nota: os itens em vermelho indicam tema … · implicações destas avaliações com o próximo...
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BOLETIM SEMANAL RESERVADO
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N° 39/15 e 40/15
SEMANA: 26/10/15 a 30/10/15 e 02/11/15 a 06/11/15
ASSUNTOS:
COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA
PLANO NACIONAL DE BANDA LARGA
CUSTOS DE ENTRADA NA BANDA LARGA
NOVOS CABOS SUBMARINOS
COMPARTILHAMENTO DE POSTES – RESOLUÇÃO CONJUNTA ANATEL ANEEL
OBRIGATORIEDADE DE COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA
LEI DAS ANTENAS – PROMULGADA – LEI N° 13.116/2015
IMPLANTAÇÃO DA FAIXA DE 700 MHz E DIGITALIZAÇÃO DA TV
MODELO REGULATÓRIO DO SETOR DE TELECOM 2025 – DECISÕES DE INVESTIMENTOS E CONSOLIDAÇÃO
DO SETOR
VoWiFI e VoLTE - UMA ABORDAGEM TECNOLÓGICA COM REPERCUSSÕES REGULATÓRIAS
BATERIAS DE APARELHOS CELULARES – MITOS E VERDADES
UMA VISÃO DO MUNDO 5G
YouTube POR ASSINATURA
FECHAMENTO DE CENTRAIS TELEFÔNICAS CONVENCIONAIS
NOTA: OS ITENS EM VERMELHO INDICAM TEMA NOVO OU ALTERAÇÃO EM ITEM DE EDIÇÕES ANTERIORES.
01.COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA
Índice
Dirigentes da AT&T retornam ao Brasil
Membros do GT do Ministério das Comunicações
A Oi e a Letter One
Anatel dá aprovação final à compra da GVT pela Telefônica Brasil
Telefônica se posiciona de forma dura perante a Anatel
Revisão dos Contratos de Concessão do STFC
Leilão das Sobras previsto para 18 de dezembro
Continua o suspense sobre Rio Verde...
Comunidade Europeia acaba com as Tarifas de Roaming
E a Globo, agora, é GloboTV...
Composição Acionária da Telecom Itália
Soros não é mais “in” na “On Telecom”
Nesta semana o BS selecionou para registro e comentários os tópicos que seguem abaixo.
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Dirigentes da AT&T retornam ao Brasil
Nota: este item toma como referência a visita de representantes da AT&T ao Brasil. Mas, a oportunidade se
presta a ampliar os comentários em relação a outros aspectos correlatos. Portanto, os leitores do BS estão
convidados a um texto longo que extrapola a visita e será, ainda mais pontuado nos itens seguintes,
envolvendo as recentes notícias da “potencial” fusão entre a Oi e a TIM que acabam por desaguar na questão
do término da figura da “Concessão” do STFC.
Uma equipe de dirigentes da AT&T esteve no Brasil para reuniões que, desta vez, não envolveram
a Presidente da República. Mas, sintomaticamente, houve um encontro com o Ministro da Fazenda,
Joaquim Levy.
Cabe lembrar que no BS 32/15 foi comentada a visita anterior de dirigentes da AT&T ao País. Para
um melhor entendimento dos leitores aquele texto é reproduzido na sequência.
AT&T vem ao Brasil...Expectativas e Possibilidades
Um cenário superficial
O título do comentário poderia ser considerado incorreto. A AT&T não vem ao Brasil... ela já está no
Brasil! Mas é assim que a imprensa, de modo geral, está anunciando a chegada de Delegações da
Companhia para tentar “entender” o que se passa no País. Inicialmente, tem-se um grupo precursor
para, em seguida, vir o “alto escalão” da corporação.
Ocorre que a presença atual da Companhia no Brasil é muito pequena considerando as expectativas
que pesam sobre a “gigante” norte-americana. Espera-se muito mais em relação ao seu
protagonismo naquele que pode ser considerado o 5º maior mercado de telecomunicações do
mundo com possibilidades de ser o 4º em alguns aspectos.
A 2ª maior Operadora dos USA demonstra seguras evidências de que está lançando seus
“tentáculos” para fora de seu país sede. O México foi seu alvo inicial. Algo natural considerando a
proximidade geográfica e os laços humanos e materiais que ligam ambos os países. Quase como se
fosse um outro Estado da federação que são os USA. Mas, a América Latina parece estar no radar e
não dá para falar em AL sem considerar o Brasil; ainda mais, tendo em vista sua posição no mercado
mundial ou, pelo menos, Regional.
Portanto, o Brasil deve estar inserido nos planos estratégicos da AT&T. E, por que não imaginar que
a AT&T pode ser estratégica para os planos do Setor de telecomunicações do Brasil? Nesta
hipotética linha de raciocínio são evidentes os interesses mútuos e, em assim sendo, a possibilidade
de um “final feliz” deve ser perseguida. E esta parece ser uma motivação suficiente para justificar a
vinda das Delegações ao Brasil.
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Isto deveria ter ocorrido anteriormente; já havia, inclusive, uma data marcada e uma agenda
estabelecida. O atraso na aprovação da fusão com a DirectTV pelas Autoridades dos USA adiou a
“missão” para um momento futuro que, agora, está se concretizando.
Algumas possibilidades
A AT&T já controla a DirectTV no Brasil e através dela a Sky. Os negócios proeminentes estão nos
segmentos da TV por Assinatura (DTH) e na Banda Larga Sem Fio. Em ambos os casos, a presença é
importante, mas não à altura da “grandeza” da Companhia. As expectativas passam pela
aquisição/associação com alguma das grandes Empresas do Setor que já operam aqui. As
alternativas mais factíveis são a Nextel Brasil, a Oi, e a TIM Brasil.
A Nextel Brasil
A Nextel Brasil seria a possibilidade mais realística para a AT&T. Já ocorreu uma operação similar
no México e é consensualmente uma Empresa “à venda”. Na semana foi anunciada a venda da
Nextel Argentina para o Grupo Clarin. Recentemente foi anunciado um novo CEO (Francisco Valim)
que teve uma passagem (com alguns supostos traumas) na Presidência da Oi. Tal indicação pode
ter algum significado indireto para o qual é interessante atentar. Mas, o porte da Nextel e as
condições em que ela opera no País, devem ser avaliadas com a devida cautela por um player que
pretende ter o já citado protagonismo.
Esta alternativa pode significar um caminho longo, com algumas singularidades e casualidades que
não se ajustem a planos mais “ousados” e de curto prazo. A questão das faixas de espectro detidas
pela Nextel e os serviços por ela prestados estão entre os fatores a serem examinados com uma
“lupa”. A superposição ou associação com faixas detidas pela Sky é um outro ponto. E, as
implicações destas avaliações com o próximo leilão das “sobras” é uma outra questão a examinar
considerando os possíveis planos de médio e longo prazo da Companhia no Brasil.
Outras possibilidades que envolvam a Oi e a TIM Brasil, levam a soluções mais “imediatistas”, mas
de complexidade negocial bem maior.
A Oi
A Oi, não é segredo no mercado, pode ser um dos “focos” de avaliação. A situação econômica e,
mesmo operacional da Empresa apresenta dificuldades bem conhecidas que podem ser sintetizadas
em alguns pontos. 1. O nível de endividamento é preocupante; 2. A capacidade de investir está
temporariamente comprometida, prejudicando significativamente os planos de expansão, inovação
e, mesmo, manutenção das Redes da Companhia; 3. O “passivo regulatório” é uma ameaça continua
da mesma forma que o “comprometimento regulatório” é um peso carregado pela Empresa nas
suas operações futuras; 4. Algumas debilidades da capacidade competitiva da Companhia colocam
em risco sua participação no share de mercados mais rentáveis; 5. Sua condição de Concessionária
– o que a sujeita a condições de regulação mais exigentes – provavelmente não se ajusta à forma
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de atuar da AT&T estabelecida fundamentalmente em liberdade de ação e menos amarras na
prestação dos serviços; 6. Por último, mas não menos importante, a estrutura acionária atual da
Companhia que envolve interesses múltiplos, de acionistas diversificados, incluindo, um Banco
Estatal de fomento.
Mas, também é um fato que a atual Administração tem se empenhado para superar as dificuldades
e encontrar alternativas que lhe permitam um posicionamento no mercado compatível com seu
porte operacional e as demandas que se apresentam em todo o País.
