revista balaio #1
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26
20pág.
ComunicaçãoDe bruxo a doutor
24pág.
DesignOlhe atentamente
ao seu redor
40pág.
WebO poder das
mídias digitais
26
26
Design como ferramenta estratégica
Editorial / Expediente
06Revista Balaio 07
m tempos de repensar estrategica-mente o Design, a Comunicação, a Gestão de marcas e as atuais redes de relacionamento, apresentamos a pri-meira edição da Revista Balaio. E nada
melhor para inspirar o título deste editorial do que o processo de Design desenvolvido pela IDEO®. Ao folhear as próximas páginas, você en-contrará projetos, conceitos, pessoas e histórias que não limitam o Design ao simples sentido es-tético, mas que o estendem a um papel funcional e de gran-de importância quando chega a hora de planejar, desenvolver e gerenciar trabalhos na área.
O foco desse processo é a ino-vação dentro de uma visão sistematizada e criativa, que tem como pontos centrais o ser humano, sua relação com o meio e a busca de soluções que equilibrem o pensamento fundamentado em dados e o pen-samento intuitivo. Deixando de analisar apenas as alternativas já criadas e projetando possibi-lidades não convencionais, mas essenciais às experiências positivas associadas ao dia a dia da sociedade contemporânea. A consequência dis-so é a geração de novos modelos de negócios, estratégias, serviços, produtos e tecnologias.
A discussão que esperamos iniciar aqui parte do conceito de Design como processo, que permeia todos os aspectos e fluxos do desenvolvimento e serve de ferramenta para projetar e monito-rar os pontos de contato entre as organizações e seus determinados públicos. A combinação
FELIPE GAMADiretor Executivofelipe@balaiodesign.com.br
desses pontos é que vai cooperar para formular e validar, por exemplo, a imagem da marca de uma organização. Porém, a maneira como ela será interpretada e apreendida pelas pessoas de-pende diretamente de como essa relação será construída.
De acordo com Robert Brunner e Stewart Emery – no livro Gestão Estratégica do Design (2010) –, “a marca não é o que você diz que ela é; é
o que dizem dela”. Não é pos-sível dizer aos outros o que sentir sobre sua marca. O que precisa ser feito é proporcionar a eles uma relação construtiva, de experiências efetivamente significativas. E é isso que pre-tendemos desenvolver nesse novo ponto de contato entre você, o Balaio e o mercado capixaba de Comunicação e
Design. Uma publicação que não seja o fim do processo, mas o princípio de uma troca de co-nexões e conhecimento.
DESCOBRIR _ INTERPRETAR _IMAGINAR _ EXPERIMENTAR _EVOLUIR _
PROPORCIONAR EXPERIÊNCIAS EFETIVAMENTESIGNIFICATIVAS
* Processo IDEO - Design Thinking of Education. Mais informações: www.ideo.com / www.designthinkingforeducators.com
balaiodesign.com.br
Felipe GamaDiretor Executivo
Designer formado pela Ufes com MBA em Gestão Empresarial pela FGV, é sócio-fundador do Balaio Comunicação e Design, onde ocupa o cargo de Diretor Executivo.
EDITOR
Willi PiskeDesigner
DESIGN
Jucimar S. RochaDesigner
CAPA
Chico RibeiroDiretor Comercial
Designer formado pela Ufes com MBA em Marketing pela FGV, é sócio-fundador do Balaio Comunicação e Design, onde ocupa o cargo de Diretor Comercial.
COMERCIAL
Rua das Palmeiras, 710, Ed. Santa Bárbara, Sl 401. Santa Lúcia, Vitória/ES.
Revista Balaio, nº 01, Ano 1, 2012.
Uma publicação do Balaio Comunicaçãoe Design, desen-volvida na disciplina de Projeto de Gradu-ação do curso de Desenho Industrial da Universidade Federal do Espírito Santo, sob a orientação da Profª. PhD Heliana Soneghet Pacheco.
ImpressãoGráfica GSATiragem:2.000 unidadesPapel da capa:Couchê fosco 230 g/m²Papel miolo:Couchê fosco 115 g/m² ISSN:2238-491X
Os artigos e anúncios, bem como todo o seu conteúdo de textos e imagens, são aqui publicadas sob direito de liberdade de expressão, sendo de total e exclusiva res-ponsabilidade de seus autores e anunciantes. É expressamente proibida a reprodução integral ou parcial da publicação, sem a prévia e expressa autorização do Balaio Comunicação e Design.
DADOS
Jofran LírioDiretor deDesenvolvimento Web
Designer formado pela Ufes com MBA em Marketing pela FGV é sócio-fundador do Balaio Comunicação e Design, onde ocupa o cargo de Diretor de Desenvolvimento Web.
ARTIGO
Mauro PinheiroProf. Universitário
Designer, formado pela ESDI/UERJ, doutor em Design pelo Programa de Pós-Graduação em Design da PUC-Rio. Professor do Departamento de Desenho Industrial da Universidade Federal do Espírito Santo.
ARTIGO
Wallace CapuchoDiretor de Comunicação
Jornalista formado pela Ufes com MBA em Marketing pela FUCAPE, é sócio-fundador do Balaio Comunicação e de-sign, onde hoje ocupa o cargo de Diretor de Comunicação.
DIRETOR DE REDAÇÃO
Hugo CristoProf. Universitário
Professor do Depar-tamento de Desenho Industrial da Univer-sidade Federal do Es-pírito Santo, Coorde-nador do Laboratório de Psicologia da Computação – LabPC/Ufes e Doutorando em Psicologia PPGP/Ufes.
ARTIGO
Heliana PachecoProfª. Universitária
Graduada, mestre e doutora em Design. Formada na PUC-Rio e com doutorado na Universidade de Reading - Inglaterra. Chefe e professora do Departamento de Desenho Industrial da Ufes. Coordena-dora do Laboratório de Design: História e Tipografia (LaD HT) e do Laboratório de De-sign Instrucional (LDI), ambos da Ufes.
ORIENTAÇÃO
Jocilane RubertAssistente de redação
REDAÇÃO
Lucas PinhelEstagiário de redação
REDAÇÃO
Luiz Alberto RasseliJornalista
REDAÇÃO
Tiago MorenoJornalista
REDAÇÃO
Priscilla MartinsDesigner
DESIGN
Kelly MataMídia e Produção
PRODUÇÃO GRÁFICA
Ítalo GalizaJornalista
REDAÇÃO
Jon ModDesigner
ILUSTRAÇÃO
Gabriela MalufDesigner
DESIGN
Carlos DalcolmoDesigner
DESIGN
Índice
08Revista Balaio 09
20pág
Case. Comunicaçãona área médica.
Curtas. Políticas públicas, cultura, comunicação e sociedade. Um pouquinho de tudo, de forma rápida e eficiente.
Infográfico. Um mundo mais sustentável e equilibrado. De que forma um Designer Gráfico pode contribuir com essa ideia?
10pág
A ideia de sustentabilidade
está tão longeque está virando
mesmo um modismo”.
Christian Ullmann@ullmann
Artigo. Mauro Pinheiro fala sobre a ampliação do campo de atuação do Design: de produtos e mensagens visuais a serviços e estratégias de comunicação.
Artigo. Sócio do Balaio Comunicação e Design, Jofran Lírio fala sobre as redes sociais: uma arma poderosa nas mãos das empresas.
16pág
18pág
36pág
38pág
12pág
Case. Uma loja de telefonia celular atravessando o Espírito Santo sobre quatro rodas. Conheça o projeto loja móvel da Vivo.
balaiodesign.com.br
Balaio. Conheça um pouco mais sobre nossa metodologia, serviços, equipe e fluxos de trabalho.
24
44
pág
pág
Case. Sinalização e ambientação.
Case. Branding.
30pág
Case. Espaço do Torcedor.
48pág
Artigo.Design do Futuro no Presente, por
Hugo Cristo.
53pág
40pág
Case.Mídias digitais.
A UNIÃOFAZ A ARTEA partir dos anos 1990, os coletivos artísticos e sua forma colaborativa de fazer arte ganharam força, contribuindo para o desenvolvimento, com base nos princípios de livre-cooperação e reciprocidade, além da união de vários profissionais, como designers, comunicólogos e artistas plásticos.
No Espírito Santo, por exemplo, o Coletivo Expurgação além de lançar suas criações, como o álbum Noaretério e o Cine Expurga, também disponibiliza sua sede para trabalhos de outros artistas. Do mesmo modo, o Coletivo Fora do Eixo, também presente em outros estados, ganhou destaque com o Festival de Música Livre, que, no ano que passou, reuniu 24 bandas independentes, locais e nacionais, em três dias de shows gratuitos e seminários onde se discutiu a relação da indústria musical com as novas mídias e as alternativas de cultura livre.
Dessa forma, os coletivos protagonizam uma grande mudança no cenário artístico capixaba, fomentando a produção cultural no estado e estimulando a democratização da arte.
Foto:Tiago Rossman
Tratamento:Carlos Dalcolmo
Autor:Jocilane Rubert
Caracteres:1000 caracteres
Coletivos e Comunicação
Curtas
10Revista Balaio 11
PARCERIASUSTENTÁVEL
Assim como Tim Burton e Johnny Depp no cinema, duplas de sucesso estão
espalhadas por todo o mundo. E há mais parcerias que prometem dar o que falar, como a da Colora Comunicação Visual
com a Nova Arquitetura Promocional. A primeira é especializada em produzir
peças diferenciadas de Comunicação Visual e a segunda é responsável por
projetar e construir criativamente stands para feiras e eventos. Unidas,
elas contribuem para a manutenção e o reforço positivo da marca e do
posicionamento de seus clientes no mercado.
Mas essa aliança vai além da comunicação. Ambas as empresas
estão aliadas também na busca pelo desenvolvimento sustentável. A Nova
elabora cada projeto conforme o perfil e a necessidade de seu cliente, mas
prioriza práticas sustentáveis de trabalho, desde a criação até a desmontagem do
stand. A preferência da empresa é por materiais orgânicos, recicláveis, de fácil reutilização e pelo uso de tintas à base de água. Além disso, todos os resíduos
e lixos recebem descarte adequado, através da separação e coleta seletiva.
Dessa forma também age a Colora durante todo o processo de produção e
instalação das peças.
Assim, as empresas harmonizam a estética do Design e a demanda
de seus clientes, com o objetivo de preservar os recursos naturais, em prol de uma sociedade com mais atitude e
consciência ambiental.
