o regionalismo aplicado no design de...
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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
CURSO SUPERIOR EM TECNOLOGIA EM DESIGN DE MODA
CARINE ELOIZA CIVIDINI
MARIÂNGELA SILVEIRA BIANCHIM
O REGIONALISMO APLICADO NO DESIGN DE MODA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
APUCARANA
2017
CARINE ELOIZA CIVIDINI
MARIÂNGELA SILVEIRA BIANCHIM
O REGIONALISMO APLICADO NO DESIGN DE MODA
Trabalho de Conclusão de Curso de
graduação apresentado à disciplina de
Trabalho de Conclusão de Curso II, do
Curso Superior de Tecnologia em Design
de Moda da UTFPR – Universidade
Tecnológica Federal do Paraná –
Câmpus Apucarana, como requisito
parcial para obtenção do título de
Tecnólogo.
Orientador: Prof. Patrícia Almeida
APUCARANA
2017
Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus Apucarana CODEM – Coordenação do Curso Superior de
Tecnologia em Design de Moda
TERMO DE APROVAÇÃO
Título do Trabalho de Conclusão de Curso Nº 242
Regionalismo aplicado no design de moda
por
CARINE ELOIZA CIVIDINI E MARIANGELA SILVEIRA BIANCHIM
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi apresentado aos vinte e um dias do mês de junho do
ano de dois mil e dezessete, às vinte e uma horas e trinta minutos, como requisito parcial para
a obtenção do título de Tecnólogo em Design de Moda, linha de pesquisa Processo de
Desenvolvimento de Produto, do Curso Superior em Tecnologia em Design de Moda da UTFPR
– Universidade Tecnológica Federal do Paraná. As candidatas foram arguidas pela banca
examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a banca
examinadora considerou o trabalho aprovado.
_____________________________________________________________
PROFESSORA PATRICIA A. ALMEIDA – ORIENTADORA
______________________________________________________________
PROFESSORA GISELY A. PIRES – EXAMINADORA
______________________________________________________________
PROFESSOR MARCELO CAPRE – EXAMINADOR
“A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso”.
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
PR
I
RESUMO
BIANCHIM, M. S., CIVIDINI, C. E. O Regionalismo aplicado no design de
moda. 2016. 102 f. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso II). Curso
Superior de Tecnologia em Design de Moda, Universidade Tecnológica Federal
do Paraná – UTFPR. Apucarana, 2016.
O Brasil é o quinto país do mundo na indústria do vestuário, sendo esta a que
mais polui o meio ambiente. Os poluentes emitidos por ela abrangem efluentes
líquidos, emissões de gases, partículas, resíduos sólidos, odores e ruídos.
Além disso, o impacto ambiental se dá em todo o ciclo da produção e consumo
do vestuário. É possível introduzir as diretrizes da sustentabilidade desde a
produção das fibras até o descarte dos resíduos e produto final, abrindo um
leque de possibilidades para a mudança de atitudes na moda. Considerando
esses fatores, o estudo se volta para a valorização do regionalismo, como
componente ativista de mudanças. A utilização de componentes regionais
poderia ser uma possível solução para redução dos poluentes gerados por
meio de transporte de materiais, além de permitir a utilização de matéria-prima
biodegradável, os corantes e as fibras naturais. O objetivo deste trabalho é
avaliar se o uso dos produtos regionais pode efetivamente beneficiar o meio
ambiente com a redução dos impactos ambientais gerados pela indústria do
vestuário. Para isso, será realizado um levantamento dos materiais naturais
utilizados para a confecção das roupas produzidos especificamente na região
do norte do Paraná.
Palavras chaves: Moda, sustentabilidade, regionalismo, tingimento natural.
II
ABSTRACT
BIANCHIM, M. S., CIVIDINI, C. E. O Regionalismo aplicado no design de
moda. 2016. 102 f. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso II). Curso
Superior de Tecnologia em Design de Moda, Universidade Tecnológica Federal
do Paraná – UTFPR. Apucarana, 2016.
Brazil is the fifth country in the world in the clothing industry, which is the one
that most pollutes the environment. The pollutants emitted by it cover liquid
effluents, emissions of gases, particles, solid wastes, odors and noise. In
addition, the environmental impact occurs throughout the cycle of clothing
production and consumption. It is possible to introduce the guidelines of
sustainability from the production of the fibers to the disposal of waste and final
product, opening up a range of possibilities for changing attitudes in fashion.
Considering these factors, the study turns to the valorization of regionalism, as
an activist component of changes. The use of regional components could be a
possible solution for the reduction of pollutants generated by transporting
materials, as well as the use of biodegradable raw materials, natural dyes and
fibers. The objective of this study is to evaluate if the use of regional products
can effectively benefit the environment by reducing the environmental impacts
generated by the clothing industry. For this, a survey of the natural materials
used to make clothing specifically produced in the northern region of Parana will
be carried out.
Key words: Fashion, sustainability, regionalism, natural dyeing.
III
LISTA DE FIGURAS E TABELAS
Figura 1 - A Complexidade do Sistema de moda........................................................................... 4
Figura 2 Lã, fibra. ........................................................................................................................... 8
Figura 3 Algodão na plantação. ..................................................................................................... 8
Figura 4 Fibra do algodão. ............................................................................................................. 9
Figura 5 Fibra da bananeira. ........................................................................................................ 10
Figura 6 Extração da fibra da bananeira. .................................................................................... 10
Figura 7 Corte da renda - fibra da bananeira. ............................................................................. 11
Figura 8 Secagem da fibra da bananeira. .................................................................................... 11
Figura 9 Tecelagem. .................................................................................................................... 11
Figura 10 Processo de desengomagem: Limão e vinagre. .......................................................... 19
Figura 11 Mordente: Pregos enferrujados e folha de goiabeira. ................................................ 20
Figura 12 Amora fervendo. ......................................................................................................... 21
Figura 13 Açafrão fervendo. ........................................................................................................ 22
Figura 14 Espinafre fermentando ............................................................................................... 22
Figura 15 Casca da cebola fervendo. ........................................................................................... 23
Figura 16 Urucum: Resultado final: alaranjado. .......................................................................... 23
Figura 17 Amora: 10 minutos e 20 minutos. ............................................................................... 24
Figura 18 Açafrão: Resultado obtido, amarelo intenso. ............................................................. 24
Figura 19 Espinafre, resultado obtido: Verde. ............................................................................ 24
Figura 20 Casca da cebola: Resultado obtido. ............................................................................ 24
Figura 21 Café: Resultado obtido. ............................................................................................... 25
Figura 22 Variações da amora. .................................................................................................... 25
Figura 23 Variações do espinafre. ............................................................................................... 25
Figura 24 As várias tonalidades obtidas. ..................................................................................... 26
Gráfico 1 Preços praticados ........................................................................................................ 27
Gráfico 2 Necessidades ............................................................................................................... 28
Gráfico 3 Estilo ............................................................................................................................ 28
Gráfico 4 Estilo análise 2 ............................................................................................................. 29
Gráfico 5 Estilo análise 3 ............................................................................................................. 29
Tabela 1 Classificação das empresas quanto à receita bruta anual - Lei Nº 123/06 .................. 30
Tabela 2 Classificação das empresas quanto ao número de empregados ................................. 31
Figura 25 Logo da marca ............................................................................................................. 31
Figura 26 Imagem referência de público alvo ............................................................................. 34
Figura 27 Painel de estilo de vida do público alvo ...................................................................... 34
Figura 28 Vida terrena: Macrotendência para 2018 fonte: costanzawho.com ......................... 35
Figura 29 Minimalismo urbano ................................................................................................... 36
Figura 30 Painel Semântico ......................................................................................................... 37
Figura 31 Painel de referências ................................................................................................... 37
Figura 32 Mix da coleção ............................................................................................................. 39
Figura 33 Cartela de cores ........................................................................................................... 39
Figura 34 Cartela de materiais .................................................................................................... 40
Figura 35 Aviamentos utilizados ................................................................................................. 40
Figura 36 Geração de alternativas Look 01 ................................................................................. 41
IV
Figura 37 geração de alternativas Look 02.................................................................................. 42
Figura 38 geração de alternativas Look 03.................................................................................. 43
Figura 39 geração de alternativas Look 04.................................................................................. 44
Figura 40 geração de alternativas Look 05.................................................................................. 45
Figura 41 geração de alternativas Look 06.................................................................................. 46
Figura 42 geração de alternativas Look 07.................................................................................. 47
Figura 43 geração de alternativas Look 08.................................................................................. 48
Figura 44 geração de alternativas Look 09.................................................................................. 49
Figura 45 geração de alternativas Look 10.................................................................................. 50
Figura 46 geração de alternativas Look 11.................................................................................. 51
Figura 47 geração de alternativas Look 12.................................................................................. 52
Figura 48 geração de alternativas Look 13.................................................................................. 53
Figura 49 geração de alternativas Look 14.................................................................................. 54
Figura 50 geração de alternativas Look 15.................................................................................. 55
Figura 51 geração de alternativas Look 16.................................................................................. 56
Figura 52 Look 17 escolhido - Verde Espinafre e couve .............................................................. 57
Figura 53 Look 18 escolhido - Urucum e casca de cebola ........................................................... 58
Figura 54 Look 19 escolhido - Açafrão e amora. ......................................................................... 59
Figura 55 Look 20 escolhido - Café, cebola e açafrão ................................................................. 60
Figura 56 Ficha técnica página 1 Camisetão - Look 17 ................................................................ 61
