revista da apm fevereiro de 2009 - apm.org.br · 7 revista da apm fevereiro de 2009 deunaimprensa...
Post on 15-Dec-2018
218 Views
Preview:
TRANSCRIPT
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
1
2
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
3
3 Apresentação
4 Editorial
6 Deu na Imprensa
9 Governo e Saúde
10 CAPA
Ensino Médico
15 Planos de Saúde
16 Médico Solidário
19 Cidadania
24 Política Médica
26 Remédios
28 Artigo
32 Dúvidas Contábeis
34 Agenda Cultural
36 Produtos & Serviços
37 Literatura
38 Por Dentro do SUS
40 Classificados
CONTEÚDO
Publicação da AssociaçãoPaulista de Medicina
Edição nº 597 – Fevereiro de 2009
REDAÇÃOAv. Brigadeiro Luís Antônio, 278
Cep 01318-901 – São Paulo – SPFones: (11) 3188-4200/3188-4300
Fax: (11) 3188-4369E-mail: comunica@apm.org.br
Diretores ResponsáveisRenato Françoso Filho
Leonardo da Silva
Editor ResponsávelUlisses de Souza – MTb 11.459–SP
EditoraLuciana Oncken – MTb 46.219–SP
RepórteresCarla Nogueira
Leandro de GodoiPaula Bianca
Ricardo Balego
Editor de ArteLeandro Deltrejo
CapaFoto: Osmar Bustos
(exame para especialista em radiologia)
ColaboradorAndré Barbosa (Ilustrações)
Projeto e Produção GráficaCubo Editorial e Notíciasulisses@ecubo.com.br
Fotos: Osmar BustosRevisora: Thais Oncken
Secretaria: Rosenaide da SilvaAssistente de Comunicação:
Fernanda de Oliveira
ComercializaçãoDepartamento Marketing da APM
Arnaldo SimõesFones: (11) 3188-4298Fax: (11) 3188-4293
Periodicidade: mensalTiragem: 30 mil exemplares
Circulação: Estado de São Paulo(Inclui Suplemento Cultural)
Portal da APM
www.apm.org.br
Nesta edição, convidamos você para uma reflexão acerca de um dos
maiores problemas enfrentados pela nossa classe e que determina, dia após
dia, nefastas e irreparáveis consequências para a população Brasileira: a
qualidade do ensino médico. Em artigo conciso, apresentamos elementos
para que todos se familiarizem com o tema, pensem a respeito e se manifes-
tem. Conheça a situação atual e as ferramentas disponíveis para avaliação
da qualidade dos programas de ensino médico no país e saiba quais Facul-
dades de Medicina estão na mira do MEC.
Sobre o tema “crise financeira mundial” ouvimos especialistas que indi-
cam quais os possíveis desdobramentos e rumos do fenômeno dentro da
nossa profissão.
Acompanhe também a situação em que se encontram, no Congresso
Nacional, os projetos de lei que afetam diretamente o exercício da medici-
na e a saúde no Brasil. Mande e-mail para o seu deputado(a), cobre uma
posição a respeito e acompanhe sua atividade.
Aguardamos suas críticas e sugestões para que a revista, cada vez mais,
atenda suas expectativas. Participe, a revista é sua!
Boa leitura!
Renato Françoso Filho e Leonardo da Silva
Diretores de Comunicação
Prezados colegas
APRESENTAÇÃOLeonardo da SilvaRenato Françoso Filho
Médicospassam poravaliaçãodepois deformados
4
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
Crise e opção por qualidadeA história da humanidade é marcada por gravíssimas instabilida-
des econômicas e também por pós-crises de crescimento e pros-peridade. O crash de 1929, na bolsa de Nova Iorque, EUA, porexemplo, foi acompanhado por um período de depressão econô-mica mundial, falência de bancos, de empresas, e de elevado de-semprego. Por outro lado, fez com que as engrenagens financeirase produtivas repensassem seus processos, criando condições paradécadas de desenvolvimento.
Já atravessamos diversos outros períodos traumáticos em virtu-de de guerras mundiais, de quedas-de-braço para regular o comér-cio do petróleo, de incertezas factuais e locais. De todos, tirou-sealguma lição importante e a economia voltou a ganhar corpo, con-dição essencial para a geração de novos postos de trabalho, para adistribuição de renda, para a universalização de serviços de saúde,de educação , entre outros.
Eis que agora estamos, outra vez, frente ao conhecido fantasma dacrise. As notícias de cortes de vagas nas empresas tomam contas dosjornais, empresas anunciam redução de investimentos, o consumosofre queda, as bolsas não param de despencar e os profetas doapocalipse pregam que não há saída. Há, sim. Eles estão errados. Emmomentos como esse, não podemos baixar a guarda e nos deixartomar pelo pessimismo. A hora é de reflexão. É de reflexão e debuscar caminhos, valores diferentes e, de fato, mais consistentes.
Médicos e população, por exemplo, têm de assumir a postura altivade resguardar o sistema de saúde. É uma área sagrada e que não pode,sob hipótese alguma, sofrer cortes em seus já escassos recursos.
DIRETORIA ELEITA - DIRETORIA 2008-2011Presidente: Jorge Carlos Machado Curi1º Vice-presidente: Florisval Meinão2º Vice-presidente: Paulo de Conti3º Vice-presidente: Donaldo Cerci da Cunha4º Vice-presidente: Roberto Lotfi JúniorSecretário Geral: Ruy Yukimatsu Tanigawa1º Secretário: Paulo Cezar Mariani
DIRETORESAdministrativo: Akira Ishida; AdministrativoAdjunto; João Carlos Sanches Anéas; 1ºPatrimônio e Finanças: Murilo RezendeMelo; 2º Patrimônio e Finanças: ClóvisFrancisco Constantino; Científico: ÁlvaroNagib Atallah; Científico Adjunto: PauloManuel Pêgo Fernandes; DefesaProfissional: Tomas Patrício Smith-Howard;Defesa Profissional Adjunto: Jarbas Simas;Comunicações: Renato Françoso Filho;Comunicações Adjunto: Leonardo da Silva;Marketing: Nicolau D´Amico Filho;Marketing Adjunto: Wilson OlegárioCampagnone; Eventos: Lacildes RovellaJúnior; Eventos Adjunta: Mara Edwirges
Distrital: Delcides Zucon; 2º DiretorDistrital: Arnaldo Duarte Lourenço; 3ªDiretora Distrital: Silvana Maria F.Morandini; 4º Diretor Distrital: João MarcioGarcia; 5º Diretor Distrital: José Renato dosSantos; 6º Diretor Distrital: Luís FernandoPeixe; 7º Diretor Distrital: Noé Luiz Mendesde Marchi; 8ª Diretora Distrital: ReginaMaria Volpato Bedone; 9ª Diretora Distrital:Margarete de Assis Lemos; 10º DiretorDistrital: Ademar Anzai; 11º DiretorDistrital: Carlos Chadi; 12º DiretorDistrital: Luís Eduardo Andreossi; 13º DiretorDistrital: Marco Antônio Teixeira Corrêa; 14ºDiretor Distrital: Antonio Amauri Groppo
CONSELHO FISCALTitulares: Carlos Alberto Monte Gobbo, ÊnioLuiz Tenório Perrone, Haino Burmester, HélioAlves de Souza Lima, Ieda Therezinha doNascimento Verreschi. Suplentes: Caio FábioCâmara Figliulo, João Sampaio de AlmeidaPrado, José Carlos Lorenzato, Luciano RabelloCirillo, Nadjanara Dorna Bueno.
Rocha Gândara; Tecnologia de Informação: RonaldoPerches Queiroz; Tecnologia de Informação Adjunto:Ivo Carelli Filho; Previdência e Mutualismo: Alfredode Freitas Santos Filho; Previdência e MutualismoAdjunta: Maria das Graças Souto; Social: NelsonÁlvares Cruz Filho; Social Adjunto: Antonio IsmarMarçal Menezes; Ações Comunitárias: YvonneCapuano; Ações Comunitárias Adjunto: Roberto deMello; Cultural: Ivan de Melo Araújo; CulturalAdjunto: Guido Arturo Palomba; Serviços aosAssociados: Paulo Tadeu Falanghe; Serviços aosAssociados Adjunto: Cristião Fernando Rosas;Economia Médica: José Antonio de Lima; EconomiaMédica Adjunto: Helder de Rizzo Da Matta; 1º Diretor
Associação Paulista de MedicinaFiliada à Associação Médica Brasileira
SEDE SOCIAL:Av. Brigadeiro Luís Antônio, 278 – CEP 01318-901
São Paulo – SP – Fones: (011) 3188-4200/3188-4300
EDITORIAL
Jorge Carlos Machado CuriPRESIDENTE DA APM
Recentemente, o governo anunciou um corte provisório deR$ 37,2 bilhões nas despesas do Poder Executivo previstas para2009. É um dinheiro que certamente fará falta na economia. O queé pior: nos ministérios da Saúde e da Educação houve bloqueio de4,2% e de 5,36%, respectivamente.
Ora, isso é uma afronta à sociedade. Como cortar da saúde e daeducação, se os brasileiros não recebem o mínimo adequado emassistência e formação. Se é necessário enxugar, que seja nos gastos,nos salários astronômicos de alguns privilegiados da política, funcio-nalismo e especialmente acabando com desperdícios.
Temos de exigir que o governo mantenha a roda da economiagirando. Temos também de exigir que as áreas essenciais sejam pre-servadas e continuem recebendo investimentos necessários para umaprestação de serviço digna e de qualidade.
É uma questão de optar por prioridades. Prioridade, atualmente, égarantir um presente de perspectivas para cada um de nós e umfuturo de prosperidade para nossos filhos e futuras gerações.
Guardadas as proporções, um bom exemplo vem dos EstadosUnidos. No último pacote anticrise do presidente americano BarackObama, um dos setores tratados com mais atenção é a saúde. É umademonstração de sensibilidade às causas sociais e ao humanismo.
No Brasil, essa também deve ser nossa preocupação. Esperamosque os governantes não percam referência que o maior patrimôniode uma nação é o seu povo. Portanto, é mister manter e ampliar osorçamentos de áreas vitais, como a saúde, e de construir um projetode desenvolvimento sustentável.
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
5
6
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
DEUNAIMPRENSA
UTI brasileira não émodelo de humanização
A maioria dos leitos de UTI do país,
cerca de 70%, não está adequada ao
modelo de humanização considerado
ideal por especialistas da Sociedade
Brasileira de Terapia Intensiva (So-
brati). Detalhes simples, como a pre-
sença de janela e relógio no quarto -
para que o paciente tenha noção de
tempo - e maior contato com familia-
res durante a internação são decisi-
vos não só para a recuperação mais
rápida, mas também para evitar se-
qüelas físicas e psicológicas, que po-
dem atrasar o retorno à vida normal.
Apesar de serem simples, é muito di-
fícil ver, no sistema público de saúde,
tais medidas implantadas.
(Estado de S.Paulo)
Pesquisas dão novidadessobre infarto e fumo
Pesquisa realizada pela Universida-
de de Medicina de Nova Jersey (EUA)
mostrou que os adeptos aos cigarros
mentolados tinham mais dificuldades
em deixar de fumar. Isso porque, além
da nicotina, qualquer outra substância
agregada poderia, pelo sabor, dificul-
tar o abandono. A pesquisa foi realiza-
da com 1.688 fumantes que buscaram
tratamento para deixar o vício.
Um estudo americano apontou que
75% dos pacientes hospitalizados
após o infarto estavam com os níveis
de colesterol LDL normais, ou seja,
abaixo de 100 mg/dl, conforme as di-
retrizes atuais. A pesquisa incluiu
139.905 pacientes.
(Folha de S.Paulo)
A Comissão Parla-
mentar de Inquérito das
Santas Casas, criada na
Assembléia Legislativa
de São Paulo para inves-
tigar a situação finan-
ceira dos hospitais no
Estado, deveria ouvir,
no mês de fevereiro, di-
versas autoridades médicas, dentre elas o secretário estadual da Saúde,
Luiz Roberto Barradas, e representantes da Unimed, Procon, Idec, Conse-
lho Federal de Medicina, Federação Nacional dos Médicos e Associação
Paulista de Medicina. Os baixos valores pagos pelo SUS é fator apontado
pelos parlamentares como o maior problema que as Santas Casas vêm en-
frentando. A CPI deverá ser concluída no final de abril.
CPI das Santas Casas tem final previsto para abrilJustiça cancela vestibularde medicina de Vassouras
A juíza federal, Wanessa Carneiro
Molinaro Ferreira, da Vara Federal de
Barra do Piraí (RJ), determinou a sus-
pensão do vestibular de medicina da
Fundação Educacional Severino
Sombra, de Vassouras (RJ). Assim, os
alunos aprovados não poderão inici-
ar as aulas em função dos resultados
insatisfatórios obtidos pela institui-
ção em avaliações do Ministério da
Educação (MEC) que, em janeiro,
havia determinado a suspensão do
processo seletivo, mas a universida-
de já havia realizado o vestibular e
entrou com um pedido na Justiça para
prosseguir com as atividades letivas.
São Paulo tem númerorecorde de transplantesO ano de 2008 fechou com o balanço
de 1.485 cirurgias de transplante de ór-
gãos no Estado de São Paulo. Foi o mai-
or registro da década. O aumento
percentual foi de 31,7% em relação a
2007. Para se ter uma ideia, em 1998,
eram 594 casos. Do total, 812 trans-
plantes foram de rim, 430 de fígado,
122 de pâncreas, 74 de coração e 47 de
pulmão. Além disso, houve 6.198 ci-
rurgias de córneas, consideradas teci-
dos. Quem deseja ser doador deve
deixar esta intenção bem clara a seus
parentes mais próximos, pois somente
a família pode ou não autorizar a doa-
ção. A fila por um rim é a maior, com
9.911 pessoas aguardando.
(O Estado de S.Paulo)
6
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
7
DEUNAIMPRENSA
ANS diz estar atenta aosabusos de planos de saúde
O diretor de Fiscalização da Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS),
Eduardo Sales, disse que o órgão está aten-
to e pode intervir nos hospitais particula-
res se constatar infrações no atendimento
aos segurados de planos de saúde. A ne-
gativa de cobertura é o principal motivo
de reclamação dos consumidores junto à
ANS. Depois vêm problemas com con-
trato e regulamento, aumento de mensa-
lidades e rede prestadora. “Esses três
fatores são, historicamente, aqueles que
mais são trazidos ao conhecimento da
Agência”, afirmou. As multas aos hospi-
tais podem chegar até R$ 1 milhão.
(Agência Brasil)
O Brasil tem tido vários avanços
no campo das pesquisas sobre célu-
las-tronco e conseguido publicar suas
descobertas em revistas de impacto,
Justiça cancela vestibularda Universidade IguaçuO Tribunal Regional Federal do Rio
de Janeiro (TRF-RJ) confirmou a sus-
pensão do resultado do vestibular para
o curso de medicina da Universidade
Iguaçu (Unig), campus Itaperuna, no
Rio de Janeiro. Em dezembro, o Mi-
nistério da Educação (MEC) determi-
nou a suspensão do processo seletivo
por 12 meses, ou até que fossem sana-
das as deficiências encontradas pela
comissão de supervisão, mas, ainda
assim, a instituição realizou o vesti-
bular. A ação civil pública foi ajuizada
pela Advocacia Geral da União para
impedir o ingresso de novos alunos no
curso, por meio de vestibular ou ou-
tros processos seletivos.
(Agência Brasil)
Pacientes com problemasrenais são alvo de açõesA Sociedade Brasileira de Nefro-
logia e a Associação Brasileira dos
Centros de Diálise e Transplante apre-
sentaram, ao Ministério da Saúde, rei-
vindicações a fim de buscar soluções
para as deficiências na assistência ao
paciente renal crônico no país. Elas
querem um aumento dos honorários
médicos para R$ 400; aumento das
vagas para hemodiálise, bem como
disponibilidade da diálise peritoneal
(domiciliar); e a adoção de um mode-
lo de atendimento que inclua a pre-
venção da insuficiência renal. Cerca
de 80 mil pacientes com problemas
renais crônicos dependem de diálise
ou transplante de rins para viver.
