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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
JOSÉ ADALBERTO DE SOUZA FÉLIX
ANÁLISE DO PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS NA MODALIDADE
COMPRA DOAÇÃO SIMULTÂNEA, EXECUTADO PELA EMATER NO RIO
GRANDE DO NORTE (2015-2017)
NATAL
2017
JOSÉ ADALBERTO DE SOUZA FÉLIX
ANÁLISE DO PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS NA MODALIDADE
COMPRA DOAÇÃO SIMULTÂNEA, EXECUTADO PELA EMATER NO RIO
GRANDE DO NORTE (2015-2017)
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Coordenação do Curso de Administração da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial
para obtenção do título de Bacharel em Administração.
Orientadora: Profª. Pamela de Medeiros Brandão, D. Sc.
NATAL
2017
JOSÉ ADALBERTO DE SOUZA FÉLIX
ANÁLISE DO PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS NA MODALIDADE
COMPRA DOAÇÃO SIMULTÂNEA, EXECUTADO PELA EMATER NO RIO
GRANDE DO NORTE (2015-2017)
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Coordenação do Curso de Administração da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial
para obtenção do título de Bacharel em Administração.
Aprovado em: 12 de dezembro de 2017
_______________________________________________________________
Pamela de Medeiros Brandão, Dra. – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Orientadora
_______________________________________________________________
Juarez de Azevedo Paiva, Me. – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Membro
_______________________________________________________________
Bruno Luan Dantas Cardoso, Me. – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Membro
Dedico este trabalho à minha família que sempre me apoiaram,
deram confiança e me ajudaram a superar as dificuldades.
AGRADECIMENTOS
Quero agradecer, em primeiro lugar, а Deus, por ter me dado à vida, sabedoria e forças nos
momentos difíceis durante essa caminhada.
Agradeço ao meu pai José Ailton Bezerra Félix e a minha mãe Ana Maria de Souza Araújo, e
aos meus irmãos que não mediram esforços e que sempre deram o melhor de si, pensando no
meu futuro.
A professora Pamela orientadora por toda sua atenção, dedicação e esforço que tornaram
possível para elaboração dessa pesquisa.
A todos os professores do curso de Administração da UFRN, que foram tão importantes na
minha vida acadêmica e por proporcionarem a transmissão do conhecimento que foram
essenciais para meu crescimento profissional e pessoal.
Aos amigos e colegas do curso, pelo incentivo e pelo apoio constante.
Enfim, agradeço a todos aqueles que sempre acreditaram em mim e contribuíram para a
realização desta pesquisa.
“Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o
desejo de vencer!”
Mahatma Gandhi
RESUMO
Esse trabalho analisa o Programa de Aquisição de Alimentos, na modalidade Compra Doação
Simultânea, gerenciada pela EMATER no Rio Grande do Norte, no período de 2015 a 2017.
Para tanto, apresenta o contexto da execução desse programa no estado, identificando os
atores envolvidos e apresentando uma classificação dos produtos adquiridos e doados no PAA
- CDS e as unidades recebedoras (entidades). Verificando os recursos utilizados, e traçando o
perfil dos seus beneficiários fornecedores e consumidores. Trata-se de um estudo
exploratório-descritivo, com abordagem quanti-qualitativa que adotou o estudo de caso como
estratégia de pesquisa. A partir da pesquisa realizada, através de levantamento documental e
observação participante, verificou-se que esse programa vem sendo executado de modo
satisfatório, por meio de uma gestão comprometida com os objetivos do programa e com a
execução das metas estabelecidas. Essa pesquisa permitiu apontar os limites de execução do
programa, e assim delinear os principais desafios que precisam ser enfrentados pela EMATER
para fortalecer o PAA-CDS no RN.
Palavras-Chaves: Programa de Aquisição de Alimentos (PAA); Compra Doação Simultânea
(CDS); EMATER.
ABSTRACT
This work analyzes the Food Acquisition Program, in the Simultaneous Buy Donation
modality, managed by EMATER in Rio Grande do Norte, in the period from 2015 to 2017.
To this end, it presents the context of the execution of this program in the state, identifying
the actors involved and presenting a classification of the products purchased and donated in
PAA - CDS and the recipient units (entities). Verifying the resources used, and outlining the
profile of its suppliers and consumers. It is an exploratory-descriptive study, with
quantitative-qualitative approach that adopted the case study as a research strategy. Based on
the research carried out, through a documentary survey and participant observation, it was
verified that this program has been performed in a satisfactory way, through a management
committed to the objectives of the program and to the achievement of the established goals.
This research allowed to indicate the limits of program execution, and thus to outline the main
challenges that need to be faced by EMATER to strengthen the PAA-CDS in the RN.
Key Words: Food Acquisition Program (PAA); Buy Simultaneous Donation (CDS);
EMATER.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 01 – Resumo das modalidades do Programa de Aquisição de Alimentos...................23
Figura 01 – Divisão Administrativa em Regionais EMATER-RN.........................................27
Figura 02 – Central de distribuição de Santa Cruz/RN............................................................30
Gráfico 01 – Número de entidades beneficiadas entre 2015 a 2017........................................32
Gráfico 02 – Identificação de entidades do ano de 2015..........................................................33
Gráfico 03 – Identificação das entidades do ano de 2016........................................................33
Gráfico 04 – Identificação das entidades do ano de 2017........................................................34
Gráfico 05 – Distribuição de alimentos doados no período de 2015 a 2017...........................36
Quadro 02 – Classificação dos produtos.................................................................................36
Gráfico 06 – Classificação dos produtos..................................................................................37
Quadro 03 – Composição da equipe compra doação simultânea............................................38
Gráfico 07 – Recursos financeiros – aquisição de produtos 2015 a 2017...............................38
Figura 03 – Beneficiário fornecedor – Lucrécia RN................................................................40
Gráfico 08 – Número de beneficiários fornecedores no Rio Grande do Norte de 2015 a
2017...........................................................................................................................................40
Gráfico 09 – Número de municípios participantes do PAA no ano de 2015 a 2017...............41
Gráfico 10 – Número de beneficiários fornecedores por gênero de 2015 a 2017....................42
Figura 04 – Beneficiários Consumidores de – Lucrécia/RN...................................................43
Gráfico 11 – Beneficiários consumidores de 2015 a 2017......................................................43
Gráfico 12- Número de beneficiários consumidores por gênero de 2015 a 2017................... 44
Quadro 04 – Limites e Desafios no processo de execução do PPA........................................46
LISTA DE SIGLAS
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
APAE – Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais
ATER – Assistência Técnica e Extensão Rural
CDS – Compra Doação Simultânea
CERES – Sistema de informação e gerenciamento do campo
CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento
CPR – Cédula de Produto Rural
CRAS – Centro de Referência de Assistência Social
CREAS – Centro de Referência Especializado em Assistência Social
EMATER-RN – Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte
FAO - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura
MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário
MDS – Ministério do Desenvolvimento Social e combate à fome
MDSA – Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário
MDSA – Ministério do Desenvolvimento Social e Agrícola
ONU – Organização das Nações Unidas
PAA – Programa de Aquisição Familiar
PFZ – Programa Fome Zero
PGPAF – Programa de garantia de Preços da Agricultura Familiar
PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
SAPE – Secretária de Estado da Agricultura, da Pecuária e da Pesca
SEAF – Seguro da Agricultura Familiar
SESAN – Secretária Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
SISAN – Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional
SUAS – Sistema Único de Assistência Social
SUMÁRIO
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................................... 13
2 POLITICAS PÚBLICAS PARA A AGRICULTURA FAMILIAR E SEGURANÇA
ALIMENTAR NO BRASIL .................................................................................................. 17
3 AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PAA NA MODALIDADE COMPRA DOAÇÃO
SIMULTÂNEA: O CASO DO RIO GRANDE DO NORTE ............................................. 26
3.1 A EMATER/RN E O PAA NA MODALIDADE COMPRA DOAÇÃO SIMUTÊNEA .. 26
3.2 ATORES ENVOLVIDOS NO PAA NA MODALIDADE CDS GERENCIADO PELA
EMATER .................................................................................................................................. 29
3.2.1 UNIDADE GESTORA ................................................................................................... 29
3.2.2 UNIDADE EXECUTORA .............................................................................................. 29
3.2.3 CENTRAL DE RECEBIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS .................... 29
3.2.4 REDE SOCIOASSISTENCIAL ...................................................................................... 31
3.2.5 UNIDADES RECEPTORAS E BENECIFIÁRIOS ........................................................ 31
3.3 IDENTIFICAÇÃO DAS UNIDADES RECEBEDORAS (ENTIDADES) QUE
PARTICIPARAM DO PAA – CDS ......................................................................................... 32
3.4 IDENTIFICAÇDOS PRODUTOS DOADOS NO PAA – CDS ........................................ 34
3.5 RECURSOS UTILIZADOS ............................................................................................... 37
3.6 PERFIL DOS BENEFICIÁRIOS FORNECEDORES E CONSUMIDORES .................. 39
3.6.1 BENEFICIÁRIOS FORNECEDORES ........................................................................... 39
3.6.2 BENEFICIÁRIOS CONSUMIDORES ........................................................................... 42
3.7 LIMITES E DESAFIOS ..................................................................................................... 45
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 47
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 49
ANEXO A ................................................................................................................................ 52
ANEXO B ................................................................................................................................56
13
1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
No Brasil, historicamente, a agricultura se constituiu como um segmento
importante para o desenvolvimento econômico brasileiro (CASTRO, 2015). No entanto, o
papel da agricultura familiar por anos foi restringido apenas à produção de alimentos básicos
de subsistência (BUAINAIN, 2006). Essa desvalorização, do ponto de vista especialmente
econômico resultou, numa baixa atuação governamental para a promoção e fomento de suas
atividades. Tem-se, por exemplo, que até a década de 1990 o Estado não havia elaborado
políticas públicas específicas para a agricultura familiar (WANDERLEY, 1995).
Em fase desse reconhecimento, o governo brasileiro criou o Programa Nacional
de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) em 1996. A criação deste programa
representou o reconhecimento e a legitimação por parte do Estado, em relação às
especificidades de uma nova categoria social que até então era designada por termos como
pequenos produtores, produtores familiares, produtores de baixa renda ou agricultores de
subsistência (MATTEI, 2007).
O relatório das Nações Unidas destacou o protagonismo do Brasil no combate à
fome (FAO, 2015), segundo este documento, o Brasil teve uma redução das taxas entre as
décadas de 1990 e 2000, com o total de pessoas subnutridas passando de 22,6 milhões para
19,9 milhões pessoas em situação de fome ou subalimentação. A redução mais significativa
veio em 2012, quando o país alcançou as duas metas da Organização das Nações Unidas
(ONU) de redução das taxas de fome: quando se cortou pela metade o número de pessoas
passando fome e reduziu esse número para menos de 5% da população (FAO, 2015).
Nessa perspectiva, no ano de 2014, o País registrou uma queda de 82,1% de
subalimentados entre 2002 e 2014, sendo retirado do Mapa da Fome1 da agência da ONU.
Essa redução foi resultado da adoção de políticas sociais para o enfrentamento da fome
(BELIK, SILVA, TAKAGI, 2001), entre as quais se destaca as políticas de agricultura
familiar, considerando que a agricultura familiar passou a ser reconhecida também como uma
alternativa para promover a segurança alimentar e nutricional.
