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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS – RIO CLARO unesp
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEOR IA E PRÁTICA
Avaliação de pontos críticos em equipamentos de controle de pragas urbanas
Julio Flávio Cassin
Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana .
12/2010
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENTOMOLOGIA URBANA: TEORIA E PRÁTICA
Avaliação de pontos críticos em equipamentos de controle de pragas urbanas
Julio Flávio Cassin
Pesquisador Doutor Marcos Potenza
Monografia apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade Estadual Paulista, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Entomologia Urbana .
12/2010
iii
AGRADECIMENTOS
A Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho e ao Instituto
Biológico de São Paulo.
Aos professores do Curso de Entomologia Urbana em especial a Ana
Eugênia, Odair, Lelis e Malaspina por todo apoio.
A meus pais Wilson Cassin e Helena Cassin por todo incentivo, as
minhas tias Wilda e Aparecida por sempre estarem ao meu lado e a minha irmã
Flávia por todo cooperação.
A minha namorada Fernanda pelo amor e carinho.
A Eleninha da Biblioteca Central da USP São Carlos por toda a atenção.
Ao Pesquisador Marcos Potenza não apenas pelas orientações sempre
sábias como também sua extrema de dedicação e companheirismo durante o
projeto.
A Guarany Indústria e Comércio LTDA pelo apoio e por me permitir ter a
oportunidade de ampliar meus conhecimentos por meio desse curso.
A Walter Marini “Gerente Comercial Técnico – Guarany” pela permissão
e incentivo para a realização desse curso e a José Maria Nunes “Assistência
Técnica” - Guarany pelas importantes orientações para esse projeto.
A meus amigos de alojamento André, Marcela, Érika, Daniela e
Valmerice pelos momentos de alegria.
Aos meus amigos de curso Marcelo, Moises, Pedro, Rodrigo, Daniel,
Jamile e todos outros pela ótima convivência.
Ao Amigo Ademilson pela colaboração.
A Jesus Cristo, sem o senhor nada seria possível.
Meu senhor, muito obrigado.
iv
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS - P.VI
LISTA DE TABELAS - P.VII
LISTA DE GRÁFICOS - P.VIII
LISTA DE DIAGRAMAS - P.VIII
RESUMO - P.IX
ABSTRACT - P.X
1) Introdução - P.1
1.1 – Delimitação do Tema - P.3
1.2 – Justificativa - P.3
2) Referencial Teórico - P.4
2.1 – Pulverizadores - P.4
2.2 – Atomizadores - P.8
3) Objetivos - P.10
2.3 – Geral - P.10
2.4 – Específicos - P.10
4) Materiais e Métodos - P.11
4.1 - Análise dos testes em equipamentos de controle de pragas sinantrópicas -
P.11
4.2 - Testes com equipamentos - P.11
v
5) Resultados e Discussão - P.21
6) Considerações Finais - P.34
7) Referências Bibliográficas - P.37
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Pulverizador de compressão prévia – P.12
Figura 2 – Ponta regulável cone vazio em pulverização aberta – P.12
Figura 3 – Teste de vazão com PCA – P.13
Figura 4 – Bico rotativo cone vazio – P.14
Figura 5 – Ponta leque plano inox (PLI) – P.14
Figura 6 – Pulverização em cartolinas sobre o piso – P.15
Figura 7 – Pulverização em cartolinas em canto de parede – P.15
Figura 8 – Pulverização em parede – P.16
Figura 9 – Corante indicador de pulverização – P.16
Figura 10 – Regulador de vazão – P.17
Figura 11 – Testes com papéis sensíveis – P.17
Figura 12 – Papéis hidro sensíveis – P.18
Figura 13 – Fixação de papeis Hidro sensíveis em árvore – P.18
Figura 14 – Simulação de aplicação com ACM – P.19
Figura 15 – Simulação de aplicação horizontal com ACM – P.19
Figura 16 – Simulação de aplicação vertical com ACM – P.19
Figura 17 – Avaliação de deposição de gotas em túmulos de cemitério –
P.20
Figura 18 – Aplicação em cemitério – P.20
Figura 19 – Pulverização em cartolinas sobre o piso com corante – P.26
vii
Figura 20 – Pulverização em cartolinas em canto de parede com corante
– P.26
Figura 21 – Pulverização em parede estabelecendo faixa de
sobreposição –P.27
Figura 22 e 23 – Deposição em Papel hidro sensível após aplicação
com ACM – P.32
Figura 24 – Deposição em folha após aplicação com ACM – P.32
Figura 25 – Deposição de gotas em papéis hidro sensíveis em túmulos
– P.33
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Classificação da pulverização segundo tamanho de gotas –
P.7
Tabela 2 – Teste de vazão com PCP – P.23
Tabela 3 – Teste de avaliação de tamanho e distribuição de gotas a
partir de uma PRF – P.30
Tabela 4 – Teste de avaliação de tamanho e distribuição de gotas a partir de uma PLI – P.30
Tabela 5 – Teste de avaliação de tamanho e distribuição de gotas a partir de uma PLI com regulador de vazão – P.30
viii
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Teste de aferimento vazão de PCP – P.22
Gráfico 2 – Variação de pressão – P.22
Gráfico 3 – Teste de vazão com PCA – P.24
Gráfico 4 – Teste de avaliação de número de gotas por cm2 – P.28
Gráfico 5 – Teste da média do tamanho de gotas por cm2 – P.29
LISTA DE DIAGRAMAS
Diagrama 1 – Temas de pesquisa para o embasamento teórico do trabalho – P.4
ix
RESUMO
Este trabalho de Entomologia Urbana foi desenvolvido a partir de testes
realizados com os principais equipamentos utilizados no controle de pragas
urbanas. Dentre os testes pode-se citar: Teste de vazão em Pulverizadores de
Compressão Prévia (PCP) e Pulverizadores Costais de Alavanca (PCA), testes
de visualização de pulverização por meio da utilização de corantes, testes de
determinação do tamanho e distribuição de gotas em pulverizadores e testes
de distância de aplicação e análise de gotas em Nebulizadores Costais
Motorizados. As práticas com os equipamentos foram realizados no Instituto
Biológico do Município de São Paulo. Os testes acima mencionados serviram
como ferramentas no desenvolvimento de novos procedimentos de usos de
equipamentos de controle de pragas urbanas, promovendo assim melhorias no
trabalho realizado pelos aplicadores. Em paralelo aos testes realizados, o
trabalho permitiu estabelecer uma metodologia que preconiza a forma correta
de uso de equipamentos bem como novas alternativas que permitam
maximizar a eficiência de aplicação.
