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Estação Ferroviária de Suzano em 1930.
Prefeitura Municipal de Suzano. Secretaria de Política Urbana Revisão do Plano Diretor de Suzano 2006 - 2016
Etapa 4 - Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local Relatório Final
Volume 1
revisão janeiro/2007
Prefeitura Municipal de Suzano Marcelo de Souza Candido Prefeito Mauro Vaz Vice-prefeito Secretaria Municipal de Política Urbana Miguel Reis Afonso Secretário Municipal de Política Urbana Elvis José Vieira Secretário Adjunto de Política Urbana Rita Cassia Canutti Diretora de Planejamento Urbano e Territorial Celso Cosenza Diretor de Transporte, Sistema Viário e Mobilidade Urbana Claudio Scalli Diretor de Produção Habitacional e Regularização Fundiária Edílson Henrique Mineiro Coordenador de Habitação - Diretoria de Produção Habitacional e Regularização Fundiária
Ficha Técnica Prefeitura Municipal de Suzano Supervisão Geral Miguel Reis Afonso Secretário Municipal de Política Urbana Coordenação Geral Rita Cassia Canutti Diretora de Planejamento Urbano e Territorial Participação Popular Edílson Mineiro Coordenador de Habitação
Prefeitura Municipal de Suzano - Secretaria Municipal de Política Urbana Revisão do Plano Diretor de Suzano 2006 - 2016
Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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Equipe Técnica Anderson Crepaldi – arquiteto urbanista Jonas Resende – arquiteto urbanista Michele Vieira de Sá – arquiteta urbanista Ricardo Hatiw Lu – arquiteto urbanista Flavio Braga – desenhista Lucio Cotrim – desenhista Sanderlei Vilanova – desenhista Fabiano Kelleros – técnico ambiental FUPAM – Fundação para a Pesquisa Ambiental Coordenação Geral Eduardo Alberto Cuscé Nobre – arquiteto e urbanista Coordenação Executiva Patricia Zandonade – arquiteta e urbanista Arquiteta Executiva Grasiella Drumond Bowen Vilas Novas – arquiteta e urbanista Equipe Técnica Keli Cristina Anacleto – arquiteta e urbanista Suzane Moulié Correa – arquiteta e urbanista Sander Norio Rezende – estagiário Consultoria - Mercado Imobiliário Nelson Baltrusis – sociólogo Colaboradoras Patrícia Cesário – arquiteta e urbanista Patrícia Cobra – estagiária
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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Apresentação O presente relatório compreende a Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a
Realidade Local do processo de revisão do Plano Diretor Municipal de Suzano, que é composto
pelas leituras técnica, comunitária, jurídica e análise do mercado imobiliário formal em Suzano.
A Construção do Conhecimento da Realidade Local tem por finalidade apresentar as
potencialidades e problemas existentes no município, que analisados conjuntamente nos dão
subsídios para a formulação do projeto de lei do Plano Diretor de Suzano.
Considerando que o processo de revisão do Plano Diretor busca identificar as formas de
organização social, econômica, ambiental e legal do município, diversos são os pontos colocados
pela população, na leitura comunitária, assim como, há uma diversidade de dados técnicos que
podem ser analisados, na leitura técnica. Porém nas leituras buscou-se levantar e analisar dados,
informações que têm interface com ordenamento territorial, questões fundamentais para o
processo de revisão do Plano Diretor.
A maioria dos dados e informações técnicas foi levantada junto a órgãos estaduais e/ou
federal, sendo parte deles construídos pela equipe técnica (Prefeitura e FUPAM - assessoria
contratada) tendo em vista a ausência de tais informações na administração municipal.
Diante desse quadro, esse relatório foi organizado em três partes: leitura técnica – parte
A, leitura comunitária – parte B e consolidação ou síntese – parte C. O relatório foi organizado em
dois volumes, tendo como um dos anexos a leitura jurídica e os mapas temáticos das demais
leituras.
A Parte A – Leitura Técnica corresponde ao relatório desenvolvido a partir de
levantamento de dados e documentos oficiais existentes. Corresponde a uma leitura técnica de
dados urbanísticos, sociais e econômicos, de recursos naturais e meio ambiente, com o intuito de
subsidiar as diretrizes a serem adotadas para as políticas de desenvolvimento do Plano Diretor de
Suzano. Esta etapa foi desenvolvida em equipe composta por técnicos da Secretaria Municipal de
Política Urbana e equipe técnica da FUPAM – Fundação para a Pesquisa Ambiental da FAU USP
– Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.
A Parte B – Leitura Comunitária corresponde ao relatório das atividades e resultados das
reuniões que ocorreram nos meses de maio e junho de 2006, que tiveram por finalidade identificar
junto à sociedade civil as potencialidades, os problemas e as sugestões para o ordenamento
territorial e desenvolvimento do município de Suzano e, conseqüentemente ter uma leitura da
realidade local a partir das experiências de quem vive, trabalha na cidade. Esta etapa foi
desenvolvida pela Secretaria Municipal de Política Urbana, pela equipe da prefeitura juntamente
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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com as lideranças locais das comunidades e a própria participação popular nas reuniões e
seminário.
A Parte C – Síntese do Conhecimento sobre a Realidade Local traz uma abordagem
sintética da realidade municipal a partir do cruzamento das várias leituras e anexos, onde foram
identificados os principais assuntos extraídos dos relatórios. Partindo desta leitura sistematizada
foram extraídos os Eixos Prioritários para o desenvolvimento das propostas do Plano Diretor de
Suzano e os seus objetivos gerais.
O Anexo 1 – “Relatório Técnico: Dinâmica Imobiliária: considerações e questões sobre o
mercado imobiliário de Suzano”, inserido no Volume I deste relatório é um documento de
complementação das análises da realidade local, onde as questões de mercado imobiliário foram
tratadas de forma específica.
O Anexo 2 – Leitura Jurídica corresponde ao relatório analítico da legislação incidente
nas políticas territoriais do município. Esta análise foi desenvolvida por consultoria jurídica
especializada contratada pela Prefeitura Municipal de Suzano. A responsabilidade no
desenvolvimento desta parte do relatório ficou a cargo da equipe Mukai Advogados Associados.
O Anexo 3 – Lista de Presença corresponde à complementação da Parte B deste
relatório como documentação da participação comunitária.
Um segundo volume do documento inclui os anexos correspondentes às peças gráficas.
O Anexo 4 – Mapas Temáticos corresponde às peças gráficas de análise territorial relacionadas
aos textos da Parte A deste relatório. O Anexo 5 – Mapas Temáticos Relatório Comunitário
corresponde às peças gráficas sintéticas utilizadas nas dinâmicas da leitura comunitária
correspondente à Parte B deste relatório.Índice Geral
Volume 1
Parte A – Leitura Técnica
Parte B – Leitura Comunitária
Parte C – Síntese do Conhecimento sobre a Realidade Local
Anexo 1 – “Relatório Técnico: Dinâmica Imobiliária: considerações e questões
sobre o mercado imobiliário de Suzano”
Anexo 2 – Leitura Jurídica
Anexo 3 – Lista de Presença das reuniões da Parte B - Leitura Comunitária
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Volume 2
Anexo 4 – Mapas Temáticos da Parte A - Leitura Técnica
Anexo 5 – Mapas Temáticos da Parte B - Relatório Comunitário
Parte A Leitura Técnica
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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ÍNDICE
Introdução 1. Histórico do Município e sua ocupação
2. Inserção na Região Metropolitana de São Paulo
3. Aspectos Sócio-Econômicos
3.1 Demografia
3.1.1 Pessoas Residentes
3.1.2 Densidade Demográfica
3.1.3. Crescimento Demográfico
3.1.4. Faixa Etária da População
3.1.5. Mulheres responsáveis por Domicílio
3.1.6. Anos de Estudo e Analfabetismo
3.1.7. Faixa de Renda
3.2 Desenvolvimento Sócio-Econômico
3.2.1 Caracterização da economia
3.2.2 Emprego
3.2.3. Atividade Agrícola
3.2.4. Turismo
3.2.5 Associação de Municípios do Alto Tietê – AMAT
3.3 Desenvolvimento Humano e Qualidade de Vida
3.3.1 Educação
3.3.2. Saúde
3.3.3. Cultura
3.3.4. Patrimônio Histórico.
3.3.5. Esporte e Lazer
4. Aspectos Territoriais
4.1 Condição Ambiental
4.1.1. Geomorfologia
4.1.2. Rede Hídrica
4.1.3. Vegetação significativa
4.1.4. Restrições à ocupação e Unidades de Conservação
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4.1.5. Riscos Ambientais
4.1.6. Mineração
4.2 Uso e Ocupação do Solo
4.2.1 Usos residenciais
4.2.2 Chácaras de Recreio
4.2.3 Atividades Agrícolas
4.2.4. Uso industrial
4.3 Infra-estrutura
4.3.1. Represa de Taiaçupeba
4.3.2. Sistema de Abastecimento de Água no Município
4.3.3. Sistema de Coleta e Tratamento de Esgoto
4.3.4. Resíduos Sólidos
4.3.5 Drenagem
4.4 Mobilidade e Transporte
4.4.1. Estrutura Viária Existente
4.4.2. Pavimentação
4.4.3. Ferrovia MRS e Porto Seco
4.4.4 Linha ferroviária e da CPTM
4.4.5. Rodoanel
4.4.6. Sistema de Transporte Coletivo Intermunicipal
4.4.7. Sistema de transporte coletivo municipal
4.4.8. Deslocamentos Não-Motorizados
4.5 Questão habitacional
4.5.1 Evolução dos loteamentos residenciais
4.5.2. Caracterização dos loteamentos
4.5.3. Pressão antrópica e preservação ambiental
4.5.4. Assentamentos em Áreas de Risco
4.5.5. Política Habitacional
5. Planos e Projetos Existentes
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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Introdução
O presente relatório refere-se à Leitura Técnica da quarta etapa dos trabalhos de
Revisão do Plano Diretor de Suzano, qual seja, a que apresenta a Construção do Conhecimento
sobre a Realidade Local, elaborado a partir de uma abordagem técnica da equipe consultora em
conjunto com a equipe técnica da Secretaria Municipal de Política Urbana.
Durante o processo de desenvolvimento desta etapa, a identificação de uma histórica
ausência de propostas viáveis para a melhoria efetiva da urbanização, e ainda a não implantação
de sistema adequado de saneamento básico e de precária fiscalização, aliados a um contexto
social excludente, levaram a uma condição urbana de aumento de loteamentos dispersos e
irregulares, muitas vezes clandestinos, com lotes de padrões inferiores aos exigidos pela
legislação e carentes de infra-estrutura.
Como decorrência das exigências da Lei Federal 10.257 de 10 de julho de 2001, mais
conhecida por Estatuto da Cidade, surgiu a necessidade de integrar o controle das questões
urbanas com as ambientais, promover a democratização do solo urbano e definir a função social
da propriedade, apontando para estratégias de planejamento urbano que focalizem a
regularização fundiária e a urbanização de áreas ocupadas pela população de baixa renda.
O relatório apresentado segue estes fundamentos principais do Estatuto para a
orientação de uma leitura técnica da realidade do município, tendo como parâmetros a
compatibilização entre os objetivos regionais e os objetivos do município. A legislação existente
de abrangência regional busca a garantia da qualidade de seu sistema hídrico, através da
preservação de seus mananciais e da várzea do Rio Tietê para abastecimento da Região
Metropolitana. Essa situação impõe restrições à ocupação do solo do município, o que torna
necessária a busca de propostas de ordenação do território que, a partir da situação existente,
permitam o desenvolvimento sustentável do município, através da conciliação entre a preservação
ambiental e a melhoria da qualidade de vida de todos os munícipes com ênfase para a situação
da população de baixa renda. Alem disso, o Plano Diretor deve orientar a gestão municipal no
sentido da implementação das ações necessárias a esse ordenamento.
Os trabalhos desta etapa foram desenvolvidos através de levantamentos de dados e
informações disponibilizados pelo Poder Municipal e coleta em órgãos públicos: SMA/CPLEA
(Secretaria Estadual do Meio Ambiente), CETESB, SABESP, Bandeirante, EMPLASA, I.G.C.,
IBGE, Instituto Florestal, Fundação SEADE, além de pesquisas em documentos e teses
publicadas pela Universidade de São Paulo.
Desta maneira, a equipe de assessoria e consultoria, após realização de vistorias
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conjuntas dos profissionais, da leitura de dados e de levantamentos de campo, percebeu os
conflitos entre o sítio natural e a ocupação do território, representados pela ocupação
desordenada de áreas com topografia acidentada, pela presença de barreiras naturais – matas,
córregos e rios – e pela expansão urbana em território inserido em Área de Proteção aos
Mananciais, Áreas de Preservação Permanente e Áreas de Proteção Ambiental. A equipe
detectou ainda uma urbanização fragmentada, com descontinuidade em seu tecido urbano e
muitas vezes com a presença de barreiras físicas como as ferrovias e as rodovias que cruzam a
área urbana e dificultam sobremaneira a resolução de problemas relacionados à provisão de
redes de infra-estrutura e serviços, penalizando as populações moradoras em áreas mais
distantes do núcleo central.
A partir disto salientamos que a Leitura Técnica sobre a Realidade Local de Suzano
adotou como eixo principal de análise a avaliação das interações entre a condição física do
Município, suas condições naturais, seu estatuto legal e sua ocupação urbana, em especial, pela
população de baixa condição de vida.
A preocupação com as condições físico-ambientais e a ocupação humana permeia todos
capítulos deste relatório, que servirá de base para a formulação de propostas, as quais deverão
incorporar as contribuições e prioridades da população moradora no município através da Leitura
Comunitária (Parte B) e da Leitura Jurídica (Anexo I) para definição de estratégias de ação e
formulação da Lei do Plano Diretor, etapas que se seguirão a esta.
1. Histórico do Município e sua ocupação
Situado a leste de São Paulo, a 45 quilômetros da capital, Suzano é um dos 39
municípios que compõem a Região Metropolitana de São Paulo, com área de 195km2. Segundo o
IBGE sua população estimada em junho de 2005 era de 272.452 mil habitantes. Atualmente o
IBGE estima que a população do município de Suzano tenha aumentado para 282 mil habitantes,
segundo últimos levantamentos. O crescimento médio da população entre 2000 e 2005 foi de
3,49%, o que denota um aumento considerável de população, de acordo com os dados do IBGE.
A cidade faz divisa com Itaquaquecetuba (a norte), Santo André (a sul), Mogi das Cruzes
(a leste), Mauá e Ferraz de Vasconcelos (a oeste), Poá (a noroeste), além de Rio Grande da
Serra e Ribeirão Pires (a sudoeste) e é banhada pela bacia hidrográfica do Alto Tietê –
Cabeceiras, composta pelas bacias do Taiaçupeba, do Guaió e do Tietê Leste.
Os primeiros registros sobre as terras que hoje constituem Suzano datam de 1874 ou
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1875, quando foram implantados os trilhos da Estrada de Ferro São Paulo – Rio de Janeiro,
cortando os Campos de Mirambava, e levando indícios de civilização à região, transformando-a e
despertando o interesse de muitos aventureiros, que buscavam novas fronteiras econômicas.
Alguns anos mais tarde, em 1879, no desempenho de suas funções Antonio Marques Figueira,
feitor da Estrada de Ferro Central, estabeleceu-se na região. Segundo os historiadores, coube ao
jesuíta Francisco Baruel fixar-se nas terras, que atualmente ainda permanecem com alguma
característica original, como a Igreja do Baruel, no Distrito de Palmeiras.
Em 1890 foi solicitada a elaboração da planta da cidade, trabalho executado pelo Conde
de Romariz. Consolidando a implantação desse novo povoado, os irmãos Figueira, construíram
uma igreja, tendo a 20 de janeiro de 1897, data consagrada a São Sebastião, celebrado sua
primeira missa. Então a vila passou a ser conhecida por “São Sebastião do Guaió”.
A Estrada de Ferro Central do Brasil foi inaugurada em 1875 e ligava a cidade de São
Paulo a Mogi das Cruzes e possuía somente a estação de Lajeado, atual Guaianases, e Parada
Piedade, que era apenas um posto de reabastecimento de lenha, o combustível dos trens da
época.
Com o surgimento da Parada Piedade aumentou o fluxo migratório ao redor da ferrovia.
E a partir daí surgiram novos bairros, o Rio Abaixo e Palmeiras, além dos que já existiam: Baruel
e Guaió, este último anteriormente chamado de Vila Concórdia e Vila Piedade. Por conta do
progresso e das mudanças políticas e sociais da época - década de 1890 com o advento da
República no Brasil - os moradores da Vila do Guaió decidiram que a velha parada de
reabastecimento fosse transformada em estação para embarque e desembarque de passageiros.
A viabilização da nova estação ficou a cargo do Sr. Joaquim Augusto Suzano Brandão,
engenheiro residente da Estrada de Ferro Central do Brasil que concretizou a obra. Em dezembro
de 1907, a Parada Piedade passou a chamar-se Estação Suzano, homenagem a seu idealizador,
que acabou emprestando seu nome também à cidade.
Festejo na Praça João Pessoa, 1940.
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Desde o começo do século o povoado experimentou constantes desenvolvimentos,
aumentando a sua população, justificando a sua elevação para a categoria de Distrito, anexo ao
Município de Mogi das Cruzes, em 27 de dezembro de 1919, segundo determinação da Lei
Estadual n º 1705, promulgada pelo então presidente do Estado, Dr. Altino Arantes.
Em 08 de Dezembro de 1940, o arcebispo de São Paulo, Dom Gaspar Afonseca e Silva
determinou a elevação de Suzano à categoria de Paróquia, motivado pela sua importância dentro
do contexto regional. Finalmente, a 08 de Dezembro de 1948, foi promulgada a Lei 233, pelo
então Governador do Estado Dr. Adhemar Pereira de Barros, onde dentre outros municípios
Suzano atingiu a condição de Município autônomo, com direito a dirigir a sua própria política,
procurando o seu desenvolvimento, lei esta que entrou em vigor em 01 de Janeiro de 1949.
Avenida Marques Figueira, 1947.
O aniversário do município é comemorado no dia 02 de abril, data que coincide com a
posse do primeiro prefeito do município. Segundo dados da época, em 01 de janeiro de 1947, sua
população era de 13.179 habitantes.
2. Inserção na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP)
O município de Suzano está inserido na Bacia Hidrográfica do Alto Tietê-Cabeceiras.
Essa região constitui-se importante área de preservação de mananciais e reservatório de água
para abastecer a RMSP. Juntos, os 11 municípios inseridos nesta bacia compõem uma extensão
territorial de 292,60 hectares, sendo que apenas 120,3 hectares estão disponíveis para
urbanização intensiva, estando a maior parte do território protegido por leis ambientais estaduais.
Suzano destaca-se com 73% do seu território inserido na Área de Proteção aos
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Mananciais e 7% do município inserido na Área de Proteção Ambiental (APA) da Várzea do Rio
Tietê, conforme Lei Estadual nº. 5598/87, regulamentada pelo Decreto Estadual nº. 42.837/98.
A circulação de pessoas e mercadorias em Suzano está intrinsecamente relacionada
com os demais municípios da região do Alto Tietê e, principalmente, com a cidade de São Paulo.
As principais vias de ligação são as rodovias Ayrton Senna da Silva, Índio Tibiriçá e Enrique
Eroles (SP 66), além das ferrovias, tanto para transporte de carga quanto de passageiros. Pela
rodovia Ayrton Senna da Silva o acesso por Suzano se dá a partir da entrada de Itaquaquecetuba,
ao norte do município (Distrito de Boa Vista). A rodovia Índio Tibiriçá (SP 31) segue ao sul
cruzando a área de mananciais, atendendo a grande parte dos loteamentos de Suzano, até o
município de Ribeirão Pires. A Rodovia Enrique Eroles (SP 66), que dentro do município de
Suzano é denominada Rua Major Pinheiro Fróes, possui parte do trajeto paralelo ao muro que
delimita a área da CPTM e cruza a extremidade norte da região central de Suzano. Essa rodovia
se apresenta como o principal acesso rodoviário para Mogi das Cruzes.
Através do trem metropolitano – CPTM – o município é atendido pela linha que parte da
Estação da Luz, centro de São Paulo até a estação Estudantes, no município de Mogi das Cruzes
(linha E Luz – Estudantes). Pela linha E são transportados diariamente 339.000 passageiros, que
percorrem uma extensão de 50,8 km. O trecho desta linha que vai da estação da Luz até a
Estação Guaianases é atendido pelo Expresso Leste (trem rápido e com poucas paradas) e por
um trem convencional em paralelo. Os outros 26,8 km (Estação Guaianases – Estação
Estudantes) são atendidos somente pela linha convencional de trem.
O transporte de cargas é feito pela concessionária MRS, com destaque para o Porto
Seco de Suzano administrado pela empresa Cragea (Companhia Regional de Armazéns Gerais e
Entrepostos Aduaneiros), quanto pelas rodovias já citadas.
Um dos maiores desafios regionais está justamente em conciliar o desenvolvimento
urbano e econômico da região com sua característica de singular importância ambiental para o
estado de São Paulo e principalmente para a RMSP, utilizando meios para alavancar o
desenvolvimento da região sem, contudo prejudicar a preservação ambiental, utilizando essa
característica como viés de desenvolvimento para todos os municípios e sua população.
Concentrando 2.684.303 habitantes, o que representa 14,16% da população total da
RMSP, a região da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê-Cabeceiras, uma das sub-bacias do Alto Tietê
(que abrange toda a RMSP), constitui-se em um dos principais pólos de desenvolvimento do
estado, com um PIB per capita no valor de R$10.272,15 (em 2003), correspondendo no total a
5,27% do PIB estadual. Esta região (Alto Tietê Cabeceiras) abrange territórios dos municípios de
Arujá, Biritiba-Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá,
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Salesópolis, São Paulo e Suzano.
Atualmente a atividade industrial caracteriza-se como o principal setor econômico da
região, contando com uma atividade bastante diversificada e empresas atuando em praticamente
todos os segmentos industriais, produzindo uma enorme variedade de produtos. Essa atividade
gera 160.079 empregos diretos e participa com a maior parte dos R$ 1,36 bilhões arrecadados
com o ICMS na região. Vale destacar que, mesmo com a forte presença de grandes indústrias, a
atividade industrial está mais caracterizada pelas pequenas e micro-empresas, que representam
92,7% das indústrias instaladas na região.
No contexto regional o município destaca-se como o 4º maior em número de habitantes.
Dentre as atividades econômicas o destaque vai para a indústria, uma vez que o município conta
com 325 estabelecimentos industriais, também em 4ª posição, mas em número de empregos
neste setor já alcança o 2º maior índice.
Em relação ao comércio e serviços Suzano mantém uma posição mediana se comparada
aos demais municípios da região, com números absolutos menores apenas que Mogi das Cruzes.
A atividade agrícola, embora com atividade mais forte nos municípios da região Leste,
principalmente em Mogi das Cruzes e Biritiba Mirim, constitui-se em importante atividade
econômica geradora de emprego e renda na região. Destaca-se o Alto Tietê como principal região
do Cinturão Verde de São Paulo, sendo o maior pólo de produção de hortaliças, frutas e flores do
país, contando com aproximadamente 3.500 produtores rurais que geram 120.000 postos de
trabalho diretos e indiretos (Seade, 2006).
Suzano desempenha um papel economicamente importante na região, principalmente
em relação aos municípios de Ferraz de Vasconcelos, Poá, Itaquaquecetuba e Ribeirão Pires,
contando com centros comerciais e de prestação de serviços mais ativos e diversificados. Além
do centro consolidado há os sub-centros nos Distritos de Boa Vista e Palmeiras.
Ainda que exista certa polarização em relação a alguns municípios deve-se destacar a
dependência econômica em Suzano em relação à capital, envolvendo principalmente o setor de
serviços e empregos de maneira geral. O fluxo e trânsito de população são maiores entre a capital
e o município do que propriamente entre os municípios do Alto Tietê, uma vez que a demanda por
serviços e empregos locais também não é suficiente para a população residente na Bacia do Alto
Tietê.
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3. Aspectos Sócio- Econômicos
3.1. Demografia
O estudo sobre a população do município de Suzano foi desenvolvido a partir dos dados
do IBGE, do Censo de 2000 e da Contagem Populacional de 1996. Os dados considerados a
partir de 2000 são projeções também extraídas do IBGE. Algumas considerações são feitas a
partir de leituras já elaboradas dos dados do Censo, como é o caso de dados considerados do
Seade.
As unidades territoriais de pesquisa adotadas são as definidas pelo IBGE. As menores
unidades de dados são os Setores Censitários. Devemos salientar, porém, que estes setores
censitários não coincidem com os perímetros dos loteamentos ou mesmo bairros. Muitos
loteamentos estão em vários setores censitários, ou ainda, um só setor abrange vários
loteamentos. Em algumas análises tentamos relacionar os setores censitários com o loteamento
ou o bairro com o qual se identifica, mas nem sempre isto foi possível.
As unidades intermediárias que o IBGE adota, entre os setores censitários e o município,
estão os distritos. Segundo esta divisão, o município é dividido em três distritos: Centro, Boa Vista
e Palmeiras. Algumas análises aqui apresentadas são consideradas a partir dos distritos oficiais
do Instituto. Assim como os setores censitários, os distritos não coincidem com os lugares
reconhecidos popularmente pelos munícipes com os mesmos nomes adotados. Sublinhamos aqui
que os outros capítulos deste relatório consideraram a maneira empírica e popular de identificar
os distritos. Porém, nossa análise neste capítulo será baseada nas unidades que o IBGE adota,
para viabilizar um estudo partindo dos mesmos parâmetros da pesquisa do censo 2000. As
principais incongruências se dão nos limites entre os bairros do centro e os bairros de Palmeiras.
Enquanto popularmente é chamado de distrito de Palmeiras todos os loteamentos inseridos na
Área de Proteção aos Mananciais, na parte sul do município, o IBGE limita estes dois distritos a
partir do Rio Taiaçupeba, que atravessa e divide os loteamentos do sul.
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Divisão de Distritos, segundo o Censo 2000.
Fonte: IBGE,2000.
3.1.1. Pessoas Residentes
A população municipal total apontada pelo IBGE em 2000 foi de 228.690 pessoas. Existe
um número proporcionalmente semelhante de homens e mulheres no total do município. Nos
números por distritos esta relação se mantém semelhante.
Pessoas Residentes – Município Homens Mulheres Total
Número % número % Número %
113.251 49,5 115.439 50,5 228.690 100
Fonte: IBGE, 2000. Elaboração: Fupam, 2006
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Pessoas Residentes – Distritos Homens Mulheres Total Distrito
número % número % número %
Centro 67.986 49,17 70.087 50,83 138.073 100
Boa Vista 33.949 49,89 34.163 50,11 68.112 100
Palmeiras 11.316 50,28 11.189 49,72 22.505 100
Fonte: IBGE, 2000. Elaboração: Fupam, 2006.
Dentre os distritos analisados, o Centro é o mais populoso, com 138.073 habitantes, mais
da metade da população municipal, tendo um número absoluto muito superior aos demais. Em
seguida temos o distrito de Boa Vista, com 68.112 habitantes, com um número um pouco inferior
à metade da população do distrito do Centro. O distrito de Palmeiras apresenta um número bem
menor que os demais, inferior à metade do numero de habitantes do distrito de Boa Vista.
A população estimada pelo IBGE para julho de 2005 é de 272.452, e para 2006 a
projeção estimada é de 280.318 habitantes. Segundo o Seade a população em 2005 é de
270.566.
Com base no Censo 2000 o número de domicílios verificados no ano foi de 60.050. Se
verificarmos uma população total de 228.690 no mesmo ano, o número médio de pessoas por
domicílio seria de 3,8 pessoas por domicílio.
Dentro do total de habitantes do município de Suzano em 2000, 7.267 eram rurais e
221.423 eram urbanas. Isto representa 3,18% de habitantes na área rural e 96.8% de habitantes
na área urbana, como demonstra o gráfico abaixo.
População residente, 2000. Urbana Rural Total
São Paulo 34.592.851 2.439.552 30.672.612
Suzano 221.423 7.267 181.903
Fonte: IBGE, 2000. Elaboração: Fupam, 2006.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
18
Fonte: Confederação Nacional dos Municípios
http://www.cnm.org.br/demografia/mu_dem_pop_rural.asp
Observando o gráfico abaixo, verificamos uma queda brusca no número de habitantes
rurais no município na década de 1970 até a década de 1980. Nas duas décadas seguintes este
número tem se mantido constante. No período verificado a identificação do aumento considerável
da população urbana se dá de forma concomitante ao surgimento de novos loteamentos,
aumentando o território urbanizado no município. Verificamos, porém, que este incremento
demográfico, juntamente ao aumento a área urbanizada aconteceu de forma dispersa, mantendo
baixa a densidade da área central mais antiga e consolidada.
Fonte: IBGE, 2000. Elaboração: Fupam, 2006
Fazendo uma análise comparativa com a população urbana e rural, verificamos um
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
19
aumento considerável da população urbana e a manutenção do número de residentes na área
rural. Consideramos aqui que o aumento da população rural não está associado a movimentos
migratórios, mas ao seu crescimento vegetativo. A população urbana, porém tem aumentado seus
números acima do crescimento vegetativo, caracterizando uma dinâmica migratória no incremento
de seus números.
Fonte: Confederação Nacional dos Municípios
http://www.cnm.org.br/demografia/mu_dem_pop_rural.asp
3.1.2. Densidade Demográfica
Os dados utilizados para a verificação das densidades são baseados na extração
aproximada da área dos setores censitários do IBGE, extraídos por programa eletrônico de
desenhos em vetor (CAD), e nos dados de população total por setor censitário do censo de 2000.
Salientamos que a verificação das densidades foi analisada de forma bruta, a partir da área total
do setor, não somente da área urbanizada. A densidade territorializada no município através dos
setores nos permite fazer uma análise sobre as maiores pressões antrópicas e a condição do
aproveitamento da infra-estrutura nos diferentes distritos e setores.
O critério adotado para classificar as densidades como baixas, médias e altas foi o
parâmetro da densidade média encontrada no tecido urbano tradicional da cidade de São Paulo,
que em geral possui um quarteirão tradicional com áreas de 10.000 m2 (um hectare) e com lotes
de 300 m2. Isto equivale a uma média de 33 lotes por quarteirão. Considerando que em cada lote
há uma unidade de habitação, e considerando uma média de 3 habitantes por unidade, toma-se
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
20
como densidade resultante uma média de 100 habitantes por hectare. Este índice foi tomado
como parâmetro de densidade baixa, características das zonas residenciais horizontais
unifamiliares.
Fonte: Emplasa, 2002.
No contexto da região metropolitana de São Paulo, os municípios que possuem maiores
densidades são os que se encontram a oeste de Suzano, evidenciando uma pressão para a
expansão do centro da metrópole para a periferia.
O município de Suzano, considerando sua área de 195 Km2 (IGC) e projeção do IBGE
para população em 2006, tem densidade populacional bruta média de 11,15 habitantes/hectares.
Segundo a Seade, a densidade municipal é de 13,87 habitantes/hectare. Salientamos que este
índice se refere a todo o território municipal, não somente a área urbanizada.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
21
O distrito de Boa Vista, com 30,41 hab/ha, é a região de maior densidade populacional
bruta, tendo quase todo o seu território ocupado por áreas urbanas. Apesar deste índice, as
tipologias adotadas por suas construções são, na maioria, de casas térreas ou assobradadas.
O distrito de Palmeiras é a região com a menor densidade populacional bruta, com 2,72 hab/ha. A
maioria de seu território está ainda conservada com sua paisagem rural e natural.
Densidade bruta por distrito (hab/ha)
Centro 13,81(hab/ha)
Boa Vista 30,41(hab/ha)
Palmeiras 2,72 (hab/ha)
Fonte: IBGE Elaboração: Fupam, 2006
No distrito do Centro, considerando a densidade líquida dos setores (somente área
ocupada com loteamentos), os setores censitários de maior densidade são os correspondentes
aos bairros de Jardim Monte Cristo, Jardim Luela, Vila Maluf, Jd. Miriam e Cidade Cruzeiro do Sul.
Estes bairros apresentam densidade entre 150 e 200 hab/ha. Jardim Cacique, Parque Maria
Helena, Vila Amorim, Vila Figueira e Jardim São José também apresentam densidades maiores,
estando este índice entre 100 e 150 hab/ha.
No distrito de Boa Vista, os setores de maior densidade são os correspondentes aos
bairros de Cidade Miguel Badra 1 e 2 e Jardim Revista, que apresentam densidade entre 150 e
200 hab/ha.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
22
No distrito de Palmeiras, todo inserido em APM, os setores de maior densidade são os
correspondentes aos bairros de Recanto Feliz, Jardim Belém, Vila Real Palmeiras, Jardim
Itamaracá, com densidades entre 50 e 100 habitantes/hectares.
(ver MAPAS T1 – densidade demográfica bruta e T2 – densidade demográfica líquida).
3.1.3. Crescimento Demográfico
Adotando o conceito utilizado pela Seade, a Taxa de Crescimento Demográfico
“expressa em termos percentuais o crescimento médio da população em um determinado
período de tempo. Geralmente, considera-se que a população experimenta um crescimento
exponencial também denominado como geométrico”.
Dentro da realidade paulista a taxa média de crescimento demográfico para sua
população entre 2000 e 2005 foi de 1,56%. A região metropolitana, no mesmo período
experimentou uma taxa de 1,39%. Já para o município de Suzano, esta taxa foi de 3,49%, uma
das mais altas para a Região Metropolitana de São Paulo.
Fonte: Emplasa, 2002.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
23
A taxa é declinante na metrópole e também no Brasil. Esta redução do incremento é
percebida em quase todas as escalas territoriais do país, excetuando-se os municípios periféricos
das metrópoles. Os municípios metropolitanos, porém, ainda mantém um certo vigor demográfico,
com exceção da capital.
Observando a tabela das taxas de crescimento demográfico da RMSP apresentados pela
Emplasa, podemos ter um panorama das dinâmicas populacionais metropolitanas na qual Suzano
está inserida. Observando os percentuais por região, verificamos que a Região Leste possui na
década de 1990, um dos maiores números, sendo de 3,72%. Verificando seu histórico, as duas
décadas anteriores confirmam a vocação leste para a expansão demográfica da metrópole,
principalmente a partir da década de 1980.
Evolução da População Residente na RMSP, Sub-Regiões e Municípios. 1970 1980 1991 2000 1970/1980 1980/1991 1991/2000
Centro 5.924.615 8.493.226 9.646.185 10.434.252 3,67 1,16 0,88
São Paulo 5.924.615 8.493.226 9.646.185 10.434.252 3,67 1,16 0,88
Oeste 455.845 903.016 1.322.399 1.728.603 10,27 3,53 3,05
Carapicuíba 54.873 185.816 283.661 344.596 12,97 3,92 2,21
Barueri 37.808 75.336 130.799 208.281 7,14 5,14 5,36
Osasco 283.073 474.543 568.225 652.593 5,30 1,65 1,56
Santana de Parnaíba 5.390 10.081 37.762 74.828 6,46 12,76 7,97
Pirapora do Bom Jesus 3.709 4.804 7.956 12.395 2,62 4,69 5,10
Cotia 25.842 53.175 107.453 148.987 7,48 6,60 3,73
Vargem Grande Paulista 5.082 9.777 15.870 32.683 6,76 4,50 8,44
Itapevi 27.569 53.441 107.976 162.433 6,84 6,60 4,69
Jandira 12.499 36.043 62.697 91.807 11,17 5,16 4,37
Sudoeste 101.954 287.466 465.466 630.566 10,92 4,48 3,46
Taboão da Serra 40.945 97.655 160.084 197.644 9,08 4,60 2,39
Itapecerica da Serra 21.148 53.837 85.550 129.685 9,79 4,30 4,78
São Lourenço da Serra 4.166 6.639 7.596 12.199 4,77 1,23 5,46
Embu 18.148 95.800 155.990 207.663 18,10 4,53 3,26
Embu-Guaçu 10.280 21.043 36.277 56.916 7,43 5,08 5,18
Juquitiba 7.267 12.492 19.969 26.459 5,57 4,36 3,21
Fonte: Emplasa, 2002.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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Evolução da População Residente na RMSP, Sub-Regiões e Municípios (continuação). 1970 1980 1991 2000 1970/1980 1980/1991 1991/2000
Sudeste 988.677 1.652.781 2.048.674 2.354.722 5,27 1,97 1,57
Santo André 418.826 553.072 616.991 649.331 2,82 1,00 0,57
São Bernardo do Campo 201.662 425.602 566.893 703.177 7,76 2,64 2,45
São Caetano do Sul 150.130 163.082 149.519 140.159 0,83 -0,79 -0,72
Mauá 101.700 205.740 294.998 363.392 7,30 3,33 2,37
Diadema 78.914 228.660 305.287 357.064 11,23 2,66 1,77
Ribeirão Pires 29.048 56.532 85.085 104.508 6,89 3,79 2,33
Rio Grande da Serra 8.397 20.093 29.901 37.091 9,12 3,68 2,45
Leste 312.060 519.037 816.592 1.130.965 5,22 4,21 3,72
Mogi das Cruzes 138.751 197.946 273.175 330.241 3,62 2,97 2,15
Suzano 55.460 101.056 158.839 228.690 6,18 4,20 4,17
Poá 32.373 52.783 76.302 95.801 5,01 3,41 2,59
Itaquaquecetuba 29.114 73.064 164.957 272.942 9,64 7,68 5,81
Ferraz de Vasconcelos 25.134 55.055 96.166 142.377 8,16 5,20 4,50
Guararema 12.638 15.103 17.961 21.904 1,80 1,59 2,25
Salesópolis 9.557 10.653 11.359 14.357 1,09 0,59 2,66
Biritiba Mirim 9.033 13.377 17.833 24.653 4,00 2,65 3,70
Nordeste 263.543 579.227 863.463 1.175.642 8,19 3,70 3,52
Guarulhos 236.811 532.726 787.866 1.072.717 8,45 3,62 3,52
Arujá 9.571 17.484 37.622 59.185 6,21 7,21 5,21
Santa Isabel 17.161 29.017 37.975 43.740 5,39 2,48 1,60
Norte 93.036 153.972 282.162 423.953 4,79 5,91 4,67
Cajamar 10.355 21.941 33.736 50.761 7,80 3,99 4,69
Franco da Rocha 36.303 50.801 85.535 108.122 3,42 4,85 2,66
Mairiporã 19.584 27.541 39.937 60.111 3,47 3,44 4,69
Caieiras 15.563 25.152 39.069 71.221 4,92 4,08 6,97
Francisco Morato 11.231 28.537 83.885 133.738 9,77 10,30 5,37
Grande São Paulo 8.139.730 12.588.725 15.444.941 17.878.703 4,46 1,88 1,65
Fonte: Emplasa, 2002.
Os municípios de Itaquaquecetuba (5,81%) e Ferraz de Vasconcelos (4,50%), que fazem
divisas com Suzano a oeste, são os que apresentam as maiores taxas de crescimento, seguido
de Suzano, com 4,17%.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
25
Dentro deste quadro podemos verificar que as regiões a oeste de Suzano são as que
sofrem maiores pressões demográficas, fazendo divisa com os principais municípios da RMSP
em taxa de crescimento demográfico. Dessa forma, observamos um possível vetor de
crescimento no sentido Suzano, que faz das regiões do distrito de Boa Vista na divisa com
Itaquaquecetuba as áreas de maior pressão demográfica.
3.1.4. Faixa Etária da População
A faixa etária da população de um município tem relação com as políticas públicas a
serem implementadas, com a condição de produção e renda da população e sua vulnerabilidade
social.
Quando verificamos a porcentagem de população com menos de 15 anos no município,
estamos verificando uma faixa etária da população com alta vulnerabilidade social, onde políticas
de educação, assistência social e saúde são fundamentais para a qualidade de vida desta faixa
etária. Segundo o Seade, o município possui 28,5% de sua população nesta faixa etária. Se
comparada aos índices estaduais e da região metropolitana, verificamos que esta porcentagem é
bastante significativa, demonstrando a necessidade de uma atenção especial para esta população
jovem, vulnerável e que não tem possibilidade de geração de renda.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
26
O gráfico abaixo demonstra de maneira clara as diferentes faixas etárias predominantes
a partir de cada distrito do município.
Neste gráfico percebemos a territorialização da população pertencente à faixa etária em
questão. A predominância de população com menos de 15 anos está no distrito de Boa Vista,
com 33,98%. Em seguida temos um número significativo desta faixa etária no distrito de
Palmeiras, com 32,32%. O centro possui 28,30% de sua população nesta faixa etária.
A população jovem no município também apresenta índices altos. Do total de população
do município, 37,18% estão na faixa etária de 15 a 34 anos. O distrito de Palmeiras apresenta
uma porcentagem de 40,36% de população nesta faixa etária.
Se considerarmos que a porcentagem de crianças (32,32%), somada à faixa etária de
população jovem (40,36%), teremos uma porcentagem de 72,68% abaixo de 34 anos,
caracterizando uma população predominantemente jovem. Em seguida temos o Centro, com
36,34% de população entre 15 e 34 anos. O distrito de Boa Vista apresenta uma porcentagem de
28,1%.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
27
Fonte: IBGE Elaboração: Fupam, 2006.
Segundo o IBGE, a porcentagem de pessoas residentes no município com mais de 60
anos é de 6,04%. A Seade aponta um índice de 6,29%. Estes índices indicam uma porcentagem
muito inferior aos apresentados pelo Estado e pela RMSP.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
28
O distrito do Centro apresenta o maior índice, com 7,42%. A porcentagem apresentada
pelo distrito de Palmeiras é de 6,94%. O distrito de Boa Vista, com o menor índice, apresenta uma
porcentagem de 4,25%.
3.1.5. Mulheres Responsáveis por Domicílio
De acordo com o IBGE, o principal responsável no domicílio é aquela pessoa que é
responsável na unidade domiciliar ou que assim for considerada pelos demais moradores na
situação da pesquisa.
A verificação da quantidade de mulheres responsáveis por domicílio pretende ser um
indicativo para as políticas públicas para o tratamento diferenciado dos gêneros. Segundo o IBGE,
as mulheres já são responsáveis por 24,9% dos domicílios do Brasil. Na Região Sudeste, esta
proporção é a maior: as mulheres estão à frente de 25,9% dos domicílios. Apesar de todos os
avanços da condição feminina na sociedade e no trabalho, questões como menores salários,
jornadas duplas, dependência da família unicamente de sua renda, falta de política de saúde para
as mulheres e crianças, nos leva a considerar a vulnerabilidade da condição da mulher
responsável por domicílio no contexto social da população do município.
Em Suzano a porcentagem total de mulheres responsáveis por domicílio é de 20,54% do
total de responsável. No distrito do Centro, a porcentagem é maior que nos outros distritos, sendo
de 13,58%. No distrito de Boa Vista a porcentagem é de 5,36 e no distrito de Palmeiras é de 1,60.
Talvez esta diferença de índice se relacione com a predominância das faixas etárias nos distritos,
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
29
observando que as mulheres responsáveis por domicílio são em geral de idade mais avançada.
Nos bairros de população mais jovem, como no distrito de Palmeiras, a ocorrência de mulheres
responsáveis por domicílio é menor.
(ver MAPA T3 – Mulheres Responsáveis por Domicílio)
3.1.6. Anos de Estudo e Analfabetismo
Segundo os dados do IBGE, os não alfabetizados somavam 1,09% (12.398 pessoas) da
população municipal acima de 15 anos de idade em 2000 (IBGE). O Seade apresenta uma taxa
diferenciada, sendo mais elevada do que as extraídas das tabulações feitas pela Fupam.
Comparativamente aos índices da RMSP e do país a taxa apresentada pelo Seade está
consideravelmente acima dos demais.
Segundo o IBGE, do total de responsáveis por domicílio residentes no município, 46,31%
possuem menos de 4 anos de estudo. Dentre os distritos, Palmeiras possui a maior porcentagem
de responsáveis nesta faixa de anos de estudo, apresentando 61,89%. Em seguida o distrito de
Boa Vista possui 51,90% e o Centro, com uma porcentagem de 41,66%.
Prefeitura Municipal de Suzano - Secretaria Municipal de Política Urbana Revisão do Plano Diretor de Suzano 2006 - 2016
Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
30
Responsáveis por domicilio com até 4 anos de estudo por distrito Centro 41,66%
Boa Vista 51,90%
Palmeiras 61,89%
Fonte: IBGE, 2000.
Como exemplifica o gráfico abaixo, os distritos possuem uma composição diferenciada
dos anos de estudo da população. O distrito do Centro possui uma média de estudos um pouco
acima dos demais distritos. Porém a proporção de responsáveis com menos de 4 anos de estudo,
assim como de responsáveis com menos de 1 ano de estudo são significativos.
(ver MAPA T4 – Taxa de Escolaridade de 0 a 4 anos de Estudo)
Fonte: IBGE
Elaboração: Fupam, 2006.
3.1.7. Faixa de Renda
Segundo os dados do Seade, de 2000, a renda média por pessoa residente no município
é de 1,92 salários mínimos. Esta média está inferior aos valores apresentados na RMSP e no
estado.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
31
Se considerarmos os domicílios do município que tem rendimentos de até ½ salário
mínimo, teremos um percentual de 17,76% da população. Este índice está muito acima dos
indicados para a RMSP e para o Estado.
Considerando os responsáveis por domicílio que não tem rendimentos, o município
apresenta um percentual médio de 9,59%. Este número é significativo dentro da realidade
populacional de Suzano. Dentre os distritos o que apresenta maior porcentagem de responsáveis
sem rendimento é o de Boa Vista. O distrito de Palmeiras apresenta um índice bastante alto
também, ficando pouco atrás do distrito de Boa Vista. O Centro é o que possui a menos
porcentagem de responsáveis sem rendimento.
