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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL
LUCIANA HONORIO VIANA
PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PREVENTIVO: ORIENTAÇÃO AOS PAIS EM GRUPO PARA O
DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL DOS FILHOS
SÃO PAULO 2016
2
LUCIANA HONORIO VIANA
PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PREVENTIVO: ORIENTAÇÃO AOS PAIS EM GRUPO PARA O
DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL DOS FILHOS
Trabalho de Conclusão da Especialização em
Terapia Cognitivo-Comportamental, Centro de
Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental
– CETCC
Orientadora: Profa. Dra. Renata Trigueirinho
Alarcon
Coorientadora: Profa. Msc. Eliana Melcher
Martins
São Paulo 2016
3
LUCIANA HONORIO VIANA
PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PREVENTIVO: ORIENTAÇÃO AOS PAIS EM GRUPO PARA O DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL DOS FILHOS
Monografia apresentada ao Centro de estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental como parte das exigências para obtenção do título de Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental
BANCA EXAMINADORA
PARECER:_________________________________________________
PROF. TÍTULO:_____________________________________________
PARECER:_________________________________________________
PROF. TÍTULO:_____________________________________________
São Paulo, ___ de ____de_____.
4
AGRADECIMENTOS
A minha família, pois tiveram sempre ao meu lado, acreditando e
incentivando os meus estudos e atividades da especialização.
Aos professores pelas trocas e incentivos que vou levar para a minha
prática profissional com os meus pacientes.
Aos meus colegas e amigas de turma que foi imprescindível para
aprendizados e ajuda desta minha jornada profissional, como também,
pessoal.
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RESUMO
O Programa de intervenção aos pais tem como objetivo uma interação preventiva
para promover mudanças cognitivas, emocionais e comportamentais na interação
familiar, considerando os pais agentes principais para formação de esquemas
adaptativos na infância e na adolescência. Os pais terão espaço para o identificarem
e proporem mudanças nos seus esquemas desadaptativos que foi desenvolvido
durante a vida, como também, base segura para construção de esquemas positivos
no seu filho, principalmente reconhecendo e suprindo suas necessidades
emocionais. A proposta intervenção respaldada na Terapia Cognitivo-
Comportamento e Terapia Focada em Esquemas, pois pais pode proteger a infância
das privações nas suas mais distintas formas, e consequentemente, evitando o
desenvolvimento de Psicopatologias na Infância ou na vida adulta.
Palavras-chaves: orientação aos pais, educação, intervenção, filhos.
6
ABSTRACT
Intervention program for parents aims to promote a preventive interaction cognitive ,
emotional and behavioral changes in the family interaction , considering the parents
key players for training adaptive schemes in childhood and adolescence. Parents will
have space to identify and propose changes in their maladaptive schemas that was
developed during the life , but also secure base to build positive schemes to your
son , especially recognizing and meeting their emotional needs. The proposed
intervention supported in Cognitive- Behavior Therapy and Therapy Focused on
Schemes because parents can protect the childhood of privation in its most distinct
forms , and thus preventing the development of Psychopathologies Childhood or
adulthood .
Keywords : Guidance for parents, Education, Intervention, Children.
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SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................8 2. OBJETIVOS...........................................................................................................11 2.1 OBJETIVOS GERAIS....................................................................................11 3. METODOLOGIA.....................................................................................................12 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................13
4.1 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................13 4.2 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.................................................................17 4.3 SUJEITOS A QUEM SE DESTINA A PROPOSTA.......................................11 4.4 CENÁRIO DE INTERVENÇÃO.....................................................................18 4.5 ESTRATÉGIAS E AÇÕES............................................................................18 4.6 AVALIAÇÃO DO PROGRAMA......................................................................21 4.7 RESULTADOS ESPERADOS.......................................................................22
5CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................24 ANEXOS.....................................................................................................................27
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1. INTRODUÇÃO
Na psicoterapia cognitivo-comportamental infantil entende-se que as relações
que a criança estabelece com as pessoas próximas em sua vida são extremamente
importantes no processo de desenvolvimento humano. Isto significa que para haver
mudanças comportamentais na criança, a família e as pessoas que a cercam
também precisa participar efetivamente na intervenção e fazer o processo de
mudança necessário. Durante este processo os pais fazem parte do foco de
intervenção e é sua tarefa observar as circunstâncias nas quais os comportamentos
dos filhos ocorrem e as consequências dos mesmos, tentando fazer relações
funcionais que serão discutidas com o terapeuta, assim como observar seu próprio
comportamento e entender de que forma os pais podem estar contribuindo para a
manutenção do problema. (PUREZA et al., 2014)
A Psicoterapia Cognitivo-Comportamental Infantil visa promover, na criança,
meios para que ela possa lidar consigo e com o mundo a sua volta de forma
adaptativa. A intervenção dá suporte e base a família a interagir e a participar de
todos os processos de mudanças pelos qual a criança passará a promover o bom
relacionamento familiar, como também, equilíbrio interno.
A prática da terapia Cognitivo-Comportamental, na atualidade, é quase
exclusivamente remediadista, ou seja, seu foco de atuação é por meios de
tratamentos de transtornos e problemas comportamentais já instalados na criança
ou na família. Diante deste quadro geral, o presente trabalho tem como objetivo
trazer uma proposta de intervenção preventiva aos pais na educação e
desenvolvimento de uma saúde mental na primeira infância.
Segundo Marina Gusmão Caminha (2011), o treinamento para pais foi
consolidado em 1980, legitimando a ideia de que o terapeuta buscar resolver
problemas manifestados em crianças, mas que deveriam treinar os pais para
resolverem estas dificuldades e olhar para seu papel. Neste momento, o enfoque
preventivo também ganhou força, crescendo assim grupos de pais preocupados em
aprender sobre o comportamento de seus filhos.
