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Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Parasitismo de Telenomus podisi (Ashmead, 1881) (Hymenoptera: Platygastridae) em diferentes condições de temperatura e umidade
relativa sobre ovos de Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae), criado em dieta artificial
Thainá Carolina Graciano
Trabalho de conclusão de curso apresentado como parte dos requisitos para obtenção do título de Engenheira Agrônoma
Piracicaba 2019
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Thainá Carolina Graciano
Parasitismo de Telenomus podisi (Ashmead, 1881) (Hymenoptera:
Platygastridae) em diferentes condições de temperatura e umidade relativa sobre ovos de Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae),
criado em dieta artificial
Orientador: Prof. Dr. JOSÉ ROBERTO POSTALI PARRA
Trabalho de conclusão de curso apresentado como parte dos requisitos para obtenção do título de Engenheira Agrônoma
Piracicaba 2019
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha família. Aos meus pais Ricardo e Cintia, por
todo carinho e doação. Mesmo quando a ESALQ era um sonho para mim, eles me
apoiaram incondicionalmente em todos os momentos e realizaram esforços
imensuráveis para que eu chegasse a concretizar esse sonho de formação; e ao
meu irmão Thales, que por sua presença me incentivou a ser o melhor que posso
ser. E ao meu namorado Natan, que por meio do seu amor e apoio me auxiliou para
a conclusão de mais uma etapa em minha vida.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela graça concedida na realização desse trabalho, por
permitir seguir em frente perante as dificuldades, por ter colocado anjos em meu
caminho para me auxiliar e à Santa Maria por me conduzir durante toda a trajetória.
À ESALQ/USP (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” /
Universidade de São Paulo) pela infraestrutura fornecida para a realização deste
trabalho.
Ao meu orientador, Prof. Dr. José Roberto Postali Parra, pelo incentivo,
ensinamentos, confiança e paciência. Minha admiração pelo excelente professor e
profissional.
Aos integrantes do Laboratório de Biologia dos Insetos, por toda atenção,
companheirismo e ajuda para a realização do trabalho. Em especial, ao meu amigo
mestrando Lucas Maniero que me ajudou, me apoiou, me incentivou com palavras
positivas, acreditou em mim (quando nem eu acreditava) em todos os momentos do
projeto e mostrou como existem pessoas boas no mundo. Sou muito grata a você.
De coração!
À Neide Graciano, Adriano Garcia, Barbara Della Antonia, Mariana Albertini,
Marina Pontin, Melina Bafume e Eliana Maria Garcia que me ajudaram na realização
do experimento, análise estatística, organização dos dados e da escrita. Obrigada
mesmo, vocês foram essenciais!
À minha família que me incentivou e forneceu todo o apoio psicológico,
emocional e financeiro, e que durante todos esses anos de graduação cuidou
carinhosamente de todos os detalhes para que eu tivesse uma excelente formação.
Ao meu namorado Natan que sempre me apoiou e me escutou com todo
amor e carinho. Sendo meu ombro amigo nos momentos que mais precisei.
Aos meus familiares, amigos e colegas que permaneceram comigo durante
essa jornada fazendo meus dias mais leves e felizes.
Meus sinceros agradecimentos!
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SUMÁRIO RESUMO........................................................................................................ 7
ABSTRACT..................................................................................................... 8
1. INTRODUÇÃO................................................................................................ 9
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................................................................... 13
2.1. Importância de insetos-pragas na cultura da soja.......................................... 13
2.2. Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae).................... 15
2.3. Formas de controle de Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae)................................................................................................
16
2.4. Controle biológico........................................................................................... 17
2.5. Telenomus podisi (Ashmead, 1881) (Hymenoptera: Platygastridae)............. 19
2.6. Eficiência do Telenomus podisi (Ashmead, 1881) (Hymenoptera: Platygastridae) para o controle de Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae)............................................................................
21
3. OBJETIVO...................................................................................................... 23
4. MATERIAL E METÓDOS................................................................................ 25
4.1. Manutenção da população de Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae) em laboratório....................................................
25
4.2. Manutenção da população de Telenomus podisi (Ashmead, 1881) (Hymenoptera: Platygastridae) em laboratório...............................................
26
4.3. Parasitismo de Telenomus podisi (Ashmead, 1881) (Hymenoptera: Platygastridae) em diferentes temperaturas...................................................
27
4.4. Parasitismo de Telenomus podisi (Ashmead, 1881) (Hymenoptera: Platygastridae) em diferentes condições de umidade relativa do ar..............
30
4.5. Análise dos resultados................................................................................... 32
5. RESULTADOS................................................................................................ 33
5.1. Parasitismo de Telenomus podisi (Ashmead, 1881) (Hymenoptera: Platygastridae) em diferentes temperaturas...................................................
33
5.2. Parasitimo de Telenomus podisi (Ashmead, 1881) (Hymenoptera: Platygastridae) em diferentes condições de umidade relativa do ar..............
36
6. DISCUSSÃO................................................................................................... 41
7. CONCLUSÃO................................................................................................. 43
REFERÊNCIAS.............................................................................................. 45
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RESUMO
Parasitismo de Telenomus podisi (Ashmead, 1881) (Hymenoptera: Platygastridae) em diferentes condições de temperatura e umidade relativa
sobre ovos de Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae), criado em dieta artificial
Dentre os diversos insetos que causam danos à cultura da soja [Glycine max (L.) Merrill, 1917], destacam-se as populações de percevejos fitófagos; a espécie Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae) é, atualmente, a mais importante. Para o controle da referida praga, é utilizado principalmente o método químico, bastante questionado nos dias de hoje. Assim, a utilização do parasitoide de ovos Telenomus podisi (Ashmead, 1893) (Hymenoptera: Platygastridae) mostra-se viável e com um potencial para o controle biológico da praga. O uso desse inimigo natural deve ser feito com base em estudos que simulem as diferentes condições que o campo poderá apresentar, para que esses insetos possam controlar de maneira satisfatória a população da praga. O presente estudo foi realizado em câmaras climatizadas (BOD) com o intuito de representar diferentes condições de temperatura e umidade relativa a que T. podisi poderá ser exposto. Assim, objetiva-se analisar como tais variáveis afetam a eficiência do parasitismo em ovos de E. heros criados em dieta artificial. Os parâmetros biológicos analisados foram a capacidade de parasitismo, viabilidade dos ovos parasitados e razão sexual do inimigo natural. Por meio de estudos sob diferentes condições de desenvolvimento do inimigo natural, espera-se intensificar a eficiência de produção massal e otimizar a capacidade de controle da praga no campo. O parasitismo de Telenomus podisi (Ashmead, 1881) (Hymenoptera: Platygastridae) sobre ovos de Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae) criado em dieta artificial não é afetado pela temperatura e umidade relativa, nas faixas de 18 a 32 °C e de 30 a 90%, respectivamente.
Palavras-chave: Telenomus podisi, Euschistus heros, Parasitismo, Controle biológico
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ABSTRACT
Parasitism of Telenomus podisi (Ashmead, 1881) (Hymenoptera: Platygastridae) under different temperatures and relative humidity conditions
on eggs of Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae) reared on artificial diet
Among several insects that cause damage to soybean [Glycine max (L.)