Autor:Jocilane Rubert
Caracteres:1000 caracteres
balaiodesign.com.br
Softwares:Adobe Photoshop cs4®
Fechamento:300 dpiImpressão OffsetCMYK38 cm x 26 cm
ormado em desenho indus-trial pela Faculdade de Arqui-tetura, Design e Urbanismo de Buenos Aires, Christian
Ullmann é Designer de Produto e expert em desenvolvimento de tra-balhos com a utilização de recursos naturais renováveis. Seus projetos de móveis residenciais e de escri-tório ganharam o mundo, receben-do prêmios na Itália, na Argentina e no Brasil, onde vive desde 1996, atuando também como consultor em companhias e instituições. Para ele, os designers precisam assumir o seu papel social guiados por uma verdadeira atitude sustentável; não
como um reflexo distorcido pelo modismo difundido por grandes empresas, mas pela real responsa-bilidade em desenvolver produtos com viabilidade socioambiental, sem ter como foco o mercado, nem a necessidade de vender mais ou conquistar determinado cliente. “A ideia da sustentabilidade está tão longe que está virando mesmo um modismo. E o nosso papel é não deixar que isso aconteça”, argu-menta Ullmann.
Christian Ullmann concedeu entrevista por e-mail em dois períodos distintos, entre agosto e dezembro de 2011.
“Pensar sustentávelé pensarno futuro”
Quem afirma e cultiva essa ideia é o designer argentino que chamou a atenção do mundo com seus projetos pró-sustentabilidade. Segundo Christian Ullmann, no entanto, ainda há muito o que pensar e discutir a respeito do assunto.
Christian Ullmann
Entrevista
Depois de 15 anos morando no Brasil, você consegue avaliar a evolução do design sustentável por aqui?
Ítalo Galiza jornalismo@balaiodesign.com.br
Passaram-se 15 anos e ainda não fazemos design sustentável, acredita? E, infelizmente, não estamos nem perto disso. Talvez hoje consigamos pensar, projetar na nossa ima-ginação formas sustentáveis de se fazer Design. Porém, na vida real, isso ainda não é possível. O sistema não está pronto. Aos poucos, avançamos com maior consciência, alguma nova tecnologia que reduz processos ou elimina materiais tóxicos. Olhando para trás, há 15 anos, éramos apenas alguns falando entre nós mesmos sobre o assunto. O que mudou é que hoje todo mundo fala, e isso é muito bom, mas também temos que aprender a escutar e filtrar o que é verdade daquilo que é só mentira ou marketing de uma ou outra empresa interessada em colocar mais um produto no mercado.
Christian Ullmann resudaca@gmail.com
O processo de criação sustentável exige mais técnica ou sensibilidade? Qual deve ser o foco de um designer que deseja uma visão de responsabilidade socioambiental?
Ítalo Galiza jornalismo@balaiodesign.com.br
Pensar sustentável exige mudar a forma de pen-sar o foco: não pode ser o mercado, não pode ser a necessidade de vender mais, não pode ser o desejo de cativar o potencial cliente. Pensar sustentável é pensar no futuro. Talvez isso fique mais claro quando se tem um filho, e os que são pais entendem esse sentimento de querer fazer todo o melhor possível por ele. Porque é o filho quem vai dar continuidade e desfrutar de tudo o que foi conquistado por uma geração ante-rior. Porém, o mercado não está pronto para ser desse jeito. Os interesses são muitos e contradi-
Christian Ullmann resudaca@gmail.com
Título:Myriad Pro Regular 28/31Myriad Pro Bold 28/31
Texto:Myriad Pro Regular 10/12
tórios. As empresas se esforçam por manter e/ou conquistar novos mercados com produtos que, na maioria das vezes, são pouco úteis e nós designers entramos nesse jogo “melhorando” o que a empresa faz: produzindo um projeto mais atraente, uma gestão mais competitiva, uma co-municação mais agressiva. Somos bons no De-sign, porém estamos longe de sermos bons na ideia de sustentabilidade. A sociedade necessita de muitas coisas básicas e nós seguimos focados em fazer produtos sofisticados para pequenos e exclusivos grupos sociais.
Autor:Ítalo Galiza
Caracteres:5500 caracteres
Diagramação:Carlos Dalcolmo
Diagramação:Felipe Gama
Mas de que maneira o design sustentável pode contribuir para a conscientização ecológica das pessoas?
Ítalo Galiza jornalismo@balaiodesign.com.br
Temos, aos poucos, ganhado espaço, divulgação e penetração na sociedade como um todo. Mas é importante fazer as coisas bem feitas, porque senão confundimos a opinião pública e tudo vira uma bagunça. Temos que ser mais criterio-sos e não utilizar desse argumento como ação de marketing. Plantar uma árvore, jogar uma embalagem multilaminada no lixo certo, ter um carro flex... tudo isso ajuda e é o mínimo que as empresas têm que fazer. Entretanto, nos confun-dem com divulgação e informações. Ainda seria melhor não comprar embalagens multilamina-
Christian Ullmann resudaca@gmail.com
O design sustentável ainda é interpretado como modismo pelas empresas e pessoas em geral?
Ítalo Galiza jornalismo@balaiodesign.com.br
A ideia da sustentabilidade está tão longe que está viran-do mesmo um modismo. E o nosso papel, como designers, é não deixar que isso aconteça. Pela profissão que escolhemos, temos compromisso com a so-ciedade e estamos no meio do processo entre empresários, fábrica e consumidores. Nossas escolhas e decisões de projeto mudam ou pelo menos influen-ciam o mercado. Somos nós quem escolhemos os materiais e processos. Nossos projetos po-dem ser todos artesanais, dando trabalho a muitas pessoas, ou mecânicos, realizados com duas
Christian Ullmann resudaca@gmail.com“A ideia de
sustentabilidadeestá tão longe
que está virandomesmo um
modismo.
Expert em desenvolver produtos com a utilização de recursos naturais renováveis
máquinas de último modelo im-portadas da China. Somos nós os geradores de opinião e temos credibilidade com a sociedade. Isso é uma grande responsabili-dade e temos que fazer bom uso dessa condição para colaborar no pensamento de um melhor futuro para todos.
Christian Ullmann
Entrevista
14Revista Balaio 15
das, que exigem uma complicada logística rever-sa para reciclar. É melhor uma bicicleta de 7 kg de ferro ou alumínio a um carro último modelo flex - todo eletrônico, com mais de uma tonela-da de ferro, plástico, vidro e parte elétrica. Pense o exagero no nosso dia a dia. Por exemplo, para transportar uma pessoa de 60 a 90 kg, necessi-tamos de uma tonelada de diferentes materiais movidas por um recurso natural não renovável. Na segunda década do século XXI, seguir pen-sando que a mobilidade pode ser resolvida com carros não é pensar no futuro.
Como tem se planejado e realizado a formação atual dos designers, no que diz respeitoao tema sustentabilidade?
Ítalo Galiza jornalismo@balaiodesign.com.br
Hoje a maioria das faculdades tem alguma matéria relacionada ao ecodesign e design social, mas isso não é suficiente. Pensar sustentável não é periféri-co, é central. Se a formação acadêmica realmente tem interesse em incorporar esses conceitos em sua grade curricular, os professores também pre-
Christian Ullmann resudaca@gmail.com
Que conselho você daria para o profissional que esteja realmente interessado em se especializar em design sustentável?
Ítalo Galiza
Temos que estar conscientes de que quando falamos de Design sustentável, estamos fa-lando de Design para a sustentabilidade. Não
Christian Ullmann
temos nada no mundo contemporâneo que possa transformar nossas ideias e projetos em produtos “sustentáveis”. O que podemos fazer é melhorar os produtos novos, se comparados com os anteriores, e este já é um bom caminho. A ideia não é “especializar-se” e sim incorporar as questões relacionadas à sustentabilidade em nosso dia a dia e nos novos projetos. Não temos outro caminho possível para o Design. A falta de recursos naturais e as condições ambientais nos exigem isso e nós temos que atender as deman-das da sociedade atual.
Além disso, novos conceitos, como o Design Thinking, estão sendo discutidos no ambiente corporativo. Você acredita que esse conceito pode direcionar designers e gestores para uma ação mais sustentável?
Ítalo Galiza jornalismo@balaiodesign.com.br
As definições utilizadas pelo Design Thinking são muito importantes. Na realidade, são as mesmas que já utilizávamos há 20 ou 30 anos. Hoje apenas ampliamos essas defi-nições para o Design como um todo. Acredito que as ações mais sustentáveis possam vir do Design Thinking, porém, é sábio destacar que essa é mais uma ferramenta do designer. Em resumo, somos nós, designers, que temos a possibilidade de escolha do que realmente queremos fazer: se é colaborar com a qualidade de vida da sociedade ou apenas beneficiar um cliente a vender mais um produto.
Christian Ullmann resudaca@gmail.com
balaiodesign.com.br
cisam entender que estão falando para poder re-passar aos alunos o que se tem de melhor e mais avançado em pesquisas, bibliografias e produtos de mercado. O aluno precisa ter instrumentos para diferenciar o que é marketing corporativo daquilo que realmente é uma inovação.
Diagramação:Gabriela Maluf
Coordenação:Felipe Gama
balaiodesign.com.br
Autor:Ítalo Galiza
Infográfico:Variações da FamíliaHelvética
A ampliação do campo de atuação do Design: de produtos e mensagens visuais a serviços e estratégias de comunicação
Mauro Pinheiro_Designer, formado pela
ESDI/UERJ, doutor em
Design pelo Programa de
Pós-Graduação em Design
da PUC-Rio. Professor do
Departamento de Desenho
Industrial da Universidade
Federal do Espírito Santo,
A ampliação do campo do atuação do Design
Artigo
18Revista Balaio 19
ma das mudanças mais interessantes no campo do Design nos últimos tempos foi a ampliação da abrangência de sua área de atuação. Durante muito tempo a atividade esteve ligada fundamen-
talmente ao projeto de artefatos. A própria instalação da Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI) – a primeira do Brasil e da América Latina espe-cializada na área – na década de 60 indica essa relação: as habilitações do curso oferecido pela escola eram em Projeto de Produto e Comunicação Vi-sual. Sendo a ESDI a primeira, inf luenciou as escolas subsequentes. Somente no início do século XXI começaram a surgir outras habilitações nos cursos de Design no Brasil – Design de moda e de mídias digitais, por exemplo. Uma consulta ao site da ESDI, no entanto, mostra como a visão da ativida-de ligada ao projeto de artefatos ainda existe. Segundo a página da Escola, “o Design, ou Desenho Industrial, é a área do conhecimento que trata do planejamento, da programação e do projeto dos objetos com os quais o ho-mem lida em seu cotidiano, assim como dos ambientes em que mantém seu espaço de vida”¹.