Dentre os responsáveis por domicílio residentes no município que ganham até 3 salários
mínimos, o IBGE apresenta um índice de 55,42%. O maior índice está no distrito de Palmeiras,
Prefeitura Municipal de Suzano - Secretaria Municipal de Política Urbana Revisão do Plano Diretor de Suzano 2006 - 2016
Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
32
com 68,04%, seguido de Boa Vista, com 64,09%. No distrito do Centro esta faixa de renda é
apresentada com 47,14% dos responsáveis. A realidade apresentada, mais da metade dos
responsáveis por domicílio no município na faixa de renda de até 3 salários mínimos, tem um
rebatimento na dificuldade de enquadramento dos residentes no perfil exigido para
financiamentos habitacionais dos programas existentes no país, que é de faixa de renda acima de
3 salários mínimos. Esta realidade agrava a problemática habitacional existente no município e
aponta para uma abordagem dos programas habitacionais baseados no financiamento público e
subsidiados, considerando que a moradia é um direito garantido ao cidadão pela constituição
vigente no país.
Fonte: IBGE
Elaboração: Fupam, 2006.
O gráfico é representativo para a caracterização econômica da população dos diferentes
distritos. A realidade de todos os distritos se apresenta de forma similar, com a maioria da
população com faixas de rendimento entre 1 e 5 salários mínimos. O distrito do Centro se
diferencia por apresentar uma porcentagem um pouco maior de população com rendimentos
acima de 10 salários mínimos.
Uma outra leitura pertinente para a caracterização desta realidade é o Índice de Exclusão
Social. Utilizando a técnica do geoprocessamento, o Mapa da Exclusão Social (Mapa T6 – Índice
de Exclusão Social), sob coordenação de Aldaíza Sposati, foi realizado pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe) e a organização não-governamental Instituto Pólis, com o apoio do Programa de
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
33
Pesquisa em Políticas Públicas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(Fapesp). Dentro deste mapeamento as partes com maior índice de exclusão são as regiões do
distrito de Palmeiras e Boa Vista, apresentando o Centro como uma realidade um pouco menos
excludente.
(ver MAPAS T5 – Renda de até 3 sm e T6 – Índice de Exclusão Social)
3.2. Desenvolvimento Sócio-Econômico
3.2.1 Caracterização da economia
Com base nos dados do SEADE sobre o PIB e o Valor Adicionado em 2002 podemos ter
uma dimensão da configuração dos setores produtivos em relação à geração de riqueza para o
município. Vemos que a indústria tem de fato papel de destaque contribuindo com mais da
metade do valor adicionado total, 67,5% . Também vemos que, pelo menos do ponto de vista
econômico, a agricultura e pecuária são praticamente insignificantes, representando menos de
1,1% desse Valor:
PIB municipal e Participação dos Setores da Economia no Valor adicionado em 2002
Indicador Em milhões de
reais Porcentagem
Valor adicionado na Agropecuária 32,1 1,1%
Valor adicionado na Indústria 1.985,7 67,5%
Valor adicionado nos Serviços 924,3 31,4%
Valor adicionado total 2.942,1 100%
PIB municipal 3.441,9
Fonte:Seade. Dados: IBGE, 2002. Esse destaque alcançado pela indústria segue parcialmente a dinâmica de industrialização
nacional que foi crescente até 1980 e com declínio posterior. Em Suzano esse declínio não foi
sentido, uma vez que mesmo com a saída de algumas indústrias, outras continuaram se
instalando no município. Segundo o Cadastro Central de Empresas do IBGE, Suzano tinha em
2004 cerca de 553 unidades industriais de diferentes segmentos, sendo 342 microempresas (com
até 4 funcionários), 165 pequenas (de 5 a 49 funcionários), 19 médias (de 50 a 99), 16 grandes
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(de 100 a 499) e 11 muito grandes (com mais de 500 funcionários). Contudo, considerando o
pessoal ocupado, essas duas últimas categorias respondiam por 74,5% dos empregos industriais,
apesar de serem em menor número.
Entre as grandes temos: Petroquímica Indústria e Comércio Ltda, Cia. Suzano de Papel e
Celulose, Komatsu do Brasil , Flith Laminados e Plásticos S/A, Maran-sat com. de máquinas,
Clariant S.A., NSK do Brasil LTDA, MDR Construtora e Pav, Mitutoyo Sul Americana Ltda.
(Ver MAPA T7 Atividades Econômicas)
3.2.2 Emprego
Analisando os dados do IBGE referentes à população empregada do município
encontramos um déficit de 23.343 postos de trabalho, o que representa aproximadamente 22% da
população economicamente ativa. É destacado também o papel da economia informal na relação
de emprego e renda, uma vez que um número considerável de população economicamente ativa
está inserido no mercado informal.
Dados de Emprego
Indicadores Masculino Feminino Total
População Residente 113.251 115.439 228.690
Pop. Economicamente Ativa 64.015 40.907 104.922
PEA Desocupada 11.471 11.872 23.343
PEA Ocupada 52.544 29.035 81.579
De 16 a 24 anos 11.683 6.919 18.602
Rendimento Médio (em R$) 784,32 462,23 669,68
Trabalhadores Formais (1) 26.445 12.962 39.407
Trabalhadores Informais (2) 23.432 9.763 33.195
Fonte: CENSO/2000 - IBGE. Elaboração MTE
Nota:
(1) Compreende os empregados com carteira, militares e estatutários
(2) Compreende os empregados sem carteira e os conta-própria
Em relação ao número de empregos formais a indústria tem indicadores significativos, com
números de admissões e demissões próximo ao setor do comércio. No entanto, o setor com
maiores indicadores de admissões nos últimos doze meses é o setor de serviços. Salientamos
que no cálculo de emprego não estão contabilizados os postos de trabalho informal, dificultando a
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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análise real da situação.
Evolução do Emprego por Setor de Atividade Econômica - Suzano
Fonte: Caged - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, período
de julho de 2005 a junho de 2006 – Ministério do Trabalho e Emprego.
O setor da agricultura possuía, em 2002, 429 produtores rurais cadastrados,
segundo dados da Diretoria Municipal da Agricultura. Esse número pode indicar pelo menos dois
temas distintos: o significativo número de famílias beneficiadas pela economia agrícola e a
extensão e impacto dessas áreas produtivas no território.
O escoamento da produção tanto industrial quanto agrícola pode ser feito através de
rodovias ou ferrovia, estando o município facilmente articulado com os alguns dos principais eixos
metropolitanos.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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Relação de atividades Tipo de Atividade No de
unidades locais
Pessoal ocupado
total
Pessoal ocupado total (%)
Pessoal ocupado
assalariado
Pessoal ocupado
assalariado (%)
Salários (mil reais)
Total 6.627 43.361 100 35.256 100 599.605
Agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal
13 102 0,24 83 0,24 631
Pesca 3 5 0,01 0 0 -
Indústrias extrativas 15 97 0,22 74 0,21 900
Indústrias de transformação 553 16.996 39,2 16.243 46,07 393.693
Produção e distribuição de eletricidade, gás e água
5 411 0,95 411 1,17 12.718
Construção 188 1407 3,24 1.095 3,11 8.568
Comércio; reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos
3.615 10.650 24,56 6.334 17,97 42.755
Alojamento e alimentação 607 1623 3,74 929 2,64 5.403
Transporte, armazenagem e comunicações
225 2187 5,04 1.763 5 31.288
Intermediação financeira, seguros, previdência complementar e serviços relacionados
89 519 1,2 410 1,16 10.336
Atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados às empresas
514 33.51 7,73 2.567 7,28 11.310
Administração pública, defesa e seguridade social
3 2.771 6,39 2.771 7,86 60.085
Educação 117 783 1,81 608 1,72 6.333
Saúde e serviços sociais 127 1.006 2,32 825 2,34 7.521
Outros serviços coletivos, sociais e pessoais
553 1.453 3,35 1.143 3,24 8.063
Serviços domésticos - - - - - -
Organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais
- - - - - -
Fonte: IBGE - Cadastro Central de Empresas, 2004.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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3.2.3. Atividade Agrícola
Historicamente o município de Suzano vem sendo reconhecido pela sua característica de
intensa produção agrícola. Nas décadas de 80 e 90 a cidade ficou conhecida como Cidade das
Flores, pois tanto produzia quanto exportava flores. Ainda hoje, o município faz parte do chamado
cinturão verde da Grande São Paulo.
Fonte: Emplasa, 2002.
Em 2002, o valor adicionado da agropecuária correspondia a apenas 0,93 % do PIB
municipal, o que demonstra que a agricultura em Suzano não é um setor produtivo expressivo do
ponto de vista dos números da economia. Todavia envolve questões ambientais e de emprego e
renda que merecem atenção. Como citamos anteriormente, existem 429 produtores rurais no
município. Em 2000, segundo o IBGE, eram pouco mais de 3% da população vivendo na área
rural, o que significa 7.267 pessoas.
A produção do município, com 60% das propriedades rurais de pequeno porte, está
concentrada no setor hortifrutigranjeiro, sendo a maior parte voltada à olericultura (produção de
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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legumes). Segundo dados da Fundação SEADE de dezembro de 2005, no setor de olericultura,
Suzano é o terceiro produtor da região do Alto Tietê.
As principais atividades agrícolas encontram-se nas seguintes categorias: olericultura,
fruticultura, floricultura, fundicultura, avecultura, agro-indústria, piscicultura, hidroponia, silvicultura.
Produção Agrícola de Suzano
oleículascereaisgramíneasfrutasfloreservas medicinaissilviculturaraízes e tubéculoscogumelos
Fonte: Prefeitura de Suzano - Secretaria de Desenvolvimento Econômico,
Trabalho, Negócios e Turismo.Diretoria de Agricultura e Abastecimento.
Segundo a Diretoria de Agricultura e Abastecimento do município, a problemática mais
visível em Suzano do ponto de vista da produção agrícola é a perda de áreas agrícolas, uma vez
que as demandas habitacionais e de turismo solicitam frequentemente o reparcelamento dessas
áreas.
Em matéria divulgada em julho de 2005 pelo jornal Estado de São Paulo, Suzano está
entre os municípios do Cinturão Verde de São Paulo que mais perderam área agrícola entre 1970
e 1996. Em 1970 haviam no município 11.100 hectares de área cultivada e em 1995/1996, eram
apenas 1.500 hectares.
Em 2005 eram cerca de 3.700 hectares e 450 produtores. Hoje, só em Casa Branca,
região com maior número de propriedades, são cerca de 170 produtores rurais, a maior parte
produzindo hortaliças. O adensamento populacional da região, com grande número de pedidos de
desdobro dos lotes residenciais ou de chácaras compromete o parcelamento original da região e
a sua produção agrícola.
Outra questão que compromete a produção agrícola é o aumento considerável do uso de
terrenos para chácaras de lazer ou chácaras de recreio. Por vezes as áreas destinadas à
atividade agrícola são substituídas por novo uso relacionado ao turismo ou lazer.
O escoamento da produção agrícola é feito através de terceiros que compram os
produtos no local e revendem em Santos, na CEAGESP (Companhia de Entrepostos e Armazéns
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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Gerais de São Paulo) e em outras regiões para feirantes e quitandeiros. Apenas 15% da produção
permanece na cidade, através de feirantes que compram diretamente dos produtores. O
escoamento da produção agrícola é dificultado pelo estado de conservação das estradas rurais.
No setor pecuário existem apenas alguns produtores, de porcos, aves e javalis. A
principal questão é que estando em área de mananciais essas propriedades tem restrições para
manter abatedouros de animais, que acabam sendo implantados de forma clandestina.
3.2.4. Turismo
A política de incentivo ao turismo do município de Suzano está ligado ao seu ambiente
natural (ecoturismo), à ruralidade (agroturismo) e ao forte traço da cultura japonesa presente em
sua formação. Diferente de outras regiões estas políticas são de caráter de oferta, ou seja, ao
poder público cabe incentivar a consolidação da oferta de atividades relacionadas ao turismo junto
aos empreendedores da região. Hoje, a principal característica do turismo no município é as
chácaras de recreio.
Os potenciais atrativos que podem fomentar o aumento da visitação esbarram na
insuficiência dos acessos (condições das estradas e sinalização), na segurança e na oferta de
infra-estrutura (saneamento). As condições das estradas, sem pavimentação e/ou esburacadas, e
a falta de sinalização dificultam a chegada dos visitantes. Em relação ao saneamento básico
alguns empreendimentos têm atraído um número crescente de visitantes, muitas vezes
sobrecarregando a infra-estrutura existente, poluindo e devastando os recursos naturais
existentes. Esse número de visitantes é considerável em especial nos finais de semana. No
entanto, a municipalidade ainda não realizou pesquisas que indiquem o volume da movimentação
de visitantes e o impacto real que causam no ambiente.
No município, na Bacia do Rio Guaió, existe uma propriedade particular com sua mata
original totalmente preservada, a chamada Reserva Ecológica de Miraporanga. Situa-se no
Distrito de Palmeiras, próximo à rodovia Índio Tibiriçá, tem 1,5 milhão de metros quadrados e é
gerenciada por uma ONG, o Instituto Miraporanga. A propriedade é considerada como uma das
potencialidades turísticas do município. A área ainda não possui nenhum instrumento legal de
preservação ambiental, sendo uma iniciativa individual do proprietário.
Outra modalidade do setor, o agroturismo, um dos ramos importantes do turismo local
segundo a Diretoria de Turismo, conta com cerca de vinte empreendimentos, a maioria situados
na Região de Palmeiras. Esses empreendimentos, entre pousadas rurais e haras, compõem o
grupo do Roteiro Turístico Rural de Suzano elaborado pelo município.
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Ações da Diretoria de Turismo
Planos/projetos Objetivos gerais
Plano de Desenvolvimento
do Turismo Receptivo
curso de turismo rural
Circuito Turístico Caminho
das águas e nascentes: da
Associação de municípios
do Alto Tietê.
Fomentar o turismo na região das 11 cidades consorciadas do Alto Tietê/ valorizar e
preservar o ambiente natural composto por fauna e flora remanescente da mata
atlântica / valorizar os traços culturais da região / divulgar as propriedades e
empreendimentos da região
Fonte: Prefeitura de Suzano - Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Negócios e Turismo Diretoria de Turismo.
(Ver MAPA T8 Pontos de Interesse para o Turismo e Recreação)
3.2.5 Associação de Municípios do Alto Tietê – AMAT
Para intensificar e fomentar o desenvolvimento econômico e social de Suzano, a
administração municipal associou-se a outras 10 municipalidades, formando a AMAT, Associação
de Municípios do Alto Tietê.
Municípios associados a AMAT
PIB 2003(em milhões de reais)
PIB per Capita 2003(em reais)
Arujá 666,51 9.828,49
Biritiba Mirim 177,63 6.487,23
Ferraz de Vasconcellos 625,48 3.888,00
Guararema 527,31 22.456,00
Guarulhos 16.010,38 13.491,00
Itaquaquecetuba 1.347,86 4.263,00
Mogi das Cruzes 2.344,83 6.641,00
Poá 652,43 6.297,00
Salesópolis 157,40 10.118,00
Santa Isabel 273,43 5.938,00
Suzano 3.287,21 12.809,00
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Municípios associados a AMAT
PIB 2003(em milhões de reais)
PIB per Capita 2003(em reais)
Total da Região 26.070,47 10.194,11
Percentual do Estado 5,27%
Fonte : Perfil Econômico Alto Tietê Cabeceira – Fórum de Desenvolvimento Econômico. Itaquaquecetuba, julho 2006.
Em junho de 2006, durante o Fórum de Desenvolvimento em Itaquaquecetuba, a AMAT
indicou três vertentes de intervenção visando alavancar o desenvolvimento dessa região: ensino e
pesquisa; circulação e transporte regional; mudanças legislativas e institucionais. No primeiro
tema o objetivo é qualificar anéis viários periféricos que interliguem os vários municípios e
priorizar o transporte ferroviário. No segundo são objetivos a ampliação e descentralização das
ofertas de ensino profissional e superior públicos na região. Já em relação às mudanças
legislativas houve propostas para mudanças tanto em leis federais quanto estaduais.
3.3 Desenvolvimento Humano e Qualidade de Vida
3.3.1 Educação
A população de Suzano é atendida por um sistema educacional composto por escolas
municipais e estaduais. As escolas municipais estão divididas em sete categorias:
1. Creche Municipal (CM)
2. Creche Municipal Conveniada (CMC)
3. Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF)
4. Escola Municipal de Ensino Fundamental e Educação Especial (EMEFES)
5. Escola Municipal de Ensino Infantil (EMEI)
6. Escola Municipal de Educação Infantil e de Ensino Fundamental (EMEIEF)
7. Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NUDI)
As escolas estaduais estão divididas em três categorias:
1. Escola Estadual de Ensino Fundamental
2. Escola Estadual de Ensino Fundamental e Ensino Médio
3. Escola Estadual de Ensino Médio
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
42
Equipamentos Educacionais Públicos – Município de Suzano
Total
Creches Municipais (exclusivamente) (CM) 1
Creches Conveniadas (CMC) 12
Núcleos de Desenvolvimento Infantil (NUDI) 7
Escolas Municipais de Ensino Infantil (EMEI) 24
Escolas Municipais de Educação Infantil e Ensino Fundamental (EMEIEF) 10
Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEF) 22
Escolas Municipais de Ensino Fundamental e Educação Especial (EMEFES) 2
Total de Equipamentos Municipais 78
Escolas Estaduais de Ensino Fundamental (1ª a 4ª Séries) (EEPG) 20
Escolas Estaduais de Ensino Fundamental (5ª a 6ª Séries) e/ou Ensino Médio (EEPSG) 22
Total de Equipamentos Estaduais 42
Total de Equipamentos Escolares 119
Fonte: Prefeitura Municipal de Suzano – Secretaria de Educação
Alunos Matriculados nos Equipamentos Educacionais Públicos - Município de Suzano Tipo de Matrícula Total
Alunos Matriculados em Creches 992
Alunos Matriculados na Pré-escola 9404
Alunos Matriculados no Ensino Fundamental Municipal (1ª a 4ª Série) 10816
Total de Alunos Matriculados nos Equipamentos Municipais 21212
Alunos Matriculados no Ensino Fundamental Estadual (1ª a 4ª Série) 12241
Alunos Matriculados no Ensino Fundamental Estadual (5ª a 8ª Série) e no Ensino Médio 33653
Total de Alunos Matriculados nos Equipamentos Estaduais 45894
Total de Alunos Matriculados no Município 67106
Fonte: Prefeitura Municipal de Suzano – Secretaria de Educação
A partir de relatório produzido pelo Centro de Estudos Metropolitanos – CEM, para a
Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal de Suzano é possível traçar um resumo de
diagnóstico da situação educacional, salientando as questões territoriais, dentro do município de
Suzano.
É importante ressaltar que, para maior especificidade e aprofundamento da questão, deve-
se lançar mão do conteúdo integral do material produzido pelo CEM e disponível na Secretaria.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
43
a) Creches Apesar da maior necessidade de vagas, as crianças de famílias de renda mais baixa
utilizam menos as creches. O uso das creches poderia ampliar as possibilidades de rendimentos
dessas famílias. Segundo o Plano Nacional de Educação – PNE / 2001 a porcentagem definida
para a cobertura de atendimento em 2006 é de 30% do total de crianças na faixa etária de 0 a 3
anos. Um bom critério para a alocação de recursos na rede de creches seria o investimento nas
áreas mais vulneráveis socialmente e com grande proporção de crianças de 0 a 4 anos. Essas
regiões, de acordo com a pirâmide etária elaborada a partir dos dados do IBGE são os distritos
de Boa Vista e Palmeiras.
De acordo com estudos do CEM é notável que a localização das creches se concentram
na região central e bairros adjacentes. Das 22 creches municipais, 12 estão localizadas na porção
central, distribuídas ao longo de praticamente todos os bairros centrais, oferecendo cerca de 63%
do total de vagas. Dos equipamentos restantes, quatro unidades estão localizadas na porção
norte, sendo duas em Miguel Badra e duas no Jardim Varan. Na porção sul, estão localizadas as
seis creches restantes.
Nota-se que a distribuição dos equipamentos coincidem com os núcleos urbanos mais
consolidados, causando algumas contradições como, por exemplo, no que se refere a região
central, cuja proporção de crianças por bairros é a menor do município, mas, ao mesmo tempo,
possui a maior concentração de equipamentos por creche. É possível, contudo, afirmar que a
oferta de vagas em creches na área central tende a atender crianças moradoras de outras áreas,
uma vez que os pais podem preferir uma escola próxima ao trabalho.
A partir do relatório do CEM observa-se que nos últimos ano houve expansão da oferta
de vagas de creche no município, porém a taxa de atendimento é de apenas 5,69% da população
de 0 a 3 anos.
Outro ponto em destaque é que, ainda que a região com maior proporção de responsável
por domicílio do sexo feminino seja a central é no Distrito de Boa Vista que estão as famílias
chefiadas por mulheres com perfil social mais vulnerável.
Em relação à demanda em regiões tipicamente rurais salienta-se a necessidade de se
comparar os custos da construção de equipamentos com os custos referentes à oferta do serviço
de transporte escolar, para encontrar a solução mais adequada às características da região.
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Fonte: Secretaria de Educação – PMS
Relatório produzido pelo Centro de Estudos Metropolitanos - CEM
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45
b) Educação Infantil A educação infantil corresponde aos alunos de 4, 5 e 6 anos, ou seja, o chamado G4, G5
e SIM (Sistema Inicial Municipal), respectivamente. A concentração de crianças nas idades de 4 e
5 anos em relação à população total se dá principalmente nas regiões da Cidade Miguel Badra,
Residencial Nova América e Jardim das Lavras. Enquanto o centro e seu entorno (Parque Maria
Helena, Jardim Miriam, Vila Amorim, Vila Colorado, Vila Figueira, Jardim Realce e Parque
Residencial Casa Branca) essa proporção é mais reduzida.
O PNE estabelece metas de atendimento para a faixa etária de 4 a 6 anos de idade que
seria o de atender 60% das crianças e a médio prazo atender 80%. Com a antecipação da
entrada das crianças com 6 anos no ensino fundamental (SIM), as metas valem só para as
crianças de 4 e 5 anos. Em 2005 a proporção de crianças no G4 era de apenas 36,45%, de
75,85% no G5 e de 87,23% no SIM. Sem o aumento de vagas, a obrigatoriedade do SIM pode
fazer cair a disponibilidade de vagas para o G4 e o G5, essa mesma obrigatoriedade pode fazer a
procura por vagas no G4 e no G5 aumentar.
A freqüência à educação infantil está muito ligada à proximidade e facilidade de acesso
entre a casa do aluno e a escola. A ausência de escolas em algumas áreas da cidade
(principalmente na região sul) dificulta o acesso de crianças que moram mais longe.
Segundo relatório do CEM existem bairros do município em que a oferta de vagas não é
suficiente para atender as crianças residentes na localidade e, muitas vezes, nem mesmo a oferta
de equipamentos é adequada. Também salienta-se a desigualdade de acesso à pré-escola em
termos de renda, especialmente nos anos iniciais, pois a proporção de crianças de 4, 5 e 6 anos
de idade em domicílios pobres que freqüentam a pré-escola é muito menor em comparação às
crianças de famílias de maior renda.
Dentre os loteamentos com maior déficit os estudos realizados pelo CEM destacam a
Cidade Miguel Badra e o Jardim Varan, também os loteamentos Dona Benta, Palmeiras, Ipelândia
e Jardim Brasil.
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Fonte: Secretaria de Educação – PMS
Relatório produzido pelo Centro de Estudos Metropolitanos - CEM
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Fonte: Secretaria de Educação – PMS
Relatório produzido pelo Centro de Estudos Metropolitanos - CEM
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c) Ensino Fundamental A responsabilidade pelo ensino fundamental (até a 4ª série), tem sido repassada aos
municípios pelo estado desde a criação do FUNDEF1 em 1998. Em pouco tempo o ensino
fundamental (até a 4ª série) será de inteira responsabilidade do município.
As taxas de atendimento às crianças de 7 a 10 anos são superiores à população com
idade a ser atendida (taxa de atendimento de 120,9%), o que leva a supor que o número de
crianças com “distorção idade-série” é elevado, fazendo com que o número de vagas necessárias
ao atendimento das crianças seja maior que o número total de crianças nessa faixa etária.
Os locais onde o adensamento populacional é recente há uma maior concentração de
crianças. Por outro lado, na região central, onde o adensamento é mais antigo, a concentração de
crianças é menor e a proporção de adultos e idosos é maior. Há atualmente uma sobra de vagas
na região central, mas essas vagas são preenchidas por crianças de outras regiões, tanto de
bairros mais afastados quanto de bairros vizinhos ao centro, onde faltam algumas vagas.
A porção norte do município, especialmente o loteamento Cidade Miguel Badra, que
sozinho concentra 13% do total de crianças entre 6 e 10 anos e a região de Boa Vista, juntamente
com o eixo ao longo da rodovia Índio-Tibiriça, ao sul do município, apresentam a maior
concentração de crianças, muito acima da média do restante do território municipal.
Em termos de indicadores educacionais, segundo Estudos sobre a Situação Educacional
e Social no Município de Suzano, produzido pelo Centro de Estudos da Metrópole – CEM, nota-se
que a rede municipal apresentou uma expansão notável de atendimento no município nos últimos
anos e ainda que há um número significativo de crianças (e jovens) acima da faixa etária
esperada freqüentando os primeiros anos do Ensino Fundamental regular, situação conhecida
como “distorção idade-série” que deve também ser levado em conta no planejamento das
políticas educacionais e, especialmente, na projeção por demanda por vagas.
A partir dos mapas elaborados pelo CEM, que apresentam a relação entre a oferta de
vagas nas escolas municipais e estaduais de 1ª a 4ª série e o total de crianças de 7 a 10 anos e,
ainda, o mapa de oferta e número de crianças de 06 anos é possível determinar territorialmente o
déficit e o superávit na demanda municipal do ensino fundamental.
1 Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF)
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Fonte: Secretaria de Educação – PMS
Relatório produzido pelo Centro de Estudos Metropolitanos - CEM
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50
d) Ensino Profissionalizante O município de Suzano possui o Centro de Aprendizagem Profissionalizante “Jorge
Romanos” (CEAP), que tem o objetivo de ensinar um ofício para a população, como culinária,
decoração e artesanato. Além da unidade no centro há também unidades do CEAP em Palmeiras,
Monte Cristo e Jardim Mirian.
Vale salientar que a questão do ensino técnico profissionalizante é de fundamental
importância para o desenvolvimento econômico sustentável do município, a partir da qualificação
profissional da população, de acordo com a demanda de vagas no setor da indústria, comércio e
serviços, é um importante instrumento na diminuição dos índices de desemprego municipais.
O município não possui nenhuma instituição de ensino superior. O principal
direcionamento das pessoas que cursam este nível de ensino se direciona às universidades dos
municipais vizinhos, em especial as de Mogi das Cruzes. Porém, existe em tramitação a
concessão de uma área pública de 165,7 mil metros quadrados, localizada na avenida Roberto
Simonsen (ao lado do Parque Municipal Max Feffer), no Jardim Monte Cristo, para a instalação de
uma universidade. Com contrapartida a empresa deverá recuperar uma lagoa de rejeito de
mineração no loca e transformar a área em parque aberto ao público.
3.3.2. Saúde
A distribuição dos equipamentos de saúde no território é muito desigual. A região central
concentra os principais equipamentos de grande porte, sendo que os quatro hospitais existentes
na cidade se localizam nessa região. As Unidades Básicas de Saúde (UBS) estão melhores
distribuídas na cidade. A região sul é a única com deficiência de unidades, sendo que todo o
atendimento é realizado pela UBS do Jardim Ikeda e a UBS e Pronto Atendimento de Palmeiras.
Porém o atendimento é ainda mais precário se levar em conta as grandes distâncias entre as
localidades e a dificuldade de deslocamento da população desta região.
Os serviços públicos de saúde existentes no município são:
• Farmácia Popular (centro)
• Centro de Especialidades Odontológicas –CEO (centro)
• Ambulatório de Saúde Mental (centro)
• Laboratório Municipal (Casa Branca)
• Pronto Socorro Municipal -24h (Vila Figueira)
• Pronto Atendimento Palmeiras -24h (Palmeiras)
• Centro de Atenção Psicossocial-CAPS (Jardim São Luiz)
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51
As Unidades Básicas Saúde da Família (UBSFs) oferecem os serviços tradicionais das
unidades básicas de saúde (UBSs), como consultas e exames, realização de procedimentos de
enfermagem, distribuição de medicamentos e encaminhamentos para consultas de
especialidades, e garantem a promoção da saúde e a prevenção das doenças.
No município de Suzano foram detectados pela Vigilância Sanitária alguns problemas de
vetores. Há ocorrências principalmente em áreas públicas. Na área central ocorrem muitos casos
de pombos e abelhas, principalmente nas escolas.
No distrito de Palmeiras as ocorrências são devidas aos animais que ficam soltos como
cavalos, porcos e cachorros, causando acidentes e muitos transtornos, e entre outras
reclamações há também a ocorrência de cobras e ratos.
Em áreas onde existem rios e córregos, muitos deles poluídos por esgoto e entulho, são
comuns a identificação de ratos, pernilongos, e morcegos e ratos do banhado.
Vetores de Contaminação em Suzano Vetores Local onde houve
ocorrência
Causa do
aparecimento
Controle em áreas publicas Caso de
Doença
Escorpião Armando Salles
Jardim natal
Jardim Merec
Entulho em
córregos
Linha Férrea
Detetização _
Carrapatos
Estrela
Jardim Nova América _ Capinação
Controle químico
_
Caramujo
Africano
Jardim Revista
Jardim Vitória
_ Capinação
Controle químico
_
Cobra Jardim Ikeda
Palmeiras
Residência em
áreas com muita
vegetação
Remoção quando estiver
perto de residências
_
Ratos Alguns pontos do município Lixo
Entulho
Veneno Raticida;
Pó de bloca parafinado
Leptospirose
Pernilongo Várzea do Tietê
Ribeirão do Una
Áreas perto de rios
e córregos
Detetização _
Abelha Algumas escolas Detetização _
Pombo Alguns pontos do município
e
Escolas
Lugar
público
Coloca proteção nos telhados
e muros
_
Ratão do
Banhado
Jardim Colorado Área perto de rios e
córregos
_ _
Cachorro Em todo o município abandono Remoção _
Fonte: Prefeitura de Suzano - Secretaria de Saúde
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3.3.3. Cultura
As manifestações culturais de Suzano estão ligadas principalmente à promoção e
organização de eventos da prefeitura. Atualmente a Secretaria de Cultura possui uma
programação variada, com peças de teatro, sessões de cinema, exposições e música. A
prefeitura possui diversos espaços, todos no Centro, com exceção apenas do Centro Cultural
Palmeiras, que fica na Vila Júlia, Distrito de Palmeiras. Parte dessa ausência de espaços é
suprida por Oficinas Culturais que são realizadas em outros espaços.
Dentre os principais espaços culturais municipais podemos citar o Auditório Municipal
“Dr. Armando de Ré”, a Biblioteca Municipal “Prof. Maria Eliza de Azevedo Cintra”, o Casarão das
Artes, o Centro de Educação e Cultura “Francisco Carlos Moriconi”, o Centro Cultural Palmeiras e
o Galpão das Artes. O centro Francisco Moriconi possui uma atuação de destaque na município,
tendo em sua programação vários eventos culturais demanais, entre cinema, teatro, dança e
oficinas. Com exceção do Centro Cultural Palmeiras, os demais espaços são localizados na
porção mais central da cidade.
Além dos espaços públicos podemos destacar os espaços comunitários, formado em geral
por associação de bairros ou organizações não-governamentais. Dentre eles podemos citar a
Associação de Moradores do Jardim Maitê, o Centro de Convivência Florescer, Centro de
Convivência Recanto Feliz, Cidadania e Qualidade de Vida – Sesi Colorado, Comunidade São
José Operário, Fundação Orsa, Grêmio Cultural Unidos, Instituto Santa Suzana, Socobava. Além
dos espaços citados, a Associação Cultural Suzanense, associação não vinculada à prefeitura, é
um outro ponto de programação cultural variada no município.
As manifestações tradicionais são associadas principalmente às festas populares e
religiosas. A festa do Baruel, realidade em setembro, é uma das mais antigas da região. A Festa
de São José Operário, comemorada em maio, é promovido pela Comunidade São José Operário
– Paróquia Bom Pastor. Em janeiro acontece a Festa do Padroeiro, São Sebastião, que
acontecem na Igreja de mesmo nome, na praça central da cidade (ver MAPA T9 – Equipamentos
Públicos).
3.3.4. Patrimônio Histórico
A história do município está intimamente ligada à história da estrada de ferro. Os
principais elementos de valor histórico para a cidade mantêm esta relação com a linha férrea.
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Tendo como fonte de dados a Secretaria de Cultura do município, elencamos abaixo alguns
elementos de interesse histórico.
Povoado Original e Igreja do Baruel A Capela da Piedade foi erguida no ano de 1660 pelo Franciscano Salvador Baruel.
Documento datado de 1750 toma o Padre Antonio Souza Oliveira como “fundador” do povoado e
indica a construção da capela no início do séc. XVIII. A edificação original foi demolida ou ruiu no
século posterior, sendo reconstruída em meados de 1916 pelo imigrante italiano Roberto Bianchi.
A configuração urbana ainda apresenta as características originais do povoado, com sua praça
central preservada e contornada por construções residenciais.
Vista aérea atual do Bairro de Baruel
Academia de Judô Terazaki A academia começou a ser construída em 1937, sendo uma réplica da academia de
Judô Kodokan, no Japão. Segundo dados fornecidos pela Secretaria de Cultura, em 1932, o
mestre de judõ Tokuzo Terazaki, e seu companheiro de judô, Katsutoshi Nato, chegaram em
Suzano. Os dois iniciaram em 1937, na Vila Urupês, a Implementação do Centro de Instrução de
Judô Terazaki . Para chegar a atual configuração, o Judô Terazaki passou por duas etapas: a
inauguração, em 1937, celebrada com a realização do 1º. Campeonato Central; e a ampliação,
em 1952, resultando no 1º. Campeonato da América Latina.
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Vista frontal atual da academia
Igreja Budista Nambey Diagozon Jyomiojy – Estrada dos Fernandes – 1925 Km 04 Localizado no bairro de Casa Branca, na Estrada dos Fernandes – KM 04, teve sua
construção iniciada em 1966 e seu término em 1980. A inauguração foi celebrada pelo Bispo
Eizam Kishida – Seija Shingoshu Shunguendo de Kioto - Japão. Seu valor histórico está na
manifestação das culturas nipônicas dos migrantes que aqui se fixaram.
Vista frontal atual da academia
Tinturaria e Estamparia Industrial de Tecidos Suzano A Tinturaria e Estamparia Industrial de Tecidos Suzano é considerada uma das
empresas mais antigas da cidade de Suzano, sendo sua primeira indústria de tecelagem. Foi
fundada em 1920 por Jorge Bey Maluf, sendo adquirida em 1957 por Domingos e Maria
Romanato. A indústria está desativada atualmente.
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Vista atual dos prédios da indústria
Indústria Camilo Nader Localiza-se na Av. Jorge Bey Maluf. É indicado pela Secretaria de Cultura do município
como bem de interesse histórico pela sua ligação com a história do desenvolvimento da indústria
no município.
Vista atual dos prédios da indústria
Vila de Casas Tzusuki
Assim como a Industria Camilo Nader, localiza-se na Av. Jorge Bey Maluf. É indicado
pela Secretaria de Cultura do município como bem de interesse histórico pela sua ligação com a
história do desenvolvimento da indústria no município.
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Vista atual do casario.
Prédio da Previdência Social
As informações sobre a edificação ainda são escassas. O prédio, de propriedade pública,
era ocupado pela prefeitura de Suzano. Hoje abriga a Previdência Social.
Vista atual do prédio
Divisão de Hospital Auxiliar de Suzano - Hospital das Clínicas - F.M.U.S.P.
Segundo as informações obtidas no site eletrônico do hospital, em 1959 o governo do
Estado de São Paulo adquiriu o Sanatório Jesus de Nazareth, atual prédio do hospital, com uma
área total de 75.335 m² e uma área construída de 5.445 m².
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Vista do prédio na década de 50 Vista atual do prédio
Vila Alemã (Hoechst)
A vila de casas da Antiga Industria Química Hoechst, atual Clariant ainda não possui
pesquisa documental adequada. Sua importância é verificada pela história oral dos munícipes e
pela indicação da Secretaria de Cultura do município, estando ligada à história do
desenvolvimento da indústria no município e da configuração das margens da linha férrea.
Vista de satélite atual do conjunto de casas
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“Escola Japonesa” – Estrada Keida Harada, Vila Ipelândia. A escola também não possui documentação histórica suficiente. Localiza-se em uma
estrada rural na porção sul do município. Sua importância cultural, transmitida oralmente pelos
munícipes, está ligada à migração japonesa e sua contribuição para a formação cultural de
Suzano. Atualmente a edificação está sem uso e em mal estado de conservação.
Vista atual da edificação
Chaminés da Industria Têxtil Tsuzuki, da antiga Companhia de Papel e Celulose Rio Verde (atual Cia. Suzano)
Os elementos em questão se caracterizam pelas chaminés industriais de antigas
industrias do município. São construções em alvenaria de tijolo de barro e de altura elevada. Sua
valoração cultural está ligada à história do desenvolvimento da indústria no município e dos
marcos urbanos que ela gerou.
Prédio da Antiga Indústria Obbermayer – Ruas Barão de Jaceguai, Campos Salles e Armando Salles de Oliveira
Localiza-se na quadra conformada pelas Ruas Barão de Jaceguai, Campos Salles e
Armando Salles de Oliveira. É indicado pela Secretaria de Cultura do município como bem de
interesse histórico pela sua ligação com a história do desenvolvimento da indústria no município.
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Vista atual da edificação
“Casa do Engenheiro” da Estação Ferroviária de Suzano
Estação de Guayó (atual Suzano) construída em 1900, foi substituída na década de 70
por um prédio moderno para a época e substituiu a antiga estação. Porém a “Casa do
Engenheiro”, edificação contígua à estação ainda se manteve.
Vista atual da casa.
Peles Pólo Norte e Entorno Localiza-se na quadra conformada pelas Ruas Monsenhor Nuno, Rua Barão de
Jaceguai, Rua Marechal Deodoro, e Felício de Camargo. É também indicado pela Secretaria de
Cultura do município como bem de interesse histórico pela sua ligação com a história do
desenvolvimento da indústria no município.
(ver MAPA T10 – Bens de Interesse Histórico)
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3.3.5. Esporte e Lazer
Suzano tem em sua história um reconhecimento da geração de talentos individuais
esportivos e profissionalizados, em grande parte patrocinados por grandes empresas instaladas
no município. Dentro deste contexto, a prefeitura implantou um programa de ampliação da
abrangência dos esportes na vida das pessoas. O Programa Educacional Esportivo Direcionado
(PEED) tem como objetivo inserir o esporte como prática ampliada e elemento componente da
formação do cidadão, estando este aliado às atividades de educação. Além dos equipamentos
públicos mantidos pela Prefeitura (equipamentos municipais listados abaixo) existem os núcleos
do Programa Educacional Esportivo Direcionado cujo objetivo é iniciar as crianças em alguma
prática esportiva. Em 2005 o programa chegou a atender 2000 pessoas.
Dentre os equipamentos municipais podemos citar o Estádio Municipal Francisco
Marques Figueira, Parque Municipal Max Feffer, Ginásio Municipal de Esportes Paulo Portela e o
Ginásio Municipal de Esportes Professor Roberto David. Estes equipamentos estão situados de
maneira geral na parte central da cidade. Para o programa PEED foram implantados núcleos
esportivos nos diversos bairros do município. Como núcleos do programa, podemos citar: Núcleo
Boa Vista, Núcleo Vila Maluf, Núcleo Jardim Cacique, Núcleo Residencial Nova América, Núcleo
Parque Buenos Aires, Núcleo Cruzeirinho (Praça José da Costa Soares), Núcleo Miguel Badra
(Leão do Badra), Núcleo Jardim São José (Botafogo), Núcleo Jardim Revista (Nafal), Núcleo 13
de Maio, Núcleo Monte Cristo, Núcleo Vila Amorim (Suvep), Núcleo Jardim Nova Urupês, Núcleo
Jardim Vitória, Núcleo Jardim Maitê, Núcleo Casa Branca (Vila Nova/São José), Núcleo Palmeiras
(Torre) e Núcleo Raffo.
(ver MAPA T9 – Equipamentos Públicos)
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4. Aspectos Territoriais
4.1. Condição Ambiental
A região metropolitana de São Paulo, onde está situado o município de Suzano, ocupa
um extenso território urbanizado sobre uma grande rede de recursos hídricos, a Bacia do Tietê,
com os Rios Tietê e Pinheiros, e o conjunto das áreas de proteção dos mananciais
metropolitanos. Em seu eixo leste a urbanização avança sobre os municípios vizinhos de São
Paulo em direção às cabeceiras do Rio Tietê, formando regiões de tensão ecológica, entre as
áreas protegidas pela legislação de proteção aos mananciais e área de proteção ambiental do
Rio Tietê.
Fonte: Emplasa, 2002.
Os resultados negativos de uma urbanização acelerada e com um padrão precário de
saneamento são amplamente reconhecidos. Colocam em risco a sustentabilidade ambiental, onde
os recursos naturais necessários à vida humana e seu desenvolvimento são degradados e
ameaçados.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
62
Fonte: Emplasa, 2002.
Apesar do Estatuto da Cidade resultar em parte das lutas e demandas dos movimentos
de defesa dos direitos à moradia e pela regularização fundiária de áreas ocupadas por habitações
precárias, devemos reconhecer que estes problemas estão sempre relacionados a questões
sócio-ambientais, onde a ocupação de áreas ambientalmente frágeis é recorrente.
No caso do município de Suzano o reconhecimento e a leitura técnica das questões
ambientais e seu conflito com as necessidades antrópicas são centrais para se estabelecer
instrumentos adequados à sua realidade local e à sua inserção em um sistema ambiental, e
principalmente hídrico de escala metropolitana. Estes instrumentos devem buscar a
democratização do acesso à terra adequadamente urbanizada e ao mesmo tempo preservar os
recursos naturais imprescindíveis para a qualidade de vida individual e da população de toda uma
região.
4.1.1. Geomorfologia
O município de Suzano localiza-se próximo à borda sudeste da Bacia Sedimentar de São
Paulo. A geomorfologia do município caracteriza-se pela dominância de formas de relevo
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suavizadas, com altitudes entre 715 e 900 metros, organizada em sistemas de morrotes
alongados paralelos, morros baixos e morros paralelos.
Cruzando uma larga faixa a centro-norte do município está a planície aluvionar do rio
Tietê, cujo principal afluente local, o rio Taiaçupeba-Açu, está represado na porção territorial
centro-leste de Suzano.
O relevo em torno da represa Taiaçupeba é marcado por colinas suaves. Nas Planícies
Aluviais existe o predomínio de baixas declividades, inferiores a 5% e o nível freático é pouco
profundo.
Nas Colinas a topografia é suavizada, com predomínio de amplitudes de 40 m e
declividades de até 20%.Nos Morrotes predominam amplitudes de 50m e declividades de 20%,
com ocorrências restritas de áreas com declividades maiores que 30%.
Os Morros Baixos a predominância é de amplitudes de 100m e declividades de 30%, já
nos Morros Altos predominam amplitudes e declividades elevadas, de 150 m e maiores que 30%,
respectivamente.
Geologia da Região do Município de Suzano Legenda:
Fonte: Carta Geológica da Região Metropolitana
da Grande São Paulo, 1980
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4.1.2. Rede Hídrica (Sub-Bacias, Corpos D'água, Represa)
A rede hídrica do município de Suzano está dividida pelas Bacias do Rio Taiaçupeba, do
Rio Guaió e do Tietê Leste. Compõem a Bacia Hidrográfica do Alto Tietê Cabeceira, onde apenas
duas das bacias estão inseridas na área de proteção aos mananciais. São as Bacias do
Taiaçupeba e do Guaió. As bacias são subdivididas em:
Bacia do Taiaçupeba com 108,1 Km², composta pelas sub-bacias:
• Sub-bacia do Rio Taiaçupeba I (Taiaçupeba-Açu);
• Sub-bacia do Rio Taiaçupeba-Mirim;
• Sub-bacia do Rio Ribeirão Balainho.
Bacia do Guaió, com 26,2 Km², composta pela sub-bacia:
• Sub-bacia do Rio Guaió;
Bacia do Tietê Leste composta pelas sub-bacias:
• Tietê Leste I, Tietê Leste II, Tietê Leste III;
• Ribeirão Jaguari;
• Ribeirão Varginha.
Desde 1975 o Município de Suzano é protegido pelas Leis Estaduais nº. 898/75, 1172/76,
9866/97, que definem a Área de Proteção aos Mananciais, cujo objetivo é disciplinar o uso e
ocupação do solo para proteção das nascentes, córregos, lagos e represas. No entanto Suzano
tem 73% de seu território inserido na área de proteção aos mananciais, e 7% do município está
inserido na área de proteção ambiental (APA) da Várzea do Rio Tietê, conforme a Lei Estadual nº.
5598/87.
