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Produção de plantas herbáceas nativas dos Açores
‘Recuperação das comunidades vegetais e repovoamentos com espécies nativas’
SPEA -PROJECTO LIFE PRIOLO
NORDESTE JULHO, 2006
ELISABETE FURTADO DIAS
Elisabete Furtado Dias
2006
Produção de plantas herbáceas nativas dos Açores
Capa:
Fotos de Elisabete Dias
Canto superior esquerdo - inflorescências de Luzula purpureosplendens
Canto superior direito - Planta de Leontodon filii.
Ao centro e à esquerda – jovem planta de Luzula purpureosplendens
produzida em laboratório.
Ao centro e à direita – jovem planta de Leontodon filii produzida em
laboratório.
ELISABETE FURTADO DIAS
Produção de plantas herbáceas nativas dos Açores
‘Recuperação das comunidades vegetais e
repovoamentos com espécies nativas’
Programa Estagiar-L Relatório de Estágio
Orientação: Doutora Maria João B. T.
Pereira (Universidade dos Açores)
D.º Joaquim Teodósio (SPEA- Projecto
LIFE Priolo)
SPEA - PROJECTO LIFE PRIOLO NORDESTE
JULHO, 2006
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 2
2. ENQUADRAMENTO..................................................................................................... 2
3. CARACTERIZAÇÃO DAS ESPÉCIES ESTUDADAS........................................................... 4
4. PROPAGAÇÃO SEMINAL ............................................................................................ 5
4.1. MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................................................................... 5
4.2. RESULTADOS ....................................................................................................................................................... 6
4.2.1 Leontodon filii (Hochst.) Paiva & Ormonde ......................................................................... 6
4.2.2 Luzula purpureosplendens Seub.............................................................................................. 7
4.2.3 Vaccinium cylindraceum Sm...................................................................................................... 8
4.2.4 Plantas produzidas e entregues................................................................................................ 8
5. PROPAGAÇÃO VEGETATIVA ...................................................................................... 9
5.1 MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................................................................... 9
5.1.1 Estacas de plantas semilenhosas de Prunus lusitanica ssp. azorica ........... 9
5.1.2 Estacas de plantas lenhosas de Vaccinium cylindraceum e Ilex perado .... 10
5.2. RESULTADOS.................................................................................................................................................... 11
5.2.1 Prunus lusitanica ssp. azorica (Mouillef.) Franco....................................................... 11
5.2.2 Ilex perado Ait. ssp azorica (Loes.) Tutin ....................................................................... 13
5.2.3 Vaccinium cylindraceum Sm. ................................................................................................. 13
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 15
7. BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 17
ANEXOS........................................................................................................................................................................ 18
ANEXO 1 .................................................................................................................................................................... 19
Produção de plantas herbáceas nativas dos Açores
SPEA – Projecto LIFE Priolo Elisabete Furtado Dias
2
1. Introdução
O presente relatório resultou da actividade desenvolvida no
âmbito do programa ‘Estagiar-L’ e decorreu ao abrigo do Projecto ‘Priolo’
financiado pelo Programa LIFE. Este projecto visa a recuperação do
habitat natural do priolo na área de distribuição através do corte e
controle das espécies exóticas e da produção e plantação de plantas
nativas.
2. Enquadramento
A ilha de São Miguel, no arquipélago dos Açores, constitui o único
espaço físico onde habita o priolo (Pyrrhula murina), uma ave endémica
desta região.
O Projecto LIFE Priolo, tem como objectivo principal a
recuperação do habitat do priolo na Zona de Protecção Especial Pico
da Vara/Ribeira do Guilherme e é coordenado e gerido pela SPEA
desde Outubro de 2003. O habitat do priolo consiste na também
ameaçada floresta Laurifólia dos Açores, caracterizada por um
elevado grau de endemismo das espécies vegetais que a constituem.
A recuperação deste habitat passa pela produção e plantação de
várias espécies da flora nativa, após a limpeza da vegetação exótica.
