revolução francesa 2013

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REVOLUÇÃO FRANCESA

Antecedentes, processo

revolucionário e Era Napoleônica

I- O ANTIGO REGIME

Caracterização da Europa na Idade Moderna.

Economia baseada no Mercantilismo, domínios

coloniais, política baseada no Absolutismo, domínio

do pensamento religioso e controle das liberdades

individuais.

Reunião de

pensadores

críticos ao Antigo

Regime

MERCANTILISMO – Doutrina econômica adotada pelas

principais nações européias. Era caracterizado por:

1- Balança comercial favorável;

2- Protecionismo;

3- Metalismo;

4- Colonialismo;

Mapa

ilustrando os

domínios

coloniais das

nações

européias

ABSOLUTISMO – Forte centralização dos poderes nas mãos

dos reis. Apoio da burguesia e da aristocracia (nobreza).

Maquiavel:

Separação entre

moral e política;

razões do

Estado acima de

tudo. Hobbes:

Governo forte é

necessário;

humanidade

com tendência

ao caos.

Bossuet:

Proximidade do

poder do rei em

relação a Deus;

Direito Divino.

Luís XIV (1643-

1715), o “Rei Sol”

II- INFLUÊNCIA

O Iluminismo não foi um

movimento isolado. Antes

dele, um outro importante

movimento filosófico e

científico já havia ocorrido

na Europa, contribuindo

para uma grande

transformação no

pensamento moderno.

Este movimento foi o

Renascimento.

As condições da sociedade exigiam novas maneiras

de interpretação do mundo e pensadores, artistas e

cientistas elaboraram novas formas de interpretar

sua realidade e modificar as maneiras antigas de

expressão do mundo e das coisas.

Eles tentaram superar de vez a mentalidade

medieval, buscando influência nas culturas clássicas

da Grécia e de Roma. Por este motivo o movimento

passou a ser conhecido como Renascimento.

Fatores que influenciaram o Renascimento:

Desenvolvimento urbano;

Burguesia e acúmulo de riquezas;

Humanismo:

Individualismo;

Racionalismo;

Antropocentrismo X Teocentrismo

Invenção da Imprensa por Johannes Gutemberg em 1445

Fases do Renascimento:

TRECENTO (século XIV)

Pensadores que já apresentavam inovações no

pensamento ainda no período medieval. Defendiam a

investigação, criticavam o pensamento da Igreja e tinham

influência de filósofos greco-romanos.

Dante Alighieri (1265-1321), autor de A Divina Comédia

Francesco Petrarca (1304-1374), o “pai do Humanismo”

Giovanni Boccaccio (1313-1337), autor de Decameron

Na arte plástica e na arquitetura

do período, destacou-se Giotto di

Bondone (1266-1337), que já

realizava trabalhos com técnicas

que eram distintas daquelas que

eram mais comuns na Idade

Média.

QUATTROCENTO (século XV)

Tentativa de aproximação entre arte e ciência, empregando mais

conhecimentos da geometria, da perspectiva, da iluminação.

Impulso à pintura em telas de tecidos. A arquitetura da época

também mereceu destaque por sua ousadia.

Catedral de Florença, por

Fillippo Brunellesschi

Estátua de Gattamelata, por

Donatello

CINQUECENTO (século XVI)

Período do apogeu renascentista. Principis destaque nas artes

plásticas foram os gênios Leonardo da Vinci (1475-1564) e

Michelangelo Buonarroti (1483-1520).

Mona Lisa e a Última Ceia – Leonardo

da Vinci

Davi e a Criação do Homem -

Michelangelo

O Renascimento científico – Além das artes, a ciência também

passou por importantes transformações. Destacam-se os

seguintes cientistas e suas idéias:

Miguel de Servet (1511-1553)

Descobriu a “pequena circulação” ou

circulação pulmonar

Francis Bacon (1561-1626)

Método dedutivo: partir de coisas

concretas para a compreensão.

Observação e experimentação.

