seminário prevenção e gestão de risco em Épocas de chuva, 15/02/2011 - apresentação de...

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Geólogo fala sobre Gestão dos riscos em momentos de crise

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Gestão dos Riscos em Momentos de Crise

Articulações Estratégicas

Fernando Rocha Nogueira, geólogo

BOCAINA CURSOS E ESTUDOS AMBIENTAIS-URBANOS

fernandorn@uol.com.br

ANGRA DOS REIS – RJ Janeiro 2010

SÃO LUIZ DO PARAITINGA - SP

SÃO PAULO-SP Janeiro-fevereiro 2010

RIO DE JANEIRO - NITERÓI – ABRIL 2010 231 mortes

Morro do Bumba

RECIFE junho 2010

BRANQUINHAS – AL junho 2010

Região Serrana do estado do Rio de Janeiro – janeiro de 2011

Mas o que há de novo?

São Paulo, década de 1950

Vale do Anhangabaú 1967

Mas o que há de novo?

São José da Laje – AL 14 de março de 1969 – 1.200 mortos (10% da cidade) 18 de junho de 2010 - 5.200 desabrigados

“ Em fevereiro de 1615, os moradores da Vila de Santos, fugindo das tropas do pirata holandês Joris Van Spilbergen, refugiaram-se na elevação denominada Monte Serrat, de onde presenciaram um grande escorregamento que acabou por soterrar seus perseguidores”...

João Cornelissem de Mayz, escrivão da Capitania de São Vicente

Relatos da ocupação de Blumenau – 1850 – Dr. Otto Von Blumenau – índios Kaigangs

Riscos e mudanças climáticas

Relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, 2007), entre outras tendências e alterações já observadas, considera muito provável a ocorrência de eventos de precipitação extrema.

A freqüência (ou a proporção do total de chuva das precipitações fortes) aumenta na maior parte do planeta (e certamente no Sudeste do Brasil e Zona da Mata nordestina), elevando o risco de inundações, alagamentos, escorregamentos e erosão.

Este é um elemento novo importantíssimo para a administração das cidades grandes e médias que sofrem grandes impactos com chuvas mais intensas, com fortes reflexos no trânsito e nas vilas, favelas, grotas, ocupações precárias em encostas e margens de córregos.

A recomendação do IPCC e, aqui, da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Rede-Clima, criada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (INPE, notícias, 2008), aos formuladores de política, é a detecção de pontos de vulnerabilidade e de práticas de adaptação a esta nova realidade climática:

VEYRET, Yvette (org.). Os riscos: o homem como agressor e vítima do meio ambiente. São Paulo: Contexto, 2007

“O risco, objeto social, define-se como a percepção do perigo, da catástrofe possível.

Ele existe apenas em relação a um indivíduo e a um grupo social ou profissional, uma

comunidade, uma sociedade que o apreende por meio de representações mentais e com

ele convive por meio de práticas específicas”

VEYRET, Yvette (org.). Os riscos: o homem como agressor e vítima do meio ambiente. São Paulo: Contexto, 2007

“Não há risco sem uma população ou indivíduo que o perceba e que poderia sofrer seus

efeitos.

Correm-se riscos, que são assumidos, recusados, estimados, avaliados, calculados.

O risco é a tradução de uma ameaça, de um perigo para aquele que está sujeito a ele e o

percebe como tal”

população o perceba e que poderia sofrer seus

efeitos.

Correm-se riscos, que são assumidos, recusadosestimados, avaliados, calculados.

risco é a tradução de uma ameaça, de um perigo para aquele que está sujeito a ele e o

percebe como tal”

Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, IBGE (2010): 2.696 municípios - 51,3% do total - declararam ter sofrido alagamentos ou inundações por conta da ação das chuvas entre 2003 e 2008.

Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, IBGE (2010): O principal fator que influenciou os alagamentos foram a obstrução de bueiros (45,1% dos municípios), ocupação intensa e desordenada do solo (43,1%), obras e projetos inadequados (31,7% e 30,7%, respectivamente), lançamento inadequado de lixo (30,7%), interferência física no sistema de drenagem (18,6%), lençol freático alto (15,8%), entre outros. 47,8% dos municípios não realizaram serviços de limpeza e desobstrução de galerias em suas redes de drenagem entre 2003 e 2008 O número de municípios com alguma via pavimentada aumentou 20,6% no Brasil (82,4% na região Norte) entre 2000 e 2008, ao passo que o percentual de cidades com sistema de drenagem subterrânea caiu de 85,2% para 76,4%. Em contrapartida, entre 2000 e 2008 subiu de 80,4% para 94% o percentual de municípios com drenagem superficial.

Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (IBGE, 2010): Cerca de 1.400 municípios (27,3%) relatam alguma situação de risco relacionado à erosão, escorregamentos e solapamentos de margens de córregos

O risco de acidentes associados a escorregamentos e

processos correlatos é um “fenômeno” do ambiente

urbano brasileiro dos últimos 25 anos

Santos, março de 1928

Caraguatatuba, 18 de março de 1967

Grandes acidentes do passado

LOCAL DATA N.º DE MORTES

Santos (SP) Março de 1928 80

Vale do Paraíba do Sul(MG/RJ)

Dezembro de 1948 250

Santos (SP) Março de 1956 64

Rio de Janeiro (RJ) 1966 100

Caraguatatuba (SP) Março de 1967 120 (?)

Serra das Araras/ Rio de Janeiro (RJ)

Janeiro de 1967 1700

Santos (SP) Dezembro de 1979 13

Grandes acidentes do passado

LOCAL DATA N.º DE MORTES

São Paulo (SP) Junho de 1983 8

Salvador (BA) Abril de 1984 17

Rio de Janeiro (RJ) Março de 1985 23

Salvador (BA) Abril de 1985 35

Vitória (ES) 1985 93

Rio de Janeiro (RJ) Fevereiro de 1988 82

Petrópolis (RJ) Fevereiro de 1988 171

Salvador (BA) Maio de 1989 67

Recife (PE) Julho de 1990 15

• “ a crise ou a catástrofe deve ser gerenciada na urgência pelos serviços de socorro, no contexto de planos definidos de antemão, ao passo que o risco exige ser integrado às escolhas de gestão e às políticas de organização dos territórios.”

VEYRET, Yvette (org.). Os riscos: o homem como agressor e vítima do meio ambiente. São Paulo: Contexto, 2007

Pequenos acidentes que não saem nos jornais

R = P (ƒA) * C (ƒ V ) *g-1

R = P (ƒA) * C (ƒ V ) *g-1

Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, IBGE (2010): Entre 2003 e 2008, os processos mais freqüentes nesses municípios foram:

Deslizamentos : 63%

Quedas de blocos de rocha ou de solo : 32%

Solapamentos de margens de córregos : 47%

Corridas ?

R = P (ƒA) * C (ƒ V ) *g-1

R = P (ƒA) * C (ƒ V ) *g-1

R = P (ƒA) * C (ƒ V ) *g-1

- podendo ser modificado por ações

de gerenciamento.

A gestão dos riscos nas Cidades é uma atribuição do Poder Público local.

É uma das muitas atividades necessárias para a gestão do ambiente urbano

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA

GERENCIAMENTO DE RISCOS (UNDRO, 1991)

Identificação e análise de riscos (conhecimento dos problemas);

Adoção de medidas de prevenção de acidentes e redução de riscos; Planejamento para situações de contingência e de emergência; Informação pública, capacitação e mobilização social para autodefesa.

1. MAPEAMENTO DOS RISCOS

método adequado escala adequada

2.Planejamento e implementação de intervenções estruturais para redução dos

riscos identificados

Eliminar risco não significa necessariamente remover as casas em risco

• Planos Municipais de Redução de Riscos

• Planos Municipais de Habitação

• Plano Diretor

• Planos de Expansão Urbana

• Legislação de Proteção e Recuperação Ambiental

• Legislação urbanísitca

• Projetos de urbanização e melhorias urbanas, com adequada avaliação e consolidação geotécnica

• Aderência entre os projetos e os processos

• Referência do planejamento urbano no meio físico (dinâmico/ modificado)

3. Monitoramento permanente e prevenção de acidentes, especialmente

nos períodos chuvosos

Monitoramento envolve a fiscalização e o controle:

• de novas ocupações em locais suscetíveis a risco;

• do adensamento das áreas de risco ocupadas;

• da execução de intervenções inadequadas (cortes, aterros, fossas)

• de incidentes geradores de risco (vazamento de tubulações, lançamento de entulhos, obstrução de valas e drenagens, etc.)

• da evolução de situações de risco identificadas

Vistorias periódicas e sistemáticas

LEGENDA

Moradia sem risco, com o respectivo número da ligação

elétrica Moradia incluída no cadas- tro de risco. Moradia prioritária para vistorias em situações críticas de pluviosidade e para remoção preventiva. Ocorrência de escorrega- 16/12/91 mento com respectiva data.

