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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAQUARA - UNIARA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL
E MEIO AMBIENTE
Percepção ambiental de consumidores universitários: um estudo com
alunos dos cursos de Biologia e de Engenharia de Produção
Darquize Cinedeze
ARARAQUARA
2013
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAQUARA - UNIARA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL
E MEIO AMBIENTE
Percepção ambiental de consumidores universitários: um estudo com
alunos dos cursos de Biologia e de Engenharia de Produção
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Desenvolvimento
Regional e Meio Ambiente, curso de
Mestrado, do Centro Universitário de
Araraquara – UNIARA – como parte dos
requisitos para obtenção do título de Mestre
em Desenvolvimento Regional e Meio
Ambiente.
Área de Concentração: Dinâmica Regional
e Alternativas de Sustentabilidade.
Orientada: Darquize Cinedeze
Orientador: Prof. Dr. José Luís Garcia
Hermosilla.
ARARAQUARA
2013
FICHA CATALOGRÁFICA
C517p Cinedeze, Darquize
Percepção ambiental de consumidores universitários: um estudo
com alunos dos cursos de Biologia e de Engenharia de Produção/
Darquize Cinedeze, - Araraquara: Centro Universitário de
Araraquara, 2013.
87f.
Dissertação (Mestrado)- Centro Universitário de Araraquara
Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Meio
Ambiente
Orientador: Prof. Dr. José Luís Garcia Hermosilla
1.Percepção socioambiental. 2. Consumidor. 3. Ensino superior.
4. Engenharia de produção. 5. Biologia.
CDU 504.03
Dedico este trabalho aos meus pais,
Antônio e Maria Irene, que de forma
paciente estiveram ao meu lado do início ao
fim desta jornada.
AGRADECIMENTO
Em primeiro lugar a Deus, pela força e oportunidade de realizar o mestrado, e
por estar sempre comigo, me guiando e me abençoando. Sem essa força divina,
nenhuma conquista seria possível;
Ao meu orientador, Prof. Dr. José Luís Garcia Hermosilla, pela competência
científica, disponibilidade e compreensão, e por toda a condução na realização do
trabalho. Muito obrigada;
Aos meus familiares e amigos pelo apoio incondicional e por terem acreditado
em mim;
Aos professores e funcionários da UNIARA pela atenção.
“O importante não é estar aqui ou ali, mas ser.
E ser é uma ciência delicada, feita de pequenas
grandes observações do cotidiano dentro e fora da
gente. Se não executamos essas observações não
chegamos a ser. Apenas estamos e
desaparecemos.”
Carlos Drummond de Andrade
RESUMO
Fatores como o crescimento da população mundial e o de grandes economias têm
pressionado o uso de recursos naturais em resposta ao aumento da demanda, reflexo da
economia de consumo. O consumo socioambiental mais responsável tem se mostrado
um elemento importante no equilíbrio entre a demanda e os recursos. Sabendo-se que
diversos fatores exercem influência sobre a decisão de compra do consumidor, o
presente estudo tem como objetivo avaliar a percepção socioambiental de consumidores
universitários e a influência da área do conhecimento, do gênero e do nível de
conhecimento científico sobre essa percepção. O trabalho de natureza quantitativa e
recorte transversal usou o questionário proposto por Garcia et al (2008), fundamentado
no de Urdan (2001), que teve como referência o trabalho de Creyer e Ross (1997), no
qual se consegue colocar em evidência a percepção socioambiental do respondente e
tomou como amostra 573 estudantes de nível universitário, pertencentes a dois cursos
de naturezas distintas (biologia e engenharia de produção). Os dados foram tratados
pelo software Minitab. Os resultados mostraram que o curso não pode ser eleito como
preditor do perfil do consumidor, o mesmo acontecendo com a influência do curso
sobre o perfil socioambiental do estudante, no entanto, a pesquisa mostrou grande
associação entre o perfil sociodemográfico e o curso escolhido pelo consumidor, quando
considerado sua percepção socioambiental. Outra evidência apontada pelo estudo foi o
aumento significativo da percepção ambiental do consumidor universitário nos últimos
períodos, para ambos os cursos. O estudo conclui que, em linhas gerais, a evolução do
aluno ao longo do curso superior não influencia sua percepção socioambiental, não
alterando seu status inicial de quando ingressou, a exceção do último período. Este fato
chama a atenção para a relação entre o conhecimento transmitido em sala e sua
influência sobre a criticidade do consumidor universitário no tocante a sua percepção
socioambiental.
Palavras-chaves: percepção socioambiental, consumidor, ensino superior, engenharia
de produção, biologia.
ABSTRACT
Factors such as the growth of world population and the large economies have pushed
the use of natural resources in response to the increased demand, reflection of the
consumer economy. The socio-environmental more responsible consumption has been
shown to be an important element in the balance between the demand and resources.
Knowing that several factors influence on the customer purchase decision, the present
study aims to assess the social and environmental awareness of consumers who are
university students and the influence of the knowledge area, genre and the level of
scientific knowledge on this perception. The work of quantitative nature and transversal
clipping used the questionnaire proposed by Garcia et al. (2008) based on the one of
Urdan (2001) which had as reference the work of Creyer and Ross (1997) where it can
be in evidence the socio-environmental perception from whom was answering it and it
took as a sample 573 student on university level studies, belonging to two distinct
natures courses (biology and engineering production). The data were processed by
Minitab software. The results showed that the course cannot be elected as a predictor of
consumer profile, as did the influence of the course on the student's socio-environmental
profile; however the research has shown great association between socio-demographic
profile and the course chosen by the consumer, when considered the socio-
environmental perception. Another evidence pointed by the study was the significant
increase in environmental perception of University consumer in recent periods, for both
courses. The study concludes that, in general terms, the evolution of the student
throughout the course does not influence his/her socio-environmental perception and it
does not change the initial status when he/she joined, excepting the last period. This fact
draws the attention to the relationship between the knowledge transmitted in the class
room and its influence on the criticality of the university consumer on his/her socio-
environmental perception.
Keywords: environmental perception, consumer, higher education, engineering
production, biology.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01: Modelo dos estágios do processo de decisão do consumidor e os principais
fatores e influenciadores..................................................................................................29
Figura 02: Fatores que influenciam o envolvimento do consumidor.............................32
Figura 03: Caminho egoísta e altruísta adaptado do fluxo de Batson (1987)................45
LISTA DE TABELAS
Tabela 01: Anova considerando o fator curso................................................................69
Tabela 02: Anova considerando o fator gênero..............................................................71
Tabela 03: Anova considerando o fator período............................................................72
Tabela 04: Estimadores dos parâmetros de regressão....................................................74
LISTA DE QUADROS
Quadro 01: Resumo das pesquisas descritas no trabalho sobre responsabilidade social,
ambiental e o comportamento do consumidor.................................................................57
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 01: Teste de normalidade para o escore............................................................68
Gráfico 02: Distribuição de frequência para os valores do escore.................................68
Gráfico 03: Análise do residual para a variável percepção versus curso.......................69
Gráfico 04: Valores médios para o escore de cada curso analisado ( EP engenharia de
produção, e BIO biologia)...............................................................................................70
Gráfico 05: Análise do residual para a variável percepção versus gênero.....................71
Gráfico 06: Valores médios para a percepção de cada gênero por curso.......................71
Gráfico 07: Análise do residual para a variável percepção versus período....................73
Gráfico 08: Valores médios para a percepção por período e por curso..........................73
Gráfico 09: Gráficos de resíduos para o modelo de regressão múltipla ........................75
LISTA DE SIGLAS
CNUMAD - Conferência das Nações Unidas sobre Meio ambiente e Desenvolvimento
IBOPE - Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística
IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
ONGs - Organizações não Governamentais
ONU - Organização das Nações Unidas
RSC - Responsabilidade Social Corporativa
SUMÁRIO
RESUMO...........................................................................................................................8
ABSTRACT......................................................................................................................9
LISTA DE FIGURAS.....................................................................................................10
LISTA DE TABELAS.....................................................................................................11
LISTA DE QUADROS...................................................................................................12
LISTA DE GRÁFICOS...................................................................................................13
LISTA DE SIGLAS.........................................................................................................14
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................16
Objetivos..............................................................................................................20
Justificativa..........................................................................................................20
Metodologia.........................................................................................................23
Estrutura do Trabalho..........................................................................................25
2 COMPORTAMENTO DOCONSUMIDOR............................................ ...............27
2.1 Comportamento do Consumidor: conceitos e definições..............................27
2.2 Aspectos que Influenciam o Comportamento do Consumidor......................34
2.2.1 Influências Sociais..........................................................................34
2.2.2 Influências de Marketing................................................................38
2.2.3 Influências Situacionais..................................................................39
2.3 Consumidor Verde e o Consumo Sustentável...............................................39
2.4 Responsabilidade Social e Socioambiental e a Percepção do Consumidor...47
3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO DA PESQUISA....................................60
4 LEVANTAMENTO DE DADOS E INTERPRETAÇÕES...................................67
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................76
5.1 Limitações do Trabalho.................................................................................77
5.2 Pesquisas Futuras...........................................................................................78
REFERÊNCIAS.............................................................................................................79
APÊNDICES..................................................................................................................85
Instrumento para Coleta de Dados...................................................................................85
16
1 INTRODUÇÃO
Segundo Nascimento et al. (2008), a intensificação da industrialização, a
expansão demográfica, a vinda das pessoas da zona rural para as cidades, a evolução da
tecnologia, a modernização agrícola, o aumento da produção e do consumo trouxeram
um crescimento econômico significativo, porém à custa do uso intensivo de recursos
naturais renováveis e não renováveis, com a degradação do meio ambiente.
O atual cenário considera que os recursos naturais são finitos e escassos e por
esse motivo, movimentos visando cessar e diminuir impactos introduzidos pelas
atividades industriais que afetam o meio ambiente vêm ganhando força, desde a década
de 70, exigindo normas para sistemas de gestão ambiental que norteiem as
organizações. A conscientização da sociedade sobre a relevância desse assunto trouxe o
surgimento de produtos e serviços ecológicos (BRANDALISE et al., 2009). De acordo
com Nascimento et al. (2008), o período da década de 70 passou a ser conhecido por
propor regulamentação e controle ambiental, definido como época do comando-
controle, com a criação do Clube de Roma.
O Clube de Roma foi uma associação de cientistas, empresários e políticos de
diversos países que se reuniram em Roma para discutir a respeito da preservação dos
recursos naturais do planeta Terra (GONÇALVES, 2005), produzindo os primeiros
estudos científicos sobre a preservação ambiental, dentre eles, a publicação Limites do
Crescimento, que discute os problemas do crescimento da população e seu modelo de
consumo. O livro, publicado em 1972, aponta para o estabelecimento de limites para a
expansão da população e para o capital industrial.
No mesmo ano, a Conferência de Estocolmo destacou a preocupação mundial
com o meio ambiente, evidenciando o consumo e a forma de produção dos países ricos
como fatores de degradação ambiental, além de seus impactos sociais (BARBOSA,
1996). Segundo Nascimento et al. (2008), logo após a conferência de Estocolmo, órgãos
ambientais passaram a ser estruturados, houve o estabelecimento de legislações,
surgiram novas regras com o objetivo de diminuir os impactos ambientais. Poluir
passou a ser considerado crime, em diversos países, em decorrência dos fatos
apresentados no período, e o conceito de desenvolvimento sustentável passou a ser
traçado.
No ano de 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento – CNUMAD, conhecida como ECO-92 e sediada no Rio de Janeiro,
17
com a participação de 179 países, o meio ambiente foi inserido como fator de
prioridades econômicas, sociais e políticas das nações, e foi a grande constatação de
que, no ritmo atual de degradação ambiental, o homem não terá futuro promissor à sua
existência. Assim, o ser humano:
“Sente-se ameaçado, o que o obriga a descobrir que ele é parte da natureza, e está
vinculado a ela, e que, portanto, se destruir o meio que o circunda, estará destruindo a si
mesmo.” (Moura, 1994, p.50).
Com a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento – CNUMAD, foi efetivada a Agenda 21. A Agenda 21 é um
documento que visava a mudança de paradigma, a busca de um novo modelo de
desenvolvimento (MARA, 2007). Constitui um plano de ação que tem por objetivo
práticas para desacelerar o processo de degradação ambiental e transformar em
realidade os princípios da Rio 92 (ANDRADE, CARVALHO e TACHIZAWA, 2002,
p. 2).
Conforme Portilho (2005), no decorrer da organização para a Rio – 92, houve
vários debates, os quais discutiram e divergiram sobre os estilos de vida da população,
as práticas de consumo e os problemas ambientais que vinham se apresentando. Durante
a conferência, foram produzidos alguns documentos, especialmente, a Agenda 21, a
Declaração do Rio e o Tratado das ONGs que apontaram a responsabilidade dos estilos
de vida e consumo como fatores críticos em relação à crise ambiental.
Em junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro, foi realizada a Rio + 20 que
ficou conhecida e assim nomeada por marcar os vinte anos de realização da Conferência
das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92). Contou com
representantes dos 193 estados membros da ONU e com milhares de participantes dos
mais variados setores da sociedade civil. Contribuiu para definir a agenda do
desenvolvimento sustentável para as próximas décadas.
A Rio + 20 teve como principal objetivo renovar o compromisso político com o
desenvolvimento sustentável, através da avaliação do progresso e das falhas na
implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do
tratamento de temas novos, indispensáveis e imediatos. Os dois principais temas foram:
“A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da eliminação da
pobreza” e “A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável”.
Para garantir que a Rio + 20 focasse os pilares do desenvolvimento sustentável
(desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e a proteção ambiental), o
18
Governo brasileiro inseriu uma coordenação de sustentabilidade que tinha como
objetivo propor ações para minimizar e compensar os impactos ambientais e sociais
gerados pela Conferência. As ações foram estruturadas e organizadas em nove
dimensões: gestão das emissões de gases de efeito estufa; recursos hídricos; resíduos
sólidos; energia; transporte; construções sustentáveis; compras públicas sustentáveis;
turismo sustentável e alimentos sustentáveis.
Para Rensi e Schenini (2006), o crescimento econômico acelerado acarreta sérios
problemas ambientais, e o aumento do uso de recursos naturais, aliado ao crescimento
desenfreado da população, implica na expansão da industrialização para que consiga
atender a demanda e, como consequência, acarreta um aumento significativo no volume
de resíduos, gerados tanto pelo consumidor quanto pela indústria.
Ainda segundo Rensi e Schenini (2006), as atividades de revisão dos processos
produtivos que visam melhor utilização de recursos naturais e diminuição de resíduos
incentivaram métodos de gestão ambiental, porém, mesmo com a realização da revisão,
percebe-se que não é possível garantir equilíbrio ambiental, pois, mesmo utilizando de
forma correta os recursos naturais, e fazendo uso adequado das fontes de energia e a
reciclagem dos resíduos domésticos e industriais, ainda assim não é possível garantir
proteção e saúde do meio ambiente.
Dessa forma, é necessário repensar a maneira como a economia atual
predominante vem se desenvolvendo. “Um novo exemplo de desenvolvimento deve
permitir uma revisão profícua das práticas atuais de incorporação do patrimônio natural,
o alcance tende a ser através de novas formas de organização social e de novos padrões
de produção e consumo.” (GUIMARÃES, 1992, p.38).
O conceito de desenvolvimento sustentável incorpora a componente ambiental e
que, para Fortes (1992, p.61),“vem representando uma nova ordem econômica, social e
ecológica, pois vai muito além da mera preocupação com a eliminação à poluição no
presente: o processo pelo qual é possível satisfazer as necessidades das populações e
cidadãos atuais sem pôr em riscos e comprometer os direitos das gerações futuras”.
Segundo Bedante (2004), existe uma série de dificuldades para que os atuais
padrões de consumo sejam mudados, levando em consideração que o comportamento
do consumidor é difícil de ser modificado. O consumidor tende a achar que suas
práticas em prol do meio ambiente sejam insignificantes para melhoria geral, e outro
agravante é o consumidor consciente não enxergar o esforço de outras pessoas e acabar
se sentindo prejudicado.
19
Segundo Butzke et al. (2001), o comportamento dos consumidores trouxe e vem
trazendo consequências que não podem e nem devem ser ignoradas pela sociedade, pois
a maioria das pessoas não se preocupa com seus atos indevidos no que se refere à
utilização dos recursos disponíveis, não percebendo que a falta de consciência ambiental
é capaz de acarretar danos e sérios problemas ambientais e afetando a qualidade de vida
da sociedade em geral. Assim, a consciência ambiental é considerada por Butzke et al.
(2001), como constituição de valores pessoais, através de informações obtidas no
ambiente, e que o comportamento adotado pelas pessoas é consequência das influências
do próprio ambiente. A conscientização ambiental pode ser compreendida como a
mudança de comportamento das pessoas em suas atividades e seus estilos de vida e da
postura da sociedade em relação ao meio ambiente.
