revista brasileira saúde de família n. 37
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Revista Brasileira Sade da FamliaAno 15, nmero 37, jan./abr. 2014
Coordenao, Distribuio e informaes
MINISTRIO DA SADE
Secretaria de Ateno Sade
Departamento de Ateno Bsica
Edifcio Premium SAF Sul Quadra 2 Lotes 5/6
Bloco II Subsolo
CEP: 70.070-600, Braslia - DF
Telefone: (0xx61) 3315-9044
Site: www.saude.gov.br/dab
Editor Chefe:Eduardo Alves Melo
Editora:Luciana Alves Pereira
Jornalista responsvel/Editora: Ana Elizabeth de Almeida Gomes
Coordenao Tcnica:Luciana Alves Pereira
Secretria de RedaoLaeticia Jensen Eble
Conselho Editorial:Allan Nuno Alves De SousaAna Carolina Lucena PiresAntonio Neves RibasCaroline Martins JosDiego Castro Alonso SilvaDirceu Ditmar KlitzkeEduardo Alves MeloGilberto Alfredo Pucca JniorIIlano Almeida Barreto da SilvaKatia Motta Galvo GomesKimielle Cristina SilvaLuciana Alves PereiraMarcelo Pedra Martins Machado
Maria Lia Silva ZerbiniPatricia Araujo BezerraPauline Cristine da Silva Cavalcanti
Equipe de Educomunicao:Ana Elizabeth de Almeida GomesEva Patrcia Alvares LopesGustavo PozzobonJlio Csar de Carvalho e SilvaLaeticia Jensen EbleMarco Aurlio Santana da SilvaPree LeonelPatrcia BurgosRoosevelt RibeiroSvio Marques
Diagramao Roosevelt Ribeiro
Projeto Grfico e Ilustraes:Roosevelt Ribeiro Svio Marques
Reviso:Ana Paula Reis
Normalizao:Editora MS
Fotografias:Acervo DAB/CGAT
Capa: Svio Marques
Colaborao:Adriana Almeida, Dborah Proena, Felipe Cavalcanti, Fernando Ladeira, Luciana Melo, Marco Aurlio Santana da Silva, Margareth Gomes.
Impresso no Brasil / Printed in BrazilVenda proibida. Distribuio gratuita
Revista Brasileira Sade da Famlia / Ministrio da Sade Ano 1, n. 1 (jan. / abr. 1999) . Braslia : Ministrio da Sade, 1999- . Quadrimestral. Ano 15, n. 37, publicada pela Grfica do Ministrio da Sade.
ISSN: 1518-2355
1. Sade da Famlia - Peridico. I. Brasil. II. Ministrio da sade. III. Ttulo. IV. Srie
CDU 614Catalogao na fonte Coordenao-Geral de Documentao e Informao Editora MS OS 2015/0250
Ficha Catalogrfica
-
Revista BRasileiRa Sade da Famlia 1
Departamento de Ateno Bsicahttp://www.saude.gov.br/dab
IV Mostra 50 RelatosPremiados
5 12
50 relatos50 relatos23
-
Revista BRasileiRa Sade da Famlia 3
Esta edio da Revista Brasileira Sade da Famlia se apresenta como um coroamento da IV Mostra
Nacional de Experincias em Ateno Bsica/Sade da Famlia, que marcou, para sempre, a maneira de pensar
e fazer eventos na rea da sade. No s isso: marcou a Ateno Bsica e seus trabalhadores e trabalhadoras,
que assumiram o protagonismo do comeo ao fim do evento, participando ativamente de todas as etapas, do
envio dos trabalhos, passando pelo processo de avaliao por pares, at a tomada do Centro Internacional de
Convenes do Brasil (CICB), em maro de 2014.
A realizao da Mostra no seria possvel sem essas pessoas, sem aqueles que a assumiram com os braos
e o corao, tornando-a um dos eventos mais vivos e emocionantes j realizados pelo Ministrio da Sade.
Esta revista uma homenagem a esses colaboradores, assim como uma forma de deixar registrado nosso
agradecimento a todos que pensaram, organizaram, executaram e participaram da IV Mostra, trazendo um
balano do evento e a divulgao dos 50 relatos premiados entre a 51 e a 100 colocaes.
Dos relatos aqui publicados, h experincias advindas de todas as regies do Brasil. As regies Sudeste e
Nordeste contam com 19 e 18 relatos respectivamente. A regio Sul, por sua vez, est presente com seis relatos;
a regio Centro-Oeste, com quatro relatos; e a regio Norte, com trs relatos. Ou seja, um rico e diversificado
universo de participantes e experincias compartilhadas, que ilustra a produo do cuidado em sade na
Ateno Bsica.
Para facilitar a leitura, os relatos foram organizados em seis grandes temas: a arte como ferramenta para
o cuidado em sade; acolhimento e acesso Ateno Bsica; dispositivos de formao na Ateno Bsica;
prticas integrativas e complementares na Ateno Bsica; promoo e educao em sade; e trabalho em
equipe. Essas, entre outras, so temticas caras para qualificar a capacidade clnica e de cuidado das equipes,
com vistas a uma Ateno Bsica resolutiva. Os relatos desvelam cenrios e prticas desde processos educativos
a aes inovadoras, a integrao entre sade e educao e aes intersetoriais importantes para o campo da
sade. Vale a pena conhecer um a um!
A IV Mostra no acabou; ela continua no dia a dia da Ateno Bsica e na Comunidade de Prticas, onde
os relatos de experincias podem ser acessados, comentados e inseridos. Confiram e participem!
Departamento de Ateno BsicaSecretaria de Ateno Sade
Ministrio da Sade
IV MOSTRA!UM MARCO NA SADE
Editorial
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4 REVIStA BRASIlEIRA Sade da Famlia
-
Revista BRasileiRa Sade da Famlia 5
Braslia deu espao, entre os dias 12 e 15 de maro, IV Mostra Nacional de Experincias em Ateno Bsica/Sade da
Famlia, evento transformado em palco para as experincias cotidianas de mais de 6 mil trabalhadores, gestores e usurios da Ateno Bsica do Brasil.
Proporcionando espaos de intercmbio de experincias, o encontro contribuiu com a reflexo e constante melhoria na produo do cuidado em sade nos servios que constituem o principal ponto de contato dos usurios com o Sistema nico de Sade (SUS): a Ateno Bsica!
Partindo do princpio de que todo trabalhador tem muito a ensinar e a aprender, a mostra foi organizada de maneira a privilegiar a interao e o compartilhamento das vivncias singulares no mbito do cuidado e da gesto do cuidado.
Assim, o grande diferencial dessa edio foi o protagonismo dos profissionais e gestores da sade, que foram incentivados a contar previamente suas experincias e a se envolverem na construo do evento. Mesmo depois de terminada a mostra, os profissionais continuam contando o que fazem e trocando experincias na Comunidade de
IV MOStRA RefleTe O ENVOlVIMENtO dOS PROFISSIONAIStexto: Eva Patrcia e Pree leonel / Fotos: Acervo-DAB/CGAt
IV Mostra
REVIStA BRASIlEIRA Sade da Famlia 5
-
Prticas da Ateno Bsica, disponvel em www.atencaobasica.org.br.
Durante o perodo de inscrio, mais de 4 mil
relatos de experincia chegaram at a organizao
da mostra. No processo de seleo, os relatos foram
analisados pelos prprios participantes, autores de
outros trabalhos.
Esse processo, chamado de avaliao entre
pares, introduziu uma nova dinmica, baseada
na sabedoria prtica da experincia cotidiana,
deslocando-se dos critrios utilizados em eventos
cientficos tradicionais, privilegiando, assim, a criatividade. Num segundo momento, houve
tambm a realizao de uma Oficina de Avaliao para Premiao, com vistas classificao final de relatos para premiao na Mesa de Encerramento
da IV Mostra. Nessa fase, o grupo de avaliadores era
composto por tcnicos provenientes de diferentes
departamentos do Ministrio da Sade.
IV Mostra
6 REVIStA BRASIlEIRA Sade da Famlia
-
Do total, 1.380 relatos foram selecionados
para serem apresentados oficialmente ao longo da programao. Alm desses relatos, a dinmica
do evento possibilitava espao aberto para que
os participantes pudessem contar sobre o seu dia
a dia, o que resultou na apresentao de mais de
2.500 experincias.
Um novo componente introduzido ao processo
de preparao da apresentao dos trabalhos foi o
trabalho dos curadores, que buscaram estimular a
problematizao e a qualificao das experincias.Construmos um formato, uma esttica nova de
congressos, com roupagem atual e fantstica, que
serve como referncia. Demos voz a pessoas que tm
trazido o quanto foi importante para elas a IV Mostra,
reforando as energias e instigando-as, elogiou o
ento diretor do Departamento de Ateno Bsica,
Hider Pinto.
todas essas aes inovadoras primaram pela
interao entre trabalhadores, gestores, estudantes
e usurios de todas as regies do Pas, favorecendo
a troca de experincias e a busca por solues
criativas e adaptveis para os desafios de acesso com qualidade aos servios de sade nas diferentes
realidades brasileiras.
Com a certeza do sucesso, o espao do evento e a
programao foram cuidadosamente pensados para
receber os milhares de participantes, que, em alguns
momentos, se viram na difcil tarefa de escolher entre
uma atividade e outra.
O Centro de Convenes Internacional do Brasil
(CICB), que abrigou o grande encontro, contou com
instalaes de espaos temticos e criativos para
o intercmbio dessas vivncias, sendo as principais
chamadas de Cirandas de Experincias, Dedos de
Prosas e Pontos de Encontro.
7Revista BRasileiRa Sade da Famlia
-
As mostras de arte costumam ter curadores profissionais responsveis pela concepo, montagem e superviso
das exposies , os quais tambm executam e revisam o
catlogo das mostras.
Na IV Mostra, as experincias de sade foram concebidas
como obras de arte produzidas pelos diversos trabalhadores,
gestores e usurios da Ateno Bsica. Assim, o conceito
de curadoria foi ampliado e, durante o evento, os curadores
tiveram o papel de cuidar dessas experincias e contribuir
para que fossem relatadas de maneira e detalhada.
A equipe de curadoria, selecionada por chamada
pblica, foi formada por pessoas de todo o Pas,
respeitando a distribuio populacional e a cobertura
de Ateno Bsica, sendo de diferentes formaes
profissionais e inseres institucionais.
CURAdORIADIFERENCIADA
IV Mostra
8 REVIStA BRASIlEIRA Sade da Famlia
-
Revista BRasileiRa Sade da Famlia 9
Alm das Cirandas de Experincias,
que aconteciam em diferentes horrios
diariamente, foram realizadas mesas-redondas
e promovidos minicursos e oficinas, espaos CiberespaSUS, Cineclube, Polo Academia da
Sade, Prticas Integrativas e Complementares
(PICS), tenda Escola e tenda Paulo Freire, alm
de programaes esportivas e culturais, que
animaram e sacudiram os participantes.
