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Tribunal de Contas da União Secretaria das Sessões
ATA Nº 7, DE 18 DE MARÇO DE 2014
- SESSÃO ORDINÁRIA -
PRIMEIRA CÂMARA
APROVADA EM 20 DE MARÇO DE 2014
PUBLICADA EM 21 DE MARÇO DE 2014
ACÓRDÃOS NºS 901 a 1011
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
ATA Nº 7, DE 18 DE MARÇO DE 2014
(Sessão Ordinária da Primeira Câmara)
Presidência do Ministro: Valmir Campelo
Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Dr. Lucas Rocha Furtado
Secretário da Sessão: AUFC Francisco Costa de Almeida
Com a presença dos Ministros Walton Alencar Rodrigues, Benjamim Zymler, José Múcio
Monteiro, do Ministro-Substituto Weder de Oliveira, bem como do Representante do Ministério
Público, Subprocurador-Geral Dr. Lucas Rocha Furtado, o Presidente da Primeira Câmara, Ministro
Valmir Campelo, invocando a proteção de Deus, declarou aberta a Sessão Ordinária da Primeira
Câmara às quinze horas. Ausente, por motivo de férias, o Ministro-Substituto Augusto Sherman
Cavalcanti (Regimento Interno do Tribunal de Contas da União, artigos 11, 12, § 2º, 33, 55, incisos I,
alíneas a e b, II, alíneas a e b e III, 133, incisos I a IV, VI e VII, 134 a 136, 140 e 287 § 5º).
HOMOLOGAÇÃO DE ATA
A Primeira Câmara homologou a Ata nº 6, da Sessão Ordinária realizada em 11 de março
de 2014, de acordo com os artigos 33, inciso X e 95, inciso I do Regimento Interno.
PUBLICAÇÃO DA ATA NA INTERNET
A presente Ata, bem como o seu Anexo, de acordo com a Resolução TCU n° 184/2005,
está publicada na página do Tribunal de Contas da União na Internet (www.tcu.gov.br).
CONVOCAÇÃO DE SESSÃO EXTRAORDINÁRIA
- Comunicação do Presidente, Ministro Valmir Campelo
“Senhores Ministros,
Senhor Representante do Ministério Público,
Nos termos do inciso II do artigo 33 do Regimento Interno, convoco Sessão Extraordinária
a ser realizada no próximo dia 27 de março corrente, quinta-feira, às 10 horas, não havendo Sessão
Ordinária da Primeira Câmara, no dia 25 de março, às 15 horas. Informo, ainda, que a Sessão do dia 27
de março, será realizada no novo Plenário do TCU, Ed. Sede, térreo.”
PROCESSOS RELACIONADOS
A Primeira Câmara aprovou as Relações de processos organizadas pelos respectivos
Relatores, bem como os Acórdãos de n°s 901 a 983, conforme pauta n° 7/2014, a seguir transcritos
(Regimento Interno, artigos 137, 138, 140, 141 e 143, e Resoluções TCU n°s 164/2003, 184/2005 e
195/2006):
RELAÇÃO Nº 6/2014 – 1ª Câmara
Relator – Ministro VALMIR CAMPELO
ACÓRDÃO Nº 901/2014 - TCU - 1ª Câmara
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.693/2014-0 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Adriana Bozzetto (642.284.280-53); Adriana Ruschel Duval
(650.490.550-91); Adriano Alves de Paula (010.380.719-50); Adriano Bratkowski (005.734.580-57);
Alberto Eduardo Knies (002.523.970-88); Alessandra Barazzutti (931.284.010-04); Alessandra Melise
Golke (018.360.850-01); Alexandre Bernardino Lopes (047.247.186-41); Alexandre Ferreira Galio
(539.581.870-72); Alexsandro Pereira de Pereira (803.382.320-87); Allan Seeber (776.838.209-97);
Ana Carolina Nogueira Oliveira (804.190.110-72); Ana Paula da Silveira Damasceno (788.861.470-
15); Anali Martegani Ferreira (914.478.600-04); Andre Martins Alvarenga (015.717.950-81); Andre
Ricardo Filkl de Almeida (935.664.250-87); Andressa da Silveira (008.094.330-60); Anelise Marlene
Schmidt (014.382.288-80); Antonio Claito Dias de Oliveira (024.161.470-80); Bruna Loureiro Denkin
(837.196.010-72); Bruno Henrique Comassetto (017.793.280-52); Camila Mota da Rosa Scaglioni
(010.322.050-08); Carla Eugenia Lopardo (846.495.690-87); Carla Guimarães Martines (969.630.690-
34); Carla Ireni Borges (826.468.480-72); Carlos Benhur Kasper (951.805.240-91); Carolina de Correa
Marques (740.359.320-00); Caroline Silveira Martinez (013.180.620-39); Cesar Andre Luiz Beras
(568.929.180-34); Charles Quevedo Carpes (010.343.330-97); Ciro Sanches Lopes (935.860.430-15);
Clayton Albino Arisi (939.898.060-68); Danise Modes Rocha (805.128.790-87); Dante Emanuel
Pedrotti (015.610.090-83); Debora Simone Figueredo Gay (951.862.800-97); Debora da Cruz Payao
Pellegrini (264.430.608-65); Dionatas Felipe Barrater Forneck (025.113.660-45); Edgar Gonzaga
Souza dos Santos (000.568.890-62); Elenara Robaina dos Santos Severo (707.001.090-72); Fabiana
Wurster (024.600.240-96); Fabiane Tubino Garcia (690.684.450-49); Fabiano Zanini Sobrosa
(928.989.390-72); Felipe Stanque Machado Junior (935.449.870-15); Fernanda Rocha Ruffato
(014.273.960-00); Fernando Siqueira da Silva (992.538.280-72); Franclin Ferreira Wenceslau
(005.420.630-85); Gabriel Gustavo Bergmann (954.873.520-20); Gilberto Goncalves Alves Filho
(005.307.870-59); Giovana Tavares dos Santos (014.711.300-88); Giovane Davila Mendonca
(006.393.800-69); Glaucia Maria Figueiredo Silva (280.472.898-61); Glecia dos Santos Labrea
(941.079.550-87); Graciela Madaner (939.999.330-20); Guilherme Joner (010.317.380-37); Gustavo
Aurelio da Silva (032.124.040-51); Gustavo Frassetto Amendola (595.865.910-34); Gustavo de
Carvalho Luiz (002.063.840-09); Harlan Maas Martins (002.687.610-86); Heleno Rocha Nazario
(953.633.270-15); Henrykheta Maria Rodrigues Fernandes Porto (949.975.004-53); Igor Antonio
Cancela Melnik (011.669.510-22); Isis Born Machado (011.629.020-00); Jairo Cruz da Cruz
(577.884.990-72); Jaqueline Mallmann Haas (004.625.290-88); Jean Petherson Figur dos Santos
(987.744.680-49); Joao Lindolfo Meira (812.600.670-68); Jonas Maziero (003.038.410-95); Jonatan
Jean Silveira da Silva (010.642.860-89); Jorge Alberto Messa Menezes Junior (827.397.650-53); Jose
Cury Filho (934.749.030-04); Juan Saavedra Del Aguila (229.620.448-16); Juliano Goncalves Pereira
(056.971.919-44); Julio Cesar de Carvalho Lopes (891.203.960-15); Karlla Silveira Morales
(015.724.350-89); Karoline Goulart Lanes (007.229.410-80); Kathiane Benedetti Corso (819.747.790-
68); Liciano Lopes Pfitscher (757.239.050-15); Lidiane Dechim (965.339.860-15); Lucas Geraldo
Campos Dalenogare (016.429.770-71); Luciana Rossato Piovesan (008.745.300-24); Luciano Ribeiro
Lopes (014.610.220-70); Luis Eduardo Kosteski (845.575.160-68); Luisa Zuravski (970.827.830-00);
Magnos Baroni (005.188.250-78); Maiara dos Santos Rosa (995.532.520-87); Maicon da Rosa Brasil
(005.064.790-30); Mara Elisangela Jappe Goi (892.866.000-97); Marcelo Hahn Durgante
(832.866.400-34); Marcelo Matzenbacher Delanoy (009.335.900-40); Marcelo Souza de Mello
(979.666.060-15); Marciana Demarchi (807.230.200-00); Marco Antonio Bonito (185.790.418-48);
Marco Antonio Moreira da Silva (719.376.840-91); Marcos do Amaral Friggi (017.447.440-76); Maria
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Laura Lacava Lordello (149.467.148-47); Maria Lucia Pozzatti Flores (243.627.780-04); Matias
Gonzalez Rodrigues (013.027.940-43); Moises Razeira (657.968.960-91); Neiva da Silva Oliveira
(527.060.870-72); Nelson Ruben de Mello Balverde (190.360.018-97)
1.2. Órgão/Entidade: Fundação Universidade Federal do Pampa
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 902/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.700/2014-6 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Ademir Krieser (818.457.079-15); Adriana Botelho Barcellos
(044.069.979-70); Adriana Marin (485.197.909-68); Adriano Silveira Mastella (005.174.899-10); Alan
Schreiner Padilha (936.939.239-49); Alecio Comelli (023.330.719-23); Alessandra Farias Millezi
(001.346.420-58); Alex Fabiano Wehrle (043.646.779-81); Alex Santos de Oliveira (311.018.068-50);
Alexandre Fernandes Coimbra (067.012.559-81); Alexssandro Cardoso Antunes (986.198.379-15);
Aline Tomazia Seemann (062.391.049-73); Ana Camila Piaia (048.441.789-46); Ana Paula Korb
(027.044.379-71); Andriceli Richit (003.127.770-51); Angelica Reineri (065.411.589-32); Antonio
Augusto Morini (535.756.799-91); Antonio Luiz Gubert (048.257.509-31); Araceli Gonçalves
Schneider (054.361.739-42); Barbarah Cristine Leidow Sorgetz (050.419.259-09); Belisa Alcântara
Marinho (066.484.269-00); Betina Andriani Felipe (034.085.539-80); Braz da Silva Ferraz Filho
(060.290.889-20); Bruno Leal Dias (053.002.469-13); Camila de Carli (006.444.030-39); Carine
Calixto Aguena (009.576.571-96); Carolina Stuart (006.043.959-90); Catieli Nunes de Figueredo
(065.984.829-50); Chris Royes Schardosim (812.287.160-72); Cledison Ignacio (948.800.269-72);
Cleonice Marisa de Brito Naedzold de Souza (911.342.696-68); Cristian Koliver (569.713.200-00);
Cristiane Oliveira da Silva (056.133.129-40); Daiane Heloisa Nunes (217.984.128-02); Daniel Farias
Mega (834.687.060-49); Daniel Salvador (006.935.179-13); Danilo Araujo Ferreira Leite
(294.854.168-90); Debora dos Santos (027.451.039-11); Deise Nivia Reisdoefer (023.344.439-48);
Deisi Martignago (021.923.259-83); Denise Martins (667.704.919-15); Diego Rodolfo Simões de
Lima (039.582.369-28); Diogo Silveira Terra (001.736.580-59); Dionathan Luan de Vargas
(071.748.699-04); Edirlei Dalpra (052.567.469-10); Edson Italo Mainardi Junior (326.673.448-39);
Eduardo Bidese Puhl (060.315.409-32); Eduardo Negri Mueller (998.574.640-68); Elaine Caroline
Cardoso (048.294.239-86); Elaine Ribeiro (945.661.350-04); Eliane Rodrigues Mota Orelo
(004.048.249-94); Eliane Suely Everling Paim (389.717.630-00); Elizabeth Schwegler (033.064.139-
50); Eunice Akemi Kitamura (147.460.928-77); Ezequiel Steckling Mülher (053.301.729-77); Fabiana
Aparecida Mafra Reisch (947.532.969-20); Fabio Andre Negri Balbo (052.889.469-22); Fabio Vieira
(017.634.189-79); Fabricio Campos Masiero (037.452.789-09); Franciscarla Makiko Sooma Severino
(067.498.459-59); Gianpaulo Alves Medeiros (048.582.959-23); Gilmar Silverio da Rocha
(053.101.166-64); Gislene Miotto Catolino Raymundo (669.061.309-78); Gizelle Kaminski Corso
(033.445.439-54); Gladenir Goersch Andrades (290.417.160-68); Guilherme Bitencourt Martins
(007.950.919-31); Gustavo Costa Meireles (008.976.790-08); Gustavo Kaefer Dill (815.754.590-00);
Irlei Brandl Tiscoski da Silva (542.076.221-87); Isabel Cristina Hentz (066.278.429-47); Isabela Dal
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Bó (063.882.249-11); Iuri Sônego Cardoso (037.778.469-96); Jackson Alessandro Stuhler
(988.551.319-15); Jane Suzete Valter (816.172.679-53); Jeane Staviski (008.478.569-17); Joice Lara
Maia Faria (046.158.506-54); Jose Guterres Carminatti (642.388.730-68); Josiane Olga Kammer
(047.104.329-02); João Leandro Pereira da Silveira (848.004.619-87); Juliana Menegotto
(947.019.460-87); Karine Arend (657.442.419-49); Karla Aparecida Lovis (050.407.519-58); Katielle
de Moraes Bilhan (010.818.710-16); Leandro Regis (042.021.169-17); Lidiane Sievert (071.484.859-
08); Luciana Moreira Penna Ramos (028.099.606-31); Luciano Sena (001.574.999-10); Luiz Fernando
Hreisemnou do Rosario (062.058.759-85); Luiz Henrique Martins Arthury (021.814.329-02); Luiz
Rafael dos Santos (034.737.869-26); Marcos Aurelio Pedroso Leandro (046.170.469-25); Marcos
Gomes Loureiro (252.549.258-76); Marcus Fernandes Marcusso (346.330.478-33); Marcus Vinicius
Machado Carneiro (656.365.207-78); Marilandes Mol Ribeiro de Melo (827.652.947-04); Marilene
Maria Schmidt (751.472.119-34); Marilia Cristiane Massochin (004.719.430-88); Marilia Ramos
Colares Bitencourt (008.506.709-18); Mateus Moraes Bueno (089.735.779-56); Érica de Souza
Mazato (045.646.909-57)
1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 903/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.704/2014-1 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Adenilda Rodrigues da Silva Junqueira (778.118.011-91); Alline
Rodrigues Bento (018.476.951-59); Ana Paula Oliveira Sousa (933.822.191-15); Bruna Luana Marcial
(057.267.676-08); Divino Pereira Marques (958.859.781-15); Estenio Moreira Alves (703.707.881-
68); Fabiola Gonçalves Coelho Ribeiro (010.180.961-16); Francisco Edson Lima Torcate
(001.307.401-60); Gisele Cristina de Oliveira Menino (015.672.816-80); Gisleide da Silva Couto
(908.690.601-04); João Wilson Oliveira Filho (016.483.361-75); José Pereira de Sousa Junior
(058.043.274-29); Kenia Soares de Freitas (883.326.401-72); Lauro Henrique Mendes Ribeiro
(008.875.261-52); Lorena Martins Santana (693.810.701-72); Lucas de Alvarenga Freire Neto
(212.370.421-00); Marcio Ferreira Milhomem (794.241.121-49); Marilia Assis dos Santos
(030.085.621-08); Rondinelli Tosta Morais (707.590.301-20); Ronildo Marques Mendes
(084.542.628-14); Thaisa Cardoso Nascimento (011.106.921-10); Thiago de Oliveira Piloto
(001.400.181-07); Tiago do Prado Paim (728.357.291-00); Werlley Carneiro Lourenço de Toledo
(647.222.951-15); Wesley Fonseca Vaz (008.127.641-96); Wesley Queiroz Marques (963.638.001-53)
1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
6
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
ACÓRDÃO Nº 904/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal para
fins de registro o ato de admissão de pessoal a seguir relacionado, de acordo com os pareceres
emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.708/2014-7 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessado: Weder Ferreira dos Santos (526.434.332-20)
1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 905/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.713/2014-0 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Mauricio Ivan dos Santos (000.755.440-08); Migacir Trindade Duarte
Flôres (636.854.850-91); Morgana Mosena (889.829.470-00); Natalia Labela de Sanchez
(025.746.319-43); Nilo Barcelos Alves (637.372.800-53); Nubia Lucia Cardoso Guimarães
(582.663.210-00); Pablo Daniel Freitas Bueno (003.353.530-29); Patricia Ducati (000.641.560-10);
Patricia Kisner (994.374.730-72); Paulo Edison Rubira Silva (010.082.190-10); Rafael Dutra Soares
(006.082.000-42); Rodrigo Belinaso Guimarães (894.399.960-72); Rodrigo Lupinacci Villanova
(596.348.470-72); Roger Luis Hoff Lavarda (013.120.710-52); Rogério Tessari (586.727.610-49);
Rogério Xavier de Azambuja (765.247.360-87); Rosangela Martins (297.108.550-34); Rossana Dutra
Tasso (992.603.520-53); Rudinei Fiorio (969.546.630-34); Sady Darci da Silva Junior (607.558.810-
87); Silvar Antonio Botton (429.729.220-34); Silvia Schiedeck (488.920.090-87); Simone Weide Luiz
(974.111.830-91); Sonia Regina Prestes Freitas (712.549.190-15); Taiane Lucas Pontel (003.806.020-
59); Taiz Viviane dos Santos (936.188.830-72); Tatiana Gonçalves Goelzer (013.036.740-09); Tatiana
Weber (669.745.770-87); Tatiane Pellin Cislaghi (004.198.800-03); Tiago Felipe Ambrosini
(990.131.000-82); Ubiratã Escobar Nunes (920.458.980-91); Valdinei Marcolla (025.104.589-73);
Vanessa Soares de Castro (005.280.980-39); Vera Lúcia Milani Martins (747.733.640-68); Vera Maria
Klajn (442.568.330-72); Vitória Mariana Silva de Oliveira (000.766.650-03); Yuri Ferreira Machado
(008.679.660-76)
1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande
do Sul
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
7
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
ACÓRDÃO Nº 906/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal para
fins de registro o ato de admissão de pessoal a seguir relacionado, de acordo com os pareceres emitidos
nos autos:
1. Processo TC-001.721/2014-3 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessado: Francisco de Montier Saraiva Junior (639.303.153-00)
1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 907/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.724/2014-2 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Reinaldo Rafael de Albuquerque Pereira Junior (047.132.124-90);
Ricardo Santos do Carmo Reis (810.269.515-34)
1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 908/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.742/2014-0 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Jacqueline Britto Pólvora (426.077.010-15); Maria João Fonseca Leitão
Cunha Silvestre (611.994.363-30)
1.2. Órgão/Entidade: Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-
Brasileira
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
8
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 909/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.784/2014-5 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Claudionei Gengnagel (008.591.160-77); Daiane Neumann
(001.027.620-31); Larissa Girotto (987.812.350-20); Marlova Elizabete Balke (724.565.660-68);
Roberto Sander (934.501.170-68); Silvia Sivinski (929.521.000-04)
1.2. Órgão/Entidade: Escola Agrotécnica Federal de Sertão
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 910/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.785/2014-1 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Alexsandra Alves de Brito (025.725.116-22); Ana Paula Silva da
Silveira (735.291.090-53); Daniel Francisco da Rosa Morais (413.006.960-87); Lisiane da Luz Dias
(906.084.610-91); Simara Medeiros Flores Perim (305.055.260-34)
1.2. Órgão/Entidade: Escola Agrotécnica Federal de Alegrete
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 911/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
9
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
1. Processo TC-001.790/2014-5 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Ana Cristina Tolentino Cabral (039.317.676-20); Paloma Alinne Alves
Rodrigues Ruas (347.780.768-50)
1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal de Itajubá
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 912/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.796/2014-3 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Dalmi Alves Alcantara (476.876.491-68); Gilmar Santana dos Santos
(700.488.431-72)
1.2. Órgão/Entidade: Centro Federal de Educação Tecnológica de Goiás
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 913/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.801/2014-7 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Afra Maria do Carmo Bandeira do Nascimento (009.494.473-31); André
Henrique Mendes Viana de Oliveira (034.488.553-40); Cleonice Moreira Lino (420.816.453-00);
Daniela Caruza Gonçalves Ferreira (016.254.353-04); Egberto Batista de Oliveira (685.554.743-53);
Emanoela Moreira Maciel (801.684.343-34); Emília Maria de Meneses Sousa (552.221.293-49);
Flávio Sousa Santos (916.376.513-68); Francisco Washington Soares Gonçalves (394.616.453-68);
Germano Lúcio Pereira Moura (482.047.653-04); Josivaldo dos Santos de Barros (813.949.423-20);
Lidiane Bezerra Oliveira (936.891.793-00); Luanne Morais Vieira (000.947.113-80); Luiz Carlos de
Melo Júnior (353.178.843-49); Lívia de Sousa Oliveira Macedo (042.349.913-09); Marcelo Batista
Gomes (015.874.563-97); Marcos Antonio Alves dos Santos (737.358.253-20); Maria Suzana Lima
(354.001.533-72); Shirneth Bucar Sobreira Malheiros Nunes (331.718.073-00); Sávia da Mota
Carneiro Xavier (892.693.813-15)
1.2. Órgão/Entidade: Centro Federal de Educação Tecnológica do Piauí
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
10
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 914/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.816/2014-4 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Adriana Campos da Silva Farias (687.102.753-04); Anderson Santos da
Silva (723.914.721-53); Bruno Caetano Figueiredo Silva (015.496.901-08); Daniela Tavares
Fernandes (914.306.741-72); Debora Amorim Romcy Pereira (993.745.871-49); Diego Lopes Luna
Sousa (715.934.891-53); Douglas Rodrigues dos Santos (563.806.901-15); Italo da Silva Oliveira
(014.096.231-06); Jorge Alexandre Xavier Rocha (010.768.131-51); Jorge Antonio Villela
(673.189.088-04); João Batista Ferreira (046.027.126-14); João Paulo Resende Borges (087.352.746-
11); Laércio Martins de Oliveira e Silva (018.748.801-07); Leonardo de Oliveira Souza (010.981.541-
69); Luciene Mendes da Silva (657.913.711-87); Marco Aurelio Neves de Carvalho (921.467.751-49);
Marcos Gomes Quijano (009.427.321-97); Marcos da Silva Alves (858.795.251-04); Najlla Mara da
Costa Couto (726.487.591-15); Natanael Moura Gonçalves (863.242.171-91); Paolla Marletti de
Barros Guimarães (054.645.254-08); Rafael Schultz (024.081.900-45); Raíssa Neumann Simão
(392.792.001-00); Renata de Sousa Souto (708.194.751-49); Rodrigo de Lima Silva (993.246.871-15);
Sandia Kesia Lemos Dutra (708.823.711-34); Simoni Hiargles de Queiroz (001.354.131-50); Susana
Xavier (455.303.601-06); Vanessa Cardoso Montezuma Bento (006.501.561-45)
1.2. Órgão/Entidade: Fundação Universidade de Brasília
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 915/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.822/2014-4 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Alan John Alexander Mcbride (838.887.050-53); Alice Islabao Lopes
(003.838.660-73); Ana Carolina Oliveira Ruivo (003.349.000-77); Andressa Andrade Duquia
(020.445.830-70); Andressa Roxo Pons (989.918.920-00); Angelica Ozorio Linhares (963.405.090-
53); Arlan da Silva Ferreira (885.041.665-20); Caroline Drawanz Dias (027.967.350-79); Catiara Terra
da Costa (976.243.810-87); Cecilia Fernandes Lorea (806.417.680-87); Celso Elias Corradi
(251.100.470-49); Christopher Maske de Macedo (021.527.830-50); Cristina Correa Kaufmann
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
(617.438.440-34); Damasio Duval Rodrigues Neto (019.347.760-25); Diom Carlos Afonso
(009.323.590-94); Eduardo Gehling Bertoldi (820.284.940-34); Eduardo de Oliveira Wilk
(425.747.060-72); Eliara Santos da Silva (986.245.390-72); Elizandra Braganhol (938.997.770-34);
Elton de Varga Castro (494.515.290-04); Elvis Silveira Martins (914.178.050-72); Ernani Peres Neto
(620.631.970-91); Fabiano Garcez dos Santos (951.926.200-82); Felipe Figueiredo Rodrigues
(008.035.060-74); Felipe Garcia Ribeiro (011.125.040-44); Fernanda de Souza Teixeira (896.576.400-
91); Fioravante Jaekel dos Santos (336.624.440-20); Francine Morales Tavares (010.358.760-86);
Gabriela Romanini Basso (005.465.360-69); Gisele Silva Pereira (980.604.650-15); Isabel Lago
(998.216.640-91); Jairo Valões de Alencar Ramalho (731.682.893-53); João Murilo Machado
Gonçalves (810.483.350-20); Juliana Terra Morosino (018.523.730-40); Laura Borba Vilanova
(962.111.480-20); Laura de Moraes Gomes (806.420.800-97); Leticia Fonseca Richthofen de Freitas
(704.050.500-20); Marcelo Fernandes Pacheco Dias (588.005.309-15); Marcelo Pereira Machado
(691.406.690-68); Marcelo Torres da Silva (009.553.400-80); Mauricio Dai Pra (931.079.600-63);
Nadia Bernardi Bonuma (948.420.000-15); Nadia Cristiane Coelho da Silva (834.637.550-68); Nadia
Velleda Caldas (291.740.580-53); Naiara Dal Molin (771.551.730-53); Natanael Penning Voss
(028.617.190-28); Natália Sevilha Stofel (340.890.838-93); Paloma Pirez Valério (985.472.320-87);
Patricia Jacqueline Thyssen (155.808.988-86); Paulo Lisandro Amaral Marques (886.211.890-20);
Paulo de Almeida Afonso (788.547.170-53); Rafael Dias Ferreira (008.689.920-11); Raquel Potter
Garcia (014.329.160-25); Reginaldo da Nobrega Tavares (398.148.400-25); Renata Morales Harter
(010.797.520-30); Renata Ovenhausen Albernaz (932.191.489-72); Rita Marasco Ippolito Andrade
(755.943.660-91); Rodrigo Hinz da Silva (012.289.140-60); Rodrigo da Silva Vital (071.537.626-80);
Sandra Larissa Marques Couto (017.206.450-35); Tatiana Valesca Rodriguez Alicieo (887.286.250-
72); Thiago Baneiro Cardoso (014.295.100-56); Thiago Bergmann Araújo (015.431.710-10); Vanessa
Polina Pereira da Costa (991.520.020-04); Vinícius Rodrigues Munoz (008.358.720-92)
1.2. Órgão/Entidade: Fundação Universidade Federal de Pelotas
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 916/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.830/2014-7 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Leandro Rodrigues Alves (124.512.117-09); Werly da Gama dos Santos
(058.572.897-69)
1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 917/2014 - TCU - 1ª Câmara
12
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.833/2014-6 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Leticia Maffazzioli Santos Balzan (707.536.280-15); Rodrigo Cardozo
Martins (816.533.440-91)
1.2. Órgão/Entidade: Hospital de Clínicas de Porto Alegre
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 918/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.894/2014-5 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Adriano Frutuoso da Silva (028.060.754-75); Alessandra Romero da
Frota Paiva (035.782.213-76); Amauri Jardim de Paula (326.763.948-43); Camila Araújo da Silva
(037.544.443-28); Cristiane Pinto Oliveira (506.128.673-15); Cristyelle Teles Costa (035.599.113-62);
Diogo dos Santos Miron (807.357.200-10); Eleazar Menezes Araújo (692.566.753-15); Fabiano do
Nascimento Lira (962.823.203-72); Felipe Alves Damasceno (025.410.003-16); Felipe Câmara de
Freitas (028.363.853-24); Fernanda Bôto Paz Aragão (668.197.413-91); Francisco de Assis Oliveira
Campos (234.405.543-68); Idalina Maria Almeida de Freitas (849.034.733-68); Igor da Paz Palácio
(975.233.483-00); Jefferson Calixto Figueiredo (029.022.323-73); José Victor Melo de Lima
(015.904.773-08); João Aberides Ferreira Neto (327.828.292-20); Kelvio Felipe dos Santos
(009.985.263-20); Larissa Cavalcante Albuquerque (645.360.843-04); Leidiane Minervina Moraes de
Sabino (016.602.963-74); Luciana Moura Reinaldo (631.220.573-87); Luis Felipe Estevinha Lourenço
Rodrigues (704.045.271-59); Michel Reis Abdalla (059.805.336-05); Michelline Helena do
Nascimento Costa Lima (473.299.713-91); Myrna Maria Arcanjo Frota (026.834.203-23); Priscila de
Souza Aquino (973.729.273-15); Rafael Fernandes Temoteo (641.071.753-91); Rafael Ferreira
Monteiro (030.482.393-75); Renan Cid Varela Leite (628.773.563-53); Rita de Cássia Ponte Prado
(014.019.563-78); Rodrigo Pereira de Carvalho (626.169.433-87); Rubens Fernandes Nunes
(967.914.893-91); Thomaz Maia de Almeida (021.894.463-25); Ticiana Santiago de Sá (966.237.303-
97)
1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal do Ceará
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
13
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
ACÓRDÃO Nº 919/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal para
fins de registro o ato de admissão de pessoal a seguir relacionado, de acordo com os pareceres
emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.895/2014-1 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessado: Raphael Barrozo Amaral Ribeiro (056.899.807-30)
1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal Fluminense
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 920/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.902/2014-8 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Antonio Manuel Gouveia de Oliveira (705.739.184-65); Antonio
Marcos Urbano de Araujo (013.284.604-79); Arthur Rodrigues Fabricio (089.588.764-92); Bianca
Carla Dantas de Araujo (031.440.944-04); Cezar Macedo Barros (061.038.354-02); Daniel Ferreira
dos Santos (051.145.464-30); Dayanna da Silva Pereira (073.986.334-75); Dayanne Lopes Gomes
(065.046.384-62); Edilene Adelino Pequeno (057.824.464-04); Elzeni Alves Moreira (878.379.944-
34); Emanuelly Cristina Rodrigues Peixoto (069.060.054-21); Erico Lucas de Oliveira (080.816.724-
35); Gilson Gomes da Silva (671.598.264-34); Humberto Neves Maia de Oliveira (221.797.634-68);
Ingrid Mendonça Pires Ferreira (036.312.214-10); Isabelly Bezerra Braga Gomes (076.988.654-01);
Jefferson Bruno Silva de Aguiar (082.649.214-26); Joadir Humberto da Silva Junior (096.389.814-07);
Joao Lucas Alves Fontes (054.602.564-10); Jose Luiz Ferreira (444.760.864-20); Jose Medeiros de
Carvalho Neto (014.843.814-83); Julia Gomes Fernandes Polido Cabral (090.581.677-39); Karoline
Fernandes Pinto Lopes (076.235.174-81); Laura Jessyca Santiago Dias (051.451.364-04); Leonardo
Rodrigues Pinheiro (323.104.634-34); Leticia Streck (924.355.210-49); Marcelo Marinho de
Figueiredo (046.801.224-98); Marcio Alexandre Barros da Silva (023.307.054-09); Marcioneide
Queiroz do Rego (443.072.091-68); Mario Sergio Duarte Branco (012.628.674-44); Milton Moaberton
Gurgel Praxedes Fernandes (051.819.834-05); Milva Maria Figueiredo de Martino (587.712.128-68);
Mirnari Maria Cardozo (056.545.534-61); Nathalia Aline Silva dos Santos Soares de Araujo
(080.289.444-50); Nielsen Castelo Damasceno (966.692.924-49); Norberto Batista de Faria Junior
(034.454.854-61); Pablo Daniel Soares da Silva (092.525.934-97); Patricia Regina Vieira Viana de
Andrade (067.246.024-67); Priscilla de Almeida Peres Rocha (049.996.714-33); Rafaela Roseane
Gomes da Costa (073.989.974-00); Raquel Emanuelle de França Mendes Alves (032.120.914-10);
Renata Cristina Medeiros Trajano de Araujo (056.370.944-89); Renata Xavier Soares (052.931.614-
58); Renato de Medeiros (008.329.244-66); Salichoa Cunha de Oliveira (011.366.554-76); Taiza
Rabello Montenegro (057.725.524-06); Tatiane de Andrade Maranhão (007.638.324-56); Thales
14
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Felipe Costa Gameleira Cardoso (070.710.464-50); Vinicius Silva Costa (030.609.334-05); Viviane
Reis Tavares (069.085.694-62)
1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 921/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.904/2014-0 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Ana Maria Freire Tovar (378.047.747-53); Danielle Bernardo Bastos
(034.155.617-39); Juliana Pereira Pedroza (082.464.777-73); Priscila da Cunha Luz Barcellos
(086.523.967-36); Rodolpho de Andrade Lopes (111.650.557-67); Wilberg Lima dos Santos Junior
(054.255.617-09)
1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal do Rio de Janeiro
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 922/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.905/2014-7 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Alessandra Carla Ceolin (625.676.830-20); Alexsandro Belem da Silva
(003.923.313-81); Amalia Maria de Queiroz Rolim (028.260.904-02); Ana Paula Carvalho Cavalcanti
Furtado (619.504.753-87); Ana Paula Feitoza Saraiva (038.283.553-07); Andre Augusto Pimentel
Liesen Nascimento (023.683.014-70); Andre Camara Alves do Nascimento (038.497.304-33);
Andreza Leite de Alencar (852.283.202-10); Breno Domingos Vieira Bringel (026.923.213-32);
Catarina da Silva Souza (056.225.524-94); Clarice Maria de Lucena Martins (008.525.354-57);
Claudio Jorge Gomes da Rocha Junior (060.801.564-40); Cleide Oliveira Rodrigues (576.573.784-68);
Danilo Ricardo Barbosa de Araujo (031.612.114-21); Diana Vasconcelos Lopes (937.996.917-15);
Diego Freire Feitosa (064.359.154-07); Douglas Veras e Silva (061.862.094-07); Ednara Felix Nunes
Calado (480.684.034-34); Elaine Gomes Nunes de Lima (095.368.954-98); Eliel de Siqueira Valença
(082.243.224-24); Emanuelle Camila Moraes de Melo Albuquerque Lima (013.851.874-25); Erica
Moreira dos Santos (061.728.614-09); Ermeson Carneiro de Andrade (041.744.934-80); Fabiana
15
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Ferreira Silva (029.803.674-60); Filipe Augusto Xavier Lima (049.171.494-79); Filipe Lima Silva
(008.748.034-46); Flavia Cristina Gomes Catunda de Vasconcelos (044.517.204-51); Gabriel Alves de
Albuquerque Junior (038.617.034-75); Gercivania Gomes da Silva (806.178.243-04); Gerla Castello
Branco Chinelate (044.582.696-74); Gheysa Coelho Silva (044.324.004-39); Giulliano de Souza
Fagundes (042.836.074-28); Glauco Estacio Gonçalves (710.502.212-49); Gustavo Rau de Almeida
Callou (041.417.424-06); Henrique Emanuel Mostaert Rebelo (047.734.664-21); Jean Paul D`antony
Costa Silva (930.086.785-72); Jessica Nayara de Freitas Bezerra (057.761.194-13); Joao Batista
Barros de Amorim (459.579.244-15); Joao Paulo Silva do Monte Lima (013.552.344-33); Jose Nilton
de Almeida (519.613.859-53); Julio da Silva Correia de Oliveira Andrade (009.918.904-69); Kadna
Maria Alves Camboim (064.389.724-01); Kleyton Ricardo Wanderley Pereira (031.491.954-62);
Lilian Debora de Oliveira Barros (039.970.874-07); Lorena Lima de Moraes (058.116.364-82); Lucas
dos Santos Fernandes (081.734.174-90); Marcelo Casimiro Cavalcante (618.684.183-91); Marcelo
Luiz Monteiro Marinho (053.753.184-07); Marcelo de Oliveira Milfont (626.893.203-04); Marlon
Esdras Jesse de Souza (076.526.694-64); Maximiliano Wanderley Carneiro da Cunha (457.986.564-
20); Monica Helena Panetta (082.801.798-01); Monique Conceição Soares (013.199.054-39); Orison
Marden Bandeira de Melo Junior (258.787.193-04); Osvaldo de Freitas Teixeira (051.774.814-25);
Pedro Lemos de Almeida Junior (079.670.214-44); Rafael Ferreira Leite de Mello (056.743.744-22);
Ramon Enrique Ramayo Gonzalez (015.451.574-48); Ricardo Bezerra Torres Lima (896.791.804-68);
Roberto de Albuquerque Melo (009.770.174-27); Rodrigo Soares Cordeiro (046.683.524-89);
Rosangela Cely Branco Lindoso (294.875.014-87); Sergio Francisco Tavares de Oliveira Mendonca
(021.723.434-80); Taciana Pontual da Rocha Falcão (036.797.554-81); Thaysa Rodrigues Torres
(043.090.424-06); Valmir Macario Filho (038.216.004-54)
1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal Rural de Pernambuco
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 923/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.911/2014-7 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Alex Serrano de Almeida (011.856.010-74); Alexandra Ramos Moreira
da Silva (994.433.840-00); Alexandre Binato (497.283.770-53); Alfredo Del Fabro Neto
(020.759.330-22); Aruna Noal Corrêa (002.848.680-35); Bruno Castilho Dal'carobo (023.734.720-23);
Camila Simioni (006.805.790-36); Carine Martins Barcellos (010.850.680-05); Carlos Gustavo Lopes
da Silva (772.078.070-15); Caroline Mallmann Schneiders (014.334.630-08); Caroline Turchetto
(007.033.230-40); Catiane Priscila Barbosa Arenhardt Mazzutti (016.399.760-86); Crisciele Ferreira
dos Santos (020.814.430-74); Dieivase da Silva Chrischon (016.734.620-22); Diogo Belmonte Lippert
(005.430.890-96); Débora Flores (008.573.180-39); Débora Missio Bayer (000.471.670-17); Eduardo
Buzatti Souto (772.141.960-34); Eduardo Ilha Bagolin (824.764.110-00); Eliane Raquel Rieth Benetti
(945.671.740-20); Fabricio de Araujo Pedron (804.685.600-25); Filipe Possatti Campanhola
(016.680.250-60); Franciele Antônia Neis (015.084.170-16); Francieli Brusco da Silva (001.552.521-
00); Francine Cassol Prestes (010.834.340-55); Gabrielle Messerschimidt Schuster (008.260.210-77);
16
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Getulio Rigão Junior (970.772.320-34); Gislaine Aparecida Rodrigues da Silva Rossetto (212.502.488-
84); Graziela Franceschet Farias (977.362.520-68); Graziela da Silva Motta (012.688.020-42);
Guilherme Luiz Dotto (006.638.810-48); Gustavo Prestes de Lima (006.131.410-24); Josieli Biscayno
Viecili (008.679.170-24); Juliana Corrêa de Lima (000.220.490-88); Juliani Menezes dos Reis
(013.040.310-55); Laura Bedin Denardi (018.336.870-35); Leandro Isaias Lucca (003.710.720-85);
Leonardo Henrique Silva (737.092.041-00); Luiz Carlos de Campos Sant´anna (352.042.650-15);
Marcelo Brüning (888.679.940-34); Marcia Regina Winch (915.149.320-91); Maricia Fantinel D'avila
(925.360.690-87); Mateus de Paula Leiria (807.529.000-30); Mauren Pimentel Lima (003.989.730-
32); Mauro Marafiga Comozzato (926.717.560-20); Mônica de Medeiros da Silva (816.985.340-00);
Natália Cecília Rebelo (021.979.180-52); Natália San Martin dos Santos (007.177.730-00); Paulo
Henrique Vianna (009.518.220-98); Rafael Chaves Ferreira (839.584.520-00); Rejane Bermudes Costa
Beber (690.802.910-72); Ricardo Mateus Klein Cargnin (027.841.500-89); Rosiele Gomes Flores
(003.606.670-23); Tatiana Nardon Noal (804.387.920-68); Ticiane Lúcia dos Santos (014.328.880-
64); Valeria Fagundes Rodrigues (955.507.200-00); Vanderlei Fumachi Lesina (964.754.980-68);
Vanessa Korrosky Garcia Oberhofer (877.672.609-68); Vanessa dos Santos Nogueira (000.260.430-
25); Waleska Mendes Cardoso (013.052.110-81)
1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal de Santa Maria
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 924/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-002.470/2014-4 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Carmen Margarida Oliveira Alveal (016.757.397-73); Christina da Silva
Camillo (529.049.110-49); Daisy Vieira de Araújo (822.972.073-87); Deilson de Melo Tavares
(721.121.314-00); Eduardo Luiz Voigt (932.176.179-91)
1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 925/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal para
fins de registro o ato de admissão de pessoal a seguir relacionado, de acordo com os pareceres emitidos
nos autos:
17
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
1. Processo TC-003.801/2014-4 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessado: Micheli Alves Machado (017.438.311-88)
1.2. Órgão/Entidade: Fundação Universidade Federal da Grande Dourados
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 926/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal para
fins de registro o ato de admissão de pessoal a seguir relacionado, de acordo com os pareceres
emitidos nos autos:
1. Processo TC-003.802/2014-0 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessado: Acbal Rucas Andrade Achy (022.327.195-02)
1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 927/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-003.804/2014-3 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Adelar Aparecido Sampaio (754.347.689-49); Adriana Hartemink
Cantini (501.315.400-68); Adriana Koslovski Sassi (923.088.560-68); Adriana Pires Soares Bresolin
(691.535.310-00); Adriane Griebeler (944.768.020-87); Alan Dutra de Melo (767.207.720-15);
Alcivio Vargas Neto (554.270.490-53); Alessandra Troian (004.535.810-99); Alexandre Denes Arruda
(645.609.370-87); Alexandre Russini (962.034.980-68); Alexandre Silva de Oliveira (741.683.630-
15); Aline Lorandi (805.867.590-34); Altinier dos Santos Frees (812.167.690-87); Ana Adelina
Venquiaruto Ferreira (481.643.640-53); Ana Carolina Morais de Freitas (012.995.400-40); Ana
Claudia de Oliveira da Silva (003.182.620-29); Ana Cristina do Amaral Lovato (730.682.680-87); Ana
Gisela Martini Fagundes (754.706.750-68); Ana Luisa de Souza Soares (910.149.489-91); Ana Paula
Gomes Lara (722.234.130-72); Ana Paula de Freitas Barcelos (001.746.760-85); Ana Zilda Ceolin
Colpo (767.359.400-59); Anderson Rodrigues de Lima (907.412.770-34); Anderson Vesz Cattelan
(884.915.360-00); Andressa Carolina Jacques (001.193.240-67); Andressa Rocha Lhamby
(023.478.470-90); Andrise da Silva Porto Alegre (004.756.030-44); Angela Kemel Zanella
(013.755.050-25); Angela Maria Hartmann (296.651.750-68); Angelita Machado Leitao (572.031.050-
91); Antonio Sadione Alves Munhoz Junior (003.656.940-29); Ariane Avila Neto de Freitas
18
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
(018.400.620-10); Ariel Behr (003.791.470-76); Artur Duarte de Moura (012.920.930-99); Artur de
Paula Furtat (004.591.450-88); Bianca Legramante Martins (027.262.990-16); Bruna Denardin da
Silveira (002.225.780-25); Bruno Boessio Vizzotto (004.488.900-38); Cadia Carolina Morosetti
Ferreira (997.868.500-68); Caiua Cardoso Al-alam (000.547.110-96); Carina Cipolat (894.692.160-
91); Carla Judite Kipper (709.269.050-15); Carlos Alexandre Oelke (033.560.679-23); Carlos Eduardo
Schaedler (988.333.910-00); Carlos Hernan Rodas Cespedes (517.946.249-53); Carmen Regina Abreu
Gonçalves (617.198.700-04); Carolina Fernandes (005.006.500-98); Caroline Dias Nicoloso
(971.713.360-34); Cassio Alexandre Damião (005.834.860-37); Catarina de Fatima da Silva
(468.062.290-34); Catia Irete Sarmiento Soares (522.873.600-00); Catia Liliane Torna dos Reis
(659.592.640-72); Catia Milene Nessler Rocha (777.125.010-68); Cecilia Ferro da Cunha
(017.831.370-02); Cedenir Borghetti (995.672.370-34); Celeta Pereira de Freitas (292.181.520-68);
Cesar Alberto Ranquetat Junior (815.777.370-91); Cesar Augustus Techemayer (449.358.380-00);
Christian Caldeira Santos (034.158.036-86); Cibele Rosa Gracioli (906.909.310-34); Cirla Suchy
Chaves (821.788.790-04); Claiton Regis Timm Marques (406.688.270-68); Clarice Alves Bonow
(003.482.710-26); Clarissa Gabbi Falleiro (977.967.940-53); Clarissa Ujvari Pabst (948.476.730-34);
Claudete Izabel Funguetto (523.525.019-20); Claudia Wollmann Carvalho (897.850.530-91); Claudio
Colares Alves (411.798.110-20); Claudio Schepke (992.631.490-20); Cleber Millani Rodrigues
(971.740.920-04); Cleiton Lucatel (038.916.889-03); Crisna Daniela Krause Biehalz (921.198.400-
91); Cristian Assis Nunes (001.381.570-90); Cristian Ricardo Wittmann (000.787.820-66); Cristiane
Bueno da Rosa de Azambuja (011.503.330-06); Cristiano Pereira Vaz (825.659.290-72); Cristiano
Peres Oliveira (931.215.120-72); Cylene de Oliveira Borges (086.891.298-04); Damaris Strassburger
(005.164.890-38); Daniel Freitas dos Santos (821.216.640-68); Daniel Ventura Dias (310.584.038-93);
Daniel da Silva Silveira (014.405.250-48); Daniele Camargo Nascimento (016.509.780-90); Danize
Aparecida Rizzetti (014.121.720-04); Daphine Guinevere Araujo Guedes (719.425.640-15); Deise
Pedroso Maggio (006.481.980-90); Denise Aparecida Moser (652.604.739-49); Denise Aristimunha de
Lima (947.150.330-20); Diego Vilibaldo Beckmann (805.747.180-87); Dionara Teresinha da Rosa
Aragon (884.383.500-97); Douglas Eduardo Rosa (672.682.180-87); Eduardo Andre Bender
(971.106.040-04); Eduardo Bohrer de Azevedo (988.436.560-15); Eduardo Machado dos Santos
(007.100.290-12); Eduardo Matias dos Santos Steidl (016.524.630-89); Elbio Gerardo Silveira Ramos
(832.916.100-59); Elimara da Silva Gonçalves (462.691.690-20); Elizabete Yukiko Nakanishi Bavastri
(064.013.958-26); Elizete Beatriz Radmann (724.160.090-87); Eloisa Rodrigues Forte (700.910.720-
34)
1.2. Órgão/Entidade: Fundação Universidade Federal do Pampa
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 928/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-003.805/2014-0 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Enio Junior Seidel (000.943.950-12); Erico Marcelo Hoff do Amaral
(920.874.690-91); Erika Vanessa de Lima Silva (038.141.914-20); Eufrasia Ponce Padilha
19
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
(906.971.700-04); Evandro Ricardo Guindani (016.489.089-00); Everton Frigo (994.065.430-87);
Everton da Silveira Farias (900.497.560-87); Fabiana Aparecida Silva da Silva (003.202.640-41);
Fabiano Tondello Castoldi (000.580.420-59); Fabio Lucas Izaguirre Martins (961.423.910-72); Fabio
Luis Tomm (808.645.700-15); Fabio Ronei Rodrigues Padilha (962.674.370-00); Fabricio Lopes Costa
(706.160.860-91); Fabricio Tronco Dalmolin (003.341.750-46); Felipe Caron (813.788.230-87); Felipe
Denardin Costa (006.713.110-77); Felipe Isquierdo Bernardi (823.399.290-91); Fernanda Aline de
Moura (009.993.350-06); Fernanda Catelan (806.540.290-91); Fernanda Cavallini Cyrillo
(268.664.608-08); Fernando Busanello Meneghetti (006.760.920-12); Fernando Roberto Schutz
Voloski (005.731.060-29); Filipe de Carvalho Victoria (936.350.360-72); Francele da Rosa Ferreira
(829.929.400-20); Francis Diego Duarte Almeida (979.457.060-53); Gabriel Medeiros Chati
(096.576.077-44); Gabriela Lazzari Nogueira (057.742.857-82); Gabriele Rockenbach (985.734.460-
72); Gelsa Mara Nascimento de Mora (893.675.100-04); George Caminha Maciel Filho (023.983.794-
00); Gerlaine Santos da Rosa (498.451.360-87); Gerson Evandro de Oliveira Sena (782.383.580-00);
Gilson Leandro Pacheco Alves (898.013.770-20); Giovani Guarienti Pozzebon (993.409.920-91);
Gisele Kreuzburg Lima (003.589.570-52); Gleicy Denise Vasques Moreira Santos (190.104.088-76);
Greice Lopes Maia (001.039.900-38); Guilherme Garcez Cunha (005.826.370-58); Guilherme
Goergen (003.584.260-14); Guilherme Ribeiro (002.595.050-99); Guilherme dos Santos Giuliani
(001.783.380-95); Gustavo Paim Berned (024.558.440-48); Gustavo Segabinazzi Saldanha
(959.917.860-20); Gustavo da Silva Duarte (002.125.260-22); Helmoz Roseniain Appelt
(469.804.580-00); Hernane Martins Albrecht (013.784.010-18); Humberto Jose da Rocha
(718.808.600-15); Iasmin Bandeira (033.159.450-12); Inacio Manassi da Conceiçao Brandolt
(827.639.410-87); Iochane Garcia Guimaraes (014.976.990-37); Isabel Cristina Eisenhardt de Mello
(582.592.870-72); Isabel Cristina Ferreira Damin (952.783.890-87); Isaphi Marlene Jardin Alvarez
(918.121.270-49); Iuri de Quadros Barcellos (026.800.570-23); Jacqueline da Costa Escobar Piccoli
(902.870.100-15); Jader Fagundes Biazetto (014.261.080-10); Jairo Alfredo Genz Bolter
(937.320.400-97); Jairo da Luz Oliveira (424.758.210-00); Jaline Scholten Lopes (007.770.010-47);
Janaina Saydelles Volpato (018.591.810-74); Janaina Wohlenberg (010.644.750-51); Jarbas Bressa
Dalcin (881.551.880-00); Jeferson da Luz Ferron (012.748.870-70); Jeronimo Sartori (194.583.390-
49); Jesner Nunes (003.849.960-60); Jessie Haigert Sudati (004.009.820-64); Joel Felipe Guindani
(036.996.609-07); Joice Trindade Silveira (946.401.570-53); Jorge Alexandre da Silva (929.041.300-
04); Jose Giliard Goncalves Teixeira (002.029.450-65); Jose Miguel Astegiano (902.898.700-20); Jose
Storniolo Nunes Brasil (961.559.060-68); Jose Wesley Ferreira (997.513.800-49); Juliana Pippi
Antoniazzi (008.060.010-70); Juliana Sartori Ziebell (014.462.260-26); Juliane Conceiçao Primon
Serres (970.341.690-04); Julieta Albuquerque Santana Figueira (963.751.670-00); Juordan Sardi
Schutz (008.570.650-76); Karen Camargo de Oliveira (001.933.270-07); Karina Sanches Machado D'
Almeida (831.951.730-34); Karine Raquiel Halmenschlager (000.607.500-22); Karla Beattriz Vivian
Silveira (664.836.030-53); Keli Krause (001.909.410-81); Laura Alves Scherer (012.821.690-50);
Laura Saravia da Silva (019.334.150-61); Leonardo Cury da Silva (007.476.589-27); Leonardo Paz
Deble (816.106.020-72); Leonardo Rohrsetzer de Leon (672.963.600-97); Leonardo Rosa Paixão
(915.805.790-00); Leticia Garcia Ferraz (003.874.660-37); Leticia Silveira Cardoso (006.903.530-06);
Leydimere Janny Cota Oliveira (041.204.226-66); Liane Nascimento dos Santos (004.167.150-36);
Liara Londero de Souza (728.022.600-06); Licia Assuncao Cogo (015.302.620-03); Lisiane
Camponogara Fontana (001.235.890-88); Lisiane Correa Bitencourt (017.287.260-00); Lisianne Pintos
Sabedra Ceolin (806.013.160-53); Lucas Compassi Severo (016.111.730-94); Lucas de Quadro Feijo
(011.788.640-81)
1.2. Órgão/Entidade: Fundação Universidade Federal do Pampa
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
20
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 929/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-003.807/2014-2 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Tania Regina de Souza (184.013.488-70); Telmo Egmar Camilo Deifeld
(633.236.990-68); Thamisa Ramos Flores dos Santos (007.186.340-04); Thiago Antonio Beuron
(051.277.239-80); Thiago da Silva Sampaio (653.916.323-15); Tiago Andre Kaminski (002.525.670-
05); Tiago Gallina Correa (961.979.430-34); Tiago Zavacki de Moraes (802.386.700-82); Uhil Robson
do Nascimento Antunes (943.437.050-72); Vagner Silva da Cunha (691.295.840-00); Valcenir Junior
Mendes Furlan (000.725.550-09); Valeria Goncalves Scangarelli Matte (947.385.560-53); Valmo
Rhoden (941.940.179-00); Vanessa Ceiglinski Nunes (024.315.220-59); Vanessa Rosseto
(276.717.728-44); Vera Lucia Carvalho Villar (554.337.820-34); Verônica Morales Antunes
(597.640.150-34); Vicente Bergamini Puglia (823.776.260-68); Victor Wegner Maus (006.686.810-
63); Virginia Bazzetti Boechat (077.417.437-40); Virnei Silva Moreira (998.496.400-06); Vitor
Kochhann Reisdorfer (507.463.910-72); Viviane Florindo Borges (822.711.270-68); Viviane de
Almeida Lima (937.579.480-68); Waleska Belloc Barbosa (757.230.770-15); Walter Firmo de
Oliveira-cruz (456.568.860-34); Wendel Mombaque dos Santos (023.427.050-00); William Dias
Silveira (815.414.490-53); Wilson Vieira (016.630.427-13)
1.2. Órgão/Entidade: Fundação Universidade Federal do Pampa
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 930/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-003.813/2014-2 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Gabriel Greco de Guimarães Cardoso (006.505.856-90); Patricia
Batista Freitag (009.975.064-31)
1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
21
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
ACÓRDÃO Nº 931/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal para
fins de registro o ato de admissão de pessoal a seguir relacionado, de acordo com os pareceres
emitidos nos autos:
1. Processo TC-003.814/2014-9 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessado: Tatiele Fruett dos Santos (019.311.080-64)
1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 932/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-003.820/2014-9 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Aelejancer Barbosa Macedo (769.010.416-91); Cesane Faustino Pereira
(003.017.976-92); Claudia Aparecida Fernandes Pereira (025.630.596-07); Julio Cezar Barbosa Rocha
(082.136.276-36); Luiz Gomes Junior (737.520.026-20); Marcos Flávio de Souza Sampaio Júnior
(073.190.996-83); Maria Neuza Almeida Queiroz (845.438.926-15); Wesley Maia de Souza
(037.328.236-28)
1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Norte de
Minas Gerais
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 933/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-003.822/2014-1 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Dhanny Fernanda Ferreira de Freitas (018.035.861-84); Eliana de Souza
Marques dos Santos (085.055.677-57); Enaldo Soares Cabral (368.863.354-72)
22
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 934/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-003.826/2014-7 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Listhiane Pereira Ribeiro (079.000.796-70); Marcela Soares Machado
(027.622.116-89); Sidney da Silva Guimarães (853.447.616-00)
1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 935/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-003.827/2014-3 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Adriano Nobre Pitanga Porto (995.133.744-91); Alessandro Rodrigues
da Fonseca (021.744.114-90); Almir Almeida de Oliveira (048.772.154-33); Andressa Rodrigues
Sabino (072.699.764-14); Bruno Rodrigues Bessa (038.227.724-45); Carlos Albuquerque de Araújo
Cordeiro (911.727.134-72); Carlos Rubens Souza Barros (041.033.524-00); Claudiane Lira da Silva
(018.610.614-98); Clovis Alberico Ramos Soares (040.120.174-03); Daniel Leite Viana Costa
(048.686.104-06); Jordânnya Dannyelly do Nascimento Silva (058.695.644-17); Juliana Macedo de
Almeida (045.925.704-80); Kassia Camila Ribeiro Rufino (081.573.174-44); Lorena Sampaio de
Souza (021.622.445-43); Rafael Lessa Pacheco (051.428.414-50); Rafael dos Santos Balbino
(071.720.704-88); Rodrigo Fontan Arruda Cedrim (076.031.614-79); Vanderlan Fernando Rocha Silva
(072.377.444-70); Zenilton Quaresma de Lira (036.738.514-70)
1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
23
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
ACÓRDÃO Nº 936/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-003.833/2014-3 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Rafaella da Silva Nogueira (665.627.163-49); Thiago Moura de Araújo
(914.048.003-87); Virna Braga Marques (940.330.723-49)
1.2. Órgão/Entidade: Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-
Brasileira
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 937/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal para
fins de registro o ato de admissão de pessoal a seguir relacionado, de acordo com os pareceres
emitidos nos autos:
1. Processo TC-003.850/2014-5 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessado: Roberto Alves de Almeida (481.581.946-72)
1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal de Itajubá
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 938/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-003.853/2014-4 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Cesar Portelinha Moreira Carneiro (054.336.486-05); Eliziane Denize
de Castro (089.353.296-73); Emanuele Tredanaro (702.219.691-52); Geraldo de Sousa Candido
(069.859.376-67); Glaucia Ferreira Andrade (061.484.126-75); Larissa Fonseca Andrade Vieira
24
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
(102.891.957-30); Luiz Roberto Takayama (094.047.218-08); Marina Elisei Serra (048.272.166-90);
Roberta Guimarães Franco Faria de Assis (105.465.167-18); Roney Wagner Vieira (982.676.556-20)
1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal de Lavras
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 939/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-003.862/2014-3 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Bruno Cesar de Souza Santos (046.677.326-95); Davi Vieira Medeiros
(102.414.336-81); Derek Resende Souza (015.985.286-29); Kellen Rosa Coelho (078.170.006-03);
Vinicius Lucas de Carvalho (071.024.386-30)
1.2. Órgão/Entidade: Fundação Universidade Federal de São João Del Rei
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 940/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-003.870/2014-6 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: João Francisco Carlexo Horn (016.007.110-06); Rodrigo Kegles
Brauner (023.824.610-80); Virgínia Laura Machado Dutra (991.522.230-00)
1.2. Órgão/Entidade: Fundação Universidade Federal de Pelotas
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 941/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, c/c os arts.
25
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
1º, inciso VIII; 143, inciso II; 259, inciso I, e 260 do Regimento Interno/TCU, em considerar legal(ais)
para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-003.913/2014-7 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Joaquim Jorge Monteiro Morais (005.879.369-08); Natalia Naome
Oshiro (349.693.118-38); Paulo Roberto de Lima (962.192.899-00); Rodrigo Rosso Garcia
(051.087.169-07); Vitor Vicente Matias Vieira (032.147.179-28)
1.2. Órgão/Entidade: Universidade Federal do Paraná
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 942/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, em:
1.conhecer da presente representação, com fundamento no art. 237, inciso IV, do
Regimento Interno/TCU, para, no mérito, considerá-la procedente;
2.converter o presente processo em tomada de contas especial, com base no art. 47 da Lei
8.443/1992, c/c o art. 252 do RI/TCU, e fazer as seguintes determinações, de acordo com os pareceres
emitidos nos autos:
1. Processo TC-010.289/2012-7 (REPRESENTAÇÃO)
1.1. Interessados: Prefeitura Municipal de Sousa - PB (08.999.674/0001-53); Tribunal de
Contas do Estado da Paraiba (09.283.110/0001-82)
1.2. Órgão/Entidade: Prefeitura Municipal de Sousa - PB
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Lucas Rocha Furtado
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - PB (SECEX-PB).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. determinar à Secex/PB que:
1.7.1. constitua apartado de tomada de constas especial e, nos termos do art. 12, inciso II,
da Lei nº 8.443/1992 c/c o art. 202,inciso II, do Regimento Interno/TCU, promova as citações a seguir,
para que no prazo de 15 (quinze) dias, contado da ciência, os responsáveis solidários apresentem
alegações de defesa ou recolham, aos cofres do Fundo Nacional de Saúde, as importâncias a partir das
datas indicadas, atualizadas monetariamente e acrescida dos juros de mora cabíveis:
- Qualificação do responsável, ato impugnado e quantificação do débito:
- Qualificação dos Responsáveis:
Nome: espólio de Salomão Benevides Gadelha, representado por sua Inventariante, a Sra.
Myriam Pires Benevides Gadelha
CPF da Inventariante: 077.218.614-62
Endereço: Av. Oceano Atlântico - 754, apto. 102, Intermares - Cabedelo/PB, CEP 58.310-
000
Nome: Interset – Instituto de Desenvolvimento Socioeconômico, Científico, Ambiental e
Tecnológico.
CNPJ: 06.191.178/0001-43
26
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Endereço: Rua Frei Matias Teves – 280 –Sala705- Ed. Alberto Einstein, Paissandu –
Recife –PE – CEP 50.070-450
Ato impugnado pelo responsável: Realização de pagamentos por serviços não
comprovados ou fora do objeto do termo de parceria celebrado.
Ato impugnado pela empresa: Recebimento de pagamentos por serviços não
comprovados ou não incluídos nos objetivos do termo de parceria, caracterizando enriquecimento
indevido, com responsabilidade solidária pela reparação do erário.
Dispositivos violados: Cláusula 5ª dos termos de parceria, art. 37 da Constituição Federal
e art. 9º, I da Lei n.º 8.429/1992, arts. 62 e 63 da Lei 4.320/1964 e art. 876 do novo Código Civil.
Data de
ocorrência Valor
07/07/2006 337.320,93
11/07/2006 291.252,13
14/07/2006 230.209,47
21/07/2006 112.158,07
25/07/2006 140.400,00
26/07/2006 126,00
17/08/2006 488.680,50
31/08/2006 215.590,00
04/09/2006 233.172,03
06/09/2006 413.290,37
20/09/2006 81.228,57
10/10/2006 601.848,44
11/10/2006 44.407,20
17/10/2006 114.453,70
19/10/2006 67.954,74
13/11/2006 400.830,17
14/11/2006 3.076,28
05/12/2006 203.224,71
11/12/2006 540.046,92
12/12/2006 7.046,48
13/12/2006 10.000,00
20/12/2006 219.597,50
10/01/2007 361.338,87
15/01/2007 156.521,52
17/01/2007 56.505,42
Cofre para recolhimento: Fundo Nacional de Saúde
1.7.2.apensar os presentes autos ao processo de tomada de contas especial que vier a ser
autuado na forma prevista no art. 43 da Resolução TCU 191/2006;
1.7.3.dar ciência desta deliberação ao Tribunal de Contas do Estado da Paraíba – TCE-PB,
ao Ministro da Saúde, acompanhada de cópia da instrução constante da peça 67.
ACÓRDÃO Nº 943/2014 - TCU - 1ª Câmara
27
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento no art. 43, inciso I, da Lei nº 8.443/1992, c/c os arts. 17, inciso IV; 143, inciso III; 237,
inciso IV, do Regimento Interno/TCU, em conhecer da presente representação, para, no mérito,
considerá-la procedente, adotar a seguinte medida, promovendo-se, em seguida, o arquivamento dos
autos, de acordo com a instrução da Secex-PA:
1. Processo TC-034.140/2013-1 (REPRESENTAÇÃO)
1.1. Interessado: Secretaria de Controle Externo no Para (00.414.607/0011-90)
1.2. Órgão/Entidade: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará
1.3. Relator: Ministro Valmir Campelo
1.4. Representante do Ministério Público: não atuou
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - PA (SECEX-PA).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7.dar ciência ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará
(IFPA)/Campus Castanhal de que, em relação ao Pregão Eletrônico 6/2013 para “contratação, sob a
forma de execução indireta, em regime de empreitada global por preço unitário, de empresa
especializada em administração de mão de obra para prestação dos serviços continuados de Motorista
(Condutor de Veículos), Recepcionista, Mensageiro (Office Boy), Auxiliar de Escritório, Auxiliar de
Laboratório, Instrutor de Banda e Fanfarra, Operador de Equipamento Reprográfico, Porteiro, Auxiliar
de Agropecuária, Jardineiro, Operador de Implemento Agrícola, a serem executados no Campus
Castanhal do IFPA” :
1.7.1. exigir, sob pena de recusa, que as propostas das licitantes contenham elementos que
não influenciam no valor final da contratação, contraria o art. 21 da IN/2008-MPOG e afronta os
princípios da eficiência e da razoabilidade previstos no art. 5º, caput, do Decreto 5.450/2005;
1.7.2. a recusa, por razões formais, de propostas benéficas à administração, contraria a
garantia da seleção da proposta mais vantajosa prevista no art. 3º da Lei 8.666/1993 e os princípios da
eficiência e do interesse público previstos no art. 5º do Decreto 5.450/2005;
1.7.3. em respeito ao art. 24 da IN/MPOG 2/2008, e em reverência tanto à garantia da
seleção da proposta mais vantajosa prevista no art. 3º da Lei 8.666/1993, quanto aos princípios da
razoabilidade e da eficiência, deve o pregoeiro, ao analisar as propostas no momento da aceitação do
lance vencedor, permitir o reenvio de anexos ajustados para refletir corretamente os custos envolvidos
na contratação, desde que não haja majoração do preço proposto.
Ata n° 7/2014 – Primeira Câmara
Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária
RELAÇÃO Nº 6/2014 – 1ª Câmara
Relator – Ministro WALTON ALENCAR RODRIGUES
ACÓRDÃO Nº 944/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II da Lei 8.443/92,
c/c o art. 143, inciso II do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro os atos de
concessão a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-004.361/2014-8 (APOSENTADORIA)
1.1. Interessados: João Miguel Milanez (057.110.531-91); Maria Ferreira da Cunha
(386.057.911-87); Rodolfo Segabinazzi (034.204.508-34)
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
1.2. Órgão/Entidade: Câmara dos Deputados
1.3. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo de Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP)
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 945/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II da Lei 8.443/92,
c/c o art. 143, inciso II do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro os atos de
concessão a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-004.362/2014-4 (APOSENTADORIA)
1.1. Interessados: João Batista Cirino (001.793.881-34); Raimundo Alves Barbosa
(039.602.181-68)
1.2. Órgão/Entidade: Secretaria Especial de Editoração e Publicação do Senado Federal
1.3. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 946/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II da Lei 8.443/92,
c/c o art. 143, inciso II do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro os atos de
concessão a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-004.364/2014-7 (APOSENTADORIA)
1.1. Interessados: Clenilda Borges da Silva Almeida (214.890.411-68); Denize Pitrez de
Pitrez (369.902.720-15); Glória Nazareth Nunes (098.377.441-20); José Duarte da Silva (009.924.701-
10); João Augusto Ferreira Neto (066.632.901-00); Manoel Francisco Regis (210.586.951-34)
1.2. Órgão/Entidade: Senado Federal
1.3. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues
1.4. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da
Costa e Silva
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 947/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II da Lei 8.443/92,
c/c o art. 143, inciso II do Regimento Interno, em considerar legal para fins de registro o ato de
concessão a seguir relacionado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:
29
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
1. Processo TC-004.365/2014-3 (APOSENTADORIA)
1.1. Interessado: Paula Maria Pessoa de Abreu (184.975.511-68)
1.2. Órgão/Entidade: Senado Federal
1.3. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 948/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39 da Lei 8.443/92, c/c o
art. 143 do Regimento Interno, em considerar legal para fins de registro o ato de concessão a seguir
relacionado, e em fazer a determinação constante do item 1.7, de acordo com os pareceres emitidos
nos autos:
1. Processo TC-018.785/2013-1 (APOSENTADORIA)
1.1. Interessados: Américo Pinheiro (010.371.701-30)
1.2. Órgão/Entidade: Secretaria Especial de Editoração e Publicação do Senado Federal
1.3. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP)
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal que modifique no Sistema SISAC
a data de vigência do ato de alteração do interessado (10094504-04-2008-000020-4), passando a
considerá-la o dia 28/12/2006.
ACÓRDÃO Nº 949/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II da Lei 8.443/92,
c/c o art. 143, inciso II do Regimento Interno, em considerar legal para fins de registro o ato de
concessão a seguir relacionado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-002.717/2014-0 (PENSÃO CIVIL)
1.1. Interessado: Dorothy Teixeira Hannas (002.511.601-06)
1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento
no Estado de Goiás
1.3. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo de Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP)
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 950/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II da Lei 8.443/92,
30
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
c/c o art. 143, inciso II do Regimento Interno, em considerar legal para fins de registro o ato de
concessão a seguir relacionado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-002.850/2014-1 (PENSÃO CIVIL)
1.1. Interessado: Maria Luzia Preto Westin (567.368.196-87)
1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento
no Estado de Minas Gerais
1.3. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo de Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP)
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 951/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara, e
tendo em vista estes autos de embargos de declaração, opostos por Jamille Isvilyn Porto Santos, contra
o Acórdão 1823/2013 – TCU – 1ª Câmara, que julgou ilegal o ato de concessão de pensão civil
instituída por ex-servidor do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em que a recorrente
se enquadrava como beneficiária na condição de menor sob guarda, nos termos do art. 217, inciso II,
alínea “b” da Lei nº 8.112, de 1990;
Considerando que a recorrente interpôs pedido de reexame não provido pelo Acórdão
271/2014 – TCU – 1ª Câmara (doc. 30);
Considerando que os embargos de declaração interpostos contra o Acórdão 1823/2013 –
TCU – 1ª Câmara (doc. 37) têm caráter meramente protelatório, por não indicarem pontos obscuros,
contraditórios ou omissos, e ainda por apresentarem os mesmos argumentos analisados e rejeitados no
pedido de reexame já apreciado por este Tribunal;
ACORDAM, com fundamento nos arts. 34 da Lei nº 8.443/92 c/c o art. 287 do Regimento
Interno, em não conhecer dos embargos de declaração, e dar ciência à recorrente do teor deste
Acórdão.
1. Processo TC-003.960/2013-7 (PENSÃO CIVIL)
1.1. Recorrente: Jamille Isvilyn Porto Santos (034.652.511-05)
1.2. Entidade: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
1.3. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues.
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico.
1.5. Unidades técnicas: Secretaria de Recursos (Serur); Secretaria de Fiscalização de
Pessoal (Sefip).
1.6. Advogado constituído nos autos: José Antonio Fischer Dias, OAB/DF nº 12.917 e
outros – Procuração (doc. 15).
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 952/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art. 143, inciso V, “d”, do Regimento Interno, c/c
o Enunciado 145 da Súmula da Jurisprudência no Tribunal de Contas da União, em excluir, por
inexatidão material, do item 1.1 do Acórdão 97/2014-1ª Câmara, o Sr. Flavio Dino de Castro e Costa
(CPF 377.156.313-53), bem como da relação dos responsáveis constante dos presentes autos, de
acordo com os pareceres emitidos nos autos.
31
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
1. Processo TC-019.298/2007-9 (PRESTAÇÃO DE CONTAS - Exercício: 2006)
1.1. Responsáveis: Airton Nogueira Pereira Junior (614.247.147-53); Artur Ortiz de
Araujo (022.728.398-86); Austerlitz Bringel Erse (087.711.622-91); Edilson Pires dos Santos
(064.990.313-72); Edson Antunes Campos (103.809.668-59); Eduardo Sanovicz (021.830.838-83);
Embratur - Instituto Brasileiro de Turismo (01.795.143/0001-08); Geraldo Lima Bentes (079.333.124-
20); Gillene Barreto Baptista da Silva (410.845.191-00); Jeanine Pires (785.711.209-78); Jose
Francisco de Salles Lopes (002.062.456-53); Marcelo Pedroso (097.825.858-40); Marcio Ferreira do
Nascimento (075.580.448-12); Roberto dos Santos Vasconcelos (276.133.051-04); Ronnie Reus
Schroeder (456.414.980-68)
1.2. Órgão/Entidade: Instituto Brasileiro de Turismo
1.3. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo do Desenvolvimento Econômico
(SecexDesen).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 953/2014 - TCU – 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão de Primeira Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, em determinar, desde logo, por economia processual, nos termos do
art. 93 da Lei 8.443/92, c/c os arts. 143, inciso V”a”, 169, inciso VI, e art. 213 do Regimento
Interno/TCU, além do art. 6º, inciso I, e 19 da IN/TCU 71/2012, o arquivamento do presente processo,
sem o cancelamento da dívida, a cujo pagamento continuará obrigado o devedor, para que lhe possa
ser dada quitação, sem prejuízo de dar ciência desta deliberação ao responsável, de acordo com os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-013.854/2012-7 (TOMADA DE CONTAS ESPECIAL)
1.1. Responsável: Fernando Agostinho Cruz Dourado (126.860.422-49)
1.2. Órgão/Entidade: Secretaria Executiva de Saúde Pública do Pará
1.3. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - PA (SECEX-PA).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 954/2014 - TCU – 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão de Primeira Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 143, inciso V, “e”, e 183, parágrafo único,
do Regimento Interno/TCU, em prorrogar o prazo, por mais 10 (dez) dias, a contar do término do
prazo anteriormente concedido, para que o responsável, Sr. Delmar Pellegrini Filho, atenda a audiência
do subitem 1.6.3 do Acórdão 107/2014 – 1ª Câmara, Relação 1/2014:
1. Processo TC-003.254/2012-7 (REPRESENTAÇÃO)
1.1. Apensos: 010.813/2006-5 (RELATÓRIO DE LEVANTAMENTO)
1.2. Responsável: Delmar Pellegrini Filho (335.704.260-68)
1.3. Órgão/Entidade: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
1.4. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues
32
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
1.5. Representante do Ministério Público: não atuou
1.6. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Obras Rodoviárias (SecobRodov).
1.7. Advogado constituído nos autos: não há.
1.8. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 955/2014 - TCU – 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão de Primeira Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 143, incisos III e V, “a”, 235 e 237, inciso
IV, do Regimento Interno/TCU, c/c os arts. 33, 34 e 36 da Resolução TCU 191/2006, em conhecer da
presente representação e apensá-la ao TC-003.424/2014-6 (Representação), sem prejuízo de que seja
dada ciência desta deliberação ao representante, de acordo com o parecer da Selog:
1. Processo TC-003.810/2014-3 (REPRESENTAÇÃO)
1.1. Órgão/Entidade: Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal
1.2. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues
1.3. Representante do Ministério Público: não atuou
1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas (Selog).
1.5. Advogado constituído nos autos: não há.
1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 956/2014 - TCU – 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União ACORDAM, por unanimidade, com
fundamento nos arts. 143, incisos III e V, “a”, 235, 237, inciso III, e 250, inciso I, do Regimento
Interno/TCU, em conhecer da presente representação, para, no mérito, considerá-la improcedente, dar
ciência desta deliberação ao representante e à Secretaria Nacional de Assistência Social, e
promovendo-se, em seguida, o arquivamento dos autos, de acordo com o parecer da Secex/GO:
1. Processo TC-029.665/2013-2 (REPRESENTAÇÃO)
1.1. Interessado: Prefeitura Municipal de Águas Lindas de Goiás - GO (01.616.520/0001-
96)
1.2. Órgão/Entidade: Prefeitura Municipal de Águas Lindas de Goiás - GO
1.3. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues
1.4. Representante do Ministério Público: não atuou
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - GO (SECEX-GO).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
Ata n° 7/2014 – Primeira Câmara
Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária
RELAÇÃO Nº 7/2014 – 1ª Câmara
Relator – Ministro BENJAMIN ZYMLER
ACÓRDÃO Nº 957/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº
33
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
8.443/1992, c/c o art. 143, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legal para fins de registro o
ato de concessão a seguir relacionado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-002.006/2014-6 (APOSENTADORIA)
1.1. Interessado: Maria de Nazaré Costa Santos Alencar (291.911.810-20)
1.2. Órgão/Entidade: Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado do Pará
1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 958/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº
8.443/1992, c/c o art. 143, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro
os atos de concessão a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-002.013/2014-2 (APOSENTADORIA)
1.1. Interessados: Américo Moreda Mendes (620.303.708-78); Ângela de Almeida Lopes
Vieira (534.985.697-91); Ângelo Hugo Conto Zaccariotto (589.342.438-72); Antônio Alves Passos
(796.412.708-00); Antônio Carlos Timoni de Oliveira (600.212.338-53); Antônio Casella Filho
(742.937.108-68); Antônio Delano Pereira Ramos (070.273.114-53); Antônio João Pedro Dib
(213.038.356-49)
1.2. Órgão/Entidade: Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado de São Paulo
1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 959/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº
8.443/1992, c/c o art. 143, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro
os atos de concessão a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-002.018/2014-4 (APOSENTADORIA)
1.1. Interessados: Luiz Arnaldo Ferrari (744.047.848-72); Luiz Eduardo Mori
(551.222.808-00); Luzia Soares Fernandes (076.056.878-26); Manuel Florencio de Paula Neto
(391.658.688-20); Mara Solange Carvalho Diegoli (012.061.278-05); Marcel Ladeira Guyot
(712.399.018-87); Marco Antonio Ingarano (755.326.118-15); Marco Aurelio Nascimbeni
(736.607.448-91); Maria Aparecida de Lima (235.370.516-20)
1.2. Órgão/Entidade: Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado de São Paulo
1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
34
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 960/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº
8.443/1992, c/c o art. 143, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legal para fins de registro o
ato de concessão a seguir relacionado, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-002.737/2014-0 (APOSENTADORIA)
1.1. Interessado: José Vital Santos (116.955.875-53)
1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Estadual da Funasa em Sergipe
1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 961/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei
nº 8.443/1992, c/c os arts. 143, incisos II e V, e 243 do Regimento Interno, em fazer a determinação
adiante especificada, bem como em autorizar o oportuno arquivamento deste processo, de acordo com
os pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-025.391/2009-5 (APOSENTADORIA - MONITORAMENTO)
1.1. Interessado: Otavio Luiz Lacombe (008.152.416-15)
1.2. Entidade: Universidade Federal de Minas Gerais
1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler
1.4. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da
Costa e Silva
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações:
1.7.1. determinar à Sefip que, nos termos da Questão de Ordem aprovada na sessão
plenária de 8/6/2011 (ata 22/2011), encaminhe ao Departamento de Assuntos Extrajudiciais da
Advocacia-Geral de União (AGU), bem como à Conjur/TCU, as informações necessárias ao
acompanhamento do MS 2003.38.000.24935-5/MG, atualmente em trâmite no Tribunal Regional
Federal da 1ª Região, no âmbito do qual foi proferida decisão que impede o integral cumprimento do
Acórdão 7.756/2011-TCU-2ª Câmara.
ACÓRDÃO Nº 962/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei
nº 8.443/1992, c/c o art. 143, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro
os atos de admissão de pessoal a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.927/2014-0 (ATOS DE ADMISSÃO)
35
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
1.1. Interessados: Aderaldo Fernandes Leite (727.980.171-49); Adonias Aparecido
Fernandes Benedito (997.879.541-34); Adonias Felipe de Sampaio (998.816.831-49); Adriana Galiano
Miranda Fonseca (950.720.551-91); Adriano Pereira Brum (879.298.051-15); Agnaldo da Silva
(582.281.361-53); Alex Sales Ferreira (954.736.961-04); Allan da Silva Baenas (039.798.711-00); Ana
Paula Guimaraes Belchior (001.866.301-07); Anderson Tito Benevides Abrego (000.598.231-60);
Andre Alves de Sousa (955.288.901-44); Bruno Rafael Dias Arguello (033.179.261-39); Bruno
Sanches Botega (009.284.151-12); Caio Vinicius de Moraes Zaia (019.189.031-66); Daniel Dias
Goncalves (021.092.351-28); Daniel Ricardo Costa Ibarra (011.658.651-65); Darley Tavares Campos
(007.845.661-43); Davi Ferreira Machado (019.160.121-75); Dionatas Ferreira de Sousa
(033.442.511-55); Douglas Burgos Duarte (028.953.781-93); Edson Pablo de Araujo (913.368.561-
49); Elcio Araldo (921.108.001-00); Emilio Rafael Moslaves Aranda (022.932.431-25); Euripedes
Alves Dias Junior (019.484.261-45); Evandro Mateus Barbosa Comim (014.641.181-16); Everton
Marques Liborio (038.775.451-22); Fabio Henrique Porto Ferreira (982.578.381-87); Fauzi Maciel de
Oliveira Soares (699.879.471-15); Filipe de Araujo Lourenco (032.508.481-58); Flavio Anderson
Amorim Alaman (888.474.381-87); Flavio Gabriel Valdez (778.568.301-82); Flavio Larriera Vargas
(893.777.291-49); Fred Alexandre dos Santos Silva (922.129.641-53); Geovani Lima Schautz
(002.765.361-77); Gilmar Ferreira Lemes (543.076.601-10); Gislaine Aparecida Caparros Klauck
(027.018.221-73); Glaucio de Lazari Mendes (026.795.601-08); Hernane Goncalves Fernandes
Galeano (027.986.261-02); Iran Antonio da Silva (012.054.421-03); Isabela David Silva (022.132.471-
29); Isael Ferreira Correa (015.506.211-57); Jeronimo Mariano da Silva Neto (014.742.541-79); Jhone
Porto Prado Soares (029.444.841-17); Joao Victor Silva Souza (028.965.391-66); Jonas Ferreira dos
Santos (033.936.221-96); Juliana Pereira Mamore Bressan (020.105.941-00); Juliano Souza dos Santos
(014.228.441-61); Julio Cesar Ogeda (012.713.601-01); Leandro dos Reis Santos (006.029.001-31);
Lemuel Lisboa da Silva (019.198.831-69); Luis Fernando Lhopes de Oliveira (031.460.591-69); Luiz
Alberto Martins Bueno (572.659.681-15); Luiz Carlos Ferreira de Oliveira (531.582.291-53); Luiz
Gustavo de Souza Cruz (020.505.911-28); Lyncoln Karlo Borges de Carvalho (028.366.421-57);
Marcelo Barbosa Pereira (042.466.801-76); Marcelo Henrique Santos Raimundo (728.497.201-78);
Marcelo Tostes Bernardes (707.342.831-72); Marcelo de Freitas Andrade (495.202.451-20); Marcio
Alves das Neves (997.335.951-87); Marcio Miguel de Souza Andrade (003.825.801-33); Marcio Pires
Barros (010.816.841-78); Marcio Soares Cardoso (052.999.026-11); Marcos Roberto Lima Salles
(023.076.901-23); Marcos Rodrigues Costa (003.285.131-64); Mario Nelson Aguillera (562.924.141-
91); Martimiano Morais Mendes (879.571.401-49); Mateus Falco Castilho (012.357.071-99); Odair de
Lima Barros (854.655.931-72); Odair de Souza Pereira (020.022.069-10); Odenilso Lemos da Silva
(784.907.821-72); Paulo Roberson Silva (016.704.621-70); Rafael Correa (007.601.751-60); Rita
Cassia Aureliano Paula (021.492.481-58); Roberta Alves Goncalves de Souza (004.303.031-90);
Robson Thomaz Silva de Araujo (017.927.451-17); Rodrigo Correa Amarilha (727.460.921-15);
Rogerio Magro de Brito (014.066.191-32); Ronieri de Souza Costa (663.742.431-53); Sergio
Aparecido Diniz (407.187.941-68); Sergio Shigueo Arakaki (833.977.011-04); Tania Souza Palheiro
Pelaio (004.206.571-26); Tarcisio Jorge Silva Almeida (023.139.831-02); Vagner Luiz Freitas
(027.202.401-50); Wagner Aparecido de Souza (834.010.161-72); Wagner Escobar de Souza
(009.606.351-30); Welinton da Silva Pereira (049.236.381-17); Welliton Francisco da Silva
(001.265.231-85)
1.2. Órgão/Entidade: Diretoria Regional da ECT em Mato Grosso do Sul - DR/MS
1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 963/2014 - TCU - 1ª Câmara
36
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei
nº 8.443/1992, c/c o art. 143, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro
os atos de admissão de pessoal a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.931/2014-8 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Andre Ferreira Neto (009.740.701-14); Brunno de Castro Frazao
(035.203.201-42); Bruno Campos Silva (027.007.921-14); Daianny Souza da Silva (035.102.571-54);
Daniel Augusto Fernandes Ribeiro (032.443.431-63); Daniel Mesquita Ribeiro (001.088.001-13);
Daniele Vieira da Silva (963.335.451-04); Denilson Cardoso Barbosa (011.438.931-40); Deverson
Rodrigues Bueno (024.894.851-21); Dhiego Peixoto da Fonseca (009.334.501-17); Diego Alves
Teodoro (394.475.778-57); Edvan Serra Diniz (717.519.801-97); Elizamar Pinheiro Santos
(888.872.863-53); Elizangela Gomes Jardim Dias (942.276.831-49); Ezita Pedro da Costa
(015.417.131-09); Fernando Henrique Correa Borges (029.095.071-65); Gladson Fernando de Morais
(011.740.161-75); Janaina Rodrigues Luz dos Santos Teixeira (001.934.241-18); Joao Gabriel de
Almeida (009.402.051-57); Joao Kalleb Tavares Fernandes (039.290.721-65); John Lenes Reis Santos
(887.048.581-15); Jose Moraes da Silva (510.995.601-44); Jose de Jesus (727.254.351-53); Joseli da
Conceicao Barros (969.263.501-59); Leonardo Santana Oliveira (711.114.501-10); Lucelio Machado
dos Santos (901.448.991-91); Luciano Mesquita Borges (004.237.681-58); Ludmilla Aline de Jesus
Silva Lima (018.324.801-51); Marcio Jose de Lima Junior (039.271.491-44); Nayara Rosa de Oliveira
(004.924.171-05); Reginaldo Ferreira da Silva (004.522.861-23); Rodrigo Miranda Namba
(021.575.261-96); Rodrigo Queiroz de Souza (027.392.921-63); Thiago Ferreira Manzi da Silva
(016.029.811-32); Valdijan Francisco da Silva (005.321.821-38); Vinicius Abadio da Costa Santos
(027.424.901-40); Wellygton Sampaio Luz (020.616.923-03)
1.2. Órgão/Entidade: Diretoria Regional da ECT em Goiás - DR/GO
1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 964/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei
nº 8.443/1992, c/c o art. 143, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro
os atos de admissão de pessoal a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-003.920/2014-3 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Aderlan Pires de Oliveira (033.294.435-29); Adriano da Silva
(042.329.575-61); Adson Esteves dos Santos Junior (038.715.525-26); Alan Fausto de Oliveira
Barreto (031.053.205-12); Alan Martins dos Santos Bittencourt (035.551.345-58); Alex Borges de
Carvalho (013.834.985-12); Altimar da Silva Santos (000.551.215-86); Ana Paula dos Santos
Carvalho Barreto (956.299.125-34); Anderson Barbosa Santos (030.380.555-22); Anderson Lima
Carneiro (009.938.345-40); Anderson Lima dos Santos (009.527.545-25); Armando Lima Filho
(946.995.771-72); Axel dos Santos Farias (043.540.645-02); Bruno Sampaio Santana (014.822.805-
40); Carla Correia da Silva Guedes (016.351.125-08); Cassio Jose Gonsalves Mendes (990.859.175-
49); Charles Inacio de Almeida de Lima (024.528.765-50); Clederson dos Santos Silva (019.172.865-
97); Cristiano Rocha Ribeiro (045.257.135-93); Crisvaney Souza Dias (004.350.365-99); Dhalman
37
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Palmeira Bernardino (036.403.085-22); Diogo Chulu Costa Leto (001.194.835-30); Edson Santana
Moura (057.706.365-05); Edvan Lopes Carvalho (028.929.415-04); Eliseu Bispo dos Santos
(029.253.605-48); Elmo Cerqueira de Lima (022.314.425-82); Emanuel Conceicao Alves
(051.034.205-11); Fabio Warley Mendes dos Santos (997.751.315-53); Fernando de Assis Rosas
(779.023.355-68); Flavio Teixeira da Silveira (009.869.554-18); Gleiser Deilan Nogueira Santos
(051.294.505-58); Jeilson Araujo Almeida (056.281.775-12); Jeova Leite Leal (667.110.615-00); Joao
Carlos Nascimento Santos (797.009.345-00); Joao Raphael Ribeiro Rocha (016.460.275-58); Jorge
Souza Almeida (024.004.925-06); Jose Arthur Ramos Mascarenhas Junior (031.293.165-40); Jose
Wilson Alves de Barros (024.064.785-80); Juciene Almeida Silva (905.152.425-00); Junio Cesar
Alves de Jesus (898.536.365-49); Jussimara de Souza Pereira (015.060.545-52); Kelvin de Andrade da
Conceicao (051.903.825-83); Lazaro Chaves Barreto (028.994.985-84); Logan Muricy Soares
(839.097.455-04); Lucas Oliveira Matos de Jesus (034.016.175-24); Marcos Antonio da Cruz
Mascarenhas (005.671.875-60); Marcos Brandao Santos (031.753.485-80); Marcos de Jesus Santos
(009.873.825-94); Marivaldo Freitas de Oliveira (008.915.865-20); Mateus de Alencar Mota Filho
(946.615.295-53); Matheus Pereira Ribeiro (046.573.045-00); Matheus Trindade Martins da Silva
(052.338.235-94); Mercia Alves Cerqueira de Jesus (003.366.265-76); Milton de Jesus Santos
(013.404.245-09); Natali Morais Leiro (014.580.645-65); Nelio dos Santos Junior (989.611.445-53);
Osmar Santana de Sa (902.662.855-20); Paulo Alves de Souza (834.986.565-20); Ramon Souza
Nascimento (033.447.005-61); Ramon dos Santos Dias (016.196.965-84); Raphael Matos Trancoso
Nolasco (028.234.075-02); Ricardo Cerqueira Guedes (043.552.095-47); Robert Matheus Silva
Barreto (026.180.335-23); Rodrigo Silva Dantas de Santana (023.388.565-03); Rogerio Silva de
Santana (600.930.485-72); Samir Sampaio dos Santos (026.258.005-50); Savio Mota Dantas
(972.254.285-00); Sergio Ariosto Ferreira Coutinho (048.636.955-27); Shallon Carlos Rodrigues de
Oliveira (005.831.535-77); Sidney Ferraz Nascimento (014.386.985-00); Simone de Lima Matos
(411.488.355-04); Tito Vinicius Bastos Scheidegger (029.036.915-09); Tony Vitor Pereira da
Ressurreicao (048.038.465-70); Wallace Muller Ribas Nogueira (044.540.875-80); Wecsley dos Reis
Oliveira (024.234.145-44); Welde Alves de Almeida (033.479.465-02)
1.2. Órgão/Entidade: Diretoria Regional da ECT na Bahia - DR/BA
1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler
1.4. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da
Costa e Silva
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 965/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei
nº 8.443/1992, c/c o art. 143, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro
os atos de admissão de pessoal a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-003.922/2014-6 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Afonso Ponte de Azevedo Filho (054.549.953-47); Alan Rosembergh
Camelo Oliveira (945.549.783-20); Alan Zeno Martins Viana (043.066.903-85); Aldair Jose da Silva
Maia (022.376.533-30); Aledilsom Ferreira Barbosa (843.656.093-00); Aleksei Bresciani Colle Bettini
de Alburque Lins (020.051.341-98); Alexsandro Soeiro Dias (001.231.903-12); Amadeu Nunes de
Lima Neto (005.437.153-88); Anderson Negrao Maravalha (009.486.023-84); Anderson Ricelli
Marques Fernandes (010.912.573-88); Anderson de Lima Jorge (857.244.403-34); Andre Felipe
Martins Santana (041.404.053-84); Andre Luiz Braga de Moura (022.969.013-01); Andre Luiz Lopes
38
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
de Lacerda (634.027.933-34); Andre Perez Leitao Maciel (004.414.893-38); Andrea Lima Barroso
(492.494.103-44); Angelo Venceslau da Silva (017.097.383-24); Antonia Marcia Nascimento
(006.968.593-27); Antonio Alisson Andrade Vieira (039.526.523-18); Antonio Cristiano Inacio de
Dousa (033.636.573-07); Antonio Rodrigues da Silva Junior (658.010.913-00); Aquila Sousa Lima de
Oliveira (053.649.003-12); Augusto Cesar do Nascimento (967.568.703-78); Bernardo Almeida
Maciel (457.539.973-68); Camila Kelly Farias Lima (629.140.733-72); Carlos Eduardo de Melo Alves
Coelho (605.654.653-50); Cicero Cesar de Oliveira Moura (548.902.173-04); Cicero Jose Oliveira do
Nascimento (012.188.043-51); Claudio Ribeiro Costa (034.409.703-02); Cleo Barbosa do Nascimento
(025.204.323-57); Cleyton de Sousa Silvino (664.472.243-15); Clovis Roney Ferreira Rogerio
(950.481.463-87); Dalton de Azevedo Forte Neto (035.933.813-54); Daniel Almeida da Silva
(966.147.573-34); Daniel Costa Maia (856.078.513-20); Daniel Lira Barros (016.467.763-13); Daniel
Santo Padilla Garcia (057.907.497-80); Daniel Smith Rodrigues Costa (048.484.363-03); Daniele
Aires Freitas (002.215.593-70); Danielle Silva Sousa (971.083.753-20); Davdison Marcelo de Oliveira
(600.128.533-05); Davi Araujo de Santiago (003.727.933-55); David de Castro Maia Ribeiro
(004.528.503-98); Davisson Neris da Silva (672.473.343-04); Debora Mota da Silva (025.309.153-50);
Deuzivan Oliveira de Morais (017.579.663-74); Diego Alves do Nascimento (008.179.243-37); Diego
Andrade Santiago (022.787.963-56); Edipo Coelho Gomes (027.701.893-52); Edson de Sousa Lopes
(013.732.903-23); Eduardo Araujo de Souza (948.885.403-06); Eduardo de Alencar Xavier
(089.525.797-12); Eduvan Tavares de Farias (016.617.773-33); Elaine Simplicio Estanislau de
Oliveira (002.446.383-30); Emanuel Leal Marques (020.320.573-10); Emanuel Oliveira (411.100.723-
68); Emir Nascimento e Silva (424.375.633-34); Ernesto Filho Araujo Costa (039.868.983-01);
Evandro Pereira do Nascimento Filho (013.356.723-03); Everton Frank Feitosa Tavares (018.681.093-
80); Everton Santiago Barbosa (000.907.463-50); Fabio Junior Moreira de Oliveira (014.023.933-26);
Fabricio Luis Ramos Teixeira (037.998.373-70); Felipe Moreira Gomes (013.643.653-67); Flavio
Lopes Lima Filho (023.589.593-83); Francisca Edinara de Oliveira Silva (972.933.263-00); Francisca
Rosimeire Pascoal da Silva (003.052.113-07); Francisco Amaro Lopes Junior (031.632.753-03);
Francisco Ataliba de Menezes Soares Herculano (042.900.633-06); Francisco Carlos Carneiro Correia
(655.066.503-53); Francisco Carlos da Silva Fernandes (256.707.603-44); Francisco Chauerbe Silva
(047.092.263-00); Francisco David Saboia Brito (032.692.393-43); Francisco Eder de Sousa Palacio
(018.636.083-54); Francisco Gabriel Deodoro Souza Melo (040.774.503-30); Francisco Geilson
Vasconcelos Marques (999.985.053-72); Francisco Hemerson Prados Portela (003.990.153-02);
Francisco Jefferson do Carmo dos Santos (045.978.043-31); Francisco Josimar Feitosa Mesquita
(029.506.193-63); Francisco Ketilianio da Sliva Pereira (628.411.903-82); Francisco Leandro Lopes
da Silva (035.566.353-80); Francisco Marcelo Bernardo Costa (017.293.833-35); Francisco Neuton da
Silva (466.093.933-20); Francisco Sergio Duarte do Nascimento (008.987.653-90); Francisco
Valdenberg dos Santos Silva (847.336.913-00); Francisco Wedio de Macedo Rodrigues Junior
(618.701.373-53); Francisco de Assis Cunha Romao (002.338.443-33); George Correia de Lima
(633.418.323-00); Geovane Rodrigues de Sousa (388.179.183-34); Gildene Holanda de Queiroz
(810.497.733-49); Giovana Sales Azevedo (059.006.953-52); Girlene Cavalcante de Souza
(024.151.153-47); Gustavo Cunha dos Santos (007.561.473-10); Heleno Rodrigues de Araujo
(626.953.633-20); Helio Meneses Nunes (617.693.633-00); Hemanuelle de Freitas Lima
(015.579.653-40); Henderson Araujo Silva (620.709.323-20); Hitalo Marinho Goncalves
(033.062.863-11); Icaro Vieira Francelino Alves (026.970.523-64); Ismael Duarte Luna (231.536.188-
52)
1.2. Órgão/Entidade: Diretoria Regional da ECT no Ceará - DR/CE
1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler
1.4. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da
Costa e Silva
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
39
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 966/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei
nº 8.443/1992, c/c o art. 143, inciso II, do Regimento Interno, em considerar legais para fins de registro
os atos de admissão de pessoal a seguir relacionados, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-003.926/2014-1 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Adao Jose da Silva (031.904.816-01); Alex Junio de Souza Gomes
(087.299.696-46); Alexandre Augusto Silva Tirapani (975.588.776-87); Ana Paula Alves
(089.227.746-73); Anderson Pereira da Silva (041.992.036-64); Antonieta Alves Viana de Lima
Barreto (055.258.036-82); Arlan Eustaquio Nascimento Roza (089.670.436-00); Bruno Fagner Sandin
Ferreira (086.130.816-65); Carlos Guimaraes de Jesus Filho (101.339.706-12); Carlos Marinho Pereira
(117.042.366-30); Cesar Augusto Rocha Nepomuceno (012.827.406-95); Charleston Murilo Faustino
(958.590.126-91); Christian Pires de Faria Moraes (105.461.936-09); Claudia Francisca de Oliveira
(843.840.186-49); Claudilene da Silva Morgado (075.520.586-33); Claudiomiria Ribeiro Venuto da
Silva (986.320.516-87); Claudionor Goncalves do Nascimento (981.121.475-15); Cleiton da Silva
Lessa (013.544.126-99); Danilo Santos de Carvalho (107.984.416-31); Danilo Vieira Santos
(106.746.126-47); Debora Francisca dos Passos (079.317.706-50); Diego de Oliveira Almeida
(103.147.206-18); Douglas Jhonata Pereira Barros (074.610.156-21); Eder Andre Silva (014.991.316-
82); Eder Junio Soares (012.751.466-00); Eduardo Oliveira dos Santos (088.095.926-62); Erick Leal
Frazao (116.205.656-84); Ernani Nogueira Penido Junior (096.309.956-62); Everton Juliano
Mendonca (031.997.186-47); Felipe Almeida Goncalves (119.300.226-54); Fredimar Otoni da Silva
(093.877.856-02); Gilmar Alves Costa Santos (012.484.746-35); Gilmar Alves Eugenio (028.487.896-
03); Gisele Grasiele de Oliveira Antunes (068.640.056-90); Glauce de Jesus Melo (068.224.076-18);
Haquila Talita de Souza (104.024.906-06); Hazenclever Ladislau Dias Pereira (067.332.846-50);
Ivanna Viana Rocha Batista (057.793.636-09); Jaime Trindade Santos (017.461.156-02); Jeane
Graziele de Carvalho (110.470.956-29); Jeferson Martins Rodrigues (002.302.926-90); Jefferson de
Oliveira Gomes (064.782.956-80); Joao Paulo Tavares Braga (108.221.526-06); Joao Pimenta da Silva
(661.025.026-04); Jose Alves Ferreira (968.733.706-06); Jose Neymar Mendes Goncalves
(065.251.366-28); Jose dos Passos Tadeu de Sousa (051.568.006-02); Josemar Vieira da Silva
(075.464.156-24); Juarez Fernando Pereira (004.965.866-29); Kenia Suelene Cristino (075.867.816-
99); Kleber dos Santos Maia (028.095.856-01); Leidiana das Gracas Franca (082.358.106-38); Lorena
Rodrigues Pedrosa (091.724.256-44); Lucas Muller de Menezes (121.422.506-37); Marcele Barbosa
Silva Mendes (070.827.506-09); Marcio Alves da Silva (062.125.196-84); Marco Antonio Alves
(014.538.226-58); Marcos Alves Neves (040.558.776-76); Marcos da Silva (041.959.746-82); Maria
do Carmo Faria de Lima (098.846.516-71); Merick Weiller Rocha Soares (083.672.816-59); Michaele
Tais de Oliveira (124.688.346-58); Miqueias Alves de Souza (093.245.406-29); Miriam Flavia
Fonseca Moreira (100.202.316-52); Monica Aparecida Pereira (043.640.846-54); Natanael Felipe
Costa (093.200.566-76); Nikolas Guerra Oliveira (082.709.256-32); Orlanda Silva Borges
(081.371.506-76); Osvane Rodrigues Mendes Pimentel (048.783.186-19); Paulo Edson Rodrigues de
Miranda (076.596.626-35); Rafael Marcos da Silva (396.477.528-22); Rafaela Gama Costa
(075.222.246-59); Ramon Henrique Goncalves Lima (085.868.346-61); Renan Lucas Jacob Ribeiro
(090.951.096-23); Roberto dos Santos Goncalves (059.021.656-28); Rodrigo Cardoso Pereira
(031.348.216-05); Ronaldo Carlos Pereira (072.891.826-93); Ronaldo Souza Carmo (902.822.726-15);
Ronier Jose Gualberto (098.636.436-37); Ronni Alex do Nascimento (082.331.966-06); Ronny de
Oliveira Dias (083.103.706-79); Sergio Santos Franca (100.765.386-80); Shaylon Lucindo Mendes
Faria (101.012.986-41); Sonia de Souza Ramos (775.843.506-82); Thiago Fraga Rocha Santos
40
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
(088.647.356-07); Thiara Jacira Vicuna Mendes Oliveira de (056.378.366-47); Thomas Augustus Silva
Camara (107.887.056-01); Tiago da Silva Souza (080.111.956-11); Tiago de Almeida Pedras
(102.191.986-16); Vanessa Araujo Farias (061.034.456-04); Vinicius Viana Cruz (108.640.586-24);
Wellington Vieira Ferreira (085.634.376-58); Willian da Conceicao Tavares (050.173.096-67)
1.2. Órgão/Entidade: Diretoria Regional da ECT em Minas Gerais - DR/MG
1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 967/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara, tendo em
vista que os efeitos financeiros do ato de concessão adiante relacionado se exauriram antes de seu
processamento pela Corte, ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art. 143, inciso II, do
Regimento Interno, c/c o art. 7º da Resolução TCU nº 206, de 24/10/2007, em considerar seu exame
prejudicado por perda de objeto, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-001.272/2014-4 (PENSÃO CIVIL)
1.1. Interessada: Maria Jose dos Santos Maciel (799.505.747-49)
1.2. Órgão: Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado do Rio de Janeiro
1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 968/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,
considerando que o ato submetido ao exame do Tribunal encontra-se com seu fundamento legal
corrigido no sistema Siape e não está dando ensejo a pagamentos irregulares, ACORDAM, por
unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443/1992, c/c o art.
143, inciso II, do Regimento Interno e art. 6º, § 1º, da Resolução TCU nº 206, de 24/10/2007, em
considerar legal para fins de registro o ato de concessão de pensão a seguir relacionado, de acordo com
os pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-014.672/2013-8 (PENSÃO CIVIL)
1.1. Interessado: Maria Luiza Monteiro (133.734.474-53)
1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Estadual da Funasa no Estado de Alagoas
1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações: à Sefip, para que proceda às correções devidas no Sistema Sisac.
ACÓRDÃO Nº 969/2014 - TCU - 1ª Câmara
41
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, quanto ao processo a seguir relacionado, de acordo com os pareceres
emitidos nos autos, em julgar regulares com ressalva, com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso
II; 18 e 23, inciso II, da Lei 8.443/1992, as contas dos Senhores Aloísio Teixeira, Reitor, e Luiz
Afonso Henriques Mariz, Pro-Reitor de Pessoal, dando-lhes quitação; e, julgar regulares, com
fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso I; 17 e 23, inciso I, da Lei 8.443/1992, as contas dos
demais responsáveis arrolados, dando-lhes quitação plena; fazendo-se as determinações sugeridas nos
autos:
1. Processo TC-029.177/2011-1 (PRESTAÇÃO DE CONTAS - Exercício: 2010)
1.1. Apensos: 010.697/2011-0 (SOLICITAÇÃO)
1.2. Responsáveis: Aloísio Teixeira - CPF 385.691.087-53, Belkis Valdman – CPF
191.768.647-15, Ângela Uller – CPF 064.994.089-05, Carlos Antônio Levi da Conceição – CPF
380.078.517-04, Luiz Afonso Henriques Mariz – CPF 161.451.437-20, Laura Tavares Ribeiro Soares
– CPF 369.695.757-72, Milton Reynaldo Flores de Freitas – CPF 298.904.037-49, Regina Célia Alves
Soares Loureiro – CPF 505.362.067-91, Sebastião Amoedo de Barros – CPF 277.166.437-20,
Godofredo de Oliveira Neto – CPF 290.886.239-53 e Alberto Gabbay Canen – CPF 000.323.442-87.
1.3. Órgão/Entidade: Universidade Federal do Rio de Janeiro
1.4. Relator: Ministro Benjamin Zymler
1.5. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé
1.6. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - RJ (SECEX-RJ).
1.7. Advogado constituído nos autos: não há.
1.8. Determinações/Recomendações/Orientações:
1.8.1. Determinar à Universidade Federal do Rio de Janeiro que, no prazo de noventa dias,
a contar da ciência deste acórdão:
1.8.1.1. observe a Lei 12.740/2012 quando do pagamento de adicional de periculosidade a
servidores que exerçam atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial;
1.8.1.2. designe formalmente os responsáveis para fiscalizar os convênios vigentes da
Universidade, informando, a este Tribunal, ao término do prazo concedido, as providências adotadas
para o cumprimento da determinação e a relação nominal dos responsáveis com a referência dos
respectivos termos de designação;
1.8.1.3. elabore e apresente ao Tribunal plano de ação, que deverá apresentar as ações a
serem tomadas, indicar os responsáveis por essas ações e informar os prazos para implementação de
cada ação, contemplando as seguintes providências e outras que se fizerem necessárias para regularizar
o pagamento de adicional de insalubridade:
1.8.1.3.1. conclusão do processo 23079.003574/2011-02, para atualização dos laudos de
insalubridade;
1.8.1.3.2. identificação de servidores que recebem o referido adicional e que não mais
fazem jus, em razão da conclusão do processo acima mencionado;
1.8.1.3.3. cancelamento dos pagamentos de adicional de insalubridade a esses servidores;
1.8.1.4. recomendar à Universidade Federal do Rio de Janeiro que realize estudo acerca
das reais necessidades de pessoal para o funcionamento dessa instituição de ensino superior,
identificando quantitativa e qualitativamente as vagas passíveis de terceirização, de modo a possibilitar
contratações tempestivas e amparadas na legislação em vigor (item 10.13).
1.8.2. dar ciência à Universidade Federal do Rio de Janeiro que:
1.8.2.1. a ausência dos Pró-Reitores de Graduação, de Pesquisa e de Extensão no rol de
responsáveis da unidade jurisdicionada, afronta o inciso II do art. 10 da IN TCU 63/2010;
1.8.2.2. a utilização de mão de obra informal para atividade meio e fim, sem respaldo legal,
identificada no subitens 1.1.2.1 e 2.1.5.1 do Relatório de Auditoria de Contas, afronta os incisos II e
XXI, art. 37 da Constituição Federal;
42
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
1.8.2.3. o não cadastramento no Sisac das informações relativas aos atos de admissão e
concessão no prazo determinado, identificado no item 4.6 do Relatório de Auditoria de Contas,
descumpre os termos do art. 7º da IN TCU 55/2007;
1.8.2.4. a não apresentação das informações relativas às transferências voluntárias, ao
cumprimento das deliberações do TCU e ao cumprimento das recomendações do Órgão de Controle
Interno no Relatório de Gestão, infringe os termos do art. 1º da Decisão Normativa TCU 107/2010 e
do art. 1º da Portaria-TCU 277/2010;
1.8.3. encaminhar cópia deste acórdão à Secretaria de Fiscalização de Pessoal – Sefip, para
conhecimento dos pontos tratados no subitem 1.8.2., alíneas 1.8.2.2, 1.8.2.3 e 1.8.2.4;
1.8.4. encaminhar à Universidade Federal do Rio de Janeiro cópia da instrução à peça 17;
1.8.5. arquivar os presentes autos.
ACÓRDÃO Nº 970/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art. 143, V, "d", do Regimento Interno do TCU e
no Enunciado nº 145 da Súmula de Jurisprudência predominante no Tribunal de Contas da União, de
acordo com os pareceres emitidos nos autos, em corrigir, por erro material, o item 9.1 do Acórdão
2.099/2007-1ª Câmara, para, onde se lê “o recolhimento da dívida aos cofres do Departamento
Nacional de Infra-Estrutura de Transportes – DNIT”, leia-se “o recolhimento da dívida aos cofres do
Tesouro Nacional”, mantendo-se inalterados os demais termos da decisão.
1. Processo TC-013.269/2005-3 (TOMADA DE CONTAS ESPECIAL)
1.1. Responsáveis: Alter Alves Ferraz (CPF 001.692.501-72); Francisco Campos de
Oliveira (CPF 011.296.276-91); Gilton Andrade Santos (CPF 074.168.816-68)
1.2. Órgão/Entidade: Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (excluída);
Superintendência Regional do Dnit No Estado do Mato Grosso - Dnit/MT
1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - MT (SECEX-MT).
1.6. Advogado constituído nos autos: Carlos Roberto de Aguiar (OAB/MT 5.668) e Maria
Abadia Pereira de Souza Aguiar (OAB/MT 2.906).
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 971/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª Câmara,
ACORDAM, por unanimidade com fundamento no art. 202, § 4º, do Regimento Interno/TCU, em
acatar as alegações de defesa apresentadas, julgar as contas dos responsáveis a seguir indicados
regulares com ressalva, dar-lhes quitação, promovendo-se, em seguida, o arquivamento do processo,
de acordo com os pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-019.081/2010-3 (TOMADA DE CONTAS ESPECIAL)
1.1. Apensos: 006.456/2005-6 (REPRESENTAÇÃO)
1.2. Responsáveis: Emerson Rozendo Salgado (CPF 265.881.617-00); Lauro Faria Santos
Koehler (CPF 096.149.587-15); Planurb Planejamento e Construções Ltda (CNPJ 14.312.169/0001-
91); Valter Tenenbaum (CPF 314.740.207-04)
1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler
1.4. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Lucas Rocha Furtado
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Obras Rodoviárias (SecobRodov).
43
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 972/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento no art. 1º, inciso II, da Lei 8.443/1992, c/c os arts.
143, 237, parágrafo único, e 250 do Regimento Interno, quanto ao processo a seguir relacionado, em
conhecer da representação, considerá-la prejudicada ante a perda do objeto e determinar o
arquivamento do processo, conforme pareceres emitidos nos autos (peças 4, 5 e 6):
1. Processo TC-004.080/2013-0 (REPRESENTAÇÃO)
1.1. Interessado: Secretaria de Controle Externo do TCU/AC (00.414.607/0027-57)
1.2. Órgão/Entidade: Superintendência Estadual da Funasa No Estado do Acre
1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler
1.4. Representante do Ministério Público: não atuou
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - AC (SECEX-AC).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 973/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso II, e 43, inciso I, da Lei
8.443/1992, c/c os arts. 143, 237, parágrafo único, e 250 do Regimento Interno, quanto ao processo a
seguir relacionado, em conhecer da representação, considerá-la prejudicada ante a perda do objeto e,
após a ciência do representante e da Prefeitura Municipal de São José dos Campos, arquivar o
processo, conforme pareceres emitidos nos autos (peças 23, 24 e 25):
1. Processo TC-006.452/2013-2 (REPRESENTAÇÃO)
1.1. Órgão/Entidade: Prefeitura Municipal de São José dos Campos - SP
1.2. Relator: Ministro Benjamin Zymler
1.3. Representante do Ministério Público: não atuou
1.4. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - SP (SECEX-SP).
1.5. Advogado constituído nos autos: Constantino Siciliano (OAB/SP 119.272) e outros
(peça 18).
