o fato que se trata de uma área administrativa, na qual todos
empregados possuem acesso ao e-mail e facilidade para participar da pesquisa.
Tabela 5: Distribuição dos respondentes nas Unidades de Negócio
Esc
ola
rid
ad
e Fundamental 6,7% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 2,8% 2,5% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 1,1% 0,8%
Médio 13,3% 21,1% 33,3% 12,2% 37,5% 42,0% 30,6% 27,5% 0,0% 45,5% 27,5% 30,6% 38,9% 30,9%
Superior 33,3% 43,7% 43,3% 19,5% 47,2% 43,5% 37,5% 42,5% 20,0% 27,3% 50,0% 41,9% 32,2% 39,7%
Pós-graduação 46,7% 35,2% 23,3% 68,3% 15,3% 14,5% 29,2% 27,5% 80,0% 27,3% 22,5% 27,4% 27,8% 28,6%
Ca
rgo
Operacional 13,3% 11,3% 5,0% 0,0% 20,8% 20,3% 12,5% 5,0% 0,0% 3,0% 7,5% 24,2% 14,4% 12,4%
Técnico 20,0% 26,8% 26,7% 14,6% 36,1% 34,8% 41,7% 47,5% 0,0% 45,5% 50,0% 29,0% 34,4% 34,5%
Administrativo 13,3% 16,9% 20,0% 7,3% 9,7% 11,6% 12,5% 7,5% 0,0% 15,2% 11,3% 9,7% 13,3% 12,4%
Universitário 36,7% 22,5% 16,7% 58,5% 16,7% 15,9% 25,0% 17,5% 80,0% 21,2% 18,8% 19,4% 17,8% 22,5%
Líder/gestor/
encarregado 6,7% 9,9% 18,3% 12,2% 12,5% 13,0% 5,6% 15,0% 0,0% 9,1% 6,3% 9,7% 15,6% 11,2%
Gerencial 10,0% 12,7% 13,3% 7,3% 4,2% 4,3% 2,8% 7,5% 20,0% 6,1% 6,3% 8,1% 4,4% 7,0%
Fonte: Elaborada pela autora
Unidade
R RA RB RE RG RJ RM RN RO RR RS RT RV Total
To
tal Frequência 30 71 60 41 72 69 72 40 5 33 80 62 90 725
Percentual 4,1% 9,8% 8,3% 5,7% 9,9% 9,5% 9,9% 5,5% 0,7% 4,6% 11,0% 8,6% 12,4% 100%
Sex
o
Masculino 67,9% 74,2% 79,3% 77,5% 83,8% 79,7% 79,4% 74,4% 100% 93,3% 64,5% 81,7% 69,0% 76,5%
Feminino 32,1% 25,8% 20,7% 22,5% 16,2% 20,3% 20,6% 25,6% 0,0% 6,7% 35,5% 18,3% 31,0% 23,5%
Ida
de
Até 25 anos 7,4% 0,0% 6,9% 5,0% 8,8% 7,7% 2,9% 10,3% 0,0% 10,0% 10,5% 5,1% 6,0% 6,4%
De 26 a 35 anos 14,8% 16,7% 20,7% 10,0% 20,6% 27,7% 11,6% 12,8% 0,0% 6,7% 18,4% 10,2% 16,7% 16,3%
De 36 a 45 anos 29,6% 37,9% 32,8% 27,5% 26,5% 24,6% 36,2% 23,1% 40,0% 33,3% 25,0% 20,3% 38,1% 30,0%
De 46 a 55 anos 29,6% 27,3% 29,3% 32,5% 29,4% 35,4% 37,7% 33,3% 40,0% 43,3% 35,5% 50,8% 28,6% 34,1%
Acima de 55 anos 18,5% 18,2% 10,3% 25,0% 14,7% 4,6% 11,6% 20,5% 20,0% 6,7% 10,5% 13,6% 10,7% 13,1%
Tem
po
de
emp
resa
Menos de 2 anos 10,0% 2,8% 13,3% 9,8% 5,6% 8,7% 5,6% 15,0% 20,0% 12,1% 20,0% 9,7% 15,6% 10,8%
De 2 a 5 anos 13,3% 9,9% 15,0% 12,2% 18,1% 27,5% 15,3% 25,0% 0,0% 12,1% 15,0% 8,1% 15,6% 15,6%
De 6 a 10 anos 6,7% 1,4% 3,3% 0,0% 2,8% 11,6% 5,6% 2,5% 0,0% 3,0% 3,8% 0,0% 1,1% 3,4%
De 11 a 20 anos 16,7% 50,7% 28,3% 36,6% 41,7% 31,9% 36,1% 25,0% 40,0% 42,4% 32,5% 30,6% 42,2% 35,9%
Mais de 20 anos 53,3% 35,2% 40,0% 41,5% 31,9% 20,3% 37,5% 32,5% 40,0% 30,3% 28,8% 51,6% 25,6% 34,3%
140
Observando-se a tabulação cruzada entre as Unidades de Negócio e as demais variáveis
categóricas, podem-se observar algumas diferenças entre as unidades.
Com relação ao sexo, a maior parte das UNs trazem a mesma característica da Sabesp –
cerca de 20% de mulheres. Destoam desta proporção as UNs RR com apenas 6,7% de
respondentes do sexo feminino, e a RO com nenhuma mulher participando da pesquisa. Cabe,
contudo, salientar que a RO é uma superintendência com poucos empregados, e que apenas 5
indivíduos responderam à pesquisa. Por outro lado, da RS, RV e R mais de 30% dos
respondentes eram do sexo feminino.
As UNs RR, RS e RN foram as únicas que apresentaram mais de 10% dos respondentes
com até 25 anos de idade, enquanto que a RO, a RE e a própria RN têm mais de 20% dos
respondentes com mais de 55 anos. A RA, RB e RJ apresentam grande concentração de
respondentes nas faixas etárias intermediárias, de forma que mais da metade dos pesquisados
tem entre 26 e 45 anos. Na RS, RV e RB apenas cerca de 10% dos pesquisados tem mais de 55
anos.
Analisando a distribuição pelo tempo de empresa, para a Sabesp como um todo
observou-se um tempo de empresa bem elevado – mais de 70% dos respondentes com mais de
10 anos de casa. Esta realidade se reflete nas UNs da seguinte forma: em apenas 3 UNs (RS,
RO e RV) mais de 15% dos respondentes tem até 2 anos de empresa. Por outro lado das UNs R
e RT mais de 50% dos respondentes têm mais de 20 anos de empresa.
Comparando-se o tempo de casa com a faixa etária, identifica-se uma compatibilidade
já que apenas 7% tem até 25 anos de idade e 64% entre 36 e 55 anos. Analisando esta
distribuição nas unidades de negócio percebe-se um perfil de público mais jovem, tanto na
faixa etária quanto em tempo de empresa apontando nas UNs RS e RV.
Quanto à escolaridade somente 0,8% possuem ensino fundamental, enquanto que quase
40% têm ensino superior e cerca de 30% estão nos níveis ensino médio e pós-graduação. Ao
observar nas unidades, apenas a R, RM e RN possuem mais de 2% dos respondentes apenas
com ensino fundamental, a R se destacando com 6,7%. A R, RE e RO possuem maior número
de respondentes com pós-graduação: 46,7%, 68,3% e 80%, respectivamente. Na RS e na RG
perto de 50% dos pesquisados possuem ensino superior.
141
Quanto aos cargos e níveis hierárquicos, apenas as unidades de negócio RO e RE não
tiveram respondentes operacionais, o que se justifica pelo fato de se trataram de áreas de apoio,
que não possuem equipes operacionais como ocorre nas regionais. As unidades RB, RR e RN
apresentaram até 5% de respondentes operacionais, enquanto que da RG, RJ e RT mais de 20%
se classificaram como operacionais. Nas unidades RS, RN e RR entre 45% e 50% são técnicos.
Apenas nas UNs RE e RO mais de 50% se classificaram como universitários, o que também é
compatível com o perfil dessas unidades. Apenas nas unidades RB, RN e RV mais de 15% dos
pesquisados é líder, gestor ou encarregado. Nas UNs , RA, RB e RO mais de 10% dos
respondentes está no nível gerencial.
Ao cruzar escolaridade com nível hierárquico, observa-se compatibilidade na RE e RO
com grande número de empregados com pós-graduação com grande percentual de cargo
universitário na empresa. Comparando-se os cargos técnicos e administrativos (somados
integram 42,7% da amostra) com a formação de requisito para seu preenchimento (nível médio,
que representa apenas 27,7% da formação dos pesquisados) já não se percebe forte
compatibilização. O oposto ocorre com o nível universitário em geral – é maior o número de
empregados com ensino superior ou pós-graduação que o número de empregados que ocupam
cargos universitários, dentre os respondentes. Acredita-se que o fator que possa influenciar
fortemente nessa ausência de compatibilização seja o plano de carreiras da companhia, que
inclusive por impeditivos legais e necessidade de realização de concursos públicos, não permite
que um empregado contratado em nível médio ascenda a uma carreira universitária. Desta
forma, acredita-se que há um número considerável de empregados que já possuem formação
superior, porém atuam na carreira de nível médio/técnico.
Para facilitar a apresentação das respostas obtidas em cada uma das questões que
compuseram o instrumento de coletas de dados, procedeu-se uma separação em tabelas por
blocos de questões agrupadas da mesma forma que foi feito na apresentação dos constructos.
4.2.2. Conduta ambiental do indivíduo
Neste item são apresentados as respostas obtidos para as questões do primeiro bloco da
pesquisa quantitativa, de forma compilada, bem como as discussões destas questões. O objetivo
142
do bloco 1 é caracterizar a conduta ambiental dos indivíduos pesquisados.
Tabela 6: Frequência e Percentual de respostas por níveis de concordância – Bloco 1
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Não discordo
nem concordo
Concordo
em parte
Concordo
totalmente
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
bl1_q1 10 1,4% 9 1,2% 70 9,5% 283 38,3% 367 49,7%
bl1_q2 6 0,8% 12 1,6% 47 6,4% 246 33,3% 428 57,9%
bl1_q3 6 0,8% 11 1,5% 31 4,2% 372 50,3% 319 43,2%
Fonte: Elaborada pela autora
Quadro 23: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa - Bloco1
Legenda da codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa
Bloco 1 - Conduta
ambiental do
indivíduo
bl1_q1 Gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis.
bl1_q2 Estou disposto a me empenhar muito para que iniciativas ambientais tenham sucesso.
bl1_q3 Eu me considero ambientalmente responsável.
Fonte: Elaborado pela autora
Analisado a tabela 6 pode-se observar um comportamento de reposta parecido para as
três questões do primeiro bloco, todas relacionadas à conduta ambiental do indivíduo com
relação às questões ambientais. Principalmente nos níveis de discordância observam-se
respostas muito similares: quando somados os itens “discordo totalmente” e “discordo em
parte”, obtêm-se 2,6% para a questão um, 2,4% para a questão dois e 2,3% para a questão três.
Quanto à opção neutra “não discordo nem concordo”, os percentuais tiveram uma variação um
pouco maior, oscilando entre 4,2% e 9,5%. Quanto aos graus de concordância, foram
predominantes para as três questões do bloco 1, gerando para o bloco 1 uma média de 40,6% de
“concordo em parte” e 50,3% de “concordo totalmente”. Ao somar os dois níveis de
concordância obtém 90,9% de concordância média no bloco, sendo 88% na questão 1, 91,2%
na questão 2 e 93,5% na questão três.
143
Considerando o alto índice de concordância para as três questões, pode-se inferir que
em média, os colaboradores pesquisados avaliam positivamente sua própria conduta ambiental,
desde se auto-avaliarem como ambientalmente responsáveis até demonstrarem interesse por
engajar-se em ações ambientais e empenhar-se para que elas tenham sucesso.
Pontua-se então a conduta ambiental do indivíduo como um fator relevante para o
sucesso das ações ambientais da empresa, haja vista a importância dos empregados neste
processo, e, como já apresentado anteriormente, colaboradores treinados, motivados e
satisfeitos contribuem para o sucesso de uma organização (SILVA et al., 2009; PERIN et al.,
2009; FIGUEIREDO NETO; MACHADO; SILVA, 2010; KOTLER, 1998).
Cantor et al. (2012b) desenvolveram uma pesquisa sobre comprometimento
organizacional e o papel do compromisso com as questões ambientais nas práticas de gestão
ambiental da organização. O estudo aponta o comprometimento organizacional afetivo como
facilitadorda realização de objetivos organizacionais pelos empregados, não por obrigação, mas
por desejo e identificação.
O trabalho de Cantor et al. (2012b) apontou ainda uma associação entre o
comprometimento dos indivíduos com as práticas ambientais, e a conduta ambiental individual.
Os autores concluem que o comportamento de cada colaborador é relevante na definição do
nível de envolvimento organizacional em práticas ambientais. Considerando esta associação é
possível inferir que, mediante a conduta individual observada na Sabesp fortemente favorável
ao meio ambiente, este fator, se bem trabalhado, pode gerar maior comprometimento e
consequentemente maior participação, dos colaboradores com as práticas ambientais propostas
pela organização, da mesma forma que no estudo de Cantor et al. (2012b).
4.2.3. Conduta ambiental da empresa
Apresentam-se a seguir os resultados da pesquisa quantitativa para o bloco 2, que visa
caracterizar a conduta ambiental da empresa, segundo a percepção dos colaboradores
pesquisados.
144
Tabela 7: Frequência e Percentual de respostas por níveis de concordância – Bloco 2
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Não discordo
nem concordo
Concordo
em parte
Concordo
totalmente
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
bl2_q1 190 25,7% 142 19,2% 119 16,1% 205 27,7% 83 11,2%
bl2_q2 254 34,4% 140 18,9% 159 21,5% 136 18,4% 50 6,8%
bl2_q3 68 9,2% 113 15,3% 125 16,9% 229 31,0% 204 27,6%
bl2_q4 50 6,8% 113 15,3% 92 12,4% 303 41,0% 181 24,5%
bl2_q5 82 11,1% 77 10,4% 119 16,1% 280 37,9% 181 24,5%
bl2_q7 32 4,3% 107 14,5% 121 16,4% 354 47,9% 125 16,9%
bl2_q8 128 17,3% 181 24,5% 164 22,2% 216 29,2% 50 6,8%
Fonte: Elaborada pela autora
Quadro 24: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa –
Bloco 2
Blo
co 2
- C
on
du
ta A
mb
ien
tal
da
Em
pre
sa
bl2_q1 Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais.
bl2_q2 As ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente como parte de sua
avaliação de desempenho anual.
bl2_q3 Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar com seus superiores sobre
qualquer assunto relacionado às iniciativas ambientais.
bl2_q4 A consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na empresa.
bl2_q5 Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa voltada para a disseminação dos
programas ambientais para os colaboradores.
bl2_q7 Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna / disseminação de
informações da companhia eficientes.
bl2_q8 A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa.
Fonte: Elaborado pela autora
Analisando a percepção dos empregados pesquisados sobre a conduta ambiental da
empresa, apresentada na tabela 7 com legenda no quadro 24, observou-se que as questões 1
(recebimento de treinamentos), 2 (ações ambientais como parte da avaliação) e 8 (participação
intensa dos empregados nas questões ambientais) tiveram alto índice de discordância. Para
estas questões o percentual de respostas da opção “discordo totalmente” superou o da opção
“concordo totalmente”. Mesmo quando somados os dois níveis de discordância “discordo
145
totalmente” e “discordo parcialmente” e comparando-os com a somatória de concordância
(concordo totalmente e concordo parcialmente), o nível de discordância foi ainda maior.
Constatou-se assim que a maior parte dos respondentes não concorda que tem recebido
treinamento das questões ambientais, tampouco que as ações ambientais façam parte de sua
avaliação e que a participação dos funcionários nestas questões seja intensa.
Santos (2010) também identificou baixo nível de participação dos empregados da
Embasa na palestra realizada sobre sustentabilidade da água em seus aspectos econômicos e
ambientais. Como forma de remediar a baixa participação o autor recomendou oferecer cursos
sobre sustentabilidade ambiental, uso racional e conservação da água, com certificados,
objetivando sensibilizar e envolver os colaboradores.
Pontua-se a importância de oferecer treinamento adequado com relação às questões
ambientais, uma vez que a mudança ocorre por meio da educação, e consequentemente o
treinamento é considerado um dos instrumentos de Endomarketing® mais importantes
(BRUM, 1994; GRAZIANO, 2011).
Assim sendo, o percentual discordância com relação ao recebimento de treinamento é
um ponto crítico identificado por este trabalho, que indica que o treinamento precisa ser
aprimorado.
As questões 3, 4, 5 e 7 apresentaram um comportamento de respostas contrário ao das 1,
2 e 8: a soma dos dois níveis de concordância superou a soma dos dois níveis de discordância,
em média em 41,1%. Este valor pode ser considerado uma diferença relevante, que deixa clara
a concordância média com a facilidade de comunicação das questões ambientais com os
superiores, que elas são preocupações prioritárias para a empresa, que conhecem alguma ação
de comunicação dos programas ambientais e que consideram as ferramentas corporativas de
comunicação interna eficientes.
A opção neutra “não discordo nem concordo” não demonstrou grande variação entre
uma questão e outra do bloco 2. Ela apresentou uma média de 17,4%, sendo o percentual
mínimo 12,4% e o máximo 22,2%.
146
Estas conclusões trazem uma percepção positiva por parte dos empregados com relação
à comunicação das questões ambientais, inclusive abertura da liderança para conversar sobre o
tema, e que ele é tratado como prioridade pela empresa.
A Sabesp declara entender sua responsabilidade como empresa cidadã, e a busca pelo
desenvolvimento de seu pessoal visando a qualidade ambiental é parte de sua Política de Meio
Ambiente (SABESP, 2014c). Considerando as questões ambientais aqui transparecidas como
um valor da empresa, constata-se a importância dessa percepção positiva de seus
colaboradores, para a conquista do que foi estabelecido na Política de Meio Ambiente.
Abreu (2001) define conduta ambiental fraca de uma organização pela ausência de: a)
uma política ambiental; b) um responsável para tratar das questões ambientais; c) padrões
ambientais; d) planos de implantar um sistema de gestão ambiental. Neste nível de conduta os
orçamentos não envolvem projetos ambientais, programas de educação ambiental ou de coleta
seletiva, e os controles operacionais se limitam ao cumprimento da legislação. As questões
ambientais como um custo, não atreladas à vantagem competitiva.
Já a conduta ambiental intermediária é comum em organizações que estão implantando
um SGA, elaborando sua política ambiental, levantando os aspectos ambientais significativos e
definindo padrões e controles ambientais. Observa-se ainda nesta fasea geração de programas
de educação ambiental e preocupação com a redução de consumo de recursos naturais, com a
imagem da empresa e com o alcance de novos mercados (ABREU, 2001).
Por fim, a conduta ambiental forte implica em política ambiental e programas de gestão
ambiental definidos. Demonstra conhecimento e acompanhamento da legislação ambiental,
definem indicadores de performance ambiental, desenvolvem programas de educação
ambiental e coleta seletiva, e têm SGA certificado. Os impactos ambientais das atividades e
produtos são mapeados e monitorados, há tecnologias avançadas para tratamento dos resíduos,
controles operacionais e planos de emergência, e elaboram relatórios de desempenho
ambiental. A questão ambiental está vinculada com a imagem da empresa e com seu
compromisso com o desenvolvimento sustentável (ABREU, 2001).
Considerando a tabela 7 como um todo, de uma forma ponderada observa-se que a
concordância favorável à conduta ambiental da Sabesp superou a discordância. As entrevistas
147
com os gestores ambientais e informações do relatório de sustentabilidade comprovam a
existência de um SGA implantado na Sabesp, programas ambientais estabelecidos e demais
requisitos apontados por Abreu (2001) como vinculados à conduta ambiental forte. Contudo o
levantamento junto aos empregados demonstrou deficiências quanto aos treinamentos,
avaliação e participação dos colaboradores, que indica grande potencial de desenvolvimento
nestes quesitos.
Para Cantor et al. (2012), quando um colaborador demonstra baixo comprometimento
com o meio ambiente, é fundamental que a organização demonstre forte apoio às questões
ambientais, para que elaalcance sucesso nessa área. Os autores apresentam como possíveis
manifestações de forte apoio ambiental sua inclusão nos programas de treinamento, nas
estruturas de recompensa, e designação de responsáveis para cuidar do temameio ambiente.
A pesquisa conduzida junto aos colaboradores da Sabesp apontou a necessidade de
incluir as questões ambientais de uma forma mais intensa no plano de treinamentos e também
como critério para recompensa, conforme sugerido pelo trabalho de Cantor et al. (2012).
Pode-se então constatar que a Sabesp demonstrou ainda não ter atingido plenamente
todos os requisitos de uma conduta ambiental forte e consolidada junto ao seu público interno,
porém caminha para alcançá-la.
A questão 6 foi tratada separadamente na Tabela 8, por possuir possibilidades diferentes
(níveis de conhecimento ao invés de níveis de concordância).
Tabela 8: Frequência de consulta às ferramentas de disseminação das informações
Nunca Poucas vezes Algumas vezes Muitas vezes Sempre
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
Portal na Intranet 30 4,1% 107 14,5% 220 29,8% 197 26,7% 185 25,0%
Informativos por e-mail 13 1,8% 45 6,1% 120 16,2% 196 26,5% 365 49,4%
Mural 30 4,1% 111 15,0% 202 27,3% 183 24,8% 213 28,8%
Site da Sabesp
(www.sabesp.com.br) 75 10,1% 226 30,6% 257 34,8% 100 13,5% 81 11,0%
Relatório de
Sustentabilidade 241 32,6% 232 31,4% 176 23,8% 58 7,8% 32 4,3%
Fonte: Elaborada pela autora
148
Avaliando a frequência de consulta às ferramentas de disseminação de informações
apontada pelos respondentes, pretendeu-se identificar quais os canais que poderiam ser mais bem
explorados para levar informações ambientais aos colaboradores da Sabesp como um todo.
Tanto o trabalho de Brum (1994) quanto o de Graziano (2011) apontam que não é o
número de canais de comunicação interna que determina a qualidade da comunicação interna.
As autoras expressaram que a comunicação interna precisa ser bem direcionada, o público
interno deve ser segmentado para que possa receber a mensagem de forma diferente,
considerando-se a estratégia de comunicação que melhor atinge cada segmento específico.
Os resultados da Tabela 8 apontaram que 32,6% dos pesquisados nunca consultam o
Relatório de Sustentabilidade, e 31,4% poucas vezes. Assim, pode-se observar que esta
ferramenta, apesar de completa e alinhada às necessidades de mercado, não configura um canal
eficaz de comunicação para a maioria – 64% – do público interno. Este resultado condiz com a
afirmação de Coelho e Godoi (2010), apresentada na revisão da literatura de que é uma
comunicação voltada aos stakeholders, e apenas a minoria dos colaboradores lê os Relatórios
de Sustentabilidade. Os autores ressaltam ainda que muitas vezes os textos não despertam
interesse ou não detalham suficientemente as informações.
Os relatórios de sustentabilidade, que já trazem consigo a divulgação dos programas
ambientais e dos resultados por eles alcançados, poderiam compor uma ferramenta importante
de disseminação das questões ambientais junto ao público interno da organização (COELHO;
GODOI, 2010; MARINHO et al., 2002). Entretanto, como a linguagem e o volume de
informações muitas vezes são incompatíveis com uma comunicação interna eficiente para os
colaboradores, acredita-se que o relatório de sustentabilidade ainda não tem se demonstrado
uma ferramenta de comunicação eficiente para este público.
Inkote (2000) aponta a supremacia da comunicação descendente (partindo da alta
administração até atingir o nível hierárquico mais baixo) sobre a ascendente (partindo do nível
hierárquico mais baixo até atingir a alta administração). Como evidências o autor aponta o
volume de veículos de comunicação interna em uma empresa: jornais internos, boletins,
circulares, revistas, circuito interno de rádio, filmes publicitários, quadro de avisos, cartazes e
149
uma série de outros que partem do topo da hierarquia e visam atingir toda a organização. Já na
direção inversa, foram observados como canais apenas as comunicações internas impressas,
relatórios e contatos pessoais.
A ferramenta de comunicação interna que mais se destacou no levantamento com os
empregados da Sabesp como sendo consultada sempre por quase 50% dos pesquisados, foram
os informativos por e-mail. Quando somadas as freqüências “sempre” e “muitas vezes”,
obteve-se um montante de 75,9% para este canal, seguidos de 53,6% para o Mural e 51,7%
para o Portal na Intranet.
Acredita-se que os a tecnologia de informação tende a minimizar a disparidade entre
comunicação descendente e ascendente com o advento, por exemplo, da rede interna (Intranet),
desde que o acesso não seja restrito a poucos. Cabe, contudo, ressaltar que a adoção de meios
de comunicação mais tecnológicos não promove um diferencial competitivo por si só, mas
somente se utilizados para reduzir distâncias entre as pessoas (INKOTTE, 2000).
O site externo da Sabesp (www.sabesp.com.br) nunca é acessado, ou apenas poucas
vezes, por 40,7% dos pesquisados, e algumas vezes por 34,8%. Este foi o canal que apresentou
maior percentual de freqüência eventual, configurando-se um canal que atinge sim parte do
público interno, porém muito provavelmente não com a mesma eficiência, abrangência e
celeridade que os canais e-mail, Mural e Portal.
Despontaram assim como principais canais de comunicação interna na Sabesp o e-mail,
seguido do Mural e Portal na Intranet, devendo estas ferramentas serem intensamente
aproveitadas na disseminação dos programas ambientais, visando atingir todos os empregados.
O site externo da Sabesp e o relatório de sustentabilidade configuram, como observa-se na
Tabela 8, ferramentas válidas porém secundárias na comunicação interna, devendo ser
utilizadas como reforço dos demais canais.
Mesmo entre os veículos de comunicação descendente, as informações devem visar
esclarecer as suas dúvidas dos empregados e conceder-lhes mais oportunidades de participar.
Os veículos de comunicação ascendente precisam ser aprimorados, conforme pesquisa com os
próprios colaboradores, uma vez que as pessoas têm formas diferentes de assimilar (INKOTTE,
2000).
150
Cabe considerar que informar e comunicar são coisas distintas. Enquanto que a primeira
é unilateral, a segunda é um processo que pressupõe interlocutores. Sendo assim, observa-se
que muitas empresas informam seus empregados, contudo não se comunicam corretamente
com eles, e onde não há comunicação adequada, predomina o boato (BEKIN, 2002; INKOTTE,
2000).
Considerando que Endomarketing® são ações e instrumentos sistemáticos e integrados
que vendem um mesmo conceito ao público interno, faz-se necessário sistematizar e integrar os
instrumentos de comunicação interna, para evitar que a comunicação se limite à mera
informação (BRUM,1994; INKOTTE, 2000).
4.2.4. Programas ambientais da empresa
Neste item foram destacadas as respostas às questões do bloco 3, que se referem aos
programas ambientais da Sabesp selecionados para o estudo de caso. O Bloco 3.1 trata do
Programa Sabesp 3Rs, o 3.2 do Programa de Educação Ambiental e o 3.3 do Programa de Uso
Racional da Água.
Tabela 9: Frequência e Percentual de respostas por níveis de envolvimento – Bloco 3.1
3.1 Programa Sabesp 3Rs (Reduzir, reutilizar e reciclar)
Não conheço Já ouvi falar
Conheço mas
não participo
Participo ou
participei
brevemente
Participo ou
participei
ativamente
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
bl3.1_q1 - Qual o seu grau de
envolvimento com o
Programa Sabesp 3Rs?
68 9,2% 143 19,4% 149 20,2% 237 32,1% 142 19,2%
Fonte: Elaborada pela autora
151
Com relação ao grau de envolvimento, observou-se um alto nível para o Programa 3Rs,
já que 51,3% já participou, a maior parte – 32,1% – brevemente, e 19,2% ativamente. Este
número superou os 28,6% que não conhecem ou só ouviram falar. De todos os pesquisados
menos de 10% não conhece o programa e cerca de 20% conhece mas não participa.