Figura 57 Ficha técnica página 2 - Camisetão Look 17 ............................................................... 62
Figura 58 ficha técnica página 3 - Camisetão Look 17 ................................................................ 62
Figura 59 Ficha técnica Página 1 - Calça Pantalona - Look 18 ..................................................... 63
Figura 60 Ficha técnica Página 2 - Calça Pantalona - Look 18 ..................................................... 64
Figura 61 Ficha técnica Página 3 - Calça Pantalona - Look 18 ..................................................... 64
Figura 62 Ficha técnica Página 1 - Blusinha - Look 18 ................................................................. 65
Figura 63 Ficha técnica Página 2 - Blusinha - Look 18 ................................................................. 66
Figura 64 Ficha técnica Página 3 - Blusinha - Look 18 ................................................................. 66
Figura 65 Ficha técnica Página 1 - Vestido - Look 19 .................................................................. 67
Figura 66 Ficha técnica Página 2 - Vestido - Look 19 .................................................................. 68
Figura 67 Ficha técnica Página 3 - Vestido - Look 19 .................................................................. 68
Figura 68 Ficha técnica Página 1 - Casaco - Look 19 ................................................................... 69
Figura 69 Ficha técnica Página 2 - Casaco - Look 19 ................................................................... 70
Figura 70 Ficha técnica Página 3 - Casaco - Look 19 ................................................................... 70
Figura 71 Ficha técnica página 1 - Short - look 20 ....................................................................... 71
Figura 72 Ficha técnica página 3 - Short - look 20 ....................................................................... 72
Figura 73 Ficha técnica página 2 - Short - look 20 ....................................................................... 72
Figura 74 Ficha técnica página 1 - blusinha - look 20 .................................................................. 73
Figura 75 Ficha técnica página 3 - blusinha - look 20 .................................................................. 74
Figura 76 Ficha técnica página 2 - blusinha - look 20 .................................................................. 74
Figura 77 Ficha técnica página 1 - casaco look 20 ....................................................................... 75
Figura 78 Ficha técnica página 3 - casaco - look 20..................................................................... 76
Figura 79 Ficha técnica página 2 - casaco - look 20..................................................................... 76
Figura 80 Prancha Camisetão ...................................................................................................... 77
Figura 81 Prancha Calça Pantalona e blusinha ............................................................................ 78
V
Figura 82 Prancha Casaco e vestido ............................................................................................ 79
Figura 83 Prancha short, blusinha e casaco ................................................................................ 80
Figura 84 Look 17 - confeccionado.............................................................................................. 81
Figura 85 Look 18 - Confeccionado ............................................................................................. 82
Figura 86 Look 19 - confeccionado ............................................................................................. 83
Figura 87 Look 20 - Confeccionado ............................................................................................. 84
Figura 88 Sequência de entrada no desfile ................................................................................. 86
Sumário
RESUMO…………………………………………………………………………….................I
ABSTRACT……………………………………………………………………………….........II
LISTA DE FIGURAS E TABELAS..…………………………………………………………III
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1
1.1 PROBLEMA .................................................................................................................... 1
1.2 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 2
1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 2
1.2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 2
1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 2
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................................... 3
2.1 MODA, PRODUTO E SUTENTABILIDADE ........................................................................ 3
2.1.1 Comportamento de Consumo ...................................................................................... 4
2.1.2 Impactos da Indústria do Vestuário no Meio Ambiente ............................................... 5
2.2 REGIONALISMO: DIMENSÃO APLICADA AOS PROCESSOS ............................................ 6
2.2.1 Seleção de materiais: fibras locais ................................................................................ 6
2.3 PROCESSOS .................................................................................................................. 12
2.3.1 Tingimentos naturais - produção natural de pigmentos ............................................. 12
2.3.2 Acabamentos exclusivos - produção honesta no posto de trabalho .......................... 16
3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 18
3.1 TIPO DA PESQUISA ...................................................................................................... 18
3.2 MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................. 18
3.2.1 Desengomagem .......................................................................................................... 19
3.2.2 Mordentes ................................................................................................................... 19
3.2.3 Corantes naturais utilizados ........................................................................................ 20
3.2.4 Procedimento .............................................................................................................. 21
3.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS ......................................................................................... 23
3.4 INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS ................................................................... 27
3.4.1 Análise faixa etária ...................................................................................................... 27
3.4.2 Análise para estipular valores ..................................................................................... 27
3.4.3 Análise financeiro ........................................................................................................ 27
3.4.4 Análise Necessidades .................................................................................................. 28
3.4.5 Análise Estilo ............................................................................................................... 28
3.5 Análise dos resultados ................................................................................................. 29
4 DIRECIONAMENTO MERCADOLÓGICO ........................................................................ 30
4.1 EMPRESA ..................................................................................................................... 30
4.1.1 Nome da empresa ....................................................................................................... 30
4.1.2 Porte ............................................................................................................................ 30
4.1.3 Marca .......................................................................................................................... 31
4.1.4 Conceito da marca ...................................................................................................... 31
4.1.5 Segmento da marca .................................................................................................... 32
4.1.6 Concorrentes diretos e indiretos ................................................................................ 32
4.1.7 Preços praticados ........................................................................................................ 32
4.2 PUBLICO ALVO ............................................................................................................. 33
4.3 PESQUISA DE TENDÊNCIAS .......................................................................................... 35
4.3.1 Macrotendências (Socioculturais) .............................................................................. 35
4.4 Micro tendência (estética) .......................................................................................... 36
5 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO .............................................................................. 37
5.1 Painel Semântico ......................................................................................................... 37
5.2 ESPECIFICAÇÕES DO PROJETO .................................................................................... 38
5.2.1 Nome da coleção ........................................................................................................ 38
5.2.2 Conceito da coleção .................................................................................................... 38
5.2.3 Formas e Estruturas (Shapes) ..................................................................................... 38
5.2.4 Mix de Coleção ............................................................................................................ 39
5.3 Cartela de cores ........................................................................................................... 39
5.4 Materiais..................................................................................................................... 40
5.5 Aviamentos ................................................................................................................. 40
5.5.1 Fichas Técnicas ............................................................................................................ 61
5.5.2 Pranchas ...................................................................................................................... 77
5.5.3 Looks Confeccionados ................................................................................................. 81
5.5.4 Planejamento do desfile ............................................................................................. 84
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 86
1
1 INTRODUÇÃO
A sustentabilidade, hoje, é um dos principais conceitos na sociedade
moderna relacionado com a crescente preocupação em relação ao meio
ambiente e recursos naturais. A mídia em geral tem mostrado cada vez mais
por meio de documentários, entrevistas, propagandas, telejornais ou
programas exclusivos, os estragos causados pela poluição, aquecimento global
entre outras degradações.
A área do vestuário tem se destacado cada vez mais, com grande
volume de produção de roupas, acessórios e complementos, tem ajudado a
movimentar a economia do país e do mundo, pois o mercado oferece
constantemente, produtos inovadores. A visibilidade do causada por meio do
design de moda, mostra aos poucos que ela não se sustenta mais somente por
tendências, estéticas e aparências. Traz consigo aos poucos novos conceitos
intrínsecos pautados no comportamento e no futuro da humanidade, tais como
as dimensões sustentáveis.
Esta reflexão é a base para o presente estudo - Moda na ótica das
diretrizes sustentáveis, que apresenta um novo pensamento de
desenvolvimento e concepção do produto, inserindo em suas etapas de
produção pequenas atitudes sustentáveis que somadas podem apresentar
desaceleração da degradação do meio ambiente.
1.1 PROBLEMA
A indústria do vestuário está entre as maiores geradoras de poluentes
da atualidade (BARROS, 2010), além disso é responsável pela ampla utilização
de recursos naturais.
O setor têxtil é conhecido por apresentar potencial poluente elevado,
abrangendo cinco campos distintos: efluentes líquidos, emissões de gases,
partículas, resíduos sólidos, odores e ruídos.
2
O grande consumo de água durante as etapas do processo de fabrico
dos tecidos gera água residual com efeito poluidor bastante significativo devido
às elevadas vazões e toxicidade, além do volume e composição variáveis
(VANDEVIVERE et al., 1998).
Considerando tudo isso, o regionalismo pode ser uma solução para a
diminuição desses impactos ambientais?
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Objetivo Geral
Oferecer alternativas sustentáveis, através da introdução de produtos
naturais em etapas de produção como o beneficiamento e tingimento têxtil.
1.2.2 Objetivos Específicos
1. Utilizar o regionalismo como objetivo central de ligação com a
sustentabilidade.