1.6. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 974/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara,
ACORDAM, por unanimidade, com fundamento nos arts. 1º, inciso II, e 43, inciso I, da Lei
8.443/1992, c/c os arts. 143, 237, parágrafo único, e 250 do Regimento Interno, quanto ao processo a
seguir relacionado, em conhecer da representação, considerá-la improcedente e determinar o
arquivamento, dando ciência ao representante, de acordo com os pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-034.049/2013-4 (REPRESENTAÇÃO)
1.1. Órgão/Entidade: Agência Nacional de Saúde Suplementar
1.2. Representante: Fox Print do Brasil Comércio e Serviços Gráficos Ltda
1.3. Relator: Ministro Benjamin Zymler
44
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
1.4. Representante do Ministério Público: não atuou
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas (Selog).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
Ata n° 7/2014 – Primeira Câmara
Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária
Assinado eletronicamente por:
RELAÇÃO Nº 6/2014 – 1ª Câmara
Relator – Ministro JOSÉ MÚCIO MONTEIRO
ACÓRDÃO Nº 975/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII; 17,
inciso III; 143, inciso II; e 259, inciso II, do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em considerar
legal(ais) para fins de registro o(s) ato(s) de concessão a seguir relacionado(s), conforme os pareceres
emitidos nos autos:
1. Processo TC-002.404/2014-1 (APOSENTADORIA)
1.1. Interessado: Raimundo Cardoso Guimarães (084.102.591-68)
1.2. Unidade: Superintendência de Administração do Ministério da Fazenda no Estado de
Goiás
1.3. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 976/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII; 17,
inciso III; 143, inciso II; e 259, inciso II, do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em considerar legal
para fins de registro o ato de concessão a seguir relacionado, conforme os pareceres emitidos nos
autos:
1. Processo TC-004.366/2014-0 (APOSENTADORIA)
1.1. Interessada: Sabrina de Araújo Maiolino (185.761.841-68)
1.2. Unidade: Superior Tribunal de Justiça (STJ)
1.3. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
1.4. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da
Costa e Silva
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 977/2014 - TCU - 1ª Câmara
45
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII; 17,
inciso II; 143, inciso II; e 259, inciso I, do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em considerar
legal(ais) para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), conforme os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-002.581/2014-0 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Daniel Sartório Barbosa (029.570.901-47); Dijeison Tiago Rios
Nascimento (725.293.931-68); Rosandra Kelly Confessor de Azevêdo (883.748.401-10); Vitor Dutra
Freire (727.115.581-34)
1.2. Unidade: Superior Tribunal de Justiça - STJ
1.3. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 978/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, com
fundamento nos arts. 1º, inciso V, e 39, inciso I, da Lei nº 8.443/1992, c/c os arts. 1º, inciso VIII; 17,
inciso II; 143, inciso II; e 259, inciso I, do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em considerar
legal(ais) para fins de registro o(s) ato(s) de admissão de pessoal a seguir relacionado(s), conforme os
pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-003.845/2014-1 (ATOS DE ADMISSÃO)
1.1. Interessados: Alexandre Souto Favaretto (018.667.739-17); Ana Paula Souza da Silva
(701.502.812-34); Anderson Seiji Futami Kinoshita (332.657.438-02); Andre Luiz Graciano Alonso
(171.452.358-62); Arnaldo Ferreira Leite Burle Neto (054.519.944-12); Barbara Bicalhogomes
(052.096.046-75); Barbara Cristina de Oliveira Alves (045.453.557-06); Bruno Campelo Spencer Neto
(023.801.194-14); Bruno Lucio Fraga da Silva (040.073.226-27); Danielle Francisca Brainer Amorim
da Silva (667.201.843-34); Débora Brito Veloso Martins (617.941.043-72); Felipe Ramos da Silva
(104.716.987-84); Fernanda Amaral Sarno (797.962.495-53); Fernanda Medeiros Campos
(887.015.902-78); George Augusto Pereira de Moura (199.974.344-04); Geovanio Correia Brito
(739.308.655-72); Gleysonnoronha de Sousa (063.427.006-05); Ítalo Alves de Araujo Junior
(456.032.601-06); Jonathan dos Santos Lincher (013.435.176-21); Laysa Fernanda Farias Costa
(972.280.443-04); Leonardo Teles de Carvalho (045.305.526-59); Luciana Ettchegaray Mendes
(040.687.809-94); Magda Beatriz Oliveira Felix e Carvalho Faria (692.151.116-20); Mauro Kioshi
Takau Brino (310.055.618-69); Millena Wiese (918.348.809-04); Nelson D Abadia Gomes
(085.697.971-68); Octavio Luiz Rogante de Carvalho (071.719.886-35); Patrícia Pinto Alexandre
(908.528.502-04); Rafael Cheib Soares (052.247.796-85); Rafael Morais Rocha (013.684.536-35);
Roberto Luiz Barreto Ramos (383.366.343-04); Ronisclei Pereira de Araujo (797.220.913-87); Thales
Vinicius Santiago Bezerra (937.445.013-53); Wu Zhuofan (047.192.489-00)
1.2. Unidade: Secretaria da Receita Federal do Brasil
1.3. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
46
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
ACÓRDÃO Nº 979/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, com
fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso I; 17 e 23, inciso I, da Lei nº 8.443/1992, c/c os arts. 1º,
inciso I; 17, inciso I; 143, inciso I; e 207 do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em julgar as contas
abaixo relacionadas regulares, dar quitação plena aos responsáveis, e mandar adotar as seguintes
providências sugeridas nos pareceres emitidos nos autos:
1. Processo TC-038.717/2012-3 (PRESTAÇÃO DE CONTAS - Exercício: 2011)
1.1. Responsáveis: Bruno Figueiredo Roberto (730.804.381-91); Hermes Ferreira Barbosa
(036.461.574-53); João Berquimas de Andrade (086.147.414-72)
1.2. Unidade: Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no
Estado da Paraíba – SFA/PB
1.3. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
1.4. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Lucas Rocha Furtado
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - PB (SECEX-PB).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Cientificar a SFA/PB de que o rol de responsáveis deve ser apresentado apenas com o
superintendente e seus respectivos substitutos, conforme o art. 10 da IN TCU 63/2010;
1.8. Recomendar à SFA/PB que:
1.8.1. avalie a conveniência e a oportunidade de apresentar ao TCU o relatório de gestão
considerando a unidade como um todo, sem subdividi-lo de acordo com a estrutura organizacional
interna; e
1.8.2. implemente, no que for cabível, as oportunidades de melhoria reveladas pela análise
da gestão dos recursos renováveis e sustentabilidade ambiental;
1.9. Dar ciência das seguintes constatações à SecexAmb, observadas no processo de contas
anuais da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado da Paraíba,
relativo ao exercício de 2011, que, em princípio, demandam propostas de determinação com escopo
mais amplo para o órgão central, nos termos do art. 5º, § 1º, da Portaria Segecex nº 13/2011,
encaminhando cópia da instrução;
1.9.1. fragilidades relacionadas à vacinação de bovinos contra febre aftosa no Estado da
Paraíba; e
1.9.2. oportunidades de melhoria na comunicação entre as superintendências federais de
agricultura e a Caixa Econômica Federal, no tocante às fases e procedimentos para descentralização de
recursos por intermédio de contratos de repasse, bem como, aos municípios, dos possíveis objetos de
contratação por intermédio desses repasses.
ACÓRDÃO Nº 980/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, com
fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso I; 17 e 23, inciso I, da Lei nº 8.443/1992, c/c os arts. 1º,
inciso I; 17, inciso I; 143, inciso I; e 207 do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em julgar as contas
a seguir relacionadas regulares e dar quitação plena aos responsáveis, conforme os pareceres emitidos
nos autos:
1. Processo TC-046.599/2012-6 (PRESTAÇÃO DE CONTAS - Exercício: 2011)
1.1. Responsáveis: José Roberval Cabral da Silva Gomes (381.834.804-97); Marcos
Antônio da Rocha Vieira (034.472.944-34); Renata Fonseca de Gomes Pereira (105.046.338-21)
1.2. Unidade: Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Alagoas
47
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
1.3. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - AL (SECEX-AL).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 981/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, quanto
ao processo abaixo relacionado, com fundamento no art. 43, inciso I, da Lei nº 8.443/1992 c/c os arts.
143, inciso III; e 237 do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em conhecer da representação, para no
mérito considerá-la improcedente, arquivando-a e dando ciência à representante com o envio de cópia
da respectiva instrução, conforme os pareceres emitidos nos autos.
1. Processo TC-004.456/2014-9 (REPRESENTAÇÃO)
1.1. Representante: Procuradoria da República no Município de Pelotas - RS
1.2. Unidade: Prefeitura Municipal de Pelotas - RS
1.3. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
1.4. Representante do Ministério Público: não atuou
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - RS (SECEX-RS).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
ACÓRDÃO Nº 982/2014 - TCU - 1ª Câmara
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara, quanto
ao processo a seguir relacionado, com fundamento no art. 43, inciso I, da Lei nº 8.443/1992 c/c os arts.
143, inciso III; e 237, parágrafo único, do Regimento Interno/TCU, ACORDAM em conhecer da
representação, mas considerá-la prejudicada, ante a competência primária para apuração atribuída ao
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), arquivando-a, dando-se ciência ao
representante, com o envio de cópia da respectiva instrução, conforme os pareceres emitidos nos autos.
1. Processo TC-033.684/2013-8 (REPRESENTAÇÃO)
1.1. Representante: Prefeitura Municipal de Mostardas/RS
1.2. Unidade: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS)
1.3. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
1.4. Representante do Ministério Público: não atuou
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - RS (SECEX-RS).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
Ata n° 7/2014 – Primeira Câmara
Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária
RELAÇÃO Nº 4/2014 – 1ª Câmara
Relator – Ministro-Substituto WEDER DE OLIVEIRA
ACÓRDÃO Nº 983/2014 - TCU - 1ª Câmara
48
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira Câmara, na
forma do art. 143, V, 'e' do RI/TCU, combinado com o art. 183 parágrafo único do RI/TCU, e de
acordo com a proposta emitida pela Unidade Técnica, ACORDAM, por unanimidade, em prorrogar,
por 30 (trinta) dias, o prazo estabelecido para a Diretoria de Administração do Pessoal do Comando da
Aeronáutica no item 9.3 do Acórdão 138/2014 – TCU – 1ª Câmara (peça 21), a contar do término do
prazo inicialmente concedido.
1. Processo TC-009.273/2012-3 (PENSÃO CIVIL)
1.1. Interessados: Nadir Pontes Rodrigues (020.530.037-58); Rosana Pontes Rodrigues
(549.324.597-34).
1.2. Órgão: Diretoria de Administração do Pessoal do Comando da Aeronáutica.
1.3. Relator: Ministro-Substituto Weder de Oliveira.
1.4. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico.
1.5. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip).
1.6. Advogado constituído nos autos: não há.
1.7. Determinações/Recomendações/Orientações: não há.
Ata n° 7/2014 – Primeira Câmara
Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária
PROCESSOS EXCLUÍDOS DE PAUTA (de Relação):
Foram excluídos de pauta, ante requerimento dos respectivos Relatores, nos termos do
artigo 142 do Regimento Interno, os processos n°s 008.517/2005-2 (Ministro Walton Alencar
Rodrigues); e 016.867/2013-0 (Ministro José Múcio Monteiro).
PROCESSOS INCLUÍDOS EM PAUTA E APRECIADOS DE FORMA UNITÁRIA
Passou-se, em seguida, ao julgamento ou à apreciação dos processos adiante indicados, que
haviam sido incluídos na pauta, de forma unitária e organizada sob n° 7/2014, havendo a Primeira
Câmara aprovados os Acórdãos de n°s 984 a 1011, a seguir indicados. Os correspondentes Relatórios,
Votos ou Propostas de Deliberação, bem como os citados Acórdãos, se inserem no Anexo desta Ata
(Regimento Interno, artigos 17, 95, inciso VI, 134, 138, 141, §§ 1° a 7° e 10; e Resoluções TCU n°s
164/2003, 184/2005 e 195/2006):
ACÓRDÃO Nº 984/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 012.355/2011-9.
2. Grupo II – Classe de Assunto: I Embargos de Declaração (Aposentadoria)
3. Interessada/Embargante:
3.1. Interessada: Leonídia Laranjeiras Fernandes (113.366.685-04);
3.2. Embargante: Leonídia Laranjeiras Fernandes (113.366.685-04).
4. Órgão/Entidade: Superintendência Estadual da Funasa na Bahia.
5. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues
5.1. Relator da deliberação embargada: Ministro Walton Alencar Rodrigues.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira.
7. Unidade Técnica: não atuou.
8. Advogados constituídos nos autos: Valmir Floriano Vieira de Andrade – OAB/DF
49
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
26.778; Jonathan Menezes Lima – OAB/DF 36.933.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Embargos de Declaração opostos por
Leonídia Laranjeiras Fernandes, contra o Acórdão 8.484/2013-TCU- 1ª Câmara.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª
Câmara, reunidos em sessão da Primeira Câmara e ante as razões expostas pelo Relator, em:
9.1. com fundamento no artigo 34 da Lei 8.443/1992, conhecer dos Embargos de
Declaração para, no mérito, rejeitá-los;
9.2. nos termos do Enunciado 145 da Súmula de Jurisprudência do TCU, corrigir erro
material no seguinte trecho da alínea “a” do subitem 9.4.4 do Acórdão 8.484/2013-TCU-1ª Câmara, o
qual passa a ter a seguinte redação:
. onde se lê de “9/4/1974 a 9/3/1997”, leia-se “9/4/1974 a 9/3/1977”
9.3. dar ciência desta deliberação à embargante.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0984-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues
(Relator), Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
ACÓRDÃO Nº 985/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 003.935/2013-2.
2. Grupo I – Classe de Assunto: II (Tomada de Contas Especial)
3. Interessada/Responsáveis:
3.1. Interessada: Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do
Parnaíba (00.399.857/0001-26)
3.2. Responsáveis: Antônio José de Moura (439.406.683-20); Associação dos Pequenos
Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí-pi (07.094.413/0001-21).
4. Entidade: Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - PI (SECEX-PI).
8. Advogado constituído nos autos: Marcos Patrício Nogueira (OAB/PI 1973)
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada em
razão da omissão no dever de prestar contas do Convênio 7.93.06.0225/00,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª
Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em
9.1. declarar, com fundamento no art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992, a revelia da Associação
dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI e do Sr. Antônio José de
Moura, ex-presidente da entidade;
9.2. com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “a”, da Lei 8.443/1992 c/c
os arts. 19 e 23, inciso III, da mesma Lei, julgar irregulares as contas do Sr. Antônio José de Moura
(CPF 439.406.683-20) e da Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de
Santana do Piauí/PI (CNPJ 07.094.413/0001- 21), condenando-os, em solidariedade, ao pagamento da
50
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
quantia a seguir especificada, com a fixação do prazo de 15 (quinze) dias, a contar das notificações,
para comprovem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o
recolhimento da dívida aos cofres da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do
Parnaíba, atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculados a partir da data
discriminada, até a data do recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor.
VALOR ORIGINAL
(R$)
DATA DA
OCORRÊNCIA
140.888,02 1/10/2007
9.3. com fundamento no art. 57 da Lei 8.443/1992, aplicar ao Sr. Antônio José de Moura e
à Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI,
individualmente, multa no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), fixando-lhes o prazo de 15 (quinze)
dias, a contar das notificações, para que comprovem, perante o Tribunal, nos termos do art. 214, inciso
III, alínea “a”, do Regimento Interno do TCU, o recolhimento das dívidas ao Tesouro Nacional,
atualizadas monetariamente desde a data do presente Acórdão até a data dos efetivos recolhimentos, se
forem pagas após o vencimento, na forma da legislação em vigor;
9.4. autorizar, desde logo, com base no art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, a cobrança
judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações;
9.5. autorizar, caso solicitado, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 217 do
Regimento Interno do TCU, o parcelamento das dívidas em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais e
consecutivas, fixando-se o vencimento da primeira parcela em 15 (quinze) dias, a contar do
recebimento da notificação, e os demais a cada 30 (trinta) dias, devendo incidir sobre cada parcela,
atualizada monetariamente, os encargos legais devidos, na forma prevista na legislação em vigor;
9.6. encaminhar cópia deste Acórdão, acompanhado do Relatório e do Voto que o
fundamentam, à Procuradoria da República no Estado do Piauí, nos termos do art. 16, § 3º, da Lei
8.443/1992, aos responsáveis e à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do
Parnaíba.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0985-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
ACÓRDÃO Nº 986/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 003.961/2014-1.
2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil
3. Interessadas: Daniely Leite Costa (100.803.936-59); Marcela Leite da Costa
(100.803.946-20).
4. Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa
e Silva.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil deferida pelo Departamento
51
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Nacional de Obras Contra as Secas,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª
Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, inciso III, da
Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992,
em:
9.1. considerar ilegal o ato de concessão de interesse de Daniely Leite Costa e Marcela
Leite da Costa, recusando seu registro;
9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, pelas
interessadas, consoante o Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;
9.3. determinar ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas que:
9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta
deliberação, os pagamentos decorrentes do ato impugnado, sob pena de responsabilidade solidária da
autoridade administrativa omissa, consoante disposto nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e
262 do Regimento Interno desta Corte;
9.3.2. dê ciência do inteiro teor desta deliberação aos responsáveis legais por Daniely Leite
Costa e Marcela Leite da Costa, alertando-os de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de
eventuais recursos, caso não providos, não as exime da devolução dos valores indevidamente
percebidos após a notificação;
9.3.3. envie a esta Corte de Contas, no prazo de 30 (trinta) dias, por cópia, comprovante de
que os representantes legais das interessadas tiveram ciência desta deliberação;
9.4. determinar à Sefip que monitore cumprimento das medidas indicadas nos subitens
anteriores, representando a este Tribunal, caso necessário.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0986-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
ACÓRDÃO Nº 987/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 003.962/2014-8.
2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil
3. Interessada: Bruna Lacerda de Sousa (063.146.053-50).
4. Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil deferida pelo Departamento
Nacional de Obras Contra as Secas,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª
Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, inciso III, da
Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992,
em:
9.1. considerar ilegal o ato de concessão de interesse de Bruna Lacerda de Sousa,
52
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
recusando seu registro;
9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, pela
interessada, consoante o Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;
9.3. determinar ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas que:
9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta
deliberação, os pagamentos decorrentes do ato impugnado, sob pena de responsabilidade solidária da
autoridade administrativa omissa, consoante disposto nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e
262 do Regimento Interno desta Corte;
9.3.2. dê ciência do inteiro teor desta deliberação ao responsável legal por Bruna Lacerda
de Sousa, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais recursos,
caso não providos, não a exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a
notificação;
9.3.3. envie a esta Corte de Contas, no prazo de 30 (trinta) dias, por cópia, comprovante de
que o representante legal da interessada teve ciência desta deliberação;
9.4. determinar à Sefip que monitore cumprimento das medidas indicadas nos subitens
anteriores, representando a este Tribunal, caso necessário.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0987-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
ACÓRDÃO Nº 988/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 003.974/2014-6.
2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil
3. Interessado: Masxuel Silva Medeiros (085.437.374-86).
4. Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil deferida pelo Departamento
Nacional de Obras Contra as Secas,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª
Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, inciso III, da
Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992,
em:
9.1. considerar ilegal o ato de concessão de interesse de Masxuel Silva Medeiros,
recusando seu registro;
9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, pelo
interessado, consoante o Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;
9.3. determinar ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas que:
9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta
deliberação, os pagamentos decorrentes do ato impugnado, sob pena de responsabilidade solidária da
53
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
autoridade administrativa omissa, consoante disposto nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e
262 do Regimento Interno desta Corte;
9.3.2. dê ciência do inteiro teor desta deliberação ao responsável legal por Masxuel Silva
Medeiros, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais recursos,
caso não providos, não exime o beneficiário da devolução dos valores indevidamente percebidos após
a notificação;
9.3.3. envie a esta Corte de Contas, no prazo de 30 (trinta) dias, por cópia, comprovante de
que o representante legal do interessado teve ciência desta deliberação;
9.4. determinar à Sefip que monitore cumprimento das medidas indicadas nos subitens
anteriores, representando a este Tribunal, caso necessário.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0988-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
ACÓRDÃO Nº 989/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 003.975/2014-2.
2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil
3. Interessada: Otaciana Fontenelle dos Santos (036.911.223-70).
4. Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil deferida pelo Departamento
Nacional de Obras Contra as Secas,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª
Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, inciso III, da
Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992,
em:
9.1. considerar ilegal o ato de concessão de interesse de Otaciana Fontenelle dos Santos,
recusando seu registro;
9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, pela
interessada, consoante o Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;
9.3. determinar ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas que:
9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta
deliberação, os pagamentos decorrentes do ato impugnado, sob pena de responsabilidade solidária da
autoridade administrativa omissa, consoante disposto nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e
262 do Regimento Interno desta Corte;
9.3.2. dê ciência do inteiro teor desta deliberação ao responsável legal por Otaciana
Fontenelle dos Santos, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais
recursos, caso não providos, não a exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a
notificação;
54
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
9.3.3. envie a esta Corte de Contas, no prazo de 30 (trinta) dias, por cópia, comprovante de
que o representante legal da interessada teve ciência desta deliberação;
9.4. determinar à Sefip que monitore cumprimento das medidas indicadas nos subitens
anteriores, representando a este Tribunal, caso necessário.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0989-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
ACÓRDÃO Nº 990/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 004.713/2014-1.
2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil
3. Interessadas: Conceição dos Santos Luz (464.205.847-87); Ingrid Santos Luz
(120.859.067-70).
4. Entidade: Hospital Federal dos Servidores do Estado.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil deferida pelo Hospital Federal
dos Servidores do Estado,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª
Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, inciso III, da
Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992,
em:
9.1. considerar ilegal o ato de concessão de interesse de Conceição dos Santos Luz e Ingrid
Santos Luz, recusando seu registro;
9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, pelas
interessadas, consoante o Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;
9.3. determinar ao Hospital Federal dos Servidores do Estado que:
9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta
deliberação, os pagamentos decorrentes do ato impugnado, sob pena de responsabilidade solidária da
autoridade administrativa omissa, consoante disposto nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e
262 do Regimento Interno desta Corte;
9.3.2. emita e disponibilize no Sisac novo ato de pensão referente ao ex-servidor Durval
Pirez da Luz, excluindo da relação de beneficiários a menor sob guarda Ingrid Santos Luz;
9.3.3. dê ciência do inteiro teor desta deliberação à Sra. Conceição dos Santos Luz e ao
responsável legal por Ingrid Santos Luz, alertando-os de que o efeito suspensivo proveniente da
interposição de eventuais recursos, caso não providos, não os exime da devolução dos valores
indevidamente percebidos após a notificação;
9.3.4. envie a esta Corte de Contas, no prazo de 30 (trinta) dias, por cópia, comprovante de
que a Sra. Conceição dos Santos Luz e o responsável legal por Ingrid Santos Luz tiveram ciência desta
deliberação;
55
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
9.4. determinar à Sefip que monitore cumprimento das medidas indicadas nos subitens
anteriores, representando a este Tribunal, caso necessário.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0990-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
ACÓRDÃO Nº 991/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 008.573/2013-1.
2. Grupo I – Classe de Assunto: V - Aposentadoria
3.1. Interessados: Alvorino Postiglione de Vargas (102.417.870-68); Edeni da Silveira
Freitas (249.469.900-20); Ilo Santos da Silva (226.507.250-87); Manoel Medeiros (161.820.730-04).
4. Órgão/Entidade: Superintendência Estadual da Funasa no Estado do Rio Grande do Sul.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de processo de aposentadoria,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª
Câmara, diante das razões expostas pelo relator e com fundamento no inciso IX do art. 70 da
Constituição Federal e no art. 39 da Lei 8.443/1992, em:
9.1. julgar legais as concessões de aposentadoria a Alvorino Postiglione de Vargas e Ilo
Santos da Silva e determinar o registro dos atos de peças 3 e 5;
9.2. julgar ilegais as concessões de aposentadoria a Edeni da Silveira Freitas e Manoel
Medeiros e negar registro aos atos de peças 4 e 6;
9.3. dispensar a devolução dos valores indevidamente recebidos pelos interessados
mencionados no subitem anterior, nos termos do Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste
Tribunal;
9.4. determinar à Superintendência Estadual da Fundação Nacional de Saúde no Rio
Grande do Sul que adote as seguintes providências no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de
responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa:
9.4.1. dê ciência do inteiro teor desta deliberação a Edeni da Silveira Freitas e Manoel
Medeiros e faça juntar aos autos os comprovantes de notificação nos 15 (quinze) dias subsequentes;
9.4.2. após as devidas notificações, faça cessar os pagamentos realizados com base nos
atos ora impugnados;
9.4.3. encaminhe para apreciação deste Tribunal os atos de ILO SANTOS DA SILVA e
MANOEL MEDEIROS, registrados no Sistema Sisac sob números de controle (NC 10274936-04-
2010-000019-1) e (NC 10274936-04-2010-000020-5);
9.4.4. oriente o Sr. Edeni da Silveira Freitas sobre a possibilidade de optar por uma das
alternativas a seguir:
9.4.4.1. recolher a contribuição previdenciária relativa ao tempo rural necessário para o
implemento de 35 anos de tempo de contribuição até 15.12.1998, véspera da publicação da EC
20/1998, que passou a exigir idade mínima para a aposentadoria voluntária por tempo de contribuição;
56
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
9.4.4.2. retornar à atividade e se aposentar com base nas regras vigentes.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0991-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
ACÓRDÃO Nº 992/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 008.967/2013-0.
2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil
3. Interessados/Responsáveis:
3.1. Interessados: Andressa Pedrosa Gomes (006.550.092-05); Bruno Campos de Menezes
(016.478.256-79); Clelia Brasilia de Alarcon Vaz (234.916.800-00); Maria Betania Nunes da Silva
(529.921.604-15); Olivia Matildes Caldeira Cavalcante (237.062.016-15).
4. Órgão/Entidade: Ministério das Comunicações (vinculador).
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam de atos de concessão de pensão civil
instituídos em favor de Andressa Pedrosa Gomes, Bruno Campos de Menezes, Clelia Brasilia de
Alarcon Vaz, Maria Betania Nunes da Silva e Olivia Matildes Caldeira Cavalcante no âmbito do
Ministério das Comunicações;
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª
Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, e com fundamento no art. 71, incisos III e IX, da
Constituição Federal, arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei nº 8.443/92 e art. 262, § 2º, do
Regimento Interno, em:
9.1. considerar legais os atos de pensão instituídos em favor de Clelia Brasilia de Alarcon
Vaz (234.916.800-00), Maria Betania Nunes da Silva (529.921.604-15) e Olivia Matildes Caldeira
Cavalcante (237.062.016-15), determinando-se o correspondente registro;
9.2. considerar ilegais os atos de pensão instituídos em favor de Andressa Pedrosa Gomes
(006.550.092-05), na condição de pessoa designada até 21 anos, e Bruno Campos de Menezes
(016.478.256-79), na condição de menor sob guarda até 21 anos, negando-lhes o correspondente
registro;
9.3. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa- fé, nos termos
da Súmula TCU nº 106, em relação aos atos tidos por irregulares;
9.4. determinar à unidade jurisdicionada que adote medidas para:
9.4.1. dar ciência, no prazo de 15 (quinze) dias, do inteiro teor desta deliberação aos
interessados, alertando-os de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais recursos
não os exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva notificação, caso
esses não sejam providos;
9.4.2. fazer cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, o pagamento decorrente dos atos
considerados ilegais, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa;
57
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
9.4.3. encaminhar ao Tribunal, no prazo de 30 (trinta) dias contados da ciência da decisão,
documento apto a comprovar que os interessados tiveram conhecimento deste acórdão;
9.5. determinar à Sefip que adote medidas para monitorar o cumprimento do item 9.4 da
presente deliberação, representando ao Tribunal em caso de não atendimento.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0992-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
ACÓRDÃO Nº 993/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 016.194/2011-0.
2. Grupo II – Classe de Assunto: II (Tomada de Contas Especial)
3. Interessado/Responsáveis:
3.1. Interessado: Ministério da Saúde (vinculador) ()
3.2. Responsáveis: Cláudio Henrique Baetas Simas (577.531.132-91); Josué Medeiros
Rodrigues (486.821.102-10); Leocádio Olímpio Rodrigues (134.282.683-34); Mário Ferreira Garcia
(585.369.492-87).
4. Entidade: Prefeitura Municipal de Serrano do Maranhão - MA.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - MA (SECEX-MA).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada em
razão de irregularidades no Convênio 5416/2005, destinado à aquisição de uma unidade móvel de
saúde,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª
Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:
9.1. declarar a revelia dos Srs. Leocádio Olímpio Rodrigues, Cláudio Henrique Baetas
Simas, Josué Medeiros Rodrigues e Mário Ferreira Garcia, com fundamento no art. 12, § 3º, da Lei
8.443/1992;
9.2. excluir o Sr. Mário Ferreira Garcia da relação processual;
9.3. julgar irregulares as contas dos Srs. Leocádio Olímpio Rodrigues, ex-prefeito,
Cláudio Henrique Baetas Simas e Josué Medeiros Rodrigues, membros da comissão de licitação, com
fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “b”, 19 e 23, inciso III, da Lei Orgânica do
TCU;
9.4. aplicar aos Srs. Leocádio Olímpio Rodrigues, ex-prefeito, Cláudio Henrique Baetas
Simas e Josué Medeiros Rodrigues, membros da comissão de licitação, multas individuais nos valores
de R$ 10.000,00 (dez mil reais), R$ 6.000,00 (seis mil reais) e R$ 6.000,00 (seis mil reais),
respectivamente, com fundamento no art. 58, incisos I e II, da Lei 8.443/1992, fixando-lhes o prazo de
15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III,
alínea a, do Regimento Interno), o recolhimento dos valores ao Tesouro Nacional, atualizados
monetariamente desde a data do presente acórdão até a do efetivo pagamento, caso quitadas após o
vencimento, na forma da legislação em vigor;
58
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
9.5. autorizar, desde logo, com base no art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, a cobrança
judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações;
9.6. autorizar, caso solicitado, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 217 do
Regimento Interno do TCU, o parcelamento das dívidas em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais e
consecutivas, fixando-se o vencimento da primeira parcela em 15 (quinze) dias, a contar do
recebimento da notificação, e os demais a cada 30 (trinta) dias, devendo incidir sobre cada parcela,
atualizada monetariamente, os encargos legais devidos, na forma prevista na legislação em vigor;
9.7. alertar os responsáveis de que a falta de comprovação do recolhimento de qualquer
parcela importará o vencimento antecipado do saldo devedor, nos termos do § 2º do art. 217 do
Regimento Interno deste Tribunal;
9.8. remeter cópia deste Acórdão, acompanhado do Relatório e Voto que o fundamentam,
ao Ministério da Saúde, ao Tribunal de Contas do Estado do Maranhão e aos responsáveis.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0993-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
ACÓRDÃO Nº 994/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 016.209/2011-7.
2. Grupo II – Classe de Assunto: II (Tomada de Contas Especial)
3. Interessado/Responsáveis:
3.1. Interessado: Ministério da Saúde (vinculador) ()
3.2. Responsáveis: Luís Freitas Guimarães (270.434.013-72); Maria Rosa Reis Lago
(124.833.113-34).
4. Órgão/Entidade: Prefeitura Municipal de Cantanhede - MA.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo de Vries Marsico.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - MA (SECEX-MA).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada em
decorrência da não comprovação de despesas realizadas com recursos federais do Sistema Único de
Saúde (SUS) no município de Cantanhede/MA no período compreendido entre julho de 2006 e junho
de 2007,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª
Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em
9.1. declarar a revelia do Sr. Luís Freitas Guimarães (270.434.013-72), com fundamento
no art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992;
9.2. julgar irregulares as contas do Sr. Luís Freitas Guimarães (270.434.013-72) e da Sra.
Maria Rosa Reis Lago (124.833.113-34), com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alíneas
“b” e “c”, da Lei 8.443/1992, condenando-os solidariamente ao pagamento das quantias a seguir
especificada, com a fixação do prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem,
perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento das dívidas
aos cofres do Fundo Nacional de Saúde, atualizadas monetariamente e acrescidas dos juros de mora,
59
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
calculados a partir das datas discriminadas, até a data do recolhimento, na forma prevista na legislação
em vigor:
Data Valor (R$)
04/07/2006 5.448,59
31/07/2006 5.448,59
04/09/2006 5.515,13
14/09/2006 1.600,00
15/09/2006 1.521,50
15/09/2006 1.168,50
19/09/2006 2.200,00
03/10/2006 5.515,13
13/11/2006 5.515,13
30/11/2006 2.118,00
04/12/2006 5.515,13
27/12/2006 5.515,13
12/02/2007 5.515,13
13/03/2007 5.921,71
10/04/2007 7.370,87
04/06/2007 5.457,88
16/08/2006 12.433,00
21/09/2006 1.362,00
31/10/2006 7.963,45
10/05/2007 13.500,00
03/07/2006 105.447,03
17/07/2006 2.803,99
18/07/2006 38.546,25
31/07/2006 66.900,00
17/08/2006 19.646,25
04/09/2006 88.603,00
18/09/2006 2.804,98
22/09/2006 22.000,00
03/10/2006 86.468,75
20/10/2006 41.939,54
31/10/2006 69.333,20
23/11/2006 41.939,54
04/12/2006 66.900,00
19/12/2006 41.568,75
21/12/2006 85.800,00
16/02/2007 108.468,75
29/03/2007 28.600,00
29/03/2007 15.000,00
04/04/2007 67.568,75
60
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
24/04/2007 25.000,00
25/04/2007 16.568,75
03/05/2007 66.900,00
25/05/2007 22.668,75
04/06/2007 87.420,00
11/06/2007 5.950,00
14/06/2007 22.650,90
20/07/2007 87.391,65
9.3. aplicar individualmente multa, no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), ao Sr. Luís
Freitas Guimarães (270.434.013-72) e à Sra. Maria Rosa Reis Lago (124.833.113-34), com
fundamento no art. 57 da Lei 8.443/1992, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da
notificação, para que comprovem, perante o Tribunal, nos termos do art. 214, inciso III, alínea “a”, do
Regimento Interno do TCU, o recolhimento das dívidas ao Tesouro Nacional, atualizadas
monetariamente desde a data do presente Acórdão até a data do efetivo recolhimento, se forem pagas
após o vencimento, na forma da legislação em vigor;
9.4. autorizar, desde logo, com base no art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, a cobrança
judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações;
9.5. autorizar, caso solicitado, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 217 do
Regimento Interno do TCU, o parcelamento das dívidas em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais e
consecutivas, fixando-se o vencimento da primeira parcela em 15 (quinze) dias, a contar do
recebimento da notificação, e os demais a cada 30 (trinta) dias, devendo incidir sobre cada parcela,
atualizada monetariamente, os encargos legais devidos, na forma prevista na legislação em vigor;
9.6. alertar os responsáveis de que a falta de comprovação do recolhimento de qualquer
parcela importará o vencimento antecipado do saldo devedor, nos termos do § 2º do art. 217 do
Regimento Interno deste Tribunal;
9.7. remeter cópia deste Acórdão, acompanhado do Relatório e do Voto que o
fundamentam, ao Ministério da Saúde, ao Município de Cantanhede/MA e à Procuradoria da
República no Estado do Maranhão, nos termos do § 3º do art. 16 da Lei nº 8.443/1992.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0994-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
ACÓRDÃO Nº 995/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 019.238/2013-4.
2. Grupo I – Classe de Assunto: II – Tomada de Contas Especial
3. Interessados/Responsáveis:
3.1. Responsáveis: Damara Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. (03.360.543/0001-
08); Jorge José de Melo (357.859.937-91).
4. Órgão/Entidade: Entidades/órgãos do Governo do Estado de São Paulo.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - SP (SECEX-SP).
61
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
8. Advogado constituído nos autos: Glecio Rogério Silva Mariano Alves, OAB 281.819/SP
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada devido
à omissão no dever de prestar contas dos recursos captados para a realização do projeto “Roteiro
Cultural da Cachaça”, cadastrado no Programa Nacional de Apoio à Cultura do Ministério da Cultura,
nos termos da Lei 8.313/1991 (Lei Federal de Incentivo à Cultura),
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª
Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:
9.1. julgar irregulares as contas do Sr. Jorge Jose de Melo e da empresa Damara Produções
Jornalísticas e Culturais Ltda. ME, condenando-os, solidariamente, ao pagamento da quantia abaixo
relacionada, com a incidência dos devidos encargos legais, calculados a partir da data correspondente
até o efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor, nos termos dos arts. 1°, inciso I, 16, inciso
III, alínea “a”, 19 e 23, inciso III, da Lei 8.443/1992:
Valor original (R$) Data da ocorrência
364.019,00 23/12/2005
9.2. fixar o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data da notificação, para que os
responsáveis de que trata o subitem anterior comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento das
referida quantia aos cofres do Fundo Nacional de Cultura, nos termos do art. 23, inciso III, alínea “a”,
da Lei 8.443/1992 c/c o art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno do TCU (RI/TCU);
9.3. aplicar ao Sr. Jorge Jose de Melo e à empresa Damara Produções Jornalísticas e
Culturais Ltda. ME, individualmente, a pena de multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992, no valor
de R$ 30.000,00 (trinta mil reais);
9.4. fixar o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data da notificação, para que os
responsáveis de que trata o subitem anterior comprovem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea
“a”, do RI/TCU), o recolhimento das referidas quantias ao Tesouro Nacional, atualizadas
monetariamente a partir do dia seguinte ao do término do prazo estabelecido, até a data do efetivo
recolhimento, na forma da legislação em vigor;
9.5. autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações, nos
termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992;
9.6. autorizar, desde já, caso venha a ser solicitado, o parcelamento das dívidas em até 36
(trinta e seis) parcelas mensais, nos termos do art. 217 do RI/TCU, com a incidência sobre cada parcela
dos devidos encargos legais até o efetivo pagamento, esclarecendo que a falta de pagamento de
qualquer parcela importará no vencimento antecipado do saldo devedor (§ 2º do art. 217 do RI/TCU);
9.7. encaminhar cópia deste acórdão, acompanhado do relatório e voto que o
fundamentam, à Procuradoria da República no Estado de São Paulo, nos termos do art. 16, § 3º, da Lei
8.443/1992.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0995-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
ACÓRDÃO Nº 996/2014 – TCU – 1ª Câmara
62
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
1. Processo nº TC 030.667/2012-7.
2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil
3. Interessadas: Maria Izabel Mendonça Pessoa (079.986.554-02); Mariana Mendonça
Pessoa (079.986.544-30).
4. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - MOSSORÓ/RN - INSS/MPS.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa
e Silva.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de processo de pensão civil,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª
Câmara, diante das razões expostas pelo relator e com fundamento no inciso IX do art. 70 da
Constituição Federal e no art. 39 da Lei 8.443/1992, em:
9.1. julgar ilegal a concessão de pensão civil a Maria Izabel Mendonça Pessoa e Mariana
Mendonça Pessoa e negar registro ao ato de peça 2;
9.2. dispensar a devolução dos valores indevidamente recebidos pelas interessadas, nos
termos do Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;
9.3. determinar à Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social que adote as
seguintes providências no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de responsabilidade solidária da
autoridade administrativa omissa:
9.3.1. dê ciência do inteiro teor desta deliberação às interessadas e faça juntar aos autos os
comprovantes de notificação nos 15 (quinze) dias subsequentes;
9.4.2. após as devidas notificações, faça cessar os pagamentos realizados com base no ato
ora impugnado.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0996-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
ACÓRDÃO Nº 997/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 003.959/2014-7.
2. Grupo I – Classe V – Pensão Civil.
3. Interessada: Mylena Aciole Casado dos Anjos (CPF 012.994.144-19).
4. Unidade: Superintendência de Administração do Ministério da Fazenda no Estado de
Alagoas.
5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira.
7. Unidade Técnica: Sefip.
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
63
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam de pensão civil instituída por ex-
servidora da Superintendência de Administração do Ministério da Fazenda no Estado de Alagoas.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da
1ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, e com fundamento no art. 71, incisos III e IX, da
Constituição Federal, arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei nº 8.443/1992, art. 262, caput, do
Regimento Interno desta Corte, e Súmula TCU nº 106, em:
9.1. considerar ilegal a concessão de pensão civil a Mylena Aciole Casado dos Anjos,
recusando o registro;
9.2. dispensar a interessada do ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-
fé;
9.3. determinar à unidade jurisdicionada que adote medidas para:
9.3.1. fazer cessar, no prazo de quinze dias, os pagamentos decorrentes do ato considerado
ilegal, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa;
9.3.2. dar ciência, no prazo de quinze dias, do inteiro teor desta deliberação à beneficiária,
alertando-a de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais recursos perante o
TCU não a exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a notificação, caso esses
não sejam providos;
9.3.3. encaminhar ao Tribunal, no prazo de trinta dias contados da ciência da decisão,
documento apto a comprovar que a interessada teve conhecimento do acórdão;
9.4. determinar à Sefip que adote medidas para monitorar o cumprimento da determinação
relativa à cessação dos pagamentos decorrentes da concessão considerada ilegal, representando ao
TCU em caso de não atendimento.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0997-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
ACÓRDÃO Nº 998/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC-004.753/1999-2
1.1. Apensos: TC-003.059/2002-8, TC-008.430/2000-8, TC-004.548/2002-6, TC-
006.075/2000-9, TC-002.796/2000-9, TC-005.368/2002-2, TC-002.569/2002-7, TC-004.565/2000-0 e
TC-012.079/1999-52. Grupo II, Classe I – Embargos de Declaração (Recurso de Reconsideração em
Tomada de Contas, exercício de 1998)
3. Embargantes: Márcia Valéria Antoun Rocha Spacenkopf (ex-diretora-geral, CPF
363.458.577-34) e espólio de Martinho Álvares da Silva Campos (ex-presidente, CPF 003.846.237-00)
4. Unidade: Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro (TRE/RJ)
5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
5.1 Relator da deliberação recorrida: Ministro José Múcio Monteiro
6. Representante do Ministério Público: não atuou
7. Unidade Técnica: não atuou
8. Advogados constituídos nos autos: Fernanda Fernandes Spinelli (OAB/RJ 141.580),
Leonardo Camargo (OAB/RJ 88.992), Paulo Gustavo Loureiro Ouricuri (OAB/RJ 88.063) e Claudio
Mareio de Brito Moreira (OAB/RJ 88.980)
9. Acórdão:
64
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas ordinárias em que se
examinam, nesta fase, embargos de declaração opostos ao Acórdão 457/2014 – 1ª Câmara.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª
Câmara, com base no art. 34 da Lei 8.443/1992, e ante as razões expostas pelo Relator, em:
9.1 conhecer dos embargos de declaração opostos por Márcia Valéria Antoun Rocha
Spacenkopf e pelo espólio de Martinho Álvares da Silva Campos para, no mérito, rejeitá-los;
9.2 dar ciência desta deliberação aos embargantes.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0998-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
ACÓRDÃO Nº 999/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC-007.957/2009-8
2. Grupo I, Classe de Assunto I - Recurso de Reconsideração
3. Recorrente: Jabes Sousa Ribeiro (ex-prefeito, CPF 036.789.465-34)
4. Unidade: Prefeitura Municipal de Ilhéus/BA
5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
5.1. Relator da deliberação recorrida: Ministro-Substituto Weder de Oliveira
6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa
e Silva
7. Unidades Técnicas: Secex/BA e Serur
8. Advogados constituídos nos autos: Josuelito de Sousa Britto (OAB/BA 13.224),
Reginaldo Araujo Lino (OAB/BA 644-B) e Abelardo Pereira Palma Neto (OAB/BA 14.830)
9. ACÓRDÃO:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam, nesta fase, de recurso de
reconsideração contra o Acórdão nº 4924/2013-1ª Câmara.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª
Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, e com fundamento nos arts. 32 e 33 da Lei nº
8.443/1992, em:
9.1. conhecer do recurso de reconsideração interposto por Jabes Sousa Ribeiro para, no
mérito, dar-lhe provimento, a fim de tornar nulo o Acórdão nº 4924/2013-1ª Câmara;
9.2. encaminhar o processo ao Relator original, para o saneamento da fase de citação e
preparação de novo julgamento da tomada de contas especial; e
9.3. dar ciência deste acórdão ao recorrente.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0999-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
65
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
ACÓRDÃO Nº 1000/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC-010.668/2004-6
2. Grupo II - Classe I - Embargos de Declaração (em Recurso de Reconsideração)
3. Embargante: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE)
4. Unidade: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE)
5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
5.1. Relator da deliberacao recorrida: Ministro José Múcio Monteiro
6. Representante do Ministério Público: não atuou
7. Unidade Técnica: não atuou
8. Advogados constituídos nos autos: Gustavo Persch Holzach (OAD/DF 21.403), Valéria
Trezza (OAB/SP 153.020), Maria Laura Brandão Canineu (OAB/SP 253.938), Daniela D’Ambrosio
(OAB/SP 155.883), Guilherme Amorim Campos da Silva (OAB/SP 130.183), Mariana Villela
(OAB/SP 335.141), e Thiago Lopes Ferraz Donnini (OAB/SP 235.247)
9. ACÓRDÃO:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos em que se examinam, nesta fase processual,
embargos de declaração opostos pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) contra o
Acórdão 455/2014-1ª Câmara, por meio do qual foi dado provimento parcial a recurso de
reconsideração interposto pelo ora embargante contra o Acórdão 4374/2009-1ª Câmara.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da
1ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, nos termos dos arts. 32, inciso II, e 34 da Lei
8.443/1992, em:
9.1. conhecer dos embargos de declaração, para, no mérito, rejeitá-los;
9.2. dar ciência desta deliberação ao embargante.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1000-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
ACÓRDÃO Nº 1001/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC-019.005/2010-5
2. Grupo I, Classe I – Recurso de Reconsideração (em Tomada de Contas Especial)
3. Recorrente: Antonio Cesar de Schoucair Jambeiro (ex-prefeito, CPF 050.010.485-91)
4. Unidade: Prefeitura Municipal de Saubara/BA
5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
5.1. Relator da deliberação recorrida: Ministro-Substituto Weder de Oliveira
6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin
7. Unidades Técnicas: Secex/BA e Serur
8. Advogados constituídos nos autos: Marcelo Liberato de Matos (OAB/BA 13.791) e
Alisson Demósthenes Lima de Souza (OAB/BA 16.464)
9. Acórdão:
66
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial em que se
examina, nesta fase do processo, recurso de reconsideração interposto contra o Acórdão 4.455/2012 –
1ª Câmara.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª
Câmara, com base nos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei nº 8.443/1992, e ante as razões expostas pelo
Relator, em:
9.1 conhecer do recurso de reconsideração interposto por Antonio Cesar de Schoucair
Jambeiro, negando-lhe provimento;
9.2 dar ciência desta deliberação ao recorrente.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1001-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
ACÓRDÃO Nº 1002/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 019.288/2013-1
2. Grupo I - Classe II - Tomada de Contas Especial
3. Responsável: Delcy Siloé Fiori Gabana (CPF 312.614.000-97)
4. Unidade: Ministério da Cultura (MinC)
5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
6. Representante do Ministério Público: Procuradora Cristina Machado da Costa e Silva
7. Unidade Técnica: Secex/RS
8. Advogados constituídos nos autos: Roberto Rebés Abreu (OAB/RS 26.964) e Francisco
Fogaça Damiani (OAB/RS 87.018)
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo
Ministério da Cultura, em razão da omissão no dever de prestar contas de recursos captados na forma
da Lei de Incentivo à Cultura, para aplicação no Projeto Pronac 05-6548, que tinha por finalidade a
realização de espetáculos musicais em sete municípios do Rio Grande do Sul, no âmbito do projeto
“Caravana Musical da Serra Gaúcha”.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª
Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, e com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso III,
alíneas “a”, “b” e “c”; 19, caput; 23, inciso III; 28, inciso II; e 57 da Lei 8.443/1992, c/c os arts. 202,
§ 6º; 214, inciso III, alíneas “a” e “b”; 215 e 216 do Regimento Interno do TCU, em:
9.1. julgar irregulares as contas de Delcy Siloé Fiori Gabana e condená-la ao pagamento
das quantias abaixo especificadas, fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação,
para comprovar, perante o Tribunal, o recolhimento da dívida aos cofres do Fundo Nacional de Cultura
(FNC), acrescida da correção monetária e dos juros de mora calculados a partir das respectivas datas
até a do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor:
Data Valor - R$
31/3/2006 80.000,00
28/4/2006 70.000,00
30/6/2006 70.000,00
67
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
31/7/2006 20.000,00
31/8/2006 30.000,00
9.2. aplicar a Delcy Siloé Fiori Gabana multa no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais),
fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprove, perante o
Tribunal, o recolhimento da quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente da
data do presente acórdão até a do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da
legislação em vigor;
9.3. autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendida a notificação;
9.4. encaminhar cópia deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, à
Procuradoria da República no Estado do Rio Grande do Sul, para as medidas que entender cabíveis.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1002-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
ACÓRDÃO Nº 1003/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 022.085/2009-8
2. Grupo II – Classe III – Monitoramento (em Pensão Civil)
3. Responsável: Wagner de Oliveira Reis (CPF 970.196.405-59, Chefe do Serviço de
Administração do INSS em Salvador/BA)
3.1. Interessados: Delmir de Abreu Farias (CPF 110.081.805-72), Josefina Leitão Farias
(CPF 252.102.115-68) e Nilton de Abreu Farias (CPF 431.914.605-00)
4. Unidade: Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em Salvador/BA
5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin
7. Unidade Técnica: Sefip
8. Advogado constituído nos autos: não há
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam de monitoramento acerca do
cumprimento das determinações constantes do Acórdão nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara, que
considerou ilegais as pensões civis de interesse de Delmir de Abreu Farias, Josefina Leitão Farias e
Nilton de Abreu Farias, em razão da inclusão da vantagem do art. 184, inciso II, da Lei nº 1.711/1952
no cálculo dos proventos do instituidor, aposentado por invalidez, sem contar com 35 anos de serviço
para fazer jus ao acréscimo de 20% que era assegurado ao ocupante da última classe da carreira.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da
1ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, e com fundamento no art. 243 do Regimento Interno,
em:
9.1. acolher as razões de justificativa apresentadas pelo responsável e considerar cumpridas
as determinações contidas no Acórdão nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara;
9.2. arquivar o presente processo.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1003-07/14-1.
68
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
ACÓRDÃO Nº 1004/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 027.153/2012-6
2. Grupo II - Classe II - Tomada de Contas Especial
3. Responsáveis: Ruy Santos Carvalho (CPF 087.480.202-49), ex-Superintendente Federal
de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado do Amapá (SFA/AP); Luiz Carlos Pinheiro
Borges (CPF 388.588.272-87), ex-Superintendente-Substituto; Associação dos Pecuaristas do Amapá -
Aspa (CNPJ 05.828.309/0001-98); e Gilberto Firmino Martins (CPF 271.039.602- 59), ex-Presidente
da Aspa
4. Unidade: Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado
do Amapá (SFA/AP)
5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira
7. Unidade Técnica: Secex/AP
8. Advogados constituídos nos autos: Wagner Advogados Associados (OAB/AP 054) e
Davi Ivã Martins da Silva (OAB/AP 1648-A)
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada em
cumprimento ao Acórdão 4.787/2012 - TCU - 1ª Câmara, proferido no TC 004.911/2012-1, que tratou
de representação formulada por interventor da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento no Estado do Amapá (SFA/AP) sobre irregularidades nos termos de cooperação técnica
formalizados, nos exercícios de 2009 e 2010, entre a SFA/AP e a Associação dos Pecuaristas do
Amapá (Aspa).
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª
Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, em:
9.1. excluir Luiz Carlos Pinheiro Borges da relação processual;
9.2. julgar irregulares as contas de Ruy Santos Carvalho, com fundamento nos arts. 1º,
inciso I; 16, inciso III, alínea “b”; 19, Parágrafo único; 23, inciso III; 28, inciso II; e 58, inciso I, da Lei
8.443/1992, c/c os arts. 202; 214, inciso III, alíneas “a” e “b”; 215 e 216 do Regimento Interno do
TCU, e aplicar-lhe multa individual no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), fixando-lhe o prazo de
quinze dias, a contar da notificação, para que comprove, perante o Tribunal, o recolhimento da quantia
aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente da data do presente acórdão até a do
efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;
9.3. julgar irregulares as contas de Gilberto Firmino Martins e da Associação dos
Pecuaristas do Amapá - Aspa, com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 12, § 3º; 16, inciso III, alíneas “a”
e “d”, e § 2º, da Lei 8.443/1992;
9.4. condenar, solidariamente, Gilberto Firmino Martins e a Associação dos Pecuaristas do
Amapá - Aspa, com fundamento nos arts. 16, § 2º; 19, caput, 23, inciso III; e 28, inciso II, da Lei
8.443/1992, c/c os arts. 202; 214, inciso III, alíneas “a” e “b”; 215 e 216 do Regimento Interno do
TCU, ao pagamento das quantias de R$ 22.149,81 (vinte e dois mil, cento e quarenta e nove reais e
oitenta e um centavos) e R$ 233.588,10 (duzentos e trinta e três mil, quinhentos e oitenta e oito reais e
dez centavos), em valores originais, respectivamente, de 04/05/2010 e 22/04/2011, fixando-lhes o
prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal, o
recolhimento das dívidas aos cofres do Tesouro Nacional, acrescidas da correção monetária e dos juros
69
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
de mora calculados, a partir das referidas datas até a do efetivo recolhimento, na forma da legislação
em vigor;
9.5. aplicar multa individual a Gilberto Firmino Martins e à Associação dos Pecuaristas do
Amapá - Aspa, no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), com fundamento nos arts. 19, caput, e
57 da Lei 8.443/1992, c/c os arts. 202; 214, inciso III, alíneas “a” e “b”; 215 e 216 do Regimento
Interno do TCU, fixando-lhes o prazo de quinze dias, a contar da notificação, para que comprovem,
perante o Tribunal, o recolhimento da quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada
monetariamente da data do presente acórdão até a do efetivo recolhimento, se for paga após o
vencimento, na forma da legislação em vigor;
9.6. autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações;
9.7. encaminhar cópia deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, à
Procuradoria da República no Estado do Amapá, para as medidas que julgar cabíveis.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1004-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
ACÓRDÃO Nº 1005/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 003.118/2012-6.
2. Grupo II – Classe II – Assunto: Tomada de Contas Especial.
3. Interessado/Responsáveis:
3.1. Interessado: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
3.2. Responsáveis: Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima e Lúcia de Fátima Pontes da
Silva.
4. Entidade: Município de Panelas/PE.
5. Relator: Ministro-Substituto Weder de Oliveira.
6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Lucas Rocha Furtado.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo em Pernambuco (Secex-PE).
8. Advogado constituído nos autos: Gilberto Santos Júnior (OAB/PE 17108) e outro - peça
20 e Adolfo Maia Ferreira Tavares (OAB/DF 10.514) e outros - peça 1/pág. 121.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação contra o sr. Carlos Frederico de Lemos Moreira
Lima, ex-prefeito, em razão da “impugnação de despesas executadas com os recursos repassados à
Prefeitura Municipal de Panelas/PE, por intermédio do Programa de Apoio à Educação de Jovens e
Adultos — PEJA, e do Programa Nacional de Apoio à Alimentação Escolar — PNAE, ambos no
exercício de 2005”.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da
Primeira Câmara, diante das razões expostas pelo relator, em:
9.1. arquivar a presente tomada de contas especial com fundamento no art. 212 do RI/TCU
c/c art. 7º, II, da IN TCU 71/2012;
9.2. dar ciência desta deliberação aos responsáveis, ao Município de Panelas/PE e ao
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação;
9.3. encerrar o presente processo.
70
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1005-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira (Relator).
ACÓRDÃO Nº 1006/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 006.530/2013-3.
2. Grupo I – Classe II - Assunto: Tomada de Contas Especial.
3. Interessado/Responsável:
3.1. Interessado: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - (FNDE)
3.2. Responsável: Ramon dos Santos (206.765.735-68).
4. Entidade: Município de Malhada de Pedras/BA.
5. Relator: Ministro-Substituto Weder de Oliveira.
6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo na Bahia (Secex-BA).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação em razão da omissão no dever de prestar contas da
aplicação dos recursos federais repassados para atender ações do Programa Nacional de Alimentação
Escolar (PNAE), relativamente ao exercício de 2004.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira
Câmara, ante as razões expostas pelo relator, em:
9.1. considerar revel para todos os efeitos, com fundamento no art. 12, § 3º, da Lei
8.443/1992, o sr. Ramon dos Santos, ex-prefeito do município de Malhada de Pedras/BA;
9.2. julgar irregulares as contas do sr. Ramon dos Santos, com fundamento nos arts. 1º, I, e
16, III, 'a' e 'c', da Lei 8.443/1992 c/c os arts. 19, caput, e 23, III, da mesma Lei e com os arts. 209, III e
§ 3º, 210 e 214, III, do RI/TCU, e condená-lo ao pagamento das quantias abaixo indicadas, atualizadas
monetariamente e acrescidas de juros de mora calculados a partir das respectivas datas de ocorrência
até a data do efetivo recolhimento, fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para
que comprove, perante este Tribunal (art. 214, III, 'a', do RI/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres
da Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, na forma da legislação em vigor:
Valor (R$) Data da
ocorrência
6.700,20 26/2/2004
6.700,20 23/3/2004
6.700,20 27/4/2004
6.700,20 25/5/2004
13.400,40 6/8/2004
7.731,00 31/8/2004
7.731,00 23/9/2004
7.731,00 29/10/2004
7.731,00 26/11/2004
71
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
9.3. aplicar ao sr. Ramon dos Santos a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992, no
valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação,
para que comprove, perante este Tribunal (art. 214, III, 'a', do RI/TCU), o recolhimento da dívida aos
cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do presente acórdão até a do
efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;
9.4. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, II, da Lei 8.443/1992, a cobrança judicial
das dívidas;
9.5. encaminhar cópia desta deliberação à Procuradoria da República no Estado da Bahia,
nos termos do art. 16, § 3º, da Lei 8.443/1992;
9.6. dar ciência desta deliberação ao FNDE e ao responsável.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1006-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira (Relator).
ACÓRDÃO Nº 1007/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 008.313/2009-5.
2. Grupo II – Classe II – Assunto: Tomada de Contas Especial
3. Interessado/Responsáveis:
3.1. Interessado: Fundo Nacional de Saúde - MS (00.530.493/0001-71)
3.2. Responsáveis: José Mendes Neto (041.495.805-53); Santa Casa de Misericórdia de
Feira de Santana/BA (13.227.038/0001-43).
4. Órgão: Ministério da Saúde.
5. Relator: Ministro-Substituto Weder de Oliveira.
6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo na Bahia (Secex-BA).
8. Advogado constituído nos autos: Adessil Fernandes Guimarães (OAB/BA 6010).
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo
Fundo Nacional de Saúde (FNS), em razão da omissão no dever de prestar contas relativamente ao
convênio 1690/2003, celebrado entre o Ministério da Saúde e a Santa Casa de Misericórdia de Feira de
Santana/BA (Hospital Dom Pedro de Alcântara).
ACORDAM os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira
Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:
9.1. acolher parcialmente as alegações de defesa apresentadas pela Santa Casa de
Misericórdia de Feira de Santana/BA (Hospital Dom Pedro de Alcântara);
9.2. considerar revel, para todos os efeitos, o sr. José Mendes Neto, dando-se
prosseguimento ao processo, com fundamento no art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992;
9.3. julgar irregulares as contas do sr. José Mendes Neto, com base no art. 16, III, ‘a’ da
Lei 8.443/1992, condenando-o ao pagamento das quantias a seguir especificadas, atualizadas
monetariamente e acrescidas dos juros de mora, calculados desde as datas indicadas, até a efetiva
quitação do débito, fixando-lhe o prazo de 15 (quinze dias), a contar da notificação, para que
comprove, perante o Tribunal, (214, III, ‘a’, do RI/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres do
Fundo Nacional de Saúde, na forma da legislação em vigor;
72
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Valor (R$) Data
227.492,03 16/4/2004
500.000,00 21/5/2004
9.4. aplicar ao sr. José Mendes Neto a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992, no valor
de R$ 100.000,00 (cem mil reais), fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para
que comprove, perante o Tribunal (art. 214, III, ‘a’, do RI/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres
do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do presente acórdão até a data do efetivo
recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;
9.5. autorizar, desde já, nos termos do art. 28, II, da Lei 8.443/1992, a cobrança judicial das
dívidas;
9.6. remeter cópia desta deliberação à Procuradoria da República no Estado da Bahia, em
cumprimento ao disposto no art. 16, § 3º, da Lei 8.443/1992.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1007-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira (Relator).
ACÓRDÃO Nº 1008/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 028.397/2010-0.
1.1. Apenso: 022.170/2013-8.
2. Grupo I – Classe II – Assunto: Tomada de Contas Especial.
3. Interessado/Responsáveis:
3.1. Interessado: Ministério do Desenvolvimento Agrário.
3.2. Responsáveis: Associação Nacional de Pequenos Agricultores – Anpa
(05.032.702/0001-70); Charles Reginatto (024.613.179-92).
4. Órgão: Ministério do Desenvolvimento Agrário.
5. Relator: Ministro-Substituto Weder de Oliveira.
6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa
e Silva.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo da Agricultura e do Meio Ambiente
(SecexAmbiental).
8. Advogado constituído nos autos: Ricardo Luis Silva da Silva (OAB/RS 25779), peça 18.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo
Ministério do Desenvolvimento Agrário em virtude da não comprovação da aplicação de recursos
repassados à Associação Nacional de Pequenos Agricultores por intermédio do convênio 193/2005;
ACORDAM os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira
Câmara, diante das razões expostas pelo relator, em:
9.1. considerar revel, para todos os efeitos, o sr. Charles Reginatto, dando-se
prosseguimento ao processo, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992;
9.2. rejeitar as alegações de defesa apresentadas pela Associação Nacional de Pequenos
Agricultores (Anpa);
9.3. julgar irregulares as contas do sr. Charles Reginatto e da Associação Nacional de
Pequenos Agricultores (Anpa), com base no art. 16, III, “c”, da Lei 8.443/1992, e condená-los,
73
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
solidariamente, ao pagamento do débito de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), atualizados
monetariamente e acrescidos de juros de mora calculados a partir de 19/1/2006 até a data do efetivo
recolhimento, fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprovem,
perante o Tribunal (art. 214, III, “a”, do RI/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro
Nacional, na forma da legislação em vigor:
9.4. aplicar, individualmente, ao sr. Charles Reginatto e à Associação Nacional de
Pequenos Agricultores (Anpa) a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 267 do RI/TCU,
no valor de R$ 70.000,00 (setenta mil reais), fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da
notificação, para que comprovem, perante o Tribunal (art. 214, III, “a”, do RI/TCU), o recolhimento da
dívida aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do presente acórdão
até a do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;
9.5. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, II, da Lei nº 8.443/1992, a cobrança
judicial das dívidas;
9.6. remeter cópia desta deliberação ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e à
Procuradoria da República no Distrito Federal.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1008-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira (Relator).
ACÓRDÃO Nº 1009/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo n.º TC 004.339/2013-4.
2. Grupo II – Classe de Assunto V – Pensão Civil.
3. Interessada: Marli de Carvalho Souza (CPF: 659.151.606-97), pensionista de Jurandir
Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-87).
4. Entidade: Universidade Federal de Itajubá - MEC.
5. Relator: Ministro Valmir Campelo.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil instituída no âmbito da
Universidade Federal de Itajubá.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da
Primeira Câmara, diante das razões expostas pelo relator, e com fundamento no inciso III do art. 71 da
Constituição Federal, combinado com os arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443/1992, e,
ainda, com o art. 260, § 1º, do Regimento Interno/TCU, em:
9.1. considerar legal a pensão civil instituída por Jurandir Pereira Duarte (CPF:
154.217.596-87), em favor de Marli de Carvalho Souza (CPF: 659.151.606-97), concedendo o
registro ao ato correspondente, nº de controle 10450300-05-2002-000009-1;
9.2. determinar à Universidade Federal de Itajubá que, no prazo de 30 (trinta) dias,
encaminhe ato de alteração da pensão civil instituída por Jurandir Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-
87), fazendo incluir, entre os beneficiários, a senhora Amélia Lucas (CPF: 450.243.166-49), conforme
informações obtidas no Siape, informando à Universidade que, em cada ato de alteração de pensão
74
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
civil submetido ao TCU, devem constar todos os eventuais beneficiários ainda ativos;
9.3. enviar cópia deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, à
Universidade Federal de Itajubá.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1009-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Walton Alencar Rodrigues (na Presidência), Valmir Campelo
(Relator), Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
ACÓRDÃO Nº 1010/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC-013.881/2013-2.
2. Grupo I – Classe de Assunto V – Aposentadoria.
3. Interessado: Marçal da Rocha Coutinho (CPF: 162.523.496-15).
4. Entidade: Universidade Federal de Minas Gerais - MEC.
5. Relator: Ministro Valmir Campelo.
6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de aposentadoria concedida no âmbito da
Universidade Federal de Minas Gerais, ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União,
reunidos em sessão da Primeira Câmara, diante das razões expostas pelo relator, e com fundamento
nos incisos III e IX do art. 71 da Constituição Federal, combinados com os arts. 1º, inciso V, 39, inciso
II, e 45, caput, da Lei nº 8.443/1992, e ainda com os arts. 260, § 1º, e 262, caput, do Regimento
Interno/TCU, em:
9.1. considerar ilegal a aposentadoria de Marçal da Rocha Coutinho (CPF: 162.523.496-
15), negando registro ao ato correspondente, nº de controle 10791701-04-2004-000585-1, em razão
do não cumprimento dos requisitos exigidos para inativação com fundamento no art. 40, inciso III,
alínea “a”, da Constituição Federal, em sua redação original;
9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé (Súmula
106 do TCU);
9.3. determinar à Universidade Federal de Minas Gerais que, no prazo de 15 (quinze) dias:
9.3.1. faça cessar os pagamentos decorrentes do ato considerado ilegal, sob pena de
responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa, até eventual emissão de novo ato,
escoimado da irregularidade identificada no presente processo, a ser submetido à apreciação do TCU,
nos termos do item 9.3.3;
9.3.2. oriente o interessado no sentido de que poderá optar por:
9.3.2.1. providenciar o recolhimento das contribuições previdenciárias relativas ao período
faltante para implemento do tempo para obtenção da aposentadoria nos moldes atuais (com proventos
integrais, aos trinta e cinco anos de serviço, conforme art. 40, inciso III, alínea “a”, da Constituição
Federal, em sua redação original); ou
9.3.2.2. permanecer aposentado pela proporção mínima (30/35 avos), com fundamento no
art. 40, inciso III, alínea “c”, da Constituição Federal, em sua redação original, ressaltando que, nesta
hipótese, não fará jus ao acréscimo de 20% previsto no art. 184, inciso II, da Lei nº 1.711/1952, nem
ao adicional de que cuida o art. 192, inciso II, da Lei nº 8.112/1990;
75
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
9.3.3. uma vez realizada a opção de que trata o item anterior, providencie o
encaminhamento, pelo sistema Sisac, de novo ato de concessão de aposentadoria, livre da falha
detectada;
9.3.4. dê ciência do inteiro teor desta deliberação, bem como do relatório e voto que a
fundamentam, ao interessado, esclarecendo-lhe que o efeito suspensivo proveniente da eventual
interposição de recurso não o exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a
notificação sobre o presente acórdão, em caso de não provimento do recurso porventura impetrado;
9.3.5. encaminhe ao TCU comprovante sobre a data em que o interessado tomou
conhecimento do contido no item anterior;
9.3.6. comunique ao TCU as medidas adotadas;
9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal que monitore o cumprimento das
diretrizes ora endereçadas à Universidade Federal de Minas Gerais;
9.5. enviar cópia deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, à
Universidade Federal de Minas Gerais.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1010-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Walton Alencar Rodrigues (na Presidência), Valmir Campelo
(Relator), Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
ACÓRDÃO Nº 1011/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo: TC-017.836/2008-8.
2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil.
3. Interessados: Eduardo Blanques da Silva (CPF 058.867.097-97), menor sob guarda,
Vinicius da Silva Cruz (CPF 058.867.067-71), menor sob guarda, e Salvadora Paulino Tomas (CPF
102.665.867-59), companheira, pensionistas de Antonio Lisboa de Oliveira (CPF 020.085.807-68).
4. Órgão: Núcleo Estadual do Ministério da Saúde/RJ.
5. Relator: Ministro Valmir Campelo.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip).
8. Advogado constituído nos autos: Pedro Paulo da C. Oliveira (OAB/RJ 71.783).
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de concessão de pensão civil, ACORDAM os
Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara, diante das razões
expostas pelo relator, e com fundamento nos incisos III e IX do art. 71 da Constituição Federal,
combinados com os arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45, caput, da Lei 8.443/1992, e ainda com os
arts. 260, § 1º, e 262, caput, do Regimento Interno/TCU, em:
9.1. considerar ilegal a pensão civil instituída por Antonio Lisboa de Oliveira (CPF
020.085.807-68), em favor de Eduardo Blanques da Silva (CPF 058.867.097-97), menor sob guarda,
Vinicius da Silva Cruz (CPF 058.867.067-71), menor sob guarda, e Salvadora Paulino Tomas (CPF
102.665.867-59), companheira, e negar o registro do ato correspondente, número de controle
10802690-05-2005-000048-6, em razão da concessão do benefício a menor sob guarda, sem amparo
legal, consoante entendimento firmado no Acórdão nº 2.515/2011 – Plenário, bem como em face do
pagamento concomitante das vantagens bienal e adicional por tempo de serviço, com a utilização do
76
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
mesmo tempo de trabalho para fundamentá-las, em desacordo com a jurisprudência predominante do
Tribunal, consolidada na Súmula-TCU nº 267;
9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé (Súmula
106 do TCU);
9.3. determinar ao Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado do Rio de Janeiro
que, no prazo de 15 (quinze) dias:
9.3.1. faça cessar os pagamentos decorrentes do ato considerado ilegal, sob pena de
responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa, até a emissão de novo ato, livre das
irregularidades constatadas no presente processo, a ser submetido à apreciação do TCU, observada a
orientação expedida no item seguinte;
9.3.2. notifique a beneficiária Salvadora Paulino Tomas (CPF 102.665.867-59), no sentido
de optar por uma das duas gratificações (adicional por tempo de serviço ou adicional bienal), fazendo
as retificações pertinentes ou, na hipótese de não haver manifestação da interessada no prazo de 15
(quinze) dias, exclua a parcela referente ao ATS;
9.3.3. cientifique os interessados do inteiro teor desta deliberação, bem como do relatório e
voto que a fundamentam, esclarecendo-lhes que o efeito suspensivo proveniente de eventual
interposição de recursos não os exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a
notificação sobre este acórdão, em caso de não provimento do recurso porventura impetrado;
9.3.4. encaminhe ao TCU comprovante sobre a data em que os interessados tomaram
conhecimento do contido no item anterior;
9.4. determinar à Sefip que monitore o cumprimento das diretrizes ora endereçadas ao
Núcleo Estadual do Ministério da Saúde/RJ;
9.5. enviar cópia deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, ao
Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado do Rio de Janeiro.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1011-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Walton Alencar Rodrigues (na Presidência), Valmir Campelo
(Relator), Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
PROCESSOS EXCLUÍDOS DE PAUTA (unitários):
Foram excluídos de pauta, ante requerimento dos respectivos Relatores, nos termos do
artigo 142 do Regimento Interno, os processos n°s 010.234/2013-6 (Ministro Valmir Campelo);
011.496/2012-6 e 020.856/2010-5 (Ministro Benjamim Zymler); 027.689/2008-4 (Ministro José
Múcio Monteiro); e, ante requerimento oral do Relator, Ministro-Substituto Weder de Oliveira, no
transcorrer da sessão, foi excluído, ainda, o processo n° 017.125/2013-8.
Foram proferidas, sob a Presidência do Ministro Walton Alencar Rodrigues, as
Deliberações quanto aos processos relatados pelo Presidente, Ministro Valmir Campelo.
ENCERRAMENTO
A Presidência deu por encerrados os trabalhos da Primeira Câmara, às quinze horas e
cinquenta e cinco minutos e eu, Francisco Costa de Almeida, Subsecretário da Primeira Câmara, lavrei
e subscrevi a presente Ata que, depois de aprovada, será assinada pela Presidência.
77
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
FRANCISCO COSTA DE ALMEIDA
Subsecretário da Primeira Câmara
Aprovada em 24 de março de 2014.
VALMIR CAMPELO
Presidente
ANEXO DA ATA Nº 7, DE 18 DE MARÇO DE 2014
(Sessão Ordinária da Primeira Câmara)
PROCESSOS INCLUÍDOS EM PAUTA (UNITÁRIOS)
Relatórios, Votos ou Propostas de Deliberação emitidos pelos respectivos Relatores, bem
como os Acórdãos aprovados de nºs 984 a 1011 (Regimento Interno, artigos 17, 95, inciso VI, 138,
140, 141, §§ 1º a 7º e 10; e Resoluções TCU n°s 164/2003, 184/2005 e 195/2006).
GRUPO II – CLASSE I – Primeira Câmara
TC 012.355/2011-9
Natureza: Embargos de Declaração (em Aposentadoria)
Órgão/Entidade: Superintendência Estadual da Funasa na Bahia
Embargante: Leonídia Laranjeiras Fernandes (113.366.685-04).
Advogados constituídos nos autos: Valmir Floriano Vieira de Andrade – OAB/DF 26.778;
Jonathan Menezes Lima – OAB/DF 36.933.
SUMÁRIO: APOSENTADORIA. APROVEITAMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO
PRESTADO JUNTO A PREFEITURAS MUNICIPAIS, SEM A COMPROVAÇÃO DO EFETIVO
VÍNCULO ESTATUTÁRIO OU LABORAL. ILEGALIDADE E RECUSA DE REGISTRO.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONHECIMENTO. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO.
NEGATIVA DE PROVIMENTO. CORREÇÃO DE ERRO MATERIAL. CIÊNCIA
RELATÓRIO
Cuidam os autos de Embargos de Declaração opostos por Leonídia Laranjeiras Fernandes,
contra o Acórdão 8.484/2013-TCU-1ª Câmara, cujo teor da parte dispositiva, no que interessa ao
exame destes autos, é a seguir transcrito:
“VISTOS, relatados e discutidos estes autos em que se apreciam atos de aposentadoria de
servidores da Superintendência Estadual da Fundação Nacional de Saúde no Estado da Bahia,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª
Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, inciso III, da
Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992,
em:
9.1. considerar ilegal e recusar o registro ao ato de concessão de aposentadoria de
Leonídia Laranjeiras Fernandes;
(...)
78
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
9.3. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, pelas
interessadas cujos atos foram considerados ilegais, consoante o Enunciado 106 da Súmula de
Jurisprudência deste Tribunal;
9.4. determinar à Superintendência da Fundação Nacional de Saúde no Estado da Bahia
que:
9.4.1. cesse, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta deliberação,
os pagamentos decorrentes dos atos impugnados, sob pena de responsabilidade solidária da
autoridade administrativa omissa, consoante disposto nos artigos 71, inciso IX, da Constituição
Federal e 262 do Regimento Interno desta Corte;
9.4.2. dê ciência do inteiro teor desta deliberação a Leonídia Laranjeiras Fernandes e a
(...), alertando-as de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais recursos, caso
não providos, não as exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação;
9.4.3. envie a esta Corte de Contas, no prazo de 30 (trinta) dias, cópia do comprovante de
que as interessadas tiveram ciência desta deliberação;
9.4.4. oriente a ex-servidora Leonídia Laranjeiras Fernandes que poderá adotar uma das
seguintes opções:
a) caso queira permanecer aposentada com base no artigo 40, inciso III, alínea “c”, da
Constituição Federal (redação original), cujos proventos estão sendo pagos na proporção de 28/30
avos, deverá comprovar o tempo de serviço prestado às prefeituras de Bom Jesus da Lapa/BA e de
Riacho de Santana/BA, nos períodos de 22/3/1971 a 11/2/1974 e de 9/4/1974 a 9/3/1997,
respectivamente, mediante a apresentação de certidões emitidas por entes de direito público interno
nas quais estejam especificados os atos e/ou portaria de provimento e de vacância, com suas
respectivas publicações, bem como o regime jurídico a que o servidor foi submetido, se estatutário ou
celetista. Em se tratando de regime celetista o documento hábil para a averbação do tempo de serviço
é a certidão expedida pelo Instituto Nacional do Seguro Social;
b) retornar à atividade e se aposentar com base nas regras vigentes;
(...)
9.8. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que realize o
monitoramento das medidas exaradas nos subitens 9.4.1, 9.4.2 e 9.4.2 deste acórdão.”
Em preliminar, a embargante suscita decadência da deliberação que considerou ilegal e
negou registro ao ato de concessão de aposentadoria, com fundamento no artigo 54 da Lei 9.784/1999,
tendo em vista o transcurso de mais de 5 (cinco) entre a data de emissão do título de inatividade e a
data da decisão embargada.
Quanto ao mérito, alega existência de omissão no acórdão vergastado por não haver
apreciado os seguintes argumentos apresentados pela defesa, todos relacionados à comprovação do
tempo de serviço prestado junto às prefeituras de Bom Jesus da Lapa/BA e Riacho de Santanta/BA:
- presunção de legitimidade das certidões emitidas pela Administração, a demonstrar a
prestação dos serviços públicos nos períodos questionados;
- ausência de culpa da beneficiária diante da remota hipótese de não comprovação do
recolhimento das contribuições previdenciárias pelas Administrações municipais contratantes;
- cumprimento dos requisitos necessários à concessão da aposentadoria à época da vigência
do ato de inatividade, conforme artigo 40, inciso III, alínea “c”, § 3º, da CF/88 (redação original),
artigo 4º da Emenda Constitucional 20, de 15/12/1998, c/c os artigos 52, 53 e 96, inciso IV, da Lei
8.213/1991 (antes da alteração promovida pela Lei 9.528/1997), sobretudo quanto ao tempo de
serviço;
- inexigibilidade de tempo de contribuição para as aposentadorias no serviço público cujos
requisitos foram implementados antes da vigência da Emenda Constitucional 20/1998, conforme
interpretação do artigo 160, § 15, do Regulamento da Previdência Social (Decreto 3.048/1999, alterado
pelo Decreto 6.722/2008).
79
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
A interessada aponta ainda a ocorrência de erro material no subitem 9.4.4 do acórdão
guerreado em que consta tempo de serviço prestado à Prefeitura de Riacho de Santana/BA no período
de 9/4/1974 a 9/3/1997, quando o correto, de acordo com os documentos constantes dos autos, é o
período de 9/4/1974 a 9/3/1977.
Em epílogo, a embargante requer o conhecimento e acolhimento dos Embargos de
Declaração a fim de serem sanadas as omissões, corrigido erro material, impressos efeitos
modificativos, considerado legal e ordenado registro ato de aposentadoria.
O Ministério Público junto ao TCU, em oitiva regimental (peça 54), manifestou-se
favorável à correção de erro material na alínea “a” do subitem 9.4.4 do Acórdão 8.484/2013-TCU-1ª
Câmara, relativo ao tempo de serviço a ser comprovado pela interessada junto à Prefeitura de Riacho
de Santana/BA, da seguinte forma:
- onde se lê de “9/4/1974 a 9/3/1997”, leia-se “9/4/1974 a 9/3/1977”.
É o Relatório.pp
VOTO
Com fundamento nos artigos 32, inciso II, e 34 da Lei 8.443/1993, conheço dos Embargos
de Declaração opostos por Leonídia Laranjeiras Fernandes, contra o Acórdão 8.484/2013-TCU-1ª
Câmara.
Inicialmente, afasto a preliminar de decadência do direito de o Tribunal de Contas da
União impugnar ato de concessão de aposentadoria pelo transcurso do prazo de cinco anos entre a data
da vigência do ato de inatividade e a data de julgamento pelo TCU que o considerou ilegal e lhe negou
registro, tendo como fundamento o artigo 54 da Lei 9.784/1999.
Dada a natureza de atos complexos, as aposentadorias somente se aperfeiçoam no mundo
jurídico com o julgamento pela legalidade e registro pelo TCU, razão pela qual o mero decurso de
período quinquenal desde a emissão pelo órgão de origem não pode obstaculizar o exercício do mister
constitucional conferido pelo Tribunal de Contas da União (artigo 71, inciso III, da Constituição
Federal).
A Lei 9.784/1999, invocada pela embargante, estabelece normas básicas sobre o processo
administrativo no âmbito da Administração Pública Federal Direta e Indireta, sendo inaplicável ao
controle externo de titularidade do Congresso Nacional e exercido com o auxílio do Tribunal de
Contas da União, cujo substrato jurídico é de índole constitucional.
Nos termos da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o longo lapso entre a edição
do ato e sua apreciação por parte do TCU não converte a concessão ilegal em legal, gerando apenas a
necessidade de instauração do contraditório e da ampla defesa para a validade do processo, na hipótese
de o ato haver ingressado no Tribunal há mais de cinco anos (MS-25.116, MS-25.403, MS-25.343,
MS-27.296, entre outros).
Nessa vereda, a partir do Acórdão 587/2011-Plenário foi novo procedimento relativo aos
atos sujeitos a registro. Diante de evidência que possa conduzir ao julgamento pela ilegalidade e
negativa de registro do ato de concessão, é assegurado aos beneficiários a oportunidade do uso das
garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa, sempre que transcorrido o período de
cinco anos contados da sua disponibilização na Corte de Contas.
No caso vertente, tendo a concessão de aposentadoria de Leonídia Laranjeiras Fernandes
sido protocolizada no Tribunal há mais de cinco anos da sua emissão pelo órgão de origem, foi
assegurada à beneficiária ampla defesa e contraditório, oportunidade em que a interessada deduziu
seus argumentos de defesa, os quais foram analisados pela Unidade Técnica e pelo TCU antes do
julgamento ora embargado.
80
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Ademais, em razão do julgamento tardio do ato de concessão cuja causa não foi imputada à
embargante, o Tribunal, mais uma vez, em homenagem ao princípio da segurança jurídica, dispensou o
ressarcimento das importâncias indevidamente percebidas pela ex-servidora mesmo diante da
ilegalidade da aposentadoria, nos termos do Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência do TCU.
Quanto ao mérito, não assiste razão à embargante quanto à existência de omissão.
A instrução da Secretaria de Fiscalização de Pessoal, parcialmente perfilhada por este
Relator, transcreveu os argumentos alinhados pela defesa e, ao examiná-los, expôs claramente as
razões pelas quais o ato deveria ser considerado ilegal:p
“Ato de LEONIDIA LARANJEIRAS FERNANDES
18. Cabe esclarecer de início que o ato constante do presente processo será analisado em
conjunto com o ato de alteração da interessada sob número de controle 10545123-04-2012-000046-4
que não foi juntado no presente processo porque aguarda parecer do Controle Interno.
19. O órgão de origem não registrou no formulário do Sisac o fundamento legal da
concessão da aposentadoria. Entretanto, constatamos que no Sistema Siape foi registrado que a
aposentadoria foi concedida na modalidade voluntária, com proventos proporcionais, com
fundamento no artigo 40, inciso III, alínea “c”, da Constituição Federal (redação original).
20. O Controle Interno emitiu parecer pela ilegalidade, visto que não foi comprovado o
recolhimento das contribuições previdenciárias dos tempos de serviço prestados à Prefeitura
Municipal de Bom Jesus da Lapa e à Prefeitura Municipal de Riacho de Santana, nos períodos de
22/3/1971 a 11/2/1974 e de 9/4/1974 a 9/3/1997, respectivamente, que foram averbados para fins de
aposentadoria.
21. Em um primeiro momento e uma vez que o ato tinha dado entrada neste Tribunal há
mais de 5 (cinco) anos, além de realizar diligência junto ao órgão de origem, foi promovida a oitiva
da interessada (conforme determina o Acórdão nº 587/2011 – Plenário) para que apresentasse as
alegações que entendessem cabíveis, tendo em vista essa irregularidade detectada pelo Controle
Interno (Ofícios constantes nas peças 1 e 3).
22. Em resposta à diligência, o órgão de origem encaminhou o Ofício nº
440/SEREH/SOCAD/SUEST-BA, de 16 de abril de 2013, que foi juntado na peça 11. Nesse
documento, o órgão de origem enviou o Mapa de Apuração de Tempo de Serviço (onde se constatou a
averbação do tempo de 5 anos, 9 meses e 26 dias, prestados à Prefeitura Municipal de Bom Jesus da
Lapa e à Prefeitura Municipal de Riacho de Santana, nos períodos de 22/3/1971 a 11/2/1974 e de
9/4/1974 a 9/3/1997, respectivamente, que foram averbados para fins de aposentadoria.
23. Já em resposta a essa oitiva, a interessada encaminhou os documentos que foram
juntados nas peças 10 e 13. Nesses documentos, a servidora apresentou as seguintes alegações, in
verbis:
“a) que a redação original do artigo 40 da Constituição Federal estatuía que o servidor
público seria aposentado, voluntariamente, em função do tempo de serviço, que corresponde à
aposentadoria concedida à requerente;
b) que o disposto no § 3º, do artigo 40, da CF, em sua redação original, era bastante claro
no sentido de que o tempo de serviço público municipal seria computado integralmente para efeitos de
aposentadoria, sem qualquer necessidade de haver correspondente contribuição previdenciária;
c) que na data da concessão da aposentadoria (20/2/1998) a legislação então vigente
assegurava ao servidor público o cômputo de “tempo de serviço” público municipal para efeitos de
aposentadoria;
d) que somente a partir da EC 41/2003 passou a viger no ordenamento jurídico
constitucional brasileiro a norma que condiciona a concessão de aposentadoria à efetiva
81
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
“contribuição do respectivo ente público” em proveito do qual o trabalhador tenha empregado sua
força de trabalho;
e) que a regra estatuída pelo Decreto nº 6.722/2008, que modificou o Decreto nº
3.048/1999, passou a viger norma que possibilita uma melhor compreensão das mudanças pela quais
passou a legislação brasileira acerca do direito à aposentadoria assegurando aos servidores
públicos;
f) a redação do § 15 do artigo 130 do supramencionado decreto não deixa espaço para
dúvidas acerca do fato de que, o TEMPO DE SERVIÇO cumprido até 15/12/1998 será contado como
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO, denotando que, em relação ao tempo de serviço cumprido até a
referida data, não se exigirá a comprovação de efetiva contribuição, tanto assim que o referido
período será computado como TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO;
g) por fim, a averbação do tempo de serviço prestado às prefeituras de Bom Jesus da Lapa
e Riacho de Santana se deu mediante estrita observância da legislação vigente ao tempo da concessão
da aposentadoria da requerente. Desse modo, que se declare a inexistência de qualquer
irregularidade no ato de concessão da aposentadoria da requerente.”
24. Todavia, em um segundo momento, e após nova análise do ato, esta Unidade Técnica
constatou que havia jurisprudência deste Tribunal que admitia a averbação de tempo de serviço
prestado em prefeituras, quando não homologadas pelo INSS. Nesse caso, seria necessário comprovar
a efetiva prestação dos serviços por intermédio de documentos, como atos de nomeação e de
exoneração, fichas financeiras, carteira funcional, dentre outros. Assim, as certidões emitidas por
entes de direito público interno são documentos aptos a comprovar o tempo de serviço prestado por
parte do servidor, desde que especificados os atos de provimento e vacância, com o indicativo de suas
publicações, além do regime a que foram submetidos, tudo extraído dos registros constantes de seus
assentamentos funcionais e de suas fichas financeiras (Acórdãos 3.504/2010 – 2ª Câmara, 3285/2010
– 2ª Câmara, 3309/2010 – 1ª Câmara, 2917/2006 – 1ª Câmara).
25. Após essa constatação, realizou-se nova oitiva da interessada com vistas a apresentar
os seguintes documentos (Ofício constante na peça 21):
a) a certidão de tempo de serviço estiver acompanhada dos atos e/ou portarias de
nomeação ou de admissão e de exoneração ou dispensa, com suas respectivas publicações, bem como
informar o regime jurídico em que o serviço foi prestado, se estatutário ou celetista; ou
b) a certidão de tempo de serviço da prefeitura estiver acompanhada de certidão emit ida
pelo INSS homologando os tempos averbados.
26. Esse novo ofício de oitiva foi recebido pela interessada em 30/7/2013, conforme consta
na peça 27. A despeito de ter recebido essa nova oitiva com novo conteúdo, a interessada encaminhou
a mesma defesa já apresentada anteriormente (peça 29).
27. Dos argumentos apresentados pela servidora, podemos sintetizar que ela quer
demonstrar que a exigência de contribuição previdenciária somente seria devida para tempos
averbados depois de 15/12/1998, com a edição da EC 20/1998, que passou a exigir tempo de
contribuição para fins de aposentadoria. Uma vez que a vigência de sua aposentadoria de seu antes
da vigência dessa norma, somente deveria ser exigido tempo de serviço, conforme normas vigentes.
28. Essa alegação não está em harmonia com o entendimento deste Tribunal citado acima,
que somente admite a averbação de tempo de serviço prestado em prefeituras para fins de
aposentadoria, quando não homologadas pelo INSS, se a certidão de tempo de serviço estiver
acompanhada de documentos aptos a comprovar o tempo de serviço prestado por parte do servidor,
que são os atos de provimento e vacância, com o indicativo de suas publicações, além do regime a que
foram submetidos, tudo extraído dos registros constantes de seus assentamentos funcionais e de suas
fichas financeiras.
29. A certidão de tempo de serviço emitida pelas Prefeituras Municipal de Bom Jesus da
Lapa e de Riacho não especifica os atos de provimento e vacância, com o indicativo de suas
publicações, além do regime a que a servidora foi submetida.
82
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
30. Assim, como esse tempo não foi homologado pelo INSS, ele não deveria ser averbado
para fins de aposentadoria, conforme jurisprudência deste Tribunal citada acima.
31. Desse modo, o tempo de serviço prestado às prefeituras de Bom Jesus da Lapa e de
Riacho de Santana, nos períodos de 22/3/1971 a 11/2/1974 e de 9/4/1974 a 9/3/1997, respectivamente,
no total de 5 anos, 9 meses e 26 dias, deveria ser desconsiderado para fins de aposentadoria.
32. Com a exclusão desse tempo de serviço para fins de aposentadoria e acréscimo do
tempo de 11 meses e 23 dias de tempo insalubre (prestado durante o regime celetista, com aplicação
do fator multiplicativo de 1,4 – Acórdão nº 2008/2006-Plenário), que consta no ato de alteração sob
número de controle 10545123-04-2012-000046-4, a interessada contaria com o tempo de 22 anos, 4
meses e 4 dias, o que seria insuficiente para se aposentar na proporção mínima (25/30). Portanto, o
ato deve ser considerado ILEGAL.”
No voto condutor da deliberação embargada, apresentei os seguintes fundamentos para
considerar o ato de concessão ilegal e lhe negar o registro:
“Examinam-se atos de concessão de aposentadoria dos ex-servidores da Superintendência
da Fundação Nacional de Saúde no Estado da Bahia, José Jorge Oliveira, Leonídia Laranjeiras
Fernandes e Marina Souza Silva (peças 32, 33 e 34).
Todos os títulos iniciais de inatividade, emitidos antes da vigência da Emenda
Constitucional nº 20, de 15/12/1998, contemplam averbação de tempo de serviço prestado pelos ex-
servidores junto a Prefeituras Municipais, o qual não teria sido homologado pelo Instituto Nacional
do Seguro Social – INSS, conforme descrito no quadro abaixo:
Ex-servidor
Data da
Emissão do Ato
de
Aposentadoria
Tempo de Serviço
prestado em
Prefeituras
Total de tempo
José Jorge de Oliveira 13/08/1997 1/5/1967 a
5/10/1971
4 anos, 5 meses e
7 dias
Leonídia Laranjeiras
Fernandes
25/02/1998 22/3/1971 a
11/2/1974 e
9/4/1974 a 9/3/1977
5 anos, 9 meses e
26 dias
Marina Souza Silva 30/05/1995 5/3/1964 a
31/12/1965
1 ano, 9 meses e
27 dias
Em situações da espécie, a jurisprudência majoritária deste Tribunal tem admitido as
certidões emitidas por entes de direito público interno desde que haja a especificação dos atos e/ou
portaria de provimento e de vacância, com suas respectivas publicações, bem como o regime jurídico
a que o servidor foi submetido, se estatutário ou celetista. Em se tratando de regime celetista o
documento hábil para a averbação do tempo de serviço é a certidão expedida pelo Instituto Nacional
do Seguro Social (Acórdãos 19/2003, 6691/2009, 2815/2010, 3504/2010, 5901/2010, 2584/2011,
Segunda Câmara, e, 1390/2008, 5672/2009, 3309/2010, Primeira Câmara).
A exigência tem uma razão fundamental e deriva da necessidade de preservação dos
princípios da legalidade e da moralidade administrativas ao coibir o aproveitamento, para fins de
aposentadoria pública, de tempo de serviço não efetivamente prestado. Não se pode olvidar que a
averbação de tempo de serviço inexistente agrava o déficit do regime previdenciário do servidor
público e onera, em última instância, o próprio contribuinte que arca com o desequilíbrio das contas
públicas.
83
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
No caso vertente, os atos de concessão não foram acompanhados dos comprovantes de
vínculo laboral ou estatutário entre os servidores e os órgãos municipais durante os respectivos
tempos de serviços declarados, a ensejar pronta impugnação. Todavia, considerando que as fichas
concessórias deram entrada neste Tribunal há mais de 5 anos, todos os interessados foram
convocados a se manifestar sobre tais lacunas, nos termos do Acórdão 587/2011 – TCU - Plenário.
Em suas razões, nenhum dos interessados logrou evidenciar o efetivo tempo de serviço
prestado junto às Prefeituras Municipais, nas condições exigidas pela jurisprudência deste Tribunal.
Expurgado os tempos de serviço não comprovados, restaria configurada a seguinte situação:
(...)
Leonídia Laranjeiras Fernandes
O ato inicial aposentadoria foi concedido na modalidade voluntária, com proventos
proporcionais (27/30), com fundamento no artigo 40, inciso III, alínea “c”, da Constituição Federal
(redação original).
Com a exclusão do período questionado e acréscimo do tempo de 11 meses e 23 dias de
tempo insalubre (prestado durante o regime celetista, com aplicação do fator multiplicativo de 1,4 –
Acórdão nº 2008/2006-Plenário), que consta no ato de alteração sob número de controle 10545123-
04-2012-000046-4, a interessada contaria com o tempo de 22 anos, 4 meses e 4 dias, o que seria
insuficiente para se aposentar na proporção mínima (25/30).
Nem mesmo o cômputo de tempo de inatividade anterior à data da vigência da Emenda
Constitucional nº 20/1998 seria suficiente para completar os requisitos mínimos de aposentadoria,
não podendo, assim, ser aplicado do Enunciado 74 da Súmula de Jurisprudência do TCU.
Logo, o ato de aposentadoria de Leonídia Laranjeiras Fernandes deve ser julgado ilegal e
negado o competente registro.
(...)
Em face do exposto, decido:
a) considerar ilegal e recursar o registro ao ato de concessão de aposentadoria de
Leonídia Laranjeiras Fernandes;
(..)
c) dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé pelas
interessadas, cujos atos foram considerados ilegais, consoante o Enunciado 106 da Súmula de
Jurisprudência deste Tribunal;
d) determinar à Superintendência da Fundação Nacional de Saúde no Estado da Bahia
que:
d.1) cesse, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta deliberação, os
pagamentos decorrentes dos atos impugnados, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade
administrativa omissa, consoante disposto nos artigos 71, inciso IX, da Constituição Federal e 262 do
Regimento Interno desta Corte;
(...)
d.4) oriente a ex-servidora Leonídia Laranjeiras Fernandes que poderá adotar uma das
seguintes opções:
. caso queira permanecer aposentada com base no artigo 40, inciso III, alínea “c”, da
Constituição Federal (redação original), cujos proventos estão sendo pagos na proporção de 28/30
avos, deverá comprovar o tempo de serviço prestado às prefeituras de Bom Jesus da Lapa/BA e de
Riacho de Santana/BA, nos períodos de 22/3/1971 a 11/2/1974 e de 9/4/1974 a 9/3/1997,
respectivamente, mediante a apresentação de certidões emitidas por entes de direito público interno
nas quais estejam especificados os atos e/ou portaria de provimento e de vacância, com suas
respectivas publicações, bem como o regime jurídico a que o servidor foi submetido, se estatutário ou
celetista. Em se tratando de regime celetista o documento hábil para a averbação do tempo de serviço
é a certidão expedida pelo Instituto Nacional do Seguro Social;
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
. retornar à atividade e se aposentar com base nas regras vigentes;”
Deduz-se do voto e do dispositivo do acórdão vergastado não ter o Tribunal fundamentado
a ilegalidade e a recusa de registro do ato de aposentadoria na ausência de comprovação do
recolhimento das contribuições previdenciárias ao regime competente, referentes ao período em que a
ex-servidora Leonídia Laranjeiras Fernandes alega haver prestado serviços às Prefeituras de Bom Jesus
da Lapa/BA e de Riacho de Santana/BA. Mesmo porque, ao tempo em que a interessada reuniu os
requisitos para aposentadoria estatuária pela União, ocorrido em 25/02/1998, não lhe era exigido
tempo de contribuição para concessão do título de inatividade, mas tempo de serviço conforme
estabelecido no artigo 40, inciso III, alínea “c”, da Constituição Federal de 1988 (redação original). O
tempo de contribuição para fins de aposentadoria no serviço público federal passou a ser claramente
exigida a partir da vigência da Emenda Constitucional 41 de 19/12/2003, quando se instituiu o
princípio contributivo no regime previdenciário do serviço público da União.
Assim, perde relevo toda a argumentação deduzida pela interessada na fase de
contraditório antes da prolação da deliberação invectivada, reiterada nestes embargos declaratórios,
pois o Acórdão 8.484/2013-TCU-1ª Câmara não cogitou da ausência de cumprimento do requisito do
tempo de contribuição para considerar o ato de aposentadoria ilegal e lhe recusar o registro. O que
restou evidenciado, isto sim, conforme transcrição do voto condutor da decisão fustigada, foi a não
demonstração da existência de vínculo estatutário ou laboral que assegurasse o efetivo tempo de
serviço municipal alegadamente prestado pela ex-servidora às referidas unidades federativas. Tal
prova, segundo a jurisprudência do TCU, exigiria a apresentação de certidões emitidas por entes de
direito público interno nas quais estejam especificados os atos e/ou portaria de provimento e de
vacância, com suas respectivas publicações, bem como o regime jurídico a que o servidor foi
submetido, se estatutário ou celetista. Em se tratando de regime celetista o documento hábil para a
averbação do tempo de serviço é a certidão expedida pelo Instituto Nacional do Seguro Social.
Os documentos já enfeixados aos autos desde a instância original não se prestam a
evidenciar o liame laboral ou estatuário da ex-servidora com os entes municipais durante o tempo de
serviço declarado, uma vez que não observaram as condições estabelecidas pela jurisprudência do
TCU. Consoante já destacado na deliberação, essa exigência deriva da necessidade de preservação dos
princípios da legalidade e da moralidade administrativa ao coibir o aproveitamento, para fins de
aposentadoria pública na União, sem que haja razoável verossimilhança de tempo de serviço
efetivamente prestado junto a outros entes da federação.
Feitas essas considerações, nego provimento aos embargos declaratórios.
Por fim, verifico a existência de erro material na alínea “a” do subitem 9.4.4 da parte
dispositiva da decisão embargada, quanto à indicação do tempo de serviço prestado junto Prefeitura de
Riacho de Santana/BA, cuja comprovação deverá ser feita por Leonídia Laranjeiras Fernandes para
que novo ato de aposentadoria possa prosperar sob o mesmo fundamento jurídico original.
Havendo o Ministério Público apresentado parecer favorável, nos termos do Enunciado
145 da Súmula de Jurisprudência do TCU, o seguinte trecho da alínea “a” do subitem 9.4.4 do
Acórdão 8.484/2013-TCU-1ª Câmara passa a ter a seguinte redação:
- onde se lê de “9/4/1974 a 9/3/1997”, leia-se “9/4/1974 a 9/3/1977”
Ante o exposto, Voto por que o Tribunal acolha a minuta de acórdão que ora submeto à
deliberação deste colegiado.ppp
ACÓRDÃO Nº 984/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 012.355/2011-9.
2. Grupo II – Classe de Assunto: I Embargos de Declaração (Aposentadoria)
3. Interessada/Embargante:
85
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
3.1. Interessada: Leonídia Laranjeiras Fernandes (113.366.685-04);
3.2. Embargante: Leonídia Laranjeiras Fernandes (113.366.685-04).
4. Órgão/Entidade: Superintendência Estadual da Funasa na Bahia.
5. Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues
5.1. Relator da deliberação embargada: Ministro Walton Alencar Rodrigues.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira.
7. Unidade Técnica: não atuou.
8. Advogados constituídos nos autos: Valmir Floriano Vieira de Andrade – OAB/DF
26.778; Jonathan Menezes Lima – OAB/DF 36.933.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Embargos de Declaração opostos por
Leonídia Laranjeiras Fernandes, contra o Acórdão 8.484/2013-TCU- 1ª Câmara.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª
Câmara, reunidos em sessão da Primeira Câmara e ante as razões expostas pelo Relator, em:
9.1. com fundamento no artigo 34 da Lei 8.443/1992, conhecer dos Embargos de
Declaração para, no mérito, rejeitá-los;
9.2. nos termos do Enunciado 145 da Súmula de Jurisprudência do TCU, corrigir erro
material no seguinte trecho da alínea “a” do subitem 9.4.4 do Acórdão 8.484/2013-TCU-1ª Câmara, o
qual passa a ter a seguinte redação:
. onde se lê de “9/4/1974 a 9/3/1997”, leia-se “9/4/1974 a 9/3/1977”
9.3. dar ciência desta deliberação à embargante.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0984-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues
(Relator), Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.p
pp
GRUPO I – CLASSE II – Primeira Câmara
TC 003.935/2013-2
Natureza: Tomada de Contas Especial
Entidade: Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
Responsáveis: Antonio José de Moura (439.406.683-20); Associação dos Pequenos
Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí-PI (07.094.413/0001-21)
Advogado constituído nos autos: Marcos Patrício Nogueira (OAB/PI 1973).
SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO COM ASSOCIAÇÃO
PARA RECUPERAÇÃO DE ESTRADAS VICINAIS. OMISSÃO NO DEVER DE PRESTAR
CONTAS. CITAÇÃO. REVELIA DOS RESPONSÁVEIS. DÉBITO INTEGRAL DOS RECURSOS
FEDERAIS REPASSADOS. MULTAS. CIÊNCIA.p
RELATÓRIO
Adoto como Relatório instrução elaborada no âmbito da Secex/PI, cuja proposta contou
com a anuência dos dirigentes da mencionada Unidade Técnica.
86
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
“Cuidam os autos de tomada de contas especial instaurada pela Companhia de
Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codefasv), em desfavor do Sr. Antônio
José de Moura, ex-presidente da Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais
de Santana do Piauí/PI, em razão da não apresentação da prestação de contas do Convênio
7.93.06.0225/00 (Siafi 579610) celebrado entre a Codevasf e a referida associação, que teve por
objeto a recuperação de 9,04 Km de estradas vicinais na zona rural do município de Santana do
Piauí/PI, conforme termo de convênio à peça 1, p. 23-37.
HISTÓRICO 2. Conforme disposto na cláusula terceira do convênio, foram previstos R$ 140.888,02 a
serem repassados pela Codevasf para a execução do objeto, cujo repasse ocorreu em uma única
parcela, mediante a ordem bancária 2007OB901281 (peça 1, p. 13), emitida em 1/10/2007.
3. O prazo de vigência era de 180 dias corridos, contados a partir da assinatura, que
ocorreu em 29/12/2006, e a apresentação da prestação de contas deveria ocorrer no prazo de 60 dias
após o término da vigência, conforme cláusulas quinta e onze do convênio (peça 1, p. 29 e 31).
4. Apesar de o convênio ter sido assinado em 29/12/2006, os recursos foram repassados
pela Codevasf para a Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana
do Piauí/PI somente em 1/10/2007. Não há, nos autos, termo aditivo prorrogando a vigência do
convênio que, de acordo com a cláusula quinta, era de 180 dias corridos, contados a partir da
assinatura, ou seja, até 29/6/2007. Entretanto, verifica-se que, de acordo com o Siafi, a vigência do
convênio findou em 18/12/2008 (peça 1, p. 7).
5. Registre-se, porém, que consta dos autos Relatório Técnico de Viagem (peça 1, p. 59-
61) feito em 31/7/2008 por técnico da Codevasf, indicando a recuperação de 9,04 Km de estradas
vicinais na zona rural do município de Santana do Piauí/PI, objeto do convênio em apreço.
6. Considerando entendimento deste Tribunal segundo o qual, pessoa jurídica de direito
privado, ao celebrar avença com o poder público federal, objetivando alcançar uma finalidade
pública, assume o papel de gestora pública naquele ato e, em consequência, está sujeita ao
cumprimento da obrigação pessoal de prestar contas ao poder público, nos termos do artigo 70,
parágrafo único, da Constituição Federal, passando a recair, também, sobre ela a presunção iuris
tantum de ter dado causa a dano ao erário eventualmente ocorrido na execução da avença (Acórdão
2.763/2011-TCU-Plenário), a Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de
Santana do Piauí/PI foi citada solidariamente com seu ex-presidente, Sr. Antônio José de Moura, pela
não comprovação da boa e regular aplicação dos recursos federais recebidos, em face da omissão no
dever de prestar contas dos valores transferidos por força do Convênio 7.93.06.0225/00.
7 Em cumprimento ao Despacho do Secretário (peça 6), foi promovida a citação do Sr.
Antônio José de Moura e da Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de
Santana do Piauí/PI mediante os Ofícios 0956/2013-TCU/SECEX-PI, de 5/8/2013 (peça 8), e 0957/2013-
TCU/SECEX-PI, de 5/8/2013 (peça 7), respectivamente.
EXAME TÉCNICO
8. Apesar de tanto o Sr. Antônio José de Moura quanto a Associação terem tomado ciência
dos expedientes que lhes foram encaminhados, conforme atestam a solicitação de prorrogação de
prazo que compõe a peça 11 e o aviso de recebimento (AR) que compõe a peça 9, ambos não
atenderam à citação e não se manifestaram quanto às irregularidades verificadas.
9. Transcorrido o prazo regimental fixado e mantendo-se inertes os aludidos responsáveis,
impõe-se que sejam considerados revéis, dando-se prosseguimento ao processo, de acordo com o art.
12, § 3º, da Lei 8.443/1992.
10. A não apresentação da prestação de contas do Convênio 7.93.06.0225/00 contraria o
art. 28, § 5º, da IN/STN 1/1997, bem como a cláusula onze do referido convênio (peça 1, p. 31) e
impossibilita a comprovação da boa e regular aplicação dos recursos públicos federais repassados à
Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI, ensejando
o julgamento pela irregularidade das contas nos termos do art. 16, inciso III, alínea “a”, da Lei
87
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
8.443/92, com imputação de débito aos responsáveis e, por consequência, a aplicação da multa
prevista no art. 57, da mesma norma.
11. Embora Relatório Técnico de Viagem (peça 1, p. 59-61) feito em 31/7/2008 por técnico
da Codevasf indique a recuperação de 9,04 Km de estradas vicinais na zona rural do município de
Santana do Piauí/PI, a comprovação da execução do objeto conveniado é insuficiente ao juízo de
regularidade das contas, conforme jurisprudência deste Tribunal. É necessária, ainda, a
demonstração de que o objeto foi executado com os recursos repassados mediante o convênio
(Acórdãos 1.019/2009 e 869/2012, da 1ª Câmara, e 719/2012 e 2.190/2012, da 2ª Câmara), não
possível em razão da ausência da prestação de contas.
CONCLUSÃO
12. Diante da revelia do Sr. Antônio José de Moura e da Associação dos Pequenos
Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI e inexistindo nos autos elementos que
permitam concluir pela ocorrência de boa-fé ou de outros excludentes de culpabilidade em suas
condutas, propõe-se que suas contas sejam julgadas irregulares e que os responsáveis sejam
condenados em débito, bem como seja aplicada a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992
(parágrafos 8 a 11 desta instrução).
BENEFÍCIOS DAS AÇÕES DE CONTROLE EXTERNO
13. Entre os benefícios do exame desta tomada de contas especial pode-se mencionar o
débito imputado pelo Tribunal aos responsáveis e as multas aplicadas a ambos.
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
14. Diante do exposto, submetemos os autos à consideração superior, propondo ao
Tribunal que:
a) nos termos do art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992, considere revéis no presente processo o
Sr. Antônio José de Moura (CPF 439.406.683-20), ex-presidente da Associação dos Pequenos
Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI, e a Associação dos Pequenos
Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI (CNPJ 07.094.413/0001- 21);
b) com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “a” da Lei 8.443/1992 c/c os
arts. 19 e 23, inciso III, da mesma Lei, e com arts. 1º, inciso I, 209, inciso I, 210 e 214, inciso III, do
Regimento Interno, julgue irregulares as contas do Sr. Antônio José de Moura (CPF 439.406.683-20) e
da Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI (CNPJ
07.094.413/0001- 21), e condenando-os, em solidariedade, ao pagamento da quantia a seguir
especificada, com a fixação do prazo de quinze dias, a contar das notificações, para comprovem,
perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento da dívida
aos cofres da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba, atualizada
monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculados a partir da data discriminada, até a data
do recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor.
VALOR ORIGINAL
(R$)
DATA DA
OCORRÊNCIA
140.888,02 1/10/2007
c) aplique ao Sr. Antônio José de Moura e à Associação dos Pequenos Produtores de Mel e
Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI, individualmente, a multa prevista no art. 57 da Lei
8.443/1992 c/c o art. 267 do Regimento Interno, com a fixação do prazo de quinze dias, a contar das
notificações, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento
Interno), o recolhimento das dívidas aos cofres do Tesouro Nacional, atualizadas monetariamente
desde a data do acórdão que vier a ser proferido até a dos efetivos recolhimentos, se forem pagas
após o vencimento, na forma da legislação em vigor;
d) autorize, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, a cobrança
judicial das dívidas caso não atendidas as notificações;
88
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
e) encaminhe cópia da deliberação que vier a ser proferida, bem como do relatório e do
voto que a fundamentarem, ao Procurador-Chefe da Procuradoria da República no Estado do Piauí,
nos termos do § 7º do art. 209 do Regimento Interno do TCU, para ajuizamento das ações cabíveis”.
2. O Ministério Público anuiu à proposta de encaminhamento consignada nos autos.
É o Relatório.
pp
VOTO
Como visto no Relatório precedente, cuidam os autos de Tomada de Contas Especial
(TCE) instaurada em razão da omissão no dever de prestar contas do Convênio 7.93.06.0225/00,
firmado entre a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codefasv)
e a Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI, com
objetivo de recuperar 9,04 Km de estradas vicinais na zona rural da citada municipalidade.
2. Para execução do objeto, a União disponibilizou R$ 140.888,02. Em razão da
irregularidade, foram citados a Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de
Santana do Piauí/PI e o Sr. Antônio José de Moura, ex-presidente da entidade.
3. Regularmente notificados, os responsáveis deixaram transcorrer in albis o prazo
concedido, ou seja, não apresentaram alegações de defesa, nem efetuaram o recolhimento do débito.
Destaco que o Sr. Antônio veio aos autos para solicitar prorrogação de prazo para apresentar sua
defesa, fato que comprova a ciência deste processo.
4. Portanto, entendo que deva ser declarada a revelia dos responsáveis, dando-se
prosseguimento ao processo, de acordo com o art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992.
5. Por consequência, devem ser julgadas irregulares as contas da Associação dos Pequenos
Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI e do Sr. Antônio José de Moura,
relativas aos recursos do Convênio 7.93.06.0225/00, condenando-os solidariamente em débito e
aplicando-lhes individualmente a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992.
Ante o exposto, VOTO por que seja adotada a deliberação que ora submeto a este
Colegiado.
pp
ACÓRDÃO Nº 985/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 003.935/2013-2.
2. Grupo I – Classe de Assunto: II (Tomada de Contas Especial)
3. Interessada/Responsáveis:
3.1. Interessada: Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do
Parnaíba (00.399.857/0001-26)
3.2. Responsáveis: Antônio José de Moura (439.406.683-20); Associação dos Pequenos
Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí-pi (07.094.413/0001-21).
4. Entidade: Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - PI (SECEX-PI).
8. Advogado constituído nos autos: Marcos Patrício Nogueira (OAB/PI 1973)
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada em
razão da omissão no dever de prestar contas do Convênio 7.93.06.0225/00,
89
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª
Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em
9.1. declarar, com fundamento no art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992, a revelia da Associação
dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI e do Sr. Antônio José de
Moura, ex-presidente da entidade;
9.2. com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “a”, da Lei 8.443/1992 c/c
os arts. 19 e 23, inciso III, da mesma Lei, julgar irregulares as contas do Sr. Antônio José de Moura
(CPF 439.406.683-20) e da Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de
Santana do Piauí/PI (CNPJ 07.094.413/0001- 21), condenando-os, em solidariedade, ao pagamento da
quantia a seguir especificada, com a fixação do prazo de 15 (quinze) dias, a contar das notificações,
para comprovem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o
recolhimento da dívida aos cofres da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do
Parnaíba, atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculados a partir da data
discriminada, até a data do recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor.
VALOR ORIGINAL
(R$)
DATA DA
OCORRÊNCIA
140.888,02 1/10/2007
9.3. com fundamento no art. 57 da Lei 8.443/1992, aplicar ao Sr. Antônio José de Moura e
à Associação dos Pequenos Produtores de Mel e Agricultores Rurais de Santana do Piauí/PI,
individualmente, multa no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), fixando-lhes o prazo de 15 (quinze)
dias, a contar das notificações, para que comprovem, perante o Tribunal, nos termos do art. 214, inciso
III, alínea “a”, do Regimento Interno do TCU, o recolhimento das dívidas ao Tesouro Nacional,
atualizadas monetariamente desde a data do presente Acórdão até a data dos efetivos recolhimentos, se
forem pagas após o vencimento, na forma da legislação em vigor;
9.4. autorizar, desde logo, com base no art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, a cobrança
judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações;
9.5. autorizar, caso solicitado, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 217 do
Regimento Interno do TCU, o parcelamento das dívidas em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais e
consecutivas, fixando-se o vencimento da primeira parcela em 15 (quinze) dias, a contar do
recebimento da notificação, e os demais a cada 30 (trinta) dias, devendo incidir sobre cada parcela,
atualizada monetariamente, os encargos legais devidos, na forma prevista na legislação em vigor;
9.6. encaminhar cópia deste Acórdão, acompanhado do Relatório e do Voto que o
fundamentam, à Procuradoria da República no Estado do Piauí, nos termos do art. 16, § 3º, da Lei
8.443/1992, aos responsáveis e à Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do
Parnaíba.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0985-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.p
p
GRUPO I – CLASSE V – Primeira Câmara
TC 003.961/2014-1
Natureza: Pensão Civil
Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas
90
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Interessadas: Daniely Leite Costa (100.803.936-59); Marcela Leite da Costa (100.803.946-
20)
Advogado constituído nos autos: não há.
SUMÁRIO: PENSÃO CIVIL INSTITUÍDA POSTERIORMENTE AO ADVENTO DA
LEI 9.717/1998. MENORES SOB GUARDA. BENEFÍCIO DERROGADO DO ORDENAMENTO
JURÍDICO. ILEGALIDADE. NEGATIVA DE REGISTRO.p
RELATÓRIO
Adoto como relatório a instrução elaborada no âmbito da Secretaria de Fiscalização de
Pessoal (Sefip), a qual contou com a anuência do Ministério Público:
“INTRODUÇÃO
1. Cuida-se no presente processo de ato de pensão civil em que a beneficiária enquadra-se
na condição de menor sob guarda, nos termos do que estabelece o art. 217, II, alínea ‘b’, da Lei
8.112, de 1990.
EXAME TÉCNICO
2. No âmbito deste TCU, a referida matéria possui, como verdadeiro divisor de águas, o
Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário.
3. Até a prolação do acórdão especificado, o TCU adotava duas grandes linhas de
entendimento acerca do tema. A primeira, e mais festejada, referia-se ao fato de que a concessão de
pensão a menor sob guarda careceria, além do documento de guarda, a comprovação de que os
genitores do menor não tinham condições financeiras de mantê-lo, em outras palavras, deveria ser
comprovada a dependência econômica do menor em relação ao instituidor (Acórdãos nºs 5.667/2009-
1ªC, 565/2009-1ªC, 3.870/2009-2ªC e 1.740/2009-2ªC). A segunda descartava, como regra, a
necessidade em se verificar a condição financeira dos genitores, bastando, para fundar a concessão
da pensão, o documento de guarda regularmente emitido pelo Poder Judiciário, visto que este goza de
presunção juris tantum de veracidade, podendo o referido documento ser questionado caso houvesse
algum indício de fraude na concessão em análise (Acórdãos nºs 2.577/2009-Plenário, 641/2008-1ªC,
1.266/2010-2ªC, entre tantos outros).
4. Já o Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário inaugurou o entendimento, no âmbito desta
Corte de Contas, de que a pensão a menor sob guarda não mais seria devida em razão de que o art. 5º
da Lei nº 9.717, de 1998, derrogou do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da
União, entre outras, a pensão instituída com fundamento no art. 217, II, b, da Lei 8.112, de 1990. Eis
o que estabeleceu o item 9.4 daquele decisum:
‘9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que informe aos órgãos
centrais de gestão de pessoal da Administração Pública Federal da União, nos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário, que o art. 5º da Lei 9.717/1998, publicada no DOU de 28/11/1998, derrogou
do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União as categorias de pensão
civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a
menor sob guarda e a pessoa designada, previstas nas alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’, respectivamente,
todos do inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990’.