Um desses programas é o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), criado
com a Lei nº 10.696, de 02 de julho de 2003. O PAA, política relacionada à geração de renda
e também ligada à problemática da insegurança alimentar e nutricional, surgiu com o objetivo
1 Em 2017, o Brasil retornou ao Mapa da Fome sendo um dos principais motivos cortes de recursos destinados
aos programas de combate à fome, entre eles o PAA.
14
de garantir a comercialização dos produtos da agricultura Familiar, através do
estabelecimento de preços mínimos e garantia de compra dos produtos, tendo em vista esses
agricultores ter um papel fundamental na produção de alimentos em nosso país.
Esse programa é voltado para agricultores familiares, bem como agricultores,
pescadores artesanais, silvicultores, extrativistas, indígenas, membros de comunidades
remanescentes de quilombos e agricultores assentados, enquadrados no PRONAF
(CYNTRÃO, 2008).
O PAA é executado por meio de seis modalidades: Compra Direta, Apoio à
Formação de Estoques, Incentivo à Produção e ao Consumo de Leite, Compra Institucional e
Aquisição de Sementes e a Compra com Doação Simultânea, objeto desse estudo, que de
acordo com o (MDS 2014), refere-se à compra de alimentos diversos e doação simultânea às
entidades da rede socioassistencial, aos equipamentos públicos de alimentação e nutrição e,
em condições específicas definidas pelo Grupo Gestor do Programa de Aquisição de
Alimentos - GGPAA, à rede pública e filantrópica de ensino, com o objetivo de atender
demandas locais de suplementação alimentar de pessoas em situação de insegurança alimentar
e nutricional.
Ressalta-se que esse programa assumiu uma importância em todo território
nacional e em especial no nordeste brasileiro, uma das regiões mais prejudicadas com relação
aos aspectos climáticos como ausência de chuvas, terras em processo de desertificação, solos
inférteis, dentre outros. As diversas políticas públicas do Governo Federal se mostram muito
importantes nesse aspecto, pois visam minimizar os impactos causados pela estiagem e
identificar a população carente priorizando o atendimento da mesma.
Dentre os estados nordestinos, destaca-se para efeito desse trabalho, o Rio Grande
do Norte, no estado a do PAA é realizado pelo Instituto de Assistência Técnica e Extensão
Rural do Rio Grande do Norte - EMATER-RN e também pela Companhia Nacional de
Abastecimento (CONAB). Vale ressaltar que o Programa na modalidade Compra com
Doação Simultânea é executado através da EMATER em parceria com o Ministério do
Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA).
15
Diante desse contexto, o presente estudo partiu do seguinte problema de pesquisa:
“Como tem sido executado o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA, na
modalidade Compra Doação Simultânea, pela EMATER no Rio Grande do Norte?”
Com vista a responder essa pergunta, esse estudo objetiva analisar o Programa de
Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade Compra Doação Simultânea, gerenciada pela
EMATER no Rio Grande do Norte, no período de 2015 a 2017. Para tanto, desenvolveu os
seguintes objetivos específicos: a) Contextualizar a execução do PAA no Rio Grande do
Norte na modalidade Compra Doação Simultânea gerenciada pela EMATER; b) Identificar os
atores envolvidos no PAA na modalidade CDS; c) Identificar os produtos doados no PAA -
CDS e as unidades recebedoras (entidades); d) Verificar os recursos utilizados para a
operacionalização do Programa; e) Traçar o perfil dos beneficiários fornecedores e
consumidores; e, f) Apontar os limites e desafios para o fortalecimento do PAA-CDS.
Esses objetivos se justificam perante a relevância da temática da agricultura
familiar especialmente no contexto brasileiro em fase da criação e desenvolvimento do PAA.
O PAA tem sido pesquisado por estudiosos de diferentes campos do saber, com destaque para
a área de administração e da administração pública.
Os estudos sobre esse programa têm sido realizados numa perspectiva de análise e
avaliação seja de concepção, implementação (CRUZ, 2016) e resultados como o de
(DELGADO; CONCEIÇÃO; OLIVEIRA, 2005). Inclusive sendo objeto de avaliação
realizada também por organizações governamentais como o Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (IPEA), sob encomenda do governo federal.
Além disso, a visibilidade dessa temática na esfera acadêmica se evidencia pela
importância que, esse programa tem atingido na agenda governamental brasileira quer seja
relacionado à política agrícola ou a política de segurança alimentar e nutricional. De tal modo
que a realização desse estudo caminha na mesma direção de outros estudos brasileiros, em
nível de graduação e pós-graduação, podendo contribuir para avançar na compreensão sobre o
funcionamento do PAA no Rio Grande do Norte.
O PAA no Rio Grande do Norte na modalidade Compra Doação Simultânea tem
sido estudado, mas o estudo identificado refere-se à gestão da CONAB (ARAÚJO, 2012),
sendo importante estudar o programa com informações da EMATER-RN que também executa
o programa no estado.
Para além da relevância teórica demonstrada, a realização dessa pesquisa justifica-
se perante as possibilidades de contribuições empíricas. Os resultados do estudo apresentam
16
potencialidade de contribuir com a gestão do programa pela EMATER no Estado do Rio
Grande do Norte, na medida em que fornecerá informações úteis para fins de planejamento e
desenvolvimento de ações por parte da instituição.
Cabe ressaltar que a escolha dessa temática se deu pela atuação profissional na
EMATER-RN instituição pesquisada, na qualidade de bolsista, onde se teve a oportunidade
de acompanhar as ações do PAA nos municípios potiguares, bem como a operacionalização
do programa, facilitando tanto ao acesso aos dados secundários utilizados na pesquisa como
especialmente uma observação mais próxima de todo o processo.
A presente pesquisa é do tipo exploratória-descritiva, com abordagem quanti-
qualitativa. Quanto à estratégia da pesquisa pode ser classificada como um estudo de caso.
Como abrangência de estudo utilizamos o PAA, na modalidade Compra Doação Simultânea,
gerenciada pela EMATER no Rio Grande do Norte de 2015 a 2017 (até o dia 30 de
Novembro). A escolha do período de 2015 a novembro de 2017 foi devido a ter acesso aos
dados. A Coleta de dados foi realizada através de pesquisa documental e observação
participante e a análise de dados realizada por estatística descritiva básica.
Para melhor sistematizar a apresentação dos resultados da pesquisa, o presente
documento divide-se em quatro capítulos, sendo o capítulo 1 composto por essas
considerações iniciais. No Capítulo 2 apresenta-se o referencial teórico-empírico sobre as
políticas públicas para a agricultura familiar e segurança alimentar no Brasil. Em seguida, os
resultados da pesquisa são expostos no Capítulo 3. Nesse capítulo apresenta-se a análise da
execução do PAA na modalidade compra doação simultânea, através dos resultados obtidos
entre eles os atores envolvidos no PPA na modalidade CDS gerenciado pela EMATER; a
identificação das unidades recebedoras (entidades) que participaram do PAA – CDS; os
recursos utilizados, o perfil dos beneficiários fornecedores e consumidores, como também os
limites e desafios no processo de execução do PPA. Por fim o capítulo 04 contém as
considerações finais e as recomendações para estudos futuros.
17
2 POLITICAS PÚBLICAS PARA A AGRICULTURA FAMILIAR E SEGURANÇA
ALIMENTAR NO BRASIL
As políticas públicas, de acordo Subirats (1994, p. 42) é “um conjunto de decisões
relacionadas com uma variedade de circunstâncias, pessoas, grupos ou organizações” com
vistas a resolver um problema entendido como “[...] uma insatisfação relativa a uma demanda,
uma necessidade ou uma oportunidade de intervenção pública” (SUBIRATS, 1994, p.42).
Nesse sentido, considerando a complexidade do cenário brasileiro caracterizado
por desigualdades sociais e condições precárias de saúde, educação, segurança dentre outros
aspectos, evidenciam-se uma multiplicidade de problemas que requerem a atuação do governo
via políticas públicas. Entre esses problemas destacam-se os relacionados com a agricultura
familiar, atividade que, de acordo com Sartin (2012), é exercida por pequenos produtores
rurais onde o processo de produção é realizado por meio de mão-de-obra, sendo esse processo
realizado basicamente no núcleo familiar. Esse tipo de produção realizada em família é
considerado a principal atividade econômica em diversas regiões brasileiras, sendo de suma
importância seu potencial na geração de emprego e renda no campo.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a
Agricultura (FAO, 2014), a agricultura familiar abrange toda a organização da produção
agrícola, como também todas as atividades de base familiar de diversas áreas do
desenvolvimento rural, dependendo basicamente da mão-de-obra familiar incluindo homens e
mulheres para a realização das tarefas rotineiras, desde a preparação da terra, plantio,
manutenção e escoamento e pode eventualmente utilizar-se da ajuda de terceiros.
A agricultura familiar constitui-se como um tema de grande importância, pois
ocupa lugar de destaque na produção agropecuária brasileira, pela capacidade de produzir,
movimentar a economia nos âmbitos local e nacional, utilizando de forma sustentada os
recursos naturais e gerando postos de trabalho em ocupações social e economicamente
produtivas (SOUZA et al., 2006). De acordo com o Censo Agropecuário de 2006, 45,8% de
todos os estabelecimentos agrícolas brasileiros operam com características de agricultura
familiar, o que os torna importantes fatores de redução do êxodo rural e as principais fontes de
recursos para famílias detentoras de menor renda e técnicas de produção pouco intensivas em
tecnologias, como relata Guilhoto et al. (2007).
Em decorrência do seu desenvolvimento, a agricultura familiar é influenciada por
inúmeras externalidades positivas como: garantia de maiores fontes de biodiversidade,
melhoria na segurança alimentar, preservação das características paisagistas do território,
18
proteção do capital cultural, fortalecimento das relações familiares e contenção do êxodo rural
(OLIVEIRA et al., 2012).
Além disso, a agricultura familiar possui uma relação essencial com a segurança
alimentar. Pois se por um lado, parte significativa da população brasileira ainda não possui
níveis satisfatórios de segurança alimentar; por outro o Brasil é um território com potencial de
produção agrícola familiar. No Censo Agropecuário de 2006 (IBGE, 2009), foram
identificados 4.367.902 estabelecimentos de agricultura familiar. Tais locais representam
84,4% do total de estabelecimentos agropecuários, ocupando apenas 24,3% (ou 80,25 milhões
de hectares) desses estabelecimentos. Ainda assim, a agricultura familiar é responsável por
70% do total de alimentos que chegam à mesa dos brasileiros. E isso implica sua inegável
importância para o mercado consumidor – importância essa tratada consensualmente em todos
os estudos e publicações consultadas.
No entanto, o setor da agricultura familiar, historicamente, tem enfrentado
dificuldades que limitam seu potencial em contribuir para o desenvolvimento do país e
condições de vida da população. Essas dificuldades são intensificadas para Lima e Roux
(2008, p.96), “por falta de uma política agrícola adequada, sem acesso ao crédito ou à
assistência conveniente ao seu tipo de atividade, pelo menos metade dessas propriedades se
encontram em estado ainda precário”. Lima e Roux (2008, p.96) ainda enfatizam que “as
tentativas de intervenção e de mudanças ainda são insatisfatórias e insuficientes para atender
ao prejuízo histórico desta falta de apoio à agricultura familiar”.
