os desafios da escola pÚblica paranaense na … · práticas escravistas ainda estão presentes...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Governo do Estado
do Paraná
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SEED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS – DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2013
Título: A Escravidão teve fim? Uma transposição de conceitos – da Escravidão
Negra no Brasil à Exploração do Trabalho na Atualidade.
Autor Gilberto de Almeida Dobbins
Disciplina/Área História
Escola de Implementação do Projeto e sua localização
Colégio Estadual Jardim Alegre– EFMP
Rua Acácia, nº 195 – Bairro Jardim Alegre
CEP 84268-480
Telêmaco Borba – PR
Município da escola Telêmaco Borba
Núcleo Regional de Educação
Telêmaco Borba
Professor Orientador Profª Drª Christiane Marquez Szesz
Instituição de Ensino Superior
Universidade Estadual de Ponta Grossa
Relação Interdisciplinar Sociologia, Arte
Resumo O presente projeto será implementado no Colégio
Estadual Jardim Alegre na cidade de Telêmaco
Borba, com alunos do 2º Ano do Ensino Médio.
Tem como objetivo aprofundar o conhecimento
crítico dos educandos de tal forma que conduza a
reflexão sobre o conceito de Escravidão Hoje
com a História da Escravidão Negra no Brasil.
Pretendo levar o educando a perceber que
embora a Escravidão Negra tenha sido encerrada
com a assinatura da Lei Áurea em 1888 as
práticas escravistas ainda estão presentes nos
dias de hoje. Não se pretende aqui, cometer um
anacronismo histórico, e sim, realizar um diálogo
entre passado e presente, analisando a prática
da escravidão como uma forma de subjulgar o
homem ao seu semelhante. Para tanto, será feito
a apresentação do tema aos educandos,
direcionando-os para que possam refletir sobre o
tema estudado, visando ampliar ou formar novos
conceitos sobre a escravidão.
Palavras-chave Escravidão. Exploração do trabalho. Violência.
Formato do Material Didático
Unidade Didática
Público Alvo Alunos do 2º Ano do Ensino Médio
APRESENTAÇÃO
Esta Unidade Didática faz parte do Programa de Desenvolvimento
Educacional da disciplina de História, a qual será implementada no Colégio
Estadual Jardim Alegre na cidade de Telêmaco Borba, com alunos do 2º Ano do
Ensino Médio, no primeiro semestre de 2014. A proposta de trabalho tem como
objetivo aprofundar o conhecimento crítico dos educandos de tal forma que
conduza a reflexão dos fatos cotidianos comparando os conceitos de escravidão
hoje com a História da Escravidão Negra no Brasil.
Para tanto, alguns objetivos específicos foram elencados para que sejam
alcançados pelos educandos:
1- perceber que a História não é feita de fatos isolados e sim de
continuidades;
2- compreender as características da sociedade atual comparando-a com
outros tempos e espaços;
3- proporcionar uma reflexão no tocante a mudanças de conceitos –
escravidão/exploração do trabalho – com o passar do tempo;
4- mostrar que os agentes históricos são todos agentes sociais;
5- traçar um paralelo entre a escravidão negra com o trabalho escravo na
atualidade,
O Programa de desenvolvimento Educacional (PDE) é uma política
desenvolvida no Estado do Paraná, a qual propicia a produção do conhecimento
aliada a formação continuada. E, espera-se que ao propor o título: “A Escravidão
teve fim? Uma transposição de conceitos – da Escravidão Negra no Brasil à
Exploração do Trabalho na Atualidade”, os educandos possam perceber que após
a assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel em 13 de maio de 1888 continua
existindo a escravidão no Brasil na atualidade, portanto, essa forma de
exploração desumana da força de trabalho não foi abolida por completo.
Dessa forma, podemos encontrar vários casos de pessoas sendo
subjulgadas à condição de escravos, sem ser garantidos os seus direitos de
cidadãos, sendo vítimas de violência física e psicológica. Aqui cabe resaltar que
não se pretende cometer um anacronismo histórico, e sim, pensar no tema
Escravidão, tendo claro as suas especificidades temporais e espaciais.
INTRODUÇÃO
Para realizar essa proposta de trabalho faz-se necessário que se tenha
bem claro que o ensino de história pretende ampliar nos educandos seus
aspectos cognitivos, sociais, políticos, afetivos e culturais. Para que o mesmo seja
capaz de se reconhecer como agente participativo da História e que esta, é uma
produção humana, a qual é constituída de permanências e de mudanças. Dessa
forma, esse educando deve ter condições para estabelecer relações dos
conteúdos estudados na disciplina de história, com a sua realidade, bem como,
com outros tempos e espaços.