Cicatriz de escorregamento

Escala 1:1000.

166

166

166

Atualização permanente do mapa de riscos

Siga as orientações da PBH

ÁREA DE RISCO80,0cm

50,0

cm

EM MONITORAMENTO

Informações: 3277-6409

as linhas verdes, branca e laranja têm 1 cm de altura cada

Siga as orientações da PBH

ÁREA DE RISCO80,0cm

50,0

cm

PROIBIDA A OCUPAÇÃO

Informações: 3277-6409

as linhas verdes, branca e laranja têm 1 cm de altura cada

PLANTÃO DE ATENDIMENTO PÚBLICO

PLANOS DE CONTINGÊNCIA

Instrumentos de convivência na prevenção de

acidentes naturais e/ou tecnológicos induzidos

ou não pela ocupação humana. Devem utilizar

os conhecimentos técnicos-científicos,

associados aos procedimentos operacionais de

atendimento das populações, visando a

proteção da vida e a diminuição dos prejuízos

sócio-econômicos.

Objetivos

• organização da estrutura administrativa municipal para o gerenciamento de emergências e situações de perigo aos cidadãos durante o período crítico de pluviosidade.

• qualificar o cumprimento da atribuição pública de garantir a segurança ambiental da população

• reduzir perdas e danos infligidos à cidade e aos munícipes em conseqüência das chuvas.

PLANOS DE CONTINGÊNCIA

Diretriz geral

• É possível antecipar-se a cenários prováveis de deslizamentos de encostas e inundações com o objetivo de minimizar suas conseqüências sobre pessoas ou bens, desde que, acompanhados os índices pluviométricos e a previsão meteorológica, sejam observados em campo indícios de movimentação de encostas ou de extravasamento das calhas fluviais nas áreas de risco previamente identificadas.

PLANOS PREVENTIVOS

PLANO PREVENTIVO DE DEFESA CIVIL - PPDC

. PERGUNTAS BÁSICAS

1. O QUE E COMO OCORRE: Processos

2. ONDE OCORREM OS PROBLEMAS : Mapeamento

3. QUANDO OCORREM OS PROBLEMAS: Correlação,

monitoramento, sistemas de alerta

4. QUE FAZER: Recursos e procedimentos previamente

definidos, Plano de Resposta

.

.

4. Informação pública e capacitação para prevenção e autodefesa

Ministério das Cidades- 2003

Programa de Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários

Ação de Apoio à Prevenção e Erradicação de Riscos em Assentamentos Precários.

Os seminários nacionais

1° SEMINÁRIO NACIONAL DE CONTROLE DE RISCO EM ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS NAS ENCOSTAS URBANAS

24 a 27 de agosto de 2003 – Recife Palace Hotel – Recife – PE

Os seminários nacionais

I SIBRADEN 24 a 27 de agosto de 2003 – Recife Palace Hotel – Recife – PE

Florianópolis, 27 a 30 de setembro de 2004,

IPT-São Paulo – 11 e 12 de dezembro de 2003

Os seminários nacionais

Santos, 09 a 13 de Dezembro de 2007

Ação de apoio a programas municipais de

redução e erradicação de riscos- MCidades

• Planos municipais de redução de riscos (PMRR)

• Projetos de obras de contenção de encosta

• Capacitação de equipes municipais

PAC II

Capacitação

Capacitação

Em discussão • Municípios devem elaborar

PLANOS DE EXPANSÃO URBANA com base, entre outros itens, a dinâmica do

meio físico.

• Municípios críticos: obrigatório

elaborar a carta geotécnica para aprovar qualquer novo parcelamento do solo, elaborar o mapa de risco, o plano de redução de risco e m plano de controle e fiscalização da ocupação, para evitar que ela avance para as áreas muito vulneráveis

• qualquer novo parcelamento do solo tenha 10% destinado a lotes populares, para aumentar a oferta de lotes urbanizados legalizados.

Em discussão • 100 a 200 municípios mais

críticos: governo federal + estados subsidiariam mapas de suscetibilidade a desastres naturais

• Realização do 3º Seminário Nacional de Controle de Riscos

• Inclusão dos processos de inundação brusca

• Centro de informação MCT: com base nos mapas de vulnerabilidade previsão meteorológica - controle pluviométrico - imagens de satélite periódicas da ocupação : montagem nos municípios críticos de planos de contingência , sob coordenação da SEDEC/MIN e planos de controle e fiscalização da ocupação do solo, coordenado pela SNPU/MCIDADES.

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