O programa de orientação aos pais visa principalmente a prevenção de
desenvolvimento de esquemas desadaptativos que são instalados normalmente na
9
infância e está vinculada diretamente na interação e vinculo familiar (YOUNG, 2008,
p.24-25).
Os esquemas desadaptativos remotos são padrões emocionais e cognitivos autoderrotista iniciados em nosso desenvolvimento desde cedo e repetidos ao longo da vida, ou seja, começam no início da infância ou da adolescência, como representações do ambiente da criança baseadas na realidade. O esquema pessoal desenvolvidos mostra com bastante precisão o seu ambiente remoto, por exemplo: se um paciente nos conta que, quando criança, sua família era fria e pouco afetiva, geralmente tem razão, mesmo que possa não entender por que seus pais apresentavam dificuldade de demostrar afeto ou expressar sentimentos (YOUNG, 2008, p.24-25).
Os esquemas estão instalados quando as necessidades emocionais não são
satisfeitas na infância. Segundo Young (2008), existem quatro experiências no início
da vida que estimulam a aquisição de esquemas, como também, o desenvolvimento
de psicopatologia posteriormente. As experiências são:
- Frustração nociva de necessidades (quando a criança passa por poucas
experiências boas e adquire esquemas como privação emocional ou abandono de
déficits no ambiente);
- Traumatização ou vitimização (causa-se um dano à criança ou ela se
transforma em vitima e desenvolve esquemas de desconfiança/abuso,
defectividade/vergonha, ou vulnerabilidade ao dano);
- Experiências boas em demasia (passando da normalidade);
- Internalização e identificação com pessoas importantes, mas de forma não
saudável;
Mostra-se uma associação significativa entre os esquemas desadaptativos e os
sintomas de transtornos de personalidade (Schmidt et al.,1995 apud Young 2008, p.
38). Diante dessa afirmação, podemos concluir que a sua interação familiar, como
também, ter suas necessidades emocionais atendidas são fundamentais para
instalar esquemas adaptativos e prevenção de psicopatologias na infância,
adolescência e na vida adulta.
A terapia dos esquemas (3º onda da Terapia Cognitivo-Comportamental) tem
com objetivo principal a cura de esquemas desadaptativos, principalmente em
transtornos graves. A cura envolve a redução de memórias, emoções, sensações
corporais e cognitivas no momento que foi desenvolvido o esquema (Young, 2008).
Se os esquemas foram instalados e aprendidos em algum momento, podemos
concluir que eles podem ser prevenidos e evitados, principalmente porque os
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esquemas internos estão no centro dos transtornos de personalidade e nos padrões
comportamentais do DSM-V.
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2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVOS GERAIS
Propor um programa de intervenção aos pais para promover a saúde mental dos
filhos na primeira infância e na adolescência, suprindo suas principais necessidades
emocionais.
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3. METODOLOGIA
O programa foi montado usando como base os conceitos e ferramentas
principais do Modelo Cognitivo-Comportamental e da Terapia Focada em
Esquemas, principalmente nos temas relacionados ao desenvolvimento de
esquemas adaptativos e necessidades emocionais do ser humano. Teve o objetivo
de promover a saúde mental dos filhos suprindo suas necessidades emocionais, tais
como: vinculo seguro, autonomia e competência, limites realistas, validação das
necessidades e emoções, expressão assertiva dos sentimentos e escolhas
espontâneas (WAINER, 2016).
Para atingir este fim, o trabalho apresenta uma proposta preventiva de
intervenção com pais em grupo e sua relação o atendimento das necessidades
emocionais, problemas de comportamento e habilidades sociais. Tendo como
objetivo um programa de intervenção prático com os pais no que tange a terapia
Cognitivo-comportamental e a Terapia dos Esquemas. Tais informações subsidiam a
apresentação detalhada de uma proposta de procedimento de intervenção em grupo
para pais que abarca procedimentos preventivos.
Foi utilizado como base a Intervenção resumida aos Pais aplicada no
ambulatório de Terapia Cognitivo-Comportamental Infantil do CPC- Infapa- RS
(CAMINHA, 2011) e modelo de intervenção resumida de treinamento aos pais em
grupo descrito por Wainer (2016).
As bases de pesquisa utilizadas foram Bireme, Med line e Periódicos Capes e
referencial utilizando com critério intervenções aos pais com o cunho preventivo
utilizando o modelo Cognitivo comportamental. As palavras chaves pesquisadas
foram: orientação aos pais, intervenção aos pais e intervenção parental.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 REFERENCIAL TEÓRICO
A TCC tem sido a primeira opção no tratamento de muitos tipos de
psicopatologias. As crianças são geralmente encaminhadas à terapia em função de
problemas de comportamento e emoções. Primeiro, há uma necessidade em
identificar o problema da criança, logo após seus sintomas (PETERSEN & WAINER,
2011 apud PASCOAL, OLIVEIRA, 2012, p. 5).
“O objetivo da psicoterapia em crianças é ajudar o paciente a desenvolver
habilidades que lhe permita alterar pensamentos, emoções e comportamentos
desadaptativos. No entanto, na terapia há uma intervenção direta com pais e/ou
familiares próximos” (PASCOAL, OLIVEIRA, 2012). Os pais são inseridos como
suporte e continuidade no processo de aplicabilidade, como também, agentes de
mudanças para surtir mudanças sistêmicas.
O empenho e participação dos pais no processo de tratamento são
fundamentais para o progresso no atendimento e no tratamento. A relação
estabelecida entre pais e filhos desde os primeiros momentos da vida da criança é,
sem dúvida, muito importante para o seu desenvolvimento global. É nesse contexto
que a criança vai aprender e desenvolver repertórios de socialização, de interação
com demais pessoas, de resolução de problemas e inúmeras outras condutas
(CONTE, 2001; ROCHA e BRANDÃO, 2001; MARINHO e SILVARES, 2000;
BANACO e MARTONE, 2001, INGBERMAN, 2001 apud MERCALDI, 2009).
