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Direcção-Geral da Saúde - Direcção de Serviços de Planeamento
Rede de Referenciação Hospitalar
de Transplantação
Grupo de Trabalho
Dr. José Mendes Nunes – ex Subdirector-Geral da Saúde Dr. Fernando Leal da Costa – ex Subdirector-Geral da SaúdeDr. Mário Caetano Pereira, Cirurgião, Hospital Stº António,
Coordenador da OPTDr. José Mendes do Vale – Cirurgião, Hospital Stª Maria,
Adjunto da OPTDr. António Vital Morgado – ex Coordenador da Medida 2.1 do
Programa Saúde XXIDr. Adriano Natário – Director do Serviço de Planeamento da
DGSDr.a Maria José Proença – Técnica Superior do Serviço de
Planeamento da DGS
Editor: Direcção-Geral da Saúde
Design: Gráfica Maiadouro
Impressão|Acabamento: Gráfica Maiadouro
Tiragem: 1000 exemplares
Dep. Legal: 176 690/02
PORTUGAL. Direcção-Geral da Saúde. Direcção de Serviços de Planeamento Rede de Referenciação Hospitalar de Transplantação. – Lisboa: Direcção-Geral da Saúde, 2003 –24 p.
ISBN: 972-675-089-X
Transplantação / Unidades hospitalares / Referência e consulta – organização e administração /Acesso aos cuidados de saúde / Serviço hospitalar de Oncologia / Neoplasias-mortalidade /Portugal
Nota préviaEstas recomendações, da responsabilidade da
Direcção-Geral da Saúde, resultam fundamental-mente do trabalho da Organização Portuguesa de
Transplantação e das sugestões do CentroCoordenador da Lusotransplante, embora possam
não traduzir, integralmente, os seus pontos de vista.
Índice1. REDE DE REFERENCIAÇÃO HOSPITALAR DE TRANSPLANTAÇÃO 5
2. TRANSPLANTAÇÃO EM PORTUGAL 5
3. UNIDADES DE COLHEITA DE TECIDOS E ÓRGÃOS 8
4. CENTROS DE ESTUDO DE HISTOCOMPATIBILIDADE 9
5. UNIDADES DE TRANSPLANTAÇÃO DE TECIDOS E ÓRGÃOS 11
6. REQUISITOS PARA AS UNIDADES DE TRANSPLANTAÇÃO 13
7. BIBLIOGRAFIA 14
8. ARQUITECTURA DA REDE 15
5
1. Rede deReferenciaçãoHospitalar deTransplantação
As Redes de ReferenciaçãoHospitalar (RRH) são sistemas atravésdos quais se pretende regular as rela-ções de complementaridade e deapoio técnico entre todas as institui-ções hospitalares, de modo a garantiro acesso dos doentes aos serviços eunidades prestadoras de cuidados desaúde, sustentado num sistema inte-grado de informação interinstitucional.
Uma RRH traduz-se por um conjuntode especialidades médicas e de tec-nologias, permitindo:
a) Articulação em rede. Variável emfunção das características dosrecursos disponíveis, das determi-nantes e condicionantes regionaise nacionais e do tipo de especiali-dade em questão.
b) Exploração de complementaridadesde modo a aproveitar sinergias.Concentrar experiências permitindoo desenvolvimento do conheci-mento e a especialização dos técni-cos com a consequente melhoriada qualidade dos cuidados.
c) Concentração de recursos permi-tindo a maximização da sua renta-bilidade.
Como princípio orientador as redesdevem ser construídas numa lógicacentrada nas necessidades da popula-ção e com base em critérios de distri-buição e rácios, previamente definidos,de instalações, equipamentos e recur-sos humanos.
As orientações expressas nestedocumento destinam-se a apontarcaminhos para os próximos anos,numa lógica de equidade no acessode todos os cidadãos portugueses.
2. Transplantaçãoem Portugal
O planeamento na área da transplan-tação oferece dificuldades, que lheadvêm, sobretudo, de três ordens defactores.
a) Dificuldade de previsão do númerode dadores e dos tipos de órgãodisponíveis em cada ano: semcolheitas e, por consequência,sem órgãos, não há transplantes. Nos EUA e na Europa, consideram--se como valores ideais 50 dadorespor milhão de habitantes, dos quais90% são dadores multiórgãos.
Extrapolando estes números paraPortugal, consideramos como ideal500 dadores, dos quais 450 se-riam de multiórgãos: rins, fígado,
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Quadro I. Evolução da transplantação em Portugal, de 1996 a 2001
Anos/Orgãos 1996 1997 1998 1999 2000 2001
Rim 402 385 309 367 359 359Fígado 127 144 133 159 162 183Coração 9 6 8 12 15 17Medula 180 208 243 230 236 257Córnea 375 397 373 369 413 511
Fonte: OPT
coração (em menor percentagem),pulmão (em percentagem muitopequena), córneas, válvulas car-díacas e outros tecidos.
