o direito médico ontem e hoje -...
Post on 09-Dec-2018
215 Views
Preview:
TRANSCRIPT
O Direito MO Direito Méédicodico Ontem e HojeOntem e Hoje
Dr. Sami A R J El Jundi, MD, Dr. Sami A R J El Jundi, MD, MScMScMasterMaster ofof ScienceScience em Medicina Forense pela em Medicina Forense pela UniversitatUniversitat
de Valenciade ValenciaEspecialista em Toxicologia Forense pela Especialista em Toxicologia Forense pela FeevaleFeevale
/ / UniversityUniversity
ofof
FloridaFloridaCoordenado do Curso de Coordenado do Curso de PPóóss--graduagraduaççãoão
em Direito Mem Direito Méédico da VJdico da VJ
““Um conjunto de normas que uma Um conjunto de normas que uma sociedade organizada elege para sociedade organizada elege para
consubstanciar o direito consubstanciar o direito àà
integridade do integridade do corpo e da vidacorpo e da vida””
Genival Veloso de FranGenival Veloso de Franççaa
DeontologiaDeontologia e e diceologiadiceologia mméédicas e das profissões de sadicas e das profissões de saúúdedeExercExercíício legal e ilegal da medicina e das profissões de sacio legal e ilegal da medicina e das profissões de saúúdedeGarantia Garantia áá vida e vida e àà sasaúúdedeProteProteçção especial aos grupos de risco (menores, enfermos, vão especial aos grupos de risco (menores, enfermos, víítimas, timas, etcetc))ProteProteçção dos direitos ão dos direitos àà confidencialidade e confidencialidade e àà intimidadeintimidadeGarantia dos direitos Garantia dos direitos àà informainformaçção e ão e àà autonomiaautonomiaDeveres dos pacientes com respeito a sua saDeveres dos pacientes com respeito a sua saúúde e de e àà sasaúúde coletivade coletivaResponsabilidade de governos e governantes.Responsabilidade de governos e governantes.
Drumond, JGF. A evolução do direito médico no Brasil. Revista de Direito Médico e da Saúde 2: Abr/Jun, 2005. p.78-90.
CCóódigo de digo de HammurabiHammurabi (2250 a.C.)(2250 a.C.)
§§ 218.218.----XXXTY, 78XXXTY, 78--82.82.74 74 §§umum--mama
A.A.ZU ZU aa--wiwi--lamlam
75 75 zizi--imim--
mama--amam
kabtamkabtam76 i76 i--na GIR.NI na GIR.NI siparrimsiparrim
77 77 ii--bubu--uu§§--
ma 78ma 78
aa--wiwi--lamlam
u_u_--tata--mimi--it 79 u it 79 u lulu
nana--gabgab--titi
aa--wiwi--limlim
8080ii--haha
GIR.NI GIR.NI siparrimsiparrim
81 81 ipip--tete--mama
ii--i.n i.n aa--wiwi--limlim
8282ubub--tabtab--bibi--itit
83 83 ritt_ritt_--_u i_u i--nana--kiki--susu
§§ 219. 219. --xxxxIYxxIY, 83, 83--87.87.84 _84 _umum--mama
AA..ZU ZU zizi--mama--amam
kabkab--tamtam
85 85 waradwarad
MAS.EN.KAMAS.EN.KAK K 86 i86 i--na GIR.NI na GIR.NI ssiiparrimparrim
87 87 ii--bubu--
::uu§§--ma ufima ufi--tata--mimi--it 88 it 88 wardamwardam
kiki--mama
wardimwardim
ii--riri--abab
§§ 220. _220. _--XXXTY, 88XXXTY, 88--93.93.89 _89 _umum--mama
nana--gabgab--tata--_u 90 i_u 90 i--na na GIR.NI GIR.NI siparrimsiparrim
91 91 ipip--tete--mama
92 92 ii--inin--_u _u ubub--tabtab--dada
((==it) it) 9393
kaspamkaspam
mimi--_i_i--il 94 _1miil 94 _1mi--_u i_u i--_a_a--k, k, alal
IfIf a a physicianphysician operateoperate onon a a manman for for a a severesevere woundwound withwith a bronze a bronze lancetlancet andand cause cause thethe man'sman's deathdeath; ; oror open open anan abscessabscess (in (in thethe eye) eye) ofof a a manman withwith a bronze a bronze lancetlancet andanddestroydestroy tiletile man'sman's eyeeye, , theythey shallshall cutcutoff off hishis fingersfingers..
IfIf a a physicianphysician operateoperate onon a a slaveslave ofofa a freemanfreeman for a for a severesevere woundwound withwitha bronze a bronze lancetlancet andand cause cause hishisdeathdeath, , hehe shallshall restorerestore a a slaveslave ofofequalequal valuevalue..