x
ABSTRACT
This work of Urban Entomology was developed starting on tests done
with the main equipments used in Urban Pest Control. Among the tests, it can
be mentioned: Flow measurement test in compression sprayers (PCP) and
lever backpack sprayers (PCA), visual spraying test through the utilization of
colorants/dyes, tests of size determination and distribution of drops in sprayers
and also testing distance of application and drop analyses in motorized
nebulizers. The tests with the equipments were made in a biological institute of
São Paulo. The tests above mentioned worked as tools on the development of
new procedures and the use of equipments of urban pest control, promoting
improvements on the work made by the users. At the same time to the tests
made, the work also allowed us to establish a methodology that advises the
correct form of the use of the equipments as well as new alternatives that allow
maximizing the efficiency of the application.
1
1 INTRODUÇÃO
A migração das populações do campo para os centros urbanos tem
promovido diversas mudanças na forma de vida das pessoas, dentre elas
pode-se citar o fluxo cada vez maior de veículos nas ruas, a ausência de
saneamento básico e o acumulo de lixo nas vias públicas e aterros.
Dentro das conseqüências negativas dessa nova forma de vida, o controle
de pragas urbanas tornou-se um tema de extrema relevância no ponto de vista
econômico e de saúde pública.
O desenvolvimento de novas tecnologias de aplicação no setor da
entomologia urbana tem evoluído consideravelmente nos últimos tempos, o
surgimento de novos equipamentos e a confecção de novas formulações de
produtos químicos tem colaborado no controle das pragas sinantrópicas.
Espécies sinantrópicas são aquelas que vivem próximas às
habitações humanas. Estes animais aproximaram-se do homem
devido à disponibilidade alimento e abrigo, servindo-se de
frestas em paredes e forros de telhado, ou mesmo objetos
empilhados em quintais para se abrigar. A principal diferença
entre os sinantrópicos e os animais domésticos (gatos, cães,
galinhas, vacas etc.), é que estes são criados em benefício do
homem, servindo como companhia, produção de alimentos,
entre outros. Já os sinantrópicos são geralmente indesejáveis,
por poderem transmitir doenças, inutilizar ou destruir alimentos,
ou sujar as residências (WIKIPÉDIA, 2010).
A ciência da tecnologia de aplicação vem se modernizando a cada dia,
tendo em vista o aumento siginificativo de pragas urbanas em todo mundo,
esse crescimento possui diversas explicações como alterações climáticas, a
mudança nos pradões de vida da autal sociedade e a resistência dos insetos
sinantrópicos aos diversos produtos químicos desenvolvidos para controle
dessas espécies.
2
Uma população se torna resistente quando a maioria dos
insetos susceptíveis ao método de controle utilizado foi
removida. A maior taxa de cruzamentos entre insetos
portadores do gene para resistência tornará o controle mais
difícil a cada geração (MACHADO; FIÚZA, 2010).
Chuvas, temperatura e umidade são as maiores influências na
disseminação de patogenias e epidemias. Altas temperaturas,
períodos de cultivo mais longos, ausência de temperaturas
abaixo de zero para matar as bactérias e aumento das chuvas
contribuem para os ambientes propícios a insetos, roedores e
outros organismos que transmitem doenças. As mudanças
climáticas se encarregarão de espalhá-las por regiões antes
não atingidas (ENTENDA..., 2010).
Referente ao sucesso no controle de pragas urbanas, diversos são os
pontos a serem analisados, principalmente a reciclagem constante de
conhecimento nessa área por parte dos controladores. A compreensão do
inseto a ser controlado é fundamental, como também verificar o local onde
esses se estabelecem e a disponibilidade de água e alimento.
A partir do levantamento desses dados se inicia o planejamento do
método de controle a ser realizado, nesse contexto é fundamental saber
escolher o equipamento correto bem como sua utilização.
A eficácia do agrotóxico no controle de pragas, doenças e
plantas daninham depende muito da sua aplicação. O mau uso
do agrotóxico, além de desperdício, pode contaminar pessoas
e o ambiente. Assim, o equipamento usado para aplicação de
agrotóxicos é tão importante quanto o próprio agrotóxico
(BARRIGOSSI, 2006).
3
1.1 Delimitação do tema
Observa-se que a sociedade atual vem se caracterizando por condutas
cada vez mais consumistas, dentre as diversas conseqüências destaca-se
crescimento urbano.
O adentramento das cidades em regiões de florestas tem provocado
diversos desequilíbrios, entre eles o crescimento de pragas em centros
urbanos.
Para frear este processo, torna-se necessário estreitar ações entre os
setores privados e públicos. Entre os elementos a serem discutidos destaca-se
a capacitação continua de profissionais que atuam no controle das pragas
sinantrópicas.
Diversos são os pontos referentes ao controle de pragas, procurou-se
em suas etapas avaliar os principais pontos críticos encontrados em
equipamentos de controle.
1.2 Justificativa
A importância das pragas urbanas tem sido um dos temas de maior
discussão entre os setores de saúde pública em todo planeta.
Levando em consideração a proliferação de doenças, os prejuízos
econômicos dentre outros malefícios, o debate sobre esse tema tem-se
aprofundado.
Em especial, a capacitação de profissionais de controle no que se refere
especificamente ao conhecimento sobre a utilização de equipamentos de
controle tornou-se um tema de extrema relevância.
Descrever mecanismos que venham a facilitar o trabalho dos
controladores de pragas e atingir melhor eficiência nesse controle, o presente
trabalho assume sua justificativa.
4
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A pesquisa foi embasada em um tema principal: equipamentos de
controle de pragas urbanas, dentre esses será abordado temas relacionados
aos pulverizadores e atomizadores.
Diagrama 1 – Temas de pesquisa para o embasamento teórico do trabalho
2.1 Pulverizadores
Um pulverizador (abreviatura empregada em perfumería) é um
recipiente onde se armazena um líquido, que tem um
dispositivo na parte superior que permite expulsar esse líquido
em forma vaporizada (reduzido a gotas muito finas).