Para Waldman e Schneider (2000), o cidadão consciente está atentando, cada
vez mais, às questões ambientais, prefere obter e consumir produtos provenientes da
agricultura ecológica, conhece suas responsabilidades enquanto cidadão e preocupa-se
com o lixo produzido e suas consequências para o meio ambiente. Dias (1994) explica
que o consumidor com consciência ambiental passa a incorporar, em seus hábitos de
vida, atitudes que minimizam os impactos provocados por seu consumo sobre o meio
ambiente como o controle dos recursos hídricos, a priorização da compra de produtos
com menor impacto ambiental tanto em seu processo de produção quanto em sua
geração de resíduos. Ainda segundo o autor, é preciso fazer uso de produtos que não
acarretem prejuízos para a natureza, ou seja, os chamados produtos ecológicos.
Raposo (2003) relata que o consumidor ecologicamente correto sabe selecionar
produtos, comprando de empresas que investem e preservam o meio ambiente e que
apresentam um processo produtivo que visa diminuir a contaminação ambiental. Esse
consumidor prefere produtos que apresentam embalagens recicláveis e com selos que
indiquem a procedência ecológica, e, ainda, optam por marcas que apresentam todas as
informações sobre a fabricação e composição de seus produtos.
No momento de efetuar uma compra, o consumidor é influenciado por diversos
fatores como preço, design, percepção ambiental, nível de conhecimento, dentre outros.
O presente trabalho pretende buscar resposta para as seguintes questões:
Qual é o perfil do consumidor de nível universitário dos cursos de Biologia e
Engenharia de Produção do Centro Universitário de Araraquara?
Há influência de gênero e curso no perfil de consumo?
20
Há influência de gênero e curso e a escolha de produtos menos agressivos ao meio
ambiente?
OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Este trabalho consiste em mensurar a percepção de alunos universitários sobre
responsabilidade socioambiental e analisar a influência das variáveis: gênero e curso no
padrão de consumo dos alunos dos cursos de Biologia e Engenharia de Produção do
Centro Universitário de Araraquara.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
-Analisar a influência do gênero no consumo do aluno do ensino superior.
-Analisar a influência do curso no consumo do aluno do ensino superior.
-Analisar a influência do nível universitário (ingressantes e concluintes) no consumo do
aluno do ensino superior.
JUSTIFICATIVA
Os consumidores têm poder de influenciar uma empresa, pressionando-a para
que tenha maior preocupação com as questões ambientais e adote medidas responsáveis
em relação ao meio ambiente, para que não seja preterida. É necessário desencadear um
processo contínuo de sensibilização e conscientização dos consumidores individuais, o
que pode ser alcançado com ações pró-ativas e a fomentação dessas medidas
responsáveis por parte dos fabricantes. As escolas podem servir de instrumento de
divulgação da educação ambiental, trabalhando para preparar futuros cidadãos com
comportamentos éticos e responsáveis.
O comportamento do consumidor é entendido através de estudos que buscam
reuni-lo em grupos que permitam a identificação de características semelhantes entre os
membros e que sofram tais influências (KOTLER, 2000).
De acordo com Brandalise et al. (2009), é importante que se faça uma pesquisa
em percepção ambiental, pois isso se destaca como importante elemento para o
planejamento do ambiente; os empecilhos para a proteção dos ambientes naturais dão-se
através das diferenças de percepções dos valores, da importância que têm entre
indivíduos de culturas e grupos diferentes, e de grupos socioeconômicos que atuam e
21
desempenham funções distintas na sociedade. A influência e o nível de interesse
incentivados por marketing, através da divulgação, tendem a variar de acordo com o
perfil do consumidor e afetam sua percepção. (ENGEL et al., 2000).
Ainda segundo Brandalise et al. (2009), os consumidores possuem uma
percepção da atuação das empresas nessa área, que vem se tornando cada vez mais
importante, e que pode ser verificada nos resultados da pesquisa realizada pelo Instituto
Akatu (2004), que relata sobre empresas que têm hábitos de divulgar informações
através de relatório social e ambiental que incentivam o consumo de seus produtos, e as
pessoas têm o poder de interferir na postura adotada pela empresa, perante o mercado,
fazendo uso ou não de seus produtos, e utilizando, dessa maneira, a sua percepção
acerca da responsabilidade e atuação das mesmas.
A ideia do consumo consciente começa a ser difundida, tornando-se cada vez
mais presente. Os consumidores estão mais exigentes, observam e analisam valores
humanos como bem-estar social e preservação socioambiental, que também são
considerados, no momento de compra de bens e serviços.
Segundo Valle (2002), as estratégias socioambientais devem ser inseridas no
ambiente empresarial, fazendo com que cresçam e permaneçam no mercado e
incentivando novas formas de gerenciamento que prezem a proteção ao meio ambiente,
estimulando o envolvimento de toda a organização, visando melhorias em suas
atividades para minimizar os impactos negativos decorrentes do processo produtivo que
possam afetar a qualidade socioambiental.
As empresas vêm apresentando avanço e incluindo as questões ambientais em
todo âmbito empresarial, pois tudo indica que entenderam que a contribuição ao novo
modelo do desenvolvimento sustentável é a capacidade de identificar as necessidades e
desejos dos consumidores por produtos ecológicos “verdes” e tomam decisões
empresariais que estejam alinhadas à satisfação dessas necessidades (OTTMAN, 1994).
As empresas estão incorporando as questões ambientais como estratégia inerente
ao negócio; a preocupação com o meio ambiente vem tomando conta do mercado,
contribuindo para a formação de um mercado verde (DONAIRE, 1999) e assim
elevando a proteção ao meio ambiente.
Donaire (1999) comenta que empresas que visam atender às expectativas da
sociedade acerca de cuidados com a natureza, conquistam melhor a imagem
institucional, se diferenciando pela vantagem estratégica perante uma concorrente que
não possui essa visão. Oliveira (2000) corrobora que o marketing verde deve ser
22
realizado com intuito de convencer a sociedade e empresários sobre a preservação do
meio ambiente e a responsabilidade individual de cada um, ressaltando que, com adoção
de uma conduta ambiental, é possível uma potencial geração de renda.
Segundo Calzada (1998), o indivíduo que realiza suas compras, levando em
conta não só o preço, mas também a maneira como o produto foi fabricado, pode ser
definido como consumidor consciente e ecologicamente correto, pois conhece o que
pode causar danos ao meio ambiente e procura agir para que suas práticas de consumo
não afetem ou impactem o ambiente negativamente.
Segundo Clivati (2010), o consumidor vem se mostrando cada vez mais atento,
apresentando preocupação com a questão social e ambiental, ao selecionar seus
produtos, informação que pode ser confirmada através do Monitor de Responsabilidade
Social Corporativa, estudo realizado desde 1999 pela Market Analisys e o Instituto
Globescan (Canadá), que destacam essa nova tendência no consumo. Conforme os
dados do relatório de 2009, 56% dos consumidores norte-americanos e 29% dos
consumidores europeus admitiram dar preferência para produtos de empresas
socialmente responsáveis. O número apresentado na América do sul − 11% − ainda é
pequeno, se comparado aos outros.
Clivati (2010) apresenta outros dados interessantes, apontados no relatório de
2010, ao se referir às razões que levaram os consumidores brasileiros a optarem por
determinado produto, na hora da compra, em que o preço se destacou como fator de
maior peso na seleção de compra, com 35%; já o comportamento socioambiental da
empresa ocupou o penúltimo lugar, com 9%, e, apesar da posição ocupada e o número
pouco expressivo, o comportamento socioambiental da empresa já está na disputa com
critérios como confiança na marca, 16%, e disponibilidade nas lojas, 13%.
Ainda conforme Clivati (2010), é necessário que se reflita e realize mudanças
nos hábitos de consumo e ações diárias. Para garantir e assegurar um presente melhor e
um amanhã mais seguro para as futuras gerações, cabe a nós adotarmos uma postura
mais rígida diante das empresas antiéticas, deixando de consumir seus produtos e
serviços oferecidos.
De acordo com Portilho (2005), é necessário definir alguns limites em relação ao
consumo, uma vez que é preciso diminuir o consumo, principalmente pelo fato de
existir um consumo exacerbado das sociedades que se encontram em todo mundo, ou
seja, o consumo desnecessário abrange todas as classes sociais. Ratifica, ainda, que as
23
pessoas precisam aprender a consumir, eliminando o desperdício e incentivando o
consumo verde.
Conforme Romeiro (2006), existe um apelo ao comportamento de consumo
ambientalmente mais favorável, entretanto vários autores salientam o número escasso
de consumidores voltados para o consumo ambientalmente mais favorável, e ainda
ratificam a resistência e a negligência do segmento empresarial.
Para Garcia et al. (2008), o consumidor vem mudando seu comportamento
preocupando-se com as questões ambientais e recompensando empresas que se
comportam de maneira ética em relação ao meio ambiente. Salientam ainda, a
predominância de pessoas mais jovens, mais conscientizadas e envolvidas com as
questões ambientais, consideram que determinado comportamento permaneça e se
fortaleça na vida adulta.
Segundo Pinto et al. (2011), diante das várias confirmações através de
referencial teórico, as questões de sustentabilidade são fundamentais para o crescimento
sustentável, e sabendo-se que os universitários são os principais formadores de opinião
do futuro, é necessário analisar e conhecer sua compreensão sobre esse tema.
Para Gomes, Gorni, Dreher (2011), a conscientização da sociedade e de seu
papel em relação ao meio ambiente foi essencial para que o consumo sustentável se
tornasse disciplina fundamental no cotidiano dos discursos e práticas de administração,
sendo alvo de pesquisa de estudiosos e de empresas social e ecologicamente
responsáveis. Os autores salientam a necessidade de rever-se a maneira como o
consumo sustentável vem sendo discutido nas aulas e estudos promovidos na
universidade, visando possibilidades de transformação do comportamento de consumo
dos universitários.
METODOLOGIA
Segundo Selltiz et al. (1974, p.5), “não existe garantia de qualquer
empreendimento de pesquisa que apresente, na realidade, informação significativa,
precisa e não-visada. [...] Porém, os processos de pesquisa têm maior possibilidade de
fazê-lo do que qualquer outro método conhecido pelo homem”.
Nessa linha, Kerlinger (1979, p.19) afirma que:
“O conhecimento do mundo todo é afetado e até distorcido, de certa forma, pelas
predisposições dos observadores. Quanto mais complexas as observações, mais se
24
afastam da realidade física e, quanto maiores as inferências feitas, maiores as chances
de distorção”.
A pesquisa em curso partiu da revisão bibliográfica como forma de levantar o
estado da arte do tema que trata do perfil do consumidor e das formas de se mensurá-lo.
Através do levantamento bibliográfico, foi possível identificar instrumentos já validados
e utilizados para investigar consumidores sob a ótica ambiental. A etapa subsequente foi
a seleção da amostra e o planejamento da coleta dos dados. Como o objetivo da
pesquisa é avaliar o perfil dos consumidores de um determinado estrato da sociedade
(estudantes universitários) com relação às áreas do conhecimento de origem e seus
impactos sobre esses perfis, buscou-se, dentro do universo circunscrito, selecionar
amostras significativas que fossem capazes de contribuir para atingir os fins da
pesquisa. Sob esse aspecto, essa é uma pesquisa descritiva, pois seu foco é uma
população específica. Por outro lado, com relação aos procedimentos operacionais, a
pesquisa se utilizou do levantamento para a coleta de dados, com o uso do questionário
como instrumento de captura dos dados.
O estudo teve como finalidade compreender a percepção socioambiental dos
alunos de graduação dos cursos de Biologia e de Engenharia de Produção do Centro
Universitário de Araraquara, totalizando cerca de 573 alunos regularmente
matriculados.
Os dados foram coletados através de um questionário dividido em duas etapas.
Encontra-se, no primeiro momento, o modelo proposto por Garcia et al. (2008),
fundamentado no de Urdan (2001), que teve como referência o trabalho de Creyer e
Ross (1997), para mensuração do grau de importância e recompensa atribuídas a
empresas com comportamento socioambiental responsável; são 12 as variáveis que
mensuram a importância e 16 variáveis que mensuram a recompensa do consumidor ao
comportamento empresarial socioambientalmente responsável, sendo misturadas
aleatoriamente e possuindo 28 questões afirmativas. Através de uma escala de Likert, os
respondentes posicionam-se entre discordo totalmente (1) e concordo totalmente (7).
No segundo momento, encontram-se questões com escalas nominais e ordinais
para que se possa fazer a identificação de variáveis comumente usadas para
segmentação, e se dividem em três grupos: geográficas, demográficas e
socioeconômicas, que contêm informações sobre sexo, raça, idade, nacionalidade,
renda, educação, ocupação, tamanho da família, classe social, etc. As variáveis
comportamentais trazem aspectos vinculados às atitudes, valores e conhecimento. As
25
variáveis mais utilizadas para segmentação de mercado são as variáveis geográficas,
demográficas e socioeconômicas que, segundo Mowen e Minor (2003), as referidas
variáveis se apresentam como as primeiras a serem analisadas, para que posteriormente
se faça a análise das variáveis comportamentais.
O estudo buscou uma análise mais aprofundada das variáveis demográficas e
socioeconômicas para saber se as mesmas têm associação com o comportamento dos
consumidores no que se refere à responsabilidade socioambiental.
Para o tratamento dos dados, foi utilizado o Software Minitab1 e considerou
como diferenças significativas um nível de significância (P-value), diferente de 0,05.
Assim, os P-value menores ou iguais a 0,05 foram considerados evidência significativa
entre os grupos ou categorias. P-values entre 0,05 a 0,10 foram considerados de pouca
evidência entre os grupos ou categorias. Valores P-value maiores que 0,10 foram
considerados como sem diferenças significativas entre os grupos ou categorias.
Os dados foram avaliados quanto à sua normalidade, permitindo o uso da técnica
de Análise de Variância (ANOVA).
ESTRUTURA DO TRABALHO
1 Introdução
A introdução consiste da problemática cuja intenção é apontar os impactos e danos
causados pelo consumo, quando não realizado de forma consciente; dos objetivos que
visam mensurar a percepção de alunos universitários sobre responsabilidade
socioambiental e analisar a influência das variáveis idade, gênero, curso e nível
socioeconômico, no padrão de consumo dos alunos dos cursos de Biologia e Engenharia
de Produção do Centro Universitário de Araraquara; das justificativas que descrevem a
relevância em estudar determinado tema; da opção metodológica justificando a escolha
dos métodos para realização da pesquisa e o detalhamento das fases; e da estrutura do
trabalho, forma como será estruturada a pesquisa, seus capítulos.
1
O Minitab é um programa de computador proprietário ou patenteado voltado para fins estatísticos. É muito utilizado nas universidades
nos cursos introdutórios de estatística. Também é utilizado em empresas num nível mais avançado de utilização, tendo funções mais específicas voltadas para gerenciamento. Sua interface é parecida com a de uma planilha eletrônica como Microsoft Excel ou Calc do
OpenOffice mas com a capacidade de executar análises estatísticas complexas. O programa foi desenvolvido em 1972.
26
2 Referencial Teórico
Conceitos e definições sobre consumo e comportamento do consumidor; fatores
apontados como responsáveis por influenciar na tomada de decisão de compra do
consumidor e o grau de envolvimento; comportamento do consumidor verde e consumo
consciente; e a responsabilidade socioambiental das empresas e a percepção do
consumidor com relação às práticas das empresas voltadas para questões ambientais.
3 Aspectos metodológicos
É apresentado o procedimento da pesquisa; objeto do estudo: o que se pretende estudar;
tipo de pesquisa se (exploratória, descritiva ou explicativa) justificando a pesquisa em
questão; sujeito da pesquisa: alunos universitários especificamente do curso de Biologia
e Engenharia de Produção do Centro Universitário de Araraquara, fonte de dados;
contexto da pesquisa e coleta de dados, os dados foram coletados através de um
questionário já validado por outros autores, o instrumento de pesquisa será
encaminhado a todos, e a amostra terá a mesma dimensão.
4 Levantamento de dados e interpretações
Apresentação dos dados coletados e sua análise, assim como dados gerais sobre os
sujeitos e, para o tratamento dos dados, utilização do software Minitab, programa
voltado para fins estatísticos.
5 Considerações finais
Análise do trabalho desenvolvido e possíveis constatações.
Proposta de um plano de ação, e os gaps identificados no trabalho descrito,
probabilidade de pesquisas futuras que poderão suprir lacunas, das quais o referente
trabalho não foi capaz de analisar e discutir, por conta de possíveis limitações.
Referências
Lista das bibliografias utilizadas para pesquisa, estudos empíricos que facilitaram e
trouxeram a realidade do tema abordado no trabalho.