IfIf hehe open open anan abscessabscess (in (in hishis eye) eye) withwith a bronze a bronze lancetlancet, , andand destroydestroyhishis eyeeye, , hehe shallshall paypay silversilver to to thetheextentextent ofof oneone--halfhalf ofof hishis priceprice..
Harper, RF. The Code of Hammurabi, King of Babylon. 2nd Ed, The University of Chicago Press, 1904.
221.221.----xxxxxxIv, 94Iv, 94--XXXV, 9.XXXV, 9.95 _95 _umum--mama
A.A.ZU 96 ZU 96 NER.PAD.DU NER.PAD.DU aa--wiwi--limlim
XXXV, 1 _XXXV, 1 _ee--bibi--irir--tamtam
2 2 u_tau_ta--lili--imim
3 u 3 u lulu
__ee--irirhaha--hamham
4 mar4 mar--..sasa--amam
5 ub5 ub--tata--alal--
lili--i_ 6 i_ 6 bebe--elel
..siimsiim--mimi--imim
7 7 aa--haha
A.A.ZU 8 V ZU 8 V §§ikik. . ilil
kaspimkaspim
9 9 ii--naadnaad--didi--inin
§§ 222.222.----XXXV, 10XXXV, 10--12.12.10 10 §§umum--mama
bm_rbm_r
MA_.EN.KAK MA_.EN.KAK 11 III _11 III _i.kili.kil
kaspimkaspim
12 i12 i--nana--adad--didi--inin
§§ 223223..-- XXXV, 13XXXV, 13--17.17.13 _13 _umum--mama
bwaradbwarad
aa--wiwi--limlim
114 4 bebe--elel
wardimwardim
1515aa--nana
A.A.ZU 16 II _ZU 16 II _ikik. . ilil
kaspimkaspim
17 17 ii--nana--adad--didi--inin
IfIf a a physicianphysician set a set a brokenbrokenbonebone for a for a manman oror cure cure hishisdiseaseddiseased bowelsbowels, , thethe patientpatientshallshall givegive fivefive shekels shekels ofofsilversilver to to thethe physicianphysician..
IfIf hehe bebe a a freemanfreeman, , hehe shallshallgivegive threethree shekels shekels ofof silversilver..
IfIf it it bebe a a manman''ss slaveslave, , thetheownerowner ofof thethe slaveslave shallshall givegivetwotwo shekels shekels ofof silversilver to to thethephysicianphysician..
Harper, RF. The Code of Hammurabi, King of Babylon. 2nd Ed, The University of Chicago Press, 1904.
Lei Mosaica (1500Lei Mosaica (1500--1660 a.C.)1660 a.C.)Lei MosaicaLei Mosaica éé composta de todo o composta de todo o ccóódigo de leis formado por 613 digo de leis formado por 613 disposidisposiçções, ordens e proibiões, ordens e proibiçções.ões.Em hebraico a Lei Em hebraico a Lei éé chamada de chamada de TorToráá, que pode significar lei como , que pode significar lei como tambtambéém instrum instruçção ou doutrina.ão ou doutrina.Segundo vSegundo váários terios teóólogos, hlogos, háá duas duas partes distintas na lei mosaica: a lei partes distintas na lei mosaica: a lei de Deus, promulgada sobre o monte de Deus, promulgada sobre o monte Sinai, e a lei civil ou disciplinar, Sinai, e a lei civil ou disciplinar, estabelecida por Moisestabelecida por Moiséés; uma s; uma ééinvariinvariáável; a outra, apropriada aos vel; a outra, apropriada aos costumes e ao carcostumes e ao carááter do povo, se ter do povo, se modifica com o tempo. modifica com o tempo.
Art. 215 Art. 215 –– Se um mSe um méédico tratar um homem de dico tratar um homem de uma ferida grave e curar o homem; se retirar uma ferida grave e curar o homem; se retirar a nuvem de um homem com a faca de a nuvem de um homem com a faca de bronze e curar o olho do homem, receberbronze e curar o olho do homem, receberáádez moedas de prata.dez moedas de prata.Art. 218 Art. 218 -- Se um mSe um méédico tratar um homem dico tratar um homem livre de uma ferida grave com a faca de livre de uma ferida grave com a faca de bronze e o fizer morrer; se abrir a nuvem com bronze e o fizer morrer; se abrir a nuvem com a faca de bronze e o homem perder o olho, a faca de bronze e o homem perder o olho, lhe serão cortadas as mãos.lhe serão cortadas as mãos.Art. 219 Art. 219 –– Se um mSe um méédico tratar um escravo dico tratar um escravo de uma ferida grave e o deixar incapaz, de uma ferida grave e o deixar incapaz, pagarpagaráá escravo por escravo.escravo por escravo.Art. 220 Art. 220 –– Se um mSe um méédico abrir a nuvem com dico abrir a nuvem com a faca de bronze e perder o olho, ele pagara faca de bronze e perder o olho, ele pagarááem prata e metade do preem prata e metade do preçço do escravo.o do escravo.