Durante o processo de ensino e aprendizagem de História, é preciso que
se contemple a perspectiva de dar sentido aos conteúdos estudados, para que
assim, atinja o objetivo da aprendizagem com a ampliação dos conhecimentos
dos educandos. Dando ênfase, à problematização dos conteúdos propostos para
o ensino de História. O que para SCHMIDT & CAINELLI (2004),
Problematizar o conhecimento histórico significa em primeiro lugar partir do pressuposto de que ensinar História é construir um diálogo entre presente e o passado, e não reproduzir conhecimentos neutros e acabados sobre fatos que ocorreram em outras sociedades e outras épocas. (SCHMIDT & CAINELLI, 2004, p.52)
O ensino de História deve ser trabalhado de forma mais ampla, ou seja, de
forma contextualizada, deixando de lado um modelo que se fundamentava em
causas e consequências e, em fatos isolados. Para que dessa forma possa
propiciar ao educando uma formação mais crítica, no que se refere a todos os
âmbitos da sociedade, bem como, se reconhecer como agente transformador
desta sociedade onde está inserido.
A partir dessa perspectiva de ensino de História, este trabalho propõe que
se realize um diálogo entre passado e presente. Dessa maneira, pretende-se
aprimorar a criticidade dos educandos de tal forma que os conduzam à reflexão
dos acontecimentos da história presente, e a partir disso, estabelecer pontos de
semelhanças e diferenças dos fatos acontecidos no Brasil no decorrer de sua
história. Dessa forma, essa proposta de trabalho não deve se esgotar na temática
“Escravidão”, mas, permear todos os conteúdos de História.
SONDAGEM PRÉVIA DO CONHECIMENTO DOS EDUCANDOS REFERENTE
AO TEMA PROPOSTO NA UNIDADE DIDÁTICA
É de extrema relevância fazer uma sondagem entre os alunos para saber o
nível de conhecimento sobre o tema “Escravidão Negra e Trabalho Escravo na
Atualidade”, para que se tenha a possibilidade de problematizar o tema, bem
como, despertar no aluno o interesse e envolvimento para que o mesmo possa
participar do processo de ensino e aprendizagem, adquirindo a partir disso, um
conhecimento mais significativo.
PROPOSTA DE ATIVIDADE:
Entregar as seguintes perguntas aos alunos para que seja
respondido a partir de seus conhecimentos adquiridos durante a vida
escolar. Na sequencia, recolher as mesmas para posterior análise das
respostas pessoais dos alunos.
1- Defina com suas palavras o que é “ser escravo”?
2- O Brasil foi um dos países que utilizou um grande número de
escravos negros africanos nas suas atividades coloniais, escreva de
que forma pessoas livres na África se tornavam escravas? E como
passavam a ser comercializadas como “mercadorias”?
3- Como era o tratamento dispensado aos escravos e escravas vindos
da África e aos Afrodescendentes no Brasil colonial?
4- A História é feita de mudanças e de continuidades. Sob essa
perspectiva, a Escravidão como prática exploratória acabou no
momento de assinatura da Lei Áurea no dia 13 de maio de 1888?
Justifique a sua resposta.
5- Existem relações de exploração do homem sobre o homem, ou seja,
de escravidão em nossos dias? Discorra sobre isso.
Escravidão Negra no Brasil
O Brasil a colonização portuguesa foi
baseada na grande propriedade
monocultora, pois tinha como
finalidade fornecer matérias primas, como por
exemplo, produtos alimentícios e minérios, ao
comércio europeu. Para suprir essa demanda
houve a “necessidade” de ser utilizada a mão
de obra compulsória primeiramente do índio e
depois do negro africano.
Economicamente o tráfico de escravos
africanos foi muito vantajoso, o que fez do
escravo uma mercadoria muito cobiçada. No entanto, não era reconhecida a sua
condição humana, portanto, o escravo não tinha direitos garantidos.
O tráfico de escravos fez de muitos traficantes portugueses, bem como, de
outras nacionalidades europeias, comerciantes ricos, pois o escravo negro era
N
ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL E EXPLORAÇÃO DO TRABALHO NA
ATUALIDADE
A escravidão foi uma
instituição nacional. Penetrou
toda a sociedade,
condicionando seu modo de
agir e de pensar. O desejo de
ser dono de escravos, o
esforço por obtê-los ia da
classe dominante ao modesto
artesão branco das cidades.