27
2 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
Essa seção trata do conteúdo teórico, contextualização do objeto de estudo, para
posteriormente realizar a análise e interpretação dos dados.
2.1 Comportamento do Consumidor: conceitos e definições
Durante muito tempo, a degradação ambiental foi apontada como consequência
da atuação do processo produtivo. A partir da década de 90, intensificou-se a percepção
de que os problemas ambientais estariam relacionados aos atuais padrões de consumo.
Estudos nessa área têm como objetivo entender como a percepção dos
consumidores se forma e o quanto as empresas e suas ofertas contribuem nessa
formação e influenciam na percepção. A avaliação do consumidor em relação a práticas
de responsabilidade social e ambiental de uma organização está presente no processo de
decisão de compra, porém não há consenso a respeito da importância e do impacto
dessa informação nas escolhas dos consumidores.
Para Cortez e Ortigoza (2009), consumo é selecionar de maneira racional e
controlada, levando em consideração os fatores sociais e ambientais e respeitando as
gerações futuras e ratifica, ainda, que o consumismo pode ser definido como compulsão
para consumir.
Segundo Cobra (2009), para que se possa entender o consumidor, é necessário
compreender suas atividades físicas e mentais. As atividades mentais são influenciadas
pelas marcas que exercem poder sobre o consumidor através da publicidade, pois as
pessoas, por influência da mídia, têm os mais diversos sentimentos, desejos e sonhos.
De acordo com Solomon (2002), os consumidores são como atores no palco do
mercado, ou seja, cada qual com suas falas, figurinos, acessórios e seus próprios
apetrechos para uma boa apresentação, assim como acontece no teatro. Pode-se dizer
que cada indivíduo representará o papel que lhe pertence, de acordo com a “peça”
vivida por ele no presente momento.
Segundo Brandalise (2006), o consumidor é um indivíduo reconhecido no meio
social, possui sua própria legislação para sua proteção contra os órgãos governamentais
atuantes, tem livre acesso às empresas e é pesquisado, frequentemente, pelo mercado.
Brandalise (2006) ainda comenta que, nos meios de produção e no processo
produtivo, o líder real é o consumidor. Os indivíduos só têm influência, quando se
28
posicionam como consumidores em que expressam uma demanda. Assim, os
consumidores são moldados por seu ambiente, na medida em que vivem e funcionam
dentro dele, e mudam esse ambiente através de seu comportamento.
Não existem muitas definições diferentes sobre o que vem a ser consumidor. De
maneira geral, este é compreendido como qualquer pessoa que compra ou tem a
possibilidade de consumir algo. Segundo Las Casas (2006, p. 181), “é aquele que
realiza compras particulares e habituais”.
Ainda conforme Las Casas (2006), o comportamento do consumidor, assim
como o marketing, lida com o conhecimento e faz uso de conceitos de outras áreas, nas
quais se inserem a Economia, Psicologia, Sociologia e Comunicação.
Segundo Kotler e Keller (2006), o comportamento do consumidor tem como
objetivo analisar como as pessoas se comportam no processo antes, durante e depois da
compra, ou seja, no momento da seleção até o descarte final. “Define-se então o
comportamento do consumidor como estudo das pessoas “consumidoras” e o
envolvimento na aquisição, consumo e na disposição de produtos, serviços, experiências
e ideias.” (MOWEN e MINOR, 2003, p. 3).
Engel et al. (2000) definem comportamento do consumidor como atividades
ligadas em adquirir, consumir e dispor de produtos e serviços, incluindo os processos
decisórios que precedem e sucedem essas práticas.
Comportamento do consumidor pode ser entendido, então, como o estudo dos
processos envolvidos nas escolhas, nas compras, nos usos e no descarte, não apenas de
produtos, mas também serviços, ideias e experiências que satisfaçam os desejos e as
necessidades de indivíduos ou grupos.
É possível observar que o consumidor percorre alguns estágios em seu processo
de decisão de compra.
Os consumidores passam por sete estágios, conforme ilustrado na figura 1. Neste
modelo de Blackwell, Minard, Engel, (2005), para a tomada de decisão, o
reconhecimento da necessidade, a busca de informações, a avaliação de alternativas ou
pré-compra, compra, consumo, avaliação pós-consumo e descarte se fazem presentes.
29
Figura 1 – Modelo dos Estágios do processo de decisão do consumidor e os principais
fatores influenciadores.
Fonte: (BLACKWELL, MINARD, ENGEL, 2005, p. 86)
O primeiro estágio é o reconhecimento da necessidade e se dá quando o
indivíduo percebe que tem condições de mudar a situação real para chegar àquela
situação que acredita ser a ideal e tenta fazer algo que possa vir diminuir essa diferença;
então, o consumidor passa a acreditar que os atributos do produto valem mais que o
valor cobrado pelo mesmo, consolidando, assim, o primeiro passo para a venda de um
produto (BLACKWELL, MINARD, ENGEL, 2005).
A busca de informações acontece no segundo estágio para obtenção de soluções
que possam satisfazer as necessidades não atendidas. As informações são buscadas da
seguinte forma: nas fontes internas, recuperando o conhecimento na memória, nas
tendências genéticas ou através de fontes externas, que são as informações dos
familiares e da sociedade de um modo geral. A busca por informações deve ser
determinada por inúmeras variáveis que, a princípio, visam considerar as características
das necessidades a serem atendidas e fatores relacionados à personalidade, renda, classe
social, experiências passadas, percepção da marca e satisfação dos consumidores
(BLACKWELL, MINARD, ENGEL, 2005).
30
No terceiro estágio, momento quando as alternativas são avaliadas, antes da
efetivação da compra, o consumidor procura subsídios para estabelecer critérios e
estreitar as alternativas; compara o que conhece sobre os diferentes produtos e marcas,
analisando o que considera mais importante e busca respostas que possam satisfazer
suas necessidades o que facilita suas escolhas (BLACKWELL, MINARD, ENGEL,
2005).
O quarto estágio é quando o consumidor se decide e ocorre a efetivação da
compra, optando por um determinado produto da marca escolhida; isso ocorre, após a
passagem pelos três estágios anteriores que foram vivenciados pelo consumidor
(BLACKWELL, MINARD, ENGEL, 2005).
O quinto estágio é marcado pelo consumo, quando o consumidor faz uso do
produto que poderá ocorrer imediatamente, no momento em que o produto for
comprado para o uso imediato, ou, posteriormente, quando o consumidor não tem
urgência em utilizar o produto adquiro (BLACKWELL, MINARD, ENGEL, 2005).
O sexto estágio refere-se à avaliação pós-consumo, momento em que os
consumidores vivenciam a satisfação ou insatisfação com o produto comprado,
decorrentes do alcance ou não das expectativas, ou seja, quando acontece de o produto
alcançar o esperado, confirma-se a expectativa, e há satisfação; se houver frustração em
relação à expectativa, acontece à insatisfação (BLACKWELL, MINARD, ENGEL,
2005).
O descarte é o sétimo e último estágio, atividade realizada posterior ao consumo
e, nesse momento, os consumidores sentem-se obrigados a se desfazerem da embalagem
e do restante de material inerentes ao produto e, até mesmo, do próprio produto. Nesse
estágio, ressalta-se uma abordagem que vai ao encontro da responsabilidade
socioambiental, e o foco é a preocupação com os resíduos que as pessoas geram após o
uso dos produtos (BLACKWELL, MINARD, ENGEL, 2005).
O presente modelo retrata que a influência na tomada de decisão do consumidor,
é lapidada por diversos fatores que se inter-relacionam, como pode ser notado na figura
1. O modelo em questão trabalha as diferenças individuais, as influências ambientais e
os processos psicológicos, em um conjunto integrado dentro dos sete estágios no
modelo relatado.
O processamento das informações é capaz de definir um ciclo de aprendizagem.
Solomon (2002) salienta que a aprendizagem acontece quando a experiência pode levar
a mudanças do consumidor, mais precisamente, no seu conhecimento, afetando suas
31
atitudes e seus comportamentos, conforme demonstra a abordagem cognitiva, em que a
aprendizagem é refletida por mudanças no conhecimento, cujo foco está centrado no
entendimento dos processos mentais que estabelecem a maneira como as pessoas
aprendem a informação que se refere ao processo de assimilação.
Brandalise (2006) refere-se à aprendizagem com base nas mudanças que
ocorrem nas respostas comportamentais que são as alterações de ações resultantes da
experiência, e que podem incluir as mudanças de atitudes, de emoções, de critérios de
avaliação de comportamentos.
Para melhor entendimento sobre o comportamento do consumidor, torna-se
indispensável a compreensão do processo contínuo; é preciso que a visão do processo
de consumo torne-se mais abrangente e que traga informações que mostrem o que
influencia o consumidor antes, durante e depois da compra.
Segundo Engel et al. (2000), quando há um alto nível de envolvimento do
consumidor, o processo decisório tende a ser mais demorado, o que esses autores
chamam de Solução Extensiva de Problema; o processo decisório torna-se mais rápido,
quando se trata de compras habituais e repetitivas e com as quais o consumidor já tem
familiaridade e são chamadas de Soluções Limitadas de Problemas . Para Solomon
(2002), envolvimento pode ser visto como a motivação para processar informações, o
consumidor pode dedicar maior ou menor atenção aos anúncios e propagandas e, quanto
maior for o envolvimento, maior será sua atenção e vice-versa. Alguns fatores são
responsáveis pelo envolvimento do consumidor, como se pode observar na figura 2.
32
Figura 2 - Fatores que influenciam o envolvimento do consumidor.
Fonte: (Solomon, 2002. p. 101)
Para Engel et al. (2000), o processo decisório dos consumidores pode ser
influenciado por três fatores:
- Refere-se às diferenças individuais que estão relacionadas com recursos que
cada consumidor disponha (exemplo: dinheiro, capacidade de processamento de
informação, tempo) e aspectos psicográficos (exemplo: estilo de vida, valores,
personalidade, nível de conhecimento, atitudes e motivação);
FATORES PESSOAIS
. Necessidades
. Importância
. Interesse
. Valores
FATORES DO OBJETO
OU DO ESTÍMULO
. Diferenciação de
Alternativa
. Fonte da
Comunicação
. Conteúdo da
Comunicação
FATORES
SITUACIONAIS
. Compra/Uso
. Ocasião
ANTECEDENTES DO
ENVOLVIMENTO
Omissão de contra-
argumentos
Eficiência do anúncio
para induzir a compra
Importância relativa de
classe do produto
Diferenças percebidas nos
atributos dos produtos
Preferência por uma
marca em particular
Influência do preço na
escolha da marca
Quantidade da busca de
informação
Tempo gasto
considerando as
alternativas
Tipo de regra para decisão
usada na escolha
ENVOLVIMENTO
POSSÍVEIS
RESULTADOS DO
ENVOLVIMENTO
Com anúncios
Com produtos
Com decisões de
compra
33
- Influências ambientais, advindas das origens culturais, refletidas na classe
social e que são afetadas pelo grupo de referência;
- E também os processos psicológicos, como o processamento de informações,
aprendizagem e mudanças em atitudes e comportamentos. Os consumidores podem ser
incentivados e influenciados por diversos fatores como a aparência do produto e a
aceitação ou rejeição por parte de seu grupo de referência.
Segundo Engel et al. (2000), o envolvimento é definido como o grau de
relevância pessoal despertada em uma situação específica através de estímulos. É
possível compreender os processos de memória, a tomada de decisão, o entendimento
da mudança de atitude e a comunicação entre um grupo de pessoas de acordo com seu
nível de envolvimento (MOWEN E MINOR, 2003). Seu comportamento implica uma
constatação do quão envolvido se encontra o consumidor perante uma determinada
situação de compra.
Segundo Baudrillard (1995), o processo de consumo pode ser analisado levando
em conta dois aspectos:
- O primeiro refere-se ao processo de significação e de comunicação, em que,
através de códigos, o indivíduo é incentivado a comprar determinado objeto.
- O segundo é o de classificação e diferenciação social, o indivíduo consome
para estabelecer um determinado status social.
Conforme o autor, essa dependência consumista está relacionada à influência da
tecnologia, dos meios de comunicação, em estar na moda, reflexos da globalização e
mudanças culturais.
Para Baudrillard (1995), as pessoas são levadas ao consumismo na busca de
autossatisfação, pois, através da compra de um objeto, os indivíduos valorizam o que
possuem e se afirmam, através da aparência, e, em situações de estresse, problemas
profissionais ou particulares, recorrem às lojas na tentativa de aliviar e compensar
situações conflitantes.
É preciso levar em consideração o quanto os estímulos ambientais, de marketing
e outros influenciam na decisão do consumidor, ressaltando que o consumo é
extremamente influenciado pela idade, renda, nível de educação, e preferências
individuais dos consumidores.
Cobra (2009) salienta que, para entender o comportamento do consumidor, é
necessária a formação de grupos homogêneos de consumo, que ocorre de várias
maneiras, através das influências pessoais e do meio.
34
2.2 Aspectos que Influenciam o Comportamento do Consumidor
Kotler (2000) comenta que nem o próprio consumidor é capaz de compreender
suas motivações mais profundas, e o que realmente o leva a consumir um determinado
produto ou serviço. Assim, é necessário que se busquem informações para que se possa
entender como e porque os consumidores são influenciados.
Segundo Churchill e Peter (2000), os consumidores podem sofrer influências
sociais, de marketing e situacionais.
2.2.1 Influências Sociais
Conforme Churchill e Peter (2000), o comportamento do consumidor sofre
influências sociais que podem ser interpessoais (cultura, subcultura, classe social, grupo
de referência e família), e também, intrapessoais (idade, ocupação, renda, necessidades,
motivação, percepção, atitude, aprendizado, personalidade e estilo de vida).
Cultura
Os valores culturais são um dos primeiros fatores que podem definir a forma de
pensar de um indivíduo, pois, quando inserido e desenvolvido em uma sociedade, o
mesmo vai adquirindo valores, tendo sua própria percepção e preferências e obtendo um
comportamento que é reflexo desse meio social. É convivendo com as pessoas que se
adquire um tipo de personalidade, criando suas próprias preferências sobre alguns
produtos e marcas.
Segundo Kotler (1998), as pessoas já crescem adquirindo valores, costumes e
hábitos e possuindo suas próprias percepções e preferências.
Churchill e Peter (2000) salientam que as pessoas demonstram sua cultura, ao
expressarem o grau de importância que dão a cada coisa.
Para Solomon (2002), a cultura é formada pelo acúmulo de rituais, normas e
tradições, ou seja, pressupostos básicos compartilhados que foram descobertos e
aprendidos entre membros de uma mesma organização.
Subcultura
Segundo Kotler (1998), as subculturas são segmentos específicos, separados de
uma cultura maior e incluem as nacionalidades, religiões, grupos raciais e regiões
35
geográficas. A segmentação em subculturas é conduzida por fatores socioculturais e
demográficos fáceis de serem identificados.
Classe social
Para Kotler (1998), as pessoas participam de diferentes grupos, ao longo de suas
vidas, e, assim, acabam tendo que assumir papéis e posições distintas; em consequência,
buscam por produtos que divulguem o seu papel e status na sociedade. Assim, as
pessoas de diferentes classes sociais tendem a fazer escolhas diferentes.
Grupo de referência
Os grupos de referências têm uma influência direta ou indireta sobre atitudes do
comportamento das pessoas; pode-se citar a família, amigos, vizinhos e personalidades.
Os grupos de referências não costumam ditar regras sobre como os consumidores
devem se comportar; esses, por sua vez, deixam-se influenciar pela opinião ou por se
preocuparem com os sentimentos dos membros do grupo ao qual pertencem. Churchill e
Peter (2000) comentam que, em geral, os consumidores buscam alternativas, limitando-
se apenas àquelas que o grupo de referência determina.
Família
Segundo Engel et al. (2000), os membros da família desempenham vários
papéis, e participam, efetivamente, de todo o processo de compra, desde o iniciador,
influenciador, decisor, comprador e usuário. As famílias influenciam as decisões de
compra, a partir do momento em que impõe limites aos membros mais novos, e os
mesmos crescem sabendo o que devem ou não consumir.
Idade e Ciclo de Vida
Ao longo de nossa vida, nossas necessidades, desejos e preferências sofrem
modificações e, durante o nosso ciclo de vida, gostamos e deixamos de gostar,
queremos e deixamos de querer. Segundo Kotler (2000) há estudos que identificaram
estágios de vida psicológicos, onde adultos vivenciam passagens e mudanças ao longo
da vida.
36
Ocupação
Segundo Kotler (1998) o emprego dos consumidores tem influência em seus
padrões de consumo.
O cargo ocupado pelo consumidor limita o que o mesmo pode adquirir, ou seja,
a aquisição de produtos se dá pelas condições financeiras que o cargo ocupado oferece.