Cueto, CH. Valoración médica del daño corporal. 2ª. Ed. Masson, 2001.
Lei das XII TLei das XII Táábuas (451buas (451--390 a.C.)390 a.C.)A A Lei das Doze TLei das Doze Táábuasbuas ((Lex Lex DuodecimDuodecim TabularumTabularum ou ou simplesmente simplesmente DuodecimDuodecim TabulaeTabulae, em , em latimlatim) constitu) constituíía uma antiga a uma antiga legislalegislaçção que estão que estáá na origem do na origem do direito romanodireito romano. Formava o cerne . Formava o cerne da constituida constituiçção da ão da RepRepúública Romanablica Romana e do e do mos mos maiorummaiorum (antigas (antigas leis não escritas e regras de conduta).leis não escritas e regras de conduta).TemTemááticatica
TTáábuas I e II: Organizabuas I e II: Organizaçção e procedimento judicial; ão e procedimento judicial; TTáábua III bua III -- Normas contra os inadimplentes; Normas contra os inadimplentes; TTáábua IV bua IV -- PPáátrio poder; trio poder; TTáábua V bua V -- Sucessões e tutela; Sucessões e tutela; TTáábua VI bua VI -- Propriedade; Propriedade; TTáábua VII bua VII -- Servidões; Servidões; TTáábua VIII bua VIII -- Dos delitos; Dos delitos; TTáábua IX bua IX -- Direito pDireito púúblico; blico; TTáábua X bua X -- Direito sagrado; Direito sagrado; TTáábuas XI e XII buas XI e XII -- Complementares.Complementares.
TTÁÁBUA VIIIBUA VIII
1. 1. QuiQui
malummalum
carmencarmen
incantassitincantassit. ..C. ..Cíícero: De republica, 4, 10, 12, apud cero: De republica, 4, 10, 12, apud Sanctus Sanctus AugustinusAugustinus, De , De CivitateCivitate
Dei, 2, 9: Dei, 2, 9: XIlXIl
tab., tab., cumcum
perpaucasperpaucas
resres
capitecapite
sanxissentsanxissent, in , in hishis
hanchanc
quoquequoque
sanciendamsanciendam
putaveruntputaverunt: si quis : si quis occentavissetoccentavisset
sivesive
carmencarmen
condidissetcondidisset, , quodquod
infamiaminfamiam
faceretfaceret
flagitiumveflagitiumve
alterialteri. . Quem fez um mau encantamento (seja punido com a Quem fez um mau encantamento (seja punido com a pena capital.): (crime de feitipena capital.): (crime de feitiççaria).aria).
2. Si 2. Si membrummembrum
rupsitrupsit, , nini
cumcum
eoeo
pacitpacit, , taliotalio
estoesto. . Se amputou um membro Se amputou um membro e não faz acordo com o ofendido, tenha lugar o talião.e não faz acordo com o ofendido, tenha lugar o talião.
3. 3. ManuManu
fustivefustive
si os si os fregitfregit
libero, CCC, si servo, CL libero, CCC, si servo, CL poenampoenam
subitosubito. . Se Se com a mão ou com um pau quebrou um osso a um homem livre sofra acom a mão ou com um pau quebrou um osso a um homem livre sofra a
pena de 300 asses, se a um servo, de 150 asses.pena de 300 asses, se a um servo, de 150 asses.
4. Si 4. Si iniuriainiuria
faxsitfaxsit, , vigintiviginti
quinquequinque
poenaepoenae
suntosunto
Se cometeu (outra) lesão, Se cometeu (outra) lesão, seja a pena de 25 asses.seja a pena de 25 asses.
5. ... 5. ... rupsitrupsit
... ... sarcitosarcito. . Pena pelo dano (? )Pena pelo dano (? )
Corpus Corpus IurisIuris CivilisCivilis (534 d.C.)(534 d.C.)Insanidade psInsanidade psííquica: quica: furorfurorDemência: Demência: dementiadementiaEstupidez: Estupidez: moriamoriaAlienados em geral: Alienados em geral: mente mente capticaptiImbecilitasImbecilitas: : incapazes de dispor incapazes de dispor de seus prde seus próóprios bensprios bensDetalham insanidade, Detalham insanidade, embriaguez, embriaguez, etcetcDefinem capacidade civil Definem capacidade civil (decisão do juiz)(decisão do juiz)
Lei VI, livro I, tLei VI, livro I, tíítulo XVIII, inciso 7tulo XVIII, inciso 7ºº““Assim como não se deve imputar ao mAssim como não se deve imputar ao méédico a sorte da dico a sorte da mortalidade, assim devemortalidade, assim deve--se imputarse imputar--lhe o que cometeu por lhe o que cometeu por imperimperíícia: o delito do que engana aos homens em perigo não cia: o delito do que engana aos homens em perigo não deve ficar sem castigo a pretexto da fragilidade humanadeve ficar sem castigo a pretexto da fragilidade humana””..
