revista mais basquete 2
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RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 |
Volume 1 | N° 2 | DEZEMBRO /2012
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 |
Editorial
Álvaro Flávio Guimarães 4
Desempenho técnico individual no basquetebol masculino: relação
entre posições específicas, classificação das equipes e indicadores
do jogo
Dante de Rose Júnior
6
O treino metabólico de jogadores de basquetebol: ênfase nos
componentes aeróbios e anaeróbios
Fabrício Boscolo Del Vecchio 11
A psicologia do esporte e o basquetebol
Sílvia Regina Deschamps 17
Massagem esportiva: muito mais que uma opção
Claudio Maradei 25
Há sucesso esportivo sem sustentabilidade econômica?
Jorge Eduardo Scarpin 29
A influência da ética (e da falta dela) no marketing esportivo bra-
sileiro
Viviane Peres 34
Macedônia: o treinador invisível
por Miguel Panadés (Tradução de Mário Brauner) 37
Mundial Masculino Sub-19 e Universíade de Shanzen 2011
Walter Roese 40
ENTREVISTA: Felipe Braga, pivô do Elan Bearnais Pau-Lacq-
Orthez (FRA)
Álvaro Flávio Guimarães 46
Coluna Eu fui! ... Para a Argentina estudar basquete!
Álvaro Guimarães 50
Jogo das Estrelas 2012: a hora da verdade
Álvaro F. Guimarães 56
Posfácio: erros que nos ajudam a crescer
Carlos Alex Soares 58
SUMÁRIO
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 3
CLUBE DE REGATAS FLAMENGO CAMPEÃO DA LIGA DE DESENVOLVIMENTO OLÍMPICO 2011.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 4
EDITORIAL Á lvaro Fla vio Guimara es
A Revista Mais Basquete está de
volta. Em sua segunda edição apresenta
a seus leitores uma série de artigos que
abordam os mais diferentes ângulos des-
te esporte que a todos nós fascina e
apaixona.
O basquetebol internacional é cer-
cado de uma cobertura midiática fantásti-
ca que transforma jogadores e treinado-
res em estrelas, faz seus nomes ficarem
gravados na memória dos fãs e reserva
lugar de destaque aos gigantes do es-
porte. Mas às vezes a história é escrita
pelos “nanicos”. Este é o tema de Mace-
dônia: o treinador invisível, artigo assi-
nado por Miguél Panadés e traduzido
com maestria por Mário Brauner para a
Revista Mais Basquete.
Também nesta edição o coordena-
dor pedagógico da Escola Nacional de
Treinadores de Basquetebol, Dante de
Rose Júnior e a pesquisadora Liz Imyrá
Oliveira mostram como a análise estatís-
tica do desempenho técnico individual a
partir da relação entre posições específi-
cas, classificação das equipes e indica-
dores de jogo podem auxiliar treinadores
a entender melhor o rendimento de seus
times.
Em A Psicologia do Esporte e o
Basquetebol, a psicóloga Sílvia Des-
champs mostra como a intervenção psi-
cológica pode garantir melhores resulta-
dos dentro das quadras. Já o professor
de educação física e massagista da Se-
leção Brasileira Cláudio Maradei assina
o artigo Massagem Esportiva: Muito
Mais do que Uma Opção no qual revela
como o trabalho do massagista influen-
cia no preparo físico e resistência dos
jogadores.
Este segundo número da Mais Bas-
quete traz, ainda, análise do professor
Carlos Alex Soares sobre a influência do
basquete universitário brasileiro na for-
mação de técnicos e jogadores.
A partir da próxima página você en-
contra isso tudo e muito mais.
Então está esperando o quê?
Boa Leitura!
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BAURU
LIGA DE DESENVOLVIMENTO OLÍMPICO 2011
PAULISTANO
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 6
DESEMPENHO TÉCNICO INDIVIDUAL NO
BASQUETEBOL MASCULINO: RELAÇÃO ENTRE
POSIÇÕES ESPECÍFICAS, CLASSIFICAÇÃO DAS
EQUIPES E INDICADORES DE JOGO
Dante de Rose Ju nior & Liz Imyra Oliveira
Introdução
Muitos estudos no basquetebol
são baseados na análise técnica de
desempenho, através de dados es-
tatísticos dos jogos que são divul-
gados nos sites oficiais das entida-
des que realizam os campeonatos.
Segundo De Rose Jr. et al
(2005) a analise estatística baseia-
se na coleta e a interpretação de
dados obtidos nas ocorrências do
jogo, dando-lhes significado para
possíveis interferências individuais e
coletivas. Para esta análise são con-
siderados os indicadores de jogo.
Esses indicadores são, segundo
Sampaio (1999), um conjunto refe-
rencial das principais ações técnico-
táticas de uma partida e represen-
tam as situações ou ocorrências
mensuráveis como por exemplo:
número e percentual de arremessos
(certos ou errados), faltas cometi-
das, bolas recuperadas, incidência
de algum tipo de ataque, rebote ob-
tidos, entre outros.
Levando em consideração a ne-
cessidade de se ter um referencial
baseado em um dos principais
eventos de basquetebol realizado
no mundo, o presente estudo teve
como objetivo determinar o perfil
de desempenho técnico individual
dos atletas de equipes adultas mas-
culinas no torneio de basquetebol
dos
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POSIÇÕES n M PTS REB ASS BR BP
Armadores 56 18,9
(6,8)
6,9
(3,8)
2,2
(0,9)
1,7
(1,0)
0,8
(0,5)
1,5
(0,7)
Laterais 47 15,7
(7,3)
5,9
(4,0)
2,7
(2,6)
0,7
(0,4)
0,7
(0,6)
1,1
(0,9)
Pivôs 41 18,5
(6,8)
8,3
(4,1)
(4,2)
(1,8)
0,8
(0,6)
0,6
(0,4)
1,4
(0,7)
Tabela 1: Médias e Desvios Padrão dos indicadores de jogo dos atletas, por posição específica
Para a definição do perfil téc-
nico foram utilizados os dados ofici-
ais da Federação Internacional de
Basketball (FIBA), disponíveis no
site www.fiba.com.
Os indicadores de jogo utiliza-
dos na pesquisa foram os seguin-
tes:
M/j: média de minuto jogador
por jogo
PTS/j: média de pontos con-
vertidos por jogo
REB/j: média de rebotes por
jogo
ASS/j: média de assistências
por jogo
BR/j: média de bolas recupera-
das por jogo
BP/j: média de bolas perdidas
por jogo
A análise estatística do pre-
sente estudo foi realizada da se-
guinte maneira:
Médias e desvios padrão de ca-
da indicador de jogo, em cada
posição específica para o esta-
belecimento do perfil do atleta,
em função do número diferente
de jogos das equipes e dos
próprios atletas.
Resultados
A partir das análises realiza-
das a amostra foi composta por 56
armadores, 47 alas e 41 pivôs.
As médias e desvios padrão de
cada indicador de jogo analisado
para cada posição específica são
ROSE JÚNIOR, Dante; OLIVEIRA, Liz Imyrá. Desempenho técni-
co individual no basquetebol masculino: relação entre Posi-
ções especificas, classificação das equipes e indicadores de
jogo. . Revista Mais Basquete, volume 1, nº 2, dezembro de 2012.
Disponível em: <www.revistamaisbasquete.com.br>.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 8
apresentados na tabela 1.
Conclusão
Os resultados mostram clara-
mente que nos Jogos Olímpicos de
Beijing, 2008:
Os armadores e os pivôs tive-
ram a maior média de tempo
de quadra;
Os pivôs tiveram as melhores
médias de pontos convertidos
e rebotes;
Os armadores tiveram as me-
lhores médias em assistências;
Os armadores e os pivôs são
os jogadores com as maiores
médias de bolas perdidas;
Não houve praticamente dife-
renças nas médias de bolas re-
cuperadas entre as três posi-
ções.
Evidentemente que esses re-
sultados devem ser analisados em
um contexto não só técnico. As
questões táticas também deveriam
ser exploradas para que se pudesse
ter uma ideia da organização tática
das equipes, pois essa organização
poderia determinar o comporta-
mento técnico dos jogadores em
função de suas posições específi-
cas.
Analisando-se estritamente
pela questão estatística, conclui-se
que os resultados encontrados não
diferem de outros estudos já reali-
zados e que, de certa forma, confir-
mam as definições que são estipu-
ladas para cada uma das posições.
Esses resultados também podem
servir de referência para que técni-
cos e jogadores possam estipular
objetivos de desempenho em trei-
namentos e jogos.
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Leituras complementares — es-
tudos similares
De Rose Jr, D.; Gaspar, A.B. & As-
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ROSE JÚNIOR, Dante; OLIVEIRA, Liz Imyrá. Desempenho técni-
co individual no basquetebol masculino: relação entre Posi-
ções especificas, classificação das equipes e indicadores de
jogo. . Revista Mais Basquete, volume 1, nº 2, dezembro de 2012.
Disponível em: <www.revistamaisbasquete.com.br>.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 9
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Relação entre os indicadores de jogo e posições especificas. Re-
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Garganta, J. Analisar o jogo nos jo-
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DANTE DE ROSE JÚNIOR Licenciado em Educação Física pela Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo (USP), em 1974, possui doutorado em Psicologia Social pelo Instituto de Psicologia da USP, em 1996. Atualmente é professor titular da Universidade de São Paulo. Atuou por 28 anos na Escola de Educação Física e Esporte da USP. Di-retor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo de janeiro de 2006 a janeiro de 2010. Professor do Curso de Ciências da Atividade Físi-ca da EACH-USP. Tem experiência na área de Educação Física e Esporte, atuando principalmente nos seguintes temas: basquetebol, análise de jogo esporte infantil, stress esportivo e psicologia do esporte. Coordenador Pedagógico da Escola Nacio-nal de Treinadores de Basquetebol
LIZ IMYRÁ OLIVEIRA
Aluna do curso de Ciências da Atividade Física da EACH-USP, mesária de basketball da Federação Paulista de Basketball (FPB), Bolsista de Iniciação Científica orientada pelo Prof. Dante de Rose Júnior neste artigo, tem interesse na psicologia do esporte e atividade física
ROSE JÚNIOR, Dante; OLIVEIRA, Liz Imyrá. Desempenho técni-
co individual no basquetebol masculino: relação entre Posi-
ções especificas, classificação das equipes e indicadores de
jogo. . Revista Mais Basquete, volume 1, nº 2, dezembro de 2012.
Disponível em: <www.revistamaisbasquete.com.br>.
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Liga de Desenvolvimento Olímpico (LDO) ou NBB Sub-21: palestra de
abertura do Grupo A, em 08/10/2011, São Sebastião do Paraíso-MG.
