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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
Rafael Batista Bennemann
Proposta de Gestão Ambiental para Indústria Metal
Mecânica
Passo Fundo, 2012.
Rafael Batista Bennemann
Proposta de Gestão Ambiental para Indústria Metal
Mecânica
Trabalho de conclusão de curso
apresentado ao curso de Engenharia
Ambiental, como parte dos requisitos
exigidos para obtenção do título de
Engenheiro Ambiental.
Orientador: Prof. Carlos Alexandre
Gehm da Costa, Mestre.
Passo Fundo, 2012.
Rafael Batista Bennemann
Proposta de Gestão Ambiental para Indústria Metal
Mecânica
Trabalho de Conclusão de Curso como requisito parcial para a obtenção do título de
Engenheiro Ambiental – Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade de Engenharia e
Arquitetura da Universidade de Passo Fundo. Aprovado pela banca examinadora:
Orientador:_________________________
Carlos Alexandre Gehm da Costa
Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF
___________________________________
Aline Ferrão Custodio Passini
Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF
___________________________________
Aline Gomes
Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF
Passo Fundo, 13 de novembro de 2012.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por me dar força e coragem para seguir em frente em
momentos difíceis.
A toda minha família, em especial aos meus pais, minha irmã e meu avô, por
sempre me incentivarem e me darem todo o apoio necessário não só nesta fase, mas em
toda minha vida.
Aos meus amigos e colegas de curso, Larissa Ferreira, Matheus Cechetti, Renan
Brezolin, Silvia Larisse Scopel, Thiane Zacchi, Taizi Miorando, entre outros que
convivi durante estes últimos cinco anos e compartilhei momentos inesquecíveis.
A minha namorada, Fernanda Ferron, por estar sempre ao meu lado e ser, além
de tudo, uma grande amiga.
Aos colegas e amigos de estágio, pela ótima recepção e pelo conhecimento que
me foi repassado.
Por fim, aos professores do curso que contribuíram muito para minha formação,
em especial ao meu orientador, professor Carlos Alexandre Gehm da Costa, que me
auxiliou na execução deste trabalho.
RESUMO
A indústria metal mecânica brasileira passou por transformações significativas nos
últimos 40 anos. Mesmo com a desaceleração do crescimento, estas indústrias são
potenciais causadores de impactos ambientais. Até os anos 80 a gestão ambiental era
visto como algo dispendioso, sem benefícios para a empresa. Porém, com a pressão
exercida por leis ambientais, pela sociedade e pela própria conscientização dos
administradores, a gestão ambiental passou a ser algo rotineiro nas indústrias,
significando ganhos competitivos no mercado e ganhos econômicos. O trabalho teve
por objetivo elaborar uma proposta de gestão ambiental para uma indústria metal
mecânica do noroeste do estado do Rio Grande do Sul. A metodologia utilizada quanto
a abordagem do problema foi basicamente qualitativa, aos objetivos foi exploratória e
descritiva e, quanto a coleta de dados, foi realizado um estudo de caso. Conforme
sugere a norma ISO 14001 foram levantados e avaliados todos os aspectos e impactos
ambientais oriundos da indústria, definida a política ambiental, verificada a legislação
aplicável, elaborados objetivos e metas e um plano de ação para atingi-los. O plano de
ação foi elaborado a partir dos aspectos e impactos significativos, definindo os meios,
os responsáveis pela execução e os prazos. As ações propostas referem-se
principalmente aos resíduos sólidos, objetivando a minimização, reutilização e
reciclagem. O SGA proposto é fundamental para que a empresa tenha uma melhor
organização em relação ao meio ambiente, além de possibilitar a indústria a adquirir
uma certificação da ISO 14001, reconhecida internacionalmente.
Palavras-chave: Indústria Metal Mecânica, Gestão Ambiental, Impactos Ambientais.
ABSTRACT
The Brazilian metalworking industry has undergone significant changes over the past 40
years. Even with the slowdown in growth, these industries are causing potential
environmental impacts. Until the 80 environmental management was seen as expensive,
no benefits for the company. However, with the pressure exerted by environmental
laws, by society and by the awareness of managers, environmental management has
become something routine in industries, meaning competitive gains in market and
economic gains. The study aimed to develop a proposal for an environmental
management metalworking industry's northwestern state of Rio Grande do Sul. The
methodology as the approach to the problem was basically qualitative, goals was
exploratory and descriptive and the data collection we conducted a case study. As
outlined in ISO 14001 were collected and evaluated all aspects and environmental
impacts from industry, environmental policy defined, verified the relevant legislation,
drafted goals and objectives and an action plan to achieve them. The plan of action was
drawn from the significant aspects and impacts, defining the means, implementing and
deadlines. The proposed actions relate primarily to solid waste, aiming at the
minimization, reuse and recycling. The proposed environmental management system is
critical for the company to have better organization in relation to the environment, and
enable the industry to acquire a certification of ISO 14001, the internationally
recognized.
Key-word: Metalworking Industry, Environmental Management, Environmental
Impacts.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Localização de Carazinho-RS .......................................................................... 26
Figura 2: Localização da Indústria .................................................................................. 27
Figura 3: Fluxograma do delineamento do trabalho ........................................................ 28
Figura 4: Organograma da indústria ................................................................................ 34
Figura 5: Fluxograma do processo produtivo da indústria .............................................. 35
Figura 6: Aço para fabricação do produto ....................................................................... 36
Figura 7: Setor de estamparia .......................................................................................... 37
Figura 8: Máquina de corte .............................................................................................. 38
Figura 9: Setor de usinagem ............................................................................................ 39
Figura 10: Furadeiras de bancada .................................................................................... 39
Figura 11: Furadeira de coluna ........................................................................................ 40
Figura 12: Setor de soldagem .......................................................................................... 41
Figura 13: Sistema de tratamento de efluentes ................................................................ 43
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Certificados ISO 14001 emitidos até o ano de 2005 ...................................... 22
Quadro 2: Avaliação de aspectos e impactos ambientais ............................................... 25
Quadro 3: Classificação dos aspectos quanto a sua situação .......................................... 31
Quadro 4: Classificação dos impactos quanto a frequência de ocorrência ..................... 31
Quadro 5: Classificação dos impactos quanto a probabilidade de ocorrência ............... 31
Quadro 6: Classificação quanto a severidade do impacto .............................................. 32
Quadro 7: Classificação quanto a magnitude do impacto .............................................. 32
Quadro 8: Aspectos e impactos ambientais .................................................................... 45
Quadro 9: Avaliação dos aspectos e impactos ambientais ............................................. 47
Quadro 10: Requisitos legais aplicáveis à indústria ....................................................... 49
Quadro 11: Objetivos e metas ........................................................................................ 51
Quadro 12: Plano de ação ............................................................................................... 52
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................10
1.1 Problema ...........................................................................................................11
1.2 Justificativa .......................................................................................................12
1.3 Objetivos ...........................................................................................................13
1.3.1 Objetivo Geral ...........................................................................................13
1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................13
1.4 Apresentação Geral do Trabalho ......................................................................13
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................15
2.1 A Indústria Metal Mecânica no Brasil ..............................................................15
2.2 A Indústria Metal Mecânica no Rio Grande do Sul..........................................16
2.3 Gestão Ambiental .............................................................................................18
2.3.1 Sistema de Gestão Ambiental ....................................................................19
2.3.2 Dificuldades na Implantação do SGA .......................................................20
2.4 ISO 14001 .........................................................................................................21
2.5 Aspectos e impactos ambientais .......................................................................24
3 METODOLOGIA ....................................................................................................26
3.1 Local de estudo .................................................................................................26
3.2 Escopo do trabalho............................................................................................27
3.2.1 Primeira etapa ............................................................................................29
3.2.2 Segunda Etapa ...........................................................................................29
3.2.3 Terceira etapa ............................................................................................29
3.2.4 Quarta etapa ...............................................................................................29
3.2.5 Quinta etapa ...............................................................................................30
3.2.6 Sexta Etapa ................................................................................................30
3.2.7 Sétima etapa...............................................................................................30
3.2.8 Oitava etapa ...............................................................................................33
3.2.9 Nona etapa .................................................................................................33
3.2.10 Décima Etapa.............................................................................................33
4 RESULTADOS ........................................................................................................34
4.1 Diagnóstico da Empresa ...................................................................................34
4.1.1 Estrutura organizacional ............................................................................34
4.1.2 Layout da empresa .....................................................................................34
4.1.3 Processo produtivo ....................................................................................35
4.1.4 Segurança ..................................................................................................42
4.1.5 Licenciamento Ambiental .........................................................................42
4.1.6 Controle Ambiental ...................................................................................42
4.2 Política Ambiental da Indústria ........................................................................44
4.3 Levantamento dos Aspectos e Impactos Ambientais .......................................45
4.4 Avaliação dos Aspectos e Impactos Ambientais ..............................................46
4.5 Requisitos Legais Aplicáveis ............................................................................49
4.6 Objetivos e Metas .............................................................................................51
4.7 Plano de Ação ...................................................................................................52
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................60
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................62
APÊNDICE A – Layout da Indústria ..............................................................................65
10
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos 40 anos houve um crescimento industrial expressivo para atender as
demandas de consumo da população. A economia brasileira, neste período, passou por
significativas transformações na sua estrutura produtiva, e a indústria se consolidou
como o setor mais dinâmico. Porém, a partir de 2000, o setor industrial no Brasil teve
sua trajetória de crescimento relativamente inferior a dos demais países da América
Latina com estrutura produtiva semelhante, e também inferior à taxa de crescimento
mundial (LAMONICA E FEIJÓ, 2007).
Mesmo com a desaceleração no crescimento industrial, este setor ainda é
responsável por grande parte dos impactos ambientais resultantes da emissão de
poluentes atmosféricos, resíduos sólidos e líquidos, os quais possuem as mais variadas
características físicas, químicas e biológicas. A destinação adequada e a minimização da
geração destes resíduos são grandes desafios para a humanidade. Há uma pressão muito
grande exercida pela sociedade e pelo governo sobre as empresas, para que estas se
atentem as questões ambientais. Junto a isto, diversas leis já estão em vigor, impondo
limites às emissões de resíduos no meio ambiente. Porém há uma necessidade de agir no
foco do problema, ou seja, na fonte de geração destes resíduos.
Até a década de 80, segundo Wiemes (1999), de uma forma geral, as indústrias
centravam sua atenção, em relação ao meio ambiente, somente no cumprimento da
legislação, tendendo a direcionar as ações corretivas após a geração dos resíduos. Já se
nota uma grande mudança nesta tendência, e as empresas, segundo Seiffert (2007),
buscam se adaptar à necessidade de melhoria do desempenho ambiental ou correm o
risco de perder espaço no mercado altamente competitivo, sendo imperativo aplicar
princípios de gestão ambiental em busca de um desenvolvimento sustentável.
A implantação de processos de gestão ambiental, como os descritos no conjunto
de normas da série NBR ISO 14000, tem sido ferramentas eficientes para respostas das
indústrias a estas exigências. Isto tem significado a implantação de programas voltados
para o desenvolvimento de tecnologias que causem menor impacto ao meio ambiente, a
revisão de processos produtivos, destinação adequada dos resíduos, o estudo de ciclo de
vida dos produtos, entre outros, que visam adequação às leis e oportunidades de
melhorias para a empresa (SERBER, 2009).
11
1.1 Problema
De acordo com Furtado (2004), mesmo com a desaceleração do crescimento
industrial, o setor metal mecânico foi beneficiado com a reestruturação industrial no
Brasil nos últimos 4 anos. O setor teve um desenvolvimento técnico acima da média,
sendo considerado, a “fortaleza industrial brasileira”. No Rio Grande do Sul, segundo
Tauchen (2009), as indústrias do setor metal mecânico são responsáveis por
aproximadamente 20% do produto industrial, sendo o estado, um dos principais polos
metal mecânicos do país. Entre as empresas deste setor destacam-se as de autopeças e
de máquinas e implementos agrícolas.
