reação ao fogo de revestimentos exteriores de fachadas · • fachadas ventiladas com painéis...

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1

Reação ao Fogo de Revestimentos

Exteriores de Fachadas

Carlos Pina SantosEng. Civil, Investigador Principal do LNEC/DED

2Carlos Pina Santos

Revestimentos de fachadas

3Carlos Pina Santos

https://www.publico.pt/culturaipsilon

/noticia/premio-espanhol-destaca-

uso-do-azulejo-em-casa-no-

principe-real-1678209

http://www.cin.pt/portal/portal/user/anon/page/ca

talogosexteriores1.psml?categoryOID=0781808

0808280GC&contentid=9081808280CO&nl=pt

http://www.panoramio.com/photo/9614382

Revestimentos de fachadas(1)

• Tradicionais: assentamento contínuo: rebocos, pinturas,

azulejos, ladrilhos cerâmicos e de pedra, (eventualmente com

fixação mecânica), pastilhas de vidro, revestimentos de

impermeabilização (membranas flexíveis/pinturas de

copolímeros ou membranas betuminosas com ou sem

revestimento de folha de alumínio)

• Evolução (não tradicionais): pedras reconstituídas,

assentamento de ladrilhos com argamassas modificadas (c/

aditivos/resinas orgânicos) ou colas especiais (dispersão ou

resinas de reação)

4Carlos Pina Santos

• Tradicionais: revestimentos descontínuos sobre suportes

lineares de madeira ou de metal: elementos de pequena

dimensão, cerâmicos, soletos de ardósia ou de xisto, de

madeira, de pedra, soletos betuminosos; chapas metálicas,

réguas de madeira, chapas betuminosas (c/espaço de ar e,

em geral, sem isolante)

• Evolução (não tradicionais): Chapas compósitas, painéis de

derivados de madeira, painéis HPL, pedras reconstituídas de

dimensão média, réguas e painéis plásticos e de resinas

diversas, em geral fixados mecânicamente (estrutura e

fixações de aço ou de alumínio, novas fixações por colagem)

(c/ espaço de ar e isolante térmico cada vez mais comum)

5Carlos Pina Santos

Revestimentos de fachadas(2)

Revestimentos de fachadascom isolamento térmico

• Evolução (não tradicionais)

• sistemas ETICS (revestimento contínuo cimentício, delgado

ou espesso, com aditivos orgânicos, + acabamento

decorativo (pintura ou barramento), com isolante térmico em

placas de EPS, XPS, ICB, MW, PUR, PIR, ...colados ao

substrato (com ou sem fixações mecânicas complementares)

• Fachadas ventiladas com painéis compósitos finos, placas

de HPL, madeira e derivados, chapas metálicas (alumínio ou

aço termolacado), elementos de pedra (natural ou

reconstituída) + espaço de ar ventilado + isolante térmico

fixado por colagem ou fixação mecânica ao substrato

6Carlos Pina Santos

Revestimentos de fachadascom isolamento térmico

• Evolução (não tradicionais):

• Painéis compósitos prefabricados tipo VÊTURE

(revestimentos vários (inorgânicos, orgânicos ou mistos +

isolante térmico orgânico ou inorgânico, colados e/ou fixados

mecânicamente ao substrato (em geral, sem espaço de ar)

• Painéis sanduíche, ou painéis compósitos autoportantes

com revestimentos diversos (inorgânicos, orgânicos ou

mistos) + isolante térmico orgânico ou inorgânico, com ou

sem espaços de ar

• Outros

7Carlos Pina Santos

Revestimentos de fachadas “especiais”

• Evolução (tradicionais e não tradicionais)

• Fachadas cortina (estrutura metálica, elementos de

preenchimento transparentes e opacos, fixações)

• Fachadas verdes (elementos de suporte, orgânicos ou

inorgânicos + vegetação)

• Fachadas fotovoltaicas (produção de energia;

constituição/isolamento ? da parede de suporte; espaço

de ar)

8

Revestimentos de fachadas “especiais”

• Evolução (tradicionais e não tradicionais)

9

http://www.stylepark.com/en/architecture/facades-green-facades

Carlos Pina Santos

Reação ao fogodos revestimentos de fachada

Normas europeias de ensaio

• EN ISO 1716; EN ISO 1182; EN ISO 11925-2; EN 13823

10Carlos Pina Santos

Reação ao fogodos revestimentos de fachada

O que é que ensaiamos ? (que informação obtemos)

• materiais ?