As Bacias Hidrográficas estão parcialmente ocupadas, havendo maior concentração na
bacia do Tietê Leste, região central do município, onde há maior densidade populacional. Por
outro lado, é crescente a ocupação na bacia do Taiaçupeba, sendo preciso observar a localização
adequada das atividades a serem exercidas nas bacias para garantir a conservação do solo e da
água.
(ver MAPA T11 – Recursos Hídricos)
4.1.3. Vegetação significativa
O município de Suzano está localizado na região de Mata Atlântica, formação florestal
que se distribui ao longo da Costa Brasileira.
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Há predominância de floresta ombrófila2, além de mata ciliar e várzea ao longo do rio
Guaió. Este rio cruzava florestas latifoliadas tropicais semidecíduas, matas ciliares e várzeas.
Com o tempo, essas áreas naturais foram sendo reduzidas, em decorrência da crescente
ocupação do solo e da destruição ou substituição das formações vegetais primitivas por
pastagens e culturas.
Nas florestas latifoliadas predominam espécies de árvores como pau-marfim, peroba,
cedro, jequitibá-branco, palmeiras e diversas variedades frutíferas silvestres. Na mata ciliar
encontram-se espécies que suportam umidade elevada, como figueira-preta, ingá, jenipapo e o
patobá. Já nas várzeas, verificadas em regiões de solos pantanosos e úmidos ao longo do rio
Guaió, formações arbustivo-arbóreas de espécies como capororoca, pindaíba, pimenta-do-brejo,
e a figueira, além de espécies herbáceas como erva de Santa Luzia, aguapé-de-rama, banana-
do-brejo e a ninféa.
Com a destruição parcial dessas formações vegetais, houve uma significativa redução de
espécies animais que habitavam a região tais como: macaco prego, gambás, tamanduás-mirins,
jacus e papagaios, capivaras, pacas, lontras, aves tais como mutuns, saracuras, veado-mateiro,
gavião-carijó. Hoje esses exemplares são vistos muito raramente nos remanescentes dessa
outrora exuberante flora e conseqüentemente fauna, tradicional binômio interdependente.
(ver MAPA T12 – Característica da Cobertura Vegetal)
4.1.4. Restrições Ambientais à ocupação (APM, APA)
Além da Área de Proteção aos Mananciais, que corresponde a 73% do município,
Suzano também possui 7% de seu território delimitado como Área de Proteção Ambiental – APA
da Várzea do Rio Tietê, o que equivale a 13.650 km². As interfaces legais de preservação
ambiental estaduais e federais interferem diretamente nas políticas territoriais municipais.
Discorreremos a seguir as duas principais leis que incidem sobre o território de Suzano:
Área de Proteção aos Mananciais (APM)
Mananciais são todas as fontes de água, superficiais ou subterrâneas, que podem ser
2 Floresta Ombrófila Densa diz respeito à Mata Atlântica propriamente dita. Sua vegetação é caracterizada pelo
tipo de clima quente e úmido quase o ano todo e com chuvas intensas.
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usadas para o abastecimento público. Nas áreas de manancial há descarga e concentração
natural de água doce originada de lençóis subterrâneos e de águas superficiais que se mantém
através da existência de um sistema especial de proteção da vegetação, o que deve garantir o
potencial de água dos mananciais.
São nas regiões de mananciais que se formam importantes ecossistemas como as
várzeas, alagados e brejos, com vegetação altamente adaptada às condições de encharcamento,
povoadas por grande variedade de espécies animais. A partir dos excedentes aqüíferos dos
mananciais são formados riachos, ribeirões e rios, que criam uma rede hídrica com cursos d’água
de tamanhos variados, com importância vital na formação das cadeias hídricas e,
conseqüentemente, no abastecimento de água da população.
Na área de mananciais encontram-se as bacias hidrográficas do Taiaçupeba e do Guaió,
contando com importantes corpos d´água e maciços florestais.
A Lei de Proteção aos Mananciais de 1976 disciplina o uso e a ocupação do solo através
de um planejamento espacial baseado na relação densidade demográfica e tamanho mínimo do
lote, objetivando a proteção dos recursos hídricos que abastecem a Região Metropolitana de São
Paulo.
Segundo a legislação em questão, a área de proteção aos mananciais foi dividida em:
a) Áreas e faixas de 1ª categoria: áreas que devem ser preservadas e ter proteção especial.
b) Áreas de 2ª categoria: áreas mais apropriadas à ocupação.
a) Áreas de 1ª categoria
São compostas por:
• corpos de água;
• faixa de 50 metros de largura, medida em projeção horizontal, a partir da linha de contorno
correspondente ao nível de água máximo dos reservatórios públicos, existentes e
projetados;
• faixa de 20 metros de largura, medida em projeção horizontal, a partir dos limites do álveo,
em cada uma das margens dos rios referidos no art. 2° da Lei nº. 898, de 18 de dezembro
de 1975, e das de seus afluentes primários, bem como em cada uma das margens dos
afluentes primários dos reservatórios públicos, existentes e projetados;
• faixas definidas no art. 2° e sua Alínea da Lei Federal nº. 4.771, de 15 de setembro de
1965, referentes às margens dos demais cursos de água;
• áreas cobertas por mata e todas as formas de vegetação primitiva;
• áreas com quota inferior a 1,50 metros, medida a partir do nível máximo dos reservatórios
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públicos existentes e projetados, e situados a uma distância mínima inferior a 100 metros
das faixas de que tratam os Incisos II e III deste artigo;
• áreas onde a declividade média do terreno for superior a 60% calculada a intervalos de
100 metros a partir do nível de água máximo dos reservatórios públicos existentes e
projetados, e dos limites do álveo dos rios, sobre as linhas de maior declive.
Definição das áreas de 1ª categoria:
• Reservatórios (existentes /projetados): faixa de 50m acima do nível máximo
• Rios / córregos contribuintes primários dos reservatórios: faixa de 20m de margem
• Rios / córregos contribuintes secundários: faixa de 5m das margens
• Áreas cobertas por matas e todas as formas de vegetação primitiva (mapeadas no SCM)
• Áreas sujeitas a inundações
• Declividade superior a 60%
• Usos permitidos nesta categoria:
o Lazer, recreação, obras e edificações destinadas a proteção dos mananciais,
regularização de vazões, controle de cheias e pequenas obras (pontões de pesca e
pequenos ancoradouros).
• Restrições nesta categoria:
o Desmatamento / remoção da cobertura vegetal
o Movimentação de terra (inclusive empréstimos de bota-fora)
o Ampliação de serviços, obras e edificações existentes / permanentes
o Infiltração de efluente sanitário (fossas) (nas faixas dos reservatórios, rios e
córregos)
o Intensidade de processos produtivos de estabelecimentos industriais
b) Áreas de 2ª categoria
Essas áreas são as mais apropriadas à ocupação e são subdivididas em:
Classe A - áreas urbanizadas
Definição: são as áreas urbanizadas dos municípios em 1974. A área mínima do lote é de
500m2 e o número máximo de ocupantes deve ser igual a 50 habitantes a cada 10.000m2.
Classe B - área de expansão urbana
Definição: faixa de expansão urbana (calculadas equidistantemente ao redor das faixas da
classe A). As áreas mínimas dos lotes são 1.300 e 1.500m2 e o número máximo de
ocupantes é de 34 ou 25 habitantes a cada 10.000m2 com correspondência para o tamanho
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do lote.
Classe C - área de maior restrição à ocupação
Definição: são as áreas com características rurais. Possuem uma escala decrescente de
número de habitantes a cada 10.000m2, que está relacionada com a área mínima do lote.
Quanto mais distante da área urbana e mais próximo do manancial, menor deve ser o
número de habitantes e maior o tamanho do lote (entre 1.750 e 7.500m2).
• Usos permitidos na área de 2ª categoria:
o Residencial, industrial, comercial, serviços, institucional, lazer, hortifrutícolas,
extração vegetal, florestamento, parcelamento do solo e mineração.
• Restrições na área de 2ª categoria:
o Taxa de ocupação, coeficiente de aproveitamento e área permeável
o Somente indústrias classificadas na Categoria ID
o Comércio atacadista
o Hospitais e sanatórios com tratamento de doenças infecto-contagiosas
o Controle de uso, armazenamento, disposição dos resíduos e embalagens e das
técnicas de difusão de agrotóxicos e defensivos agrícolas (pulverização por
aeronaves)
o Densidade demográfica (habitantes por hectare)
A Lei de APM, datada de 1976, foi revisada em 1997, com a lei 9866/97. Esta nova lei
trata de maneira geral das formas de gestão do espaço delimitado como APM, flexibilizando e
dando escalas locais para as decisões. Esta nova lei determina a elaboração de um Plano de
Desenvolvimento e Proteção Ambiental para cada Bacia Hidrográfica, além de crias instâncias
menores de consulta e deliberação a partir das Sub-Bacias. Este plano será específico para cada
bacia e irá regular as políticas territoriais da bacia. Para a Bacia do Alto Tietê, o PDPA ainda está
em discussão, tendo sido apresentado um estudo para este plano em 2001, desenvolvido pela
FUSP (Fundação USP).
A lei de 1997, que revisa as leis de APM anteriores, determina que seja feito um Plano
Emergencial para as áreas de APM, viabilizando obras prioritárias para as regiões de APM. Esta
lei, porém, indica que as áreas delimitadas em 1976 como de 1ª Categoria, como iremos discorrer
abaixo, não podem ser incluídas no plano emergencial. Quando analisados a realidade da APM
no território de Suzano, verificamos que a maior parte dos assentamentos existentes estão
situados em áreas de 1ª Categoria. Esta mesma lei determina que o PDPA delimite as áreas do
território da Bacia nas Zonas:
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o Macro-Área de Áreas de Restrição à Ocupação – além das definidas pela
Constituição do Estado e por lei como de preservação permanente, aquelas de
interesse para a proteção dos mananciais e para a preservação, conservação e
recuperação dos recursos naturais. (definição dada pela Lei 9.866)
o Macro-Área de Ocupação Dirigida – aquelas de interesse para a consolidação
ou implantação de usos rurais e urbanos, desde que atendidos os requisitos que
garantam a manutenção das condições ambientais necessárias à produção de
água em quantidade e qualidade para o abastecimento das populações atuais e
futuras.(definição dada pela Lei 9.866)
o Macro-Áreas de Recuperação Ambiental – aquelas cujos usos e ocupações
estejam comprometendo a fluidez, potabilidade, quantidade e qualidade dos
mananciais de abastecimento público e que necessitem de intervenção de caráter
corretivo. (definição dada pela Lei 9.866)
Grau de Preservação das áreas de mananciais
A ocupação inicial do município de Suzano foi no Bairro de Baruel, região situada em
APM, área hoje pertencente ao distrito de Palmeiras.
Na década de 1970, com o aumento das plantas industriais e a consolidação da
população em área urbana, em detrimento ao campo, as cidades brasileiras, incluindo dessa
maneira a Região Metropolitana de São Paulo e, assim, o município de Suzano, sofreram um
intenso e acelerado processo de crescimento populacional e urbanização. Este processo não foi
acompanhado por um desenvolvimento econômico homogêneo, gerando um déficit em relação ao
emprego e renda para grande parte da população que iniciaram ocupações territoriais a partir da
necessidade básica de moradia, gerando um aumento considerável da terra urbanizada da região
metropolitana.
Com o surgimento das leis de proteção aos mananciais é restringida a implantação de
determinadas atividades e empreendimentos habitacionais de média e alta densidade
demográfica em função da necessidade de controlar a expansão da mancha urbana sobre áreas
consideradas ambientalmente frágeis. O que ocorre então é uma desvalorização dessas terras
por parte do mercado imobiliário que não se interessa mais em investir nessas áreas, uma vez
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que o padrão da ocupação permitido pela lei é muito restritivo. No município de Suzano nota-se
um aumento no processo de ocupação das áreas de mananciais, em virtude de sua
desvalorização imobiliária aliado ao grande número de população que recentemente migrou de
várias cidades do país, e de outros países, para a região do Alto Tietê em busca de empregos,
principalmente no setor da indústria.
Até 1975 havia 14 loteamentos em áreas de mananciais, conforme levantamento feito em
documentos da Prefeitura, a partir de então este número se elevou para 67 loteamentos, sendo
que há, ainda, 19 loteamentos existentes em manancial cuja data de início de loteamento não foi
encontrada, totalizando 86 loteamentos. Atualmente, destes loteamentos, apenas 39 tem projeto
aprovado junto à prefeitura.
Ainda que muitos loteamentos tenham sido aprovados, é considerável o número de
desdobros e divisão de lotes, descaracterizando o loteamento enquanto tipologia permitida em
área de manancial, adensando o território e elevando o número de problemas decorrentes do
aumento de habitações existentes, gerando um conflito entre o que a lei permite e o que as
condições reais da cidade proporcionam.
Atualmente apenas parte dos loteamentos em mananciais é atendida por rede de
abastecimento de água e nenhum deles dispõe de coleta de esgoto. Quanto aos serviços de
coleta de lixo, segundo informações da Secretaria Municipal de Obras, os loteamentos em área
de mananciais são atendidos com coleta 3 vezes por semana.
Podemos observar que a Legislação de Proteção aos Mananciais não congelou o
processo de ocupação. O descontrole sobre a ocupação nas áreas de mananciais resultou na
proliferação de indústrias, residências, loteamentos, dos quais muitos clandestinos e precários. As
conseqüências desse processo provocaram danos para o meio ambiente local, em especial pela
ocorrência de desmatamentos, depósitos de lixos, dejetos nos rios e córregos, levando à
degradação da qualidade das águas. A lei gerou resultado contrário ao seu objetivo.
Em relação ao desenvolvimento econômico, a área de manancial do município de
Suzano possui papel determinante, tanto no setor de produção agrícola, quanto no industrial e,
ainda, no desenvolvimento turístico do município.
Observa-se que o setor agrícola vem apresentando redução de área, devido ao grande
pedido de desdobro das chácaras de recreio e novos loteamentos. Mas ainda é na área de
mananciais que se localizam as maiores produções agrícolas, contribuindo concomitantemente
para a geração de emprego, renda e fixação em zona rural de parte da população e,
principalmente, para a preservação de parte do território importante para o abastecimento de
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água estadual. A valorização da terra para o uso agrícola é um importante instrumento de
contenção da pressão por expansão urbana nestas áreas de mananciais.
A presença considerável de plantas industriais em áreas de mananciais é outro dado
relevante para caracterização da região, pois não só atrai população para ocupar o território como
também algumas indústrias são agentes poluidores. Atualmente há nesta região considerável
número de plantas industriais consideradas como agressivas ao meio-ambiente.
O transporte público é também um fator importante na análise das áreas de mananciais,
quando se trata da questão da dispersão urbana que caracteriza a urbanização desta região. A
dificuldade de acesso da população ocorre pela deficiência do serviço prestado pela empresa de
ônibus, e é agravado pelas longas distâncias, acessos restritos e pontualidades na ocupação,
com pequenos núcleos ocupados e baixa densidade.
Um dos principais problemas das áreas de mananciais o manejo inadequado de seus
recursos hídricos, sendo recorrente o despejo de efluentes domésticos e escoamento de
agrotóxicos para seu curso. Porém, parte considerável da área de mananciais ainda preserva
características de baixa densidade, como por exemplo, a bacia do Guaió, destacando que existe
uma grande área de várzea original do Rio Guaió, respeitando a preservação das áreas de APP.
Área de Proteção Ambiental – APA da Várzea do Rio Tietê
A APA do Tietê foi criada em 06 de fevereiro de 1987 através da Lei nº 5.598 e
regulamentada pelo Decreto nº 42.837/98, declarando APA as regiões urbanas e rurais ao longo
do curso do Rio Tietê, nos municípios de Salesópolis, Biritiba Mirim, Mogi das Cruzes, Suzano,
Poá, Itaquaquecetuba, Guarulhos, São Paulo, Osasco, Barueri, Carapicuíba e Santana do
Parnaíba.
Em Suzano esta área localiza-se ao norte do município, em uma das regiões mais
adensadas da cidade, dividindo a região central do Distrito de Boa Vista. A APA sofre variadas
pressões antrópicas, como o descarte de resíduos, assoreamento do leito do rio e especulação
imobiliária (comercial, residencial, industrial). É também notada a presença de lagoas
provenientes de antigas cavas de mineração, gerando passivos ambientais para o município).
Contudo, a área em sua porção suzanense ainda é considerada uma ponta verde da
APA, pois apesar de algumas situações adversas, são encontrados fragmentos de Mata Ciliar e
planícies de alagamento originais preservadas ao longo do percurso do Tietê, além de diversas
zonas de vida silvestre.
No entorno da margem do rio Tietê há uma área de interesse do município para a criação
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de um parque de preservação denominado Parque Mirante do Tietê. Trata-se de uma área
municipal de 400 mil m2 na qual se pretende implantar um Parque de uso público, valorizando a
paisagem ali existente e objetivando incentivar à população a preservação do meio ambiente e o estímulo a atividades físicas e esportivas.
(ver MAPA T13 – Restrições Ambientais à Ocupação Urbana)
4.1.5. Riscos Ambientais (contaminações, erosão, etc)
Contaminação por produtos tóxicos Na cidade de Suzano foram identificadas algumas áreas poluídas, entre terrenos
contaminados por mineradoras, indústrias e postos de combustíveis. Algumas áreas foram
identificadas pela CETESB como áreas contaminadas por produtos tóxicos, efluentes líquidos. A
maioria está relacionada com indústria, sendo também significativo o numero de pequenos
vazamentos de postos de abastecimento de combustível. (ver MAPA T14 – Riscos Ambientais)
Áreas Contaminadas no município de Suzano Responsável Atividade Fonte de
Contaminação
Contaminantes Meios Impactados
Auto Posto Kimura
Ltda.
Posto de
Combustível
Armazenagem Combustível líquido Subsolo
Águas Subterrâneas
Auto Posto São
Marco Ltda.
Posto de
Combustível
Armazenagem
Manutenção
Solventes Aromáticos, PAHs Águas Subterrâneas
Auto Posto Suzano Posto de
Combustível
Armazenagem
Solventes Aromáticos
PAHs
Águas Subterrâneas
Produquimica Industria e
Comercio Ltda.
Indústria Armazenagem
Produção
Metais Águas Subterrâneas
Clariant S/A Indústria Descarte
disposição
Produção
Metais, solventes
halogenados, solventes
aromáticos, fenóis
halogenados, biocidas
Solo Superficial
Subsolo
Águas subterrâneas
Komatsu do Brasil Ltda. Indústria Descarte disposição Metais, Fenóis halogenados Solo Superficial
Subsolo
Águas subterrâneas
Mixmicro Indústria e
Comercio de Produtos
Químicos Ltda.
Indústria Descarte
disposição
Produção
Metais
Solo Superficial
Subsolo
Águas subterrâneas
Produquimica Indústria e
Comercio Ltda.
Indústria Armazenagem
Produção
Metais Solo Superficial
Subsolo
Águas subterrâneas
Fonte: Cetesb, 2004.
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4.1.6. Mineração
A Diretoria de Meio Ambiente do Município de Suzano realizou um levantamento onde
este indica os pontos de exploração de minério que o município apresenta. Caracterizada como
uma atividade altamente impactante para o meio ambiente, este levantamento mostrou a
necessidade de uma política em relação à extração mineral, verificando a regularidade das
empresas e de seu plano de manejo e recuperação das áreas exploradas.
Nos locais onde foi identificada a atividade a presença de grandes áreas de
desmatamento é freqüente. A sua localização está principalmente na região de APM e de grandes
maciços florestais nativos. Muitas empresas não possuem licença ambiental para a atividade. A
ocorrência de cavas de mineração abandonadas também é observada com freqüência no
território do município. Nos casos em que a recuperação da área é feita, observamos o seu
manejo inadequado, sem preparo do solo e com a presença de vegetação exótica, sem
recomposição da flora original.
O impacto provocado pela extração mineral também é observado na rede hídrica do
território. A lavagem de material de extração (Caulim) é feita em córregos existentes. As APPs
são desmatadas e até ocorrem o desaparecimento de córregos por assoreamento.
Segundo a Diretoria de Meio Ambiente, a mão de obra utilizada na atividade é
proveniente de outras regiões da metrópole, onde aproximadamente 80% dos trabalhadores vem
da região do ABC (Ribeirão Pires e Mauá) e do extremo Leste da Capital (Itaquera e São Mateus).
Os principais tipos de minério extraídos nas bacias hidrográficas do município podemos
destacar:
o Bacia do Guaió: granito ornamental
o Bacia do Taiaçupeba: Caulim e Turfa
o Bacia do Tietê Leste: Areia, Argila e Turfa
Dentre os principais problemas identificados pela diretoria na atividade mineradora do
município, podemos destacar:
o Alteração e assoreamento dos cursos d’água;
o Desaparecimento de córregos
o Antiga extração de argila nas margens da represa Taiaçupeba sem recuperação
ambiental
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o Desmatamento e descaracterização do relevo
o Formação de cavas de mineração e erosão
o Depósito sem controle de resíduos sólidos no solo
o Insalubridade das condições de trabalho
4.2. Uso e Ocupação do Solo
4.2.1 Usos residenciais
O tecido urbano no município de Suzano possui aspectos distintos por região, conforme
a caracterização dos três principais setores da cidade: Centro, Distrito de Boa Vista – região norte
e Região de Palmeiras – região sul. Vale ressaltar aqui que a divisão em três principais setores se
diferencia daquele adotado pelo IBGE como divisão de distritos municipais, principalmente nos
distritos do centro e de Palmeiras. Aqui a divisão se deu de forma genérica pelo aglomerado mais
homogêneo em suas características, na qual a Região de Palmeiras é considerado como toda a
porção territorial urbana inserida dentro da área de proteção aos mananciais.
O uso residencial encontra-se espalhado na mancha urbanizada do município, com
adensamento na região Norte e descontinuidade na região Sul. Na região central os loteamentos
dividem-se entre uso predominantemente residencial, comercial, serviço e uso misto.
Apenas na região central há número considerável de residências multifamiliares
verticalizadas, com alguns edifícios acima de 3 pavimentos. O predomínio ainda é de casas
térreas unifamiliares e loteamentos de padrão de classe de renda média. Alguns deles sofreram
desmembramentos e muitos são utilizados também por atividades comerciais, caracterizando o
uso misto. Nota-se que muitos lotes dessa região, anteriormente residenciais, estão sofrendo
transformação de uso para comércio ou serviços, o que torna algumas ruas, anteriormente de uso
único, com uma maior diversidade. Ao mesmo tempo que esta transformação dá mais dinâmica
econômica ao loteamento, torna o fluxo de pessoas e automóveis mais constante e intenso.
O Distrito de Boa Vista de modo geral é adensado, com edificações de padrão de classe
de renda média-baixa e baixa. As habitações ocupam lotes pequenos, muitos deles
desmembrados e com mais de uma família por lote.
As residências em sua maioria possuem como característica a auto-construção,
localizadas em loteamentos com infra-estrutura precária. A presença de obras concomitante à
moradia é constante, o que demonstra que o aumento populacional ainda é uma questão forte a
ser considerada nessa região. A maior parte do Distrito não possui pavimentação e os serviços de
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equipamento público também são precários e insuficientes, considerando o número de habitantes.
Há também muitos loteamentos com ocupação de área pública. Na porção leste dessa região há
dois loteamentos com características de chácaras e, ainda, uma área de produção agrícola
urbana considerável, localizada no fundo de vale entre loteamentos adensados.
À medida que se desloca das áreas centrais em direção ao sul nota-se que a mancha
urbana vai ficando cada vez mais esparsa e descontínua. Na região de APM encontram-se áreas
residenciais de densidade considerável em relação ao permitido pela LPM, muitas vezes em
função de parcelamento irregular do loteamento intercalada por alguns loteamentos de classe
média. Algumas das habitações de loteamentos que ainda preservam características de chácara
podem ser consideradas como segunda residência ou residência de final de semana.
De maneira geral, contudo, o uso predominante é de habitações de renda baixa, que
ocupam lotes pequenos, muitas vezes irregulares e, em grande parte, sem infra-estrutura
adequada ao uso residencial. Essas habitações geralmente estão em ruas não pavimentadas, ora
com declividade considerável e pouco atendimento de equipamentos públicos. A tipologia geral é
de auto-construção e muitas obras inacabadas ou esperando para posteriores ampliações. É
comum também a ocupação de parte do loteamento para um futuro desmembramento,
geralmente irregular.
Espalhados por esse território encontram-se loteamentos clandestinos e ocupações de
área pública. Parte dessas habitações foi considerada assentada em áreas de risco de
escorregamento ou enchentes. Nesses casos são predominantes as habitações precárias, sem
parcelamento adequado do solo e com alta vulnerabilidade aos riscos.
No capítulo sobre Habitação, a descrição destas diferentes regiões será detalhada em
seus aspectos de uso residencial.
4.2.2 Chácaras de Recreio
Em Suzano identifica-se a tipologia de chácaras de recreio, com uso turístico em
algumas áreas do território. A maior parte das chácaras encontra-se na APM, localizadas em
loteamentos situados principalmente na porção sul do município. Compõem grandes porções de
terra, formando uma mancha verde, muitas delas encravadas em área de vegetação preservada.
As chácaras de recreio são consideras pela administração municipal como
equipamentos com potenciais turísticos para a cidade, destinadas à atividades de lazer como
pesqueiro ou aluguéis para festas e passeios nos finais de semana, realização de eventos e
convenções, além de atividades relacionadas ao esporte, como é o caso dos haras.
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Essa característica, contudo, nem sempre gera benefício considerado para o município
enquanto desenvolvimento turístico e arrecadação, pois as propriedades particulares não
possuem relação com os demais equipamentos municipais, como o núcleo histórico do Baruel e
nem com o comércio da região, o que dificulta o aquecimento da economia, gerando ganhos
apenas para os proprietários.
A principal localização das chácaras de lazer coincide com a região de relevo mais
acidentado, seu acesso principal se dá através da rodovia Índio-Tibiriça e a partir dela por
estradas de terra, que percorrem a vegetação abundante ainda preservada nessa região.
Destaca-se a presença de muitos lotes desocupados no entorno das chácaras de recreio, o que
salientam um potencial de desenvolvimento de novas áreas de atração deste tipo de lazer e o de
novos equipamentos turísticos.
Vale salientar ainda que as chácaras em geral são consideradas como áreas possíveis
de desdobro e com grande "vocação" e pressão para a expansão urbana.
4.2.3 Atividades Agrícolas
A atividade agrícola em Suzano é historicamente reconhecida e esteve sempre ligada ao
assentamento da colônia japonesa no município, tendo a oleicultura e floricultura como principais
atividades. Conhecida outrora também como cidade das flores, Suzano vem perdendo território
agrícola em função da reprodução dos assentamentos residenciais e o descaso das políticas
públicas voltadas para esse setor nas administrações municipais anteriores. Mesmo assim, hoje a
área do município ocupada pelos cultivos formam junto com a grande mancha agrícola de Mogi
das Cruzes e Biritiba Mirim, a principal área produtora da Região Metropolitana de São Paulo.
Territorialmente, a área ocupada pela agricultura em Suzano está localizada
predominantemente em duas faixas no sentido Norte e Sul junto as planícies e várzeas dos rios
Guaió e Taiaçupeba, ambas estão dentro da APM. A porção agrícola próxima ao Guaió pode ser
considerada como a mais frágil territorialmente, pois se encontra localizada entre loteamentos já
ocupados ou em via de ocupação. É nesta região que atualmente o mercado está desenvolvendo
novos empreendimentos, o que fragiliza a permanência da atividade agrícola.
Na porção sudeste é que está a maior parte das atividades ligadas à agricultura. Esta
região é uma das partes do manancial que ainda encontra-se protegida, mas é notório que a
mancha urbana de Palmeiras tem se espraiado para esse vetor. Há, contudo, de se destacar a
necessidade de conter essa expansão para a preservação do manancial concomitantemente a
fixação dos produtores rurais e suas atividades.
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4.2.4. Uso industrial As áreas municipais destinadas ao uso industrial estão predominantemente em distritos
industriais, demarcados na Lei de Uso do Solo – Lei Complementar n.º 025/96 e, no caso das
ZUPI 1 e 2, sob regulação específica da legislação estadual – Lei n.º 1.817, de 24 de outubro de
1978.
As 150 maiores empresas do município estão, predominantemente, localizadas nessas
zonas de grandes lotes.
O Distrito Industrial de Vila Teodoro localiza-se à margem da APA do Tietê, na saída
para o município de Mogi das Cruzes. Essa área está destinada, desde o início da década de
1980, a receber grandes empresas. Para tanto os terrenos foram divididos em grandes lotes e
dotados da infra-estrutura necessária para a instalação de indústrias. Contudo, mais de 20 anos
depois da cessão destes lotes para diversos grupos empresariais, a maior parte deles ainda
encontra-se em desuso, devido principalmente a processos judiciais do direito de uso do terreno.
Atualmente, portanto, o Distrito Industrial de Vila Teodoro encontra-se sub-utilizado,
contudo, é notória a necessidade de se adensar industrialmente esse território, pois o mesmo já
possui características fundamentais para abrigar grandes plantas industrias.
O segundo Distrito Industrial destacado localiza-se às margens da rodovia Índio-Tibiriça,
em direção à área de manancial. Nesta porção territorial estão localizadas grandes plantas
industriais, destacando as de atividade química.
Vale salientar ainda a dificuldade das pequenas e médias indústrias instalaram-se, visto
que não há legislação que permita o uso industrial em área menor que dois mil metros quadrados.
Esse quadro é pouco interessante, uma vez que existe uma demanda considerável de médias e
pequenas indústrias que utilizam terrenos menores que o permitido atualmente.
(ver MAPA T15 – Sistema de Áreas Verdes Municipais) (ver MAPA T16 – Evolução Urbana) (ver MAPA T17 – Uso do Solo) (ver MAPA T18 – Terrenos Subutilizados na Região Central)
4.3. Infra-estrutura
4.3.1. Represa de Taiaçupeba
O Sistema Produtor de Água do Alto Tietê possui capacidade para produzir até 10 mil
litros de água por segundo. Após o tratamento na Estação Taiaçupeba, a água é distribuída para
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3,1 milhões de pessoas atendendo parte da zona Leste da capital, além dos municípios de Arujá,
Itaquaquecetuba, Poá, Ferraz de Vasconcelos e Suzano.
A Represa de Taiaçupeba é o quinto reservatório do Sistema Alto Tietê e está localizada
na margem esquerda do Rio Tietê, na divisa entre Mogi das Cruzes e Suzano. Junto a este
reservatório foi construída a Estação de Tratamento de Água (ETA) de Taiaçupeba, que alimenta
com as águas dos 5 reservatórios do Sistema Alto Tietê, uma extensa rede de distribuição da
Zona Leste de São Paulo, a partir do bairro da Mooca. Sua capacidade de armazenamento é de
88 milhões de m³, a área inundada de 19,30 km2, e regulariza a vazão de 3,3 m³/s. A capacidade
final de tratamento desta estação é de 15 m³/s.
A Bacia Taiaçupeba, com 180,1 km², que se divide em:
• Sub-bacia do Rio Taiaçupeba;
• Sub-bacia do Ribeirão Balainho;
• Sub-bacia do Rio Taiaçupeba – Mirim.
O principal problema na barragem de Taiaçupeba é hoje a ocupação das margens por
habitação. Dados levantados pela Prefeitura de Suzano revelam que existem no local mais de 400
famílias, vivendo em condições precária e sem o mínimo de higiene ou saneamento básico.
Extensão e Área de Drenagem dos Cursos d'água do Rio Guaió Curso d'água Extensão (km) Área de Drenagem (km2)
Rio Guaió 22,3 87,7
Rio Taiaçupeba-Açu 35,5 239,9
Fonte: “Plano da Bacia do Alto Tietê – Relatório de situação dos recursos hídricos – Revisão II – Síntese”, CBH-AT, outubro de 2000.
Vazão média e volumes úteis dos reservatórios Reservatório Vazão média (m3/s) Volume útil (10m3)
Taiaçupeba 4,44 20¹
Fonte: “Plano da Bacia do Alto Tietê – Relatório Fial – Revisão II – Versão 1.0”Síntese”, CBH-AT, outubro de 2001. ¹ Volume útil atual. O volume final previsto para o reservatório de Taiaçupeba é de 80 x 106 m³.
Localização das Estações de Monitoramento Ponto de amostragem Corpos d'água Município Localização
TAIA 00100 Reservatório de Taiaçupeba Suzano Ajusante do vertedouro
Fonte: Relatório de Qualidade das Águas interiores do Estado de São Paulo – 2000, Cetesb, 2001.
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Sistemas Produtores Município Sistema Mananciais ETA capacidade nominal
(L/s)
Vazão produzida por
sistema (x103 m3/mês)
Suzano Integrado - Alto Tietê Reservatório Taiaçupeba 10.000 20,807,1
Fonte: Sabesp, Semae, e Saae, dez/2000.
4.3.2. Sistema de Abastecimento de Água no Município
O município de Suzano é abastecido de água pelo sistema produtor integrado da Bacia
Hidrográfica do Alto Tietê, através do Reservatório Taiaçupeba que conduz as águas captadas à
Estação de Tratamento de Água (ETA) Taiaçupeba, localizada junto à barragem existente. A
capacidade de tratamento de água desta estação é, em média, de 10 m3/s. Após o tratamento, a
água é aduzida até a reservação central na Rua Benjamim Constant.
O sistema de abastecimento de água no município, como também da coleta e tratamento
do esgoto, são operados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
SABESP, que é a proprietária e concessionária do Sistema de Abastecimento de Água de
Suzano. Segundo a Sabesp, Suzano consome atualmente 10% dos 10,5 metros cúbicos de água
tratados no local. O restante é direcionado para outros seis municípios da Bacia Hidrográfica do
Alto Tietê.
A porcentagem de atendimento oficial divulgada pela Sabesp é da ordem de 98%.
Contudo, a observação empírica da extensão territorial do município, sua área ocupada por
loteamentos e seu rebatimento com a rede de água existente e mapeada, torna confuso o critério
adotado para tal porcentagem de atendimento. Isto nos faz considerar sobre a possibilidade de
uma distorção nos dados sobre o déficit de abastecimento, sendo este possivelmente superior a
2%.
O consumo médio nas ligações regulares é de 17m³ mensais para residências de baixo
poder aquisitivo e 30m³ mensais para residências de alto poder aquisitivo. Nas inúmeras ligações
clandestinas existentes nas áreas consideradas irregulares, o volume médio de consumo
verificado é da ordem de 49 m³ por mês.
Na área urbana de Suzano, o sistema de abastecimento conta atualmente com ligações
domiciliares, ligações comerciais e ligações industriais. Quase a totalidade da água para
abastecimento da rede pública, na bacia hidrográfica do Alto Tietê é proveniente de recursos
superficiais, embora seja considerável o número de poços na região.
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Na área central o abastecimento é realizado através de redes de distribuição em formato
de anéis e linhas tronco. Porém esta área sofre alguns problemas de intermitência de
atendimento.
A região Norte é composta de loteamentos regulares, irregulares e de invasões de áreas
públicas e particulares. Esse setor é considerando como Zona Alta de Distribuição, através do
sistema de pressurização da rede da rede da Zona Baixa, por sistema elevatório. Para esta
região, a água é recalcada por sistema elevatório denominado São José. De acordo com a
Sabesp, o sistema elevatório se encontra no limite crítico de sua capacidade e sem previsão
imediata de ampliação ou de nova unidade elevatória.
Na região Sul, Região de Palmeiras, os núcleos urbanos existentes estão localizados ao
longo da Rodovia Índio Tibiriçá, até o limite sul do município. Por se tratar de uma Área de
Proteção aos Mananciais, sua ocupação urbana é legalmente restrita.
A distribuição principal desta área, classificada como Zona Alta de Suzano, segue ao o
longo da rodovia e desta são derivadas ligações para os núcleos urbanos regulares e irregulares.
Parte dos loteamentos e áreas ocupadas não é atendida por rede de distribuição da SABESP.
Segundo a Sabesp a ausência de abastecimento se dá pela falta de pressão disponível da rede
de distribuição, por se situarem em cotas acima da prevista no sistema público. O abastecimento
destas áreas se dá por caminhões pipa que abastecem cisternas centrais dos núcleos.
4.3.3. Sistema de Coleta e Tratamento de Esgoto
A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Suzano recebe parte dos efluentes dos
municípios da sub-região Alto Tietê Cabeceira e apresenta os melhores índices de tratamento no
esgoto coletado. No entanto, o volume de esgoto tratado é muito menor que sua capacidade, em
função da deficiência de coletores-troncos no município e região.
A SABESP atua diretamente no sistema de redes coletoras, coletores secundários,
coletores troncos, interceptores e no tratamento completo. A porcentagem de atendimento oficial
é da ordem de 88%, apesar da existência de diversas áreas consideradas irregulares.
A área urbana central, correspondendo às bacias do Rio Guaió e do Ribeirão do
Una/Chico da Vargem, é dotada de redes coletoras, coletores secundários, tronco e interceptores
até o lançamento na ETE de Suzano, junto à margem esquerda do Rio Tietê.
A área Sul, correspondentes às bacias do Rio Taiaçupeba, Taiaçupeba Mirim, Una, e
parte do Rio Guaió, conta com sistema parcial de rede coletora e coletores secundários e
interceptores, sendo a maior parte lançado nos cursos d’água.
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A área do Distrito de Boa Vista situado ao Norte do Município e na margem direita do Rio
Tietê possui rede coletora e coletores secundários. Toda a coleta e condução dos esgotos são
lançadas “in natura” diretamente nos córregos afluentes, no Ribeirão Jaguarí e no Rio Tietê, sem
receber qualquer tratamento.
Na área rural, a disposição do esgoto é feita por meio de fossas. A grande maioria das
propriedades possui fossa negra3.
(ver MAPA T19 -Rede de Abastecimento de Água e Coleta de Esgoto)
4.3.4. Resíduos Sólidos
Conforme a legislação de APM (9.866/97, cap. IV), os resíduos produzidos deverão ser
removidos para fora das área de proteção. Como grande parte do município está inserida na área
de proteção aos mananciais e na APA, restam poucas áreas legalmente possíveis de receberem
a instalação de um aterro sanitário convencional. Como estas áreas estão em geral urbanizadas,
a disposição final de resíduo sólido é atualmente feita em outro município, no Aterro Sanitário de
Itaquaquecetuba.
Os serviços de coleta e transporte de lixo são executados por empresa contratada, a
Companhia Coletora Pioneira S.C. Ltda. Mensalmente são coletadas 7.702,56 toneladas de lixo,
entre resíduos domiciliares, capinação e raspagem de vias. Os resíduos hospitalares, de clínicas
médicas, de laboratório de análises, são acondicionados, transportados separadamente e
incinerados pela coletora em incinerador próprio.
A coleta de lixo em Suzano atinge 99% em todo o município, inclusive em loteamentos
clandestinos. Alguns são feitos através da disponibilização de contêineres. Na área central existe
uma coleta diária, em função da atividade comercial existente. Já em outras localidades a coleta é
feita em dias alternados três vezes por semana.
A destinação do resíduo da construção civil fica sob a responsabilidade de empresa
especifica para esse tipo de serviço, contratada pelo proprietário da obra. 3 Fossa negra é uma fossa séptica, uma escavação sem revestimento interno onde os dejetos caem no terreno, parte se infiltrando
e parte sendo decomposta na superfície de fundo. Não existe nenhum deflúvio. São dispositivos perigosos que só devem ser
empregados em último caso". Fossa seca são escavações, cujas paredes são revestidas de tábuas não aparelhadas com o fundo
em terreno natural e cobertas na altura do piso por uma laje onde é instalado um vaso sanitário" (Carvalho, 1981). Fossa séptica é
uma câmara subterrânea, onde são acumulados os esgotos de um ou vários prédios e onde os mesmos são digeridos por
bactérias aeróbias e anaeróbias. Processada essa digestão, resulta o líquido efluente que deve ser dirigido a uma rede ou
sumidouro."Unidade de sedimentação e digestão de fluxo horizontal e funcionamento contínuo, destinado ao tratamento primário
dos esgotos sanitários" (Decreto nº 533, de 16.01.76).
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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A Companhia Clariant tem em seu empreendimento situado no município, um incinerador
de resíduos industriais que atende a si e outras indústrias. Nos locais não atendidos por este
incinerador, os resíduos industriais são queimados e/ou enterrados.
Quanto à varrição de ruas e espaços públicos, existe o serviço diário no centro comercial
que passa na Rua Benjamim Constant, General Francisco Glicério e travessas, Na área central,
passa no quadrilátero formado pela Avenida Armando Salles de Oliveira, Prudente de Moraes,
Marques Figueira, Baruel, Regina Cabalau Mendonça. Na outra parte central a varrição, que é
feita alternada três vezes por semana, o serviço abrange os bairros Cidade Cruzeiro do Sul,
Cruzeirinho, Jardim Nema, até Avenida Mogi das Cruzes. Em outros bairros a varrição é feita uma
vez por semana.
Reciclagem Nos últimos seis meses existe no município uma cooperativa de catadores para
reciclagem de lixo. A iniciativa indica caminhos para o município explorar o conceito de Economia
Solidária e também aproveitamento econômico do lixo. Entretanto, além da parceria com a
prefeitura, as cooperativas populares necessitam de incubadoras, a fim de evitar sobressaltos no
processo de fortalecimento das mesmas, como vem ocorrendo.
Setores da Coletas Domiciliares de Suzano
Turno Hora de Inicio Freqüência Local Principal Outros Locais Principais
Noturno Diário Centro Jd. Guaió, Jd. Santa Helena, Jd. Santo Antonio, Vila Adelina. Noturno Diário Jd. Imperador Cidade Cruzeiro do Sul, Parque Suzano.
Noturno 19:00
Diário Vila Figueira V. Santa Maria, jd. Paulista, V. Costa. Vespertino Diário V. Amorim V. Mazza, V. Urupês, Jd. Santa Lúcia. Vespertino Alternado
3ª/ 5ª/ 6ª Colorado Jd. Cacique, Jd. Juella, Novo Colorado. Vespertino Vespertino Alternado
2ª/ 4ª/ 6ª Cidade Edson Jardim Realce, Jd. Suzano. Vespertino Vespertino Alternado
3ª/ 5ª/ Sábado Monte Cristo Jd. Suzanópolis. Vespertino Vespertino Alternado
2ª/ 4ª/ 6ª Maria Helena Pq. Maria Helena.
Alternado 3ª/ 5ª/ Sábado Jd. Natal Jd. Belém, Jd. Lazzareschi, V. Monte Sion, Jd. Maitê.
Alternado 2ª/ 4ª/ 6ª Casa Branca Vila Barros, Vila Cabreira.
Alternado 3ª/ 5ª/ Sábado Maria de Maggi Vila Maluf
Vespertino
15:00
Alternado 2ª/ 4ª/6ª Jd. Casa Branca Jd. Caxanga, Jd. Saúde, Cha. Meu cantinho, Jd. Modelo.
Diurno Alternado 3ª/ 5ª/ Sábado V. Fátima Pq. Buenos Aires, Jd. Baruel, Samambaia, Pq. Palmeiras.
Diurno 06:00
Alternado Miguel Badra Miguel Badra Baixo
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Diurno Diurno Diurno Alternado
3ª/ 5ª/ Sábado Caulim
(Palmeiras)Jd. Cerejeiras, Jd. Das Lavras, Jd. Do Lago, Tanaka.
Diurno Diurno
Alternado 2ª/ 4ª/ 6ª
Miguel Badra Miguel Badra Alto Diurno Diurno
Alternado 3ª/ 5ª/ Sábado
Jd. Leblon Chácara Ceres, Bairro Raffo Diurno Diurno
Alternado 2ª/ 4ª/ 6ª
Sesc Boa Vista
Alternado 3ª/ 5ª/ Sábado
Vila Rica (Palmeiras) Jd. Itamaracá, V. Real, Jd. Amazonas.
Alternado 2ª/ 4ª/ 6ª Jd. Revista Dona Benta, Jd. Carmem, Santa Inês.
Alternado 3ª/ 5ª/ Sábado
Tijuco Preto (Palmeiras) Pq. Astúria, Jd. Brasil, Jd. Novo Horizonte.
Alternado 2ª/ 4ª/ 6ª Jd. Varan Jd. Alterópolis, Jd. Margareth, Jd. Europa, Jd. Gardênia.
Alternado 3ª/ 5ª/ Sábado Jd. Ikeda Jd. Nova América, Jd. Planalto.
Diurno
Alternado 2ª/ 4ª/ 6ª Jd. São José São Bernadino, Chac. Méa, Jd. Graziela.
Fonte: Prefeitura de Suzano - Secretaria Municipal de Infra-Estrutura, Obras e Saneamento
Varrição Manual Diário com repasse Centro Comercial
Benjamim, Glicério, e travessa.
Diário sem repasse Área Central Quadrilátero formado pela Av. Armando Salles de Oliveira, Prudente de Moraes, Marques Figueira, Baruel, Regina Cabalau Mendonça.
Alternado 2ª/4ª/6ª Feira
Cidade Cruzeiro do Sul/ Cruzeirinho, Jd. Nena (até Av. Mogi das Cruzes).
Alternado 3ª/5ª/Sábado
Jardim Imperador (até Av. Mogi das Cruzes).
Semanal às 2ª Feiras
Jd. Dos Pinheiros, Jd. Josué, Jd. Anzai, Jd. Marcato, Jd. Suzano, Jd. Realce.
Semanal às 3ª Feiras
Semanal às 4ª Feiras
V. Amorim, Vila Mazza, Jd Nazzareth
Semanal às 5ª Feiras 2ª/5ª
Vila Maria de Maggi e parte do Pq. Maria Helena Praça da Igreja Bom Jesus (Cidade Edson).