Bola ao Alto Histórico: primeiro
jogo da LDO/2011: Vivo/Franca
75 x 58 Tijuca Tênis Clube, dia
08/10, as 14h.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 11
O TREINO METABÓLICO DE JOGADORES DE
BASQUETEBOL: ÊNFASE NOS COMPONENTES
AERÓBIOS E ANAERÓBIOS
Fabrí cio Boscolo Del Vecchio
No artigo passado, buscou-se
apresentar evidências objetivas de
que o basquetebol é modalidade es-
portiva que detém predominância
energética aeróbia, mas com algu-
ma solicitação láctica na sua expres-
são competitiva (Stone & Kilding,
2009; Abdelkrim, Fazaa, & Ati,
2007). Na última coluna, foram da-
dos exemplos de exercícios aeróbios
intermitentes sem o emprego de bo-
las. Técnicos e treinadores devem
ter em mente que, além das situa-
ções previamente indicadas, jogado-
res necessitam realizar treinos de
alta intensidade com o emprego da
bola.
Não há deslocamentos com ve-
locidade elevada apenas sem o do-
mínio da bola e, portanto, os ata-
ques, infiltrações e jogadas preci-
sam ser realizadas de modo mais
específico possível. Neste contexto,
o treino aeróbio com bola seguiria
os mesmos pressupostos do artigo
passado (Vecchio, 2011), mas com
a inserção da mesma em suas reali-
zações.
Brevemente, após aquecimento
adequado, pode-se executar a se-
guinte atividade:
1. Saída em baixa intensidade do fundo da quadra;
2. Ao chegar no canto, Sprint com bola em alta intensidade;
3. Sprint de alta intensidade com controle de bola;
4. No meio da quadra, realizar passe em direção ao ataque;
5. Correr em baixa intensidade na diagonal;
6. Realizar Sprint até o final da quadra;
7. Com bola, corrida de alta in-tensidade na linha de 3ptos;
8. No centro, arremessar;
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9. Deslocamento veloz até lance
livre e arremessar;
10. Deslocamento veloz até diago-
nal e arremessa;
11. Voltar por fora, pelo maior ca-
minho em baixa intensidade/
caminhada.
Na atividade acima, o trabalho
é feito de diferentes modos. Explo-
rando a relação de Esforço:Pausa
(E:P), pode-se ter um bloco de es-
forço para o mesmo bloco de pausa
(1:2), ou seja, caso o jogador cum-
pra todo o percurso em quarenta
segundos, ele descansará quarenta
segundos. Pode-se organizar a rela-
ção inversa, 40 segundos de esfor-
ço por 20 segundos de pausa (2:1),
VECCHIO, Fabrício Boscolo del. O treino metabólico de jogadores
de basquetebol: ênfase nos componentes aeróbios e anaeróbios.
Revista Mais Basquete, volume 1, nº 2, dezembro de 2012.
Disponível em: <www.revistamaisbasquete.com.br>.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 13
ou até 3:1, com esforço durando 45
segundos e a recuperação com 15
segundos. Mesmo com esforços de
alta intensidade, e pausas interca-
ladas, após duas ou três repetições
deste esforço, ele já tem predomi-
nância aeróbia (Glaister, 2005).
São os “famosos” esforços intermi-
tentes de alta intensidade que apri-
moram a capacidade de esforços/
sprints repetidos – em inglês, Re-
peated-Sprint Ability(Bishop, Gi-
rard, & Mendez-Villanueva, 2011).
Estas tarefas podem ser orga-
nizadas de modo misto. Investiga-
ção que fez uso de 10 semanas de
intervenção observou melhoras su-
periores a 4% no tempo de sprint
com jogadores que realizaram de 2
a 4 séries de jogos em espaços re-
duzidos (small-sided games) com
duração de 2,5 a 4 min cada “jogo”
e treinamento intervalado, que con-
sistia de 12 a 24 esforços de 15 se-
gundos entre 105 e 115% do
VO2max dos jogadores, numa rela-
ção E:P de 1:1 (Buchheit, Laursen,
Kuhnle, & et al, 2009).
Por outro lado, caso o interes-
se do treinador seja organizar es-
forços anaeróbios, a cena muda
consideravelmente. A primeira es-
tratégia é ter clareza que o esforço
não deve durar mais de 75 segun-
dos (Gastin, 2001), pois seria pre-
dominantemente aeróbio. Caso du-
re apenas 30 segundos, se o inter-
valo de recuperação for de 4 minu-
tos, a partir da terceira série o estí-
mulo já se torna aeróbio (Trump,
Heigenhauser, Putman, & Spriet,
1996).
Deste modo, em 1993, um
grupo de pesquisadores ingleses
observou que 10 sprints com dura-
ção de 6 segundos e recuperações
de 30 segundos (E:P = 1:5) estres-
savam adequadamente o metabo-
lismo associado à fosfocreatina, re-
c onhe c i damen te anae rób i o
(Gaitanos, Williams, Bobbis, & Bro-
oks, 1993). Um ano depois, um
grupo de japoneses observou que
VECCHIO, Fabrício Boscolo del. O treino metabólico de jogadores
de basquetebol: ênfase nos componentes aeróbios e anaeróbios.
Revista Mais Basquete, volume 1, nº 2, dezembro de 2012.
Disponível em: <www.revistamaisbasquete.com.br>.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 14
exercícios feitos em intensidades
máximas, com protocolo de 3 a 4
séries de (5 sprints máximos de 8
segundos cada, com descansos de
45 segundos à E:P ~ 1:6) proporci-
onaram aumentos de 21,1% na po-
tência anaeróbia de pico em espor-
tistas intermediários e de 8,1% em
atletas de elite.
Assim, para garantir que o es-
forço de fato seja anaeróbio, neces-
sita-se que a intensidade do exer-
cício seja acima de 100% do
VO2max, a duração seja breve e a
recuperação elevada. Quanto maior
a recuperação proporcionada, me-
lhor para se inibir a ativação do
metabolismo aeróbio. Neste con-
texto o esforço no basquetebol, po-
deria ser de 6 a 8 segundos, como
citado acima. No entanto, caso o
treinador queira estender o tempo
de esforço, para até 20 segundos
de alta intensidade, sugerem-se
períodos superiores a 4 minutos co-
mo recuperação ativa. Neste tem-
po, procedimento interessante
consta do treinamento de jogadas
ensaiadas, posicionamentos táticos,
com esforços realizados em (muito)
baixa intensidade.
No próximo texto serão trazi-
das informações quanto ao treina-
mento de força e potência para jo-
gadores de basquetebol, não per-
cam!
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de basquetebol: ênfase nos componentes aeróbios e anaeróbios.
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FABRÍCIO BOSCOLO DEL VECCHIO Bacharel (2001) e Licenciado (2004) em Educação Física pela UNI-
CAMP, onde também completou seus estudos de mestrado (2005) e
doutorado (2008) em Ciências do Esporte, o professor Fabrício Bos-
colo Del Vecchio circula nos grupos de estudos dos pós-graduações
da FEF-UNICAMP, EEFE-USP e ESEF-UFPel, além de ser membro
da National Strength and Conditioning Association (EUA), do Comitê
Científico do GTT12 - Treinamento Esportivo do CBCE e Moderador
da Comunidade Judô do Centro Esportivo Virtual. Tem experiência
na área de Educação Física, com ênfase em Modalidades de Com-
bate, Treinamento Esportivo e Saúde Coletiva e Atividade Física.
Autor de artigos e livro, também foi preparador físico de lutadores de
Judô, Brazilian Jiu-Jitsu e Taekwondo. Atualmente é Professor da
ESEF-UFPel (Pelotas-RS) onde tem contribuído com a preparação
física de atletas e equipes (lutas e basketball) e conquistado resulta-
dos positivos em competições locais, estaduais e nacionais.
VECCHIO, Fabrício Boscolo del. O treino metabólico de jogadores
de basquetebol: ênfase nos componentes aeróbios e anaeróbios.
Revista Mais Basquete, volume 1, nº 2, dezembro de 2012.
Disponível em: <www.revistamaisbasquete.com.br>.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 16
LIGA DE DESENVOLVIMENTO NBB—2011
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 17
A PSICOLOGIA DO ESPORTE E O BASQUETEBOL Sí lvia Regina Deschamps
A Psicologia do Esporte
tem buscado sua afir-
mação no meio es-
portivo, através da participação de
especialistas que têm procurado di-
agnosticar, analisar e pesquisar as-
pectos psicológicos e estabelecer
relações entre eles e as diferentes
variáveis que podem interferir no
desempenho de atletas e equipes.
É inegável que, ao longo das
últimas décadas, esse trabalho tem
sido reconhecido, haja vista a quan-
tidade de publicações (em forma de
livros ou artigos) produzidas em to-
do o mundo. No entanto, pode-se
considerar que essa evolução, na
quantidade e qualidade de produção
na área da psicologia esportiva, ain-
da não é transferida adequadamen-
te para a prática, na forma de inter-
venção junto a atletas, equipes, co-
missões técnicas e todo o contexto
das atividades esportivas, principal-
mente no âmbito competitivo de al-
to nível.
Em alguns países, como Esta-
dos Unidos, Canadá, Austrália e vá-
rios da Europa, a intervenção psico-
lógica é parte integrante do plane-
jamento das equipes e a presença
do profissional da psicologia do es-
porte é tão comum quanto a do téc-
nico, assistente técnico, preparador
físico e médico.
No Brasil, entretanto, essa rea-
lidade ainda está distante. A inter-
venção psicológica, via de regra,
não está inserida no programa de
periodização do treinamento, ou
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 18
seja, no planejamento em lon-
go prazo do trabalho realizado pela
maioria das comissões técnicas de
equipes, principalmente as conside-
radas de alto nível. A intervenção
psicológica, normalmente, é lem-
brada somente em momentos de
emergência ou quando o atleta
apresenta um desempenho inade-
quado e que coloca em risco o re-
sultado positivo de equipe. A inter-
venção, quando ocorre, é feita na
forma de palestras motivacionais
que, às vezes, são ministradas por
pessoas não especializadas em
psicologia esportiva e que trazem
suas experiências de outras áreas
para tentar resolver as questões de
forma imediata.
Essa realidade e a falta de in-
formação sobre a importância do
trabalho psicológico em equipes
esportivas, ainda são motivos pa-
ra que haja muita resistência, por
parte dos atletas e da comissão
técnica com relação à inserção do
trabalho psicológico. Muitas vezes,
o psicólogo é visto como um con-
corrente - e não um aliado -, e é
desconsiderado o fato do trabalho
ser um instrumento auxiliar na bus-
ca de um melhor rendimento do
atleta.