A TIM Brasil
Quanto à TIM Brasil as colocações possíveis guardam um maior nível de imprevisibilidade devido às
significativas mudanças da estrutura acionária pelas quais a Telecom Italia (controladora) vem
passando. Atualmente, a Vivendi - presente anteriormente no Brasil através da GVT, que foi vendida
à Telefónica, que por sua vez controlava a Telecom Italia – é a acionista de maior peso na TI. E, ao
que se sabe, vem aproveitando todas as oportunidades para ampliar seu nível de participação.
Portanto, é de se imaginar que o destino da TIM Brasil está muito associado aos interesses da
Vivendi, os quais, por enquanto, permanecem uma incógnita de mercado. Isto parece se refletir,
inclusive, no relativo “silêncio” da Companhia em declarações públicas antes frequentemente
presentes na imprensa seja “estimulando” o noticiário, seja “desmentindo” rumores de situações
hipoteticamente criadas ou estimuladas.
O cenário econômico e político
Por fim, a visita das Delegações às Autoridades brasileiras se justificaria para avaliação do cenário
e das perspectivas econômicas e políticas do País que, como se sabe, não são das mais favoráveis
para atrair novos investidores no momento; se é que não são suficientemente fortes para afastar
possíveis intenções neste sentido. O recente rebaixamento do País para BB+ na avaliação da
Agência Standard & Poor´s pode se constituir em uma fatalidade neste sentido.
Também fundamental é que tais Delegações tenham uma clara ideia dos “movimentos” legais e
regulatórios que as Autoridades brasileiras se propõem adotar para o Setor em momento nos quais
as inovações tecnológicas e suas influências na prestação dos serviços recomendam revisões e
posições firmes como aconteceu há cerca de 20 anos atrás quando o monopólio das
telecomunicações no País foi quebrado e o mercado foi aberto à livre competição.
Um posicionamento positivo – a “torcida”
Vamos continuar a imaginar e a torcer que a AT&T, assim como fazem todos os brasileiros com boa
fé, considerem que as dificuldades pelas quais passa o Brasil são conjunturais e que com medidas
adequadas de ajustes os caminhos de crescimento sustentado serão retomados.
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Desta forma, a “aposta” no País seria plenamente justificável e merecedora de toda a confiança em
relação à sua viabilização nos negócios posteriores. Afinal, dificuldades de momento podem se
constituir em “oportunidades” relevantes para os sucessos do futuro. E isto poderia trazer para o
mercado brasileiro de telecomunicações “novas motivações” importantes em um Modelo que
decididamente necessita uma “sacudida” em relação ao status que alcançou nas duas últimas
décadas.
Por que o Ministro da Fazenda Agora?
Conforme mencionado anteriormente, fez parte da agenda uma reunião com o Ministro da Fazenda.
É interessante ressaltar – até para justificar o termo “sintomaticamente” antes empregado – que as
telecomunicações foram objeto de uma menção específica em declarações públicas dos Ministros
da Fazenda e do Planejamento durante coletiva de imprensa para anunciar cortes nos gastos
públicos e tratar do ajuste fiscal. Esta manifestação ocorreu pouco depois da visita da Presidente
Dilma aos USA e de cuja comitiva, naturalmente, participou o Ministro Levy.
Para relembrar os leitores do BS é reproduzido abaixo o slide básico que sustentou a argumentação
na mencionada coletiva.
Trata-se de menções genéricas relacionadas com “investimentos e produtividade” e se menciona o
“aperfeiçoamento de marcos regulatórios” bem como aspectos muito caros aos investidores tais
como: “taxas de retorno referenciais aderentes às condições de mercado” e “melhorar os processos
de licenciamento do IBAMA (requerimentos de informações e procedimentos)”. Mas, não pode
passar desapercebida a menção específica às telecomunicações quando se coloca: “DEFINIR O
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MODELO REGULATÓRIO DE TELECOM PARA 2025, VIABILIZANDO DECISÕES DE INVESTIMENTOS E
CONSOLIDAÇÃO DO SETOR”.
E, por fim, a menção genérica em relação à Regulação, mas que se aplica muito bem às
telecomunicações: “Preservar a estabilidade dos contratos de concessão – estabelecendo as
possibilidades e limites de alterações nas condições ou prazos da outorga, sendo obrigatórios, em
qualquer caso, o estudo prévio de impacto, submetido à consulta pública, e o aditamento do
contrato (Lei Geral das Concessões)”.
Parece ficar claro que a Fazenda e o Planejamento entraram firmemente na questão dentro da
evidência de que o Brasil necessita de novos investimentos e isto somente será possível com a
manutenção de um ambiente regulatório confiável e previsível como forma de sustentar a
viabilidade e o retorno garantido de tais investimentos. Isto, naturalmente, é aplicável àquelas
empresas que operarem dentro das regras e demonstrarem capacidade gerencial para o negócio
bem como se adaptarem às condições locais do mercado dentro de uma visão global que caracteriza
a economia dos tempos atuais.
O desdobramento dos fatos confirmou esta perspectiva. Algumas reuniões foram realizadas no
Ministério do Planejamento para tratar do tema envolvendo representantes daquele Ministério e
da Anatel. A observação imediata é que se trata de uma visão bastante liberal no trato do tema
“Concessões” justificada pela necessidade de se criar o “ambiente favorável” aos investimentos. E
isto é válido tanto para capitais externos – certamente os mais desejados porque claramente
disponíveis no mercado – quanto para os locais, mais escassos pelas circunstâncias atuais da
economia brasileira.
Continuidade das tratativas
Passados os primeiros momentos, os fatos indicaram que a maneira mais conveniente de tratar o
tema seria o de aloca-lo às esferas de competência setoriais: no caso das telecomunicações, com o
envolvimento do Ministério das Comunicações. Desta forma, ainda na gestão do Ministro Ricardo
Berzoini, e em um de seus últimos atos, ele constituiu um Grupo de Trabalho para conduzir o
assunto. O BS 34/15 tratou do tema que, para facilitar o entendimento dos leitores, também é
reproduzido abaixo. Na sequência, o BS volta aos comentários.
GT para estudos da evolução das Concessões do STFC
O Ministro Ricardo Berzoini assinou Portaria criando um Grupo de Trabalho no Ministério das
Comunicações com a seguinte finalidade (texto da Portaria):
I - realizar estudos quanto às perspectivas de evolução das concessões de telefonia fixa no País,
considerando a importância de estimular o desenvolvimento da infraestrutura de suporte à banda
larga no Brasil;
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II - elaborar proposta de atos e alternativas de políticas públicas a serem apresentadas em Consulta
Pública pelo Ministério das Comunicações sobre o tema de que trata o inciso I; e
III - assessorar o Ministério das Comunicações na realização de audiências públicas e na análise das
contribuições.
O GT será coordenado pelo Secretário de Telecomunicações Maximiliano Martinhão, e contará com
6 Membros: 3 do próprio MINICOM e 3 da Anatel. O texto integral da Portaria, publicada no DOU
de 25/09/2015 é transcrito na sequência.
MINISTÉRIO DA COMUNICAÇÕES
GABINETE DO MINISTRO
PORTARIA Nº 4.420, DE 22 DE SETEMBRO DE 2015
O MINISTRO DE ESTADO DAS COMUNICAÇÕES, no uso das atribuições que lhe conferem os arts. 87, parágrafo
único, incisos I e II, da Constituição Federal, e 1º, incisos I, III e IV, do Anexo I ao Decreto n.º 7.462, de 19 de
abril de 2011,
CONSIDERANDO a missão do Ministério das Comunicações de elaborar, implementar e monitorar políticas
públicas transparentes e participativas que promovam o acesso aos serviços de comunicações e contribuam
para o desenvolvimento econômico, tecnológico, a democratização e a inclusão social no Brasil, em
consonância com o Decreto nº 4.733, de 10 de junho de 2003;
CONSIDERANDO o objetivo do Programa Nacional de Banda Larga de massificar o acesso a serviços de
conexão à Internet em banda larga no Brasil, conforme o Decreto nº 7.175, de 12 de maio de 2010;
CONSIDERANDO a importância de examinar o arcabouço normativo das telecomunicações à luz da evolução
tecnológica e da crescente relevância da banda larga frente à telefonia fixa;
CONSIDERANDO a pertinência de debater diferentes alternativas e cenários regulatórios referentes ao setor
de telecomunicações, de modo a promover a segurança jurídica e a estabilidade de regras necessárias à
manutenção de estímulos à realização de investimentos em redes de telecomunicações que suportam
serviços de banda larga, resolve:
Art. 1º Criar Grupo de Trabalho com o objetivo de, no prazo de noventa dias, prorrogáveis:
I - realizar estudos quanto às perspectivas de evolução das concessões de telefonia fixa no País, considerando
a importância de estimular o desenvolvimento da infraestrutura de suporte à banda larga no Brasil;
II - elaborar proposta de atos e alternativas de políticas públicas a serem apresentadas em Consulta Pública
pelo Ministério das Comunicações sobre o tema de que trata o inciso I; e
III - assessorar o Ministério das Comunicações na realização de audiências públicas e na análise das
contribuições.
