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Fundação Oswaldo Cruz Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães Departamento de Saúde Coletiva
Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva
Pernambuco como pólo de atração para médicos no Programa de Interiorização do
Trabalho em Saúde (PITS)
Recife, 2004
Maria da Penha Rodrigues dos Santos
MARIA DA PENHA RODRIGUES DOS SANTOS
Pernambuco como pólo de atração para médicos no Pro grama de
Interiorização do Trabalho em Saúde (PITS)
Monografia apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Especialista no Curso de Pós-graduação latu sensu de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva CPqAM/FIOCRUZ/MS. Orientadora : Dra. Maria Alice Fernandes Branco.
Recife – 2004
MARIA DA PENHA RODRIGUES DOS SANTOS
Pernambuco como pólo de atração para médicos no Pro grama de
Interiorização do Trabalho em Saúde (PITS)
Monografia aprovada como requisito parcial à obtenção do título de Especialista no Curso de Pós-Graduação latu sensu de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva CPqAM/FIOCRUZ/MS, pela Comissão formada pelos Professores:
Recife, 23 de março de 2004.
Orientador: ___________________
Drª Maria Alice Fernandes Branco CPqAM-FIOCFRUZ
Debatedor: _____________________
Romulo Maciel Filho CPqAM-FIOCFRUZ
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais que sempre me incentivaram a buscar meus próprios caminhos;
Á Fábio por seu incentivo e companheirismo;
À Eduarda Cesse e Carlos Pontes, coordenadores da Residência, pela confiança
em mim depositada;
Aos demais professores do NESC pelos momentos inesquecíveis de
aprendizado;
Aos funcionários da administração e serviços do NESC que organizam a infra-
estrutura necessária ao andamento da Residência, em especial à Janice e Nalva;
À Mégine pela ajuda na formatação desse trabalho;
À Romero e Virgínia sempre tão atenciosos e generosos;
Aos amigos da Residência com os quais eu compartilhei alegrias e tristezas ao
longo desses dois anos;
À Vângela pela enorme disposição em ajudar;
À Alice Branco que, mesmo distante fisicamente, esteve presente em cada trecho
desse trabalho, exercendo seu papel de orientadora de forma brilhante.
RESUMO
SANTOS, M. P. R. Pernambuco como pólo de atração para médicos no Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde (PITS). Recife, 2004. 61 p. Monografia (Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva). NESC/CpqAM/FIOCRUZ/MS
Este estudo tem por objetivo discutir a inserção de municípios do estado de Pernambuco como pólo de atração para médicos, no âmbito do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde (PITS). Foram utilizados os dados referentes ao processo seletivo do PITS realizado em fevereiro de 2001. A análise concentrou esforços na construção do perfil dos médicos que optaram por trabalhar em Pernambuco, buscando confrontá-lo com os dados dos demais médicos inscritos. São também caracterizados os municípios pernambucanos selecionados pelo PITS, procurando descrever o seu grau de atratibilidade para os médicos do Programa. Identificam-se os aspectos mais relevantes aí encontrados, tomando-se como referencial a discussão teórica sobre o problema da má distribuição de médicos no país. Procura-se, assim, oferecer subsídios para a formulação e implantação de iniciativas que visem atrair médicos para as áreas de maior precariedade econômica e social. As conclusões demonstram que há peculiaridades no perfil dos médicos que optaram por Pernambuco, as quais apontam para a necessidade de novos estudos que aprofundem o tema. Ressaltam ainda que a atratibilidade de Pernambuco foi relativa, visto que o estado não atraiu médicos das outras regiões, em especial do sudeste, sabidamente a região detentora do maior número de profissionais dessa categoria.
SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................ 6
1 INTRODUÇÃO........................................................................................ 8
1.1 Objetivos ................................................................................................ 8
1.1.1 Objetivo Geral......................................................................................... 8
1.1.2 Objetivos Específicos.............................................................................. 8
2 A DISTRIBUIÇÃO DE MÉDICOS NO BRASIL ..................................... 9
3 ESTRATÉGIAS, DIRETRIZES E ORGANIZAÇÃO DO PROGRAMA
DE INTERIORIZAÇÃO DO TRABALHO EM SAÚDE ...........................
13
4 METODOLOGIA.................................................................................... 17
4.1 Objeto e desenho do estudo.................................................................. 17
4.2 Instrumentos e fontes de dados............................................................. 18
4.3 Fases do estudo.................................................................................... 18
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................ 19
6 CONCLUSÕES..................................................................................... 56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 59
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
6
1. INTRODUÇÃO
A atual política de saúde do Brasil busca implantar um novo modelo de atenção
centrado na vigilância e promoção da saúde. A Norma Operacional Básica 01/96
(NOB/SUS 01/96) e a Norma Operacional de Assistência à Saúde (NOAS 01/2002)
constituem-se como importantes mecanismos indutores da conformação desse novo
modelo, na medida em que disciplinam o processo de organização da atenção à
saúde, com ênfase na consolidação da direção única em cada esfera de governo e
na construção de uma rede regionalizada e hierarquizada de serviços (BRASIL.
Portaria,1996; BRASIL. Portaria, 2002).
A prioridade atribuída à atenção básica tem conferido ao Programa de Saúde da
Família (PSF) o caráter de principal estratégia de reorganização do sistema,
incorporando e reafirmando os princípios de universalidade, regionalização e
hierarquização do Sistema Único de Saúde (SUS). A operacionalização do PSF,
criado em 1994, estrutura-se sob a lógica da promoção à saúde, superando a
concepção curativo-assistencial e enfocando as condições de vida da população
como parte do processo saúde-doença. Além do caráter substitutivo das práticas
tradicionais de assistência, o PSF ainda prevê a territorialização e o cadastramento
das famílias, a integralidade e a hierarquização da atenção e a formação de uma
equipe multiprofissional composta, no mínimo, por um médico, um enfermeiro, um
auxiliar de enfermagem e quatro a seis agentes comunitários de saúde (BRASIL.
Ministério da Saúde, 2003).
A prioridade conferida ao Programa pode ser verificada pelo aporte de recursos
destinados, a cada ano, para sua implantação. Em 1998, esses recursos foram da
ordem de 218 milhões de reais, ultrapassando, a partir de 2001, a cifra de um bilhão
de reais (BRASIL. Ministério da Saúde, 2001).
Entretanto, a expansão do PSF ainda enfrenta uma grande dificuldade que é a
ausência de recursos humanos em municípios com precárias condições econômicas
e sociais, particularmente naqueles mais distantes dos grandes centros urbanos e
com dificuldades de acesso.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
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Embora o Brasil possua, hoje, uma relação de médico por habitante bastante
confortável (1/594 hab.)1, percebe-se que, enquanto há municípios com sobre-oferta
de serviços e profissionais, algumas áreas do território nacional são desprovidas de
serviços de saúde ou os têm de forma precária, sobretudo no Norte, Centro-Oeste e
Nordeste (PAIM, 1994; OLIVEIRA, MOYSÉS, 2000).
Essa heterogeneidade na distribuição dos profissionais de saúde no país, sobretudo
médicos, dificulta a implantação do PSF em diversos municípios. Foi com o objetivo
de ampliar sua cobertura que o Ministério da Saúde implantou, em fevereiro de
2001, o Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde (PITS), criado pelo
Decreto presidencial nº 3.745 (BRASIL. Decreto, 2001).
O PITS, que se encontra no terceiro ano de implantação, tem como proposta levar
médicos e enfermeiros a locais distantes dos grandes centros por meio de incentivos
financeiros e de formação profissional (BRASIL. Ministério da Saúde, 2001)
No primeiro ano de sua implantação, o Programa contemplou 150 municípios das
regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e do norte do estado de Minas Gerais.
Dentre os estados da região Nordeste, Pernambuco foi contemplado com dez
municípios: Alagoinha, Capoeiras, Iati, Inajá, Itaquitinga, Jataúba, Lagoa do Itaenga,
Manari, Terezinha e Sairé.
Neste estudo, analisa-se em que medida os municípios do estado de Pernambuco
funcionaram como pólo de atração para médicos, no âmbito do PITS. A
identificação do perfil dos profissionais que se interessaram por atuar no estado,
bem como das características dos municípios que apresentaram maior ou menor
atratibilidade, pode contribuir para a formulação de políticas que busquem incentivar
a melhor distribuição desses profissionais em nosso país, particularmente na região
Nordeste.
1 Indicador calculado com base no número de médicos ativos, no ano de 2002, segundo dados do Conselho Federal de Medicina (CFM), e população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o mesmo ano.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
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1.1. Objetivos 1.1.1 Geral
Discutir a inserção de municípios do estado de Pernambuco como pólo de atração
para médicos, no âmbito do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde
(PITS), em relação ao perfil desses profissionais.
1.1.2 Específicos
• Descrever e analisar o perfil dos médicos que optaram por trabalhar no PITS,
em Pernambuco, no processo seletivo de 2001;
• Relacionar o perfil desses médicos com os demais profissionais da mesma
categoria inscritos no Programa;
• Caracterizar os municípios do estado de Pernambuco selecionados pelo
Programa, no ano de 2001, descrevendo seu grau de atratibilidade para os
médicos do Programa.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
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2. A DISTRIBUIÇÃO DE MÉDICOS NO BRASIL A discussão sobre os recursos humanos no setor saúde não é recente,
principalmente no que se refere aos médicos, destacando-se os problemas
referentes à oferta de profissionais e a sua distribuição geográfica.
A década de 60 ganha importância nesse contexto, caracterizando-se como o
período em que o Estado aumentou sua participação no setor saúde, assegurando o
acesso aos serviços de saúde a todos os trabalhadores formais. As mudanças na
atenção à saúde, no que tange à estrutura e dimensionamento, impunham a
necessidade de suprir esse novo sistema nacional de saúde com a quantidade e
qualidade de profissionais adequadas à estrutura desejada (MÉDICI, 1987;
GIRARDI, SANTANA, 1993).
O incremento de recursos humanos em saúde permeava tanto os discursos do
movimento sanitarista-desenvolvimentista quanto o assistencial-privatista. Em
relação aos profissionais de nível superior, o maior aporte numérico requerido era do
médico por ser considerado o pilar desse novo sistema (MÉDICI, 1986; 1987).
