ppp do curso de história da ufrn (2003)
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1
MINISTRIO DA EDUCAO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CINCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
PROJETO POLTICO-PEDAGGICO
DO CURSO DE HISTRIA
Natal/RN
2003
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2
Comisso de elaborao:
Prof. Raimundo Pereira Alencar Arrais (Coordenador)
Profa. Francisca Aurinete Giro Barreto da Silva (Vice-coordenadora)
Prof. Wicliffe de Andrade Costa
Prof. Almir de Carvalho Bueno
Colegiado do curso de Histria:
Docentes:
Almir de Carvalho Bueno
Denise Mattos Monteiro
Francisca Aurinete Giro Barreto da Silva
Maria da Conceio Guilherme Coelho
Maria Ferdinanda Silveira Soriano da Cruz
Maria Ins Sucupira Stamatto (Depto. de Educao)
Roberto Airon Silva
Raimundo Nonato Arajo da Rocha
Raimundo Pereira Alencar Arrais
Wicliffe de Andrade Costa
Discentes:
Aniertony de Figueiredo Silva
Romildo Gomes de Melo
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3
SUMRIO I PROJETO POLITCO-PEDAGGICO DO CURSO DE HISTRIA
INTRODUO .............................................................................................................. 3
1 HISTRICO DO CURSO............................................................................................6
2 JUSTIFICATIVA.........................................................................................................9
3 PRINCPIOS NORTEADORES DO CURSO...........................................................14
4 DIAGNSTICO DO CURSO....................................................................................25
5 OBJETIVOS DO CURSO......................................................................................... 36
6 PERFIL DO PROFISSIONAL ..................................................................................36
6.1 Perfil do Licenciado.................................................................................................38
6.2 Perfil do Bacharel....................................................................................................40
7 COMPETNCIAS E HABILIDADES.......................................................................41 7.1 Competncias e Habilidades do Licenciado.............................................................44
7.2 Competncias e Habilidades do Bacharel ...............................................................45
8 ORGANIZAO CURRICULAR.............................................................................46
8.1 Introduo.................................................................................................................46
8.2 Estrutura Geral do Curso..........................................................................................48
8.3 Estrutura Curricular..................................................................................................49
8.4 Articulao entre atividades tericas e atividades prticas......................................52
9 AVALIAO ............................................................................................................58
9.1 Do Projeto Poltico-Pedaggico...............................................................................58
9.2 Do Ensino-Aprendizagem........................................................................................61
10 INFRA-ESTRUTURA DO CURSO ........................................................................67
10.1 Recursos Existentes.................................................................................................67
10.2 Outros Recursos Didticos Necessrios..................................................................71
FONTES E BIBLIOGRAFIA ........................................................................................84
II BREVE RELATO E REFLEXO..............................................................................87
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4
INTRODUO
Este Projeto Poltico-Pedaggico resultou de
discusses coletivas travadas no mbito do departamento e
do colegiado do curso de Histria, da participao de
professores em congressos, seminrios, em grupos de estudo
e reunies envolvendo a Universidade, em particular com a
Pr-Reitoria de Graduao, que assessorou a comisso de
elaborao em todas as etapas. Em determinado momento, as
perspectivas do projeto foram enriquecidas pelo contato com
as instncias da atividade universitria o ensino, a pesquisa
e a extenso e o estabelecimento de um contato mais
sistemtico do curso com outras instituies, fora da
Universidade, em busca de possibilidades de abertura de
campos de atuao para os graduandos de Histria.
Foi decisiva, nesse momento, a participao de
docentes e discentes em avaliao realizada pelo Programa
de Avaliao da Universidade Brasileira (PAIUB) cujos
resultados foram considerados no diagnstico do curso e no
seu redimensionamento. As posies assumidas neste
documento se apiam nas decises do colegiado do curso e
do departamento de Histria, nos dispositivos legais, como a
Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educao, e nos
-
5
documentos do MEC, como o PARECER CNE/CES
492/2001, de 03 de abril de 2001. sobre as Diretrizes
Curriculares dos cursos de Histria, e as resolues CNE/CP
1, de 18 de fevereiro de 2002, CNE/CP 2, de 19 de fevereiro
de 2002 e CNE/CES 13, de 13 de maro de 2002.
Acrescente-se a esses, documentos concernentes poltica de
graduao e extenso da UFRN, e aqueles sados dos vrios
foros nacionais dedicados questo do ensino e da
reformulao curricular de Histria, incluindo aqueles
promovidos pelo rgo representativo dos professores de
Histria, a Associao Nacional de Histria (ANPUH).
Assim, durante o processo de elaborao, guiamo-nos
pela concepo segundo a qual o currculo entendido
como um instrumento orientador da ao educativa em sua
totalidade. A sua elaborao, por ser um trabalho partilhado,
envolve crenas, princpios, valores, convices,
conhecimentos sobre a comunidade acadmica, sobre o
contexto cientfico e social e constitui um compromisso
poltico e pedaggico coletivo.1
1RIBEIRO, Mrcia Maria Gurgel. Diferentes espaos/tempos da
organizao curricular; ALMEIDA, Maria Doninha (Org.) Curriculo
como artefato social/UFRN. Natal: EDUFRN, 2000. p. 9. (Coleo
Pedaggica, n. 2).
-
6
Sabemos a distncia que medeia um currculo como
elaborao formal e a complexidade da realidade sobre a qual
ele pretende intervir. Por isso, se no for obra resultante da
colaborao e do entusiasmo da coletividade, ele corre o
risco de ser esquecido no papel. Tratando-se de um projeto
que pretende modificar numa certa direo a atual realidade,
ele no pode deixar de levar em conta as condies reais
existentes, incluindo as limitaes, os embaraos e as
potencialidades - seja no aspecto material e humano, seja nas
condies da instituio e na sua capacidade de fornecer os
instrumentos legais para permitir seu desenvolvimento.
A atualidade desse Projeto Poltico-Pedaggico
depender do interesse vivo e contnuo por parte dos
professores, bem como de sua capacidade de demonstrar uma
postura desapegada das frmulas cmodas, mas
aprisionadoras de uma realidade que se modifica em todas as
direes, e de uma abertura concepo de uma nova
pedagogia que deve sujeitar-se a uma permanente auto-
avaliao, no que concerne aos processos, meios, objetivos e
resultados.
Sua realizao um desafio para todos, professores,
alunos, administradores e governantes e requer, ao lado desse
cuidado com a avaliao continuada, tendo em mira o
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7
aperfeioamento do processo de formao do profissional de
Histria, permanente zelo pela qualificao do corpo
docente, e o provimento, por parte dos rgos a quem
compete gerir a educao superior brasileira, das condies
materiais para que o curso desempenhe, com excelncia, o
papel que lhe compete. Desse modo, seu xito depender de
um compromisso coletivo e do envolvimento de todos.
2 HISTRICO DO CURSO
No incio da dcada de 1950 o ensino superior em
Natal era ministrado em faculdades isoladas, resultado,
geralmente, do esforo da associao entre a iniciativa
privada e o governo do Estado. At ento no havia uma
faculdade para formao de professores. As exigncias do
Ministrio da Educao, no que diz respeito titulao para o
magistrio secundrio, levaram criao de cursos sob a
responsabilidade da Associao de Professores do Rio
Grande do Norte, o que originou a Faculdade de Educao,
criada em 2 de maro de 1955. O Decreto Federal n. 40573
concedeu Associao de Professores do Rio Grande do
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8
Norte a autorizao para o funcionamento da Faculdade de
Filosofia, Cincias, Letras e Artes, instalada em 27 de
dezembro de 1956. A ela estavam ligados os cursos de
Geografia, Histria, e Letras e Lnguas Neo-Latinas.2
O curso de Histria obteve reconhecimento pelo
Decreto Federal n. 46868, de 16 de setembro de 1959.
Tinha por objetivo qualificar professores para o ensino
secundrio e inclua as disciplinas Histria da Antigidade e
da Idade Mdia, Histria Moderna, Histria
Contempornea, Histria da Amrica e Histria do Brasil,
distribudas em trs anos.3
Em 1963, na administrao do governador
Monsenhor Walfredo Gurgel, a Faculdade de Filosofia de
Natal foi incorporada Fundao Jos Augusto, rgo do
governo do Estado, sendo, posteriormente, agregada
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Pelo Decreto Presidencial n. 62380, de 11 de maro
de 1968, a Faculdade de Filosofia foi federalizada, passando
o curso de Histria por mudanas importantes. O
2 RESUMO histrico do primeiro decnio da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (1959-1969), p. 67-76. 3 MEDEIROS, Alberto Pinheiro de. O curso de Histria na UFRN: trinta
anos de existncia. Histria UFRN, ano 1, n. 1, p. 17-21.
-
9
Bacharelado era oferecido pelo Instituto de Cincias
Humanas, e a Licenciatura, pela Faculdade de Educao.
A implantao da Reforma Universitria pelo
Governo Federal em 1970 introduziu no currculo de Histria
mudanas como a adoo do sistema de crditos e conceitos,
da semestralidade do perodo letivo e da matrcula por
disciplina.
As mudanas na perspectiva do trabalho do
historiador, que incluam a articulao entre o ensino e a
pesquisa, resultaram na formao de uma comisso para
reformular o currculo de Histria. Para viabilizar essa
articulao, a comisso incluiu a proposta de integrar a
Licenciatura e o Bacharelado em Histria em um nico
curso, aprovada pela Resoluo n. 286/88-CONSEPE, de
01 de novembro de 1988. O curso de licenciatura e
bacharelado em Histria exigia um total de 2880 horas/aula,
integralizando 182 crditos, distribudos em quatro anos e
meio.
Tendo recebido alteraes ao longo dos anos, que no
chegaram a modificar sua estrutura bsica, este o currculo
atualmente em vigor. Este currculo, exige ser reformulado,
na sua concepo, estrutura e organizao, na direo dos
princpios estabelecidos neste Projeto Poltico-Pedaggico,
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10
para que o ensino de Histria da UFRN possa acompanhar os
novos desafios do mundo que nos cerca, desafios impostos
pelas mudanas ocorridas nas ltimas duas dcadas, em
mbito planetrio, e em todos os campos de saber, na cultura,
nas relaes mundiais e na reorganizao do trabalho,
refletindo em novos paradigmas do conhecimento, em novas
formulaes tericas, materializadas nas pesquisas histricas
e nas reflexes acerca do seu ensino.