Parágrafo único. Nos estudos e alternativas a serem elaborados, o Grupo de Trabalho deverá,
necessariamente, abordar aspectos jurídicos, técnicos e econômicos.
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Art. 2º O Grupo de Trabalho será composto por três representantes do Ministério das Comunicações e três
representantes da Agência Nacional de Telecomunicações - Anatel, a serem indicados por cada órgão, e
coordenado pelo Secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações, a quem caberá decidir
pela prorrogação do prazo de que trata o art. 1º.
Art. 3º O coordenador do Grupo de Trabalho poderá solicitar a participação de especialistas, acadêmicos e
representantes de outros órgãos públicos, do setor privado e da sociedade civil.
Art. 4º Os membros de que trata o art. 2º serão designados por Portaria do Secretário de Telecomunicações
do Ministério das Comunicações.
Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
RICARDO BERZOINI
Comentário do BS
A atuação do Grupo de Trabalho parece estar restrita às Concessões do STFC. O objetivo,
certamente, incluirá a avalição das condições para a evolução do escopo dos Contratos na direção
da Banda Larga Fixa. Isto fica evidente quando um dos CONSIDERANDO faz referência ao Decreto
Nº 7.175, de 12/05/2010, que instituiu o Programa Nacional de Banda Larga com o objetivo de
massificar o acesso à Internet no País.
Na verdade, tal objetivo não foi alcançado até o presente momento. A iniciativa do MINICOM
pressupõe uma tentativa de criar condições legais e regulatória, mais aderentes às condições atuais
da prestação dos serviços, que se constituam em incentivo para acelerar o desenvolvimento do
processo.
Ao agir desta forma o Ministério implicitamente reconhece que o atual Modelo de Concessão, ao
qual está associado a exploração dos serviços em Regime Público, não está contribuindo para a
massificação da Banda Larga. E, nem poderia fazê-lo; afinal, este Regime é específico do STFC
(Telefonia) o qual não alcança os acessos da Banda Larga Fixa.
Estes acessos são providos com o suporte de outro tipo de Licença, outorgada sob a forma de uma
Autorização para a Prestação dos Serviços em Regime Privado. Esta Licença permite a oferta do SCM
– Serviço de Comunicação Multimídia – que comporta os acessos da Banda Larga Fixa.
Ocorre que o Regime Privado é explorado em ambiente de ampla competição, com número ilimitado
de competidores (na prática a viabilidade da prestação impõe uma limitação). Neste Regime, as
obrigações das Prestadoras são mínimas. Desta forma, o Regulador fica tolhido para impor às
Autorizadas condições voltadas para tal massificação se os projetos se mostrarem técnica e
economicamente inviáveis.
Por esta razão alguns segmentos defendem que o acesso à Banda Larga Fixa seja explorado sob a
forma de Concessão, estabelecendo sua prestação no Regime Público; isto permitiria a imposição
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de obrigações às Concessionárias visando este objetivo as quais teriam alguma contrapartida
econômica e financeira estabelecida pelo Poder Público de forma a compensar as eventuais perdas
incorridas pelas Empresa.
Esta tese, naturalmente, é bastante contestada pelas Operadoras e por outros segmentos que vêm
na medida um resultado oposto àquele que se deseja, ou seja: ser alavancadora para atrair mais e
novos investimentos para o Setor.
Estes investimentos, mais do que nunca, devem envolver recursos privados. Parece ser um
contrassenso, na atual situação econômica do País, advogar a alocação de escassos recursos
públicos para projetos de Banda Larga Fixa, em escala compatível com as necessidades do mercado,
nas áreas rurais e outras regiões onde há insuficiência desta facilidade. Mas, é plenamente
justificável que se tomem iniciativas no sentido de procurar alternativas que não levem em conta
estas restrições, como é o caso da criação do mencionado GT.
O BS não pretende entrar no mérito do assunto, nesta oportunidade. É interessante acompanhar os
passos iniciais dos trabalhos do GT para se ter uma ideia prática de suas intenções e dos rumos que
serão seguidos. De certa forma, alguns comentários ligeiros foram feitos no item 10 deste BS 34/15
“SERVIÇO UNIVERSAL NOS EUA – APRESENTAÇÃO DO PRESIDENTE DA FCC”. Em uma edição posterior do
BS o assunto será abordado com maior profundidade.
Continuando os comentários no momento atual...
A leitura da Portaria Nº 4.420 não deixa dúvidas quanto à intenção de se estabelecer uma correlação
com a abordagem introduzida pelos Ministérios da Fazenda e Planejamento, na Área de
telecomunicações. Então, o que se espera é que o Grupo de Trabalho desenvolva suas atividades
dentro dos prazos estabelecidos e consiga alcançar os objetivos para os quais foi criado.
Um ponto importante a registrar é que o novo Ministro das Comunicações, André Figueiredo
manteve o Grupo de Trabalho como, assim parece, confirmou sua relevância estratégica no escopo
de sua administração a partir de algumas declarações públicas que proferiu no curto espaço de
tempo em que está à frente da Pasta, inclusive, por ocasião de sua participação no Futurecom 2015.
Este é um sinal alentador de que se está diante de uma administração profissional preocupada com
os aspectos estratégicos, técnicos e da viabilidade econômica dos empreendimentos. E mais:
também ressalta um provável objetivo comum entre os diversos Setores do Governo envolvidos na
questão algo que deveria existir como prática usual, mas que nem sempre é observada.
A forma como o Grupo conduzirá o assunto é um ponto fundamental a ser considerado. Um trabalho
puramente de Gabinete pode levar a formulações teóricas distantes da realidade. Ouvir a
“Sociedade” é interessante, mas pode demandar um tempo maior do que é desejável. Porém,
envolver os “interessados” mais diretos – por exemplo as Associações das Prestadoras, a indústria
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de modo geral, e, as próprias Prestadoras individualmente - invocando-os a dar sugestões e
contribuições, parece ser uma iniciativa mais efetiva.
Como se trata de um trabalho com abordagem fundamentalmente técnica – sem desconsiderar a
conotação estratégica - os aspectos mais gerais, nos quais a “sociedade civil” como um todo se
envolveria, poderiam ser tratados em uma segunda fase, quando da discussão das alterações na
legislação e na regulamentação que, inevitavelmente, deverão ser introduzidas.
O que se espera do GT
É necessário que o Brasil dê sinais efetivos dos rumos que pretende tomar de forma a ser uma
referência para as decisões dos investidores de modo geral, e, em particular, da AT&T pelo fato de
ela estar sendo particularmente considerada neste item. Não há quaisquer dúvidas de que o
resultado das atividades do Grupo de Trabalho do Ministério das Comunicações será um
fundamental indicador neste sentido.
Daí a importância que lhe deve ser atribuída e as responsabilidades que pesam sobre seus
Membros. Será altamente decepcionante se ao final dos trabalhos não se tiver uma proposta efetiva
e tecnicamente viável que sustente os desdobramentos que o trabalho deve provocar e atenda às
expectativas de todas as Partes que têm interesse direta na expansão do mercado de
telecomunicações no País.
Retornando à AT&T
É bem razoável considerar que a forma como o assunto está sendo conduzido é de interesse da
AT&T. Qualquer decisão de ampliar sua participação no mercado brasileiro, seja expandindo seus
atuais negócios (DirectTV e SkY) ou participando de novos investimentos, depende diretamente do
quadro regulatório que vier a ser configurado.
Isto é particularmente relevante em relação à possibilidade de “consolidação” que a sua eventual
entrada no mercado brasileiro de telecomunicações, de forma mais efetiva, propiciaria, dentre as
alternativas objeto de especulação reproduzidas no atual texto ou outras que se mostrarem viáveis.
Os resultados da “visita” não foram particularmente estrondosos. Os representantes da AT&T
foram bastante conservadores em seus posicionamentos e declarações públicas. Quase passaram
desapercebidos. Mas, deixaram claro – diante de rumores que circulavam no mercado – de que a
Sky não será vendida para a Telefónica.