Outros fatores que marcaram a mostra foram
a busca de referncias culturais de diversas
regies do Pas e a utilizao de linguagens mais
livres e criativas, na expectativa de agregar ao
campo da sade outras narrativas, para alm
das de cunho cientfico, que, historicamente, contriburam com a reflexo e mudana das prticas de sade.
Exaustos, mas com alegria transbordando,
os participantes chegaram ao ltimo dia da
mostra acompanhados por cortejos com muita
dana e cantos, espao apropriado para as
homenagens e premiao dos cem melhores
relatos, escolhidos pela comisso julgadora.
A IV Mostra (re)ativou os trabalhadores da
Ateno Bsica a investirem o melhor de si no
cuidado aos brasileiros e brasileiras, afirmou o coordenador-geral da quarta edio do evento,
Felipe Cavalcanti.
Revista BRasileiRa Sade da Famlia 9
-
10 Revista BRasileiRa Sade da Famlia
InTenSA AgendA CUltURAl
Aprogramao cultural preparada para tomar conta da IV Mostra encantou a todos. Mais de 40
grupos culturais de todo o Brasil, de
maracatu, coco, coral, grupos de dana,
folclore, teatro, palhaos e produtores
de vdeos atuaram nos intervalos
e nas salas de debates. Palhaos
vestidos de profissionais de sade e outros personagens transitavam entre
participantes e visitantes, intervindo de
forma divertida as rodas de conversao.
J no encerramento, grupos de folclore
e maracatu percorreram salas e corredores
chamando a todos. O cortejo de pessoas
formava cirandas e era conduzido pelo
grupo pernambucano Maracatu leo
Dourado, acompanhado do Maracatu
Baque Opar (PE), das Caixeiras das
Nascentes (SP), Flor do Pequi (GO) e
Urucungos, Puitas e Quijengues (SP).
IV Mostra
10 REVIStA BRASIlEIRA Sade da Famlia
-
Revista BRasileiRa Sade da Famlia 11
COMUnICAOCOlABORAtIVA
Para um evento to singular, a
comunicao tambm foi pensada de
forma diferente: uma rede de comunicao
colaborativa foi criada para captar e
reproduzir olhares diversificados do que era vivenciado nos quatro dias da mostra.
O desenvolvimento da ideia de
uma cobertura colaborativa nasceu
da proposta de uma Comunicao
Amostrada, visando reunir vrios grupos
e comunicadores que, no cotidiano,
cobrem a rea da sade e se utilizam de
novas mdias para levar contribuies
de contraponto grande mdia. Esses
formadores de opinio toparam a
misso e construram, juntos, uma nova
forma de comunicao, afirmativa, democrtica e engajada na divulgao
do SUS que d certo!
Entre os componentes da rede,
estiveram representantes do Dirio do
Centro do Mundo e da Rede Brasil Atual;
criadores de blogues (Blog da Maria
Fr, Blog do Mrio, Blog Populao
Negra e Sade); e representantes dos
grupos (En)Cena, Rede HumanizaSUS,
Rdio Maluco Beleza, Mobiliza SUS;
alm de comunicadores das secretarias
do Ministrio da Sade e da equipe da
Comunicao Amostrada.
todos os comunicadores tm como
princpio a defesa de direitos da populao a
um sistema de sade pblico e de qualidade,
passando por divulgar as experincias
de trabalhadores e usurios e dar voz
sociedade civil organizada em seus
territrios. A partir da rede, a cobertura
do encontro no se restringiu apenas
programao e cobertura oficiais, mas reuniu olhares humanizados e
particulares sobre um grande evento, por
si s especial, que juntou esses milhares
de trabalhadores e envolvidos com a
Ateno Bsica e Sade da Famlia.
11Revista BRasileiRa Sade da Famlia
-
12 Revista BRasileiRa Sade da Famlia12 Revista BRasileiRa Sade da Famlia
E a IV Mostra continua. Esta edio da revista foi especialmente organizada para divulgar os relatos premiados no evento. Esperamos, assim, que as
experincias amostradas inspirem outros profissionais da Ateno Bsica a contar, na Comunidade de Prticas, as coisas bacanas que andam fazendo.
No quadro das pginas a seguir, voc pode ver a lista completa dos 100 relatos premiados, por ordem de classificao. Depois, ordenados por grandes temticas, seguem os resumos de 50 relatos, a partir do 51 da tabela.
RelATOS PREMIADOS nA IV MOSTRA
Para ler os relatos na ntegra, acesse :www.novo.atencaobasica.org.br/relato e faa a busca pelo ttulo do relato.
-
Revista BRasileiRa Sade da Famlia 13
31ao50 relato
51 ao 100 relato
1 ao 10 relato
11ao30 relato
Visita do Canal Sade para produo do programa Canal Sade na Estrada.
Financiamento para visita in loco de outra experincia premiada na IV Mostra.
Apresentao e discusso da experincia na WEB tV da Comunidade de Prticas, espao de conversao e debates sobre a Ateno Bsica.
Publicao do relato de experincia na Revista Brasileira Sade da Famlia.
Revista BRasileiRa Sade da Famlia 13
COnfIRA COMO fOI A dIVISO dA pReMIAO
Premiados
-
14 Revista BRasileiRa Sade da Famlia
Premiados
ClassifiCao TTulo auTor uf
1Cultivando sade Programa muniCiPal de Plantas mediCinais aromtiCas e Condimentares
anelise Pelissari rs
2
esCovao dental diria suPervisionada nas esColas das Comunidades rurais/fluviais de manaus
elves de s guedesrenilson Brito gomes
am
3ofiCina de Canto nasf Barreiro gruPo em Canto enCantando BH
alessandra mara oliveira dos santosanelise nascimento PratesCamila lacerda silveira rochamatheus de souza Klein
mg
4 Pensa alemo
ana Paula de oliveira souza Carlos andr felixdbora Pereira nunes ione santos fernandesWagner Jos silva de souzaZilma fortunato Barbosa
rJ
5o sus que faZemos, o sus que queremos
Cristiano Correia alvesvalria silva sena
Ba
6 maluCo in ConCert
ana rekzigelCassiana ChemimCassiano danenbergereroni de melo mes rodrigo endres Kochenborgertiago Canabarro
rs
7eduCao em sade dialgiCa Com gruPo de gestantes na esf vila real Balnerio CamBori/sC
adriana gonalves nunes Heller luciane da Costa
sC
8
CresCer Com sade: exPerinCia em eduCao nutriCional e imPlantao de Cantina saudvel em uma esCola do muniCPio de muqui/es
anglica de PaulaChristiane Zanol arajo
es
9Criando Histrias Para transformar Histrias (livrinHos de Contos infantis)
fabola fontana favarettoluciane Keller de negreirosmrcio stacke scheila rybar
rs
10regional de sade do Parano (df) na luta Contra a tuBerCulose
Cludia regina de Carvalho mesquitamaria Bokel martins Costamary martins vieira Paulo xavier da Costa
df
-
Revista BRasileiRa Sade da Famlia 15
ClassifiCao TTulo auTor uf
11 Canto-terapia Lda Lcia da Costa nbrega Vilela rn
12 MobiLizao e sade CoM arte! Jose Fbio de sousa Ce
13Construindo uMa Jabotiana saudVeL
irene alves de deusMaria neire Gis Costa ddaMaria anglica souza Corts
se
14 eu Curto ser saudVeL Marilda Ghellere sC
15
proMoVendo sade CoM arte: ConVersas sobre sade CoM nena: episdio nena no Gosta de Chupeta!
edson rochaemanuelle eugnio sales Francisca elzenita alexandreJssica siqueira Muniz Marina Giro Lima de QuierozMartnio Gomes holanda
Ce
16Mais Voz, Mais sade: experinCia da estratGia sade da FaMLia CoM rdio CoMunitria
ana Lcia abraho da silvabruna salgueiro brunoelaine antunes Cortezeluana borges Leito de Figueiredoirene Frana Guimares Mnica Gouva
rJ
17do Lixo ao Luxo: transForMar possVeL eM uM bairro de CaiC/rn reLato de experinCia
aline dorneles de Quadros silvaelda Medeiros reinaldepolyana Lorena santos da silvarosangela diniz Cavalcante suelia alves da Costa
rn
18para aLM da presCrio no Cuidado eM sade MentaL: a experinCia de uM Grupo de reCeita
dbora zanutto CardilloLucia Miyuki higaMariana Fonseca paes
sp
19LeVando sade ao proFissionaL de sade
Josiane G. Fonsecasimone nunes pinto
rJ
20usF abar Construo de uMa poLtiCa pbLiCa de sade
ana Claudia C. tavaresFabio L tozziLivia Correa e CastroLouise M. da Cunha Valdenira dos santos Menezes da Cunha
pa
21 Cuidar: uM ato de aMor!aneli MiorClaudia regina Fantin
sC
22a intersetoriaLidade CoMo instruMento potenCiaLizador do Cuidado eM sade
rafaela arajo Lins pereirarebecca Cabral de Figueiredo Gomes pereira
pb
-
16 Revista BRasileiRa Sade da Famlia
Premiados
ClassifiCao TTulo auTor uf
23Compartilhando o Cuidado em grupo para usurios CrniCos de benzodiazepniCos
dbora zanutto Cardillolucia miyuki higamariana Fonseca paes
sp
24realizao de exames CitolgiCos no turno da noite aumentando a adeso
ildnara mangueira trajano rodrigues pb
25sade do homem na estratgia de sade da Famlia: a experinCia da usF Vila noVa
luciano pinheiro santanaWaldemir de albuquerque Costa
ba
26grupo renoVar: uma proposta de ateno aos usurios de mediCamentos psiCotrpiCos
denise erig rocha de souzaVera lcia podewils gasda
sC
27desenVolVimento de estratgia para FaCilitar o aCesso do(a) usurio(a) ateno bsiCa
Fernanda lasy pereira de sousagabriel Cadid de meloJavanna lacerda gomes da silva Freitassheila milena pessoa dos santos
pb
28 programa agente mirim da sade
aurora Ferreira de CarvalhoCleusa tavares rodriguesgensio Carlos da silvaluciano lorenzonsueli aparecida Fariaszenaide regina libano
sp
29
rede Cegonha no muniCpio de arapiraCa/al: Construindo um noVo paradigma de ateno sade materna e inFantil
beatriz santana de souza lima dannyelly dayane alves da silvaeduardo araujo pintoerielly maria bezerra araujo Feitozapaulo alberto leite oliveira pollyana patrcia Vasconcelos de almeida
al
30grupo danar mais sade promoVendo sade, preVenindo doenas e integrando saberes
Francinete da Conceio amorim do Carmo
rJ
31 CinematerapiaFabrcio Bomfim de FreitasWendel Jos teixeira Costa
mg
32eduCao em sade para adolesCentes: ginCanas nas esColas
amanda stresser duartedaniele Carolina de marchielton ricardo Costa patricia nunes maiarenata rosolem
pr
33 proJeto JoVem VenCedorarminda Custdia marcos alvesCelia riqueta diefenbachFranciele Colatusso
sC
-
Revista BRasileiRa Sade da Famlia 17
ClassifiCao TTulo auTor uf
34A belA vistA sobre A sAde mentAl: integrAlidAde do cuidAr
Poliana Katiuscia Ancelmo diniz Pb
35
mAPeAmento do flor nA guA de consumo humAno e AvAliAo do risco de fluorose dentriA nA zonA rurAl do municPio de PirPiritubA/Pb
cristine nobre leite Pr
36
exPerinciA dA tutoriA no curso introdutrio PArA equiPes de sAde dA fAmliA: mesclAndo metodologiAs AtivAs e educAo A distnciA PArA A melhoriA dA APs
Adlia Delfina da Motta Silva Correiacleuzieli moraes dos santoscristiane regina gomes de sousa Karine Cavalcante da Costa lidiane do nascimento souzaWesley Gomes da Silva