O crescimento das indústrias deste setor tem como consequência um aumento
notável no consumo de recursos naturais e no volume de diferentes tipos de resíduos
gerados. Estes, geralmente possuem grandes concentrações de metais e se não forem
tratados ou dispostos adequadamente podem agregar-se a outros elementos na natureza,
formando diversos tipos de substâncias, as quais podem afetar negativamente o meio
biótico, além de afetar a saúde pública.
A atividade industrial está, inevitavelmente, associada à degradação ambiental e
a magnitude e significância dos impactos gerados pelos resíduos oriundos do processo
produtivo, dependerão do tamanho da indústria, das atividades realizadas e da forma de
gerenciamento adotada. A solução para estes impactos ambientais ou sua minimização
exige uma atitude proativa dos administradores, que devem considerar o meio ambiente
em suas decisões e adotar práticas administrativas e tecnológicas que contribuam para a
preservação dos recursos naturais.
Neste mercado globalizado, competitivo, com legislação cada vez mais exigente
e com uma grande preocupação em relação às questões ambientais, a sociedade passou a
cobrar dos setores públicos e privados uma mudança na forma de desenvolvimento e a
adoção de programas ou sistemas de gerenciamento que atinjam e demonstrem um
desempenho ambiental correto, controlando os impactos das atividades industriais,
produtos e serviços no meio ambiente (SERBER, 2009).
A busca permanente pela melhoria do desempenho ambiental pode ser obtida
através da prática da gestão ambiental. A implantação de um sistema de gestão
ambiental (SGA) é bastante abrangente e constitui um conjunto de políticas, programas
e práticas administrativas e operacionais que considerem a saúde e segurança das
12
pessoas e a proteção do meio ambiente através da eliminação ou minimização de
impactos e danos ambientais decorrentes do planejamento, implantação, operação,
ampliação, realocação ou desativação de empreendimentos ou atividades.
Segundo Tauchen (2009), a escolha das ferramentas utilizadas no processo é
fundamental, podendo citar como mais importantes, a avaliação dos aspectos e impactos
ambientais, programas de monitoramento ambiental, programas de recuperação
ambiental, auditorias ambientais, inspeções ambientais, programas de minimização de
carga poluidora, programas de análise e gerenciamento de riscos, emergências
ambientais e educação ambiental.
No trabalho em questão, o objeto de estudo é uma indústria do ramo de
implementos agrícolas, que almeja a melhoria do desempenho ambiental, através de um
sistema de gestão ambiental. Com esta necessidade da indústria, de se adequar as
questões ambientais, surge a seguinte pergunta: quais ações relacionadas à gestão
ambiental são necessárias para a melhoria no desempenho ambiental da indústria?
1.2 Justificativa
As indústrias que se atentarem as questões ambientais, implantando a gestão
ambiental, se manterão sempre competitivas no mercado. Tachizawa e Andrade (2008)
afirmam que as empresas “limpas” estarão sempre um passo adiante das concorrentes,
pois esta será a única forma estável e lucrativa das empresas se manterem líderes no
mercado.
Desta forma, as questões ambientais devem estar totalmente integradas aos
processos de produção, influenciando nos procedimentos operacionais, tecnológicos e
recursos humanos. Por estes motivos, se torna importante a realização deste trabalho,
em forma de um estudo de caso, visando a melhoria do desempenho ambiental da
indústria, com uma correta gestão dos processos e resíduos gerados, adequando-se as
legislações vigentes, proporcionando um ganho de competitividade, tanto para a sua
sobrevivência no mercado global quanto para o controle dos aspectos ambientais,
garantindo um desenvolvimento sustentável e melhoria contínua da qualidade ambiental
e da vida da população.
13
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo Geral
Elaborar uma proposta de gestão ambiental para uma indústria metal mecânica.
1.3.2 Objetivos Específicos
1. Realizar uma fundamentação teórica sobre o tema;
2. Analisar o processo de produção da indústria;
3. Realizar o diagnóstico ambiental da indústria;
4. Fazer um levantamento dos aspectos e impactos ambientais;
5. Avaliar os aspectos e impactos ambientais;
6. Elaborar um plano de ação para melhoria do desempenho ambiental.
1.4 Apresentação Geral do Trabalho
Além do presente capítulo, que contém as considerações iniciais, o problema, a
justificativa, o objetivo geral e os objetivos específicos, a estrutura metodológica do
trabalho esta composta por mais quatro capítulos.
No capítulo 2 é apresentada a revisão da literatura, onde são abordados assuntos
relevantes que envolvem o problema e são necessários para obter-se um maior
conhecimento a respeito do tema estudado.
O capítulo 3 aborda os métodos de pesquisa utilizados para o desenvolvimento
do trabalho. É exposto o delineamento do trabalho e são detalhadas as etapas realizadas
para se alcançar o objetivo final.
No capítulo 4 descrevem-se os resultados. É demonstrado o estudo de caso
desenvolvido na indústria metal mecânica, contendo o organograma, o layout, o
processo produtivo, o diagnóstico ambiental da indústria, a definição da política
ambiental, o levantamento e avaliação dos aspectos e impactos ambientais, os requisitos
legais aplicáveis à empresa e, por fim, o plano de ação para atingir os objetivos e metas.
14
O capítulo 5 apresenta a conclusão do trabalho realizado, assim como sugestões
para futuros trabalhos. Por fim, têm-se as referências bibliográficas utilizadas e o
apêndice.
15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 A Indústria Metal Mecânica no Brasil
O setor metal mecânico abrange tanto as indústrias que se dedicam a produção e
as transformações de metais, o que inclui tanto as empresas de bens e serviços
intermediários como, por exemplo, fundições, forjarias, corte, soldagem, etc., quanto os
estabelecimentos destinados aos produtos finais como, bens de consumo, equipamentos,
maquinaria, veículos e material de transporte (MACEDO e CAMPOS, 2001)
No início dos anos 90, o setor apresentou grandes deficiências em sua
capacidade competitiva devido, principalmente, ao baixo dinamismo da economia
verificada nos anos 80. Durante este período, as empresas apresentaram declínio nos
investimentos em formação de capital fixo, significativo atraso tecnológico, reduzidos
gastos em pesquisas e desenvolvimentos, pouca importância à difusão de sistemas de
gestão de qualidade e problemas estruturais, com expressiva verticalização e
diversificação (VIAN e JÚNIOR, 2010).
A indústria metal mecânica tem como principal fornecedor de matérias-primas o
ramo da siderurgia. Os produtos fabricados são oriundos de setores como a indústria
automobilística, hidro mecânica, de implementos agrícolas, naval, mineração, entre
outras. Após as grandes transformações na década de 90, o investimento para
modernização do parque industrial foi notável, onde a indústria metal mecânica e a
siderurgia aperfeiçoaram seus processos produtivos aumentando a produtividade, em
relação à década de 1980 em uma taxa média de 9,3% (SERBER, 2009).
Como exemplo, tem-se a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que:
[...] passou de sinônimo de ineficiência, ainda sobre o controle estatal,
a elevado padrão internacional de tecnologia, produtividade e
eficiência, mantendo uma taxa de crescimento, segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/PIM) 2006, de 1,9%
contra -0,2% do período 1994/1999 e vem mostrando uma crescente e
irreversível conscientização ambiental (SERBER, 2009, pg. 26).
Porém, segundo Queiroz e Queiroz, (2010), a perda de dinamismo da economia,
a deterioração das condições de financiamento em longo prazo e a descoordenação das
políticas industrial e tecnológica nos anos 80 fragilizaram severamente a capacidade
16
competitiva de alguns setores da indústria metal mecânica. Nos anos 90, o setor de
máquinas e implementos agrícolas era o que estava em pior situação competitiva em
relação ao exterior, pois neste segmento as tecnologias mais modernas de processo de
produção eram menos divulgadas e, sobretudo, eram maiores as defasagens de produto
em relação a outros países.
2.2 A Indústria Metal Mecânica no Rio Grande do Sul
O setor metal mecânico do Rio Grande do Sul abrange um diversificado ramo
industrial, e de certa forma desenvolveu e ainda desenvolve as regiões de todo o estado.
Podem-se ver as mudanças estruturais, particularmente no setor metal mecânico, com
desenvolvimento da indústria automobilística, máquinas e implementos agrícolas entre
outros segmentos que compõe este setor.
A indústria metal mecânica do estado representa, segundo Tauchen (2009), 20%
do produto industrial do Estado, sendo que após se recuperar da crise dos anos 80, o
setor teve um aumento no número de empresas, que em 2010 chegou a cerca de 12 % no
em relação ao ano de 2005. Entre as empresas deste setor destacam-se as de autopeças e
de máquinas e implementos agrícolas, sendo que ambas exportam uma parcela
significativa de suas produções.
O IBGE mostra que a indústria teve um aumento na sua produção nos últimos 5
anos e considera que os principais impactos positivos no cômputo geral vieram dos
setores de máquinas e equipamentos com o aumento significativo de 33,3% e veículos
automotores 27,2% (TAUFFER, 2010)
O estado, segundo o IBGE, em 2010 se mantinha em quarto lugar, com participação de
7,8% no Produto Interno Bruto (PIB) nacional, antecedido pelo Distrito Federal, Rio
de Janeiro e São Paulo. Em comparação com o desempenho nacional, o Rio Grande do
Sul teve desempenho superior. De 2004 a 2009, a taxa média de crescimento do estado foi de 3,4%
enquanto no País essa taxa foi de 1,8%.
No geral, na última década, a vocação agroexportadora gaúcha, bem como os
fortes vínculos existentes entre as atividades primária e secundária contribuíram para
elevar a demanda por produtos industriais, principalmente de bens metal mecânicos. A
expansão do segmento de máquinas e equipamentos agrícolas destacou-se frente aos
17
demais, estimulando um maior crescimento para todo o setor metal mecânico (PELUFÊ,
2005).
Para Pelufê (2005, pg. 37):
[...] a interdependência entre o desenvolvimento do setor agrícola e o
metal mecânico resulta tanto das ligações a montante quanto a jusante.
As ligações a montante ocorrem quando o produtor rural adquire
insumos para o cultivo, nos quais se incluem máquinas e implementos
agrícolas. Quanto melhor for a previsão para a safra futura, maior será
a demanda por bens de produção, fato que estimula a indústria de
insumo para a atividade primária.
Já nas ligações à jusante do setor agrícola, Pelufê (2005, pg. 37) salienta que:
As ligações à jusante que refletem no setor metal mecânico ocorrem
em razão da maior procura por máquinas e equipamentos utilizados
para o processamento da produção rural, bem como para o seu
escoamento. Em consequência, em períodos de safras relativamente
consistentes, os segmentos industriais que se posicionam a jusante são
extremamente estimulados. Os efeitos positivos ainda influenciam o
resultado daqueles que se organizam antes da produção rural, pois
com maior volume de recursos provenientes da comercialização de
uma boa safra, os produtores aproveitam para adquirir novos bens de
produção.
Nesta interligação de atividades produtivas, os segmentos que fornecem peças e
equipamentos para empresas que comercializam bens diretamente a outros segmentos e
ao consumidor final também se beneficiam, estimulando todo o setor. Sendo assim,
pode-se especular que o crescimento do setor metal mecânico gaúcho é diretamente
influenciado pelo desempenho da atividade rural. Em períodos de boas safras, o setor
tende a se desenvolver em um ritmo superior ao verificado em tempos de declínio da
atividade primária.
O setor metal mecânico do Estado iniciou o primeiro ano da década de 2000 em
uma posição privilegiada, em termos de expansão. No entanto, nesse ano, a economia
regional sofreu os efeitos de acontecimentos tanto nacionais quanto internacionais, o
que impactou negativamente as expectativas de crescimento do setor industrial.