Renda
Refere-se ao padrão de vida, patrimônio, condições de crédito e renda disponível
que afetam na escolha de um produto Kotler (1998). Retrata a situação em que o
consumidor vive em seu país como inflação, recessão, condições de empréstimo, taxa
de juros etc.
Necessidades
As pessoas possuem várias necessidades insatisfeita, sendo assim, é preciso que
uma das necessidades seja urgente tornando-se uma motivação para compra de um
produto.
Solomon (2002, p. 95) descreve que:
“Uma vez que determinada necessidade é ativada, um estado de tensão
impulsiona o consumidor a tentar reduzir ou eliminar a necessidade.”
Motivação
Segundo Kotler (1998), a motivação é um estímulo que impulsiona a força e faz
com que a pessoa aja.
Kotler e Keller (2006) comentam que, na visão de Freud, o comportamento é
resultado de forças inconscientes e os autores ainda se referem à Teoria da Motivação
de Maslow que relata as necessidades humanas organizadas numa hierarquia que se
define na ordem em que o indivíduo busca satisfazê-las − fisiológicas (sede, fome,
moradia), até alcançar a autorrealização, o consumidor vai buscar satisfazer sempre a
necessidade que considerar mais importante. Na teoria de Herzberg, a qual é conhecida
como “Teoria dos Dois Fatores”, evidenciam-se fatores satisfatórios, capazes de causar
a satisfação ou nenhuma satisfação e os insatisfatórios que podem causar insatisfação ou
nenhuma insatisfação.
37
Percepção
Para Kotler (1998), uma pessoa que se encontra motivada está preparada para
agir e, desse modo, fará uso da percepção para selecionar, organizar e interpretar as
informações e, assim, formar uma imagem significativa do mundo. Podem-se citar três
processos de percepção (Kotler, 1998, p.175):
Atenção seletiva: a percepção das pessoas está ligada a estímulos relacionados a
uma necessidade atual;
Distorção seletiva: as pessoas tendem a interpretar as informações conforme
suas intenções pessoais;
Retenção seletiva: uma predisposição das pessoas em reter as informações que
reforcem suas atitudes e crenças.
Atitude
Em relação a crenças e atitudes, cada pessoa possui suas próprias características
e personalidade única. Por meio de ações e do aprendizado, as pessoas formam suas
crenças e atitudes, as quais, por sua vez, influenciam o comportamento de compra. Para
Kotler (1998), crença é a maneira como as pessoas visualizam as coisas. Atitudes são a
predisposição e a tendência referentes a um objeto ou ideia.
Aprendizado
A aprendizagem, segundo Kotler (1998), surge da interação entre impulsos,
sinais, respostas e esforços, que são mudanças no comportamento do indivíduo
decorrente de suas experiências. A importância prática da teoria do aprendizado é que
ela pode estimular a demanda de um produto pela associação de motivação, provocada
pela imagem que o produto possa conceder ao usuário.
Personalidade
A personalidade de uma pessoa é constituída pelas características individuais
que a separam das outras. Segundo Engel et al. (2000), são respostas a estímulos
ambientais ou a padrão particular de organização que fazem com que um indivíduo seja
singular e diferente das outras pessoas.
38
Estilo de vida
Aponta que as pessoas podem ter a mesma ocupação e/ou pertencer à mesma
classe social, porém podem ter estilos de vida diferentes, o que significa que cada
indivíduo tem sua particularidade e cria sua personalidade.
As empresas são capazes de se adequar aos estilos de vida das pessoas,
oferecendo produtos capazes de satisfazer os consumidores reais e potenciais.
Para Kotler (1998), as empresas são capazes de se adequarem ao mercado
equiparando seus produtos ao estilo de vida dos consumidores potenciais.
2.2.2 Influências de Marketing
O marketing influencia a decisão de compra do consumidor, através da
divulgação e fomentação de novos produtos e inovações, capazes de ativar as
necessidades, afirmam Engel et al. (2005) e, algumas vezes, é suficiente simplesmente
lembrar uma necessidade aos consumidores. A influência varia de acordo com as
características do consumidor, as quais afetam a percepção dos mesmos.
O marketing também tem como objetivo trazer e obter lucros para a organização,
assim suas atividades também influenciam o processo de compra. De acordo com
Churchill e Peter (2000) e Kotler (1998), os elementos do composto de marketing são
capazes de afetar o processo de compra. Os elementos de marketing são: produto, preço,
praça e promoção.
Produto: o tipo de produto, a forma como foi fabricado, a aparência, a
embalagem e o rótulo podem influenciar o comportamento de compra do consumidor.
Um produto que venha ao encontro das necessidades do consumidor exerce uma forte
influência na sua decisão de compra.
Preço: o consumidor pode ser influenciado pela estratégia de preços, enquanto
faz a avaliação das alternativas de compra, pois o consumidor tem o hábito de
considerar os preços dos produtos e busca descontos, nas decisões de compra rotineira
ou limitada. Entretanto, nas decisões de compra extensiva, acredita-se que é mais
comum os consumidores considerarem o preço apenas como um dos muitos atributos
relevantes e, para produtos de luxo, um preço mais alto pode não impedir a compra. O
preço também é relevante para avaliação do consumidor pós-compra.
39
Praça: é o canal de distribuição local, onde o produto é disponibilizado e exerce
influência, à medida que os consumidores têm facilidade em encontrar tal produto. A
disponibilidade é mais importante para a tomada de decisão de compra rotineira ou
limitada como, por exemplo, produtos de limpeza.
Promoção: estratégias utilizadas para se comunicar com o mercado consumidor,
com intuito de estimular a compra do produto que a empresa oferece. Informações sobre
novos produtos podem estimular um desejo por esses produtos.
2.2.3 Influências Situacionais
São situações contingencias do ambiente, fatores que podem ocorrer em um
momento único e específico, independente das características do consumidor e do
objeto. Churchill e Peter (2000) informam que as influências situacionais estão
relacionadas e ocorrem no ambiente físico, no ambiente social, no tempo e na natureza
da tarefa, e, também, no estado de espírito como o humor.
Sabendo das influências sofridas pelo consumidor, é preciso salientar
comportamentos dos cidadãos, com relação ao consumo, e sua predisposição em adotar
uma postura mais compatível com as questões ambientais.
2.3 Consumidor Verde e o Consumo Sustentável
Diante de várias discussões e estudos sobre comportamento do consumidor, uma
questão que se faz presente e permanece sem resposta é quem seriam os consumidores
dispostos a adotarem um comportamento ambientalmente mais favorável.
Segundo Gomes, Gorni, Dreher (2011), a consciência ecológica é representada
por crenças, valores e conhecimentos ecológicos e está intimamente vinculada ao nível
de informações recebidas e assimiladas, e o que realmente faz com que o consumidor se
recorde de produtos e marcas ecológicas é a sua satisfação com os benefícios advindos
do consumo, capaz de ratificar as crenças ecológicas de um determinado consumidor.
Os produtos ecologicamente corretos dependem das novas preferências dos
consumidores por produtos verdes, pois o aumento da consciência ecológica está
diretamente ligado ao novo conceito de qualidade do produto, o qual deve ser
ecologicamente correto e se espera que o consumidor tenha capacidade de associar
40
qualidade com menor impacto ambiental, da produção até a embalagem final do
produto.
Conforme Portilho (2005), o consumidor verde é definido como aquele que
prefere produtos que sejam ambientalmente corretos, ou seja, que não acarretem danos
ao meio ambiente e que sejam fabricados através de tecnologias limpas, pois os
consumidores estão atentos aos produtos que vêm sendo ofertados, preferindo produtos
verdes e preterindo os que não forem. Os consumidores mostram-se preocupados com o
meio ambiente, exigindo uma atuação mais responsável por parte das empresas.
Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor IDEC (2005), o
consumidor verde é aquele que, além de buscar melhor qualidade e preço, opta por
produtos menos agressivos ao meio ambiente.
Azevedo et al. (2010) definem os consumidores verdes como indivíduos
preocupados com o ambiente e dispostos a optarem por produtos verdes, sempre que
possível. Produtos verdes são aqueles que se apresentam ambientalmente corretos,
incapazes de causar danos ao meio ambiente e à saúde da população (LAGES e NETO,
2002).
No decorrer das últimas décadas, com o avanço tecnológico e o crescente
desenvolvimento econômico, o ambiente adquiriu maior importância, e os
consumidores começaram a procurar alternativas mais amigas do ambiente em
detrimento das compras usuais.
Manzine e Vezzoli (2002) salientam que, para que produtos verdes sejam
aceitos, há de haver ajustes socioculturais, visto que a produção dos mesmos tem que
combinar o que é tecnicamente possível, condições apropriadas para se produzir, com o
que é ecologicamente necessário, cuidados necessários e utilização de recursos não
prejudiciais ao meio ambiente.
Segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor IDEC (2005), há
limitação com relação à prática do consumidor verde, pois o consumidor se utiliza de
seu poder de escolha, decidindo-se por uma marca ou outra, levando em consideração as
questões ambientais na fabricação do produto, porém não deixa de consumir.
De acordo com Capelini (2007), o que distingue consumo sustentável de
consumo verde é a escolha por um determinado produto e não a necessidade de comprar
ou não um produto, pois o consumo verde está relacionado em optar-se por um produto
que tenha características de inovação tecnológica na sua fabricação que agreguem
qualidade ambiental, e isso não faz com que o consumidor consuma ou deixe de
41
consumir um produto ou marca, mas limita suas escolhas, pois determinado consumidor
tende a preferir produtos que apresentem características verdes, ou seja, refere-se ao
esverdeamento do consumo.
Segundo Cortez e Ortigoza (2009) e o Instituto Brasileiro de Defesa do
Consumidor IDEC (2005), o consumo sustentável é uma meta a ser atingida, uma vez
que vai além de uma estratégia de ação a ser implementada pelos consumidores.
Para Lages e Neto (2002), quando o consumidor adquire maior nível de
consciência ecológica, a qualidade ambiental passa a ser inerente à qualidade do
produto, e a percepção dos consumidores em relação a um produto que não apresente
atributos verdes passa a ser diferente, ou seja, visualiza-se o produto de forma negativa.
Os consumidores verdes ou consumidores ecologicamente conscientes,
diferentes dos consumidores tradicionais, são definidos como indivíduos que procuram
consumir apenas os produtos que causem o menor, ou não exerçam nenhum impacto ao
meio ambiente. Esses consumidores são motivados a optar por produtos que são
considerados nocivos ao ambiente e a toda a sociedade e agem em conformidade com a
preservação ambiental.
As empresas, com objetivo de se adaptarem a esse novo consumidor e suas
demandas, estão adotando métodos de produção mais adequados às exigências atuais.
Schiffman e Kanuk (2000) ressaltam que o consumo verde passou a ser
conhecido e divulgado após a Conferência sobre Desenvolvimento Humano e Meio
Ambiente, realizada em 1992, no Rio de Janeiro, quando as empresas passaram adotar
novos métodos de produção com intenção de oferecer produtos ecológicos e se
destacarem no mercado, porém as práticas eram principiantes, e os aspectos ambientais
estavam sendo inseridos, aos poucos, no ambiente organizacional.
Buscam-se melhorias e mudanças na produção dos produtos, o que desencadeia
uma luta por melhorias e mudanças no consumo, sabendo da interdependência dos dois
processos. O que acontece é que, na maioria das vezes, as empresas e o governo tendem
a se eximirem de culpa, deixando toda a responsabilidade para o consumidor, que é
apontado como principal responsável em apresentar soluções para os problemas
relacionados aos processos (INSTITUTO BRASILEIRO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR IDEC, 2005).
Ottaman (1994) comenta que os indivíduos estão mudando, passando a consumir
com mais frequência produtos verdes e deixando de aderir aos que não são considerados
42
ecológicos, e isso implica no desencadeamento de uma nova tendência voltada para os
valores ambientais.
Bedante (2004) salienta que, mesmo sendo praticado por uma pequena parcela
da população, o consumo sustentável é bastante promissor.
Em pesquisa realizada no Brasil, nos anos de 1992, 1997 e 2000, pelo IBOPE
(Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), para o Ministério do Meio
Ambiente, que buscou verificar o comportamento da população no contexto do
consumo consciente ou sustentável. Os resultados apontaram que a população brasileira
passou a levar em consideração outros atributos de um produto, não só mais preço e
qualidade. Essa pesquisa evidenciou a importância do marketing verde ou ecológico no
que se refere ao aumento da atratividade dos produtos, indicando que a população está
atenta aos rótulos e às informações sobre os produtos. Concluiu-se, dessa forma, que, no
Brasil, os consumidores já entendem o papel que desempenham na sociedade e
conhecem as consequências de suas práticas, no momento em que consomem, tanto para
o meio ambiente quanto para sociedade.
O Instituto Akatu (2001) realizou uma pesquisa que teve como objetivo
conhecer melhor os hábitos de consumo e a visão do mundo dos jovens, os quais são
relevantes para que o consumo seja realizado cada vez mais de forma sustentável. A
pesquisa foi aplicada em 24 países, entre julho e setembro de 2000. No Brasil, a
pesquisa foi realizada em novembro de 2001. A pesquisa buscou uma aproximação com
essa população de consumidores, incentivando o despertar de sua sensibilidade e
consciência, mostrando a importância do papel desempenhado por eles, com relação ao
futuro do planeta e os recursos finitos.
De acordo com os resultados apontados pela pesquisa, em relação ao consumo
consciente, pode-se afirmar que é um assunto bastante relevante para os jovens
pesquisados, pois, segundo 50% dos jovens entrevistados, o meio ambiente é critério
decisivo de compra.
Segundo Cortez e Ortigoza (2009), o Brasil encontra-se na classe de
Desenvolvimento Humano Médio com relação ao consumo, e ratificam, ainda, que, no
Brasil, temos uma parcela da população que consome exageradamente e que possui um
padrão de vida elevado; em contrapartida, temos grande parte que consome pouco,
porém que mantém hábitos de consumo insustentável. Assim, no Brasil, as políticas de
consumo sustentável devem estar relacionadas, em primeiro lugar, com a eliminação da
pobreza, pois, para garantir uma vida digna, é preciso estabelecer um piso mínimo para
43
aqueles que vivem abaixo de um padrão de consumo viável à sobrevivência humana,
mas é preciso também estabelecer mudanças nos padrões e níveis de consumo em que
seja possível evitar a concentração de renda e possa promover novo estilo de vida mais
sustentável.
Segundo Prado et al. (2011), o consumidor ecológico ainda é um número
pequeno, embora esteja crescendo, e se faz importante a sensibilização dos jovens para
impactar, positivamente, em seu convívio social e profissional, adotando uma postura e
hábitos de consumo conscientes, deixando de ser simples discurso e tornar-se prática,
para obtenção de resultados concretos, com relação às questões ambientais e de
sustentabilidade.
Em estudo realizado por Motta e Rossi (2003), os consumidores de bens de
conveniência, com idade média entre 25 e 48 anos, na cidade de São Paulo, mostraram-
se não ser influenciados pelas características dos produtos, uma vez que realizavam suas
compras e optavam por produtos independentes de aparentarem ser ou não
ambientalmente corretos, alegando falta de informação.
Motta e Rossi (2003) salientam que, em alguns países, já é possível identificar
uma crescente preferência dos consumidores por produtos ecologicamente corretos e
por empresas que adotem uma postura menos agressiva ao meio ambiente, porém, no
Brasil, o lançamento de produtos verdes ainda é recente.
Romeiro (2006) corrobora com os autores e comenta que os estudos realizados
no Brasil mostram que vem crescendo o número de consumidores interessados em
discussões que tratam do fator ecológico, porém não é um número expressivo, e enfatiza
que os consumidores não estão preparados para assumirem suas responsabilidades
ecológicas, e essa constatação dá-se através dos fatos evidenciados em estudos que
seguem essa mesma linha.
O Instituto Akatu, contribuiu lançando no início de 2013 a pesquisa Akatu
2012: Rumo à Sociedade do Bem-Estar, que possibilitou o entendimento dos hábitos
dos consumidores brasileiros.
Conforme destacado na pesquisa entre os anos de 2010 e 2012, o número de
brasileiros que já ouviu falar sobre sustentabilidade aumentou de 44% para 60%.
Dos brasileiros que já estão acostumados com o termo “sustentabilidade”, 40% possuem
entendimento ambiental do conceito, 23% conseguem explicar o termo através de
exemplos e 25% possuem entendimento errado sobre o tema.
44
Diante dos resultados da pesquisa é possível observar o aumento do número de
brasileiros interessados sobre o termo sustentabilidade: 7% realmente sabe o que é
sustentabilidade, 14% mostraram-se interessados em se informar em 2010, e 24% em
2012.
A pesquisa mostra uma tendência do consumidor brasileiro em criar hábitos de
consumo mais responsáveis e sustentáveis, mostrando uma disposição para a mudança
de comportamento.