Os Serviços Florestais do Nordeste iniciaram a produção das
seguintes espécies lenhosas, Azevinho (Ilex perado ssp. azorica), a
Faia-da-terra (Myrica faya), o Folhado (Viburnum tinus ssp.
subcordatum), a Ginja-do-mato (Prunus azorica), o Louro (Laurus
azorica), o Pau-branco (Picconia azorica), o Sanguinho (Frangula
azorica), a Uva-da-Serra (Vaccinium cylindraceum). No entanto, a
Produção de plantas herbáceas nativas dos Açores
SPEA – Projecto LIFE Priolo Elisabete Furtado Dias
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recuperação de um habitat requer para além da produção de
plantas lenhosa a produção de plantas herbáceas. As plantas
herbáceas fazem também parte da dieta do Priolo como o (Sargasso
(Luzula purpureosplendens), o Patalugo-maior (Leontodon filii) e o
Patalugo-menor (Leontodon rigens) que varia mensalmente conforme
novas plantas que vão florindo e produzindo sementes.
Este estágio, “produção de plantas herbáceas nativas dos
Açores”, surgiu da necessidade em produzir espécies herbáceas não
abrangidas actualmente pelo sistema de produção dos Serviços
Florestais.
Face à época de execução do estágio (Janeiro-Junho) não
coincidir com a época de produção das sementes no campo foram
utilizadas sementes previamente recolhidas no campo pela equipa do
projecto sediada no Nordeste e sementes do Banco de Germoplasma do
Departamento de Biologia. Com o objectivo de produzir plantas isentas
de agentes patogénicos foram ainda realizados alguns ensaios de
estacaria com duas espécies lenhosas.
Produção de plantas herbáceas nativas dos Açores
SPEA – Projecto LIFE Priolo Elisabete Furtado Dias
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3. Caracterização das espécies estudadas
Foram estudados neste trabalho as seguintes espécies: Leontodon filii
(Hochst.) Paiva & Ormonde, Luzula purpureosplendens Seub., Prunus
lusitanica ssp. azorica (Mouillef.) Franco e Vaccinium cylindraceum
Sm..
A sua distribuição geográfica, status (Gomez-Campos, 1987; Anexo 1) e
preferência ecológica podem ser observadas na tabela 1.
Tabela 1. Distribuição geográfica, estatuto de conservação (status) e preferências
ecológicas das espécies estudadas.
Espécie Distribuição Geográfica Status Preferência Ecológica
Leontodon filii
(Hochst.) Paiva &
Ormonde
Arquipélago dos Açores excepto em
Santa Maria, Graciosa e Corvo (SCHÄFER, 2005)
Raro
É uma planta típica da Laurissilva, surgindo acima dos 600 m. Em grotas com vegetação herbácea entre os 400-800 metros (SCHÄFER,
2005).
Luzula
purpureosplendens
Seub.
Arquipélago dos Açores excepto em
Santa Maria e Graciosa (SCHÄFER,
2005).
Não ameaçadas
Encontra-se geralmente entre os 200 metros e os 900 metros. É um membro muito frequente da floresta de Juniperus e Erica. Aparece em
encostas íngremes, ravinas e em pastos naturais (SCHÄFER, 2005).
Prunus lusitanica
ssp. azorica
(Mouillef.) Franco
Arquipélago dos Açores encontra-se
somente nas ilhas de São Miguel, Terceira,
S. Jorge e Pico(SCHÄFER,
2005).
Em perigo
Esta espécie aparece sempre acima dos 500 metros de altitude em crateras e ravinas profundas e estreitas, fendas de rochas
basálticas e margens de ribeiros, ou então em zonas tipicamente desenvolvidas de floresta de
Louro e Cedro (HANSEN, 1988).
Vaccinium
cylindraceum Sm.
Arquipélago dos Açores excepto na
Graciosa(SCHÄFER, 2005).
Vulnerável
Encontra-se geralmente acima dos 400 metros e raramente abaixo dos 100 metros. É um
membro da floresta de Louro e Cedro. Aparece em locais húmidos, preferencialmente em locais fracamente expostos, em fendas de
rochedos, em escoamentos vulcânicos e em grossas camadas de húmus nas ravinas e
crateras (HANSEN & SUNDING, 1985).
Produção de plantas herbáceas nativas dos Açores
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4. Propagação Seminal
4.1. Materiais e Métodos
Os ensaios de germinação foram realizados em câmaras
climatizadas, com controlo automático de temperatura (precisão + 1 °C)
e iluminação fornecida por 6 lâmpadas fluorescentes Philips® TL 8W/33
∆ 9H (intensidade luminosa média de 200 Lux).
Os ensaios de germinação foram realizados segundo as normas
do I. S. T. A. (2004). As sementes foram colocadas em caixas de Petri de
12 cm de diâmetro, sobre discos de papel de filtro Whatman® nº1
humedecidos com água destilada.
