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Prevalência de estresse infantil e fatores Prevalência de estresse infantil e fatores associados: estudo com escolares em associados: estudo com escolares em

uma cidade do Estado do Rio Grande do uma cidade do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil.Sul, Brasil.

Cláudia Sbaraini

Lígia Braun Schermann

II CONGRESSO DE SAÚDE MENTAL NA EDUCAÇÃOCANELA 26-28 OUTUBRO 2012

UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA

INTRODUÇÃO

• O estresse caracteriza-se por um conjunto de reações do organismo frente a estímulos bons ou maus que ameaçam seu equilíbrio.

• O estresse infantil é semelhante ao do adulto e, quando excessivo, pode gerar sérias conseqüências à criança, prejudicando seu desenvolvimento e sua aprendizagem.

Lipp,2004; Selye,1965; Masci,1997

INTRODUÇÃO

• O estresse se manifesta de maneira semelhante em todas as idades da criança, que vão desde a Educação Infantil até o Ensino Fundamental. Como conseqüência de um alto nível de estresse ocorre uma redução da capacidade de aprendizagem escolar nas crianças, assim como uma dificuldade de interação social.

• No âmbito nacional, as pesquisas relacionadas ao estresse infantil ainda são incipientes, trazendo resultados não conclusivos quanto à prevalência, diferenças de gênero, impacto do nível sócio-econômico, situação familiar e fatores associados ao estresse.

Lipp,2004

OBJETIVO GERAL

Identificar a prevalência e fatores associados ao estresse infantil em escolares de uma cidade do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Caracterizar a população de crianças de escolas municipais, estaduais e particulares quanto à prevalência de estresse, características sócio-demográficas, aspectos do relacionamento familiar, atividades extra-escolares e convívio social;

• Verificar possíveis associações do estresse infantil com as variáveis sócio-demográficas e com os aspectos do relacionamento familiar, atividades extra-escolares e convívio social.

MATERIAL E MÉTODO

Delineamento

Estudo analítico, de base escolar,

com delineamento transversal

População

Alunos da 4ª. série do Ensino Fundamental das escolas municipais, estaduais e particulares da

cidade de Lajeado, RS, Brasil.

1063 alunos

MATERIAL E MÉTODO

Instrumentos

• Escala de Stress Infantil (ESI), aplicada em sala de aula.

• Questionário dirigido aos pais.

• Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

MATERIAL E MÉTODO

Variável Dependente

Estresse infantil: avaliado segundo a ESI

MATERIAL E MÉTODO

Variáveis Independentes• sexo (feminino, masculino)sexo (feminino, masculino)• idade da criança (até 10 anos, + de 10 anos)idade da criança (até 10 anos, + de 10 anos)• tipo de escola (particular, pública)tipo de escola (particular, pública)• filho único (sim, não)filho único (sim, não)• situação conjugal (casado, não casado)situação conjugal (casado, não casado)• escolaridade dos pais (3º.grau, 2º.grau, 1º.grau)escolaridade dos pais (3º.grau, 2º.grau, 1º.grau)• relacionamento familiar (ótimo/bom, regular/ruim)relacionamento familiar (ótimo/bom, regular/ruim)• convívio social (ótimo/bom, regular/ruim)convívio social (ótimo/bom, regular/ruim)• atividade de autonomia (sim, não)atividade de autonomia (sim, não)• atividade de trabalho (sim, não)atividade de trabalho (sim, não)• perdas e mudanças (sim, não)perdas e mudanças (sim, não)

MATERIAL E MÉTODO

Análise dos Dados

• SPSS 13.0 for Windows. • Análise bivariada. • Regressão de Cox. • Nível de significância menor do que 5%.

Modelo Teórico Hierarquizado

Convívio Social Atividade de Autonomia

Atividade deTrabalho

Perdas eMudanças

Relacionamento Familiar

Sexo IdadeTipo deEscola

Filho Único Situação Conjugal

Escolaridade do Pai

Escolaridade da Mãe

ESTRESSEINFANTIL

RESULTADOS

• Perda de 18%.

• Idade média das crianças 10,04 anos (8 a 14).

• 18,2% (161 crianças) apresentaram estresse.

RESULTADO DA ANÁLISE BIVARIADA

Variável RP não ajustado p-valor(IC95%)

SexoFeminino 1 0,041

Masculino 1,35 (1,02-1,81)Idade

Até 10 anos 1 0,002Mais de 10 anos 1,67 (1,23-2,27)

Tipo de EscolaParticular 1 0,045

Pública 1,85 (1,02-3,45)Filho único

Sim 1 0,217Não 1,32 (0,88-1,96)

Situação ConjugalCasado 1 0,008

Não Casado 1,50 (1,12-1,96)Escolaridade da Mãe

3° Grau ou mais 1 0,015*2° Grau 0,81 (0,40-1,64)1° Grau 0,58 (0,30-1,11)

Escolaridade do Pai3° Grau ou mais 1 0,003*

2° Grau 0,51 (0,20-1,33)1° Grau 0,36 (0,15-0,88)

Relacionamento FamiliarÓtimo, Bom 1 0,013

Regular, Ruim 1,49 (1,09-2,04)Convívio Social

Ótimo, Bom 1 0,000Regular, Ruim 1,85 (1,41-2,44)

Atividade de AutonomiaSim 1 0,011Não 1,55 (1,11-2,15)

Atividade de TrabalhoNão 1 1,000Sim 1,00 (0,73-1,35)

Perdas e MudançasNão 1 0,195Sim 1,22 (0,92-1,61)

* Teste de tendência linear

Tabela 1 Análise bivariada para o estresse infantil e as variáveis sócio-demográficas e variáveis relacionadas a fontes externas de estresse.

