uniÃo mandado de segurança inscrição prouni
Post on 16-Jan-2016
25 Views
Preview:
DESCRIPTION
TRANSCRIPT
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO
COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
FABRÍCIO GOMES SILVA, brasileiro, solteiro, estudante,
atualmente desempregado, nascido em 05/05/1995, filho de Ramário Assunção
Silva e Maria Elisabete Gomes da Silva, portador da Cédula de Identidade n.º
12.888.776-17, expedida pela SSP/BA, inscrito no CPF sob o n.º 858.728.635-
86, residente e domiciliado na Rua São Mateus, 16, Vila Praiana, Lauro de
Freitas/BA, CEP 42.700-000, telefone: (71) 9257-5291, por intermédio de sua
advogada que esta subscreve, com endereço profissional na Rua Simões Filho,
nº 257, 1º andar, sala 105, Boca do Rio, Salvador-BA, CEP 41.705-010, local
que indica para receber as intimações e notificações de praxe, vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fundamento no inciso LXIX do
artigo 5.º, artigo 6º, caput, artigos 205 e seguintes, todos da Constituição da
República Federativa do Brasil e no artigo 1.º e seguintes da Lei nº 12.016, de 7
de agosto de 2009., impetrar
MANDADO DE SEGURANÇA
COM PEDIDO DE LIMINAR
contra ato ilegal e abusivo cometido pelo Ministro da Educação e
Cultura, CID GOMES, que pode ser encontrado na Esplanada dos Ministérios,
Bloco L, Ed. Sede e Anexos, CEP: 70047-900, Brasília/DF, telefone (61) 0800
616161 e contra a UNIÃO, pessoa jurídica de direito público, a qual poderá ser
citada por intermédio de seu Procurador Regional da União, na SAUS, Quadra
2
03, Lote 05/06, 5º e 6º andar, ED. Multibrasil Corporate, Sede Agu, Asa Sul,
Brasília – DF, CEP. 70070-030, telefone (61) 20269617, consistente na negativa
de receber inscrição da impetrante no PROUNI haja vista possuir o ENEM 2014,
e pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
Preliminarmente, requer o benefício da Justiça Gratuita por
ser pobre na acepção legal do termo, não podendo arcar com as custas
processuais e honorários advocatícios sem prejuízo próprio e de sua família.
I. DOS FATOS
O impetrante se submeteu, em outubro de 2014, ao Exame Nacional do
Ensino Médio a fim de poder galgar a realização de um sonho, que é cursar o
ensino superior em uma Instituição de Ensino devidamente regulamentada.
Considerado que não teria condições econômicas de pagar a uma IES
privada, e levando em conta o escopo de ser um profissional apto a ingressar no
mercado de trabalho, fez inscrição no Programa Universidade para Todos
(ProUni), que é um projeto criado pelo Governo Federal, por meio do Ministério
da Educação, que concede bolsas de estudos em instituições privadas de
ensino superior.
Nesse passo, o paciente atendeu a todos os requisitos necessários para
gozar da bolsa, uma vez que superou a nota mínima exigida, possuía renda
familiar, per capita, abaixo de um salário mínimo e meio, além de ter cursado
todo o ensino médio em escola da rede pública.
Isto posto, realizou a inscrição no Processo Seletivo ProUni de 2015,
escolhendo como primeira opção a bolsa integral do curso Engenharia Química,
e como segunda, o curso de Engenharia Civil, ambos ofertados pela
Universidade Salvador – UNIFACS.
O estudante, ora impetrante, sempre aspirou ser um Engenheiro Químico,
inclusive já tendo cursado Técnico em Química no Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, o que demonstra o seu desígnio de
ser um profissional desse eminente ramo do saber.
3
Por essa razão escolheu Engenharia Química como sua primeira e
principal opção. Entretanto, somente conseguiu ser aprovado para a segunda
alternativa de curso, qual seja, Engenharia Civil.
Não contente com o resultado das listas regulares, pois seu proposito era,
de fato, passar em Engenharia Química na Universidade Salvador – UNIFACS,
não efetivou a matrícula junto à Instituição de Ensino Superior por quanto ainda
lhe restava a possibilidade de ser convocado para o curso do qual almejava,
tendo em conta sua boa pontuação e colocação na lista de classificação. Por
essa razão resolveu aguardar as convocações da Lista de Espera.