As necessidades de ampliação do número de médicos constavam nos próprios
instrumentos de planejamento das décadas de sessenta e setenta. Nesse sentido,
houve uma ampliação, com subsídios federais, do número e da capacidade
instalada das instituições formadoras, em especial as privadas, como meio de
aumentar o número de concluintes no campo da Medicina, inclusive buscando
remanejar os médicos para o interior do país (MÉDICI, 1987; BELTRÃO, 2000).
Paralelamente, os serviços privados de saúde receberam também um grande aporte
de recursos do governo federal, chegando a responder por 70% do investimento no
setor saúde. (MÉDICI, 1987).
Estratégias também foram tomadas para expandir a cobertura dos serviços públicos,
principalmente os serviços básicos. Em meados da década de 70, o Programa de
interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS), em convênio com
órgãos públicos de financiamento, como a Caixa Econômica Federal, foi criado com
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
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a missão de ampliar a capacidade instalada do setor público em saúde e interiorizar
esses serviços, em conjunto com os recursos humanos necessários, principalmente
para as regiões Norte e Nordeste; contudo, sua atuação foi muito tímida (MÉDICI,
1986).
A esse Programa sucederam-se outras iniciativas, como o PREV-SAÚDE (Programa
Nacional de Serviços Básicos de Saúde), o CONASP (Conselho Nacional de
Administração da Saúde Previdenciária) e as AIS (Ações Integradas de Saúde). Vale
a pena destacar a contribuição das AIS, já na década de 80, promovendo um
considerável aumento da capacidade instalada dos serviços básicos de saúde do
país, alem de representar um importante passo para a descentralização dos serviços
públicos de saúde (MÉDICI, 1987).
A expansão do número de estabelecimentos e profissionais de saúde, contudo, não
foi acompanhada de sua adequação às reais necessidades de saúde da população
brasileira, sendo hegemônico o modelo assistencial hospitalocêntrico (SCHRAIBER,
PEDUZZI, 1993).
A política de privilegiamento da assistência com características curativas e
individuais, veiculada por intermédio da Previdência Social, propiciou a criação de
um complexo médico-industrial centrado nas indústrias farmacêutica e de
equipamentos hospitalares (MÉDICI, 1987).
Vários autores (MACHADO, 1997; MEDICI, 1986; NOGUEIRA, 1987; SCHRAIBER,
PEDUZZI, 1993) compartilham a opinião de que muitos dos problemas enfrentados
ainda hoje no campo dos recursos humanos são decorrentes dessa época, onde a
prática dos estabelecimentos privados teve influência decisiva.
O modelo de assistência à saúde foi estruturado com uma efetiva divisão entre as
esferas pública e privada. Os estabelecimentos privados absorvem a quase
totalidade dos leitos disponíveis para internação. Já a rede ambulatorial é
predominantemente pública (GIRARDI, 1986; GIRARDI, 2002; OLIVEIRA, MOYSÉS,
2000).
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
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A distribuição da oferta de emprego é quase igual entre os setores público e privado.
Contudo, o setor público comparece com a maior parte do gasto com o pessoal de
saúde, seja através de emprego público ou a partir de credenciamento e contratos
com o setor privado (PAIM, 1994; SANTANA, 1996; OLIVEIRA, MOYSÉS, 2000).
Essa forma de organizar e financiar os serviços de saúde prioriza a especialização
do trabalho, constituindo segmentos especiais de mercado para cardiologistas,
gastroenterologistas, radiologistas, entre outras especialidades que necessitam de
tecnologia avançada, desfalcando o mercado de médicos generalistas (GIRARDI,
1986; SCHRAIBER, PEDUZZI, 1993).
A formação acadêmica tem contribuído para perpetuar a tendência tecnificada e
especializada da profissão médica, centrada no modelo flexneriano, que, segundo
Machado (1997, p. 58): “[...] estabelece estudos dos sistemas e órgãos isolados do corpo,
com a concepção de doença como processo individual, natural e biológico [...]”.
Beltrão, nesse contexto, afirma:
“[...] Neste modelo de formação, dissociado da realidade, torna-se difícil a inserção de
profissionais em atividades relacionadas à integralidade da atenção, que geralmente
requerem ações totalizadoras para garantir uma cobertura assistencial a contento [...]”
(BELTRÃO, 2000, p. 55).
A prioridade conferida a especialidades com alta incorporação tecnológica e a
concentração das instituições de ensino nos grandes centros urbanos do país
trazem, como conseqüência, uma má distribuição desses profissionais, que se
estabelecem nessas localidades, onde encontram a maior parte dessa tecnologia e
uma população com maior poder aquisitivo para comprar os seus serviços
(BELTRÃO, 2000; GIRARDI, 1986; MEDICI, 1986; MACHADO, 1997; NOGUEIRA,
1987; PIANCASTELLI, 2001; SCHRAIBER, PEDUZZI, 1993).
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A região Sudeste concentra o maior contingente dos médicos, com destaque para os
estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. Estima-se que existam aproximadamente
269 mil médicos em atividade no país. Cerca de 30% desses profissionais estão no
estado de São Paulo (GIRARDI, 2002).
A concentração dos médicos também ocorre dentro de uma mesma região, onde as
capitais são eleitas, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste, como os locais de
fixação desses profissionais. Em 1996, de acordo com a pesquisa Perfil dos médicos
no Brasil, Recife reunia 77,1% dos médicos (MACHADO, 1996). Dados do Conselho
Regional de Medicina de Pernambuco (CREMEPE) confirmam esses resultados,
pois do total de médicos inscritos (ativos), atualmente, nesse conselho, 69,43%
atuam na capital (Conselho Regional de Medicina de Pernambuco, 2003).
Costa (1978), citado por Beltrão (2000), relata a oferta de benefícios salariais pelo
FUNRURAL E INPS, no ano de 1975, aos profissionais residentes no interior, como
uma iniciativa tomada no estado de Pernambuco no sentido de reverter a má
distribuição de médicos, onde de um total de 1.086 médicos pertencentes à
Fundação de Saúde Amaury de Medeiros (FUSAM), 55% atuavam no Recife.
Atualmente estão sendo adotadas políticas que têm por objetivo induzir mudanças
na formação e distribuição dos profissionais de saúde, que se expressam nas
Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de graduação da área de saúde; na
diretriz do Curso de Medicina, Resolução n. 4 de 7 de novembro de 2001; na
Portaria Interministerial Nº 610/GM de 26 de março de 2002, criando o PROMED e
no Decreto Nº 3.745, de 5 de fevereiro, instituindo o Programa de Interiorização do
Trabalho em Saúde (PITS), destacado nesse estudo.
O PITS tem seus objetivos descritos no Art. 2º do referido Decreto:
I. Ampliar a cobertura das ações e serviços do Sistema Único de Saúde
(SUS);
II. Impulsionar a reorganização da atenção básica de saúde no país;
III. Fortalecer o Programa de Saúde da Família (BRASIL. Decreto, 2001).
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3. ESTRATÉGIAS, DIRETRIZES E ORGANIZAÇÃO DO PROGRAM A DE INTERIORIZAÇÃO DO TRABALHO EM SAÚDE O Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde (PITS) foi criado para atender
as populações de municípios desprovidos ou com precários serviços médicos e
sanitários, através da lotação de médicos e enfermeiros em seus territórios,
mediante incentivos financeiros e de formação profissional.
O caráter transitório de suas ações e a indução para que os estados e municípios
organizem suas ações, valendo-se, para tanto, da estratégia do PSF, configuram o
modelo e as características essenciais do Programa (BRASIL. Ministério da Saúde,
2001).
Com o intuito de elaborar uma proposta de operacionalização do PITS, foi criado um
Grupo de Trabalho através da Portaria nº 1162/GM, de 18 de outubro de 2000. A
sua composição foi descrita no Art. 2º dessa Portaria. O Grupo de Trabalho foi
constituído por um representante dos seguintes órgãos e instituições, além de
instâncias do Ministério da Saúde: Conselho Federal de Medicina (CFM);
Associação Médica Brasileira (AMB); Conselho Federal de Enfermagem (COFEn);
Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn); Associação Brasileira de Ensino
Médio (ABEM); Direção Nacional Executiva dos Estudantes de Medicina (DENEM);
Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS); Conselho
Nacional dos Secretários de Saúde (CONASS); Comunidade Ativa; Organização
Pan-Americana (OPAS); Ministério da Educação (MEC) ( BRASIL. Portaria, 2000).
O Programa foi instituído pelo Decreto Nº 3.745, de 5 de fevereiro de 2001 e
regulamentado pela Portaria Nº 227, de 16 de fevereiro de 2001 (BRASIL. Decreto,
2001; BRASIL. Portaria, 2001a). Conforme definido por essa mesma Portaria, o
Programa estruturou-se a partir de uma coordenação nacional vinculada ao
Ministério da Saúde e coordenações estaduais. A nível estadual participam
representantes dos pólos de capacitação, das coordenações estaduais do
PACS/PSF e dos Conselhos dos Secretários Municipais de Saúde (COSEMS).
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
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As regiões incluídas no Programa, no ano de 2001, foram o Norte e o Nordeste,
além do norte do estado de Minas Gerais. Os critérios de elegibilidade dos
municípios foram os seguintes:
� população de até 50 mil habitantes;
� ausência do Programa Saúde da Família;
� indicador de consulta/habitante/ano igual ou inferior a um;
� coeficiente de mortalidade infantil acima de 50 por mil nascidos vivos;
� área de prioridade para o controle de malária, tuberculose ou hanseníase;
� ser participante dos programas governamentais Comunidade Ativa ou Projeto
Alvorada, de combate à pobreza e à exclusão social
É importante destacar que a lista de municípios selecionados passou por apreciação
das Comissões Intergestores Bipartite de cada estado envolvido. Em seguida, com a
lista já aprovada por essas comissões, foram levantadas informações sobre a
existência de médicos nesses municípios.