• produtos ?

• ou elementos/sistemas de revestimento de

fachadas

?11

Carlos Pina Santos

Reação ao fogodos revestimentos de fachada

12Carlos Pina Santos

Exemplo: Sistema ETICS1- Suporte de alvenaria nesta

aplicação final visada: O sistema foi

ensaiado com um substrato não-

combustível

1 a 9 – Sistema completo sobre

suporte não combustível: O sistema foi

ensaiado na sua totalidade aplicado

sobre o substrato não-combustível

3 – Isolante térmico: O isolante térmico

tem uma Declaração de de

Desempenho, no âmbito da respetiva

marcação CE. Foi ensaiado

isoladamente, ou seria ensaiado dessa

forma

Reação ao fogodos revestimentos de fachada

• Critérios europeus de classificação da reação ao fogo

• (EN 13501-1), REGULAMENTO DELEGADO (UE)

2016/364 DA COMISSÃO de 1 de julho de 2015)

• Classes de reação ao fogo:

• A1, A2, B, C, D, E e F; desempenho não avaliado

• Classes adicionais de

• produção de fumo (s1, s2 e s3)

• queda de gotas/partículas inflamadas (d0, d1, d2)

13Carlos Pina Santos

Reação ao fogodos revestimentos de fachada

Novo ensaio europeu de desempenho ao fogo

• Propensão para a combustão/incandescência

contínua, sem chama (EN 16733):

• Satisfatório (Pass);

• Insatisfatório (Fail);

• impossibilidade de avaliação; desempenho não avaliado

14Carlos Pina Santos

Reação ao fogodos revestimentos de fachada

O que é que classificamos ?

O desempenho de reação ao fogo (convencional/de referência) dos

• Materiais ?

• Produtos ?

• ou os elementos/sistemas de revestimento de fachadas

?

À saída da fábrica ? Na sua aplicação final ?

Sob a ação de fontes de ignição reais ?

15Carlos Pina Santos

Reação ao fogodos revestimentos de fachada

• O resultado de um ensaio de reação ao fogo depende dos

fatores “habituais” (e.g. competência dos técnicos, calibração

de equipamentos, condicionamento prévio, repetibilidade e

reprodutibilidade)

• E das condições de montagem e de fixação dos provetes e,

ainda, de ataque pela fonte de ignição (superfície, juntas,…)

• O ensaio deve procurar reproduzir, tanto quanto possível, as

condições de aplicação e utilização final dos produtos e

dos sistemas (fixações, juntas, remates, espaços de ar, …)

• A classe atribuída depende dos resultados obtidos nos

ensaios (da forma como esses resultados foram obtidos)

16Carlos Pina Santos

Reação ao fogodos revestimentos de fachada

• Regras gerais de montagem e de fixação estão definidas nas

normas europeias de ensaio

• Cada vez mais, as normas de especificação dos produtos

(marcação CE) e os guias de avaliação técnica europeia

de sistemas (ETA e marcação CE) definem regras

específicas de montagem, fixação e campo de aplicação

dos resultados dos ensaios

Exemplos: normas europeias de

• Isolantes térmicos, ETICS, painéis sanduíche, painéis de

HPL, painéis compósitos, chapas de fibrocimento, …..

