processo nº: 0512378-11.2016.8.05.0080 classe assunto ... · como bem leciona o festejado promotor...
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DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
Processo nº: 0512378-11.2016.8.05.0080Classe Assunto: Petição - InterdiçãoAutor: Ministerio Publico do Estado da BahiaRéu: ESTADO DA BAHIA
EXECUÇÃO PENAL - AUSÊNCIA DE SEPARAÇÃO DOS SENTENCIADOS EM ALAS DISTINTAS PARA OS REGIMES FECHADO E SEMIABERTO – INFRAÇÃO AO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA(CF ART. 5º, INCISO XLVI) – DESRESPEITO À SÚMULA VINCULANTE N.º 56 DO COLENDO STF.
AUSÊNCIA DE SEPARAÇÃO DE PRESOS PROVISÓRIOS DOS PRESOS DEFINITIVOS – INFRAÇÃO AO DISPOSTO NO ART. 84, § 3º, DA LEP E AO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA ESTRITA LEGALIDADE ADMINISTRATIVA(CF ART. 37).
ADOÇÃO DO CRITÉRIO DE SEPARAÇÃO DE PRESOS EXCLUSIVAMENTE PELA FACÇÃO CRIMINOSA RESPECTIVA – INADIMISSIBILIDADE – ORGANIZAÇÕES ILÍCITAS INSUSCETÍVEIS DE SEREM CONSIDERADAS PELO PODER PÚBLICO – OFENSA AO PRINCÍPIO DO ESTADO CONSTITUCIONAL DE DIREITO.
DESERTIFICAÇÃO DO QUADRO DE AGENTES PENITENCIÁRIOS – EFETIVO CORRESPONDENTE A 1/4 OU 25% DO QUANTITATIVO FIXADO NO ART. 1º DA RESOLUÇÃO 09/2009 DO CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICAS CRIMINAIS E PENITENCIÁRIAS – METADE DAS GUARITAS DE VIGILÂNCIA DESATIVADAS POR FALTA DE EFETIVO – RISCO IMINENTE DE DANO À SEGURANÇA PÚBLICA E INTEGRIDADE FÍSICA E PSICOLÓGICA DA POPULAÇÃO CARCERÁRIA E SERVIDORES PÚBLICOS DA UNIDADE.
PODER/DEVER DO JUÍZO DAS EXECUÇÕES PENAIS DE ZELAR PELO CORRETO CUMPRIMENTO DA PENA, PROVIDENCIAR O ADEQUADO FUNCIONAMENTO DA UNIDADE PRISIONAL E INTERDITAR NO TODO OU EM PARTE ESTABELECIMENTO QUE FUNCIONE EM CONDIÇÕES INADEQUADAS – INCIDÊNCIA DO ART. 66, VI, VII E VIII, DA LEP – ANTECIPAÇÃO DA TUTELA ACAUTELATÓRIA PARA VEDAR O INGRESSO DE NOVOS PRESOS NA UNIDADE ATÉ QUE SANADAS AS GRAVES IRREGULARIDADES APONTADAS.
Vistos.
O Ministério Público do Estado da Bahia propôs a presente AÇÃO CIVIL
PÚBLICA de INTERDIÇÃO DE UNIDADE PRISIONAL, com pedido de antecipação da tutela,
com fito acautelatório, em face do ESTADO DA BAHIA, representado pela Procuradoria Geral do
Estado, sustentando que o Conjunto Penal de Feira de Santana – CPFSA padece de graves vícios em
sua estrutura física e também em sua administração, passíveis de expor a lesão já implementada, ou,
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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA Comarca de Feira de SantanaVara de Execuções Penais e Medidas AlternativasRua Alvaro Simões, Forum Desembargador Felinto Bastos, Queimadinha - CEP 44001-900, Fone: 75-36025900, Feira de Santana-BA - E-mail: a@a.coma@a.com
iminente risco de lesão, bens jurídicos indisponíveis, alguns de natureza metapatrimonial(segurança
pública e integridade física e psíquica dos penitentes que lá encontram-se experimentando pena
corpórea) e também a integridade física e psíquica dos servidores que exercem suas funções naquela
repartição prisional.
A inicial veio lastreada no inquérito civil de autos n.º 596.0.208656/2014,
instaurado no âmbito da 3ª Promotoria de Justiça de Feira de Santana, cujo escopo era apurar diversas
irregularidades praticadas pela Secretaria de Administração Penitenciária – SEAP, órgão da
administração pública direta, responsável por gerir as unidades prisionais no Estado da Bahia.
Em sintética suma seriam os vícios estruturais e administrativos que lesionam
os bens jurídicos suprapatrimoniais que se pretendem tutelar, os seguintes:
A) A superpopulação carcerária;
B) Não separação do presos provisórios e definitivos;
C) Presença de pessoas com idade acima de 60(sessenta) anos junto com os
demais presos;
D) Precarização do corpo técnico de saúde e assistência social com
descontinuidade do atendimento;
E) Insuficiência de número de agentes prisionais e servidores
administrativos;
F) Deficiências estruturais e de segurança no conjunto arquitetônico.