Merrill, 1917], we highlight the populations of phytophagous bed bugs; Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae) species is currently the most important. For the control of this pest, it is mainly used the chemical method which has been much questioned nowadays. Thus, the utilization of egg parasitoid Telenomus podisi (Ashmead, 1893) (Hymenoptera: Platygastridae) is viable and has potential for biological pest control. The utilization of such natural enemy should be based on studies that simulate different conditions that the field may present, so that these insects can satisfactorily control the pest population. The present study was carried out in incubators (BOD) in order to represent different temperatures and relative humidities conditions to which T. podisi could be exposed. Thus, the goal is to analyze how these variables affect the efficiency of parasitism in eggs of E. heros reared in artificial diet. The biological parameters analyzed were parasitism capacity, viability of parasitized eggs and sex ratio of the natural enemy. Through studies under different conditions of development of the natural enemy, it is expected to intensify the mass production efficiency and optimize the pest control capacity in the field. It was found out that the parasitism of Telenomus podisi (Ashmead, 1881) (Hymenoptera: Platygastridae) on eggs of Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae) reared in artificial diet has no difference, regardless of temperature and relative humidity, in the range of 18 to 32 ° C and 30 to 90%, respectively. Keywords: Telenomus podisi, Euschistus heros, Parasitism, Biological control
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1. INTRODUÇÃO
No cenário da produção agrícola mundial, a soja [Glycine max (L.) Merril,
1917] apresenta destaque dentre as culturas, tendo como produtos: farelo e o óleo.
A leguminosa chegou ao Brasil em 1882, no Rio Grande do Sul, onde foi implantada
a primeira fábrica de processamento de soja (VERNETTI; KALCKMANN, 1970.) e,
por meio de investimentos oriundos de Instituições de pesquisas, foram
desenvolvidas técnicas de cultivo para expandir a fronteira agrícola no país.
Atualmente, o Brasil ocupa a posição de segundo produtor e exportador mundial de
soja, atrás apenas dos EUA. Na safra de 2018/2019, estima-se um crescimento de
área plantada da ordem de, 1,9% em relação à safra anterior, resultando em uma
área plantada de 35 milhões de hectares. Nesta safra a estimativa é que haja uma
redução na produtividade devido às adversidades climáticas ocorridas em alguns
estados, como Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná. Nesse levantamento, estima-se
que a produção seja 3,3% inferior comparado com a safra do ano anterior.
Entretanto, esta safra ainda é considerada a segunda maior safra de soja da série
histórica, totalizando 115,3 milhões de toneladas (COMPANHIA NACIONAL DE
ABASTECIMENTO - CONAB, 2019).
Embora o Brasil tenha condições favoráveis para a produção dessa cultura,
há diversas espécies de insetos que interferem de forma significativa na redução da
produção. Dentre esses insetos, os percevejos fitófagos ocupam a posição de
destaque por causarem danos tanto na fase ninfal quanto adulta (PANIZZI et al.,
2012) e, assim, serem considerados o principal grupo de pragas da soja devido à
severidade de prejuízos. Isso ocorre devido à inserção do estilete nas vagens em
formação, comprometendo a qualidade do grão e o rendimento da produção. Dentre
os percevejos, destaca-se a espécie Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera:
Pentatomidae), que é atualmente, a principal praga da cultura, estando presente em
todas as regiões produtoras (PANIZZI, 2015). Isso se dá devido à sua adaptação em
diferentes regiões, desde o norte do Paraná, região Centro-Oeste (CIVIDANES;
PARRA, 1994; CORRÊA-FERREIRA; PANIZZI, 1999; CORRÊA-FERREIRA et al.,
2010) e no Rio Grande do Sul, onde não havia grande ocorrência, mas atualmente
há relatos de ataques severos à cultura (SALVADORI et al., 2007).
A reprodução de E. heros no campo é realizada durante a safra da soja,
podendo ocorrer até três gerações da praga. Após a colheita, os percevejos buscam
10
outras fontes de alimentos e, quando completam a quarta geração, vão para o solo e
entram em diapausa, ficando protegidos de quaisquer inimigos naturais (EMBRAPA,
1999). Tal proteção no solo torna-se mais fácil em locais que utilizam o sistema de
plantio direto, pois a palhada funciona como uma proteção e mantém um microclima
favorável. O período de diapausa tem duração de, aproximadamente, sete meses,
sobrevivendo apenas de reservas armazenadas na forma de lipídeos (HOFFMANN-
CAMPO et al., 2000). Os percevejos saem da diapausa ou de hospedeiros
alternativos no período em que a soja inicia a produção de vagens e que coincide
com o aparecimento de ovos e ninfas.
Para o controle da população da praga, são utilizadas diversas práticas,
sobretudo, o controle químico, incluindo a aplicação preventiva de inseticidas
(BUENO et al., 2013). No entanto, o uso contínuo dos agroquímicos aumenta o
custo de produção, causa diversos problemas de contaminação do ambiente e ao
homem, e possivelmente resulta na resistência pelos insetos (CASTELO BRANCO
et al., 2003). Segundo Sósa-Gómez e Silva (2010), já são observadas populações
resistentes do percevejo-marrom em regiões produtoras do sul do país. Dessa
forma, a escolha pelo uso de inimigos naturais é a alternativa que vem recebendo
maior atenção nos últimos anos devido aos bons resultados (PARRA et al., 2002).
Para viabilizar o uso de inimigos naturais em programas de controle
biológico, algumas características biológicas importantes devem ser avaliadas,
como: a taxa de desenvolvimento, longevidade, capacidade de dispersão e de
busca, fecundidade, razão sexual (SILVEIRA NETO et al.; CALTAGIRONE, 1985).
Assim, torna-se possível a escolha da espécie mais adequada para o controle
biológico, pois as diferenças entre as espécies podem existir devido à escolha do
estágio do hospedeiro, da cultura, condições climáticas e o comportamento de busca
da praga (HASSAN, 1997). Considerando-se essas características, o inimigo natural
mais visado e importante no Brasil para o controle biológico do percevejo é o
parasitoide de ovos Telenomus podisi (Ashmead, 1881) (Hymenoptera:
Platygastridae) (CLARKE; WALTER, 1995; CORRÊA-FERREIRA; MOSCARDI,
1995; CORRÊA-FERREIRA, 2002; EHLER, 2002; COLAZZA et al., 2004).
Entretanto, para difundir a utilização desse himenóptero, é necessário conhecer
como a condição ambiental interfere em sua capacidade de busca e parasitismo.
São necessários trabalhos que abordem a dinâmica do parasitoide, bem
como o seu comportamento de parasitismo, em diferentes condições de temperatura
11
e umidade relativa do ar, a fim de que possa ser feita a previsão da sua eficiência no
campo e otimizar a criação do inimigo natural. Assim, o objetivo desse trabalho é
avaliar o potencial de utilização de T. podisi como parasitoide de ovos de E. heros
criado em dieta artificial, visando otimizar a criação da espécie em laboratório quanto
ao uso do parasitoide em programas de controle biológico, por meio do estudo do
parasitismo sob diferentes condições de temperatura e umidade relativa do ar, bem
como definir, com os resultados obtidos, as áreas mais propícias para a utilização do
parasitoide em condições de campo.
