quadrinhos e guerra fria

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OS QUADRINHOS NA GUERRA FRIA

O que é Guerra FriaGuerra Fria é a designação de um período

histórico de disputas entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, e a extinção da União Soviética em 1991. Durante a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos e a União Soviética foram aliados na luta contra a Alemanha. Logo após o inimigo ser derrotado, os antigos aliados se transformaram em adversários.

A Guerra Fria foi um conflito de ordem política, militar, tecnológica, econômica, social e ideológica entre as duas nações. A guerra é chamada de fria porque não houve uma guerra ou conflitos diretos entre as duas superpotências, dada a inviabilidade da vitória em uma batalha nuclear. A corrida armamentista pela construção de um grande arsenal de armas nucleares foi um dos maiores objetivos durante a primeira metade da Guerra Fria.

A rivalidade entre as duas nações tinha origem na incompatibilidade entre as ideologias defendidas por elas, uma vez que cada uma possuía um sistema político distinto e organizava sua economia de modo diferente da outra. Os Estados Unidos defendiam o capitalismo, a democracia, princípios como a defesa da propriedade privada e a livre iniciativa, enquanto a União Soviética defendia o socialismo e princípios como o fim da propriedade privada, a igualdade econômica e um Estado forte capaz de garantir as necessidades básicas de todos os cidadãos.

Dada a impossibilidade da resolução do confronto pela via tradicional da guerra aberta e direta, as duas nações passaram a disputar poder de influência política, econômica e ideológica em todo o mundo. A Guerra Fria terminou, por completo, com a ruína do mundo socialista, uma vez que a URSS estava destruída economicamente devido aos gastos com armamentos e com a queda do Muro de Berlim em 1989.

A MARVEL COMICS

Marvel Comics, apelidada de House of Ideas ("Casa das Idéias"), é uma editora estadounidense de banda desenhada ou história em quadrinhos pertencente à Walt Disney Company que a comprou em 2009, por 4 bilhões de dólares. Desde então, passou a se chamar Marvel Entertainment.

Com sede na 387 Park Avenue South, em Nova Iorque, é uma das mais importantes editoras do gênero no mundo, líder em vendas e em número de fãs no segmento de super-heróis, tendo criado muitos dos mais importantes e mais populares super-heróis, anti-heróis e vilões das histórias em quadrinhos. Entre as revistas mais famosas da Marvel, encontram-se o Quarteto Fantástico, Homem-Aranha, O Incrível Hulk, Capitão América, O Justiceiro, Os Vingadores, Demolidor, Thor, Homem de Ferro, Surfista Prateado, os X-Men, "Wolverine", Blade: O Caçador de Vampiros, Motoqueiro Fantasma, "Doutor Estranho", "Namor - O Príncipe Submarino", entre muitos outros.

A partir da década de 1960, tornou-se uma das maiores empresas

estadunidenses neste ramo e a líder isolada em vendas e número de fãs, ao

lado da DC Comics - sua principal concorrente (primeira colocada em vendas e primeira a surgir no ramo,

deixando a marvel em segundo lugar) - e da Image Comics (terceira colocada).

O catálogo da Marvel, possui 5,000 personagens.

STAN LEE

Além de sua veia criativa, desenvolvida ao longo de vários anos de trabalho na indústria - onde, mesmo sendo parente do proprietário da Timely Comics, Martin Goodman, iniciou quase que como um garoto de recados.

Stan Lee destacou-se por ter uma aguçada visão de mercado e uma sensibilidade muito grande em relação àquilo que poderia agradar os leitores de quadrinhos, cujas demandas de entretenimento e evasão ele buscava satisfazer.

COM UM GRANDE PODER, VEM UMA GRANDE RESPONSABILIDADE!

Homem Aranha

No início da década de 1960, Stan Lee começou a propor uma série de personagens que exploravam um dos arquétipos mais recorrentes da cultura pop norte-americana, o do herói que consegue ser bem sucedido, apesar de ter todos os elementos contra si.

Sua proposição super-heroística mesclava ironia e características anti-heróicas, à época pouco comuns aos personagens das revistas de histórias em quadrinhos.

Marcou época trazendo heróis que conviviam com problemas ou dificuldades que também poderiam afetar o leitor comum, como a incompreensão dos semelhantes, dificuldades econômicas, conflitos com autoridades policiais e crises de consciência.

Do seu surgimento até os dias de hoje, as HQs estão ligadas as transformações sociais que modificaram o mundo moderno.