Ao final, propugna pela antecipação da tutela para fins de se determinar a
interdição parcial do Conjunto Penal de Feira de Santana, proibindo-se o ingresso de novos presos,
até que sanadas a irregularidades apuradas no inquérito civil correlato, todas indicadas no rol dos
ítens postos no pedido desta ação civil pública.
Juntou documentos de ff. 44/358, inclusive o relatório final exarado pelo
Promotor de Justiça que presidiu o inquérito civil carreado à inicial.
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Presentes que se encontram a verossimilhança das alegações Ministeriais e o
risco iminente de lesão grave irreparável ou de difícil reparação a bens jurídicos indisponíveis e/ou
metapatrimoniais, é mesmo de ser antecipar os efeitos buscados com o objeto imediato desta ação
coletiva, a interdição parcial do Conjunto Penal de Feira de Santana, sobrestando ingresso de novos
presos, até ulterior deliberação deste Juízo das Execuções Penais.
Mais grave dentre o leque de irregularidades apontadas pelo Ministério
Público é a AUSÊNCIA DE SEPARAÇÃO DOS PRESOS, quer entre os "provisórios"(submetidos
a prisão processual cautelar a cargo dos respectivos Juízes de Conhecimento) e "definitivos"(com
guia de recolhimento provisória decorrente de sentença condenatória pendente de recurso, ou, guia de
recolhimento definitiva decorrente de condenação transitada em julgado), quer entre os regimes
aberto e semiaberto, além de outros critérios impostos pelo art. 84,§ 3º, da LEP.
Dentre os primados que regem o microsistema jurídico da execução penal no
Brasil merece destaque o PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA
PENA – CF art. 5º, XLVI.
Tal garantia não tem seu âmbito de incidência resumido, como muitos
parecem crer, à sentença penal condenatória emanada do Juízo do processo de conhecimento, quando
da "dosimetria penal". Adotando o critério trifásico, considera as sete circunstâncias judiciais insertos
no "caput" do art. 59, do Código Penal para fixação da pena base, "conforme necessário e suficiente
para reprovação do crime".
Do silogismo judicial, no momento da condenação, resultará uma pena
proporcional às circunstâncias pessoais do agente e nuances concretos do fato típico e antijurídico,
fixando-se o regime inicial de execução da pena corpórea frente à quantidade e qualidade da sanção
penal.
No entanto, a garantia da INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA não é restrita
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ao momento da dosimetria penal. Expedida a guia de recolhimento e iniciado o processo de execução
penal, é nesta fase, a execucional, que se dá maior concretude ao escopo que imbuiu o Poder
Constituinte Originário.
O Código Penal e a Lei de Execuções Penais adotam o denominado "sistema
progressivo", também conhecido por sistema Irlandês, separando o processo em três fases bem
distintas, os regimes fechado(cumprido em penitenciária de segurança máxima ou média),
semiaberto(executável em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar) e aberto(executável
em casa de albergado ou estabelecimento adequado).
Iniciada a execução da pena corpórea nos regimes fechado ou semiaberto,
quer pela quantidade da reprimenda imposta, quer pela qualidade, é direito subjetivo do penitente
progredir de um regime mais severo para um mais brando, desde que comprove possuir os requisitos
objetivo(fração de pena legalmente exigida cumprida no regime anterior) e subjetivo(mérito no
cumprimento da pena, por bom comportamento, assiduidade ao trabalho e atividades institucionais,
ausência de faltas disciplinares, etc).
O móvel do legislador foi propiciar um processo gradual de recuperação dos
sentenciados, preparando-os, aos poucos, paulatinamente, para o retorno ao convício social. Iniciada a
execução no regime fechado, com grande período de isolamento diário, passa-se num segundo
momento ao regime semiaberto, este com alojamentos coletivos e convício extenso do sentenciado
com seus pares, no âmbito do trabalho oferecido pela administração prisional. Por fim, atendido os
requisitos objetivos e subjetivos, logra progredir para o regime aberto, passando o dia sem qualquer
vigilância estatal direta, apenas com obrigação de recolher-se à casa de albergado ou similar à noite e
períodos não laborais.
Como bem leciona o festejado Promotor de Justiça bandeirante RENATO
MARCÃO(in Curso de Execução Penal, 13ª ed. p. 159): "A progressão de regime prisional, desde
que satisfeitos os requisitos legais, é um direito público subjetivo do sentenciado. Integra-se ao rol
dos direitos materiais penais".
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Ao cotejo de tais premissas, não se pode olvidar que os regimes de execução
da pena criminal estabelecidos no CP e na LEP dão concretude, no âmbito infraconstitucional, ao
PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA inserto no art. 5º, XLVI, da Constitucional
Federal.
É direito subjetivo do penitente, desde que aferidos positivamente seus
requisitos objetivos e subjetivos, iniciar a execução da pena corpórea do regime adequado, ou, para
ele progredir, sob pena de ofensa a uma garantia constitucional erigida à condição de cláusula pétrea.