Essa relação com objetos e suportes definiu, em parte, a concepção do que é Design. Ao menos, era assim que o senso comum o definia até o século passado. William R. Miller delimita o Design como “o processo de pensa-mento que compreende a criação de alguma coisa”². O que tem ocorrido nos últimos anos é que essa “alguma coisa” a qual os designers se ocupam de criar tem se tornado cada vez mais abrangente – e em alguns casos, imaterial.
Na virada dos anos 80 para os anos 90, o discurso sobre o campo de atuação do profissional começou a incluir termos como “gestão” e “estratégia”. Embora durante muito tempo tenha se associado o termo “design” apenas a questões estéti-cas, sabe-se que a prática envolve muito mais do que dar uma aparên-cia agradável a produtos e sistemas de comunicação. De fato, nos últi-mos anos o Design tem se destacado como uma ferramenta fundamental de inovação, na resolução de proble-mas complexos. Mais do que pala-vras de efeito, esses termos indicam uma abrangência maior da área, não se limitando mais ao projeto de ob-jetos e produtos. Hoje, passamos a nos ocupar com o projeto de servi-ços, estratégias e experiências.
Podemos citar como exemplo o projeto desenvolvido pela consulto-
[1] Escola Superior de Desenho Industrial (ESDI): <http://www.esdi.uerj.br>[2] MILLER, William R. Definition of Design. Traduzido por João de Souza Leite, 1997. Versão original, 1988. Disponível em: <http://bit.ly/definition-of-design-DOC>. Acesso em: 1º de março de 2007.[3] Fuelfor: <http://www.fuelfor.net>[4] It’s not just about time! A fuelfor design exploration into the experience of waiting in healthcare: <http://issuu.com/fuelfor/docs/waitbook_pdf>.
balaiodesign.com.br
ria Fuelfor³, sediada em Barcelona. Com o mote “Wait...it’s not just about time!”, se propuseram a repensar a experiência de espera por aten-dimento médico4. Usando diversas técnicas de pesquisa, identificaram motivos de insatisfação nos pacien-tes em consultórios médicos e hos-pitais. A partir desse diagnóstico, chegaram a diferentes propostas: pensar sistemas de sinalização e ambientação possibilitando povoar o ambiente com informação rele-vante; repensar o espaço como uma questão cultural, proxêmica, desen-volvendo um mobiliário com nichos modulares, adaptável a cadeirantes, crianças e carrinhos de bebê; criar um aplicativo para telefone celular que administra o tempo de espera e fornece informações relevantes so-bre a consulta e sobre hábitos para promoção da saúde. A proposta pre-viu também uma nova abordagem
para o receituário médico, mais informativo e integrado ao aplicativo para telefone celular, para efetivamente auxiliar na administração dos medicamen-tos após a consulta. Como se vê, partindo de uma questão abrangente e complexa foi possível chegar a soluções que, em conjunto, promovem uma experiência distinta no que se refere à espera por atendimento médico – desdobrando-se inclusive no pós-atendimento. O projeto pode ser visto com mais detalhes no link ao final deste artigo.
Não por acaso, os grandes escritórios de Design no país passaram a se posicionar como agências, passando a oferecer um leque maior de serviços e competências. É comum que essas agências atuem na gestão da marca e estratégia de comunicação dos seus clientes. O Design de serviços é o mais recente campo de atuação sobre o qual as agências têm se debruçado. Essa ampliação surge como uma solução possível, estratégica e necessária frente aos problemas de um mundo cada vez mais complexo e dinâmico.
Ilustração:Jon Mod
Título:Nilland Bold 18/21,5
Texto:Nilland regular 9/11,5
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Diagramação:Carlos Dalcolmo
Observe placas, fachadas,
ícones e adesivos que são
parte do ambiente em que
você está agora. Feito? Ok. Agora pode se concentrar
na matéria.
bem provável que você nem tenha se ligado, mas tudo o que viu foi minuciosamente planejado e desenhado com um objetivo muito bem determinado: facilitar a sua rela-ção com o meio. Doses homeopáticas de design, em sua
forma mais concreta. Não foram poucas as definições utilizadas por pesquisadores
e profissionais da área com o intuito de classificar o ramo do Design responsável pela interação entre homem, informação e lugar. Há quem chame de programação visual, comunicação vi-sual, Design da informação, sinalização interna... A Associação dos Designers Gráficos (ADG), tentando por fim às divergências, definiu o campo de atuação como “Design Ambiental”.
Sinalização e ambientação
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24Revista Balaio 25
Em seu guia a ADG esquemati-zou a vertente em dois grandes seg-mentos: sinalização e ambientação. O primeiro, segundo a publicação, costuma ser implantado em “edifí-cios complexos, tais como shopping centers, supermercados, terminais de transporte, hospitais, museus, etc”. Sua principal tarefa é otimizar e, por vezes, até viabilizar o funcionamento desses edifícios, por meio de signos
nominativos legíveis e da propagação de informações que supram as neces-sidades de esclarecimento dos usuá-rios em circular por esse determinado espaço físico.
Na outra ponta da explicação, os projetos de ambientação são chama-dos de “Design Total” e consistem na concepção completa de um recinto
tótipos das principais peças a serem analisadas, pré-implantar e executar, além de total acompanhamento du-rante a fase de instalação. Um tra-balho árduo, mas que quando bem planejado, rende bons resultados. Partindo dessa cultura estratégica, o Balaio Comunicação e Design realizou projetos de sinalização e ambientação de importantes edifícios na Grande Vitória: o novo prédio da Petrobras, a sede da Polícia Federal, em Vila Velha, e as unidades de Vitória e Vila Velha da Faculdade Estácio.
por um designer: uma exposição, uma loja, um estande ou um local para abrigar um evento. Para o designer, só resta estar munido de conhecimento técnico e conceitual para discernir a melhor forma de desenvolver um pro-jeto desse tipo, em todas as suas fases de evolução.
De acordo com os arquitetos Nor-berto Chamma e Pedro Pastorelo, no livro “Marcas & Sinalização”, essas etapas dividem-se basicamente em: redigir a proposta, fazer o estudo pre-liminar, solicitar a execução dos pro-
Funciona mais ou menos como nessa matéria: fique atento aos sinais, caso contrário, você vai se perder.
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oi dos formatos, tipo-grafi a e cores já utiliza-das pela matriz da Fa-culdade, localizada no
Rio de Janeiro, que partiram os conceitos para criar o projeto de sinalização da Estácio Vitória. O grande desafi o do projeto foi adequar a identidade visual já existente às particularidades da fi lial que contratou o escritório. Esse fator, inclusive, infl uenciou as características dos materiais de ambientação – painéis pro-mocionais e banners de divul-gação dos cursos, por exemplo – que ganharam identidade pró-pria, com cores e diagramações padronizadas ao espaço.
A equipe de profi ssionais res-ponsável pelo projeto fez uma série de visitas técnicas para aná-lises de quantidade e variedade de peças que iriam compor a sinalização, além do fl uxo dos
alunos dentro da faculdade. “Fo-mos acompanhados e orientados por um interlocutor da unidade, que nos ajudou a nomear e iden-tifi car cada sala dentro do edifí-cio, além de juntos defi nirmos o que se apresentaria em cada banner e painéis”, explica Carlos Dalcolmo, um dos designers en-volvidos na realização do projeto que meses depois foi expandido à sede da Faculdade no municí-pio de Vila Velha.
O contato inicial com o am-biente antes de colocar a mão na massa é premissa de qualquer projeto de sinalização e foi utili-zado também no planejamento da sinalização feita para o prédio da Polícia Federal – regional Espí-rito Santo. O edifício, localizado em São Torquato, Vila Velha, tem 18 mil metros quadrados dividi-dos em seis pavimentos – com diferentes direções e diversidade
Caracteres:8000 caracteres
Jornalista:Ítalo Galiza
Sinalização e ambientação
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26Revista Balaio 27
de público circulante. Pensando nisso, o Balaio de-senvolveu uma metodologia para nomear, classifi -car, quantifi car e localizar cada uma das mais de 330 peças de sinalização criadas para o projeto; todas desenvolvidas com o objetivo de informar e orientar, de forma clara e precisa, os grupos de indivíduos de diferentes procedências geográfi cas e condições sócio-econômicas e culturais que se deslocam até a instituição em busca de dados e serviços.
“Além das visitas técnicas para conhecimento e medição, buscamos nas plantas do prédio as me-lhores localizações para inserção das peças. A par-tir dessa análise quantitativa, visitamos novamen-
te o local para conferir área por área a viabilidade de instalação da sinalização”, explica o gestor do projeto, Felipe Gama.
Segundo ele, a pesquisa por materiais para a produção e aca-bamento das peças também foi abrangente. “Utilizamos acrílico, aço escovado, adesivo de recor-te, entre outros. Após essa fase, foram criados os protótipos, se-
guidamente testados em escala real, tudo isso antes da produção e aplicação efetiva da sinalização, que fi cou a cargo de uma outra empresa licitada”, conta.
Para concluir essa etapa de planejamento e produção do projeto de forma completa e facilitar o serviço dos técnicos que dariam andamento ao trabalho, o Balaio produziu o Manual de Sinalização para a sede capixaba da Polícia Federal, contendo detalhada-mente o conceito, os procedimentos e critérios utilizados para a confecção das peças, bem como os elementos e materiais que foram necessários à correta instalação dos elementos componentes do sistema de sinalização.
Matéria:Frutiger LT 45 light 9,5/12,3
Legendas:Frutiger LT 35 light 7,5/11
Gráfi cos:Frutiger LT 55 roman 10/12
Fluxo baseado nas metodologias de Chris Calori (2007) e Joan Costa (1989), extraídas do livro “Design e sinaliza-ção” de Douglas D’agustini e Luiz antônio Vidal.
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que fica claro a par-tir de projetos como os da Polícia Federal e da Faculdade Está-
cio é que cada trabalho constitui um caso particular, com condi-cionantes funcionais, arquitetô-nicas, ergonômicas e ambien-tais próprias. Entre todos eles, porém, há uma característica equitativa: o fluxo de trabalho (em destaque no infográfico da página anterior).