Muitos estudos têm comprova-
do a influência, tanto positiva quan-
to negativa, dos aspectos psicológi-
cos na performance de atletas e o
despreparo emocional e cognitivo
frente às demandas estressantes do
ambiente esportivo. Através da pró-
pria experiência do mestrado, com
o levantamento diagnóstico realiza-
do através de entrevistas e obser-
vações, foi possível detectar a falta
que a preparação psicológica fez na
equipe investigada, pois o fator psi-
cológico foi decisivo nas fases finais
do campeonato. Deste modo, fica
ainda mais evidente a necessidade
da inclusão do trabalho psicológico
no esporte, especialmente nas dife-
rentes fases do treinamento e das
competições.
Cada etapa da preparação psi-
cológica deve ser específica, consi-
derando-se as características e de-
mandas desse público e, também
da modalidade esportiva em foco e
o momento da preparação na qual
se encontra a equipe. O trabalho
deve possuir objetivos claros e bem
definidos, sendo essas informações
transmitidas aos participantes do
processo, procedimento este impor-
tante para a boa aceitação do psi-
cólogo esportivo na equipe.
O treinamento psicológico no
esporte pode visar ao desenvolvi-
mento e aperfeiçoamento de vários
aspectos psicológicos, dentre eles:
gerenciamento de stress, estabele-
cimento de objetivos, aumento da
DESCHAMPS, Sílvia Regina. A psicologia do esporte e o basquete-
bol. Revista Mais Basquete, volume 1, nº 2, dezembro de 2012.
Disponível em: <www.revistamaisbasquete.com.br>.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 19
autoconfiança, atenção e concen-
tração, autocontrole de ativação e
relaxamento, utilização de visuali-
zação e imagem, estratégias de ro-
tinas e competitividade, elevação
de motivação e comprometimento e
manutenção de níveis adequados
dos estados de humor (tensão, de-
pressão, raiva, vigor, confusão e
fadiga). No entanto, não se pode
deixar de analisar todas essas vari-
áveis em função das especificidades
de cada modalidade esportiva, e
como elas poderão influenciar
(positiva ou negativamente) no
rendimento dos atletas e das equi-
pes. Portanto, estabelecer relações
entre as variáveis psicológicas e as
variáveis que fazem parte do con-
texto da preparação dos atletas
(físicas, técnicas e táticas) é funda-
mental para que técnicos e atletas
possam estabelecer melhores es-
tratégias de trabalho e melhorar o
desempenho individual e coletivo.
O basquetebol, por ser uma
atividade bastante dinâmica, com
demandas específicas em relação
ao tempo de realização de algumas
ações e que proporciona o contato
constante entre os atletas, exige
deles um alto desenvolvimento de
capacidades e habilidades (no pla-
nos físicos, técnicos e táticos), for-
talecendo ainda mais a importância
do equilíbrio emocional e cognitivo
do praticante.
Assim como em outras modali-
dades esportivas, o basquetebol
exige grande concentração, domí-
nio sobre situações causadoras de
stress e controle da ansiedade, ele-
vados níveis de motivação, defini-
ção real de objetivos e conhecimen-
to das diferentes nuances do jogo
(regras, estratégias e variações tá-
ticas), além da percepção que o
atleta tem de suas próprias condi-
ções. É preciso que o jogador este-
ja com a máxima atenção voltada
para a tarefa, obtenha o controle
de suas emoções e confie na sua
capacidade de realizá-la. O atleta
deve ter autocontrole e não ser le-
vado por suas emoções quando for
necessário tomar decisões.
Para fazer parte do ambiente
da competição de alto nível, o atle-
ta precisa ser um competidor assí-
duo e dedicado, e, para se desta-
car, deve superar níveis de exigên-
cias técnicas, táticas, físicas e psi-
cológicas, para que se possa garan-
tir a plena realização de uma car-
reira esportiva (DESCHAMPS,
2002).
O atleta de alto nível, de acor-
do com FERNANDES, MONTEIRO e
ARAÚJO (1991) precisa de uma ca-
pacidade esportiva excepcional, que
será demonstrada através dos re-
DESCHAMPS, Sílvia Regina. A psicologia do esporte e o basquete-
bol. Revista Mais Basquete, volume 1, nº 2, dezembro de 2012.
Disponível em: <www.revistamaisbasquete.com.br>.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 20
sultados por ele obtido, exigindo,
assim, trabalho planejado e organi-
zado, compondo um treinamento
especializado com o objetivo de
melhorar sua condição física e con-
sequente alcance e manutenção
dos resultados.
A competição de alto nível
apresenta características peculia-
res, e mesmo que o atleta tenha
participado das categorias de base,
ele não tem a garantia de atingir o
esporte profissional, e, se chegar
lá, de conseguir se manter. Muitos
atletas, quando fazem a passagem
da categoria juvenil para a adulta,
tem muita dificuldade em assimilar
as cobranças dos diferentes atores
que participam do processo (inclui-
se, aqui, comissão técnica, patroci-
nadores, dirigentes, mídia). Ao
mesmo tempo, existe uma motiva-
ção muito forte em se dedicar à ro-
tina de treinamento, fazendo-o su-
perar os seus limites ao máximo
para se destacar o mais rapidamen-
te possível.
Muitos técnicos acreditam que
o sucesso de um atleta depende de
quatro fatores: habilidade motora;
treinamento físico, treinamento
mental; desejo ou energia. As per-
centagens destes quatro fatores
devem variar de atleta para atleta e
até com o mesmo atleta de jogo
para jogo. Muitos psicólogos dizem
que é o desejo, a paixão e a ambi-
ção que separa os maiores realiza-
dores do resto dos competidores,
até de outros com igual ou mais ta-
lento (CLARKSON, 1999).
O esporte é extremamente se-
letivo, e, para atingir o esporte de
alto rendimento o atleta já possui
um diferencial, além de gostar do
que faz, apresenta um perfil de
personalidade determinado, que o
conduza a metas estabelecidas pa-
ra conseguir se manter e ainda ob-
ter bons resultados. Obviamente
que o talento é um fator que deve
ser considerado, embora algumas
vezes, pelo excesso de autoconfian-
ça, o atleta acaba negligenciando o
treinamento, seja no nível tático,
físico, técnico ou psicológico, e sur-
preende-se perdendo de um adver-
sário mais fraco.
DESCHAMPS, Sílvia Regina. A psicologia do esporte e o basquete-
bol. Revista Mais Basquete, volume 1, nº 2, dezembro de 2012.
Disponível em: <www.revistamaisbasquete.com.br>.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 21
Atingir esse nível de excelên-
cia, e nele manter-se, somente se-
rá possível através de um sistema
de treinamento adequado, que pro-
porcione ao atleta aprimorar suas
qualidades e corrigir suas deficiên-
cias. Segundo DE ROSE JÚNIOR
(1999) para ser um atleta de alto
nível há a necessidade de uma ca-
pacidade esportiva que se expres-
sará pelos resultados obtidos, e es-
tes dependem de um trabalho ár-
duo e planejado rigorosamente,
num processo de treinamento espe-
cializado.
O basquetebol é praticado em
um ambiente de muita instabilida-
de, ou seja, não há grande previsi-
bilidade dos movimentos em fun-
ção das possibilidades de modifica-
ção das ações(1) no seu próprio
decorrer. Além disto, os limites im-
postos pelas regras relacionadas a
tempo para execução de ações fa-
zem com que o jogo seja muito di-
nâmico e com muitas alternativas.
Essas condições tornam o bas-
quetebol um jogo propenso a mui-
tos momentos de pressão e tensão
individual, grupal e coletiva (entre
os companheiros de equipe e entre
os adversários). Assim sendo, os
aspectos psicológicos assumem
uma grande importância no contex-
to desse esporte, quando praticado
de forma competitiva. De acordo
com KORSAKAS e MARQUES
(2005), o rendimento de um atleta
ou de uma equipe não é determina-
do exclusivamente pelas condições
física, técnica e tática. Existe o
quarto componente, o psicológico,
que deve estar presente no plane-
jamento de treinamento e competi-
tivo das equipes.
DE ROSE JÚNIOR (2005) afir-
ma que há diversos aspectos psico-
lógicos que podem se destacar em
qualquer modalidade esportiva:
motivação, ansiedade, stress, per-
sonalidade, atenção, concentração,
liderança, agressividade e coesão
de grupo, entre outros. Todos esses
fatores podem aparecer isolada-
mente ou em conjunto no momento
de uma competição, ou serem fato-
res predisponentes a influenciar o
desempenho dos atletas durante a
mesma (seja de forma negativa ou
positiva). Esses fatores podem ser
mediados por características como:
nível de habilidade do atleta, grau
de preparação, tempo de prática,
experiências anteriores, idade e gê-
nero.
No caso do basquetebol, consi-
derando-se que o esporte é pratica-
do sob uma dinâmica de instabilida-
de ambiental, com pressões deter-
minadas pelo tempo para a realiza-
ção das ações e que o atleta deve
tomar decisões muito rápidas, seu
DESCHAMPS, Sílvia Regina. A psicologia do esporte e o basquete-
bol. Revista Mais Basquete, volume 1, nº 2, dezembro de 2012.
Disponível em: <www.revistamaisbasquete.com.br>.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 22
REFERÊNCIAS
CLARKSON, M. Competitive fire. Champaign: Human Kinetics, 1999.
DE ROSE JÚNIOR, D. Situações específicas de “stress” no basquetebol de alto ní-
vel. 1999. Tese (Livre-Docência) – Escola de Educação Física e Esporte da Universidade
de São Paulo, São Paulo.
_____. O estresse no basquetebol. In: DE ROSE JR, D.; TRICOLI, V. (Orgs.) Basquete-
bol: uma visão integrada entre ciência e prática. Barueri: Manole, 2005, cap. 10.
DESCHAMPS, S.R. Aspectos psicológicos e suas influências em atletas de voleibol
masculino de alto rendimento. 2002. Dissertação (Mestrado) – Escola de Educação
Física e Esporte da Universidade de São Paulo, São Paulo.
FERNANDES, A.C.; MONTEIRO, L.; ARAÚJO, V. O que se entende por alta competição? Re-
vista Treino Desportivo, Lisboa, n. 20, p.13-21, 1991.
KORSAKAS, P.; MARQUES, J.A.A. A preparação psicológica como componente do treina-
mento esportivo no basquetebol. In: DE ROSE JÚNIOR, D.; TRICOLI, V. (Orgs.) Bas-
quetebol: uma visão integrada entre ciência e prática. Barueri: Manole, cap. 9, 2005.
foco de atenção é variado e a capa-
cidade de antecipar situações é fa-
tor fundamental para o sucesso das
ações. Esse conjunto de fatores au-
menta a complexidade do esporte e,
consequentemente, pode provocar
um maior nível de stress, influenci-
ando na participação dos demais
componentes psicológicos no con-
texto do desempenho dos atletas.