3 JUSTIFICATIVA
O atual currculo do curso de Histria da UFRN
entrou em execuo no ano de 1988, h cerca de uma dcada
e meia, portanto. O contexto a que o currculo tinha de
responder difere consideravelmente daquele que hoje se
delineia. Para nos limitarmos s diferenas significativas, que
afetam mais diretamente o trabalho dirio dos docentes,
poderamos lembrar um dado: quela poca o departamento
de Histria, se por um lado se encontrava em situao
confortvel no que dizia respeito ao nmero de docentes, por
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11
outro, deixava de beneficiar-se desse fato, uma vez que esse
corpo docente se distinguia pela baixa titulao.
Este projeto poltico-pedaggico foi concebido na
tentativa de dar respostas a necessidades prementes de nosso
tempo, levando em conta as condies reais, as
especificidades do curso de Histria no meio em que se
insere, norteando-se pelo lugar que a universidade pblica
brasileira tem procurado ocupar na sociedade, e, finalmente,
pelas caractersticas do campo terico-metodolgico em que
se situa hoje a disciplina Histria, nas dimenses da pesquisa
e do ensino.
Mais do que uma exigncia institucional, ele responde
a uma necessidade de reorientao reclamada pelo prprio
curso de Histria, nos ltimos anos manifestada em
reunies de colegiado, comentrios em torno dos problemas
verificados na nossa prtica pedaggica diria,
posicionamentos dos alunos, e em solicitaes que a
comunidade exterior tem dirigido universidade. O Projeto
expressa a sntese de vises de mundo, posicionamentos
tericos, concepes da disciplina e de processo de ensino-
aprendizagem, que se confrontaram nas discusses coletivas.
O currculo atualmente em vigor rene as duas
modalidades: Licenciatura e Bacharelado, num curso com
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carga horria de 2820 horas, em regime de crditos, devendo
o aluno integralizar 178 crditos, em tempo mdio de cinco
anos. O curso oferecido em dois turnos, sendo um matutino
e outro noturno, ofertando 50 vagas para entrada no exame
Vestibular, totalizando, assim, uma entrada de 100 alunos por
ano, o que resulta, atualmente, no total de 487 alunos
matriculados.4
No desenvolvimento final do curso o
bacharelando/licenciando cumpre duas exigncias bsicas
relativas s duas modalidades: depois de cursar as disciplinas
de uma grade comum, para atender s exigncias da
disciplina Pesquisa Histrica II, ele deve elaborar uma
monografia, sob orientao de um professor, que ser
examinada por uma banca composta de trs professores; e,
ainda, realizar o seu estgio obrigatrio supervisionado fora
da Universidade, como cumprimento da exigncia da
disciplina Prtica do Ensino de Histria.
Um dos inconvenientes desse modelo o acmulo de
responsabilidades sobre o aluno no final do curso. S no
ltimo semestre (ou, s vezes, nos dois ltimos semestres)
4 Dados extrados da pgina do site
. Este total se refere aos
alunos matriculados no segundo semestre de 2002.
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ser exigida dele a aplicao dos conhecimentos
supostamente assimilados ao longo de quatro anos ou mais
de aprendizagem. Esse procedimento est assentado sobre
um erro de concepo, que divide o conhecimento em dois
momentos separados (a teoria acumulada e a prtica). E,
ainda, gera uma situao de tenso e pouca produtividade,
uma vez que apenas no final do curso o aluno instado a
colocar prova a aprendizagem de um conhecimento em que
no foi exercitado anteriormente, sem, na grande maioria dos
casos, ter previamente se envolvido em nenhuma experincia
de pesquisa, nem ter vivenciado qualquer contato com o
ensino fora de sala de aula.
Ao lado disso, o currculo est todo encadeado nos
elos dos pr-requisitos nas quatro linhas de disciplinas
obrigatrias: Histria Geral (Histria Antiga I, Histria
Antiga II, Histria Medieval I, Histria Medieval II, Histria
Moderna, Histria Contempornea I e Histria
Contempornea II), Histria do Brasil (Histria do Brasil I,
Histria do Brasil II, Histria do Brasil III e Histria do
Brasil IV); disciplinas tcnicas do Bacharelado (Pesquisa
histrica I e Pesquisa Histrica II).
Esse modelo de encadeamento de contedos se funda
na convico da existncia de um eixo que daria uma
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unidade e uma lgica ao processo histrico, o qual
consistiria justamente na obedincia a uma rigorosa
seqncia temporal, marcada pela sucesso de causas e
conseqncias lineares - um momento explicando o seguinte
e sendo explicado pelo que o precedeu. Essa concepo deixa
ao largo as conquistas metodolgicas vividas pela disciplina,
no conjunto das cincias humanas, nos ltimos anos, entre
elas a que levou ao abandono de uma insustentvel
concepo de tempo linear.
A decorrncia desse postulado na prtica docente dos
professores de histria a transmisso de contedos prontos,
que o professor apenas retira dos livros para transferir aos
alunos.
4 PRINCPIOS NORTEADORES E
METODOLGICOS DO CURSO
O ensino de Histria no pode se definir, como em
tempos passados, pela transmisso de um saber retrico,
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15
adorno da cultura bacharelesca. Da mesma forma como este
Projeto Poltico-Pedaggico recusa tais modelos - diga-se de
passagem j rejeitados no currculo em vigor - ele recusa,
igualmente, o modelo tecnocrtico, em emergncia, que visa,
acima de tudo, formao de mo-de-obra para atender a
demandas exclusivamente do mercado.5 Afinal, na avaliao
do papel da universidade frente ao conhecimento social,
devemos nos lembrar que por no estar limitada pelas
injunes do mercado que a universidade pblica poder
cumprir o seu papel histrico e social de produo e
disseminao do conhecimento, e tambm manter com a
cultura uma relao de reflexo que foge aos moldes do
compromisso imediatamente definido pelas presses de
demanda e de consumo.6
Na formao dos seus profissionais, o curso de
Histria refletir a posio que a universidade pblica deve
ocupar no mundo hoje, um lugar que repele, por um lado, a
formao retrica, pouco crtica, e, por outro, o
tecnocratismo servil aos imperativos de um mercado que,
pelo menos em alguns campos do conhecimento, se revela
5 Sobre esses modelos, ver RAMA, Germn W. Estilos educacionais. In:
DESENVOLVIMENTO e educao na Amrica Latina, p. 46-83. 6 SILVA, Franklin Leopoldo e. Reflexes sobre o conceito e a funo da
universidade pblica. Estudos Avanados, v.15, n.42, p. 299, 2001.
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16
vido por introduzir sua lgica nos currculos e do ensino
universitrio.
Um pensamento universitrio, crtico, criador,
transformador, deve se voltar para a indagao a respeito de
como as culturas locais podem definir o seu posicionamento
no mundo contemporneo, uma indagao que diz respeito,
sensivelmente, ao historiador e matria com que lida, ou
seja, o indivduo e a sociedade.
No mbito da universidade brasileira, o tema foi
tratado em 1999, durante o Forum Nacional de Pr-Reitores
de Graduao, que externou a convico na necessria
incorporao do conhecimento e da prtica tecno-cientfica
no espectro de valores humansticos, de modo que a
dinmica e realizao se desloque em um eixo em que
cincia e tcnica se apresentem apenas como meio ou
dispositivo mas, principalmente, como um modo especfico
de insero na realidade, como uma das formas do homem
agir e interagir no mundo.7
7 DO PESIMISMO da razo para o otimismo da vontade: referncias para
a construo dos projetos pedaggicos nas IES brasileiras. In: FORUM
dos Pr-reitores de graduao das universidades brasileiras. Curitiba,
Outubro 1999, Comisso de redao. Disponvel em:
.
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17
Cabe aqui refletir sobre as formas de insero cultural
dos indivduos na sociedade e de sua realizao atravs do
trabalho como conhecimento e transformao. Num mundo
em que as individualidades tm de conviver sob a presso da
fragmentao promovida ou acelerada pelo domnio das
tecnologias que percorrem nossa vida em todos os planos,
um mundo caracterizado por um pensador como
economicamente globalizado e culturalmente
fragmentado8, erguido sobre aquele vazio social e
poltico, marcado pela ausncia das mediaes sociais,
impe-se a concluso de que as culturas com sua
diversidade apenas podem ser reconstrudas pelo esforo de
cada indivduo ou grupo para reencontrar sua autonomia, sua
capacidade de associar valores e prticas, sua participao
no mundo das tcnicas e dos mercados e pela manuteno de
sua identidade e de sua memria culturais.9
nesse cruzamento que podemos localizar o ponto da
atuao do historiador. O conhecimento histrico, nos
ltimos anos, teve transformadas suas bases terica e
metodolgica, o que acompanhou e ao mesmo tempo se
8 TOURAINE, Alain. Igualdade e diversidade: o sujeito democrtico, p.
65. 9 TOURAINE, Alain. Igualdade e diversidade: o sujeito democrtico, p.
64.
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refletiu nas concepes e prticas pedaggicas. Desse modo,
as lutas dos historiadores enquanto seres polticos e o
compromisso de compreender e dar respostas satisfatrias s
perguntas do tempo e da sociedade em que vivemos.
Nesse ponto necessrio colocar em questo as
concepes tradicionais de cincia e de ensino, bem como as
prticas pedaggicas exercidas dentro da universidade,
abandonando o postulado da existncia de duas etapas
rigorosamente separadas: a produo e a sua transmisso.
Devemos buscar reatar a unidade, separada pela viso e pela
prtica elitista, que fragmenta o conhecimento nas instncias
do fazer e do ensinar, e reafirmar o compromisso social a que
esse conhecimento deve se ligar. Note-se que essa concepo
que advoga a separao entre os produtores de conhecimento
e os que transmitem esse conhecimento no deixa de estar
ligada ao aforismo bastante difundido, preconceituoso e
danoso educao brasileira, segundo o qual quem sabe faz,
quem no sabe ensina.