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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Importância de insetos-pragas na cultura da soja
A soja [Glycine max (L.) Merril, 1917] é uma planta herbácea que apresenta
uma expressiva participação no mercado internacional, composto por quatro
principais países, três produtores e exportadores: Brasil, Estados Unidos e
Argentina; e um comprador/importador, a China. Segundo o Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos (UNITED STATES DEPARTMENT OF
AGRICULTURE - USDA), referente ao mês de julho/2018, foi estimado para a safra
mundial de soja em grãos 2018/19, que Brasil (33,52%), EUA (32,63%) e Argentina
(15,86%) serão responsáveis por 82,01% de toda a produção mundial de soja em
grão, e a China, por 61,54% de todas as importações mundiais. O USDA, em seu
relatório de 2018, estimou que a safra mundial de soja em grãos 2018/19 será de
aproximadamente 359,49 milhões de toneladas, 6,76% maior que na safra 2017/18,
de 336,70 milhões de toneladas em um plantio de 35.821,4mil hectares. Este
aumento foi estimado com a perspectiva de aumento de produção de safra no Brasil
e, principalmente, por uma recomposição de safra na Argentina após uma forte
quebra de safra em 2018. Porém, nesta safra, a estimativa é que haja uma redução
na produtividade devido às adversidades climáticas ocorridas em alguns estados,
como: Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná. Com isso, nesse levantamento, estima-
se que a produção seja de 115,3 milhões de toneladas, 3;3% inferior comparado
com a safra recorde do anterior, porém ainda é considerada a segunda maior safra
de soja da série histórica (CONAB, 2019). Dessa forma, a soja ganha destaque por
ser o principal grão oleaginoso cultivado no mundo, por volta de 83,6 milhões de
toneladas do grão, 16,9 milhões de toneladas do farelo e 1,4 milhões de toneladas
do óleo seguem para o mercado externo (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS
INDÚSTRIAS DE ÓLEOS VEGETAIS - ABIOVE, 2018).
Mas tal expansão mundial pode ser afetada durante todas as fases da
cultura, pois é iminente o ataque de insetos desde início do plantio até a colheita.
São consideradas pragas principais aquelas que ocorrem todos os anos, em altas
populações, resultando em danos econômicos, assim medidas de controle precisam
ser tomadas (EMBRAPA, 2000). De acordo com Gazzoni et al. (1981), pragas
secundárias são aqueles insetos que possuem vasta distribuição geográfica, e seus
danos variam de região para região, porém os prejuízos causados não atingem
14
expressão econômica, ou seja, essa praga aparece quando o produtor rural faz
aplicação indevida de agroquímicos, eliminando assim as pragas principais e os
inimigos naturais que existem nesta cultura, causando uma desequilíbrio na
entomofauna da cultura da soja ou favorecendo algumas condições edafoclimáticas
que resulta no surgimento das mesmas. A soja também pode ser prejudicada por
outras espécies de insetos, considerados pragas esporádicas que, normalmente,
não ocorrem em todas as safras, ou os aumentos de população são determinados
por alterações climáticas ou outros fatores como, por exemplo, os sistemas de
produção específicos de cada região (EMBRAPA, 2000).
Assim, o número de insetos que se alimentam da cultura é superior a duas
centenas, das quais apenas uma pequena parte causa prejuízos significativos a
essa lavoura (SANTOS, 1988). Segundo Gazzoni e Moscardi (1998), a maior parte
dos insetos que atacam a soja ocasionam danos indiretos, como redução da área
foliar, o broqueamento de talos e ramos, e danos nos grãos. Atualmente, a grande
preocupação é o dano nos grãos, que é causado por percevejos. Tal ataque é
durante a fase de formação de grãos que resulta no aborto de grãos ou de vagens.
Durante o período de enchimento de grãos, pode causar enrugamento,
deformações, redução da produtividade e da qualidade das sementes, além de
retenção foliar, ou presença de caules verdes no momento da colheita. No Brasil, há
diversas espécies de percevejos encontrados na cultura, como: Euschistus heros
Fab., Piezodorus guildinii West. e Nezara viridula L.. A soja tem grande capacidade
de resiliência frente aos danos causados por insetos na área foliar, em especial
durante a fase vegetativa até o florescimento (GAZZONI; MOSCARDI, 1998).
Porém, tal resiliência é reduzida no surgimento das vagens, resultando em danos
inconversíveis quando há o ataque de percevejos que afeta o eixo hipocótilo-
radícula, inviabilizando a semente ou grão, e prejudica a emergência das plântulas
(CORSO, 1977).
Com a atuação dessa praga na lavoura, pode ocorrer o impedimento da soja
de completar seu ciclo, retardando a maturação fisiológica, causando retenção foliar
e dificultando a colheita mecânica (SILVA; RUEDELL, 1983). Os insetos também são
responsáveis pela transmissão de doenças, pois o local onde é inserido o estilete
(aparelho bucal dos percevejos) permite a entrada de organismos patogênicos nas
sementes, como por exemplo a espécie Nematospora coryli (levedura que pode
causar a deterioração das sementes) e diversas bactérias. Além de reduzir o
15
rendimento da lavoura e possibilitar a entrada de outros organismos no grão,
também resulta na redução do teor de óleo e aumento no teor de proteína do grão
(CORSO; PORTO, 1978). Os percevejos costumam colonizar as plantas de soja em
diversos estágios de desenvolvimento. Porém, a capacidade de causar danos está
limitada a sua alimentação nas vagens e sementes, durante o período de formação
até o amadurecimento das vagens. A população do inseto pode ser observada no
período vegetativo, progressivamente aumentando na fase reprodutiva, com um
crescimento exponencial e acelerado no final do ciclo da cultura. Tal crescimento é
consequência da intensa migração de insetos adultos provenientes de lavouras
recém-colhidas, que buscam abrigo, alimentação e reprodução. Por isso, o
complexo de percevejos representa alto risco à produtividade da soja.
2.2. Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae)
Como exposto, pela complexidade dos danos, os percevejos fitófagos
(Ordem: Hemiptera), pentatomídeos (Família: Pentatomidae), sugadores de grãos
são as pragas mais importantes da soja (Glycine max (L.) Merrill) no Brasil. Por se
alimentarem dos grãos, afetam seriamente o seu rendimento e a sua qualidade.