NOTAS
(1) No basquetebol há quatro regras
relacionadas a tempo de execução de
ações: 24” (tempo máximo de posse de
bola para finalizar o ataque – arremes-
sar à cesta); 8” (tempo máximo para
uma equipe atacante ultrapassar o
meio da quadra); 5” (tempo máximo
para reposição de bola na lateral ou
fundo; tempo máximo de posse de bola
que um atleta tem quando recebe mar-
cação próxima e tempo máximo para a
execução de lances-livres) e 3” (tempo
máximo de permanência do atacante,
em posição passiva, na área restritiva
do adversário) Fonte: Regras Oficiais
do Basquetebol – Federação Paulista de
Basketball, 2006.
SÍLVIA DESCHAMPS Formada em Psicologia (1995) pela UFSC, mestre (2002) e Doutora (2008) em Educação Física pela USP. Atualmente é professora da UNAERP (Campus Guarujá-SP), pesquisado-ra nas áreas do esporte e do exercício, tendo experiência em psicoterapia individual e de-senvolve trabalhos com atletas e equipes de voleibol, triathlon, vôlei de praia, basquetebol, futsal e futebol. Preparou parte da equipe olímpica brasileira para os Jogos Olímpicos de Sydney (2000), elaborou a preparação mental do Projeto Olímpico do EC Pinheiros e pres-ta assessoria e consultoria em psicologia do esporte a equipes esportivas.
DESCHAMPS, Sílvia Regina. A psicologia do esporte e o basquete-
bol. Revista Mais Basquete, volume 1, nº 2, dezembro de 2012.
Disponível em: <www.revistamaisbasquete.com.br>.
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RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 24
LIGA DE DESENVOLVIMENTO 2011 (LDO/LNB)
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 25
Há alguns anos atrás, pouco
antes de começar um jogo de bas-
quete e como já era costume eu es-
tava massageando os joelhos e as
pernas de um jogador (neste caso
um atleta que durante anos serviu a
seleção brasileira), quando um mé-
dico parou atrás da grade e ficou
observando meu trabalho. Jogador
liberado, o médico me pergunta o
que eu estava fazendo e segue a
seguinte conversa:
– Massageando joelhos e pernas
com estes cremes para deixar a
região aquecida e soltar a mus-
culatura facilitando assim o alon-
gamento, contribuindo para que
ele consiga um melhor aqueci-
mento e com isso sentir menos
dores durante a partida.
– Você sabe que isso não adianta
para nada, não é?
– Dr., me desculpe, mas o que
eu sei é que, se não adianta para
nada, esqueceram de avisar os
jogadores.
Esta pequena história é ape-
nas uma entre outras tantas que
tive a oportunidade de vivenciar em
meus quase trinta anos como mas-
sagista, sendo que desses, mais de
quinze dedicados ao basquete.
Infelizmente ainda hoje é
muito pequeno o número de artigos
científicos destinados a entender e
analisar cientificamente os benefí-
cios de uma massagem sobre o or-
ganismo e, cabe a nós profissionais,
buscar na prática do dia a dia aquilo
que funciona ou não.
A massagem esportiva pode
ter muitas funções nas várias eta-
pas do treinamento, mas de uma
maneira geral traz os seguintes be-
nefícios:
Melhora a circulação e a drena-
gem linfática;
Ajuda na remoção de resíduos
metabólicos;
MASSAGEM ESPORTIVA:
MUITO MAIS QUE UMA OPÇÃO
Claudio Maradei
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 26
Estimula as terminações nervo-
sas;
Diminui o cansaço muscular; e
Ajuda na preparação mental
para a atividade esportiva.
Pode ser usada com a autoriza-
ção do departamento médico como
auxílio no tratamento, pois:
Estimula a circulação
Ajuda a "quebrar" aderências e
a melhorar a flexibilidade
Pode ser feito mais de uma vez
por dia, durante o tempo que
for necessário.
Na fase competitiva a massagem
pode ser aplicada durante o dia.
Muitos atletas gostam de rece-
ber massagem no dia da competi-
ção para ajudar a relaxar o corpo e
a mente, utilizando esta técnica co-
mo uma maneira de buscar a con-
centração necessária para a partida.
Serve também como um trabalho
prévio preparando o corpo para o
aquecimento que antecede ao jogo.
Após a competição a massagem
tem importantes funções:
Ajudar o organismo a retornar
ao seu ritmo normal
Eliminar resíduos metabólicos
musculares adquiridos pela for-
te carga da atividade física
Ajudar na redução de dores e
nódulos de tensão
É um excelente momento para
valorizar o trabalho e o esforço
do atleta
Outro momento onde a massagem
tem muita utilidade é após uma via-
gem longa onde o atleta fica com o
corpo "parado" durante muito tem-
po, na mesma posição, ocasionando
tensão nas costas, ombros e pesco-
ço além de cansaço e inchaço nas
pernas e pés, nesse caso a massa-
gem:
Ativa a circulação venosa e lin-
fática
Alonga os tecidos melhorando a
flexibilidade e reduzindo as do-
res.
MARADEI, Claudio. Massagem esportiva: muito mais que uma
opção. Revista Mais Basquete, volume 1, nº. 2, dezembro de
2012. Disponível em: <www.revistamaisbasquete.com.br>.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 27
www.massagemesportiva.com.br
Apesar de todos esses benefí-
cios, cada dia que passa a figura do
massagista esportivo fica mais dis-
tante das quadras. Aos poucos o
massagista foi sendo trocado pelo
fisioterapeuta e sem perceber aca-
bou perdendo seu espaço, o que em
minha opinião é um engano muito
grande por parte dos dirigentes es-
portivos.
Hoje o trabalho do fisiotera-
peuta é extremamente necessário
para a prevenção e recuperação de
lesões esportivas e isso é um fato;
m a s p o r o u t r o l a d o , o
"fisioterapeuta não faz massagem".
Trabalhei muitos anos em conjunto
com fisioterapeutas, tanto em clu-
bes como na seleção, e posso afir-
mar que existe lugar para todos. Os
trabalhos se completam... Mas isso
é uma outra história.
CLAUDIO MARADEI Claudio Maradei é formado em Educação Física, Prof. de Pilates e Massagista
da Seleção Brasileira de Basquete atuando neste seguimento há mais de 25
anos.
MARADEI, Claudio. Massagem esportiva: muito mais que uma
opção. Revista Mais Basquete, volume 1, nº. 2, dezembro de
2012. Disponível em: <www.revistamaisbasquete.com.br>.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 28
ALESSANDRO TRINDADE
Desenhista desde criança, , arquiteto gaúcho e foi atleta da
UFPel em Jogos Universitários Gaúchos (JUGs) e agora é bas-
queteiro de final de semana. Mudou-se para Bahia há dez
anos. Quando não está projetando, faz charges e ilustrações
para Revista Mais Basquete.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 29
Há sucesso esportivo sem
sustentabilidade econômica? Jorge Eduardo Scarpin
Antes de começarmos esta pe-
quena discussão, vou alertar a todos
que não sou técnico ou especialista em
basquetebol, apesar de gostar muito de
basquete e de ter jogado em campeo-
natos escolares e etc. Na verdade sou
contador e pesquisador nas áreas de
finanças e contabilidade e sempre tive
bastante interesse em finanças esporti-
vas de clubes de futebol e, desde que
comentei a divulgação das demonstra-
ções contábeis da CBB para o blog Bala
na Cesta, passei a acompanhar mais de
perto as finanças do basquete.
Alguns fatos, principalmente do
basquete masculino, que é o que mais
acompanho, me deixam preocupado. A
desistência do time de Vitória, a fragili-
dade absurda de Vila Velha, a decadên-
cia de Franca, a criação de times de
aluguel, a decadência de Londrina que,
se nunca foi campeão, por muitos anos
lotava talvez o maior ginásio da Liga,
com públicos de quase 10 mil torcedo-
res por jogo, mostram que alguma coi-
sa está errada na gestão dos clubes
brasileiros e, sinceramente, não sei se
a CBB é a única responsável.
Dito isto, voltamos à pergunta inicial
deste artigo: há sucesso esportivo sem
sustentabilidade econômica?
Aqui temos que analisar as for-
mas de sustentabilidade econômica
que podemos aplicar ao basquete. Vejo
claramente duas existentes e uma pos-
sível:
1) Liga com molde na NBA. Neste
modelo, que em nada se parece com a
NBB, a liga é a dona do campeonato e
os clubes escolhem seus jogadores por
meio de uma cesta de atletas (draft) e
apenas depois de um determinado pe-
ríodo, os clubes podem transacionar
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 30
entre si. Além disto, a escolha é feita
de modo que quem escolheu primeiro
hoje, escolha por último amanhã, fa-
zendo com que exista menos diferença
técnica entre os times. O ponto rele-
vante aqui é que os clubes não formam
atletas, sendo a formação feita pelas
universidades, na sua rica e poderosa
liga.
O clube possui também um teto
de gastos com salários, o que evita a
formação de super times, como, por
exemplo, quando a Ponte Preta juntou
Paula e Hortência no mesmo time. E
qual a lógica disto? A lógica é que a li-
ga deve ser sustentável e isto só acon-
tece quando há competição. Se eu sei
que tal time será campeão, por que
vou torcer no ginásio, assisti-los na TV
aberta ou comprar pacotes de pay-per-
view? E observem como o locaute des-
te ano foi coletivo, ou seja, foi capita-
neado pela liga que é a verdadeira do-
na do espetáculo.
Outro detalhe relevante. Os clu-
bes não possuem patrocínios individu-
ais. O patrocínio é para a liga. Já per-
ceberam que nas camisas da NBA não
há patrocinadores? O que os clubes po-
dem ter de renda de patrocínio é com a
venda dos namming rights das suas
arenas, como a American Airlines Are-
na, casa do Miami Heat, por exemplo.
E se os clubes passarem a ser
deficitários? Simples, a liga o assume
ou a franquia é vendida. Sim, neste
modelo os clubes são franquias, eu
compro o time e o levo para onde eu
quiser. Por este modelo, não há divi-
sões inferiores com acesso e descenso.
Se este modelo funcionaria no
Brasil? Creio que não, aliás, creio que é
um modelo tipicamente norte-
americano que só funciona por lá. No
resto do mundo há a cultura de clube e
acesso e descenso, talvez influenciada
pelo futebol.
2) Campeonatos baseados em clu-
bes
Já neste modelo, o campeonato
é composto por clubes, com divisões
de acesso, descenso e todo o modelo
futebolístico que é praticado no Brasil e
na Europa. Neste modelo, uma entida-
de independente (NBB) ou a confede-
ração (CBB) monta o campeonato e o
clube passa a ser parceiro deste. No
Brasil, até pouco tempo, os campeona-
tos eram organizados pela CBB e hoje,
pela NBB.