Para cada lote de sementes foram realizados um ou mais ensaios. Cada
ensaio consistiu na realização de 4 repetições de 100 sementes por
caixa de Petri com excepção para o lote de sementes provenientes da
Achadinha em que se realizou apenas um ensaio com 4 repetições de 74
sementes.
6
4.2.
Res
ulta
dos
4.2.
1 Le
onto
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20
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20
8 10
-01-
06
26-0
6-06
52
,3
∑=
2800
Produção de plantas herbáceas nativas dos Açores
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7
Curva de Germinação de Leontodon filii
0102030405060708090
100
0 6 7 8 10 14 16 22 29 36 39 46 51 58 63 64 70 74 78 85 97
Tempo (dias)
% G
erm
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ã 20ºC- TC 84 m
20º-10ºC- TC 84 m
20ºC- TC 2 m
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
tempo(dias)
% d
e ge
rmin
açã
10-20ºC20ºC30º-20ºC
Fig. 1-Curvas de germinação obtidas para sementes com diferentes tempos de conservação (TC): 2 meses (sementes fornecidas pelo projecto Life-Priolo) e 84 meses (sementes do Germobanco do Departamento de Biologia). Regime de temperatura constante (20ºC) e alterna (20ºC-10ºC), fotoperiodo de 8h.
4.2.2 Luzula purpureosplendens Seub. Tabela 2. Taxas de germinação obtidas nos ensaios realizados em cada lote de sementes. Temperatura (T) e fotoperíodo (FP), tempo de conservação (TC).
Fig. 2 - Curvas de germinação obtidas com temperaturas constante (20ºC) e alternas (20ºC-10ºC) e (30º-20ºC), com fotoperíodo de 8h.
Lote Condições da Germinação
Origem Local da Colheita
Ensaio
TC (meses)
T (ºC)
F (horas)
Início do ensaio
Final do ensaio
Germinação (%)
Nordeste 1 2 20-10 8 11-01-06 26-06-06 73,25
Nordeste 2 2 20 8 12-01-06 26-06-06 72,75
Equipa do
ProjectoLIFE Priolo Nordeste 3 2 30-20 8 16-01-06 26-06-06 66,50
Produção de plantas herbáceas nativas dos Açores
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4.2.3 Vaccinium cylindraceum Sm.
Tabela 3. Taxas de germinação obtidas nos ensaios realizados em cada lote de sementes. Temperatura (T) e fotoperíodo (FP), tempo de conservação (TC)1.
Fig. 3 Curvas de germinação obtidas com temperaturas constante (15ºC) e fotoperíodo de 8h.
4.2.4 Plantas produzidas e entregues Tabela 4. Resultados finais de produção e entrega de plantas
Espécie Nº. total
de ensaios
Nº. total de sementes usadas
Nº. Plantas
Produzidas
Sobrevivência (%)
Nº. Plantas
Entregues Leontodon filii (Hochst.) Paiva & Ormonde
7 2800 1576
56,3 1147
Luzula purpureosplendens Seub.
3 1200 629 52,4 483
Vaccinium cylindraceum Sm. 8 3112 525 Ensaio a decorrer Em estufa2
1 Os ensaios que possuem data de começo anterior a 1 de Janeiro de 2006 devem-se ao facto de na data referida estes estarem hidratados, os ensaios foram montados no dia 09-01-2006. 2 Estas plantas ainda não foram entregues ao LIFE Priolo encontrando-se na estufa do Departamento de Biologia da Universidade dos Açores, o ensaio ainda se encontra a decorrer.
Lote Condições da Germinação
Origem Local da Colheita
Ensaio T (ºC)
F (horas)
Início do ensaio
Final do ensaio
Germinação (%)
Achadinha 1 15 8 05-01-06 28-06-06 40,20
Sete Cidades 1 15 8 09-12-05 28-06-06 67,25
Sete Cidades 2 15 8 09-12-05 28-06-06 65,50 Sete Cidades 3 15 8 15-11-05 28-06-06 65,75 Sete Cidades 4 15 8 06-12-05 28-06-06 72,25 São Miguel 1 15 8 15-12-05 28-06-06 55,50 São Miguel 2 15 8 15-12-05 28-06-06 42,00
Banco de Germoplasma
do Departamento
de Biologia
São Miguel 3 15 8 15-12-05 28-06-06 59,50
Curva de Germinação Vaccinium cylindraceum
0,0010,0020,0030,0040,0050,0060,0070,0080,0090,00
100,00
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
Achadinha
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180
SeteCidades
Santo AntónioAchadinha
Santo António
Sete Cidades
Produção de plantas herbáceas nativas dos Açores
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5. Propagação Vegetativa
5.1 Materiais e métodos
Com o objectivo de produzir plantas isentas de agentes patogénicos,
foram recolhidas estacas semilenhosas de Prunus lusitanica ssp. azorica
e estacas lenhosas de Ilex perado e Vaccinium cylindraceum.