Durante o desenvolvimento, os percevejos passam pela fase de ovo, fase de ninfa
(cinco ínstares), e fase adulta. As ninfas apresentam coloração variada com
manchas distribuídas pelo corpo, completando seu ciclo imaturo em 25 dias. Os
adultos possuem período de pré-oviposição de 13 dias, longevidade média de 50 a
120 dias, e podendo apresentar de 3 a 6 gerações no ano. O dimorfismo sexual é
feito pela genitália, onde os machos apresentam uma placa única (pigóforo) e as
fêmeas apresentam duas placas laterais. A fecundidade média varia de 120 a 170
ovos/fêmea, sendo que a quantidade de ovos diminui ao longo do tempo. Esses
parâmetros biológicos são influenciados pela dieta, pela temperatura e pela umidade
relativa. A espécie coloniza a soja em meados ou final do período vegetativo da
cultura (Vn), ou logo após, durante a floração (R1 a R2). Nesta época (a partir do
aparecimento das vagens - R3) os percevejos estão saindo da dormência (diapausa)
ou de hospedeiros alternativos (CORRÊA-FERREIRA; PANIZZI, 1999).
Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae), o percevejo
marrom, é o mais prejudicial com relação aos danos da cultura, é nativo da Região
Neotropical (América Tropical), bem adaptado aos climas mais quentes. A princípio,
E. heros é a espécie mais abundante do complexo de pentatomídeos, especialmente
16
do norte do Estado do Paraná ao Centro Oeste brasileiro (CORRÊA-FERREIRA;
PANIZZI, 1999). Porém, essa praga se alastrou por todas as regiões do país que
possuem clima quente. O adulto é marrom escuro, com dois prolongamentos laterais
no protórax, em forma de espinhos pontiagudos, e uma mancha branca na
extremidade do escutelo na forma de “meia-lua”, o que facilita sua identificação em
campo. Esta espécie mede cerca de 13 mm de comprimento (entre 11 mm a 15
mm). Os ovos apresentam coloração amarelada sendo depositados em pequenas
massas, normalmente de seis a 15 ovos, dispostos em duas ou três linhas paralelas.
Durante seu desenvolvimento, as ninfas passam por cinco estádios (ínstares). As
ninfas recém eclodidas apresentam hábito gregário, permanecendo reunidas em
colônias e não causam danos à cultura. A partir do terceiro estádio, passam a sugar
os grãos de soja (VIVIAN; DEGRANDE, 2011).
Durante a safra, podem ocorrer até três gerações, que se alimentam
também de outros hospedeiros, como: o amendoim-bravo e mamona. Após a
colheita da soja, busca talhões mais tardios ou abrigos, onde se alimenta de outras
plantas hospedeiras. Completa a quarta geração e entra em dormência (diapausa)
na palhada da cultura anterior ou nas suas proximidades, onde se protege da ação
de parasitóides e predadores. Nesse período, não se alimenta e consegue
sobreviver graças às reservas de lipídios (gorduras) que foram armazenadas antes
da diapausa (HOFFMANN-CAMPO et. al., 2000).
2.3. Formas de controle Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera:
Pentatomidae)
O controle químico tem sido a maneira mais utilizada no país, podendo ser
realizado por meio de aplicações preventivas de inseticidas sintéticos (BUENO et al.,
2013). Contudo, o uso contínuo dos mesmos ingredientes ativos, aplicação de
inseticidas com largo espectro de ação no início do desenvolvimento da cultura e
ineficiência na tecnologia de aplicação são fatores que podem contribuir para o
aumento da população de percevejos e surgimento de populações resistentes. Além
de favorecerem a resistência, causam grande impacto no ambiente e apresentarem
baixa seletividade aos insetos. Surgiram restrições no número de moléculas para o
manejo de percevejos na cultura soja. No cenário atual, inseticidas pertencentes aos
grupos químicos dos neonicotinóides, piretróides, carbamatos e organofosforados
estão disponíveis e são recomendados para o manejo de sugadores da soja
17
(RIBEIRO et. al., 2016).
Dada à dificuldade no controle dessa população, foi estudado nos últimos 40
anos, implantação e consolidação de Programas de Manejo de Pragas (MIP) para
Soja no Brasil (GAZZONI, et. al., 1998). Assim, o MIP caracteriza-se em um conjunto
de tecnologias baseado na amostragem de pragas e no monitoramento da lavoura
para a tomada de decisão com relação ao controle, evitando que a lavoura de soja
tenha a produção ou a qualidade dos grãos comprometida. Dessa forma, a utilização
de cultivares perfeitamente adaptadas à região, uso de sementes vigorosas e com
bom potencial de germinação, um bom preparo do solo, que permita um
enraizamento profundo, a adubação correta, aliada a condições climáticas
favoráveis, são fatores que proporcionam às plantas melhores condições de suportar
o ataque de pragas (GAZZONI, et. al., 1988).
Um dos pilares do MIP é o controle biológico, que tem o intuito de controlar
as pragas agrícolas e os insetos transmissores de doenças a partir do uso de seus
inimigos naturais, que podem ser, predadores, parasitóides e microrganismos (como
fungos, vírus e bactérias). Com isso, abrange as vertentes de biodiversidade,
estratégias de desempenho de agentes de controle biológico, integração com ações
de proteção de cultivos, impactos do uso desses agentes e a sua adoção no setor
produtivo. Para isso, é necessário estudar o desempenho de agentes de controle
biológico nativos e exóticos com base em características ecológicas necessárias
para boa persistência de sua atividade a campo (tolerância à alta ou baixa
temperatura, resistência à seca, radiação UV); avaliar da sua eficiência em relação
aos insetos-alvo; estimular técnicas de manejo que favoreçam a ação dos agentes
introduzidos e de ocorrência natural e monitorar a dinâmica populacional desses
agentes antes e após liberação a campo (EMBRAPA, 2015).
2.4. Controle biológico
Como já comentado, o MIP é essencialmente dinâmico, pois incorpora a sua
excussão o acervo das mais recentes inovações obtidas no campo da pesquisa,
traduzindo-as em tecnologias acessíveis ao produtor (GAZZONI, et. al., 1988). O uso
eficiente destas ferramentas é dependente do estudo da bioecologia das pragas e
da apropriada integração de informações, objetivando soluções mais duradouras, ao
invés de saídas de curto prazo (VIVIAN, L. M.; DEGRANDE, P. E., 2011).
Dentro desse contexto, o controle biológico é um fenômeno natural, que
18
consiste na regulação de plantas e animais por agentes de mortalidade biótica
(PARRA, et. al, 2002). Dentre os inimigos naturais, destacam-se os parasitoides e os
predadores devido ao seu potencial de supressão de populações de inseto-praga
(BERTI FILHO; CIOCIOLA, 2002). Nos agroecossistemas, esses organismos
conhecidos como agentes de controle biológico são essenciais para minimizar o uso
de agrotóxicos. Essa redução do uso de agrotóxicos associado à busca por uma
maior sustentabilidade do sistema produtivo, melhores condições ambientais e
qualidade de vida, faz com que os agricultores adotem essas táticas sustentáveis de
manejo de pragas, dentre as quais, o controle biológico merece destaque (PARRA et
al., 2002, NAVA, 2007) .
Dessa forma, para utilização desse tipo de controle, torna-se essencial o
estudo da bioecologia da praga e do inimigo natural para o sucesso do controle. No
caso do percevejo, várias espécies de inimigos naturais nativos são encontradas nas
lavouras de soja, que controlam populações e mantendo-as abaixo do nível de dano
econômico. Os parasitoides são insetos que têm pelo menos uma fase de seu
desenvolvimento associada ao hospedeiro, completando o seu ciclo de vida.