(Agência Brasil)
Brasil inicia experiênciascom novo contraceptivoA exemplo dos EUA e Europa, o Bra-
sil iniciou, este mês, experiências com
um novo tipo de contraceptivo defini-
tivo, que surge como alternativa ao
método tradicional de esterilização
pela laqueadura. No Hospital do Ser-
vidor Público de São Paulo, dez paci-
entes serão as primeiras a serem
submetidas a esse novo tratamento.
Trata-se de um dispositivo à base de
titânio, importado dos EUA, com es-
pessura equivalente à de um fio de ca-
belo e com 4 cm de comprimento, que
é introduzido por via vaginal até o tubo
uterino, impedindo o movimento de
captação dos óvulos e o contato desses
com os espermatozóides.
(Agência Brasil)
Pesquisadora diz que país avança em células-tronco
afirmou Mayana Zatz, responsável
pelo Centro de Estudos sobre o Ge-
noma Humano da Universidade de
São Paulo (USP). Segundo ela, no-
vos recursos que vêm sendo aprova-
dos pelo Ministério de Ciência e
Tecnologia são a chance de o país
dar um salto qualitativo muito im-
portante na área. “Entre nossos pro-
jetos para 2009 temos um novo
centro de células-tronco ligado às do-
enças genéticas. Nós temos o maior
centro de doenças genéticas da Amé-
rica Latina”, afirmou.
(Agência Brasil)
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
7
8
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
DEUNAIMPRENSA
8
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
proposta de descriminalizar a
posse da maconha para uso pes-
soal, feita pelo ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso (FHC), foi o assun-
to do mês de fevereiro que polemizou a
mídia nacional.
FHC sugeriu e a Comissão Latino-
Ameriana sobre Drogas e Democracia
aprovou e deve apresentar a proposta na
próxima reunião da ONU, em março, em
Viena, na Áustria. A Comissão é uma
ONG da qual participam, além de FHC,
os ex-presidentes do México (Ernesto
Zedillo) e da Colômbia (César Gaviria).
O ex-presidente FHC explicou que a
sugestão de descriminalização não sig-
nifica “tolerância”. “Reconhecemos
A
Descriminalizaçãoda Maconha
que a maconha tem um
impacto negativo sobre
a saúde. Mas inúmeros
estudos científicos de-
monstram que o dano
causado por esta é simi-
lar aos do álcool e do ta-
baco”, disse. Ele admite
que o ponto é polêmico,
mas defende a discus-
são. “Precisamos que-
brar o tabu que bloqueia
o debate”, reforçou.
Como o assunto inter-
fere diretamente na área
da Saúde, o ministro José Gomes
Temporão antecipou-se e disse que seu
ministério e os da Justiça, Direitos Hu-
manos e Meio Ambiente estão marcan-
do reuniões para discutir a proposta
feita por FHC. Temporão disse que po-
líticas de repressão são um “retumban-
te fracasso” e o país precisar discutir o
tema com diversos segmentos.
“Eu e os ministros Tarso Genro [Jus-
tiça], Paulo Vannucchi [Direitos Huma-
nos] e Carlos Minc [Meio Ambiente]
estamos marcando um encontro para
começar a discutir a situação, desde o
arcabouço jurídico até como a Saúde
pode se preparar mais adequadamente
para apoiar as pessoas que são depen-
dentes e são usuárias”, disse.
Proposta defendida pelo ex-
presidente Fernando Henrique
Cardoso põe Ministério da
Saúde em alerta para o debate
FHC: “quebrar o tabu que bloqueiao debate”
Questionado sobre a possibilidade da
descriminalização do uso da maconha,
Temporão defendeu um debate com pru-
dência, ao lembrar do caso da Inglater-
ra, que liberou o consumo de maconha,
mas depois teve que retroceder.
“Tem vários estudos que mostram o
uso de maconha relacionado ao desen-
volvimento de câncer, de distúrbios psí-
quicos. Mas outros estudos mostram que
maconha causaria menos efeitos danosos
do ponto de vista da violência que outras
drogas como álcool e a cocaína”, contra-
pôs. “É uma discussão em aberto.” �
Fotos: Agência Brasil
Manifestantes realizam passeata peladescriminalização da maconha no
Fórum Social Mundial, na UniversidadeFederal Rural da Amazônia
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
9
GOVERNOESAÚDE
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
9
Cinquentonas e a AidsA campanha de prevenção à Aids,
no carnaval deste ano, teve como slo-
gan “Sexo não tem idade para acabar.
Prevenção também não”. As ações ti-
veram como foco as mulheres com
mais de 50 anos, já que, segundo o
governo, há uma forte tendência de
crescimento da doença nesse grupo.
Nos últimos dez anos, as ocorrências
de Aids entre essa parcela da popula-
ção triplicaram, passando de 3,7 ca-
sos para 11,6 em cada 100 mil
habitantes. As mulheres nessa faixa
etária têm de convencer seus parcei-
ros a usar preservativo e ainda há a
falsa percepção de que essa parcela da
população está imune ao vírus.
Primeiro genéricocontra Aids
O país receberá, no final deste mês,
o primeiro lote da versão genérica
do Efavirenz, uma das 17 drogas que
de órgãos. As Portarias n.º 24 e 26
credenciam, entre outras instituições,
a Clínica de Olhos Coronado Antu-
nes (SP), o Hospital Israelita Albert
Einstein (SP), o Hospital de Olhos de
Cascavel (PR) e o Hospital Universi-
tário Pedro Ernesto (RJ) para reali-
zar tais procedimentos.
Salário mínimodo médico
O deputado Mauro Nazif (PSB/
RO) fez mudanças no Projeto de Lei
3.734/2008, de autoria do deputado
Ribamar Alves (PSB-MA), que defi-
ne o salário mínimo profissional do
médico em R$ 7 mil. Relator do pro-
jeto na Câmara, ele disse que, depois
de ouvir entidades médicas, definiu
a carga horária em 20 horas semanais
ou quatro horas diárias. A segunda
alteração, considerada a mais impor-
tante, foi quanto ao ponto que estabe-
lecia o índice de reajuste. De acordo
com o projeto original, o reajuste se-
ria baseado no salário mínimo. Ago-
ra, com as alterações de Nazif, o
reajuste terá como base o INPC.
compõem o coquetel anti-Aids. A fa-
bricação está sendo realizada pelo Ins-
tituto de Tecnologia de Fármacos
(Farmanguinhos), ligado à Fundação
Oswaldo Cruz (Fiocruz). O medicamen-
to é o primeiro que o país começou a
produzir a partir do licenciamento com-
pulsório decretado pelo governo. A en-
comenda inicial prevê o repasse de 2,1
milhões de comprimidos. Ao todo, se-
rão 15 milhões adquiridos por ano. Atu-
almente, cerca de 185 mil pessoas no
Brasil estão em tratamento contra a Aids.
Delas, 85 mil tomam o medicamento.
Medicamentopara hepatite C
A Câmara dos Deputados analisa o
Projeto de Lei 4514/08, do deputado
Eduardo Sciarra (DEM-PR), que obri-
ga o Sistema Único de Saúde (SUS) a
fornecer gratuitamente os medicamen-
tos para tratamento dos portadores de
hepatite C. Segundo o projeto, o Minis-
tério da Saúde padronizará os remédi-
os a serem utilizados em cada forma e
estágio da doença. O texto determina
ainda que as despesas decorrentes da
implementação da medida estarão pre-
vistas nos orçamentos da União, dos es-
tados e dos municípios. O autor diz que
o tratamento da doença é muito caro e
que a maioria dos brasileiros não tem
condições de pagar.
Retiradas etransplantes de órgãosO Ministério da Saúde publicou, no
Diário Oficial da União, do dia 10 de
fevereiro, as normas que autorizam mais
hospitais a fazer retirada e transplantes
Foto: J.Batista/SEFOT - Secom
10
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
ENSINOMÉDICO
Ricardo Balego
É
Faculdades na berlindaPreocupação com a qualidade dos cursos de medicina chega ao
âmbito governamental e confirma o cenário já conhecido no meio médico
Cursos de medicina passam por avaliação estrutural do MEC
cada vez mais preocupante a si-
tuação das escolas médicas no
Brasil. Formando profissionais, muitas
vezes, despreparados. Criou-se um ci-
clo com resultados desastrosos tanto
para a classe como para a população. No
final, quem perde é a saúde brasileira.
Há algum tempo esse diagnóstico
vem sendo feito. Entidades Médicas
trabalham para encontrar formas de se
avaliar externamente a qualidade do
ensino praticado no Estado de São Pau-
lo, a fim de apontar possíveis soluções
para o problema. Algumas instituições
de ensino também adotam processos
internos para avaliar seus alunos.
Em outra frente, esta mais recente,
o Ministério da Educação (MEC)
também se viu obrigado a enxergar
mais de perto a situação, já que seu
Exame Nacional de Desempenho dos
Estudantes (Enade), aplicado aos
cursos da área médica, confirmou os
resultados preocupantes.
As baixas notas obtidas no exame
do governo geraram uma lista de 17
instituições que, devido ao fraco de-
sempenho – tiraram notas 1 e 2, de
um máximo de 5 –, tornaram-se obje-
to de uma comissão liderada pelo ex-
ministro da Saúde, Adib Jatene.
Após passarem por uma análise es-
trutural, o MEC divulgou, em 4 de de-
zembro de 2008, medidas cautelares
fechando o cerco a, pelo menos, quatro
dessas escolas médicas em situação de
precariedade. A medida determinou
que a Universidade Luterana do Brasil
(Ulbra – RS), Universidade de Marília
(Unimar – SP) e dois campus da Uni-
versidade de Iguaçu (Unig – RJ), em
Nova Iguaçu e Itaperuna, deveriam ter
suas vagas reduzidas ou seus processos
seletivos suspensos.
Mais recentemente, no último dia
29 de janeiro, o Ministério comple-
mentou a avaliação, penalizando mais
três escolas: a Universidade Severino
Sombra (USS – Vassouras, RJ) e o
Centro de Ensino Superior de Valen-
ça (CESVA – RJ) tiveram seus vesti-
bulares suspensos; foi determinada
também a redução de 80 para 50 as
vagas anuais da Universidade Metro-
politana de Santos (Unimes – SP).
Todas as instituições apresentaram
problemas de infraestrutura para as au-
las práticas de Medicina, principalmen-
te nos hospitais. O ministro da Educação,
Fernando Haddad, justificou a ação
como preventiva. “Não queremos que
sejam selecionados alunos que depois
não terão suas vagas”, disse.
Foto: Agência Brasil
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
11
130 anuais, tanto por vestibular como
por transferências.
À Unimar foi determinada a suspen-
são do vestibular, até que o hospital do
curso de medicina tivesse seus leitos
ativados, no prazo de 90 dias.
Conceitos insatisfatóriosO Exame Nacional de Desempenho
de Estudantes (Enade), que confere con-
ceitos de 1 a 5, avalia o desempenho dos
estudantes com base nas diretrizes cur-
riculares dos cursos de graduação, a par-
tir do desenvolvimento de competências
e habilidades necessárias àqueles que
saem da faculdade.
Participam do exame os estudantes em
final do primeiro e último anos, o que
também possibilita a utilização de um
outro índice, chamado Indicador de Di-
ferença Entre os Desempenhos Observa-
do e Esperado – IDD, que determina o
quanto de conhecimento foi agregado
pelos alunos. Além disso, o índice traça
uma linha de desempenho que o ingres-
sante deve ter quando concluir o curso.
Os cursos médicos foram avaliados e
aqueles que receberam notas 1 e 2 fo-
ram alvo das visitas da comissão do
MEC. Como resultado, sete cursos de
seis instituições foram atingidos com
medidas cautelares, a fim de sanear os
problemas encontrados.
A Universidade de Marília (Unimar)
teria, segundo a medida, três meses para
que fossem ativados os leitos do hospi-
tal-escola da faculdade. “Era para creden-
ciar leitos ao SUS. Como o relatório era
um pouco vago, e na verdade o hospital
já funciona há seis anos, nós entendemos
que eles estão se referindo à questão do
SUS”, explica o coordenador do curso
de medicina, Marcus Matsushita.
Em nota de esclarecimento, a reitoria
da Unimar afirma que, em novembro de
2008, foi assinado um convênio com a
Secretaria Municipal de Saúde de Marí-
lia e o SUS. “A Universidade está com-
prometida em atender todas as novas
exigências do MEC e não medirá esfor-
ços para atingir seus objetivos de quali-
dade de ensino e de formação condigna
de seus alunos”, destaca o comunicado.
Segundo informou a Secretaria de
Educação Superior (Sesu) do MEC,
em janeiro, entretanto, a Unimar
cumpriu as determinações de forma
parcial, já que ainda existem defici-
ências na nova estrutura. Esta avalia-
ção resultou na redução de 100 para
50 as vagas de alunos ingressantes –
medida válida, inclusive, para o ves-
tibular realizado no final de 2008.
A Universidade Luterana do Brasil
(Ulbra) também precisou reduzir
suas vagas semestrais de 70 para 65,
além de ter mais rigor na correção das
suas provas, de acordo com a comis-
são do MEC. Segundo o coordenador
adjunto de medicina, Lionel Leitzke,
“algumas destas medidas já tinham
sido tomadas recentemente pela co-
ordenação do curso, e as outras foram
imediatamente aceitas e seguidas”.
A Unig e a Ulbra tinham vestibula-
res marcados para dezembro de 2008,
sendo que a primeira teve a seleção
suspensa; uma de suas unidades ain-
da deveria reduzir de 200 para 150 as
vagas anuais. A Ulbra também deve-
ria diminuir suas vagas, de 140 para
Foto: Osmar Bustos
Foto: Aldrin Bottega
“Já não era sem tempo que uma me-
dida enérgica fosse tomada. É neces-
sário colocar um basta em situação
tão grave. Cada aluno formado em
uma faculdade de medicina de má qua-
lidade atenderá a milhares de pacien-
tes, colocando-os em risco”, concorda
José Luiz Gomes do Amaral, presidente
da Associação Médica Brasileira (AMB).
O presidente da Associação Paulis-
ta de Medicina (APM), Jorge Carlos
Machado Curi, endossa a iniciativa.
“Depois de tantas deficiências detecta-
das na educação superior no Brasil, em
especial no ensino médico, felizmente cons-
tatamos uma atitude coerente, embora ain-
da tímida, diante da porta que foi arrombada
há muito tempo. Situação que colocou o
Brasil entre os campeões mundiais em nú-
mero de faculdades de medicina, em gran-
de parte, com pouca qualidade”.
12
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
ENSINOMÉDICO
A redução das vagas já foi efetuada,
embora haja discordância em relação
aos métodos da avaliação do Ministé-
rio. “Do modo como o MEC a vem
realizando, torna esta avaliação exter-
na tendenciosa”, afirma Leitzke.
Ação civilA Universidade de Iguaçu (Unig)
teve seu curso médico afetado em
duas unidades. O campus de Nova
Iguaçu (RJ) precisou reduzir suas va-
gas em 25% para 2009 – de 100 para
75 ingressantes. O campus localiza-
do em Itaperuna (RJ) teve determi-
nada a suspensão do vestibular pelo
prazo de 12 meses.
A universidade afirma que está cum-
prindo as determinações do MEC.
“Concluído o processo administrativo,
todas as questões que restarem penden-
tes serão tratadas com prioridade pela
UNIG, pois nosso objetivo é o de bus-
carmos o aprimoramento em nosso cur-
so médico. A comissão foi composta de
ilustres professores e, mesmo haven-
do discordância técnica entre nós – e
existem as diferenças nesta leitura da
realidade do curso –, temos que res-
peitar e acolher as sugestões”, decla-
rou o reitor Julio César da Silva.