A habilitação dos municípios ao Programa se deu mediante a celebração de um
Termo de Compromisso entre a Prefeitura e a Secretaria de Estado de Saúde,
homologado pelo Ministério da Saúde. As obrigações dos municípios e estados
habilitados constam na cláusula segunda do Termo de Compromisso. Merecem
destaque as obrigações dos municípios:
1. Promover a organização da atenção básica em seu território, contratando,
na forma da lei, os demais profissionais necessários a sua consecução ;
2. Garantir alimentação e moradia em condições de conforto e higiene
adequadas, de forma individualizada e exclusiva, aos participantes do
Programa em atividade em seu território;
3. Assegurar a disponibilidade de uma unidade básica de saúde para o
desenvolvimento das atividades inerentes ao Programa, provendo a sua
respectiva manutenção e limpeza;
4. Fornecer os equipamentos necessários para a prestação da atenção básica;
5. Viabilizar a realização de exames laboratoriais básicos de diagnóstico;
6. Assegurar o fornecimento de vacinas, medicamentos essenciais e outros
insumos básicos para o funcionamento da unidade;
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
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7. Garantir o quantitativo necessário de auxiliares de enfermagem e de agentes
comunitários de saúde, observadas as diretrizes do PACS;
8. Assegurar transporte adequado para o transporte de pacientes, de acordo
com a indicação médica;
9. Assegurar o suporte necessário para a referência e contra-referência;
10. Garantir o transporte dos integrantes do Programa para o desenvolvimento de
suas atividades no município.
Como estímulo à adesão ao Programa, foi repassado aos municípios um incentivo
adicional de 10 mil reais, por equipe implantada, além de incentivos à assistência
farmacêutica básica a exemplo do que ocorre com o Programa de Saúde da Família.
(BRASIL. Portaria, 2001b).
Aos profissionais também foram ofertados benefícios e incentivos definidos pela
Portaria Nº 227, de 16 de fevereiro de 2001(BRASIL. Portaria 2001a):
1. Curso introdutório de preparação para o desempenho de suas atividades
junto ao Programa, com carga horária de 80 horas;
2. Tutoria e supervisão continuadas, participação em cursos, material
institucional e bibliográfico;
3. Curso de especialização em Saúde da Família com carga horária de 360
horas presenciais e à distância;
4. Condições adequadas para o desempenho de suas atividades, tais como
instalações, equipamentos e insumos;
5. Certificado de participação do Programa;
6. Bolsa mensal, a título de incentivo e ajuda de custo, de acordo com
critérios de distância do município de atuação para a capital e vias de
acesso, assim definidos pela coordenação nacional;
7. Seguro obrigatório de vida e acidentes pessoais, correspondente ao
período de participação no Programa;
8. Moradia, alimentação e transporte para o desenvolvimento de suas
atividades.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
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A mobilização dos profissionais foi feita, principalmente, através de campanhas
publicitárias veiculadas em emissoras de rádio e televisão. Foram também
divulgados anúncios em jornais e revistas de circulação nacional. Outro canal de
comunicação adotado foi a internet, onde, na página do Ministério, era possível obter
informações sobre o Programa.
A inscrição dos candidatos para o Programa de interiorização do Trabalho em Saúde
foi realizada exclusivamente pela internet, em programa criado especificamente para
esse fim, pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS) e inserido na
página do Ministério. O site continha todas as informações sobre o Programa,
regulamento, processo de inscrição e seleção. Apresentava também informações
sobre todos os municípios selecionados, como localização, mapa, dados geográficos
e de população, vias de acesso, indicadores de saúde, de educação e de
saneamento básico. É importante salientar que os candidatos deviam escolher o
município de preferência de lotação na inscrição.
O processo seletivo foi realizado pela Comissão Nacional de Seleção, instituída pela
Portaria Nº 6, de 21 de fevereiro de 2001 (BRASIL. Portaria, 2001c) e contou com o
apoio das coordenações estaduais e pólos de capacitação do PACS/PSF, bem
como das Instituições de ensino superior nos estados. Esse processo compreendeu
avaliação curricular e entrevista.
O Programa se encontra no terceiro ano de implantação. Em 2001, foi estabelecido,
pelo Ministério da Saúde, o número máximo de 150 municípios participantes. Foram,
então, lotadas 167 equipes completas. A população total beneficiada, nesse ano, foi
de 1.536.826 habitantes, em 16 estados brasileiros (BRASIL. Ministério da Saúde,
2001).
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
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4. METODOLOGIA 4.1. Objeto e desenho do estudo
Trata-se de um estudo descritivo de corte transversal, baseado em dados
secundários, que tem como objeto o grau de atratibilidade dos municípios
pernambucanos, contemplados pelo Programa de Interiorização do Trabalho em
Saúde (PITS), para médicos de todo o país.
Os dados analisados são referentes ao processo seletivo do PITS realizado em
fevereiro de 2001. Tal escolha justifica-se pelo fato de ter sido este o primeiro ano de
implantação do Programa, cujo ineditismo, aliado a outros fatores, gerou grande
afluxo de interessados, de todas as regiões. Esse critério foi, ainda, reforçado
quando se verificou que no processo seletivo para o ano de 2002 o número de
inscritos reduziu-se em cerca de 40% (BRASIL, 2002b).
A caracterização dos municípios do estado de Pernambuco contemplados pelo
Programa foi realizada a partir da análise do comportamento dos mesmos em
relação aos critérios de inclusão mínimos exigidos pelo PITS, bem como levando-se
em conta os indicadores divulgados para os profissionais no momento da inscrição.
Não foram considerados os municípios que tenham desistido ou tenham sido
inseridos após o primeiro processo seletivo.
Já o levantamento do perfil dos profissionais considerou as seguintes variáveis:
sexo, idade, estado civil, nº de dependentes, região e estado de origem, região e
estado de graduação, tempo de formado, pós-graduação (por tipo e área temática),
experiência profissional (por natureza jurídica e área temática) e região e Unidade da
Federação de preferência de lotação.
O perfil dos médicos e dos municípios é apresentado sob a forma de gráficos e
quadros, visando facilitar a apresentação das variáveis selecionadas, concluindo-se
com a análise dos resultados obtidos.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
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4.2. Instrumentos e fontes de dados
A lista de municípios adotada consiste naquela divulgada pelo Ministério da Saúde,
na página eletrônica de inscrição para o Programa.
O perfil dos profissionais é traçado com base nas informações disponíveis nos
bancos de dados oficiais do PITS, bem como em documentos técnicos. O acesso a
estes dados foi possível em função da inserção da autora no projeto de pesquisa
Análise do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde (PITS) e de seus
instrumentos de informação e avaliação, coordenado por Romulo Maciel Filho e
Alice Branco, no âmbito do NESC/CPqAM/FIOCRUZ, única instituição com cópia
autorizada da base de dados.
4.3. Fases do estudo
Inicialmente, foi realizada a revisão bibliográfica, que contemplou o problema da
distribuição de médicos no Brasil e os fatores aí envolvidos, considerando-se o
contexto geral da formação desses profissionais e da intervenção governamental.
Ainda como parte da revisão bibliográfica, foram levantados os documentos
técnicos, relatórios e publicações sobre o Programa de Interiorização do Trabalho
em Saúde, visando descrever suas características de concepção, implantação e
funcionamento.
Foram, então, trabalhados os dados disponíveis nas bases de dados do Programa,
consolidando-os e estabelecendo as relações de análise para os propósitos do
estudo.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1. Perfil dos profissionais
No primeiro processo seletivo, realizado em fevereiro de 2001, foram registradas
15.488 inscrições, sendo 2.370 médicos (15,3%) e 13.118 enfermeiros (84,7%).
Foram oferecidas 300 vagas para médico e 300 para enfermeiro. No ato da
inscrição, 414 médicos optaram por trabalhar em municípios do estado de
Pernambuco, o que representa 17,5% do total de médicos inscritos.
O perfil dos médicos que optaram por trabalhar em Pernambuco possui poucas, mas
importantes singularidades, quando relacionado aos dados dos demais médicos
inscritos no PITS em 2001.
Para facilitar a análise, optou-se por categorizar esses profissionais em dois grupos:
� Grupo 1 = Médicos que optaram, na inscrição, por trabalhar em Pernambuco; � Grupo 2 = Demais médicos inscritos no PITS.
O PITS atraiu profissionais de todos os estados do país (quadros 1 e 2). A maioria
dos inscritos do grupo 2 era proveniente do Sudeste (42,42%), porém com
importante participação de profissionais oriundos da região Nordeste (35,23%). Na
região Sudeste, Rio de Janeiro e São Paulo foram os estados que se destacaram
com 18,44% e 14,98% respectivamente. Entre os estados nordestinos, Paraíba
(8,99%) e Pernambuco (8,35%) foram os mais relatados como local de procedência
pelos participantes que escolheram municípios fora de Pernambuco.
Já no caso daqueles que optaram por Pernambuco, há uma inversão dessa
tendência: o maior número de médicos que se interessaram pelo estado era
procedente da própria região Nordeste (60,39%), seguida da região Sudeste com
25,07% dos interessados. O estado de origem da maioria dos profissionais desse
grupo foi exatamente Pernambuco, com 42,03%. Ainda na região Nordeste se
destaca o estado de Alagoas, com 12,08%. Para os médicos provenientes da região
Sudeste, Pernambuco foi mais atraente para os que viviam no Rio de Janeiro
(13,53%). E não despertou o interesse de nenhum médico dos estados do
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
20
Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima, na Região Norte; Piauí e Rio Grande do
Norte, na Região Nordeste e Mato Grosso do Sul, na região Centro-Oeste.