Houve senhores de engenho
e proprietários de minas com
centenas de escravos,
pequenos lavradores com
dois ou três, lares
domésticos, nas cidades,
com apenas um escravo. O
preconceito contra o negro
ultrapassou o fim da
escravidão e chegou
modificado a nossos dias. [...]
O trabalho manual foi
socialmente desprezado
como “coisa de negro”.
(FAUSTO, 2010, p. 69)
FIGURA 1
Disponível em: http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?f
oto=4&evento=1#menu-galeria. Acesso em 10/11/2013
uma mercadoria das mais valiosas. Dessa forma, o sistema colonial ficou cada
vez mais fortalecido entre metrópole portuguesa e colônia.
Desde o início da exploração do trabalho escravo negro no Brasil e relação
entre os senhores de escravos e os
negros não aconteceu de forma pacífica,
pois os trabalhadores negros não
aceitavam a sua condição de explorados
tão pacificamente, exemplo disso, são as
tentativas de fugas, tanto individuais
como em massa, agressões aos seus
senhores e prejuízos que causavam a
estes.
Apesar das tentativas de
resistência por parte dos escravos negros
ou dos afro-brasileiros, estes se viram obrigados a se submeter ao trabalho
forçado. Viram-se isolados de seus familiares e amigos, pois foram tirados de
seus países de origem e enviados para diferentes regiões do Brasil.
O tratamento dispensado ao escravo negro era desumano. Seu trabalho
era explorado ao máximo. Trabalhavam de sol-a-sol. A alimentação era de
péssima qualidade e as roupas eram comparadas a farrapos. Viviam em senzalas
DE ONDE VINHAM OS
ESCRAVOS NEGROS?
De diversas regiões, sobretudo
da Guiné, Angola, Congo e
Moçambique, eram deixados
em cativeiros na própria África,
até a chegada do comerciante
europeu para serem
transportados. Uma vez
embarcados nos navios
negreiros, conhecidos como
tumbeiros, os novos escravos
eram tratados com violência.
Nus e mal alimentados, eram
castigados e expostos a todos
os tipos de doenças e
humilhações desde o cativeiro
no continente africano.
(VÁRIOS AUTORES, 2006, p.
74)
FIGURA 2
Disponível em:
http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/det
alhe.php?foto=2&evento=1. Acesso em: 01/11/2013.
úmidas e com pouca iluminação e
higiene. Eram vigiados pelos
capitães do mato e recebiam
constantemente castigos físicos. Em
alguns casos, eram até mesmo
acorrentados para que se evitassem
as fugas.
Os escravos negros
realizavam várias formas de
trabalho, como exemplo pode citar
as atividades agrícolas de
monoculturas que estavam voltadas
para o comércio externo, bem como,
de escravos domésticos (amas-de-
leite, mucamas, cozinheiras, negros
de recado) e de escravos de
aluguel.
Após a assinatura da Lei
Áurea pela princesa Isabel em 13 de
maio de 1888, não houve uma
política de inserção social dos
negros recém-libertos no mercado
de trabalho. A partir de então, esses
trabalhadores foram considerados
“livres”, no entanto, precisavam se
inserir no mercado de trabalho, mas
ainda estavam fortemente marcados
pela negatividade de ser ex-
escravos.
Nos primeiros anos da
República foi criada uma legislação
que incentivava a substituição da mão de obra dos negros, recém-libertos, pela de
imigrantes europeus.
TEXTO COMPLEMENTAR Na condição de fugidos e não
fugitivos, os (as) escravizados
(as) se embrenhavam mata
adentro, e formaram
comunidades negras.
Geralmente as terras ocupadas
eram férteis e localizavam-se
nas regiões altas e de difícil
acesso; uma estratégia que
garantia a sobrevivência do
grupo, pois dificultava o acesso
de estranhos, ou seja, dos
caçadores de escravos. Por
outro lado, a localização dos
quilombos no topo das
montanhas e serras
possibilitava aos aquilombados
enxergar os movimentos de
ataque e organizar a defesa ou
fuga para outras localidades.
(CHAGAS, 2009, p. 24)
Atividade do texto
Após a leitura e discussão do
texto pelo grupo elabore uma
definição para quilombo.
ATIVIDADES:
1- Observando a figura 1 o que lhe chama mais a atenção na cena dos negros no
porão de Johann Moritz Rugendas?