Uma das estratgias de execuo desse princpio est
naquilo que tem sido designado como flexibilizao
curricular, garantindo situaes que propiciem formao
adequada ao aluno, visando a uma atuao profissional num
mercado de trabalho, facultando-lhe, durante o curso, e no
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apenas no final, a oportunidades dos estgios junto a
comunidades, escolas, empresas, mediante o devido
acompanhamento e com aproveitamento de crditos em seu
currculo. Nesse ponto, a Extenso revela o papel importante
que pode desempenhar. Mais do que estgios episdicos, a
Extenso, compreendida como aquele instrumento que se
tem designado de Atividade Curricular em Comunidade
(ACC), adotada pela UFRN, definida como um
componente curricular que
constitui um processo educativo, cultural e cientfico,
em que estudantes/professores [...], em parceria com
grupos comunitrios, desenvolvero experincias de
extenso, promovendo o intercmbio, a reelaborao
e a produo de conhecimento sobre a realidade e
sobre alternativas de transformao. Nesse sentido,
caracteriza-se como uma atividade pedaggica de
articulao ensino/pesquisa e sociedade e de formao
da cidadania profissional dos estudantes.10
Essa abertura tem em mira tambm estabelecer e
fortalecer o seu compromisso com o envolvimento do aluno
com a sociedade. Articulando o Ensino e a Pesquisa dentro
10 PROPOSTA de criao de Atividade Curricular em Comunidade
(ACC). Universidade Federal da Bahia, Pr-Reitoria de Extenso, 2002,
p. 2.
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20
da Extenso, a universidade projeta-se at a comunidade,
gerando um saber enriquecido com a experincia extra-
acadmica: um saber que difundido junto a grupos
especficos, e que enriquece a reflexo terica em contato
com outras formas de conhecimento e o pensamento de
outros sujeitos. Fortalece-se, desse modo, aquilo que a ao
da Pr-Reitoria de Extenso da UFRN define como uma luta
pelo estabelecimento de uma forma de conhecimento que
privilegie o dilogo entre os diferentes saberes, oriundos das
cincias, das artes, das humanidades e do conhecimento da
tradio.11
Trata-se de um saber que, espera-se, modifique a
prtica do aluno no sentido de coloc-lo em contato com a
realidade na qual poder atuar depois de formado, um saber
construdo de modo coletivo, pela absoro de experincias
locais de comunidades, cotejando o saber acadmico com o
saber da tradio, tudo isso articulado reflexo criadora que
integra a tarefa do historiador do professor.
Essa concepo se coaduna perfeitamente com a face
crtica do trabalho do historiador, seja no exerccio da
pesquisa ou do ensino. Sendo sua matria a sociedade
11 GERMANO, Jos Willington. Apresentao. A extenso na UFRN, p.
5.
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21
humana, a disciplina histria deve mostrar-se especialmente
sensvel para apreender os movimentos sociais. Essa
sensibilidade tem se refletido nas respostas positivas que a
disciplina, muito particularmente no mbito acadmico, tem
oferecido ao dilatar seu campo de atividades atravs do
dilogo criativo com outras disciplinas. Por meio desse
contato, hoje os historiadores se encontram mais equipados
para indagar a respeito das questes epistemolgicas que
envolvem o fazer histrico, consumando-se a destruio de
toda iluso positivista de que o esforo terico do historiador
residia na verificao da autenticidade das fontes histricas.12
O historiador hoje precisa estar familiarizado com
metodologias que lhe permitam pensar a respeito da memria
dos grupos sociais e lidar com diferentes linguagens pelas
quais falam outros sujeitos.
As novas perspectivas no campo documental e
metodolgico que se abriram para a Histria nas ltimas
dcadas foram acompanhadas pela tomada de conscincia,
por parte dos historiadores, dos processos nos quais seu
ofcio est envolvido, incluindo as lutas sociais e a
12 Sobre as novas abordagens da Histria, ver, por exemplo, LE GOFF,
Jacques e NORA, Pierre. Histria: novos objetos. Sobre a objetividade do
historiador, ver VEYNE, Paul. Como se escreve a histria.
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22
reivindicao de direitos sociais, de grupos, de indivduos, de
etnias, emergncia da fora das identidades coletivas como
elemento de sustentao dos grupos humanos.13
Essas novas perspectivas dizem respeito ao
compromisso social do historiador, uma vez que, numa
sociedade desigual, o historiador eleva, ao incorporar certos
indivduos, grupos ou classes a sujeitos da histria, sagra-os
como portadores de um saber, admitindo a validade de sua
viso de mundo no conjunto dos grupos sociais. Do mesmo
modo, ele pode adotar uma verso nica da Histria,
transmitindo-a a seus alunos, s vezes inadvertidamente,
reproduzindo assim o discurso de um grupo social especfico,
em geral aquele ligado s estruturas de poder dominante.14
Por isso, cumpre ao curso de Histria possibilitar ao
graduando familiarizar-se minimamente com os debates
acerca do conhecimento histrico, da construo do fato, dos
mecanismos seletivos e classificatrios que intervm na
13 Para uma viso panormica das transformaes das duas ltimas
dcadas, na historiografia internacional, ver PERROT, Michelle. Os
excludos da Histria; LE GOFF, Jacques. A Histria nova. Na
historiografia brasileira, ver MELLO E SOUZA, Laura de.
Desclassificados do ouro e DIAS, Maria Odila Leite da Silva. Quotidiano
e poder. 14 Sobre o assunto, dentro da vasta bibliografia, ver, por exemplo,
FERRO, Marc. Como se cuenta la Historia a los nios em el mundo
entero; SILVA, Marcos A da. (Org.) Repensando a Histria.
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23
escolha das fontes, e sua repercusso social, na medida em
que o historiador opera uma seleo de quem so os grupos
dignos de figurar como personagens da histria, de terem,
assim, sua memria sublinhada ou confrontada com outras
memrias.15
A necessidade que historiadores sentem, na pesquisa
e no ensino, de ampliar os suportes de experincia social, se
satisfaz, em grande medida, incorporando a seu plano de
estudos objetos novos como o patrimnio (incluindo a o
patrimnio histrico, urbano, documental etc.), em suas
articulaes com a comunidade, museus, arquivos, escolas,
universidade, todos eles campos de experincias situados no
cruzamento da pesquisa, do ensino e da socializao do
conhecimento.16 essa ampliao que permite, inclusive,
articular a Histria ao campo da memria, pois
Alm de possibilitar uma relao com diferentes
suportes das experincias sociais que no os reduz
15 Na rica bibliografia sobre o tratamento da questo da memria no
domnio da Histria Social, podemos mencionar BENJAMIM, Walter.
Obras escolhidas. v. 3: Charles Baudelaire: um lrico no auge do
capitalismo; BOSI, Ecla. Memria e sociedade: lembrana de velhos e
THOMPSON, Paul. A voz do passado: histria oral. 16 Ver BITTENCOURT, Circe (Org.) O saber histrico na sala de aula.
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24
condio de matrias-primas, uma vez que os encara
no processo de definies de identidades e produes
de memrias, aquela articulao contribui para o
debate sobre a prpria noo de fonte histrica de
forma ilimitada: ao pensar na constituio de lugares,
smbolos e formas de memria, o
historiador/professor/aluno abandonar o ilusrio
conforto da documentao escrita, muito mais restrita
ao universo social dominante[...]17
Diversamente, o conhecimento deve ser entendido
como uma construo, uma elaborao intelectual, o
resultado de um fazer histrico, uma operao histrica
que parte de um lugar de onde anuncia o historiador o seu
discurso.18
O conhecimento histrico no deve ser concebido
como uma operao de coleta e organizao de fatos
objetivos, por um historiador que pretende toda objetividade
na relao com seu objeto de conhecimento, mas como
construes cuja operao preciso levar o aluno a
desvendar, como parte de estimular uma postura ativa diante
da pesquisa, da construo do conhecimento e das discusses
17 SILVA, Marcos A da. Histria: o prazer em ensino e pesquisa, p. 71-
72. 18 Sobre o assunto, ver, por exemplo CERTEAU, Michel de. A escrita da
Histria, cap. 2: A operao historiogrfica.
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25
referentes a sua transmisso.19 Superar essa tendncia
carregada de ressonncia positivista no ensino universitrio
de histria requer, nas palavras de uma autora, a realizao
na sala de aula da prpria atividade do historiador, a
articulao entre elementos constitutivos do fazer histrico e
do fazer pedaggico.20
Nessa perspectiva, postulamos a adoo, na prtica
pedaggica dos professores, em vez de uma histria factual,
ordenada num encadeamento linear, uma histria-problema,
uma concepo de histria que parta no do desfilar
cronolgico dos eventos na cadeia das causas-e-
conseqncias, mas de problematizaes, articuladas e
mediadas por conceitos, confrontados no desafio das fontes
histricas, sendo estas compreendidas, por sua vez, como
elaboraes historicamente situadas.21
Adotar essa concepo de histria significa introduzir
o aluno na reflexo metodolgica sobre o ofcio do
historiador, instrui-los no contato com as fontes, dissolver
posturas pr-estabelecidas, suspeita dos modelos universais e
19 Ver, por exemplo, VEYNE, Paul. Como se escreve a histria; Foucault
revoluciona a histria. 20 SCHMIDT, Maria Auxiliadora. A formao do professor de Histria e
o cotidiano da sala de aula, p. 59. 21 Sobre isso, ver, por exemplo, BURKE, Peter. Histria e teoria social.
-
26
das verdades fixas. Significa adotar uma compreenso da
sociedade humana em sua complexidade, seu movimento,
suas tenses, continuidades e rupturas e na sua capacidade de
desafiar conceitos demasiadamente rgidos.
5 DIAGNSTICO DO CURSO
A avaliao das condies objetivas - materiais e
humanas da UFRN um passo importante para que
visualizemos o horizonte das limitaes, das possibilidades e
das perspectivas ao pretendermos pr em execuo um novo
Projeto Poltico-Pedaggico para oferta da graduao neste
incio de sculo. A esse respeito, cumpre assinalar que se
reflete em nossa universidade a situao vivida pela
universidade pblica brasileira nos ltimos anos, destacando-
se, em especial, no plano das perdas, a sangria dos recursos
humanos e materiais. Nesse contexto, o Departamento de
Histria, que oferece cerca de setenta por cento das
disciplinas do curso de Histria, v hoje o seu corpo docente
reduzido progressivamente em virtude de aposentadorias que
representam baixas nem de longe supridas pelas minguadas
-
27
vagas em concursos pblicos e pelo expediente de
contratao de professores em regime temporrio.