Diferentemente dos predadores, que consomem várias presas durante sua vida, os
parasitoides são caracterizados por utilizarem um único indivíduo hospedeiro
durante todo o seu ciclo biológico (BUENO et al., 2012). Possuem preferências por
diferentes fases do desenvolvimento dos insetos (ovos, larvas, pupas ou adultos)
(PARRA et al., 2002, BUENO et al., 2012).
Estima-se que existam, aproximadamente, 200 mil diferentes espécies de
parasitoides divididas principalmente nas ordens Hymenoptera e Diptera. Esses
parasitoides, podem ser classificados como endoparasitoides ou ectoparasitoides e,
ainda, como solitários ou gregários, dependendo do seu tipo de desenvolvimento
(PARRA et al. 2002). Ainda segundo os autores, os parasitoides mais importantes
pertencem à ordem Hymenoptera, destacando-se as espécies Trissolcus basalis
(Wollaston, 1858) (Hymenoptera: Platygastridae) e Telenomus podisi (Ashmead,
1881) (Hymeptera: Platygastridae), principais parasitoides de ovos de
pentatomídeos no Brasil (CORRÊA-FERREIRA, 1995, 2002; CORRÊA-FERREIRA;
PANIZZI, 1999; MEDEIROS et al., 1998).
Com a utilização dos parasitoides como inimigo natural para o controle
biológico, os índices de parasitismo em ovos no decorrer da safra variam de 30 a
70%, sendo E. heros, o mais parasitado, especialmente por T. podisi. O alto índice
19
de parasitismo desde a implantação da cultura evidencia que a sua preservação é
importante para o sucesso do manejo integrado (CORRÊA-FERREIRA; PANIZZI,
1999).
2.5. Telenomus podisi (Ashmead, 1881) (Hymenoptera: Platygastridae)
T. podisi é um microhimenóptero que possui vida livre e se alimenta de
néctar ou mel. De forma geral, o T. podisi é conhecido parasitoide de ovos de
Tibraca limbativentris e E. heros (percevejo do colmo-do-arroz e marrom da soja,
respectivamente). Há estudos que demonstram que T. podisi é atraído pelo
feromônio sexual do macho de percevejos, todavia poucos estudos que relatam a
influência do hospedeiro utilizado em criações que visam a liberação em campo para
controle de mais de uma espécie de percevejo marrom da soja (CUNHA, J. G., et. al.
2015)
Este parasitoide possui aproximadamente 1 mm de comprimento, coloração
preta (JOHNSON, 1984; PACHECO, CORRÊA-FERREIRA, 1998, BUENO et al.,
2012), e seu dimorfismo sexual é através das antenas onde, as fêmeas apresentam
antenas clavadas e, os machos, filiformes (JOHNSON, 1984). A espécie desenvolve-
se dentro do ovo de diferentes hospedeiros da família Pentatomidae, Scutelleridae e
Coreidae (MARGARÍA et al., 2009), mostrando a sua adaptação a diferentes
hospedeiros e condições climáticas. A distribuição geográfica vai desde o Centro-
Oeste até o sul do Brasil (MOREIRA, BECKER, 1986; MEDEIROS et al., 1997).
Especificamente no estado do Paraná, estão presentes durante o ano todo, devido à
disponibilidade de hospedeiros alternativos, e a presença de cultivos de soja
(CORRÊA-FERREIRA; MOSCARDI, 1995). O ciclo biológico desse parasitoide dura
em torno de 14 dias quando estão submetidos a temperaturas entre 25 a 32°C
(TORRES et al., 1997), passando pelas fases de ovo, larva e pupa no interior do ovo
hospedeiro (BUENO et al., 2012).
Quando as fêmeas encontram os ovos, elas aproximam a antena no seu
hospedeiro, examinam e inserem o seu ovipositor na base do ovo. Em seguida,
fazem a marcação, passando o ovipositor sobre o córion, para evitar o
superparasitismo. O processo leva em torno de 5 a 8 minutos (JOHNSON, 1984). O
desenvolvimento no ovo é perceptível, pois há a mudança de coloração dos ovos,
como nos ovos de E. heros (coloração amarelada) que, quando são parasitados,
20
mudam para cinza, e depois para preto (BUENO et al., 2012). Os machos são os
primeiros a emergirem um a dois dias antes que as fêmeas (protandria), e são
atraídos para a cópula, assim que elas começam a se alimentar do córion
(JOHNSON, 1984; BUENO et al., 2012). As fêmeas de T. podisi apresentam
fecundidade média de 104 ovos, depositados principalmente nos primeiros dias de
vida, em ovos de E. heros, a 25°C (SILVA, 2017). O potencial reprodutivo é alto,
cada fêmea é capaz de parasitar, em média, 210 ovos de percevejos. Os adultos do
microhimenóptero vivem cerca de 30,9 dias e, normalmente, são encontrados na
proporção de 1 macho para 4,4 fêmeas (PACHECO, D. J. P., CORRÊA-FERREIRA,
1998).
Segundo Yeargan (1982), o período máximo de oviposição é de 18 dias e a
produção de mais descendentes são nas primeiras 24 horas de vida. Porém,
Pacheco e Corrêa-Ferreira (1998) verificaram que no segundo dia que a produção
de descentes foi maior. Nos ovos produzidos nos primeiros dias é possível observar
uma maior proporção de fêmeas em relação a machos, mas conforme aumenta a
idade da fêmea, ocorre uma inversão nessa proporção (PACHECO; CORRÊA-
FERREIRA, 1998; BUENO et al., 2012). Doetzer e Foerster (2007) relataram que a
longevidade em condições naturais, durante a entressafra da soja, é de sete dias
para T. podisi em ovos de E. heros. Porém, variável, devido a disponibilidade da
quantidade de ovos dos hospedeiros, alimento, temperatura, umidade relativa e
energia gasta para cópula e oviposição (ORR, 1988; PACHECO, CORRÊA-
FERREIRA, 2000, TORRES et al., 1997).
Em laboratório o parasitoide, vive em torno de 3 a 54 dias dependendo da
alimentação das fêmeas, a exposição aos hospedeiros e a densidade de fêmeas
(JOHNSON, 1984). Quando em temperaturas constantes (25°C) em ovos de E.
heros, vivem em média 30,9 dias (PACHECO, CORRÊA-FERREIRA, 1998). É um
parasitoide de hábito solitário que se desenvolve em ovos de hospedeiros gregários
(percevejos) no campo, incluindo espécies herbívoras e predadoras (KOPPEL et al.,
2009; MEDEIROS et al., 1998). Torres et al. (1996) encontraram T. podisi em ovos
de Podisus nigrispinus (Dallas) em plantação de eucalipto, Medeiros et al. (1998)
encontraram o parasitoide em ovos de E. heros, Piezodorus guildinii (Westwood,
1837) e P. nigrispinus em soja. Mas a sua preferência por determinados hospedeiros
pode ser devido à predominância de uma determinada espécie hospedeira de maior
abundância, por exemplo, em soja, T. podisi apresenta uma preferência para o
21
percevejo-marrom E. heros (PACHECO, CORRÊA-FERREIRA, 2000). Entretanto,
em condições de laboratório, Queiroz et al. (2018) determinaram que, dentre as
espécies E. heros, P. nigrispinus e D. melacanthus, as fêmeas do parasitoide
preferiram esta última, apresentando também uma maior porcentagem de
parasitismo.
