um olhar sobre a história do brasil através de fotografias

Post on 26-Nov-2015

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  • nvozes

    Com curadoria de Boris Kossoy e Lilia Moritz Schwarcz, e co-laborao do Instituto Moreira Salles, a exposio Um olhar sobre o Brasil A fotografia na construo da imagem da nao que ocorre no Instituto Tomie Ohtake , certamente, uma oportunidade para, ns brasileiros, desvendarmos um pouco de nossa histria. Alm de se tratar de uma mostra de fotos-imagens, e foto-pintura, nos ofer-ece, sobretudo, a possibilidade de percebermos detalhes, geralmente

    despercebidos, quando procuramos conhecer um pouco a histria brasileira. A Histria atravs das realidades construdas, elaboradas, portanto. Territrio de fronteiras fludas, indefinidas, palco de reali-dades e fices. Fices documentais a partir de verdades individ-uais, regionais, ideolgicas, tnicas, religiosas, como diz Kossoy, docente da Escola de Comunicao e Artes da Universidade de So Paulo ECA-USP.

    [Comentrio - Resenha]Um olhar sobre a histria do Brasil atravs de Fotografias

    Douglas Romo

    Instituto Tomie Ohtake, So Paulo.

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    Exposio: Um olhar sobre o Brasil. A Fotografia na construo da Nao.

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  • A exposio dividida em trs momentos histricos: Brasil do Segundo Imprio, Brasil a partir da proclamao da Repblica e ao longo do sculo XX; a partir disso desenvolve-se em quatro eixos temticos: poltica, sociedade, cultura e artes, e paisagem. Para tanto, preciso deter-se com certa demora para que se salte aos olhos, traos e flagrantes que dificilmente encontraramos to reais nos demais materiais que costumamos nos valer para conhecer este pas.

    O aspecto envelhecido de boa parte do acervo de foto-imagem, e foto-pintura, com as imagens, ora em tom amarronzado, ora alaran-jado, ou mesmo um preto-e-branco que se acinzenta, temos, num pri-

    meiro contato, a sensao de uma imagem irreal, uma fico con-struda por uma pintura quase perfeita. A tonalidade envelhecida j

    est no nosso imaginrio, mas num olhar um pouco mais prolongado sobre as fotos, os tons laranja ou marrom, nos causa outra sensao, agora ligeiramente desconfortvel: parece-nos que areias esto sendo lanadas aos nossos olhos. Como se uma ampulheta estivesse im-plodindo e arremessando de uma s vez toda a Histria, arrastando-nos em esprito para o nosso prprio passado. Passadas essas primeiras impresses, teramos diante de ns al-guns detalhes e flagrantes da sociedade brasileira do fim do sculo XIX, e do comeo do sculo XX, destacando-se a, os aspectos do regime trabalhista escravocrata, com traos da vida, e das condies dos escravos, e dos indgenas, no Brasil. O uso da fotografia, para divulgar e comprovar as teorias racistas europeias, tambm o seu uso para os fins comerciais escravagistas, como podemos ver no trabalho de Augusto Stahl; o olhar fugidio, de-spretensioso, ou triste dos escravos, juntamente com as marcas de suas mutilaes, das cicatrizes deixadas pelos chicotes da colonizao, so estes, alguns dos traos que geralmente nos passam despercebidos, e que nesta exposio, temos a chance de visualiz-los.

    possvel tambm tomarmos contato com certos aspectos, talvez menores, mas ilustrativos da poltica do Imprio no Brasil. Os olhares e poses austeros, e, sobretudo imponentes, do Imperador Dom Pedro II, e de outros protagonistas da poltica imperial, nos revela,

    A exposio dividida em trs momentos histricos.

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    Fotografias de Marc ferrez.Negra da Bahia.

    Fotografias de Augusto Stahl.

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  • mas tambm nos oculta, algumas concepes sobre a construo do nosso imaginrio. Ainda sobre o aspecto poltico-econmico da po-ca, podemos observar a organizao, racionalizada e militarizada, do trabalho escravo nos diversos engenhos que formaram a paisagem do Brasil Imprio. Outros inmeros aspectos nos so apresentados na mostra. Como exemplos, as posies, por vezes, constrangedoras dos escravos e es-cravas, para a foto, algumas imagens que ressaltam as belezas nat-urais do territrio brasileiro. E, encontramos, ainda, um interessante retrato da cidade de So Paulo (de autor annimo), que parecia-nos predizer o que viria a ser essa imensa, e conturbada metrpole. A ex-posio apresenta tambm o perodo recente da ditadura militar de

    1964, como a fotografia de Evandro Teixeira representando uma ao militar no centro da cidade do Rio de janeiro em 1968, e tambm um nome que no poderia faltar como Sebastio Salgado. Enfim, a exposio consiste numa rica ocasio para compreender-

    mos um pouco mais sobre a Histria do Brasil, e, consequentemente, de nossa prpria histria particular. Alm disso, ela tem a virtude de expor bem o papel dbio da fotografia nesse recorte temporal, que vai do fim do sculo XIX at o incio do XX, que funcionava, ora como meio de denncia dos abusos sociais, ora como veculo para viabilizar o comrcio escravo, ou para viabilizar a divulgao do pensamento predominante da poca. A preocupao da mostra em apresentar essas diferentes funcionalidades da fotografia, faz com que ela seja, no s um meio para visualizarmos um pouco a histria, mas, tambm, nos oferece uma interessante ocasio para pensarmos sobre o ato fotogr-fico.

    A Exposio ocorre no Institu-to Tomie Ohtake, em Pinheiros. Endereo: Rua Rua dos Corops, 88 [Travessa da Av. Pedroso de Morais] Perodo: de 13 de Novembro de 2012 a 27 de Janeiro de 2013.

    Entrada Gratuita. De Tera a Domingo, das 11 s 20 horas.

    mais informaes: http://www.institutotomieohtake.org.br/programa-cao/exposicoes/mapfre/

    Sebastio Salgado, 1986. Serra Pelada.Evandro Teixeira, 1968. Ao Militar no centro do Rio de Janeiro.

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