A violação da indigitada garantia caracteriza não só aquilo que a LEP trata
por "excesso de execução", mas também nítido constragimento ilegal ao direito de locomoção,
suscetível de ser estancado via de Habeas Corpus.
Não por outro motivo é que o Colendo Supremo Tribunal Federal, ao tratar
de questão de repercussão geral suscitada no Recurso Extraordinário 641.320/RS, cuidou de emitir a
SÚMULA VINCULANTE n.º 56, cujo teor segue in verbis:"A falta de estabelecimento
penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso,
devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS".
No caso concreto ventilado nestes autos, não se pode
negar que o Estado da Bahia, ao menos no que tange ao Conjunto Penal de
Feira de Santana – CPFSA, vem descumprindo a SÚMULA
VINCULANTE 56, sistematicamente.
Trata-se de um conjunto arquitetônico dotado de 13(treze) pavilhões bem
isolados entre si. Poderia, assim, atender às execuções tanto do regime fechado como do semiaberto,
pois assim resta expressamente autorizado no disposto no art. 82, § 2º, da LEP, que preconiza:
"Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao condenado, ao submetido à medida de segurança, ao preso provisório e ao egresso.
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(omissis)
§ 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar estabelecimentos de destinação diversa desde que devidamente isolados.
No entanto, o total desrespeito à Lei de Execuções Penais, ao Princípio da
Individualização da Pena e, sobretudo, a SÚMULA VINCULANTE 56 DO COL. STF,
exsurge da total falta de separação entre os penitentes que cumprem pena nos regimes fechado e
semiaberto.
Quer se trate de sentenciado cujo regime inicial de execução fora fixado no
semiaberto, quer se trate de apenado que logrou progredir para o regime mais brando por decisão do
Juízo da Execução Penal, o semiaberto não traspassa uma mera ficção, verdadeiro "faz de conta".
Mudando apenas o regime no prontuário administrativo do penitente, este continuará na mesma
situação fática dantes do benefício, inclusive, na mesma ala ou pavilhão e dividindo o mesmo espaço
físico com os mesmos penitentes, tanto do regime fechado como do semiaberto, misturados, juntos
sem qualquer tratamento diferenciado.
O descalabro da administração penitenciária baiana torna letra morta a
garantia constitucional da individualização da pena e faz tábua rasa da SÚMULA
VINCULANTE N.º 56, DO COL. STF.
Como já se disse alhures, tratando-se de um conjunto arquitetônico composto
por 13(treze) pavilhões/alas operacionais, não se teria por vetado que lá a administração penitenciária
procede-se com a execução dos regimes fechado e semiaberto, desde que atinasse para com os termos
insertos no §2º, do art. 82, da LEP, mantendo-os "devidamente isolados".
Não é o caso. No CPFSA presos do regime semiaberto são mantidos nas
mesmas áreas em que alocados aqueles que se encontram em regime fechado, sem qualquer distinção
quanto às medidas do processo de ressocialização ministradas.
Criou-se uma teratológica figura não prevista no sistema execucional, uma
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espécie de "regime semifechado", donde os penitentes que encontram-se formalmente no semiaberto
permanecem, de fato, num regime fechado, tendo como único benefício usufruírem das saídas
temporárias especiais para visitação familiar, no máximo cinco vezes ao ano.
Impõe-se que este Poder Judiciário adote medidas firmes no
reestabelecimento da legalidade da execução penal no CPFSA, velando, inclusive, pela efetividade da
SÚMULA VINCULANTE N.º 56, do STF.
Também saltam aos olhos os vícios de legalidade trazidos com os elementos
de cognição encartados ao inquérito civil que lastrea esta ação coletiva.
Toda atividade da administração pública fica afetada ao PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE, viga mestra de um Estado Constitucional e Democrático de Direito.
Quiçá na esteira da execução penal, que tem por fim concretizar a finalidade
do Direito Penal Material, palco próprio para o Estado exercer, de fato, o seu jus puniendi frente
àqueles que atentaram contra bens jurídicos relevantes penalmente tutelados. Não se poderia aqui
abdicar-se do primado da "estrita legalidade administrativo".
É peremptório o comando que exsurge do disposto no art. 84, caput, e §§ 1º e
3º, da Lei de Execuções Penais.
Presos provisórios(constritos força de prisão cautelar processual, preventiva
ou temporária) ficarão, imperiosamente, separados dos condenados por sentença passada em julgado
– LEP, art. 84, caput.
Mais que isso, dentre os presos provisórios deverá ser
feita uma separação entre aqueles indiciados ou flagranteados por crimes
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hediondos ou equiparados, infrações cometidas com violência ou grave
ameça à pessoa e demais acusados – LEP, art. 84, I a III.
Já com relação àqueles que ostentam guia de recolhimento definitiva, a
administração deve atentar-se para quatro categorias diversas de penitentes a saber: autores de crimes
hediondos ou equiparados, reincidentes em crimes de violência ou grave ameaça à pessoa, primários
condenados por crimes com violência ou grave ameaça à pessoa e criminosos de outros matizes –
LEP, 84, 3º, I a IV.
As regras de separação dos presos entre provisórios e definitivos e, dentre
estes, tendo-se por base circunstâncias pessoais, tem dupla finalidade.