ms
37 Promovendo sAde com PArdiAsgeize de souza macedoWanderleia Mattos Barauna Alves
ms
38 Arte do cuidAdo gruPAl
Antonia Smara Rodrigues Silvafrancisca Alanny Arajo rochaglicia mesquita martiniano mendona Leidy Dayane Paiva de AbreuMaria Adelane Monteiro da SilvaNeires Alves de FreitasViviane Oliveira Mendes Cavalcante
ce
39consultrio de ruA embAtes numA PrticA inovAdorA e desconhecidA
thais rosana chiaranda merij sP
40visitAs tcnicAs: umA ProPostA de diAgnstico e fortAlecimento dA sAde do municPio de cAbedelo/Pb
Alisson Paschoal cmara torquatoJanine Silva de OliveiraThiana Lcia Silva Azevedo
Pb
41Projeto meio Ambiente nAs escolAs Protetores dA nAturezA
edson manoel dos santosjuliana damianimaria eliane bascune
sP
42sAde e AlegriA no lugAr onde se trAtA de doenAs! gruPos de movimento e liAng gong
gislene caires Nadja Oliveira Vasconcelos Notaroraquel manduSilvia Serrano Tristotania duque lopes
sP
43hortA verticAl: umA estrAtgiA de estmulo PArA umA vidA sAudvel, um novo estilo de vidA
Ana cludia nascimentoAna Emlia Ramos Romo de Menezesceclia rodriguesEmanuela Rozeno de Oliveirafabiana siqueira bencioroselene Padre
Pe
-
18 Revista BRasileiRa Sade da Famlia
Premiados
ClassifiCao TTulo auTor uf
44TeaTro e promoo da sade no Cms amriCo Veloso
Clarisse lopes rJ
45 no quero Ch, quero mam!anelise pelissariFernanda pelissari Comparin
rs
46 meninas que Vi CresCer
maria de Ftima de souzamaria lcia da silva limarejane maria paiva de menezesrejane martins da silva rosana lcia alves de Vilar
rn
47
a horTa esColar uma ViTria ComparTilhada uma ao inTerseTorial do pse do muniCpio de iTabora/rJ
aline GuzzoCaroline Fagundesdiana maria dantasedson miguel ozenir pereira machado roselene dos santos
rJ
48promoo da sade Com arTe: TeaTro dos aCs lnGuas de Trapo
marcia alves quaresma ba
49 proJeTo esTimulaCs Caio rodrigues dos santos ba
50a miCropolTiCa do Cuidado em sade em Grandes populaes: a experinCia da usF Vila noVa
Carolina miranda do esprito santonara salume bezerraWaldemir de albuquerque Costa
ba
51
1 mosTra CulTural da usF inTeGrada Verdes mares FomenTando a CulTura e a arTe Como aliados na sade
Cristiane bragadbora de Carvalho britopriscila maia leite paivaselma Vernica Guedes
pb
52aprendendo a ViGiar a sade das Crianas, em equipe
Walberto herrera medina ba
53
posso aJudar? amiGos da sade: a ConsTruo de noVas possibilidades na relao usurio-serVio de sade
ana pitchonFabiano Geraldo pimenta Jniormarcelo Gouvea Teixeiramaria luisa Fernandes Tostes
mG
54 reCiCloTerapia Talita rechetelo strano sC
55
a CaderneTa de sade da pessoa idosa Como FerramenTa de moniToramenTo, aValiao e ConTrole na esF de sobradinho/dF
Gleiton arajo limaris da silvalarissa de lima borgesrenata mercz da silva
dF
-
Revista BRasileiRa Sade da Famlia 19
ClassifiCao TTulo auTor uf
56Uso dos recUrsos de Telessade da perspecTiva de Uma enfermeira do inTerior de ms
Adlia Delfina da Motta Silva CorreiaEduardo Ferreira da MottaMichele Batiston BorsoiMuriel da Silva MoiaRobson Yutaka Fukuda Valria Regina Feracini Duenhas Monreal
ms
57elos coleTivo: Um desperTar para a prTica da cidadania
Bianca Niemezewski SilveiraBruna Pedroso Thomaz de OliveiraFabiane Elizabetha de Moraes RibeiroJlia Leffa Becker Schwanck
rs
58
YOgA NA uNiDADE DE SADE da famlia poo da panela: desperTando a aUTonomia do cUidado e a responsabilidade sobre si mesmo
Daniela Rodrigues Mendes da Silva pe
59 nasf em cena conTra dsT/aidsDaniele da Cunha LageThiago de Souza Pereira
rJ
60as dores e delcias de liderar o peT seX
Regina gonalves de Moura rJ
61aUricUlopUnTUra e prTicas saUdveis para perda de peso na aTeno primria sade
Cristiane de Andrade Serra Scagilcele Marlia da Silvaisabella Joyce Silva de AlmeidaJeov Hallan de MedeirosRogelia Herculano Pinto Tasa Figueira Silva
pe
62proJeTo sem fronTeiras com a sade
Henrique Fernando de Petta LobelloMaria Luisa Brenha RibeiroTbata da Silva MirandaTatiane Morbiolo Vasconcelos
sp
63PROJETO DE FOTOgRAFiA COM adolescenTes
Aline SaydLaiara Mrcia guimaresMariana MaracajRita de Cssia CarvalhoValeria Brando
ba
64TrUpe da sade: TeaTro do OPRiMiDO PROTAgONizANDO ViDAS, senTidos e senTimenTos
Francisco Djairo Bezerra Alves rn
65mosTra de TalenTos da pessoa idosa: promovendo o ENVELHECiMENTO ATiVO E SAuDVEL
Clcia Kelly do Nascimento Oliveirairene Delgado de ArajoMaria do Nascimento SousaNorma Sueli Dias de Queiroz
pb
-
Premiados
20 REVIStA BRASIlEIRA Sade da Famlia
ClassifiCao TTulo auTor uf
66Projeto Amigos do Peito CAPACitAo em AleitAmento mAterno PArA idosos
Ana Coeli Castor de limaelaine nunes Feitosaeliane Andrade Feitosa erika morais Beltro Pintorosiane de souza moreira
PB
67Centro de reFernCiA em PrtiCAs integrAtivAs em sAde CerPis
marcos de Barros Freire jnior dF
68
AtuAo dA residnCiA integrAdA em sAde AtrAvs dA insero dA rodA de gesto mensAl em umA equiPe de estrAtgiA sAde dA FAmliA
Amanda Peres lustosaHadassa tavares leandrojos Auricelio Bernardo Cndidojuliana quintino Pinheiromnica silva Cavalcantimonique lima marques oliveira
Ce
69vivA mAis: estrAtgiAs de interveno no CuidAdo do diABetes
Anne Cristine Becchielsa Amelia espinosa de Costa lacerda Fernanda sayuri Fugiokalidiana limeira dantas de Arajo luciana elisa de limaPriscila Almeida Pedrazzani simardi
Pr
70
trABAlHo eduCAtivo sexuAl Com AdolesCentes do Centro soCiAl itAkA esColPios, no BAirro sAntA HelenA, muniCPio de governAdor vAlAdAres
Alexandra Beatriz de sousa CoelhoAline Bueno HottAna Filomena Pereira
mg
71oFiCinAs de ArtesAnAto: FerrAmentA que PotenCiAlizA o gruPo de mulHeres de umA usF
elizabeth maciel dos santosgilvanice Alves de Azeredomaria Betnia de moraisPatrcia souza de lima
PB
72 gruPo de gestAnte Pingo de gentekarina Blanca Castillo Hurtadomarclia Alexandrina Chaves da silva
AC
73
gruPos de eduCAo PoPulAr em sAde: inFormex, umA estrAtgiA utilizAdA PArA estimulAr o envolvimento do usurio Com As PoltiCAs de Controle soCiAl
simone Aparecida de souza sC
74PArABns PrA voC: umA Ao ProdutorA de vidA no CotidiAno do Consultrio nA ruA
Alexsandra de limaAtilane Fortunatojorgina sales jorgerisolene nbrega roberta dorvill moreira
Al
75
juntos nA Preveno dAs dst/Aids Construo de redes de CooPerAo nA ComunidAde do PArque PirAtingA, itAquAqueCetuBA/sP
Analice de oliveiraFabiola santos lopesivone Aparecida de Paula josefa laurinda da silvalucile soaresmarta luciene mendona jos
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21Revista BRasileiRa Sade da Famlia
ClassifiCao TTulo auTor uf
76Oficina ldica: vivncias da clnica ampliada
anglica de menezes ccero losekan
sp
77prticas integrativas nO caps alvarenga, em sO BernardO dO campO
daniela gonalves davolimarcio pinheiro do prado
sp
78teatrO de agentes cOmunitriOs nas escOlas municipais estaduais
Janaina guilhermina de alcntara sp
79danas circulares na prOmOO da sade: mOvimentO e HarmOnia um gestO para aprOximar pessOas
andra patricia costa gomes pB
80 cOnversa de BOtecO francisco nilson paiva dos santos sp
81
atuaO da residncia multiprOfissiOnal integrada em sade da famlia em uma rdiO cOmunitria de recife/pe
adriana srvula fernandes cunha de vasconcelosadrienny nunes da silva tavaresalana diniz cavalcanticarolina de moraes rgo guedes christiane maria Oliveira cabraldara andrade felipegicely regina sobral da silvaKarla adriana costaluanna Kattaryna penha de arajomarina Bessi fernandesmarina fencio Batista
pe
82acOlHendO cOm sade experincia da equipe de nutriO da uBs mirassOl, em natal/rn
clia cristina de sousa dantaspatrcia pinheiro de Oliveira germano polyana de Oliveira cacho
rn
83integraO unasus x telessade nO apOiO aOs mdicOs dO prOvaB em sO lus dO maranHO
ana emlia figueiredo de Oliveira Humberto arajo serraWalquiria lemos ribeiro da silva soares
ma
84grupO cOrpO: para melHOrar sua qualidade de vida
cristina do nascimento dos santos sp
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O BOi-BumB dentuO: atividade ldica para educaO em sade Bucal nO municpiO de BarreirinHa/am
ngelo esmael da silva makloufdaizes caldeira pimentelJociane siqueira carneiropaula manully silva de Oliveira
am
86implantaO de mtOdO de gestO para melHOria dOs indicadOres de sade maternOinfantil
marlia Bezulle chimara sp
87atendimentO e acOmpanHamentO de crianas de 6 a 10 anOs da esf santa lcia, de mOntes clarOs/mg
Helena maria duarte de Oliveiraleila sandra de Jesus
mg
88 prOJetO casa seguraJorge roglson da silvamrcia Kurtzroslia maldaner
rs
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Premiados
22 REVIStA BRASIlEIRA Sade da Famlia
ClassifiCao TTulo auTor uf
89Grupo de Gestantes Fortalecimento muscular e hidroGinstica
camila Vilas Boas cssio couto moraesdaniela cardilliilva almeidamdico Flavia chinomichelle lisidati Franchini
sp
90Gepo so Flix: uma experincia exitosa no municpio de so Flix/Ba
Jose Geraldo tosta albergaria da silvasinara rosrio
Ba
91escola popular de sade do complexo do alemo
nancy dos santos senhor costasandra do carmo amado martins rJ
92Vamos peitar esta ideia! rede municipal de apoio ao aleitamento materno
Gina Ferreira dos santos de moraesrosa maria de Jesus silva
rJ
93a interVeno do pisca-pisca: quando a sade tenta possiBilitar a prxima piscada
tiago pereira de souza rs
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relato de uma oFicina de capacitao de proFissionais de sade no par a preVeno do cncer na carona da promoo de prticas alimentares saudVeis
camila maranha paes de carvalhoFabio da silva Gomesrebecca louise nunnsueli Gonalves couto
pa
95ViVncia de um estudante de medicina na ateno Bsica teresopolitana
Joo pedro nascimento carvalhopedro henrique martins de oliveira
rJ
96entre na roda: a leitura de mos dadas com a sade em so Bernardo do campo
ademar arthur chioro dos reisisabel cristina pagliarini Fuentesmarli elizabete Bragana takatunvea cristina da silva prataodete Gialditarcsio de oliveira Barros Braz
sp
97a Vida na rua: pode entrar, a casa sua???