Quadro 1. Distribuição dos médicos inscritos no PIT S que optaram por trabalhar em Pernambuco (grupo 1), segundo Unidade da Federação e Região de origem - 2001
Região UF Nº de
médicos inscritos
% de
médicos Acre 1 0,24
Amapá 1 0,24
NORTE Tocantins 3 0,72
Subtotal 5 1,21 Alagoas 50 12,08 Bahia 14 3,38 Ceará 3 0,72
Maranhão 1 0,24 Paraíba 5 1,21
Pernambuco 174 42,03
NORDESTE
Sergipe 3 0,72 Subtotal 250 60,39
Distrito Federal 4 0,97 Goiás 4 0,97
CENTRO-
OESTE Mato Grosso 1 0,24 Subtotal 9 2,17
Espírito Santo 2 0,48 Minas Gerais 15 3,62 Rio de Janeiro 56 13,53
SUDESTE São Paulo 39 9,42
Subtotal 112 27,05 Paraná 13 3,14
Santa Catarina 8 1,93
SUL Rio Grande do Sul 17 4,11
Subtotal 38 9,18 BRASIL 414 100,00
Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde, 2001.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
21
Quadro 2. Distribuição dos demais médicos inscritos no PITS (grupo 2), segundo Unidade da Federação e Região de origem – 2001
Região UF Nº de
médicos inscritos
% de
médicos Acre 24 1,01
Amapá 13 0,55 Amazonas 19 0,80
Pará 88 3,71 Rondônia 7 0,30 Roraima 5 0,21
NORTE
Tocantins 11 0,46 Subtotal 167 7,05
Alagoas 64 2,70 Bahia 107 4,51 Ceará 89 3,76
Maranhão 77 3,25 Paraíba 213 8,99
Pernambuco 198 8,35 Piauí 21 0,89
Rio Grande do Norte 54 2,28
NORDESTE
Sergipe 12 0,51 Subtotal 835 35,23
Distrito Federal 57 2,41 Goiás 74 3,12
Mato Grosso 14 0,59
CENTRO-
OESTE Mato Grosso do Sul 20 0,84
Subtotal 165 6,96 Espírito Santo 33 1,39 Minas Gerais 180 7,59 Rio de Janeiro 437 18,44
SUDESTE
São Paulo 355 14,98 Subtotal 1.005 42,41
Paraná 68 2,87 Santa Catarina 33 1,39
SUL
Rio Grande do Sul 97 4,09 Subtotal 198 8,35 BRASIL 2.370 100,00
Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde, 2001.
Os participantes do processo seletivo do PITS, de ambos os grupos, pertenciam, em
sua maioria, ao sexo masculino (gráficos 1 e 2), embora entre os que escolheram
Pernambuco possa ser observado maior equilíbrio entre os dois sexos.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
22
Gráfico 1. Distribuição dos médicos inscritos no PI TS que optaram por trabalhar em Pernambuco (grupo 1), por sexo – 2001
Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do trabalho em Saúde, 2001.
Gráfico 2. Distribuição dos demais médicos inscrito s no PITS (grupo 2) , por sexo –
2001
Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde. O Programa atraiu profissionais de todas as idades (gráficos 3 e 4). No entanto, a
maioria dos participantes, em ambos os grupos, encontrava-se abaixo dos 40 anos.
Observa-se, ainda, que no grupo dos médicos que optaram por Pernambuco, quase
30% tinham menos de 30 anos de idade, participação essa maior em
aproximadamente cinco pontos percentuais em relação ao outro grupo.
43,3%
56,7%
F
M
48,3%
51,7%
F
M
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
23
Gráfico 3. Distribuição dos médicos inscritos no PI TS que optaram por trabalhar em Pernambuco (grupo 1), por faixa etária – 2001.
28,74
35,75
21,50
13,29 0,72 MENOS DE 30 ANOS
ENTRE 30 E 40
ENTRE 41 E 50
MAIS DE 50
SEM INFORMAÇÃO
Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do trabalho em Saúde, 2001.
Gráfico 4. Distribuição dos demais médicos inscrito s no PITS (grupo 2), por faixa etária – 2001.
25,33
36,36
21,25
16,19 0,87 MENOS DE 30 ANOS
ENTRE 30 E 40
ENTRE 41 E 50
MAIS DE 50
SEM INFORMAÇÃO
Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde, 2001.
Com relação ao estado civil (Gráficos 5 e 6), houve um equilíbrio entre solteiros e
casados no grupo 1, havendo uma maior participação dos médicos casados no
grupo 2.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
24
45,4% 43,0%
0,9%10,7% Solteiro
Casado
Separado/div.
Viúvo
Gráfico 5. Distribuição dos médicos inscritos no PI TS que optaram por trabalhar em Pernambuco (grupo 1), por estado civil – 2001
43,00
42,51
13,77 0,72
Solteiro
Casado
Separado oudivorciado
Viúvo
Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do trabalho em Saúde, 2001.
Gráfico 6. Distribuição dos demais médicos inscrito s no PITS (grupo 2), por estado civil – 2001
Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde, 2001.
Foram próximos, em ambos os grupos, os percentuais de médicos que declararam
não possuir nenhum dependente (47 e 48%, respectivamente) e de profissionais que
possuíam entre 1 e 3 dependentes (44%, nos dois grupos) (gráficos 7 e 8).
Gráfico 7. Distribuição dos médicos inscritos no PI TS que optaram por trabalhar em Pernambuco (grupo 1), segundo número de dependentes – 2001
47,10
8,45
44,44
0
1 A 3
MAIS DE 3
Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do trabalho em Saúde, 2001.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
25
Gráfico 8. Distribuição dos demais médicos inscrito s no PITS (grupo 2), segundo número de dependentes – 2001
48,16
44,43
7,41
0
1 A 3
MAIS DE 3
Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde, 2001. Embora, em ambos os grupos, cerca de 36% dos profissionais possuíssem entre 5 a
10 anos de formado, os que optaram por Pernambuco concentraram o maior
percentual de recém-formados (até 4 anos), abarcando quase 25% dos médicos que
se interessaram pelo estado (gráficos 9 e 10). Tal característica é compatível com o
fato do estado ter despertado mais interesse entre profissionais com menos de 30
anos de idade, comparativamente ao conjunto dos demais médicos, como já
referido.
Gráfico 9. Distribuição dos médicos inscritos no PI TS que optaram por trabalhar em
Pernambuco (grupo 1), por tempo de formado – 2001
12,80
24,88
36,47
25,85 MENOS DE 1 ANO
1 A 4 ANOS
5 A 10 ANOS
MAIS DE 10 ANOS
Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do trabalho em Saúde, 2001.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
26
Gráfico 10. Distribuição dos demais médicos inscri tos no PITS (grupo 2), por tempo de formado – 2001
13,14
22,90
35,69
28,270,10
MENOS DE 1 ANO
1 A 4 ANOS
5 A 10 ANOS
MAIS DE 10 ANOS
SEM INFORMAÇÃO
Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do trabalho em Saúde, 2001. Quase 60% dos médicos que optaram por Pernambuco se graduaram na região
Nordeste, seguida do Sudeste com 23,19% (quadro 3). E foi no próprio estado de
Pernambuco que a maioria dos médicos que optaram pelo estado se formou
(40,34%). É importante ressaltar, no entanto, que no caso dos profissionais do PITS
que escolheram municípios em outros estados, apenas 2,3% haviam se formado em
Pernambuco (quadro 4). Seguindo com a análise do grupo 1, observa-se que dentre
os que se formaram na região Sudeste, o estado com maior participação foi o Rio de
Janeiro, com 12,56%.
No grupo 2 houve uma inversão, que reproduz a mesma tendência observada com
relação à procedência geográfica dos profissionais, já discutida anteriormente, ou
seja, o Sudeste foi a região de graduação da maior parte dos médicos inscritos
(43,66%), enquanto a região Nordeste, com 30,03%, foi a segunda região mais
relatada por esse grupo (quadro 4). O Rio de Janeiro, mais uma vez, aparece como
o estado da região Sudeste que mais formou profissionais (23,9%), enquanto no
Nordeste destaca-se a Paraíba, com 12,72%.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
27
Quadro 3. Distribuição dos médicos inscritos no PIT S que optaram por trabalhar em Pernambuco (grupo 1), segundo Unidade da Federação e Região de graduação – 2001
Região UF Nº de
médicos inscritos
% de
médicos Acre 10 2,42
Amazonas 2 0,48
NORTE Pará 4 0,97
Subtotal 16 3,87 Alagoas 52 12,56 Bahia 12 2,90 Ceará 2 0,48
Maranhão 1 0,24 Paraíba 11 2,66
Pernambuco 167 40,34
NORDESTE
Sergipe 3 0,72 Subtotal 248 59,9
Distrito Federal 1 0,24 Goiás 3 0,72
CENTRO-
OESTE Mato Grosso do Sul 1 0,24
Subtotal 5 1,2 Espírito Santo 4 0,97
Minas Gerais 16 3,86 Rio de Janeiro 52 12,56
SUDESTE São Paulo 24 5,80
Subtotal 96 23,19 Paraná 10 2,42
Santa Catarina 2 0,48
SUL Rio Grande do
Sul 18 4,35 Subtotal 30 7,25
Sem informação
19 4,59 BRASIL 414 100,00
Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde, 2001.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
28
Quadro 4. Distribuição dos demais médicos inscritos no PITS (grupo 2), segundo Unidade da Federação e Região de graduação – 2001
Região UF Nº de
médicos inscritos
% de
médicos Acre 66 3,37
Amazonas 18 0,92 NORTE
Pará 106 5,41 Subtotal 190 9,7
Alagoas 25 1,28 Bahia 82 4,19 Ceará 51 2,60
Maranhão 67 3,42 Paraíba 249 12,72
Pernambuco 46 2,35 Piauí 22 1,12
Rio Grande do Norte 37 1,89
NORDESTE
Sergipe 9 0,46 Subtotal 588 30,03
Distrito Federal 20 1,02 Goiás 34 1,74
Mato Grosso 6 0,31
CENTRO-OESTE Mato Grosso do
Sul 15 0,77 Subtotal 75 3,84
Espírito Santo 30 1,53 Minas Gerais 161 8,22 Rio de Janeiro 468 23,90
SUDESTE São Paulo 196 10,01
Subtotal 855 43,66 Paraná 49 2,50
Santa Catarina 16 0,82
SUL Rio Grande do
Sul 100 5,11 Subtotal 165 8,43
Sem informação 85 4,34 BRASIL 1871 100,00
Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde, 2001. O perfil de pós-graduação é muito semelhante nos dois grupos (gráficos 11 e 12).
Cerca de 68% dos profissionais, em ambos os casos, não haviam feito nenhum
curso de pós-graduação. Entre os que cursaram, aproximadamente 30%, nos dois
casos, fizeram especialização.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
29
Gráfico 11. Distribuição dos médicos inscritos no P ITS que optaram por trabalhar em Pernambuco (grupo 1), segundo curso de pós-graduaçã o – 2001
29,71
0,72
68,85 0,72
ESPECIALIZAÇÃO
MESTRADO
DOUTORADO
SEM PÓS-GRADUAÇÃO
Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde.