18
2.3 Gestão Ambiental
Os problemas relativos aos aspectos ambientais estão associados ao crescente
processo de industrialização. Assim, os processos de produção e seus produtos têm
causado prejuízos à saúde humana e os ecossistemas. A preocupação das indústrias com
o meio ambiente decorreu do aumento da percepção dos riscos e impactos ambientais
por parte dos consumidores, que começaram a preferir produtos gerados a partir de
tecnologias menos agressoras, das legislações mais rígidas e oportunidades de
crescimento econômico aliado a proteção ao meio ambiente.
Assim, a opinião de muitos empresários, até a década de 80, de que a adoção de
uma gestão ambiental eficiente colidia com a manutenção de percentuais de lucros
competitivos, foi aos poucos sendo ultrapassada, com a conscientização de que
utilização de tecnologias ambientalmente menos impactante tem um potencial
importante, tanto na contribuição para a melhoria ambiental do planeta, como na
redução de custos, por meio de uma eficiente racionalização dos processos de produção,
melhoramento no uso dos insumos e na diminuição do desperdício de materiais. Perante
a isso, na década de 1990 houve uma rápida disseminação da gestão ambiental baseada
no gerenciamento da qualidade total (QUEIROZ e QUEIROZ, 2010).
Ainda assim, segundo Serber (2009), a maioria das empresas tratam as questões
ambientais somente no âmbito de atendimento a legislação, fato este, que deve ser
modificado, adotando-se estratégias ambientais duradouras e perfeitamente alinhadas às
suas estratégias organizacionais. Como a questão ambiental vem ganhando cada vez
mais espaço dentro das organizações, por estar o mercado cada dia mais globalizado,
aberto e competitivo, as empresas devem aplicar os conceitos de desenvolvimento
sustentável e responsabilidade social nos seus negócios.
Segundo a Norma Internacional ISO 14001, Gestão Ambiental é parte integrante
do sistema de gestão global de uma organização. Inclui a estrutura organizacional,
atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e
recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a
política ambiental. É o que a empresa faz para minimizar ou eliminar os efeitos
negativos provocados no ambiente pelas suas atividades.
Um aspecto relevante da gestão ambiental, conforme Fonseca (2004) é que sua
introdução requer decisões da alta administração e, portanto, envia uma clara mensagem
19
à organização de que se trata de um compromisso corporativo. A gestão ambiental pode
se tornar também um importante instrumento para as organizações em suas relações
com consumidores, o público em geral e agências governamentais.
2.3.1 Sistema de Gestão Ambiental
Segundo Chaib (2005) as organizações estão percebendo a importância de
atuarem de forma menos agressiva ao meio ambiente, podendo gerar mais lucros e
ficarem mais competitivas ao incluírem em suas estratégias empresariais as
preocupações ambientais, adotando novas estratégias tecnológicas e racionalizando o
consumo dor recursos naturais, ou seja, implantando um sistema de gestão ambiental
(SGA). As empresas também são induzidas a realizarem investimentos ambientais pelas
pressões das regulamentações ambientais, dos consumidores e dos investidores.
Portanto a relação entre as empresas e o meio ambiente deve ser vista como uma
oportunidade para que as empresas passem a implementar práticas sustentáveis de
gerenciamento, não apenas como uma postura reativa às exigências legais ou pressões
de grupos ambientalistas, mas sim com a intenção de obter vantagens competitivas.
Para Fonseca (2004) o Sistema de Gestão Ambiental é um sistema que identifica
oportunidades de melhoria para a redução de impactos ambientais e possibilita um
controle sobre os problemas ambientais, podendo ser certificado pela Norma ISO
14001. Um SGA estabelece uma estrutura organizacional que permite à empresa avaliar
e controlar os impactos ambientais de suas atividades, produtos ou serviços. Conforme a
ISO 14001 (2004) é caracterizado por seis elementos importantes: política ambiental;
planejamento; implantação e operação; monitoramento e correção das ações; revisão
gerencial e melhoria contínua.
O SGA, como cita Mariani (2002), tem como meta principal a melhoria
contínua, visando o desempenho ambiental da empresa. A prevenção da poluição e o
atendimento às legislações aplicáveis à atividade são considerados um ciclo contínuo,
onde o sistema é revisto e avaliado periodicamente com o objetivo de identificar
oportunidades de melhoria do mesmo. Assim, a implementação de um SGA constitui
uma estratégia para que a empresa tenha sempre oportunidades de identificar meios que
possam minimizar impactos ambientais, de forma integrada a conquista do mercado e
lucratividade.
20
Segundo Kvist (2005) os pioneiros na implantação de sistemas de gestão
ambiental foram as grandes empresas, com mercados internacionais, tais como a
silvicultura e indústria de papel, e do setor metalúrgico, sendo que hoje diversas
empresas de médio e, inclusive de pequeno porte, já estão adotando práticas de gestão
ambiental.
D´Avignon (2001), afirma que tanto no ponto de vista da qualidade, como
ambiental, a correta implantação de um sistema de gestão que permita a certificação por
critérios bem estabelecidos pode contribuir para diferenciação do produto final e,
consequentemente, aumentar a competitividade da organização. A responsabilidade
civil da organização por danos causados ao meio ambiente e até mesmo defeitos nos
produtos, também passa a ser melhor conhecida. A detecção, no caso de algum
problema, se torna mais fácil e a rastreabilidade no processo permite que este seja
corrigido com mais rapidez e agilidade. Além disso, um certificado sempre será
elemento muito importante na defesa da organização em caso de disputa judicial,
funcionando com atenuador, já que a organização pode demonstrar preocupação com a
prevenção e consequentemente com o meio ambiente.
Nesse cenário, a aplicação das ferramentas previstas nos Sistemas de Gestão
Ambiental têm se tornado um grande aliado, disseminando a dimensão ambiental nas
estratégias corporativas e competitivas adotadas pelas empresas.
2.3.2 Dificuldades na Implantação do SGA
Ceruti e Silva (2009), com base em avaliações em empresas, observaram as
principais dificuldades encontradas para a implantação de um SGA. São elas:
relacionamento com os órgãos ambientais, falta de pessoal capacitado para o
desenvolvimento de um SGA, disponibilidade de capital, falta de adequação aos
programas de Gestão Ambiental, localização inadequada, falta de treinamentos, má
estruturação do setor ambiental, desconhecimento das normas ISO 14000 e falta de
interesse na implantação.
Conforme Pelufê (2005), a gestão ambiental não se limita somente às questões
relativas à organização, mas incorpora também instrumentos de mercados nas diversas
áreas do conhecimento, numa perspectiva multidisciplinar, onde se reconhece que a
saúde da humanidade e dos ecossistemas está na dependência dos fatores sociais,
21
econômicos e ambientais. Portanto, ouras barreiras que podem ser encontradas na
implantação do SGA são divididas em:
Organizacionais: sobrevivência da empresa; rotatividade da equipe
técnica; poder de decisão do proprietário; falta de envolvimento dos colaboradores;
Sistêmicas: sistema de gestão inadequado; falta de informações e
capacitação dos colaboradores;
Comportamentais: resistência a mudanças; falta de liderança e cultura
organizacional;
Técnicas: defasagem tecnológica; falta de infraestrutura; acesso limitado
às informações técnicas;
Econômicas: exclusão de custos ambientais da tomada de decisões;
disponibilidade de recursos e custos de financiamento;
Para facilitar a implantação do SGA propõe-se sua estruturação em relação à
área ambiental, fortalecendo o comprometimento de todos os funcionários para a
melhoria dos aspectos ambientais, investindo na educação, qualificação e treinamento
do pessoal e investimento em tecnologias inovadoras (CERUTI e SILVA, 2009).
2.4 ISO 14001
A International Standardization for Organization (ISO) é uma organização não
governamental sediada na Suíça. Foi fundada em 23 de fevereiro de 1947 com objetivo
de ser um fórum internacional de normatização para atuar como entidade
harmonizadora das diversas agências nacionais e internacionais (TAUCHEN, 2009).
A série de normas ISO 14.000 tem por objetivo fornecer assistência para as
organizações na implantação ou no aprimoramento de um SGA, auxiliando-as a atingir
seus objetivos ambientais e econômicos. Ela está vinculada à meta de desenvolvimento
sustentável e é compatível com diferentes estruturas culturais, e organizacionais. Um
SGA oferece ordem e consistência para os esforços organizacionais no atendimento às
preocupações ambientais através de alocação de recursos, definição de
responsabilidades, avaliações correntes das práticas, procedimentos e processos
(CAJAZEIRA, 1998).
Segundo Mariani (2002) as normas abrangem seis áreas bem definidas: Sistema
de Gestão Ambiental, Auditorias Ambientais, Avaliação de Desempenho Ambiental,
22
Rotulagem Ambiental, Aspectos Ambientais nas Normas e Produtos e Análise do Ciclo
de Vida.
Conforme POMBO e MANGRINI (2008) uma boa maneira para analisar a
evolução de um país no contexto da certificação ambiental seria verificar o número de
certificados obtidos por suas empresas e comparar com o número de certificações
alcançadas por outros países industrializados em uma mesma época. A tabela a seguir
contém o número de certificados ISO 14001 emitidos em alguns países até o ano de
2005:
Quadro 1: Certificados ISO 14001 emitidos até o ano de 2005
Fonte: Pombo e Mangrini, 2008
Há alguns objetivos específicos da gestão ambiental, definidos segundo a norma
NBR ISO 14.001 que destaca cinco pontos fundamentais:
Implementar, manter e aprimorar um sistema de gestão ambiental;
Assegurar-se de sua conformidade com sua política ambiental definida;
23
Demonstrar tal conformidade a terceiros;
Buscar certificação do seu sistema de gestão ambiental por uma
organização externa;
Realizar uma auto avaliação e emitir auto declaração de conformidade
com esta Norma.
Além disso, a ISO 14001 define os princípios e elementos básicos de um SGA:
Comprometimento e política – A organização deve definir sua política
ambiental e assegurar o comprometimento com o seu SGA.
Planejamento – É recomendado que a organização formule um plano
para cumprir sua política ambiental.
Implementação - Recomenda-se que uma organização desenvolva a
capacitação e os mecanismos de apoio necessários para atender sua política, seus
objetivos e metas ambientais.
Medição e avaliação - é recomendado que a organização mensure,
monitore e avalie seu desempenho ambiental.
Análise crítica e melhoria - é recomendado que a organização análise
criticamente e aperfeiçoe continuamente seu sistema de gestão ambiental, com o
objetivo de aprimorar seu desempenho ambiental global.
Kvist (2005) e Mariani (2002) realizaram estudos sobre os resultados da
implantação de um sistema de gestão ambiental em indústrias metal mecânicas
certificadas com a norma ISO 14001. Concluíram que a conscientização a respeito de
resíduos aumentou nitidamente nas empresas após a construção e certificação de
sistemas de gestão ambiental. Quase todas as empresas estabelecem objetivos e metas
em gestão de resíduos, mas em níveis diferentes. Implantar o SGA melhorou claramente
o tratamento de resíduos, onde menos resíduos vão para o aterro e mais são recuperados.
Quanto ao empenho pessoal, os colaboradores evidentemente sentem que estão
comprometidos, no entanto, eles são incertos sobre o compromisso dos outros
colaboradores. Percebe-se que na maioria das empresas certificadas com a norma ISO
14001, o principal interesse é somente em manter o certificado.
24
2.5 Aspectos e impactos ambientais
A ISO 14001 (2004) define como aspecto ambiental o elemento das atividades,
produtos ou serviços de uma organização que pode interagir com o meio ambiente,
sendo que um aspecto considerado significativo é aquele que resulta em um impacto
ambiental significativo.
Impacto ambiental, segundo a ISO 14001 (2004) é qualquer modificação do
meio ambiente que resulte dos aspectos ambientais da organização.
A Resolução Conama 001/86 defini impacto ambiental como:
[..] qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas
do meio ambiental causada por qualquer forma de matéria ou energia
resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam
a saúde, a segurança e o bem estar da população; a biota; as condições
estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos
ambientais.