5. Desde então, diversos outros acórdãos do TCU passaram a consolidar esse
entendimento, a exemplo dos Acórdãos nºs 9.516/2011, 9.518/2011 e 9.520/2011, todos da 1ª Câmara,
e Acórdão nº 183/2012 da 2ª Câmara. Nesse sentido, qualquer discussão acerca da dependência
econômica do menor sob guarda em relação ao instituidor, bem como a solicitação de documentação
que comprove tal dependência tornam-se desnecessárias. Vejamos trecho do voto condutor do
Acórdão TCU nº 183/2012-2ªC:
‘6. Entretanto, em face do novel entendimento manifestado por esta Corte de Contas,
mediante o Acórdão 2515/2011 – Plenário, prolatado na Sessão de 21/9/2011, que, na espécie,
91
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
deliberou que a concessão de pensão temporária a menor sob guarda foi expressamente revogada
pela Lei 9.717/1998, cuja vigência conformou a alteração das regras atinentes à pensão civil
estatutária da União, com a total supressão da possibilidade de deferimento a essa categoria de
beneficiário, depreendo que a discussão da questão referente à dependência econômica do menor sob
guarda em relação ao instituidor se torna despicienda.’
6. Nesse mesmo sentido, a Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (MP), na qualidade de órgão central do SIPEC-SEGEP, emitiu a Nota Técnica nº
100/212/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, de 14/04/2012, pacificando, em âmbito administrativo, o
entendimento acerca da impossibilidade de se conceder pensão civil estatutária destinada aos
beneficiários de que tratam as alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’ do inciso II do art. 217 da Lei n.º 8.112/90,
entre eles, o menor sob guarda, observando que a matéria foi também assim enfrentada no âmbito do
TCU (ACÓRDÃO 2515/2011 - Plenário).
7. Também seguindo essa linha de entendimento, a AGU emitiu os Pareceres
047/2010/DECOR/CGU/AGU, de 17/5/2010; 617/2011/CONJUR-MPS/CGU/AGU, de 23/09/2011; e
015-3.18/2012/RA/CONJUR-MP/CGU/AGU, de 09/1/2012, consolidando o posicionamento no sentido
de que o art. 5º da Lei 9.717, de 1998, derrogou, entre outros, o benefício previsto na alínea ‘b’ do
inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990.
8. Dada a amplitude das críticas eletrônicas aplicadas ao presente ato, além da falha
apontada nos parágrafos anteriores, outras, que não comprometem a formação de juízo acerca desse
ato, mas que poderiam ensejar futura diligência à unidade de origem por parte desta Corte, podem ter
sido detectadas. Todas elas, agrupadas por ato de concessão, estão arroladas no relatório de
inconsistências anexo.
9. Por fim, vale destacar que o ato de pensão em análise deu entrada no TCU em prazo
inferior ao período de cinco anos, não sendo aplicável, portanto, o procedimento de contraditório e
ampla defesa determinado pelo Acórdão TCU nº 587/2011-Plenário.
CONCLUSÃO
10. Ante o exposto, entendemos que o ato em apreço deve ser apreciado pela ilegalidade,
com recusa de seu registro, em razão da concessão de pensão a menor sob guarda.
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
11. Submetemos os autos à consideração do Exmo. Ministro Relator com a proposta de
que o ato de pensão em análise seja apreciado pela ilegalidade, com recusa de seu registro, nos
termos do que estabelece o art. 262 do Regimento Interno do TCU, combinado com o art. 39, II, da
Lei nº 8.443, de 1992, sem prejuízo de:
1) Dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé, consoante
o disposto no Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do TCU;
2) Determinar ao órgão/entidade de origem que:
a) abstenha-se de realizar pagamentos decorrentes do ato de pensão considerado ilegal,
no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta deliberação, sujeitando-se a
autoridade administrativa omissa à responsabilidade solidária, nos termos do art. 262, caput, do
Regimento Interno do TCU;
b) comunique à beneficiária do ato de pensão apreciado pela ilegalidade acerca do teor
deste Acórdão, alertando-a de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventual recurso
não a exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva notificação, caso o
recurso não seja provido;
3) Determinar à Sefip que monitore o cumprimento das medidas determinadas no presente
Acórdão.”
É o relatório.
pp
VOTO
92
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Examina-se, nesta oportunidade, pensão civil instituída pela ex-servidora Alzira Maria da
Conceição em favor de Daniely Leite Costa e Marcela Leite da Costa, ambas na condição de menores
sob guarda.
2. A pensão teve início em 16/11/2006, data do óbito da instituidora.
3. Instruindo o feito, a Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip), com o aval do
Ministério Público, posicionou-se pela negativa de registro do ato, porquanto posterior ao advento da
Lei 9.717/1998, que “derrogou do regime próprio de previdência dos servidores públicos da União as
categorias de pensão civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão
emancipado e não inválido, a menor sob guarda e a pessoa designada”.
4. Assiste razão à unidade técnica.
5. Embora originalmente prevista no art. 217, inciso II, alínea “b”, da Lei 8.112/1990, a
concessão de pensão a menor sob guarda foi derrogada, no regime estatutário, pela combinação das
Leis 9.528/1997 e 9.717/1998. A primeira alterou o art. 16, § 2º, da Lei 8.213/1991, excluindo o menor
sob guarda do rol de beneficiários – dependentes do segurado – do Regime Geral de Previdência
Social (RGPS). A segunda, em seu art. 5º, expressamente estabeleceu:
“Art. 5° Os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal não
poderão conceder benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência Social, de que
trata a Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, salvo disposição em contrário da Constituição Federal.”
(Grifei.)
6. A matéria, vale dizer, encontra-se pacificada no âmbito desta Corte desde o advento do
Acórdão 2.515/2011-Plenário.
7. Portanto, não subsistindo no ordenamento jurídico, por ocasião do óbito da instituidora,
o fundamento indicado para a concessão de pensão em favor de Daniely Leite Costa e Marcela Leite
da Costa, há que se ter o ato por ilegal, com a consequente negativa de registro.
8. Ante o exposto, voto no sentido de que este Colegiado adote a deliberação que ora
submeto à sua apreciação.pp
BENJAMIN ZYMLER
Relator
p
ACÓRDÃO Nº 986/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 003.961/2014-1.
2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil
3. Interessadas: Daniely Leite Costa (100.803.936-59); Marcela Leite da Costa
(100.803.946-20).
4. Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa
e Silva.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil deferida pelo Departamento
Nacional de Obras Contra as Secas,
93
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª
Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, inciso III, da
Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992,
em:
9.1. considerar ilegal o ato de concessão de interesse de Daniely Leite Costa e Marcela
Leite da Costa, recusando seu registro;
9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, pelas
interessadas, consoante o Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;
9.3. determinar ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas que:
9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta
deliberação, os pagamentos decorrentes do ato impugnado, sob pena de responsabilidade solidária da
autoridade administrativa omissa, consoante disposto nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e
262 do Regimento Interno desta Corte;
9.3.2. dê ciência do inteiro teor desta deliberação aos responsáveis legais por Daniely Leite
Costa e Marcela Leite da Costa, alertando-os de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de
eventuais recursos, caso não providos, não as exime da devolução dos valores indevidamente
percebidos após a notificação;
9.3.3. envie a esta Corte de Contas, no prazo de 30 (trinta) dias, por cópia, comprovante de
que os representantes legais das interessadas tiveram ciência desta deliberação;
9.4. determinar à Sefip que monitore cumprimento das medidas indicadas nos subitens
anteriores, representando a este Tribunal, caso necessário.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0986-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.p
pp
GRUPO I – CLASSE V – Primeira Câmara
TC 003.962/2014-8
Natureza: Pensão Civil
Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas
Interessada: Bruna Lacerda de Sousa (063.146.053-50)
Advogado constituído nos autos: não há.
SUMÁRIO: PENSÃO CIVIL INSTITUÍDA POSTERIORMENTE AO ADVENTO DA
LEI 9.717/1998. MENOR SOB GUARDA. BENEFÍCIO DERROGADO DO ORDENAMENTO
JURÍDICO. ILEGALIDADE. NEGATIVA DE REGISTRO.p
RELATÓRIO
Adoto como relatório a instrução elaborada no âmbito da Secretaria de Fiscalização de
Pessoal (Sefip), a qual contou com a anuência do Ministério Público:
“INTRODUÇÃO
94
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
2. Cuida-se no presente processo de ato de pensão civil em que a beneficiária enquadra-se
na condição de menor sob guarda, nos termos do que estabelece o art. 217, II, alínea ‘b’, da Lei
8.112, de 1990.
EXAME TÉCNICO
2. No âmbito deste TCU, a referida matéria possui, como verdadeiro divisor de águas, o
Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário.
3. Até a prolação do acórdão especificado, o TCU adotava duas grandes linhas de
entendimento acerca do tema. A primeira, e mais festejada, referia-se ao fato de que a concessão de
pensão a menor sob guarda careceria, além do documento de guarda, a comprovação de que os
genitores do menor não tinham condições financeiras de mantê-lo, em outras palavras, deveria ser
comprovada a dependência econômica do menor em relação ao instituidor (Acórdãos nºs 5.667/2009-
1ªC, 565/2009-1ªC, 3.870/2009-2ªC e 1.740/2009-2ªC). A segunda descartava, como regra, a
necessidade em se verificar a condição financeira dos genitores, bastando, para fundar a concessão
da pensão, o documento de guarda regularmente emitido pelo Poder Judiciário, visto que este goza de
presunção juris tantum de veracidade, podendo o referido documento ser questionado caso houvesse
algum indício de fraude na concessão em análise (Acórdãos nºs 2.577/2009-Plenário, 641/2008-1ªC,
1.266/2010-2ªC, entre tantos outros).
12. Já o Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário inaugurou o entendimento, no âmbito desta
Corte de Contas, de que a pensão a menor sob guarda não mais seria devida em razão de que o art. 5º
da Lei nº 9.717, de 1998, derrogou do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da
União, entre outras, a pensão instituída com fundamento no art. 217, II, b, da Lei 8.112, de 1990. Eis
o que estabeleceu o item 9.4 daquele decisum:
‘9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que informe aos órgãos
centrais de gestão de pessoal da Administração Pública Federal da União, nos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário, que o art. 5º da Lei 9.717/1998, publicada no DOU de 28/11/1998, derrogou
do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União as categorias de pensão
civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a
menor sob guarda e a pessoa designada, previstas nas alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’, respectivamente,
todos do inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990’.
13. Desde então, diversos outros acórdãos do TCU passaram a consolidar esse
entendimento, a exemplo dos Acórdãos nºs 9.516/2011, 9.518/2011 e 9.520/2011, todos da 1ª Câmara,
e Acórdão nº 183/2012 da 2ª Câmara. Nesse sentido, qualquer discussão acerca da dependência
econômica do menor sob guarda em relação ao instituidor, bem como a solicitação de documentação
que comprove tal dependência tornam-se desnecessárias. Vejamos trecho do voto condutor do
Acórdão TCU nº 183/2012-2ªC:
‘6. Entretanto, em face do novel entendimento manifestado por esta Corte de Contas,
mediante o Acórdão 2515/2011 – Plenário, prolatado na Sessão de 21/9/2011, que, na espécie,
deliberou que a concessão de pensão temporária a menor sob guarda foi expressamente revogada
pela Lei 9.717/1998, cuja vigência conformou a alteração das regras atinentes à pensão civil
estatutária da União, com a total supressão da possibilidade de deferimento a essa categoria de
beneficiário, depreendo que a discussão da questão referente à dependência econômica do menor sob
guarda em relação ao instituidor se torna despicienda.’
14. Nesse mesmo sentido, a Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (MP), na qualidade de órgão central do SIPEC-SEGEP, emitiu a Nota Técnica nº
100/212/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, de 14/04/2012, pacificando, em âmbito administrativo, o
entendimento acerca da impossibilidade de se conceder pensão civil estatutária destinada aos
beneficiários de que tratam as alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’ do inciso II do art. 217 da Lei n.º 8.112/90,
entre eles, o menor sob guarda, observando que a matéria foi também assim enfrentada no âmbito do
TCU (ACÓRDÃO 2515/2011 - Plenário).
95
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
15. Também seguindo essa linha de entendimento, a AGU emitiu os Pareceres
047/2010/DECOR/CGU/AGU, de 17/5/2010; 617/2011/CONJUR-MPS/CGU/AGU, de 23/09/2011; e
015-3.18/2012/RA/CONJUR-MP/CGU/AGU, de 09/1/2012, consolidando o posicionamento no sentido
de que o art. 5º da Lei 9.717, de 1998, derrogou, entre outros, o benefício previsto na alínea ‘b’ do
inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990.
16. Dada a amplitude das críticas eletrônicas aplicadas ao presente ato, além da falha
apontada nos parágrafos anteriores, outras, que não comprometem a formação de juízo acerca desse
ato, mas que poderiam ensejar futura diligência à unidade de origem por parte desta Corte, podem ter
sido detectadas. Todas elas, agrupadas por ato de concessão, estão arroladas no relatório de
inconsistências anexo.
17. Por fim, vale destacar que o ato de pensão em análise deu entrada no TCU em prazo
inferior ao período de cinco anos, não sendo aplicável, portanto, o procedimento de contraditório e
ampla defesa determinado pelo Acórdão TCU nº 587/2011-Plenário.
CONCLUSÃO
18. Ante o exposto, entendemos que o ato em apreço deve ser apreciado pela ilegalidade,
com recusa de seu registro, em razão da concessão de pensão a menor sob guarda.
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
19. Submetemos os autos à consideração do Exmo. Ministro Relator com a proposta de
que o ato de pensão em análise seja apreciado pela ilegalidade, com recusa de seu registro, nos
termos do que estabelece o art. 262 do Regimento Interno do TCU, combinado com o art. 39, II, da
Lei nº 8.443, de 1992, sem prejuízo de:
1) Dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé, consoante
o disposto no Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do TCU;
2) Determinar ao órgão/entidade de origem que:
a) abstenha-se de realizar pagamentos decorrentes do ato de pensão considerado ilegal,
no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta deliberação, sujeitando-se a
autoridade administrativa omissa à responsabilidade solidária, nos termos do art. 262, caput, do
Regimento Interno do TCU;
b) comunique à beneficiária do ato de pensão apreciado pela ilegalidade acerca do teor
deste Acórdão, alertando-a de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventual recurso
não a exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva notificação, caso o
recurso não seja provido;
3) Determinar à Sefip que monitore o cumprimento das medidas determinadas no presente
Acórdão.”
É o relatório.
pp
VOTO
Examina-se, nesta oportunidade, pensão civil instituída pelo ex-servidor Antônio Amâncio
de Souza em favor de Bruna Lacerda de Sousa, na condição de menor sob guarda.
2. A pensão teve início em 23/3/2011, data do óbito do instituidor.
3. Instruindo o feito, a Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip), com o aval do
Ministério Público, posicionou-se pela negativa de registro do ato, porquanto posterior ao advento da
Lei 9.717/1998, que “derrogou do regime próprio de previdência dos servidores públicos da União as
categorias de pensão civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão
emancipado e não inválido, a menor sob guarda e a pessoa designada”.
4. Assiste razão à unidade técnica.
5. Embora originalmente prevista no art. 217, inciso II, alínea “b”, da Lei 8.112/1990, a
concessão de pensão a menor sob guarda foi derrogada, no regime estatutário, pela combinação das
96
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Leis 9.528/1997 e 9.717/1998. A primeira alterou o art. 16, § 2º, da Lei 8.213/1991, excluindo o menor
sob guarda do rol de beneficiários – dependentes do segurado – do Regime Geral de Previdência
Social (RGPS). A segunda, em seu art. 5º, expressamente estabeleceu:
“Art. 5° Os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal não
poderão conceder benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência Social, de que
trata a Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, salvo disposição em contrário da Constituição Federal.”
(Grifei.)
6. A matéria, vale dizer, encontra-se pacificada no âmbito desta Corte desde o advento do
Acórdão 2.515/2011-Plenário.
7. Portanto, não subsistindo no ordenamento jurídico, por ocasião do óbito do instituidor, o
fundamento indicado para a concessão de pensão em favor de Bruna Lacerda de Sousa, há que se ter o
ato por ilegal, com a consequente negativa de registro.
8. Ante o exposto, voto no sentido de que este Colegiado adote a deliberação que ora
submeto à sua apreciação.p
BENJAMIN ZYMLER
Relator
pp
ACÓRDÃO Nº 987/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 003.962/2014-8.
2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil
3. Interessada: Bruna Lacerda de Sousa (063.146.053-50).
4. Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil deferida pelo Departamento
Nacional de Obras Contra as Secas,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª
Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, inciso III, da
Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992,
em:
9.1. considerar ilegal o ato de concessão de interesse de Bruna Lacerda de Sousa,
recusando seu registro;
9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, pela
interessada, consoante o Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;
9.3. determinar ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas que:
9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta
deliberação, os pagamentos decorrentes do ato impugnado, sob pena de responsabilidade solidária da
autoridade administrativa omissa, consoante disposto nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e
262 do Regimento Interno desta Corte;
9.3.2. dê ciência do inteiro teor desta deliberação ao responsável legal por Bruna Lacerda
de Sousa, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais recursos,
97
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
caso não providos, não a exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a
notificação;
9.3.3. envie a esta Corte de Contas, no prazo de 30 (trinta) dias, por cópia, comprovante de
que o representante legal da interessada teve ciência desta deliberação;
9.4. determinar à Sefip que monitore cumprimento das medidas indicadas nos subitens
anteriores, representando a este Tribunal, caso necessário.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0987-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.ppp
GRUPO I – CLASSE V – Primeira Câmara
TC 003.974/2014-6
Natureza: Pensão Civil
Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas
Interessado: Masxuel Silva Medeiros (085.437.374-86)
Advogado constituído nos autos: não há.
SUMÁRIO: PENSÃO CIVIL INSTITUÍDA POSTERIORMENTE AO ADVENTO DA
LEI 9.717/1998. MENOR SOB GUARDA. BENEFÍCIO DERROGADO DO ORDENAMENTO
JURÍDICO. ILEGALIDADE. NEGATIVA DE REGISTRO.p
RELATÓRIO
Adoto como relatório a instrução elaborada no âmbito da Secretaria de Fiscalização de
Pessoal (Sefip), a qual contou com a anuência do Ministério Público:
“INTRODUÇÃO
3. Cuida-se no presente processo de ato de pensão civil em que o beneficiário enquadra-se
na condição de menor sob guarda, nos termos do que estabelece o art. 217, II, alínea ‘b’, da Lei
8.112, de 1990.
EXAME TÉCNICO
2. No âmbito deste TCU, a referida matéria possui, como verdadeiro divisor de águas, o
Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário.
3. Até a prolação do acórdão especificado, o TCU adotava duas grandes linhas de
entendimento acerca do tema. A primeira, e mais festejada, referia-se ao fato de que a concessão de
pensão a menor sob guarda careceria, além do documento de guarda, a comprovação de que os
genitores do menor não tinham condições financeiras de mantê-lo, em outras palavras, deveria ser
comprovada a dependência econômica do menor em relação ao instituidor (Acórdãos nºs 5.667/2009-
1ªC, 565/2009-1ªC, 3.870/2009-2ªC e 1.740/2009-2ªC). A segunda descartava, como regra, a
necessidade em se verificar a condição financeira dos genitores, bastando, para fundar a concessão
da pensão, o documento de guarda regularmente emitido pelo Poder Judiciário, visto que este goza de
presunção juris tantum de veracidade, podendo o referido documento ser questionado caso houvesse
algum indício de fraude na concessão em análise (Acórdãos nºs 2.577/2009-Plenário, 641/2008-1ªC,
1.266/2010-2ªC, entre tantos outros).
20. Já o Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário inaugurou o entendimento, no âmbito desta
Corte de Contas, de que a pensão a menor sob guarda não mais seria devida em razão de que o art. 5º
98
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
da Lei nº 9.717, de 1998, derrogou do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da
União, entre outras, a pensão instituída com fundamento no art. 217, II, b, da Lei 8.112, de 1990. Eis
o que estabeleceu o item 9.4 daquele decisum:
‘9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que informe aos órgãos
centrais de gestão de pessoal da Administração Pública Federal da União, nos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário, que o art. 5º da Lei 9.717/1998, publicada no DOU de 28/11/1998, derrogou
do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União as categorias de pensão
civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a
menor sob guarda e a pessoa designada, previstas nas alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’, respectivamente,
todos do inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990’.
21. Desde então, diversos outros acórdãos do TCU passaram a consolidar esse
entendimento, a exemplo dos Acórdãos nºs 9.516/2011, 9.518/2011 e 9.520/2011, todos da 1ª Câmara,
e Acórdão nº 183/2012 da 2ª Câmara. Nesse sentido, qualquer discussão acerca da dependência
econômica do menor sob guarda em relação ao instituidor, bem como a solicitação de documentação
que comprove tal dependência tornam-se desnecessárias. Vejamos trecho do voto condutor do
Acórdão TCU nº 183/2012-2ªC:
‘6. Entretanto, em face do novel entendimento manifestado por esta Corte de Contas,
mediante o Acórdão 2515/2011 – Plenário, prolatado na Sessão de 21/9/2011, que, na espécie,
deliberou que a concessão de pensão temporária a menor sob guarda foi expressamente revogada
pela Lei 9.717/1998, cuja vigência conformou a alteração das regras atinentes à pensão civil
estatutária da União, com a total supressão da possibilidade de deferimento a essa categoria de
beneficiário, depreendo que a discussão da questão referente à dependência econômica do menor sob
guarda em relação ao instituidor se torna despicienda.’
22. Nesse mesmo sentido, a Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (MP), na qualidade de órgão central do SIPEC-SEGEP, emitiu a Nota Técnica nº
100/212/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, de 14/04/2012, pacificando, em âmbito administrativo, o
entendimento acerca da impossibilidade de se conceder pensão civil estatutária destinada aos
beneficiários de que tratam as alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’ do inciso II do art. 217 da Lei n.º 8.112/90,
entre eles, o menor sob guarda, observando que a matéria foi também assim enfrentada no âmbito do
TCU (ACÓRDÃO 2515/2011 - Plenário).
23. Também seguindo essa linha de entendimento, a AGU emitiu os Pareceres
047/2010/DECOR/CGU/AGU, de 17/5/2010; 617/2011/CONJUR-MPS/CGU/AGU, de 23/09/2011; e
015-3.18/2012/RA/CONJUR-MP/CGU/AGU, de 09/1/2012, consolidando o posicionamento no sentido
de que o art. 5º da Lei 9.717, de 1998, derrogou, entre outros, o benefício previsto na alínea ‘b’ do
inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990.
24. Dada a amplitude das críticas eletrônicas aplicadas ao presente ato, além da falha
apontada nos parágrafos anteriores, outras, que não comprometem a formação de juízo acerca desse
ato, mas que poderiam ensejar futura diligência à unidade de origem por parte desta Corte, podem ter
sido detectadas. Todas elas, agrupadas por ato de concessão, estão arroladas no relatório de
inconsistências anexo.
25. Por fim, vale destacar que o ato de pensão em análise deu entrada no TCU em prazo
inferior ao período de cinco anos, não sendo aplicável, portanto, o procedimento de contraditório e
ampla defesa determinado pelo Acórdão TCU nº 587/2011-Plenário.
CONCLUSÃO
26. Ante o exposto, entendemos que o ato em apreço deve ser apreciado pela ilegalidade,
com recusa de seu registro, em razão da concessão de pensão a menor sob guarda.
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
27. Submetemos os autos à consideração do Exmo. Ministro Relator com a proposta de
que o ato de pensão em análise seja apreciado pela ilegalidade, com recusa de seu registro, nos
99
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
termos do que estabelece o art. 262 do Regimento Interno do TCU, combinado com o art. 39, II, da
Lei nº 8.443, de 1992, sem prejuízo de:
1) Dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé, consoante
o disposto no Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do TCU;
2) Determinar ao órgão/entidade de origem que:
a) abstenha-se de realizar pagamentos decorrentes do ato de pensão considerado ilegal,
no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta deliberação, sujeitando-se a
autoridade administrativa omissa à responsabilidade solidária, nos termos do art. 262, caput, do
Regimento Interno do TCU;
b) comunique ao beneficiário do ato de pensão apreciado pela ilegalidade acerca do teor
deste Acórdão, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventual recurso
não o exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva notificação, caso o
recurso não seja provido;
3) Determinar à Sefip que monitore o cumprimento das medidas determinadas no presente
Acórdão.”
É o relatório.
pp
VOTO
Examina-se, nesta oportunidade, pensão civil instituída pelo ex-servidor José Francisco de
Medeiros em favor de Masxuel Silva Medeiros, na condição de menor sob guarda.
2. A pensão teve início em 6/5/2007, data do óbito do instituidor.
3. Instruindo o feito, a Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip), com o aval do
Ministério Público, posicionou-se pela negativa de registro do ato, porquanto posterior ao advento da
Lei 9.717/1998, que “derrogou do regime próprio de previdência dos servidores públicos da União as
categorias de pensão civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão
emancipado e não inválido, a menor sob guarda e a pessoa designada”.
4. Assiste razão à unidade técnica.
5. Embora originalmente prevista no art. 217, inciso II, alínea “b”, da Lei 8.112/1990, a
concessão de pensão a menor sob guarda foi derrogada, no regime estatutário, pela combinação das
Leis 9.528/1997 e 9.717/1998. A primeira alterou o art. 16, § 2º, da Lei 8.213/1991, excluindo o menor
sob guarda do rol de beneficiários – dependentes do segurado – do Regime Geral de Previdência
Social (RGPS). A segunda, em seu art. 5º, expressamente estabeleceu:
“Art. 5° Os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal não
poderão conceder benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência Social, de que
trata a Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, salvo disposição em contrário da Constituição Federal.”
(Grifei.)
6. A matéria, vale dizer, encontra-se pacificada no âmbito desta Corte desde o advento do
Acórdão 2.515/2011-Plenário.
7. Portanto, não subsistindo no ordenamento jurídico, por ocasião do óbito do instituidor, o
fundamento indicado para a concessão de pensão em favor de Masxuel Silva Medeiros, há que se ter o
ato por ilegal, com a consequente negativa de registro.
8. Ante o exposto, voto no sentido de que este Colegiado adote a deliberação que ora
submeto à sua apreciação.
p
ACÓRDÃO Nº 988/2014 – TCU – 1ª Câmara
100
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
1. Processo nº TC 003.974/2014-6.
2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil
3. Interessado: Masxuel Silva Medeiros (085.437.374-86).
4. Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil deferida pelo Departamento
Nacional de Obras Contra as Secas,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª
Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, inciso III, da
Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992,
em:
9.1. considerar ilegal o ato de concessão de interesse de Masxuel Silva Medeiros,
recusando seu registro;
9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, pelo
interessado, consoante o Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;
9.3. determinar ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas que:
9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta
deliberação, os pagamentos decorrentes do ato impugnado, sob pena de responsabilidade solidária da
autoridade administrativa omissa, consoante disposto nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e
262 do Regimento Interno desta Corte;
9.3.2. dê ciência do inteiro teor desta deliberação ao responsável legal por Masxuel Silva
Medeiros, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais recursos,
caso não providos, não exime o beneficiário da devolução dos valores indevidamente percebidos após
a notificação;
9.3.3. envie a esta Corte de Contas, no prazo de 30 (trinta) dias, por cópia, comprovante de
que o representante legal do interessado teve ciência desta deliberação;
9.4. determinar à Sefip que monitore cumprimento das medidas indicadas nos subitens
anteriores, representando a este Tribunal, caso necessário.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0988-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
pp
GRUPO I – CLASSE V – Primeira Câmara
TC 003.975/2014-2
Natureza: Pensão Civil
Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas
Interessada: Otaciana Fontenelle dos Santos (036.911.223-70)
Advogado constituído nos autos: não há.
101
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
SUMÁRIO: PENSÃO CIVIL INSTITUÍDA POSTERIORMENTE AO ADVENTO DA
LEI 9.717/1998. MENOR SOB GUARDA. BENEFÍCIO DERROGADO DO ORDENAMENTO
JURÍDICO. ILEGALIDADE. NEGATIVA DE REGISTRO.p
RELATÓRIO
Adoto como relatório a instrução elaborada no âmbito da Secretaria de Fiscalização de
Pessoal (Sefip), a qual contou com a anuência do Ministério Público:
“INTRODUÇÃO
4. Cuida-se no presente processo de ato de pensão civil em que a beneficiária enquadra-se
na condição de menor sob guarda, nos termos do que estabelece o art. 217, II, alínea ‘b’, da Lei
8.112, de 1990.
EXAME TÉCNICO
2. No âmbito deste TCU, a referida matéria possui, como verdadeiro divisor de águas, o
Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário.
3. Até a prolação do acórdão especificado, o TCU adotava duas grandes linhas de
entendimento acerca do tema. A primeira, e mais festejada, referia-se ao fato de que a concessão de
pensão a menor sob guarda careceria, além do documento de guarda, a comprovação de que os
genitores do menor não tinham condições financeiras de mantê-lo, em outras palavras, deveria ser
comprovada a dependência econômica do menor em relação ao instituidor (Acórdãos nºs 5.667/2009-
1ªC, 565/2009-1ªC, 3.870/2009-2ªC e 1.740/2009-2ªC). A segunda descartava, como regra, a
necessidade em se verificar a condição financeira dos genitores, bastando, para fundar a concessão
da pensão, o documento de guarda regularmente emitido pelo Poder Judiciário, visto que este goza de
presunção juris tantum de veracidade, podendo o referido documento ser questionado caso houvesse
algum indício de fraude na concessão em análise (Acórdãos nºs 2.577/2009-Plenário, 641/2008-1ªC,
1.266/2010-2ªC, entre tantos outros).
28. Já o Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário inaugurou o entendimento, no âmbito desta
Corte de Contas, de que a pensão a menor sob guarda não mais seria devida em razão de que o art. 5º
da Lei nº 9.717, de 1998, derrogou do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da
União, entre outras, a pensão instituída com fundamento no art. 217, II, b, da Lei 8.112, de 1990. Eis
o que estabeleceu o item 9.4 daquele decisum:
‘9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que informe aos órgãos
centrais de gestão de pessoal da Administração Pública Federal da União, nos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário, que o art. 5º da Lei 9.717/1998, publicada no DOU de 28/11/1998, derrogou
do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União as categorias de pensão
civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a
menor sob guarda e a pessoa designada, previstas nas alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’, respectivamente,
todos do inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990’.
29. Desde então, diversos outros acórdãos do TCU passaram a consolidar esse
entendimento, a exemplo dos Acórdãos nºs 9.516/2011, 9.518/2011 e 9.520/2011, todos da 1ª Câmara,
e Acórdão nº 183/2012 da 2ª Câmara. Nesse sentido, qualquer discussão acerca da dependência
econômica do menor sob guarda em relação ao instituidor, bem como a solicitação de documentação
que comprove tal dependência tornam-se desnecessárias. Vejamos trecho do voto condutor do
Acórdão TCU nº 183/2012-2ªC:
‘6. Entretanto, em face do novel entendimento manifestado por esta Corte de Contas,
mediante o Acórdão 2515/2011 – Plenário, prolatado na Sessão de 21/9/2011, que, na espécie,
deliberou que a concessão de pensão temporária a menor sob guarda foi expressamente revogada
pela Lei 9.717/1998, cuja vigência conformou a alteração das regras atinentes à pensão civil
estatutária da União, com a total supressão da possibilidade de deferimento a essa categoria de
102
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
beneficiário, depreendo que a discussão da questão referente à dependência econômica do menor sob
guarda em relação ao instituidor se torna despicienda.’
30. Nesse mesmo sentido, a Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (MP), na qualidade de órgão central do SIPEC-SEGEP, emitiu a Nota Técnica nº
100/212/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, de 14/04/2012, pacificando, em âmbito administrativo, o
entendimento acerca da impossibilidade de se conceder pensão civil estatutária destinada aos
beneficiários de que tratam as alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’ do inciso II do art. 217 da Lei n.º 8.112/90,
entre eles, o menor sob guarda, observando que a matéria foi também assim enfrentada no âmbito do
TCU (ACÓRDÃO 2515/2011 - Plenário).
31. Também seguindo essa linha de entendimento, a AGU emitiu os Pareceres
047/2010/DECOR/CGU/AGU, de 17/5/2010; 617/2011/CONJUR-MPS/CGU/AGU, de 23/09/2011; e
015-3.18/2012/RA/CONJUR-MP/CGU/AGU, de 09/1/2012, consolidando o posicionamento no sentido
de que o art. 5º da Lei 9.717, de 1998, derrogou, entre outros, o benefício previsto na alínea ‘b’ do
inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990.
32. Dada a amplitude das críticas eletrônicas aplicadas ao presente ato, além da falha
apontada nos parágrafos anteriores, outras, que não comprometem a formação de juízo acerca desse
ato, mas que poderiam ensejar futura diligência à unidade de origem por parte desta Corte, podem ter
sido detectadas. Todas elas, agrupadas por ato de concessão, estão arroladas no relatório de
inconsistências anexo.
33. Por fim, vale destacar que o ato de pensão em análise deu entrada no TCU em prazo
inferior ao período de cinco anos, não sendo aplicável, portanto, o procedimento de contraditório e
ampla defesa determinado pelo Acórdão TCU nº 587/2011-Plenário.
CONCLUSÃO
34. Ante o exposto, entendemos que o ato em apreço deve ser apreciado pela ilegalidade,
com recusa de seu registro, em razão da concessão de pensão a menor sob guarda.
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
35. Submetemos os autos à consideração do Exmo. Ministro Relator com a proposta de
que o ato de pensão em análise seja apreciado pela ilegalidade, com recusa de seu registro, nos
termos do que estabelece o art. 262 do Regimento Interno do TCU, combinado com o art. 39, II, da
Lei nº 8.443, de 1992, sem prejuízo de:
1) Dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé, consoante
o disposto no Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do TCU;
2) Determinar ao órgão/entidade de origem que:
a) abstenha-se de realizar pagamentos decorrentes do ato de pensão considerado ilegal,
no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta deliberação, sujeitando-se a
autoridade administrativa omissa à responsabilidade solidária, nos termos do art. 262, caput, do
Regimento Interno do TCU;
b) comunique à beneficiária do ato de pensão apreciado pela ilegalidade acerca do teor
deste Acórdão, alertando-a de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventual recurso
não a exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva notificação, caso o
recurso não seja provido;
3) Determinar à Sefip que monitore o cumprimento das medidas determinadas no presente
Acórdão.”
É o relatório.
pp
VOTO
Examina-se, nesta oportunidade, pensão civil instituída pelo ex-servidor Otávio Pereira
dos Santos em favor de Otaciana Fontenelle dos Santos, na condição de menor sob guarda.
103
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
2. A pensão teve início em 12/6/2006, data do óbito do instituidor.
3. Instruindo o feito, a Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip), com o aval do
Ministério Público, posicionou-se pela negativa de registro do ato, porquanto posterior ao advento da
Lei 9.717/1998, que “derrogou do regime próprio de previdência dos servidores públicos da União as
categorias de pensão civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão
emancipado e não inválido, a menor sob guarda e a pessoa designada”.
4. Assiste razão à unidade técnica.
5. Embora originalmente prevista no art. 217, inciso II, alínea “b”, da Lei 8.112/1990, a
concessão de pensão a menor sob guarda foi derrogada, no regime estatutário, pela combinação das
Leis 9.528/1997 e 9.717/1998. A primeira alterou o art. 16, § 2º, da Lei 8.213/1991, excluindo o menor
sob guarda do rol de beneficiários – dependentes do segurado – do Regime Geral de Previdência
Social (RGPS). A segunda, em seu art. 5º, expressamente estabeleceu:
“Art. 5° Os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal não
poderão conceder benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência Social, de que
trata a Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, salvo disposição em contrário da Constituição Federal.”
(Grifei.)
6. A matéria, vale dizer, encontra-se pacificada no âmbito desta Corte desde o advento do
Acórdão 2.515/2011-Plenário.
7. Portanto, não subsistindo no ordenamento jurídico, por ocasião do óbito do instituidor, o
fundamento indicado para a concessão de pensão em favor de Otaciana Fontenelle dos Santos, há que
se ter o ato por ilegal, com a consequente negativa de registro.
8. Ante o exposto, voto no sentido de que este Colegiado adote a deliberação que ora
submeto à sua apreciação.pp
BENJAMIN ZYMLER
Relator
p
ACÓRDÃO Nº 989/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 003.975/2014-2.
2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil
3. Interessada: Otaciana Fontenelle dos Santos (036.911.223-70).
4. Entidade: Departamento Nacional de Obras Contra as Secas.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil deferida pelo Departamento
Nacional de Obras Contra as Secas,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª
Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, inciso III, da
Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992,
em:
9.1. considerar ilegal o ato de concessão de interesse de Otaciana Fontenelle dos Santos,
recusando seu registro;
104
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, pela
interessada, consoante o Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;
9.3. determinar ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas que:
9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta
deliberação, os pagamentos decorrentes do ato impugnado, sob pena de responsabilidade solidária da
autoridade administrativa omissa, consoante disposto nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e
262 do Regimento Interno desta Corte;
9.3.2. dê ciência do inteiro teor desta deliberação ao responsável legal por Otaciana
Fontenelle dos Santos, alertando-o de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais
recursos, caso não providos, não a exime da devolução dos valores indevidamente percebidos após a
notificação;
9.3.3. envie a esta Corte de Contas, no prazo de 30 (trinta) dias, por cópia, comprovante de
que o representante legal da interessada teve ciência desta deliberação;
9.4. determinar à Sefip que monitore cumprimento das medidas indicadas nos subitens
anteriores, representando a este Tribunal, caso necessário.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0989-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.ppp
GRUPO I – CLASSE V – Primeira Câmara
TC 004.713/2014-1
Natureza: Pensão Civil
Entidade: Hospital Federal dos Servidores do Estado
Interessadas: Conceição dos Santos Luz (464.205.847-87); Ingrid Santos Luz
(120.859.067-70)
Advogado constituído nos autos: não há.
SUMÁRIO: PENSÃO CIVIL INSTITUÍDA POSTERIORMENTE AO ADVENTO DA
LEI 9.717/1998. INCLUSÃO DE MENOR SOB GUARDA ENTRE OS BENEFICIÁRIOS.
ILEGALIDADE. NEGATIVA DE REGISTRO. DETERMINAÇÕES.p
RELATÓRIO
Adoto como relatório a instrução elaborada no âmbito da Secretaria de Fiscalização de
Pessoal (Sefip), a qual contou com a anuência do Ministério Público:
“INTRODUÇÃO
5. Cuida-se no presente processo de ato de pensão civil em que pelo menos um dos
beneficiários enquadra-se na condição de menor sob guarda, nos termos do que estabelece o art. 217,
II, b, da Lei 8.112, de 1990.
EXAME TÉCNICO
2. No âmbito deste TCU, a referida matéria possui, como verdadeiro divisor de águas, o
Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário.
3. Até a prolação do acórdão especificado, o TCU adotava duas grandes linhas de
entendimento acerca do tema. A primeira, e mais festejada, referia-se ao fato de que a concessão de
pensão a menor sob guarda careceria, além do documento de guarda, a comprovação de que os
105
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
genitores do menor não tinham condições financeiras de mantê-lo, em outras palavras, deveria ser
comprovada a dependência econômica do menor em relação ao instituidor (Acórdãos nºs 5.667/2009-
1ªC, 565/2009-1ªC, 3.870/2009-2ªC e 1.740/2009-2ªC). A segunda descartava, como regra, a
necessidade em se verificar a condição financeira dos genitores, bastando, para fundar a concessão
da pensão, o documento de guarda regularmente emitido pelo Poder Judiciário, visto que este goza de
presunção juris tantum de veracidade, podendo o referido documento ser questionado caso houvesse
algum indício de fraude na concessão em análise (Acórdãos nºs 2.577/2009-Plenário, 641/2008-1ªC,
1.266/2010-2ªC, entre tantos outros).
36. Já o Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário inaugurou o entendimento, no âmbito desta
Corte de Contas, de que a pensão a menor sob guarda não mais seria devida em razão de que o art. 5º
da Lei nº 9.717, de 1998, derrogou do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da
União, entre outras, a pensão instituída com fundamento no art. 217, II, b, da Lei 8.112, de 1990. Eis
o que estabeleceu o item 9.4 daquele decisum:
‘9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que informe aos órgãos
centrais de gestão de pessoal da Administração Pública Federal da União, nos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário, que o art. 5º da Lei 9.717/1998, publicada no DOU de 28/11/1998, derrogou
do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União as categorias de pensão
civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a
menor sob guarda e a pessoa designada, previstas nas alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’, respectivamente,
todos do inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990’.
37. Desde então, diversos outros acórdãos do TCU passaram a consolidar esse
entendimento, a exemplo dos Acórdãos nºs 9.516/2011, 9.518/2011 e 9.520/2011, todos da 1ª Câmara,
e Acórdão nº 183/2012 da 2ª Câmara. Nesse sentido, qualquer discussão acerca da dependência
econômica do menor sob guarda em relação ao instituidor, bem como a solicitação de documentação
que comprove tal dependência tornam-se desnecessárias. Vejamos trecho do voto condutor do
Acórdão TCU nº 183/2012-2ªC:
‘6. Entretanto, em face do novel entendimento manifestado por esta Corte de Contas,
mediante o Acórdão 2515/2011 – Plenário, prolatado na Sessão de 21/9/2011, que, na espécie,
deliberou que a concessão de pensão temporária a menor sob guarda foi expressamente revogada
pela Lei 9.717/1998, cuja vigência conformou a alteração das regras atinentes à pensão civil
estatutária da União, com a total supressão da possibilidade de deferimento a essa categoria de
beneficiário, depreendo que a discussão da questão referente à dependência econômica do menor sob
guarda em relação ao instituidor se torna despicienda.’
38. Nesse mesmo sentido, a Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (MP), na qualidade de órgão central do SIPEC-SEGEP, emitiu a Nota Técnica nº
100/212/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, de 14/04/2012, pacificando, em âmbito administrativo, o
entendimento acerca da impossibilidade de se conceder pensão civil estatutária destinada aos
beneficiários de que tratam as alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’ do inciso II do art. 217 da Lei n.º 8.112/90,
entre eles, o menor sob guarda, observando que a matéria foi também assim enfrentada no âmbito do
TCU (ACÓRDÃO 2515/2011 - Plenário).
39. Também seguindo essa linha de entendimento, a AGU emitiu os Pareceres
047/2010/DECOR/CGU/AGU, de 17/5/2010; 617/2011/CONJUR-MPS/CGU/AGU, de 23/09/2011; e
015-3.18/2012/RA/CONJUR-MP/CGU/AGU, de 09/1/2012, consolidando o posicionamento no sentido
de que o art. 5º da Lei 9.717, de 1998, derrogou, entre outros, o benefício previsto na alínea ‘b’ do
inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990.
40. Dada a amplitude das críticas eletrônicas aplicadas ao presente ato, além da falha
apontada nos parágrafos anteriores, outras, que não comprometem a formação de juízo acerca desse
ato, mas que poderiam ensejar futura diligência à unidade de origem por parte desta Corte, podem ter
sido detectadas. Todas elas, agrupadas por ato de concessão, estão arroladas no relatório de
inconsistências anexo.
106
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
41. Por fim, vale destacar que o ato de pensão em análise deu entrada no TCU em prazo
inferior ao período de cinco anos, não sendo aplicável, portanto, o procedimento de contraditório e
ampla defesa determinado pelo Acórdão TCU nº 587/2011-Plenário.
CONCLUSÃO
42. Ante o exposto, entendemos que o ato em apreço deve ser apreciado pela ilegalidade,
com recusa de seu registro, em razão da concessão de pensão a menor sob guarda.
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
43. Submetemos os autos à consideração do Exmo. Ministro Relator com a proposta de
que o ato de pensão em análise seja apreciado pela ilegalidade, com recusa de seu registro, nos
termos do que estabelece o art. 262 do Regimento Interno do TCU, combinado com o art. 39, II, da
Lei nº 8.443, de 1992, sem prejuízo de:
11.1) Dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé,
consoante o disposto no Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do TCU;
11.2) Determinar ao órgão/entidade de origem que:
a) emita novo ato de pensão, livre da falha detectada, com a exclusão do(s) menor(es) sob
guarda constante(s) do benefício e a reversão da(s) cota(s)-parte(s) relativa(s) a ele(s) para o(s)
outro(s) beneficiário(s), no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta deliberação,
com apoio no art. 3º, § 7º, Resolução n. 206/2007, bem como, se for o caso, das falhas apontadas por
este Tribunal, no relatório anexo ou preenchendo o campo de ‘Esclarecimentos do Gestor de Pessoal’,
detalhando a situação concreta, caso as falhas aqui apontadas sejam confirmadas pelo gestor de
pessoal;
b) abstenha-se de realizar pagamentos decorrentes do ato de pensão considerado ilegal,
no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta deliberação, sujeitando-se a
autoridade administrativa omissa à responsabilidade solidária, nos termos do art. 262, caput, do
Regimento Interno do TCU;
c) comunique aos beneficiários do ato de pensão apreciado pela ilegalidade acerca do
teor deste Acórdão, alertando-os de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais
recursos não os exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva
notificação, caso os recursos não sejam providos;
11.3) Determinar à Sefip que monitore o cumprimento das medidas determinadas no
presente Acórdão.”
É o relatório.
pp
VOTO
Examina-se, nesta oportunidade, pensão civil instituída pelo ex-servidor Durval Pirez da
Luz em favor de Conceição dos Santos Luz, na condição de viúva, e Ingrid Santos Luz, na condição de
menor sob guarda.
2. A pensão teve início em 11/3/2008, data do óbito do instituidor.
3. Instruindo o feito, a Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip), com o aval do
Ministério Público, posicionou-se pela negativa de registro do ato, porquanto posterior ao advento da
Lei 9.717/1998, que “derrogou do regime próprio de previdência dos servidores públicos da União as
categorias de pensão civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão
emancipado e não inválido, a menor sob guarda e a pessoa designada”.
4. Assiste razão à unidade técnica.
5. Embora originalmente prevista no art. 217, inciso II, alínea “b”, da Lei 8.112/1990, a
concessão de pensão a menor sob guarda foi derrogada, no regime estatutário, pela combinação das
Leis 9.528/1997 e 9.717/1998. A primeira alterou o art. 16, § 2º, da Lei 8.213/1991, excluindo o menor
107
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
sob guarda do rol de beneficiários – dependentes do segurado – do Regime Geral de Previdência
Social (RGPS). A segunda, em seu art. 5º, expressamente estabeleceu:
“Art. 5° Os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal não
poderão conceder benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência Social, de que
trata a Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, salvo disposição em contrário da Constituição Federal.”
(Grifei.)
6. A matéria, vale dizer, encontra-se pacificada no âmbito desta Corte desde o advento do
Acórdão 2.515/2011-Plenário.
7. Portanto, não subsistindo no ordenamento jurídico, por ocasião do óbito do instituidor, o
fundamento indicado para a concessão de pensão em favor de Ingrid Santos Luz, há que se ter o ato
por ilegal, com a consequente negativa de registro. Novo título concessório, assim, deverá ser emitido
pela entidade de origem, com a integralização do benefício em favor da Sra. Conceição dos Santos
Luz, viúva do ex-servidor.
8. Ante o exposto, voto no sentido de que este Colegiado adote a deliberação que ora
submeto à sua apreciação.
pp
ACÓRDÃO Nº 990/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 004.713/2014-1.
2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil
3. Interessadas: Conceição dos Santos Luz (464.205.847-87); Ingrid Santos Luz
(120.859.067-70).
4. Entidade: Hospital Federal dos Servidores do Estado.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil deferida pelo Hospital Federal
dos Servidores do Estado,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª
Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento no art. 71, inciso III, da
Constituição Federal e nos arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei 8.443, de 16 de julho de 1992,
em:
9.1. considerar ilegal o ato de concessão de interesse de Conceição dos Santos Luz e Ingrid
Santos Luz, recusando seu registro;
9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas, em boa-fé, pelas
interessadas, consoante o Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;
9.3. determinar ao Hospital Federal dos Servidores do Estado que:
9.3.1. faça cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta
deliberação, os pagamentos decorrentes do ato impugnado, sob pena de responsabilidade solidária da
autoridade administrativa omissa, consoante disposto nos arts. 71, inciso IX, da Constituição Federal e
262 do Regimento Interno desta Corte;
9.3.2. emita e disponibilize no Sisac novo ato de pensão referente ao ex-servidor Durval
Pirez da Luz, excluindo da relação de beneficiários a menor sob guarda Ingrid Santos Luz;
9.3.3. dê ciência do inteiro teor desta deliberação à Sra. Conceição dos Santos Luz e ao
responsável legal por Ingrid Santos Luz, alertando-os de que o efeito suspensivo proveniente da
108
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
interposição de eventuais recursos, caso não providos, não os exime da devolução dos valores
indevidamente percebidos após a notificação;
9.3.4. envie a esta Corte de Contas, no prazo de 30 (trinta) dias, por cópia, comprovante de
que a Sra. Conceição dos Santos Luz e o responsável legal por Ingrid Santos Luz tiveram ciência desta
deliberação;
9.4. determinar à Sefip que monitore cumprimento das medidas indicadas nos subitens
anteriores, representando a este Tribunal, caso necessário.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0990-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.p
p
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.p
pp
GRUPO I – CLASSE V – Primeira Câmara
TC 008.573/2013-1
Natureza(s): Aposentadoria
Órgão/Entidade: Superintendência Estadual da Funasa no Estado do Rio Grande do Sul
Interessados: Alvorino Postiglione de Vargas (102.417.870-68); Edeni da Silveira Freitas
(249.469.900-20); Ilo Santos da Silva (226.507.250-87); Manoel Medeiros (161.820.730-04)
Advogado constituído nos autos: não há
SUMÁRIO: PESSOAL. APOSENTADORIA. LEGALIDADE E REGISTRO DE DOIS
ATOS. .AVERBAÇÃO DE TEMPO RURAL SEM O PAGAMENTO DA RESPECTIVA
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. CÔMPUTO EM DOBRO DE TEMPO DE LICENÇA-
PRÊMIO INDEVIDAMENTE CONCEDIDA A SERVIDOR QUE NÃO PREENCHEU OS
REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. ILEGALIDADE DE DOIS ATOS E
NEGATIVA DE REGISTRO. ENUNCIADO 106. DETERMINAÇÕES.p
RELATÓRIO
Adoto como relatório a bem-lançada instrução a cargo da Secretaria de Fiscalização de
Pessoal (Sefip), com a qual manifestou sua anuência o membro do Ministério Público junto ao
Tribunal de Contas da União (MPTCU):
“INTRODUÇÃO
1. Cuidam os autos de análise dos atos de concessão de aposentadoria dos interessados
acima discriminados, ex-servidores da Superintendência Estadual da Funasa no Rio Grande do Sul.
Os referidos atos foram analisados de acordo com a sistemática implantada pela IN TCU 55/2007 e
foram enviados para apreciação deste Tribunal por meio do Sistema Sisac.
EXAME TÉCNICO
Ato de ALVORINO POSTIGLIONE DE VARGAS
109
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
2. A aposentadoria foi concedida com base no artigo 3º da Emenda Constitucional nº
47/2005:
‘Art. 3º Ressalvado o direito de opção à aposentadoria pelas normas estabelecidas pelo
art. 40 da Constituição Federal ou pelas regras estabelecidas pelos arts. 2º e 6º da Emenda
Constitucional nº 41, de 2003, o servidor da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, que tenha ingressado no serviço público até 16 de
dezembro de 1998 poderá aposentar-se com proventos integrais, desde que preencha,
cumulativamente, as seguintes condições:
I trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;
II vinte e cinco anos de efetivo exercício no serviço público, quinze anos de carreira e
cinco anos no cargo em que se der a aposentadoria;
III idade mínima resultante da redução, relativamente aos limites do art. 40, § 1º, inciso
III, alínea ‘a’, da Constituição Federal, de um ano de idade para cada ano de contribuição que
exceder a condição prevista no inciso I do caput deste artigo’.
3. Verificando o tempo de servido discriminado no ato (45 anos, 6 meses e 19 dias), tempo
de serviço público (45 anos, 6 meses e 19 dias), tempo no cargo (45 anos) e idade na data de vigência
do ato (70 anos) constatamos que ele é suficiente para o servidor se aposentar com base no
fundamento utilizado. Portanto, entendemos que esse ato pode ser considerado legal.p
Ato de EDENI DA SILVEIRA FREITAS
4. A aposentadoria foi concedida com fundamento no artigo 40, inciso III, alínea ‘a’, da
Constituição Federal (redação original).
5. Na discriminação dos tempos de serviços, foi informado que foi averbado para fins da
aposentadoria da interessada o tempo de 8 anos, 8 meses e 26 dias prestado na atividade rural.
6. O Controle Interno manifestou-se pela ilegalidade do ato, apresentando a seguinte
justificativa:
‘O servidor teve computado o período de 18/06/1966 a 18/04/1976, totalizando 9 anos, 10
meses e 1 dia ref. a atividade rural, cfe. Certidão de Tempo de Contribuição emitida p/ INSS em
30/11/1999 (fl. 68 do proc. nº 25265.000232/00-70).
Questionada p/Diligência nº 32/2008/CGU/RS, de 23/01/2008 (fl. 58-62), quanto ao tempo
em questão, a FUNASA/CORE/RS, solicitou ao INSS, por meio do Ofício nº 107/FUNADA/CORE/RS
(fl. 71) pronunciamento formal quanto a legitimidade do tempo averbado. O INSS, conforme Ofício nº
619, de 14/10/2008 (fl.105), cancelou a Certidão de Tempo de Contribuição, haja vista a não
indenização previdenciária dos períodos em atividade rural.
Somos pela ilegalidade do ato, haja vista o cancelamento da Certidão de Tempo de
Contribuição pelo INSS. A situação contraria jurisprudência sobre pessoal, do TCU, de que a
atividade rural somente poderá ser averbada p/fins de aposentadoria no Serviço Público Federal se
recolhidas as contribuições, devendo haver comprovação formal destas.
Destacamos que diante do cancelamento da Certidão pelo INSS, o servidor, representado
pelo SINDSERF/RS, ingressou com a Ação Ordinária, com antecipação de tutela, nº
2009.71.00.003177-6/RS perante a 5ª Vara Federal de Porto Alegre visando a manutenção da
averbação do período de tempo de serviço rural. Não consta do auto nenhuma manifestação da
Justiça quanto à Ação em questão’.
7. Conforme se vê na manifestação acima transcrita, o Controle Interno atestou que o
tempo rural utilizado para aposentadoria da servidora não foi ratificado pelo INSS, bem como não
houve recolhimento das contribuições previdenciárias, contrariando jurisprudência deste Tribunal.
8. A respeito desse assunto, a jurisprudência deste Tribunal é no sentido de que o tempo
rural somente poderá ser averbado para fins de aposentadoria no serviço público se recolhidas as
110
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
respectivas contribuições previdenciárias na época própria ou, posteriormente, de forma indenizada
(Súmula nº 268).
9. No presente ato, o órgão de origem informou também que foi computado para fins de
aposentadoria o tempo de 3 anos, 5 meses e 1 dia prestado em atividades insalubres, durante o
período em que a interessada esteve vinculada ao regime celetista.
10. O entendimento deste Tribunal (Acórdão nº 2008/2006 – Plenário) é no sentido de ser
possível a contagem de tempo de serviço para concessão de aposentadoria estatutária com o
aproveitamento de tempo especial prestado sob condições insalubres, perigosas ou penosas. Assim, o
servidor público que exerceu, como celetista, no serviço público, atividades insalubres, penosas ou
perigosas, no período anterior à vigência da Lei 8.112/90, tem direito à contagem especial de tempo
de serviço para efeito de aposentadoria.
11. Com o acréscimo desse tempo prestado sob condições insalubres e exclusão do tempo
rural, a interessada contou com 29 anos, 7 meses e 9 dias de tempo de serviço na data da
aposentadoria (6/6/2000), o que seria insuficiente para se aposentar com base no fundamento
utilizado. Portanto, entendemos que esse ato deve ser considerado ilegal.
12. A título de esclarecimento, importa mencionar que a interessada completará 60 anos
de idade em 18/6/2013 e o tempo restante (29 anos, 7 meses e 9 dias) é suficiente para se aposentar
com proventos proporcionais (29/30) com base no artigo 40, § 1º, inciso III, alínea ‘b’, da
Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20/1998.
Ato de ILO SANTOS DA SILVA
13. O ato inicial (NC 10274936-04-2007-000017-2) foi julgado prejudicado por inépcia.
O gestor de pessoal registrou no Sistema Sisac outro ato inicial (NC 10274936-04-2010-000019-1)
que ainda está em edição pelo órgão. Nesse caso, deve ser determinado ao órgão que envie esse novo
ato inicial para apreciação deste Tribunal.
14. O ato de alteração constante do presente processo foi emitido para alterar o
fundamento legal da aposentadoria do interessado, passando a ser com base no artigo 3º da Emenda
Constitucional nº 47/2005.
15. No presente ato, o órgão de origem informou também que foi computado para fins de
aposentadoria o tempo de 3 anos, 4 meses e 2 dias prestado em atividades insalubres, durante o
período em que o interessado esteve vinculado ao regime celetista.
16. O entendimento deste Tribunal (Acórdão nº 2008/2006 – Plenário) é no sentido de ser
possível a contagem de tempo de serviço para concessão de aposentadoria estatutária com o
aproveitamento de tempo especial prestado sob condições insalubres, perigosas ou penosas. Assim, o
servidor público que exerceu, como celetista, no serviço público, atividades insalubres, penosas ou
perigosas, no período anterior à vigência da Lei 8.112/90, tem direito à contagem especial de tempo
de serviço para efeito de aposentadoria.
17. A soma dos tempos discriminados está diferente do total informado. Consultando o
novo ato inicial (NC 10274936-04-2010-000019-1) que ainda está em edição pelo gestor de pessoal,
constatamos que o tempo discriminado é de 38 anos, 1 mês e 25 dias, que está igual ao total
informado no presente ato.
18. Com o acréscimo do tempo prestado sob condições insalubres, o interessado contou
com tempo suficiente para se aposentar com base no fundamento utilizado. Portanto, entendemos que
esse ato pode ser considerado legal.
Ato de MANOEL MEDEIROS
19. O ato inicial (NC 10274936-04-2007-000008-3) foi julgado ilegal por este Tribunal,
visto que houve erro na proporcionalidade dos proventos (34/35), tendo em vista que não foram
descontadas as faltas injustificadas durante a vida funcional do servidor no cômputo do tempo de
serviço para fins de aposentadoria. Outra irregularidade que motivou pela ilegalidade do ato inicial
111
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
foi no cálculo dos proventos do interessado, tendo em vista que não foi observado a regra disposta na
Emenda Constitucional nº 41/2003 (cálculo dos proventos pela média das contribuições).
20. O ato de alteração constante o presente processo teve parecer do Controle Interno
pela ilegalidade, com a seguinte justificativa:
A inicial da aposentadoria por invalidez permanente com proventos proporcionais a 34/35
avos em 24/07/2007 recebeu parecer pela ilegalidade da CGU. O Mapa de Tempo de Serviço (fl.
16/32 do processo n.º 25265.000964/2007-52) aponta um tempo de serviço geral de 34 anos e 71 dias.
O período de trabalho na FUNASA foi de 03/03/1975 a 23/07/2007, período que somado ao tempo
insalubre (904 dias concedidos com base na Orientação Normativa n.º 03 de 18/05/2007) temos um
tempo de 12735 dias (34 anos, 10 meses e 25 dias). Ocorre porém que o servidor teve 498 faltas
durante a sua vida funcional, que devem ser subtraídos desse total, o que gera um tempo total líquido
de 12.237 dias (33 anos, 6 meses e 12 dias).
A Funasa alterou a aposentadoria do servidor para integralizar, com fundamento no art. 3
EC 47/05. Segundo Mapa constatamos que não houve acréscimo no tempo de serviço averbado, no
entanto surgiu no 3º mapa do processo de aposentadoria (fls.81-96) 545 dias de LP em dobro, a qual
não constava dos mapas anteriores. Destacamos que o servidor no período aquisitivo das LPs não
gozadas, teve 498 ausências injustificadas ao trabalho, as quais não foram consideradas no computo
do tempo para aquisição da Licença Prêmio por Assiduidade. Assim, somos pela ilegalidade da
aposentadoria em tela, haja vista que não restou comprovado no processo o direito da LP averbada
em dobro, portanto o servidor não atendeu os requisitos para a aposentadoria de acordo com o
fundamento utilizado.
21. No Sistema Sisac, consta outro ato registrado (NC 10274936-04-2010-000020-5),
corrigindo a irregularidade apontada pelo Controle Interno, que ainda está em edição pelo gestor de
pessoal e será analisado oportunamente por este Tribunal. Nesse caso, entendemos que o ato
constante do presente processo seja julgado ilegal, com determinação ao órgão de origem que
encaminhe para apreciação deste Tribunal o ato registrado no Sistema Sisac sob número de controle
(NC 10274936-04-2010-000020-5).
CONCLUSÃO
22. Por todo o exposto, entendemos que:
a) os atos de ALVORINO POSTIGLIONE DE VARGAS e ILO SANTOS DA SILVA podem
ser considerados legais e terem os seus registros por este Tribunal;
b) o ato de EDENI DA SILVEIRA FREITAS deve ser considerado ilegal, visto que foi
computado para fins da aposentadoria tempo rural sem comprovação das contribuições
previdenciárias, contrariando jurisprudência deste Tribunal (Súmula nº 268);
c) o ato de MANOEL MEDEIROS deve ser considerado ilegal, visto que não restou
comprovado o direito do interessado ao cômputo da Licença Prêmio em dobro para fins de
aposentadoria;
d) deve ser determinado ao órgão de origem que:
d.1) encaminhe para apreciação deste Tribunal os atos de ILO SANTOS DA SILVA e
MANOEL MEDEIROS, registrados no Sistema Sisac sob números de controle (NC 10274936-04-
2010-000019-1) e (NC 10274936-04-2010-000020-5), respectivamente, no prazo de 30 (trinta) dias,
contados da ciência desta deliberação;
d.2) oriente à Senhora EDENI DA SILVEIRA FREITAS que ela poderá adotar uma das
seguintes alternativas:
1) continuar aposentada com base no fundamento utilizado (artigo 40, inciso III, alínea
‘a’, da Constituição Federal - redação original). Para isso, deverá recolher, de forma indenizada, as
contribuições previdenciárias do período rural averbado;
112
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
2) continuar aposentada com proventos proporcionais, com base no artigo 40, § 1º, inciso
III, alínea ‘b’, da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20/1998.
Nesse caso, os proventos serão pagos na proporção de 29/30 avos;
3) retornar à atividade e se aposentar com base nas regras vigentes.
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
23. Ex positis, de conformidade com o preceituado nos artigos 71, III e IX, da Constituição
Federal de 1988; 1º, V, e 39, II, da Lei nº 8.443/1992; e 1º, VIII, e 260, § 1º, do Regimento
Interno/TCU, propõe-se a adoção das seguintes medidas:
a) considerar LEGAIS os atos de concessão de aposentadoria de ALVORINO
POSTIGLIONE DE VARGAS e ILO SANTOS DA SILVA;
b) considerar ILEGAL o ato de concessão de aposentadoria de EDENI DA SILVEIRA
FREITAS, visto que foi computado para fins da aposentadoria tempo rural sem comprovação das
contribuições previdenciárias, contrariando jurisprudência deste Tribunal (Súmula nº 268);
c) considerar ILEGAL o ato de concessão de aposentadoria de MANOEL MEDEIROS,
visto que não restou comprovado o direito do interessado ao cômputo da Licença Prêmio em dobro
para fins de aposentadoria;
d) determinar à Superintendência Estadual da Funasa no Rio Grande do Sul que:
d.1) encaminhe para apreciação deste Tribunal os atos de ILO SANTOS DA SILVA e
MANOEL MEDEIROS, registrados no Sistema Sisac sob números de controle (NC 10274936-04-
2010-000019-1) e (NC 10274936-04-2010-000020-5), respectivamente, no prazo de 30 (trinta) dias,
contados da ciência deste deliberação;
d.2) oriente à Senhora EDENI DA SILVEIRA FREITAS que ela poderá adotar uma das
seguintes alternativas:
1) continuar aposentada com base no fundamento utilizado (artigo 40, inciso III, alínea
‘a’, da Constituição Federal - redação original). Para isso, deverá recolher, de forma indenizada, as
contribuições previdenciárias do período rural averbado;
2) continuar aposentada com proventos proporcionais, com base no artigo 40, § 1º, inciso
III, alínea ‘b’, da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 20/1998.
Nesse caso, os proventos serão pagos na proporção de 29/30 avos;
3) retornar à atividade e se aposentar com base nas regras vigentes.
d.3) dê ciência do inteiro teor do acórdão a ser proferido para os interessados, alertando-
os de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recursos não os eximirá da
devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não-provimento
desses recursos;
d.4) no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data
em que os interessados tomarem conhecimento da decisão desta Corte.”
É o relatório.
pp
VOTO
Trata-se de aposentadoria de servidores da Superintendência Estadual da Fundação
Nacional de Saúde no Rio Grande do Sul, deferida nos seguintes termos:
a) Alvorino Postiglione de Vargas – aposentado no cargo de Agente de Saúde Pública em
6.5.2008, com fundamento no art. 3º da EC 41/2003;
b) Edeni da Silveira Freitas – aposentado no cargo de Agente de Saúde Pública em
6.6.2000, com fundamento na alínea “a” do inciso III do art. 40 da Constituição Federal, na sua
redação original;
113
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
c) Ilo Santos da Silva - aposentado no cargo de Agente de Saúde Pública em 23.7.2007,
com fundamento no art. 3º da EC 47/2005;
d) Manoel Medeiros – aposentado no cargo de Agente de Saúde Pública em 24.7.2007,
com fundamento no art. 3º da EC 47/2005.
No caso do Sr. Ilo Santos da Silva, examina-se, neste processo, ato de “alteração” que
retroage até a data da aposentadoria, em razão da averbação de novo tempo de serviço/contribuição (3
anos, 4 meses e 2 dias de tempo de atividade insalubre).
A Sefip propõe sejam consideradas ilegais as concessões em favor de Edeni da Silveira
Freitas e Manoel Medeiros.
Consta do ato de Edeni da Silveira Freitas que o controle interno manifestou-se pela
ilegalidade da concessão em razão do cômputo de 9 anos, 10 meses e 1 dia de tempo rural, sendo que a
certidão respectiva, que não consta dos autos, teria sido cancelada pelo Instituto Nacional do Seguro
Social.
Observo, contudo, que o ato do interessado não faz menção a tempo rural, mas sim a
tempo de regime geral (8 anos, 8 meses e 26 dias). Contudo, a discrepância entre esses dois tempos
não é suficiente para afastar a irregularidade apontada, haja vista que as informações apresentadas no
campo “Justificativa Parecer Controle Interno” e o teor da ação judicial 2009.71.00.003177-6/RS
apontam no sentido de que o tempo averbado como sendo de regime geral é, na verdade, tempo de
serviço rural.
E sendo certo que o interessado não obteve êxito em seu processo judicial até o presente,
consoante consulta ao site do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, acolho os pareceres quanto à
ilegalidade dessa concessão. Todavia, dissinto da orientação quanto à possibilidade de o servidor vir a
aposentar-se voluntariamente por idade, já que, sendo do sexo masculino, a idade mínima para
aposentadoria por idade é de 65 anos, ao passo que o interessado, no momento, possui 60 anos.
Já o ato de Manoel Medeiros não pode prosperar em razão do cômputo indevido de
licença-prêmio. Indevido porque não faria jus ao benefício, já que possui 498 dias de faltas não
justificadas.
Segundo instrução da Sefip, consta da base do Sisac outro ato do interessado, com a
suposta correção da irregularidade. Esse ato ainda não foi encaminhado ao TCU.
Feitas essas considerações, acolho os pareceres, no essencial, e VOTO por que o Tribunal
adote a deliberação que ora submeto a este Colegiado.pp
pp
ACÓRDÃO Nº 991/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 008.573/2013-1.
2. Grupo I – Classe de Assunto: V - Aposentadoria
3.1. Interessados: Alvorino Postiglione de Vargas (102.417.870-68); Edeni da Silveira
Freitas (249.469.900-20); Ilo Santos da Silva (226.507.250-87); Manoel Medeiros (161.820.730-04).
4. Órgão/Entidade: Superintendência Estadual da Funasa no Estado do Rio Grande do Sul.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de processo de aposentadoria,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª
Câmara, diante das razões expostas pelo relator e com fundamento no inciso IX do art. 70 da
114
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Constituição Federal e no art. 39 da Lei 8.443/1992, em:
9.1. julgar legais as concessões de aposentadoria a Alvorino Postiglione de Vargas e Ilo
Santos da Silva e determinar o registro dos atos de peças 3 e 5;
9.2. julgar ilegais as concessões de aposentadoria a Edeni da Silveira Freitas e Manoel
Medeiros e negar registro aos atos de peças 4 e 6;
9.3. dispensar a devolução dos valores indevidamente recebidos pelos interessados
mencionados no subitem anterior, nos termos do Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste
Tribunal;
9.4. determinar à Superintendência Estadual da Fundação Nacional de Saúde no Rio
Grande do Sul que adote as seguintes providências no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de
responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa:
9.4.1. dê ciência do inteiro teor desta deliberação a Edeni da Silveira Freitas e Manoel
Medeiros e faça juntar aos autos os comprovantes de notificação nos 15 (quinze) dias subsequentes;
9.4.2. após as devidas notificações, faça cessar os pagamentos realizados com base nos
atos ora impugnados;
9.4.3. encaminhe para apreciação deste Tribunal os atos de ILO SANTOS DA SILVA e
MANOEL MEDEIROS, registrados no Sistema Sisac sob números de controle (NC 10274936-04-
2010-000019-1) e (NC 10274936-04-2010-000020-5);
9.4.4. oriente o Sr. Edeni da Silveira Freitas sobre a possibilidade de optar por uma das
alternativas a seguir:
9.4.4.1. recolher a contribuição previdenciária relativa ao tempo rural necessário para o
implemento de 35 anos de tempo de contribuição até 15.12.1998, véspera da publicação da EC
20/1998, que passou a exigir idade mínima para a aposentadoria voluntária por tempo de contribuição;
9.4.4.2. retornar à atividade e se aposentar com base nas regras vigentes.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0991-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.p
pp
GRUPO I – CLASSE V – Primeira Câmara
TC 008.967/2013-0
Natureza(s): Pensão Civil
Órgão/Entidade: Ministério das Comunicações (vinculador)
Interessados: Andressa Pedrosa Gomes (006.550.092-05); Bruno Campos de Menezes
(016.478.256-79); Clelia Brasilia de Alarcon Vaz (234.916.800-00); Maria Betania Nunes da Silva
(529.921.604-15); Olivia Matildes Caldeira Cavalcante (237.062.016-15)
Advogado constituído nos autos: não há.
SUMÁRIO: PENSÃO CIVIL. ÓBITO OCORRIDO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 9.717/98.
EXCLUSÃO DO MENOR SOB GUARDA E DA PESSOA DESIGNADA ATÉ 21 ANOS DO ROL
DE BENEFICIÁRIOS DA PENSÃO POR MORTE PREVISTA NO ARTIGO 217 DA LEI Nº
8.112/1990. ILEGALIDADE DE DOIS ATOS E LEGALIDADE DOS DEMAIS.p
RELATÓRIO
115
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Adoto como Relatório a manifestação da unidade técnica, cujos termos são os seguintes:
“INTRODUÇÃO
1. Cuidam os autos de 5 (cinco) atos de pensão civil efetuado pelo MINISTÉRIO DAS
COMUNICAÇÕES (VINCULADOR), com parecer pela legalidade emitido pelo órgão de Controle
Interno.
2. Os atos constantes deste processo foram encaminhados a este Tribunal para
apreciação, na sistemática definida na Instrução Normativa nº 55/2007, por intermédio do SISAC.
EXAME TÉCNICO
3. No âmbito desta Secretaria, preliminarmente, os atos foram analisados por um sistema
informatizado, que fez a verificação de vários pontos nos formulários de concessão e seus anexos,
cobrindo quase a totalidade dos dados apresentados.
4. Cumpre esclarecer que as rotinas de crítica do sistema foram elaboradas e validadas
pelas Gerências Técnicas da SEFIP, levando em conta as peculiaridades do tipo de ato. Os itens de
verificação do sistema compreenderam, entre outros, o parecer do Controle Interno e a
fundamentação legal informada.
5. Esta Unidade Técnica procedeu à análise dos fundamentos legais, das advertências e
falhas geradas pelo SISAC, dos cálculos de proporcionalização dos proventos, da incorporação de
parcelas pelo exercício de funções comissionadas, das datas de vigência, entre outros.
Instituidores Cecília Leite Campos e Francisco de Assis Gomes
6. A instituidora Cecília Leite Campos faleceu em 4/7/2007 deixando a pensão para o Sr.
Bruno Campos de Menezes.
7. O instituidor Francisco de Assis Gomes, falecido em 30/8/2007, teve o ato inicial de
pensão julgado legal no TC 000.915/2012-2, constando apenas a viúva como pensionista. O ato deste
processo trata-se de alteração da pensão, referente à inclusão de nova beneficiária, Srª Andressa
Pedrosa Gomes.
8. Cabe destacar, quanto aos beneficiários Bruno Campos de Menezes, CPF nº
016.478.256-79, e Andressa Pedrosa Gomes, CPF nº 006.550.092-0, que eles foram habilitados na
condição de pessoas designadas que vivam na dependência econômica do servidor, nos termos do que
estabelece o art. 217, II, “d” da Lei 8.112, de 1990 (peça 2 – p. 1/2).
9. A partir do Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário, inaugurou-se o entendimento, no
âmbito desta Corte de Contas, de que não mais seria devida pensão à pessoa designada que viva na
dependência econômica do servidor (art. 217, II, “d” da Lei 8.112), em razão de que o art. 5º da Lei
nº 9.717, de 1998, derrogou do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União
as pensões instituídas com fundamento no art. 217, II, “a”, “b”,“c” e “d” da Lei 8.112, de 1990. Eis
o que estabeleceu o item 9.4 daquele decisum:
“9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que informe aos órgãos
centrais de gestão de pessoal da Administração Pública Federal da União, nos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário, que o art. 5º da Lei 9.717/1998, publicada no DOU de 28/11/1998, derrogou
do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União as categorias de pensão
civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a
menor sob guarda e a pessoa designada, previstas nas alíneas “a‟, “b‟, “c‟ e “d‟, respectivamente,
todos do inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990.”
10. Desde então, diversos outros acórdãos do TCU passaram a consolidar esse
entendimento, a exemplo dos Acórdãos nºs 9.516/2011, 9.518/2011 e 9.520/2011, todos da 1ª Câmara,
e Acórdãos nº 183/2012 e 917/2012 da 2ª Câmara. Nesse sentido, qualquer discussão acerca de
pessoa designada que viva na dependência econômica do servidor, bem como a solicitação de
documentação que comprove tal dependência tornam-se desnecessárias.
11. Nesse mesmo sentido, a Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (MP), na qualidade de órgão central do SIPEC-SEGEP, emitiu a Nota Técnica nº
116
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
100/212/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, de 14/04/2012, pacificando, em âmbito administrativo, o
entendimento acerca da impossibilidade de se conceder pensão civil estatutária destinada aos
beneficiários de que tratam as alíneas "a", "b", "c" e "d" do inciso II do art. 217 da Lei n.º 8.112/90,
entre eles, a pessoa designada, observando que a matéria foi também assim enfrentada no âmbito do
TCU (ACÓRDÃO 2515/2011 - Plenário).
12. Também seguindo essa linha de entendimento, a AGU emitiu os Pareceres
047/2010/DECOR/CGU/AGU, de 17/5/2010; 617/2011/CONJUR-MPS/CGU/AGU, de 23/09/2011; e
015 - 3.18/2012/RA/CONJUR-MP/CGU/AGU de 09/1/2012 consolidando o posicionamento no sentido
de que o art. 5º da Lei 9.717, de 1998 derrogou, entre outros, os benefícios previstos na alínea “e” do
inciso I, “b” e “d” do inciso II, ambos do art. 217 da Lei 8.112/1990.
13. Vale mencionar que o Supremo Tribunal Federal, também já se manifestou nesse
sentido, nos termos a seguir transcritos:
“EMENTA:- Ação direta de inconstitucionalidade. Lei Estadual n.º 2.120/99. Alegação de
que a Lei Estadual violou os arts. 25, §§ 1º e 4º, 40 e 195, "caput", § 5º, da CF, ao indicar "os filhos
solteiros, com idade até 24 anos e freqüência a cursos superiores ou técnico de 2º grau como
dependentes, para fins previdenciários, no Estado do Mato Grosso do Sul. 2. O art. 195, da CF, na
redação da EC n.º 20/98, estipula que nenhum benefício ou serviço de seguridade social poderá ser
criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. A Lei n.º 9.717/98 dispôs
sobre regras gerais para a organização e funcionamento dos regimes próprios de previdência social
dos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares
dos Estados e do Distrito Federal, dando outras providências. 3. No art. 5º, da Lei n.º 9.717/98 dispõe
que "os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados, e do Distrito Federal, não poderão
conceder benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência Social, de que trata a Lei
n.º 8.213/91. 4. Extensão do benefício impugnada se fez sem qualquer previsão de correspondente
fonte de custeio. A competência concorrente dos Estados em matéria previdenciária, não autoriza se
desatendam os fundamentos básicos do sistema previdenciário, de origem constitucional. 5.
Relevantes os fundamentos da inicial. Medida liminar deferida.” (ADI 2311 MC, Relator: Min. NERI
DA SILVEIRA, Tribunal Pleno, julgado em 07/03/2002, DJ 07-06-2002 PP-00081 EMENT VOL-
02072-01 PP-00154)
14. Por oportuno, convém transcrever o elucidativo trecho do Acórdão nº 2515/2011 –
TCU – Plenário que permite enxergar com clareza a questão:
(...)
“O novo texto dos arts. 16 e 18 da Lei 8.213/1991, com redação dada pela Lei 9.032/1995
e pela Medida Provisória 1.536/1996 (convertida na Lei 9.528/1997), difere da versão originária
daquele diploma legal em relação aos seguintes pontos:
a) art. 16, inciso I - foi excluído do rol de beneficiários o filho emancipado, caso não seja
inválido;
b) art. 16, inciso III – foi excluído do rol de beneficiários o irmão emancipado, caso não
seja inválido;
c) art. 16, inciso IV – foi excluído do rol de beneficiários pessoa designada menor de 21
anos ou maior de 60 anos e inválida;
d) art. 16, § 2° - deixou de constar do rol de beneficiários o menor sob guarda,
anteriormente equiparado a filho, remanescendo nessa condição equiparada apenas o enteado e o
menor sob tutela do instituidor.
Assim, com o advento da Lei n.° 9.032/1995, deixou de existir, no regime geral da
previdência social, o benefício da pensão por morte, anteriormente pago a filho e a irmão
emancipados (não inválidos), bem como a pessoa designada. Já o menor sob guarda deixou de ser
beneficiário da pensão a partir da publicação da Medida Provisória n°1.536/1996, reeditada até sua
conversão na Lei n.° 9.528/1997.”
117
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
15. Saliente-se que os atos de pensão em análise deram entrada no TCU em prazo inferior
ao período de cinco anos, não sendo aplicável, portanto, o procedimento de contraditório e ampla
defesa determinado pelo Acórdão TCU nº 587/2011-Plenário.
16. Ante o exposto, entendemos que os atos dos instituidores Cecília Leite Campos e
Francisco de Assis Gomes devam ser apreciados pela ilegalidade, com recusa de seus registros, em
razão da concessão de pensão às pessoas designadas.
Instituidores Hélio Belo de Oliveira, Indayá Cavalcante e Itabajara da Silva Vaz
17. Não vislumbramos impedimentos para o registro dos demais atos constantes deste
processo, que podem ser apreciados pela legalidade.
18. Com relação aos atos dos instituidores Indayá Cavalcante e Itabajara da Silva Vaz,
falecidos, respectivamente, em 6/8/2003 e 27/9/2008, esclarecemos que os ex-servidores aposentaram-
se por invalidez com proventos integrais (peça 2 – p. 4 e 5).
19. Além disso, embora o instituidor Itabajara da Silva Vaz tenha falecido após a EC
41/2003, os proventos não ultrapassaram o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
geral de previdência social, não sendo necessária a aplicação da parcela relativa ao redutor de
pensão.
20. A advertência de que existe outro ato para o mesmo CPF no ato do instituidor Indayá
Cavalcante, diz respeito a ato anterior de pensão considerado prejudicado por inépcia no TC
015.544/2008-4. Com relação ao ato do instituidor Hélio Belo de Oliveira, a advertência refere-se a
atos anteriores de pensão já apreciados por esta Corte de Contas nos TC’s 002.443/2010-4 (legal –
habilitada a filha do instituidor) e 011.249/2012-9 (ilegal – habilitados menores sob guarda já
excluídos da folha de pagamento) (peça 2 – p.3).
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
21. De conformidade com o preceituado no artigo 71, inciso III, da Constituição Federal
de 1.988; c/c os arts. 1º, inciso V, e 39, incisos I e II, da Lei nº 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso VIII,
260, §§ 1º e 2º, do Regimento Interno/TCU, c/c o art. 15, da Resolução TCU nº 152/2002 e tomando
por base as informações prestadas pelo órgão de Controle Interno e as verificações feitas pela
Unidade Técnica, na forma prevista no artigo 260, caput, do Regimento Interno-TCU, propomos:
1) considerar legais, para fins de registro, as concessões de pensões civis instituídas por
Helio Belo de Oliveira, Indayá Cavalcante e Itabajara da Silva Vaz;
2) considerar ilegais, para fins de registro, a concessão de pensão civil dos instituidores
Cecília Leite Campos e Francisco de Assis Gomes, que tem como beneficiários Bruno Campos de
Menezes, CPF nº 016.478.256-79, e Andressa Pedrosa Gomes, CPF nº 006.550.092-0.,
3) dispensar a reposição dos valores indevidamente recebidos até a data do conhecimento,
pelo órgão de origem, do acórdão que vier a ser proferido, consoante o Enunciado nº 106 da Súmula
de Jurisprudência do Tribunal;
4) determinar ao MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES (VINCULADOR) a adoção das
seguintes medidas:
4.1) faça cessar, no prazo de quinze dias, os pagamentos decorrentes dos atos impugnados
por esta Corte, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa, nos
termos do art. 262 do Regimento Interno/TCU;
4.2) dê ciência do inteiro teor do acórdão a ser proferido aos interessados, alertando-os
de que o efeito suspensivo proveniente de eventual interposição de recurso junto ao TCU não os
eximem da devolução dos valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não-
provimento desse recurso;
4.3) encaminhar a este Tribunal, no prazo de trinta dias, por cópia, comprovante da data
em que os interessados tomaram conhecimento da decisão desta Corte.”
O Ministério Público junto a esta Corte de Contas anuiu à proposta da unidade técnica, em
parecer assim fundamentado:
118
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
“Trata-se de atos de concessão inicial e de alteração de pensões civis instituídas por ex-
servidores do Ministério das Comunicações, analisados por intermédio do Sistema de Apreciação dos
Atos de Admissão e Concessões – Sisac, na sistemática preconizada pela Instrução Normativa-TCU nº
55/2007.
Manifesto-me de acordo com a proposição ofertada pela Sefip (DE-9), no sentido de que
os atos referentes a Cecília Leite Campos e Francisco de Assis Gomes sejam considerados ilegais, ao
contrário dos demais atos integrantes deste processo, que merecem prosperar, por estarem em
conformidade com os dispositivos legais que regem a matéria.
Com efeito, como bem ressaltado na instrução, a partir do advento do Acórdão nº
2.515/2011-TCU-Plenário, este Tribunal de Contas da União asseverou que as categorias de pensões
civis estatutárias destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a
menor sob guarda e a pessoa designada, previstas nas alíneas “a”, “b”, “c” e “d”, respectivamente,
todas do artigo 217, inciso II, da Lei nº 8.112/1990, foram derrogadas do regime próprio da
previdência social dos servidores públicos da União, a partir da edição da Lei nº 9.717/1998.
A partir de então, outros acórdãos deste Tribunal passaram a consolidar esse
entendimento (Acórdãos de nº 9.516/2011, 9.518/2011, 9.520/2011, 2.792/2012, 2.793/2012,
2.994/2012 e 2.999/2012, entre outros, da 1ª Câmara, e Acórdãos de nº 183/2012, 917/2012,
1.780/2012, 3.188/2012 3.653/2012, entre outros, da 2ª Câmara).
Por conseguinte, qualquer discussão acerca da caracterização da dependência
econômica dos outrora beneficiários em relação ao instituidor passou a ser considerada
desnecessária.
Mais recentemente, em sessão de 24/10/2012, a matéria foi submetida a novo exame,
tendo esta Corte de Contas ratificado o entendimento antes esposado mediante a prolação do Acórdão
nº 2.875/2012-TCU-Plenário.
Ressalte-se que a recente jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça tem se pautado
na impossibilidade de concessão de pensão previdenciária a menor sob guarda, cujos fatos geradores
tenham ocorrido após a edição da Medida Provisória nº 1.523/1996, a qual foi reeditada sucessivas
vezes até a edição da Lei nº 9.528/1997, dando nova redação ao § 2º do art. 16 da Lei nº 8.213/1991,
deixando de contemplar o menor sob guarda ou tutela como beneficiário do Regime Geral de
Previdência Social, na condição de dependentes do segurado.
A título de exemplo, trago à colação os seguintes arestos:
“DIREITO PROCESSUAL CIVIL. ART. 535 DO CPC. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO.
DIREITO PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. MENOR SOB GUARDA JUDICIAL. ÓBITO
POSTERIOR À MP 1.523/96. IMPOSSIBILIDADE.
1. Não ocorre ofensa ao art. 535 do CPC se o Tribunal de origem decide, de forma
suficientemente fundamentada, as questões essenciais ao julgamento da lide.
2. É firme o entendimento neste Superior Tribunal de Justiça de que é indevida a
concessão de pensão por morte a menor sob guarda nas hipóteses em que o óbito do segurado
ocorreu na vigência da Medida Provisória nº 1.523, de 11/10/1996, posteriormente convertida na Lei
nº 9.528/97. Precedentes.
3. Hipótese em que o óbito do segurado ocorreu em 19/04/2003 (certidão de fl. 21, e-STJ),
em momento posterior, portanto, à alteração da legislação.
4. Recurso especial provido. (STJ, Relatora Ministra Eliana Calmon, REsp nº 1328300/RS,
2ª T., DJe de 25.4.2013).
PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO
ESPECIAL. PENSÃO POR MORTE. ÓBITO DO INSTITUIDOR DA PENSÃO OCORRIDO APÓS
ALTERAÇÃO LEGISLATIVA NO ART. 16 DA LEI N. 8.213/1991. MENOR SOB GUARDA
EXCLUÍDO DO ROL DE DEPENDENTES PARA FINS PREVIDENCIÁRIOS. BENEFÍCIO
INDEVIDO. SÚMULA 83/STJ. INCIDÊNCIA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.
119
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
1. Esta Corte Superior firmou compreensão de que, se o óbito do instituidor da pensão por
morte ocorreu após a alteração legislativa promovida no art. 16 da Lei n. 8.213/1991 pela Lei n.
9.528/97 – hipótese dos autos -, tal benefício não é devido ao menor sob guarda.
2. Não há como afastar a aplicação da Súmula 83/STJ à espécie, pois a Corte a quo
dirimiu a controvérsia em harmonia com a jurisprudência deste Tribunal Superior, que, em vários
julgados, também já rechaçou a aplicabilidade do art. 33, § 3º, da Lei n. 8.069/1990, tendo em vista a
natureza específica da norma previdenciária.
3. Agravo regimental desprovido. (STJ, Relatora Ministra Marilza Maynard –
Desembargadora convocada do TJ/SE – AgRg no REsp nº 1285355/ES, 5ª T., DJe de 4.3.2013).”.
Assim, os atos ora em análise, relativos aos ex-servidores Cecília Leite Campos e
Francisco de Assis Gomes, não merecem prosperar, uma vez que suas datas de vigência são
posteriores à publicação da Lei nº 9.717/1998 e têm como beneficiários, respectivamente, menor sob
guarda e pessoa designada, com menos de 21 (vinte e um anos) de idade, nos termos do art. 217,
inciso II, alíneas “b” e “d”, da Lei nº 8.112/1990.
Ante o exposto, este membro do Ministério Público de Contas acompanha o entendimento
firmado pelo Plenário desta Corte para, nos termos da instrução elaborada pela unidade técnica,
propor a legalidade dos atos referentes a Helio Belo de Oliveira, Indayá Cavalcante e Itabajara da
Silva Vaz, determinando-se os respectivos registros, e a ilegalidade e consequente negativa de registro
dos atos relativos a Cecília Leite Campos e Francisco de Assis Gomes.”
É o Relatório.
pp
VOTO
Em julgamento, cinco atos de pensão por morte emitidos no âmbito do Ministério das
Comunicações que possuem como instituidores os servidores Cecília Leite Campos, Francisco de
Assis Gomes, Hélio Belo de Oliveira, Indayá Cavalcante e Itabajara da Silva Vaz.
2. A unidade técnica, realizando a análise dos atos ora submetidos a julgamento, propõe a
ilegalidade dos atos instituídos por Cecília Leite Campos e Francisco de Assis Gomes em favor,
respectivamente, de Bruno Campos de Menezes, menor sob guarda, e Andressa Pedrosa Gomes,
menor designada, por não mais poderem ser considerados como beneficiários da pensão de que cuida o
art. 217 da Lei nº 8.112/1990 após o advento da Lei nº 9.717/1998.
3. Quanto aos demais atos, propõe a unidade técnica que os mesmos sejam considerados
legais, por se encontrarem ajustados à legislação que disciplina a matéria.
4. O Ministério Público junto a esta Corte de Contas manifestou-se de acordo com a
proposta formulada pela unidade técnica.
5. O Plenário desta Corte de Contas, por meio do Acórdão 2.515/2011, firmou o
entendimento segundo o qual o menor sob guarda, assim como o menor designado, teria sido excluído
do rol de beneficiários da pensão por morte, em face da derrogação do disposto no artigo 217, inciso
II, alíneas “b” e “d”, da Lei nº 8.112/1990 pela Lei 9.717, de 27 de novembro de 1998.
6. A evolução constitucional do regime previdenciário do servidor público, especialmente
a partir da publicação da Emenda Constitucional 20/1998, impõe uma verdadeira identificação entre o
regime geral de previdência social – RGPS e o regime próprio de previdência dos servidores da União
- RPPS, se não em valor, pelo menos no que tange às categorias e tipos de benefício previdenciário.
7. Especificamente em relação às condições mínimas de homogeneização dos dois regimes
previdenciários, assim prescreve o § 12 do art. 40 da Constituição Federal:
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência
de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores
120
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial e o disposto neste artigo.
(...)
§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos
titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime
geral de previdência social.
8. Decorre, pois, da Constituição, tanto o princípio contributivo quanto os parâmetros de
simetria entre os dois regimes, objetivando a autossuficiência financeira da previdência do serviço
público, para reduzir o peso de seus resultados deficitários sobre as finanças públicas.
9. Como corolário, o artigo 5º da Lei nº 9.717/1998 expressamente vedou ao regime
próprio de previdência social dos servidores públicos da União a concessão de benefícios distintos dos
previstos no Regime Geral de Previdência Social (Lei 8.213/91). E no RGPS, a pensão por morte ao
menor designado deixou de ser devida após o advento da Lei nº 9.032/1995, enquanto a do menor sob
guarda foi revogada por força da Medida Provisória 1.523/1996, convertida na Lei 9.528/1997. Nesse
sentido, veja-se, por todos, o seguinte precedente do Egrégio Superior Tribunal de Justiça sobre a
matéria:
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO E
PROCESSUAL CIVIL. LEI Nº 8.213/91 E ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.
DIREITO À PENSÃO POR MORTE. MENOR SOB GUARDA JUDICIAL. ÓBITO DO SEGURADO
INSTITUIDOR OCORRIDO APÓS A VIGÊNCIA DA LEI Nº 9.528/97. IMPOSSIBILIDADE. LEI Nº
8.213/91. REGRA ESPECIAL APLICÁVEL AOS PLANOS DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA
SOCIAL. DECISÃO AGRAVADA EM SINTONIA COM A ITERATIVA JURISPRUDÊNCIA DESTE
TRIBUNAL.
1. Não merece provimento o agravo regimental, porque o agravante limitou seu
inconformismo a simples alegações, sem trazer aos autos nenhum elemento capaz de modificar o
entendimento adotado na decisão impugnada.
2. A decisão agravada, expressamente, registrou que, após a alteração promovida pela Lei
nº 9.528/97 no § 2º, art. 16, da Lei nº 8.213/91, o menor sob guarda judicial deixou de figurar na
condição de dependente do Regime Geral de Previdência Social, não possuindo, em consequência,
direito à pensão resultante da morte do segurado guardião, não se aplicando à hipótese a regra
protetiva do art. 33, § 3º, da Lei nº 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), em razão da
prevalência do critério normativo da especialidade, em razão do qual o direito em discussão deve ser
regulado pela Lei nº 8.213/91.
3. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no REsp nº 1.004.357/RJ, Relator
Ministro Marco Aurélio Belizze, in DJe 5/12/2012).
10. Inexiste, por conseguinte, qualquer incompatibilidade do disposto no artigo 5º da Lei
9.717/1998 com a Constituição Federal. Ao revés, a norma em tela importa apenas a reprodução, no
plano infraconstitucional, dos princípios da contributividade e da simetria previstos no art. 40 da Carta
Republicana.
11. De tanto, resulta a plena legitimidade do entendimento consignado no Acórdão
2.515/2011, de cuja ementa se extrai o seguinte:
“SUMÁRIO: PENSÃO CIVIL. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DEPENDÊNCIA
ECONÔMICA DE MENOR SOB GUARDA. IRRELEVÂNCIA ANTE A REVOGAÇÃO DA ESPÉCIE
DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO, BEM COMO DE OUTRAS CATEGORIAS DE
BENEFICIÁRIOS DE PENSÃO CIVIL ESTATUTÁRIA PELA LEI 9.717/1998. CONSIDERAÇÕES
SOBRE A EVOLUÇÃO NORMATIVA DA MATÉRIA. JURISPRUDÊNCIA DOS TRIBUNAIS
SUPERIORES. POSICIONAMENTO DA AGU. ILEGALIDADE DE UM ATO. NEGATIVA DE
REGISTRO. LEGALIDADE DOS DEMAIS. REGISTRO. DETERMINAÇÃO E CIÊNCIA AOS
ÓRGÃOS CENTRAIS DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
FEDERAL.”
121
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
A propósito, destaca-se do item 9.4 deste decisum:
9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que informe aos órgãos
centrais de gestão de pessoal da Administração Pública Federal da União, nos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário, que o art. 5º da Lei 9.717/1998, publicada no DOU de 28/11/1998, derrogou
do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União as categorias de pensão
civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a
menor sob guarda e a pessoa designada, previstas nas alíneas "a", "b", "c" e "d", respectivamente,
todos do inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990".
12. Desde então, diversos outros acórdãos do TCU passaram a consolidar esse
entendimento (v.g.: Acórdãos 9.516/2011, 9.518/2011 e 9.520/2011, todos da 1ª Câmara, e Acórdão
183/2012, da 2ª Câmara), tornando desnecessária qualquer discussão acerca da dependência
econômica do menor sob guarda ou do menor designado em relação ao instituidor da pensão ou aos
seus genitores, bem como a solicitação de documentação que comprove tal dependência, como
esclarecido no seguinte excerto do voto condutor do Acórdão TCU 183/2012-TCU-2ª Câmara:
6. Entretanto, em face do novel entendimento manifestado por esta Corte de Contas,
mediante o Acórdão 2515/2011 - Plenário, prolatado na Sessão de 21/9/2011, que, na espécie,
deliberou que a concessão de pensão temporária a menor sob guarda foi expressamente revogada
pela Lei 9.717/1998, cuja vigência conformou a alteração das regras atinentes à pensão civil
estatutária da União, com a total supressão da possibilidade de deferimento a essa categoria de
beneficiário, depreendo que a discussão da questão referente à dependência econômica do menor sob
guarda em relação ao instituidor se torna despicienda.
13. Na mesma linha do entendimento desta Corte de Contas, a Secretaria de Gestão Pública
do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP), na qualidade de órgão central do SIPEC-
SEGEP, emitiu a Nota Técnica 100/212/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, de 14.4.2012, pacificando, no
âmbito administrativo do Poder Executivo, o entendimento acerca da impossibilidade de se conceder
pensão civil estatutária destinada aos beneficiários de que tratam as alíneas 'a', 'b', 'c' e 'd' do inciso II
do art. 217 da Lei 8.112/1990, entre eles, o menor designado.
14. Na hipótese sob exame, os servidores instituidores da pensão por morte Cecília Leite
Campos e Francisco de Assis Gomes faleceram na vigência da Lei 9.717/1998, após, portanto, a
revogação do dispositivo legal que daria aos beneficiários remanescentes enquadrados na condição de
menor sob guarda e pessoa designada menor de 21 anos o amparo legal para a percepção da pensão.
Dessa forma, o falecimento dos servidores públicos não gera direito aos respectivos beneficiários a
perceberem qualquer benefício previdenciário de natureza estatutária.
15. Por fim, no que diz respeito aos demais atos, em inexistindo qualquer irregularidade
que os macule, entendo que os mesmos podem ser considerados legais na forma proposta.
Ante o exposto, acolhendo a proposta da unidade técnica e do Ministério Público junto a
esta Corte de Contas, VOTO por que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto a este
Colegiado.p
BENJAMIN ZYMLER
Relator
pp
ACÓRDÃO Nº 992/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 008.967/2013-0.
2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil
3. Interessados/Responsáveis:
3.1. Interessados: Andressa Pedrosa Gomes (006.550.092-05); Bruno Campos de Menezes
122
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
(016.478.256-79); Clelia Brasilia de Alarcon Vaz (234.916.800-00); Maria Betania Nunes da Silva
(529.921.604-15); Olivia Matildes Caldeira Cavalcante (237.062.016-15).
4. Órgão/Entidade: Ministério das Comunicações (vinculador).
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão: VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam de atos de concessão de pensão civil
instituídos em favor de Andressa Pedrosa Gomes, Bruno Campos de Menezes, Clelia Brasilia de Alarcon
Vaz, Maria Betania Nunes da Silva e Olivia Matildes Caldeira Cavalcante no âmbito do Ministério das
Comunicações;
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª Câmara,
ante as razões expostas pelo Relator, e com fundamento no art. 71, incisos III e IX, da Constituição
Federal, arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei nº 8.443/92 e art. 262, § 2º, do Regimento Interno, em:
9.1. considerar legais os atos de pensão instituídos em favor de Clelia Brasilia de Alarcon
Vaz (234.916.800-00), Maria Betania Nunes da Silva (529.921.604-15) e Olivia Matildes Caldeira
Cavalcante (237.062.016-15), determinando-se o correspondente registro;
9.2. considerar ilegais os atos de pensão instituídos em favor de Andressa Pedrosa Gomes
(006.550.092-05), na condição de pessoa designada até 21 anos, e Bruno Campos de Menezes
(016.478.256-79), na condição de menor sob guarda até 21 anos, negando-lhes o correspondente
registro;
9.3. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa- fé, nos termos da
Súmula TCU nº 106, em relação aos atos tidos por irregulares;
9.4. determinar à unidade jurisdicionada que adote medidas para:
9.4.1. dar ciência, no prazo de 15 (quinze) dias, do inteiro teor desta deliberação aos
interessados, alertando-os de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais recursos não
os exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva notificação, caso esses não
sejam providos;
9.4.2. fazer cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, o pagamento decorrente dos atos considerados
ilegais, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa;
9.4.3. encaminhar ao Tribunal, no prazo de 30 (trinta) dias contados da ciência da decisão,
documento apto a comprovar que os interessados tiveram conhecimento deste acórdão;
9.5. determinar à Sefip que adote medidas para monitorar o cumprimento do item 9.4 da
presente deliberação, representando ao Tribunal em caso de não atendimento.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0992-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.p
p
GRUPO II – CLASSE II – Primeira Câmara
TC 016.194/2011-0
Natureza: Tomada de Contas Especial
Entidade: Prefeitura Municipal de Serrano do Maranhão - MA
123
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Responsáveis: Cláudio Henrique Baetas Simas (577.531.132-91); Josué Medeiros
Rodrigues (486.821.102-10); Leocádio Olímpio Rodrigues (134.282.683-34); Mário Ferreira Garcia
(585.369.492-87)
Interessado: Ministério da Saúde (vinculador)
Advogado constituído nos autos: não há.
SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO. AQUISIÇÃO DE
UNIDADE MÓVEL DE SAÚDE. NÃO IDENTIFICAÇÃO DO NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE
OS VALORES TRANSFERIDOS E A AMBULÂNCIA ADQUIRIDA. PROPOSTA DE DÉBITO
INTEGRAL. OUTRAS IRREGULARIDADES. PROPOSTA DE MULTA AOS RESPONSÁVEIS.
CARACTERIZAÇÃO DO NEXO DE CAUSALIDADE. AFASTAMENTO DO DÉBITO.
MANUTENÇÃO DAS DEMAIS IRREGULARIDADES. CONTAS IRREGULARES. MULTA.
CIÊNCIAp
RELATÓRIO
Adoto como Relatório instrução elaborada no âmbito da Secex-MA, que contou com a
anuência dos dirigentes da mencionada Unidade Técnica.
“Trata-se de tomada de contas especial instaurada em razão de irregularidades não
sanadas na prestação de contas do Convênio 5416/2005, firmado em 31/12/2005, consoante com o
termo de convênio (peça 1, p. 46-58), entre o FNS/MS e o Município de Serrano do Maranhão/MA,
que tinha por objeto a aquisição de unidade móvel de saúde, visando a fortalecer as ações do sistema
único de saúde – SUS no município, com período de execução de 31/12/2005 a 26/12/2006, e data
limite para prestação de contas em 24/2/2007.
2. O valor conveniado foi de R$ 108.000,00, sendo R$ 8.000,00 a título de contrapartida
do convenente e R$ 100.000,00 a serem custeados pelo concedente, transferidos mediante a ordem
bancária 404954, de 27/4/2006 (peça 1, p. 74).
HISTÓRICO
3. Em instrução anterior (peça 5), dividimos as irregularidades que consubstanciam a
presente TCE em quatro vertentes: (a) ausência de comprovação de regular procedimento licitatório;
(b) ausência de comprovação de execução do objeto do convênio; (c) irregularidades na execução
financeira dos recursos transferidos; e (d) prestação de contas intempestiva.
4. Com relação à letra “a”, entendemos que deviam ser ouvidos em audiência o ex alcaide
e os membros da CPL (ressaltando que dois deles não constam na base de dados do CPF da Receita
Federal do Brasil – RFB), para que apresentassem razões de justificativa pela prática de atos de
gestão ilegais e ilegítimos, além de infração à norma legal de natureza patrimonial, conforme prevê o
art. 16, inciso III, letra “b”, da Lei 8.443/1992.
5. Com relação às letras “b” e “c”, considerando a hipótese de desvio ou desfalque de
dinheiro público (art. 16, inciso III, letra “d”, da LO/TCU), pugnamos para que fosse citado o ex-
prefeito municipal, o Senhor Leocádio Olímpio Rodrigues, para apresentar alegações de defesa ou
recolher aos cofres do FNS os valores transferidos ao município, devidamente atualizados e com
incidência de juros legais.
6. Com relação à letra “d”, defendemos que fosse ouvido em audiência o ex-alcaide, para
apresentar razões de justificativa pela prestação de contas de forma intempestiva, o que configura
prática de ato de gestão ilegal e ilegítimo, além de infração à norma legal de natureza financeira,
consoante com o previsto no art. 16, inciso III, letra “b”, da LO/TCU.
7. Assim, concluímos a instrução com as seguintes propostas:
7.1. Fossem ouvidos em audiência o Senhor Leocádio Olímpio Rodrigues (CPF
134.282.683-34), na condição de ex-prefeito municipal, e os Senhores Cláudio Henrique Baeta Simas
(não cadastrado na base de dados do CPF), Josué Medeiros Rodrigues (não cadastrado na base de
124
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
dados do CPF) e Mário Ferreira Garcia (CPF 585.369.492-87), para, na condição de membros da
CPL, apresentarem, no prazo de quinze dias, razões de justificativa quanto às seguintes
irregularidades, detectadas na Tomada de Preços 2/2006, para a aquisição de duas ambulâncias,
referentes ao Convênio 5416/2005, firmado em 31/12/2005, entre o FNS/MS e o Município de Serrano
do Maranhão/MA:
a) composição da CPL com dois dos três membros, os Senhores Cláudio Henrique Baeta
Simas e Josué Medeiros Rodrigues, sem cadastro na base de dados do CPF, em afronta ao princípio
constitucional da moralidade (art. 37/CF);
b) publicidade do aviso do edital em descompasso com os arts. 21, incisos I e III; e § 2º,
inciso III, da Lei 8.666/1993;
c) documentação insuficiente para comprovar a regularidade do procedimento licitatório,
nos termos do art. 38 da Lei 8.666/1993;
d) fortes indícios de montagem do procedimento licitatório: termo de adjudicação (peça 1,
p. 232) se referindo a um só veículo, em contraste com o edital, que tinha por objeto dois veículos
(peça 1, p. 226); parcelamento do objeto nas propostas – veículo automotor + gabinete para remoção
de paciente (peça 1, p. 232) – diferentemente do que constava no edital (peça 1, p. 226); soma das
propostas vencedoras exatamente no valor conveniado.
7.2. Fosse citado o Senhor Leocádio Olímpio Rodrigues (CPF 134.282.683-34), na
condição de ex-prefeito municipal, para, no prazo de quinze dias, apresentar alegações de defesa
quanto às irregularidades detectadas na execução do Convênio 5416/2005, firmado em 31/12/2005,
entre o FNS/MS e o Município de Serrano do Maranhão/MA, ou recolhesse o valor em seguida
discriminado aos cofres do FNS, devidamente atualizado e com incidência dos juros legais:
Data do débito Valor do débito
27/4/2006 100.000,00
I – Irregularidades na execução do objeto:
a) não comprovação do nexo entre a unidade móvel de saúde apresentada à equipe, o
veículo emplacado e os recursos transferidos, haja vista que não fora apresentado o CRLV nem consta
na autorização para emplacamento os dados das notas fiscais de aquisição do veículo;
b) ausência de prova de contratação regular das pretensas licitantes vencedoras (art. 61,
da Lei 8.666/1993 e correlatos).
II – Irregularidades na gestão financeira dos recursos:
a) não comprovação da inclusão dos recursos conveniados no orçamento municipal,
através da lei orçamentária;
b) não aplicação dos recursos financeiros em conta corrente remunerada enquanto não
utilizados, em desatenção ao art. 20, § 1º, da IN/STN 1/1997;
c) pagamento efetuado mediante TED, contrariando o disposto no art. 20, caput, da
IN/STN 1/1997;
d) pagamento de tarifas bancárias por devolução de cheques, em contraste com o disposto
no art. 8º, incisos IV e VII, da IN/STN 1/1997;
e) liquidação da despesa posterior ao pagamento e feita de forma precária, em
desatenção ao art. 30 da IN/STN 1/1997 e aos arts. 62 e 63 da Lei 4.320/1964.
7.3. Fosse ouvido em audiência o Senhor Leocádio Olímpio Rodrigues (CPF
134.282.683-34), na condição de ex-prefeito municipal, para apresentar, no prazo de quinze dias,
razões de justificativa quanto à prestação de contas intempestiva dos recursos referentes ao Convênio
5416/2005, firmado em 31/12/2005, entre o FNS/MS e o Município de Serrano do Maranhão/MA.
8. A proposta foi acatada pela subunidade (peça 6) e, para dar consecução às
correspondências, formulou-se consulta à base da RFB (peça 7) disponibilizada na mesa de trabalho
do TCU, onde, ao contrário do afirmado em linhas anteriores, encontraram-se os CPFs dos Senhores
Cláudio Henrique Baeta Simas (CPF 577.531.132-91) e Josué Medeiros Rodrigues (CPF
462.821.102-10), o que soterra a irregularidade referida no parágrafo 7.1, letra “a”, supra.
125
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
EXAME DAS AUDIÊNCIAS E DA CITAÇÃO
9. Tentou-se, por meio do Ofício 2707/2012-TCU/Secex-MA, de 3/10/2012 (peça 8),
promover a audiência do Senhor Mário Ferreira Garcia. No entanto, o ofício não foi recebido pelo
destinatário, pelo motivo de falecimento, como consta no envelope devolvido (peça 15), o que foi
confirmado por pesquisa no Sisob do MPAS/INSS (peça 17), falecido aos 23/8/2011.
9.1. Em razão de tal informação, o titular da Secex-MA exarou despacho no sentido de se
diligenciar ao INSS, à Varas de Sucessões do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão – TJ/MA e
à Vara Judiciária Estadual à qual está jurisdicionado o Município de Serrano-MA, buscando
informações acerca de algum inventário do de cujus.
9.2. De acordo com pronunciamento da subunidade (peça 18), corroborado pelo titular
desta unidade técnica (peça 19), promoveu-se, por meio dos Ofícios 3329 e 3327 (peças 21 e 22,
respectivamente), diligências à Vara de Sucessões da Comarca da Capital e à Vara Única da
Comarca de Cururupu-MA, solicitando as seguintes informações acerca:
a) de instauração do inventário ou do arrolamento de bens do Senhor MÁRIO FERREIRA
GARCIA, CPF 585.369.492-87, encaminhando, em caso positivo, a completa qualificação do
inventariante ou, se for o caso, do administrador provisório;
b) da partilha de bens do Senhor Mário Ferreira Garcia, CPF 585.369.492-87,
encaminhando, em caso positivo, a qualificação completa dos sucessores mortis causa e cópia
integral da sentença.
9.3. O Ofício 3329/2012 foi recebido no destinatário em 12/12/2012, como comprova o
recibo de protocolo (peça 23) e o Ofício 3327/2012 em 27/12/2012, como se vê no AR 331557865JL
(peça 24).
9.4. Por meio do Ofício 636/2012 – Visa, de 21/12/2012 (peça 25), o Exmo. Sr. Juiz de
Direito da Vara de Sucessões da Capital informou que, até aquela data, não fora distribuído nenhum
inventário dos bens de Mário Ferreira Garcia. Por sua vez, a secretaria judiciária da Comarca de
Cururupu-MA não respondeu à solicitação.
10. Tentou-se, por meio do Ofício 2706/2012-TCU/Secex-MA, de 3/10/2012 (peça 9),
promover a audiência do Senhor Josué Medeiros Rodrigues, que recusou o recebimento, conforme
faz prova o envelope devolvido (peça 20).
10.1. Por meio do Edital 8/2013, de 8/2/2013 (peça 26), promoveu-se a audiência do
Senhor Josué Medeiros Rodrigues, publicado no DOU de 21/2/2013, na página 134 da Seção 3
(peças 28 e 29).
11. Por meio do Ofício 2705/2012-TCU/Secex-MA, de 3/10/2012 (peça 10), promoveu-se a
audiência do Senhor Cláudio Henrique Baeta Simas, recebido em 19/10/2012, como comprova o AR
174616849JL (peça 14).
12. Por meio do Ofício 2704/2012-TCU/Secex-MA, de 3/10/2012 (peça 11), promoveu-se a
audiência do Senhor Leocádio Olímpio Rodrigues, recebido em 19/10/2012, como comprova o AR
174616835JL (peça 13).
13. Por meio do Ofício 2708/2012-TCU/Secex-MA, de 3/10/2012 (peça 12), promoveu-se a
citação do Senhor Leocádio Olímpio Rodrigues, recebido em 19/10/2012, como comprova o AR
174616835JL (peça 13).
14. Aos 1/11/2012, o responsável solicitou cópia integral dos autos e prorrogação do
prazo para responder por trinta dias, o que foi deferido no bojo do documento (peça 27), sendo-lhe
ressalvado, na ocasião, que a prorrogação do prazo iniciar-se-ia a partir do prazo inicialmente
estabelecido. No entanto, até a presente data, o Senhor Leocádio Olímpio Rodrigues não apresentou
nem justificativas para a audiência nem defesa para os argumentos da citação.
ANÁLISE E FUNDAMENTAÇÃO
15. Em razão da inércia de todos os responsáveis aqui arrolados, há de se verificar
apenas a regularidade dos atos procedimentais adotados, a fim de se evitarem possíveis arguições
futuras de nulidade.
126
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
16. Tomemos inicialmente o caso do Senhor Mário Ferreira Garcia, o qual se constatou
estar falecido desde o dia 23/8/2011. Em que pese o não atendimento à diligência promovida à
Comarca de Cururupu (vide parágrafo 8.4 supra), cremos que não há necessidade de se embargar o
presente processo para reiterar tal solicitação.
17. A propósito, a Lei 8.443/1993 elencou, em seu art. 16, III, quatro hipóteses em que as
contas do responsável serão julgadas como irregulares:
a) omissão no dever de prestar contas;
b) prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo, antieconômico, ou infração à norma legal ou
regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial;
c) dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico; e
d) desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos.
18. Segundo o § 1° do mesmo artigo, o Tribunal poderá ainda julgar irregulares as
contas no caso de reincidência no descumprimento de determinação de que o responsável tenha tido
ciência, feita em processo de tomada ou prestação de contas.
19. Para cada uma dessas hipóteses, a LO/TCU, consubstanciada nos princípios e
preceitos da responsabilidade civil encravados no Código Civil Brasileiro – CCB, atribuiu variedades
de obrigações e penas, pecuniárias ou não, conforme a situação e grau de responsabilidade.
20. Para as irregularidades elencadas nas alíneas “c” e “d” do art. 16, III, da LO/TCU,
onde há a incidência de dano ao erário, o responsável é citado para apresentar alegações de defesa,
as quais, se rejeitadas, inferem a ele a obrigação de reparar o dano, seja em decorrência de ato de
gestão ilegítimo ou antieconômico, seja em razão de desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores
públicos.
20.1. Nessas hipóteses, os bens do responsável, inclusive, os deixados em herança, ficam
sujeitos à reparação devida, como prevê o CCB em seus arts. 943, 1.792 e 1.997: Art. 943. O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança.
Art. 1.792. O herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança; incumbe-lhe,
porém, a prova do excesso, salvo se houver inventário que a escuse, demonstrando o valor dos bens herdados.
Art. 1.997. A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido; mas, feita a partilha, só
respondem os herdeiros, cada qual em proporção da parte que na herança lhe coube.
§ 1º. Quando, antes da partilha, for requerido no inventário o pagamento de dívidas constantes de
documentos, revestidos de formalidades legais, constituindo prova bastante da obrigação, e houver
impugnação, que não se funde na alegação de pagamento, acompanhada de prova valiosa, o juiz mandará
reservar, em poder do inventariante, bens suficientes para solução do débito, sobre os quais venha a recair
oportunamente a execução.
21. Para as irregularidades previstas nas alíneas “a” e “b” e no § 1º, do art. 16, III, da
LO/TCU, o responsável é ouvido em audiência para apresentar justificativas, as quais, se rejeitadas
pelo Tribunal, sujeitam-no a sanções pecuniárias (como a aplicação de multas) ou não (como
determinadas restrições de direitos), caso não tenha sido ele responsabilizado também por débito.