Os resultados da pesquisa também apontam o quão relevante é para as pessoas
uma vida com qualidade, fato que mostra a disposição das pessoas em diminuir o
consumo para se ter uma vida mais saudável.
Outro ponto que merece destaque sobre o hábito de consumo brasileiro é que
quanto mais alta a classe social, maiores as prioridades sustentáveis, em contra partida,
as classes sociais mais baixas reduzem de maneira mais lenta suas prioridades
consumista.
A pesquisa confirma que o consumo consciente não pode ser definido como
característica de nenhum segmento específico, mostrando uma adesão maior entre
universitários, integrantes das classes A e B e pessoas acima de 45 anos.
De acordo com Straughan e Roberts (1999), desde que a questão ambiental
surgiu, é constante a busca para se entender o que leva as pessoas a terem um
comportamento ecologicamente consciente. Os autores relatam que algumas tentativas
focaram as variáveis demográficas (idade, sexo e renda), e outras buscaram identificar
variáveis psicográficas (altruísmo e preocupação ambiental) que demonstrem atitudes e
comportamentos ambientais. Segundo Lee e Holden (1999), para se entender melhor o
comportamento do consumidor ambientalmente consciente, é preciso analisar a
consistência da atitude-comportamento baseada no modelo de Batson, que retrata o
comportamento pró-social. Esse modelo sugere que o comportamento do consumidor
ambientalmente consciente seja analisado melhor por atitudes do indivíduo diante do
meio ambiente.
Lee e Holden (1999) citam Batson (1987) com base em duas determinantes
independentes do comportamento ambiental. A primeira motivação é baseada em
respostas internas de aflição; a segunda é baseada na empatia, cuja vantagem é mostrar
o comportamento ambiental, através da aflição e da empatia, além do padrão
aproximado baseado em atitudes e recompensas ou punições. Batson (1987) aponta dois
45
caminhos: o egoísta e altruísta para um comportamento pró-social, conforme mostra a
figura 3. Cada caminho é descrito por uma única combinação de situações instigantes,
uma consequente resposta interna, um estado motivacional, uma análise do custo-
benefício de potenciais respostas comportamentais (Cálculos Hedônicos, em Batson,
1987) e, finalmente, uma resposta comportamental.
Figura 3- Caminho egoísta e altruísta adaptado do fluxograma de Batson (1987).
Caminho 1 Caminho 2 Caminho 3
Busca de recompensa Redução da aflição Altruísta
Evitar punições (Egoísta)
Situação
Instigante
Resposta
Interna
Estado
Motivacional
Cálculos
Hedônicos
Resposta
Comportamental
Fonte: Lee & Holden, (1999) apud Batson (1987, p. 84)
Segundo Batson (1987), citado por Lee e Holden (1999), o primeiro caminho é
ativado pela percepção da necessidade do outro e uma expectativa de recompensa por
ajudar, ou punições por não ajudar. Esse caminho baseia-se em um aprendizado social e
Expectativa de
a) recompensa
b) punição
Percepção do outro
como necessidade
Adoção da perspectiva
dooutro
Oportunidade para a) ganhar recompensa
b) evitar punição
Aflição ou angústia Empatia
a) ganhar recompensa
b) evitar punição
Reduzir a Aflição
Reduzir a necessidade
dos outros
Análise de custo-benefício para cada opção de resposta comportamental
Ajuda (a&b)
Ter uma outra ajuda (b)
Escape (b)
Ajuda
Ter uma outra ajuda
Escape
Ajuda
Ter uma outra ajuda
46
alguns mecanismos por distribuir recompensas ou punições. Embaixo do caminho 1, o
comportamento do consumidor ambiental é visto como uma oportunidade de ganhar
recompensas ou evitar punições. As recompensas ganhas podem ser material (ex.:
reembolsos para reciclagem), social (ex.: aprovação de grupo-referencial), ou uma
autorrecompensa (ex.: satisfação); as punições podem ser material (ex.: multas) ou
social (ex.: desaprovação de grupo-referencial).
A evidência da crença na eficácia das recompensas e punições está refletida em
muitos programas destinados ao aumento do comportamento ambientalmente
consciente, conforme Batson (1987). Por exemplo, execução legal de comportamento
ambientalmente consciente como a reciclagem é praticada em muitos países europeus,
incluindo Áustria e Suécia. Controles legais contra o lixo público e a poluição industrial
são comuns em muitos países, incluindo os Estados Unidos, Canadá, Austrália e
Singapura. Muitos países também usam campanhas de marketing social que
recompensam, diretamente, ou encorajam o público a recompensar o comportamento
positivo ambiental.
A ativação do segundo caminho baseia-se, exclusivamente, na percepção da
necessidade de outro. No contexto ambiental, a percepção da necessidade do outro por
um ambiente melhor leva à aflição ou à depressão pessoal. Isso evoca uma motivação
egoísta para aliviar a própria aflição de alguém. As opções comportamentais pró-
ambientais são para as pessoas atuarem ou terem outra atitude, na forma
ambientalmente consciente, como um meio de reduzir a aflição pessoal. Um processo de
ação alternativa é para o indivíduo escapar de situações que causam aflição, tal como
mudar de um programa de televisão que causa angústia para um menos estressante.
A ativação do terceiro caminho, a percepção da necessidade, está distinguida das
outras duas formas de caminho, por requerer a adoção de outra perspectiva do
indivíduo: imaginando e sentindo como o indivíduo é ou será afetado por problemas
ambientais. Batson (1987) encontrou consideráveis respaldos para as hipóteses empatia-
altruísmo: que a adoção da perspectiva de outro caminho evoca a motivação altruísta
para ajudar o caminho empatia e simpatia. A adoção da perspectiva de outro caminho
tende a ser facilitado por uma experiência pessoal com uma situação similar ou suporte
para outra pessoa (tais como parentesco, similaridades percebidas ou atrações). As
opções comportamentais são para atuar ou ter alguém mais agindo de forma
47
ambientalmente consciente como um meio de alcançar o último objetivo de ter as
necessidades de outras reduzidas.
Segundo Lee e Holden (1999), o comportamento ambiental pode ser
caracterizado como comportamento pró-social, pois, em uma análise da cadeia meio-
fim, mostra que ambos os objetivos − egoístas e altruístas − direcionam a um
comportamento ambiental, mas que os objetivos altruístas tendem a dominar.
Os estudos mostram que existe uma preocupação dos consumidores com o fator
ecológico, mas ainda não é possível evidenciar, de forma concreta, um comportamento
consciente. Os consumidores são influenciados com frequência, o que reflete um
determinado comportamento.
Segundo Bedante (2004), o consumo sustentável está presente na mente do
consumidor, mas é preciso ser mais trabalhado e divulgado, principalmente no
segmento dos jovens consumidores. Assim, com a aproximação dos conceitos de
produtos verdes e consumo sustentável, esses devem ser unificados e trabalhados como
estratégia de marketing que consiga equiparar o produto ao consumo, onde possam
ganhar tanto os consumidores quanto o meio ambiente.
2.4 Responsabilidade Social e Socioambiental das Empresas e a
Percepção do Consumidor
Para Ashley (2005), a responsabilidade social das empresas tem como objetivo
atender diferentes públicos da seguinte forma: reconhecer seus funcionários, respeitar
seus acionistas, satisfazer e manter relação de confiança com seus clientes e
fornecedores, respeitar a legislação e cumprir as leis, colaborar com programas de
preservação ambiental, apoiar ações que têm como objetivo minimizar ou eliminar
problemas sociais e divulgar informações de suas atividades. Os temas
Responsabilidade Social e RSC (Responsabilidade Social Corporativa) estão
intimamente ligados por uma única ideia: incorporar questões sociais e ambientais às
práticas empresariais, independente de suas particularidades, pois o objetivo principal é
o bem-estar da sociedade (PINTO, GROHMANN, BATTISTELLA E RADONS,
2011).
48
Responsabilidade Social Empresarial é a forma de gestão que se
define pela relação ética e transparente da empresa com todos os
públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de
metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento
sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e
culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e
promovendo a redução das desigualdades sociais (INSTITUTO
ETHOS, 2009, p.5).
A atual sociedade cobra uma redefinição do papel social da empresa que
desenvolve a conscientização, uma vez que gerar empregos, criar produtos, oferecer
benefícios à sociedade tornaram-se insuficientes, pois também produzem resultados
indesejáveis como a poluição e a degradação do meio ambiente; faz-se indispensável,
portanto, que a empresa demonstre sua utilidade social e sua contribuição para amenizar
tais problemas, buscando o bem comum.
Villela (1999) corrobora que, para se manter competitiva, a empresa deve prestar
contas a seus acionistas e também para seus consumidores, informando-os sobre suas
atividades e resultados obtidos. É necessário que empresas atendam e favoreçam seus
colaboradores e a sociedade, de modo geral, e ajam em prol do meio ambiente,
transmitindo e disponibilizando todo seu conhecimento, ferramentas de gestão e seus
recursos econômicos (PASSOS, 2004, p.167).
Segundo Carrieri (2000), as organizações desenvolvem e praticam ações, sobre
as quais são incumbidas de prestar contas à sociedade, e é crescente a pressão que exige
das organizações novos métodos de trabalhos voltados para questões ambientais.
Segundo Cabestre et al. (2008), a responsabilidade socioambiental traduz-se por
ações sociais e ambientais praticadas pelas empresas que fazem com que ocupem lugar
no mercado e sejam capazes de avaliar o quão seus impactos podem afetar a
comunidade.
Segundo Garcia et al. (2008), a maioria das pesquisas realizadas vem mostrando
que os consumidores têm demonstrado certa preocupação com os fatores ambientais e
que punem empresas que desrespeitam tais normas e valores, mas que, por inúmeras
razões, dentre as quais se podem citar as culturais e financeiras, os consumidores
deixavam de premiar empresas socioambientalmente responsáveis. Sabe-se, ainda, que a
preocupação do consumidor com as práticas de responsabilidade social empresarial
influenciam positivamente as atitudes das organizações, a reputação e a avaliação dos
atributos do produto.
49
O consumidor mostra-se atento ao adquirir um produto, pois seleciona aqueles
cujas empresas fabricantes demonstrem coerência com alguns valores tidos como
relevantes para o mesmo (PEREIRA, 2002).
Como apresentam Garcia et al. (2008):
Os consumidores, cada vez mais atentos ao efeito de seus hábitos
de consumo, usam seu poder de compra para punir empresas
irresponsáveis e premiar as que mostram compromisso com as
questões sociais e ambientais. Os empreendedores também
percebem oportunidades a serem exploradas e se organizam para
oferecer produtos e serviços para atendê-las, não só as dos
consumidores, como também as de empresas que estão à procura
de parceiros para melhorar seu desempenho socioambiental. Essas
iniciativas vão desde consultorias e cursos para implantação de
sistemas de gestão, até novas empresas de reciclagem... Essa
situação dinâmica exige que as organizações estejam atentas e
prontas para aproveitar oportunidades que surgem a todo o
momento, antes que algum concorrente o faça. Muitas iniciativas
empresariais socioambientais que não eram viáveis há pouco
tempo, por problemas tecnológicos, econômicos ou comerciais,
passam a sê-lo na medida em que o contexto muda e surgem
consumidores dispostos a pagar, fornecedores oferecendo novos
materiais e tecnologias, e ONGs e governos mobilizando-se para
apoiar. Garcia et al. (apud GIOVANNINI; KRUGLIANSKAS,
2008, p. 938).
De acordo com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor − IDEC:
O consumidor mais atento entende e percebe a estreita relação
entre seus hábitos de consumo e os graves problemas ambientais e
sociais que afetam o mundo todo. Diante disso, cada vez mais
consumidores compreendem que é preciso desacelerar o
consumismo e fazer suas escolhas, de forma a promover o
desenvolvimento sustentável. Se atitudes não forem tomadas, não
será possível garantir condições adequadas de sobrevivência para
gerações futuras (IDEC, 2004, p.11).
Portanto, a preocupação dos empresários não se limita apenas em melhorar os
processos materiais, que incluem melhores máquinas e equipamentos, mas focar todos
os públicos que, de certa forma, influenciam o negócio, em especial os consumidores e
seu envolvimento responsável com os aspectos socioambientais e suas consequências.
50
A responsabilidade socioambiental é a resposta das empresas ao
novo cliente, ou seja, o consumidor verde e ecologicamente
correto em decorrência das exigências do novo consumidor, as
empresas estão adotando uma nova postura à empresa verde que
hoje é sinônimo de bons negócios, quanto antes as empresas se
adaptarem e enxergarem a sustentabilidade como seu principal
desafio e oportunidade competitiva, maiores serão as chances de
sobrevivência. Os empreendedores e executivos estão se
direcionando e modelando, pois se sabe que nos dias atuais o
poder se encontra nas mãos do comprador, não apenas pelo
grande número de concorrentes no mercado, mas porque está
aprendendo a usar o poder, exigindo mais das empresas no que se
refere ao meio ambiente, sustentabilidade, resumindo, gestão
socioambiental (TACHIZAWA e ANDRADE, 2008, p.1).
O que se observa é a postura cada vez mais rígida do cliente em busca de se
relacionar com organizações que sejam éticas, que tenham uma imagem positiva no
mercado e que atuem de forma socioambientalmente responsável.
Motta e Rossi (2003) relatam que a disseminação de produtos verdes no Brasil
ainda é recente, e isso implica dúvidas sobre as habilidades das empresas para
transformar o respeito ao meio ambiente em uma estratégia de diferenciação
mercadológica, capaz de estimular a compra de seus produtos. Em contrapartida, em
outros países, práticas ambientais estão diferenciando empresas de suas concorrentes,
garantindo a elas vantagem competitiva.
De acordo com Tachizawa e Andrade (2008), o poder está nas mãos do
comprador; o comportamento desses consumidores está mudando a direção dos
negócios, pois montadoras automobilísticas, de papel e celulose, química e
petroquímica investem de maneira consistente em gestão socioambiental e marketing
ecológico, muita das ações voltadas para melhorar a qualidade de vida e preservar o
meio ambiente. A responsabilidade socioambiental vem se transformando em um
importante instrumento gerencial, dando suporte e condições para que as organizações
sejam mais competitivas, independentemente de seu segmento.
Os próprios consumidores estão estreitando o seu relacionamento com as
empresas, esboçando uma nova ordem econômica; é normal levarem-se em conta os
direitos dos consumidores para regulamentação das relações econômicas, e é sabido o
surgimento de novos meios de comunicação das ações empresariais junto à
comunidade.
51
Mrtvi (2003) salienta que, considerando atitudes com relação à responsabilidade
social, pode-se afirmar que a consciência de parte dos consumidores já começa a mudar,
acarretando o aumento da inspeção de práticas empresarias que não respeitem o
consumidor e suas necessidades, o ambiente e o bem-estar de toda a sociedade.
Ainda buscando identificar o comportamento dos consumidores perante a
atuação das empresas no mercado, procura observar a preocupação com o meio
ambiente, durante a produção de produtos e serviços prestados para a sociedade.
Nesse sentido, Oliveira et al. (2004) buscaram verificar a influência de ações
sociais na decisão de compra de alguns produtos de conveniência, e foi constatado,
através de estudo, que a responsabilidade social corporativa é um fator que pouco
influencia na decisão de compra do consumidor. Porém, o que se pode observar é que
há uma tendência na valorização, por parte dos consumidores, de marcas e empresas
socialmente responsáveis. O que falta, nas empresas, é maior divulgação de seus
programas de responsabilidade social, pois a maioria dos consumidores desconhece o
trabalho e contribuição gerados para a sociedade, o que acaba por atrapalhar todo o
processo.
Serpa e Fourneau (2007) citam o estudo de Boulstridge e Carrigan (2000) que
corrobora essa afirmação, mostrando que a maior parte dos consumidores carece de
informações sobre o comportamento socialmente responsável das empresas. Os
resultados desse estudo mostraram que os critérios mais importantes para a decisão de
compra são preço, valor, qualidade e familiaridade com a marca.
Sabe-se que informações relacionadas ao desempenho empresarial que se
referem ao sistema produtivo, quanto aos recursos utilizados para determinada
produção, vêm se tornado relevantes para os consumidores que apresentam, ainda que
de maneira principiante, preocupações com os impactos ambientais que a atividade
industrial possa vir a acarretar e as implicações do que isso possa vir a causar na vida
das pessoas.
São vários os autores que comentam que os consumidores atuais são bem
informados e educados sobre seus direitos e sobre as responsabilidades das empresas
junto à sociedade. (Serpa e Fourneau, 2007), apud (TITUS e BRADFORD, 1996).