Conforme Parizotto (2011), a identificação dos aspectos e impactos ambientais
de uma organização é o passo mais importante no planejamento de um sistema de
gestão ambiental, e devem ser classificados como significativos ou não significativos.
Esta etapa também é fundamental para o conhecimento real do desempenho ambiental
de uma organização.
A norma ISO 14001 (2004) destaca que a organização deve estabelecer e manter
procedimentos para identificar os aspectos ambientais oriundos de suas atividades que
possam ser controlados pela mesma e sobre os quais presume-se que tenha influência, a
fim de determinar aqueles que tenham ou possam ter impactos significativos sobre o
meio ambiente, assim como assegurar que os impactos significativos sejam
considerados na definição de seus objetivos ambientais e manter essas informações
atualizadas.
Neste contexto, a identificação dos aspectos ambientais é um processo contínuo
e que deve considerar, não somente, as condições normais de operação de uma
organização, mas também os aspectos que ocorrem em situações anormais, e até
condições de emergência, passíveis de impactos significativos (HENKELS, 2002).
Para a avaliação da significância dos impactos ambientais, a norma ISO 14001
não estabelece critérios a serem seguidos. Diversos autores propõem uma avaliação,
25
considerando critérios como: Abrangência, Situação, Frequência/probabilidade,
Severidade e Magnitude. Um exemplo de critérios que podem ser adotados para a
avaliação dos aspectos/impactos ambientais, é apresentado a seguir:
Quadro 2: Avaliação de aspectos e impactos ambientais
INCIDÊNCIA
Relaciona o aspecto/impacto ambiental levantado com a atividade
exercida no local. A incidência pode ser direta (quando se refere
àquele aspecto sobre o qual a organização exerce ou pode exercer
controle efetivo, causando-se ou podendo-se causar um impacto
ambiental direto); ou indireta (aquele aspecto/impacto sobre o qual a
organização pode apenas exercer influência, não tendo controle
efetivo, causando-se ou podendo-se causar um impacto indireto).
ABRANGÊNCIA
Procura expressar a capacidade de interferência do aspecto/impacto no
meio ambiente. Pode ser classificada em local (quando se encontra nas
dependências da organização), regional (quando o impacto afeta o
entorno da organização e a região onde a mesma se encontra) ou global
(quando o impacto atinge um componente ambiental de importância
coletiva, nacional ou até mesmo internacional ou global). Sugere-se
atribuir o valor de 1 ponto para a abrangência local, 2 pontos para a
regional e 3 pontos para a global.
PROBABILIDADE
Os aspectos/impactos ambientais potenciais, associados ou não a
situações de risco, devem ser avaliados segundo sua probabilidade de
ocorrência, a qual se sugere que seja qualificada e pontuada da seguinte
forma: alta (3 pontos), média (2 pontos) e baixa (1 ponto). Deve-se
ressaltar que aqueles aspectos/impactos ambientais associados a
situações de risco devem ser abordados em estudos específicos de
análise de risco, para que sua probabilidade seja determinada por
métodos de análise de risco aplicáveis.
FREQUÊNCIA
Os aspectos/impactos ambientais reais devem ser avaliados de acordo
com sua provável frequência de ocorrência, a qual pode ser qualificada
e pontuada da seguinte forma: alta (3 pontos), média (2 pontos) e baixa
(1 ponto).
SEVERIDADE
Os aspectos/impactos ambientais devem ser avaliados segundo sua
magnitude e reversibilidade. Sugere-se que a qualificação e pontuação
desta característica sejam da seguinte forma: alta (3 pontos, referindo-
se àquele aspecto que causa ou pode causar impactos de alta ou média
magnitude ou intensidade, irreversíveis ou de difícil reversão), média
(2 pontos, referindo-se àquele aspecto que causa ou pode causar
impactos de alta ou média magnitude ou intensidade, mas que sejam
reversíveis), e baixa ou mínima (1 ponto, referindo-se àquele aspecto
que causa ou pode causar impactos de intensidade/magnitude mínima,
independentemente de sua reversibilidade).
DETECÇÃO
Existem diferentes níveis de dificuldade de avaliação e/ou medição,
quantitativa ou qualitativa dos aspectos/impactos ambientais potenciais
e reais de uma organização, conhecidos por graus ou limites de
detecção. Esses limites influenciam a interpretação da significância dos
aspectos/impactos ambientais, que podem ser assim qualificados e
pontuados: difícil (3 pontos), moderado (2 pontos) e fácil (1 ponto)
Fonte: Adaptado de Departamento de Meio Ambiente / FIESP (2007) apud Parizotto (2011)
26
3 METODOLOGIA
3.1 Local de estudo
A indústria estudada está localizada na Br 386 no km 174,5, no município de
Carazinho, no noroeste do estado do Rio Grande do Sul, com coordenadas geográficas
de 28° 17’ de latitude e 52° 47’ longitude.
Fonte: Prefeitura Municipal de Carazinho (2012)
Figura 1: Localização de Carazinho-RS
A indústria, que foi fundada em 1994, é uma metal mecânica do ramo de
implementos agrícolas, de porte médio, produzindo semeadeiras. Iniciou na atividade de
transformação de semeadeiras convencionais, sendo que em 1996 passou a fabricar
semeadeiras novas para plantio direto, atendendo aos 3 estados do sul do Brasil, com
mais de 1000 semeadeiras em atividades. Sua principal matéria prima é o aço, sendo
utilizadas aproximadamente 20 toneladas do material por semana. A empresa possui
2200 m² de área construída, com aproximadamente 60 funcionários distribuídos nos
setores administrativo, técnico e de produção.
27
Fonte: Google Earth (2012)
Figura 2: Localização da Indústria
3.2 Escopo do trabalho
Com o intuito de buscar soluções para o problema proposto, foi realizada uma
série de procedimentos. No que diz respeito à abordagem do problema, a pesquisa
caracteriza-se basicamente como qualitativa. Este tipo de pesquisa busca a interpretação
dos fenômenos e a atribuição de significados para descrever a complexidade de um
determinado problema e a interação de algumas variáveis, sem a utilização de dados
numéricos e estatísticos. O ambiente natural é considerado como fonte para coleta de
dados e os seus métodos são múltiplos, interativos e humanísticos, onde o pesquisador
parte de uma visão holística do fenômeno, buscando compreender suas inter-relações.
(GRESSLER, 2004).
Quanto aos objetivos da pesquisa, podemos caracterizá-la de cunho exploratório
e descritivo, considerando que a pesquisa exploratória almeja criar uma maior
intimidade com o fenômeno estudado, sendo este, o primeiro passo para qualquer
trabalho científico. A pesquisa descritiva pode ser um complemento da pesquisa
exploratória, e visa identificar, registrar e analisar as características do fenômeno
estudado (CIRIBELLI, 2003).
28
Segundo Ciribelli (2003), a coleta de dados é o conjunto de métodos práticos
utilizados para reunir as informações necessárias à construção dos raciocínios em torno
do problema. Sendo assim, o método utilizado foi o estudo de caso, buscando
informações a campo, onde ocorrem os fatos e fenômenos, além de pesquisa
bibliográfica e entrevista informal com o diretor industrial da empresa. O estudo de
caso, conforme Gressler (2004) é caracterizado pelo profundo estudo de uma
organização, a fim de se obter um conhecimento complexo e detalhado da mesma.
A figura a seguir apresenta o delineamento do trabalho, demonstrando de forma
detalhada o conjunto de etapas realizadas para atingir os objetivos desejados.
Figura 3: Fluxograma do delineamento do trabalho.
29
3.2.1 Primeira etapa
A primeira etapa consistiu na definição dos objetivos do trabalho, sendo estes de
grande importância para o início da pesquisa. Os objetivos foram separados em
Objetivo Geral e Objetivos Específicos, propostos com a finalidade de desenvolver
meios de se alcançar a melhoria do desempenho ambiental da indústria.
3.2.2 Segunda Etapa
A revisão bibliográfica foi realizada no intuito de se familiarizar com o
problema que está sendo estudado, por exemplo, através da pesquisa de trabalhos já
realizados nas áreas em que está inserido o problema. Foram pesquisados os assuntos
que possuem relação direta e específica com o trabalho em questão, como a situação das
indústrias metal mecânicas, gestão ambiental nas empresas, a norma ISO 14001, entre
outros.
3.2.3 Terceira etapa
A fim de se obter dados gerais a respeito da indústria, analisar o processo
produtivo e para realizar as etapas seguintes deste trabalho, como o diagnóstico
ambiental, levantamento e avaliação dos aspectos e impactos ambientais, foram
realizadas visitas técnicas à indústria, onde foram feitos registros fotográficos do
processo produtivo e diálogos com os funcionários dos setores da indústria. Nesta etapa
também foi apresentado ao diretor industrial da empresa os princípios básicos de um
SGA e realizada uma entrevista informal com o mesmo para coletar informações
pertinentes.
3.2.4 Quarta etapa
Na quarta etapa foi realizado o diagnóstico da empresa, com os dados coletados
na etapa anterior.
Aqui é apresentada a estrutura organizacional da indústria, o processo produtivo,
com a descrição de cada etapa, desde a chegada da matéria prima até o produto final,
30
análise da situação legal da empresa, programas de segurança implantados e a situação
atual do controle ambiental da indústria, envolvendo o tratamento e destinação dos
resíduos sólidos e líquidos, geração de ruídos e emissões atmosféricas.
3.2.5 Quinta etapa
Segundo a norma NBR ISO 14001 (2004), a alta administração deve definir a
política ambiental da organização. Sendo assim em conjunto com o diretor industrial foi
definida a política ambiental da empresa. Para isto foi considerado, o atendimento aos
critérios e legislações ambientais vigentes, a conscientização dos colaboradores, o
relacionamento com a sociedade e a eficiência no uso de insumos, recursos naturais, e
na minimização da geração, tratamento e disposição de resíduos, buscando a prevenção
da poluição.
3.2.6 Sexta Etapa
Na sexta etapa foi realizado o levantamento de todos os aspectos e impactos
ambientais negativos oriundos da indústria. Foram analisadas separadamente as etapas
do processo de produção, através de inspeção visual e colaboração dos envolvidos
nestas etapas. Os aspectos e impactos são apresentados através de um quadro, onde são
descritos o setor e seus respectivos aspectos e impactos ambientais.
3.2.7 Sétima etapa
Após o levantamento dos aspectos e impactos ambientais, estes, foram
avaliados, observando-se os mais significativos, a fim de determinar o ponto de partida
e a direção a ser tomada na elaboração de ações para melhoria do desempenho
ambiental da indústria.
Esta avaliação permitiu a determinação da vulnerabilidade da indústria em
relação ao meio ambiente. Foi possível verificar os principais aspectos e impactos
negativos gerados pela empresa, para uma posterior tomada de decisão a respeito de
atitudes a serem adotadas prioritariamente.
31
Tal atividade foi realizada conforme alguns critérios adotados. Considerado a
sua situação, os aspectos foram classificados como Normal ou Eventual, conforme o
quadro a seguir:
Quadro 3: Classificação dos aspectos quanto a sua situação
SITUAÇÃO DESCRIÇÃO
Normal
(N)
Aspecto associado às rotinas operacionais da indústria.
Eventual
(E)
Aspecto associado a situações eventuais decorrentes de determinada
atividade (falhas em equipamentos, acidentes, etc.).
Para determinar a significância dos aspectos e impactos, foram considerados três
fatores. São eles: Frequência ou Probabilidade, Severidade e Magnitude, descritos a
seguir.
Para a determinação da Frequência ou Probabilidade, foram adotados valores de
1 a 3, sendo a frequência atribuída aos aspectos e impactos de situações normais e a
probabilidade para as situações eventuais.
Para a frequência define-se:
Quadro 4: Classificação dos impactos quanto a frequência de ocorrência
FREQUÊNCIA DESCRIÇÃO
1 - Baixa A frequência com que o impacto ocorre é muito pequena.