Mesmo assim, foi necessário o Minis-
tério ingressar com uma ação civil públi-
ca contra a universidade, já que a
instituição realizou o vestibular para Me-
dicina apenas quatro dias após a medida
cautelar ter sido divulgada. Até o fecha-
mento desta edição da Revista da APM, a
Justiça havia determinado a suspensão do
vestibular do campus Itaperuna.
Com exceção deste campus da Unig,
todas as outras escolas afirmam es-
tar agindo de acordo com as deter-
minações do MEC. “Aquelas [escolas
médicas] que não têm interesse em
sanar os problemas não estão interes-
sadas no ensino, mas em negócios”,
advertiu o ex-ministro Adib Jatene
à época da divulgação dos resultados.
29 de janeiro. A partir dele, ficou estabe-
lecido que a Universidade Metropolita-
na de Santos (Unimes) deveria diminuir
suas vagas de 80 para 50 anuais, já a par-
tir deste início de ano e independente-
mente do vestibular já ter sido realizado.
Medidas cautelares também determi-
naram à Universidade Severino Sombra
(USS) e ao Centro de Ensino Superior de
Valença (CESVA) a suspensão de qual-
quer novo ingressante em seus cursos
até que as deficiências sejam sanadas.
Tais problemas dizem respeito à falta de
estrutura para o regime de internato,
inadequações em relação às matrizes
curriculares, falta de supervisão e co-
ordenação, entre outros pontos graves.
Última escola médica a ser avaliada,
o curso da Universidade de Uberaba
(MG) terá celebrado um termo de com-
promisso com o MEC, já que, embora
precisem ser resolvidas, as deficiênci-
as não foram consideradas gravíssimas.
Outros cursos, entre os 17 avaliados,
também deverão proceder desta forma.
Alternativas de avaliaçãoIndependente das avaliações reali-
zadas pelo Ministério da Educação, a
baixa qualidade do ensino médico já
vem sendo comprovada, há tempos,
O presidente da APM, Jorge Curi,
também espera uma continuidade das
ações por parte do MEC. “Esperamos
que isto represente o marco para o iní-
cio de um amplo programa de morali-
zação do ensino médico no Brasil”.
Determinações finaisO relatório final, preparado pela co-
missão do Sesu-MEC, incluiu mais qua-
tro cursos médicos e foi divulgado no dia
Foto: Agência Brasil
Foto: Osmar Bustos
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
13
principalmente por quem atua no
meio médico.
Afinal, o Brasil já tem uma média de
um profissional para 600 habitantes – o
recomendado pela Organização Mundi-
al de Saúde (OMS) é de um para 1.000.
Em centros como São Paulo, ainda, essa
média atinge um médico para 250 habi-
tantes. Portanto, o problema não é quan-
tidade, mas qualidade.
Um paralelo também pode ser feito,
por exemplo, com as estatísticas de de-
núncias contra médicos, no Estado de
São Paulo. Entre 1998 e 2007, houve
um aumento de 140%, contra 42% de
crescimento de médicos inscritos e 12%
de crescimento da população estadual.
Os dados são do Conselho Regional de
Medicina do Estado de São Paulo (Cre-
mesp). O órgão aplica, já há quatro anos,
um exame para aferir o nível de conhe-
cimento dos estudantes do sexto ano de
medicina. O resultado é alarmante.
Entre 2005 e 2008, praticamente do-
brou o índice de reprovação dos alunos.
A prova, realizada no ano passado,
considerou inaptos 61% dos inscri-
tos, da qual participaram, na primei-
ra fase (teórica), 679 estudantes, e
avançaram à segunda fase (prática),
262 inscritos.
Apesar de possuir algumas seme-
lhanças com o exame para exercício
profissional dos advogados aplicado
pela Ordem dos Advogados do Bra-
sil (OAB), o Exame do Cremesp não
é obrigatório, assim como não pre-
tende figurar como forma única de se
avaliar o ensino médico. “Uma sim-
ples prova, nos moldes do Exame
de Ordem da OAB, é insuficiente”,
acredita o presidente do Conselho,
Henrique Carlos Gonçalves.
A avaliação no ensino médico
AVALIAÇÃO
Enade/IDD
Exame do
Cremesp
Teste de
Progresso
QUEM FAZ
Ministério da
Educação (MEC)
Conselho
Regional de
Medicina de São
Paulo (Cremesp)
Conjuntamente
por nove escolas
de SP, SC e PR
COMO É
Questionário único com base nas
diretrizes curriculares, aplicado a
estudantes do primeiro e último
anos; confere nota ao curso de 1
a 5. O IDD compara as notas do
exame em relação aos ingressan-
tes e formandos
Avaliação aplicada em duas fases
– teórica e prática – somente
aos estudantes do sexto ano
Prova única, aplicada em todas
as instituições ao mesmo
tempo e para estudantes de
todos os anos
CARÁTER
Externo,
obrigatório
Externo,
opcional
Interno, obrigató-
rio em algumas
escolas e optativo
em outras
Outra alternativa de avaliação, esta
com caráter interno, o Teste de Pro-
gresso é aplicado aos alunos de me-
dicina, ao longo do curso. AdotadoEstudantes prestam o exame do Cremesp
14
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
ENSINOMÉDICO
O Ministério da Educação
(MEC) anunciou, no dia 21 de ja-
neiro, que oito instituições parti-
culares que pretendem abrir cursos
de medicina serão avaliadas.
A partir de 15 de fevereiro, se-
riam analisados, por uma comis-
são do Inep-MEC, critérios como
instalações e corpo docente, en-
tre outros quesitos.
Preocupadas com o agravo da
situação, que já é delicada em re-
lação ao ensino médico no Bra-
sil, AMB e APM emitiram uma
nota de alerta. “A Associação
Médica Brasileira e a Associação
Paulista de Medicina conclamam
antes, de forma isolada por algumas
escolas, desde 2006 é realizado em
conjunto por nove faculdades de me-
dicina, sob coordenação do Núcleo
Interinstitucional de Estudos e Práti-
cas de Avaliação em Educação Médi-
ca. Fazem parte do núcleo os cursos
médicos da Universidade de Campi-
nas (UNICAMP), Universidade Es-
tadual de São Paulo (UNESP),
Universidade Federal de São Paulo
(UNIFESP), Universidade de São
Paulo (FMUSP) na capital e em Ri-
beirão Preto, Faculdade de Medicina
de Marília (FAMEMA), Universida-
de Federal de Santa Catarina (UFSC),
Fundação Universidade Regional de
Blumenau (FURB) e Universidade Es-
tadual de Londrina (UEL).
as autoridades a agirem com cautela
e responsabilidade nessa questão,
sendo que permanecerão vigilantes
A prova é elaborada por professores
de todas as escolas, e aplicada a todos no
mesmo dia e horário. Participam todas
as séries do curso, respondendo a 120
questões, que abrangem as grandes áreas
da medicina. “O gabarito para o estudan-
te é fornecido com comentários para que
o teste também seja uma fonte de apren-
dizado. O conteúdo abordado na prova é
para o médico com formação geral”, des-
taca Angélica Maria Bicudo Zeferino,
coordenadora do curso da Unicamp e do
núcleo que realiza o teste.
A modalidade de avaliação não faz
ranqueamento das escolas, já que os re-
sultados devem servir para análise e dis-
cussão dos conteúdos de cada instituição.
No entanto, afirma a coordenado-
ra do Núcleo de Avaliação, o Teste de
Progresso é apenas uma das avaliações
que o curso deve fazer, além de outras de
caráter prático, por exemplo. “Acredito
que os cursos de medicina devam ser ava-
liados com metodologias diversas, mas
que permitam que a escola possa corrigir
e melhorar a formação profissional”. �
Ministério pode autorizar mais escolas médicas
para denunciar à sociedade toda
e qualquer medida contrária aos
interesses dos cidadãos”.
Confira a lista de instituições que aguardam decisão do
MEC para abrir novos cursos médicos:
• Ijaa (Instituto João Alfredo de Andrade) – Juatuba (MG)
• Unigran (Centro Universitário da Grande Dourados) – Dourados (MS)
• Immes (Instituto Macapaense de Ensino Superior) – Macapá (AP)
• Facig (Faculdade de Ciências de Guarulhos) – Guarulhos (SP)
• FSM (Faculdade Santa Maria) – Cajazeiras (PB)
• FCHBS (Faculdade de Ciências Humanas, Biológicas e da Saúde) –
Boa Vista (RR)
• Iesmig (Instituto de Ensino Superior de MG) – Sabinópolis (MG)
• FCHJT (Faculdade de Ciências Humanas e Jurídicas) – Teresina (PI)
Foto: Neldo Cantanti - Ascom-Unicamp
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
15
F
Portabilidade de Carênciasentra em vigor até abril
oi publicada, no Diário Oficialda União do dia 15 de janeiro, a
Resolução Normativa nº 186, da Agên-cia Nacional de Saúde Suplementar(ANS), que regulamenta a mobilidadecom portabilidade de carências nos pla-nos de saúde. A partir da publicação, aANS dá o prazo de 90 dias para as ope-radoras se adaptarem às novas regras.
O projeto faz parte do Programa deAceleramento do Crescimento do Go-verno Federal – PAC da Saúde. Para aANS, “o projeto é um importante ins-trumento de estímulo à concorrênciano mercado de saúde suplementar, per-mitindo que os consumidores tenhammais liberdade de escolha”. O órgãocalcula que a medida vai beneficiar seismilhões de usuários do sistema suple-mentar em todo o país. São contratosrealizados após janeiro1999, ou seja,depois da regulamentação dos planosde saúde (lei 9.656/98), ou os planosadaptados para a lei.
PLANOSDESAÚDE
Na opinião do diretor de Defesa Pro-fissional da APM, Tomás PatrícioSmith-Howard, trata-se de um avançoimportante para os usuários de saúde. Odiretor considerou a questão do descre-denciamento de prestadores, já que mui-tas vezes os usuários escolhem os planospela rede credenciada, mas ao longo doperíodo de contrato, estes prestadoresacabam descredenciados pelos planos enão são substituídos por outros equiva-lentes. “É comum o usuário ficar com
Como é pela novaregra da ANS
Mobilidade apenas para contratos novos,
assinados a partir de 2 de janeiro de 1999
Portabilidade somente entre contratos
individuais
Mobilidade somente em um mês por ano
(mobilidade deve ser exercida pelo benefi-
ciário no período entre o mês de aniversá-
rio do contrato e o mês subsequente)
Restrição da portabilidade apenas entre pla-
nos similares (cuja classificação ainda será
elaborada pela ANS) e de faixa de preço
igual ou inferior
Para poder exercer a portabilidade, o con-
sumidor precisa ter permanecido por um
prazo mínimo no plano do qual quer sair,
que é de dois anos
Como deveria ser
Inclusão dos contratos antigos
Inclusão dos contratos coletivos, que re-
presentam mais de 72% do total de planos
de saúde
Mobilidade o ano inteiro
Possibilidade de portabilidade entre todos
os tipos os tipos de contrato. Pelas novas
coberturas, a pessoa paga uma mensalida-
de maior por determinado período, ou
cumpre carência parcial
As carências devem ser cumpridas apenas
para entrar no sistema de planos de saúde. A
pessoa deve levar as carências que cumpriu,
se muda de plano. Caso tenha cumprido
tudo, não precisa mais cumprir novas carên-
cias. E, se cumpriu apenas parte em uma
operadora, cumpre o restante na nova
uma carteira restrita, que tenham de sedeslocar para locais distantes para po-der ir a uma consulta; ou que só consi-gam marcar para meses depois”, destacaSmith-Howard. Apesar de considerarboa a resolução da ANS, o diretor daAPM acredita que ela poderia ser maiscompleta, “para que a competitividadeentre os planos fosse maior e o usuáriofosse contemplado”, compartilhando aopinião dos órgãos de Defesa do Consu-midor sobre vários pontos. �
Tomás Smith-Howard, diretor da APM
16
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
MÉDICOSOLIDÁRIO
S
Carla Nogueira
Dias de tragédia
anta Catarina é um dos princi-
pais cartões postais do país de-
vido a sua beleza natural, à diversidade
do povo, de várias ascendências, e pela
rica cultura. Mas, em novembro do ano
passado, o Estado pediu socorro.
As fortes chuvas, que caíram sem pie-
dade sobre vários municípios, deixaram
O médico Gustavo Graudenz colaborou no atendimento
às vítimas das chuvas, em Santa Catarina, no mês de novembro
marcas e mobilizaram o país. Cerca de
78 mil pessoas ficaram desabrigadas ou
desalojadas. Mais de 60 municípios de-
cretaram situação de emergência e 16
cidades registraram óbitos.
Por muitos dias, a atenção do brasi-
leiro ficou voltada ao socorro às víti-
mas de Santa Catarina. Voluntários
partiram de diversas localidades do
país com o único objetivo de ajudar e
amparar a população.
Um deles foi o Gustavo Graudenz,
médico paulista, alergologista e também
experiente em medicina intensiva. Ele
participou das principais ações emergen-
ciais, na área de Saúde, para socorrer a
população de Santa Catarina.
O médico tem familiares no Estado atin-
gido pelas chuvas e sua missão humanitá-
ria teve início após entrar em contato com
Associação Paulista de Medicina (APM),
por meio do Departamento de Ações
Município de Ilhota
Foto: Neiva Daltrozo / SECOM
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
17
Comunitárias, que imediatamente
não mediu esforços para contatar
parceiros para financiar a sua via-
gem. A entidade cuidou desde o tras-
lado até a acomodação do médico,
que foi recebido em Navegantes.
“Imediatamente, quando decidi tra-
balhar como voluntário na tragédia,
pensei na APM, porque é uma entida-
de de classe e sabia que seus diretores
Areas atingidas em Luiz Alves
poderiam me ajudar muito. E foi o que
ocorreu. Muito rapidamente, a APM
já me retornou com tudo pronto. A ini-
ciativa da instituição em colaborar foi
fundamental para a minha missão”,
considera Graudenz.
Operação de guerraGraudenz deixou a sua rotina e os
familiares em São Paulo e embarcou
para a missão, em 21 de novembro. Na
mochila, apenas materiais básicos para
primeiros socorros.
O cenário que o aguardava não era
dos melhores. Parecia mais uma
Operação de Guerra, com 28 heli-
cópteros e 2 aviões Hércules da For-
ça Aérea Brasileira (FAB).
Graudenz foi recebido pelo chefe do
SAMU de Florianópolis (SC), médico Al-
fredo Hebbel. Em seguida, procurou en-
tender a logística da operação pós-tragédia.
“O importante era iniciar a forma-
ção das operações de resgate. Foi neste
momento que as lideranças políticas
começavam a se falar e estabelecer as
estratégias emergenciais. Um fator que
me impressionou é que o número de
feridos era pequeno, pois era difícil al-
guém sobreviver mais que dois minu-
tos soterrado na lama. O quadro era de
muitos mortos, desaparecidos e desa-
brigados, por isso, o que era primordi-
al naquele instante era entender a Saúde
após a calamidade”, comenta.
Equipes coordenadas pela Defesa Civil iniciam operações no aeroporto de Navegantes Gustavo Graudenz e Alfredo Hebbel
Foto: James Tavares / SECOM
Foto: Neiva Daltrozo / SECOM Foto: Divulgação
18
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
MÉDICOSOLIDÁRIO
A missão de Graudenz foi traçar o
diagnóstico epidemiológico da situação
da Saúde em todo o Estado, para prepa-
rar a região em relação a possíveis epi-
demias de doenças infecto-contagiosas,
como leptospirose.