Semanal às 6ª Feiras
Restante do Pq. Maria Helena, Vila Maluf.
Semanal aos Sábados
Jd. Monte Cristo.
Fonte: Prefeitura de Suzano - Secretaria Municipal de Infra-Estrutura, Obras e Saneamento
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Relação de Feiras Livres e área de varrição – Suzano Nº Local Dia da
Semana Nº. de dias Área m²
(varrição) 1 Jardim Colorado Terça 5 4.350 2 Jardim Natal Terça 5 2.240 3 Vila Amorim Quarta 5 3.304 4 Jd. Tabamarajoara/ Raffo Quarta 5 330 5 Sesc Quarta 5 250 6 Jardim Revista Quinta 5 1.200 7 Jardim Imperador Quinta 5 1.500 8 Parque Maria Helena Sexta 4 4.081 9 Casa Branca Sexta 4 1.935 10 Páteo Central Sábado 4 7.069 11 Miguel Badra Sábado 4 2.640 12 Vila Helena/ Raffo Sábado 4 720 13 Jardim São José Sábado 4 1.470 14 Jardim Monte Cristo Domingo 4 1.989 15 Jardim Lincoln Domingo 4 1.300 16 Palmeiras Domingo 4 2.200 17 Jardim Dona Benta Domingo 4 2.970 18 Jardim Novo Colorado Domingo 4 740
Fonte: Prefeitura de Suzano - Secretaria Municipal de Infra-Estrutura, Obras e Saneamento
Resumo da Medição – Suzano do mês de Julho de 2006
Item Serviço Quantidade Unid. Unitário Valor da
pesagem
1 Coleta de Lixo Domiciliar 7.702,56 T 65,27 502.746,09
2 Incineração de lixo hospitalar 5.627,55 Kg. 1,89 10.636,07
3 Coleta Hospitalar 5,627 Ton. 777,88 4.377,13
4 Capinação 321,000 M² 0,101 32.421,00
5 Pintura de Guias (meio-fio) 90,00 Km. 86,53 7.787,70
6 Limpeza de Próprio Públicos 2.074 Hora 6,99 14.497,26
7 Varrição Praça e Terminal
Rodoviário 1.289.055 M² 0,013 16.757,72
8 Varrição Manual 6.741,944 Km. 18,69 126.006,93
9 Limpeza de Feiras-Livres 202.144 M² 0,0756 15.282,09
10 Locação de Conteiners 992 Hora 1,53 1.517,76
11 Remoção de Conteiners 49 Unid. 37,62 1.843,38
12 Limpeza e Desinfecção de Unidades
Saúde 9.344 Hora 7,81 72.976,64
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13 Roçada 85.819 M² 0,164 14.074,32
Subtotal 820.924,09
14 Capinação Química 150.711 M² 0,302 45.514,72
Total da Medição R$ 866.438,81
Fonte: Prefeitura de Suzano - Secretaria Municipal de Infra-Estrutura, Obras e Saneamento
(ver MAPA T20 - Coleta de Resíduo Sólido)
4.3.5. Drenagem
As questões de macro-drenagem se apresentam como importantes questões dentro do
contexto metropolitano que se insere Suzano. A impermeabilização do solo urbano faz com que
as cheias naturais dos rios se transformem em um problema grave nas cidades. O espaço natural
de transbordo dos rios na época da chuva, se ocupado ou não, será reclamado para este fim e as
águas tendem a invadir sua várzea original. O processo de ocupação do solo na Bacia
Hidrográfica do Alto Tietê tem seguido um padrão de adensamento e impermeabilização do solo
que contribuem para a ocorrência de inundações e agravam suas conseqüências. É essencial
para a Bacia que se contenham as ocupações em áreas de várzea e a sua impermeabilização.
Dentro do contexto urbano de Suzano as enchentes são freqüentes em algumas áreas
da cidade. Desprovida de um sistema de drenagem das águas pluviais, o centro da cidade sofre
com a época das chuvas. Sua drenagem é superficial, somente através das calhas das ruas.
Algumas áreas são providas de bocas de lobo e tubulação, porém não existe destinação para as
águas coletadas, que quando enchem, transbordam e acontece o refluxo.
O Córrego do Una/Chico da Várzea, em sua porção urbana, é responsável pela maioria
das ocorrências de inundações e enchentes no centro da cidade. A ocupação de suas margens
acarreta o transbordo das águas na época da chuva. Seu segmento canalizado, para o
transpasse da linha férrea, não suporta a quantidade de água que chega para sua vazão no rio
Tietê, ocasionando enchentes nesta região. Outra ocorrência freqüente de inundações acontece
nas margens ocupadas do Rio Taiaçupeba-Mirim. Esta área é agravada pela condição precária da
sua infra-estrutura urbana e dos seus assentamentos.
Apesar destas ocorrências o município ainda possui boa parte das margens de seus rios
com pouca ocupação, sendo viável ainda uma política corretiva e principalmente preventiva, no
sentido de conservar as várzeas dos rios sem ocupação imprópria e de regular a
impermeabilização dos solos urbanos.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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4.4. Mobilidade e Transporte
O município de Suzano possui discrepâncias regionais na oferta de transportes e na
mobilidade. Essas diferenças se acentuam em função das características específicas de infra-
estrutura disponível e do uso e ocupação do solo municipal. Atualmente seu sistema de
transportes passa por processo de remodelação devido às deficiências encontradas na utilização
do transporte público e sistema viário.
A porção sul do município, inserida na Área de Proteção aos Mananciais, apresenta
ocupação rarefeita e de usos predominantemente residencial e agrícola. Na porção central, que
apresenta maior concentração urbana, estão localizadas a sede administrativa do município, a
maior parte dos estabelecimentos comerciais e o encontro dos principais eixos viários da região.
Ao norte, a porção territorial é predominantemente residencial, de alta densidade populacional, e
separada do resto do município pelas barreiras físicas da APA do Rio Tietê e a Linha ferroviária E
da CPTM, que cortam o território transversalmente.
Essas características gerais do território interferem na distribuição e oferta de transportes
e infra-estrutura viária, onde notamos que a porção sul é menos servida que a porção centro-
norte, havendo aí necessidade de redistribuição dessa oferta.
4.4.1 Estrutura Viária Existente
O município de Suzano é cortado longitudinalmente pela Rodovia Índio Tibiriçá SP-31 e
transversalmente pela Rodovia SP-66, sendo as duas de importância regional.
A Rodovia Índio Tibiriçá que liga o centro de Suzano à região do ABC através de Riberão
Pires tem uma pista para cada sentido de circulação e acostamento. Dentro do território
suzanense, ela dá acesso a algumas empresas situadas na ZUPI em seu trecho inicial mais
próximo ao centro; passa ao lado do entreposto aduaneiro, Cragea e é o único acesso a vários
dos loteamentos na Região de Palmeiras. Nesse trecho a Rodovia tem dois traçados. O primeiro,
mais antigo, acessa o núcleo original da ocupação municipal, no Baruel e também é chamado de
Estrada Velha Suzano-Riberão Pires.
Já a Rodovia SP-66 em Suzano tem traçado urbano com lotes lindeiros de uso comercial e
residencial e é interceptada por semáforos, travessia de pedestres e lombadas nas ruas Major
Pinheiro Fróes e Rua Doutor Prudente de Moraes. Essa última que ladeia a estação ferroviária e
dá acesso às ruas Glicério e Benjamim Constant, neste trecho ela costuma apresentar trânsito
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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bastante lento.
O principal acesso à capital paulista se dá pela Rodovia Ayrton Senna, onde, há a
proposta de construção de uma outra via de acesso à Rodovia Ayrton Senna, ligando a rotatória
da Avenida Miguel Badra à rotatória da Avenida Brasil, já no município de Poá.
A Avenida Miguel Badra, que é um dos acessos para quem chega à Suzano pela
Rodovia Ayrton Senna, é também a principal via do bairro Cidade Miguel Badra com vários
estabelecimentos comerciais e considerável trânsito de pedestres. Caracterizada por uma pista
para cada sentido, lombadas e semáforos.
Entre as demais vias principais do município está a Avenida Francisco Marengo que faz
a ligação do centro com Itaquaquecetuba. Ela dá acesso ao Jardim Revista, Jardim Dona Benta e
Jardim Carmen e constitui em certo trecho uma centralidade linear com vários estabelecimentos
de comércio popular.
A Avenida Vereador Baptista Fitipaldi entre o centro e Boa Vista, tem duas pistas em
cada sentido separadas por canteiro central. Na margem oeste estão os bairros Parque Maria
Helena e Vila Maluf em terreno plano, bem próximo à APA do Rio Tietê. Nota-se um grande
número de bicicletas circulando por aí sem que tenham faixa adequada.
A estrada Portão da Ronda atravessa topografia acidentada e tem ocupação urbana
apenas na margem oeste. Ela dá acesso ao Jardim Gardênia Azul e ao Jardim Graziela ainda no
Distrito de Boa Vista.
O acesso ao Distrito Industrial de Vila Teodoro e as indústrias aí instaladas, é feito
através da Avenida Jorge Bey Maluf, que segue em direção à Mogi das Cruzes, faceando a
margem norte da ferrovia. Por não atravessar trecho urbano é uma estrada de trânsito livre.
A Avenida Paul Percy Harris é uma das ligações com o município de Poá e dá acesso às
Avenida Paulista e Avenida senador Roberto Simonassen que ladeiam o parque Max Feffer e dão
acesso aos bairros à leste da área central da cidade.
Na estrada Santa Mônica é mais uma ligação do município com Poá.
As avenidas Armando Salles de Oliveira e Antonio Marques Figueira são parte do
sistema de rótula e contra-rótula que circundam o perímetro definido como área de requalificação
do centro e são alternativas viárias às movimentadas ruas Glicério e Beijamim Constant. Essas
últimas são caracterizadas pelo movimento constante de veículos, pedestres e ciclistas. No
entanto, sua calha, com duas pistas e estacionamento dos dois lados da via favorecem os
veículos ao paço que os pedestres se espremem nas estreitas calçadas entre o comércio e a
pista de rolamento. As bicicletas muito usadas pela população não como forma de lazer mais sim
como alternativas de transporte não tem faixa exclusiva para circular aí e aparecem amarradas
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aos postes já que também não tem estacionamento. Esse hábito dificulta ainda mais a vida dos
pedestres que circulam por aí.
A Rua do Baruel parte do centro ( Praça dos Expedicionários) e segue em direção à
rodovia Índio Tibiriçá. Além do comércio aí se localiza a prefeitura do município.
A Avenida Governador Mario Covas, ou simplesmente Marginal do Una, passou por
recente obra de qualificação, que ampliou as pistas e canalizou o curso d’água. Essa via liga a
SP-66 (Rua Doutor Prudente de Moraes) à rodovia Índio Tibiriçá.
As demais vias no perímetro urbano são secundárias ou locais.
No perímetro rural temos também algumas estradas de destaque como a estrada dos
Fernandes, na bacia do Guaió. Essa estrada é um importante eixo de escoamento da produção
agrícola de Suzano e também faz a ligação da região central do município à Mauá.
As estradas do Duchen, Keida Harada e do Koyama são algumas das estradas rurais da
bacia do Taiaçubeba. Elas são acessos ao segundo eixo de produção agrícola do município.
Fazem também acesso aos loteamentos de residências e chácaras implantadas na região.
4.4.2. Pavimentação
A estrutura viária do município de Suzano apresenta diferentes condições de
pavimentação, conservação e sinalização. A região de Boa Vista ao norte, que há pouco tempo
tinha poucas ruas pavimentadas, recebe hoje investimentos municipais que financiam obras de
pavimentação. Várias ruas, transformadas em canteiro de obras, estão recebendo o benefício.
Já a região central é certamente a mais bem servida de infraestrutura e pavimentação. A
maioria das ruas é asfaltada ou recebeu paralelepípedo. Em contraposição, na região de
Palmeiras ao sul, a Lei Estadual de Proteção de Mananciais (Lei 1172/76) impõe restrições ao
poder municipal à pavimentação das vias existentes. Dessa forma, a maioria das ruas e estradas
rurais não tem pavimentação e muitas vezes se encontram esburacadas.
4.4.3. Ferrovia MRS e Porto Seco
Pelo município de Suzano passam duas linhas ferroviárias, uma destinada ao transporte
de cargas e outra ao transporte de passageiros.
A MRS, empresa com concessão para operar a ferrovia de cargas na malha sudeste
desde 1996, parte da região de Belo Horizonte, em Minas Gerais, e está ligada aos terminais
portuários do Rio de Janeiro, Sepetiba e Santos. Suas principais cargas competem aos setores de
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mineração, siderurgia, construção civil, químico e petroquímico, produtos agrícolas, papel e
celulose, automotivo e contêineres. Em Suzano a ferrovia atravessa o território longitudinalmente
ligando a Região de Volta Redonda e Resende ao porto de Santos.
Em função da presença desta ferrovia, Suzano também faz parte da rede aduaneira de
interior contando com um Porto Seco, ligado a MRS, na região do distrito de Palmeiras às
margens da Rodovia Índio-Tibiriçá. Portos Secos, segundo definição da Receita Federal, são
recintos alfandegados de uso público, situados em zona secundária, ou seja, distante dos portos
marítimos, nos quais são executadas operações de movimentação, armazenagem e despacho
aduaneiro de mercadorias e de bagagem, sob controle aduaneiro.
Sistema Ferroviário Aduaneiro
Fonte: www.revistaferroviaria.com.br
O Porto Seco de Suzano, administrado pela empresa Cragea (Cia. Regional de
Armazéns Gerais e Entrepostos Aduaneiros) é de carga geral, movimentando contêineres que
possuem como principal origem/destino o Porto de Santos.
Como na maior parte dos casos, as ferrovias se tornam barreiras à urbanização contínua
como também ocorre em Suzano. Talvez a região mais prejudicada com a presença da ferrovia
no município seja a do Jardim Maitê. Este bairro é isolado do tecido urbano do município pela
ferrovia e sua população sofre com a falta de passarelas, viadutos ou túneis para a transposição
do obstáculo.
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4.4.4 Linha ferroviária E da CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
A linha E de trens urbanos, que corta o território de Suzano transversalmente, é destinada
ao transporte de passageiros. Com 50,8 Km, liga as estações Luz-Guaianazes / Guaianazes-
Estudantes e é um dos eixos estruturadores da ocupação e desenvolvimento da região.
Fonte: Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
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Movimento da Linha E da CPTM em abril/2006 Luz - Guaianazes / Guaianazes – Estudantes
Horário de funcionamento das estações
04h00 às 24h00
Passageiros transportados diariamente
339.000
Extensão total 50,8 km
Luz - Guaianazes (Expresso Leste) Guaianazes – Estudantes
Extensão 24,0 km
Percurso aprox. 32 minutos
Intervalos de 7 a 20 minutos
Extensão 26,8 km
Percurso aproximado36 minutos
Intervalos de 9 a 20 minutos
Fonte: Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
Umas das melhorias previstas para o sistema ferroviário da CPTM é a reforma e
ampliação da estação de Suzano, preparando esta para receber os trens do Expresso Leste que
hoje vão apenas até Guaianazes, no extremo leste do município de São Paulo.
A extensão do Expresso Leste de Guaianazes até Suzano, segundo a CPTM, tem um
orçamento estimado em R$ 315 milhões no PPA [Plano Pluri Anual do Governo do Estado] e
inclui intervenções em via permanente, sinalização, energia, aquisição de novos trens,
remodelação e construção de estações.
Seu objetivo é estender os serviços atualmente prestados no trecho Brás - Guaianazes
até a cidade de Suzano, servindo também os municípios de Ferraz de Vasconcelos e Poá. As
melhorias no Expresso Leste visam atender uma demanda estimada em 450.000 passageiros/dia
até 2010.
Fonte: Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (Mapa de Ampliação do Expresso Leste até Suzano)
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4.4.5. Rodoanel O Rodoanel Mário Covas é um empreendimento rodoviário que interliga as 10 rodovias
que chegam à RMSP, com uma extensão de cerca de 174 km, com características de rodovia
bloqueada, com três ou quatro faixas de rolamento por sentido, controle de acessos, classe "0" -
especial e velocidade de projeto de 100 km/h.
O seu trecho Leste, cujo traçado previsto passa pelo território do município de Suzano,
terá 40,6 km e se desenvolverá a partir da BR116 / rodovia Presidente Dutra, seguindo na direção
sul e atravessando os municípios de Guarulhos, Itaquaquecetuba, Poá, Ferraz de Vasconcelos,
Ribeirão Pires e Mauá, além de Suzano, até a ligação com a Avenida Papa João XXIII.
Os elementos físicos predominantes no trecho Leste, inseridos na APA da Várzea do Rio
Tietê e na APM da Bacia do Rio Guaió devem ser considerados nos estudos de implantação do
empreendimento. Além das áreas ambientalmente frágeis à ocupação, a região caracteriza-se por
áreas urbanas contínuas nos municípios de Itaquaquecetuba, Poá e Suzano, e ocupação rural
produtiva no vale do rio Guaió, organizada a partir da Estrada dos Fernandes. No final do trecho,
cabe destacar o Distrito Industrial de Sertãozinho, no município de Mauá. Rodoanel Trecho Leste
Características gerais Velocidade diretriz = 100Km/h
Faixa de domínio = 130,0 m
Faixas por sentido = 3 faixas
Fonte: DERSA
Fonte: Dersa
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Os documentos produzidos pelo Dersa (AAE e EIA/RIMA) indicam que o empreendimento
do Rodoanel não provocará acréscimos consideráveis de ocupação na região de mananciais,
dados carentes de esclarecimento segundo definição das reuniões realizadas pela sociedade civil.
A preocupação é principalmente com a qualidade da água para a Região Metropolitana de São
Paulo, ameaçada pela pressão antrópica que o Rodoanel acarretaria para a Área de Proteção de
Mananciais.
(Ver MAPA 21 Interligações Viárias Metropolitanas)
4.4.6. Sistema de Transporte Coletivo Intermunicipal
Além do transporte coletivo ferroviário, de escala metropolitana, temos o transporte
coletivo rodoviário, de escala intermunicipal.
Levantamento EMTU – linhas metropolitanas que servem o município de Suzano NÚMERO DESCRIÇÃO VIAÇÃO 039 SUZANO (CIDADE EDSON) / MOGI DAS CRUZES (LARGO DO SOCORRO) SUZANO 039EX1 SUZANO (CIDADE EDSON) / MOGI DAS CRUZES (LARGO DO SOCORRO) SUZANO 145 SUZANO (LAR DAS FLORES) / SAO PAULO (ITAIM PAULISTA) SUZANO
332 ITAQUAQUECETUBA (RESIDENCIAL MARENGO) / SUZANO (TERMINAL RODOVIARIO DE SUZANO) SUZANO
367 SUZANO (JARDIM VITORIA) / MOGI DAS CRUZES (PEDREIRA ITAPETI) SUZANO 372 SUZANO (VILA AMORIM) / MOGI DAS CRUZES (JARDIM MARGARIDA) SUZANO 214 SUZANO (CENTRO) / São PAULO (T.R. TIETE) PASSAROMARRON 025 SUZANO (CIDADE EDSON) / MOGI DAS CRUZES (LARGO DO SOCORRO) MITO TURISMO 025EX1 SUZANO (CIDADE EDSON) / MOGI DAS CRUZES (LARGO DO SOCORRO) MITO TURISMO
038 MOGI DAS CRUZES (TERMINAL RODOVIARIO GERALDO SCAVONE) / SAO PAULO (METRO ARMENIA) MITO TURISMO
114 FERRAZ DE VASCONCELOS (PARQUE SAO FRANCISCO) / MOGI DAS CRUZES (SHOPPING CENTER SOCORRO) MITO TURISMO
114EX1 FERRAZ DE VASCONCELOS (PARQUE SAO FRANCISCO) / SUZANO (VILA AMORIM) MITO TURISMO
114VP1 FERRAZ DE VASCONCELOS (PARQUE SAO FRANCISCO) / SUZANO (VILA AMORIM) MITO TURISMO
141 SANTA ISABEL (CENTRO) / MOGI DAS CRUZES (SHOPPING CENTER SOCORRO) MITO TURISMO
141VP1 SANTA ISABEL (CENTRO) / ARUJA (CENTRO) MITO TURISMO
144 MOGI DAS CRUZES (TERMINAL RODOVIARIO GERALDO SCAVONE) / SAO PAULO (BRAS) MITO TURISMO
273 SUZANO (CENTRO) / ARUJA (PARQUE RODRIGO BARRETO) MITO TURISMO
277 SANTA ISABEL (CENTRO) /MOGI DAS CRUZES (SHOPPING CENTER SOCORRO) MITO TURISMO
373 SUZANO (JARDIM SANTA INES) / MOGI DAS CRUZES (CENTRO) MITO TURISMO
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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405 SUZANO (CENTRO) / ITAQUAQUECETUBA (CENTRO) MITO TURISMO 405EX1 SUZANO (CENTRO) / ITAQUAQUECETUBA (CENTRO) MITO TURISMO
416 POA (CIDADE KEMEL) / MOGI DAS CRUZES (SHOPPING CENTER SOCORRO) MITO TURISMO
481 POA (T.R. JARDIM SAO JOSE) / MOGI DAS CRUZES (SHOPPING CENTER SOCORRO) MITO TURISMO
215 RIBEIRAO PIRES (TERMINAL RODOVIARIO DE RIBEIRAO PIRES) / SUZANO (CENTRO) RIGRAS
381 RIBEIRAO PIRES (TERMINAL RODOVIARIO DE RIBEIRAO PIRES) / SUZANO (BARUEL) RIGRAS
381BI1 RIBEIRAO PIRES (TERMINAL RODOVIARIO DE RIBEIRAO PIRES) / SUZANO (VILA FATIMA) RIGRAS
Fonte: http://www.emtu.sp.gov.br / acesso em 28/06/2006
(Ver MAPA T22 Transporte Metropolitano – Linhas de ônibus intermunicipais)
4.4.7. Sistema de transporte coletivo municipal
Em Suzano, um grande número de passageiros é transportado por táxis e automóveis
clandestinos, o que evidencia a deficiência do serviço oficialmente prestado. Atualmente, o
transporte coletivo municipal em Suzano está servido por uma única empresa licitada (Visul) que
tem a concessão do serviço de transporte público.
A frota de ônibus disponível é insuficiente e de má conservação, com grande número de
acidentes e reclamações. Existem apenas 57 carros distribuídos em 18 linhas e alguns veículos
não possuem licenciamento ou possuem multas por serem poluentes. O tempo de espera nos
pontos de ônibus é grande e as viagens são demoradas. Faltam linhas de ônibus em várias
localidades e falta a integração do sistema (itinerários e tarifas). Todos estes problemas são
agravados quando, nos últimos meses, a empresa não vem prestando contas ao município.
Dentre as linhas municipais que a Visul disponibiliza estão:
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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Linhas Municipais Empresa Visul
Fonte: Secretaria de Política Urbana.
Elaboração: Fupam,2006.
Sobre o funcionamento desse sistema, a administração municipal tem diferentes
propostas de melhorias, todas encontrando resistência da empresa licitada.
Na proposta de traçado, o transporte municipal estaria dividido em dois blocos, o distrito de
Palmeiras e o Centro urbano. Segundo a Diretoria de Transportes, Assuntos Viários e Mobilidade
Urbana, estão em fase de estudos novos terminais com sistema “espinha de peixe”, ou seja,
linhas coletoras ligadas a linhas troncais através desses terminais. O objetivo é reforçar os sub-
centros de Boa Vista e Palmeiras.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
97
De forma complementar, a principal intenção, segundo a Secretaria de Política Urbana do
município é alterar a lei de transportes vigente para que as dificuldades de gerenciamento e
fiscalização dos serviços prestados sejam minimizadas. Para isso estão ocorrendo audiências
públicas para discutir o assunto em toda a cidade.
Entre as principais resoluções para alteração da Lei 146/04, estão:
• Fica criado o SIM – Sistema Integrado Municipal;
• Haverá mais de uma empresa operando o sistema municipal;
• Determinação de terminais Rodoviários e integração, operacional e tarifária;
• Maiores de 60 anos de idade estarão isentos da tarifa
• Estudantes do Ensino Infantil, Fundamental e Médio da Rede Pública residente no
município de Suzano, no ano letivo, poderão contar com redução tarifária de 100%
e na utilização do serviço SIM 50%;
• Alteração no valor das multas.
(Ver MAPAS T23 Abrangência do Transporte Municipal e Principais Acessos e T24 Proposta para o Transporte Coletivo Municipal)
4.4.8. Deslocamentos Não-Motorizados
Apesar de não haver estudos específicos sobre o transporte não motorizado em
Suzano, é notório que existe necessidade de um esforço no sentido de dar resposta a uma
demanda de vias de pedestres e ciclovias.
Em relação aos ciclistas, o que se vê ao caminhar pela Rua Glicério, principal eixo
comercial do município, é um grande número de bicicletas estacionadas sobre as calçadas ou
circulando junto aos carros, o que indica necessidade de atenção com esse modo de transporte.
Atualmente não existe nenhum tipo de estrutura urbana no município para esta modalidade de
transporte. O que vem sendo desenvolvido pela administração é o projeto de uma ciclovia no
distrito de Boa Vista, que liga o bairro de Miguel Brada ao ponto de ligação com a região central,
adjacente à linha ferroviária da CPTM, e futuramente também ao projetado Terminal Norte.
Em relação à mobilidade e acessibilidade de pedestres, o que podemos destacar é a
dimensão reduzida das calçadas para a sua demanda de fluxo, principalmente na área do centro
urbano. A freqüente existência de barreiras ao fluxo de circulação, como postes e obras, bem
como bicicletas estacionadas na calçada por falta de lugar adequado, são notados principalmente
nas ruas comerciais do centro da cidade. Existem poucos espaços públicos de circulação de
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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pedestres, como calçadões ou praças, e o veículo motorizado é favorecido na proporção das
dimensões de calhas de rolamento e calçadas.
Como modelo de calçada a ser adotado em outras partes do município, foi implantado o
projeto piloto Parada Tiradentes, que traz os conceitos da chamada “calçada cidadã”, com
acessibilidade para cadeirantes e sinalização de piso táctil para deficientes visuais.
4.5. O Processo de Ocupação do Território
A população urbana brasileira cresceu, entre 1960 e 2000, de 31 milhões para mais de
174 milhões. O censo de 2000 (IBGE-2000) mostrou também que 81,2% da população brasileira
viviam nas cidades, confirmando as tendências de concentração urbana no país e de expansão
dos grandes aglomerados urbanos, como as regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de
Janeiro, Salvador, Recife, Vitória e Belo Horizonte.
Na região metropolitana de São Paulo, as mais graves e numerosas situações de risco
estão associadas à ocorrência de escorregamentos em encostas ocupadas e de solapamentos de
margens de córregos, e a maioria das favelas ocupa áreas públicas, de mananciais ou
particulares e ocupadas irregularmente.
Na RMSP, nas últimas duas décadas, a taxa geométrica de crescimento anual da
população vem diminuindo. De 1980 a 1991 foi de 1,86% ao ano, de 1991 a 2000 a taxa de
crescimento anual foi de 1,68% e de 2000 até 2005 diminuiu para 1,39% a.a. Porém, a região
leste ainda é uma das regiões com maior incremento demográfico, sendo que de 1991 até 1996 a
taxa anual foi de 3,78%. Nos últimos 10 anos Suzano teve um acréscimo de aproximadamente
91.712 pessoas. Na contagem do censo 1996 o município possuía 180.740 habitantes e, de
acordo com o IBGE a população estimada em 2005 foi de 272.452 habitantes.
O crescimento desordenado da população em Suzano, nas últimas décadas, resultou em
um considerável número de ocupações e loteamentos irregulares, tanto em áreas ambientalmente
frágeis (APM e APP) quanto em áreas públicas. Situação esta agravada pela falta de
planejamento territorial adequado que direcionasse o crescimento e desenvolvimento do
município.
No município de Suzano, existem 23 favelas, com aproximadamente 1.700 famílias em
situação de risco, ou seja, encontra-se morando em condições precárias em encostas ou beira de
córregos. Durante os meses de janeiro, fevereiro e março ocorrem grande quantidade de chuvas,
que podem ocasionar inundações, desmoronamentos e solapamentos, pondo em risco essas
famílias, que correspondem a aproximadamente 6.800 habitantes.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
99
Além dos núcleos de favelas, há um déficit de moradia para a população de baixa renda,
mesmo considerando os empreendimentos habitacionais destinados a população de baixa renda
existentes no município como PAR – Programa de Arrendamento Residencial da Caixa
Econômica Federal e CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano do Governo
Estado de São Paulo.
O crescimento desordenado da cidade e a dificuldade de acesso à terra e moradia pela
população de baixa renda impulsiona a ocupação em áreas vulneráveis como as áreas de
proteção ambiental, fazendo com que tenhamos no município um crescimento acelerado dessa
região, principalmente, em função do crescente processo de parcelamento do solo, nas áreas,
anteriormente, ocupadas por chácaras e dos desmembramentos e desdobros dos terrenos.
A questão habitacional no município de Suzano é um dos maiores desafios do poder
público. O panorama atual é conseqüência direta de quase cinco décadas de descontrole e falta
de direcionamento para a implantação dos aproximadamente 272 loteamentos existentes
atualmente no território, que abrigam cerca de 280 mil habitantes.
Desde o início do parcelamento do solo foram muitos os casos de loteamentos
implantados na APM, em desacordo com a legislação estadual ou, ainda, loteamentos que foram
desenvolvidos à revelia do projeto aprovado nos órgãos públicos competentes. A questão dos
loteamentos irregulares é observada em todas as regiões, caracterizando principalmente os
assentamentos de renda baixa, mas com ocorrências também em loteamentos de renda média
alta.
De acordo com levantamento feito a partir de dados fornecidos pela Secretaria Municipal
de Política Urbana há, atualmente, 38 loteamentos considerados irregulares, ou seja, com
pendências no processo de aprovação do projeto de loteamento da Prefeitura. Este número é
expandido se considerarmos não apenas os casos de loteamentos com irregularidades na
aprovação, mas se incluirmos também os loteamentos com ocupação de área pública, pois há 57
loteamentos regulares nesta situação4.
Os loteamentos clandestinos compõem o quadro de irregularidade. Segundo
levantamento a partir de dados da Diretoria de Habitação e Regularização Fundiária há,
atualmente, cerca de 25 ocupações clandestinas, entre loteamentos já consolidados e favelas. A
ocorrência maior de loteamentos clandestinos se dá em áreas de risco e em APM.
4 Está em desenvolvimento um estudo de diagnóstico sobre a situação fundiária de todos os loteamentos do
município de Suzano, concomitante aos trabalhos de Revisão do Plano Diretor Participativo de Suzano. Os dados
utilizados são informações prévias do estudo, sendo que os dados oficiais ainda não estão disponibilizados.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
100
4.5.1 Evolução dos loteamentos residenciais
A ocupação urbana segue, desde a elevação do Distrito de Suzano a município, de
maneira dispersa no território. Como já mencionado nos aspectos de uso do solo do município, a
população encontra-se distribuída pelos loteamentos da cidade, com maior densidade
populacional na porção central e norte e com ocupações rarefeitas e algumas ainda rurais na
porção sul, região de manancial.
Um levantamento na documentação da Prefeitura a respeito das datas de aprovação dos
loteamentos, ou menção sobre o loteamento no cadastro dos Atos Oficiais, permitiu fazer um
mapeamento do processo histórico do parcelamento do solo do município, indicando os períodos
de maior crescimento e/ou negligência por parte dos órgãos públicos no desenvolvimento urbano
da cidade. É possível também indicar a quantidade de loteamentos que estão sem registro na
Prefeitura.
É destacada a relação entre o núcleo inicial de ocupação do município e a existência da
estrada de ferro São Paulo – Rio de Janeiro. Após a ativação da atual linha de ferro, ao norte do
município, o núcleo de ocupação deslocou-se da porção sul, posteriormente delimitada com APM,
para a porção norte, próximas a estação ferroviária e ao Rio Tietê.
No centro consolidaram-se os loteamentos de caráter residencial, principalmente na
década de 1950 e 1960, que posteriormente foram se caracterizando como núcleo de comércio e
serviços de todo o município e parte residencial melhor infra-estruturada, o que permanece ainda
hoje.
Na porção norte, Distrito de Boa Vista, houve um crescimento populacional acelerado na
década de 1970 e 1980. Isto se deu em função do eixo rodoviário que se consolidou na atual
rodovia Ayrton Senna e, principalmente, em função do eixo ferroviário de passageiros consolidado
pela CPTM, que liga o município de Suzano a capital paulista, facilitando o acesso e mobilidade
de grande parte da população que se movimenta em busca de empregos e menor custo de vida.
No Distrito de Boa Vista localizaram-se grandes parcelas da população migrante em
busca de renda e moradia, formando núcleos adensados de ocupação popular, com carência de
infra-estrutura e uma forte ligação com municípios vizinhos, como Poá e Itaquaquecetuba.
Na porção sul, área protegida pela legislação de mananciais em 1975, houve um
aumento considerado do número de loteamentos e, principalmente, do adensamento dos mesmos
a partir de meados da década de 1970 até a década de 1990. Atualmente há um total de 86
loteamentos localizados nesta região. Alguns desses loteamentos ainda preservam suas
características iniciais de ocupações de baixa densidade, com atividades agrícolas ou de
chácaras de recreio.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
101
Há, contudo, um número elevado de loteamentos ocupados por população de baixa
renda, conseqüência da ausência de interesse do mercado nesta área e da negligência dos
órgãos públicos na fiscalização do território. Esses loteamentos encontram-se espraiados pelo
território, com pouca ou nenhuma conexão entre eles e com dificuldade de provisão de
investimentos em infra-estrutura básica, tanto devido à legislação de mananciais, quanto à
morfologia urbana espalhada que caracteriza a região.
É notório que a criação das Leis Estaduais n.º 898/75 e n.º 1.172/76 não solucionou o
problema da ocupação em áreas de mananciais. A restrição da implantação de determinadas
atividades e empreendimentos habitacionais de média e alta densidade demográfica, construída
em função da necessidade de controlar a expansão da mancha urbana sobre essas áreas e evitar
a diminuição e/ou supressão do potencial de produção de água no município, não barrou o
avanço do crescimento desordenado em direção as áreas ambientalmente frágeis do município.
4.5.2. Caracterização dos loteamentos
A ocupação do município de Suzano se deu de maneira distinta em cada região,
considerando o uso a que o solo foi determinado, a renda e densidade populacional, o grau de
inclusão e conexão entre os loteamentos e, principalmente, a localização.
Assim, caracterizamos os loteamentos a partir de três regiões distintas. A delimitação
destas regiões, apesar de levar os mesmos nomes não é coincidente com os distritos adotados
pelo IBGE. Aqui temos três grandes regiões que se subdividem de acordo com especificidades
inerentes a cada tipo de loteamento e ocupação.
Centro
A região central em todos os aspectos - urbanísticos, sociais, culturais – é a mais atendida
tanto através de investimentos públicos ao longo do tempo quanto de investimentos privados.
Nela estão localizados os pólos de comércio e serviços, bem como os principais equipamentos
públicos. Praticamente todos os loteamentos da região central estão consolidados e com
atendimento de infra-estrutura básica existente. É nessa região que se concentra a população
com a renda mais alta do município e onde a especulação imobiliária pode ser identificada, a
partir da presença de lotes desocupados aguardando a valorização para posterior
comercialização.
A maior parte das habitações dessa região podem ser consideradas de médio-porte e
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
102
qualidade suficiente de habitabilidade, com exceção de alguns pontos de ocupação clandestina,
como ocorre na localidade à oeste denominada Ramal São José. O nível de continuidade entre os
loteamentos é alto, formando uma mancha urbana única e consolidada, bem servida pelo
transporte público municipal e, salienta-se, com a melhor localização para o deslocamento de
Suzano para a capital, devido à proximidade à estação da CPTM.
Boa Vista
O Distrito de Boa Vista é composto pelas subdivisões do loteamento Miguel Badra e uma
série de outros loteamentos menores, mas de características infra-estruturais semelhantes.
Localizado ao Norte da região central esses loteamentos compõem a região mais adensada de
Suzano, com um crescimento acelerado e novas ocupações constantes.
A região possui dois pólos de comércio. O primeiro localiza-se ao longo da via principal
de Cidade Miguel Badra e pode ser considerado uma centralidade linear. O segundo localiza-se
na porção central do Distrito, atendendo principalmente os loteamentos à nordeste do município.
Ainda que não sejam auto-suficientes, esses pólos demonstram a potencialidade dessas
centralidades.
Outra característica de destaque do Distrito de Boa Vista é a dificuldade na mobilidade
entre os loteamentos e até a região central, o que acarreta também restrições quanto ao acesso
até a capital, principal pólo de empregos.
A população residente em Boa Vista é de baixa renda e os loteamentos são formados
por pequenos lotes, freqüentemente desmembrados em outros ainda menores. Nota-se nessa
região uma ligação forte com os municípios vizinhos, relacionando-se tanto no atendimento de
comércio, serviços e empregos quanto no transporte público, sendo mais fácil por vezes se
deslocar até o município de Poá, na estação de Aracaré, para utilizar o transporte ferroviário
metropolitano do que chegar até a Estação de Suzano.
Em relação à condição de habitabilidade e nível da habitação há distintas realidades.
Algumas residências não apresentam condições mínimas de infra-estrutura, como abastecimento
de água, esgoto e asfalto. Outras já se consolidaram nas proximidades das principais vias e já
apresentam um padrão de qualidade superior do que a maioria.
O principal problema considerado é a falta de controle na expansão urbana e no
crescimento populacional, o que gera o adensamento da região não compatível com a provisão
de infra-estrutura, ou seja, a população cresce e o nível de urbanidade não.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
103
Palmeiras
A região conhecida como Palmeiras localiza-se na área protegida pelas Leis Estaduais
de Proteção aos Mananciais (n.º 898/75 e n.º 1.172/76). É nesse distrito que se localiza o núcleo
inicial de ocupação do município de Suzano, o Baruel.
Caracteriza-se por uma ocupação dispersa do território, com um núcleo principal de
ocupação às margens da Rodovia Índio-Tibiriça, conhecido como Centro de Palmeiras e diversos
outros loteamentos espalhados pela APM, intercalados com grandes áreas de produção agrícola
e um setor industrial localizado também na Rodovia Índio-Tibiriça.
Na porção sudoeste desta região encontram-se os terrenos menos apropriados para
ocupação, com maiores declividades e, por isso, uma ocupação substancialmente de grandes
lotes, conformando chácaras de moradia ou recreio. Há nessa região alguns assentamentos
informais, o que, cruzando com a situação imprópria para ocupação, geraram habitações em
áreas de risco.
A dificuldade de acesso é outra característica importante, tanto pela falta de conexão
entre os loteamentos quanto pela precária sinalização existente. Deve-se ressaltar, contudo, as
características rurais que originalmente fazem parte dessa região, não podendo a mesma ser
considerada parte homogênea da mancha urbana. As áreas rurais possuem caráter de
preservação ambiental que deve ser considerado como prioridades perante expansões urbanas.
A tipologia habitacional predominante na área rural é de casas de médio padrão,
localizadas em grandes terrenos e com área verde considerável, porém é identificada também a
presença de habitações precárias com ausência de infra-estrutura que compõem loteamentos
irregulares e clandestinos, muitas delas localizadas em área de risco.
A sudeste da região da APM, localizam-se muitos loteamentos com precariedade de
infra-estrutura, irregulares ou clandestinos, e um adensamento um pouco maior do que no
extremo sul e sudoeste do Distrito de Boa Vista. Em muitos casos os lotes foram sendo
desmembrados e a morfologia urbana modificada de acordo com o projeto original, ocupando
áreas públicas e de proteção ambiental, gerando novas ocupações, aumentando o número de
população e diminuindo a porção de áreas verdes.
As habitações de maneira geral são precárias, com carência de infra-estrutura e pouca
continuidade do tecido urbano. Mas há ainda a presença de algumas tipologias de chácaras, tanto
de moradia principal quanto de veraneio.
O setor agrícola é considerável nessa região, ainda que gradativamente as porções de
terra cultiváveis estejam diminuindo dando lugar a novas habitações e adensando os loteamentos.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
104
4.5.3. Pressão antrópica e preservação ambiental
Conforme já analisado, é clara em Suzano a interferência do meio antrópico na
preservação ambiental da APM. A partir de 1975, com as Leis Estaduais de Preservação das
Áreas de Mananciais e a conseqüente falta de interesse do mercado em investir nestas áreas
para produzir loteamentos compatíveis com o desenho da lei, as ocupações irregulares tornaram-
se comuns, não apenas no município de Suzano como em toda a Região Metropolitana de São
Paulo.
Atualmente há de se considerar a consolidação de um grande número de loteamentos
nessa região. Contudo a maior parte deles não estão dotados de infra-estrutura básica compatível
à necessidade humana de habitação.
A questão que surge é de que maneira poderá ser compatibilizada a consolidação dos
assentamentos já existentes na área de proteção aos mananciais e de APPs, provendo os
mesmos de infra-estrutura, sem contudo induzir novas ocupações.
A pressão antrópica na APM tem diminuído o tamanho do lote, aumentado a densidade
populacional e reduzido as porções de terra destinadas à agricultura. Considerando que a
atividade agrícola é um vetor econômico e analisando sua compatibilização com as características
inerentes à preservação da área de mananciais o que se observa é a necessidade de afinar a
consolidação dos loteamentos existentes com o fortalecimento da economia agrícola vinculada a
pequenos e médios produtores.
Ressalta-se novamente a agricultura como um importante instrumento para consolidar o
vínculo da população com a terra e barrar o avanço das ocupações em desacordo com as
legislações ambientais, consolidando novos tipos de ocupação e relacionando a questão
habitacional com a produção econômica e geração de renda de maneira desconcentrada.
4.5.4. Assentamentos em Áreas de Risco
Segundo o relatório do Plano de Redução de Riscos em desenvolvimento, no município
de Suzano estima-se que a maioria das áreas de risco (aproximadamente 85%) encontra-se
localizada nas atuais Z.03 – Zona de Média para Alta Densidade Demográfica e Z.09 – Zona de
Baixa Densidade Demográfica dentro da Área de Proteção aos Mananciais.
A maior parte das áreas de risco encontra-se na atual Macrozona de Preservação
Ambiental e Ocupação Restrita do Plano Diretor de 2004, que compreende as áreas legalmente
protegidas pela legislação estadual de proteção aos mananciais, Leis nº. 7. 898/75, 1172/76 e Lei
Complementar nº. 145/2004. É expressivo também o número de áreas de risco na atual
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
105
Macrozona Urbana em Consolidação, na Macrozona Urbana Consolidada e na Macrozona
Urbana de Ocupação Controlada.
Foram identificados no município 27 setores de risco em que a probabilidade de
ocorrência de escorregamentos é Alta ou Muito Alta, envolvendo um total de 202 moradias
ameaçadas e 10 setores de risco em que há as probabilidades Alta e Muito Alta de ocorrência de
enchentes/inundações, envolvendo 66 moradias ameaçadas.
Vale ressaltar que a equipe do Plano de Redução de Riscos, durante vistorias em
campo, observou que a existência de infra-estrutura urbana (redes de esgoto e drenagem, guias e
pavimentação viária) implantada ou em fase de implantação e ações de manutenção (limpeza e
aprofundamento de canais) teve reflexo direto na situação de risco encontrada nos loteamentos.
Por outro lado, constatou-se que a maioria das situações de risco identificadas está associada a
ausência ou deficiência de infra-estrutura urbana, especialmente drenagem.
Como diretriz proposta pelo Plano está a associação direta entre o eixo das ações para
redução dos riscos já identificados e as ações de melhoria da infra-estrutura urbana e sua
permanente manutenção. Como proposições gerais do relatório apresentado pela FUNEP,
equipe técnica responsável pela elaboração do Plano, está a necessidade de intervenções
estruturantes fundiárias, sócio-econômicas e urbanísticas associadas às intervenções para
erradicação das situações de risco e a discussão junto à população, para posterior definição, de
um prazo para a erradicação das situações de risco alto e muito alto mapeadas. O relatório da
FUNEP sugere ainda que essa discussão faça parte do processo de Revisão do Plano Diretor e
que um prazo máximo para a meta proposta de erradicação dos riscos seja o final desta década.
Os resultados obtidos com este trabalho estão detalhadamente apresentados nos três
volumes dos relatórios apresentados pela FUNEP, seguindo aqui apenas um resumo do
Mapeamento de Risco:
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
106
Resumo da situação geral referente às 37 áreas selecionadas
Nº de setores Risco
46 Escorregamentos
04 Escorregamentos combinados com erosão
01 Escorregamento e inundação
13 Enchente/inundação
06 Inundação associada a alagamento
02 Inundação associada a solapamento
05 Erosão
04 Erosão combinada com escorregamento
05 Solapamento
04 Sem observação de riscos
Fonte: Secretaria de Políticas Urbanas – Diretoria de Habitação
(Ver MAPA T25 Ocupação em Áreas de Risco)
4.5.5. Política Habitacional
A política habitacional municipal atualmente está apoiada em diretrizes gerais que
visam, prioritariamente, sanar a defasagem encontrada no município de planos e ações de cunho
habitacional, principalmente em relação à função social da propriedade, sendo o quadro atual da
situação habitacional um dos focos de trabalho. Visa atender a demanda por novas habitações e,
principalmente, a regularização tanto urbana quanto jurídica das habitações existentes.