Ou seja, os acontecimentos históricos que mudaram o nosso mundo, refletiram de alguma forma no mundo dos quadrinhos.

Sendo assim, devemos analisar essas mídias levando em consideração o contexto político e social na qual elas se inserem.

“Os quadrinhos são menos simples do que aparentam: questionar o seu espaço

criativo exige do crítico um sólido conhecimento dos mais diversos problemas

sociais, culturais, e artísticos.” (CIRNE: 1975, p.12)

“O artista de histórias em quadrinhos trabalha com as informações sobre a história e o cotidiano, transformando-as em ficção. Sua busca é a difícil tarefa de entreter e informar, sendo ele um formador de opinião, servindo aos poderes sociais. Junto com a narrativa dos fatos surge a ficção histórica, na qual o autor mescla toda a carga de informação que recebe com seus parâmetros de subjetividade e abstração, construindo, assim, uma nova visão para essas informações.” (BARBOSA, 2009, p. 104.)

Os super-heróis dos quadrinhos refletem algo que está no intimo dos indivíduos numa sociedade, que impõe os limites. No entanto esse tipo de sentimento não atinge somente os leitores das histórias em quadrinhos, para que esse efeito seja expressado nos indivíduos, mais alguém necessita ter a mesma percepção, que é o autor das revistas:

“de qualquer forma, tanto os produtores quanto os consumidores da superaventura

manifestam o desejo inconsciente de liberdade em resposta ao mundo

burocrático e mercantil fundamentado na repressão.” (VIANA, 2005, p. 63).

O HOMEM DE FERRO

Criado em 1963 por Stan Lee e Jack Kirby, o Homem de Ferro surge em pleno auge da Guerra Fria, e tem suas origens e histórias iniciais totalmente moldadas pela disputa ideológica que dividiu o mundo entre os blocos capitalista e socialista no período de 1945-1991. Podemos dizer então que o herói serviu como instrumento de propaganda dos EUA no período, combatendo vilões que muitas vezes eram originados na URSS.

A gênese do Homem de Ferro está situada em um ambiente de confronto característico da Guerra Fria: o Vietnã. Na época, os Estados Unidos alimentavam os conflitos neste país com homens e armamentos, mas não se encontravam ainda abertamente envolvidos.

É no fornecimento de armamentos que atua o bilionário Tony Stark. Após O uso de uma arma projetada por sua fábrica, é vítima de um acidente que aloja estilhaços de bomba em seu coração, gerando uma situação de constante ameaça.

Encontrado pelos vietnamitas, Stark é aprisionado e forçado a desenvolver uma arma para eles, contando para isso com a ajuda de um velho cientista. Enganando seus carcereiros, Stark desenvolve uma armadura de ferro à base de transistores, que lhe possibilita manter seu coração batendo normalmente e representa uma arma inigualável. Derrotado o inimigo, ele retorna ao seu país e inicia sua carreira como super-herói. (Nota: Parecido com a origem apresentada no cinema, porém em outra parte do mundo e em diferente contexto histórico).

Desde seu início, o Homem de Ferro foi uma personagem marcada pela contradição. Tratava-se de um bilionário e fabricante de armas, alguém não apenas indiretamente responsável pela morte de milhões de pessoas, mas que também se beneficia pessoalmente disso. Constituía, assim, alguém que dificilmente poderia ser considerado um herói pela maioria dos leitores. Infelizmente, o aspecto político foi o elemento mais forte nas primeiras aventuras do Homem de Ferro. Invariavelmente, seus maiores adversários vincularam-se à divisão entre capitalismo e socialismo. Assim, vilões como o Mandarim, o Dínamo Escarlate, Bárbaro Vermelho, Homem de Titânio e outros são carregados de teor ideológico, deixando evidentes as tendências políticas do protagonista.

Não faltam, inclusive, veladas referências à realidade dos países sob a égide da doutrina socialista, cujos mandatários são freqüentemente tratados por denominações como terroristas ou tiranos. Esse maniqueísmo do herói só seria suavizado no final dos anos sessenta, quando crescia entre o povo estadunidense a rejeição à participação do país na Guerra do Vietnã. Nesse período, Tony Stark tornou-se pacifista e negou-se a continuar inventando armamentos, entrando em uma nova fase de sua vida."