Lei VII, livro IX, tLei VII, livro IX, tíítulo II, inciso VIIItulo II, inciso VIIIDiz Diz PrPróóculoculo: : ““se um mse um méédico operar imperitamente um servo, dico operar imperitamente um servo, competircompetiráá a aa açção ão ex ex locatolocato ou a da Lei ou a da Lei AquiliaAquilia””..
Lei VIIILei VIIIO mesmo direito rege se tivesse usado indevidamente de algum O mesmo direito rege se tivesse usado indevidamente de algum medicamento. Assim mesmo, tambmedicamento. Assim mesmo, tambéém aquele que havendo m aquele que havendo abandonado a cura não deixando seguro; sim que serabandonado a cura não deixando seguro; sim que serááconsiderado rconsiderado rééu de culpa.u de culpa.
Lex Romana Lex Romana WisigothorumWisigothorum
(476 d.C.)(476 d.C.)
O CO Cóódigo Visigdigo Visigóótico apresentava enorme tico apresentava enorme influência da tradiinfluência da tradiçção romana, inclusive na ão romana, inclusive na forma: em doze livros como o forma: em doze livros como o CCóódigo de digo de JustinianoJustiniano. Foi aprovado pelo . Foi aprovado pelo VIII ConcVIII Concíílio de lio de ToledoToledo, demonstrando a importância da , demonstrando a importância da participaparticipaçção da ão da IgrejaIgreja na legitimana legitimaçção do direito. ão do direito. Este costume dos reis Este costume dos reis godosgodos, são os , são os ggéérmensrmensdas futuras das futuras CortesCortes ou ou Estados GeraisEstados Gerais. O . O FueroFueroJuzgoJuzgo, ao lado dos costumes municipais, são , ao lado dos costumes municipais, são as principais fontes do direito por muitos as principais fontes do direito por muitos ssééculos.culos.O CO Cóódigo Visigdigo Visigóótico conttico contéém 324 leis de m 324 leis de LeovigildoLeovigildo, 3 de , 3 de RecaredoRecaredo, 99 de , 99 de ChindasvindoChindasvindoe 87 de e 87 de RescesvindoRescesvindo. Dele h. Dele háá uma cuma cóópia na pia na Biblioteca Nacional em Biblioteca Nacional em ParisParis e outra no e outra no VaticanoVaticano. Permaneceu em vigor at. Permaneceu em vigor atéé a edia ediçção ão da Lei das Sete Partidas por da Lei das Sete Partidas por Afonso X, o Afonso X, o SSáábiobio..
Livro XI: De Livro XI: De loslos ffíísicos, e de sicos, e de loslos mercaderesmercaderes de Ultra mar e de de Ultra mar e de LosLosMarinerosMarineros..
I I TitolTitol De De loslos ffíísicos sicos éé de de loslos enfermosenfermosLeyLey IIIIII: : AntiguaAntigua. Que . Que elel fisicofisico debedebe pleytearpleytear com com elelenfermo.enfermo.““Si Si algunalgun
fisicofisico
pleyteapleytea
com com elel
enfermo, por enfermo, por lele
visitar, visitar, éé
por por
lele
sanar de sanar de laslas
plagas, plagas, debedebe
veerveer
lala
plaga, plaga, éé
lala
dolordolor: : éé puespues
que que lala
conociereconociere, , pleyteyepleyteye
com com ééll, , éé
que tome que tome
recabdorecabdo
por por susu
averaver””..LeyLey IVIV: : AntiguaAntigua. Si . Si elel enfermo enfermo mueremuere puespues que hque háápleyteadopleyteado com com elel fisicofisico..““Si algum Si algum omneomne, , éé
algunalgun
fisicofisico
pleyteapleytea
com com elel
enfermo de enfermo de
lele
sanar sobre sanar sobre recabdorecabdo, , ssáánelonelo
quanto quanto meiormeior
pudierepudiere. E si . E si por ventura por ventura muriermurier
elel
enfermo, enfermo, nolnol
ddéé
nada nada alal
fisicofisico
de de
quanto com quanto com ééll
pleytearpleytear, , nini
ningunaninguna
de de laslas
partes partes nonnon devem mover contra devem mover contra lala
outraoutra””..