Gráfico 12. Distribuição dos demais médicos inscrit os no PITS (grupo 2), segundo curso de pós-graduação - 2001
29,72
1,6967,88 0,71
ESPECIALIZAÇÃO
MESTRADO
DOUTORADO
SEM PÓS-GRADUAÇÃO
Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde, 2001. No caso dos que possuíam pós-graduação, as áreas temáticas dos cursos
realizados também são semelhantes nos dois grupos, concentrando-se em clínica
especializada (grupo 1= 26,72% e grupo 2= 25,28%), Medicina do Trabalho (grupo
1= 9,92% e grupo 2= 11,92%) e Pediatria (grupo 1= 12,21% e grupo 2= 11,13%)
(quadros 5 e 6).
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
30
Quadro 5 - Distribuição dos médicos inscritos no PI TS que optaram por trabalhar em Pernambuco (grupo 1), segundo área temática da pós-graduação - 2001
ÁREA TEMÁTICA Nº de médicos
inscritos
% de médicos Administração 0 0,00
Administração Hospitalar 2 1,53
Vigilância Sanitária 1 0,76
Planejamento 1 0,76
Epidemiologia 0 0,00
Saúde Pública 8 6,11
Medicina do Trabalho 13 9,92 Ciências Biomédicas 1 0,76
Clínica Especializada 35 26,72 Vigilância Epidemiológica 1 0,76
Programa Saúde da Família 3 2,29
Medicina Comunitária 2 1,53
Clínica Básica 1 0,76
Pediatria 16 12,21 Obstetrícia/Ginecologia 11 8,40
Cirurgia 12 9,16
Clínica Médica/Geral 8 6,11
Saúde Coletiva 1 0,76
SEM INFORMAÇÃO 15 11,45
TOTAL 131 100,00 Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde, 2001.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
31
Quadro 6 . Distribuição dos demais médicos inscrito s no PITS (grupo 2), segundo área temática da pós-graduação - 2001
ÁREA TEMÁTICA
Nº de médicos inscritos
% de
médicos Administração 8 1,27 Administração Hospitalar 6 0,95 Vigilância Sanitária 2 0,32 Planejamento 6 0,95 Epidemiologia 7 1,11 Saúde Pública 69 10,97 Medicina do Trabalho 75 11,92 Ciências Biomédicas 9 1,43 Clínica Especializada 159 25,28 Vigilância Epidemiológica 1 0,16 Programa Saúde da Família 16 2,54 Medicina Comunitária 8 1,27 Clínica Básica 12 1,91 Pediatria 70 11,13 Obstetrícia/Ginecologia 57 9,06 Cirurgia 35 5,56 Clínica Médica/Geral 45 7,15 Saúde Coletiva 5 0,79 SEM INFORMAÇÃO 39 6,20
TOTAL 629 100,00 Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde, 2001. Embora nos dois grupos a maioria dos médicos não possuísse experiência
profissional anterior (gráficos 13 e 14), no caso dos que optaram por Pernambuco o
percentual é um pouco mais elevado (grupo 1= 55,06% e grupo 2= 52,42%),
mostrando-se, mais uma vez, coerente com a pouca idade dos profissionais que o
estado atraiu. Os mesmos gráficos mostram que, entre os que possuíam
experiência, cerca de 31%, nos dois grupos, haviam atuado no setor público.
Pernambuco atraiu menos profissionais oriundos do setor privado do que os demais
estados da Federação (9,65% e 12,8%, respectivamente).
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
32
Gráfico 13. Distribuição dos médicos inscritos no P ITS que optaram por trabalhar em Pernambuco (grupo 1), segundo experiência profissio nal – 2001
55,06%
1,23%0,46%
9,65%
31,36%2,25% PÚBLICA
PRIVADA
ONG
OUTRAS
SEM EXPERIÊNCIA
SEM INFORMAÇÃO
Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde, 2001.
Gráfico 14 - Distribuição dos demais médicos inscri tos no PITS (grupo 2), segundo experiência profissional – 2001.
52,42%
2,66% 0,24%
12,8%
31,88% PÚBLICA
PRIVADA
ONG
OUTRAS
SEM EXPERIÊNCIA
Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde, 2001. No que se refere às áreas temáticas da experiência profissional, é possível observar
que, nos dois grupos, a clínica médica/geral, a clínica especializada e o Programa
Saúde da Família aparecem como as áreas apontadas pelo maior número de
inscritos, chamando atenção para a grande quantidade de profissionais com atuação
na clínica médica (grupo 1= 23,23% e grupo 2= 30,34%). Apesar das semelhanças
descritas, foi possível observar que, em relação aos médicos que optaram por outros
estados, Pernambuco atraiu mais profissionais com experiência em administração
hospitalar e cirurgia, sendo relativamente menos interessante para aqueles com
experiência em saúde da família e pediatria (Quadros 7 e 8).
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
33
Quadro 7. Distribuição dos médicos inscritos no PIT S que optaram por trabalhar em Pernambuco (grupo 1), segundo área temática predomi nante da experiência
profissional - 2001
ÁREA TEMÁTICA
Nº de médicos inscritos
% de
médicos Administração 1 0,51 Administração Hospitalar 9 4,55 Vigilância Sanitária 1 0,51 Planejamento 0 0,00 Epidemiologia 1 0,51 Saúde Pública 16 8,08 Medicina do Trabalho 5 2,53 Ciências Biomédicas 4 2,02 Clínica Especializada 29 14,65 Vigilância Epidemiológica 0 0,00 Programa Saúde da Família 16 8,08 Medicina Comunitária 3 1,52 Clínica Básica 6 3,03 Pediatria 14 7,07 Obstetrícia/Ginecologia 10 5,05 Cirurgia 8 4,04 Clínica Médica/Geral 46 23,23 Saúde Coletiva 2 1,01 SEM INFORMAÇÃO 27 13,64 TOTAL 198 100,00
Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde, 2001.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
34
Quadro 8. Distribuição dos demais médicos inscritos no PITS (grupo 2), segundo área temática predominante da experiência profissional – 2001
ÁREA TEMÁTICA BRASIL
N. % Administração 12 1,36 Administração Hospitalar 9 1,02 Vigilância Sanitária 3 0,34 Planejamento 4 0,45 Epidemiologia 3 0,34 Saúde Pública 66 7,50 Medicina do Trabalho 23 2,61 Ciências Biomédicas 10 1,14 Clínica Especializada 127 14,43 Vigilância Epidemiológica 3 0,34 Programa Saúde da Família 104 11,82 Medicina Comunitária 16 1,82 Clínica Básica 42 4,77 Pediatria 94 10,68 Obstetrícia/Ginecologia 62 7,05 Cirurgia 12 1,36 Clínica Médica/Geral 267 30,34 Saúde Coletiva 11 1,25 SEM INFORMAÇÃO 12 1,36 TOTAL 880 100,00
Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde, 2001. Dentre os municípios oferecidos para lotação, os candidatos escolheram
majoritariamente aqueles localizados na região Nordeste (35,23%), com maior
preferência, nessa região, pelo estado da Paraíba (quadro 9). Considerando-se
todas as regiões, Pernambuco foi, entre os estados contemplados pelo PITS, o
terceiro em ordem de preferência de lotação (13,42%). O primeiro foi Minas Gerais
com 18,10% e o segundo, a Paraíba, com 15,15%.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
35
Quadro 9 - Distribuição dos médicos inscritos no PI TS, segundo preferência de lotação nas Regiões e Unidades da Federação contemp ladas pelo Programa – 2001.
Região UF Nº de
médicos inscritos
% de
médicos Acre 66 2,78
Amapá 39 1,65 Amazonas 52 2,19
Pará 93 3,92
NORTE
Roraima 20 0,84 Subtotal 270 7,05
Bahia 110 4,64 Ceará 202 8,52
Maranhão 195 8,23 Paraíba 359 15,15
Pernambuco 318 13,42 Piauí 22 0,93
NORDESTE
Rio Grande do Norte
138 5,82
Subtotal 1344 35,23 Goiás 153 6,46
Mato Grosso 35 1,48
CENTRO-OESTE
Mato Grosso do Sul
105 4,43
Subtotal 293 6,96 SUDESTE Minas Gerais 429 18,10 Subtotal 429 18,10
Sem informação 34 1,44
BRASIL 2.370 100,00 Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde, 2001. 5.2. Caracterização e atratibilidade dos municípios Foram 10 os municípios pernambucanos selecionados pelo PITS em 2001:
Alagoinha, Capoeiras, Iati, Inajá, Itaquitinga, Jataúba, Lagoa do Itaenga, Manari,
Sairé e Terezinha. A situação de todos esses municípios é precária, o que justifica a
inclusão no Programa, mas há diferenças que devem ser consideradas e que podem
ter influído na escolha dos médicos.
No ato da inscrição, pela Internet, os profissionais tinham acesso a um conjunto de
indicadores e informações sociais, econômicas, demográficas, epidemiológicas e
sobre a situação de saúde no município. Como já foi referido, Pernambuco foi o 3º
estado segundo a preferência de lotação dos candidatos. Do total de 414 médicos
optantes por Pernambuco, na ocasião da inscrição, 27,78% elegeram o município de
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
36
Itaquitinga para desenvolver seus trabalhos; Lagoa do Itaenga foi o 2º em ordem de
preferência, com 24,64%. Destacaram-se ainda Alagoinha, com 12.32% e Sairé,
com 11,35% (Quadro 1).
Quadro 10. Distribuição dos municípios pernambucano s contemplados pelo PITS segundo percentual de inscritos - 2001
Municípios Inscritos
(%) Alagoinha 12,32 Capoeiras 4,83 Iati 3,38 Inajá 2,66 Itaquitinga 27,78 Jataúba 4,59 Lagoa do Itaenga 24,64 Manari 1,93 Sairé 11,35 Terezinha 6,52
Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde, 2001.
Diante dos diferentes potenciais de atratibilidade apresentados no quadro 10, foi
feita a categorização dos municípios em dois grupos, buscando facilitar a
apresentação da análise dos dados:
� Grupo 1= Municípios que se mostraram mais atrativos para os médicos do
PITS que escolheram Pernambuco, nessa ordem: Itaquitinga, Lagoa do
Itaenga, Alagoinha e Sairé;
� Grupo 2 = Municípios que se mostraram menos atrativos, também em ordem
decrescente: Manari, Inajá, Iati, Jataúba, Capoeiras e Terezinha.