Nesse sentido, as políticas públicas voltadas para a agricultura familiar são
essenciais para diminuir deformidades históricas e apresentar oportunidades para o
incremento do setor, em termos de disponibilidade de recursos, acesso ao mercado e
capacidade de geração de renda, como também para garantir a segurança alimentar de pessoas
de vulnerabilidade socioeconômica que depende do governo para se alimentar.
Nesse direcionamento, o governo brasileiro, em 1996 criou o PRONAF, no
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Esse programa é considerado a primeira
política pública de destaque elaborada pelo Governo Federal em favor dos agricultores
familiares, tendo sido resultado da luta dos movimentos sociais e sindicais de trabalhadores
rurais nas últimas décadas (DENARD, 2001).
O PRONAF foi criado pelo Governo Federal através da Resolução n.º 2.191, de
24 de agosto de 1995, e firmado em 28 de junho de 1996 pelo Decreto Presidencial Nº 1.946
(SCHONS; AZEVEDO; ALENCAR, 2013), com o objetivo de promover o desenvolvimento
19
sustentável, aumentar a capacidade produtiva, gerar empregos e melhorar a renda das famílias
que constituem a agricultura familiar.
Nunes (2007) lembra que além da criação do PRONAF, as organizações sociais
também foram responsáveis por algumas melhorias realizadas no decorrer do programa. Essas
melhorias, sendo em favor da agricultura familiar, com o surgimento de políticas agrícolas,
tais como: o crédito rural diferenciado do PRONAF, o Seguro da Agricultura Familiar
(SEAF), o Programa de Garantia de Preços da Agricultura Familiar (PGPAF), o Programa de
Aquisição de Alimentos (PAA) e Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER).
É diante desse contexto de novas reivindicações por parte dos agricultores
familiares, aliado a um novo comportamento do governo e da sociedade diante do problema
da fome, que surge em 2003, o PAA da Agricultura Familiar, concebido dentro de um grupo
de políticas estruturantes do Programa Fome Zero (MATTEI, 2007a).
Nesse sentido, o PAA foi instituído pelo art. 19 da Lei nº 10.696, de 02 de julho
de 2003, no âmbito do Programa Fome Zero. Esta Lei foi alterada pela Lei nº 12.512, de 14
de outubro de 2011 e regulamentada por diversos decretos, o que está em vigência é o Decreto
nº 7.775, de 4 de julho de 2012. O programa é plano das ações do Programa Fome Zero –
(PFZ) para a Inclusão Produtiva Rural das famílias mais pobres e também estratégia
estimulada pelo governo federal para garantir o direito humano à alimentação adequada às
pessoas com dificuldades de acesso aos alimentos. O PAA é um programa de compras do
Governo Federal que possui duas finalidades básicas: promover o acesso à alimentação e
incentivar a agricultura familiar (MDS, 2003).
O Programa contribui com o enfrentamento da fome e da pobreza no Brasil e, ao
mesmo tempo, para fortalecer a agricultura familiar. Para isso, o programa utiliza mecanismos
de comercialização que favorecem a aquisição direta de produtos da agricultura familiar,
sendo dispensada a licitação, destinado às pessoas em situação de insegurança alimentar e
nutricional e àquelas atendidas por entidades da rede socioassistencial, pelos equipamentos
públicos de segurança alimentar e nutricional e pela rede pública e filantrópica de ensino,
estimulando os processos de agregação de valor à produção (MANUAL, 2014).
De acordo com o (MANUAL, 2014), o programa contribui para a organização
produtiva e econômica no meio rural, o combate à pobreza extrema, o desenvolvimento local
e a segurança alimentar e nutricional. O PAA é coordenado pela Secretaria Nacional de
Segurança Alimentar e Nutricional (SESAN) do Ministério do Desenvolvimento Social e
Agrário (MDSA), executado em parceria com Estados e municípios.
20
O PAA integra o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional –
(SISAN), instituído pela Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006, e tem as seguintes
finalidades:
I - incentivar a agricultura familiar, promovendo a sua inclusão econômica e social,
com fomento à produção com sustentabilidade, incentivo ao processamento da
produção e à geração de renda;
II - incentivar o consumo e a valorização dos alimentos produzidos pela agricultura
familiar;
III - promover o acesso à alimentação, em quantidade, qualidade e regularidade
necessárias, às pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional, sob a
perspectiva do direito humano à alimentação adequada e saudável;
IV - promover o abastecimento alimentar por meio de compras governamentais,
inclusive para prover a alimentação escolar, quando necessário, nos âmbitos
municipal, estadual, distrital e federal, e nas áreas abrangidas por consórcios
públicos;
V - constituir estoques públicos de alimentos produzidos por agricultores familiares;
VI - apoiar a formação de estoques pelas cooperativas e demais organizações
formais da agricultura familiar;
VII - fortalecer circuitos locais e regionais e redes de comercialização;
VIII - promover e valorizar a biodiversidade e a produção orgânica e agroecológica
de alimentos, incentivar hábitos alimentares saudáveis em nível local e regional; e
IX - estimular o cooperativismo e o associativismo (MANUAL, 2014).
Segundo Maluf et al. (2015) desde 2003 o Governo Federal do Brasil vem
elaborando políticas públicas que articulam simultaneamente a proteção social, alimentação e
agricultura familiar. Neste contexto, surgiu o PAA, como o objetivo central de: “[...] garantir
o acesso aos alimentos em quantidade, qualidade e regularidade necessárias às populações em
situação de insegurança alimentar e nutricional e promover a inclusão social no campo por
meio do fortalecimento da agricultura familiar” (MANUAL, 2014)
O Programa funciona de maneira a adquirir alimentos produzidos pelos
agricultores familiares a preços baseados na cotação do mercado regional e fornecê-los às
entidades da rede socioassistencial. De acordo com Mattei (2007, p. 5), “os instrumentos do
programa beneficiam tanto o agricultor familiar como os consumidores [...]. Desta forma,
busca-se uma associação entre a política de segurança alimentar e nutricional e as políticas de
promoção da agricultura familiar”.
Para Maluf (2001), a criação do PAA tem como objetivo romper com o círculo
vicioso da fome, provocado pela falta de políticas que criem novas oportunidades de emprego
e renda, evidenciando assim uma forma integrada de se pensar tanto as políticas sociais como
aquelas destinadas à agricultura, já que privilegia a agricultura familiar. Isso porque, viabilizar
“a produção agro-alimentar é, ao mesmo tempo, enfrentar a pobreza rural e um dos principais
focos de insegurança alimentar” (MALUF, 2001, p. 166).
21
Considerado um dos braços do Programa Fome Zero, o PAA visa promover a
inclusão social no campo por meio de ações de políticas ligadas à agricultura e de segurança
alimentar, incentivando a agricultura familiar por meio da distribuição de alimentos
produzidos nas propriedades familiares às entidades sociais que repassam esses alimentos
para famílias em situação se insegurança alimentar (MATTEI, 2007a).
O PAA constitui-se em mecanismo complementar ao PRONAF, utilizado após o
processo produtivo, através da comercialização da produção promovendo, desse modo,
recompensa ao trabalho do pequeno produtor, que visa o retorno do investimento feito, como
custeio de despesas com a produção e condições de vida adequada à família. O PAA também
visa promover a segurança alimentar a população em situações de risco (CONAB, 2015).
O PAA, como é mais conhecido, é um programa que, de um modo geral, destina-
se à compra de produtos da agricultura familiar para diversos fins, sendo esses adquiridos sem
licitação, até um limite financeiro anual máximo de vendas por agricultor familiar e a preços
que não podem ultrapassar os praticados nos mercados locais. Desta forma, o programa busca
fazer um link entre política agrícola e de segurança alimentar (MATTEI, 2007b).
Souza (2009) e Chmielewska et al. (2010) apontam impactos positivos do PAA
nos agricultores familiares beneficiários em variáveis como: renda (aumento), produção
vegetal (aumento e/ou diversificação), comercialização, assistência técnica, associativismo,
participação das mulheres e jovens, acesso à informação, etc.
O Programa de Aquisição de Alimentos - PAA é executado por meio de seis
modalidades:
• Compra com Doação Simultânea: compra de alimentos diversos e
doação simultânea às entidades da rede socioassistencial, aos
equipamentos públicos de alimentação e nutrição e, em condições
específicas definidas pelo Grupo Gestor do Programa de Aquisição de
Alimentos - GGPAA, à rede pública e filantrópica de ensino, com o
objetivo de atender demandas locais de suplementação alimentar de
pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional;
• Compra Direta: compra de produtos definidos pelo GGPAA, com o
objetivo de sustentar preços, atender às demandas de programas de acesso
à alimentação, às necessidades das redes socioassistenciais e para
constituir estoques públicos;
22
• Formação de Estoques: apoio financeiro para a constituição de estoques
de alimentos por organizações fornecedoras, para posterior
comercialização e devolução de recursos ao poder público ou destinação
aos estoques públicos;
• Incentivo à Produção e ao Consumo de Leite: compra de leite que, após
processamento, é doado aos beneficiários consumidores com o objetivo de
atender às demandas locais de suplementação alimentar de pessoas em
situação de insegurança alimentar e nutricional. Esta modalidade é
executada somente nos estados do Nordeste e no norte de Minas Gerais;
• Compra de Sementes: Por meio desta modalidade, o PAA pode comprar
sementes de organizações da agricultura familiar detentoras da Declaração
de Aptidão ao Pronaf (DAP Jurídica), e as destinar a agricultores
familiares, conforme demanda de órgãos parceiros.
• Compra Institucional: aquisição voltada para o atendimento às demandas
de consumo de alimentos por parte da união, estados, distrito federal e
municípios, com recursos financeiros próprios. Por esta modalidade
poderão ser abastecidos hospitais públicos, quartéis, presídios e
restaurantes universitários, dentre outros;
Cada uma dessas modalidades além de possuírem finalidades distintas, possuem
também diferentes origens de recursos e unidades executoras, de acordo como quadro 01. As
formas de participação dos beneficiários da politica podem ser individual ou por meio de
associação ou cooperativas, a depender dos limites de recursos a seres concedidos ao
agricultor e as organizações. Tem-se que acima de R$8.000,00 as modalidades só podem ser
acessadas por associação e cooperativas, com exceção das compras institucionais.
23
Modalidade Finalidades Origem do
Recurso
Unidades
executoras
Forma de
participação
Limites de
participação
por
agricultor
Limite de
participação
por
organização
(cooperativas
e associações)
Compra com
Doação
Simultânea
Compra de
alimentos
diversos e
doação
simultânea a
entidades
MDS
Entes
federados
que
aderiram ao
programa
Individual R$ 6.500,00
por ano No se aplica
CONAB
Associação
ou
Cooperativa
R$ 8.000,00
por ano
R$
2.000.000,00
por ano
Compra
Direta
Compra de
produtos
definidos pelo
GGPAA, com o
objetivo de
sustentar preços.