Conforme se verificou nas publicações das Listas Regulares, foram
ofertadas 10 (dez) vagas para o curso pretendido, ficando o impetrante na 27ª
(vigésima sétima) posição, conforme demonstra o “print” do portal ProUni,
anexo; esse fato demonstra claramente a sua grande probabilidade de ser
chamado por meio da Lista de Espera, mormente por sua boa colocação.
De toda a sorte, ocorre que a expectativa do pretenso de estudar
Engenharia Química foi frustrada, pois lhe foi tolhido a possibilidade de esperar
a pretendida vaga na Lista de Espera, do qual haveria grande perspectiva de
ser convocado.
A manifestação de interesse em participar da Lista de Espera deveria ser
efetuado pelo candidato entre os dias 2 e 3 de março, através do sítio eletrônico
do ProUni; contudo para o impetrante tão link não existia, aparecendo a
seguinte afirmação “você não está apto a participar da lista de espera”.
Diante da negativa de poder participar da Lista de Espera, o paciente
realizou contato com a Central de Atendimento do Ministério da Educação, para
saber o porquê deste indeferimento. Assim de acordo com a resposta da Central
de Atendimento, a qual se anexa ao presente remédio constitucional:
Poderá participar da Lista de Espera do Prouni, exclusivamente para o
curso correspondente à sua primeira opção: o candidato não pré-
selecionado nas chamadas regulares; e o candidato pré-selecionado em
sua segunda opção de curso, reprovado por não formação de turma.
Como se deduz da resposta à cima, o estudante não poderá participar da
Lista de Espera, quando pré-selecionado na segunda opção de curso, salvo na
hipótese de não formação da turma perante à IES.
4
Procurando encontrar em que se fundamentava a resposta dada pela
Centra e Atendimento, o paciente se deparou com a Portaria Normativa nº 1, de
02 de janeiro de 2015, proferida pelo MM. Ministro da Educação, no qual o art.
22, caput, e § 2º, impedem a efetivação do direito do requerente, conforme será
mais bem exposto na seção seguinte.
Como se pode deduzir, tal posicionamento não se coaduna com a
razoabilidade, bem como impede o exercício do direito do paciente, que
atualmente está fora da Lista de Espera, não havendo outra possibilidade de
salvaguardar seu interesse, a não ser por meio da intervenção do Poder
Judiciário, como medida de meritória justiça.
Ora, sendo facultadas ao concorrente duas opções de curso, na qual, por
dedução óbvia, a primeira seja a mais preponderante para a predileção do
estudante, e a segunda, um tanto menos, não pode lhe ser retirado a
possibilidade de aguardar o surgimento da vaga do curso almejado, através da
Lista de Espera, posto que ainda não foram esgotadas as esperanças de ser
chamado, haja vista a existência da referida Lista, bem como de sua excelente
posição entre os outros concorrentes.
Por outras palavras, a segunda opção deve ser vista como uma alternativa
remanescente, necessária quando exauridas toda e qualquer possibilidade do
candidato ser aprovado no curso da primeira opção.
Levando em conta o caso em comento, já foram convocados – na primeira
e segunda chamada regular – 18 (dezoito) candidatos, do qual somente 4
(quatro) foram aprovados na comprovação das informações; restando ainda 6
(seis) vagas, as quais serão chamadas por meio da Lista de Espera.
Doravante, tendo em vista os documentos anexos e que também serão
apresentados pela autoridade pública, por força da aplicação do § 1º, do art. 6,
da Lei 12.016/2009, é possível observar que do 18º (décimo oitavo) estudante
até a 27ª (vigésima sétima) posição, na qual está o pretenso, em todos os
participantes aparecem, ou a informação “pré-selecionado em outra opção de
curso”, ou “não pré-selecionado”, ao que indica ser o paciente o próximo a ser
convocado, caso esteja na referida Lista de Espera. Ou seja, quando houver a
publicação da Lista de Espera, para que chame as 06 (seis) vagas
remanescentes, o paciente estaria na primeira posição.
5
Diante disso, é imperioso amparar o exercício do direito do paciente de
poder estudar o curso que sempre sonhou, porquanto aguardando a sua
convocação na Lista de Espera do Prouni, sendo essa a medida mais adequada
e justa para o caso sub judice; assim requer aos doutos julgadores, desde logo,
o reconhecimento do direito líquido e certo do requerente, haja vista, a evidente
fumaça do bom direito e o periculum in mora.