A incidência natural desses parasitoides em lavouras de soja está
diretamente associada às condições bióticas e abióticas, sendo a temperatura e
umidade relativa as mais importantes, uma vez que influenciam diretamente o
desenvolvimento, a sobrevivência e a reprodução dos insetos (CHAPMAN, 1998). As
práticas de manejo convencionais também influenciam, já que são insetos sensíveis
ao uso de produtos químicos não seletivos (BUENO et al., 2012).
2.6. Eficiência de Telenomus podisi (Ashmead, 1881) (Hymenoptera: Platygas-
tridae) para o controle de Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pen-
tatomidae)
Diversos trabalhos relatam a eficiência dos parasitóides de ovos em E. heros e
nos percevejos da família Pentatomidae. São reconhecidos como os mais importan-
tes agentes de mortalidade desse grupo de insetos (UNDERHILL, 1934; HOKYO et
al., 1966; BUSCHMAN; WHITCOMB, 1980). Yeargan (1979) determinou que, dentre
os parasitóides de ovos de Euschistus servus (Say), Euschistus variolarious (Palisot
de Veauvois), Acrosternum hilare (Say) e Podisus maculiventris (Say), T. podisi foi a
espécie predominante, com nível de parasitismo natural de 83%.
Entretanto, o sucesso do parasitismo depende da procura e da localização do
hospedeiro pelo parasitoide envolvendo processos complexos (comportamento de
forrageamento), onde o parasitóide utiliza toda informação possível, para se orientar
até o hospedeiro (WAAGE; GREATHEAD 1986). Hoje, sabe-se que a comunicação
química tem sido destacada como a mais importante tática na orientação de parasi-
tóides. Estudos com parasitóides de ovos demonstraram respostas a substâncias
químicas liberadas pelo hospedeiro (cairomônios), tanto pelos ovos como pelos
adultos (STRAND; VINSON, 1983; ALDRICH et al., 1993).
23
3. OBJETIVO
Avaliar o potencial de utilização de Telenomus podisi (Ashmead, 1881)
(Hymenoptera: Platygastridae) como parasitoide de ovos de Euschistus heros (Fa-
bricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae) criado em dieta artificial, visando otimizar a
criação da espécie em laboratório quanto ao uso do parasitoide em programas de
controle biológico, por meio do estudo do parasitismo de T. podisi em ovos de E.
heros sob diferentes condições de temperatura e umidade relativa do ar, bem como
definir, com os resultados obtidos, as áreas mais propícias para a utilização do para-
sitoide em condições de campo.
25
4. MATERIAL E METÓDOS
4.1. Manutenção da população de Euschistus heros (Fabricius, 1798)
(Hemiptera: Pentatomidae) em laboratório
A população de E. heros foi mantida no Laboratório de Biologia dos Insetos do
Departamento de Entomologia e Acarologia da ESALQ/USP. Para a criação, foram
disponibilizados 0,5 g de ovos (cerca de 1.100 ovos) do percevejo em placas de
Petri com um rolo dental umedecido (Figura 1), mantidos em câmara climatizada a
25 ± 1ºC, UR de 60 ± 10% e fotofase de 14h. Ao atingirem o segundo ínstar, as
ninfas foram transferidas para uma gaiola de polietileno transparente, de dimensões
10 x 10 x 25 cm, contendo a dieta artificial proposta por Mendoza et al. (2016), além
de dois algodões embebidos em água para alimentação dos insetos e manutenção
da umidade no ambiente.
Após a emergência, os adultos foram transferidos para outra gaiola semelhante
às de ninfas, contendo tiras de tecido de algodão cru de coloração bege, de
dimensões 3 x 8 cm, como substrato de oviposição (Figura 2). A dieta foi reposta
após um mês, e os rolos, embebidos em água, três vezes por semana.
Para a instalação do experimento, foram coletados, do tecido, ovos recém
colocados com, no mínimo, 24h.
Figura 1: A) Placa de Petri com um rolo dental umedecido e 0,5g de ovos de E. heros obtidos da
criação proveniente da dieta artificial. B) Placa de Petri com um rolo dental umedecido, e ninfas de
primeiro instar.
26
Figura 2: Criação de E. heros na gaiola de polietileno transparente com dois algodões embebidos na
água. A) Percevejos no terceiro ínstar com a dieta artificial. B) Adultos do percevejo sobre o substrato
de oviposição. C) Dieta artificial proposta por Mendoza et al. (2016).
4.2. Manutenção da população de Telenomus podisi (Ashmead, 1881)
(Hymenoptera: Platygastridae) em laboratório
Para a criação, foram colocadas quatro placas de Petri em saco plástico
transparente: duas, com ovos parasitados, e as demais com ovos frescos; as quatro
com 0,5g de ovos. No interior do saco plástico, foram colocadas 20 gotas de mel
puro para alimentação dos adultos do parasitoide (Figura 3). Conforme os adultos
emergiam, ocorria o acasalamento, com posterior parasitismo dos ovos frescos do
percevejo marrom.
Para a condução do experimento, foram individualizadas placas com ovos
parasitados em um outro saco plástico, também com 20 gotas de mel puro,
possibilitando a separação de adultos com até 24h de idade. Depois da emergência,
a placa com ovos foi retirada, deixando os parasitoides por mais de 24h a fim de
assegurar que ocorreu o acasalamento. A seguir, as fêmeas foram retiradas do saco
plástico para posteriormente serem utilizadas no experimento.
27
Figura 3: Manutenção da criação de T. podisi em laboratório. A) Saco plástico com placas de Petri
contendo ovos parasitados e não parasitados, e adultos do parasitoide. B) Saco plástico contendo T.
podisi com as gotas de mel puro para alimentação. C) Saco plástico com as gotas de mel puro, onde
os adultos foram mantidos por 24h com o intuito de garantir o acasalamento.
4.3. Parasitismo de Telenomus podisi (Ashmead, 1881) (Hymenoptera:
Platygastridae) em diferentes temperaturas
Com o intuito de avaliar o parasitismo em diferentes temperaturas, foi
conduzido o experimento com delineamento experimental inteiramente casualizado
com 7 tratamentos e 10 repetições. Assim, foram separados 70 tubos de fundo chato
(1,5 cm diâmetro e 6 cm de comprimento) contendo, cada um, 70 ovos de 24h de E.
heros e duas fêmeas de T. podisi. Os tubos com respectivos ovos e fêmeas foram
fechados com filme plástico. As fêmeas de T. podisi utilizadas no experimento para
parasitar ovos do percevejo, permaneceram 24h no saco plástico após a retirada da
placa de Petri com intuito de certificar se houve o acasalamento.