MDA ou
MDS CONAB
Associação
ou
Cooperativa
R$ 8.000,00
por ano
R$ 500.000,00
por ano
Formação de
Estoques
Apoio
financeiro para
a constituição
de estoques de
alimentos por
organizações
fornecedoras
MDA ou
MDS CONAB
Associação
ou
Cooperativa
R$ 8.000,00
por ano
R$
1.500.000,00
por ano. Sendo
a primera
operação limita
R$
300.000,00
Incentivo à
produção e ao
consumo do
Leite
Aquisição de
leite de vaca ou
cabra e
destinação
diretamente a
beneficiários ou
entidades
MDS
Governos
Estaduais
do Nordeste
e do Estado
de Minas
Gerais
Individual R$ 4.000,00
por semestre No se aplica
Compra de
Sementes
Aquisição de
sementes de
culturas
alimentares
MDS CONAB
Associação
ou
Cooperativa
R$ 16.000,00
por ano
R$
6.000.000,00
por ano
Compra
Institucional
Compra de
produtos por
diversas
organizações
públicas, por
meio de
chamada
pública
Dotação
própria dos
órgãos
compradores
Órgão
Comprador
Individual ou
Cooperativa
R$ 20.000,00
por ano por
órgão
comprador
R$
6.000.000,00
por ano, por
órgão
comprador
Quadro 01: Resumo das modalidades do Programa de Aquisição de Alimentos.
Fonte: Elaboração própria com base nos dados do MDS, 2016.
24
Na modalidade em estudo (Compra com Doação Simultânea), os alimentos são
adquiridos de agricultores familiares, que podem fornecer para o programa de forma
individual ou por meio de cooperativas ou associações, são doados às entidades da rede
socioassistencial, tais como: Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), Centros de
Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), Escolas, Creches, Hospitais
públicos, equipamentos que ofertem o serviço de acolhimento e entidades de assistência
social, aos equipamentos públicos de segurança alimentar e nutricional (restaurantes
populares, cozinhas comunitárias), e, em condições específicas definidas pela norma vigente
do PAA, à rede pública e filantrópica de ensino. (MANUAL, 2014)
A modalidade Compra com Doação Simultânea incentiva à produção local da
agricultura familiar, ao adquirir alimentos que atendam às necessidades de complementação
alimentar das entidades da rede socioassistencial. Com o objetivo de atender demandas locais
de suplementação alimentar de pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional.
Podem ser adquiridos pela Modalidade produtos alimentícios próprios para o consumo
humano, incluindo alimentos perecíveis e característicos dos hábitos alimentares locais.
Podem estar in natura ou processados.
Os alimentos devem ser de produção própria dos agricultores familiares e devem
cumprir os requisitos de controle de qualidade dispostos nas normas vigentes. Esta
Modalidade é executada apenas com recursos do MDSA, que pode utilizar dois tipos de
instrumentos para sua implementação: Celebração de Termos de Adesão com órgãos ou
entidades da administração pública estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta, e
consórcios públicos; e Formalização de Termo de Cooperação com a CONAB. O limite de
participação por unidade familiar/ano é de R$ 6.500,00 (seis mil e quinhentos reais) para
agricultores individuais (via Termo de Adesão) e R$ 8.000,00 (oito mil reais) para
agricultores que participarem por meio de organizações da agricultura familiar (via CONAB)
(MANUAL, 2014).
De acordo com o (MANUAL, 2014) participar da modalidade CDS pelo Termo
de Adesão o processo se inicia com a publicação de edital de abertura de adesão por parte do
Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) no endereço eletrônico (www.mds.gov.br) e
manifestação formal do ente federado ou do consórcio, sobre seu interesse em aderir ao
Programa. A adesão é feita a partir do cadastramento de informações no sistema de gestão do
programa (SISPAA). A partir da adesão, os entes passam a ser Unidades Executoras e firmam
Planos Operacionais com o MDS. Estes planos estabelecem metas e definem recursos a serem
25
alocados anualmente. Toda a execução do programa é registrada no SISPAA. No Termo de
Adesão, as operações de compras e destinação dos alimentos são feitas pelas Unidades
Executoras e o pagamento é feito pelo MDSA, diretamente ao agricultor familiar, que o
recebe por meio de um cartão bancário próprio para o recebimento dos recursos do PAA. A
unidade executora também é responsável pela seleção dos fornecedores e pelas entidades que
receberão os alimentos, pela definição dos produtos a serem adquiridos e preços a serem
adotados (a definição de preços segue metodologia definida pelo Grupo Gestor), pela guarda
dos documentos que registram a compra e a doação, entre outras atribuições que são definidas
na adesão e nos Planos Operacionais.
Para ter acesso à modalidade CDS pela CONAB, os agricultores familiares devem
estar organizados em cooperativas ou associações. Essas organizações precisam encaminhar
Proposta de Participação à CONAB. A Proposta de Participação apresenta a relação de
agricultores envolvidos, os produtos a serem fornecidos e as respectivas quantidades e as
entidades a serem atendidas. A proposta de participação deve ser submetida à apreciação da
instância de controle social. Aprovada a Proposta de Participação pela CONAB, a
organização emite uma Cédula de Produto Rural (CPR-Doação) e passa a fornecer alimentos
diretamente às entidades beneficiárias, conforme definido na Proposta. Após a confirmação da
entrega dos produtos, a CONAB disponibiliza os recursos pactuados na conta da organização,
que realiza o pagamento aos agricultores. Os recursos utilizados na operacionalização são
originários do MDSA. (MANUAL, 2014).
A modalidade CDS atua em duas frentes: ao comprar o alimento diretamente do
pequeno agricultor, valoriza e estimula a atividade da agricultura familiar, fortalecendo esse
segmento, e incentiva a organização desses trabalhadores em cooperativas ou associações. Ao
destinar esses alimentos aos beneficiários consumidores, o programa contribui para o
abastecimento das entidades socioassistenciais, possibilitando a aquisição de alimentos in
natura ou processados da produção familiar local, enriquecendo os cardápios oferecidos por
essas instituições (MANUAL, 2014).
O objetivo desta modalidade é estimular a produção da agricultura familiar,
apoiando a comercialização por meio da aquisição de alimentos para doação às famílias em
situação de insegurança alimentar e nutricional, atendidas por entidades socioassistenciais.
26
3 AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DO PAA NA MODALIDADE COMPRA DOAÇÃO
SIMULTÂNEA: O CASO DO RIO GRANDE DO NORTE
3.1 A EMATER/RN E O PAA NA MODALIDADE COMPRA DOAÇÃO SIMUTÊNEA
No Rio Grande do Norte, o PAA, na modalidade CDS é executado pelo Governo
do Estado através da EMATER/RN, e desenvolvido em parceria com as prefeituras
municipais.
O EMATER, conforme Lei 6.846 de 05 de outubro de 1993 é uma autarquia
vinculada a Secretária de Estado da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (SAPE/RN), atua em
todo o Estado tem em sua aptidão conceber e executar as Políticas Públicas voltadas para a
agricultura familiar (EMATER, 2015).
A missão da EMATER é “contribuir para a promoção do agronegócio e do bem-
estar da sociedade, com foco no agricultor familiar, através do serviço de assistência técnica e
extensão rural pública com qualidade, para o desenvolvimento sustentável” (EMATER, 2015,
p. 04). E tem como visão “promover o serviço de assistência técnica e extensão rural pública
com qualidade para público beneficiário, com credibilidade da imagem institucional perante a
sociedade” (EMATER, 2015, p. 04).
Os objetivos da instituição são:
• Articular e executar as principais políticas públicas do sistema agropecuário
para proporcionar melhorias aos agricultores familiares com foco no
desenvolvimento sustentável regional e territorial;
• Contribuir para a formação dos agricultores familiares, como indivíduos e seres
sociais, para que sejam capazes de enfrentar as transformações, conscientes do
bem-estar comum;
• Promover a preservação, recuperação, conservação e utilização dos recursos
naturais em prol da sustentabilidade regional e territorial; promover a inclusão
social e a cidadania, por meio de ações integradas focadas nas dimensões ética,
social, política, cultural, econômica e ambiental com sustentabilidade; e
• Estimular as formas associativas geradoras de ações de solidariedade e que
fortaleçam a capacidade de intervenção dos atores sociais (EMATER, 2015).
27
A EMATER-RN está presente em 167 municípios, com organização e articulação
de técnicos em dez unidades regionais estabelecidas pela Instituição, conta também com três
centros de treinamentos. De acordo com a figura 01, a EMATER é dividida em 1 Escritório
Central, que fica localizado em Natal, e 10 unidades regionais: São José de Mipibu, João
Câmara, São Paulo do Potengi, Santa Cruz, Assú, Currais Novos, Caicó, Mossoró, Umarizal e
Pau dos Ferros.
Figura 01: Divisão Administrativa em Regionais EMATER-RN. Fonte: EMATER/RN, 2017.
A estrutura existente serve para o desenvolvimento das ações de assistência
técnica e extensão rural com políticas de intervenção, programas e projetos em benefício da
agricultura familiar (EMATER, 2015). Para qualificação do processo educativo de
Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), a instituição dispõe de 534
servidores/bolsistas em diversas áreas que atuaram em diversas atividades junto ao público de
ATER, através da implementação de programas e projetos.
O público beneficiário da Instituição é de 88.489 famílias de agricultores e
agricultoras familiares, assentados, quilombolas, mulheres, jovens, criadores/pecuaristas,
pescadores artesanais, extrativistas, aquicultores e os que desenvolvem atividades não
agrícolas. Essas famílias são beneficiadas direta ou indiretamente por meio de ações, métodos
28
e técnicas de assistência técnica e extensão rural, do público de 88.489 beneficiários, 62.655 a
EMATER-RN presta serviço de assistência técnica e extensão rural (EMATER, 2015).
Um dos serviços assistência técnica e extensão rural é realizado no âmbito do
PAA. O PAA, na modalidade Compra Doação Simultânea é executado apenas com recursos
do MDSA, através da celebração do Termo de Adesão e contrapartida do Governo do Estado
de operacionalização do programa no estado.
O início do Programa Compra com Doação Simultânea no Estado do Rio Grande
do Norte se deu no ano de 2005 com o convênio nº 193/2004, executado através da
EMATER-RN em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome -
MDS, dando apoio ao desenvolvimento da agricultura familiar por meio de aquisição de
produtos de alta qualidade nutricional, produzidos por agricultores que se enquadram no
PRONAF, e destinando essa produção ao atendimento das demandas de suplementação
alimentar e nutricionais dos programas sociais e entidades beneficentes do Estado do Rio
Grande do Norte.
A instituição oferece assistência técnica a pequenos produtores, num processo de
educação continuada, aprimorando a qualidade dos produtos comercializados. O Governo do
Estado, com apoio financeiro do Governo Federal, adquire pelo preço de mercado os produtos
dos agricultores familiares. São comprados itens como frutas e hortaliças, derivados de
origem animal, e produtos beneficiados (bolos, doces, biscoitos, farinha, fécula e produtos
orgânicos). Os alimentos são repassados a entidades socioassistenciais como creches, escolas
e hospitais públicos, associações de idosos e outras instituições. Cada agricultor pode vender
o equivalente a R$ 6.500,00/ano, valor estabelecido pelo MDSA para as compras realizadas a
partir de 2015. A finalidade do programa é promover o acesso a alimentos às populações em
situação de insegurança alimentar e nutricional, e possibilita a inclusão sócio-produtiva no
campo, por meio do fortalecimento da agricultura familiar no estado do Rio Grande do Norte.
Para a Operacionalização do Programa de aquisição de alimentos são utilizadas
duas ferramentas: O SISPAA (Sistema do Programa de Aquisição de Alimentos) é uma
aplicação para gestão do Programa de Aquisição de Alimentos. O objetivo é fornecer uma
ferramenta de tecnologia da informação capaz de apoiar a execução do programa,
proporcionando maior agilidade e controle dos dados referentes à execução da modalidade
CDS. (MANUAL, 2014). As principais atividades da ferramenta são: Cadastrar e vincular
agricultores, entidades e produtos; Lançar as notas fiscais de entrada (produtores) para o
MDSA realizar o pagamento e notas fiscais de saída para realizar a distribuição dos produtos
29
nas entidades. E a Ferramenta de apoio: CERES (Sistema de Informação e Gerenciamento do
Campo) é a ferramenta em que os técnicos locais lançam as informações sobre os agricultores
para posterior geração e impressão das notas ficais de entrada e saída, utilizada para controle
de dados da EMATER (CERES, 2017).
