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Oração Ó Espírito Santo,

Amor do Pai e do Filho, Inspira-me sempre aquilo que devo pensar, Aquilo que devo dizer, como devo dizê-lo,

Aquilo que devo calar, Aquilo que devo escrever,

Como devo agir, Aquilo que devo fazer.

Para procurar a Vossa glória, O bem das almas e a minha própria santificação.

Amen.

São Tomás de Aquino

Inspiração bíblica

Disciplina de Propedêutica Bíblica

Paróquia de São Tomás de Aquino

Antes disso…

Friso cronológico da História da Teologia

• Padres Apostólicos

• Padres da Igreja

• Escolástica

• Modernidade

• Nova Teologia

AT

NT

Padres apostólicos

Padres da Igreja

Escolástica

Modernidade

Nova teologia

S. Clemente de Roma (†102) Santo Inácio de Antioquia (†110) Aristides de Atenas (†130) São Policarpo de Esmira (†156) Pastor de Hermas (†160) Aristides de Atenas (†160) São Hipólito de Roma (160 - 235) São Justino (†165) Militão de Sardes (†177) Atenágoras (†180) São Teófilo de Antioquia (†181)

Orígenes de Alexandria (184 - 254) Santo Ireneu (†202) Tertuliano de Cartago (†220) São Clemente de Alexandria (†215) Metódio de Olimpo (sec.III) São Cipriano de Cartago (210-258) Novaciano (†257) São Atanásio de Alexandria(295 -373) São Efrém - (306 - 373), diácono, Mesopotânia São Hilário de Poitiers - bispo (310 - 367) São Cirilo de Jerusalém, bispo (315 - 386) São Basílio Magno, bispo (330 - 369) - Cesaréia São Gregório Nazianzeno - (330 - 379), bispo

São Ambrósio - (340 - 397), bispo, Treves - Itália Eusébio de Cesaréia (340) São Gregório de Nissa (340) Prudêncio (384 - 405) São Jerônimo ( 348 - 420), presbítero Strido, Itália São João Cassiano (360 - 407) São João Crisóstomo - (349 - 407), bispo São Agostinho - (354 - 430), bispo Santo Efrém (†373) Santo Epifânio (†403) São Cirilo de Alexandria - (370 - 442), bispo São Pedro Crisólogo - (380 - 451), bispo, Itália

São Leão Magno (400 - 461), papa de Roma - Toscana, Itália São Paulino de Nola (†431) - Sedúlio (sec V) São Vicente de Lerins (†450) São Pedro Crisólogo (†450) São Bento de Núrcia (480 - 547) São Venâncio Fortunato (530-600) São Ildefonso de Toledo (617 - 667) São Máximo Confessor (580-662) São Gregório Magno (540 - 604), Papa de Roma São Ildefonso de Sevilha (†636) São Germano de Constantinopla - (610-733) São João Damasceno (675 - 749), bispo, Damasco

Boécio Santo Anselmo de Cantuária Santo Alberto Magno São Tomás de Aquino São Boaventura Pedro Abelardo São Bernardo de Clraval João Duns Escoto Santo António de Lisboa

A linguagem e as imagens

A Parábola

O Símbolo

Comparação

A Metáfora

ex.: A é B = A+B | não A é B = C

A linguagem e as imagens

Aquiles luta como um leão

Aquiles é um leão a lutar.

«Eu Sou a Porta.»

Jesus Cristo, in Jo 10,9

Antigo Testamento

• Não tem uma doutrina sobre a inspiração

• Nada há de explícito sobre o carácter sobrenatural ou acção do Espírito

Mas…

• Há fórmulas

• Há ordens de se “gravar”

• Ideia de que a Torah tinha uma “inspiração plenária”, os profetas e os escritos eram inspirados mas não de modo total (cada partícula)

• Filão de Alexandria, sobre o autor sagrado:

“ o homem inspirado por Deus, sem dizer nada de próprio”

Teoria extática, oracular, mântica.

Novo Testamento

•Convicção de que o Antigo Testamento é inspirado

-Mt 1, 22ss; «Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho; e hão-de chamá-lo Emanuel, que quer dizer: Deus connosco.”»

Mt 2, 15 «E ele levantou-se de noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egipto, permanecendo ali até à morte de Herodes. Assim se cumpriu o que o Senhor anunciou pelo profeta: “Do Egipto chamei o meu filho”.»

Novo Testamento

-Mc 12, 36 «Ensinando no templo, Jesus tomou a palavra e perguntou: “Como dizem os doutores da Lei que o Messias é filho de David? O próprio David afirmou, inspirado pelo Espírito Santo: ‘Disse o Senhor ao meu Senhor: 'Senta-te à minha direita, até que ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés'.’ O próprio David chama-lhe Senhor; como é Ele seu filho?” E a numerosa multidão ouvia-o com agrado.»