Os tubos foram mantidos em câmara climatizada, onde os ovos foram
submetidos ao parasitismo em sete temperaturas (18, 20, 22, 25, 28, 30 e 32°C) e
umidade relativa fixa de 60%, num total de sete tratamentos (Figura 4). Após 24h, as
fêmeas foram retiradas dos tubos e todos os tratamentos foram mantidos em câmara
climatizada regulada à 25 °C e UR 60%. Foram avaliados diariamente o número total
28
de ovos parasitados por tubo, o número de parasitoides emergidos com a respectiva
razão sexual (rs = fêmeas / fêmeas + machos), e a duração do período ovo-adulto
do parasitoide.
Figura 4: Tubos de 1,5 cm diâmetro e 6 cm de comprimento contendo os ovos de E. heros para
parasitismo nas diferentes temperaturas (18, 20, 22, 25, 28, 30 e 32°C) tampados com filme plástico
(UR = 60%; fotofase 14h).
29
Figura 5: Etapas da instalação do experimento: A) T. podisi separados no saco plástico para o
acasalamento e tubos de vidro com 70 ovos de E. heros organizados por tratamentos. B)
Câmaras climatizadas (BOD) utilizadas no experimento. C) Tubos de vidro contendo ovos
de E. heros e fêmeas de T. podisi (UR = 60%; fotofase 14h).
30
Figura 6: Etapas de avaliação do experimento. A) Adultos de T. podisi emergidos. B) Tubos contendo
parasitoides emergidos para determinação dos parâmetros biológicos. C) Ovos de E. heros de dois
tratamentos diferentes, onde é possível observar variações na coloração.
4.4. Parasitismo de Telenomus podisi (Ashmead, 1881) (Hymenoptera:
Platygastridae) em diferentes condições de umidade relativa do ar
Considerando a umidade relativa também como um fator de importância, foi
conduzido o experimento com delineamento experimental inteiramente casualizado
com 7 tratamentos e 10 repetições para a parte de avaliação da umidade relativa
para o parasitismo. Foi regulada uma câmara climatizada com temperatura de 25°C,
e dentro da mesma foram colocadas cubas de vidro calibradas com diferentes
soluções de KOH. Cada cuba de vidro possuía as respectivas umidades relativas de
30, 45, 60, 75 e 90% (Figura 8). Em cada cuba, foram dispostos 50 tubos com 70
ovos de 24h do percevejo-marrom, havendo duas fêmeas acasaladas em cada tubo.
Para o confinamento das fêmeas nos tubos e permitir a troca de umidade relativa
entre os meios interno e externo, foram dispostos tiras de 3 x 3cm de tecido voile de
31
0,87 mm de abertura (Figura 7). Nas dez repetições, foram avaliados os mesmos
parâmetros biológicos descritos anteriormente para as diferentes temperaturas.
Figura 7: Tubos de vidro contendo os ovos de E. heros para parasitismo nas diferentes condições de
umidade relativa do ar (30, 45, 60, 75 e 90%) tampados com tecido voile.
32
Figura 8: A) Ovos de E. heros parasitados e não-parasitados. B) Cubas de vidro utilizadas para o
controle da umidade relativa. C) Adulto de T. podisi recém-emergido.
4.5. Análise dos resultados
A normalidade dos dados foi verificada com o teste de Shapiro-Wilk. Os
resultados referentes ao experimento foram ajustados com a utilização do modelo
linear generalizado - GLM (quasipoisson). As médias foram comparadas pelo teste
de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
33
5. RESULTADOS
5.1. Parasitismo de Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera:
Pentatomidae) por Telenomus podisi (Ashmead, 1881) (Hymenoptera:
Platygastridae) em diferentes condições de temperatura
A partir dos dados obtidos, foi possível verificar que não houve diferença
estatística significativa de parasitismo, considerando-se as diferentes temperaturas
(Figura 9).
Figura 9: Porcentagem de ovos de E. heros parasitados por T. podisi em diferentes temperaturas (18,
20, 22, 25, 28, 30 e 32 °C). Tratamentos com mesma letra não diferem significativamente pelo teste
de Tukey ao nível de 5% de probabilidade (UR = 60%; fotofase 14h).
A partir dos dados obtidos, também foi possível verificar que praticamente
todos os ovos parasitados emergiram, com uma variação de 92,5 a 98,6% (Figura
10).
0
20
40
60
80
100
18 20 22 25 28 30 32
Ovo
s p
ara
sita
do
s (%
)
Temperatura (°C)
a
a
a a aa
a
34
Figura 10: Emergência de T. podisi em ovos de E. heros, em diferentes temperaturas (18, 20, 22, 25,
28, 30 e 32 °C) em dieta artificial. Tratamentos com mesma letra não diferem significativamente pelo
teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade (UR = 60%; fotofase 14h).
Foi possível verificar que o parasitismo foi semelhante em relação à
proporção de fêmeas e machos nas diferentes temperaturas, visualizada pela razão
sexual praticamente constante em todas (Figura 11). O número de ovos parasitados,
bem como a quantidade de machos e fêmeas da prole, também não diferiram
estatisticamente nas condições do experimento (Tabela 1).
0
20
40
60
80
100
18 20 22 25 28 30 32
Em
erg
ên
cia
(%
)
Temperatura (°C)
a aa
aa
aa
35
Figura 11: Razão sexual dos ovos de T. podisi desenvolvidos em ovos de E. heros em diferentes
temperaturas (18, 20, 22, 25, 28, 30 e 32 °C), apresenta maior emergência de fêmea. Tratamentos
com mesma letra não diferem significativamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade
(UR = 60%; fotofase 14h).
0
20
40
60
80
100
18 20 22 25 28 30 32
Fê
me
a e
Ma
ch
o (
%)
Fêmea Macho
0,81 0,87 0,87 0,88 0,87 0,82 0,85
a
a
a
a
aa
a
a
a
a
a
a
aa
36
Tabela 1: Quantidade de ovos de E. heros parasitados por fêmeas de T. podisi em diferentes
temperaturas (18, 20, 22, 25, 28, 30 e 32 °C) e total de machos e fêmeas emergidos, com respectivos
erros padrão da média. Nota-se que não há diferença estatística de parasitismo, nem na quantidade
de machos e fêmeas da prole (UR = 60%; fotofase 14h).
1 Letras minúsculas correspondem a comparação entre as temperaturas dentro do mesmo conjunto
de dados. Não há comparação nas colunas, apenas as linhas. Médias seguidas pela mesma letra,
não diferem significativamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade (UR = 60%;
fotofase 14h).
5.2. Parasitimo de Telenomus podisi (Ashmead, 1881) (Hymenoptera:
Platygastridae) em diferentes condições de umidade relativa do ar
A partir dos dados obtidos, foi possível verificar que não houve diferença
estatística significativa de parasitismo, considerando-se as diferentes umidades
relativas (Figura 12).
37
Figura 12: Porcentagem de ovos de E. heros parasitados por T. podisi em diferentes umidades
relativas (30, 45, 60, 75 e 90%). Tratamentos com mesma letra não diferem significativamente pelo
teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade (T = 25°C; fotofase 14h).