SCARPIN, Jorge Eduardo. Há sucesso esportivo sem sustentabilidade
econômica. Revista Mais Basquete, volume 1, nº. 2, dezembro de
2012. Disponível em: <www.revistamaisbasquete.com.br>.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 31
A diferença neste modelo é que
os clubes são independentes entre si e
não há a lógica de drafts, havendo for-
mação no próprio clube e transações
entre eles. Aqui cabe aos clubes a res-
ponsabilidade pela geração de dinheiro
para sua sustentabilidade e, o máximo
que a liga faz, é uma negociação coleti-
va de direitos de transmissão.
Neste modelo, a sustentabilidade
econômica acontece em três áreas: di-
reitos de TV, bilheteria e patrocínio. E
aqui chegamos ao ponto que eu quero
tratar: patrocínio.
O que um empresário quer ao
patrocinar um clube, de qualquer mo-
dalidade? Ele quer exposição na mídia,
ser associado a um clube vencedor e,
principalmente, que seu dinheiro não
seja usado para outros fins que não o
esportivo, tais como, pagar por má
gestão do clube. O pior que pode acon-
tecer a um patrocinador é ver seu pa-
trocinado desistindo de uma liga por
não ter dinheiro, ou disputar o campe-
onato com um time muito abaixo da
média por falta de condições financei-
ras para isto. Resumindo, o patrocina-
dor quer ter retorno do seu investi-
mento e uma segurança que não vai
dar um tiro n’água.
E como um clube pode oferecer
garantias que o dinheiro do patrocina-
dor será bem investido? Simples, com
prestações de contas públicas e confiá-
veis. E nem precisamos reinventar a
roda, basta utilizarmos a prestação de
contas que é feita a mais de 500 anos
pelas empresas a seus investidores, a
contabilidade.
No Brasil, as empresas S/A, de
capital aberto, são obrigadas a publicar
suas demonstrações contábeis e, mais
recentemente, os clubes de futebol
passaram a ter esta obrigação. Inclusi-
ve, no site de diversos clubes, as de-
monstrações estão lá, de fácil acesso.
Por meio das demonstrações é
possível ver se a entidade, seja empre-
sa privada, confederação, clube de fu-
tebol, ONG etc. é autossustentável fi-
nanceiramente, se os recursos são
aplicados mais na sua operação ou na
manutenção de sua estrutura burocrá-
tica, quanto de determinada receita vai
para a atividade fim da entidade, etc.
Em um clube há a clara visão se o en-
dividamento é alto ou baixo, se os re-
cursos de patrocínio vão para paga-
mento de juros, gastos administrativos
SCARPIN, Jorge Eduardo. Há sucesso esportivo sem sustentabilidade
econômica. Revista Mais Basquete, volume 1, nº. 2, dezembro de
2012. Disponível em: <www.revistamaisbasquete.com.br>.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 32
ou para o time propriamente dito, se o
clube é capaz de gerar caixa suficiente
para montar um bom time para a pró-
xima temporada e etc.
Isto significa que as demonstra-
ções contábeis podem dizer se um clu-
be será campeão? É óbvio que não,
mas, pode dizer se um clube está em
estado falimentar ou não. E, demons-
trações contábeis bem auditadas e
transparentes fazem com que as em-
presas tenham mais segurança na hora
de efetuar sua alocação de recursos
em atividades esportivas. E, se estas
demonstrações se tornarem públicas,
mais empresas terão acesso a estas
informações, mais analistas divulgarão
isto na mídia e um círculo virtuoso será
criado.
Agora, se traz tudo isto de bom,
por que todos não o fazem, mesmo
não havendo uma lei que o obrigue?
Por uma razão simples, a não transpa-
rência favorece más gestões, clientelis-
mo, politicagem, troca de favores, rela-
ções estranhas com agentes, etc. Sig-
nifica então que todos fazem? Também
é claro que não, mas ao não serem
transparentes, não oferecem uma ga-
rantia de que isto não acontece.
JORGE EDUARDO SCARPIN Doutor em Contabilidade e Controladoria pela FEA-USP. Mestre em Engenha-ria de Produção pela UFSC. Professor do Doutorado em Ciências Contábeis e Administração, do Mestrado em Ciências Contábeis e graduação em Ciências Contábeis pela Universidade Regional de Blumenau. Consultor e pesquisador nas áreas de custos (área privada), contabilidade e indicadores sociais (área pública) e previsões econômicas. O curriculum completo encontra-se em: http://lattes.cnpq.br/6474056681420203 .
SCARPIN, Jorge Eduardo. Há sucesso esportivo sem sustentabilidade
econômica. Revista Mais Basquete, volume 1, nº. 2, dezembro de
2012. Disponível em: <www.revistamaisbasquete.com.br>.
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RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 34
A INFLUÊNCIA DA ÉTICA (E DA FALTA DELA)
NO MARKETING ESPORTIVO BRASILEIRO
Vivian Perez
Muitas pessoas hoje questio-
nam o bom andamento das empre-
sas nos Estados Unidos! Citamos
sempre os norte-americanos porque
basta atentarmos para o quadro de
medalhas dos Jogos Olímpicos que
logo iremos perceber o óbvio: te-
mos que aprender e muito com
aqueles que fazem acontecer, de
uma forma organizada e diferencia-
da.
Mas será mesmo que precisa-
mos de muito para conseguir atingir
um quadro de medalhas pareci-
do com o dos Estados Unidos? A
resposta, em minha opinião, é não!
Não precisamos de muito! Precisa-
mos somente de um pouquinho...
Um pouquinho de ética! Ética?
Acredito que no atual cenário espor-
tivo, o significado desta palavra es-
ta longe de ser posto em prática.
Atualmente temos diversas
modalidades esportivas que dão um
verdadeiro olé nos bilhões de reais/
dólares/euros do futebol, mas ainda
assim continuamos a acreditar que
o Brasil é tão somente o país do fu-
tebol! E mesmo assim não conse-
guimos utilizar a bendita ética! Pelo
contrário, nós estamos começando
a ensinar aos outros nosso estilo de
malandragem, como ganhar um di-
nheirinho a mais. E sem ética! Nada
mais que o mundialmente famoso
“jeitinho brasileiro”.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 35
Durante os quatro anos em que
cursei faculdade de Marketing nos
Estados Unidos, eu tive quatro ma-
térias sobre ética! Além disso, qual-
quer atleta que pertence à NBA
(maior liga de basquete do mundo),
obrigatoriamente estuda ética na
associação! É isso mesmo: os atle-
tas têm cursos durante a semana,
sobre postura, economia, adminis-
tração e ética (este último é o curso
principal)!
Após o término das Olimpíadas
de Londres (2012), o que nos resta
a fazer é olhar, rezar e tentar achar
a bendita ética – que tanto carece-
mos, diga-se de passagem – que
ajudaria a melhorar muito o esporte
brasileiro.
Mas analisando friamente o te-
ma, pensemos e questionemos: O
que, de fato, vem a ser a tão falada
ética? Basicamente, a ética serve
para que haja um equilíbrio e bom
funcionamento social, possibilitando
que ninguém saia prejudicado.
Com base nesta resposta, pa-
rece até piada chamarmos o que te-
mos hoje no esporte brasileiro de
ética!
Mas agora voltando ao fato de
sermos o “país do futebol”, vale
ressaltar que em 1990 tivemos a
real e imperdível oportunidade de
tornarmos nossos clubes, grandes
empresas, (assim como na Europa),
gerando receita 365 dias por ano.
Tratava-se da Lei Pelé (Lei Nº
9.615/98). Mas nossos dirigentes
não concordaram com tal ideia, fa-
zendo com que voltássemos à esta-
ca zero.
Agora, se isto ocorre no fute-
bol, que é o carro-chefe do esporte
brasileiro, imaginem o que ocorre
nos bastidores das outras modalida-
des olímpicas! Modalidades estas
que, obrigatoriamente (devido às
regras olímpicas), teremos nova-
mente nas próximas olimpíadas!
Mas o que mais me impressio-
na na falta de ética dos dirigentes
brasileiros é a total cara de pau da-
queles (e são muitos) que não en-
tendem do esporte que
“representam”. São aqueles que di-
ante das câmeras falam bonito, mas
quando saem do ar jogam o papel,
contendo os falsos discursos ilusó-
rios repletos de baboseiras, no lixo!
Ou seja, trata-se de uma total falta
de preocupação com o atleta, e ao
mesmo tempo a total (e única) pre-
ocupação com o próprio bolso!
A falta de profissionalismo de
alguns, que chegam ao cúmulo de
roubar projetos alheios, mas não
para fazer o bem para aquele que
nós (atletas e ex-atletas) almeja-
mos, que é o esporte, mas sim para
fazer o bem somente ao ego, à sua
imagem.
Diante de tudo isso que foi ex-
posto, fica uma certeza bastante
sólida:
PEREZ, Vivian. A influência da ética (e da falta dela) no marketing esportivo
brasileiro. Revista Mais Basquete, volume 1, nº 2, dezembro de 2012.
Disponível em: <www.revistamaisbasquete.com.br>.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 36
continuamos ignorando o equilíbrio
e o bom funcionamento social, per-
mitindo que enormes injustiças
aconteçam e que aqueles que lutam
em prol do esporte saiam prejudica-
dos. Portanto, se desejamos obter
bons resultados nas Olimpíadas de
2016, temos muito de trabalhar. E
este trabalho deve começar imedia-
tamente!
Antes de tudo, deve-
mos entender que sem a ética nas
diretorias dos clubes, jamais conse-
guiremos crescer e fazer o Marke-
ting Esportivo gerar alguma receita.
Que projetos e ações de Marketing
existem! Pois do contrário ao que
muitos pensam, eles não são resu-
mem apenas a uma foto bonitinha
da equipe e dos atletas principais
que irão satisfazer os consumido-
res, (que no Brasil ainda são cha-
mados de fãs).
Portanto, para alcançarmos um
quadro de medalhas ao menos pa-
recido com o dos Estados Unidos,
precisamos sim direcionar nossos
olhares críticos a aqueles que estão
no comando de nosso esporte e
perguntar: Será que eles sabem o
que é ética? Ou precisamos ir atrás
daqueles que os educaram? Deve-
mos nos perguntar se aqueles que
lá estão, ditando as regras do es-
porte brasileiro, além de não terem
ética, também não têm caráter!
Pois eu prefiro acreditar que o que
falta mesmo é o bom e velho profis-
sionalismo!
PEREZ, Vivian. A influência da ética (e da falta dela) no marketing esportivo
brasileiro. Revista Mais Basquete, volume 1, nº 2, dezembro de 2012.
Disponível em: <www.revistamaisbasquete.com.br>.