A metodologia rígida e bem distribuída no processo de tra-balho, premissas dos dois proje-tos citados, também foi um dos principais, senão o maior, fator de influência sobre o projeto de Sinalização que está sendo desenvolvido pelo Balaio para o novo edifício da Petrobras, na Avenida Nossa Senhora da Pe-nha, em Vitória. “A sinalização não existe por si só. Ela é parte de algo maior e assim deve ser pensada. Por isso, alinhar os con-ceitos do projeto arquitetônico aos do sistema de sinalização é fundamental para atingir uma solução harmoniosa”, conclui Carlos Dalcolmo.
Agora olhe ao seu redor, mas olhe atentamente. Observe pla-cas, fachadas, ícones e adesivos que são parte do ambiente em que você está agora. Percebeu como tudo isso foi minuciosa-mente planejado e desenhado com um objetivo muito bem de-finido?
a análise do projeto arquitetônico é fundamental para alinhar os conceitos extraídos aos do sistema de sinalização, visando harmonizar o projeto.
Sinalização e ambientação
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28Revista Balaio 29
Tudo é documentado como forma de registro e um relatório é produzido para que se possa justificar escolhas e embasar todo o restante do projeto.
Todo o fluxo de circulação é avaliado inúmeras vezes e as rotas são vistoriadas antes que se defina a melhor localização de cada peça que compõe o sistema de sinalização.
o estudo dos materiais leva em conta algumas proprieda-des como resistência, maleabilidade e custo, sempre alinhan-do a escolha aos conceitos básicos do projeto.
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o acompanhamento no momento da aplicação é tão fundamental quando o desenvolvimento do projeto, para garantir que o melhor resultado seja alcançado.
ma pesquisa recente realiza-
da pela ToolBox TM, empresa brasileira de métri-cas e indicadores de Pontos de Venda, revelou um dado interessante. De acordo com o levantamento, de alguns anos pra cá, consumidores
em geral têm demonstrado um aumento considerável na percepção daquilo que se denomi-na como
“materiais de ponto-de-venda”. São displays, cartazes, banners, móbiles, adesivos e tudo o que torna a exposição de um produto melhor. Em 1998, o ín-dice que mede essa percepção
M ESPAÇO QUE É A CARADO TORCEDOR
PDV: Espaço do Torcedor
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30Revista Balaio 31
registrava 44%. Tempos depois, em 2010, o número saltou para respeitáveis 71%. De forma simples, a conclusão é uma só: nem só da pura e simples ex-posição de produtos ou de um bom atendimento vive uma loja. Hoje, mais que nunca, é preciso investir naquilo que al-guns chamam de atmosfera de compra. Trocando em miúdos, a comunicação visual, ilumina-ção, conforto e outros diversos elementos que estimulam as respostas emocionais e perceptivas do consumidor e afetam seu comportamento de compra.
Ainda em 2010, mesmo ano de divulgação da pesquisa, surgia, em Vila Velha, a loja Espaço do Torcedor. Locali-
ma loja ou o pedacinho de um estádio de futebol? Estratégia de Ponto de Venda diferencia a loja Espaço do Torcedor de suas concorrentes no ramo de artigos de futebol.
Nem só da pura e simples exposição de
produtos ou de um bom atendimento
vive uma loja.
Diagramação:Carlos Dalcolmo
PDV: Espaço do Torcedor
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32Revista Balaio 33
zada no Shopping Praia da Costa, o empreendimento nascia com ideias bem definidas. Hoje, diferentemente de grandes centros como Rio e São Paulo, a grande Vitória não dispõe de lojas especializadas em artigos para os amantes do esporte bretão. Camisas, shorts e acessórios podem ser encon-trados, sim, mas misturados a artigos de outras modalidades. Opções que fujam àquilo que é produzido pelos fornecedores oficiais de cada time, como artigos retrô, por exemplo, são achadas com dificuldade. A Espaço do Torcedor, então, surgia para servir, com qualidade e diversidade de pro-
dutos, os torcedores dos grandes times de futebol do país e ganhar a preferência do consumidor que antes procurava por este tipo de artigo em gigantes do ramo ou nas franquias autorizadas de seu time.
A forma encontrada para alcançar esses objetivos foi diferenciar-se dos concorrentes de um jeito criativo. Deixar a loja com a cara do torcedor. Trazer para dentro de alguns metros quadrados a emoção de uma partida: a vibração das torcidas, o clima dos vestiários, os gritos de guerra e a explosão de alegria por um gol marcado contra o maior rival. Estimular os sentidos do consumi-dor por meio de uma acolhedora atmosfera de compra e cumprir o objetivo de propiciar a ele uma experiência diferenciada na hora de adquirir o produto de seu time de coração.
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rojetar soluções para a loja se mostrou logo de início um desafio aos designers responsáveis pelo projeto de ambientação. “Pensávamos em grandes estruturas, mas tínhamos aproximadamente 27 metros quadrados e um universo de emoções para retratar, além, é claro, de pensar a questão da mobilidade e conforto dentro da loja”, explica o designer do Balaio Comunicação e Design, Carlos Dalcolmo, antes de completar: “A idéia de criar um ambiente que remeta ao estádio é ótima, mas se não for bem executada tende a tornar o ambiente carregado, com excesso de informações.”
Assim, a escolha dos elementos que ornamentariam o ambiente partiu do princípio de otimização dos espaços. Ao invés de totens, painéis e adesivos foram trabalhados sempre nas partes superiores do ambiente. O desloca-mento evita a perda de espaço e o citado excesso de informações onde deve haver a perfeita circulação de pessoas. Como num bom estádio, o conforto é privilegiado. No chão, mó-veis mórficos (que mudam de forma),
ROJETO
ensávamos em grandes estruturas, mas tínhamos 27 metros quadrados e um universo de emoções para retratar, além, é claro, de pensar a mobilidade e o conforto dentro da loja.”
34Revista Balaio 35
desmontáveis e abaulados, nas cores verde e branca, foram escolhidos por proporcionarem versatilidade à utilização dos espaços inferiores e por criarem um am-biente clean, não concorrendo com os multicoloridos artigos esportivos da loja.
Nos painéis está tudo aquilo que de fato move o esporte. As cores fortes e o movimento das bandeiras, o vermelho e o brilho dos sinalizadores, a vibração dos craques e o sentimento que torna o jogo adorado por milhões de pessoas ao redor do globo. No projeto desenvolvido pelo Balaio, o Espaço do Torcedor acaba sendo também o lugar do jogador. Retratos vibrantes de craques consagrados, estrelas mundiais do esporte, fazem o contraponto com a perspectiva de limpeza e funcionalidade adotada na parte inferior da loja. O uso de filtros nas imagens ajudou na construção do cená-
rio de sonho, movimento e euforia comum ao universo do futebol.
Experiência multissensorial
Nada parece mais óbvio do que o uso de grama sintética como piso em uma loja que comercializa artigos de futebol. A escolha é, de fato, simples, mas se mostrou um acerto por outros fatores além da referência ao espor-te. “O efeito da aplicação da grama sintética de boa qualidade sempre é uma agradável surpresa. Nesse caso, porém, se mostrou a melhor escolha pelo ponto de vista da durabilidade e
PDV: Espaço do Torcedor
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34Revista Balaio 35
1. e 2.
A organizaçãodos produtos priorizou a melhor estratégia de exposição.
3.
Todos os móveis foram projetados exclusivamente para o Espaço do Torcedor.
1
2
3 4
do preço”, explica Dalcolmo. Ao pisar a grama sintética, também entra em campo outro fator importante para a concepção de um PDV bem constru-ído: a experiência multissensorial. De-sign, nesse caso, também para o tato, e a possibilidade de se sentir pisando num campo de jogo.
O conceito também foi explorado com a instalação de monitores nos quais pode se ouvir e assistir partidas e lan-ces que transmitam a carga emocional pela qual o torcedor está sujeito quan-do vai assistir a um jogo no estádio. Nos provadores, painéis instalados do lado oposto aos espelhos trazem ar-
quibancadas ao fundo e microfones no primeiro plano. Quando o cliente veste a camisa e se olha no espelho, tem a sensação de ser entrevistado como é geralmente feito com o jogador de destaque em alguma partida.
O projeto foi finalizado em dezembro de 2010, durante a reta final do Campeonato Brasileiro de Futebol. O Es-paço do Torcedor foi inaugurado naquele mesmo mês e os esforços de diferenciação pela aplicação de estra-tégias de marketing e design deram resultados. Era só passar pela loja e perceber o intenso movimento. Hoje, Shoppings como o Mestre Álvaro, na Serra, também já tem um Espaço do Torcedor. Com o crescimento da percepção dos pontos de venda pelos consumidores, investir em PDV se mostra, de fato, a melhor estratégia de marca em um mercado saturado delas. Um verda-deiro gol de placa.
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4.
Os armários modulares permitem adaptação aos mais variados espaços.
5.
Todas as peças têm acabamento arredondado para evitar acidentes.
6.
O provador proporciona ao cliente a sensação de estar sendo entrevistado no gramado.
5
6
36Revista Balaio 37
PDV: Loja móvel da Vivo
Matéria especial
ma loja de telefonia celular e internet móvel com tudo que há de comum, desde aten-dentes até produtos e serviços à disposição
dos clientes. Até aqui, nada de muito diferente, certo? Agora coloque tudo dentro de uma van e saia percorrendo lugares com a sua “loja itinerante” sobre quatro rodas. Achou estranho ou inusitado? Pois essa é uma ideia que já saiu do imaginário de uma empresa.
Quem engatou esse conceito e caiu na estrada foi a Vivo, uma das maiores operadoras de Telefonia e Internet do país, que, com o projeto do Balaio Co-municação e Design, criou a Loja Móvel da Vivo. O intuito da ação era levar aos usuários do interior do Espírito Santo as novas tecnologias de transmissão de sinal para celulares, a GSM ou a 3G, que substi-tuíram a antiga CDMA.
Ao todo, nove cidades receberam a visita da loja móvel, bastando apenas a sua presença e uma abordagem diferenciada para chamar a atenção dos moradores. Mas a preocupação não era a de apenas “estar” nessas cidades. O objetivo da loja motori-zada também era o de proporcionar aos clientes a sensação de que estariam dentro de uma loja física da Vivo, com a mesma ambientação e identidade
SobrequatrorodasFoi assim que a Vivo pegou a estrada e levou até seus clientes novas tecnologias de transmissão de sinal para celulares.
municípios foram percorridos
mais de
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visual da empresa, mesmo com a van estacionada no meio da praça central do município.
