uma outra questão

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Coluna de opinião para o Jornal NH.

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8

ricardo machado

oPiNiÃo

Artigos publicados nesta página são opiniões pessoais e de inteira responsabilidade de seus autores. Por razões de clareza ou espaço poderão ser publicados resumidamente. Artigos podem ser enviados para opiniao@gruposinos.com.br

Em Marcos 10:47-48 há o relato de que o cego Bartimeu sentava sempre à beira do ca-minho. Num certo dia, o Senhor Jesus esta-va se aproximando e ele ouviu o barulho da multidão e se pôs a pedir que o Senhor Je-sus tivesse compaixão dele. Muitos dos que estavam próximo o repreendiam para que se calasse. Veja, por ter reconhecido que era ce-go, Bartimeu clamou por Jesus, mas foi re-preendido pelas pessoas. Não é o mesmo que ocorre hoje conosco? Enquanto somos cris-tãos frios e falsos, sem uma visão espiritual, enganados pelo sucesso, pelas realizações, to-dos nos aplaudem. Mas basta dispor-nos a ter uma experiência nova e real com Jesus Cris-to, reconhecendo nossa incapacidade, nossa cegueira, nossa autoglorificação e será sufi-ciente para as multidões mandarem-nos calar. Mas precisamos agir como Bartimeu: quanto mais o mandavam calar-se, mais ele falava e gritava. Quando percebemos que pre-cisamos do Senhor para sermos curados de nossa cegueira espiritual, devemos clamar, devemos buscar com rapidez, com convic-ção, devemos fazer nossa voz audível mais do que a voz da multidão. Se realmente, se genuinamente, se verdadeiramente, desejar-mos ser curados por Jesus, precisamos bus-cá-lo continuamente, perseverando. Como resultado do clamor do cego mendigo, Je-sus parou! Que expressão gloriosa! O Filho de Deus, que muitas vezes parece estar tão indiferente, tão inatingível, tão insensível aos nossos sofrimentos e dores, sempre está pronto e disponível a nos atender e nos suprir quando clamamos a Ele. Ele sempre soube e sabe da nossa cegueira, das nossas carências, das nossas fraquezas, mas fica, em certo sen-tido, impossibilitado de nos curar, pois nós não as reconhecíamos nem manifestávamos o genuíno desejo de sermos curados. Mas se clamarmos, Ele virá e perguntará: “Que que-res que Eu faça?”. Ele está desejoso de nos suprir. Deus não tem prazer no sofrimento do homem, mas que todos sejam salvos!

Desde a última quarta-feira, nós estamos em Quaresma e a Igreja do Brasil, nesta épo-ca, promove sempre a Campanha da Frater-nidade. São 40 dias entre a Quarta-feira de Cinzas e o Domingo de Ramos. São dias de penitência e de conversão. É um tempo es-pecial de oração, de preocupação maior para com o próximo. Antes de tudo, a Igreja gos-taria que neste tempo se rezasse mais. Por isso, nós teremos os encontros de família, com os livrinhos editados pela CNBB, para reuniões de oração e reflexão em torno da Palavra de Deus. Seria importante que todas as famílias cristãs perten-cessem a algum grupo desses, para assim de fato dedicar um tempo maior à oração. Em segundo lugar, este é um tempo penitencial. Não se fa-la mais muito em jejum e abs-tinência, embora nós, católicos, continue-mos com dois dias de jejum e abstinência (Quarta-feira de Cinzas e Sexta-feira San-ta). São dias em que cada um deveria trei-nar a sua capacidade de renunciar a alguma coisa boa. Nós precisamos ter domínio so-bre nossos instintos, para termos o direito de nos apresentar como seres superiores aos animais. Em terceiro lugar, este é um tem-po de maior fraternidade. É um tempo de se

Tacho

tacho@gruposinos.com.br

Não existe apenascegueira física

Estamos na Quaresma

Desculpem-me os mais católicos ou os mais curiosos, mas a questão que se impõe em relação à renúncia de Bento 16 não é qual será o novo papa. O Conclave que definirá o nome do novo bispo de Roma deve começar em um mês, mas a questão emergente, ou a que deveria ser, é qual o papel que a Igre-ja Católica pretende exercer em um mun-do pós-moderno. De que maneira uma ins-tituição com mais de 2 mil anos pretende se aproximar dos problemas contemporâneos, mas com uma postura, talvez, menos con-servadora. Joseph Ratzinger foi um dos teóricos de-fensores do conservadorismo católico e não há juízo de valor em chamá-lo de conserva-dor. Há conservadores e há quem prefira o di-álogo. Entretanto, o papa se demonstrou lúci-do e humilde ao renunciar, uma atitude nada conservadora, louvável e histórica. A transição que se espera na Igreja cató-lica já teve início, quando ocorreu o Concí-lio Vaticano II, na década de 1960. Alguns estudiosos, como o historiador Massimo Faggioli, doutor em História da Religião e professor de História do Cristianismo na University of St. Thomas, em Saint Paul, nos Estados Unidos, defendem que o con-cílio inaugurou uma nova forma de ser da Igreja. Faggioli diz que o “Vaticano II, teo-logicamente, deu legitimidade a outras cul-turas para acolher o Evangelho e desenvol-ver uma compreensão própria da mensagem cristã, sem ter que depender de modo escra-vizante da herança greco-romana-medieval”. Portanto, a questão que se impõe não é se o papa será latino, africano ou filipino. Nem se será pelo diálogo ou conservador. A análise é filosófica. Como proporia o pensador Zyg-munt Baumann, a questão é: de que manei-ra a Igreja vai se posicionar hoje, quando as relações se estabelecem em uma “sociedade líquido-moderna”. Como vai dialogar com os desafios contemporâneos, em que as relações sólidas são cada vez mais raras?

Ricardo Machado é jornalista, repórter de Política do Jornal NH

Uma outra questão

pensar no outro e nos outros, especialmente naqueles que vivem situações de maior fra-gilidade, com maiores dificuldades e correm sérios riscos. A Igreja do Brasil realiza nesta época a sua Campanha da Fraternidade. Este ano, escolhemos o tema da Juventude, com o lema inspirado no Profeta Isaías, 6,8: “Eis me aqui, envia-me”. O objetivo geral desta Campanha da Fraternidade é “acolher os jo-vens no contexto de mudança de época, pro-piciando caminhos para seu protagonismo no seguimento de Jesus Cristo...” Na verda-de, nós queremos proporcionar aos jovens um encontro pessoal com Jesus Cristo, a fim de contribuir para a sua missão de discípulos

e missionários...; possibilitar-lhes uma participação ativa na comunidade eclesial... E sen-sibilizá-los para serem agen-tes transformadores da socieda-de, protagonistas da civilização do amor e do bem comum. Nesta Quaresma, queremos lembrar os problemas da ju-ventude, e abrir os braços para acolhê-la. Queremos destacar a

presença dos jovens em nossas assembleias e em todo o processo de planejamento. Em nossa diocese, queremos contar com eles pa-ra o trabalho da missão. Queremos todos en-volvidos na vivência do Ano da Fé. É claro que as tentações continuam existindo, mas que as liturgias quaresmais nos ajudem nes-te sentido!

o objetivo geral da campanha da Fraternidade é acolher os jovens

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D. Zeno Hastenteufel é bispo da Diocese de Novo Hamburgo

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