VIVIAN PEREZ
Diretora de Marketing do site Ba-bby66. Ex-atleta de voleibol. Formou
-se em Administração e Marketing na Northwood University (USA). Tra-
balhou no marketing da NBA.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 37
Macedônia: o treinador invisível por Miguel Panade s
(Traduça o de Ma rio Brauner*)
As repercussões dos cruzamen-
tos das quartas de final e das semifi-
nais deixaram de uma parte as mara-
vilhosas exibições de Navarro e Pau
Gasol e, de outra, a atuação da equipe
da Macedônia. Gostaria de aprofundar
sobre a seleção capaz de eliminar a
Lituânia (equipe anfitriã do pré-
olímpico) e colocar contra as cordas a
Espanha. Gostaria de fazê-lo em com-
panhia dos treinadores que queiram se
unir ao debate e contribuir com suas
opiniões.
Marin Dokuzovski, 51 anos, trei-
nador que exerceu seu trabalho quase
sempre na Macedônia, principalmente
no Rabotnicki, exceto em duas tempo-
radas quando esteve na Bulgária, uma
como treinador auxiliar e outra como
primeiro treinador no Luckoil Acade-
mic. Foi selecionador sub 18 na Fede-
ração da Macedônia, e logo após foi
auxiliar de treinador da Seleção Abso-
luta de seu país, para finalmente che-
gar ao cargo de Selecionador da equi-
pe Principal. Um bom currículo, invisí-
vel aos olhos midiáticos, mas um bom
currículo. Invisível sim, como tantos e
Responda-me de memória, por favor: Como se chama o treinador
da Macedônia, seleção que chegou ao EUROBASKET classificada no 47º
lugar no ranking da FIBA?
* Texto Original Macedonia: El entrenador invisible é de autoria de Miguel Panadés, publicado
no site da Federação Espanhola de Basketball (http://www.feb.es/NoticiaDesarrollo.aspx?
idNoticia=39484 ) e copiado em 17/09/2011.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 38
tantos treinadores que exercem suas
funções em seus respectivos clubes ou
seleções “não ganhadores ou ganha-
doras” e conseguem exprimir ao máxi-
mo seus recursos desde a mais absolu-
ta discrição. A imensa maioria dos trei-
nadores são invisíveis, como a imensa
maioria dos jogadores, como a imensa
maioria dos cidadãos...e de pronto,
uma oportunidade, uma ocasião para
mostrar seu nível e a demonstração
aos olhos de todos que possuem o ta-
lento, a capacidade profissional para
competir com as “estrelas”, para con-
seguir o fundamental objetivo de todo
treinador: que seus jogadores brilhem.
Considero missão igualmente
complicada, tanto conseguir que uma
equipe de estrelas seja capaz de colo-
car o fardamento e entregar-se ao tra-
balho, como fazer com que uma equi-
pe limitada possa vir a render como
estrelas. Não saberia classificar qual
das duas missões seria mais difícil, e aí
sim os convido ao debate: conseguiria
Phil Jackson colocar a equipe da Mace-
dônia com seus jogadores atuais nas
semifinais do Pré Olímpico Europeu?
Encontraremos a resposta seguramen-
te, de uma parte, na capacidade de
gestão das características particulares
dos jogadores, com seus perfis de es-
trelas ou de humildes guerreiros. De
outra parte, na utilização e exploração
adequada das capacidades esportivas
de cada um deles.
Dokuzowski , conseguiu o que
tantas vezes parece impossível e que
nesta ocasião se demonstrou que não
é tanto assim. Movimentar um plantel
reduzido conseguindo que seus três
jogadores referencia – McCalebb, Ili-
evski e Antic – dispusessem das op-
ções, da liberdade, da confiança ne-
cessária para finalizar a maioria das
ações. Atenção, falamos de três joga-
dores de grande nível porém nenhum
“All Star”. Conseguiu esta seleção
além de desenvolver um jogo de equi-
pe que maravilhou a todos os treina-
dores, passando a bola entre todos co-
mo há muito não se via, ocupando
perfeitamente os espaços, fazendo
crescer a quadra no ataque como to-
dos os técnicos pretendem que aconte-
ça com suas equipes para benefício de
seus homens de penetração.
Este artigo foi publicado no site da Federação Espanhola de Basquetebol (17/09/2011) e no blog do autor. Tradução do Prof. Dr. Mário
Brauner distribuída entre amigos. Publicação sob responsabilidade da Revista Mais Basquete.
PAINADÉS, Miguel. Macedônia: o treinador invisível. (TRADUÇÃO
Mário G. Brauner). Revista Mais Basquete, volume 1, nº. 2, dezem-
bro de 2012. Disponível em: <www.revistamaisbasquete.com.br>.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 39
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RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 40
Mundial Masculino Sub-19 e
Universíade de Shanzen 2011
Walter Roese
Caros Amigos,
como eu havia planejado – e prometido aos
meus atletas na ocasião da Sub 18 – que
estaria presente no Mundial Sub-19 na Letô-
nia caso a equipe se classificasse na Copa
América de Santo Antonio, lá eu estive. Infe-
lizmente eu não estive exercendo a função
que havia visionado, mas devido uma “nova”
filosofia de planejamento da CBB com Sele-
ção Permanente não foi possível dar conti-
nuidade ao meu trabalho.
O nível do campeonato Sub 19 em
minha opinião estava nivelado, com exceção
da Seleção da Lituânia, as demais equipes
apresentaram o mesmo nível técnico. As
equipes dos Estados Unidos e do Canada
que levaram fortes equipes para a Copa
América em San Antonio, entretanto tiveram
grandes dificuldades para levar os melhores
atletas, tendo em vista que estes optaram
por iniciarem os estudos nas universidades
Americanas ou entrarem para o NBA, draft,
durante o verão e não participaram do Mun-
dial.
Na minha visão a Seleção da Servia,
USA, Brasil, Austrália e a jovem equipe da
Croácia apresentaram melhores chances de
estarem entre os finalistas juntamente com a
Lituânia. A Seleção Americana muito verde
em competições internacionais, equipe da
Austrália muito forte, mas com pouca opção
de reservas, seleção da Croácia formada por
jovens talentos da geração 1994 e 1995, e a
nossa querida seleção do Brasil que tinha
uma equipe forte, alta e com bons jogado-
res, teve apenas uma partida ruim durante o
campeonato, infelizmente foi a partida que
mais valia e contra os rivais Argentinos.
Seleção da Rússia, Letônia, Polônia
e Argentina eram seleções que em minha
opinião estavam um nível abaixo das que
eu mencionei anteriormente. A Seleção da
Argentina estava meio que desacreditada,
fisicamente não haviam evoluído nada des-
de a Copa América de San Antonio e seus
pivôs eram baixos e fisicamente fracos. O
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 41
mais me chamou atenção na Seleção Argen-
tina, desde o Sul Americano na Colômbia, foi
que eles superavam a deficiência física e téc-
nica com entrosamento técnico, sendo que o
mais impressionante era a união dentro e
fora da quadra. Resumindo, o Mundial sub-
19, em minha opinião, não foi um dos melho-
res que já presenciei, então acredito que
muitos desta geração 1992 vão contribuir
para as seleções Adultas de seus países. Foi
uma pena que o Brasil não ficou entre os
quatro finalistas, pois eu realmente acredita-
va que tínhamos equipe para isso e o projeto
que começou no Sul Americano na Colômbia
tinha grandes expectativas para essa gera-
ção.
Sinceramente, o Brasil fez uma boa
campanha com exceção do jogo contra a Ar-
gentina que foi o mais importante e que mais
valia. A pressão de vencer ou ser eliminado
custou um resultado do qual não mereciam.
Universiade em Shanzen
Foi a minha terceira participação junto
com a Confederação Brasileira de Desporto
Universitário num Mundial Universitário como
treinador. Já sabendo das dificuldades que
iriamos encontrar devido ao Calendário da
FIBA e com equipes de São Paulo, Rio de
Janeiro e Minas não liberando seus princi-
pais atletas, tivemos dificuldades para mon-
tar uma equipe forte. Da lista de 35 atletas
apenas 13 se apresentaram e destes dois
tiveram problemas pessoais e pediram dis-
pensa. Foi a primeira vez que eu não tive
que fazer cortes numa seleção Brasileira. O
nível da Universiade foi fortíssimo, mas mes-
mo assim a equipe progrediu e conseguimos
terminar em 11º lugar entre 26 seleções.
Vencemos cinco jogos (Romênia, China,
Emirados Árabes, México e Israel) e perde-
mos três (República Checa, Alemanha e Tur-
quia). Ganhamos da forte equipe da Romê-
nia, que por sua vez venceu a República
Checa que venceu o Brasil e no average de
pontos tiraram a seleção brasileira univer
ROESE, Walter. Mundial masculino Sub-19 e Universiade de Shan-
zen 2011. Revista Mais Basquete, volume1, nº. 2, dezembro de
2012. Disponível em: <www.revistamaisbasquete.com.br>.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 42
sitária das oitavas-de-finais. Para terem
uma noção, a forte equipe Americana (levou
seus melhores jogadores) ficou em quinto
lugar. A Seleção da Sérvia foi campeã.
A estrutura foi a melhor que eu partici-
pei. Posso falar com conhecimento de
causa, estive nas Olimpíadas de Beijim e
Shanzen não ficou muito atrás em termos de
estrutura. A abertura dos jogos foi algo espe-
tacular.Infelizmente no Brasil ainda não te-
mos a cultura do Esporte andar junto com o
estudo. Na Universiade o atleta tem que es-
tar matriculado na faculdade e não ter idade
acima de 24 anos. Nossos atletas só come-
çam a se preocupar com os estudos no final
da carreira profissional o que dificulta muito
para colocar uma equipe de nível internacio-
nal. Muitos dos jogadores que estávamos
almejando, não têm nem o colegial completo.
Eu penso que isso é uma falta de respeito
com nossos jovens, pois teria que partir dos
pais a obrigação de fazer com que seus fi-
lhos tenham no mínimo um nível básico de
estudo e dos treinadores das categorias de
base que não obrigam seus atletas a estuda-
rem.
Existiu, pela primeira vez, uma aproxi-
mação da CBDU com a CBB e creio que
num futuro próximo as duas confederações
irão trabalhar juntas para que o Brasil leve
uma equipe competitiva no nível da magnitu-
de do Brasil.
Eu só tenho que agradecer a CBDU
pela confiança e todo o apoio que me deu. A
minha comissão técnica e aos jogadores.
São profissionais dos mais capacitados, um
orgulho e prazer em trabalhar com esses
profissionais que querem o bem do basque-
te e do esporte no Brasil.
A próxima Universiade será em 2013
na Rússia e espero que o Brasil leve seus
melhores talentos ou vamos ter que nos con-
tentar em apenas participar e não competir
por medalhas, pois o nível é muito alto.
WALTER ROESE Foi atleta de basquete (clubes, seleções e universitário americano), técnico da
modalidade com passagens como Assistente Técnico na NCAA (Universidades
de Utah, Hawaii, Nebraska), na seleção brasileira universitária (três últimas Uni-
versíades) e da seleção brasileira de base sub-18 em 2010— lá conquistou a
vaga para o Mundial Sub-19 Masculino de 2011 e não foi mantido como técnico
da seleção. Foi ao mundial como scoutista da seleção norte-americana.