2. Realizar um levantamento dos produtos naturais da região do Norte do
Paraná que podem ser utilizados na indústria têxtil, especificamente
para a pigmentação de tecidos.
3. Aplicar o regionalismo como estratégia para, principalmente, diminuir a
necessidade da excessiva utilização dos meios de transporte poluidores.
4. Avaliar se o uso dos produtos regionais pode efetivamente beneficiar o
meio ambiente com a redução dos impactos ambientais gerados.
1.3 JUSTIFICATIVA
A aplicação do regionalismo como estratégia sustentável, com a
utilização de componentes regionais, pode ser uma solução para redução dos
resíduos e poluentes, e permitir a utilização de materiais biodegradáveis, à
saber, os corantes e as fibras naturais, além de valorizar a mão de obra local.
3
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 MODA, PRODUTO E SUTENTABILIDADE
A sociedade, desde sua origem, apresentava necessidade de distinguir as
classes para perpetuação da hierarquia. Nesse escopo, nosso vestuário é
imbuído de simbolismo e significado, por mais oculto e subliminar que este o
seja, ainda que não exista uma análise consciente desse significado.
Além disso, o vestuário ainda carrega informações a sobre o modo de vida,
crenças, estilo, características e personalidade dos sujeitos, sendo que as
qualificações atribuídas tendem ao infinito. Dessa forma, a moda não está
apenas ligada ao produto, mas sim ao que ele carrega. Podemos dizer então
que o vestuário é material e tangível, enquanto a moda não é material e
intangível (HOEKS e POST, 2006).
Justamente essa característica da moda que a aproxima da
sustentabilidade, sendo que esta é mais vinculada a atitude do que
efetivamente ao produto ou aos processos. A moda no escopo da
sustentabilidade, pode então, assumir a característica de um veículo de
comunicação, difundindo um estilo de vida esculpido na fusão do design e meio
ambiente.
O desenvolvimento sustentável aquele que provê para a geração atual sem
comprometer as gerações futuras (BRUNDTLAN, 1987). Dessa forma, a
sustentabilidade deverá abranger três grandes setores: social, econômico e
ecológico, de forma que exista um equilíbrio entre eles (GWILT, 2011).
Nesse contexto, o designer apresenta um papel fundamental, sendo o
responsável por realizar a ligação entre o método de criação do produto e sua
produção com a utilização de estratégias sustentáveis. Podemos dizer então
que a sustentabilidade na moda deve ser aplicada desde a fase de criação do
produto, produção até a distribuição do mesmo, estendendo-se ainda para o
pós-compra e descarte. Na análise de um produto sustentável considera-se os
seguintes critérios: função do produto, satisfação do consumidos e vantagens
ambientais, econômicas e competitivas deste (VEZZOLI, 2008).
4
2.1.1 Comportamento de Consumo
O consumidor é o fator que inicia e finaliza o ciclo do sistema de moda e,
portanto, todas as questões pertinentes à moda, são voltadas para ele. Assim,
a sustentabilidade na moda deve ser construída de forma que transforme o
comportamento de consumo. Isso pode ser alcançado através da educação do
consumidor para um consumo mais consciente. Para tal, é de extrema
importância entender o ciclo do sistema de moda.
Rocha (2007) desenvolveu um diagrama embasado na complexidade do
tema, ilustrando o sistema da moda. Neste diagrama observa-se o consumidor
como a figura central, e abordando ainda, o ciclo de vida do produto, o meio
ambiente, a individualidade, a inclusão social, o marketing e as estratégias para
conquistar a satisfação do consumidor (figura 1).
Figura 1 - A Complexidade do Sistema de moda.
Fonte: Rocha 2007, modificado pelo autor
5
Alguns autores avaliam o processo de consumo em etapas, que são:
necessidade, procura, pré-compra, compra, consumo, avaliação pós-consumo
e descarte. Pode-se dizer então, que o consumidor apresenta um papel central
sendo ele mesmo, peça fundamental para girar o ciclo.
2.1.2 Impactos da Indústria do Vestuário no Meio Ambiente
São inúmeras as marcas que aderem ao fast fashion, caracterizada por
ser efêmera e focada no consumo em larga escala. Consequentemente, a
produção será de baixa qualidade, de pouca durabilidade. Dessa forma,
provocando aumento exacerbado da produção, sem reaproveitamento das
peças descartadas, com impactos ambientais e sociais.
Em realidade, os impactos da indústria do vestuário no meio ambiente
têm seu início desde o cultivo ou fabricação das matérias-primas que serão
posteriormente utilizadas, devido ao uso de pesticidas e fertilizantes
(pentaclorofenol, DDT, lindane e hexaclorociclohexano). Já na fase de
produção industrial a poluição ocorre através dos efluentes residuais do
tingimento e acabamento (pigmentos, corantes, fosfatos e metais pesados) e
por fim, a produção de resíduos resultantes do mesmo processo de fabricação
(lodos).
Os poluentes emitidos por essa indústria abrangem efluentes líquidos,
emissões de gases e partículas, resíduos sólidos, odores e ruídos (MORAES,
1999). Além disso, existe um consumo de água intenso durante o processo de
fabricação dos tecidos, gerando ainda água residual contaminada
(VANDEVIVERE et al., 1998). Os resíduos de maior carga encontrados nos
efluentes são: amido, proteínas, substâncias gordurosas, surfactantes,
produtos auxiliares no tingimento e os corantes, além das elevadas
temperaturas e alteração do pH (SCHULTE, 2016).
Os resíduos sólidos, o consumo elevado de água, os efluentes e a
infiltração de águas contaminadas, oriundos da indústria têxtil, são constante
ameaça para a qualidade do solo e do meio ambiente.
6
A maioria dos processos de tratamento são fundamentados na operação
de sistemas físico-químicos de filtração através de tratamento biológico (lodos
ativados), o que pode levar também, a grande produção de iodo.
Considerando todos esses impactos da indústria têxtil no meio ambiente.
faz-se necessário repensar as formas de processo e produção, desde seu
início até o final do ciclo de consumo do produto, para que o ambiente em cada
uma das etapas seja poupado. Dentre as possibilidades de abrangência desse
conceito, o regionalismo pode atuar, de certa forma, em todas as etapas de
produção dessa indústria.
2.2 REGIONALISMO: DIMENSÃO APLICADA AOS PROCESSOS
O regionalismo na sustentabilidade é, principalmente, a priorização da
mão de obra, e da matéria-prima de um determinado local, onde a produção se
encontra. Uma empresa que aplica o regionalismo, visa utilizar ao máximo os
recursos locais. No vestuário, por exemplo, fará parcerias com produtores que
lhe forneçam as matérias-primas, que serão plantadas por eles mesmos. Em
todos os setores da produção.
Esta ligação de serviços e matéria-prima de uma determinada região
favorece a produção de menor impacto e gasto energético, e também valores
culturais e sociais carregados nos produtos.
Com isso, estabelece ainda mais os laços com a sustentabilidade se
tratado com simplicidade, que vem por meio das técnicas de extração e
beneficiamentos naturais transformados por meio do trabalho artesanal e
ancestral.
2.2.1 Seleção de materiais: fibras locais
A fibra têxtil é a matéria prima que originará os fios pelo processo de
fiação, podendo ser natural, de origem vegetal, animal ou ainda mineral, ou não
natural, de origem artificial ou sintética. As fibras naturais de origem vegetal
podem ser obtidas a partir de sementes e frutos (i.e. algodão, coco), de caules
(i.e. linho, rami, abacá, cânhamo, juta, malva, bambu, bananeira), ou ainda das
7
folhas (i.e. sisal, caroá). As fibras naturais de origem natural mais comuns são
extraídas do pelo do animal (i.e. lã) ou de secreções (i.e. seda). A fibra natural
de origem mineral pode ser extraída de crisótila, crocidotila, de balsam e de
amianto. Já as fibras não naturais são obtidas a partir de polímeros modelados,
sendo que as fibras artificiais são aquelas produzidas pelo homem com a
utilização de polímeros naturais, e as fibras sintéticas são produzidas pelo
homem tendo como matéria rima produtos químicos como o poliéster, acrílico
entre outros.
É quase um senso comum que exista o conceito de que a utilização de
matérias primas naturais, para a confecção têxtil, provoque menor impacto
ambiental em relação as fibras sintéticas. No entanto, na contemporaneidade,
sabe-se que matérias primas naturais também possuem intervenção direta do
homem, seja com a utilização de químicos durante o processo de produção, ou
até mesmo pela intensa utilização de água durante o processo.
Por valorizar a cultura e produção local, a utilização do regionalismo é uma
forma, também, de gerar renda para os produtores locais. Além disso, é
implícito que se houver uma maior demanda de determinada matéria prima,
pode-se também incentivar o início do cultivo na região. Para se ter uma base
de como é a produção das fibras e corantes naturais no Paraná, foi investigada
a produção local, com foco maior na parte norte do estado.
2.2.1.1 Lã
A lã pode ser considerada a mais versátil entre todas as fibras naturais,
O tecido feito com ela serve como isolante térmico, não propaga chama e não
amassa, além disso, sendo de origem animal (ovinos) apresentam coloração
natural que variam do marrom escuro, creme, a cinza, descartando muitas
vezes a necessidade da etapa de tingimento.