21.1. Neste caso, trata-se de sanções administrativas, de natureza subjetiva, as quais, pelo
princípio constitucional da individualização da pena, não passam da pessoa do responsável, nem
mesmo a seus herdeiros.
22. Tal entendimento se consubstancia no princípio constitucional da intransmissibilidade
da pena (art. 5º, XLV, CF), que assim dispõe: Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas,
até o limite do valor do patrimônio transferido.
23. A propósito, o dispositivo constitucional é comentado por Fernando Capez (Curso de
Direito Penal: parte especial. 4ª ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2008, p. 71), lecionando que ninguém pode ser responsabilizado por fato cometido por outra pessoa.
Ou seja, a pena não pode passar da pessoa do condenado.
127
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
24. O próprio Tribunal tem consolidado tal entendimento como se vê nos seguintes
acórdãos: 21-06/2001-1ª Câmara, 89-04/2003-Plenário, 37-14/1999-Plenário, 45-03/2001-1ª
Câmara, 24-01/2003-1ª Câmara, 92-11/1999-2ª Câmara, 28-03/2000-1ª Câmara, 49-12/2000-
Plenário, 34-08/2001-Plenário, 12-02/2002-2ª Câmara, 289-50/2001-Plenário, 2725-49/2005-1ª
Câmara, 1281-21/2005-1ª Câmara, 889-08/2008-1ª Câmara, 5324-42/2008-2ª Câmara e 492-
06/2008-2ª Câmara.
25. Em artigo intitulado “O processo de Contas no TCU: o caso do gestor falecido”, pp.
17-27, publicado na Revista do TCU, nº 81 (3º trimestre, 1999), o ministro substituto Augusto
Sherman Cavalcanti explicita os tipos/modelos de decisões que devem ser exaradas para os distintos
momentos em que sobrevir a morte do gestor/infrator, consoante com as seguintes hipóteses
transcritas: A primeira: as contas não são julgadas e o processo é arquivado, em razão de o falecimento do
gestor ter ocorrido antes da realização da audiência prévia.
[...]
A segunda: o falecimento do gestor ocorre após a realização da audiência prévia e as contas serão
julgadas com aplicação, ou não, de sanção.
Se a morte é posterior ao julgamento, ou, se o Tribunal toma ciência da morte somente após
o julgamento, há a extinção da punibilidade e, consequentemente, do dever de cumprir a sanção.
[...]
Se a morte é posterior à promoção da audiência prévia, mas anterior ao julgamento, o
Tribunal, tendo ciência do falecimento antes do julgamento, não deve aplicar a sanção, em virtude da extinção
da punibilidade.
26. O presente caso se casa tal qual luvas e mãos à primeira hipótese: o falecimento do
gestor ocorreu antes da realização da audiência prévia, o que ensejaria o arquivamento do processo
se ele fosse o único responsável nos autos.
27. Portanto, considerando que o falecido Senhor Mário Ferreira Garcia seria ouvido em
audiência para justificar as irregularidades descritas no parágrafo 7.1 supra, e, considerando ainda
que estaria ele sujeito apenas a sanções – pecuniárias e/ou não – caso suas justificativas não fossem
acatadas, cremos que seja desnecessário se buscarem inventários e/ou formais de partilhas entre seus
herdeiros, haja vista que tais sanções não poderiam passar a estes.
28. Passemos ao Senhor Josué Medeiros Rodrigues, o qual, em princípio, recusou o
recebimento do ofício de audiência e, posteriormente, foi citado por edital, nos termos do art. 179, III,
do RI/TCU.
29. A propósito, as formas de comunicação ao responsável no âmbito dos processos do
Tribunal são elencadas no art. 179 de seu RI/TCU, a seguir transcrito: Art. 179. A citação, a audiência ou a notificação, bem como a comunicação de diligência,
far-se-ão:
I – mediante ciência da parte, efetivada por servidor designado, por meio eletrônico, fac-símile,
telegrama ou qualquer outra forma, desde que fique confirmada inequivocamente a entrega da comunicação ao
destinatário;
II – mediante carta registrada, com aviso de recebimento que comprove a entrega no endereço do
destinatário;
III – por edital publicado nos órgãos oficiais, quando o seu destinatário não for localizado.
30. Decerto que a audiência por edital é via de exceção e só é cabível se o responsável
não for localizado, situação hipotética que só se transporta ao mundo fático se esgotadas todas as
tentativas pelas vias ordinárias.
31. E, conforme o que consta nos parágrafos 9 e 9.1 supra, o responsável se recusou
injustificadamente a receber o ofício da audiência, como se o desconhecimento proposital acerca das
irregularidades que lhe eram imputadas tivesse o condão de eximi-lo de responsabilidade.
128
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
32. No Acórdão 3350/2011 – 1ª Câmara, prolatado no TC 027.768/2008-0, o Tribunal
entendeu que o responsável que se recusara a receber citação e, posteriormente, citado por via
editalícia, permanecera inerte, deveria ser considerado revel.
33. Desta feita, deve o Senhor Josué Medeiros Rodrigues ser considerado revel para
todos os efeitos, nos termos do art. 12, IV, § 3º, da LO/TCU, dando-se prosseguimento normal ao
processo.
34. Mesma sina deve também ter o Senhor Cláudio Henrique Baeta Simas, o qual,
devidamente instado a apresentar razões de justificativa (vide parágrafo 10 supra), deixou transcorrer
in albis o prazo para tal desiderato.
35. Por sua vez, o ex-alcaide Leocádio Olímpio Rodrigues, mesmo com citação e
audiência regulares e mesmo com o comparecimento aos autos para pedir cópia e prorrogação de
prazo, permaneceu inerte, sem apresentar razões de justificativa aos argumentos da audiência e
alegações de defesa aos da citação, razões pelas quais deve também ser considerado revel para todos
os efeitos, com prosseguimento normal do processo.
CONCLUSÃO
36. No que se refere às audiências, devem ser considerados revéis, para todos os efeitos,
todos os que foram instados a apresentar razões de justificativa, julgando-se irregulares suas contas
pelas irregularidades a eles imputadas, ressaltando-se dois pontos:
a) a exclusão da irregularidade apontada na letra “a” do parágrafo 7.1, pelas razões
expostas no parágrafo 8, ambos desta instrução, em nome do princípio da verdade real que rege os
processos no âmbito do Tribunal, independentemente da decretação da revelia;
b) a exclusão da responsabilidade do Senhor Mário Ferreira Garcia, em razão do
disposto nos parágrafos 21-27 supra, em virtude da impossibilidade de se arquivar o presente
processo pela existência de mais responsáveis arrolados.
37. Quanto à citação, melhor sina não merece o ex-alcaide Leocádio Olímpio Rodrigues,
pelos mesmos fundamentos esposados no parágrafo anterior, pois deixou transcorrer in albis o prazo
para apresentar defesa, embora devidamente citado.
38. A decretação da revelia dos responsáveis, in casu, não pode ter outro corolário que
não seja o julgamento das presentes contas pela irregularidade, com a imputação do débito a eles,
sem prejuízo de outras sanções, ressaltando que a inércia processual de ambos tirou-lhes a
oportunidade de demonstrar, ao menos, ausência de má fé em seus procedimentos ou causa excludente
de ilicitude.
39. Outrossim, para fins do que dispõe o art. 1º, I, “g”, da LC 64/1990, alterada pela LC
135/2010, entendemos mister – até porque é dever das instituições zelar pela eficácia das leis – o
pronunciamento do Tribunal no que pertine à possibilidade de saneamento das irregularidades aqui
apontadas, à intenção dos responsáveis e à natureza ou não de improbidade administrativa.
40. Quanto à possibilidade de saneamento, o egrégio Tribunal Superior Eleitoral tem
consagrado, em seus julgados, como se vê a seguir, a tese de que uma irregularidade é de natureza
insanável, quando resulta de atos que não mais podem ser convalidados ou sanados, quer por
decorrência de sua forma ou de seu conteúdo: Quanto à irregularidade apontada pelo Tribunal de Contas, saliente-se que o vício de natureza
insanável é aquele que resulta da prática de atos que, por sua natureza, não podem mais ser convalidados ou
sanados, quer por decorrência de sua forma, quer por seu conteúdo, e que causam prejuízo irreparável ao
cidadão e à administração pública" . (REsp 29.340/SP, Rel. Min. Caputo Bastos, publicado em sessão em
10/9/2008).
41. Portanto, entendemos que as irregularidades aqui comprovadas são insanáveis, pois
tais atos, não podem ser convalidados, haja vista que não se pode regularizar o que, por sua natureza,
é irregular. Também entendemos que o elemento doloso se faz presente, bem como a configuração, em
tese, de improbidade administrativa (art. 10, VIII, Lei 8.429/1992).
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
129
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
42. Ante o exposto, submetemos os autos à consideração superior, propondo o que adiante
se segue.
42.1. Seja excluída a responsabilidade do Senhor Mário Ferreira Garcia, em razão do
disposto nos parágrafos 21-27 supra.
42.2. Seja, com fulcro no art. 12, IV, § 3º, da LO/TCU, decretada a revelia dos Senhores
Josué Medeiros Rodrigues (CPF 462.821.102-10) e Cláudio Henrique Baeta Simas (CPF
577.531.132-91), em razão do que consta nos parágrafos 28-35 supra.
42.3. Sejam, com espeque no art. 16, III, “b”, da LO/TCU, julgadas irregulares as contas
dos Senhores Josué Medeiros Rodrigues (CPF 462.821.102-10) e Cláudio Henrique Baeta Simas
(CPF 577.531.132-91), em razão das irregularidades narradas no parágrafo 7.1, letras “b”, “c” e
“d”, desta instrução.
42.4. Seja, com base no art. 19, parágrafo único, da LO/TCU, aplicada aos Senhores
Josué Medeiros Rodrigues (CPF 462.821.102-10) e Cláudio Henrique Baeta Simas (CPF
577.531.132-91) a multa prevista no art. 58, II, do mesmo instituto legal.
42.5. Sejam, com fulcro no art. 16, III, “a”, “b” e “c”, da LO/TCU, julgadas irregulares
as contas do Senhor Leocádio Olímpio Rodrigues (CPF 134.282.683-34), em razão das
irregularidades narradas nos parágrafos 7.2 e 7.3 desta instrução, e considerado em débito pelo valor
a seguir discriminado, condenando-o ao pagamento da referida importância, atualizada
monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculada a partir da data apontada até a efetiva
quitação do débito, fixando-lhe o prazo de quinze dias para que comprove, perante o Tribunal, o
recolhimento da referida quantia aos cofres do FNS/MS, nos termos do art. 23, III, “a”, da citada Lei,
c/c os arts. 215 e 216 do RI/TCU:
Data do débito Valor do débito
27/4/2006 100.000,00
42.6. Seja, com fulcro no art. 19, caput, da LO/TCU, aplicada a multa do art. 57 da
LO/TCU ao Senhor Leocádio Olímpio Rodrigues (CPF 134.282.683-34), em razão das
irregularidades narradas nos parágrafos 7.2 e 7.3 desta instrução, fixando-lhe o prazo de quinze dias,
a contar da notificação, para que comprove, perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia
aos cofres do FNS/MS, nos termos do art. 23, III, “a”, da citada Lei, c/c os arts. 215 e 216 do
RI/TCU, atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculada a partir da notificação
até a efetiva quitação do débito.
42.7. Seja autorizada, desde logo, a cobrança judicial das dívidas nos termos do art. 28,
inciso II, da Lei nº 8.443/92, caso não atendida a notificação.
42.8. Seja encaminhada cópia do acórdão que vier a ser prolatado à Procuradoria da
República no Maranhão para a adoção das medidas que julgar cabíveis”.
2. O Ministério Público manifestou-se de acordo com a proposta da Unidade Técnica.
É o Relatório.
pp
VOTO
Como visto no Relatório precedente, cuidam os autos de tomada de contas especial (TCE)
instaurada em razão de irregularidades no Convênio 5416/2005, firmado com o Município de Serrano
do Maranhão/MA. O ajuste tinha por objeto a aquisição de unidade móvel de saúde e visava fortalecer
as ações do sistema único de saúde (SUS) no município.
2. Para aquisição do objeto, a União disponibilizou a importância de R$ 100.000,00,
enquanto a contrapartida do convenente era de R$ 8.000,00. Extrato da conta corrente específica do
convênio evidencia que ambas as quantias foram creditadas. A aquisição do veículo ocorreu junto à
Fiat Automóveis S/A, no valor de R$ 63.996,00 (peça 1, p. 238-248), e o fornecimento dos
130
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
equipamentos e a instalação deles, junto à Green Car, Veículos Especiais, Peças e Serviços Ltda., na
importância de R$ 44.004,00 (peça 1, p. 250-260).
3. São relatadas, neste processo, as seguintes irregularidades: (a) ausência de comprovação
de regular procedimento licitatório; (b) ausência de comprovação de execução do objeto do convênio;
(c) irregularidades na execução financeira dos recursos transferidos; e (d) prestação de contas
intempestiva.
4. O Sr. Leocádio Olímpio Rodrigues, ex-prefeito municipal, foi ouvido em audiência em
razão dos fatos apontados nas alíneas “a” e “d” do parágrafo anterior, bem como citado pela
integralidade dos recursos federais repassados, em razão de problemas na execução física e financeira
do convênio (alíneas “b” e “c”). Também foi promovida a audiência dos Srs. Cláudio Henrique Baeta
Simas, Josué Medeiros Rodrigues e Mário Ferreira Garcia, membros da Comissão de Licitação, pela
ausência de comprovação de regular procedimento licitatório.
5. Devidamente notificados, os responsáveis deixaram transcorrer in albis o prazo a eles
concedido para apresentação de defesa, tampouco houve o recolhimento do débito pelo Sr. Leocádio.
Dessa forma, entendo que deva ser declarada a revelia dos responsáveis, dando-se prosseguimento ao
processo, de acordo com o art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992.
6. Assim, a Secex-MA, com anuência do Ministério Público junto ao TCU, manifestou-se
pela irregularidade das contas dos responsáveis, com consequente aplicação de multas, bem como a
condenação em débito do ex-prefeito pela integralidade dos recursos transferidos. Registro que nada
foi proposto em relação ao Sr. Mário Ferreira Garcia, tendo em vista a notícia de seu falecimento em
data anterior à audiência, fato devidamente confirmado pela Unidade Técnica.
7. Peço vênias por divergir do encaminhamento proposto, sobretudo quanto à existência do
débito.
8. Para fundamentar a condenação pela integralidade dos recursos, a unidade técnica assim
se pronunciou:
28.2. Outrossim, não há comprovação de nexo entre: a unidade móvel de saúde
apresentada à equipe; o veículo emplacado nos termos do parágrafo 18 supra, letras “o” e “p”
(placas HQE-4411, Renavan 895325616 e chassi 93W244F1372009132); e as despesas referentes
aos recursos transferidos, pretensamente liquidadas pelas notas fiscais anteriormente referidas.
28.2.1. Isto porque o responsável não apresentou o CRLV da unidade móvel de saúde nem
consta na autorização para emplacamento os dados das notas fiscais de aquisição do veículo, o que
pode, inclusive, ser consultado oficialmente no Detran-MA, juntamente com a transcrição do chassi
no ato do emplacamento.
28.3. Ademais, o responsável não se justificou de forma eficaz quanto às irregularidades
apontadas na execução financeira dos recursos, evidenciando-se ainda outras mais agora apontadas,
mormente com relação aos seguintes aspectos:
a) não comprovou a inclusão dos recursos transferidos pelo Ministério da Saúde no
orçamento municipal, através da lei orçamentária, haja vista que o documento apresentado (cópia de
balancetes orçamentários) não foram suficientes para tal desiderato, já que não indicaram o exercício
ao qual pertenciam e nem comprovaram que houve a inclusão da respectiva receita na lei
orçamentária anual - LOA pertinente;
b) não aplicação dos recursos financeiros em conta corrente remunerada enquanto não
utilizados, em desatenção ao art. 20, § 1º, da IN/STN 1/1997;
c) pagamento efetuado mediante TED, contrariando o disposto no art. 20, caput, da
IN/STN 1/1997;
d) pagamento de tarifas bancárias por devolução de cheques, colidindo com o art. 8º,
incisos IV e VII, da IN/STN 1/1997;
e) liquidação da despesa posterior ao pagamento e feita de forma precária (vide
parágrafo 23 supra, letra “b”; e peça 2, p. 9 e 11), em desatenção ao art. 30 da IN/STN 1/1997 e aos
arts. 62 e 63 da Lei 4.320/1964;
131
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
9. Compulsando os autos, chego a uma conclusão diversa do entendimento manifestado
pela Secex-MA. Senão vejamos.
10. Não vejo inconsistências nos elementos juntados para comprovar a aquisição da
ambulância. Contratos firmados, notas fiscais emitidas e extratos bancários fazem referência aos
mesmos valores e não há inconsistências cronológicas nesses documentos. Ainda, a nota fiscal emitida
pela Fiat Automóveis tem como destinatário o Município de Serrano/MA e faz menção ao número do
chassi do veículo, que coincide com o número informado pelo Detran/MA na autorização para
emplacamento.
11. Por prudência, também promovi consulta ao sítio eletrônico da Secretaria de Fazenda
do Estado do Maranhão (peça 34) e confirmei a propriedade do veículo, que pertence ao Município de
Serrano do Maranhão/MA.
12. Dessa forma, o fato de inexistir nos autos CRLV da unidade móvel de saúde não
impede a verificação do nexo de causalidade na aplicação dos recursos. Também não acho essencial,
para fins de comprovação das despesas, que a autorização para emplacamento faça menção à nota
fiscal, até mesmo porque, do contrário, esta Corte invadiria a competência do Denatran/Detran em
estabelecer exigências para licenciar veículos recém adquiridos. A meu ver, como já afirmado, a
presença do número do chassi já é suficiente para comprovar que a autorização se referia ao veículo
adquirido pela Prefeitura.
13. Em relação aos vícios apontados na execução financeira do convênio, tenho que
nenhuma delas constitui razão suficiente para impugnar a integralidade das despesas.
14. A não inclusão dos valores do convênio no orçamento municipal constitui uma falha
formal, que deve ser melhor analisada juntamente com as contas do referido ente. Em razão disso,
entendo que deva ser encaminhada cópia desta deliberação ao Tribunal de Contas do Maranhão, para
conhecimento.
15. A ausência de aplicação financeira dos recursos não constitui, no caso concreto, uma
irregularidade, vez que o lapso entre o crédito dos recursos na conta corrente específica e o pagamento
dos fornecedores não superou sete dias. Não vejo, por isso, razoabilidade em aplicar qualquer sanção
ao ex-prefeito. Da mesma forma, o pagamento de tarifas bancárias também não pode ensejar a
apenação do gestor, dada sua inexpressividade (R$ 0,35) e o posterior depósito da quantia na conta.
16. Quanto ao pagamento efetuado mediante Transferência Eletrônica Disponível (TED),
vejo que a IN 1/1997 expressamente autorizava a movimentação da conta por meio dessa operação
financeira (art. 20), razão pela qual não vejo motivos para apenar jurisdicionados.
17. Por último, afasto também a suposta irregularidade relacionada à liquidação da despesa
em data posterior ao pagamento. Isso porque as liquidações ocorreram em 30/4/2006, data do ateste
nas notas fiscais, enquanto que os pagamentos só foram realizados no mês subsequente (maio/2006).
18. Em que pese a descaracterização do débito, entendo que as contas dos responsáveis
(Srs. Leocádio Olímpio Rodrigues, ex-prefeito, Cláudio Henrique Baetas Simas e Josué Medeiros
Rodrigues, membros da comissão de licitação) devem ser julgadas irregulares, pois, como bem lançado
pela Unidade Técnica, foram identificadas diversas falhas relacionadas ao procedimento licitatório.
Nesse ponto, acolho os pareceres precedentes, cujos fundamentos incorporo como razões de decidir.
19. Em especial, destaco a incongruência entre o aviso de licitação e os despachos de
homologação e de adjudicação do certame. Se por um lado o aviso de licitação informa a existência de
um procedimento licitatório para aquisição de veículo e de gabinete, com critério de julgamento sendo
o menor preço global, por outro a homologação/adjudicação menciona duas empresas contratadas, uma
para o fornecimento do veículo, outra para os equipamentos/adaptação.
20. Além dos problemas relacionados ao procedimento licitatório, também levo em
consideração, na dosimetria da multa aplicada ao Sr. Leocádio, o fato de a prestação de contas ter sido
apresentada de forma intempestiva.
Com espeque nessas considerações, VOTO no sentido de que seja adotado o Acórdão que
ora submeto à deliberação deste Colegiado.
132
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
pp
ACÓRDÃO Nº 993/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 016.194/2011-0.
2. Grupo II – Classe de Assunto: II (Tomada de Contas Especial)
3. Interessado/Responsáveis:
3.1. Interessado: Ministério da Saúde (vinculador) ()
3.2. Responsáveis: Cláudio Henrique Baetas Simas (577.531.132-91); Josué Medeiros
Rodrigues (486.821.102-10); Leocádio Olímpio Rodrigues (134.282.683-34); Mário Ferreira Garcia
(585.369.492-87).
4. Entidade: Prefeitura Municipal de Serrano do Maranhão - MA.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - MA (SECEX-MA).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada em
razão de irregularidades no Convênio 5416/2005, destinado à aquisição de uma unidade móvel de
saúde,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª
Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:
9.1. declarar a revelia dos Srs. Leocádio Olímpio Rodrigues, Cláudio Henrique Baetas
Simas, Josué Medeiros Rodrigues e Mário Ferreira Garcia, com fundamento no art. 12, § 3º, da Lei
8.443/1992;
9.2. excluir o Sr. Mário Ferreira Garcia da relação processual;
9.3. julgar irregulares as contas dos Srs. Leocádio Olímpio Rodrigues, ex-prefeito,
Cláudio Henrique Baetas Simas e Josué Medeiros Rodrigues, membros da comissão de licitação, com
fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “b”, 19 e 23, inciso III, da Lei Orgânica do
TCU;
9.4. aplicar aos Srs. Leocádio Olímpio Rodrigues, ex-prefeito, Cláudio Henrique Baetas
Simas e Josué Medeiros Rodrigues, membros da comissão de licitação, multas individuais nos valores
de R$ 10.000,00 (dez mil reais), R$ 6.000,00 (seis mil reais) e R$ 6.000,00 (seis mil reais),
respectivamente, com fundamento no art. 58, incisos I e II, da Lei 8.443/1992, fixando-lhes o prazo de
15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III,
alínea a, do Regimento Interno), o recolhimento dos valores ao Tesouro Nacional, atualizados
monetariamente desde a data do presente acórdão até a do efetivo pagamento, caso quitadas após o
vencimento, na forma da legislação em vigor;
9.5. autorizar, desde logo, com base no art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, a cobrança
judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações;
9.6. autorizar, caso solicitado, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 217 do
Regimento Interno do TCU, o parcelamento das dívidas em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais e
consecutivas, fixando-se o vencimento da primeira parcela em 15 (quinze) dias, a contar do
recebimento da notificação, e os demais a cada 30 (trinta) dias, devendo incidir sobre cada parcela,
atualizada monetariamente, os encargos legais devidos, na forma prevista na legislação em vigor;
9.7. alertar os responsáveis de que a falta de comprovação do recolhimento de qualquer
parcela importará o vencimento antecipado do saldo devedor, nos termos do § 2º do art. 217 do
Regimento Interno deste Tribunal;
133
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
9.8. remeter cópia deste Acórdão, acompanhado do Relatório e Voto que o fundamentam,
ao Ministério da Saúde, ao Tribunal de Contas do Estado do Maranhão e aos responsáveis.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0993-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
pp
GRUPO II – CLASSE II – Primeira Câmara
TC 016.209/2011-7
Natureza: Tomada de Contas Especial
Entidade: Prefeitura Municipal de Cantanhede - MA
Responsáveis: Luís Freitas Guimarães (270.434.013-72); Maria Rosa Reis Lago
(124.833.113-34).
Interessado: Ministério da Saúde (vinculador)
Advogado constituído nos autos: não há.
SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. NÃO COMPROVAÇÃO DE
DESPESAS REALIZADAS COM RECURSOS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. REVELIA DE
UM RESPONSÁVEL. ALEGAÇÕES DE DEFESA DA OUTRA RESPONSÁVEL REJEITADAS.
CONTAS IRREGULARES. DÉBITO. MULTAp
RELATÓRIO
Adoto como Relatório instrução elaborada no âmbito da Secex-MA, que contou com a
anuência dos dirigentes da mencionada Unidade Técnica.
“Trata-se de tomada de contas especial (TCE) instaurada pelo Ministério da
Saúde/Diretoria Executiva do Fundo Nacional de Saúde (MS/FNS), consoante o Relatório 078/2010
(peça 1, p. 301-307), tendo como responsáveis os Srs. Raimundo Nonato Borba Sales, ex-prefeito
municipal de Cantanhede-MA, e Luís Freitas Guimarães, ex-Secretário Municipal de Saúde do
município, em razão de possíveis irregularidades na aplicação de recursos do Sistema Único de Saúde
(SUS) nos exercícios de 2006 e 2007, conforme teor do Relatório de Auditoria 8367/2009, do
Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus) (peça 1, p. 5-68).
HISTÓRICO
2. O órgão instaurador apontou irregularidades na aplicação dos recursos do SUS,
decorrentes da não apresentação da documentação comprobatória de despesas realizadas com os
recursos financeiros repassados fundo a fundo, relativos ao período de julho de 2006 a junho de 2007,
conforme resumo constante no relatório de tomada de contas especial (peça 1, p. 303-305), baseado
no mencionado Relatório de Auditoria 8367/2009, pelas quais imputou aos responsáveis solidários
débito no montante original de R$ 1.570.467,49, cujo detalhamento se encontra na Constatação
33840 e Proposição de Ressarcimento inseridas no relatório de auditoria do Denasus (peça 1, p. 25 e
29-64).
3. Eis as irregularidades apontadas no Relatório de Auditoria 8367/2009 (peça 1, p.
5-68):
134
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
a) no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde — CNES, as sete equipes da
estratégia Saúde da Família estão realizando suas ações em somente duas unidades de saúde, sendo
que estão cadastradas em cinco unidades;
b) as quatro equipes de Saúde Bucal estão cadastradas no CNES em quatro unidades de
Saúde. Entretanto, os atendimentos odontológicos estão sendo realizados somente em uma unidade de
Saúde, onde se encontra o único equipamento odontológico do município;
c) os profissionais das equipes de saúde da família e saúde bucal não cumprem a carga
horária de 40 horas semanais, preconizada na Portaria GM/MS n°. 648/2006;
d) os postos de Saúde Vila Palmeira e Galvão encontram-se sem condição de
funcionamento;
e) a imunização no município é realizada apenas no centro de saúde Clovis Chaves e nas
demais unidades somente nos períodos de campanha;
f) a Central de Abastecimento Farmacêutica — CAF funciona em sala única, não existindo
controle de estoque de medicamentos;
g) a Secretaria Municipal de Saúde não comprovou despesas, em desacordo com o art. 63,
§§ 1° e 2°, da Lei 4.320/1964 e o Decreto 93.872/1986.
4. A quantificação do dano está discriminada em tabela inserta no item V – Das
Irregularidades/Quantificação do Dano do Relatório do Tomador de Contas Especial nº 0278/2010
(peça 1, p. 303-305). O débito se originou em virtude da ausência de apresentação de documentação
comprobatória das despesas realizadas com os recursos financeiros repassados fundo a fundo, no
período de julho de 2006 a junho de 2007.
5. O supramencionado relatório enumera, também, as notificações expedidas visando
a regularização das contas e o ressarcimento do dano (peça 1, p. 305).
6. Na instrução anterior (peça 3), em virtude da ausência nos autos de documentação que
comprovasse que as pessoas arroladas nos autos como responsáveis, pelo órgão instaurador da TCE,
foram as que efetivamente movimentaram os recursos, propôs-se diligência ao Banco do Brasil
solicitando cópia dos cheques relacionados nos extratos das contas 7.120-X, 10.726-3 e 58.042-2,
mantidas pela Prefeitura Municipal de Cantanhede-MA na agência 1734-5 (peça 1, p. 72-136), bem
como informasse os dados de identificação das pessoas habilitadas a movimentar as referidas contas
correntes no período compreendido entre junho de 2006 e julho de 2007.
7. A proposta supra teve a anuência do Diretor da 2ª Diretoria Técnica que, em função do
disposto no art. 1º, I, da Portaria-GAB-AN nº 1, de 15 de outubro de 2010, bem como em face da
subdelegação de competência prevista no art. 1º, II, da Portaria Secex-MA nº 1, de 1 de setembro de
2008, determinou a realização das diligências propostas (peça 4).
8. Por meio do Ofício nº 1.360/2012 – TCU/SECEX-MA, de 26/6/2012 (peça 5), efetuou-se
diligência à Superintendência do Banco do Brasil no Maranhão (peça 6), solicitando a documentação
mencionada no item 4.
9. Ante o não encaminhamento da documentação solicitada, reiterou-se diligência ao
Banco do Brasil por meio do Ofício nº 1.930/2012 – TCU/SECEX-MA, de 10/8/2012 (peça 7),
recebido em 28/8/2012 (peça 8).
10. Por meio do Ofício CSO Judi 7804618-1/2012 (peça 9), o Banco do Brasil solicitou
prorrogação do prazo para atendimento à solicitação deste Tribunal em sessenta dias, o que foi
deferido pela Secex/MA (peça 10).
11. Em resposta, O Banco do Brasil encaminhou cópia dos cheques solicitados por meio
do Ofício CSO Judi 7804618-2/2012 (peças 12-15).
12. Compulsando-se os cheques encaminhados pelo Banco do Brasil, verificamos que
todos eles foram assinados por Luís Freitas Guimarães, Ex-Secretário Municipal de Saúde do
município, e pela Sra. Maria Rosa Reis Lago, Tesoureira.
13. Dessa forma, na instrução de peça 18 foi proposta a citação dos Srs. Luís Freitas
Guimarães e Maria Rosa Reis Lago pela não comprovação das despesas efetuadas com recursos do
135
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Sistema Único de Saúde (SUS), seguindo a linha alvitrada pelo órgão instaurador, e acrescentou-se,
ainda, a irregularidade no que tange à emissão de cheques em nome da Prefeitura de Cantanhede-
MA, falha verificada na análise das cópias dos cheques.
EXAME TÉCNICO
14. Em cumprimento ao Despacho do Diretor da 2ª Diretoria Técnica da Secretaria de
Controle Externo no Estado do Maranhão (peça 19), foi promovida a citação dos Srs. Luís Freitas
Guimarães e Maria Rosa Reis Lago, mediante os Ofícios 3018/2012 e 3020/2012 (peças 23 e 24),
datados de 29/10/2012.
15. Os Srs. Luís Freitas Guimarães e Maria Rosa Reis Lago tomaram ciência dos ofícios
que lhes foram remetidos, conforme documentos constantes das peças 26 e 27. No entanto, o Sr. Luís
Freitas Guimarães optou por não se manifestou quanto às irregularidades apontadas no expediente
citatório.
16. Transcorrido o prazo regimental fixado e mantendo-se inerte o Sr. Luís Freitas
Guimarães, impõe-se que seja considerado revel, dando-se prosseguimento ao processo, de acordo
com o art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992.
17. De forma diversa, a Sra. Maria Rosa Reis Lago apresentou suas alegações de defesa,
conforme documentação integrante da peça 25.
Das Alegações de Defesa
18. Os responsáveis foram ouvidos em decorrência das seguintes irregularidades:
a) pagamentos em que não há não comprovação das despesas efetuadas com recursos do
Sistema Único de Saúde (SUS);
b) pagamentos em que houve emissão de cheques em nome da Prefeitura de Cantanhede-
MA ou do Fundo Municipal de Saúde, caracterizando rompimento de nexo causal entre o desembolso
e a despesa realizada;
19. Preliminarmente, a peticionante informa que toda a gestão municipal era concentrada
no ex-prefeito, o Sr. Raiumundo Nontato Borba Sales, e que, como tesoureira, só assinava os cheques
e, por isso, qualquer irregularidade na administração dos recursos não era de seu conhecimento, pois
tinha sua atuação amparada pela boa-fé.
20. Ressalta que todos os programas do Fundo Nacional de Saúde tiveram seus objetivos
devidamente cumpridos e explicitou a forma utilizada para gerir os recursos de cada programa,
conforme se segue:
a) Programa de Assistência Farmacêutica:
- cheque nominalmente preenchidos ao credor, com o intuito de facilitar sua localização e
permitir o controle de pagamentos, identificando o credor;
- a conta responsável pela liquidação é a conta-corrente 10.726-3, pertencente à Unidade
do Banco do Brasil localizada no Município de Cantanhede/MA;
- da análise de toda a documentação apresentada nas prestações de contas anteriores,
constata-se que todos os pagamentos ocorreram sem qualquer menção a débitos em nome desta
Secretaria, apontando para a devida regularidade na execução dos objetivos do Programa;
b) Programa de Atenção Básica - PAB Fixo/Variável (ACS/Saúde Bucal/PSF):
- diferentemente do Programa de Assistência Farmacêutica, quando os recursos eram
depositados, incontinenti, estes eram transferidos para a conta da Folha de Pagamentos da Prefeitura
– FOPAG;
- conta responsável pelo recebimento dos recursos do PAB era a conta-corrente 58.042-2
- FMS, pertencente à Unidade do Banco do Brasil localizada no Município de Cantanhede/MA;
c) Vigilância Epidemiológica:
- da mesma forma que o pagamento do PAB, o pagamento da Vigilância Epidemiológica
era realizado através de utilização da conta-corrente 7120-X;
- o pagamento da folha de servidores, era utilizado também para o pagamento dos
equipamentos gráficos, instrumentos de trabalho, roupas de trabalho;
136
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
- observa-se que o recurso foi empregado unicamente na manutenção deste
microssistema, o que por sua vez, trouxe benefícios ao Ente Municipal, com isso, não há que se falar
em desvio de recursos, pois todos os recursos foram empregados no objeto do repasse;
d) Vigilância em Saúde:
- o pagamento de cada folha era realizado mediante a realização de contrapartida do
Município;
- salienta-se que todo o recurso foi entregue, e sua finalidade cumprida, devendo se
afastar neste caso, qualquer irregularidade que se possa aventar;
21. Informou, também, que nem todos os documentos conseguiu encontrar, a exemplo dos
cheques da Assistência Farmacêutica. No entanto, a Assistência Farmacêutica estaria detalhada na
Prestação de Contas que foi enviada ao Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, em relação ao
período de junho de 2006 a dezembro de 2006.
22. Aliado a isso, ressaltou que no período de janeiro a junho de 2007, não ocorreu a
prestação de contas devido ao afastamento do Prefeito do Município, o Sr. Raimundo Nonato Borba
Sales, fato que dificultou o acesso a muitas informações importantes para o esclarecimento das
impropriedades apontadas, bem como informou que a Municipalidade está sob o mandato do
adversário político da defendente, o que dificultou o acesso a outros documentos relativos aos fatos
em tela.
23. Em função desses aspectos, solicita que, ainda que haja alguma irregularidade a ser
sanada, que seja a interessada notificada para o saneamento destas contas.
24. Por fim, a alegante anexa cópias de diversos documentos, quais sejam: notas fiscais,
recibos, relatórios de folha de pagamento e comprovantes de depósito.
Análise dos Argumentos de Defesa
25. A alegação de defesa apresentada tem argumentação baseada em três aspectos
principais: a assinatura da gestora tinha o cunho apenas procedimental, foi relatado o modus
operandi da gestão dos recursos da saúde e juntada de documentos no intuito de comprovar os gastos.
26. Sobre o primeiro aspecto, ao afirmar que apenas assinava os cheques, a gestora, além
de confirmar a autoria da irregularidade praticada, tem a sua situação agravada em virtude de sua
conduta reprovável no que tange à sua atuação leniente e na falta de controle dos gastos públicos. Ao
informar que a gestão municipal era concentrada no ex-prefeito, e que, como tesoureira, só assinava
os cheques, como informado, a alegante contribuiu decisivamente para ocorrência de possíveis
desvios e malversação de recursos públicos.
27. Sobre os segundo e terceiro aspectos, as ponderações devem ser feitas em conjunto, a
saber: procedimento de gestão e análise documental.
28. Inicialmente, ressaltamos que em relação aos documentos encaminhados pelo Banco
do Brasil, tem-se à peça 28 quadro em que se indicam os cheques emitidos, por conta e Programa,
data de expedição, valor, localização nos autos, e beneficiário, de modo a facilitar a análise que se
seguirá.
29. No que tange ao Programa de Assistência Farmacêutica, é afirmado que seus
pagamentos eram feitos com cheques nominais.
30. Compulsando-se os cheques relativos à conta específica deste programa (ag. 1734-5,
c/c 10.726-3), percebe-se que os cheques 850001 e 850003 (peça 13, p. 13 e 17), diferentemente do
que foi afirmado pela alegante, foram emitidos ao FMS e os cheques 850002 e 850004 (peça 13, p. 15
e 19) foram emitidos à outros credores.
31. Não obstante ser obrigação do gestor demonstrar o nexo entre os recursos
despendidos (cheques emitidos) e comprovação das despesas efetuadas (notas ficais), cotejando-se as
notas fiscais e recibos apresentados pela gestora (peça 25, p. 20-94) e esses dois cheque nominais à
outros credores (850002 e 850004) não foi possível estabelecer uma relação evidente entre os
documentos de débito e os comprovantes dos pagamentos, em virtude de os valores, datas e
fornecedores (das notas fiscais e cheques) serem destoantes.
137
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
32. Quanto aos demais cheques, verifica-se a situação descrita na instrução de citação,
qual seja, emitidos em nome da Prefeitura de Cantanhede ou do Fundo Municipal de Saúde
33. Com relação aos demais programas (subitem 20, letra b), constata-se que grande
parte dos cheques foram depositados na c/c 2000-1, ag. 1734-5, conta, também, pertencente à
prefeitura, consoante peça 25, p. 86, informação que vai ao encontro do que foi exposto pela gestora.
34. Contudo, a centralização de todos os recursos em uma única conta, ao invés de reduzir
as irregularidades e erros, como afirmado pela responsável, causa uma perniciosa confusão
patrimonial.
35. Da forma como relatado, os salários da folha de pessoal são pagos por intermédio de
uma conta específica cujos recursos são provenientes de diversas pastas, dificultando sobremaneira,
ou mesmo, impossibilitando o estabelecimento do nexo causal entre o desembolso e a despesa
realizada, já que, uma vez na conta, a segregação entre as diversas fontes dos recursos inexiste.
36. De todo modo, a informação dessas transferências entre contas do órgão não elide a
irregularidade na emissão de cheques em nome da Prefeitura de Cantanhede-MA ou do Fundo
Municipal de Saúde, bem como os relatórios de folhas de pagamentos colacionados não têm o condão
de comprovar as despesas com recursos governamentais, na medida em que, isoladamente, não
demonstram a saída de numerário da conta acima, para custeio dos programas em questão.
37. Quanto aos demais cheques, a situação do item 32 se repete, cheques também emitidos
em nome da Prefeitura de Cantanhede ou do Fundo Municipal de Saúde.
38. Outrossim, os demais documentos fiscais (notas e recibos) apresentados também
padecem dessa falta de força comprobatória, tendo em vista que não há como correlacionar os
diversos débitos e os comprovantes apresentados.
39. No que tange às demais alegações da defendente, relativas à prestação de contas
enviada ao Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, na qual estariam presentes os documentos
suscitados e na afirmação de que todos os recursos foram empregados no objeto do repasse, não
teriam a capacidade para afastar o cerne das irregularidades em tela – pagamentos em que não há
comprovação das despesas efetuadas com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) e pagamentos
em que houve emissão de cheques em nome da Prefeitura de Cantanhede-MA ou do Fundo Municipal
de Saúde, caracterizando rompimento de nexo causal –, uma vez que abrangem questões secundárias
em relação àquelas acima indicadas, bem como em especial porque para se afastar essas
irregularidades, necessário seria trazer aos autos elementos que de fato possibilitassem estabelecer
esse nexo causal entre os desembolsos e despesas realizadas, o que não é possível em face dessas
alegações.
40. Acerca da dificuldade de acesso às informações devido ao afastamento do prefeito do
município, à época, e pelo atual prefeito ser adversário político, tal justificativa não pode ser aceita
porque constituiria um precedente a ser alegado por qualquer gestor no caso de omissão, e também à
vista da Decisão 354/96-TCU-2ª Câmara, cujos principais trechos colacionamos abaixo: Os elementos oferecidos à colação em nada contribuem para a solução da pendência original ou
para o esclarecimento da questão, resultando na afirmação de que existe dificuldade para a constituição da
documentação exigida, dada a divergência política com o atual mandatário local.
Existindo, de fato, restrição à sua pessoa, por parte da atual administração, deveria o implicado
ter movido ação na justiça, no sentido de ver assegurado o seu direito de acesso aos documentos reclamados.
41. A despeito da solicitação de nova oportunidade para saneamento das contas, reza o
art. 160 do RI/TCU que as alegações de defesa as razões de justificativa serão admitidas dentro do
prazo determinado na citação, sendo facultada à parte a juntada de documentos novos, até o término
da etapa de instrução.
42. No caso em tela, como expediente citatório enviado à gestora é válido porquanto
abarcou todos os requisitos legais da citação, como a correta quantificação do débito,
responsabilização do gestor e descrição das irregularidades, é, portanto, descabida a solicitação de
nova oportunidade para saneamento das contas, já que, como não há novos elementos, permanecem
138
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
as mesmas irregularidades apontadas naquele instrumento e todas as falhas são do conhecimento da
responsável, afora, não haver respaldo regimental para que se possa acatar tal pleito. Ademais, como
antes afirmado, deveria o ex-gestor ter movido ação na justiça, no sentido de ver assegurado o seu
direito de acesso aos documentos reclamados.
43. Dessa forma, propõe-se rejeitar as alegações de defesa apresentadas pela Sra. Maria
Rosa Reis Lago, uma vez que seus argumentos não atacaram as irregularidades a ela atribuídas e os
documentos coligidos não foram suficientes para elidir as ocorrências apontadas.
44. Assim, restou comprovado que os Srs. Luís Freitas Guimarães e Maria Rosa Reis Lago
movimentaram as contas do SUS e que, por não sanearem as ocorrências apontadas, permanecem os
valores glosados na instrução citatória (peça 18, item 14).
45. Concluí-se, portanto, que os mencionados desembolsos cujas correspondentes
despesas com recursos do SUS que não foram comprovados configuraram afronta ao art. 70 da
Constituição Federal e art. 93 do Decreto-lei nº 200/1967, bem como a emissão de cheques em nome
da Prefeitura de Cantanhede ou do Fundo Municipal de Saúde, caracterizaram rompimento de nexo
causal entre o desembolso e a despesa realizada, visto que os cheques foram emitidos à ordem da
Prefeitura, ao invés de serem emitidos nominativos aos credores, assim, incorreram os gestores no
descumprimento do art. 74, § 2º, e art. 93 do decreto-lei 200, de 25 de fevereiro de 1967.
46. Ante o exposto, propõe-se que sejam julgadas irregulares as contas dos Luís Freitas
Guimarães e Maria Rosa Reis Lago.
OUTRAS CONSIDERAÇÕES
47. Insta ressaltar que a equipe de auditoria do Denasus identificou outras
irregularidades/impropriedades, tratadas no Relatório de Auditoria 8367/2009 a seguir elencadas, as
quais não resultaram em débito, propondo medidas saneadoras reputadas adequadas, com as quais
concordamos. Ei-las:
a) no município existem sete equipes de estratégia Saúde da Família e quatro de Saúde
Bucal no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES, porém as equipes realizam suas
atividades somente no posto de saúde da Vila Palmeira e no Centro de Saúde Cloves Chaves
(constatação nº 36023);
b) as instalações físicas do Posto de Saúde Vila Palmeira e do Posto de Saúde Galvão
apresentam inconformidades, tais como paredes e piso muito sujos e quebrados, móveis deteriorados
por ferrugem e/ou quebrados (constatação nº 36029);
c) a imunização no município é realizada diariamente somente no Centro de Saúde Cloves
Chaves e nas demais unidades apenas nos períodos de campanhas (constatação nº 36040);
d) a carga horária das equipes de Saúde da Família e Saúde Bucal efetivamente
trabalhada está inferior ao determinado na Portaria/MS/GM nº 648/2006 (constatação nº 36043);
e) existe apenas um equipamento odontológico funcionando, instalado na Unidade Mista
Santa Filomena, onde são realizados os atendimentos da população cadastrada e a livre demanda
(constatação nº 06052);
f) na Central de Abastecimento Farmacêutico – CAF não há controle dos medicamentos
(constatação nº 36272);
g) a Central de Abastecimento Farmacêutico – CAF funciona nas dependências da
Unidade Mista Santa Filomena, em sala única, não possuindo sala administrativa, recepção e de
expediente (constatação nº 36066);
h) o município não alimentou o Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em
Saúde – SIOPS no primeiro semestre de 2006, enquanto que no primeiro semestre de 2007 o
município está sem balanço, com processo judicial aberto (constatação nº 36373).
48. Entendemos cabível, portanto, dar ciência à Prefeitura Municipal de Cantanhede para
que observe as recomendações feitas pelo Denasus, insertas à peça 1, p. 11-25, para sanar as
impropriedades acima elencadas.
CONCLUSÃO
139
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
49. Em face da análise promovida nos itens 23 e 32, propõe-se rejeitar as alegações de
defesa apresentadas pela Sra. Maria Rosa Reis Lago, uma vez que não atacaram as irregularidades a
ela atribuías.
50. Ademais, tendo em vista que não constam dos autos elementos que permitam
reconhecer a boa-fé de ambos responsáveis, sugere-se que as contas dos Srs. Luís Freitas Guimarães
e Maria Rosa Reis Lago sejam julgadas irregulares, nos termos do art. 202, § 6º, do RI/TCU, com a
imputação do débito atualizado monetariamente e acrescido de juros de mora, nos termos do art. 202,
§1º do RI/TCU, descontado o valor já recolhido, com a aplicação da multa prevista no art. 57 da Lei
8.443/1992.
51. Com relação às demais ocorrências apontadas pela equipe de auditoria do Denasus
(item 47), propõe-se dar ciência à Prefeitura Municipal de Cantanhede para que observe as
recomendações feitas no relatório do Denasus em peça 1, p. 11-25.
BENEFÍCIOS DAS AÇÕES DE CONTROLE EXTERNO
52. Entre os benefícios do exame desta tomada de contas especial pode-se mencionar
débito imputado e sanção aplicada pelo Tribunal, que visam a coibir a ocorrência de fraude e desvios
de recursos públicos federais.
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
53. Diante do exposto, submetemos os autos à consideração superior, propondo ao
Tribunal:
a) com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alíneas “b” e “c”, da Lei
8.443/1992 c/c os arts. 19 e 23, inciso III, da mesma Lei, e com arts. 1º, inciso I, 209, incisos II e III,
210 e 214, inciso III, do Regimento Interno, que sejam julgadas irregulares as contas do Srs. Luis
Freitas Guimarães, CPF 270.434.013-72, na condição de ex-secretário de saúde de Cantanhede/MA,
e Maria Rosa Reis Lago, CPF 124.833.113-34, na condição de ex-tesoureira de Cantanhede/MA e
condená-los, em solidariedade, ao pagamento das quantias a seguir especificada, com a fixação do
prazo de quinze dias, a contar da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, inciso
III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento das dívidas aos cofres do Fundo Nacional de
Saúde, atualizadas monetariamente e acrescidas dos juros de mora, calculados a partir das datas
discriminadas, até a data do recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor:
Data Valor (R$)
4/7/2006 5.448,59
31/7/2006 5.448,59
4/9/2006 5.515,13
14/9/2006 1.600,00
15/9/2006 1.521,50
15/9/2006 1.168,50
19/9/2006 2.200,00
3/10/2006 5.515,13
13/11/2006 5.515,13
30/11/2006 2.118,00
4/12/2006 5.515,13
27/12/2006 5.515,13
12/2/2007 5.515,13
13/3/2007 5.921,71
10/4/2007 7.370,87
4/6/2007 5.457,88
16/8/2006 12.433,00
140
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
21/9/2006 1.362,00
31/10/2006 7.963,45
10/5/2007 13.500,00
3/7/2006 105.447,03
17/7/2006 2.803,99
18/7/2006 38.546,25
31/7/2006 66.900,00
17/8/2006 19.646,25
4/9/2006 88.603,00
18/9/2006 2.804,98
22/9/2006 22.000,00
3/10/2006 86.468,75
20/10/2006 41.939,54
31/10/2006 69.333,20
23/11/2006 41.939,54
4/12/2006 66.900,00
19/12/2006 41.568,75
21/12/2006 85.800,00
15/1/2007 22.668,75
19/1/2006 85.800,00
16/2/2007 108.468,75
29/3/2007 28.600,00
29/3/2007 15.000,00
4/4/2007 67.568,75
24/4/2007 25.000,00
25/4/2007 16.568,75
3/5/2007 66.900,00
25/5/2007 22.668,75
4/6/2007 87.420,00
11/6/2007 5.950,00
14/6/2007 22.650,90
20/7/2007 87.391,65
b) aplicar aos Srs. Luis Freitas Guimarães, CPF 270.434.013-72 e Maria Rosa Reis
Lago, CPF 124.833.113-34, a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992 c/c o art. 267 do Regimento
Interno, com a fixação do prazo de quinze dias, a contar da notificação, para comprovar, perante o
Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento da dívida aos cofres
do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do acórdão que vier a ser proferido até
a do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;
c) autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, a cobrança
judicial das dívidas caso não atendidas as notificações;
d) encaminhar cópia de deliberação, acompanhada do relatório e voto que a
fundamentam à Procuradoria da República no Estado do Maranhão, nos termos do art. 209, § 7º do
Regimento Interno/TCU, para ajuizamento das ações cabíveis;
e) dar ciência à Prefeitura Municipal de Cantanhede/MA para que observe as
recomendações feitas no relatório do Denasus em peça 1, p. 11-25”.
2. O douto representante do Ministério Público assim se manifestou:
141
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
“À vista dos elementos contidos nos autos, manifestamo-nos de acordo com a proposta de
mérito alvitrada pela SECEX-MA na instrução que integra a peça 29. Nada obstante, sugerimos que
sejam excluídos da condenação os valores de R$ 22.668,75 e R$ 85.800,00, relativos a 15/1/2007 e
19/1/2006, respectivamente (valores contíguos, localizados no terço inferior da tabela de
quantificação do débito que integra a peça 29, p. 8, entre os valores de R$ 85.800,00 (21/12/2006) e
R$ 108.468,75 (16/2/2007)), haja vista que não constaram nos ofícios de citação remetidos aos
responsáveis.
Por oportuno, e para que não haja dúvidas quanto à origem dos valores que compõem a
proposta de condenação, registramos que a quantificação do débito informada nos ofícios de citação
(peças 23 e 24) corresponde, excetuando-se os dois valores mencionados no parágrafo anterior (que
são relativos aos cheques 850142 e 850143), aos valores informados na instrução anteriormente
elaborada pela Unidade Técnica (peça 18, p. 3-4)”.
É o Relatório.
pp
VOTO
1. Como visto no Relatório precedente, cuidam os autos de tomada de contas especial
instaurada pelo Ministério da Saúde, em decorrência da não comprovação de despesas realizadas com
recursos federais do Sistema Único de Saúde (SUS) no município de Cantanhede/MA no período
compreendido entre julho de 2006 e junho de 2007.
2. Foram arrolados como responsáveis o Sr. Luis Freitas Guimarães, ex-secretário de
saúde, e a Sra. Maria Rosa Reis Lago, ex-tesoureira, pois foram esses agentes que assinaram os
cheques que autorizaram os saques dos valores impugnados nesta TCE.
3. Regularmente citado, o Sr. Luis Freitas deixou transcorrer in albis o prazo concedido.
Assim, não apresentou alegações de defesa quanto às irregularidades verificadas, nem efetuou o
recolhimento do débito. Dessa forma, entendo que deva ser declarada a revelia do responsável, dando-
se prosseguimento ao processo, de acordo com o art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992.
4. A Sra. Maria Rosa, por sua vez, não trouxe aos autos elementos capazes de comprovar a
regular aplicação dos recursos públicos e de demonstrar o nexo causal entre os recursos federais
transferidos e as supostas despesas efetuadas na execução do objeto.
5. A responsável afirma que os recursos foram aplicados nas finalidades previstas
(Programa de Assistência Farmacêutica, Programa de Atenção Básica, Vigilâncias Epidemiológica e
em Saúde), mas não traz elementos suficientes para comprovar a tese defendida. A título de exemplo,
junta algumas notas fiscais, mas não comprova que os recursos federais custearam os valores nela
previstos.
6. Dessa forma, suas alegações de defesa devem ser rejeitadas, razão pela qual as contas
dos responsáveis devem ser julgadas irregulares, condenando-os em débito e aplicando-lhes a multa
prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992. Há diversos precedentes deste Colegiado no mesmo sentido, a
exemplo do recente Acórdão 463/2014-1ª Câmara, de relatoria do eminente Ministro Walton Alencar
Rodrigues.
2. Ante o exposto, acolhendo a proposta de encaminhamento da Unidade Técnica, que
contou com a anuência do Ministério Público junto ao TCU, Voto no sentido de que seja aprovado o
Acórdão que ora submeto à deliberação deste Colegiado.ppp
ACÓRDÃO Nº 994/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 016.209/2011-7.
2. Grupo II – Classe de Assunto: II (Tomada de Contas Especial)
3. Interessado/Responsáveis:
142
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
3.1. Interessado: Ministério da Saúde (vinculador) ()
3.2. Responsáveis: Luís Freitas Guimarães (270.434.013-72); Maria Rosa Reis Lago
(124.833.113-34).
4. Órgão/Entidade: Prefeitura Municipal de Cantanhede - MA.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo de Vries Marsico.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - MA (SECEX-MA).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada em
decorrência da não comprovação de despesas realizadas com recursos federais do Sistema Único de
Saúde (SUS) no município de Cantanhede/MA no período compreendido entre julho de 2006 e junho
de 2007,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª
Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em
9.1. declarar a revelia do Sr. Luís Freitas Guimarães (270.434.013-72), com fundamento
no art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992;
9.2. julgar irregulares as contas do Sr. Luís Freitas Guimarães (270.434.013-72) e da Sra.
Maria Rosa Reis Lago (124.833.113-34), com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alíneas
“b” e “c”, da Lei 8.443/1992, condenando-os solidariamente ao pagamento das quantias a seguir
especificada, com a fixação do prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem,
perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o recolhimento das dívidas
aos cofres do Fundo Nacional de Saúde, atualizadas monetariamente e acrescidas dos juros de mora,
calculados a partir das datas discriminadas, até a data do recolhimento, na forma prevista na legislação
em vigor:
Data Valor (R$)
04/07/2006 5.448,59
31/07/2006 5.448,59
04/09/2006 5.515,13
14/09/2006 1.600,00
15/09/2006 1.521,50
15/09/2006 1.168,50
19/09/2006 2.200,00
03/10/2006 5.515,13
13/11/2006 5.515,13
30/11/2006 2.118,00
04/12/2006 5.515,13
27/12/2006 5.515,13
12/02/2007 5.515,13
13/03/2007 5.921,71
10/04/2007 7.370,87
04/06/2007 5.457,88
16/08/2006 12.433,00
21/09/2006 1.362,00
31/10/2006 7.963,45
143
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
10/05/2007 13.500,00
03/07/2006 105.447,03
17/07/2006 2.803,99
18/07/2006 38.546,25
31/07/2006 66.900,00
17/08/2006 19.646,25
04/09/2006 88.603,00
18/09/2006 2.804,98
22/09/2006 22.000,00
03/10/2006 86.468,75
20/10/2006 41.939,54
31/10/2006 69.333,20
23/11/2006 41.939,54
04/12/2006 66.900,00
19/12/2006 41.568,75
21/12/2006 85.800,00
16/02/2007 108.468,75
29/03/2007 28.600,00
29/03/2007 15.000,00
04/04/2007 67.568,75
24/04/2007 25.000,00
25/04/2007 16.568,75
03/05/2007 66.900,00
25/05/2007 22.668,75
04/06/2007 87.420,00
11/06/2007 5.950,00
14/06/2007 22.650,90
20/07/2007 87.391,65
9.3. aplicar individualmente multa, no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais), ao Sr. Luís
Freitas Guimarães (270.434.013-72) e à Sra. Maria Rosa Reis Lago (124.833.113-34), com
fundamento no art. 57 da Lei 8.443/1992, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da
notificação, para que comprovem, perante o Tribunal, nos termos do art. 214, inciso III, alínea “a”, do
Regimento Interno do TCU, o recolhimento das dívidas ao Tesouro Nacional, atualizadas
monetariamente desde a data do presente Acórdão até a data do efetivo recolhimento, se forem pagas
após o vencimento, na forma da legislação em vigor;
9.4. autorizar, desde logo, com base no art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, a cobrança
judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações;
9.5. autorizar, caso solicitado, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 217 do
Regimento Interno do TCU, o parcelamento das dívidas em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais e
consecutivas, fixando-se o vencimento da primeira parcela em 15 (quinze) dias, a contar do
recebimento da notificação, e os demais a cada 30 (trinta) dias, devendo incidir sobre cada parcela,
atualizada monetariamente, os encargos legais devidos, na forma prevista na legislação em vigor;
9.6. alertar os responsáveis de que a falta de comprovação do recolhimento de qualquer
parcela importará o vencimento antecipado do saldo devedor, nos termos do § 2º do art. 217 do
Regimento Interno deste Tribunal;
144
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
9.7. remeter cópia deste Acórdão, acompanhado do Relatório e do Voto que o
fundamentam, ao Ministério da Saúde, ao Município de Cantanhede/MA e à Procuradoria da
República no Estado do Maranhão, nos termos do § 3º do art. 16 da Lei nº 8.443/1992.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0994-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
pp
GRUPO I – CLASSE II – Primeira Câmara
TC 019.238/2013-4
Natureza(s): Tomada de Contas Especial
Órgão/Entidade: Entidades/órgãos do Governo do Estado de São Paulo
Responsáveis: Damara Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. (03.360.543/0001-08);
Jorge José de Melo (357.859.937-91)
Advogado constituído nos autos: Glecio Rogério Silva Mariano Alves, OAB 281.819/SP
SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. PROGRAMA NACIONAL DE
APOIO À CULTURA. RECURSOS CAPTADOS PARA A REALIZAÇÃO DO PROJETO
"ROTEIRO CULTURAL DA CACHAÇA". OMISSÃO NO DEVER DE PRESTAR CONTAS.
IRREGULARIDADE DAS CONTAS. DÉBITO. MULTAp
RELATÓRIO
Adoto, como relatório, a instrução elaborada no âmbito da Secretaria de Controle Externo
no Estado de São Paulo (Secex/SP) inserta à peça 16:
INTRODUÇÃO
Tratam os autos de tomada de contas especial instaurada pela Coordenação de
Contabilidade do Ministério da Cultura - MinC, em razão da omissão no dever de prestar contas dos
recursos captados pela proponente Damara Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. ME, com sede
em São Paulo/SP, destinados a execução do Projeto "Roteiro Cultural da Cachaça", que consistia na
edição de livro bilíngue sobre a cachaça e respectiva cadeia produtiva.
HISTÓRICO
2. No Relatório de Auditoria 543/2013 da Controladoria Geral da União- CGU (peça 1, p.
232-236), consta que foi previsto o valor de R$ 364.019,00 (peça 1, p. 80 e 114), conforme Termo de
Compromisso (peça 1, p 98,), para o referido projeto denominado "Roteiro Cultural da Cachaça", que
consistia na edição de livro bilíngue sobre a cachaça e respectiva cadeia produtiva, objetivando a
captação de recursos financeiros na forma de doações ou patrocínios (Mecenato), conforme
estipulado na Lei n° 8.313/91, de 23/12/1991 (Lei de Incentivo a Cultura), com vigência no período de
19 a 31/12/2005.
3. Em razão da omissão na prestação de contas, a empresa e o responsável foram
notificados pela Secretaria de Incentivo e Fomento à Cultura, conforme: carta cobrança de prestação
de contas, de 31/11/2006 (peça 1, p. 126); Carta, de 3/9/2008 (peça 1, p. 132); edital de notificação,
de 23/2/2010, publicado no DOU de 25/2/2010 (peça 1, p. 134); edital de notificação de 30/3/2010,
145
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
publicado no DOU n° 61, de 31/3/2010 (peça 1, p. 144-146), com retificação no DOU de 15/7/2011
(peça 1, p. 162); Oficio 144/2012 – CGPC/DIC/SEFIC-MinC, de 10/1/2012 (peça 1, p. 188-190);
oficio 145/2012 – CGPC/DIC/SEFIC-MinC, de 10/1/2012 (peça 1, p. 193-194); e edital de notificação
n° 9, de 17/4/2012, publicado no DOU , de 20/412012 (peça 1, p. 208).
4. Tendo em vista que o responsável permaneceu silente e não recolheu o montante devido
aos cofres do Ministério da Cultura, foi instaurada a presente tomada de contas especial, sendo que
no relatório complementar de TCE 057/2011, de 19/3/2013 (peça 1, p. 170-172), no qual os fatos
estão circunstanciados, consta a conclusão do Tomador de Contas Especial pela responsabilidade
solidária do Senhor Jorge Jose de Melo, sócio majoritário e administrador da empresa proponente
(peça 1, p. 36), e da sociedade limitada Damara Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. ME
(proponente pessoa jurídica), pelo dano causado ao erário.
5. Desse modo, em atenção ao Despacho do Senhor Ministro-Relator à peça 6, foi
promovida a citação, por intermédio dos Ofícios 2213 e 2214/2013, às peças 7 e 8, do Senhor Jorge
Jose de Melo, solidariamente com a empresa Damara Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. ME,
para que apresentassem alegações de defesa quanto a não comprovação da boa e regular aplicação
dos recursos recebidos por força do Termo de Compromisso para captação de recursos e execução de
projeto com incentivos fiscais, projeto 04-2338, assim como para que se manifestassem quanto à
omissão no dever de prestar contas do referido ajuste.
EXAME TÉCNICO
6. Assim, tendo em vista que o responsável tomou ciência da citação, tendo inclusive
solicitado prorrogação de prazo para apresentar suas alegações de defesa, conforme peça 11,
expirado o referido prazo prorrogado, o responsável permaneceu silente.
7. Entretanto, respeitando o princípio do contraditório e da ampla defesa podemos
considerar como defesa prévia o teor do pedido de prorrogação, onde o responsável alega o seguinte:
7.1 O livro foi produzido sob o nome "Cachaça – Cultura e Prazer do Brasil" (conforme
fotos em anexo) e editados 1.000 (mil) exemplares, no mês de dezembro de 2006, cumpriu o objeto do
projeto em questão. A empresa contratou a Sra. Mara Rinaldi, contadora devidamente registrada no
CRC/SP, para prestar serviços contábeis relativas ao projeto, ficando esta de posse de recibos, notas
fiscais e demais documentos comprobatórios dos custos inerentes a produção e edição do referido
livro;
7.2 Alega, portanto, que há elementos fáticos da elaboração e publicação do livro objeto
do projeto em questão;
7.3 Por outro lado, ressalta que outro importante fundamento para que sejam deferidos os
requerimentos adiante apresentados é a ampla defesa e o contraditório constitucionalmente
assegurados no art. 5°, inciso LV da CRFB/88 tanto em sede administrativa quanto em sede judicial,
principalmente no que tange a concessão de vista aos autos para que se possa apresentar uma defesa
técnica a partir do conhecimento do inteiro teor do conteúdo do P.A;
7.5 Por fim, solicitou a dilatação de prazo por, no mínimo trinta dias, para que pudesse
apresentar documentos comprobatórios relativos à execução do projeto supracitado.
8. A empresa Damara Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. ME permaneceu silente.
CONCLUSÃO
9. Considerando que apesar de ter sido concedida a dilação de prazo, conforme
notificação à peça 14, o responsável não apresentou novas alegações de defesa, nem tampouco os
documentos comprobatórios relativos aos aspectos financeiros que envolveram a produção do livro
sob o nome "Cachaça – Cultura e Prazer do Brasil".
10. Considerando que a partir dos elementos constantes dos autos, foi possível verificar
que os recursos repassados por força do ajuste foram integralmente gastos na gestão do Sr. Jorge
José de Melo, também responsável pelo encaminhamento da prestação de contas ao concedente.
11. Considerando que foi informado ao responsável que a demonstração da correta
aplicação dos recursos perante este Tribunal deveria ocorrer por meio da apresentação de
146
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
documentação probatória das despesas efetuadas, tais como notas fiscais, recibos, processos de
pagamento, extratos bancários da conta específica (recursos federais transferidos e contrapartida) e
da aplicação financeira, processos licitatórios, contratos e termos de adjudicação e homologação,
bem como documentos que comprovassem a execução do objeto do termo de ajuste.
12 Levando-se em conta ainda o entendimento desta corte no que toca à omissão do dever
de prestar contas, a saber que a omissão na prestação de contas consuma-se a partir do momento que
se esgota o prazo estabelecido para tal, permanecendo inerte o gestor, nessa linha apontando os
Acórdãos nº 4769/2009 – 1ª Câmara e 2.335/2005 -1ª Câmara. Além disso, o Tribunal em seu art.
209, inciso IV, §4º dispõe que “citado o responsável por omissão que trata o inciso I, bem como
instado a justificar essa omissão, a apresentação posterior das contas, sem justificativa para a falta,
não elidirá a respectiva irregularidade, podendo o débito ser afastado caso a documentação
comprobatória das despesas esteja de acordo com as normas legais e regulamentares e demonstre a
boa e regular aplicação dos recursos, sem prejuízo de aplicação da multa prevista no inciso I do art.
268.”
13. Ademais, cabe destacar o entendimento do Tribunal que estabelece que a existência
física do objeto pactuado, por si só, não constituí elemento apto a comprovar a aplicação dos recursos
federais repassados por meio de convênio ou instrumento congênere e afastar o débito. É necessária a
comprovação no nexo de causalidade entre o objeto executado e os recursos federais a ele destinados
conforme entendimento firmado no Acórdão 10/2007 - Primeira Câmara.
14. Desse modo, concluímos que restou caracterizada a omissão do dever de prestar
contas do Sr. Jorge Jose de Melo e inexistindo nos autos elementos que permitam concluir pela
ocorrência de boa-fé ou de outros elementos que comprovem a regularidade das despesas executadas,
propõe-se que suas contas sejam julgadas irregulares e que o responsável seja condenado em débito,
bem como que lhe seja aplicada a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992.
15. Do mesmo modo, considerando a inércia da empresa Damara Produções Jornalísticas
e Culturais Ltda., bem como que a pessoa jurídica convenente deve ser considerada responsável
solidária, em função do incidente de uniformização de jurisprudência que entendeu inexistir fundamento
para se eximir de responsabilidade as pessoas jurídicas signatárias de convênio, firmando-se o seguinte
entendimento no âmbito do Acórdão nº 2763/2011-Plenário: “9.2.1. na hipótese em que a pessoa jurídica de direito privado e seus administradores derem
causa ao dano ao erário na execução de avença celebrada com o poder público federal com vistas à realização
de uma finalidade pública, incide sobre ambos a responsabilidade solidária pelo dano;”
16. Dever-se-á condenar a empresa em solidariedade com o seu administrador pelo dano
ao erário.
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
17. Diante do exposto, submetem-se os autos à consideração superior, propondo:
a) com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea “a”, e §§ 1º da Lei
8.443/1992 c/c os arts. 19 e 23, inciso III, da mesma Lei, e com arts. 1º, inciso I, 209, inciso I, e §§ 1º,
210 e 214, inciso III, do Regimento Interno, que sejam julgadas irregulares as contas do Sr. Jorge
Jose de Melo (CPF 357.859.937-91), na condição de sócio administrador da empresa Damara
Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. ME, e condená-lo, em solidariedade, com a empresa
Damara Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. ME (CNPJ 03.360.543/0001-08), ao pagamento da
quantia a seguir especificada, com a fixação do prazo de quinze dias, a contar das notificações, para
comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno), o
recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente e acrescida dos
juros de mora, calculados a partir das datas discriminadas, até a data do recolhimento, na forma
prevista na legislação em vigor.
Valor original (R$) Data da ocorrência
364.019,00 23/12/2005
147
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
b) aplicar ao Sr. Jorge Jose de Melo (CPF 357.859.937-91), a multa prevista no art. 57 da
Lei 8.443/1992 c/c o art. 267 do Regimento Interno, com a fixação do prazo de quinze dias, a contar
da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento
Interno), o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde
a data do acórdão que vier a ser proferido até a do efetivo recolhimento, se for paga após o
vencimento, na forma da legislação em vigor;
c) autorizar o pagamento da dívida do Sr. Jorge Jose de Melo em 36 parcelas mensais e
consecutivas, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/1992 c/c o art. 217 do Regimento Interno, fixando-lhe
o prazo de quinze dias, a contar do recebimento da notificação, para comprovar perante o Tribunal o
recolhimento da primeira parcela, e de trinta dias, a contar da parcela anterior, para comprovar os
recolhimentos das demais parcelas, devendo incidir sobre cada valor mensal, atualizado
monetariamente, os juros de mora devidos, na forma prevista na legislação em vigor;
d) autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, a cobrança
judicial da dívida caso não atendida à notificação;
e) arquivar o presente processo, nos termos do art. 169, inciso III do Regimento Interno.
2. O Ministério Público junto ao TCU assim se manifestou:
Trata-se de tomada de contas especial instaurada pela Coordenação de Contabilidade do
Ministério da Cultura (MinC), em vista da omissão no dever de prestar contas dos recursos captados
pela Damara Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. ME, com base na Lei 8.313/91 (Lei de
Incentivo à Cultura).
A empresa foi autorizada a captar R$ 364.019,00, para execução do projeto “Roteiro
Cultural da Cachaça”, que compreendia a edição de livro bilíngue sobre a cachaça e sua cadeia
produtiva.
Embora tenha sido notificada a prestar contas dos recursos captados, a Damara
Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. ME e seu proprietário, Sr. Jorge José de Melo, não
apresentaram os elementos previstos no termo de compromisso firmado.
Assim, o tomador de contas concluiu pela existência de débito no valor total captado.
No âmbito deste Tribunal, a unidade técnica procedeu à citação da empresa e do Sr. Jorge
José de Melo, mas os responsáveis permaneceram silentes.
A despeito disso, a Secex-SP analisou os parcos argumentos constantes do pedido de
prorrogação de prazo formulado pelo proprietário da empresa na peça 11. As informações, contudo,
não foram suficientes para justificar a ausência de prestação de contas dos recursos captados, o que
motivou proposta de julgamento pela irregularidade das contas da Damara Produções Jornalísticas e
Culturais Ltda. ME e do Sr. Jorge José de Melo.
O Diretor Técnico e o Secretário puseram-se de acordo com o encaminhamento sugerido.
Da minha parte, alinho-me à proposta da Secex-SP.
Embora o Sr. Jorge José de Melo afirme que foi produzido um livro e editados mil
exemplares, não foram apresentados quaisquer elementos capazes de comprovar tal assertiva,
tampouco aptos a demonstrar a existência de nexo de causalidade com os recursos captados.
Desse modo, tendo em vista que a omissão dos responsáveis em prestar contas dos valores
obtidos com base na Lei 8.313/91 configurou conduta grave, por não permitir a aferição da correta
aplicação dos recursos nos objetivos previstos, tenho que a proposta formulada pela unidade técnica é
adequada.
Diante do exposto, este membro do Ministério Público de Contas manifesta-se de acordo
com o encaminhamento sugerido pela Secex-SP.
É o relatório.
pp
VOTO
148
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Trata-se de tomada de contas especial instaurada em vista da omissão no dever de prestar
contas dos recursos captados pela Damara Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. ME, com base na
Lei 8.313/91 (Lei de Incentivo à Cultura).
2. A empresa foi autorizada a captar R$ 364.019,00, para execução do projeto “Roteiro
Cultural da Cachaça”, consistente na edição de livro bilíngue sobre a cachaça e sua cadeia produtiva.
3. Embora tenham sido notificados a prestar contas dos recursos obtidos, a empresa e seu
proprietário, Sr. Jorge José de Melo, não apresentaram os elementos previstos no termo de
compromisso firmado.
4. Devidamente citados, esses agentes não apresentaram a prestação de contas dos recursos
em questão e, em essência, afirmaram que:
“o livro foi produzido sob o nome "Cachaça – Cultura e Prazer do Brasil" (conforme
fotos em anexo) e editados 1.000 (mil) exemplares, no mês de dezembro de 2006, tendo sido cumprido
o objeto do projeto em questão. A empresa contratou a Sra. Mara Rinaldi, contadora devidamente
registrada no CRC/SP, para prestar serviços contábeis relativas ao presente projeto, ficando esta de
posse de recibos, notas fiscais e demais documentos comprobatórios dos custos inerentes a produção
e edição do referido livro.”
5. Quanto à alegação de que o objeto foi executado, cabe destacar que a sua existência
física, por si só, não constitui elemento apto a comprovar a aplicação dos recursos federais utilizados
por terceiros. Isso porque, de acordo com a jurisprudência desta Corte, é necessária a comprovação do
nexo de causalidade entre o objeto executado e os recursos federais a ele destinados, que deve ocorrer
mediante a competente prestação de contas.
6. Como é sabido, todo aquele que utiliza ou gerencia recursos públicos, por obrigação
constitucional e legal, submete-se ao dever de demonstrar o correto emprego dos valores federais, nos
termos dos arts. 70, parágrafo único, e 37, caput, da Constituição de 1988 e do art. 93 do Decreto-Lei
200, de 25 de fevereiro de 1967.
7. Dessa forma, em face da ausência nos autos de elementos capazes de demonstrar a boa e
regular aplicação dos recursos em questão ou a existência de boa-fé, alinho-me ao encaminhamento
sugerido pela unidade técnica e endossado pelo Parquet especializado, no sentido de julgar irregulares
as presentes contas com a condenação em débito dos responsáveis solidariamente.
8. Por fim, tendo em vista a reprovabilidade da conduta daqueles que deixam de comprovar
a regular aplicação dos recursos públicos federais recebidos, infringindo dever legal e constitucional,
bem como a magnitude do dano causado, entendo pertinente a aplicação da pena de multa prevista no
artigo 57 da Lei 8.443/1992, a qual fixo em R$ 30.000,00 para cada responsável.
9. Diante do exposto, acolho o fundamentado parecer da unidade técnica e a manifestação do
Ministério Público junto ao TCU, os quais incorporo como razões de decidir, e voto por que o Tribunal
adote o Acórdão que ora submeto à deliberação deste Colegiado.
pp
ACÓRDÃO Nº 995/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 019.238/2013-4.
2. Grupo I – Classe de Assunto: II – Tomada de Contas Especial
3. Interessados/Responsáveis:
3.1. Responsáveis: Damara Produções Jornalísticas e Culturais Ltda. (03.360.543/0001-
08); Jorge José de Melo (357.859.937-91).
4. Órgão/Entidade: Entidades/órgãos do Governo do Estado de São Paulo.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
149
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
6. Representante do Ministério Público: Procurador Sergio Ricardo Costa Caribé.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo - SP (SECEX-SP).
8. Advogado constituído nos autos: Glecio Rogério Silva Mariano Alves, OAB 281.819/SP
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada devido
à omissão no dever de prestar contas dos recursos captados para a realização do projeto “Roteiro
Cultural da Cachaça”, cadastrado no Programa Nacional de Apoio à Cultura do Ministério da Cultura,
nos termos da Lei 8.313/1991 (Lei Federal de Incentivo à Cultura),
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª
Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:
9.1. julgar irregulares as contas do Sr. Jorge Jose de Melo e da empresa Damara Produções
Jornalísticas e Culturais Ltda. ME, condenando-os, solidariamente, ao pagamento da quantia abaixo
relacionada, com a incidência dos devidos encargos legais, calculados a partir da data correspondente
até o efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor, nos termos dos arts. 1°, inciso I, 16, inciso
III, alínea “a”, 19 e 23, inciso III, da Lei 8.443/1992:
Valor original (R$) Data da ocorrência
364.019,00 23/12/2005
9.2. fixar o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data da notificação, para que os
responsáveis de que trata o subitem anterior comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento das
referida quantia aos cofres do Fundo Nacional de Cultura, nos termos do art. 23, inciso III, alínea “a”,
da Lei 8.443/1992 c/c o art. 214, inciso III, alínea “a”, do Regimento Interno do TCU (RI/TCU);
9.3. aplicar ao Sr. Jorge Jose de Melo e à empresa Damara Produções Jornalísticas e
Culturais Ltda. ME, individualmente, a pena de multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992, no valor
de R$ 30.000,00 (trinta mil reais);
9.4. fixar o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data da notificação, para que os
responsáveis de que trata o subitem anterior comprovem, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea
“a”, do RI/TCU), o recolhimento das referidas quantias ao Tesouro Nacional, atualizadas
monetariamente a partir do dia seguinte ao do término do prazo estabelecido, até a data do efetivo
recolhimento, na forma da legislação em vigor;
9.5. autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações, nos
termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992;
9.6. autorizar, desde já, caso venha a ser solicitado, o parcelamento das dívidas em até 36
(trinta e seis) parcelas mensais, nos termos do art. 217 do RI/TCU, com a incidência sobre cada parcela
dos devidos encargos legais até o efetivo pagamento, esclarecendo que a falta de pagamento de
qualquer parcela importará no vencimento antecipado do saldo devedor (§ 2º do art. 217 do RI/TCU);
9.7. encaminhar cópia deste acórdão, acompanhado do relatório e voto que o
fundamentam, à Procuradoria da República no Estado de São Paulo, nos termos do art. 16, § 3º, da Lei
8.443/1992.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0995-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
150
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
pp
GRUPO I – CLASSE V – Primeira Câmara
TC 030.667/2012-7
Natureza(s): Pensão Civil
Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - MOSSORÓ/RN - INSS/MPS
Interessadas: Maria Izabel Mendonça Pessoa (079.986.554-02); Mariana Mendonça Pessoa
(079.986.544-30)
Advogado constituído nos autos: não há
SUMÁRIO: PESSOAL. PENSÃO CIVIL INSTITUÍDA EM FAVOR DE DUAS
MENORES, NA CONDIÇÃO DE PESSOA DESIGNADA MENOR DE 21 ANOS. EXCLUSÃO DE
UMA DAS BENEFICIÁRIAS, EM RAZÃO DE SUA MAIORIDADE. BENEFÍCIO SEM
PARARELO NO REGIME GERAL. LEI 9.717/1998 E EC 20/1998. ACÓRDÃO 2515/2011-
PLENÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. ILEGALIDADE E NEGATIVA DE REGISTRO. ENUNCIADO
106. DETERMINAÇÕES.p
RELATÓRIO
Adoto como relatório a instrução a cargo da Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip),
acolhida no âmbito da unidade técnica e pelo representante do Ministério Público junto ao Tribunal de
Contas da União (MPTCU):
“INTRODUÇÃO
Em exame ato de concessão de pensão civil da GERÊNCIA EXECUTIVA DO INSS -
MOSSORÓ/RN - INSS/MPS, encaminhado a este Tribunal para apreciação, na sistemática definida na
IN nº 55/2007.
Cumpre esclarecer que o ato em epígrafe deu entrada no TCU no ano de 2009, ou seja, há
menos de 5 (cinco) anos, motivo pelo qual não se faz necessária a realização de oitiva das
interessadas, consoante entendimento balizado no Acórdão 587/2011-TCU- Plenário.
HISTÓRICO
Cuida o presente feito do exame do ato de concessão da pensão civil instituída por
Raimundo Varela do Nascimento (CPF: 039.155.494-87) em favor das beneficiárias Maria Izabel
Mendonça Pessoa (CPF: 079.986.554-02) e Mariana Mendonça Pessoa (079.986.544-30), ambas
habilitadas ao benefício pensional na condição de pessoa designada, menor de 21 anos, que viva na
dependência econômica do servidor, consoante o disposto no art. 217, II, ‘d’, da Lei 8.112/90.
Conforme se vê na Peça nº 3, o ato em exame foi submetido a críticas eletrônicas
desenvolvidas no âmbito da Sefip, oportunidade em que, a partir do cruzamento das informações
constantes dos sistemas Siape e Sisac, foi identificado o pagamento de pensões com base no sobredito
dispositivo da Lei 8.112/90, o que contraria o entendimento firmado no Acórdão TCU nº 2515/2011 –
Plenário. Ato contínuo, esta Unidade Técnica manifestou-se pela ilegalidade do referido ato de
concessão.
Encaminhados os autos ao MP/TCU, estes foram devolvidos a esta Sefip a fim de que fosse
corrigida a peça de instrução, haja vista que constou da mesma que as beneficiárias teriam se
habilitado na condição de ‘menor sob guarda’, quando o correto seria ‘pessoa designada, menor de
21 anos, que viva na dependência econômica do servidor’, na forma do previsto no art. 217, II, ‘d’, da
Lei 8.112/90.
A seguir, discorreremos acerca do entendimento desta Corte de Contas quanto à
concessão de pensão com supedâneo no art. 217, II, ‘d’, da Lei 8.112/90.
151
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
ANÁLISE TÉCNICA
No âmbito deste TCU, a referida matéria possui, como verdadeiro divisor de águas, o
Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário.
Até a prolação do acórdão especificado, o TCU adotava o entendimento de que a
concessão de pensão a pessoa designada careceria da comprovação da dependência econômica do
beneficiário em relação ao instituidor, além da designação formal constante dos assentamentos do
instituidor.
Já o Acórdão TCU nº 2.515/2011-Plenário, inaugurou o entendimento, no âmbito desta
Corte de Contas, de que a pensão a pessoa designada não mais seria devida em razão de que o art. 5º
da Lei nº 9.717, de 1998, derrogou do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da
união, entre outras, a pensão instituída com fundamento no art. 217, II, ‘d’, da Lei 8.112, de 1990. Eis
o que estabeleceu o item 9.4 daquele decisum:
‘9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que informe aos órgãos
centrais de gestão de pessoal da Administração Pública Federal da União, nos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário, que o art. 5º da Lei 9.717/1998, publicada no DOU de 28/11/1998, derrogou
do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União as categorias de pensão
civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a
menor sob guarda e a pessoa designada, previstas nas alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’, respectivamente,
todos do inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990’.
Desde então, diversos outros acórdãos do TCU passaram a consolidar esse entendimento,
a exemplo dos Acórdãos nºs 9.516/2011, 9.518/2011 e 9.520/2011, todos da 1ª Câmara, e Acórdão nº
183/2012 da 2ª Câmara. Nesse sentido, qualquer discussão acerca da dependência econômica da
pessoa designada em relação ao instituidor, bem como a solicitação de documentação que comprove
tal dependência, torna-se desnecessária. Vejamos trecho do Voto condutor do Acórdão TCU nº
183/2012-2ªC:
‘6. Entretanto, em face do novel entendimento manifestado por esta Corte de Contas,
mediante o Acórdão 2515/2011 - Plenário, prolatado na Sessão de 21/9/2011, que, na espécie,
deliberou que a concessão de pensão temporária a menor sob guarda foi expressamente revogada
pela Lei 9.717/1998, cuja vigência conformou a alteração das regras atinentes à pensão civil
estatutária da União, com a total supressão da possibilidade de deferimento a essa categoria de
beneficiário, depreendo que a discussão da questão referente à dependência econômica do menor sob
guarda em relação ao instituidor se torna despicienda.’
Nesse mesmo sentido, a Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (MP), na qualidade de órgão central do SIPEC-SEGEP, emitiu a Nota Técnica nº
100/212/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, de 14/04/2012, pacificando, em âmbito administrativo, o
entendimento acerca da impossibilidade de se conceder pensão civil estatutária destinada aos
beneficiários de que tratam as alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’ do inciso II do art. 217 da Lei n.º 8.112/90,
entre eles, a pessoa designada, até 21 anos, que viva sob a dependência econômica do servidor,
observando que a matéria foi também assim enfrentada no âmbito do TCU (ACÓRDÃO 2515/2011 -
Plenário).
Ante o exposto, entendemos que o ato em apreço deve ser apreciado pela ilegalidade, com
recusa de seu registro, em razão da concessão de pensão a pessoa designada.
CONCLUSÃO
Face ao acima exposto, manifestamo-nos no sentido de que o ato constante deste processo
seja considerado ilegal, uma vez que o art. 5º da Lei 9.717/98 derrogou do Regime Próprio de
Previdência Social dos Servidores Públicos da União, entre outras, a pensão instituída com
fundamento no art. 217, II, ‘d’, da Lei nº 8.112/1990.
152
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
De conformidade com o preceituado no artigo 71, inciso III, da Constituição Federal de
1.988, c/c os arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443/92, c/c o artigo 1º, inciso VIII, e 260, §§
1º e 2º, do Regimento Interno/TCU, e tomando por base as informações prestadas pelo órgão de
Controle Interno e as verificações feitas pela Unidade Técnica, na forma prevista no artigo 260,
caput, do Regimento Interno -TCU, PROPONHO:
1) considerar ilegal, para fins de registro, o ato de concessão das pensões civis instituídas
por Raimundo Varela do Nascimento (CPF: 039.155.494-87) em favor das beneficiárias Maria Izabel
Mendonça Pessoa (CPF: 079.986.554-02) e Mariana Mendonça Pessoa (079.986.544-30), haja vista
que o art. 5º da Lei 9.717/98 derrogou do Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores
Públicos da União, entre outras, a pensão instituída com fundamento no art. 217, II, ‘d’, da Lei 8.112,
de 1990;
2)dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé, consoante o
disposto no Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do TCU;
3) determinar à GERÊNCIA EXECUTIVA DO INSS - MOSSORÓ/RN - INSS/MPS que:
a) abstenha-se de realizar pagamentos decorrentes do ato de pensão considerado ilegal,
no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta deliberação, sujeitando-se a
autoridade administrativa omissa à responsabilidade solidária, nos termos do art. 262, caput, do
Regimento Interno do TCU;
b) comunique às beneficiárias do ato de pensão apreciado pela ilegalidade, por meio do
representante legal, acerca do teor deste Acórdão, alertando-as de que o efeito suspensivo
proveniente da interposição de eventuais recursos não as exime da devolução dos valores percebidos
indevidamente após a respectiva notificação, caso os recursos não sejam providos;
c) envie a esta Secretaria de Fiscalização de Pessoal comprovante de que as interessadas
tomaram ciência do inteiro teor do Acórdão proferido por este Tribunal de Contas.”
É o relatório.
pp
VOTOp
Trata-se de pensão civil instituída pelo Agente de Portaria Raimundo Varela do
Nascimento, falecido em 18.1.2006 na condição de inativo.
O ato de concessão de peça 2 não pode prosperar, uma vez que foram derrogadas todas as
normas do regime próprio que preveem benefícios não existentes no regime geral.
Isso, em função do § 12 do art. 40 da Constituição Federal, introduzido pela EC 20/1998, e
do art. 5º da Lei 9.717/1998, que estabelecem:
Constituição Federal
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência
de caráter contributivo, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o
disposto neste artigo.
(...omissis...)
§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos
titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime
geral de previdência social.
Lei 9.717/1998
153
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
“Art. 5°. Os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal não
poderão conceder benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência Social, de que
trata a Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991, salvo disposição em contrário da Constituição Federal.
(..omissis...)”
O objetivo do constituinte reformador – assim como havia sido o do legislador ordinário,
uma vez que a Lei 9.717/1998 foi publicada poucos dias antes da promulgação da EC 20/1998 – foi o
de equiparar os regimes de previdência. Se não nos valores dos benefícios, pelo menos na eleição de
requisitos e critérios, que passaram a ser, necessariamente, equivalentes, salvo disposição
constitucional em contrário.
Dessarte, como o rol atual do artigo 16 da Lei 8.213/1991 (desde a edição da Medida
Provisória 1523/1996) não inclui a pessoa designada que comprove dependência econômica, tanto a
menor de 21 anos quanto a maior de 60 anos ou a inválida, a pensão por morte para essa categoria de
beneficiários restou derrogada.
Esse é o entendimento que se consolidou nesta Corte a partir do Acórdão 2.515/2011-
Plenário.
No caso concreto, observo que a genitora das pensionistas, Sra. Francisca Susana
Mendonça Pessoa, é economicamente ativa e ocupa cargos de magistério no município de
Mossoró/RN e no estado do Rio Grande do Norte, conforme consulta ao portal desses entes
(http://200.164.111.106/transparencia/leiacessoinf.aspx e http://www.portal.rn.gov.br/ergoninfo/
Remuneracao.asp).
Ante o exposto, acolho os pareceres e VOTO por que o Tribunal adote a deliberação que
ora submeto a este Colegiado.ppp
pp
ACÓRDÃO Nº 996/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 030.667/2012-7.
2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil
3. Interessadas: Maria Izabel Mendonça Pessoa (079.986.554-02); Mariana Mendonça
Pessoa (079.986.544-30).
4. Órgão/Entidade: Gerência Executiva do INSS - MOSSORÓ/RN - INSS/MPS.
5. Relator: Ministro Benjamin Zymler.
6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa
e Silva.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de processo de pensão civil,
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª
Câmara, diante das razões expostas pelo relator e com fundamento no inciso IX do art. 70 da
Constituição Federal e no art. 39 da Lei 8.443/1992, em:
9.1. julgar ilegal a concessão de pensão civil a Maria Izabel Mendonça Pessoa e Mariana
Mendonça Pessoa e negar registro ao ato de peça 2;
9.2. dispensar a devolução dos valores indevidamente recebidos pelas interessadas, nos
154
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
termos do Enunciado 106 da Súmula de Jurisprudência deste Tribunal;
9.3. determinar à Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social que adote as
seguintes providências no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de responsabilidade solidária da
autoridade administrativa omissa:
9.3.1. dê ciência do inteiro teor desta deliberação às interessadas e faça juntar aos autos os
comprovantes de notificação nos 15 (quinze) dias subsequentes;
9.4.2. após as devidas notificações, faça cessar os pagamentos realizados com base no ato
ora impugnado.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0996-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler (Relator) e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.p
p
GRUPO I – CLASSE V – 1ª CÂMARA
TC 003.959/2014-7
Natureza: Pensão Civil
Interessada: Mylena Aciole Casado dos Anjos
Unidade: Superintendência de Administração do Ministério da Fazenda no Estado de
Alagoas
SUMÁRIO: PENSÃO CIVIL. MENOR SOB GUARDA OU DESIGNADO.
IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA. DERROGAÇÃO DESSAS ESPÉCIES DE BENEFÍCIO.
DEPENDÊNCIA ECONÔMICA. IRRELEVÂNCIA. ILEGALIDADE DA CONCESSÃO.
RELATÓRIO
Cuidam os autos de pensão civil instituída por ex-servidora da Superintendência de
Administração do Ministério da Fazenda no Estado de Alagoas.
2. Reproduzo, a seguir, a instrução de mérito oferecida pela Secretaria de Fiscalização de
Pessoal, endossada pelo representante do Ministério Público junto a esta Corte de Contas (peça 3):
“Cuida o presente processo de ato de pensão civil em que a beneficiária enquadra-se na
condição de menor sob guarda, nos termos do que estabelece o art. 217, inciso II, alínea ‘b’, da Lei nº
8.112/1990.
2. No âmbito deste TCU, a referida matéria possui, como verdadeiro divisor de águas, o
Acórdão nº 2.515/2011-TCU-Plenário.
3. Até a prolação do acórdão especificado, o TCU adotava duas grandes linhas de
entendimento acerca do tema. A primeira, e mais festejada, referia-se ao fato de que a concessão de
pensão a menor sob guarda careceria, além do documento de guarda, da comprovação de que os
genitores do menor não tinham condições financeiras de mantê-lo, em outras palavras, deveria ser
comprovada a dependência econômica do menor em relação ao instituidor (Acórdãos nºs. 5.667/2009-
TCU-1ª Câmara, 565/2009-TCU-1ª Câmara, 3.870/2009-TCU-2ª Câmara e 1.740/2009-TCU-2ª
Câmara). A segunda, descartava, como regra, a necessidade de se verificar a condição financeira dos
genitores, bastando, para fundar a concessão da pensão, o documento de guarda regularmente
emitido pelo Poder Judiciário, visto que este goza de presunção juris tantum de veracidade, podendo
o referido documento ser questionado caso houvesse algum indício de fraude na concessão em análise
155
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
(Acórdãos nºs. 2.577/2009-TCU-Plenário, 641/2008-TCU-1ª Câmara, 1.266/2010-TCU-2ª Câmara,
entre tantos outros).
4. Já o Acórdão nº 2.515/2011-TCU-Plenário inaugurou o entendimento, no âmbito desta
Corte de Contas, de que a pensão a menor sob guarda não mais seria devida, uma vez que o art. 5º da
Lei nº 9.717/1998 derrogou do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da
União, entre outras, a pensão instituída com fundamento no art. 217, inciso II, alínea ‘b’, da Lei nº
8.112/1990. Eis o que estabeleceu o item 9.4 daquele decisum:
‘9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que informe aos órgãos
centrais de gestão de pessoal da Administração Pública Federal da União, nos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário, que o art. 5º da Lei nº 9.717/1998, publicada no DOU de 28/11/1998,
derrogou do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União as categorias de
pensão civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não
inválido, a menor sob guarda e a pessoa designada, previstas nas alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’,
respectivamente, todos do inciso II do art. 217 da Lei nº 8.112/1990’.
5. Desde então, diversos outros acórdãos do TCU passaram a consolidar esse
entendimento, a exemplo dos Acórdãos nºs. 9.516/2011, 9.518/2011 e 9.520/2011, todos da Primeira
Câmara, e Acórdão nº 183/2012, da Segunda Câmara. Nesse sentido, qualquer discussão acerca da
dependência econômica do menor sob guarda em relação ao instituidor, bem como a solicitação de
documentação que comprove tal dependência tornam-se desnecessárias. Vejamos trecho do voto
condutor do Acórdão nº 183/2012-TCU-2ª Câmara:
‘6. Entretanto, em face do novel entendimento manifestado por esta Corte de Contas,
mediante o Acórdão nº 2.515/2011-TCU-Plenário, prolatado na Sessão de 21/9/2011, que, na espécie,
deliberou que a concessão de pensão temporária a menor sob guarda foi expressamente revogada
pela Lei nº 9.717/1998, cuja vigência conformou a alteração das regras atinentes à pensão civil
estatutária da União, com a total supressão da possibilidade de deferimento a essa categoria de
beneficiário, depreendo que a discussão da questão referente à dependência econômica do menor sob
guarda em relação ao instituidor se torna despicienda’.
6. Nesse mesmo sentido, a Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (MP), na qualidade de órgão central do Sipec-Segep, emitiu a Nota Técnica nº
100/212/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, de 14/4/2012, pacificando, em âmbito administrativo, o
entendimento acerca da impossibilidade de se conceder pensão civil estatutária destinada aos
beneficiários de que tratam as alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’ do inciso II do art. 217 da Lei nº 8.112/1990,
entre eles, o menor sob guarda, observando que a matéria foi também assim enfrentada no âmbito
desta Corte de Contas (Acórdão nº 2.515/2011-TCU-Plenário).
7. Também seguindo essa linha de entendimento, a AGU emitiu os Pareceres
047/2010/DECOR/CGU/AGU, de 17/5/2010; 617/2011/CONJUR-MPS/CGU/AGU, de 23/9/2011; e
015 - 3.18/2012/RA/CONJUR-MP/CGU/AGU, de 9/1/2012, consolidando o posicionamento no sentido
de que o art. 5º da Lei 9.717, de 1998, derrogou, entre outros, o benefício previsto na alínea ‘b’ do
inciso II do art. 217 da Lei nº 8.112/1990.
8. Dada a amplitude das críticas eletrônicas aplicadas ao presente ato, além da falha
apontada nos parágrafos anteriores, outras, que não comprometem a formação de juízo acerca desse
ato, mas que ensejariam futura diligência à unidade de origem por parte desta Corte, podem ter sido
detectadas. Todas elas, agrupadas por ato de concessão, estão arroladas no relatório de
inconsistências anexo.
9. Por fim, vale destacar que o ato de pensão em análise deu entrada neste Tribunal em
prazo inferior ao período de cinco anos, não sendo aplicável, portanto, o procedimento do
contraditório e da ampla defesa determinado pelo Acórdão nº 587/2011-TCU-Plenário.
10. Ante o exposto, entendemos que o ato em apreço deve ser considerado ilegal, com
negativa de registro, em razão da concessão de pensão a menor sob guarda.
156
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
11. Submetemos os autos à consideração do Ministro-Relator com a proposta de que o ato
de pensão em análise seja apreciado pela ilegalidade, com recusa de seu registro, nos termos do que
estabelece o art. 262 do Regimento Interno do TCU, combinado com o art. 39, inciso II, da Lei nº
8.443/1992, sem prejuízo de:
11.1. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé,
consoante o disposto no Enunciado nº 106 da Súmula de Jurisprudência do TCU;
11.2. determinar ao órgão/entidade de origem que:
a) abstenha-se de realizar pagamentos decorrentes do ato de pensão considerado ilegal,
no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da ciência desta deliberação, sujeitando-se a
autoridade administrativa omissa à responsabilidade solidária, nos termos do art. 262, caput, do
referido Regimento;
b) comunique à beneficiária do ato de pensão apreciado pela ilegalidade acerca do teor
deste acórdão, alertando-a de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais
recursos não a exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva
notificação, caso não sejam providos;
11.3. determinar à Sefip que monitore o cumprimento das medidas determinadas no
presente acórdão”.
É o relatório.
p
VOTO
Em apreciação a pensão civil instituída por Ester Casado de Lima em favor de Mylena
Aciole Casado dos Anjos, com indicação de relação de parentesco/dependência como menor sob
guarda, com vigência a partir de 11/7/2000, tendo por fundamento legal o art. 217, inciso II, alínea
“b”, da Lei nº 8.112/1990. No campo “Justificativa parecer controle interno”, foi ressaltado que, no
processo administrativo referente à concessão da pensão, não consta termo de guarda, mas apenas a
Sentença nº 186/2000/PMC/JF/AL, prolatada na ação de justificação de dependência econômica da
menor, proposta pela instituidora.
2. Esta Corte de Contas, considerando a relevância da matéria e sua peculiar importância,
no que se refere à uniformização da jurisprudência acerca da efetiva aplicação da Lei nº 9.717/1998,
proferiu o Acórdão nº 2.515/2011-TCU-Plenário, concluindo pela impossibilidade jurídica da
concessão desse tipo de benefício pensional, oportunidade em que decidiu:
“9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que informe aos órgãos
centrais de gestão de pessoal da Administração Pública Federal da União, nos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário, que o art. 5º da Lei nº 9.717/1998, publicada no DOU de 28/11/1998,
derrogou do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União as categorias de
pensão civil estatutária destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não
inválido, a menor sob guarda e a pessoa designada, previstas nas alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’
respectivamente, todos do inciso II do art. 217 da Lei n° 8.112/1990;
9.5. dar ciência do inteiro teor desta deliberação aos órgãos centrais de gestão de pessoal
da Administração Pública Federal dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário”.
3. Em consonância com a nova ordem estabelecida pela Emenda Constitucional nº
20/1998, o art. 5º da Lei nº 9.717/1998 expressamente vedou aos regimes próprios de previdência
social dos servidores públicos a concessão de benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de
Previdência Social, de que trata a Lei nº 8.213/1991, salvo disposição em contrário da Carta Magna.
4. A adoção do princípio contributivo e de parâmetros de simetria entre os dois regimes foi
motivada pela busca da autossuficiência financeira da previdência do serviço público, de modo a
157
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
reduzir o peso de seus resultados deficitários sobre as finanças públicas.
5. Cabe ressaltar que a referida Lei nº 8.213/1991 não contempla o pagamento de pensão a
menor sob guarda ou designado, tendo a relação de beneficiários prevista no seu art. 16 sofrido ajustes
a partir das edições da Lei nº 9.032/1995 e da Medida Provisória nº 1.536/1996, convertida na Lei nº
9.528/1997.
6. Expressamente aprovada pelo Congresso Nacional, já é plena a identificação dos
regimes quanto às categorias de beneficiários, razão pela qual a pensão civil ora em apreço deixou de
ser devida desde o advento do art. 5º da Lei nº 9.717/1998, que derrogou, do regime próprio de
previdência social dos servidores públicos da União, as categorias de pensão civil estatutária,
destinadas a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a menor sob guarda
e à pessoa designada, previstas nas alíneas “a”, “b”, “c” e “d”, respectivamente, do art. 217, inciso II,
da Lei nº 8.112/1990.
7. Ante a supressão do direito ao deferimento do benefício pensional, tornou-se
juridicamente irrelevante a existência de dependência econômica do menor sob guarda ou designado
em relação ao instituidor.
8. Ressalto que, na esteira do Acórdão nº 2.515/2011-TCU-Plenário, a Secretaria de Gestão
Pública do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (órgão central do Sipec-Segep) emitiu a
Nota Técnica nº 100/2012/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, de 14/4/2012, pacificando, na seara
administrativa, o entendimento acerca da impossibilidade de se conceder pensão civil estatutária aos
beneficiários de que tratam as alíneas “a”, “b”, “c” e “d” do inciso II do art. 217 da Lei nº 8.112/1990,
entre eles, o menor sob guarda ou designado.
9. No caso concreto, não se verifica ofensa ao direito adquirido, porquanto a pensão civil
estatutária rege-se pelas normas em vigor no momento do óbito do instituidor, não havendo direito a
regime jurídico revogado por legislação ulterior.
10. Tendo em vista que o ato em análise foi encaminhado para apreciação por esta Corte de
Contas há menos de cinco anos, é desnecessária a prévia oitiva da interessada.
11. Assim, entendo que merecem acolhida os pareceres no sentido de ser considerada
ilegal a pensão civil concedida a Mylena Aciole Casado dos Anjos, dispensando a beneficiária do
ressarcimento das importâncias recebidas de boa-fé, conforme o teor da Súmula TCU nº 106.
Diante do exposto, voto por que o Tribunal adote o acórdão que ora submeto à 1ª Câmara.p
p
ACÓRDÃO Nº 997/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 003.959/2014-7.
2. Grupo I – Classe V – Pensão Civil.
3. Interessada: Mylena Aciole Casado dos Anjos (CPF 012.994.144-19).
4. Unidade: Superintendência de Administração do Ministério da Fazenda no Estado de
Alagoas.
5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira.
7. Unidade Técnica: Sefip.
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam de pensão civil instituída por ex-
servidora da Superintendência de Administração do Ministério da Fazenda no Estado de Alagoas.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da
1ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, e com fundamento no art. 71, incisos III e IX, da
158
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Constituição Federal, arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei nº 8.443/1992, art. 262, caput, do
Regimento Interno desta Corte, e Súmula TCU nº 106, em:
9.1. considerar ilegal a concessão de pensão civil a Mylena Aciole Casado dos Anjos,
recusando o registro;
9.2. dispensar a interessada do ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-
fé;
9.3. determinar à unidade jurisdicionada que adote medidas para:
9.3.1. fazer cessar, no prazo de quinze dias, os pagamentos decorrentes do ato considerado
ilegal, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa;
9.3.2. dar ciência, no prazo de quinze dias, do inteiro teor desta deliberação à beneficiária,
alertando-a de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais recursos perante o
TCU não a exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a notificação, caso esses
não sejam providos;
9.3.3. encaminhar ao Tribunal, no prazo de trinta dias contados da ciência da decisão,
documento apto a comprovar que a interessada teve conhecimento do acórdão;
9.4. determinar à Sefip que adote medidas para monitorar o cumprimento da determinação
relativa à cessação dos pagamentos decorrentes da concessão considerada ilegal, representando ao
TCU em caso de não atendimento.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0997-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.ppp
GRUPO II – CLASSE I – 1ª CÂMARA
TC-004.753/1999-2
Apensos: TC-003.059/2002-8, TC-008.430/2000-8, TC-004.548/2002-6, TC-
006.075/2000-9, TC-002.796/2000-9, TC-005.368/2002-2, TC-002.569/2002-7, TC-004.565/2000-0 e
TC-012.079/1999-5
Natureza: Embargos de Declaração (Recurso de Reconsideração em Tomada de Contas)
Embargantes: Márcia Valéria Antoun Rocha Spacenkopf (ex-diretora-geral) e espólio de
Martinho Álvares da Silva Campos (ex-presidente)
Unidade: Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro (TRE/RJ)
SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS. EXERCÍCIO DE 1998. NOVE PROCESSOS
CORRELATOS APENSADOS. PENDÊNCIA DE EXAME DAS OCORRÊNCIAS VERIFICADAS
EM QUATRO DELES. CITAÇÕES. CONTAS IRREGULARES DE TRÊS GESTORES.
RESPONSABILIZAÇÃO DE EMPRESA CONTRATADA. DÉBITO E MULTA. CONTAS
REGULARES DOS DEMAIS RESPONSÁVEIS. RECURSOS DE RECONSIDERAÇÃO
INTERPOSTOS POR TRÊS PUNIDOS. ACOLHIMENTO DE PARTE DA ARGUMENTAÇÃO.
PROVIMENTO PARCIAL A UM DOS RECURSOS. NEGATIVA DE PROVIMENTO AO OUTRO.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO, OBSCURIDADE OU
CONTRADIÇÃO. CONHECIMENTO. REJEIÇÃO.
RELATÓRIO
159
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Trata-se de embargos de declaração opostos por Márcia Valéria Antoun Rocha
Spacenkopf, ex-diretora-geral do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE/RJ), e pelo
espólio de Martinho Álvares da Silva Campos, ex-presidente do órgão, ao Acórdão 457/2014 – 1ª
Câmara.
2. Neste processo de tomada de contas, relativas ao exercício de 1998, este Tribunal,
mediante o acórdão questionado, deliberou sobre os recursos de reconsideração interpostos pelos ora
embargantes e por Alberto Sá Spinelli contra decisão que julgara irregulares suas contas, condenando-
os em débito e aplicando-lhes multa. O aresto mais recente foi proferido nestes termos:
“9.1 conhecer do recurso de reconsideração interposto pelo espólio de Martinho Álvares
da Silva Campos para, no mérito, negar-lhe provimento;
9.2 conhecer dos recursos de reconsideração interpostos por Márcia Valéria Antoun
Rocha Spacenkopf e Alberto Sá Spinelli para, no mérito, dar-lhes provimento parcial;
9.3 alterar os subitens 9.2 e 9.4 do Acórdão nº 3.616/2012-1ª Câmara, que passam a
apresentar a seguinte redação:
‘9.2. com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea ‘c’, 19 e 23, inciso III, da
Lei 8.443/1992, julgar irregulares as contas do Sr. Martinho Álvares da Silva Campos, condenando o
espólio do responsável, solidariamente com a empresa NEP Centro Sistemas e Informática Ltda., ao
recolhimento das quantias de R$ 563.568,00 (quinhentos e sessenta e três mil e quinhentos e sessenta
e oito reais) e R$ 446.931,38 (quatrocentos e quarenta e seis mil, novecentos e trinta e um reais e
trinta e oito centavos), fixando-lhes o prazo de quinze dias, a contar da notificação (art. 214, III,
alínea ‘a’, do Regimento Interno), para que comprovem, perante este Tribunal, o recolhimento das
referidas quantias aos cofres do Tesouro Nacional, atualizadas monetariamente e acrescidas dos
encargos legais a contar, respectivamente, de 14/12/1998 e 12/1/1999 até as datas dos efetivos
recolhimentos, na forma da legislação em vigor;
(...)
9.4. com base no art. 57 da Lei 8.443/92, aplicar à empresa NEP Centro Sistemas e
Informática Ltda. multa no valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais); e ao Sr. Alberto Sá
Spinelli, no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), fixando-lhes o prazo de quinze dias, a contar da
notificação, para que comprovem, perante este Tribunal, o recolhimento das dívidas aos cofres do
Tesouro Nacional, atualizadas monetariamente desde a data do presente acórdão até as datas dos
efetivos recolhimentos, se forem pagas após o vencimento, na forma da legislação em vigor;’
9.4 manter o julgamento pela irregularidade das contas de Márcia Valéria Antoun Rocha
Spacenkopf, com fundamento no art. 16, inciso III, alínea ‘b’, da Lei nº 8.443/1992;
9.5 dar ciência desta deliberação aos recorrentes.”
3. A responsável Márcia Valéria Antoun Rocha Spacenkopf alega ter havido contradição
no acórdão, apresentando, em síntese, os seguintes argumentos:
a) A decisão não conseguiu justificar o porquê de suas contas terem sido consideradas
irregulares devendo se analisar o caso sob o aspecto de outro fundamento;
b) Como se percebe de informações presentes nos autos, havia, no período analisado, um
forte clima de hostilidade entre os membros do TRE/RJ, tendo a embargante, na época Diretora-Geral
do órgão, recebido os “respingos” dos embates entre os desembargadores;
c) O acórdão incorreu em contradição com o que manda a legislação;
d) A embargante foi absolvida e isentada de pagar o valor do suposto prejuízo causado ao
erário, bem como a respectiva multa e, mesmo assim, continuou tendo suas contas julgadas irregulares;
e) Fazendo um paralelo com o Direito Penal, inexistente a previsão legal, o juiz não
questiona se falta lei ou direito: conclui inexoravelmente que não há crime;
f) Se não há pena pela conduta da embargante, o que de fato está demonstrado no acórdão
recorrido, não há de se falar em irregularidade das contas;
160
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
g) Outro aspecto relativo ao caso, e que demonstra contradição da decisão recorrida, e o
fato de ter sido a embargante absolvida plenamente nos autos da Ação Civil Pública
2001.51.01.013991-8, referida na TCE.
4. Por fim, requer seja sanado o suposto vício, sendo aplicado efeito modificativo aos
embargos, isentando a responsável de todas as imputações feitas a ela.
5. Quanto ao espólio de Martinho Álvares da Silva, afirma haver omissões e obscuridades,
aduzindo as alegações resumidas na sequência:
a) A decisão não considerou nem enfrentou os argumentos postos no recurso de
reconsideração no que tange a estes pontos, abaixo novamente transcritos:
“Se algumas Zonas Eleitorais compartilhavam o mesmo espaço físico, o que afastaria o
pagamento de alguns valores unitários, tal circunstância deveria ter sido apontada pelas instâncias
preliminares, que não glosaram das notas fiscais estes valores unitários. Não caberia ao recorrente
percorrer todas as Zonas Eleitorais no Estado do Rio de Janeiro, em pleno ano de eleições (ou seja,
de maior trabalho para o Tribunal Regional Eleitoral), para verificar in loco eventuais
irregularidades (deve ser considerado ainda que o recorrente também era Desembargador que atuava
no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, não tendo tempo para verificar pessoalmente se
as atestações eram verdadeiras ou se havia inexatidões nelas).
(...)
Deve ser frisado o que dispõe o art. 80, § 2º, do Decreto-Lei nº 200/67, in verbis:
‘O ordenador de despesas, salvo conivência, não é responsável por prejuízos causados à
Fazenda Nacional decorrentes de atos praticados por agente subordinado que exorbitar das ordens
recebidas.’ (g.n.)
Não há aqui, Exas., qualquer indício que aponte que o recorrente tenha sido conivente
com qualquer irregularidade, sendo certo que ele praticou atos vinculados fiando-se no conteúdo das
manifestações anteriores às suas autorizações de pagamento.
Registre-se, por oportuno, que a execução orçamentária compreende a fidelidade
funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos. É o que dispõe o
inciso II do art. 75 da Lei 4320/64:
‘Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá:
(...)
II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores
públicos;’
Ora, tal fidelidade pressupõe que o ordenador de despesas poderá confiar no conteúdo
das manifestações dos demais agentes a ele subordinados, não respondendo caso eles não equivalham
à verdade. Assim, ainda que os serviços não tivessem sido prestados (e o foram), o simples fato de
terem sido atestados todos os serviços pagos já seria suficiente para afastar qualquer
responsabilidade do recorrente.
(...)”
b) Consta do voto: “Creio que, pelo seu empenho nessa contratação, não é razoável
admitir que ignorasse a irrisória execução contratual ou que não tivesse sido informado da falta das
obras pelos juízes eleitorais, primeiros interessados, certamente, nas melhorias programadas.” Trata-
se de uma mera opinião do ilustrado Relator, que não está fulcrada em nenhuma prova concreta
apontada nos autos, e que não tem força para embasar a condenação do ora embargante.
6. Além disso, defende que a “jurisprudência pátria” tem admitido a atribuição de efeitos
modificativos aos embargos de declaração, apresentando julgados do Superior Tribunal de Justiça
nesse sentido.
7. Ao fim, pede que sejam sanadas as omissões e obscuridades, emprestando efeitos
modificativos ao recurso, para reformar o acórdão e dar provimento ao recurso de reconsideração do
embargante, afastando a sua condenação.
161
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
É o relatório.
pp
VOTO
Os embargos de declaração opostos por Márcia Valéria Antoun Rocha Spacenkopf, ex-
diretora-geral do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE/RJ) e pelo espólio de Martinho
Álvares da Silva Campos, ex-presidente do órgão, ao Acórdão 457/2014 – 1ª Câmara podem ser
conhecidos, tendo em vista o cumprimento dos requisitos de admissibilidade estabelecidos no art. 34
da Lei 8.443/1992.
2. Quanto ao mérito, entendo que ambos devam ser rejeitados. Não há, no acórdão
questionado, as supostas contradições apontadas pela responsável, tampouco as alegadas omissões e
obscuridades mencionadas pelo espólio.
3. A ex-diretora-geral baseia sua argumentação no que acredita ser uma incoerência entre o
julgamento pela irregularidade de suas contas e o afastamento de sua responsabilidade pelo débito e de
eventual aplicação de multa. Todavia, não se refere o parágrafo 7 do voto condutor, em que, citando o
posicionamento da Serur, este Relator apresenta a existência de outro processo que tratou de
ocorrências do mesmo exercício em exame, no âmbito do qual foi imposta multa à responsável.
Transcrevo essa parte do voto:
“7. No entanto, como bem assinalou o titular da Serur, deve-se manter o julgamento pela
irregularidade das contas de ambos. No caso de Márcia Valéria Antoun Rocha Spacenkopf, isso se
deve às impropriedades na contratação de prestadora de serviços de assistência médico-hospitalar,
apuradas no TC-004.548/2002-6, que ensejaram, naquele processo, a aplicação de multa à ex-gestora
no valor de R$ 10.000,00.”
4. O julgamento das contas de determinado gestor leva em consideração todas as
ocorrências praticadas no período avaliado. Portanto, a condenação no aludido processo, uma tomada
de contas especial, teve repercussão nas contas ordinárias da embargante. Como explicado na
fundamentação do acórdão, isso implicou a deliberação pela irregularidade, sem que houvesse a
aplicação de multa, o que já havia ocorrido no outro feito.