heleura cristina oliveiramelina mafra toledo
dF
98melhorando o acesso aos serVios de psicoloGia
ana carolina do amaral santos de carvalho rochalaura dos santos mamedemaria regina de paula Fagundes nettomarian paiva marchiorirafaela mota oliveirathas Franco urso Beraldo moraes
mG
99descentralizao da triaGem neonatal no municpio de eunpolis/Ba
alessandra carvalho de sousa Ba
100processo de territorializao usF chico mendes, reciFe/pe
ana carolina dantasBrbara calbriaevelyn siqueiraluana maria rotolomanuela salazar marlia Vital
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5050 relatos
Revista BRasileiRa Sade da Famlia 23
1 A Arte como ferrAmentA pArA o cuidAdo em sAde
2 Acolhimento e Acesso Ateno BsicA
3 dispositivos de formAo nA Ateno BsicA
4 prticAs integrAtivAs e complementAres nA Ateno BsicA
5 promoo e educAo em sAde
6 trABAlho em equipe
Nesta edio da Revista Brasileira Sade da Famlia, publicamos os relatos premiados do 51 ao 100 lugares na
classificao geral do evento.Para otimizar a experincia de leitura,
agrupamos a apresentao dos relatos na revista de acordo com seis categorias temticas, segundo os assuntos abordados.
Dessa forma, os interessados podem ler os relatos de acordo com seu interesse e buscar inspirao nas experincias compartilhadas.
Os textos apresentados a seguir foram editados pela equipe de comunicao do Departamento de Ateno Bsica e contm apenas um resumo dos relatos de experincia premiados. A verso completa dos relatos est publicada na Comunidade de Prticas.
Acesse o link: novo.atencaobasica.org.br/relato e faa a busca pelo ttulo do relato!
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50 relatosUBS
UNIDADE BSICA DE SADE
TTulo Do rElATo: tRUPE DA SADE: tEAtRO DO OPRIMIDO PROtAGONIzANDO VIDAS, SENtIDOS E SENtIMENtOS
AuTor:
Francisco Djairo Bezerra Alves
O agente comunitrio de sade (ACS) Djairo Alves
coordena um grupo de teatro chamado trupe da Sade,
que atua junto equipe de Sade da Famlia (eSF) de
Parque dos Coqueiros, em Natal (RN). O grupo usa o teatro
para promover na comunidade a reflexo de temas direta ou indiretamente relacionados sade. Formado por ACS
e usurios, o grupo lana mo do mtodo Augusto Boal
de teatro e terapia (conhecido como teatro do oprimido),
como estratgia ldica e provocativa.
As representaes acontecem nas reunies temticas da
unidade de sade ou em eventos em escolas e instituies
diversas. Para a abordagem dos temas, a trupe conta com
apoio da equipe multiprofissional. Os temas so discutidos em conjunto e se baseiam nas demandas de risco e
observaes dos assuntos levantados na interao com
os usurios: higiene domstica, gravidez na adolescncia,
diversidade e adversidade cultural, humanizao, doenas
transmissveis e outros temas relacionados ao processo
sade-doena-cuidado.
Das tcnicas do mtodo Augusto Boal, o grupo
utiliza especialmente a do teatro-frum, em que o
tema colocado em um esquete e, no apogeu da
problematizao, a cena congelada, para que a plateia
seja convidada a debater o assunto e, em conjunto,
escolher o final mais apropriado para a histria que est sendo encenada, gerando reflexo coletiva a respeito do tema da dramatizao.
Os recursos necessrios para a montagem das
apresentaes so levantados entre os prprios
componentes do grupo e por meio de parcerias firmadas com comerciantes locais e a comunidade em geral.
TTulo Do rElATo: 1 MOStRA CUltURAl DA USF INtEGRADA VERDES MARES FOMENtANDO A CUltURA E A ARtE COMO AlIADAS NA SADE
AuTorAS:
Cristiane Braga, Dbora de Carvalho Brito, Priscila Maia leite Paiva e Selma Vernica GuedeS
Os profissionais da Unidade de Sade da Famlia (USF) Integrada Verdes Mares decidiram criar a 1 Mostra Cultural,
em novembro de 2012, como forma de integrar arte e
cultura nas aes de sade, aproximando a comunidade
das aes desenvolvidas na unidade.
A ideia surgiu a partir de uma atividade do curso tcnico
de formao de ACS e envolveu profissionais de todas as equipes, que percorreram o territrio em busca de artistas
dispostos a mostrar o trabalho.
Para produzir o evento, contaram com doaes em
dinheiro, inclusive dos prprios profissionais das equipes, parcerias com comerciantes locais, trabalho voluntrio
da comunidade, alm da realizao de um brech
para angariar recursos, que garantiram a compra do
material para decorao, transporte e lanche dos artistas
convidados.
Um dos resultados da primeira mostra foi a deciso de
criar um novo grupo de adolescentes, destinado aos que
se encontram em risco iminente de consumo de drogas.
Com o sucesso da iniciativa, os profissionais decidiram incluir o evento no calendrio anual da USF, que rene
quatro equipes de Sade da Famlia, atendendo
populao do Bairro Mangabeira 8, em Joo Pessoa (PB).
A unidade conta com servios mdicos, odontolgicos
e de enfermagem, alm de vacinas, curativos exames
laboratoriais simples e visitas domiciliares, entre outras
atividades.
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UNIDADE BSICA DE SADE
TTulo Do rElATo:
RECIClOtERAPIA
AuTorA: talita Rechetelo Strano
Entre abril e outubro de 2012, 20 pacientes com
diagnstico de depresso e j em tratamento
medicamentoso foram envolvidos em oficinas de artesanato com reciclagem de materiais utilizados na
prpria unidade de sade. As atividades aconteceram na
unidade de sade ESF Portal do Norte, em Itapo (SC),
em um total de nove encontros ao longo de seis meses.
Os pacientes selecionados foram avaliados pela mdica
da unidade para verificao do grau de depresso de cada um deles. Antes do incio da atividade, a equipe tambm
assistiu palestra sobre a doena e as atividades a serem
desempenhadas.
As oficinas, coordenadas por uma agente comunitria de sade (ACS) da equipe, resultou na confeco de caixas
de medicamentos, patchwork sem costura, porta-canetas
com retratos, entre outras criaes, a partir de materiais
como frascos vazios de vacinas e medicamentos, todos
esterilizados, caixas de luvas e medicamentos, alm de
produtos adquiridos pela prpria unidade, como cola de
vrios tipos, EVA, tecidos, tesouras, linhas, ms, bolas de
isopor e muitos outros.
No ltimo encontro, todos os pacientes foram
reavaliados por meio do questionrio de Beck-II,
metodologia desenvolvida em 1996 para mensurar a
depresso em nveis mnimo, leve, moderado e grave. Foi
constatada melhora do quadro depressivo coletivo, de
depresso moderada para leve.
TTulo Do rElATo: tEAtRO DE AGENtES COMUNItRIOS NAS ESCOlAS MUNICIPAIS E EStADUAIS
AuTorA: Janaina Guilhermina de Alcantara
Em face da baixa adeso dos adolescentes s atividades
propostas pelos agentes comunitrios e preocupada com
os elevados indicadores de gestantes menores de 20
anos, uma das equipes da estratgia Sade da Famlia
(ESF) de So Paulo colocou em ao um projeto usando
teatro para se aproximar desses jovens.
Com o nome de Agente tem talento, um grupo
formado por profissionais de sade de vrias reas mobilizou-se para promover a pea, que tinha o objetivo
de conscientizar esses adolescentes a procurarem o posto
de sade para fazer consultas e receber orientaes sobre
preveno de DSt e gravidez.
Por meio do roteiro que conta a histria de uma jovem
de 15 anos e as descobertas a que os adolescentes esto
sujeitos nessa fase da vida: baile funk, drogas, sexo e
curtio , a equipe abordou diversas questes, entre elas,
a gestao indesejada.
O grupo ensaiava todos os dias e as apresentaes
ocorriam em escolas e ncleos voltados para adolescentes
na rea de abrangncia da Unidade Bsica de Sade. Entre
2012 e 2013, aconteceram cerca de 17 apresentaes e,
aproximadamente, 3.500 espectadores.
O projeto foi ampliado, com a criao de uma pea
voltada especialmente para o pblico infantil, para trabalhar
com eles a questo do lixo. A pea era levada a creches e
organizaes sociais.
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Para ler os relatos na ntegra, acesse: novo.atencaobasica.org.br/relato e faa a busca pelo ttulo do relato.
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UNIDADE BSICA DE SADE
TTulo Do rElATo: PROJEtO DE FOtOGRAFIA COM ADOlESCENtES
AuTorAS:Aline Sayd, laiara Mrcia Guimares, Mariana Maracaj, Rita de Cassia Carvalho e Valria Brando
No segundo semestre de 2012, os residentes
multiprofissionais que atuam no Bairro Pau da Lima, em Salvador (BA), buscaram uma atividade com os adolescentes
da comunidade que estimulasse o protagonismo e a leitura
crtica da realidade. A prtica contou com a contribuio do
professor, fotgrafo e artista plstico Victor Venas.