A eficácia da ação pode ser vista em números: em 32 dias de duração, mais de 800 aparelhos foram trocados e, além disso, a loja móvel comercializou 170 planos da Vivo, 37 modens, 26 habilitações no Vivo Pré, 14 Programas de Pontos e cerca de R$ 2.400,00 em recarga.
Mas a Vivo não ficou apenas no comercial. Enquanto o “visitante diferente” esteve estacionado em cada uma das cidades pela qual passou, havia o incentivo para que a população local, em troca de brindes oferecidos pela operadora, levasse mantimentos até a Loja Móvel. Ao todo, mais de uma tonelada de alimentos foi arrecadada e repassada a 11 institui-ções beneficentes do Estado. Um belo número, não é mesmo?
A Loja Móvel foi uma ideia que deu certo e trans-portou, a cada cidade visitada, a comodidade e a praticidade dos serviços Vivo para centenas de clientes capixabas, além de oferecer carinho e mantimentos para quem necessitava. Em campanhas assim, ganham população e empresa, que agrega ainda mais valor à sua marca.
Ilustração:Carlos Dalcolmo
Autor:Tiago Moreno
Caracteres:2500 caracteres
Título:ITC Officina Serif 48/48
Texto:ITC Officina Serif 9,5/12,3
Cerca de R$
Mais deMais de
instituiçõesforam beneficiadas
Redes sociais: uma arma poderosa na mão das empresas
Jofran Lírio_Designer formado pela Ufes
com MBA em Marketing
pela FGV, é sócio-fundador
do Balaio Comunicação
e Design, onde ocupa
o cargo de Diretor de
Desenvolvimento Web.
Mídias sociais e o Design
Artigo
38Revista Balaio 39
ode se dizer que 2011 e 2012 foram os anos em que as grandes empresas entenderam a força e a abrangência das redes sociais para seus ne-
gócios. De simples ferramentas de suporte ao que era trabalhado nas páginas institucionais, redes como o Facebook, Twitter e Orkut passaram a ser vistas como um importante canal de comunicação entre empresas e seus consumidores e talvez o meio mais eficaz para a realização de promoções, ações interativas com clien-tes, além da divulgação de produtos e serviços.
As explicações para esse fenômeno são relativamente simples. A primeira passa pela quantidade de usuá-rios dessas redes. Somente o Facebook soma mais de 900 milhões deles. No Brasil, o número de adeptos da rede social criada por Mark Zuckerberg saltou de nove milhões em 2010 para 46 milhões em 2012. Um incrível aumento de quase 300%. E o número continua cres-cendo. O Orkut, apesar da queda de popularidade, ainda tem números expressivos: mais de 30 milhões de usuários. A segunda explicação diz respeito a compor-tamentos. As redes sociais tornam-se o espaço aonde todos compartilham seu dia a dia, gostos e afinidades por meio de mensagens, fotos, vídeos etc. Nas comu-
nidades, pessoas com interesses em comum se agru-pam. Nas Fan Pages, interagem com suas marcas e bandas favoritas de forma nunca antes vista. Dessa for-ma, ficou mais fácil saber o que o consumidor procura e preparar ações de marketing adequada a essa busca.
Acompanhando essa tendência, algumas empresas têm procurado o Balaio Comunicação e Design para desenvolver suas estratégias de entrada nas redes so-ciais. A franquia capixaba do Empório Bijux, empresa de bijouterias presente em mais de 12 estados brasilei-ros, começou seus trabalhos no fim de 2011 e queria divulgar sua marca e produtos nas redes sociais. O primeiro passo do planejamento era decidir com quem e como falar; de que forma transmitir os conceitos e atitude de usar Empório Bijux. O público não seria ou-tro senão a nova geração de meninas aficcionadas por moda, acessórios e esmaltes. O tempo é das It Girls, das blogueiras de moda, ícones de estilo de uma gera-ção que faz das redes sociais sua principal ferramenta na busca por novidades. A chave para a conversa nas redes sociais era trazer ao público tudo o que ele de fato procura: promoções, dicas de maquiagem, novi-dades sobre o universo da Moda, looks de famosas...
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tudo por meio de vídeos e fotos. Mais do que isso, mostrar como os acessórios do Empório eram itens in-dispensáveis para que as meninas ficassem ainda mais bonitas e antenadas às tendências.
Além de trabalhar o conteúdo e os produtos, outro pon-to fundamental foi a proximidade da marca com seu pú-blico. O tom da interação na rede era o de bate-papo. Assim era mais fácil descobrir o que os consumidores estavam achando da marca, dos produtos e se isso es-tava de fato gerando resultados para o Empório Bijux. Nesse contexto, também se fez essencial manter o foco na viralização, ou seja, fazer com que as pessoas espa-lhassem o conteúdo postado na Fan Page do Empório, amplificando o alcance do trabalho.
A ação durou todo o período do alto verão (dezembro, janeiro e fevereiro) e com menos de um mês de tra-balho, o modelo de divulgação dos produtos já havia se tornado referência para as outras lojas franqueadas. Hoje, quase sete mil pessoas já curtiram o Empório Bi-jux Vitória e sua Fan Page, e toda novidade postada na rede social resulta em aumento no f luxo de clientes que vão à loja à procura das novidades.
Estar presente nesse meio tornou-se uma questão estratégica. Assim como as empresas se planejam para lançar um produto, ter um bom plano de ação para as redes sociais evita possíveis fracassos e surpresas. No entanto, da mesma forma que são um importante aliado, as redes também podem jogar contra. Uma falha na comunicação reverbera como em nenhuma outra mídia, causando grandes estragos. Não custa lembrar do caso do consumidor Oswaldo Borelli, que em 2011 criou um vídeo e pos-tou no Youtube para reclamar de um defeito em sua geladeira, utilizando o Twitter como plataforma de apoio para o protesto. O vídeo teve mais de 820 mil visualizações e fez a marca figurar entre os Tren-ding Topics na época.
Com tantas possibilidades, se faz necessário estar bem preparado para usar as redes sociais como uma arma favorável a seu negócio. Muito além da divulgação institucional, essas ferramentas se torna-ram sinônimo de inovação e de real preocupação da instituição com seus públicos. E serão justamente essas instituições que ganharão a preferência dos consumidores nos próximos anos.
Ilustração:Jon Mod
Título:Nilland Bold 18/21,5
Texto:Nilland regular 9/11,5
1. Esquadrilha da Fumaça
A loja virtual tem como
plano de fundo as
manobras realizadas pela
equipe aérea.
2. NetleaderO site alinha a linguagem visual do dealer à da Vivo,
de forma equilibradae limpa.
O PODER DAS MÍDIAS DIGITAISAs páginas virtuais já assumiram o cargo de ferramentas estratégicas de comunicação.
onectado. Talvez seja essa a palavra que melhor descreve o mundo contemporâ-neo quando o assunto é comunicação.
Grande parte das coisas que precisamos, faze-mos e até mesmo pensamos está, de alguma forma, relacionada às novas tecnologias e à In-ternet. Fazer compras, assistir a filmes, ouvir mú-sica... Por meio de um smartphone, por exemplo, está tudo lá, a apenas alguns cliques de distân-cia. Já pensou escrever Arnold Schwarzenegger e não conferir a grafia no Google? Pois é, sua vovózinha não o tinha para nada.
Estar fora da “rede” hoje em dia é como viver dentro de uma concha, escondido do mundo. Ignorar o crescimento diário do número de in-ternautas é um equívoco. O poder de alcance da Internet e seu amadurecimento como ferramen-ta de comunicação transformaram as relações sociais, remodelando, inclusive, as ações das empresas e organizações, que enxergam na Web a possibilidade de convergir, inovar e reestruturar os laços afetivos construídos offline. Não é à toa que elas estão utilizando parte significativa de seus recursos para investir em marketing digital.
Muito além das expectativas de que as pla-taformas virtuais somente serviriam como ins-trumentos de celeridade e eficácia operacional, hoje elas ganharam status de ferramentas es-tratégicas, contribuindo para fortalecer o posi-cionamento de determinado empreendimento, além de funcionarem como um meio interativo e amplificador de resultados.
Em um de seus artigos, a especialista em marketing digital e e-commerce Sandra Turchi afirmou que estamos vivendo a “era do cliente interativo”. Segundo ela, a prova de que as rela-
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Mídias digitais
Case
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3. CommcellPioneira no conceito de loja corporativa, a Commcell precisava de um site que refletisse seu atendimento personalizado.
ções cliente-empresa se transferiram para a Web está no aumento significativo do número de vi-sitas aos sites das companhias de interesse, bem como o hábito de pesquisa online antecedente à tomada de decisões, seja para realizar compras de produtos, viagens ou fazer um curso. O hábi-to, segundo ela, atinge 85% dos internautas.
Na Internet, as distâncias encurtaram-se e qualquer empresa ou negócio pode ser locali-zado em segundos, o que contribuiu para des-burocratizar o elo com as pessoas e personalizar a forma de interação. Basta pensar que décadas atrás, para se conquistar e fidelizar clientes, era necessário abrir uma loja física em algum lugar que fosse pelo menos acessível ao público pri-mário. Na atualidade, porém, a cultura de con-sumo online torna-se mais do que uma tendên-cia de utilidade para as pessoas – por conta da comodidade e segurança proporcionadas –, mas também configura uma via alternativa para as organizações elevarem o engajamento de suas marcas.
Existe experiência mais intimista na web do que interagir com determinada empresa, marca ou serviço sem sair de casa? Foi voando alto que a Esquadrilha da Fumaça investiu em um siste-ma de e-commerce, desenvolvido pelo escritó-rio Balaio Comunicação e Design, possibilitando que qualquer pessoa adquira na rede os produ-tos oficiais da equipe de manobras aéreas. E essa “decolagem” virtual revelou-se o principal trajeto para que o grupo de pilotos da Força Aérea Bra-sileira (FAB) obtivesse meios eficazes de promo-ção e divulgação de seu trabalho. Esta é apenas uma amostra de um projeto desenvolvido para um público específico: pessoas, majoritariamen-te homens, que de alguma forma se interessam por esportes aéreos e se identificam com a mar-ca do tradicional esquadrão.