Considerando a adesão e o empenho dos pais na intervenção os ganhos serão
significativo, pois terão permitirão mudanças e aumento significativo no vinculo
familiar.
Muitos pais têm demonstrado dificuldades ou falta de informação sobre a forma
como educar seus filhos, usando modelos que aprenderam de alguma forma na sua
própria infância. Por isso, a intervenção estruturada na Orientação aos pais é
fundamental para promover a educação emocional e prevenção de psicopatologias.
Segundo Marina Gusmão Caminha (2011), o treinamento para pais pode ter um
efeito positivo para pais e crianças em longo prazo, já que os efeitos do tratamento
dizem respeito a modificações reais de estilos parentais. Afirma também, que a
14
família toda ganha, visto que se reorganiza um modo de convivência capaz de tornar
o ambiente familiar mais harmônico e saudável. Os pais são considerados como
agentes centrais de transformação para seus filhos, uma vez que são os
progenitores que arquitetam e administram o meio de desenvolvimento das crianças.
O papel dos pais é crucial no processo de desenvolvimento, como também,
como exemplo na administração das emoções e situações diversas. E o treinamento
de pais é um espaço que os pais tenham oportunidade de verificar seus esquemas
desadaptativos e conhecer as necessidades emocionais essenciais para
desenvolvimento saudável.
Segundo Young (2008), as necessidades emocionais fundamentais são:
vínculos seguros com outros indivíduos (segurança, estabilidade, cuidado e
aceitação), autonomia, competência e sentimento de identidade, liberdade de
expressão, necessidades e emoções válidas, espontaneidade e lazer, limites
realistas e autocontrole.
Um indivíduo é considerado psicologicamente saudável quando consegue
satisfazer de forma adaptativa as necessidades emocionais fundamentais. No
treinamento os pais tem a oportunidade de encontrar formas adaptativas de
satisfazer suas necessidades e ser um agente transformador na vida dos filhos.
(WAINER, 2016)
Além das necessidades emocionais no desenvolvimento emocional infantil,
existem outros fatores, tais como, o temperamento emocional. Segundo Young
(2003 p. 24-25),
O temperamento determina em parte se um indivíduo irá se identificar e internalizar as características de pessoas importantes. A sua personalidade interage com eventos dolorosos da infância na formação de esquemas, pois há possibilidades de um ambiente remoto extremamente favorável ou adverso sobrepujar em muito o temperamento emocional, por exemplo, um ambiente seguro e amoroso em casa pode tornar até mesmo uma criança tímida bastante amigável em algumas situações, ao passo que, se o primeiro ambiente remoto é de rejeição, até mesmo uma criança sociável pode se tornar retraída.
Algumas dificuldades apresentadas pela criança são respostas aprendidas a
partir de práticas de educação inconsistentes e inadequadas oferecidas pelos
cuidadores. Tais práticas orientativas inadequadas ou a falta total de
direcionamentos da criança podem ocorrer por vários motivos, que variam desde o
total despreparo dos pais até características de personalidade e temperamento dos
cuidadores (PAPALIA, OLDS e FELDMAN, 2000 apud CAMINHA, 2011, p. 122).
15
Considerando a afirmação acima, pode-se concluir que os esquemas
desadaptativos dos pais podem influenciar na formação e no ambiente familiar. O
trabalho para eliminação de erros cognitivos e de esquemas desadaptativos podem
ajudar a compreender o padrão cognitivo, emocional e comportamental, como
também, auxiliar na prática de educação.
A terapia focada nos Esquemas lista cinco domínios de esquemas
desadaptativos quando as necessidades não são satisfeitas principalmente na
infância e adolescência. Os domínios são: (YOUNG, 2008)
- Desconexão e Rejeição (incapacidade de formar vínculos seguros e
satisfatórios com outras pessoas, instabilidade no vinculo com indivíduos
importantes ou possuir a convicção de que outras pessoas irão usa-la).
- Autonomia e desempenho prejudicado (Possui expectativas sobre si e sobre o
mundo que interferem em sua capacidade de se diferenciar das figuras paternas ou
maternas e funcionar de forma independente, sente-se incapaz de dar conta das
responsabilidades cotidianas sem ajuda substancial de terceiros e medo exagerado
de que uma catástrofe acontecerá a qualquer momento e de que não será capaz de
enfrentá-la).
- Limites prejudicados (Não possui limites internado adequados em relação à
reciprocidade ou autodisciplina e pode ter dificuldade de respeitar os direitos de
terceiros, cooperar, manter compromissos ou cumprir objetivos de longo prazo,
pressupõe-se que é superior as outras pessoas)
- Direcionamento para o outro (Enfatiza o atendimento das necessidades dos
outros em lugar de suas próprias de forma exagerada e entrega excessiva de
controle a outros indivíduos, por sentir-se coagido),
- Supervigilância e Inibição (Suprime seus sentimentos e impulso espontâneos e
se esforçam para cumprir rígidas regras internalizadas com relação a seu próprio
desempenho, à custa da felicidade).
Quando se ativa um esquema desadaptativo remoto, o individuo é inundado por
emoções e sensações corporais, a pessoa pode conectar conscientemente ou não
as emoções e sensações corporais à memoria original (YOUNG 2008, p. 41). E no
ambiente familiar os pais podem ser tomados por algum esquema citado acima,
interferindo e colaborando no desenvolvimento de esquema desadaptativos nos
filhos, sendo está a interferência maior no desenvolvimento dos processos
cognitivos.