Por outro lado, como fato positivo a considerar, est a
coleta dos primeiros frutos de uma poltica de qualificao
docente, ainda em curso, posta em execuo, com muito
esforo, nos ltimos anos, o que contribuiu para incrementar
entre ns o interesse pela pesquisa, resultando num aumento
quantitativo e qualitativo da produo acadmica, embora,
registre-se, tudo isso tenha efeito reduzido em virtude do
inevitvel acmulo de funes de ensino, na graduao e na
ps-graduao, pesquisa e administrao, devido escassez
do corpo docente.
Essas dificuldades no poderiam deixar de refletir-se
no curso de graduao, sob o ponto de vista da qualidade do
ensino e das limitaes na oferta de disciplinas, em particular
aquelas de natureza complementar (optativa).
No que diz respeito ao atual currculo, alguns
problemas se evidenciaram nos ltimos anos. Seus contedos
no servem satisfatoriamente pesquisa histrica, nem
prtica pedaggica, pois, por um lado, oferecem pouco
suporte terico, tcnico, e no propiciam ao graduando a
possibilidade de confrontar, de modo paulatino, a experincia
cumulativa, nos ambientes fora da universidade. De fato,
-
28
poderamos notar no currculo atualmente em vigor a
ausncia de disciplinas fundamentais para a formao de um
pesquisador, como certos conhecimentos especializados
como Arquivstica Histrica, Histria Oral e Patrimnio,
acrescentados estrutura curricular aqui proposta.
Ao examinarmos o atual currculo do Curso de
Histria, chegaremos facilmente concluso de que ele no
propicia a absoro por parte do aluno, de experincias de
fora da Universidade, privando-o, portanto, dessas
oportunidades de envolvimento com a comunidade e, ao
mesmo tempo, empobrecendo sua vivncia profissional. Do
mesmo modo, esse currculo no atende as necessidades da
sociedade contempornea, nem s aspiraes que os
graduandos tm externado, cada vez mais ansiosos por
melhorar suas perspectivas profissionais.
Sua estruturao merece um exame. A concepo
linear de processo histrico projetou sua influncia na
estrutura curricular de 1988. Sua marca mais visvel est na
priso que o sistema de pr-requisitos representou sobre as
disciplinas obrigatrias desenvolvidas em sala de aula. Como
se viu, o que no apenas carece de fundamentao suficiente
para dar conta dos desafios que o pesquisador e o professor
de Histria tm de enfrentar no seu ofcio, como contribui, na
-
29
medida em que justifica o encadeamento dos conhecimentos
na linha dos pr-requisitos do programa, para provocar o
alongamento dos anos de permanncia do aluno na
universidade: basta que o aluno sofra uma reprovao numa
disciplina pr-requisito, ou tranque essa disciplina, para
que fique retido por pelo menos dois semestres letivos na
universidade. A essa contingncia temos de imputar, sem
dvida, parte da responsabilidade pelo fato de muitos alunos
dilatarem para 11, doze ou mais, semestres, um curso que
tem como tempo mdio 9 semestres. De fato, o aluno do
curso de histria tem permanecido, em mdia, 6 anos na
graduao. Essa outra razo pela qual o atual sistema deve
ser modificado.
No difcil constatar que, em vigor h mais de uma
dcada, o atual currculo no logrou pr em prtica o
proclamado ideal de integrao entre ensino e pesquisa.
Muitas dificuldades poderiam ser invocadas para o seu
insucesso: o preparo intelectual cada vez mais baixo dos
alunos que ingressam no ensino superior, dificuldades de
toda natureza vividas pela instituio nos ltimos anos, o que
reflete fortemente na formao dos alunos, etc. Mas, sem
nenhuma dvida, uma parte dessa dificuldade se deve
prpria estrutura curricular.
-
30
A alta soma de carga horria que o currculo de 1988
imps, centrada em sua quase totalidade no ensino em sala de
aula, exige a absoro de uma alta soma de contedos para
atender s duas habilitaes simultaneamente, na sua maioria
de disciplinas de natureza obrigatria. Isso, por outro lado,
implica em diminuir as possibilidades do aluno dedicar-se s
experincias de pesquisa e ensino fora da sala de aula,
restringindo essas experincias monografia e ao estgio
supervisionado ao final do curso.
Os contedos especficos reduzem-se a um eixo
mnimo. Na licenciatura eles esto distribudos nas
disciplinas Psicologia I (04 crditos, 60 horas/aula),
Introduo Educao (04 crditos, 60 horas-aula),
Psicologia da Educao III (04 crditos, 60 horas-aula),
Didtica II (04 crditos, 60 horas-aula) e Prtica do Ensino
de Histria (03 crditos, 135 horas-aula).
Para o bacharelado, por sua vez, em termos de
disciplinas de formao especfica, com carter de pesquisa,
exige-se apenas a Pesquisa Histrica I (onde ocorre a
elaborao do projeto de pesquisa) e Pesquisa Histrica II
(onde se d a elaborao da monografia de final de curso).
Isso indica um baixo investimento nas disciplinas de carter
profissionalizante. Das demais disciplinas voltadas para a
-
31
formao especfica do pesquisador, s trs, de natureza
complementar (optativa), esto voltadas para a formao do
pesquisador (Arqueologia, Paleografia e Museologia).
Um dos reflexos disso est nas monografias de final
de curso: a maioria das monografias de final de curso no fez
uso, at pouco tempo, de fontes de pesquisa a no ser a
bibliogrfica. Essa diversificao s passou a acontecer com
a modificao introduzida em 1998, a qual consistiu na
adoo do regime de monografia sob orientao de um
professor e examinada por uma banca constituda de trs
professores.22 Isso se d, em parte, pelo fato de que a
ausncia de disciplinas profissionalizantes desaparelha o
aluno para a pesquisa de campo, dando a medida do baixo
nvel de preparo profissional conferido ao bacharel em
histria. O conhecimento e o uso de fontes de pesquisa que
no se restrinjam a uma bibliografia de livros de Histria
fundamental para o contato do profissional com um universo
em todas as possibilidades de pesquisa que se abrem para o
historiador, notadamente a pesquisa em fontes como jornais,
relatrios de governo, atas de governos, sries estatsticas,
depoimentos orais.
22 Levantamento realizado no 2 semestre de 2001. Coordenao do curso
de Histria, 2001.
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32
Complementando esse quadro de escassez de
condies de profissionalizao, seja como pesquisador, seja
como professor, irrelevante o nmero de alunos que tem
realizado estgios em instituies, sejam escolas, museus,
arquivos e bibliotecas, embora isso venha acontecendo, nos
ltimos semestres, de forma mais intensa, sem que a
Coordenao e nem mesmo a administrao da Universidade
tome conhecimento, portanto sem acompanhamento do
Colegiado e sem possibilidade de aproveitamento como
crdito cursado. Desses estgios, poucos acontecem em
escolas, no obstante o quadro de carncia da rede pblica de
ensino do Rio Grande do Norte, no ensino fundamental e
mdio.
Esses indicadores so suficientes para nos conduzir
concluso patente: nem a Licenciatura nem o Bacharelado
tm oferecido condies para uma formao terica que se
articule com a prtica; tampouco tm introduzido o aluno no
conhecimento do meio social onde dever exercer suas
atividades profissionais.
Por outro lado, preciso reconhecer a situao scio-
profissional dos alunos que atualmente ingressam no curso
de Histria. O turno noturno concentra, tradicionalmente,
alunos que trabalham a jornada manh-tarde, aos quais no
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33
resta outro perodo para freqentar as aulas seno a noite.
Tanto assim que, medida que conseguem emprego, alunos
do turno matutino tendem a migrar para o turno noturno.23
Para esses no h tempo para qualquer atividade fora
do horrio de aula, o que inviabiliza os estgios em perodo
extra-classe, ou seja, de manh e de tarde. Da decorre que,
pelas dificuldades de estgio no perodo diurno, os alunos do
curso noturno sofrem grandes limitaes no que toca sua
formao de pesquisadores, pela dificuldade de contato com
fontes de documentao fora do estreito crculo da biblioteca
central da UFRN e biblioteca setorial do curso de Histria (o
N.E.H.), uma vez que as demais instituies, como o
Instituto Histrico e Geogrfico do Rio Grande do Norte, o
Arquivo Pblico Estadual, sob cuja guarda se encontra a
grande parte do material de pesquisa, limitam seu horrio de
funcionamento aos turnos matutino e vespertino.
Quanto Licenciatura, a situao apresenta ao menos
a vantagem, se comparada com o Bacharelado, de que esses
alunos do perodo noturno podem realizar seu estgio
supervisionado de final de curso nas escolas no prprio
horrio da disciplina Prtica do Ensino de Histria.
23 Esses dados foram extrados de pesquisa, de novembro de 2002.
Coordenao do curso de Histria.
-
34
Na atual situao do Departamento de Histria, o
diagnstico no poderia deixar de mencionar uma das
principais perspectivas para mdio prazo, na medida em que
o Departamento investe nela parte de suas energias:
implantar uma ps-graduao em nvel de mestrado em
Histria, atendendo a uma demanda grande, de profissionais
da rede pblica e privada, desejosos de aperfeioar seus
estudos, seja na pesquisa, seja no ensino. A inexistncia de
um curso de ps-graduao em Histria na UFRN fora os
egressos do curso de Histria a afastar-se de seu interesse
original, concentrado nas problemticas concernentes
pesquisa e a docncia em Histria, para submeter-se a
seleo de mestrado em outras reas, ou a deslocar-se at
Estados vizinhos.
verdade que cursos de ps-graduao lato sensu j
vm sendo oferecido, de modo no-sistemtico, pelo
Departamento de Histria. Contudo, a mdio prazo o
objetivo implantar um mestrado em Histria. Para tanto,
contamos hoje com alguns suportes que devero convergir
para reforo desse projeto. Por isso, devemos prosseguir na
qualificao do corpo docente, dirigir esforos para a
consolidao de uma base de pesquisa em formao,
prosseguimento na publicao de uma revista de circulao
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35
regional e na manuteno de uma biblioteca especializada em
historiografia do Rio Grande do Norte.
visvel no curso uma crescente motivao dos
alunos pela pesquisa e pelo ensino. Isso se deve no apenas a
iniciativas pedaggicas estimulantes, como tambm das
oportunidades de participao dos discentes em grupos de
estudo, em projetos de pesquisa de professores do
Departamento de Histria ou de outros departamentos, com
bolsas de iniciao pesquisa da Pr-Reitoria de
Pesquisa/CNPq, em projetos vinculados ou no base de
pesquisa existente atualmente no Departamento, intitulada
Histria e Historiografia Regional, integrada por cinco
projetos, ou na iniciao docncia, como monitores.