Porém, há alguns autores que divergem dessa ideia. Serpa e Fourneau (2007) apud
Carrigan e Attalla (2001) apontam que há resultados conflitantes originários de
pesquisas a respeito dos efeitos da percepção da responsabilidade social corporativa no
comportamento do consumidor. Esses autores defendem que as explicações para esses
52
resultados não conclusivos são que, mesmo os consumidores sabendo sobre seus
direitos, não são instruídos e tampouco bem informados sobre as práticas das empresas
e sua postura perante o mercado e, na maioria das vezes, esses consumidores são
incapazes de classificar uma empresa como socialmente responsável.
O Instituto Ethos e o Instituto Akatu (2004), com o objetivo de monitorar a
percepção dos consumidores sobre o papel das empresas na sociedade e suas
expectativas em relação aos impactos sociais da atuação das empresas, vêm realizando
pesquisas desde o ano 2000. Porém, notam-se dificuldades na definição de quem é e
como pensa esse tipo de consumidor, na hora de optar por um produto ou serviço.
Esses consumidores tornam-se passivos, quando o assunto é a busca por
informações sobre o comportamento socialmente responsável das empresas. Para os
autores Serpa e Fourneau (2007), baseados em outros autores, os quais procuraram
esclarecer uma confusão conceitual existente na literatura que se dá entre
responsabilidade social corporativa e a realização de projetos sociais isolados. Ser
socialmente responsável significa ter visão empresarial de que todas as atividades feitas
pela organização têm um efeito causando impactos diretos e indiretos dentro e fora dela,
afetando desde seus consumidores e empregados até a comunidade e o meio ambiente.
Serpa e Fourneau (2007), apud (Correa & Ferreira, 2000).
Serpa e Fourneau (2007) ressaltam a importância de estudos nessa área e
comentam que, embora as empresas adotem práticas e atitudes socialmente
responsáveis, o que se questiona é se os consumidores estão preocupados com essa
postura empresarial, na sua tomada de decisão de compra.
Quando o assunto refere-se ao consumo das pessoas, o tema que vem se
destacando é o consumo ético.
Segundo Cortez e Ortigoza (2009), no momento em que forem consumir,
consumidores devem adotar um compromisso ético, uma consciência e uma
responsabilidade quanto aos impactos sociais e ambientais que suas escolhas e
comportamentos podem causar para o meio ambiente e para a sociedade, estando
próximas ou distantes.
Urdan (2001) cita alguns autores que retratam a realidade do mercado: Chan,
Whong e Leung (1998) comentam a questão de pirataria de software e de marcas
falsificadas nos mercados asiáticos, ressaltando que a realidade do Brasil não é
diferente, pois, na visão dos autores, a causa principal do quadro não seria a busca
excessiva por lucros pelas empresas, o que se vê, na verdade, são os consumidores
53
permitindo a situação, e mais, fazendo uso desses serviços e marcas, permitindo o
comportamento antiético de parcela dos fornecedores.
Estudo exploratório de Carrigan e Attalla (2001), relatado por Urdan (2001),
apontou que elementos de natureza ética não afetavam o comportamento de compra dos
consumidores entrevistados. Embora fossem mencionados casos amplamente
divulgados pela imprensa de conduta empresarial eticamente discutível, não houve
reação significativa, a ponto de os consumidores rejeitarem os produtos de determinadas
companhias.
Queiroga et al. (2005) avaliaram o comportamento socialmente responsável do
consumidor, no momento de adquirir seus produtos. Participaram da pesquisa 298
estudantes universitários, e o estudo relata que existe uma preocupação ambiental
relacionada ao comportamento de compra dos estudantes, entretanto outros fatores
foram destacados como preponderantes: o preço, qualidade e conveniência.
Em estudo realizado por Gomes, Gorni, Dreher (2011), buscou-se analisar o
comportamento, discurso e prática dos jovens universitários sobre consumo sustentável.
A pesquisa foi feita com 330 estudantes da área de Ciências Sociais Aplicadas do curso
de Administração, e grande parte deles trabalha em empresas da região de Blumenau,
SC. A justificativa para a escolha de determinada amostra partiu do pressuposto de que
a população da pesquisa tem acesso ou muita aproximação das informações capazes de
favorecer um comportamento mais sustentável. Os resultados obtidos demonstraram
que os estudantes têm consciência da sua responsabilidade com o meio ambiente e os
problemas ambientais, porém se observou que, na prática, a realidade é bem diferente,
principalmente, quando envolve os benefícios e perdas com práticas ambientais, talvez
porque ainda falte um pouco mais de cultura de conscientização presente na sociedade,
além do custo alto dos produtos ecológicos em comparação aos outros produtos no
mercado, fato que limita a participação em prol do consumo sustentável.
Ao serem questionados sobre a compra de produtos fabricados ou vendidos por
empresas que não se importam e desrespeitam o meio ambiente, 42% dos universitários
se mantiveram neutros, 21 % responderam que concordam e 16 universitários, 5% do
total, concordaram totalmente com a questão, o que levou à constatação de que os
universitários pesquisados não têm percepção e não fazem uso do seu poder, enquanto
consumidores, na preservação ambiental.
Em trabalho semelhante, Pinto et al. (2011) avaliaram a percepção de
universitários sobre a responsabilidade socioambiental das organizações e retrataram a
54
importância atribuída pelos sujeitos à responsabilidade socioambiental empresarial,
porém o grau de importância não foi muito elevado. No que diz respeito a recompensar
empresas com responsabilidade socioambiental, constatou-se que os acadêmicos de
administração tendem a recompensar o comportamento socioambiental responsável das
empresas.
Concluiu-se que os universitários que participaram da pesquisa concordaram
mais com as variáveis de recompensa do que com as variáveis de importância, e que as
variáveis demográficas que mais afetaram na percepção dos universitários (em três
variáveis) foram idade, gênero e participação em projetos ambientais.
Segundo os autores, os resultados não podem ser generalizados e vistos como
única verdade, pois se tratam de uma amostra limitada do universo de estudantes
universitários do país.
Garcia et al. (2008) também realizaram um estudo semelhante, com o intuito de
avaliarem se os alunos de graduação têm a percepção do comportamento
ambientalmente correto das empresas e se estão dispostos a recompensá-las, quando
evidenciam a adoção de técnicas recomendadas.
Constatou-se, através do resultado da pesquisa, que o consumidor vem mudando
seu comportamento e sua maneira de pensar e já está passando a recompensar
organizações que se comportam eticamente com relação às práticas que envolvem o
meio ambiente, trabalhando em favor da preservação. Com essa mudança no
comportamento do consumidor, haverá mudanças nas organizações, principalmente
naquelas que ainda não se engajaram nas questões ambientais.
Segundo os autores da pesquisa Garcia et al. (2008), seria interessante dar
continuidade a esse estudo, trabalhando com um público mais maduro e expandir o
trabalho para outros estados ou mesmo para toda a sociedade e verificar, ainda, se
existem diferenças significativas entre faixas etárias, sexo, região e qualquer outra
variável que possibilite comparar diferentes amostras.
Prado et al. (2011) realizaram um estudo que teve como objetivo analisar a
influência do marketing verde nos hábitos de consumo de estudantes de duas
instituições de ensino superior de Minas Gerais. Para isso, procurou-se identificar se
eles reconheceriam a relevância dessa prática e se, como futuros gestores, buscariam
incentivá-las em suas empresas. Constatou-se que existe uma distância entre aquilo que
os jovens pensam e suas ações em relação às questões ambientais e reconhecem a
importância do marketing verde, mas dizem não serem influenciados por essa prática
55
aos serem questionados se, como futuros administradores, pretendem implantar e
incentivar tais práticas. Os entrevistados afirmam que sim, apontando uma divergência
entre o discurso e a prática.
A pesquisa mostra que os jovens reconhecem a importância das empresas
demonstrarem preocupação com o meio ambiente e as questões ambientais; assim, 95%
daqueles que têm essa percepção, a quase totalidade, 98% afirmaram que, quando
futuros administradores de empresas, implementariam a prática de marketing verde.
Em estudo realizado por Pereira e Ayrosa (2004), com a participação de 168
estudantes de graduação e pós-graduação do Rio de Janeiro, cujo objetivo era investigar
o impacto dos argumentos ecológicos sobre atitudes relativas à marca, embalagem e a
intenção de compra, constatou-se que os consumidores formam e definem seus
comportamentos de acordo com as influências sofridas, através de informações que são
disponibilizadas via marketing, e surgiram, ainda, alguns aspectos emocionais difíceis
de serem decifrados. Porém, segundo os autores, o consumidor brasileiro parece estar
criando entusiasmo pelas questões ambientais, embora ainda não possa definir esses
consumidores, como consumidores verdes que detêm certos cuidados na avaliação de
um produto e consciência do impacto resultante do seu ato de compra. Os autores
salientam que é necessário explorar, de forma mais rigorosa, a transferência de atitudes
ou efeitos entre respostas atitudinais e o comportamento de compra.
Os estudos mostram que existe uma preocupação dos consumidores com o fator
ecológico, mas ainda não é possível evidenciar, de forma concreta, um comportamento
consciente. Os consumidores são influenciados, com frequência, fato que reflete um
determinado comportamento.
Outro estudo que retrata o comportamento do consumidor é o de Tamashiro et
al. (2012) que realizaram uma pesquisa com alunos de um curso de Administração de
uma Universidade no Estado de São Paulo, quando 100 questionários foram aplicados
com o intuito de verificar se as ações de responsabilidade socioambiental influenciavam
no processo de decisão de compra dos consumidores, dos 100 questionários aplicados,
68 foram validados, e os resultados obtidos no trabalho demonstraram que as ações
socioambientais não afetaram o processo de compra desses consumidores, e que
empresas devem divulgar aos seus públicos em quais ações sociais e ambientais estão
envolvidas e quais são os impactos positivos que suas ações têm gerado ao ambiente e à
sociedade. A pesquisa ainda revelou que, apesar de os consumidores valorizarem as
ações de responsabilidade social e confessarem já terem comprado produtos de
56
empresas envolvidas em ações socioambientais, tais ações não influenciaram nas suas
decisões de compra, e que apenas uma pequena parte dos respondentes podem ser
considerados como consumidores conscientes.
Diante dos resultados, os autores concluíram que a maioria dos consumidores
ainda não está contribuindo para a disseminação e prática do exercício da
responsabilidade socioambiental.
Seguindo a mesma linha de Tamashiro et al. (2012), a pesquisa realizada por
Lopes et al. (2011) buscou verificar a consciência ambiental como fator de influência
para compra verde, para compra ambientalmente correta e para recompensar empresas
ambientalmente corretas. O estudo foi feito em lojas de varejos supermercadistas, na
cidade de São Paulo. Foi aplicado um survey em uma amostra de 837 respondentes,
entre os meses de outubro/2010 e janeiro/ 2011, e, no primeiro item da escala, buscou-
se identificar a frequência de compras dos respondentes com o objetivo de retirar da
amostra indivíduos que frequentam pouco ou raramente o varejo supermercadista.
Assim, foram consideradas 604 respostas.
Lopes et al. (2011) concluíram, através dos resultados, que a consciência
ecológica, ou seja, a percepção de que há uma conduta ambientalmente correta a ser
seguida por pessoas e empresas é um importante influenciador no processo de decisão
de compra de produtos que sejam verdes ou ambientalmente corretos, corroborando que
esse caminho é correto e deve continuar sendo explorado, através de novas escalas que
procurem outras relações como grau de instrução, postura individual versus familiar
e/ou do grupo de referência. Observou-se grande preocupação quanto aos aspectos
ambientais e sobre o comportamento que deve ser adotado pela sociedade para tentar
reduzir o impacto ambiental, porém foi notório o comportamento do consumidor em
não recompensar as ações das empresas, deixando implícita sua postura perante a
atuação das mesmas.
Diante das revisões, observa-se uma intensificação dos estudos acadêmicos
sobre Responsabilidade social e ambiental e seus impactos no comportamento do
consumidor, conforme mostra o Quadro 1.
57
Quadro 1- Resumo das pesquisas descritas no trabalho sobre Responsabilidade Social,
Ambiental e o Comportamento do Consumidor.
Autores/Ano
Estudo
Principais Resultados
Lee e Holden (1999)
Analisaram a consistência da
atitude-comportamento
baseada no modelo de Batson
que retrata o comportamento
pró-social
O comportamento ambiental
pode ser caracterizado como
pró- social, em uma análise
da cadeia meio-fim, mostra
que ambos os objetivos
egoístas e altruístas
direcionam a um
comportamento ambiental,
mas os objetivos altruístas
tendem a dominar.
Motta e Rossi (2003)
Estudo realizado com
consumidores de bens de
conveniência.
Não são influenciados pelas
características dos produtos,
optam por produtos
independentemente de serem
ou não ambientalmente
corretos, alegando falta de
informação.
Pereira e Ayrosa (2004)
Investigaram o impacto dos
argumentos ecológicos sobre
atitudes relativas à marca,
embalagem e à intenção de
compra.
Os consumidores formam e
definem seus
comportamentos de acordo
com as influências sofridas.
Oliveira et al. (2004)
Verificaram a influência de
ações sociais na decisão de
compra de produtos de
conveniência.
A responsabilidade social
corporativa é um fator que
pouco influencia na decisão
de compra do consumidor,
que carece de informações.
Queiroga et al. (2005)
Avaliaram o comportamento
socialmente responsável do
consumidor “estudantes
universitários” no momento
de adquirir seus produtos.
Existe uma preocupação
ambiental relacionada ao
comportamento de compra
dos estudantes, entretanto
outros fatores foram
destacados como
preponderantes: “preço,
qualidade e conveniência”.
Garcia et al. (2008)
O estudo teve como objetivo
avaliar se alunos de
graduação têm a percepção do
comportamento
ambientalmente correto das
empresas e se estão dispostos
a recompensá-las.
O consumidor já esta
mudando seu comportamento
e sua maneira de pensar, e já
está passando a recompensar
organizações que se
comportam eticamente.
Pinto et al. (2011) Avaliaram a percepção de Os universitários concordam
58
universitários sobre a
responsabilidade
socioambiental das
organizações.
mais com as variáveis de
recompensa do que com as de
importância.
Gomes, Gorni, Dreher(2011) Buscaram analisar o
comportamento, discurso e
prática dos jovens
universitários sobre consumo
sustentável.
Os resultados demonstraram
que os estudantes têm
consciência da sua
responsabilidade com o meio
ambiente, porém, na prática, a
realidade é bem diferente.
Prado et al. (2011) Realizaram um estudo que
buscou analisar a influência
do marketing verde nos
hábitos de consumo de
estudantes.
Existe uma distância entre o
que os jovens pensam e suas
ações em relação às questões
ambientais.
Lopes et al. (2011)
Estudo realizado em lojas de
varejos supermercadistas
verificou a consciência
ambiental como fator de
influência para compra verde,
para compra ambientalmente
correta e para recompensar
empresas ambientalmente
corretas.
Há preocupação quanto aos
aspectos ambientais e sobre o
comportamento que deve ser
adotado, a conduta
ambientalmente correta
seguida por pessoas e
empresas influencia no
processo de decisão de
compra de produtos verdes ou
ambientalmente corretos,
porém o consumidor não
recompensa as ações das
empresas.
Fonte: A própria autora
A revisão da literatura evidencia que a análise dos fatores que influenciam a
decisão de compra vem se destacando como tema relevante a ser explorado, no campo
científico, principalmente nos estudos com intuito de investigar atitudes dos
consumidores em relação a empresas voltadas para ações de Responsabilidade social e
ambiental.
Visto as inúmeras influências na decisão de compra, o que chamou a atenção
para o referente estudo foram os fatos que mostraram que as pessoas já sentem o peso
da responsabilidade em proteger e preservar o meio ambiente e que, independente da
forma como são incentivadas ao consumo, as mesmas sabem das consequências de suas
atitudes ao consumirem um determinado produto, ou utilizarem um serviço. As
consequências do consumismo desenfreado e irresponsável podem implicar em danos
para a sociedade atual e futuras gerações.
Observou-se, durante a leitura de textos e dos estudos que tratam do assunto,
que há uma predisposição das pessoas em respeitar e preservar o ambiente; grande parte
59
da população tem consciência de seus atos e suas implicações para a sociedade no geral,
todavia outra parte da população, que ainda pode ser considerado um número
expressivo, não demonstra interesse pelo assunto, tampouco em praticar atitudes
definidas como conscientemente ecológica.
O resultado apresentado por alguns estudos relatam que as pessoas até
consideram a atuação das empresas em prol ao meio ambiente, só que não agem de
forma a recompensar essas ações, mas reconhecem a responsabilidade socioambiental
das empresas como um diferencial para o meio e a sociedade.
Retratou-se que a falta de reconhecimento por parte dos consumidores muitas
vezes se dá pela não divulgação das práticas das empresas em proteção e preservação do
meio ambiente, ou seja, pela falta de informação das ações empresariais.
Sabendo disso, as empresas estão buscando divulgar mais sobre sua atuação no
mercado e seus resultados.
