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Seminário de Toxicologia

Intoxicação por Arsênio

Análise Crítica de um Relato de Caso

Grupo 2: Elson Santos NetoLaísa EnnesRebeca MacielVirgínia Mares

Orientador: Gilberto

Apresentação1. História Clínica2. Diagnóstico Diferencial3. Intoxicação por Arsênio:

1. Arsênio2. Manifestações Clínicas3. Exames Complementares4. Tratamento

4. Evolução5. Discussão

História ClínicaCFAS, 33 anos, natural de Fortuna de Minas, MG, trabalhador rural de haras.

O caso foi atendido pelo telefone dia 30/01/12 com um relato de náuseas, dor abdominal, fraqueza e diarreia, há 2 semanas, sem sialorréia ou sinais neurológicos. Apresentou na semana anterior (dia 23/01 ao 27/01) exposição cutânea e respiratória ao produto Volcane®, cujo princípio ativo é o MSMA – sodium hydrogen methylarsonate. O paciente foi encaminhado para o PS João XXIII dia 31/01/12.

História Clínica Volcane®

• herbicida não seletivo; • utilizado na plantação de cana de açúcar e

algodão;• classe toxicológica III – medianamente tóxico;• grupo químico organoarsênico.

O agrotóxico era armazenado em bomba costal e o paciente não usava EPI, apenas máscara cirúrgica e botas.

História Clínica Exame Físico:Bom estado geral, orientado. À ectoscopia, presença de discretas linhas brancas transversas em unha do polegar D. À ausculta pulmonar, sons respiratórios diminuídos; FC de 75 bpm e PA de 130x90 mmHg. Hipocôndrios dolorosos à palpação do abdome.

Apresentação1. História Clínica2. Diagnóstico Diferencial3. Intoxicação por Arsênio:

1. Arsênio2. Manifestações Clínicas3. Exames Complementares4. Tratamento

4. Evolução5. Discussão

Diagnóstico DiferencialMorador de zona rural, com quadro de náuseas, dor abdominal, fraqueza e diarreia, há 2 semanas, com exposição prévia a herbicida organoarsênico, na semana anterior das 07:00 às 18:00, sem proteção.

Hipóteses:1. Parasitose intestinal?2. Gastroenterite aguda?3. Hepatite?4. Intoxicação por Arsênio?

Apresentação1. História Clínica2. Diagnóstico Diferencial3. Intoxicação por Arsênio:

1. Arsênio2. Manifestações Clínicas3. Exames Complementares4. Tratamento

4. Evolução5. Discussão

Apresentação1. História Clínica2. Diagnóstico Diferencial3. Intoxicação por Arsênio:

1. Arsênio2. Manifestações Clínicas3. Exames Complementares4. Tratamento

4. Evolução5. Discussão

Arsênio Componentes:

tintas; eletrônicos; fertilizantes, fungicidas e herbicidas; conservantes de madeira; contaminantes de alimentos, frutos do mar; remédios populares; gás arsina: não irritante, incolor, muito tóxico.

Arsênio Toxicidade - varia de acordo com a:

valência; forma; solubilidade.

Em geral arsênio inorgânico é mais tóxico que o orgânico; e o trivalente é mais tóxico que o pentavalente.

Apresentação1. História Clínica2. Diagnóstico Diferencial3. Intoxicação por Arsênio:

1. Arsênio2. Manifestações Clínicas3. Exames Complementares4. Tratamento

4. Evolução5. Discussão

Intoxicação por Arsênio Manifestações na exposição aguda:

Início em 30 minutos após exposição. Dose letal : 200 a 300 mg. Inicialmente:

odor de alho; xerostomia; disfagia.

Intoxicação por Arsênio Manifestações na exposição aguda:

náuseas e vômitos; cólica abdominal; diarréia aquosa profusa; fraqueza muscular; câimbras; sede.

Intoxicação por Arsênio Manifestações na exposição aguda:

Vasodilatação generalizada: colapso circulatório; insuficiência renal: oligúria, hematúria e

proteinúria.

Propriedades mitogênicas: alterações hepáticas.

Intoxicação por Arsênio Manifestações na exposição aguda:

Cardiotoxicidade: Alterações de ECG: QT alargado, torsade de

pointes, ondas T e U alternantes.

Alterações neurológicas: Convulsões Neuropatia periférica: fraqueza, parestesia,

dor, queimação

Intoxicação por Arsênio Manifestações na exposição aguda:

Linhas de Aldrich-Mees:

Morte Fetal Intra-uterina.

www.emedicine.medscape.com/article/1106423-overview

Intoxicação por Arsênio Manifestações na exposição crônica:

Rouquidão Perfuração do septo nasal Alterações dermatológicas:

hiperpigmentação; hiperceratose; alopécia; dermatite.