Para ser sustentável o número de ovelhas deve ser limitado por área, a
alimentação pura e sem química nos pastos, não deve levar nenhum produto
químico em suas etapas de produção.
8
Figura 2 Lã, fibra. Fonte: agabiroba.wordpress
O número de propriedades que possuem criação de ovinos no Paraná
foi estimado em aproximadamente 17 mil no censo de 2006. Quanto às
microrregiões destacam - se: Guarapuava, Curitiba e União da Vitória, que
correspondem a 12,2%, 7,1% e 4,8% das propriedades paranaenses,
respectivamente.
2.2.1.2 Algodão
O algodão é uma fibra natural de origem vegetal, proveniente das
sementes da Gossypium da família da Malvacea. Sua fibra é basicamente
composta por celulose, com pequenas porções de proteína, pectina, cera,
cinzas, ácidos orgânicos e pigmento natural. Seu processo de fiação abrange o
descaroçamento (separação da fibra e semente), spinning (produção do fio a
partir da fibra) e a tecelagem (produção da trama têxtil).
Figura 3 Algodão na plantação.
Fonte: textileindustry.ning
9
É uma das fibras naturais mais utilizados na indústria do vestuário, pois
é versátil, de fácil manuseio, suave e confortável. Além disso, apresenta alta
capacidade de absorção e tingimento, além de ser resistente. Apesar de ser
amplamente utilizado no mundo todo, o cultivo do algodão demanda muita
água, além de altas cargas de pesticidas e agrotóxicos.
Uma alternativa sustentável é o algodão orgânico, cujo processo não
necessita da utilização de pesticidas de alta toxicidade, fertilizantes sintéticos,
dessa forma, apresenta reduzido resíduo.
Figura 4 Fibra do algodão.
Fonte: borgesengenheiro
No entanto, para que o algodão seja classificado como orgânico não
pode receber corantes sintéticos e tratamentos químicos. Dessa forma, como
alternativa o tingimento é realizado com pigmentos naturais, como chás e
frutas, e pode ser realizado durante o plantio (adubo) (SCHULTE, 2016). A
redução da utilização de produtos químicos preserva o meio ambiente e a
saúde dos trabalhadores.
Atualmente o Paraná produz algodão em pouca quantidade, programas
como o "Algodão" realizado pelo IAPAR (Instituto Agronômico do Paraná)
atuando na geração, desenvolvimento e adaptação de tecnologias para a
cotonicultura paranaense, visam modificar esse quadro.
2.2.1.3 Fibra da bananeira
A utilização da fibra de bananeira com a finalidade de confeccionar produtos
artesanais vem sendo cada vez mais explorada no Brasil. O cultivo de banana
10
é uma das atividades agrícolas de maior destaque mundialmente, perdendo
apenas para a produção de frutas cítricas. O Brasil pouco exporta dessa
produção, sendo que a maior parte da produção é consumida pelo próprio país
(FERREIRA, 2012).
Figura 5 Fibra da bananeira.
Fonte: talentodaterra.com
Da bananeira tudo é aproveitado: raiz, caule, folha, fruto, renda, palha e
a fibra. A fibra da bananeira é extraída de forma artesanal, retirada a partir do
caule da bananeira. Para a extração separa-se o tronco e retira-se todas as
camadas até restar apenas o palmito (Figura 6). Na sequência, corta-se
verticalmente o tronco em tiras colocando-as de molho em água com vinagre
(Figura 7). As tiras devem secar à meia sombra (Figura 8), e quando secas
serão selecionadas de acordo com o produto que será confeccionado,
separando-se as rígidas das flexíveis, e posteriormente pode ser realizada a
tecelagem (Figura 9) (FERNANDA, 2016).
Figura 6 Extração da fibra da bananeira.
Fonte: maragogi.tur.br
11
Figura 7 Corte da renda - fibra da bananeira.
Fonte: maragogi.tur.br
Figura 8 Secagem da fibra da bananeira.
Fonte: maragogi.tur.br
Figura 9 Tecelagem.
Fonte: maragogi.tur.br
Quanto ao plantio de banana no Paraná, o município de Novo Itacolomi,
situado na região norte, -com pouco mais de 2,8 mil habitantes, tem se
destacado nesse mercado. Atualmente, a cidade só fica atrás de Guaratuba
(litoral), Andriá (Norte Pioneiro) e São José dos Pinhais (região metropolitana
de Curitiba - RMC). Embora não seja a principal atividade econômica do local,
a banana, implantada em meados da década de 1990, já é a quarta principal
fonte de renda do município, com potencial para se transformar na segunda
maior geradora de dividendos.
12
De acordo com o Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) e a Secretaria
de Estado da Agricultura do Paraná (SEAB), A produção de banana no Paraná
concentra-se principalmente na região litorânea (80% da área), onde ocorre em
duas situações distintas: no Litoral Norte, em sistemas de produção pouco
desenvolvidos e no Litoral Sul, em sistemas mais intensivos, semelhantes aos
desenvolvidos em Santa Catarina (um dos estados em que a atividade é mais
importante e organizada no país). As restrições à produção dentro dos padrões
convencionais na região do Litoral Norte, considerando-se as limitações de
recursos dos agricultores, a fragilidade dos recursos naturais e a legislação
ambiental, apontam como alternativa a busca de mercados diferenciados.
As regiões do Norte e Oeste do Paraná apresentam bom potencial para
a expansão da área de banana, embora possuam clima subtropical, que não é
exatamente a condição ideal para a bananeira, uma planta de clima quente e
úmido. A produção nestas regiões vem crescendo, evidenciando o interesse
que vem despertando entre os agricultores como uma opção de diversificação.
2.3 PROCESSOS
2.3.1 Tingimentos naturais - produção natural de pigmentos
O corante é definido como: “um composto orgânico capaz de colorir
substrato, têxteis e não têxteis, de forma que a cor seja sólida e resistente à luz
e a tratamentos úmidos" (TWARDOKUS, 2004). Podendo ser definido como
corante natural, (quando obtido a partir de vegetais), artificiais (quando obtidos
por síntese com composição química) ou ainda, corantes sintéticos idênticos
aos naturais (são sintetizados em laboratório, no entanto possuem a estrutura
química muito semelhante aos corantes naturais).
Os corantes diretos de ligam diretamente às fibras do tecido sem que
seja necessário a utilização de outros compostos para a absorção do mesmo,
geralmente usados em fibras de celulose (algodão e linho). Os mordentes são
fixadores utilizados juntamente com os corantes, e auxiliam na absorção e
fixação do mesmo pela fibra. É importante destacar que ele pode alterar a
coloração, uma vez que estes se misturam. Podem ser usados como
13
mordentes, os sais inorgânicos, o cobre (acetato ou sulfato de cobre), estanho
(cloreto estanhoso), sendo o mais utilizado o alúmen (material constituído por
sulfatos de alumínio ferro e crômio). A maior parte dos corantes naturais
vermelhos e amarelos necessitam de mordentes.
A maioria dos corantes naturais é obtido por imersão e lavagem. Os
corantes apresentam algumas propriedades como a cor intensa, relacionada
com a capacidade do mesmo de absorver energia (luz), sendo que em
corantes naturais a porção capaz de absorver luz chama-se cromóforo.
A afinidade é a propriedade de um corante de ser absorvido pela fibra.
A solubilidade é a capacidade de um pigmento de homogeneizar-se a uma
solução aquosa, o que facilita o processo de tingimento. A difundibilidade é a
capacidade de um corante de dispersar-se pela fibra, e por fim, a solidez é a
propriedade de um corante de permanecer na fibra mesmo após diversas
lavagens (SALÉM, 2010). Em relação a pigmentos naturais, até metade do
século XIX eram utilizados apenas corantes oriundos de vegetais, insetos,
moluscos e minerais.
Sabe-se que 20% dos corantes é dispersado em efluentes devido à
baixa absorção. Dessa forma, a utilização de pigmentos naturais pode ser uma
alternativa para reduzir os impactos no meio ambiente. Vários estudos têm
investigado a utilização de corantes naturais como o urucum (VERÍSSIMO,
2003), o eucalipto (ROSSI, 2013), alfafa (PICOLI, 2008).
Esses autores relatam que cada um destes necessita de cuidados
específicos, como a utilização de fixadores e reduzida exposição ao sol, porém
são menos poluentes.
2.3.1.1 Urucum
Planta produtora do corante natural bixina, o Urucum (Bixa orellana L.),
pode alcançar de 2 a 9m de altura. É ornamental, pela beleza e colorido de
suas flores.
No Paraná a região de Paranacity responde com mais de 80% de toda a
produção de urucum. O estado tem vantagens frente a alguns produtores, tais
como, as proximidades aos dois centros grandes consumidores (Rio de Janeiro
14
e São Paulo) e é uma região com precipitação pluviométrica superior a 1200
mm anuais, que é uma exigência da cultura.