II - Do Direito
1. Do ato ilegal e abusivo
De início, impende acentuar que se consubstancia o mandado de
segurança como instrumento hábil a assegurar o direito líquido e certo da
impetrante de poder aguardar a sua convocação na Lista de Espera do
processo de seleção do PROUNI haja vista a exclusão do paciente; sendo a
atuação do Ministro da Educação e Cultura manifestamente inconstitucional
ferindo do art. 5o, caput, da CF, como também, dos direitos fundamentais da
educação.
De outra parte, é competente o Superior Tribunal de Justiça para
processar e julgar o presente mandamus, pois a autoridade coatora é o Ministro
da Educação e Cultura, que editou a portaria normativa nº 1, de 2 de janeiro de
2015, que regulamenta os processos seletivos do Programa Universidade para
Todos - ProUni. conforme se depreende do art. 105, ‘b’, da CF, in verbis:
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
(...)
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de
Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica ou do próprio Tribunal;
Com efeito, a autoridade apontada como coatora, ao impedir que o
pretenso aguardasse na Lista de Espera, impossibilitando-o do direito de
estudar o curso que sempre almejou, não logra de fundamento nem de
proporcionalidade que justifique a exclusão da Lista de Espera. A valer, o ato
coator configura negativa de acesso ao ensino, direito este constitucionalmente
6
assegurado, a teor da norma inserta nos arts. 205 e 206 da Constituição da
República, e como anteriormente já dito, fere o art. 5o, caput da carta Magna.
Estando configurada a ilegalidade do ato.
Porquanto o ato normativo proferido pelo Ministro é o meio condutor para a
perpetração da ofensa ao direito do paciente de poder ser manifestado,
justificando-se, desse modo, a sua inclusão no polo passivo da presente
demanda; observe, para tanto, o que dispõem portaria normativa nº 1, de 02 de
janeiro de 2015, art. 22, caput, e § 2º:
Art. 22. As bolsas eventualmente não preenchidas nas chamadas
regulares serão ocupadas pelos estudantes participantes da lista de
espera.
§ 2º Poderá participar da lista de espera de que trata o caput,
exclusivamente para o curso correspondente à sua primeira opção, o
estudante:
I - não pré-selecionado nas chamadas regulares; e
II - pré-selecionado em sua segunda opção de curso, reprovado por não
formação de turma.
Deduz-se do ato proferido pelo MM. Ministro que o estudante, para poder
participar da Lista de Espera referente à opção de curso, não seja pré-
selecionado nas chamadas regulares, ou caso pré-selecionado, não possa
cursar por motivo de não formação de turma, o que evidentemente é limitador
do direito do estudante.
É, portanto, o citado ato normativo que infringe o direito do requerente,
pois limita de modo excessivo e insensato, a possibilidade do estudante de
participar da Lista de Espera para a opção de curso que deseja; tal ato, exercido
exclusivamente pelo MM. Ministro da Educação, é o viés condutor que gera a
violação da expectativa do paciente e de seu direito de aguardar a convocação
na lista de espera.
Por outros termos, o demandante preencheu a todos os requisitos
necessários para a obtenção de sua bolsa no curso que desejava e na
faculdade que cobiçava, sendo-lhe impossibilitado de nela estudar por ato do
Ministro, que impôs excessiva burocratização, por quanto o estudante
simplesmente não poderia aguardar na Lista de Espera. Doravante, o referido
ato normativo é irrazoável e desproporcional, conforme será atestado.
7
2. Da Razoabilidade e Proporcionalidade do ato normativo do
Ministro da Educação e Cultura.
O Decreto 5.245, de 15/10/2004, em seu art. 1o, § 3o, delegou ao Ministério
da Educação a normatização dos procedimentos operacionais para a adesão ao
PROUNI.
Art. 1o O Programa Universidade para Todos - PROUNI, instituído pela
Medida Provisória no 213, de 10 de setembro de 2004, sob a gestão do
Ministério da Educação, será implementado por intermédio de sua
Secretaria de Educação Superior.
§ 3o O Ministério da Educação disporá sobre os procedimentos
operacionais para a adesão ao PROUNI.
O Ministro por sua vez, através da portaria normativa nº 1, de 02 de janeiro
de 2015, dispôs no art. 22, caput, e § 2º, sobre como o aluno poderá participar
da Lista de Espera:
Art. 22. As bolsas eventualmente não preenchidas nas chamadas
regulares serão ocupadas pelos estudantes participantes da lista de
espera.
