resumo e considerações (modelo)

Post on 28-Jan-2016

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RESUMO

Do que se trata/problema

O presente artigo faz um estudo acerca do gesto na performance musical e seu possível potencial de otimizar a comunicação na interpretação. Para este estudo foram utilizadas três obras para trombone do compositor Estércio Marquez Cunha.

objetivo

Com respaldo em pesquisas bibliográficas e meu relato de experiência na preparação e interpretação das obras, esta pesquisa visa descrever a relação entre o gesto musical e a performance.

metodologia

Em nossa análise interpretativa encontramos vários momentos em que o gesto musical juntamente com o movimento corporal influenciam na expressividade do intérprete, interferindo diretamente no ato da performance.

conclusão

O artigo revela que este trabalho é o resultado de uma combinação da prática interpretativa, estudo bibliográfico sobre gesto musical, análise das obras interpretadas e relato da minha experiência enquanto intérprete.

4 Considerações Finais

Este trabalho é o resultado de uma combinação da prática interpretativa, estudo

bibliográfico sobre gesto musical, análise das obras interpretadas e relato da minha

experiência enquanto intérprete das obras. Minha reflexão se baseia nos ensaios das

obras as quais realizei estreia. Ensaiando-as, pude ter certeza de algo que me intrigava: a

importância do gesto musical na comunicação da obra. Ao fazer este estudo ganhei uma

consciência do cuidado que o trombonista deve ter ao interpretá-las.

Analisando as primeiras obras para trombone do compositor Estércio Marquez

Cunha, pude observar que elas exigem mais do que técnica instrumental. Elas pedem

uma postura corporal não comum em outras obras. Assim, percebi que precisava saber

mais sobre esta nova experiência, e a partir de reflexões realizadas com o compositor

chegamos a conclusão que se tratava de gestos musicais.

Minha experiência enquanto interprete dessas obras me levou a pensar sobre a

importância da analise antes da interpretação. Descobrir na partitura os elementos que

formam o todo da obra e buscar soluções técnicas que tornasse viável a sua leitura. Cada

período da música tem sua peculiaridade, cada compositor traz consigo uma identidade,

dessa forma, vale ressaltar que o interprete muitas vezes deve abrir mão de seu gosto ou

predileção musical para vivenciar a obra.

O grande intérprete é o que sabe desaparecer diante da obra, embora vivendo-a intensamente, isto é, colocando ao serviço dela todas as energias do espírito. Para conseguir tal resultado, o intérprete não pode entregar-se de corpo e alma à emoção; muito pelo contrário, deve manter-se lúcido na emoção, lembrando-se sempre de sua função de veículo – médium – na comunicação emotiva (MAGNANI, 1989, p. 65).

Estércio relata que o interprete quem é que dá vida, que realiza a obra. Mas o

interprete precisa se encontrar na obra, fazer sua leitura, estabelecer gestos, posturas e

ações, oferecidos pelo compositor na partitura, para comunicar o conteúdo implícito na

obra. Durante o mestrado tive a experiência de tocar por várias vezes as obras relatadas

neste artigo. Na disciplina Música de câmara com técnicas estendidas, ministrada pela

professora Drª Sônia Ray, pude tocar a obra Music for Trombone & Piano com a

professora de piano e música de Câmara do Instituto Federal de Goiás Drª Marina

Gonçalves. Até então, eu só havia tocado duas obras do compositor, Music for

Trombone Solo e Diálogo para voz masculina e trombone.

Realizei analise da partitura e interpretei segundo meus conhecimentos musicais,

porém, na leitura e estudo de câmara com Marina Gonçalves, minha visão das obras do

Estércio foram ampliadas, pois ela já havia interpretado várias obras do compositor

antes. Na época ela ainda estava cursando o doutorado cujo tema de sua tese é As

canções de Estércio Marquez Cunha sob o ponto de vista do pianista colaborador,

estando diretamente ligado com a proposta que estávamos trabalhando ali. Durante os

ensaios, discutíamos questões interpretativas e gestuais da obra, nestes eu realizava

anotações e fazia pequenos relatórios descrevendo o processo, sabendo que este poderia

ser aproveitado no artigo.

Simultaneamente estava estudando a obra Música para Trombone n. 4, onde

pude aproveitar muitas informações aprendidas através da experiência com Marina.

Nesta obra, tive a experiência de participar ativamente no processo de criação. Após

trabalhar leitura, pude fazer várias releituras contando com a participação do

compositor. Trabalhamos questões de interpretação gestual e musical. Na véspera da

estreia da obra, tive a oportunidade de realizar uma pré-estreia na disciplina Música

Contemporânea, com o professor Dr. Fábio Oliveira, onde este pôde me ajudar em

questões de durações métricas de determinados efeitos musicais e posicionamento da

estante de partitura para melhor visualização dos gestos musicais.

Em Música para Trombones e Percussão pude contar com o intérprete Kemuel

Kesley, este havia sido aluno do Fábio Oliveira na graduação, e já tinha experiência na

interpretação de obras contemporâneas. Sua experiência nos levou a reestilizar alguns

efeitos musicais pensando em uma melhor projeção sonora, de articulação, timbre, etc.

Alguns de nossos desafios técnicos encontrados foi realizar os movimentos gestuais

corporais e movimentação no palco, tais como: entrar tocando no palco em momentos e

pontos diferentes, trabalhando a espacialidade e possibilidades sonoras do ambiente;

movimentar para traz do gongo; movimentos de gesto musical para tocar a campana do

trombone no gongo; movimentar-se para o prato suspenso tocando com a campana do

trombone no mesmo até tirarmos o timbre desejado; sair do palco seguindo o

percussionista. Todas estas ações demandaram horas de trabalho, disciplina e

concentração, mas ao final, na estreia da obra, pudemos apresentar as obras em forma

de recital, trazendo à vida novas possibilidades para o repertório do trombone.

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