O INCRÍVEL HULKO personagem de Hulk surge de uma exposição a raios gama a qual o cientista Bruce Banner ficou exposto, durante a explosão de uma bomba atômica. Essa bomba explodiu no deserto do Novo México, onde os EUA testaram, pela primeira vez, a bomba nuclear. O Incrível Hulk era um monstro criado pelo horror atômico da guerra fria. No entanto, a partir do momento em que ele se mostra complacente e piedoso com as vítimas (mesmo transformado), ele carrega a mensagem subliminar: as armas nucleares podem, se bem utilizadas, servir para a proteção e para o bem da humanidade.

CAPITÃO AMÉRICAO Capitão América

surgiu no contexto da 2ª Guerra Mundial para lutar contra os nazistas.  Sua representação é a da liderança dos EUA nos diferentes segmentos que exigem uma postura mais ativa contra os supostos inimigos. 

A questão da energia radioativa está presente na maioria das histórias dos super-heróis, sendo ela o que os transforma, de simples seres humanos a grandes heróis, enfocando o poder que o indivíduo pode adquirir ao ser possuidor desse tipo de energia.

QUARTETO FANTÁSTICO

Em 12 de Abril de 1961, o cosmonauta soviético Yuri Gagarin tornou-se o primeiro ser humano a alcançar o espaço. A notícia pegou de surpresa os Estados Unidos e acirrou os piores temores de seus habitantes. Era o auge da Guerra Fria. O duro golpe faz o então presidente John Kennedy jurar que os norte-americanos chegariam à Lua antes do fim da década, derrotando a União Soviética naquela que viria a ser a Corrida Espacial.

Você deve estar se perguntando: o que isso tem a ver com o Quarteto Fantástico? Bom, a nova cria da Marvel foi a resposta direta dos quadrinhos ao apelo do dirigente da nação. Eles personificavam a nova era espacial, na qual seus heróis estavam dispostos a arriscar tudo, até mesmo a própria vida, para estar a um passo adiante da ameaça vermelha.

A história mostrava um grupo de 4 astronautas que, após um acidente com a aeronave, adquire super-poderes. Essa tal humanização dos heróis e a fuga dos clichês padrões podem muito bem serem analisadas em cada personagem. Reed Richards era um cientista que preferia usar seu intelecto a seus punhos elásticos. O adolescente Johnny, o novo Tocha Humana, era um herói por si só ? e mulherengo - e não um companheiro de aventuras, papel até então reservado aos jovens nas HQs. Sua irmã, Sue, podia se tornar invisível e projetar campos de força, mas representava a figura maternal do grupo. Já Ben Grimm, o rochoso Coisa, era dotado de enorme força, mas sua aparência aterradora ocultava a amargura de um ser desfigurado, afastando-o da imagem de super-herói.

Além de vilões insossos perdidos no tempo, Thor também trabalha junto com o exército americano. Logo na primeira história (“Os homens de pedra de sarturno”), uma ilusão provocada pelos tais “homens de pedra” chama atenção pelo seu caráter subliminar: um dragão vermelho que aterroriza o povo norteamericano.

O PODEROSO THOR

Nas histórias subsequentes, vemos que as alusões ao mundo comunista deixam de ser subliminares. Em “O poderoso Thor x o executor”, Thor deve lançar-se contra uma ameaça militar controlada por um tirano ensandecido por aspiração de domínio global chamado “executor”. Ele e seus comparsas possuem traços alatinados, com cicatrizes de guerra deformativas, usam boinas e seus caças ostentam a foice e o martelo. São rudes, pavorosos, e suas ações sugerem tortura e estupro. Lee não avança no conteudo político deste conjunto de signos.

Nada sobre o mundo do socialismo é revelado. O executor é um vilão genérico e cruel como um Esqueleto de He-Man ou um Munn-ha de Thundercats. É o mal pelo mal, sem arestas ideológicas. Mas usa boina como guerrilheiros cubanos, chama-se “executor” e, em quadro emblemático, manda para o paredão de fuzilamento um soldado que falhou em uma missão. Esta associação à cultura militar e a uma demonização dos inimigos dos Estados Unidos nos anos 60 se encontra, ainda neste mesmo volume, em várias outras histórias.

Em “Prisioneiro dos vermelhos”, Thor precisa ir à União Soviética à procura de cientistas americanos, supostos desertores. Lá ele os encontra capturados pelos grotescos soviéticos, que os obrigam a desenvolver tecnologia sob regime de escravidão. Esta história, escrita no auge da guerra fria, distorce tema controverso do passado norteamericano: o dos cientistas americanos que efetivamente fugiram por se filiarem ao partido comunista. A história de Thor descarta essa possibilidade e os coloca como vítimas de uma tola conspiração.