Com o intuito de caracterizar os municípios, foram considerados alguns indicadores
sociais, demográficos, de educação, de assistência e de saúde. Embora já referido
na metodologia, deve-se ressaltar que o estudo reproduz, sem atualizar, os mesmos
indicadores aos quais os profissionais tiveram acesso quando se inscreveram no
Programa. Isso significa que os indicadores referem-se sempre ao último ano com
dados disponíveis, na ocasião, para cada tema. No caso dos indicadores de
abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo os dados referem-se
a 1991, ano do então último Censo Demográfico disponível, já que o Censo de 2000
ainda encontrava-se sendo tabulado pelo IBGE.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
37
Em todos os municípios dos dois grupos havia energia elétrica e rede telefônica.
Todos se encontravam, na ocasião, habilitados na condição de gestão plena da
atenção básica. Em nenhum desses municípios havia equipe do Programa de Saúde
da Família.
O agreste foi a região de Pernambuco com o maior número de municípios
contemplados pelo PITS: Alagoinha, Capoeiras, Iati, Jataúba, Sairé e Terezinha. A
zona da mata e o sertão foram contemplados com 02 municípios: Itaquitinga e
Lagoa do Itaenga (zona da mata); Inajá e Manari (sertão) (Figura 1).
Figura 1. Distribuição dos municípios pernambucanos contemplados pelo PITS segundo distância da capital
Fonte: IBGE, 2000.
A distância da capital foi um dos parâmetros para definição do valor da bolsa a ser
recebida pelos profissionais, aumentando em virtude dessa distância, como um
incentivo para que os municípios mais afastados das capitais também fossem
selecionados pelos candidatos. O grupo dos municípios que se mostraram mais
atrativos para os médicos concentrou os três mais próximos do Recife, sendo
importante destacar que os dois municípios menos atrativos do estado (Manari e
Inajá - grupo 2) são também os mais distantes da capital (quadros 11 e 12).
Inajá Manari
Iati Terezinha
Capoeiras
Alagoinha Jataúba
Sairé
Lagoa do Itaenga
Itaquitinga
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
38
Quadro 11. Distribuição dos municípios pernambucano s do PITS com maior índice de atração de médicos (grupo 1), segundo percentual de atratibilidade e distância da
capital
Municípios
Percentual de atratibilidade Distância da capital ( Km)
Itaquitinga 27,78 69
Lagoa Do Itaenga 24,64 77
Alagoinha 12,32 214
Sairé 11,35 104 Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde, 2001. Quadro 12. Distribuição dos municípios pernambucano s do PITS com menor índice de
atração de médicos (grupo 2), segundo percentual de atratibilidade e distância da capital
Municípios
Percentual de atratibilidade Distância da capital ( Km)
Manari 1,93 342 Inajá 2,66 379 Iati 3,38 276
Jataúba 4,59 212 Capoeiras 4,83 239
Terezinha 6,52 254
Fonte: Base de dados do Programa de Interiorização do Trabalho em Saúde, 2001.
Os municípios que atraíram maior número de médicos (grupo 1) apresentam áreas
inferiores a 200 Km2, além de possuírem as maiores concentrações de habitantes
por Km2 (quadros 13 e 14).
Quadro 13. Distribuição dos municípios pernambucano s do PITS com maior índice de
atração de médicos (grupo 1), segundo área e densid ade demográfica - 1991
Municípios
Área (km)
Densidade demográfica
(hab./ km²) Itaquitinga 116 128,88 Lagoa Do Itaenga 62 321,1 Alagoinha 179 69,96 Sairé 198 66,57 Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 1991.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
39
Quadro 14. Distribuição dos municípios pernambucano s do PITS com menor índice de atração de médicos (grupo 2), segundo área e densid ade demográfica - 1991
Municípios
Área (km)
Densidade demográfica (hab./ km²)
Manari 548 23,66 Inajá 1.094 12,03 Iati 565 31,31 Jataúba 713 20,53 Capoeiras 343 56,98 Terezinha 142 44,35 Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 1991.
Todos os municípios pernambucanos contemplados pelo PITS possuíam menos de
20 mil habitantes, obedecendo ao critério de seleção do Programa que era de no
máximo 50 mil habitantes (quadros 15 e 16).
Quadro 15. Distribuição dos municípios pernambucano s do PITS com maior índice de
atração de médicos (grupo1), segundo população esti mada - 2000
Municípios
População estimada
(2000)
Itaquitinga 14.950 Lagoa Do Itaenga 19.908 Alagoinha 12.522 Sairé 13.180
Fonte: Estimativa populacional, IBGE, 2000. Quadro 16. Distribuição dos municípios pernambucano s do PITS com menor índice de
atração de médicos (grupo2), segundo população esti mada - 2000.
Municípios
População estimada (2000)
Manari 12.967 Inajá 13.164 Iati 17.690 Jataúba 14.640 Capoeiras 19.544 Terezinha 6.297
Fonte: Estimativa populacional, IBGE, 2000.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
40
O grupo 1 se destaca no que se refere à distribuição da população nos ambientes
urbano e rural (quadros 17 e 18), visto que, em nenhum dos municípios pertencentes
a esse grupo, a proporção de pessoas residindo na zona urbana era inferior a 40%,
com destaque para os municípios de Itaquitinga e Lagoa do Itaenga, primeiro e
segundo na ordem de preferência de lotação dos médicos, por apresentarem
populações predominantemente urbanas (72% e 76%, respectivamente). Por sua
vez, a maioria dos municípios que compõe o grupo menos atrativo aos médicos
(grupo 2) tinha suas populações concentradas na área rural.
Quadro 17. Distribuição dos municípios pernambucano s do PITS com maior índice de
atração de médicos (grupo1), segundo população urba na e rural - 1996
Municípios
% População Urbana (1996)
% População Rural (1996)
Itaquitinga 72 28 Lagoa Do Itaenga 76 24 Alagoinha 54 46 Sairé 41 59
Fonte: Contagem Populacional, IBGE, 1996. Quadro 18. Distribuição dos municípios pernambucano s do PITS com menor índice de
atração de médicos (grupo 2), segundo população urb ana e rural - 1996
Municípios
% População Urbana (1996)
% População Rural (1996)
Manari 18 82 Inajá 49 51 Iati 37 63 Jataúba 45 55 Capoeiras 25 75 Terezinha 30 70
Fonte: Contagem Populacional, IBGE, 1996.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
41
A cobertura da rede geral de abastecimento de água dos municípios do grupo 1, em
seu conjunto, é mais abrangente do que aquela apresentada pelo grupo (gráficos 15
e 16). Vale a pena ressaltar que o município do grupo 1 que apresenta maior
cobertura (Lagoa do Itaenga, com 68,03%) representa mais do que o dobro do
percentual apresentado pelo município que se destaca no outro grupo (Capoeiras,
com 24,11%).
Gráfico 15. Distribuição dos municípios pernambucan os do PITS com maior índice de
atração de médicos (grupo 1), segundo percentual de abastecimento de água (rede geral) - 1991
19,99
68,03
31,8426,93
01020304050607080
Itaquitinga Lagoa doItaenga
Alagoinha Sairé
Municípios
% d
e do
mic
ílios
com
ab
aste
cim
ento
de
água
Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 1991.
Gráfico 16. Distribuição dos municípios pernambucan os do PITS com menor índice de atração de médicos (grupo 2), segundo abastecimento de água
(rede geral) - 1991
9,9513,75
17,77
24,1118,66
05
1015202530
Iati
Capoe
iras
Terez
inha
Municípios
% d
e do
mic
ílios
com
ab
aste
cim
ento
de
água
Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 1991. OBS: Não é apresentado o dado de Manari, porque em 1991, o município ainda não havia sido criado.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
42
A situação da rede geral de esgotamento sanitário era bastante precária em todos
os municípios dos dois grupos. Segundo dados do Censo Demográfico de 1991,
somente Iati (grupo 2) possuía algum grau de cobertura, mesmo assim com apenas
3,71%.
Todos os municípios do grupo 1 possuíam, em 1991, maior cobertura de coleta de
lixo do que os do grupo 2 (gráficos 17 e 18), sendo que, a exemplo do que ocorre
com o abastecimento de água, no mais bem colocado do grupo 1 (Lagoa do Itaenga)
essa cobertura (51,03%) é mais do que o dobro do município com melhor cobertura
do grupo 2 (Terezinha, com 23,91).
Gráfico 17. Distribuição dos municípios pernambucan os do PITS com maior índice de atração de médicos (grupo 1), segundo percentual de domicílios com col eta de lixo -
1991
26,1
51,93
26,87 28,02
0
10
2030
40
50
60
Itaquitinga Lagoa doItaenga
Alagoinha Sairé
Municípios
% d
e do
mic
ílios
com
col
eta
de li
xo
Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 1991.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
43
Gráfico 18. Distribuição dos municípios pernambucan os do PITS com menor índice de atração de médicos (grupo 2), segundo percentual de domicílios com col eta de lixo -
1991
Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 1991. OBS: Não é apresentado o dado de Manari, porque em 1991, o município ainda não havia sido criado.
A oferta de estabelecimentos de ensino nos municípios dos dois grupos é
eminentemente pública (quadros 19 a 22). Apenas dois municípios do grupo 1
contam com escolas privadas, as quais destinam-se ao ensino fundamental. No que
se refere ao número de estabelecimentos públicos, o grupo 2 se destaca por
apresentar uma maior oferta. Deve-se destacar que o município menos atrativo do
estado Manari não possui nenhuma escola de nível médio.
Quadro 19. Distribuição dos municípios pernambucano s do PITS com maior índice de atração de médicos (grupo 1), segundo estabelecimen tos de ensino fundamental por
natureza jurídica - 2000
Municípios
Públicos Privados
Itaquitinga 14 0 Lagoa Do Itaenga 16 5 Alagoinha 27 1 Sairé 30 0
Fonte: MEC, 2000.