2 - Média Frequência que não se enquadra aos critérios estabelecidos para
Frequência Baixa e nem para Frequência Alta.
3 - Alta A ocorrência do impacto é inerente à atividade.
Para a Probabilidade:
Quadro 5: Classificação dos impactos quanto a probabilidade de ocorrência
PROBABILIDADE DESCRIÇÃO
1 - Baixa A possibilidade de ocorrência do impacto é praticamente nula.
2 - Média Probabilidade que não se enquadra aos critérios estabelecidos para
Probabilidade Baixa e nem para Probabilidade Alta.
32
3 - Alta Maior possibilidade de ocorrência do impacto, com base em
experiências anteriores.
O fator Severidade representa a gravidade do impacto sobre o meio ambiente, e
é classificada conforme o quadro a seguir:
Quadro 6: Classificação quanto a severidade do impacto
SEVERIDADE DESCRIÇÃO
1 - Baixa Impacto reversível com a aplicação de ações imediatas, praticamente
sem consequências para o meio ambiente.
2 - Média Impacto reversível em médio prazo com ações de controle ou mitigação,
não altera significativamente o meio ambiente.
3 - Alta Impacto irreversível para o meio ambiente, mas que com ações de
correção e de mitigação, podem ser restaurados.
A Magnitude representa a dimensão do impacto no meio ambiente, e é
classificada conforme o quadro a seguir:
Quadro 7: Classificação quanto a magnitude do impacto
MAGNITUDE DESCRIÇÃO
1 - Baixa A dimensão do impacto é pontual, o impacto se restringe a uma
determinada área da indústria.
2 - Média A dimensão do impacto atinge ouras áreas da indústria, porém não
ultrapassam os limites da mesma.
3 - Alta A dimensão do impacto é expressiva, ultrapassando os limites da
indústria.
Os fatores citados foram somados ao final da avaliação, obtendo-se a
significância através da fórmula:
S = F/P + SEV + MAG (1) onde: S – Significância;
F/P – Frequência ou Probabilidade;
SEV – Severidade;
MAG – Magnitude.
33
Foram considerados significativos os aspectos e impactos em que a Severidade
atribuída foi igual a 3 e/ou a Significância foi maior ou igual a 7.
Cabe ressaltar que para esta avaliação foi desconsiderado qualquer tipo de
controle existente sobre o aspecto ou impacto, a fim de caracterizar claramente a
relevância destes.
3.2.8 Oitava etapa
A oitava etapa baseou-se na verificação de todos os requisitos legais aplicáveis à
indústria, através de pesquisa bibliográfica e sites de órgãos públicos, com a finalidade
de verificar futuramente, na implantação do SGA, a adequação da empresa a estes
requisitos. Estes são apresentados através de um quadro, dividido em legislações
federais, estaduais e municipais.
3.2.9 Nona etapa
Foram estabelecidos objetivos e metas levando em consideração os impactos
definidos como significativos, conforme a classificação no item 3.2.7, objetivando,
respectivamente, a eliminação, a minimização, a reutilização ou a reciclagem, e
também, a fim de cumprir todos os requisitos legais aplicáveis à empresa. Para estas
metas, sempre que possível, são apontados indicadores.
3.2.10 Décima Etapa
Por fim, com o conjunto das etapas realizadas anteriormente, foi elaborado um
plano de ação a fim de se atingir os objetivos e metas definidos, pretendendo
gradativamente se alcançar uma melhoria do desempenho ambiental. No plano de ação
foram atribuídas as responsabilidades para cada setor da indústria, assim como foram
determinados os meios e prazos para o atendimento destes objetivos e metas.
34
4 RESULTADOS
4.1 Diagnóstico da Empresa
4.1.1 Estrutura organizacional
A estrutura organizacional da empresa se apresenta conforme o fluxograma a
seguir:
Figura 4: Organograma da indústria
4.1.2 Layout da empresa
O layout da indústria está apresentado no Apêndice – A, ao final deste trabalho.
O número de pessoas que trabalham por setor, é apresentado a seguir:
Presidência: 1 pessoa
Diretor industrial: 1 pessoa
Departamento Comercial: 3 pessoas
Produção: 40 pessoas
Engenharia: 8 pessoas
Setor financeiro: 2 pessoas
Recursos Humanos: 3 pessoas
Setor de peças: 4 pessoas
35
4.1.3 Processo produtivo
Para a obtenção das semeadeiras, as chapas de aço passam por uma série de
etapas. A seguir é apresentado o fluxograma do processo produtivo da indústria:
Figura 5: Fluxograma do processo produtivo da indústria
Inicialmente, as matérias-primas, como tintas, as chapas de aço, os itens para os
serviços de solda, equipamentos de proteção individual, óleos, dentre outros, são
recebidos dos fornecedores e descarregados diretamente no almoxarifado, onde ficam
armazenados para posterior utilização. Na figura 6, a seguir, são demonstradas as
chapas de aço utilizadas:
36
Figura 6: Aço para fabricação do produto
Traçagem
A traçagem consiste nas marcações sobre a superfície do aço, que representam
as linhas de referência para a execução da peça. Portanto ela delimita as superfícies,
linhas e os eixos de referência com que o operário deve trabalhar para obtenção da
futura peça. As marcações são feitas com giz, utilizando-se também esquadro, régua,
compasso e outros objetos de desenho.
Estampagem
Este é o processo em que a chapa de aço adquire o formato desejado. Consiste
no corte, dobramento, estampagem normal ou estampagem profunda do material.
Somente algumas chapas passam pelo processo de dobramento.
Neste processo utilizam-se os fluidos de corte, que são líquidos e gases aplicados
na ferramenta e no material que está sendo estampado, a fim de facilitar a operação de
37
corte. Frequentemente são chamados de lubrificantes ou refrigerantes, pois são
utilizados para reduzir o atrito e diminuir a temperatura na região de estampagem.
O corte é realizado em guilhotinas e puncionadeiras, onde o material é colocado
sob estas ferramentas e através de um sistema pneumático é acionada a guilhotina.
A estampagem é realizada através de puncionadeiras, onde é realizada a furação
da chapa de aço.
O dobramento é realizado por prensas, com a finalidade de conformar as peças a
um modelo.
Nas figuras 7 e 8, abaixo, são apresentadas duas máquinas de corte utilizadas na
indústria:
Figura 7: Setor de estamparia
38
Figura 8: Máquina de corte
Usinagem
A etapa de usinagem consiste na operação que confere forma à peça, dimensões,
o acabamento e melhoria da qualidade superficial da peça. O processo é realizado
através da remoção do aço na forma de cavaco, que é a sobra do material com formas
irregulares.
São realizados furos e o acabamento nas peças, utilizando fluídos para
lubrificação, proteção da máquina contra corrosão e para ajudar na remoção do cavaco.
Estes furos são feitos através de furadeiras de bancadas, para peças de menor espessura
e furadeiras de coluna, que têm maior potência, para as de maior espessura.
A seguir são apresentadas as figuras 9, 10 e 11, demonstrando as máquinas do
setor de usinagem:
40
Figura 11: Furadeira de coluna
Soldagem
A soldagem visa à união de duas ou mais peças, para obtenção de uma única
peça, assegurando, na junta soldada, a continuidade de propriedades físicas, químicas e
metalúrgicas.
A soldagem é realizada por fusão, e tem como fonte de energia o arco elétrico. O
eletrodo é fundido pelo arco e fornece metal de adição para a solda (soldagem com
eletrodos consumíveis).
Na figura 12, é apresentado o setor de usinagem:
41
Figura 12: Setor de soldagem
Lavagem/Acabamento
O processo de lavagem objetiva a limpeza da peça, eliminando óleos e graxas,
fuligem, entre outros materiais que podem ficam impregnados na peça durante os
processos anteriores. É fundamental limpar e preparar as superfícies antes da aplicação
da pintura. Aqui são utilizados detergentes e diferentes tipos de solventes para a
limpeza, através da emulsificação de óleos e graxas, além de água.
Pintura
As peças recebem uma pintura a pó, que consiste na aplicação de tinta em forma
de pó, onde através de um campo magnético a tinta é fixada na peça e posteriormente é
seca em temperaturas de até 80°C. Este sistema não requer a utilização de solventes
para manter os seus componentes (ligante, pigmento, etc)
42
Montagem
Após a realização de todas as etapas anteriores, é realizada a montagem das
semeadeiras.
Inspeção final
Por fim é realizada a inspeção final para verificar a qualidade do produto. As
inspeções principais são realizadas após o acabamento, para conferência da parte
mecânica das peças. Após a inspeção estes estão prontos para expedição.
4.1.4 Segurança
A empresa possui programa de segurança ocupacional, programa de controle a
incêndios e programas de atuação emergencial em caso de acidentes. Estes programas
de segurança implantados na empresa são realizados por uma empresa especializada da
cidade de Carazinho.
Em todos os setores da produção os funcionários são orientados quanto à
utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
4.1.5 Licenciamento Ambiental
A empresa ainda não possui licença de operação, porém esta já foi requerida
junto ao órgão competente (FEPAM) e está em processo de análise.
4.1.6 Controle Ambiental
A empresa não possui um sistema de gestão ambiental ou sistema de gestão de
qualidade implantado e nem uma política ambiental definida, porém realiza algumas
ações relacionadas às questões ambientais.
Em relação aos resíduos sólidos gerados na indústria, os que são considerados
perigosos (classe I) são recolhidos por uma empresa especializada e destinados a aterros
sanitários adequados. Porém, a empresa não possui um programa de gerenciamento dos
43
resíduos sólidos. As limalhas e os retalhos de aço gerados no processo são
comercializados com outras empresas.
Os efluentes líquidos gerados na indústria, no processo de produção, são tratados
através de um sedimentador, onde é realizado um tratamento químico do efluente. O
sistema é semelhante ao apresentado abaixo:
Figura 13: Sistema de tratamento de efluentes
O lodo proveniente do sistema de tratamento do efluente é também recolhido
por uma empresa especializada. O efluente tratado é lançado em um rio próximo, e deve
estar de acordo com os padrões estabelecidos pela Resolução Consema 128 e Consema
129. Não há programa de controle de redução de emissões de efluentes, redução de
consumo de água ou reuso da água.
A indústria possui emissões atmosféricas, provenientes da estamparia, usinagem
e soldagem, além dos veículos automotores utilizados, sendo que estes não possuem um
controle específico.
Em relação às emissões sonoras, a empresa não possui programas de controle,
somente há a utilização de EPIs pelos funcionários que trabalham na área de produção.
A indústria implantou um programa de produção mais limpa, onde no processo
de fabricação passou-se a estampar uma chapa de aço, gerando um retalho de forma
44
circular que é utilizada em outros processos. Anteriormente a chapa era furada no
processo de usinagem, gerando materiais denominados cavacos, que eram considerados
resíduos.
A indústria não possui outros programas de otimização da utilização de matéria-
prima, energia e água e programas de monitoramento ambiental (solo, água, ar e área de
operação industrial).
4.2 Política Ambiental da Indústria
Como a indústria não possuía uma política ambiental definida, esta ficou
estabelecida assim:
A indústria tem o compromisso de oferecer produtos de qualidade para o plantio
direto, projetados e fabricados buscando atender plenamente as normas e legislações
legais, ambientais e de segurança, aplicáveis à empresa. Para isto, desenvolvendo e
melhorando continuamente os seus processos de modo a contribuir com o
desenvolvimento econômico e social de seus colaboradores, da comunidade afetada pela
indústria e garantir a satisfação de seus clientes, assim como a preservação ambiental
nas suas atividades.