X MEN

Em 10 de setembro de 1963, há exatos 50 anos era lançado nos Estados Unidos o primeiro número da revista em quadrinhos X-Men, pela editora Marvel, dando início à saga dos mutantes que se tornaram os personagens mais populares do gênero de super-heróis nas décadas de 1980 e 1990. Na mesma época, os Estados Unidos  se encontravam em meio aos protestos dos movimentos pelos direitos civis e na luta contra a segregação racial. Treze dias antes do lançamento da revista, o pastor e ativista social negro Martin Luther King havia proferido o histórico discurso “I Have a Dream” (Eu tenho um sonho), em que pregava um país onde todos os cidadãos, independente de raça ou origem, pudessem conviver pacificamente nas mesmas condições.

E essa temática racial estava evidente em X-Men, um grupo de jovens que possuíam dons únicos e especiais mas que, ao contrário dos demais super seres do universo Marvel, não adquiririam seus poderes através de um acidente – simplesmente nasceram com eles, através de mutações. Por essa razão, essas pessoas chamadas de mutantes sofriam forte discriminação, eram vítimas de perseguições mortais e precisavam viver escondidos caso suas habilidades fossem reveladas.

O gibi nº1 começa quando um poderoso telepata mutante chamado Charles Xavier recruta jovens para treiná-los a usarem seus poderes na luta por seu grande “sonho”: um mundo onde os mutantes pudessem viver pacificamente em coabitação harmoniosa com os humanos.

A inspiração de Xavier em Luther King é clara e proposital – assim como o antagonista, Magneto, um judeu que viveu os horrores do campo de concentração nazista de Auschwitz antes de descobrir seu controle sobre o magnetismo – tinha sido inspirado em parte por Malcom X, outro importante ativista negro, criticado por possuir um discurso mais radical e menos pacifista do que King, e que para seus detratores, promovia o racismo – Magneto optou por lutar por um mundo onde os mutantes tivessem a supremacia nem que, para isso, os humanos fossem sacrificados (nos cinemas, o personagem interpretado por Ian McKellen chegou a parafrasear Malcom X com uma frase muito usada nos discursos do ativistas: atingir seu objetivo“por todos os meios necessários”).

Na história, Magneto tomou uma base soviética de mísseis em um país fictício e Xavier enviou seus cinco alunos, a equipe original dos X-Men, para combatê-lo. A muito custo, Esses cinco jovens, todos norte-americanos (Scott Summers, o Ciclope; Hank McCoy, o Fera; Warren Wortington III, o Anjo; Robert Drake, o Homem de Gelo; e Jean Grey, a Garota Marvel) venceram. Mas não sem antes perceberem que, não importa o quanto praticassem o “bem”, sempre seriam temidos e odiados por aqueles que eles juraram proteger. No universo Marvel, os mutantes sempre são vistos como aberrações pela maioria da população norte-americana, e são constantemente alvos de grupos de extermínio comandados por humanos com o objetivo de “purificação genética”.

Mais do que as histórias simples e até ingênuas do início, outras das chaves para o sucesso dos X-Men é a concepção do super-herói mutante. Nos anos 1960, em plena Guerra Fria, o risco de uma guerra nuclear era real e atemorizava a população. E os X-Men, “filhos do átomo”, foram fruto de uma geração passada exposta a maiores níveis de radiação, o que teria provocado as mutações.

Ao longo das décadas, as histórias sobre o conflito entre humanos e mutantes serviu como metáfora para a luta das minorias, especialmente nos Estados Unidos. Além do racismo, as histórias abordaram temas como antissemitismo, minorias, diversidade sexual, fanatismo religioso e até mesmo o macarthismo e o anticomunismo.

Por outro lado, há correntes de pensadores que interpretam as iniciativas de Xavier como um ato conservador e antirrevolucionário, para frear as mudanças que Magneto implementaria na sociedade branca e capitalista. Mas atualmente "X-Men" trata-se, acima de tudo, de um empreendimento editorial muito bem sucedido e com fins puramente comerciais.

WATCHMEN

Série de história em quadrinhos escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons, Watchmen foi publicada originalmente em doze edições mensais pela editora estadunidense DC Comics entre 1986 e 1987.