RESULTADOS DA ANÁLISE BIVARIADA

Variáveis que obtiveram significância estatística:

• sexo (feminino)

• Idade (mais de dez anos)

• tipo de escola (pública)

• situação conjugal (não casado)

• relacionamento familiar (regular, ruim)

• convívio social (regular, ruim)

• atividades de autonomia (não possui)

• escolaridade do pai e da mãe (1º. grau)

Variável RP ajustado p-valor (IC95%)

SexoFeminino 1 0,033

Masculino 1,44 (1,03-2,02)Idade

Até 10 anos 1 0,210Mais de 10 anos 1,30 (0,86-1,96)

Tipo de EscolaParticular - -

PúblicaFilho único

Sim 1 0,818Não 0,95 (0,60-1,50)

Situação ConjugalCasado 1 0,105

Não Casado 1,34 (0,94-1,91)Escolaridade da Mãe

3° Grau ou mais -2° Grau -1° Grau

Escolaridade do Pai3° Grau ou mais 1

2° Grau 1,82 (0,70-4,71) 0,2201° Grau 2,12 (0,85-5,25) 0,106

Relacionamento FamiliarÓtimo, Bom - -

Regular, RuimConvívio Social

Ótimo, Bom 1 0,001Regular, Ruim 1,76 (1,25-2,47)

Atividade de AutonomiaSim 1 0,097Não 1,39 (0,94-2,07)

Atividade de TrabalhoNão - -Sim

Perdas e MudançasNão - -Sim

Tabela 2 Regressão de Cox para o estresseinfantil e as variáveissócio-demográficas e variáveis relacionadas a fontes externas de estresse.

RESULTADO DA REGRESSÃO DE COX

RESULTADOS DA REGRESSÃO DE COX

Variáveis que permaneceram no modelo com forte associação ao estresse:

sexo (feminino)

convívio social (regular, ruim)

RESULTADOS DA REGRESSÃO DE COX

• Crianças do sexo feminino apresentaram 1,44 vezes mais chance de ter estresse do

que as do sexo masculino.

• Crianças que possuíam convívio social regular/ruim apresentaram 1,76 vezes mais chance de ter estresse em relação às que

possuíam convívio social ótimo/bom.

Obrigada!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CIA, Fabiana, PEREIRA, Camila de Sousa, DEL PRETTE, Zilda Aparecida Pereira et al. Habilidades sociais parentais e o relacionamento entre pais e filho. Psicol. estud. [online]. vol. 11, no. 1, pp. 73-81, 2006

BEE, Helen. O Ciclo Vital. Porto Alegre, Artes Médicas, 1997. FONTANA, David. Estresse: faça dele um aliado e exercite a autodefesa. SP: Saraiva,

1991. GRÜNSPUN, Haim. Distúrbios psicossomáticos da criança. São Paulo: Livraria Atheneu,

1980. LIPP, Marilda E. Novaes. Pesquisas sobre stress no Brasil: saúde, ocupações e grupos

de risco. SP. Pappirus, 1996. LIPP, Marilda E. Novaes. Crianças estressadas: causas, sintomas e soluções. Campinas,

SP: Papirus, 2004. MASCI, Cyro. A Hora da Virada: enfrentando os desafios da vida com equilíbrio e

serenidade. 4ª. Edição. SP: Saraiva, 1997 VILELA, Marta V. Sintomas e fontes de stress em uma amostra de escolares da primeira a quarta série. Dissertação de Mestrado. Departamento de Pós-Graduação em Psicologia Clínica. PUC-Campinas, 1995.

MONTANDON, Cléopâtre. As práticas educativas parentais e a experiência das crianças. Educ. Soc. [online]. vol. 26, no. 91, pp. 485-507, 2005.

SELYE, Hans. Stress: a tensão da vida. São Paulo: Ibrasa, 1965. SPARRENBERGER, Felipe; SANTOS, Iná dos; LIMA, Rosângela da Costa. Associação de

eventos de vida produtores de estresse e mal-estar psicológico: um estudo de base populacional. Cad. Saúde Pública,  Rio de Janeiro,  v. 20,  n. 1,  2004.

ZAVASCHI, Maria Lucrécia Scherer, SATLER, Fabíola, POESTER, Daniela et al. Associação entre trauma por perda na infância e depressão na vida adulta. Rev. Bras. Psiquiatr. [online]. vol. 24, no. 4, pp. 189-195, 2002.

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