0,18
16,0420,16 21,79 23,91
05
1015202530
Inajá Ia
ti
Jata
úba
Capoe
iras
Terez
inha
Municípios
% d
e do
mic
ílios
com
co
leta
de
lixo
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
44
Quadro 20. Distribuição dos municípios pernambucano s do PITS com menor índice de atração de médicos (grupo 2), segundo estabelecimentos de ensino fundamental por
natureza jurídica - 2000
Municípios
Públicos Privados
Manari 63 0 Inajá 41 0 Iati 49 0 Jataúba 42 0 Capoeiras 60 0 Terezinha 30 0
Fonte: MEC, 2000. Quadro 21. Distribuição dos municípios pernambucano s do PITS com maior índice de
atração de médicos (grupo 1), segundo estabelecimentos de ensino médio por natureza jurídica – 2000.
Municípios
Públicos Privados
Itaquitinga 2 0 Lagoa Do Itaenga 2 0 Alagoinha 1 0 Sairé 1 0
Fonte: MEC, 2000.
Quadro 22. Distribuição dos municípios pernambucano s do PITS com menor índice de atração de médicos (grupo 2), segundo estabelecimen tos de ensino médio por
natureza jurídica - 2000
Municípios
Públicos Privados
Manari 0 0
Inajá 1 0
Iati 2 0
Jataúba 1 0
Capoeiras 2 0
Terezinha 1 0
Fonte: MEC, 2000. Todos os municípios dos dois grupos apresentavam, segundo dados do Censo de
1991, taxas de alfabetização inferiores àquela apresentada pelo Nordeste (49,18%)
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
45
(gráficos 19 e 20); em Pernambuco esse valor é ainda maior, 53,18%. As menores
taxas de alfabetização são encontradas no grupo 2. O grupo 1 se destaca por incluir
o município com a taxa de alfabetização mais próxima àquela apresentada pelo
Nordeste, Alagoinha com 46,23%, além de, em seu conjunto, não apresentar taxa
inferior a 35%.
Gráfico 19. Distribuição dos municípios pernambucan os do PITS com maior índice de
atração de médicos (grupo 1), segundo taxa de alfab etização - 1991
39,17 36,46
46,23
38,01
0
10
20
30
40
50
Itaquitinga Lagoa doItaenga
Alagoinha Sairé
Municípios
Tax
a de
alfa
betiz
ação
Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 1991.
Gráfico 20. Distribuição dos municípios pernambucan os do PITS com menor índice de
atração de médicos (grupo 2), segundo taxa de alfabetização - 1991
21,8425,63
31,3134,61
28,66
05
10152025303540
Inajá Iati Jataúba Capoeiras Terezinha
Municípios
Tax
a de
alfa
betiz
ação
Fonte: Censo Demográfico, IBGE, 1991.
OBS: Não é apresentado o dado de Manari, porque, em 1991, o município ainda não havia sido criado.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
46
Com relação à rede de serviços de saúde, a oferta é predominantemente
ambulatorial nos municípios dos dois grupos. O maior número de unidades
ambulatoriais é encontrado no grupo 2. A rede hospitalar nos dois grupos é
composta por unidades de pequeno porte, com poucos leitos, estando a maioria
localizada no grupo 2. Não há, em ambos os grupos, nenhum município com mais
de um hospital e apenas Alagoinha, no grupo 1, e Manari e Terezinha, no grupo 2,
não possuem nenhuma unidade hospitalar (quadros 23 e 24).
Quadro 23. Distribuição dos municípios pernambucano s do PITS com maior índice de atração de médicos (grupo 1) segundo número de unid ades ambulatoriais, hospitais e
leitos totais - 2000
Municípios
Unidades ambulatoriais Hospitais Leitos
totais
Itaquitinga 3 1 10 Lagoa Do Itaenga 4 1 11
Alagoinha 6 0 0 Sairé 2 1 22
Fonte: Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) e Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), Ministério da Saúde, 2000. Quadro 24. Distribuição dos municípios pernambucano s do PITS com menor índice de atração de médicos (grupo 2), segundo número de uni dades ambulatoriais, hospitais
e leitos totais - 2000
Municípios
Unidades ambulatoriais Hospitais Leitos
totais
Manari 3 0 0 Inajá 3 1 9 Iati 6 1 17 Jataúba 9 1 27 Capoeiras 5 1 26 Terezinha 1 0 0
Fonte: Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA/SUS) e Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), Ministério da Saúde, 2000.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
47
Os gastos com saúde por habitante são muito baixos nos municípios dos dois
grupos, o que é condizente com a precária situação sanitária de ambos, não
havendo traços que os diferenciem claramente (gráficos 21 e 22). Assim, Lagoa do
Itaenga, no grupo 1, e Manari, o município menos atraente do estado, no grupo 2,
gastam aproximadamente o mesmo com saúde, relativamente às suas populações,
o que representa pouco mais de quarenta reais por habitante.
Gráfico 21. Distribuição dos municípios pernambucan os do PITS com maior índice de
atração de médicos (grupo 1), segundo despesa total com saúde por habitante (em reais) - 2000
48,42
21,93
0
10
20
30
40
50
60
Lagoa do Itaenga Sairé
Municípios
Des
pesa
tota
l com
saú
de
por
habi
tant
e
Fonte: Sistema de Informação de Orçamento Público em Saúde (SIOPS), Ministério da Saúde, 2000. OBS: Não há dados para os municípios de Alagoinha e Itaquitinga. Gráfico 22. Distribuição dos municípios pernambucan os do PITS com menor índice de
atração de médicos (grupo 2), segundo despesa com s aúde por habitante (em reais) - 2000
42,3638,05 35,94
23,09
0
10
20
30
40
50
Manari Inajá Iati Terezinha
Municípios
Des
pesa
tota
l com
saú
de
por
habi
tant
e
Fonte: Sistema de Informação de Orçamento Público em Saúde (SIOPS), Ministério da Saúde, 2000. OBS: Não há dados para os municípios de Capoeiras e Jataúba.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
48
O percentual de partos cesáreos constitui indicador importante na saúde pública,
pois a utilização excessiva desse procedimento pode ter implicações deletérias para
a saúde materna e infantil, além de representar um custo elevado e desnecessário
para o sistema de saúde.
O grupo 1 assume importância nesse contexto por apresentar os maiores
percentuais desse tipo de procedimento (gráficos 23 e 24). Já no grupo 2, o maior
percentual (Capoeiras, com 15,3%) é aproximadamente metade do maior valor
encontrado no grupo 1, verificado em Alagoinha onde 31,8% dos partos são
cesarianos, consistindo em um valor superior ao encontrado em Pernambuco em
2000: 26,7%. No Brasil, esse percentual, em 2000, foi de 38,88%, valor considerado
alto pela OMS.
Gráfico 23. Distribuição dos municípios pernambucan os do PITS com maior índice de
atração de médicos (grupo 1), segundo percentual de partos cesáreos – janeiro a dezembro de 2000
14,5
21,1
31,8
24,5
05
101520253035
Itaquitinga Lagoa doItaenga
Alagoinha Sairé
Municípios
% d
e pa
rtos
ces
áreo
s
Fonte: Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) e Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/S), Ministério da Saúde, 2000.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
49
Gráfico 24. Distribuição dos municípios pernambucan os do PITS com menor índice de atração de médicos (grupo 2), segundo percentual de partos cesáreos – janeiro a
dezembro de 2000
3,6
11,8
6,08,3
15,3 14,7
0
5
10
15
20
Man
ari
Iati
Capoe
iras
Terez
inha
Municípios
% d
e pa
rtos
ces
áreo
s
Fonte: Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) e Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/S), Ministério da Saúde, 2000. A ocorrência de baixo peso ao nascer representa importante fator de risco para
morbimortalidade neonatal e infantil. Valores em torno de 5-6% são encontrados em
países desenvolvidos e convenções internacionais estabelecem que esta proporção
não deve ultrapassar 10%. Proporções elevadas de nascidos vivos de baixo peso
estão associadas, em geral, a baixos níveis de desenvolvimento econômico e de
assistência materno-infantil (BRASIL. Ministério da Saúde, 2003).
O grupo dos municípios com menor número de médicos inscritos, ou seja, o grupo 2,
apresenta os maiores percentuais, que variam de cerca de 6 a 9,5% (gráficos 25 e
26). No grupo 1, vale a pena ressaltar o percentual apresentado pelo município de
Sairé, onde apenas 3,2% das crianças nascem com baixo peso, representando
percentual inferior ao encontrado em países desenvolvidos. Algumas considerações
devem ser feitas a esse respeito: apesar de não haver informações quanto à idade
das mães residentes nesse município, indicador importante para relacionar com o
percentual de baixo peso, dados como cobertura de saneamento básico, gasto com
saúde e número de consulta por habitante ao ano, que já foram apresentados, além
de possível sub-registro, tornam esse indicador frágil em relação à sua
confiabilidade.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
50
Gráfico 25. Distribuição dos municípios pernambucan os do PITS com maior índice de atração de médicos (grupo 1), segundo percentual de crianças com baixo peso ao
nascer – janeiro a dezembro de 2000
6,88,0 7,7
3,2
0
2
4
6
8
10
Itaquitinga Lagoa doItaenga
Alagoinha Sairé
Municípios
% d
e cr
ianç
as n
asci
das
com
ba
ixo
peso
Fonte: Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC), Ministério da Saúde, 2000. Gráfico 26. Distribuição dos municípios pernambucan os do PITS com menor índice de
atração de médicos (grupo 2), segundo percentual de crianças com baixo peso ao nascer – janeiro a dezembro de 2000
8,3
5,7 6,4 7,2
9,8 9,5
02468
1012
Man
ari
Iati
Capoe
iras
Terez
inha
Municípios
% d
e cr
ianç
as n
asci
das
com
ba
ixo
peso
Fonte: Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC), Ministério da Saúde, 2000.
A maioria dos municípios (de ambos os grupos) apresentou proporções de óbitos
infantis maiores que 10% (gráficos 27 e 28). O grupo 2 distingue-se como o detentor
da maior proporção de óbitos infantis, 20,4% em Jataúba.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
51
Gráfico 27. Distribuição dos municípios pernambucan os do PITS com maior índice de atração de médicos (grupo 1), segundo proporção de óbitos infantis – 1998
16,318,2
13,6
9,7
0
5
10
15
20
Itaquitinga Lagoa doItaenga
Alagoinha Sairé
Municípios
prop
orçã
o de
óbi
tos
infa
ntis
Fonte: Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), Ministério da Saúde, 1998. Gráfico 28. Distribuição dos municípios pernambucan os do PITS com menor índice de
atração de médicos (grupo 2), segundo proporção de óbitos infantis – 1 998
10,0
19,0
10,3
20,415,8
3,4
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
Man
ari
Iati
Capoe
iras
Terez
inha
Municípios
Pro
porç
ão d
e ób
itos
infa
ntis
Fonte: Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), Ministério da Saúde, 1998.