A implementação das políticas habitacionais, priorizando a atuação junto à população de
menor renda, articulação e apoio aos órgãos e entidades que desempenhem funções no campo
da habitação de interesse social, descentralização de poderes de decisões, a implementação
integrada de projetos habitacionais com os demais investimentos em infra-estrutura urbana e
serviços urbanos são algumas das diretrizes apresentadas da política habitacional proposta pela
atual gestão. Será elaborado o Plano Municipal de Habitação, em etapa posterior à conclusão do
processo de Revisão do Plano Diretor, utilizando-se, inclusive, das diretrizes que o novo Plano
apontar para o desenvolvimento territorial do município nos próximos 10 anos.
A partir da pesquisa de dados e informações fornecidas pela Diretoria de Produção
Prefeitura Municipal de Suzano - Secretaria Municipal de Política Urbana Revisão do Plano Diretor de Suzano 2006 - 2016
Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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Habitacional e Regularização Fundiária foi possível traçar o panorama atual dos projetos que já
estão em desenvolvimento, de suma importância para a leitura técnica do município na medida
em que caracteriza a política habitacional atual a partir das ações efetivas da Prefeitura.
Temos como principais projetos:
a) ZEIS – Zonas de Especial Interesse Social
Atualmente no território de Suzano existem três Zonas de Especial Interesse Social –
ZEIS. Ambas as Zonas foram aprovadas na Câmara de Vereadores com a finalidade de iniciar
ações que visem suprir a demanda por habitação social no município, que vem se acumulando há
pelo menos três décadas, devido à negligência e falta de políticas públicas no setor em
administrações anteriores.
Quanto a demanda, por exemplo, aponta-se que o último cadastro realizado para sorteio
de unidades habitacionais da CDHU contou com 2.918 famílias, mas há apenas 230 unidades já
prontas que estão sendo sorteadas para ocupação.
Segundo a Diretoria de Habitação e Regularização Fundiária as ZEIS possibilitam
transferir recursos outrora direcionados à classe média para a população de baixa renda, tanto
para regularização fundiária quanto para a produção de novas moradias.
Há dois tipos de ZEIS em Suzano: ZEIS 1 – áreas com terrenos ou edificações não
edificados, não utilizados ou subutilizados e ZEIS 2 – áreas ocupadas irregularmente por
habitações informais e população de baixa renda com carência de infra-estrutura e necessidade
de regularização fundiária.
As ZEIS 1 foram demarcadas principalmente com a finalidade de facilitar a implantação
de conjuntos de habitação de interesse social, por exemplos, com recursos a partir do Crédito
Solidário, outro programa do Governo Federal e de dar função social a terrenos já inseridos no
tecido urbano e dotados de infra-estrutura.
Atualmente está demarcada como ZEIS 1 a área denominada Guilherme Garijo, no
Distrito de Boa Vista. Nesta ZEIS será implementado o Crédito Solidário, com a construção de
110 unidades habitacionais. Outra área demarcada localiza-se no Jardim Gardênia Azul, Distrito
de Boa Vista. Essa área foi demarcada ao lado de uma ocupação já existente e visa a construção
de 220 moradias, também a partir do Crédito Solidário.
Considerando o reconhecimento do direito à moradia, a consolidação de loteamentos já
ocupados, para garantir a permanência das famílias na área e o direito adquirido à posse da terra,
foram demarcadas duas áreas de ZEIS 2, uma no Distrito de Boa Vista, o Jardim Gardência Azul,
que vai permitir a regularização fundiária de 120 famiílias e outra no Distrito de Palmeiras, o
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108
Ramal São José, onde residem 124 famílias a cerca de 10 anos.
Além da regularização fundiária pretende-se, com a demarcação das ZEIS 2, que seja
facilitado o processo de dotar ambas ocupações de infra-estrutura básica como iluminação
pública, saneamento básico, pavimentação e outros equipamentos necessários.
Área demarcada ZEIS Guilherme Garijo
Área demarcada ZEIS Gardênia Azul
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Área demarcada ZEIS Ramal São José
b) Elaboração de Plano de Redução de Riscos no Município de Suzano
Desenvolvido pela Fundação de Apoio à Pesquisa, Ensino e Extensão – FUNEP através
de contrato com a administração municipal, dentro do programa do Governo Federal denominado
“Programa de Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários”, a
elaboração deste programa foi importante não apenas para iniciar os procedimentos e
encaminhamentos dos problemas referentes às áreas de risco, mas também para caracterizar os
focos onde existem esses riscos, localizando-os na malha urbana do município e cadastrando os
imóveis que vão entrar nas ordens de prioridade de investimentos e obras.
Entre dezembro de 2005 e início de fevereiro de 2006, foram mapeados os riscos em
todas as áreas de favelas e loteamentos precários do município onde, segundo parecer preliminar
dos agentes públicos, haviam moradias sujeitas a acidentes ou registro de ocorrência de
acidentes associados a escorregamentos de encostas, solapamento de margens de córregos,
enchente/inundação ou ação direta das águas pluviais ou fluviais. Vale ressaltar que, para
escolha e seleção das áreas a serem analisadas, foram chamados representantes da Guarda
Municipal, da Comissão Municipal de Defesa Civil e das Diretorias de Habitação, de Meio
Ambiente e de Planejamento da Secretaria Municipal de Políticas Urbanas5. Resultados obtidos Nº. moradias
Moradias analisadas 1.045
Remoções imediatas 59
Remoções p/ obra de engenharia 2
Casas em área de risco 81
Fonte: FUNEP, 2006.
5 Relatório “Elaboração de Plano de redução de Riscos no Município de Suzano – SP” - volume 1
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
110
c) CDHU - Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo
Estão sendo realizados dois empreendimentos da CDHU no município de Suzano,
segundo informações da Diretora da Habitação parte da demanda será atendida a partir de
indicação da prefeitura, parte pelas associações mutirantes e ainda há uma demanda específica
para atender as famílias que serão deslocadas por indicação do Programa de Erradicação de
Áreas de Risco.
Os empreendimentos são os seguintes:
c1) Conjunto Residencial Suzanópolis – Localizado na Estrada de Santa Mônica, ainda sem
número - Jardim Suzanópolis no "centro expandido" da cidade. São 320 apartamentos, sendo que
a demanda será preenchida em conjunto entre a PMS e a CDHU. Serão 80 unidades para
famílias provenientes de áreas de risco do município (demanda da PMS) e as demais 240 serão
sorteadas entre munícipes de se inscreveram sob a coordenação da CDHU.
c2) Conjunto Jardim Varam - Localizado na Rua Washington Luís no Jardim Varam, distrito
de Boa Vista. Serão 760 apartamentos. Destas 180 serão construídas em regime de mutirão com
a demanda indicada pelas associações mutirantes e as demais 580 serão construídas por
empreiteira com a demanda indicada pela administração. Para as unidades cuja demanda será
indicada pela PMS, serão escolhidas pessoas provenientes das áreas de Risco que estão sendo
cadastradas através do Plano Municipal de erradicação de áreas de risco.
A partir do cadastro das famílias inscritas nos programas da CDHU , utilizando o endereço
das atuais moradias e agrupando-os por loteamento, foi possível elaborar um mapeamento que
funciona como amostragem para a demanda habitacional no município e ainda um panorama de
deslocamento das famílias, ou seja, de onde vieram e para onde elas serão transferidas.
d) Crédito Solidário
O Programa Crédito Solidário foi criado em 2004, a partir de recursos pertencentes ao
Fundo de Desenvolvimento Social, do Governo Federal.
Consiste no financiamento para construção ou melhoria de moradias para famílias cuja
renda não seja superior a 03 salários mínimos.
O financiamento permite a aquisição da gleba da terra, a contratação de assessoria
técnica e a construção de moradias. As famílias obtêm o financiamento individualmente e terão
até 180 meses para o pagamento em prestações mensais, sem a fixação das taxas de juros.
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111
O Crédito Solidário atualmente está em fase de projeto, pré-selecionado pelo agente
financiador, aguardando apenas a aprovação pelo município, sendo necessária ainda a
aprovação na CETESB e GRAPROHAB.
Atualmente no município há três projetos para o Crédito Solidário, incluindo os que
possuem relação direta com a demarcação das áreas de ZEIS 1. O crédito solidário Guilherme
Garijo prevê a construção de 144 unidades habitacionais, construídas através de mutirão auto-
gestionário. Outro crédito denomina-se Jardim Monte Cristo, para a produção de 112 moradias
também no sistema de mutirão. Além desses há o crédito solidário Jardim Gardênia, onde serão
construídas 220 novas moradias.
e) Projetos de Urbanização e Obras habitacionais
Encontra-se em andamento na Diretoria de Habitação alguns projetos de melhorias
urbanas e habitacionais. Os projetos estão dentro de programas do Governo Federal, cujo
objetivo é a regularização urbana e fundiária dos loteamentos e a melhoria de condições de
habitabilidade.
Os projetos encontram-se em fase de aprovação de recursos nos órgão competentes –
Caixa Econômica Federal e Ministério das Cidades – sendo previsto um prazo de
aproximadamente seis meses a partir da data de aprovação para conclusão das obras.
Vale destacar a inter-relação existente entre os projetos e obras de urbanização e os
instrumentos urbanísticos que definem as áreas e tipo de atuação dentro do município, na medida
em que haja uma interface entre ações distintas, pode se considerar um avanço para a
transformação da realidade local e a solução dos problemas referentes as inúmeras ocupações
irregulares já destacadas neste relatório.
e1) Vila Real: Atenderá 60 famílias localizadas em área de proteção aos mananciais.
Este projeto está dentro do Programa de Habitação de Interesse Social/emenda 2005, do
Ministério das Cidades – Governo Federal e incluem obras de esgoto, drenagem pluvial,
pavimentação, iluminação pública, muros de contenção, escadaria de acesso e praça com
pequeno playground. O projeto está sendo elaborado pela empresa IEME.
e2) Jardim Graziela: Atenderá 16 famílias. Este projeto está dentro do Programa de
Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários, do Ministério das Cidades
– Governo Federal e constitui-se da relocação das 16 famílias que atualmente ocupam uma área
pública com habitações precárias. Uma parte deste terreno será destinada para a construção de
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16 embriões habitacionais e posteriormente será executado o projeto de recuperação da área
degradada. O projeto está sendo elaborado pela empresa IEME.
e3) Jardim Cacique: Atenderá aproximadamente 80 famílias e está dentro da ação de
regularização fundiária, possibilitando o título da terra e as devidas adequações físico-territoriais
para regularizar o parcelamento do solo. Este projeto faz parte do Programa de Urbanização,
Regularização e Integração de Assentamentos Precários, do Ministério das Cidades – Governo
Federal.
e4) Ramal São José: Área demarcada como ZEIS. Está dentro do programa de
Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários, do Ministério das Cidades
– Governo Federal. Constituiu-se a partir de um loteamento ilegal do solo realizado há cerca de
12 anos, contudo não houve uma expansão considerável ao longo do tempo, preservando ainda
60% de sua área. A verba para esse projeto destina-se à provisão de infra-estrutura básica para
regularização urbanística e titulação de posse dos terrenos para a regularização fundiária.
e5) Miguel Badra: Receberá recursos através do programa de Melhorias Sanitárias
Domiciliares, do Governo Federal. Em visita ao local constatou-se que havia cerca de 215 casas
sem armazenamento adequado de água, o que já havia sido sinalizado a partir de várias
ocorrências de doenças e problemas referentes a águas contaminadas. Todas as casas
receberão a instalação de caixas d'água adequadas ao tipo de construção. A Diretoria de
Habitação possui o mapeamento de todas as residências e tipo de projeto que será adotado para
cada uma.
f) Lei das Ações Habitacionais
Com a finalidade de implementar programas condizentes com a realidade do município e
adequar a legislação existente à realidade atual, a Diretoria de Habitação e Regularização
Fundiária apresentou o projeto de Lei que altera os artigos. 2º e 3º da Lei Municipal nº. 2.372, de
27 de outubro de 1989 e dispõe sobre a criação do Programa Aluguel Solidário, a ação Cesta-
Material, recursos para atendimento emergencial e a criação do Grupo de Controle de Áreas
Públicas – GCAP.
O GCAP pretende ser um importante instrumento de integração entre diversas
secretarias que se inter-relacionam no que tange à questão habitacional. O Grupo será composto
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
113
por técnicos da Secretaria de Política Urbana, Secretaria de Obras, e será responsável pela
fiscalização dos loteamentos, verificando a regularidade dos mesmos e coibindo o surgimento de
loteamentos clandestinos ou ocupações de áreas irregulares.
g) Gestão democrática
Na atual administração algumas ações relacionadas à gestão e fiscalização territorial,
complementares aos projetos de regulação urbana, estão sendo desenvolvidas com a finalidade
de suprir a demanda por instrumentos que contribuam para a regulação territorial e habitacional e
suas devidas aplicações.
Destacam-se neste panorama a aprovação de duas leis de cunho habitacional cujo
papel principal é contribuir para a deliberação, gestão e fiscalização dos projetos e recursos
destinados às melhorias urbanas e habitacionais. Trata-se da Lei nº. 4050/06 – Fundo Municipal
de Habitação e a Lei nº. 4051/06 – Conselho Municipal de Habitação, ambas aprovas em 05 de
julho de 2006.
O Fundo Municipal de Habitação – FMH é o responsável pela centralização dos recursos
municipais próprios ao financiamento da elaboração e aplicação da política municipal de
habitação. É vinculado à Secretaria Municipal de Política Urbana – SMPU, que é a responsável,
através da Diretoria de Produção Habitacional e Regularização Fundiária, pela aplicação dos
recursos centralizados no Fundo.
Todos os recursos alocados no Fundo deverão ser utilizados para programas vinculados
à SMPU, destacados no corpo da lei da seguinte forma:
• Construção de unidades habitacionais pelo Poder Público, diretamente ou através da
celebração de convênios ou contratos com associações comunitárias, cooperativas,
empresas ou quaisquer outras organizações cuja finalidade seja compatível com a política
habitacional do Município;
• Aporte de recursos para oferecimento de contrapartida em programas desenvolvidos por
outros entes federativos, nos quais o Município seja contemplado;
• Regularização fundiária sustentável;
• Urbanização de assentamentos precários;
• Construção ou reforma de equipamentos sociais e urbanos, localizados nas áreas de
intervenção habitacional, visando à melhoria da qualidade de vida das populações
atendidas;
• Aquisição ou locação de imóveis para programas de natureza emergencial;
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
114
• Serviços de assistência técnica e jurídica para os projetos de regularização fundiária e
produção habitacional;
• Aquisição de terrenos para implementação de projetos habitacionais de interesse social;
• Compra de materiais necessários ao trabalho de fiscalização e controle, tais como
veículos, material permanente e demais necessários ao bom funcionamento do serviço;
• Remoção e assentamento de moradores em áreas de risco nas intervenções de interesse
social;
• Projetos de qualificação ambiental e implementação de áreas verdes em intervenções
habitacionais de interesse social;
• Projetos experimentais de aprimoramento tecnológico na área habitacional e de
desenvolvimento de pesquisas e estudos pertinentes ao desenvolvimento do programa;
• Realização de atividades de avaliação da política habitacional e de apoio à organização
comunitária e à capacitação de lideranças populares, especialmente através da realização
de conferências, congressos, encontros, debates e cursos de capacitação.
O Conselho Municipal de Habitação – CMH é o órgão colegiado, de natureza
permanente e de caráter deliberativo, consultivo e fiscalizador das atividades desenvolvidas no
âmbito da política municipal de habitação, vinculado à SMPU. No texto da referida lei encontram-
se definidas os princípios e diretrizes que devem nortear a atuação do Conselho que, de maneira
geral, são os mesmos pontos atualmente utilizados pela Prefeitura para desenvolver a política
habitacional e priorizar ações.
Dentre os princípios citados na legislação destacam-se a implementação de políticas
habitacionais priorizando a atuação junto à população de baixa renda e a implementação
integrada de projetos habitacionais com os demais investimentos em infra-estrutura urbana e
serviços urbanos.
O CMH será composto por 18 integrantes, respeitando a seguinte divisão: 10 membros
da sociedade civil, escolhidos através de processo eleitoral sendo 05 (cinco) representantes do
segmento de movimentos sociais e populares; 01 (um) representantes das entidades
profissionais, acadêmicas ou de pesquisa ligadas ao tema; 01 (um) representante dos
trabalhadores, através das entidades sindicais respectivas; 01 (um) representante dos
empresários da construção civil, vinculado à sua entidade de classe; 01 (um) representante do
setor de corretagem imobiliária, vinculado à sua entidade de classe e 01 (um) representante de
organização não-governamentais ligada ao tema, além de 8 membros do Governo, representado
pelas Secretarias de Política Urbana, Obras, Promoção Social e Finanças.
Os representantes da sociedade civil foram escolhidos em votação direta que ocorreu no
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
115
mês de dezembro de 2006, durante a realização do Seminário de Habitação, que contou com a
participação de cerca de 300 pessoas.
5. Planos e Projetos Existentes
Fonte: PMS. Tabulação: Fupam
O centro de Suzano, assim como outras regiões da cidade, vem sendo alvo de vários
planos e obras de qualificação do espaço urbano com vistas a melhorar a qualidade de vida na
cidade. Em diferentes fases de desenvolvimento e execução, as iniciativas aqui apresentadas são
de competência do poder público municipal que articula, por vezes, parcerias público-privadas ou
nas instâncias de governo superiores (estadual ou federal).
A figura a cima indica as principais áreas e pontos de intervenção projetual na região
central de Suzano. Os perímetros demarcados se referem aos seguintes pontos, a saber:
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
116
Plano de Requalificação do Centro Formulado para compor uma “nova configuração econômico-territorial de toda área urbana
do município”, o Plano de Requalificação do Centro envolve projetos específicos de desenho
urbano e alternativas viárias ao trânsito.
Operação Urbana Orla Ferroviária Em função da importância da questão da mobilidade urbana e da dificuldade existente na
utilização do transporte público no município, foi demarcado perímetro junto à orla ferroviária,
contígua ao centro de Suzano na intenção de qualificar esse espaço. A iniciativa, denominada
Operação Urbana Orla Ferroviária, prevê a assinatura de um ‘Protocolo de Intenções’ entre a
prefeitura e o governo do Estado de São Paulo para a disponibilização de recursos públicos para
a modernização da estação ferroviária, a readequação do terminal de ônibus Vereador Diniz José
dos Santos Faria (já com obra em andamento) e a criação do terminal de ônibus a sul da estação.
As melhorias e a regulação do uso do solo dentro do perímetro têm o objetivo de dinamizar a
economia local aproveitando a grande circulação de pessoas pela região.
Plano de Expansão Urbana
Ao sul do Shopping de Suzano, a área demarcada como de expansão urbana já vem
atraindo investidores interessados no atendimento na população de classe média. Dessa forma já
podemos ver nessa região empreendimentos habitacionais voltados para essa faixa de
população. Existe aí uma tendência à verticalização onde alguns dos conjuntos já apresentam
torres de 10 à 15 pavimentos.
Parque Max Feffer
Grande área pública reservada para projetos de âmbito municipal, provavelmente nos
setores de cultura, lazer e esportes. Na porção sul da área se encontra uma área de mineração
desativada: uma grande cava que forma lagoa e que sem proteção ou tratamento hoje é local de
acidentes.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
117
Fonte: PMS.
Elaboração: Fupam, 2006.
Ainda nesse contexto, podemos destacar alguns dos projetos pontuais de abrangência
regional:
Ciclovia Avenida Fitipaldi / Badra O eixo cicloviário definido a partir do Terminal Norte (em construção) em direção ao bairro
Miguel Badra vem atender a grande demanda existente por esse tipo de equipamento. Todos os
dias, milhares de bicicletas circulam no município a maioria em direção ao centro e, no entanto,
não há infra-estrutrura adequada à segurança e comodidade dos ciclistas que optam por esse tipo
de transporte notadamente aqui como alternativa econômica ao ônibus. O primeiro trecho na
Avenida Fitipaldi já tem projeto detalhado.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
118
Fonte: PMS.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
119
Terminal Norte O projeto do Terminal Norte, em construção, visa promover dinamização do sistema do
transporte coletivo municipal. Localizado no encontro da Rua Major Pinheiro Fróes e Avenida
Vereador João Baptista Fitipaldi, ao norte da estação ferroviária, ele se encontra em ponto
estratégico para atender tanto a região central como a região de Boa Vista. Em conjunto com
terminal proposto na região de Palmeiras, essa obra é uma parte importante da infra-estrutura
necessária para a instalação de um novo sistema dos ônibus, que funcionará com linhas troncais
e alimentadoras através desses terminais.
Fonte: PMS.
Marginal do Una
O projeto de duplicação e canalização da marginal do rio Una já está boa parte em
funcionamento. Seu objetivo é desafogar o trânsito no centro de Suzano, utilizando a marginal
como uma alternativa viária, especialmente para o trânsito de carga.
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Fonte: PMS.
Parada Tiradentes
A Parada Tiradentes, projeto de passeio e abrigo, foi executado em trecho da Rua
Tiradentes na região central de Suzano. A parada é um projeto-piloto para reprodução de um
modelo pautado na acessibilidade das pessoas com dificuldade de locomoção.
Fonte: PMS.
Praça Cidade das Flores Projeto de praça contíguo ao paço municipal na Rua Baruel. Seu nome objetiva homenagem à
história do município , grande produtor de flores por décadas.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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Parte B
Leitura Comunitária
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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1. Introdução
2. Atas das reuniões
2.1. Jardim Revista-Jardim Dora Dona Benta e região
2.1.1Fotos da reunião – Jardim Revista - Jardim Dona Benta e região
2.2. Jardim Imperador - Jardim Suzanópolis e região
2.2.2 Fotos da reunião - Jardim Imperador / Jardim Suzanópolis e região
2.3. Parque Residencial Casa Branca e região
2.3.1 Fotos da reunião – Parque Residencial Casa Branca e região
2.4. Jardim São José – Jardim Graziela e região
2.4.1 Fotos da reunião – Jardim Graziela / Jardim são José e região
2.5. Jardim Natal e região
2.6.Raffo e região
2.7.Jardim Colorado e região
2.7.1. Fotos da reunião – Jardim Colorado e região
2.8.Cidade Miguel Badra
2.8.1Fotos da reunião – Cidade Miguel Badra
2.9. Palmeiras I – Vila Fátima e região
2.9.1.Fotos da reunião – Palmeiras 1 – Vila Fátima e região
2.10.Centro / Cidade Edson / Vila Figueira e região
2.11.Parque Maria Helena e região
2.11.1Fotos da reunião – Parque Maria Helena e região
2.12.Palmeiras II – Jardim Brasil e região
2.12.1Fotos da reunião – Palmeiras II – Jardim Brasil e região
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
123
1. Introdução
O processo de revisão do Plano Diretor de Suzano 2006-2016 tem como princípio
fundamental a participação popular em todas as etapas do processo de revisão, destacando a
importância da criação de espaços de discussão coletiva (sociedade civil, legislativo, executivo)
sobre os rumos que se pretende para o desenvolvimento social, econômico, ambiental e urbano
da cidade.
Considerando que as políticas públicas, anteriores, não trabalhavam com a participação
popular, o processo de revisão do Plano Diretor 2006-2016 buscou, também, estimular a
organização das comunidades, lideranças, sociedade civil para terem papel e representatividade
nos processos decisórios de planejamento e gestão do território.
Para tanto, a Leitura Comunitária (que tem por finalidade identificar como o conjunto da
sociedade que vive, trabalha, estuda, etc. em Suzano vê a cidade) é o momento onde o debate
entre a administração municipal e população sobre as questões urbanas e rurais é aberto, a fim
de que se compartilhe o entendimento das relações sociais, econômicas, ambientais, urbanas
sobre e na cidade, ao mesmo tempo em são colocadas sugestões para o direcionamento do
desenvolvimento da cidade.
Tendo em vista a complexidade do processo de revisão do Plano Diretor, foram realizadas
etapas que antecederam a Leitura Comunitária com a finalidade de ampliar a participação da
sociedade civil no processo de revisão do Plano Diretor (Etapa 2 - mobilização e sensibilização da
sociedade civil, que teve como um dos resultados a criação da Coordenação Compartilhada do
Plano Diretor e Etapa 3 – capacitação e capacitação e formação dessa coordenação).
Assim, a Leitura Comunitária apresenta o resultado das reuniões realizadas entre a
Prefeitura e a sociedade civil que buscou levantar junto à população sua vivência, conhecimento
dos conflitos, dos problemas e das potencialidades de determinado lugar, por meio de espaços
qualitativos de troca de informações capazes de favorecer o diálogo da administração municipal
com a maioria dos munícipes, permitindo aos participantes serem sujeitos e objetos do processo.
As reuniões da Leitura Comunitária foram realizadas em doze regiões da cidade (ver MAPA 01b – divisão de regiões) no período de maio a julho de 2006, onde a dinâmica adotada
buscou aprofundar o entendimento do conjunto da população sobre a abrangência do Plano
Diretor e permitir maior interação dos participantes.
Nesse sentido, a reunião foi dividida em 4 partes, ou seja, as reuniões foram iniciadas com
a informes sobre as etapas anteriores, explicação sobre o que é Plano Diretor; após a explanação
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
124
introdutória foi apresentado o vídeo das Cidades6 que exemplifica através de imagens alguns dos
contrastes sócio-territoriais das cidades e como o Plano Diretor pode contribuir com a
minimização desses contrastes; na seqüência foram organizados grupos que deveriam apontar o
que é bom, o que é ruim e sugestões para o desenvolvimento da cidade e, por fim, os grupos
apresentavam o que foi discutido e as questões prioritárias para melhoria da qualidade de vida da
região e da cidade.
Para auxiliar o processo de discussão da Leitura Comunitária e compreensão do processo
de revisão do Plano Diretor foram utilizados, nas reuniões, mapas temáticos – desenvolvidos a
partir das discussões realizadas na Etapa 2 – mobilização e sensibilização – que demonstram
como determinados pontos são reconhecidos como fundamentais para o desenvolvimento da
cidade e que podem ser tratados por meio do Plano Diretor, devidos principalmente a deficiência
dessas questões nas diversas regiões da cidade7. (ver MAPAS - 02b a 10b) Além desses mapas temáticos, o mapa do município de Suzano (ver MAPA 11b – divisão
de regiões e referências) também foi utilizado na dinâmica das reuniões nas regiões, onde o
mapa apresentava a delimitação das regiões, referências como escolas, postos de saúde, áreas
de lazer para facilitar a localização e explicitar a importância de se discutir e pensar a totalidade
da cidade. Cada grupo fez seus apontamentos nesse mapa e foi a partir desses apontamentos
que se colocava as questões discutidas em grupo para os demais participantes.
No entanto, as reuniões apresentaram como resultado questões semelhantes às
levantadas na etapa 2 - mobilização e sensibilização da sociedade civil e técnicos da
administração municipal, principalmente, como inúmeras reivindicações sobre a manutenção da
cidade e carências de políticas setoriais como saúde, educação, esportes, lazer, ou seja, as
questões que foram destacadas nas reuniões são as que se relacionam com o cotidiano da
população.
Apesar da dificuldade de transferir o conhecimento sobre o processo de revisão do Plano
Diretor, e sua importância, devido, principalmente, aos prazos e maneiras de colocá-lo em prática,
as reuniões propiciaram a troca de conhecimento entre seus participantes sejam eles do poder
público ou da população em si, isto é, em cada reunião realizada foi possível identificar um grupo
ou pessoas capazes de multiplicar a discussão sobre Plano Diretor. 6 Vídeo que compõe o Kit das Cidades, material produzido pela CAIXA com apoio e participação da FAPESP, Lincoln Institute of
Land Police, PUCCAMP e Instituto Polis, sendo distribuído pelo Ministério das Cidades para auxílio técnico nos processos de
revisão de Planos Diretores.
7 Esses mapas foram elaborados com base na 1º rodada de discussão do Plano Diretor junto a sociedade civil e consta do relatório
do produto 2 – mobilização e sensibilização da sociedade civil e equipe técnica local. Considerações da 1º etapa de discussão
pública do processo de revisão do Plano Diretor de Suzano, p.66.
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125
2. Atas das reuniões
O desenvolvimento dessa etapa do processo de revisão do Plano Diretor teve inicio em
maio de 2006 e conclusão em julho de 2006, onde foram realizadas reuniões nas diversas regiões
do município conforme calendário que segue:
DATA HORÁRIO
REGIÃO LOCAL
13/05/06
10:00 Jd. Revista e região EMEI Albano Costa – Avenida Jaguari, 121 – Boa Vista
20/05/06
10:00 Jd. Imperador e região EMEF Prof. Eliana Pereira Figueira – R. Sen. Roberto Simonsen, 704 – Jd. Imperador
27/05/06
10:00 Pq. Resid. Casa Branca e região
EMEF Mércia Amaral Andrade de Brito – R. Isabel Castañeda Mayer, 198.
27/05/06
14:00 Jd. São José e região EMEI José Cardoso dos Santos – R. Um, s/n – Jd. Graziela
03/06/06
10:00 Jd. Natal e região EMEI Cláudio José Rodrigues – R. Conde Domingos Papaiz, 103 – Jd. Natal
03/006/06
14:00 Raffo e região EMEF Abraão S. Domingues – R. Maria José dos Campos, 291 – Tabamarajoara
10/06/06
14:00 Jd. Colorado e região EMEF Célia Pereira de Lima – R. Madame Pomary – Vl. Urupês
11/06/06
10:00 Cidade Miguel Badra EMEF Avelino de Lima Franco – R. Mario Bochetti, 644 – Cidade Miguel Badra
24/06/06
10:00 Palmeiras I (V. Fátima e região)
EMEF Neide Pião Vidal – R. Nicácio da Silva Bastos, 503 – Pq. Buenos Aires
24/06/06
14:00 Centro e região EMEF Antônio Marques Figueira – R. Missionária Sara Cooper, 27 - Centro
25/06/06
10:00 Pq. Maria Helena e região
EMEI Ana Maria Barbosa Garcia – R. Fernando Fiamini, 120 – V. Maluf
02/07/06
14:00 Palmeiras II (Jd. Brasil e região)
EMEF Odário Ferreira da Silva – R. Valdir Dicieri, 305 – Jd. Belém
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
126
2.1. Jardim Revista – Jardim Dona Benta e região Revisão do Plano Diretor de Suzano 2006-2016 – Semeando o Futuro da Cidade Tema: Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local Local: EMEIF Albano Costa Data: 11/05/2006 às 10:00
A reunião foi iniciada com a apresentação da equipe técnica da Prefeitura e com a
identificação dos participantes que estiveram na reunião anterior, onde cerca de 30% dos
presentes estão acompanhando o processo de revisão do Plano e os loteamentos representados
nessa reunião são o Jd. Revista, Jd. Dona Benta, Jd. Varam, Jd. dos Fernandes e Cidade Boa
Vista.
Após apresentação dos participantes é apresentado o resultado da etapa de mobilização e
sensibilização e seu objetivo, ou seja, explicar o que é e o que significa Estatuto da Cidade e
Plano Diretor, suas inter-relações e articulações, no que tange: moradores x loteamentos x
cidade, e todas as questões administradas pelo governo municipal como transporte, saúde,
educação, entre outros.
Dessa forma, é reiterada a abrangência e, principalmente, os limites do Plano Diretor, isto
é, é informado que o Plano Diretor não trata de questões pontuais e específicas como
atendimento nos postos de saúde, vagas nas escolas, etc., mas, sim, o direcionamento dos locais
onde há demanda para instalação de novos equipamentos, locais destinados a habitação de
interesse social, de emprego, entre outros, sendo assim destacada a importância da participação
da sociedade civil nos processos de planejamento e decisão sobre o urbano e o território. Com
base na importância da participação são apresentados os representantes eleitos na etapa 2,
destacando a presença dos mesmos nesta reunião.
Por outro lado, a participação na etapa 2 contribuiu com a elaboração de mapas temáticos,
desenvolvidos com base nas informações apontadas pelo conjunto da sociedade sobre os pontos
conflitantes e de interesse da comunidade como saneamento ambiental, regularização fundiária,
transporte e mobilidade urbana, pavimentação, áreas verdes e de lazer, iluminação pública;
saúde, educação e segurança, sinalizando assim, algumas questões estruturais para a revisão do
Plano Diretor e que são estruturais para o desenvolvimento da cidade.
Na seqüência, é apresentada a dinâmica da reunião que consiste em realizar um exercício
no qual os participantes serão divididos em grupos e que após discussão interna, deverão apontar
no mapa o que Suzano tem de bom, o que tem de ruim e como podemos melhorar nossa cidade.
Antes da formação dos grupos, algumas questões relacionadas a habitação são
levantadas como o tratamento previsto para as ocupações em áreas de risco, onde a moderadora
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
127
explica está em andamento o programa municipal de erradicação de áreas de risco e que o
mesmo está a cargo da Diretoria de Produção Habitacional e Regularização Fundiária e que já
conta com uma equipe de cadastradores trabalhando junto a estas ocupações.
Inicia-se então a divisão e os trabalhos em grupos.
Após período de discussão os grupos são convidados a exporem através de seus
representantes e os resultados obtidos são:
Grupo 1
Negativos Positivos Propostas Atendimento do posto local (UBS Boa Vista)
Posto de saúde local ter remédios Não houve propostas de melhoramentos
Necessidade de transporte escolar de qualidade
A população com acesso as discussões sobre PD e OP
Necessidade de regularização fundiária
Comércio e serviços locais
Necessidade de instalação de creche municipal na região
Necessidade de equipamentos de lazer e esportes na região
Falta de segurança Problemas com a iluminação pública
Grupo 2
Negativos Positivos Propostas Falta de pavimentação Pavimentação e limpeza do córrego
na avenida Atlântica (Jd. Revista) Sugeriram que para melhorar deveria ser criado um programa de educação e socialização para crianças e jovens
Chácaras abandonadas Alguns loteamentos estão bons em relação a outros da mesma região
Falta de segurança Transporte público precário Esgoto correndo a "céu aberto" Deficiência na iluminação pública Falta de atendimento aos idosos Falta de banco na região Falta de creche na região
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
128
Grupo 3
Negativos Positivos Propostas Falta de pavimentação Comércio e serviço local Sugeriram que para melhorar
deveriam ser criados mais empregos Córrego do Jardim Varam que sempre inunda
Lago próximo ao posto de saúde (Alterópolis)
Praça do Jardim. Fernandes abandonada
Deficiência na iluminação pública Limpeza dos córregos da região
Grupo 4
Negativos Positivos Propostas Falta de pavimentação na estrada do Furuyama
População local Incentivar a instalação de novas indústrias na região
Enchente ao lado do posto de saúde do Boa Vista
Alguns loteamentos estão bons em relação a outros da mesma região
Contratar mão-de-obra local para execução das obras públicas da região, aumentando a oferta de empregos
Falta de segurança Remédios no posto de saúde Transporte público precário, principalmente para deficientes e idosos
Serviços e comércio local
Esgoto correndo a "céu aberto" Regularização fundiária Deficiência na iluminação pública Esgoto não funciona na região do Jardim Margareth e Jardim Gardênia
Centro de Detenção Provisória Falta de representatividade junto aos vereadores
Falta de empregos na região
Após exposição dos grupos a moderadora expõe o valor do exercício em grupo e da
mobilização e participação popular no processo de revisão do Plano Diretor, passando assim a ler
as colocações dos grupos, bem como suas inter-relações, destacando o que tem relação ou não
com o Plano Diretor.
É feita a consideração final e encerrada a reunião.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
129
2.1.1. Fotos da reunião – Jardim Revista - Jardim Dona Benta e região
2.2. Jardim Imperador - Jardim Suzanópolis e região Revisão do Plano Diretor de Suzano 2006-2016 – Semeando o Futuro da Cidade Tema: Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local Local: EMEIF Prof. Eliana Pereira Figueira Data: 20/05/2006 às 10:00
A reunião foi iniciada com a apresentação da equipe técnica da Prefeitura e informes sobre
as etapas anteriores, como a formação da coordenação compartilhada com representantes das
diversas regiões da cidade que contribuem com a troca de informações entre a população e a
prefeitura, assim como, as reivindicações que foram apresentadas na 1º rodada de discussão que
resultou na elaboração de mapas temáticos que apontam as principais carências na cidade,
segundo a maioria da população.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
130
Com base nesses mapas temáticos é apresentado como os apontamentos da população
podem direcionar as propostas de planejamento urbano e territorial, e para avançar, aprofundar o
processo de revisão do Plano, esta etapa tem por finalidade identificar como a população
reconhece a atual situação física, social, ambiental, econômica da cidade e suas políticas
públicas, de modo a apontar o que é bom, ruim em Suzano e quais são as sugestões para
melhorar a qualidade de vida na cidade.
A seguir é exibido o vídeo do Kit das Cidades sobre Estatuto da Cidade, que serve como
uma ferramenta de ilustração de como o Plano Diretor é importante para o direcionamento de
desenvolvimento da cidade.
Após a apresentação do vídeo é apresentada a dinâmica proposta para a reunião que é a
divisão dos participantes em grupos, considerando o número de participantes são formados dois
grupos que recebem um mapa da cidade para apontar o que Suzano tem de bom, de ruim e
sugestões para melhorar.
Concluída a discussão nos grupos, os mesmo são convidados a exporem seus
apontamentos através de seus representantes e os resultados obtidos são:
Grupo 1
Negativos Positivos Propostas Falta água e esgoto Escola Construir um laboratório de análises
clínicas Falta segurança Creche Produção de moradias Falta documentação dos terrenos Posto de saúde; Hospital Criação de postos de trabalho Falta asfalto Parque Max Feffer Melhorar o acesso a cidade Faltam áreas de lazer Transporte Construir mais creches Transporte Indústrias Melhorar a iluminação pública Falta posto de saúde Comércio Construir um posto policial Batalhão de polícia Construir outro hospital (mais
médicos nos postos)
Grupo 2
Negativos Positivos Propostas Falta posto de saúde Calçamento Colocar linhas que circulem de 15
em 15 minutos Falta creche Escola – Jd. Márcia Colocar lombada eletrônica Transporte Continuação da R. Dr. Jose dos
Santos Neto – Jd. Nena x Jd. Suzanópolis
Grupo 3
Negativos Positivos Propostas Transporte Escola – Jd. Márcia Melhorar limpeza nos bairros Saúde Sesi Melhorar a iluminação Falta de moradia Várias pré-escolas Falta de regularização fundiária Carnaval
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
131
Faltam escolas de 2º grau Falta pavimentação e drenagem Falta área de lazer Faltam creches
Após exposição dos grupos a moderadora expõe o valor do exercício em grupo e da
mobilização e participação popular no processo de revisão do Plano Diretor, passando assim a ler
as colocações dos grupos, bem como suas inter-relações, destacando o que tem relação ou não
com o Plano Diretor.
É feita a consideração final e encerrada a reunião.
2.2.1. Fotos da reunião - Jardim Imperador / Jardim Suzanópolis e região
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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2.3. Parque Residencial Casa Branca e região Revisão do Plano Diretor de Suzano 2006-2016 – Semeando o Futuro da Cidade Tema: Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local Local: EMEIF Mércia Amaral de Brito Data: 27/05/2006 às 10:00
A reunião teve como moderadora Rita Canutti, Diretora de Planejamento Urbano e
Territorial da Secretaria de Política Urbana – PMS. A mediadora abre a reunião, se apresenta e
pergunta aos participantes se eles estiveram na reunião anterior. Constata-se que cerca de 25%
da população estava presente nas reuniões anteriores. Nessa reunião estiveram presentes os
moradores dos seguintes loteamentos: Ramal São José, Jardim Caxangá, Casa Branca e Vila
Barros.
A moderadora passou a explicar sobre o processo de regularização fundiária do Ramal
São José, no qual foram cadastradas 117 famílias em situação irregular e complementou com a
explicação sobre as propostas da Prefeitura nos Projeto de Regularização Fundiária e Programa
de Erradicação de Áreas de Risco no município. Salienta a diferença entre esses programas e o
Plano Diretor e expõe como foi a primeira reunião, seu objetivo, o que é e o que significa o Plano
Diretor, suas inter–relações e articulações, no que tange: moradores x loteamentos x cidade, e
todas as questões administradas pelo governo municipal, como transporte, saúde, educação, etc.
As cartas temáticas são utilizadas para demonstrar os resultados obtidos nas primeiras
reuniões e explicar que tudo que é relatado pelos moradores se transformam em dados, onde em
algumas situações é possível converter em imagens.
A moderadora é questionada sobre a manutenção das áreas de lazer e explica que
simultaneamente às reuniões do Plano Diretor estão ocorrendo as reuniões do Orçamento
Participativo e salienta que é dentro desse programa que estão sendo discutidas essas questões
emergenciais. É explicado que o Plano Diretor não contempla as questões de atendimento
pontual, mas direciona locais onde as demandas de instalação de novos equipamentos é
necessária e prioritária.
Em seguida foi feita uma explanação sobre a necessidade de fomentar a população para a
questão do planejamento em longo prazo, através da Revisão do Plano Diretor, tendo como
principio a participação popular e o processo de construção coletiva.
A moderadora relembra à população que na reunião anterior foram eleitos seus
representantes e informa que eles estão presentes no momento. A seguir todos são convidados a
assistirem um vídeo do Kit das Cidades sobre Estatuto da Cidade, que serve como uma
ferramenta de ilustração de como o Plano Diretor é importante para o direcionamento de
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
133
desenvolvimento da cidade.
Após a apresentação do vídeo é apresentada a dinâmica proposta para a reunião que é a
divisão dos participantes em grupos, considerando o número de participantes são formados dois
grupos que recebem um mapa da cidade para apontar o que Suzano tem de bom, de ruim e
sugestões para melhorar. Finalizada a discussão dos grupos, cada um apresenta suas
colocações para os demais, conforme descrição dos quadros a seguir:
Grupo 1
Negativos Positivos Propostas Atendimento do posto local Os equipamentos existem e isso é
bom, porém não funcionam adequadamente
A criação de cooperativa de sucatas pelos moradores, para gerar emprego e também para obter mais “força” junto a comunidade
Necessidade de novas linhas de transporte para a região
As escolas
Criação de linha de ônibus para a Santa Casa
Necessidade de regularização fundiária para o ramal São José
Necessidade de instalação de Creche Municipal na região
Necessidade de equipamentos de lazer e esportes na região
Falta de segurança Problemas com a iluminação pública
Limpeza das ruas, rios e córregos locais
Falta de asfalto em algumas vias locais
Qualidade ruim do asfalto local Falta de saneamento básico na região
Grupo 2
Negativos Positivos Propostas Falta de pavimentação Não se manifestaram quanto ao que
é positivo Prolongamento da avenida Roberto Simonsen até a região
Falta de iluminação Colocar asfalto nas ruas Falta de segurança Incentivar a instalação de comércios
e serviços na região Transporte público precário Melhorar atendimento nos postos de
saúde Esgoto correndo a "céu aberto" Criar uma área de lazer ao lado da
escola Alfredo Roberto de limpeza nos terrenos, o que gera proliferação de insetos e animais
Regularização fundiária Falta de comércio na região Falta de creche na região
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
134
Após exposição dos grupos, a moderadora expõe sobre o valor do exercício em grupo e
da mobilização e participação popular no processo de revisão do Plano Diretor, passa então a
explanar sobre os itens citados pelos grupos, bem como suas inter-relações e o que se relaciona
com o Plano Diretor e o que deve fazer parte de outro programa.
São feitas as considerações finais e encerrada a reunião.
2.3.1. Fotos da reunião – Parque Residencial Casa Branca e região 2.4. J
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
135
2.4. Jardim São José – Jardim Graziela e região Revisão do Plano Diretor de Suzano 2006-2016 – Semeando o Futuro da Cidade Tema: Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local Local: EMEIF José Cardoso dos Santos Data: 27/05/2006 às 14:00
A reunião teve como moderadora Rita Canutti, Diretora de Planejamento Urbano e
Territorial. A moderadora abre a reunião se apresentando e perguntando aos participantes quem
esteve presente na reunião anterior e ficou constatado que cerca de 25% dos presentes participou
da reunião da etapa 2 do Plano.
A moderadora passou a explicar sobre a primeira reunião, seu objetivo, o que é e o que
significa o Plano Diretor, suas inter-relações e articulações, no que tange: moradores x
loteamentos x cidade, e todas as questões administradas pelo governo municipal, como
transporte, saúde, educação.
Salienta que tudo que foi exposto pelos moradores nas primeiras reuniões resultou num
relatório e posteriormente em cartas temáticas.
A moderadora é questionada sobre a melhoria no atendimento das áreas da saúde,
transporte e segurança e explica que, simultaneamente as reuniões do Plano Diretor, estão
ocorrendo as reuniões do Orçamento Participativo, explica também que é dentro desse programa
que estão sendo discutidas essas questões emergenciais e que o Plano Diretor não contempla as
questões de atendimento específicos, mas direciona locais onde as demandas de instalação de
novos equipamentos são necessárias e prioritárias.
A população questiona também sobre a eventual aparição da Prefeitura apenas nas
épocas de eleição, então se esclarece sobre a necessidade da participação popular dentro do
processo de construção coletiva do Plano Diretor aproveitando ainda para informar aos presentes
que na reunião anterior foram eleitos seus representantes e que ali estavam eles presentes.
A seguir todos são convidados a assistirem um vídeo produzido pela CAIXA e Ministério
das Cidades sobre Estatuto da Cidade e Plano Diretor. Após a exibição são feitas algumas
observações sobre o que o vídeo retrata e a relação com algumas situações em Suzano, como
por exemplo, moradia para população de baixa renda.
Na seqüência, é apresentada a dinâmica da reunião que consiste em realizar um exercício
no qual os participantes serão divididos em grupos e cada grupo receberá um mapa do município
no qual, após discussão interna, deverão apontar o que Suzano tem de bom, o que tem de ruim e
sugestões para melhorar a cidade.