Em alguns países, o avanço das práticas ecológicas é de conhecimento e faz
parte das exigências do consumidor que, na maioria das vezes, opta por produtos
verdes, preterindo os que não demonstram ser. No Brasil, existe um crescimento dessa
prática, mas ainda se mostra muito principiante e imaturo, conforme apontam Motta e
Rossi (2003).
Através da revisão bibliográfica, buscou-se observar estudos que tratassem da
influência do nível educacional e da área de atuação na percepção do consumidor,
porém nenhum estudo trouxe, de maneira clara e contundente, essas informações,
tornando esse trabalho relevante para o levantamento de dados que possam ser
analisados na tentativa de obter conclusões mais significativas em relação ao perfil dos
alunos universitários e seu comportamento de compra.
60
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Neste item, é apresentado o procedimento da pesquisa, objeto do estudo, tipos de
pesquisas, sujeito da pesquisa, fonte de dados, contexto da pesquisa e coleta de dados.
As evidências, a partir da revisão bibliográfica, foram apresentadas no capítulo
anterior, onde foi possível identificar as dimensões comportamentais e a
responsabilidade socioambiental. Através da revisão bibliográfica, foi possível
encontrar estudos empíricos que trouxeram a realidade do consumo, identificando
comportamentos distintos em relação ao meio ambiente.
Tipo de Pesquisa
Segundo Gil (1996), as pesquisas podem ser classificadas quanto aos seus
objetivos, em:
1- Exploratórias: quando o objetivo é proporcionar uma maior familiaridade com o
problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.
2- Descritivas: quando o objetivo primordial é a descrição das características de
determinada população ou fenômeno.
3- Explicativas: quando seu objetivo é identificar os fatores que determinam ou que
contribuem para a ocorrência dos fenômenos.
Essa é uma pesquisa descritiva, pois seu foco é uma população específica.
Conforme Pinto et al. (2011), os planos de pesquisa descritiva têm uma questão de
pesquisa.
Com base no referencial teórico, a definição clara do que se pretende medir e os
métodos capazes para realizar-se essa mensuração, com a identificação de quem deveria
ser incluídos na amostra, optou-se pela pesquisa descritiva por se mostrar mais
condizente para o referente estudo, conforme orientação de Selltiz et al. (1974, p.74).
A pesquisa descritiva caracterizou-se como transversal, ou seja, os resultados
retratam a situação, num dado momento do tempo, precisamente o mês de maio de
2013, quando foi realizada a coleta dos dados.
Amostra
Com relação aos procedimentos operacionais, a pesquisa se utilizou do
levantamento para a coleta de dados, com o uso do questionário como instrumento de
61
captura dos dados um modelo validado de Garcia et al. (2008), fundamentado no de
Urdan (2001) que teve como referência o trabalho de Creyer e Ross (1997).
Creyer e Ross (1997) buscaram mensurar o comportamento ético empresarial
através de quatro construtos. O primeiro construto diz respeito às Expectativas do
Consumidor quanto ao Comportamento Ético das Empresas, o segundo refere-se
Importância Atribuída pelo Consumidor ao Comportamento Ético Empresarial. O
terceiro construto à Propensão do Consumidor a Punir o Comportamento não Ético
Empresarial, e o último a Propensão do Consumidor a Recompensar o Comportamento
Ético Empresarial. Urdan (2001) buscou a validação do modelo de Creyer e Ross
(1997), e optou em utilizar apenas dois dos quatro construtos: a tendência à recompensa
e a importância do comportamento ético, posteriormente servindo de base para o estudo
de Garcia et al. (2008) que adaptaram a escala com foco em responsabilidade ambiental.
Para Gil (1996), população pode ser definida como um conjunto de elementos
que possuem determinadas características.
Assim, é mais frequente trabalhar com amostras que, quando bem selecionadas,
permitem obter resultados que representam estatisticamente todos os elementos da
população.
O estudo teve como finalidade compreender a percepção dos alunos de
graduação dos cursos de Biologia e de Engenharia de Produção do Centro Universitário
de Araraquara, cuja amostra compreende aproximadamente 573 alunos, regularmente
matriculados em ambos os cursos.
A amostra de 573 alunos foi dividida em dois grupos: 145 pertencentes ao curso
de Biologia (50 do 1º ano, 37 do 2º ano, 25 do 3º ano, e 33 do 4º ano), e 428
pertencentes ao curso de Engenharia de Produção (118 do 1º ano, 75 do 2º ano, 95 do 3º
ano, 65 do 4º ano, e 75 do 5º ano). Do total de alunos selecionados para a pesquisa,
apenas 373 responderam ao questionário, 107 de Biologia e 266 de Engenharia de
Produção.
A justificativa para a escolha dessa amostra baseou-se na suposição de que
consumidores universitários de áreas mais afinadas com a questão ambiental, como é o
caso do curso de Biologia, têm uma percepção diferente dos que pertencem a áreas mais
tecnológicas como Engenharia de Produção.
O curso de Biologia tem como objetivo formar biólogos para pesquisar e cuidar
da vida do Planeta, o profissional estuda os princípios gerais de como os seres vivos
62
funcionam e se organizam. A Engenharia de Produção estuda novas metodologias de
organização do trabalho, a vida financeira empresarial e novos modelos de Gestão,
lidando, constantemente, com os recursos pessoais. Essas informações são encontradas
no site do curso de Biologia e Engenharia de Produção do Centro Universitário de
Araraquara.
A população envolvida é representada pelos alunos regulamente matriculados
nesses cursos. Como o instrumento de coleta foi encaminhado a todos, a amostra teve a
mesma dimensão.
Desenvolvimento do Instrumento de Pesquisa
Os dados foram coletados através de um questionário, dividido em duas etapas.
Encontra-se, no primeiro momento, o modelo proposto por Garcia et al. (2008) para
mensuração do grau de importância e recompensa atribuídas a empresas com
comportamento socioambiental responsável; são 12 as variáveis que mensuram a
importância, e 16 variáveis que mensuram a recompensa do consumidor ao
comportamento empresarial socioambientalmente responsável, sendo misturadas,
aleatoriamente, e possuindo 28 questões afirmativas.
Modelo de mensuração utilizado
Importância da responsabilidade socioambiental
2- Quando compro privilegio produtos de empresas que utilizam recursos renováveis.
4- Dou preferencia a uma empresa com o menor preço do que a uma empresa
ambientalmente responsável.
6- Na compra de produtos com matéria prima sujeita a controle ecológico, certifico-me
se a empresa é ecologicamente correta.
8- Pagaria mais para comprar produtos de uma empresa que promova a proteção
ambiental.
10- É fundamental para minha decisão de compra, que as empresas possuam programas
de incentivo à preservação ambiental.
12- Pago mais por produtos orgânicos que respeitem o meio ambiente.
14- Sempre busco comprar apenas produtos de empresas que reciclam os descartes da
sua produção (lixo).
63
16- Ando mais para comprar produtos em uma loja que tenha uma conduta
ambientalmente responsável.
18- Ao comprar, busco informações sobre o comportamento ambiental da empresa
20- Busco sempre procurar informações sobre as certificações ambientais dos
fabricantes de produtos que eu compro.
22- Antes de comprar, busco informações sobre a reputação do processo produtivo da
empresa.
24- Na compra não é importante que a empresa seja ambientalmente responsável.
Recompensa à responsabilidade socioambiental
1- É importante que as lojas onde compro tenham reputação ética.
3- Empresa ambientalmente irresponsável não merece o apoio do consumidor.
5- A diferença de preço nem sempre é suficiente para privilegiar a empresa
ecologicamente correta.
7- Toda empresa ambientalmente responsável tem que ser recompensada pelo
consumidor.
9- Empresas que praticam responsabilidade ambiental, certamente, terão seu sucesso
assegurado no mercado.
11- Deixo de comprar de um fabricante, quando tomo conhecimento de que no processo
produtivo há desrespeito ao meio ambiente.
13- Dou preferencia às empresas que promovem ações de preservações de preservação
do meio ambiente junto à comunidade.
15- Preocupo-me se as empresas das quais eu compro produtos respeitam as leis
ambientais.
17- As práticas de preservação do meio ambiente influenciam em minha decisão de
compra.
19- Na minha decisão de compra observo se a loja têm uma postura ambientalmente
correta.
21- Aprovo e compro de empresas que rejeitam o desrespeito ao meio ambiente.
23- Sempre recomendo e indico aos meus conhecidos a compra de produtos de
empresas que respeitam o meio ambiente.
25- Deixo de comprar produtos de empresas, quando fico sabendo que elas não
promovem a preservação do meio ambiente.
64
26- Sempre busco comprar apenas de empresas que têm controle das suas emissões de
CO2 (gás carbônico) na atmosfera.
27- A certificação ambiental não influencia na minha decisão de compra.
28- Empresas que não evitam a poluição de rios e lagos têm seus produtos preteridos
pelo cidadão.
Através de uma escala de Likert, os respondentes posicionaram-se entre:
( 1 ) Discordo totalmente
( 2 ) Discordo em grande parte
( 3 ) Discordo em parte
( 4 ) Neutro
( 5 ) Concordo em parte
( 6 ) Concordo em grande parte
( 7 ) Concordo totalmente
1 2 3 4 5 6 7
No segundo momento, encontram-se questões com escalas nominais e ordinais,
para que se possa fazer a identificação de variáveis comumente usadas para
segmentação e se dividem em três grupos: geográficas, demográficas e
socioeconômicas, que contêm informações sobre sexo, raça, idade, nacionalidade,
renda, educação, ocupação, tamanho da família, ciclo familiar, classe social, etc. E as
comportamentais que trazem aspectos vinculados às atitudes, valores e conhecimento.
As variáveis mais utilizadas para segmentação de mercado são as variáveis geográficas,
demográficas e socioeconômicas que, segundo Mowen e Minor (2003), se apresentam
como as primeiras a serem analisadas para que, posteriormente, se faça a análise das
variáveis comportamentais.
O estudo buscou uma análise mais aprofundada das variáveis demográficas e
socioeconômicas para saber se as mesmas têm influência no comportamento dos
consumidores no que se refere à responsabilidade socioambiental.
65
O resultado dos capítulos anteriores foi valido para construção do desenho
metodológico da pesquisa de campo.
Pré-teste
Segundo Aaker, Kumar e Day (2001), as primeiras versões dos questionários
costumam ser bastante dúbias e longas demais, sem algumas variáveis importantes, e
podem estar sujeitas a todo tipo de problemas, com questões confusas, sugestivas ou
mal elaboradas. Assim, o objetivo do pré-teste é identificar e corrigir deficiências.
Foi realizado um pré-teste com seis indivíduos não pertencentes ao público-alvo,
que teve como objetivo constatar possíveis falhas inerentes ao questionário, tais como:
complexidade das questões, falta de clareza e objetividade, inconsistência e inadequação
ao objetivo proposto. Observou-se certa dificuldade na interpretação do cabeçalho e
dificuldade para interpretação de algumas questões e palavras. Assim, foram feitas as
correções para então aplicá-lo ao público alvo.
Cabeçalho anterior ao pré-teste:
Este questionário é parte de um instrumento de pesquisa com consumidores. Sua
colaboração é muito importante. Não é necessária a sua identificação. As respostas
dadas serão tratadas com sigilo absoluto. Esta pesquisa só tem finalidade acadêmica.
Os respondentes deverão posicionar-se entre (1) discordo totalmente e (7) concordo
totalmente.
Cabeçalho posterior ao pré-teste:
Questionário – como você pensa no momento de efetuar uma compra?
Este questionário é um instrumento de pesquisa sobre consumidores universitários e sua
colaboração é muito importante. Não é necessária a sua identificação. As respostas
serão tratadas estatisticamente e com finalidade meramente acadêmica.
Os respondentes deverão assinalar com um X as opções, de acordo com o grau de
concordância com as afirmações, sendo (1) discordo totalmente e (7) concordo
totalmente.
Questões anteriores ao pré-teste:
24- Na compra não é importante que a empresa seja ambientalmente responsável.
27- A certificação ambiental não influencia na minha decisão de compra.
28- Empresas que não evitam a poluição de rios e lagos têm seus produtos preteridos pelo
cidadão.
66
Questões posteriores ao pré-teste:
24- Na compra é importante que a empresa seja ambientalmente responsável.
27- A certificação ambiental influencia na minha decisão de compra.
28- Empresas que não evitam a poluição de rios e lagos têm seus produtos rejeitados pelo
cidadão
67
4 LEVANTAMENTO DE DADOS E INTERPRETAÇÕES
Para o tratamento dos dados, foi utilizado o Software Minitab2, considerando
como diferenças significativas um nível de significância (P-value) diferente de 0,05.
Assim, os P-value menores ou iguais a 0,05 foram considerados evidência significativa
entre os grupos ou categorias. P-value entre 0,05 a 0,10 foram considerados de pouca
evidência entre os grupos ou categorias. Valores P-value maiores que 0,10 foram
considerados como sem diferenças significativas entre os grupos ou categorias.
Os dados foram avaliados quanto à sua normalidade, permitindo o uso da técnica
de Análise de Variância (ANOVA).
Para efeito de análise, as 28 afirmações do questionário utilizado e que se
referem à importância socioambiental dispensada pelo respondente na tomada de
decisão no ato da compra foram transformadas em uma variável denominada de
percepção, que representa a soma das pontuações atribuídas a cada afirmação. Vale
ressaltar que, quanto maior o valor atribuído à afirmação, maior a sensibilidade do
indivíduo para com o aspecto socioambiental no momento do consumo. Dessa forma, os
valores da percepção podem variar de 28 a 196 (28 afirmações, todas com o valor
máximo de 7).
A análise preliminar toma por base o teste da normalidade dos valores atribuídos
à percepção socioambiental, demonstrando boa normalidade e distribuição, fato que
permite a continuidade do tratamento estatístico, como visto nos gráficos 1 e 2 a seguir.
2
O Minitab é um programa de computador proprietário ou patenteado voltado para fins estatísticos. É muito utilizado nas universidades
nos cursos introdutórios de estatística. Também é utilizado em empresas num nível mais avançado de utilização, tendo funções mais específicas voltadas para gerenciamento. Sua interface é parecida com a de uma planilha eletrônica como Microsoft Excel ou Calc do
OpenOffice, mas com a capacidade de executar análises estatísticas complexas. O programa foi desenvolvido em 1972.
68
GRÁFICO 1 – Teste de normalidade para o escore.
GRÁFICO 2 – Distribuição de frequência para os valores do escore.
A análise dos dados envolvendo o curso e a percepção socioambiental
(percepção) mostra significativa diferença entre os indivíduos de cada grupo (P = 0,000)
e grande consistência da análise, como mostrado nos gráficos 3 e 4 que seguem.
Esses resultados vêm confirmar a hipótese levantada que curso de natureza
biológica possui estudantes mais sensíveis ao aspecto socioambiental que os
pertencentes a curso de natureza tecnológica. No entanto, não se pode afirmar que essa
seja uma característica do consumidor e que foi adquirida por causa do curso, mas sim
uma característica inerente ao perfil de alunos que ingressam em cursos dessa natureza.
Os alunos que optam pelo curso de Biologia têm uma preocupação maior com
relação às questões ambientais, significativamente superior a dos alunos do curso de
200150100500
99,9
99
95
90
80
7060504030
20
10
5
1
0,1
percepção
Perc
entu
alMean 109,9
StDev 32,02
N 373
AD 0,623
P-Value 0,104
Percepção socio ambiental Normal
180150120906030
50
40
30
20
10
0
percepção
Freq
uenc
ia
Percepção socio ambiental
69
Engenharia de Produção, definindo características bem específicas para estes
segmentos.
É razoável supor que o perfil dos alunos dos cursos de natureza biológica, como
é o caso do curso de Biologia, seja mais crítico com relação aos aspectos ligados ao
meio ambiente e à sociedade de uma forma geral.
Assim como acontece com o curso de Biologia, também é razoável supor que
alunos de cursos tecnológicos, como é o caso da Engenharia de Produção, não tenham a
afinidade que os colegas pertencentes ao curso de Biologia dispõem, fato que
transforma a tarefa do ensino na área tecnológica mais complexa e desafiadora no
tocante à relação com o meio ambiente, ainda mais em um mercado que tem demandado
habilidades dessa natureza para responder aos sinais de esgotamento dos recursos
naturais e às pressões sociais. Na Tabela 1, temos os resultados da ANOVA com uma
classificação para a resposta “percepção”, considerando o fator “curso” obtido usando-
se o software Minitab, versão 16.
Tabela 1. ANOVA considerando o fator curso.
Nível N Média D.P
0 Engenharia de Produção 266 100,16 28,42
1 Biologia 107 133,96 27,49
100500-50-100
99,9
99
90
50
10
1
0,1
Residual
Perc
entu
al
130120110100
100
50
0
-50
-100
Fitted Value
Resi
dual
60300-30-60
60
45
30
15
0
Residual
Freq
uenc
ia
350300250200150100501
100
50
0
-50
-100
Observation Order
Resid
ual
Normal Probability Plot Versus Fits
Histograma Versus Order
Análise do residual para a percepção x curso
GRÁFICO 3 – Análise do residual para a variável percepção versus curso.