Os jovens que j participavam do grupo de adolescentes
da unidade de sade do bairro foram convidados a participar
de uma oficina com Venas, na qual aprenderam questes relacionadas ao posicionamento da cmera fotogrfica, ao jogo de luz e criatividade da arte de fotografar.
Como forma de criar aproximao com a proposta a ser
trabalhada, foram apresentadas ainda fotos e postais de
outros bairros da cidade.
Depois disso, os adolescentes foram s ruas do bairro
e fotografaram, com a orientao de olharem para o
seu bairro alm da perspectiva habitual. Para orientar a
reflexo, foram lanadas perguntas que estimulassem os adolescentes a trazerem suas perspectivas pessoais sobre
o lugar onde vivem, em contraponto com o que a mdia
geralmente veicula sobre o bairro perifrico, envolvendo
drogas, violncia e morte.
Ao final, foi realizada a I Mostra de Fotografia do Grupo de Adolescentes, no Complexo Comunitrio Vida Plena.
Aberta comunidade, a exposio contou com 80 fotos
produzidas e selecionadas pelos prprios adolescentes.
De acordo com os autores, a partir do projeto, foi possvel
refletir sobre as diversas formas de arte e as possibilidades de serem desenvolvidas pelo grupo, para discutir a realidade
do bairro de forma ldica.
TTulo Do rElATo: DANAS CIRCUlARES NA PROMOO DA SADE: MOVIMENtO E HARMONIA UM GEStO PARA APROxIMAR PESSOAS
AuTorA: Andra Patricia
As danas circulares so danas em roda e representam
um lugar de encontro com as diferenas, igualdade
circular, cooperao, afetos, amizade, tolerncia, aceitao
e acolhimento. Essas danas podem ter diferentes
objetivos, ora proporcionando benefcios teraputicos,
mentais e fsicos, ora como atividade de relaxamento,
diverso e integrao de grupos.
trabalhando o equilbrio entre o individual e o
coletivo, proporcionam melhoras em diversos aspectos
como na coordenao motora, na concentrao, na
flexibilidade, no prprio ritmo e, por conseguinte, elevao da autoestima.
A convite da Coordenao de PICs de Joo Pessoa
(PB), uma primeira roda foi promovida em um evento de
sade, realizado na praa Ponto Cm Reis. A partir da,
ampliou-se o uso das danas circulares nas unidades
de sade do municpio, como um novo paradigma no
contexto da sade.
Os encontros acontecem uma vez por semana, com
durao de 2 horas de vivncia para cada turma. Cerca
de 190 usurios so atendidos atualmente, e as turmas
so diversificadas por idades: crianas, jovens, adultos e idosos.
A difuso da prtica das danas circulares na sade foi
possvel graas a seu reconhecimento como prtica de
autocuidado em grupos e ao incentivo das abordagens
holsticas por parte da gesto pblica do SUS.
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UNIDADE BSICA DE SADE
TTulo Do rElATo: A CADERNEtA DE SADE DA PESSOA IDOSA COMO FERRAMENtA DE MONItORAMENtO E CONtROlE NA ESF DE SOBRADINHO/DF
AuTorES: larissa de lima Borges, ris da Silva, Gleiton Arajo lima e Renata Mercz da Silva
As equipes de Sade da Famlia (eSF) da cidade de
Sobradinho (DF) decidiram aproveitar as informaes
da Caderneta de Sade da Pessoa Idosa para gerar
dados que mostrem o perfil dos pacientes com mais de 60 anos. Com essas informaes, seria possvel
planejar melhor as aes voltadas a esse grupo etrio.
A partir de 2012, essa experincia foi implementada pela
regional de sade do DF.
Ao preencher a caderneta, o profissional de sade transcreve algumas das informaes em uma planilha,
usando cdigos previamente implantados, de forma a
facilitar o preenchimento. As planilhas depois so enviadas
Coordenao de Sade do Idoso da regional de sade,
que alimenta uma planilha centralizada, em arquivo Excel.
Ao final do semestre, os dados so trabalhados e os grficos gerados so enviados a cada uma das equipes, por e-mail.
O trabalho comeou pela sensibilizao dos
profissionais de sade, entre os quais os ACS so peas-chave, j que quase sempre so eles que fazem o primeiro
preenchimento da caderneta, durante a visita domiciliar.
Coube aos coordenadores de equipe implantar a prtica
na rotina.
A partir dos resultados da experincia-piloto, com
cadernetas de 500 idosos cadastrados, o desafio agora estender a experincia para todas as equipes de sade
do Distrito Federal. A experincia tambm gerou dois
trabalhos cientficos, selecionados pelo 12 Congresso Brasileiro de Medicina de Famlia e Comunidade, em 2013.
TTulo Do rElATo: POSSO AJUDAR? AMIGOS DA SADE: A CONStRUO DE NOVAS POSSIBIlIDADES NA RElAO USURIO-SERVIO DE SADE
AuTorES: Ana Pitchon, Fabiano Geraldo Pimenta Jnior, Marcelo Gouvea teixeira, Maria luisa Fernandes tostes
Com o objetivo de humanizar e qualificar o atendimento aos usurios do SUS em Belo Horizonte, a gesto local
criou o programa Posso Ajudar? Amigos da Sade, que
consiste na contratao de estagirios de cursos da rea
de sade para atuarem na recepo aos usurios nas
unidades de sade do municpio.
O piloto do programa funcionou em 15 centros de
sade distribudos em nove distritos sanitrios. A seleo
das unidades levou em conta o maior fluxo de usurios, maior nmero de reclamaes na Ouvidoria SOS Sade,
ocorrncias registradas pela Guarda Municipal e existncia
de conflitos constantes entre profissionais e usurios.Foram selecionados 45 estudantes, todos com perfil
de bons comunicadores e ouvintes e postura proativa.
Antes de se iniciarem as atividades, todos passaram por
capacitao terica, tendo como temas: princpios e
diretrizes do SUS, informaes sobre a rede de ateno
do municpio e preveno e mediao de conflitos, entre outros.
Os bons resultados do piloto ao longo de 11 meses,
inclusive com a aplicao de pesquisa entre os usurios,
fizeram com que o programa fosse adotado em toda a rede de ateno do municpio, e at em prontos-socorros e
hospitais. Hoje, a rede municipal conta com 15 instituies
de ensino parceiras, que encaminham, a cada ano, 750
estudantes para estgios curriculares no obrigatrios,
pelo perodo de um ano. Os estagirios recebem bolsa-
estgio, para uma carga horria de 20 horas semanais.
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Para ler os relatos na ntegra, acesse: novo.atencaobasica.org.br/relato e faa a busca pelo ttulo do relato.
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UNIDADE BSICA DE SADE
TTulo Do rElATo: PARABNS PARA VOC: UMA AO PRODUtORA DE VIDA NO COtIDIANO DO CONSUltRIO NA RUA
AuTorAS: Alexsandra de lima, Atilane Fortunato, Jorgina Sales Jorge, Risolene Nbrega e Roberta Dorvill Moreira
Em Macei (Al), seis equipes do Consultrio na Rua
encontraram na comemorao dos aniversrios dos
usurios uma forma de ressignificar e valorizar histrias da vida das pessoas em situao de rua, bem como
aumentar a autoestima da populao atendida. A primeira
comemorao aconteceu em 2010, e a prtica vem sendo
repetida desde ento pelas equipes que atendem aos
bairros do Centro, Vergel do lago/Orla lagunar, Jaragu/
Pajuara e Benedito Bentes.
Alm de proporcionar um momento de confraternizao,
as festas tambm possibilitam integrao e fortalecimento
dos vnculos entre equipe e usurios, motivando, ainda,
o empoderamento enquanto sujeitos de suas histrias. A
ao acontece nos espaos de atuao das equipes, sendo
utilizados recursos como dinmicas de grupo, atividades
ldicas e culturais, com bolo de aniversrio e kit lanche. Para
muitos, a primeira festa de aniversrio da vida.
Para a equipe, a aproximao e o fortalecimento de
vnculos tm proporcionado abordagem mais sensvel e,
consequentemente, resultados qualitativos. uma proposta
pensada e planejada a partir das expectativas e desejos
apresentados pelas pessoas em situao de rua, considerando
o contexto sociocultural e a dinmica da rua. A ao fruto
de construo coletiva, que envolve trabalhadores da sade,
colaboradores, estagirios e usurios.
TTulo Do rElATo: PROJEtO SEM FRONtEIRAS COM A SADE
AuTorES: Henrique Fernando de Petta lobello, Maria luisa Brenha Ribeiro, tbata da Silva Miranda e tatiane Morbiolo Vasconcelos
A equipe da Unidade Bsica de Sade (UBS) Parque Edu Chaves, localizada na zona norte de So Paulo, montou estratgia especfica para atendimento integral sade de 33 trabalhadores de uma cooperativa de coleta seletiva e reciclagem de materiais que percorriam os Bairros de Jaan e Trememb, como forma de superar as dificuldades de acesso dessa populao aos dispositivos de sade.
A princpio, o plano de ao envolveu a garantia de consulta, retorno mdico e odontolgico a todos os cooperados, em um prazo mdio de trs meses, alm de coleta de material para exames preventivos, como Papanicolau e PSA.
Aps anlise do grupo, as aes foram estruturadas em grupos educativos, com 16 programados de incio, com atendimento multidisciplinar, de acordo com o tema de cada um dos encontros: sade da mulher e do homem, mtodos de preveno, higiene pessoal, sexualidade, DSt, planejamento familiar, doenas crnicas no transmissveis, violncia domstica, lcool, drogas e tabagismo, sade mental, segurana no trabalho etc.
A ao tornou possvel o estabelecimento de vnculo entre a equipe e o grupo de usurios, que participaram das atividades e passaram adotar comportamento de preveno de forma voluntria. A experincia mostrou ser possvel a abordagem semelhante em outros grupos, como de populaes de rua, de abrigos e instituies de longa permanncia entre outros.
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UNIDADE BSICA DE SADE
TTulo Do rElATo: ACOlHENDO COM SADE ExPERINCIA DA EQUIPE DE NUtRIO DA UBS MIRASSOl, NAtAl (RN)
AuTorAS: Clia Cristina de Sousa Dantas, Patrcia Pinheiro de Oliveira Germano e Polyana de Oliveira Cacho
Aproveitando o tempo de espera entre as consultas, em
que os usurios ficam ociosos, desde 2009, a equipe de nutrio da UBS Mirassol, em Natal (RN), promove uma
atividade educativa. Por meio de roda de conversas, a
equipe conversa com os usurios sobre temas relacionados
alimentao saudvel, tira dvidas e divulga prticas
saudveis, tais como aleitamento materno, higienizao
de alimentos, preveno de doenas etc.
A escolha dos temas a serem trabalhados feita nas
reunies bimestrais com toda a equipe de sade da UBS,
que d sugestes e participa da ao.