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A maneira que uma mãe responde aos pedidos e as necessidades do filho influencia na maneira que este irá desenvolver formas de relacionar-se com ela e posteriormente com o mundo. Uma cuidadora que responde às necessidades da criança de forma efetiva e consistente irá ensina-lhe que suas necessidades são importantes e que as relações podem ser agradáveis e seguras. Em contrapartida, uma mãe que não responde às necessidades do filho ou o faz sem afeto e de forma instável, ensina-lhe que estas não são importantes e que não se pode confiar nas pessoas para receber conforto, carinho ou segurança. (RAMIRES & SCHNEIDER, 2010 apud WAINER 2016)
Segundo Wainer (2011, p. 43-44),
da mesma forma que o desenvolvimento do apego é prejudicado pela falta de sensibilidade dos pais às necessidades dos filhos, os esquemas irão se formar à medida que a criança não tiver suas necessidades emocionais básicas atendidas. Assim, o bebê que se desenvolve em um ambiente saudável, amoroso e prazeroso provavelmente aprenderá a se relacionar de forma segura e natural e terá menos ativações esquemáticas. Ao suprir necessidades que surgem ainda no inicio da vida- entre elas a de estabelecer um vínculo seguro de apego, a reparação paternal limitada melhora as representações que a pessoa tem de si e dos outros, aprimorando suas relações interpessoais e auxiliando-o a seguir em frente em sua vida plena.
De acordo com os conceitos e afirmações apresentados acima, evidencia-se
que é possível estabelecer uma reparação no processo de desenvolvimento
esquemático dos pais, como também, criar espaço saudável e preventivo aos filhos.
Dessa forma, os pais poderão perceber entender e aceitar as emoções e
necessidades emocionais de cada pessoa no âmbito familiar. Consequentemente, a
criança poderá desenvolver repertórios cognitivos e comportamentais satisfatórios e
saudáveis.
É necessário ajudar os pais sobre a melhor forma de agirem com seus filhos,
praticando atitudes parentais reparadoras.
A psicoeducação dos cuidadores sobre as etapas do desenvolvimento da personalidade também é importante, ressaltando as necessidades básicas que eles devem suprir para que ocorra a construção de esquemas mentais saudáveis em seus filhos (WAINER, 2016 pag. 172-173).
Segundo Wainer, no treinamento dos pais eles aprendem diversas atitudes
parentais reparadoras para atender as necessidades emocionais de
desenvolvimentos, ou seja, promover vínculo seguro, autonomia e competência,
limites realistas, validação das necessidades/emoções e expressão assertiva dos
sentimentos/escolhas espontâneas.
Wainer (2016, p.180) sugere
um treinamento de pais em grupo com o objetivo de proteger a infância das privações nas suas mais distintas formas. Foi idealizado como forma de prevenção, por isso deve ser realizado somente com os cuidadores e antes
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que quadros psicopatológicos sejam desenvolvidos. O objetivo principal da intervenção é psicoeducação detalhada a respeito das necessidades básicas que os pais e outras pessoas das relações da criança devem ofertar para o pleno despertar das habilidades e o estabelecimento de esquemas mentais saudáveis.
4.2 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Para elaboração do Programa de Intervenção utilizou-se como referência as
práticas e ferramentas do modelo Cognitivo-Comportamental e da Terapia Focada
em Esquemas, como também, seus inventários. A partir da execução do Programa
de intervenção proposto objetiva-se:
- Propor orientações e práticas sobre as necessidades emocionais da criança;
- Demostrar os impactos na Saúde Emocional de uma pessoa, caso não tenha
sua necessidades mínimas atendidas;
- Propor o desenvolvimento de habilidades para resolução de problemas
manifestados pelas crianças;
- Ensinar técnicas comportamentais para fortalecimento de respostas positivas e
saudáveis;
- Incentivar interações e vinculo entre pais e filhos;
- Promover um ambiente de convivência capar de tornar mais harmônico e
saudável;
- Ampliar a percepção dos pais de como seus comportamentos atuam no
presente sobre seus filhos e como isso, pode prejudicar no seu desenvolvimento;
- Trabalhar na Regulação Emocional familiar e a flexibilização psicológica;
- Identificação de pensamentos, sentimentos e emoções em situações diversas;
- Diminuição de distorções cognitivas;
- Aumentar a consciência emocional, tanto dos sentimentos dos pais quanto dos
sentimentos e das emoções dos filhos;
4.3 SUJEITOS A QUEM SE DESTINA A PROPOSTA
Os sujeitos são pais que buscam por iniciativa própria ou encaminhamento por
profissionais de Saúde para uma orientação efetiva na Educação Emocional pais e
filhos.
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4.4 CENÁRIOS DE INTERVENÇÃO
O cenário de intervenção proposto é uma sala adequada para comportar 10 a
15 pais sentados para suas interações e atividades confortavelmente.
4.5 ESTRATÉGIAS E AÇÕES
As estratégias deverão ser baseadas na utilização de situações cotidianas
trazidas pelo próprio grupo para que seja prático e dinâmico. O profissional técnico
poderá utilizar-se de dinâmicas de grupos, filmes, “cases”, textos, tarefas de casa
para semana e exercícios práticos. Em todas as atividades os pais devem ser
estimulados para trocas e discussão, assim, fortalecendo o vínculo e adesão do
programa.
Além do acompanhamento em grupo, também a família que necessitar de um
atendimento individualizado ou orientações especificas o profissional o fará em data
e horário pré-agendado.
Formato das sessões: 14 sessões de 2 horas cada.
1. Entrevista inicial: haverá uma entrevista inicial com os pais individualmente
para verificação da rotina familiar, averiguando a relação e a interação entre os
familiares. Como também, a Aplicação do Questionário de Esquemas de Young -
YSQ-S (YOUNG, 2008) tendo como objetivo a discussão sobre o estilo de educação
que eles exercem com seus filhos (Anexo 1).
2. Primeira sessão: Apresentação dos objetivos do Programa de Intervenção
aos pais, integração e apresentação de todos os participantes, levantamento de
expectativa e sensibilização da importância do papel de cada pai na educação
emocional.
