políticas mais marcantes do reinado de

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A Inglaterra Isabelina4

A Inglaterra de Isabel, última representante da famíliados Tudor no trono inglês, é um país constantementeem guerra mas com uma frota suficientemente fortepara manter as batalhas longe da ilha. Com a derrota daInvencível Armada a guerra com Espanha passa amanifestar-se através de bloqueios marítimos eescaramuças em territórios do ultramar.

As . políticas mais marcantes do reinado deIsabel, além da militar, foram a dos monopólios e asPoor Laws que previam criação de hospitais para osdoentes, casas de correcção para os vagabundos edesempregados "idle people" e lares e escolas para ascrianças pobres e orlas. Foi também nesta época que seconstruíram os primeiros teatros em Londres, ainda quequase todos nos subúrbios visto que a sua construção nacidade era proibida. Isabel I governava o país com mãode ferro mas a sua inegável habilidade para lidar com acâmara dos comuns e com um novo poder que emergiacom a classe burguesa, através de um jogo deconcessões e cedências em que o trono ficava sempre aganhar, garantiram a estabilidade política do estadoinglês durante os mais de quarenta anos do seu reinado.Assim o país vivia uma época de prosperidade, a rainhatinha dado a oportunidade para a formação de umaclasse mercantil forte e próspera que viu a suainfluência crescer não só dentro de Inglaterra como,principalmente depois da bancarrota de Antuérpia,

. sobre toda a Europa. Foi no reinado de Isabel que selançaram as sementes do Império Britânico.

A Sucessão e as Políticas desastrosas de Jaime I

A sucessão foi um problema delicado e longamentediscutido nos últimos anos de vida da rainha, visto queela morreria sem filhos e se recusava a nomear um

herdeiro. Com a morte de Isabel chegou-se a. umcompromisso, e o sucessor nomeado foi Jaime VI daEscócia que se tornava Jaime I de Inglaterra,acumulava os dois tronos e pacificava a fronteira entreos dois países.

A Política Externa de Sir Walter Raleigh

No primeiro ano do seu reinado, Jaime I teve o méritode conseguir a paz com Espanha em condiçõesvantajosas para a Inglaterra, o que foi possível devidoao_sucesso da guerra durante o período em. a suapredecessora .esteve no poder. Mas a sua políticaexterna foi para todos os efeitos fraca e absurda:precisou de arruinar a marinha e decapitar Raleigh

para agradar à Espanha. Raleigh era uma daspersonagens mais típicas da época Isabelina, nascido noDevon em 1552, começa a ganhar fama ainda naadolescência quando combate em defesa dosprotestantes franceses na companhia de HumphreyGilbert,' seu meio irmão. Antes de ser introduzido nacorte ainda participa na repressão da revolta Irlandesade 1580-1581. Uma vez na corte não demora muito atomar-se um dos preferidos de Isabel que o nomeiacapitão da sua guarda em 1587. Antes de perder osfavores da rainha para Essex ainda vai participar emvárias tentativas de colonização da América do Norte,todas falhadas. É preso por pouco tempo durante o anode 1592 e, uma vez livre regressa à América. Participanas expedições contra Cádis e os Açores. mas, com amorte de Isabel e suces.são de Jaime, perde todo ocrédito e influência. Acusado de conspiração, écondenado à morte mas vê a sua pena reduzida paraprisão perpétua. Encarcerado na torre de Londres entre1604-1616 escreve a sua "História do Mundo" queconhecerá um sucesso considerável e será leitura

preferida de muitos ingleses que se lhe seguiram acomeçar por Oliver Cromwell. Raleigh é um cerradooponente das políticas de amizade com Espanhaintroduzidas por Jaime, e com efeito, depois de obter aliberdade, em 1616, embarca numa outra expedição aoNovo Continente e, contra todas as directivas do rei,acaba por atacar os Espanhóis. Logo que regressou aLondres o rei fê-lo prisioneiro e Raleigh é condenado àmorte e executado em 29 de Outubro de 1618 sob aacusação de ter atacado uma nação amiga.

Uma das poucas iniciativas de Jaime foi defacto o estabelecimento de colónias duráveis e rentáveisna América do Norte e de feitorias na fndia mas, maisuma vez, o sucesso que conseguiu com isto deveu-semais às bases que foram construídas durante o reinadode Isabel que às suas próprias políticas. Quando subiuao trono já existiam companhias fundadas no ultramarque continuaram a crescer, suportando e possibilitandoos esforços de colonização.