As aes desenvolvidas no projeto destacam a
importncia das rodas de conversa como espao para
o desenvolvimento de atividades de promoo da
alimentao saudvel, uma vez que se constituem em
um momento de escuta das percepes e troca de
experincias, contribuindo para aumentar o vnculo
entre profissional e usurio. Ao facilitar o processo de comunicao, obtm-se mais efetividade nas mudanas
de prticas.
A realizao das rodas de conversa permitiu melhor
conhecimento acerca da realidade dos usurios, de suas
rotinas dirias e da dificuldade de acesso a determinados alimentos entre outros aspectos, o que possibilitou
tambm mudana positiva da prtica profissional no ambulatrio. Como resultado, percebeu-se ainda aumento
da demanda para o servio de nutrio.
TTulo Do rElATo: AtENDIMENtO E ACOMPANHAMENtO DE CRIANAS DE 6 A 10 ANOS DA ESF SANtA lCIA MONtES ClAROS (MG)
AuTorAS: Helena M. Duarte e leila Sandra de Jesus
Na unidade da Estratgia de Sade da Famlia (ESF) de
Montes Claros (MG), costumavam procurar atendimento
muitas crianas com perda total ou parcial dos molares
permanentes. Por isso, a equipe decidiu criar o grupo
chamado Meu Primeiro Molar, para atender as crianas de
6 a 10 anos.
Com o projeto, foram realizados cinco encontros (um
por ms) para ensinar s crianas e s mes sobre a
importncia do primeiro molar e para incentivar hbitos
corretos de escovao e uso do fio dental. Para promover o fortalecimento dos dentes recm-rompidos, tambm
feita escovao supervisionada e aplicao de flor (gel e bochecho). As crianas so avaliadas e, de acordo com o
nvel de risco, so encaminhadas para atendimento clnico
e tratamento.
Os agentes de sade demonstraram bastante interesse,
j que essa era uma demanda reprimida e no havia ainda
programao especfica para ela. Os demais profissionais tambm se empenharam e permaneceram motivados.
Alcanando adeso de aproximadamente 90% das
crianas, a interveno conseguiu diminuir a incidncia
de crie em dentes permanentes de crianas de 6 a 10
anos, diminuindo, consequentemente, a perda prematura
dos molares.
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Para ler os relatos na ntegra, acesse: novo.atencaobasica.org.br/relato e faa a busca pelo ttulo do relato.
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UNIDADE BSICA DE SADE
TTulo Do rElATo: A VIDA NA RUA: PODE ENtRAR, A CASA SUA?
AuTorAS: Heleura Cristina de Oliveira e Melina Mafra toledo
A equipe do consultrio na rua recebeu da comunidade
o pedido para aproximar-se de uma jovem em situao de
rua, usuria de crack e supostamente grvida. M. S. M no
portava documentos e no pronunciava direito as palavras.
A equipe foi colhendo informaes com a comunidade e se
aproximando gradativamente, at que M. S. M. se sentisse
acolhida pela equipe.
M. S. M realizou exame, no qual foi confirmada a gravidez, mas tambm se verificou uma infeco por sfilis. Orientada pela equipe, aps muita insistncia, M. S. M. reconheceu a
necessidade de se tratar para ajudar tambm o beb, apesar
das dificuldades enfrentadas.Dados o contexto e a complexidade que envolve trabalhar
com as pessoas em situao de rua em tempos de apelo
internao compulsria e medidas higienistas e policialescas,
o trabalho do Consultrio na Rua vai na contramo desse
movimento. No entanto, as dvidas sobre a forma de atuar e
conduzir as situaes eram vrias: seria correto usar veculo
oficial para transportar pessoas em situao de rua? Como lidar com os riscos inerentes s aes do consultrio? Quais
seriam os limites de atuao? Como se daria a pactuao
do cuidado compartilhado com os outros servios da rede
socioassistencial?
A partir das dificuldades apresentadas, a equipe identificou a necessidade de elaborao de um projeto de ao, bem como de capacitao da equipe, a fim de nivelar o conhecimento e as concepes envolvidas. Disso
resultou a compreenso de que a equipe deve atuar na
perspectiva de considerar o sujeito em sua totalidade,
considerando os aspectos biolgicos, psicolgicos e
sociais para a ateno integral.
TTulo Do rElATo: GRUPO DE GEStANtES FORtAlECIMENtO MUSCUlAR E HIDROGINStICA
AuTorES: Camila Vilas Boas, Cssio Couto Moraes, Daniela Cardilli, Flavia Chino, Ilva Almeida e Michelle lisidati Franchini
A mulher gestante deseja ser acolhida de forma
integral pelos profissionais para se sentir fortalecida e conseguir construir um corpo de conhecimentos relativos
sua condio, o que contribui para a vivncia mais
plena e saudvel da gestao. Alm disso, a gestao
um momento importante de construo do vnculo
entre a me e o beb, que ser fundamental para o
desenvolvimento da criana.
Assim, este relato fala da criao de um grupo de
gestantes da UBS Paulo VI, em So Paulo (SP), que tem por
objetivo promover o atendimento individualizado e integral
de grvidas durante o pr-natal.
As atividades do grupo so organizadas por temas
semanais, distribudos de acordo com os profissionais responsveis: cuidados com o corpo; amamentao,
alimentao para gestantes; massagem (shantala) e banho
no beb; alongamento e relaxamento; cuidados com o
beb; e parto e puerprio. A discusso de cada tema
precedida de uma prtica de atividade fsica, em que a
hidroginstica e o fortalecimento muscular tm como
nfase a musculatura do assoalho plvico.
O desenvolvimento da abordagem corporal facilitou
maior coeso grupal e proximidade entre os participantes,
favorecendo tambm a troca de experincias de forma
mais intensa, sobretudo nos aspectos relativos s vivncias
prprias da gravidez. tambm foi evidente a melhora em
aspectos fsicos, psicolgicos e sociais, tais como: dores
nos membros inferiores, insnia, ansiedade, fadiga corporal,
dores lombares, tenses musculares, dores no parto,
posies do parto, entre outros.
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UNIDADE BSICA DE SADE
TTulo Do rElATo: DESCENtRAlIzAO DA tRIAGEM NEONAtAl NO MUNICPIO DE EUNPOlIS (BA)
AuTorA: Alessandra Carvalho de Sousa
A triagem neonatal uma estratgia de diagnstico
precoce de extrema importncia para a populao, pois
permite a deteco de doenas metablicas e genticas
que, muitas vezes, no apresentam sintomas perceptveis
apenas em exame mdico nos primeiros dias de vida do
recm-nascido. Conhecido popularmente como teste
do pezinho, o teste um exame laboratorial que garante
a possibilidade de interveno mdica com a urgncia
necessria.
No municpio de Eunpolis/BA, o teste do pezinho
acontecia apenas na Associao de Pais e Amigos
dos Excepcionais (Apae), que fica em local de difcil acesso para a populao das periferias e da zona
rural. Outro empecilho era a restrio de horrios
para a realizao do exame.
Com o objetivo de permitir o acesso a todas as crianas
do municpio, surgiu a proposta de descentralizar
o exame, que passaria a ser realizado por todas as
Unidades Bsicas de Sade. Assim, em 2011, o municpio
adquiriu 11 geladeiras para armazenagem das amostras
da triagem neonatal e iniciou as obras de estruturao
de 12 unidades de sade, na zona urbana e na zona rural.
Apesar dos desafios especialmente de logstica, para atender zona rural , com o apoio do municpio,
a descentralizao se deu de forma tranquila e,
atualmente, a populao tem os exames mais prximos
de suas residncias, aumentando, assim, o nmero de
crianas que realizam o teste do pezinho dentro do
prazo estipulado.
TTulo Do rElATo: MElHORANDO O ACESSO AOS SERVIOS DE PSICOlOGIA
AuTorAS: Ana Carolina do Amaral Santos de Carvalho Rocha, laura dos Santos Mamede, Maria Regina Fagundes Netto, Marian Paiva Marchiori, Rafaela Mota Oliveira e thas Franco Urso Beraldo Moraes
Entre 2012 e 2014, a equipe do Programa de Educao
pelo trabalho da Sade (PEt Sade) que atua na Unidade de
Ateno Primria Sade (UAPS) Parque Guarani, localizada
na regio nordeste da cidade de Juiz de Fora/MG, identificou problemas no encaminhamento dos pacientes provenientes
da sade mental para os servios de psicologia. A partir
da, o grupo, formado por profissionais de diversas reas da sade (monitores, tutores e preceptores), se mobilizou para
identificar as instituies que prestam servios de ateno psicolgica no municpio; conhecer os servios que essas
instituies realizam; e traar um quadro da distribuio
geogrfica das instituies.Aps um processo de realizao de pesquisas e discusses,
o grupo elaborou o projeto e construiu um cronograma de
atividades. As instituies pblicas, privadas e filantrpicas de psicologia alocadas em Juiz de Fora foram sendo identificadas e cadastradas por meio da aplicao de questionrio. Foram
feitas visitas in loco e ligaes telefnicas para obter os dados.
Aps longo perodo de trabalho de campo, foi gerado
relatrio com todos os dados obtidos. tal relatrio tinha o
propsito de servir como catlogo nico para os usurios,
contendo informaes confiveis e de fcil acesso sobre os servios de psicologia presentes na cidade de Juiz de Fora.
Com esse catlogo, torna-se possvel a elaborao de novas
estratgias em relao distribuio dos servios na rede,
visando melhoria da cobertura de assistncia aos usurios.A
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UNIDADE BSICA DE SADE
TTulo Do rElATo: USO DOS RECURSOS DE tElESSADE SOB A PERSPECtIVA DE UMA ENFERMEIRA DO INtERIOR DE MAtO GROSSO DO SUl
AuTorES: Adlia Delfina da Motta Silva Correia, Eduardo Ferreira da Motta, Michele Batiston Borsoi, Muriel da Silva Moia, Robson Yutaka Fukuda e Valria Regina Feracini Duenhas Monreal
Este relato dos profissionais da Ateno Bsica do municpio de Eldorado (MS), localizado a 430 km da
capital, Campo Grande, trata da utilizao dos recursos
do telessade Brasil Redes para melhorar a qualidade da
assistncia prestada aos cerca de 12 mil habitantes.
Como todos os 78 municpios mato-grossenses-do-
sul, Eldorado recebeu, em 2009, o kit composto de
computador, webcam, caixas de som, microfone e cmera
digital. O equipamento serviu no s para a educao
permanente e teleconsultoria, mas tambm para a
integralidade do cuidado quando pacientes precisaram
de assistncia de outros nveis de ateno.
Em dois exemplos de pacientes com quadros
graves (um paciente com sequelas de hansenase e
outro paciente psiquitrico apresentando infeco
grave), a equipe do telessade apoiou a negociao
para atendimento imediato pela rede de cuidados em
Campo Grande. Embora o nmero de respostas a
teleconsultorias e de webconferncias realizadas ainda
seja pequeno, visto que as atividades so recentes,
a participao vem crescendo e os servios tm se
revelado como potentes ferramentas de educao
permanente em sade.