Lei VILei VI: : AntiguaAntigua. Si . Si elel omneomne librelibre o o elel siervosiervo mueremuere, o , o enflaqueceenflaquece por por lala sangrsangrííaa..““Si Si algunalgun
fisicofisico
sangrar sangrar algunalgun
omneomne
librelibre, si , si elel
enflaqueciereenflaqueciere
por por sangrsangrííaa, , elel
ffíísico deve sico deve pecharpechar
C C éé
L L sueldossueldos. E si . E si murieremuriere
meta meta elel
fisicofisico
em poder de em poder de loslos
parientesparientes
que que faganfagan
deldel
lolo
que que quisierenquisieren. E si . E si elel
siervosiervo enflaqueciereenflaqueciere, , óó
murieremuriere
por por sangrsangrííaa, entregue outro tal , entregue outro tal
siervosiervo
a a susu
sennorsennor””..
FueroFuero Real de Real de EspaEspaññaa (1254)(1254)El El FueroFuero RealReal fuefue unun cuerpocuerpode de leyesleyes deldel reyrey castellanocastellanoAlfonso X Alfonso X elel SabioSabio, , redactadoredactado enen 12541254 e e influidoinfluidopor por elel LiberLiber IudiciorumIudiciorum, que , que se se convirticonvirtióó enen sussus iniciosinicios enenunun fuerofuero locallocal otorgadootorgado a a laslasciudadesciudades de de Aguilar de Aguilar de CampooCampoo y y SahagSahagúúnn enen12551255. . TambiTambiéénn eses llamadollamadoFueroFuero deldel LibroLibro, , LibroLibro de de loslosConcejosConcejos de de CastillaCastilla y y FueroFueroCastellanoCastellano..
LibroLibro IV, TIV, Tíítulo XVI: De tulo XVI: De loslos ffíísicos, de sicos, de loslos maestros de maestros de laslas llagasllagas..
LeyLey II““NingunNingun
home no obre de fhome no obre de fíísica, si no sica, si no fuerefuere
ante ante aprobadoaprobado
por por
buenbuen
ffíísico, por sico, por loslos
ffíísicos de sicos de lala
Villa de Villa de hubierehubiere
de obrar, de obrar, éé
por por otorgamientootorgamiento
de de loslos
AlcaldesAlcaldes, , éé
sobre sobre estoesto
hayahaya
carta carta
testimonialtestimonial
deldel
ConsejoConsejo
y y estoesto
mesmo mesmo seasea
de de loslos
Maestros de Maestros de laslas
llagasllagas, , éé
ningunoninguno
de de ellosellos
no no seansean
osadososados
de de tajartajar, , nini
defender, defender, nini
de sacar de sacar huesoshuesos, , nini
de de quemarquemar, , nini
de medicinar em de medicinar em ningunaninguna
guisa, guisa, nini
de de facerfacer
sangrar sangrar áá
ningunaninguna
mugermuger
sinsin
mandado de mandado de susu
marido, marido, óó
de de susu
padre, padre, óó
de sua madre, de sua madre, óó
de de susu hermanohermano, , óó
de de susu
fijofijo, , óó
de outra de outra parientepariente
propiquopropiquo
óó
si si algunoalguno
lolo
ficiereficiere, , éécheche
diezdiez
maravedmaravedííss
alal
marido, si marido, si lala
mugermuger
fuerefuere
casada, casada, sino sino alal
mas mas propiquopropiquo
parientepariente
que que hubierehubiere: : éé
si si algunoalguno
obrareobrare
ante que ante que fuerefuere
probadoprobado, , éé
otorgadootorgado
asiasi
como como sobredichosobredicho
eses, , pechepeche
trecientostrecientos
sueldossueldos
alal
Rey; Rey; éé
si si matmatáárere, , óó
lisilisiáárere
home, o home, o
mugermuger, , elel
cuerpocuerpo, , éé
lolo
que que hubierehubiere, , seasea
áá
mercedmerced
deldel
Rey, si Rey, si fijosfijos
nu nu hubierehubiere, , éé
si si fijosfijos
hubierehubiere, , heredenhereden
sussus
fijosfijos
elel
haberhaber, y , y
elel
cuerpocuerpo
seasea
áá
mercedmerced
deldel
ReyRey””..
LibroLibro IV, TIV, Tíítulo XVI: De tulo XVI: De loslos ffíísicos, de sicos, de loslosmaestros de maestros de laslas llagasllagas..