No quadro I, descreve-se o vo-lume de transplantes e a evoluçãodesde 1996 a 2001, segundo osdados fornecidos pela Orga-nização Portuguesa de Transplan-tação (OPT).
Contudo, os melhores valoresencontram-se em Espanha, com30 dadores por milhão de habitan-tes, dos quais 80% são multiórgão.
É necessário actuar intensamentena área de cuidados intensivos,sensibilizando os seus responsá-veis e todo o pessoal quanto ànecessidade da detecção dedadores e da sua imediata referên-cia aos Gabinetes de Coor-denação. Para além disso, éimportante sensibilizar e envolveras administrações das Instituições.
b) Diferentes métodos organizativosdas unidades de transplantação.As unidades de transplantaçãotêm uma grande variedade naconstituição das equipas em ter-
Em Portugal, em 2001, tivemoscerca de 20 dadores por milhão,com uma taxa de colheita múltiplade 80%.1
Segundo estes números, estare-mos em 3º ou 4º lugar, a níveleuropeu, integrados num grupocomposto pela Bélgica, RepúblicaCheca e Finlândia, suplantadospela Espanha e Áustria.
Apesar do sucesso, devido à dina-mização dos Gabinetes de Coor-denação de Colheita de Orgãos eTransplantação (GCCOT), é impor-tante implementar outras medidasque contribuam para um aumentode órgãos disponíveis.
mos de recursos humanos, deorganização, de forma de remune-ração, de equipamentos disponí-veis e mesmo de capacidadepara estruturar programas capa-zes de se desenvolverem de umaforma regular e sustentada.
c) Eventual conflito de interessesentre a administração da Insti-tuição e a equipa de colheita e/oude transplantação. Nem sempreos objectivos de uns e outros sãoconvergentes.
Neste contexto, que não é exclusiva-mente português, encontra-se emestudo, no Comité de Peritos doConselho da Europa2, a elaboração de
7
critérios para a criação de unidades detransplantação, tendo em vista não sóo seu número mas, também, e emparticular, a definição de requisitos deoperacionalidade e de qualidade. Nosrelatórios de organizações de trans-plantação nos diferentes países mem-bros não encontramos, em regra, emrelação às Unidades de Transplan-tação, a definição de rácio de unidadepor número de população.
Assim, para efeitos de planeamento,apenas podemos recorrer à análise do“histórico” das unidades e ao númerode transplantes por ano e efectuaralguma comparação com dados deoutros países.
A França tem mantido uma certaestabilidade nos dados referentes àtransplantação e criou, há poucosanos, o Etablissement Français desGreffes (EFG), homóloga à OPT.
Proporcionalmente às dimensõespopulacionais, o número de unidadesde transplantação em França é equi-valente ao de Portugal. Curiosamente,o número de transplantes renais ehepáticos é muito semelhante entre os
dois Países (Renais em França--33,7/1 000 000 habitantes e em Por-tugal-35,9/1 000 000 habitantes; Hepá-ticos em França-13,4/1 000 000 habi-tantes e em Portugal-18,3/1 000 000habitantes). No entanto, os númerosreferentes aos transplantes cardíaco epulmonar são, comparativamente, muitomais baixos em Portugal (1,7/1 000 000habitantes).
Ainda prosseguindo esta comparaçãoentre os dois países, verifica-se que aEspanha tem, no contexto mundial, umasituação de grande destaque na áreados transplantes. A criação da Organi-zacion Nacional de Transplantes (ONT),com íntima articulação com todos oshospitais, tem permitido atingir valoresclaramente superiores aos encontradosna maioria dos países desenvolvidos 6.
Além do que figura no Quadro II,constatamos que, dos transplantesrealizados em Portugal em 2001, emtrês unidades foram ultrapassados os50 transplantes hepáticos/ano e,quanto ao transplante renal, duas ultra-passaram os 70 transplantes/ano euma os 50 transplantes/ano, com umavariação entre 13 e 75.
Quadro II. Transplantes em França, Espanha e Portugal. em 2001
Órgão País Nº de Transplantes/ Total Transplantes/unidades /1 000 000 hab. s/unidade
Rim França 46 33,7 2 022 44Espanha 40 46 1 893 47Portugal 8 35,9 359 45
Fígado França 24 13,4 803 33,4Espanha 26 24,3 972 37Portugal 4 (a) 18,3 183 48
Coração França 27 5,3 316 11,7Espanha 20 8,5 341 17Portugal 3 1,7 17 6
(a) Uma das unidades apenas efectuou 4 transplantes em 2001
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Registaram-se, ainda, 4 casos detransplante duplo de rim e pâncreas,num único centro, 1 transplante pulmo-nar e 511 transplantes de córnea em14 unidades.