Na verdade, não se esperava coisa diferente. O momento é particularmente delicado para se
tomarem decisões de investimentos no Brasil em qualquer Setor. No de telecomunicações, ainda se
projeta a questão regulatória como uma “incerteza” adicional. Além do mais, é usual que em
situações desta natureza as ações mantenham o caráter mais sigiloso possível não só por razões
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estratégicas do negócio, mas pela possíveis repercussões nas Bolsas de Valores que, como se sabe,
é um assunto muito sensível e deve ser tratado com todos os cuidados e procedimentos pertinentes.
Há um evidente sentimento de que a AT&T deseja estender suas ações por diversos países da
América Latina como já está ocorrendo no México. Neste particular, o Órgão Regulador mexicano
foi bastante incisivo em definir e colocar em prática um plano para incrementar a competição na
prestação dos serviços no País, reduzindo significativamente o Poder de Mercado da América Móvil.
Com isto, abriu perspectivas para a AT&T e outras Operadoras, antes inexistentes.
Neste contexto, sua participação no mercado brasileiro é uma peça importante deste “xadrez”
estratégico de suas expansões. Assim sendo, é inegável que ela busca encontrar os espaços que
permitam concretizar tal possibilidade. Por outro lado, colocando a questão de forma objetiva, a
AT&T é uma das poucas possibilidades efetivas de se ter um novo player de peso interessado no
mercado brasileiro. Assim sendo, pode-se entender que há interesses comuns embasando o fato.
E os “espaços” de manobra para a AT&T?
Os espaços de manobra, obviamente, ficaram mais restritos com a notícia do Acordo celebrado
entre a Oi e a LetterOne no qual está prevista exclusividade de negociações por 7 meses. Portanto,
a AT&T fica de fora desta alternativa, pelo menos durante este período. E, dependendo de relações
que não estão publicamente divulgadas é possível que a TIM também siga o mesmo rumo. Resta a
NEXTEL que, muitos consideram ser o “caminho” natural para a AT&T caso ela decida, efetivamente,
mudar sua escala de operação no Brasil.
Contudo, é bem provável que a TIM não tenha se envolvido em negociações mais fechadas, no caso
Oi – LetterOne, pois, isto exigiria a divulgação de Comunicado neste sentido; o que não ocorreu!
Desta forma, a alternativa de consolidação AT&T – Oi continua uma possibilidade viva que, no
entanto, depende de inúmeros fatores para ser concretizada.
De qualquer forma, continua colocada uma dúvida importante para o mercado brasileiro: a AT&T
virá ou não para o Brasil, com “força total”?
Membros do GT do Ministério das Comunicações
Está formado o GT instituído através da Portaria Nº 4.420/2015, de 22 de setembro de 2015, do
Ministério das Comunicações. O Grupo será coordenado por Maximiliano Martinhão (Max),
Secretário de Telecomunicações do Minicom.
Pelo Minicom deverão ainda compor o GT: Miriam Wimmer, Arthur Coimbra e Flávio Lenz. Pela
Anatel deverão participar: Carlos Baigorri, Alexandre Bicalho e Karla Crosara.
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Serão Suplentes pelo Minicom: Otávio Caixeta, Luana Borges, André Borges, e Diama Tomimura.
Pela Anatel estarão na suplência: Abrão Balbino, Nilo Pasquali, e Ronaldo Neves.
O escopo do trabalho do GT pode ser obtido acessando o item “GT para estudos da evolução das
Concessões do STFC”, inserido no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS 34/15.
A Oi e a Letter One
A Oi publicou dois Fatos Relevantes relacionados com as tratativas que vem desenvolvendo com a
LetterOne Technology, sediada em Luxemburgo, ainda que seus escritórios sejam em Londres (UK),
através das quais a LetterOne poderia aportar até US$4,0 bilhões na Oi, em uma operação
“potencial” definida por duas condições: (i) exclusividade para transação com o fim específico de
possibilitar uma consolidação do setor de telecomunicações no mercado brasileiro; e, (ii)
combinação de negócios com a TIM Participações S.A.
Os Fatos Relevantes em questão estão reproduzidos na sequência. No primeiro, de 26/10/2015, a
Oi acusa o recebimento da Proposta por parte da LetterOne e informando que será devidamente
analisada pela Companhia. No segundo, datado de 30/10/2015 (4 dias depois!), a Oi informa ao
Mercado que encaminhou carta à LetterOne com uma “contraproposta de exclusividade, pela qual
a Oi e a L1 Technology conceder-se-iam mutuamente um direito de exclusividade, por um período
de 07 meses contados de 23 de outubro de 2015, com relação a, especialmente, combinações de
negócios envolvendo companhias de telecomunicações ou ativos de telecomunicações no Brasil”.
Na continuidade o Fato Relevante informa que “A Oi recebeu confirmação da L1 Technology de que
concorda com todos os termos da contraproposta. Dessa forma, a Oi e a L1 Technology passam a
estar vinculadas pela exclusividade pelo prazo de 7 meses contados de 23 de outubro de 2015”.
Portanto, fechou-se o círculo e a Oi e a LetterOne estão vinculadas pelos próximos 7 meses para
negociações envolvendo “consolidação” no mercado brasileiro.
Não se conhecem os termos do Acordo estabelecido entre as Partes. Por exemplo: não fica
absolutamente claro que a “potencial” transação somente poderá ocorrer envolvendo a TIM
Participações. Aliás, esta Empresa não fez nenhum Comunicado Público sobre o assunto. Seus
dirigentes, aproveitando a realização do Futurecom 2015, fizeram declarações vagas de praxe:
“desconhecem as negociações; a TIM consegue se viabilizar individualmente no mercado; a
Companhia pode participar de processo de consolidação desde que isto traga valor para os
acionistas” e outras declarações do gênero.
De qualquer forma, como foi mencionado no item “Dirigentes da AT&T visitam o Brasil” este Acordo
de exclusividade tira da Oi a possibilidade de negociar com outros “potenciais” interessados, entre
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eles a AT&T, que o mercado considera (ou considerava) como uma das possibilidades de
consolidação no mercado brasileiro.
Para os leitores do BS que desejem se fixar um pouco mais nos detalhes do tema, os dois Fatos
Relevantes são publicados na sequência, após o que será feito um Comentário do BS.
Fato Relevante de 26/10
OI S.A.
Companhia Aberta
FATO RELEVANTE
Proposta de exclusividade para potencial transação que possibilite a consolidação do setor
Oi S.A. ("Oi" ou "Companhia") vem, em cumprimento ao art. 157, §4º da Lei nº 6.404/76, informar aos seus
acionistas e ao mercado em geral que o BTG Pactual S.A. ("BTG Pactual"), na qualidade de comissário
contratado pela Oi para desenvolver alternativas viáveis de estruturas que viabilizem sua participação na
consolidação do setor no mercado brasileiro e não representem diluição econômica aos acionistas, recebeu, ao
final da última sexta-feira, 23 de outubro, de sociedade integrante do grupo de investimentos Letter One ("Letter
One"), uma carta contendo proposta de exclusividade para potencial transação com o fim específico de
possibilitar uma consolidação do setor de telecomunicações no mercado brasileiro envolvendo uma potencial
combinação de negócios com a TIM Participações S.A.
De acordo com a proposta da Letter One, enviada pelo BTG Pactual à Diretoria da Oi e ao Conselho de
Administração da Oi, nas pessoas de seus respectivos presidentes, a Letter One estaria disposta a realizar um
aporte de até US$4,0 bilhões na Oi, condicionada à operação de consolidação.
A proposta será devidamente analisada pela Companhia, em conjunto com seus assessores legais e financeiros.
A Oi manterá os seus acionistas e o mercado informados se houver qualquer decisão com relação ao assunto ou
sobre quaisquer eventos relevantes relacionados aos temas aqui descritos.
Rio de Janeiro, 26 de outubro de 2015.
Flavio Nicolay Guimarães
Diretor de Finanças e de Relações com Investidores
Oi S.A.
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Fato Relevante de 30/10
Oi S.A.