Após período de discussão os grupos são convidados a exporem através de seus
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
136
representantes os resultados obtidos, que estão descritos a seguir:
Grupo 1
Negativos Positivos Propostas Atendimento ruim no posto de saúde local
Não se manifestaram quanto ao que é bom ou positivo na região
Arborizar as ruas
Falta de linhas de transporte para o jardim Veraneio
Mudar nomes das ruas (números para nomes)
Itinerário do São José equivocado Colocar placas de sinalização Falta de ônibus de finais de semana e feriado
Melhorar o que está ruim
Falta de segurança Problemas com a iluminação pública Falta de asfalto em algumas vias locais
Grupo 2
Negativos Positivos Propostas Falta de pavimentação Não se manifestaram quanto ao que
é bom ou positivo Fazer saneamento básico nos bairros e melhorar os existentes
Falta de iluminação Colocar asfalto nas ruas Falta de segurança, falta de posto policial
Colocar um posto policial na região
Transporte público precário Melhorar atendimento nos postos de saúde
Falta de limpeza nas áreas públicas, o que gera proliferação de insetos e animais
Criar uma área de lazer com lago no jardim São Bernardino
Concluída a exposição dos grupos a moderadora expõe sobre o valor do exercício em grupo
e da mobilização e participação popular no processo de revisão do Plano Diretor, com breve
explanação sobre os itens apontados pelos grupos, suas inter-relações e o que se relaciona com
o Plano Diretor e o que pode fazer parte de outro programa, plano, ação da administração
municipal. É feita a consideração final e encerrada a reunião.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
137
2.4.1. Fotos da reunião – Jardim Graziela / Jardim são José e região
2.5. Jardim Natal e região Revisão do Plano Diretor de Suzano 2006-2016 – Semeando o Futuro da Cidade Tema: Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local Local: EMEIF Cláudio José Rodrigues Data: 03/06/2006 às 10:00
A reunião foi iniciada com a apresentação dos funcionários da Prefeitura e dos
representantes dos loteamentos da região, havendo maior representatividade dos loteamentos
Jardim Maitê, Jardim Natal, Vila Monte Sion, Jardim Leymar.
Diante da apresentação verificou-se que grande parte dos participantes dessa reunião não
esteve na reunião anterior, sendo necessário retomar e esclarecer o que é Plano Diretor, sua
abrangência e a importância da participação popular nesse processo de revisão. Além da
informação sobre o processo de revisão do Plano Diretor, foram feitos os informes referentes aos
demais programas e planos que estão em desenvolvimento pela administração municipal (Plano
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
138
de Erradicação de Áreas de Risco, Plano de Regularização Fundiária e Orçamento Participativo)
que tem relação com o Plano Diretor, a fim de ampliar o conhecimento e entendimento da
população junto a esses planos para contribuir com o desenvolvimento da cidade.
A partir dos informes e esclarecimentos foi iniciada a apresentação da etapa 4ª do Plano
Diretor – Construção do conhecimento da realidade local – leituras técnica e comunitária, ou seja,
foram apresentados mapas temáticos que ilustram as carências existentes no município de
Suzano e as regiões onde os problemas ou potencialidades são mais evidentes e presentes para
a população. Esse mapeamento foi desenvolvido com base nos dados e informações fornecidos
pela própria população nas diversas regiões do município na etapa anterior.
As informações levantadas na leitura comunitária têm por finalidade destacar junto à
população do Jardim Natal e região as potencialidades, os problemas e as propostas de
intervenção da população sobre os rumos de crescimento e desenvolvimento da cidade e se o
que foi levantado em etapa anterior reflete a realidade da região e do município.
A dinâmica contou com a exibição de um filme do Kit das Cidades para auxiliar os
participantes na compreensão sobre o que é Plano Diretor e como o mesmo pode interferir na
qualidade de vida da população. Após a apresentação do filme, o mesmo foi comentado pelos
participantes, que se dividiram em 2 grupos para apontar no mapa as potencialidades, os
problemas e as sugestões para serem tratadas por meio do Plano Diretor.
Terminado o tempo de apontamentos cada grupo apresentou para os demais participantes
o que eles entenderam como mais relevante, sendo:
Grupo 1
Negativos Positivos Propostas Jardim Leymar – falta creche e regularizar a associação
Não foram relatados pontos positivos por esse grupo
Não foram feitas sugestões por esse grupo
Melhorar a acessibilidade ao Monte Sion, há problemas quando se quer fazer retorno
Dar segurança ao Monte Sion como a que há no Jd Natal
Monte Sion – falta creche, conseqüentemente há crianças que não conseguem vagas e há problemas de irregularidades fundiárias
Falta área de lazer para o Monte Sion
Problemas de saúde da população em função da poluição do ar das indústrias
Criar passagem em nível para interligação dos loteamentos Jardim. Colorado e Jardim Maitê
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
139
Recuperar a área do Porto de Areia do Jardim. Maitê
Iluminação pública no Jardim. Maitê Criar vagas para as crianças de 5º a 8º séries
Melhorar o transporte; em especial para a população do Jardim. Maitê
Construir passarela de pedestres para cruzar a linha (sugerem que o trem pare em outro ponto)
Falta de praças e áreas de lazer Falta limpeza de terrenos
Grupo 2
Negativos Positivos Propostas Falta creche e EMEI É bom na região o acesso a outras
cidades, o comércio e as indústrias Criar acesso entre o Jardim Belém e Jardim Nazaré
Faltam áreas de lazer Implantar infra-estrutura na região Falta acesso entre os loteamentos Monte Sion e Jd. Maitê
Parcerias com as indústrias (educação) para aumentar o número de empregos
Formação profissional (qualificação) Sinalização para melhorar a
circulação dos automóveis e transportes
Concluídas as apresentações dos grupos e debatidas os pontos entre os participantes,
houve ênfase à questão do transporte no município e interesse em discutir o que fazer para
melhorar o sistema de transporte público, terminado o debate, a reunião foi encerrada. Reunião
sem registro fotográfico.
2.6. Raffo e região Revisão do Plano Diretor de Suzano 2006-2016 – Semeando o Futuro da Cidade Tema: Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local Local: EMEF Abraão S; Domingues Data: 03/06/2006 às 14:00
A reunião foi iniciada com a apresentação da equipe técnica da Prefeitura e informes sobre
as etapas anteriores, como a formação da coordenação compartilhada com representantes das
diversas regiões da cidade que contribuem com a troca de informações entre a população e a
prefeitura, assim como, as reivindicações que foram apresentadas na 1º rodada de discussão que
resultou na elaboração de mapas temáticos que apontam as principais carências na cidade,
segundo a maioria da população.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
140
Com base nesses mapas temáticos é apresentado como os apontamentos da população
podem direcionar as propostas de planejamento urbano e territorial, e para avançar, aprofundar o
processo de revisão do Plano, esta etapa tem por finalidade identificar como a população
reconhece a atual situação física, social, ambiental, econômica da cidade e suas políticas
públicas, de modo a apontar o que é bom, ruim em Suzano e quais são as sugestões para
melhorar a qualidade de vida na cidade.
Dessa forma, é reiterada a abrangência e, principalmente, os limites do Plano Diretor, isto
é, é informado que o Plano Diretor não trata de questões pontuais e específicas como
atendimento nos postos de saúde, definição de locais onde serão implantadas praças, mas, sim, a
definição de diretrizes gerais para o ordenamento do território com base na realidade do
município, na identificação de questões que são fundamentais para propiciar o desenvolvimento
da cidade em bases mais justas e equilibradas.
Após a introdução é exibido o vídeo das cidades, uma material produzido pela CAIXA, que
busca contribuir com a compreensão da importância do Plano Diretor na cidade e os reflexos da
ausência de planejamento urbano na cidade, de modo que os participantes reconhecem que
algumas das situações apresentadas no vídeo, como por exemplo falta de habitação popular no
centro, são situações que também acontecem em Suzano, bem como, as ocupações irregulares
em condições precárias.
Após a introdução é apresentada a dinâmica da reunião que consiste dividir os
participantes em grupos, que deverão discutir e apontar no mapa o que Suzano tem de bom, o
que tem de ruim e quais as sugestões para melhorar a cidade.
Terminado o debate nos grupos, os mesmos são convidados a exporem através de seus
representantes e os resultados obtidos são:
Grupo 1
Negativos Positivos Propostas Pontos escuros nos bairros Escolas Ampliação e melhoria no posto de
saúde Terrenos abandonados Moradores Melhorar o transporte e criar linha de
ônibus Baruel – Nova América Falta rede de água, esgoto na região
Associações de moradores Regularizar a situação da ocupação do Tabamarajoara
Falta calçamento no Res. Nova América
Taxistas Ampliação das creches nos bairros
Falta posto de saúde no Res. Nova América
Qualidade de vida Melhorar as ruas do Jd. do Bosque
Falta pavimentação nos bairros da região
Localização Colocar lombadas no V. Helena
Falta segurança Kits escolares Faltam moradias Faltam áreas de lazer Regularização fundiária
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Falta acostamento na Rod. Índio Tibiriçá
Falta limpeza dos córregos e nascentes
Nalco - poluição
Grupo 2
Negativos Positivos Propostas Limpeza Posto de saúde Não apontaram sugestões Acesso Escolas Poluição Associações Iluminação Táxis Transporte Taiaçupeba Recreação Tarifa do ônibus Segurança Kit escolar Asfalto Telefonia Esgoto poluindo rio Una Esgoto a céu aberto Falta de vigilância sanitária – desratização
Falta identificação das ruas Falta praças
Concluídas as apresentações dos grupos e debatidas os pontos entre os participantes,
houve ênfase às questões do saneamento básico, regularização dos loteamentos e implantação
de infra-estrutura, terminado o debate, a reunião foi encerrada. Sem registro fotográfico.
2.7. Jardim Colorado e região Revisão do Plano Diretor de Suzano 2006-2016 – Semeando o Futuro da Cidade Tema: Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local Local: EMEF Célia Pereira de Lima Data: 10/06/2006 às 14:00
A reunião teve início com a palavra da diretora de Planejamento Urbano e Territorial Rita
Canutti, que apresentou à população os demais componentes da Prefeitura Municipal de Suzano
presentes na reunião.
Informou que a Secretaria de Política Urbana estava revisando o Plano Diretor, visando
direcionar e reorganizar as atividades da cidade, reequilibrando dessa forma questões como
transporte, habitação a fim de termos uma cidade mais justa para todos.
Rita colocou que no mês de janeiro houve o lançamento do Plano com a finalidade de
apresentá-lo a população e que esta etapa tem por objetivo ouvir o que a população tem a dizer
sobre a cidade, assim como para que sejam apontados os aspectos negativos, positivos
Prefeitura Municipal de Suzano - Secretaria Municipal de Política Urbana Revisão do Plano Diretor de Suzano 2006 - 2016
Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
142
existentes nos loteamentos e sugestões para melhoria da qualidade de vida da cidade.
Foi salientado que para desenvolver uma lei como o Plano Diretor é necessário conhecer a
cidade com a participação da população para que o mesmo seja discutido junto a ela a fim de
levantar os problemas relacionados a habitação, transporte, regularização fundiária e outros,
sendo necessário para isto, verificar quais são as prioridades para o crescimento equilibrado do
território.
Posto isto, colocou-se que é imprescindível reservar áreas no centro para a população de
baixa renda e não incentivar apenas a ocupação no centro por população com maior renda.
O Plano é proposto por 10 (dez) anos e significa, portanto, que esta lei terá validade não
somente no governo atual, mas também em subseqüentes.
Dessa forma, foram feitos alguns exemplos sobre a aplicação do Plano Diretor onde foi
colocado que cada área deve ser reservada para as atividades adequadas às suas condições
físicas, sociais e ambientais, ou seja, cada pedaço do município, para cumprir sua função social
deverá ser de interesse da coletividade e não do individuo, como por exemplo, algumas áreas de
proteção aos mananciais poderão ser destinadas a preservação ou recuperação, devido a
manutenção da qualidade e produção de água para o consumo que é de interesse de todos.
Após as primeiras explanações foi exibido o vídeo sobre o Estatuto da Cidade e Plano
Diretor, que apontou entre outros aspectos, o crescimento desordenado da cidade e salientou a
importância de um planejamento participativo no município.
Rita Canutti colocou que essas reuniões dão oportunidade as pessoas em expor seus
problemas conjuntamente, e assim, buscar soluções junto aos governantes. A partir da abertura
para discussão, a população contestou as melhorias que estão sendo feitas no centro da cidade
comentando que em contrapartida eles não estão vendo benefícios sendo implementados na
periferia. Além disso, questionaram a eficiência do governo no setor da saúde e após os
comentários foram citadas as obras e programas que o governo vem desenvolvendo para
melhorar o atendimento da saúde e demais ações em educação, esportes, cultura, habitação,
infra-estrutura,
Diante das críticas apresentadas pela população, foi reforçada a importância de se discutir,
conhecer o Plano Diretor, para sua aplicação, lembrando que o Plano Diretor – uma lei de
ordenamento do território – tem a vigência de até 10 anos e que, portanto, não é um plano de
governo, de obras, mas um plano para a cidade. Além disso, não se trata de promessas, mas sim
de uma construção coletiva (prefeitura, sociedade civil, etc) sobre as formas e parâmetros de
desenvolvimento sócio-territorial da cidade.
A dinâmica proposta é que os participantes se organizem em grupo e apontem no mapa
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143
do município os pontos positivos, negativos e sugestões para o desenvolvimento da cidade,
conforme segue abaixo. Essas informações serão importantes para a discussão das prioridades a
serem adotadas para o loteamento e para o município como um todo.
Foi colocado pelo funcionário Edílson que haverá uma reunião na qual serão discutidas
questões relacionadas à regularização fundiária para que haja um plano voltado a esse tema.
Um mapa contendo somente as áreas irregulares será desenvolvido para posteriormente
ser analisado e verificado se as ocupações poderão permanecer onde estão, ou seja, cada
situação será analisada de forma específica.
O Plano atual, embora contemple a Regularização Fundiária, não descreve quando, onde
e como ela se dará, sendo esse um dos motivos da necessidade de revisar o mesmo, para chegar
a dados condizentes com a realidade e capazes de serem implementados. Complementou-se
ainda que para o início do processo de regularização será realizado o cadastramento das famílias
que vivem em áreas ocupadas irregularmente.
Edílson encerrou a reunião colocando que o processo de revisão do Plano terá
continuidade nos meses de agosto e setembro e que a próxima fase será de propostas.
Grupo 1
Negativos Positivos Propostas Falta de praças e áreas de lazer Localização do loteamento Padronização dos ferros velhos Falta de creches e UBS Escolas (as existentes são
consideradas muito boas) Reformulação do espaço do estádio (elas o utilizam somente para fazer caminhadas e gostariam que ele tivesse outros usos)
Falta de saneamento básico Time do ECUS Falta de segurança pública e posto policial
Falta de pavimentação Falta de caixa eletrônico na região do Jd. Colorado
Esgoto atrás do CEFAM Falta alternativas de ônibus para Mogi das Cruzes
Centro de Detenção Falta de correio Falta de centro cultural na região Falta de ponto de ônibus e cobertura nos existentes
Feiras de rua Falta regularização fundiária Falta de incentivos ao esporte Falta de iluminação Trajetos deficientes do transporte público
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2.7.1. Fotos da reunião – Jardim Colorado e região
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2.8. Cidade Miguel Badra Revisão do Plano Diretor de Suzano 2006-2016 – Semeando o Futuro da Cidade Tema: Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local Local: EMEF Avelino de Lima Franco Data: 11/06/2006 às 10:00
A reunião foi iniciada a apresentação dos técnicos da Prefeitura e com informações sobre
o processo de discussão do Plano Diretor de Suzano, objetivo da reunião e a diferença dessa
reunião das demais que vem ocorrendo na cidade como Orçamento Participativo, Regularização
Fundiária, Redução de Áreas de Risco. Destacando que a reunião tem como objetivo principal
conhecer como a população vive, usa a cidade por meio de identificação dos pontos positivos,
negativos da cidade e sugestões para contribuir com a melhoria da qualidade de vida em Suzano.
Dessa forma, é feita uma explicação sobre a abrangência do Plano Diretor, ou seja, a
construção de um Plano que proponha o reordenamento territorial para que a cidade se
desenvolva de forma mais justa para todos e com base nos apontamentos da comunidade. Para
tanto, o processo de revisão do Plano Diretor busca incorporar dados e informações sobre a
vivência da população na cidade para que seja possível a definição de parâmetros que permitam
a melhor redistribuição dos usos na cidade.
Após a introdução foi exibido o vídeo do Ministério das Cidades sobre Plano Diretor e
Estatuto da Cidade, destacando a importância do Estatuto ao estabelecer instrumentos para
reordenação da cidade, sendo o Plano seu principal instrumento, em especial, devido ao caráter
participativo.
Com base nas imagens do vídeo foi perguntado a população se ela reconhecia no
loteamento algumas das situações apresentadas, sendo então identificado pelos participantes a
ocupação em morros, e reconhecido que a maior parte dos equipamentos públicos, coletivos
localizam-se no centro da cidade e ausência dos mesmos na periferia.
A população comentou, ainda, que os políticos fazem promessas, porém não as cumprem
e Edílson (coordenador de habitação da SMPU) colocou que antes a população nem mesmo era
ouvida e que nesta gestão isto esta acontecendo, já que a função da reunião neste momento é
construir uma lei com a participação da população.
Após as explanações foi solicitado aos presentes que se dividissem em grupos e
apontassem no mapa do município os pontos positivos, negativos da cidade e sugestões para seu
desenvolvimento, sendo:
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Grupo 1
Negativos Positivos Propostas Transporte Localização Construir escolas Esgoto UBS e Programa Saúde da Família Saúde – UBS Governo popular Iluminação População Limpeza das ruas Escola Segurança Falta de áreas de lazer Loteamento irregular Falta infra-estrutura Falta creche municipal
Grupo 2
Negativos Positivos Propostas Posto de saúde Comércio Criar uma linha de ônibus para
Itaquaquecetuba Pavimentação Transporte Colocar enfermeira nas salas de
aula Iluminação Fábrica Regularização dos lotes em área de risco e irregulares
Creche
Segurança em geral Escola Falta de pontos de ônibus Ruas não encontradas pelos nomes só por números
Foi colocado por Rita Canutti que, até o presente momento, o dinheiro arrecadado da
população com menos recursos sempre foi utilizado pelos que possuem maior renda e que o
Plano Diretor visa regularizar e redistribuir de forma mais equilibrada a arrecadação do município.
Está previsto para setembro a próxima etapa de discussão do Plano, que discutirá os
principais eixos de intervenção, ou seja, os recursos terão, também, que ser empregados nesses
eixos para estimular o desenvolvimento da cidade, assim com, em saúde, educação, transportes,
etc.
A reunião foi finalizada com um participante que comentou que a cidade, de 57 anos,
nunca ouviu a população e questionou os demais com relação a quantas pessoas tinham casa
própria e em quanto tempo elas conseguiram obtê-la. Como resposta ele obteve: “10 anos”, e
então complementou: “Como vocês querem que o novo governo resolva tudo em apenas 1 ano e
5 meses se vocês pela experiência que tiveram em adquirir a casa própria sabem que
determinadas situações necessitam de muito mais tempo para se resolverem?”
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2.8.1. Fotos da reunião – Cidade Miguel Badra
2.9. Palmei2.9 Palmeiras I – Vila Fátima e região Revisão do Plano Diretor de Suzano 2006-2016 – Semeando o Futuro da Cidade Tema: Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local Local: EMEF Neide Pião Vidal Data: 24/06/2006 às 10:00
A reunião foi iniciada com a apresentação da equipe técnica da Prefeitura e informes sobre
as etapas anteriores, como a formação da coordenação compartilhada com representantes das
diversas regiões da cidade que contribuem com a troca de informações entre a população e a
prefeitura e ajudam na mobilização da população a participar de todas as etapas de revisão do
Plano Diretor.
Após apresentação dos participantes é apresentado o resultado da etapa de mobilização e
sensibilização e seu objetivo, ou seja, explicar o que é e o que significa Estatuto da Cidade e
Plano Diretor, suas inter-relações e articulações.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
148
Considerando que grande parte dos presentes não participaram das etapas anteriores é
retomada a explicação sobre o que é Plano Diretor, sua abrangência e, principalmente, seus
limites, ou seja, o Plano não trata de questões pontuais como atendimento no posto de saúde,
aumento de ambulâncias nas UBS, valor da tarifa do ônibus, pois não dependem de lei
urbanística para solucionar tais deficiências. O Plano Diretor tem por finalidade o organizar como
os diversos usos e atividades serão distribuídos no território de forma equilibrada e condizente
com as características da cidade sejam no âmbito financeiro, social, cultural, ambiental, urbano,
etc.
Por outro lado, a participação na etapa 2 contribuiu com a elaboração de mapas temáticos,
desenvolvidos com base nas informações apontadas pelo conjunto da sociedade sobre os pontos
conflitantes e de interesse da comunidade como saneamento ambiental, regularização fundiária,
transporte e mobilidade urbana, pavimentação, áreas verdes e de lazer, iluminação pública;
saúde, educação e segurança, sinalizando assim, algumas questões estruturais para a revisão do
Plano Diretor e que são estruturais para o desenvolvimento da cidade.
A seguir é exibido o vídeo do Kit das Cidades sobre Estatuto da Cidade, que serve como
uma ferramenta de ilustração de como o Plano Diretor é importante para o direcionamento de
desenvolvimento da cidade.
Após a apresentação do vídeo é sugerida que se formem grupos para apontar no mapa da
cidade o que Suzano tem de bom, de ruim e sugestões para melhorar, sendo proposto pelos
participantes que o moderador anotasse as colocações levantadas pelo conjunto dos
participantes, conforme segue:
Grupo 1
Negativos Positivos Propostas Posto de saúde Ônibus na porta Não foram feitas propostas Córrego Asfalto Falta de legalização das áreas Ampliação da escola Falta de asfalto, guia e sarjeta Transporte escolar Área de risco Transporte Faltam creches no Jd. Ikeda e Jd. Planalto
Faltam áreas de lazer Falta limpeza das valetas, ruas e córregos
Caixa d’água (Jd. Restinga) Iluminação dos bairros Esgoto a céu aberto
A reunião dessa região demonstrou algumas contradições quanto ao que é bom e ruim,
onde, por exemplo, o transporte nas duas situações, porém o tema de maior interesse dessa
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região se refere a regularização fundiária, pois trata-se de uma região inserida na área de
proteção aos mananciais que tem restrições quanto as ocupações densas, mas em muitos casos,
os loteamentos, são consolidados mesmo com precariedade de infra-estrutura.
Dessa forma, as questões da habitação e do transporte permearam o debate, sendo assim
finalizada a reunião com informações sobre a possibilidade e importância de definição de áreas
para a população de baixa renda no Plano Diretor, para fortalecer mecanismos posteriores no
sentido de regularização fundiária. Terminado o debate e esclarecimentos, a reunião foi
encerrada.
2.9.1. Fotos da reunião – Palmeiras 1 – Vila Fátima e região
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2.10. Centro / Cidade Edson / Vila Figueira e região Revisão do Plano Diretor de Suzano 2006-2016 – Semeando o Futuro da Cidade Tema: Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local Local: EMEF Antonio Marques Figueira Data: 24/06/2006 às 14:00
A reunião na região do centro foi iniciada com a apresentação da equipe técnica da
Prefeitura e dos participantes individualmente, em função de seu número reduzido, porém com
participação nas outras etapas. Os loteamentos com representante nessa reunião são o Jardim
Vitória, Jardim das Flores, Vila Figueira e Cidade Edson.
Considerando o número de pessoas a reunião permitiu maior aprofundamento sobre o
processo de revisão do Plano Diretor e possibilitou que algumas das dúvidas dos participantes,
referente ao papel da administração municipal, puderam ser sanadas.
Dessa forma, foi apresentado que a reunião da leitura comunitária tem por finalidade
levantar junto a população seu entendimento sobre a cidade por meio da identificação dos pontos
positivos, negativos e sugestões para melhorar a qualidade de vida na cidade. Destacando a
importância de se discutir e pensar o conjunto da sociedade.
Apesar da intenção de se discutir e pensar o conjunto da cidade, os problemas pontuais
foram os mais citados, porém, em sua maioria, relacionados com o escopo do Plano Diretor em
função a diversidade do grupo, pois estavam presentes moradores de bairros como Vila Figueira,
consolidado e com infra-estrutura e de ocupações irregulares na região central – Jardim das
Flores.
Essa diversidade de realidades dos participantes gerou debates entre as partes, onde de
um lado estavam os que defendiam a regularização e de outro os que acreditavam que as
ocupações deveriam ser “retiradas” da região.
Diante do debate foram apresentados mapas temáticos construídos com base nas
reivindicações apontadas, onde as informações levantadas junto a população sinalizam o
direcionamento de ações que se pretende para o desenvolvimento da cidade, sendo assim, é
apresentada a dinâmica da reunião que consiste em realizar um exercício no qual os participantes
apontam no mapa o que Suzano tem de bom, o que tem de ruim e sugestões para melhorar a
cidade.
Porém, antes da formação do grupo é exibido o vídeo do Kit das Cidades sobre Estatuto
da Cidade, que serve como uma ferramenta de ilustração de como o Plano Diretor é importante
para o direcionamento de desenvolvimento da cidade.
A partir do vídeo e do debate inicial são apresentados os seguintes pontos sobre a cidade:
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Grupo 1
Negativos Positivos Propostas Regularização fundiária Não foram apontados os pontos
positivos Implantação de feira livre na V. Figueira
Infra-estrutura (pavimentação) Produção de habitação para população de baixa renda
Problemas respiratórios por falta de pavimentação
Jd. das Flores – próximo do centro, mas sem estrutura
Falta transporte – Jd. das Flores, Fazenda Viaduto, Jd. Lígia
Iluminação – Jd. Lígia Falta escola – Jd. das Flores Transporte escolar Problema de esgoto.
Concluída a exposição e o debate sobre os apontamentos é reforçada a importância da
participação popular no processo de revisão do Plano Diretor. É feita a consideração final e
encerrada a reunião. Sem registro fotográfico
2.11. Parque Maria Helena e região Revisão do Plano Diretor de Suzano 2006-2016 – Semeando o Futuro da Cidade Tema: Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local Local: EMEI Ana Maria Barbosa Garcia Data: 15/06/2006 às 10:00
A reunião é iniciada com a apresentação da equipe técnica da Prefeitura e informes sobre
as etapas anteriores do processo de revisão do Plano Diretor, sendo assim, explicado a etapa
atual é de levantamento das vivências da população na cidade de Suzano, onde o cruzamento
das informações levantadas nas diversas regiões da cidade subsidiarão a definição dos eixos
prioritários de intervenção a serem tratados por meio do Plano Diretor. Ao final do processo será
redigido o projeto de lei do Plano Diretor, que deverá ser aprovado pela Câmara Municipal de
Suzano.
Dessa forma, foi colocado que o Plano pretende discutir o equilíbrio da cidade contando
sempre com a participação popular para definição das zonas de uso, os padrões de
incomodidade, questões que direcionam as áreas a serem ocupadas e os usos admitidos para as
mesmas, isto é, onde a indústria, a habitação e o comércio irão se instalar e com quais
parâmetros. Essa lei tem validade por 10 anos, em função da dinâmica de transformação das
cidades, devendo a lei, acompanhar tais mudanças.
Num segundo momento foi apresentado o vídeo que demonstra a aplicação do Estatuto da
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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Cidade e simula situações de conflitos entre velhos moradores e pessoas em busca de novas
oportunidades, em função da implantação de indústrias em cidades que antes não as possuíam,
locais de trabalhos longe das moradias e ocupação de áreas inadequadas à habitação, entre
outros.
O vídeo aponta que diante de tais situações era necessário criar novas regras levando-se
em conta toda a população e não somente uma parcela e dá como exemplo o repovoamento dos
espaços vazios da cidade, o estudo de impacto de vizinhança, garantia de moradia popular em
áreas nobres da cidade e os planos e projetos que contemplem a participação de toda a
população.
Após a apresentação do vídeo é apresentada a dinâmica proposta para a reunião que é a
divisão dos participantes em grupos, que recebem um mapa da cidade para apontar o que
Suzano tem de bom, de ruim e sugestões para melhorar.
Grupo 1
Negativos Positivos Propostas Falta creche Escolas Não foram feitas propostas Faltam áreas de lazer e praças Saúde (em fase de crescimento) Falta unidades para atendimento de pessoas ‘especiais’
Empresas de grande porte
Falta posto policial Núcleo habitacional não tem estrutura
Transporte coletivo Faltam lotéricas Falta correio Rede de esgoto e de águas pluviais Falta urbanização – ponte de ligação das ruas do Pq. Maria Helena novo
Falta hospital Poluição visual
Grupo 2
Negativos Positivos Propostas Falta controle na implantação de unidades habitacionais inadequadas (área da IBAR)
Empresas de grande porte (Atacadão, Di Cico, NSK)
Falta de ônibus na V. Maria de Maggi
Ponte estratégica para todos os pontos da cidade
Falta nivelamento do paralelepípedo Escolas: Luiz Romanato, Paulo Kobayashi, Ana Maria Morteni
Associação do CDP como sendo do Pq. Maria Helena (o CDP é da cidade)
Posto de saúde
Falta urbanização na parte nova do Pq. Maria Helena
Construções regularizadas com profissionais habilitados
Falta iluminação nas avenidas Região com menos inadimplência de
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principais IPTU Faltam áreas de lazer Segurança pública Moradia irregular no final da Rua Anis Fadul
Desvalorização do bairro Faltam placas de sinalização para identificar os bairros
Após expostos os apontamentos positivos e negativos relacionados ao loteamento, foram
feitas algumas observações por parte dos técnicos da Prefeitura que informaram sobre o
recadastramento do IPTU que resultara na atualizam dos dados sobre as edificações, os
arruamentos, permitindo o posterior reconhecimento das ruas da cidade. Explicou-se também que
a implantação do Centro de Detenção Provisória foi determinação do governo estadual e não
municipal.
A revisão do Plano Diretor deverá ser desenvolvida levando-se em consideração os
aspectos regionais e não somente locais, a exemplo das questões ambientais relacionadas ao rio
Tietê.
Após exposição dos grupos, com breve explanação sobre os itens apontados, suas inter-
relações e o que se relaciona com o Plano Diretor é destacada a importância do exercício em
grupo e da mobilização e participação popular no processo de revisão do Plano Diretor e são
feitas as considerações finais e encerrada a reunião.
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2.11.1 Fotos da reunião – Parque Maria Helena e região
2.12. Palmeiras II – Jardim Brasil e região Revisão do Plano Diretor de Suzano 2006-2016 – Semeando o Futuro da Cidade Tema: Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local Local: EMEF Odário Ferreira da Silva Data: 02/07/2006 às 14:00
A reunião foi iniciada com a apresentação da equipe técnica da Prefeitura e com a
identificação dos participantes que estiveram na reunião anterior, onde cerca de 30% dos
presentes estão acompanhando o processo de revisão do Plano e os loteamentos representados
nessa reunião são o Jd. Revista, Jd. Dona Benta, Jd. Varam, Jd. dos Fernandes e Cidade Boa
Vista.
Após apresentação dos participantes é apresentado o resultado da etapa de mobilização e
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sensibilização e seu objetivo, ou seja, explicar o que é e o que significa Estatuto da Cidade e
Plano Diretor, suas inter-relações e articulações, no que tange: moradores x loteamentos x
cidade, e todas as questões administradas pelo governo municipal como transporte, saúde,
educação, entre outros.
Dessa forma, é reiterada a abrangência e, principalmente, os limites do Plano Diretor, isto
é, é informado que o Plano Diretor não trata de questões pontuais e específicas como
atendimento nos postos de saúde, vagas nas escolas, etc., mas, sim, o direcionamento dos locais
onde há demanda para instalação de novos equipamentos, locais destinados a habitação de
interesse social, de emprego, entre outros, sendo assim destacada a importância da participação
da sociedade civil nos processos de planejamento e decisão sobre o urbano e o território. Com
base na importância da participação são apresentados os representantes eleitos na etapa 2,
destacando a presença dos mesmos nesta reunião.
Por outro lado, a participação na etapa 2 contribuiu com a elaboração de mapas temáticos,
desenvolvidos com base nas informações apontadas pelo conjunto da sociedade sobre os pontos
conflitantes e de interesse da comunidade como saneamento ambiental, regularização fundiária,
transporte e mobilidade urbana, pavimentação, áreas verdes e de lazer, iluminação pública;
saúde, educação e segurança, sinalizando assim, algumas questões estruturais para a revisão do
Plano Diretor e que são estruturais para o desenvolvimento da cidade.
Na seqüência, é apresentada a dinâmica da reunião que consiste em realizar um exercício
no qual os participantes serão divididos em grupos de aproximadamente 15 pessoas e cada grupo
receberá um mapa do município no qual, após discussão interna, deverão apontar o que Suzano
tem de bom, o que tem de ruim e como podemos melhorar nossa cidade.
Antes da formação dos grupos, algumas questões relacionadas a habitação são
levantadas como o tratamento previsto para as ocupações em áreas de risco, onde a moderadora
explica está em andamento o programa municipal de erradicação de áreas de risco e que o
mesmo está a cargo da Diretoria de Produção Habitacional e Regularização Fundiária e que já
conta com uma equipe de cadastradores trabalhando junto a estas ocupações.
Inicia-se então a divisão e os trabalhos em grupos.
Após período de discussão os grupos são convidados a exporem através de seus
representantes e os resultados obtidos são:
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Grupo 1
Negativos Positivos Propostas Falta infra-estrutura (iluminação, nivelamento das ruas)
Saúde Não foram apresentadas sugestões
Falta saneamento Educação Transporte (falta ônibus) Transporte Regularização fundiária Saúde Educação Segurança Vigilância sanitária Pavimentação Falta UBS na região Falta creche Coleta de lixo
Grupo 2
Negativos Positivos Propostas Iluminação Escola Não foram apresentadas sugestões Falta de coleta de esgoto Creche e pré-escola Transporte (falta ônibus) UBS Falta de rede de água Programa Saúde da Família em
implantação
Pavimentação Regularização fundiária Faltam áreas de lazer Saúde Segurança Falta atendimento bancário
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2.12.1. Fotos da reunião – Palmeiras II – Jardim Brasil e região
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3. Seminário do Plano Diretor Participativo – Leitura Técnica e Comunitária
Como parte integrante da 3ª Etapa da Revisão do Plano Diretor Participativo – Leitura
Técnica e Comunitária foi realizado no dia 12 de agosto de 2007 um Seminário aberto à
comunidade cujo objetivo foi aprofundar a discussão a respeito dos temas elencados como
prioritários, tanto a partir do conhecimento da realidade local apresentado pela comunidade
quanto pelos trabalhos da equipe técnica.
Para a realização do Seminário foram realizadas duas reuniões de trabalho preliminares
com a Coordenação Compartilhada, que contou ainda com a presença dos técnicos da Prefeitura,
Rita Canutti – Diretoria de Planejamento Urbano e Territorial e Edílson Mineiro – Diretoria de
Habitação e Regularização Fundiária, além do Secretario de Política Urbana, Miguel Reis Afonso
e da equipe de assessoria técnica da FUPAM.
3.1. 1ª Reunião de Trabalho da Coordenação Compartilhada A primeira reunião preparatória foi realizada dia 18 de julho de 2006, com a participação
de cerca de 10 representantes da Coordenação. Nesta reunião tratou-se de apresentar os cinco
pontos considerados como prioritários para discussão para que a Coordenação pudesse pactuar
esses pontos a partir de uma reflexão coletiva e, principalmente, para que auxiliassem a equipe
técnica e a Prefeitura a elaborar a metodologia a ser adotada no Seminário.
Num segundo momento inicia-se a explanação sobre os instrumentos do Estatuto da
Cidade selecionados para serem aprofundados na reunião de trabalho. Depois a diretora Rita
Canutti explica como são demarcadas as macro-zonas e como se dão seus direcionamentos.
O secretário Miguel Reis Afonso solicita aos representantes da Coordenação que dêem
opinião sobre os cinco eixos elencados para as mesas temáticas e sugere que os mesmos
opinem sobre como poderá ser a dinâmica de discussão em cada mesa.
O grupo sugere que cada mesa tenha um moderador e que estes sejam representantes da
Prefeitura, para uma melhor orientação sobre a temática. Salientam também que é muito
importante a divulgação e possivelmente viabilização de transporte para a população.
Os presentes observam também que material com muito texto não é adequado para
distribuir para a população e que o vídeo que foi passado na primeira rodada de reuniões foi bem
aceito, podendo repetir essa metodologia.
Finalizando acrescentam que é importante colocar a pauta do Seminário no convite que
será distribuído, para que as pessoas se informem melhor sobre o conteúdo que será abordado
na reunião.
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3.2 2º Reunião de Trabalho da Coordenação Compartilhada A segunda reunião de trabalho da Coordenação Compartilhada ocorreu no dia 02 de
agosto de 2007 e a proposta para esta reunião foi discutir a estrutura do Seminário a se realizar
no dia 12 de agosto.
Rita Canutti explica que idéia é apresentar para o grupo os slides preparados para que
todos possam opinar sobre a metodologia adotada, sobre como estimular a participação da
comunidade e, ainda, para que a Coordenação discuta como será sua atuação nas mesas
temáticas do Seminário.
Após a explanação todos consideram bons os slides e pactua-se que está num nível bom
para que todos os participantes entendam e possam discutir as questões abordadas em casa
tema.
Sugere-se que cada representante da Coordenação Compartilhada indique em que mesa
temática gostaria de participar, com a intenção de auxiliar os mediadores na discussão com a
população. Cada participante se coloca voluntariamente para uma mesa, a saber:
Vera – Jardim Maitê: Transportes
Neto – Nova América: Regularização Fundiária
Gui: Jardim Ikeda: Regularização Fundiária
Rose – Vila Rica: Saneamento Ambiental
Paulo – Miguel Badra: Transportes
Zito – Casa Branca: Desenvolvimento Econômico
Giovana – Jardim Varan: Desenvolvimento Econômico
Dorinha – Jardim Gardênia: Desenvolvimento Econômico
3.3 Seminário do Plano Diretor Participativo O Seminário do Plano Diretor Participativo realizou-se dia 12 de agosto de 2006 às 14h, na
Emef Antônio Marques Figueira.
Inicialmente, Miguel Reis Afonso, secretário de Política Urbana, fez uma explanação sobre a
dinâmica do Seminário e uma breve explicação sobre as temáticas que serão abordadas em cada
mesa.
A importância do Seminário para a Revisão do Plano Diretor é a oportunidade dos
participantes aprofundarem a discussão em eixos temáticos que foram considerados como
prioritários após a primeira rodada de discussão e as investigações técnicas sobre o município.
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A segunda parte da reunião consistiu na divisão dos participantes em cinco mesas
temáticas, cujas atas estão expostas a seguir:
3.3.1 Tema: Desenvolvimento Econômico Presentes na mesa temática: 15 participantes
A mesa temática sobre desenvolvimento econômico foi coordenada pelo assessor da
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Negócios e Turismo, Jácomo Salvador
Bragheroli. O assessor apresentou um panorama sobre a situação econômica do município, as
políticas de desenvolvimento nos últimos 32 anos e o que está sendo feito atualmente.
Na apresentação de slides, foi mostrado que, em número de estabelecimentos, o
comércio é o mais expressivo com 3423 estabelecimentos, ou 73% do total. Os serviços possuem
744 estabelecimentos, 16% do total. A indústria possui 327 estabelecimentos, 7% e os outros
correspondem a 183 estabelecimentos, 4% do total. A agropecuária não aparece no levantamento
por que a produção é vendida pelo produtor principalmente a atravessadores.
Em relação ao número de empregos a indústria representa 49,36% do total, mostrando
claramente o perfil industrial do município. Em seguida vem os serviços com 27,24%, comércio
com 18,55%, construção civil com 2,67% e por último agropecuária com 2,18%. Na comparação
com o estado de São Paulo e a Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) a agropecuária se
mostra com relativa importância, já que no estado ela representa 3,61% dos empregos e na
RMSP apenas 0,2% e no município 2,18%. O peso da indústria nos empregos totais é ainda mais
evidente ao se comparar o estado de São Paulo, a RMSP e o município, enquanto no primeiro é
de 23,08% na RMSP ele é de 19,5% enquanto em Suzano é de 49,36%. A construção civil e o
comércio no município se mantêm próximos à média do ESP e da RMSP, a construção civil com
2,67%, 3,2% e 3,63% respectivamente e o comércio com 18,55%, 17,79% e 16,36%
respectivamente. Nos serviços a relação observada na indústria se inverte, enquanto no ESP e na
RMSP se têm 52,33% e 60,3% respectivamente, no município se observa uma participação de
27,24%.
Quanto à arrecadação o quadro é semelhante, com a indústria representando 66,57% do
total, o comércio e serviços 32,04% e a agropecuária 1,39%. No estado a agropecuária tem um
peso maior (7,7%) do que na RMSP (0,19%) ou em Suzano (1,39%). A indústria representa
66,57% da arrecadação em Suzano, já no estado e na RMSP representa respectivamente 43,78%
e 42,92%. A participação do comércio e serviços na arrecadação de Suzano (32,04%) também é
inferior ao do estado (48,51%) e a da RMSP (56,89%), sendo que a participação dos serviços
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
161
deve ser muito inferior a do ESP e a da RMSP.
Foram apresentadas as políticas de desenvolvimento que foram implementadas nos
últimos 32 anos (1973-2005), apesar de não ter existido uma política efetiva de desenvolvimento.
No Turismo, para fomentar o desenvolvimento, foi criada a COMTUR e o circuito regional
Caminho das Águas e Nascentes. Na Agricultura houve uma tentativa de resgatar a agricultura
com a Casa da Agricultura, a Associação de Agricultores e a Central de Distribuição (Varejão do
Produtor). A Agência de Desenvolvimento Regional visa à geração de emprego e renda. Mas
também é necessário um estudo de demanda do empreendedor, assim como incentivos, como os
oferecidos pelo CEAP (qualificação profissional), pelo SEBRAE (ensino de como administrar) e
Banco do Povo (financiamento).
Foi elencado que para o desenvolvimento econômico sustentável é necessária a
geração de emprego e renda, a preservação ambiental e a responsabilidade social e que já existe
em proposta uma nova lei de incentivos industriais e benefícios fiscais na qual uma empresa
investe em algo para a cidade agora e esse dinheiro é descontado dos impostos futuros.
Após a apresentação do secretário, o representante da associação comercial falou que
80% dos estabelecimentos são clandestinos em algumas áreas e se perguntaram formas de tirar
esses estabelecimentos da clandestinidade como flexibilizar a abertura deles. Mencionaram-se as
indústrias familiares, que são abertas junto com a residência ou próximo dela e que não causam
incômodos, esse tipo de indústria não se encaixa nas ZUPIs, já que elas são feitas para as
grandes indústrias.
Foi comentado que legalmente não existe diferença entre um criador de animais para
experimentos científicos e outro sem controle sanitário e que a lei proíbe os dois, sem diferenciá-
los. Seria necessário mudar a lei, e dizer o que se pode fazer na cidade. Também foi comentado
que é necessário agregar valor aos produtos de uma forma geral.
Foi tirada a conclusão de que é necessário maior estímulo às empresas, reduzir as
diferenças entre as secretarias e criando o Balcão do Empresário no qual seria fornecido ao
empresário todas as orientações do que fazer para abrir a sua empresa.
Foram questionadas maneiras de compatibilizar os usos no zoneamento, como criar um
índice de incomodidade, levantando o que incomoda a população, como barulho, cheiros, trânsito.
Também foi levantada a questão de onde ficam e onde se deseja ter os vetores de crescimento,
onde se quer a expansão da indústria e do comércio. É necessária a redução da complexidade do
zoneamento.
Com a terceirização as grandes empresas estão diminuindo e diversas pequenas
empresas e pequenas indústrias surgem para prestar serviços às empresas maiores. O lote
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162
mínimo de 2.000 m² dificulta a abertura das pequenas indústrias, os condomínios industriais
podem ser uma solução, onde várias indústrias compartilham um mesmo terreno.
O investimento em formas de escoar a produção, investimento educacional, a criação de
incubadoras de pequenas empresas (tanto para indústrias como para agroindústrias) seriam
formas de incentivar a abertura de pequenas empresas.
No final todos concordaram que o investimento na abertura de pequenas empresas e um
zoneamento mais claro e flexível seriam boas medidas para aumentar o número de empregos e
fomentar o desenvolvimento econômico.
3.3.2 Tema: Regularização Fundiária Presentes na mesa temática: 26 participantes
Cláudio Scalli, Diretor de Produção Habitacional e Regularização Fundiária, da Secretaria de
Política Urbana do município de Suzano, iniciou a reunião apresentando os técnicos da prefeitura
que se encontravam presentes; informou seu papel de intermediar a discussão a respeito da
regularização fundiária dentro do Plano Diretor e, em seguida fez uma explanação apresentando
a atual situação do município a respeito do tema, os estudos, planos e programas que se
iniciaram neste governo e exemplos de intervenção e propostas para iniciar o debate com os
representantes populares.
A apresentação através de slides iniciou-se caracterizando o município, ressaltando que
73% do território municipal encontram-se em área de proteção aos mananciais e principalmente
descrevendo o panorama atual em relação aos loteamentos regulares e irregulares.
Foram expostas as dificuldades apresentadas para implementação de uma política
habitacional, a ausência de programas e ações realizadas em outras gestões e, até mesmo, de
levantamentos e dados que possibilitassem o desenvolvimento de uma política de regularização
fundiária no município.