Nem sempre as regras são as mais adequadas para o uso que é com

frequência feito dos Relatórios de Classificação emitidos

17Carlos Pina Santos

Reação ao fogodos revestimentos de fachada

18Carlos Pina Santos

Reação ao fogodos revestimentos de fachada

Ensaios e classificações nacionais

• (Ainda) usadas quando, com frequência, favorecem

(indevidamente) a perceção de segurança do

desempenho ao fogo de um produto ou sistema

• Normalmente baseiam-se em ensaios de bancada,

desadequados para o fim em vista (e.g. classificar sistemas)

• Dimensões dos provetes e ensaios desatualizados face

à evolução das características dos produtos e sistemas

19Carlos Pina Santos

Reação ao fogodos revestimentos de fachada

20Carlos Pina Santos

Revestimentos de fachadasFontes de ignição

Fogo proveniente do compartimento interior

• Através de vãos, ou devido a vulnerabilidades da envolvente,

ou ainda a falhas de elementos resistentes ao fogo

Fogo proveniente do exterior:

• Edifício ou construção/equipamento próximos

• Cigarros (queda sobre materiais combustíveis), caixotes de

lixo, velas (!), equipamentos de ar condicionado,

equipamentos de sinalização, publicidade e decoração (com

ou sem energia); veículos motorizados; barbecues; fogo de

artifício, trabalhos de manutenção, de reparação ou

bricolage/DIY (em varandas); isqueiros, vandalismo

21Carlos Pina Santos

http://www.footballsfuture.com/phpBB2/viewtopic.php?t=568672&start=30

Revestimentos de fachadasFontes de ignição

22Carlos Pina Santos

http://www.eumeps.construction/articles_451

8.html?psid=xwctaave

Reação ao fogodos revestimentos de fachada

• Ensaios europeus

• Escala pequena/intermédia (SBI)

• Serão suficientes para simular o desempenho do

produto/sistema em condições reais ?

• Darão a informação suficiente para diferenciar

desempenhos diferentes, ou identificar fragilidades

intrínsecas (desempenhos insatisfatórios ou

inaceitáveis), produtos seguros e outros inseguros ?

23Carlos Pina Santos

Reação ao fogodos revestimentos de fachada

• Espaços ventilados que facilitam a propagação vertical

(ascendente) da chama; produção intensa de fumos s1, s2, s3 ?

• Queda de elementos e matérias

em combustão que facilitam a propagação

(descendente da chama) d0, d1, d2 ?

24Carlos Pina Santos

5 :020 :50

Alguns sinistros dos últimos anos

25Carlos Pina Santos

Não muitos incêndios

envolvendo

o revestimento de fachadas ?

Alguns sinistros dos últimos anos

26Carlos Pina Santos

http://en.wikipedia.org/wiki/2010_Shanghai_fire#Cause_of_fire

http://www.bbc.com/news/uk-

england-london-40272168

Alguns sinistros dos últimos anos

27Carlos Pina Santos

http://s.tf1.fr/mmdia/i/96/1/incendie-de-dijon-deux-cousins-mis-en-examen-10348961ilqvz.jpg?v=2

http://en.wikipedia.org/wiki/2010_Shanghai_fire#Cause_of_fire LEÇA COELHO

Alguns sinistros dos últimos anos

• Número crescente, com frequência com

grandes perdas materiais e humanas

• Implicações em termos de sentimento de

insegurança dos utentes (e responsáveis) e de

perdas económicas

28Carlos Pina Santos

Reação ao fogodos revestimentos de fachada

• Ignorância (conceção e execução)

• Indiferença:

• Classificação incorreta ou omissa

• Não cumprimento de regulamentação relevante

• Substituição em obra de soluções de projeto

(por soluções mais baratas e/ou com

desempenho particularmente gravoso)

29Carlos Pina Santos

Reação ao fogodos “revestimentos” de fachada

• Proteção/desempenho insatisfatório de vãos

(ou de fachadas cortina) facilitando a

propagação do incêndio a outros

compartimentos

• Falhas devidas a: características dos

materiais/produtos (incl. proteções solares),

fixações, deformações excessivas, desempenho

de reação ou de resistência ao fogo,…

30Carlos Pina Santos

Tendênciasapós sinistros dos últimos anos

Alternativas propostas

• Recurso a ensaios à escala real

BS(UK), DIN (DE), LEPIR(FR), …. + 11 ensaios

nacionais à escala real ou intermédia, ou novos

ensaios específicos (IT)

Tentativas de desenvolvimento de um método EOTA e,

agora, de um (ou dois) método(s) europeu(s) (EU)

31Carlos Pina Santos

Tendênciasapós sinistros dos últimos anos

32Carlos Pina Santos

BS8414-2 test rig (from BRE report BR135) DIN 4102-20 (Draft) test rig (From BRE Global

Condições de

ensaio ?