Tabela 10: Frequência e Percentual de respostas por níveis de concordância – Bloco 3.1
Grau de concordância com cada uma das assertivas para o Programa Sabesp 3Rs
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Não discordo
nem concordo
Concordo
em parte
Concordo
totalmente
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
bl3.1_q2 116 15,7% 100 13,5% 155 21,0% 219 29,6% 149 20,2%
bl3.1_q3 85 11,5% 109 14,7% 251 34,0% 198 26,8% 96 13,0%
bl3.1_q4 150 20,3% 177 24,0% 165 22,3% 184 24,9% 63 8,5%
bl3.1_q5 183 24,8% 180 24,4% 173 23,4% 151 20,4% 52 7,0%
bl3.1_q6 131 17,7% 151 20,4% 234 31,7% 164 22,2% 59 8,0%
bl3.1_q7 155 21,0% 183 24,8% 201 27,2% 150 20,3% 50 6,8%
bl3.1_q8 155 21,0% 171 23,1% 219 29,6% 135 18,3% 59 8,0%
bl3.1_q9 23 3,1% 19 2,6% 106 14,3% 178 24,1% 413 55,9%
bl3.1_q10 21 2,8% 6 0,8% 67 9,1% 125 16,9% 520 70,4%
Fonte: Elaborada pela autora
Quadro 25: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco
3.1
Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa
Bloco 3 -
Programas
Ambientais
da Empresa
3.1
Programa
Sabesp 3Rs
(Reduzir,
Reutilizar,
Com relação ao Programa Sabesp 3Rs, indique seu grau de concordância com as
afirmações abaixo:
bl3.1_q2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.
bl3.1_q3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa.
bl3.1_q4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.
bl3.1_q5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.
bl3.1_q6
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda
empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas ao
Programa.
152
Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa
Reciclar) bl3.1_q7
Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o
Programa.
bl3.1_q8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a implementação do Programa.
bl3.1_q9 O Programa é importante para a comunidade interna da empresa.
bl3.1_q10 O Programa é importante para a sociedade.
Fonte: Elaborado pela autora
As questões 9 e 10 do bloco 3.1 foram as únicas que tiveram o percentual de “concordo
totalmente” superior a 50%: 55,9% e 70,4% respectivamente. Quando somados os dois níveis
possíveis de concordância, elas ultrapassaram os 80%. Aproximadamente 50% dos pesquisados
concordaram (total ou parcialmente) que a empresa comunicou a necessidade de implementar o
Programa 3Rs, e quase 40% acredita que a alta administração suporta totalmente a
implementação de ações do Programa. Contudo, cabe salientar que esta última afirmação
apresentou alto índice de opção neutra – 34%.
O trabalho de Cantor et al., 2012b) apresenta que, quanto maior o suporte
organizacional (nível de apoio da gestão) às atividades ambientais percebido pelos empregados,
maior a participação destes nas práticas ambientaise a probabilidade de uma organização ter
implementado práticas de gestão ambiental com sucesso.
Este fator se aplica ao levantamento feito junto aos empregados da Sabesp, já que a
concordância superou a discordâcia, porém a diferença sutil entre eles e o alto índice de
neutralidade indicam um potencial de melhoria relevante quanto à percepção de apoio da alta
adminsitração para os programas ambientais.
Todos os demais itens pesquisados – questões 4 à 8 – apresentaram um nível de
discordância superior ao de concordância, ambos quando somados o totalmente e parcialmente.
Assim, constatou-se que a maior parte dos empregados pesquisados discordam que os
procedimentos e resultados do 3Rs sejam amplamente divulgados, e que empresa tem sido bem
sucedida ao criar conscientização extensa a toda empresa quanto aos problemas, custos e
oportunidades ambientais do programa. A maioria também discordou que empresa ofereça as
153
oportunidades e treinamentos necessários para o programa, e descreva claramente os
conhecimentos, competências e habilidades necessários para a implementá-lo.
De maneira muito semelhante aos resultados deste trabalho, Clark (2001) obteve em sua
pesquisa que os empregados se demonstraram favoráveis às práticas de gestão ambiental,
contudo poucos conheciam amplamente as ações ambientais e o sistema de gestão ambiental
que estava sendo implantando na empresa pesquisada.
Clark (2001) sugere em suas conclusões que treinamentos específicos sobre os temas
ambientais e a elaboração de materiais impressos divulgando como as questões ambientais
estão sendo geridas na empresa, visando reverter o quadro de empregados favoráveis às
práticas de gestão ambiental, porém com desconhecimento das práticas de gestão ambiental. O
autor sugere ainda a disseminação das informações ambientais verbalmente, se possível
abordando empregado a empregado, considerando eventuais dificuldades de leitura,
principalmenteentre os empregados dos níveis hierárquicos mais baixos.
Pontua-se que, esta última sugestão é válida para o caso da Sabesp uma vez que
complementar a comunicação interna com disseminações verbais também se aplica, porém
cabe ponderar que os empregados da Sabesp, em geral, apresentam altos níveis de escolaridade,
o que tende a minimizar as dificuldades de leitura.
Apontam-se assim os fatores apresentados como pontos de melhoria cruciais a serem
trabalhados pela Sabesp, a julgar pela importância que a literatura lhes confere. A comunicação
interna eficiente, aliada à capacitação dos colaboradores de forma sistemática e direcionada são
fatores apontados como fundamentais para o sucesso das organizações, inclusive porque
refletem nas relações da empresa com seu mercado (BEKIN, 2002; GRAZIANO, 2011;
KOTLER, 1998).
154
Tabela 11: O que poderia ser melhorado no Programa Sabesp 3Rs
3.1 Programa Sabesp 3Rs (Reduzir, reutilizar e reciclar)
bl3.1_q11 bl3.1_
q11_op1
bl3.1_
q11_op2
bl3.1_
q11_op3
bl3.1_
q11_op4
bl3.1_
q11_op5
bl3.1_
q11_op6
bl3.1_
q11_op7
bl3.1_
q11_op8
bl3.1_
q11_op9
bl3.1_
q11_op10
Frequência 565 570 506 565 524 417 406 5 29 56
Percentual 76,5% 77,1% 68,5% 76,5% 70,9% 56,4% 54,9% 0,7% 3,9% 7,6%
Fonte: Elaborada pela autora
Quadro 26: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco
3.1_q11
Bloco 3 -
Programas
Ambientais da
Empresa
3.1 Programa
Sabesp 3Rs
(Reduzir,
Reutilizar,
Reciclar)
bl3.1_q11 O que poderia ser melhorado no Programa Sabesp 3Rs?
(assinale todas que concordar)
bl3.1_q11_op1 Divulgação do programa
bl3.1_q11_op2 Divulgação dos resultados do programa
bl3.1_q11_op3 Disponibilização de informações / materiais
bl3.1_q11_op4 Treinamento dos colaboradores
bl3.1_q11_op5 Incentivo por parte dos gestores
bl3.1_q11_op6 Suporte por parte da alta administração
bl3.1_q11_op7 Criação de recompensas / incluir na avaliação
bl3.1_q11_op8 Nada
bl3.1_q11_op9 Não sei
bl3.1_q11_op10 Outro
Fonte: Elaborado pela autora
Dentre os itens apresentados como possíveis pontos de melhoria para o Programa
Sabesp 3Rs os que obtiveram maior percentual de concordância foram “divulgação dos
resultados do programa”, “divulgação do programa” e “treinamento dos colaboradores”, todos
estes assinalados por mais de 75% dos respondentes.
Com estes itens em destaque, torna-se clara a importância de investir na comunicação
interna dos programas ambientais, de forma que é possível inferir que a implantação de
programas de Endomarketing®, como já sugerido na revisão da literatura, caberiam como uma
155
recomendação pertinente para a carência de comunicação apontada pelos colaboradores
pesquisados (BRUM, 1994; GRAZIANO, 2011).
O treinamento também, apontado como possível ponto de melhoria, pode ser tratado
com ações pontuais, porém recomenda-se que sejam incluídos em programas – a exemplo dos
de Endomarketing® - para que ao invés de configurarem ações isoladas, obtenham maior
alcance dentro de uma estratégia mais ampla (FIGUEIREDO NETO; MACHADO; SILVA,
2010; GRAZIANO, 2011; BRUM, 1994).
Os itens “incentivo por parte dos gestores” e “disponibilização de informações /
materiais”, de forma semelhante, foram assinalados por cerca de 70% dos pesquisados. Na
sequência, apontam-se “suporte por parte da alta administração” e “criação de recompensas /
incluir na avaliação”, que também foram mencionados por mais de 50% da amostra.
Novamente aparece a questão da comunicação interna (disponibilização de informações
/ materiais) que segundo os pesquisados precisa ser melhorada para o 3Rs. Resgatando a fala da
gestora do programa, são utilizados como principais canais de divulgação do programa o portal
da Intranet da Sabesp, o Relatório de Sustentabilidade e os multiplicadores, podendo-se
observar que o programa tem sido divulgado, mas pode não estar atingindo todos os
empregados da companhia, ou ainda, a mensagem transmitida pode não estar chegando da
maneira necessária.
Constata-se também que, o incentivo por parte dos gestores, muito citado, sinaliza a
necessidade que as lideranças sejam comunicadas e sensibilizadas com relação aos programas
ambientais, para que não apenas liberem seus empregados para participar, mas também
incentivem e comuniquem a importância que os programas têm para a empresa e sociedade.
Já os itens “nada”, “não sei” e “outro” obtiveram percentuais abaixo de 10%,
sinalizando conjuntamente que provavelmente as opções oferecidas foram completas e
abarcaram a maior parte das opiniões dos respondentes.
156
Tabela 12: Frequência e Percentual de respostas por níveis de envolvimento – Bloco 3.2
3.2 Programa de Educação Ambiental (PEA)
Não conheço Já ouvi falar
Conheço mas
não participo
Participo ou
participei
brevemente
Participo ou
participei
ativamente
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
bl3.2_q1 - Qual o seu grau
de envolvimento com o
PEA?
262 35,5% 154 20,8% 128 17,3% 137 18,5% 58 7,8%
Fonte: Elaborada pela autora
Quanto ao envolvimento com o Programa de Educação Ambiental, constatou-se que
muitos respondentes – 35,5% alegam nem ao menos conhecê-lo. Quando somado a este
número aqueles que apenas ouviram falar, chega-se a 56,30, ou seja, mais da metade dos
pesquisados não conhecem ou conhecem muito superficialmente o programa.
Tabela 13: Frequência e Percentual de respostas por níveis de concordância – Bloco 3.2
Grau de concordância com cada uma das assertivas para o Programa de Educação Ambiental
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Não discordo
nem concordo
Concordo
em parte
Concordo
totalmente
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
bl3.2_q2 189 25,6% 114 15,4% 198 26,8% 151 20,4% 87 11,8%
bl3.2_q3 134 18,1% 112 15,2% 275 37,2% 146 19,8% 72 9,7%
bl3.2_q4 202 27,3% 161 21,8% 205 27,7% 131 17,7% 40 5,4%
bl3.2_q5 212 28,7% 154 20,8% 217 29,4% 118 16,0% 38 5,1%
bl3.2_q6 157 21,2% 142 19,2% 257 34,8% 132 17,9% 51 6,9%
bl3.2_q7 168 22,7% 151 20,4% 228 30,9% 141 19,1% 51 6,9%
bl3.2_q8 178 24,1% 158 21,4% 226 30,6% 130 17,6% 47 6,4%
bl3.2_q9 42 5,7% 31 4,2% 148 20,0% 145 19,6% 373 50,5%
bl3.2_q10 37 5,0% 18 2,4% 134 18,1% 99 13,4% 451 61,0%
Fonte: Elaborada pela autora
157
Quadro 27: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco
3.2
Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa
Bloco 3 -
Programas
Ambientais da
Empresa
3.2 Programa
de Educação
Ambiental
(PEA)
Com relação ao Programa de Educação Ambiental (PEA), indique seu grau de
concordância com as afirmações abaixo:
bl3.2_q2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.
bl3.2_q3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa.
bl3.2_q4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.
bl3.2_q5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.
bl3.2_q6
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda
empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas
ao Programa.
bl3.2_q7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o Programa.
bl3.2_q8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a implementação do Programa.
bl3.2_q9 O Programa é importante para a comunidade interna da empresa.
bl3.2_q10 O Programa é importante para a sociedade.
Fonte: Elaborado pela autora
Apesar do nível de envolvimento com o programa ser baixo, as duas últimas questões –
importância do programa para a comunidade interna e para a sociedade obtiveram grau de
concordância muito alto – 70,1% e 74,4%, respectivamente, somando-se a concordância parcial
e total. Estas foram, inclusive, as únicas questões do bloco nas quais a concordância superou a
discordância. Assim, percebe-se uma associação importante da imagem do PEA à benefícios
sociais, já que mesmo não conhecendo com maior profundidade o programa, mais de 70%
reconhecem sua importância interna e externa. Contudo, apesar de ser um percentual muito alto
de concordância, ele é inferior à concordância obtida para o 3Rs e PURA. Acredita-se que o
desconhecimento pela maior parte dos pesquisados (o que também não aconteceu com o 3Rs e
PURA) deve ter causado esse índice mais baixo de concordância para as questões 9 e 10.
As questões 4 e 5 obtiveram quase 50% de discordância (total + parcial), assim, foi
observado que a maior parte dos pesquisados não acredita que os procedimentos e resultados do
programa sejam amplamente divulgados. Novamente pontua-se a necessidade de investir na
comunicação interna dos programas ambientais.
158
Com comportamento semelhante, as questões 2, 6, 7 e 8 obtiveram alta discordância –
entre 40% e 45,5%, enquanto que a concordância média foi de 26,8%. Observou-se assim,
tendência à discordância de que a empresa tenha comunicado a necessidade de implementar o
programa, e seja bem sucedida ao criar conscientização extensa quanto aos problemas, custos e
oportunidades do PEA. Da mesma forma, a maior parte dos pesquisados não demonstrou
perceber que a empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o PEA, nem
acredita que ela descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades necessários
para a implementação do programa. Novamente, percebeu-se tendência de discordância em
relação a três fatores de comunicação interna – comunicação da necessidade, conscientização e
informação das competências – e um fator de treinamento. Apesar do percentual de
discordância superar o de concordância observou-se um alto índice na opção neutra “não
discordo nem concordo”, em média de 30,8% para estas questões. Isto sinaliza que, um número
considerável de respondentes não observou estas situações, porém também não discordou
delas, o que pode demonstrar simplesmente que eles desconhecem a ocorrência delas.
A afirmação de que a alta administração suporta totalmente a implementação de ações
do PEA também obteve índice de discordância (33,3%) superior ao de concordância (29,5%),
porém deste bloco foi a que obteve percentual mais próximo. Assim, percebe-se que a maior
parte dos pesquisados não acredita neste suporte total para o programa, e o fato de obter-se uma
tendência central / escolha da opção neutra altíssima (37,2%) é mais uma evidência que, muitos
pesquisados podem não ter certeza que existe esse apoio total, porém também não negam sua
existência.
Tabela 14: O que poderia ser melhorado no Programa de Educação Ambiental (PEA)
3.2 Programa de Educação Ambiental (PEA)
bl3.2_q11 bl3.2_
q11_op1
bl3.2_
q11_op2
bl3.2_
q11_op3
bl3.2_
q11_op4
bl3.2_
q11_op5
bl3.2_
q11_op6
bl3.2_
q11_op7
bl3.2_
q11_op8
bl3.2_
q11_op9
bl3.2_
q11_op10
Frequência 576 543 509 536 500 429 382 5 53 34
Percentual 77,9% 73,5% 68,9% 72,5% 67,7% 58,1% 51,7% 0,7% 7,2% 4,6%
Fonte: Elaborada pela autora
159
Quadro 28: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco
3.2_q11
Bloco 3 -
Programas
Ambientais da
Empresa
3.2Programa de
Educação
Ambiental
(PEA)
bl3.2_q11 O que poderia ser melhorado no Programa de Educação
Ambiental (PEA)?(assinale todas que concordar)
bl3.2_q11_op1 Divulgação do programa
bl3.2_q11_op2 Divulgação dos resultados do programa
bl3.2_q11_op3 Disponibilização de informações / materiais
bl3.2_q11_op4 Treinamento dos colaboradores
bl3.2_q11_op5 Incentivo por parte dos gestores
bl3.2_q11_op6 Suporte por parte da alta administração
bl3.2_q11_op7 Criação de recompensas / incluir na avaliação
bl3.2_q11_op8 Nada
bl3.2_q11_op9 Não sei
bl3.2_q11_op10 Outro
Fonte: Elaborado pela autora
Ao serem questionados sobre o que poderia ser melhorado no PEA, mais de 70%
indicou a divulgação do programa e de seus resultados, bem como o treinamento dos
colaboradores. Este resultado condiz totalmente com o que foi apontado de discordância nas
questões anteriores.
Os itens 3, 5, 6 e 7 também obtiveram citação superior a 50%, de forma que a maior
parte dos respondentes acredita que podem ser melhorados a disponibilização de informações,
o incentivo por parte da chefia direta e alta administração e a criação de recompensas / inclusão
desse quesito na avaliação.
Da mesma forma que no bloco 3.1, apenas as questões 8, 9 e 10 obtiveram citação
inferior a 10%, demonstrando que a maior parte das respostas pretendidas haviam sido
apresentadas como opção.
160
Tabela 15: Frequência e Percentual de respostas por níveis de envolvimento – Bloco 3.3
3.3 Programa de Uso Racional da Água (PURA)
Não conheço Já ouvi falar
Conheço mas
não participo
Participo ou
participei
brevemente
Participo ou
participei
ativamente
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
bl3.3_q1 - Qual o seu
grau de envolvimento
com o PURA?
54 7,3% 180 24,4% 235 31,8% 149 20,2% 121 16,4%
Fonte: Elaborada pela autora
Avaliando o grau de envolvimento com o Programa de Uso Racional da Água indicado
pelos respondentes, observa-se um número muito pequeno de pesquisados que não conhece –
7,3%. Já o número de respondentes que já ouviu falar (24,4%) e que conhece mas não participa
(31,8%) são os maiores percentuais nestes níveis de envolvimento, dentre os três programas
pesquisados.
Apesar do nível de conhecimento do PURA ser maior quando comparado aos outros
dois programas, o percentual de pesquisados que participa ou participou do programa
(somando-se os níveis ativamente e brevemente) é de 36,6%, superior à participação no PEA,
porém inferior à participação no 3Rs. Atribui-se estes resultados ao fato que, por ser um
programa mais antigo - O PURA foi criado em 1996, o PEA em 2007 e o 3Rs em 2008 - o
PURA vem sendo divulgado há mais tempo, tendo atingido um nível de conhecimento maior
entre os empregados (SABESP, 2012A). Por outro lado, o PURA é gerido por outra Diretoria
(Metropolitana), e como ele passou a ser adotado pela Diretoria R muito recentemente, a
participação dos colaboradores da R ainda é pequena. Um fator que deve ser considerado ao
analisar-se a participação superior para o Programa 3Rs (mais de 50% dos pesquisados) é que o
PEA e o PURA são voltados para a comunidade externa da empresa, enquanto que o 3Rs
pressupõe implantação nas áreas funcionais, e conseqüente participação de todos os
empregados, independentemente de ter sido indicado ou treinado para participar do Programa.
161
Tabela 16: Frequência e Percentual de respostas por níveis de concordância – Bloco 3.3
Discordo
totalmente
Discordo
em parte
Não discordo
nem concordo
Concordo
em parte
Concordo
totalmente
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
bl3.3_q2 90 12,2% 80 10,8% 155 21,0% 251 34,0% 163 22,1%
bl3.3_q3 71 9,6% 65 8,8% 226 30,6% 234 31,7% 143 19,4%
bl3.3_q4 109 14,7% 114 15,4% 193 26,1% 217 29,4% 106 14,3%
bl3.3_q5 114 15,4% 139 18,8% 197 26,7% 198 26,8% 91 12,3%
bl3.3_q6 94 12,7% 97 13,1% 222 30,0% 225 30,4% 101 13,7%
bl3.3_q7 126 17,1% 129 17,5% 222 30,0% 187 25,3% 75 10,1%
bl3.3_q8 129 17,5% 124 16,8% 219 29,6% 186 25,2% 81 11,0%
bl3.3_q9 27 3,7% 21 2,8% 94 12,7% 168 22,7% 429 58,1%
bl3.3_q10 22 3,0% 12 1,6% 80 10,8% 110 14,9% 515 69,7%
Fonte: Elaborada pela autora
Quadro 29: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco
3.3
Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa
Bloco 3 -
Programas
Ambientais
da Empresa
3.3
Programa de
Uso Racional
da Água
(PURA)
Com relação ao Programa de Uso Raciona da Água (PURA), indique seu grau de
concordância com as afirmações abaixo:
bl3.3_q2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.
bl3.3_q3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa.
bl3.3_q4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.
bl3.3_q5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.
bl3.3_q6
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda
empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas ao
Programa.
bl3.3_q7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o Programa.
bl3.3_q8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades
necessários para a implementação do Programa.
bl3.3_q9 O Programa é importante para a comunidade interna da empresa.
bl3.3_q10 O Programa é importante para a sociedade.
Fonte: Elaborado pela autora
162
Quanto às assertivas que pediam nível de concordância, o comportamento de respostas
para as questões 9 e 10 foi bastante similar ao dos outros programas – somatória de “concordo
totalmente” e “concordo parcialmente” com resultado superior a 80%.
Além das questões 9 e 10, as únicas que apresentaram concordância superior a 50%
foram a 2 e 3, demonstrando favorabilidade dos respondentes com as afirmações “minha
empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa” e “a alta administração suporta
totalmente a implementação de ações do Programa”.
As demais questões obtiveram níveis de concordância muito próximos: discordância
média de 31,8%, concordância média de 39,7% e uma média de 28,5% de “não discordo nem
concordo”. Novamente identifica-se uma alta tendência à neutralidade, com resultados muito
próximos aos de discordância. Entretanto, a concordância supera ambos, chegando a quase
40%. Isto indica que a maior parte dos pesquisados concorda, ao menos parcialmente, que os
procedimentos e resultados do PURA são amplamente divulgados, que a empresa tem sido bem
sucedida ao criar conscientização extensa a toda empresa quanto aos problemas, custos e
oportunidades ambientais relacionadas ao PURA, oferece oportunidades e treinamentos
necessários e descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades necessários
para a implementação do programa.
Tabela 17: O que poderia ser melhorado no Programa de Uso Racional da Água (PURA)
3.3 Programa de Uso Racional da Água (PURA)
bl3.3_q11 bl3.3_
q11_op1
bl3.3_
q11_op2
bl3.3_
q11_op3
bl3.3_
q11_op4
bl3.3_
q11_op5
bl3.3_
q11_op6
bl3.3_
q11_op7
bl3.3_
q11_op8
bl3.3_
q11_op9
bl3.3_
q11_op10
Frequência 524 545 506 541 476 393 348 10 41 20
Percentual 70,9% 73,7% 68,5% 73,2% 64,4% 53,2% 47,1% 1,4% 5,5% 2,7%
Fonte: Elaborada pela autora
163
Quadro 30: Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa – Bloco
3.3_q11
Bloco 3 -
Programas
Ambientais da
Empresa
3.3Programa de
Uso Racional da
Água (PURA)
bl3.3_q11 O que poderia ser melhorado no Programa de Uso Racional da
Água (PURA)?(assinale todas que concordar)
bl3.3_q11_op1 Divulgação do programa
bl3.3_q11_op2 Divulgação dos resultados do programa
bl3.3_q11_op3 Disponibilização de informações / materiais
bl3.3_q11_op4 Treinamento dos colaboradores
bl3.3_q11_op5 Incentivo por parte dos gestores
bl3.3_q11_op6 Suporte por parte da alta administração
bl3.3_q11_op7 Criação de recompensas / incluir na avaliação
bl3.3_q11_op8 Nada
bl3.3_q11_op9 Não sei
bl3.3_q11_op10 Outro
Fonte: Elaborado pela autora
As opções 1, 2, 3 e 4 foram citadas por cerca de 70% dos empregados, sinalizando que
os itens com necessidade de melhoria mais percebida pelos pesquisados foram: divulgação do
programa e de seus resultados, disponibilização de informações e treinamento dos
colaboradores. Na sequência destaca-se a opção 5 – incentivo dos gestores, citada por 64,4%.
Cerca de 50% dos respondentes citaram as opções suporte da alta administração e criação de
recompensas / inclusão na avaliação. Da mesma forma que o PEA e 3Rs, os itens “nada”, “não
sei” e “outro” tiveram citação inferior a 10%.
Para melhor compreensão dos itens já analisados separadamente para cada um dos três
programas, elaboraram-se as tabelas 18 e 19, que permitem uma análise interprogramas do grau
de envolvimento dos colaboradores, bem como de suas sugestões de melhoria.
Tabela 18: Grau de envolvimento dos respondentes com cada um dos programas
Não conheço Já ouvi falar
Conheço mas
não participo
Participo ou
participei
brevemente
Participo ou
participei
ativamente
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
3Rs 68 9,2% 143 19,4% 149 20,2% 237 32,1% 142 19,2%
PEA 262 35,5% 154 20,8% 128 17,3% 137 18,5% 58 7,8%
PURA 54 7,3% 180 24,4% 235 31,8% 149 20,2% 121 16,4%
Fonte: Elaborada pela autora
164
Comparando-se o nível mais baixo apresentado na tabela 18 (desconhecimento do
programa), observa-se prevalência do programa PEA, superior a 35%, enquanto que para os
demais este desconhecimento mostrou-se inferior a 10%. O nível “já ouvi falar” demonstrou
maior homogeneidade, uma vez que os três programas obtiveram percentuais muito próximos.
Quanto à conhecer e não participar, o PURA obteve 31,8%, concentrando nesta faixa a maior
parte dos respondentes, enquanto os outros dois programas chegaram no máximo a 20%. Por
outro lado, em relação à participação breve este cenário se inverte, com destaque – 32,1% para
o 3Rs, com os demais próximos dos 20%. A participação ativa é perto de 20% para 3Rs e
PURA, e apenas 7,8% para o PEA.
Somando-se os níveis de participação breve e ativa o 3Rs ultrapassa 51% dos
respondentes, ao mesmo tempo em que o PEA obtém a menor participação (26,3%), e o PURA
fica com 26,6%.
Para aprimorar os níveis de participação observados nos três programas, resgata-se o
trabalho de Cantor et al. (2012b), que recomenda trabalhar a conduta ambiental individual
positiva (realidade da Sabesp) como impulsionador do comprometimento e participação dos
colaboradores em elação às práticas ambientais. O apoio recebido da alta administração e
superiores diretos para as atividades ambientais percebido pelos empregados também
impulsiona a participação (CANTOR et al., 2012b).
Para uma visualização gráfica dos níveis de envolvimento dos pesquisados com cada
um dos três programas apresentados na Tabela 18, elaborou-se um gráfico que é apresentado no
Apêndice D.
165
Tabela 19: O que poderia ser melhorado em cada um dos programas
bl3.1_q11 bl3.2_q11 bl3.3_q11 Percentual
médio dos 3
programas 3Rs PEA PURA
Freq. % Freq. % Freq. % %
Divulgação do programa 565 76,5% 576 77,9% 524 70,9% 75,1%
Divulgação dos resultados do programa 570 77,1% 543 73,5% 545 73,7% 74,8%
Disponibilização de informações / materiais 506 68,5% 509 68,9% 506 68,5% 68,6%
Treinamento dos colaboradores 565 76,5% 536 72,5% 541 73,2% 74,1%
Incentivo por parte dos gestores 524 70,9% 500 67,7% 476 64,4% 67,7%
Suporte por parte da alta administração 417 56,4% 429 58,1% 393 53,2% 55,9%
Criação de recompensas / incluir na avaliação 406 54,9% 382 51,7% 348 47,1% 51,2%
Nada 5 0,7% 5 0,7% 10 1,4% 0,9%
Não sei 29 3,9% 53 7,2% 41 5,5% 5,5%
Outro 56 7,6% 34 4,6% 20 2,7% 5,0%
Fonte: Elaborada pela autora
A tabela 19 indica que o 3Rs foi o programa que mais recebeu sugestão de melhoria,
estando acima da média para todos as opções de sugestão, principalmente para aquelas
relacionadas à divulgação.
Observa-se esta diferença sutil entre os programas, contudo a tabela 19 deixa muito
clara a similaridade das sugestões recebidas. Desta forma, pode-se concluir que, as sugestões
recebidas para os três programas apresentaram percentuais muito próximos.
Para os três programas prevaleceram as sugestões de divulgação informadas por 68% a
75% dos respondentes, seguidas por treinamento neste mesmo patamar de concordância, e em
seguida incentivo (67,7%) e suporte (55,9%) por parte da liderança. Além destes itens, perto de
50% dos respondentes também sugeriram a criação de recompensas / inclusão dos programas
ambientais na avaliação anual de desempenho.
Para melhor visualização das semelhanças e diferenças entre as sugestões de melhoria
para os três programas, gerou-se um gráfico que é apresentado no Apêndice D. O item
166
“outros”, que permitiu aos respondentes manifestarem de forma dissertativa suas sugestões de
melhoria, foi analisado juntamente com a pesquisa qualitativa.
4.2.5. Comparações
Apresentam-se nesta seção a relação entre as respostas dadas pelos respondentes a cada
uma das assertivas e as variáveis categóricas a eles atribuídas. Foram consideradas como
categóricas as variáveis sexo, idade, escolaridade, cargo/nível hierárquico, unidade e tempo de
empresa.