Nicolau Copérnico (1473-1543)

Desenvolveu a teoria heliocêntrica. Sua tese foi

retomada por Giordano Bruno (1548-1600), que foi

condenado pela Inquisição por seus estudos

científicos.

Giordano

Bruno

Galileu Galilei (1564-1642)

Fundador da Física moderna,

chegou a conclusões

semelhantes às de Copérnico e

também foi perseguido pela

Igreja.

Johannes Kepler (1571-1630)

Comprovou que as órbitas

dos planetas eram elípticas.

René Descartes: Racionalismo como única

fonte do conhecimento; verdade absoluta e

incontestável; Deus era criador do Universo,

porém este era regido por leis que o homem

poderia desvendar.

Isaac Newton: Interpretação matemática das

leis da natureza; apesar de católico,

favoreceu o afastamento da crença de

interferência divina no universo.

John Locke: Bases da investigação das

leis da sociedade; homens portadores de

direitos naturais; contrato social rompido

pelo governante poderia ser contestado

pelo povo – crítica ao Absolutismo.

PRECURSORES

III- O ILUMINISMO

Contra o Antigo Regime, principalmente na

Inglaterra e na França, surgiu o Iluminismo ou

Ilustração no século XVIII, que por este motivo

também tornou-se conhecido como “O Século das

Luzes”.

Os iluministas acreditavam na libertação das

mentes, dominadas pelas “trevas” da ignorância.

Influenciados pelos princípios renascentistas,

defendiam a Razão, as leis universais, a

experimentação e a importância das iniciativas

individuais.

Propunham mudanças sociais contra o Antigo

Regime.

Em seu conjunto, os iluministas defendiam:

1- Progresso da humanidade;

2- Fonte do progresso: a Razão

(contra Igreja, tradição e fanatismo);

3- Indivíduo e burguesia;

4- Governos: criação social, não divina;

5- Jusnaturalismo – indivíduos dotados de liberdades;

Voltaire (1694-1778): crítico da Igreja, do

clero, embora deísta; defensor da livre

expressão do pensamento; contra a guerra

e revolução; transformações através da

ação dos monarcas guiados pela

Ilustração.

Montesquieu (1689-1755): Divisão dos

poderes do Estado (Executivo, Legislativo

e Judiciário); leis que regulassem o

conjunto de valores do Estado e da

sociedade – Constituição; denúncia contra

abusos de Luís XIV e críticas contra a

situação social da França.

Diderot (1713-1784) e d’Alembert

(117-1783): responsáveis pela

Enciclopédia, obra que reunia os

escritos dos iluministas e divulgava

suas idéias entre 1751 e 1772,

quando sua circulação foi proibida

pelo governo após a edição de 20

volumes.

Rousseau (1712-1778): Suíço estabelecido

em Paris, foi colaborador dos enciclopedistas

e mais influente pensador iluminista para a

Revolução Francesa. Defendia que o homem

era naturalmente bom, ressaltou a

democracia igualitária liderada pelo povo.

Quesnay, Gournay e Turgot:

economistas que defendiam a

idéia de que a terra era a

grande geradora das riquezas

(Fisiocracia); contrários ao

mercantilismo e às

regulamentações das

atividades econômicas.

Adam Smith (1723-1790): considerado

“o Pai da Economia”, elaborou e

demonstrou leis econômicas. Contrário

ao mercantilismo, afirmava que o

trabalho era a fonte das riquezas. O

equilíbrio social seria possível através

da concorrência, do livre-comércio e da

divisão do trabalho. Fundamentou o

liberalismo econômico.

As idéias iluministas influenciaram alguns

governantes europeus, que passaram a

introduzir reformas em seus países na segunda

metade do século XVIII. Tentaram modernizar a

atuação política e econômica, atendendo aos

interesses da burguesia. Foi uma combinação

de absolutismo político com liberalismo

econômico chamada “Despotismo

Esclarecido”.