5. Desse modo, não houve a contradição alegada.
6. Acerca da peça apresentada pelo espólio do ex-presidente do TRE/RJ, o argumento
central é a suposta omissão a respeito dos seguintes trechos do recurso de reconsideração do ora
embargante:
“Se algumas Zonas Eleitorais compartilhavam o mesmo espaço físico, o que afastaria o
pagamento de alguns valores unitários, tal circunstância deveria ter sido apontada pelas instâncias
preliminares, que não glosaram das notas fiscais estes valores unitários. Não caberia ao recorrente
percorrer todas as Zonas Eleitorais no Estado do Rio de Janeiro, em pleno ano de eleições (ou seja,
de maior trabalho para o Tribunal Regional Eleitoral), para verificar in loco eventuais
irregularidades (deve ser considerado ainda que o recorrente também era Desembargador que atuava
no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, não tendo tempo para verificar pessoalmente se
as atestações eram verdadeiras ou se havia inexatidões nelas).
(...)
Deve ser frisado o que dispõe o art. 80, § 2º, do Decreto-Lei nº 200/67, in verbis:
‘O ordenador de despesas, salvo conivência, não é responsável por prejuízos causados à
Fazenda Nacional decorrentes de atos praticados por agente subordinado que exorbitar das ordens
recebidas.’ (g.n.)
Não há aqui, Exas., qualquer indício que aponte que o recorrente tenha sido conivente
com qualquer irregularidade, sendo certo que ele praticou atos vinculados fiando-se no conteúdo das
manifestações anteriores às suas autorizações de pagamento.
162
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Registre-se, por oportuno, que a execução orçamentária compreende a fidelidade
funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores públicos. É o que dispõe o
inciso II do art. 75 da Lei 4320/64:
‘Art. 75. O controle da execução orçamentária compreenderá:
(...)
II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores
públicos;’
Ora, tal fidelidade pressupõe que o ordenador de despesas poderá confiar no conteúdo
das manifestações dos demais agentes a ele subordinados, não respondendo caso eles não equivalham
à verdade. Assim, ainda que os serviços não tivessem sido prestados (e o foram), o simples fato de
terem sido atestados todos os serviços pagos já seria suficiente para afastar qualquer
responsabilidade do recorrente.
(...)”
7. Percebo que todas essas questões foram devidamente atacadas pela Serur, cuja análise
acolhi integralmente. Reproduzo os trechos que trataram dessas questões:
“Argumentos
90. Tenta demonstrar que todos os serviços foram contratados, inexistindo itens que não
tenham sido executados ou que foram pagos indevidamente. Baseia tal ilação, sobretudo, nos atestes
apostos nos versos das notas fiscais. Afirma que, ao realizar os pagamentos dos serviços ora
discutidos, praticou ato vinculado, pois não tinha outra opção senão a de realizar os pagamentos,
uma vez que os serviços foram regularmente contratados (após prévia licitação) e efetivamente
prestados. Desse modo, pontua que se mostra injurídica sua condenação nos presentes autos. Aduz
que se algumas Zonas Eleitorais compartilhavam o mesmo espaço físico, tal circunstância deveria ter
sido apontada pelas instâncias preliminares, que não glosaram das notas fiscais estes valores
unitários. Não lhe caberia, por conseguinte, verificar in loco eventuais irregularidades, visto que o
recorrente também era Desembargador que atuava no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de
Janeiro, não tendo tempo para verificar pessoalmente se as atestações eram verdadeiras ou se havia
inexatidões nelas. Ressalta que os serviços foram dimensionados pela Comissão Permanente de
Licitações e pelo NUSEG/UERJ. Assevera que essa circunstância deveria ter sido considerada por
tais órgãos quando da elaboração do Projeto Básico dos serviços que seriam prestados. Pontua que
delegou poderes expressos para o Setor de Licitações da Secretaria da Administração para o
procedimento apuratório de responsabilidade nos casos de inexecução parcial ou total dos contratos.
Assim, segundo o seu entendimento, caberia a esse Setor verificar se os contratos estavam sendo
executados a contento, apontando eventual irregularidade. Salienta, entretanto, que nenhuma
irregularidade foi apontada pelo referido Setor, razão pela qual se deve concluir que os serviços
foram executados satisfatoriamente, justificando-se os seus respectivos pagamentos (peça 81, p. 3-7).
Análise
91. As afirmações do recorrente não se sustentam diante do acervo probatório carreado
aos autos, sobressaindo-se auditoria realizada por esta Corte, que demonstrou, à saciedade, que
foram cobrados e pagos serviços não executados (peças 2, p. 34-50 e 3, p. 1-49).
Argumentos
92. Lembra o disposto no art. 80, § 2º, do Decreto-Lei nº 200, de 1967, segundo o qual: ‘O
ordenador de despesas, salvo conivência, não é responsável por prejuízos causados à Fazenda
Nacional decorrentes de atos praticados por agente subordinado que exorbitar das ordens recebidas’.
Salienta que não há nos autos ‘qualquer indício que aponte que o recorrente tenha sido conivente com
qualquer irregularidade, sendo certo que ele praticou atos vinculados fiando-se no conteúdo das
manifestações anteriores às suas autorizações de pagamento’ (peça 81, p. 7 – grifado pelo
recorrente).
Análise
163
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
93. Improcedem os argumentos, pois o recorrente, entre outras inúmeras irregularidades
versadas nestes autos, avocou para si, unilateralmente, a responsabilidade pela homologação,
adjudicação e contratação de empresa, antes mesmo que houvesse o julgamento pela Comissão de
Licitação, conforme depoimentos prestados à Sindicância Administrativa instaurada pelo Ato 460/99
do TRE/RJ (cf. itens 27.1 e 27.2, retro).
Argumentos
94. Registra que a execução orçamentária compreende a fidelidade funcional dos agentes
da Administração, responsáveis por bens e valores públicos, nos termos do inciso II do art. 75 da Lei
4.320, de 1964. Afirma, a propósito, que:
‘(...) tal fidelidade pressupõe que o ordenador de despesas poderá confiar no conteúdo das
manifestações dos demais agentes a ele subordinados, não respondendo caso eles não equivalham à
verdade. Assim, ainda que os serviços não tivessem sido prestados (e o foram), o simples fato de terem
sido atestados todos os serviços pagos já seria suficiente para afastar qualquer responsabilidade do
recorrente.
Assim, não há como colocar o recorrente como responsável solidário em eventuais
irregularidades. Afinal, a solidariedade nunca é presumida, decorre de previsão contratual (o que não
é o caso) ou legal. Na hipótese vertente, não há como se apontar um ato do recorrente que tenha
levado a qualquer prejuízo suportado pelo Erário. As autorizações para liquidação das despesas
foram resultado das manifestações anteriores existentes no processo administrativo (peça 81, p. 7-8).’
Análise
95. Sem razão o recorrente, pois além de ter adotado medidas à revelia de qualquer ato ou
parecer de órgão ou servidor a ele subordinado (cf., v. g., item 93, retro), o que seria bastante para
manter sua condenação nestes autos, pesa sobre ele, ainda, a culpa in eligendo e in vigilando, ou
seja, por ter escolhido mal seus assessores, especialmente os chefes dos cartórios regionais, que
atestaram obras não executadas, e por ter se omitido na fiscalização e supervisão de obras de
expressivo vulto econômico.”
8. No voto condutor, foram ainda apresentadas observações concernentes à conduta do ex-
presidente, nestes termos:
“13. Contudo, como bem demonstrou a unidade técnica, o mencionado ilícito está
fortemente caracterizado nos autos, afirmando que ‘pesa sobre ele, ainda, a culpa in eligendo e in
vigilando, ou seja, por ter escolhido mal seus assessores, especialmente os chefes dos cartórios
regionais, que atestaram obras não executadas, e por ter se omitido na fiscalização e supervisão de
obras de expressivo vulto econômico’.
14. Como já havia sido discutido na primeira fase processual, as reiteradas interferências
nos processos licitatórios caracterizam a proximidade e a atenção dada pelo falecido gestor a
determinadas contratações, especialmente à que ora se discute, conforme se percebe da avocação da
apreciação de recurso, tendo decidido, contrariando parecer técnico, favoravelmente à licitante que
acabou por sagrar-se vencedora.”
9. Como se percebe, todas as alegações presentes no recurso de reconsideração foram
apreciadas. Por conseguinte, os embargos devem ser rejeitados.
10. O embargante afirma também ser mera opinião deste Relator a observação consignada
no voto de que, pelo seu empenho na contratação, não seria razoável admitir que ignorava a irrisória
execução contratual ou que não tivesse sido informado da inexistência de obras por nenhum dos juízes
eleitorais. A despeito de, a rigor, esse argumento não se referir a nenhuma falha passível de correção
por intermédio de embargos declaratórios, é oportuno esclarecer ao espólio que, na realidade, a
condenação proveio, essencialmente, da culpa in eligendo e in vigilando, tendo o ex-presidente se
omitido na fiscalização e acompanhamento de obra cujo valor era expressivo. Ademais, o mencionado
comentário – baseado, não apenas em probabilidade ou opinião, mas em razoabilidade – apenas
reforçou a conclusão pela conduta lesiva do ex-gestor.
164
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
11. Assinalo, por fim, que, embora o espólio tenha afirmado haver obscuridade, não
apontou especificamente onde esta teria ocorrido.
12. Diante de todo o exposto, como inexistem omissões, obscuridades e contradições no
acórdão, este Tribunal deve rejeitar os embargos de declaração.
Assim sendo, voto por que o Tribunal adote o acórdão que ora submeto a este Colegiado.
pp
ACÓRDÃO Nº 998/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC-004.753/1999-2
1.1. Apensos: TC-003.059/2002-8, TC-008.430/2000-8, TC-004.548/2002-6, TC-
006.075/2000-9, TC-002.796/2000-9, TC-005.368/2002-2, TC-002.569/2002-7, TC-004.565/2000-0 e
TC-012.079/1999-52. Grupo II, Classe I – Embargos de Declaração (Recurso de Reconsideração em
Tomada de Contas, exercício de 1998)
3. Embargantes: Márcia Valéria Antoun Rocha Spacenkopf (ex-diretora-geral, CPF
363.458.577-34) e espólio de Martinho Álvares da Silva Campos (ex-presidente, CPF 003.846.237-00)
4. Unidade: Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio de Janeiro (TRE/RJ)
5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
5.1 Relator da deliberação recorrida: Ministro José Múcio Monteiro
6. Representante do Ministério Público: não atuou
7. Unidade Técnica: não atuou
8. Advogados constituídos nos autos: Fernanda Fernandes Spinelli (OAB/RJ 141.580),
Leonardo Camargo (OAB/RJ 88.992), Paulo Gustavo Loureiro Ouricuri (OAB/RJ 88.063) e Claudio
Mareio de Brito Moreira (OAB/RJ 88.980)
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas ordinárias em que se
examinam, nesta fase, embargos de declaração opostos ao Acórdão 457/2014 – 1ª Câmara.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª
Câmara, com base no art. 34 da Lei 8.443/1992, e ante as razões expostas pelo Relator, em:
9.1 conhecer dos embargos de declaração opostos por Márcia Valéria Antoun Rocha
Spacenkopf e pelo espólio de Martinho Álvares da Silva Campos para, no mérito, rejeitá-los;
9.2 dar ciência desta deliberação aos embargantes.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0998-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.p
p
GRUPO I - CLASSE I - 1ª CÂMARA
TC-007.957/2009-8
Natureza: Recurso de Reconsideração
Recorrente: Jabes Sousa Ribeiro (ex-prefeito)
Unidade: Prefeitura Municipal de Ilhéus/BA
165
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO. FUNDESCOLA. NÃO
COMPROVAÇÃO DA APLICAÇÃO DOS VALORES REPASSADOS. CITAÇÃO DOS
PREFEITOS ENVOLVIDOS. REVELIA DE AMBOS. CONTAS IRREGULARES. DÉBITO
SOLIDÁRIO. MULTAS. RECURSO DE RECONSIDERAÇÃO DE UM DOS RESPONSÁVEIS.
COMPROVAÇÃO DE QUE A CITAÇÃO FOI ENCAMINHADA A ENDEREÇO QUE, NA
ÉPOCA, NÃO CORRESPONDIA AO DOMICÍLIO. CONHECIMENTO E PROVIMENTO DO
RECURSO. ANULAÇÃO DO ACÓRDÃO CONDENATÓRIO. REMESSA DO PROCESSO AO
RELATOR ORIGINAL, PARA RETOMADA DA FASE DE CITAÇÃO. CIÊNCIA.p
RELATÓRIO
Trata-se de recurso de reconsideração interposto por Jabes Sousa Ribeiro, ex-Prefeito de
Ilhéus/BA, contra o Acórdão nº 4924/2013-1ª Câmara, que julgou suas contas irregulares, junto com as
de outro responsável, com condenação em débito e aplicação de multa, em decorrência da rejeição das
contas do Convênio nº 840384/2003, firmado com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação (FNDE) para a execução de ações do Programa Fundo de Fortalecimento da Escola
(Fundescola), tendo sido repassados R$ 612.000,00 de verbas federais.
2. A deliberação recorrida foi tomada nos seguintes termos:
“9.1. considerar revéis, para todos os efeitos, os srs. Jabes Sousa Ribeiro e Valderico Luiz
dos Reis, dando-se prosseguimento ao processo, com fundamento no art.12, § 3º, da Lei 8.443/1992;
9.2. julgar irregulares as contas dos srs. Jabes Sousa Ribeiro e Valderico Luiz dos Reis,
com fundamento nos arts. 1º, III e 16, III, ‘c’, da Lei 8.443/1992, c/c os arts. 19, caput, e 23, III, da
mesma Lei e com o art. 209, III e § 5º, do RI/TCU, e condená-los, solidariamente, ao pagamento da
quantia de R$ 612.000,00 (seiscentos e doze mil reais), fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar
da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal (art. 214, III, 'a', do Regimento Interno), o
recolhimento da dívida aos cofres do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE,
atualizada monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculados a partir de 28/5/2004, até a
data do recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor;
9.3. aplicar aos srs. Jabes Sousa Ribeiro e Valderico Luiz dos Reis, individualmente, a
multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992, no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), fixando o
prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal (art. 214,
III, ‘a’, do RI/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada
monetariamente desde a data do presente acórdão até a do efetivo recolhimento, se for paga após o
vencimento, na forma da legislação em vigor;
9.4. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, II, da Lei 8.443/1992, a cobrança judicial
das dívidas; e
9.5. encaminhar cópia desta deliberação à Procuradoria da República no Estado da
Bahia.”
3. Após sugerir o conhecimento do recurso, a Serur assim examinou o mérito:
“(...)
EXAME TÉCNICO Argumentos (peça 55, p. 4-8)
17. Em sede de preliminar, o recorrente alega que a citação por edital realizada pelo
Tribunal foi inválida, pois os expedientes citatórios, por via postal, não foram enviados ao endereço
de sua residência na época nem ao seu local de trabalho.
18. Isso porque, conforme informa, na ocasião das citações pelos Correios (13/12/2010
a 4/4/2011), tinha residência fixa e certa à Rua São Domingo Sávio, nº 150, Edifício Chopin, Bloco B,
Apartamento 604, Nazaré, Salvador/BA, CEP 40050-520.
166
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
19. Assevera que desde setembro/2009 passou a residir em Salvador, por ter assumido o
cargo de Secretário-Geral do Partido Progressista da Bahia (gestão 9/12/2009 a 9/12/2013) e por ser
membro do Conselho de Administração da empresa Bahia Pesca S.A., vinculada ao Estado da Bahia,
ambos sediados em Salvador (peça 55, p. 22-23). Diz, ainda, que somente deixou de residir na capital
baiana em 31/12/2012, pois retornou a Ilhéus para assumir o cargo de Prefeito Municipal em
1/1/2013.
20. Para comprovar que residia no referido endereço em Salvador, anexa a esta peça
recursal cópias de diversas correspondências que lhe foram enviadas (peça 55, p. 24-43), referentes a
faturas de telefone e de vários cartões de crédito.
21. Pondera que a citação poderia ter sido encaminhada para o endereço ora informado
(peça 55, p. 6), pois no TC 020.765/2009-4, no qual também foi arrolado como responsável, o
Tribunal entrou em contato com ele por telefone e, após certificar-se do endereço correto, enviou-lhe
a comunicação para sua residência em Salvador (peça 55, p. 20).
22. Por essas razões, o Sr. Jabes Sousa Ribeiro requer, em respeito aos princípios do
devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, a nulidade da citação por edital em
relação a ele, reabrindo-se o prazo para o exercício de sua defesa.
23. Adicionalmente, o recorrente anexa documentação (peça 55, p. 24-224 e peça 56), com
a qual intenta comprovar as despesas realizadas no período de sua gestão, caso a preliminar
suscitada de nulidade da citação não seja acolhida pelo Tribunal. Análise
24. Acolhe-se o argumento preliminar apresentado pelo recorrente acerca da nulidade da
citação, em face de os expedientes citatórios encaminhados pelo Tribunal terem sido enviados para
endereços diferentes do que ele residia naquela época (dez/2010 a abr/2011).
25. O Sr. Jabes, realmente, logrou êxito em comprovar que seu domicílio era à Rua São
Domingo Sávio, nº 150, Edifício Chopin, Bloco B, Apartamento 604, Nazaré, Salvador/BA, CEP
40050-520, no período em que a Secex/BA expediu os Ofícios 2287/2010-TCU/SECEX-BA,
de 13/12/2010 (peça 9, p. 16-20), 199/2011, 200/2011, 359/2011, 360/2011 (peça 9, p. 23-40) – entre
os dias 17/2 e 30/3/2011 – todos com endereços diferentes daquele em que o recorrente residia nessa
época, conforme atestam as correspondências acostadas a este recurso (peça 55, p. 24-43).
26. Ademais, comprova que foi regularmente citado pela então Secex-4 no seu endereço de
Salvador, por meio do Ofício 2494/2011-TCU/SECEX-4, de 24/11/2011 (TC 020.765/2009-4),
conforme anexa ao recurso cópia de Despacho (peça 55, p. 20), o que foi ratificado, pois se constatou
que o referido Despacho encontra-se à peça 16 do TC 020.765/2009-4, além de a citação da Secex-4
constar da peça 17 desse mesmo TC.
27. Ainda em exame no TC 020.765/2009-4, verificou-se que o Sr. Jabes Sousa Ribeiro
respondeu à citação da Secex-4, consoante alegações de defesa constantes da peça 25, não tendo sido,
portanto, revel naquele Processo. Tal fato torna ainda mais pertinente as razões recursais aduzidas
pelo recorrente e reforça a necessidade de reabertura do contraditório em seu favor na presente TCE.
28. Dessa forma, em que pese a Secex/BA ter enviado os ofícios citatórios para os
endereços constantes das bases de dados do sistema CPF e da Rede Infoseg, podem ser aceitas as
razões recursais aduzidas pelo recorrente, uma vez comprovado que ele residia em localidade diversa
das constantes nas missivas encaminhadas pela Regional da Bahia.
29. Destaque-se que também expressaram entendimento neste mesmo sentido os
Acórdãos 299/2010-1ª Câmara, 2.653/2012-Plenário e 5.208/2013-2ª Câmara. Se por um lado não há
exigência de que a citação enviada por este Tribunal seja feita pessoalmente ao responsável, por
outro, é apenas relativa a presunção de que aquele tomou ciência das comunicações encaminhadas
por este Tribunal ao endereço do destinatário, o qual, na maioria das vezes, é obtido junto à base de
dados CPF/CNPJ da Receita Federal do Brasil.
30. Assim, se o responsável demonstrar, de forma inequívoca, por meio de documentos
idôneos, que residia em endereço diverso do constante da mencionada base de dados à época da
167
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
realização da notificação, deve-se afastar a presunção de que o destinatário obteve ciência da
comunicação, em observância aos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa.
31. Sobre a importância de se resguardarem os direitos constitucionais do contraditório e
da ampla defesa, destaca-se trecho de parecer do Ministério Público junto ao TCU, inserto nos autos
do TC 225.229/1995-1:
‘2. Em nosso entendimento, sempre que houver dúvidas quanto a se efetivamente um
responsabilizado em processo administrativo teve resguardado os direitos constitucionais da ampla
defesa e do contraditório, é de se decidir no sentido mais favorável a ele. No caso em tela, muito
embora o responsável tenha apresentado alegações de defesa em resposta à citação efetuada pela
Corte, não há certeza de que foram enviados esforços exigidos pela legislação aplicável quando da
comunicação da rejeição dessas alegações de defesa. A importância da referida comunicação é
notória já que o responsável poderia, antes do julgamento de mérito, ter apresentado alegações
adicionais de defesa ou recolhido o valor integral da dívida a ele atribuída, com possibilidade de
julgamento menos gravoso.’
32. Dessa forma, diante da ausência de citação válida do Sr. Jabes Sousa Ribeiro, propõe-
se o provimento do presente recurso de reconsideração, para anular o Acórdão recorrido. Entende-se
que a anulação do acórdão deve se estender ao prefeito sucessor, condenado solidariamente ao
pagamento do débito apurado nos autos, diante da possibilidade de afastamento da dívida pelos
documentos apresentados neste recurso de reconsideração a título de prestação de contas e nas
alegações de defesa futuramente apresentadas pelo recorrente quando da realização da nova citação.
33. Ressalta-se que a citação do prefeito sucessor, Sr. Valderico Luiz dos Reis, se deu por
meio de edital, sendo este revel nos autos. Assim, considerando que este responsável ainda não se
manifestou nos autos, entende-se prudente enviar nova citação também a este gestor.
34. Portanto, torna-se impertinente a análise, quanto ao mérito, dos documentos
acostados ao recurso pelo recorrente (peça 55, p. 24-224 e peça 56), em face do retorno dos autos à
Unidade Técnica de origem para proceder à nova citação.
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO 35. Diante do exposto, submete-se à consideração superior esta análise do recurso de
reconsideração interposto pelo Sr. Jabes Sousa Ribeiro contra o Acórdão 4.924/2013-TCU-1ª
Câmara, para propor, com base nos artigos 32, inciso I, e 33, da Lei 8.443/92, c/c o artigo 285 do
RI/TCU, conhecer do recurso e, no mérito, dar-lhe provimento para anular o acórdão recorrido, em
função da ausência de citação válida do recorrente, restituindo os autos ao Relator da decisão
impugnada, para as providências necessárias ao saneamento e novo julgamento do processo.”
4. No seu parecer, o Ministério Público junto ao TCU manifestou-se de acordo com a
proposta da Unidade Técnica.
É o relatório.
pp
VOTO
A consulta à base de dados do Sistema CPF, da Secretaria da Receita Federal do Brasil,
fornece uma presunção com bom grau de segurança a respeito da identificação do domicílio de pessoas
que devam ser convocadas, primariamente pela via postal, para apresentarem defesa nos processos
deste Corte de Contas.
2. É possível, entretanto, que haja mudança de endereço ainda não captada pelos registros
do sistema, que então deixa, nesses casos, de constituir uma referência adequada para a citação do
responsável.
168
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
3. Tal situação excepcional foi comprovada pelo ex-Prefeito de Ilhéus/BA Jabes Sousa
Ribeiro, que estava com residência em Salvador/BA quando as tentativas de citação pelos Correios
foram feitas, todas, porém, dirigidas ao endereço anterior.
4. Cabe ao Tribunal prevenir-se para quando o responsável mantiver mais de um domicílio,
e o uso de um deles possa servir de fuga à citação.
5. Certamente, não é o que acontece com relação ao ex-Prefeito Jabes Sousa Ribeiro.
Embora tenha continuado fortemente ligado à cidade de Ilhéus/BA, tanto que voltou a assumir a
prefeitura logo depois de morar por alguns anos na capital baiana, o responsável, que foi revel no
julgamento da presente tomada de contas especial, demonstrou ter atendido à citação promovida em
outro processo contemporâneo a este, visto que corretamente encaminhada ao endereço em
Salvador/BA.
6. Assim, o Tribunal deve dar provimento ao recurso, a fim de tornar nulo o Acórdão nº
4924/2013-1ª Câmara e permitir ao responsável Jabes Sousa Ribeiro nova citação.
7. Observo que o referido ex-prefeito, inclusive, já fez juntar aos autos documentação no
intuito de promover a sua defesa (peças 76/78).
8. Quanto ao responsável solidário Valderico Luiz dos Reis, creio que possa ficar a critério
do Relator a quo a decisão sobre a necessidade ou conveniência de também citá-lo novamente.
Diante do exposto, voto por que o Tribunal adote o acórdão que ora submeto à 1ª Câmara.p
p
ACÓRDÃO Nº 999/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC-007.957/2009-8
2. Grupo I, Classe de Assunto I - Recurso de Reconsideração
3. Recorrente: Jabes Sousa Ribeiro (ex-prefeito, CPF 036.789.465-34)
4. Unidade: Prefeitura Municipal de Ilhéus/BA
5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
5.1. Relator da deliberação recorrida: Ministro-Substituto Weder de Oliveira
6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa
e Silva
7. Unidades Técnicas: Secex/BA e Serur
8. Advogados constituídos nos autos: Josuelito de Sousa Britto (OAB/BA 13.224),
Reginaldo Araujo Lino (OAB/BA 644-B) e Abelardo Pereira Palma Neto (OAB/BA 14.830)
9. ACÓRDÃO:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam, nesta fase, de recurso de
reconsideração contra o Acórdão nº 4924/2013-1ª Câmara.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª
Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, e com fundamento nos arts. 32 e 33 da Lei nº
8.443/1992, em:
9.1. conhecer do recurso de reconsideração interposto por Jabes Sousa Ribeiro para, no
mérito, dar-lhe provimento, a fim de tornar nulo o Acórdão nº 4924/2013-1ª Câmara;
9.2. encaminhar o processo ao Relator original, para o saneamento da fase de citação e
preparação de novo julgamento da tomada de contas especial; e
9.3. dar ciência deste acórdão ao recorrente.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-0999-07/14-1.
169
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.ppp
GRUPO II – CLASSE I – 1ª CÂMARA
TC-010.668/2004-6
Natureza: Embargos de Declaração (em Recurso de Reconsideração)
Embargante: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE)
Unidade: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE)
SUMÁRIO: PRESTAÇÃO DE CONTAS ORDINÁRIA. ORGANIZAÇÃO SOCIAL
QUE MANTÉM CONTRATO DE GESTÃO FIRMADO COM O MCT. EXCEDENTES
FINANCEIROS ACUMULADOS NO CURSO DA EXECUÇÃO DA AVENÇA. DETERMINAÇÃO
AO MCT PARA DESCONTO DOS VALORES CORRESPONDENTES NOS PRÓXIMOS
REPASSES. RECURSOS DE RECONSIDERAÇÃO. PROVIMENTO PARCIAL.
REFORMULAÇÃO DA DETERMINAÇÃO. ALTERNATIVA DE COMPENSAÇÃO DOS
VALORES MEDIANTE ADEQUAÇÃO DAS AÇÕES E METAS DO CONTRATO. EMBARGOS
DE DECLARAÇÃO. ALEGAÇÃO DE OBSCURIDADE E OMISSÃO. INEXISTÊNCIA.
CONHECIMENTO. REJEIÇÃO.
1. O juízo de admissibilidade de embargos de declaração exclui o exame, ainda que
superficial, da existência de obscuridade, omissão ou contradição na deliberação recorrida, a ser feito
quando da análise do mérito.
2. A inexistência de omissão, contradição ou obscuridade no acórdão embargado enseja a
rejeição dos embargos de declaração.
RELATÓRIO
Trata-se de embargos de declaração opostos pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos
(CGEE) contra o Acórdão 455/2014-1ª Câmara, que conheceu e deu provimento parcial a recurso de
reconsideração interposto pelo ora embargante contra o Acórdão 4374/2009-TCU-1ª Câmara,
prolatado com vistas à correção de erro detectado na edição do Acórdão 2640/2008-1ª Câmara,
referente à apreciação da prestação de contas ordinária do CGEE para o exercício de 2003.
2. Por meio do Acórdão 4374/2009-1ª Câmara, determinou-se ao então Ministério da
Ciência e Tecnologia (MCT), mediante o acréscimo do subitem 9.4.4 ao Acórdão 2640/2008-1ª
Câmara, que proceda a descontos financeiros sobre os futuros repasses feitos no contrato de gestão
firmado com o CGEE, concernentes a valores de excedentes financeiros apropriados pelo Centro desde
2002, conforme segue:
“9.4.4. determinar ao Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT que desconte, nos
próximos repasses ao CGEE e sem prejuízo das metas pactuadas no Contrato de Gestão, o valor total
dos excedentes financeiros acumulados desde 2002 e não evidenciados nas prestações de contas,
atualizado monetariamente, comunicando o TCU, no prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da
notificação, acerca das providências adotadas, de modo a garantir o fiel cumprimento do art. 12 da
Lei 9.637/1998 c/c a alínea ‘g’ da Cláusula Segunda do Contrato de Gestão;”.
3. Por sua vez, no Acórdão 455/2014-1ª Câmara, ora embargado, o Tribunal, considerando
que tem sido admitido o aproveitamento desses excedentes mediante a pactuação de novas metas e
ações contratuais, e uma vez que a deliberação questionada não facultava tal forma de utilização das
quantias, deu provimento parcial aos recursos de reconsideração ali apreciados para reformar a
determinação constante do item 9.4.4 do Acórdão 2640/2008-1ª Câmara, conferindo-lhe a seguinte
redação:
170
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
“9.4.4. determinar ao Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT que desconte, nos
próximos repasses ao contrato de gestão firmado ao CGEE, os excedentes financeiros acumulados
desde 2002 ou, alternativamente, promova no próximo termo aditivo a compensação desses valores
nas metas/ações estabelecidas para o contrato, evidenciando nas prestações de contas periódicas da
organização, de forma individualizada, os valores dos excedentes e a execução das metas
repactuadas;”
4. O embargante reclama que três questões restam obscuras com o proferimento do
Acórdão 455/2014-1ª Câmara, as quais carecem de esclarecimentos, “a fim de suprir as omissões que
impedem a execução do julgado” (peça 41, p. 2).
5. A primeira delas é que a determinação exarada no acórdão embargado não seria
executável, tendo em vista a prolatação recente do Acórdão 142/2014-TCU-2ª Câmara, versando
também sobre a questão dos excedentes financeiros, com a qual a decisão embargada seria
incompatível.
6. A outra é que o comando refere-se a contrato encerrado em 2010, o que implicaria,
segundo o embargante, a projeção de efeitos para o novo contrato de gestão entre o CGEE e o MCT
firmado em substituição àquele.
7. Por fim, “há graves questões de insegurança jurídica envolvidas na decisão embargada,
a qual determina medidas a serem aplicáveis em contrato já encerrado e que ignora, deliberadamente,
que a reprogramação dos saldos financeiros referente aos excedentes dos exercícios anteriores a 2008
já foi realizada pelo 13º Termo Aditivo ao Contrato de Gestão [celebrado em 2008]” (peça 41, p. 2).
8. Diante disso, requer “sejam supridos os vícios apontados ou, na hipótese de atribuição
de efeitos infringentes ao presente recurso, que seja revisto o entendimento exarado, dando-se
provimento ao recurso de reconsideração anteriormente interposto com o propósito de excluir a
determinação constante do item 9.4.4 do Acórdão 4374/2009, que alterou o Acórdão 2640/2008” ou,
alternativamente, “nos termos do que foi proposto pelo MP TCU, prorrogação do julgamento para
conceder às partes prazo para apresentarem reanálise das despesas que o 13º Termo Aditivo
reconheceu como realizadas com os excedentes financeiros do Contrato de Gestão celebrado com o
CGEE” (peça 41, p. 5).
É o relatório.
pp
VOTO
Anoto, de início, que o juízo de admissibilidade de embargos de declaração, segundo
entendimento desta Corte de Contas, exclui o exame, ainda que superficial, da existência de
obscuridade, omissão ou contradição na deliberação recorrida, cuja verificação deve ser feita quando
da análise do mérito.
2. Assim, uma vez que o embargante afirma ter havido obscuridade e omissão na decisão
atacada, o recurso em questão pode ser conhecido, porquanto atendidos os requisitos gerais do art. 34,
§ 1º, da Lei 8.443/1992, observando-se a singularidade, a tempestividade, a adequação do documento,
a legitimidade da recorrente e o seu interesse em recorrer.
3. Quanto ao mérito, não vislumbrei no acórdão recorrido as obscuridades e omissões
alegadas, razão pela qual os presentes embargos de declaração opostos contra o Acórdão 455/2014-1ª
Câmara devem ser rejeitados.
4. O objeto do recurso de reconsideração embargado foi a determinação do Tribunal ao
então Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) para que proceda a descontos financeiros sobre os
futuros repasses feitos no contrato de gestão firmado com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos
171
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
(CGEE), ora embargante, concernentes a valores de excedentes financeiros apropriados pelo Centro
desde 2002.
5. O CGEE defendeu no seu recurso que, na realização desse tipo de contrato, eventuais
superávits deveriam ser integrados ao patrimônio das organizações sociais contratadas.
6. Tal entendimento foi rejeitado pelo Tribunal, que vem assentando em sucessivas
decisões que os valores aplicados no contrato tem natureza pública e, desse modo, os excedentes
financeiros auferidos na sua consecução devem ser devolvidos aos cofres do contratante ou aplicados
no próprio contrato, mediante a pactuação de novas metas e ações. Não obstante, como a deliberação
questionada demandava a realização dos descontos compensatórios em futuros repasses, sem facultar a
possibilidade de aproveitamento das quantias excedentes no contrato de gestão, deu-se provimento
parcial à apelação, de modo a colocar a determinação contestada em sintonia com as demais decisões
do TCU sobre o assunto.
7. Um outro ponto levantado pelo CGEE no recurso foi que a deliberação envolve valores
que já teriam sido contemplados no 13º Termo Aditivo ao contrato, firmado em 2008.
8. Quanto a isso, consignei no voto condutor da decisão embargada que “a eventual
aplicação dos valores no contrato, feita em exercício posterior, não influencia o mérito da deliberação
contestada”.
9. Nestes embargos, o CGEE questiona “como a aplicação dos valores no próprio contrato
em exercícios posteriores não influenciaria o mérito da decisão recorrida se, o que se determina nessa
decisão é, exatamente, o desconto ou compensação dos excedentes financeiros acumulados desde
2002 nos próximos repasses?”
10. Ocorre que a suposta aplicação de excedentes diz respeito ao cumprimento da
determinação do Tribunal, nos termos em que foi proferida no acórdão embargado, não representando
um contraponto de mérito ao entendimento de que esses valores devem ser devolvidos ao contratante
ou compensados em termos aditivos ao contrato. Por isso se falou que tal circunstância, que de certo
modo indica a pertinência do comando, não repercute no seu mérito.
11. Com efeito, a determinação contestada encerra interpretação relevante desta Corte de
Contas das normas que conformam o regime dos contratos de gestão, atinente à natureza jurídica dos
excedentes financeiros originados da execução dessas avenças e à destinação a ser dada a esses
valores, valendo dizer que, na forma conferida pelo Acórdão 455/2014-1ª Câmara, os termos da
deliberação são consonantes com decisões recentes do Tribunal proferidas nos autos de prestações de
contas do CGEE e do MCT.
12. O recurso de reconsideração, por sua vez, não é foro apropriado para verificação do
cumprimento dessa determinação, razão pela qual, se as quantias questionadas foram efetivamente
incorporadas ao contrato de gestão por meio do 13° Termo Aditivo, como afirma o CGEE, basta que
isso seja demonstrado em sede do monitoramento que verificar o atendimento à decisão.
13. Da mesma forma, não procede a alegação feita nestes embargos de que a determinação
retificada por meio do Acórdão 455/2014-1ª Câmara não seria executável, por ser incompatível com o
Acórdão 142/2014-2ª Câmara, proferido em 28/01/2014.
14 No Acórdão 142/2014-2ª Câmara, o Tribunal deferiu solicitação formulada pelo agora
MCTI para prorrogação, por 60 dias, do prazo, já prorrogado anteriormente por 120 dias mediante o
Acórdão 5690/2013-2ª Câmara, para atendimento às determinações constantes dos itens 1.7.1 e 1.7.2
do Acórdão 2274/2013-2ª Câmara, referente à tomada de contas ordinária do ministério para o
exercício de 2010 (TC 034.189/2011-4), proferidas nos seguintes termos, verbis:
“1.7. Determinar à Secretaria Executiva do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação
- SE/MCTI que:
1.7.1. proceda à reanálise, no prazo de 120 (cento e vinte) dias, das despesas que o 13º
Termo Aditivo reconheceu como realizadas com os excedentes financeiros do contrato de gestão
celebrado com o CGEE, durante os exercícios de 2002 a 2004, devendo a reanálise contemplar, no
mínimo, a verificação de aderência entre:
172
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
1.7.1.1. as justificativas, finalidades e/ou motivos de cada despesa, contidos nas
solicitações de serviço e/ou termos de referência, com a descrição, os objetivos e os produtos da
respectiva meta do CG, contidos no relatório de gestão; e
1.7.1.2. as datas de realização das despesas com as datas dos eventos que as amparam e
as datas da conclusão da respectiva meta do contrato de gestão, expressas no relatório de gestão;
1.7.2. inclua na normatização relativa à análise da prestação de contas do contrato de
gestão firmado com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos - CGEE, como etapa do processo e
condicionante para o ato de aprovação, a realização de rigorosa verificação da pertinência entre as
despesas apresentadas pelo Centro com as metas e ações previstas no contrato de gestão, impugnando
quaisquer aplicações de recursos realizadas não exclusivamente na consecução dos objetivos,
produtos e metas previstos no instrumento, de forma a cumprir o objetivo insculpido na Cláusula
Segunda, alínea ‘g’, do contrato, comprovando a este Tribunal as medidas adotadas no prazo de 120
(cento e vinte) dias.”
15. Vê-se do teor dessa decisão que, nos autos do TC 034.189/2011-4, vem sendo
examinada a possível aplicação, mediante a celebração do 13º Termo Aditivo, dos excedentes
financeiros auferidos no contrato de gestão firmado entre o então MCT e o CGEE durante os
exercícios de 2002 a 2004, condição que não invalida ou torna inexequível a determinação expressa no
acórdão embargado, embora sirva para demonstrar a existência de outros processos no âmbito do
Tribunal tratando do aproveitamento desses excedentes.
16. Quanto ao fato de o contrato objeto da determinação embargada ter-se encerrado em
2010, não constitui óbice à atuação do Tribunal ou ao cumprimento da decisão, valendo lembrar que o
recente Acórdão 142/2014-2ª Câmara refere-se ao mesmo contrato não mais vigente.
17. Antes de concluir, reafirmo que o teor do acórdão embargado reflete posição atual do
Tribunal sobre a matéria objeto do recurso de reconsideração e não é incompatível com o Acórdão
142/2014-2ª Câmara, prolatado nos autos do TC 034.189/2011-4, não havendo que se falar em
questões de segurança jurídica dele decorrentes, valendo dizer, por fim, que a não repercussão do 13°
Termo Aditivo no exame de mérito do recurso não significa que os efeitos desse instrumento
contratual e as decisões do Tribunal a ele relacionadas não serão levados em conta na verificação do
cumprimento do item 9.4.4 do Acórdão 2640/2008-1ª Câmara, com a redação conferida pelo Acórdão
455/2014-1ª Câmara.
Assim, voto por que este Tribunal adote o acórdão que ora submeto a esta 1ª Câmara. pp
JOSÉ MÚCIO MONTEIRO
Relatorpp
pp
ACÓRDÃO Nº 1000/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC-010.668/2004-6
2. Grupo II - Classe I - Embargos de Declaração (em Recurso de Reconsideração)
3. Embargante: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE)
4. Unidade: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE)
5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
5.1. Relator da deliberacao recorrida: Ministro José Múcio Monteiro
6. Representante do Ministério Público: não atuou
7. Unidade Técnica: não atuou
8. Advogados constituídos nos autos: Gustavo Persch Holzach (OAD/DF 21.403), Valéria
Trezza (OAB/SP 153.020), Maria Laura Brandão Canineu (OAB/SP 253.938), Daniela D’Ambrosio
173
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
(OAB/SP 155.883), Guilherme Amorim Campos da Silva (OAB/SP 130.183), Mariana Villela
(OAB/SP 335.141), e Thiago Lopes Ferraz Donnini (OAB/SP 235.247)
9. ACÓRDÃO:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos em que se examinam, nesta fase processual,
embargos de declaração opostos pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) contra o
Acórdão 455/2014-1ª Câmara, por meio do qual foi dado provimento parcial a recurso de
reconsideração interposto pelo ora embargante contra o Acórdão 4374/2009-1ª Câmara.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da
1ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, nos termos dos arts. 32, inciso II, e 34 da Lei
8.443/1992, em:
9.1. conhecer dos embargos de declaração, para, no mérito, rejeitá-los;
9.2. dar ciência desta deliberação ao embargante.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1000-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.ppp
GRUPO I – CLASSE I – 1ª CÂMARA
TC-019.005/2010-5
Natureza: Recurso de Reconsideração (em Tomada de Contas Especial)
Recorrente: Antonio Cesar de Schoucair Jambeiro (ex-prefeito)
Unidade: Prefeitura Municipal de Saubara/BA
SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. OMISSÃO NO DEVER DE
PRESTAR CONTAS. CITAÇÃO. REJEIÇÃO DAS ALEGAÇÕES DE DEFESA. CONTAS
IRREGULARES. DÉBITO E MULTA. RECURSO DE RECONSIDERAÇÃO. CONHECIMENTO.
NEGATIVA DE PROVIMENTO.
RELATÓRIO
Este processo, em fase de recurso de reconsideração interposto por Antonio Cesar de
Schoucair Jambeiro, ex-prefeito do Município de Saubara/BA, contra o Acórdão 4.455/2012 – 1ª
Câmara, trata de tomada de contas especial instaurada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação (FNDE) em razão da omissão no dever de prestas contas de recursos transferidos em 2004
no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), do Programa Nacional de
Alimentação – Creche (PNAC), do Programa de Apoio a Estados e Municípios para a Educação
Fundamental de Jovens e Adultos (PEJA) e do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar
(PNATE). O recorrente teve suas contas julgadas irregulares, com a imputação de débito e aplicação
de multa.
2. A seguir, reproduzo a instrução do auditor da Serur, com proposta de conhecimento e
negativa de provimento do recurso, que contou com a concordância dos dirigentes da unidade técnica e
do Ministério Público:
“Trata-se de recurso de reconsideração (peça 21) interposto pelo ex-prefeito Antonio
Cesar de Schoucair Jambeiro contra o Acórdão 4.455/2012-TCU-1ª Câmara (peça 10, p. 17-18), que
assim dispôs:
174
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
‘ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da
Primeira Câmara, diante das razões expostas pelo relator, em:
9.1. rejeitar as alegações de defesa e julgar irregulares as contas do sr. Antonio Cesar de
Schoucair Jambeiro, com fundamento no art. 16, III, ‘a’, da Lei 8.443/1992, condenando-o ao
pagamento das quantias abaixo especificadas, atualizadas monetariamente e acrescidas de juros de
mora calculados a partir das respectivas datas até o efetivo recolhimento, fixando o prazo de 15
(quinze) dias, a contar da notificação, para que comprove, perante o Tribunal (art. 214, III, ‘a’, do
RI/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação,
na forma da legislação em vigor:
PNAC – Programa Nacional de Alimentação Creche
Valor original do débito (R$) Data de ocorrência
471,24 25/2/2004
471,24 25/5/2004
128,52 27/5/2004
535,50 25/6/2004
535,50 23/7/2004
257,04 31/8/2004
278,46 10/9/2004
535,50 23/9/2004
535,50 29/10/2004
535,50 26/11/2004
PEJA – Programa de Apoio a Estados e Municípios para Educação de Jovens e Adultos
Valor original do débito (R$) Data de ocorrência
6.425,00 29/4/2004
6.425,00 24/5/2004
6.425,00 25/6/2004
6.425,00 28/7/2004
6.425,00 13/9/2004
6.425,00 11/10/2004
6.425,00 10/11/2004
6.425,00 27/11/2004
6.425,00 24/12/2004
6.425,00 28/12/2004
PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar
Valor original do débito (R$) Data de ocorrência
7.079,80 26/2/2004
7.079,80 27/3/2004
7.079,80 25/5/2004
7.079,80 25/6/2004
7.079,80 23/7/2004
8.169,00 31/8/2004
8.169,00 23/9/2004
8.169,00 29/10/2004
8.169,00 26/11/2004
PNATE – Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar
Valor original do débito (R$) Data de ocorrência
59,11 28/4/2004
59,11 11/6/2004
59,11 29/6/2004
59,11 28/7/2004
175
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
59,11 13/9/2004
59,11 11/10/2004
59,11 10/11/2004
59,11 24/12/2004
49,94 28/12/2004
9.2. aplicar ao sr. Antonio Cesar de Schoucair Jambeiro a multa prevista no art. 57 da Lei
8.443/1992, no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar
da notificação, para que comprove, perante o Tribunal (art. 214, III, ‘a’, do RI/TCU), o recolhimento
da dívida aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do presente
acórdão até a do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em
vigor;
9.3. autorizar o parcelamento das dívidas em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais e
consecutivas, se assim for solicitado, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/1992 c/c art. 217 do RI/TCU,
fixando o vencimento da primeira parcela em quinze dias, a contar do recebimento da notificação, e o
das demais a cada trinta dias;
9.4. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, II, da Lei 8.443/1992, a cobrança judicial
das dívidas.’
HISTÓRICO
2. Versam os autos sobre tomada de contas especial instaurada pelo Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação – FNDE, em face da omissão no dever de prestar contas dos recursos
recebidos no exercício de 2004 à conta do Programa Nacional de Alimentação Escolar-Fundamental
e Creche – PNAE, Programa de Apoio a Estados e Municípios para a Educação Fundamental de
Jovens e Adultos – PEJA e Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar – PNATE, nos termos
do relatório de TCE 253/2009-COTCE/CGCAP/DIFIN/FNDE/MEC (peça 6, p. 1-8).
3. Diante da ausência de prestação de contas, o FNDE notificou, em 15/2/2006, o Sr.
Antonio Cesar de Schoucair Jambeiro (peça 1, p. 6-7) e, em 5/5/2005, o seu sucessor, Sr. Antonio
Raimundo de Araujo, eleito para o período de 1/1/2005 a 31/12/2008 (peça 1, p. 8-9).
4. Em atenção à notificação do órgão repassador, o Sr. Antonio Cesar, por meio do
expediente acostado à peça 1, p. 12-14, expôs o motivo pelo qual se achava impedido de prestar
contas dos recursos recebidos durante o exercício de 2004, qual seja: a apreensão judicial da
documentação relativa ao citado exercício, em razão de ação de imissão de posse movida pelo
Município de Saubara/BA contra o ex-prefeito em 3/1/2005 (peça 7, p. 11-19).
5. Já o prefeito sucessor encaminhou ao FNDE cópias das representações apresentadas
ao Ministério Público contra o ex-gestor omisso na apresentação das prestações de contas devidas
(peça 2, p. 29, até a peça 3, p. 9, e peça 3, p. 41, até a peça 4, p. 48), a fim de se eximir da
corresponsabilidade, nos termos da Súmula 230 do Tribunal de Contas da União.
6. Esgotados os procedimentos administrativos atinentes à fase interna desta TCE, os
autos foram encaminhados ao Tribunal em 9/7/2010 (peça 1, p. 2).
7. No Tribunal, após instrução inicial (peça 6, p. 41-43), promoveu-se a citação do Sr.
Antonio Cesar de Schoucair Jambeiro, por meio do Ofício 1.633/2011-TCU/SECEX-BA (peça 6, p.
50-peça 7, p. 2), por conta da não comprovação da regular aplicação dos recursos públicos federais
repassados pelo FNDE.
8. Em resposta, o ex-prefeito encaminhou alegações de defesa (peça 7, p. 4-8),
acompanhadas de diversos documentos (peça 7, p. 9, até a peça 9, p. 41), que não lograram êxito em
comprovar a regular aplicação dos recursos transferidos, conforme análise da Secex/BA (peça 10, p.
1-6), que propôs o julgamento pela irregularidade das contas e imputação de débito ao responsável,
além da aplicação de multa proporcional ao dano, prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992.
9. Em seguida, o Tribunal, ao apreciar a matéria, em sessão do dia 31/7/2012, após ter
ouvido o Ministério Público junto ao TCU (peça 10, p. 8), anuiu à proposta da unidade técnica de
origem e proferiu o Acórdão 4.455/2012-TCU-1ª Câmara (peça 10, p. 17-18).
176
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
10. Inconformado com a decisão do Tribunal, o Sr. Antonio Cesar de Schoucair Jambeiro
interpôs recurso de reconsideração (peça 21), que ora se examina.
EXAME DE ADMISSIBILIDADE
11. O Exmo. Ministro-Relator, José Múcio Monteiro, ratificou (peça 24) a análise
preliminar de admissibilidade realizada pela Serur (peça 22) e conheceu do recurso de
reconsideração interposto contra o Acórdão 4.455/2012-TCU-1ª Câmara (peça 10, p. 17-18), sob o
amparo dos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei 8.443/92, c/c o art. 285 do Regimento Interno/TCU,
suspendendo-se os efeitos dos itens 9.1, 9.2 e 9.4 do acórdão recorrido.
EXAME TÉCNICO
12. A seguir são apresentados, resumidamente, os argumentos do recorrente,
acompanhados das respectivas análises.
Argumentos (peça 21, p. 2-3)
13. Argui o recorrente, de início, que houve cerceamento de defesa, porque a
quantificação do débito se deu de modo indevido, já que não especificou a sua origem, ou seja, a que
prestações de contas se refere, o que demonstra subjetividade dos fatos imputados, em confronto com
o regramento constitucional constante do art. 5º, inciso LV.
14. Diz ainda que suas alegações de defesa foram analisadas de modo genérico, sem
especificar individualmente o motivo da rejeição de cada item.
Análise
15. Não prosperam as alegações do recorrente, uma vez que tanto o ofício de citação do
Tribunal (peça 6, p. 50-peça 7, p. 2) quanto a comunicação do FNDE (peça 1, p. 6) dirigidos ao ex-
prefeito especificaram minuciosamente a origem do débito, já que relacionaram o programa, o valor e
a Resolução do FNDE a que, normativamente, a prestação de contas se vincula.
16. Transcrevem-se adiante, para mais clareza, trechos do relatório (peça 21) e do
parecer do MP/TCU (peça 10, p. 8) que sustentaram o acórdão impugnado, os quais contestam esses
mesmos argumentos oferecidos pelo recorrente nas alegações de defesa (peça 7, p. 4-8):
‘15. Os débitos que compõem a mencionada tomada de contas especial acham-se
especificados no Relatório do Tomador das Contas n.º 733/2006, elaborado pela Coordenação-Geral
de Contabilidade e Acompanhamento de Prestação de Contas (CGCAP), do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação – FNDE/MEC, de fls. 43/44. Em tal relatório são demonstrados os
valores repassados ao Município, com o respectivo número da ordem bancária, bem como a que
programas se destinaram – PNAE, PEJA e PNATE, os quais são normatizados pelas resoluções do
FNDE n.ºs 38/2004, 17/2004 e 18/2004, respectivamente. Portanto, não procedem os argumentos de
que houve cerceamento de defesa com relação as origens dos valores que compuseram o débito da
tomada de contas especial.’
‘4. O suscitado cerceamento de defesa, em razão de suposta falta de detalhamento em
relação ao débito imputado ao responsável, não merece ser aceito. O ofício de citação, contido às fls.
299/301 do vol. 1, nomina os programas, o exercício e os meses referentes aos recursos que não foram
objeto da devida prestação de contas. Ademais, contém parágrafo que esclarece ao ex-gestor acerca
da possibilidade de ter vistas dos autos para dirimir eventuais dúvidas, conforme transcrito: ‘4. Em
respeito ao princípio da ampla defesa, o Tribunal, por meio desta Secretaria, coloca-se à disposição
para prestar esclarecimentos, para efetuar a atualização do débito e/ou para conceder vista e cópia
dos autos, caso requeridos’.’
17. Do mesmo modo, não cabe razão ao recorrente quanto à argumentação de que a
análise de sua defesa não especificou o motivo da rejeição de cada item, tanto que ele não aponta que
item seria esse. Verifica-se, ao contrário, que a instrução (peça 10, p. 1-4) que examinou as alegações
de defesa abrangeu todos os pontos levantados pelo responsável.
18. Diante disso, não devem ser aceitos os argumentos de que ocorreu cerceamento de
defesa ao recorrente.
Argumentos (peça 21, p. 3-5)
177
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
19. O responsável afirma que, à época da prestação de contas (ano de 2004), não havia,
no Município de Saubara, agências bancárias, condição que gerava dificuldades para obtenção dos
extratos bancários, o que ocasionou atrasos nas prestações de contas mensais, como a do mês de
setembro.
20. Assevera que não houve a prestação de contas dos meses de outubro, novembro e
dezembro de 2004, em face da decisão judicial que deferiu liminar de busca e apreensão emitida por
juiz da Vara da Fazenda Pública da Comarca de Santo Amaro da Purificação/BA, o que acarretou a
retirada da prefeitura de todos os documentos que comprovariam a regular utilização dos recursos
públicos.
21. Argumenta que os documentos juntados às alegações de defesa (nos quais se incluem
os extratos do livro razão das contas dos recursos vinculados ao FNDE) comprovam essa assertiva,
todavia o Tribunal não se manifestou conclusivamente sobre eles.
22. Alega que a prestação de contas dos meses de janeiro a setembro foi feita
corretamente e que os registros contábeis desse período podem ser solicitados ao Tribunal de Contas
dos Municípios do Estado da Bahia.
23. Pondera que, embora a transição de governo devesse ocorrer até 31/12/2004, as
contas podem ser prestadas posteriormente, mas isso não foi possível, porque, ainda dentro do prazo,
os documentos foram retirados de sua posse, em virtude da mencionada ordem judicial.
24. Por fim, afirma que o fato de não ter prestado contas não significa que tenha havido
desvio de recursos, pois as verbas foram utilizadas em favor dos munícipes de Saubara, o que pode
ser comprovado por uma investigação mais apurada por parte do TCU.
25. Por essas razões, pede a reforma da deliberação recorrida, de modo a afastar a
condenação que lhe foi imposta.
Análise
26. Esses argumentos são insuficientes para afastar a condenação imposta por meio da
deliberação recorrida, pelo que se expõe nas seguintes considerações.
27. Sobre a apreensão judicial dos documentos, como fator impeditivo da prestação de
contas do ex-prefeito, constata-se, conforme conteúdo das ações de imissão de posse (peça 7, p. 35-
43) e de improbidade administrativa (peça 5, p. 35-48) movidas pelo Município de Saubara, por meio
do prefeito sucessor, contra o recorrente, que tal fato ocorreu em razão do mau relacionamento que
existia entre esses dois agentes políticos, já que, em decorrência disso, a transição de governo no final
do exercício de 2004 não pôde ser realizada e foi requerida força policial para garantir a posse do
sucessor.
28. Verifica-se também que o recorrente já havia conseguido (em janeiro de 2005)
despacho favorável do Juiz de Direito da Comarca de Santo Amaro da Purificação/BA para ter acesso
aos documentos necessários à prestação de contas, em atendimento à sua solicitação. Todavia, o
recorrente não acostou tais documentos aos autos nem demonstrou ter tomado outras providências
para esse fim. A propósito, esse ponto já havia sido abordado no parecer do MP/TCU (peça 10, p. 8 –
item 5), cujo teor é reproduzido a seguir, por ser elucidativo:
‘5. Também não socorre ao responsável a alegação de que os documentos necessários à
prestação de contas teriam sido apreendidos por ordem judicial. Nos autos da ação de imissão de
posse que culminou com a apreensão de documentos relativos à municipalidade de Saubara/BA, o
Exmo. Sr. Juiz de Direito, em despacho de próprio punho (fl. 26 do vol. principal), datado de
06/01/2005, e atendendo a pedido formulado pelo ora responsável, ordena que o prefeito empossado
‘devolva os documentos públicos necessários para prestação de contas da parte suplicada, conforme
art. 4º – Resolução TCM 220/92, referentes aos meses de outubro, novembro e dezembro de 2004’, no
prazo de 72 horas.’
29. A inércia do recorrente também se revela, na medida em que, na ocasião em que
apresentou alegações de defesa (8/8/2011), solicitou prazo de 120 dias (peça 7, p. 8) para
‘providenciar todos os documentos necessários à comprovação da regular utilização dos recursos
178
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
públicos’. No entanto, transcorridos mais de dois anos (17/10/2013), interpôs o presente recurso de
reconsideração sem entregar os referidos documentos nem informar a execução de medidas judiciais
ou administrativas tendentes à obtenção de tal documentação.
30. Pelos fatos acima expostos, verifica-se que, quando da apresentação das alegações de
defesa, em 8/8/2011, já havia transcorrido mais de seis anos após a decisão judicial mencionada no
item 28 desta instrução, tempo este mais do que suficiente para que o recorrente tomasse alguma
medida judicial ou administrativa, caso ainda não tivesse conseguido acesso aos documentos
concernentes à prestação de contas do convênio em questão. Ressalta-se que não consta dos autos,
nem mesmo deste recurso, qualquer prova de que o recorrente tivesse adotado tais medidas.
31. O recorrente também afirma que não houve a prestação de contas dos meses de
outubro, novembro e dezembro, por causa da mencionada apreensão judicial dos documentos.
Contudo, não se encontra nos autos a prestação de contas relativas a nenhum período do ano de
2004, nos termos exigidos pelas Resoluções/CD/FNDE 17, 18 e 38, todas de 2004, que tratam
especificamente dos programas PEJA, PNATE e PNAE.
32. Essas normas, no capítulo da prestação de contas, prescrevem exigências específicas
aos órgãos executores – OEx e ao Conselho de Acompanhamento e Controle Social sobre a Execução
do Programa – CACS-FUNDEF, como as constantes da Resolução/CD/FNDE 18, de 22/4/2004, in
verbis:
‘Art. 10. O OEx elaborará e remeterá ao CACS-FUNDEF, até 28 de fevereiro do exercício
subsequente, a prestação de contas dos recursos financeiros recebidos à conta do PNATE.
§ 1º A prestação de contas será constituída do Anexo I – Demonstrativo da Execução da
Receita e da Despesa e de Pagamentos Efetuados e Anexo II – Conciliação Bancaria, acompanhados
do extrato bancário da conta única e específica do PNATE.
§ 2º Na hipótese de não apresentação ou de qualquer irregularidade na prestação de
contas, o CACS-FUNDEF solicitará ao OEx esclarecimentos e, se for o caso, a regularização da
situação.
§ 3º O CACS-FUNDEF, após análise e emissão de parecer conclusivo acerca da
prestação de contas, apresentará ao FNDE, até o dia 15 de abril do mesmo ano, o Anexo I –
Demonstrativo da Execução da Receita e da Despesa e de Pagamentos Efetuados, Anexo II –
Conciliação Bancária e Anexo III – Parecer Conclusivo, acompanhados do extrato bancário da conta
única e específica do PNATE;’
33. Não se encontram entre os documentos que acompanharam as alegações de defesa
aduzidas pelo recorrente (peça 7, p. 9-peça 9, p. 41) nenhum dos anexos mencionados no § 3º acima
transcrito referentes a qualquer mês de 2004, o que torna inválida a alegação de que prestou contas
relativamente ao período de janeiro a setembro de 2004.
34. Também não se pode acolher a alegação (item 21 desta instrução) de que o Tribunal
não se manifestou conclusivamente sobre esses documentos, porque o exame de suas alegações de
defesa (peça 10, p. 1-4) afirmou categoricamente da seguinte forma:
‘18. Existem, na documentação encaminhada junto às alegações de defesa apresentadas,
às fls. 392/408, fotocópias das páginas de um possível livro de escrituração contábil, muito embora
sem o termo da abertura e respectiva data, de modo que não se pode afirmar, efetivamente, que se
trata de um Livro Razão, segundo informado pelo ex-gestor municipal, cujas anotações, sem nenhum
título ou data, nada indica tratar-se da escrituração dos recursos oriundos do FNDE.’
35. Pelo que dispõe o art. 70, parágrafo único, da Constituição Federal, bem como o art.
93 do Decreto-lei 200/1967 c/c o art. 66 do Decreto 93.872/1986, compete ao gestor comprovar a boa
e regular aplicação dos recursos públicos, isto é, cabe ao gestor o ônus da prova, consoante o
Tribunal firmou jurisprudência nesse sentido, nos termos dos Acórdãos 903/2007 – 1ª Câmara,
1.445/2007 – 2ª Câmara e 1.656/2006 – Plenário. Por isso, não se acolhem os argumentos de que a
prestação de contas dos meses de janeiro a setembro foi feita corretamente, conforme registros
179
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
contábeis desse período, que podem ser solicitados ao Tribunal de Contas dos Municípios do Estado
da Bahia e que isso pode ser comprovado por uma investigação mais apurada por parte do TCU.
36. Além disso, conforme jurisprudência pacífica deste Tribunal, não basta a realização
do objeto ajustado, sendo imprescindível, para o julgamento pela regularidade das contas, a
comprovação de que os recursos federais repassados foram corretamente aplicados na execução
desse objeto.
37. Dessa maneira e de acordo com toda a análise, não é possível acolher as razões
recursais aduzidas pelo recorrente, razão pela qual se propõe o não provimento do presente recurso
de reconsideração.
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
38. Diante do exposto, elava-se à consideração superior esta análise do recurso de
reconsideração interposto por Antonio Cesar de Schoucair Jambeiro contra o Acórdão 4.455/2012-
TCU-1ª Câmara, para propor, com base nos arts. 32, inciso I, e 33, da Lei 8.443/92, c/c o art. 285 do
RI/TCU, conhecer do recurso e, no mérito, negar-lhe provimento.”
É o relatório.
pp
VOTO
Este Tribunal deve conhecer do recurso de reconsideração interposto por Antonio Cesar de
Schoucair Jambeiro, ex-prefeito do Município de Saubara/BA, contra o Acórdão 4.455/2012 – 1ª
Câmara, por terem sido observados os requisitos de admissibilidade previstos nos arts. 32 e 33 da Lei
8.443/1992.
2. Esclareço, de início, que o presente processo trata de tomada de contas especial
instaurada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) em decorrência da omissão
no dever de prestar contas de recursos federais transferidos em 2004 no âmbito do Programa Nacional
de Alimentação Escolar (PNAE), do Programa Nacional de Alimentação – Creche (PNAC), do
Programa de Apoio a Estados e Municípios para a Educação Fundamental de Jovens e Adultos (PEJA)
e do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE). O recorrente teve suas contas
julgadas irregulares, com a imputação de débito e aplicação de multa.
3. Desde já, pronuncio-me integralmente de acordo com a análise e as conclusões da Serur,
ratificadas pelo Ministério Público, cujos pareceres posicionam-se pela negativa de provimento ao
recurso. Do exame da peça apelatória do ex-prefeito, bem como das manifestações da Secex/BA e do
Ministério Público na fase anterior do processo, percebo que, de fato, como afirma a Serur, os
argumentos trazidos nesta etapa já haviam sido devidamente examinados e repelidos quando do
primeiro julgamento.
4. Passo a comentar algumas alegações do responsável.
5. Primeiramente, a afirmação de que houve cerceamento de defesa, pois não teria havido a
especificação da origem do débito, é facilmente refutada pela constatação de que as comunicações do
FNDE ao ora recorrente, assim como a citação deste pelo TCU, apresentaram detalhadamente todos os
valores e a que programa cada um deles estava relacionado. Além disso, nos pareceres em que foram
apreciadas suas alegações de defesa, há a indicação precisa da fundamentação para a rejeição de cada
ponto.
6. Também não pode prosperar o argumento de que a apreensão judicial de documentos,
em 2004, decorrente de ação de imissão de posse, teria impedido a prestação de contas, tendo em vista
que, em janeiro de 2005, o ex-prefeito recebeu autorização do Juízo para ter acesso aos elementos
necessários à apresentação das contas. Destaco que, ainda que essa decisão não tenha sido cumprida, o
recorrente não apresentou prova de que tenha adotado alguma medida, judicial ou administrativa, para
exercer seu dever constitucional de demonstrar a correta aplicação dos recursos públicos.
180
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
7. O recorrente se engana ao afirmar que este Tribunal não teria examinado documentos
apresentados juntamente com suas alegações de defesa. O seguinte trecho da manifestação da
Secex/BA, reproduzido na instrução da Serur, mostra o contrário:
“18. Existem, na documentação encaminhada junto às alegações de defesa apresentadas,
às fls. 392/408, fotocópias das páginas de um possível livro de escrituração contábil, muito embora
sem o termo da abertura e respectiva data, de modo que não se pode afirmar, efetivamente, que se
trata de um Livro Razão, segundo informado pelo ex-gestor municipal, cujas anotações, sem nenhum
título ou data, nada indica tratar-se da escrituração dos recursos oriundos do FNDE.”
8. É importante destacar ainda que é sólida a jurisprudência do TCU no sentido de que a
obrigação de apresentar todos os elementos necessários para demonstrar o correto emprego dos valores
federais é do gestor responsável por esses recursos. Portanto, não cabe a este Tribunal solicitar
documentos comprobatórios a outros órgãos, como sugere o recorrente. Além disso, não bastaria
mostrar que a população foi devidamente atendida. É indispensável que o ex-prefeito comprove
também o nexo de causalidade entre o numerário transferido pelo FNDE e a materialização do objeto
almejado pelos programas do governo federal.
9. Enfim, são insuficientes os argumentos trazidos pelo recorrente. Deve-se, pois, negar
provimento ao recurso, mantendo-se inalterado o Acórdão 4.455/2012 – 1ª Câmara.
Ante o exposto, acolho a proposta da unidade técnica, anuída pelo Ministério Público, e
voto por que o Tribunal adote o acórdão que ora submeto a este Colegiado.
pp
ACÓRDÃO Nº 1001/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC-019.005/2010-5
2. Grupo I, Classe I – Recurso de Reconsideração (em Tomada de Contas Especial)
3. Recorrente: Antonio Cesar de Schoucair Jambeiro (ex-prefeito, CPF 050.010.485-91)
4. Unidade: Prefeitura Municipal de Saubara/BA
5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
5.1. Relator da deliberação recorrida: Ministro-Substituto Weder de Oliveira
6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin
7. Unidades Técnicas: Secex/BA e Serur
8. Advogados constituídos nos autos: Marcelo Liberato de Matos (OAB/BA 13.791) e
Alisson Demósthenes Lima de Souza (OAB/BA 16.464)
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial em que se
examina, nesta fase do processo, recurso de reconsideração interposto contra o Acórdão 4.455/2012 –
1ª Câmara.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª
Câmara, com base nos arts. 32, inciso I, e 33 da Lei nº 8.443/1992, e ante as razões expostas pelo
Relator, em:
9.1 conhecer do recurso de reconsideração interposto por Antonio Cesar de Schoucair
Jambeiro, negando-lhe provimento;
9.2 dar ciência desta deliberação ao recorrente.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1001-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
181
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
pp
GRUPO I – CLASSE II – 1ª CÂMARA
TC-019.288/2013-1
Natureza: Tomada de Contas Especial
Responsável: Delcy Siloé Fiori Gabana
Unidade: Ministério da Cultura (MinC)
SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. PRONAC 05-6548. PROJETO
“CARAVANA MUSICAL DA SERRA GAÚCHA”. PREVISÃO DE SHOWS EM SETE
MUNICÍPIOS. OMISSÃO NO DEVER DE PRESTAR CONTAS DE RECURSOS CAPTADOS NA
FORMA DA LEI DE INCENTIVO À CULTURA. CITAÇÃO. DOCUMENTOS QUE NÃO
COMPROVAM A EFETIVIDADE DOS PAGAMENTOS NEM A REALIZAÇÃO DOS EVENTOS.
REJEIÇÃO DAS ALEGAÇÕES DE DEFESA. CONTAS IRREGULARES. DÉBITO. MULTA.
RELATÓRIO
Trata-se de tomada de contas especial instaurada em razão da omissão no dever de prestar
contas de recursos captados na forma Lei de Incentivo à Cultura para aplicação no Projeto Pronac 05-
6548, que tinha por finalidade a realização de espetáculos musicais em sete municípios do Rio Grande
do Sul, no âmbito do projeto “Caravana Musical da Serra Gaúcha”.
2. Após sanear os autos, a auditora da Secex/RS, na instrução de peça 16, apresentou, com
a anuência plena do seu dirigente (peça 17) e do Ministério Público junto ao TCU (peça 18), o exame e
a proposta de mérito que seguem abaixo transcritos:
“1. Cuidam os autos de tomada de contas especial instaurada pelo Ministério da Cultura,
em desfavor da Sra. Delcy Siloé Fiori Gabana, em razão da omissão no dever de prestar contas da
aplicação dos recursos captados no projeto Pronac 05-6548, no valor de R$ 270.000,00.
HISTÓRICO
2. Após sofrer ajuste no valor proposto, o Plano de Trabalho (peça 1, p. 32-40) foi
aprovado por meio da Carta Circular de Aprovação de Projetos datada de 17/2/2006 (peça 1, p. 42),
que estipulou o valor de captação em R$ 299.225,00, no período de 17/2 a 31/12/2006, a fim de ser
desenvolvido o projeto Caravana Musical da Serra Gaúcha, que se propunha a realizar 10
espetáculos musicais em 7 municípios do interior do Rio Grande do Sul, com público estimado em 10
mil pessoas em cada espetáculo e ingressos gratuitos (peça 1, p. 4-16).
3. Foram captados recursos, no total de R$ 270.000,00, todos da patrocinadora Borrachas
Vipal S.A., CNPJ 87.870.952/0001-44, conforme detalhamento abaixo, os quais foram depositados no
Banco do Brasil, Agência 0409-X, C/C 15.415-6, com autorização de movimentação em 11/05/2006
(peça 1, p. 62):
DATA VALOR - R$ Peça 1. p.
31/3/2006 80.000,00 46
28/4/2006 70.000,00 48
30/6/2006 70.000,00 50
31/7/2006 20.000,00 52
31/8/2006 30.000,00 54
Total 270.000,00
4. Em 7/2/2007, foi enviada à Sra. Delcy Siloé Fiori Gabana a Carta Cobrança de
182
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Prestação de Contas 164 (peça 1, p. 64), visto que o prazo era até 30/1/2007.
5. Em resposta, a proponente encaminhou, em 18/7/2007, uma solicitação de prorrogação
de prazo para a apresentação do relatório de prestação de contas, por não ter conhecimento técnico
para sua elaboração, informando a contratação de uma assessoria de projetos culturais para
solucionar o problema (peça 1, p. 66).
6. Em 3/9/2008, foi enviada nova correspondência dando prazo de 30 dias para a entrega
da prestação de contas (peça 1, p. 68).
7. A proponente,conforme consulta efetuada em 3/2/2010, constava como inabilitada e a
situação do projeto era inadimplente (peça 1, p. 77-9).
8. Foi publicado o Edital de Notificação 15, em 31/3/2010 (peça 1, p. 88-91), cobrando o
valor corrigido de R$ 456.550,45.
9. A tomada de contas especial foi proposta por meio da Nota Técnica 52/2010, TCE
1400.001362/2010-58, em razão da não apresentação da prestação de contas relativa aos recursos
captados no âmbito do Pronac 05-6548 (peça 1, p. 92-5), acompanhada do Relatório de Tomada de
Contas Especial 65/2010 (peça 1, p. 96-100) e do demonstrativo de débito (peça 1, p. 102-6).
10. A responsabilidade foi lançada em 16/6/2010, no valor de R$ 486.966,91 (peça 1, p.
108) e os autos encaminhados à Assessoria Especial de Controle Interno em 18/6/2010 (peça 1, p.
110) e, desta, ao Gabinete do Ministro da Cultura, mediante o Ofício 279/2010-AECI/GMMinC (peça
1, p. 112), com novo demonstrativo de débito (peça 1, p. 114-24).
11. O Relatório de Auditoria 655/2013 apresenta o histórico e conclui que a proponente
está em débito com a Fazenda Nacional pelo valor de R$ 662.648,78 (peça 1, p. 128-30), o
Certificado de Auditoria 655/2013 é pela irregularidade das contas (peça 1, p. 131), assim como o
parecer do dirigente do órgão de controle interno (peça 1, p. 132).
12. O Aviso 341/2013/GM/CGU-PR, de 13/6/2013, encaminhou a tomada de contas
especial à Ministra da Cultura Marta Teresa Suplicy (peça 1, p. 134), solicitando que determinasse o
envio do processo ao TCU. O pronunciamento ministerial ocorreu em 25/6/2013 (peça 1, p. 140) e os
autos foram remetidos ao Tribunal pelo Ofício 170/2013-AECI/GM/MinC, de 27/7/2013 (peça 1, p.
142).
13. Em face da total ausência de documentação a demonstrar a regular aplicação dos
recursos captados por meio do Programa Nacional de Apoio à Cultura, foi proposta a realização de
citação da responsável proponente Delcy Siloé Fiori Gabana para que apresentasse suas alegações
de defesa.
15. No ofício de citação (peça 6), foi informado à responsável que a demonstração da
correta aplicação dos recursos perante este Tribunal deve ocorrer mediante o fornecimento de
documentação probatória das despesas efetuadas, tais como notas fiscais, recibos, extratos bancários
da conta específica e dos rendimentos da aplicação financeira, bem como documentos que comprovem
a execução do projeto, ou seja, a efetiva realização dos espetáculos nas cidades previstas. Também foi
esclarecido que a omissão inicial no dever de prestar contas, se não justificada, poderá ensejar o
julgamento pela irregularidade das contas e a aplicação da multa prevista no art. 58, inciso II, da Lei
8.443/1992, nos termos do art. 16, inciso III, alíneas ‘a’ e ‘b’, da mesma norma, independentemente
da comprovação da regular aplicação dos recursos no objeto pactuado.
ALEGAÇÕES DE DEFESA E ANÁLISE
16. Após o recebimento do Ofício 979/2013 - SECEX/RS em 21/8/2013, foi juntada aos
autos procuração (peça 9), bem como solicitada prorrogação de prazo para apresentação de defesa
pelos procuradores constituídos (peças 8 e 10).
17. Concedido prazo de mais 15 dias (peça 11), em 23/9/2013 foram entregues as
alegações (peça 15).
18. Os procuradores constituídos efetuam um histórico do projeto e, preliminarmente,
arguem a prescrição do feito.
18.1 Alegam que as diligências feitas pelo Ministério da Cultura não se constituíam em
183
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
citação à requerente para que fosse produzida a interrupção da prescrição, nos termos do artigo 2º,
inciso I, da Lei 9.873/1999, que estabelece o prazo de 5 anos. Quando o Ministério da Cultura
encaminhou o expediente para o Tribunal de Contas da União já havia decorrido mais de 5 anos do
prazo final para a apresentação da prestação de contas. Apenas em 21/8/2013 foi a requerida
devidamente citada, o que teria interrompido a contagem da prescrição se esta já não estivesse
consumada, afinal, na data já tinha transcorrido 6 anos, 6 meses e 22 dias do prazo final da prestação
de contas (30/1/2007).
18.2 A lei mencionada define os limites da pretensão punitiva do poder público na
reparação dos danos contra aqueles que os tenham causado ao erário, citando o artigo 1º:
‘Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública Federal, direta e
indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor,
contados da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que
tiver cessado.’
18.3 Citam, também, a Súmula 150 do STF, que prevê que ‘prescreve a execução no
mesmo prazo de prescrição da ação’. Assim, não é possível executar, visto estar prescrito o direito de
ação no presente caso. Para que fosse possível a execução dos débitos decorrentes do objeto desta
tomada de contas especial, necessária seria ter ocorrido a citação até 30/1/2012.
18.4 Em relação ao prazo decenal utilizado pelo TCU em certos casos, em razão do artigo
205 do Novo Código Civil, esta TCE precisaria ter a decisão do órgão (artigo 24 da Lei
Orgânica/TCU) para ser considerado título executivo e poder valer-se de outra natureza e outro prazo
prescricional. Entendem que não é possível aplicar o artigo 205 do Código Civil, em vista de existir
outro menor fixado pela lei, que seria 5 anos das pretensões contra a Fazenda Pública e vice-versa.
Considerando que a TCE foi iniciada em 2013 e a interrupção da prescrição em 21/8/2013, não se
pode falar em prazo prescricional de 10 anos e, menos ainda, em imprescritibilidade, em função da
insegurança jurídica (...).
18.5 Como não existe nos autos decisão do TCU quanto aos valores devidos pela
responsável, visto que o eventual débito ainda deverá ser apurado, admite que o processo enquadra-se
nas disposições do artigo 16, inciso III, alíneas ‘a’ e ‘b’, da Lei Orgânica/TCU, em situação de
averiguação e, após as devidas análises, ser declarado o prejuízo causado (...).
18.7 Entende que o prazo prescricional é de cinco anos para atos e fatos que envolvam a
Fazenda Pública (...).
18.8 Concluem dizendo ser impossível prosperar a continuidade desta TCE em vista de ter
ocorrido prescrição (...).
19. Passa-se à análise das alegações (...). Primeiramente, deve-se salientar que a lei
citada pelos procuradores, Lei 9.873/1999, refere-se especificamente à ação punitiva da
Administração Pública Federal, o que não é o caso destes autos, visto que uma tomada de contas
especial é instaurada a fim de apurar responsabilidade daquele que causar dano ao erário e para
suprir a omissão no dever de prestar contas, ambos visando recompor os cofres públicos, o que não se
constitui em sanção, mas em ressarcimento. Tanto é assim que o artigo 1º da citada lei expressamente
se refere ao exercício do poder de polícia (...).
19.1 A ação deste Tribunal, bem como do Ministério da Cultura, nas reiteradas tentativas
de obter a apresentação da prestação de contas por parte da responsável, nada tem a ver com o
exercício do poder de polícia (...). Trata-se tão somente de zelar pelos recursos gerenciados pela
proponente a fim de evitar que seja causado prejuízo ao erário.
19.2 O Ministério da Cultura, em reiteradas ocasiões, informou à responsável sobre a
necessidade de apresentação de prestação de contas dos recursos captados por meio da Lei Rouanet
(...). Além disso, a própria responsável demonstrou ter ciência de sua falta ao encaminhar solicitação
de prorrogação de prazo, em 18/7/2007(...).
19.2.1 Em que pese a inadequação da Lei 9.873/1999 ao presente caso (...), deve-se
salientar que a mesma, no artigo 2º, inciso I, determina a interrupção da prescrição pela notificação
184
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
ou citação do indiciado ou acusado, inclusive por meio de edital, o que descreve perfeitamente a
situação da proponente (...).
19.3 Os procuradores, ao arguirem o prazo previsto no § 1º do artigo 21 da Lei Orgânica
deste Tribunal, se utilizaram de expediente que definitivamente não se aplica ao caso em tela.
Primeiro, porque as presentes contas não foram declaradas iliquidáveis, e, segundo, porque o prazo
de 5 anos é contato a partir da publicação da decisão terminativa no Diário Oficial da União, coisa
que, nestes autos, ainda não ocorreu.
19.4 Por fim, e para encerrar a arguição de prescrição, deve ser informado aos
procuradores que, a partir de farta jurisprudência desta Corte de Contas, foi sumulado o
entendimento de que as ações de ressarcimento movidas pelo Estado contra os agentes causadores de
danos ao erário são imprescritíveis (Súmula TCU 282). Consequentemente, inaplicável a Súmula 150,
do STF, tanto em relação à execução como ao prazo de prescrição da ação.
20. Quanto ao mérito, os procuradores alegam que a responsável cumpriu a totalidade do
objeto que foi pactuado, porém, por falta de conhecimento, não teve preocupação maior com a
documentação. Ressaltam que foi um projeto de 2006, quando os atuais mecanismos de
gerenciamento não existiam. Além disso, não recebeu suporte fiscalizador ou técnico do Ministério da
Cultura, sendo que este já foi por diversas vezes autuado por este Tribunal de Contas da União por
diversas irregularidades. Exemplo de irregularidades constatadas pelo TCU e cometidas pelo MinC
são as tratadas no TC 018.011/2010-1.
20.1 A responsável é pessoa do interior do RS, que não recebeu o apoio técnico necessário
do MinC, não tinha grandes conhecimentos técnicos e reconheceu suas dificuldades ainda em 2007,
sem ter sido socorrida. Apenas em 2010 foi editada a IN 1/2010, estabelecendo regras claras e
precisas para a apresentação, análise, aprovação, execução, acompanhamento e prestação de contas
das propostas culturais de incentivo fiscal do Pronac. (...) Deveria o MinC, com regulamentos,
acompanhamento e suporte técnico, ter prevenido e solucionado as dificuldades dos executores dos
projetos culturais (...).
20.3 Toda a documentação que a proponente possui a título de prestação de contas,
constituída de notas fiscais, no valor total de R$ 133.654,85, está em anexo. No decorrer das
apresentações nas cidades eram feitos pagamentos à Marin’s Produções Artísticas Ltda., CNPJ
04.641.539/0001-80, contratada para executar os andamentos, logística e serviços necessários à
realização do projeto. Porém, nem sempre foi possível a emissão de notas fiscais, em razão da
constante exigência de viagens e deslocamentos. Alega que o MinC, após a responsável ter
demonstrado dificuldades na entrega da prestação de contas e informado o Ministério a respeito,
deveria, por lei, ter-lhe prestado assessoria.
20.4 No total houve a captação de R$ 301.825,00; o projeto previa captação de até R$
299.225,00; foi aprovado o repasse de R$ 270.000,00 por parte de Borrachas Vipal S.A. – CNPJ
87.870.952/0001-44. A diferença entre o captado com a Borrachas Vipal e o total captado, no valor
de R$ 31.825,00, foi colocada pela responsável para poder finalizar o projeto, demonstrando que não
houve intenção de agir com afronta à legislação.
20.5 Seria desleal uma cobrança feita após mais de 6 anos da data do prazo final para a
prestação de contas, visto que quaisquer outros levantamentos ficam impossíveis de ocorrer. Afinal,
foram poucas as solicitações de entrega de prestação de contas pelo MinC, que nunca enviou um
ofício, deu um telefonema ou fez uma visita técnica, como deveria fazer. Prescrito o prazo, ao dar-se
conta de suas falhas e omissões, o MinC resolveu passar o expediente ao órgão máximo e competente
para análise final e aprovação das contas, ou seja, o TCU.
20.6 O único interesse do MinC, à época, era o de aprovar os projetos e repasses, mesmo
acima de sua capacidade, e depois deixar os proponentes sem suporte durante a execução, apenas
cobrando-os do que julgava ser-lhe devido, para ao final largar para o TCU para que este, com sua
autoridade, obtivesse uma prestação de contas de um projeto ‘executado de cima para baixo, nunca
ocorrido dentro da cooperação entre todos os envolvidos’.
185
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
20.7 Concluem dizendo que a responsável, Delcy Siloé, não cometeu qualquer tipo de
infração à legislação pertinente, da época, no que tange à execução e finalização do projeto,
conforme se comprova na documentação anexa. O que ocorreu foi negligência por parte do MinC em
relação às suas obrigações junto àqueles que captam recursos públicos para fins culturais. Quanto às
suas obrigações, a responsável optou pela execução do plano de trabalho, priorizando a realização
dos eventos, deixando para resolver as questões burocráticas com o auxílio do MinC para finalização
das contas. Requerem a declaração de prescrição do feito, ou, se não for possível, que sejam
avaliadas e aprovadas as contas, com critério de proporcionalidade e razoabilidade, dadas as
dificuldades por ela encontradas. Requerem também que o MinC seja notificado da decisão a ser
proferida.
21. A título de documentação comprobatória anexam:
21.1 Formulários de Prestação de Contas, sem assinatura, datados de 23/9/2013,
compostos por: Relatório de Execução da Receita e Despesa, Relação de Pagamentos, Relatório
Físico, Relatório de Bens de Capital, Relatório de Bens Imóveis e Conciliação Bancária – peça 15, p.
12-6;
21.2 Comunicados de Mecenato e comprovantes de depósito em conta corrente em
dinheiro dos valores transferidos por Borrachas Vipal S.A. à Sra. Delcy Siloé Fiori Gabana – peça 15,
p. 17-27;
21.3 Memória de Gastos – peça 15, p. 28;
21.4 Extratos bancários da conta corrente 15.415-6 da Agência 0409-X do Banco do
Brasil – peça 15, p. 29-43, seguidos pelos comprovantes de TED efetuados à empresa Marins S
Produções, no valor total de R$ 296.225,00 – peça 15 – p. 44-50, nas seguintes datas e valores:
Data Valor(R$) nº Documento
5/4/2006 65.000,00 52.847
28/4/2006 65.000,00 523
26/5/2006 10.000,00 5.236
3/7/2006 65.000,00 97
21/8/2006 32.000,00 8.100
18/9/2006 30.000,00 13
3/10/2006 29.225,00 23
21.5 Notas Fiscais conforme tabela abaixo – peça 15, p. 51-62:
NF Beneficiário Data Valor (R$)
8552 Rádio Coroados 27/6/2006 2.100,00
8622 12/7/2006 2.100,00
066319 Rádio e TV Caxias 18/7/2006 3.122,55
073712 Rádio e TV Umbu 18/7/2006 2.429,10
00023 Marin’s Produções Artísticas 30/10/2006 49.000,00
0871 Delta Som e Luzes 31/10/2006 10.900,00
00024 Marin’s Produções Artísticas 16/11/2006 24.000,00
00029 5/12/2006 14.000,00
7444 Hotel Coroados 13/12/2006 853,20
00035 Marin’s Produções Artísticas 25/1/2007 12.000,00
00065 Marin’s Produções Artísticas 8/2/2007 10.000,00
12989 Hotel Coroados 12/3/2007 3.150,00
TOTAL 133.654,85
22. Passa-se à análise da argumentação e documentação anexada.
22.1 Os procuradores não lograram comprovar por nenhum meio a efetiva realização dos
alegados shows, sequer foi juntado aos autos cópia de notícias publicadas em jornais locais
divulgando local e data da realização dos eventos, o que, mesmo após o tempo decorrido, não seria
186
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
difícil de obter junto aos arquivos dos jornais. Consequentemente, não há como atestar que o projeto
atingiu os objetivos e que os recursos repassados à empresa Marin’s Produções Artísticas realmente
foram utilizados para tal fim.
22.1.1 Argumentam que a responsável é pessoa do interior do RS que não recebeu o apoio
necessário do MinC, não possuía conhecimentos técnicos e que não foi socorrida por aquele órgão.
No entanto, na correspondência de 18/7/2007 (peça 1, p. 66), a responsável não solicitou auxílio, e
sim informou que havia tomado a providência de contratar uma empresa de assessoria de projetos
culturais para a confecção da prestação de contas. Não é dada notícia acerca do que houve com tal
contratação. Por outro lado, deve-se salientar que para apresentar o projeto perante o MinC a
proponente teve conhecimento suficiente de como proceder.
22.1.2 Observe-se que, por meio de pesquisa efetuada no Google, obteve-se indícios de
haver relação entre a empresa patrocinadora e a proponente (vide o link
http://www.bomaluno.com.br/bomaluno/programa/pro_vipal.php), eis que a responsável coordenou o
programa social ‘Bom Aluno’ da empresa no ano de 2000, relacionamento este que se manteve ao
menos até 2012, em face da notícia obtida no mesmo sítio sobre o lançamento do primeiro CD da
Orquestra Jovem IPDAE, patrocinado pelo Vipal Instituto Social, do qual a responsável é a gerente
(vide link http://www.borrachasvipal.com/novidades/orquestra-do-ipdae-lanca-seu-primeiro-cd-com-
patrocinio-da-vipal/n191/pt). Ou seja, na hora de fornecer ao patrocinador o devido comprovante que
iria isentá-lo do recolhimento do imposto, a responsável não parece ter tido qualquer dificuldade,
visto que os recibos estão perfeitamente preenchidos, datados da época do recebimento dos
patrocínios e devidamente assinados pela responsável (peça 15, p. 18, 20, 22, 24 e 26). Trata-se, pelo
visto, de um desconhecimento e dificuldade seletivos, valendo apenas para o momento de
apresentação de prestação de contas, único procedimento sobre o qual padecia de total
desconhecimento.
22.2 Considerando-se a data, 23/9/2013, por óbvio, as planilhas foram preenchidas para
fins de apresentação a esta Corte de Contas e não com o objetivo de prestação de contas perante o
MinC. Para os fins deste processo, no entanto, o preenchimento destas planilhas mostra-se
completamente desnecessário, visto que só teria validade se houvesse comprovação de que as contas
haviam sido entregues em tempo hábil, descaracterizando a omissão. Além disso, a planilha Relação
de Pagamento foi incorretamente preenchida, pois, em vez de relacionar os patrocínios recebidos
(peça 15, p. 13), deveria ter detalhado os pagamentos efetuados pela responsável no decorrer da
execução do projeto, mais ou menos o que foi feito com o título de Memória de Gastos (peça 15, p.
28). Nesta memória, identifica-se que, fora os pagamentos feitos por transferência (TED) à Marin’s
Produções Artísticas e o recolhimento de CPMF, ocorreram pagamentos não se sabe a quem ou a que
título, no valor total de R$ 4.461,22, incluindo um saque de R$ 1.000,00 em 11/04/2007, data
posterior à de vigência do projeto, que era 31/12/2006.
22.3 As notas fiscais emitidas por outras empresas que não a Marin’s Produções Artísticas
somam R$ 24.654,85 e os procuradores não informam quem efetuou tais pagamentos, se a Sra. Delcy
diretamente ou se foram despesas feitas pela empresa Marin’s e que estavam inclusas nos valores por
esta cobrados como parte da prestação de serviço. O fato é que tais pagamentos não coincidem em
valores com os dos vários pagamentos autorizados que aparecem nos extratos bancários (p. 15, p. 29-
43).
22.4 Por sua vez, as notas fiscais apresentadas por Marin’s Produções Artísticas somam
R$ 109.000,00, valor bem inferior ao das transferências bancárias efetuadas, conforme os
comprovantes de p. 44-50 da peça 15, mesmo se acrescidas as despesas acima mencionadas, o que
totalizaria R$ 133.654,85, remanescendo R$ 162.570,15 sem suporte documental. E isso sem
considerar a alegação de que o valor total gasto pela responsável teria sido de R$ 301.825,00, dos
quais se sabe que R$ 295.255,00 foram parar na conta de Marin’s Produções Artísticas, mas não se
tem notícia em que foram empregados os restantes R$ 5.570,00. Além disso, os procuradores
informam que o valor de R$ 31.825,00 teria saído dos recursos próprios da responsável.
187
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
CONCLUSÃO
23. Em face da fragilidade da documentação apresentada, bem como da falta de
comprovação de que os eventos efetivamente ocorreram e em que termos, entende-se que as alegações
de defesa não lograram comprovar a regular utilização dos recursos captados pela proponente Delcy
Siloé Fiori Gabana, por meio do projeto Pronac 05-6548, e, portanto, deverão ser rejeitadas.
24. De todo o acima exposto, também não foi possível identificar indício de boa-fé por
parte da responsável, motivo pelo qual se proporá que as contas sejam imediatamente julgadas
irregulares e recolhido o débito.
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
17. Diante do exposto, submetem-se os autos à consideração superior do Ministro-Relator
José Múcio Monteiro, propondo-se:
a) rejeitar as alegações de defesa, com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III,
alínea ‘a’, 19, caput, e 23 da Lei Orgânica/TCU c/c os arts. 1º, inciso I, 209, inciso I, 210 e 214,
inciso III, do RI/TCU, julgar irregulares as contas da responsável Delcy Siloé Fiori Gabana, em face
da omissão no dever de prestar contas dos valores captados por força do projeto Pronac 05-6548, e
condená-la ao pagamento das quantias abaixo especificadas, com fixação do prazo de 15 (quinze)
dias, a contar da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do
Regimento Interno), o recolhimento da dívida aos cofres do Fundo Nacional de Cultura, atualizada
monetariamente e acrescida dos juros de mora, calculados a partir das datas discriminadas, até a do
recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor:
DATA VALOR - R$
31/3/2006 80.000,00
28/4/2006 70.000,00
30/6/2006 70.000,00
31/7/2006 20.000,00
31/8/2006 30.000,00
b) autorizar a cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação, nos termos do
art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992;
c) autorizar, com fulcro no artigo 217 do RITCU, o parcelamento da importância devida,
caso solicitado pela interessada;
d) enviar o inteiro teor desta instrução à responsável e seus procuradores.”
2. O Ministério Público se manifestou no mesmo sentido da unidade técnica.
É o relatório.p
pp
VOTO
Em apreciação tomada de contas especial instaurada pelo Ministério da Cultura, em razão
da omissão no dever de prestar contas de recursos captados na forma da Lei 8.313/1991 (Lei de
Incentivo à Cultura - Mecenato), que apontou como responsável Delcy Siloé Fiori Gabana.
2. Mediante o projeto Pronac nº 05-6548, que visava à realização de espetáculos musicais
em sete municípios gaúchos (Nova Prata, Nova Bassano, Paraí, Guabijú, Nova Araçá, Veranópolis e
Casca), no período de janeiro a outubro de 2006, foi autorizada a captação de R$ 299.225,00, sendo
que o efetivamente obtido totalizou R$ 270.000,00.
3. Entretanto, não houve a devida prestação das contas, embora a responsável tenha sido
notificada na fase interna da TCE. No âmbito do Tribunal, procedeu-se à sua citação para apresentar
alegações de defesa ou recolher o débito decorrente da não comprovação da boa e regular aplicação
188
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
dos recursos federais recebidos para execução do projeto supracitado, em face da omissão no dever de
prestar contas.
4. A defesa foi devidamente analisada pela Secex/RS, conforme instrução contida no
relatório que precede este voto, cuja conclusão foi a de que a documentação trazida aos autos não é
hábil a demonstrar integralmente o bom e regular uso dos valores captados, por não ter comprovado a
realização dos eventos. As planilhas que deveriam ter sido preenchidas como prestação de contas
foram elaboradas para constituírem peças das alegações de defesa, sem se fazerem acompanhar de
documentos que evidenciem a execução do projeto.
5. As notas fiscais apresentadas (peça 15, pp. 51 a 62) não conferem com os valores
debitados da conta-corrente (peça 15, pp. 29 a 50). Conforme concluiu a unidade técnica, não lograram
comprovar por nenhum meio a efetiva realização dos shows, sequer foi juntada aos autos cópia de
notícias publicadas em jornais locais divulgando local e data da realização dos eventos, o que, mesmo
após o tempo decorrido, não seria difícil de obter junto aos arquivos dos jornais. Consequentemente,
não há como atestar que os recursos foram utilizados para tal fim e não para algum outro destino.
6. Em razão disso, arrematou a instrução, devem ser recusadas as despesas em face da
fragilidade da documentação fornecida e da falta de comprovação de realização dos eventos. Adicione-
se que não foi possível verificar a boa-fé por parte da responsável.
7. Destarte, em pareceres uniformes, a Secex/RS pronunciou-se no sentido de rejeitar as
alegações de defesa, julgar irregulares as contas da proponente, condenando-a em débito pelos valores
indicados no ofício citatório.
8. O MP/TCU anuiu a tal proposta da unidade técnica.
9. No tocante à preliminar de prescrição do débito arguida pela responsável, não há como
acolhê-la, ante a jurisprudência pacífica desta Corte de Contas acerca da imprescritibilidade das ações
de ressarcimento de danos causados ao erário, nos termos do § 5° do art. 37 da Constituição Federal
(Súmula TCU 282). Importa registrar que o STF, no julgamento do MS 26.210, fixou entendimento no
mesmo sentido.
10. Quanto ao mérito, as alegações de defesa de Delcy Siloé Fiori Gabana devem ser
rejeitadas pelo fato de serem incapazes de demonstrar a aplicação dos recursos captados no objeto do
projeto. Nenhum documento que confirme a realização dos eventos foi trazido aos autos e as notas
fiscais e os extratos bancários não conferem, impossibilitando o estabelecimento do necessário nexo de
causalidade entre as despesas e os valores debitados na conta específica. Assim, os elementos
remetidos não podem ser aceitos como prestação de contas, ainda que intempestiva.
11. Assim, nos termos do art. 202 do RI/TCU e da Decisão Normativa TCU 35/2002, e
considerando a verificação do previsto nas alíneas “a”, “b” e “c” do inciso III do art. 16 da Lei
8.443/1992, devem as contas ser, desde logo, julgadas irregulares, com imputação de débito nos
valores especificados e cominação de multa proporcional ao dano, que arbitro em R$ 30.000,00.
Ante o exposto, voto por que o Tribunal adote o acórdão que ora submeto a esta 1ª
Câmara.ppp
JOSÉ MÚCIO MONTEIRO
Relator
pp
ACÓRDÃO Nº 1002/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 019.288/2013-1
2. Grupo I - Classe II - Tomada de Contas Especial
3. Responsável: Delcy Siloé Fiori Gabana (CPF 312.614.000-97)
4. Unidade: Ministério da Cultura (MinC)
189
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
6. Representante do Ministério Público: Procuradora Cristina Machado da Costa e Silva
7. Unidade Técnica: Secex/RS
8. Advogados constituídos nos autos: Roberto Rebés Abreu (OAB/RS 26.964) e Francisco
Fogaça Damiani (OAB/RS 87.018)
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo
Ministério da Cultura, em razão da omissão no dever de prestar contas de recursos captados na forma
da Lei de Incentivo à Cultura, para aplicação no Projeto Pronac 05-6548, que tinha por finalidade a
realização de espetáculos musicais em sete municípios do Rio Grande do Sul, no âmbito do projeto
“Caravana Musical da Serra Gaúcha”.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª
Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, e com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso III,
alíneas “a”, “b” e “c”; 19, caput; 23, inciso III; 28, inciso II; e 57 da Lei 8.443/1992, c/c os arts. 202,
§ 6º; 214, inciso III, alíneas “a” e “b”; 215 e 216 do Regimento Interno do TCU, em:
9.1. julgar irregulares as contas de Delcy Siloé Fiori Gabana e condená-la ao pagamento
das quantias abaixo especificadas, fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação,
para comprovar, perante o Tribunal, o recolhimento da dívida aos cofres do Fundo Nacional de Cultura
(FNC), acrescida da correção monetária e dos juros de mora calculados a partir das respectivas datas
até a do efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor:
Data Valor - R$
31/3/2006 80.000,00
28/4/2006 70.000,00
30/6/2006 70.000,00
31/7/2006 20.000,00
31/8/2006 30.000,00
9.2. aplicar a Delcy Siloé Fiori Gabana multa no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais),
fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprove, perante o
Tribunal, o recolhimento da quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente da
data do presente acórdão até a do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da
legislação em vigor;
9.3. autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendida a notificação;
9.4. encaminhar cópia deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, à
Procuradoria da República no Estado do Rio Grande do Sul, para as medidas que entender cabíveis.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1002-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.pp
pp
GRUPO II – CLASSE III – Primeira Câmara
TC 022.085/2009-8
Natureza: Monitoramento (em Pensão Civil)
190
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Responsável: Wagner de Oliveira Reis (CPF 970.196.405-59, Chefe do Serviço de
Administração do INSS em Salvador/BA)
Interessados: Delmir de Abreu Farias, Josefina Leitão Farias e Nilton de Abreu Farias
Unidade: Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em Salvador/BA
SUMÁRIO: MONITORAMENTO. PENSÃO CIVIL. INSTITUIDOR APOSENTADO
POR INVALIDEZ. VANTAGEM DO ART. 184, INCISO II, DA LEI Nº 1.711/1952. TEMPO DE
SERVIÇO INFERIOR A 35 ANOS. ILEGALIDADE DAS CONCESSÕES. CIÊNCIA AOS
BENEFICIÁRIOS. TRANSCURSO DO PRAZO SEM INTERPOSIÇÃO DE RECURSO.
EXCLUSÃO TARDIA DA PARCELA INDEVIDA. AUDIÊNCIA. VALORES PAGOS A MAIOR.
SOLICITAÇÃO DE RESTITUIÇÃO. CUMPRIMENTO DA DECISÃO DO TRIBUNAL.
ACOLHIMENTO DAS JUSTIFICATIVAS. ARQUIVAMENTO.
RELATÓRIO
Trata-se de monitoramento acerca do cumprimento das determinações constantes do
Acórdão nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara, que considerou ilegais as pensões civis de interesse de
Delmir de Abreu Farias, Josefina Leitão Farias e Nilton de Abreu Farias, em razão da inclusão da
vantagem do art. 184, inciso II, da Lei nº 1.711/1952 no cálculo dos proventos do instituidor,
aposentado por invalidez, sem contar com 35 anos de serviço para fazer jus ao acréscimo de 20% que
era assegurado ao ocupante da última classe da carreira.
2. Reproduzo, a seguir, o teor da referida deliberação:
“VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam da concessão de pensão civil a
dependentes de ex-servidor da Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em
Salvador/BA.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da 1ª
Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, e com fundamento no art. 71, incisos III e IX, da
Constituição Federal, arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45 da Lei nº 8.443/1992, art. 262, § 2º,
Regimento Interno, e Súmula TCU nº 106, em:
9.1. considerar ilegais as concessões de pensões civis a Delmir de Abreu Farias, Josefina
Leitão Farias e Nilton de Abreu Farias, recusando o registro;
9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé pelos
beneficiários;
9.3. determinar à unidade jurisdicionada que adote medidas para:
9.3.1. dar ciência, no prazo de 15 (quinze) dias, do inteiro teor desta deliberação aos
interessados, alertando-os de que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais
recursos não os exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva
notificação, caso esses não sejam providos;
9.3.2. fazer cessar, no prazo de 15 (quinze) dias, o pagamento decorrente dos atos
considerados ilegais, sob pena de responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa;
9.3.3. encaminhar ao Tribunal, no prazo de 30 (trinta) dias contados da ciência da
decisão, documento apto a comprovar que os interessados tiveram conhecimento do acórdão;
9.4. esclarecer à unidade jurisdicionada que as concessões consideradas ilegais poderão
prosperar, mediante emissão de novo ato livre da irregularidade apontada;
9.5. determinar à Sefip que adote medidas para monitorar o cumprimento da
determinação relativa à cessação de pagamentos decorrentes das concessões consideradas ilegais,
representando ao Tribunal em caso de não atendimento.”
3. Dado início ao monitoramento pela Sefip, concordei fosse feita a audiência de Wagner
de Oliveira Reis, Chefe do Serviço de Administração do INSS em Salvador/BA, para apresentar razões
de justificativa pela falta de cumprimento da decisão deste Tribunal.
191
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
4. A unidade técnica analisou as alegações enviadas pelo gestor de pessoal, conforme
instrução abaixo transcrita, concluindo pela sua rejeição:
“Esta Corte de Contas, por intermédio do Acórdão nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara,
proferido na Sessão de 31/7/2012 (peça 11), julgou ilegal o ato de pensão civil em favor dos
interessados acima identificados, em razão do pagamento da vantagem do art. 184, inciso II, da Lei
nº 1.711/1952 no cálculo da pensão sem que o instituidor do benefício contasse com 35 anos de
serviço para fazer jus a proventos aumentados de 20%, no caso de ocupante da última classe da
carreira.
2. No monitoramento feito por esta unidade técnica, em 19/8/2013 (peça 18), verificou-se
descumprimento da deliberação, o que motivou a realização de audiência, com o aval de despacho do
Relator (peça 20), do responsável Wagner de Oliveira Reis, Chefe do Serviço de Administração da
Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em Salvador/BA.
3. Mediante o Ofício nº 26/INSS/GEXSAL/SERADM/BA, de 13/9/2013 (peça 24), o
responsável informou que acreditava que havia atendido a determinação do TCU tão somente com a
notificação dos interessados, tendo em vista que a comunicação do cumprimento do acórdão enviada
a esta Corte pelo expediente constante da peça 14 também havia sido encaminhada à Auditoria Geral
do INSS por meio do memorando nº 42, de 22/3/2013. Posteriormente, ao receber documento oriundo
da presidência do INSS alertando sobre o não cumprimento de determinações do TCU, entre as quais
a do referido acórdão, averiguou-se que não havia sido efetuada, na época própria, a exclusão da
parcela em questão. Tendo sido verificado o equívoco, a vantagem foi suprimida da base de cálculo
dos proventos dos pensionistas, novo ato Sisac foi emitido e a restituição ao erário estava sendo
providenciada.
4. Em consulta ao Siape (peça 25), confirmamos a exclusão da vantagem indevida e, em
pesquisa no Sisac, verificamos a emissão de novo ato de pensão civil 10262946-05-2013-000070-2,
escoimado da irregularidade apontada nos autos.
5. As determinações constantes do Acórdão nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara foram
atendidas pela Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em Salvador/BA. No
entanto, as razões de justificativa formuladas por Wagner de Oliveira Reis, Chefe do Serviço de
Administração da Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em Salvador/BA, para o
não cumprimento, de forma tempestiva, da decisão desta Corte de Contas não merecem ser acolhidas.
As deliberações do TCU, no exercício de sua competência constitucional do exame dos atos de
pessoal, obrigam o órgão gestor ao seu fiel cumprimento.
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
6. Em face do exposto, propomos o encaminhamento dos autos ao Ministro-Relator, com
as seguintes propostas:
6.1. rejeitar as razões de justificativa apresentadas por Wagner de Oliveira Reis
(CPF 970.196.405-59), Chefe do Serviço de Administração da Gerência Executiva do Instituto
Nacional do Seguro Social em Salvador/BA;
6.2. aplicar ao responsável a multa prevista no art. 58, inciso IV, da Lei nº 8.443/1992 e
no art. 268, inciso VII, do Regimento Interno do Tribunal;
6.3. determinar à Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em
Salvador/BA que apure o montante indevidamente recebido pelos pensionistas Delmir de Abreu
Farias (CPF 110.081.805-72), Josefina Leitão Farias (CPF 252.102.115-68) e Nilton de Abreu Farias
(CPF 431.914.605-00), em desconformidade com o Acórdão nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara, desde a
respectiva ciência da deliberação, e promova, nos termos do art. 46 da Lei nº 8.112/1990, a
restituição ao Erário.”
5. O Ministério Público junto ao TCU manifestou-se de acordo com a proposta da unidade
técnica.
É o relatório.
192
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
pp
VOTO
Aprecia-se o monitoramento acerca do cumprimento das determinações constantes do
Acórdão nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara, proferido na apreciação do processo de concessão de pensões
civis a dependentes de ex-servidor da Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em
Salvador/BA.
2. A ilegalidade dos benefícios pagos a Delmir de Abreu Farias, Josefina Leitão Farias e
Nilton de Abreu Farias (já excluído por maioridade) decorreu da inclusão da vantagem do art. 184,
inciso II, da Lei nº 1.711/1952 no cálculo dos proventos do instituidor, aposentado por invalidez, sem
contar com 35 anos de serviço para fazer jus ao acréscimo de 20% que era assegurado ao ocupante da
última classe da carreira.
3. Constatada a falta de adoção providências para a sustação do pagamento da parcela
indevida, o gestor de pessoal foi ouvido em audiência.
4. Tempestivamente, o Chefe do Serviço de Administração/GEXSAL-BA formulou as
justificativas abaixo reproduzidas, que se fizeram acompanhar de documentação comprobatória do
alegado (peça 24):
“Em atenção ao Ofício nº 13.308/2013-TCU/SEFIP, de 3/9/2013, referente ao
TC 022.085/2009-8, que trata dos benefícios de pensão civil instituídos por Júlio de Abreu Farias
(CPF 069.224.815-34), informamos que, mediante o Acórdão nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara, foi
determinado que a Gerência Executiva do INSS em Salvador/BA desse ciência do contido no referido
acórdão aos pensionistas Delmir de Abreu Farias, Josefina Leitão Farias e Nilton de Abreu Farias
(este último excluído por maioridade), beneficiários do instituidor acima referido.
2. O mencionado acórdão determinava também que, no prazo de 15 (quinze) dias, fossem
cessados os pagamentos considerados ilegais, especificamente em relação à vantagem do art. 184,
inciso II, da Lei nº 1.711/1952.
3. Conforme documentos anexos ao presente, por meio de correspondência eletrônica e de
cartas nºs. 109 e 110, de 16/8/2012, Delmir de Abreu Farias (CPF 110.081.805-72) tomou ciência
pessoalmente, enquanto Josefina Leitão Farias (CPF 252.102.115-68) foi cientificada através de sua
procuradora, Neusa Maria Farias da Silva. Ato contínuo, por meio do nosso Ofício nº 314, de
27/812012, informamos a essa Sefip/TCU que os beneficiários foram notificados.
4. Acreditávamos que a demanda havia sido atendida, tanto que, em resposta ao
Memorando-Circular nº 3, de 14/3/2013, da Presidência do INSS, a Seção Operacional da Gestão de
Pessoas - SOGP, encaminhou à Auditoria Geral do Instituto, mediante o memorando nº 42, de
22/3/2013, cópias das respostas enviadas a essa Sefip, relacionadas aos atendimentos dos Acórdãos
nºs. 6.009, 6.010, 3.730, 4.756, 5.069, 5.070, 8.583, 8.584, 8.585, 8.586, 8.803, 4.667, 2.981, 4.445 e
8.602.
5. A referida SOGP, através do Memorando-Circular nº 22/PRESS/INSS, de 2/9/2013, foi
surpreendida com nova solicitação referente aos Acórdãos nºs. 4.445/2012-TCU-1ª Câmara,
8.583/2012-TCU-2ª Câmara e 771/2013-TCU-1ª Câmara, uma vez que, repetimos, acreditávamos
termos atendido as determinações dos acórdãos e prestado todas as informações necessárias tanto à
Sefip quanto ao órgão interno de auditoria.
6. Contudo, ao respondermos ao mencionado Memorando nº 22, percebemos, na folha de
pagamento do mês de setembro/2013, que, por lapso da SOGP, não foi efetuada a exclusão da
referida vantagem à época própria.
7. Deste modo, a fim de corrigirmos o equívoco cometido pela Seção e assim convalidar os
atos, foi efetuada, na folha de pagamento de setembro/2013, a exclusão da referida vantagem e novo
cadastramento do ato concessório no Sisac. Concomitantemente, foi emitido pela Seção o Ofício
193
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
nº 380, de 4/9/2013, que esclarece tal equívoco à Sefip/TCU.
8. Por fim, quanto aos valores recebidos pelos pensionistas após a notificação dos
mesmos, abrimos o processo de cobrança administrativa sob o nº 35013.00245212013-94, para
procedermos à reposição ao erário, assegurando aos interessados o contraditório e a ampla defesa.
9. Na oportunidade, gostaríamos de registrar que a Gerência Executiva do INSS em
Salvador, bem como o Serviço de Administração e a Seção Operacional da Gestão de Pessoas têm
buscado atender com zelo todas as demandas oriundas do Tribunal de Contas da União e da Sefip,
sendo que o presente caso configurou-se num caso isolado, e que adotaremos todas as providências
necessárias para que o mesmo não se repita.”
5. Verifica-se que, em 27/8/2012, a Seção Operacional da Gestão de
Pessoas/GEXSAL/INSS/BA encaminhou ao TCU cópias das notificações dos pensionistas, na forma
do Ofício nº 314/2012 (peça 24, p. 23), a seguir transcrito:
“Em atendimento ao Ofício nº 54.521-TCU/Sefip, de 3/8/2012, referente Acórdão
nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara, informamos que os beneficiários de pensão Josefina Leitão Farias,
matrícula nº 00137855, Nilton de Abreu Farias, matrícula nº 00137898 – excluído por maioridade, e
Delmir de Abreu Farias, matrícula nº 0013944, foram cientificados acerca do teor do referido
acórdão, através das cartas nºs. 109,110 e 111/2012, anexas respectivamente.”
6. Em 22/3/2013, a SOGP/GEXSAL/INSS/BA prestou informações à Auditoria-Geral do
INSS acerca do cumprimento de deliberações do Tribunal (peça 24, p. 12), entre elas o Acórdão
nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara.
7. Posteriormente, a SOGP assim se pronunciou sobre o atendimento do acórdão em
questão, conforme Ofício nº 380/2013/INSS/GEXSAL/SOGP/BA, de 4/9/2013, dirigido à Sefip
(peça 23, p. 16):
“Reportamo-nos ao nosso Ofício nº 314/2012/INSS/GEXSAL/SOGP/BA, de 27/8/2012, no
qual foi informado que os beneficiários de pensão Josefina Leitão Farias, matricula nº 00137855,
Nilton de Abreu Farias, matricula nº 00137898 (já excluído por maioridade),e Delmir de Abreu
Farias, matricula nº 00137944, beneficiários do ex-servidor Julio de Abreu Farias, matrícula
nº 0949914, foram cientificados acerca do teor do referido acórdão.
2. Ocorre que o citado acórdão também determinava que fosse cessado, no prazo de 15
(quinze) dias, o pagamento decorrente dos atos considerados ilegais. Contudo, por lapso desta Seção,
não foi efetuada a exclusão da vantagem do art. 184, inciso II, da Lei nº 1.711/1952.
3. Deste modo, a fim de corrigirmos a falha cometida, na folha de pagamento de
setembro/2013, efetuamos a exclusão da mencionada vantagem, bem como cadastramos novo ato
concessório no Sisac.
4. Quanto aos valores recebidos pelos pensionistas, abriremos processo de cobrança
administrativa, para que os valores pagos indevidamente sejam restituídos pelos mesmos ao erário.”
8. De fato, as pensões podiam prosperar, bastando que se suprimisse do cálculo de seu
montante a vantagem do art. 184, inciso II, da Lei nº 1.711/1952, indevidamente concedida ao
instituidor.
9. Para tanto, a unidade jurisdicionada adotou as medidas indicadas nos itens 9.3.1 e 9.3.3
do Acórdão nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara, com remessa ao Tribunal de documentos comprobatórios
de que os interessados tiveram conhecimento do acórdão. Ocorre que, transcorrido o prazo sem
interposição de recurso pelos pensionistas, deixou de dar cumprimento também ao item 9.3.2, ou seja,
fazer cessar o pagamento decorrente da recusa de registro do ato pelo TCU.
10. Constatada a falha procedimental, concluiu as providências faltantes, com o ajuste dos
proventos, envio de novo ato de concessão via sistema Sisac e instauração de processo para restituição
dos valores pagos a maior.
11. Assim, entendo que merecem acolhida as justificativas apresentadas pelo responsável.
Também podem ser consideradas cumpridas as determinações contidas no Acórdão nº 4.445/2012-
TCU-1ª Câmara, arquivando-se o presente processo.