-Act 1, 16 «Pedro levantou-se no meio dos irmãos e disse: “Irmãos, era necessário que se cumprisse o que o Espírito Santo anunciou na Escritura pela boca de David a respeito de Judas, que foi o guia dos que prenderam Jesus. (...)”»

Novo Testamento

-Hb 10, 15 «De facto, com uma só oferta, Ele tornou perfeitos para sempre os que são santificados. É o que o Espírito Santo também nos atesta. De facto, depois disse: “Esta é a aliança que estabelecerei com eles (...)”»

-2 Tim 3, 14 – 16 [único a afirmar claramente] «De facto, toda a Escritura é inspirada por Deus e adequada para ensinar, refutar, corrigir e educar na justiça»

-2 Pe 1, 19 – 21 *“inspirar” na tradução latina+ «(…) jamais uma profecia foi proferida pela vontade de um homem; mas, sendo movidos pelo Espírito Santo é que certos homens falaram da parte de Deus.»

• Não há a pretensão de explicar a natureza da inspiração

• “movido pelo Espírito Santo”

• A inspiração passa pelos escritores

• No Novo Testamento formulação da “inspiração” *na carta a Timóteo; tradução latina da Segunda Carta de Pedro]: termo em que diz a origem divina das Escrituras

Padres da Igreja

• Não aprofundaram a reflexão da “inspiração”

• Convicção da origem divina em termos concretos

• Continuidades com a perspectiva e conceitos-base bíblicos

• Aprofundamentos partiram destes dados bíblicos

• Os hagiógrafos são instrumentos de Deus

“ Os profetas […] falavam por virtude do Espírito Santo sobre Deus e sobre as realidades de Deus […] O Espírito Santo movia a boca dos profetas como instrumentos [O Espírito Santo usava-os como um flautista que toca a sua flauta”

Atenágoras, Leg. Pro Chrst, 7. PG 6, 906. 908.

“Ora, conhecendo o conteúdo e retendo como seu autor o Espírito Santo, ao perguntar pelo escritor não fazemos outra coisa senão ler uma carta e perguntar pela pena”.

São Gregório Magno, In Job Moralia, 1, 2. PL 75, 517.

“ Tendo assumido a humanidade, é a cabeça de todos os seus discípulos. Portanto, quando eles escrevem o que Ele mostrou e disse, não se poderá dizer de nenhuma forma que Ele não tenha escrito, já que os membros realizaram o que conheceram por ditado da cabeça. De facto, tudo o que Ele quis que nós lêssemos acerca dos seus feitos e ditos ordenou-lhes a eles, como a mãos suas, que o escrevessem.”

Santo Agostinho, De consensu Evang. I, 35, 54 PL 34, 1070

• A Sagrada Escritura é um ditado de Deus

“Acreditamos com a fé que o autor do livro é o Espírito Santo. Portanto, Ele escreveu como quem ditou o que deveria ser escrito.”

São Gregório Magno,

In Job Moralia, 1, 2. PL 75, 517.

“[…] quando escreve Paulo, melhor dito, não Paulo mas a graça do Espírito, dita uma carta a toda uma cidade […]”

São João Crisóstomo,

In R… 16, 3. PG 51, 187.

• Deus é o autor do texto bíblico

• Montanismo: teoria extática.

• Maniqueísmo: o Antigo Testamento é mau, não é inspirado por Deus mas pelo diabo.

Padres da Igreja - Síntese

• Inspiração: facto ontológico; não acto psicológico

• Preocupação primeira: a causa é divina

• Despreocupação sobre o papel dos autores bíblicos

• Rica em imagens

Escolástica

• Interesse pela relação entre a acção divina e a humana no acto da inspiração.

• São Tomás de Aquino: aborda a profecia e com ela a inspiração.

• Trabalha segundo as categorias aristotélicas a imagem patrística de instrumento.

Causa…

Eficiente

- Principal

- Instrumental

Aplicação à inspiração

- Deus

- Autor inspirado

• A causa principal eleva o instrumento.

• Deus eleva as capacidades do escritor: na sua vontade e na sua razão.

• Vestígios do autor principal [Deus]:

imunidade ao erro

• Vestígios do autor instrumental [homem]:

estilo, lapsos, etc.

Modernidade

• Autores tomistas posteriores consolidarão e fixarão esta teoria (numa maior abstracção)

• Concílio de Trento: preocupa-se mais com o cânone e com a “extensão” da inspiração: Todos os livros e todas as suas partes são inspiradas.

• Já no séc. XIX é ela a perspectiva adoptada por Leão XIII e Pio XII nas suas encíclicas Providentissimus Deus e Divino Afflante Spiritu.

Modernidade

• Inspiração: acção directa de Deus nas faculdades do autor intelectivas (em juízos quer teóricos, verdade ou não das ideias, quer práticos, conveniência ou não da escritura de tal ideia), volitivas e executivas.