As necessidades do país quanto àtransplantação de progenitores hemato-poiéticos parecem estar cobertas pelaactividade actualmente desenvolvida.
O desenvolvimento de novas indica-ções, por exemplo no campo dasdoenças metabólicas e auto-imunes,poderá levar à necessidade de alarga-mento dos programas existentes.
Em termos globais, pode afirmar-seque, neste momento, o número de uni-dades de transplantação é adequadoao número de órgãos disponíveis e àscapacidades das instituições, havendoaté alguma potencialidade de desen-volvimento.
Os problemas que persistem situam--se na área de transplantação car-díaca, na qual será necessário, pelomenos, triplicar a curto prazo o númerode transplantes.
O transplante pulmonar já foi iniciado,mas terá que ser reavaliado mais umavez, tendo em vista a decisão sobrecomo e quando este se poderá desen-volver.
3. Unidades deColheita de Tecidos e Órgãos
Tendo em conta que a colheita deórgãos e tecidos para transplantação éuma condição imprescindível e, segu-
ramente, a mais limitativa à evoluçãodesta área, importa considerar as uni-dades de colheita como integrantesfundamentais da Rede de Referen-ciação Hospitalar de Transplantação.
A segurança e a qualidade exigidasna colheita de órgãos e tecidosimpõem que estas unidades tenhamcondições mínimas para a prática dotransplante, de modo a garantir a exis-tência de um registo que assegure, deforma permanente, a rastreabilidadedos tecidos e órgãos utilizados parafins de transplantação.
Os Gabinetes de Coordenaçãode Colheita de Órgãos e Trans-plantação (GCCOT) da área deinfluência onde se situem deverãoarticular-se com as unidades decuidados intensivos e todas asáreas de intensivismo de todos oshospitais com urgência poliva-lente ou médico-cirúrgica, atravésde um interlocutor formalmentedesignado pelo CA do hospital.Todos os potenciais dadoresdevem ser referidos a esseGCCOT. As competências dosGCCOT encontram-se descritas noQuadro III.
Actualmente estão aprovados os GCCOTexistentes nos seguintes hospitais3:
* Hospital Geral de Santo António* Hospital de São João* Hospitais da Universidade de
Coimbra* Hospital de São José, abrangendo
todos os hospitais do GrupoHospitais Civis de Lisboa
* Hospital de Santa Maria
Deverá ser estabelecido um protocoloentre a Instituição Hospitalar em que sesituam as unidades e o Hospital a que
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Quadro III. Competências dos GCCOT 3
1. Articularem-se entre si e com as unidades e centros de transplantação, bemcomo com os centros de histocompatibilidade, estabelecendo protocolos deprocedimento que agilizem a actuação de todos, facilitando a atempada colheitae transplante de órgãos ou a deslocação de equipas de colheita;
2. Efectuar a consulta do RENNDA, nos termos da legislação em vigor;
3. Transmitir aos estabelecimentos hospitalares, públicos e privados, em que seproceda à colheita post mortem de tecidos ou órgãos, a existência de oposiçãoou restrições à dádiva constantes do RENNDA;
4. Identificar os potenciais dadores e comunicar tal facto às equipas detransplantação, prestando-lhes toda a colaboração necessária;
5. Desenvolver no hospital onde se encontram sedeadas e com os outrosestabelecimentos de saúde todas as acções que possam contribuir para amelhoria da actividade de colheita e transplantação de órgãos e tecidos;
6. Desempenhar toda a actividade de coordenação de transplante a nível nacional einternacional.
o referido Gabinete pertence, assinadopelos respectivos Conselhos deAdministração, tendo em vista os pro-cedimentos a adoptar, nomeadamentea consulta ao RENNDA e a recolha dedados. Este protocolo deve contemplara designação do interlocutor do hospi-tal, já atrás referido.
Para que seja realizada a colheita emdador cadáver, deverão existir na res-pectiva instituição:
* Valência (Serviço, Unidade ou outra)de Cuidados Intensivos.
* Valência de Neurologia ou Neuro-cirurgia
A actividade de colheita de tecidos eórgãos só deverá ser iniciada apósdespacho de autorização do Ministroda Saúde, nos termos da Portaria31/2002 de 8 de Janeiro.
Os estabelecimentos hospitalarespúblicos ou privados que procedem àcolheita post mortem de tecidos ou
órgãos devem, antes de iniciada acolheita, verificar, através dos Gabinetesde Coordenação de Colheita de Órgãose Transplantação , a existência de opo-sição ou restrições à dádiva constantesdo RENNDA4.