Companhia Aberta
FATO RELEVANTE
Oi S.A. (“Oi” ou “Companhia”) vem, em cumprimento ao art. 157, §4º da Lei nº 6.404/76, informar aos seus
acionistas e ao mercado em geral que, em 28 de outubro de 2015, a Oi, após avaliar a proposta de exclusividade
para potencial transação com o fim específico de possibilitar uma consolidação do setor de telecomunicações no
mercado brasileiro envolvendo uma potencial combinação de negócios com a TIM Participações S.A. (“TIM
Participações”), enviada pela LetterOne Technology (UK) LLP (“L1 Technology”) e divulgada pela Oi em Fato
Relevante de 26 de outubro de 2015, enviou carta à L1 Technology contendo uma contraproposta de
exclusividade, pela qual a Oi e a L1 Technology conceder-se-iam mutuamente um direito de exclusividade, por
um período de 07 meses contados de 23 de outubro de 2015, com relação a, especialmente, combinações de
negócios envolvendo companhias de telecomunicações ou ativos de telecomunicações no Brasil.
A Oi recebeu confirmação da L1 Technology de que concorda com todos os termos da contraproposta. Dessa
forma, a Oi e a L1 Technology passam a estar vinculadas pela exclusividade pelo prazo de 7 meses contados de
23 de outubro de 2015.
Se concretizada a operação em construção, espera-se uma redução de alavancagem da Oi, tornando-a um player
mais robusto, e a geração de importantes sinergias e ganho de escala, promovendo geração de valor para todos
os acionistas. Uma potencial união da Oi com a TIM Participações deve resultar na constituição de um operador
mais completo e bem posicionado, capaz de competir com players globais já instalados no País. O consumidor
deverá ser beneficiado com o consequente fortalecimento da Companhia.
A Oi manterá os seus acionistas e o mercado informados sobre quaisquer eventos relevantes relacionados aos
temas aqui descritos.
Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2015.
Flavio Nicolay Guimarães
Diretor de Finanças e de Relações com Investidores
Oi S.A.
Comentario do BS
As negociações estão sendo conduzidas por duas Entidades Investidoras (BTG Pactual e LetterONe).
Não está claro que tipo de relações existem com a outra Parte “mencionada” na transação que, por
enquanto, não fez qualquer pronunciamento que pudesse indicar seu interesse concreto no
negócio, ou seja: a Telecom Italia.
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A TI, efetivamente, tem um viés de Operadora internacional ainda que, no momento, sua
participação no mercado mundial tenha se reduzida consideravelmente estando, praticamente,
limitada ao Brasil, além da Itália, sua Sede.
A LetterOne é pouco conhecida no Brasil e sua constituição é recente (2013). O seu principal
Executivo é Alexey Reznikovich que no Site da Companhia aparece com a seguinte declaração:
“L1 Technology will invest in digital systems, which are revolutionising the global telecoms market,
and in data and telecoms infrastructure in emerging markets, where we have world-class
expertise.”
Ainda do Site da LetterOne são obtidas as seguintes informações:
“Currently L1 Technology manages a 47.85% voting stake in Vimpelcom and 13.22% in Turkcell,
Turkey’s leading telecoms operator.
L1 Technology is targeting three main areas for new acquisitions:
It will look at existing businesses, where it can use its 10 year expertise in emerging and
developed markets to add value to mobile telecoms businesses and companies operating in
the digital universe.
It will also consider acquiring technology companies, such as those that develop apps and
streaming services, where it can add value through its experience and access to a large
number of customers through its portfolio of global mobile assets.
It is also targeting adjacencies in infrastructure, which provide the opportunity to capitalise
on complementary forms of network infrastructure, such as data centres and signal towers.
New acquisitions will benefit from L1 Technology’s significant sector and market expertise. They will
also gain access to our existing customer base, which numbers over 290 million across our current
networks”
A Vimpelcom é uma Operadora internacional de telecomunicações. Do seu Site são retiradas as
seguintes informações:
VimpelCom
VimpelCom is one of the world’s largest integrated telecommunications companies. It operates in
14 countries, is headquartered in Amsterdam, and provides voice and data services through a range
of traditional and broadband mobile and fixed technologies in Russia, Italy, Ukraine, Kazakhstan,
Uzbekistan, Tajikistan, Armenia, Georgia, Kyrgyzstan, Laos, Algeria, Bangladesh, Pakistan, and
Zimbabwe.
740m population coverage
218m mobile customers
1st Russian company to list on NYSE (1996)
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With a mobile customer base of 222 million, VimpelCom has established the scale to enable the
successful growth and development of our group of companies.
Em relação à Turkcell, as informações são as seguintes:
Turkcell
Turkcell is the leading telecoms operator in Turkey, with 34.6 million subscribers as of December 31,
2014. It is a major regional player, with market leadership in five countries out of the nine in which
it operates, and approximately 67.9 million subscribers.
3rd largest telecoms operator in Europe
67.9m subscribers
99.81% 2G Coverage of Turkey’s population
Então, é de se imaginar que na hipótese de as negociações avançarem a Oi passaria a ter como
acionista relevante a LetterOne. Na verdade, um investidor internacional que se somaria aos já
existentes, porém sem “representar diluição econômica para os acionistas (atuais)”, conforme está
indicado no Fato Relevante. No entanto, deve-se reconhecer que ele tem alguma expertise com o
tema fruto de sua participação na VimpelCom e na Turkcell.
Anatel dá aprovação final à compra da GVT pela Telefônica Brasil
O Conselho Diretor da Anatel concedeu a aprovação final para a compra da GVT pela Telefônica
Brasil. Não se configurou, desta maneira, a hipótese levantada no BS 38/15 de que o assunto
poderia ficar para 2016 caso o Conselheiro Anibal Diniz utilizasse os 90 dias que havia pedido de
prazo e, eventualmente, houvesse um novo Pedido de Vista pelo Conselheiro Otávio, que ainda será
empossado. Na verdade, o Conselheiro Anibal retornou com o assunto na Reunião imediata do CD,
dispensando o prazo que havia solicitado.
A decisão pode parecer algo trivial. Mas, operações deste tipo cujo resultado é a fusão de Empresas
– com o evidente potencial de reduzir a competição na prestação dos serviços – são, provavelmente,
as mais importantes tomadas pelo Órgão Regulador.
Neste sentido, o BS gostaria de dar o maior destaque possível ao tema e acrescentar algumas
considerações de ordem geral que vão além da autorização em tela. Ainda mais que um dos
assuntos frequentemente presente no noticiário diário do Setor é a possibilidade de novas
“consolidações” virem a ocorrer ampliando o nível de concentração na prestação dos Serviços. São
recorrentes, por exemplo, os rumores envolvendo a Oi e a TIM. No presente BS este assunto é
abordado conforme os leitores podem constatar. Também são intensas as referências à situação da
Nextel Brasil que, segundo as referências de mercado, está à busca de um comprador.
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As operações de “consolidação” não são “a priori” boas ou ruins. Cada caso é um caso e uma das
atribuições da Agência Reguladora é debruçar-se nos detalhes e adotar as medidas mais adequadas
a cada situação. Mas, como regra geral, a diminuição do número de competidores no mercado deve
ser objeto de observação. Daí a preocupação permanente em manter um ambiente regulatório que
seja “amigável” para a atração de novos investidores que substituirão aqueles que, eventualmente,
saírem quaisquer sejam as razões invocadas.
Uma situação indesejável é uma Prestadora com problemas econômicos e financeiros não dispor de
alternativas que lhe permitam alavancar positivamente sua atuação. O serviço que presta,
provavelmente, não terá o nível de qualidade desejável – com impacto direto nos usuários – e a
expansão e modernização da Rede ficará comprometida. Neste cenário a probabilidade de um
debacle operacional é grande o que, ao final, pode ter o efeito similar ao de uma fusão, pois em
termos competitivos sua permanência no mercado não é efetiva.
Felizmente para o Setor, novos “players” estão focando suas atenções nas oportunidades de
investimentos em telecomunicações, julgando ser uma boa alternativa de retorno na esteira do
“boom” que ocorre na Internet. Afinal, a cada dia fica mais evidente a interligação que existe entre
os dois segmentos: na verdade, parece claro que um não pode existir sem o outro. O que se deve
buscar é a melhor forma de convivência possível entre ambos de modo a que todos possam ter
ganhos compatíveis com a presença e o envolvimento de cada um.
Retornando à compra da GVT...
A GVT Participações será totalmente incorporada pela Telefônica Brasil. A parte operacional da GVT
será absorvida em parte pela Concessionária e a parte de SVA será mantida na POP Internet que
passa a ser totalmente controlada pela Telefônica Brasil.