194
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Diante do exposto, voto por que o Tribunal adote o acórdão que ora submeto à 1ª
Câmara.ppp
JOSÉ MÚCIO MONTEIRO
Relatorp
pp
ACÓRDÃO Nº 1003/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 022.085/2009-8
2. Grupo II – Classe III – Monitoramento (em Pensão Civil)
3. Responsável: Wagner de Oliveira Reis (CPF 970.196.405-59, Chefe do Serviço de
Administração do INSS em Salvador/BA)
3.1. Interessados: Delmir de Abreu Farias (CPF 110.081.805-72), Josefina Leitão Farias
(CPF 252.102.115-68) e Nilton de Abreu Farias (CPF 431.914.605-00)
4. Unidade: Gerência Executiva do Instituto Nacional do Seguro Social em Salvador/BA
5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin
7. Unidade Técnica: Sefip
8. Advogado constituído nos autos: não há
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos que tratam de monitoramento acerca do
cumprimento das determinações constantes do Acórdão nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara, que
considerou ilegais as pensões civis de interesse de Delmir de Abreu Farias, Josefina Leitão Farias e
Nilton de Abreu Farias, em razão da inclusão da vantagem do art. 184, inciso II, da Lei nº 1.711/1952
no cálculo dos proventos do instituidor, aposentado por invalidez, sem contar com 35 anos de serviço
para fazer jus ao acréscimo de 20% que era assegurado ao ocupante da última classe da carreira.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da
1ª Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, e com fundamento no art. 243 do Regimento Interno,
em:
9.1. acolher as razões de justificativa apresentadas pelo responsável e considerar cumpridas
as determinações contidas no Acórdão nº 4.445/2012-TCU-1ª Câmara;
9.2. arquivar o presente processo.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1003-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.ppp
GRUPO II - CLASSE II - 1ª Câmara
TC 027.153/2012-6
Natureza: Tomada de Contas Especial
Responsáveis: Ruy Santos Carvalho, ex-Superintendente Federal de Agricultura, Pecuária
e Abastecimento no Estado do Amapá (SFA/AP); Luiz Carlos Pinheiro Borges, ex-Superintendente-
195
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Substituto da SFA/AP; Associação dos Pecuaristas do Amapá - Aspa; e Gilberto Firmino Martins, ex-
Presidente da Aspa
Unidade: Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado do
Amapá (SFA/AP)
Sumário: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. INSTAURAÇÃO EM CUMPRIMENTO
AO ACÓRDÃO 4787/2012 - TCU - 1ª CÂMARA (TC 004.911/2012-1 - REPRESENTAÇÃO).
IRREGULARIDADES NOS TERMOS DE COOPERAÇÃO TÉCNICA FORMALIZADOS ENTRE
A SFA/AP E A ASPA. NÃO RESSARCIMENTO AO ERÁRIO DE PARTE DA VERBA
REPASSADA PARA PROGRAMAS DE VACINAÇÃO CONTRA FEBRE AFTOSA. CITAÇÃO
DOS EX-DIRIGENTES DA SFA/AP, DA ASPA E DO SEU PRESIDENTE. REVELIA DOS DOIS
ÚLTIMOS. ACATAMENTO DA DEFESA DE UM DOS EX-DIRIGENTES E REJEIÇÃO DA DO
OUTRO. CONTAS IRREGULARES. DÉBITO DE RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA E
SOLIDÁRIA DA ASPA E DO SEU PRESIDENTE. MULTAS.p
RELATÓRIO
Cuidam os autos de tomada de contas especial instaurada por conversão, em cumprimento
ao Acórdão 4787/2012 - TCU - 1ª Câmara, proferido, por relação, no TC 004.911/2012-1
(representação), que apontou os seguintes responsáveis por irregularidades nos termos de cooperação
técnica formalizados nos exercícios de 2009 e 2010, entre a SFA/AP e a Associação dos Pecuaristas do
Amapá - Aspa: Ruy Santos Carvalho, ex-Superintendente Federal de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento no Estado do Amapá (SFA/AP); Luiz Carlos Pinheiro Borges, ex-Superintendente
Substituto da SFA/AP; Associação dos Pecuaristas do Amapá - Aspa; e Gilberto Firmino Martins, ex-
Presidente da Aspa.
2. Após sanear os autos, a Secex/AP (peça 39) instruiu o feito nos seguintes termos:
“INTRODUÇÃO
1. Tratam os autos de tomada de contas especial instaurada por conversão, em
cumprimento ao Acórdão 4787/2012 – TCU - 1ª Câmara, proferido no TC 004.911/2012-1, com
determinação para a citação imediata dos responsáveis identificados.
2. A referida representação foi formulada por interventor da Superintendência Federal de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado do Amapá (SFA/AP), relatando possíveis
irregularidades relacionadas à inexistência da prestação de contas de termos de cooperação técnica
formalizados nos exercícios de 2009 e 2010, entre a SFA/AP e a Associação dos Pecuaristas do
Amapá (Aspa).
HISTÓRICO 3. O primeiro termo de cooperação, datado de 3/11/2009, com vigência dessa data até
4/5/2010, objetivou estabelecer condições para cobrança, recebimento, recolhimento pela Aspa e
transferência ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Mapa dos valores cobrados
dos produtores rurais pelos serviços prestados de vacinação referente ao Programa Agulha Oficial I
(peça 1, p. 11-13 do processo apensado).
3.1. De acordo com esse termo de cooperação, a sistemática de vacinação seria a
seguinte: a aquisição das vacinas seria responsabilidade do Mapa; a vacinação dos rebanhos seria
realizada pelos técnicos dos órgãos envolvidos; no momento da vacinação seria cobrado o valor de
R$ 1,30 por vacina; o valor arrecadado seria depositado em conta bancária da Aspa; caso o produtor
decidisse por pagamento posterior, ele assinaria termo de compromisso que seria entregue à Aspa,
para proceder à devida cobrança; dos valores depositados em conta bancária e dos valores recebidos
pela Aspa em razão de cobrança, R$ 0,93 por vacina seria reembolsado à SFA/AP (custo de
aquisição); o saldo do valor unitário pertenceria à Aspa.
196
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
3.2. A Aspa deveria exercer a cobrança por meio dos instrumentos legais, em um prazo
máximo de 90 dias, a contar da data de encerramento do Programa Agulha Oficial I.
3.3. Nos termos de relatório elaborado pelo Serviço de Saúde, Inspeção e Fiscalização
Animal da SFA/AP, datado de 15/6/2011, foi a seguinte a situação do Programa Agulha Oficial I
(peça 1, p. 9-10 do processo apensado):
Programa Agulha Oficial I
Controle de Vacinas Quant. de
doses
Preço (R$)
Unitário Total
Vacinas adquiridas pela SFA/AP 281.210 -- --
Vacinas utilizadas na campanha 205.027 -- --
Vacinas perdidas 9.653 -- --
Vacinas em estoque 66.530 -- --
Vacinas repassadas à Aspa 148.817 0,93 138.399,81
Vacinas pagas pela Aspa 125.000 0,93 116.250,00
Valor devido pela Aspa 23.817 0,93 22.149,81
Fonte: peça 1, pp. 9-10
3.4 Portanto, em relação ao Programa Agulha Oficial I (exercício de 2009), foi repassada
à Aspa a quantidade de 148.817 doses, importando no valor de R$ 138.399,81. Deste total, a Aspa
recolheu aos cofres da SFA/AP a quantia de R$ 116.250,00, nos termos das guias de recolhimento
(peça 1, p. 28-29 do processo apensado). Assim, restou o saldo de R$ 22.149,81 a recolher. Além
disso, a citada associação não apresentou a respectiva prestação de contas.
4. O segundo termo de cooperação foi assinado em 20/10/2010, com vigência até
20/4/2011, com cláusulas semelhantes ao acordo anterior e se referia à execução do Programa
Agulha Oficial II (peça 1, p. 16-19 do processo apensado).
4.1 O relatório do Serviço de Saúde, Inspeção e Fiscalização Animal da SFA/AP, datado
de 15/6/2011, informa a seguinte situação do citado programa (peça 1, p. 9-10 do processo
apensado):
Programa Agulha Oficial II
Controle de Vacinas Quant. de
doses
Preço (R$)
Unitário Total
Vacinas adquiridas pela SFA/AP 300.000 -- --
Vacinas utilizadas na campanha -- --
Vacinas perdidas 8.280 -- --
Vacinas em estoque -- -- --
Vacinas repassadas à Aspa 251.170 0,93 233.588,10
Vacinas pagas pela Aspa 0 0,93 0,00
Valor devido pela Aspa 251.170 0,93 233.588,10
Fonte: peça 1, pp. 9-10
4.2 Dessa forma, em relação ao Programa Agulha Oficial II, a Aspa não apresentou a
respectiva prestação de contas e tampouco repassou à SFA/AP o valor total de R$ 233.588,10.
5. Exarado o Acórdão 4787/2012 – TCU - 1ª Câmara, foram adotadas as providências
para citação dos responsáveis.
5.1 Preliminarmente, foi realizada pesquisa nos sistemas CPF e CNPJ, para identificação
dos endereços dos responsáveis (peça 3).
5.2 Devidamente citado, o Sr. Ruy Santos Carvalho, Superintendente da SFA/AP, à época
dos fatos (peça 4), apresentou suas alegações de defesa (peça 27), por meio de seu advogado (peça
31);
5.3 O Sr. Luiz Carlos Pinheiro Borges, Superintendente da SFA/AP, à época dos fatos, foi
devidamente citado (peça 7) e apresentou suas alegações de defesa (peça 29).
197
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
5.4 Foram realizadas duas tentativas de citar a Associação dos Pecuaristas do Amapá
(Aspa). Na primeira tentativa, o ofício foi enviado ao endereço da Associação constante do CNPJ,
qual seja, Av. Coaracy Nunes 120, Altos, Sala 02, Macapá/AP (peça 5). O AR retornou declarando
que o endereço é desconhecido (peça 10). O segundo ofício foi enviado para o endereço residencial
do presidente da Associação, ou seja, Av. Xavantes 876, Buritizal, Macapá/AP (peça 8). O ofício foi
recebido no citado endereço (peça 13). Todavia, a associação não compareceu aos autos.
5.5 Foram infrutíferas as tentativas de citar o Sr. Gilberto Firmino Martins, presidente da
Associação dos Pecuaristas do Amapá (Aspa), à época dos fatos. O Ofício 022/2013 foi enviado ao
endereço do responsável constante do sistema CPF (peça 6). O respectivo aviso de recebimento
retornou com a informação de “Ausente” (peça 12). Nova tentativa foi realizada por intermédio do
Ofício 0105/2013 (peça 11). O AR novamente retornou com a informação “Ausente” (peça 14). Ante
esse quadro, o titular da unidade técnica nomeou servidor para entrega da notificação (peça 32).
Mencionado servidor declarou que foi quatro vezes ao endereço do responsável e foi informado por
pessoa que lhe atendeu, que não estava autorizada a receber a correspondência (peça 33). Por esse
motivo, em 2/5/2013 foi promovida a citação por edital do responsável (peça 37). Em 21/5/2013 foi
emitida certidão declarando que não foram apresentadas as alegações de defesa da Associação dos
Pecuaristas do Amapá (Aspa) e nem do Sr. Gilberto Firmino Martins, presidente da citada entidade
(peça 38);
5.6 Pelo exposto, a Associação dos Pecuaristas do Amapá (Aspa) e o Sr. Gilberto Firmino
Martins, presidente da citada entidade, devem ser considerados revéis, nos termos do art. 12, § 3º, da
Lei 8.443/1992, dando-se prosseguimento ao processo.
5.7 Será apresentado, a seguir, o exame técnico das alegações de defesa dos responsáveis
que compareceram aos autos.
EXAME TÉCNICO
6. Citação do Sr. Luiz Carlos Pinheiro Borges, superintendente substituto da SFA/AP à
época dos fatos.
6.1 Ocorrência: devolução de valores monetários de legítima propriedade da SFA/AP, no
montante de R$ 34.667,70, à conta corrente de titularidade da Aspa, referente ao termo de
cooperação, datado de 20/10/2010, cujo objeto consistiu em estabelecer a cooperação técnica entre o
Mapa, através da SFA/AP e a Aspa para o apoio técnico e operacional aos serviços de vacinação
contra febre aftosa, durante a Operação Agulha Oficial II, no Estado do Amapá.
6.2 Alegações de defesa (peça 29)
6.2.1 Alegou que não houve devolução de valores da SFA/AP para Aspa e sim, depósitos
de valores recolhidos da venda de vacinas por técnicos envolvidos na operacionalização no decorrer e
após as campanhas, depósitos estes efetuados por técnicos das instituições envolvidas (SFA/AP,
DIAGRO, RURAP, Aspa, entre outras), atuando no controle de receber e prestar contas dos valores
arrecadados das vacinas.
6.2.2 Argumenta que os valores decorrentes da vacinação não são de legitima propriedade
da SFA/AP, como afirmado na representação, porque essas vacinas seriam doadas à Bolívia conforme
descreve o Diretor do Departamento de Saúde Animal Mapa na Nota Técnica DSA 78: ‘Por se tratar
de uma operação com intervenção direta do Mapa, o qual já dispõe de contrato com uma empresa
para aquisição de vacinas a serem doadas à Bolívia e onde os acréscimos permitidos nos valores
inicialmente pactuados viabilizariam a quantidade prevista de doses para atender toda a operação no
Amapá’.
6.2.3 Os Ofícios 016, de 12/1/2011, e 038, de 18/1/2011, assinados pelo responsável,
apenas informavam sobre os depósitos efetuados na conta da Aspa para as devidas prestações de
contas. Informar sobre os depósitos realizados e cobrar da Associação a prestação de contas era uma
das providências a serem adotadas pelo gestor.
198
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
6.2.4 Esclareceu, ainda, que não foi esse responsável quem depositou, orientou,
coordenou e elaborou o termo de cooperação técnica entre as instituições e muito menos autorizou os
procedimentos de depósito na conta da Aspa.
6.2.5 Por essas razões, solicitou que sejam acolhidas suas alegações de defesa.
6.3 Análise
6.3.1 No que se refere à cobrança dos valores das vacinas, na sistemática adotada pelos
termos de cooperação cabia à SFA/AP:
‘a) receber do produtor, no ato da vacinação, através das equipes de vacinação, o valor
correspondente à quantidade de doses efetivamente gastas e fornecer o respectivo recibo ou solicitar
do produtor a assinatura do termo de compromisso para pagamento dos serviços de vacinação,
quando o produtor, optasse para pagamento em data posterior;
b) depositar ou fazer depositar os valores recebidos dos produtores que tiveram seus
animais vacinados;
c) informar à Aspa, para seu controle, os depósitos realizados;
d) remeter à Aspa os termos de compromissos assinados, para posterior cobrança.’
6.3.2 Dessa forma, cumprindo o que estava estabelecido no termo de cooperação, a
SFA/AP fez os depósitos bancários, e o responsável em análise enviou à Aspa ofício informando os
valores depositados. Portanto, entende-se que o responsável apenas cumpriu o que estava
estabelecido no termo de cooperação, informando a Associação dos depósitos efetuados na conta
bancária da Aspa.
6.3.3 Por esse motivo, proponho que seja acatada a alegação de defesa do responsável.
7. Citação do Sr. Ruy Santos Carvalho, superintendente da SFA/AP à época dos fatos.
Quanto ao Programa Agulha Oficial I (débito de R$ 22.149,81, atualizado a partir de
4/5/2010)
7.1 Ocorrência: 1) ter formalizado, indevidamente, termo de cooperação com a Aspa,
datado de 3/11/2009, uma vez que de acordo com o art. 1º, § 1º, inciso XVIII, da Portaria
Interministerial 127/2008, esse tipo de instrumento somente pode ser celebrado com outro órgão
federal da mesma natureza ou autarquia, fundação pública ou empresa estatal dependente; 2) não ter
adotado as medidas cabíveis com vistas a exigir o reembolso integral dos valores devidos pela Aspa
relativamente a esse termo; 3) não ter exigido a apresentação da prestação de contas, relativo ao
termo de cooperação, datado de 3/11/2009, cujo objeto consistiu em estabelecer condições para
cobrança, recebimento, recolhimento pela Aspa e transferência ao Mapa dos valores cobrados junto
aos produtores rurais pelos serviços prestados de vacinação referente ao programa Agulha Oficial.
Quanto ao Programa Agulha Oficial II (débito de R$ 233.588,10, atualizado a partir de
22/4/2011) 7.2 Ocorrência: 1) ter formalizado, indevidamente, termo de cooperação com a Aspa,
datado de 20/10/2010, uma vez que de acordo com o art. 1º, § 1º, inciso XVIII, da Portaria
Interministerial 127/2008, esse tipo de instrumento somente pode ser celebrado com outro órgão
federal da mesma natureza ou autarquia, fundação pública ou empresa estatal dependente; 2) não ter
adotado as medidas cabíveis com vistas a exigir o reembolso integral dos valores devidos pela Aspa
relativamente a esse termo; 3) não ter exigido a apresentação da prestação de contas, relativo ao
termo de cooperação, datado de 20/10/2010, cujo objeto consistiu em estabelecer a cooperação
técnica entre o Mapa, através da SFA/AP e a Aspa para o apoio técnico e operacional aos serviços da
vacinação contra febre aftosa, durante a II Operação Agulha Oficial no Estado do Amapá.
7.3 Alegações de defesa (peça 27)
7.3.1 Alega que não houve, no caso em apreço, qualquer atitude por parte do defendente
que caracterizasse prejuízo ao erário. Ao contrário, todas as suas decisões foram com o cunho de dar
continuidade ao serviço público, visando à efetivação das campanhas Agulha Oficial I e II, realizadas,
respectivamente, em 2009 e 2010.
199
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
7.3.2 Para a realização dos eventos, coube ao Ministério da Agricultura o apoio logístico
e à Secretaria de Estado da Agricultura caberia a aquisição dos imunógenos necessários à vacinação.
O Mapa cumpriu sua parte na tratativa, mas, posteriormente, foi informado que a Secretaria de
Estado não iria disponibilizar as vacinas.
7.3.3 Para não comprometer a operação, o Mapa adquiriu os imunógenos necessários à
vacinação. Inicialmente, essas vacinas seriam doadas à Bolívia, conforme se extrai da Nota Técnica
DAS 78 (anexa). As vacinas foram doadas ao Estado do Amapá em espécie e não em dinheiro, como
se depreende dos autos.
7.3.4 As vacinas foram encaminhadas à Secretaria de Estado da Agricultura para
acondicionamento, não havendo qualquer documento oficial transferindo a responsabilidade pelos
imunizantes ao defendente. Ao contrário, de acordo com a Portaria 162, de 25/11/2009, que anexou à
sua defesa, o Mapa nomeou os servidores Gil Carlos de Medeiros e Cláudio João Zorthea
responsáveis pelo recebimento e fiscalização das vacinas. Ainda neste sentido, a Instrução Normativa
44, de 2/10/2007, que trata do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa, em
seu art. 16, vincula a responsabilidade das vacinas aos veterinários oficiais. Por esses motivos, não
há qualquer previsão legal que vincule a responsabilização pelas vacinas ao defendente.
7.3.5 Ante a inércia da Secretaria de Estado da Agricultura, não restou alternativa ao
defendente senão firmar termo de cooperação técnica com a Associação dos Pecuaristas do Amapá -
Aspa, o qual foi devidamente acompanhado pelos veterinários responsáveis. Embora o art. 1º, § 1º,
inciso XVIII, da Portaria 127/2008 não permitisse a assinatura de termo de cooperação entre órgão
público e entidade particular, o mal que seria acometido ao Mapa seria muito maior sem tal
celebração: as vacinas seriam perdidas e todo o investimento com o apoio logístico também seria
perdido.
7.3.6 O defendente assevera, ainda, que não há nenhuma previsão legal para a cobrança
das referidas vacinas pelo Mapa. A Instrução Normativa 44, de 2/10/2007, que trata do Programa
Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa, em seu art. 17, § 1º, estabelece que a
vacinação contra a febre aftosa é de responsabilidade dos produtores rurais, que deverão comprovar
a aquisição da vacina em quantidade compatível com a exploração pecuária sob a responsabilidade
dos mesmos e declarar sua aplicação dentro dos prazos estabelecidos, conforme procedimentos
definidos pelo serviço veterinário oficial.
7.3.7 Ora, como inexistia previsão legal que obrigasse o defendente a efetuar a cobrança
das vacinas doadas ao Estado do Amapá, a arrecadação efetuada durante as citadas campanhas
constituiu, na verdade, um saldo para a Administração e não um prejuízo ao erário, como afirma o
Tribunal.
7.3.8 Avocando o princípio da razoabilidade, o defendente considerou que o presente
procedimento do Tribunal não se coaduna com o mencionado princípio, porquanto se mostra
evidentemente injusta e totalmente inadequada a medida de imputar ao ex-gestor prejuízos de
dinheiro que sequer existiram.
7.3.9 Por fim, solicita que seja declarada a inocência do defendente das condutas
imputadas nos presentes autos.
7.4 Análise
7.4.1 As análises a seguir expendidas deverão se conformar às ocorrências imputadas ao
ex-gestor.
Quanto à celebração de Termo de Cooperação
7.4.2 O ex-gestor reconhece que a celebração dos termos de vooperação entre a SFA/AP e
a Associação dos Pecuaristas do Amapá - Aspa fere a disposição contida no art. 1º, § 1º, inciso XVIII,
da Portaria 127/2008. Sustenta, no entanto, que deixar de realizar as campanhas de vacinação seria
mais prejudicial para o Ministério, pois as vacinas perderiam os prazos de validade e todo o
investimento com o apoio logístico também seria perdido.
200
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
7.4.3 O questionamento do Tribunal não foi quanto à necessidade de realização das
campanhas e os riscos que por ventura seriam provocados pela sua não efetivação. A ocorrência tida
como irregular pelo Tribunal foi o instrumento utilizado para pactuação com a Associação, que foi o
termo de cooperação. O art. 1º, § 1º, inciso XVIII, da Portaria 127/2008 estabelece que termo de
cooperação é o instrumento que regulamenta transferência de crédito entre órgãos ou entidades da
administração pública federal, portanto tal instrumento não deveria ter sido utilizado na pactuação
em estudo.
7.4.4 Por esse motivo, entendo que quanto à celebração de termo de cooperação, a
alegação de defesa do ex-gestor não pode ser acatada.
Quanto a não ter adotado as medidas cabíveis com vistas a exigir o reembolso integral
dos valores devidos pela Aspa relativamente aos termos de cooperação celebrados.
7.4.5 O defendente alegou que não havia nenhuma previsão legal para que o ex-gestor
cobrasse pelas referidas vacinas. Todavia, em sua defesa o ex-superintendente menciona a Instrução
Normativa 44, de 2/10/2007, que em seu art. 17, § 1º, estabelece que vacinação contra febre aftosa é
de responsabilidade dos produtores rurais. Dessa forma, resta claro que os encargos decorrentes da
vacinação devem ser cobertos pelos produtores rurais e não pela União. É assim que ocorre em todos
os estados da federação.
7.4.6 No caso do Amapá, por algum motivo estratégico ou tático (que não está informado
nos autos), a União forneceu as vacinas, mas com o compromisso de que o produtor rural pagasse R$
1,30 por dose de vacina realizada. Desse valor, R$ 0,93 (relativo ao custo de aquisição) seria de
propriedade da União e o restante seria de propriedade da Aspa. Isso é o que se depreende das
cláusulas quinta e sexta do Termo de Compromisso/2009 e cláusulas quinta a sétima do Termo de
Compromisso/2010 (peça 1, p. 12 e 18 do processo apensado, respectivamente).
7.4.7 A sistemática estabelecida nos citados termos de compromissos era a seguinte: A
SFA/AP recebia os valores dos produtores rurais no ato da vacinação ou colhia do produtor
assinatura de termo de compromisso para pagamento posterior; depositava os valores recebidos na
conta bancária da Aspa; informava à Aspa os depósitos realizados; repassava à Aspa os termos de
compromisso assinados, para posterior cobrança.
7.4.8 No Termo de Compromisso/2009, do total depositado na conta bancária da Aspa ou
por esta arrecadado, R$ 0,93 por vacina utilizada deveria ser repassada à União até 120 dias a
contar de 15/12/2009 (peça 1, p. 12 do processo apensado). De igual modo, no âmbito do Termo de
Compromisso/2010, o repasse à União deveria ocorrer em até 120 dias a contar de 03/12/2010 (peça
1, p. 18 do processo apensado).
7.4.9 Portanto, resta indubitável que a Aspa assumiu o dever de repassar à União R$ 0,93
por vacina utilizada. De igual modo, por equivalência, resta inquestionável que o ex-gestor tinha o
deve cobrar da Associação os valores devidos. Neste sentido, o ex-gestor não comprovou ter adotado
medidas para cobrar da Aspa os valores devidos decorrentes dos acordos celebrados.
7.4.10 Pelo exposto, entende-se que a alegação de defesa apresentada não foi suficiente
para elidir a irregularidade imputada ao ex-gestor.
Quanto a não ter exigido a apresentação da prestação de contas, relativo aos Termos de
Cooperação celebrados.
7.4.11 Na verdade, os termos de cooperação são silentes quanto à prestação de contas.
Estabelecem apenas as datas limites em que a Aspa deveria repassar para a União os valores
arrecadados.
7.4.12 Todavia, o dever de prestar contas é imposição constitucional, conforme
estabelecido no art. 70, parágrafo único, da CF/1988. Dessa forma, considerando que a associação
arrecadou e guardou recursos de propriedade da União, ao final da avença, a Aspa tinha o dever de
prestar contas dos valores recebido e guardados. A Associação não prestou contas e o ex-gestor
deixou de adotar medidas no sentido cobrar a prestação de contas da entidade.
201
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
7.4.13 Por esse motivo, entende-se que a alegação de defesa apresentada não foi suficiente
para elidir a irregularidade imputada ao ex-gestor.
EXAME DA RESPONSABILIZAÇÃO, DA CONDUTA E DA CULPABILIDADE
8. Responsável: Ruy Santos Carvalho (CPF 087.480.202-49), superintendente da SFA/AP,
à época dos fatos.
8.1 Conduta: deixou de exigir da Associação dos Pecuaristas do Amapá - Aspa a
prestação de contas e a devolução dos valores de R$ 22.149,81 (4/5/2010) e R$ 233.588,10
(22/4/2011) recebidos pela mencionada entidade por força dos termos de cooperação indevidamente
celebrados com a Superintendência Federal de Agricultura no Amapá - SFA/AP;
8.2 Nexo de causalidade: a conduta do responsável ocasionou um prejuízo ao erário no
valor total original de R$ 255.737,91 [R$ 22.149,81 + R$ 233.588,10];
8.3 Culpabilidade: na condição de signatário dos termos de cooperação, o responsável
sabia que a Aspa deveria prestar contas e repassar à União os valores recebidos por força dos
acordos celebrados, sendo, portanto, sua função cobrar a devolução dos citados recursos.
9. Responsáveis: Associação dos Pecuaristas do Amapá (Aspa) e Gilberto Firmino
Martins (CPF 271.039.602-59), presidente da entidade à época dos fatos.
9.1 Conduta: deixaram de repassar à União, por intermédio da SFA/AP, os valores de R$
22.149,81 (4/5/2010) e R$ 233.588,10 (22/4/2011) recebidos pela Associação dos Pecuaristas do
Amapá - Aspa por força dos termos de cooperação celebrados com a Superintendência Federal de
Agricultura no Amapá - SFA/AP;
9.2 Nexo de causalidade: a conduta dos responsáveis ocasionou um prejuízo ao erário no
valor original de R$ 255.737,91;
9.3 Culpabilidade: na condição de signatário dos termos de cooperação, os responsáveis
sabiam que deveriam repassar à União os valores recebidos pela Aspa por força dos acordos
celebrados.
BENEFÍCIOS DAS AÇÕES DE CONTROLE EXTERNO
10. Entre os benefícios do exame desta tomada de contas especial, pode-se mencionar o
benefício quantitativo relacionado a débito e multa a serem imputados aos responsáveis.
CONCLUSÃO 11. O combate à febre aftosa é uma ação estratégica para o Brasil. A presença dessa
praga impede a exportação de carne brasileira, trazendo prejuízos aos produtores e à balança
comercial. A perspectiva estratégica desse combate, no entanto, não é motivo suficiente para que se
cometam ilegalidades ou que se causem prejuízos ao erário, como ocorreu no caso em análise.
12. A primeira ocorrência diz respeito ao fato de que a SFA/AP pactuou ações conjuntas
com a Aspa por intermédio de Termo de Cooperação, não obstante esse instrumento ser utilizado
apenas para celebrar acordos entre órgãos da Administração Pública Federal, conforme se
depreende do art. 1º, § 1º, inciso XVIII, da Portaria Interministerial 127/2008.
13. Outra ocorrência detectada foi que a Aspa deixou de repassar à União, por intermédio
da SFA/AP, o valor original de R$ 255.737,91. Para cada vacina aplicada, foi cobrado R$ 1,30 dos
produtores. Desse valor, R$ 0,93 por vacina deveria ser repassado à SFA/AP e o restante pertencia à
Associação. No Programa Agulha Oficial I, a Aspa deixou de recolher à SFA/AP o valor de R$
22.149,81, enquanto no Programa Agulha Oficial II, o valor não recolhido foi R$ 233.588,10. O
gestor da SFA/AP à época dos fatos, Sr. Ruy Santos Carvalho, não comprovou ter adotado medidas no
sentido de cobrar da Associação o repasse dos recursos devidos.
14. Do mesmo modo, a Aspa deixou de apresentar as prestações de contas relativas aos
recursos recebidos por força dos termos de cooperação pactuados. Não obstante os termos serem
silentes quanto à obrigação de prestar contas, esta está inserida no art. 70, parágrafo único, da Carta
Magna vigente. O gestor da SFA/AP à época dos fatos, Sr. Ruy Santos Carvalho, não comprovou ter
adotado medidas no sentido de cobrar da Associação a apresentação da prestação de contas dos
recursos recebidos por força dos termos celebrados.
202
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
15. Não obstante devidamente notificados, a Associação dos Pecuaristas do Amapá - Aspa
e o seu presidente à época dos fatos, Sr. Gilberto Firmino Martins, não compareceram aos autos,
devendo ser considerados revéis, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992. Deve-se salientar,
ainda, que as alegações de defesa dos responsáveis que compareceram aos autos não lograram elidir
as irregularidades apontadas, não podendo ser aproveitadas em favor dos responsáveis revéis.
16. Essas conclusões sustentam a proposta de encaminhamento a seguir apresentada.
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO 17. Pelo exposto, submeto os autos à consideração superior, para envio ao Ministério
Público/TCU e posterior remessa ao Gabinete do Exmo. Sr. Ministro-Relator José Múcio Monteiro,
com as seguintes propostas:
I. Sejam os responsáveis Associação dos Pecuaristas do Amapá - Aspa (CNPJ
05.828.309/0001-98) e o Sr. Gilberto Firmino Martins (CPF 271.039.602-59), presidente da Aspa, à
época dos fatos, considerados revéis, dando-se prosseguimento aos autos, nos termos do art. 12, § 3º,
da Lei 8.443/1992;
II. Sejam acatadas as alegações de defesa do Sr. Luiz Carlos Pinheiro Borges (CPF
388.588.272-87), superintendente substituto da SFA/AP, afastando a responsabilidade pela
irregularidade que lhe foi imputada;
III. Sejam rejeitadas as alegações de defesa do Sr. Ruy Santos Carvalho (CPF
087.480.202-49), superintendente da SFA/AP, à época dos fatos;
IV. Com fundamento nos arts. 1º, I; 16, inciso III, alíneas ‘c’ e ‘d’, 19 e 23, inciso III, da
Lei 8.443/92, c/c os arts. 1º, inciso I, 209, incisos III e IV, 210 e 214 do Regimento Interno do TCU,
sejam julgadas irregulares as contas do Sr. Ruy Santos Carvalho, CPF 087.480.202-49,
superintendente da SFA/AP, à época dos fatos, da Associação dos Pecuaristas do Amapá – Aspa,
CNPJ 05.828.309/0001-98, bem como do seu presidente à época dos fatos, Sr. Gilberto Firmino
Martins, CPF 271.039.602-59, relativamente aos Termos de Cooperação celebrados entre essas
entidades, condenando-os solidariamente ao pagamento das importâncias abaixo discriminadas,
atualizadas monetariamente e acrescidas dos juros de mora, calculadas a partir das datas indicadas,
até a efetiva quitação dos débitos, fixando-lhe o prazo de 15 (quinze) dias, para que comprove,
perante o Tribunal, o recolhimento das referidas quantias aos cofres do Tesouro Nacional.
a) Irregularidade: não reembolso por parte da Aspa à União, por intermédio da SFA/AP,
dos valores a seguir discriminados, recebidos por força dos termos de cooperação celebrados nos
exercícios de 2009 e 2010.
a.1) Dispositivo infringido: Art. 70, parágrafo único, da Constituição Federal, cláusulas
quinta e sexta do Termo de Compromisso/2009 e cláusulas quinta a sétima do Termo de
Compromisso/2010.
a.2) Valor do débito:
Valor R$ Data
22.149,81 4/5/2010
233.588,10 22/4/2011
V. Seja aplicada, individualmente, aos responsáveis, a multa prevista no art. 57 da Lei nº
8.443/92, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovar, perante o
Tribunal, o seu recolhimento aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a
data do presente Acórdão até a do efetivo recolhimento, se paga após o vencimento, na forma da
legislação em vigor (art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno/TCU);
VI. Seja autorizada, desde logo, a cobrança judicial da dívida, caso não atendida a
notificação, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei nº 8.443/92;
VII. Seja autorizado, desde logo, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/92, c/c o art. 217 do
RI/TCU, o pagamento das dívidas em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais e consecutivas, se
solicitado, fixando-se o vencimento da primeira parcela em 15 (quinze) dias, a contar do recebimento
das notificações, e o das demais a cada trinta dias, devendo o responsável ser informado da
203
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
incidência sobre cada parcela dos encargos legais devidos, na forma prevista na legislação em vigor,
e que a falta de comprovação do recolhimento de qualquer parcela importará o vencimento
antecipado do saldo devedor, nos termos do art. 217, §§ 1º e 2º, do Regimento Interno/TCU;
VIII. Sejam remetidas cópia da deliberação que vier a ser proferida, acompanhada de
cópias do relatório e voto que lhe dão sustentação, à Procuradoria da República no Estado do
Amapá, para ajuizamento das ações que entender cabíveis, nos termos do art. 209, § 7º, da Lei
8.443/92.”
3. O MP/TCU, no parecer da lavra do Procurador Júlio Marcelo de Oliveira (peça 42),
aquiesceu ao encaminhamento proposto pela unidade instrutiva.
É o relatório.
pp
VOTO
Cuidam os autos de tomada de contas especial instaurada em cumprimento ao Acórdão
4.787/2012 – TCU - 1ª Câmara, proferido, por relação, no TC 004.911/2012-1 (representação), com
determinação para a audiência e citação dos seguintes responsáveis: Ruy Santos Carvalho, ex-
Superintendente Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado do Amapá (SFA/AP);
Luiz Carlos Pinheiro Borges, ex-Superintendente-Substituto da SFA/AP; Associação dos Pecuaristas
do Amapá - Aspa; e Gilberto Firmino Martins, ex-Presidente da Aspa.
2. A representação foi formulada por interventor da SFA/AP, que relatou possíveis
irregularidades relacionadas à inexistência da prestação de contas de dois termos de cooperação
técnica formalizados entre a SFA/AP e a Aspa, nos exercícios de 2009 e 2010.
3. Os referidos termos tinham por objetivo estabelecer condições para cobrança,
recebimento e recolhimento pela Aspa e posterior transferência ao Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento - Mapa, por meio da SFA/AP, dos valores cobrados dos produtores rurais pelos
serviços prestados de vacinação contra febre aftosa referente aos Programas Agulha Oficial I e II.
4. Em relação ao Programa Agulha Oficial I (exercício de 2009), restou o saldo de R$
22.149,81 que a Aspa deveria transferir ao Mapa. Por sua vez, quanto ao Programa Agulha Oficial II
(2010), a Aspa também não apresentou a respectiva prestação de contas e tampouco repassou à
SFA/AP o valor total de R$ 233.588,10.
5. Saneados os autos, a Secex/AP (peça 39) elaborou, em síntese, a seguinte proposta de
mérito:
“I. sejam os responsáveis Associação dos Pecuaristas do Amapá - Aspa e Gilberto Firmino
Martins, presidente da Aspa, à época dos fatos, considerados revéis, dando-se prosseguimento aos
autos;
II. sejam acatadas as alegações de defesa de Luiz Carlos Pinheiro Borges,
Superintendente-Substituto da SFA/AP, afastando a responsabilidade pela irregularidade que lhe foi
imputada;
III. sejam rejeitadas as alegações de defesa de Ruy Santos Carvalho, Superintendente da
SFA/AP, à época dos fatos;
IV. com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso III, alíneas ‘c’ e ‘d’, 19 e 23, inciso
III, da Lei 8.443/92, c/c os arts. 1º, inciso I, 209, incisos III e IV, 210 e 214 do Regimento Interno do
TCU, sejam julgadas irregulares as contas de Ruy Santos Carvalho, ex-Superintendente da SFA/AP,
da Aspa, bem como do seu presidente à época dos fatos, Gilberto Firmino Martins, relativamente aos
termos de cooperação celebrados entre essas entidades, condenando-os solidariamente ao pagamento
das importâncias abaixo discriminadas, atualizadas monetariamente e acrescidas dos juros de mora,
calculadas a partir das datas indicadas (...):
204
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
a) Irregularidade: não reembolso por parte da Aspa à União, por intermédio da SFA/AP,
dos valores a seguir discriminados, recebidos por força dos termos de cooperação celebrados nos
exercícios de 2009 e 2010;
a.1) dispositivo infringido: Art. 70, parágrafo único, da Constituição Federal, cláusulas
quinta e sexta do Termo de Compromisso/2009 e cláusulas quinta a sétima do Termo de
Compromisso/2010.
a.2) valores dos débitos: R$ 22.149,81, em 04/05/2010, e R$ 233.588,10, em 22/04/2011;
V. seja aplicada, individualmente, aos responsáveis, a multa prevista no art. 57 da Lei
8.443/1992(...).”
6. O MP/TCU, nos termos do parecer que consta no relatório acima, posicionou-se de
acordo com o alvitrado pela unidade técnica.
7. Inicialmente, observo que o Acórdão 4.787/2012 - 1ª Câmara determinou que fossem
realizadas citações e audiências dos responsáveis. Todavia, a Secex/AP efetivou apenas as citações.
Tal falha processual não inviabiliza o processo, porquanto os dois procedimentos tratavam das mesmas
irregularidades. Assim, as defesas apresentadas em atenção às citações certamente se aproveitariam
para as audiências.
8. O responsável Luiz Carlos Pinheiro Borges, ex-Superintendente-Substituto da SFA/AP,
foi citado pela seguinte o ocorrência: “devolução de valores monetários de legítima propriedade da
SFA/AP, no montante de R$ 34.667,70, à conta corrente de titularidade da Aspa, referente ao termo
de cooperação datado de 20/10/2010 (Operação Agulha Oficial II)”
9. Concordo com o posicionamento da unidade técnica no sentido de que as alegações
desse ex-dirigente da SFA/AP sejam acolhidas, uma vez que ficou esclarecido que tal movimentação
financeira estava prevista no inusitado termo de cooperação. Ademais, tal gestor, cumprindo o que
estava estabelecido no acordo, apenas informou à Aspa sobre os depósitos efetuados na sua conta
bancária. Assim, o então superintendente substituto deve ter sua responsabilidade afastada e, portanto,
ser excluído da relação processual.
10. Diferente é o caso do ex-Superitendente da SFA/AP Ruy Santos Carvalho, que, na
condição de signatário do termo de cooperação, tinha o poder-dever de exigir que a Aspa prestasse
contas e devolvesse à União parte dos valores recebidos por força dos acordos celebrados.
11. Com efeito, esse responsável foi citado em razão das seguintes ocorrências: “1) ter
formalizado, indevidamente, os termos de cooperação com a Aspa, uma vez que, de acordo com o art.
1º, § 1º, inciso XVIII, da Portaria Interministerial 127/2008, esse tipo de instrumento somente pode
ser celebrado com outro órgão federal da mesma natureza ou autarquia, fundação pública ou
empresa estatal dependente; 2) não ter adotado as medidas cabíveis com vistas a exigir o reembolso
integral dos valores devidos pela Aspa, relativamente a tais acordos; 3) não ter exigido a
apresentação da prestação de contas, relativa ao termo de cooperação”.
12. Conforme bem lembrado pela Secex/AP, a regra, inclusive normatizada, é que a
vacinação contra febre aftosa seja de responsabilidade dos produtores rurais, sendo claro, pois, que os
encargos decorrentes devem ser cobertos pelos pecuaristas e não pela União. É assim que, em geral,
ocorre em todos os estados da Federação. Todavia, no caso do Amapá, por motivos que, no momento,
não interessam para o deslinde desta TCE, o Mapa forneceu as vacinas, porém com o compromisso de
que o produtor rural pagasse R$ 1,30 por dose aplicada e, após comprovação, devolvesse ao erário o
valor de R$ 0,93, referente ao custo de aquisição.
13. A defesa de Ruy Santos Carvalho se pauta na alegação que ele teria cumprido suas
obrigações para que as campanhas de vacinação Agulha Oficial I e II fossem realizadas. Argui, ainda,
que não seria de sua responsabilidade a cobrança dos valores que supostamente deveriam ser
ressarcidos, pois, segundo ele, como “inexistia previsão legal que obrigasse o defendente a efetuar a
cobrança das vacinas doadas ao Estado do Amapá, a arrecadação efetuada durante as citadas
campanhas constituiu-se, na verdade, um saldo para a Administração e não um prejuízo ao erário,
como afirma o Tribunal”.
205
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
14. Conforme já detalhado acima, tal tese não é condizente com o fato de que a sistemática
dos malfadados acordos de cooperação previa o ressarcimento. Está claro nos autos que a Aspa
assumiu o dever de repassar à União uma parte do custo das vacinas. Também restou assente que o ex-
superintendente tinha o poder-dever de cobrar da associação os valores devidos, bem como a prestação
de contas dos acordos. Por outro lado, o ex-dirigente da SFA/AP, na sua defesa, não comprovou ter
adotado quaisquer dessas medidas. Portanto, suas alegações de defesa devem ser rejeitadas e suas
contas julgadas irregulares.
15. Com efeito, entendo que as ações e omissões de Ruy Santos Carvalho na administração
e acompanhamento dos termos de cooperação por ele assinados foram graves o bastante para que se
considere sua gestão irregular, ante o disposto na alínea “b” do inciso III do art. 16 da Lei Orgânica do
Tribunal - LO/TCU.
16. Os autos demonstram que os instrumentos utilizados pelo Mapa na consecução dos
referidos programas de vacinação animal no Estado do Amapá não foram os melhores. Essa falha na
origem não isenta de responsabilidade o ex-superintendente.
17. Porém, no caso concreto penso que se deve fazer um paralelo com o convênio, no qual
o repassador, em regra, não seria responsabilizado pelo desvio ou malversação dos recursos, que
passariam a ser geridos diretamente pelo convenente/executor. Assim, ante as vicissitudes dos termos e
pelo que consta no processo, a minha convicção é de que o dano ao erário deve recair tão somente
sobre a Aspa e seu ex-presidente, porquanto parte dos recursos que lhes foram confiados não retornou
aos cofres do erário, conforme estava previsto nos acordos firmados com o Mapa, por meio da
SFA/AP.
18. Não obstante, ao ex-gestor dessa superintendência cabe aplicação da multa prevista no
art. 58, inciso I, da Lei 8.443/1992, por força do que dispõe o caput do seu art. 19, que estipulo em R$
5.000,00.
19. A Associação dos Pecuaristas do Amapá - Aspa e Gilberto Firmino Martins, seu
presidente, foram devidamente citados por deixar: (i) de reembolsar as quantias de R$ 22.149,81 e R$
233.588,10 à SFA/AP; e (ii) de prestar contas da aplicação dos recursos geridos nos termos de
cooperação firmados em 03/11/2009 e 20/10/2010.
20. Entretanto, tais responsáveis não compareceram aos autos, devendo ser considerados
revéis, ex-vi do art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992.
21. A revelia desses agentes e a inexistência de elementos nas defesas apresentadas pelos
demais responsáveis que laborem em seu favor levam à conclusão de que suas contas devem ser, desde
logo, julgadas irregulares, com fundamento no art. 16, inciso III, alíneas “a” e “d”, da LO/TCU, com
condenação em débito solidário e aplicação de multa individual, que arbitro em R$ 50.000,00.
Ante o exposto, voto por que o Tribunal adote o acórdão que ora submeto a esta 1ª
Câmara.p
p
pp
ACÓRDÃO Nº 1004/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 027.153/2012-6
2. Grupo II - Classe II - Tomada de Contas Especial
3. Responsáveis: Ruy Santos Carvalho (CPF 087.480.202-49), ex-Superintendente Federal
de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado do Amapá (SFA/AP); Luiz Carlos Pinheiro
Borges (CPF 388.588.272-87), ex-Superintendente-Substituto; Associação dos Pecuaristas do Amapá -
Aspa (CNPJ 05.828.309/0001-98); e Gilberto Firmino Martins (CPF 271.039.602- 59), ex-Presidente
da Aspa
206
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
4. Unidade: Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado
do Amapá (SFA/AP)
5. Relator: Ministro José Múcio Monteiro
6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira
7. Unidade Técnica: Secex/AP
8. Advogados constituídos nos autos: Wagner Advogados Associados (OAB/AP 054) e
Davi Ivã Martins da Silva (OAB/AP 1648-A)
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada em
cumprimento ao Acórdão 4.787/2012 - TCU - 1ª Câmara, proferido no TC 004.911/2012-1, que tratou
de representação formulada por interventor da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento no Estado do Amapá (SFA/AP) sobre irregularidades nos termos de cooperação técnica
formalizados, nos exercícios de 2009 e 2010, entre a SFA/AP e a Associação dos Pecuaristas do
Amapá (Aspa).
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da 1ª
Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, em:
9.1. excluir Luiz Carlos Pinheiro Borges da relação processual;
9.2. julgar irregulares as contas de Ruy Santos Carvalho, com fundamento nos arts. 1º,
inciso I; 16, inciso III, alínea “b”; 19, Parágrafo único; 23, inciso III; 28, inciso II; e 58, inciso I, da Lei
8.443/1992, c/c os arts. 202; 214, inciso III, alíneas “a” e “b”; 215 e 216 do Regimento Interno do
TCU, e aplicar-lhe multa individual no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), fixando-lhe o prazo de
quinze dias, a contar da notificação, para que comprove, perante o Tribunal, o recolhimento da quantia
aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente da data do presente acórdão até a do
efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;
9.3. julgar irregulares as contas de Gilberto Firmino Martins e da Associação dos
Pecuaristas do Amapá - Aspa, com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 12, § 3º; 16, inciso III, alíneas “a”
e “d”, e § 2º, da Lei 8.443/1992;
9.4. condenar, solidariamente, Gilberto Firmino Martins e a Associação dos Pecuaristas do
Amapá - Aspa, com fundamento nos arts. 16, § 2º; 19, caput, 23, inciso III; e 28, inciso II, da Lei
8.443/1992, c/c os arts. 202; 214, inciso III, alíneas “a” e “b”; 215 e 216 do Regimento Interno do
TCU, ao pagamento das quantias de R$ 22.149,81 (vinte e dois mil, cento e quarenta e nove reais e
oitenta e um centavos) e R$ 233.588,10 (duzentos e trinta e três mil, quinhentos e oitenta e oito reais e
dez centavos), em valores originais, respectivamente, de 04/05/2010 e 22/04/2011, fixando-lhes o
prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para comprovarem, perante o Tribunal, o
recolhimento das dívidas aos cofres do Tesouro Nacional, acrescidas da correção monetária e dos juros
de mora calculados, a partir das referidas datas até a do efetivo recolhimento, na forma da legislação
em vigor;
9.5. aplicar multa individual a Gilberto Firmino Martins e à Associação dos Pecuaristas do
Amapá - Aspa, no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), com fundamento nos arts. 19, caput, e
57 da Lei 8.443/1992, c/c os arts. 202; 214, inciso III, alíneas “a” e “b”; 215 e 216 do Regimento
Interno do TCU, fixando-lhes o prazo de quinze dias, a contar da notificação, para que comprovem,
perante o Tribunal, o recolhimento da quantia aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada
monetariamente da data do presente acórdão até a do efetivo recolhimento, se for paga após o
vencimento, na forma da legislação em vigor;
9.6. autorizar a cobrança judicial das dívidas, caso não atendidas as notificações;
9.7. encaminhar cópia deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, à
Procuradoria da República no Estado do Amapá, para as medidas que julgar cabíveis.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
207
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1004-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro (Relator).
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.p
p
GRUPO II – CLASSE II – Primeira Câmara
TC 003.118/2012-6
Natureza: Tomada de Contas Especial
Entidade: Município de Panelas/PE
Responsável: Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima (143.159.474-15); Lúcia de Fátima
Pontes da Silva (493.340.854-87 )
Interessado: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)
Advogado constituído nos autos: Gilberto Santos Júnior (OAB/PE 17108) e outro - peça 20
e Adolfo Maia Ferreira Tavares (OAB/DF 10.514) e outros - peça 1/pág. 121
SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO. IMPUGNAÇÃO DE
DESPESAS. PNAE E PEJA. EXERCÍCIO DE 2005. CITAÇÃO. ALEGAÇÕES DE DEFESA.
AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS DE CONSTITUIÇÃO E DESENVOLVIMENTO REGULAR DO
PROCESSO. ARQUIVAMENTO. COMUNICAÇÕES.
Relatório
Cuidam os autos de tomada de contas especial instaurada pelo Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE) contra o sr. Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima, ex-
prefeito no período compreendido entre os anos de 2005 e 2008, em razão da “impugnação de
despesas executadas com os recursos repassados à Prefeitura Municipal de Panelas/PE, por intermédio
do Programa de Apoio à Educação de Jovens e Adultos — PEJA, e do Programa Nacional de Apoio à
Alimentação Escolar — PNAE, ambos no exercício de 2005”, conforme o relatório de auditoria
221711/2011, da Controladoria Geral da União (peça 1, p. 161).
2. O exame técnico inicial da auditora encarregada da instrução do processo assim dispôs
(peça 38): “3. A presente TCE foi instaurada com base no Relatório de Ação de Controle 00190.002804/2006-
57 de 10/11/2006 emitido pela Controladoria-Geral da União em Pernambuco em decorrência de fiscalização
que efetuou no Município de Panelas/PE em atenção a solicitação do Ministério Público de Pernambuco,
abrangendo a execução de vários programas custeados pelo MEC, entre os quais o PNAE e o PEJA no exercício
de 2005, aqui enfocados, peça 1, p. 37-94.
4. O mencionado relatório de fiscalização, reportando a evidências encontradas em processos
licitatórios e de pagamentos e outras, detectou irregularidades semelhantes cometidas na execução dos
programas em dez escolas municipais visitadas, como as exemplificadas a seguir, in verbis, peça 1,p. 45-85:
4.1 - PNAE - que tem por objeto ―Suprir parcialmente as necessidades nutricionais dos alunos,
com vistas a contribuir para a melhoria do desempenho escolar, para a redução da evasão e da repetência, e, para
formar bons hábitos alimentares:
4.1.1 - Achado de auditoria - Falta de merenda em 10 escolas visitadas devido ao fornecimento
insuficiente e intempestivo, de alimentos, p. 46.
Constatamos a ausência de alimentos e merenda escolar em 2006. E, ainda, fomos informados que
houve falta de merenda escolar por mais de 40 dias em média para um período de 200 dias letivos durante o
exercício de 2005, p. 45-46.
GRUPO ESCOLAR PRESIDENTE FLORIANO PEIXOTO:
Mais de 50 dias sem merenda em 2005. No dia da visita, 19/4/2006, estava a 14 dias consecutivos
sem merenda.
208
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
GRUPO ESCOLAR MANOEL BARBOSA:
Mais de 40 dias sem merenda em 2005. No dia da visita, 19/4/2006, estava a 08 dias consecutivos
sem merenda.
(...)
[Consequência do achado de auditoria: não indicada].
4.1.2 - Achado de auditoria - Alteração do documento público Guia de Remessa de Alimentos que
específica a quantidade de gêneros alimentícios distribuídos para as escolas, p. 58.
Constatamos a alteração/inutilização de documentos, públicos a maior nas quantidades de
alimentos do documento público Guia de Remessa de Alimentos, principalmente nas guias dos meses de julho,
agosto, outubro e novembro de 2005, sendo que a alteração é grosseira, como por exemplo, dezenas de quilos
passaram para centenas de quilos, uma dezena foi alterada para quatro dezenas. Assim, a quantidade de gêneros
alimentícios apresentada pela Prefeitura como fornecida para às escolas está aumentada em até cinco vezes em
relação ao que foi distribuído para as escolas.
Segundo informações obtidas nas diversas entrevistas realizadas, durante a visitadas as dez escolas
citadas na Constatação 2.1.1.1, deste Relatório: a Prefeitura não deixa uma cópia da Guia de Remessa de
Alimentos nas escolas; nas dez escolas até cinco vezes em relação ao que de fato foi distribuído para as escolas.
(...).
[Consequência do achado de auditoria: não indicada].
4.1.3 -Achado de auditoria - Funcionário da prefeitura é principal fornecedor de Merenda Escolar,
p. 72.
Constatamos que o principal fornecedor de alimentos da prefeitura é funcionário da prefeitura, foi
almoxarife, possui três empresas de direito no mesmo endereço, uma em seu nome e as outras duas em nome de
parentes, sendo de fato as três empresas.urna só, e fornece com exclusividade para a prefeitura, o servidor
público da prefeitura, MARINALDO JOSE DA SILVA, alcunha OLAVO, CPF 028.564.294-40 atualmente na
função de fiscal de e proprietário de fato da empresa. E.M DA SILVA PANELAS nome de fantasia CASA DE
FRIOS SÃO PEDRO, que está em nome da cunhada EDIVANIA MARIA DA SILVA.
[Consequência do achado de auditoria: não indicada].
4.1.4 -Achado de auditoria - Proposta de Licitação de concorrentes com a mesma diagramação, p.
75.
a) Identificamos a ausência de concorrência no Convite 12-Processo 17 de 2005, pois a proposta da
empresa E.M DA SILVA PANELAS, de propriedade de fato MARINALDO JOSE DA SILVA, funcionário da
prefeitura, tem a mesma diagramação da proposta da empresa PAULO SERGIO LINS COSTA, empresa de
Garanhuns. Sendo que ambas as propostas são idênticas com relação ao texto, até a cor de preenchimento da
célula da planilha que expressa o valor total da proposta é da mesma cor amarela, só alterando os dados das
empresas e o valor unitário dos itens propostos da licitação.
[Consequência do achado de auditoria: não indicada].
4.2 – PEJA - tem por objetivo ―Ampliar a oferta de vagas na educação de jovens e adultos que
foram excluídos precocemente da escola‖, p. 46:
4.2.1- Achado de auditoria - Alteração do documento público Guia de Remessa de Alimentos que
especifica a quantidade de gêneros alimentícios distribuídos para as escolas do PEJA.
Constatamos a alteração/inutilização de documentos públicos a maior nas quantidades de alimentos
registradas no documento público Guia de Remessa de Alimentos do dia 7/11/2005; com alteração grosseira,
como por exemplo, uma centena de quilo passou para quatro centenas de quilos.
( ...).
[Consequência do achado de auditoria: não indicada].
4.2.2 - Achado de auditoria - Participação em Processos Licitatórios de empresas que não existem
de fato, p. 78-80:
a) Identificamos, após confirmação externa realizada nos endereços citados como sede das
empresas na Nota Fiscal e nos dados do Contrato Socia1/Registro da Junta Comercial de Pernambuco-JUCEPE
que as empresas IEDA LUCENA TAVARES-ME, nome da fantasia SÓ ALIMENTOS e KK DA SILVA
PRODUTOS-AILIMENTIC não existem de fato.
Estas duas empresas apenas existentes de direito e verificamos a participação da empresa EM DA
SILVA PANELAS-ME de propriedade de fato do funcionário público da Prefeitura, MARINALDO JOSE DA
SILVA nos Processos Licitatórios em que foi uma das vencedoras do certame:
209
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
(...).
[Consequência do achado de auditoria: não indicada].
4.2.3 - Achado de auditoria - Vencedora de Processo Licitatório não existe de fato, p. 83
a) Constatação: Constatamos que a empresa LUCIA DE FATIMA PONTES DA SILVA
CONSULTORIA ME, CNPJ 05.461.305/0001-14, nome de fantasia LUCIA CONSULTORIA PEDAGÓGICA-
LCP, vencedora do Projeto Licitatório n.° 61- Convite 49 de 14/09/2005, para aquisição de 2.907 livros
didáticos para a Educação de Jovens e Adultos do Município, não existe de fato, existindo apenas de direito.
Após confirmação externa realizada nos endereços citados como sede da empresa na Nota Fiscal e no Registro
da Junta Comercial. Verificamos que o endereço Rua Fernão Dias Paes, 203, Apto 102 - Maurício de Nassau -
Caruaru-PE, na realidade trata-se do endereço Rua Fernando Dias Paes, 203, Apto 102 - Mauricio de Nassau -
Caruaru-PE, sendo o endereço residencial, e o zelador afirmou que a Lúcia mudou do apartamento há dois anos.
4.2.4 - Achado de auditoria - Vencedora de Processo Licitatório não entregou livros didáticos
pagos, p. 85.
Verificamos que o objeto do Processo Licitatório n.° 61- Convite 49 de 14/09/2005, para aquisição
de 2.907 livros didáticos para a Educação de Jovens e Adultos do Município não foi fornecido, embora tenha
sido atestado e pago como recebido pela coordenadora do programa no município MARIA DO CARMO
FREIRE CABRAL, funcionária Prefeitura matrícula, 558.
[Consequência do achado de auditoria: não indicada].
5. O Relatório de Tomada de Contas Especial 41/2008, de 3/11/2008, baseado na dita fiscalização,
atribuiu a responsabilidade pelas irregularidades relatadas pela fiscalização ao então Prefeito Carlos Frederico
de Lemos Moreira Lima (gestão 2005-2008) imputando-lhe débitos pelos valores originais de R$ 269.427,60
(PNAE/2005) e de R$ 52.326,00 (PEJA/2005). Promoveu a inscrição do nome do gestor municipal na conta
Diversos Responsáveis no sistema SIAFI mediante a nota de lançamento 2008NL001355, de 8/10/2008 (fl. 13)
e registrou que sua defesa (solicitação de cópia do aludido relatório de fiscalização datada de 2/3/2007) fora
rejeitada após análise do FNDE, peça 1, p. 113-119, 148 e 151.
6. Por sua vez, a Secretaria Federal de Controle Interno, por meio do Relatório de Auditoria
221711/2011, atestado por Certificado de Auditoria e endossado por Parecer do Órgão de Controle Interno e
Pronunciamento Ministerial, assim resumiu as irregularidades apontadas pela fiscalização, verbis, peça 1, p.
161-167:
(...)
3.1. Programa Nacional de Apoio à Alimentação Escolar -PNAE/2005: falta de merenda nas 10
escolas beneficiadas devido ao fornecimento insuficiente e intempestivo de alimentos. Constatou-se, ainda, nas
dez escolas visitadas, a adulteração nas quantidades de alimentos comprados e pagos constantes do documento
público Guia de Remessa de Alimentos (GRA), que especifica a quantidade de gêneros alimentícios que deve
ser distribuída às escolas, relativa aos meses de julho, agosto, outubro e novembro de 2005.
3.2. Programa de Apoio à Educação de Jovens e Adultos — PEJA/2005: alteração/inutilização
ocorrida no dia 7/11/2005 de documentos públicos para aumentar a quantidade de alimentos registrados na
GRA, sendo que a quantidade de gêneros alimentícios fornecida para as escolas foi aumentada em até quatro
vezes em relação à que de fato foi distribuída às escolas nos meses de agosto e setembro de 2005; e as empresas
Ieda Lucena Tavares-ME (nome fantasia Só Alimentos e KK da Silva Produtos Alimentícios) não existiam de
fato; e a empresa Lucia de Fátima Pontes da Silva Consultoria ME (nome fantasia Lucia Consultoria
Pedagógica-LCP), vencedora do processo licitatório para aquisição de 2.907 livros didáticos, não existe de fato,
somente de direito, sendo que a aquisição não foi fornecida, embora tenha sido atestada e paga pela funcionária
da prefeitura.
3.3. Tais irregularidades foram apuradas por esta Controladoria-Geral da União, em função do
trabalho de fiscalização solicitado pelo Ministério Público do Estado de Pernambuco e descrito no Relatório de
Ação de Controle n° 00190.002804/2006-57, de 10/11/2006 (fls. 18-49), corroborado pelo FNDE por meio da
Nota Técnica n° 86/2007, de 20/7/2007 (fls. 68/69).
(...).
Exame técnico inicial
7. Preliminarmente, compreende-se que os autos apresentam impropriedades que caracterizam
vícios insanáveis.
8. A TCE, como visto, acha-se instruída com os relatórios de execução financeira do PNAE no
total de R$ 269.427,60 (10x R$ 23.634,00) no período de 2/3/2005 a 7/12/2005 e do PEJA, de R$ 570.833,30
210
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
(10x R$ 57.083,33) no período de 22/6/2005 a 28/10/2005, com a respectiva discriminação das ordens bancárias
emitidas pelo FNDE para crédito nas contas correntes 53201e 98396 da agência 2388 do Banco do Brasil S/A.
Contudo, não demonstra o nexo de causalidade entre esses recursos e as despesas com indícios inclusive de
fraude documental, em fichas de entrega de gêneros alimentícios às escolas visitadas pela fiscalização, que
motivou o Tomador das Contas a impugnar a execução total do PNAE (R$ 269.427,60) e parcial do PEJA (R$
59.897,50), débitos que não foram quantificados pelo relatório de fiscalização, peça 1, p. 31-33 e 144.
9. Em consulta efetuada ao sistema Siafi, pode-se verificar que as ordens bancárias foram emitidas
para crédito na conta corrente 997380632 da agência 1607 do Banco do Brasil titularizada pelo próprio Banco
do Brasil S/A. Com isso, os autos não atestam o ingresso dos recursos nos cofres da municipalidade, deixando
de identificar o gestor dos recursos aqui envolvidos enquanto forem ausentes os extratos bancários relativos ao
creditamento dos repasses em favor da municipalidade.
10. A TCE, além da inexistência de relação de causalidade entre os recursos e as despesas
inquinadas de irregulares referenciadas, ressente-se ainda da ausência do exame conclusivo acerca das
prestações de contas dos programas, embora seja certo que foram enviadas ao concedente com os documentos
previstos nas Resoluções CD/FNDE nºs 01, de 26/01/2005 (PNAE) e de, de 16/06/2005 (PEJA) conforme mero
registro lançado no item 5 do Relatório de TCE nº 041/2008- COTCE/CGCAP/DIFIN/FNDE/MEC). E não
foram aprovadas pelo concedente pelo que sugere a redação da Nota Técnica nº
86/2007/DIAFI/COPRA/CGCAP/DIFIN/FNDE, de 20/7/2007, que endossou o relatório de fiscalização, peça 1,
p. 126-128 e 144.
11. O Tomador das Contas responsabilizou o gestor municipal pelo débito de R$ 269.427,60
relativo ao PNAE já que o repasse teria sido aplicado para cobertura de despesa com gêneros alimentícios que
teriam sido adquiridos de empresa pertencente a servidor da prefeitura municipal. Quanto ao PEJA, atribuiu o
débito pelo valor de R$ 59.897,50, reportando à declaração da coordenadora do PEJA, colhida pela fiscalização,
de que não houve a entrega de 2.907 livros didáticos adquiridos por meio do Convite 49, alcançando a dívida
total o valor atualizado monetariamente de R$ 509.600,72, consignado no relatório de auditoria do Controle
Interno, peça 1, p. 149, 151, 157 e 161.
12. Convém assentar que não reportou ao fato atestado pela fiscalização de que cada escola visitada
permaneceu, em média, 40 a 50 dias sem merenda no ano de 2005, segundo informações colhidas in loco,
deixando de quantificar o débito proporcionalmente ao prejuízo decorrente de irregularidades cometidas com
recursos destinados a atender despesas com a merenda escolar nos 250 dias letivos, fixados no art. 14 da
Resolução CD/FNDE/Nº 045/2003).
13. Enfim, a TCE não comprova o aporte dos recursos aos cofres do município para atribuir
responsabilidade ao nominado gestor municipal nem contém a documentação comprobatória da despesa por ele
remetida.
14. Com essas considerações, compreende-se que não foram esgotadas as providências
administrativas internas voltadas à apuração de responsabilidade(s), a precisa quantificação do débito, a análise
da defesa do responsável, rejeitada pelo FNDE, ou melhor, de pedido de cópia do relatório de fiscalização
realizada pela CGU/PE, para fins de emissão de pronunciamento conclusivo devidamente circunstanciado no
intuito de aclarar fatos controvertidos e fornecer dados omitidos nessa TCE, ex vi do disposto no § 3º do art. 1º,
caput, e no art. 3º, II, V, a, da IN/TCU 56/2007, peça 1, p. 149.
Conclusão
15. Pelo exposto, considerando a falta de comprovação de ingresso dos recursos nos cofres
municipais, tem-se por evidenciada a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e
regular do processo, cumprindo propor ao Tribunal, desde logo, que autorize o arquivamento dos autos, sem
julgamento de mérito, com fulcro no art. 212 do RI/TCU, sem prejuízo de determinar ao FNDE que adote ―as
medidas cabíveis para levar em conta os achados aqui reportados nas análises das prestações contas, inclusive
reanalisando-as se assim for necessário, em consonância com a conclusão do voto condutor do Acórdão
2960/2011-TCU-Plenário.
Proposta de encaminhamento
16. Diante do exposto, submetem-se os autos à consideração superior, propondo, com fulcro no §
3º do art. 1º, caput, art. 3º, II, V, a, da IN/TCU 56/2007 e acompanhando o entendimento esposado na conclusão
do voto que embasou o Acórdão
2960/2011-TCU-Plenário:
211
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
a) autorizar o arquivamento da presente tomada de contas especial, ante a ausência de pressupostos
de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo, com fundamento no art. 1º, inciso I, da Lei
8.443/1992 c/c os arts. 169, inciso VI, e 212 do Regimento Interno do TCU;
b) determinar à Secex/PE que desentranhe a documentação original referente à tomada de contas
especial e a restitua ao FNDE; e,
c) determinar ao FNDE que adote providência com vistas a (re)análise das prestações de contas do
PNAE e PEJA do Município de Panelas/PE relativas ao exercício de 2005 em conjunto e em confronto com o
Relatório de Ação Controle Nº 00190.0028042006-57 da CGU/PE e com as normas e regulamentos aplicáveis,
notadamente o que dispõem a Resolução CD/FNDE nºs 01, de 26/01/2005 e suas alterações e a Resolução
CD/FNDE nºs 25, de 16/06/2005, remetendo posteriormente a correspondente tomada de contas especial
devidamente instruída, entre outros, com:
c.1) a comprovação do crédito dos repasses em conta bancária titularizada pela municipalidade,
mediante juntada do processo de transferência dos recursos e dos extratos bancários correspondentes, em
observância ao que dispõe o art. 4º da IN/TCU 56/2007;
c.2) a completa identificação do(s) responsável(véis) e a precisa quantificação dos prejuízos
infligidos aos cofres federais em estrita conformidade com o que determinam as normas inseridas no mesmo art.
4º da IN/TCU 56/2007 e nas Resoluções CD/FNDE/Nº 045/2003 e 38/2004 entre outras;
c.3) o parecer técnico conclusivo acerca da documentação comprobatória da despesa que foi
apresentada para fins de prestação de contas da execução dos aludidos programas, conforme noticiado na Nota
Técnica nº 86/2007/DIAFI/COPRA/CGCAP/DIFIN/FNDE, de 20/7/2007, e no item 5 do Relatório de Tomada
de Contas Especial nº 041/2008- COTCE/CGCAP/DIFIN/FNDE/MEC, notadamente do demonstrativo sintético
anual de execução físico-financeira exigido no art. 1º da Resolução/FNDE/CD/Nº 001/2005.
3. O Diretor da 1ª Diretoria Técnica da Secex-PE emitiu parecer distinto, no que contou
com a anuência do secretário (peça 4): “Na instrução antecedente, a auditora propõe o arquivamento dos autos por falta de pressupostos de
constituição e desenvolvimento válido e regular do processo, pois segundo ela, ‘em consulta efetuada ao sistema
Siafi, pode-se verificar que as ordens bancárias foram emitidas para crédito na conta corrente 997380632 da
agência 1607 do Banco do Brasil titularizada pelo próprio Banco d Brasil S/A’, e por isso, os autos não
atestariam o ingresso dos recursos nos cofres da municipalidade. Entendo, porém, não assistir razão a auditora,
uma vez que a conta corrente descrita nas referidas ordens bancárias é conta transitória do Banco do Brasil para
repasse a vários municípios. Ao pesquisar tais ordens bancárias no Siafi, é possível verificar a lista de credores,
entre os quais figura o município de Panelas/PE. Está presente, portanto, do ponto de vista da origem do
recurso, o pressuposto para a instauração da TCE pelo FNDE para julgamento por esta Corte.
2 De igual modo, discordo do seu entendimento, quando afirma que o FNDE não quantificou o
débito proporcionalmente ao período em que as escolas permaneceram sem merenda. Entendo que o conjunto de
irregularidades apontadas no Relatório de Ação de Controle 00190.002804/2006-57, inclusive com indicação de
supostas fraudes na execução dos programas e de ausência de fornecimento de merendas por período substancial
do ano letivo de 2005 na execução do PNAE, cujo objetivo é atender parcialmente as necessidades nutricionais
dos alunos, converge no sentido de demonstrar que os objetivos do programa não foram alcançados, sendo dessa
forma suficiente para que seja impugnada a totalidade dos recursos transferidos ao município no âmbito no
PNAE (R$ 269.427,60, a valores históricos).
3 Aplica-se ao caso, Mutatis mutandis, a jurisprudência predominante deste tribunal no sentido de
que ‘a completa frustração dos objetivos do convênio leva à condenação do responsável ao recolhimento da
totalidade do valor do débito’, pois ‘é dever do gestor público otimizar a utilização dos recursos públicos, de
forma a maximizar os serviços prestados à população em termos qualitativos e quantitativos’ (Acórdãos
4.587/2009 – 2ª Câmara e 1.441/2007 – Plenário).
4 Da mesma forma, no tocante à execução do PEJA, entendo pertinente a citação dos responsáveis
em relação ao achado constante do Relatório de Ação de Controle 00190.002804/2006-57, em que se impugnou
quantia relativa ao não fornecimento de 2.907 livros didáticos que, segundo à CGU-PE , apesar de pagos, não
foram entregues (R$ 52.326,00, data base 04/10/2005, data da Nota Fiscal n. 000077). Para esse débito, devem
ser citados solidariamente o Sr. Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima, CPF 143.159.474-15, prefeito do
município de Panelas no período de 2005-2008, bem como a empresa individual Lúcia de Fátima Pontes da
Silva Consultoria ME, CNPJ 05.461.305/0001-14, por meio de sua responsável legal Sra. Lúcia de Fátima
Pontes da Silva. CPF 493.340.854-87.
212
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
5 Dessa forma, entendo pertinente, com base na delegação de competência conferida pelo relator, a
citação dos responsáveis nos termos propostos abaixo, devendo na oportunidade ser juntada aos ofícios de
citação cópia eletrônica dos autos para subsidiar as defesas:
5.1 citação, nos termos do art. 16, inciso III, ‘b’, da Lei 8.443/1992 c/c o art. 214, inciso III, ‘a’ do
Regimento Interno, do Sr. Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima, CPF 143.159.474-15, para, no prazo de
quinze dias, contados a partir da ciência da citação, apresentar alegações de defesa e/ou recolher aos cofres do
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE, as quantias devidas, atualizadas monetariamente,
nos termos da legislação vigente, em razão das irregularidades na execução do Programa Nacional de
Alimentação Escolar – PNAE, no exercício de 2005, descritas no item 2.1.1 do Relatório de Ação de Controle
00190.002804/2006-57 da Controladoria Geral da União no Estado de Pernambuco, de 10/11/2006 (peça 1, p.
45.-76, dos autos em anexo), cujo conjunto converge no sentido de que os objetivos do programa, que é o de
atender parcialmente as necessidades nutricionais dos alunos da rede municipal, não foram alcançados, sendo
dessa forma suficiente para que seja impugnada a totalidade dos recursos transferidos ao município no âmbito
no PNAE.
Valores:
R$ 23.634,00 - Data: 02/03/2005
R$ 23.634,00 - Data: 31/03/2005
R$ 23.634,00 - Data: 29/04/2005
R$ 28.360,80 - Data: 01/06/2005
R$ 28.360,80 - Data: 01/07/2005
R$ 28.360,80 - Data: 29/07/2005
R$ 28.360,80 - Data: 27/08/2005
R$ 28.360,80 - Data: 01/10/2005
R$ 28.360,80 - Data: 01/11/2005
R$ 28.360,80 - Data: 07/12/2005
5.2 citação solidária, nos termos do art. 16, inciso III, ‘b’, da Lei 8.443/1992 c/c o art. 214, inciso
III, ‘a’ do Regimento Interno, do Sr. Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima, CPF 143.159.474-15,
prefeito do município de Panelas no período de 2005-2008, juntamente com a empresa individual Lúcia de
Fátima Pontes da Silva Consultoria ME, CNPJ 05.461.305/0001-14, por meio de sua responsável legal Sra.
Lúcia de Fátima Pontes da Silva. CPF 493.340.854-87, para, no prazo de quinze dias, contados a partir da
ciência da citação, apresentarem alegações de defesa e/ou recolherem aos cofres do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação - FNDE, a quantia devida, atualizada monetariamente, nos termos da legislação
vigente, em razão do não fornecimento de 2.907 livros didáticos que, apesar de pagos, não foram entregues,
conforme descrito no item 2.1.2 do Relatório de Ação de Controle 00190.002804/2006-57 da Controladoria
Geral da União no Estado de Pernambuco, de 10/11/2006 (peça 1, p. 76-89, dos autos em anexo.
Valor: R$ 52.326,00 - Data: 04/10/2005”
4. Efetivada a citação dos responsáveis, a Secex-PE assim instruiu o feito (peça 38): “HISTÓRICO
3. Em cumprimento às propostas de citações, expediram-se os seguintes ofícios:
3.1 Ofício 1266/2012-TCU/SECEX-PE, de 29/11/2012 (peça 15): Destinatária: Lúcia de Fátima
Pontes da Silva, CPF: 493.340.854-87, responsável legal da empresa individual Lúcia de Fátima Pontes da Silva
Consultoria ME, informando a sua responsabilização solidária pelo débito de R$ 52.326,00, com data de
4/10/2005, devido à conduta:
Não fornecimento de 2.907 livros didáticos que, apesar de pagos, não foram entregues, conforme
descrito no item 2.1.2 do Relatório de Ação de Controle 00190.002804/2006-57 da Controladoria Geral da
União no Estado de Pernambuco, de 10/11/2006 (peça 1, p. 76-89, dos autos em anexo).
3.2 Ofício 1128/2012-TCU/SECEX-PE, de 17/10/2012 (peça 9): Destinatário: Carlos Frederico de
Lemos Moreira Lima, CPF: 143.159.474-15, Prefeito do município de Panelas (PE) na gestão 2005-2008,
informando:
I- Responsabilidade individual pelo valor histórico total de R$ 269.427,60 devido à conduta:
irregularidades na execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), no exercício de
2005, descritas no item 2.1.1 do Relatório de Ação de Controle 00190.002804/2006-57 da Controladoria Geral
da União no Estado de Pernambuco, de 10/11/2006 (peça 1, p. 45-76, dos autos em anexo), cujo conjunto
converge no sentido de que os objetivos do programa, que é o de atender parcialmente as necessidades
213
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
nutricionais dos alunos da rede municipal, não foram alcançados, sendo dessa forma suficiente para que seja
impugnada a totalidade dos recursos transferidos ao município no âmbito no Pnae.
II- Responsabilidade solidária com a Sra. Lúcia de Fátima Pontes da Silva pelo débito de R$
52.326,00, com data de 4/10/2005, devido à conduta:
pagamento de 2.907 livros didáticos que não foram entregues, conforme descrito no item 2.1.2 do
Relatório de Ação de Controle (RAC) 00190.002804/2006-57 da Controladoria Geral da União no Estado de
Pernambuco (CGU/PE), de 10/11/2006 (peça 1, p. 76-89, dos autos em anexo).
4. Os ofícios foram devidamente recebidos, com seus avisos de recebimento protocolados, bem
como foram tempestivamente apresentadas as respectivas alegações de defesa, ressaltando a prorrogação de
prazo requerida e concedida ao senhor ex-prefeito (peças 16-18).
EXAME TÉCNICO
5. Aqui serão separadamente apresentadas as alegações de defesa, com suas respectivas análises.
Inicialmente será analisada a defesa da senhora Lúcia de Fátima Pontes da Silva, seguindo-se as análises das
duas questões relacionadas ao senhor ex-prefeito de Panelas (PE).
Responsável: Sra. Lúcia de Fátima Pontes da Silva, CPF: 493.340.854-87
Responsabilização solidária com o senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima.
Conduta: Não fornecimento de 2.907 livros didáticos que, apesar de pagos, não foram entregues,
conforme descrito no item 2.1.2 do Relatório de Ação de Controle 00190.002804/2006-57 da Controladoria
Geral da União no Estado de Pernambuco, de 10/11/2006 (peça 1, p. 76-89, dos autos em anexo).
Alegações de Defesa:
6. A responsável apresentou vasto material de defesa, composto por quatorze peças (peças 21-34),
embora apenas a 34ª venha a ser, de fato, utilizada na sua defesa, uma vez que ela contém as alegações de defesa
(peça 34, p.1-8) e diversos documentos comprobatórios da devida entrega dos livros questionados na sua
citação. As peças 21 a 33 são cópias de cada uma das páginas dos livros que a responsável afirma terem sido
entregues ao município de Panelas (PE) em observância ao contrato firmado para o fornecimento de 2.907 livros
didáticos por conta do Programa de Apoio à Educação de Jovens e Adultos (Peja) em 2005.
7. Embora não tenha sido objeto da citação, a empresária defende-se de alegação existente no
Relatório de Ação de Controle (RAC) da Controladoria Geral da União (CGU) número 00190.002804/2006-57,
de 10/11/2006 (peça 1, p.83-85), quanto à inexistência fática da empresa Lúcia de Fátima Pontes da Silva
Consultoria ME, CNPJ 05.461.305/0001, à época do processo licitatório para o fornecimento do 2.907 livros. A
responsável apresenta diversos documentos anexados à sua defesa, tais como nota fiscal (p.34, p.10), declaração
de firma mercantil individual expedida pelo Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo em 18/2/2002
(peça 34, p. 11), recibos de aluguel e declaração de funcionamento da empresa na sala 201 do Edifício
localizado a Avenida Cleto Campelo 29-A, Bairro Nossa Senhora das Dores, em Caruaru (PE) (peça 34, p. 13-
16), além de outros que buscam comprovar a existência e atividades da referida empresa (Peça 34, p.17-22).
8. Quanto à conduta expressa na citação da Secex-PE, relativa à falta de fornecimento dos 2.907
livros didáticos que, apesar de pagos, não teriam sido entregues ao município, a defendente apresenta seus
argumentos e traz aos autos diversos documentos, devidamente assinados e com os respectivos reconhecimentos
de assinaturas feitos em cartórios, que visam à comprovação do efetivo envio e recebimento, bem como a
utilização por alunos da rede estadual de ensino, dos exemplares contratados, conforme segue abaixo.
9. A senhora Lúcia de Fátima Pontes da Silva expõe (peça 34, p. 4-7) os motivos da contratação
dos livros, enquanto esclarece as propostas diferenciadas de ensino das Coleções ‘Novas Trilhas’ e ‘Educação
sem Fronteiras’, bem como a sua participação no processo licitatório, a compra feita por sua empresa, junto à
distribuidora, dos livros que necessitava entregar ao município, conforme Nota Fiscal 2296 de 4/10/2005 (Peça
34, p. 23-24), e ainda trata do envio e recebimento dos 2.907 exemplares pela municipalidade.
10. Foram anexados à defesa uma declaração da empresa Dinâmica Gráfica e Editora Ltda. (peça
34, p. 19) e outra da Associação Comercial de Pernambuco (peça 34, p. 20) de que a empresa Lúcia de Fátima
Pontes da Silva Consultoria ME, ou Lúcia de Fátima Consultoria Pedagógica (nome fantasia), CNPJ
05.461.305/0001-14, era detentora de exclusividade na divulgação, distribuição e comercialização no município
de Panelas (PE) dos livros, entre outros, ‘Novas Trilhas’ e ‘Educação sem Fronteiras’, que foram os contratados
e pagos pela municipalidade em 2005.
11. Além da nota fiscal de compra dos livros, já mencionada no parágrafo 9, a empresária anexou a
comprovação de saída da sua empresa dos 2.907 livros contratados, conforme Nota Fiscal 77 de 4/10/2005
(peça 34, p.10).
214
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
12. Quanto à afirmação da CGU relativa à falta de entrega dos livros pagos, a senhora Lúcia de
Fátima Pontes da Silva relata:
Pois bem, a assertiva da Controladoria, conforme registro no Relatório, afirma que as obras foram
atestadas pela então Coordenadora do Programa, Sra. Maria do Carmo Freire Cabral, e pagas com recibo, apesar
de não fornecidas.
A fiscalização, para firmar sua conclusão, referencia a existência de uma ‘entrevista’ à equipe de
fiscalização, pela qual a Coordenadora do Peja teria afirmado que os livros NOVAS TRILHAS e EDUCAÇÃO
SEM FRONTEIRAS não teriam sido entregues.
Neste imbróglio, vale destacar que a própria fiscalização afirma que a ‘aquisição dos 2907 livros
foi atestada pela Coordenadora do Programa’, pelo que se toma incongruente imaginar que a responsável pelo
recebimento do material pudesse atestar formalmente o recebimento e, logo após, afirmar verbalmente que não
teria recebido, salvo na condição de réu confesso.
Sem poder afirmar as precisas razões que levaram a então Coordenadora do Peja a declarar, em
entrevista, que tais obras não teriam sido entregues - o que se presume tenha sido fruto de equívoco diante do
estado de tensão que rodeava a Administração Municipal de Panelas naquele momento, com, inclusive, a
intervenção e presença da Policia Federal em operação - fato é que a própria Coordenadora, Sra. MARIA DO
CARMO FREIRE CABRAL, atesta, como responsável pelo Programa do EJA em 2005, que os livros NOVAS
TRILHAS E EDUCAÇÃO SEM FRONTEIRAS foram regularmente entregues ao município de Panelas.
13. De fato, foram anexadas declarações de pessoas do município que alegam ter conhecimento do
correto fornecimento dos livros, incluindo-se aqui a declaração de 20/12/2012 feita pela senhora Maria do
Carmo Freire Cabral (peça 34, p. 25), coordenadora do Programa de Educação de Jovens e Adultos (Peja) no
município de Panelas (PE) em 2005, ano da entrega e pagamento dos livros. Nessa declaração, essa mesma
pessoa que atestou o recebimento dos livros, conforme consta do item 2.1.2.4 do RAC 00190.002804/2006-57
da CGU/PE (peça 1, p. 85), confirma a sua responsabilidade pelo referido recebimento, em confronto com a
informação fornecida pela CGU quanto ao não recebimento.
14. Duas professoras de escolas localizadas em sítios, portanto em zona rural, alegam ter tido
conhecimento ou mesmo ter recebido e trabalhado com os livros das coleções ‘Novas Trilhas’ e ‘Sem
Fronteiras’ (peça 34. p. 26-27). Adicionalmente, cinco alunos atestam ter utilizado esses mesmos livros nos anos
de 2005 e 2006 (peça 34, p. 28-32). Ressalta-se que todas as declarações estão com suas firmas reconhecidas em
cartório, embora não haja comprovações das reais atividades das pessoas que se apresentam como professoras
nem dos que se apresentam como alunos.
15. A defesa é concluída pela apresentação dos seguintes parágrafos:
São livros que são entregues definitivamente aos alunos, não retornáveis ao patrimônio do
município. Neste aspecto, veja-se que a Ação de Controle ora em comento data de novembro de 2006, meses
após distribuído o material ao corpo discente da Rede de Ensino Público de Panelas, o que dificulta, por si só, os
trabalhos de verificação.
Outro aspecto: a fiscalização indica que nas sete escolas visitadas encontrou o material distribuído
aos alunos no exercício de 2005, que não corresponde ao material licitado. É importante destacar que o objeto
licitado foi entregue em outubro de 2005. A Nota Fiscal 000077 dos produtos está datada de 04.10.2005, o que
induz que este material, provavelmente, não foi utilizado em 2005, por pedagogicamente inapropriado, prestes
ao fim do ano letivo. Certamente esta Corte pode certificar-se desta circunstância junto ao município.
Deve-se ainda frisar que o EJA é um programa educacional peculiar, que visa a alcançar aquele
aluno que perdeu o tempo escolar próprio. Busca levar o conhecimento àqueles que possuem condições
adversas de idade, tempo e disponibilidades ao ensino. Logo, o EJA é educação que vai ao encontro do aluno
deficiente. Por isso, é comum verificar que o programa se realiza não apenas nas sedes das escolas municipais,
mas funciona em localidades as mais diversas, em especial na Zona Rural. A equipe de fiscalização, ao pontuar
sete escolas municipais visitadas, na verdade desenvolveu um trabalho de amostragem, que não condiz com a
realidade de Panelas, que possui dezenas de escolas espalhadas e ainda desenvolve o Programa fora da sala de
aula, como essa Egrégia Corte poderá certificar em possível diligência complementar.
Análise das Alegações de Defesa:
16. As alegações de defesa apresentadas, aliadas aos documentos anexados e destinados à
comprovação da efetiva e regular entrega dos livros licitados, adquiridos e pagos pelo município de Panelas
(PE) em 2005, apresentam-se mais substanciais e convincentes, quando confrontados, que a mera alegação
exposta no item 2.1.2.4 do RAC 00190.002804/2006-57 da CGU/PE (peça 1, p. 85), e que serviu de principal
215
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
fator para a conclusão da Controladoria de que os livros não teriam sido entregues, item que também ensejou a
instauração da presente TCE.
17. A alegação da CGU, referente à entrevista realizada em 26/4/2006 com a senhora Maria do
Carmo Freire Cabral, tem seu principal trecho transcrito abaixo:
Indagada pela equipe de fiscalização sobre os livros da COLEÇÃO NOVAS TRILHAS lª e 2ª fases
da COLEÇÃO EDUCAÇÃO SEM FRONTEIRAS 3ª e 4ª fases, ela respondeu que, apesar de ter solicitado a
compra dos livros da coleção NOVAS TRILHAS e EDUCAÇÃO SEM FRONTEIRAS, não foi possível a
compra destes livros, pois o menor preço que o setor de licitações conseguiu obter foi acima de RS 18,00.
18. Essa afirmativa atribuída à senhora Maria do Carmo Freire Cabral, de que os livros não teriam
sido comprados devido ao fato de estarem com preços superiores a R$ 18,00 não condiz com a realidade, uma
vez que a própria CGU afirmou que os livros foram licitados pelo valor de R$ 18,00, sendo este valor
corroborado pela cópia da Nota Fiscal 77/2005 (peça 34, p. 10), correspondente ao valor de venda unitário de
cada exemplar. Sendo assim, a justificativa de preço não é aplicável.
19. Adicionalmente, no mesmo item 2.1.2.4 do RAC, a CGU confirma que a senhora Maria do
Carmo Freire Cabral, funcionária da prefeitura de Panelas (PE), na posição de coordenadora do Programa de
Apoio aos Sistemas de Ensino para Atendimento à Educação de Jovens e Adultos (Peja) no município, havia
atestado o recebimento dos livros. Neste ponto ocorre conflito entre o que a coordenadora assinou e o que a
CGU meramente alega que ela falou em entrevista de 25/4/2006, ao passo que a mesma senhora, em documento
de 20/12/2012 afirma que era responsável pelo recebimento dos livros (peça 34, p. 25), embora não tenha
escrito que os recebeu.
20. De modo a esclarecer qualquer dúvida nesta última declaração da senhora Maria do Carmo
Freire Cabral, eu telefonei na manhã do dia 10/5/2013, sexta- feira, para a prefeitura de Panelas (PE) e falei com
esta senhora. Hoje ela ocupa o cargo de Diretora de Programas Especiais, da Secretaria Municipal de Educação
e, em nosso telefonema, ficou esclarecido que ela, de fato recebeu os livros, que eles foram distribuídos às
escolas, que ela dispõe de uma relação assinada por cada escola que recebeu os exemplares e que os alunos os
utilizaram e ainda os utilizam. Quanto à entrevista, ela afirma que mostrou à CGU um exemplar de cada livro
que foi adquirido, incluindo diversas outras coleções, e que, provavelmente, devido à grande quantidade de
livros, as coleções ‘Novas Trilhas’ e ‘Educação sem fronteiras’ podem ter passado despercebidamente pela
fiscalização. Ela, contudo, reafirma ter recebido devidamente os livros.
21. Segundo o art. 368 da Lei 5.869/1973, que institui o Código de Processo Civil, tem-se que ‘As
declarações constantes do documento particular, escrito e assinado, ou somente assinado, presumem-se
verdadeiras em relação ao signatário’, ao passo que o parágrafo único desse artigo define: ‘Quando, todavia,
contiver declaração de ciência, relativa a determinado fato, o documento particular prova a declaração, mas não
o fato declarado, competindo ao interessado em sua veracidade o ônus de provar o fato.’ Assim, embora a
declaração apresentada pela senhora Maria do Carmo Freire Cabral não comprove, segundo a lei, o fato
declarado, o documento será considerado na defesa, uma vez que foi confirmado por entrevista telefônica entre
este auditor e a declarante, além de haver outras declarações de duas professoras e de cinco alunos que afirmam
ter trabalhado com os livros das coleções compradas. Essas várias declarações, em confronto com uma única
entrevista que pode ter sido mal interpretada ou compreendida, têm um valor que não pode ser desconsiderado e
que será aproveitado na presente defesa da responsável.
22. Pelo exposto, a defesa logrou êxito, uma vez que apresentou documentos fiscais e demais
declarações que indicam a regularidade da situação, enquanto que, em contrapartida, a conduta de falta de
fornecimento dos livros não é inquestionável e solidamente relatada no RAC da CGU a ponto de confrontar as
evidências favoráveis e poder sobrepujá- las. Sendo assim, será proposto o acatamento das presentes alegações
de defesa da responsável pelo fornecimento dos livros, senhora Lúcia de Fátima Pontes da Silva, isentando-a de
responsabilidade na presente TCE.
23. Desde já, fica evidenciado que a presente defesa aproveitará ao ex-prefeito, com base no art.
161 do Regimento Interno do TCU (RITCU), uma vez que ele foi solidariamente citado pelo mesmo fato, sob o
prisma do pagamento e não recebimento dos livros comprados, o que, no que concerne às circunstâncias
objetivas, restou aqui esclarecido.
Responsável: Senhor Carlos Frede rico de Lemos Moreira Lima, CPF: 143.159.474- 15, Prefeito do
município de Panelas (PE) na gestão 2005-2008.
216
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
24. O senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima apresentou suas alegações de defesa em
4/12/2012 por meio do instrumento constante nos autos sob a numeração de peça 18. A seguir serão
apresentadas as suas defesas para as duas condutas e responsabilidades que lhe foram atribuídas.
I- Responsabilidade individual, pelo valor histórico total de R$ 269.427,60, devido à conduta
abaixo:
Conduta: irregularidades na execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), no
exercício de 2005, descritas no item 2.1.1 do Relatório de Ação de Controle (RAC) da Controladoria Geral da
União no Estado de Pernambuco (CGU), de 10/11/2006 (peça 1, p. 45-76), cujo conjunto converge no sentido
de que os objetivos do programa, que é o de atender parcialmente as necessidades nutricionais dos alunos da
rede municipal, não foram alcançados, sendo dessa forma suficiente para que seja impugnada a totalidade dos
recursos transferidos ao município no âmbito no Pnae.
25. Preliminarmente, deve restar esclarecido que o item 2.1.1 do RAC 00190.002804/2006-57 da
CGU engloba diversas constatações, evidências e irregularidades apontadas ao longo de 32 de suas páginas
(peça 1, p. 45-76), sendo elas:
I - Subitem 2.1.1.1: Falta de merenda em 10 escolas visitadas devido ao fornecimento insuficiente e
intempestivo de alimentos (peça 1, p. 45-58), com diversas fotografias:
Constatações: Dias faltantes de merendas e a continuação de faltas em 2006, com vários dias
consecutivos sem a devida alimentação nas escolas, com a regularidade média de faltas em dois dias por semana
em algumas escolas.
a) Grupo Escolar Presidente Floriano Peixoto (peça 1, p 45-46):
Mais de cinquenta dias sem merenda em 2005;
No dia da visita, 19/4/2006, estava sem merenda há quatorze dias consecutivos.
b) Grupo Escolar Manoel Barbosa (peça 1, p. 46-48):
Mais de quarenta dias sem merenda em 2005;
No dia da visita, 19/4/2006, estava sem merenda há oito dias consecutivos.
c) Escola Marechal Deodoro da Fonseca (peça 1, p. 48):
Mais de cinquenta dias sem merenda em 2005;
No dia da visita, 19/4/2006, estava sem merenda há quinze dias consecutivos.
d) Grupo Escolar Manoel Joaquim de Farias (peça 1, p.48-50):
Mais de vinte dias sem Merenda em 2005;
No da visita, 18/4/2006, estava sem merenda há quatorze dias consecutivos.
e) Escola Municipal Rui Barbosa (peça 1, p. 50-52):
Mais de vinte dias sem merenda em 2005;
No dia da visita, 18/4/2006, não foi confeccionada merenda; motivo reunião de pais;
O estoque de alimentos encontrado na escola, conforme fotos, seria suficiente para alimentar
adequadamente somente por dois dias 837 alunos.
Três dias consecutivos sem merenda em 2006, sendo de dois dias por mês sem merenda.
f) Escola Municipal José Felipe Barbosa (peça 1, p. 52):
Mais de vinte dias sem merenda em 2005;
No dia da visita, 18/4/2006, estava sem merenda há dois dias consecutivos.
g) Grupo Escolar Dom Moura (peça 1, p. 52-54):
Mais de quarenta dias sem merenda em 2005;
No dia da visita, 25/4/2006, não foi confeccionada merenda: motivo dia de prova;
Falta merenda duas vezes por semana em média em 2006.
h) Escola Municipal Joaquim Nabuco (peça 1, p. 54-56):
Mais de quarenta dias sem merenda em 2005;
No dia da visita, 25/4/2006, foi confeccionado um cadeirão de feijão para 1678 alunos;
O estoque de alimentos encontrado na escola, conforme fotos, não seria suficiente para alimentar
adequadamente nem por um dia 1678 alunos.
i) Escola Municipal João Timóteo de Andrade (peça 1, p.56):
Mais de quarenta dias sem merenda em 2005;
Falta merenda duas vezes por semana em média em 2006.
j) Escola Municipal José Felizardo (peça 1, p. 56):
Mais de vinte dias sem merenda em 2005;
217
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Três dias consecutivos sem merenda em 2006, com média de dois dias por mês sem merenda.
II – Subitem 2.1.1.2: Alteração de documentos públicos ‘Guia de Remessa de Alimentos’ (GRA)
que especificam as quantidades de gêneros alimentícios distribuídos às escolas:
Constatações:
A CGU apresentou em seu RAC (peça 1. p. 58-72) relatos de entrevistas nas escolas visitadas,
anexando comparativos entre as quantidades de alimentos efetivamente entregues nessas escolas e os valores
constantes das guias de remessa, sendo evidenciadas significativas discrepâncias entre as quantidades, sempre
com a quantidade recebida inferior ao registrado nas GRA como remetido. A CGU alega que constatou
alteração/inutilização de documentos públicos a maior nas quantidades de alimentos dessas guias,
principalmente nos meses de julho, agosto, outubro e novembro de 2005, sendo consideradas alterações
grosseiras, em que, a título de exemplo, dezenas de quilos efetivamente recebidos foram expressas como sendo
centenas. A CGU conclui que ‘quantidade de gêneros alimentícios apresentada pela Prefeitura como fornecida
às escolas está aumentada em até cinco vezes em relação ao que de fato foi distribuído para as escolas’, sendo
apresentadas planilhas que confirmam a prática e que indicam que durante todo o exercício de 2005, com
duzentos dias letivos, foram de fato distribuídos gêneros alimentícios suficientes para atender apenas cinquenta
dias de aulas.
III - Subitem 2.1.1.3: Funcionário da prefeitura é principal fornecedor da merenda escolar:
Constatações:
Foi explicitado no RAC da CGU que o principal fornecedor de alimentos para a prefeitura
municipal de Panelas (PE), a empresa E. M. da Silva Panelas, CNPJ 07.160.661/0001-23, na realidade pertence
ao senhor Marinaldo José da Silva, CPF 028.564.297-40, conforme sua própria declaração em entrevista. Este
senhor, à época do ocorrido, era funcionário da prefeitura e possuía três empresas de direito no mesmo
endereço, uma em seu nome e as outras duas em nome de parentes, sendo que, de fato, essas três empresas
seriam uma única, enquanto a E.M. da Silva Panelas fornece com exclusividade para a prefeitura de Panelas
(PE) (peça 1, p. 72-76).
Alegações de Defesa I:
26. O senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima inicialmente enfatiza o teor do item 2.1.1
do RAC 00190.002804/2006-57 da CGU e explicita em sua defesa (peça 18, p. 1-2) o seguinte trecho:
Consignou-se expressamente no item 2.1.1 daquele Relatório que o objetivo do Programa Nacional
de Apoio à Alimentação Escolar Pnae/2005, de atender parcialmente às necessidades nutricionais dos alunos da
rede municipal de ensino não foi alcançado, haja vista o fornecimento insuficiente e intempestivo de merendas
em 10 escolas municipais, a alteração do documento público ‘Guia de Remessa de Alimentos’ que especifica a
quantidade de gêneros alimentícios distribuídos para as unidades de ensino, indícios de fraude no procedimento
licitatório, em razão da empresa vencedora do certame ser de propriedade de funcionário público da Prefeitura
Municipal, além do fato das propostas concorrentes apresentarem mesma diagramação, irregularidades tais que
possibilitaram, segundo as razões do TCU, a impugnação da totalidade dos recursos transferidos ao município
no âmbito do Pnae no ano de 2005.
27. O senhor ex-prefeito em sua defesa não apresenta elementos comprobatórios, limitando-se a
alegar que os fatos não ocorreram, conforme será apresentado ao longo dos próximos parágrafos.
28. Inicialmente é feito um resumo do que seria o Programa Nacional de Alimentação Escolar –
Pnae, onde, em três ocasiões é apresentado o caráter complementar do suprimento das necessidades nutricionais
dos alunos, sendo, desde já, questionada a impugnação total dos recursos repassados pelo FNDE ao município
em 2005.
29. Em seguida, o senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima alega que não lhe teriam sido
dadas, por parte da Secretaria Federal de Controle Interno, oportunidades para ele apresentar as suas defesas
quanto às impropriedades.
30. O responsável passa a atacar o fato de que o RAC da CGU, em seu subitem 2.1.1.1 aponta que
teria faltado merenda nas dez escolas visitadas por um prazo médio de quarenta dias, sem que fossem
explicitados os nomes das pessoas que teriam feito as acusações, de modo a possibilitar o confronto do
responsável com os autores das afirmações para que ele pudesse demonstrar ‘que as mesmas seriam
inverídicas’.
31. Também é alegado pelo senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima que, apenas por
ocasião da citação feita pelo TCU, no atual estágio do processo administrativo, teria sido conferida ao
responsável a oportunidade de tomar conhecimento com mais profundidade das irregularidades apontadas no
218
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
RAC e isso teria acarretado ‘sensível prejuízo probatório’, uma vez que ele se encontra afastado do mandado
eletivo desde 2008.
32. Não são apresentados documentos adicionais comprobatórios do fornecimento das merendas
em todos os dias do calendário letivo, fato nem mesmo questionado pelo responsável, que se defende
exclusivamente por meio de alegações, nos termos abaixo transcritos (peça 18, p.4):
Ou seja, percentualmente, houve fornecimento de merenda escolar a todos os alunos da rede
municipal de ensino por mais de 75% (setenta e cinco por cento) do ano letivo de 2005, fato sumariamente
desconsiderado por esta Corte de Contas no bojo da presente Tomada de Contas Especial.
Nesse diapasão, qualquer entendimento no sentido de considerar completamente frustrados os
objetivos do Pnae/2005, possibilitando levar à condenação o responsável ao recolhimento da totalidade da verba
transferida ressoa nitidamente equivocado.
Isto porque todos os recursos repassados pelo FNDE foram aplicados na aquisição de merenda
escolar, suprindo as necessidades nutricionais dos alunos da educação básica por mais de 180 dias do ano letivo
da maioria das escolas beneficiadas, fato este que sobejamente já afasta, de modo irrefutável, a alegada
frustração integral dos objetivos do Pnae/2005.
33. Na próxima transcrição de mais dois parágrafos das alegações de defesa apresentadas (peça 18,
p. 4-5), o senhor ex-prefeito confirma que deixou de proceder corretamente com os recursos do Pnae/2005, uma
vez que resta evidenciado por ele que os objetivos teriam sido cumpridos ‘quase em sua integralidade’,
enquanto demonstra indiferença e que considera absolutamente normal ter deixado alunos da rede pública sem
merendas a que têm direito e para as quais foram direcionados R$ 269.427,60, em todos os dias de aula. Para o
senhor ex-prefeito, a falta de até 25% das refeições durante o período letivo, conforme suas próprias palavras
abaixo, não comprometeriam o programa federal, veja-se:
Outrossim, em observância ao princípio do ônus da impugnação objetiva, mister ressaltar que, no
vertente caso, os objetivos do Pnae/2005 foram cumpridos quase em sua integralidade , uma vez que, de acordo
com o próprio Relatório de Ação de Controle, constatou-se a ausência de merenda escolar somente por cerca de
20 a 40 dias, em 10 (dez) escolas municipais , considerando o período de 200 dias letivos... (grifos nossos). ...
Ou seja, percentualmente, houve fornecimento de merenda escolar a todos os alunos da rede
municipal de ensino por mais de 75% (setenta e cinco por cento) do ano letivo de 2005, fato sumariamente
desconsiderado por esta Corte de Contas no bojo da presente Tomada de Contas Especial.
34. Em seguida, o responsável apela aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, em
oposição à definição da sua responsabilidade pelo valor histórico integral que foi repassado ao município de
Panelas (PE) pelo Pnae/2005, enquanto, implicitamente, deixa em aberto a possibilidade e adequação da sua
responsabilização proporcional aos dias que deixou de fornecer alimentação aos alunos da rede pública, e ainda
alega a inadequação da jurisprudência do TCU quanto à aplicação do valor total e no que diz respeito ao fato de
que ‘É dever do gestor público otimizar a utilização dos recursos públicos, de forma a maximizar os serviços
prestados à população em termos qualitativos e quantitativos.’, aplicada no Acórdão TCU 1.441/2007-Plenário.
35. Em relação às alterações das Guias de Remessa de Alimentos (GRA), o senhor ex-prefeito
alega, inicialmente, que a CGU, por ter deixado de mencionar os nomes dos responsáveis que receberam os
alimentos, teria impossibilitado a sua defesa.
36. Também sem trazer novos elementos aos autos quanto à confirmação das quantidades de
alimentos realmente entregues nas escolas, o senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima apresenta decisão
do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que define o ‘entendimento firmado no sentido de que o documento
público merece fé até prova em contrário, por gozarem de presunção de legitimidade e de veracidade das
informações nele contidas’ (peça 18, p. 6).
37. Com essa premissa, o ex-prefeito alega que os dados firmados nas GRA elaboradas pela
prefeitura municipal de Panelas (PE) constituiriam prova idônea das entregas dos alimentos nas quantidades
neles especificadas, enquanto clama pela necessidade de que a parte contrária apresente os documentos
comprobatórios capazes de afastar a presunção de legitimidade e veracidade dessas GRA.
38. Quanto ao fato de um funcionário da prefeitura ser o fornecedor da merenda escolar, o ex-
prefeito simplesmente alega que, para a aquisição dos gêneros alimentícios d estinados às merendas, foi
realizado o processo licitatório Convite 12 – Processo 17 de 2005, que teria observado ‘todos os princípios que
regem o instituto’ e que o processo não ‘restou frustrado pelo fato das propostas da empresa vencedora E. M. da
Silva Panelas e da empresa Paulo Sergio Lins Costa, apresentarem a mesma diagramação’.
219
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Análise das Alegações de Defesa I:
39. Pelo exposto nos parágrafos anteriores, fica explicitado que o ex-prefeito de Panelas (PE),
senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima, efetivamente limitou-se a questionar as evidências
apresentadas pela CGU no RAC 00190.002804/2006-57, não tendo trazido fatos ou provas aos autos que
possam ser aproveitados em sua defesa, ao passo que, tacitamente, reconhece que deixou de fornecer, sem causa
justificada, merendas aos alunos de escolas municipais por, pelo menos, 25% do prazo previsto, sem aqui ser
considerada a qualidade e volume das refeições efetivamente possibilitadas, uma vez que a redução nas entregas
de mantimentos foi tratada no segundo item da conduta questionada.
40. Ressalta-se a declaração da CGU em que ela conclui (peça 1, p. 58) que ‘quantidade de gêneros
alimentícios apresentada pela Prefeitura como fornecida às escolas está aumentada em até cinco vezes em
relação ao que de fato foi distribuído para as escolas’, o que a leva a afirmar que as planilhas analisadas
confirmaram a prática e indicaram que durante todo o exercício de 2005, com duzentos dias letivos, de fato,
foram distribuídos gêneros alimentícios suficientes para abastecer as escolas em apenas cinquenta dias de aulas.
Neste cenário, consequentemente, os alunos da rede municipal teriam ficado sem a devida merenda durante 150
dias do ano letivo (75%), em inquestionável sinal de que os objetivos do Pnae em Panelas (PE) não poderiam
ser atingidos.
41. Ao senhor ex-prefeito não cabe alegar desconhecimento, obstrução do contraditório ou da sua
ampla defesa, bem como dificuldades atuais na elaboração das suas alegações de defesa com fulcro no
desconhecimento do processo nem no lapso temporal, uma vez que é notória a sua ciência da existência do
processo administrativo, conforme comprova o Aviso de Recebimento de 2/2/2007 (peça 1, p. 111), pelo qual
ele recebeu o Ofício do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação número
110/2007/DIPRA/CGCAP/DIFIN/FNDE, de 29/1/2007 (peça 1, p. 95), que trata de diligência pelos fatos
explicitados no RAC 00190.002804/2006-57 da CGU pelo valor total de R$ 269.427,60, relativo ao Pnae,
acompanhado do respectivo demonstrativo de débito (peça 1, p. 96-102), entre outras responsabilizações.
42. Ficou patente que o ex-prefeito, além de não trazer documentos adicionais comprobatórios do
fornecimento das merendas em todos os dias do calendário letivo, nem mesmo retrucou ou questionou a falta de
fornecimento, chegando a escrever: ‘Ou seja, percentualmente, houve fornecimento de merenda escolar a todos
os alunos da rede municipal de ensino por mais de 75% (setenta e cinco por cento) do ano letivo de 2005’ (peça
18, p.4), reconhecendo, por conseguinte, que a falta dos ‘25%’ por ele alegados seriam ‘aceitáveis’, enquanto o
fornecimento de merenda decorre de lei, foram destinados recursos para tal e a merenda não foi fornecida.
43. O ex-prefeito registra que teria havido o fornecimento de merendas por mais de 75% do ano
letivo, o que não condiz com a conclusão da CGU em que, após análises das planilhas que lhe foram
apresentadas pelas escolas, resta expresso que os alunos teriam tido merenda em apenas 25% do período, sendo
75% o percentual referente à falta de alimentação.
44. Não cabe razão ao responsável quanto ao seu questionamento da adequação da jurisprudência
do TCU no que se refere à aplicação do valor total transferido e no que diz respeito ao fato de que ‘É dever do
gestor público otimizar a utilização dos recursos públicos, de forma a maximizar os serviços prestados à
população em termos qualitativos e quantitativos.’, aplicada no Acórdão TCU 1.441/2007-Plenário.
45. Ficou, portanto, evidenciado que ele não aperfeiçoou a utilização dos recursos públicos e o
programa não atingiu o seu objetivo, que é o de ‘Suprir parcialmente as necessidades nutricionais dos alunos
beneficiários, através da oferta de no mínimo uma refeição diária, visando atender os requisitos nutricionais
referentes ao período em que este se encontra na escola’. Quando fica comprovado e até aceito pelo ex-prefeito
que ele deixou, de fato, de fornecer diariamente, no mínimo, uma refeição que atenda os requisitos nutricionais
dos alunos beneficiários, não resta dúvidas quanto ao completo insucesso do programa naquela ocasião, fato que
seguramente tem repercussões sociais não avaliadas pelo ex-gestor de Panelas (PE).
46. Além da falta de fornecimento diário e regular das merendas, o ex-prefeito não logrou êxito em
suas alegações de defesa quanto às alterações das Guias de Remessa de Alimentos (GRA), uma vez que, o fato
de não haver cópias dessas guias nas escolas, já que a prefeitura não usava dessa prática, denota, no mínimo,
possibilidade de má-fé nas entregas dos mantimentos, ao passo que as escolas, por seus registros próprios
tinham números a fornecer durante as inspeções da CGU que eram incompatíveis e sistematicamente inferiores
aos apresentados pela municipalidade.
47. Em oposição ao alegado pelo ex-prefeito quanto à falta de provas documentais que se pudessem
opor à presunção de veracidade e legitimidade das Guias de Recolhimento de Alimentos (GRA), pela mera
consulta dos autos fica evidente que a CGU não se limitou a fazer entrevistas com os responsáveis pelos
220
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
recebimentos dos mantimentos, uma vez que foram utilizados e explicitados números retirados de cadernos de
registro de entrada de alimentos nas escolas, só não havendo outros documentos porque a prefeitura não deixava
as devidas cópias das GRA, que seria o procedimento correto, nas dez escolas municipais visitadas (peça 1, p.
58), ao passo que, em todas elas, quem recebeu a merenda/responsável nas escolas em questão alegou que nunca
foram recebidas as quantidades expressas nas guias. Mostradas as guias para as merendeiras/professores, eles
sistematicamente confirmaram que teria havido alteração das guias assinadas por eles, fato que deve ser
considerado, já que foram, no mínimo, dez diferentes pessoas e de escolas distintas.
48. A discrepância nos valores alegados como entregues e os efetivamente recebidos pelas escolas,
principalmente em julho, agosto, outubro e novembro de 2005 (peça 1, p. 58), além de indicarem possíveis
desvios de verbas, evidenciam que as necessidades nutricionais dos alunos não foram supridas, mesmo nos dias
em que havia merenda, uma vez que o Pnae tem como meta garantir uma refeição diária com aproximadamente
350 quilocalorias (Kcal) e 9 gramas de proteínas, devendo, dessa forma, possibilitar a cobertura de, no mínimo,
15% das necessidades diárias do aluno. A redução dos volumes entregues, a falta de estoques para a confecção
de merendas e a própria falta de merendas registradas explicitam a falta de observância do programa pelo ex-
prefeito, o que justifica a proposta a ser apresentada quanto à sua responsabilização pelo valor integral dos
recursos repassados, já que houve a frustração dos objetivos programáticos.
49. A defesa apresentada pelo ex-prefeito quanto ao fornecimento de mantimentos para as
merendas por um funcionário da prefeitura, com indícios de fraude na licitação também, por se limitar a meras
alegações de regularidade, sem comprovações, também não logra sucesso.
50. Os três fatos, principalmente os dois primeiros, tomados isoladamente já são suficientes e
bastantes para a conclusão da falta de atendimento dos objetivos e da frustração do Pnae/2005 em Panelas (PE),
ao passo que, tomados em conjunto, tornam racional, justa e incontornável a responsabilização do ex-prefeito
municipal, senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima, pela falta de cumprimento integral dos objetivos
do programa e sua consequente devolução dos valores totais transferidos, devidamente corrigidos, conforme
será proposto.
II- Responsabilidade solidária com a Sra. Lúcia de Fátima Pontes da Silva:
Conduta: pagamento de 2.907 livros didáticos que não foram entregues, conforme descrito no item
2.1.2 do Relatório de Ação de Controle (RAC) 00190.002804/2006-57 da Controladoria Geral da União no
Estado de Pernambuco (CGU/PE), de 10/11/2006 (peça 1, p. 76-89, dos autos em anexo).
Alegações de Defesa II:
51. Após fazer um breve relato sobre o Programa de Apoio à Educação de Jovens e Adultos- Peja,
o ex-prefeito de Panelas (PE), senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima, apresenta apenas dois
parágrafos, sem a anexações ou evidência de qualquer documento comprobatório, os quais serão abaixo
transcritos em sua integralidade.
Necessário esclarecer ainda que, objetivando oportunizar aos jovens e aos adultos fora da faixa
etária da escolaridade regular a conclusão e continuidade de estudos, o mencionado programa admitia execução
descentralizada, desenvolvendo-se também fora da escola, através da abertura de turmas em espaços alternativos
cedidos pela comunidade, empresas, instituições governamentais e não governamentais, sindicatos e
associações.
No município de Panelas, que possui uma área territorial 371 km2 e uma população de 24.471
habitantes, dos quais cerca de 65% habitam a Zona Rural, o Peja,visando alcançar seus objetivos de maneira
mais ampla e eficaz, foi executado fora dos limites espaciais das escolas fiscalizadas pela Controladoria Geral
da União, motivo pelo qual os livros adquiridos no Processo Licitatório nº 61, Convite nº 49, de 14/9/2005, não
se encontraram fisicamente naquelas unidades educacionais.
52. O responsável conclui a sua defesa relativa às duas responsabilizações analisadas advogando
que, das irregularidades suscitadas na presente TCE, nenhuma se prestaria a configurar situação de improbidade
administrativa, de grave infração às normas, de desvio ou aplicação antieconômica de verbas públicas ou
mesmo de prejuízo ao erário, enquanto requer a aprovação das presentes contas.
Análise das Alegações de Defesa II:
53. Embora a informação de que o programa tem execução descentralizada seja relevante, ela, por
si, não teria a capacidade de esclarecer os indigitados pagamentos de livros que não teriam sido recebidos nem,
consequentemente, de tornar as alegações de defesa do ex-prefeito quanto a essa responsabilização acatáveis,
dada a sua inespecificidade.
221
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
54. Entretanto, conforme já mencionado na ocasião das análises das alegações de defesa
apresentadas pela responsável subsidiária, senhora Lúcia de Fátima Pontes da Silva, no tocante aos livros do
Peja/2005, a ampla defesa trazida por esta senhora aprove itará ao ex-prefeito, com base no art. 161 do
Regimento Interno do TCU (RITCU), uma vez que ele foi citado solidariamente pelo mesmo fato, que restou
esclarecido nos parágrafos relativos à defesa daquela responsável.
55. Assim sendo, será proposto o acatamento parcial das alegações de defesa do senhor Carlos
Frederico de Lemos Moreira Lima, com a isenção de sua responsabilidade quanto à conduta de ter pago por
livros que não teriam sido entregues, ao passo que, quanto à conduta constatada no exercício do Pnae/2005,
referente merendas escolares, será proposta a sua total responsabilização pelos recursos e o julgamento irregular
de suas contas com base no art. 19 da Lei 8.443/1992 cc art. 209, inciso III, do Regimento Interno do Tribunal
de Contas da União (RITCU), por dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico,
seguido da imputação do débito pelo valor total transferido, com fulcro no Acórdão TCU 1.441/2007 – Plenário
quanto ao fato de que ‘é dever do gestor público otimizar a utilização dos recursos públicos, de forma a
maximizar os serviços prestados à população em termos qualitativos e quantitativos’ c/c arts. 23, III da Lei
8.443/1992 e 210 do RITCU. Adicionalmente, será proposta a aplicação da multa prevista nos arts. 57 da Lei
8.443/1992 e 267 do RITCU.
