revolta da vacina -...

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Prof. Marcelos de Carvalho Caldeira | marceloscaldeira@cp2.g12.br

Revolta da VacinaRio de Janeiro, 10 a 18/11/1904

Contexto:

Reformas urbanas efetuadas no Distrito Federal (Rio de Janeiro), entre 1903 e 1906.

Anúncio de uma agência de viagens europeia no começo do século XX: o Rio era o “túmulo dos estrangeiros”.

Diagnóstico

· Morros.· Pântanos (mangues).· Habitações coletivas.

· Insalubridade.· Maus hábitos.· Promiscuidade.

Os protagonistas

Francisco de Paula RODRIGUES ALVES (1848-1919)

· Presidente da Província de São Paulo, ministro da Fazenda nos governos Floriano Peixoto e Prudente de Moraes e Presidente do estado de São Paulo, quando realizou uma importante remodelação da capital.

· Presidente da República (1902-1906).

Francisco Franco PEREIRA PASSOS (1836-1913)

· Aos 20 anos (1856) bacharelou-se em Ciências Físicas e Matemáticas pela Escola Militar e diplomou-se em engenheiro civil no ano seguinte.

· Viveu na França entre 1857 e 1860, onde frequentou cursos de arquitetura, estradas de ferro, pontes, canais, direito administrativo e economia política, além de trabalhar como engenheiro e testemunhar as reformas lideradas por Eugène Haussmann em Paris.

· Prefeito do Distrito Federal.

“Comecei por impedir a venda pelas ruas de vísceras de reses, expostas em tabuleiros cercados pelo voo contínuo de insetos, o que constituía espetáculo repugnante. Aboli igualmente a prática de se ordenharem vacas leiteiras na via pública, que iam cobrindo com seus dejetos, cenas estas que ninguém certamente achará dignas de uma cidade civilizada. Mandei, também, desde logo, proceder à apanha e extinção de milhares de cães que vagavam pela cidade, dando-lhe o aspecto repugnante de certas cidades do Oriente [...] Tenho procurado pôr termo à praga dos vendedores ambulantes de bilhetes de loteria, que, por toda parte, perseguiam a população, incomodando-a com infernal grita e dando à cidade o aspecto de uma tavolagem. Muito me preocupei com a extinção da mendicidade pública [...] punindo os falsos mendigos e eximindo os verdadeiros à contingência de exporem pelas ruas sua infelicidade [..]”

(Pereira Passos)

OSWALDO Gonçalves CRUZ (1872-1917)

· Aos 14 anos (1886) matriculou-se na faculdade de medicina.

· Conclusão do Doutorado em 1892.· Aperfeiçoamento no Instituto

Pasteur em 1896.· Diretor-geral da Saúde Pública.

“Dêem-me liberdade de ação e eu exterminarei a febre amarela dentro de três anos”.

(Oswaldo Cruz, ao assumir a Secretaria de Saúde em 1903)

O Rio da “Belle Époque”

Os excluídos

A Lei da Vacinação Obrigatória (31/10/1904) e seus opositores

Não tem nome, na categoria dos crimes do poder, a temeridade, a violência, a tirania a que ele se aventura, expondo-se, voluntariamente, obstinadamente, a me envenenar, com a introdução no meu sangue de um vírus sobre cuja influência existem os mais bem fundados receios de que seja condutor da moléstia ou da morte.

(Rui Barbosa)

(...) esse governo só tem o rótulo de republicano, porque isto que nós temos como forma de governo é uma república falsificada e deve haver a repulsa porque à Nação assiste o direito de repelir a força pela força (...). Essa lei iníqua, arbitrária e deprimente provoca a reação, que deve ser feita por toda expressão. Talvez nunca mais se repita, devido às mudanças ocorridas na sociedade brasileira, e ao fato de que temos vastas massas inermes de miseráveis e deseducados, que sempre se submetem passivamente a todos os tipos de indignidades que ocorrem diariamente na área da Saúde. Mas, até quando?

(Declaração do senador e coronel reformado Lauro Sodré, presidente da Liga contra a Vacina Obrigatória)

A revolta

Os resultados

Mortalidade por febre amarela Mortalidade por peste bubônica

Ano Mortalidade por n.º de pessoas Ano Mortalidade por 100 mil hab.

1902 984 1903 48,74

1903 584 1904 36,06

1904 48 1905 18,40

1905 189 1906 14,27

1906 42 1907 8,83

1907 39 1908 6,37

1908 4 1909 1,73

Fonte: Almanaque Histórico: Oswaldo Cruz, o médico do Brasil. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Oswaldo Cruz, 2004, pp. 22 e 24.

VAINFAS, Ronaldo et al. História 3: Ensino Médio. São Paulo: Saraiva, 2016, pp. 19-27.

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