Watchmen é considerada um marco importante na evolução dos quadrinhos nos EUA: introduziu abordagens e linguagens antes ligadas apenas aos quadrinhos ditos alternativos, além de lidar com temática de orientação mais madura e menos superficial, quando comparada às histórias em quadrinhos comerciais publicadas naquele país.

Watchmen retrata os super-heróis como indivíduos verossímeis, que enfrentam problemas éticos e psicológicos, lutando contra neuroses e defeitos, e procurando evitar os arquétipos e super-poderes tipicamente encontrados nas figuras tradicionais do gênero. Podemos perceber o contexto no qual Watchmen foi elaborada a partir da fala do autor Alan Moore:

“Watchmen também surgiu do sombrio cenário dos anos de 1980, quando a Guerra Fria alcançava o ponto mais quente em 20 ou 30 anos, e quando a destruição nuclear parecia, repentinamente, uma possibilidade muito real.

DR. MANHATTAN

Alterego de Jonathan Osterman. Trancado acidentalmente em uma câmara de testes durante um experimento de física nuclear, Jon Osterman é completamente desintegrado. Ao invés de morrer, Osterman ganha vastos poderes, o primeiro dos quais o da restituição de seu próprio corpo. Entre seus outros poderes estão força super-humana, telecinese, a habilidade de se teleportar para distâncias interplanetárias e até mesmo intergaláticas, a manipulação da matéria em nível subatômico,uma quase completaclarividência.Apelidado de "Doutor Manhattan"(uma alusão ao projeto manhattan) pelo governo dos EUA, que o apresentou como um super-herói à população, Osterman se torna cada vez mais alheio à assuntos humanos.

Com o tempo, é incapaz de interagir com outras pessoas, especialmente sua amada Laurie, a segunda Silk Spectre. Assim como nos quadrinhos, o personagem exibe nu frontal em boa parte de suas cenas. Mesmo com efeitos para mudar a aparência do ator, seu pênis não foi retirado no computador, sendo o primeiro super-herói a ficar completamente nu no cinema.

O Dr. Manhattan pode vencer facilmente qualquer herói ou vilão de todos os universos, ele pode perder apenas se for manipulado psicologicamente, mas ele tem inteligência suprema, sendo assim é quase impossível ser vencido.

RORSCHACH

Walter Joseph Kovacs era filho de Sylvia Kovacs, uma prostituta, e de um homem conhecido pelo apelido de "Charlie". Sua mãe era abusiva e não cuidava dele. Com 10 anos de idade, ele briga com alguns provocadores, durante a qual parcialmente cego de raiva, queima um deles com um cigarro aceso e depois arranca a orelha fora de um outro. Logo depois, o Serviço para Crianças investiga sua vida em sua casa, e o coloca em um orfanato, onde ele demonstra talento para a educação religiosa e linguística.Depois de terminar a escola, Kovacs consegue emprego como um arrumador de vestuários em uma loja de vestidos, onde ele adquire um tecido que mais tarde usaria como o vigilante Rorschach. O tecido, um material novo, criado pelo Dr. Manhattan, continha líquidos sensíveis ao calor entre as camadas de látex, criando assim uma coloração preto-e-branco que mudava de forma constantemente. Kovacs recuperou o material de um vestido que havia sido rejeitado por uma jovem com um nome italiano; Kitty Genovese. Dois anos depois, Kitty Genovese foi assassinada e estuprada, e quando Kovacs percebeu a apatia de seus vizinhos, ele sentiu nojo não só do crime, mas do egoísmo inerente a todas as pessoas. Inspirado pelo destino de Genovese (ele disse mais tarde ao seu psiquiatra na prisão que uma mulher o mandou se vestir, Kitty Genovese. Tinha certeza de que esse era o nome da mulher), ele fez uma máscara do tecido do vestido e começou a combater o crime como o vigilante Rorschach.