O mecanismo de expulsão pode ser activado manualmente
(PULVERIZADOR...,2010).
Os pulverizadores são equipamentos utilizados para diversas
finalidades, dentre os quais, destaca-se no controle de pragas urbanas.
Para Chaim (2009, p. 23):
“O objetivo principal de uma pulverização é a aplicação da quantidade
mínima de ingrediente ativo sobre o alvo para a obtenção de um máximo de
eficiência, sem contudo contaminar as áreas adjacentes – não alvo”.
Equipamentos de Controle de Pragas
Urbanas
Pulverizadores
Atomizadores
5
Existem no mercado diversos modelos de pulverizadores, dentre os
principais, destaca-se os pulverizadores costais de alavanca e os
pulverizadores de compressão prévia.
Os pulverizadores com bicos hidráulicos também podem ser
classificados dois grupos: pulverizadores costais, acionados
por alavanca, e pulverizadores por compressão. Nos acionados
por alavanca, o tanque principal não é pressurizado, mas a
pressão é gerada em uma câmera de pressão por meio do
bombeamento intermitente. Nos pulverizadores por
compressão, todo o tanque é pressurizado antes da
pulverização. No Brasil, estes últimos são utilizados em áreas
limitadas e em situações específicas (ZAMBOLIM;
CONCEIÇÃO; SANTIAGO, 2003).
A saída dos produtos por meio dos pulverizadores ocorre por meio das
pontas e bicos, que são compartimentos dessas máquinas responsáveis por
dosar a quantidade de produto adequada a ser aplicado em determinado local.
Habitualmente o termo “bico de pulverização” é utilizado como
sinônimo de “ponta de pulverização”, entretanto, correspondem
a estrutura diferentes. O bico é composto por todo conjunto
com suas estruturas de fixação na barra (corpo, peneira, ponta
e capa), enquanto que a ponta corresponde ao componente do
bico responsável pela formação de gotas (RAMOS et al.,
2004).
As pontas de jato cônico ainda são de uso muito comum dentre
os bicos hidráulicos, sendo os de cone vazio predominantes. A
deposição de gotas, no cone vazio, concentra-se somente na
periferia do cone, no centro praticamente não há gotas. Já o de
cone cheio, as gotas atingem o centro da pulverização
(ZAMBOLIM; CONCEIÇÃO; SANTIAGO, 2003).
6
As pontas jato leque plano produzem jato em um só plano e o
seu uso é mais indicado para alvos planos, como solo, parede
ou mesmo culturas como soja etc. Como a maioria dos
herbicidas é aplicada na superficie do solo, ficou arraigada a
crença de que de que o bico leque é para se aplicar herbicidas.
Entretanto o bico leque é indicado tambem para aplicar
inseticidas fungicidas ao solo (e à parede no caso de
programas de saúde pública) ou culturas como amendoim etc.,
pois a ponta deve ser selecionada considerando todos os
fatores que qualificam a função de uma ponta (vazão,
distribuição e tamanho de gotas geradas) e do alvo
(ZAMBOLIM; CONCEIÇÃO; SANTIAGO, 2003).
As pontas de pulverização estabelecem a vazão desejada a partir de
uma pressão pré-estabelecida, assim torna-se necessário quando se utilizar
esses equipamentos criar procedimentos que permitam equalizar essa
grandeza.
“A vazão de uma ponta de pulverização ocorre de acordo com o
tamanho do orifício de saída: as características do líquido utilizado na
pulverização, como densidade e viscosidade; e a pressão de trabalho”
(ZAMBOLIM; CONCEIÇÃO; SANTIAGO, 2003).
Pode-se controlar a pressão em pulverizadores por meio de
procedimentos de uso, bem como a partir do ajuste de acessórios que regulam
a vazão desses equipamentos, são chamados de “reguladores de vazão”.
Os reguladores de vazão para a utilização em costais podem
ser basicamente de dois tipos: válvulas e registro. As válvulas
reguladoras de vazão não proporcionam pressão uniforme na
ponta de pulverização, como também funcionam como
antigotejante, evitando a saída de calda após a válvula de
gatilho ter sido fechada ou quando, por qualquer outro motivo,
a pressão do sistema abaixo da desejada. Consiste de uma
válvula de diafragma, há um pistão, cuja forma restringe o fluxo
de líquido da ponta de pulverização quando a pressão excede
àquela preestabelecida. A válvula pode ser fixada na válvula de
7
gatilho, mas é mais comumente fixada junto à ponta de
pulverização, no extremo da lança. As pressões de trabalho da
válvulas reguladoras de vazão são preestabelecidas de
fabricas, devendo-se selecionar a mais adequada para cada
tipo de pulverização (ZAMBOLIM; CONCEIÇÃO; SANTIAGO,
2003).
Para realizar uma aplicação, é fundamental estabelecer um controle
eficiente, e, isso se torna possível a partir da uniformidade do tamanho e
distribuição de gotas.
A determinação do tamanho de gotas é fundamental para se
enquadrar é a pulverização dentro das classes: muito fina, fina,
média, grossa, e muito grossa. Os bicos de pulverização
devem ser enquadrados nessas classes e as recomendações
de seus usos são estabelecidas segundo a classificação. Um
bom catálogo de bicos traz sempre a classificação nas
diferentes condições de uso (ZAMBOLIM; CONCEIÇÃO;
SANTIAGO, 2003).
Designação Vmd (µm)
Pulverização Grossa � 500
Pulverização Média 200 – 500
Pulverização Fina 100 – 200
Pulverização Muito Fina 30 – 100
Aerossol < 30
Tabela 1 – Classificação da pulverização segundo tamanho de gotas
Fonte – Zambolim, Conceição e Santiago (2003)
8
2.2 Atomizadores
O processo de atomização desenvolvido pelos atomizadores ocorre a
partir do fluxo de ar gerado pela ventoinha que se encontra acoplado ao motor,
esse fluxo é captado e conduzido pelo tubo de extensão até o bocal de
atomização, nesse há fixada uma ponta de vazão pré-determinada onde o ar
promove o arrasto do produto a uma alta velocidade criando o processo de
atomização.