CONCLUSÃO
56. Em conformidade com as análises realizadas, será proposto no encaminhamento que sejam
acatadas as alegações de defesa da senhora Lúcia de Fátima Pontes da Silva, no tocante à compra e entrega dos
livros do Peja/2005, dado que a confrontação das informações trazidas pela CGU, segundo seu Relatório de
Ação de Controle 00190.002804/2006-57, com as alegações de defesa apresentadas pela responsável solidária
pela conduta de que ela não teria entregue os livros adquiridos, restou favorável à responsável, face à
apresentação de diversos documentos comprobatórios da existência da sua empresa, bem como da devida
entrega dos exemplares adquiridos pela municipalidade de Panelas (PE) em 2005.
57. Devido ao acatamento da defesa da senhora Lúcia de Fátima Pontes da Silva será proposto,
com base no art. 161 do Regimento Interno do TCU (RITCU), o seu aproveitamento em favor do senhor Carlos
Frederico de Lemos Moreira Lima no tocante à sua responsabilidade solidária pelo fato de ter pago pelos
mesmos livros, já que restou comprovado que os exemplares foram devidamente entregues, não podendo
subsistir, consequentemente, a imputação da conduta de que ele teria pago por livros não recebidos.
58. Quanto à responsabilidade exclusiva do senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima
referente a irregularidades na execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), no exercício de
2005, as alegações de defesa do responsável não lograram êxito, uma vez que não trouxeram elementos
comprobatórios aos autos quanto à regular aplicação dos recursos transferidos pelo Ministério da Educação ao
município de Panelas (PE) em 2005 para a complementação nutricional dos alunos da rede pública.
59. Resta, portanto, a proposta a ser apresentada no sentido de que sejam rejeitadas as alegações de
defesa do senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima referentes às irregularidades apontadas na execução
do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), no exercício de 2005 (parágrafos 39 a 49).
60. Tendo em vista que não constam dos autos elementos que permitam reconhecer a boa- fé do
senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima, sugere-se que as suas contas relativas ao Programa Nacional
de Alimentação Escolar (Pnae), no exercício de 2005, sejam julgadas irregulares, segundo os arts. 1º, I, 16, III,
‘c’, e 19, da Lei nº 8.443, de 16 de julho de 1992, cc arts. 202, § 6º e 209, inciso III, do RITCU, seguido da
imputação do débito pelo valor total histórico transferido pelo FNDE, uma vez que os objetivos do programa
não foram atingidos.
BENEFÍCIOS DAS AÇÕES DE CONTROLE EXTERNO
61. Entre os benefícios do exame desta tomada de contas especial pode-se mencionar
61.1. Débito calculado em R$ 392.160,30, atualizado até 1/1/2013, sem cômputo de juros (peça
35), devido a irregularidades registradas na execução do Programa Nacional de Apoio à Alimentação Escolar
(Pnae) no exercício de 2005 (Pnae/2005), processo de prestação de contas 23034.004862/2006-13, pelo ex-
prefeito municipal de Panelas (PE), conforme apontado no Relatório de Ação de Controle 00190.002804/2006-
57 da Controladoria Geral da União em Pernambuco (peça 1, p. 37-93). Valor do débito: R$ 392.160,30,
atualizado até 1/1/2013,sem cômputo de juros (peça 35).
61.2. Multa do art. 57, Lei 8.443/1992, devido às irregularidades apontadas, com o objetivo de
coibir fraudes e desvios de recursos. Valor a ser definido pelo Tribunal;
222
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
61.3. Outros benefícios - Contribuir no aprimoramento da administração pública pela demonstração
de efetiva atuação, com aplicação de decisões que demonstrem aos gestores e à sociedade o controle das contas
públicas.
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
62. Diante do exposto, somos pelo encaminhamento das seguintes propostas às instâncias
superiores:
62.1. Acatar as alegações de defesa da senhora Lúcia de Fátima Pontes da Silva, CPF:
493.340.854-87, responsável legal da empresa individual Lúcia de Fátima Pontes da Silva Consultoria ME
quanto à entrega dos livros adquiridos pelo município de Panelas (PE) em 2005 com recursos do Programa de
Apoio à Educação de Jovens e Adultos (Peja);
62.2. Excluir, nestes autos, a responsabilidade da senhora Lúcia de Fátima Pontes da Silva, CPF:
493.340.854-87, responsável legal da empresa individual Lúcia de Fátima Pontes da Silva Consultoria ME,
quanto à entrega dos livros adquiridos pelo município de Panelas (PE) em 2005 com recursos do Programa de
Apoio à Educação de Jovens e Adultos (Peja);
62.3. Aproveitar a defesa apresentada pela senhora Lúcia de Fátima Pontes da Silva em favor do
responsável solidário, senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima, pelo fato de pagamento de livros
adquiridos pelo município de Panelas (PE) em 2005 com recursos do Programa de Apoio à Educação de Jovens
e Adultos (Peja), com base no art. 161 do RITCU;
62.4. Excluir, nestes autos, a responsabilidade do senhor Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima,
CPF: 143.159.474-15, exclusivamente quanto à responsabilização pelas condutas apontadas e referentes ao
pagamento dos livros adquiridos pelo município de Panelas (PE) em 2005 com recursos do Programa de Apoio
à Educação de Jovens e Adultos (Peja);
62.5. Com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea ‘c’ da Lei 8.443/1992 c/c os arts.
19 e 23, inciso III, da mesma Lei, e com arts. 1º, inciso I, 209, inc iso III, 210 e 214,
62.5. Com fundamento nos arts. 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea ‘c’ da Lei 8.443/1992 c/c os
arts. 19 e 23, inciso III, da mesma Lei, e com arts. 1º, inciso I, 209, inc iso III, 210 e 214, inciso III, do
Regimento Interno, que sejam julgadas irregulares as contas do Sr. Carlos Frederico de Lemos Moreira
Lima, CPF 143.159.474-15, prefeito do município de Panelas/PE, gestão 2005-2008, e condená- lo ao
pagamento das quantias a seguir especificadas, com a fixação do prazo de quinze dias, a contar da
notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento Interno), o
recolhimento das dívidas aos cofres do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE),
atualizadas monetariamente e acrescidas dos juros de mora, calculados a partir das datas discriminadas, até
a data do recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor.
VALOR
ORIGINAL (R$)
DATA DA
OCORRÊNCIA
23.634,00 2/3/2005
23.634,00 31/3/2005
23.634,00 29/4/2005
28.360,80 1/6/2005
28.360,80 1/7/2005
28.360,80 29/7/2005
28.360,80 27/8/2005
28.360,80 1/10/2005
28.360,80 1/11/2005
28.360,80 7/12/2005
62.6. Aplicar ao Sr. Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima, CPF 143.159.474-15, a multa
prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992 c/c o art. 267 do Regimento Interno, com a fixação do prazo de quinze
dias, a contar da notificação, para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea ‘a’, do Regimento
Interno), o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do
acórdão que vier a ser proferido até a do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da
legislação em vigor;
62.7. Autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, a cobrança judicial
das dívidas caso não atendida a notificação;
62.8. Autorizar, desde já, caso solicitado, o pagamento das dívidas do Sr. Carlos Frederico de
Lemos Moreira Lima em até 36 parcelas mensais e consecutivas, nos termos do art. 26 da Lei 8.443/1992 c/c o
223
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
art. 217 do Regimento Interno, fixando- lhe o prazo de quinze dias, a contar do recebimento da notificação, para
comprovar perante o Tr ibunal o recolhimento da primeira parcela, e de trinta dias, a contar da parcela anterior,
para comprovar o recolhimento das demais parcelas, devendo incidir sobre cada valor mensal, atualizado
monetariamente, os juros de mora devidos (no caso do débito), na forma prevista na legislação em vigor;
62.9. Encaminhar cópia da deliberação que vier a ser proferida, bem como do relatório e do voto
que a fundamentarem, ao Procurador-Chefe da Procuradoria da República em Pernambuco, nos termos do § 3º
do art. 16 da Lei 8.443/1992 c/c o § 7º do art. 209 do Regimento Interno do TCU, para adoção das medidas que
entender cabíveis.”
5. O MP/TCU, representado pelo subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, manifestou
sua anuência à proposta oferecida pela unidade técnica (peça 41).
É o relatório.
p
Proposta de Deliberação
Trata-se de tomada de contas especial instaurada pelo Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE) contra o sr. Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima, ex-
prefeito, em razão da “impugnação de despesas executadas com os recursos repassados à Prefeitura
Municipal de Panelas/PE, por intermédio do Programa de Apoio à Educação de Jovens e Adultos —
PEJA, e do Programa Nacional de Apoio à Alimentação Escolar — PNAE, ambos no exercício de
2005”.
6. Os fatos que deram origem ao presente processo foram os seguintes:
não atingimento das finalidades do PNAE (atender parcialmente as necessidades
nutricionais dos alunos da rede municipal), em específico no que se refere à aplicação dos recursos
transferidos em 2005 (R$ 269.427,60); e
não comprovação da entrega de 2907 livros didáticos adquiridos no âmbito do PEJA
(R$ 52.326,00).
7. Relativamente ao material didático, a sra. Lúcia de Fátima Pontes da Silva foi
considerada responsável juntamente com o ex-prefeito porque, nos termos consignados no relatório
00190.002804/2006-57, da CGU/PE, não promoveu a entrega dos livros contratados pelo município.
8. Devidamente citados, os responsáveis apresentaram alegações de defesa, devidamente
analisadas pela Secex-PE (peça 38).
9. As alegações de defesa da sra. Lúcia de Fátima Pontes da Silva contrapuseram-se à
declaração da sra. Maria do Carmo Freire Cabral, coordenadora do PEJA no município, contida no
relatório 00190.002804/2006-57, da CGU/PE, de que os livros ‘novas trilhas’ e ‘educação sem
fronteiras’ não teriam sido entregues.
10. Além da manifestação de professores e alunos beneficiados pelos livros, foram
juntadas cópias das publicações fornecidas. Uma última e definitiva medida saneadora foi realizada
pela unidade técnica, como transcrevo: “20. De modo a esclarecer qualquer dúvida nesta última declaração da senhora Maria do Carmo
Freire Cabral, eu telefonei na manhã do dia 10/5/2013, sexta- feira, para a prefeitura de Panelas (PE) e falei com
esta senhora. Hoje ela ocupa o cargo de Diretora de Programas Especiais, da Secretaria Municipal de Educação
e, em nosso telefonema, ficou esclarecido que ela, de fato recebeu os livros [nota fiscal 77, de 4/10/2005, cf.
peça 34, p. 10], que eles foram distribuídos às escolas, que ela dispõe de uma relação assinada por cada escola
que recebeu os exemplares e que os alunos os utilizaram e ainda os utilizam. Quanto à entrevista, ela afirma que
mostrou à CGU um exemplar de cada livro que foi adquirido, incluindo diversas outras coleções, e que,
provavelmente, devido à grande quantidade de livros, as coleções ‘Novas Trilhas’ e ‘Educação sem fronteiras’
podem ter passado despercebidamente pela fiscalização. Ela, contudo, reafirma ter recebido devidamente os
livros.”
11. Diante de tais informações, acato as alegações de defesa apresentadas pela sra. Lúcia
de Fátima Pontes da Silva, como propõe a unidade técnica, e considero elidida a responsabilidade que
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224
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
lhe foi inicialmente imputada neste processo, estendendo-se tais conclusões ao sr. Carlos Frederico de
Lemos Moreira Lima, nos termos do art. 161 do RI/TCU, quanto à questão da não comprovação da
entrega dos livros.
12. No que se refere à aplicação dos recursos do PNAE no exercício de 2005, verifico que
as informações obtidas pela CGU/PE em 15% das escolas do município vão no sentido do
descumprimento parcial dos objetivos do programa (de 20 a 50 dias) em 2005 (200 dias letivos).
13. Essa realidade, tais constatações têm como consequência o § 5º do art. 18 da
Resolução/CD/FNDE 38/2004, que dispõe: “Art. 18. A Entidade Executora - EE fará a prestação de contas dos recursos financeiros recebidos à
conta do PNAE ao Conselho de Alimentação Escolar - CAE, até 15 de janeiro do exercício seguinte ao do seu
recebimento, a qual será formalizada, em conformidade com o Anexo I desta Resolução, e de todos os
documentos que comprovem a execução do PNAE. (nova redação dada pela Resolução CD/FNDE nº 21, de 27
de maio de 2005, publicada no D.O. de 30.05.2005, Seção I, pp. 14 – 17)
(...)
5°. O não atendimento aos dias letivos implicará a restituição, aos cofres do FNDE, dos
valores correspondentes aos dias não atendidos com a alimentação escolar. (nova redação dada pela
Resolução CD/FNDE nº 21, de 27 de maio de 2005, publicada no D.O. de 30/05/2005, Seção I, pp. 14 – 17)”
(grifei)
14. Indevido, portanto, considerar como dano ao erário o total repassado ao município de
Panelas, por meio do PNAE, em 2005, haja vista que há registro de que foi fornecida a alimentação
escolar na maior parte do ano letivo.
15. Na tentativa de colher informações acerca do percentual a ser restituído, verifica-se que
o número de dias sem alimentação escolar foi informado por dez escolas, a seguir discriminadas, entre
as sessenta e cinco existentes no município:
Dias sem
alimentação escolar
em 2005
1 GRUPO ESCOLAR PRESIDENTE FLORIANO PEIXOTO 50
2 GRUPO ESCOLAR MANOEL BARBOSA 40
3 ESCOLA MARECHAL DEODORO DA FONSECA 50
4 GRUPO ESCOLAR MANOEL JOAQUIM DE FARIAS 20
5 ESCOLA RUI BARBOSA 20
6 ESCOLA JOSE FELIPE BARBOSA 20
7 GRUPO ESCOLAR DOM MOURA 40
8 ESCOLA JOAQUIM NABUCO 40
9 ESCOLA JOÃO TIMÓTEO DE ANDRADE 40
10 ESCOLA JOSE FELIZARDO 20
16. Para fins de caracterização e quantificação do dano ao erário, não se pode inferir que a
situação observada em 15% das escolas reproduziu-se em todas as demais. Não se pode, também, até
mesmo com supedâneo no disposto na resolução do FNDE anteriormente mencionada, acolher a
compreensão de que o fato de ter havido dias letivos sem o fornecimento de alimentação escolar
implica em descumprimento total dos objetivos do programa e, consequentemente, na imputação de
dano equivalente a todo o valor repassado.
17. Está caracterizada nos autos, apenas, a ocorrência de dias letivos sem alimentação
escolar, como demonstrado no quadro acima para algumas escolas do município. O valor das merendas
não fornecidas nesses casos não foi quantificado nos autos, o que ensejaria a identificação do
quantitativo de alunos que deixou de receber a alimentação escolar, assim como o número de dias em
que isso ocorreu, visto que o repasse de recursos no âmbito do PNAE toma por base o número de
alunos, de dias de atendimento e o valor per capita estabelecido para a refeição, nos termos do art. 17
da Resolução/CD/FNDE 38/2004.
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225
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
18. Seria necessário, portanto, refazer a citação do responsável para que apresentasse
defesa especificamente quanto ao não fornecimento de alimentação escolar nas escolas e nos períodos
descritos na tabela acima. Numa estimativa expedita, considerando o número de alunos informado pelo
FNDE para o município em 2012, de forma estimativa e simplificada, que todas as sessenta e cinco
escolas do município tenham ficado sem alimentação escolar pelo período médio verificado na
amostra (34 dias), esse valor, atualizado, seria da ordem de R$ 69.564,08, inferior ao que atualmente
esta Corte tem como limite para instauração de tomada de contas especial.
19. Destaco que o conjunto de condutas, documentos e fatos que conduzem a um juízo
preliminar de ocorrência de irregularidades deve ser ordenado e encadeado de forma a bem
caracterizar o dano, quantificá-lo com segurança e demonstrar a responsabilização pessoal. Sem que
assim se proceda, dificulta-se e mesmo inviabiliza-se a condenação e a apenação intencionada, como
aqui sucedeu. Não por outra razão, a IN TCU nº 71/2012 expressa e claramente demanda condições de
rigor técnico e jurídico para instauração de tomada de contas especial: “Art. 5º É pressuposto para instauração de tomada de contas especial a existência de elementos
fáticos e jurídicos suficientes para:
I - comprovação da ocorrência de dano; e
II - identificação das pessoas físicas ou jurídicas que deram causa ou concorreram para a ocorrência
de dano.
§ 1º A demonstração de que tratam os incisos I e II deste artigo abrange, obrigatoriamente:
I - descrição detalhada da situação que deu origem ao dano, lastreada em documentos, narrativas e
outros elementos probatórios que deem suporte à comprovação de sua ocorrência;
II - exame da suficiência e da adequação das informações, contidas em pareceres de agentes
públicos, quanto à identificação e quantificação do dano;
III - evidenciação da relação entre a situação que deu origem ao dano e a conduta ilegal, ilegítima
ou antieconômica da pessoa física ou jurídica a quem se imputa a obrigação de ressarcir os cofres públicos, por
ter causado ou concorrido para a ocorrência de dano.
(...)
Art. 10. O processo de tomada de contas especial será composto pelos seguintes documentos:
I - relatório do tomador das contas, que deve conter:
(...)
e) relato das situações e dos fatos, com indicação dos atos ilegais, ilegítimos ou antieconômicos de
cada um dos responsáveis que deram origem ao dano;
(...);
h) parecer conclusivo do tomador de contas especial quanto à comprovação da ocorrência do dano,
à sua quantificação e à correta imputação da obrigação de ressarcir a cada um dos responsáveis;
(...)
§ 1º O relatório a que se refere o inciso I deste artigo deve estar acompanhado de cópias:
a) dos documentos utilizados para demonstração da ocorrência de dano;
(...)
§ 3º A quantificação do débito a que se refere a alínea “d” do inciso I deste artigo será
acompanhada de demonstrativo financeiro que indique:
(...)
b) a síntese da situação caracterizada como dano ao erário;”
20. Não tem sido incomum que tomadas de contas especiais instauradas por diversos
órgãos e entidades a partir de um conjunto de irregularidades levantadas em processos de fiscalização
conduzidos pela CGU incidam nesta falta de rigor apuratório, dificultando o processamento e o
julgamento das TCEs no âmbito deste Tribunal.
21. Em conclusão, estando ausente o pressuposto fundamental de constituição e
desenvolvimento válido e regular de uma tomada de contas especial, qual seja, a devida caracterização
e quantificação do dano, e havendo elementos suficientes para presumir que a adoção de medidas
saneadoras para quantificar devidamente o dano passível de concreta caracterização, segundo o que
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226
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
consta dos autos, resultaria em nova citação por valor de baixa materialidade, a presente tomada de
contas especial deve ser arquivada.
Ante o exposto, manifesto-me pela aprovação do acórdão que submeto à apreciação deste
colegiado.
p
ACÓRDÃO Nº 1005/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 003.118/2012-6.
2. Grupo II – Classe II – Assunto: Tomada de Contas Especial.
3. Interessado/Responsáveis:
3.1. Interessado: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
3.2. Responsáveis: Carlos Frederico de Lemos Moreira Lima e Lúcia de Fátima Pontes da
Silva.
4. Entidade: Município de Panelas/PE.
5. Relator: Ministro-Substituto Weder de Oliveira.
6. Representante do Ministério Público: Subprocurador-Geral Lucas Rocha Furtado.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo em Pernambuco (Secex-PE).
8. Advogado constituído nos autos: Gilberto Santos Júnior (OAB/PE 17108) e outro - peça
20 e Adolfo Maia Ferreira Tavares (OAB/DF 10.514) e outros - peça 1/pág. 121.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação contra o sr. Carlos Frederico de Lemos Moreira
Lima, ex-prefeito, em razão da “impugnação de despesas executadas com os recursos repassados à
Prefeitura Municipal de Panelas/PE, por intermédio do Programa de Apoio à Educação de Jovens e
Adultos — PEJA, e do Programa Nacional de Apoio à Alimentação Escolar — PNAE, ambos no
exercício de 2005”.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da
Primeira Câmara, diante das razões expostas pelo relator, em:
9.1. arquivar a presente tomada de contas especial com fundamento no art. 212 do RI/TCU
c/c art. 7º, II, da IN TCU 71/2012;
9.2. dar ciência desta deliberação aos responsáveis, ao Município de Panelas/PE e ao
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação;
9.3. encerrar o presente processo.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1005-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira (Relator).p
p
GRUPO I – CLASSE II – Primeira Câmara
TC 006.530/2013-3
Natureza: Tomada de Contas Especial
227
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Entidade: Município de Malhada de Pedras/BA
Responsável: Ramon dos Santos (206.765.735-68)
Interessado: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE)
Advogado constituído nos autos: Não há
SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. PROGRAMA NACIONAL DE
ALIMENTAÇÃO ESCOLAR. NÃO COMPROVAÇÃO DA BOA E REGULAR APLICAÇÃO DOS
RECURSOS FEDERAIS EM RAZÃO DA NÃO APRESENTAÇÃO DA PRESTAÇÃO DE
CONTAS. CITAÇÃO. REVELIA. CONTAS IRREGULARES, DÉBITO E MULTA.
COMUNICAÇÕES.
Relatório
Adoto como relatório a instrução da Secex-BA (peça 8): "1. Trata-se de Tomada de Contas Especial instaurada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação – FNDE, em razão de não comprovação da boa e regular aplicação dos recursos transferidos ao
Município Malhada de Pedras/BA, no exercício de 2004, para a execução do Programa Nacional de
Alimentação Escolar – PNAE, materializada pela omissão no dever de prestar contas.
2. O PNAE, programa de ação continuada, tem como objetivo: 'suprir parcialmente as necessidades
nutricionais dos alunos, com vistas a garantir a implantação da política de Segurança Alimentar e Nutricional e
contribuir para a formação de bons hábitos alimentares', conforme dispõe o art. 2º da resolução CD/FNDE nº 15,
de 16/6/2003.
3. Os recursos repassados pelo FNDE ao Município de Malhada de Pedras/BA, no âmbito do
PNAE/2004, totalizaram R$ 71.125,20, distribuídos ao longo do exercício, conforme tabela à peça 1, p. 5.
4. O agente responsabilizado no presente processo, Sr. Ramon dos Santos, Prefeito Municipal de
Malhada de Pedras/BA, à época dos fatos, foi oficiado com vistas à regularização das pendências apuradas (peça
1, p. 64-66). O ex-prefeito não apresentou justificativas nem apresentou a documentação necessária ao
saneamento da irregularidade apontada, conforme relatado na peça 1, p. 74.
5. O Ofício nº 09036/2005/DIPRA/CGCAP/DIFIN/FNDE encaminhado ao responsável refere-se à
ausência prestação de contas do PNAE, tratada nestes autos, e também à omissão de prestação de contas relativa
aos recursos do Programa de Apoio ao Transporte Escolar – PNATE que motivou a instauração de outra
Tomada de Contas Especial, conforme informado na peça 1, p. 7.
6. O Relatório do Tomador de Contas nº 119, emitido em 21/9/2010 (peça 1, p. 70-76),
circunstanciou os fatos e concluiu pela responsabilidade do Sr. Ramon dos Santos, então Prefeito Municipal de
Malhada de Pedras/BA, nas gestões 1997-2000 e 2001-2004. Apurou-se, como prejuízo, o valor original de R$
71.125,20, 00, nas datas informadas na peça 1, p. 5.
7. Foi inscrita a responsabilidade do responsável, no Siafi, mediante a Nota de Lançamento nº
2010NL001659 (peça 1, p. 19).
8. Consta dos autos cópias de Ação de Ressarcimento de Recursos c/c Responsabilidade por Ato de
Improbidade Administrativa (peça 1, p. 37-44) e Ação de Prestação de Contas c/c Pedido de Antecipação de
Tutela (peça 1, p. 51-59) impetradas pelo Município de Malhada de Pedras/BA na Comarca de Brumado/BA,
em 28/4/2005 e 3/5/2005, respectivamente, e Representação por Ato de Improbidade Administrativa (peça 1, p.
45-47) apresentada ao Ministério Público da Bahia, em 3/6/2005, todas em desfavor do Sr. Ramon dos Santos.
9. O presente processo de Tomada de Contas Especial motivou diligência do Ministério Público
Federal, visando instruir o Inquérito Civil Público nº 1.14.007.000192/2012-95, consoante informações
extraídas do Ofício nº 239/2010/PRM-VC/GAB/ASV, de 26/10/2012 (peça 1, p. 82).
10. A Controladoria-Geral da União emitiu relatório de auditoria e certificou a irregularidade das
contas, em dezembro de 2012 (peça 1, p. 84-87).
11. O Ministro de Estado da Educação manifestou, em 15/1/2013, pronunciamento expresso
encaminhando este processo de Tomada de Contas Especial ao Tribunal de Contas da União (peça 1, p. 88).
12. No âmbito do TCU o processo foi instruído inicialmente (peça 2), com proposta de citação do
responsável, Sr. Ramon dos Santos, com o acolhimento dos despachos da Subunidade e da Unidade (peças 3 e
4).
13. Consoante delegação de competência conferida pelo Relator do processo, Exmo. Sr. Ministro
Weder de Oliveira, conforme Portaria nº MINS WDO nº 5, de 19 de fevereiro de 2013, foi promovida a citação
do Sr. Ramon dos Santos, Prefeito Municipal de Malhada de Pedras /BA, à época dos fatos (gestão 2001-2004).
228
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
14. A mencionada citação foi formalizada mediante o Ofício nº 0592/2013-TCU/Secex-BA, de
22/5/2013 (peça 5), com entrega confirmada no endereço oficial do destinatário (cadastro da Receita Federal -
peça 7) mediante o Aviso de Recebimento – AR, assinado por terceiros, em 4/6/2013 (peça 6).
15. Decorrido o prazo prorrogado para apresentação das alegações de defesa, ou seja, 15 dias a
partir de 4/6/2013, vencido, portanto, em 19/6/2013, o responsável não apresentou suas alegações de defesa nem
recolheu os valores devidos aos cofres do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE/MEC,
razão pela qual deve ser dado prosseguimento ao processo, de acordo com o art. 12, inciso IV, § 3º, da Lei n.
8.443/1992.
16. Diante da revelia do responsável, Sr. Ramon dos Santos, e inexistindo nos autos elementos que
permitam concluir pela ocorrência de boa-fé ou de outros excludentes de culpabilidade em sua conduta (art. 202,
§ 2º do RI/TCU), propõe-se que suas contas sejam julgadas irregulares e que o responsável seja condenado em
débito, bem como que lhe seja aplicada a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992.
17. Diante do exposto, submetemos os autos à consideração superior, sugerindo o
encaminhamento à apreciação da d. Procuradoria, junto ao TCU, e posterior envio ao Gabinete do Exmº Sr.
Ministro-Relator Weder de Oliveira, com a seguinte proposta:
a) nos termos dos artigos 1º, inciso I, 16, inciso III, alínea 'a', e 19, caput, da Lei nº 8.443/92, que
sejam julgadas irregulares as contas do Sr. Ramon dos Santos (CPF 206.765.735-68) e condená-lo ao
pagamento das quantias a seguir especificadas, com a fixação do prazo de quinze dias, a contar da notificação,
para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea 'a', do Regimento Interno), o recolhimento das
dívidas aos cofres do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE/MEC, atualizadas
monetariamente e acrescidas dos juros de mora, calculados a partir das datas discriminadas, até a data do
recolhimento, na forma prevista na legislação em vigor.
Quantificação do débito:
Valor Histórico (R$) Data de Ocorrência
6.700,20 26/2/2004
6.700,20 23/3/2004
6.700,20 27/4/2004
6.700,20 25/5/2004
13.400,40 6/8/2004
7.731,00 31/8/2004
7.731,00 23/9/2004
7.731,00 29/10/2004
7.731,00 26/11/2004
71.125,20 TOTAL
b) aplicar ao Sr. Ramon dos Santos (CPF 206.765.735-68) a multa prevista no art. 57 da Lei
8.443/1992 c/c o art. 267 do Regimento Interno, com a fixação do prazo de quinze dias, a contar da notificação,
para comprovar, perante o Tribunal (art. 214, inciso III, alínea 'a', do Regimento Interno), o recolhimento da
dívida aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do acórdão que vier a ser
proferido até a do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;
c) autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992, a cobrança judicial das
dívidas caso não atendidas as notificações."
22. O MP/TCU, representado pelo procurador-geral Paulo Soares Bugarin, manifestou-se
de acordo com a proposição da unidade técnica (peça 11) nos seguintes termos: "Trata-se de tomada de contas especial instaurada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação (FNDE) em razão da ausência de prestação de contas dos recursos transferidos em 2004 ao município
de Malhada de Pedras/BA para a execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar, cujo objetivo era
suprir parcialmente as necessidades nutricionais dos alunos. O total de recursos repassados ao município
totalizou R$ 71.125,20 em valores históricos. Em razão da omissão no dever de demonstrar a regular aplicação
da verba, foi iniciada esta TCE tendo como responsável pelo débito o Sr. Ramon dos Santos, prefeito do
município à época.
Recebidos os autos pelo TCU, a Secex/BA promoveu a citação do responsável por meio do Ofício
nº 0592/2013-TCU/SECEX-BA (peça 5), cuja entrega é atestada pelo aviso de recebimento disposto à peça 6.
Contudo, o responsável deixou o prazo transcorrer in albis, sem apresentar qualquer manifestação a esta Corte.
229
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Caracterizada a revelia do gestor, após regular citação pela via postal, impõe-se o prosseguimento
ao processo, para todos os efeitos, conforme prevê o art. 12, § 3º, da Lei nº 8.443/92.
Desse modo, ante a inexistência de elementos capazes de comprovar a boa e regular aplicação dos
recursos, este representante do Ministério Público manifesta-se de acordo com a proposta formulada pela
unidade técnica à peça 8, p. 02-03."
É o relatório.
p
Proposta de Deliberação
Trata-se de tomada de contas especial instaurada pelo Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE) contra o sr. Ramon dos Santos, ex-prefeito do município de
Malhada de Pedras/BA, em razão da omissão no dever de prestar contas da aplicação dos recursos
federais repassados por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), no ano de 2004.
23. Neste Tribunal, o responsável foi devidamente citado para apresentar a prestação de
contas, de forma a comprovar a boa e regular aplicação dos recursos federais repassados (R$
71.125,20) e justificar o descumprimento do prazo originalmente previsto para essa providência (peça
5). Todavia, transcorrido o prazo para resposta, o responsável não se manifestou, sendo, portanto,
revel.
24. Verifica-se nos autos que o sr. Ramon dos Santos, prefeito municipal de Malhada de
Pedras-BA durante o período de 1997 a 2000 e 2001 a 2004, era o gestor responsável por executar e
prestar contas da aplicação dos repasses federais para atender ações do PNAE. No entanto, não adotou
medidas para que a prestação de contas do ano de 2004 fosse remetida ao FNDE, tampouco justificou
a omissão.
25. O responsável também teve oportunidade, no decorrer das medidas administrativas a
cargo do FNDE e antecedentes à instauração desta TCE, de apresentar defesa ao órgão concedente,
mas manteve-se silente.
26. Cabe ao gestor demonstrar a correta aplicação dos recursos públicos. No âmbito desta
tomada de contas especial, o sr. Ramon dos Santos não carreou aos autos documentação capaz de
comprovar o regular emprego das verbas federais na execução dos recursos sob sua gestão. Assim,
acompanho o posicionamento da unidade técnica, ao qual anuiu o MP/TCU.
Diante do exposto, manifesto-me pela aprovação do acórdão que ora submeto à apreciação
deste Colegiado.
p
ACÓRDÃO Nº 1006/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 006.530/2013-3.
2. Grupo I – Classe II - Assunto: Tomada de Contas Especial.
3. Interessado/Responsável:
3.1. Interessado: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - (FNDE)
3.2. Responsável: Ramon dos Santos (206.765.735-68).
4. Entidade: Município de Malhada de Pedras/BA.
5. Relator: Ministro-Substituto Weder de Oliveira.
6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo na Bahia (Secex-BA).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação em razão da omissão no dever de prestar contas da
230
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
aplicação dos recursos federais repassados para atender ações do Programa Nacional de Alimentação
Escolar (PNAE), relativamente ao exercício de 2004.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira
Câmara, ante as razões expostas pelo relator, em:
9.1. considerar revel para todos os efeitos, com fundamento no art. 12, § 3º, da Lei
8.443/1992, o sr. Ramon dos Santos, ex-prefeito do município de Malhada de Pedras/BA;
9.2. julgar irregulares as contas do sr. Ramon dos Santos, com fundamento nos arts. 1º, I, e
16, III, 'a' e 'c', da Lei 8.443/1992 c/c os arts. 19, caput, e 23, III, da mesma Lei e com os arts. 209, III e
§ 3º, 210 e 214, III, do RI/TCU, e condená-lo ao pagamento das quantias abaixo indicadas, atualizadas
monetariamente e acrescidas de juros de mora calculados a partir das respectivas datas de ocorrência
até a data do efetivo recolhimento, fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para
que comprove, perante este Tribunal (art. 214, III, 'a', do RI/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres
da Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, na forma da legislação em vigor: Valor (R$) Data da
ocorrência
6.700,20 26/2/2004
6.700,20 23/3/2004
6.700,20 27/4/2004
6.700,20 25/5/2004
13.400,40 6/8/2004
7.731,00 31/8/2004
7.731,00 23/9/2004
7.731,00 29/10/2004
7.731,00 26/11/2004
9.3. aplicar ao sr. Ramon dos Santos a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992, no
valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação,
para que comprove, perante este Tribunal (art. 214, III, 'a', do RI/TCU), o recolhimento da dívida aos
cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do presente acórdão até a do
efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;
9.4. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, II, da Lei 8.443/1992, a cobrança judicial
das dívidas;
9.5. encaminhar cópia desta deliberação à Procuradoria da República no Estado da Bahia,
nos termos do art. 16, § 3º, da Lei 8.443/1992;
9.6. dar ciência desta deliberação ao FNDE e ao responsável.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1006-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira (Relator).pp
p
GRUPO II – CLASSE II – Primeira Câmara
TC 008.313/2009-5
Natureza: Tomada de Contas Especial
Órgão: Ministério da Saúde
Responsáveis: José Mendes Neto (041.495.805-53); Santa Casa de Misericórdia de Feira
de Santana/BA (13.227.038/0001-43)
231
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Interessado: Fundo Nacional de Saúde - MS (00.530.493/0001-71)
Advogado constituído nos autos: Adessil Fernandes Guimarães (OAB/BA 6010), peça 7 -
pág. 4.
SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO. OMISSÃO NO DEVER
DE PRESTAR CONTAS. CITAÇÃO. DESVIO DE OBJETO DE PARTE DOS RECURSOS.
DESCARACTERIZAÇÃO DE PARTE DO DÉBITO. ACOLHIMENTO PARCIAL DAS
ALEGAÇÕES DE DEFESA DE UM DOS RESPONSÁVEIS. REVELIA DO OUTRO. CONTAS
IRREGULARES. DÉBITO. MULTA.
RELATÓRIO
Trata-se de tomada de contas especial instaurada em razão da omissão no dever de prestar
contas do Convênio 1690/2003, celebrado entre o Ministério da Saúde e a Santa Casa de Misericórdia
de Feira de Santana/BA, para aquisição de equipamentos e materiais permanentes, visando ao
fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
27. Reproduzo, com os ajustes de forma pertinentes, o pronunciamento do titular da Secex-
BA, que contou com a anuência do MP/TCU, representado pelo Procurador-Geral Paulo Soares
Bugarin. Em seu pronunciamento, o secretário da unidade discordou tanto das conclusões do auditor
responsável pela instrução quanto do pronunciamento do diretor: “... Quanto ao mérito, divirjo da instrução de peça 21 e do pronunciamento de peça 22. Trata-se de
tomada de contas especial instaurada em virtude de omissão no dever de prestar contas do convênio nº
1690/2003 (SIAFI 494830) firmado entre a União, por intermédio do Ministério da Saúde, e a Santa Casa de
Misericórdia de Feira de Santana–BA (Hospital Dom Pedro de Alcântara) (CNPJ 13.227.038/0007-43) para
aquisição de equipamentos e material permanentes. Valor conveniado: R$1.000.000,00, sem contrapartida.
Ordens bancárias: 2004OB401090, de 16/4/2004, R$500.000,00 e 2004OB904542, de 21/5/2004,
R$500.000,00. Conta específica: banco 104 – CEF, agência 1611, conta corrente 6210022. Vigência 31/12/2003
a 16/5/2005.
2. Segundo o plano de trabalho, deveriam ter sido adquiridos os seguintes equipamentos: 1 esteira
ergométrica, 1 analisador de holter, 2 gravadores de holter, 2 mapas com gravador, manguito e bolsa, 1 EGG
convencional 3 canais, 2 microcomputadores, 1 cardioversor, 1 raio X 800 mA microprocessado com tampo
flutuante, 1 mamógrafo, 3 processadoras de RX, 1 marcapasso externo, 3 respiradores a pressão, 3 respiradores
microprocessado volumétrico, 10 bombas de infusão, 1 mesa cirúrgica, 1 foco cirúrgico triplex, 1 carro
anestesia, 2 carros maca transferência, 6 escadas dois degraus inox, 3 mesas de mayo inox, 1 eletrocautério,
3 mesas com gavetas para anestesia, 1 bomba de circulação extra-corpórea, 2 carros de emergência com
cardioversor e desfibrilador, 1 autoclave 360 litros, 1 lavadora com barreira 50 kg, 1 centrífuga extratora 30
kg, 24 leitos hospitalares, e 24 mesas de apoio com tampo para refeições (peça 1, p. 41)
3. O Relator determinou a citação do provedor Sr. José Mendes Neto e da Santa Casa de
Misericórdia de Feira de Santana–BA (Hospital Dom Pedro de Alcântara), pela não-comprovação da boa e
regular aplicação dos recursos federais repassados (peça 4, p.38).
4. A Santa Casa foi citada conforme ofício 2302/2010-TCU/SECEX-BA (peça 4, p.40) e o Sr.
Jose Mendes Neto, conforme ofício 2301/2010-TCU/SECEX-B (peça 4, p.42), tomando ciência dos
expedientes citatórios, respectivamente, em 27/12/2010 e 29/12/2010, conforme avisos de recebimento
juntados aos autos (peça 4, p. 45/50).
5. Transcorrido o prazo para apresentação de alegações de defesa, o Sr. José Mendes Neto
permaneceu silente e a Santa Casa, após dilação de prazo (peça 4, p.46), apresentou suas alegações de
defesa (peça 5, p. 3/54).
6. Analisando a documentação apresentada, foi proposta diligência à Santa Casa e a realização
de nova citação do Sr. José Mendes (peça 5, p. 55/59).
7. A citação foi realização conforme ofício 2559/2011-TCU/SECEX-BA (peça 6, p. 2) do qual
tomou ciência o responsável em 27/10/2011, conforme AR assente na peça 6, p. 52. Ante a ausência de
resposta, nova citação foi realizada conforme ofício 2790/2011-TCU/SECEX-BA (peça 6, p. 50), do qual
tomou ciência o responsável em 23/11/2011, conforme AR assente na peça 6, p. 55, permanecendo silente.
8. A diligência foi realizada conforme ofício 2557/2011-TCU/SECEX-BA (peça 6, p. 4), sendo
carreado aos autos os documentos assentes na peça 6, p. 9/47.
232
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
9. Em face dessa nova documentação trazida aos autos, foi realizada diligência à Caixa
Econômica Federal, para que nos remetesse cópia dos cheques emitidos à conta do convênio. A
documentação foi remetida pela Caixa (peça 20).
II
6. Alegações de defesa. Em suas alegações a Santa Casa sustenta que (a) os equipamentos
foram adquiridos; (b) que o dever de ressarcir os cofres públicos deve recair sobre o provedor José Mendes
Neto; (c) relata ainda que: ‘A identificação e detecção de atos de malversação de verbas, má gestão do patrimônio da
instituição, deficiência na contabilização e prestação de contas de recursos públicos e, ainda, a constatação do
desaparecimento de inúmeros documentos contábeis, levou a que o MM. Juízo da Vara da Fazenda Pública de
Feira de Santa, em 09 de março de 2005, decretasse intervenção na Convenente, afastando o Sr. José Mendes
Neto, à época provedor da entidade, do cargo que ocupava, com a nomeação de provedoria provisória. ‘
7. Junta aos autos decisão judicial que destituiu o Sr. José Mendes Neto, inicial da ação de
improbidade administrativa movida pelo Ministério Público contra o citado gestor e ofício encaminhado
pela Santa Casa de Misericórdia ao Ministério da Saúde, relatando a situação dos convênios pendentes
(peça 5, p.11/54).
8. Exame das alegações. (a) Quanto à afirmação de que os equipamentos foram adquiridos,
essa alegação não se fez acompanhar de nenhuma comprovação. A Santa Casa de Misericórdia apenas
junta cópia do plano de trabalho onde consta a relação dos equipamentos que deveriam ter sido adquiridos
(peça 5, p. 11/17).
9. Ademais, o Ministério da Saúde, por meio de sua Divisão de Convênio e Gestão, por duas
oportunidades esteve na Santa Casa de Misericórdia e, conforme relatórios datados de 28/6/2004 (peça 2,
p.25/28) e 22/10/2004 (peça 2, p.42/50), relata que a documentação atinente à execução do convênio não
foi disponibilizada e que a execução do convênio não havia sido iniciada.
10. Por fim, correspondência encaminhada pela Santa Casa ao Ministério da Saúde, datada de
26/12/2005, assinada pelo então provedor interventor Outram Sampaio Borges, ora juntada às alegações de
defesa em análise (peça 5, p.50/54), relata que ‘... foram levantadas as movimentações financeiras junto a
Caixa Econômica Federal AG 1611 C/C 621.002-2...’ e, do total de R$1.000.000,00, R$272.507,97 foram
utilizados para pagamento de ‘... fornecedores diversos e transferência para a conta corrente do Banco do
Brasil nº 4.144-0 (...) conta corrente é da movimentação do hospital e não de convênio...’ e ‘... houve
movimentação financeira sem a devida identificação no montante de R$727.492,03.’ (peça 5, p. 52).
11. Assim, verifica-se que não obstante a alegada afirmação de que os equipamentos foram
adquiridos, os elementos juntados aos autos não confirmam isso.
12. (b) Quanto à afirmação de que a responsabilidade pelo ressarcimento ao erário deve recair
ao então gestor Sr. José Mendes Neto, de fato, o responsável primeiro pela comprovação da boa e regular
aplicação dos recursos públicos é o gestor pessoa física. Entretanto, uma vez que o beneficiado por parte do
recurso fora a própria Santa Casa, deve a ela ser imputado parte do débito, à analogia do art. 3º da Decisão
Normativa TCU 57/2004.
13. No caso em apreço, verifica-se que R$272.507,97 foram revertidos em benefício da Santa
Casa, o que é corroborado pela documentação trazida aos autos pela Caixa Econômica Federal, e
R$727.492,03 não se comprovou a destinação.
14. Quanto à parte que reverteu à Santa Casa, conquanto aplicada em suas finalidades, não há
prova nos autos de que foi aplicada no objeto do convênio em apreço, devendo, pois ser restituída aos
cofres do concedente.
15. Quanto à parcela cuja destinação não se comprovou, cabe ao gestor, Sr. José Mendes Neto,
o ônus de comprovar a sua destinação, conforme determina do art. 70, da Constituição Federal, o art. 93 do
Decreto-Lei 200/1967 e o art. 66 do Decreto 93/1986, ou restituí- la aos cofres do concedente.
16. Exame de boa-fé. Quanto à verificação da boa-fé da Santa Casa, filiamo-nos ao
entendimento assentado no Acórdão 3375/2006 – Segunda Câmara, quando à impossibilidade de aferição
de boa-fé de pessoa jurídica: Sumário: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO. DESVIO DE FINALIDADE EM
FAVOR DO MUNICÍPIO. CONTAS IRREGULARES. 1. A aplicação dos recursos em finalidade estranha à
233
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
pactuada no instrumento regulador enseja o julgamento pela irregularidade das contas do gestor, com
consequente aplicação de multa. 2. A identificação de que os recursos foram utilizados em proveito exclusivo
do município dita a obrigatoriedade de a pessoa jurídica de direito público responder pela reposição do
correspondente numerário. 3. A boa-fé, seja objetiva seja subjetiva, somente pode ser analisada em relação à
conduta humana, não podendo ser avaliada em relação a uma pessoa jurídica. 4. O desvio de finalidade de
recursos federais transferidos, com aproveitamento exclusivo pelo município, enseja o julgamento pela
irregularidade de suas contas e sua condenação em débito. [destacamos].
17. Assim, fica assegurada à Santa Casa o benefício do art. 12, da Lei 8.443/92, devendo ser
franqueada a ela novo prazo para recolhimento do débito.
18. Quanto à aferição da boa-fé do Sr. José Mendes Neto, fica prejudicada uma vez que,
citado, permaneceu silente.
19. Data do débito. Foram feitos dois repasses de R$500.000,00 cada, conforme ordens
bancárias datadas de 16/4/2004 e 21/5/2004. Assim, da primeira parcela repassada, R$272.507,97 é de
responsabilidade da Santa Casa, o valor restante, do Sr. José Mendes Neto, nas respectivas datas.
III
19. Em face do exposto, remeto os autos ao MPTCU para posterior apreciação do Exmo.
Ministro Relator Weder de Oliveira, propondo, com fulcro nos arts. 1º, I, 12, §§ 1º, 2º e 3º, 16, alínea a, 19,
57, da Lei 8.443/92, propondo:
19.1. declarar revel para todos os efeitos o Sr. José Mendes Neto;
19.2. rejeitar parcialmente as alegações de defesa oferecidas pela Santa Casa de Misericórdia
de Feira de Santana–BA, Hospital Dom Pedro de Alcântara (CNPJ 13.227.038/0007-43)
19.3. julgar irregulares as contas do Sr. José Mendes Neto (CPF 041.495.805-53), fixando-lhe
o prazo de 15 dias para que comprove o recolhimento das importâncias abaixo aos cofres do Tesouro
Nacional, corrigidas monetariamente e acrescidas dos juros legais nos termos da legislação em vigor: Valor (R$) Data
227.492,03 16/4/2004
500.000,00 21/5/2004
19.4. aplicar ao Sr. José Mendes Neto (CPF 041.495.805-53) multa proporcional ao débito;
19.5. fixar novo e improrrogável prazo de 15 dias para que a Santa Casa de Misericórdia de
Feira de Santana–BA, Hospital Dom Pedro de Alcântara (CNPJ 13.227.038/0007-43) recolha aos cofres do
Tesouro Nacional a importância abaixo, atualizada monetariamente a partir da respectiva data: Valor (R$) Data
272.507,97 16/4/2004
19.6. autorizar a formação de cobrança executiva, se não atendida a determinação dos itens
19.3 e 19.4;
19.7. nos termos do art. 26, da Lei 8.443/1992, autorizar desde já o parcelamento das
importâncias devidas, em até 34 parcelas, caso requerido;
19.8. dar ciência à Procuradoria da República no Estado da Bahia, remetendo-lhe cópia da
decisão que vier a ser proferida.”
É o relatório.
p
Proposta de Deliberação
Trata-se de tomada de contas especial instaurada pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS), em
razão da omissão no dever de prestar contas da aplicação dos recursos do convênio 1690/2003
celebrado entre o Ministério da Saúde e a Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana/BA
(Hospital Dom Pedro de Alcântara), cujo objeto era dar apoio financeiro para aquisição de
equipamentos e materiais permanentes, visando ao fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
28. O valor conveniado era de R$ 1.000.000,00, sem contrapartida. Os recursos foram
assim liberados: Ordem Bancária Data Valor (R$)
2004OB401090 16/4/2004 500.000,00
2004OB904542 21/5/2004 500.000,00
234
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
29. Em despacho de novembro de 2010, autorizei a citação do signatário da avença, sr.
José Mendes Neto, e da Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana/BA, pela não comprovação da
boa e regular aplicação dos recursos federais repassados.
30. O sr. José Mendes Neto, apesar de regularmente citado, não apresentou defesa,
tampouco recolheu o débito. Portanto, deve ser considerado revel para todos os efeitos, dando-se
prosseguimento ao processo, nos termos do § 3º do art. 12 da Lei 8.443/1992, c/c o § 8º do art. 202 do
RI/TCU.
31. Após análise da defesa apresentada pela Santa Casa, bem como dos documentos
enviados pela Caixa Econômica Federal em resposta à diligência efetuada pela Secex-BA (peças 16 e
20), o auditor instrutor concluiu que o hospital demonstrou não ter se beneficiado dos recursos não
aplicados no objeto do convênio, atribuindo a responsabilidade pelo ressarcimento integral do dano
apenas ao sr. José Mendes Neto. Assim, propôs o acatamento das alegações de defesa apresentadas
pela Santa Casa; que as contas do responsável sejam julgadas irregulares, condenando-o ao
ressarcimento do débito correspondente ao valor integral do convênio, apenando-o com a aplicação da
multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992.
32. O diretor manifestou concordância com essa proposta, ressalvando apenas que as
alegações de defesa da Santa Casa deveriam ser parcialmente acatadas, visto que, em sua peça de
defesa, o hospital afirmou que os equipamentos e materiais objeto do convênio haviam sido
adquiridos, a despeito de os documentos acostados aos autos demonstrarem o contrário.
33. Em seu pronunciamento, o secretário da Secex-BA divergiu tanto do auditor quanto do
diretor. Segundo o titular da unidade técnica, os documentos acostados aos autos indicam que a Santa
Casa de Misericórdia de Feira de Santana/BA se beneficiou de parte dos recursos do convênio, no
montante de R$ 272.507,97, na consecução de suas finalidades.
34. Em razão disso, e diante da inexistência de provas nos autos de que aquele montante
foi aplicado no objeto do convênio, propôs a rejeição parcial das alegações de defesa da entidade
hospitalar e condenação ao ressarcimento daquele valor, com fixação de novo e improrrogável prazo
de 15 dias para o recolhimento da importância devida, dada a impossibilidade de aferição da boa-fé da
pessoa jurídica, conforme assentada jurisprudência deste Tribunal, a exemplo do acórdão 3375/2006-
TCU-2ª Câmara.
35. Além disso, ponderou que não se comprovou a destinação do restante dos recursos, no
montante de R$ 727.492,03. Neste caso, propôs o julgamento pela irregularidade das contas do
provedor, sr. José Mendes Neto, e sua condenação ao ressarcimento daquele montante, bem como a
aplicação da multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992.
36. O MP/TCU, representado pelo Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin, manifestou-se
de acordo com a proposta apresentada pelo titular da Secex-BA.
II
37. Endosso as análises e conclusões a que chegou o titular da unidade técnica, às quais
anuiu o MP/TCU, e acolho sua proposta de encaminhamento, incorporando-a às minhas razões de
decidir, no que se refere à declaração de revelia do sr. José Mendes Neto, ao julgamento pela
irregularidade de suas contas, à imputação de débito, e à aplicação da multa prevista no art. 57 da Lei
8.443/1992.
38. O sr. José Mendes Neto, regularmente citado, permaneceu silente, restando
caracterizada a revelia e a consequente possibilidade de se dar prosseguimento ao processo, nos termos
do § 3º do art. 12 da Lei 8.443/1992, c/c o § 8º do art. 202 do RI/TCU.
39. Os recursos federais, no montante de R$ 1.000.000,00, foram repassados e
integralmente gastos, inclusive com saques diretos no caixa do Banco, durante o período em que o sr.
José Mendes Neto era o provedor da Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana/BA, cargo do
qual fora afastado mediante decisão em ação civil pública por ato de improbidade administrativa,
impetrada pelo Ministério Público do Estado da Bahia em razão de má gestão do patrimônio da
instituição.
235
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
40. Como signatário do convênio e gestor dos recursos federais transferidos incumbe a ele
o ônus de comprovar a boa e regular aplicação desses recursos, nos termos do parágrafo único do art.
70 da CF/1988, do art. 93 do Decreto-Lei 200/1967, e caput do art. 66 do Decreto 93.872/1986.
41. Portanto, considerando que o então provedor da Santa Casa não comprovou a
destinação dos recursos no montante de R$ 727.492,03, não apresentou resposta à citação, nem
recolheu a quantia aos cofres públicos, tampouco há elementos nos autos hábeis a elidir sua
responsabilidade, propugno que suas contas sejam julgadas irregulares, seja condenado ao
ressarcimento desse valor ao erário, bem como apenado com a aplicação da multa prevista no art. 57
da Lei 8.443/1992.
42. Vale registrar que o sr. José Mendes Neto foi responsabilizado em outras duas TCE,
instauradas em razão da omissão no dever de prestar contas da aplicação dos convênios 2199/2003,
(TC 008.314/2009-2, de minha relatoria) e 3283/2002 (TC 018.874/2011-8), ambos firmados com o
Ministério da Saúde. Por meio dos acórdãos 9716/2011-TCU-2ª Câmara e 2194/2013-TCU-2ª Câmara,
respectivamente, o ex-provedor foi condenado a recompor o erário.
43. No que se refere ao encaminhamento proposto em relação à responsabilização da Santa
Casa de Misericórdia de Feira de Santana, dissinto dos pareceres da unidade técnica e do MP/TCU.
44. Em ofício enviado ao Ministério da Saúde, a Santa Casa reconhece o pagamento a
diversos fornecedores daquela instituição com recursos oriundos do convênio, no montante de R$
272.507,97 (peça 5, p. 52-53).
45. Observo que, em que pese aquele montante não ter sido aplicado na execução do objeto
do convênio, foi utilizado para pagamento de despesas relacionadas a serviços de saúde, configurando
desvio de objeto na aplicação dos recursos, mas não desvio de finalidade, dado que os recursos
permaneceram vinculados à finalidade última do convênio: a prestação de serviços de saúde.
46. Acerca do tema, o Ministro Valmir Campelo, no voto condutor do acórdão 5304/2013-
TCU-1ª Câmara, observou que “no âmbito desta Corte de Contas, a jurisprudência sinaliza no sentido
de que, nos casos de desvio de objeto, desde que mantida a finalidade do gasto (saúde), seja afastado o
débito, podendo, conforme o caso, manter-se o julgamento pela irregularidade das contas, com
aplicação de multa aos responsáveis”.
47. Em diversas oportunidades este Tribunal deliberou acerca da inexistência de débito
quando os recursos repassados tiverem sido aplicados na mesma área, em prol da comunidade. Nesse
sentido, cito os acórdãos 1960/2007-TCU-1ª Câmara, 1424/2008-TCU-2ª Câmara, 2162/2011-TCU-2ª
Câmara e 3040/2011-TCU-2ª Câmara.
48. Em outras ocasiões adotei entendimento semelhante, a exemplo das propostas de
deliberação condutoras dos acórdãos 2882/2013, 5482/2013, 7437/2013, 7438/2013, todos da 1ª
Câmara.
49. Assim, acolho parcialmente as alegações de defesa apresentadas pela Santa Casa de
Misericórdia de Feira de Santana/BA (Hospital Dom Pedro de Alcântara), afastando o débito a ela
imputado.
Ante o exposto, manifesto-me pela aprovação do acórdão que ora submeto à apreciação
deste Colegiado.
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ACÓRDÃO Nº 1007/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 008.313/2009-5.
2. Grupo II – Classe II – Assunto: Tomada de Contas Especial
3. Interessado/Responsáveis:
3.1. Interessado: Fundo Nacional de Saúde - MS (00.530.493/0001-71)
3.2. Responsáveis: José Mendes Neto (041.495.805-53); Santa Casa de Misericórdia de
Feira de Santana/BA (13.227.038/0001-43).
4. Órgão: Ministério da Saúde.
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
5. Relator: Ministro-Substituto Weder de Oliveira.
6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo na Bahia (Secex-BA).
8. Advogado constituído nos autos: Adessil Fernandes Guimarães (OAB/BA 6010).
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo
Fundo Nacional de Saúde (FNS), em razão da omissão no dever de prestar contas relativamente ao
convênio 1690/2003, celebrado entre o Ministério da Saúde e a Santa Casa de Misericórdia de Feira de
Santana/BA (Hospital Dom Pedro de Alcântara).
ACORDAM os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão da Primeira
Câmara, ante as razões expostas pelo Relator, em:
9.1. acolher parcialmente as alegações de defesa apresentadas pela Santa Casa de
Misericórdia de Feira de Santana/BA (Hospital Dom Pedro de Alcântara);
9.2. considerar revel, para todos os efeitos, o sr. José Mendes Neto, dando-se
prosseguimento ao processo, com fundamento no art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992;
9.3. julgar irregulares as contas do sr. José Mendes Neto, com base no art. 16, III, ‘a’ da
Lei 8.443/1992, condenando-o ao pagamento das quantias a seguir especificadas, atualizadas
monetariamente e acrescidas dos juros de mora, calculados desde as datas indicadas, até a efetiva
quitação do débito, fixando-lhe o prazo de 15 (quinze dias), a contar da notificação, para que
comprove, perante o Tribunal, (214, III, ‘a’, do RI/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres do
Fundo Nacional de Saúde, na forma da legislação em vigor; Valor (R$) Data
227.492,03 16/4/2004
500.000,00 21/5/2004
9.4. aplicar ao sr. José Mendes Neto a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992, no valor
de R$ 100.000,00 (cem mil reais), fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para
que comprove, perante o Tribunal (art. 214, III, ‘a’, do RI/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres
do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do presente acórdão até a data do efetivo
recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;
9.5. autorizar, desde já, nos termos do art. 28, II, da Lei 8.443/1992, a cobrança judicial das
dívidas;
9.6. remeter cópia desta deliberação à Procuradoria da República no Estado da Bahia, em
cumprimento ao disposto no art. 16, § 3º, da Lei 8.443/1992.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1007-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira (Relator).p
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GRUPO I – CLASSE II – Primeira Câmara
TC 028.397/2010-0 [Apenso: TC 022.170/2013-8]
Natureza: Tomada de Contas Especial
Interessado: Ministério do Desenvolvimento Agrário
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Responsáveis: Associação Nacional de Pequenos Agricultores – Anpa (05.032.702/0001-
70); Charles Reginatto (024.613.179-92)
Órgão: Ministério do Desenvolvimento Agrário
Advogado constituído nos autos: Ricardo Luis Silva da Silva (OAB/RS 25779), peça 18
SUMÁRIO: TOMADA DE CONTAS ESPECIAL. CONVÊNIO. ORGANIZAÇÃO NÃO
GOVERNAMENTAL. AÇÕES DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL (ATER).
NÃO COMPROVAÇÃO DA BOA E REGULAR APLICAÇÃO DOS RECURSOS REPASSADOS.
CITAÇÃO. REVELIA DE UM DOS RESPONSÁVEIS. AUSÊNCIA DE NEXO DE
CAUSALIDADE ENTRE OS PAGAMENTOS E OS COMPROVANTES POSTERIORMENTE
APRESENTADOS. NOVA CITAÇÃO. REVELIA. CONTAS IRREGULARES. DÉBITO. MULTA.
COMUNICAÇÕES.
Relatório
Tratam os autos de tomada de contas especial instaurada pelo Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA) em virtude da não comprovação da aplicação de recursos repassados
à Associação Nacional de Pequenos Agricultores (Anpa) por intermédio do convênio 193/2005
(Siafi 542821), celebrado em 30/12/2005.
50. O convênio em tela objetivava apoiar ações de assistência técnica e extensão rural
(ATER), prioritariamente em zonas rurais empobrecidas, de modo a potencializar o alcance conjunto de
objetivos voltados para a garantia da soberania alimentar, tendo como base as orientações da Política
Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural.
51. Após a realização da citação dos responsáveis, sr. Charles Reginatto, ex-secretário-
geral da Anpa, e da própria associação, em 22/3/2011, pela não comprovação da boa e regular
aplicação dos recursos federais repassados por meio do convênio em 193/2005, devido a falta de
encaminhamento da documentação exigida para composição da prestação de contas, a SecexAmbiental
produziu a seguinte instrução de mérito (peça 20): “Trata-se de tomada de contas especial instaurada pela Coordenação de Contabilidade do
Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA em desfavor da Associação Nacional de Pequenos Agricultores
– Anpa, em virtude da não comprovação da boa e regular aplicação dos recursos federais repassados por meio
do Convênio 193/2005 (Siafi 542821), firmado em 30/12/2005, com vigência para o período de 30/12/2005 a
31/12/2007, objetivando apoiar as ações de assistência técnica e extensão rural - ATER, prioritariamente em
zonas rurais empobrecidas, de modo a potencializar o alcance conjunto de objetivos voltados para a
garantia da soberania alimentar, tendo como base as orientações da Política Nacional de Assistência
Técnica e Extensão Rural, conforme Plano de Trabalho (p. 160-166, peça 1) e extrato publicado no DOU (p.
168, peça 1).
2. Os recursos previstos para implementação do objeto do convênio eram da ordem de R$
8.059.680,57, sendo R$ 555.555,55 para o exercício de 2005 (30/12/2005 a 30/3/2006), com R$ 500.000,00 à
conta do concedente e R$ 55.555,55 à conta do convenente (na forma de prestação de serviços – peça 1, p. 165).
As atividades previstas para a primeira fase do convênio, de dezembro de 2005 a março de 2006, abrangiam
visitas técnicas e acompanhamento às famílias (por meio de reuniões em comunidades) – conforme o plano de
trabalho (peça 1, p. 160-166). Os valores referentes aos exercícios de 2006 e 2007 não foram repassados em
virtude da falta de demonstração da regular aplicação dos recursos recebidos na primeira parcela, em
19/01/2006, por meio da Ordem Bancária 2006OB900095 (p. 183, peça 1).
3. Em cumprimento ao Despacho do Excelentíssimo Senhor Ministro-Relator (peça 7), foi
promovida a citação do Sr. Charles Reginatto, Secretário Geral da Anpa, solidariamente, com a Associação
Nacional dos Pequenos Agricultores – Anpa, por meio dos Ofícios nos 251/2011-TCU/SECEX-8, 251/2011-
TCU/SECEX-8 e 417/2011-TCU/SECEX-8 (peças 8, 9 e 12).
4. Da análise do processo de TCE 5500.002291/2007-47, verificou-se que não haviam sido
apresentados documentos comprobatórios das despesas realizadas (notas fiscais, faturas ou recibos), que foram
objeto de solicitação por meio do Ofício 842/SPOA/MDA, de 28/12/2006 (p. 96, peça 2), reiterado por três
vezes pelos Ofícios 144, 188 e 316/SPOA/MDA de 16/5/2007 (p. 105, 108 e 112, peça 2). A ausência desses
comprovantes impossibilitou a comprovação da existência de nexo de causalidade entre os recursos repassados
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
e os resultados alcançados. Diante disso, foi promovida a citação dos responsáveis em cumprimento ao
despacho referido no item anterior.
II - Análise das alegações de defesa
5. Após o encaminhamento deste processo de TCE para a CGU, em 3/3/2008, foram apresentados
novos documentos pela convenente por meio do Ofício Anpa 002/2009, de 9/3/2009. Essa documentação foi
autuada no processo TCE nº 55000.000584/2011-76, que após análise do MDA, foi encaminhada à CGU em
12/5/2011. Durante a presente instrução de mérito, verificamos que esse processo complementar não havia sido
juntado ao processo em análise nesta corte. Por esse motivo, a CGU foi comunicada e encaminhou a
documentação constante às peças 15 a 17.
6. O relatório de tomada de contas especial (peça 17, p. 228-232) elaborado após análise da
documentação referida acima ratificou o entendimento emitido anteriormente pela não comprovação do
cumprimento do objeto, ressaltando a ausência de relatório descritivo de cumprimento do objeto, apontada por
meio do parecer técnico de 11/11/2010 (peça 17, p. 215-220). Após essa ratificação do primeiro relatório de
TCE expedido pelo MDA, a CGU não emitiu outro parecer.
7. Os responsáveis responderam à citação conjuntamente por meio do procurador Ricardo Silva,
OAB/RS 25779, em 20/6/2011. Nessa peça, requereram o arquivamento do processo de TCE nesta Corte por já
haver outro processo tramitando na justiça federal com mesmo propósito e partes, argumentando haver
hierarquia em relação às decisões do Poder Judiciário, inclusive com a possibilidade de revisão dos acórdãos do
TCU. Encaminharam cópia da contestação oferecida na 14ª Vara da Justiça Federal, informando que a prestação
de contas foi apresentada com todos os documentos exigidos no termo de convênio e que há apenas uma
divergência em alguns pontos e documentos. Alegaram ainda que foi demonstrada a boa aplicação dos recursos
públicos recebidos e a boa fé da entidade, e solicitaram prazo para a juntada de instrumento particular de
procuração.
8. O Sr. Ricardo Luis Silva da Silva – OAB/RS 25.779, advogado que subscreve a alegação de
defesa, solicitou prazo para a apresentação da procuração na peça de defesa em 20/6/2011, entretanto não a
juntou até maio de 2012. Após várias solicitações feitas por contato telefônico - (51) 9329-2045, o Dr. Ricardo
Silva encaminhou procuração apenas da Anpa (peça 19).
9. Tentamos entrar em contato com o Sr. Charles Reginatto, todavia, não foi possível localizá-lo.
Dessa forma, a defesa apresentada não está validada pela procuração do responsável, que será considerado revel,
para todos os efeitos, dando-se prosseguimento ao processo.
10. A despeito da aplicação da revelia, devem ser considerados, no entanto, os elementos já
constantes dos autos, os quais podem contribuir para o alcance da verdade material. Deve-se observar que nos
processos do TCU a revelia não implica a presunção de que sejam verdadeiras todas as imputações levantadas
contra os responsáveis, diferentemente do que ocorre no processo civil, em que o não comparecimento do réu
nos autos leva à presunção da verdade dos fatos narrados pelo autor.
11. Assim, independente da revelia, a avaliação da responsabilidade do agente nos processos desta
Corte não prescinde dos elementos existentes nos autos, uma vez que são regidos pelo Princípio da Verdade
Material (Acórdãos 1.128/2011-TCU-Plenário, 1.737/2011-TCU-Plenário, 341/2010-TCU-2ª Câmara,
1.732/2009-TCU-2ª Câmara, 1.308/2008-TCU-2ª Câmara e 2.117/2008-TCU-1ª Câmara).
12. Em consulta ao sítio da Justiça federal, verificamos a existência do processo referido na
contestação, que foi encaminhada a esta Corte de Contas. Pelos motivos mencionados, consideraremos os
documentos apresentados na análise desta instrução.
13. Na peça de contestação encaminhada, os responsáveis contraditaram a omissão no dever de
prestar contas e alegaram generalidade da inicial oferecida pela Advocacia Geral da União no processo judicial,
que, segundo relatado, não indicou quais seriam os documentos faltantes na prestação de contas. Ao se referirem
especificamente ao convênio 193/2005, nessa peça, os responsáveis informaram que foram apresentados todos
os documentos exigidos na cláusula décima segunda, que trata da prestação de contas do convênio, na prestação
de contas parcial encaminhada pelo Ofício 10/2006 (p. 8-30, peça 2). Argumentaram, ainda, que a
documentação comprobatória foi aprovada por meio de parecer técnico, em 10/05/2006 (p. 31, peça 2), havendo
inclusive parecer favorável a liberação dos recursos para o exercício de 2006, conforme nota de empenho nº
2006NE900480 (p. 44, peça 2).
14. Verifica-se pelo relatado na contestação que esta se refere não apenas às irregularidades
apontadas no âmbito do convênio MDA 193/2005, tendo sido inclusive citadas despesas com restaurantes e
hospedagens, que não existem na TCE ora analisada.
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
15. Em relação à documentação enviada como prestação de contas parcial, em 24/4/2006, pelo
Ofício 10/2006 (peça 2, p. 8-30), não identificamos quaisquer comprovantes das despesas realizadas, conforme
apontado pela citação promovida (peça 4), em cumprimento ao Despacho do Ministro-Relator (peça 7).
Verificamos que a documentação, que deveria comprovar a realização das despesas, foi enviada pela convenente
ao MDA apenas em 9/3/2009 pelo Ofício Anpa 002/2009, citado no item 5. A convenente encaminhou ao
MDA, em 2006, relatório genérico de cumprimento do objeto, relatório de execução físico-financeira, execução
da receita e despesa, extrato da conta do convênio e relação de pagamentos. Os documentos enviados ao MDA,
em 2009, incluíram diversos Recibos de Pagamento a Autônomos – RPA´s, recibos de locação de escritórios e
salões, extrato da conta corrente com o informe dos rendimentos financeiros dos valores aplicados, relatório de
execução físico-financeira, execução da receita e despesa e relação de pagamentos (peças 15 a 17), porém não
enviaram relatório descritivo de cumprimento do objeto.
16. Quanto à alegação de hierarquia entre as decisões deste Tribunal e do Poder Judiciário, há
reiteradas decisões deste Tribunal reafirmando o princípio da independência da sua jurisdição, relativamente às
instâncias civil, penal e trabalhista, para efeito de apuração de condutas antijurídicas perpetradas por agentes
sujeitos à sua jurisdição (Acórdão nº 436/94 - 1ª Câmara, Decisão nº 278/94 - 2ª Câmara, Decisão nº 66/94 - 2ª
Câmara, Decisão nº 97/1996 - 2ª Câmara, Acórdão nº 406/1999 - 2ª Câmara, dentre outros), inexistindo, pois,
litispendência entre processo desta Corte de Contas e outro que trate do mesmo assunto, em tramitação no Poder
Judiciário.
17. Os documentos comprobatórios das despesas limitaram-se a Recibos de Pagamento a
Autônomos – RPA´s e recibos de locação de escritórios e salões. O convenente encaminhou o número dos
cheques emitidos com respectivos valores (constantes no extrato da conta do convênio) seguidos por
comprovantes da aplicação desses recursos.
18. Conclui-se que os comprovantes juntados deveriam totalizar os valores de cada cheque
indicado, o que não ocorreu em vários casos. Como exemplo, apontamos a indicação do cheque nº 850013, no
valor de R$ 50.000,00, seguido dos comprovantes de aplicação dos recursos (peça 15, p. 138-190). A soma dos
valores dos 25 recibos referentes a esse cheque totalizou R$ 49.040,00, e não os R$ 50.000,00 declarados e
compensados na conta corrente. Há ainda várias relações de recibos em que os totais excedem os valores dos
cheques correspondentes, como os de n. 850012, 850023, 850031, 850040, 850042, 850045, 850046, 850047
(respectivamente acostados à peça 15, p. 128, 316, 380; peça 16, p. 135, 254, 273, 293, 303). Essa
incompatibilidade também foi identificada nas transferências indicadas à peça 16, p. 143, 218, 236, 242. Outra
incoerência verificada está na indicação dos comprovantes do cheque 850031, que foi utilizado para pagar os
engenheiros agrônomos Francisco Reinaldo Rodrigues Leal, Valton José Ferreira, Gilberto Silva do Nascimento
e Haroldo José da Silva (peça 15, p. 384; peça 16, p. 4, 5, 7), porém foi indicado o mesmo cheque pagando
outros dois comprovantes aos engenheiros Michele Jorge Pantaleão e Edvâneo Jorge da Silva (peça 16, p. 151 e
153). Assim, fica demonstrada a inconsistência dos comprovantes relacionados pela convenente.
19. A Anpa realizou a retenção do imposto de renda e da contribuição previdenciária conforme se
verifica em todos os RPA´s apresentados, entretanto não comprovou o recolhimento desses tributos com a
documentação devida. Conforme art. 2º, inciso II, da Lei 8.137/1990, a falta de recolhimento de impostos
retidos é crime. Mesmo tendo recolhido os impostos retidos, a convenente deveria ter juntado à prestação de
contas a Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte – DIRF e a Guia de Recolhimento do Fundo
de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP, documentos
indispensáveis que informam, dentre outros, o valor do imposto recolhido por beneficiário. Sem tais
documentos, não é possível identificar quem são os beneficiários do recolhimento de imposto de renda ou
os trabalhadores a que se refere o recolhimento do INSS.
20. Observa-se do extrato da conta do convênio que a totalidade (R$ 503.996,00) das retiradas
realizadas ocorreu por meio da compensação de cheques – no importe de R$ 427.692,00, de pagamentos
diversos autorizados e de transferências – da ordem de R$ 76.304,00. Cada cheque é indicado como instrumento
de quitação de diversos RPA´s, que se destinam ao pagamento de pessoas residentes em estados distintos. Como
exemplo, o cheque n. 850013 foi indicado como quitação de 25 RPA´s, que incluem beneficiários de estados
como Pernambuco, Sergipe, Ceará, Pará, Bahia, Goiás, Distrito Federal, Piauí, Minas Gerais e Santa Catarina
(peça 15, p. 138-190). Todavia, não foi esclarecido como a convenente teria operacionalizado os pagamentos
aos autônomos por meio desses cheques.
21. A convenente apresentou diversos recibos de locação de escritórios e salões de reunião para
atender ao programa de assistência técnica como forma de aplicação da parcela que lhe cabia a título de
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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
contrapartida. Entretanto, não comprovou a necessidade de locação contínua de escritórios e salões para
reuniões durante vários meses nas diversas localidades, uma vez que esta fase do convênio previa apenas visitas
técnicas e reuniões de acompanhamento às famílias nas próprias comunidades, conforme metas e cronograma
acostado à peça 1, p. 162. Como exemplo, verificamos que, na cidade de São Miguel do Oeste/SC, a convenente
apresentou recibos de aluguel de escritório, no período de janeiro a setembro de 2006 (peça 17, p. 96-111), e
também de salas para reuniões, na mesma cidade para período similar – janeiro a março de 2006 (peça 16, 359;
peça 17, p. 14 e 44). Sendo que as locações ocorridas após maio de 2006 extrapolaram o prazo final de execução
das atividades previstas para o convênio, que foi prorrogado até maio de 2006 (peça 2, p. 5). Além disso, a
maioria dos recibos de não contém os endereços dos espaços locados (peça 17, p. 113-125).
22. Inexiste no processo qualquer evidencia de que a convenente tenha realizado uma seleção para
recrutar as pessoas listadas na relação de pagamentos, não há dados pessoais e sequer currículos dos agrônomos,
biólogos e técnicos em agroecologia contratados. Também não estão documentadas listas de presença dos
cursos, seminários e reuniões realizadas, relatórios dos acompanhamentos e avaliações das lavouras objeto da
assistência técnica pactuada, projetos técnicos e materiais elaborados como relatado sucintamente no relatório
de cumprimento do objeto apresentado em 2006 (peça 2, p. 9-13).
23. O Parecer Técnico da Secretaria de Agricultura Familiar emitido em 11/11/2010 concluiu pela
não aprovação da execução física do objeto do convênio (peça 17, p. 215-220). Relatou que, apesar de o
relatório de monitoria (peça 1, p. 186-191) apontar a devida execução das atividades pactuadas em duas
localidades visitadas, não existe no processo um relatório descritivo de cumprimento do objeto, o que
inviabilizou a emissão de um parecer técnico abrangendo os outros quatorze estados contemplados no projeto.
24. Destacamos que o relatório de monitoria citado no Parecer Técnico da SAF/MDA foi elaborado
sob a coordenação técnica do Sr. Charles Reginatto – responsável nesta TCE. Esse relatório não está assinado
por outros técnicos e também não contém dados de pessoas contactadas nas visitas técnicas. O relatório de
monitoria referido no item anterior não é um instrumento de fiscalização do MDA sob o convênio, mas é na
realidade um documento pouco detalhado formulado apenas pelo responsável da entidade convenente.
25. Ademais, observamos que o Sr. Charles Reginatto acumulava as funções de Secretário Geral,
Secretário Executivo e Tesoureiro da Associação Nacional de Pequenos Agricultores (conforme ata da
assembléia geral extraordinária da Anpa – peça 1, p. 76), o que demonstra o comprometimento da segregação de
funções dentro da convenente.
26. Ainda que a execução física do convênio tivesse sido aprovada pela SAF/MDA, deve-se
ressaltar que as prestações de contas dos convênios não se baseiam somente na verificação física do objeto
ajustado. A realização de vistoria in loco, isoladamente, é inócua para efeitos de avaliação da aplicação dos
recursos federais transferidos. Pois, a regularidade da prestação de contas pressupõe o atendimento de diversos
itens, em especial a correta movimentação dos recursos originalmente transferidos e dos rendimentos,
utilizando-se uma conta específica, de forma a se estabelecer um nexo entre os recursos repassados e os
comprovantes de despesa apresentados. A boa e regular aplicação dos recursos públicos só pode ser comprovada
mediante o estabelecimento desse nexo. A prestação de contas não pode ser, assim, constituída exclusivamente
por um agrupamento desordenado de documentos de despesas. Os documentos apresentados para comprovação
das despesas não demonstraram esse nexo causal.
27. O pagamento a vários autônomos por meio de cheques impossibilitou a conferência desses
pagamentos, tendo sido uma maneira de desconsiderar a obrigação de se utilizar conta corrente específica para
movimentação dos recursos do convênio, visto que a movimentação para os beneficiários dos RPA´s
provavelmente ocorreu por meio de outra conta bancária.
28. A boa-fé dos responsáveis deve ser objetivamente analisada e provada no caso concreto,
considerando-se a prática efetiva e as consequências de determinado ato à luz de um modelo de conduta comum
do homem médio.
29. Os documentos apresentados em defesa foram analisados, e as alegações foram consideradas
improcedentes e incapazes de elidir a irregularidade cometida, não sendo possível ser reconhecida a boa-fé dos
responsáveis.
30. Relativamente a esse aspecto, o Plenário desta Casa sedimentou entendimento de que se
tratando de processos atinentes ao exercício do controle financeiro da Administração Pública, tais como o que
ora se examina, a boa-fé não pode ser presumida, devendo ser demonstrada e comprovada a partir dos elementos
que integram os autos.
241
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
31. Tal interpretação decorre da compreensão de que, relativamente à fiscalização dos gastos
públicos, privilegia-se como princípio básico a inversão do ônus da prova, pois cabe àquele que administra
dinheiros e valores públicos a comprovação de sua boa aplicação.
32. Nesse contexto, e após exame de toda a documentação carreada aos autos, não há como se
vislumbrar a boa-fé na conduta dos responsáveis. Com efeito, não alcançou ele o intento de comprovar a
aplicação dos recursos que lhe foram confiados, restringindo-se a apresentar justificativas improcedentes e
incapazes de elidir a irregularidade cometida. São neste sentido os Acórdãos 1.157/2008-Plenário, 337/2007-1ª
Câmara, 1.495/2007-1ª Câmara, 213/2002-1ª Câmara, 1.007/2008-2ª Câmara, 2.368/2007-1ª Câmara,
1.322/2007-Plenário e 860/2009-Plenário, entre outros.
33. Desse modo, devem as contas em análise serem julgadas irregulares e em débito os
responsáveis, com arrimo nos arts. 16, inciso III, alínea c, e 19, caput, da Lei nº 8.443/92, em razão da
ocorrência de dano ao Erário decorrente da não-comprovação da boa e regular aplicação dos recursos públicos
repassados pelo MDA, por conta do Convênio 193/2005 (Siafi 542821).
34. Diante do exposto, submetemos os autos à consideração superior, propondo:
a) considerar revel o Sr. Charles Reginatto (CPF: 024.613.179-92), com fulcro no art. 12, § 3º, da
Lei nº 8.443/92;
b) rejeitar as alegações de defesa da Associação Nacional de Pequenos Agricultores – Anpa;
c) julgar as contas da Anpa e do Sr. Charles Reginatto irregulares e em débito os responsáveis,
condenando-os solidariamente ao recolhimento da importância de R$ 1.210.414,50 (um milhão duzentos e dez
mil quatrocentos e quatorze reais e cinquenta centavos), acrescida de atualização monetária e juros de mora
desde 19/1/2006 até a data do efetivo recolhimento, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da
notificação, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do Tesouro
Nacional, com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso III, alínea c, 19, caput, e 23, inciso III, da Lei nº
8.443/92, c/c os arts. 1º, inciso I, 209, inciso III, 210 do Regimento Interno do TCU
d) aplicar ao Sr. Charles Reginatto e à Associação Nacional de Pequenos Agricultores – Anpa,
individualmente, a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443/92, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a
contar da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro
Nacional, atualizada monetariamente a partir do dia seguinte ao término do prazo ora estabelecido até a data do
efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor;
e) autorizar, desde já, o parcelamento do débito em 36 parcelas mensais, sobre as quais incidirão os
acréscimos legais correspondentes, fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para o
recolhimento da primeira parcela aos cofres do Tesouro Nacional, vencendo as demais parcelas em intervalos
sucessivos de trinta dias, com fundamento nos artigos 214, inciso III, e 217 do Regimento Interno do TCU;
f) alertar aos responsáveis que o não recolhimento de qualquer das prestações importa no
vencimento antecipado do saldo devedor, nos termos do art. 217, § 2º, do Regimento Interno do TCU;
g) fixar o prazo de 15 (quinze) dias, a partir da data prevista para o recolhimento de cada parcela,
para que os responsáveis comprovem, perante o Tribunal, a efetivação do pagamento, conforme disposto no art.
214, inciso III, alínea “a” do Regimento Interno do TCU;
h) autorizar, desde logo, a cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação, nos termos
do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992;
i) remeter cópia da deliberação que vier a ser adotada, acompanhada do relatório e do voto que a
fundamentarem, à Secretaria Executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA.”
52. O MP/TCU, representado pela subprocuradora-geral Cristina Machado da Costa e
Silva, anuiu ao encaminhamento proposto pela unidade técnica, com ressalva quanto ao valor do
débito, mediante o seguinte parecer (peça 22): Trata-se da Tomada de Contas Especial instaurada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário –
MDA em desfavor da Associação Nacional de Pequenos Agricultores – Anpa, ante a não comprovação da
regular aplicação da primeira parcela de recursos repassada no âmbito do Convênio n.º 193/2005, com o
objetivo de ‘apoiar ações de assistência técnica e extensão rural – ATER, prioritariamente em zonas rurais
empobrecidas, de modo a potencializar o alcance conjunto dos objetivos voltados para a garantia da soberania
alimentar, tendo como base as orientações da Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural’ (peça
n.º 1, pp. 152/159).
242
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
2. Eram previstos recursos da ordem de R$ 8.059.680,57 para serem aplicados no referido objeto
do Convênio n.º 193/2005, sendo R$ 555.555,55 no ano de 2005, R$ 3.865.802,42 em 2006 e R$ 3.638.322,60
em 2007, nos termos do cronograma de desembolso à p. 165 da peça n.º 1.
3. Não obstante a previsão retro, o ajuste foi celebrado em 31/12/2005 contemplando apenas os
recursos relativos ao primeiro ano, competindo ao concedente a importância de R$ 500.000,00, ao passo que os
R$ 55.555,55 restantes deveriam ser empregados a título de contrapartida (Cláusula Sexta, p. 155 da peça n.º 1).
A parcela inicial foi repassada em 19/01/2006, por meio da ordem bancária 2006OB900095 (item 12 à p. 7 da
peça n.º 1 e pp. 182/183 da peça n.º 1).
4. Embora tenha sido firmado o Primeiro Termo Aditivo prorrogando o prazo de vigência
inicialmente fixado para 31/03/2007, bem como autorizando a disponibilização da segunda parcela de recursos
no valor de R$ 3.430.513,27 (pp. 74/76 da peça n.º 2), não houve o repasse desse montante à entidade, tendo em
vista a falta de apresentação, pela convenente, de diversos documentos inerentes à prestação de contas, listados
no ofício do Subsecretário de Planejamento, Orçamento e Administração do MDA às pp. 96/97 da peça n.º 2, a
saber:
‘- Relatório de Execução Físico-Financeira – Anexo III;
- Demonstrativo da Execução da Receita e Despesa, evidenciando os recursos recebidos em
transferências, a contrapartida, os rendimentos auferidos de aplicação dos recursos no mercado financeiro,
quando for o caso e os saldos – Anexo IV;
- Relação de Pagamentos – Anexo V;
- Relação de Bens (adquiridos, produzidos ou construídos com recursos da União) – Anexo VI;
- Extrato da conta bancária específica do período do recebimento da 1.ª Parcela até o último
pagamento e conciliação bancária, quando for o caso;
- Cópia do despacho adjudicatório e homologação das licitações realizadas ou justificativa para a
sua dispensa ou inexigibilidade, com o respectivo embasamento legal;
- Cópias das notas fiscais, faturas, recibos e quaisquer outros comprovantes das despesas emitidas
em nome do Convenente, devidamente identificadas com o título e número do convênio, nos casos de despesas
relativas à aquisição de bens e materiais permanentes, os comprovantes deverão ser autenticados’.
5. Em face do não encaminhamento da documentação supra, foi instaurada a presente Tomada de
Contas Especial, a qual recebeu o devido pronunciamento do Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário
atestando haver tomado conhecimento das conclusões contidas no Relatório e Certificado de Auditoria, bem
como opinando pela irregularidade das contas (p. 151, peça n.º 2).
6. Ao ingressar o feito no TCU, foram citados o Senhor Charles Reginatto e a Anpa para se
pronunciarem acerca da ‘não comprovação da boa e regular aplicação dos recursos federais repassados por meio
do Convênio n.º 193/2005’, sendo o valor original do débito de R$ 500.000,00 em 19/01/2006 (peças n.ºs 8 e 9).
7. Em resposta, vieram aos autos as alegações de defesa constantes da peça n.º 14, as quais foram
devidamente resumidas e analisadas pela 8.ª Secex (peça n.º 20).
8. Em síntese, a Unidade Instrutiva rechaça a alegação de que esta TCE não poderia prosseguir até
que fosse encerrada a ação judicial em trâmite na Justiça Federal, em observância ao princípio da independência
das instâncias e da inexistência de hierarquia entre as decisões proferidas pelo TCU e pelo Poder Judiciário.
9. Outrossim, reafirma a ausência dos comprovantes das despesas realizadas, fato esse que, somado
à falta de estrita correspondência entre os valores dos cheques emitidos/transferências realizadas e os
correspondentes recibos, impossibilita o estabelecimento do nexo de causalidade e a convicção de que os
recursos federais foram despendidos na finalidade pactuada.
10. De fato, em consonância com a Unidade Técnica, não vislumbramos elementos suficientes para
caracterizar o cumprimento do objeto, nem mesmo para vincular eventuais gastos ou ações promovidas pela
entidade com os valores públicos repassados.
11. Os recibos de pagamento a autônomo não guardam perfeita correlação com os cheques
emitidos, havendo até mesmo contradições como a apontada pela Secretaria em relação ao cheque n.º 850031,
supostamente utilizado para pagar os engenheiros agrônomos Francisco Reinaldo Rodrigues Leal, Valton José
Ferreira, Gilberto Silva do Nascimento e Haroldo José da Silva e, em outro trecho constando como comprovante
de pagamento dos engenheiros Edvâneo Jorge da Silva e Michele Jorge Pantaleão.
12. Também os recibos de locação de salão e aluguel de escritório não se mostraram consentâneos
com as atividades previstas para serem desenvolvidas no âmbito do ajuste, visto que estas tinham natureza
243
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
transitória, como a realização de cursos, palestras, seminários, reuniões, ao passo que tais locações se deram por
prazos mais dilatados, incompatíveis com o objeto do convênio.
13. Em suma, a documentação encaminhada, além de incompleta, não é apta a demonstrar que as
despesas incorridas foram direcionadas às finalidades do convênio.
14. Nesse contexto, devem ser julgadas irregulares as contas dos responsáveis, condenando-os ao
pagamento do débito de R$ 500.000,00, atualizado e acrescido dos juros de mora a partir de 19/01/2006 (tal
como constou da citação), e não de R$ 1.210.414,50 como se encontra na proposta elaborada 8.ª Secex, a qual
atribuiu como débito o valor já atualizado e corrigido até 05/06/2012 (peça n.º 19), incorrendo em bis in idem ao
sugerir que este último valor sofresse nova incidência de atualização monetária e juros de mora a partir de
19/01/2006.
15. Com a ressalva acima, esta representante do Ministério Público expressa sua concordância com
a análise e o encaminhamento propostos pela Unidade Técnica (peças n.ºs 20 e 21).”
53. Encontrando-se os autos novamente em meu gabinete, observei que, embora a citação
realizada pela unidade técnica tenha se baseado na inexistência de prestação de contas, a convenente já
havia encaminhado praticamente toda a documentação exigida pelo MDA para prestação de contas
parcial dos recursos recebidos.
54. Assim, considerei necessária a realização de nova citação dos responsáveis, para que
apresentassem alegações de defesa quanto à falta de nexo entre os pagamentos efetuados e os
documentos comprobatórios de realização das despesas apresentados, o que inviabiliza a comprovação
da boa e regular aplicação dos recursos recebidos.
55. Nesse sentido, transcrevo excertos do despacho à peça 23: “6. Extrai-se do relatório do tomador de contas (peça 1, p. 3-9) o seguinte histórico:
a) em 19/01/2006, foi repassado, por meio da ordem bancária 2006OB900095, o valor integral a
cargo do concedente (R$ 500.000,00);
b) em 10/3/2006, o convenente solicita prorrogação do prazo da primeira etapa do convênio;
c) em 27/3/2006, o convenente solicita a liberação dos recursos relativos à segunda parcela do
convênio;
d) em 2/5/2006, é elaborado relatório de monitoria do projeto e em 10/5/2006 é emitido parecer
técnico do convenente favorável à prorrogação de prazo até 30/5/2006;
e) em 19/5/2006, o convenente encaminha prestação de contas parcial do convênio;
7. A prestação de contas parcial apresentada compõe-se de: a) relatório de cumprimento do objeto;
b) cópia do plano de trabalho aprovado na celebração do convênio; c) cópia do termo de convênio e de
eventuais termos aditivos; d) relatório de execução físico-financeira; e) relatório de execução da receita e
despesa; f) relação de pagamentos efetuados; e g) cópia do extrato da conta bancária específica.
8. Ressalto que o instrumento de convênio nada indicava sobre o conteúdo da prestação de contas
parcial, mas assim se referia quanto ao teor da prestação de contas final (peça 1, p. 157):
‘CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA - DA PRESTAÇÃO DE CONTAS
A Prestação de Contas Final dos recursos deste Convênio, inclusive os de contrapartida e dos
rendimentos apurados em aplicações no mercado financeiro, deverá ser assim constituída:
a) relatório de cumprimento do objeto;
b) cópia do Plano de Trabalho aprovado na celebração do Convênio;
c) cópia do Termo de Convênio e de eventuais Termos Aditivos;
d) relatório de Execução Físico-Financeira;
e) relatório de Execução da Receita e Despesa;
f) relação de pagamentos efetuados;
g) relação de bens adquiridos, produzidos ou construídos com recursos deste Convênio;
h) cópia autenticada dos comprovantes de despesas relativas à aquisição de bens e materiais
permanentes, quando for o caso;
i) conciliação do saldo bancário, quando for o caso;
j) cópia do extrato da conta bancária específica;
1) comprovante de recolhimento dos recursos não aplicados à conta indicada pelo responsável do
programa;
m) cópia do Termo de Aceitação Definitiva da obra, quando for o caso;
244
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
n) cópia do despacho adjudicatório e homologação de licitações realizadas ou justificativas para
sua dispensa ou inexigibilidade, com o respectivo embasamento legal;’
9. Dos documentos exigidos para prestação de contas final, o convenente apenas não apresentou,
em sua prestação de contas parcial, aqueles elencados nas alíneas 'g' (não foi realizada obra), 'h' (não foram
adquiridos bens), 'i' (foram apresentados extratos), 'j' (não houve saldos de recursos não aplicados), 'm' (não foi
realizada obra) e 'n'. Portanto, apenas os documentos elencados na alínea 'n' eram devidos e não foram
apresentados.
10. Após o recebimento da prestação de contas parcial, foi emitido no dia 10/5/2006 um parecer
técnico s/n, assinado pelo sr. João Marcelo Intini, servidor da SAF, em que conclui que (peça 2, p. 31):
‘Considerando os fatos acima elencados, somos favoráveis pela aceitação das informações contidas
nos relatórios apresentados pela ANPA e, acrescidas as informações constantes no relatório de monitoria, nos
permite apoiar a aprovação da execução física apresentada pela entidade’. (grifei)
11. Em 29/5/2006, é emitida nota técnica s/n pela Assessoria Especial do Gabinete do Ministro
(AEGM), aprovada pelo titular da Secretaria Executiva do MDA, sr. Guilherme Cassel, na qual conclui (peça 2,
p. 35):
‘Ante o exposto, consideramos conveniente e oportuna a celebração do referido aditivo, sugerindo
o encaminhamento do processo a SPOA, para providências de sua alçada, conforme dispõe a Portaria/MDA n°
029, de 28/4/2004, publicada no DOU de 30/4/2004’. (grifei)
12. Depreende-se dos fatos que o MDA não apenas concordou com o teor da documentação
apresentada como prestação de contas parcial como também aquiesceu com a execução física apresentada
constante do documento denominado ‘relatório de cumprimento do objeto’, fatos que o conduziram a celebrar o
primeiro termo aditivo ao convênio, que ampliou o valor do ajuste para R$ 3.430.513,27.
13. Esse fato também é corroborado pelo teor do documento apresentado, no dia 30/6/2006, pelo
diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural da SAF/MDA, sr. Argileu Martins da Silva,
que salienta que o referido trabalho está em execução (peça 2, p. 66).
14. Nesse ínterim, a Consultoria Jurídica manifesta-se, na essência, concluindo que ‘a minuta do
presente instrumento está conforme as normas aplicáveis à espécie’ (peça 2, p. 50), mas a área orçamentária e
financeira destaca que a entidade se encontrava, em 23/6/2006, pendente de prestação de contas de outro
convênio (Siafi 523862), requisito que impede a celebração do termo ativo, mas que foi sanado em 30/6/2006
(peça 2, p. 63).
15. Em 3/7/2006, é assinado o primeiro termo aditivo ao convênio (peça 2, p. 74-76). Não houve,
no entanto, repasse de valores no âmbito deste aditivo.
16. Em 21/12/2006, o convenente volta a solicitar a liberação da 2ª parcela do convênio (peça 2, p.
32). O sr. João Marcelo Intini, em nota técnica s/n emitida no dia 22/12/2006, se mostra favorável à liberação da
segunda parcela do convênio, no novo valor avençado (peça 2, p. 93-94).
17. Após este episódio, sem maiores explicações e desconsiderando as análises anteriores, o sr.
Charles Reginatto, Secretário Geral da Anpa, é notificado em quatro oportunidades (ofícios 842/SPOA-MDA,
de 28/12/2006, 144/SPOA/MDA, de 16/3/2007, 188/SPOA/MDA, de 5/4/2007, e 316/SPOA/MDA, de
16/5/2007), para apresentar a prestação de contas parcial referente à primeira parcela dos recursos repassados,
conforme previsto no instrumento de convênio e na legislação que rege a matéria (peça 2, p. 96-97 e 105-114).
18. O responsável não apresentou resposta. Ressalte-se, contudo, que já havia apresentado a
prestação de contas parcial em 19/5/2006 e que tanto a área técnica quanto instâncias superiores da SAF
aprovaram e atestaram a execução física do convênio, fatos que provavelmente conduziram à decisão de assinar
termo aditivo para aumento do valor de repasse dos recursos.
19. Em 31/7/2007, foi emitido o despacho 1255/2007-CCONV/CGFCC/SPOA/MDA com o
seguinte teor (peça 2, p. 118):
‘Tendo em vista que a convenente não atendeu as solicitações contidas no Oficio 316/
SPOA/MDA, de 16 de maio de 2007, recebido naquela entidade em 22 de maio de 2007, que solicita a
apresentação da prestação de contas da 1ª parcela ou a devolução dos recursos repassados para execução do
convênio CV MDA 193/05, celebrado entre o MDA e a ANPA/DF, no valor de R$ 500.000,00 (quinhentos mil
reais), e considerando que a execução financeira do mesmo não foi aprovada, e tendo sido esgotadas todas as
possibilidades para sanar as pendências em questão, solicitamos AUTORIZAÇÃO para Instauração de Tomada
de Contas Especial, conforme preceitua o parágrafo 41 do art. 31 da IN/STN 01/97.’
245
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
20. Em 24/10/2007 é instaurada a tomada de contas especial 3/2007 (peça 1, p. 3-9) em decorrência
‘de não ter sido apresentada a prestação de contas parcial do convênio’ supracitado.
21. Após a instauração da supracitada TCE, de acordo com o relatório complementar do tomador
de contas, a sequência de fatos é a seguinte (peça 17, p. 228):
a) em 9/3/2009, por meio do Ofício ANPA 2/2009 (peça 15, p. 7), a convenente apresenta
documentos adicionais (relação de comprovantes de pagamentos, demonstrativo consolidado da execução das
receitas e despesas, relatório de execução de atividades, relatório de execução físico-financeira, cópias de
diversos cheques, recibos de pagamento de autônomos, notas fiscais e recibos diversos) juntados à prestação de
contas parcial;
b) em 8/7/2009, por intermédio do Ofício 35/SPOA MDA (peça 17, p. 210), é solicitado à entidade
a complementação da documentação (especificamente apresentação do relatório de cumprimento do objeto e
cópia dos despachos adjudicatórios e de homologação das licitações ou justificativa para dispensa ou
inexigibilidade), já considerada, nesta fase, como prestação de contas final, uma vez que a vigência do convênio
expirara em 31/12/2007;
c) em 23/12/2009, por meio do despacho 413/2009/CCONV/CGFCC/SPOA (peça 17, p. 212-214),
o processo é encaminhado à SAF para elaboração de parecer técnico quanto à execução física do convênio;
22. O parecer técnico da SAF, de 11/11/2010 (peça 17, p. 215-220), da lavra do mesmo servidor sr.
João Marcelo Intini, apresenta a seguinte conclusão transcrita no relatório complementar do tomador de contas:
‘Conforme Relatório de Monitoria de Projeto, datado de 02/05/2006, foi realizada uma visita a dois
locais diferentes de execução do Projeto, buscando estrategicamente verificar a execução das atividades pela
ANPA. A monitoria ocorreu nos Estados de Goiás (Região de Catalão) e no Estado da Bahia (Região do Senhor
do Bonfim). Em ambas as visitas, os trabalhos de monitoria foram realizados com a presença de técnicos e
dirigentes regionais ligados à ANPA. Na oportunidade, verificou-se que a participação dos agricultores nas
atividades foi promovida através de Encontros Temáticos, reuniões e na elaboração de diagnósticos
participativos.
Constatou-se que os técnicos desenvolvem atividades planejadas com os agricultores. Identificou-
se também como produto do trabalho realizado pela Entidade junto aos agricultores nas regiões visitadas,
lavouras de sementes crioulas, principalmente do milho, instaladas nas áreas dos próprios agricultores. Também
foi identificado o cultivo de plantas medicinais no tratamento sanitário do rebanho bovino; introdução de novas
variedades de milho crioulas; formas de armazenamento e manejo da água; produção de licores, sucos
concentrados de polpa de frutas (...).
O Relatório de Monitoria aponta para a devida execução das atividades pactuadas, visualizada
através desta 'amostragem', oferecendo algumas recomendações ao Projeto a partir dos desafios identificados.
São eles:
• Definição imediata das condições estruturais de trabalho dos técnicos;
• Consolidação das equipes de campo, visando o· fortalecimento da relação entre as equipes
técnicas e as famílias assistidas;
• Manutenção dos trabalhos com os temas 'sementes crioulas' e 'produção e comercialização do
leite';
• Estudo e reflexão sobre o diagnóstico participativo realizado com as famílias, para o melhor
entendimento da realidade.
No entanto, apesar de ter sido realizado o monitoramento em duas regiões de abrangência do
projeto, não há no processo (conforme solicitado pela SPOA, através do ofício no 435, datado de 8 de julho .de
2009, fls.850) um Relatório Descritivo de Cumprimento do Objeto, o que inviabiliza a emissão de um parecer
técnico sobre a execução do projeto nos outros 14 Estados de abrangência do Projeto.
A convenente também não informou - através do Sistema de Monitoramento E1etrônico
(SICONFIN), módulo MAPA - a realização das visitas técnicas às famílias, tampouco se encontra anexado ao
Processo, 'Listas de Presença' das referidas visitas técnicas ou nome dos beneficiários postados no sistema. As
ações verificadas no Monitoramento não são suficientes para a aprovação fisica, tampouco para a constatação do
atingimento do objeto pactuado. Frente a estes fatos o parecer foi de não aprovação da execução fisica e não
atestado a execução do objeto pactuado.
Desta forma, entendemos que as ações realizadas pela convenente verificadas no Monitoramento
não são suficientes para a aprovação da execução física, tampouco para a constatação do atingimento do objeto
246
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
pactuado. Frente a estes fatos, não aprovamos a execução física, e não atestamos a execução do objeto
pactuado.’
23. O parecer aponta para uma contradição, ao confirmar a realização das atividades previstas no
plano de trabalho (... verificou-se que a participação dos agricultores nas atividades foi promovida ...; constatou-
se que os técnicos desenvolvem atividades planejadas com os agricultores...; identificou-se também como
produto do trabalho realizado pela Entidade junto aos agricultores nas regiões visitadas, lavouras de sementes
crioulas...), ainda que por amostragem, mas ao mesmo tempo afirmar que não foi apresentado um relatório
descritivo de cumprimento do objeto, fato que inviabiliza a emissão de parecer técnico sobre o restante dos
estados não abrangidos na amostra.
24. Destaco que o relatório de cumprimento de objeto (peça 2, p. 9-15) apresentado pelo
convenente apresenta uma listagem exaustiva de ações executadas nos estados de Santa Catarina, Rondônia,
Pará, Minas Gerais, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Piauí, Ceará, Paraíba, Goiás e Bahia, todas, em sua
essência, convergentes com o que previa o plano de trabalho e que, ao que parece, não foram adequadamente
examinados pela concedente. Transcrevo o inteiro teor do documento:
(...)
25. Além disso, se parte dos trabalhos foi executada, então o débito imputado não pode ser
equivalente ao valor integral do convênio.
26. Em 21/12/2010, no entanto, é expedido o ofício 1128/2010/SPOA/MPA (peça 17, p. 222-223),
que cobra a devolução do valor total dos recursos do convênio, acrescidos de multa e juros.
III
27. Regularmente citados, os responsáveis sr. Charles Reginatto e Anpa responderam à citação
conjuntamente por meio do procurador Ricardo Silva, OAB/RS 25779, em 24/6/2011, que, na mesma peça,
requereu prazo para juntada de instrumento particular de procuração. Entretanto, não a juntou até o momento.
Após várias solicitações feitas por contato telefônico pela unidade técnica, o sr. Ricardo Silva encaminhou
procuração apenas da Anpa (peça 19). Não há registro de procuração para o sr. Charles Reginatto.
28. A citação foi autorizada nos seguintes termos:
(...)
29. O despacho que autorizou a citação (peça 7) se baseou na instrução da unidade técnica (peça 4).
30. O ofício 842/SPOA/MDA, de 28/12/2006 (peça 2, p. 96 e 97), indicado nos termos da citação,
foi endereçado ao sr. Charles Reginatto com o seguinte teor:
‘Senhor Secretário-Geral,
1. Tendo em vista que a Prestação de Contas Parcial, encaminhada por meio de Oficio Nº 010/2006
não pode ser analisada por insuficiência de informações obrigatórias na documentação, solicito que seja
enviada, imediatamente, nova Prestação de Contas referente à 1ª parcela dos recursos liberados, composta da
documentação abaixo relacionada (fundamentado no art.21 e art.32 da IN/STN nº 01/97), com orientações e
modelos de relatórios que podem ser obtidos no endereço eletrônico www.mda.gov.br, módulo ‘convênios’:
- Relatório de execução Físico-financeira – Anexo III;
- Demonstrativo da Execução da Receita e Despesa, evidenciando os recursos recebidos em
transferências a contrapartida, os rendimentos auferidos da aplicação dos recursos no mercado financeiro,
quando for o caso e os saldos- Anexo IV;
- Relação de pagamentos -Anexo V;
- Relação de Bens (adquiridos produzidos ou construídos com recursos da União) - Anexo VI;
- Extrato da conta bancária especifica do período do recebimento da 1ª parcela até o último
pagamento e conciliação bancária, quando for o caso:
- Cópia do despacho adjudicatório e homologação das licitações realizadas ou justificativa para sua
dispensa ou inexigibilidade, com o respectivo embasamento legal;
- Cópias das notas fiscais, faturas, recibos e quaisquer outros comprovantes das despesas emitidas
em nome do Convenente, devidamente identificadas com o título e numero do convenio, nos casos de despesas
relativas à aquisição de bens e materiais permanentes, os comprovantes deverão ser autenticados.
2. Diante do exposto, e em conformidade com a legislação vigente bem como o disposto no
Acórdão do TCU Nº 2261/2005-Plenário, essa Convenente deverá apresentar a documentação ora requisitada
como condição necessária para análise da referida prestação de contas e, no caso de sua aprovação, liberação da
2ª parcela do convenio em análise.’
247
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
31. O ofício 144/SPOA/MDA, de 16/3/2007 (peça 2, p. 105), também indicado nos termos da
citação, foi igualmente endereçado ao mesmo responsável com o seguinte teor:
‘Senhor Secretário Geral,
1. Reiteramos o Ofício n° 842/06 SPOA/MDA, de 28 de dezembro de 2006, onde solicita
apresentação da Prestação de Contas Parcial (1ª parcela) do CV MDA 193/05 celebrado entre o MDA e a
ANPA/DF.
2. Informamos que as documentações devem ser atendidas no prazo máximo de 15 dias, contados a
partir da data de recebimento do AR e, que o não cumprimento desta solicitação no prazo estabelecido implicará
na inscrição dessa entidade no cadastro de inadimplentes do Sistema Integrado de Administração Financeira do
Governo Federal - SIAFI, e posterior Instauração de Tomada de Contas Especial, com inclusão de seu potencial
responsável em conta de ativo 'Diversos Responsáveis', fatos que impossibilitam assinatura de novos convênios
no âmbito da Administração Pública Federal, conforme preceitua a legislação vigente.’
32. Destaco que o ofício 842/SPOA/MDA reiterado pelo ofício 144/SPOA/MDA não solicitava
apresentação de relatório de cumprimento de objeto.
33. A unidade técnica propõe a rejeição das alegações de defesa apresentadas pela entidade, que
seja considerado revel o sr. Charles Reginatto e que sejam julgadas irregulares as contas de ambos os
responsáveis solidariamente.
34. O MP/TCU anui com a proposta da unidade técnica.
35. Observo, contudo, que foi encaminhada praticamente toda a documentação exigida pelos
ofícios em tela para prestação de contas.
36. Como se depreende dos diversos pareceres (peça 2, p. 31; peça 17, p. 215-220), foi considerada
como prestação de contas final do convênio a mesma prestação de contas parcial apresentada em 19/5/2006. A
prestação de contas parcial apresentada continha: a) relatório de cumprimento do objeto; b) cópia do plano de
trabalho aprovado na celebração do convênio; c) cópia do termo de convênio e de eventuais termos aditivos; d)
relatório de execução físico-financeira; e) relatório de execução da receita e despesa; f) relação de pagamentos
efetuados; e g) cópia do extrato da conta bancária específica.
37. Dos documentos exigidos para prestação de contas final, o convenente apenas não apresentou,
em sua prestação de contas parcial, aqueles elencados nas alíneas 'g' (não foi realizada obra), 'h' (não foram
adquiridos bens), 'i' (foram apresentados extratos), 'j' (não houve saldos de recursos não aplicados), 'm' (não foi
realizada obra) e 'n'. Não era necessário, no entanto, apresentar os documentos elencados nas letras 'g', 'h' e 'm',
tendo em vista que foi realizada obra e não foram adquiridos bens.
38. A própria unidade jurisdicionada, indiretamente, reconhece tal situação ao solicitar à entidade,
em 8/7/2009, por intermédio do Ofício 35/SPOA MDA (fl. 850), a complementação da documentação: a)
relatório de cumprimento do objeto e b) cópia dos despachos adjudicatórios e de homologação das licitações ou
justificativa para dispensa ou inexigibilidade, respectivamente as alíneas 'a' e 'n' da cláusula décima segunda.
39. Ocorre que, quando da conversão do processo de prestação de contas parcial em processo de
prestação de contas final, o parecer técnico da SAF, integralmente transcrito no item 22 deste despacho, destaca
inapropriadamente que ‘(...) não há um relatório descritivo de cumprimento do objeto, o que inviabiliza a
emissão de um parecer técnico sobre a execução do projeto nos outros 14 estados de abrangência do projeto’.
40. Conforme registrei anteriormente, o relatório de cumprimento de objeto apresentado pelo
convenente apresenta uma listagem exaustiva de ações executadas nos estados de Santa Catarina, Rondônia,
Pará, Minas Gerais, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Piauí, Ceará, Paraíba, Goiás e Bahia, todas, em sua
essência, convergentes com o que previa o plano de trabalho.
41. No caso em tela, há fundadas dúvidas sobre o valor do débito, e mesmo sobre o próprio débito,
tendo em vista que o concedente não procedeu à adequada caracterização do dano e de sua quantificação.
42. Observa-se que as medidas administrativas precedentes à TCE iniciaram-se em torno da não
apresentação da prestação de contas, a qual foi apresentada, e foram encerradas com a impugnação de toda a
prestação de contas encaminhada e instauração da TCE pelo valor total repassado.
43. A citação realizada, portanto, fundou-se na inexistência de prestação de contas.
44. Contudo, em seu exame sobre a documentação realizado após a citação em comento, a unidade
técnica aponta para a ausência de nexo de causalidade entre os pagamentos e os respectivos comprovantes
apresentados, conforme trechos que destaco a seguir:
(...)
248
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
45. Portanto, após a citação inicial, a unidade técnica aponta novos elementos relacionados ao nexo
de causalidade que ensejariam a necessidade de nova citação. Sendo assim, faz-se necessária citar novamente os
responsáveis, para que apresentem alegações de defesa quanto à falta de nexo entre os pagamentos efetuados e
os documentos comprobatórios de realização das despesas apresentados, o que inviabiliza a comprovação da
boa e regular aplicação dos recursos recebidos.
46. Nessa linha, determino a realização de nova citação, nos termos a seguir:
(...)
47. O valor original do débito pelo qual serão novamente citados os responsáveis deve ser
levantado pela unidade técnica, tendo em vista as constatações relatadas na instrução quanto à ao nexo de
causalidade entre pagamentos e comprovantes. Em sua instrução final de mérito, a unidade técnica deve ainda se
certificar sobre o valor efetivo do débito, considerando a parcela dos recursos cuja boa e regular aplicação não
estiver devidamente comprovada.”
56. Realizada a nova citação dos responsáveis, a SecexAmbiental, em derradeira análise,
se manifestou nos seguintes termos, no que interessa ao deslinde da questão (peça 38): “10. Esta Unidade Técnica (peça 20), conforme evidenciado pelo Excelentíssimo Ministro Relator
Weder de Oliveira, considerando que a citação anterior realizada por este Tribunal fundou-se na inexistência de
prestação de contas, e que, após a citação em comento, a unidade técnica aponta para a ausência de nexo de
causalidade entre os pagamentos e os respectivos comprovantes apresentados, concluiu pela necessidade de
nova citação, nos termos propostos pelo Relator (peça 23), ajustando apenas o item irregularidade prevista com
os seguintes termos:
Não comprovação da boa e regular aplicação dos recursos públicos federais repassados por meio do
Convênio n.º 193/2005, haja vista a insuficiência e as inconsistências verificadas nos documentos
comprobatórios acostados aos autos e, principalmente, a falta de nexo de causalidade entre os pagamentos
efetuados e os documentos comprobatórios de realização das despesas, o que inviabiliza a emissão de opinião
sobre o cumprimento do objeto.
11. Assim, conforme determinado pelo Ministro Relator, foram emitidos os ofícios de citação
destinados ao Sr. Charles Reginatto (peças 28 e 36) e à Associação Nacional de Pequenos Agricultores (peça
29), respectivamente, com prazo de 15 (quinze) dias, a contar de seu recebimento a apresentar alegações de
defesa quanto às ocorrências de que trata o presente processo.
12. Após o término do prazo descrito no item anterior, nem o Sr. Charles Reginatto e nem a
Associação Nacional de Pequenos Agricultores apresentaram suas alegações de defesa ou qualquer outra
documentação adicional ao processo em comento.
13. Conforme demonstrado na instrução constante da peça 25, a entidade responsável pela
prestação do convênio em comento apresentou documentos insuficientes e que não comprovam a efetiva
execução de seu objeto, não sendo possível atestar o nexo de causalidade entre os documentos apresentados e as
despesas realizadas para cumprimento das metas previstas.
14. Como os responsáveis não apresentaram das alegações de defesa referidas acima, e, além disso,
inexistem nos autos elementos que demonstrem sua boa-fé ou a ocorrência de outros excludentes de
culpabilidade, conclui-se que as contas devem ser julgadas irregulares e em débito os responsáveis, com arrimo
nos arts. 16, inciso III, alínea c, e 19, caput, da Lei nº 8.443/92.
15. Conclui-se ainda pela manutenção da rejeição das alegações de defesa apresentadas pela Anpa
e pela revelia o Sr. Charles Reginatto, conforme apontado por esta Unidade Técnica na peça 20.
16. Diante do exposto, submetemos os autos à consideração superior, propondo:
a) considerar revel o Sr. Charles Reginatto (CPF: 024.613.179-92), com fulcro no art. 12, § 3º, da
Lei nº 8.443/92;
b) rejeitar as alegações de defesa da Associação Nacional de Pequenos Agricultores – Anpa;
c) julgar as contas da Anpa e do Sr. Charles Reginatto irregulares e em débito os responsáveis,
condenando-os solidariamente ao pagamento do débito de R$ 500.000,00, atualizado e acrescido dos juros de
mora a partir de 19/01/2006 até a data do efetivo recolhimento, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a
contar da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento da referida quantia aos cofres do
Tesouro Nacional, com fundamento nos arts. 1º, inciso I; 16, inciso III, alínea c, 19, caput, e 23, inciso III, da
Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 1º, inciso I, 209, inciso III, 210 do Regimento Interno do TCU;
d) aplicar ao Sr. Charles Reginatto e à Associação Nacional de Pequenos Agricultores – Anpa,
individualmente, a multa prevista no art. 57 da Lei nº 8.443/92, fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias, a
249
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
contar da notificação, para que comprovem, perante o Tribunal, o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro
Nacional, atualizada monetariamente a partir do dia seguinte ao término do prazo ora estabelecido até a data do
efetivo recolhimento, na forma da legislação em vigor;
e) autorizar, desde já, o parcelamento do débito em 36 parcelas mensais, sobre as quais incidirão os
acréscimos legais correspondentes, fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para o
recolhimento da primeira parcela aos cofres do Tesouro Nacional, vencendo as demais parcelas em intervalos
sucessivos de trinta dias, com fundamento nos artigos 214, inciso III, e 217 do Regimento Interno do TCU;
f) alertar aos responsáveis que o não recolhimento de qualquer das prestações importa no
vencimento antecipado do saldo devedor, nos termos do art. 217, § 2º, do Regimento Interno do TCU;
g) fixar o prazo de 15 (quinze) dias, a partir da data prevista para o recolhimento de cada parcela,
para que os responsáveis comprovem, perante o Tribunal, a efetivação do pagamento, conforme disposto no art.