70
BIOEP
200
150
100
50
curso
pe
rce
pção
Medidas médias da percepção por curso
GRÁFICO 4 – Valores médios para o escore de cada curso analisado (EP – Engenharia
de Produção, e BIO – Biologia).
A influência do gênero sobre a percepção socioambiental do consumidor
universitário também é bem evidente, mostrando diferença significativa (P = 0,000) a
favor do gênero feminino, como pode ser visto na análise ANOVA na tabela 2. Porém,
considerando a distribuição do gênero nos cursos analisados, nota-se que essa
característica, predominante no sexo feminino, não tem como preditor o gênero, mas,
sim, o curso, como pode ser observado nos gráficos 5 e 6, a seguir. Esse aspecto
reafirma a análise anterior sobre os cursos, que segmentam seus alunos com perfis
específicos. Na Tabela 2, temos os resultados da ANOVA com uma classificação para a
resposta “percepção”, considerando o fator “gênero” obtido, usando o software Minitab,
versão 16.
71
GRÁFICO 5 – Análise do residual para a variável percepção versus gênero.
Tabela 2. ANOVA considerando o fator gênero.
Nível N Média D.P
0 masculino 225 103,13 28,94
1 feminino 148 120,08 33,81
GRÁFICO 6 – Valores médios para a percepção de cada gênero por curso.
A análise ANOVA envolvendo as variáveis período em que o aluno
consumidor se encontra e sua percepção socioambiental (percepção) mostra que não há
diferença significativa (P = 0,005) entre os grupos analisados, como pode ser visto nas
100500-50-100
99,9
99
90
50
10
1
0,1
Residual
Per
cent
ual
120115110105
50
0
-50
-100
Fitted Value
Res
idua
l
6040200-20-40-60-80
48
36
24
12
0
Residual
Freq
uenc
ia
350300250200150100501
50
0
-50
-100
Observation Order
Res
idua
l
Normal Probability Plot Versus Fits
Histograma Versus Order
Análise do residual para a perceção x gênero
curso
gênero
BIOEP
FEMMASCFEMMASC
200
150
100
50
perc
epçã
o
Medidas médias da percepção por curso e por gênero
72
figuras 7 e 8 que seguem. Esse fato demonstra que tanto o curso da área biológica,
quanto o da área tecnológica não estão contribuindo para o desenvolvimento da
sensibilidade socioambiental de seus discentes.
Observa-se que ambos os cursos influenciam pouco o desenvolvimento da
percepção de seus alunos com relação às questões ligadas ao meio ambiente, fato que
leva à reflexão sobre o papel do ensino no contexto ambiental.
No entanto, um fato que chama a atenção dos pesquisadores é que ambos
os cursos contam com valores de percepção maiores para os alunos dos últimos anos,
quando comparados com os demais. Esse aspecto sugere que investigações de natureza
qualitativa devam ser conduzidas com esse extrato da amostra, no sentido de elucidar as
razões que levam ao aumento da percepção socioambiental no final do curso. Uma
hipótese que pode explicar tal aspecto é a maior proximidade desses alunos com o
mercado de trabalho, em função da realização da atividade de estágio que ocorre nesse
período, aumentando a chance de os alunos conhecerem melhor as práticas
empresariais. É sabido que o mercado tem sido pressionado tanto por órgãos
fiscalizadores quanto pelo próprio mercado consumidor para desenvolver produtos e
processos menos agressivos ao meio ambiente. Na Tabela 3, temos os resultados da
ANOVA, com uma classificação para a resposta “percepção”, considerando o fator
“período” obtido, usando-se o software Minitab, versão 16.
Tabela 3. ANOVA considerando o fator período.
Nível N Média D.P
0 102 114,11 28,29
1 88 107,41 32,83
2 79 102,08 30,50
3 69 113,38 37,86
4 35 114,26 28,71
73
100500-50-100
99,9
99
90
50
10
1
0,1
Residual
Per
cent
ual
114111108105102
80
40
0
-40
-80
Fitted Value
Res
idua
l
806040200-20-40-60
40
30
20
10
0
Residual
Freq
uenc
ia
350300250200150100501
80
40
0
-40
-80
Observation Order
Res
idua
l
Normal Probability Plot Versus Fits
Histograma Versus Order
Análise residual para a percepção versus período
GRÁFICO 7 – Análise do residual para a variável percepção versus período.
GRÁFICO 8 – Valores médios para a percepção por período e por curso.
Uma outra possibilidade para analisar os dados seria considerar um modelo de
regressão linear múltipla para avaliar o efeito conjunto de todas as covariáveis
consideradas no estudo (gênero, idade, estado civil, segmento, curso, período, renda
familiar e número de pessoas) na resposta “percepção”. Usando o software MINITAB
versão 16, obtemos o seguinte modelo, ajustado por mínimos quadrados:
percepção = 61,6 + 1,78 idade + 8,56 gênero - 4,03 estado civil - 4,07 segmento +
30,8 curso - 0,58 período - 2,44 renda familiar + 1,28 nº de pessoas na família
Na Tabela 4, temos os resultados (coeficiente de regressão estimado por
mínimos quadrados, erro-padrão do estimador, valor da estatística t de Student e o
respectivo valor-p para cada parâmetro de regressão) obtidos usando o software
Minitab, versão 16.
curso
período
BIOEP
5432154321
200
150
100
50
perc
epçã
o
Medidas médias da percepção por período e por curso
74
Tabela 4. Estimadores dos parâmetros de regressão.
Preditor Coef SE Coef T P
Constante 61,59 10,03 6,14 0,000
Idade 1,7804 0,3733 4,77 0,000
Gênero 8,556 3,217 2,66 0,008
Estado civil -4,030 4,277 -0,94 0,347
Segmento -4,072 1,878 -2,17 0,031
Curso 30,771 3,461 8,89 0,000
Período -0,580 1,186 -0,49 0,625
Renda familiar -2,441 2,366 -1,03 0,303
Nº de pessoas família 1,285 1,325 0,97 0,333
Dos resultados dados na Tabela 4, observa-se que as covariáveis idade, gênero,
segmento e curso apresentam efeitos significativos na resposta (percepção), pois os
respectivos valores-p são menores do que 0,05. Esses resultados estão de acordo com os
resultados obtidos usando os modelos de ANOVA com uma classificação. As outras
covariáveis (estado civil, período, renda familiar e número de pessoas na família) não
apresentam efeitos significativos na resposta (percepção), pois os respectivos valores-p
são maiores do que 0,05.
A grande vantagem de usar um modelo de regressão linear múltipla é
relacionada à obtenção de previsões, considerando todos os fatores combinados, obtidas
a partir do modelo ajustado (1).
Do gráfico 9, observa-se que o modelo ajustado satisfaz as suposições
necessárias para a validação das inferências obtidas (normalidade dos resíduos e
variância constante).
75
100500-50-100
99,9
99
90
50
10
1
0,1
Residual
Pe
rce
nt
16014012010080
50
0
-50
-100
Fitted Value
Re
sid
ua
l6040200-20-40-60-80
60
45
30
15
0
Residual
Fre
qu
en
cy
350300250200150100501
50
0
-50
-100
Observation OrderR
esi
du
al
Normal Probability Plot Versus Fits
Histogram Versus Order
Residual Plots for percepção
GRÁFICO 9 – Gráficos de resíduos para o modelo de regressão múltipla
76
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A relação entre a percepção socioambiental e a escolha do curso superior
mostrou-se significativa, evidenciando que o perfil do aluno não é determinado pelo
curso, mas o inverso: o curso é que atrai um segmento específico da população com
características que se correlacionam com as do programa de preferência.
As pessoas que apresentam características mais sensíveis às questões ambientais
estão propensas a optarem por cursos de natureza biológica, em contrapartida, aquelas
que optam pelos cursos de natureza tecnológica não apresentam igual sensibilidade, fato
que já era esperado em função da natureza das áreas.
Essa informação tem grande importância para a área de marketing das
organizações, uma vez que apontam preferências e afinidades dos consumidores. No
entanto, ficou evidente a fraca contribuição dos cursos para com o desenvolvimento do
senso crítico socioambiental de seus alunos, nos diversos períodos, ressalva feita apenas
para os últimos anos, levantando a hipótese de que esses alunos dos últimos anos que
contam com uma maior proximidade do mercado de trabalho através das disciplinas de
estágio, tem sua percepção desenvolvida, fruto da influência do meio (mercado) e das
pressões por ele exercidas.
Por outro lado, a mesma evidência levantada sobre a maior proximidade do
mercado e seu suposto reflexo sobre a preocupação do estudante para com o meio
ambiente, também nos conduz a refletir sobre os reais motivos pelos quais tal fato
ocorre.
A atividade prática de final de curso, representada pelas disciplinas de estágio
tem se mostrado eficaz quanto ao amadurecimento do aluno no que tange aos aspectos
ambientais, no entanto tal resultado não se mostra atrelado a um plano de ação
específico e sim a um reflexo da maior exigência das organizações, pressionadas pelo
próprio fator mercadológico e por exigências legais.
Outra hipótese levantada é o fato dos alunos dos últimos anos terem disciplinas
na grade curricular relacionadas ao meio ambiente, como é o caso da disciplina de
Gestão Ambiental ministrada no 5º ano do curso de Engenharia de Produção, com carga
horária de 36 horas. No 4º ano do curso de Biologia, destacam-se as seguintes
77
disciplinas: Gestão Ambiental (1º semestre) 40 horas; Impacto Ambiental (2ºsemestre)
40 horas; Educação Ambiental 80 horas.
O fato que chama atenção é que há o aumento da percepção ambiental nos
últimos anos, e o mais interessante é que, se compararmos os cursos de Engenharia de
Produção com o de Biologia é possível constatar uma diferença significativa da
percepção do aluno do curso de Biologia, dando-se a este uma vantagem positiva em
relação ao aluno de Engenharia de Produção, e talvez isso comprove o que acaba de ser
comentado sobre as influências das disciplinas. Nota-se um número maior de carga
horária e disciplinas que tratam do meio ambiente no curso de Biologia.
Outro fato interessante e também preocupante é a diminuição da percepção
ambiental nos penúltimos anos de ambos os cursos, e essa informação nos leva a pensar
que os jovens são instruídos e recebem orientações ambientais no ensino médio, optam
por um curso com uma percepção ambiental já definida, e durante os primeiros anos de
graduação por falta de contribuição e incentivo do próprio curso escolhido, ocorre uma
diminuição da sensibilidade ambiental.
Apesar do aumento da percepção e sensibilidade ambiental dos alunos dos
últimos anos, os cursos mostram pouca contribuição, o que gera certa preocupação,
levando a uma reflexão do quão realmente os cursos de graduação estão comprometidos
com as questões ambientais. Desse modo, não seria este o momento de repensar sobre
como as questões ambientais vêm sendo tratadas em sala de aula? E também já não
seria este o tempo de encontrar novas maneiras de inserir e discutir sobre o meio
ambiente durante as aulas?
Se a preocupação com o meio ambiente é uma tendência mundial e de todos os
segmentos da economia, o setor educacional de ensino superior precisa refletir sobre seu
papel nesse processo.
5.1 Limitações do Trabalho
Vale ressaltar que esta pesquisa possui limitações que impedem a generalização
de suas conclusões. O número restrito de cursos superiores avaliados e oriundos de
apenas uma instituição são fatores que limitam a pesquisa. Somada a esses fatores,
78
também se acrescenta a questão da abrangência regional e do tipo de instituição
(particular) que também confere outra limitação ao trabalho.
5.2 Pesquisas Futuras
No entanto, a pesquisa levanta fatos que podem subsidiar novas hipóteses a
serem confirmadas, em futuras pesquisas, de cunho mais abrangente, multissetorial e
longitudinal.
Investigar os mesmos cursos em outras instituições particulares e públicas, e
pesquisa que possa envolver outras áreas. Aplicação do questionário para analisar as
variações nas caraterísticas dos mesmos elementos amostrais em um determinado
período de tempo (anos), possibilitando assim preencher lacunas encontradas no
presente trabalho (estudos longitudinais).
79
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85
APÊNDICE
Instrumento para coleta de dados
Questionário – como você pensa no momento de efetuar uma compra?
Este questionário é um instrumento de pesquisa sobre consumidores universitários e sua
colaboração é muito importante. Não é necessária a sua identificação. As respostas
serão tratadas estatisticamente e com finalidade meramente acadêmica.
Os respondentes deverão assinalar com um X as opções, de acordo com o grau de
concordância com as afirmações, sendo (1) discordo totalmente e (7) concordo
totalmente.
Questões 1
2 3 4 5 6 7
1- É importante que as lojas onde compro tenham reputação
ética.
2- Quando compro privilegio produtos de empresas que
utilizam recursos renováveis.
3- Empresa ambientalmente irresponsável não merece o
apoio do consumidor.
4- Dou preferência a uma empresa com menor preço do que
a uma empresa ambientalmente responsável.
5- A diferença de preço nem sempre é suficiente para
privilegiar a empresa ecologicamente correta.
6- Na compra de produtos com matéria prima sujeita a
controle ecológico, certifico-me se a empresa é
ecologicamente correta.
7- Toda empresa ambientalmente responsável tem que ser
recompensada pelo consumidor.
8- Pagaria mais para comprar produtos de uma empresa que
promova a proteção ambiental.
9- Empresas que praticam responsabilidade ambiental,
certamente, terão seu sucesso assegurado no mercado.
10- É fundamental para minha decisão de compra,que as
empresas possuam programas de incentivo à preservação
ambiental.
11- Deixo de comprar de um fabricante, quando tomo
conhecimento de que no processo produtivo há
desrespeito ao meio ambiente.
12- Pago mais por produtos orgânicos que respeitem o meio
ambiente.
13- Dou preferência às empresas que promovam ações de
preservação do meio ambiente junto à comunidade.
14- Sempre busco comprar apenas produtos de empresas que
reciclam os descartes da sua produção (lixo).
15- Preocupo-me se as empresas das quais eu compro
produtos respeitam as leis ambientais.
16- Ando mais para comprar produtos em uma loja que
tenha uma conduta ambientalmente responsável.
17- As práticas de preservação do meio ambiente
influenciam em minha decisão de compra.
86
18- Ao comprar, busco informações sobre o comportamento
ambiental da empresa.
19- Na minha decisão de compra observo se a loja tem uma
postura ambientalmente correta.
20- Busco sempre procurar informações sobre certificações
ambientais dos fabricantes de produtos que eu compro.
21- Aprovo e compro de empresas que rejeitam o desrespeito
ao meio ambiente.
22- Antes de comprar, busco informações sobre a reputação
do processo produtivo da empresa.
23- Sempre recomendo e indico aos meus conhecidos a
compra de produtos de empresa que respeitem o meio
ambiente.
24- Na compra é importante que a empresa seja
ambientalmente responsável.
25- Deixo de comprar produtos de empresas, quando fico
sabendo que elas não promovem a preservação do meio
ambiente.
26- Sempre busco comprar apenas de empresas que têm
controle das suas emissões de CO2 (gás carbônico) na
atmosfera.
27- A certificação ambiental influencia na minha decisão de
compra.
28- Empresas que não evitam a poluição de rios e lagos têm
seus produtos rejeitados pelo cidadão.
29. Sexo
1.( ) Masculino
2.( ) Feminino
30. Faixa de idade:
1.( ) até 20 anos
2.( ) de 21 a 30 anos
3.( ) de 31 a 40 anos
4.( ) de 41 a 50 anos
5.( ) mais de 50 anos
31.. Estado Civil
1.( ) Solteiro (a)
2.( ) Casado / vivendo com parceiro (a)
3.( ) Viúvo (a)
4.( ) Separado (a)
32. Tipo de empresa que trabalha:
1.( ) Não trabalho
2.( ) Indústria
3.( ) Comércio
4.( ) Serviços
5.( ) ONG ou Instituições filantrópicas
33. Curso acadêmico
1. ( ) Engenharia
2. ( ) Biologia
34. Ano em que está da Formação acadêmica
1.( ) Primeiro ano
2.( ) Segundo ano
87
3.( ) Terceiro ano
4.( ) Quarto ano
5.( ) Quinto ano
35. Qual a Renda Familiar em sua residência? Somado todas as receitas
1.( ) até R$ 1.000,00
2.( ) R$ 1.000,01 a R$ 2.000,00
3.( ) R$ 2.001,00 a R$ 3.000,00
4.( ) R$ 3.001,00 a R$ 4.000,00
5.( ) R$ 4.001,00 a R$ 5.000,00
6.( ) Mais de R$ 5.000,00
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