LeyLey IIII““Si Si algunalgun
ffíísico, sico, óó
Maestro de Maestro de llagasllagas
tomtomáárere
áá
algunoalguno
em em guardiaguardia
por por PleytoPleyto
que que lolo
sane, sane, éé
si ante que si ante que seasea sano de sano de aquellaaquella
enfermedadenfermedad
murieremuriere, no , no puedapueda
demandar demandar elel
precioprecio
que que habiahabia
tajadotajado, , yeye
estoesto
meso meso seasea
si si pusopuso
de de sanarlosanarlo
áá
plazoplazo
seãnaldoseãnaldo, , éé
no no lolo
sanosano””..
Kvitko, LA. La peritación medicolegal em la praxis médica. Ediciones La Rocca, 2008
QuaestionesQuaestiones MedicoMedico--LegalesLegales (1621(1621--1651)1651)Paolo Paolo ZacchiaZacchia (1584(1584--1659) publica 1659) publica a obra em latim com 9 volumesa obra em latim com 9 volumesPai da Medicina LegalPai da Medicina LegalMMéédico pessoal dos papas dico pessoal dos papas Inocêncio X e Alexandre VII, Inocêncio X e Alexandre VII, consultor legal da Rota Romana e consultor legal da Rota Romana e chefe do sistema de sachefe do sistema de saúúde dos de dos Estados Papais.Estados Papais.Autor da obra em latim Autor da obra em latim ""QuaestionesQuaestiones MedicoMedico--LegalesLegales““, , publicada em 9 volumes entre 1621 publicada em 9 volumes entre 1621 e 1651e 1651““Somente o mSomente o méédico dico éé capaz de capaz de avaliar a condiavaliar a condiçção mental do ão mental do indivindivííduoduo””NoNoçção de ão de ““intervalo lintervalo lúúcidocido””““Forte emoForte emoççãoão”” como atenuantecomo atenuante
Tratado de medicina y Tratado de medicina y cirugiacirugia
legal (1844)legal (1844)
Pedro Mata Pedro Mata éé um um dos pioneiros em dos pioneiros em dedicar diversos dedicar diversos capcapíítulos de sua tulos de sua obra obra ààresponsabilidade responsabilidade mméédica.dica.
Antecedentes histAntecedentes históóricos ricos -- II11ºº Caso de responsabilidade mCaso de responsabilidade méédica na Amdica na Amééricarica
CCóórdoba, Argentina, 1598 rdoba, Argentina, 1598 –– relatado pelo Dr. Frelatado pelo Dr. Féélix lix GarzGarzóónn MacedaMaceda em sua obra em sua obra La medicina em La medicina em CCóórdoba, rdoba, apuntesapuntes para para susu historiahistoria, lan, lanççado no ado no ““I I CongresoCongreso Nacional de MedicinaNacional de Medicina””, em 1916, em 1916
Dr. Dr. AscencioAscencio Telles de Rojo Telles de Rojo éé interpelado quanto a sua interpelado quanto a sua licenlicençça para clinicar, por ter errado o diagna para clinicar, por ter errado o diagnóóstico e por ter stico e por ter supostamente causado a morte de 7 escravos por sangria. O supostamente causado a morte de 7 escravos por sangria. O demandante deseja reparademandante deseja reparaçção pelos prejuão pelos prejuíízos. zos. De sua parte, alega que o senhor dos escravos não seguiu De sua parte, alega que o senhor dos escravos não seguiu as orientaas orientaçções, que muitos estão a morrer, que outros ões, que muitos estão a morrer, que outros escravos tratados melhoraram e que deseja receber pelos escravos tratados melhoraram e que deseja receber pelos serviserviçços prestados.os prestados.
Em sua defesa sustenta:Em sua defesa sustenta:Que Que éé licenciado e aprovado;licenciado e aprovado;Que o exercQue o exercíício da medicina não cio da medicina não éé infalinfalíível, sendo vel, sendo impossimpossíível que fosse capaz de curar a todos os vel que fosse capaz de curar a todos os doentes;doentes;Que o mQue o méédico sdico sóó deve responder quando agir de deve responder quando agir de forma dolosa;forma dolosa;O denunciante não seguiu a prescriO denunciante não seguiu a prescriçção e que os ão e que os escravos morreram por falta de cuidados (comida, escravos morreram por falta de cuidados (comida, roupas e local aquecido);roupas e local aquecido);Não recebeu pelos serviNão recebeu pelos serviçços prestados, os quais os prestados, os quais cobra. cobra.