O pulverizador costal motorizado é um equipamento que aplica
líquido dividido em gotas de diversos tamanhos, possui motor
próprio e é transportado no dorso do operador. Para um
completo entendimento do modo de operação deste tipo
equipamento, visando assegurar uma alta eficiência de
controle, se torna necessário o exame de todos os aspectos
que contribuem para otimizar a aplicação de agroquímicos. O
tamanho de gotas geradas por esses equipamentos varia em
função de fluxo e fluxo de líquido. Com o fluxo de ar é
basicamente constante (embora com relação ao volume e
velocidade de ar gerado por eles, exista uma variação
dependendo do fabricante e de suas especificações técnicas),
pois os pulverizadores motorizados devem trabalhar com toda
a aceleração, o tamanho de gotas varia em função do fluxo de
líquido, este, não é constante, pois depende do dosador, ou da
torneira que regula. Geralmente os pulverizadores cotais
motorizados vêm acompanhados por uma série de dosadores
de diferentes vazões ou são equipados com torneira graduada,
com vazões crescentes, à medida que se abre sue curso
(COSTA et al., 2010).
9
A atomização é um tipo de controle que se caracteriza principalmente
pela aplicação de altas vazões, ou seja, pode gerar um efeito residual onde as
gotas de maior diâmetro permanecem aderidas no alvo por um longo período
de tempo. A quantidade de produto a ser aplicada dependerá da troca das
pontas com vazões pré-determinadas, bem como do fluxo de ar gerado pela
ventoinha do motor. Tendo em vista que o equipamento também possui pontas
de baixa vazão, terá a condição de realizar aplicação espacial com excelência,
onde as gotas geradas por esse equipamento permanecem suspensas
(flutuação) por um longo período de tempo, suficiente para entrar em contato
com o inseto alado (adulto) e promover o controle.
A qualidade da atomização, como diâmetro médio das
gotículas e uniformidade de tamanhos, está relacionada com
aspectos do projeto do bico, condições de sua operação e
propriedades físicas do material a ser atomizado. Por exemplo,
um aumento da rotação e a redução da vazão de liquido
causam uma diminuição do tamanho de gotícula
(SECAGEM...,2010).
10
3 OBJETIVOS 3.1 Geral
O objetivo do presente trabalho foi identificar e buscar soluções para
alguns pontos críticos de equipamentos (pulverizadores e atomizadores) de
aplicação de produtos químicos em centros urbanos.
3.2 Específicos
- Determinar a vazão em pulverizadores com a finalidade de se detectar
procedimentos corretos de utilização de equipamentos;
- Promover pulverização a partir da utilização de corantes com o objetivo de se
visualizar a faixa de cobertura que esse processo estabelece;
- Estabelecer tamanho e distribuição de gotas em processos de pulverização,
bem como atomização na busca de se atingir processos corretos de aplicação
no controle de pragas sinantrópicas;
- Divulgar a forma correta de uso de equipamentos com a finalidade de
informar aos operadores procedimentos adequados que permitam atingir
conforto no trabalho;
- Testar o desempenho de pontas de pulverização para que se possa
aconselhar corretamente seus usos;
- Transmitir informações que permitam melhorar a eficiência no controle de
insetos rasteiros e alados.
11
4 MATERIAIS E MÉTODOS
Foram feitos testes com equipamentos para controle de pragas
sinantrópicas. A base de sua implementação esteve alicerçadas em testes
relacionados à aplicação de produtos no controle de insetos rasteiros e alados.
A busca em determinar resultados que venham a contribuir na eficácia da
atuação dos controladores de pragas urbanas esteve presente em todo projeto.
4.1 Análise dos testes em equipamentos de controle de pragas
sinantrópicas
Os testes propostos, foram desenvolvidos no Instituto Biológico de São
Paulo, enfocando pontos críticos na utilização de equipamentos de controle de
pragas sinantrópicas.
Com a linha de atuação bem definida estabeleceu-se na metodologia, os
testes com equipamentos e a cronologia do projeto para alcançar os objetivos
propostos.
4.2 Testes com equipamentos
Diversos testes foram realizados com pulverizadores costais de
alavanca, pulverizadores de compressão prévia e atomizadores costais
motorizados, conforme descritos a seguir:
• Teste de vazão relacionado ao pulverizador de compr essão prévia
(PCP)
O PCP foi abastecido em sua capacidade máxima de produto, com
aproximadamente (8 litros), o que corresponde a três quartos do tanque de
produto químico. Em relação ao volume restante foi feito a pressurização
(injeção de ar) por meio do acionamento da bomba manual.
12
Figura 1 – Pulverizador de compressão prévia
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
Realizou-se quinze verificações de vazão com o PCP em intervalos de
trinta segundos cada.
O teste foi realizado com água pura, utilizando-se uma ponta regulável
cone vazio com rosca totalmente fechada (PRF), gerando a formação de uma
pulverização aberta. Promoveu-se a coleta da vazão em uma proveta de vidro
de um litro de volume.
Figura 2 – Ponta regulável cone vazio em pulverização aberta
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
• Teste de vazão relacionado ao pulverizador costal d e alavanca
(PCA)
Promoveu-se teste de vazão com o PCA buscando estabelecer um
procedimento correto de uso do equipamento com o objetivo de realizar uma
aplicação uniforme e proporcionar conforto ao operador da máquina.
13
Os pulverizadores costais de alavanca da marca “Guarany” possuem a
capacidade de acumular aproximadamente (cento e vinte libras) de pressão
máxima, quando se inicia a aplicação, a pressão de inicio reduz drasticamente
nos primeiros segundos, havendo a necessidade de sua reposição por meio do
acionamento da alavanca, assim essa prática busca estabelecer um padrão
correto de utilização deste equipamento, de forma que a pressão de trabalho
seja constante durante todo o processo de deposição de gotas e a ergonomia
se aproxime do ideal, ou seja, que o operador não movimente a alavanca de
forma ininterrupta, promovendo cansaço desnecessário e formação de pressão
acima daquela estipulada para o bico rotativo em questão (quarenta e cinco
libras).
Estima-se que a cada passo de um operador dure aproximadamente um
segundo, o teste realizado estipulou que seis passos serão equivalentes há
seis segundos e a partir desse período realizaram-se dois acionamentos na
alavanca.
A vazão do bico rotativo é de (seiscentos mililitros) por minuto, com
rosca totalmente fechada, gerando pulverização aberta com pressão constante
de (quarenta e cinco libras), de acordo com o seu fabricante.