Ensaios

em grande

escala/

escala real

(2, 3,...pisos ?

com os sem

janela ?

Fogo interior ou

exterior ?)

Tendênciasapós sinistros dos últimos anos

• Tendências após sinistros dos últimos anos:

• Identificação de soluções e de edifícios “perigosos” existentes

e medidas de proteção ou de renovação a implementar (UK,

Austrália, França, …) ?

• Estudos sobre as vulnerabilidades da regulamentação de

SCIE em vigor e necessidades de revisão dessa

regulamentação (edifícios de grande altura; regras

complementares para fachadas com isolamento pelo exterior,

etc.; ou alteração da filosofia global) ?

33Carlos Pina Santos

Building a Safer Future

34Carlos Pina Santos

Building a Safer Future – Independent Review of

Building Regulations and Fire Safety: Final Report

The key issues underpinning the system failure

include

May 2018 . Dame Judith Hackitt DBE FREng

This publication is available at www.gov.uk/government/publications

© Crown copyright 2018.

• Ignorance

• Indifference

• Lack of clarity on roles and responsibilities

• Inadequate regulatory oversight and enforcement tool

Tendênciasapós sinistros dos últimos anos

• Tendências após sinistros dos últimos anos:

• Opção por soluções não-combustíveis ou de

combustibilidade limitada (Médio Oriente, Austrália,

UK) fortemente apoiada, naturalmente, pelos atores

interessados

• Ensaios de grande/média dimensão de fachadas

(opcionais ou obrigatórios) ?

• FSE ?

35Carlos Pina Santos

Regulamentação nacional de SCIEFachadas

• < 2008 - claramente insuficiente (revestimentos

tradicionais)

• > 2008: introdução de exigências de reação ao fogo

para sistemas e seus componentes/constituintes

• ETICS e fachadas ventiladas

• outras soluções não tradicionais >> apreciação técnica

(LNEC ou entidade reconhecida pela ANPC)

36Carlos Pina Santos

Regulamentação nacional de SCIEFachadas

37Carlos Pina Santos

Regulamentação nacional de SCIEFachadas

• Regulamentação atual insuficiente

• Opção atual: (apenas) classes de reação ao fogo de

componentes/constituintes e de sistemas

• Opção dependente da altura do edifício; definição

adequada ? pisos térreos (exposição) ?

• Falta de exigências e de informação fiável sobre

melhores opções de barreiras de corte de propagação

da chama (todavia, nem sempre eficazes);

• Evolução contínua das soluções. Apreciação técnica

preliminar ?

38Carlos Pina Santos

Regulamentação nacional de SCIEe evolução das soluções de fachadas

• Em Portugal: crescente utilização de soluções de

isolamento térmico e de produtos/soluções sustentáveis

(ecológicas, ambientais).

• Envolvimento de materiais combustíveis, com espessuras

progressivamente crescente (exigências de eficiência

energética) e materiais ecológicos/sustentáveis (naturais e

reciclados diversos)

• Isolantes térmicos e revestimentos com elevados PCS;

revestimentos combustíveis e, por vezes, sem melhoria do

desempenho de reação ao fogo (classes E, F ? )

• Conhecimentos adequados e/ou indiferença pela SCI ?

39Carlos Pina Santos

40Carlos Pina Santos

O que é preciso fazer para que

não aconteçam mais sinistros

como os que têm acontecido nos

últimos anos ?

Portugal

41Carlos Pina Santos

• Rever a regulamentação de SCIE

• Elaborar guias técnicos e disposições específicas

orientadas para a realidade nacional, com base no

melhor conhecimento disponível e relevante

• Sensibilizar donos de obra, industriais

comercializadores, licenciadores e fiscalizações

• Promover a formação especifica de projetistas, técnicos

e operários/executantes

• Incentivar o controlo de mercado (marcação CE) e o

controlo/fiscalização da execução

42Carlos Pina Santos

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