Ele conta que percorreu, com viaturas
4x4, várias cidades, entre elas: Ilhotas,
Gaspar, Luis Alves, Camboriú. Levava
alguns medicamentos, como soro, antibi-
óticos e antiparasitários. Durante o per-
curso, passou por estradas interditadas,
valas e pedras. “Em cada parada, conver-
sava com secretários de Saúde, visitava os
hospitais, fazendo o mapa da taxa de ocu-
pação, verificando a existência de estrutu-
ra para atendimento de pacientes graves;
verificava se o hospital tinha o preparo e
equipamento para o tratamento de casos
de doenças infecto-contagiosas de com-
plexidade intermediária. Tudo para me
ajudar a traçar o quadro da Saúde.”
E foi com essas informações e reuni-
ões com o comando que conseguiram
racionalizar o atendimento, conforme
a demanda e a estrutura dos locais.
“Assim, definimos que o Hospital de
Campana do Exército seria mais be-
néfico como Ambulatório de Campa-
na”, lembra o médico.
Outra grande experiência que Grau-
denz viveu, durante os dias após a tra-
gédia, foi visitar os abrigos. A intenção
também era de fazer um panorama da
situação. Lá, segundo ele, teve mais
ensinamentos de solidariedade, compai-
xão e humanitarismo. “Eram casas par-
ticulares que acomodavam mais de dez
famílias. Escolas, que mesmo com de-
sabrigados, retomaram suas atividades.
Salão de beleza que virou abrigo. En-
fim, o sentimento maior e soberano era
de ajudar o próximo”.
Foram seis dias que jamais sairão da
sua memória, em que conviveu com a
tragédia, com o desespero de vítimas e,
principalmente, com o espírito de co-
laboração, ajuda e solidariedade ímpa-
res. Retornou como ele mesmo disse,
“mais médico, mais ser humano”. �
Equipe da Força Aérea Brasileira monta Hospital de Campanha na BR-101 - Itajaí
Situação do Rio Itajaí-Açú
Foto: Jeferson Baldo / GVG
Foto: Jeferson Baldo / SDR-Itajaí Foto: Neiva Daltrozo / SECOM
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
19
organização humanitária interna-
cional Médicos Sem Fronteiras
(MSF) inaugurou, no dia 4 de fevereiro,
em São Paulo, na estação Sé do Metrô,
uma exposição multissensorial para
aproximar os paulistanos dos trabalhos
Médicos Sem Fronteiras
A
CIDADANIA
Em entrevista exclusiva à Revista da APM, profissionais da Médicos Sem Fronteiras
falam sobre suas experiências humanitárias no Brasil e fora dele
Leandro de Godoi desenvolvidos pela entidade. No espaço,
o público pode conferir uma exposição
fotográfica, composta de 12 imagens
de projetos e um mapa da atuação de
MSF no mundo, além de uma vitri-
ne com mapas interativos, apresen-
tando a concentração de pessoas
afetadas por catástrofes naturais,
conflitos, desnutrição e tuberculose
em diversas partes do planeta.
“Esta foi uma maneira de aproximar
a população do trabalho da entidade,
de informá-la exatamente quem somos,
como funcionamos, como são adminis-
tradas as doações e como trabalham os
nossos profissionais”, explica o dire-
tor executivo do MSF no Brasil, Eric
Stobbaerts. Esse belga, radicado em
nosso país há quase de 20 anos, trocou
a profissão de economista pelas ações
Abertura da Exposição, na Estação Sé do Metrô, em São Paulo
Fotos: Osmar Bustos
20
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
CIDADANIA
no front da organização. Durante todo
esse tempo, colaborou com as princi-
pais ações executadas aqui no Brasil. A
primeira e maior delas foi na Amazô-
nia, entre os anos de 1991 e 2002, no
combate à epidemia de cólera na região.
Com sua experiência, ele diz que,
hoje, o Brasil está inserido em uma nova
realidade: a de ter a plena capacidade
de exportar ajuda humanitária para ou-
tros países em situações de risco. “En-
frentamos adversidades que deram aos
profissionais brasileiros grande expe-
riência em situações emergenciais”,
argumenta. Por aqui, ele lembra das
intervenções nas favelas do Rio de Ja-
neiro, no complexo do Alemão, e em
desastres, como a enchente do Vale do
Jequitinhonha, em 2002. Recentemen-
te, após as chuvas que devastaram San-
ta Catarina, no Sul no Brasil, a MSF foi
convidada a fazer um rápido levanta-
mento dos danos e da situação humani-
tária no Vale do Itajaí e Ilhota.
ExperiênciaDurante a abertura da exposição,
diversos colaboradores marcaram
presença. Entre eles, a infectologista
Sumire Sakabe.
A jovem médica, de 34 anos, traba-
lhou durante um ano no Sudão (Áfri-
ca), entre 2004 e 2005, em dois projetos
que lidavam diretamente com tuber-
culose e leishmaniose visceral. Suas
atividades se concentraram no atendi-
mento direto às vítimas e na capacita-
ção dos profissionais locais para
trabalharem como agentes de saúde.
“Nesse tipo de experiência, é fato que
vemos adversidades semelhantes às que
encontramos em nosso país”, diz a
médica. “Mas, naquela missão, nos de-
paramos com uma nação completamen-
te desestruturada pela guerra civil, o
Eric Stobbaerts, diretor do MSF no Brasil
Exposição mostra fotos e divulga textos sobre atividades exercidas em todo o mundo
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
21
que está muito longe da realidade bra-
sileira e de tudo o que os médicos vi-
venciam por aqui”.
Nesse aspecto, observa Simire, o
médico-voluntário tem muito a enrique-
cer, profissional e pessoalmente, já que,
uma vez lá, ele será encaminhado a locais
sem o mínimo de estrutura para sobrevi-
vência e muito menos para o atendimento
médico da população, sem água, luz e, às
vezes até sem estradas para o tráfego dos
veículos da ajuda humanitária. “Coloca-
mos em prática tudo aquilo que aprende-
mos no curso de medicina, lidando com
situações extremas que nos fazem cres-
cer como pessoa e, principalmente, como
profissionais da saúde”, completa.
Outro profissional presente no even-
to foi o especialista em clínica médica
e medicina de família, David de Souza.
Na oportunidade, o médico carioca mi-
nistrou uma palestra ao público presente,
falando sobre suas experiências em Hade-
ro, na Etiópia (África). Desde a recente
crise alimentar no país, iniciada em 2008,
a Médicos Sem Fronteiras tratou mais
de 24 mil pacientes gravemente desnutri-
dos. De lá, ele trouxe várias experiências.
Indagado sobre os motivos que o le-
varam a optar por uma experiência como
aquela, principalmente sendo um mé-
dico jovem e com uma carreira em seu
país, Souza foi enfático: “muitos afir-
mam que esse tipo de ação humanitária
está associada à falta de alternativas e de
experiência dos profissionais. Muito
pelo contrário. Lá, os médicos passam
por criteriosas avaliações e apenas aque-
les que estão realmente aptos é que po-
dem ser encaminhados para as missões”.
A MSFCriada em 1971, a organização não-
governamental atua hoje em mais de 60
países, em situações de emergência
como guerras, exclusão social, catástro-
fes naturais e epidemias. Para quem quer
colaborar, além da própria motivação
do profissional às questões humanitári-
as do planeta, exige-se experiência pro-
fissional prévia, com fluência em pelo
menos uma língua estrangeira.
Após exame do currículo, o médico
passa por uma profunda avaliação psicos-
social. Aprovado, ele passa por um curso
intensivo, de duas semanas, com profissi-
onais que já trabalham no MSF. A entida-
de abre espaço para várias especialidades
médicas, além de profissionais como
arquitetos, enfermeiros, especialistas
em logística, entre outros. �
Em umas das imagens expostas, um fotógrafo captou o exato momento em
que o médico se mantinha abraçado a um menino com hipotermia e desidrata-
ção, que acabara de ser atendido e envolvido em um cobertor térmico. “Quan-
do dei a ele uma pasta protéica para se alimentar, não deu tempo nem de tirar
do plástico e ele a mordeu. Foi cena forte e muito marcante”, lembra David.
Saiba maiswww.msf.org.br
22
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
23
24
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
POLÍTICAMÉDICA
MRicardo Balego
De Olho noCongresso
ais um ano se inicia e são
diversas as demandas que
dizem respeito à profissão médica e
saúde da população tramitando no
Congresso Nacional.
As expectativas são renovadas à medi-
da que senadores e deputados federais
retomam suas atividades, exigindo da
classe médica, atenção para as mudanças.
A Revista da APM, com a colabora-
ção de Napoleão Puente de Salles, asses-
sor parlamentar da AMB e CFM,
destacou o andamento dos principais Pro-
jetos de Lei relacionados à saúde e ao
exercício da medicina. Confira a seguir:
Validação de diplomasO Projeto de Decreto 346/07 foi ana-
lisado em dezembro, pela Comissão de
Seguridade Social e Família da Câma-
ra dos Deputados. O projeto facilita o
reconhecimento dos diplomas de mé-
dicos brasileiros formados em Cuba.
O deputado Rafael Guerra (PSDB-
MG), relator junto à Comissão, deu pa-
recer contrário à medida. “Porque os
relatórios da Missão Oficial da Comis-
são de Especialistas do MEC e do
CFM, em visita à Cuba, evidenciam
Congresso tem novos presidentes: José Sarney, no Senado,
e Michel Temer, na Câmara. O que muda para a Saúde?
24
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
incongruências significativas entre o
currículo do curso médico ministrado
por aquela instituição e o oferecido pe-
las escolas brasileiras”.
O PD 347/07, no entanto, deve ser
encaminhado para votação no plenário
da Câmara e pode ser aprovado, já que
tramita em regime de urgência. Caso
isso aconteça, ainda segue para análise
do Senado.
Ainda a respeito da validação de di-
plomas estrangeiros, o Conselho Fede-
ral de Medicina (CFM) apresentou a
proposta de uma prova nacional e uni-
ficada. Hoje, o reconhecimento é feito
por universidades públicas, que possu-
em critérios próprios de validação.
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
25
O Ministério da Educação (MEC) afir-
ma que a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (LDB) confere tal autonomia
às universidades. O ministro Fernando
Haddad, por outro lado, vem declaran-
do que o MEC possui um projeto piloto
para se instituir uma avaliação única.
Escolas médicasO projeto de Lei 65/2003, de au-
toria do deputado Arlindo Chinaglia
(PT-SP), trata da abertura de novas
escolas médicas.
Seu texto defende a proibição de aber-
tura de novos cursos, pelo prazo de dez
anos, além de ampliação de vagas nos
cursos já existentes. Este período, ain-
da, seria suficiente para melhorar a
qualidade dos cursos já existentes.
O PL, já aprovado pelas Comissões
de Educação e Cultura (CEC) e de Cons-
tituição e Justiça e de Cidadania (CCJC)
da Câmara dos Deputados, já está apto
para ser apreciado pelo plenário da casa,
aguardando apenas a inclusão na pauta.
O acordo, feito na CEC, para aprova-
ção da matéria é que o texto da comis-
são será o apreciado pelo plenário da
Câmara dos Deputados.
Regulamentação daprofissão médica
O Projeto de Lei 7.703/06, que defi-
ne a área de atuação, atividades e car-
gos privativos aos médicos, teve sua
apreciação adiada até, pelo menos, o
mês de março.
Em dezembro de 2008, o deputado
Edinho Bez (PMDB/SC) leu o seu pa-
recer, em forma de substitutivo ao PL,
na Comissão de Trabalho, Administra-
ção e Serviço Público (CTASP) da Câ-
mara dos Deputados.
Além disso, também foi aprovada
uma nova contribuição, chamada de
Contribuição Social para a Saúde (CSS).
Com alíquota de 0,1%, sua receita se-
ria revertida integralmente para o finan-
ciamento da saúde.
No entanto, diversos fatores devem
contribuir para dificultar a aprovação
final do Projeto. A oposição ao gover-
no não concorda com a criação de um
novo imposto, além de defender o tex-
to original do PL 306, que previa a apli-
cação crescente das receitas correntes
brutas do governo em saúde pública,
chegando a 10% em 2011.
Foram apresentados destaques para
votação em separado, extinguindo a
CSS do texto, e a base aliada vem tendo
dificuldades para conseguir quórum e
derrubar as mudanças.
O resultado do processo na Câma-
ra dos Deputados ainda será apreci-
ado pelo Senado, que optará por
aprová-lo ou não.
CBHPMO Projeto de Lei Complementar 39/
2007 estabelece critérios para referenciar
a Classificação Brasileira Hierarquizada
de Procedimentos Médicos (CBHPM)
no setor de saúde suplementar.
A proposta já foi aprovada, por
unanimidade, na Câmara dos Depu-
tados, e tramita agora na Comissão
de Assuntos Econômicos do Senado,
tendo como relator o senador Sérgio
Guerra (PSDB/PE).
Em encontros com representantes das
entidades médicas, o senador compro-
meteu-se a apresentar um relatório sem
modificações no texto aprovado pela
Câmara. No entanto, este processo tem
se mostrado bastante lento. �
Foram feitos, ainda, quatro pedi-
dos de vistas pelos deputados Roberto
Santiago (PV/SP), Nelson Marque-
zelli (PTB/SP), Manoela Dávila
(PCdoB/RS) e Gorete Pereira (PR/
CE). Eles alegam que não se sentem
contemplados com o texto apresen-
tado, e devem elaborar voto em se-
parado modificando, inclusive, a
proposta em favor das outras profis-
sões da área da saúde.
Após aprovado, o PL deverá seguir, ain-
da, para as Comissões de Seguridade So-
cial e Família e Constituição, Justiça e
Cidadania – esta com votação conclusiva.
Financiamento da saúdeA regulamentação da Emenda Cons-
titucional 29, que estabelece os valo-
res mínimos a serem gastos com a saúde
brasileira, já havia sido aprovada em
plenário, na metade de 2008.
Por meio do Projeto de Lei Comple-
mentar 306/08 aprovado, a União de-
veria destinar à área da saúde o mesmo
valor empenhado no ano anterior,
acrescido da variação nominal do Pro-
duto Interno Bruto (PIB).
26
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
REMÉDIOS
Redação com Agência Brasil
A
Genérico faz 10 anos
Lei dos Genéricos foi promul-
gada no dia 10 de fevereiro de
1999. Hoje, completados dez anos, esse
tipo de medicamento representa 18%
das vendas do mercado farmacêutico,
segundo informações de Dirceu Rapo-
so, presidente da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa).
Dirceu lembrou que em países europeus
e da América do Norte, os genéricos são
comercializados há cerca de 30 anos. Nos
Medicamento que surgiu para estimular a oferta no mercado de remédios, reduzir preços e
facilitar acesso da população aos tratamentos ainda perde espaço para o remédio de marca
Estados Unidos, por exemplo, a venda de
medicamentos mais baratos representa
50% do mercado farmacêutico.
Apesar desse crescimento, a resistên-
cia do consumidor brasileiro a esse tipo
de remédio ainda é muito forte. Ela foi
medida em uma pesquisa feita em Mi-
nas Gerais, encomendada pelo Sindi-
cato dos Farmacêuticos daquele Estado,
na qual foram ouvidas 1.217 pessoas.
Segundo os dados, os medicamentos de
referência – ou de marca – são os preferi-
dos de 58,7% dos entrevistados, enquan-
to apenas 20,4% preferem os genéricos.
Também foram ouvidos donos de far-
mácia e médicos. Segundo os dados,
95,4% dos balconistas confiam nos ge-
néricos, mas somente 48,9% têm o há-
bito de oferecer o medicamento aos
clientes com frequência.
Além disso, o próprio consumidor
não tem o hábito de perguntar sobre a
disponibilidade do genérico – apenas
37,2% solicitam.
Outra constatação do estudo é em re-
lação aos receituários médicos – na
maioria consta apenas o nome do me-
dicamento de marca e não do princípio
Fotos: Agência Brasil
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
27
ativo, que daria ao consumidor a op-
ção do genérico. Segundo a pesquisa,
uma pequena parcela dos profissionais
médicos entrevistados afirma receitar
o princípio ativo com frequência. Da-
dos mostram que 77% das receitas são
prescritas com nomes dos medicamen-
tos de marca.