O procedimento para realizar o teste foi de coletar a vazão produzida
pelo PCA em uma proveta de vidro, a cada seis segundos era registrada a
vazão correspondente e durante esse período a alavanca de acionamento foi
movimentada por duas vezes.
Figura 3 – Teste de vazão com PCA
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
14
Para aperfeiçoar a análise realizou-se um teste complementar, nas
mesmas condições que o anterior, contudo promoveu-se o acionamento da
alavanca de pressurização de forma ininterrupta para se avaliar qual será a
vazão a partir desse procedimento.
• Testes de visualização de pulverização com corante em PCA
Realizou-se um teste para visualizar a aplicação a partir de água com
corante de coloração azul. As pontas utilizadas foram a PRF e a ponta leque
plano inox (PLI).
A PRF promove a vazão de seiscentos mililitros por minuto, a uma
pressão constante de (quarenta e cinco libras), de acordo com seu fabricante.
Figura 4 – Bico rotativo cone vazio
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
A PLI promove a vazão de setecentos e cinqüenta mililitros por minuto, a
uma pressão constante de (quarenta e cinco libras) de acordo com o seu
fabricante.
Figura 5 – Ponta leque plano inox (PLI)
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
15
O teste foi feito em papel cartolina de cor branca, onde se simularam
duas diferentes situações de aplicação:
1) Avaliação de aplicação em cartolina sobre o piso:
Utilizou-se oito cartolinas de cor branca depositadas sobre o piso com o
objetivo de se observar uma pulverização em determinado ambiente.
Figura 6 – Pulverização em cartolinas sobre o piso
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
2) Avaliação de aplicação em cartolina em canto de parede:
Utilizou-se cinco cartolinas de cor branca depositadas no canto de
parede com o objetivo de se observar uma pulverização nesse local.
Figura 7 – Pulverização em cartolinas em canto de parede
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
16
Nessa avaliação, utilizou-se água com corante de coloração azul para
que se pudesse observar com nitidez a faixa de pulverização que é realizada
durante determinada aplicação.
3) Avaliação de aplicação estabelecendo faixa de sobreposição:
Realizou-se aplicação em parede para se observar uma pulverização
estabelecendo faixa de sobreposição.
Figura 8 – Pulverização em parede
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
Esse corante, desenvolvido pelo fabricante “Rigrantec”, e utilizado
nesse teste é indicado para diversas finalidades, inclusive para testes de
avaliação de padrão gotas em pulverização.
Figura 9 – Corante indicador de pulverização
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
17
• Teste de avaliação de tamanho e distribuição de got as em papel
sensível com PCA
Realizou-se uma avaliação de tamanho e distribuição de gotas geradas
a partir de uma PRF, uma PLI e uma PLI acompanhada por um regulador de
vazão (RV), cujo acessório possui uma pressão fixa pré-determinada (quarenta
e cinco libras). O equipamento utilizado no teste foi o PCA.
Figura 10 – Regulador de vazão
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
O teste foi realizado a partir de cinco papéis hidro sensíveis separados a
uma distância de um metro cada, depositados sob azulejos em um processo de
simulação de aplicação.
Figura 11 – Testes com papéis sensíveis
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
A averiguação do tamanho e distribuição de gotas foi feita em um
microscópio apropriado para medição de tamanho de gotas.
Os papéis hidro sensíveis possuem aproximadamente oito centímetros
de comprimento e três centímetros de largura, o que corresponde a vinte e
quatro centímetros quadrados.
18
Determinou-se três centímetros quadrados para cada papel hidro
sensível e a partir desse procedeu-se a análise por meio da média entre essas
áreas.
Figura 12 – Papéis hidro sensíveis
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
• Teste de avaliação visual com atomizador costal mot orizado (ACM)
em áreas urbanas
1) Parques e jardins
Realizou-se teste de simulação de atomização com vazão pré-
estabelecida de 1,5 litros por minuto em controle de insetos alados com (ACM)
em jardins, para se observar a deposição de gotas e distância ideal realizada
por esses equipamentos em árvores.
Fixou-se de forma aleatória diversos papéis hidro sensíveis em uma
árvore e buscou-se observar a deposição de gotas geradas nesta simulação.
Figura 13 – Fixação de papeis Hidro sensíveis em árvore
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
19
Figura 14 – Simulação de aplicação com ACM
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
Figura 15 – Simulação de aplicação horizontal com ACM
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
Figura 16 – Simulação de aplicação vertical com ACM
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
20
2) Cemitérios
Realizou-se teste com (ACM) em cemitério com objetivo de se avaliar o
comportamento desse equipamento no controle de insetos rasteiros.
O (ACM) estava com vazão pré-determinada de 1,5 litros por minuto e
avaliou-se a deposição de gotas em túmulos, bem como a distância ideal de
aplicação.
Fixou-se de forma aleatória diversos papéis hidro sensíveis em um
túmulo e buscou-se observar a deposição de gotas geradas nesta simulação.
Figura 17 – Avaliação de deposição de gotas em túmulos de cemitério
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
Figura 18 – Aplicação em cemitério
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
21
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Baseado nos materiais e métodos, os resultados desse projeto serão
descritos de acordo com as práticas a seguir:
• Teste de vazão relacionado ao PCP
A determinação de dados de vazão do PCP tem por objetivo analisar a
uniformidade de vazão no momento de aplicação de determinado produto para
o controle de insetos.
Após a coleta dos dados pôde-se perceber que a pressão inicial do
equipamento (sessenta libras) sofre uma queda acentuada na primeira tomada
de vazão no período de trinta segundos, atingindo (cinqüenta libras), ou seja,
(dez libras) a menos. A vazão correspondente nesse período foi de trezentos e
quinze mililitros, os registros de vazões posteriores foram menores no mesmo
período, tendo em vista que a pressão foi diminuindo no decorrer de cada
aferimento de vazão.
A uniformidade na distribuição da calda aplicada pela barra,
em pulverizações de defensivos agrícolas, é dada pelas
condições de montagem e de operação: espaçamento entre
bicos, altura da barra, ângulo de aspersão dos bicos e
pressão de trabalho. O objetivo da pulverização é o de
distribuir o produto selecionado de forma uniforme em toda a
área a ser tratada (PERESSIN; PERECIN, 2010).
