o cortiço 3ª b - 2013

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E. E. Profa. Irene Dias Ribeiro

2013

Aluísio de Azevedo nasceu em São Luís, Maranhão, em 14 de abril de 1857. Após concluir seus estudos na terra natal, transfere-se em 1876 para o Rio de Janeiro, onde prossegue seus estudos na Academia Imperial de Belas-Artes. Começa, então, a trabalhar como caricaturista para jornais. 

Com o falecimento do pai em 1879, Aluísio de Azevedo retorna ao Maranhão para ajudar a sustentar a família, época em que dá início à carreira literária movido por dificuldades financeiras. Assim, publica em 1880 seu primeiro livro, Uma lágrima de mulher. Com a questão abolicionista ganhando cada vez mais espaço no final do século XIX, publica em 1881 o romance "O mulato", obra que inaugurou o Naturalismo no Brasil e que escandalizou a sociedade pelo modo cru com que trata a questão racial. Devido ao sucesso que a obra obteve na corte, Aluízio volta à capital imperial e passa a exercer o ofício de escritor, publicando diversos romances, contos e peças de teatro.

João Romão, português, bronco e ambicioso, ajuntando dinheiro a poder de penosos sacrifícios, compra pequeno estabelecimento comercial no subúrbio da cidade (Rio de Janeiro). Ao lado morava uma preta, escrava fugida, trabalhadeira, que possuía uma quitanda e umas economias. Os dois amasiam-se, passando a escrava a trabalhar como burro de carga para João Romão. Com o dinheiro de Bertoloza (assim se chamava a ex-escrava), o português compra algumas braças de terra e alarga sua propriedade. Para agradar a Bertoleza, forja uma falsa carta de alforria. Com o decorrer do tempo, João Romão compra mais terras e nelas constrói três casinhas que imediatamente aluga. O negócio dá certo o novos cubículos se vão amontoando na propriedade do português. A procura de habitação é enorme, e João Romão, ganancioso, acaba construindo vasto e movimentado cortiço. Ao lado vem morar outro português, mas de classe elevada, com certos ares de pessoa importante, o Senhor Miranda, cuja mulher leva vida irregular. Miranda não se dá com João Romão, nem vê com bons olhos o cortiço perto de sua casa.

 No cortiço moram os mais variados tipos: brancos, pretos, mulatos, lavadeiras, malandros, assassinos, vadios, benzedeiras etc. Entre outros: a Machona, lavadeira gritalhona, "cujos filhos não se pareciam uns com os outros"; Alexandre, mulato pernóstico; Pombinha, moça franzina que se desencaminha por influência das más companhias; Rita Baiana, mulata faceira que andava amigada na ocasião com Firmo, malandro valentão; Jerônimo e sua mulher, e outros mais. João Romão tem agora uma pedreira que lhe dá muito dinheiro. No cortiço há festas com certa freqüência, destacando-se nelas Rita Baiana como dançarina provocante e sensual, o que faz Jerônimo perder a cabeça. Enciumado, Firmo acaba brigando com Jerônimo e, hábil na capoeira, abre a barriga dó rival com a navalha e foge.

Naquela mesma rua, outro cortiço se forma. Os moradores do cortiço de João Romão chamam-no de "Cabeça-de-gato"; como revide, recebem o apelido de "Carapicus". Firmo passara a morar no "Cabeça-de-Gato", onde se torna chefe dos malandros. Jerônimo, que havia sido internado em um hospital após a briga com Firmo, arma uma emboscada traiçoeira para o malandro e o mata a pauladas, fugindo em seguida com Rita Baiana, abandonando a mulher. Querendo vingar a morte de Firmo, os moradores do "Cabeça-de-gato" travam séria briga com os "Carapicus". 

Um incêndio, porém, em vários barracos do cortiço de João Romão põe fim à briga coletiva. O português, agora endinheirado, reconstrói o cortiço, dando-lhe nova feição e pretende realizar um objetivo que há tempos vinha alimentando: casar-se com uma mulher "de fina educação", legitimamente. Lança os olhos em Zulmira, filha do Miranda. Botelho, um velho parasita que reside com a família do Miranda e de grande influência junto deste, aplaina o caminho para João Romão, mediante o pagamento de vinte contos de réis. E em breve os dois patrícios, por interesse, se tornam amigos e o casamento é coisa certa. Só há uma dificuldade: Bertoleza. João Romão arranja um piano para livrar- se dela: manda um aviso aos antigos proprietários da escrava, denunciando-lhe o paradeiro. 

 João RomãoEspertoAmbiciosoEgoístaMiserável InvejosoEnganador

BertolezaSubmissa à João Romão  TrabalhadoraHonestaSonhava com a liberdade

MirandaCovardeOportunistaEra infeliz na vida conjugal

Dona EstelaAdúlteraPresunçosaEsposa de Miranda

ZulmiraFilha de Miranda e EstelaSofre por ser o fruto desta união – o pai

nãoacreditava que era sua filha, a mãedesprezava por ser filha de Miranda.