Antes de proceder a análise, avaliou-se a consistência interna dos dados por meio do
alpha de Cronbach. Considera-se que um valor de alpha acima de 0,6 indica adequacidade dos
indicadores para medir o construto estudado (HAIR et al. 2005).
O quadro 31 apresenta o alpha de Cronbach, calculado para a amostra total de 739
sujeitos e para o total das 45 assertivas do instrumento de coleta de dados.
Quadro 31: Avaliação da confiabilidade estatística por meio do alpha de Cronbach
Alpha de Cronbach Número de itens
0,962 45
Fonte: Elaborado pela autora
Analisando o parâmetro mínimo de 0,6 para uma adequacidade aceitável e o resultado
obtido para o Alpha de Cronbach (0,962), obteve-se uma alta consistência interna dos dados, de
forma que as assertivas utilizadas no instrumento de coleta de dados são adequadas para medir
o constructo que está sendo estudado (HAIR et al. 2005).
Na sequência, aplicou-se o teste de Kolmogov-Smirnov para verificar se existe
aderência dos dados à distribuição normal (HAIR et al. 2005; FIELD, 2009). Realizar esta
verificação previamente permite tomar decisões sobre quais testes estatísticos serão utilizados
nas comparações seguintes. Testaram-se todas as assertivas do instrumento de coleta de dados.
167
A tabela 20 apresenta os resultados do teste de Kolmogorov-Smirnov.
Tabela 20: Teste de Normalidade Kolmogorov-Smirnov
Estatística df Sig.*
Blo
co 1
Gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis. 0,291 739 0,000
Estou disposto a me empenhar muito para que iniciativas ambientais tenham sucesso. 0,342 739 0,000
Eu me considero ambientalmente responsável. 0,259 739 0,000
Blo
co 2
Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais. 0,198 739 0,000
As ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente como parte de sua
avaliação de desempenho anual. 0,209 739 0,000
Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar com seus superiores sobre
qualquer assunto relacionado às iniciativas ambientais. 0,230 739 0,000
A consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na empresa. 0,282 739 0,000
Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa voltada para a
disseminação dos programas ambientais para os colaboradores. 0,264 739 0,000
Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das informações
da empresa?
Portal na Intranet 0,174 739 0,000
Informativos por e-mail 0,290 739 0,000
Mural 0,174 739 0,000
Site da Sabesp (www.sabesp.com.br) 0,200 739 0,000
Relatório de Sustentabilidade 0,211 739 0,000
Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna / disseminação de
informações da companhia eficientes. 0,300 739 0,000
A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa. 0,191 739 0,000
Blo
co 3
.1
Qual o seu grau de envolvimento com o Programa Sabesp 3Rs (Reduzir, Reutilizar,
Reciclar)? 0,219 739 0,000
Com relação ao Programa Sabesp 3Rs, indique seu grau de concordância com as
afirmações abaixo:
Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa. 0,210 739 0,000
A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa. 0,187 739 0,000
Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados. 0,173 739 0,000
Os resultados do Programa são amplamente divulgados. 0,177 739 0,000
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda
empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas ao
Programa.
0,177 739 0,000
Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o Programa. 0,168 739 0,000
168
Estatística df Sig.*
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades
necessários para a implementação do Programa. 0,159 739 0,000
O Programa é importante para a comunidade interna da empresa. 0,324 739 0,000
O Programa é importante para a sociedade. 0,409 739 0,000
Blo
co 3
.2
Qual o seu grau de envolvimento com o Programa de Educação Ambiental (PEA)? 0,211 739 0,000
Com relação ao Programa de Educação Ambiental, indique seu grau de concordância
com as afirmações abaixo:
Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa. 0,162 739 0,000
A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa. 0,207 739 0,000
Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados. 0,168 739 0,000
Os resultados do Programa são amplamente divulgados. 0,177 739 0,000
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda
empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas ao
Programa.
0,195 739 0,000
Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o Programa. 0,176 739 0,000
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades
necessários para a implementação do Programa. 0,173 739 0,000
O Programa é importante para a comunidade interna da empresa. 0,295 739 0,000
O Programa é importante para a sociedade. 0,361 739 0,000
Blo
co 3
.3
Qual o seu grau de envolvimento com o Programa de Uso Racional da Água
(PURA)? 0,182 739 0,000
Com relação ao Programa de Uso Racional da Água (PURA) , indique seu grau de
concordância com as afirmações abaixo:
Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa. 0,233 739 0,000
A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa. 0,198 739 0,000
Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados. 0,191 739 0,000
Os resultados do Programa são amplamente divulgados. 0,175 739 0,000
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda
empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas ao
Programa.
0,190 739 0,000
Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o Programa. 0,174 739 0,000
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades
necessários para a implementação do Programa. 0,172 739 0,000
O Programa é importante para a comunidade interna da empresa. 0,335 739 0,000
O Programa é importante para a sociedade. 0,408 739 0,000
* O valor ,000 é uma aproximação, representando uma significância inferior a 0,001
Fonte: Elaborada pela autora
169
Como todas as assertivas resultaram em uma significância inferior a 0,001, pode-se
concluir que os dados coletados não são aderentes à distribuição normal para nenhuma das
variáveis. Desta forma, utilizaram-se testes não paramétricos para análise dos dados.
Para testar os resultados obtidos considerando-se as variáveis categóricas, agruparam-se
as respostas, coletadas em cinco níveis de concordância, em apenas três níveis: D=Discordo,
N=Neutro (não discordo nem concordo) e C=Concordo. Desta forma foram agrupados o
“concordo totalmente” com “concordo parcialmente”, e o “discordo totalmente” com o
“discordo parcialmente”.
Os testes realizados para cada variável categórica indicam quais são as assertivas que
apresentaram divergência de resposta entre as categorias daquela variável (significância inferior
a 0,05). Apenas as questões divergentes foram destacadas em cinza nas tabelas e carregadas
para novas tabelas, que as comparam por nível de concordância estratificando as respostas por
grupo categórico. Desta forma é possível visualizar onde estão as divergências de resposta
apontadas pelos testes, e discuti-las.
A tabela 21 apresenta as comparações feitas para a variável sexo, à qual foi aplicado o
teste te Mann-Whitney, que é indicado para quando serão comparadas duas amostras - neste
caso, masculino e feminino (FIELD, 2009; GABRIEL, 2011).
Tabela 21: Teste de Mann-Whitney para a variável sexo
Questão Mann-Whitney
U Z Sig.
Gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis. 41986,500 -,138 ,890
Estou disposto a me empenhar muito para que iniciativas ambientais
tenham sucesso. 41157,000 -,574 ,566
Eu me considero ambientalmente responsável. 41317,500 -,484 ,628
Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais. 39336,500 -1,365 ,172
As ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente
como parte de sua avaliação de desempenho anual. 40670,500 -,748 ,455
Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar com seus
superiores sobre qualquer assunto relacionado às iniciativas
ambientais. 37353,000 -2,302 ,021
A consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na
empresa. 38905,000 -1,600 ,110
170
Questão Mann-Whitney
U Z Sig.
Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa voltada
para a disseminação dos programas ambientais para os
colaboradores. 33867,500 -3,968 ,000
Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das informações da empresa?
Portal na Intranet 41003,500 -,591 ,554
Informativos por e-mail 33759,000 -4,180 ,000
Mural 40543,500 -,807 ,419
Site da Sabesp (www.sabesp.com.br) 40871,500 -,657 ,511
Relatório de Sustentabilidade 36009,000 -2,965 ,003
Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna /
disseminação de informações da companhia eficientes. 41227,500 -,502 ,616
A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa. 38036,500 -1,977 ,048
Qual o seu grau de envolvimento com o Programa 3Rs? 39267,500 -1,401 ,161
Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o
Programa 3Rs. 41778,000 -,226 ,821
A alta administração suporta totalmente a implementação de ações
do Programa 3Rs. 38404,000 -1,812 ,070
Os procedimentos do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 36929,000 -2,486 ,013
Os resultados do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 38675,500 -1,674 ,094
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização
extensa a toda empresa quanto aos problemas, custos e
oportunidades ambientais relacionadas ao Programa 3Rs. 37022,000 -2,451 ,014
Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários
para o Programa 3Rs. 38549,000 -1,735 ,083
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos,
competências e habilidades necessários para a implementação do
Programa 3Rs. 38171,000 -1,912 ,056
O Programa 3Rs é importante para a comunidade interna da empresa. 39470,000 -1,409 ,159
O Programa 3Rs é importante para a sociedade. 41595,500 -,378 ,705
Qual o seu grau de envolvimento com o PEA? 40457,000 -,849 ,396
Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PEA 39144,500 -1,453 ,146
A alta administração suporta totalmente a implementação de ações
do PEA. 37711,000 -2,144 ,032
Os procedimentos do PEA são amplamente divulgados. 39250,500 -1,411 ,158
Os resultados do PEA são amplamente divulgados. 37664,000 -2,159 ,031
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização
extensa a toda empresa quanto aos problemas, custos e
oportunidades ambientais relacionadas ao PEA. 36279,500 -2,812 ,005
Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários
para o PEA. 38038,000 -1,977 ,048
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos,
competências e habilidades necessários para a implementação do
PEA. 36922,000 -2,500 ,012
O PEA é importante para a comunidade interna da empresa. 41322,500 -,462 ,644
O PEA é importante para a sociedade. 40219,000 -1,061 ,289
Qual o seu grau de envolvimento com o PURA? 39704,000 -1,200 ,230
Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PURA. 41530,000 -,344 ,731
A alta administração suporta totalmente a implementação de ações
do PURA. 40196,000 -,974 ,330
171
Questão Mann-Whitney
U Z Sig.
Os procedimentos do PURA são amplamente divulgados. 40266,000 -,933 ,351
Os resultados do PURA são amplamente divulgados. 39759,000 -1,168 ,243
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização
extensa a toda empresa quanto aos problemas, custos e
oportunidades ambientais relacionadas ao PURA. 39038,500 -1,513 ,130
Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários
para o PURA. 38893,000 -1,576 ,115
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos,
competências e habilidades necessários para a implementação do
PURA. 38632,500 -1,696 ,090
O PURA é importante para a comunidade interna da empresa. 39822,500 -1,242 ,214
O PURA é importante para a sociedade. 41447,500 -,455 ,649
Fonte: Elaborada pela autora
As questões que apresentaram significância inferior a 0,05 no teste de Mann-Whitney,
estão destacadas na cor cinza na tabela 21 pois, de acordo com o teste, foram as assertivas nas
quais homens e mulheres demonstraram respostas diferentes para as mesmas assertivas. Apenas
para estas questões foram elaboradas novas tabelas (tabela 22 e 23), com a finalidade de
compará-las por nível de concordância estratificado separadamente as respostas do sexo
masculino e feminino. Desta forma é possível visualizar as diferenças de resposta apontadas
pelo teste.
Tabela 22: Diferenças de concordância em relação à variável sexo
Masculino Feminino
D N C D N C
Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar
com seus superiores sobre qualquer assunto relacionado às
iniciativas ambientais.
23,0% 15,2% 61,7% 28,0% 23,6% 48,4%
Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa
voltada para a disseminação dos programas ambientais para
os colaboradores.
17,7% 15,2% 67,0% 34,8% 17,4% 47,8%
A participação dos funcionários nas questões ambientais é
intensa. 40,2% 23,0% 36,8% 49,7% 20,5% 29,8%
Os procedimentos do Programa 3Rs são amplamente
divulgados. 41,9% 23,2% 34,9% 53,4% 18,0% 28,6%
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar
conscientização extensa a toda empresa quanto aos
problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas
ao Programa Sabesp 3Rs.
36,0% 32,4% 31,6% 47,2% 26,1% 26,7%
172
Masculino Feminino
D N C D N C
A alta administração suporta totalmente a implementação
de ações do PEA. 33,1% 35,0% 31,8% 36,0% 43,5% 20,5%
Os resultados do PEA são amplamente divulgados. 47,8% 29,3% 22,9% 54,7% 29,2% 16,1%
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar
conscientização extensa a toda empresa quanto aos
problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas
ao PEA.
38,7% 34,7% 26,7% 46,6% 35,4% 18,0%
Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos
necessários para o PEA. 41,7% 30,9% 27,4% 47,8% 31,1% 21,1%
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos,
competências e habilidades necessários para a
implementação do PEA.
43,8% 29,7% 26,5% 50,9% 31,7% 17,4%
Fonte: Elaborada pela autora
Na tabela 22 é possível observar que, para todas as assertivas onde houve diferença
entre os grupos respondentes, o grupo feminino apresentou maior percentual de discordância. A
resposta neutra não demonstrou grande diferença entre os sexos, já que para algumas assertivas
a neutralidade foi maior entre as mulheres, e para outras entre os homens. Como consequência
da alta discordância pelo público feminino, observa-se maior nível de concordância para o sexo
masculino, em todas as questões.
Tabela 23: Diferenças de frequência de acesso às ferramentas de disseminação de
informações em relação à variável sexo
Com que frequência você consulta as
ferramentas de disseminação das informações
da empresa?
Nunca Poucas
vezes
Algumas
vezes
Muitas
vezes Sempre
Informativos por e-mail Masculino 1,5% 7,4% 17,5% 28,4% 45,1%
Feminino 1,9% 3,1% 9,9% 21,1% 64,0%
Relatório de Sustentabilidade Masculino 30,5% 32,0% 23,6% 8,4% 5,5%
Feminino 41,6% 29,8% 21,7% 5,6% 1,2%
Fonte: Elaborada pela autora
173
Com relação à frequência de acesso às ferramentas de comunicação interna da Sabesp
(tabela 23), observa-se que o público feminino demonstra maior frequência de acesso aos
informativos por e-mail – quase 19 pontos percentuais a mais que os homens para o nível
“sempre”.
Para o relatório de sustentabilidade os dados indicam tendência contrária: enquanto
30,5% dos homens nunca acessam o relatório de sustentabilidade, entre as mulheres esse
percentual sobe para 41,6%, no acesso de “muitas vezes” os homens têm quase três pontos
percentuais a mais, o que fica ainda mais divergente no nível “sempre”, em que os homens têm
4,3 pontos percentuais a mais. Para os demais níveis a diferença entre os sexos não
demonstrou-se tão relevante.
Para as demais variáveis categóricas, que apresentam possibilidade de classificação dos
respondentes em mais de dois grupos independentes, utilizou-se o teste de Kruskal-Wallis
(FIELD, 2009; GABRIEL, 2011). Desta forma, pretendeu-se identificar as assertivas com
diferenças significativas de acordo com o grupo ao qual pertencem.
A tabela 24 apresenta o teste de Kruskal-Wallis para a variável idade, na qual foram
destacadas na cor cinza as assertivas cuja significância foi inferior a 0,05, sinalizando diferença
de respostas entre as diferentes faixas etárias.
Tabela 24: Teste de Kruskal-Wallis para a variável idade
Questão Qui-
quadrado
Graus de
liberdade Sig.
Gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis. 5,706 4 ,222
Estou disposto a me empenhar muito para que iniciativas ambientais
tenham sucesso. 8,758 4 ,067
Eu me considero ambientalmente responsável. 19,526 4 ,001
Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais. 19,849 4 ,001
As ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente como
parte de sua avaliação de desempenho anual. 3,698 4 ,448
Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar com seus
superiores sobre qualquer assunto relacionado às iniciativas ambientais. 5,158 4 ,271
A consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na
empresa. 9,777 4 ,044
Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa voltada para a
disseminação dos programas ambientais para os colaboradores. 10,851 4 ,028
Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das informações da empresa?
174
Questão Qui-
quadrado
Graus de
liberdade Sig.
Portal na Intranet 8,168 4 ,086
Informativos por e-mail 7,445 4 ,114
Mural 4,094 4 ,393
Site da Sabesp (www.sabesp.com.br) 5,695 4 ,223
Relatório de Sustentabilidade 9,787 4 ,044
Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna /
disseminação de informações da companhia eficientes. 22,923 4 ,000
A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa. 5,548 4 ,236
Qual o seu grau de envolvimento com o Programa 3Rs? 24,005 4 ,000
Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa
3Rs. 20,620 4 ,000
A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do
Programa 3Rs. 16,580 4 ,002
Os procedimentos do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 23,324 4 ,000
Os resultados do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 19,623 4 ,001
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa
a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais
relacionadas ao Programa 3Rs. 16,516 4 ,002
Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o
Programa 3Rs. 13,099 4 ,011
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a implementação do Programa 3Rs. 12,668 4 ,013
O Programa 3Rs é importante para a comunidade interna da empresa. 7,968 4 ,093
O Programa 3Rs é importante para a sociedade. 7,899 4 ,095
Qual o seu grau de envolvimento com o PEA? 29,879 4 ,000
Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PEA 14,417 4 ,006
A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do PEA. 12,991 4 ,011
Os procedimentos do PEA são amplamente divulgados. 12,285 4 ,015
Os resultados do PEA são amplamente divulgados. 11,528 4 ,021
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa
a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais
relacionadas ao PEA. 7,482 4 ,113
Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o
PEA. 8,667 4 ,070
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a implementação do PEA. 12,190 4 ,016
O PEA é importante para a comunidade interna da empresa. 13,418 4 ,009
O PEA é importante para a sociedade. 18,278 4 ,001
Qual o seu grau de envolvimento com o PURA? 40,010 4 ,000
Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PURA. 17,842 4 ,001
A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do
PURA. 14,096 4 ,007
Os procedimentos do PURA são amplamente divulgados. 13,771 4 ,008
Os resultados do PURA são amplamente divulgados. 8,585 4 ,072
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa
a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais
relacionadas ao PURA. 10,508 4 ,033
Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o
PURA. 15,327 4 ,004
175
Questão Qui-
quadrado
Graus de
liberdade Sig.
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a implementação do PURA. 8,992 4 ,061
O PURA é importante para a comunidade interna da empresa. 9,277 4 ,055
O PURA é importante para a sociedade. 16,524 4 ,002
Fonte: Elaborada pela autora
As tabelas 25, 26 e 27 trazem apenas as questões que foram destacadas na cor cinza,
para comparar o nível de concordância de cada faixa etária.
Tabela 25: Diferenças de concordância em relação à variável idade
Questão até 25 anos de 26 a 35 anos de 36 a 45 anos de 46 a 55 anos acima de 55 anos
D N C D N C D N C D N C D N C
Eu me considero ambientalmente
responsável. 11,4% 11,4% 77,3% 1,8% 4,5% 93,8% 0,5% 4,4% 95,1% 1,7% 2,6% 95,7% 2,2% 3,3% 94,4%
Tenho recebido treinamento
relacionado às questões ambientais. 61,4% 11,4% 27,3% 58,9% 20,5% 20,5% 41,3% 18,9% 39,8% 38,9% 15,4% 45,7% 42,2% 11,1% 46,7%
A consciência ambiental é uma
questão de preocupação
prioritária na empresa.
13,6% 22,7% 63,6% 26,8% 16,1% 57,1% 22,8% 13,1% 64,1% 21,8% 11,1% 67,1% 18,9% 6,7% 74,4%
Conheço alguma ação de
comunicação interna da empresa
voltada para a disseminação dos
programas ambientais para os
colaboradores.
15,9% 25,0% 59,1% 27,7% 25,0% 47,3% 20,4% 13,1% 66,5% 22,6% 13,7% 63,7% 17,8% 12,2% 70,0%
Considero as ferramentas
corporativas de comunicação
interna / disseminação de
informações da companhia
eficientes.
4,5% 15,9% 79,5% 25,9% 19,6% 54,5% 18,9% 14,1% 67,0% 17,9% 15,4% 66,7% 21,1% 18,9% 60,0%
Minha empresa comunicou a
necessidade de implementar o
Programa 3Rs.
38,6% 27,3% 34,1% 41,1% 25,9% 33,0% 28,6% 20,9% 50,5% 24,8% 19,2% 56,0% 26,7% 11,1% 62,2%
A alta administração suporta
totalmente a implementação de
ações do Programa 3Rs.
25,0% 40,9% 34,1% 33,9% 42,9% 23,2% 24,8% 30,6% 44,7% 24,4% 35,0% 40,6% 28,9% 17,8% 53,3%
Os procedimentos do Programa
3Rs são amplamente divulgados. 47,7% 20,5% 31,8% 60,7% 21,4% 17,9% 44,2% 22,8% 33,0% 39,7% 23,5% 36,8% 36,7% 17,8% 45,6%
Os resultados do Programa 3Rs
são amplamente divulgados. 40,9% 34,1% 25,0% 62,5% 25,0% 12,5% 53,9% 20,4% 25,7% 44,0% 24,8% 31,2% 45,6% 14,4% 40,0%
Minha empresa tem sido bem
sucedida ao criar conscientização
extensa a toda empresa quanto
aos problemas, custos e
oportunidades ambientais
relacionadas ao Programa 3Rs.
36,4% 34,1% 29,5% 46,4% 39,3% 14,3% 40,8% 29,6% 29,6% 35,9% 29,9% 34,2% 32,2% 24,4% 43,3%
176
Minha empresa oferece
oportunidades e treinamentos
necessários para o Programa 3Rs.
36,4% 36,4% 27,3% 58,0% 28,6% 13,4% 46,6% 27,2% 26,2% 41,0% 27,4% 31,6% 44,4% 23,3% 32,2%
Minha empresa descreve
claramente os conhecimentos,
competências e habilidades
necessários para a implementação
do Programa 3Rs.
36,4% 38,6% 25,0% 54,5% 31,3% 14,3% 47,1% 26,7% 26,2% 40,2% 30,3% 29,5% 41,1% 27,8% 31,1%
Minha empresa comunicou a
necessidade de implementar o
PEA.
50,0% 27,3% 22,7% 48,2% 36,6% 15,2% 38,8% 23,8% 37,4% 38,5% 24,8% 36,8% 47,8% 16,7% 35,6%
A alta administração suporta
totalmente a implementação de
ações do PEA.
36,4% 43,2% 20,5% 40,2% 46,4% 13,4% 32,5% 35,9% 31,6% 29,9% 36,3% 33,8% 37,8% 26,7% 35,6%
Os procedimentos do PEA são
amplamente divulgados. 54,5% 29,5% 15,9% 56,3% 35,7% 8,0% 47,1% 27,7% 25,2% 47,4% 24,8% 27,8% 45,6% 25,6% 28,9%
Os resultados do PEA são
amplamente divulgados. 52,3% 29,5% 18,2% 54,5% 39,3% 6,3% 47,1% 28,2% 24,8% 47,9% 27,4% 24,8% 52,2% 23,3% 24,4%
Minha empresa descreve
claramente os conhecimentos,
competências e habilidades
necessários para a implementação
do PEA.
43,2% 31,8% 25,0% 53,6% 38,4% 8,0% 45,1% 29,1% 25,7% 41,9% 29,5% 28,6% 46,7% 24,4% 28,9%
O PEA é importante para a
comunidade interna da empresa. 15,9% 27,3% 56,8% 8,9% 34,8% 56,3% 9,7% 18,0% 72,3% 8,1% 14,1% 77,8% 13,3% 15,6% 71,1%
O PEA é importante para a
sociedade. 13,6% 27,3% 59,1% 7,1% 32,1% 60,7% 6,8% 17,5% 75,7% 6,4% 12,4% 81,2% 10,0% 12,2% 77,8%
Minha empresa comunicou a
necessidade de implementar o
PURA.
27,3% 29,5% 43,2% 27,7% 30,4% 42,0% 22,3% 21,8% 55,8% 20,9% 17,5% 61,5% 24,4% 10,0% 65,6%
A alta administração suporta
totalmente a implementação de
ações do PURA.
15,9% 47,7% 36,4% 24,1% 37,5% 38,4% 16,5% 30,1% 53,4% 16,7% 32,1% 51,3% 22,2% 14,4% 63,3%
Os procedimentos do PURA são
amplamente divulgados. 38,6% 27,3% 34,1% 31,3% 34,8% 33,9% 32,5% 28,6% 38,8% 25,6% 24,4% 50,0% 27,8% 15,6% 56,7%
Minha empresa tem sido bem
sucedida ao criar conscientização
extensa a toda empresa quanto
aos problemas, custos e
oportunidades ambientais
relacionadas ao PURA.
22,7% 38,6% 38,6% 30,4% 38,4% 31,3% 26,7% 30,6% 42,7% 22,2% 30,8% 47,0% 28,9% 15,6% 55,6%
Minha empresa oferece
oportunidades e treinamentos
necessários para o PURA.
29,5% 36,4% 34,1% 40,2% 38,4% 21,4% 38,3% 31,6% 30,1% 29,9% 28,6% 41,5% 32,2% 23,3% 44,4%
O PURA é importante para a
sociedade. 6,8% 34,1% 59,1% 3,6% 15,2% 81,3% 4,9% 8,3% 86,9% 4,7% 8,1% 87,2% 4,4% 8,9% 86,7%
Fonte: Elaborada pela autora
177
Analisando sua própria conduta frente às questões ambientais, os empregados com até
25 anos demonstraram o menor nível de concordância: 77,3%. Em um patamar bem diferente,
todas as outras faixas concordaram entre 93% e 96%.
Quanto à receber treinamentos sobre as questões ambientais, as duas primeiras faixas
etárias (até 35 anos) indicaram forte discordância – perto de 60% - enquanto para as demais
idades os níveis de concordância e discordância foram parecidos, na faixa dos 40%, com
tendência de aumento de concordância entre os empregados mais velhos, onde a concordância
beirou os 50%.
Ainda quanto à conduta ambiental da empresa, observa-se uma tendência de
crescimento da concordância conforme aumenta a idade, nítida em relação aos fatores
consciência ambiental como prioridade e conhecimento de comunicação interna específica para
programas ambientais. Esta tendência sofre um desvio ao tratar da eficiência das ferramentas de
comunicação interna, onde a maior concordância (79,5%) se deu entre o grupo mais jovem. A
faixa etária de 26 a 35anos foi a de menor concordância, seguida da faixa acima de 55 anos.
Num patamar intermediário – perto de 67% de concordância – ficaram os empregados que tem
entre 36 e 55 anos.
A faixa etária entre 26 e 35 anos demonstrou-se muito crítica, sendo a concordância
mais baixa para a maior parte das assertivas. Além disso, observam-se níveis de concordância
ainda menores principalmente para as questões relacionadas aos programas PEA e 3Rs.
As questões relacionadas à divulgação dos procedimentos e resultados dos três
programas demonstraram tendência de crescimento da concordância à medida que aumenta a
faixa etária do respondente. A única faixa etária que não seguiu esta tendência foi a segunda, de
26 a 35 anos, que demonstrou os menores percentuais de concordância. Mesmo com a
tendência de aumento da concordância, para todas faixas etárias estas assertivas demonstraram
discordância maior que a concordância para o 3Rs e PEA, com comportamento contrário
apenas para o PURA. Avaliando se o PURA é importante para a sociedade, todas as faixas
etárias demonstraram forte concordância, porém a menor, 59,1% foi identificada entre os
empregados com até 25 anos de idade. Todas as demais faixas etárias tiveram concordância
superior a 80%. Para o PEA esta mesma assertiva teve comportamento semelhante, contudo as
diferenças entre as faixas etárias foram menores, e o menor índice de concordância (até 60%)
178
se deu para as duas primeiras faixas, ou seja, entre os empregados com até 35 anos. Quanto à
importância do PEA para os colaboradores, as duas primeiras faixas concordaram em cerca de
56%, percentual este que ultrapassa os 70% para os empregados com mais de 36 anos (3
últimas faixas).
Analisando a comunicação da necessidade de implantar e suporte da alta administração
para o 3Rs, constatam-se concordâncias superiores a 30% para a primeira faixa etária, patamar
que na segunda faixa se mantém para comunicação e cai para 23,2% para o suporte,
manifestando aumento da concordância a partir da terceira faixa etária, onde ultrapassam os 40%.
Estes mesmos itens avaliados em relação ao PEA tiveram concordância inferior a 23% até 25
anos, perto de 15% entre 26 e 35 anos, e ultrapassam os 30% nas últimas faixas. Já com relação
ao PURA, a concordância entre os empregados com até 35 anos é perto de 40%, e para as três
últimas faixas etárias, superior a 53%, ultrapassando os 63% entre os empregados com mais de
55 anos, para os dois quesitos.
Quanto à conscientização, treinamento, conhecimentos, competências e habilidades
necessários para o 3Rs, os empregados com até 25 anos concordaram entre 25% e 30%,
enquanto que na segunda faixa etária observa-se concordância inferior a 15%. A partir dos 36
anos volta-se a obter concordâncias próximas aos 30%, que aumentam nas duas últimas faixas.