3. Segunda sessão: Será em aula com conteúdo e reflexiva sobre: Quais são
as necessidades do meu filho? Detalhamento das necessidades emocionais de cada
ser humano, pois os pais poderão identificar as suas quando era criança e
adolescente. Assim, todos vão identificar suas necessidades não supridas e seus
impactos no momento atual.
Discussão e reflexão sobre os comportamentos dos pais influenciam
diretamente na cristalização da personalidade e comportamentos (atitudes) na vida
do seu filho, pois são formadores emocionais.
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4. Terceira sessão: Necessidade de vínculo seguro – discussão em grupo:
Tema: Como estabelecer um vínculo positivo com seu filho, pois é fundamental
para o desenvolvimento emocional saudável. O seu filho se relacionará e
estabelecerá vínculos e interação com outras pessoas muito parecido com a relação
que os pais tiveram na sua infância e adolescência. As atitudes reparadoras para o
estímulo o vinculo serão (WAINER, 2016):
Expressar afeto, estabelecendo a noção de vinculo seguro com carinho;
Validar emocionalmente, conectando-se e mostrando à criança que ele está
sendo compreendida;
Mostrar interesse e averiguar-se as necessidades de cuidado do filho estão
sendo atendidas.
Estabelecer na rotina diária um período em que possam ficar juntos,
enfatizando a importância de ter esses períodos íntimos com qualidade;
Abraçar, acariciar e olhar a criança com os olhos;
Demostrar estabilidade emocional;
5. Quarta sessão: Necessidade de autonomia e competência – discussão em
grupo e interações.
Tema: Estimule seu filho para o desenvolvimento de habilidade sociais,
competências internas e autonomia de acordo com sua faixa etária. As atitudes
reparadoras para o desenvolvimento de autonomia e competência serão (WAINER,
2016):
Reforçar as competências dos filhos, aumentando sua autoconfiança e a
capacidade de se individualizar;
Estimular adequadamente na criança atitude e autonomia, de forma gradativa
(considerando a idade);
6. Quinta sessão: Necessidade de Limites realistas – discussão e exercício
praticam para definição de rotina familiar, como também, acordos familiares.
Temas: Qual é o limite? Como dar limites?
As atitudes reparadoras para o desenvolvimento de limites serão (WAINER,
2016):
Estabelecer uma rotina definida com disciplina, fazendo os filhos sentirem-se
mais estruturados internamente e ser mais responsáveis com sua atividade;
Explicar adequadamente o cumprimento das regras e acordos;
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Elogiar o cumprimento da regra;
7. Sexta sessão: Validação das necessidades e emoções
Tema: Os pais terão aula passo a passo de como lidar com suas emoções e
como poderão ensinar os seus filhos, tendo como objetivo o desenvolvimento
consciente das emoções. Assim, poderão desenvolver e buscar a melhor alternativa
de como lidar com sentimentos e conflitos.
As atitudes reparadoras para validação das necessidades e emoções (WAINER,
2016):
Estimular a liberdade em realizar espontaneamente os seus próprios desejos,
fazendo a criança entender que precisa haver um equilíbrio entre suas necessidades
e as dos outros;
Não condicionar o amor e aceitação a passividade e submissão;
Preservar a criança do envolvimento excessivo em problemas familiares;
Reconhecimento e validação das emoções;
8. Oitava sessão: Expressão assertiva dos sentimentos e escolhas
espontâneas - discussão do tema: Como expressar adequadamente os sentimentos
e as escolhas dos seus filhos.
As atitudes reparadoras serão (WAINER, 2016):
Ter momentos familiares felizes e de lazer, mostrando a ela que não é errado
se divertir e ser espontâneo;
Brincar com o filho, servindo como modelo de diversão e espontaneidade;
Demostrar sentimentos e emoções;
9. Nova sessão: Devolutiva, análise e reflexão sobre o modelo utilizado (família
de origem).
Trabalhar com os esquemas pessoais que possam estar influenciando
negativamente a educação e desenvolvimento dos filhos.
Orientação específica e aprofunda dos esquemas desadaptativos remotos
desenvolvidos, tais como: Desconexão e Rejeição, autonomia e desempenhos
prejudicados, limites prejudicados, direcionamentos para o outro, supervigilância e
inibição (YOUNG, 2008).
Analisar os impactos no ambiente familiar, conforme esquemas
desadaptativos nos pais.
10. Décima sessão: Promovendo mudanças Cognitivas e Comportamentais
Será trabalhado o Registro Pensamentos Disfuncionais (anexo II)
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Identificação de distorções cognitivas (Anexo III e IV) e buscar respostas assertivas
com os pais.
11. Décima primeira sessão: Removendo esquemas desadaptativos e
construção de novas adequadas.
Serão as seguintes técnicas para promover mudanças profundas:
- Motivação para modificação de crenças (anexo V);
- A vida através de lentes de uma crença positiva (anexo VI);
12. Décima segunda sessão: Estabelecimento de metas/objetivos para
interação familiar e resolução de problemas envolvendo pais e filhos.
Serão aplicadas as seguintes técnicas para facilitar a mudança:
- Especificação de objetivos (anexo VII);
- Projeção de objetivos (anexo VIII);
- Significados adicionais na vida (anexo IX).
13. Décima terceira sessão: Serão exercícios práticos de intervenções e
manejos comportamentais
Tema: Manejos comportamentais para extinção comportamentais e instalação
de comportamentais saudáveis com os filhos. As intervenções utilizadas serão: Time
Out, programa de pontos e monitoramento da qualidade da interação pais e filhos.
14. Décima quarta sessão: Encerramentos e avaliação do programa (analisar
as mudanças familiares e possíveis melhorias).