6 OBJETIVOS DO CURSO
6.1 Objetivo Geral
Propiciar ao aluno, no mbito do ensino como da
pesquisa, os fundamentos tericos e metodolgicos da
Histria, formando-o numa compreenso do conhecimento
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36
com nfase na investigao e no compromisso com a
sociedade.
6.2 Objetivos Especficos
6.2.1 Da Licenciatura
A formao do professor, que fundamente seu desempenho
pedaggico no conhecimento e na investigao voltados para
a formao de cidados crticos.
6.2.2 Do Bacharelado
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A formao do historiador, pesquisador, ressaltando a sua
participao na produo e disseminao do saber histrico.
7 PERFIL DO PROFISSIONAL
O profissional formado no curso de Histria da
UFRN dever aliar ao domnio tcnico (que inclui o
conhecimento terico, metodolgico necessrio produo
do conhecimento e a sua transmisso) a percepo de que ao
pesquisar e ensinar Histria ele deve considerar os laos que
associam o passado e o presente, no no sentido de uma
continuidade linear, mas no sentido de que o passado
permanentemente apropriado, reescrito, esquecido ou
enfatizado em funo das lutas sociais travadas no presente.
Da o interesse que esse profissional deve demonstrar a
respeito das formas de escrita e transmisso de imagens do
passado. esse interesse que caracteriza, antes de tudo, o
posicionamento critico que esse historiador deve manter, seja
na pesquisa, seja no ensino.
Tanto na pesquisa como no ensino, esse profissional
deve ter em mira a percepo da dinmica do mundo
-
38
contemporneo, das diversidades, das tenses sociais, das
mudanas e permanncias na sociedade, fazendo da Histria
uma disciplina que se liga diretamente reflexo sobre as
identidades sociais, ao reconhecimento das contradies e
das tenses sociais, difundindo esse conhecimento atravs
tanto da escola como do ensino informal. Esse profissional
deve ter uma viso crtica, criativa e flexvel do fenmeno
social e do indivduo como ser histrico. O profissional de
Histria, em qualquer atividade a que se dedique, deve
possuir uma compreenso de totalidade do mundo em que
esto inseridos os indivduos - seja a personagem histrica,
seja o aluno - situando-os como seres mergulhados na
complexidade dos seus vnculos sociais, geogrficos,
polticos, psicolgicos, artsticos e culturais.
7.1 Perfil do Licenciado
O Licenciado em Histria formado pela UFRN
dever:
-
39
.Conceber a Histria de modo crtico e criativo, a
partir de relaes sociais dinmicas, ligadas ao mundo com o
qual o indivduo interage, na sua dimenso do passado como
do presente.
.Perceber os indivduos na sua diversidade, de classes,
de etnias, de culturas, estimulando o aluno a compreender de
modo crtico as relaes sociais.
.Estimular o aluno a situar-se como agente histrico e
como ser integrado a uma comunidade humana, auxiliando-o
a reconhecer e estreitar seus vnculos com a comunidade em
que est inserido.
.Estimular a atividade da pesquisa na escola, nas suas
diversas possibilidades, incluindo a o trabalho na interseco
com outras disciplinas.
.Adotar posio permanentemente indagadora e
aberta experincia a respeito de seus mtodos de avaliao
de aprendizagem e de ensino.
.Mostrar-se capaz de incluir como apoio no processo
de ensino-aprendizagem o uso de tecnologias como a
internet, o cinema e o vdeo.
.Manter-se inteirado a respeito dos rumos que a
disciplina toma atualmente, no plano terico e da pesquisa
-
40
efetiva, quanto s novas problemticas, mtodos e
abordagens.
.Demonstrar postura tica na profisso, a que deve
somar-se, como educador, o compromisso com a formao
do aluno, na sua totalidade indissocivel de ser intelectual e
ser humano.
7.2 Perfil do Bacharel
O bacharel em Historia formado pela UFRN dever:
.Conceber a Histria de modo crtico e criativo, a
partir de relaes sociais dinmicas, ligadas ao mundo com o
qual o indivduo interage, na sua dimenso do passado como
do presente.
.Atuar na produo de conhecimento histrico,
empregando abordagens tericas e procedimentos
metodolgicos adequados, procedendo crtica das fontes.
-
41
.Atuar, em colaborao interdisciplinar com outras
disciplinas, no intuito de apreender a complexidade da
expresso da sociedade humana.
.Reconhecer as diversidades, as mudanas e as
permanncias como parte constituinte das sociedades
humanas.
.Atuar na formao e organizao de arquivos e
museus, no mbito da conservao de documentos,
associando esse trabalho reflexo a respeito da sua
condio de suporte da memria da sociedade.
.Produzir conhecimento de natureza histrica fazendo
uso de vrias linguagens do mundo contemporneo, como a
internet, o vdeo, o cinema.
.Acompanhar as reflexes que so travadas nos
diversos campos temticos da Histria, as quais reorientam,
permanentemente, a direo das pesquisas.
.Aproximar seu trabalho de reconstituio dos
processos histricos das organizaes sociais e movimentos
reivindicatrios que se inspiram em atitudes de cooperao e
solidariedade.
.Pautar-se pela tica em todos os mbitos do exerccio
de sua profisso, seja no que diz respeito honestidade no
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42
processo de reconstituio histrica, seja dos direitos de
propriedade intelectual.
8 COMPETNCIAS E HABILIDADES
Na formao do historiador, seja ele licenciado ou
bacharel, dever predominar a formao sobre a informao,
os instrumentos sobre o factual. Numa palavra, as
habilidades e competncias sobre o contedo. Na verdade, o
que se postula neste Projeto Poltico-Pedaggico a
competncia questionadora reconstrutiva.24 A noo de
competncia adotada aqui aquela formulada por Perrenoud:
uma capacidade de agir eficazmente em um determinado
tipo de situao, apoiada em conhecimentos, mas sem
limitar-se a eles.25 Em outras palavras, a competncia,
enquanto capacidade complexa manifestada na
prtica, representa uma estrutura dinmica e
organizada do pensamento que permite analisar,
avaliar e compreender o contexto no qual o
24 DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa, p. 55. 25 PERRENOUD, P. 10 novas competncias para ensinar, p. 7.
-
43
indivduo age. Permite decidir, utilizar, modificar
e mobilizar os recursos disponveis para resolver,
com sucesso, determinados problemas reais da
prtica profissional. Faz-se necessrio, nesse
caso, considerar que o agir do indivduo numa
esfera dada de sua atividade, sem apenas fazer
uso de meras respostas automticas ou de
rotina.26
Em qualquer esfera em que atue, o profissional de
Histria deve observar o princpio de que a realidade social,
suas formaes, seus movimentos, no se deixam enquadrar
em explicaes baseadas em noes demasiado rgidas, nem
em leis inexorveis, nem em reducionismos dogmticos.
Dessa forma, ele deve adotar atitudes que lhe facilitem
enfrentar o inesperado, as variaes, a flexibilidade. Isso
exige que, na sua prtica profissional, como competncia
geral o profissional de Histria, tanto na pesquisa, quanto na
prtica pedaggica, deve mostrar-se preparado para enfrentar
os desafios que o ato de ensinar impe no cotidiano do
professor, mantendo um permanente dilogo entre o saber e a
interveno dos indivduos na produo e apropriao desse
26 NUNS, Isauro Beltrn; RAMALHO, Betnia Leite. Competncia:
uma reflexo sobre o seu sentido. O sentido das competncias no projeto
poltico-pedaggico. Pr-Reitoria de Graduao da UFRN, p. 19.
(Coleo Pedaggica, n. 3).
-
44
saber. Tanto no conhecimento terico, como no exerccio
pedaggico, ele deve ser apto para encontrar solues alm
dos princpios rgidos, das frmulas excessivamente
confiantes numa racionalidade que tudo explica. A
criatividade, a abertura para responder diversidade das
situaes, deve ser a marca presente na ao do pesquisador e
do professor de Histria, que tm como objeto de estudo a
sociedade humana, os seres humanos, como agentes ou como
objeto do processo ensino-aprendizagem.
8.1 Competncias e Habilidades do Licenciado
.Atuar no ensino de Histria, entendendo-o no como
mera transmisso do conhecimento, mas como
construo do conhecimento.
.Usar o material didtico em sala de aula de modo
crtico e criativo, produzindo esse material, quando
necessrio.
-
45
.Estar habilitado a fazer uso das tecnologias audio-
visuais de apoio ao processo ensino-aprendizagem.
.Introduzir na prtica pedaggica os contedos
histricos, selecionando-os e associando-os ao
universo cultural no qual os alunos esto inseridos.
.Reconhecer as especificidades culturais e individuais
dos estudantes, adequando a elas os contedos e as
abordagens.
.Compreender a Histria como um campo de
conhecimento relacionado com outras formas de
conhecimento e apreenso do mundo, seja no
domnio da cincia, da arte ou do senso comum.
.Atuar em atividades pedaggicas em comunidades e
organizaes, no mbito da educao no formal.
8.2 Competncias e Habilidades do Bacharel
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46
.Ser capaz de elaborar um trabalho de pesquisa de
natureza histrica, numa articulao coerente entre
mtodos, fontes e bibliografia.
.Produzir conhecimento histrico sob a forma no
somente de textos, mas tambm de outros suportes.