Com relação à clara descrição de conhecimentos, competências e habilidades
necessárias para o PEA, a discordância ficou entre 41% e 47% e a concordância entre de 25% e
30% para todas as faixas, exceto de 26 a 35 anos que discordou em 53,6% e concordou em
apenas 8%.
O recebimento de treinamentos do PURA demonstrou concordância próxima a 30%
para empregados com até 25 anos ou entre 36 e 45. A menor concordância (21,4%) foi para a
segunda faixa etária, e os empregados com mais de 46 anos concordaram em mais de 40%.
Quanto à conscientização para o PURA, empregados com até 35 anos concordaram entre 30%
e 40%, percentual este que subiu gradativamente entre empregados com mais de 36 anos.
179
Tabela 26: Diferenças de frequência de acesso às ferramentas de disseminação de
informações em relação à variável idade
Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das informações da empresa?
Relatório de Sustentabilidade
Idade Nunca Poucas
vezes
Algumas
vezes
Muitas
vezes Sempre
até 25 anos 36,4% 29,5% 22,7% 9,1% 2,3%
de 26 a 35 anos 42,0% 33,9% 13,4% 7,1% 3,6%
de 36 a 45 anos 30,6% 33,0% 25,7% 5,8% 4,9%
de 46 a 55 anos 31,2% 31,6% 25,6% 8,5% 3,0%
acima de 55 anos 30,0% 24,4% 24,4% 11,1% 10,0%
Total 32,9% 31,3% 23,3% 7,9% 4,5%
Fonte: Elaborada pela autora
Observa-se na tabela 26 uma tendência de acesso mais frequente ao relatório de
sustentabilidade entre os grupos mais velhos. As faixas etárias com maior percentual de
“nunca acessam” são exatamente as duas mais jovens, ou seja, os colaboradores que possuem
até 35 anos. A frequência “muitas vezes” demonstrou certa polarização das respostas, já que
sua maior adesão se deu no grupo mais velho (acima de 55 anos) e a segunda maior adesão no
grupo mais jovem (até 25 anos). Considerando-se, contudo, a frequência “sempre”, a tendência
se torna mais clara já que o grupo mais jovem é o que menos acessa “sempre”, e o grupo com
mais de 55% acessa “sempre” mais que o dobro que qualquer dos demais.
Tabela 27: Diferenças de envolvimento com os programas em relação à variável idade
Qual o seu grau de envolvimento com o PROGRAMA?
Faixa
Etária Programa Não conheço Já ouvi falar
Conheço mas
não participo
Participo ou
participei
brevemente
Participo ou
participei
ativamente
até 25
anos
3Rs 13,6% 25,0% 27,3% 18,2% 15,9%
PEA 56,8% 15,9% 9,1% 11,4% 6,8%
PURA 9,1% 34,1% 43,2% 4,5% 9,1%
de 26 a 35
anos
3Rs 8,9% 31,3% 22,3% 27,7% 9,8%
PEA 51,8% 19,6% 14,3% 8,9% 5,4%
180
Qual o seu grau de envolvimento com o PROGRAMA?
Faixa
Etária Programa Não conheço Já ouvi falar
Conheço mas
não participo
Participo ou
participei
brevemente
Participo ou
participei
ativamente
PURA 14,3% 30,4% 32,1% 14,3% 8,9%
de 36 a 45
anos
3Rs 9,2% 18,9% 22,3% 31,6% 18,0%
PEA 29,6% 24,3% 18,9% 20,4% 6,8%
PURA 4,9% 29,6% 33,0% 17,0% 15,5%
de 46 a 55
anos
3Rs 8,5% 15,8% 20,9% 29,9% 24,8%
PEA 30,3% 20,9% 18,8% 20,5% 9,4%
PURA 6,8% 19,7% 33,3% 23,5% 16,7%
acima de 55
anos
3Rs 7,8% 12,2% 8,9% 47,8% 23,3%
PEA 28,9% 14,4% 21,1% 23,3% 12,2%
PURA 5,6% 12,2% 23,3% 28,9% 30,0%
Total
3Rs 9,0% 19,4% 20,4% 31,6% 19,5%
PEA 35,1% 20,6% 17,8% 18,4% 8,2%
PURA 7,4% 24,3% 32,4% 19,5% 16,3%
Fonte: Elaborada pela autora
O nível de desconhecimento dos três programas apontado na tabela 27 demonstrou
tendência a diminuir conforme aumenta a idade dos respondentes. O comportamento foi
semelhante para os três programas, contudo o PEA foi o único com percentual de
desconhecimento muito alto em todas as faixas etárias, ultrapassando os 50% entre o público de
até 35 anos. O nível “já ouvi falar” não demonstrou forte tendência de crescimento ou redução
conforme a idade para o 3Rs nem para o PEA, contudo para o PURA também demonstrou queda
conforme aumenta a idade, com redução mais drástica – 10 pontos percentuais – entre as faixas
“de 36 a 45 anos” e “de 46 a 55 anos”.
O nível “conheço mas não participo” demonstrou tendência de queda para o 3Rs e
PURA, ao mesmo tempo em que apresentou tendência de crescimento para o PEA. O grupo
acima de 55 anos, que foi o com menor percentual para o 3Rs e PURA, ao mesmo tempo em
que apresentou o maior percentual para o PEA, dentre todas as faixas etárias.
Quanto à participação, somando-se a participação ativa e a breve, observa-se também
um claro aumento na participação à medida que aumenta a idade do respondente.
181
A tabela 28 apresenta o teste de Kruskal-Wallis para a variável idade, com destaque na
cor cinza as significâncias inferiores à 0,05, indicando respostas diferentes entre os níveis de
escolaridade.
Tabela 28: Teste de Kruskal-Wallis para a variável escolaridade
Questão Qui-
quadrado
Graus de
liberdade Sig.
Gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis. 5,539 3 ,136
Estou disposto a me empenhar muito para que iniciativas ambientais
tenham sucesso. 7,012 3 ,072
Eu me considero ambientalmente responsável. 2,356 3 ,502
Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais. 2,037 3 ,565
As ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente como
parte de sua avaliação de desempenho anual. 10,694 3 ,013
Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar com seus
superiores sobre qualquer assunto relacionado às iniciativas ambientais. 1,226 3 ,747
A consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na
empresa. 10,371 3 ,016
Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa voltada para a
disseminação dos programas ambientais para os colaboradores. 1,633 3 ,652
Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das informações da empresa?
Portal na Intranet 4,510 3 ,211
Informativos por e-mail 2,631 3 ,452
Mural 1,492 3 ,684
Site da Sabesp (www.sabesp.com.br) ,413 3 ,938
Relatório de Sustentabilidade 1,792 3 ,617
Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna /
disseminação de informações da companhia eficientes. 14,735 3 ,002
A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa. 19,675 3 ,000
Qual o seu grau de envolvimento com o Programa 3Rs? 3,208 3 ,361
Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa
3Rs. 6,935 3 ,074
A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do
Programa 3Rs. 4,398 3 ,222
Os procedimentos do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 5,840 3 ,120
Os resultados do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 11,314 3 ,010
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa
a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais
relacionadas ao Programa 3Rs.
18,764 3 ,000
Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o
Programa 3Rs. 2,323 3 ,508
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a implementação do Programa 3Rs. 8,462 3 ,037
O Programa 3Rs é importante para a comunidade interna da empresa. 1,421 3 ,701
O Programa 3Rs é importante para a sociedade. 1,137 3 ,768
Qual o seu grau de envolvimento com o PEA? 22,003 3 ,000
182
Questão Qui-
quadrado
Graus de
liberdade Sig.
Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PEA ,430 3 ,934
A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do
PEA. 4,658 3 ,199
Os procedimentos do PEA são amplamente divulgados. 3,111 3 ,375
Os resultados do PEA são amplamente divulgados. 3,983 3 ,263
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa
a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais
relacionadas ao PEA.
12,274 3 ,007
Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o
PEA. ,346 3 ,951
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a implementação do PEA. 1,860 3 ,602
O PEA é importante para a comunidade interna da empresa. 1,420 3 ,701
O PEA é importante para a sociedade. 2,246 3 ,523
Qual o seu grau de envolvimento com o PURA? 12,062 3 ,007
Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PURA. 3,103 3 ,376
A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do
PURA. 1,852 3 ,604
Os procedimentos do PURA são amplamente divulgados. 3,341 3 ,342
Os resultados do PURA são amplamente divulgados. 4,163 3 ,244
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa
a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais
relacionadas ao PURA.
11,124 3 ,011
Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o
PURA. ,682 3 ,877
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a implementação do PURA. 5,121 3 ,163
O PURA é importante para a comunidade interna da empresa. 1,745 3 ,627
O PURA é importante para a sociedade. 2,465 3 ,482
Fonte: Elaborada pela autora
As tabelas 29 e 30 trazem apenas as assertivas que haviam sido destacadas na cor cinza
na tabela 28, demonstrando as diferenças de concordância conforme a escolaridade.
Tabela 29: Diferenças de concordância em relação à variável escolaridade – Bloco 2
Fundamental Médio Superior Pós-
graduação Total
As ações ambientais dos funcionários são
avaliadas formalmente como parte de sua
avaliação de desempenho anual.
D 66,7% 42,0% 56,3% 62,3% 53,7%
N 16,7% 28,6% 19,8% 15,0% 21,1%
C 16,7% 29,5% 24,0% 22,7% 25,2%
A consciência ambiental é uma questão de
preocupação prioritária na empresa.
D 18,8% 21,5% 27,5% 22,2%
N 33,3% 11,6% 11,5% 14,0% 12,4%
183
C 66,7% 69,6% 67,0% 58,5% 65,4%
Considero as ferramentas corporativas de
comunicação interna / disseminação de
informações da companhia eficientes.
D 16,7% 15,6% 17,7% 24,2% 18,9%
N 12,5% 17,4% 18,8% 16,1%
C 83,3% 71,9% 64,9% 57,0% 65,0%
A participação dos funcionários nas questões
ambientais é intensa.
D 16,7% 33,5% 41,3% 53,1% 42,1%
N 50,0% 22,8% 22,9% 20,3% 22,3%
C 33,3% 43,8% 35,8% 26,6% 35,6%
Os resultados do Programa 3Rs são
amplamente divulgados.
D 33,3% 42,4% 49,0% 57,0% 49,1%
N 33,3% 24,1% 22,6% 23,7% 23,4%
C 33,3% 33,5% 28,5% 19,3% 27,4%
Minha empresa tem sido bem sucedida ao
criar conscientização extensa a toda empresa
quanto aos problemas, custos e oportunidades
ambientais relacionadas ao Programa 3Rs.
D 33,3% 30,8% 36,5% 47,8% 37,9%
N 16,7% 30,8% 32,6% 32,4% 31,9%
C 50,0% 38,4% 30,9% 19,8% 30,2%
Minha empresa descreve claramente os
conhecimentos, competências e habilidades
necessários para a implementação do
Programa 3Rs.
D 33,3% 38,8% 42,7% 51,2% 43,9%
N 33,3% 30,8% 29,5% 29,5% 29,9%
C 33,3% 30,4% 27,8% 19,3% 26,2%
Minha empresa tem sido bem sucedida ao
criar conscientização extensa a toda empresa
quanto aos problemas, custos e oportunidades
ambientais relacionadas ao PEA.
D 33,3% 33,9% 40,3% 48,8% 40,7%
N 50,0% 36,2% 34,0% 32,9% 34,5%
C 16,7% 29,9% 25,7% 18,4% 24,8%
Minha empresa tem sido bem sucedida ao
criar conscientização extensa a toda empresa
quanto aos problemas, custos e oportunidades
ambientais relacionadas ao PURA.
D 33,3% 22,3% 24,0% 31,9% 25,8%
N 50,0% 29,0% 29,2% 31,9% 30,1%
C 16,7% 48,7% 46,9% 36,2% 44,1%
Fonte: Elaborada pela autora
Analisando a tabela 29, para a questão “A consciência ambiental é uma questão de
preocupação prioritária na empresa” observou-se um crescimento no nível de discordância
conforme aumenta a escolaridade. Nenhum dos respondentes com ensino fundamental
discordou desta assertiva, e o nível de neutralidade desse grupo para esta assertiva foi mais que
o dobro que qualquer dos outros níveis de escolaridade.
Com comportamento similar, a questão “Considero as ferramentas corporativas de
comunicação interna / disseminação de informações da companhia eficientes.” Obteve maior
percentual de concordância para os níveis de escolaridade mais baixos. Semelhantemente,
observa-se um nível de discordância crescente conforme aumenta a escolaridade, para a
assertiva “A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa.” Todas as
questões seguintes, com exceção da “Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar
conscientização extensa a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades
ambientais relacionadas ao PURA.”, seguiram esta mesma linha de tendência.
184
Os trabalhos de Ribeiro e Bastos (2010) e de Ferreira (2011), indicaram que quanto
maior a escolaridade, menor foi o comprometimento afetivo observado entre os colaboradores e
a organização. Desta forma, valida-se que este público, com maior formação acadêmica,
caracteriza-se um grupo mais cético e crítico, demonstrando menor vínculo com a companhia.
Acredita-se que, os colaboradores mais especializados possuem um nível superior de
informação que não lhes permite aceitar incondicionalmente tudo que é proposto ou declarado
pela empresa. O fato de possuírem uma formação acadêmica tende a melhorar o nível de
empregabilidade, e com maior aceitabilidade no mercado de trabalho, este público apresenta
também menor dependência da empresa e do emprego atual, permitindo-lhes manifestar um
nível maior de discordância sem temer represálias.
Tabela 30: Diferenças de envolvimento em relação à variável escolaridade - PURA
Qual o seu grau de envolvimento com o PURA?
Escolaridade Não conheço Já ouvi falar
Conheço
mas não
participo
Participo ou
participei
brevemente
Participo ou
participei
ativamente
fundamental 16,7% 33,3% 50,0%
médio 10,3% 28,6% 30,8% 15,6% 14,7%
superior 6,9% 20,8% 33,0% 23,6% 15,6%
pós-graduação 3,9% 24,2% 31,4% 21,3% 19,3%
Total 7,2% 24,3% 32,0% 20,3% 16,3%
Fonte: Elaborada pela autora
Na tabela 30, observa-se claramente maior nível de envolvimento com o programa
PURA conforme aumenta o nível de escolaridade. Os maiores percentuais de “não conheço”
estão nos níveis fundamental e médio, respectivamente, ao mesmo tempo em que nenhum dos
pesquisados com nível fundamental participou do programa, e os maiores níveis de
participação breve ou ativa está nos níveis superior e pós-graduação.
A tabela 31 apresenta o teste de Kruskal-Wallis para a variável cargo, destacando-se
novamente na as significâncias menores que 0,05 (diferença de respostas entre os cargos).
185
Tabela 31: Teste de Kruskal-Wallis para a variável cargo
Questão Qui-
quadrado
Graus de
liberdade Sig.
Gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis. 23,095 5 ,000
Estou disposto a me empenhar muito para que iniciativas ambientais
tenham sucesso. 26,137 5 ,000
Eu me considero ambientalmente responsável. 5,704 5 ,336
Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais. 26,132 5 ,000
As ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente como
parte de sua avaliação de desempenho anual. 25,384 5 ,000
Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar com seus
superiores sobre qualquer assunto relacionado às iniciativas ambientais. 44,738 5 ,000
A consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na
empresa. 28,362 5 ,000
Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa voltada para a
disseminação dos programas ambientais para os colaboradores. 29,479 5 ,000
Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das informações da empresa?
Portal na Intranet 10,223 5 ,069
Informativos por e-mail 4,284 5 ,509
Mural 4,346 5 ,501
Site da Sabesp (www.sabesp.com.br) 9,371 5 ,095
Relatório de Sustentabilidade 20,211 5 ,001
Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna /
disseminação de informações da companhia eficientes. 15,323 5 ,009
A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa. 21,169 5 ,001
Qual o seu grau de envolvimento com o Programa 3Rs? 31,634 5 ,000
Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa 3Rs. 30,780 5 ,000
A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do
Programa 3Rs. 27,471 5 ,000
Os procedimentos do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 35,433 5 ,000
Os resultados do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 21,683 5 ,001
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa
a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais
relacionadas ao Programa 3Rs.
17,899 5 ,003
Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o
Programa 3Rs. 24,139 5 ,000
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a implementação do Programa 3Rs. 34,770 5 ,000
O Programa 3Rs é importante para a comunidade interna da empresa. 5,866 5 ,319
O Programa 3Rs é importante para a sociedade. 6,134 5 ,293
Qual o seu grau de envolvimento com o PEA? 57,950 5 ,000
Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PEA 37,039 5 ,000
A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do PEA. 33,919 5 ,000
Os procedimentos do PEA são amplamente divulgados. 23,365 5 ,000
Os resultados do PEA são amplamente divulgados. 29,766 5 ,000
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa
a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais
relacionadas ao PEA.
22,370 5 ,000
186
Questão Qui-
quadrado
Graus de
liberdade Sig.
Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o
PEA. 33,739 5 ,000
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a implementação do PEA. 32,356 5 ,000
O PEA é importante para a comunidade interna da empresa. 10,077 5 ,073
O PEA é importante para a sociedade. 8,778 5 ,118
Qual o seu grau de envolvimento com o PURA? 58,106 5 ,000
Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PURA. 27,720 5 ,000
A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do
PURA. 25,712 5 ,000
Os procedimentos do PURA são amplamente divulgados. 25,659 5 ,000
Os resultados do PURA são amplamente divulgados. 21,545 5 ,001
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa
a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais
relacionadas ao PURA.
29,127 5 ,000
Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o
PURA. 26,197 5 ,000
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a implementação do PURA. 26,621 5 ,000
O PURA é importante para a comunidade interna da empresa. 4,823 5 ,438
O PURA é importante para a sociedade. 14,115 5 ,015
Fonte: Elaborada pela autora
Para as tabela 32 a 38 foram carregadas apenas as significâncias inferiores a 0,05,
permitindo comparações por nível de concordância para cada cargo.
Tabela 32: Diferenças de concordância em relação à variável cargo – Bloco 1
Gosto de me engajar em ações
ambientalmente amigáveis.
Estou disposto a me empenhar muito
para que iniciativas ambientais
tenham sucesso.
Cargo D N C D N C
Operacional 1,1% 5,6% 93,3% 1,1% 4,4% 94,4%
Técnico 2,0% 10,4% 87,6% 1,2% 6,0% 92,8%
Administrativo 2,2% 7,8% 90,0% 2,2% 5,6% 92,2%
Universitário 4,9% 14,7% 80,4% 5,5% 9,2% 85,3%
Líder/gestor/ encarregado 2,5% 7,4% 90,1% 1,2% 7,4% 91,4%
Gerencial
3,9% 96,1% 2,0% 3,9% 94,1%
Total 2,5% 9,7% 87,9% 2,3% 6,5% 91,2%
Fonte: Elaborada pela autora
187
Com relação ao bloco 1 (tabela 32), que indica a conduta ambiental do empregado,
observou-se na tabela 32 os maiores níveis de discordância entre o público universitário, e a
maior concordância para os níveis gerencial e operacional. A tendência à neutralidade para
estas duas questões também demonstrou-se mais forte entre os universitários.
Desta forma, observa-se que os públicos “gerencial” e “operacional” são os que se
demonstraram mais predispostos a se engajarem em ações ambientais.
Tabela 33: Diferenças de concordância em relação à variável cargo – Bloco 2
Ca
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o
Ger
enci
al
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tal
Tenho recebido treinamento relacionado às
questões ambientais.
D 45,6% 49,2% 44,4% 54,0% 28,4% 21,6% 45,0%
N 7,8% 13,6% 15,6% 20,2% 25,9% 17,6% 16,3%
C 46,7% 37,2% 40,0% 25,8% 45,7% 60,8% 38,8%
As ações ambientais dos funcionários são
avaliadas formalmente como parte de sua
avaliação de desempenho anual.
D 41,1% 54,4% 48,9% 65,6% 54,3% 41,2% 53,7%
N 22,2% 23,6% 24,4% 17,2% 19,8% 15,7% 21,1%
C 36,7% 22,0% 26,7% 17,2% 25,9% 43,1% 25,2%
Em geral, os funcionários podem facilmente se
comunicar com seus superiores sobre qualquer
assunto relacionado às iniciativas ambientais.
D 22,2% 27,2% 24,4% 32,5% 13,6% 5,9% 24,4%
N 13,3% 19,2% 16,7% 16,6% 19,8% 11,8% 17,1%
C 64,4% 53,6% 58,9% 50,9% 66,7% 82,4% 58,5%
A consciência ambiental é uma questão de
preocupação prioritária na empresa.
D 13,3% 21,2% 22,2% 32,5% 23,5% 7,8% 22,2%
N 12,2% 14,0% 10,0% 14,1% 8,6% 9,8% 12,4%
C 74,4% 64,8% 67,8% 53,4% 67,9% 82,4% 65,4%
Conheço alguma ação de comunicação interna
da empresa voltada para a disseminação dos
programas ambientais para os colaboradores.
D 24,4% 21,2% 25,6% 28,8% 13,6% 2,0% 21,7%
N 15,6% 17,6% 20,0% 14,1% 11,1% 15,7% 16,0%
C 60,0% 61,2% 54,4% 57,1% 75,3% 82,4% 62,3%
Considero as ferramentas corporativas de
comunicação interna / disseminação de
informações da companhia eficientes.
D 12,2% 19,6% 16,7% 25,2% 16,0% 15,7% 18,9%
N 7,8% 15,2% 20,0% 19,0% 18,5% 15,7% 16,1%
C 80,0% 65,2% 63,3% 55,8% 65,4% 68,6% 65,0%
A participação dos funcionários nas questões
ambientais é intensa.
D 33,3% 41,2% 38,9% 53,4% 39,5% 35,3% 42,1%
N 15,6% 23,6% 30,0% 20,2% 22,2% 21,6% 22,3%
C 51,1% 35,2% 31,1% 26,4% 38,3% 43,1% 35,6%
Fonte: Elaborada pela autora
188
Na tabela 33 percebe-se que o nível gerencial foi o que, de maneira geral, demonstrou
maior concordância com as assertivas do bloco 2, que se referem à conduta ambiental da
empresa. Já o grupo de universitários foi o que demonstrou maior discordância, para todas as
questões.
Os níveis operacional e gerencial sinalizaram concordância mais forte que os demais
níveis hierárquicos para as assertivas “A consciência ambiental é uma questão de preocupação
prioritária na empresa”, “Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna /
disseminação de informações da companhia eficientes” e “A participação dos funcionários nas
questões ambientais é intensa.”
Acredita-se que os empregados do nível universitário são um público mais crítico por
conta da formação acadêmica e também porque em geral, atuam dentro da empresa em um
nível mais estratégico. Acredita-se também que, o nível gerencial, apesar de apresentar
formação semelhante aos universitários e atuação na empresa ainda mais estratégica, demonstra
menor nível de crítica para o bloco 2, já que a conduta ambiental da empresa é relacionada à
sua gestão, e eles são em parte responsáveis por esta gestão.
Tabela 34: Diferenças de frequência de acesso às ferramentas de disseminação das
informações em relação à variável cargo
Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das
informações da empresa?
Relatório de Sustentabilidade
Cargo nunca poucas vezes
algumas
vezes muitas vezes sempre
Operacional 27,8% 28,9% 28,9% 6,7% 7,8%
Técnico 35,6% 30,4% 22,0% 7,2% 4,8%
Administrativo 36,7% 37,8% 15,6% 7,8% 2,2%
Universitário 39,3% 29,4% 22,7% 5,5% 3,1%
Líder/gestor/ encarregado 23,5% 32,1% 30,9% 11,1% 2,5%
Gerencial 15,7% 33,3% 29,4% 13,7% 7,8%
Total 32,8% 31,3% 23,7% 7,7% 4,4%
Fonte: Elaborada pela autora
189
Observando a tabela 34, novamente percebe-se uma tendência de polarização nos
grupos operacional e gerencial, manifestando-se como os dois com maior percentual para
“sempre” acessarem o relatório de sustentabilidade. O grupo de universitários foi o que
demonstrou maior percentual para a frequência “nunca” acesso, seguidos dos administrativos e
técnicos. Para a frequencia “muitas vezes” o nível gerencial foi o maior percentual, seguidos de
perto do grupo de líderes. Apesar das diferenças entre os grupos, o relatório de sustentabilidade
demonstrou ser pouco ou nunca acessado por todos os níveis hierárquicos, exceto os gerentes.
Tabela 35: Diferenças de envolvimento com os programas em relação à variável cargo
Qual o seu grau de envolvimento com os programas?
Ca
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Téc
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o
Ad
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Ger
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To
tal
SA
BE
SP
3R
s
não conheço 17,8% 7,2% 10,0% 11,0% 4,9% 2,0% 9,1%
já ouvi falar 23,3% 18,8% 16,7% 28,8% 9,9% 7,8% 19,6%
conheço mas não participo 20,0% 22,0% 16,7% 19,0% 22,2% 17,6% 20,1%
participo ou participei
brevemente 17,8% 30,8% 41,1% 28,8% 43,2% 41,2% 32,1%
participo ou participei
ativamente 21,1% 21,2% 15,6% 12,3% 19,8% 31,4% 19,0%
PE
A
não conheço 43,3% 34,8% 46,7% 42,9% 18,5% 5,9% 35,3%
já ouvi falar 26,7% 21,6% 23,3% 17,2% 21,0% 17,6% 21,1%
conheço mas não participo 11,1% 18,8% 11,1% 17,2% 27,2% 15,7% 17,2%
participo ou participei
brevemente 13,3% 16,8% 16,7% 16,0% 24,7% 37,3% 18,5%
participo ou participei
ativamente 5,6% 8,0% 2,2% 6,7% 8,6% 23,5% 7,9%
PU
RA
não conheço 13,3% 8,0% 11,1% 5,5% 1,2%
7,2%
já ouvi falar 31,1% 23,6% 21,1% 33,7% 14,8% 5,9% 24,3%
conheço mas não participo 23,3% 34,0% 40,0% 34,4% 28,4% 21,6% 32,0%
participo ou participei
brevemente 12,2% 19,6% 17,8% 17,2% 33,3% 31,4% 20,3%
participo ou participei
ativamente 20,0% 14,8% 10,0% 9,2% 22,2% 41,2% 16,3%
Fonte: Elaborada pela autora
190
Conforme exposto na tabela 35, os gerentes e líderes foram os que menos afirmaram
não conhecer os três programas, contudo,entre esses dois mesmos grupos observa-se que o
“não conheço” foi quase inexistente para o programa PURA, entre 2% e 5% para o 3Rs e entre
5% e 20% para o programa PEA, este último demonstrando ser o menos conhecido entre os
pesquisados.
O nível gerencial demonstrou alta participação – breve ou ativa – para os três
programas, quando comparados com os demais níveis hierárquicos, contudo, mesmo entre este
público o PEA obteve menor percentual de participação. Dentre os encarregados, que
demonstraram alto nível de participação no 3Rs e PURA, a diferença para o PEA foi maior
ainda. A maioria dos universitários se situou entre o grau de envolvimento “conheço mas não
participo” e “participo ou participei brevemente”.
O nível operacional classificou-se como um dos percentuais mais altos de “não
conheço”, o que se repetiu para os três programas, sendo maior para o PEA (43,3%). Ao
mesmo tempo, e acredita-se inclusive que por esse motivo, observa-se que o operacional
demonstrou o menor nível de participação no 3Rs e PEA, e o terceiro menor para o PURA. O
PURA obteve menor percentual de participação dos grupos administrativo e universitário.
Tabela 36: Diferenças de concordância em relação à variável cargo – 3Rs
Bloco 3.1 - PROGRAMA SABESP 3Rs
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Minha empresa comunicou a necessidade
de implementar o Programa.
D 28,9% 28,4% 26,7% 40,5% 24,7% 11,8% 29,4%
N 24,4% 22,0% 21,1% 19,6% 19,8% 9,8% 20,6%
C 46,7% 49,6% 52,2% 39,9% 55,6% 78,4% 50,1%
A alta administração suporta totalmente a
implementação de ações do Programa.
D 21,1% 23,6% 18,9% 39,9% 28,4% 15,7% 26,3%
N 35,6% 36,4% 44,4% 30,7% 24,7% 25,5% 33,9%
C 43,3% 40,0% 36,7% 29,4% 46,9% 58,8% 39,7%
Os procedimentos do Programa são
amplamente divulgados.
D 37,8% 41,6% 43,3% 59,5% 39,5% 29,4% 44,3%
N 26,7% 21,2% 23,3% 21,5% 24,7% 15,7% 22,2%
C 35,6% 37,2% 33,3% 19,0% 35,8% 54,9% 33,5%
Os resultados do Programa são amplamente
divulgados.
D 37,8% 49,2% 45,6% 61,3% 45,7% 41,2% 49,1%
N 26,7% 21,6% 28,9% 20,9% 28,4% 17,6% 23,4%
191
C 35,6% 29,2% 25,6% 17,8% 25,9% 41,2% 27,4%
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar
conscientização extensa a toda empresa quanto
aos problemas, custos e oportunidades
ambientais relacionadas ao programa.