Entretanto, no meio virtual, a possibilidade de comunicação com diferentes grupos é infinita. Elas se dividem por necessidades particulares comuns e se aglomeram em nichos, nesse caso,
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Autores:Lucas PinhelÍtalo Galiza
Caracteres:9000 caracteres
Images:200 dpiCMYK
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Mídias digitais
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redes. Portanto, utilizar a Internet como um me-canismo de interação entre um determinado grupo e uma marca, permite criar experiências diretas com o público e, consequentemente, conquistá-lo através de um vínculo instantâneo e eficaz.
Outra ferramenta na qual empresas têm in-vestido é a página de cunho institucional. É ela quem exerce a função de porta de entrada ou o papel de cartão de visita das marcas no mundo virtual. Um exemplo disso são os sites produzi-dos pelo Balaio para os agentes autorizados da Vivo no Espírito Santo: Netleader, Curbani, Excell e Commcell.
De forma básica, é cumprido pelo bom fun-cionamento de um site institucional o trabalho de explicar claramente o conceito, o conteúdo, os produtos e os tipos de serviços prestados por determinada empresa.
A missão pode parecer simples, mas a página institucional carrega consigo uma enorme logís-tica e a responsabilidade de manter o bom en-tendimento e relacionamento entre a marca, os clientes e demais públicos interessados. Afinal, ser mal interpretado na Internet não é uma opção. O ruído de comunicação simplesmente não pode existir, em nome da boa imagem da instituição na web.
O site de uma instituição também pode abri-gar hotsites, funcionando como ferramenta de endomarketing. Foi o caso da Curbani, que de-senvolveu a campanha “Curbani Seis Estrelas”. A ação teve o intuito de tornar a empresa um dealer seis estrelas da Vivo, reforçada por duas ações promocionais: a Promoção “Amigo Vivo Empresas” – direcionada para o público externo como forma de incentivar as pessoas a indicarem amigos ou conhecidos a se tornarem um cliente Vivo Empresas/Curbani - e a ação “Milhas Premia-das Curbani” – restrita aos consultores de planos corporativos da empresa para estimulá-los a ul-trapassarem suas metas de vendas.
Para o internauta, saber filtrar o que aparece na tela, separando aquilo que é confiável do que é descartável, passa a ser primordial quando o as-sunto é informação. Ainda mais ao se tratar da pesquisa de um tema delicado, como uma do-ença, por exemplo. E nessas horas, através de um site, o modelo de uma história real de superação chega a novas casas e famílias, compartilhando sorrisos, lágrimas e, acima de tudo, conhecimento.
É o caso da mamãe Jeane Ferraz, que com o apoio da fonoaudióloga Karini Pirajá, quebrou o silêncio e abriu o coração para dividir com ou-tras pessoas a história do seu filho Heitor e sua Síndrome de Edwards, uma rara doença genética. Dessa união, nasceu o Cantinho do Heitor, lança-do em novembro de 2011 pelo Balaio. Um canal
“...utilizar a internet como um mecanismo de interação entre um determinado grupo e uma marca, permite criar experiências diretas...”
4. Curbani
Desenvolvido para divulgar
a campanha “Amigo Vivo
Empresas”, o hotsite foi sucesso
entre seu público alvo.
5. ExcellSite construído com o intuito de ser a porta de entrada da relação entre o cliente e a empresa.
6. Cantinho do HeitorO site, com características de blog, traz informações sobre a Síndrome de Edwards de forma humanizada.
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de diálogo, cidadania e informação para quem é deficiente ou cuida de pessoas com deficiência.
O site, com características de blog, apresen-ta histórias e memórias da mamãe do Heitor – desde o período de gestação até os dias atuais –, além de depoimentos de outras famílias, notícias, dicas e artigos de profissionais de diversas áreas, como fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas. “Diferente de outros sites direcio-nados a essa temática, a equipe do Balaio teve a sensibilidade para desenvolver o Cantinho do Heitor de forma diferenciada, pensando a iden-tidade visual e o conteúdo da página de maneira humanizada, acolhedora e lúdica”, afirma Jeane.
De uma página de caráter social a um site de compras, todos têm em comum o objetivo de chegar até o seu público de forma eficiente. E nada do que se vê ou se lê nos conteúdos dos sites deve estar lá por acaso. Saber usar positiva-mente o poder dessa mídia digital, em prol da sua empresa ou organização, ou mesmo contratar profissionais qualificados que façam isso da me-lhor forma para você é essencial para ampliar as possibilidades de resultados na era do “www”. Fi-que esperto, você pensa que não, mas já está de-pendente da Internet para quase tudo o que faz. Aliás, não saia de casa hoje sem guarda-chuva. O portal Climatempo disse que vai chover.
A apple é uma das poucas empresas que não carrega o nome em seu logo. No en-tanto, sua maçã é um das marcas corpo-rativas mais reconhecidas do mundo. O desenho é perfeitamente equilibrado e exibe sua estrutura matemática de forma sistematizada para permitir que o símbolo seja reproduzido de maneira fidedigna nos mais variados tipos de suportes gráficos.
Branding
Case
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ser lembrada pelos consumidores é um dos
grandes méritos de qualquer empresa. não
tem jeito. Em plena era da comunicação ins-
tantânea, do bombardeio de novas opções
e de diversas experiências disponíveis no
mercado mundial, a solução para o suces-
so de uma organização é se destacar entre
todas as outras possibilidades que estão ao
alcance. E mais. Isso deve ser feito de uma
maneira agradável e marcante. a imagem
de uma instituição é a conexão direta que
ela possui com seus diversos públicos.
VOCÊ ÉO QUEO PÚBLICOVÊ
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Seja onde for, semprea mesma empresaPara manter os padrões da identidade visual pen-sada para a sua empresa e com ela todos os valores pretendidos, independente do suporte, é recomen-dada a elaboração de um manual de Identidade Vi-sual, como o produzido pelo Balaio Comunicação e Design para os seus clientes.
segundo o designer Jucimar Rocha, o manual do Balaio é um dos mais completos do mercado ca-pixaba. “Buscamos referências em vários modelos existentes não apenas no Brasil, mas também em outros países, e organizamos as informações de forma simples e objetiva”, explica. além de todos os elementos necessários para a fiel reprodução da identidade visual de cada empresa, Rocha re-força que a publicação ainda conta com trechos de artigos e reportagens que buscam conscientizar o cliente sobre a importância da marca e os cuidados necessários no momento da aplicação.
É neste documento, produzido tanto na versão im-pressa quanto digital, que constam os itens para a aplicação de cada marca, como tipografia, padrões de cores, formas, a malha de construção da logo, re-duções possíveis e diversas versões de emprego em diferentes suportes, dentre outras características.
a identidade visual, como cabe frisar, quando bem elaborada e praticada corretamente por cada em-presa, é um dos principais mecanismos responsá-veis pela construção da imagem dessa organização. Isso porque ela agrega valor, reforça a marca e faz com que seja lembrada. não é à toa que enquanto os consumidores estão circulando por aí, e sendo tentados a optarem por outros belos e coloridos produtos e serviços, eles geralmente mantêm na memória uma primeira opção, uma marca forte.
Branding
Case
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uidar da imagem, hoje, é uma questão de sobrevivência na selva do mercado
globalizado. Por exemplo, uma logo forte e bem elaborada, parte integrante da identidade visual de uma empresa e crucial para o desenvolvimento da estratégia de branding – como ficou conhecido o trabalho de construção e gerenciamento de uma marca no mercado –, se tornou fundamental para a conquista do sucesso e também do espaço junto às preferências dos consumidores. Ela simboliza o visual da marca e desempenha um grande papel no estabelecimento de uma ligação emocional com o produto ou serviço.
mas não basta apenas ter uma logo, solitária e mal aproveitada por sua empresa. É importante agregá--la a todos os outros pontos de contato, como fol-ders, papelaria, vídeos, informativos impressos e online, site e outras mídias em geral. Esse processo auxilia na construção da credibilidade da organiza-ção junto aos seus diferentes públicos.
o diretor-executivo do Balaio Comunicação e De-sign, Felipe Gama, ressalta que a marca deve car-regar a personalidade, os valores e incorporar o espírito do que a empresa representa. “É importan-te que essas características sejam transmitidas de forma clara e atraente em mensagens que serão facilmente compreendidas pelos consumidores dos produtos e serviços oferecidos” afirma Gama, que também lembra que esse é o principal objetivo da estratégia de Branding.
Portanto, a marca deve conversar com diversos pú-blicos, seja o da própria organização, potenciais clientes, e até mesmo com quem não admira a em-presa, seja pelo motivo que for. Todo esse processo deve acontecer de uma maneira simples, direta e nos mais variados mecanismos de divulgação.
Além do detalhamento técnico do desenho do símbolo e do logotipo, dentre as demais especificações que devem constar nos manuais de identidade visual estão as de-finições das tipografias padrões e auxilia-res da marca, a paleta de cores institucio-nais, os grafismos e padrões de aplicação dos elementos gráficos e alguns exemplos de aplicação da marca em diferentes tipos de suportes. Essas definições, se seguidas adequadamente, visam a garantir a inte-gridade da marca e seu reconhecimento diante do público.
Diagramação:Priscilla Martins
Coordenação:Felipe Gama
Softwares:Adobe Photoshop cs3Adobe Indesign cs4Adobe Illustrator cs3
Fechamento:300 dpiImpressão OffsetCMYK
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Títulos:ST Marie Thin 36/43,2
Subtítulo:ST Marie Thin 20/24
Matéria:Linotype Tetria 10/12
Box:ST Marie Thin 7/8,4
Autor:Tiago Moreno
Caracteres:4500
Título:St Marie Thin 20/24
Texto:LT Tetria Light 10/12
Autor:Tiago Moreno
Caracteres:4500 caracteres
Diagramação:Priscilla Martins
Nos últimos anos, pudemos observar um crescimento relevante no interesse de empreendedores, investido-res, gestores e empresários brasileiros pelo potencial transformador do Design. De elemento cosmético à estratégia central de diferenciação competitiva, o Design evoluiu de uma abordagem específica para a concepção de produtos para um método universal de solução de problemas em todas as áreas: Design Thinking, Service Design, inovação aberta e colabo-ração são as atuais palavras de ordem dos executivos.