ROESE, Walter. Mundial masculino Sub-19 e Universiade de Shan-
zen 2011. Revista Mais Basquete, volume1, nº. 2, dezembro de
2012. Disponível em: <www.revistamaisbasquete.com.br>.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 43
LIGA DE DESENVOLVIMENTO 2011 (LDO/LNB)
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 44
Visite o Centro Esportivo Virtual
e participe do debate sobre o basquete.
www.cev.org.br/comunidade/basquete
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 45
LIGA DE DESENVOLVIMENTO 2011 (LDO/LNB)
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 46
No final do ano passado
uma das principais revela-
ções do basquete brasileiro
mudou-se para a França
em busca de mais experiên-
cia. Quatro meses depois o
pivô Felipe Braga, 17, con-
cede uma entrevista exclu-
siva para a Mais Basquete
e fala sobre a realidade
que encontrou em um dos
clubes mais tradicionais da Eu-
ropa e suas expectativas com
relação a nova vida no Velho
Mundo.
Confira os principais trechos
deste bate-papo:
Mais Basquete – Quais
tuas primeiras impres-
sões da nova cidade e
do clube?
Felipe Braga – A cidade de
Pau (sede do Elan Bearnais
Pau-Lacq-Orthez, desde
1989) é pequena, tem mais
ou menos 80 mil habitantes. O
time tem muita tradição (nove
títulos nacionais e dois interna-
cionais), em 2009 perdeu o pa-
trocínio e caiu para a segunda
divisão. Em 2010 voltou à pri-
meira e agora está se reer-
guendo, mas sua estrutura é
impressionante, eu estou gos-
tando bastante.
ENTREVISTA
Felipe Braga, pivô do Elan Bearnais
Pau-Lacq-Orthez (FRA)
por Á lvaro Fla vio Guimara es
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 47
MB – Como tem sido a
tua rotina no clube?
FB – Tenho treino duas ve-
zes por dia (manhã e tar-
de) de segunda a sexta.
Nos sábados e domingo,
tenho jogos. Estou jogando
pelo Sub-20 e pelo Sub-17 –
que é a minha categoria -, mas
com o Sub-17 eu só jogo, os
treinos são com o Sub-20.
Aqui tenho jogado como “4”
e, também, treinado muito
os fundamentos.
MB – E com os estudos,
como estás fazendo?
FB – Por enquanto estou
fazendo apenas matemática,
inglês e francês, para poder
aprender o idioma local e, so-
mente depois disso vou poder
comer a frenquentar a escola
normalmente.
MB – Que campeonatos dis-
putas? Como avalias o nível
técnico do torneio?
FB – Estamos jogando o cam-
peonato nacional. O Sub-20 se
apresenta sempre antes do
adulto, contra o mesmo adver-
sário. O nível de competitivida-
de é fora do comum, é real-
mente muito forte.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 48
MB – A partir disso diri-
as que essa experiência
já te trouxe ganhos?
FB - Com toda certeza,
pois se eu quero jogar em
alto nível tenho que procu-
rar os melhores adversá-
rios e por isso vim pra cá.
Quem é Felipe Braga:
Mineiro de Belo Horizonte, nascido em 11/07/1994, este
gigante de 2.01 metros começou a carreira aos dez anos
da idade seguindo os passos dos irmãos mais velhos. Em
2011 sagrou-se campeão Sul-Americano pela Seleção Bra-
sileira Sub-17. No final do mesmo ano assinou contrato por
quatro anos com a equipe francesa Pau-Lacq-Orthez.
Hoje, o garoto que tem como referência o pivô brasileiro,
Tiago Splitter sonha em defender o Brasil nas Olimpíadas
do Rio em 2016 e, claro, disputar a NBA.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 49
Estive entre os dias
25 de agosto até 13 de se-
tembro em Mar Del Plata,
uma cidade a 400 km de
Buenos Aires, capital da
Argentina. Viajei com 3 ob-
jetivos definidos:
1. Participar da clínica
da CODITEP (fusão entre a
associação de clubes de
basquetebol e associação
de técnicos profissionais
em basquetebol da Argenti-
na);
2. Participar do Con-
gresso e clínica da ENEBA
(Escola Nacional de Técni-
cos em Basquetebol da Ar-
gentina); e
3. Assistir ao pré-
olímpico de basquete.
OBJETIVO 1: Clínica
CODITEP
Cheguei na véspera
do início das palestras da
CODITEP, fazia muito frio
e o vento trazia uma sen-
sação térmica desespera-
dora para um carioca.
Saí para jantar ansio-
so pela manhã seguinte,
mas o frio, a sujeira nas
ruas e o excesso de pedin-
tes, me tiraram completa-
mente o foco do basquete-
bol.
Jantei olhando pela
janela e me perguntando:
como um país que atraves-
sa uma crise econômica
nítida, consegue ter um
basquetebol tão respeita-
do?
Acordei no dia 26
apressado para fazer a mi-
nha inscrição, me chamou
a atenção que meu número
era 541, achei estranho e
depois descobri que foram
578 inscritos, num curso
não obrigatório.
Marcello Berro
...para a Argentina estudar basquete!
Carioca expõe-se ao frio de julho/agosto em busca de sua for-
mação permanente. Ele nos conta como foi sua experiência.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 50
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 51
Eram todos técnicos
profissionais que já haviam
cursado a demorada ENE-
BA (três níveis em quatro
anos com atualizações
obrigatórias feitas a cada
dois meses em cada esta-
do)
A primeira palestra foi
do Sr. Gérman Diorio
(psicólogo da seleção prin-
cipal masculina) que dis-
sertou sobre a parte moti-
vacional e psicológica no
basquetebol. O foco era
alertar sobre a importância
da comissão técnica co-
nhecer todos os itens da
personalidade dos atletas
e usa-los a favor de um
grupo unido, motivado e
sintonizado num mesmo
objetivo.
Assim que acabou,
me senti perplexo diante
do absoluto conhecimento
e complexidade das infor-
mações. Percebi que as
perguntas dos treinadores
não eram egoístas, que
estes davam a devida im-
portância ao lado espiritual
e de como essa energia
(gerada por um grupo uni-
do e sintonizado) é funda-
mental para o sucesso de
uma equipe de basquete-
bol.
A segunda palestra
foi do Sr. Facundo Muller
(segundo assistente técni-
co da seleção principal
masculina) que palestrou
sobre a importância da
uma comissão técnica —
confesso que o tema e pe-
la palestra anterior ter ul-
trapassado (e muito) o
tempo estabelecido, achei
que esta seria curta e até
desinteressante. Facundo
iniciou assim: “Uma comis-
são técnica tem como prin-
cipal finalidade colaborar
com a autocrítica do treina-
dor”.
Só esta frase, me fez
lembrar que muitos técni-
cos brasileiros, seja por
insegurança (achar que os
assistentes querem o lugar
dele) ou por falta de confi-
ança (na competência dos
assistentes) preferem tra-
balhar sozinhos ou ter na
comissão técnica pessoas
que nunca o contestem.
Marcello Berro
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 52
Notei que os recur-
sos digitais eram bem pre-
cários, não tinha Da-
tashow, só algumas trans-
parências e a maioria das
informações feitas na lou-
sa. Mesmo assim, a quali-
dade das informações (só
neste dia) valeu o investi-
mento.
Terminava a parte
de palestras teóricas e a
tarde seria sobre conceitos
do jogo na quadra do Club
Kimberley.
Sérgio “Oveja” Her-
nández (Técnico do Club
Peñarol de Mar Del Plata,
Bicampeão Argentino e ex
técnico da seleção princi-
pal) abriu a parte da tarde
falando sobre ataque con-
tra zona.
Me assustei quando
ele focou em bloqueios di-
retos (no Brasil existe a
máxima “não existe blo-
queios em zona”), sobre-
carga (de atacantes) no
lado da bola, visando a in-
versão para arremesso.
Logo depois entendi
que o bloqueio fazia parte
da sobrecarga e que o ob-
jetivo é somente chamar a
atenção.
O mais valioso foi a
visão sobre o aproveita-
mento das “zonas de con-
flito”: Atacar nos corredo-
res onde os defensores fi-
cam na dúvida sobre quem
vai marcar, onde normal-
mente, acontece de 2 de-
fensores irem na bola
(ratificando a sobrecarga) e
beneficiando a virada de
bola para os atiradores.
Ao final da palestra
“oveja” convidou os técni-
cos estrangeiros para um
almoço no Club Peñarol.
Éramos 5 presentes:
2 espanhóis, 1 uruguaio, 1
chileno e 1 brasileiro(eu).
Sérgio já conhecia os es-
panhóis e o uruguaio, falou
sobre a evolução da liga
nacional chilena e fez
questão que eu me apre-
sentasse.
Ele se mostrou pro-
fundamente interessado
sobre o Brasil que na opini-
ão dele, conta com 3 fato-
res que fariam do Brasil
uma potência esportiva: A
economia mais segura da
América latina, a miscige-
nação e o número de habi-
tantes.
Marcello Berro
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 53
Fiquei envergonhado
e tive que concordar com a
constatação do “oveja”: “O
que falta no Brasil é cultura
esportiva e mais precisa-
mente no basquete, apro-
veitar a miscigenação( aca-
bar com a elitização) e o
número de habitantes, se
transformar em número de
praticantes!”
Infelizmente para
quem ama o basquete bra-
sileiro e felizmente para os
argentinos que “odeiam
amar o Brasil” isso ainda é
uma utopia.
A palestra da noite foi
de Daniel Maffei( técnico
do Club Quilmes de Mar
Del Plata, campeão da liga
B da Argentina) que minis-
trou sobre rotação defensi-
va após a dobra nos pivôs.
Maffei é uma figura
engraçada e prega nos
atletas uma atenção extre-
ma aos detalhes, onde a
cada erro (de atenção) das
“cobaias” (atletas sub 17
do rival Peñarol) não se
continha ao dar ásperas
broncas onde a pergunta
inicial era sempre: “ o que
você errou?” e logo depois
fazia alguma analogia a
mulheres, ou ao que eles
fizeram na noite anterior,
arrancando gargalhadas,
inclusive dos próprios atle-
tas.
Fui jantar e chegando
ao quarto encontrei gran-
des dificuldades para dor-
mir. As comparações com
tudo que já havia visto nos
meus 25 anos de basquete
( 14 como técnico) e as coi-
sas que tinha aprendido
em um único dia me trou-
xeram um sentimento de
insignificância (exagerado)
e pensei: Não sei nada so-
bre basquete!