O comprometimento com a política ambiental baseia-se nos seguintes princípios:
Atender aos requisitos legais aplicáveis à indústria e seus produtos e
processos;
Conscientizar colaboradores, fornecedores e comunidades vizinhas para
garantir o compromisso de todos com a preservação ambiental;
Capacitar constantemente os colaboradores;
Identificar e monitorar aspectos e impactos ambientais, visando minimizá-
los;
Utilizar de maneira eficiente e sustentável os insumos e recursos naturais;
Reduzir as emissões de resíduos, visando sempre à reutilização ou
reciclagem quando possível;
Manter equipamentos com tecnologias avançadas, devidamente regulados
e em constante manutenção;
Manter atualizado o Sistema de Gestão Ambiental;
45
Considerar estes princípios nas decisões tomadas pela indústria.
A política ambiental deve ser disponibilizada ao público através do site da
empresa e quadros espalhados no setor administrativo.
Cabe ressaltar que esta política deve ser realmente levada em consideração nas
tomadas de decisões da alta administração, sendo que o presidente da indústria deve
estar totalmente comprometido com a mesma.
4.3 Levantamento dos Aspectos e Impactos Ambientais
Os aspectos ambientais levantados na indústria e que devem ser mantidos
atualizados constantemente, são apresentados no quadro abaixo:
Quadro 8: Aspectos e impactos ambientais
Etapas do processo Aspectos Impactos
Recebimento das matérias
primas
Embalagens de produtos químicos Alteração da qualidade do solo
Embalagens vazias Alteração da qualidade do solo
Derramamento de óleos Alteração da qualidade da água/solo
Estampagem
Consumo de energia elétrica Esgotamento/redução da disponibilidade de
recursos naturais
Emissão de vapores/material
particulado Alteração da qualidade do ar
Geração de retalhos de aço Alteração da qualidade do solo
Emissão de ruído Poluição sonora
Estopas com óleo Alteração da qualidade do solo
Luvas com óleo Alteração da qualidade do solo
Óleos lubrificantes/refrigerantes Alteração da qualidade da água/solo
Derramamento de óleos Alteração da qualidade da água/solo
Fluidos de corte Alteração da qualidade da água/solo
Descarte de EPI's Alteração da qualidade do solo
Usinagem
Consumo de energia elétrica Esgotamento/redução da disponibilidade de
recursos naturais
Geração de limalha de aço Alteração da qualidade do solo
Óleos lubrificantes/refrigerantes Alteração da qualidade da água/solo
Emissão de vapores/material
particulado Alteração da qualidade do ar
Estopas com óleo Alteração da qualidade do solo
Emissão de ruído Poluição sonora
Descarte de EPI's Alteração da qualidade do solo
Fluidos de corte Alteração da qualidade da água/solo
46
Derramamento de óleos Alteração da qualidade da água/solo
Soldagem
Consumo de energia elétrica Esgotamento/redução da disponibilidade de
recursos naturais
Geração de limalha de aço Alteração da qualidade do solo
Resíduos de eletrodo Alteração da qualidade do solo
Emissão de ruído Poluição sonora
Emissão de vapores/materiais
particulados Alteração da qualidade do ar
Geração de fumo metálico Alteração da qualidade do ar
Descarte de EPI's Alteração da qualidade do solo
Lavagem
Consumo de água Esgotamento/redução da disponibilidade de
recursos naturais
Geração de efluentes (detergentes,
solventes) Alteração da qualidade da água/solo
Embalagens vazias Alteração da qualidade do solo
Descarte de EPI's Alteração da qualidade do solo
Escovas contaminadas Alteração da qualidade do solo
Estopas não contaminadas Alteração da qualidade do solo
Pintura
Consumo de energia elétrica Esgotamento/redução da disponibilidade de
recursos naturais
Emissão de material particulado Alteração da qualidade do ar
Descarte de EPI's Alteração da qualidade do solo
Montagem Consumo de energia elétrica
Esgotamento/redução da disponibilidade de
recursos naturais
Estopas Alteração da qualidade do solo
Administração
Geração de resíduos (papel, plásticos,
orgânicos) Alteração da qualidade da água/solo
Consumo de energia elétrica Esgotamento/redução da disponibilidade de
recursos naturais
Consumo de água Esgotamento/redução da disponibilidade de
recursos naturais
Geração de efluentes sanitários Alteração da qualidade da água/solo
Outros Veículos movidos à combustão Alteração da qualidade do ar
Pilhas e baterias Alteração da qualidade da água/solo
4.4 Avaliação dos Aspectos e Impactos Ambientais
A seguir é apresentado o quadro da avaliação dos aspectos e impactos
ambientais, destacando em cor vermelha, os avaliados como significativos. A partir
destes impactos significativos foram estabelecidas as ações prioritárias que devem ser
adotadas na indústria, visando a melhoria do desempenho ambiental.
47
Quadro 9: Avaliação dos aspectos e impactos ambientais
Etapas do processo Aspectos Impactos Situação Frequência/Probabilidade Severidade Magnitude
Recebimento das
matérias primas
Embalagens de produtos
químicos Alteração da qualidade do solo N 2 2 3 7
Embalagens vazias Alteração da qualidade do solo N 3 1 2 6
Derramamento de óleos Alteração da qualidade da água/solo E 2 3 2 7
Estampagem
Consumo de energia elétrica Esgotamento/redução da disponibilidade
de recursos naturais N 3 1 3 7
Emissão de vapores/material
particulado Alteração da qualidade do ar N 3 2 1 6
Geração de retalhos de aço Alteração da qualidade do solo N 3 2 2 7
Emissão de ruído Poluição sonora N 3 1 2 6
Estopas com óleo Alteração da qualidade do solo N 2 3 2 7
Luvas com óleo Alteração da qualidade do solo N 2 3 2 7
Óleos lubrificantes/refrigerantes Alteração da qualidade da água/solo N 3 3 3 9
Derramamento de óleos Alteração da qualidade da água/solo E 2 3 2 7
Fluidos de corte Alteração da qualidade da água/solo N 3 3 3 9
Descarte de EPI's Alteração da qualidade do solo N 1 2 2 5
Usinagem
Consumo de energia elétrica Esgotamento/redução da disponibilidade
de recursos naturais N 3 1 3 7
Geração de limalha de aço Alteração da qualidade do solo N 3 2 2 7
Óleos lubrificantes/refrigerantes Alteração da qualidade da água/solo N 3 3 3 9
Emissão de vapores/material
particulado Alteração da qualidade do ar N 3 2 1 6
Estopas com óleo Alteração da qualidade do solo N 2 3 2 7
Emissão de ruído Poluição sonora N 3 1 2 6
Descarte de EPI's Alteração da qualidade do solo N 1 2 2 5
Fluidos de corte Alteração da qualidade da água/solo N 3 3 3 9
Derramamento de óleos Alteração da qualidade da água/solo E 2 3 2 7
48
Soldagem
Consumo de energia elétrica Esgotamento/redução da disponibilidade
de recursos naturais N 3 1 3 7
Geração de limalha de aço Alteração da qualidade do solo N 3 2 2 7
Resíduos de eletrodo Alteração da qualidade do solo N 3 2 2 7
Emissão de ruído Poluição sonora N 3 1 2 6
Emissão de vapores/materiais
particulados Alteração da qualidade do ar N 3 2 2 7
Geração de fumo metálico Alteração da qualidade do ar N 3 2 1 6
Descarte de EPI's Alteração da qualidade do solo N 1 2 2 5
Lavagem
Consumo de água Esgotamento/redução da disponibilidade
de recursos naturais N 3 2 2 7
Geração de efluentes
(detergentes, solventes) Alteração da qualidade da água/solo N 3 2 3 8
Embalagens vazias Alteração da qualidade do solo N 1 1 2 4
Descarte de EPI's Alteração da qualidade do solo N 1 2 2 5
Escovas contaminadas Alteração da qualidade do solo N 1 3 2 6
Estopas não contaminadas Alteração da qualidade do solo N 2 2 2 6
Pintura
Consumo de energia elétrica Esgotamento/redução da disponibilidade
de recursos naturais N 3 1 3 7
Emissão de material particulado Alteração da qualidade do ar N 1 1 1 3
Descarte de EPI's Alteração da qualidade do solo N 2 2 2 6
Montagem Consumo de energia elétrica
Esgotamento/redução da disponibilidade
de recursos naturais N 2 1 3 6
Estopas Alteração da qualidade do solo N 2 2 2 6
Administração
Geração de resíduos (papel,
plásticos, orgânicos) Alteração da qualidade do solo N 3 2 2 7
Consumo de energia elétrica Esgotamento/redução da disponibilidade
de recursos naturais N 3 1 3 7
Consumo de água Esgotamento/redução da disponibilidade
de recursos naturais N 3 1 1 5
Geração de efluentes sanitários Alteração da qualidade da água/solo N 3 2 1 6
Outros Veículos movidos à combustão Alteração da qualidade do ar N 3 2 3 8
Pilhas e baterias Alteração da qualidade da água/solo N 1 3 2 6
49
4.5 Requisitos Legais Aplicáveis
Os requisitos legais aplicáveis à empresa são apresentados na no quadro 10:
Quadro 10: Requisitos legais aplicáveis à indústria
Leg
isla
ção
fed
era
l
CO
NA
MA
Legislação Descrição
Resolução Conama n.
382/06
Estabelece os limites máximos de emissão de poluentes
atmosféricos para fontes fixas
Resolução Conama n.
357/05
Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes
ambientais para o seu enquadramento, bem como
estabelece as condições e padrões de lançamento de
efluentes, e dá outras providências.
Resolução Conama n.
362/05
Dispõe sobre o recolhimento, coleta e destinação final de óleo
lubrificante usado ou contaminado.
Resolução Conama n.
313/02
Dispõe sobre o Inventário
Nacional de Resíduos Sólidos Industriais.
Resolução Conama n.
275/01
Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de
resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e
transportadores, bem como nas campanhas informativas para
a coleta seletiva.
Resolução Conama n.
237/97
Dispõe sobre a revisão e complementação dos procedimentos
e critérios utilizados para o licenciamento ambiental.
Resolução Conama n.
09/93
O óleo lubrificante usado ou contaminado será,
obrigatoriamente, recolhido e terá uma destinação adequada,
de forma a não afetar negativamente o meio ambiente.
Resolução Conama n.
01/90
Dispõe sobre critério e padrões de emissão de ruídos, das
atividades industriais.
Resolução Conama n.
02/90
Instituir em caráter nacional o programa Nacional Educação e
Controle da Poluição Sonora.
Resolução Conama n.
03/90
Dispõe sobre os padrões de qualidade do ar as concentrações
de poluentes atmosféricos.
Resolução Conama n.
05/89
Institui o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar
– PRONAR.
AB
NT
NBR ISO 14.001 Sistemas da gestão ambiental - Requisitos com orientações
para uso.
NBR 13221/10 Transporte de resíduos – Procedimento
NBR 10004/04 Resíduos Sólidos – Classificação
NBR 9.190/00 Sacos plásticos para acondicionamento de lixo –
Classificação.
NBR 9.191/00 Sacos plásticos para acondicionamento de lixo - Requisitos e
métodos de ensaio.
NBR 7500/00 Dispõe sobre simbologia de risco e manuseio para o
transporte e armazenamento de materiais.
NBR 8285/96 Preenchimento da ficha de emergência.
NBR 13463/95 Coleta de resíduos sólidos – Classificação.
NBR 12235/92 Armazenamento de resíduos sólidos perigosos.
NBR 11174/90 Armazenamento de resíduos classe II (não inertes) e III
(inertes).
NBR 8286/87 Emprego da simbologia para o transporte rodoviário de
produtos perigosos.
NBR 7501/83 Identificação para transporte terrestre, manuseio,
50
movimentação e armazenamento de produtos.
NBR 7504/83 Envelope para transporte de cargas perigosas. Características
e dimensões.
NBR 7503/82 Ficha de emergência para transporte de cargas perigosas. L
eis
e d
ecret
os
Lei n. 12.305/10
Institui a Política Nacional de Resíduos
Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e
dá outras providências.
Decreto n. 6.514/08
Dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio
ambiente, estabelece o processo administrativo federal para
apuração destas infrações, e dá outras providências.