Como a maioria dos personagens de Watchmen, Rorschach não possui super poderes, movido apenas por sua sede de justiça e suas habilidades técnicas. Rorschach usa qualquer e todo o tipo de armas que estão disponíveis no momento, tais como a pimenta, equipamento oficial da polícia, bem como a utilização de um spray de cabelo em combinação com um fósforo para atear fogo a outros policiais durante um confronto na casa de Moloch. Durante a série ele usa gordura de cozinha, uma sanita, um cigarro, um garfo e sua jaqueta como armas. Ele possui uma arma que atira um arpão numa roldana de corda bem resistente, que ele usa para escalar edifícios (utilizando-o inclusive como uma arma improvisada contra um policial). Rorschach é bem versado em combates, lutas de rua, ginástica e boxe. No decorrer da série, ele mostra a capacidade de vencer vários assaltantes armados com pouca dificuldade. Rorschach também é relativamente indiferente à dor e ao desconforto físico, mostrado quando ele percorre a Antártida usando apenas cachecol e sobretudo. Devido a seu tempo nos centros de detenção juvenil e em orfanatos, é visto como uma pessoa tão versada em crimes da rua quanto qualquer criminoso. Rorschach também demonstra a capacidade de entrar em uma grande variedade de edifícios fechados e casas, sugerindo a perícia de um mestre dos ladrões. Ele também mostra ser extremamente forte. Apesar de sua instabilidade mental, Rorschach foi descrito como "taticamente brilhante e imprevisível" por Coruja II, e possui habilidades de detetive surpreendentemente boas. Durante sua infância ele foi descrito como brilhante.

Watchmen usou os clichês do formato super-herói para provar e discutir as noções de poder e responsabilidades num mundo cada vez mais complexo. Nós tratamos a estes personagens super humanos verdadeiramente ridículos mais como humanos que como super. Os usamos como símbolos de diferentes classes de seres humanos comuns, em lugar de diferentes superseres.

Penso que existiam algumas coisas em Watchmen que sintonizavam bem com esses tempos ainda que pra mim talvez o mais importante fosse a narrativa, onde o mundo que apresentávamos não tinha coerência, em termos de causa e efeito.

Ao contrário, era visto como um simultâneo e massivamente complexo com conexões feitas a partir de coincidências, sincronia. E creio que foi esta visão de mundo, de qualquer maneira, que repercutiu junto ao público que se deu conta de que sua visão prévia de mundo não se adequava às complexidades deste sombrio e aterrorizante novo mundo em que estávamos entrando.

Penso que Watchmen tinha algo a oferecer, abrindo novas possibilidades para as maneiras de percebermos o ambiente que nos rodeia e as interações e relações das pessoas com ele.” (MOORE, 2003.)

Apesar de a Guerra Fria ser um dos panos de fundo de destaque em Watchmen, a HQ também busca retratar a relação do cotidianos nas ruas de Nova York, que durante a década de 1980 se caracterizava por um grande índice de violência por conta dos surgimento das gangs e também pelo surgimento da chamada “epidemia do crack” entre 1984 e 1990.

Os heróis de Watchmen foram aclamados pela população insegura que via nos vigilantes mascarados uma saída para o combate a violência nas ruas, mas a partir do momento em que os mesmos se tornam decadentes eles passam a ser vistos com maus olhos pela sociedade.

O COMEDIANTE

O comediante teria sido um assassino de aluguel que o governo contratava para não sujar as mãos com mortes. Por exemplo: há quem diga que no universo Watchmen, ele quem matou Kennedy, Mussolini, Hitler e Super Homem... Na verdade apenas um maluco que fingia ser super-homem. O comediante então adotou o seu nome, se juntou ao grupo Minutemen o predecessor fracassado do Watchmen e viu o grupo ruir. No entanto, o governo não notava que havia transformado Eddie (esse era o nome do comediante) em um sociopata violento. Eddie não sabe o significado da palavra "primeira impressão" e acaba mostrando que é apenas um palhaço que não sabe fazer piadas, e que talvez tenha virado assassino de aluguel do governo por que ninguém ria de suas piadas.

A HQ consegue abarcar os reflexos de um mundo em constante conflito, entretanto é importante perceber que a história gira em torno da saga de heróis mascarados que tentam desvendar o mistério da morte de outros heróis.

Em sua ambientação Alan Moore e Dave Gibbons conseguem retratar uma sociedade da década de 1980 que reflete sentimentos coletivos a partir da carga de influência da corrida armamentista, como, o medo da Guerra Fria e suas consequências, o sentimento anti-comunista e o medo da violência urbana nas ruas das grandes cidades nos Estados Unidos.

Sendo assim, Watchmen deixa de ser somente um

produto da cultura de massa, e passa a buscar

não somente o entretenimento, mas

também, a reflexão sobre o homem e o tempo.

Até uma inocente HQ é influenciada pelo contexto em

que é escrita servindo como uma boa fonte de informações sobre o

comportamento e as idéias de determinada época. Fiquem de

olho naqueles gibis antigos que lá podem estar dicas valiosas sobre

as transformações promovidas pelos acontecimentos e os

reflexos na sociedade.

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