.Perceber a Histria como um movimento em que se
combinam a continuidade e os momentos de ruptura,
em diversos nveis.
.Estar habilitado para atuar na organizao de museus,
arquivos, no campo da memria e do patrimnio e da
memria.
.Fazer uso da interdisciplinaridade, relacionando, na
prtica da pesquisa, quando necessrio, a Histria ao
conjunto das demais disciplinas.
.Manejar as linguagens que emergem na
contemporaneidade, de acordo com seu interesse,
como tcnicas de pesquisa oral, cinema e artes em
geral.
.Ser capaz de lidar, no campo da pesquisa, no
domnio metodolgico da memria dos grupos sociais
e de comunidades.
-
47
9 ORGANIZAO CURRICULAR
9.1 Introduo
A estrutura curricular deste Projeto Poltico-
Pedaggico estabelece a diviso do curso de histria em duas
modalidades distintas, a Licenciatura e o Bacharelado, sendo
a Licenciatura oferecida nos turnos matutino e noturno e o
bacharelado, apenas no matutino. Cumpre justificar essa
diviso entre as duas modalidades.
O presente Projeto tem como ponto de partida a
proposta curricular iniciada em 1988, no que diz respeito ao
postulado bsico da indissociabilidade entre o ensino e a
pesquisa e a extenso.27
A separao proposta neste Projeto Poltico-
Pedaggico, entre Licenciatura e Bacharelado, impe-se
como uma necessidade. Imperativos scio-profissionais
indicados no Diagnstico e a existncia de maior mercado de
trabalho no campo do Ensino, a separao entre as duas
modalidades, conforme proposto (Licenciatura, matutino e
27 Reforma curricular de 1988. Justificativa. Coordenao do curso de
Histria, UFRN, 1988, p. 02.
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48
noturno; Bacharelado, matutino) desobrigar o aluno das
disciplinas sem utilidade imediata para seus propsitos.
A opo pela modalidade ser feita na entrada do
curso. Contudo, o aluno que tenha como meta profissional
atuar exclusivamente na docncia, ou, ao contrrio, dedicar-
se somente pesquisa, no ser impedido de complementar
sua formao, posteriormente, com a segunda modalidade.
Tanto numa modalidade como noutra, a operao de
produo e a socializao do conhecimento devem estar
integrados. Como se pode verificar, a estrutura curricular
proposta flexvel e est organizada de forma que tanto a
Licenciatura contm disciplinas que permitem a experincia
da pesquisa (embora sem exigir do aluno o cumprimento de
monografia formal de final de curso), como o Bacharelado
permite ao aluno vivenciar a experincia com o ensino
(dispensando-o dos estgios obrigatrios no ensino),
sobretudo atravs das atividades integradas nas comunidades.
9.2 Estrutura Geral do Curso
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49
O curso de Histria est organizado num ciclo inicial,
que compreende aos dois primeiros perodos, comum a
ambas as modalidades. No momento da entrada no curso, o
aluno deve optar por uma das duas modalidades
(Licenciatura ou Bacharelado), atendendo s seguintes
exigncias:
Licenciatura
Para fazer jus ao grau e diploma de Licenciatura em Histria,
o aluno dever integralizar 121 crditos, perfazendo um total
de 1815 horas/aula, 210 horas de Atividades Acadmico-
Cientfico-Culturais, 405 horas de Prtica como Componente
Curricular e 405 horas de Estgio Curricular Supervisionado,
num perodo mnimo de 4 (quatro) anos e mximo de 7
(sete) anos, com tempo mdio de 5 anos.
Bacharelado
Para fazer jus ao grau e diploma de Bacharelado em Histria,
o aluno dever integralizar 140 crditos, perfazendo um total
de 2100 horas/aula, 210 horas de Atividades Cientfico-
Culturais, 315 horas de atividades de laboratrio e 270 horas
-
50
de estgio profissional, num perodo mnimo de 4 (quatro)
anos e mximo de 7 (sete) anos, com tempo mdio de 5
(cinco) anos.
ESTRUTURA CURRICULAR - LICENCIATURA
1 SEMESTRE
Cdigo DISCIPLINA/ATIVIDADE CR CH Requisito
HIS0001 Introduo a Histria 04 60 -
HIS0002 Mtodos e Tcnicas de Pesquisa 04 60 -
HIS0006 Pr-Histria 04 60 -
HIS0007 Histria Antiga 08 120 -
2 SEMESTRE
Cdigo DISCIPLINA/ATIVIDADE CR CH Requisito
HIS0005 Teoria da Histria 04 60 -
HIS0008 Histria Medieval 08 120 -
EDU0680 Fundamentos Scio-Filosficos da Educao 04 60
Complementar
Complementar
3 SEMESTRE
Cdigo DISCIPLINA/ATIVIDADE CR CH Requisito
HIS0004 Historiografia Brasileira 04 60 -
HIS0009 Histria Moderna I 04 60 -
HIS0013 Histria da Amrica I 04 60 -
EDU0682 Organizao da Educao Brasileira 04 60 -
Complementar
4 SEMESTRE
Cdigo DISCIPLINA/ATIVIDADE CR CH Requisito
HIS0003 Metodologia da Pesquisa Histrica 04 60 -
HIS0010 Histria Moderna II 04 60 -
HIS0014 Histria da Amrica II 04 60 -
HIS0015 Historia do Brasil Colnia 04 60 -
EDU0681 Fundamentos da Psicologia da Educao 04 60 EDU0680
5 SEMESTRE
-
51
Cdigo DISCIPLINA/ATIVIDADE CR CH Requisito
HIS0011 Histria Contempornea I 04 60 -
HIS0016 Histria do Brasil Imperial 04 60 -
HIS0019 Historia do Rio Grande do Norte I 04 60 -
EDU0683 Didtica 04 60 EDU0680
Complementar
6 SEMESTRE
Cdigo DISCIPLINA/ATIVIDADE CR CH Requisito
HIS0012 Histria Contempornea II 04 60 -
HIS0017 Histria do Brasil Repblica I 08 60 -
HIS0020 Histria do Rio Grande do Norte II 04 60 -
EDU0995 Estgio I - 135 EDU0683
Complementar
7 SEMESTRE
Cdigo DISCIPLINA/ATIVIDADE CR CH Requisito
HIS0018 Histria do Brasil Repblica II 04 60 -
EDU0996 Estgio II - 135 EDU0995
Complementar
Complementar
Complementar
8 SEMESTRE
Cdigo DISCIPLINA/ATIVIDADE CR CH Requisito
EDU0997 Estgio III - 135 EDU0096
Complementar
Complementar
Complementar
ESTRUTURA CURRICULAR - BACHARELADO
1 SEMESTRE
Cdigo DISCIPLINA/ATIVIDADE CR CH Requisito
HIS0001 Introduo a Histria 04 60 -
HIS0002 Mtodos e Tcnicas de Pesquisa 04 60 -
HIS0006 Pr-Histria 04 60 -
HIS0007 Histria Antiga 08 120 -
2 SEMESTRE
-
52
Cdigo DISCIPLINA/ATIVIDADE CR CH Requisito
HIS0005 Teoria da Histria 04 60 -
HIS0008 Histria Medieval 08 120 -
HIS0024 Memria e Patrimnio Histrico 04 60
Complementar
Complementar
3 SEMESTRE
Cdigo DISCIPLINA/ATIVIDADE CR CH Requisito
HIS0004 Historiografia Brasileira 04 60 -
HIS0009 Histria Moderna I 04 60 -
HIS0013 Histria da Amrica I 04 60 -
HIS0025 Arquivstica Histrica 04 60 -
Complementar
4 SEMESTRE
Cdigo DISCIPLINA/ATIVIDADE CR CH Requisito
HIS0003 Metodologia da Pesquisa Histrica 04 60 -
HIS0010 Histria Moderna II 04 60 -
HIS0014 Histria da Amrica II 04 60 -
HIS0015 Historia do Brasil Colnia 04 60 -
HIS0021 Paleografia 04 60 -
5 SEMESTRE
Cdigo DISCIPLINA/ATIVIDADE CR CH Requisito
HIS0011 Histria Contempornea I 04 60 -
HIS0016 Histria do Brasil Imperial 04 60 -
HIS0019 Historia do Rio Grande do Norte I 04 60 -
HIS0022 Histria Oral 04 60 -
Complementar
6 SEMESTRE
Cdigo DISCIPLINA/ATIVIDADE CR CH Requisito
HIS0012 Histria Contempornea II 04 60 -
HIS0017 Histria do Brasil Repblica I 08 60 -
HIS0020 Histria do Rio Grande do Norte II 04 60 -
HIS0023 Histria Regional o Local 04 60 -
Complementar
7 SEMESTRE
Cdigo DISCIPLINA/ATIVIDADE CR CH Requisito
HIS0018 Histria do Brasil Repblica II 04 60 -
HIS0026 Pesquisa Histrica I 90 -
Complementar
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53
Complementar
8 SEMESTRE
Cdigo DISCIPLINA/ATIVIDADE CR CH Requisito
HIS0027 Pesquisa Histrica II 180 HIS0026
Complementar
9.4 Articulao entre atividades tericas e atividades
prticas
9.4.1 Licenciatura
A introduo das atividades prticas ao longo dessas
disciplinas permitir a articulao dos contedos com a
vivncia profissional do aluno, possibilitando aproximar
ensino e a pesquisa.
O aluno de licenciatura dever cursar 20 Disciplinas
Obrigatrias de Formao Histrica, totalizando uma carga
horria de 1320 horas ou 88 crditos. Desses 88 crditos, 75
sero dedicados aos Contedos Curriculares de Natureza
Cientfico-cultural e 13, Prtica Como Componente
Curricular28.
28 Nesse item, o texto segue a nomenclatura adotada pelo Conselho
Nacional de Educao, em Resoluo CNE/CP 2, de 19 de fevereiro de
2002, que Institui a durao e a carga horria dos cursos de licenciatura, de graduao plena, de formao de professores da Educao Bsica em
nvel superior.
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As Disciplinas Obrigatrias Profissionais, tero uma
carga horria de 240 horas, ou 16 crditos, divididos em
atividades de sala de aula.