A uma buscam efetivar o intuito maior do sistema penal, a ressocialização do
preso para um retorno harmônico com a comunidade. Para tanto, deve a administração zelar para
que presos primários não convivam com indivíduos multireincidentes, que autores de delitos
sem maior gravidade não convivam com criminosos violentos, cruéis e desprovidos de qualquer
resquícios de solidariedade humana.
O convívio indiscriminado de indivíduos de notável periculosidade, muitos
integrantes de facções de crime organizado, por vezes de escalão elevado, com reeducandos
condenados ou simplesmente suspeitos de praticar crimes de violência contida é pernicioso não só
para a função ressocializadora da pena, ao passo que se torna verdadeira UNIVERSIDADE DO
CRIME.
Permite que suspeitos ainda neófitos nos caminhos do crime sejam
recrutados, arregimentados por facções criminosas que comandam absolutamente tudo o que ocorre
dentro dos presídios brasileiros.
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A prática hodierna do dia a dia da Execução Penal mostra que a falta de
separação entre os presos provisórios e definitivos e demais critérios legais torna refém das facções
aqueles "criminosos eventuais" ou delinquentes de periculosidade não acentuada. Ao adentrarem no
sistema penitenciário são obrigados a se "filiarem" a uma das facções, por questão de sobrevivência,
sob pena de restarem expostos a violências de toda sorte, acharques e extorções estendidos aos seus
familiares. Se a resiliência perdurar, pagam com a vida.
A inconseqüente falta de responsabilidade da administração penitenciária
quanto aos critérios de separação de presos gerou um monstro que assombra toda a comunidade,
solapando a paz social e a segurança pública.
Com tal desídia, ao invés de tentar mitigar o poder das facções criminosas e
suas lideranças encasteladas nos presídios, as omissões estatais fizeram fortalecer tais aparatos
clandestinos que, hoje, de dentro do cárcere comandam o crime organizado, o tráfico de drogas,
roubos de cargas, ordenam homicídios e até mesmo chacinas.
No caso concreto do Conjunto Penal de Feira de Santana, a perda de controle
pelo Estado sobre a unidade prisional chega às raias do absurdo. O único critério adotado para
separação dos presos é a facção criminosa à qual vinculado(Katiara, Comando da Paz, Caveira, Bonde
do Maluco). Pouco importa o que preconiza a LEP com seus critérios teleológicos.
Ora, facções criminosas são associações clandestinas e dotadas de OBJETO
JURÍDICO ILÍCITO, voltadas a promoverem atividades contrárias à segurança pública e às leis que
regem o Estado Constitucional de Direito. Nenhuma, autoridade pública pode considerar os anseios
dessas máfias para quaisquer fins de direito. É o PRINCÍPIO DA ESTRITA LEGALIDADE
ADMINISTRATIVA que nos exorta o art. 37, da Constituição Federal.
Não podem o Ministério Público, este Poder Judiciário, as policiais do estado
e autoridades prisionais se curvarem a bandidos inveterados que já se julgam controladores, senão
gestores de unidades e do sistema prisional baiano.
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Sobre o tema é deveras conveniente colacionar o escol do festejado jurista e
magistrado bandeirante SIDNEI AGOSTINHO BENETI(in Execução Penal, 1996, Saraiva, p.
57/58):
"“O Estado, ente jurídico, não pode agir fora da legalidade, pena de incidir em ‘contradictio in terminis’ que o desnaturaria em mero Estado de força, despojado das características de Estado de Direito. ‘A derradeira garantia inerente ao devido processo penal, objeto deste estudo, é a da legalidade da execução penal. Faz-se ela, com efeito, e como antes também acenado, indispensável e inarredável complemento de todas as outras, reintegráveis no processo de execução da sentença penal condenatória’.
Se já não se pode fugir da legalidade no âmbito cível, em que há direitos disponíveis, com muito mais razão não se pode no âmbito da execução penal, que lida com a suspensão temporária de direitos de que o condenado não poderia renunciar em favor do Estado ou da vítima. Ainda: o Estado, guardião do Direito, não pode, por exigência lógico-jurídica, ser autor de infrações ao direito de ninguém, pena de caracterizar-se o arbítrio.
Daí a conseqüência de o título executivo penal ter de executar-se na exata medida da restrição ao direito do condenado estabelecida pela sentença, a qual, por sua vez, não pode impor ao condenado pena mais grave do que a prescrita para a infração penal – ainda que a possa aplicar menos grave, como ocorre no caso de condenação após anulação de anterior sentença. A execução jamais poderá realizar-se além da literalidade do título executório penal, pena de configurar-se excesso de execução.” (grifei)
Como se demonstrará mais adiante no bojo desta interlocutória, o Complexo
Penal de Feira de Santana é composto por 13(treze) pavilhões/alas, sendo apenas um destes
destinados a presas do sexo feminino.