Nos casos em que houver superposição de outorgas haverá um prazo de 18 meses para que a
questão esteja resolvida. Haverá uma revisão tarifária dos serviços prestados pela Concessionária
devido aos ganhos resultantes da fusão. De modo geral este, provavelmente, é um dos mais
importantes aspectos que o Regulador tem como “instrumento” para balizar as eventuais vantagens
decorrentes de um processo de fusão, em se tratando de serviços regulados. O outro, é a possível
imposição de obrigações onerosas como forma de “compensação” para os eventuais ganhos
identificados na operação.
No caso específico, o envolvimento da Telefônica Brasil – uma Concessionária – obriga a levar em
consideração os Bens Reversíveis. A Companhia deverá apresentar no prazo de 6 meses o inventário
de Bens e Lista de Bens Onerados presentes na sua Área de Concessão.
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Telefônica se posiciona de forma dura perante a Anatel
Não é muito convencional e usual a forma como a Telefônica está se posicionando em relação à
Anatel no caso da regulação das OTTs.
O Presidente da Agência – sempre lembrando que está falando em seu nome, já que a Anatel não
tem decisão sobre o assunto – reiterou sua posição de que não se deve regular as Empresas OTTs,
restringindo sua atuação à infraestrutura e não ao conteúdo. Foi além, dizendo que não considera
a Internet um Serviço de Telecom, como o fez a FCC no início deste ano. E, enfatizou que está se
referindo fundamentalmente aos instrumentos jurídicos que a Agência não dispõe para regular as
OTTs, no que diz respeito ao conteúdo. Estas posições foram expressas em contato com jornalistas
por ocasião da Futurecom 2015.
Por seu lado o Presidente da Telefônica, Amos Genish declarou textualmente: “A Anatel precisa sair
da zona de conforto: ela disse que não quer atrapalhar inovações, solta frases clichês e não
mergulha profundo no debate técnico e jurídico. Não temos dúvida, como Setor, que a Anatel está
errando na posição dela de não mexer nas OTTs que estão prestando serviços paralelos a Telecom”.
Ainda que as declarações de Amos soem genéricas, o caso que está em debate é o serviço de voz
(STFC) que é obrigado a competir com o WhatsApp, por exemplo. Esta situação, diferentemente do
Skype, não está sendo tolerada pois é utilizado o número do usuário para fazer o login. Para
registrar, a questão da numeração no STFC tem um caráter quase “sagrado” pois é um dos atributos
fundamentais e característicos do Serviço que, em tese, não deveria ser utilizado por qualquer
outro.
O assunto é sensível e é objeto de intensas discussões no mundo todo. Mesmo na Europa, onde se
situa a Sede da Telefónica, controladora da Telefônica Brasil, o assunto é polêmico e tem sido objeto
de fortes manifestações por parte do CEO César Alierta. Recentemente, Alierta manteve um “bate
boca” similar com a Comissária da EC responsável pelo Setor.
De certa forma, Amos reproduz este cenário no Brasil. Talvez não seja esta a forma mais adequada
de tratar o assunto. A Anatel tem suas razões que não podem ser simplesmente colocadas em uma
“zona de conforto”. Na opinião do BS, as Teles têm fundamentos importantes que não estão sendo
devidamente posicionados, através de estudos mais estruturados, inclusive tecnicamente.
Aparentemente, já há posicionamentos jurídicos suficientes para caracterizar tais razões.
Felizmente, o assunto tem se mantido em alto nível, evitando-se os “chutes na canela”. É de
interesse de todos que assim continue, mas com menos bate boca e mais ações estruturadas e
fundamentadas.
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Revisão dos Contratos de Concessão do STFC
Está ficando mais evidente a cada dia que a assinatura a revisão quinquenal dos termos dos
Contratos de Concessão do STFC, prevista para acontecer, até 31/12/2015, não ocorrerá neste
prazo. Os rumores de que haverá um adiamento são insistentes e, até, admitidos por Conselheiros
da Anatel.
Em princípio não haverá grandes perdas. Mas, não deixa de ser incomodo o não cumprimento de
um prazo contratual que, de qualquer forma, exigirá alguma negociação entre as Partes
(Concessionária e Concedente).
Parece que não se deve ceder à eventual “tentação” de condicionar tal assinatura aos trabalhos que
estão sendo desenvolvidos relacionados com as eventuais mudanças no Modelo de Concessão do
STFC. Tratam-se de coisas que têm alguns pontos comuns, mas cuja abrangência e escopo são
bastante diferentes.
Leilão das Sobras previsto para 18 de dezembro
O Leilão terá uma parte convencional com a mesma formatação de certames anteriormente
realizados pela Agência. Envolverá lotes A e B, nas Bandas de 1,8 GHz e 2,5 GHz com alocação FDD
e faixa de 2x35 MHZ. Os preços mínimos serão mais elevados; a taxa de juros será de 1% ao mês se
houver parcelamento do pagamento proposto, com um máximo de 6 anos; poderá haver repique
de preços, e serão exigidas garantias do comprador. A abrangência das Autorizações será nacional,
de modo idêntico à das atuais outorgas da telefonia móvel celular.
Somente na Banda de 2,5 GHz haverá os Lotes T e U, com alocação TDD e faixa de 20 MHz. A
abrangência é Municipal, portanto, existirá um número considerável de Lotes a serem leiloadas. O
preço mínimo dos Lotes deverá ser baixo, a taxa de juros mensal quando houver parcelamento é de
0,25% ao mês, com 10 anos para o pagamento, e carência é de 3 anos, não haverá repique sendo
vencedor, portanto, aquele proponente que oferecer o maior valor inicial, e não serão exigidas
garantias. As propostas poderão ser feitas pela Internet por meio de um Sistema que a Anatel está
acabando de implantar.
O Edital será publicado na próxima semana e a expectativa é sobre o interesse pelos Lotes A e B e a
forma como os Provedores Regionais se posicionarão em relação aos Lotes T e U.
Uma questão que está sendo avaliada é a viabilidade técnica e econômica de utilizar estas faixas T
e U para atendimentos de Banda Larga nas cidades de médio porte do Interior do País. Há dúvidas
se os 20 MHz são suficientes para implantar um sistema que tenha condições de competir com os
tradicionais projetos de Cabo (Fibras Ópticas).
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Mas, não há dúvidas que a disponibilidade do espectro proporcionará opções para atendimentos
em pontos mais distantes dos centros urbanos como, geralmente, se faz necessário nessas cidades
do Interior. Normalmente, em pontos isolados, como é o caso de fazendas, chácaras, postos de
gasolina, indústrias agrícolas, silos, unidades públicas rurais (escolas, postos de saúde, postos
policiais, etc.).
Continua o suspense sobre Rio Verde...
O Gired se reunirá na próxima semana para definir os detalhes finais do switch-off de RioVerde.
Ainda paira no ar um certo suspense sobre a efetivação do desligamento dos transmissores
analógicos da TV. O motivo colocado na mesa é a possibilidade de não se alcançar o limite mínimo
de 93% dos domicílios preparados para receber o sinal digital.
O BS considera que Rio Verde, como Projeto Piloto, deve ser utilizado para se tirarem todas as
conclusões possíveis do que pode vir a ocorrer nas Regiões Metropolitanas mais densas como é o
caso inicial de Brasília, em abril de 2016. Até a da possível entrada em operação sem atingir os 93%
de domicílios desde que se tenha um patamar mínimo razoável. Quem sabe, 85%, ou, até, 80%?
É muito provável que os usuários deixem para os últimos dias – como é praxe entre os brasileiros –
as medidas para adquirir aparelhos de TV digitais ou os set-top boxes necessários. Inclui-se neste
caso os favorecidos do Bolsa Família que devem pegar seus “Kits” nos locais onde estão sendo
distribuídos gratuitamente.
Contudo, existem outros pontos colocados na mesa que, ainda, colocam em confronto posições das
Teles e dos Radiodifusores. O BS considera essenciais os esforços para que os contratos sejam
cumpridos. Recursos vultosos estão em jogo e o switch-off é inevitável. Remanejamento de prazos
ou adequações razoáveis podem ser consideradas. Mas, no essencial é de todo fundamental que o
cumprimento dos cronogramas seja perseguido na forma originalmente previsto.
Se, afinal, o mundo caminha aceleradamente para o digital em, praticamente, todas as atividades
da vida em sociedade, por que a TV se constituiria em uma exceção?