A referenciação a estes GCCOT temsido efectuada de acordo com oseguinte esquema:
4. Centros deEstudo deHistocompatibilidade
De acordo com o estabelecido noDecreto-Lei n.º 110/83, de 21 deFevereiro, aos Centros de Histocom-patibilidade incumbe a programação ea realização, na respectiva área deinfluência, dos estudos de histocompa-tibilidade aplicada que visem a trans-plantação de tecidos e órgãos.
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Gabinetes de Coordenação (GCCOT) HOSPITAIS
H. Geral de Santo António H. Geral de Santo AntónioH. Distrital de Vila RealH. Distrital de BragançaH. São Marcos de BragaC. Hospitalar Vila Nova Gaia
H. S. João H. S. JoãoH. St.ª Luzia – Viana do CasteloH. N. Sr.ª Oliveira – GuimarãesH. Pedro Hispano - Matosinhos
Hospitais Universidade Coimbra Hospitais Universidade CoimbraCentro Hospitalar de CoimbraHospital Pediátrico de CoimbraH. Distrital de AveiroH. São Sebastião – St.ª M.ª FeiraH. Distrital da GuardaH. São Teotónio – ViseuH. Amato Lusitano – C. BrancoH. Distrital de LeiriaH. Ponta Delgada
Hospitais Civis de Lisboa Unidade Funcional B(Hospital S. José) • H. S. José
• H. Curry Cabral• H. D. Estefânia• H. St.º Ant.º Capuchos• H. Desterro• H. St.ª Marta
H. Garcia de OrtaH. Distrital de SetúbalH. do BarreiroH. Distrital de PortalegreH. Distrital de ÉvoraH. Distrital de BejaH. Distrital de FaroH. Distrital de PortimãoCentro Hospitalar do Funchal
Hospital de Santa Maria Unidade Funcional A• H. St.ª Maria• H. Pulido Valente
H. Distrital de AbrantesH. Distrital de Torres NovasH. Distrital de SantarémH. Distrital Torres VedrasH. Distrital Vila Franca de Xira
Actual Rede de Colheita de Tecidos e Órgãos
Compete aos Centros, entre outrasatribuições constantes do diploma:
– Realizar as tipagens tecidulares dosdoentes candidatos a transplanta-ção ou enxerto e avaliar o seuestado de tipo e pré-sensibilização;realizar as tipagens tecidulares dosdadores vivos ou mortos; procederaos estudos imunológicos dosdoentes que lhes sejam solicitadospelas instituições hospitalares ououtras e organizar e manter actuali-zado um arquivo em que estejamreferenciados todos os doentes darespectiva zona que aguardamtransplantação ou enxerto e de queconstem os parâmetros imunológi-cos desses doentes.
Para o correcto e eficiente desempe-nho das atribuições referidas, devemos diferentes serviços ligados à trans-plantação e enxerto de orgãos e teci-dos enviar regularmente ao Centro deHistocompatibilidade da sua zona osprodutos biológicos necessários para oestudo imunológico dos doentes can-didatos a essas intervenções.
As informações a prestar pelos servi-ços devem ser actualizadas mensal-mente, com indicação específica dosóbitos entretanto ocorridos e, bemassim, das circunstâncias transitóriasou definitivas que impeçam outros indi-víduos constantes das listas de sesubmeterem a transplante ou enxerto.
Os Centros de Histocompatibilidadefuncionam, actualmente, nas seguintesinstalações:
– Centro de Histocompatibilidade doNorte – Rua Roberto Frias, Pav.Maria Fernanda, no Porto.
– Centro de Histocompatibilidade doCentro – Praceta Mota Pinto,Edifício S. Jerónimo, em Coimbra.
– Centro de Histocompatibilidade doSul – Campo Mártires da Pátria,em Lisboa.
5. Unidades deTransplantação detecidos e órgãos
A actividade de transplantaçãodesenvolve-se nos Serviços compe-tentes, das Instituições Hospitalares,nas condições referidas na Portaria n.º 31/2002 de 8 de Janeiro. Assim:
Cada Unidade de Transplantação sópoderá iniciar a sua actividade apósautorização expressa do Ministro daSaúde. A autorização será concedidacom base nos elementos apresentadosno pedido de autorização e outros con-siderados objectivamente relevantes.