As Disciplinas Complementares, ofertadas a partir do
segundo semestre do curso, sero 11, com uma carga horria
total de 660 horas, num total de 44 crditos. Desses 44
crditos, 30 sero dedicados s de Contedo Curricular de
Natureza Cientfico-Cultural e 14, s de Prtica Como
Componente Curricular. Estas ltimas atividades podero
estender-se para atividades prticas nas comunidades, em
instituies como escolas, museus (como o Museu Cmara
Cascudo), Arquivo Pblico do Estado, entidades e
associaes diversas.
Os 3 Estgios Curriculares Supervisionados,
totalizando 405 horas, tero lugar nas escolas ou em outros
rgos que desenvolvam atividades de ensino, dividindo-se
em trs etapas: na primeira, enfocar os recursos pedaggicos
e objetos tecnolgicos no ensino de Histria; no segundo, a
prtica pedaggica no ensino fundamental; e a terceira, no
ensino mdio.
Alm dessa carga horria, o currculo prev, ainda,
um total de 210 horas para outras formas de atividades
acadmico-cientfico-culturais, onde se incluiro diversas
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55
atividades que o aluno, por livre iniciativa ou por sugesto do
curso, poder desenvolver fora de sala de aula. Essa
flexibilizao dar ao aluno a oportunidade de
aproveitamento de expresses que traduzem habilidades e
competncias que um currculo formal no reconhece.
Quanto aos modos de aproveitamento dessas atividades em
forma de horas, caber ao colegiado do curso, mediante
competente resoluo, discriminar todas essas atividades e
pontu-las em funo de carga horria, definindo, ainda, os
critrios que devero ser observados para o seu
aproveitamento curricular.
Como estratgia para integrar a licenciatura e o
bacharelado, alunos de uma e outra modalidade cursaro as
disciplinas obrigatrias de Formao Histrica, podendo
desenvolver atividades conjuntas no Ncleo de Apoio
Pesquisa e ao Ensino ou nos demais laboratrios e projetos
do CCHLA.
9.4.2 Bacharelado
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O Currculo da modalidade Bacharelado est
composto de 20 Disciplinas Obrigatrias de Formao
Histrica, integralizando 1320 horas, totalizando 88 crditos,
comuns modalidade Licenciatura. Desses 88 crditos, 75
sero desenvolvidos em sala de aula e 13, voltados para
atividades de laboratrio.
As Disciplinas Obrigatrias Profissionais, num total
de 05, perfazendo 300 horas e 20 crditos, devero ser
desenvolvidas colocando o aluno em contato estreito com os
laboratrios do curso (Laboratrio de Restaurao,
Laboratrio de Arqueologia), Museu Cmara Cascudo,
Arquivo Pblico Estadual, Instituto Histrico e Geogrfico
do Rio Grande do Norte.
As Disciplinas Complementares, ofertadas a partir do
segundo semestre do curso, sero 08, com uma carga horria
total de 480 horas, num total de 32 crditos. Desses 32, 24
crditos sero dedicados s disciplinas de Contedo
Curricular de Natureza Cientfico-Cultural e 08, s atividades
de laboratrio. Estas ltimas atividades podero estender-se
para atividades prticas nas comunidades, em instituies
como escolas, museus, Arquivo Pblico do Estado, entidades
e associaes diversas.
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O estgio ter 270 horas de atividades, distribudas
em Pesquisa Histrica I, onde se dar a elaborao do projeto
de monografia, e em Pesquisa Histrica II ser elaborada a
monografia de final de curso, com orientador e examinada
por uma banca composta de trs professores.
As disciplinas obrigatrias profissionais, bem como
as disciplinas complementares, devero desenvolver-se em
interao permanente entre a teoria e a prtica. Isso poder se
dar de dois modos: ou a partir da aproximao, promovida
por cada disciplina, com instituies do prprio
Departamento o Laboratrio de Restaurao, o Laboratrio
de Arqueologia, o Ncleo de Apoio Pesquisa e ao Ensino,
bem como no Ncleo de Estudos Histricos, e nas atividades
editoriais do Caderno de Histria, e, ainda, no Museu
Cmara Cascudo, nas reas de Museologia e Arqueologia
mas tambm fora Universidade. O curso dever articular-se
com instituies como o Arquivo Pblico, que dispe de
acervo de jornais do Rio Grande do Norte no sculo XX, o
Instituto Histrico e Geogrfico do Rio Grande do Norte, e a
Cria Metropolitana, que guarda considervel acervo de
jornais do sculo XX. Em todas essas frentes h
possibilidades de atuao dos alunos, seja na organizao de
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58
acervos, preparo de exposies, restaurao de documentos,
formao de catlogos.
Essas possibilidades de atuao dos bacharelandos
sero estimuladas pelo curso, na medida em que este Projeto
Poltico-Pedaggico reserva um total de 210 horas para
serem aproveitadas pelo aluno como atividades extra-
curriculares Acadmico-Cientfico-Culturais.
10 AVALIAO
10.1 Do Projeto Poltico-Pedaggico
Um Projeto Poltico-Pedaggico que se proponha
formar profissionais voltados para um mundo assinalado por
mudanas to aceleradas e desconcertantes, sob o ponto de
vista da sociedade, das tcnicas e da cincia, bem como das
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59
exigncias profissionais, deve estabelecer instrumentos
eficientes e geis que lhe permita avaliar, corrigir e reorientar
objetivos, metas e estratgias.
Para que ele responda com eficincia a esses desafios,
esses instrumentos devem ser aplicados de forma sistemtica,
permanente e regular, levando-se em conta a participao do
corpo docente, do corpo discente e, ainda, de alunos egressos
do curso que estejam integrados ao mercado de trabalho. Um
desses instrumentos, adotado pela UFRN como estratgia de
avaliao institucional dos seus cursos, o Programa de
Avaliao Institucional da Universidade Brasileira (PAIUB),
foi utilizado como recurso auxiliar de discusso deste Projeto
Poltico-Pedaggico na sua fase de elaborao. Posto em
execuo, este projeto dever continuar lanando mo, de
forma peridica, desse Programa de Avaliao.
As iniciativas de avaliao regular do presente projeto
competem, em primeiro lugar, ao colegiado do Curso de
Histria. nesse forum, contando com a participao de
representantes do corpo docente (incluindo docentes do
Departamento de Educao e docentes convidados) e do
corpo discente, que se encontram as condies imediatas para
a avaliao coletiva das questes didtico-pedaggicas, tais
como contedo de ementas, programas de curso, problemas
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60
da prtica pedaggica dos professores, da aprendizagem dos
alunos etc.
Outra iniciativa que dever ser adotada a de
entrevistas de sondagem com alunos egressos do curso, que
j estejam atuando no mercado de trabalho. A pesquisa
sistemtica com esses profissionais, indagando sobre as
dificuldades encontradas e as deficincias percebidas no
exerccio da profisso, podem fornecer ao curso de Histria,
elementos para que se imprimam novas diretrizes e corrijam
pontos deficientes.
10.2 Do processo ensino-aprendizagem
No sentido estrito, o processo de avaliao
inegavelmente uma atribuio que compete ao docente que
rege cada disciplina. Contudo, em que valha a sua autonomia
no processo ensino-aprendizagem e na conduo da
avaliao, o professor deve considerar que os graduandos sob
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61
sua responsabilidade, seja na Licenciatura seja no
Bacharelado, tero de enfrentar na sua vida profissional,
permanentemente, a reflexo sobre a prtica pedaggica,
sobre contedos, metodologias, sistemas de avaliao, de
modo que para ele, o aluno, ser proveitoso participar de
situaes em que esses temas sejam postos em discusso.
Aqui, destaca-se, mais uma vez, o papel do colegiado
do Curso. Atraindo para seu mbito as discusses atinentes
ao pedaggica, includos a os processos de avaliao de
aprendizagem, o Colegiado deve consolidar a prtica das
discusses, entre os demais professores, de se apresentar e
discutir, a cada semestre, programas de disciplinas, nos
aspectos relacionados a contedo, bibliografia, metodologias
de ensino e processo de avaliao.
Ele deve, do mesmo modo, promover atividades
como seminrios, palestras e cursos, atraindo os segmentos
envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, para
enriquecer suas experincias a respeito de princpios da
avaliao, mecanismos avaliativos adotados, seu
aprimoramento ou modificao, considerando as dificuldades
e os avanos dos alunos no processo de construo do
conhecimento.
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62
Reexaminar as nossas formas de avaliao
fundamental para a inteira realizao dos objetivos
concebidos neste Projeto Poltico-Pedaggico, pois as
modificaes introduzidas no curso de Histria no se
restringem a meros acrscimos de novas disciplinas, mas da
adoo de modos diferentes de conceber a histria, o seu
ensino, e, do mesmo modo, outro perfil de aluno. O que
requer, portanto, novas formas de avaliao de
aprendizagem.
Uma vez que se buscar, na estrutura curricular,
reconhecer e aproveitar a experincia extra-universidade do
aluno, incluindo a as atividades fora de sala de aula, no
contato com a comunidade exterior universidade, ter-se-,
ento, a oportunidade de observar o desenvolvimento, no
aluno, de habilidades tais como a capacidade de atuar em
grupo, a abertura para lidar com situaes novas, que a sala
de aula geralmente no propicia. Noutras palavras, as
habilidades e as competncias delineadas neste Projeto
Poltico-Pedaggico.
No se trata mais de medir a capacidade do aluno de
reter e reproduzir contedos, mas de verificar a que ponto ele
demonstra habilidades que se expressam em competncias.
Esse deslocamento implica, assim, a modificao dos alvos
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63
da avaliao. A avaliao deve enfatizar a dimenso
qualitativa da aprendizagem, em busca de estimular a
aprendizagem reconstrutiva, tomando a forma de uma
avaliao que, como escreve Pedro Demo,
No se basta com o que o aluno domina em termos de
conhecimento, mas busca sobretudo salvaguardar o
caminho para sua autonomia. Reconstruir
conhecimento com mo prpria significa, antes de
mais nada essa habilidade: ser sujeito capaz de
histria prpria. No se quer ver apenas quanta
matemtica o aluno internalizou, mas o que sabe fazer
na vida com ela, como o instrumenta na capacidade
de interferir na realidade.29
Assim, o ensino com base em competncias e
habilidades impe a exigncia de se rever o conceito e a
prtica de avaliao adotada, de modo dominante, dentro e
fora da Universidade. Deve-se passar de uma avaliao
exclusivamente de contedo, para uma avaliao das
habilidades e competncias desenvolvidas ou em processo de
formao. Por fim, uma avaliao que acompanhe o
desenrolar do processo de aprendizagem do aluno, e no
apenas a avaliao final de uma atividade, unidade ou
29 DEMO, Pedro. Mitologias da avaliao: de como ignorar, em vez de
enfrentar problemas, p. 61.