Dados divulgados pela Associação
Brasileira das Indústrias de Medica-
mentos Genéricos mostram que, em
1999, apenas oito empresas eram ca-
dastradas na Agência Nacional de Vi-
gilância Sanitária. Hoje são 83.
Por lei, o custo do medicamento ge-
nérico ao consumidor deve ser 35%
menor que o do produto de marca. Da-
dos da entidade mostram que com as
variações de preço no mercado farma-
cêutico, nos últimos dez anos, já foram
economizados cerca de R$ 10,5 bilhões.
Mas, essa relação entre os preços co-
meça a ficar complicada, principal-
mente em época de crise mundial, já
que os genéricos ainda dependem da im-
portação de 80% das matérias-primas
necessárias para a sua fabricação. Essa
dependência representa risco para a ma-
nutenção não só do programa, mas para
toda a indústria farmacêutica brasileira.
“Os investimentos de base foram
substituídos por importações e, com
isso, nos tornamos quase que plena-
mente dependentes da importação de
matéria-prima. Se não desenvolvermos
uma política industrial consistente, visan-
do a atrair empresas para a fabricação dos
princípios ativos que compõem essa
matéria-prima, continuaremos em uma
posição de risco, que pode colocar por água
abaixo toda a indústria farmacêutica bra-
sileira”, alerta Álvaro Zanella, diretor de
Operações e Logística da Neo Quími-
ca, um dos primeiros laboratórios a lan-
çar o medicamento genérico no Brasil.
Segundo ele, essa dependência torna
o custo Brasil no setor de medicamen-
tos ainda mais alto, apesar de os genéri-
cos terem sido favorecidos pela redução
de custo em pontos específicos da ca-
deia produtiva, como suprimentos, fon-
tes alternativas de matéria-prima (20%
são produzidos em território nacional)
e, principalmente, no que se refere à es-
cala – volume de produção frente ao
custo fixo, que torna possível diminuir
o preço de venda nos distribuidores e
nas farmácias a partir de uma maior
produção dos medicamentos. �
Genéricos representam 18% do mercado farmacêutico
Genéricos dependem de exportação de 80% das matérias-primas usadas na fabricação
28
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
“A Crise Econômica Mundial:Oportunidade de aplicar o
conceito de Sustentabilidadeno Setor de Saúde”
H
José Antonio de Lima
á tempos, convivemos com
grandes dificuldades em
nosso setor, apesar da trajetória eco-
nômica de nosso País, nos últimos
anos, ter apontado para um crescimen-
to forte de nossas riquezas, mas carece-
mos ainda de estratégias políticas e de
planos de ação que nos indiquem um
caminho seguro para mitigar e resolver
os graves problemas conjunturais e es-
truturais de nosso sistema de saúde.
Problemas com o financiamento da
assistência médica, que não são privi-
légio do Brasil, mas comuns a quase
todos os Países do mundo, deverão tam-
bém se agravar em momentos de crise
mundial. Mas, afinal, não são justa-
mente os momentos de dificuldades que
OPI
NIÃ
OO
PIN
IÃO
OPI
NIÃ
OO
PIN
IÃO
OPI
NIÃ
OARTIGO
28
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
Foto: Thaís Ribeiro
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
29
ARTIGO
OPI
NIÃ
OO
PIN
IÃO
OPI
NIÃ
OO
PIN
IÃO
OPI
NIÃ
Onos propiciam o exercício de encontrar
novos caminhos para velhos problemas?
Assistimos, diariamente, a líderes mun-
diais reagindo a mazelas econômicas com
ações pontuais inconsistentes e sem ne-
nhuma convicção sobre sua eficácia e, o
mais triste de tudo, sem um olhar sistê-
mico, sem propostas para se repensar o
mundo com ideias voltadas para novos
modelos sócioeconômicos mais justos e
que agreguem valor real ao ser humano,
à sociedade e ao meio ambiente.
Dentro desta perspectiva, convido-
os a mergulhar no tema “Crise eco-
nômica mundial”, porém, com um
novo olhar. Minha intenção, aqui, não
é criar um cenário futurístico para o
setor da saúde somente baseado na
crise econômica mundial.
A obra “Primavera Silenciosa”
(1962), da autora Rachel Carson, nos
mostra que, ao longo da história, as so-
ciedades vêm se preocupando com o
equilíbrio entre a economia, as questões
sociais e o meio ambiente. A partir da
década de 60, o combate à pobreza, o
crescimento populacional, o meio am-
biente, a atividade humana e os novos
desafios econômicos contextualiza-
ram sua interdependência.
Em 1987, a Comissão Mundial do
Meio Ambiente e Desenvolvimento
(UNCED) apresentou o “Nosso Futu-
ro Comum”, relatório de Brundtland
que tornou popular o termo “Desen-
volvimento Sustentável” e que tem por
desafio “prover as necessidades do pre-
sente sem comprometer a possibilida-
de de as futuras gerações atenderem às
suas próprias carências”.
Esse amplo pensamento atinge tam-
bém a área da saúde. Como oferecer o me-
lhor atendimento, a mais alta tecnologia,
diminuir os riscos de morte e promo-
ver a qualidade de vida, sem infringir
tal conceito? Diariamente temos que
responder a essas questões com ações
práticas e resolutivas.
O triple bottom line do desenvolvimento
sustentável também evoluiu e, hoje, con-
tém, além das nuances sociais, econômi-
cas e ambientais, o elemento humano.
Ser sustentável, em nosso setor, sig-
nifica buscar a justiça social por meio
de uma gestão de saúde competente e
igualitária. Exige um amplo investi-
mento na educação e formação do mé-
dico e na informação da população
sobre prevenção da doença, promoção
de saúde e qualidade de vida. É voltar
o olhar para o doente e não para a do-
ença. Requer, ainda, competência na
administração dos recursos, sem des-
perdícios. É incorporar tecnologia res-
ponsável, qualificar prestadores,
fornecedores de serviços e produtos,
buscar sistemas construtivos e equipa-
mentos que respeitem e protejam o
meio ambiente.
Elementos como qualidade, seguran-
ça assistencial, resultado financeiro, efi-
ciência operacional, verticalização,
empreendedorismo inovador, capital
estrangeiro e outros não podem mais ser
tratados isoladamente, sem o entendi-
mento de seus impactos nos resultados
econômico-financeiros e, principalmen-
te, na qualidade das interrelações na
Cadeia Produtiva da Saúde.
Neste ponto, é importante entender
que ser sustentável é usar de uma visão
humanista em todo esse percurso, o que
o líder médico, muitas vezes, já traz em
sua formação. Fundamental investir na
qualidade e na transparência da rela-
ção médico-paciente, com familiares,
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
29
José Antonio de Lima
Diretor de Economia Médica
da APM, médico Nefrologista e
superintendente Corporativo do
Hospital Samaritano São Paulo.
com os fornecedores e a comunida-
de. É ir além das expectativas e mos-
trar a máxima competência em cada
etapa do tratamento.
Faz-se premente aprofundar o as-
sunto para que o entendimento so-
bre Sustentabilidade, já levado a
sério em outros segmentos da socie-
dade, tenha a dimensão real do seu
significado maior e que diz respeito
à perenidade do planeta e da própria
manutenção de nossas vidas. Por
isso, como líderes deste segmento,
temos a obrigação de exigir, a cada
momento de nossas vidas e de nos-
sas instituições, a cada tomada de
decisão, o olhar para um novo mo-
delo de mercado e de sistema de saú-
de, com a quebra de paradigmas e
com uma nova lógica de ordem eco-
nômica própria para o setor.
Se isto não ocorrer, estaremos fa-
dados, individual e coletivamente,
ao colapso do nosso modelo sistê-
mico de saúde. �
30
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
A Crise Econômica e oLíder, Gestor e Médico
A
Marcos Bosi Ferraz
angústia do médico, hoje em
dia, felizmente não é mais
se conformar com o não ter o que
fazer para aliviar o sofrimento da-
queles que o procuram, mas sim exer-
citar a escolha do que fazer (e quando
fazer) e ter condições minimamente
adequadas para exercer o seu papel
no sistema de saúde. As decisões que
envolvem o médico e o sistema de
saúde precisam, hoje em dia, ser ori-
entadas e justificadas por evidências
científicas robustas, válidas e apli-
cáveis ao ambiente onde estas deci-
sões serão tomadas.
O maior desafio do médico é man-
ter-se atualizado. Embora crítica, tal
condição não é suficiente. É necessá-
rio, ainda, ter um sistema de saúde mi-
nimamente estruturado para permitir
que sua atuação possa ser realizada.
No momento em que
uma crise econômica
mundial se propaga
e afeta diversos
setores da econo-
mia, o grau de
incerteza cresce
sobre os impac-
tos da crise no am-
biente de trabalho
do médico, o sistema de
saúde. Em condições
normais, sem crise,
com crescimento e
desenvolvimento
econômico e com
instituições políti-
cas e poderes forte-
mente ancorados e
respeitando princípios
democráticos, o bom líder
e gestor do sistema de saúde é
aquele que: 1. Define ou contribui para
a definição das prioridades em saúde
(ou seja, faz escolhas); 2. Implementa
ou segue políticas públicas de saúde de-
finidas não só para o curto prazo, mas
também para o longo prazo; 3. Utili-
za, da forma mais eficiente possível, os
escassos recursos disponíveis em bene-
fício do usuário do sistema; 4. Utiliza,
na plenitude, os recursos disponíveis
para o período orçado.
No sistema de saúde, com inúme-
ras necessidades não atendidas, não
cumprir o orçamento, dei-
xando recurso em caixa,
é igualmente deplorável
quando comparado
àqueles que “estou-
ram” o orçamento.
Num ambiente de
crise, além de satisfa-
zer aos itens apresenta-
dos, o bom líder e gestor
do sistema de saúde deveria
pensar e antever possíveis
cenários desfavoráveis
que podem afetar o
sistema. O exercício
de antever o futuro
torna-se crítico quan-
to maiores forem as
chances de repercussão
da crise sobre o sistema
de saúde. Ao interromper
um programa, ou projeto, justifi-
cado e alinhado com as necessidades e
prioridades do sistema, todos perdem
e recursos preciosos são desperdiçados.
A construção de um hospital, uma vez
bem justificada, que fica no seu esque-
leto (concreto aparente), ilustra a irres-
ponsabilidade no planejar e o mau uso
do recurso público. Em última análise,
trocou-se vidas por concreto!
Para a maioria dos médicos, infeliz-
mente, cada vez menos participantes
das decisões que envolvem o sistema
de saúde, resta, mais uma vez, torcer,
observar os eventos e se adequar à nova
realidade. É muito provável que os mé-
dicos e os usuários do sistema de saúde
estejam novamente entre os mais afeta-
dos pela irresponsabilidade de um pro-
cesso de decisão difícil, crítico, mas que
deveria ser minimamente orientado
pelo conhecimento disponível e pela ca-
pacidade e qualidade profissional.
Teremos um ano difícil, e é preciso
que os médicos participem mais deste
OPI
NIÃ
OO
PIN
IÃO
OPI
NIÃ
OO
PIN
IÃO
OPI
NIÃ
OARTIGO
30
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
31
ARTIGO
OPI
NIÃ
OO
PIN
IÃO
OPI
NIÃ
OO
PIN
IÃO
OPI
NIÃ
O
processo que envolve as decisões em
saúde, senão ativamente envolvido,
mas influenciando a favor do que seja o
interesse do cidadão.
Como apresentado e discutido no li-
vro “Dilemas e Escolhas do Sistema
de Saúde”, o processo de globalização,
o avanço do conhecimento, o crescente
acesso e melhoria dos meios de infor-
mação e comunicação, bem como a tão
desejada e progressiva educação da po-
pulação também se constituem em ele-
mentos influenciadores do processo de
decisão em saúde. As restrições econô-
micas, as questões sociais e o respeito
aos direitos individuais e coletivos fa-
zem com que as decisões que envolvem
o dia-a-dia do ser humano necessitem
ser justificadas. É preciso lembrar que
a decisão individual afeta o coletivo e a
decisão em nome do coletivo certamen-
te impõe restrições aos indivíduos.
Para finalizar, a redução do crescimen-
to do PIB, para um país como o nosso, é
muito mais perversa do que em países de-
senvolvidos. As necessidades percebidas,
expressas e não atendidas serão muito
mais impactantes em nosso meio. Consi-
derando que ainda não temos (e nunca
teremos) uma “árvore do dinheiro”, pre-
cisaremos lidar, em todos os setores da
economia, inclusive no sistema de saúde,
com decisões que evitem colocar a “Fer-
rari” (uma tentação de consumo, um item
de qualidade inquestionável) no off-road
(locais com infra-estrutura deficiente). �
Marcos Bosi Ferraz
Professor e Diretor do Centro Paulista
de Economia da Saúde / UNIFESP
Diretor de Economia Médica da AMB
Médico do Grupo Fleury
Autor do livro “Dilemas e Escolhas do
Sistema de Saúde”.
e-mail: marcos.ferraz@fleury.com.br
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
31
32
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
ESP
ESP
ESP
ESP
ESP A
ÇO
DO
ASS
OC
IAD
OA
ÇO
DO
ASS
OC
IAD
OA
ÇO
DO
ASS
OC
IAD
OA
ÇO
DO
ASS
OC
IAD
OA
ÇO
DO
ASS
OC
IAD
ODÚVIDASCONTÁBEIS
Priscila Teresa Peranovich Rocco - Gostaria de saber
se, para a pessoa física que tem várias fontes de renda,
o correto é fazer a declaração do IR via ‘mensalão’ ou
apenas o ‘carnê-leão’ dos rendimentos como autôno-
mo é suficiente, visto que as demais fontes têm o IR
retido na fonte. Havendo a necessidade do ‘mensalão’,
a AGL oferece esse serviço?
Resposta - A legislação do Imposto de Renda diz
que todo profissional autônomo deve apurar o Carnê-
Leão e recolher sobre os seus rendimentos, ou seja, o
seu recolhimento não é facultativo e sim obrigatório,
desde que o rendimento atinja a faixa tributável da
tabela do Imposto de Renda. Já o “mensalão” é um
pagamento complementar do Imposto de Renda, ou
seja, é uma antecipação do valor do imposto a pagar
que só é apurado no momento da elaboração da De-
claração de Ajuste Anual do Imposto de Renda.
Marcelo Adriano da Cunha e Silva Vieira - Sou
sócio de uma colega médica, em uma sociedade sim-
ples; ocorre que me mudarei para outra localidade e
desejo “sair” da empresa, somos os únicos sócios e a
empresa não pode ser extinta ainda, porque existem
débitos pendentes na Receita Federal (já negociados)
com parcelamento pelos próximos 18 meses. A mãe
de minha sócia, que não é médica, pode me substi-
tuir na empresa por um aditivo no contrato social?
Resposta - De acordo com suas informações, observa-
mos que, através de uma Alteração Contratual poderá ser
feita a sua retirada da sociedade e a inclusão da mãe da sua
sócia. Ocorre que a empresa não mais estará enquadrada
como uniprofissional e o ISS terá tributações diferentes.
Se vocês não estão utilizando a empresa e não podem
encerrá-la, no momento, pelo fato do parcelamento, não
haverá mais emissão de Notas Fiscais e, assim, não have-
rá tributos (ISS) a serem pagos. As taxas como contribui-
ção sindical, TFE e TFA ainda terão que serem pagas.
Renato Igino dos Santos - No
caso de uma sociedade unipro-
fissional, onde são dois sóci-
os, um se retira, pode-se
transformar em uma em-
presa de um único sócio, em
semelhança a autônomo,
a consultoria?