4.6 AVALIAÇÃO DO PROGRAMA
As avaliações necessárias para acompanhamento de mudanças e a efetividade
das intervenções serão:
1. Aplicação de formulário para levantamento das mudanças concretas e
efetivas durante a aplicação do Programa (qualitativo e quantitativo) que foi
desenvolvido para aplicação exclusiva para este Programa. O objetivo do formulário
é receber um retorno concreto sobre a eficácia do programa que ele foi submetido,
como também, pontos de melhorias para próximas intervenções. (Anexo X)
2. Acompanhamento da Adesão da participação do grupo em cada sessão
ministrada, pois será solicitado a assinatura de presença em cada encontro
3. Levantamento e análise das falas e depoimentos dos pais ao longo das
sessões e no encerramento.
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4.7 RESULTADOS ESPERADOS
Os resultados esperados no Programa de Intervenção aos pais é que possam
intervir na educação emocional dos seus filhos de forma mais consistente e
confiante, e que desta forma, poderão se beneficiar com os seguintes resultados:
- Aumento do vinculo afetivo mãe/filho/família;
- Melhorar o relacionamento e a comunicação familiar (ambiente mais saudável
e equilibrado);
- Aumentar comportamentos desejáveis, maximizando intervenções positivas
dos pais;
- Aumentar a participação ativa dos pais no processo de promoção e da
prevenção da Saúde Emocional dos filhos;
- Aumentar a flexibilização psicológica familiar e gerenciamento de conflitos;
- Utilizar estratégias reforçadoras e menos estratégias punitivas na Educação
dos filhos.
23
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta proposta Orientação aos Pais teve a finalidade de construir uma
intervenção preventiva e prática para com os pais para promoção do
desenvolvimento saudável dos seus filhos, evitando assim, o desenvolvimento de
psicopatologia. Consequentemente, os pais terão a oportunidade da reconstrução e
flexibilização cognitiva na sua relação a si mesmo e ao seu papel parental.
A orientação aos pais favorece a percepção dos pais de como seus
comportamentos atuam no presente sobre suas crianças e como isso pode
prejudicá-las (Caminha 2011). No programa os pais poderão mudar seus padrões
cognitivos e comportamentais desadaptativos e como consequência, uma
construção de um ambiente familiar mais saudável.
A orientação aos pais centraliza sua intervenção no apoio e orientação
emocional aos pais, promovendo uma melhoria na qualidade na vida da criança e da
família como todo.
Destaca-se que as intervenções preventivas podem ser adaptadas de acordo
com cada grupo formado de pais, assim os resultados serão efetivos conforme as
necessidades do grupo, tendo como foco sempre a promoção da saúde, redução de
problemas de comportamentos e conflitos familiares.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, Z. M. M. B. Orientação de pais: partilhar conhecimentos sobre
desenvolvimento e práticas de educação como estratégia de intervenção.
Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
07072005000500008&Ing=pt&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 15/05/2016
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abordagem focada em esquemas. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.
___________. Teoria do esquema. Guia de técnicas cognitivo-comportamentais
inovadoras. Porto Alegre: Artmed, 2008.
27
Tabela - Anexo I
ANEXOS
Anexo I
28
29
30
31
Tabela - Anexo II
1. Qual pensamento e/ou
imagem passou pela sua
cabeça?
2. Quanto você acredita em
cada um?
1. Que emoção (tristeza,
ansiedade, raiva, medo,
etc) você sentiu no
momento? 2. Quão
intensa (0-100%) foi a
emoção?
1. Qual parte
do corpo que
você sentiu a
emoção?
1. Quais foram os
seus
comportamentos
(analisar os estilos
de
enfrentamento)?
1. Você cometeu
algum erro cognitivo?
Qual? 2. Há
mais alguma
distorção?
1. Quanto que
você acredita em
cada resposta
(pensamentos,
emoções,
comportamentos,
etc)? 2. Busque
agora uma
respostamais
positiva para sua
vida:
1. Quanto
Pensamentos Automáticos
Nome:
Data Situação
Externa
Pensamento
Automáticos
Emoções Reação
Fisiológica
Comportamen
tos
Distorções
Cognitivos (erros)
Resposta +
positiva
Resultado final
(ação/mudança)
você acredita agora no
seu pensamento?
2. Que emoção está sentindo
agora? 3. Quão intensa esta a
emoção? 4. O que você
fara agora para mudar?
32
Anexo III
Categorização das Distorções Cognitivas
Categorias de distorções cognitivas: Leitura mental, adivinhação do futuro, catastrofização,
rotulação, desqualificação dos aspectos positivos, filtro negativo, supergeneralização,
pensamento dicotômico, afirmações do tipo “deveria”, personalização, atribuição de culpa,
comparações injustas, orientação para o remorso, pensamento do tipo “E se....”, raciocínio
emocional, incapacidade de refutar e foco no julgamento.
Pensamento Automático Distorção
Comentários:
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
_______________________________________________.
LEAHY, ROBERTE L– Técnicas de Terapia Cognitiva: Manual do terapeuta. Ed. Artmed, 2ª ed, 2008.
33
Anexo IV
Lista de Verificação das Distorções Cognitivas
1- LEITURA MENTAL: Você imagina que sabe o que as pessoas pensam sobre você, sem
ter evidências. Por exemplo: ”Ele acha que sou um fracasso.”
2- ADIVINHAÇÃO DO FUTURO: Você prevê o futuro com pessimismo, onde as coisas
vão piorar ou onde há perigos pela frente. Por exemplo: ” Não conseguirei o emprego.”
3- CATASTROFIZAÇÃO: Quando o pensamento tem a tendência de exagerar, você
acredita que o que aconteceu ou vai acontecer é tão terrível e insustentável, que não será
capaz de suportar. Por exemplo: ” Estou com dor de cabeça. Pode ser um tumor no cérebro.”