Na seqüência foram apresentados os planos, programas habitacionais em
desenvolvimento pelo atual governo e as legislações referentes ao tema em tramitação na
Câmara. O diretor começou expondo sobre o mapeamento e estudo realizado nas áreas de risco,
alternativas para as remoções e sobre os recursos estaduais e principalmente federais que o
município recebeu para implantação das ações.
Foi ressaltado que, pela primeira vez no município, é trabalhada a questão das áreas de
risco e da regularização fundiária. Em seguida foram listadas as áreas a serem contempladas e a
exposição de diversos exemplos de proposta de intervenção. Também foi comentado sobre o
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
163
programa “Crédito Solidário”, recurso que possibilitou em diversos bairros a construção de
habitações populares.
O diretor expôs a metodologia utilizada para a elaboração do plano de regularização
fundiária para o município, listando os loteamentos já analisados e apresentando exemplos de
situações existentes e das ações a serem realizadas em cada caso.
Para finalizar foi apresentada a legislação habitacional que se encontra neste momento na
câmara municipal, como o Aluguel Solidário, Cesta de Material e a das Zonas Especiais de
Interesse Social – ZEIS, além da lei sobre o Fundo e do Conselho Municipal de Habitação, já
aprovada pela Câmara. O diretor ressaltou a importância para o Plano Diretor da implementação
das ZEIS e da identificação destas áreas.
Em seguida, foi aberta a mesa para o debate com a população. Primeiramente o diretor
questionou os presentes sobre o que se precisa do Plano Diretor, se é importante ter ZEIS no
município, e da importância de se identificar e gravar estas áreas e se o Conselho Municipal de
Habitação precisa ser valorizado. Todos concordaram que sim, que as questões levantadas são
de real importância para o desenvolvimento de uma política habitacional no município.
O primeiro morador a se expor, propôs que deveriam ser gravadas como ZEIS áreas
desocupadas onde há infra-estrutura, servindo principalmente para atender a famílias que fossem
removidas de áreas de risco próximas do local. Outro morador ressaltou a importância da
continuidade pública e de como o Plano Diretor poderia direcionar isto, evitando que
eventualmente alguma gestão venha a interromper a política habitacional que está sendo
implementada atualmente no município. Também foi enfatizada a importância da participação
popular na implementação desta política habitacional.
Em seguida um morador apresentou sua situação na qual, em função de alterações por
ocupações irregulares no bairro e da ausência de galeria de águas pluviais, o local que não sofria
com enchentes, atualmente corre risco constante de alagamento. O diretor ressaltou a
inexistência de galeria de águas pluviais em diversas áreas e informou à população que todos os
projetos e obras de pavimentação e outras em desenvolvimento tratam da questão do
escoamento das águas pluviais.
Outro morador perguntou como fica a situação dos mananciais; se correriam o risco de
remoção. O diretor explicou que cada caso será analisado e as soluções propostas serão
diferenciadas para cada loteamento ou área em razão das diferentes situações existentes.
Informou também que as áreas de proteção aos mananciais se remetem à legislação estadual
específica.
Diversos questionamentos pontuais foram feitos e o diretor orientou os moradores a
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
164
exporem a situação aos técnicos da prefeitura que estavam ali presentes e que, após o debate,
ouviram e conversaram com alguns destes moradores. Depois dos debates e questionamentos
diversas propostas foram formuladas e posteriormente apresentadas pelo morador Geraldo na
plenária realizada logo após as cinco mesas temáticas:
- Declarar ZEIS em áreas desocupadas que possuem infra-estrutura para serem
destinadas para habitações populares, principalmente para beneficiar pessoas
removidas em áreas de risco próximas ou remoções por obras públicas;
- Priorização do Plano de Regularização Fundiária;
- Plano Diretor como instrumento que reconheça a cidade real, possibilitando inseri-la na
cidade legal;
- Sejam erradicadas as áreas de risco, com tratamento adequado das áreas para que
elas possam ser re-urbanizadas e destinadas à população do entorno;
- Utilizar os instrumentos urbanísticos com participação popular;
- Plano Diretor seja um instrumento que permita a continuidade das propostas públicas
no próximo governo;
- Concessão de título de moradia para famílias moradoras em áreas públicas, desde que
não estejam em situação de risco ou vinculadas em áreas de projetos públicos, e;
- A importância do Conselho Municipal de Habitação na participação da destinação dos
recursos financeiros do Fundo para a construção de novas moradias e reurbanização de
assentamentos precários.
3.3.3 Tema: Saneamento Ambiental Presentes na mesa temática: 16 participantes
A reunião foi aberta pelo Coordenador de Habitação, Edílson Henrique Mineiro, que se
apresentou e pediu para que todos da mesa temática se apresentassem. Edílson começa
comentando as etapas da Revisão do Plano Diretor, ressaltando os momentos de Sensibilização
e da Leitura Técnica e Comunitárias e que, a partir dessas etapas, iniciam-se os direcionamentos
para a construção do Plano.
A apresentação do tema foi feita através de slides e, a partir, de um reconhecimento do
mesmo, compreendendo a questão da água, esgoto, drenagem e resíduos sólidos. Na seqüência
comentou que Saneamento Ambiental é o abastecimento da água potável, o esgotamento
sanitário, o manejo de resíduos sólidos, das águas fluviais, o controle de vetores e as relações
com a saúde pública e com o uso e ocupação do solo.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
165
Ressaltou ainda que o serviço de Saneamento Básico, ou seja, água e esgoto são
responsabilidades do município e que, em Suzano, quem opera esse serviço é a Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo - SABESP. No entanto, salientou que o prazo do
contrato de concessão vai até novembro de 2007.
Foram apresentados dados através de uma consulta feita na Sabesp informando que 80%
da água captada retornam em forma de esgoto e que é responsável por 65% das internações
hospitalares. Foi informado ainda que o município possui 98% de atendimento e que a qualidade
da água é adequada. Até 15 m3 por mês é cobrada uma tarifa social, atualmente em R$ 12,00.
Acima disso, cobra-se pelo consumo medido. Em relação ao esgoto a Sabesp informou que o
município tem 98% de atendimento em abastecimento de água e 70% de tratamento do esgoto
coletado.
Dentre outros pontos, destacou que o esgoto é um dos mais críticos e mostrou um
levantamento feito numa parte da cidade em que o esgoto não é tratado. O exemplo foi na região
do Rio Abaixo, mostrando que existe uma concentração maior de população que sofrem com
esse problema. Na seqüência, mostra o mapa do município, apontando ocupações nas áreas de
mananciais e esclarecendo que, conforme parâmetros da lei estadual, essas ocupações não são
regulares.
Informou que a característica ambiental é a maior riqueza do município. Destaca que a
água é uma questão importante; um bem para toda a sociedade e, por isso, é importante que
exista um plano de educação ambiental. Destacou que a represa de Taiaçupeba abastece 3
milhões de pessoas. Aponta que a canalização dos córregos é um problema para o meio
ambiente e que o esgoto é que tem que ser canalizado e não os córregos.
Complementou que a ocupação irregular é uma idéia que surgiu com muita força e vai ser
uma diretriz para o Plano Diretor. Fala dos problemas das ocupações nas áreas de mananciais e
que a solução seria regularizar as que já existem e não permitir mais ocupações.
O morador Emanuel da Casa Branca comenta que as pessoas que moram em área de
risco deveriam se conscientizar e não poluir os cursos d'água.
Edilson procedeu a apresentação dando exemplos de ocupações irregulares na represa,
mostra a foto da Represa Billings sem ocupação e preservada e, em outra foto, mostra uma parte
da Represa com ocupação irregular e poluída.
Em seguida comenta sobre resíduos sólidos. Na maior parte do município a coleta
doméstica é realizada três vezes por semana, já na área central a coleta ocorre diariamente. Em
relação à varrição esta está concentrada nas áreas centrais, causando o descontentamento da
população. Informa ainda que o aterro localizado em Itaquaquecetuba está interditado pela
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
166
justiça. Em seguida Edilson finaliza a apresentação abrindo o debate da mesa temática.
A moradora Zélia da Chácara Néa fala que na área rural não tem uma coleta adequada e
que o seu bairro merece que tenha um serviço de coleta como todos os bairros. Em relação ao
lixo destacou que as escolas deveriam trabalhar esta questão de conscientizar os alunos sobre a
reciclagem. Complementou dizendo que em outros países as pessoas que jogam lixo na rua
recebem multas. A moradora propôs uma parceria com o poder público para poder existir uma
reeducação ambiental.
Já a moradora Rosemar perguntou se poderia existir um aterro em Suzano, para que não
tivesse mais problemas com outros municípios. Em resposta o funcionário da Secretaria de
Obras, Paulo Barbosa, informa que não existe possibilidade de implantar um aterro na área
central e nem em áreas de mananciais. Na seqüência informa que 40% do lixo é reciclado.
Através do debate foram sugeridas algumas propostas:
- Programa de Educação Ambiental para destinação do lixo;
- Usina de compostagem do lixo orgânico com utilização de podas de árvores e capinação;
- Usina para tratamento de entulho da construção civil;
- Rever contrato com a Sabesp para melhoria na prestação do serviço;
- Reuso da água, criar sistema para o reuso domiciliar;
- Discutir a questão da água dentro de programas de educação ambiental, para seu uso
sustentável;
- Desenvolver programas para preservar áreas de nossos mananciais;
- Regularização nas áreas de mananciais;
- Elaborar plano de recuperação de mananciais;
- Captação e tratamento de 100% do esgoto doméstico;
- Implantação de coleta seletiva em 100% na cidade.
Depois de relatada as proposta que surgiram no debate Edílson encerra a reunião.
3.3.4 Tema: Transporte Presentes na mesa temática: 16 participantes
O Diretor de Transporte, Assuntos Viários e Mobilidade Urbana da Secretaria de Política
Urbana, Celso Cosenza, apresentou um panorama da situação do transporte público municipal
em Suzano. Segundo Celso a frota de ônibus disponível é insuficiente e ruim:
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167
- Apenas 57 carros distribuídos em 18 linhas;
- Os veículos municipais têm multas por serem poluentes.noram
- Acidentes freqüentes com a frota.
- Grande tempo de espera nos pontos de ônibus e grande tempo viagem.
- As linhas não fazem parte do sistema (não são integradas).
Celso esclarece que por conta do serviço mal prestado pela empresa responsável, a Visul,
a prefeitura já enviou diversas notificações. Ele segue explicando que o processo de licitação da
empresa aconteceu às vésperas da posse do atual prefeito. Relata sobre desvio de dinheiro e
sobre a aprovação da lei que hoje regulamenta o transporte público municipal de Suzano. Sobre
texto da lei aprovada na ocasião, Celso esclarece que este admite 7 pessoas por metro quadrado,
o que é inadequado.
Dentro deste contexto, Celso fala da necessidade de mudar a lei e coloca em linhas gerais
as intenções da administração municipal para o transporte coletivo. Na política proposta, a
intenção é reforçar os sub-centros de Boa Vista e Palmeiras. Para isso, estão em fase de estudo
novos terminais com sistema “espinha de peixe”, ou seja, linhas coletoras ligadas a linhas troncais
através desses terminais. Celso ainda explica que se houver mudança na legislação, será
possível criar um novo conselho de transportes o que permitirá a participação popular.
A partir daí inicia-se o debate entre os presentes. Depois de algumas colocações e
esclarecimentos. Surgem as seguintes propostas:
- Mobilização para endossar o processo de revogação da lei municipal de transporte vigente e
reforço dos sub-centros de Palmeiras e Boa Vista com os novos terminais;
- Iniciar trabalho de conscientização da população sobre a questão municipal dos transportes;
- Fazer reuniões em cada bairro para discutir o texto da lei atual e proposto;
- Sugestão de tratamento diferenciado dos idosos e pessoas com dificuldade de locomoção,
dando acesso aos ônibus pela porta de trás e não pela frente como hoje acontece;
- Colocação de novos abrigos e manutenção dos existentes.
A reunião é encerrada pelo Diretor de Transporte, Assuntos Viários e Mobilidade Urbana,
Celso Concenza.
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168
3.3.5 Tema: Mercado Imobiliário Presentes na mesa temática: 10 participantes
A Reunião teve como moderador Nelson Baltrusis, Consultor Imobiliário da Fundação
para Pesquisa Ambiental – FUPAM. O moderador abriu a reunião perguntando aos participantes:
é justo o mercado imobiliário local ?
Inicia-se discussão e é relatado que não é justo pois existe muita “engorda de terra” por
parte de grandes empreendedores, o que gera muitas áreas vazias em decorrência destas
especulações. Salienta-se que muitas vezes esse processo acaba congelando o crescimento do
comércio e dos serviços, principalmente no centro da cidade.
Outro ponto destacado é que existe uma concentração de terras na mão de um pequeno
grupo de empreendedores e também que há um alto custo imobiliário na região central, o que não
condiz com a realidade, ou seja alto valor do solo.
Ressalta-se ainda o fato de existir uma alta restrição de ocupação nas áreas de proteção
aos mananciais.
O mediador explica que as questões levantadas contradizem a realidade. Baltrusis explica
como é construída a relação de preço no mercado e que segundo um pré-estudo já realizado, a
relação m² construído X R$ é baixo na região e que são determinantes para esta variável de
preços: a relação de oferta, proximidades de equipamentos públicos e privados e a rede de infra-
estrutura instalada .
Explica também que a oferta de imóveis domiciliares é praticamente o dobro da demanda
(procura), construindo uma relação de 8.000 imóveis ofertados para um déficit de 4.000.
Fica constatado que existe um aquecimento no mercado de residências e um
congelamento no mercado comercial.
Discute-se o princípio do mercado que é o da valorização e que segundo a teoria de
mercado dos liberalistas; equilíbrio é quando o mercado encontra a procura numa relação
uniforme.
Em seguida o moderador relaciona os instrumentos do Estatuto da Cidade, com as
situações levantadas pelos participantes, explicando suas pertinências como mecanismo de
regulamentação e garantia de acesso a terra, mais justo e criterioso. Expõe sobre IPTU
Progressivo no Tempo, Consórcio Imobiliário e a criação de ZEIS.
Com base na explanação é levantada discussão junto aos participantes, que sugerem
como propostas:
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
169
- O mapeamento das áreas vazias e ou sub-utilizadas da cidade, para que seja
estudada a possibilidade e viabilidade de demarcação e utilização das mesmas, em propostas
de implementação de ZEIS ou em utilização de Consórcio Imobiliário;
- Criar subsideos e mecanismos que possibilitem a formação de cooperativas
habitacionais, a fim de romper com o acumulo de terra na mão de poucos empreendedores,
forçando uma distribuição de terra mais justa e com preço real de mercado, utilizando-se
também como recurso o Parcelamento, Utilização ou Edificação Compulsórios nos Terrenos
Desocupados.
- Utilizar os instrumentos do estatuto da cidade de forma criteriosa, para que não haja
congelamento da cidade.
- Instituir “Zonas Populares”, através de programas específicos de requalificação
urbana.
- Criar mecanismos que possibilitem o desmembramento e ou o remembramento de
áreas.
São feitas as considerações finais e encerrada a discussão da mesa temática.
Na terceira parte do Seminário todos os participantes foram convidados a se reunirem
novamente para que representantes de cada grupo pudessem apontar as sugestões retiradas das
discussões das mesas temáticas.
Após as explanações de cada grupo, descritas nas atas específicas de cada mesa temática, o
secretário Miguel Reis Afonso conduz para o encerramento do Seminário apresentando um trecho
do filme “Os Sem-Floresta” que trata, de uma maneira lúdica, do avanço dos investimentos
imobiliários sobre o meio-ambiente, diminuindo as áreas de preservação ambiental e aumento a
área urbanizada, com prejuízos para os moradores
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
170
Parte C
Síntese do Conhecimento sobre a Realidade Local
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
171
ÍNDICE
1. Considerações gerais sobre a Leitura Técnica, Leitura Comunitária e Leitura Jurídica 2. Definição de Eixos Prioritários
1. Considerações Gerais sobre a Leitura Técnica, Leitura Comunitária e Leitura Jurídica
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
172
As leituras da realidade local, levantadas nesta etapa, são as bases sobre as quais serão
sustentadas as propostas que surgirão no desenvolvimento do trabalho nas próximas etapas. As
diferentes leituras nos levam a fazer algumas ressalvas importantes a respeito da realidade
municipal e seu reflexo no território.
A realidade local do município não pode ser considerada sem levar em conta sua
inserção metropolitana. Este contexto metropolitano tem forte reflexo nas questões territoriais
referentes ao meio físico natural, como as bacias hidrográficas da Área de Proteção aos
Mananciais e da Área de Proteção Ambiental do Alto-Tietê, nas dinâmicas demográficas e em seu
desenvolvimento econômico.
Dentro de seu contexto físico-natural, a questão da preservação dos recursos hídricos e
naturais de modo geral e da qualidade ambiental até então foi assunto contraposto à pressão
metropolitana por urbanização. A conciliação da preservação dos recursos naturais e da
qualidade ambiental de modo geral com as pressões demográficas sofridas por todos os
municípios periféricos da RMSP torna-se uma questão central nas discussões sobre políticas
públicas e desenvolvimento sustentável. A consideração desta premissa para o desenvolvimento
das propostas para a revisão do plano diretor apresenta-se como um dos principais desafios a
serem enfrentados.
A partir da realidade das áreas de APM no município, com seus numerosos
assentamentos humanos, irregulares tanto na forma jurídica quanto urbanística e até mesmo de
qualidade de vida, o retorno ao estado de preservação que preconiza a legislação ambiental
incidente, com a remoção dos vários loteamentos e ocupações lá instalados se torna inviável. A
conciliação entre a ocupação humana existente e a preservação dos recursos naturais deve ser
buscada juntamente com o objetivo de democratizar o acesso ao solo urbano. Mas este solo
urbano deve proporcionar uma qualidade ambiental e de vida que não caracterize uma
“urbanização de segunda categoria para cidadãos de segunda categoria”. O que deve ser
investigado é o padrão urbano para as diferentes áreas do território. Deve se buscar um padrão
urbano diferenciado e de alternativas ecológicas, no qual as diretrizes de ocupação se dão pelo
completo saneamento ambiental, consideração das dinâmicas hidrológicas, com infra-estrutura
diferente da tradicionalmente aplicada, e com eficácia sustentável, geração e uso de energia
renovável e não-poluente, aliado ainda a uma conduta ambientalmente consciente do uso do
espaço em que se ocupa. O desafio maior consiste, porém, em qualificar o ambiente urbano
destas áreas sem incentivar seu crescimento demográfico de modo a não ampliar o problema
existente.
A leitura comunitária aborda de forma ainda acentuada a demanda por moradia digna e o
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
173
espaço urbano qualificado. Isto significa que a porção urbana em que os assentamentos humanos
se encontram deve ser dotada de infra-estrutura básica, equipamentos coletivos e públicos e
proporcionar mobilidade em geral. Isto nos leva a concluir que devemos otimizar e democratizar
as porções urbanas já dotadas de plena infra-estrutura até sua densidade ótima, relação ideal
entre a capacidade da infra-estrutura e a população que a utiliza, completar a infra-estrutura dos
espaços ocupados e sem qualificação urbana, com prioridade para as áreas mais adensadas. As
áreas ambientalmente frágeis e ocupadas por moradias são porções onde a atenção diferenciada
e a intervenção imediata devem ser priorizadas.
A leitura jurídica, quando cruzada com a leitura técnica e comunitária, nos mostra como a
rigidez dos critérios de ocupação do território, sem levar em conta sua dinâmica local e, sem uma
política de democratização do solo urbano, aliada a um processo de crescimento urbano e
desenvolvimento excludente, não coincide com a realidade existente e muitas vezes gera seu
resultado contrário.
Uma das verificações constantes do cruzamento das diversas leituras é a necessidade
de desenvolvimento do município. Para esta análise, vamos adotar a definição de um dos
principais economistas vivos, o prêmio Nobel Amartya: “Desenvolvimento é a eliminação das
privações de liberdade que limitam a escolha e as oportunidades das pessoas de exercer
ponderadamente sua condição de cidadão”. Nesta definição, o desenvolvimento local só se
justifica se ele tem como objetivo a melhoria das condições de vida de todos os cidadãos, o que
se justifica um desenvolvimento econômico “sustentável”, isto é, que não seja predatório tanto dos
recursos naturais e o ambiente em que ele acontece como dos recursos humanos, onde a riqueza
gerada pelo trabalho e exploração do território é democratizada e repassada para os cidadãos do
município.
2. Definição de Eixos Prioritários
Tendo estas considerações salientadas, poderão ser definidos alguns temas de maior
relevância para o desenvolvimento das propostas. Em cada período da história, o município tem
uma realidade diferente e um contexto a ser considerado. Dentro de um planejamento, nem todas
as questões podem ser tratadas de igual peso. Para uma efetiva atuação, o planejamento
necessita elencar as prioridades pertinentes em cada situação de tempo e lugar e a partir da
orientação política pactuada entre todos os participantes do desenvolvimento do plano, isto é, os
diversos segmentos sociais, a municipalidade e os técnicos das diversas disciplinas que o plano
envolve. Dentro do processo deste plano, a partir das leituras da realidade, da conclusão extraída
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
174
destas leituras e das considerações apresentadas, foram elencadas as prioridades, temas
principais a serem considerados nas propostas de Revisão do Plano Diretor Participativo de
Suzano. Estas prioridades foram chamadas de Eixos Prioritários.
Para este plano foram elencados cinco Eixos Prioritários. São eles: Meio Ambiente,
Saneamento Ambiental, Assentamentos Humanos, Mobilidade Municipal e Metropolitana e
Desenvolvimento Econômico Sustentável. Para cada assunto, cada Eixo Prioritário, foi definido os objetivos gerais a serem
alcançados nas propostas. Os objetivos demonstram o posicionamento, a orientação de cada
ação perante o tema específico. Os critérios são os principais condicionantes da seleção do Eixo
Prioritário, que partem da conclusão das diversas leituras da realidade, desenvolvidas neste
relatório.
Critérios Eixo Prioritário Objetivos
Adotar medidas para Preservação dos Recursos
Hídricos
Recuperação de Flora e Fauna nas APPs
Recuperação ambiental das áreas degradadas.
Desenvolver Projeto de Educação Ambiental
(urbana e rural), com ênfase em recursos hídricos,
envolvendo escolas e comunidades.
Fortalecer a cooperação entre os consórcios
municipais, principalmente quanto os recursos
hídricos e tratamento dos resíduos sólidos.
O município de Suzano possui 73% de
seu território inserido na área de proteção
aos mananciais (APM), e 7% de seu
território delimitado como APA da Várzea
do Rio Tietê, definidos por lei. Podemos
observar que a legislação de APM não
conteve o processo de ocupação urbana.
O descontrole sobre estas ocupações
resultou na proliferação de indústrias,
residências e loteamentos com situação
irregular. As conseqüências desse
processo provocaram danos para o meio
ambiente, em decorrência de
desmatamento, deposito de lixos,
resíduos nos rios e córregos, levando à
degradação da qualidade da água.
Contudo a APA também sofre com
variados tipos de degradação, como
descarte de resíduos, assoreamento do
Meio Ambiente
Incentivo e intensificação da atividade agrícola, com
prioridade para a pequena propriedade familiar e de
culturas orgânicas.
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175
Critérios Eixo Prioritário Objetivos
leito do rio e ocupação urbana irregular.
Também verifica-se a presença de lagoas
proveniente de antigas cavas de
mineração.
Observa-se que a área agrícola vem
apresentando constante redução devido a
demandas de solo urbano para a
habitação e também ao reparcelamento
das áreas para fins de recreio.
Salientamos que a valorização do solo
cultivado pode ser um instrumento contra
o avanço das ocupações para fins
urbanos.
Desenvolver programa de arborização urbana.
Estimular a autonomia municipal da gestão do
saneamento ambiental
Promover Saneamento Ambiental
Desenvolver programa de tratamento total do lixo
(reciclagem e compostagem) dentro do município
As questões de saneamento ambiental
permeiam todos os outros temas, onde a
falta de água e, principalmente, a falta de
sistema adequado de esgotos acarreta na
acentuação dos demais problemas, tanto
ambientais quanto de assentamentos
humanos e desenvolvimento econômico.
A destinação dos resíduos sólidos
também é um problema importante no
contexto municipal e metropolitano. O seu
adequado tratamento preserva os
recursos naturais alem de gerar fonte de
renda. A macrodrenagem na Bacia
Hidrigráfica do Alto Tietê também é uma
questão de contexto local e
metropolitano, envolvendo a
implementação de uma adequada
infraestrutura e de um padrão de
ocupação urbana levando em conta as
cheias naturais dos cursos d´água e o
adequado tratamento das águas pluviais.
Saneamento Ambiental
Elaborar plano de macrodrenagem
Podemos verificar um número muito
grande de ocupação e loteamento
Assentamentos Humanos
Melhorar e complementar a infra-estrutura nos
bairros ocupados por população de baixa renda
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176
Critérios Eixo Prioritário Objetivos
Recuperar áreas ambientalmente frágeis, ocupadas
por assentamentos humanos precários, garantindo
a preservação dos recursos naturais e a moradia
digna.Definir novas áreas para produção de habitação
popular (ZEIS), priorizando regiões já dotadas de
infra-estrutura urbana.
Promover regularização fundiária e urbanística
Desenvolver programas habitacionais em parceria
com as instâncias federais e estaduais de acordo
com as características e demanda da população de
Suzano.
Implantação de Plano de Transporte Publico
Municipal, promovendo a melhoria do atendimento.
Criar e melhorar de acessibilidade entre
loteamentos ou bairrosPromover melhoria nos acessos municipais e
intermunicipais
Estimular a descentralização dos equipamentos
coletivos para diminuir os deslocamentos.
Garantir acessibilidade universal em equipamentos
e transportes.
Verificamos no município uma
inadequação do atual sistema de
transporte coletivo municipal à real
demanda da população. Podemos
apontar problemas como frota
insuficiente, falta de integração tarifária,
carência de itinerários adequados para o
atendimento dos bairros e integração
entre os loteamentos.
Mobilidade Municipal e Metropolitana
Adequação da estrutura urbana para o transporte
intermodal, priorizando transportes não motorizados
nas centralidades (pedestres e ciclistas)
Desenvolver programa de incentivo financeiro e
tecnológico ao desenvolvimento agrícola de
pequena propriedade, de agroindústrias não
poluentes, de culturas intensivas e de alto valor
agregado, sua comercialização e distribuição.
Regularizar e sanear, através de acordos e ajustes
compensatórios, as atividades econômicas
degradantes ao meio ambiente existente no
município.
Verificamos no município a
predominância econômica industrial, com
atividades potencialmente poluentes. Em
sua legislação de uso e ocupação do
solo, destaca-se a impossibilidade na
legislação vigente de áreas para a
instalação de pequenas indústrias. Como
critérios para as políticas de ocupação do
solo municipal, enfatizamos a importância
histórica da atividade agrícola aliada à
compatibilidade do uso sustentado da
Desenvolvimento Econômico Sustentável
Incentivar a implantação de industrias não
poluentes.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
177
Critérios Eixo Prioritário Objetivos
Reforçar centralidades de distritos e fomentar a
caracterização de bairros.
Criar ferramentas que permitam a geração de
renda, (como cursos de capacitação, cooperativa,
etc.)Fortalecer as relações entre os municípios da
Região da Bacia do Alto Tietê. Estruturar o distrito industrial da Vila Teodoro.
Fortalecer o turismo sem incentivar o
reparcelamento do solo agrícola.
Incentivar pequenos negócios familiares.
Para o desenvolvimento das propostas da revisão do Plano Diretor os Eixos Prioritários
apresentados, bem como seus objetivos, serão objetos de discussão e pactuação comunitária. A
etapa que se segue a este relatório terá como objetivo esta pactuação e discussão públicas.
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178
Anexos vol. I Anexo 1 - Relatório: Dinâmica Imobiliária: considerações e questões sobre o mercado imobiliário em Suzano. Anexo 2 – Leitura Jurídica Anexo 3 – Lista de Presença das reuniões da Parte B - Leitura Comunitária
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
179
Anexo 1 Relatório: Dinâmica Imobiliária: considerações e questões sobre o mercado imobiliário em Suzano.
Dinâmica Imobiliária: considerações e questões sobre o mercado imobiliário em Suzano
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180
1. Apresentação
Este trabalho corresponde a um relatório preliminar do estudo do mercado imobiliário no
município de Suzano realizado com o objetivo de subsidiar o processo de revisão do plano diretor
municipal.
Nesse sentido pretendemos avaliar o comportamento dos preços dos imóveis no município
objetivando subsidiar propostas de intervenção urbana de revitalização na área central. Essa
avaliação será desenvolvida por meio do estudo da variação dos preços de venda e de locação
dos terrenos sem construções, dos imóveis residenciais, comerciais e de uso misto
comercializados no mercado secundário. 8 Pretendemos ainda avaliar a dinâmica imobiliária
municipal por meio da observação da mudança de usos dos imóveis e da emissão de alvarás de
construção, reformas e regularização e, com isso detectar as tendências ou eixos de expansão
das atividades econômicas. A compreensão desta dinâmica poderá ser eficaz para indicar os
instrumentos urbanísticos mais eficazes para incentivar o desenvolvimento econômico.
O processo de elaboração ou de revisão de um plano diretor participativo é o momento em
que a municipalidade e os seus cidadãos estabelecem metas para o seu futuro. Que cidade
queremos construir? Como, com quem e para quem a construiremos a cidade? Perguntas como
essas vêm à tona junto com a reflexão sobre o tipo de cidade que o planejamento anterior, ou a
falta dele, produziu. Temos a certeza de que vários problemas que afetam diretamente a cidade
não são passíveis de serem enfrentados apenas pelo município. No caso de Suzano, vários
desses problemas se referem à questão metropolitana, como, por exemplo, a gestão pública das
Áreas de Proteção aos Mananciais. Mas mesmo dentro do campo de ação do planejamento e
gestão municipal nos perguntamos: por que a cidade não conseguiu superar seus problemas? Por
que a pobreza aumentou, por que as indústrias fecharam? Por que a maior parte da população
não consegue se beneficiar da nova economia? Durante o processo de formulação de um plano
diretor, essas questões são colocadas como desafios, e se desenham propostas para enfrentá-
las.
Sem desconsiderar a natureza de outros problemas que as cidades enfrentam, as questões
relacionadas à terra urbana: função social da propriedade, questão fundiária e a questão da
8 O mercado secundário diz respeito ao mercado dos imóveis usados.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
181
especulação imobiliária são os maiores desafios para o planejamento territorial e para que as
funções da cidade se realizem de forma mais justa.
A especulação imobiliária é capaz de expulsar populações inteiras, apropriando-se da
valorização das terras e aguardando o melhor momento para vendê-las. Porém, é necessário
deixar claro que mesmo nas sociedades mais liberais, o poder público tem um papel importante
na regulação do mercado. Para os defensores da mão invisível urbana “o mercado seria o
mecanismo que conciliaria a liberdade das escolhas individuais e a configuração de uma ordem
espacial eficiente”. O caos existente nas grandes cidades brasileira é a expressão mais clara da
“eficiência” dessa mão invisível urbana. Sem a intervenção do poder público com seus
mecanismos de controle, prevalece a desordem. No entanto o controle e as regras urbanísticas só
existem para partes de cidade. (Abramo, 2001, p. 10).
Para Jaramillo, não há dúvidas de que a maior parte dos planejadores urbanos
contemporâneos pretende “recuperar para o Estado os incrementos dos preços dos terrenos nas
cidades. Dentro da lógica, de que o crescimento dos preços do solo urbano é uma expressão
paradigmática de uma vantagem privada e unilateral que emerge de um processo coletivo, a
urbanização”. (Jaramillo, 2001, p. 71).
O poder público municipal procura se manter atualizado em relação aos valores praticados
pelo mercado. As plantas de valores, realizadas por meio de pesquisa de preços de imóveis
comercializados, banco de dados dos Impostos de Transação de Bens Imóveis Inter-vivos – ITBI,
todos servem de base para se ter uma idéia do funcionamento do mercado imobiliário. Conforme
Smolka e Furtado “as administrações públicas (locais) tem se dado conta da importância do valor
de mercado de sua prerrogativa de controlar os direitos de ocupação do solo e de definir o
timing das obras públicas.” (Smolka e Furtado, 2001, XXXVIII). Mas é preciso avançar na análise
da dinâmica do mercado imobiliário para que possamos compreender a dinâmica de produção do
espaço urbano em nossas grandes cidades. Para que seja possível implementar e aplicar da
melhor forma os instrumentos urbanísticos e fiscais propostos pelo Estatuto da Cidade.
Neste momento, o município de Suzano concentra seus esforços para revisar o seu plano
diretor, estabelecendo metas para o futuro da cidade e buscando potencializar as suas atividades
econômicas conjuntamente com o bem estar da população.
O novo plano deve procurar equacionar o problema da exclusão social e territorial. Como
transformar o grande acampamento em que vive a maior parte da população em cidade? Neste
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
182
sentido, o poder público municipal pode induzir o mercado a produzir lotes regularizados e
unidades para parte da população excluída. Através de instrumentos: urbanísticos, fiscais e de
gestão que possibilitem a recuperação de mais valias urbanas.
Este relatório pretende avaliar a dinâmica do mercado imobiliário em Suzano no período
de janeiro de 2000 a setembro de 2006, por meio da leitura das informações de série histórica dos
últimos cinco anos de ofertas de imóveis na cidade publicados no Diário de Suzano.
O item “Considerações finais” deste relatório preliminar aponta questões que ainda
precisam ser ajustadas ou aprofundadas durante o processo de trabalho. Dessa forma, a
conclusão será objeto do relatório final.
2. O mercado imobiliário em Suzano. Entre o mercado e o plano.
A elaboração do plano diretor da cidade faz parte de um conjunto de estratégias que as
diversas prefeituras vêm desenvolvendo no sentido de que as cidades se tornem mais justas.
Nesse momento do processo democrático se discute quais deveriam ser as atividades, projetos e
setores devem ser potencializados? Como atrair novos investimentos para a cidade, como
transformar a não cidade em um local de convivência? Devemos nos questionar sobre quem
ganha com a implantação de tais projetos? Como incluir, ou pelo menos não excluir a população
de baixa renda? No caso de Suzano, especificamente, por que persistem os vazios urbanos na
área central e como ocupá-lo de forma eficiente?
2.1. – Caracterização da cidade e de seu mercado
O município de Suzano está situado na sub-região leste da Região Metropolitana de São
Paulo, tendo como divisas as cidades de Itaquaquecetuba (ao norte), Santo André e Rio Grande
da Serra (a sul), Mogi das Cruzes (a leste) e Poá, Ferraz de Vasconcelos e Ribeirão Pires (a
oeste). Nessa região, Suzano desempenha um papel importante economicamente pelos seus
centros comerciais e de serviços, assim como pela grande quantidade de indústrias que abriga. 9
Suzano é conhecido por seu pólo industrial e, principalmente, por abrigar a fábrica de papel e 9 Suzano também é uma referência regional na área cultural. Os seus três equipamentos culturais (Auditório
Municipal de Ré, Centro de Educação e Cultura Francisco Carlos Moriconi e Centro Cultural de Palmeira) e seus
espaços livres proporcionam eventos para a população do município e da região do Alto do Tiête, principalmente
Poá e Itaquaquecetuba.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
183
celulose que possui o mesmo nome da cidade. O município abriga 307 indústrias (SEADE-2003),
sendo muitas delas de grande porte, tanto de capital nacional quanto estrangeiro, destacando:
NSK, Mitotoyo, Clariant, Orsa, Nalco do Brasil, Gyotoku, Tsuzuki, Komatsu, Manikraft.
Devido à sua forte produção industrial, a arrecadação de ICMS no município é a maior
região, superando, inclusive a de Mogi das Cruzes, o maior e mais populoso município da sub-
região. De acordo com dados do SEADE, a participação da indústria no total do valor adicionado
da cidade foi, em 2003, de 66,57%.
Dentre as atividades econômicas, a indústria também apresenta a maior participação na
geração de emprego para a PEA (População Economicamente Ativa) do município. Esse setor
gerou, em 2003, 16.838 empregos, o equivalente a 49,36% do total de empregos do município.
Tabela 1- Participação dos empregos ocupados na atividade no total de empregos ocupados (%) - 2003
Agropecuária 2,18
Comércio 18,55
Construção Civil 2,67
Industria 49,36
Serviços 27,24
Fonte: Seade
Suzano também apresenta um crescimento de investimentos empresariais nas áreas de
comércio e serviço. O comércio se diversificou e, desde então, vem atraindo mais consumidor
local e regional. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, no texto Caracterização do Município de Suzano, “essa dinâmica de circulação de pessoas e mercadorias, impulsiona o
crescimento do setor no município, fazendo com que o mesmo se especialize cada vez mais
através do investimento dos pequenos e médios empreendedores articulados a uma política
municipal de desenvolvimento sócio-econômico”.
Também cabe destacar as atividades na zona rural de caráter comercial, que colocam o
município entre os mais importantes produtores de horti-fruti-granjeiros da Região Metropolitana.
Dentre as principais atividades na zona rural, que equivale a 49,23% do território de Suzano,
pode-se destacar a olericultura, fruticultura, floricultura, fundicultura e avicultura. A importância de
algumas produções, não só para a cidade como para a RMSP, pode ser observada nos dados da
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
184
tabela a seguir.
Tabela 2 -Principais produções agrícolas do Município de Suzano
Produção Suzano RMSP Estado de
SP
% em relação a
RPMS
% em relação ao estado
Agricultura Framboesa (Tonelada) 12 12 38 100,00 31,58
19
96 Uva (para mesa) (Tonelada) 50 178 155 28,09 32,31
Horticultura Açafrão (Tonelada) 480 891 1.684 53,87 28,50Almeirão (Tonelada) 207 1.239 28.185 16,71 0,73Couve (Tonelada) 1.446 8.521 40.354 16,97 3,58Couve-flor (Tonelada) 1.052 5.574 34.217 18,87 3,07
19
96
Repolho (Tonelada) 2.418 12.248 105.793 19,74 2,29
Silvicultura Palanque ou Palanca (Mil unidades) 1 1 80 100,00 1,2519
96 Sementes (vendidas para plantio)
(Tonelada) 3 5 272 60,00 1,10
Pecuária Ovos de Galinha (Mil dúzias) 10.728 40.664 805.033 26,38 1,33Ovos de Codorna (Mil dúzias) 1.129 6.222 46.567 18,15 2,42Galinhas (cabeças) 483.764 1.748.521 40.467.758 27,67 1,20Galos, Frangas, Frangos e Pintos (cabeças) 122.982 245.258 116.933.990 50,14 0,11
20
04
Codornas (cabeças) 130.000 387.540 2.296.902 33,54 5,66
Fonte: IBGE
O desenvolvimento do município, assim como da sub-região, está associado às formas de
circulação de pessoas e mercadorias, sendo as principais vias de acesso: as rodovias Ayrton
Senna da Silva, Índio Tibiriçá e Henrique Eroles, e duas ferrovias, uma de transporte de
passageiros e outra de cargas.
Com 206 Km2 sendo que, de acordo com o IBGE 50,77% é zona urbana. Porém, de
acordo com o SEADE, o grau de urbanização do município em 2005 era de 97,25% dividido em
três distritos: Boa Vista, Palmeiras e Central, com populações respectivas de 70.192, 22.430 e
135.817 habitantes. Não há divisão da área municipal em bairros, e a distribuição da população
se dá por meio da sua localização nos diversos loteamentos municipais (ver mapas). As formas
de ocupação desses loteamentos no município de Suzano se caracterizam principalmente pela
ocupação esparsa do seu território, deixando muitos espaços vazios entre as áreas urbanizadas,
assim como acontece em muitas outras cidades brasileiras.
De acordo com dados do SEADE, Suzano em 2005 apresentou densidade média de
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
185
13,87hab./ha. A taxa geométrica de crescimento anual, entre 2000 e 2005, foi de 3,49%, inferior
às taxas anteriores: 4,15 no período entre 1991 e 2000 e 4,21 entre 1980 e 1991.
O crescimento desordenado da cidade, associado à dificuldade de acesso a terra e
moradia, favoreceu a ocupação de áreas ambientalmente vulneráveis pela população de baixa
renda, em especial as áreas de proteção ambiental (APAs), que equivalem a 64% do total do
território do município. No entanto, nem todas as APAs encontram-se ocupadas. A APA da várzea
do Rio Tietê encontra-se, até o momento, preservada.
No município há 23 favelas localizadas em áreas de risco, como encostas e beira de
córregos. São aproximadamente 1700 famílias que contribuem com o déficit habitacional, ainda
que existam no município empreendimentos do PAR e da CDHU.
2.2 – Procedimentos Metodológicos.
Existem diversas formas de se observar a dinâmica do mercado imobiliário nas cidades.
Os cadastros, as autorizações, os habite-se, os impostos territoriais, as plantas de valores estão
entre aqueles que são mais comuns de serem utilizados. A metodologia adotada partiu dos
procedimentos desenvolvidos para analisar o impacto das AEIS no mercado imobiliário em
Diadema e que foi descrita em Hereda, Nagai, Klink e Baltrusis (1997). Essa metodologia serviu
de base para avaliações da dinâmica imobiliária no Eixo Tamanduatey em Santo André, e para o
estudo do mercado imobiliário nos planos do municipio de Guarulhos, na Região Metropolitana de
São Paulo, e do município de Vitória, no estado do Espírito Santo.
Para esta análise optou-se por realizar um banco de dados criado a partir das informações
dos preços ofertados no Jornal Diário de Suzano no período de janeiro de 2000 a agosto de 2006.
Foram coletados todos os anúncios de imóveis do último sábado a cada dois meses, de modo
que fosse possível estabelecer uma série histórica bimensal. Pretende-se com isso processar
10.000 informações da municipalidade, entre preços de terrenos desocupados, galpões e salões
comerciais, imóveis residenciais e comerciais do mercado secundário.
Neste presente relatório trabalharemos com apenas 2.940 ofertas, correspondentes aos
anos de 2005 e 2006. Assim trata-se de uma leitura parcial, que será complementada com as
considerações do relatório final.
Para a coleta observamos os seguintes critérios: no caso dos terrenos desocupados os
anúncios deveriam contar com os dados da área total, do valor ofertado, de localização e uso; no
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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caso dos galpões foram considerados os anúncios com área total, área construída, valor ofertado,
localização e uso. No caso dos imóveis do mercado secundário não foram consideradas as
variáveis de área total e área construída. Somente quando o anúncio citava esta variável ela era
considerada. As variáveis consideradas para o mercado secundário foram: valor ofertado,
localização, número de cômodos, número de banheiros, garagens e outros atrativos como áreas
de lazer, piscina etc.
Os valores serão atualizados de acordo com a tabela de coeficientes de atualização de
valores processuais, que trabalha com uma cesta de indicadores: ORTN/OTN/BTN/TR/IPC-
R/Média-INPC e IGP-DI, com coeficientes de atualização a partir de janeiro de 2000.
Para a identificação dos loteamentos anexamos o mapa dos loteamentos oficiais de
Suzano. (ver ANEXO 1).3 – A leitura preliminar dos dados.
3.1 – Os preços dos terrenos desocupados
Das mais de 2.400 ofertas de imóveis, encontramos 318 referentes a oferta de terrenos
disponibilizados para a venda. Os valores por m2 ofertados variam de R$14,99 para um terreno de
1.234 m2 no loteamento Palmeiras, a R$ 895,00 por um lote de 134 m2 no Jardim Nena. O preço
médio praticado é de R$ 147,60.
O loteamento Vila Urupês foi o que apresentou o maior número de ofertas (43). Em média
os lotes foram ofertados a R$136,82 o m2, com uma variação de R$65,00 por uma gleba de
6.917m2 a R$ 355,42 por um lote de 279m2. No loteamento demarcado como Centro foram
ofertados 33 terrenos por um preço médio por m2 de R$334,04. O menor preço verificado nesse
loteamento foi de R$185,71 por um lote de 350m2 e o maior valor encontrado foi o de R$640,00
por um lote de 250 m2. Com 23 lotes ofertados no loteamento Casa Branca, encontramos preços
que variam de R$16,40 por um terreno com 3.047m2 a R$155,17 por um lote de 290m2. O preço
médio praticado nesse loteamento é de R$ 77,12.
A maior parte dos terrenos ofertados são lotes que variam de 125m2 a 499m2, com uma
variação de preço de R$ 32,40 no Jardim Ikeda a R$ 120,00 no Jardim Nena. No intervalo entre
500m2 e 999m2 encontramos a seguinte variação: R$22,00 no Parque Samambaia a R$340,00 na
área central. Entre 1.000 a 4.999m2 os preços variam de R$ 14,98 no Palmeiras a R$ 318,00 na
área central. Com mais de 5.000m2 encontramos apenas duas ofertas, uma de R$ 15,00 e outra
de R$ 65,00.
A locação de terrenos está restrita à área central, com lotes que variam de 300 a 900m2 e
com preços que variam de R$0,57 a R$23,53 o m2.