Nos termos do n.º 7 da Portaria31/2002, o pedido de autorização paraa actividade de transplantação é apre-
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Gabinetes de Coordenação (GCCOT) HOSPITAIS
Unidade Funcional C• H. St.ª Cruz• H. Egas Moniz• H. São Francisco Xavier
H. de CascaisH. Amadora – Sintra
12
sentado ao Ministro da Saúde, peloConselho de Administração da institui-ção hospitalar, instruído com o parecerda OPT e um programa de transplanta-ção, do qual constem:
* Identificação do responsável peloPrograma e respectivo CurriculumVitae.
* Qualificação profissional do res-tante pessoal envolvido e a envol-ver no Programa.
* Descrição das instalações, equipa-mentos e apoios interdisciplinaresque a Instituição hospitalar disponi-biliza para permitir atingir as metasque se propõe.
* Plano de actividades anual, quanti-ficando o número de transplantesque se propõe efectuar nos próxi-mos três anos.
Nos termos dos artigos 8.º e 9.º dareferida Portaria, a autorização para aactividade de transplante será conce-dida, ou denegada, por despacho fun-damentado, atentos os elementos referi-dos no n.º 7 e outros consideradosobjectivamente relevantes.
A autorização concedida para o exer-cício da actividade de transplantaçãopoderá ser revogada, sempre querazões de saúde pública, de deontolo-gia médica ou éticas o aconselhem, ouse, durante três anos consecutivos,não forem atingidas as metas defini-das, em qualidade e quantidade, parao respectivo tipo de transplante referidono anexo à referida portaria.
As actuais Unidades de Trans-plantação de tecidos e órgãos estãoagrupadas no Quadro IV.
Quadro IV. Unidades de Transplantação 5
Transplante de RimHospital de St.o AntónioHospital de S. JoãoHospitais da Universidade CoimbraHospital de St.a MariaHospital Curry CabralHospital de St.a CruzHospital Cruz Vermelha PortuguesaHospital Garcia de Orta
Transplante de CórneaHospital de St.o AntónioHospital de S. JoãoHospital de GuimarãesHospitais da Universidade de CoimbraHospital S. Sebastião – St.a Mª da FeiraHospital de St.a MariaHospital de S. JoséHospital de St.o António dos CapuchosHospital de Egas MonizCentro de Oftalmologia LisboaInstituto Oftalmológico Dr. Gama Pinto
Transplante de FígadoHospital de St.o AntónioHospital de S. João *Hospitais da Universidade CoimbraHospital de St.a Maria *Hospital Curry Cabral
Transplante de CoraçãoHospital de S. JoãoHospital de St.a MartaHospital de St.a Cruz
Transplante de MedulaInstituto Português de Oncologia do PortoHospital de S. JoãoHospitais da Universidade CoimbraInstituto Português de Oncologia de LisboaHospital de St.o António dos CapuchosHospital de St.a Maria
* Actualmente inactivos
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6. Requisitos paraas Unidades deTransplantação
A criação ou a reestruturação dasunidades previstas na Arquitectura daRede de Referenciação Hospitalar deTransplantação far-se-á progressiva-mente, à medida que forem cumpridostodos os requisitos indispensáveis.
Com a aprovação desta Rede, opedido de autorização para a activi-dade de transplantação é apresentadoao Ministro da Saúde, através daDirecção-Geral da Saúde, pelo Con-selho de Administração do hospital,instruído com o parecer da OPT.
Cada uma das unidades deve reunirum conjunto de condições, a seguirdiscriminadas, determinadas pelo tipode transplante a que se dedica.
6.1. Transplante Cardíaco
Exige um Serviço de Cirurgia Cardíacae Torácica com uma boa rentabilidade ecom apoios cardiológicos, cirúrgicos, decuidados intensivos e laboratoriais, comcomprovada capacidade disponível exis-tente, ou a criar previamente. O Paísnecessita de realizar, pelo menos, 60 a70 transplantes por ano, e cada centrodeve realizar um mínimo de 20 trans-plantes cardíacos por ano 7.
6.2. Transplante Pulmonar
Os princípios são os mesmos referi-dos para o transplante cardíaco. Naprática, os actuais Serviços de CirurgiaCardiotorácica têm capacidade para odesenvolver.
6.3. Transplante Renal
Exige um Serviço de Nefrologia compossibilidade de diálise 24/24 horas euma equipa cirúrgica e anestésica comboa capacidade para realizar a trans-plantação, com apoio de cuidadosintensivos, laboratoriais, nefrológico ede diálise. Deve realizar um mínimo de20 transplantes por ano.
6.4. Transplante Hepático
É imprescindível a existência de umServiço ou Unidade de Cirurgia comreconhecida experiência em CirurgiaHepatobiliar e com apoio anestésico ede Bloco Operatório. Deve estar, ainda,assegurado o suporte nas áreas dedoenças hepáticas (Gastrenterologia,Medicina Interna), Cuidados Intensivos,Laboratorial (Hematologia, Química Clí-nica, Microbiologia, Anatomia Patoló-gica) e Imunologia. Deve realizar ummínimo de 20 transplantes por ano.