Comunidade Europeia acaba com as Tarifas de Roaming
A Comunidade Europeia (EU) confirmou o fim da aplicação de tarifas de Roaming nas ligações
celulares realizadas na Comunidade, a partir de 2017. Ainda que a decisão já se fizesse conveniente
há mais tempo, está sendo bem recebida pelos usuários no momento. Ela também se aplica para as
mensagens de texto tipo SMS.
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Na decisão, também foi incluído que a partir de 30/04/2016 as tarifas de roaming não podem
exceder a 0,05 euros por minuto no seu custo total, para as chamadas de voz originadas; e, as
mensagens SMS não podem exceder 0,02 euros por mensagem de texto ou 0,05 euros por MB de
uso da Internet Móvel.
Certos cuidados estão sendo adotados para prevenir a situação de utilização permanente em
roaming de um aparelho celular de uma país em que as tarifas sejam mais baratas, em outro país
no qual elas sejam mais caras, por quaisquer razões.
No entanto, os segmentos mais críticos estão questionando a decisão como uma forma de “iludir”
os usuários em relação à verdadeira “revolução” que deve ser estabelecida na EC quanto à
Neutralidade de Rede que, segundo eles, não tem sido adequadamente tratada. O ponto levantado
é que com o desenvolvimento tecnológico o Roaming passará a ser cada vez menos utilizado diante
de outras alternativas para as chamadas de voz que utilizam Aplicativos.
Como se sabe, trava-se uma intensa luta na EC entre as Operadoras de telecomunicações e as
chamadas OTTs em relação ao uso das Redes para cursar de forma “gratuita” serviços que são
taxados pelas Teles de acordo com a regulamentação. Isto é particularmente válido para os serviços
de voz que utilizam a técnica VoIP, como é o caso do WhatsApp, Skype, e Viber.
Tal fato, também faz parte da agenda de discussões no Brasil. Conforme se sabe, por aqui o tema
também é objeto de grandes polêmicas que, recentemente, foram realçadas nas discussões
realizadas durante o Futurecom 2015 colocando em confronto as Prestadoras – principalmente a
Telefônica – com a Anatel.
E a Globo, agora, é GloboTV...
Previa-se que seria uma questão de tempo. A GloboTV iria surgir a qualquer momento. O
lançamento ocorreu em 03/11/2015. Uma data que, provavelmente, ficará na história da TV Globo
com a mesma relevância do que aconteceu quando dava os seus primeiros passos.
O nome oficial do serviço é Globo Play. O BS, com sinceridade, não gostou do nome. E, no título do
item fez um jogo de palavras de forma a lembrar o AppleTV. A iniciativa visa colocar o enorme
conteúdo da Globo em múltiplas telas. Vale, inclusive, para a programação em tempo real (ao vivo)
o que, obviamente, alavancará a audiência de determinados programas ainda até para compensar
a queda que ocorre na TV Aberta.
O grande desafio que a Rede Globo terá de enfrentar é o do seu relacionamento com as “Afiliadas”
de modo a preservar interesses regionais relacionados com a programação e com aspectos
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comerciais. Também há a perspectiva de algum nível de “canibalização” da TV por Assinatura
(canais pagos). Porém, esta já era uma questão latente em função da programação on-demand, por
vídeo streaming.
A Globo está se reinventando. As demais Redes serão obrigadas a fazer o mesmo. A TV Aberta, de
certa forma, está tendo seu Modelo revisitado. A tecnologia está proporcionando novas alternativas
de forma acelerada. O conteúdo deve ser adaptado para cada uma dessas alternativas. O tempo
que as pessoas gastarão em frente de uma tela tende a aumentar.
Cada momento será uma situação diferente. A concorrência aumentará. O acesso a programas de
outros Países será uma realidade. O vídeo pela Rede Internet não necessitará de licenciamento
prévio. Os desafios para manter a audiência serão gigantescos. A Globo parece que está se
antecipando, como é de seu costume.
Composição Acionária da Telecom Itália
As Agências internacionais publicaram declarações de Arnaud Puyfontaine, CEO da Vivendi,
negando que sua Companhia esteja atuando em “parceria” com o investidor Xavier Niel. A atuação
de ambas as Companhias está preocupando o Governo italiano, pois ambas vem ampliando suas
posições na Telecom Italia.
Recentemente, o BS comentou que a Vivendi aumentou sua participação para 20,3%. Agora, Xavier
Niel, que também é francês e acionista da Telecom Italia, comprou opções que lhe dão 15% de
participação na TI. Cabe registrar que Niel é o maior acionista da Iliad Telecom/Free, que opera na
França.
E, é necessário comentar que a Vivendi pode chegar a um máximo de 24,9% de participação na TI.
Acima disto, ela é obrigada a fazer uma Proposta de Compra da Companhia. Provavelmente, é isto
que não está agradando ao Governo Italiano.
Os temores são que que a Vivendi e Xavier estejam “aliados” como uma forma de influir na
Companhia sem a necessidade de fazer o “Bid”.
Ainda que o assunto envolva a Telecom Italia na sua Sede, o assunto tem importância e
repercussões no Brasil já que ela controla a TIM Brasil que, por sua vez, vem sendo objeto de
rumores persistentes quando ao seu futuro no mercado brasileiro.
Soros não é mais “in” na “On Telecom”
A On Telecom usualmente é identificada com o Megainvestidor George Soros. Há um certo charme
em identificar esta Operadora com Soros, talvez numa expectativa de que se trate de uma
“semente” capaz de ramificar fortemente no cenário brasileiro de telecomunicações. Parece que
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esta possibilidade diminuiu as chances de se concretizar: Soros, em vez de aumentar, reduziu sua
participação na Operadora cuja área de atuação é, ainda, relativamente limitada no contexto do
território nacional.
Agora, a estrutura acionária da Companhia está composta da seguinte forma: Zaki Rakib detém
65,02% (acionista individual); Soros, através da QUANTUM ESTRATEGIC PARTNERS detém 20,94%;
e, INTERNATIONAL FINANCE CORPORATION detém 13,43%. A estrutura de controle, no entanto, é
compartilhada entre os três investidores. Mas, mesmo desconhecendo o Acordo de Acionistas, é
óbvio que quem detém 65% do capital da Empresa, deve ter algumas prerrogativas em
determinadas decisões.
Por outro lado, a redução da participação de Soros pode ser interpretada como um primeiro passo
para uma retirada em definitivo de sua participação na Empresa, no futuro. Claro que se trata de
uma mera especulação que somente o tempo poderá confirmar ou desmentir.
Deve-se registrar que as Agências internacionais divulgaram recentemente problemas na
rentabilidade de alguns dos Fundos de Soros e que, em razão disto, ele estaria redirecionando seus
investimentos. Há a possibilidade de que este fato tenha ocorrido na sua participação na On
Telecom. Além disto, há a questão da desvalorização do Real que contribui para prejudicar bastante
este indicador.
Contudo, o lado positivo é que o investidor Zaki Rakib parece acreditar no projeto da On Telecom.
A Empresa necessita se expandir territorialmente e em termos de quantidade de assinantes. A
aposta na Banda Larga Sem Fio, praticamente de forma individualizada, apresenta alguns riscos que
devem estar sendo adequadamente dimensionados. A outra Operadora que segue esta linha é a
Sky que, sob estes aspectos, está alguns passos à frente da On Telecom.
A forma como participarão do Leilão das Sobras, a ser realizado em Dezembro próximo,
proporcionará elementos para uma avaliação mais efetiva do posicionamento estratégico destas
duas Empresas no mercado brasileiro, em termos do futuro.
02. PLANO NACIONAL DE BANDA LARGA – BLPT
Não houve comentários específicos sobre este tema que chamassem a atenção durante a semana.
Sugere-se, ainda, a leitura do item 09 do BS 30/15 “O FUTURO DA REDE BRASILEIRA DE
TELECOMUNICAÇÕES E A TEORIA DOS $200 BILHÕES DE INVESTIMENTOS, EM 10 ANOS“ que trata
indiretamente do assunto. É um texto no qual se procura situar os investimentos na Rede brasileira
de telecomunicações e justificar o valor de $200 bilhões (200 bilhões de dólares americanos), uma
cifra estimada pelo BOLETIM SEMANAL com base em dados genéricos e algumas premissas que são
indicadas no referido texto.