D 32,2% 38,0% 35,6% 46,0% 37,0% 27,5% 37,9%
N 30,0% 29,6% 34,4% 35,0% 32,1% 31,4% 31,9%
C 37,8% 32,4% 30,0% 19,0% 30,9% 41,2% 30,2%
Minha empresa oferece oportunidades e
treinamentos necessários para o Programa.
D 45,6% 44,4% 40,0% 58,9% 38,3% 29,4% 45,5%
N 21,1% 29,6% 35,6% 22,1% 28,4% 29,4% 27,4%
C 33,3% 26,0% 24,4% 19,0% 33,3% 41,2% 27,0%
Minha empresa descreve claramente os
conhecimentos, competências e habilidades
necessários para a implementação do
Programa.
D 42,2% 42,8% 36,7% 58,9% 39,5% 23,5% 43,9%
N 25,6% 28,0% 37,8% 27,6% 33,3% 35,3% 29,9%
C 32,2% 29,2% 25,6% 13,5% 27,2% 41,2% 26,2%
Fonte: Elaborada pela autora
Na tabela 36, de maneira semelhante às tabelas anteriores os níveis gerencial e
universitário demonstraram tendências opostas para a assertiva “Minha empresa comunicou a
necessidade de implementar o Programa.” Os gerentes manifestaram forte concordância e os
universitários discordância levemente superior que a concordância. Para os demais grupos a
concordância também foi superior à discordância.
Os níveis gerencial e administrativo manifestaram menor nível de discordância com a
assertiva “A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa.”,
contudo o administrativo teve alto índice de neutralidade para esta questão, enquanto que os
gerentes tenderam para a concordância.
Para todas as demais questões relacionadas ao Programa 3Rs, de forma semelhante, os
gerentes apresentaram maior tendência a concordar, ao mesmo tempo em que os universitários
demonstraram tendência a discordar das assertivas.
Os níveis operacional e técnico demonstrarem comportamento diferenciado para a
questão “Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa”, despontando
apenas nesta assertiva com níveis de concordância menores que os grupos administrativos,
gestores e gerentes.
O trabalho de Clark (2001) abordou um tema relacionado ao desta pesquisa, e apontou
de forma semelhante, uma necessidade de maiores esforços de comunicação junto aos
empregados não-administrativos para disseminar as questões ambientais.
Corrobora-se assim a necessidade de formatar uma comunicação interna homogênea
independetmente do cargo ou nível hierárquico, que seja capaz de permear toda a organização.
192
Tabela 37: Diferenças de concordância em relação à variável cargo – PEA
Bloco 3.2 - PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
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Ger
enci
al
To
tal
Minha empresa comunicou a necessidade
de implementar o Programa.
D 36,7% 43,2% 43,3% 50,3% 30,9% 23,5% 41,2%
N 27,8% 25,2% 33,3% 25,8% 28,4% 17,6% 26,5%
C 35,6% 31,6% 23,3% 23,9% 40,7% 58,8% 32,3%
A alta administração suporta totalmente a
implementação de ações do Programa.
D 23,3% 34,8% 28,9% 44,2% 32,1% 21,6% 33,5%
N 38,9% 36,4% 45,6% 38,0% 30,9% 29,4% 37,1%
C 37,8% 28,8% 25,6% 17,8% 37,0% 49,0% 29,4%
Os procedimentos do Programa são
amplamente divulgados.
D 42,2% 50,4% 47,8% 59,5% 39,5% 39,2% 49,1%
N 32,2% 26,8% 32,2% 23,3% 30,9% 23,5% 27,6%
C 25,6% 22,8% 20,0% 17,2% 29,6% 37,3% 23,3%
Os resultados do Programa são
amplamente divulgados.
D 43,3% 50,0% 48,9% 62,0% 40,7% 35,3% 49,7%
N 33,3% 28,0% 30,0% 25,8% 32,1% 31,4% 29,1%
C 23,3% 22,0% 21,1% 12,3% 27,2% 33,3% 21,2%
Minha empresa tem sido bem sucedida ao
criar conscientização extensa a toda empresa
quanto aos problemas, custos e oportunidades
ambientais relacionadas ao programa.
D 31,1% 41,2% 38,9% 50,3% 37,0% 33,3% 40,7%
N 38,9% 33,2% 35,6% 35,0% 34,6% 29,4% 34,5%
C 30,0% 25,6% 25,6% 14,7% 28,4% 37,3% 24,8%
Minha empresa oferece oportunidades e
treinamentos necessários para o Programa.
D 41,1% 45,6% 37,8% 54,0% 34,6% 25,5% 43,3%
N 27,8% 30,4% 40,0% 29,4% 29,6% 27,5% 30,8%
C 31,1% 24,0% 22,2% 16,6% 35,8% 47,1% 25,9%
Minha empresa descreve claramente os
conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a
implementação do Programa.
D 42,2% 46,4% 36,7% 59,5% 37,0% 33,3% 45,7%
N 24,4% 28,8% 46,7% 25,8% 34,6% 25,5% 30,2%
C 33,3% 24,8% 16,7% 14,7% 28,4% 41,2% 24,1%
Fonte: Elaborada pela autora
Na tabela 37, percebe-se que, com relação ao PEA, mais de 50% dos universitários
demonstraram discordância para todas as questões apontadas, exceto a “A alta administração
suporta totalmente a implementação de ações do Programa.” Observa-se assim postura crítica
deste público, com discordância superior à concordância para várias questões.
Para a assertiva “Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa”
os níveis administrativo e universitário manifestaram destaque para o nível neutro, pois para
estes dois níveis a neutralidade foi superior à concordância.
193
De maneira geral, manteve-se a tendência de alta concordância entre os gerentes e baixa
entre os universitários.
Tabela 38: Diferenças de concordância em relação à variável cargo – PURA
Bloco 3.3 - PROGRAMA DE USO RACIONAL DA ÁGUA (PURA) C
arg
o
Op
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To
tal
Minha empresa comunicou a necessidade
de implementar o Programa.
D 23,3% 26,0% 20,0% 30,1% 13,6% 7,8% 23,2%
N 18,9% 22,4% 20,0% 21,5% 21,0% 19,6% 21,1%
C 57,8% 51,6% 60,0% 48,5% 65,4% 72,5% 55,7%
A alta administração suporta totalmente a
implementação de ações do Programa.
D 15,6% 19,2% 12,2% 26,4% 14,8% 11,8% 18,5%
N 27,8% 32,8% 36,7% 33,1% 23,5% 19,6% 30,8%
C 56,7% 48,0% 51,1% 40,5% 61,7% 68,6% 50,8%
Os procedimentos do Programa são
amplamente divulgados.
D 32,2% 28,0% 28,9% 40,5% 23,5% 17,6% 30,2%
N 25,6% 24,4% 25,6% 28,2% 29,6% 19,6% 25,8%
C 42,2% 47,6% 45,6% 31,3% 46,9% 62,7% 44,0%
Os resultados do Programa são
amplamente divulgados.
D 34,4% 32,8% 31,1% 44,2% 27,2% 25,5% 34,2%
N 24,4% 24,4% 27,8% 28,2% 32,1% 23,5% 26,5%
C 41,1% 42,8% 41,1% 27,6% 40,7% 51,0% 39,3%
Minha empresa tem sido bem sucedida ao
criar conscientização extensa a toda empresa
quanto aos problemas, custos e oportunidades
ambientais relacionadas ao programa.
D 25,6% 24,8% 17,8% 36,2% 22,2% 17,6% 25,8%
N 26,7% 28,4% 37,8% 33,1% 25,9% 27,5% 30,1%
C 47,8% 46,8% 44,4% 30,7% 51,9% 54,9% 44,1%
Minha empresa oferece oportunidades e
treinamentos necessários para o Programa.
D 41,1% 34,8% 25,6% 40,5% 30,9% 23,5% 34,5%
N 17,8% 31,2% 35,6% 37,4% 30,9% 15,7% 30,3%
C 41,1% 34,0% 38,9% 22,1% 38,3% 60,8% 35,2%
Minha empresa descreve claramente os
conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a
implementação do Programa.
D 36,7% 33,6% 23,3% 44,2% 32,1% 23,5% 34,2%
N 21,1% 28,8% 42,2% 33,1% 28,4% 21,6% 29,9%
C 42,2% 37,6% 34,4% 22,7% 39,5% 54,9% 35,9%
O Programa é importante para a sociedade.
D 5,6% 5,2% 7,8% 3,7% 2,5% 4,6%
N 8,9% 10,4% 18,9% 11,7% 9,9% 3,9% 11,0%
C 85,6% 84,4% 73,3% 84,7% 87,7% 96,1% 84,4%
Fonte: Elaborada pela autora
Quanto ao programa PURA (tabela 38), novamente os universitários foram os que, de
maneira geral, mais discordaram das afirmações. Somente quanto a empresa oferecer
oportunidades e treinamentos para o programa os operacionais foram os que mais discordaram,
194
seguidos dos universitários, e na avaliação do PURA como importante para a sociedade os
universitários demonstraram a segunda maior concordância.
Para a afirmação de que o programa é importante para a sociedade, observou-se menor
nível de concordância com consequente maior discordância e neutralidade dentre os
administrativos. Ainda assim, a concordância mínima para essa assertiva foi de 73,3%,
demonstrando que em geral, os colaboradores consideram o PURA importante para a
sociedade.
A tabela 39 apresenta o teste de Kruskal-Wallis para a variável unidade, destacando-se
na cor cinza as assertivas com significância foi inferior a 0,05, o que indica respostas diferentes
entre as unidades de negócio.
Tabela 39: Testes de Kruskal-Wallis para a variável unidade
Questão Qui-
quadrado
Graus de
liberdade Sig.
Gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis. 27,795 12 ,006
Estou disposto a me empenhar muito para que iniciativas ambientais
tenham sucesso. 30,831 12 ,002
Eu me considero ambientalmente responsável. 14,942 12 ,245
Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais. 56,669 12 ,000
As ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente como
parte de sua avaliação de desempenho anual. 39,226 12 ,000
Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar com seus
superiores sobre qualquer assunto relacionado às iniciativas ambientais. 31,471 12 ,002
A consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na
empresa. 55,295 12 ,000
Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa voltada para a
disseminação dos programas ambientais para os colaboradores. 34,458 12 ,001
Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das informações da empresa?
Portal na Intranet 19,899 12 ,069
Informativos por e-mail 18,551 12 ,100
Mural 41,452 12 ,000
Site da Sabesp (www.sabesp.com.br) 25,076 12 ,014
Relatório de Sustentabilidade 22,211 12 ,035
Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna /
disseminação de informações da companhia eficientes. 38,492 12 ,000
A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa. 39,438 12 ,000
Qual o seu grau de envolvimento com o Programa 3Rs? 75,186 12 ,000
Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa 3Rs. 83,162 12 ,000
A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do
Programa 3Rs. 40,682 12 ,000
195
Questão Qui-
quadrado
Graus de
liberdade Sig.
Os procedimentos do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 43,470 12 ,000
Os resultados do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 30,320 12 ,002
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa
a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais
relacionadas ao Programa 3Rs.
30,653 12 ,002
Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o
Programa 3Rs. 37,243 12 ,000
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a implementação do Programa 3Rs. 34,412 12 ,001
O Programa 3Rs é importante para a comunidade interna da empresa. 27,677 12 ,006
O Programa 3Rs é importante para a sociedade. 23,602 12 ,023
Qual o seu grau de envolvimento com o PEA? 57,369 12 ,000
Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PEA 62,416 12 ,000
A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do PEA. 50,633 12 ,000
Os procedimentos do PEA são amplamente divulgados. 55,724 12 ,000
Os resultados do PEA são amplamente divulgados. 49,243 12 ,000
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa
a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais
relacionadas ao PEA.
42,047 12 ,000
Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o
PEA. 45,697 12 ,000
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a implementação do PEA. 54,316 12 ,000
O PEA é importante para a comunidade interna da empresa. 18,325 12 ,106
O PEA é importante para a sociedade. 13,165 12 ,357
Qual o seu grau de envolvimento com o PURA? 28,280 12 ,005
Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PURA. 28,727 12 ,004
A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do PURA. 25,185 12 ,014
Os procedimentos do PURA são amplamente divulgados. 44,472 12 ,000
Os resultados do PURA são amplamente divulgados. 45,927 12 ,000
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa
a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais
relacionadas ao PURA.
39,460 12 ,000
Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o
PURA. 23,161 12 ,026
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a implementação do PURA. 32,649 12 ,001
O PURA é importante para a comunidade interna da empresa. 8,893 12 ,712
O PURA é importante para a sociedade. 10,573 12 ,566
Fonte: Elaborada pela autora
As tabelas 40 à 48 trazem apenas as questões sinalizadas na cor cinza, para que fosse
possível comparar os níveis de concordância de cada unidade e as diferenças entre eles.
196
Tabela 40: Diferenças de concordância em relação à variável unidade – Bloco 1
Gosto de me engajar em ações
ambientalmente amigáveis.
Estou disposto a me empenhar muito para
que iniciativas ambientais tenham sucesso.
Unidade D N C D N C
R 10,0% 20,0% 70,0% 6,7% 20,0% 73,3%
RA 1,4% 4,2% 94,4% 2,8% - 97,2%
RB 3,3% 6,7% 90,0% 1,7% 5,0% 93,3%
RE 4,9% 19,5% 75,6% - 9,8% 90,2%
RG 2,8% 12,5% 84,7% - 15,3% 84,7%
RJ - 11,6% 88,4% - 4,3% 95,7%
RM
9,7% 90,3% - 5,6% 94,4%
RN 2,5% 7,5% 90,0% 5,0% 2,5% 92,5%
RO - 20,0% 80,0% 20,0% - 80,0%
RR 3,0% 6,1% 90,9% - 9,1% 90,9%
RS 3,8% 12,5% 83,8% 2,5% 10,0% 87,5%
RT 1,6% 1,6% 96,8% 1,6% 1,6% 96,8%
RV 2,2% 8,9% 88,9% 6,7% 3,3% 90,0%
Total 2,5% 9,7% 87,9% 2,3% 6,5% 91,2%
Fonte: Elaborada pela autora
Na tabela 40, a assertiva “gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis”
obteve alto percentual de concordância, muito próximo de 90%, e inclusive ultrapassando essa
marca para as UNs RA e RT. Entretanto, observa-se que as três áreas funcionais R, RE e RO
demonstraram neutralidade mais alta – perto de 20%, e concordância menor que as demais –
até 80%. A R foi a que apresentou maior discordância entre as UNs – 10%.
De maneira similar, os respondentes da R foram os que menos concordaram com a
assertiva “Estou disposto a me empenhar muito para que iniciativas ambientais tenham
sucesso” – 73,3%. Apesar de ser um percentual de concordância bem alto, dentre todas as UNs
foi o único inferior a 80%, e também a maior tendência à centralidade – 20%. Para esta
segunda assertiva, 5 UNs indicaram 0% de discordância: RE, RG, RJ, RM e RR.
A tabela 41 aponta as diferenças de concordância identificadas no bloco 2 entre os
grupos estudados, em relação à variável unidade.
197
Tabela 41: Diferenças de concordância em relação à variável unidade – Bloco 2
Unidade R RA RB RE RG RJ RM RN RO RR RS RT RV Total
bl2
_q
1 D 43,3% 53,5% 43,3% 65,9% 36,1% 56,5% 51,4% 32,5% 40,0% 18,2% 52,5% 25,8% 45,6% 45,0%
N 23,3% 12,7% 21,7% 12,2% 18,1% 21,7% 12,5% 12,5% 20,0% 24,2% 16,3% 8,1% 16,7% 16,3%
C 33,3% 33,8% 35,0% 22,0% 45,8% 21,7% 36,1% 55,0% 40,0% 57,6% 31,3% 66,1% 37,8% 38,8%
bl2
_q
2 D 66,7% 52,1% 46,7% 70,7% 40,3% 59,4% 61,1% 62,5% 60,0% 39,4% 71,3% 35,5% 45,6% 53,7%
N 13,3% 21,1% 31,7% 12,2% 30,6% 18,8% 19,4% 15,0% - 21,2% 17,5% 21,0% 23,3% 21,1%
C 20,0% 26,8% 21,7% 17,1% 29,2% 21,7% 19,4% 22,5% 40,0% 39,4% 11,3% 43,5% 31,1% 25,2%
bl2
_q
3 D 43,3% 15,5% 23,3% 31,7% 13,9% 29,0% 31,9% 42,5% 20,0% 18,2% 26,3% 8,1% 25,6% 24,4%
N 20,0% 21,1% 11,7% 14,6% 19,4% 18,8% 15,3% 7,5% - 18,2% 22,5% 14,5% 17,8% 17,1%
C 36,7% 63,4% 65,0% 53,7% 66,7% 52,2% 52,8% 50,0% 80,0% 63,6% 51,3% 77,4% 56,7% 58,5%
bl2
_q
4 D 36,7% 23,9% 16,7% 41,5% 16,7% 20,3% 29,2% 27,5% 20,0% 12,1% 23,8% 8,1% 21,1% 22,2%
N 13,3% 8,5% 15,0% 9,8% 6,9% 14,5% 15,3% 15,0% - 15,2% 20,0% 6,5% 11,1% 12,4%
C 50,0% 67,6% 68,3% 48,8% 76,4% 65,2% 55,6% 57,5% 80,0% 72,7% 56,3% 85,5% 67,8% 65,4%
bl2
_q
5 D 36,7% 23,9% 16,7% 29,3% 16,7% 26,1% 30,6% 30,0% 20,0% 15,2% 16,3% 11,3% 18,9% 21,7%
N 13,3% 19,7% 21,7% 29,3% 11,1% 17,4% 12,5% 12,5% - 9,1% 17,5% 8,1% 18,9% 16,0%
C 50,0% 56,3% 61,7% 41,5% 72,2% 56,5% 56,9% 57,5% 80,0% 75,8% 66,3% 80,6% 62,2% 62,3%
bl2
_q
7 D 43,3% 18,3% 15,0% 29,3% 16,7% 20,3% 25,0% 15,0% 40,0% 15,2% 23,8% 6,5% 11,1% 18,9%
N 16,7% 15,5% 11,7% 19,5% 15,3% 17,4% 22,2% 22,5% - 24,2% 13,8% 14,5% 11,1% 16,1%
C 40,0% 66,2% 73,3% 51,2% 68,1% 62,3% 52,8% 62,5% 60,0% 60,6% 62,5% 79,0% 77,8% 65,0%
bl2
_q
8 D 56,7% 42,3% 38,3% 51,2% 40,3% 40,6% 54,2% 45,0% 60,0% 27,3% 47,5% 21,0% 41,1% 42,1%
N 23,3% 19,7% 26,7% 24,4% 16,7% 26,1% 16,7% 20,0% 20,0% 27,3% 32,5% 16,1% 21,1% 22,3%
C 20,0% 38,0% 35,0% 24,4% 43,1% 33,3% 29,2% 35,0% 20,0% 45,5% 20,0% 62,9% 37,8% 35,6%
Fonte: Elaborada pela autora
Quadro 32: Codificação e descritivo das questões de concordância do Bloco 2
bl2_q1 Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais.
bl2_q2 As ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente como parte de sua avaliação de
desempenho anual.
bl2_q3 Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar com seus superiores sobre qualquer assunto
relacionado às iniciativas ambientais.
bl2_q4 A consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na empresa.
bl2_q5 Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa voltada para a disseminação dos programas
ambientais para os colaboradores.
bl2_q7 Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna / disseminação de informações da
companhia eficientes.
bl2_q8 A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa.
Fonte: Elaborado pela autora
198
Analisando a tabela 41 e sua legenda apresentada no quadro 32, observa-se que a
questão “Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais” apresentou maior
nível de discordância na unidade RE. As unidades RA, RJ RM e RS também apresentaram
discordância muito alta – superior a 50%. As únicas UNs que discordaram em menos de 30%
foram a RR e RT. Apenas as UNs RN, RR e RT demonstraram concordância superior a 50%.
Ao avaliar se as ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente como
parte de sua avaliação de desempenho anual, cerca de 70% dos pesquisados da R, RE e RS
discordaram. Os maiores índices de concordância para estas questões se deu nas UNs RO, RR e
RT, onde beirou os 40%.
Quando questionados quanto à facilidade de se comunicar com seus superiores sobre
qualquer assunto relacionado às iniciativas ambientais, as maiores discordâncias vieram da R
(única cuja discordância superou a concordância) e RN com mais de 40%, seguidas da RM, RE
e RJ com cerca de 30%. As UNs que demonstraram maior concordância foram a RO, RT, RG e
RB, respectivamente, todas entre 65% e 80%.
A assertiva “a consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na
empresa” obteve alta concordância: superior a 50% para todas as UNs exceto RE e R. os
maiores níveis de concordância foram para a RT, RO, RG e RR, respectivamente, todos entre
72% e 86%. As maiores discordâncias apareceram na RE, R e RM, entre 29% e 42%, porém
em nenhum caso superou aos percentuais de concordância.
Em relação ao conhecimento de ações de comunicação interna para disseminar os
programas ambientais, constaram-se a as maiores discordâncias: R com 36,7% e as UNs RM,
RN e RE com cerca de 30%. Os destaques de concordância foram para a RT, RO, RR e RG,
respectivamente.
Quanto à eficiência das ferramentas corporativas de comunicação interna, observa-se
discordância mais forte na R, onde com 43,3% supera a concordância, seguida da RO com 40%
e da RE com quase 30% de discordância. As unidades com maior concordância para a
eficiência foram a RT, RV, RB e RG, respectivamente.
A assertiva “A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa” foi a
que apresentou níveis de concordância mais baixo desse bloco, seguida da que se refere ao
199
recebimento de treinamento para os programas ambientais. Quanto à participação, a
concordância superou a discordância apenas para as UNs RT e RG, ficando muito próximas
para as UNs, RV, RB e RA, porém predominando a discordância. A RT obteve um grande
destaque de concordância com quase 63%, seguida de longe da RR e RG próximas de 45%, e
todas as demais somadas compõem uma média de aproximadamente 30% de concordância. A
discordância mais alta novamente é proveniente das UNs RO, R, RM e RE.
Tabela 42: Diferenças de frequencia de acesso às ferramentas de disseminação das informações
em relação à variável unidade
Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das informações da empresa?
Mural Site da Sabesp (www.sabesp.com.br) Relatório de Sustentabilidade
Un
ida
de
nu
nca
po
uca
s v
ezes
alg
um
as v
ezes
mu
itas
vez
es
sem
pre
nu
nca
po
uca
s v
ezes
alg
um
as v
ezes
mu
itas
vez
es
sem
pre
nu
nca
po
uca
s v
ezes
alg
um
as v
ezes
mu
itas
vez
es
sem
pre
R 10,0% 10,0% 16,7% 43,3% 20,0% 13,3% 33,3% 36,7% 3,3% 13,3% 26,7% 23,3% 33,3% 16,7% -
RA 4,2% 8,5% 18,3% 29,6% 39,4% 5,6% 31,0% 43,7% 7,0% 12,7% 33,8% 32,4% 22,5% 5,6% 5,6%
RB 1,7% 18,3% 36,7% 25,0% 18,3% 10,0% 38,3% 25,0% 23,3% 3,3% 26,7% 31,7% 25,0% 15,0% 1,7%
RE 2,4% 24,4% 34,1% 19,5% 19,5% 12,2% 39,0% 31,7% 9,8% 7,3% 41,5% 24,4% 26,8% 4,9% 2,4%
RG 1,4% 18,1% 30,6% 16,7% 33,3% 11,1% 33,3% 34,7% 6,9% 13,9% 33,3% 34,7% 22,2% 5,6% 4,2%
RJ 7,2% 15,9% 24,6% 27,5% 24,6% 13,0% 33,3% 34,8% 8,7% 10,1% 42,0% 29,0% 17,4% 8,7% 2,9%
RM 9,7% 18,1% 33,3% 22,2% 16,7% 11,1% 36,1% 29,2% 11,1% 12,5% 36,1% 34,7% 25,0% 2,8% 1,4%
RN 5,0% 12,5% 27,5% 20,0% 35,0% 15,0% 27,5% 32,5% 10,0% 15,0% 32,5% 30,0% 15,0% 15,0% 7,5%
RO 20,0% 20,0% 60,0% - - - 60,0% 20,0% 20,0% - 20,0% 20,0% 20,0% 20,0% 20,0%
RR 3,0% 21,2% 30,3% 27,3% 18,2% 9,1% 27,3% 36,4% 18,2% 9,1% 27,3% 36,4% 21,2% 9,1% 6,1%
RS 3,8% 10,0% 28,8% 33,8% 23,8% 12,5% 31,3% 36,3% 13,8% 6,3% 40,0% 28,8% 23,8% 3,8% 3,8%
RT - 9,7% 16,1% 25,8% 48,4% 8,1% 12,9% 29,0% 30,6% 19,4% 16,1% 32,3% 32,3% 11,3% 8,1%
RV 1,1% 16,7% 27,8% 20,0% 34,4% 6,7% 25,6% 40,0% 16,7% 11,1% 32,2% 33,3% 23,3% 4,4% 6,7%
Total 4,0% 15,0% 27,4% 25,1% 28,4% 10,2% 30,8% 34,3% 13,7% 11,0% 32,8% 31,3% 23,7% 7,7% 4,4%
Fonte: Elaborada pela autora
Analisando a tabela 42, observa-se que o acesso às ferramentas de comunicação interna,
demonstra discrepâncias entre as UNs, porém em menor grau. O mural desponta como
ferramenta mais acessada “sempre”, com baixa concordância para este item (até 20%) apenas
nas UNs RM, RR RB, RE e R. Entretanto, 43,3% dos pesquisados da R declararam acessar o
200
mural “muitas vezes”. As demais unidades responderam em média 34%, com destaque para os
48,4% da RT. O site externo da Sabesp quase sempre foi apontado como acessado “poucas
vezes” ou “algumas vezes”, com exceção da RT em que a maioria posicionou-se entre
“algumas vezes” e “muitas vezes”, e da RO, RE e RB cuja menção ao “poucas vezes” supera a
todas as demais freqüências de acesso.
Por fim, o relatório de sustentabilidade aparece como a ferramenta acessada com menor
freqüência, nunca sendo acessa por 40% ou mais das UNs RJ, RE e RS. A menção ao “acesso
sempre” foi muito baixa – inferior a 10%, exceto para a RO, com 20%. O acesso “muitas
vezes” também foi baixo, com destaque para a RO, R, RB e RN, que ficaram entre 15% e 20%.
O acesso “algumas vezes” foi o mais indicado pela R – 33,3%, seguida da RT cuja maioria dos
respondentes se dividiu entre “algumas vezes” e “poucas vezes”, ambos com 32,3%.