2.3.1.2 Amora
Originárias da Ásia, as amoras (Morus nigra L.) foram introduzidas na
Europa por volta do século XVII. No Brasil, a amoreira, em especial a negra,
cresce bem em toda parte, podendo ser encontrada de forma subespontânea
em praticamente todas as regiões do país, já que se adapta em todas as
formas de clima, em especial os climas úmidos.
No Paraná ainda há poucos produtores e os frutos são comercializados
diretamente nos supermercados e em mercados orgânicos, principalmente.
São cultivados 77 hectares, com uma produção de 3,2 toneladas de frutos, de
acordo com dados de 2014, do Departamento de Economia Rural (Deral), da
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná. Ponta Grossa é o
município que concentra a maior produção no Estado.
2.3.1.3 Açafrão
É uma planta perene com ramificações laterais compridas, no Açafrão
(Curcuma L.) a parte utilizada é o rizoma (raiz), que externamente apresenta
uma coloração esbranquiçada ou acinzentada e internamente amarelada. Do
rizoma saem as folhas e as hastes florais. Reproduz-se por pedaços dos
rizomas que apresentam gemas (olhos) com plantio em solo argiloso, fértil e de
fácil drenagem. Depois da planta adaptada ao local, alastra-se, pois, o rizoma
principal emite numerosos rizomas laterais. É uma planta difícil de ser
destruída. A colheita deve ocorrer na época em que a planta perde a parte
aérea, depois da floração. Nesta fase, os rizomas apresentam pigmentos
amarelos intensos Mara Rosa está localizada no Norte de Goiás, a 360
quilômetros da capital Goiânia.
O município ficou conhecido pela produção do açafrão, que infelizmente
é encontrado em poucos lugares do Brasil. No Paraná é produzido em poucas
quantidades por pequenos produtores.
15
2.3.1.4 Espinafre
O espinafre (Spinacia oleracea L.) é uma planta anual, o que significa
que ela cresce e se desenvolve durante uma estação e precisa ser replantada
todos os anos. Suas folhas, agrupadas num círculo fechado, podem ser lisas
ou enrugadas, e têm a forma aproximada de um triângulo.
A hortaliça é fácil de plantar, pois não exige muito espaço. Uma opção
para locais com pequena área disponível é o uso de caixas com altura de 20 a
25 centímetros. Além de ser resistente a pragas e doenças.
2.3.1.5 Casca da cebola
A cebola (Allium cepa L.), para produzir bem, durante seu crescimento
prefere temperaturas amenas e, por ocasião da formação dos bulbos,
temperatura mais elevada. Chuvas bem distribuídas, durante toda a fase de
desenvolvimento, e um período seco, depois que os bulbos já estão formados.
O cultivo de cebola é realizado, em boa parte das propriedades
agrícolas, pela agricultura familiar e algumas famílias têm a cebola como o
principal cultivo e renda. No Paraná existe em torno de 5.600 famílias de
produtores rurais que cultiva cebola. Na safra 2014/2015, o estado cultivou
uma área de 5.231 ha de cebola, distribuídos em 130 municípios e uma
produção de 128.934 toneladas. Nas duas últimas décadas, a produtividade da
cultura da cebola no Paraná passou de 4.164 kg/ha para 23.205 kg/ha,
havendo aumento de 15% na área plantada e 470% na produção colhida.
2.3.1.6 Café
Como planta tropical, o café (Coffea arabica L.) não se adapta ao clima
frio e à seca. As regiões mais favoráveis são as que apresentam temperaturas
médias anuais de 20ºC e em que as mínimas absolutas raramente descem
abaixo de zero. Geadas são prejudiciais. Como planta de clima úmido aceita
16
índices pluviométricos da ordem de 1.500mm anuais e as estiagens não podem
ser muito longas, já que a seca prejudica mais as lavouras que a umidade
excessiva.
A cultura do café chegou ao Paraná no início do século XX. Foi na
década de 50 e início de 60 que a cafeicultura teve sua fase de maior
expansão no Estado, quando a área chegou a quintuplicar, passando dos
quase 300 mil hectares, em 1951, para 1,6 milhão de hectares em 1962.
Devido a redução dos estoques mundiais, os preços internacionais naquele
período foram muito favoráveis, incentivando o aumento do plantio de café no
Estado.
2.3.2 Acabamentos exclusivos - produção honesta no posto de trabalho
O tipo de trabalho também é um dos requisitos para classificar um
determinado produto como sustentável, um produto confeccionado por trabalho
escravo não pode ser denominado sustentável, por exemplo. Dessa forma, a
moda não pode ser definida como sustentável apenas apresentando um
produto barato e com baixo impacto ambiental. Além disso, quando o produto
faz uso de tecelagem artesanal pode se apropriar das habilidades locais,
gerando trabalho para a comunidade (BERLIM, 2012).
Como em todo Brasil, com a miscigenação surgiu uma identidade
polifacetada, cuja principal característica é a diversidade, sendo por isso difusa
a ideia de arquétipos e referências tangíveis ou de características
predominantes (BARROSO, 1999), Paraná, de modo geral, também tem uma
população resultante da mistura de povos. Essa mistura, no decorrer da
história, resultou na influência de hábitos e costumes, expressos nas
manifestações culturais e ambientais e impressos nas paisagens (ARCHELA et
al, 2009).
O Patrimônio Histórico-Cultural de um povo ou de um lugar é tudo aquilo
que se relaciona com sua identidade, são todas as manifestações diferenciais
de um grupo, sejam elas materiais ou imateriais. Elas representam
simbolicamente as particularidades de um povo e podem estar intrinsecamente
ligados ao seu dia-a-dia (LEZO et al, 2007).
17
Por ser uma atividade profissional que desenvolve produtos diante de
necessidades humanas, constatamos que o Design tem uma grande
responsabilidade em construir conhecimentos junto a esses micro-
empreendimentos sociais, solidários e sustentáveis, contribuindo para a
melhoria da qualidade de vida, preservação dos recursos naturais e
preservação e valorização do patrimônio material e imaterial.
A utilização da fibra da bananeira em processos artesanais e do vestuário
pode ser uma importante fonte de renda para os artesãos locais, e produtores
rurais, que poderiam aproveitar mais da árvore, visto que esta produz uma
penca de banana, ao ser retirada a árvore não produz outra, deve ser
replantada. Ela seria retirada e depositada em um canto, tornando-se
possivelmente uma fonte de poluente. Portanto esta seria uma maneira de
gerar novos empregos, além de um melhor aproveitamento da matéria prima.
Através da valorização do trabalho local, como de todo o processo, com o
qual o ambiente foi poupado o máximo possível, cuidados desde a produção da
matéria-prima para a produção da fibra, com os trabalhadores sendo bem
remunerados e tendo o descanso e reconhecimento merecidos, o trabalho
artesanal com o tingimento, e a produção em cada uma das etapas, agrega
valor ao produto final, cria uma identidade ao produto final.
18
3 METODOLOGIA
3.1 TIPO DA PESQUISA
A pesquisa está no grupo de ordem exploratória, prática aplicada.
Sendo exploratória, requer conteúdo teórico, que é fornecido através da
revisão de literatura específica.
Para entender os motivos que levam a escolha de determinadas peças
do vestuário, a pesquisa bibliográfica auxiliou na compreensão de fatores de
ordem social, financeira, entre outros. Gil (2002, p. 41) afirma que tal pesquisa
“permite ao investigador um fácil acesso a informações muitas vezes dispersas
pelo espaço, facilitando a obtenção dos fatos necessários para que se realize a
pesquisa”.
Essa pesquisa possui também documentação indireta que de acordo
com Otami (2011, p. 34), “caracteriza-se por utilizar o processo de coleta de
dados através de uma pesquisa documental (fontes primárias) ou pesquisa
bibliográfica (fontes secundárias). Livros, revistas, periódicos, boletins,
pesquisas, filmes, rádio e TV”. Atualmente, além das fontes citadas pelo autor,
é possível também desenvolver a consulta on-line em sites e trabalhos
acadêmicos disponibilizados na internet.
3.2 MATERIAIS E MÉTODOS
Testes de tingimento natural em fibra de algodão foram feitos utilizando
corantes naturais, os procedimentos foram realizados em uma chácara
localizada no interior no norte do Paraná. Todos os materiais utilizados foram
colhidos no local, as amostras de tecido utilizado são de composição 100%
algodão, sobras adquiridas por doação de uma loja de fábrica localizada na
cidade de Apucarana, Paraná.
Foi utilizada a água da chuva, que é reaproveitada no local, através de
sistemas de captação.
19
Para o cozimento dos corantes o ideal seria utilizar fogão à lenha, em
um ambiente externo, ou montar uma fogueira. Nesses testes foi utilizado o
fogão a gás.
O objetivo desse experimento é verificar a viabilidade, bem como
analisar os resultados que serão obtidos como tonalidades, tempo e gastos
gerais com o processo. Todas as amostras serão feitas simultaneamente.
3.2.1 Desengomagem
As gomas devem ser removidas porque são indesejáveis para os demais
processos de beneficiamento, uma vez que dificultariam a penetração dos
banhos nos diversos tratamentos (MEDEIROS, 2010).