Apesar do discurso do Design do Presente ser ex-tremamente sedutor para gestores e investidores em busca de ar fresco em tempos de crise econômica, é com o Design do Futuro que devemos começar a nos preocupar. Tais crises vieram acompanhadas de mu-danças importantes, e não menos drásticas, no com-portamento dos consumidores – tudo aquilo que não é honesto, justo ou socialmente responsável torna-se alvo de ataques online e off line, mobilizações, levantes e ocupações populares como há muito tempo não se via. As organizações estão tentando vender experiên-cias ao invés de produtos, mas não necessariamente estão preparadas para enfrentar os desdobramentos
afetivos de uma relação que migrou de uma avalia-ção funcional (“Esse produto me atende?”) e passou a ser integralmente pautada por seu valor simbólico (“Essa marca me completa?”). A dimensão emocional do consumo não é novidade para ninguém, e assim mesmo gestores e planejadores surpreendem-se com as respostas passionais das pessoas no primeiro sinal de dificuldade com uma marca.
Num país como o Brasil, com tantas assimetrias re-gionais e tanto por ser feito, experiência e emoção também são o modus operandi do acesso ao con-sumo: da “Minha casa, minha vida”, passando pela “Dedicação total a você”, todos somos parte de uma família que empresta, financia e parcela, garantindo igualdade de oportunidades ao ter, condição fun-damental para o ser. Vender experiências, projetar modos de vida, construir histórias significativas no imaginário de um mercado de consumo em expan-são são novos campos de trabalho férteis para os De-signers do Presente. No entanto, as experiências re-centes de outras nações orientadas pelo consumismo já anunciaram os problemas que enfrentaremos muito em breve, se o Design do Futuro não tiver como meta
O Design do Futuro,no Presente
Hugo Cristo_Professor do Departamento de Desenho Industrial da Universidade Federal do Espírito Santo, Coordenador do Laboratório de Psicologia da Computação – LabPC/Ufes e Doutorando em Psicologia PPGP/Ufes
O Design do Futuro no Presente
Artigo
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de longo prazo algo mais do que o comércio eficiente de sensações.
Mais do que formar um mercado de consumidores, um país precisa desenvolver cidadãos capazes, inclusive, de consumir, mas de forma consciente, sustentável e efetivamente significativa. Essa parece ser a primeira grande contradição do Design do Presente: na origem, todo o discurso dos Design Thinkers é baseado na ética e respeito pelo outro – de Victor Papanek a Tim Brown. Curiosamente, o conjunto de ferramentas e mé-todos elaborados tendo a autonomia do sujeito como fio condutor é utilizado para abrir contas em bancos, ven-der refrigerantes e maquiagem. Não há nada de errado nisso, desde que esses não sejam os únicos cenários da revolução que se faz necessária no Brasil.
Uma segunda contradição relevante é o distanciamen-to. O Design do Presente se orgulha de propor uma aproximação com o usuário, promovendo a etnografia a status de estratégia inovadora de projeto. Qualquer estudante de Design sabe, ou pelo menos deveria sa-ber, que não há projeto sem usuários. Guardadas as devidas diferenças de abordagem sobre como esse
usuário faz parte do processo, não há nada de novo em um designer que veste a roupa do outro – a tal “empatia” que desperta emoção no coração de tantos gerentes de marketing. A leitura que eu faço dessa in-coerência é que, na prática, os designers do mercado distanciaram-se dos seus princípios fundamentais em decorrência das pressões desse mesmo mercado que, por estar tão preocupado em vender experiências, se esqueceu de aprender com elas. Vestimos a roupa do outro para vender uma calça nova para ele, não para compreendê-lo. O episódio célebre do designer que foi contratado para redesenhar uma embalagem de chocolates em barra e apresentou uma barra de ce-reais como melhor solução, mostra o quanto ainda precisamos aprender sobre os cuidados e respeito a esse outro.
Por fim, a terceira contradição é sócio-histórica. O De-sign do Presente se diz conectado, intimamente rela-cionado à realidade das pessoas contempladas por suas realizações. Todo produto de uma determinada cultura material é produto e produtor da realidade, querendo seus designers ou não. A questão, portan-to, não são as conexões, mas os agenciamentos: esse
Ilustração:Jon Mod
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Texto:Nilland regular 9/11,5
design empático e orientado à experiência não apenas promete como também entrega. De nada adianta se-duzir e despertar desejos do século XXI se as inten-ções e motivações que estão por trás disso ainda são do século XIX: aumento das margens de lucro, redu-ção de custos, produtividade, eficiência, desempenho. Responsabilidade social e ambiental não são linhas em uma planilha.
Felizmente, nem tudo está perdido para os desdobra-mentos do Design Thinking nas grandes organiza-ções. Há bancos brasileiros oferecendo gratuitamente serviços de assessoria e educação financeira para seus correntistas, vi-sando a diminuição do endividamento, mesmo sabendo que juros e empréstimos são pro-dutos fundamentais das suas carteiras. Al-guns planos de saúde locais estão promoven-do eventos esportivos e fazendo campanhas com o intuito de criar uma cultura da saúde e do bem estar, apesar de suas receitas terem origem na doença. Fa-bricantes de cosméticos adotaram o discurso da beleza da alteridade, mesmo que isso signifique di-versificar a linha de produtos e atender, com qualida-de, diferentes perfis, histórias de vida e expectativas de autoimagem. Pode-se entender que a situação está melhorando, mas ainda é pouco, considerando as in-tenções revolucionárias dos pensadores do Design do Presente.
Então como seria um Design efetivamente do Futuro? Não tenho as respostas, apesar de conseguir descre-ver um possível cenário menos assimétrico para o Brasil. A referida descrição não é exclusividade minha, nem tampouco resulta unicamente da minha visão so-bre o país ou sobre a área de Design. Existe um con-junto ativo de pessoas discutindo como transformar a realidade brasileira e muitas delas acreditam que o Design é um importante agente neste processo – na
verdade, alguns sugerem que o Design seria o melhor deles, o que eu sinceramente discordo. De uma forma ou de outra, farei uma breve revisão das fontes dessa cultura de inovação que tanto atraem os designers e seus interlocutores, para em seguida tentar desenhar um cenário possível para o Design brasileiro do Futu-ro, no Presente.
Nossa primeira fonte de inspiração, antes de ser políti-ca ou econômica, é geográfica. O Vale do Silício, com suas décadas de empreendedorismo de garagem bem-sucedido é um dos avatares do sucesso deseja-do por aqueles que perseguem a inovação no Brasil.
Do surgimento das em-presas de computação pessoal, passando pela bolha das pontocom milionárias, chegando por fim às startups da era das mídias sociais, o Vale do Silício serve de exemplo ao discurso daqueles que defendem que o Brasil precisa de mentes criativas, inves-tidores e um mercado consumidor ávido por novidades. Apesar de apenas os mais ingê-nuos desejarem clonar a experiência california-
na em terras brasileiras, há certa concordância entre investidores mais cautelosos e empreendedores em potencial de que o modelo funcionaria por aqui. Já temos nossas próprias empresas de tecnologia vendi-das por milhões de dólares para despertar sonhos e nossos próprios vales onde a inovação é perseguida diariamente.
A segunda fonte de inspiração é a da cultura da edu-cação empreendedora, não menos conectada aos americanos, como também abastecida por referências europeias e asiáticas sintonizadas com as mesmas causas. Cursos do SEBRAE, MBA’s em instituições pú-blicas ou privadas, encontros de investidores, acelera-doras de startups, prêmios de inovação e outras inicia-tivas abrem espaço para a formação de profissionais capazes de elaborar planos e modelos de negócio,
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O Design do Futuro no Presente
Artigo
...Vestimos a roupa do outro para vender uma calça nova para ele, não para compreendê-lo”.
definir estratégias de marketing e identificar oportuni-dades no mercado.
A terceira fonte de inspiração são os próprios usuários, que apesar de serem vistos como brasileiros em espe-cial, estariam conectados a essa teia global que supri-me algumas diferenças em favor de comportamentos cada vez mais universais – tuitar, curtir, seguir, com-partilhar. Uma cultura de inovação e investimentos, aliada à educação de empreendedores só faz sentido se existe um mercado preparado para absorver novos empreendimentos e gerar o sonhado ROI – Return of Investment. Sempre gostei do comentário de que in-vestidores gostam de dinheiro, não de negócios. In-vestir em um negócio é apenas um atalho para fazer render aquele mesmo dinheiro que poderia estar em um banco ou em investimentos mais conservadores. Nem de longe pretendo diminuir as boas intenções dos investidores que possam estar lendo este texto, mas um investimento que não busca retorno é filan-tropia ou mau negócio. Retomando a terceira fonte de inspiração, a inovação só faz sentido se devidamente consumida, processada e transformada em riqueza.
Nos últimos três parágrafos eu fiz o dever de casa do status quo. Os argumentos parecem ser coerentes, fazem sentido para o Design brasileiro do Presente e certamente poderiam constar em qualquer keynote do seu Design Thinker favorito. Infelizmente, o meu desenho para o Design do Futuro do Brasil é radical-mente diferente e reposiciona as três fontes de inspira-ção citadas anteriormente, de forma a contemplar as demandas de um país em crescimento, porém ainda muito desigual.
Seguindo minha preferência pelas trincas, meu de-senho propõe uma revisão das três contradições do Design do Presente, por meio de três novas fontes de inspiração para o desenvolvimento de inovação e no-vos negócios no país por um Design do Futuro.
First things first. Vales do Silício estão muito mais pró-ximos da realidade social, política e econômica dos grandes centros brasileiros – São Paulo, Rio de Janei-ro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Salvador, Recife. Não é por acaso que as iniciativas de inova-ção que obtiveram sucesso de fato no país orbitam nesses eixos. Por outro lado, os lugares mais carentes
por novos caminhos emancipatórios para os cidadãos estão fora dos grandes centros. Os Vales do Rio Doce, do São Francisco, do Jequitinhonha e do Rio Negro são terrenos infinitamente mais férteis e mais caren-tes por inovação do que o Vale do Anhangabaú, e é nessas localidades tão distantes da concentração de riqueza do país que o respeito ao outro, como ques-tão elementar de projeto, se faz mais indispensável e pode realmente promover revoluções. Novas formas de geração de renda, melhor eficiência energética, maior capacidade de atenção à saúde, infraestrutura e presença do Estado mais eficazes – pratos cheios para Design Thinkers e Service Designers interessados em fazer a diferença.