Identifica-se no Gráfico 1, que no inicio de uma determinada aplicação, a
pressão máxima do equipamento tende a sofrer uma queda brusca no início do
trabalho de pulverização e após determinado tempo a pressão vai se
estabilizando promovendo uma vazão mais uniforme.
22
0
10
20
30
40
50
315290285270260250245225 220 215 210 200 200 200 180
50
43
3732
2927
2523 22
20 19 18 17 16 15
Teste de Aferimento de Vazão em PCP
Gráfico 1 – Teste de aferimento vazão de PCP
O Gráfico 2, demonstra que em cada aferimento de vazão, no período
de trinta segundos, a pressão sofreu diversas alterações, contudo esta variável
tende a se estabilizar, como indica os últimos cinco aferimentos. Essa prática
demonstra que a pressão desse equipamento diminui com o tempo
promovendo alteração na vazão.
Gráfico 2 – Variação de pressão
PR
ES
SÃ
O (
PS
I)
Vazão (mm/min.)
23
A Tabela 2 descreve as variações indicadas nos Gráficos 1 e 2.
Teste de vazão em PCP Tempo (s) Pressão Inicial (psi) Pressão Final (psi) Volume (mm)
30 60 50 315 60 50 43 290 90 43 37 285
120 37 32 270 150 32 29 260 180 29 27 250 210 27 25 245 240 25 23 225 270 23 22 225 300 22 20 220 330 20 19 210 360 19 18 200 390 18 17 200 450 17 16 200 480 16 15 180
Tabela 2 – Teste de vazão com PCP
• Teste de vazão relacionado ao PCA
A determinação de dados de vazão do PCA tem por objetivo estabelecer
um procedimento de uso correto do equipamento em termos de geração de
uma aplicação uniforme, proporcionado ergonomia ao operador do
equipamento.
Após a coleta dos dados foi possível perceber que a vazão
correspondente a partir de dois movimentos da alavanca de acionamento
(responsável pela pressurização do equipamento), estabelece em um volume
final de seiscentos e vinte e cinco mililitros coletados em uma proveta de vidro,
no período de sessenta segundos, ou seja, vinte e cinco mililitros a mais que a
vazão estabelecida pelo fabricante para esse bico, conforme Gráfico 3.
24
0
100
200
300
400
500
600
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60
80140
200260
315370
430490
545625
PULVERIZADOR COSTAL SIMÉTRICO
PULVERIZADOR COSTAL SIMÉTRICO
Gráfico 3 – Teste de vazão com PCA
A partir dessas observações pode-se concluir que este procedimento de
movimento da alavanca de acionamento promove a geração de uma pressão
de aproximadamente (quarenta e cinco libras) constante.
Ao se estabelecer pressão constante no equipamento, este
procedimento de uso irá assegurar que em todo local de aplicação, o volume a
ser depositado será aproximadamente o mesmo, garantindo uma aplicação
uniforme e evitando perda de produto químico.
“O Pulverizador é uma máquina que, por meio de bombeamento, lança o
líquido sobre pressão ao exterior, passando por orifícios (bicos) que fracionam
em pequenas gotas que são distribuídas uniformemente sobre o alvo”
(RESENDE, 1998).
O conforto no uso do equipamento em relação ao operador é outro ponto
de análise, tendo em vista que o processo usual de utilização é de movimentar
a alavanca de acionamento de forma ininterrupta, aproximadamente um
movimento por segundo. Esse teste permite ao operador utilizar a máquina
através de dois movimentos a cada seis segundos, ou seja, 66% (sessenta e
seis por cento) a menos de esforço realizado pelo aplicador.
VA
ZÃ
O (
ML)
TEMPO - SEGUNDOS
25
Através da análise ergonômica do trabalho, condições de
trabalho impostas, muitas vezes por ritmos são investigadas
sendo freqüentemente detectados trabalhos realizados em
posturas e ambientes ergonomicamente inadequados,
predispondo os trabalhadores a lesões (VIEIRA; KUMAR,
2004).
A avaliação do teste complementar de vazão com o PCA a partir do
acionamento da alavanca de forma ininterrupta foi de oitocentos e dez mililitros
por minuto, ou seja, duzentos e dez mililitros a mais que a vazão estipulada
para a ponta em questão, o que corresponde a um aumento de 35% (trinta e
cinco por cento), ocasionando perda de produto e desconforto para o operador
pelo excesso de acionamento da alavanca.
• Testes de visualização de pulverização com corante
A determinação visual de uma pulverização é fundamental para que se
possa verificar a eficácia de qualquer tipo de aplicação. O teste em questão
teve por objetivo promover a visualização de aplicação por meio da coloração
feita em água a partir de um corante apropriado.
O teste foi realizado com um PCA e com pontas (PRF e PLI):
1) Avaliação de aplicação em cartolina sobre o piso
Durante a aplicação em cartolina sobre o piso pode-se observar que
ambas as pontas de pulverização conseguiram preencher por completo o
espaço pré-determinado.
26
Figura 19 – Pulverização em cartolinas sobre o piso com corante
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
2) Avaliação de aplicação em cartolina em canto de parede
Durante a aplicação em cartolina em canto de parede pode-se observar
que ambas as pontas de pulverização conseguiram preencher por completo o
espaço pré- determinado.
Figura 20 – Pulverização em cartolinas em canto de parede com corante
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
27
3) Avaliação de aplicação estabelecendo faixa de sobreposição
Durante a aplicação em parede pode-se visualizar pulverização,
estabelecendo faixas de sobreposição, procedimentos esses, necessários para
corrigir a não uniformidade de aplicação, ou seja, quando uma faixa se
sobrepõe a outra para que não ocorra formação de faixas sem produto, regiões
que podem servir de local para pouso ou passagem de insetos, promovendo
assim um controle não satisfatório.
“A faixa total de aplicação é considerada um parâmetro básico do
planejamento operacional eficiente da aplicação da área, quando se procede a
sobreposição das faixas” (CUNHA; CARVALHO, 2005).