5.1.1 Estacas de plantas semilenhosas de Prunus lusitanica ssp. azorica Cortaram-se as estacas em lançamentos laterais entre o dia 30 de
Janeiro a 22 de Fevereiro (fig. 4a).
Utilizando a tesoura, encurtou-se a estaca de modo a ficar com o
comprimento de 10 cm a 15 cm, conforme o vigor evidenciado por cada
planta (fig.4b).
Removeram-se as folhas da parte inferior de cada estaca em cerca
de 5 cm. Reduziu-se o tamanho das folhas maiores, de modo a evitar
que elas se sobrepusessem e perdessem muita água através da
respiração (fig.4c).
Tratou-se a secção do corte basal com uma solução de 0,4% de
Ácido Índole-3-Butírico (IBA) (hormona de enraizamento).
Executou-se a plantação da estaca a cerca de 4 cm de profundidade
(fig.4d), de modo a que a sua base penetrasse no substrato. Regou-se
com 200mg/l de benlate e Solução de 1,5 ml Previcur + 1,0 ml Derosal
por litro (fig.4e) (Browse, 1979).
Produção de plantas herbáceas nativas dos Açores
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5.1.2 Estacas de plantas lenhosas de Vaccinium cylindraceum e Ilex perado
Foram cortadas estacas lenhosas entre o dia 30 de Janeiro e o dia
7 de Março de 2006.
À queda da folha, cortar com uma tesoura de poda um ramo do
ano. Os cortes inclinados e localizaram-se logo acima do gomo de topo
seleccionado (fig.5 A). A extremidade inferior, foi cortada
horizontalmente a 15 cm do corte de cima, não considerando a posição
que tenham os gomos (fig. 5 B).
A secção do corte basal da estaca foi tratada com 0,8% IBA (fig. 5-C).
As estacas foram mergulhadas no substrato deixando apenas acima da
terra 2,5 cm da extremidade superior de cada estaca (fig.5-D) (Browse,
1979).
Fig.4- a. Corte de estacas semilenhosas; b. Encurtamento das estacas; c. Redução do tamanho das folhas maiores; d. Plantação acerca de 4 cm; e. Rega com fungicida (Retirado de Browse, 1979).
ec a
b d
Produção de plantas herbáceas nativas dos Açores
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11
Fig.5 A- Corte Vertical; B- Corte Horizontal; C- Hormona de enraizamento no corte basal da estaca; D- Plantação das estacas (Retirado de Browse, 1979).
5.2. Resultados
5.2.1 Prunus lusitanica ssp. azorica (Mouillef.) Franco Foram recolhidas um total de 51 estacas, as quais foram submetidas a um tratamento com fungicidas e posteriormente foram plantadas (Tabela 5) Tabela 5. Estacas de Prunus lusitanica ssp. azorica com os respectivos dados
Tratamento
Código N.º do vaso
N.º de estacas
Data de Colheita
Data de Plantio Fungicida
nas estacas
Hormona de enraizamento
Fungicida no solo
Local de colheita
P 01 1 4 13-02-2006 14-02-2006
200mg/l de benlate 0,4% IBA
Solução de 1,5 ml
Previcur + 1,0 ml
Derosal / litro
Serviços
Florestais Nordeste
P 35 2 4 13-02-2006 14-02-2006
200mg/l de benlate 0,4% IBA
Solução de 1,5 ml
Previcur + 1,0 ml
Derosal / litro
Serviços Florestais Nordeste
P 35.1 Saco 1 1 30-01-2006 31-01-2006
200mg/l de benlate 0,4% IBA -
Serviços Florestais Nordeste
P 35.2 Saco 2 1 30-01-2006 31-01-2006
200mg/l de benlate 0,4% IBA -
Serviços Florestais Nordeste
P 35.3 Saco 3 1 30-01-2006 31-01-2006