§ 2º Poderá participar da lista de espera de que trata o caput,
exclusivamente para o curso correspondente à sua primeira opção, o
estudante:
I - não pré-selecionado nas chamadas regulares; e
II - pré-selecionado em sua segunda opção de curso, reprovado por não
formação de turma.
Esta medida fez com que o impetrante não pudesse ter o seu acesso à
Lista de Espera, a não ser condicionado às duas hipóteses referidas, entretanto
não há justificativa legal para essa limitação, o que configura evidente
cerceamento do direito do estudante.
Sendo externalizado o interesse do paciente de estudar o curso principal a
que manifestou a escolha, sendo esse inclusive, não por outro motivo,
designado de “1ª opção”, é imperioso resguardar o seu direito liquido e certo,
8
porquanto perfaz a todos os requisitos necessários para a adesão do Programa
Universidade para todos.
Entretanto o ato normativo da autoridade competente não atende a
proporcionalidade e a razoabilidade entre a finalidade pública estabelecida pela
lei e pela Constituição Federal de 1988 e a instrumentalização da decisão
discricionária normativa.
De acordo com os ensinamentos do professor Diogo de Figueiredo Moreira
Neto, pelo princípio da razoabilidade, “o que se pretende é considerar se
determinada decisão, atribuída ao Poder Público, de integrar
discricionariamente uma norma, contribuirá efetivamente para um satisfatório
atendimento dos interesses públicos”1.
A Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, traz expressamente a previsão
dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, os quais deve a
Administração Pública observância em todo e qualquer ato, sendo esses
princípios um limite para a discrição dos motivos, e instrumentos para o
atendimento da finalidade pública.
Conforme o inciso VI, do parágrafo único, do artigo 2º, de referida Lei:
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre
outros, os critérios de:
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações,
restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente
necessárias ao atendimento do interesse público;
Tendo em lembrança o fato em análise, não se pode chegar à outra
conclusão a não ser a evidente irrazoabilidade da atuação do Ministério da
Educação, que, por meio do ato normativo, impõem ao paciente restrição
inadequada e sem fundamento de lógica jurídica plausível; limitação essa
advinda do ato proferido exclusivamente pelo Ex.º Ministro de Estado.
Sendo o direito a educação uma extensão concreta do princípio da
Dignidade da Pessoa, sobretudo na formação da personalidade humana, limitar
o seu exercício e a sua efetivação, por razões outras, que não por uma medida
proporcional e sensata, deve a todo custo ser rechaçada da ordenação estatal.
1 NETO, Diogo de Figueiredo Moreira, apud DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo,
27ª ed., São Paulo: Atlas, 2014.
9
Assim, conforme o art. 205, da Constituição Federal de 1988:
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será
promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da
cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Doravante, a finalidade manifestada pelo direito fundamental à educação,
como bem ensina Konrad Hesse, é a efetivação da democracia, de modo que a
sua realização é “um assunto de cidadãos emancipados, informados, não de
uma massa de ignorantes, apática, dirigida apenas por emoções e desejos
irracionais que, por governantes bem intencionados ou mal intencionados, sobre
a questão do seu próprio destino, é deixada na obscuridade”2.
Portanto, em ultima instância, o interesse apontado pela norma
constitucional, a cerca da educação, é a efetivação da democracia, cabendo ao
Estado o dever prestá-lo aos seus administrados. Dessa afirmação, resulta a
conclusão de que não pode haver empecilhos ou embaraços a consecução da
oportunidade de cursar o ensino superior, como no caso em tela, no qual o
impetrante anseia que seu nome seja recolocada na lista de espera do ProUni,
para conseguir a bolsa integral do curso de Engenharia Química.
Do que foi exposto no presente tópico, concluísse, tomando por
empréstimo os sábios ensinamentos da professora Maria Sylvia Zanella Di
Pietro, “se a decisão é manifestamente inadequada para alcançar a finalidade
legal, a Administração terá exorbitado os limites da discricionariedade e o Poder
Judiciário poderá corrigir a ilegalidade”3.
3. Do fumus boni iuris e do periculum in mora (PEDIDO DE LIMINAR)
A relevância do fundamento do presente writ restou amplamente
demonstrada nos itens anteriores desta peça.