3.2 ATORES ENVOLVIDOS NO PAA NA MODALIDADE CDS GERENCIADO PELA
EMATER
3.2.1 UNIDADE GESTORA
O Ministério MDSA é a Unidade Gestora do Programa de Aquisição de
Alimentos. Compete ao MDSA a liberação dos recursos financeiros e a execução do
pagamento dos produtores.
3.2.2 UNIDADE EXECUTORA
São Unidades Executoras do PAA: os órgãos ou entidades da administração
pública estadual, do Distrito Federal ou municipal, direta ou indireta, e consórcios públicos,
que celebrarem Termo de Adesão ou convênios com as Unidades Gestoras; e II – a CONAB e
outros órgãos ou entidades da administração pública federal que celebrarem termo de
cooperação com as Unidades Gestoras. Neste trabalho a unidade executora EMATER-RN
que compete executar o programa de forma técnica e administrativa em parceria com as
prefeituras municipais.
3.2.3 CENTRAL DE RECEBIMENTO E DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS
A Central de Recebimento e Distribuição de Alimentos do PAA serve de como
estrutura física para o recebimento de alimentos dos agricultores e também para a distribuição
destes às Unidades Recebedoras (figura 02), não sendo permitido o estoque dos produtos
entregues pelos agricultores. O controle dos tipos, quantidades e qualidade dos produtos
entregues pelos agricultores familiares é feito pelo técnico da EMATER/RN. O mesmo é
30
responsável também pela emissão do recibo de entrega dos alimentos que deverá ser
repassado ao agricultor a cada entrega na Central.
Figura 02: Central de distribuição de Santa Cruz/RN.
Fonte: EMATER, 2017.
O agricultor entrega seus produtos diretamente na central de recebimento e
distribuição, ou poderá contar com o apoio logístico da Prefeitura pré-estabelecido através do
termo de Parceria entre a EMATER/RN e as Prefeituras Municipais. É tarefa do Técnico local
da EMATER organizar, minuciosamente, o calendário de recebimento e entrega dos
alimentos. Ou seja, devem ser definidos os dias e horários que os alimentos devem ser
entregues e distribuídos na central. As entidades beneficiadas deverão, preferencialmente,
retirar os alimentos no espaço da Central de Recebimento e Distribuição de Alimentos. As
entidades que não puderem retirar os alimentos na Central poderão contar com apoio logístico
da Prefeitura.
31
3.2.4 REDE SOCIOASSISTENCIAL
As redes socioassistencias é o conjunto integrado da oferta de serviços,
programas, projetos, e benefícios de assistência social mediante articulação entre todas as
unidades de provisão do Sistema Único de Assistência Social – SUAS. Tais como: Centros de
Referência de Assistência Social (CRAS), Centros de Referência Especializado em
Assistência Social (CREAS), Escolas, Creches, Hospitais públicos, equipamentos que ofertem
o serviço de acolhimento e entidades de assistência social e outros. (MANUAL, 2014).
3.2.5 UNIDADES RECEBEDORAS E BENECIFIÁRIOS
As unidades recebedoras e os beneficiários são os principais atores envolvidos no
PAA na modalidade CDS gerenciado pela EMATER. As unidades recebedoras, ou entidades,
são as organizações formalmente constituídas, contemplada na proposta de participação da
Unidade Executora, que recebe os alimentos e os fornece aos beneficiários consumidores.
E os beneficiários são os fornecedores e consumidores. Os fornecedores são
agricultores familiares que vendem/fornecem seus produtos ao Programa, individualmente via
(EMATER) ou por meio de suas organizações, como associações e cooperativas via
(CONAB); e os consumidores são indivíduos em situação de insegurança alimentar e
nutricional e aqueles atendidos pela rede socioassistencial, pelos equipamentos de
alimentação e nutrição, pelas demais ações de nutrição financiadas pelo Poder Público e, em
condições específicas definidas pelo Grupo Gestor do PAA GGPAA, pela rede pública e
filantrópica de ensino e saúde (MANUAL, 2014).
32
3.3 IDENTIFICAÇÃO DAS UNIDADES RECEBEDORAS (ENTIDADES) QUE
PARTICIPARAM DO PAA – CDS
Participaram do programa no Estado do Rio Grande do Norte dos anos de 2015 a
2017 (vale ressaltar que os dados obtidos foram até 30 de Novembro do ano vigente), um total
de 1821 entidades, sendo verificado um aumento significativo no número de entidades
recebedoras durante o ano de 2016 e 2017 conforme a gráfico 01.
Gráfico 01: Número de entidades beneficiadas entre 2015 a 2017.
Fonte: Elaboração própria com base nos dados do SISPAA, 2017.
As unidades recebedoras são divididas por tipologias, como: Associação dos Pais
e Amigos dos Excepcionais (APAE) e similares Associações beneficentes/assistência social,
Creches, escolas, hospitais, instituições de amparo à criança, instituições de apoio ao idoso,
restaurantes/cozinhas.
No RN no ano de 2015, participaram um total de 534 entidades, sendo: 5 APAEs
(0,94%), 101 associações beneficentes/assistência social (18,90%), 45 creches (8,43%), 362
escolas (67,79%), 9 hospitais (1,69%), 1 instituições de amparo a criança (0,19%), 1
instituições de apoio ao idoso (0,19%), e 10 restaurantes/cozinhas (1,87%)conforme gráfico
02 a seguir.
534587
700
0
100
200
300
400
500
600
700
800
2015 2016 2017
33
Gráfico 02: Identificação de entidades do ano de 2015.
Fonte: Elaboração própria com base nos dados do SISPAA, 2017.
Já no ano de 2016, participaram um total de 587 entidades, sendo: 4 APAEs
(0,68%), 57 associações beneficentes/assistência social (9,71%), 55 creches (9,37%), 450
escolas (76,66%), 15 hospitais (2,56%), 3 instituições de amparo a criança (0,51%), 2
instituições de apoio ao idoso (0,34%), 1 restaurantes/cozinhas (0,17%), conforme gráfico 03
a seguir.
Gráfico 03: Identificação das entidades do ano de 2016.
Fonte: Elaboração própria com base nos dados do SISPAA, 2017.
0.94%
18,90%
8.43%
67.79%
1.69% 0.19%0.19% 1.87%
APAE E SIMILARES
ASSOCIAÇÕESBENEFICENTES/ASSICRECHE
ESCOLA
HOSPITAIS
INSTITUIÇÕES DE AMPARO ACRIANÇAINSTITUIÇÕES DE APOIO AOIDOSORESTAURANTES/COZINHAS
0.68%
9.71%
9.37%
76.66%
2.56% 0.51% 0.34% 0.17%APAE E SIMILARES
ASSOCIAÇÕES BENEFICENTES/ASSICRECHE
ESCOLA
HOSPITAIS
INSTITUIÇÕES DE AMPARO A CRIANÇAINSTITUIÇÕES DE APOIO AO IDOSORESTAURANTES/COZINHAS
34
E no ano de 2017, participaram um total de 700 entidades, sendo: 6 APAEs
(0,86%), 70 associações beneficentes/assistência social (10,00%), 61 creches (8,71%), 526
escolas (75,14%), 26 hospitais (3,71%), 5 instituições de amparo a criança (0,72%), 5
instituições de apoio ao idoso (0,72%), 1 restaurantes/cozinhas (0,14%), conforme gráfico 04.
Gráfico 04: Identificação das entidades do ano de 2017.
Fonte: Elaboração própria com base nos dados do SISPAA, 2017.
Observa-se que a maioria das entidades recebedoras entre os anos de 2015 a 2017
foram às escolas seguidas de Associações Beneficentes de Assistência social. As entidades
foram selecionadas pelos técnicos locais da EMATER-RN, responsável pela execução do
Programa no município. Essa seleção aconteceu priorizando as entidades socioassistenciais.
3.4 IDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS DOADOS NO PAA – CDS
Por meio da modalidade do PAA Compra com Doação Simultânea podem ser
adquiridos alimentos diversos, desde que observados os normativos de controle sanitário e de
qualidade expedidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA),
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e pelos demais órgãos responsáveis pela
inspeção e fiscalização sanitária em âmbito federal, estadual, distrital e municipal
(MANUAL, 2014).
0.86%
10.00%
8.71%
75.14%
3.71% 0,72% 0,72% 0.14%
APAE E SIMILARES
ASSOCIAÇÕESBENEFICENTES/ASSICRECHE
ESCOLA
HOSPITAIS
INSTITUIÇÕES DE AMPARO ACRIANÇAINSTITUIÇÕES DE APOIO AOIDOSORESTAURANTES/COZINHAS
35
De acordo com o manual operativo:
O levantamento de demanda, ou seja, a definição dos alimentos deverá considerar os
hábitos alimentares e conciliar a demanda das Unidades Recebedoras, visando à
garantia do Direito Humano a Alimentação Adequada dos beneficiários consumidores,
com a oferta de produtos pelos agricultores familiares, que são os beneficiários
fornecedores do PAA (MANUAL, 2014, 39.).
Na definição dos alimentos a serem adquiridos, deve-se considerar os hábitos
alimentares da região e as especificidades do público a ser atendido, devendo ser priorizados
os alimentos orgânicos e agroecológicos por serem mais saudáveis (MANUAL, 2014).
As Unidades Executoras devem promover a qualificação da demanda das
Unidades Recebedoras, por meio da qualificação dos cardápios e outras ações que contribuam
para a oferta da Alimentação Adequada e Saudável aos beneficiários consumidores e de forma
concomitante, induzir os beneficiários fornecedores a organizar sua produção de acordo com a
demanda (MANUAL, 2014).
Os alimentos devem ser de produção própria dos agricultores familiares, não
sendo admitida a compra, repasse ou revenda. Visando garantir uma alimentação variada e
saudável para os beneficiários consumidores, é importante salientar que alguns alimentos têm
quantidades limitadas nas Propostas de Participação. Entende-se que a inclusão de alimentos
ricos em açúcares (incluindo doces, compotas, geleias, néctar de frutas, entre outros) e de
panificados (incluindo pães, bolachas e bolos) não deve ser superior a 15% do volume de
produtos a serem adquiridos ou do montante disponibilizado para essa aquisição. A inclusão
de alimentos ricos em açúcar e panificados acima do percentual estabelecido deverão ser
justificadas e estará sujeita à aprovação do MDSA (MANUAL,2014).
Em conformidade com essas normativas, no PAA – CDS gerenciado pela
EMATER, no período de 2015 a 2017 foram adquiridos e doados 1.617.457,66 toneladas de
alimentos, conforme distribuição expressa no gráfico 05 a seguir.
36
Gráfico 05: Distribuição de alimentos doados no período de 2015 a 2017.
Fonte: Elaboração própria com base nos dados da SISPAA, 2017.
Verificou-se que houve um aumento na aquisição e doação dos produtos de 2015
a 2017.
De acordo com o quadro 02, a aquisição dos produtos em sua maioria foram
produtos in natura como frutas (incluindo as polpas de frutas), pescado e seguido de
hortícolas, raízes e tubérculos.