O rei Carlos III (Espanha), O Marquês do Pombal (Portugal), a rainha

Catarina II (Rússia) e o rei Frederico II (Prússia – atual Alemanha)

Com influência das idéias iluministas, em 1776, foi declarada

a independência dos Estados Unidos da América, após

sérios combates entre os colonos e as forças militares

inglesas. Os EUA passaram a constituir um governo de base

iluminista, com um sistema conhecido como “Liberalismo

Político”.

Posteriormente várias

revoltas ocorreram na

Europa a nas Américas sob

inspiração do Iluminismo.

Cena de combate e Declaração de

Independência dos EUA.

IV- A REVOLUÇÃO FRANCESA

Considerada um marco que assinala o fim da Idade

Moderna e o início da Idade Contemporânea,

representou o mais duro golpe contra o Antigo

Regime.

Os ideais iluministas foram levado às últimas

conseqüências através da Revolução, que serviu de

modelo para vários movimentos rebeldes

posteriores.

FRANÇA: MISÉRIA X RIQUEZA

Maquete da França no século XVIII

Palácio de

Versalhes

A maioria da população francesa vivia miseravelmente.

Cerca de 80% dos habitantes estavam nos campos,

trabalhando nas plantações.

Por volta de 1774, uma forte crise se abateu sobre a

França, acentuando a miséria do povo. O rei Luís XVI

demonstrou grande insensibilidade em relação aos

problemas da população.

Além do mais, outros fatores tumultuavam a situação e

elevavam a crise social. Os gastos praticados pelo

governo eram caóticos e os custos desnecessários eram

enormes.

Luís XVI e Maria Antonieta

Como tentativa de sair da crise, os Estados Gerais –

reunião de representantes dos três estados sociais –

foram convocados em maio de 1789, porém não houve

acordo nas discussões.

Assembléia

dos Estados

Gerais

O Terceiro Estado, com apoio de dissidentes dos demais,

resolveu proclamar-se Assembléia Nacional, para promover

novas reformas e elaborar uma Constituição. Luís XVI

tentou impedir esta iniciativa, mas houve reação nas ruas.

Era o início da Revolução.

A população nas ruas

enfrentou as forças do rei e

exigia mudanças. Em 14 de

junho de 1789, o povo (sans-

cullotes) atacou a Bastilha. A

revolução se espalhou pela

França e os revolucionários

organizaram a Guarda

Nacional.

Nobres fugiam da França enquanto a Constituição foi

aprovada. Também foi proposta a Declaração Universal

dos Direitos do Homem e do Cidadão.

Buscando articular uma reação contra o movimento,

o rei tentou fugir, porém foi capturado em 1791.

Como a França passou a ser uma monarquia

constitucional, os poderes do rei estavam limitados.

O rei, a rainha e nobres tentavam colocar parte da população

contra a Revolução; no campo, parte do clero também fazia

o mesmo. A França foi atacada pela Prússia e pela Áustria e

a situação política se agravou. Foi convocada a Convenção,

nova assembléia para promover as transformações

necessárias.

A Convenção estava dividida em partidos que defendiam

interesses variados:

Jacobinos e Cordeliers: defendiam um governo republicano

e democrático. Os jacobinos eram liderados por Robespiere e

os cordeliers eram liderados por Danton e Marat.

Pântano ou Centristas: defendiam idéias ambíguas e

apoiavam quem estivesse com mais poder.

Girondinos: defendiam uma República liberal que

assegurasse os interesses da burguesia.

A Convenção proclamou a República em 22 de setembro de

1792. Luís XVI foi guilhotinado no início de 1793. A França

passou a adotar um novo calendário e o dia da

proclamação da República passou a ser o primeiro deste

calendário.

As reações

externas

cresceram e

as

divergências

internas

dividiram o

movimento.

Com a crise política dos revolucionários, os jacobinos

tomaram o poder e formaram um governo autoritário

conhecido como Regime do Terror. Foram guilhotinados

não apenas a rainha, mas outros líderes da revolução. Ao

todo, 35 mil pessoas foram executadas.