A grande “estrela” do
curso abriria o segundo
dia: Sr. Oktay Mahmuti
(Macedônio, atualmente no
Galatassaray da Turquia e
ex técnico da seleção da
Iugoslávia) Palestrou so-
bre: Ataque( na defesa) ao
pick and roll.
Oktay literalmente dis-
secou inúmeras possibili-
dades de como neutralizar
Marcello Berro
Marcello Berro, com Larry Bronw, representa outro momento em busca do aprofundamento do conhecimento sobre o basquete.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 54
os bloqueios diretos (na bola) e como tor-
nar o bloqueio uma vantagem para a defe-
sa( invertendo sempre a vantagem ação/
reação que o ataque geralmente leva).
No fim disse que o que mais se discute no
basquete europeu é que os bloqueios di-
retos estão praticamente em extinção,
justamente por vídeos sobre os adversários,
ser a ligação entre atletas e técnico e princi-
palmente ser o “advogado do diabo” conteso)
eles entenderem que não existe mais vanta-
gem ao realiza-los. Por sua vez os Back Picks
(bloqueios indiretos em direção a cesta) estão
acontecendo cada vez mais.
Me chamou a atenção um Sr. de idade
que estava exatamente abaixo de mim, eu
conseguia ver muitas anotações( era proibido
filmar ou fotografar) sobre tudo que Oktay di-
zia, parecia aflito e curioso.
Logo depois entendi o porque: Era Moncho
Monsalve que atualmente dirige o Istambul
( rival do Galatassaray na Turquia) e o técnico
anterior a Rubén Magnano na seleção brasi-
leira.
Moncho (espanhol) atravessou o atlântico pa-
ra “marcar o adversário”, e estar como partici-
pante de uma clínica na Argentina? Impressi-
onante! Isso que é alto nível!
Só de estar na “mesma condição” de alguém
com o currículo do Moncho, sendo o único
brasileiro, fez a sensação de insignificância da
noite anterior se tornar um orgulho.
Os argentinos realmente “tiram leite de pe-
dra”. Vamos as comparações:
Marcello Berro
População Economia Miscigenação
Argentina 40 milhões Instável
(em decadência)
Imigrantes espanhóis, italianos
e ingleses
Brasil 190 milhões Estável
(em crescimento)
Índios, negros, imigrantes
europeus, asiáticos, etc.
MARCELLO BERRO Marcello Berro é Técnico Provisionado pelo CREF-RJ em 2004, trabalhou em
diversos clubes do Rio de Janeiro e da Bahia (Botafogo, América F. C., He-
braica-RJ, Grajaú Country Clube, Flamengo, Talentos nativos e Faculdade
Souza Marques). Atualmente é Coordenador Técnico do Centro de Treina-
mento do Bábby. E-mail: mberrocoach@hotmail.com, Twitter: @coachberro.
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LIGA DE DESENVOLVIMENTO NBB—2011
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Jogo das Estrelas 2012: a hora da verdade
por Álvaro F. Guimarães
O Ginásio Pedrocão, em Franca
(SP), irá tremer neste final de semana
com o Jogo das Estrelas da liga Novo
Basquete Brasil (NBB). A partir desta
sexta-feira, os gigantes da liga nacional
entram em quadra para descobrir quem
são os melhores: brasileiros ou estran-
geiros?
Para o público as atrações do final
de semana começaram na quinta-feira
(8/3) com a realização de um bate-bola
entre as duas equipes ao som de muito
rap.
Mas é nesta sexta-feira que a terra
começa a tremer no nordeste do estado
de São Paulo com a realização do Tor-
neio de Enterradas e do Desafio de Ha-
bilidades do Jogo das Estrelas do NBB
2012. Para a disputa de enterradas fo-
ram escolhidos os gigantes: Jordan Bru-
ger (Minas) – atual campeão -, Kevin So-
well (Vivo/Franca), Gui (Bauru), Jimmy
(São José/Unimed/Vinac) e Rafael Stabi-
le (Araraquara).
As duas disputas são, todavia, ape-
nas um aperitivo para o grande jogo de
sábado quando as estrelas do NBB Bra-
sil e do NBB Mundo se enfrentam. O du-
elo terá transmissão ao vivo pelo canal
Sportv da Rede Globo a partir das 10h.
Conheça os times
A formação das equipes NBB Brasil
e NBB Mundo foi definida em uma elei-
ção que envolveu técnicos, capitães e
imprensa especializada. Veja como fica-
ram os times:
NBB Brasil
Armadores
Fulvio - São José (71,6 pontos)
Valtinho - Uberlândia (58,9)
Nezinho - Brasília (35,6)
Alas
Alex - Brasília (175,4)
Marquinhos - Pinheiros (121,2)
Marcelinho - Flamengo (90,7)
Arthur - Brasília (9,3)
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Pivôs
Murilo - São José (154,6)
Guilherme Giovannoni - Brasília (74,3)
Caio Torres - Flamengo (43,1)
Olivinha - Pinheiros (41,7)
Cipolini - Uberlândia (34,4)
Técnico: Guerrinha - Bauru (43)
NBB Mundo
Armadores
Larry Taylor - Bauru (166,7)
Borders - Minas (12,8)
Figueroa - Pinheiros (12,7)
Alas
Robert Day - Uberlândia (149,1)
Robby Collum - Uberlândia (103,7)
Shamell - Pinheiros (73,5)
David Jackson - Flamengo (45,9)
Kevin Sowell - Franca (32,3)
Pivôs
Jeff Agba - Bauru (181,5)
Kammerichs - Flamengo (168,3)
Araujo - Paulistano (24,2)
Bishop - Joinville (20,3)
Técnico: Gonzalo Garcia - Flamengo (84,5)
Atração especial
O mascote Jay-Jay, presença cons-
tante nas competições internacionais da
FIBA Américas é outra atração especial
do Jogo das Estrelas 2012. "É uma hon-
ra muito grande poder vir ao Brasil e par-
ticipar de um dos maiores eventos do
esporte brasileiro, ainda mais numa cida-
de com tanta história no basquete como
Franca", afirmou o porto-riquenho Jeffrey
Rivera que há dez anos criou o simpático
monstro azul.
Para saber e acompanhar mais aces-
se:
http://jogodasestrelas.lnb.com.br/
NBB BRASIL
NBB MUNDO
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 58
POSFÁCIO:
ERROS QUE NOS AJUDAM A CRESCER Carlos Álex Soares
A Revista Mais Basquete é uma ideia que
visa a divulgação de conhecimentos sobre o bas-
quete, contribuir com a formação de técnicos e
com o desenvolvimento da modalidade, ao mes-
mo tempo em que trás diversão, informação e
notícias sobre nossos jovens talentos. Não é um
projeto editorial com milhares de exemplares im-
pressos e uma logística descomunal. Usamos as
redes sociais como meio de transporte e o porta-
ble document format (pdf) como qualidade gráfi-
ca. É um projeto de técnico, buscando a mobili-
zação de outros técnicos e focando em todos do
meio do basquete.
Pois bem, acontece que o primeiro número
foi lançado em agosto de 2011 e somente agora,
em dezembro de 2012, busco concluir/atualizar a
formatação da revista para colocá-la no ar. Fé-
rias, maior tempo livre e revisão das metas traça-
das lá em dezembro de 2011 não concretizados
durante o ano. Este projeto dá para ser concluído
rapidamente. Faltou dedicação?
Esse processo de finalizar a RMB nº 2 já
ocorreu três vezes, mas sempre esbarrou na
qualidade do site e isso me cria um transtorno
gigantesco, já que sou perfeccionista e gostaria
de unir o arquivo em PDF de cada número com
um site atraente e com conteúdo significativo
como, por exemplo, os artigos dos números ante-
riores divulgados individualmente e aptos para
downloads. Isso requer tempo além do que dis-
ponho e, sendo perfeccionista, acabo protelando
o que não deveria ser colocado em segundo pla-
no. O perfeccionismo me faz esquecer a propos-
ta do projeto: usar a internet como veículo de
massificação da Revista.
Portanto, mesmo com o espaço de hospe-
dagem reservado e o local de hospedagem exis-
tente, resolvi divulgar nas redes sociais e através
dos autores o número 2 da Revista Mais Basque-
te, colocando-a para download e leitura on line
como o número 1. Nesse processo o site será
elaborado com calma, muita calma... Mas o con-
teúdo – que é a parte mais significativa desse
projeto – estará disponível para todos que bus-
cam aprofundar seus conhecimentos e interagir
com o mundo do basquete brasileiro.
Assim, com o necessário respeito à dedi-
cação de cada autor e me desculpo com os mes-
mos pela demora em publicar este número, pois
todos cumpriram os prazos que lhes pedi para
enviarem seus artigos. O próximo número irá
para o ar tão logo os artigos, notícias e entrevis-
tas sejam finalizados e cheguem as minhas
mãos (e-mail), mesmo que o site ainda não este-
ja no nível que me chama a atenção.
Ótima leitura e aguardamos as críticas e
sugestões em nosso e-mail
(revistamaisbasquete@gmail.com), da mesma
forma que desejamos um Feliz 2013, representa-
do pela capa da edição, magnificamente dese-
nhada pelo Alessandro Trindade.
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LIGA DE DESENVOLVIMENTO NBB—2011
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No próximo número, tudo sobre a
Liga de Desenvolvimento do Basquete 2012.
Liga de Desenvolvimento do Basquete 2012.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 61
Esse espaço é para as notícias das federações. Todas foram
convidadas e continuam tendo espaço para socializar suas
ações, projetos, seleções, campeonatos estaduais, enfim, o
que quiserem divulgar. Lembrem-se de que este espaço é
gratuito. As opções de espaços publicitários estão disponí-
veis na página 62. Lá sim, possibilidades de desenvolver a
sua e a marca dos apoiadores por valores acessíveis.
RMB, Volume 1, Número 2, Dezembro de 2012 | 62
As imagens dessa edição foram utilizadas com autorização
da Assessoria de Imprensa da Liga Nacional de Basquete,
quando são referentes ao Novo Basquete Brasil e a Liga de
Desenvolvimento Olímpico de 2011.
As da Seleção Brasileira, Basquete Sem Fronteiras e Sele-
ção de Desenvolvimento são disponibilizadas pela Agência
InovaFoto (http://www.inovafoto.com/home.php ) com o
intuito de divulgação.
Há, ainda fotos recebidas em releases e dos próprios atle-
tas.
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Diretor Carlos Alex Soares
carlosalexsoares@gmail.com
CREFRS 017890-G/RS
Editor e Jornalista Responsável Álvaro Flávio Guimarães
guima1972@gmail.com
MTb 9096
Site http://www.revistamaisbasquete.com.br
Contatos—E-mails rmb@revistamaisbasquete.com.br
revistamaisbasquete@gmail.com
Twitter http://www.twitter.com/revistamaisbasq
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www.revistamaisbasquete.com.br
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