200mg/l de benlate 0,4% IBA -
Serviços Florestais Nordeste
A B C D
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12
P 35.4 Saco 4 1 30-01-2006 31-01-2006
200mg/l de benlate 0,4% IBA -
Serviços Florestais Nordeste
P847 3 4 22-02-2006 23-02-2006
Solução de 1,5 ml
Previcur + 1,0 ml
Derosal / litro
0,4% IBA - Pico da Vara
P858 4 2 22-02-2006 23-02-2006
Solução de 1,5 ml
Previcur + 1,0 ml
Derosal / litro
0,4% IBA - Pio da Vara
P860 5 4 22-02-2006 23-02-2006
Solução de 1,5 ml
Previcur + 1,0 ml
Derosal / litro
0,4% IBA - Pico da Vara
P864 6 4 22-02-2006 23-02-2006
Solução de 1,5 ml
Previcur + 1,0 ml
Derosal / litro
0,4% IBA - Pico da Vara
P866 7 5 22-02-2006 23-02-2006
Solução de 1,5 ml
Previcur + 1,0 ml
Derosal / litro
0,4% IBA - Pico da Vara
P869 8 5 22-02-2006 23-02-2006
Solução de 1,5 ml
Previcur + 1,0 ml
Derosal / litro
0,4% IBA - Pico da Vara
P870 9 4 22-02-2006 23-02-2006
Solução de 1,5 ml
Previcur + 1,0 ml
Derosal / litro
0,4% IBA - Pico da Vara
P871 10 5 22-02-2006 23-02-2006
Solução de 1,5 ml
Previcur + 1,0 ml
Derosal / litro
0,4% IBA - Pico da Vara
P877 11 3 22-02-2006 23-02-2006
Solução de 1,5 ml
Previcur + 1,0 ml
Derosal / litro
0,4% IBA - Pico da Vara
P933 12 3 22-02-2006 23-02
Solução de 1,5 ml
Previcur + 1,0 ml
Derosal / litro
0,4% IBA - Pico da Vara
Produção de plantas herbáceas nativas dos Açores
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5.2.2 Ilex perado Ait. ssp azorica (Loes.) Tutin Foram recolhidas um total de 4 estacas, as quais foram submetidas a um tratamento com fungicidas e posteriormente foram plantadas (Tabela 6) Tabela 6. Estacas de Ilex perado com os respectivos dados
5.2.3 Vaccinium cylindraceum Sm. Foram recolhidas um total de 191 estacas, as quais foram submetidas a um tratamento com fungicidas e posteriormente foram plantadas (Tabela 7) Tabela 7. Estacas de Vaccinium cylindraceum com os respectivos dados
Tratamento N.º do
vaso
N. de estacas
Data de Colheita
Data de Plantio Fungicida nas
estacas Hormona de
enraizamento Fungicida
no solo
Local de colheita
1 4 06-03-2006
07-03-2006
Solução de 1,5 ml Previcur + 1,0 ml Derosal
/ litro
0,8% IBA - Pico Bartolomeu
Tratamento
Simbologia N.º do
vaso
N. de estacas
Data de Colheita
Data de
Plantio Fungicida nas
estacas
Hormona de enraizamento Fungicida
no solo
Local de colheita
V1 a 1 13 13-02-2006
14-02-2006
200mg/l de benlate 0,8% IBA
Solução de 1,5 ml
Previcur + 1,0 ml
Derosal / litro
Entre a Tronqueira e
o Pico Bartolomeu
V1 b 2 4 13-02-2006
14-02-2006
200mg/l de benlate 0,8% IBA
Solução de 1,5 ml
Previcur + 1,0 ml
Derosal / litro
Entre a Tronqueira e
o Pico Bartolomeu
V1 c 3 3 13-02-2006
14-02-2006
200mg/l de benlate 0,8% IBA
Solução de 1,5 ml
Previcur + 1,0 ml
Derosal / litro
Entre a Tronqueira e
o Pico Bartolomeu
V1 d 4 4 13-02-2006
14-02-2006
200mg/l de benlate 0,8% IBA
Solução de 1,5 ml
Previcur + 1,0 ml
Derosal / litro
Entre a Tronqueira e
o Pico Bartolomeu
Produção de plantas herbáceas nativas dos Açores
SPEA – Projecto LIFE Priolo Elisabete Furtado Dias
14
Os ensaios encontram-se nas estufas da Direcção de Serviços de Agricultura e Pecuária.