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2- Descreva o que você observa na figura 2 que está retratando a habitação dos
negros de Johann Moritz Rugendas.
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3- Em duplas fazer uma pesquisa de imagens da Escravidão Negra no Brasil,
para isso vocês poderão utilizar-se da internet, de livros ou de revistas. Após
escolher uma imagem, a dupla deverá confeccionar um cartaz reproduzindo a
imagem, utilizando-se dos materiais disponíveis expresse a sua criatividade.
Esses cartazes farão parte de uma exposição final que será realizada para o
coletivo da escola. Sugestão básica de materiais: cartolina branca, lápis,
borracha, tinta guache, pincéis, lápis de cor, canetinhas hidrográficas.
4- Após o estudo da Escravidão Negra no Brasil faça os seguintes apontamentos:
Por que o escravo negro era considerado uma mercadoria?
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Como era a relação interpessoal dos senhores de escravos e os negros
escravizados no Brasil?
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Descreva como era a vida dos escravos negros.
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Como aconteceu o processo de libertação dos escravos negros com a
assinatura da Lei Áurea em 1888?
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TEXTO COMPLEMENTAR
Disponível em:
http://www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=384&evento=4#menu-galeria Acesso em: 04/10/2013
Ao chegarem ao Brasil, os africanos perceberam a necessidade de
desenvolver formas de proteção contra a violência e repressão dos colonizadores brasileiros. Eram constantemente alvos de práticas violentas e castigos dos senhores de engenho. Quando fugiam das fazendas, eram perseguidos pelos capitães-do-mato, que tinham uma maneira de captura muito violenta.
Os senhores de engenho proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta. Logo, os escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas, adaptando a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança. Foi um instrumento importante da resistência cultural e física dos escravos brasileiros.
A prática da capoeira ocorria em terreiros próximos às senzalas
(galpões que serviam de dormitório para os escravos) e tinha como funções principais à manutenção da cultura, o alívio do estresse do trabalho e a manutenção da saúde física. Muitas vezes, as lutas ocorriam em campos com pequenos arbustos, chamados na época de capoeira ou capoeirão. Do nome deste lugar surgiu o nome desta luta.
Fonte do texto: http://www.suapesquisa.com/educacaoesportes/historia_da_capoeira.htm. Acesso em: 04/10/2013
Atividades: 1- O que é a capoeira? 2- Qual o motivo da criação da capoeira? 3- Para quê servia a prática da capoeira?
ATIVIDADE COM VÍDEO:
Utilizando-se da TV Pendrive assistir o recorte do filme Amistad (Drama,
país Estados Unidos, 1997, direção Steven Spielberg, duração do trecho 9 min
49 s).
Entregar para os alunos na forma impressa as seguintes questões:
1- Você já havia assistido o recorte ou o filme Amistad na íntegra?
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2- Qual foi o sentimento despertado em você ao ver o trecho do filme apresentado
a respeito da forma de tratamento dado a outro ser humano?
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Disponível em http://www.historia.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=17235 Acesso em 02/11/2013.
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3- Descreva as situações apresentadas no trecho do filme que mais te chamaram
a atenção em relação ao tema Escravidão Negra.
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Exploração do trabalho na atualidade
urante muitos anos o ensino de História reproduziu a ideia que a
Escravidão acabou no Brasil, e que esta prática exploratória do homem
sobre o seu semelhante havia sido extinguida. No entanto, podemos
encontrar várias situações análogas à de escravidão nos meios de comunicação
escrito e falado na atualidade.
Pessoas que perdem seus direitos, são
explorados e violados na sua condição de
cidadão. Trabalham exaustivamente para
compor um sistema que visa o enriquecimento
dos patrões. Essa relação de trabalho escravo
na atualidade é tão lucrativa quanto o foi no
período colonial.
A prática da escravidão é muito antiga,
sempre esteve presente em diferentes tempos e
sociedades pelo mundo. No Brasil atual não é
D
O que é trabalho escravo?
A Convenção nº 29 da OIT
de 1930, define sob o
caráter de lei internacional
o trabalho forçado como
“todo trabalho ou serviço
exigido de uma pessoa
sob a ameaça de sanção
e para o qual não se tenha
oferecido
espontaneamente.” A
mesma Convenção nº 29
proíbe o trabalho forçado
em geral incluindo, mas
não se limitando , à
escravidão. A escravidão
é uma forma de trabalho
forçado. Constitui-se no
absoluto controle de uma
pessoa sobre a outra, ou
de um grupo de pessoas
sobre outro grupo social.