Lei n. 9.966/00
Dispõe sobre a prevenção, o controle e a fiscalização da
poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias
nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional e dá
outras providências.
Portaria n. 204/97 Regulamenta o transporte rodoviário de produtos perigosos.
Decreto n. 96.044/88
Aprova o regulamento para o transporte rodoviário de
produtos perigosos.
Lei n. 6.938/81
Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins
e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras
providências.
Portaria ministerial n.
92/80
Estabelece padrões, critérios e diretrizes relativos a emissão
de sons e ruídos.
Decreto-Lei n. 1.413/75 Dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente
provocada por atividades industriais.
Lei n. 5.357/67 e Decreto
n. 50.877/61
Dispõem sobre o lançamento de resíduos tóxicos ou oleosos
nas águas interiores ou litorâneas do País.
Leg
isla
ção
est
ad
ua
l
Portaria Fepam n. 65/08
Disciplina a especificação das sanções aplicáveis às condutas
e atividades lesivas ao meio ambiente e seu procedimento
administrativo no âmbito da Fundação Estadual de Proteção
Ambiental – FEPAM
Resolução Consema n.
128/06
Dispõe sobre a fixação de Padrões de Emissão de Efluentes
Líquidos para fontes de emissão que lancem seus efluentes
em águas superficiais no Estado do Rio Grande do Sul
Resolução Consema n.
129/06
Dispõe sobre a definição de Critérios e Padrões de Emissão
para Toxicidade de Efluentes Líquidos lançados em águas
superficiais do Estado do Rio Grande do Sul.
Resolução Consema n.
038/03
Estabelece procedimentos, critérios técnicos e prazos para
Licenciamento Ambiental realizado pela Fundação Estadual
de Proteção Ambiental - FEPAM, no Estado do Rio Grande
do Sul
Lei 11.520/00
Institui o Código Estadual do Meio Ambiente do Estado do
Rio Grande do Sul e dá outras providências.
Portaria Fepam n. 47/98
Aprova o MANIFESTO DE TRANSPORTE DE RESÍDUOS
– MTR e dá outras providências
Lei 9.921/93
Dispõe sobre a gestão dos resíduos sólidos, nos termos do
artigo 247, parágrafo 3º da Constituição do Estado e dá outras
providências.
Portaria GM 124/80
Estabelecem normas para a localização de indústrias
potencialmente poluidoras junto às coleções hídricas.
Leg
isla
ção
Mu
nic
ipa
l
Lei n. 7.191/10
Dispõe sobre a proteção do meio ambiente na
comercialização, na troca e no descarte de óleo lubrificante, e
dá outras providências.
51
Lei n. 3.378/83 Cria o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente -
CODEMA.
4.6 Objetivos e Metas
Os objetivos e metas definidos para a indústria, e seus respectivos indicadores,
foram estabelecidos a partir dos impactos avaliados como significativos e são
apresentados a seguir:
Quadro 11: Objetivos e metas
OBJETIVOS METAS INDICADORES
Garantir a satisfação dos
clientes
Manter Índice de satisfação
entre 95% e 100% a partir do
ano de 2013.
Índice de satisfação mensal
Adequar a indústria às
legislações vigentes
Adequar a indústria às leis
pertinentes até dezembro/2013
e mantê-la continuamente em
conformidade com a legislação
Quantidade de itens em não
conformidade com a legislação
Identificar e quantificar os
resíduos gerados na indústria
Identificar e quantificar
mensalmente os resíduos
gerados, a partir de
janeiro/2013
Inventários de resíduos
gerados mensalmente (tipos e
kg de resíduos gerados)
Implantar um plano de
gerenciamento de resíduos
sólidos
Implantar o plano até
Julho/2013
Constatação da existência do
plano
Reduzir a geração de resíduos
sólidos
Reduzir em 5% a quantidade
de resíduos sólidos gerados no
segundo semestre de 2013 em
relação ao primeiro semestre
de 2013
Inventários de resíduos
gerados mensalmente (kg/mês)
Utilizar ao menos 50% de
papel reciclado do total
utilizado no escritório no ano
de 2013
Quantidade de folhas
utilizadas em papel normal e
em papel reciclado no ano de
2013
Reduzir em 5% a geração de
limalhas de aço no segundo
semestre de 2013 em relação
ao primeiro semestre de 2013
Quantidade média de limalha
de aço gerada por semeadeira
fabricada (kg/semeadeira)
Reduzir em 5% a geração de
retalhos de aço no segundo
semestre de 2013 em relação
ao primeiro semestre de 2013
Quantidade média de retalhos
de aço gerados por semeadeira
fabricada (kg/semeadeira)
Implantar uma central de Implantar até Julho/2013 Constatação da existência da
52
resíduos central de resíduos
Reduzir emissão de efluentes
Reutilizar 100% do efluente
tratado a partir de
fevereiro/2013
Quantidade de efluente tratado
e quantidade reutilizada
mensalmente (m³/mês)
Reduzir consumo de água
Reduzir em 5% o consumo de
água em 2013 em relação ao
ano de 2012
Quantidade média de água
utilizada por semeadeira
fabricada (m³/semeadeira)
Reduzir consumo de energia
elétrica
Reduzir em 5% o consumo de
energia em 2013 em relação ao
ano de 2012
Quantidade média de energia
utilizada por semeadeira
fabricada (Kw/h por
semeadeira)
Reduzir emissões atmosféricas
Monitorar diariamente
emissões de material
particulado nos equipamentos
pertinentes, a partir de
janeiro/2013
Planilha com os valores dos
parâmetros monitorados
diariamente
Manter veículos com a revisão
atualizada a partir de
janeiro/2013
Registros de revisão dos
veículos
Implantar barreiras de
contenção para eventuais
vazamentos de óleo e produtos
químicos
Implantar barreiras até
julho/2013
Constatação da existência das
barreiras
Reutilizar óleos lubrificantes e
fluidos de corte
Reutilizar ao menos 50% dos
óleos lubrificantes e fluidos de
corte utilizados no mês
Quantidade de óleo e fluidos
utilizados e quantidade
reutilizada (litros)
Treinar colaboradores
Realizar palestras e
treinamentos trimestrais para
os colaboradores
Horas de treinamento ou
palestras por trimestre
Melhorar o relacionamento
com a sociedade
Promover programas de
educação ambiental semestrais Número de eventos realizados
Manter atualizada a planilha
de aspectos e impactos
ambientais
Atualizar a planilha
mensalmente, a parti de
janeiro/2013
Registro das atualizações da
planilha
4.7 Plano de Ação
Para atingir cada objetivo e meta, foi definido um plano de ação, conforme
apresentado a seguir:
Quadro 12: Plano de ação
Objetivo: Garantir a satisfação dos clientes
Meta: Manter índice de satisfação entre 95 e 100%
Indicador: Índice de satisfação mensal
Item Ações Local/Setor Responsável Prazo
1 Registrar reclamações
e/ou sugestões
Comercial Responsável
pelo setor
Mensalmente, a
partir de
janeiro/2013
53
2 Obter índice de satisfação
dos clientes
Comercial Responsável
pelo setor
Mensalmente, a
partir de
janeiro/2013
3 Observar oportunidades
de melhorias no produto
realizando pesquisas com
clientes
Comercial Responsável
pelo setor
Semestralmente, a
partir de
julho/2013
4 Aplicar melhorias
quando possível
Produção Diretor
industrial
Semestralmente, a
partir de
janeiro/2014
Objetivo: Adequar a indústria às legislações vigentes
Meta: Adequar a indústria às leis até dezembro/2013 e mantê-la continuamente em
conformidade com a legislação
Indicador: Quantidade de itens em não conformidade com a legislação
Item Ações Local/Setor Responsável Prazo
1 Verificar a
conformidade da
indústria com todas as
leis levantadas
Todos os locais Responsável
pelo SGA
Fevereiro/2013
2 Adequar os itens que
não estão em
conformidade
Locais onde se
encontram as
não
conformidades
Responsáveis
pelos setores
Dezembro/2013
3 Manter continuamente
atualizado o
levantamento das
legislações vigentes
Todos os locais Responsável
pelo SGA
Mensalmente, a
partir de
janeiro/2013
Objetivo: Identificar e quantificar os resíduos gerados na indústria
Meta: Identificar e quantificar mensalmente os resíduos gerados, a partir de
janeiro/2013
Indicador: Inventários de resíduos gerados mensalmente (tipos e Kg de resíduos
gerados a cada mês)
Item Ações Local/Setor Responsável Prazo
1 Criar uma planilha com
todos os tipos de
resíduos gerados na
indústria
Todos os locais Responsável
pelo SGA
Janeiro/2013
2 Pesar separadamente os
tipos de resíduos
gerados diariamente e
obter o total mensal
Todos os locais Serviços de
limpeza e
produção
Diariamente a
partir de
janeiro/2013
Objetivo: Implantar um plano de gerenciamento de resíduos sólidos
Meta: Implantar o plano até Julho/2013
Indicador: Constatação da existência do plano
Item Ações Local/Setor Responsável Prazo
1 Identificar tipos de
resíduos gerados
Todos os locais Responsável
pelo SGA
Fevereiro/2013
2 Identificar tipos de Todos os locais Responsável Fevereiro/2013
54
coletores adequados para
o acondicionamento
pelo SGA
3 Quantidade de coletores
e locais a serem
instalados
Todos os locais Responsável
pelo SGA
Fevereiro/2013
4 Adquirir coletores e
disponibilizá-los
Todos os locais Financeiro Março/2013
5 Definir procedimentos de
coleta e transporte
interno dos resíduos
Todos os locais Responsável
pelo SGA
Março/2013
6 Definir área de
armazenamento interno
dos resíduos
Todos os locais Responsável
pelo SGA
Março/2013
7 Definir procedimentos de
tratamento, coleta e
transporte externo
Todos os locais Responsável
pelo SGA
Abril/2013
8 Treinamento dos
colaboradores
Todos os locais Responsável
pelo SGA
Maio/2013
9 Implantar o plano Todos os locais Todos os
colaboradores
Julho/2013
Objetivo: Reduzir a geração de resíduos sólidos
Meta: Reduzir em 5% a quantidade de resíduos sólidos gerados no segundo semestre de
2013 em relação ao primeiro semestre de 2013
Indicador: Inventários de resíduos gerados mensalmente (kg/mês)
Item Ações Local/Setor Responsável Prazo
1 Definir para cada tipo de
resíduo um plano de ação,
contemplando os
seguintes itens, quando
possível:
Eliminar geração
Minimizar
Reutilizar
Reciclar
Encaminhar para
tratamento
Encaminhar para
disposição final
Todos os locais Responsável
pelo SGA
Junho/2013
2 Implantar planos de ação Todos os locais Responsáveis
por cada
setor
Julho/2013
3 Realizar palestras de
conscientização sobre o
tema
Todos os locais Responsável
SGA e RH
Julho/2013
4 Obter médias de resíduos
gerados no segundo
semestre e comparar com
Todos os locais Responsável
SGA
Janeiro/2014
55
o primeiro
Objetivo: Reduzir a geração de resíduos sólidos
Meta: Utilizar ao menos 50% de papel reciclado do total utilizado no escritório no ano
de 2013
Indicador: Quantidade de folhas utilizadas em papel normal e em papel reciclado no
ano de 2013
Item Ações Local/Setor Responsável Prazo
1 Identificar fornecedores
de papel reciclado
Financeiro Responsável
pelo setor
Janeiro/2013
2 Realizar acordo
comercial
Financeiro Responsável
pelo setor
Fevereiro/2013
3 Verificar documentos
que podem ser
impressos com este tipo
de papel
Todos os
locais
Responsável
pelo SGA
Fevereiro/2013
4 Conscientizar
colaboradores
Todos os
locais
Responsável
pelo SGA
Março/2013
5 Registrar quantidade de
papéis impressos com
papel normal e com
papel reciclado
Todos os
locais
Todos os
colaboradores
Continuamente, a
partir de
fevereiro/2013
Objetivo: Reduzir a geração de resíduos sólidos
Meta: Reduzir em 5% a geração de limalhas de aço no segundo semestre de 2013 em