6.5. Transplantes Múltiplos
Os transplantes duplos, fígado e rim,pâncreas e rim e, eventualmente, outrosnão devem conduzir à criação de novasUnidades de Transplantação. As Unida-des já existentes, com larga experiênciaem transplantação, devem constituir pro-gramas específicos para este fim.
6.6. TransplantaçãoPediátrica
O transplante pediátrico de coração,de fígado, de rim, de pâncreas ou deoutros órgãos deve circunscrever-se aprogramas específicos desenvolvidos emUnidades de Transplantação com reco-nhecida experiência na respectiva área.
14
6.7. Transplantação de Córnea
Deve ser realizada num Serviço deOftalmologia com boa preparação emcirurgia da córnea, com condições deestrutura, capacidade e segurançapara gerir um “banco de córneas”.Deve realizar um mínimo de 20 trans-plantes por ano.
6.8. Transplante deProgenitoresHematopoiéticos
É uma área muito específica, quedeve funcionar sob a orientação deespecialistas em Hematologia Clínicaou Oncologia Médica, com experiênciaem Transplantação Hematopoiética.
Cada unidade deverá estar equipadacom, pelo menos, 2 quartos destina-dos a transplantação, com sistema defiltragem de ar. As unidades de trans-plantação deverão estar incluídas emHospital Central, com capacidade paracolheita e conservação de célulashematopoiéticas de medula óssea esangue periférico, apoio multidisciplinar,incluindo cuidados intensivos, laborato-rial, radiológico e de imuno-hemotera-pia disponíveis 24 horas por dia.
Será apenas autorizada uma Unidadede Transplantação Hematopoiética emHospitais Centrais Universitários (doisem Lisboa, um em Coimbra e dois noPorto) e uma Unidade em cada um doscentros regionais do Instituto Portuguêsde Oncologia (Norte, Centro e Sul). AsUnidades deverão efectuar um mínimode 20 transplantes por ano (idealmente,10 autólogos e 10 alogénicos) e servira população adulta e pediátrica.
6.9. Transplantes deOutros Tecidos e Células
Estes devem ser ponderados caso acaso, apreciados pela OrganizaçãoPortuguesa de Transplantação (OPT) e,se julgado conveniente, por outras enti-dades (Sociedades Científicas, Colégiosda Especialidade ou outros), após anecessária instrução do pedido de auto-rização pelos Serviços interessados.
7. Bibliografia1 OPT. Relatório de 20012 Comité Européen de la Santé.
Comité d’Experts sur les AspectsOrganisationels de Coopération dansle Domaine da la Transplantationd’Organes. Rapport de la 22éme réu-nion. Strasbourg, 22-23 avril 1999.
3 Ministério da Saúde, Gabinete daMinistra. Despacho 257/96, de 3-9--1996. Diário da República, II Série,1996, 204:12 366/7.
4 Ministério da Saúde. Decreto-Lei n.º244/94 de 26 de Setembro. Diárioda República, I Série-A, 1994, 223:5780/2
5 Organização Portuguesa de Trans-plantação. 2001. Hpt://www.opt.min--saude.pt/
6 http://www.msc.es/ont/equipos/equi-pos.html em 29/01/2001 (ONT deEspanha)
7 Portugal. DGS. Rede de IntervençãoCardiológica, Lisboa 2000, mimeo-grafia
– Etablissement français des GreffesRapport d’activité-2001
Arquitecturada rede
Considerando:– a necessidade de concentrar experiên-
cias e de adequar a dimensão enúmero de unidades aos orgãos e teci-dos disponíveis para transplantação;
– o carácter não programável da activi-dade de transplantação;
– o facto de ter vindo a ser dada aosdoentes a oportunidade de se inscre-verem para transplante em centros dasua preferência;
a arquitectura da rede será construídaa partir de uma distribuição Norte,Centro e Sul, tendo como referência osGabinetes de Coordenação de Colheitade Orgãos e Transplantação (GCCOT)e as Unidades de Transplantação.
17
Rede de Referenciação Hospitalar – Transplantação
Transplante do Coração
Bragança
V. Real
Braga
ViseuGuarda
Coimbra
C. BrancoLeiria
Santarém Portalegre
Évora
Beja
Faro
V. do Castelo
Região de Saúde do Norte
Porto
Aveiro
Lisboa
Setúbal
Região de Saúde do Centro
Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo
Região de Saúde do Alentejo
Região de Saúde do Algarve
Considera-se desde já a criação de uma unidade de transplantação no Centro.