Tabela 43: Diferenças de concordância em relação à variável unidade – 3Rs
Bloco 3.1 - Programa Sabesp 3Rs
Unidade R RA RB RE RG RJ RM RN RO RR RS RT RV Total
bl3
.1_q
2 D 33,3% 36,6% 40,0% 41,5% 16,7% 44,9% 44,4% 12,5% 20,0% 21,2% 18,8% 17,7% 24,4% 29,4%
N 30,0% 16,9% 20,0% 22,0% 20,8% 21,7% 33,3% 12,5% 20,0% 15,2% 13,8% 17,7% 22,2% 20,6%
C 36,7% 46,5% 40,0% 36,6% 62,5% 33,3% 22,2% 75,0% 60,0% 63,6% 67,5% 64,5% 53,3% 50,1%
bl3
.1_q
3 D 33,3% 29,6% 26,7% 43,9% 18,1% 37,7% 27,8% 22,5% 20,0% 15,2% 20,0% 19,4% 26,7% 26,3%
N 36,7% 32,4% 40,0% 29,3% 34,7% 34,8% 51,4% 22,5% - 33,3% 38,8% 19,4% 30,0% 33,9%
C 30,0% 38,0% 33,3% 26,8% 47,2% 27,5% 20,8% 55,0% 80,0% 51,5% 41,3% 61,3% 43,3% 39,7%
bl3
.1_q
4 D 53,3% 39,4% 50,0% 56,1% 36,1% 58,0% 51,4% 35,0% 40,0% 42,4% 38,8% 33,9% 43,3% 44,3%
N 26,7% 25,4% 20,0% 26,8% 27,8% 18,8% 31,9% 10,0% 20,0% 21,2% 18,8% 14,5% 22,2% 22,2%
C 20,0% 35,2% 30,0% 17,1% 36,1% 23,2% 16,7% 55,0% 40,0% 36,4% 42,5% 51,6% 34,4% 33,5%
bl3
.1_q
5 D 56,7% 47,9% 51,7% 65,9% 45,8% 60,9% 51,4% 45,0% 40,0% 39,4% 48,8% 35,5% 45,6% 49,1%
N 26,7% 21,1% 25,0% 17,1% 23,6% 15,9% 34,7% 15,0% - 21,2% 22,5% 19,4% 32,2% 23,4%
C 16,7% 31,0% 23,3% 17,1% 30,6% 23,2% 13,9% 40,0% 60,0% 39,4% 28,8% 45,2% 22,2% 27,4%
bl3
.1_q
6 D 53,3% 39,4% 33,3% 61,0% 31,9% 40,6% 41,7% 40,0% 40,0% 24,2% 37,5% 27,4% 35,6% 37,9%
N 26,7% 26,8% 40,0% 19,5% 36,1% 36,2% 43,1% 27,5% - 30,3% 33,8% 25,8% 28,9% 31,9%
C 20,0% 33,8% 26,7% 19,5% 31,9% 23,2% 15,3% 32,5% 60,0% 45,5% 28,8% 46,8% 35,6% 30,2%
bl3
.1_q
7 D 56,7% 56,3% 50,0% 63,4% 36,1% 58,0% 50,0% 35,0% 40,0% 36,4% 35,0% 37,1% 40,0% 45,5%
N 30,0% 18,3% 26,7% 19,5% 26,4% 23,2% 33,3% 30,0% 20,0% 21,2% 31,3% 21,0% 40,0% 27,4%
C 13,3% 25,4% 23,3% 17,1% 37,5% 18,8% 16,7% 35,0% 40,0% 42,4% 33,8% 41,9% 20,0% 27,0%
201
Bloco 3.1 - Programa Sabesp 3Rs
Unidade R RA RB RE RG RJ RM RN RO RR RS RT RV Total
bl3
.1_q
8 D 46,7% 43,7% 45,0% 65,9% 34,7% 53,6% 51,4% 42,5% 40,0% 36,4% 41,3% 35,5% 37,8% 43,9%
N 33,3% 28,2% 38,3% 24,4% 33,3% 26,1% 33,3% 22,5% 20,0% 27,3% 21,3% 24,2% 41,1% 29,9%
C 20,0% 28,2% 16,7% 9,8% 31,9% 20,3% 15,3% 35,0% 40,0% 36,4% 37,5% 40,3% 21,1% 26,2%
bl3
.1_q
9 D 16,7% 2,8% 8,3% 4,9% 4,2% 7,2% 8,3% - - 3,0% 5,0% 8,1% 3,3% 5,7%
N 26,7% 19,7% 16,7% 14,6% 13,9% 14,5% 25,0% 7,5% 20,0% 9,1% 6,3% 9,7% 12,2% 14,5%
C 56,7% 77,5% 75,0% 80,5% 81,9% 78,3% 66,7% 92,5% 80,0% 87,9% 88,8% 82,3% 84,4% 79,9%
bl3
.1_q
10
D - 2,8% 5,0% - 4,2% 5,8% 6,9% - - 3,0% - 6,5% 4,4% 3,6%
N 13,3% 9,9% 11,7% 7,3% 8,3% 10,1% 15,3% 5,0% - 3,0% 6,3% 11,3% 7,8% 9,2%
C 86,7% 87,3% 83,3% 92,7% 87,5% 84,1% 77,8% 95,0% 100,0% 93,9% 93,8% 82,3% 87,8% 87,2%
Fonte: Elaborada pela autora
Quadro 33: Codificação e descritivo das questões de concordância do Bloco 3.1
Com relação ao PROGRAMA SABESP 3Rs, indique seu grau de concordância com as afirmações abaixo:
bl3.1_q2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.
bl3.1_q3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa.
bl3.1_q4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.
bl3.1_q5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.
bl3.1_q6 Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda empresa quanto aos
problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas ao Programa.
bl3.1_q7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o Programa.
bl3.1_q8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades necessários para a
implementação do Programa.
bl3.1_q9 O Programa é importante para a comunidade interna da empresa.
bl3.1_q10 O Programa é importante para a sociedade.
Fonte: Elaborado pela autora
Avaliando a tabela 43 e a legenda do quadro 33, percebe-se que em relação ao 3Rs, a
RE teve alta discordância para as questões 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 8. Apenas para as questões 9 e 10 a
discordância foi baixíssima ou nula. A RJ demonstrou um comportamento muito semelhante ao
da RE, demonstrando uma das maiores discordância para as mesmas questões, exceto para a
questão 6, cuja discordância foi mediana.
Para a questão 2 – “Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o
Programa”, além a RJ e RE a RM também demonstrou forte discordância. A R demonstrou
forte neutralidade (30%), enquanto que a RN, RT e RS demonstraram as concordâncias mais
altas: entre 64,5% e 75%.
202
Em relação ao suporte recebido da alta administração para implantar ações do
programa, constatou-se alta discordância da RJ e RE, ao mesmo tempo em que a RO e RT
demonstraram forte concordância: 80% e 61,3%, respectivamente. Já a RM teve a menor
concordância – 20,8%, porém a maioria de seus respondentes buscou a tendência central, com
51,4% de “não discordo nem concordo”.
Quanto à divulgação dos procedimentos do programa, RE, RJ, RM e R se posicionaram
com mais de 50% de discordância, enquanto que a RN e RT ultrapassaram os 50% de
concordância. Já com relação à divulgação dos resultados do 3Rs, a RE e RJ manifestaram
mais de 60% de discordância, contra 60% de concordância da RO e 45,2% da RT. A RM e a
RV demonstraram mais de 30% de neutralidade para esta mesma questão.
Ao avaliar a criação de conscientização relacionada ao programa, a R e RE foram as
maiores discordâncias, enquanto que RO, RR e RT as maiores concordâncias. A RB e RM
manifestaram alta tendência à neutralidade, com mais de 40%.
Analisando as oportunidades e treinamentos, observa-se alta discordância (50% ou
mais) nas unidades R, RA, RE, RM e RJ, e neutralidade superior a 30% na RM e RV.
Quanto ao fato de a empresa descrever claramente os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para o programa, novamente RE, RJ e RM foram as discordâncias
superiores a 50%. As maiores concordâncias foram próximas a 40%, nas UNs RO e RT. A RB
e RV tiveram alto percentual neutro, também perto 40%.
Avaliando a importância do 3Rs, a maior parte das unidades avaliou a importância para
a sociedade e para o público interno de forma semelhante e com alto grau de concordância
(ambas com discordância inferior a 6%), com exceção da R, que teve 0% de discordância da
importância para o público externo, porém a maior discordância – 16,7% para o público
interno. Apesar de todas UNs terem manifestado alta concordância com a importância nas duas
esferas, a RN, RR e RS foram os percentuais mais altos – próximos ou superiores a 90%,
interna e externamente. A RO demonstrou 100% de concordância com a importância do
programa para a sociedade.
203
Tabela 44: Diferenças de concordância em relação à variável unidade – PEA
Bloco 3.2 - Programa de Educação Ambiental
Unidade R RA RB RE RG RJ RM RN RO RR RS RT RV Total
bl3
.2_q
2
D 53,3% 39,4% 50,0% 58,5% 33,3% 47,8% 52,8% 22,5% 60,0% 30,3% 50,0% 22,6% 33,3% 41,2%
N 26,7% 22,5% 28,3% 24,4% 27,8% 33,3% 22,2% 32,5% 20,0% 18,2% 26,3% 17,7% 33,3% 26,5%
C 20,0% 38,0% 21,7% 17,1% 38,9% 18,8% 25,0% 45,0% 20,0% 51,5% 23,8% 59,7% 33,3% 32,3%
bl3
.2_q
3
D 46,7% 28,2% 40,0% 46,3% 31,9% 34,8% 40,3% 27,5% - 24,2% 37,5% 21,0% 31,1% 33,5%
N 43,3% 38,0% 40,0% 36,6% 34,7% 42,0% 36,1% 32,5% 60,0% 21,2% 45,0% 24,2% 40,0% 37,1%
C 10,0% 33,8% 20,0% 17,1% 33,3% 23,2% 23,6% 40,0% 40,0% 54,5% 17,5% 54,8% 28,9% 29,4%
bl3
.2_q
4
D 66,7% 45,1% 48,3% 68,3% 47,2% 52,2% 59,7% 37,5% 40,0% 33,3% 62,5% 27,4% 43,3% 49,1%
N 13,3% 22,5% 33,3% 22,0% 30,6% 30,4% 23,6% 27,5% 40,0% 33,3% 26,3% 22,6% 35,6% 27,6%
C 20,0% 32,4% 18,3% 9,8% 22,2% 17,4% 16,7% 35,0% 20,0% 33,3% 11,3% 50,0% 21,1% 23,3%
bl3
.2_q
5
D 66,7% 47,9% 48,3% 65,9% 47,2% 47,8% 58,3% 50,0% 40,0% 39,4% 61,3% 25,8% 45,6% 49,7%
N 26,7% 22,5% 38,3% 22,0% 31,9% 31,9% 26,4% 25,0% 40,0% 24,2% 27,5% 27,4% 35,6% 29,1%
C 6,7% 29,6% 13,3% 12,2% 20,8% 20,3% 15,3% 25,0% 20,0% 36,4% 11,3% 46,8% 18,9% 21,2%
bl3
.2_q
6
D 60,0% 42,3% 43,3% 56,1% 38,9% 37,7% 44,4% 47,5% 40,0% 33,3% 47,5% 22,6% 31,1% 40,7%
N 20,0% 29,6% 40,0% 34,1% 33,3% 39,1% 38,9% 27,5% 40,0% 21,2% 37,5% 30,6% 41,1% 34,5%
C 20,0% 28,2% 16,7% 9,8% 27,8% 23,2% 16,7% 25,0% 20,0% 45,5% 15,0% 46,8% 27,8% 24,8%
bl3
.2_q
7
D 60,0% 40,8% 45,0% 56,1% 44,4% 40,6% 54,2% 35,0% 20,0% 36,4% 50,0% 24,2% 40,0% 43,3%
N 26,7% 23,9% 35,0% 34,1% 22,2% 42,0% 27,8% 30,0% 60,0% 21,2% 32,5% 25,8% 37,8% 30,8%
C 13,3% 35,2% 20,0% 9,8% 33,3% 17,4% 18,1% 35,0% 20,0% 42,4% 17,5% 50,0% 22,2% 25,9%
bl3
.2_q
8
D 60,0% 40,8% 48,3% 63,4% 44,4% 37,7% 54,2% 50,0% 40,0% 36,4% 57,5% 22,6% 42,2% 45,7%
N 23,3% 28,2% 36,7% 31,7% 26,4% 40,6% 30,6% 25,0% 60,0% 24,2% 23,8% 24,2% 36,7% 30,2%
C 16,7% 31,0% 15,0% 4,9% 29,2% 21,7% 15,3% 25,0% - 39,4% 18,8% 53,2% 21,1% 24,1%
Fonte: Elaborada pela autora
Quadro 34: Codificação e descritivo das questões de concordância do Bloco 3.2
Com relação ao PEA, indique seu grau de concordância com as afirmações abaixo:
bl3.2_q2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.
bl3.2_q3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa.
bl3.2_q4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.
bl3.2_q5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.
bl3.2_q6 Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda empresa quanto aos
problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas ao Programa.
bl3.2_q7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o Programa.
bl3.2_q8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades necessários para a
implementação do Programa.
Fonte: Elaborado pela autora
204
Analisando a tabela 44 e o quadro 34 (legenda), para a comunicação da necessidade de
implementar o PEA, constatou-se discordância de aproximadamente 60% para as UNs RE e RO.
Além da RE, a RJ também demonstrou baixa concordância para este item. As unidades com alta
concordância foram RR e RT.
Quanto ao suporte da alta administração, a discordância foi alta para a R e RE, e
concordância alta para a RR e RT, e a neutralidade superior a 40% para RO, R e RS.
Para a divulgação relacionada ao procedimentos e resultados do PEA, percebeu-se
também comportamento semelhante para a maioria das unidades. A R, RE e RS demonstraram as
maiores discordância – superior a 60% – para ambas as assertivas. Já a RT foi a única com maior
concordância, próxima aos 50%, tanto para divulgação dos procedimentos quanto dos resultados.
Analisando-se a criação de conscientização quanto aos problemas, custos e
oportunidades ambientais relacionadas ao PEA, o comportamento de resposta foi semelhante: R
e RE maiores discordâncias, RE com a menor concordância, seguida da RS, enquanto a RR e
RT apresentaram as maiores concordâncias e a RV, RO, RB e RJ com neutralidade próxima a
40%.
Em relação às oportunidades e treinamentos para o PEA, discordaram mais fortemente a
R, RE, RM e RS – entre 50% e 60%. As maiores concordâncias foram 50% da RT e 42,4% da
RR, e a RO demonstrou 60% de “não discordo nem concordo”.
Questionados se a empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para o PEA, a R, RE e RS foram as que demonstraram maior
discordância – próximo ou superior a 60%. A concordância mais alta foi identificada para a RT
– 53,2% e RR - 39,4%. As maiores tendências centrais estão na RJ – 40,6%, e na RO – 60%,
sendo que para esta última não foi constatado nenhum percentual de concordância.
205
Tabela 45: Diferenças de concordância em relação à variável unidade – PURA
Bloco 3.3 - Programa de Uso Racional da Água
Unidade R RA RB RE RG RJ RM RN RO RR RS RT RV Total
bl3
.3_q
2
D 20,0% 22,5% 30,0% 29,3% 18,1% 31,9% 27,8% 30,0% 20,0% 21,2% 13,8% 16,1% 22,2% 23,2%
N 33,3% 25,4% 18,3% 24,4% 27,8% 13,0% 25,0% 25,0% - 27,3% 15,0% 9,7% 22,2% 21,1%
C 46,7% 52,1% 51,7% 46,3% 54,2% 55,1% 47,2% 45,0% 80,0% 51,5% 71,3% 74,2% 55,6% 55,7%
bl3
.3_q
3
D 23,3% 19,7% 26,7% 17,1% 23,6% 20,3% 16,7% 20,0% 20,0% 21,2% 11,3% 8,1% 18,9% 18,5%
N 33,3% 36,6% 26,7% 36,6% 22,2% 29,0% 38,9% 40,0% - 30,3% 27,5% 22,6% 33,3% 30,8%
C 43,3% 43,7% 46,7% 46,3% 54,2% 50,7% 44,4% 40,0% 80,0% 48,5% 61,3% 69,4% 47,8% 50,8%
bl3
.3_q
4
D 30,0% 36,6% 35,0% 43,9% 29,2% 33,3% 34,7% 32,5% 40,0% 27,3% 17,5% 19,4% 28,9% 30,2%
N 26,7% 32,4% 21,7% 24,4% 29,2% 20,3% 37,5% 30,0% - 36,4% 8,8% 21,0% 30,0% 25,8%
C 43,3% 31,0% 43,3% 31,7% 41,7% 46,4% 27,8% 37,5% 60,0% 36,4% 73,8% 59,7% 41,1% 44,0%
bl3
.3_q
5
D 36,7% 38,0% 38,3% 46,3% 34,7% 39,1% 38,9% 40,0% 20,0% 27,3% 22,5% 21,0% 34,4% 34,2%
N 36,7% 32,4% 35,0% 24,4% 23,6% 20,3% 36,1% 35,0% - 33,3% 8,8% 22,6% 26,7% 26,5%
C 26,7% 29,6% 26,7% 29,3% 41,7% 40,6% 25,0% 25,0% 80,0% 39,4% 68,8% 56,5% 38,9% 39,3%
bl3
.3_q
6
D 36,7% 23,9% 31,7% 31,7% 26,4% 24,6% 31,9% 37,5% 40,0% 24,2% 12,5% 16,1% 25,6% 25,8%
N 23,3% 40,8% 28,3% 36,6% 29,2% 27,5% 40,3% 30,0% 20,0% 33,3% 21,3% 24,2% 27,8% 30,1%
C 40,0% 35,2% 40,0% 31,7% 44,4% 47,8% 27,8% 32,5% 40,0% 42,4% 66,3% 59,7% 46,7% 44,1%
bl3
.3_q
7
D 40,0% 35,2% 43,3% 39,0% 34,7% 36,2% 44,4% 37,5% 20,0% 36,4% 27,5% 19,4% 30,0% 34,5%
N 30,0% 31,0% 25,0% 41,5% 29,2% 26,1% 30,6% 30,0% 20,0% 33,3% 27,5% 29,0% 35,6% 30,3%
C 30,0% 33,8% 31,7% 19,5% 36,1% 37,7% 25,0% 32,5% 60,0% 30,3% 45,0% 51,6% 34,4% 35,2%
bl3
.3_q
8
D 30,0% 31,0% 40,0% 53,7% 31,9% 31,9% 41,7% 40,0% 20,0% 36,4% 25,0% 21,0% 37,8% 34,2%
N 26,7% 36,6% 28,3% 36,6% 29,2% 27,5% 36,1% 27,5% 20,0% 36,4% 22,5% 27,4% 28,9% 29,9%
C 43,3% 32,4% 31,7% 9,8% 38,9% 40,6% 22,2% 32,5% 60,0% 27,3% 52,5% 51,6% 33,3% 35,9%
Fonte: Elaborada pela autora
Quadro 35: Codificação e descritivo das questões de concordância do Bloco 3.3
Com relação ao PROGRAMA DE USO RACIONAL DA ÁGUA (PURA), indique seu grau de concordância
com as afirmações abaixo:
bl3.3_q2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.
bl3.3_q3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa.
bl3.3_q4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.
bl3.3_q5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.
bl3.3_q6 Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda empresa quanto aos
problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas ao Programa.
bl3.3_q7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o Programa.
bl3.3_q8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades necessários para a
implementação do Programa.
Fonte: Elaborado pela autora
206
Analisando as respostas quanto à comunicação da necessidade de implementar o
programa, apresentadas na tabela 45 com legenda no quadro 35, constataram-se como maiores
discordâncias: 31,9% para a unidade RJ e 30% para a RB. O maior percentual neutro foi
identificado para a R – 33,3%. O maior percentual concordância se deu para as unidades RO,
RT e RS, enquanto que o menor percentual de concordância, 45%, situa-se na unidade RN.
Em relação ao suporte concedido pela alta administração para implantar o PURA,
constatou-se baixa discordância, ao contrário dos outros dois programas (menos da metade). A
maior tendência à centralidade constatou-se nas unidades RA, RM e RN, todas entre 36% e
40%. A menor concordância foram os 40% da RN, e as maiores os 80% da RO, 69,4% RT e
61,3% da RS.
Estudando agora a divulgação relacionada ao PURA, novamente, as maiores
concordâncias, tanto para os procedimentos quanto para os resultados, estão nas UNs RO, RS e
RT. Quanto à opção neutra, os destaques estão na RM com mais de 35% para os procedimentos
e resultados, a RR apresentou 36,4% de “não discordo nem concordo” quanto à divulgação dos
procedimentos, e a R 36,7% quanto à divulgação dos resultados. A maior discordância se deu
na RE, onde ambos ficaram entre 43% e 47%.
Avaliando a criação de conscientização relacionado ao PURA, observou-se maior
concordância nas unidades RS e RT, contra as menores concordâncias na RM e RE, maiores
discordâncias na R, RN e RO, e neutralidade de cerca de 40% na RM e RA.
A RO foi a unidade com maior concordância (60%) tanto para as oportunidades e
treinamentos quanto para descrição dos conhecimentos, competências e habilidades necessárias
para o PURA, seguida da RT, também com 51,6% para ambas as assertivas. A RE, por outro
lado, manifestou-se a mais baixa concordância para ambas. A RM e RB manifestaram alta
discordância quanto às oportunidades e treinamentos, e a RT acompanhou a RO com alta
concordância para este mesmo item.
As tabelas 46, 47 e 48 mostram o grau de envolvimento dos respondentes com cada um
dos programas ambientais estudados, distribuídos por unidade de negócio. Como tratam do
mesmo assunto, serão analisadas conjuntamente.
207
Tabela 46: Diferenças de grau de envolvimento em relação à variável unidade – 3Rs
Qual o seu grau de envolvimento com o programa SABESP 3Rs?
Unidade não conheço já ouvi falar conheço mas
não participo
participo ou
participei
brevemente
participo ou
participei
ativamente
R 10,0% 16,7% 20,0% 43,3% 10,0%
RA 8,5% 21,1% 18,3% 36,6% 15,5%
RB 5,0% 21,7% 31,7% 30,0% 11,7%
RE 14,6% 26,8% 19,5% 26,8% 12,2%
RG 2,8% 22,2% 9,7% 38,9% 26,4%
RJ 14,5% 20,3% 31,9% 26,1% 7,2%
RM 25,0% 33,3% 19,4% 13,9% 8,3%
RN - 7,5% 22,5% 40,0% 30,0%
RO 20,0% - 20,0% 60,0% -
RR 3,0% 12,1% 12,1% 51,5% 21,2%
RS 2,5% 12,5% 16,3% 41,3% 27,5%
RT 9,7% 12,9% 21,0% 25,8% 30,6%
RV 8,9% 21,1% 18,9% 26,7% 24,4%
Total 9,1% 19,6% 20,1% 32,1% 19,0%
Fonte: Elaborada pela autora
Tabela 47: Diferenças de grau de envolvimento em relação à variável unidade – PEA
Qual o seu grau de envolvimento com o PEA?
Unidade não conheço já ouvi falar conheço mas
não participo
participo ou
participei
brevemente
participo ou
participei
ativamente
R 40,0% 26,7% 10,0% 23,3% -
RA 28,2% 26,8% 15,5% 21,1% 8,5%
RB 33,3% 20,0% 23,3% 18,3% 5,0%
RE 48,8% 19,5% 19,5% 12,2% -
RG 25,0% 27,8% 12,5% 23,6% 11,1%
RJ 52,2% 17,4% 14,5% 10,1% 5,8%
208
Qual o seu grau de envolvimento com o PEA?
Unidade não conheço já ouvi falar conheço mas
não participo
participo ou
participei
brevemente
participo ou
participei
ativamente
RM 43,1% 23,6% 15,3% 15,3% 2,8%
RN 17,5% 17,5% 30,0% 20,0% 15,0%
RO 40,0% - 20,0% 40,0% -
RR 24,2% 9,1% 15,2% 33,3% 18,2%
RS 43,8% 25,0% 17,5% 8,8% 5,0%
RT 19,4% 16,1% 17,7% 24,2% 22,6%
RV 38,9% 18,9% 17,8% 20,0% 4,4%
Total 35,3% 21,1% 17,2% 18,5% 7,9%
Fonte: Elaborada pela autora
Tabela 48: Diferenças de grau de envolvimento em relação à variável unidade – PURA
Qual o seu grau de envolvimento com o PURA?
Unidade não conheço já ouvi falar conheço mas
não participo
participo ou
participei
brevemente
participo ou
participei
ativamente
R 6,7% 30,0% 23,3% 23,3% 16,7%
RA 2,8% 26,8% 28,2% 23,9% 18,3%
RB 8,3% 23,3% 33,3% 16,7% 18,3%
RE 9,8% 26,8% 48,8% 12,2% 2,4%
RG 6,9% 26,4% 25,0% 18,1% 23,6%
RJ 11,6% 18,8% 31,9% 20,3% 17,4%
RM 12,5% 38,9% 25,0% 13,9% 9,7%
RN 7,5% 27,5% 40,0% 12,5% 12,5%
RO 20,0% - 20,0% 40,0% 20,0%
RR 6,1% 24,2% 45,5% 15,2% 9,1%
RS 2,5% 12,5% 46,3% 22,5% 16,3%
RT 9,7% 16,1% 21,0% 29,0% 24,2%
RV 3,3% 26,7% 27,8% 25,6% 16,7%
Total 7,2% 24,3% 32,0% 20,3% 16,3%
Fonte: Elaborada pela autora
Analisando conjuntamente o envolvimento com os três programas ambientais (tabelas
46, 47 e 48), levando-se em conta a distribuição dos resultados por UN, pode-se percebem
209
diferenças relevantes entre os programas e também entre as unidades. O PEA foi o programa
com maior número de respondentes alegando “não conhecerem”. Entretanto, enquanto que na
RN e RT este desconhecimento não chegou aos 20%, em UNs como a RE e RJ ele ficou
próximo de 50%. Já para os demais programas, as UNs com maior grau de desconhecimento
foram a RO com 20% de desconhecimento do 3Rs e 20% do PURA, e a RM com 25% de
desconhecimento do 3Rs e 12,5% do PURA. Cabe salientar que quando comparados ao PEA
esse desconhecimento foi baixo.
Partindo para o próximo nível de conhecimento, o “já ouvi falar”, as UNs com maior
percentual para o 3Rs foram a RM e RE, próximas aos 30%. Neste mesmo patamar, para o
PEA, estão a R, RA e RG, e para o PURA, enquanto a R “já ouviu falar” para 30% dos
pesquisados, a RM cerca de 40%, e a RS apenas 12,5%.
O nível “conheço mas não participo” para o 3Rs foi mais apontado para as unidades RJ
e a RB, ambas com quase 32%. Para o PEA foi a unidade RN que apareceu com 30%, seguida
da RB com 23,3%. E por fim o PURA surpreendeu neste nível de envolvimento, quando UNs
como a RE, RR e RS ultrapassaram os 45% de respostas neste patamar.
Adentrando nos níveis de envolvimento que pressupõem participação (seja ela ativa ou
breve), a unidade RM aparece com uma das participações mais baixas nos três programas, já
que as demais unidades não demonstraram um comportamento homogêneo nos três programas
quanto à participação. Entende-se que este comportamento de participação intensa em um
programa e baixa em outro se deve à um enfoque dado por cada UN. Considerando a escassez
de recursos humanos, financeiros e materiais, acredita-se que as unidades priorizaram os
programas que julgaram mais necessários ou mais adequado ao seu momento, e agregaram seus
esforços para atendê-lo.
Para o 3Rs despontaram-se as unidades RR, RN, RS e RG, com aproximadamente 70%
de participação, enquanto que a RM teve apenas 22,2% e a RJ 33,3%. Observa-se que três das
quatro UNs com maior participação no 3Rs abrangem regiões litorâneas: RS – baixada santista,
RN – litoral norte e a RR algumas cidades praianas como Ilha Comprida, Cananéia e Iguape.
Atribui-se esta alta adesão das unidades ao programa ao fato de, como o 3Rs trata de resíduos
sólidos e estes são um problema crítico no litoral (quando levados pelas chuvas poluem
210
diretamente os mares), certamente estas UNs tiveram uma maior percepção de necessidade de
implantar o programa.
Ao analisar o PEA, constata-se que as unidades RM, RE, RJ e RS não chegaram a 20%
de participação, enquanto que RR e RT se aproximaram dos 50%. Algumas das UNs com alta
participação (RR) ou baixa participação (RM e RJ) tiveram comportamento coincidente para o
PEA e 3Rs, o que pode indicar que os programas caminham juntos nestes locais, e podem estar
sendo geridos da mesma forma.
Considerando o PURA, a RO e RT obtiveram mais de 50% de participação, enquanto
que a RE, RM, RN e RR não ultrapassaram os 25%. A RO, apesar de ser uma área funcional,
despontou aqui com alta participação no PURA muito provavelmente pelo fato de ser a área
responsável por implantar e coordenar o programa em toda a R. Apesar de, serem os
empregados das superintendências regionais que se responsabilizem pelas ações do PURA em
sua unidade, muitos empregados da RO se envolvem com o programa orientando e auxiliando a
UN no momento da implantação, e auxiliando nos controles de manutenção do programa. A RT
mesmo sendo unidade de negócios regional assim como as demais, demonstrou um nível de
participação bem superior às outras UNs, provavelmente demonstra enfoque diferenciado para
os programas ambientais, gerindo-os de forma diferente que a maioria.
Pode-se considerar que, a RE demonstrou baixa participação no PEA e PURA pois, por
tratar-se de uma área funcional, não atua nos municípios, não tendo a mesma dinâmica e
responsabilidade nesse sentido que é imposta à uma unidade de negócio com atuação regional.
O 3Rs, programa que ela demonstrou maior participação (39%), ao contrário, é um programa
com maior factibilidade de implantação na RE, já que é interno e visa a redução do consumo,
reciclagem e disposição adequada dos resíduos gerados pela própria área.
A tabela 49 apresenta o teste de Kruskal-Wallis para a variável tempo de empresa, tendo
sido destacadas na cor cinza apenas as questões com resultado da significância menor que 0,05,
o que sinaliza respostas diferentes dadas por respondentes com tempo de empresa diferente.
211
Tabela 49: Teste de Kruskal-Wallis para a variável tempo de empresa
Questão Qui-
quadrado
Graus de
liberdade Sig.
Gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis. 2,233 4 ,693
Estou disposto a me empenhar muito para que iniciativas ambientais
tenham sucesso. 4,348 4 ,361
Eu me considero ambientalmente responsável. 6,845 4 ,144
Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais. 11,366 4 ,023
As ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente como
parte de sua avaliação de desempenho anual. 1,441 4 ,837
Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar com seus
superiores sobre qualquer assunto relacionado às iniciativas ambientais. 1,307 4 ,860
A consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na
empresa. 5,507 4 ,239
Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa voltada para a
disseminação dos programas ambientais para os colaboradores. 5,926 4 ,205
Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das informações da empresa?
Portal na Intranet 6,050 4 ,195
Informativos por e-mail 12,393 4 ,015
Mural 9,516 4 ,049
Site da Sabesp (www.sabesp.com.br) 4,254 4 ,373
Relatório de Sustentabilidade 15,519 4 ,004
Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna /
disseminação de informações da companhia eficientes. 20,088 4 ,000
A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa. 4,435 4 ,350
Qual o seu grau de envolvimento com o Programa 3Rs? 29,393 4 ,000
Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa
3Rs. 20,873 4 ,000
A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do
Programa 3Rs. 9,080 4 ,059
Os procedimentos do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 12,719 4 ,013
Os resultados do Programa 3Rs são amplamente divulgados. 14,008 4 ,007
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa
a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais
relacionadas ao Programa 3Rs.
6,969 4 ,138
Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o
Programa 3Rs. 9,857 4 ,043
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a implementação do Programa 3Rs. 8,288 4 ,082
O Programa 3Rs é importante para a comunidade interna da empresa. 2,652 4 ,618
O Programa 3Rs é importante para a sociedade. 4,941 4 ,293
Qual o seu grau de envolvimento com o PEA? 56,027 4 ,000
Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PEA 14,071 4 ,007
A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do
PEA. 7,243 4 ,124
Os procedimentos do PEA são amplamente divulgados. 12,017 4 ,017
Os resultados do PEA são amplamente divulgados. 6,128 4 ,190
212
Questão Qui-
quadrado
Graus de
liberdade Sig.
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa
a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais
relacionadas ao PEA.
3,948 4 ,413
Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o
PEA. 11,692 4 ,020
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a implementação do PEA. 9,222 4 ,056
O PEA é importante para a comunidade interna da empresa. 6,210 4 ,184
O PEA é importante para a sociedade. 10,749 4 ,030
Qual o seu grau de envolvimento com o PURA? 62,853 4 ,000
Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o PURA. 25,889 4 ,000
A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do
PURA. 14,036 4 ,007
Os procedimentos do PURA são amplamente divulgados. 13,943 4 ,007
Os resultados do PURA são amplamente divulgados. 7,654 4 ,105
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa
a toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais
relacionadas ao PURA.
4,200 4 ,380
Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o
PURA. 11,724 4 ,020
Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a implementação do PURA. 10,311 4 ,036
O PURA é importante para a comunidade interna da empresa. 2,491 4 ,646
O PURA é importante para a sociedade. 5,354 4 ,253
Fonte: Elaborada pela autora
Nas tabelas 50 à 53 foram analisadas apenas as significâncias inferiores a 0,05,
desmembrando-se o tempo de empresa, no intuito de analisar as diferenças de resposta.
Tabela 50: Diferenças de concordância em relação à variável tempo de empresa - Blocos 1 e 2
menos de
2 anos
de 2 a 5
anos
de 6 a
10 anos
de 11 a
20 anos
mais de
20 anos Total
Tenho recebido treinamento relacionado
às questões ambientais.
D 53,8% 52,2% 44,0% 44,6% 39,4% 45,0%
N 19,2% 18,6% 28,0% 14,2% 15,3% 16,3%
C 26,9% 29,2% 28,0% 41,2% 45,4% 38,8%
Considero as ferramentas corporativas de
comunicação interna / disseminação de
informações da companhia eficientes.
D 11,5% 18,6% 24,0% 20,4% 19,3% 18,9%
N 10,3% 19,5% 20,0% 14,6% 17,7% 16,1%
C 78,2% 61,9% 56,0% 65,0% 63,1% 65,0%
Fonte: Elaborada pela autora
213
Analisando as tabelas 49 e 50, pode-se observar uma clara tendência de aumento do
nível de concordância com o item “Tenho recebido treinamento relacionado às questões
ambientais” à medida que aumenta o tempo de casa. Para os empregados com menos tempo de
empresa (até 5 anos) a discordância dessa assertiva ultrapassou os 50%, enquanto para os que
tem mais de 20 anos de companhia não chega a 40%. É possível inferir que, o empregado com
mais tempo de casa, apresenta uma probabilidade maior de ter recebido algum treinamento das
questões ambientais durante seu longo período de relacionamento com a empresa, enquanto
que os que trabalham na Sabesp há pouco tempo podem ainda não ter tido essa oportunidade.
Pereira (2008) desenvolveu um estudo da percepção de empregados sobre alguns fatores
de responsabilidade social empresarial (RSE), e de maneira semelhante ao comportamento
observado para a questão treinamento, o estudo de Pereira demonstrou uma leve tendência de
aumento de concordância conforme aumenta o tempo de casa. O autor não considerou essa
diferença como relevante, não discutindo suas eventuais razões, nem carregando este resultado
para suas conclusões. Acredita-se que, de forma semelhante ao inferido para a Sabesp,
empregados com mais tempo de casa apresentam maior probabilidade de ter observado práticas
corporativas de RSE pelo tempo de relacionamento que têm com a empresa.
Já para a segunda assertiva “Considero as ferramentas corporativas de comunicação
interna / disseminação de informações da companhia eficientes”, a tendência entre mais jovens
e mais velhos de empresa é invertida: quanto maior o tempo de casa, maior a discordância,
ponderando-se contudo que a maior discordância ocorreu entre quem tem de 6 a 10 anos de
empresa. Pode-se levar em conta ao analisar este fator que, os empregados admitidos há pouco
tempo tendem a ser mais jovens que os com muitos anos de empresa, e também já ingressaram
na empresa numa época em que a tecnologia de informação domina os meios de comunicação.
Pode-se inferir que estes fatores possibilitam aos colaboradores mais jovens de empresa maior
facilidade de interação com as comunicações internas recebidas por e-mail, Intranet e Internet,
levando-os a considerar as ferramentas de comunicação mais eficientes.
214
Tabela 51: Diferenças de frequencia de acesso às ferramentas de disseminação das informações
em relação à variável tempo de empresa
Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das informações
da empresa?
Tempo de
empresa
menos de
2 anos
de 2 a 5
anos
de 6 a 10
anos
de 11 a 20
anos
mais de 20
anos Total
Informativos
por e-mail
nunca 1,8% 1,2% 2,8% 1,7%
poucas
vezes 3,8% 3,5% 8,0% 4,6% 9,2% 6,1%
algumas
vezes 12,8% 14,2% 16,0% 19,6% 14,1% 16,0%
muitas
vezes 19,2% 23,9% 28,0% 27,7% 29,7% 26,9%
sempre 64,1% 56,6% 48,0% 46,9% 44,2% 49,4%
Mural
nunca 3,8% 3,5% 8,0% 3,1% 4,8% 4,0%
poucas
vezes 10,3% 21,2% 20,0% 13,8% 14,5% 15,0%
algumas
vezes 33,3% 30,1% 40,0% 24,6% 26,1% 27,4%
muitas
vezes 20,5% 21,2% 20,0% 30,4% 23,3% 25,1%
sempre 32,1% 23,9% 12,0% 28,1% 31,3% 28,4%
Relatório de
Sustentabilidade
nunca 42,3% 40,7% 24,0% 33,8% 26,1% 32,8%
poucas
vezes 21,8% 34,5% 44,0% 32,3% 30,5% 31,3%
algumas
vezes 19,2% 18,6% 20,0% 24,2% 27,3% 23,7%
muitas
vezes 10,3% 3,5% 4,0% 6,5% 10,4% 7,7%
sempre 6,4% 2,7% 8,0% 3,1% 5,6% 4,4%
Fonte: Elaborada pela autora
Os dados apresentados na tabela 51 corroboram o que foi inferido em relação à tabela
anterior, já que apresentam que a freqüência de consulta aos informativos por e-mail é bem
maior entre os empregados com menos tempo de empresa. Apesar de todas as faixas de tempo
de empresa pesquisadas demonstrarem maior concordância para acesso os informativos por e-
mail “sempre” e em seguida “muitas vezes”, esta freqüência é muito maior entre o grupo mais
jovem de companhia.
215
Dentre as três ferramentas de comunicação interna, contudo, os informativos por e-mail
destacaram-se como a mais acessada por todas as faixas de tempo de empresa.
Já o Mural demonstrou menor acesso apenas pelo grupo que tem entre 6 e 10 anos de
casa, cuja maioria acessa o mural apenas algumas vezes (40%) e apenas 12% consultam-no
sempre. Observa-se ainda uma polarização das respostas entre o grupo com maior e menor
tempo de casa, de forma que os dois extremos demonstraram boa frequência de acesso ao mural
– mais de 50% acessa muitas vezes ou sempre. Isto indica que, o jornal mural atinge tanto aos
colaboradores com pouco tempo de empresa, quanto aqueles com mais de 20 anos na
companhia.
Para o relatório de sustentabilidade, observa-se que quanto menor o tempo de casa do
respondente, maior foi o percentual que “nunca” acessa, chegando à 42,3% para os admitidos
há menos de 2 anos. Contudo, o acesso “sempre” não demonstrou mesmo grau de divergência:
independente do tempo de casa, pouquíssimos respondentes alegaram sempre acessar o
relatório de sustentabilidade. A faixa que mais informou sempre acessar foi a dos empregados
entre 6 e 10 anos, porém chegando apenas a 8%. Da mesma forma, o nível de acesso “muitas
vezes” não ultrapassou os 10,5% em nenhuma das faixas.
Desta forma, observa-se que o relatório de sustentabilidade não tem se demonstrado
uma ferramenta de comunicação interna muito difundida entre os empregados, sendo apenas
“menos ignorado” pelos empregados com mais tempo de empresa.
Tabela 52: Diferenças de grau de envolvimento em relação à variável tempo de empresa
Qual o seu grau de envolvimento com os programas?
Tempo de empresa menos de
2 anos
de 2 a 5
anos
de 6 a 10
anos
de 11 a 20
anos
mais de 20
anos Total
SABESP
3Rs
(Reduzir,
Reutilizar,
Reciclar)
Não conheço 17,9% 13,3% 8,5% 6,0% 9,1%
Já ouvi falar 32,1% 22,1% 28,0% 17,7% 15,7% 19,6%
Conheço mas
não participo 20,5% 21,2% 24,0% 20,8% 18,5% 20,1%
216
Participo ou
participei
brevemente
17,9% 24,8% 36,0% 36,5% 34,9% 32,1%
Participo ou
participei
ativamente
11,5% 18,6% 12,0% 16,5% 24,9% 19,0%
Programa
de
Educação
Ambiental
(PEA)
Não conheço 59,0% 53,1% 44,0% 29,6% 24,9% 35,3%
Já ouvi falar 19,2% 17,7% 12,0% 26,2% 18,9% 21,1%
Conheço mas
não participo 9,0% 15,9% 20,0% 17,7% 19,7% 17,2%
Participo ou
participei
brevemente
7,7% 9,7% 24,0% 20,0% 23,7% 18,5%
Participo ou
participei
ativamente
5,1% 3,5% 6,5% 12,9% 7,9%
Programa
de Uso
Racional da
Água
(PURA)
Não conheço 15,4% 15,0% 4,0% 5,8% 2,8% 7,2%
Já ouvi falar 38,5% 31,9% 28,0% 23,1% 17,3% 24,3%
Conheço mas
não participo 33,3% 32,7% 20,0% 33,8% 30,5% 32,0%
Participo ou
participei
brevemente
5,1% 8,8% 32,0% 22,3% 26,9% 20,3%
Participo ou
participei
ativamente
7,7% 11,5% 16,0% 15,0% 22,5% 16,3%
Fonte: Elaborada pela autora
Observa-se na tabela 52 que quanto menor o tempo de casa, maior o nível de
desconhecimento dos programas. A mesma tendência é verificada para os três programas,
porém para o PEA o nível de desconhecimento é o maior, chegando a 59% entre os
empregados com menos de 2 anos de empresa – 32,1%
O 3Rs aponta com um alto percentual de “já ouvi falar” entre os empregados com
menos de 2 anos de empresa, assim como o PURA, que 38,5% desse público “já ouviu falar”.
A diferença nos percentuais de participação entre esses grupos – seja ela breve ou ativa
– é grande para os três programas. Observa-se tanto o grupo com menos de 2 anos quanto o
grupo que está de 2 a 5 anos na empresa demonstram baixa participação nos três programas:
menos de 20% para o PEA e PURA, chegando aos patamares de 30 a 45% de participação
apenas para o Programa 3Rs. Os grupos com mais de 11 anos de empresa apresentam
participação superior a 50% no 3Rs e perto de 30% para o PEA. Já para o PURA, os
empregados com mais de 20 anos de empresa indicaram quase 50% de participação e os entre
217
11 e 20 anos de casa, 37,3%. Acredita-se que um maior nível de participação entre os
colaboradores com mais tempo de empresa se dá devido ao maior número de oportunidade de
participar de ações relacionadas aos programas no decorrer do tempo que têm trabalhado na
companhia. Caso nos últimos anos não tenham ocorrido atividades dos programas ambientais
na Diretoria R, ou ainda se estas ações foram pontuais, os empregados admitidos há pouco
tempo podem não ter tido a oportunidade de participar.
Tabela 53: Diferenças de grau de concordância em relação à variável tempo de empresa – Bloco 3
Tempo de empresa menos de
2 anos
de 2 a 5
anos
de 6 a 10
anos
de 11 a
20 anos
mais de
20 anos Total
PR
OG
RA
MA
SA
BE
SP
3R
s
Minha empresa comunicou a
necessidade de implementar o
Programa.
D 42,3% 35,4% 24,0% 28,8% 23,7% 29,4%
N 30,8% 23,0% 36,0% 17,3% 18,1% 20,6%
C 26,9% 41,6% 40,0% 53,8% 58,2% 50,1%
Os procedimentos do Programa são
amplamente divulgados.
D 50,0% 48,7% 44,0% 47,7% 36,9% 44,3%
N 24,4% 21,2% 20,0% 22,7% 21,7% 22,2%
C 25,6% 30,1% 36,0% 29,6% 41,4% 33,5%
Os resultados do Programa são
amplamente divulgados.
D 42,3% 55,8% 60,0% 54,2% 41,8% 49,1%
N 33,3% 25,7% 12,0% 23,8% 20,1% 23,4%
C 24,4% 18,6% 28,0% 21,9% 38,2% 27,4%
Minha empresa oferece
oportunidades e treinamentos
necessários para o Programa.
D 41,0% 47,8% 52,0% 50,4% 40,2% 45,5%
N 38,5% 32,7% 20,0% 23,8% 26,1% 27,4%
C 20,5% 19,5% 28,0% 25,8% 33,7% 27,0%
PE
A
Minha empresa comunicou a
necessidade de implementar o
Programa.
D 46,2% 46,0% 40,0% 41,9% 36,9% 41,2%
N 30,8% 33,6% 36,0% 23,8% 23,7% 26,5%
C 23,1% 20,4% 24,0% 34,2% 39,4% 32,3%
Os procedimentos do Programa são
amplamente divulgados.
D 53,8% 49,6% 56,0% 51,9% 43,8% 49,1%
N 28,2% 38,9% 16,0% 27,3% 23,7% 27,6%
C 17,9% 11,5% 28,0% 20,8% 32,5% 23,3%
Minha empresa oferece
oportunidades e treinamentos
necessários para o Programa.
D 43,6% 45,1% 40,0% 45,4% 40,6% 43,3%
N 39,7% 38,9% 36,0% 29,6% 24,9% 30,8%
C 16,7% 15,9% 24,0% 25,0% 34,5% 25,9%
O Programa é importante para a
sociedade.
D 9,0% 7,1% 4,0% 8,1% 6,8% 7,4%
N 29,5% 28,3% 16,0% 15,8% 12,4% 18,1%
C 61,5% 64,6% 80,0% 76,2% 80,7% 74,5%
PU
RA
Minha empresa comunicou a
necessidade de implementar o
Programa.
D 28,2% 31,9% 24,0% 20,8% 20,1% 23,2%
N 25,6% 31,0% 16,0% 21,2% 15,7% 21,1%
C 46,2% 37,2% 60,0% 58,1% 64,3% 55,7%
A alta administração suporta
totalmente a implementação de
ações do Programa.
D 17,9% 21,2% 16,0% 17,3% 18,9% 18,5%
N 43,6% 41,6% 20,0% 29,2% 24,5% 30,8%
C 38,5% 37,2% 64,0% 53,5% 56,6% 50,8%
Os procedimentos do Programa são
amplamente divulgados.
D 38,5% 33,6% 36,0% 29,6% 26,1% 30,2%
N 26,9% 34,5% 16,0% 28,1% 20,1% 25,8%
C 34,6% 31,9% 48,0% 42,3% 53,8% 44,0%
218
Tempo de empresa menos de
2 anos
de 2 a 5
anos
de 6 a 10
anos
de 11 a
20 anos
mais de
20 anos Total
Minha empresa oferece
oportunidades e treinamentos
necessários para o Programa.
D 34,6% 39,8% 44,0% 34,2% 31,3% 34,5%
N 37,2% 36,3% 24,0% 31,5% 24,9% 30,3%
C 28,2% 23,9% 32,0% 34,2% 43,8% 35,2%
Minha empresa descreve claramente
os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a
implementação do Programa.
D 35,9% 40,7% 32,0% 33,5% 31,7% 34,2%
N 30,8% 34,5% 32,0% 30,8% 26,5% 29,9%
C 33,3% 24,8% 36,0% 35,8% 41,8% 35,9%
Fonte: Elaborada pela autora
A tabela 53 apresenta os resultados estratificados por tempo de empresa, comparando-se
os três programas selecionados. Quanto à comunicação da necessidade de implementar os
programas, observa-se que a discordância diminui à medida que o tempo de casa aumenta.
Apesar dessa tendência se repetir para os três programas, ela é muito mais forte em relação ao
3Rs, chegando ao ponto que, ao contrário dos demais grupos, para os empregados com até 2
anos de empresa, a discordância com a assertiva prevaleceu sobre a concordância.
A maioria das respostas para todas as demais assertivas dessa tabela também
sinalizaram que, quanto maior o tempo de casa, maior a concordância com as questões
relacionadas aos três programas ambientais.
Quanto à divulgação dos procedimentos dos programas, para o 3Rs a discordância
prevaleceu em todas as faixas, exceto a dos empregados com mais de 20 anos de empresa. Já
para o PEA, até o grupo de veteranos sinalizou discordância maior que concordância nessa
assertiva, porém em menor nível – diferença de 11 pontos percentuais, enquanto que o grupo
admitido há menos de 6 anos discordou entre 35 e 38 pontos percentuais a mais que concordou.
Para o PURA, de maneira semelhante, apenas o grupo com até 6 anos de empresa demonstrou
discordar mais que concorda, com concordância média de 33,3%, muito distante dos 53,8% de
concordância do grupo com mais de 20 anos de casa.
A diferença devido ao tempo de empresa para a assertiva “O Programa é importante
para a sociedade.” só foi observada para o PEA. Nela a tendência central ficou muito clara para
os empregados com até 6 anos de empresa – o índice de neutralidade médio chegou a 28,9%. A
concordância generalizada para este item é clara já que representa praticamente dez vezes a
média de discordância, contudo a concordância é muito mais forte entre os empregados com
219
mais de 6 anos de casa. Acredita-se que, como o público mais jovem de empresa demonstrou
pouco conhecimento sobre o programa PEA, teve maior dificuldade de avaliar a real
importância dele para a sociedade.
A questão “A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do
Programa” só demonstrou diferença por tempo de empresa para o programa PURA, com
tendência maior de concordância conforme cresce o tempo de empresa. Contudo, a
discordância manteve um patamar próximo para todas as faixas. Os empregados com até 6 anos
de casa, portanto, demonstraram alto percentual de neutralidade – 42,6% em média. Acredita-se
que a busca de uma tendência central pelo grupo mais jovem, evitando posicionar-se favorável
ou desfavoravelmente deve-se ao fato de um percentual alto – entre 30% e 40% só ter ouvido
falar, e um número muito pequeno ter efetivamente participado do PURA.
Quanto aos resultados do Programa 3Rs serem amplamente divulgados, observou-se
discordância menor apenas nos extremos – menos de 2 anos e mais de 20 anos de empresa,
contudo o grupo mas velho de empresa apresentou percentuais de concordância e discordância
muito próximos, enquanto que o mais jovem teve alto índice de neutralidade – 33,3%. De
forma geral, todos os grupos mais discordam que concordam que os resultados sejam
amplamente divulgados. Como o grupo mais jovem sinalizou acessar menos o relatório de
sustentabilidade, que é um dos principais canais de comunicação dos resultados dos programas
ambientais, atribui-se principalmente a isso sua busca pela tendência central – sem conhecer a
ferramenta, provavelmente não ficaram confortáveis para se posicionar a esse respeito.
A assertiva “Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a implementação do PURA” demonstrou alta tendência de
neutralidade – quase 31% em média, percentuais de concordância muito próximos aos de
discordância. As exceções foram o grupo com mais de 20 anos de casa que concordou 10
pontos percentuais a mais que discordou, e o grupo que tem de 2 a 5 anos de empresa, que
discordou quase 16 pontos percentuais a mais que concordou.
Para a questão “Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o
Programa. Para o programa 3Rs observa-se leve tendência de crescimento da concordância. A
discordância maior – entre 40% e 52% quando considerados os três programas – está entre o
grupo de empregados que tem de 6 a 20 anos de empresa.
220
Da mesma forma que em outras assertivas, também observa-se neutralidade muito alta
para o grupo com até 2 anos de empresa: 38,5% em relação ao 3Rs. Para o PURA a
neutralidade alta abarca duas faixas – 36,8% para os admitidos há até 5 anos. Indo além, a
tendência central para o PEA foi intensa nas três faixas mais jovens de empresa – até 10 anos
de companhia apresentaram neutralidade média de 38,2%.
O menor índice de concordância pertence aos empregados com até 5 anos de empresa –
cerca de 20% para o 3Rs e inferior a 17% para o PEA. Este grupo demonstrou concordância
maior apenas com relação ao PURA – 28,2%. Novamente associa-se esse baixo resultado aos
baixos níveis de conhecimento e participação indicados pelos grupos com menos tempo de
empresa. O treinamento geralmente é atrelado à participação (os indicados para participar
passam por treinamento prévio) e certamente o grupo que nem conhece os programas não foi
submetido a treinamento a eles relacionado.
221
5. CONCLUSÕES
A seguir descrevem-se as principais conclusões relacionadas ao trabalho de pesquisa
realizado.
Observou-se um significativo alinhamento entre as informações divulgadas sobre os
programas ambientais nos relatórios de sustentabilidade da empresa estudada e as obtidas nas
entrevistas com os gestores. Este fator indica uniformidade no discurso ambiental da empresa, e
grande conhecimento de sua área de atuação, por parte dos gestores dos programas ambientais.
O desafio passa a ser então, fazer com que estas informações tão bem alinhadas pelos
gestores da empresa, alcancem todo seu público interno, promovendo um alinhamento em todas
as regiões geográficas e níveis hierárquicos, e disseminando internamente tudo o que vem
sendo realizado na área ambiental, para que estas ações se consolidem e cresçam.
Comparando-se então a pesquisa quantitativa realizada junto aos colaboradores com a
pesquisa qualitativa que englobou as entrevistas e relatórios de sustentabilidade, foram
identificados alguns pontos divergentes, fundamentalmente no que se refere ao alinhamento e
comunicação interna. A divulgação interna que tem sido trabalhada pelos gestores entrevistados
nem sempre tem gerado a participação desejada, como chegou a ser mencionada por um deles.
Acredita-se também que alguns esforços de comunicação interna possam estar gerando
resultados aquém dos desejados, para alguns públicos que demonstraram não estar recebendo
estas informações.
Identificaram-se na pesquisa qualitativa algumas ações de Endomarketing® da empresa
voltadas para a disseminação dos programas ambientais para o público interno, como o trabalho
com multiplicadores que recebem capacitação e informação de primeira-mão para então
replicá-las, os eventos que a empresa organiza com foco nas questões ambientais, e a inserção
dos programas nos veículos de comunicação interna como portal da Intranet, site da Sabesp e
Relatório de Sustentabilidade.
As ferramentas de comunicação interna utilizadas demonstraram nem sempre atingirem
o público interno de forma ampla e eficiente, já que o levantamento realizado constatou baixa
222
frequência de acesso do público interno ao site externo da Sabesp e ao Relatório de
Sustentabilidade.
O relatório de sustentabilidade, considerando isoladamente, demonstrou-se uma
ferramenta de comunicação interna insuficiente e que não atinge todos os colaboradores.
Recomenda-se, portanto, que ele seja utilizado como canal de comunicação com o público
interno, porém com o reforço de outros canais mais abrangentes, e que seja desenvolvida uma
cultura de disseminação do relatório de sustentabilidade dentro da organização.
Constatou-se que, muitas vezes existem ações isoladas de Endomarketing® para os
programas ambientais. Estas ações, mesmo quando eficientes, poderiam ser potencializadas
caso fossem abrangidas por um programa de Endomarketing® único e estruturado, que
agregasse programas semelhantes e os conduzisse com um foco único de comunicação e
engajamento.
O primeiro bloco da fase quantitativa da pesquisa pretendeu caracterizar a conduta dos
colaboradores com relação à responsabilidade ambiental, e os resultados demonstraram que a
maior parte dos colaboradores pesquisados avaliou melhor sua própria conduta ambiental do
que a conduta ambiental da empresa e os três programas ambientais objeto deste estudo. A
maior parte dos respondentes acredita ter uma conduta favorável às ações ambientais e se
considera ambientalmente responsável. Acredita-se assim, que o primeiro pré-requisito para
que se tenha sucesso com os programas ambientais está vencido, uma vez que, como tratado na
introdução do trabalho, os colaboradores são parte fundamental para os programas, para que
possam servir como agentes disseminadores (PERIN et al., 2009; SILVA et al., 2009). Como a
maior parte dos pesquisados já se demonstrou pré-disposta a se engajar em ações ambientais,
fica para a empresa a responsabilidade de envolvê-los.
Quanto à conduta ambiental da empresa, a maior parte dos pesquisados manifestou
concordância parcial, o que sinaliza que os colaboradores percebem uma postura da empresa
favorável às questões ambientais, contudo ponderam pontos que podem ser melhorados. O
único item da conduta ambiental da empresa que demonstrou prevalência de discordância foi
com relação à considerar as ações ambientais dos empregados como parte de sua avaliação de
desempenho anual. Este item inclusive apareceu como sugestão de alguns pesquisados, como
forma de incentivar a participação do colaboradores.
223
Pesquisou-se então, a percepção dos colaboradores com relação aos programas
ambientais divulgados pela empresa estudada, demonstrando que os colaboradores têm alta
percepção de importância dos três programas tanto para a comunidade interna da empresa
quanto para a sociedade. Constatou-se ainda, de forma bem semelhante para os três programas
pesquisados, que muitos respondentes discordaram da divulgação ampla dos programas e de
seus resultados, do recebimento de treinamentos específicos, e da clareza da empresa na
descrição dos conhecimentos, competências e habilidades necessários para implementar os
programas.
Como itens mais críticos apontados pela pesquisa quantitativa, recomenda-se que sejam
trabalhados por meio de ações de comunicação interna e treinamentos específicos, que podem
inclusive culminar num programa de Endomarketing® que abarque todos os pontos que
precisam ser trabalhados dentro da empresa para melhorar a adesão e os resultados dos
programas ambientais.
Retomando o que foi abordado na revisão da literatura, o Endomarketing® trabalha na
comunicação interna e na cultura organizacional, tendo como possíveis objetivos a
conscientização ambiental, o comprometimento e integração dos colaboradores, capacitação e
desenvolvimento, bem como o estímulo à participação em atividades importantes para a
organização (GRAZIANO, 2011).
Analisando de forma geral as percepções diferenciadas observadas em função das
variáveis categóricas, observaram-se que, com relação à conduta ambiental da empresa, bem
como à eficiência da comunicação, treinamento e outros fatores relacionados aos programas
ambientais, quanto maior o tempo de empresa maior foi a concordância observada. Os cargos
de liderança também manifestaram maiores níveis de concordância, deixando assim a
recomendação para que o trabalho de promoção dos programas ambientais possa envolver os
empregados com menos tempo de casa e aqueles que não ocupam cargos de liderança.