A principal dificuldade para o desenvolvimento do trabalho ainda a precariedade do acesso internet
no municpio a qual os profissionais de Eldorado superaram com criatividade , pelo menos no que diz
respeito formao continuada. Passaram a gravar as
palestras e conferncias, para serem assistidas pelos
profissionais em sesses pr-agendadas.
TTulo Do rElATo: GEPO SO FlIx: UMA ExPERINCIA ExItOSA NO
MUNICPIO DE SO FlIx (BA)
AuTorES: Jose Geraldo tosta Albergaria da Silva e Sinara Rosrio
tradicionalmente, o atendimento odontolgico na
sade pblica tem como foco predominante tratamentos
mais radicais, tidos como curativos, que se restringiam,
geralmente, a extraes dentrias.
Visando aumentar os procedimentos de controle e
ampliar a cobertura populao, a Secretaria Municipal
de Sade (SMS) de So Flix implantou seis postos de
atendimento odontolgico dentro da Estratgia Sade da
Famlia (ESF), buscando oferecer servios para todas as
faixas etrias da populao assistida.
Foi ento implantado o Grupo de Estudos e Pesquisas
Odontolgicas de So Flix (Gepo So Flix), que
tem como propsito a atualizao do conhecimento,
o levantamento epidemiolgico e o desenvolvimento
de pesquisas clnicas visando ao melhor planejamento
de atendimento populao. Mensalmente, o grupo
se rene, discute os casos clnicos e planeja novas
estratgias de atuao.
Diversos projetos j foram desenvolvidos pelo grupo,
tais como: Cuide do seu 1 Molar, Sorrindo para a 3
Idade, Odontologia no Bero, entre outros.
O Gepo de So Flix tambm promove a educao
preventiva por meio de palestras com temas relevantes
e distribuio de impressos em forma de jornalzinho
(Informativo da Sade Bucal), contendo assuntos
importantes para a sade bucal.
Para incentivar a participao da populao, foi criado
o site do Gepo So Flix, no qual so apresentadas as
atividades desenvolvidas pelo grupo, e h espao para
perguntas e sugestes.
Essa experincia favoreceu o atendimento de forma
integral na rede pblica de sade, oferecendo informaes
e esclarecimentos importantes para a comunidade, e
garantindo maior humanizao no atendimento.
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UNIDADE BSICA DE SADE
TTulo Do rElATo: AS DORES E DElCIAS DE lIDERAR O PEt SEx
AuTorA: Regina Gonalves de Moura
Com a instituio do Programa de Educao pelo
trabalho em Sade (PEt-Sade), em 2008, foi criado na
Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) o PEt
Sade Gnero e Sexualidade (PEt SEx), tendo como
referncia para a atuao do grupo a Clnica da Famlia
Srgio Vieira de Mello (CFSVM), localizada no bairro
carioca do Catumbi.
O objetivo do trabalho a abordagem da sexualidade
humana de forma menos biolgica e medicalizante,
especialmente em atividades que contam com participao
de adolescentes. Os primeiros desafios foram ajustar as atividades do grupo de educao tutorial s dinmicas
prprias de uma unidade bsica de sade (UBS). Em
segundo, fazer com que o grupo funcionasse como uma
equipe, com aes coordenadas e objetivos claros.
O trabalho buscou orientar os participantes do
programa para a abordagem da sexualidade em situaes
que apontam para novas configuraes sociais, tais como: gravidez na adolescncia, iniciao sexual precoce,
disfuno ertil, adolescentes com preocupaes
estticas em funo de leses faciais decorrentes da sfilis secundria etc.
As atividades envolveram acadmicos de medicina
(residentes de medicina de famlia e comunidade que
j atuavam na clnica da famlia) e a prpria equipe
multiprofissional da unidade. Um dos resultados foi a criao de um curso de educao a distncia com durao
de seis semanas e com utilizao da plataforma do
Telessade, em que os profissionais formados passavam a atuar, em duplas, como facilitadores na conduo de
novo grupo de formao.
TTulo Do rElATo: ElOS COlEtIVO: UM DESPERtAR PARA A PRtICA DA
CIDADANIA
AuTorAS: Bianca Niemezewski Silveira, Bruna Pedroso thomaz de Oliveira, Fabiane Elizabetha de Moraes Ribeiro e Julia leffa Becker Schwanck
O Elos Coletivo, movimento estudantil em sade, surgiu
a partir da participao de alguns acadmicos em uma
edio do projeto Vivncias e Estgios na Realidade do
Sistema nico de Sade (VER-SUS/Brasil), realizado em
Porto Alegre (RS), em julho de 2012. O primeiro objetivo era
organizar a edio seguinte do projeto no estado, mas o
grupo continuou unido e ampliou o leque de aes.
Desde ento, o trabalho resultou em rodas de conversas
nas universidades, construo do I Frum VER-SUS
Metropolitano/RS, capacitao de facilitadores locais,
seleo formativa de viventes, reunies com gestores etc.,
sempre buscando a reflexo a respeito da sade como direito social.
O grupo constitui-se em trs eixos de trabalho: a Executiva
de Estudantes no Controle Social em Sade (ExeCOSS),
que divulga informaes sobre controle social e busca a
insero de estudantes em espaos sociais democrticos; a
Executiva para Formao Ampliada em Sade, que atua em
espaos acadmicos fomentando discusses sobre sade
pblica e SUS; e a Comisso local VER-SUS, que participa
do planejamento e organizao do projeto na regio
metropolitana de Porto Alegre.
O grupo mantm reunies quinzenais, das quais participam
ativamente pelo menos 12 acadmicos, abrindo um leque de
cerca de 35 pessoas que dialogam de forma permanente e
participam de aes externas. As aes so informadas por
e-mail, para uma lista com aproximadamente 200 contatos,
inclusive de professores e gestores, que participam das
aes conforme demanda do coletivo.
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UNIDADE BSICA DE SADETTulo Do rElATo:AtUAO DA RESIDNCIA INtEGRADA EM SADE POR MEIO DA INSERO DA RODA DE GEStO MENSAl EM UMA EQUIPE DA EStRAtGIA DE SADE DA FAMlIA
AuTorES: Amanda Peres lustosa, Hadassa tavares leandro, Jos Auricelio Bernardo Candido, Juliana Quintino Pinheiro, Mnica Silva Cavalcanti e Monique lima Marques
Os participantes do programa de Residncia Integrada
em Sade (RIS) de Horizonte (CE) introduziram, na
rotina mensal da unidade de sade Vila Nascimento, as
rodas de gesto, que possibilitaram o desenvolvimento
da organizao do processo de trabalho, estimularam
prticas colaborativas e se tornaram espao de educao
permanente para a equipe. O programa de residncia
ofertado pela Escola de Sade Pblica do Cear (ESP/
CE), que busca formao orientada pelos princpios do
SUS, observando necessidades e realidades locais.
Os encontros mensais, dos quais participaram tambm
os profissionais no residentes da unidade, comearam pela identificao de situaes-problema, atividade para a qual foi utilizada a matriz FOFA (Foras, Oportunidades,
Fraquezas e Ameaas). Essas situaes-problema foram,
em um segundo encontro, hierarquizadas por meio da
matriz GUt (Gravidade, Urgncia e tendncia).
Mais adiante, na terceira reunio, os participantes
buscaram possibilidades de interveno, considerando
componentes como: recursos/insumos, atividades,
produtos, resultados e impactos. Aps trs encontros,
as rodas de gesto j apresentaram resultados, com a
criao de quatro grupos (Vida Saudvel, Sorrindo para
Vida, um grupo de gesto e um de terapia comunitria),
alm de uma atuao mais eficaz no Programa Sade na Escola.
TTulo Do rElATo: AtUAO DA RESIDNCIA MUltIPROFISSIONAl INtEGRADA EM SADE DA FAMlIA EM UMA RDIO COMUNItRIA DE RECIFE (PE)
AuTorAS: Adriana Srvula Fernandes Cunha de Vasconcelos, Adrienny Nunes da Silva tavares, Alana Diniz Cavalcanti, Carolina de Moraes Rgo Guedes, Christiane Maria Oliveira Cabral, Dara Andrade Felipe, Gicely Regina Sobral da Silva, Karla Adriana Costa, luanna Kattaryna Penha de Arajo, Marina Bessi Fernandes, Marina Fencio Batista
Desde 2012, os residentes multiprofissionais em Sade da Famlia da Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE) usam a rdio comunitria Mori como estratgia
para fazer comunicao em sade, no bairro de Dois
Unidos, rea adstrita de abrangncia da Unidade de Sade
da Famlia Alto do Capito, em Recife (PE).
O trabalho realizado tem como objetivo descentralizar
o conhecimento para a comunidade, proporcionar um
momento de educao em sade para a populao
beneficiada e conhecer as potencialidades de programas em rdios comunitrias. tudo comea com uma reunio
mensal de planejamento para seleo dos temas e
responsveis de cada atividade, sendo que j foram
trabalhados os seguintes temas: amamentao; cuidados
com animais domsticos; cuidados com o recm-nascido;
Dia Internacional da Mulher; diabetes; direitos dos usurios
e controle social; conferncia de sade; hidratao
no vero; luta antimanicomial; meio ambiente; plantas
medicinais; sade auditiva; e sade vocal.
Nas penltimas sextas-feiras do ms, no turno da
manh, so realizadas atividades com foco na promoo
da sade e preveno de agravos para a populao. O
formato do programa baseado em explanao do
assunto abordado, questionamentos do locutor e de
esclarecimentos pelo residente responsvel, alm da
participao dos ouvintes.
Para os residentes, uma maneira de disseminar
informao comunidade a utilizao de mdia coletiva.
Assim, por meio da rdio comunitria, possvel servir
populao, prestando servios de informaes e de
utilidade pblica para os indivduos que residem nas
imediaes da rdio.
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UNIDADE BSICA DE SADE TTulo Do rElATo: INtEGRAO UNASUS x tElESSADE NO APOIO AOS MDICOS DO PROVAB EM SO lUS DO MARANHO
AuTorES: Ana Emlia Figueiredo de Oliveira, Humberto Arajo Serra e Walquria lemos Ribeiro da Silva Soares
A partir da identificao da necessidade e oportunidade de reforar a formao dos mdicos oriundos do Programa
de Valorizao do Profissional da Ateno Bsica (PROVAB) em Ateno Primria Sade (APS), foi realizado, em
agosto de 2013, o curso introdutrio para utilizao da
plataforma telessade Brasil Redes.
A ao de educao permanente tinha como objetivo
a capacitao para o uso adequado da plataforma do
telessade e foi planejada pelo Ncleo de telessade do
Hospital Universitrio e pela UNA-SUS/UFMA. As etapas
do processo foram a elaborao do projeto inicial para o
curso de capacitao; chamamento e seleo dos mdicos
do PROVAB So lus (MA); e execuo do treinamento na
plataforma do telessade Brasil em local adequado, com
conectividade e equipamentos suficientes para suprir as demandas da ao educacional.