Há edificações suficientes para que se proceda, ainda que com algum esforço
da administração e ajustes aqui ou acolá, uma separação rigorosa dos presos em "provisórios" e
"definitivos". E dentre estes, na medida do possível, separações que garantam, no mínimo, prudente
distância entre criminosos useiros e vezeiros em infrações graves, daqueles que ainda neófitos nos
trilhos do crime, não raro autores de condutas de gravidade nem tão acentuada.
Imprescinde-se, nesta esteira, de uma tutela jurisdicional
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de urgência capaz e suficiente de reestabelecer o estado de legalidade no
âmbito do CPFSA, tocante à aplicação escorreita das normas da LEP que
tratam da separação dos presos, entre provisórios e definitivos e, dentre
estes, em razão do perfil individual, banindo-se, vez por todas, o
inconcebível critério de ter-se de como fator de discrimine a facção
criminosa à qual pertencente o apenado.
Também não podemos deixar de considerar uma terceira circunstância de
acentuada gravidade que emana das omissões e equívocos da Secretaria de Administração
Penitenciária – SEAP, todas com potencial de lançar iminente risco à segurança pública e a
integridade da comunidade carcerária e servidores lotados na unidade prisional em comento.
O CPFSA encontra-se acometido de uma superpopulação carcerária Em 19
de setembro de 2016, em inspeção in loco, o Ministério Público aferiu que lá residiam 1.655(mil
seiscentos e cinquenta e cinco) homens e 85 presas mulheres, portanto, ostentando um quantitativo
total de 1.740(mil setecentas e quarenta de pessoas privadas de liberdade.
Consoante se denota da disposição administrativa posta item XII do
provimento CGJ03/2016, ao CPFSA devem ser direcionados os presos masculinos emanados de
20(vinte) comarcas do Estado da Bahia, e, tratando-se de presas mulheres de 27(vinte e sete)
comarcas.
A quantidade de agentes penitenciários lotados no CPFSA é inversamente
proporcional à sua superpopulação carcerária.
O art. 1º, da Resolução n.º 09/2009 do Conselho Nacional de Políticas
Criminais e Penitenciárias – CNPCP estabelece uma proporção de 01(um) agente penitenciário para
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cada 05(cinco) presos de regime fechado ou provisório.
Em expediente da lavra do senhor diretor do CPFSA, encartado aos autos do
inquérito civil que lastrea esta ação coletiva, o gestor local admite que a quantidade mínima de
agentes operacionais para manter o serviço em condições de segurança mínima para todos, seria de
86(oitenta e seis) agentes masculinos e 12(doze) de agentes femininos, isto por cada turno de plantão,
já que são 04(quatro) os turnos.
No entanto, a realidade do efetivo operacional da unidade é sofrível, caótico.
Apenas 20 a 23 agentes penitenciários guarnecem cada turno de plantão, portanto, menos de 25% ou
1/4 do efetivo normativo fixado para a unidade. Esta informação é partida da própria administração
penitenciária, inserta no ofício nº 079/2016, de 07 de junho do corrente ano e acostado às ff. 159/160
do inquérito civil carreado.
Dentre outras graves situações que emanam da míngua de efetivo
operacional, decorre a precarização das revistas às celas e compartimentos destinados ao penitentes,
permitindo o ingresso, guarda e posse de drogas ilícitas de vários matizes, além de armas brancas e
até mesmo de armas de fogo, pondo a iminente risco a ordem e disciplina institucionais e integridade
física dos próprios detentos, sobretudo dos agentes públicos que lá exercem suas atribuições.
Cada pavilhão deveria constar com a guarda e vigilância diuturna de
04(quatro) agentes penitenciários. Todavia, não raro, um único agente fica responsável pela custódia
de mais de um pavilhão, dificultando sobremaneira as atividades dos reclusos, muitas vezes de cunho
ilícito.
Caso haja necessidade de se adentrar a um dos pavilhões durante o período de
convívio no pátio(banho de sol), por exmplo para socorrer um preso ferido ou separar uma contenda,
não há efetivo mínimo para que os próprios agentes da SEAP façam tal intervenção. Imprescinde-se
de solicitação de apoio e da chegada de guarnições da Polícia Militar.
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A desertificação do quadro de agentes penitenciário é agravada em demasia
pela falta de equipamentos eletrônicos fundamentais ao monitoramento carcerário.
O projeto de reforma parcial da unidade padeceu de graves erros nos postos
de observação inferior e superior, existem "pontos cegos" a partir dos quais os agentes de plantão não
podem visualizar toda a extensão do pátio e a entrada das celas, fragilizando a segurança e pondo em
risco a integridade dos profissionais. Tal defeito no projeto foi reconhecido pela SEAP em expediente
encartado à ff. 151 do inquérito civil.
Não obstante toda a extensão física do conjunto arquitetônico, composto de
13 (treze) pavimentos operacionais e parte administrativa, o sistema de monitoramento possui apenas
03(três) câmaras e não é dotado de monitoramento instantâneo, em tempo real pelos agentes.
Pasmem! O CPFSA não possui o controle das pessoas que efetivamente
visitaram presos na unidade, nem de quais presos foram visitados. O controle é feito
manualmente(sem cadastro digital biométrico), anotando-se apenas as entradas em livros sem
qualquer controle de lisura.