A segunda contradição, caso revise, também oferece-ria uma segunda fonte de inspiração para a inovação: a reaproximação com o outro e a compreensão da sua realidade precisam fazer parte da agenda de forma-ção dos empreendedores e investidores do Design do Futuro. As regiões periféricas dos países em desen-volvimento possuem particularidades na dinâmica do consumo que já se revelaram importantes oportuni-dades para novos negócios lucrativos. Posso citar os E-Choupals e experiências de microcrédito na Índia, telefonia celular rural no nordeste do Brasil, grupos produtivos e de economia solidária nas mais diversas periferias do mundo como exemplos de que compre-ender a realidade do outro é condição fundamental para planejar empreendimentos de sucesso. Planos e modelos de negócios são inspirados em pessoas e ce-nários, não em números.
A terceira e última das contradições que citei entrelaça--se com a terceira fonte de inspiração para o Design do Futuro: o usuário também é produtor e produto do seu momento sócio-histórico, de maneira que aqueles pro-dutos e serviços que satisfariam demandas de cada um dos diversos grupos e categorias sociais em um determinado contexto, deveriam ser pensados como metas a serem atingidas, por mais óbvios ou inevitá-veis que sejam. Os usuários possuem, sim, comporta-mentos globais, mas o local é parte indissociável dos seus processos identitários, especialmente em situa-ções de risco ou vulnerabilidade social. Parafrasean-do C.K. Prahalad, existe riqueza na base da pirâmide, mas para gerá-la é preciso mudar tanto os métodos produtivos quanto as culturas organizacionais com as
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quais estamos habituados. O retorno do investimento é inevitável quando empreendedores, investidores e consumidores estão alinhados aos mesmos objetivos. Nos grandes centros, esse alinhamento nem sempre é necessário em decorrência da diversidade de ofertas dos três entes envolvidos, enquanto na periferia, a em-patia une os três – mas não era isso que pregava o tal Design Thinking?
Vamos então concluir essa breve discussão com exemplos práticos (na verdade, especulações puras) organizados a partir do modus operandi do Vale do Silício com o único intuito de motivar e inspirar de-signers a repensarem seus projetos profissionais no contexto do país: precisamos de Foursquares que avisem a população carente sobre os check-ins de remédios, vacinas e médicos nos postos de saúde, ou que informem alunos da zona rural que o transporte para a escola acaba de chegar ao ponto de encontro. Esperamos Instagrams que registrem, georreferen-ciem e compartilhem os problemas das periferias, ajudando os cidadãos a cobrarem das autoridades melhores aplicações do dinheiro público. Desejamos Facebooks que aproximem políticos e eleitores não apenas no período eleitoral, mas ao longo de todo o mandato – cidadãos habilitados a curtirem obras con-cluídas, a serem convidados para audiências públicas, a acompanharem o cotidiano dos seus representan-tes nos três poderes. Aguardamos por YouTubes, So-
cialcams, Ustreams e Justin.TVs que transmitam aulas de qualidade para alunos em regiões distantes ou de difícil acesso. Precisamos de Dropboxes que tornem materiais didáticos, cartilhas cidadãs e outras referên-cias de interesse público, permanentemente acessíveis nessas mesmas regiões, reduzindo as diferenças nas oportunidades de acesso à informação entre os cida-dãos brasileiros. Também faríamos bom uso de um Google Analytics das contas públicas, do consumo de água e energia, e de um Twitter da segurança pública comunitária devidamente conectado às viaturas e pa-trulhas de cada bairro.
O Design do Futuro é o mesmo Design de sempre, com a ressalva de que precisamos nos lembrar, mais do que nunca, do papel social do designer como mais um agente de transformação da realidade. A nova embalagem para a barra de chocolate é sempre uma opção, dependendo exclusivamente da consciência de cada um.
Não foi o objetivo deste texto resumir as oportunidades do Design do Futuro aos empreendimentos de caráter social, mas sim, de tentar sugerir que existe grande potencial de geração de riqueza no aproveitamento das estratégias de projeto contemporâneas – Design Thinking, Service Design, inovação aberta, colabora-ção e afins – na geração de uma base de consumido-res menos desigual e mais cidadã.
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Autores:Felipe GamaWallace CapuchoLuiz Alberto Rasseli
Caracteres:4500 caracteres
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POR DENTRODO BALAIO
Vamos direto ao ponto. Fundado em 2002 por três amigos do curso de Desenho In-dustrial da Universidade Federal do Espí-rito Santo (UFES), o Balaio é hoje um dos mais proeminentes escritórios de Comu-nicação e Design do Espírito Santo. Nos-sa missão é fornecer soluções integradas nessas áreas e transformá-las em resulta-dos positivos para nossos clientes. Nossa visão, ser referência no mercado capixaba pelo pioneirismo e excelência na oferta de serviços diferenciados em Comunicação e Design.
Por dentro do Balaio
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Por dentro do Balaio
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PlanejarÉ hora de pesquisar. E pesquisar um pouco mais, olhando não só para sua organização e seu público, mas para toda a cadeia produtiva e a relação das pessoas com essa cadeia. Daí surge um diagnóstico consistente o sufi-ciente para assegurar propostas e so-luções direcionadas e inovadoras.
ProjetarEste é o estágio em que palavras são materializadas e a pesquisa se converte em fatos. Esses fatos são pro-pagados entre a equipe e então começa a geração de ideias. Parte delas começa a se fundir e opções são geradas. As melhores opções são desenvolvidas até que se chegue a uma solução para o “problema”. A ex-perimentação traz vida à solução. O desenvolvimento de protótipos e a realização de testes ajudam a validar, melhorar e refinar a solução.
ConstruirA continuidade de um projeto pas-sa diretamente por sua especificação técnica. Após a montagem e a finali-zação dos arquivos, o orçamento com os melhores fornecedores, a análise dos custos e o acompanhamento da produção garantem a qualidade espe-rada para a entrega final do projeto.
RepercutirTransmitir os efeitos da solução desenvolvida e obter respostas. Qual foi o resultado do planejamento ini-cial? O usuário está satisfeito? Existem oportunidades adicionais ou caminhos para explorar? Que comentá-rio o projeto recebeu? Obtivemos o retorno esperado? O monitoramento e a análise dessas variáveis conver-tem a repercussão do trabalho em um diagnóstico es-sencial para o constante desenvolvimento do mesmo.
ConhecerPor meio de atendimento especializa-do, o Balaio procura entender seu ne-gócio e conhecer suas necessidades na área de Comunicação e Design. Depois disso, é hora de determinar os objetivos a serem alcançados e o escopo para o projeto.
ReunirCom objetivos e escopo traçados, definimos os pro-fissionais que vão tomar conta do projeto; uma equi-pe formada por especialistas em diversas áreas para acompanhar o processo de trabalho em todas as suas fases.
as páginas que se passaram, você viu e leu um pouco do que temos feito. Nos-sos trabalhos, ações e nossa ferramenta principal: o Design. Não qualquer De-
sign, mas um que seja tecnologicamente possível, economicamente viável e relevante para clientes e usuários. É pensando nisso que iniciamos o desen-volvimento de nossos projetos, sempre prontos a ouvir, pesquisar e conhecer o mercado em que sua empresa ou organização está inserida. Entendemos
que um planejamento bem feito é a base para um trabalho bem sucedido e que, quando se conhe-ce objetivos e metas, é possível colocar em prática nossa expertise.
Para cumprir com o que nos propomos a fazer, também é fundamental contar com bons funcio-nários, colaboradores, chame como quiser. Gente qualificada e experimentada nesse desafio de fa-zer o que fazemos. Nós, no Balaio, gostamos do
Design
• Branding & Identidade Visual
• Design Editorial
• Design de PDV
• Sinalização & Ambientação
• Embalagem & Suporte
Web
• Sites
• Marketing online
Comunicação
• Planejamento estratégico
de Comunicação
• Comunicação Interativa
• Comunicação Institucional
Serv
iço
sM
eto
do
log
ia
balaiodesign.com.br
termo “colaboradores”, porque de fato todos cola-boramos uns com os outros. O designer com o jornalista, o atendimento com o desenvolvedor web e assim por diante. É esse trançado que faz a gente ser o que é.
Num ambiente assim, valores como Colaboração, Ética, Transparência, Pioneirismo, Excelência e Em-preendedorismo são realçados. E é pautado neles que seguimos nossos processos de trabalho, bus-
Pesquisa
Briefing
Conceito Geraçãode ideias
Desenvolvimentoda solução
Protótipoe testes
ProjetarPlanejar
RepercutirConstruir
Aprovação
Entrega
Controle deprodução
Orçamento eanálise de custo
Implementaçãodo projeto
Monitoramento
Análise deresultados
Montagem efinalização
cando a inovação dentro de uma visão sistemati-zada e criativa. Nossa metodologia foi desenvolvida de forma a facilitar a descoberta de soluções que equilibrem o pensamento fundamentado em dados e o pensamento intuitivo. O efeito disso é a proje-ção de possibilidades nem sempre convencionais, mas que resultam em novos modelos de negócio, estratégias, serviços, produtos e tecnologia, pro-porcionando aos usuários uma relação construtiva com experiências efetivamente significativas.
Pois bem. A revista Balaio se encerra depois dos anúncios, mas nossa conversa não precisa acabar agora. Fale com a gente pelo balaiodesign.com.br, pela nossa página no Facebook, www.facebook.com.br/balaiodesign, ou no Twitter, @balaiodesign. Entre em contato, agende uma visita ao escritório que fica na Rua das Palmeiras, 710, sala 401, e junte-se a um time de clien-tes que cresce a cada dia. Obrigado pela companhia. A gente se vê.
Pro
cess
o
A GSA VOCÊ JÁ CONHECE. ENTÃO RESOLVEMOS FAZER DESTE ANÚNCIO ALGO AINDA MAIS ÚTIL PRA VOCÊ.
Qualidade de impressão e acabamento, atendimento personalizado, comprometimento nos prazos de entrega e responsabilidade social, foram essas qualidades tão conhecidas por nossos clientes, que �zeram a GSA ser eleita por quatro anos como uma das dez melhores grá�cas do Brasil*. Além de ter sido uma das primeiras grá�cas capixabas a receber as certi�cações ISO 9001, a GSA é parceira do meio ambiente com a certi�cação FSC (Conselho de Manejo Florestal).
*Revista Publish
BAIXE ESTA TABELA ATRAVÉS DO QR CODE AO LADO OU PELO LINK http://bit.ly/P13VFg
DISPONÍVEL COMO SWATCH OU PDF
27 3232 1266 gra�cagsa.com.br
Sua qualidade merece a nossa
/gra�cagsa @gsaweb
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