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Tabela 3 - Terrenos ofertados para venda - Variação dos preços por m2
Loteamentos Ocorrências Médio Máximo Mínimo Desvio
Padrão
ALTOS DE SUZANO 7 R$ 109,10 R$ 216,67 R$ 21,67 66,55765
ARUÃ LAGOS 5 R$ 188,89 R$ 208,33 R$ 166,67 18,63390
CASA BRANCA 23 R$ 77,12 R$ 155,17 R$ 16,41 30,19510
CENTRO 33 R$ 334,04 R$ 640,00 R$ 185,71 121,66878
CID. EDSON 12 R$ 143,03 R$ 200,00 R$ 97,22 31,40038
GLICÉRIO 2 R$ 236,73 R$ 280,00 R$ 193,45 61,19841
JD. ANA ROSA 5 R$ 99,36 R$ 106,67 R$ 90,36 7,54209
JD. ANZAI 1 R$ 128,00 R$ 128,00 R$ 128,00 0,00000
JD. BOA VISTA 6 R$ 80,56 R$ 144,00 R$ 46,67 33,62956
JD. CACIQUE 5 R$ 128,22 R$ 138,89 R$ 120,00 8,15022
JD. CARLOS
COOPER
10 R$ 123,11 R$ 151,35 R$ 108,95 12,02825
JD. CAXANGÁ 5 R$ 28,11 R$ 36,86 R$ 15,61 9,50989
JD. COLORADO 5 R$ 96,92 R$ 133,33 R$ 15,00 46,84358
JD. DAS FLORES 18 R$ 65,91 R$ 150,00 R$ 41,03 28,20818
JD. DO BOSQUE 1 R$ 138,09 R$ 138,09 R$ 138,09 0,00000
JD. DONA BENTA 1 R$ 126,58 R$ 126,58 R$ 126,58 0,00000
JD. DOS IPES 1 R$ 244,24 R$ 244,24 R$ 244,24 0,00000
JD. IKEDA 4 R$ 37,07 R$ 50,00 R$ 32,47 8,63159
JD. IMPERADOR 9 R$ 222,81 R$ 322,58 R$ 160,00 70,11751
JD. LEBLON 2 R$ 83,33 R$ 100,00 R$ 66,67 23,57023
JD. MAITÊ 1 R$ 44,00 R$ 44,00 R$ 44,00 0,00000
JD. MARCIA 3 R$ 177,54 R$ 198,86 R$ 148,57 26,00312
JD. MIRIAN 1 R$ 118,52 R$ 118,52 R$ 118,52 0,00000
JD. MODELO 14 R$ 121,26 R$ 140,00 R$ 104,17 10,44250
JD. MONTE CRISTO 8 R$ 120,17 R$ 128,00 R$ 116,67 3,50510
JD. MONTE SION 3 R$ 90,32 R$ 112,00 R$ 78,95 18,78645
JD. NATAL 1 R$ 121,26 R$ 121,26 R$ 121,26 0,00000
JD. NENA 1 R$ 895,52 R$ 895,52 R$ 895,52 0,00000
JD. NOVA AMERICA 3 R$ 93,75 R$ 93,75 R$ 93,75 0,00000
JD. NOVO
COLORADO
4 R$ 125,00 R$ 133,33 R$ 113,33 8,38870
JD. REALCE 4 R$ 141,28 R$ 166,67 R$ 120,00 21,12041
JD. REVISTA 3 R$ 50,50 R$ 64,00 R$ 25,00 22,09638
JD. SANTA HELENA 2 R$ 313,84 R$ 384,62 R$ 243,06 100,09792
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
188
JD. SANTA INÊS 1 R$ 60,00 R$ 60,00 R$ 60,00 0,00000
JD. SANTA ROSA 1 R$ 107,14 R$ 107,14 R$ 107,14 0,00000
JD. SÃO JOSÉ 1 R$ 46,67 R$ 46,67 R$ 46,67 0,00000
JD. SÃO LUIZ 1 R$ 296,44 R$ 296,44 R$ 296,44 0,00000
JD. SAÚDE 1 R$ 58,48 R$ 58,48 R$ 58,48 0,00000
JD. SUZANO 3 R$ 133,33 R$ 142,86 R$ 123,81 9,52381
JD.
TABAMARAJOARA
1 R$ 56,00 R$ 56,00 R$ 56,00 0,00000
JD. VITORIA 12 R$ 132,10 R$ 140,00 R$ 112,63 11,74223
MARGINAL DO UMA 1 R$ 100,00 R$ 100,00 R$ 100,00 0,00000
MIGUEL BADRA 1 R$ 52,00 R$ 52,00 R$ 52,00 0,00000
MIGUEL BADRA
ALTO
1 R$ 99,63 R$ 99,63 R$ 99,63 0,00000
PALMEIRAS 2 R$ 50,09 R$ 85,19 R$ 14,99 49,63561
PQ. DO COLEGIO 15 R$ 163,90 R$ 194,44 R$ 116,01 21,92895
PQ. RES.
SAMANBAIA
1 R$ 22,00 R$ 22,00 R$ 22,00 0,00000
PQ. SANTA ROSA 3 R$ 165,78 R$ 191,78 R$ 152,78 22,51842
VILA ADELINA 1 R$ 245,10 R$ 245,10 R$ 245,10 0,00000
VILA AMORIM 8 R$ 198,83 R$ 260,00 R$ 18,52 75,90445
VILA BARROS 1 R$ 30,49 R$ 30,49 R$ 30,49 0,00000
VILA COSTA 1 R$ 244,44 R$ 244,44 R$ 244,44 0,00000
VILA FIGUEIRA 3 R$ 155,06 R$ 260,87 R$ 86,67 92,93288
VILA MALUF 7 R$ 123,05 R$ 144,00 R$ 53,33 31,48393
VILA MARCIA 1 R$ 184,21 R$ 184,21 R$ 184,21 0,00000
VILA MARIA DE
MAGGI
2 R$ 126,87 R$ 126,87 R$ 126,87 0,00000
VILA NOVA AMORIM 1 R$ 109,38 R$ 109,38 R$ 109,38 0,00000
VILA URUPÊS 43 R$ 136,82 R$ 355,42 R$ 65,00 48,83967
(vazio) 2 R$ 23,29 R$ 30,32 R$ 16,25 9,95082
Total geral 318 R$ 147,60 R$ 895,52 R$ 14,99 103,11768
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
189
3.2 – O sub-mercado de Galpões e Salões Comerciais.
Se no mercado de terrenos vagos pudemos observar uma predominância de vendas, do
total de 37 ofertas de galpões e salões comerciais, apenas 5 eram destinados à venda. Dessas,
apenas uma estava localizada no Centro, e as demais na Vila Figueira. As demais ofertas eram
destinadas à locação.
Foram anotadas 32 ofertas galpões ou salões comerciais para locação. Desse total, 11
ofertas estão localizadas no Centro, com preços que variam entre R$5,31 o m2 e R$11,36 o m2
por uma loja de 22 m2, o dobro em relação à média de preço de galpões e salões comerciais em
Suzano, que é de R$5,89 o m2. Em segundo lugar em número de ofertas está o Jardim Colorado,
que apresenta 8 anúncios de galpões e salões comerciais para locação, com preços variando
entre R$1,00 o m2 por um imóvel de 100 m2 no Jardim Colorado e R$3,95 o m2, o que está
abaixo da média de preço desse segmento.
O sub-mercado de galpões em Suzano pode ser caracterizado por dois segmentos: um
primeiro segmento formado por investidores em pequenas plantas industriais e ou uma estrutura
de logística, que necessitam de lotes maiores localizados próximo às vias de acesso, como a
Rodovia Índio Tibiriçá e ou a Ayrton Senna. Outro segmento é o do pequeno e micro empresário
que busca um imóvel para implantar o seu comércio, sua oficina ou pequena empresa, que
demandam equipamentos menores e localização em loteamentos já estruturados. Neste caso os
valores são mais altos que os valores médios.
Tabela 4. Galpões e Salões ofertados para venda - Variação de preço por m2
Loteamento Ocorrências Média Máximo Mínimo Desvio Padrão
CASA BRANCA 1 R$ 2,00 R$ 2,00 R$ 2,00 R$ 0,00
CENTRO 11 R$ 8,29 R$ 11,36 R$ 5,31 R$ 2,25
JD. COLORADO 8 R$ 3,23 R$ 3,95 R$ 1,00 R$ 0,96
JD. IMPERADOR 2 R$ 6,76 R$ 6,76 R$ 6,76 R$ 0,00
JD. SUZANO 2 R$ 1,50 R$ 1,50 R$ 1,50 R$ 0,00
JD. VITORIA 3 R$ 10,00 R$ 10,31 R$ 9,38 R$ 0,54
PALMEIRAS 1 R$ 6,67 R$ 6,67 R$ 6,67 R$ 0,00
VILA AMORIM 4 R$ 4,05 R$ 7,14 R$ 1,20 R$ 3,30
Total geral 32 R$ 5,89 R$ 11,36 R$ 1,00 R$ 3,27
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190
LIMITE URBANO - RURAL
LIMITE MANANCIAIS
Galpões e Salões Comerciais
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
191
3.3 – Os imóveis do sub-mercado secundário.
Neste segmento de mercado predominam as ofertas de unidades residenciais de casas e
apartamentos. Entretanto, apesar de muito pequena, avaliamos também uma amostra de
chácaras. Para as ofertas de casas, consideraremos dois indicadores: os preços por m2 de casas
e os preços por cômodos. Para os apartamentos e chácaras, somente os preços por cômodos.
3.3.1 Casas por metro quadrado.
O preço médio por m2 dos imóveis tipo casa térrea encontrados no mercado secundário
em Suzano é de R$434,96. Por R$88,00 o m2 foi encontrada a oferta de uma casa de 5 cômodos
num terreno de 250 m2 no loteamento de Miguel Badra Baixo. O maior preço foi de R$1.041,00
por uma casa de 8 cômodos com 151m2 de área construída área central.
Das 268 ofertas de casas encontradas, a maior incidência foi encontrada no loteamento
Cidade Edson. Com 33 ofertas, os preços por m2 na localidade variam de R$183,00 por uma casa
de seis cômodos em um terreno de 300m2, a R$607,14 por uma residência de oito cômodos num
terreno de 140m2. O preço médio praticado é de R$183,33 nesse loteamento, muito abaixo da
média praticada no município, que é de R$434,96. Em segundo lugar na quantidade de ofertas
vem o Centro, com 29 ofertas, que variam de R$224,49 por uma unidade num terreno de 145m2 e
com 5 cômodos. A maior oferta é de R$1.041,00. No Centro o preço médio é de R$ 576,70. No
Jardim Imperador, foram identificadas 22 ofertas de casas e apartamentos. Com um preço médio
de R$531,81. O menor valor ofertado foi de R$384,48 por um imóvel de 8 cômodos construído
num terreno de 330m2. Já o maior valor é de R$705,88 por um imóvel de 9 cômodos com
127,50m2 de área construída. Os preços dos imóveis no Centro e no Jardim Imperador estão
acima da média do preço médio das ofertas encontradas no município, que é de R$434,96.
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
192
Tabela 5 . Casas ofertadas para venda - Variação de preços por m2
Loteamento Ocorrênci
as
Médio Máximo Mínimo Desvio padrão
ALTOS DE SUZANO 1 R$ 354,84 R$ 354,84 R$ 354,84 0
CASA BRANCA 12 R$ 227,26 R$ 400,00 R$ 125,39 80,29675
CENTRO 29 R$ 576,70 R$ 1.041,01 R$ 224,49 214,2279
CID. EDSON 33 R$ 411,90 R$ 607,14 R$ 183,33 118,9774
IRAI 1 R$ 662,25 R$ 662,25 R$ 662,25 0
JD. ANA ROSA 4 R$ 359,17 R$ 433,33 R$ 183,33 103,2896
JD. CACIQUE 1 R$ 424,24 R$ 424,24 R$ 424,24 0
JD. CARLOS COOPER 6 R$ 408,36 R$ 718,39 R$ 201,15 166,2751
JD. COLORADO 11 R$ 331,10 R$ 500,00 R$ 220,00 84,47925
JD. COLORADO NOVO 2 R$ 200,00 R$ 246,67 R$ 153,33 46,66667
JD. CRUZEIRINHO 2 R$ 546,15 R$ 600,00 R$ 492,31 53,84615
JD. CRUZEIRO DO SUL 1 R$ 640,00 R$ 640,00 R$ 640,00 0
JD. DAS FLORES 3 R$ 172,22 R$ 233,33 R$ 133,33 43,74449
JD. DO BOSQUE 1 R$ 176,47 R$ 176,47 R$ 176,47 0
JD. DOS IPES 1 R$ 416,67 R$ 416,67 R$ 416,67 0
JD. IMPERADOR 22 R$ 531,81 R$ 705,88 R$ 348,48 85,38401
JD. LEBLON 7 R$ 294,01 R$ 453,33 R$ 116,67 101,2599
JD. LINCON 5 R$ 343,16 R$ 640,00 R$ 157,89 182,5786
JD. MODELO 7 R$ 498,28 R$ 655,20 R$ 380,00 76,80639
JD. MONTE CRISTO 2 R$ 250,00 R$ 300,00 R$ 200,00 50
JD. MONTE SION 4 R$ 225,83 R$ 300,00 R$ 193,33 43,86691
JD. NATAL 2 R$ 454,42 R$ 538,46 R$ 370,37 84,04558
JD. NENA 2 R$ 520,00 R$ 520,00 R$ 520,00 0
JD. REALCE 7 R$ 647,07 R$ 733,33 R$ 525,00 62,43138
JD. REVISTA 1 R$ 304,00 R$ 304,00 R$ 304,00 0
JD. SANTA HELENA 4 R$ 648,33 R$ 720,00 R$ 433,33 124,1303
JD. SANTA LÚCIA 1 R$ 437,50 R$ 437,50 R$ 437,50 0
JD. SÃO LUIZ 3 R$ 333,33 R$ 333,33 R$ 333,33 0
JD. SAÚDE 2 R$ 310,50 R$ 354,33 R$ 266,67 43,83202
JD. SUZANO 7 R$ 513,75 R$ 679,61 R$ 283,33 154,3509
JD. TABAMAJOARA 1 R$ 274,07 R$ 274,07 R$ 274,07 0
JD. VITORIA 3 R$ 356,39 R$ 450,00 R$ 196,08 113,8856
MIGUEL BADRA BAIXO 1 R$ 88,00 R$ 88,00 R$ 88,00 0
PALMEIRAS 1 R$ 175,44 R$ 175,44 R$ 175,44 0
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
193
PQ. DO COLEGIO 5 R$ 500,51 R$ 666,67 R$ 366,67 128,1077
PQ. MARIA HELENA 8 R$ 448,11 R$ 764,71 R$ 283,33 170,6146
PQ. SANTA ROSA 4 R$ 145,85 R$ 150,00 R$ 144,46 2,397903
RAFFO 1 R$ 171,43 R$ 171,43 R$ 171,43 0
SESC 4 R$ 275,00 R$ 555,56 R$ 138,89 164,6405
SUZANOPOLIS 4 R$ 380,00 R$ 520,00 R$ 200,00 123,4828
VILA ADELINA 1 R$ 524,19 R$ 524,19 R$ 524,19 0
VILA AMORIM 14 R$ 508,06 R$ 880,00 R$ 243,75 179,8091
VILA COSTA 1 R$ 1.000,00 R$ 1.000,00 R$1.000,00 0
VILA FIGUEIRA 15 R$ 446,78 R$ 680,00 R$ 197,63 142,8902
VILA MALUF 4 R$ 336,00 R$ 480,00 R$ 256,00 85,41663
VILA MARIA DE MAGGI 1 R$ 337,14 R$ 337,14 R$ 337,14 0
VILA MAZZA 3 R$ 595,46 R$ 680,00 R$ 553,19 59,77811
VILA PAIVA 4 R$ 489,61 R$ 909,09 R$ 272,73 259,925
VILA SANTANA 1 R$ 199,28 R$ 199,28 R$ 199,28 0
VILA URUPÊS 6 R$ 380,63 R$ 779,22 R$ 140,00 218,2446
(vazio) 2 R$ 800,00 R$ 800,00 R$ 800,00 0
Total geral 268 R$ 434,96 R$ 1.041,01 R$ 88,00 188,3278
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Casas
LIMITE URBANO - RURAL
LIMITE MANANCIAIS
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195
Casas por cômodos
A grande maioria das ofertas do banco de dados não apresenta informações em m2, e sim
a quantidade de cômodos. Desse modo, optamos por analisar as ofertas desse segmento
também por meio da classificação por cômodos.
O preço médio dos imóveis tipo casa térrea encontrados no mercado secundário em
Suzano é de R$13.942,12 por cômodo. O menor preço ofertado foi uma casa de no loteamento
Jardim Europa, com o preço de R$1.833,33 por cômodo. O maior preço foi de R$54.545,45 por
cômodo, em uma casa no loteamento Jardim Suzano.
As informações coletadas a partir das ofertas de casas para venda por cômodo abrangem
um número maior de loteamentos em relação aos dados por m2, num total de 947 ofertas.
Do total de ofertas, a maior incidência foi encontrada no loteamento Vila Figueira. Com 90
ofertas, os preços por cômodo na localidade variam de R$6.875,00 por uma casa, a R$26.666,67.
O preço médio praticado é de R$12.296,63 nesse loteamento, muito próximo da média praticada
no município. Em segundo lugar na quantidade de ofertas vem a Vila Amorim, com 89 ofertas,
que variam de R$6.500,00 por cômodo. A maior oferta é de R$22.500,00. O preço médio na Vila
Amorim é de R$13.480,00. No loteamento Cidade Edson foram anotadas 85 ofertas de casas,
com um preço médio de R$12.384,50. O menor valor ofertado foi de R$6.500,00 por um imóvel.
Já o maior valor é de R$22.500,00 por um imóvel. Os preços dos imóveis nos três loteamentos
com maior número de ofertas, que juntos somam mais de um terço do total de ofertas coletadas,
estão muito próximos da média do preço médio encontrado no município, que é de R$13.942,12.
Tabela 6 . Casas ofertadas para venda - Variação de preços por cômodo
Loteamento
Ocorrência
s Média Máximo Mínimo Desvio Padrão
VILA FIGUEIRA 1 R$ 17.142,86 R$ 17.142,86 R$ 17.142,86 R$ 0,00
ALTOS DE SUZANO 7 R$ 23.149,25 R$ 27.142,86 R$ 18.888,89 R$ 2.587,84
ARUÃ LAGOS 1 R$ 28.571,43 R$ 28.571,43 R$ 28.571,43 R$ 0,00
CASA BRANCA 29 R$ 9.475,07 R$ 18.888,89 R$ 5.600,00 R$ 3.482,83
CENTRO 71 R$ 20.693,92 R$ 50.000,00 R$ 8.333,33 R$ 7.696,83
CENTRO 2 R$ 18.181,82 R$ 18.181,82 R$ 18.181,82 R$ 0,00
CENTURY 1 R$ 6.400,00 R$ 6.400,00 R$ 6.400,00 R$ 0,00
CENTURY I 1 R$ 10.833,33 R$ 10.833,33 R$ 10.833,33 R$ 0,00
CENTURY II 14 R$ 9.833,33 R$ 11.000,00 R$ 8.333,33 R$ 1.031,55
CID. EDSON 85 R$ 12.384,50 R$ 21.428,57 R$ 5.000,00 R$ 3.038,01
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
196
IRAI 1 R$ 12.500,00 R$ 12.500,00 R$ 12.500,00 R$ 0,00
JD. ANA ROSA 12 R$ 11.187,00 R$ 14.000,00 R$ 8.125,00 R$ 1.887,41
JD. ANZAI 3 R$ 13.303,57 R$ 15.625,00 R$ 12.142,86 R$ 2.010,42
JD. BELA VISTA 4 R$ 16.664,29 R$ 18.000,00 R$ 13.857,14 R$ 1.892,68
JD. BELEM 2 R$ 8.000,00 R$ 8.000,00 R$ 8.000,00 R$ 0,00
JD. BOA VISTA 4 R$ 11.187,50 R$ 19.000,00 R$ 6.250,00 R$ 5.764,02
JD. CACIQUE 5 R$ 12.619,05 R$ 17.500,00 R$ 10.833,33 R$ 2.749,72
JD. CARLOS COOPER 23 R$ 17.039,31 R$ 22.500,00 R$ 9.285,71 R$ 3.960,48
JD. CAXANGÁ 3 R$ 7.444,44 R$ 8.333,33 R$ 5.833,33 R$ 1.397,75
JD. COLORADO 33 R$ 11.375,64 R$ 45.000,00 R$ 5.000,00 R$ 6.426,71
JD. COLORADO NOVO 2 R$ 9.225,00 R$ 9.250,00 R$ 9.200,00 R$ 35,36
JD. CRUZEIRINHO 6 R$ 15.984,13 R$ 20.000,00 R$ 12.857,14 R$ 3.292,77
JD. CRUZEIRO DO SUL 7 R$ 14.013,61 R$ 18.571,43 R$ 10.000,00 R$ 2.660,84
JD. DAS FLORES 9 R$ 12.134,82 R$ 17.500,00 R$ 10.000,00 R$ 2.666,92
JD. DO BOSQUE 1 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00 R$ 0,00
JD. DONA BENTA 1 R$ 4.000,00 R$ 4.000,00 R$ 4.000,00 R$ 0,00
JD. DOS IPES 7 R$ 14.606,01 R$ 17.857,14 R$ 5.000,00 R$ 4.499,21
JD. EDNA 1 R$ 37.500,00 R$ 37.500,00 R$ 37.500,00 R$ 0,00
JD. EUROPA 1 R$ 1.833,33 R$ 1.833,33 R$ 1.833,33 R$ 0,00
JD. FERNADES 1 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00 R$ 0,00
JD. IKEDA 5 R$ 8.098,81 R$ 10.000,00 R$ 2.875,00 R$ 2.999,21
JD. IMPERADOR 59 R$ 14.871,50 R$ 29.166,67 R$ 5.833,33 R$ 4.194,78
JD. JAPÃO 3 R$ 15.000,00 R$ 15.000,00 R$ 15.000,00 R$ 0,00
JD. LEBLON 13 R$ 7.861,32 R$ 12.222,22 R$ 2.666,67 R$ 2.726,96
JD. LINCOLN 7 R$ 8.954,08 R$ 11.428,57 R$ 6.666,67 R$ 2.045,82
JD. MAITÊ 2 R$ 5.000,00 R$ 6.666,67 R$ 3.333,33 R$ 2.357,02
JD. MANEIRA 1 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00 R$ 5.000,00 R$ 0,00
JD. MARCATTO 1 R$ 14.375,00 R$ 14.375,00 R$ 14.375,00 R$ 0,00
JD. MARCIA 2 R$ 14.428,57 R$ 17.857,14 R$ 11.000,00 R$ 4.848,73
JD. MODELO 22 R$ 16.588,91 R$ 23.400,00 R$ 11.538,46 R$ 3.120,17
JD. MONTE CRISTO 12 R$ 9.051,59 R$ 12.142,86 R$ 5.428,57 R$ 1.950,00
JD. MONTE SION 8 R$ 9.931,55 R$ 13.333,33 R$ 7.500,00 R$ 2.227,19
JD. NATAL 8 R$ 9.997,52 R$ 14.000,00 R$ 6.416,67 R$ 2.205,75
JD. NAZARÉ 1 R$ 12.857,14 R$ 12.857,14 R$ 12.857,14 R$ 0,00
JD. NENA 8 R$ 14.749,50 R$ 22.857,14 R$ 10.000,00 R$ 3.717,64
JD. NOVA AMERICA 2 R$ 6.666,67 R$ 8.333,33 R$ 5.000,00 R$ 2.357,02
JD. NOVO COLORADO 2 R$ 18.083,33 R$ 21.166,67 R$ 15.000,00 R$ 4.360,49
JD. PLANALTO 1 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00 R$ 0,00
JD. POMPÉIA 1 R$ 4.285,71 R$ 4.285,71 R$ 4.285,71 R$ 0,00
JD. REALCE 17 R$ 24.680,73 R$ 50.000,00 R$ 8.750,00 R$ 10.188,81
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
197
JD. REVISTA 3 R$ 6.157,41 R$ 8.000,00 R$ 4.222,22 R$ 1.890,59
JD. SANTA HELENA 6 R$ 20.049,60 R$ 25.714,29 R$ 10.833,33 R$ 5.113,29
JD. SANTA LÚCIA 4 R$ 12.479,17 R$ 13.125,00 R$ 11.666,67 R$ 758,06
JD. SANTA ROSA 3 R$ 15.238,10 R$ 20.000,00 R$ 12.857,14 R$ 4.123,93
JD. SÃO JOSÉ 3 R$ 11.222,22 R$ 16.000,00 R$ 6.666,67 R$ 4.670,63
JD. SÃO LUIZ 4 R$ 16.964,29 R$ 25.000,00 R$ 14.285,71 R$ 5.357,14
JD. SAÚDE 3 R$ 7.142,86 R$ 8.333,33 R$ 6.428,57 R$ 1.037,83
JD. SUZANO 25 R$ 23.824,42 R$ 54.545,45 R$ 10.714,29 R$ 10.166,92
JD. TABAMAJOARA 1 R$ 7.400,00 R$ 7.400,00 R$ 7.400,00 R$ 0,00
JD. VITORIA 8 R$ 17.790,18 R$ 33.333,33 R$ 9.166,67 R$ 7.824,16
JUNDIAPEBA 2 R$ 15.104,17 R$ 18.333,33 R$ 11.875,00 R$ 4.566,73
MARENGO BAIXO 1 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00 R$ 0,00
MIGUEL BADRA 4 R$ 6.640,63 R$ 8.125,00 R$ 4.800,00 R$ 1.452,63
MIGUEL BADRA ALTO 2 R$ 10.833,33 R$ 16.666,67 R$ 5.000,00 R$ 8.249,58
MIGUEL BADRA BAIXO 1 R$ 4.400,00 R$ 4.400,00 R$ 4.400,00 R$ 0,00
PALMEIRAS 5 R$ 15.008,57 R$ 45.714,29 R$ 5.400,00 R$ 17.249,97
PQ. DO COLEGIO 16 R$ 23.423,12 R$ 45.714,29 R$ 13.571,43 R$ 7.930,48
PQ. MARIA HELENA 30 R$ 10.217,12 R$ 16.000,00 R$ 5.600,00 R$ 2.740,42
PQ. SANTA ROSA 15 R$ 18.783,56 R$ 31.428,57 R$ 11.428,57 R$ 5.772,00
PQ. SUZANO 1 R$ 20.625,00 R$ 20.625,00 R$ 20.625,00 R$ 0,00
RAFFO 1 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00 R$ 0,00
SESC 10 R$ 12.835,71 R$ 25.000,00 R$ 6.666,67 R$ 6.325,02
SUZANOPOLIS 16 R$ 9.562,50 R$ 12.000,00 R$ 5.000,00 R$ 2.339,10
VILA ADELINA 3 R$ 14.384,92 R$ 16.250,00 R$ 13.333,33 R$ 1.619,59
VILA AMORIM 89 R$ 13.480,06 R$ 22.500,00 R$ 6.500,00 R$ 3.752,55
VILA BARROS 1 R$ 6.666,67 R$ 6.666,67 R$ 6.666,67 R$ 0,00
VILA COSTA 1 R$ 26.666,67 R$ 26.666,67 R$ 26.666,67 R$ 0,00
VILA FELIZ 4 R$ 9.166,67 R$ 10.000,00 R$ 8.333,33 R$ 962,25
VILA FIGUEIRA 90 R$ 12.296,63 R$ 26.666,67 R$ 6.875,00 R$ 3.002,39
VILA GUAIÓ 1 R$ 3.666,67 R$ 3.666,67 R$ 3.666,67 R$ 0,00
VILA HELENA 2 R$ 7.270,83 R$ 7.666,67 R$ 6.875,00 R$ 559,79
VILA MALUF 15 R$ 8.618,57 R$ 20.000,00 R$ 6.250,00 R$ 3.409,88
VILA MARIA DE MAGGI 13 R$ 11.663,00 R$ 17.142,86 R$ 9.000,00 R$ 2.609,94
VILA MAZZA 14 R$ 16.204,08 R$ 28.571,43 R$ 11.666,67 R$ 4.147,19
VILA NOVA AMORIM 1 R$ 9.285,71 R$ 9.285,71 R$ 9.285,71 R$ 0,00
VILA PAIVA 5 R$ 19.023,81 R$ 33.333,33 R$ 10.833,33 R$ 9.543,28
VILA REAL 1 R$ 5.714,29 R$ 5.714,29 R$ 5.714,29 R$ 0,00
VILA SANTANA 1 R$ 9.166,67 R$ 9.166,67 R$ 9.166,67 R$ 0,00
VILA URUPÊS 29 R$ 11.612,25 R$ 20.000,00 R$ 5.000,00 R$ 3.212,84
Total geral 947 R$ 13.942,12 R$ 54.545,45 R$ 1.833,33 R$ 6.475,78
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198
Casas
LIMITE URBANO - RURAL
LIMITE MANANCIAIS
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
199
1. Apartamentos por cômodos
O preço médio dos imóveis tipo apartamento encontrados no mercado secundário em
Suzano é de R$12.426,98 por cômodo.
Nesta primeira etapa, foram identificados 49 apartamentos ofertados. Desse total, a
maioria (24) está na região central e apresenta preço máximo de R$37.142,86 por cômodo, um
mínimo de R$10.000,00, e médio de R$16.566,19. A segunda maior oferta (7) de apartamentos é
do loteamento Vila Figueira, com preço máximo de R$9.000,00, mínimo de R$1.600,000 e média
de R$6.647,62.
Tabela 7 – Apartamentos ofertados para venda - Variação de preços por cômodo
Loteamento Ocorrências Médio Máximo Mínimo Desvio padrão
CENTRO 24 R$ 16.566,19 R$ 37.142,86 R$ 10.000,00 7522,628583
GLICÉRIO 1 R$ 10.500,00 R$ 10.500,00 R$ 10.500,00 0
IRAI 3 R$ 10.333,33 R$ 10.333,33 R$ 10.333,33 0,000115089
JD. DAS AMÉRICAS 4 R$ 7.791,67 R$ 9.666,67 R$ 7.166,67 1082,531755
VILA AMORIM 2 R$ 7.500,00 R$ 7.500,00 R$ 7.500,00 0
VILA FIGUEIRA 7 R$ 6.647,62 R$ 9.000,00 R$ 1.600,00 3202,32342
VILA MAZZA 2 R$ 10.000,00 R$ 10.000,00 R$ 10.000,00 0
VILA URUPÊS 2 R$ 10.800,00 R$ 11.600,00 R$ 10.000,00 800
VILA VERDE 2 R$ 8.166,67 R$ 8.166,67 R$ 8.166,67 0
VILA VERDE I 1 R$ 9.600,00 R$ 9.600,00 R$ 9.600,00 0
VILA VERDE II 1 R$ 9.600,00 R$ 9.600,00 R$ 9.600,00 0
Total geral 49 R$ 12.426,98 R$ 37.142,86 R$ 1.600,00 6853,610739
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LIMITE URBANO - RURAL
LIMITE MANANCIAIS
Apartamentos
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
201
2. Chácaras por metro quadrado.
O preço médio por m2 dos imóveis tipo chácara encontrados no mercado secundário em
Suzano é de R$19,45. O menor preço encontrado para as ofertas de chácaras foi de R$2,43 o m2
por uma chácara no loteamento Palmeiras. O maior preço foi de R$100,00 o m2 por uma chácara
de no loteamento Vila Barros.
Das 16 ofertas de chácaras coletadas nesta leitura, a maior incidência foi encontrada no
loteamento Palmeiras, que também apresenta o menor valor por m2 das ofertas coletadas. Com 5
ofertas, os preços por m2 na localidade variam entre R$2,43 por uma chácara, a R$2,89 o m2. O
preço médio de chácaras praticado é de R$2,66 nesse loteamento, muito abaixo da média
praticada no município, que é de R$19,45.
Em segundo lugar na quantidade de ofertas vem o loteamento Casa Branca, com 4
ofertas, que variam pouquíssimo, de R$30,00 o m2 a R$30,30 o m2 por uma chácara. Essa baixa
variação pode ser explicada pelo baixo número de ofertas coletadas.
O maior valor ofertado é de R$100,00 o m2 por uma chácara (onde¿), que é mais de 5
vezes a média do preço das ofertas encontradas no município, que é de R$19,45.
Tabela 8 . Chácaras ofertadas para venda - Variação de preço por m2
Loteamento
Ocorrênci
as Média Máximo Mínimo Desvio Padrão
CASA BRANCA 4 R$ 30,23 R$ 30,30 R$ 30,00 R$ 0,15
DUCHEN 2 R$ 17,00 R$ 17,00 R$ 17,00 R$ 0,00
JD. SILVESTRE 2 R$ 15,51 R$ 15,51 R$ 15,51 R$ 0,00
PALMEIRAS 5 R$ 2,62 R$ 2,89 R$ 2,43 R$ 0,25
PQ. ALVORADA 2 R$ 6,13 R$ 6,13 R$ 6,13 R$ 0,00
VILA BARROS 1 R$ 100,00 R$ 100,00 R$ 100,00 R$ 0,00
Total geral 16 R$ 19,45 R$ 100,00 R$ 2,43 R$ 24,18
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202
Chácaras
LIMITE URBANO - RURAL
LIMITE MANANCIAIS
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203
4 – Considerações finais.
Esse relatório preliminar realiza uma primeira caracterização do mercado imobiliário no
município. Para a realização da segunda etapa e complementação do trabalho estamos anexando
as tabelas que necessitam de complementação (ANEXO 2). Com complementação dessas
tabelas será mais fácil visualizar as lacunas referentes à localização dos edifícios e das ruas.
Anexaremos também uma listagem dos loteamentos que aparecem nas ofertas dos imóveis e que
não foram localizados no mapa de Suzano.
No que se refere à elaboração dos mapas que localizam no território de Suzano os dados
dos imóveis ofertados no município, há algumas dificuldades de compatibilizarão das informações
coletadas nos jornais e a divisão territorial por loteamentos fornecida pela prefeitura. Por esse
motivo os mapas apresentam resultados parciais, e colocamos a seguir algumas questões que
deverão ser solucionadas em conjunto com a prefeitura no decorrer do trabalho que culminará no
relatório final.
Alguns anúncios de jornal indicam nomes de locais que não correspondem exatamente
aos nomes oficiais do loteamento, por exemplo Miguel Badra, Miguel Badra Alto e Miguel Badra
Baixo. Outros indicam nomes de regiões, como por exemplo o Centro, que não aparece no mapa
como um loteamento. Há ainda as ofertas coletadas que indicam locais não constantes no mapa.
Essas dúvidas foram representadas nos mapas constantes deste relatório, na medida do possível,
por círculos na cor correspondente à faixa de preço em que se encontra o loteamento em
questão.
Outra dificuldade de visualização dos mapas trazida pela divisão territorial adotada é a
descontinuidade dos loteamentos no território. Os mapas resultantes da espacialização dos dados
coletados apresentam muitas áreas em branco, que podem suscitar dúvidas como a seguinte: o
branco do mapa é um vazio urbano ou uma área em que não há oferta de comercialização de
imóveis? É possível que a área que aparece em branco no mapa apresente ofertas imobiliárias,
mas não seja conhecida pelo nome oficial do loteamento.
Assim, sugerimos dois possíveis encaminhamentos que solucionem as dificuldades acima
descritas: a primeira seria a elaboração, pela prefeitura, de uma divisão espacial do município em
regiões contínuas que abrangessem a totalidade do território municipal, e que contivessem, cada
uma delas, um número definido de loteamentos. A segunda possibilidade seria o fornecimento,
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
204
pela prefeitura, de uma divisão territorial que contenha os limites físicos, na medida do possível,
da área considerada como Centro, e dos locais conhecidos como: Glicério, Jardim Anzai, Jardim
Boa Vista, Jardim Colorado, Jardim Cruzeirinho, Jardim das Américas, Jardim do Bosque, Jardim
Novo Colorado, Miguel Badra, Miguel Badra Baixo, Miguel Badra Alto, Marengo Baixo, Raffo, Vila
Márcia, Vila Paiva, Vila Verde I, Vila Verde II, Vila Verde III, Vila Mazza.
5 – Referências Bibliográficas.
ABRAMO, Pedro (2001) “Mercado e Ordem Urbana. Do caos à teoria da localização residencial”.
Bertrand Brasil, Rio de Janeiro.
JARAMILLO, Samuel (2001) “La experiencia colombiana en la recuperación estatal de los
incrementos del precio del suelo. La Contribuición de Valorización y la Participación en Plusvalía”
in Smolka, Martin e Furtado, Fernanda (ed.) (2001) “Recuperación de plusvalia em América Latina
– alternativas para el desarrollo urbano” PUC CHILE, Eurelibros e Lincoln Institute of Land Policy.
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano. Caracterização do Município de Suzano.
SMOLKA, Martin e FURTADO, Fernanda (2001) “Ensayo introdutorio: recuperación de plusvalia
em Latinoamérica: ?bravura o bravata?” in Smolka, Martin e Furtado, Fernanda (ed.) (2001)
“Recuperación de plusvalia em América Latina – alternativas para el desarrollo urbano” PUC
CHILE, Eurelibros e Lincoln Institute of Land Policy.
www.ibge.gov.br
www.seade.gov.br
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205
Dinâmica Imobiliária: considerações e questões sobre o mercado imobiliário em Suzano. Anexo A Mapa Base de Loteamentos
Dinâmica Imobiliária: considerações e questões sobre o mercado imobiliário em Suzano. Anexo B
Tabelas
Tabela 1 - Edifícios com apartamentos em comercialização
Nomes dos Edifícios Bairro
ED. IRAI
ED. ORIENTE II CENTRO
ED. AMISTERDAN CENTRO
ED. PEGASUS CENTRO
ED. CALIFORNIA
ED. VIA VENETO CENTRO
ED. REAL PARK VILA FIGUEIRA
ED. ORIENTE I
ED. MEDITERRANEE CENTRO
COND. DAS AMERICAS
ED. VILA VERDE II
ED. ILHAS GREGAS
ED. CENTURY II
ED. CANARIO
ED. CANADA
RESIDENCIAL PEDRA BELA
ED. ORIENTE
ED. SIRIUS
ED. HORTENCIAS
ED. EUGENIO YAMAZAKI
ED. ORQUIDEAS
ED. PORTINARI
COND. VILLAGIO D'ITALIA
ED. OURO PRETO
COND. VILA VERDE
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
206
ED. GENOVA
ED. VIE ROMA
ED. FLORESTA
ED. OLIMPIA
RES. DAS FIGUEIRAS
ED. CARLA
ED. VILLAGIO D' ITALIA
ED. JOHN POOLMUNIR
COND. FLORESTA
COND. VIVER BEM
RES. ORIENTE
ED. VILA VERDE
ED. ITALIA VILA URUPÊS
ED. BARCELONA CENTRO
ED. YAMAZAKI CENTRO
ED. SUZANO
ED. CASA BRANCA
ED. IRAI II
RES. VILA VERDE
ED. BRAZ CUBAS
ED. LIRIUS
ED. ELISA ESPAOLONZI
ED. AUGUSTA BOU HABIB
ED. ALETHEIA
ED. ZUMIRA GUEDES
COND. ORIENTE
ED. MONT BLANC
KITNET
ED. SAINT HILAIRE
ED. LA ROCHELLI
ED. MAISON LA ROCHELLE
RES. ORIENTE
ED. AZALÉIA
ED. MARINA
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
207
Tabela 2 - Endereço com imóveis em comercialização
Endereço Bairro
ROD. INDIO TIBIRIÇA PALMEIRAS
WASHINGTON LUIZ
TRAVESSA MIRAMBAVA
ESTRADA DOS FERNANDES CASA BRANCA
R. ELIZEL ALVES COSTA CENTRO
R. DR. ANIS FADUL VILA MALUF
R. FRANCISCO F. FILHO VILA FIGUEIRA
AV. TAIAÇUPEBA VILA URUPÊS
R. MONSENHOR NUNO CENTRO
R. JOÃO BIO CENTRO
R. ANTONIO MANUEL FIGUEIRA JD. CARLOS COOPER
R. ASSEMBLEIA DE DEUS JD. COLORADO
R. BEJAMIM CONSTANT
R. BARÃO DO RIO BRANCO
R. NOSSA SENHORA APARECIDA
R. AUGUSTO SANCHES MARIN JD. NOVO COLORADO
R. GATO CINZENTO VILA URUPÊS
R. FELICO CAMARGO CENTRO
R. ANTONIO RACHID JD. CARLOS COOPER
R. NAÇÕES UNIDAS JD. IMPERADOR
R. GUILHERME VILA URUPÊS
R. ANIS FADUL VILA MALUF
R. SUICHI MASSUDA
R. ALBERT FINK PQ. MARIA HELENA
R. PEDRO JOSÉ PAPAIZ JD. SANTA HELENA
R. JECA TATU VILA URUPÊS
TR. GUAIO CENTRO
R. VITÓRIO FAVALI VILA MARIA DE MAGGI
AV. MARIA HELENA JD. NATAL
R. ANTONIO MARQUES FIGUEIRA VILA FIGUEIRA
R. GETÚLIO VARGAS CENTRO
R. FRANCISCO GLICÉRIO
R. SEIAN HANACHIRO VILA FIGUEIRA
R. JOSÉ SANCHES MARIN JD. COLORADO
R. HORACIO NELSON RONDINELLI CID. EDSON
R. 7 DE SETEMBRO JD. CRUZEIRO
R. ROBERTO GRAVE JD. SANTA ROSA
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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Tabela 3 - Proximidade com apartamentos em
comercialização
Proximidade Bairro
CHINA IN BOX CENTRO
ATRAZ HOSP. CLINICAS VILA FELIZ
SUPERMERCADO ESTRELA CENTRO
TIRO DE GUERRA PQ. SANTA ROSA
BANCO REAL CENTRO
PREFEITURA CENTRO
DIARIO DE SUZANO CENTRO
VERAN CENTRO
HABIBS VILA AMORIM
BANCOS CENTRO
CONDOMINIOS VILA URUPÊS
ESCOLA VILA URUPÊS
BRADESCO CENTRO
OBJETIVO JD. IMPERADOR
SHOPPING
R. FRANCISCO GLICÉRIO
PADARIA SUZAMPÃO CENTRO
ATACADÃO VILA MALUF
MERCADO PRIMOS JD. COLORADO
COLÉGIO ALFREDO ROBERTO CASA BRANCA
HOSPITAL DAS CLINICAS VILA FELIZ
ESCOLA BATISTA RENZE VILA ADELINA
CAIXA FEDERAL JD. BELA VISTA
CAIXA D'AGUA CENTRO
DELEGACIA CENTRO
ESTAÇÃO DE TREM CENTRO
COLÉGIO MARQUES FIGUEIRA CENTRO
BANCO BANESPA GLICÉRIO
SCARLAT JD. NOVO COLORADO
IGREJA CASA BRANCA
COL. BIANCONI JD. SUZANO
BRASFANTA JD. SANTA INÊS
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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Tabela 4 - Bairros levatados nos anúncios do Mercado Imobiliário
CENTRO
PALMEIRAS
JD. IMPERADOR
CID. EDSON
VILA FIGUEIRA
JD. SUZANO
VILA AMORIM
PQ. SANTA ROSA
VILA FELIZ
VILA MARIA DE MAGGI
JD. IKEDA
JD. CARLOS COOPER
JD. MONTE CRISTO
PQ. DO COLEGIO
JD. DAS FLORES
PQ. RES. SAMANBAIA
ARUÃ LAGOS
JD. SANTOS
VILA URUPÊS
CASA BRANCA
JD. COLORADO
JD. NATAL
SESC
IRAI
JD. REVISTA
JD. DONA BENTA
JD. POMPÉIA
JD. DO BOSQUE
JD. LEBLON
VILA HELENA
JD. MONTE SION
PQ. MARIA HELENA
JUNDIAPEBA
JD. MODELO
VILA SANTA MARIA
JD. VITORIA
SUZANOPOLIS
JD. SANTA LÚCIA
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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VILA PAIVA
JD. DOS IPES
ALTOS DE SUZANO
JD. CACIQUE
VILA VERDE
VILA MAZZA
JD. SÃO JOSÉ
JD. CRUZEIRO DO SUL
VILA VERDE I
JD. SANTA HELENA
VILA MALUF
JD. NOVO COLORADO
JD. LINCON
JD. CRUZEIRINHO
JD. REALCE
JD. SÃO LUIZ
JD. COLORADO NOVO
VILA LAVINIA
JD. ANA ROSA
JD. ANZAI
JD. BOA VISTA
VILA BARROS
JD. PLANALTO
JD. CAXANGÁ
RAFFO
VILA COSTA
VILA MARCIA
JD. FERNADES
JD. NOVA AMERICA
MIGUEL BADRA
VILA NOVA AMORIM
JD. JAPÃO
JD. AUREA
CENTURY II
JD. MARCIA
JD. EDNA
JD. DAS AMÉRICAS
JD. BELA VISTA
MIGUEL BADRA ALTO
JD. NENA
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Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
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JD. SILVESTRE
PQ. ALVORADA
CENTURY
JD. TABAMARAJOARA
VILA SANTANA
JD. EUROPA
MARENGO BAIXO
JD. MAITÊ
VILA REAL
VILA ADELINA
JD. SAÚDE
JD. MIRIAN
VILA VERDE II
MIGUEL BADRA BAIXO
DUCHEN
CENTURY I
JD. SANTA ROSA
VILA GUAIÓ
PQ. SUZANO
JD. MARCATTO
JD. NAZARÉ
JD. MANEIRA
MARGINAL DO UMA
JD. SANTA INÊS
JD. BELEM
JD. CRUZEIRO
Prefeitura Municipal de Suzano - Secretaria Municipal de Política Urbana Revisão do Plano Diretor de Suzano 2006 - 2016
Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
212
Anexo 2 Leitura Jurídica
Prefeitura Municipal de Suzano - Secretaria Municipal de Política Urbana Revisão do Plano Diretor de Suzano 2006 - 2016
Etapa 4 – Construção do Conhecimento sobre a Realidade Local
213
Anexo 3 Lista de Presença das reuniões da Parte B - Leitura Comunitária
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