PRODUTOS
(CLASSIFICAÇÃO)
VALORES
(R$)
PARTICIPAÇÃO
(%)
QUANTIDADE
(KG)
ITENS
(N°)
AVES 144.251,96 2,13 10.767,39 4
CARNES E OVOS 961.364,48 14,23 66.152,91 9
DOCES 87.576,26 1,30 8.986,40 5
FRUTAS (INCLUI POLPAS DE FRUTA) 1.820.862,72 26,95 729.624,90 40
GRÃOS 255.428,86 3,78 46.118,09 4
HORTÍCICULAS, RAÍZES E TUBÉRCULOS 1.045.638,23 15,47 391.946,22 10
LEGUMES 352.684,17 5,22 123.011,88 10
LEITE E DERIVADOS 96.066,04 1,42 28.297,16 3
MEL 49.467,71 0,73 2.865,50 2
PANIFICADOS E MASSAS 544.179,79 8,05 64.395,80 18
PESCADO 1.280.005,55 18,94 124.676,50 3
VERDURAS E FOLHAS 119.787,16 1,77 20.614,91 8
TOTAL 6.757.312,93 100,00 1.617.457,66 116
Quadro 02: Classificação dos produtos.
Fonte: Elaboração própria com base nos dados da SISPAA, 2017.
460,160.55527,748.55
629,548.56
0.00
100,000.00
200,000.00
300,000.00
400,000.00
500,000.00
600,000.00
700,000.00
2015 2016 2017
37
De acordo com o gráfico 06, os produtos foram classificados como: Frutas (inclui
polpas de fruta), Pescado, Hortícolas, raízes e tubérculos, Carnes e ovos Panificados e massas
Legumes, Grãos, Aves, Verduras e folhas, Leite e derivados Doces e Mel.
Gráfico 06: Classificação dos produtos.
Fonte: Elaboração própria com base nos dados da SISPAA, 2017.
A seleção dos produtos levou em consideração a sua sazonalidade e
disponibilidade nos diversos municípios beneficiados, bem como a sua aceitabilidade por
parte dos beneficiários das entidades que seriam o público-alvo da doação dos produtos. As
entregas dos produtos aconteceram obrigatoriamente nas centrais de recebimento e
distribuição.
3.5 RECURSOS UTILIZADOS
Para a execução do PAA no Rio Grande do Norte a EMATER utilizou-se de
recursos financeiros do MDSA quanto contrapartida do Governo na execução do programa.
A equipe técnica responsável pela execução do PAA na EMATER-RN é
constituída pelo coordenador do Programa na EMATER Estadual (Natal), por Assessores
Regionais de mercados institucionais nas EMATER Regionais, sendo um por regional (dez no
2.13%
14.23%
1.30%
26.95%
3.78%
15.47%
5.22%1.42%
0.73%
8.05%
18.94%
1.77% AVES
CARNES E OVOS
DOCES
FRUTAS (INCLUI POLPAS DEFRUTA)GRÃOS
HORTÍCOLAS, RAÍZES ETUBÉRCULOSLEGUMES
LEITE E DERIVADOS
MEL
PANIFICADOS E MASSAS
PESCADO
38
total) e técnicos locais nas EMATER (chegando a 150 técnicos, pois alguns profissionais
atendem mais de um município).
Além do coordenador existe a equipe que trabalha com a parte financeira e
administrativa de formalização dos processos que é composta por funcionários, bolsista
(Quadro 03). Dentre as atividades exercidas por essa equipe está elaboração de relatórios, a
formalização dos processos, realização dos empenhos e pagamentos, repasse de informações
acerca do Programa para os escritórios regionais locais e arquivamento dos processos.
COMPOSIÇÃO DA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR
COLABORADORES COTROLE DAS REGIÕES
SERVIDORA São José de Mipibu e Currais Novos
BOLSISTA João Câmara e Santa Cruz
BOLSISTA São Paulo do Potengi e Assú.
BOLSISTA Mossoró e Pau dos Ferros.
BOLSISTA Umarizal e Caicó
CARGO COMISSIONADO Coordenador
Quadro 03: Composição da equipe compra doação simultânea.
Fonte: Elaboração própria com base nos dados da EMATER (2017).
No total a EMATER gerenciou uma soma em reais de R$ 6.757.312,93 oriundos
do MDSA para aquisição de alimentos dos produtores da agricultura familiar no estado,
distribuídos nos anos de 2015 a 2017 conforme ilustra o gráfico 07.
Gráfico 07: Recursos financeiros – aquisição de produtos 2015 a 2017.
Fonte: Elaboração própria com base nos dados da SISPAA, 2017.
R$2,521,050.51
R$1,947,320.37
R$2,288,942.05
R$0.00
R$500,000.00
R$1,000,000.00
R$1,500,000.00
R$2,000,000.00
R$2,500,000.00
R$3,000,000.00
2015 2016 2017
39
E para estruturação do programa no ano de 2015 houve um investimento de R$
5.934.000,00 milhões de reais, desses 5.884.000,00 milhões de reais oriundos do MDSA, e
50.000,00 mil reais sendo de contrapartida do Governo do RN. O recurso foi utilizado para a
aquisição de equipamentos para a modernização das centrais de distribuição e recebimento de
produtos nos municípios atendidos pelo programa. Entre os equipamentos adquiridos estão:
veículos com baú refrigerado, balanças, kits de informática (impressoras e computadores), e
freezers horizontais e verticais.
3.6 PERFIL DOS BENEFICIÁRIOS FORNECEDORES E CONSUMIDORES
3.6.1 BENEFICIÁRIOS FORNECEDORES
O público apto a fornecer alimentos ao PAA, quais sejam os agricultores
familiares, assentados da reforma agrária, silvicultores, aquicultores, extrativistas, pescadores
artesanais, indígenas e integrantes de comunidades remanescentes de quilombos rurais e de
demais povos e comunidades tradicionais, que atendam aos requisitos previstos no art. 3º da
Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006, os beneficiários fornecedores devem ter produção
própria de alimentos e comercializá-la diretamente para o programa. (MANUAL, 2014).
Para participar do programa os produtores devem estar inscritos no Cadastro de
Pessoas Físicas - CPF da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda, e apresentar a
Declaração de Aptidão ao PRONAF - DAP pessoa física, ou fazê-lo por meio de uma
organização fornecedora, como cooperativas e outras organizações formalmente constituídas
como pessoa jurídica de direito privado e que detenham a Declaração de Aptidão ao
PRONAF - DAP Especial Pessoa Jurídica. Devem ser priorizados os beneficiários
fornecedores inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal,
beneficiários do Programa Bolsa Família, mulheres, produtores de alimentos orgânicos ou
agroecológicos, indígenas, quilombolas, assentados da reforma agrária e demais povos e
comunidades tradicionais (MANUAL, 2014), a seguir a figura 03 ilustrando um beneficiário
fornecedor.
40
Figura 03: Beneficiário fornecedor – Lucrécia RN.
Fonte: EMATER, 2017.
O PAA no Rio Grande do Norte no ano de 2015 beneficiou 728 produtores,
ocorrendo uma redução nos anos seguintes, com saída de produtores, vejamos a seguir no
gráfico 08.
Gráfico 08: Número de beneficiários fornecedores no Rio Grande do Norte de 2015 a 2017.
Fonte: Elaboração própria com base nos dados da SISPAA, 2017.
No ano de 2016 houve uma queda no número de fornecedores, beneficiados pelo
programa, esse fato ocorreu devido à paralização temporária do programa para ajuste na
proposta vigente. E no ano de 2017, houve um aumento em relação a 2016.
728
574612
0
100
200
300
400
500
600
700
800
2015 2016 2017
41
Esses produtores são oriundos de 123 municípios, de modo que compreende parte
significante do território potiguar, no anexo A podemos observar os munícipios que
participaram da PAA do ano de 2015 a 2017.
Gráfico 09: Número de municípios participantes do PAA no ano de 2015 a 2017.
Fonte: Elaboração própria com base nos dados da SISPAA, 2017.
De acordo com o gráfico 09 houve uma redução dos municípios participantes no
ano de 2016, isso se justifica devido a paralisação do programa 1 Semestre de 2016. E Houve
aumento no ano de 2017 em relação a 2016.
No ano de 2015, participaram do programa de aquisição de alimentos na
modalidade compra doação simultânea no Estado do Rio Grande do Norte gerenciado pela
EMATER/RN um total de 728 produtores, sendo 377 do sexo Feminino no qual corresponde
a 52%, e 351 do sexo masculino que corresponde a 48% dos beneficiários fornecedores do
programa, conforme gráfico 10 a seguir.
87
62
83
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2015 2016 2017
42
Gráfico 10: Número de beneficiários fornecedores por gênero de 2015 a 2017.
Fonte: Elaboração própria com base nos dados da SISPAA, 2017.
Já ano de 2016, participaram do programa no um total de 574 produtores, sendo
301 do sexo Feminino no qual corresponde a 52%, e 273 do sexo masculino que corresponde
a 48% dos beneficiários fornecedores do programa. E no ano de 2017, participaram do
programa um total de 612 produtores, sendo 302 do sexo Feminino no qual corresponde a
49%, e 310 do sexo masculino que corresponde a 51% dos beneficiários fornecedores do
programa.
3.6.2 BENEFICIÁRIOS CONSUMIDORES
Os beneficiários consumidores são indivíduos em situação de insegurança
alimentar e nutricional e aqueles atendidos pela rede socioassistencial, pelos equipamentos de
alimentação e nutrição, pelas demais ações de nutrição financiadas pelo Poder Público e, em
condições específicas definidas pelo Grupo Gestor do PAA GGPAA, pela rede pública e
filantrópica de ensino e saúde (MANUAL, 2014). A seguir a figura 04 ilustrando um
beneficiarios consumidores da Creche criança feliz de Lucrecia/RN, uma das entidades
beneficados pelo programa.
377351
301
273
302 310
0
50
100
150
200
250
300
350
400
FEMININO MASCULINO FEMININO MASCULINO FEMININO MASCULINO
2015 2016 2017
43
Figura 04: Beneficiários Consumidores de – Lucrécia/RN.
Fonte: EMATER, 2016.
O Programa de Aquisição de Alimentos na modalidade CDS no Rio grande do
Norte beneficiou 574,366 mil pessoas de 2015 a 2017, conforme distribuição apresentada no
gráfico 11.
Gráfico 11: Beneficiários consumidores de 2015 a 2017.
Fonte: Elaboração própria com base nos dados da SISPAA, 2017.
185.152 174.730
214.484
0
50,000
100,000
150,000
200,000
250,000
2015 2016 2017
44
Vale ressaltar que houve um aumento do número de beneficiários consumidores,
em virtude do aumento das entidades recebedoras.
No ano de 2015, participaram do programa de aquisição de alimentos na
modalidade compra doação simultânea como beneficiários consumidores no Estado do Rio
Grande do Norte gerenciado pela EMATER/RN um total de 185.152 consumidores, sendo
100.439 do sexo Feminino no qual corresponde a 54% dos participantes do programa, e
84.713 do sexo masculino que corresponde a 46% dos beneficiários consumidores do
programa. Já ano de 2016, participaram do programa no um total de 174.730 beneficiários
consumidores, sendo 89.491 do sexo Feminino no qual corresponde a 51%, e 85.239 do sexo
masculino que corresponde a 49% dos beneficiários consumidores do programa. E no ano de
2017, participaram do programa um total de 214.484, sendo 111.212 do sexo Feminino no
qual corresponde a 52%, e 103.272 do sexo masculino que corresponde a 48% dos
beneficiários consumidores do programa, conforme gráfico 12.