Fonte do texto:
http://reporterbrasil.org.br/t
rabalho-escravo/. Acesso
em 12/11/2013
Foto: Lisa Kristine Disponível em:
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/08/fotografia-a-escravidao-moderna-que-fingimos-nao-ver.html. Acesso em:
12/11/2013
diferente, e essa escravidão moderna, deve ser tratada como um problema de
ordem social, política e econômica. Dessa forma, não devemos entender essa
prática exploratória como legítima, devemos pensar na sua verdadeira extinção, e
para isso, é preciso uma conscientização de todos os governantes e demais
segmentos da sociedade brasileira.
No Brasil, não diferente de outros países do ocidente, existe uma
escravidão “ilegal”, e essa prática inicia no momento que o empregado é
recrutado para trabalhar por intermédio de um empreiteiro, o qual também é
popularmente conhecido como “gato”.
VAMOS REFLETIR?
Foto: Andre Penner
Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/escravidao-ainda-existe-historia-trabalho-escravo-cana-agronegocio-546462.shtml. Acesso em 11/11/2013.
A erradicação do trabalho escravo talvez seja um dos poucos problemas sociais que, se corretamente instrumentalizado, pode ser extinto em curto prazo. Entretanto, é necessário focalizar mais nas causas do problema do que em suas conseqüências. Para erradicar-se o trabalho escravo, são necessárias ações estruturais nas regiões afetadas que incluam, orquestradamente, políticas de desenvolvimento sustentável; de reinserção social; de trabalho, emprego e renda; de reforma agrária; e de educação. Ademais, devido às suas especificidades, qualquer articulação se torna ineficaz sem um ágil sistema de combate à impunidade. (ANTERO, 2007, p. 10-11) Responda: A Escravidão é uma prática proibida por lei, mesmo assim, podemos presenciar formas de exploração do trabalho compulsório. Segundo a sua visão por que isso ainda acontece?
As atividades realizadas pelos escravizados são bem variadas, como por
exemplo, no cultivo da cana-de-açúcar, na criação de animais, na plantação de
algodão, de frutas, de feijão, de café, na derrubada de mata, na exploração de
madeiras, na produção de carvão vegetal, em fábricas, na construção civil, entre
outras.
Os trabalhadores contratados, que podem ser homens, mulheres,
adolescentes e até mesmo crianças, são geralmente levados para locais distantes
de seus lares e familiares, podendo ser até mesmo em outros Estados ou países.
Sem saber as verdadeiras
condições de trabalho, de
alojamento, de alimentação
e de tratamento que serão
submetidos, acreditam que
terão um trabalho para
melhorar a sua condição de
vida e de sua família.
Quando chegam aos
locais de trabalho se
deparam com outra
realidade, a qual não
esperava, pois esses locais
não oferecem a mínima condição de higiene necessária, não possuem
instalações sanitárias, não contam com atendimento médico hospitalar, nem
mesmo, com os básicos primeiros socorros.
Para chegar ao local de trabalho, as pessoas já contraíram dívidas, por
exemplo, pelo transporte, pela alimentação, pelas ferramentas que utilizarão nas
suas atividades. O que já torna difícil o retorno destas pessoas para seus locais
de origem. Como não conseguem pagar as dívidas, são obrigadas a
permanecerem e a se submeterem às condições de escravas.
As tentativas de fugas são muito arriscadas, pois são constantemente
vigiados. Caso haja tentativa, os mesmos são perseguidos, e se capturados
recebem castigos severos e, até mesmo, podem ser assassinados.
A exploração do trabalho na forma de escravidão está presente em vários
Disponível em: http://www.brasilescola.com/sociologia/escravidao-nos-dias-de-
hoje.htm. Acesso em: 11/11/2013
países do mundo que tem um modelo econômico e social que favorece essa
prática, como exemplo, pode citar a fragilidade dos direitos fundamentais de
trabalhadores e trabalhadoras que fortalecem as práticas já existentes ou podem
criar novos modelos de exploração.
A escravidão na atualidade está presente nas mais diversas atividades do
mundo do trabalho, portanto, não acontece exclusivamente no meio rural. É
possível encontrar casos de trabalhadores nos centros urbanos sendo mantidos
sob coação e violência física e moral. Entre estes, estão estrangeiros e pessoas
que são vítimas da exclusão social e econômica que facilmente são incluídos
nessa prática do trabalho escravo nas áreas urbanas.