Figura 21 – Pulverização em parede estabelecendo faixa de sobreposição
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
• Teste de avaliação de tamanho e distribuição de got as em papel
hidro sensível
Para avaliar a qualidade de um processo de pulverização em
determinado controle, deve-se objetivar uma aplicação uniforme. O
procedimento utilizado nessa prática, foi o de observar dados referentes a
utilização de diferentes pontas de pulverização, bem como os provenientes a
partir da utilização de acessórios (reguladores de vazão que buscam a partir de
uma pressão fixa pré-determinada estabelecer uma vazão constante) que
busca maximizar a eficiência neste processo. O teste em questão comparou a
aplicação de uma PRF, uma PLI e uma PLI acompanhada por um RV.
28
Gráfico 4 – Teste de avaliação de número de gotas por cm2
No Gráfico 4, o número de gotas por centímetro quadrado que obteve a
melhor uniformidade foi a PLI com RV, isso demonstra a importância de se
estabelecer uma pressão constante, o primeiro ponto de coleta comparado ao
quinto obteve pouca variação aproximadamente 3% (Três por cento), sendo
que a PLI sem RV obteve um desempenho satisfatório (variação entre o
primeiro o último ponto de coleta próximo aos 16 % (Dezesseis por cento)) e
por fim a PRF obteve uma variação de aproximadamente 30% (Trinta por
cento) entre o primeiro e o quinto ponto de coleta.
Distância de aplicação
Méd
ia d
o nú
mer
o de
got
as p
or c
m2
29
0
20
40
60
80
100
120
140
160
1 metro 2 metros 3 metros 4 metros 5 metros
6167
7073
77
126129
132
141144
121 117 118 123120
PRF
Ponta Leque Plano Inox
Ponta Leque Plano Inox com Regulador de Vazão
Teste de avaliação da média de tamanho de gotas em micras por cm 2
Gráfico 5 – Teste da média do tamanho de gotas por cm2
No Gráfico 5, a média de tamanho de gotas em micras por centímetro
quadrado que obteve novamente a melhor uniformidade foi a PLI com RV. O
primeiro ponto de coleta comparado ao quinto obteve pouca variação
aproximadamente 1% (um por cento), sendo que a PLI sem RV obteve um
desempenho satisfatório (variação entre o primeiro o último ponto de coleta
próximo aos 12% (doze por cento)) e por fim a PRF obteve uma variação de
aproximadamente 21% (vinte e um por cento) entre o primeiro ponto de coleta
e o quinto.
Méd
ia d
o ta
man
ho d
e go
tas
em m
icra
s po
r cm
2
30
Papel sensível
(Distância em
metros)
Número de
gotas
Média dos
tamanhos de
gotas (micras)
Maior gota
encontrada
Menor gota
encontrada
1 98 61 60 20
2 89 67 70 38
3 79 70 73 41
4 67 73 85 44
5 61 57 90 47
Tabela 3 – Teste de avaliação de tamanho e distribuição de gotas a partir de uma PRF
Papel sensível
(Distância em
metros)
Número de
gotas
Média dos
tamanhos de
gotas (micras)
Maior gota
encontrada
Menor gota
encontrada
1 57 126 147 102
2 56 129 151 104
3 53 132 152 108
4 51 141 160 110
5 48 144 166 113
Tabela 4 – Teste de avaliação de tamanho e distribuição de gotas a partir de uma PLI
Papel sensível
(Distância em
metros)
Número de
gotas
Média dos
tamanhos de
gotas (micras)
Maior gota
encontrada
Menor gota
encontrada
1 41 121 127 110
2 39 117 122 109
3 39 118 122 111
4 42 123 131 113
5 40 120 128 111
Tabela 5 – Teste de avaliação de tamanho e distribuição de gotas a partir de uma PLI com regulador de vazão
31
• Teste de avaliação visual com Atomizador Costal Mot orizado (ACM)
em áreas urbanas
1) Parques e jardins
A avaliação de deposição de gotas por meio de um ACM em jardins teve
como objetivo visualizar o processo de atomização no controle de pragas
urbanas em ambientes considerados abertos, ou seja, que diferem de locais
fechados, sendo esses últimos os mais comuns em termos de controle de
insetos sinantópicos.
Esses equipamentos possuem a capacidade de produzir gotas de
tamanhos diferentes (atomização e nebulização), ou seja, para cada situação
orienta-se produzir gotas maiores ou menores.
Atomizar a pulverização em gotas menores irá aumentar a
cobertura do alvo, mas deve se considerar o potencial de
evaporação, de deriva, penetração no dossel e depósito das
partículas pulverizadas. Quanto menor a gota, maior o risco
de deriva (RIZARDI et al., 2003).
O processo de atomização esta relacionado à deposição de gotas em
determinado local, esperando que o inseto alvo possa entrar em contato com o
produto, promovendo assim o controle, já a nebulização consiste em uma
aplicação onde as gotas produzidas são consideradas de menor tamanho, com
o objetivo de se atingir os insetos adultos em vôo, esse processo também é
conhecido como ultra baixo volume (UBV).
Uma pulverização – tecnicamente a geração de uma neblina
(algumas vezes referidas como um aerosol) – é uma aplicação
de inseticida dispersado na forma de centenas de centenas de
milhões de pequenas gotas menores que 50 µm de diâmetro,
eficazes enquanto as gotas se mantêm suspensas no ar.
Nas pulverizações do espaço são empregadas principalmente,
na forma de névoas térmicas e névoas frias (SCIANI, 2010).
32
Figura 22 e 23 – Deposição em Papel hidro sensível após aplicação com ACM
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
Figura 24 – Deposição em folha após aplicação com ACM
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
Após observar a deposição de gotas em papéis hidro sensíveis em
aplicação com ACM, percebeu-se uma boa cobertura nos diversos pontos da
árvore, promovendo bom controle por meio do processo de atomização. Como
a vazão estabelecida de um litro e meio por minuto é considera alta, irá
promover a geração de gotas maiores possuindo menor influência de deriva e
evaporação. As simulações em aplicação vertical e horizontal demonstram o
bom alcance realizado por esses equipamentos em controles de áreas
adensadas.
33
2) Cemitérios
Promoveu-se teste de aplicação com ACM em controle de insetos
rasteiros em cemitérios, a vazão estabelecida foi de um litro e meio por minuto.
Percebeu-se que a cobertura realizada nos túmulos durante esse processo foi
satisfatória, tendo em vista a boa distribuição de gotas verificada nos papéis
hidro sensíveis.