Resposta - Em resposta ao seu questionamento,
temos a informar que não há a possibilidade de
transformar a empresa em sociedade única. Pode-
se fazer uma Alteração Contratual, informando a
saída do sócio, por um prazo de 180 dias. Vencen-
do-se este prazo, a situação do contrato terá que ser
regularizada com uma nova Alteração Contratual,
incluindo outro sócio.
Maria Aparecida do Nascimento - Abri uma empresa
de serviços médicos na junta comercial, pois pretendo
atuar no ramo de plano de saúde também, porém, ela
não está registrada no CRM. Isto implica em alguma
coisa, eu teria algum problema com esta situação?
Resposta - Empresas que são da área médica têm
que ter registro no CRM, como também registro em
Cartório e na Junta Comercial. Para melhor análise e
resposta ao seu questionamento, seria necessário veri-
ficarmos, no Contrato Social, quais as cláusulas e
como este contrato está enquadrado.
Consultoria: AGL Contabilidade
Dúvidas do mês:
Informações
Fone: (11) 5575-7328E-mail: agl@aglcontabilidade.com.brDúvidas de folha de pagamento: (11) 3188-4268,Rosa Helena
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
33
34
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
MÚSICA EM PAUTA
25/03 – quarta – 20h30
CARLOS MALTA
flautas, pifes e sax
Um dos mais respeitados músicos
brasileiros, maestro, compositor, ar-
ranjador, band-leader, educador e
multi-instrumentista, Carlos Malta é
o Escultor do Vento, como é conhe-
cido no meio musical.
Depois de 12 anos participando do
grupo de Hermeto Pascoal, partiu
para carreira solo, em 1993. Liderando
ESCOLADEARTESCursos para adultos e crianças, com
70% de desconto para associados e
dependentes, na Sede Social da APM.
Pintura Contemporânea / Desenho
/ Colagem
com Cláudia Furlani
Todas as quartas-feiras (tarde e noite)
Piano Erudito e Popular
com Gilberto Gonçalves
Aulas com hora marcada diretamente
com o professor pelos telefones (11)
7159-5941 e 5566-4272
Marque umaaula grátis!
AGENDA CULTURAL
diferentes grupos, apresentou-se na
França, Suíça, Inglaterra, Estados
Unidos, Alemanha, Holanda, Di-
namarca, África do Sul, Marrocos,
Japão, Venezuela, República Do-
minicana e Cuba, onde tocou com
Michel Legrand e Chucho Valdéz.
Possuidor de um estilo original e
criativo, já lançou sete CDs.
Apresentando múltiplos timbres nos
saxofones barítono, tenor, alto e so-
prano, e nas flautas em sol, dó, baixo,
piccolo e flautas étnicas, Carlos Mal-
ta traduz, através de seu sopro, a alma
da música do Brasil.
Músicos Convidados
Daniel Grajew - piano
Guy Sasso - contrabaixo
Richard Montano - bateria
DEPARTAMENTO CULTURAL
Entrada Franca
As reservas devem ser feitas antecipadamente pelos telefones:
(11) 3188.4301, 4302, 4304
Há oito anos, a Associação Paulista de Medicina presenteou médicos, músi-
cos e sociedade com a estréia de um programa de música instrumental, abrin-
do mais um espaço na cidade para este tipo de apresentação. O Música em
Pauta logo se consolidou como um dos programas culturais de maior destaque
do gênero, em São Paulo. Um feito e tanto numa cidade tão cultural.
O evento já recebeu grandes nomes da música nacional e internacional. Passa-
ram pelo projeto renomados músicos, como Gilberto Tinetti, Ilton Wjuniski,
Trio Images, Li Wang (do Canadá), o duo pianístico formado pelas russas
Olga Kiun e Ana Yarovaia, Carmem Monarca, dentre tantos outros. O palco
da APM passou a ser disputado e procurado pelos artistas. O programa conta
com apresentações mensais, sempre às quartas-feiras.
INFORMAÇÕES:
Departamento
Cultural da APM
(11) 3188-4301/02
cultural@apm.org.br
Veja a programação no site:
www.apm.org.br
Espaço Sócio-Cultural
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
35
O Departamento Cultural da APM trabalha para despertar o interesse pelo meio cultural na área médica e na comunidade em geral. Por
isso, conta com o apoio de médicos associados e pessoas jurídicas que entendem a importância do incentivo à cultura e investem seu
imposto de renda nas atividades culturais da Entidade.
A todos que participaram dessa difusão, o nosso muito obrigado.
Saiba mais, acesse
www.apm.org.br/pronac
Alba Maria G.C.Trindade
Alfredo de Freitas Santos Filho
Ary Gonsales
Benedicto Ruivo Junior
Benedito Carlos Rocha Westin
Celi Degni Westphalen
Cristião Fernando Rosas
Delcides Zucon
Donaldo Cerci da Cunha
Elisabeth Kaiser
Ernesto Teixeira do Nascimento
Flávia Maria Della Serra Barros Vieira
Francisco Luiz R. Pereira
Galba Volpini
Gilberto Antonio C.Oloveira
Guido Arturo Palomba
Helio Begliomini
Cultura é um Bom Negócio
Helmut Adolf Matar
Higino Sakamiti
Ivan de Melo Araújo
João Carlos Sanches Aneas
Lacildes Rovella Junior
Luiz Freitag
Lybio José Martire Junior
Mara Edwirges Rocha Gandara
Marcio Antonio Del R.Mobiglia
Marilene Rezende Melo
Murilo de Abreu Maffei
Nildevar de Carvalho
Paulo Cezar Mariani
Pedro Salomão José Kassab
Roberto Guimarães Ognibene
Rubens Awada
Samir Wady Rahme
Silvana Maria F. Morandini
Takeru Kuwajima
Terezinha Rodrigues
Tomas Patrício Smith-Howard
Wilson Antonio Martins
Wimer Bottura Junior
Alpha FM
Art Livre Escola de Música
Consulado Geral da Itália
Fritz Dobbert Pianos
Sanofi-Aventis Farmacêutica
36
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
Produtos&Serviços
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
37
Regulamentação Econômica da SaúdeO livro analisa o controle de preços de medicamentos e de planosde saúde realizados no Brasil, respectivamente, pela Câmara deMedicamentos e pela Agência Nacional de Saúde Suplementar,em face da sistemática da ordem econômica brasileira, colocadapela Constituição Federal de 1988, bem como pelos objetivos deampliação de acesso a produtos e serviços de saúde, também im-postos pela Constituição Federal de 1988. A análise de constitucio-nalidade dos mencionados controles de preços é realizada por meiodo estudo do sistema jurídico nacional, da avaliação econômica
dos mercados em questão e da interrelação entre esses dois aspectos do objeto estu-dado. Autor: Rodrigo Alberto Correia da Silva. Formato: 17 X 24 cm, 192 páginas.Editora: LCTE. Contato: www.lcte.com.br
Procedimentos Médicos - Técnica e TáticaMédicos recém-formados, que iniciam a Residência nas mais diver-sas especialidades, encontram dificuldade em obter, na literatura,informações minuciosas, embora concisas e agrupadas, sobre atécnica dos procedimentos básicos. Procedimentos Médicos - Técnicae Tática procura sanar essa lacuna, oferecendo ao leitor informa-ções nas mais diferentes situações, em diversas disciplinas, sob aorientação de profissionais experientes em cada área. Recomendaainda publicações, artigos e sites atualizados, e de fácil acesso.Uma referência imprescindível para acompanhar os jovens médicos
em todos os momentos de sua especialização. Autor: Alexandre Campos MoraesAmato, Formato: 14 X 21 cm, 504 páginas. Editora: Roca.
Cardiologia da Fisiologia àPrática Clínica
Os livros estão disponíveis na Biblioteca, que funciona no 5º andar do prédio da APM, de segunda à sexta, das 8h30 às 20h.
LITERATURA
Este livro pretende tra-zer os principais temasda Cardiologia, não sópara o cardiologista,mas também para o clí-nico geral. Longe de serum guia de bolso, massem a extensão de gran-des tratados de área, a
obra visa fornecer informações claras e per-tinentes ao estudo atual da Cardiologia.São abordados não só os assuntos clássi-cos, como a Fisiologia e a Semiologia Car-diovascular (que, embora sejam importantesalicerces na área, continuam frequente-mente desvalorizados), mas também asinovações da especialidade como concei-tos em Genética e Biologia Molecular, comênfase nas suas aplicações em Cardiologia.Também trata dos avanços tecnológicos daEcocardiografia, Tomografia Computado-rizada e Ressonância Magnética. O livrodispõe, ainda, de um capítulo que suge-re importantes sites comentados paraconsultas e atualizações que se fizeremnecessárias. Autores: Luciano F. Dragere Tatiana F. G. Galvão. Formato: 21x28cm, 400 páginas. Editora: Sarvier.
38
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
Avaliação e Controle de
Qualidade ao Nível da Atenção
Primária de Saúde (II)
A qualidade da Atenção Pri-
mária à Saúde abrange aspec-
tos que a diferem dos demais níveis
do sistema, como aqueles ligados aos
serviços ambulatorial e hospitalar.
Na Atenção Primária, deve haver
uma preocupação maior com a iden-
tificação das necessidades de saúde
do paciente, independentemente da
queixa principal que o leva a procu-
rar o serviço; com o cuidado conti-
nuado ao paciente crônico, ou ainda
com a detecção precoce de doenças
que podem ser prevenidas em estági-
os pré-sintomáticos ou sintomáticos.
Antes que qualquer processo de ava-
liação seja considerado satisfatório, é
necessário relacioná-lo a critérios do
que é considerado um atendimento
de qualidade. Os critérios devem ser
adequados à realidade local e são ob-
tidos mediante pesquisas, mas tam-
bém por meio de consensos obtidos
entre especialistas nas diversas áreas
do conhecimento médico.
Um método utilizado, não experi-
mental, para definir boas práticas em
saúde são os estudos comparativos en-
tre os serviços, de mesmo porte e simi-
lares, em que se cotejam parâmetros,
tais como número e tipo de prescri-
ções por tipo de condição, utilização
de exames complementares, rotinas e
procedimentos utilizados, e outros.
Os estudos experimentais são direcio-
nados a determinar, entre diversas possi-
bilidades, os processos que alcançam os
melhores resultados. São estudos rando-
mizados, do tipo controle, e desenhados
para conseguir as diferenças em termos
de resultados atribuíveis aos métodos de
tratamento em questão (por exemplo,
acompanhamento de pacientes pós-infar-
to domiciliar versus hospitalar, etc.).
O uso de traçadores é um outro méto-
do utilizado e se baseia no fato de que
determinados eventos, condições ou
problemas de saúde podem ser utiliza-
dos como parâmetros de análise para a
qualidade da assistência. Para ser classi-
ficado como um traçador, esse tem que
ser de fácil identificação, permitir reve-
lar como cada parte do sistema funcio-
na, não isoladamente, mas relacionada
uma às outras. Pressupõe-se que a for-
ma de prover o cuidado, rotineiramen-
te, determine a ocorrência ou não deste
evento, condição ou problema de saú-
de. Para que um traçador seja definido
são necessárias algumas condições: seu
impacto funcional para os que são afeta-
dos por ele; sua prevalência deve ser
suficientemente frequente para permi-
tir a coleta de dados em uma população
limitada; sua ocorrência tem que vari-
ar de acordo com a utilização e a efeti-
vidade da assistência prestada.
O uso de um conjunto de indicadores
relacionados aos casos em estudos pode
também ser utilizado para estabelecer
padrões de qualidade. Nesse caso, faz-se
uma contagem (somatória) de fatores
presentes na determinada condição ou
problema, encontrando-se, ao final, a
combinação ótima para o alcance da
qualidade da assistência. A utilização de
serviços pelos usuários é influenciada pe-
los fatores: custo/conveniência, comu-
nicação, performance do profissional e
resolutividade da assistência prestada.
A avaliação deve ser vista como uma
oportunidade de mudança e constitui
um processo dinâmico e participativo
de identificação de problemas e defi-
ciências, definição e implementação
de propostas concretas de ação. A me-
lhoria contínua da qualidade deve ser
buscada e o ponto de vista definido é o
do cliente, o usuário. Nós, profissio-
nais médicos, principais atores na pres-
tação de assistência à saúde, temos que
nos conscientizar da importância des-
te tema, já que, conforme foi frisado, a
assistência primária presta um papel
primordial para que se alcance a qua-
lidade global de todo o sistema. �
PORDENTRODOSUSpor Luiz Antonio Nunespor Luiz Antonio Nunes
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
39
40
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
AVISO: Quando não consta,o prefixo do telefone é 11.
SALAS – HORÁRIOS – PERÍODOSCONSULTÓRIOS – CONJUNTOS
ALUGAM-SE
Auditório para 12 pessoas, com toda IE, paracursos, conferenciais, reuniões, apresentaçõesespeciais. Fone: 6215-2951
Casas com todo conforto, lareira, churrasqueira,limpeza, e etc. para jornadas, congressos,finais de semana, feriados, temporadas dejulho. Fones (19) 3427-3298, 9608-4448e (12) 3663-4238
Casa p/ clínica em Moema, 750 m2 de áreaconstru ída , es tac ionamento para 12veículos, ótimo estado. Fones 5071-3350ou 8284-2827 Paula
Casa c/ salas c/ IE disponíveis p/ profissionais daárea da saúde. Possui centro cirúrgicocompleto. Ideal para pscicólogos, dermato ecirurgiões plásticos. Entre metros Ana Rosa eParaíso. Fone 7140-6957
Consultórios inteligente p/ áreas médicas eafins. Finamente deocarados, em ambienteluxuoso. Estac. c/ manobrista. A partir R$ 30,00a hora, horários flexíveis, incluso recepc.,manobrista e limpeza. Rua Pio XI City Lapa.Fone 7362-4846 Célio
Consultório médico para colegas finamentedecorado. R. Francisca Julia, 602 – Santana.Fone: 6950-5044
Casa para clínica. Rua Cristiano Viana 201 e207. 10X50 terreno, com estacionamento. 8salas, área de atendimento, depósito ealmoxarifado. Fone: 8276-0004
Consultório médico de alto padrão. R. Pio XI,Lapa c/ toda IE, estacionamento, internet Wi-Fi.In t regra l ou per íodo, inc lus ive parapsicólogos, fonoaudiólogos e nutricionistas.Fones 3644-4043 e 3644-3274
Consultório mobiliado em Pinheiros, comtoda IE, de alto padrão, próximo ao HC. Fone8277-1485
Consultórios no Jardim Paulista, recepção treinada,estacion. (valet), recepção, com ar condicionado.Fones 3884-8984 ou 9583-8807. Liliane
Consultório médico c/ toda a IE, alto padrão,casa em ótima localização entre metrô VilaMariana e Chácara Klabin. Salas por períodosou mensal todas as especialidades. Fone5571-5686
Conjunto Av. Cidade Jardim esquina com Av. FariaLima, área útil 122 m2 , 4 salas, recepção, copae 2 banheiros. Fone 3034-0663 Rubens
Conjunto mobiliado, computadorizado, comsecretaria e 40 planos de saúde para a área deginecologia. Penha. Fone 7332-6090 Fabiana
Conjunto comercial de alto padrão, a 50 m doHospital Sirio Libanes, com toda IE, recepçãorefinada, ampla sala de consulta, 2 banheiros,secretária, telefone, internet, ar condicionado,serviço de café, estacionamento próprio paramédico e terceirizado. Fone 3442-0263, draPatrícia
Conjunto para consultório ou comercio no ItaimBibi, junto ao Hosp são Luis com 3 salas, doisbanheiros, copa persianas, ar condicionado,garagem privativa e rotatória para clientes.Fones: 8420-4056 Regina
Conjunto 3 salas, excelente estado deconservação, ar cond. e segurança 24 hs.Avenida Paulista, nº 1159 cj. 918 Fones3938-6100 ou 9178-8844 Maria Antonia
Sala em clínica médica na Vila Mariana ao ladodo metrô Ana Rosa. Fone: 5549-9622 Saleth
Sala em clinica montada, Rua Oscar Freire, 129- Casa 4- Fone 3088- 0595. dra. Ana
Sala na área de saúde. Próximo metrô VilaMariana. Fones 5539-1165 e 4508-1165após às 13h.