Necessidades estimadas 60 a 70/anoMínimo por Centro – 15/ano
Realizado em 1999/2000/2001 H. S. João ..................................3/2/4H. St.ª Marta ...............................3/5/4H. St.ª Cruz ................................6/8/9Total .....................................12/15/17
H. S. João – Região NorteH. U. Coimbra – Região CentroH. St.a Marta / St.a Cruz – Regiões Lisboa e V. Tejo, Alentejo e Algarve
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Bragança
V. Real
Braga
ViseuGuarda
Coimbra
C. BrancoLeiria
Santarém Portalegre
Évora
Beja
Faro
V. do Castelo
Região de Saúde do Norte
Porto
Aveiro
Lisboa
Setúbal
Região de Saúde do Centro
Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo
Região de Saúde do Alentejo
Região de Saúde do Algarve
Rede de Referenciação Hospitalar – Transplantação
Transplante do Fígado
Necessidades estimadas 240/anoMínimo por Centro – 20/ano
Realizado em 2000/2001 H. St.º António.......................56/53/46H. S. João.................................12/9/4HUC......................................47/51/68H. Curry Cabral .....................44/49/66Total ................................159/162/184
H S. João* / H. St.o António – Região NorteH U Coimbra – Região CentroH Curry Cabral / H St.a Maria* – Regiões Lisboa e V. Tejo, Alentejo e Algarve
Considerar-se-á a possibilidade de reactivação de uma ou duas unidades detransplantação de acordo com a disponibilidade de órgãos e com a problemáticada transplantação dos doentes com paramiloidose (PAF).
* Actualmente inactivos
19
Bragança
V. Real
Braga
ViseuGuarda
Coimbra
C. BrancoLeiria
Santarém Portalegre
Évora
Beja
Faro
V. do Castelo
Região de Saúde do Norte
Porto
Aveiro
Lisboa
Setúbal
Região de Saúde do Centro
Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo
Região de Saúde do Alentejo
Região de Saúde do Algarve
Rede de Referenciação Hospitalar – Transplantação
Progenitores Hematopoiéticos
Dada a necessidade de concentrar experiências por patologias, muitas vezespouco frequentes e considerando o carácter programável da transplantaçãohematopoiética, a rede é elaborada a partir do conceito de Norte, Centro e Sul(ARS Lx V. Tejo, Alentejo e Algarve).* A médio prazo devem concentrar a sua actividade num único centro.
Realizado em 1999/2000 IPO Porto....................................70/82H. S. João ....................................8/11HUC...........................................18/15IPO Lisboa..................................65/78H. Stª Maria/H. Capuchos .49/41;20/9*Total .......................................230/236
20
Rede de Referenciação Hospitalar – Transplantação
Transplante do Rim
Bragança
V. Real
Braga
ViseuGuarda
Coimbra
C. BrancoLeiria
Santarém Portalegre
Évora
Beja
Faro
V. do Castelo
Região de Saúde do Norte
Porto
Aveiro
Lisboa
Setúbal
Região de Saúde do Centro
Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo
Região de Saúde do Alentejo
Região de Saúde do Algarve
Hospital Stº António(H. Bragança, H. Vila Real e C.H. Vila Nova de Gaia)Hospital S. João(H. Viana do Castelo e H. Matosinhos)Hospital S. Marcos *(H.S. Marcos e H. Guiimarães)Hospitais da Universidade de Coimbra(Distritos de Aveiro, Coimbra Leiria e Castelo Branco)Hospital S. Teotónio **(Distritos de Viseu e Guarda)Hospital Stª Maria(Alvalade, Benfica, Loures, Lumiar, Odivelas, Pontinha, Alenquer,Alhandra, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Póvoa de Sto Adrião, VilaFranca Xira, Cadaval, Lourinhã, Mafra, Sobral de Monte Agraço,Torres Vedras e Distrito de Santarém)
Transplantedo
Rim
21
* Se se verificarem necessidades não satisfeitas pode ser equacionada umaunidade de transplantação no novo H de Braga. Enquanto não houver um serviçocom capacidade e competência técnica adequadas, mantem-se a referenciaçãodo H. de Guimarães para o H. de S. João e a referenciação do H. de Braga parao H. St.o António.** Se se verificarem necessidades não satisfeitas é de equacionar uma unidadede transplantação no H.S. Teotónio – Viseu*** Considerar-se-á a possibilidade de criação de mais uma unidade detransplantação no Sul, na área abrangida pelas ARS do Alentejo e do Algarve,quando a actividade de colheita de órgãos e tecidos, nesta área, assim o justificar.
Necessidades estimadas Norte 128/ano(40/1 000 000 hab.)