Robespierre liderou

o período do Terror

Marat assassinado

Danton foi condenado à

morte na guilhotina

O regime do Terror perdeu apoio e foi derrotado por um golpe

chamado Reação Termidoriana em 27 de junho de 1794. Os

girondinos passaram a comandar o governo.

Em 1795, a nova Constituição entrou em vigor e também foi

formado um novo governo, conhecido como Diretório.

Medidas conservadoras foram adotadas e opositores tentaram

derrubar o governo. Foi nomeado o jovem general Napoleão

Bonaparte para conter as reações internas e externas.

Napoleão passou a fazer parte do Diretório, mas, em 9 de

novembro de 1799, ele dissolveu o Parlamento e formou um

novo governo, o Consulado. A Revolução tomou um novo

rumo desde então.

Revoltosos

exigindo retorno

da monarquia

Napoleão

Bonaparte

Em 1795, aos 26 anos, Napoleão já era general e chegou ao

poder através de um golpe. Aos 30 anos de idade assumiu o

controle da República, sendo nomeado Primeiro-Cônsul e

concentrando enorme autoridade com apoio da maior parte da

população francesa e da burguesia.

Dentre suas medidas

administrativas, destacam-se:

• Estabelecimento da ordem;

• Relações com a Igreja;

• O Código Civil;

• Industrialização;

• Obras públicas;

• Anistia para nobres;

• Reformas administrativas e

educacionais.

Em 1804 o prestígio de Napoleão era tamanho que ele

conseguiu ser nomeado Imperador da França através de um

plebiscito.

A partir de sua coroação,

Napoleão estava disposto

a fazer da França o maior

império da Europa. Em

1805 iniciou a conquista

territórios, provocando a

reação de diversos outro

países. Através de

sucessivas ações

militares, passou a

dominar várias nações

européias.

Napoleão

sendo

coroado

A Inglaterra era a principal rival da França. Napoleão foi

derrotado pelos ingleses na batalha de Trafalgar (1805). Em

função da rivalidade, o governo francês decretou o

Bloqueio Continental, que fechava os portos europeus para

os navios ingleses em 1806.

Através desta

medida, Napoleão

passou a intervir na

política externa dos

países dominados ou

mais fracos, tentando

enfraquecer a

Inglaterra.

O domínio Napoleônico sobre a

Espanha e Portugal incentivou o

processo de declínio do sistema

colonial ibérico nas Américas.

Em 1808 a Família Real Portuguesa

fugiu para o Brasil. Este fato

incentivou a autonomia brasileira em

relação à Portugal

D. João e Carlota Joaquina

A partir de 1810 o poderio de Napoleão passou a entrar em

crise. As guerras e o despotismo abalaram seu prestígio na

própria França e os países inimigos também passaram a ter

melhores condições de combate. Países desrespeitavam o

Bloqueio Continental e a influência da Inglaterra continuou

forte.

Em 1812 a França invadiu a Rússia, aliada da Inglaterra. Ao

atacar Moscou, as tropas francesas tiveram que enfrentar a

estratégia russa conhecida como “Terra Arrasada” e

Napoleão sofreu uma grave derrota.

Em 1814 Napoleão renunciou e foi restaurada a monarquia

com o rei Luís XVIII. Também foi firmado o Congresso de

Viena, tentativa de restaurar o Antigo Regime.

Napoleão fugiu da prisão na ilha de Elba e em março de

1815 retomou o poder. Após 100 dias de governo, os

ingleses derrotaram Napoleão definitivamente na batalha

de Waterloo. Napoleão foi preso na ilha de Santa Helena,

onde morreu em 1821.

Através do Congresso de Viena tentou-se impedir o avanço

de revoluções liberais. Foi formada a Santa Aliança,

reunindo forças militares para barrar o avanço contra o

Antigo Regime, porém não foi possível impedir a onda

revolucionária do século XIX.

Após a derrota de Napoleão, Luís XVIII foi reconduzido ao

poder.

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