Sala p/ prof. da saúde em clínica especializada,integral ou período. Localizado em prédiocomercial 24hs ao lado do metrô São Judas.Fones 8266-1064 e 5587-2469 Marco
Sala em clinica de alto padrão no Jardim Paulista,c/ IE completa na av. Brigadeiro Luiz Antônio,4277. Fone: 3052-3377 ou 3887-6831
Sala ou período em clínica de alto padrão c/ IE,secretária, estacionamento, telefone, fax e arcondicionado. Em funcionamento c/ dermato.Fone 3813-7872 (Jucinéia)
Sala em consultório de alto padrão com IEcompleta na Aclimação. Fone 3277-3293Cleo
Sala para consultório. Amplo sobrado com IEcompleta, banheiro privativo e estacionamento.Mensal ou período. R. Pedro de Toledo. Fone:5579-3561
Sala ampla no Jd. Anália Franco, próximo ao H.São Luis, p/ médicos ou profissionais da saúde,com toda IE. Excelente padrão e localização,em clínica com 8 anos de atividade no mesmolocal. Fones 2671-2969 e 2671-5883
Sala completa. R. Sergipe 401, ed. ProfissionalCenter, Higienópolis, c/ secretária, serviço delimpeza, IPTU, água, luz, condomínio, fone(locais). Gerenciamento TISS, vaga na garagem.R$ 30,00 por hora. Fones 7685-5888 José
Sala em consultório médico na V. Madalena,com IE completa, secretária, ar condicionado,estacionamento, pabx. Para médicospsicólogos, fisio, ou fono. Fones 3034-6225ou 9112-2304 Paola
Sala e horário matutino em consultório médicocom toda IE e informatizado. Pompéia. Fone8101-8330 Lucia
Salas e períodos em ótimo espaço, p/ médicose área da saúde. Casa na Vila Olímpia. IEcompleta, equipe de funcionários treinada,ambiente agradável e amplo. Fones 3841-9624e 3841-9810 Ivone Felix
Sala para consultório em clinica e pediatria epsicologia para profissionais da saúde. Infra-estrutura. Próximo ao metrô Santa Cruz eUnifesp. Fone 5575-3694 Vanda
Sala comercial em consultório na R. Prof. Vahiade Abreu, 189. Vila Olímpia, ótima localização.Fones 3846-2014 e 3846-3102
Sala em cons. médico localizado próximo amaternidade São Luiz. Itaim Bibi. 2ª, 4ª e 5ªpela manhã e 6ª à tarde. Fones 3849-9096 e8314-0442 Cesar
Sala em clínica ampla e agradável, com vagaspara carro, para profissionais da saúde. Mensalou período. Rua Dr. Mario Cardim, 596 V.Mariana Fones 5575-1077 ou 9296-1580ou emaill: espacovital@uol.com.br
Faria Lima ao lado do Shop. Iguatemi com duassalas em consultório médico com IE completa.Fone 3812-6092 Vania (8h às 17h)
Salas c/ toda IE no Tatuapé, R. Coelho Lisboa c/ótima localização em prédio de alto padrão.Prox. Hosp. São Luiz/Shopping Metrô Tatuapé.Fones 2671-8611 e 9599-1479 sra. Cleusa
Salas em clínica com IE, para profissionais daárea da saúde c/ secretaria, estacionamento. Av.Onze de Junho, 88. Próximo Metrô Santa Cruz.Fone 5574-8614 Daniela
Salas ou cons. p/ profissionais da área da saúde.Clínica de alto padrão, casa térrea c/ toda IE,jardim e recepcionista das 8h às 20h. Paraíso.Fone: 5572-0299 e 5573-0035
Salas em clínica de dermato. e medicinaestética, 10 anos em funcionamento. VilaMariana próx. Metrô Ana Rosa e ao SESC daVila Mariana. R. Bagé 40, c/ estac. p/ 6 carros,toda IE, p/ especialidades c/ algum interesse naárea de estética, incluindo odontologia. Fone:5571-8777 e 9714-8760 dr. André.
Salas individuais c/ wc e mobiliadas 18 anos defuncionamento, com toda IE. Imóvel comercialregularizado com auto de alvará efuncionamento da prefeitura. Fone 2236-4285
Salas p/ eventos, palestras, reuniões,capacidade para 20 pessoas, profissionais detodas especialidades - por períodos - Jardins-imediações do Parque Ibirapuera. Fone:3051-3227 Henrique.
Sala em consultório de alto padrão. JardimPaulista. Av. Brigadeiro Luis Antonio 4.235.Fone 3887-6717 e 3887-0938
Salas ou ½ período, clínica c/ alvará, secretária,estacion., ar cond., telefones, fax, sl de pequenacirurgia, em Santo Amaro Em funcionamento,dermato. Fones 5543-9160 e 8285-8128Jorge
Salas p/ profissionais da área de saúde emMoema. Site www.saudeartemoema.com.br.Fone: 3459-8322/25 Simone ou Weslayne
Salas p/ profissionais da área da saúde em clínicabem montada c/ toda IE, próximo ao metrôSantana. Período, hora ou mensal. R$ 15,00a hora. Fones 2281-7530, 2959-2493 e2976-2784
Salas de 34m2 em ótimo prédio nos Jardins.Copa, banheiro e garagem individual, próximo9 de Julho e Oscar Freire. Fones 5908-68837140-5255
Sala p/ consultório em clínica com toda infraestrutura necessaria, na Rua Indiana 358, BrooklinNovo. Fones 5542 7082 ou 5543 9677 Auro
Salas para médicos. Rua Coelho Lisboa. 844.Fones 2673-9458 e 3486-2751
Salas no metrô Santa Cruz, horário ou períodos.Serviço de recepção. Fone 5071-3336 Lucy
Salas ou ½ período, clínica médica emMoema. Prox. Shopping Ibirapuera, casatérrea, ar cond. pabx., polimed, alvarás, salapq. cirurgia., estac. Fones 5543-4369 ou9982-2543 (dr. Olivério)
Salas em clínica c/ IE completa, centro cirúrgico,internação p/ cirurgia plástica, vascular, mão,ou dermatologista. A sala está disponível noperíodo da manhã. Paraíso. Fones: 3884-4907
Salas p/ médicos e áreas afins, mensal ou p/período de 6h, clínica alto padrão, c/ IE, prox.metrô Paraíso, Central Park e 23 de maio.R. Estela, 455. Fones 5571-0190, 5083-9468e 5083-9469
Salas ou períodos em clínica de alto padrão,localizada próximo ao Hospital BeneficênciaPortuguesa. IE completa. Fone 3284-8742Isaura
Salas em clínica c/ IE completa, ótimo padrão,prédio novo. Períodos/integral, Aclimação,20 metros do metrô Vergueiro. Fone 3271-7007Elizabeth
SPA maravilhoso em clinica de medicinaestét ica c/ sauna, ôfuro, banheira dehidromassagem gigante e hidromassagemvertical, c/ duchas e 3 salas de procedimentostudo com estilo e decoração do tahiti.Excelente localização nos Jardins perto doparque Ibirapuera. Oportunidade única. Fone:3051-4333 Tânia
Conjunto para consultório ou comércio noItaim Bibi, junto ao Hosp são Luis com 3 salas,dois banheiros, copa persianas, arcondicionado, garagem privativa e rotatóriapara clientes. Fones: 3848-0088 Beth
Consultório na av. Itaberaba, 565 – Freguesiado Ó p/ especialidades de ginecologia, eobstetrícia e pediatria. Fone 3931-5734Andreia
Consultório médico, mobiliado ou não. R. CarlosSampaio, 304 cj. 32, próximo a vários hospitais.Fones 3285-5661 e 2578-3677
Consultório montado, com IE de recepção,telefonia, mobiliário, centro cirúrgico de porteI. (Cirurgias de pequeno porte s/ internação).Completo em local nobre. Av. Brasil. Fones3885-3898 e 3884-0961
Consultório para ginecologista oudermatologista na Freguesia do Ó. Conjuntocom cirurgião plástico. Av. Itaberaba, 61. Fone3932-1512 Nilza
Consultório médico para colegas. Finamentedecorado. R. Francisca Julia, 602 – Santana.Fones 6950-5044 e 6972-0518
Consultórios p/ período ou mensal c/ toda IE,fone, fax, secretária e serviços. Centro médicoOswaldo Cruz. Praça. Amadeu Amaral, 47.Fone 3262-4430 Daniela
Clínica na Zona Norte, necessita de médicoendócrino c/ especialização. Atendimento emconsultório. Fone 2283-6179
Divide-se dois consultórios para clienteparticular, ao lado do Shopping Villa Lobos.Fone 3024-7491
Dois dias da semana, terça e quinta em períodointegral. Toda IE, só para pediatras e pediatrascom especialidade. Fone 3256-4400
Horários em salas mobiliadas com secretárias,estacionamento para clientes e atendimento aconvênio através da clínica. Repasse no valorintegral das consultas. Fone 3064-4552
Períodos em sala montada em consultório.Moema. Fone 5052-8363
Período p/ médicos inc lu i fone, fax,computador, secretária, garagem em prédionovo de alto padrão. Dedique seu tempoexclusivamente ao seu trabalho. Nósadministramos a clínica por um valor fixo,com tudo incluso. Fone 3085-0515
Períodos em sala comercial c/ toda IE em prédiode alto padrão no Tatuapé, próximo à PraçaSilvio Romero. Atende G.O. e Dermato. Fones6190-7707 e 8181-4122 Vanessa e Adriana
Período. Manhã e tarde em cons. mobiliadocom toda IE, situado na R. Baltazar Lisboa,256. Próxima à estação Vila Mariana. Fones5579-9493 e 5572-8420
Períodos em centro médico de alto padrão nosJardins, próx. ao HC. Salas equipadas c/ toda IE.De seg. a sábado. Estamos adaptados parafaturamento TISS, temos alvará de vig. Sanitária.Fone 9175-8707 Daniel
Períodos em sala, bairro: Perdizes, paraprofissionais da saúde. Tratar com dra. Afra ouAna. Fone/fax: 3871-2511, 3672-0359 ou9931-2713
Sala c/ wc privativo, ar cond., piso frio,mobiliada, c/ balança, ap. de pressão, net, fax,IE completa, copeira e recep. Alvará defuncionamento e vigilância sanitária. Ao ladometrô Sumaré. Locação as quartas, sextas esábados. A partir de R$ 220,00 – 4h semanais.Email. clinicarubiao@hotmail.com Fone9299-1280
Sala p/ consultório c/ toda infra-estrutura. Alamedados Jurupis, 452 cj. 32. Fone 5051-0799(Valkiria)
CLASSIFICADOS
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
41
Vendo ou alugo conjunto nacional. Av. Paulista.R$ 790 mil ou aluguel por R$ 7.900,00, cj.264 m2 úteis c/ vários ambientes mais 3 vagas. Fone(19) 9771-7747 ou azulebranco@uol.com.br
IMÓVEIS
ALUGAM-SE
Auditório no bairro do Ipiranga para 15 pessoascom toda IE com toda IE com preço bemespecial. Fone 2215-2951 Fátima
Aptº na rua Carlos Sampaio 304 cj. 32, c/ 3salas, recepção e 2 banheiros. Próximo avários hospitais. Chave com porteiro. Fones3285-5661 e 2578-3677
Casa -Paraíso - 0 km. 20 salas ar cond 600 m2
sl reunião, auditório, 6 banh.cozinha,5 vagas.Rua tranq. Facial estacionamento. Próximo aometrô IBM 23. www.casa176.com.br. Fone7677-0509 Almir
Casa pra clínica e consultório. Av. Pacaembu.Esquina 513 m2, área útil 525m2 área total.Amplos salões ou 11 salas. 12 vagas, IPTUR$ 465,00. Fone 3064-2040 Heloisa
Consultório de alto padrão, mobiliado, 40 m2,localizado na Vila Olímpia. Fone 8358-9444Roberto
Apt. Flat c/ 1 dorm., sala, cozinha, banheiro,próximo ao Hospital Paulistano (Região daPaulista). Fone 9123-9617 ou 5084-3648
Apto. Guarujá/Enseada. Cobertura p/temporadas e fins de semana. Toda IE. TVcolorida, forno micro, 2 dorm, c/ piscina echurrasqueira privativos, 1 vg de garagem. Fones5573-9478 e 9529-1968 Sun
Apto. Novo, nunca habitado ,4 dormitorios, 1suite, 3 vagas de garagem, 110 m2 de área útil,Tatuapé, à um quarteirão do hospital São LuizAnalia Franco. Segurança total. Valor docondomínio: R$ 450,00. Contato ArthurNigro tel: (11) 84446261 ou Alessandra Nigro:(11) 81205459
Apto. dois dormitórios, 2 wc, AE, c/ armários,garagem. Área útil 82 m2 . Brooklin. Ótimolocal. Fone 5561-0667 (noite) Rosana
Apto. Próximo ao Metrô Praça da Árvore,quarto e sala grandes com varanda, pequenacozinha, tudo em ótimo estado,. R$700,00 +despesas de baixo valor. Tel.: (11) 2276-7359com Antonio Santos
Casa no Litoral Norte, condomínio fechado.Morada da praia Boracéia. Rodovia Rio SantosKm 193. Temporadas e finais de semana. Fones8338-9075 e 4748-2944 (dr. Abel)
Chácara para fim de semana em Serra Negra(SP), c/ piscina, lago, galpão para churrasco,trilha. 10 a 17 pessoas. Fone 3082-1727 (14hàs 20h) Eliete
Guarujá, Enseada (atrás do Aquário), a 100 mda praia c/ vista p/ o mar, 3 dorm., 1 suíte,depósito de empregada, 100 m2 AU,mobiliado. R$ 1.800,00. Fones 3078-4919e 8168-6868
Imóvel totalmente adaptado para clínica comlicença de funcionamento. Grande sala deespera, 4 salas de atendimento, banheiros,vestiário, copa, ar condicionados. R. Leônciode Carvalho, 308 – Paraíso. Travessa da avenidaPaulista. Fone 8381 6883 Mônica
Sobrado para clínica ou consultório em SantoAndré, Bairro Jardim, Rua das Bandeiras, 155.Estacionamento para 5 veículos. F(11)4438-9210 ou 4433-3233 Daniel
Status e prestígio, tenha seu consultório em casade alto padrão com excelente localização equalidade de serviços. Salas para cursos epalestras, amplo estacionamento, internetwireless. Fone 3885-2148 Maria José
Temporada. Casa na praia da Baleia. LitoralNorte, condomínio fechado, 10 pessoas, fériase feriados. Fones 9178-6473 e 5181-9042
IMÓVEISVENDEM-SE
Lote. Guarujá central parque enseada. Condomíniofechado c/ ampla estrutura e segurança privada.Lote plano, metragem de 670 m2 . Condomínioe IPTU em dia. R$ 180 mil. Direto com oproprietário. Fones 9393-8104 e 3262-1763
Apto. 186 m2, 4 dormitórios, 3 suítes, 3garagens, quarto de empregada, mega varandac/ churrasqueira e pia, piscinas aquecidas, salagourmet, fitness, lazer completo, pronto paramorar. Fone: 8323-6666 e 8511-0017Tómas
Aptº Higienópolis - 200 m2., na R. Sergipe, 3dormitórios, uma suíte, terraço de 12 metros,dep. de empregada, todo ensolarado, um porandar, reformado, vaga demarcada edesimpedida. Fone 3661-8223 dr. Artur