A guarda externa do CPFSA é de atribuição da Companhia Independente de
Guardas de Feira de Santana, unidade orgânica do comando de policiamento especializado. Contudo,
das 17(dezessete) guaritas destinas aos militares, 07(sete) foram desativadas por questões de
insalubridade, restando 10(dez) guaritas em condições operacionais. Apenas 05(cinco) delas
encontram-se efetivamente guarnecidas. A metade restante não está guarnecida ante a ausência de
efetivos militares.
Tal estado, calamitoso sob as ópticas administrativa e operacional, acarreta
iminente e contínuo risco de atos de violência e indisciplina institucional no âmbito da unidade,
rebeliões e motins cujas consequências de antemão não podem ser dimensionadas, mas, que ao final
quase sempre resultam em tragédias merecidamente imputadas ao Estado.
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Ainda de recente memória, a rebelião deflagrada no
CPFSA nos dias 24 e 25 de maio de 2015 culminou com homicídios de
09(nove) detentos, além de outros 05(cinco) tentados. Foram apreendidas
dentro da unidade 03(três) armas de fogo(além de dezenas de armas
brancas).
Na ocasião o narcotraficante Ronilson oliveira de Jesus, vulgo "Rafael", líder
da facção "caveira", braço baiano do PCC – Primeiro Comando da Capital, de fora do sistema
penitenciário(após cumprir sete anos de pena no CPFSA), determinou que se deflagrasse um motim
com o fito de ceifar a vida de seu concorrente Haroldo de Jesus Brito, que havia passado a liderar o
Presídio Feirense. Haroldo e mais 08(oito) comparsas foram homicidados, ele, inclusive decapitado.
O desiderato criminoso só foi possível dadas as fragilidades conjunturais da
segurança e da infraestrutura da unidade prisional em comento.
O que é pior, nada, providência alguma foi adotada pela SEAP para mitigar o
desatino implementado. Limitam-se, nestas horas, a pedir socorro a este Poder Judiciário para que se
deferiam transferências dos líderes dos motins para o regime disciplinar diferenciado – RDD,
executável na penitenciária de Serrinha. Entretanto, trata-se de paliativo, até mesmo porque a LEP
limita a 360(trezentos e sessenta) dias a permanência do penitente em RDD, seguindo-se o retorno à
origem.
A questão basilar da falta de efetivo de agentes prisionais pode ser
solucionada pela SEAP, com mínima vontade administrativa.
Existem quantitativos de candidatos aprovados no último
concurso promovido pela SEAP, para provimento de cargos de agentes
penitenciários, operacionais e administrativos – edital n.º01/2014. Por óbvio
o concurso não expirou, operando efeitos até 04(quatro) anos após sua
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homologação. Espera-se que, diante da iminente situação de risco à
segurança pública e integridade física de detentos e servidores públicos, a
SEAP promova as nomeações dos candidatos aprovados em certame
público de provas e títulos, em patamares mínimos para garantir o
funcionamento da unidade prisional em testilha.
Outro aspecto passível de deflagrar a antecipação acautelatória da tutela
interditiva que se busca é a SUPERPOPULAÇÃO CARCERÁRIA.
Já dissemos alhures, em 19 de setembro passado próximo o CPFSA ostentava
população carcerária de 1.740(mil e setecentos e quarenta) presos, dentre homens e mulheres.
No entanto, a capacidade real do CPFSA hoje é de apenas 1.032(mil e trinta e
duas vagas), eis que encontram-se desativados os pavilhões 04 projetado para 152(cento e cinquenta
duas) vagas e o pavilhão 06, projeto para acolher 76(setenta e seis) reclusos. Estes dois, encontram-
se desativados pela insuficiência de agentes penitenciários para operá-los.
A estrutura física do CPFSA é composta de 11(onze) pavilhões masculinos e
01(um) pavilhão exclusivo para presas mulheres.
Os pavilhões 01, 05, 07, 08 e 11 possuem capacidade para abrigar 76(setenta
e seis presos) cada um; já as alas 02, 03, 09 e 10 comportam 152(cento e cinquenta e dois) reclusos,
cada uma.
O pavilhão feminino projetado para 44(quarenta e quatro) presas.
Também há um anexo conhecido por "mini presídio", construção de ponta,
com alta tecnologia, edificado sobre concreto e aço, com paredes insuscetíveis de serem rompidas,
parlatório para contato entre advogados e clientes, operável sem qualquer contato dos agentes com
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penitentes. Inaugurado em outubro de 2015, portanto, há mais de 01(um) ano, com capacidade para
acolher 108(cento e oito) presos de alta periculosidade, até hoje tal edificação encontra-se sem
qualquer uso, abandona, dada a ausência de agentes penitenciários para operá-lo.
Caso a SEAP se desvencilhasse a contento de seus mais comezinhos deveres
administrativos, nomeando e dando posse ao efetivo necessário para operar os pavilhões/alas 04(152
vagas) e o pavilhão 06, 76(setenta e seis vagas), além do "mini presídio"(108 vagas), ampliaria em
336 vagas operacionais a capacidade efetiva do CPFSA, reduzindo em praticamente 50% o excesso
populacional da unidade.