Foram fervidos 2 litros de água com 1 xícara de vinagre de maçã e 3
limões, por uma hora, deixando em seguida em descanso por 24 horas para
então separar a água estar pronta para o uso.
Figura 10 Processo de desengomagem: Limão e vinagre. Fonte: do autor
3.2.2 Mordentes
Os mordentes preparam as fibras de algodão e as ajudam a absorver
melhor o corante. É possível tingir sem usar mordentes – algumas poucas
plantas não precisam de mordentes. Mas o uso de mordentes geralmente
produzirá cores melhores, mais vívidas e mais permanentes.
Os mais comuns são o alume, sulfato de cobre, dicromato de potássio,
sulfato ferroso e tanino. O mordente de alume normalmente dá os melhores
20
resultados pois é barato, confiável e produz cores vívidas. O sal, vinagre e
cinzas de madeira podem também ser usados como mordentes se outros
produtos não estiverem disponíveis. Utiliza-se neste experimento o mordente
de metal e a folha da goiabeira.
Figura 11 Mordente: Pregos enferrujados e folha de goiabeira. Fonte: do autor
Foram fervidos 2 litros de água com 2 xícaras de vinagre e uma xícara
de pregos enferrujados, juntamente com as folhas da goiabeira, por uma hora,
deixando em descanso por 24 horas para então a água estar pronta para o
uso.
Após a retirada da goma, e o banho no mordente, o tecido úmido está
pronto para o tingimento.
3.2.3 Corantes naturais utilizados
Para tingir o algodão, aproximadamente 500 g de material de plantas é
necessário. Isto é o suficiente em folhas, flores, para encher metade de um
balde de 20 litros, alterando caso seja utilizado madeira ou cascas como fonte
de corantes.
Ferve-se o material vegetal com 10 litros de água (metade de um balde
do mesmo tamanho) durante aproximadamente uma hora até que o corante
fique com uma cor escura. A seguir, retire o material vegetal. Pode-se então
tingir o material. Foi utilizado aqui a quantidade referente ao peso do pedaço de
tecido que será utilizado, com os materiais aqui estudados: Amora preta,
Açafrão da terra, Urucum, Casca de cebola, Café, Morango e Espinafre.
21
3.2.4 Procedimento
Existem dois métodos artesanais de tingimento, por fermentação e
cozimento. No primeiro, é preparado um recipiente com o corante natural
imerso em água à temperatura ambiente, coa-se para mergulhar o tecido. No
dia seguinte, o recipiente é exposto ao ar livre, mexendo o conteúdo. O sol
ajuda na fixação da cor, e deixa o método mais rápido. O tempo de processo
depende do vegetal escolhido (CHATAIGNIER, 2006).
O segundo método é mais simples e eficaz. Leva-se uma panela ao
fogo, com a água aquecida e junta-se o corante até ferver. Em seguida coando
e mergulhando o tecido, A coloração vai depender do tempo de imersão.
3.2.4.1 Urucum
As sementes foram moídas com a ajuda de um amassador de madeira,
aproximadamente 50g de sementes. Fervida com a água por 10 minutos,
coado, então colocou-se o tecido e deixou em repouso por 20 minutos. Em
seguida colocado para secar na sombra.
3.2.4.2 Amora
Foi utilizado aproximadamente 10 amoras batidas com a água, foi coado
o suco, em seguida fervido com o tecido (figura 12).
Figura 12 Amora fervendo.
22
Fonte: Do autor
Foram utilizados dois tempos diferentes, um tecido ficou por 10 minutos,
e o outro por mais tempo, 20 minutos. Após isso, retirado o tecido, lavado em
água fria, e a secar na sombra.
3.2.4.3 Açafrão
A raiz do açafrão é cuidadosamente retirada da terra, lavada, colocada
para secar, cortada, moída, e está pronta para o uso. Para o tamanho da
amostra de tecido utilizada no teste, foram 50g de pó do açafrão. Ferve por
aproximadamente 10 minutos, com o pó e o tecido imersos (figura 13). Após o
tempo , retirado, e colocado para secar á sombra.
Figura 13 Açafrão fervendo. Fonte: Do autor
3.2.4.4 Espinafre
Este foi um processo de tingimento a frio (fermentação), com um maço
de espinafre, aproximadamente 8 talos, envoltos por um tecido fino e batido até
retirar o sumo, em seguida, colocou-se na água.
Figura 14 Espinafre fermentando Fonte: Do autor
23
3.2.4.5 Casca da cebola
Ferveu-se a água com as cascas da cebola (cascas limpas, as partes
mais coloridas) após retirar o bagaço, colocar o tecido (figura 15), esperando
aproximadamente 10 minutos. Após o tempo retiramos, e secamos á sombra.
Figura 15 Casca da cebola fervendo. Fonte: Do autor
3.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Verifica-se que é possível obter uma grande variedade de cores e
tonalidades, dependendo do tempo que o tecido fica agindo na mistura, como
no teste com a amora (Figura 17) obteve-se dois resultados diferentes
deixando o tecido por 10 e por 20 minutos. Para se obter uma coloração rosa
mais clara, deixa-se menos tempo, ao deixar mais a cor ficou mais forte. O
mesmo pôde posteriormente ser aplicado aos demais materiais. A tonalidade
varia também de acordo com o mordente utilizado, optou-se pelos mais
ecológicos possíveis. Os resultados foram satisfatórios.
Figura 16 Urucum: Resultado final: alaranjado. Fonte: Do autor
24
Figura 17 Amora: 10 minutos e 20 minutos. Fonte: Do autor
Figura 18 Açafrão: Resultado obtido, amarelo intenso. Fonte: Do autor
Figura 19 Espinafre, resultado obtido: Verde. Fonte: Do autor
Figura 20 Casca da cebola: Resultado obtido. Fonte: Do autor
25
Figura 21 Café: Resultado obtido. Fonte: Do autor
Foram realizados posteriormente posteriormente variações com os
materiais, segue os resultados obtidos:
Figura 22 Variações da amora. Fonte: Do autor
Com a amora (Figura 22) foi realizado também um teste modificando o
tipo de mordente para verificar a diferença. A tonalidade mais escura (primeira
amostra da esquerda para a direita) obtida foi utilizado o sal como mordente, a
absorção da cor foi mais rápida.
Figura 23 Variações do espinafre. Fonte: Do autor
26
Figura 24 As várias tonalidades obtidas. Fonte: Do autor
De tonalidades vivas a claras, a possibilidade de inúmeras combinações
de cores, variando de acordo com o tempo, ou o tipo de mordente. Além de ser
um trabalho ecológico é simples e fácil. Pode-se reaproveitar a água da chuva,
o descarte não é tão prejudicial ao meio ambiente. Aproveitar matéria-prima
facilmente encontrada na natureza e fácil de replantar. Os tecidos não
prejudicam a pele, nem a saúde. São inúmeras as vantagens de se utilizar os
corantes naturais.
Os materiais aqui estudados são facilmente encontrados no Paraná, seu
solo é fértil e seu clima favorável, podendo produzir facilmente uma enorme
variedade de matéria-prima. As empresas poderiam facilmente comprar dos
produtores locais, além de incentivar a produção local, gerar renda, diminuir a
poluição proveniente das queimas de combustível com os meios de transporte,
haverá uma valorização, e maior valor agregado ao produto final, uma
identidade.
A melhor utilização da matéria prima, como no caso da bananeira,
bastante encontrada e produzida nessa região, poderia gerar mão de obra para
os artesãos locais, incentivar e agregar valor nesse tipo de produção seria
viável e muito interessante.
Conclui-se que, de acordo com os resultados aqui apresentados a
pigmentação natural de tecidos é viável, e somada a utilização de produtos
regionais embasa a abordagem sustentável na Moda. Abordagem essa que é
fundamental em vista dos desafios da manutenção de recursos, no mundo
contemporâneo, somados aos danos infringidos no meio ambiente em
decorrência da indústria têxtil.
27
3.4 INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS
Para levantar os dados necessários para o presente estudo, optou-se
pelo uso de um questionário constituído por perguntas com respostas fechadas
de múltipla escolha.
3.4.1 Análise faixa etária
Através do questionário online, descobriu-se que 50%, a maioria das
pessoas interessadas possui de 20 à 25 anos. Em seguida 25 à 30 e 35 à 40
com 20% e 18,2% respectivamente.
3.4.2 Análise para estipular valores
Ao perguntar se eles pagariam a mais por uma peça ser sustentável a
grande maioria pagaria até R$ 100,00 e 27,3% pagaria até R$ 150,00 por
peça.
Dessa forma sabemos que para as peças mais simples às medianas pode-se
seguir como base este valor.
3.4.3 Análise financeiro
Gráfico 1 Preços praticados
Através desta análise, pode-se perceber que boa parte possui de um a
dois salários mínimos. Dessa forma pode-se determinar os valores estimados a
que poderiam investir nesse tipo de questão.