Aptº Higienópolis 290 m2 de área útil, 4 dor.suíte c/ sala de banho e closet, armários Ornare,sala de almoço, terraço envidraçado c/ sistemaescamoteável e deck de madeira, quarto e banhode empregada, vaga p/ 3 carros, edifíciorecuado, décimo quarto andar, vistadesimpedida na frente e laterais, finamentereformado (inclusive hidráulica e elétrica),situado na R. Sergipe. Fone 3129-7659 e8123-6655
Aptº em Higienópolis 130 m2 , 2 vagas degaragens, 1 suíte, dois quartos com suítes.Próximo ao metrô. Fone 3826-1001
Aptº novo com armários, cozinha, piso, 3dormitórios, 3 vagas, churrasqueira na varanda,prédio c/ total laser. Fone 3255-4306 Anita
Aptº 130 m2 em construção, 3 suítes, sala e varandaamplas com churrasqueira, 2 vagas, lazercompleto, vista para a Granja Julieta e para oPanamby. Zona Sul. Rua Fernandez Moreira, 1550(há um stand de vendas na R. Américo Brasiliense).http://www.olimpicchacarasantoantonio.com.brFones 3213-0545 e 8291-8649
Aptº – Moema 3d (1suíte), sala 3 ambientes,varanda, wc soc. E emp, as, 2 vg de garagem,condomínio c/ área de lazer. R$ 375mil. Fone19- 8118-9900
Aptº no Costão do Santinho Resort. Contato:antonakopoulos@hotmail.com
Casa Águas de Lindóia. Terreno de 840 m2, áreacons. de 332m2, 4 quartos, 2 suítes, closet, salavisitas c/ bar em pedras naturais, sl jantar, sllareira, copa, cozinha c/ dispensa, terraço e etc.R$ 280 mil (facilito). Fone 19- 3862-6577
Casa de revista. Praia de Boissucanga, pé da serrade Maresias. Arejada e ensolarada. Pé direitoduplo. 3 dorm.,1 suíte c/ hidro de granito. Ruas/ saída. Terreno c/ 1065 mt2. Frente 20 mt2.Área total construída 406mt2 . Fotos http://fotos.terra.com.br/album.cgi/w.singal . Fone9114-3927 (Glaucia)
Casa (Térrea) 10,5 m de frente por 20 m defundos - total 210m². Sala grande c/2ambientes, 3 quartos, garagem p/ 3 carros,amplo quintal com churrasqueira/pia/wc.Acabamento interno de ótima qualidade (pisosda sala e azuleijos e pisos do WC emporcelanato). Local: Vila Matilde - entre asestações de metrô Penha e Vila Matilde. ValorR$ 280.000,00. Tratar com Wagner ouCidinha F(11) 3876-4771 e 9701-3109 ou9612-7238
Consultório de alto padrão, mobiliado, 40 m2 ,localizado na Vila Olimpia. Fone: 8358-9444Roberto
Consultório para venda ou aluguel, área total,147 m², 2 garagens – 42 m², 3 salas ( 1 espaçoreservado para a troca de roupa do paciente), 3linhas de telefones, 1 fax, 2 computadores, 2impressoras, 2 ar condicionados – ( 20 BTU),1 maq. para xérox, 1 cozinha, 1 copa, 3Banheiros. Email: rdidio@terra.com.br
Consultório e laboratório. Área útil 142,21.Paraíso R$ 400 mil. Fone 7153-6386 - Leilah
Consultório e todos os contratos de PJ com osconvênios na área de G/O. Fone: 9231-4444
Conjunto comercial na região da Bela Vista.80 m2, 3 salas, 2 banheiros, cozinha, sala espera.Fone 3106-5546 Kelly
Centro SBC, clínica de fono e psicologia c/ 23de anos de atividade e muitos convênios. Fone9251-8026 (Silvana)
Clínica Dr. Aldir Mendes de Souza, vendo oualugo clínica de cirurgia plástica c/ sala deprocedimentos, atendimento e sala de espera.R. Tamandaré, 693. Fone 3208-7154
Ibiúna, s í t io c/ plantações aromáticas(pitanga, louro, priprioca etc.). Toda IE p/destilação de óleos essenciais c/ laboratóriocertificado, estufas agrícolas, lagos, nascentes.Casas de alto padrão. www.gardencity.com.brFone 3237-1565 (Luis)
Itaquera, vende-se ou aluga terreno de22.863m2 na av. Agrimensor Sugaia, 1395.Fone 9609-4016 (Neil)
Lindo c/ 450 m2 de AU em terreno de 1000 m2,chalé de alvenaria c/ 2 and. e 8 dorm. escr,varandão p/ o morro do cristo. R$ 475 mil.Imóvel serve p/ clinica de repouso ou p/ lazer defamília ou pequeno clube. Fone 12-3663-1420
Lotes 21 e 22, total 600 metros em frente aoportão do Pq do Carmo. Fones: 6671-8611 e8231-8294 sr. Francisco
Paraíso, apto. novo, 1º andar c/ 262 m2 AU, 4suítes, 4 vg, dep. individual, lareira,churrasqueira, sacada panorâmica. R. Rafael deBarros 336, Paraíso. R$ 1.200.000. Fone3884-2798
Praia Grande – Vila Tupi/ Assumpção,apartamento todo reformado c/ 1 quarto,58 m2 área útil. Aceita troca (carro ou imóvel).Fones 6197-0483 e 9629-3983
Parque da Mooca, clínica em amplo sobradocom quatro salas. Fone 6606-2800 (Marta)
Prédio de 400m², no Jardim Paulista. Ótimopara clinica e consultório. Av. BrigadeiroLuis Antônio, com estacionamento. Fone3887-6044 Rosana ou dr. Ruggero
Santo André, conjunto bem localizado, prontop/ uso. 3 salas, sala de espera, 2 banh., copa, arcond. central. Preparado p/ informática,telefonia e som. Fone 9943-6177 (Pedro)
Sitio. Centro de Plantas medicinais earomáticas, próximo de São Paulo – Capital– Em produção, contendo es tu fas ,plantações, laboratórios, extratores, licençasanitária. Perfeito para fornecimento deat ivos natura i s para cosmét icos emedicamentos. Fone: 3159-2470
Sobrado. R. Turiassu, Perdizes, ideal paracl ínicas, 6 vagas, edícula, etc. Precisareformar. A.C. 180 m. A.T.210. R$ 350 mil.Fone 3862-1051 Ester
Sobrado 3 suites, sala c/ 2 ambientes, lavabo,mezanino c/ sala de tv, cozinha planejada,lavanderia c/ + 1 quarto /wc, ampla varandabem agradável c/ linda vista para o jardim daárea do golfe, piscina, edícula completa c/pia,churrasqueira e forno. Garagem para 3 carros.Imóvel todo mobiliado, inclusive armáriosembutidos nas 3 suítes. Ac 270 m2. At=400 m2.Fones: 8145-5325 e (19) 8148-6941
Riviera S. Lourenço - Módulo 6 apartamento 3quartos, mobiliado (1 suíte), 2 garagens comdepósito, 105 m2 de área útil. Varanda comchurrasqueira, quadras tênis, piscinas,churrasqueiras na área lazer, play ground, salãode festas e de jogos, sauna, etc... R$ 400 milFone 9429 2035 Cesar
EQUIPAMENTOS
VENDEM-SEAparelho de depilação definitiva a laser, seminovo, SPA, Touch, seguro pele branca e negra.Com assistência técnica em SP. R$ 28.500,00.Fones: 3447-7660 e 3682-5460 Lilian
Aparelho Fibrocolonoscópio Fujinon - ModeloF C / 100 L R com Fonte de Luz inclusa.Aparelho semi-novo,excelente estado deconservação e funcionamento. R$ 12.000,00F (11) 8262-1947- Sérgio
Aparelho de depilação a laser, semi-novo, SPAtouch em SP. R$ 25 mil. Fones 9781-7297
Aparelho de ULTRASSOM da marca ALOKA,modelo SSD-1100 Flexus, em excelentescondições, com três transdutores (sondavaginal e abdominal e dopler vascular). Fone3885-5959 ou 3885-0138 Eliane ouAuxiliadora
Aparelhos para endocrinologia: 1 estadiometro,1 etrocardiógrafo, 1 impedância informatizada,Balança para altura envergadura, 1 Maca paraexame, Enfermeira etretrônica, 1 frigo bar, 1microondas, 1 forno elétrico pequeno, 1maquina de café/capuccino expressoautomático. Email: rdidio@terra.com.br
Aparelho de ultra-sonografia Toshiba Eccocee,com 3 transdutores (convexo, linear etransvaginal) e 2 videoprinters (p/ papaeltermosensível e Polaroide color ido).Excelente estado. Fone: 3032-9100 dra.Dirce, após 12h
Autoclave 12 litros, branca, marca sercon, compouquíssimo uso no valor de R$ 1000,00. Fone3722-5355 Eliane
Aparelho de compressão pneumática,paratratamento de linfedema. Seqüencial (3câmaras), marca Angiotronic. Acompanha luva.Pouco uso R:$3.500,00.Fone (011)44386187. Paschoal Viviani Netto
Aparelho de ultra-sonografia Toshiba Ecocee,com 3 transdutores (convexo, linear etransvaginal) e 2 videoprinters (p/ papaeltermosensível e Polaroide color ido).Excelente estado. Fone 3032-9100 dra.Dirce após as 12h.Aparelho US Tokimec CS 2020 c/ 2transdutores: convexo e transvaginal e outrosacessórios, vide printer Mitsubishi. R$ 15 mil.Fone (14) 3322-2202 (horário comercial) ouemail eduardolotufo@ig.com.br
Balança adulto Welmy semi nova e balançainfantil Filizola semi nova. Fone 7258-2696Foco cirúrgico de teto contendo 2 cúpulas de3 e 4 lâmpadas e unidade de emergênciamarca Impromed. Perfeito estado e poucouso. R$ 4.500,00. Fone 5535-0830 Beatriz
Duas máquinas de escrever eletrônica FACIT8000. R$ 500 cada. Fone 5082-1500 Fátima
Dilatador de esôfago ED PUESTON com 19olivas no estojo. Fone (14) 3622-2568
42
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
Microscópio Weiss binocular, antigo em boascondições. Microscópio binocular, marca Westa(Polonês) antigo, em boas condições.Colposcópio Moeller em bom estado. Fone3289-4903 Ivan
Colposcópio alemão com pouco uso. R$ 3 mil.Fones 5533-7692 e 5181-7364
Termo Slim (sorisa), Lifting C (sorisa), conjugadofacial (GS), microcorentes e isometria facial(GS), vácuo (GS). Todos em bom estado deconservação. Fone 3884-7599 Nádia ouCristina
Urologia. Material endoscópico completocom fon te de luz para RessecçãoEndoscóp ica Transuretra l (bex iga eprós ta ta ) , c i s toscop ia , uretrotomia .Praticamente novo, único dono. Grátis:ureteroscópio semirígido. Fone 3887-8858Cid ou email: suporte@clinicacz.com.br
Sonar imbracrios novo em estojo de couro.Fone (14) 3622-2568
Videolaparoscópio Storz, monitor Sony 14”.Câmera 1 Chip-insuflador, alto fluxo 30 lit p/min. Cabo de fibra óptica, vídeo JVC 4 cabeças,carrinho c/ aterramento, fonte de luz xenon175 w. R$ 35 mil. Fones 2950-4227 r. 209/210/211 Patricia
PROFISSIONAIS
CLASSIFICADOS
1 Colposcópio DF Vasconcellos c/ sistem a derodízio CP-M109 Bivolt /objetiva 250 mmaumenta 20x .1 mesa auxiliar p/ consultório c/rodízio, 1 negatoscópio, 1 eletrocautérioimbracrios, 1 balança Imbracrios, 1 mochobranco, 1 estufa, 1 arquivo de 3 gavetas pequenoTok-Stok, 1 aparelho de fax Panasonic KXF1020, 1 impressora HP Office jet Pro 1150 C,1 frigobar Brastemp. Fone 7611-7616
Material completo para laboratório decapacitação espermática para inseminaçãointrauterina. Em ótimo estado. Fone 8833-8732Fabiana
Laparoscópio, diversos, insuflador, fonte de luz,trocartes descartáveis de vários tamanhos,novos, pinças e tesouras descartáveis novas ecaixa de materiais cirúrgicos convencional. Fone6215-2951 Fátima
Lâmpada de fenda SL c/ 5 aumentos. Mesaelétrica e coluna inclinável (semi-nova) R$ 9mil. Fones 8142-6733 (Chang) 8272-8365(Rogério) 4232-8987
Lâmpada de fenda D.F. Vasconcelos, comzoom e mesa elétrica semi-nova. R$ 14 mil.Fones 8142-6733 (Chang)
Laparoscopio Storz novo completo paradiagnóstico e cirurgia laparoscópica sem vídeo.Retosigmoidoscopio novo com 5 tubos, comiluminação no estojo. Fone (14) 3622-2568
Materiais e aparelhagem de video endoscopia.1 monitor, 29’ da panasonic profissional, 1monitor de 14’, micro câmara endoview autoshutter, cabo de fibra óptica, histerodistensor p/gás e líquidos p/ histeroscopia,fonte de luz p/fibra ótica de 250w, marca luf, fonte de luzhalogina marca endolux da stratnner de 250 we fonte de luz olimpus 250 w. Fone 2215-2951
Clínica em Santo André oferece toda infra-estrutura (incluindo credenciamento deconvênios) para a realização de Endoscopia eColonoscopia. Fone 9609-7672
Clínica na Zona Norte, necessita de endócrino,geriatra, reumato, gastro, pneumo, psiquiatra,ortopedia, pediatria, e cirurgião vascular. Fone3531-6651 Valdelice, Eugênia e Giovana sitewww.imuvi.com.br
Médica endocr inolog is ta jovem paratrabalhar em clínica no Morumbi. Fones:3722-5238 e 3727-2205
Médico Clínico. Requisitos: residência emclínica; disponibilidade p/ jornada de 100h/mês (segunda à sexta-feira). Período manhãou tarde. Interessados enviar currículodrh.selecao2@santacasasp.org.br com asigla Médico + pretensão salarial.
Médico endocrinologista e clínico. Enviar CVpara endonutro@gmail.com
Médicos ultra-sonografistas para plantões de 4,6e 8 horas p/ várias regiões em SP. RemuneraçãoR$ 70 p/ hora. Email: cra@centralcoop.com.brFones: 3255-7237 e 3231-0537
Médico pediatra para Instituição de grandeporte região Morumbi, enviar CV parapediatriamorumbi@terra.com.br
Médico Pediatra Instituição de grande porteregião Itaim/ Moema, enviar CV parabandeirapaulista@terra.com.br
Médico Pediatra Instituição de grande porteregião Anália Franco/Tatuapé, enviar CV parapedanaliafranco@terra.com.br
Serviço de Hemoterapia em SP abre vagas p/prof iss ional médico Hemoterapeuta/Hematologista. Necessário título, residênciaou pós-graduação em Hemoterapia/Hematologia.Interessados enviar currículopara o e-mail: hemoterapiasp@yahoo.com.br”
OUTROSMoto Suzuki GSX 750. F ano 2005, cinzametálico, com opcionais, 6 mil km c/ revisãofeita em concessionárias e em impecável estado.Fone 5051-0176 Emma
Jazigo na área 1 – Setor 1, com gavetas,desocupada. Excelente localização. Fone3285-1149 Ana ou Henrique
Honda CIVIC EX 02/02: top de linha, 35 milkm, única dona, preto, insulfilm, estado de zero,completo. Fone 3661-8223 Artur
Ford KA XR 1.6 07/07: 6 mil km, único dono,carro de garagem. Prata, roda de liga leve, arcond., direção hidráulica, trava e vidroselétricos,rádio CD integrado no painel, insulfilm,tirado em outubro de 07. Fone 3661-8223 Artur
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
43
44
Rev
ista
da
AP
MFev
erei
ro d
e 2009
top related