Se a superpopulação carcerária é fator de tensão e risco à disciplina
prisional, a omissão odiosa da SEAP que não nomeia agentes já aprovados em certame, para
inaugurar pavilhões/alas operacionalmente aptos, é mais um desvio administrativo que acarreta o
poder/dever deste Poder Judiciário adotar as medidas necessárias para sanar as distorções.
Por derradeiro, também merece destaque, ainda que neste momento de
cognição cautelar que comporta o momento processual, a arguição Ministerial de
"PRECARIZAÇÃO DO CORPO TÉCNICO DE SAÚDE".
Não há vinculado ao CPFSA nenhum médico psiquiatra
do quadro da SEAP com atribuição para proceder com os necessários
exames criminológicos.
Sabe-se que com a edição da Lei 10.792/03 que alterou o art. 112 da LEP, o
exame criminológico não é mais obrigatório em todos os pedidos de progressão de regime ou do
benefício do livramento condicional.
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A nova lei, porém, não vedou que se proceda com o laudo psiquiátrico que
busque aferir o âmago do penitente, sob a óptica da criminologia. Caberá ao Juízo da Execução Penal,
em cada caso concreto, fundamentadamente, decidir pela dispensabilidade, ou não, do exame
criminológico, frente aos pedidos de progressão de regime e liberdade antecipada.
Tal conclusão resta de muito pacificada desde a edição SÚMULA 439 DO
COL. STJ("admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão
motivada) e, agora mais ainda, sobrevindo a SÚMULA VINCULANTE 26 DO STF("para efeito de
progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o Juízo da
Execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º, da Lei 9.072, de 25 de Julho de 1990, sem
prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não os requisitos objetivos e subjetivos do benefício,
podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização do exame criminológico").
Diversos são os processos cujas peculiaridades do caso concreto, quer de
ordem objetiva(gravidade do fato) quer de ordem subjetiva(nuances aferido na personalidade do
penitente) tornam oportuna e conveniente a prévia submissão do sentenciado ao exame criminológico,
dantes deferir-se uma progressão para o regime aberto(sempre convertido em prisão albergue
domiciliar à falta de casa de albergado) ou livramento condicional.
Em casos como de crimes contra a liberdade sexual, sobretudo tendo sido
vítimas crianças de tenra idade, os zelosos Promotores de Justiça oficiantes requerem que se
diligencie a prova técnica, "exame criminológico". Pedidos deste jaez sempre deferidos por este Juízo
da Execução.
Também são casos emblemáticos de conveniência do criminologico, a bem
da segurança pública e incolumidade sociedade, aqueles penitentes que ostentam diversas, as vezes
dezenas de guias de recolhimento já unificadas, sobretudo com emprego de violência ou grave
ameaça à pessoa.
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Outra hipótese recomendável, não rara no cotidiano da Execução Penal, é de
penitente que no curso da execução, no convívio com outros presos e agentes penitenciários, ostenta
comportamento que chama atenção da equipe técnica, por fortes traços de psicopatia.
Ocorre que hodiernamente não existe no CPFSA
profissional médico do quadro da SEAP habilitado para realizar os exames
criminológicos, quando requisitado por este Juízo da execução penal.
Os médicos que haviam ou aposentaram-se ou exoneraram-se. Não houve
certame para reposição do quadro, apesar de se tratar de função permanente da administração
penitenciária.
A lacuna, ausência de médico psiquiatra para proceder com o laudo
criminológico, tem causado nefasta postergação dos processos execucionais. Alguns penitentes tem
arrastados por anos os seus pedidos de progressão ou livramento condicional, ante a não realização do
laudo criminológico requisitado pelo Juízo da Execução à direção da unidade prisional.
Pior a sociedade recebe de volta ao convívio, diuturnamente, psicopatas,
maníacos sexuais, criminosos inveterados, pessoas dotadas de crueldade inata, via de regra liberadas
através de habeas corpus, dada a inércia da administração penitenciária em proceder com os laudos de
exames criminológicos.
Nessa esteira, delineadas graves distorções e irregularidades aos primados
que regem a execução penal, inclusive desrespeito à SÚMULA VINCULANTE N.º 56, do
STF, exsurge o poder/dever do Juízo das Execuções Penais para agir na forma que alude o art. 66,
incisos VI, VII e VIII, da LEP, in literis:
"Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
(omissis)
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VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de segurança;
VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, tomando providências para o adequado funcionamento e promovendo, quando for o caso, a apuração de responsabilidade;
VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento penal que estiver funcionando em condições inadequadas ou com infringência aos dispositivos desta Lei".