28
3.4.4 Análise Necessidades
Gráfico 2 Necessidades
Grande maioria gosta de caminhar e ir ao parque. Roupas confortáveis e
leves, que as deixe livres para sentar, levantar, seria o ideal.
3.4.5 Análise Estilo
Gráfico 3 Estilo
Apenas 15% das mulheres usaria uma roupa fashion em seu dia a dia.
Grande parte gostaria de algo simples e confortável para usar em seu dia a dia.
No Gráfico 4 podemos observar uma maior preferência por looks com
modelagem larga e confortável. A calça pantalona e o short social são as
principais escolhas desse público.
29
Opção 1 - Calça larga com elástico cintura alta
Opção 2 - Short social com blusinha
Opção 3 - Vestido tubinho e casaco
Opção 4 - Blusinha e saia rodada
Opção 5 - Short social, blusinha, casaco leve e chapeu grande
Gráfico 4 Estilo análise 2
Novamente o conforto se destaca em outra análise, com 67% das preferências.
Gráfico 5 Estilo análise 3
3.5 Análise dos resultados
A faixa etária do público varia entre 20 a 30 anos, sua renda poderá
variar bastante, visto que vários tipos de pessoas que gostariam de investir
nesse propósito.
Estilos leve e conforto priorizado, o público algo gosta de caminhar, estar
ao ar livre, e no dia-a-dia prefere roupas menos coladas e mais soltinhas.
30
4 DIRECIONAMENTO MERCADOLÓGICO
4.1 EMPRESA
4.1.1 Nome da empresa
Princípio de Gaia Ltda. ME é uma empresa especializada na confecção
de peças do vestuário, preocupada com o meio ambiente, utilizando apenas
matérias-primas locais, produtos, fibras, e corantes naturais, sempre
replantando e reciclando, valorizando os produtores da região. Possui sua
fabricação própria, conhece e valoriza cada um dos funcionários e parceiros de
cada um dos setores de produção.
O princípio de Gaia, é o nome dado para uma tese que afirma que o
planeta Terra é um ser vivo. propõe que os organismos interagem com os seus
arredores inorgânicos na Terra para formar um auto-sinérgico reguladora,
sistema complexo que ajuda a manter e perpetuar as condições para a vida no
planeta. Os tópicos de interesse incluem como a biosfera e a evolução de
formas de vida afetam a estabilidade da temperatura global, salinidade dos
oceanos, oxigênio na atmosfera, a manutenção de uma hidrosfera de água
líquida e outras variáveis ambientais que afetam a habitabilidade da Terra
4.1.2 Porte
Segundo os critérios do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micros
e Pequenas Empresas) as empresas são classificadas da seguinte forma:
Tabela 1 Classificação das empresas quanto à receita bruta anual - Lei Nº 123/06 Fonte: SEBRAE (2015)
31
Tabela 2 Classificação das empresas quanto ao número de empregados Fonte: SEBRAE (2015)
Baseado nos critérios do SEBRAE, Princípio de Gaia se configura como uma
empresa de pequeno porte.
4.1.3 Marca
Na mitologia grega Gaia é a personificação da Terra e uma das
divindades gregas primordiais. É a mãe ancestral de toda a vida: a deusa
primordial da Mãe Terra.
Figura 25 Logo da marca Autor: Do autor
O nome da marca busca transmitir o verdadeiro amor da mesma pelo
meio ambiente. Para o público que também se preocupa com a natureza.
4.1.4 Conceito da marca
Gaia -faz cada peça com o cuidado e compromisso com a natureza e
com o consumidor.
Como missão prega contribuir com o desenvolvimento da
sustentabilidade no ramo de moda, agregando valores, respeitando o meio
32
ambiente e melhorando a vida das comunidades. Ser uma empresa
reconhecida pela liderança, pioneirismo, excelência e impacto social, através
de ações de cuidados e preservação do meio ambiente. Respeito ao meio
ambiente, ser referência na gestão socioambiental. Demonstrar respeito por
todas as pessoas da cadeia produtiva. Respeito aos nossos parceiros, cultivar
as boas relações comerciais, mantendo o compromisso de ser uma empresa
admirada e respeitada por todos.
4.1.5 Segmento da marca
O segmento da marca Gaia é o de roupas femininas, a proposta será
inserir a moda sustentável no estilo festa e casual. Será voltado para o público
feminino.
4.1.6 Concorrentes diretos e indiretos
Pode-se considerar concorrentes diretos a grife brasileira Osklen, que
utiliza produtos reciclados, orgânicos naturais e artesanais em suas roupas.
Flavia aranha, que utiliza tingimento natural e produção manual. Éden Organic
Style, que possui fornecedores próprios de algodão orgânico, todos certificados
pelo Instituto Biodinâmico (IBD), e utiliza produtos químicos alternativos, como
açúcar invertido e corantes naturais.
Como concorrentes indiretos empresas como Adidas, Natura
Cosméticos, HJ tinturaria entre outras, que reciclam, reaproveitando material,
evitando descartes incorretos de produtos, elaboram produtos menos
prejudiciais ao meio ambiente entre outros.
4.1.7 Preços praticados
O valor final das peças vai variar de R$ 100,00 para as peças mais
simples, que apresentarem configurações mais básicas e até R$ 300,00 para
33
os modelos que implicarem na concentração de técnicas e materiais mais
elaborados para a sua confecção.
4.2 PUBLICO ALVO
O público de moda sustentável é crítico, consciente de seus hábitos de
consumo e, por isso, valoriza um produto muito além da modelagem e do belo,
mas o respeito à ética, sua relação com a natureza e com as pessoas. Esse
público é conhecido como ecofriendly, possui uma ideologia que incentiva
mudanças no estilo de vida para proteger o meio ambiente e a sociedade. Ele é
consumidor de produtos “verdes” e movimenta o mercado disseminando novos
ideais entre pessoas que desconhecem essa prática.
Este público valoriza uma peça de roupa, calçado ou acessório que
contemple, em alguma medida, os princípios de moda sustentável. Ou seja,
que seja feita de matéria-prima renovável, que polua menos para ser fabricada
e que seja oferecida por empresa que paga um valor justo aos trabalhadores
envolvidos no processo de fabricação. Sempre buscam informações a cerca do
produto antes de comprá-lo, valorizam o que há por trás da produção.
Possuem alguns hábitos sustentáveis e hábitos de consumo consciente,
e tentam adotá-los em todos os momentos do dia e em todas as tomadas de
decisão da rotina que sejam possíveis. Na maior parte dos casos utilizam
meios de transporte alternativos, buscam produtos de limpeza biodegradáveis
e outros hábitos, como reduzir o tempo de banho.
São mulheres que recebem de 2 a 4 salários mínimos. Encontram-se na
faixa etária entre 20 e 30 anos, frequentam teatros, shoppings, cinema,
parques, festas. Possuem uma família bem estruturada, e amam compartilhar
momentos juntos.
34
Figura 26 Imagem referência de público alvo
fonte: belezainterativa.com
Como perfil psicológico, são emocionalmente equilibrados, dinâmicos e
com autoestima elevada. Se sentem felizes e satisfeitos consumindo e
financiando algo que acreditam fazer o correto. Essa satisfação é expressa
tanto pelas mulheres que se preocupam com o meio ambiente, assim como por
aqueles que não pararam para pensar sobre o assunto ainda, uma vez que
todos eles admiram marcas que se preocupam e pensam nesse tipo de política
de sustentabilidade em suas empresas.
Figura 27 Painel de estilo de vida do público alvo
Fonte: do autor
35
4.3 PESQUISA DE TENDÊNCIAS
4.3.1 Macrotendências (Socioculturais)
Entre as quadro macrotendências para 2018, apontadas pela WGSN
(2017), uma das principais autoridades em tendências das indústrias da moda
e criativa, apresenta o resultado de meses de pesquisas, foi escolhida a
macrotendência que se alinha aos desígnios do comportamento e dos anseios
do público supra citado.
Figura 28 Vida terrena: Macrotendência para 2018 fonte: costanzawho.com
Vida Terrena - O ser humano está cada vez mais presos a uma tela, seja
ela do celular, do computador ou da televisão, e dependentes da tecnologia.
Para reverter essa situação, há uma crescente busca pelo contato com a
natureza. Um estudo recente mostra que 67% das pessoas com menos de 25
anos no Reino Unido não sabem ler um mapa. As pessoas querem
ser autossuficientes, e começam a investir em cursos de costura, marcenaria e
até mesmo sobrevivência na selva. A ciência também passa a assumir uma
posição cool e ganha um grande número de admiradores especialmente entra
a chamada geração Z.
Começa-se a repensar o consumo e a valorizar produtos chamados “do
cultivo à mesa”, expressão que começa a se apresentar também como “da
fazenda ao provador” à medida que as peças do vestuário se utilizam de
36
materiais caseiros e de fontes locais. Outros produtos de consumo, como
tratamentos cosméticos para a pele e cuidados com a casa, também se
voltarão cada vez mais para os materiais naturais. É um movimento de resgate
da essência.