4- ROTULAÇÃO: Você atribui traços negativos a si e aos outros baseados em uma ou duas
análises. Por exemplo: ” Sou indesejável” ou ” Ela gosta de roupas curtas, deve ser uma
mulher vulgar.”
5- DESQUALIFICAÇÃO DOS ASPECTOS POSITIVOS: Você afirma que as realizações
positivas, suas ou alheias, são triviais. Por exemplo: ” Isso é o que se espera de uma esposa-
de modo que não conta quando ela é carinhosa comigo” ou ” Esses sucessos são fáceis, então
não importam.”
6- FILTRO NEGATIVO: Você foca quase exclusivamente os aspectos negativos e
raramente nota os positivos. Por exemplo: ” Veja todas as pessoas que não gostam de mim.”
7- SUPERGENERALIZAÇÃO: Você percebe um padrão global de aspectos negativos com
base em um único incidente. Por exemplo: ” Isso aconteceu comigo. Fracasso em muitas
coisas” ou ” Fui traído uma vez, não se pode confiar em ninguém.”
8- PENSAMENTO DICOTÔMICO: Você vê eventos ou pessoas, em termos de tudo-ou-
nada. Por exemplo: ” Tudo isso foi uma perda de tempo” ou ” Sou rejeitado por todos.”
9- AFIRMAÇÃO DO TIPO ”DEVERIA”: Você interpreta os eventos baseado em como
deveriam ser, em vez de se concentrar no que elas realmente são. Por exemplo: ” Eu tenho
que me sair bem, senão serei um fracasso” ou ” Sou honesto, todos deveriam ser também.”
10- PERSONALIZAÇÃO: Você atribui a si mesmo uma culpa desproporcional por eventos
negativos e não consegue ver que certas situações também são provocados pelos outros. Por
34
exemplo: ” Meu casamento terminou porque eu falhei.” ou ” Sou ingênuo pois fui traído no
relacionamento.”
11- ATRIBUIÇÃO DE CULPA: Você se concentra na outra pessoa como fonte de
sentimentos negativos e se recusa a assumir responsabilidade pela mudança. Por exemplo: ”
Estou me sentindo assim faz tempo por culpa dela” ou ”Meus pais são a causa de todos os
meus problemas.”
12- COMPARAÇÕES INJUSTAS: Você interpreta um evento em termos de padrões
irrealistas, comparando-se com pessoas que se mostraram melhor que você em uma situação,
concluindo então que você é inferior a todos. Por exemplo: ” Ela é mais bem-sucedida que eu”
ou ” Os outros se saíram melhor que eu na prova.”
13- ORIENTAÇÃO PARA O REMORSO: Você fica preso à ideia de que poderia ter feito
melhor no passado em vez de focar o que pode ser melhorado agora. Por exemplo: ” Eu
poderia ter conseguido um emprego melhor se tivesse tentado.”
14- E SE…? Você faz uma série se perguntas do tipo ”e se…?”, e nunca fica satisfeito com as
respostas. Por exemplo: ” Sim, mas e se eu ficar ansioso?”
15- RACIOCÍNIO EMOCIONAL: Você deixa os sentimentos sempre guiarem sua
interpretação da realidade, raramente tentando achar uma resposta racional. Por exemplo: ”
Estou deprimida, consequentemente, meu casamento não está indo bem.”
16- INCAPACIDADE DE REFUTAR: ( refutar = contestar). Você rejeita qualquer
argumento que possa contradizer o pensamento negativo. Por exemplo: ” Muitos dizem que
sou inteligente, mas não falam a verdade.”
17- FOCO NO JULGAMENTO: Você avalia a si, aos outros e aos eventos em termos de
preto-e-branco, 8 ou 80. Está sempre analisando os padrões bom-mau; superior-inferior, em
vez de simplesmente descrever, aceitar e compreender um meio termo ou algo diferente do
padrão que você julga adequado. Por exemplo: ” Aquela pessoa magoou o amigo, ele não
presta” ou ” Veja como ela faz sucesso, eu não consigo.”
LEAHY, ROBERTE L– Técnicas de Terapia Cognitiva: Manual do terapeuta. Ed. Artmed, 2ª
ed, 2008.
35
Anexo V
Motivação para modificação de crenças
Ás vezes, modificar esquemas envolve muito esforço e alguma desconforto – por exemplo, fazer o
esquema diz que você não é capaz. Quais são as vantagens e desvantagens de modificar os esquemas
negativos
Esquemas (crenças) Vantagens Desvantagens
LEAHY, ROBERTE L– Técnicas de Terapia Cognitiva: Manual do terapeuta. Ed. Artmed, 2ª ed, 2008.
36
Anexo VI
A vida através das lentes de uma crença positiva
Considere como suas escolhas e comportamentos em cada uma das áreas listadas abaixo teriam sido
diferentes se você estivesse uma crença positiva (fazendo a referência da crença limitante
identificada):
Áreas, escolhas e comportamentos. Como as coisas teriam sido diferentes com um esquema mais positivo
Escolhas dos empregos
Desempenho nos empregos
Procrastinação
Amizade
Parceiro/relacionamento
Saúde
Finanças
Lazer
LEAHY, ROBERTE L– Técnicas de Terapia Cognitiva: Manual do terapeuta. Ed. Artmed, 2ª ed, 2008.
37
Anexo VII
Especificação de objetivos
Objetivo - Aprofundar com os objetivos com pais com os seguintes itens: o que exatamente gostaria
de alcançar, algo especifico e positivo, alcançável e que depende dele ( O quê? Quando? Onde?