Posto isto, com base no disposto nos arts. 5º, inciso XLVI e 37, da
Constituição Federal, c/c SÚMULA VINCULANTE N.º 56 DO STF e, ainda, 66,
incisos VI, VII e VIII, 82, §§ 1º e 2º, 84, §§ 1º e 3º e 85, da LEP, concedo a antecipação da tutela
perquirida pelo Ministério Público e determino a INTERDIÇÃO PARCIAL do Conjunto Penal de
Feira de Santana, PROIBIDO O INGRESSO DE NOVOS CUSTODIADOS, PROVISÓRIOS OU
DEFINITIVOS, até que o Estado da Bahia promova as seguintes medidas urgentes, imprescindíveis
à cessação da iminente situação de risco à segurança pública e incolumidade física e psíquica da
população carcerária e servidores públicos que lá exercem suas atribuições:
1. Separação dos sentenciados dos regimes fechado e semiaberto;
2. Separação de presos provisórios(constritos força de prisão cautelar,
preventiva ou temporária) dos definitivos(com guia de recolhimento expedida, provisória ou
definitiva);
3. Promover o aumento do número de vagas na unidade prisional, inclusive
com funcionamento dos pavilhões 04(quatro), 06(seis) e a edificação denominada "mini presídio";
4. Separação dos reeducandos com idade acima dos 60 anos dos demais
presos;
5. Inclusão no orçamento para o ano de 2017 de recursos suficientes para
admissão de agentes prisionais e de profissionais do quadro técnico, administrativo, inclusive médico
psiquiatra para realização de exames criminológicos, sendo que o quantitativo deve observar o
conteúdo da Resolução n.º 09/2009 do Conselho Nacional de Políticas Criminal e Penitenciária;
6. Aquisição de scanner corporal e reforma dos pontos de observação dos
agentes penitenciários com "ponto cegos";
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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA Comarca de Feira de SantanaVara de Execuções Penais e Medidas AlternativasRua Alvaro Simões, Forum Desembargador Felinto Bastos, Queimadinha - CEP 44001-900, Fone: 75-36025900, Feira de Santana-BA - E-mail: a@a.coma@a.com
7. Instalação e funcionamento de sistema de vídeo monitoramento
verdadeiramente eficaz e que cubra toda a unidade;
8. Reforma da portaria principal e implementação de controle de entrada
informatizado e implantação de controle informatizado no local de entrada/revista dos visitantes;
9. Lotação de 10(dez) guaritas destinadas aos policiais militares
responsáveis pela guarda da muralha da unidade prisional e demolição das 07(sete) unidades
desativadas;
10. Aquisição e instalação de gerador de energia no Conjunto Penal de Feira
de Santana/BA.
Intime-se e cite-se o Estado da Bahia para oferecer resposta aos termos desta
ação, em 30(trinta) dias, sob pena de revelia.
Oficie-se imediatamente ao senhor Diretor do Conjunto Penal de Feria de
Santana, para integral ciência dos termos desta decisão, bem como da petição inicial, requisitando-se
que, doravante, se abstenha de receber novos presos, exceto mediante expressa deliberação deste
Juízo da Execução Penal.
Oficie-se ao Senhor Secretario de Administração Penitenciária e
Ressocialização do Estado da Bahia, para conhecimento do teor desta decisão e da correlata petição
inicial.
Oficie-se ao Senhor Delegado de Polícia Coordenador da 1ª COORPIN, para
conhecimento do teor desta decisão e da correlata petição inicial, bem como para que não mais
encaminhe novos presos ao CPFSA, bem como para que comunique com URGÊNCIA todas as
demais Autoridades Policiais a ele subordinadas.
Oficie-se ao Conselho Penitenciário Estadual, para conhecimento do teor
desta decisão e da correlata petição inicial.
Oficie-se ao DEPEN - Departamento Penitenciário Nacional, vinculado ao
Ministério da Justiça, para conhecimento do teor desta decisão e da correlata petição inicial.
Oficie-se ao Senhor Conselheiro Coordenador do Departamento de
Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas
Socioeducativas - DMF, vinculado ao Eg. Conselho Nacional de Justiça, Lei 12.106/09, para
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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA Comarca de Feira de SantanaVara de Execuções Penais e Medidas AlternativasRua Alvaro Simões, Forum Desembargador Felinto Bastos, Queimadinha - CEP 44001-900, Fone: 75-36025900, Feira de Santana-BA - E-mail: a@a.coma@a.com
conhecimento do teor desta decisão e da correlata petição inicial.
Oficie-se à sua Excelência o Juiz Corregedor dos Presídios, vinculado à Eg.
Corregedoria Geral de Justiça, para conhecimento do teor desta decisão e da correlata petição inicial.
Oficie-se à sua Excelência o Juiz Coordenador do Grupo de Monitoramento e
Fiscalização do Sistema Carcerária - GMF, vinculado à Eg. Presidência do Tribunal de Justiça, para
conhecimento do teor desta decisão e da correlata petição inicial.
Oficiem-se a todos os Juízos Criminais das Comarcas elencadas no item XI,
do anexo I, do Provimento CGJ – 03/2016, para conhecimento do teor desta decisão e da correlata
petição inicial. Ditas Autoridades Judiciais serão, por imperativo de celeridade, comunicadas nesta
data também por email funcional, bem como seus respectivos escrivãs ou chefes de secretaria.
Feira de Santana(BA), 01 de novembro de 2016.
Waldir Viana Ribeiro Junior Juiz de Direito
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