Antecedentes histAntecedentes históóricos ricos -- IIIIPedro Mata cita um caso de Pedro Mata cita um caso de AmbroiseAmbroiseParParéé::
Um cirurgião sangrou o Rei de FranUm cirurgião sangrou o Rei de Françça, a, Carlos IX (1550Carlos IX (1550--1574). Lesou um nervo, 1574). Lesou um nervo, sobrevieram acidentes graves e sobrevieram acidentes graves e transcorreram 4 meses de sofrimento transcorreram 4 meses de sofrimento antes de obterantes de obter--se sua cura (primeiro caso se sua cura (primeiro caso na literatura de DSR/SCDRna literatura de DSR/SCDR--I);I);““El El cirujanocirujano, causa de todo, no , causa de todo, no tuvotuvo mmáás s castigo que castigo que susu profunda profunda aflicciafliccióónn por por susutorpezatorpeza””..““El El reyrey francfrancééss se se penetrpenetróó de que de que elelprofesorprofesor deldel arte de curar que obra arte de curar que obra segsegúúnnsusu concienciaconciencia no no debedebe tenertener, por , por lolo tanto, tanto, mmáás s juezjuez que esta que esta concienciaconciencia y y DiosDios””..
Antecedentes histAntecedentes históóricos ricos -- IIIIIICaso Caso HelieHelie (Fran(Françça, 1825):a, 1825):
Realizou parto em apresentaRealizou parto em apresentaçção ão ““de brade braççosos””, , amputandoamputando--os;os;A Academia de Medicina de Paris emitiu dois A Academia de Medicina de Paris emitiu dois pareceres: um condenatpareceres: um condenatóório e um inconclusivo, rio e um inconclusivo, alegando que alegando que ““porquanto uma vez estabelecido o porquanto uma vez estabelecido o princprincíípio da responsabilidade mpio da responsabilidade méédica, tudo se faria dica, tudo se faria suspeito e arriscado para o msuspeito e arriscado para o méédico. Deveria temer a dico. Deveria temer a cada passo a vingancada passo a vingançça das leis, e fugiria ao simples a das leis, e fugiria ao simples aspecto do perigoaspecto do perigo””;;HelieHelie foi condenado por falta grave, pagando uma foi condenado por falta grave, pagando uma pensão de 100Fr anuais atpensão de 100Fr anuais atéé que o menino que o menino completasse 10 anos de idade e depois uma renda completasse 10 anos de idade e depois uma renda vitalvitalíícia de 200Fr.cia de 200Fr.
““La La calificacicalificacióónn
de uma de uma praxispraxis asistencialasistencial
como ajustada o desviada como ajustada o desviada
de de lala
lexlex artisartis no no debedebe
realizarserealizarse
por por um um juiciojuicio
ex ex postpost, sino , sino ex anteex ante””
KvitkoKvitko, 2008., 2008.
Kvitko, LA. La peritación medicolegal em la praxis médica. Ediciones La Rocca, 2008
Antecedentes histAntecedentes históóricos ricos -- IVIVCaso Caso ThouretThouret NoroyNoroy (Fran(Françça, 1832):a, 1832):
Realizou sangria num operRealizou sangria num operáário. Abriu a artrio. Abriu a artééria ria braquial, não praticou as medidas adequadas para braquial, não praticou as medidas adequadas para prevenir os acidentes uma vez aberta a artprevenir os acidentes uma vez aberta a artééria. Com ria. Com a formaa formaçção de um tumor no local, aplicou tratamentos ão de um tumor no local, aplicou tratamentos ttóópicos e, aos 18 dias, não havendo melhora picos e, aos 18 dias, não havendo melhora recusourecusou--se a ver o paciente.se a ver o paciente.Passados 4 meses um cirurgião diagnosticou um Passados 4 meses um cirurgião diagnosticou um aneurisma, tentou a ligadura sem sucesso. Adveio aneurisma, tentou a ligadura sem sucesso. Adveio gangrena e amputagangrena e amputaçção do membro.ão do membro.Condenado em 1Condenado em 1ªª instância, recorreu instância, recorreu àà Corte de Corte de RouenRouen e ao Tribunal de Cassae ao Tribunal de Cassaçção. ão. DupinDupin atuou na atuou na acusaacusaçção.ão.