ATIVIDADES: 1- Utilizando-se da ferramenta Internet, pesquise uma definição do termo
escravidão e socialize com seus colegas em um grande círculo, observando se
existem diferenças ou semelhanças. Após a apresentação, elabore uma definição
do termo escravidão levando em consideração os apontamentos do grupo.
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2- Nesta atividade sugiro a divisão da turma em três grupos. Cada grupo ficará com
um texto sugerido. Fazer a leitura para posterior apresentação dos pontos
relevantes do texto na forma de seminário.
Texto 1: O que é trabalho escravo. Disponível em:
http://reporterbrasil.org.br/trabalho-escravo/
Texto 2: Como uma pessoa escrava se torna livre. Disponível em:
http://reporterbrasil.org.br/trabalho-escravo/como-uma-pessoa-escrava-se-
torna-livre/
Texto 3: Trabalho escravo atualmente. Disponível em:
http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/trabalho-
escravo/trabalho-escravo-atualmente.aspx
Texto 4: Brasil é elogiado, mas fica entre 100 piores em ranking de trabalho
escravo. Disponível em:
http://www.forcasindicalbahia.com.br/2013/10/17/brasil-e-elogiado-mas-fica-
entre-100-piores-em-ranking-de-trabalho-escravo/
3- O que você sugere para acabar com a permanência das práticas escravistas de
homens, mulheres e crianças no Brasil atual?
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4- Além do que foi estudado nesta unidade, você já ouviu falar sobre a
permanência da Escravidão no Brasil na atualidade? Comente sua resposta.
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ATIVIDADE COM VÍDEO:
Utilizando-se da TV Pendrive assistir o vídeo “Trabalho escravo no Brasil
atual” (duração 13 min 18 s).
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_IXzAUf_JwI. Acesso em 11/11/2013.
Entregar para os alunos na forma impressa, antes de iniciar o vídeo, as
seguintes questões:
1- Qual a diferenciação que é feita no vídeo da Escravidão Negra com a
Escravidão hoje?
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2- Segundo o que foi apresentado no vídeo, por que pessoas nos dias de hoje se
encontram na condição de escravos?
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3- Escreva as situações apresentadas no vídeo “Trabalho escravo no Brasil atual”
que mais te chamaram a atenção em relação ao tema Escravidão hoje.
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4- Descreva os ambientes de trabalho apresentados no vídeo assistido.
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PROPOSTA DE ATIVIDADE PARA ENCERRAR O TEMA ESTUDADO:
Após termos estudado a Escravidão Negra no Brasil e a Escravidão nos
dias atuais, observando as semelhanças desses dois fenômenos históricos, redija
um texto de 15 a 25 linhas apresentando seu ponto de vista sobre a permanência
dessa prática de exploração do homem sobre o homem. Não se esqueça de dar
um título ao seu texto.
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REFERÊNCIAS:
AGUIAR, Maria Osório de & MOREIRA, Andre Luiz. Ação afirmativa: a luta do
negro para o ingresso nos espaços de poder. In: CAMPOS, Adriana Pereira &
SILVA, Gilvan Ventura da (orgs). A escola e suas cores – cidadania, educação
e relações étnicorraciais. 4. Ed. Vitória: GM, 2011.
ANTERO, Samuel A.. Monitoramento e avaliação do Programa de Erradicação
do Trabalho Escravo. Disponível em:
<http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/Arquivos/seges/EPPGG/prod
ucaoAcademica/ARTIGO_SAMUELANTERO_RAP2.pdf>. Acesso em 21/03/2013.
CHAGAS, Waldeci Ferreira. Por dentro da História – Formação docente e cultura
afro-brasileira. In. SILVA, André Luiz dos S. & SANTOS, Nágila Oliveira dos (orgs).
Educação e Relações Étnicorraciais. Maricá: Ponto de Cultura, 2009.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São
Paulo, 2010.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização
e Diversidade. Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico-
Raciais. Brasília: SECAD, 2006.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais
da Educação Básica - História. Curitiba: SEED, 2008.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora. A formação do professor de história e o cotidiano da
sala de aula. In: BITTENCOURT, Circe (org). O saber histórico na sala de aula.
São Paulo: Contexto, 2009.
SCHMIDT, M. A.; CAINELLI, M. Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2004.
VÁRIOS AUTORES. História – Ensino Médio. Curitiba: SEED-PR, 2006.
VASCONCELOS, Márcia; BOLZON, Andréa. Trabalho forçado, tráfico de
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