Com quem? Que lugar exatamente?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
____________
Evidências- Qual é a evidencia de você consegui o que gostaria? Qual é a sua representação
interna mental com relação ao seu objetivo e o que você está fazendo para alcançar?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_________
Motivadores – Ganhos e benefícios que ganhará com o objetivo alcançado?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_________
Sabotadores – Existe alguma perda com seu objetivo (você ou alguém ao seu redor?). E possível
minimizar os impactos?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_________
Valores – Por que é importante? Qual é a relevância? Quais são os valores eu você ira satisfazer
com essa meta?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_________
Estratégias – Quais são as formas para conseguir isso? Quais serão suas estratégias? Você
conhece alguém que já fez isso? Essa pessoa conseguiu?
38
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_________
Ações – Quais são os passos para conseguir? Qual será seu plano de ação? Quais são os primeiros
passos? Qual é o grau de comprometimento?
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
_________
Recursos – Do que você precisa para alcançar seus objetivos? Quais são os recursos internos e
externos?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
____________.
LEAHY, ROBERTE L– Técnicas de Terapia Cognitiva: Manual do terapeuta. Ed. Artmed, 2ª ed, 2008.
39
Anexo VIII
Projeção de objetivos
A técnica tem como objetivo trabalhar com visualizações para alinhamento e fortalecimento
dos objetivos traçados no Programa de Orientação aos Pais.
1. Formulação de Objetivo: Assegure-se de que objetivo esteja formulado corretamente e
que seja alcançável e ecológico.
2. Visualize o último passo: Crie uma representação mental do ultimo passo. Uma
visualização da evidencia de que você conseguiu atingir o seu objetivo. Veja-se
realizando este último passo.
3. Ajuste a visualização: Ajuste esta visualização mental, deixando-a mais atrativa, colocando
mais brilho, cor e deixando-a maior. Ajuste os sons, deixando-os mais sonoros e altos.
4. Entre na visualização: Imagine-se entrando dentro desta visualização, como se você estivesse
vivenciando de fato este passo agora. Veja tudo, como você veria neste momento, ouça tudo e,
principalmente, sinta a sensação positiva de alcançar o seu objetivo. Aumente esta sensação
interna.
5. Posicione o objetivo no futuro: Saia da visualização e se veja nela como um ator/atriz
principal. Posicione esta visualização no seu futuro, na data que você deseja que o objetivo se
realize. Insira a representação na data desejada.
6. Reorganização dos eventos: Posicione-se após o evento ter ocorrido no futuro e olhe em
direção ao presente, percebendo como os eventos se reorganizam naturalmente para permitir
que os objetivos se realizassem no tempo previsto.
7. Reposicionamento no presente: Retorne agora ao momento presente, trazendo com você a
certeza de realização de seu objetivo.
Observação:
Regulação emocional em psicoterapia: um guia para o terapeuta Cognitivo-Comportamental –
Robert L. Leahy.
40
Anexo IX
Significados Adicionais na Vida
Nome: ______________________________________________ Data: _______________
Pense nas muitas coisas em sua vida que podem dar a você significado e propósito. Na coluna
da esquerda, estão listadas algumas sugestões, mas você pode adicionar quantas categorias ou
experiências de significado e propósito quiser. Na coluna do meio, avalie o quão importante
cada item é pra você, de 0 (nenhuma importância) a 5 (essencial). Na coluna da direita, liste
algumas coisas que você pode fazer- ações, pensamentos, meditação e outras – para ajuda-lo a
buscar o que é significado. A meta é esclarecer o que importa e direcioná-lo para os
propósitos de sua vida.
O que dá sentido e propósito a
minha vida
O quão importante é isso para
mim
Exemplos de coisas que faço
para consegui-lo
Amizade
Amor pelos outros
Ser bom pai ou boa mãe
Ser um bom filho ou filha
Pertencer a uma comunidade
Ajudar os outros
Competência em meu trabalho
Avançar na carreira
Trabalhar em equipe
Exercitar-me e ser ativo
Ter um estilo de vida saudável
Apreciar os arredores e minha
vida
Gratidão
Apreciar o belo
Sentir-me conectado a algo
41
maior que eu
Justiça
Aprende e crescer
Aventura e experimentar
coisas novas
Trabalho
Espiritualidade
Contato com a natureza
Meditação e oração
Regulação emocional em psicoterapia: um guia para o terapeuta Cognitivo-Comportamental –
Robert L. Leahy.
42
Anexo X
Avaliação do Programa de Orientação aos Pais
Programa de Orientação aos Pais
Nome:
Data:
SOBRE O PROGRAMASupera as
expectativas
Atende as
expectativas
Não atende as
expectativas
SOBRE O FACILITADORSupera as
expectativas
Atende as
expectativas
Não atende as
expectativas
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Conteúdo apresentado
Aulas teóricas
Atividades práticas e exercícios
Facilidade de aplicação prática
Organização das aulas/ Palestras
Conhecimento do assunto
Métodos didáticos
Facilidade de comunicação e objetividade
Esclarecimentos de dúvidas
Cumprimento dos horários previstos
1.
2.
3.
4.
. Como você avalia a interação familiar depois do Programa?
Aumentou comportamentos desejáveis, maximizando intervenções positivas?
Quais?
. Dê suas sugestões para que possamos melhorar o Programa
Dê uma nota de 0 a 10 ao Programa.
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
43
Termo de Responsabilidade Autoral
Eu Luciana Honorio Viana, afirmo que o presente trabalho e suas devidas partes
são de minha autoria e que fui devidamente informado da responsabilidade autoral sobre
seu conteúdo.
Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de Conclusão de
Curso de Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, sob o título “Programa de
Intervenção Preventivo: Orientação aos pais em grupo para o desenvolvimento
emocional dos filhos”, isentando, mediante o presente termo, o Centro de Estudos em
Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC), meu orientador e coorientador de quaisquer
ônus consequentes de ações atentatórias à "Propriedade Intelectual", por mim praticadas,
assumindo, assim, as responsabilidades civis e criminais decorrentes das ações realizadas
para a confecção da monografia.
São Paulo, __________de ___________________de______.
________________________
Assinatura do (a) Aluno (a)
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