V1 5 9 30-01-2006 31-01-2006
200mg/l de benlate
0,8% IBA - Ribeira do Guilherme
V2 6 14
30-01-2006
31-01-2006
200mg/l de benlate 0,8% IBA - Ribeira do
Guilherme
V3 7 7
30-01-2006
31-01-2006
200mg/l de benlate 0,8% IBA - Ribeira do
Guilherme
V4 8 7
30-01-2006
31-01-2006
200mg/l de benlate 0,8% IBA - Ribeira do
Guilherme
V5 9 13
30-01-2006
31-01-2006
200mg/l de benlate 0,8% IBA - Ribeira do
Guilherme
V3 7 7
30-01-2006
31-01-2006
200mg/l de benlate 0,8% IBA - Ribeira do
Guilherme
V4 8 7
30-01-2006
31-01-2006
200mg/l de benlate 0,8% IBA - Ribeira do
Guilherme
V5 9 13
30-01-2006
31-01-2006
200mg/l de benlate 0,8% IBA - Ribeira do
Guilherme
V6 a 10 16 22-02-2006 23-02-2006 Solução de 1,5 ml Previcur
+ 1,0 ml Derosal / litro
0,8% IBA - Ribeira do Guilherme
V6b 11 13 22-02-2006 23-02-2006 Solução de 1,5 ml Previcur
+ 1,0 ml Derosal / litro
0,8% IBA - Ribeira do Guilherme
V7 a 12 16 06-03-2006 07-03-2006 Solução de 1,5 ml Previcur
+ 1,0 ml Derosal / litro
0,8% IBA - Pico Bartolomeu
V7 b 13 14 06-03-2006 07-03-2006 Solução de 1,5 ml Previcur
+ 1,0 ml Derosal / litro
0,8% IBA - Pico Bartolomeu
V7 c 14 13 06-03-2006 07-03-2006 Solução de 1,5 ml Previcur
+ 1,0 ml Derosal / litro
0,8% IBA - Pico Bartolomeu
V7 d 15 9 06-03-2006 07-03-2006 Solução de 1,5 ml Previcur
+ 1,0 ml Derosal / litro
0,8% IBA - Pico Bartolomeu
V7 e 16 9 06-03-2006 07-03-2006 Solução de 1,5 ml Previcur
+ 1,0 Derosal / litro
0,8% IBA - Pico Bartolomeu
Produção de plantas herbáceas nativas dos Açores
SPEA – Projecto LIFE Priolo Elisabete Furtado Dias
15
6. Considerações Finais
No caso do Leontodon filii, fornecido pelo Germoplasma da
Universidade dos Açores (com um tempo de conservação de 84 meses)
obteve-se uma germinação superior ou igual a 90%.
Conclui-se assim, que o Leontodon filii é uma espécie passível de
ser mantida no Banco de sementes, à temperatura ambiente, com sílica,
visto ter mantido elevadas taxas de germinação após 7 anos em
conservação.
Relativamente aos ensaios de germinação da Luzula
purpureosplendens, não foi encontrada qualquer referência bibliográfica
relativa às condições de germinação da espécie. As sementes não
apresentaram dormência e as taxas de germinação obtidas foram
superiores a outras espécies do mesmo género
(http://tomclothier.hort.net/page03.html#l). Os ensaios efectuados
permitiram realizar uma estimativa da capacidade de produção em
laboratório. Pois, considerando o número de ensaios que podem
decorrer em simultâneo no modelo de câmara climatizada, a duração de
cada ensaio e as taxas de germinação das espécies, foi estimado o
número de plantas que podem ser produzidas no espaço de um ano.
Assim, é possível produzir um número situado entre as 18.000 e as
20.000 plantas por ano, por meio da utilização de uma câmara com
capacidade de receber cerca de 10 ensaios de 2 em 2 meses.
Quanto ao Vaccinium cylindraceum, em comparação com as
herbáceas, considera-se que possui uma taxa de germinação menor,
um maior período de duração de ensaio, rápida perda de viabilidade das
sementes (à temperatura ambiente) e limitação do tempo de
conservação das sementes até 2 meses no frigorífico. Isto leva a
aconselhar um método misto de germinação de sementes, seguido de
micropropagação. Assim, numa câmara com 10 ensaios, 4000 sementes
Produção de plantas herbáceas nativas dos Açores
SPEA – Projecto LIFE Priolo Elisabete Furtado Dias
16
e a produção de 2000 plantas, é possível obter-se, ao final de 3
repicagens in vitro e 9 meses de germinação, 180.000 plantas para
aclimatizar.