Ambiente do Vaticano I

• “Psicologização” da acção divina: inteligência, vontade e execução.

• Preocupação central - a defesa da inerrância: inspiração como carisma que evita os erros.

• Isolamento do acto da escritura da comunidade e da História

• Tendência para conceber a acção de Deus sobre as faculdades do hagiógrafos de forma directa e imediata.

Ambiente do Vaticano I Reflexão biblico-teológica

• Características literárias únicas e distintas dos livros extra-bíblicos e comuns a todos os livros bíblicos, independentemente das suas épocas

• Incompatibilidade com os dados científicos

• Carácter apologético

• Não abordagem dos dados positivos da Bíblia

A Divino Afflante Spiritu • A importância fundamental dos textos originais

• Normas científicas: os exegetas, dados os progressos a que se chegou nos estudos e nos métodos históricos, devem:

a) ter em conta a personalidade do escritor sagrado (psicologia...) (19).

b) ter em conta o géneros literários, utilizados no Oriente, sobretudo em matéria histórica. Deus falou com os homens utilizando a linguagem dos homens.

c) Promover o estudo das antiguidades bíblicas e de tudo o que pode esclarecê-las.

In revista Bíblica, série científica, nº 2, 1994, Difusora Bíblica, Lisboa/Fátima, p.7-32.

A Divino Afflante Spiritu

• Muitas dificuldades subsistirão, para os exegetas. Como resolvê-las?

• Dois princípios: - O clima de liberdade e de mútua caridade que deve reinar

entre a Igreja e os exegetas (25);

- fidelidade à Igreja, por parte dos exegetas.

- Normas pastorais: Normas de pastoral bíblica. A Bíblia nos Seminários (26-27).

In revista Bíblica, série científica, nº 2, 1994, Difusora Bíblica, Lisboa/Fátima, p.7-32.

Concílio Vaticano II

• Abertura dada pelas afirmações do Concílio Vaticano I

• Integração e relação da teologia da inspiração divina da Bíblia com a História do Povo (Lagrange).

• Relação entre Inspiração e Revelação.

• Tradição (onde acontecia a revelação)

Acção do Espírito instruindo interiormente o conteúdo

• Escritura (onde se fixava a revelação)

Acção do Espírito ordenada a pôr por escrito: inspiração (cujo objecto é a fixação escrita)

• Os hagiógrafos são verdadeiros autores da Bíblia, na posse das duas faculdades, em sentido próprio e estrito.

• Alguém escolhido por Deus para transmitir a Revelação, fazendo uso pleno das suas faculdades humanas e do seu carácter de escritor (não é prejudicado pela acção divina superior).

• Não se aborda considerando a influência das três faculdades em jogo na Providentissimus Deus.

• Autor divino: age envolvendo e instrumentalizando os verdadeiros autores humanos

• A acção divina é neles, com eles e por eles

Antes…

• Racionalismo e Mecanicismo

• Miraculismo

• Irrealismo

Com o Vaticano II

• Igreja como Povo de Deus

• Valorização das raízes sociais e comunitárias da inspiração bíblica

• Possibilidade do confronto dos textos inspirados com os textos extra-bíblicos, do mundo que enquadrou a Bíblia

• Aplicação da crítica histórico-literária ao estudo da Bíblia

• Integração no cosmos da História e no processo de formação da revelação bíblica

• Demonstração exegética da historicidade do processo da inspiração:

- A teologia da Inspiração só é compreensível se não se excluir, autonomizando-se.

Factos históricos

em que Deus se

autodesvela

Passagem para

uma base escrita,

sujeitos a uma

reflexão teológica

Factos Escritura

Revelação Inspiração

Acontecimento da

Revelação

Explicação da

Palavra

Síntese

• Inexistência duma revelação de Deus directa, imediata, existente em si mesma. Está sob a forma de palavras de pessoas cuja fé permitiu uma interpretação religiosa da História.

- Jurisdição imperfeita

- Releituras de textos antigos extra-bíblicos

Revelação e Inspiração

• A conservação desses elementos de fé conservou-se primeiro na vivência própria das comunidades (não na Escritura)

• Nascimento lento da literatura sagrada de Israel em que se limava, com correcções e substituições, as concepções inadequadas e imaturas que essa tradição detinha.

O resultado não era:

• uma Palavra de Deus em bruto, exclusivamente divina

• um relato de acontecimentos de uma forma apenas descritiva ou humana

Mas…

• a redacção da História em função da consciência da presença transformadora de Deus nela.

Síntese – Revelação e Inspiração

Antigo Testamento Jesus Cristo Possibilidade da

encarnação de Deus Realidade da encarnação

de Deus

Palavras A Palavra

(razão de ser das precedentes)

Procura de Deus Ponto culminante

dessa procura: encontro Deus comunica palavras

a alguém Deus comunica-Se em Jesus

Automanifestação de Deus parcial

Revelação de Deus plena e absoluta

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