4.4 Micro tendência (estética)
Minimalismo Urbano
O minimalismo se manifesta em tipologias como pantalão largo e
mangas japonesas, tops, camisas oversize, túnicas largas, vestidos de linhas
retas, casacos sem botões e a incorporação de laços.
Ao simplificar todos os outros recursos desse olhar minimalista, a
estrutura e o corte de uma peça torna-se o ponto focal de um olhar. A maior
chave para reunir um olhar minimalista de sucesso são as linhas nítidas - faz o
minimalismo parecer intencional em vez de acidental.
Ainda dentro dos conceitos de sustentabilidade e valores locais, a
Microtendência se apropria de uma paleta de cores com tons claros e naturais.
Figura 29 Minimalismo urbano
37
5 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
5.1 Painel Semântico
Figura 30 Painel Semântico
Figura 31 Painel de referências
38
5.2 ESPECIFICAÇÕES DO PROJETO
5.2.1 Nome da coleção
Amor a Terra - Seu nome simboliza o amor pelo planeta Terra, com todas as
riquezas e belezas, e a terra, parte deste, que proporciona tanta vida.
5.2.2 Conceito da coleção
A coleção Outono/Inverno 2017 da Gaia direciona sua leitura conceitual
para as mulheres que gostam de conforto. Inspirada na terra, busca trazer uma
sensação de força e poder para a mulher moderna, simples, que trabalha,
cuida da casa e da família.
“Amor a Terra" - O que no princípio era absolutamente explorando a
crua beleza do cru, tingiu-se de verde, amarelo, marrom, violeta e roxo,
algumas das nuances da Mãe Natureza. Transformando o rústico da fibra da
bananeira em -requinte nos aviamentos, coroando e simbolizando o fruto de
um amor a natureza daqueles que o fizeram, finalizam esse trabalho.
5.2.3 Formas e Estruturas (Shapes)
As formas e estruturas escolhidas para a coleção são a triangulo,
triangulo invertido, retângulo e ampulheta.
Esse tipo de microtendência cai bem em vários tipos de corpo já que
algumas peças possuem uma modelagem mais soltinha por priorizar o
conforto.
Figura 32 Shapes escolhidos fonte: fabulostyle.wordpress.com modificado pelo autor
39
5.2.4 Mix de Coleção
Figura 33 Mix da coleção
5.3 Cartela de cores
Figura 34 Cartela de cores
40
5.4 Materiais
Figura 35 Cartela de materiais
5.5 Aviamentos
Figura 36 Aviamentos utilizados
Fibra de bananeira, Botões de madeira, Concha Búzio
41
Figura 37 Geração de alternativas Look 01
42
Figura 38 geração de alternativas Look 02
43
Figura 39 geração de alternativas Look 03
44
Figura 40 geração de alternativas Look 04
45
Figura 41 geração de alternativas Look 05
46
Figura 42 geração de alternativas Look 06
47
Figura 43 geração de alternativas Look 07
48
Figura 44 geração de alternativas Look 08
49
Figura 45 geração de alternativas Look 09
50
Figura 46 geração de alternativas Look 10
51
Figura 47 geração de alternativas Look 11
52
Figura 48 geração de alternativas Look 12
53
Figura 49 geração de alternativas Look 13
54
Figura 50 geração de alternativas Look 14
55
Figura 51 geração de alternativas Look 15
56
Figura 52 geração de alternativas Look 16
57
Figura 53 Look 17 escolhido - Verde Espinafre e couve
58
Figura 54 Look 18 escolhido - Urucum e casca de cebola
59
Figura 55 Look 19 escolhido - Açafrão e amora.
60
Figura 56 Look 20 escolhido - Café, cebola e açafrão
61
5.5.1 Fichas Técnicas
Figura 57 Ficha técnica página 1 Camisetão - Look 17
62
Figura 58 Ficha técnica página 2 - Camisetão Look 17
Figura 59 ficha técnica página 3 - Camisetão Look 17
63
Figura 60 Ficha técnica Página 1 - Calça Pantalona - Look 18
64
Figura 61 Ficha técnica Página 2 - Calça Pantalona - Look 18
Figura 62 Ficha técnica Página 3 - Calça Pantalona - Look 18
65
Figura 63 Ficha técnica Página 1 - Blusinha - Look 18
66
Figura 64 Ficha técnica Página 2 - Blusinha - Look 18
Figura 65 Ficha técnica Página 3 - Blusinha - Look 18
67
Figura 66 Ficha técnica Página 1 - Vestido - Look 19
68
Figura 67 Ficha técnica Página 2 - Vestido - Look 19
Figura 68 Ficha técnica Página 3 - Vestido - Look 19
69
Figura 69 Ficha técnica Página 1 - Casaco - Look 19
70
Figura 70 Ficha técnica Página 2 - Casaco - Look 19
Figura 71 Ficha técnica Página 3 - Casaco - Look 19
71
Figura 72 Ficha técnica página 1 - Short - look 20
72
Figura 73 Ficha técnica página 3 - Short - look 20
Figura 74 Ficha técnica página 2 - Short - look 20
73
Figura 75 Ficha técnica página 1 - blusinha - look 20
74
Figura 76 Ficha técnica página 3 - blusinha - look 20
Figura 77 Ficha técnica página 2 - blusinha - look 20
75
Figura 78 Ficha técnica página 1 - casaco look 20
76
Figura 79 Ficha técnica página 3 - casaco - look 20
Figura 80 Ficha técnica página 2 - casaco - look 20 Fonte: Do autor
77
5.5.2 Pranchas
Figura 81 Prancha Camisetão Fonte: Do autor
78
Figura 82 Prancha Calça Pantalona e blusinha Autor: Do autor
79
Figura 83 Prancha Casaco e vestido Autor: Do autor
80
Figura 84 Prancha short, blusinha e casaco Autor: Do autor
81
5.5.3 Looks Confeccionados
Figura 85 Look 17 - confeccionado
Autor: Do autor
Camisetão tingido com couve e espinafre - Imersão rápida - 5 minutos.
82
Figura 86 Look 18 - Confeccionado
Autor: Do autor
Blusinha tingida com casca de cebola - Imersão rápida - 5 minutos.
Calça tingida com Urucum - Imersão de 10 minutos.
83
Figura 87 Look 19 - confeccionado
Autor: do autor
Casaco tingido com açafrão, amarelo super intenso - Imersão de 24
horas.
Vestido tingido com amora - roxo claro - imersão de 20 minutos
84
Figura 88 Look 20 - Confeccionado
Autor: do autor
Casaco tingido com café, marrom claro - imersão rápida de 1 minuto
Short tingido com casca de cebola - Imersão rápida de 5 minutos
Blusinha tingida com Casca de cebola e açafrão - Imersão rápida de 1 minuto
5.5.4 Planejamento do desfile
85
5.5.4.1 Make-up e Hair
A Make das modelos será iluminada, com sombra marrom, deixando o
côncavo bem marcado. Também a asa de borboleta nos olhos. Batom
vermelho intenso, para destacar o rosto, e trazer elegância.
Os cabelos estarão soltos, ao natural, buscando trazer a imagem e
lembrança da liberdade que sentimos na natureza.
5.5.4.2 Acessórios
Os acessórios a serem utilizados no desfile serão: Brincos, chapéu de
palha, cinto, e bracelete de fibra de bananeira.
5.5.4.3 Trilha sonora
A trilha sonora selecionada para compor o ambiente do desfile foi a
Inception do Enigma com Deep Forest "No words can explain this music. Music
explains itself. Words and sounds like rays of spotlights. They do not show you
everything. You should see what's between the streams of light. "
Michael Cretu - founder of group Enigma
Para através dela transmitir, no momento do desfile, a sensação de paz
e liberdade que apenas o natural faz sentir.
5.5.4.4 Sequencia de entrada do desfile
86
Figura 89 Sequência de entrada no desfile Autor: Do autor
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
87
Verificou-se através da pesquisa bibliográfica e experimental, que o
regionalismo pode ser a solução para diversos problemas, com a diminuição da
poluição gerada, a valorização da mão de obra local, geração de renda na
região, com o incentivo de produtores locais para até mesmo iniciar um novo
negócio, aproveitamento de matérias-primas que antes eram descartadas.
Além de agregar valor ao produto final, com a carga carregada.
Com a sustentabilidade sendo um fator cada vez mais relevante para as
empresas na atualidade, esse pode também ser uma boa forma de inovação
para novos empreendedores.
As roupas da coleção têm como principal objetivo ser confortáveis e
práticas, uma vez que é isso que o público-alvo valoriza e necessita para seu
dia-a-dia. Possuem como inspiração a terra, que muito nos proporciona, as
peças feitas utilizando os materiais produzidos na própria região norte do
Paraná, visam destacar e exemplificar essa possibilidade, com destaque ao
tingimento natural, e principalmente aos acessórios feitos com a fibra da
bananeira, uma fibra resistente, que pode ser utilizada para muitas coisas, sua
extração geraria renda, menos poluição -já que esta árvore é descartada após
a retirada de seus frutos, e melhor aproveitamento da produção para o
agricultor.
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