Concluindo, com cerca de 200g de frutos de uva da serra, é
possível produzir 180.000 plantas.
Produção de plantas herbáceas nativas dos Açores
SPEA – Projecto LIFE Priolo Elisabete Furtado Dias
17
7. BIBLIOGRAFIA
Browse, P. M., 1979. A propagação das plantas. Enciclopédia de práticas
agrícolas, sob orientação da sociedade real de hortofruticultura da
Grã-Bretanha. 3. ed. Publicações Europa-América. Pp.165-176.
Gomez-Campos, C et al., 1987. Libro Rojo de Especies Vegetales
Amenazadas de España Peninsular ye Islas Baleares – Série
Técnica, Ministério da Agricultura, Pescas e Alimentação,
Espanha.
Hansen, A., 1988. Checklist, Azores (Vascular Plants) – 3. ed.,
Copenhaga.
Hansen, A. & Sunding, P., 1985. Flora of Macaronesia. Checklist of
vascular plants. 3. ed., Sommerfeltia, Oslo.
I.S.T.A., 2004 - International Seed Testing Association: International Rules for Seed Testing.
Maciel, M. G. B., 1994. Ecofisiologia da germinação de sementes de
plantas vasculares endémicas dos Açores. Pp. 5-18.
Schäfer, H., 2005. Flora of the Azores: A Field Guide. Margraf Verlag.
18
Anexos
19
Anexo 1 O critério que seguimos para cada uma das espécies foi segundo
GOMEZ-CAMPO et al. (1987) e que a seguir se transcreve (MACIEL,
1994):
EXTINTA (Ex)
Taxon que nunca foi localizado no seu estado selvagem nos últimos 50
anos.
EM PERIGO (E)
Taxon em perigo de extinção e cuja sobrevivência é improvável, se os
factores que a causam persistirem. Incluídos estão os taxa cujos
números foram reduzidos até um nível críticos ou cujos ‘habitats’ foram
drasticamente reduzidos, o que os coloca em perigo de extinção.
Também se incluem os taxa que, possivelmente estejam extintos mas
têm sido observados no seu estado selvagem durante os últimos 50
anos.
VULNERÁVEL (V)
Taxon que pensa ser, num futuro, incluído estão taxa cuja, uma ou
todas as populações decresceram devido à exploração maciça,
destruição extensiva do seu‘habitat’ ou por outros distúrbios
ambientais. Incluídos estão também os taxa com populações que ainda
foram seriamente danificados e cujo ultimato de segurança não foi
ainda cumprido, bem como os taxa com populações que ainda são
abundantes mas encontram-se ameaçados por factores adversos
existentes na zona de repartição.
20
RARA (R)
Taxon com pequenas populações que pretensamente não se encontram
nas categorias ‘em perigo’ ou ‘vulneráveis’ mas correm o risco de o
serem. Estes taxa encontram-se usualmente dentro de áreas
geográficas restritas, ou espalhadas em pequeno número numa grande
zona de distribuição.
INDETERMINADA (I)
Taxon conhecido ou suposto como estando ‘extinta’, ‘em perigo’,
‘vulnerável’ ou ‘raro’ mas onde não há suficiente informaçãoque permita
afirmar qual das quatro categorias será a mais adequada.
INSUFICIENTEMENTE CONHECIDA (K)
Taxon que se suspeita pertencer a qualquer uma das cinco
categorias precedentes, mas sobre o qual se carece de informação.
FORA DE PERIGO (O)
Taxon incluído anteriormentenuma das cinco categorias precedentes,
mas que agora se considera relativamente seguro, após a adopção de
medidas eficazes de conservação, eliminando-se a ameaça anterior que
punha em perigo a sua conservação. Na prática, as categorias ‘em
perigo’ e ‘vulnerável’ podem incluir temporariamente espécies cujas
populações estão a começar a recuperar-se, em resultado de medidas
de salvaguarda, mas cuja recuperação é insuficiente para justificar a
sua transferência para esta categoria.
21
NÃO AMEAÇADAS (N ou nt)
Taxon não incluído em nenhuma das categorias anteriores, isto é, não
se encontra detectável perigo ou risco.
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