A Política Religiosa

Na Inglaterra do principio do século XVII proliferavamas seitas, pequenos grupos religiosos que se afastavamdas correntes predominantes que emergiram do cismada Igreja, grupos que tiveram espaço e algumaliberdade durante o reinado de Isabel. Com a ascensão

de Jaime, estes grupos, nomeadamente os puritanos,com representação na câmara dos comuns, viram assuas práticas religiosaSproibidas e os seus seguict.°resperseguidos. O rei, para impor ordem. na igreja,projectou reformas que, para muitos, eram um regresso

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ao Catolicismo, impunha políticas "papistas" numaépoca em que este tipo de ideias eram muito poucopopulares. Estas políticas do rei e do seu sucessorCarlos I, levaram a Inglaterra a um clima deinstabilidade e iriam ser responsáveis, entre 1628 e1648, pela emigração de cerca de vinte mil puritanosque pensavam abandonar uma Inglaterra que regressavaao Catolicismo e, posteriormente, pela revoluçãopuritatÍa e queda, ainda que temporária, da monarquia.<

Jaime I e a Câmara dos Comuns

o sucessor de Isabel não está familiarizado com aspráticas políticas do seu novo reino. Desgostaparticularmente do poder que a Câmara dos Comunspossui e da dependência dos soberanos a umparlamento ( o rei não pode subir impostos ou desviarverbas importantes sem a sua aprovação ). Inábil paramanipular estas forças, faz várias tentativas para acabarou reduzir os seus poderes, mas todas estas políticas deforça tiveram resultados completamente opostos aosesperados por Jaime L Em 1628, o parlamento, em certamedida para se proteger dos ataques do rei, adquirirauma coesão inabalável e se, até agora, os membros dacâmara dos comuns eram eleitos individualmente, eatravés da sua posição nos seus distritos, começamagora a definir-se os primeiros traços claros para o queseria um primeiro esboço de um sistema de partidospolíticos. O primeiro a emergir como tal foi o dospuritanos, liderado por Pym.

Os Levellers

. A situação da agricultura inglesa nos últimos anos doreinado de Isabel não era a melhor. Anos com colheitas

pobres e destruídas e a proliferação de pestesprovocavam o descontentamento dos camponeses quese erguiam contra o sistema de produção e gestão dasterras em vigor. As revoltas destes camponeses, autointitulados Levellers ainda que tenham começado "antesfoi durante o reinado de Jaime e, posteriormente,durante a Guerra Civil, que tiveram a sua máximaactividade. Estes movimentos populares eram uma claraoposição à política centralista do rei e tiveram um papelessencial no caminho para a revolução puritana.

A Inglaterra Isabelina e "Coriolano"

Supõe-se que Shakespeare escreveu o "Coriolano" em1908, quando Jaime tentava impôr-se como rei deInglaterra. Por coincidência ou deliberadamente, asituação de Roma de 500 anos a.c., como nos é descritana peça, é muito idêntica à que se vivia no século XVIIem Inglaterra. Em ambas as histórias podemosencontrar uma luta de classes, entre uma nova eemergente, a burguesia e uma velha e aristocrática. Asrevoltas pelo pão que se viviam em Inglaterra abrem a

peça de Shakespeare como romanas. Em ambos ospaíses, separados por 2000 anos de história, o jogojoga-se entre o centralismo político e uma outra visãodo poder, mais próxima da democracia.

O sistema de eleição dos cônsules romanoscomo é descrito por Shakespeare é em .quase tudoidêntico ao que se praticava na câmara dos comunsIsabelina e Coriolano representa, tal como Jaime, ovelho poder em queda. Jaime I referir-se-à a algunsmembros do parlamento com "Tribunos do povo, cujasbocas não podem ser caladas." Em "Coriolano" quantasvezes se pode encontrar a mesma ideia? Quanto aopapel que o povo teve na tragédia de Coriolano,também na Inglaterra de Shakespeare, trinta anosdepois da peça ser escrita, uma multidão organizada porPym terá uma influência decisiva no julgamento deStratfford, visto como um inimigo do povo.

BIBLIOGRAFIA:

Bindoff, S.T. (1950), Tudor England: Penguin BooksTrevelyan, G.M., A Short Ris tory 01England: Penguin

, Books

Trevelyan, G.M. (1973), Ristoire Socia1e D'Angleterre,trad. de Odile Demange: Robert Laffont

Jaime I (1566-1625)Reinou entre 1603-1625

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