Quanto às unidades de negócio, observaram-se resultados heterogêneos, de forma que
algumas demonstraram ter trabalhado melhor a comunicação e envolvimento dos empregados
para os programas ambientais. Neste sentido observou-se claro destaque para a unidade RT,
seguida das unidades RR e RN em alguns quesitos. Por outro lado algumas unidades como a
RM, RE, RJ e R demonstraram ainda muitos pontos a serem desenvolvidos.
224
Avaliando o envolvimento dos empregados da Diretoria de Sistemas Regionais da
Sabesp com os programas ambientais, identificou-se que alguns colaboradores não conhecem
os programas, o que gerou inclusive, ao público que desconhece ou conhece muito pouco,
dificuldade de avaliá-los e sugerir melhorias. Constata-se que de forma geral, preponderou nas
respostas o desconhecimento do Programa de Educação Ambiental, a participação breve no
Programa 3Rs, e o conhecimento do Programa de Uso Racional da Água, mesmo que
superficial. O PURA demonstrou ser mais conhecido, que os outros dois, porém o nível de
participação dos empregados é inferior ao do 3Rs.
Por fim, foram identificadas compiladas as principais contribuições e sugestões de
melhoria dos colaboradores para os programas ambientais da companhia, de forma que os itens
mais citados foram a divulgação dos programas e dos resultados por eles atingidos, a
necessidade de treinamentos específicos sobre os programas ambientais para os colaboradores e
de apoio e incentivo por parte dos superiores diretos.
Nas sugestões recebidas de forma dissertativa, foi fortemente mencionada a importância
de envolver a sociedade – fator este que surgiu também nas entrevistas com os gestores do PEA
e 3Rs. Salientou-se também a importância do alinhamento entre unidades de negócio dos
programas ambientais, trocando informações, dificuldades e melhores práticas, para que
tenham ações consistentes em todas as unidades e envolvendo todos os níveis hierárquicos.
Com base na percepção que os empregados têm dos programas e das sugestões de
melhoria que eles mesmos pontuaram, pode-se recomendar a intensificação da comunicação
específica para os programas ambientais priorizando o PEA por ter demonstrado mais alto nível
de desconhecimento e a expansão da área de atuação de alguns programas para que por
exemplo, o PURA, hoje direcionado para ambiente externo, conquiste grande abrangência
dentro da empresa, e o 3Rs, que está incorporado nas áreas da própria Sabesp, possa ir além das
fronteiras da empresa. Com o conhecimento e conscientização que já foram desenvolvidos
internamente, o 3Rs pode ser um aliado do Programa de Educação Ambiental na sensibilização
da sociedade.
Assim, da mesma forma que recomendado para o PURA, valida-se a recomendação do
de Prado e Istilli (2002), para que o programa de educação ambiental que hoje enfoca o público
externo, seja adaptado para trabalhar primeiramente o público interno, envolvendo todos os
225
colaboradores da Sabesp e não apenas os multiplicadores, sensibilizando-os para a importância
da questão ambiental, e destacando a responsabilidade de cada um dentro do processo.
Para envolver os empregados de todas as unidades e independentemente do nível
hierárquico, recomenda-se um programa de Endomarketing® com enfoque nos programas
ambientais, visando conscientizar da importância que eles têm para a comunidade interna e
externa, e para o negócio da empresa. Validou-se também a recomendação de Prado e Istilli
(2002) para a condução de um trabalho prévio e específico para gerentes e gestores, a fim de
que eles estejam alinhados aos objetivos da empresa na área ambiental, e incentivem a
participação e capacitação de seus colaboradores para os programas ambientais.
Em complemento às conclusões apresentadas, elaborou-se uma proposta para um
programa de Endomarketing® para os programas ambientais da Sabesp que é apresentado no
Apêndice E. Trata-se de uma compilação didática e formatada como um plano de ação, para
que as recomendações do trabalho ofereçam maior contribuição à prática organizacional.
Sabendo-se das limitações inerentes a este estudo uma vez que foi desenvolvido com
cunho acadêmico, recursos e tempo limitados, sugere-se que para estudos futuros as pesquisas
sobre o tema aqui proposto podem ser ampliadas considerando as propostas que seguem.
Recomenda-se que esta pesquisa seja ampliada para abranger todas as diretorias da
Sabesp, incluindo tanto a Diretoria Metropolitana (M) que abrange outra região geográfica com
suas características específicas, quanto as demais diretorias, que cuidam de assuntos
corporativos (internos), e consequentemente possuem um perfil diferenciado de seu quadro
funcional.
Sugere-se que estudos semelhantes sejam conduzidos com outras empresas de
saneamento, seja em outros estados brasileiros ou ainda em outros países, como as que tiveram
seus relatórios de sustentabilidade estudados neste trabalho, a fim de que os resultados obtidos
sejam comparados, e as conclusões enriquecidas.
Recomenda-se ainda a condução de um estudo longitudinal atrelado à implantação de
um programa de Endomarketing® específico para os programas ambientais, permitindo-se
assim comparar as percepções dos colaboradores antes e depois da implantação do programa.
226
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Apêndice A: ROTEIRO DE ENTREVISTA COM GESTORES
Identificação da entrevista
1. Data e hora de realização da entrevista:
2. Especificação do local da entrevista:
3. Nome do entrevistado:
4. Idade:
5. Escolaridade:
6. Cargo do entrevistado:
7. Tempo de empresa:
8. Unidade e área à qual o entrevistado esta vinculado:
9. Principais funções do entrevistado na Sabesp:
10. Programa Ambiental ao qual está vinculado:
Gestor do Programa 3Rs (Reduzir, Reutilizar, Reciclar)
1 - Você acredita que os procedimentos e resultados dos Programas ambientais da empresa
são amplamente divulgados e disponíveis para qualquer um que precise acessar?
2 - Quais as formas de divulgação?
3 - Você acredita que o Programa 3Rs é amplamente divulgado e disponível a todos
colaboradores da Sabesp?
4 - Qual o principal objetivo da implementação do Programa 3Rs?
5 - Qual a importância e contribuição do Programa 3Rs para a comunidade interna da empresa?
6 - Qual a importância do Programa 3Rs para a sociedade?
7 - Você acredita que o público interno da Sabesp participa efetivamente do Programa 3Rs?
8 - Que tipo de prática ambiental você acredita que pode ser melhorada na empresa? De que forma?
9 – Na sua opinião, qual a percepção do colaborador interno em relação ao Programa 3Rs?
Gestor do Programa de Educação Ambiental (PEA)
1 - Você acredita que os procedimentos e resultados dos Programas ambientais da empresa
são amplamente divulgados e disponíveis para qualquer um que precise acessar?
237
2 - Quais as formas de divulgação?
3 - Você acredita que o Programa de Educação Ambiental é amplamente divulgado e
disponível a todos colaboradores da Sabesp?
4 - Qual o principal objetivo da implementação do Programa de Educação Ambiental?
5 - Qual a importância e contribuição do Programa de Educação Ambiental para a
comunidade interna da empresa?
6 - Qual a importância do Programa de Educação Ambiental para a sociedade?
7 - Você acredita que o público interno da Sabesp participa efetivamente do Programa de
Educação Ambiental?
8 - Que tipo de prática ambiental você acredita que pode ser melhorada na empresa? De que forma?
9 – Na sua opinião, qual a percepção do colaborador interno em relação ao Programa de
Educação Ambiental?
Gestor do Programa de Uso Racional da Água (PURA)
1 - Você acredita que os procedimentos e resultados dos Programas ambientais da empresa
são amplamente divulgados e disponíveis para qualquer um que precise acessar?
2 - Quais as formas de divulgação?
3 - Você acredita que o Programa de Uso Racional da Água é amplamente divulgado e
disponível a todos colaboradores da Sabesp?
4 - Qual o principal objetivo da implementação do Programa de Uso Racional da Água?
5 - Qual a importância e contribuição do Programa de Uso Racional da Água para a
comunidade interna da empresa?
6 - Qual a importância do Programa de Uso Racional da Água para a sociedade?
7 - Você acredita que o público interno da Sabesp participa efetivamente do Programa de
Uso Racional da Água?
8 - Que tipo de prática ambiental você acredita que pode ser melhorada na empresa? De que forma?
9 – Na sua opinião, qual a percepção do colaborador interno em relação ao Programa de Uso
Racional da Água?
238
Apêndice B: INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS QUANTITATIVOS
RESPONDA SEU NÍVEL DE CONCORDÂNCIA COM AS AFIRMAÇÕES QUE SEGUEM
UTILIZANDO UMA ESCALA DE 1 A 5: 1. Discordo totalmente; 2. Discordo parcialmente; 3. Não discordo nem concordo; 4. Concordo
parcialmente; 5. Concordo Totalmente.
BLOCO 1 - CONDUTA AMBIENTAL DO INDIVÍDUO
1 Gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis.
2 Estou disposto a me empenhar muito para que iniciativas ambientais tenham sucesso.
3 Eu me considero ambientalmente responsável.
BLOCO 2 - CONDUTA AMBIENTAL DA EMPRESA
1 Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais.
2 As ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente como parte de sua avaliação de
desempenho anual.
3 Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar com seus superiores sobre qualquer
assunto relacionado às iniciativas ambientais.
4 A consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na empresa.
5 Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa voltada para a disseminação dos
programas ambientais para os colaboradores.
6
Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das informações da empresa?
(1= Nunca 2= Poucas vezes 3= Algumas vezes 4= Muitas vezes 5= Sempre) ( ) Portal na Intranet ( ) Informativos por e-mail ( ) Mural ( ) Site da Sabesp (www.sabesp.com.br) ( ) Relatório de Sustentabilidade
7 Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna / disseminação de informações da
companhia eficientes.
8 A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa.
BLOCO 3 - PROGRAMAS AMBIENTAIS DA EMPRESA
3.1 PROGRAMA SABESP 3RS (Reduzir, Reutilizar, Reciclar)
1
Qual o seu grau de envolvimento com o PROGRAMA SABESP 3RS? 1= Não conheço 2= Já ouvi falar 3= Conheço, mas não participo 4= Participo ou participei brevemente 5= Participo ou participei ativamente
Com relação ao PROGRAMA SABESP 3Rs, indique seu grau de concordância com as afirmações
abaixo (1 Discordo totalmente, 2 Discordo parcialmente, 3 Não discordo nem concordo, 4 concordo
parcialmente, 5 concordo totalmente):
2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.
239
3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa
4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.
5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.
6 Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda empresa quanto
aos problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas ao Programa.
7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o Programa.
8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades necessários
para a implementação do Programa.
9 O Programa é importante para a comunidade interna da empresa.
10 O Programa é importante para a sociedade.
11
O que poderia ser melhorado no PROGRAMA SABESP 3RS? (assinale todas que concordar) ( ) divulgação do programa ( ) divulgação dos resultados do programa ( ) disponibilização de informações / materiais ( ) treinamento dos colaboradores ( ) incentivo por parte dos gestores ( ) suporte por parte da alta administração ( ) criação de recompensas / incluir na avaliação ( ) Nada ( ) Não sei ( ) Outro: _____________________________
3.2 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (PEA)
1
Qual o seu grau de envolvimento com o PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL? 1= Não conheço 2= Já ouvi falar 3= Conheço mas não participo 4= Participo ou participei brevemente 5= Participo ou participei ativamente
Com relação ao PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, indique seu grau de concordância
com as afirmações abaixo (1 Discordo totalmente, 2 Discordo parcialmente, 3 Não discordo nem
concordo, 4 concordo parcialmente, 5 concordo totalmente):
2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.
3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa
4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.
5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.
6 Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda empresa quanto
aos problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas ao Programa.
7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o Programa.
8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades necessários
para a implementação do Programa.
9 O Programa é importante para a comunidade interna da empresa.
10 O Programa é importante para a sociedade.
240
11
O que poderia ser melhorado no PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL? (assinale
todas que concordar)
( ) divulgação do programa
( ) divulgação dos resultados do programa
( ) disponibilização de informações / materiais
( ) treinamento dos colaboradores
( ) incentivo por parte dos gestores
( ) suporte por parte da alta administração
( ) criação de recompensas / incluir na avaliação
( ) Nada ( ) Não sei ( ) Outro: _____________________________
3.3 PROGRAMA DE USO RACIONAL DA ÁGUA (PURA)
1
Qual o seu grau de envolvimento com o PROGRAMA DE USO RACIONAL DA ÁGUA? 1= Não conheço 2= Já ouvi falar 3= Conheço mas não participo 4= Participo ou participei brevemente 5= Participo ou participei ativamente
Com relação ao PROGRAMA DE USO RACIONAL DA ÁGUA, indique seu grau de concordância
com as afirmações abaixo (1 Discordo totalmente, 2 Discordo parcialmente, 3 Não discordo nem
concordo, 4 concordo parcialmente, 5 concordo totalmente):
2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.
3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do Programa
4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.
5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.
6 Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a toda empresa quanto
aos problemas, custos e oportunidades ambientais relacionadas ao Programa.
7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o Programa.
8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e habilidades necessários
para a implementação do Programa Sabesp 3Rs.
9 O Programa é importante para a comunidade interna da empresa.
10 O Programa é importante para a sociedade.
11
O que poderia ser melhorado no Programa de Uso Racional da Água? (assinale todas que
concordar)
( ) divulgação do programa
( ) divulgação dos resultados do programa
( ) disponibilização de informações / materiais
( ) treinamento dos colaboradores
( ) incentivo por parte dos gestores
( ) suporte por parte da alta administração
( ) criação de recompensas / incluir na avaliação
( ) Nada ( ) Não sei ( ) Outro: _____________________________
241
PERFIL DO RESPONDENTE:
Sexo: ( ) M ( ) F
Idade:
( ) Até 25 anos ( ) de 26 a 35 ( ) de 36 a 45 anos
( ) de 46 a 55 ( ) Acima de 55 anos
Escolaridade (último nível concluído):
( ) Ensino Fundamental ( ) Ensino médio
( ) Ensino superior ( ) Pós-graduação
Qual dos cargos / níveis hierárquicos abaixo melhor descreve sua posição atual?
( ) Operacional ( ) Técnico ( ) Administrativo ( ) Universitário ( ) Líder, gestor ou encarregado ( ) Gerencial
Qual sua Unidade de negócio?
( ) R ( ) RA ( ) RB ( ) RE ( ) RG ( ) RJ ( ) RM ( ) RN ( ) RO ( ) RR ( ) RS ( ) RT ( ) RV
Tempo de Empresa:
( ) Menos que 2 anos ( ) de 2 a 5 anos
( ) de 6 a 10 anos ( ) de 11 a 20 anos
( ) mais que 20 anos
242
Apêndice C: CODIFICAÇÃO E DESCRITIVO DAS QUESTÕES
Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa
Bloco 1 -
Conduta
Ambiental do
Indivíduo
bl1_q1 Gosto de me engajar em ações ambientalmente amigáveis.
bl1_q2 Estou disposto a me empenhar muito para que iniciativas ambientais
tenham sucesso.
bl1_q3 Eu me considero ambientalmente responsável.
Bloco 2 -
Conduta
Ambiental da
Empresa
bl2_q1 Tenho recebido treinamento relacionado às questões ambientais.
bl2_q2 As ações ambientais dos funcionários são avaliadas formalmente como
parte de sua avaliação de desempenho anual.
bl2_q3 Em geral, os funcionários podem facilmente se comunicar com seus
superiores sobre qualquer assunto relacionado às iniciativas ambientais.
bl2_q4 A consciência ambiental é uma questão de preocupação prioritária na
empresa.
bl2_q5 Conheço alguma ação de comunicação interna da empresa voltada para a
disseminação dos programas ambientais para os colaboradores.
bl2_q6 Com que frequência você consulta as ferramentas de disseminação das
informações da empresa?
bl2_q6_op1 Portal na Intranet
bl2_q6_op2 Informativos por e-mail
bl2_q6_op3 Mural
bl2_q6_op4 Site da Sabesp (www.sabesp.com.br)
bl2_q6_op5 Relatório de Sustentabilidade
bl2_q7 Considero as ferramentas corporativas de comunicação interna /
disseminação de informações da companhia eficientes.
bl2_q8 A participação dos funcionários nas questões ambientais é intensa.
Bloco 3 -
Programas
Ambientais da
Empresa
3.1 Programa
Sabesp 3Rs
(Reduzir,
Reutilizar,
Reciclar)
bl3.1_q1 Qual o seu grau de envolvimento com o PROGRAMA SABESP 3Rs
(Reduzir, Reutilizar, Reciclar)?
Com relação ao PROGRAMA SABESP 3Rs, indique seu grau de concordância com as
afirmações abaixo:
bl3.1_q2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.
bl3.1_q3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do
Programa.
bl3.1_q4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.
bl3.1_q5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.
bl3.1_q6
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a
toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais
relacionadas ao Programa.
bl3.1_q7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o
Programa.
bl3.1_q8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a implementação do Programa.
bl3.1_q9 O Programa é importante para a comunidade interna da empresa.
bl3.1_q10 O Programa é importante para a sociedade.
bl3.1_q11 O que poderia ser melhorado no PROGRAMA SABESP 3Rs? (assinale todas
que concordar)
bl3.1_q11_op1 Divulgação do programa
bl3.1_q11_op2 Divulgação dos resultados do programa
bl3.1_q11_op3 Disponibilização de informações / materiais
243
Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa
bl3.1_q11_op4 Treinamento dos colaboradores
bl3.1_q11_op5 Incentivo por parte dos gestores
bl3.1_q11_op6 Suporte por parte da alta administração
bl3.1_q11_op7 Criação de recompensas / incluir na avaliação
bl3.1_q11_op8 Nada
bl3.1_q11_op9 Não sei
bl3.1_q11_op10 Outro
Bloco 3 -
Programas
Ambientais da
Empresa
3.2 Programa de
Educação
Ambiental
(PEA)
bl3.2_q1 Qual o seu grau de envolvimento com o PROGRAMA DE EDUCAÇÃO
AMBIENTAL (PEA)?
Com relação ao PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL (PEA), indique seu grau de
concordância com as afirmações abaixo:
bl3.2_q2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.
bl3.2_q3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do
Programa.
bl3.2_q4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.
bl3.2_q5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.
bl3.2_q6
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a
toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais
relacionadas ao Programa.
bl3.2_q7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o
Programa.
bl3.2_q8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a implementação do Programa.
bl3.2_q9 O Programa é importante para a comunidade interna da empresa.
bl3.2_q10 O Programa é importante para a sociedade.
bl3.2_q11 O que poderia ser melhorado no PROGRAMA DE EDUCAÇÃO
AMBIENTAL (PEA)? (assinale todas que concordar)
bl3.2_q11_op1 Divulgação do programa
bl3.2_q11_op2 Divulgação dos resultados do programa
bl3.2_q11_op3 Disponibilização de informações / materiais
bl3.2_q11_op4 Treinamento dos colaboradores
bl3.2_q11_op5 Incentivo por parte dos gestores
bl3.2_q11_op6 Suporte por parte da alta administração
bl3.2_q11_op7 Criação de recompensas / incluir na avaliação
bl3.2_q11_op8 Nada
bl3.2_q11_op9 Não sei
bl3.2_q11_op10 Outro
Bloco 3 -
Programas
Ambientais da
Empresa
3.3 Programa de
Uso Racional da
Água (PURA)
bl3.3_q1 Qual o seu grau de envolvimento com o PROGRAMA DE USO
RACIONAL DA ÁGUA (PURA)?
Com relação ao PROGRAMA DE USO RACIONAL DA ÁGUA (PURA), indique seu grau
de concordância com as afirmações abaixo:
bl3.3_q2 Minha empresa comunicou a necessidade de implementar o Programa.
bl3.3_q3 A alta administração suporta totalmente a implementação de ações do
Programa.
bl3.3_q4 Os procedimentos do Programa são amplamente divulgados.
bl3.3_q5 Os resultados do Programa são amplamente divulgados.
bl3.3_q6
Minha empresa tem sido bem sucedida ao criar conscientização extensa a
toda empresa quanto aos problemas, custos e oportunidades ambientais
relacionadas ao Programa.
244
Codificação e descritivo das questões utilizadas na pesquisa quantitativa
bl3.3_q7 Minha empresa oferece oportunidades e treinamentos necessários para o
Programa.
bl3.3_q8 Minha empresa descreve claramente os conhecimentos, competências e
habilidades necessários para a implementação do Programa.
bl3.3_q9 O Programa é importante para a comunidade interna da empresa.
bl3.3_q10 O Programa é importante para a sociedade.
bl3.3_q11 O que poderia ser melhorado no PROGRAMA DE USO RACIONAL DA
ÁGUA (PURA)? (assinale todas que concordar)
bl3.3_q11_op1 Divulgação do programa
bl3.3_q11_op2 Divulgação dos resultados do programa
bl3.3_q11_op3 Disponibilização de informações / materiais
bl3.3_q11_op4 Treinamento dos colaboradores
bl3.3_q11_op5 Incentivo por parte dos gestores
bl3.3_q11_op6 Suporte por parte da alta administração
bl3.3_q11_op7 Criação de recompensas / incluir na avaliação
bl3.3_q11_op8 Nada
bl3.3_q11_op9 Não sei
bl3.3_q11_op10 Outro
245
Apêndice D: GRÁFICOS COM COMPILAÇÕES DOS RESULTADOS
Figura 16: Grau de conhecimento e participação nos programas
Fonte: Elaborada pela autora
68
143
149
237
142
262
154
128
137
58
54
180
235
149
121
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550
Não conheço
Já ouvi falar
Conheço mas não participo
Participo ou participei brevemente
Participo ou participei ativamente
3Rs
PEA
PURA
246
Figura 17: Quantidade de citações às opções do que poderia ser melhorado nos programas
Fonte: Elaborada pela autora
565 570 506
565 524 417 406
5 29 56
576 543
509
536
500
429 382
5
53 34
524 545
506
541
476
393
348
10 41 20
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
PURA
PEA
3Rs
247
Apêndice E: PROGRAMA DE ENDOMARKETING® PROPOSTO PARA OS
PROGRAMAS AMBIENTAIS DA SABESP
1. Objetivos
Esta proposta simplificada de um Programa de Endomarketing® voltado
exclusivamente a trabalhar os programas ambientais estudados (3Rs, PEA e PURA), tem por
objetivo:
a. Reforçar a conduta ambiental da Sabesp e de seus programas ambientais junto
aos seus colaboradores;
b. Uniformizar o conhecimento sobre as questões ambientais em todas as regiões
geográficas e níveis hierárquicos;
c. Disseminar a cultura “cada colaborador é um educador ambiental”, atrelando a
imagem dos empregados, já chamados na campanha atual de “guardiões das águas” a
ter esta postura não apenas no âmbito pessoal, mas trazer para si a responsabilidade por
disseminá-la na comunidade que o cerca;
d. Gerar uma mudança organizacional de dentro para fora, de forma que os clientes
e demais stakeholders observem uma conduta ambiental forte como parte da cultura da
Sabesp;
2. Modelo conceitual com ações de Endomarketing® propostas
As principais ações propostas como parte deste Programa de Endomarketing são
sintetizadas no modelo conceitual apresentado a seguir.
248
Divulgação Incentivo
Avaliação Treinamento
Figura 18: Modelo conceitual de um programa de Endomarketing® voltado para os programas
ambientais
Fonte: Elaborada pela autora
• divulgação generalista partindo da alta administração;
• abranger objetivos, procedimentos e resultados;
• integrar os 3 programas;
• reforço de comunicação constante;
• canais adequados (e-mail, mural e Intranet);
• desmistificar relatório de sustentabilidade;
• todas as regiões geográficas;
• todos os níveis hierárquicos;
• ir além dos multiplicadores.
• apoio das diretorias / alta administração;
• incentivo das superintendências de todas as unidades de negócio;
• incentivo às trocas de experiências entre UNs;
• concessão de autoridade tácita às áreas gestoras dos programas ambientais;
• liberação dos empregados para treinamentos;
• liberação dos empregados para participação;
• valorização dos empregados que participam;
• valorização da conduta ambiental adequada.
• especificar previamente os conhecimentos e competências necessários para atuação nos programas ambientais;
• incluir a realização dos treinamentos ambientais como parte da avaliação de competência de todos os colaboradores;
• incluir a conduta ambiental adequada como um dos critérios da avaliação de competências de todos os colaboradores;
• recompensar conduta ambiental e participação nos programas ambientais – por meio da carreira ou eventos de reconhecimento.
• treinamentos específicos com reciclagem constante aos empregados diretamente envolvidos com os programas ambientais;
• realização de palestras de sensibilização e eventos ambientais de grande abrangência que englobem todas as unidades de negócio e envolvam os colaboradores que não estão diretamente envolvidos com os programas.
• disponibilização de treinamentos e vídeos educativos da área ambientais na universidade empresarial, que possam ser acessados por todos os empregados.
249
Detalhamento do modelo conceitual
a. Divulgação.
A divulgação generalista deve ser iniciada pela alta administração
(diretores), para esclarecer a toda a organização o apoio institucional aos
programas. Entende-se também que a comunicação dos programas ambientais
precisa ser ampla, englobando todos os níveis hierárquicos, todas as regiões
geográficas, e todos empregados, independentemente de estarem diretamente
envolvidos com os programas ambientais ou não. Deve-se prezar pela
comunicação interna integrada dos programas ambientais, que seja feita de
forma constante e utilize os canais mais indicados (conforme resultado da
pesquisa: e-mail, Mural e Portal da Intranet). Divulgar melhor o relatório de
sustentabilidade, de forma didática que adeque o conteúdo (volume e
linguagem) ao público interno. Comunicar sempre aos colaboradores os
objetivos de cada programa ambiental, os objetivos comuns entre eles, os
procedimentos de forma sintetizada, e os resultados tão logo estejam
disponíveis, ressaltando as conquistas associadas ao empenho de cada um que
participou dos programas.
b. Incentivo.
Programas ambientais carecem de abrangência que os permitam
permear toda a organização e envolvem interesses estratégicos, devendo,
portanto, iniciar com o apoio das diretorias (alta administração) e
superintendências de todas as unidades de negócio para que sejam bem
sucedidos. Aos diretores e superintendentes cabe validar junto às suas áreas a
importância das questões ambientais e a autoridade das áreas gestoras dos
programas ambientais no tocante ao assunto. Os superiores devem ainda
incentivar as trocas de experiências entre as unidades de negócio, apontadas
pela pesquisa como essenciais para o amadurecimento das práticas ambientais
considerando o conhecimento já desenvolvido dentro da empresa. Compete
ainda à liderança liberar e estimular seus colaboradores para que participem
250
dos treinamentos ambientais e participem dos programas. Como
consequência, devem ser valorizados os empregados que participam, buscam
capacitação nas questões ambientais e demonstram uma conduta ambiental
adequada no ambiente de trabalho e fora dele.
c. Treinamento.
Propõem-se treinamentos específicos aos empregados diretamente
envolvidos com os programas ambientais, com reciclagem constante para que
estejam atualizados em sua atuação cotidiana. Para que a abrangência dos
programas de capacitação atinja toda a organização, sugere-se disponibilizar
treinamentos e vídeos de sensibilização e educação ambiental na universidade
empresarial (Portal Corporativo), canal este que pode ser acessado por todos
os empregados. Ainda para o público interno em geral, são propostas palestras
de sensibilização e eventos ambientais de grande abrangência que envolvam
todas as unidades de negócio, alcançando assim também os colaboradores que
não estão diretamente envolvidos com os programas ambientais. Se necessário
para estimular a participação maciça, estes eventos devem ser realizados nas
próprias unidades de negócio.
d. Avaliação.
Para que as questões ambientais possam efetivamente passar a ser
consideradas na avaliação de desempenho e competências, precisam ser
divulgados os conhecimentos e competências necessários para atuação nos
programas ambientais, que integrarão o item “sustentabilidade” da avaliação.
Os superiores diretos devem ser estimulados a incentivar suas equipes para a
buscarem o desenvolvimento destas competências. A realização de
treinamentos na área ambiental, bem como o comportamento ambientalmente
amigável deve ser parte da avaliação de competências de todos os
empregados. Depois de finalizado o período de avaliações e feedbacks,
sugere-se recompensar a conduta ambiental adequada e participação nos
programas ambientais, por meio de quesito favorável para a evolução na
251
carreira e/ou eventos de reconhecimento específico para as questões
ambientais.
3. Abrangência dos Programas Ambientais Estudados
Considerando-se a necessidade apontada no estudo de ampliar-se a abrangência dos três
programas ambientais selecionados, elaboraram-se dois diagramas que refletem a abrangência
atual e proposta para cada um dos três programas.
Figura 19: Diagrama atual da atuação dos programas ambientais estudados
Fonte: Elaborada pela autora
Ambiente externo à organização Ambiente interno da organização
3Rs:
- Reduzir
- Reutilizar
- Reciclar
PURA:
Programa de
Uso Racional
da Água
PEA:
Programa de
Educação
Ambiental
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