relação ao primeiro semestre de 2013
Indicador: Quantidade média de limalha de aço gerada por semeadeira fabricada
(kg/semeadeira)
Item Ações Local/Setor Responsável Prazo
1 Regular os
equipamentos
periodicamente
Produção Engenharia Mensalmente, a
partir de
janeiro/2013
2 Treinar colaboradores
para aperfeiçoar os
processos de usinagem
e soldagem
Produção Engenharia Março/2013
3 Segregar e armazenar
de forma adequada as
limalhas geradas
- Responsável
pela
produção
Diariamente, a
partir de
janeiro/2013
4 Comercializar as
limalhas
Setor
comercial
Responsável
pelo setor
Quinzenalmente, a
partir de
janeiro/2013
5 Obter médias de
limalhas geradas no
segundo semestre e
comparar com o
primeiro
Produção Responsável
pelo SGA
Janeiro/2014
Objetivo: Reduzir a geração de resíduos sólidos
Meta: Reduzir em 5% a geração de retalhos de aço no segundo semestre de 2013 em
relação ao primeiro semestre de 2013
56
Indicador: Quantidade média de retalhos de aço gerados por semeadeira fabricada
(kg/semeadeira)
Item Ações Local/Setor Responsável Prazo
01 Regular os equipamentos
periodicamente
Produção Engenharia Mensalmente
02 Treinar colaboradores
para aperfeiçoar os
processos de estampagem
Produção Engenharia Março/2013
3 Segregar e armazenar de
forma adequada os
retalhos gerados
- Responsável
pela
produção
Diariamente, a
partir de
janeiro/2013
4 Reutilizá-los quando
possível
Produção Diretor
Industrial
Continuamente,
a partir de
julho/2013
5 Comercializar os retalhos Setor comercial Responsável
pelo setor
Quinzenal, a
partir de
janeiro/2013
6 Obter médias de retalhos
geradas no segundo
semestre e comparar com
o primeiro
Produção Responsável
pelo SGA
Janeiro/2014
Objetivo: Implantar uma central de resíduos
Meta: Implantar até Julho/2013
Indicador: Constatação da existência da central de resíduos
Item Ações Local/Setor Responsável Prazo
1 Definir local e estrutura
básica
- Diretor
industrial e
responsável
pelo SGA
Fevereiro/2013
2 Contratar empresa para
elaborar projeto
Financeiro Responsável
pelo setor
Abril/2013
3 Contratar empresa para
executar o projeto
Financeiro Responsável
pelo setor
Julho/2013
Objetivo: Reduzir a emissão de efluentes
Meta: Reutilizar 100% do efluente tratado a partir de fevereiro/2013
Indicador: Quantidade de efluente tratado e quantidade reutilizada mensalmente
(m³/mês)
Item Ações Local/Setor Responsável Prazo
1 Monitorar a quantidade e
qualidade do efluente
final e manter os
parâmetros de acordo
com os limites
estabelecidos pela
legislação
Sistema de
tratamento do
efluente
Responsável
pelo sistema
Semanalmente, a
partir de
janeiro/2013
2 Verificar possibilidade
de reutilização do
efluente
Sistema de
tratamento do
efluente
Responsável
pelo sistema
Semanalmente, a
partir de
janeiro/2013
57
3 Reutilizá-lo para
lavagem das peças
Produção Responsável
pela lavagem
Continuamente a
partir de
fevereiro/2013
4 Obter a porcentagem de
efluente reutilizado
Produção Responsável
pelo SGA
Diariamente a
partir de
fevereiro/2013
Objetivo: Reduzir o consumo de água
Meta: Reduzir em 5% o consumo de água em 2013 em relação ao ano de 2012
Indicador: Quantidade média de água consumida por semeadeira (m³/semeadeira)
Item Ações Local/Setor Responsável Prazo
1 Verificar possibilidade
da instalação de
redutores de vazão nas
torneiras
Todos os locais Responsável
pelo SGA
Janeiro/2013
2 Analisar a possibilidade
de implantar um sistema
de captação da água da
chuva
Área externa Responsável
pelo SGA
Janeiro/2013
3 Realizar palestras e
programas para
conscientização sobre o
uso da água
Todos os locais Responsável
pelo SGA e
RH
Janeiro/2013
4 Detectar e corrigir
possíveis vazamentos
Todos os locais Todos os
colaboradores
Continuamente, a
partir de
janeiro/2013
5 Verificar quantidade de
água consumida por
semeadeira fabricada em
2013 e comparar com
2012
Todos os locais Responsável
pelo SGA
Janeiro/2014
Objetivo: Reduzir o consumo de energia elétrica
Meta: Reduzir em 5% o consumo de energia de 2013 em relação ao ano de 2012
Indicador: Quantidade média de energia utilizada por semeadeira fabricada (Kw/h por
semeadeira)
Item Ações Local/Setor Responsável Prazo
1 Verificar possibilidade de
instalação de sensores de
presença em alguns
locais
Todos os locais Responsável
pelo SGA
Fevereiro/2013
2 Realizar manutenção dos
equipamentos
Produção Engenharia Mensalmente, a
partir de
janeiro/2013
3 Realizar palestras e
programas para
conscientização dos
colaboradores
Todos os locais Responsável
pelo SGA e
RH
Fevereiro/2013
58
4 Verificar quantidade de
energia utilizada por
semeadeira no ano de
2013 e comparar com
2012
Todos os locais Responsável
pelo SGA
Janeiro/2014
Objetivo: Reduzir emissões atmosféricas
Meta: Monitorar emissões de material particulado nos equipamentos pertinentes, a
partir de janeiro/2013
Indicador: Planilha com os valores dos parâmetros monitorados diariamente
Item Programas de gestão Local/Setor Responsável Prazo
1 Realizar manutenção dos
equipamentos que emitem
MP
Produção Engenharia Mensalmente, a
partir de
janeiro/2013
2 Levantamento dos
equipamentos necessários
para o monitoramento
Produção Responsável
pelo SGA
Março/2013
3 Aquisição dos
equipamentos
Financeiro Responsável
pelo setor
Abril/2013
4 Realizar monitoramento Produção Responsável
pelo SGA
Diariamente, a
partir de
abril/2013
5 Verificar necessidade de
sistema de tratamento
Produção Responsável
pelo SGA
Mensalmente.
A partir de
abril/2013
Objetivo: Reduzir emissões atmosféricas
Meta: Manter veículos com a revisão atualizada a partir de janeiro/2013
Indicador: Registros de revisão dos veículos
Item Programas de gestão Local/Setor Responsável Prazo
1 Realizar revisão dos
veículos conforme as datas
previstas
- Colaboradores
que utilizam
os veículos
A partir de
janeiro/2013
Objetivo: Implantar barreiras de contenção para eventuais vazamentos de óleo e
produtos químicos
Meta: Implantar barreiras até julho/2013
Indicador: Constatação da existência das barreiras
Item Programas de gestão Local/Setor Responsável Prazo
1 Contratar empresa para
elaborar projeto de
contenção
Financeiro Responsável
pelo setor
Março/2013
2 Implantar o sistema Almoxarifado e
produção
Empresa
contratada
Julho/2013
Objetivo: Reutilizar óleos lubrificantes e fluidos de corte
Meta: Reutilizar ao menos 50% dos óleos lubrificantes e fluidos de corte utilizados no
mês
Indicador: Quantidade de óleo utilizado e quantidade reutilizada (litros)
Item Programas de gestão Local/Setor Responsável Prazo
1 Levantamento de filtro-
prensa adequado para o
Produção Diretor
industrial e
Fevereiro/2013
59
tratamento dos óleos responsável
pelo SGA
2 Aquisição do
equipamento
Financeiro Responsável
pelo setor
Abri/2013
3 Reutilização no processo Produção - Maio/2013
4 Obter quantidade de óleo
e fluidos de corte
utilizado e reutilizados no
mês
Produção Diretor
industrial
Mensalmente, a
partir de
maio/2013
Objetivo: Treinar colaboradores
Meta: Realizar palestras e treinamentos trimestrais para os colaboradores
Indicador: Horas de treinamento ou palestras por trimestre
Item Programas de gestão Local/Setor Responsável Prazo
1 Realizar palestras e
treinamentos com foco
nas questões ambientais
e no SGA
Todos os locais Responsável
pelo SGA e
RH
Trimestralmente, a
partir de
março/2013
2 Realizar palestras e
treinamentos com foco
na segurança no
trabalho
Todos os locais Empresa
responsável
pelo
programa de
segurança
Trimestralmente, a
partir de
março/2013
Objetivo: Melhorar o relacionamento com a sociedade
Meta: Promover programas de educação ambiental semestrais
Indicador: Número de eventos realizados
Item Programas de gestão Local/Setor Responsável Prazo
1 Elaborar programas de
educação ambiental
- Responsável
pelo SGA e
RH
Trimestralmente, a
partir de
janeiro/2013
2 Realizar os programas
com a comunidade e em
escolas do município
- Responsável
pelo SGA e
RH
Trimestralmente, a
partir de
janeiro/2013
Objetivo: Manter atualizada planilha de aspectos e impactos ambientais
Meta: Atualizar a planilha mensalmente
Indicador: Constatação das atualizações da planilha
Item Programas de gestão Local/Setor Responsável Prazo
1 Revisar as planilhas de
controle dos aspectos e
impactos ambientais
Todos os locais Responsável
pelo SGA
Mensalmente, a
partir de
janeiro/2013
60
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da análise do processo produtivo da indústria foi possível levantar os
aspectos e impactos ambientais, observando-se os mais significativos. A avaliação dos
aspectos e impactos ambientais, assim como o diagnóstico ambiental da indústria, foi
uma ferramenta fundamental e confiável para determinar a significância dos mesmos,
para então, tomar decisões em relação ao planejamento das ações a serem adotadas
prioritariamente em busca da melhoria do desempenho ambiental da indústria.
Constatou-se que as principais ações a serem aplicadas na empresa foram
apresentadas através de um plano de ação e estão relacionadas principalmente a questão
de resíduos sólidos. Na maioria dos casos não se pode eliminar o aspecto ambiental,
porém foi possível propor medidas para minimizar, reutilizar ou reciclar tais resíduos.
Também foi viável propor medidas para reduzir o consumo de insumos, energia e água,
propiciando futuramente, ganhos ambientais, sociais e econômicos para a empresa.
Conclui-se que o SGA é relevante para organizar de uma melhor forma a
maneira como é tratada a relação entre a indústria e o meio ambiente e para melhoria
dos processos operacionais, além de possibilitar uma certificação da norma ISO 14001,
reconhecida internacionalmente, propiciando maior competitividade e sustentabilidade
para a empresa.
Com a implantação do SGA será possível identificar com maior facilidade
possíveis defeitos no produto. A detecção, no caso de algum problema, se torna mais
fácil e a rastreabilidade no processo permite que este seja corrigido com mais rapidez e
agilidade.
A implantação de um SGA requer um longo período de tempo para adoção das
ações propostas e adequação dos colaboradores a uma nova postura imposta pelo
sistema, sendo que a aplicação deste depende da vontade da alta administração da
indústria em dar continuidade ao processo.
Com o estudo realizado, espera-se que a indústria, após aplica-lo, tenha uma
melhoria seu desempenho ambiental. Ressalta-se ainda que deve ser realizada
frequentemente a atualização das tabelas de aspectos e impactos ambientais, dos
objetivos e metas e do plano de ação, a fim de se obter uma melhoria continua no SGA.
Como sugestões para trabalhos futuros são indicados:
Acompanhar e avaliar a implantação do SGA proposto, na indústria;
61
Elaborar um plano de gerenciamento de resíduos sólidos para a indústria;
Estudo com o objetivo de mensurar, quantitativamente, os custos com a
implantação do sistema de gestão ambiental.
62
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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