A experincia foi realizada pelas entidades que atuam no
mbito estadual, no entanto a atividade foi planejada para
uma ao no plano municipal, sendo assim, UNA-SUS-
MA coube a tarefa de realizar o chamamento aos mdicos
participantes do PROVAB, atuantes na capital maranhense,
e reforar a importncia da participao efetiva de todos os
convocados por meio de mensagens e avisos disparados
pela plataforma utilizada para a educao permanente
deles. Por sua vez, o Ncleo do telessade do Hospital
Universitrio ficou encarregado pela parte terica e prtica do curso. Um dos primeiros desafios enfrentados foi a prpria parceria institucional, alm da participao efetiva
dos mdicos do PROVAB.
TTulo Do rElATo: A INtERVENO DO PISCA-PISCA: QUANDO A SADE tENtA POSSIBIlItAR A PRxIMA PISCADA
AuTor: tiago Pereira de Souza
Cada pisco um dia. Pisca e mama; pisca e anda; pisca e brinca; pisca e estuda; pisca e ama; pisca e cria filhos; pisca e geme os reumatismos; por fim pisca a ltima vez e morre. E depois que morre? Perguntou o Visconde. Depois que morre, vira hiptese.
Monteiro lobato
Inspirando-se no trecho em epgrafe, retirado do livro
Memrias da Emlia (1936), de Monteiro lobato, entende-se que, de certo modo, o profissional de sade perpassa as diferentes piscadas na vida dos sujeitos em seus
processos de desenvolvimento e envelhecimento.
A experincia aqui relatada aconteceu na poro leste
da cidade de Santa Maria, prxima Faixa Nova de Camobi,
local conhecido como Maring, que abrange vrios
bairros. A interveno foi realizada pelos profissionais da residncia multiprofissional na equipe de Sade da Famlia (eSF) Maring, juntamente com professores das escolas
de educao infantil e ensino fundamental e moradores
da comunidade.
O foco do trabalho residiu no cuidado da sade na
infncia e a interveno teve por objetivo proporcionar
atendimento integral aos usurios dos servios de sade.
Nos espaos escolares, foram promovidos encontros
que, alm de possibilitarem o monitoramento da sade,
permitiam a divulgao de informaes a respeito da
sade, o planejamento das aes para o territrio adstrito
e a socializao das aes e demandas da comunidade.
Entre as aes desenvolvidas, o grupo de mes e gestantes
tornou-se importante dispositivo de promoo, preveno
e educao em sade, assim como permitiu reflexes sobre a vida, a ampliao da autonomia e a criao de uma
rede de apoio social.
A ao auxiliou na mudana de indicadores em sade,
como o aumento de consultas de pr-natal, puericultura,
cobertura vacinal, coleta de exame citopatolgico, bem
como na preveno da violncia e de agravos sade.
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UNIDADE BSICA DE SADE
TTulo Do rElATo: PROCESSO DE tERRItORIAlIzAO USF CHICO MENDES, RECIFE (PE)
AuTorAS: Ana Carolina Dantas, Brbara Calbria, Evelyn Siqueira, luana Maria Rotolo , Manuela Salazar e Marlia Vital
O processo de territorializao uma etapa fundamental
que os residentes da Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE) desenvolvem ao ingressar no campo das unidades
de Sade da Famlia (USF). um momento dedicado
investigao etnogrfica para identificar os atores sociais, os cuidados sade e os equipamentos sociais
da comunidade; conhecer o modo de vida dos usurios;
analisar os dados obtidos no Sistema de Informao da
Ateno Bsica (SIAB); captar dos profissionais e usurios a experincia de trabalhar e viver nessa comunidade; e
construir o mapa do territrio.
Durante o processo, promoveram-se: i) visitas para
observao da dinmica do territrio e da lgica de
trabalho das equipes da USF; ii) entrevistas com os
usurios; iii) levantamento bibliogrfico para obter informaes sobre a comunidade; iv) grupos focais com a equipe e usurios idosos para apreender suas vivncias e
dificuldades; v) mapeamento para identificao dos fixos e fluxos; e vi) anlise dos dados do SIAB, para averiguar a situao de sade da comunidade.
O trabalho teve como resultado um diagnstico das
reas adscritas pela USF Chico Mendes/ximbor, levando-
se em considerao os aspectos geogrfico, econmico, social, religioso e cultural.
Alm de constiturem uma ferramenta a mais
para o planejamento de aes de sade, as aes
de territorializao favorecem a participao e a
comunicao dos usurios, fortalecendo o vnculo destes
com os profissionais de sade.
TTulo Do rElATo: VIVNCIA DE UM EStUDANtE DE MEDICINA NA AtENO BSICA tERESOPOlItANA
AuTorES: Pedro Henrique Martins de Oliveira e Joo Pedro Carvalho
A situao delicada que se imps para a comunidade
aps a tragdia de 2011 na regio serrana do Rio de
Janeiro impeliu estudantes de medicina a tentarem ajudar
a resgatar a cidadania dos moradores do local.
logo no primeiro perodo do curso, a sade da criana
o eixo temtico principal trabalhado pelos estudantes
de medicina. Assim, focando na populao do Bairro
do Caleme, eles puderam conhecer de perto a vida das
crianas atendidas.
Por meio de um projeto de extenso, no segundo semestre
de 2012, o trabalho teve incio em uma creche que abrigava
crianas de at 5 anos. As atividades tinham carter ldico.
Assim, por exemplo, a primeira interveno, que tinha como
tema a pediculose, consistiu na apresentao de uma pea
teatral para ensinar as crianas a utilizar um xampu caseiro.
No roteiro da pea, o xampu era a poo mgica. A adeso
das crianas foi total. Outros temas trabalhados foram:
tratamento e preveno de cries; higiene pessoal; medidas
antropomtricas; e tratamento e preveno de verminoses.
J no primeiro semestre de 2013, o foco das aes
dos estudantes se voltou para os adolescentes de 10-15
anos que frequentavam a Obra Social Maria Eugnia.
Nesse caso, a estratgia utilizada foi a interao com os
adolescentes por meio da realizao de palestras sobre
os seguintes temas: drogas; puberdade e mudanas
no corpo; sexualidade e contracepo; DSts e higiene
pessoal; e bullying e incluso social.
O projeto implantou uma nova maneira e intervir na
comunidade, de forma humana e integrada. Se a classe
mdica no pode resolver os problemas da sade sozinha,
pode ao menos transmitir a mensagem que o mais
importante no olhar a doena em si, mas sim a pessoa
como um todo.
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36 Revista BRasileiRa Sade da Famlia
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UNIDADE BSICA DE SADE
TTulo Do rElATo: Yoga NA UNIDADE DE SADE DA FAMlIA POO DA PANElA: DESPERtADO A AUtONOMIA DO CUIDADO E A RESPONSABIlIDADE SOBRE SI MESMO
AuTorA: Daniela Rodrigues Mendes da Silva
A fisioterapeuta Daniela faz parte do Ncleo de Apoio s Prticas Integrativas de Recife. Desde julho de 2012,
orienta um grupo de yoga, ofertada s usurias da
Unidade de Sade da Famlia do Poo da Panela, com
encontros semanais em uma igreja da comunidade.
O grupo foi formado pelos agentes comunitrios de
sade (ACS) vinculados unidade, que mobilizaram
usurios e at encontraram um local para a prtica na
comunidade, j que na UBS no havia espao disponvel
para tal. Com o transcorrer dos encontros, as prprias
usurias sim, todas mulheres, apesar de a prtica
tambm ser aberta aos homens encontraram novo local
para as aulas e adquiriram material necessrio, como o
tapete usado para as posturas deitadas. Mesmo assim, a
fisioterapeuta adapta algumas posturas com cadeiras.O grupo aberto, com presena de 10 a 15 pessoas a
cada prtica. todos que se integram a ele preenchem um
questionrio, aplicado com intuito de colher informaes
gerais sobre qualidade de vida, hbitos, doenas e uso de
medicamentos.
Os encontros comeam com uma conversa, em
que cada participante conta, livremente, como est se
sentindo ou os fatos ocorridos na semana que alteraram
a condio de sade. As usurias tm relatado melhora
de dores e da ansiedade, alm de melhor percepo do
corpo e sensao de bem-estar a cada vivncia, como
atesta a usuria Sofia Sebastiana: Com os exerccios, j me sinto melhor do cansao das pernas, o meu caminhar
melhorou, as dores da coluna aliviaram consideravelmente
e eu estou me sentindo muito feliz.
TTulo Do rElATo: AURICUlOPUNtURA E PRtICAS SAUDVEIS PARA PERDA DE PESO NA AtENO PRIMRIA SADE
AuTorES: Cristiane de Andrade Serra Sca, Gilcele Marlia da Silva, Isabella Joyce Silva de Almeida, Jeov Hallan de Medeiros, Rogelia Herculano Pinto e tasa Figueira Silva
A utilizao de prticas integrativas e complementares
(PICs) para ajudar nos processos de emagrecimento e
reeducao alimentar na Unidade Bsica de Sade do
Jardim Ipiranga, em Vitria de Santo Anto (PE), surgiu
a partir de um projeto de extenso promovido pela
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Uma equipe multiprofissional formada por nutricionista, educador fsico, fisioterapeuta, psiclogo e enfermeiro desenvolveu o trabalho no grupo Vida
Saudvel, composto por dez obesos selecionados no
territrio pelos agentes comunitrios de sade.
O trabalho comeou com reunies semanais, ao longo
de trs meses, nos quais a equipe organizou palestras e
rodas de discusso, tendo como tema no s a medicina
tradicional chinesa mas tambm estilos de vida saudvel e
a alimentao adequada para o emagrecimento. Ao longo
desse perodo, foram solicitados os exames necessrios,
aferidas as medidas e o ndice de massa corporal (IMC) de
cada integrante do grupo.
Para avaliar a eficcia do uso da auriculopuntura associada pulsologia e avaliao da lngua, apenas
cinco dos integrantes se submeteram a essa parte do
tratamento, os demais formaram o grupo controle. Ao final de 15 sesses de auriculopuntura, verificou-se que houve perda significativa de peso e melhora na autoestima dos pacientes. No grupo controle, houve algumas desistncias,
o que no ocorreu no grupo teste.
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UNIDADE BSICA DE SADE
TTulo Do rElATo: CENtRO DE REFERNCIA EM PRtICAS INtEGRAtIVAS
EM SADE (CERPIS)
AuTor: Marcos Freire
O Cerpis teve incio em 1983, com o plantio de um
canteiro de ervas medicinais no terreno do Hospital
Regional de Planaltina, cidade mais antiga do Distrito
Federal, com 150 anos de histria, localizada a 48 km de
Braslia e com populao de cerca de 200 mil habitantes.
Ao longo desses mais de 30 anos, os servios oferecidos
pelo Cerpis foram ampliados e diversificados.Hoje, o centro conta com local prprio para atendimento
mdico nas reas de homeopatia, fitoterapia, acupuntura, antroposofia e psicologia. Com o crescente interesse da comunidade pelas aes desenvolvidas, foram criados
grupos de educao em sade, como os de automassagem
chinesa, lian gong, tai chi chuan, autoconhecimento,
alimentao integral, xaropes caseiros, entre outros.
O local possui duas tendas de 100 m2 e uma rea
circular de
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