214, inciso III, alínea “a” do Regimento Interno do TCU;
h) autorizar, desde logo, a cobrança judicial da dívida, caso não atendida a notificação, nos termos
do art. 28, inciso II, da Lei 8.443/1992;
i) remeter cópia da deliberação que vier a ser adotada, acompanhada do relatório e do voto que a
fundamentarem, à Secretaria Executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA.”
57. Retornando os autos ao MP/TCU, o Parquet manifestou novamente sua concordância
com a proposta da unidade técnica (peça 40).
É o relatório.
p
Proposta de Deliberação
Cuidam os autos de tomada de contas especial instaurada pelo Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA) em virtude da não comprovação da aplicação de recursos repassados
à Associação Nacional de Pequenos Agricultores (Anpa) por intermédio do convênio 193/2005,
celebrado em 30/12/2005, com vigência até 31/12/2007, cuja gestão pelo concedente competia
à Secretaria de Agricultura Familiar (SAF) do MDA.
2. O objeto do convênio está assim descrito (peça 1, p. 111): "O presente Convênio tem por objeto apoiar as ações de assistência técnica e extensão rural —
ATER, prioritariamente em zonas rurais empobrecidas, de modo a potencializar o alcance conjunto de objetivos
voltados para a garantia da soberania alimentar, tendo como base as orientações da Política Nacional de
Assistência Técnica e Extensão Rural."
3. Os recursos inicialmente previstos para implementação do objeto do convênio eram da
ordem de R$ 555.555,55 para a primeira fase (30/12/2005 a 30/3/2006), com R$ 500.000,00 à conta do
concedente e R$ 55.555,55 à conta do convenente, na forma de prestação de serviços.
4. As atividades estabelecidas para a primeira fase do convênio, previstas no plano de
trabalho, abrangiam visitas técnicas e acompanhamento às famílias, por meio de reuniões em
comunidades.
5. Por meio do despacho à peça 7, autorizei a citação do sr. Charles Reginatto,
ex-secretário-geral da Anpa, e da própria associação, pela não comprovação da boa e regular aplicação
dos recursos federais repassados por meio do convênio em questão, baseada na falta de
encaminhamento pela convenente da documentação exigida para composição da prestação de contas.
6. Regularmente citados, os responsáveis responderam à citação conjuntamente por meio
do procurador Ricardo Silva, OAB/RS 25779, que, no entanto, juntou aos autos instrumento particular
de procuração apenas da associação. Não há registro de procuração passada pelo sr. Charles Reginatto.
7. Ao examinar a documentação constante no processo, a unidade técnica não identificou
comprovantes das despesas realizadas, bem como a estrita correspondência entre os valores dos
cheques emitidos ou transferências realizadas e os correspondentes recibos, não havendo, portanto,
comprovação de que os recursos foram despendidos na finalidade pactuada. A antiga 8ª Secex então
propôs, com a concordância do MP/TCU, a rejeição das alegações de defesa e o julgamento das contas
250
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
pela irregularidade, com a condenação de ressarcir o erário pelo valor total dos recursos transferidos e
imputação de multa.
8. Retornando os autos a meu gabinete, observei que, embora a citação realizada tenha se
baseado na inexistência de prestação de contas, a convenente já havia encaminhado praticamente toda
a documentação exigida pelo MDA para prestação de contas parcial dos recursos recebidos.
9. Assim, determinei a realização de nova citação dos responsáveis, desta vez para que
apresentassem alegações de defesa quanto à falta de nexo entre os pagamentos efetuados e os
documentos comprobatórios apresentados, de modo a comprovar a boa e regular aplicação dos
recursos recebidos.
10. Regularmente citados, os responsáveis não apresentaram novas alegações de defesa.
Diante disso, a SecexAmbiental ratificou sua proposição inicial de julgar as contas irregulares,
condenando-os ao pagamento da importância de R$ 500.000,00, acrescida da atualização monetária e
dos juros de mora, aplicando-lhes a multa do art. 57 da Lei 8.443/1992. A proposta contou novamente
com a anuência do MP/TCU.
II
11. Os responsáveis não reuniram documentação hábil para demonstrar se o objeto do
convênio 193/2005 foi executado com os recursos federais repassados à Associação Nacional de
Pequenos Agricultores (Anpa) por força do referido ajuste, ou seja, não ficou evidenciado nexo de
causalidade entre o uso dos recursos e a execução da avença.
12. O representante da Anpa, em resposta à primeira citação, limitou-se a requisitar o
arquivamento dos autos sob a alegação de haver outro processo em trâmite na Justiça Federal com o
mesmo propósito e as mesmas partes, pois, em seu entender, haveria “hierarquia nas decisões do poder
judiciário”.
13. Quanto a essa questão, a existência de processo atinente aos fatos aqui analisados em
trânsito no Poder Judiciário não interfere na continuidade da tomada de contas especial neste tribunal.
14. De todo modo, noticio que a ação ordinária indicada nas alegações de defesa, que
tramita na 14ª Vara Federal do Distrito Federal sob o número 50203-34.2010.4.01.3400, foi
sentenciada em 6/2/2013, conforme informações obtidas na página da Justiça Federal na internet. Na
sentença, a Anpa, e o sr. Charles Reginatto foram condenados a ressarcir à União o valor integral dos
recursos liberados no âmbito do convênio 193/2005.
15. Na segunda oportunidade de defesa oferecida por este Tribunal, a associação não
compareceu aos autos para oferecer alegações de defesa.
16. O sr. Charles Reginatto, instado a se manifestar perante esta Corte, permaneceu silente
diante das duas citações promovidas pela unidade técnica. Registro que consta dos autos os avisos de
recebimento alusivos às citações realizadas.
17. O primeiro expediente foi entregue no endereço registrado na base CPF da Receita
Federal. Na segunda citação, em razão da devolução do AR com a anotação “mudou-se”, a unidade
técnica identificou, diligentemente, que o gestor havia sido designado integrante do Conselho
Estratégico Social da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), mediante a portaria
140/GR/UFFS/2013, de 27/2/2013. Assim, expediu o ofício citatório para o endereço residencial do
responsável fornecido por àquela universidade.
18. Considerando que as tentativas de se promover o chamamento do sr. Charles Reginatto
mostraram-se infrutíferas, resta caracterizada sua situação de revelia, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei
8.443/1992, o que autoriza seja dado prosseguimento ao processo.
19. Não é demais frisar que o ônus de demonstrar a regular aplicação dos recursos públicos
recai sobre o gestor, sendo que, no âmbito desta tomada de contas especial, os responsáveis não
carrearam aos autos documentação capaz de comprovar o bom e correto emprego dos recursos federais
na execução do convênio 193/2005.
20. Diante disso, manifesto-me de acordo com o encaminhamento proposto pela
SecexAmbiental, acolhido pelo MP/TCU, no sentido de que as contas do sr. Charles Reginatto,
251
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
ex-secretário-geral da Anpa, e da própria associação, sejam consideradas irregulares, com condenação
de débito e aplicação da multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992.
Ante o exposto, manifesto-me pela aprovação do acórdão que ora submeto à apreciação
deste Colegiado.
p
ACÓRDÃO Nº 1008/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC 028.397/2010-0.
1.1. Apenso: 022.170/2013-8.
2. Grupo I – Classe II – Assunto: Tomada de Contas Especial.
3. Interessado/Responsáveis:
3.1. Interessado: Ministério do Desenvolvimento Agrário.
3.2. Responsáveis: Associação Nacional de Pequenos Agricultores – Anpa
(05.032.702/0001-70); Charles Reginatto (024.613.179-92).
4. Órgão: Ministério do Desenvolvimento Agrário.
5. Relator: Ministro-Substituto Weder de Oliveira.
6. Representante do Ministério Público: Subprocuradora-Geral Cristina Machado da Costa
e Silva.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Controle Externo da Agricultura e do Meio Ambiente
(SecexAmbiental).
8. Advogado constituído nos autos: Ricardo Luis Silva da Silva (OAB/RS 25779), peça 18.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de tomada de contas especial instaurada pelo
Ministério do Desenvolvimento Agrário em virtude da não comprovação da aplicação de recursos
repassados à Associação Nacional de Pequenos Agricultores por intermédio do convênio 193/2005;
ACORDAM os ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira
Câmara, diante das razões expostas pelo relator, em:
9.1. considerar revel, para todos os efeitos, o sr. Charles Reginatto, dando-se
prosseguimento ao processo, nos termos do art. 12, § 3º, da Lei 8.443/1992;
9.2. rejeitar as alegações de defesa apresentadas pela Associação Nacional de Pequenos
Agricultores (Anpa);
9.3. julgar irregulares as contas do sr. Charles Reginatto e da Associação Nacional de
Pequenos Agricultores (Anpa), com base no art. 16, III, “c”, da Lei 8.443/1992, e condená-los,
solidariamente, ao pagamento do débito de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), atualizados
monetariamente e acrescidos de juros de mora calculados a partir de 19/1/2006 até a data do efetivo
recolhimento, fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da notificação, para que comprovem,
perante o Tribunal (art. 214, III, “a”, do RI/TCU), o recolhimento da dívida aos cofres do Tesouro
Nacional, na forma da legislação em vigor:
9.4. aplicar, individualmente, ao sr. Charles Reginatto e à Associação Nacional de
Pequenos Agricultores (Anpa) a multa prevista no art. 57 da Lei 8.443/1992, c/c o art. 267 do RI/TCU,
no valor de R$ 70.000,00 (setenta mil reais), fixando o prazo de 15 (quinze) dias, a contar da
notificação, para que comprovem, perante o Tribunal (art. 214, III, “a”, do RI/TCU), o recolhimento da
dívida aos cofres do Tesouro Nacional, atualizada monetariamente desde a data do presente acórdão
até a do efetivo recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em vigor;
9.5. autorizar, desde logo, nos termos do art. 28, II, da Lei nº 8.443/1992, a cobrança
judicial das dívidas;
252
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
9.6. remeter cópia desta deliberação ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e à
Procuradoria da República no Distrito Federal.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1008-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Valmir Campelo (Presidente), Walton Alencar Rodrigues,
Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira (Relator).pp
p
GRUPO II – CLASSE V – Primeira Câmara
TC-004.339/2013-4
Natureza: Pensão Civil
Entidade: Universidade Federal de Itajubá – MEC
Interessada: Marli de Carvalho Souza (CPF: 659.151.606-97), pensionista de Jurandir
Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-87)
Advogado constituído nos autos: não há
Sumário: PESSOAL. PENSÃO CIVIL. COMPANHEIRA. RECONHECIMENTO
JUDICIAL DE UNIÃO ESTÁVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE EXISTÊNCIA DA RELAÇÃO
JURÍDICA CONSIDERADA PROCEDENTE PELA AUTORIDADE JUDICIAL COMPETENTE.
PREENCHIMENTO DO REQUISITO ESSENCIAL EXIGIDO PELA JURISPRUDÊNCIA DO TCU.
LEGALIDADE. DETERMINAÇÃO.p
RELATÓRIO
Transcrevo, com fundamento no art. 1º, § 3º, inciso I, da Lei n.º 8.443/1992, e com os
ajustes pertinentes, a instrução lavrada no âmbito da Secretaria de Fiscalização de Pessoal (peça nº 7),
e que contou com a anuência do corpo diretivo daquela unidade (peça nº 8): Introdução
1. Trata-se de ato de concessão de pensão instituída por ex-servidor da Universidade Federal de
Itajubá - MEC, que foi encaminhado a este Tribunal para apreciação, em 2009, em conformidade com as
disposições da Instrução Normativa TCU nº 55/2007.
2. Em exame preliminar, esta Unidade Técnica verificou que o ato inicial de pensão já foi julgado
legal pelo TCU no processo nº TC 026.284/2009-0. O ato que se examina neste processo trata da alteração da
pensão para inclusão da companheira Marli de Carvalho Souza (CPF: 659.151.606-97). O Controle Interno
emitiu parecer pela ilegalidade em razão da falta de documentos essenciais para a concessão: a designação do
ex-servidor ou os documentos que comprovam a união estável.
3. De acordo com o Controle interno, a Universidade Federal de Itajubá concedeu a pensão
aceitando como prova da união estável entre a interessada e o ex-servidor Jurandir Pereira Duarte (CPF:
154.217.596-87) apenas o Termo de Audiência do judiciário com os depoimentos de testemunhas.
4. A ocorrência desses fatos implica em que o exame de mérito dessas concessões deva ser
amparado por documentação legítima e idônea juntada aos autos. Por esse motivo, em 25 de fevereiro de 2013,
esta Unidade Técnica encaminhou o Ofício SEFIP- 1997/2013 (peça 1) ao órgão de pessoal da Universidade
Federal de Itajubá - MEC, com vistas a obter cópia da sentença judicial e demais documentos que comprovam o
reconhecimento da união estável entre o instituidor Jurandir Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-87) e a ex-
companheira Marli de Carvalho Souza (CPF: 659.151.606-97).
253
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
5. Em resposta, a Diretora do Departamento de Pessoal, Rita de Cássia Guimarães Araújo
encaminhou o Ofício nº 19/2013, datado de 15 de março de 2013 (peça 3), encaminhando cópia do Termo de
Audiência citado pelo Controle Interno e cópias dos documentos da interessada.
Exame Técnico
6. A legalidade da concessão de pensão que se examina neste processo depende do reconhecimento
da existência de união estável entre a interessada Marli de Carvalho Souza (CPF: 659.151.606-97) e o
instituidor Jurandir Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-87) no momento de sua morte. Essa questão está, a nosso
ver, solucionada pela decisão do Juiz de Direito Salústio Campista, cuja decisão está transcrita a seguir:
Decido. Tendo em vista os elementos de informação contidos nos autos, e prova produzida nesta
audiência, estou pensando que ação procede. A preliminar levantada na resposta foi decidida no saneador
irrecorrido de fls.65. Naquele ato já deixei consignado que o cerne da questão é União Estável e a autora,
alegando convivência com o falecido é parte legitima para propor a presente ação. Deve acrescentar aqui e
agora que não se pode discutir neste autos direito ou não a benefício a ser pago pela EFEI, mesmo porque
aquele órgão publico não faz parte da presente ação. Entendo, até, que a ação não foi contestada validamente,
pois como se vê das respostas, os réus trataram apenas do direito ou não da autora perceber benefício. A
União Estável tratava da convivência entre pessoas com diversidade de sexo por um período prolongado com
aparência de casamento. De acordo com a lei que regula a matéria, são requisitos objetivos para
caracterização da união estável, além da já citada diversidade de sexos, a inexistência de impedimento
matrimonial, a vida em comum sob o mesmo teto, período transcorrido na convivência, notoriedade e,
finalmente, fidelidade. Tudo isto está provado nos autos. Além dos documentos trazidos com a inicial, a autora,
com a prova oral hoje produzida, demonstrou que conviveu maritalmente com o falecido, por período
prolongando, residindo no Bairro Capituba, onde todos tinham o casal como marido e mulher. A convivência
embora a lei não fixe tempo, a meu sentir, foi prolongada. Durou entre três e quatro anos e só foi extinta pelo
falecimento do convivente varão. Provada, pelas razões alem alinhadas, as alegações da inicial em
conformidade com a lei especifica, não vejo como deixar de acolher o pedido formulado pela autora. Na
conformidade do que alega o Dr. Promotor de Justiça em seu judicioso parecer neste termo a contestação
versa o direito previdenciário e tal matéria deve ser decidida em época oportuna. Os argumentos das respostas
fogem do objetivo desta a ação. Diante do exposto e considerando o que mais consta dos autos, JULGO
PROCEDENTE a ação e declaro a União Estável de MARLI DE CARVALHO SOUZA e JURANDIR PEREIRA
DUARTE, qualificação nos autos, convivência extinta pela morte do convivente varão. Julgo extinto a processo
com exame de mérito, a que faço na forma do artigo 269, I do Código do Processo Civil. Os contestantes ficam
condenados nas custas do processo e honorários de 20% sobre a valor da causa. Publicado em audiência, saem
todos intimados. Registre-se e anote-se no SISCOM. Nada mais havendo, encerrou-se a presente audiência.
Para constar, lavrou-se este termo que vai por todos assinados. Eu (Regianne Lopes Leite Marchetti),
Escrevente Judicial III, digitei e assinei.
7. O extrato do SIAPE indica que, além de Marli de Carvalho Souza (CPF: 659.151.606-97), houve
inclusão também de Amélia Lucas (CPF: 450.243.166-49), na condição de pessoa desquitada ou separada
judicialmente com pensão alimentícia. No formulário SISAC que foi autuado no TC 026.284/2009-0, por meio
do qual este Tribunal julgou legal a concessão, não havia referência a essa beneficiária. No formulário SISAC
que se examina neste processo, também não há referência a ela. Assim, é necessário que a Universidade Federal
de Itajubá – MEC efetue outra alteração do ato para incluir a beneficiária Amélia Lucas (CPF: 450.243.166-49),
e a submeta ao exame do TCU, em conformidade com as disposições da Instrução Normativa TCU nº 55/2007.
8. O processo em que foi proferida a decisão judicial que declarou a união estável de Marli de
Carvalho Souza (CPF: 659.151.606-97) e o instituidor Jurandir Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-87) não cita
Amélia Lucas (CPF: 450.243.166-49) entre os réus, mas como representante de seus filhos, os quais são citados
como réus. Assim, é razoável inferir que a inclusão de Amélia Lucas foi posterior à de Marli de Carvalho
Souza.
Conclusão
9. Diante da decisão do Juiz declarando a união estável entre os conviventes Marli de Carvalho
Souza (CPF: 659.151.606-97) e Jurandir Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-87), manifesto-me no entendimento
de que o TCU pode julgar legal e autorizar o registro da alteração do ato de concessão de pensão para inclusão
da interessada como beneficiária.
Proposta de encaminhamento
254
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
De conformidade com o que dispõe os arts. 71, inciso III, da Constituição Federal, 39, incisos I e II,
da Lei nº 8.443/92 e 260, §§ 1º e 2º, do Regimento Interno, submetemos os autos à consideração superior
propondo que o ato de alteração da pensão instituída por Jurandir Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-87) seja
considerado legal para fins de registro, com a determinação para que a Universidade Federal de Itajubá – MEC
emita novo ato de alteração para inclusão da beneficiária Amélia Lucas (CPF: 450.243.166-49), que aparece nos
extratos do SIAPE como beneficiária da pensão na condição de pessoa desquitada ou separada judicialmente
com pensão alimentícia, e submeta-o a nova apreciação por este Tribunal, na forma do artigo 260, caput,
também do Regimento.
2. O Ministério Público junto a esta Corte de Contas, representado nestes autos pelo ilustre
Procurador Marinus Eduardo de Vries Marsico, discordou do encaminhamento formulado pela unidade
técnica, nos termos do seguinte parecer (peça 9): Trata-se da análise de ato de concessão de pensão civil instituída pelo Sr. JURANDIR PEREIRA
DUARTE (CPF: 154.217.596-87), ex-servidor da Universidade Federal de Itajubá – MEC. Ressaltamos que o
ato inicial da pensão instituída pelo de cujos já havia sido julgado legal, nos autos do TC-026.284/2009-0,
tratando-se o presente expediente de ato de alteração para incluir a beneficiária MARLI DE CARVALHO
SOUZA (CPF: 659.151.606-97), inscrita na condição de ex-companheira, nos termos do art. 217, I, alínea ‘c’ da
Lei 8.112/1990.
O Controle Interno manifestou-se pela ilegalidade da presente concessão, nos termos do parecer a
seguir transcrito:
A companheira não apresentou a designação do ex-servidor e os documentos apresentados não
foram suficientes para comprovar a união estável. A companheira apresentou somente o Termo de Audiência
do judiciário com os depoimentos em anexo.
Em face do parecer do Controle Interno, a Unidade Técnica realizou a diligência (acostada à peça
1) ao órgão de pessoal da Universidade Federal de Itajubá - MEC, com vistas a obter cópia da sentença judicial
e demais documentos que comprovassem o reconhecimento da união estável entre o instituidor Jurandir Pereira
Duarte (CPF: 154.217.596-87) e a ex-companheira Marli de Carvalho Souza (CPF: 659.151.606-97).
Em resposta, a Diretora do Departamento de Pessoal, Rita de Cássia Guimarães Araújo
encaminhou o Ofício nº 19/2013, datado de 15 de março de 2013 (peça 3), em que constava cópia do Termo de
Audiência citado pelo Controle Interno e cópias dos documentos da interessada.
A Sefip, por sua vez, propôs a legalidade da pensão a Sra. Marli de Carvalho Souza (CPF:
659.151.606-97), entendendo que a questão da comprovação da união estável entre a referida beneficiária e o
instituidor Jurandir Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-87), teria sido solucionada pela decisão do Juiz de Direito
Salustiano Campista, nos autos do Processo de nº 32401000223-0 (Termo de audiência). Reproduzo a seguir a
proposta de encaminhamento oferecida pela Unidade Técnica:
De conformidade com o que dispõe os arts. 71, inciso III, da Constituição Federal, 39, incisos I e
II, da Lei nº 8.443/92 e 260, §§ 1º e 2º, do Regimento Interno, submetemos os autos à consideração superior
propondo que o ato de alteração da pensão instituída por Jurandir Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-87) seja
considerado legal para fins de registro, com a determinação para que a Universidade Federal de Itajubá –
MEC emita novo ato de alteração para inclusão da beneficiária Amélia Lucas (CPF: 450.243.166-49), que
aparece nos extratos do SIAPE como beneficiária da pensão na condição de pessoa desquitada ou separada
judicialmente com pensão alimentícia, e submeta-o a nova apreciação por este Tribunal, na forma do artigo
260, caput, também do Regimento.
Com as devidas vênias à Unidade Técnica, este Ministério Público entende ser mais prudente
acompanhar o parecer emitido pelo Controle Interno, pelos motivos a seguir explicitados. Ressaltamos
inicialmente que, na habilitação de ex-companheira ao benefício pensional, nos termos do art. 217, alínea "c",
da Lei n. 8.112/1990, é essencial a comprovação da União Estável. Nos autos, verificamos que os únicos
documentos utilizados para a concessão da pensão em análise foram os seguintes:
a) Termo de Audiência;
b) Declaração do Estabelecimento “RAFIC YOUSSEF EL MOUALLEM & CIA LTDA” a seguir
transcrita: Conforme solicitação, informamos que a Srci Marli Carvaiho de Souza, portadora do CPF
659.151.606-97 e do RG M-4.451.292, é cliente desta loja desde 1998, onde consta corno amaziada do Sr
Jurandir Pereira Duarte (peça 3, pág. 29);
Em primeiro lugar, cabe ressaltar que o TCU tem vasta jurisprudência no sentido de que a
justificação judicial, por si só, não é documentação suficiente para comprovar a existência de União Estável para
255
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
fins de pensão. Por elucidativo, citamos o Acórdão 1.817/2004 – TCU - Segunda Câmara que negou registro à
pensão que, da mesma forma que no caso em análise, fundamentava-se em sentença baseada inteiramente em
prova testemunhal, conforme excerto do Voto condutor:
9. Do confronto probatório, pode-se constatar que os elementos carreados aos autos em prol da
Sra. Omissis são frágeis, consistindo basicamente em ação de justificação judicial, inteiramente baseada em
prova testemunhal. Quanto à existência de filiação, cabe ressaltar que dela não necessariamente decorre
convivência marital.
Esta Corte já se pronunciou reiteradamente quanto ao fato de a justificação judicial não se
constituir em prova plena, consoante excerto do voto condutor do Acórdão 1.511/2003 – TCU – Plenário:
Este Tribunal tem-se manifestado no sentido da imprescindibilidade da produção de provas
convincentes da existência do companheirismo na data do óbito do instituidor da pensão, sendo certo que
mesmo a Justificação Judicial apenas é admissível quando corroborada com documentação subsidiária, não
valendo a homologação, por si só, para reconhecimento por esta Corte dos fatos justificados (TC 029.298/69,
sessão de 1º.7.71; Decisão 88/95 - Segunda Câmara; Decisão 700/97 - Plenário)"
Com efeito, a justificação judicial, desacompanhada de outros elementos probatórios, não prova a
união estável, conforme entendimento pacificado em reiterada jurisprudência desta Corte, de que são exemplos:
Decisão TCU nº 562/2001-Plenário, Acórdãos TCU nºs 870/2005-Segunda Câmara, 637/2008-Segunda Câmara,
além do Acórdão TCU nº 1511/2003-Plenário, citado no relatório precedente.
Vale afirmar ainda que, conforme ressaltado pelo Controle Interno, não consta no processo de
habilitação da Sra. MARLI DE CARVALHO SOUZA (CPF: 659.151.606-97), sequer o Termo de designação
da referida beneficiária, para fins de pensão. Há de se olvidar que a jurisprudência desta Casa firmou-se no
sentido de que a ausência de designação formal, pelo instituidor, de companheira para fins de pensão civil não
obsta a habilitação desta como beneficiária, desde que a situação de união estável mantida com o de cujus
até a data do óbito seja indelevelmente comprovada por meios idôneos, de forma que não paire qualquer
dúvida quanto à convivência more uxorio mantida entre as partes, a exemplo do Acórdão 870/2005-2ª Câmara.
No caso em comento, além do Termo de Audiência, fundado em provas unicamente testemunhais,
em que se reconheceu a união estável, existe tão somente uma declaração de estabelecimento comercial
alegando que a pensionista era dependente do instituidor. Este segundo documento, ainda que somado ao
primeiro, não é revestido de força probante capaz de afastar qualquer dúvida quanto à existência de união
estável, pública e duradoura entre a beneficiária MARLI DE CARVALHO SOUZA (CPF: 659.151.606-97) e o
instituidor JURANDIR PEREIRA DUARTE (CPF: 154.217.596-87).
Aliás, no que se refere ao processo do Termo de Audiência, ao contrário do afirmado pela Sefip, na
instrução acostada à peça 7, a decisão do Juiz de Direito Salustiano Campista, nos autos do Processo de nº
32401000223-0, não soluciona a comprovação da união estável para fins de pensão. Em outro sentido,
salientamos que o próprio magistrado, em seu voto, afastou qualquer possibilidade de se utilizar os termos do
referido decisum como elemento probante para fins previdenciários. Cito, por elucidativo, excerto do referido
voto (acostado à peça 3, págs. 2-21):
Decido. Tendo em vista os elementos de informação contidos nos autos, e prova produzida nesta
audiência, estou pensando que ação procede. A preliminar levantada na resposta foi decidida no saneador
irrecorrido de fls.65. Naquele ato já deixei consignado que o cerne da questão é União Estável e a autora,
alegando convivência com o falecido é parte legitima para propor a presente ação. Deve acrescentar aqui e
agora que não se pode discutir neste autos direito ou não a benefício a ser pago pela EFEI, mesmo porque
aquele órgão publico não faz parte da presente ação. Entendo, até, que a ação não foi contestada
validamente, pois como se vê das respostas, os réus trataram apenas do direito ou não da autora perceber benefício. A União Estável tratava da convivência entre pessoas com diversidade de sexo por um período
prolongado com aparência de casamento. (...)
Noutro sentido, salientamos que assiste razão à Sefip quanto à necessidade que a Universidade
Federal de Itajubá – MEC efetue outra alteração para incluir a beneficiária Amélia Lucas (CPF: 450.243.166-
49), e a submeta ao exame do TCU, em conformidade com as disposições da Instrução Normativa TCU nº
55/2007.
Registramos por fim que, o ato em epígrafe somente foi disponibilizado ao Tribunal em 17/7/2009,
ou seja, há menos de cinco anos, de modo que não se faz necessária a realização de oitiva da interessada, nos
moldes preconizados na SÚMULA TCU 278 de Jurisprudência desta Corte de Contas.
256
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Ex positis, discordamos parcialmente da proposta apresentada pela Unidade Técnica, nas peças 7 e
8, e propomos o seguinte:
Julgar ilegal o ato de concessão de pensão civil do Sr. JURANDIR PEREIRA DUARTE (CPF:
154.217.596-87) à pensionista MARLI DE CARVALHO SOUZA (CPF: 659.151.606-97);
Determinar Universidade Federal de Itajubá – MEC que:
a) abstenha-se de realizar pagamentos decorrentes do ato considerado ilegal, no prazo de 15
(quinze) dias, contado a partir da ciência desta deliberação, sujeitando-se a autoridade administrativa omissa
à responsabilidade solidária, nos termos do art. 262, caput, do Regimento Interno do TCU;
b) comunique à interessada acerca do teor do Acórdão que vier a ser proferido, alertando-a de
que o efeito suspensivo proveniente da interposição de eventuais recursos junto ao TCU não a exime da
devolução dos valores percebidos indevidamente após a respectiva notificação, caso os recursos não sejam
providos;
c) emita e disponibilize no SISAC novo ato alteração para incluir a beneficiária Amélia Lucas
(CPF: 450.243.166-49), e a submeta ao exame do TCU, em conformidade com as disposições da Instrução
Normativa TCU nº 55/2007.
É o Relatório.pp
pp
VOTO
Como visto no relatório precedente, cuidam os autos de pensão civil instituída no âmbito
da Universidade Federal de Itajubá, em favor de Marli de Carvalho Souza, na condição de
companheira do instituidor, Sr. Jurandir Pereira Duarte.
2. No mérito, a Sefip entende que a relação de união estável entre companheira e
instituidor já foi devidamente reconhecida em decisão judicial exarada nos autos da Ação Declaratória
nº 32401000223-0 – Segunda Vara Cível – Comarca de Itajubá, ocasião em que o Juiz de Direito
Salústio Campista decidiu nos seguintes termos: Decido. Tendo em vista os elementos de informação contidos nos autos, e prova produzida nesta
audiência, estou pensando que ação procede. A preliminar levantada na resposta foi decidida no saneador
irrecorrido de fls.65. Naquele ato já deixei consignado que o cerne da questão é União Estável e a autora,
alegando convivência com o falecido é parte legitima para propor a presente ação. Deve acrescentar aqui e agora
que não se pode discutir neste autos direito ou não a benefício a ser pago pela EFEI, mesmo porque aquele
órgão publico não faz parte da presente ação. Entendo, até, que a ação não foi contestada validamente, pois
como se vê das respostas, os réus trataram apenas do direito ou não da autora perceber benefício. A União
Estável tratava da convivência entre pessoas com diversidade de sexo por um período prolongado com
aparência de casamento. De acordo com a lei que regula a matéria, são requisitos objetivos para caracterização
da união estável, além da já citada diversidade de sexos, a inexistência de impedimento matrimonial, a vida em
comum sob o mesmo teto, período transcorrido na convivência, notoriedade e, finalmente, fidelidade. Tudo isto
está provado nos autos. Além dos documentos trazidos com a inicial, a autora, com a prova oral hoje produzida,
demonstrou que conviveu maritalmente com o falecido, por período prolongando, residindo no Bairro Capituba,
onde todos tinham o casal como marido e mulher. A convivência embora a lei não fixe tempo, a meu sentir, foi
prolongada. Durou entre três e quatro anos e só foi extinta pelo falecimento do convivente varão. Provada, pelas
razões alem alinhadas, as alegações da inicial em conformidade com a lei especifica, não vejo como deixar de
acolher o pedido formulado pela autora. Na conformidade do que alega o Dr. Promotor de Justiça em seu
judicioso parecer neste termo a contestação versa o direito previdenciário e tal matéria deve ser decidida em
época oportuna. Os argumentos das respostas fogem do objetivo desta a ação. Diante do exposto e considerando
o que mais consta dos autos, JULGO PROCEDENTE a ação e declaro a União Estável de MARLI DE
CARVALHO SOUZA e JURANDIR PEREIRA DUARTE, qualificação nos autos, convivência extinta pela
morte do convivente varão. Julgo extinto a processo com exame de mérito, a que faço na forma do artigo 269, I
do Código do Processo Civil.
3. Por sua vez, o representante do Parquet especializado, ao discordar do encaminhamento
sugerido pela unidade técnica, sustenta que não há, nos autos, elementos capazes de comprovar
indelevelmente a existência da sobredita relação de união estável. Isso porque a justificação judicial,
257
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
por si só, não é documentação suficiente para comprovar a existência do vínculo para fins de
concessão de pensão civil, sendo que o único outro elemento encaminhado refere-se a uma declaração
de estabelecimento comercial indicando que a pensionista era dependente do instituidor, declaração
esta incapaz de comprovar a existência do vínculo.
4. Além disso, o Procurador ressalta que a decisão judicial anteriormente transcrita não
comporta a comprovação de união estável para fins de pensão civil, sendo que esta circunstância foi
ressaltada pelo próprio magistrado em seu voto, conforme o seguinte excerto: Deve acrescentar aqui e agora que não se pode discutir neste autos direito ou não a benefício a ser
pago pela EFEI, mesmo porque aquele órgão publico não faz parte da presente ação. Entendo, até, que a ação
não foi contestada validamente, pois como se vê das respostas, os réus trataram apenas do direito ou não da
autora perceber benefício.
5. Em que pesem as judiciosas ponderações feitas pelo douto membro do Ministério
Público de Contas, creio que o encaminhamento proposto pela Sefip seja o mais adequado às
condições do presente processo, pelas razões que passo a expor.
6. Inicialmente, é necessário destacar que, na verdade, a decisão judicial trazida aos autos
foi exarada em processo cuja natureza é de ação declaratória, e não de justificação judicial, sendo esta
a questão fulcral a conduzir o deslinde da presente apreciação.
7. Nestes termos, convém frisar que, conforme preconiza o art. 4º do Código de Processo
Civil, ação declaratória é aquela que tem por objetivo a declaração, por parte da autoridade judicial
competente, de existência ou não de determinada relação jurídica ou, ainda, de autenticidade ou
falsidade de determinado documento. É dizer que a ação declaratória presta-se ao acertamento de uma
relação jurídica, mediante declaração judicial acerca do direito em litígio.
8. Por sua vez, em processos de justificação judicial, diferentemente do que ocorre na ação
declaratória, não há pronunciamento sobre o mérito da prova por parte do juiz (art. 866, parágrafo
único, do Código de processo Civil), o que denota seu caráter precário, especialmente quando
fundamentada unicamente em provas testemunhais. Não por outra razão, este Tribunal tem
reiteradamente se manifestado no sentido de que a justificação judicial não se constitui em prova
plena, consoante excerto do voto condutor do Acórdão 1511/2003 - Plenário: Este Tribunal tem se manifestado no sentido da imprescindibilidade da produção de provas
convincentes da existência do companheirismo na data do óbito do instituidor da pensão, sendo certo que
mesmo a Justificação Judicial apenas é admissível quando corroborada com documentação subsidiária, não
valendo a homologação, por si só, para reconhecimento por esta Corte dos fatos justificados (TC 029.298/69,
sessão de 1º.7.71; Decisão 88/95 - Segunda Câmara; Decisão 700/97 - Plenário).
9. No presente caso, conforme se pode extrair do próprio cabeçalho da ação, trata-se de
ação declaratória, cuja parte dispositiva é inequívoca ao reconhecer a existência da relação de união
estável, conforme mais uma vez destaco: JULGO PROCEDENTE a ação e declaro a União Estável de MARLI DE CARVALHO SOUZA e
JURANDIR PEREIRA DUARTE, qualificação nos autos, convivência extinta pela morte do convivente varão.
10. Com efeito, a partir destas ponderações, não há, a meu ver, como negar que o
provimento judicial, ao cuidar do mérito do pedido da interessada, reconheceu, sem qualquer ressalva,
a existência da relação jurídica de união estável entre a beneficiária e o instituidor.
11. Diante desta circunstância essencial, em que a união estável encontra-se reconhecida
por autoridade judicial competente, resta-nos perquirir se essa condição é suficiente para a concessão
do benefício ora apreciado.
12. De fato, conforme bem pontuado no relatório precedente, o requisito fundamental e
necessário para instituição de pensão civil em favor de beneficiário na condição de companheiro é a
existência da relação de união estável, sendo que tal condição, em regra, é confirmada mediante termo
de designação da beneficiária pelo instituidor, quando ainda vivo, bem como por intermédio de outros
elementos que comprovem, inequivocamente, a convivência more uxorio entre as partes.
258
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
13. Ocorre que, no caso ora apreciado, conforme já demonstrado, a relação de união
estável já se encontra reconhecida judicialmente, não cabendo maiores digressões acerca dos
elementos que apontaram para a existência do vínculo.
14. Ademais, em que pese o fato de que, na sentença declaratória da união estável, o juiz
tenha frisado que ali não se discutiu eventual direito a benefício pensional, tal circunstância não me
parece de todo relevante. Na verdade, o destaque feito pelo Magistrado em sua decisão teve o intuito
de esclarecer que o eventual direito a benefício previdenciário não compunha o cerne do pedido da
autora da ação, o que não é o mesmo que dizer, absolutamente, que o juiz tenha se manifestado no
sentido de que não haveria direito ao benefício. Simplesmente tal questão não foi objeto da lide.
15. Por estas razões, uma vez que a análise quanto à existência da união estável já foi
solucionada pelo Poder Judiciário, sendo esta a exigência basilar para concessão de pensão a
beneficiário na condição de companheiro, e não se identificando quaisquer outras irregularidades,
cumpre ao Tribunal considerar legal o respectivo ato.
16. Por fim, manifesto minha anuência à proposta de determinação à entidade para que
encaminhe ato de alteração da pensão civil ora examinada, fazendo incluir a beneficiária Amélia Lucas
(CPF: 450.243.166-49), conforme dados constantes do Siape, informando à Universidade que, em cada
ato de alteração de pensão civil submetido ao TCU, devem constar todos os eventuais beneficiários
ainda ativos.
Em face do exposto, voto por que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto à
apreciação desta Primeira Câmara.p
p
ACÓRDÃO Nº 1009/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo n.º TC 004.339/2013-4.
2. Grupo II – Classe de Assunto V – Pensão Civil.
3. Interessada: Marli de Carvalho Souza (CPF: 659.151.606-97), pensionista de Jurandir
Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-87).
4. Entidade: Universidade Federal de Itajubá - MEC.
5. Relator: Ministro Valmir Campelo.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Marinus Eduardo De Vries Marsico.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de pensão civil instituída no âmbito da
Universidade Federal de Itajubá.
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da
Primeira Câmara, diante das razões expostas pelo relator, e com fundamento no inciso III do art. 71 da
Constituição Federal, combinado com os arts. 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443/1992, e,
ainda, com o art. 260, § 1º, do Regimento Interno/TCU, em:
9.1. considerar legal a pensão civil instituída por Jurandir Pereira Duarte (CPF:
154.217.596-87), em favor de Marli de Carvalho Souza (CPF: 659.151.606-97), concedendo o
registro ao ato correspondente, nº de controle 10450300-05-2002-000009-1;
9.2. determinar à Universidade Federal de Itajubá que, no prazo de 30 (trinta) dias,
encaminhe ato de alteração da pensão civil instituída por Jurandir Pereira Duarte (CPF: 154.217.596-
87), fazendo incluir, entre os beneficiários, a senhora Amélia Lucas (CPF: 450.243.166-49), conforme
informações obtidas no Siape, informando à Universidade que, em cada ato de alteração de pensão
civil submetido ao TCU, devem constar todos os eventuais beneficiários ainda ativos;
259
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
9.3. enviar cópia deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, à
Universidade Federal de Itajubá.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1009-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Walton Alencar Rodrigues (na Presidência), Valmir Campelo
(Relator), Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.p
p
GRUPO I – CLASSE V – Primeira Câmara.
TC-013.881/2013-2.
Natureza: Aposentadoria.
Entidade: Universidade Federal de Minas Gerais – MEC.
Interessado: Marçal da Rocha Coutinho (CPF: 162.523.496-15).
Advogado constituído nos autos: não há
Sumário: PESSOAL. APOSENTADORIA. AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO
SEM A COMPROVAÇÃO DO RECOLHIMENTO DAS RESPECTIVAS CONTRIBUIÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS, EM AFRONTA AO COMANDO CONTIDO NO ART. 96, INCISO IV, DA
LEI Nº 8.213/1991. ILEGALIDADE. NEGATIVA DE REGISTRO. DETERMINAÇÕES.
RELATÓRIO
Transcrevo, com fundamento no art. 1º, § 3º, inciso I, da Lei n.º 8.443/1992, e com os
ajustes pertinentes, a instrução lavrada no âmbito da Secretaria de Fiscalização de Pessoal (peça nº 6),
e que contou com a anuência do corpo diretivo daquela unidade (peças nºs 7 e 8): Introdução
Trata-se de ato de concessão de aposentadoria a ex-servidor da Universidade Federal de Minas
Gerais - MEC, que foi encaminhado a este Tribunal para apreciação, em 2009, em conformidade com as
disposições da Instrução Normativa TCU nº 55/2007.
2. O ato de concessão recebeu parecer contrário do Controle Interno devido ao cômputo de tempo
de serviço sem contribuição previdenciária. Segundo o Controle Interno, no período entre 01/01/1953 e
31/12/1963, o servidor trabalhou como comerciante. Como comprovante do tempo de serviço referente a esse
período foi juntada ao processo de aposentadoria uma certidão da Prefeitura de Governador Valadares
declarando que o comerciante recolheu os tributos municipais devidos. Mas não há comprovante das
contribuições previdenciárias.
3. A ocorrência desses fatos implica em que o exame de mérito dessa concessão deva ser amparado
por documentação legítima e idônea juntada aos autos, para afastar a possibilidade de ter ocorrido a
irregularidade apontada pelo Controle Interno. Por esse motivo, em 25 de maio de 2013, esta Unidade Técnica
encaminhou o Ofício SEFIP- 7454/2013 (peça 1) ao órgão de pessoal da Universidade Federal de Minas Gerais
- MEC, com vistas a obter cópia dos seguintes documentos:
3.1 Em relação à Marçal da Rocha Coutinho (CPF: 162.523.496-15): cópias da Certidão de Tempo
de Serviço, relativos ao período compreendido entre 1/1/1953 e 31/12/1963, trabalhado como comerciante;
cópia do Mapa de Apuração do Tempo de Serviço, juntando, quando for o caso, cópias das certidões dos tempos
averbados, identificando os cargos ocupados pelo servidor.
4. Em resposta, a Diretora-Geral do DAP/UFMG, Helena Maria de Deus Castro, encaminhou o
Ofício nº 1850, datado de 1º de julho de 2013 (peça 2), informando o envio dos documentos requisitados por
esta Unidade Técnica.
5. Os documentos estão nos autos à peça nº 2.
Exame Técnico
260
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
6. O mapa de apuração do tempo de serviço juntado aos autos às páginas 2/3 da peça 2 demonstra o
tempo de serviço averbado de acordo com o quadro abaixo:
Entidade Início Término Dias Anos Meses Dias
Sociedade Ibituruna de
Minérios 27/12/1942 21/2/1945 788 2 1 28
Comp. Metropolitana de Com
Mineração 22/2/1945 22/7/1949 1612 4 5 2
Companhia Vale do Rio Doce 5/8/1949 31/3/1951 604 1 7 29
Comerciante Autônomo 1/1/1953 31/12/1963 4017 11 0 2
Mycton Jorge Soiffer 1/1/1964 28/2/1965 425 1 2 0
Universidade Federal de
Minas Gerais 20/3/1971 27/6/1991 7405 20 3 15
TOTAL 14851 40 8 11
7. Foram também computados em favor do servidor seis meses de licença prêmio não gozada e
contada em dobro. Com isso, o servidor contaria com 41 anos, 2 meses e 6 dias de tempo de serviço.
8. A certidão emitida pelo INSS à página 7 da peça 2 confirma apenas as contribuições referentes
aos tempos cumpridos na Associação dos Servidores da UFMG, na Sociedade Ibituruna de Minérios, na
Empresa Cosmopolitana de Comércio e Mineração, na Companhia Vale do Rio Doce e na empresa Mycton
Jorge Sciffer. O tempo total certificado pelo INSS é de 12 anos, um mês e catorze dias. Observa-se, porém que
o tempo referente ao trabalho na Associação dos Servidores da UFMG, no total de 3 anos, 5 meses e 25 dias, é
concomitante ao tempo na UFMG e não pode ser computado para fins de aposentadoria nesse órgão. Assim,
restaram 8 anos, 7 meses e 24 dias, os quais foram corretamente consignados no ato.
9. Diante dos fatos apontados pelo Controle Interno e comprovados pela documentação enviada
pela própria Universidade, deve ser glosado o tempo de 11 anos e 2 dias, averbado irregularmente, pois sem a
devida comprovação das contribuições previdenciárias.
10. Portanto, restaria ao servidor o total de 30 anos, 2 meses e 4 dias, que não seriam suficientes
para a aposentadoria de acordo com o fundamento legal apontado no formulário SISAC. O fundamento legal em
que se baseou a aposentadoria do servidor é o art. 40, item III, alínea “a”, da Constituição Federal de 1988.
11. A vigência da aposentadoria se deu a partir de 28 de junho de 1991, de modo que lhe são
aplicáveis as regras anteriores à publicação da Emenda Constitucional nº 20/98. Assim, o servidor poderia
continuar aposentado pelas regras da aposentadoria voluntária com proventos proporcionais ao tempo de
serviço. Contudo, ele não tem direito ao acréscimo de 20% previsto no art. 184, inciso II da Lei 1711/52 nem ao
acréscimo previsto no art. 192, inciso II da Lei 8112/90.
Conclusão
12. Diante das provas juntadas aos autos, manifesto-me pelo entendimento de que o ato de
aposentadoria de Marçal da Rocha Coutinho (CPF: 162.523.496-15) deve ser julgado ilegal, com negativa de
registro, devido à averbação de tempo de serviço sem as devidas contribuições previdenciárias.
Proposta de encaminhamento
13. De conformidade com o que dispõe o artigo 71, inciso III, da Constituição Federal de 1988, c/c
os artigos 1º, inciso V, e 39, inciso II, da Lei nº 8.443/92, c/c os arts. 1º, inciso VIII e 260, § 1º, do Regimento
Interno/TCU, e tomando por base as informações prestadas pelo órgão de Controle Interno, na forma prevista no
art. 260, caput, do Regimento Interno/TCU, submetemos os autos à consideração superior propondo que este
Tribunal julgue ilegal o ato de concessão de aposentadoria de Marçal da Rocha Coutinho (CPF:
162.523.496-15), negando-lhe o registro, com a adoção das seguintes medidas:
13.1. Aplicar a Súmula TCU nº 106, em relação às importâncias indevidamente pagas,
presumivelmente recebidas de boa-fé;
13.2. Com fulcro no art. 262, caput, do Regimento Interno deste Tribunal, determinar a
Universidade Federal de Minas Gerais - MEC que:
a) faça cessar todo e qualquer pagamento relativo ao ato impugnado, no prazo máximo de 15
(quinze) dias, contados da ciência da decisão deste Tribunal, sob pena de ressarcimento das quantias pagas após
essa data pelo responsável;
261
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
b) dê ciência do inteiro teor do acórdão a ser proferido ao interessado, alertando-o de que o efeito
suspensivo proveniente de eventual interposição de recurso, junto ao TCU, não o exime da devolução dos
valores indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não-provimento desse recurso;
c) no prazo de trinta dias, contados da ciência da decisão, envie a este Tribunal documentos
comprobatórios de que o servidor aposentado cujo ato foi impugnado está ciente do julgamento deste Tribunal;
d) emita novo ato, livre da irregularidade ora apontada, submetendo-o a nova apreciação por este
Tribunal, na forma do artigo 260, caput, também do Regimento.
13.3. Alertar a Universidade Federal de Minas Gerais - MEC que o servidor pode continuar
aposentado de acordo com as regras do art. 40, item III, alínea “b”, da Constituição Federal de 1988, que dispõe
sobre a aposentadoria voluntária com proventos proporcionais ao tempo de serviço, mas que não tem direito a
receber a vantagem do art. 184, inciso II da Lei 1711/52, nem o acréscimo previsto no art. 192, da Lei 8112/90
ou comprovar as devidas contribuições previdenciárias no período de 01/01/1953 a 31/12/1963, mediante
documentação idônea.
2. O Ministério Público junto a esta Corte de Contas, representado nestes autos pelo ilustre
Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin, manifestou-se de acordo com a proposta formulada pela
unidade técnica, ressalvando, no tocante ao item 13.3 da instrução, que o servidor poderá permanecer
aposentado com fundamento na alínea “c” do item III do art. 40 da Constituição Federal de 1988, na
redação vigente na data da concessão, e não na alínea “b” como constou. Nessa hipótese, os proventos
deverão ser calculados na razão de 30/35 (peça nº 9).
É o Relatório.ppp
p
VOTO
Como visto no relatório precedente, cuidam os autos de aposentadoria concedida no
âmbito da Universidade Federal de Minas Gerais, em favor de Marçal da Rocha Coutinho.
2. No mérito, manifesto minha anuência ao encaminhamento proposto pela unidade
técnica, que contou com a chancela do MP/TCU, no sentido da ilegalidade do ato ora examinado, pelas
razões que passo a expor.
3. Conforme registros feitos no campo “Discriminação dos tempos de serviço e
averbações” do formulário de concessão de aposentadoria ora examinado, é possível identificar a
averbação de tempo na qualidade de “empregador”, correspondente a 11 (onze) anos e 2 (dois) dias, o
qual, de acordo com as informações encaminhadas mediante diligência, diz respeito ao período de
1/1/1953 a 31/12/1963, ocasião em que o interessado desenvolveu atividades comerciais no Município
de Governador Valadares.
4. No que se refere ao tempo prestado como comerciante e seu respectivo enquadramento
para efeitos previdenciários, convém rememorar os termos originais da Lei nº 3.807/1960, que
dispunha sobre a Lei Orgânica da Previdência Social, in verbis: Art. 5º São obrigatòriamente segurados, ressalvado o disposto no art. 3º:
(...)
IV - os trabalhadores avulsos e os autônomos.
5. O mencionado dispositivo foi objeto de subsequentes novas redações, de forma que sua
última redação, quando ainda vigente, era a seguinte, in verbis: Art. 5º São obrigatoriamente segurados, ressalvado o disposto no art. 3º: (Redação dada pela Lei nº
5.890, de 1973)
(...)
IV - os trabalhadores autônomos, os avulsos e os temporários. (Redação dada pela Lei nº 6.887, de
1980)
6. Por sua vez, a Lei nº 8.213/1991, norma que hoje dispõe sobre os Planos de Benefícios
da Previdência Social, cuida da matéria nos termos dos seguintes dispositivos, in verbis: Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:
(...)
262
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
V - como contribuinte individual:
(...)
h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins
lucrativos ou não; (Incluído pela Lei nº 9.876, de 26.11.99) 7. Como se pode obsevar, a contagem do aludido “tempo de empregador” (comerciante)
para fins previdenciários encontraria amparo, pela norma ora vigente, na qualidade de contribuinte
individual, como pessoa que exercia atividade econômica de natureza urbana (autônomo).
8. Ocorre que os documentos acostados aos autos apenas afirmam que o Sr. Marçal da
Rocha Coutinho desenvolveu atividades comerciais e recolheu os tributos devidos aos cofres
municipais, não havendo, contudo, qualquer menção quanto ao recolhimento das respectivas
contribuições previdenciárias, de modo a permitir sua averbação para fins de usufruto de
aposentadoria.
9. Aliás, a ausência dos recolhimentos previdenciários é corroborada pela própria
“Certidão de Tempo de Contribuição” exarada pelo INSS, também acostada aos autos, não se
identificando, ali, qualquer referência ao período de 1/1/1953 a 31/12/1963, momento em que o
interessado exerceu as sobreditas atividades comerciais.
10. Em relação a esta questão, trago à colação o art. 96, inciso IV, da Lei nº 8.213/1991, in
verbis: Art. 96. O tempo de contribuição ou de serviço de que trata esta Seção será contado de acordo com
a legislação pertinente, observadas as normas seguintes:
(...)
IV - o tempo de serviço anterior ou posterior à obrigatoriedade de filiação à Previdência Social só
será contado mediante indenização da contribuição correspondente ao período respectivo, com acréscimo de
juros moratórios de zero vírgula cinco por cento ao mês, capitalizados anualmente, e multa de dez por cento.
(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.187-13, de 2001)
11. O dispositivo supratranscrito não deixa dúvidas de que, para que seja possível a
contagem do tempo de serviço, é necessário que haja o recolhimento das respectivas contribuições
previdenciárias, ainda que de forma indenizada.
12. Assim, diante da ausência de comprovação do mencionado recolhimento
previdenciário, e considerando o disposto no art. 96, inciso IV, da Lei nº 8.213/1991, deve ser
impugnada a averbação relativa ao período de 1/1/1953 a 31/12/1963, o que impede a concessão de
aposentadoria nos moldes apresentados, razão pela qual o presente ato deve ser considerado ilegal.
13. Como consequência da referida exclusão, o interessado terá cumprido um total de 29
(vinte e nove) anos, 5 (cinco) meses e 6 (seis) dias de tempo de serviço, conforme tabela abaixo:
Entidade Início Término Dias Anos Meses Dias
Sociedade Ibituruna de Minérios 27/12/1942 21/02/1945 788 2 1 28
Comp. Metropolitana de Com Mineração 21/02/1945 22/07/1949 1613 4 5 3
Companhia Vale do Rio Doce 05/08/1949 31/03/1951 604 1 7 29
Mycton Jorge Soiffer 01/10/1964 28/02/1965 151 0 5 1
Universidade Federal de Minas Gerais 20/03/1971 27/06/1991 7405 20 3 15
Licença-prêmio não gozada, já contada
em dobro - - - 0 6 0
TOTAL
10741 29 5 6
14. Note-se que, de maneira diversa do que afirma a Sefip nos autos, o tempo restante nem
mesmo seria suficiente para obtenção de aposentadoria voluntária com proventos proporcionais ao
tempo de serviço, nos termos do art. 40, inciso III, alínea “c”, da Constituição Federal, em sua redação
original, dado que, ali, era exigido o mínimo de 30 (trinta) anos de tempo de serviço. Nada obstante,
cumpre salientar o disposto no Enunciado nº 74 da Súmula da Jurisprudência predominante do TCU: Para efeito apenas de aposentadoria proporcional nos limites mínimos - 30/35 (homem) e 25/30
(mulher) - e não para o de acréscimo por tempo de serviço ou qualquer outra vantagem, admite-se a contagem
263
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
do período de inatividade, daqueles que tenham adquirido o direito a esse benefício antes da promulgação da
Emenda Constitucional 20/98, com o objetivo de suprir lacuna deixada pela exclusão de tempo de serviço não
computável em face da lei e o de evitar a reversão à atividade de antigos servidores, cujas concessões foram
tardiamente submetidas a exame e julgamento do Tribunal de Contas da União
15. Assim, considerando que a aposentadoria de Marçal da Rocha Coutinho possui
vigência a partir de 28/6/1991, é permitida a contagem do período de inatividade com o intuito de
suprir a lacuna de 6 (seis) meses e 24 (vinte e quatro) dias para preenchimento do requisito mínimo
(trinta anos de tempo de serviço), o que permite ao interessado optar por permanecer aposentado pela
proporção mínima (30/35 avos), com fundamento no art. 40, inciso III, alínea “c”, da Constituição
Federal, em sua redação original.
16. Por outro lado, a opção pela aposentadoria proporcional, nos termos do item anterior,
não confere direito ao acréscimo de 20% previsto no art. 184, inciso II, da Lei nº 1.711/1952, nem ao
adicional de que cuida o art. 192, inciso II, da Lei nº 8.112/1990, uma vez que as mencionadas
vantagens são devidas apenas aos servidores que tenham implementado, à época própria,
respectivamente, 35 anos de tempo de serviço (art. 184, inciso II, da Lei nº 1.711/1952) e tempo de
serviço para aposentadoria com provento integral (art. 192, inciso II, da Lei nº 8.112/1990).
17. Ressalto que o interessado poderá, alternativamente, providenciar, nos termos do art.
96, inciso IV, da Lei nº 8.213/1991, o recolhimento indenizado das contribuições previdenciárias
relativas ao período impugnado que seja suficiente para preenchimento do tempo para obtenção da
aposentadoria nos moldes atuais (com proventos integrais, aos trinta e cinco anos de serviço, conforme
art. 40, inciso III, alínea “a”, da Constituição Federal, em sua redação original), o qual, de acordo com
as informações levantadas nos autos, seria equivalente a 5 (cinco) anos, 6 (seis) meses e 24 (vinte e
quatro) dias, o que permitiria a manutenção da aposentadoria conforme originalmente concedida,
inclusive no que se refere ao acréscimo de que cuida o parágrafo anterior.
18. Por fim, vale destacar que o exame levado a efeito pelo Tribunal sobre os atos de
aposentadorias e pensões tem natureza fiscalizatória, voltada para a verificação da legalidade dessas
concessões, não estando, em princípio, sujeito ao contraditório e à ampla defesa dos beneficiários, sob
pena de comprometimento da efetividade do Controle Externo constitucionalmente delegado a esta
Corte de Contas. Ademais, já assentou o Supremo Tribunal Federal, por intermédio da Súmula
Vinculante n.º 3, que: Súmula Vinculante n.º 3 do STF
Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla
defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o
interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão. (destaquei)
19. Ainda sobre este aspecto, o entendimento firmado no âmbito do Supremo Tribunal
Federal e também desta Corte de Contas é no sentido de que o contraditório e a ampla defesa apenas se
estendem aos atos sujeitos a registro quando houver decorrido lapso temporal superior a cinco anos
contados de sua chegada neste TCU.
20. O ato ora examinado deu entrada no TCU em 7/5/2009, estando no Tribunal, portanto,
há menos de cinco anos. Assim, sua apreciação não se encontra sujeita ao procedimento preliminar
decorrente da orientação fixada pela Corte de Contas, mediante o Acórdão n.º 587/2011-TCU-
Plenário, em razão da nova jurisprudência do STF (MS-25.116, MS-25.403, MS-25.343 e MS-27.296),
que impõe seja assegurada a cada interessado a oportunidade do uso das garantias constitucionais do
contraditório e da ampla defesa, sempre que transcorrido lapso temporal superior a cinco anos quando
da apreciação do ato, contados a partir da entrada do ato no TCU.
Em face do exposto, voto por que o Tribunal adote a deliberação que ora submeto à
apreciação desta Primeira Câmara.
p
264
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
ACÓRDÃO Nº 1010/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo nº TC-013.881/2013-2.
2. Grupo I – Classe de Assunto V – Aposentadoria.
3. Interessado: Marçal da Rocha Coutinho (CPF: 162.523.496-15).
4. Entidade: Universidade Federal de Minas Gerais - MEC.
5. Relator: Ministro Valmir Campelo.
6. Representante do Ministério Público: Procurador-Geral Paulo Soares Bugarin.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (SEFIP).
8. Advogado constituído nos autos: não há.
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de aposentadoria concedida no âmbito da
Universidade Federal de Minas Gerais, ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União,
reunidos em sessão da Primeira Câmara, diante das razões expostas pelo relator, e com fundamento
nos incisos III e IX do art. 71 da Constituição Federal, combinados com os arts. 1º, inciso V, 39, inciso
II, e 45, caput, da Lei nº 8.443/1992, e ainda com os arts. 260, § 1º, e 262, caput, do Regimento
Interno/TCU, em:
9.1. considerar ilegal a aposentadoria de Marçal da Rocha Coutinho (CPF: 162.523.496-
15), negando registro ao ato correspondente, nº de controle 10791701-04-2004-000585-1, em razão
do não cumprimento dos requisitos exigidos para inativação com fundamento no art. 40, inciso III,
alínea “a”, da Constituição Federal, em sua redação original;
9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé (Súmula
106 do TCU);
9.3. determinar à Universidade Federal de Minas Gerais que, no prazo de 15 (quinze) dias:
9.3.1. faça cessar os pagamentos decorrentes do ato considerado ilegal, sob pena de
responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa, até eventual emissão de novo ato,
escoimado da irregularidade identificada no presente processo, a ser submetido à apreciação do TCU,
nos termos do item 9.3.3;
9.3.2. oriente o interessado no sentido de que poderá optar por:
9.3.2.1. providenciar o recolhimento das contribuições previdenciárias relativas ao período
faltante para implemento do tempo para obtenção da aposentadoria nos moldes atuais (com proventos
integrais, aos trinta e cinco anos de serviço, conforme art. 40, inciso III, alínea “a”, da Constituição
Federal, em sua redação original); ou
9.3.2.2. permanecer aposentado pela proporção mínima (30/35 avos), com fundamento no
art. 40, inciso III, alínea “c”, da Constituição Federal, em sua redação original, ressaltando que, nesta
hipótese, não fará jus ao acréscimo de 20% previsto no art. 184, inciso II, da Lei nº 1.711/1952, nem
ao adicional de que cuida o art. 192, inciso II, da Lei nº 8.112/1990;
9.3.3. uma vez realizada a opção de que trata o item anterior, providencie o
encaminhamento, pelo sistema Sisac, de novo ato de concessão de aposentadoria, livre da falha
detectada;
9.3.4. dê ciência do inteiro teor desta deliberação, bem como do relatório e voto que a
fundamentam, ao interessado, esclarecendo-lhe que o efeito suspensivo proveniente da eventual
interposição de recurso não o exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a
notificação sobre o presente acórdão, em caso de não provimento do recurso porventura impetrado;
9.3.5. encaminhe ao TCU comprovante sobre a data em que o interessado tomou
conhecimento do contido no item anterior;
9.3.6. comunique ao TCU as medidas adotadas;
9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal que monitore o cumprimento das
265
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
diretrizes ora endereçadas à Universidade Federal de Minas Gerais;
9.5. enviar cópia deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, à
Universidade Federal de Minas Gerais.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1010-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Walton Alencar Rodrigues (na Presidência), Valmir Campelo
(Relator), Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.p
pp
GRUPO I – CLASSE V – Primeira Câmara.
TC-017.836/2008-8.
Natureza: Pensão Civil.
Entidade: Núcleo Estadual do Ministério da Saúde/RJ.
Interessados: Eduardo Blanques da Silva (CPF 058.867.097-97), menor sob guarda,
Vinicius da Silva Cruz (CPF 058.867.067-71), menor sob guarda, e Salvadora Paulino Tomas (CPF
102.665.867-59), companheira, pensionistas de Antonio Lisboa de Oliveira (CPF
020.085.807-68).
Advogado constituído nos autos: Pedro Paulo da C. Oliveira (OAB/RJ 71.783).
Sumário: PESSOAL. PENSÃO CIVIL. MENOR SOB GUARDA. NOVO
ENTENDIMENTO FIRMADO PELO TCU A RESPEITO DA MATÉRIA, MEDIANTE O
ACÓRDÃO 2.515/2011-TCU-PLENÁRIO, RATIFICADO PELO ACÓRDÃO 2.875/2012-TCU-
PLENÁRIO. AUSÊNCIA DE AMPARO LEGAL PARA A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO.
PERCEPÇÃO CUMULATIVA INDEVIDA DE GRATIFICAÇÃO BIENAL E ADICIONAL POR
TEMPO DE SERVIÇO. SÚMULA TCU Nº 267. ILEGALIDADE DO ATO. NEGATIVA DE
REGISTRO. DETERMINAÇÕES.
RELATÓRIO
Para compor a parte expositiva da matéria apreciada, transcrevo a seguir, com os devidos
ajustes, a instrução que constitui a peça 19 dos autos, elaborada no âmbito da Secretaria de
Fiscalização de Pessoal (Sefip), cujas conclusões mereceram a anuência dos dirigentes da unidade
técnica: INTRODUÇÃO
1. Cuidam os autos de análise do ato de pensão civil instituída por ANTONIO LISBOA DE
OLIVEIRA, ex-servidor do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado do Rio de Janeiro. O referido ato
foi analisado de acordo com a sistemática implantada pela IN TCU 55/2007 e foi enviado para apreciação deste
Tribunal por meio do Sistema Sisac.
HISTÓRICO
2. Em análise preliminar e após submeter o ato a críticas eletrônicas, esta Unidade Técnica
identificou as seguintes constatações que demandaram oitiva dos beneficiários da pensão:
- concessão de pensão civil para beneficiário (EDUARDO BLANQUES DA SILVA) na condição
de menor sob guarda, contrariando entendimento deste Tribunal firmado no Acórdão 2.515/2011 - Plenário.
Assim, uma vez que o ato deu entrada neste Tribunal há mais de 5 (cinco) anos (Acórdão 587/2011 – Plenário),
realizou-se oitiva do beneficiário, com vistas a apresentar suas alegações, dispensando-se tal providência em
266
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
relação ao interessado Vinicius da Silva Cruz, por haver sido excluído da pensão, ao alcançar a
maioridade; - na estrutura de proventos atual do instituidor havia o pagamento cumulativo do Adicional por
Tempo de Serviço – ATS e do Adicional Bienal, contrariando jurisprudência deste Tribunal firmada no Acórdão
603/2005 – Plenário e Súmula TCU n. 267. Assim, uma vez que o ato deu entrada neste Tribunal há mais de 5
(cinco) anos (Acórdão 587/2011 – Plenário), realizou-se oitiva dos beneficiários com vista a apresentar suas
alegações (Ofícios constantes na peça 5).
3. Os beneficiários não apresentaram suas alegações até a presente data, mas foram devidamente
notificados da oitiva deste Tribunal (AR constante nas peças 13 e 15).
EXAME TÉCNICO
Beneficiários: EDUARDO BLANQUES DA SILVA e SALVADORA PAULINO TOMAS
4. Cabe esclarecer de início que a pensão civil em análise decorreu de óbito de servidor na
inatividade. Em consulta à base Sisac, não foi identificado ato de aposentadoria do instituidor. Assim, em
atenção à Comunicação da Presidência do TCU realizada na Sessão Plenária de 20/02/2013, que informou da
impossibilidade de se apreciar os atos de pensão antes da apreciação dos atos de aposentadoria para os
servidores que faleceram na inatividade, tendo por paradigma as apreciações levadas a efeito pelo TCU nos TCs
007.241/2004-9 (ato de pensão) e 017.357/2005-6 (ato de aposentadoria), esta Sefip consultou as informações
da aposentadoria do instituidor constantes do ato de pensão civil cadastrado no sistema Sisac e verificou que
inexiste irregularidade na aposentadoria que possa macular o respectivo ato de pensão civil ora em análise,
mormente irregularidade de igual teor àquela destacada no caso paradigmático que ensejou a Comunição da
Presidência.
5. O óbito do instituidor ocorreu em 19/4/2003, isto é, antes do advento da Emenda Constitucional
41/2003. Nesse caso, como a pensão se deu com paridade, deve se analisar a estrutura de proventos atual do
instituidor, pois espelha o valor que é pago para os pensionistas.
6. Apesar de não ter sido incluído no ato submetido a registro, verificamos que está presente no
contracheque dos pensionistas o pagamento cumulativo do Adicional por Tempo de Serviço – ATS e do
Adicional Bienal.
7. A jurisprudência deste Tribunal (Súmula TCU n. 267) é no sentido de que é ilegal a utilização de
mesmo tempo de serviço para fundamentar o pagamento das vantagens "bienal" e "adicional por tempo de
serviço", por possuírem as duas gratificações a mesma natureza.
8. Como o ato tinha dado entrada neste Tribunal há mais de 5 (cinco) anos (Acórdão 587/2011 –
Plenário), realizou-se oitiva dos beneficiários com vista a apresentar suas alegações (Ofícios constantes na peça
5), à exceção do interessado Vinicius da Silva Cruz, dado que já havia sido excluído da pensão, por ter
alcançado a maioridade. 9. Os beneficiários não apresentaram suas alegações até a presente data, mas foram devidamente
notificados da oitiva deste Tribunal (AR constante nas peças 13 e 15).
DO PAGAMENTO COMCOMITANTE DAS VANTAGENS BIENAL E ADICIONAL POR
TEMPO DE SERVIÇO
10. O adicional por tempo de serviço constitui vantagem pecuniária concedida ao servidor em
razão tão-somente do tempo serviço prestado à Administração. É devido, normalmente, na forma de percentual
sobre o padrão de vencimento do servidor, uma vez cumprido período mínimo de tempo de serviço para
obtenção da vantagem. O período de exercício adotado dá origem às diversas subespécies: adicional por
anuênios, biênios, triênios e assim sucessivamente.
11. Sobre este benefício, Hely Lopes Meirelles, in Direito Administrativo Brasileiro, 22ª Ed., São
Paulo, Malheiros Editores, 1997, p. 412, adverte que “Este adicional adere ao vencimento para todos os efeitos
legais, salvo “para fins de concessão de acréscimos ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento”
(CF, art. 37, XIV), pois a regra é sua vinculação ao padrão de vencimento do beneficiário.”
12. Nesse sentido, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (RMS 23.363-3/DF, DJ 6/8/1999,
Relator Ministro Maurício Corrêa) é firme ao declarar:
“1. inviável a coexistência de vantagens concedidas sob o mesmo título. Ocorrendo a hipótese, dá-
se a absorção de uma pela outra.
2. Não há direito adquirido à perpetuação do regime jurídico, se o patrimônio consolidado não foi
reduzido e, muito menos, se a nova situação afronta a Carta Federal.”
267
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
13. Na mesma linha, destaque para o voto do Ilustre Ministro Ilmar Galvão, no recurso ordinário
em sede de Mandado de Segurança, MS 23.507-5/DF, DJ 13/10/2000, in verbis:
‘(...) como o adicional bienal e o adicional por tempo de serviço, ao qual se referia o art. 67 da Lei
nº 8.112/90, têm o mesmo fundamento, ou seja, o tempo de serviço, torna-se impossível a acumulação de
ambos, “ante sua afronta ao art. 37, inciso XIV, da Carta Política, que veda a coexistência simultânea
(acumulação) de acréscimos pecuniários, baseados em idêntico fundamento”, ainda que não haja coincidência
na contagem dos respectivos tempos de serviço.” (destacado)
14. E, ainda:
‘Acresça-se, por oportuno, que o art. 17 do ADCT não permite a invocação de direito adquirido
para justificar a percepção de vencimentos ou proventos de aposentadoria (incluídas “as vantagens e os
adicionais”) em desacordo com as disposições do corpo permanente da Carta.’
15. Nos autos da representação formulada por esta unidade técnica acerca do pagamento
cumulativo da gratificação bienal com o adicional por tempo de serviço a diversos servidores integrantes do
sistema Siape da Rede Serpro, TC-010.927/2004-0, o Exmº Ministro Relator Marcos Vinicios Vilaça, anotou:
‘8. Observa-se, assim, a existência de dois óbices intransponíveis à percepção atual do “acréscimo
bienal” pelos servidores públicos, ativos ou inativos. O primeiro é o fato da vantagem já ter sido absorvida e
extinta por subsequentes planos de carreira. Neste particular, é amplamente aceito que não existe direito
adquirido a regime jurídico de composição de vencimentos, que pode vir a ser alterado por alterações
legislativas posteriores, desde que preservado o valor nominal das retribuições, conforme entendimento
manifestado pelo STF no julgamento dos RMS nºs 23.363-3 DF e 23.365-0 DF.
9. O segundo obstáculo decorre da impossibilidade de percepção simultânea do “acréscimo
bienal” com o “adicional por tempo de serviço” por possuírem o mesmo suporte fático, qual seja o tempo de
serviço público. A percepção de vantagens fundadas no mesmo título jurídico é vedada pelo art. 37, inciso XIV
da Constituição Federal, que estabelece:
“XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;”
10. Nesse contexto, este Tribunal, tem reiteradamente decidido pela ilegalidade do pagamento da
vantagem ou, nos casos em que seu recebimento se encontra assegurado por força de decisão judicial, pela
impossibilidade de sua percepção cumulativa com o adicional de tempo de serviço. Cito as Decisões nºs
454/2002 - Primeira Câmara e 587/2002 - Segunda Câmara e os Acórdãos nºs 1.178/2003 e 2.335/2004, ambos
da 2ª Câmara.’
16. Ao servidor público não é lícito, portanto, receber adicional bienal cumulativamente com
anuênios, pois constituem vantagens pagas sob o mesmo título, “adicional por tempo de serviço”, situação que
afronta a Carta Magna (artigo 37, XIV), mesmo na circunstância de tais adicionais incidirem sobre períodos
distintos de tempo de serviço, conforme decidiu o STF.
17. No caso em análise, o pagamento do adicional bienal deu-se com fundamento em decisão
judicial constante na Ação Ordinária n. 1985.0000624863-7 proferida pela 9ª Vara Federal do Rio de Janeiro,
conforme pesquisa no Sistema Siape.
18. Essa concessão, portanto, não pode prosperar em razão de acumulação ilegal. Para o
saneamento do ato, a origem deverá suspender o pagamento dos anuênios, uma vez que o adicional bienal
encontra-se amparado por sentença judicial, ressalvado o direito de os beneficiários da pensão optarem pela
parcela que lhes seja mais vantajosa.
DA PENSÃO DEFERIDA A BENEFICIÁRIO NA CONDIÇÃO DE MENOR SOB GUARDA
19. Além disso, detectamos que a pensão para o beneficiário EDUARDO BLANQUES DA
SILVA (menor sob guarda) se deu com fundamento no artigo 217, inciso II, alínea “b” da Lei 8.112/1990.
20. A partir do Acórdão 2.515/2011-TCU-Plenário, inaugurou-se o entendimento, no âmbito desta
Corte de Contas, de que não mais seria devida pensão a menor sob guarda em razão de que o art. 5º da Lei
9.717/1998, derrogou do regime próprio de previdência social dos servidores públicos da União as pensões
instituídas com fundamento no art. 217, II, “a”, “c” “d” da Lei 8.112/1990. Eis o que estabeleceu o item 9.4
daquele decisum:
“9.4. determinar à Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip) que informe aos órgãos centrais
de gestão de pessoal da Administração Pública Federal da União, nos Poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário, que o art. 5º da Lei 9.717/1998, publicada no DOU de 28/11/1998, derrogou do regime próprio de
previdência social dos servidores públicos da União as categorias de pensão civil estatutária destinadas a filho
268
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a menor sob guarda e a pessoa designada,
previstas nas alíneas “a‟, “b‟, “c‟ e “d‟, respectivamente, todos do inciso II do art. 217 da Lei 8.112/1990‟.
21. Desde então, diversos outros acórdãos do TCU passaram a consolidar esse entendimento, a
exemplo dos Acórdãos 9.516/2011, 9.518/2011 e 9.520/2011, todos da 1ª Câmara, e Acórdão 183/2012 da 2ª
Câmara.
22. Nesse mesmo sentido, a Secretaria de Gestão Pública do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (MP), na qualidade de órgão central do SIPEC-SEGEP, emitiu a Nota Técnica nº
100/212/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP, de 14/4/2012, pacificando, em âmbito administrativo, o entendimento
acerca da impossibilidade de se conceder pensão civil estatutária destinada aos beneficiários de que tratam as
alíneas "a", "b", "c" e "d" do inciso II do art. 217 da Lei 8.112/90, entre eles, o menor sob guarda, observando
que a matéria foi também assim enfrentada no âmbito do TCU (ACÓRDÃO 2.515/2011 - Plenário).
23. Vale mencionar que o Supremo Tribunal Federal, também já se manifestou nesse sentido, nos
termos a seguir transcritos:
EMENTA:- Ação direta de inconstitucionalidade. Lei Estadual n.º 2.120/99. Alegação de que a Lei
Estadual violou os arts. 25, §§ 1º e 4º, 40 e 195, "caput", § 5º, da CF, ao indicar "os filhos solteiros, com idade
até 24 anos e freqüência a cursos superiores ou técnico de 2º grau como dependentes, para fins
previdenciários, no Estado do Mato Grosso do Sul. 2. O art. 195, da CF, na redação da EC n.º 20/98, estipula
que nenhum benefício ou serviço de seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a
correspondente fonte de custeio total. A Lei n.º 9.717/98 dispôs sobre regras gerais para a organização e
funcionamento dos regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal, dando outras providências.
3. No art. 5º, da Lei n.º 9.717/98 dispõe que "os regimes próprios de previdência social dos servidores
públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados, e do Distrito
Federal, não poderão conceder benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência Social, de que trata a Lei n.º 8.213/91. 4. Extensão do benefício impugnada se fez sem qualquer previsão de
correspondente fonte de custeio. A competência concorrente dos Estados em matéria previdenciária, não
autoriza se desatendam os fundamentos básicos do sistema previdenciário, de origem constitucional. 5.
Relevantes os fundamentos da inicial. Medida liminar deferida.
(ADI 2311 MC, Relator(a): Min. NERI DA SILVEIRA, Tribunal Pleno, julgado em 07/03/2002, DJ
07-06-2002 PP-00081 EMENT VOL-02072-01 PP-00154)
24. Como o ato tinha dado entrada neste Tribunal há mais de 5 (cinco) anos (Acórdão 587/2011–
TCU-Plenário), realizou-se oitiva do beneficiário com vista a apresentar suas alegações (Ofícios constantes na
peça 5). Contudo, ele não apresentou suas alegações até a presente data, mas foi devidamente notificado da
oitiva deste Tribunal (AR constante na peça 13).
25. Diante do exposto, o deferimento da pensão para o beneficiário EDUARDO BLANQUES DA
SILVA (menor sob guarda) contraria o entendimento deste firmado no Acórdão nº 2.515/2011 – Plenário, razão
pela qual o ato deve ser considerado ILEGAL.
CONCLUSÃO
26. Em razão do exposto, entendemos que:
a) o ato constante do presente processo deve ser considerado ILEGAL, em vista do deferimento da
pensão para o beneficiário EDUARDO BLANQUES DA SILVA (menor sob guarda), contrariando o
entendimento deste Tribunal de Contas firmado no Acórdão 2.515/2011 – Plenário, bem como em razão da
percepção concomitante das vantagens bienal e adicional por tempo de serviço
b) deve ser determinado ao órgão de origem que:
b.1) abstenha de realizar pagamentos para o beneficiário EDUARDO BLANQUES DA SILVA
(menor sob guarda), no prazo de 15 (quinze) dias, contados da ciência deste decisão, revertendo a respectiva
cota-parte em favor da beneficiária SALVADORA PAULINO TOMAS;
b.2) exclua dos proventos da Senhora SALVADORA PAULINO TOMAS a parcela relativa ao
Adicional por Tempo de Serviço – ATS, no prazo de 15 (quinze) dias, contados da ciência deste decisão.
Todavia, caso a beneficiária opte pelo percebimento do ATS, deve-se excluir a parcela relativa ao adicional
bienal.
PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO
27. De conformidade com o preceituado no artigo 71, inciso III, da Constituição Federal de 1.988;
c/c os arts. 1º, inciso V, e 39, incisos I e II, da Lei 8.443/92, c/c os artigos 1º, inciso VIII, 260, §§ 1º, 2º e 5º, do
269
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Regimento Interno/TCU, e tomando por base as informações prestadas pelo órgão de controle interno e as
verificações feitas pela unidade técnica, na forma prevista no artigo 260, caput, do Regimento Interno-TCU,
propomos as seguintes medidas:
a) considerar ILEGAL e negar o registro do ato de concessão de pensão constante do presente
processo, em vista do deferimento da pensão para o beneficiário EDUARDO BLANQUES DA SILVA (menor
sob guarda), contrariando o entendimento Tribunal de Contas firmado no Acórdão 2.515/2011 – Plenário; bem
como em razão da percepção concomitante das vantagens bienal e adicional por tempo de serviço;
b) dispensar, nos termos da Súmula TCU n. 106, o ressarcimento dos valores indevidamente
recebidos de boa-fé pelos beneficiários, até a data da ciência do Acórdão que vier a ser proferido pelo TCU;
c) determinar ao Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado do Rio de Janeiro que:
c.1) abstenha de realizar pagamentos para o beneficiário EDUARDO BLANQUES DA SILVA
(menor sob guarda), no prazo de 15 (quinze) dias, contados da ciência deste decisão, revertendo a respectiva
cota-parte em favor da beneficiária SALVADORA PAULINO TOMAS
c.2) exclua dos proventos da Senhora SALVADORA PAULINO TOMAS a parcela relativa ao
Adicional por Tempo de Serviço – ATS, no prazo de 15 (quinze) dias, contados da ciência deste decisão.
Todavia, caso a beneficiária opte pelo percebimento do ATS, deve-se excluir a parcela relativa ao adicional
bienal;
c.3) emita novo ato de pensão do instituidor, no prazo de 30 (dias), após as providências constantes
nos itens “c.1” e “c.2” acima, e submeta-o à apreciação deste Tribunal;
c.4) cientifique os beneficiários do inteiro teor desta decisão, alertando-os de que o efeito
suspensivo proveniente de eventual interposição de recursos não os exime da devolução dos valores
indevidamente percebidos após a notificação, em caso de não-provimento desses recursos;
c.5) no prazo de trinta dias, encaminhe a este Tribunal, por cópia, comprovante da data em que os
interessados tomaram conhecimento da decisão desta Corte.
2. O Ministério Público junto ao TCU, por seu Procurador Júlio Marcelo de Oliveira (peça
22), manifesta-se de acordo com a proposição da unidade técnica.
É o Relatório.p
pp
VOTO
Conforme se verifica no relatório precedente, a manifestação da Sefip mereceu a
concordância do Ministério Público junto ao TCU, no sentido de que seja considerado ilegal o ato de
pensão civil de que cuida o presente processo, por ter como beneficiário menor sob guarda (art. 217,
inciso II, alínea “b”, da Lei nº 8.112/1990), sem amparo legal, consoante entendimento firmado no
Acórdão nº 2.515/2011 – Plenário, bem como em face do pagamento concomitante das vantagens
bienal e adicional por tempo de serviço, com a utilização do mesmo tempo de trabalho para
fundamentá-las, em desacordo com a jurisprudência predominante do Tribunal, consolidada na
Súmula-TCU nº 267.
2. Vejo que a proposição da unidade técnica, apoiada pelo representante do Ministério
Público, tem por base amplo e convincente arrazoado, com análise abrangente sobre os temas em
comento.
3. Também observo que os interessados não apresentaram resposta à oitiva promovida pela
Sefip, a despeito do exercício do contraditório e da ampla defesa oportunizado, nos termos do Acórdão
587/2011-TCU-Plenário, e em atenção à jurisprudência construída no âmbito do STF (MS-25.116,
MS-25.403, MS-25.343, MS-27.296), segundo a qual se faz imperioso tal oferecimento, quando o ato
tiver dado entrada no TCU há mais de cinco anos.
4. Assim, acompanho os pareceres da unidade técnica e do parquet especializado, com
alguns ajustes nas determinações, adotando aqui como razões de decidir os fundamentos ali
sustentados, sem prejuízo de trazer à colação algumas considerações, em especial as expendidas no
voto condutor do Acórdão 2.515/2011-TCU-Plenário, ratificado pelo Acórdão 2.875/2012-TCU-
270
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Plenário, relativamente à questão de fundo, que é a ausência de amparo legal para a concessão do
benefício a menor sob guarda, conforme se vê no minucioso voto do relator, eminente Ministro Walton
Alencar Rodrigues: “Consoante expresso no voto revisor por mim proferido nos autos do ato de pensão civil TC-
030.044/2008-1, na Sessão Ordinária do Plenário do dia 18/05/2011, em processo da relatoria do Exmo.
Ministro Raimundo Carreiro – objeto de pedido de vista – a concessão de pensão temporária a menor sob
guarda foi expressamente revogada pela Lei 9.717/1998, cuja vigência conformou a alteração das regras
atinentes à pensão civil estatutária da União, com a total supressão da possibilidade de deferimento a diversas
categorias de beneficiários.
Tal é a ementa desse diploma legal, in verbis:
‘Dispõe sobre regras gerais para a organização e o funcionamento dos regimes próprios de
previdência social dos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos
militares dos Estados e do Distrito Federal e dá outras providências’.
A mera leitura da ementa torna sem efeito qualquer consideração no sentido de este diploma tratar-
se de lei geral em relação aos dispositivos da Lei 8.112/90, uma vez que a ementa da lei trata de regras gerais
para o regime de previdência dos servidores públicos da União.
O objetivo expresso da lei é a ‘organização e funcionamento dos regimes de previdência social dos
servidores públicos da União’, sendo este um dos tópicos do Estatuto dos Servidores Públicos da União. Logo é
lei especial. Assim não se pode arguir impossibilidade jurídica de a Lei 9.717/98 derrogar a Lei 8.112/90, no
tópico em análise, pois não se trata de norma geral a derrogar norma específica, mas justamente o contrário, lei
especial de regime de previdência dos servidores públicos derrogada por lei especial de regime de previdência
também dos servidores públicos.
Por sua vez, o art. 5º da Lei 9.717/1998 estabelece a seguinte limitação acerca dos benefícios da
previdência:
‘Art. 5º Os regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal não poderão conceder
benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência Social, de que trata a Lei n.° 8.213, de 24 de
julho de 1991, salvo disposição em contrário da Constituição Federal.
Parágrafo único. Fica vedada a concessão de aposentadoria especial, nos termos do §4o do art. 40
da Constituição Federal, até que lei complementar federal discipline a matéria.’
Esse dispositivo legal teve por finalidade identificar o regime próprio dos servidores públicos ao
regime geral da previdência social, se não em valor, pelo menos no que tange às categorias e tipos de benefício
previdenciário.
Expressamente aprovada pelo Congresso Nacional, a identificação dos regimes, em relação às
categorias de beneficiários, é hoje plena.
Tal norma legal é corolário do novo regime jurídico previdenciário do serviço público, impresso na
Carta Magna a partir da publicação da Emenda Constitucional 20/1998.
Especificamente em relação às condições mínimas de homogeneização dos dois regimes
previdenciários, assim prescreve o § 12 do art. 40 da Constituição Federal:
‘Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter
contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e
dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste
artigo.(...)
§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de
cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência
social.’
Decorre, pois, da Constituição a Lei 9.717/98 e a adoção do princípio contributivo e de parâmetros
de simetria entre os dois regimes teve por objetivo buscar a desejada autossuficiência financeira da previdência
do serviço público, para reduzir o peso de seus resultados deficitários sobre as finanças públicas.
Coerente com a nova ordem constitucional, o art. 5º da Lei 9.717/1998 expressamente vedou aos
regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal a concessão de benefícios distintos dos previstos no
271
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Regime Geral de Previdência Social, de que trata a Lei n.° 8.213, de 24 de julho de 1991, salvo disposição em
contrário da Constituição Federal.
Ocorre que a Lei 8.213/1991, do Regime Geral de Previdência Social, não prevê o pagamento de
pensão a filho emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a menor sob guarda e a pessoa
designada, porque o artigo 16 dessa norma, a partir da redação dada pela Lei 9.032/1995 e da Medida Provisória
1.536/1996 (convertida na Lei 9.528/1997), alterou a relação de beneficiários do segurado do regime geral.
Por conseguinte, deixou de existir o benefício previdenciário ‘pensão por morte’ em favor de todos
aqueles excluídos da relação de dependência do segurado.
Para melhor compreensão da matéria, transcrevo, com os devidos destaques, os dispositivos
pertinentes da Lei 8.213/1991, tanto em sua redação original, como na redação dada pela Lei 9.032/1995 e pela
Medida Provisória 1.536/1996 (convertida na Lei 9.528/1997):
Redação original dos arts. 16 e 18 da Lei 8.213/1991
‘Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do
segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e
um) anos ou inválido;
II - os pais;
III - o irmão, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido;
IV - a pessoa designada, menor de 21 (vinte e um) anos ou maior de 60(sessenta) anos ou
inválida. § 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações
os das classes seguintes.
§ 2º Equiparam-se a filho, nas condições do inciso I, mediante declaração do segurado: o enteado;
o menor que, por determinação judicial, esteja sob a sua guarda; e o menor que esteja sob sua tutela e não
possua condições suficientes para o próprio sustento e educação.
§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união
estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal.
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve
ser comprovada.’
(...)
‘Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas
inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços:
(...)
II - quanto ao dependente:
a) pensão por morte;
b) auxílio-reclusão;
III - quanto ao segurado e dependente:
a) pecúlios;
b) serviço social;
c) reabilitação profissional.’
Arts. 16 e 18 da Lei 8.213/1991, com redação dada pela Lei 9.032/1995 e pela Medida Provisória
1.536/1996 (convertida na Lei 9.528/1997)
‘Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do
segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição,
menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido; (Redação dada pela Lei 9.032, de 1995)
II - os pais;
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido;
(Redação dada pela Lei 9.032, de 1995)
IV - (Revogada pela Lei 9.032, de 1995)
§ 1. A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações
os das classes seguintes.
272
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
§ 2º. O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde
que comprovada a dependência econômica na forma estabelecida no Regulamento. (Redação dada pela Lei
9.528, de 1997)
§ 3 Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união
estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal.
§ 4 A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve
ser comprovada.
(...)
Art. 18. O Regime Geral de Previdência Social compreende as seguintes prestações, devidas
inclusive em razão de eventos decorrentes de acidente do trabalho, expressas em benefícios e serviços:
(...)
II - quanto ao dependente:
a) pensão por morte;
b) auxílio-reclusão;
III - quanto ao segurado e dependente:
a) (Revogada pela Lei 9.032, de 1995)
b) serviço social;
c) reabilitação profissional.’
O novo texto dos arts. 16 e 18 da Lei 8.213/1991, com redação dada pela Lei 9.032/1995 e pela
Medida Provisória 1.536/1996 (convertida na Lei 9.528/1997), difere da versão originária daquele diploma
legal em relação aos seguintes pontos:
a) art. 16, inciso I - foi excluído do rol de beneficiários o filho emancipado, caso não seja inválido;
b) art. 16, inciso III – foi excluído do rol de beneficiários o irmão emancipado, caso não seja
inválido;
c) art. 16, inciso IV – foi excluído do rol de beneficiários pessoa designada menor de 21 anos ou
maior de 60 anos e inválida;
d) art. 16, § 2° - deixou de constar do rol de beneficiários o menor sob guarda, anteriormente
equiparado a filho, remanescendo nessa condição equiparada apenas o enteado e o menor sob tutela do
instituidor.
Assim, com o advento da Lei n.° 9.032/1995, deixou de existir, no regime geral da previdência
social, o benefício da pensão por morte, anteriormente pago a filho e a irmão emancipados (não inválidos), bem
como a pessoa designada. Já o menor sob guarda deixou de ser beneficiário da pensão a partir da publicação da
Medida Provisória n°1.536/1996, reeditada até sua conversão na Lei n.° 9.528/1997.
Porém, o art. 217 do Estatuto do Servidor Público Federal (Lei 8.112/1990) não foi alterado,
mantendo as regras vigentes desde 12.12.1990, nos seguintes termos:
‘Art. 217. São beneficiários das pensões:
I - vitalícia:
a) o cônjuge;
b) a pessoa desquitada, separada judicialmente ou divorciada, com percepção de pensão
alimentícia;
c) o companheiro ou companheira designado que comprove união estável como entidade familiar;
d) a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do servidor;
e) a pessoa designada, maior de 60 (sessenta) anos e a pessoa portadora de deficiência, que vivam
sob a dependência econômica do servidor;
II - temporária:
a) os filhos, ou enteados, até 21 (vinte e um) anos de idade, ou, se inválidos, enquanto durar a
invalidez;
b) o menor sob guarda ou tutela até 21 (vinte e um) anos de idade;
c) o irmão órfão, até 21 (vinte e um) anos, e o inválido, enquanto durar a invalidez, que
comprovem dependência econômica do servidor;
d) a pessoa designada que viva na dependência econômica do servidor, até 21 (vinte e um) anos,
ou, se inválida, enquanto durar a invalidez. § 1° A concessão de pensão vitalícia aos beneficiários de que tratam as alíneas a e c do inciso I
deste artigo exclui desse direito os demais beneficiários referidos nas alíneas d e e.
273
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
§ 2° A concessão da pensão temporária aos beneficiários de que tratam as alíneas a e b do inciso
II deste artigo exclui desse direito os demais beneficiários referidos nas alíneas c e d.’ (grifos nossos).
Considerando que as pensões civis estatutárias, anteriormente atribuíveis a filho emancipado e
não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a menor sob guarda e a pessoa designada, previstas,
respectivamente, no art. 217, inciso II, alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’, da Lei 8.112/1990, não encontram
correspondente no regime geral da previdência social, não resta outra conclusão que a revogação das espécies
desses benefícios a partir da publicação da Lei 9.717, ocorrida em 28/11/1998.
Admitir a hipótese de manutenção da pensão estatutária a essas categorias, após a vigência da Lei
n.° 9.717/1998, implicaria negar vigência ao art. 5º desse diploma legal, segundo o qual é defeso aos regimes
próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito Federal a concessão de benefícios distintos dos previstos no
Regime Geral de Previdência Social, de que trata a Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, salvo disposição em
contrário da Constituição Federal.
A propósito, embora o Plenário deste Tribunal ainda não tenha deliberado sobre a matéria, o
Ministério da Previdência já editou normas com vistas a assegurar a aplicação do art. 5º da Lei 9.717/1998 no
âmbito da União, estados e municípios.
Neste sentido, transcrevo a Portaria MPS 402, de 10.12.2008, nos seguintes termos:
‘Art. 23. Salvo disposição em contrário da Constituição Federal, o RPPS não poderá conceder
benefícios distintos dos previstos no RGPS, ficando restrito aos seguintes:
I - quanto ao segurado:
a) aposentadoria por invalidez;
b) aposentadoria por idade;
c) aposentadoria por tempo de contribuição e idade;
d) aposentadoria compulsória;
e) auxílio-doença;
f) salário-família;
g) salário-maternidade;
II - quanto ao dependente:
a) pensão por morte;
b) auxílio-reclusão.
§ 1º Na concessão de benefícios, será observado o mesmo rol de dependentes previsto pelo
RGPS.’(grifei)
Na mesma linha, foi editada a Orientação Normativa (ON) MPS/SPS 2, de 31.3.2009, que
expressamente define, em seu art. 51, o rol de beneficiários de pensão por morte no Regime Próprio de
Previdência do Servidor:
Art. 51. Salvo disposição em contrário da Constituição Federal, da Emenda Constitucional 20,
de 1998, da Emenda Constitucional 41, de 19 de dezembro de 2003, e da Emenda Constitucional 47, de 06
de julho de 2005, o regime próprio não poderá conceder benefício distinto dos previstos pelo RGPS, ficando
restrito aos seguintes:
I - quanto ao servidor:
a) aposentadoria por invalidez;
b) aposentadoria compulsória;
c) aposentadoria voluntária por idade e tempo de contribuição;
d) aposentadoria voluntária por idade;
e) aposentadoria especial;
f) auxílio-doença;
g) salário-família; e
h) salário-maternidade.
II - quanto ao dependente:
a) pensão por morte; e
b) auxílio-reclusão.
§ 1º São considerados benefícios previdenciários do regime próprio os mencionados nos incisos I e
II.
274
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
§ 2º Os regimes próprios deverão observar também a limitação de concessão de benefício apenas
aos dependentes constantes do rol definido para o RGPS, que compreende o cônjuge, o companheiro, a
companheira, os filhos, os pais e os irmãos, devendo estabelecer, em norma local, as condições necessárias
para enquadramento e qualificação dos dependentes.’ (os grifos são meus)
Cumpre registrar que o enteado e o tutelado também entrariam nesse rol, por força do § 2º do art.
16 da Lei 8.213/1991 e alterações posteriores, uma vez equiparados ao filho.
O assunto também não foi especificamente analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Todavia, o Pretório Excelso, por ocasião da ADI 2311, concedeu medida cautelar para suspender dispositivo de
lei estadual que estendia a pensão por morte ao filho de até 24 anos, ao passo que, no regime geral, a idade
limite é de 21 anos:
‘EMENTA:- Ação direta de inconstitucionalidade. Lei Estadual 2.120/99. Alegação de que a Lei
Estadual violou os arts. 25, §§ 1º e 4º, 40 e 195, ‘caput’, § 5º, da CF, ao indicar ‘os filhos solteiros, com idade
até 24 anos e freqüência a cursos superiores ou técnico de 2º grau como dependentes, para fins
previdenciários, no Estado do Mato Grosso do Sul.
2. O art. 195, da CF, na redação da EC 20/98, estipula que nenhum benefício ou serviço de
seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. A Lei
9.717/98 dispôs sobre regras gerais para a organização e funcionamento dos regimes próprios de previdência
social dos servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos
Estados e do Distrito Federal, dando outras providências.
3. No art. 5º, da Lei 9.717/98 dispõe que ‘os regimes próprios de previdência social dos
servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados, e
do Distrito Federal, não poderão conceder benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência
Social, de que trata a Lei 8.213/91.
4. Extensão do benefício impugnada se fez sem qualquer previsão de correspondente fonte de
custeio. A competência concorrente dos Estados em matéria previdenciária, não autoriza se desatendam os
fundamentos básicos do sistema previdenciário, de origem constitucional.
5. Relevantes os fundamentos da inicial. Medida liminar deferida.’
(ADI 2311 MC/MS – Mato Grosso do Sul, Relator Min. Néri da Silveira, Julgamento em 7.3.2002).
No âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ), houve, num primeiro momento, divergência
jurisprudencial quanto à possibilidade de exclusão do menor sob guarda do rol de beneficiários do segurado do
regime geral. Em um primeiro momento, foi invocado o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/1990),
cujo art. 33, § 3°, estabelecia que ‘a guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para
todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciário’.
Entretanto, a jurisprudência pacificou-se, por ocasião do julgamento do EREsp 844.598/PI, no
sentido de a referida norma estatutária haver sido revogada pela norma contida na Medida Provisória n.°
1.536/1996.
Pode-se afirmar que, inicialmente, a condição de beneficiário da previdência social dada ao menor
sob guarda, por força do § 3° do art. 33 da Lei 8.069/1990, foi afastada apenas para o regime geral de
previdência. Com o advento da Lei 9.717/1998, a exclusão do menor sob guarda do rol dos beneficiários foi
igualmente estendida ao regime próprio dos servidores civis da União.
É, também, pertinente a integral transcrição da ementa do recente Parecer 047/2010, emitido pela
Advocacia-Geral da União, aprovado nos termos do Despacho do Consultor-Geral da União 878/2010, da lavra
do Ministro Luis Inácio Lucena Adams, cuja ementa, ao endossar os nossos argumentos, se traduz nos seguintes
termos:
‘PAGAMENTO, PELO REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL DA UNIÃO, DE
PENSÃO POR MORTE A MENOR SOB GUARDA DE SERVIDOR PÚBLICO FALECIDO.
IMPOSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL DE TAL BENEFÍCIO NO REGIME GERAL DE
PREVIDÊNCIA SOCIAL. INTELIGÊNCIA DO ART. 5º DA LEI 9.717/98.
1. O ART. 5º da Lei 9.717/98 deve ser interpretado de forma a vedar, tanto da concessão, pelos
RPPS, de benefícios distintos daqueles previstos no RGPS, quanto da ampliação do rol dos beneficiários
previstos neste regime.
2. Inexistindo previsão do pagamento de pensão por morte a menor sob guarda no RGPS, vedada
sua concessão pelo RPPS da União.’
275
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Por paralelismo e coerência lógica, a mesma ratio juris aplica-se às demais categorias de
beneficiários, não contempladas no Regime Geral da Previdência Social e, por extensão normativa dada pela Lei
9.717/1998, já não albergadas no Regime de Previdência do Serviço Público da União.
Disso decorre indeclinável dever deste Tribunal, ao acolher este entendimento, informar a todos os
órgãos centrais de gestão de recursos humanos da Administração Pública Federal, sobre a derrogação das
referidas espécies de benefícios previdenciários, ante a superveniência da Lei 9.717/1998.
A adoção dessa medida evitará a continuidade do deferimento administrativo de pensões civis
absolutamente destituídas de amparo no ordenamento jurídico, mediante atos emitidos pelas unidades
jurisdicionadas ao Tribunal, com a geração de efeitos financeiros indevidos ao Erário, somente corrigíveis a
posteriori, na apreciação de situações individualizadas de atos sujeitos a registro.
Nos estritos lindes da legalidade, a impossibilidade de concessão de pensão civil estatutária a filho
emancipado e não inválido, a irmão emancipado e não inválido, a menor sob guarda e a pessoa designada é
exigível a partir da vigência da Lei 9.717/1998 (in DOU 28/11/1998), independentemente das imprescindíveis
requisitos de dependência econômica.”
5. No que concerne ao pagamento concomitante da gratificação bienal com o adicional por
tempo de serviço previsto no regime estatutário, com as devidas vênias, entendo que o
encaminhamento sugerido pela Sefip mereça pequenos ajustes.
6. Tais alterações são no sentido de permitir que a interessada já exerça a opção pela
parcela que julgue mais conveniente, antes que a unidade jurisdicionada promova a exclusão da
vantagem relativa ao Adicional por Tempo de Serviço do benefício da pensionista.
7. Desse modo, primeiramente, considero oportuno reproduzir conclusões do eminente
Ministro Benjamim Zymler, formuladas no âmbito do TC-010.927/2004-0, as quais tratam da
vantagem “bienal” e da percepção cumulativa com a parcela denominada “adicional por tempo de
serviço” - ATS: “A gratificação conhecida como bienal era uma gratificação devida ao servidor em razão do tempo
de serviço, ainda que, em tese, sua concessão estivesse condicionada a critérios de assiduidade e eficiência.
Os critérios e percentuais utilizados constavam de regimento interno do IAPI, que, infelizmente,
não consegui localizar.
Era de se esperar que, com a edição da Lei n.° 1.711/1952, a bienal fosse extinta. Contudo, não foi
o que ocorreu. O art. 1° Decreto n.° 31.922/1952, que regulamentou os art. 145 e 146 do antigo estatuto,
expressamente afastou do alcance daquela norma regulamentar o servidor que, em virtude de lei especial,
tivesse direito à gratificação adicional por tempo de serviço.
Por conseguinte, a incorporação da chamada “bienal” manteve-se pelo menos até a edição da Lei
n.° 3.780/1960.
A “bienal”, a despeito de ser uma espécie do gênero gratificação adicional por tempo de serviço,
foi suprimida pelo Decreto-lei n.° 1.341/1974. O caput do art. 6° dessa norma determinou a cessação do
pagamento de quaisquer retribuições que estivessem sendo pagas, a qualquer título e sob qualquer forma, aos
servidores beneficiados por legislação específica. Foi ressalvada dessa medida supressora a gratificação
adicional por tempo de serviço, por força do caput do art. 6° e respectivo inciso III, a gratificação adicional por
tempo de serviço.
Porém, tal ressalva não implicou a manutenção da “bienal”, uma vez que o Anexo II do Decreto-lei
n.° 1.341/1974, estipulou que a GATS seria devida na proporção de 5% por qüinqüênio. É dizer, esse decreto-lei
uniformizou, no âmbito da Administração Federal, ou pelo menos no âmbito do Poder Executivo Federal, a
GATS, o que não havia ocorrido nem mesmo com o estatuto de 1952. Eventual redução remuneratória deveria
ter sido compensada por meio de vantagem pessoal, a ser posteriormente absorvida (§ 2° do art. 6° da norma).
Ainda que se defenda que a “bienal” possuía natureza distinta da do adicional por tempo de
serviço, ainda assim a vantagem teria sido suprimida pelo Decreto-lei n.° 1.341/1974, em virtude da
determinação constante do art. 6°.
Portanto, os órgãos aos quais estavam vinculados os servidores egressos do extinto IAPI devem, ou
deveriam, ter procedido ao enquadramento do servidor com base na sua retribuição, nela considerada o
“excesso” de percentual de adicional de tempo de serviço, considerado o percentual da “bienal” não coberto
pela regra estipulada para a GATS.
No âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF) é pacífica e
276
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
remansosa a jurisprudência sobre a ilegalidade da percepção cumulativa da “bienal” e do ATS:
Supremo Tribunal Federal
A Súmula 26, editada em 1963, já vedava a percepção cumulativa da bienal com a GATS, nos
seguintes termos:
“OS SERVIDORES DO INSTITUTO DE APOSENTADORIA E PENSÕES DOS
INDUSTRIÁRIOS NÃO PODEM ACUMULAR A SUA GRATIFICAÇÃO BIENAL COM O ADICIONAL
DE TEMPO DE SERVIÇO PREVISTO NO ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS CIVIS DA UNIÃO.”
Jurisprudência mais atual da Corte Suprema também aponta a impossibilidade de receber
cumulativamente a gratificação“bienal” com o ATS:
“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E
ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. DIREITO ADQUIRIDO A REGIME JURÍDICO:
INEXISTÊNCIA. CUMULAÇÃO DO ADICIONAL BIENAL E ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO:
IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.”
(RE 549344 AgR/RS - RIO GRANDE DO SUL, Rel. Ministra Carmen Lúcia, julgado em 30.6.2009). “CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. REMUNERAÇÃO.
ADICIONAL BIENAL E ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO. CUMULAÇÃO.
INADMISSIBILIDADE. ART. 37, XIV, DA CONSTITUIÇÃO. I - A jurisprudência da Corte é no sentido de
que não são acumuláveis o adicional bienal e o adicional por tempo de serviço, visto que são acréscimos
pecuniários com idêntico fundamento. Precedentes. II - A questão de mérito foi decidida conforme o recurso
extraordinário interposto pela União, ora agravada, não podendo a matéria ser inovada em agravo regimental. III
- Agravo regimental improvido.” (RE 587123 AgR/RS - RIO GRANDE DO SUL, Rel. Ministro
RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em 19/05/2009). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 2. VENCIMENTOS.
IRREDUTIBILIDADE. ACRÉSCIMO BIENAL - IAPI 3. DIREITO ADQUIRIDO CONTRA A MUDANÇA
DE REGIME JURÍDICO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTE. 4. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE
NEGA PROVIMENTO.” (RE 354307 AgR/DF - DISTRITO FEDERAL, Rel. Ministro Gilmar Mendes,
julgado em 12.12.2006). “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO 2. SERVIDOR PÚBLICO.
DECRETO-LEI Nº 1.341/74 E DECRETO Nº 1.918/37. ADICIONAL BIENAL E ADICIONAL POR TEMPO
DE SERVIÇO. IMPOSSIBILIDADE DE ACUMULAÇÃO. PRECEDENTES. 3. AGRAVO REGIMENTAL A
QUE SE NEGA PROVIMENTO.” (RE 436134 AgR / RS - RIO GRANDE DO SUL, Rel. Ministro
Gilmar Mendes, julgado em 7.2.2006). A jurisprudência do STJ, por seu turno, é ainda mais explícita no que se refere à ilegalidade do
pagamento da “bienal” após a edição do Decreto-lei n.° 1.341/1974, independentemente de cumulatividade
como o ATS:
“RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA.
ILEGITIMIDADE PASSIVA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. PENSIONISTA. MINISTÉRIO
DA SAÚDE. ACRÉSCIMO BIENAL. RESTABELECIMENTO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES.
A preliminar ora argüida em relação à falta de legitimidade passiva não pode ser apreciada, por
ausência de prequestionamento.
Nos termos dos inúmeros e firmes precedentes jurisprudenciais desta Corte, é inviável a pretensão
de recebimento da “Gratificação Bienal”, considerando que a mesma foi extinta pelo PCCS e deixou de ser paga
por força do Decreto-Lei nº 1.341⁄74.
Violação caracterizada.
Recurso provido com o restabelecimento da decisão de primeira instância que denegou a ordem
impetrada.” (RECURSO ESPECIAL Nº 283.732 – RJ, Rel. Ministro José Arnaldo da Fonseca, DJ de
29.9.2003).
(...)” (grifos originais).
8. Em relação à opção pela vantagem que seja mais benéfica para a interessada, não é
demais lembrar que esse assunto já foi apreciado pelo Plenário desta Corte de Contas, por meio do
Acórdão 603/2005, alterado pelo Acórdão 1.606/2010, in verbis: “11. Em pesquisa realizada no Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos - Siape,
a Sefip identificou 920 servidores que estão recebendo o adicional bienal cumulativamente com o adicional de
277
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
tempo de serviço. Número que pode ser ainda maior, conforme dados extraídos do Sistema de Cadastro de
Ações Judiciais - Sicaj (fls. 90/205) pela própria Secretaria de Recursos Humanos do Ministério do
Planejamento - SRH/MP.
12. Em todas essas situações o pagamento do adicional bienal está amparado por decisão judicial, o
que impede a exclusão da parcela sem que previamente se providencie a reforma da sentença que concedeu o
benefício. Assim, a princípio, verificado o recebimento cumulativo do adicional bienal com o ATS deve ser
determinada a suspensão do pagamento do ATS, vez que a outra parcela está protegida pelo manto da coisa
julgada. Em muitos casos, porém, o valor recebido a título de ATS é superior ao adicional bienal, sendo mais
benéfico ao servidor a opção pela manutenção daquela gratificação em detrimento a esta.
13. Levando em conta essas particularidades, deve ser determinado à SRH/MP que, em
relação aos servidores que percebam cumulativamente o adicional por tempo de serviço e o adicional
bienal:
a) caso a parcela referente ao ATS seja inferior ao valor do adicional bienal suspenda,
imediatamente, o pagamento daquela parcela;
b) caso contrário, notifique cada um dos beneficiários, para que optem, em trinta dias, por
uma das duas gratificações, fazendo as retificações pertinentes ou, na hipótese de não haver manifestação
dos interessados no prazo estipulado, exclua a parcela referente ao ATS.” (destaques acrescidos)
9. À luz do aludido precedente, considerando que a situação fática está compreendida no
contexto daquele julgado, e que o valor da parcela referente ao ATS é superior ao da vantagem
adicional bienal (conforme se extrai da peça 16 deste processo), entendo mais adequado, em
detrimento da sugestão contida no subitem “27.c.2)” da instrução da Sefip, que seja determinado à
unidade jurisdicionada que notifique a beneficiária no sentido de optar por uma das duas gratificações,
fazendo as retificações pertinentes ou, na hipótese de não haver manifestação da interessada no prazo
estipulado, exclua a parcela referente ao ATS.
10. Por fim, registro que, apesar da parcela referente ao ATS não constar do ato sob exame,
a referida vantagem já constava da base de cálculo da pensão desde o início de sua vigência, sendo
que, no entanto, não foi consignada no respectivo ato. Por essa razão, este deve ser considerado ilegal
para fins de registro, uma vez que as informações a ele relativas submetidas ao exame do Tribunal
estão inconsistentes, não se aplicando ao caso o disposto no § 2º do art. 6º da Resolução/TCU nº
206/2007, que assim dispõe: § 2º Os atos que estiverem dando ensejo, no momento de sua apreciação de mérito, a pagamentos
irregulares, mas que não apresentem inconsistência ou irregularidade em sua versão submetida ao exame
do Tribunal, serão considerados legais, para fins de registro, com determinação ao órgão ou à entidade de
origem para que, no prazo de 15 (quinze) dias, adote as medidas cabíveis com vistas à regularização dos
pagamentos indevidos constatados na ficha financeira do interessado.
11. Ante todo o exposto, acolhendo, no essencial, os pareceres da unidade técnica e do
Ministério Público, voto por que o Tribunal de Contas da União adote o acórdão que ora submeto à
deliberação deste colegiado. pp
ACÓRDÃO Nº 1011/2014 – TCU – 1ª Câmara
1. Processo: TC-017.836/2008-8.
2. Grupo I – Classe de Assunto: V – Pensão Civil.
3. Interessados: Eduardo Blanques da Silva (CPF 058.867.097-97), menor sob guarda,
Vinicius da Silva Cruz (CPF 058.867.067-71), menor sob guarda, e Salvadora Paulino Tomas (CPF
102.665.867-59), companheira, pensionistas de Antonio Lisboa de Oliveira (CPF 020.085.807-68).
4. Órgão: Núcleo Estadual do Ministério da Saúde/RJ.
5. Relator: Ministro Valmir Campelo.
6. Representante do Ministério Público: Procurador Júlio Marcelo de Oliveira.
7. Unidade Técnica: Secretaria de Fiscalização de Pessoal (Sefip).
8. Advogado constituído nos autos: Pedro Paulo da C. Oliveira (OAB/RJ 71.783).
278
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
9. Acórdão:
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de concessão de pensão civil, ACORDAM os
Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão da Primeira Câmara, diante das razões
expostas pelo relator, e com fundamento nos incisos III e IX do art. 71 da Constituição Federal,
combinados com os arts. 1º, inciso V, 39, inciso II, e 45, caput, da Lei 8.443/1992, e ainda com os
arts. 260, § 1º, e 262, caput, do Regimento Interno/TCU, em:
9.1. considerar ilegal a pensão civil instituída por Antonio Lisboa de Oliveira (CPF
020.085.807-68), em favor de Eduardo Blanques da Silva (CPF 058.867.097-97), menor sob guarda,
Vinicius da Silva Cruz (CPF 058.867.067-71), menor sob guarda, e Salvadora Paulino Tomas (CPF
102.665.867-59), companheira, e negar o registro do ato correspondente, número de controle
10802690-05-2005-000048-6, em razão da concessão do benefício a menor sob guarda, sem amparo
legal, consoante entendimento firmado no Acórdão nº 2.515/2011 – Plenário, bem como em face do
pagamento concomitante das vantagens bienal e adicional por tempo de serviço, com a utilização do
mesmo tempo de trabalho para fundamentá-las, em desacordo com a jurisprudência predominante do
Tribunal, consolidada na Súmula-TCU nº 267;
9.2. dispensar o ressarcimento das quantias indevidamente recebidas de boa-fé (Súmula
106 do TCU);
9.3. determinar ao Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado do Rio de Janeiro
que, no prazo de 15 (quinze) dias:
9.3.1. faça cessar os pagamentos decorrentes do ato considerado ilegal, sob pena de
responsabilidade solidária da autoridade administrativa omissa, até a emissão de novo ato, livre das
irregularidades constatadas no presente processo, a ser submetido à apreciação do TCU, observada a
orientação expedida no item seguinte;
9.3.2. notifique a beneficiária Salvadora Paulino Tomas (CPF 102.665.867-59), no sentido
de optar por uma das duas gratificações (adicional por tempo de serviço ou adicional bienal), fazendo
as retificações pertinentes ou, na hipótese de não haver manifestação da interessada no prazo de 15
(quinze) dias, exclua a parcela referente ao ATS;
9.3.3. cientifique os interessados do inteiro teor desta deliberação, bem como do relatório e
voto que a fundamentam, esclarecendo-lhes que o efeito suspensivo proveniente de eventual
interposição de recursos não os exime da devolução dos valores percebidos indevidamente após a
notificação sobre este acórdão, em caso de não provimento do recurso porventura impetrado;
9.3.4. encaminhe ao TCU comprovante sobre a data em que os interessados tomaram
conhecimento do contido no item anterior;
9.4. determinar à Sefip que monitore o cumprimento das diretrizes ora endereçadas ao
Núcleo Estadual do Ministério da Saúde/RJ;
9.5. enviar cópia deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, ao
Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Estado do Rio de Janeiro.
10. Ata n° 7/2014 – 1ª Câmara.
11. Data da Sessão: 18/3/2014 – Ordinária.
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-1011-07/14-1.
13. Especificação do quorum:
13.1. Ministros presentes: Walton Alencar Rodrigues (na Presidência), Valmir Campelo
(Relator), Benjamin Zymler e José Múcio Monteiro.
13.2. Ministro-Substituto presente: Weder de Oliveira.
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