A partir dos dados obtidos, também foi possível verificar que praticamente
todos os ovos parasitados emergiram, com uma variação de 78,50 a 91,14% (Figura
13).
0
20
40
60
80
100
30 45 60 75 90
Ovo
s p
ara
sita
do
s (%
)
Umidade Relativa (%)
a
a
a
a a
38
Figura 13: Emergência de ovos parasitados por T. podisi em diferentes umidades relativas (30, 45, 60,
75 e 90%). Tratamentos com mesma letra não diferem significativamente pelo teste de Tukey ao nível
de 5% de probabilidade (T = 25°C; fotofase 14h).
Foi possível verificar que o parasitismo foi semelhante em relação à
proporção de fêmeas e machos nos diferentes índices de umidade relativa,
visualizado pela razão sexual semelhante em todos os tratamentos (Figura 14),
embora tenha ocorrido um aumento significativo do número total de machos
emergidos na prole de acordo com o aumento do valor de umidade relativa. O
número de ovos parasitados, bem como a quantidade de fêmeas da prole, não
diferiram estatisticamente nas condições do experimento (Tabela 2).
0
20
40
60
80
100
30 45 60 75 90
Em
erg
ên
cia
(%
)
Umidade Relativa (%)
aa
aa a
39
Figura 14: Razão sexual dos ovos de T. podisi desenvolvidos em ovos de E. heros em diferentes
umidades relativas (30, 45, 60, 75 e 90%). Tratamentos com mesma letra não diferem
significativamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade (T = 25°C; fotofase 14h).
0
20
40
60
80
100
30 45 60 75 90
Fê
me
a e
Ma
ch
o (
%)
Fêmea Macho
0,84 0,83 0,84 0,82
a
ab
a a a a
a
babab
0,88
40
Tabela 2: Quantidade de ovos de E. heros parasitados por fêmeas de T. podisi em diferentes
umidades relativas (30, 45, 60, 75 e 90 UR) e total de machos e fêmeas emergidos, com respectivos
erros padrão da média. Nota-se que não há diferença estatística no parasitismo e nem na quantidade
de fêmeas da prole, havendo diferença somente da quantidade de machos na prole com o aumento
da umidade relativa (T = 25°C; fotofase 14h).
2 Letras minúsculas correspondem a comparação entre as umidades relativas dentro do mesmo
conjunto de dados. Não há comparação nas colunas, apenas as linhas. Médias seguidas pela mesma
letra, não diferem significativamente pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade (T = 25°C;
fotofase 14h).
41
6. DISCUSSÃO
São poucos os trabalhos com o objetivo da presente pesquisa, ou seja,
determinação da melhor temperatura e umidade relativa do ar para criação da
espécie, com vistas a programas de controle biológico e visando o zoneamento de
Euschistus heros (Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae) e do inimigo natural,
Telenomus podisi (Ashmead, 1881) (Hymenoptera: Platygastridae).
Os resultados mostraram que T. podisi possui uma larga faixa de atuação
com relação à faixa térmica (18 à 32°C) e higrométrica (30 à 90%), pois os
parasitismos foram semelhantes nos limites mencionados. Um outro aspecto que
ficou evidente é que a dieta artificial para criação de E. heros não afetou a razão
sexual do parasitoide, que se mostrou semelhante em todas as condições de
temperatura e umidade relativa durante as primeiras 24h do parasitismo.
Não são muitos os trabalhos relacionados ao parasitismo em relação à
temperatura e, principalmente, em relação à umidade relativa. Entretanto, em várias
espécies de percevejos estudados, há variação no parasitismo com relação à
temperatura. Assim, para Taguti (2018), o parasitismo de T. podisi foi eficiente na
faixa de temperatura de 15 a 30°C, tendo como hospedeiro Dichelops melacanthus
(Dallas, 1851) (Hemiptera: Pentatomidae) e Podisus nigrispinus (Dallas, 1851)
(Hemiptera: Pentatomidae), havendo preferência hospedeira pela primeira espécie,
mantendo sua razão sexual em torno de 0,80.
No presente estudo não foi verificada diferença estatística no parasitismo
entre as temperaturas, havendo uma tendência numérica de otimização do
parasitismo de 25 a 30°C. Esses resultados corroboram os determinados por Torres
et al. (1997) que, avaliando o parasitismo de T. podisi sobre ovos de P. nigrispinus,
determinou que há diferença significativa no parasitismo na faixa de 20 a 28 °C.
Entretanto, Silva (2017) determinou que o desenvolvimento do parasitoide foi
favorecido somente a 30°C, sendo o limiar térmico superior igual a 35°C. Oliveira et
al. (2015), por sua vez, determinaram que a temperatura de 24°C foi a mais
favorável ao desempenho reprodutivo de T. podisi.
42
Por outro Pinto et al. (2017) avaliaram que as melhores temperaturas para o
desenvolvimento do parasitoide foi a 20 e 25°C, mantendo a razão sexual do
parasitoide acima de 0,5.
Quanto à umidade relativa são escassos os trabalhos que avaliem o
desenvolvimento e parasitismo de T. podisi. Sabe-se que valores abaixo de 50%
para UR são prejudiciais para o desenvolvimento de determinadas espécies, como
por exemplo o trabalho Rocha et al. (2001), onde o desenvolvimento ninfal Rhodnius
robudtus (Larrousse, 1927) (Hemiptera: Reduviidae) foi desfavorecido na umidade
de 40%. Por outro lado, Queiroz et al. (2013) determinou que o parasitismo de
Telenomus remus Nixon (Hymenoptera: Platygastridae) em ovos de Corcyra
cephalonica (staionton, 1866) (Lepidoptera: Pyralidae) também foi desfavorecido a
40% de UR, não havendo diferença estatisticamente significativa na longevidade das
fêmeas na faixa de umidade de 40 a 80%.
De maneira análoga, Torres (2009), avaliando a influência da umidade relativa
na capacidade reprodutiva de Tamarixia radiata (Waterston, 1922) (Hymenoptera:
Eulophidae) sobre ninfas de Diaphorina citri (Kuwayama, 1907) (Hemiptera:
Liviidae), determinou que tanto o parasitismo quanto a emergência foi maior na
umidade de 70%, estando esses parâmetros biológicos prejudicados a 30 e 50%.
Conforme já referido, nas décadas de 1980 e 1990, a espécie E. heros era
restrita a climas quentes. Atualmente, encontra-se distribuída por todo o Brasil.
Talvez tenha ocorrido uma adaptação da espécie e de seu inimigo natural, o que
justifica a ocorrência de parasitismos semelhantes nas diferentes condições térmicas
e hidrométricas.
43
7. CONCLUSÃO
Baseando-se nos resultados obtidos, o parasitismo do Telenomus podisi
(Ashmead, 1881) (Hymenoptera: Platygastridae) sobre ovos de Euschistus heros
(Fabricius, 1798) (Hemiptera: Pentatomidae) colocados por adultos criados em dieta
artificial, independe da temperatura e da umidade relativa, nas faixas de 18 a 32 °C
e de 30 a 90%, respectivamente, indicando uma larga adaptação do parasitoide às
diferentes condições térmicas e higrométricas do país.
45
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