Assim, a impossibilidade de poder participar da Lista de Espera, pelo
simples fato de ter sido aprovado na segunda opção de curso, sem deixar a
oportunidade do estudante de aguardar na lista da primeira opção, a qual é o
2 HESSE, Konrad, apud MALISKA, Marcos Augusto, in CANOTILHO, J. J. Gomes [et al.]. Comentários
à Constituição do Brasil, 1ª ed., São Paulo: Saraiva/Almedina, 2013, p. 1964. 3 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella, Direito Administrativo, 27ª ed., São Paulo: Atlas, 2014, p. 81 (grifos
nossos).
10
curso que o requerente sempre sonhou e não à toa o colocou como “1º opção”,
revela ser ato abusivo e infringente do direito líquido e certo do requerente,
sobretudo quando verificada a proximidade entre a sua colocação e o número
de alunos que serão convocados a participar do programa.
De outra parte, o periculum in mora se afigura inconteste, porquanto o
prazo para manifestar o interesse em participar da lista de espera, foi realizado
somente nos dias 02 e 03 de março de 2015, não tendo o requerente a opção
de expor o seu desejo. Ou seja, corre para o impetrante o risco de perder o
prazo para fazer parte da referida lista, não podendo, caso flua lapso temporal
muito extenso, concorrer à adesão do PROUNI o que poderá leva-lo a perda do
direito de lograr a bolsa integral para o curso que sempre almejou estudar:
Engenharia Química, além do detrimento de não ter a chance de cursar o
ensino superior. Tal ato acarretará um prejuízo enorme a sua formação
educacional e profissional, exceto se amparada pelo provimento judicial que lhe
garanta a efetivação no processo da Lista de Espera do PROUNI.
Aliás, diga-se que a acentuada presença do periculum in mora em tudo
autoriza a concessão da liminar pleiteada inaudita altera pars, porquanto, ainda
que o mandado de segurança possua rito expedito, a observância do prazo para
informações da autoridade indigitada coatora implicará inexoravelmente em
dano irreparável ao direito líquido e certo do impetrante.
Concorrem, pois, na hipótese, os requisitos autorizadores da concessão da
liminar, tal como exigidos pelo art. 7.º da Lei n.º 12.016/2009.
II. DO PEDIDO
Restando amplamente demonstrado o caráter ilegal e abusivo do ato
apontado como coator, lesivo a direito líquido e certo do impetrante à realização
da inscrição na Lista de Espera do PROUNI, dada a inconstitucionalidade
flagrante de exclusão da aptidão de participar da Lista de Espera, ferindo os
princípios da proporcionalidade e razoabilidade na manifestação do ato
normativo proferido pelo Ministro da Educação e Cultura, além de criar
processos burocráticos excessivos para o estudante poder ingressar no ensino
superior, é, por essas razões, a presente para pleitear:
11
a) A concessão dos benefícios da Justiça gratuita, na forma do
art. 4.º da Lei n.º 1.060/50;
b) A concessão de medida liminar, sem a oitiva da parte
contrária, a fim de assegurar a participação do impetrante na
Lista de Espera do ProUni, pois possui todos os requisitos
imprescindíveis para consecução da bolsa, e a sua exclusão
afronta o direito fundamental à educação, além de ser
desproporcional e irrazoável, haja vista o interesse da parte de
galgar a formação no curso escolhido como primeira opção;
c) A determinação para que o Ministro da Educação e Cultura
forneça, no prazo de 10 (dez) dias, as Listas Regulares em que
contém a quantidade de vagas ofertadas, o numero de alunos
que foram convocados e aprovados e a posição do requerente,
conforme dicção do § 1º, do art. 6º, da Lei 12.016/2009;
d) A intimação pessoal da Advogada subscritora de todos os atos
processuais;
e) A notificação da autoridade coatora, para que preste as devidas
informações no decêndio legal (art. 7.º, inciso I, da Lei n.º
12.016/2009);
f) A intimação do douto órgão do Ministério Público Federal, na
forma do art. 12 da Lei n.º 12.016/2009;
g) A concessão da segurança, confirmando-se a liminar, a fim de
que o impetrante seja inscrita na lista de espera do PROUNI,
para o curso de Engenharia Química, pela Faculdade Salvador
- UNIFACS.
É atribuída à causa o valor de R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais)
por determinação de lei.
Nestes termos,
12
Pede deferimento.
Salvador – BA, 05 de março de 2015.
ANGÉLICA DE OLIVEIRA SANTANA ALVES
OAB-BA 30.527
VINICIUS GOMES SILVA
Acadêmico de Direito
top related