Realizado em 1999/2000/2001 H. Stº António .......................78/81/70H. S. João ............................33/41/36Total ...............................111/122/106
Necessidades estimadas Centro 95/ano(40/1 000 000 hab.)
Realizado em 1999/2000/2001 HUC.....................................82/85/75
Necessidades estimadas Algarve e 20 (Algarve e Beja)/anoparte do Alentejo
Necessidades estimadas Lisboa 142/ano:e Vale do Tejo e parte do Alentejo 130 Lx e V. Tejo + 12 Portalegre e Évora
(40/1 000 000 hab.)
Realizado em 1999/2000/2001 H. Stª Maria ..........................31/29/32H. Curry Cabral .....................50/54/56H. Stª Cruz ...........................51/35/52H. Garcia da Orta....................0/10/13Total ...............................132/128/178
Hospital Curry Cabral(Graça Lapa, Luz Soriano, S. Mamede, Sta Isabel, Alameda,Coração de Jesus, Penha de França, S. João, Olivais, Sacavém eSete Rios)Hospital Stª Cruz(Cascais, Alcântara, Carnaxide, Oeiras, Parede, Algueirão, MenMartins, Amadora, Cacém, Pero Pinheiro, Queluz, Reboleira, Riode Mouro, Sintra e Venda Nova)Hospital Garcia de Orta(Distritos de Setúbal, Portalegre e Évora)Hospital de Faro ***(Distritos de Beja e Faro)
Transplantedo
Rim
22
Rede de Referenciação Hospitalar – Transplantação
Transplante da Córnea
Bragança
V. Real
Braga
ViseuGuarda
Coimbra
C. BrancoLeiria
Santarém Portalegre
Évora
Beja
Faro
V. do Castelo
Região de Saúde do Norte
Porto
Aveiro
Lisboa
Setúbal
Região de Saúde do Centro
Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo
Região de Saúde do Alentejo
Região de Saúde do Algarve
5
Hospital Stº António(Amarante, Baião e Porto Ocidental)Hospital S. João(Póvoa de Varzim, Matosinhos, Paredes, Penafiel, Lousada, Marcode Canavezes, Felgueiras, Sto Tirso, Trofa, Valongo Porto Oriental)Hospital de Vila Real(Distritos de Bragança e Vila Real)Hospital de Guimarães (Distritos de Braga e Viana do Castelo)C. Hospitalar de Vila Nova de Gaia (Vila Nova de Gaia)Hospital de Stª Maria da Feira(Aveiro Norte)Hospital de Viseu(Distritos da Guarda e de Viseu)
Transplanteda
Córnea
23
Hospitais da Universidade de Coimbra(Aveiro Sul e Distritos de Castelo Branco, Coimbra e Leiria)Hospital S. José(Graça Lapa, Luz Soriano, S. Mamede e Distrito de Setúbal)Hospital Stª Maria(Alvalade, Benfica, Loures, Lumiar, Odivelas, Pontinha, Alenquer,Alhandra, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Póvoa de Sta Iria, VilaFranca Xira, Cadaval, Lourinhã, Mafra, Sobral de Monte Agraço,Torres Vedras)Hospital Capuchos(Alameda, Coração de Jesus, Penha de França, S. João e Distritode Santarém)Hospital Egas Moniz(Cascais, Alcântara, Carnaxide, Oeiras, Parede, Algueirão, MenMartins, Amadora, Cacém, Pero Pinheiro, Queluz, Reboleira, Riode Mouro, Sintra e Venda Nova)Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto(Olivais, Sacavém e Sete Rios)Hospital de Évora(Distritos de Évora, Beja e Portalegre)Hospital de Faro(Distritos de Faro e Portimão)
Transplanteda
Córnea
Necessidades estimadas Norte 186/ano(Portugal, cerca de 600/ano)
Realizado em 1999/2000/2001 H. Stº António ..................120/151/139H. S. João .............................25/36/35H. Guimarães...............................0/0/3C.H. V.N. Gaia ...............................-/10Total.................................145/187/187
Necessidades estimadas Centro 140/ano
Realizado em 1999/2000/2001 H.U.C ................................95/105/102H. Stª Maria da Feira .................-/31/30Total...................................95/136/132
Necessidades estimadas Alentejo 26/ano – H. Évora
Necessidades estimadas Algarve 21/ano – H. Faro
Necessidades estimadas Lisboa e V. Tejo 195/ano
Realizado em 1999/2000/2001 H. S. José .............................23/15/42H. Stª Maria..............................22/4/18H. Capuchos .........................40/42/67H. Egas Moniz..............................8/6/5Inst. Oftal. Gama Pinto..................5/5/2Centro de Oftalmologia.................2/3/5Total...................................100/75/139
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