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semestre letivo. O professor deve abrir-se para formas de
avaliao que permitam, por um lado, uma avaliao
progressiva e cumulativa, capaz de fornecer ao aluno a
possibilidade do aprendizado a partir de seus erros, e, por
outro lado, as retomadas de trajetrias, num processo
assumido pelo professor a partir de mtodos e instrumentos
discutidos, partilhados e referendados pelo colegiado do
curso.
Persuadidos da importncia da adoo de mecanismos
avaliativos contnuos, capazes de apreender as habilidades
indispensveis a um profissional de Histria, acreditamos
que seja fundamental um sistema de avaliao que possua
uma mnima flexibilidade para abrir-se a experincias por
parte do professor, como as avaliaes formativas e a auto-
avaliao avaliaes que desafiam o aluno a pr em prtica
seus critrios de julgamento, levando-o a assumir a
responsabilidade de julgamento, estimulando seu
amadurecimento profissional na prtica de refletir sobre os
diversos momentos do processo ensino-aprendizagem que
ter de enfrentar como profissional.
Na medida em que atividade acadmicas podero
acontecer fora da Universidade, provocando uma nova
relao entre teoria e prtica, o desempenho do aluno estar
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65
sendo avaliado tambm nos outros lugares onde se d o
exerccio do processo ensino-aprendizagem, incluindo a a
comunidade externa Universidade. Nesse sentido, o
professor responsvel pela atividade, na medida do possvel,
dever ouvir o grupo ou a comunidade envolvida na ao do
aluno e os agentes que mediam essas atividades.
A proposta de absorver as atividades fora da sala de
aula no currculo do aluno vai requerer da administrao da
UFRN solues novas que exigiro das disciplinas com
carter de Extenso, no que diz respeito incorporao de
horas e crditos ao currculo do aluno. Os critrios que
devem regulamentar o aproveitamento dessas atividades sob
a forma de horas e crditos, sero elaborados pelo colegiado
do curso.
O processo avaliativo dever ser concebido como um
exerccio que envolva todas as instncias do curso. Por isso,
inclui-se a necessidade da avaliao docente por parte dos
discentes. A avaliao por parte dos discentes deve ser
precedida por um amadurecimento das discusses, no mbito
do colegiado, acerca dos significados da avaliao, seus
critrios e os objetivos, e sua ampliao para todo o corpo
discente, colocando diante do aluno essas questes
relacionadas metodologia do conhecimento histrico,
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prtica pedaggica e tica, com que ter de deparar-se no
exerccio de sua profisso.
Finalmente, no quadro do planejamento e do
acompanhamento geral das atividades, como instrumento til
de planejamento das atividades previstas no Projeto Poltico-
Pedaggico, dever ser adotado, a cada dois semestres, pelo
colegiado, um quadro do desempenho quantitativo dos
alunos em cada disciplina, atravs das mdias finais. A
quantificao das mdias finais, das aprovaes e das
reprovaes, servir de dado inicial para que o colegiado
avalie aspectos importantes de cada disciplina, cotejando o
desempenho dos alunos com as mudanas introduzidas no
curso, identificando as dificuldades que afetam os alunos em
cada disciplina, sem deixar de observar, para tanto, o peso
dos vrios fatores envolvidos no processo ensino-
aprendizagem, como metodologia do professor, perfil dos
alunos, condies de infra-estrutura, dentre outras. A
finalidade dessa avaliao dever ser o aperfeioamento do
processo ensino-aprendizagem, a retomada de trajetrias
quando necessrio, o exerccio cotidiano da discusso de
metodologias e de nossa prtica didtico-pedaggica.
Atuando dentro de um propsito de fortalecer uma
cultura de avaliao, necessria universidade e ao
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profissional, o colegiado do curso desempenhar o papel
central no acompanhamento da execuo das metas
estabelecidas neste Projeto Poltico-Pedaggico, no que diz
respeito aos objetivos do curso, ao perfil profissional e s
competncias e habilidades que o formando de Histria deve
possuir para o seu exerccio profissional.
11 INFRA-ESTRUTURA DO CURSO
11.1 Recursos Existentes
11.1. 1 Recursos Humanos
Secretaria de Graduao (Centro de Cincias
Humanas, Letras e Artes) - conta com sete funcionrios, que
trabalham por escala, nos turnos matutino, vespertino e
noturno, atendendo s diferentes solicitaes referentes s
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Coordenaes de curso: matrcula em disciplina,
cancelamento de inscrio em disciplina, trancamento de
programa e documentao acadmica (declaraes, histricos
escolares etc.)
11.1.2 Recursos materiais
Salas Matutino/Noturno
5 salas de aula no setor II, bloco A, equipadas com carteiras
e quadro de giz, arejadas e iluminadas naturalmente,
contando ainda com ventiladores de teto e iluminao
artificial.
1 sala especial (IIC4), no setor II, Bloco C, com 60 lugares,
climatizada, equipada com projetor de slides, TV e vdeo.
1 sala especial (LABRE), com 30 lugares, climatizada,
equipada com projetor de slides, TV e cmeras de vdeo.
Auditrios
3 Auditrios esto disponveis para o Curso:2 auditrios no
CCHLA, um com capacidade para 42, o outro para 72
lugares.
1 Auditrio da Biblioteca Central: 143 lugares; climatizado;
sistema de som; Data-show.
Sala de professores
05 salas de estudo e atendimento de alunos, localizadas no
prdio do CCHLA, com mesas, armrios, climatizadas e
iluminadas artificialmente.
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1 sala de reunies, climatizada, equipada com mesa,
computador conectado Internet e impressora.
Coordenao do Curso
1 sala localizada no CCHLA, destinada ao coordenador e
vice-coordenador do curso, climatizada e equipada com
mesas, armrios, arquivos, computador conectado Internet
e impressora.
11.1.3 Recursos didticos de apoio
Ncleo de Estudos Histricos (NEH)
Criado em 1985, o NEH auxilia as pesquisas de alunos e
professores, buscando despertar o interesse pelo estudo e
pesquisa em Histria Regional, particularmente em Histria
do Rio Grande do Norte. Possui acervo bibliogrfico de mais
de 7 mil volumes, nas reas de Histria Geral, Histria da
Amrica, Histria do Brasil e, em especial, Histria do Rio
Grande do Norte, alm de revistas especializadas e obras de
referncia. Arquiva monografias de concluso do curso de
Histria, dissertaes e teses de professores do Departamento
de Histria.
O NEH coordenado por um servidor da UFRN, graduado
em Histria, com especializao em Arquivstica.
Laboratrio de Restaurao de Documentos
(LABRE)
Criado em 1988, atua na restaurao de livros, jornais e
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70
outros documentos histricos, realizando tambm trabalhos
de extenso universitria, a partir de convnios firmados
com diversas instituies pblicas e privadas (Arquivo
Pblico do Estado, Instituto Histrico e Geogrfico do Rio
Grande do Norte, Dirio de Natal etc.)
Treina pessoal de entidades congneres e estudantes de
Histria, atravs de cursos peridicos e estgios sobre
conservao de documentos e encadernao e restaurao de livros. O LABRE conta com uma equipe de trs professores do
Departamento de Histria, sendo dois mestres e um
especialista; um tcnico em restaurao e conservao de
documentos; e bolsistas ligados aos projetos de extenso.
Dispe de estrutura fsica e equipamentos especficos para o
desenvolvimento de suas atividades.
Laboratrio de Arqueologia (LARQ)
Criado em 1992, tem por objetivo o incentivo pesquisa
arqueolgica e a formao de pesquisadores nessa rea.
Realiza pesquisas em arqueologia pr-histrica e histrica,
em diferentes reas do estado do Rio Grande do Norte,
articulando-se com diversas entidades pblicas e privadas
(Ncleo de Estudos Arqueolgicos da UFPE, Fundao Jos
Augusto, Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico
Nacional, IPHAN, etc.). Seus projetos tm privilegiado o
registro e posicionamento espacial de stios arqueolgicos,
estudo da ocupao pr-histrica do litoral potiguar e o
estudo do grafismo rupestre do estado.
O LARQ conta com um professor, com mestrado e alunos
bolsistas e voluntrios.
O LARQ dispe de estrutura fsica especfica e equipamentos
adequados aos seus objetivos-fins.
O LARQ conta com um professor, com mestrado e alunos
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bolsistas e voluntrios. Dispe de estrutura fsica especfica e
equipamentos adequados aos seus objetivos-fins.
A atuao dos trs rgos de apoio didtico - NEH,
LABRE, LARQ - tem como ponto comum o recorte temtico
concentrado no espao do Rio Grande do Norte. Atuando nas
suas especificidades, eles servem de apoio ao ensino e
pesquisa, no mbito da Histria Regional e Local, auxiliando
o trabalho do corpo docente do curso de Histria no
atendimento aos alunos do curso, especialmente na
elaborao das monografias de final de curso, as quais
enfocam, em sua maioria, a histria local.
Acrescente-se que, por iniciativa do Departamento de
Histria, publica-se uma revista intitulada Caderno de
Histria, com periodicidade anual, que, embora divulgue
artigos de mbito nacional e mesmo internacional, tem
inserido em todos os seus nmeros artigos de ex-alunos,
baseados em suas monografias de final de curso, em geral
alunos que acabam prosseguindo seus estudos na ps-
graduao. A revista possui corpo editorial, pareceristas e
ISSN.
Os alunos do curso de Histria podem fazer uso,
ainda, junto com todos os alunos do CCHLA, do Laboratrio
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de Informtica, situado numa sala do Setor d
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