Era fraca e bem magrinha e depois torna-sebela fronte aos padrões realistas – olhos, pele,quadris.

Jerônimo Sério Forte  Trabalhador Dedicado Honesto Pai de família

Piedade Esposa de Jerônimo Submissa Honesta  Trabalhadora

BotelhoAntipáticoParasita – vivia sob o teto de Miranda

LéonieProtistuta (à La Francesa)Homossexual Independente dos homens

FirmoCharlatãoGastadorPrusunçosoGalanteadorPernóstico

IsabelMãe de Pombinha – sonhava voltar a vida

quetinha antes do marido falecer;Era honestaDeu o de melhor a filha

PiedadeEsposa (e/ou Ex-esposa ) de Jerônimo;Submissa;  Trabalhadora;Amava Jerônimo com todas suas forças;Honesta

Rita BaianaAlegreAssanhadaDançarinaSensual ao extremo - baseado em

descriçõessuas

Pombinha“Era a flor do cortiço”Filha de IsabelCasou-se com o Costa e depois fugiu

comLéonieCorrompida pelo determinismo

Cronológico“Chegaram em casa ás nove horas da noite.Piedade levava o cor~ção feito em lama;nãodera

palavra durante o caminho e,logo que recolheu a pequena, encostou-se á cômoda, soluçando”

Psicológico``... Na manhã imediata, a despeito de fazer-se forte,

torceu o naris ao pobre almoço que Dona Isabel lhe apresentou carinhosamente...``

São dois os espaços explorados na obra. O primeiro é o cortiço, amontoado de casebres

mal-arranjados, onde os pobres vivem. Esse espaço representa a mistura de raças e a promiscuidade das classes baixas. Funciona como um organismo vivo. Junto ao cortiço estão a pedreira e a taverna do português João Romão.

O segundo espaço, que fica ao lado do cortiço, é o sobrado aristocratizante do comerciante Miranda e de sua família. O sobrado representa a burguesia ascendente do século XIX. Esses espaços fictícios são enquadrados no cenário do bairro de Botafogo, explorando a exuberante natureza local como meio determinante. Dessa maneira, o sol abrasador do litoral americano funciona como elemento corruptor do homem local.

NarradorA obra é narrada em terceira pessoa, com narrador onisciente (que tem conhecimento de tudo), como propunha o movimento naturalista. O narrador tem poder total na estrutura do romance: entra no pensamento dos personagens, faz julgamentos e tenta comprovar, como se fosse um cientista, as influências do meio, da raça e do momento histórico.

O foco da narração, a princípio, mantém uma aparência de imparcialidade, como se o narrador se apartasse, à semelhança de um deus, do mundo por ele criado. No entanto, isso é ilusório, porque o procedimento de representar a realidade de forma objetiva já configura uma posição ideologicamente tendenciosa. 

A linguagem é um pouco arcáica e tem marcas donaturalismo e do meio (Cortiço).

Ela acompanha o grau de instrução daspersonagens.

Ela transmite ao leitor, com veracidade, imagensdaquilo que ele acaba de ler.

“No cortiço há festas com certa frequência, destacado-se nelas rita Baiana como dançarina provocando e sensual, o que faz Jerônimo perder a cabeça. Enciumado, Firmo acaba brigando com Jerônimo e , hábil na capoeira, abre a barriga do rival com a navalha e foge``.

Focaliza as aglomerações residenciais da ralé dos pobres do Rio, semelhante às nossas favelas atuais.

 Aluísio Azevedo, para fazer seu painel, vale-se de dois microcosmos o Cortiço e o Sobrado. O primeiro representa as camadas baixas da cidade, os trabalhadores e os marginalizados, e a nova Burguesia que surgia na Corte. O segundo representa um mundo em decadência, o da Aristocracia, da Burguesia ociosa, que vivia de rendas, de heranças e de dotes

.

O Naturalismo é um movimento literário conhecer por ser a radicalização do realismo , baseando-se na observação fiel da realidade e e na experiência, mostrando que o individuo é determinado pelo ambiente e pela hereditariedade.

* Cientificismo: analise do homem e a sociedade. Além de Descrições minuciosas.

* Temática sobre miséria, adultério, crimes, problemas sociais, sexuais e etc. Os temas são tratados como Patologias (doenças).

* Vontade de reformar a sociedade, denunciando seus problemas.

* O Homem é retratado por uma visão Animalizada, ou seja, não há o psicológico (tão característico do Realismo) e sim os Instintos, o Macho e a Fêmea.

Em geral a Tese desse Romance Naturalista é que o Meio, o Período e a Hereditariedade influenciam no indivíduo degradando-o e levando ao destino a que é determinado (isto é o determinismo), mostra a sociedade doente do Rio de Janeiro na época do Segundo Reinado, as relações sociais e as suas degradações.

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