Gráfico 12: Beneficiários consumidores por gênero de 2015 a 2017.
Fonte: Elaboração própria com base nos dados da SISPAA, 2017.
Nota se que o gênero atendido pelo programa é de mulheres, sendo predominante
nos anos de 2015 a 2017.
100.439
84.713 89.491
85.239
111.212 103.272
0
20,000
40,000
60,000
80,000
100,000
120,000
FEMININO MASCULINO FEMININO MASCULINO FEMININO MASCULINO
2015 2016 2017
45
3.7 LIMITES E DESAFIOS
No processo de execução do PAA foram detectados limites para um melhor
resultado e sistematizados em dimensões internas e externas. Na dimensão interna os limites
foram agrupados em seis grupos: gestão, operacionalização, capacitação, infraestrutura e
equipamentos, recursos e articulação, já nas dimensões externas foi agrupado em cinco
grupos: legal, ambiental, político, econômico e social, tais como mostra o quadro 04.
Limites Desafios
Dimensões Internas
Ges
tão
Centralização do programa para uma unidade estadual Descentralizar a gestão do programa para os
escritórios regionais
Falta de fiscalização (Campo, entidades, centrais).
Promover uma política de fiscalização interna do
programa. (Na entrega, qualidade e
Beneficiamento dos produtos).
A defasagem dos preços, que esta desde 2014. Atualização anual dos preços através de pesquisa
de mercado.
Op
erac
ion
aliz
ação
Problemas suporte no sistema de notas fiscais. Suporte técnico do setor de informática da
EMATER.
Cap
acit
ação
Falta de treinamento dos gestores e técnicos locais,
referente à atualização de informações do CERES,
ferramenta de apoio para execução do programa.
Treinamento dos gestores e técnicos locais do
estado semestral.
A equipe Estadual, não participa de capacitações
realizadas pelo MDSA referentes à atualização do
programa (normas e execução).
Viabilização de recursos para participação das
capacitações do MDSA.
Infr
aest
rutu
ra e
Eq
uip
amen
tos
Falta de Materiais de escritórios, bem como
equipamentos para uso dos técnicos no campo.
Aquisição de Materiais de escritórios, bem como
de equipamentos para uso dos técnicos no campo.
Rec
urs
os
Indisponibilidade de recursos para operacionalização
do Programa como Diárias (Transporte e
alimentação), material de escritório e material de
informática, como também da manutenção do
software de Nota Fiscal.
Disponibilidade de recursos para
operacionalização do Programa como diárias
(Transporte e alimentação), material de escritório e
material de informática, como também da
manutenção do software de Nota Fiscal.
Falta de técnicos nos escritórios locais, bem como
falta de técnicos administrativos no escritório
estadual.
Disponibilizar pessoal, (técnicos nos escritórios
locais), bem como (técnicos administrativos no
escritório estadual).
46
Art
icu
laçã
o Dificuldade em estabelecer articulação com as
prefeituras, a respeito do beneficio que o programa
oferta.
Estabelecer articulação com as prefeituras.
Baixa articulação com outros programas de governo Estabelecer articulação com programas sociais.
Dimensões Externas
Leg
al
As dificuldades dos produtores em se adequar as
exigências legais: Lei do SIM, para a aquisição de
origem animal; Alvara Sanitário para aquisição de
produtos processados; Selo de Inspeção Federal para
aquisição de polpas de frutas.
Suporte jurídico aos produtores para que eles
possam atender aos requisitos legais.
Am
bie
nta
l
Estiagem prolongada, que afeta o estado nos últimos
anos.
Implantação de sistemas captação de água, como
barragens subterrâneas e sistema de irrigação.
Po
líti
co
Mudanças de governo e de prioridades de programas
sociais.
Maior controle social para evitar descontinuidade
de programas sociais diante de mudanças de
governo.
Eco
nô
mic
o
Cortes de recursos em programas sociais
Maior controle social para evitar cortes de recursos
destinados aos programas sociais diante de
mudanças de governo.
So
cial
Baixo reconhecimento social sobre a importância de
programas sociais.
Campanhas educativas para ampliar a Percepção
social sobre a importância dos programas sociais,
especialmente de combate a fome.
Quadro 04: Limites e desafios no processo de execução do PPA.
Fonte: Elaboração própria com base nos dados da SISPAA, 2017.
De modo, no quadro 04, listam-se os principais desafios para a superação dos
limites diagnosticados. Esses desafios necessitam ser enfrentados coletivamente, tratam-se de
problemáticas cuja resolução não depende apenas da gestão EMATER, mas da conjunção de
esforços tanto nas esferas governamentais (federal, estadual e municipais), quanto da esfera
social, notadamente os beneficiários do programa que podem assumir um papel mais efetivo
no controle social.
47
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Essa monografia teve como objetivo analisar Programa de Aquisição de
Alimentos – PAA, na modalidade Compra Doação Simultânea, gerenciada pela EMATER no
Rio Grande do Norte. A partir da pesquisa realizada verificou-se que esse programa vem
sendo executado, no período de 2015 a 2017, de modo satisfatório, por meio de uma gestão
comprometida com os objetivos do programa e com o cumprimento das metas estabelecidas.
Apontando para limites na execução do programa, relacionados a dimensões
internas e externas ao Programa e a EMATER. Entre as dimensões internas destaca-se gestão,
capacitação, e entre as externas, as questões legais, políticas e ambientais.
Para a superação desses limites, traçaram-se os principais desafios que a
EMATER precisa enfrentar de modo a fortalecer o PAA-CDS no RN na gestão,
operacionalização, capacitação, infraestrutura e equipamentos, recursos e articulação. Esses
desafios necessitam ser enfrentados coletivamente, tratam-se de problemáticas cuja resolução
não depende apenas da gestão EMATER, mas da conjunção de esforços tanto nas esferas
governamentais (federal, estadual e municipais), quanto da esfera social, notadamente os
beneficiários do programa que podem assumir um papel mais efetivo no controle social.
Cabe notar que a pesquisa realizada permitiu avançar na compreensão sobre o
funcionamento do PAA no Rio Grande do Norte, na medida em que sistematizou informações
sobre o programa ainda não publicado. Nesse sentido, os procedimentos metodológicos e o
uso de dados secundários mostraram-se como adequados para promover uma exploração e
descrição da temática.
De tal modo que a análise aqui empreendida apresenta potencial ser utilizada pela
EMATER servindo como instrumento base de informações para fins de planejamento e
desenvolvimento de ações por parte da instituição. Especialmente pelo fato de que apresenta
os desafios a serem enfrentados.
Em que se pesem as contribuições da pesquisa, reconhece-se suas limitações,
recomendando o desenvolvimento de estudos futuros que façam o levantamento da
perspectiva atores envolvidos sobre a execução do programa pela EMATER-RN, quer seja a
perspectiva dos beneficiários e produtores, bem como dos gestores. Uma pesquisa com os
gestores permitirá compreender as dificuldades gerenciais enfrentados. Já a pesquisa com os
produtores pode-se verificar a satisfação e avaliação do programa e da sua gestão, quanto
identificar as razões que levaram a saída dos municípios e produtores do programa. Uma
48
avaliação com os beneficiários consumidores poderá verificar questões sobre a efetiva
contribuição do programa para a segurança alimentar.
Só assim, numa perspectiva de analise complexa, se terá uma compreensão mais
aprofundada sobre a compreensão sobre o funcionamento do PAA no Rio Grande do Norte.
49
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52
ANEXO A
LISTA DE MUNÍCIPIOS QUE PARTICIOARAM DO PAA - 2015 A 2017
2015 2016 2017
AÇU AÇU AÇU
ALTO DO RODRIGUES ALTO DO RODRIGUES ALTO DO RODRIGUES
- AFONSO BEZERRA -
ANGICOS - ANGICOS
APODI APODI APODI
- ANTÔNIO MARTINS ANTÔNIO MARTINS
AREIA BRANCA - -
ARÊS ARÊS ARÊS
BAÍA FORMOSA - BAÍA FORMOSA
- BARAÚNA BARAÚNA
- BARCELONA BARCELONA
BENTO FERNANDES - BENTO FERNANDES
BOA SAÚDE - -
BOM JESUS BOM JESUS BOM JESUS
BREJINHO BREJINHO BREJINHO
CAIÇARA DO NORTE CAIÇARA DO NORTE CAIÇARA DO NORTE
CAIÇARA DO RIO DO VENTO CAIÇARA DO RIO DO VENTO CAIÇARA DO RIO DO VENTO
- CAMPO GRANDE -
CAMPO REDONDO - -
CANGUARETAMA CANGUARETAMA CANGUARETAMA
- - CARAÚBAS
CARNAUBAIS CARNAUBAIS -
CEARÁ-MIRIM CEARÁ-MIRIM CEARÁ-MIRIM
- CERRO CORÁ CERRO CORÁ
CORONEL EZEQUIEL CORONEL EZEQUIEL CORONEL EZEQUIEL
CURRAIS NOVOS CURRAIS NOVOS CURRAIS NOVOS
DOUTOR SEVERIANO - DOUTOR SEVERIANO
ENCANTO - -
ESPÍRITO SANTO ESPÍRITO SANTO -
- - EQUADOR
EXTREMOZ EXTREMOZ EXTREMOZ
FELIPE GUERRA - FELIPE GUERRA
FRANCISCO DANTAS - -
FRUTUOSO GOMES FRUTUOSO GOMES FRUTUOSO GOMES
GOIANINHA GOIANINHA GOIANINHA
GOVERNADOR DIX-SEPT - -
ROSADO
GROSSOS - -
53
IELMO MARINHO IELMO MARINHO -
IPANGUAÇU IPANGUAÇU IPANGUAÇU
ITAJÁ ITAJÁ ITAJÁ
- - ITAÚ
JAÇANÃ JAÇANÃ JAÇANÃ
- - JANDAÍRA
JANDUÍS - -
JAPI - -
- - JARDIM DE PIRANHAS
- - JARDIM DO SERIDÓ
JOÃO CÂMARA JOÃO CÂMARA JOÃO CÂMARA
- - JOÃO DIAS
JUNDIÁ - -
LAGOA D'ANTA LAGOA D'ANTA -