Como a vazão estabelecida de um litro e meio por minuto é considerada
alta, promoverá a geração de gotas maiores possuindo menor influência de
evaporação, como trata-se de aplicar em túmulos expostos ao sol, o tamanho
de gotas maiores é fundamental para se obter um melhor efeito residual.
Em termos de análise de distância, identificou-se que nesse tipo de
controle o ideal é estar próximo do alvo para gerar uma melhor aplicação em
termos de residualidade.
Figura 25 – Deposição de gotas em papéis hidro sensíveis em túmulos
Fonte: Imagem cedida por Marcos Potenza (2010)
34
7- CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Projeto de Avaliação de pontos críticos em equipamentos de controle
de pragas urbanas teve como objetivo identificar e buscar soluções para os
equipamentos de aplicação de produtos químicos em centros urbanos.
No desenvolvimento do projeto procurou-se descrever ações
mensuráveis que permitam utilizar os equipamentos de forma adequada e
eficiente.
Ao se avaliar os equipamentos observou-se a necessidade de
mencionar por meio de testes, procedimentos para maximizar o controle de
insetos rasteiros e alados a partir pontos considerados críticos, ou seja,
aqueles que dependem do conhecimento técnico por parte dos operadores
para melhorar qualquer tipo de aplicação.
A tecnologia de aplicação não se resume ao ato de aplicar o
produto, mas sim na interação entre vários fatores (praga,
doença, produto, equipamento e ambiente) buscando um
controle eficiente, com custo baixo e mínima contaminação
ambiental (VARGAS; GLEBER, 2005).
Os operadores precisam ampliar seus conhecimentos em relação à
tecnologia de aplicação, investir em capacitação técnica em relação ao uso de
máquinas, produtos químicos e equipamentos de proteção individual, esses
pontos são fundamentais para exercer o ofício de controlador com sucesso.
A falta de conhecimento referente aos principais equipamentos de
controle, sem dúvidas é um dos principais pontos que dificulta o alcance de um
bom controle, tendo em vista o desperdício de produto químico, o aumento de
contaminação do meio ambiente e uma aplicação tecnicamente irregular.
Assim sendo, os testes descritos nesse trabalho orientam para alguns
pontos fundamentais, como a importância de se estabelecer a pressão
constante em pulverizadores, bem como, o alcance atingido pelo produto nos
atomizadores.
35
Os agentes de controle são protagonistas em relação à atividade de
combate a pragas urbanas, assim torna-se essencial a capacitação constante
de seus conceitos sobre a este tema.
Para Chaim (2009, p. 23):
A Tecnologia de aplicação de agrotóxicos atualmente
empregada é extremamente desperdiçadora e decorre da falta
de conhecimentos básicos sobre a multidisciplinaridade e o
funcionamento da cadeia dos processos envolvidos nessa
ciência aplicada. Soma-se a esse problema a falta de
treinamento dos agrônomos, dos agricultores e/ou de outros
profissionais ligados a fitossanidade. Uma maior eficiência da
aplicação requer seleção correta de equipamento, com bico de
pulverização que produza gotas adequadas de deposição de um
resíduo ótimo para o controle da praga; precauções com as
condições meteorológicas; identificação e conhecimento da
biologia do alvo da aplicação; e principalmente, adoção de uma
prática de manejo integrado do problema fitossanitário.
Os objetivos propostos foram alcançados pelos resultados
apresentados? Pode-se responder que sim, a partir dos testes realizados
coletou-se informações que permitem ampliar o conhecimento em termos de
conforto ao operador e procedimentos corretos de aplicação.
Os pulverizadores são equipamentos utilizados nos centros urbanos
para controle de insetos rasteiros, dentre eles se destacam aqueles
pertencentes à ordem blattodea, conhecidos popularmente como baratas,
sendo esses insetos responsáveis pela proliferação de diversas doenças.
Os blatódeos sinantrópicos podem atuar como vetores e também
como reservatórios de agentes patogênicos, determinando sua
importância na saúde pública. Insetos da ordem Blattodea são
cosmopolitas, com mais de quatro mil espécies conhecidas no
mundo, sendo apenas 1% associada ao homem. Possuem
hábito noturno, alimentação onívora e grande potencial
reprodutivo. Em Periplaneta americana, com relação às
condições de vetor e/ou reservatório de agentes patogênicos, já
36
foram identificadas várias espécies de vírus, bactérias, fungos,
protozoários e pelo menos 12 espécies de helmintos (THYSSEN
et al. 2004).
Os atomizadores são utilizados nos centros urbanos principalmente para
controle de insetos alados, dentre eles, destacam-se aqueles pertencentes à
ordem díptera, conhecidos popularmente como mosquitos, sendo esses insetos
também responsáveis pela proliferação de diversas doenças.
“Com relação à importância médica citam-se que os mosquitos
sugadores de sangue, entre eles muitos pernilongos que podem transmitir
doenças como a malária, febre amarela, dengue, encefalite, etc” (GALLO et al.,
1988, p.60).
Os conhecimentos adquiridos possibilitarão um melhor controle de
insetos alados e rasteiros, colaborando assim, com a diminuição de doenças
vinculadas a essas pragas urbanas.
37
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Embrapa. Leandro Vargas / Luciano Gleber. Sistemas de Produção de Ameixa Européia: Tecnologia de Aplicação. Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Ameixa/AmeixaEuropeia/tecnologia.htm>. Acesso em: 16 set. 2010. CHAIM, Aldemir. Manual de tecnologia de aplicação de agrotóxicos. 1 edição Brasília: Embrapa, 2009. 73 p. COSTA, Antonio Zózimo de Matos et al. Tecnologia de aplicação de
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38
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THYSSEN, Patricia Jacqueline et al. O papel de insetos (Blattodea, Diptera e Hymenoptera) como possíveis vetores mecânicos de he lmintos em ambiente domiciliar e peridomiciliar. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-311X2004000400025&script=sci_arttext>. Acesso em: 03 out. 2010. WIKIPÉDIA: a enciclopédia livre. (2009). Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sinantr%C3%B3pica. Acesso em 02 out. 2010. ZAMBOLIM, Laércio; CONCEIÇÃO, Marçal Zuppi da; SANTIAGO, Thais. O que Engenheiros Agrônomos devem saber para orientar o uso de Produtos Fitossanitários. 2. ed. Viçosa: Suprema, 2003. 376 p.
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