Intoxicação por Arsênio Manifestações na exposição crônica:

Alterações neurológicas: polineuropatia; encefalopatia.

Alterações hematológicas: anemia; leucopenia; plaquetopenia.

Intoxicação por Arsênio Manifestações na exposição crônica:

Carcinogênese: câncer múltiplo de pele; angiossarcoma hepático; CCE pulmonar.

Apresentação1. História Clínica2. Diagnóstico Diferencial3. Intoxicação por Arsênio:

1. Arsênio2. Manifestações Clínicas3. Exames Complementares4. Tratamento

4. Evolução5. Discussão

Exames Complementares Testes para detecção de arsênio na urina:

Testes Qualitativos: Teste de GUTZEIT.

Testes Quantitativos: Dosagem de arsênio na urina de 24 hs.

Exames Complementares Teste de Gutzeit:

Ácido sulfúrico diluído sobre o zinco libera hidrogênio nascente.

Hidrogênio + compostos oxigenados de arsênio = arsina - AsH3(g).

Arsina + nitrato de prata = composto amarelo que em contato com água = composto negro (prata metálica).

Exames Complementares Teste de Gutzeit:

6AgNO3 + 3H2O + AsH3 H3AsO3 + 6Ag + 6HNO3

Exame qualitativo do paciente +

Define intoxicação? Inicia-se o tratamento?

Exames Complementares

http://myttex.net/forum/Thread-Saggio-di-Gutzeit-per-l-arsenico

Método quantitativo: dosagem de As na urina de 24 hs. Não disponível no laboratório do CIAT-BH. Dificuldade de condicionamento da amostra. Prazo entre coleta e resultado, para definir

terapêutica. Valor de As >100mcg reflete intoxicação.

Exames Complementares

http://www.palintestusa.com/news.aspx?id=25

Apresentação1. História Clínica2. Diagnóstico Diferencial3. Intoxicação por Arsênio:

1. Arsênio2. Manifestações Clínicas3. Exames Complementares4. Tratamento

4. Evolução5. Discussão

Tratamento Antídotos:

Dimercaprol (BAL): quelante de compostos arsenicais.

D-Penicilamina: quelante de metais pesados.

Outros:

dipirona; metoclopramida; hidratação venosa.

Apresentação1. História Clínica2. Diagnóstico Diferencial3. Intoxicação por Arsênio:

1. Arsênio2. Manifestações Clínicas3. Exames Complementares4. Tratamento

4. Evolução5. Discussão

EvoluçãoConsulta com SEST: Saúde do Trabalhador 27/03/12: Evoluiu bem, tendo sentido enjoo, dor abdominal e cefaleia dia 28/02. 

Cumpriu aviso prévio até 19/03/12, quando foi demitido, e hoje trabalha na fazenda Boa Vista como vaqueiro, com carteira assinada, ganhando 1,5 salário.

Exame físico normal.

EvoluçãoResultado de exames (08/03/12):AST: 24 ALT: 31 GGT: 16 BBT: 1,2 BBD: 0,2 BBI: 1,0 Proteinas totais: 7,3 albumina: 4,5 globulina: 2,8 A/G: 1,6 FA:141 (38-126) Uréia: 37 Cretinina: 0,96 Glicemia: 86 Hemograma: Hm: 4,71x106 Hb: 15,5 Ht: 45,9 RDW: 11,1% plaquetas: 249000 reticulócitos: 1,9% (0,5-1,5)Leucograma: neu:4830 linf:2860 mono:400 eosi:80 (100-500) baso:70

Não houve nota sobre exame toxicológico quantitativo de urina.

Apresentação1. História Clínica2. Diagnóstico Diferencial3. Intoxicação por Arsênio:

1. Arsênio2. Manifestações Clínicas3. Exames Complementares4. Tratamento

4. Evolução5. Discussão

Discussão Raciocínio clínico. “Figuras de livro”. Decisão clínica:

ferramentas disponíveis para o diagnóstico; tempo ótimo de ação.

Observar X Tratar.

Referências Fontes Bibliográficas:

Lexicomp (tox) Medscape FILHO, Adebal de Andrade; CAMPOLINA, Délio e DIAS, Mariana

Borges. Toxicologia na Prática Clínica. Belo Horizonte: Folium, 2001.

http://biblioteca.usac.edu.gt/tesis/08/08_1134_Q.pdf

Imagens: www.emedicine.medscape.com/article/1106423-overview http://myttex.net/forum/Thread-Saggio-di-Gutzeit-per-l-arsenico http://www.palintestusa.com/news.aspx?id=25

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