DupinDupin, Procurador Geral da Fran, Procurador Geral da Françça:a:
““Não se trata de saber nestes casos se tal tratamento Não se trata de saber nestes casos se tal tratamento foi feito propositalmente ou não; se deveria ter foi feito propositalmente ou não; se deveria ter resultados saudresultados saudááveis ou danosos; se teria sido veis ou danosos; se teria sido preferpreferíível a outro; se tal ou qual operavel a outro; se tal ou qual operaçção era ou ão era ou não indispensnão indispensáável; se houve imprudência em vel; se houve imprudência em arriscarriscáá--la, habilidade ou torpeza em executla, habilidade ou torpeza em executáá--la; se la; se com tal ou qual instrumento, de acordo com tal ou com tal ou qual instrumento, de acordo com tal ou qual procedimento, teria ou não tido melhor êxito; qual procedimento, teria ou não tido melhor êxito; todos esses pontos são questões cienttodos esses pontos são questões cientííficas que ficas que devem debater os doutores da ciência, e não devem debater os doutores da ciência, e não podem constituir casos de responsabilidade civil podem constituir casos de responsabilidade civil nem pertencem ao exame ou junem pertencem ao exame ou juíízo dos tribunaiszo dos tribunais””
““Mas quando os fatos inculpados aos mMas quando os fatos inculpados aos méédicos saem da classe dicos saem da classe daqueles que, por natureza, estão exclusivamente daqueles que, por natureza, estão exclusivamente reservados reservados ààs ds dúúvidas e vidas e ààs discussões da ciência, desde o s discussões da ciência, desde o momento que se complicam por desmomento que se complicam por desíídia, ligeireza ou dia, ligeireza ou ignorância das coisas que deveriam saber necessariamente, ignorância das coisas que deveriam saber necessariamente, se incorre na responsabilidade do direito comum e fica aberta se incorre na responsabilidade do direito comum e fica aberta a competência da justia competência da justiççaa””..
““O medico e o cirurgião não são indefinidamente responsO medico e o cirurgião não são indefinidamente responsááveis, veis, porporéém o são as vezes; não o são sempre, mas não se pode m o são as vezes; não o são sempre, mas não se pode dizer que não o sejam jamais. dizer que não o sejam jamais. Fica a cargo do juiz determinar Fica a cargo do juiz determinar cada caso, sem afastarcada caso, sem afastar--se da nose da noçção fundamental: para que ão fundamental: para que um homem seja considerado responsum homem seja considerado responsáável por um ato vel por um ato cometido no exerccometido no exercíício profissional, cio profissional, éé necessnecessáário que haja rio que haja cometido uma falta nesse ato; tenha sido posscometido uma falta nesse ato; tenha sido possíível agir com vel agir com mais vigilância sobre si mesmo ou sobre seus atos e que a mais vigilância sobre si mesmo ou sobre seus atos e que a ignorância sobre esse ponto não seja admissignorância sobre esse ponto não seja admissíível em sua vel em sua profissão.profissão.””
Antecedentes histAntecedentes históóricos ricos -- VVVelpeauVelpeau atua num caso (1885):atua num caso (1885):Paciente morre durante cirurgia, em razão da Paciente morre durante cirurgia, em razão da anestesia com clorofanestesia com clorofóórmio .rmio .
Citado por Citado por KvitkoKvitko, conforme , conforme BrouardelBrouardel::““TeneisTeneis em em vuestrasvuestras manos manos elel poder de poder de lala cirugcirugííaa. La . La
cuesticuestióónn interesainteresa alal ppúúblico mblico máás que s que alal mméédico. Si dico. Si condenais condenais alal cirujanocirujano que ha que ha empleadoempleado elel cloroformocloroformo
nadienadie se atreverse atreveráá entre entre nosotrosnosotros a a emplearloemplearlo mmáás; s; ningunningun mméédico dico lolo uitlizaruitlizaráá de de nuevonuevo si sabe que, a si sabe que, a consecuenciaconsecuencia de um de um accidenteaccidente imposibleimposible de prever, de prever, incurreincurre em em responsabilidadresponsabilidad. . VosotrosVosotros sois sois loslos que que vais a vais a mantenermantener lala aboliciabolicióónn deldel dolordolor, o a , o a instalarloinstalarlo
outra vez em outra vez em sussus perdidos perdidos dominiosdominios””. .
““Vivemos a era do risco. Desde o instante em que Vivemos a era do risco. Desde o instante em que a vida social passou a ser abalada pelos a vida social passou a ser abalada pelos
modernos meios e recursos tecnolmodernos meios e recursos tecnolóógicos, um gicos, um elenco muito variado de riscos foi aparecendo e, elenco muito variado de riscos foi aparecendo e,
por conseguinte, aumentando por conseguinte, aumentando assustadoramente o nassustadoramente o núúmero de danos sem mero de danos sem
reparareparaçção, em face da dificuldade de ão, em face da dificuldade de estabelecerestabelecer--se a culpa do autor. E esse autor se a culpa do autor. E esse autor éé
todo aquele que se beneficia com uma todo aquele que se beneficia com uma atividadeatividade, mesmo que ela nem sempre seja a , mesmo que ela nem sempre seja a causadora do prejucausadora do prejuíízo. O risco zo. O risco éé o preo preçço e a o e a
razão de uma atividaderazão de uma atividade..””
Gomes, JCM; Drumond, JGF; França, GV. Erro médico. 4ª Ed., Guanabara- Koogan, 2002.
Obrigado por sua Obrigado por sua atenatençção!ão!
samieljundi@terra.com.brsamieljundi@terra.com.br
top related