- LAJES LAJES
LAGOA DE PEDRAS - -
- - LAGOA DE VELHOS
LAGOA SALGADA - -
LAJES PINTADAS - -
LUÍS GOMES - LUÍS GOMES
- LUCRÉCIA LUCRÉCIA
- - JUCURUTU
MACAÍBA MACAÍBA MACAÍBA
MARTINS - MARTINS
MAXARANGUAPE MAXARANGUAPE MAXARANGUAPE
MONTANHAS MONTANHAS MONTANHAS
MESSIAS TARGINO - -
MONTE ALEGRE MONTE ALEGRE MONTE ALEGRE
- MOSSORÓ MOSSORÓ
NOVA CRUZ NOVA CRUZ NOVA CRUZ
OLHO-D'ÁGUA DO BORGES - OLHO-D'ÁGUA DO BORGES
PARAZINHO PARAZINHO PARAZINHO
- - PARELHAS
PASSA E FICA PASSA E FICA PASSA E FICA
PASSAGEM - -
- - PATU
- - PAU DOS FERROS
- PEDRA PRETA
- - PEDRA GRANDE
PEDRO VELHO PEDRO VELHO -
- - PENDÊNCIAS
54
PUREZA PUREZA PUREZA
PILÕES - -
PORTALEGRE - -
RAFAEL FERNANDES - -
RAFAEL GODEIRO - -
RIACHO DA CRUZ - -
RIACHO DE SANTANA RIACHO DE SANTANA RIACHO DE SANTANA
- RIACHUELO RIACHUELO
RIO DO FOGO RIO DO FOGO RIO DO FOGO
- SANTA MARIA -
- SANTANA DOS MATOS -
SÃO GONÇALO DO AMARANTE SÃO GONÇALO DO
AMARANTE
SÃO GONÇALO DO
AMARANTE
- SÃO PEDRO SÃO PEDRO
- - SANTA CRUZ
- SENADOR ELÓI DE SOUZA SENADOR ELÓI DE SOUZA
- - SANTANA DO SERIDÓ
SANTANA DOS MATOS - -
SÃO BENTO DO TRAIRÍ - -
- - SÃO BENTO DO NORTE
SÃO FRANCISCO DO OESTE
SÃO JOSÉ DE MIPIBU SÃO JOSÉ DE MIPIBU SÃO JOSÉ DE MIPIBU
SÃO MIGUEL SÃO MIGUEL SÃO MIGUEL
SAO MIGUEL DO GOSTOSO SAO MIGUEL DO GOSTOSO SAO MIGUEL DO GOSTOSO
SÃO PAULO DO POTENGI SÃO PAULO DO POTENGI SÃO PAULO DO POTENGI
SÃO TOMÉ SÃO TOMÉ SÃO TOMÉ
- - SERRINHA DOS PINTOS
SENADOR GEORGINO AVELINO SENADOR GEORGINO SENADOR GEORGINO
AVELINO AVELINO
SERRA CAIADA - SERRA CAIADA
SERRA DE SÃO BENTO - -
- UPANEMA UPANEMA
SERRINHA SERRINHA SERRINHA
SEVERIANO MELO - SEVERIANO MELO
TABOLEIRO GRANDE - -
TANGARÁ - -
TENENTE ANANIAS
TIBAU -
TIBAU DO SUL -
TOUROS TOUROS TOUROS
TRIUNFO POTIGUAR TRIUNFO POTIGUAR TRIUNFO POTIGUAR
55
UMARIZAL - UMARIZAL
VÁRZEA - VÁRZEA
VERA CRUZ VERA CRUZ VERA CRUZ
VILA FLOR VILA FLOR -
- - VENHA-VER
- - VIÇOSA
56
ANEXO B
EXECUÇÃO FÍSICA FINANCEIRA POR PRODUTO ADQUIRIDO 2015 A 2017* (NOVEMBRO)
PRODUTO PRODUTOS VALORES
(R$)
QUANTIDADE
(KG)
FRANGO CAIPIRA AVES 23.767,10 1787
FRANGO DE GRANJA AVES 16.812,80 2272
GALINHA CAIPIRA AVES 93.996,06 6103,64
GALINHA AVES 9.676,00 604,75
CARNE BOVINA DE PRIMEIRA CARNES E OVOS 363.355,36 21003,2
CARNE BOVINA DE SEGUNDA CARNES E OVOS 453.748,91 34116,46
CARNE BOVINA MOÍDA (O) CARNES E OVOS 7.935,00 690
CARNE CAPRINA DIANTEIRA CARNES E OVOS 20.646,15 1404,5
CARNE CAPRINA TRASEIRA CARNES E OVOS 24.948,69 1569,1
CARNE OVINA DIANTEIRA CARNES E OVOS 17.088,75 1162,5
CARNE OVINA TRASEIRA CARNES E OVOS 19.357,37 1225,15
CARNE SUÍNA CARNES E OVOS 40.381,60 3605,5
OVOS DE GALINHA CAIPIRA OU
COLONIAL CARNES E OVOS 13.902,65 1376,5
DOCE DE CAJU DOCES 8.332,80 868
DOCE DE COCO DOCES 7.590,00 825
DOCE DE GOIABA DOCES 24.890,26 2647,9
DOCE DE LEITE DOCES 7.727,50 702,5
DOCE DE MAMÃO DOCES 39.035,70 3943
ABACATE FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 1.866,00 622
ABACAXI FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 204.149,85 70396,5
ACEROLA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 51.208,05 17069,35
BANANA MAÇÃ FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 113.475,60 31521
BANANA NANICA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 5.400,00 2000
BANANA PACOVAN FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 528.379,02 211351,6
BANANA PRATA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 18.156,75 7262,7
BANANA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 17.367,44 5262,86
CAJÁ FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 15.305,00 3061
CAJU FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 11.946,06 4266,45
COCO SECO FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 44.186,40 12274
COCO VERDE FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 21.496,80 26871
GOIABA VERMELHA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 63.873,60 19960,5
GRAVIOLA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 14.604,80 2608
LARANJA COMUM FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 8.354,00 4177
57
LIMÃO COMUM FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 5.672,94 2701,4
LIMÃO TAITI FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 1.620,00 810
MAMÃO FORMOSA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 80.255,70 53503,8
MAMÃO HAVAÍ FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 56.374,08 26844,8
MAMÃO PAPAIA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 2.130,00 852
MANGA ESPADA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 27.882,84 13941,42
MANGA ROSA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 2.454,10 1067
MANGA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 17.505,40 7957
MANGABA FRUTO FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 18.560,00 3712
MARACUJÁ AMARELO FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 90.808,60 23897
MELANCIA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 170.057,29 100033,7
MELÃO FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 114.200,40 57100,2
PINHA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 1.980,00 495
POLPA DE ABACAXI FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 4.352,00 680
POLPA DE ACEROLA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 19.209,83 3049,18
POLPA DE CAJÁ FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 4.860,00 600
POLPA DE CAJÚ FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 37.505,00 5770
POLPA DE GOIABA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 10.598,75 1737,5
POLPA DE GRAVIOLA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 4.168,60 438,8
POLPA DE MANGA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 25.827,27 4531,1
POLPA DE MANGABA FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 190,00 20
POLPA DE MARACUJÁ FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 1.634,00 190
TAMARINDO FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 2.709,55 713,04
UMBU FRUTO FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 45,00 30
UMBU FRUTAS (INCLUI POLPAS DE
FRUTA) 492,00 246
ARROZ EM CASCA VERMELHO GRÃOS 45.340,90 9647
FEIJÃO MACAÇAR GRÃOS 45.415,80 9873
FEIJÃO VERDE GRÃOS 151.795,80 21999,39
MILHO VERDE EM ESPIGA GRÃOS 12.876,36 4598,7
BATATA DOCE HORTÍCICULAS, RAÍZES E
TUBÉRCULOS 306.401,62 145905,54
CEBOLA HORTÍCICULAS, RAÍZES E
TUBÉRCULOS 3.643,52 1138,6
CEBOLINHA HORTÍCICULAS, RAÍZES E
TUBÉRCULOS 62.163,57 10905,89
CENOURA HORTÍCICULAS, RAÍZES E
TUBÉRCULOS 13.060,76 4503,71
58
COENTRO HORTÍCICULAS, RAÍZES E
TUBÉRCULOS 182.653,31 26093,33
INHAME HORTÍCICULAS, RAÍZES E
TUBÉRCULOS 11.841,50 2153
PEPINO COMUM HORTÍCICULAS, RAÍZES E
TUBÉRCULOS 1.519,80 447
PIMENTA DE CHEIRO HORTÍCICULAS, RAÍZES E
TUBÉRCULOS 2.590,95 375,5
RAIZ DE MANDIOCA AIPIM COM
CASCA
HORTÍCICULAS, RAÍZES E
TUBÉRCULOS 459.907,20 199959,65
SALSA HORTÍCICULAS, RAÍZES E
TUBÉRCULOS 1.856,00 464
TOMATE CEREJA LEGUMES 25.826,57 3003,09
TOMATE LEGUMES 78.335,36 24479,8
BERINJELA LEGUMES 1.391,25 397,5
PIMENTÃO VERDE LEGUMES 62.633,93 16928,09
ABOBRINHA LEGUMES 4.495,00 1798
ABÓBORA CABOCLA LEGUMES 114.069,80 43873
ABÓBORA LEITE LEGUMES 63.841,60 31920,8
BETERRABA LEGUMES 1.210,86 390,6
QUIABO LEGUMES 79,80 21
RABANETE LEGUMES 800,00 200
QUEIJO DE COALHO LEITE E DERIVADOS 9.351,04 492,16
QUEIJO LEITE E DERIVADOS 3.900,00 200
BEBIDA LÁCTEA ARTESANAL
IOGURTE LEITE E DERIVADOS 82.815,00 27605
MEL DE ABELHA - SACHÊ MEL 42.198,57 2384,1
MEL DE ABELHA MEL 7.269,14 481,4
BISCOITO DE CÔCO PANIFICADOS E MASSAS 35.535,00 3090
BISCOITO DE NATA PANIFICADOS E MASSAS 3.187,50 375
BISCOITO SEQUILHOS PANIFICADOS E MASSAS 23.407,60 1684
BOLO DE BATATA-DOCE PANIFICADOS E MASSAS 15.201,00 1689
BOLO DE CENOURA PANIFICADOS E MASSAS 0,00 0
BOLO DE FÉCULA DE MANDIOCA PANIFICADOS E MASSAS 59.989,65 5713,3
BOLO DE LEITE PANIFICADOS E MASSAS 34.032,70 3620,5
BOLO DE MACAXEIRA PANIFICADOS E MASSAS 41.794,50 4097,5
BOLO DE MILHO PANIFICADOS E MASSAS 1.392,00 145
BOLO DE MILHO PANIFICADOS E MASSAS 2.190,00 200
BOLO DE OVOS PANIFICADOS E MASSAS 251.406,90 27934,1
BOLO DE PÉ-DE-MOLEQUE PANIFICADOS E MASSAS 4.741,00 474,1
COCADA PANIFICADOS E MASSAS 13.636,16 1585,6
FARINHA DE MANDIOCA BRANCO (A) PANIFICADOS E MASSAS 12.640,00 3160
FÉCULA DE MANDIOCA PANIFICADOS E MASSAS 29.919,60 8311
PAMONHA PANIFICADOS E MASSAS 1.816,00 227
RAPADURA DE CAJU PANIFICADOS E MASSAS 6.292,00 1144
BEIJU PANIFICADOS E MASSAS 6.998,18 945,7
PEIXE PESCADO 65.037,00 6846
TILÁPIA FILÉ PESCADO 51.332,40 2619
TILÁPIA PESCADO 1.163.636,15 115211,5
59
COUVE-FLOR VERDURAS E FOLHAS 171,69 29,1
COUVE VERDURAS E FOLHAS 15.538,73 3046,81
ESPINAFRE VERDURAS E FOLHAS 561,40 80,2
ALFACE CRESPA VERDURAS E FOLHAS 36.994,16 5966,8
ALFACE LISA VERDURAS E FOLHAS 36.429,34 5875,7
ALFACE VERDURAS E FOLHAS 25.298,00 4517,5
REPOLHO VERDURAS E FOLHAS 2.237,20 658
RÚCULA VERDURAS E FOLHAS 2.556,64 440,8
TOTAL 6.757.312,93 1.617.457,66
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