O coeficiente de mortalidade infantil é um dos principais indicadores de saúde
pública, podendo ser utilizado como indicador geral e específico. Como indicador de
saúde geral, expressa, em associação com outros indicadores, a situação de saúde
de uma comunidade e as desigualdades de saúde entre grupos sociais e regiões.
Como indicador específico, revela as condições de saúde do grupo materno-infantil.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
52
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera mortalidade infantil alta aquela
acima de 40 óbitos de menores de um ano por mil nascidos vivos. Um dos critérios
de inclusão dos municípios no PITS era apresentar coeficiente de mortalidade infantil
acima de 50 por mil nascidos vivos.
Os coeficientes apresentados pelos municípios pernambucanos estiveram entre
85,07 e 98,52 por mil nascidos vivos, revelando a magnitude do problema nesses
municípios (gráficos 29 e 30). É importante ressaltar que o grupo 1 detém o menor e
o maior valores da mortalidade infantil estimada
Gráfico 29. Distribuição dos municípios pernambucan os do PITS com maior índice de atração de médicos (grupo 1), segundo mortalidade i nfantil estimada – 1998
Fonte: Pesquisa Estimativas da Mortalidade Infantil, Ministério da Saúde, 1999.
85,07 85,0786,95
98,52
75
80
85
90
95
100
Itaquitinga Lagoa doItaenga
Alagoinha Sairé
Municípios
Mor
talid
ade
infa
ntil
estim
ada
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
53
Gráfico 30. Distribuição dos municípios pernambucan os do PITS com menor índice de atração de médicos (grupo 2), segundo mortalidade infantil estimada – 1998
91,05 91,05
96,69
86,95 86,95
96,69
80
85
90
95
100
Man
ari
Iati
Capoe
iras
Terez
inha
Municípios
Mor
talid
ade
infa
ntil
estim
ada
Fonte: Pesquisa Estimativas da Mortalidade Infantil, Ministério da Saúde, 1999. O percentual de óbitos por causas mal definidas avalia a qualidade da informação
sobre causas de morte. A sua freqüência é condicionada pela disponibilidade de
recursos médicos assistenciais, inclusive para diagnósticos. No Nordeste o grupo
das causas mal definidas situa-se em mais de 40% dos óbitos registrados, sendo
considerado muito alto (BARRETO, CARMO, 1994).
Todos os municípios pernambucanos selecionados pelo PITS apresentam
percentuais elevados de óbitos por causas mal definidas, com destaque para o
grupo 2 onde, em todos os municípios, representam mais de 40% dos óbitos,
(gráficos 31 e 32).
Diante dos altos percentuais apresentados, não será analisada a mortalidade por
causa, nos dois grupos, uma vez que a má qualidade dos dados prejudica sua
confiabilidade nesse aspecto. Contudo, deve ser destacado que apesar de
percentuais tão elevados de óbitos por causas mal definidas, os municípios de
ambos os grupos apresentam, de modo geral, alarmantes índices de mortalidade por
causas externas, chegando a 25% dos óbitos registrados no município de Manari, o
menos atraente para os médicos do PITS (gráficos 33 e 34).
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
54
Gráfico 31. Distribuição dos municípios pernambucan os do PITS com maior índice de atração de médicos (grupo 1), segundo percentual de óbitos por causas mal definidas
– 1998
33,8
48,2
67,9
33,3
01020304050607080
Itaquitinga Lagoa doItaenga
Alagoinha Sairé
Municípios
% d
e ób
itos
por
caus
as m
al
defin
idas
Fonte: Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), Ministério da Saúde, 1998. Gráfico 32. Distribuição dos municípios pernambucan os do PITS com menor índice de atração de médicos (grupo 2), segundo percentual de óbitos por causas mal definidas
– 1998
55,0 50,0 46,2
60,2 63,2 62,1
0,010,020,030,040,050,060,070,0
Man
ari
Iati
Capoe
iras
Terez
inha
Municípios
% d
e ób
itos
por
caus
as m
al
defin
idas
Fonte: Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), Ministério da Saúde, 1998.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
55
Gráfico 33. Distribuição dos municípios pernambucan os do PITS com maior índice de atração de médicos (grupo 1) segundo percentual de óbitos por
causas externas - 1998
12,509,49
6,17
15,28
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
Itaquitinga Lagoa doItaenga
Alagoinha Sairé
Municípios
% d
e ób
itos
por
caus
as
exte
rnas
Fonte: Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), Ministério da Saúde, 1998. Gráfico 34. Distribuição dos municípios pernambucan os do PITS com menor índice de
atração de médicos (grupo 2), segundo percentual de óbitos por causas externas – 1998
25,00
8,6212,80
6,12 4,38
13,80
0,005,00
10,0015,0020,0025,0030,00
Man
ari
Iati
Capoe
iras
Terez
inha
Municípios
% d
e ób
itos
por
caus
as
exte
rnas
Fonte: Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), Ministério da Saúde, 1998.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
56
6. CONCLUSÕES Ao analisar o perfil dos médicos que, no âmbito do Programa de Interiorização do
Trabalho em Saúde (PITS), optaram por trabalhar no estado de Pernambuco, e
simultaneamente verificar o grau de atratibilidade dos distintos municípios, o estudo
permitiu identificar aspectos relevantes aí envolvidos. Em que pese a contribuição
que as conclusões daí obtidas podem oferecer para ampliar a compreensão acerca
de iniciativas de estímulo à interiorização de médicos, em especial para o estado de
Pernambuco, deve-se ressaltar a necessidade de aprofundamento, em estudos
posteriores, dos achados desta investigação.
Observou-se que o perfil desses médicos possui algumas particularidades quando
relacionado ao dos demais médicos inscritos no PITS em 2001.São elas:
� A maioria dos médicos optantes por Pernambuco era proveniente do próprio
estado (42,03%) e da região Nordeste (60%);
� Pernambuco não atraiu nenhum médico oriundo dos estados do Amazonas,
Pará, Rondônia, Roraima, Piauí, Rio Grande do Norte e Mato Grosso do Sul.
� O estado atraiu de forma mais equilibrada profissionais de ambos os sexos
(51,7% masculino e 48,3% feminino), em relação à distribuição verificada no
conjunto das demais Unidades da Federação, onde 56,7% dos médicos eram
do sexo masculino.
� Houve maior interesse em atuar em Pernambuco por parte de médicos jovens
(quase 30% com menos de 30 anos), número esse superior em
aproximadamente cinco pontos percentuais em relação à participação dessa
faixa etária para o conjunto dos demais estados. Conseqüentemente, também
foram mais elevados, comparativamente, os percentuais de recém-formados
(menos de quatro anos de graduação) e daqueles sem experiência
profissional.
� Apesar do estado ter atraído, majoritariamente, profissionais sem experiência
profissional anterior, com percentual semelhante ao verificado no conjunto
dos demais estados do país, destacou-se, comparativamente, por ter
despertado menos interesse entre os médicos oriundos do setor privado.
� Embora os médicos que se interessaram por Pernambuco tenham, de modo
geral, o mesmo perfil de formação e de experiência profissional daqueles que
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
57
optaram por outros estados, foi possível observar que no caso dos que
possuíam experiência profissional em administração hospitalar e cirurgia o
estado foi mais atraente, mostrando-se relativamente menos interessante
para aqueles com experiência em saúde da família e pediatria.
Essas diferenças corroboram a já citada necessidade de haver novos estudos
sobre o tema no sentido de buscar as causas das particularidades descritas.
Os candidatos que elegeram Pernambuco para desenvolver suas atividades
optaram, em sua maioria, pelos municípios mais próximos à capital, cuja
população estivesse mais concentrada na zona urbana. Todos os municípios
apresentaram características alarmantes, sendo aqueles detentores dos
indicadores menos críticos os mais atrativos para esses profissionais. Foram
eles: Itaquitinga (27,78%), Lagoa do Itaenga (24,64%), Alagoinha (12.32%) e
Sairé (11,35%).
È importante ressaltar que, apesar de Pernambuco ter sido o terceiro em ordem
de preferência de lotação dos médicos, essa atratibilidade foi relativa, pois, como
já visto, a maioria dos profissionais que optaram por Pernambuco era proveniente
do próprio estado e da região Nordeste. Isso significa que Pernambuco foi pouco
atrativo para os médicos das outras regiões, em especial para aqueles do
Sudeste, sabidamente a região que mais concentra os profissionais dessa
categoria. Constata-se, então, que com a iniciativa do PITS, o problema da má
distribuição dos médicos não foi minimizado, a não ser dentro do próprio estado,
ressalvando-se ainda que, mesmo nesse caso, os profissionais continuaram
optando por permanecer o mais próximo possível da capital como já foi
apresentado.
Esses aspectos devem ser considerados pelos formuladores de políticas no
sentido de colocar em prática iniciativas mais contundentes, como a formulação
de uma política que procure reverter a desmedida e equivocada concentração de
profissionais nos grandes centros urbanos, onde haja uma real interferência nos
fatores que determinam essa má distribuição, como a formação profissional
desses profissionais e o próprio mercado, ambos defensores das especializações
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
58
e da incorporação de altas tecnologias, fomentando nesses profissionais
expectativas de condições de trabalho que só nos grandes centros urbanos são
encontradas.
É necessária, ainda, uma melhor distribuição dos recursos para os municípios
pequenos e afastados, visando garantir maior capacidade física e tecnológica
para os serviços de saúde, de forma que esses municípios possam oferecer
melhores condições de trabalho para os profissionais, tornando-se mais atrativos.
Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
59
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARRETO, M. L.; CARMO, E. H. Situação de saúde da população brasileira: tendências históricas, determinantes e implicações para as políticas de saúde. Informe epidemiológico do SUS, Brasília, DF, n. 3/4, p. 7-34, jul./dez. 1994.
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Santos, M. P. R. – Pernambuco como pólo de atração para médicos no PITS
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