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03. NOVOS CABOS SUBMARINOS
Não houve alterações substanciais em relação ao RS 23/15. Conforme comentado no RS 21/15 o
Ministério da Fazenda aprovou a participação da Telebras na formação da joint venture que lançará
e operará o Cabo Submario Brasil – Europa, com terminações em Fortaleza e Lisboa. A Empresa está
em fase de criação e deverá ter sua Sede Social em S. Paulo. Ainda não foi anunciado o nome do
Executivo que irá Presidir a referida Empresa.
Vale observar, também, comentários do BS 25/15.
04. COMPARTILHAMENTO DE POSTES – DIFICULDADES PARA NEGOCIAR O ALUGUEL
Este item é de importância relevante para as Concessionárias de Energia Elétrica e para as
Prestadoras de Serviços de Telecomunicações, em particular, as que oferecem Serviço Fixo. Assim
mantém-se atual o texto do RS N° 18/15 com os comentários feitos nos RS 22/15 e RS 23/15.
Chama-se, no entanto, a atenção dos leitores para a leitura atenta do item 11 do BS 33/15
“COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA E O PL Nº 6.789/2013”. E, também, se sugere a leitura
do item 11. “FIOS & POSTES – UMA SITUAÇÃO QUE INCOMODA”do BS 34/15.
05. OBRIGATORIEDADE DE COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA
A Anatel deverá se posicionar sobre o assunto agora que a Lei das Antenas foi aprovada. O
compartilhamento no rais de 500 m só é obrigatório, ressalvadas condições técnicas, para os sites
implantados de maio de 2009 em diante.
Espera-se para as próximas semanas a aprovação da regulamentação em que serão estabelecidas
as situações dispensadas do compartilhamento obrigatório previsto na Lei No. 11.934/2015,
conforme abordado no RELATÓRIO SEMANA No. 13/15.
Ver item “Compartilhamento de Infraestrutura” no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS 32/15 e sugere-
se fortemente a leitura do item 11 do BS 33/15 “COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA E O PL Nº
6.789/2013” bem como o item 11 do BS 34/5, já identificado no item 04 acima.
06. LEI DAS ANTENAS – PROMULGADA – LEI N° 13.116/2015
Não houve alterações em relação a este ítem durante a semana. Permanecem os comentários do
RELATÓRIO SEMANAL N° 13/15. Aguarda-se uma manifestação da Anatel (regulamentação da Lei
aprovada com os vetos da Presidente de República) que deverá colocar proposta de
regulamentação em Consulta Pública.
A expectativa é que o assunto evolua na medida em que se tenta envolver algumas Prefeituras que
já aprovaram legislação municipal aderente aos princípios desta legislação e outras que ainda têm
dificuldades em fazê-lo.
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No entanto, sugere-se aos leitores atentarem para o texto do item 11 do BS 33/15
“COMPARTILHAMENTO DE INFRAESTRUTURA E O PL Nº 6.789/2013” no qual são feitas referências
relacionadas com a Lei das Antenas. Também se aconselha ler o item “Lei das Antenas - Mantido o
Veto Presidencial” no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA do BS 34/15.
07. IMPLANTAÇÃO DO LTE NA FAIXA DE 700 MHz E DA TV DIGITAL
Sugere-se a leitura do item “Problemas à vista na transição para TVD” no COMENTÁRIO GERAL DA
SEMANA do BS 36/15, reforçado pela leitura do item “Rio Verde... Sinal Vermelho” inserido no
COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA deste BS 38/15.
Como se pode verificar, com a aproximação das datas estabelecidas no cronograma inicial começam
a surgir problemas que induzem à necessidade de se prorrogar algumas datas e alterar ou adaptar
estratégias estabelecidas.
Ainda que tais medidas sejam possíveis em um processo cuja complexidade e abrangência nunca
foram desconsiderados, a intensidade e propósitos das reações das Partes, principalmente dos
radiodifusores, deixa no ar a possibilidade de divergências e conflitos que devem ser administrados
com a devida cautela de modo a não criar prejuízos para os usuários e para o desenvolviemtno
tecnológico do País.
Sugere-se a leitura do item “Continua o suspense sobre Rio Verde...” no COMENTÁRIO GERAL DA
SEMANA desta edição do BS.
08. MODELO REGULATÓRIO DO SETOR DE TELECOM 2025 – DECISÕES DE INVESTIMENTOS E
CONSOLIDAÇÃO DO SETOR
Este item continua vivo nas discussões que permeiam o futuro do Setor de telecomunicações no
nosso País. Criam raízes as visões de que se faz necessária uma rápida mudança do Modelo de modo
a incentivar a entrada de recursos para investimentos essenciais à expansão e modernização das
Redes e a tornar mais racional o processo de competição; e, ainda, proporcionar condições para
melhorar significativamente a prestação dos serviços aos usuários.
Iniciativas práticas estão surgindo como é o caso dos movimentos no Legislativo (Câmara dos
Deputados principalmente) e no Executivo. O ex-Ministro das Comunicações Ricardo Berzoini criou
um Grupo de Trabalho para estudar alterações nas Concessões atuais do STFC (Telefonia).
O BS considera que a manutenção do texto integral deste item não se faz mais necessária de forma
que a partir da edição 34/15 ele foi retirado. Fica, no entanto, considerado o item na forma do BS
33/15, como referência para aqueles leitores que, eventualmente, desejarem a qualquer momento
revisitá-lo.
Mantém-se a expectativa em relação à eventual manifestação dos Ministérios do Planejamento de
da Fazenda que, conforme foi mostrado, tomaram algumas iniciativas neste sentido. Contudo,
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houve um certo recrudescimento nestas ações e é possível que o Ministério das Comunicações
retome as iniciativas.
Com a posse do novo Ministro das Comunicações, o Deputado André Figueiredo (PDT-CE), ficam as
expectativas em relação a possíveis mudanças neste Ministério que devem introduzir mudanças na
linha de ação até então adotada. Além de nomes, é possível que haja alteraçõs conceituais e uma
nova agenda possa ser criada para o Setor.
A posse do novo Ministro ocorrereu no dia 06/10. Sugere-se a leitura do item “Sob Nova Direção”
no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA da edição 35/15, do BS.
09. O FUTURO DA REDE BRASILEIRA DE TELECOMUNICAÇÕES E A TEORIA DOS $200 BILHÕES DE
INVESTIMENTOS, EM 10 ANOS
Conforme anunciado anteriormente o texto deste item foi retirado a partir da edição 33/15 do BS.
Para os leitores que se interessem a sua integra pode ser obtida no BS 32/15.
10. VoWiFI e VoLTE - UMA ABORDAGEM TECNOLÓGICA COM REPERCUSSÕES REGULATÓRIAS
Observação: este item será mantido na presente edição do BS pelo fato de ele ter sido atualizado
em relação a alguns pontos não abordados anteriormente como é o caso da Situação dos Assinates
do STFC.
Comentário inicial
A abordagem inicial do item é francamente tecnológica. O princípio de que não se deve regular
tecnologia é bem conhecido e aceito. Mas, não há como desconsiderar o fato de que a evolução
tecnológica pode impactar determinados aspectos da regulamentação que, desta forma, no
momento certo, devem sofrer os devidos ajustes, correções, ou, mesmo, modificações. Assim, o
desenvolvimento do item vai se orientando nesta direção. No caso, o foco é o futuro
“encerramento” da prestação do STFC e as possibilidades para a universalização dos Acessos de
Banda Larga, com tecnologias fixas ou móveis.
Caracterização do tema sob o prisma tecnológico
A imprensa especializada europeia divulga que a Vodafone UK está preparando o lançamento de
um “serviço” VoWiFI (Voz sobre WiFI) juntamente com o VoLTE, no Reino Unido. Mas, o noticiário
deixa entender que o VoLTE não teria, ainda, uma data estabelecida o que pressupõe persistirem
alguns problemas técnicos com esta tecnologia.
No transcurso das reportagens são feitas declarações do tipo:
“WiFI é o primeiro de vários `serviços de voz do futuro` a serem lançados e não há data prevista
para o lançamento do VoLTE”.
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“Chamadas por WiFI estarão disponibilizadas para qualquer usuário pós-pago que disponha de um
aparelho compatível”.
“Este `serviço` não será tarifado” (no caso do VoWiFI da Vodafone)
Chamadas via WiFI podem ser feitas “se um usuário estiver conectado a um WiFI, em um café, em
casa ou no escritório, a ligação se completará como uma chamada normal quando o sinal móvel
estiver fraco ou não existir nesse local”.
“O serviço de chamada de voz via WiFI da Vodafone é um dos diversos serviços de voz que nós
estaremos oferecendo para nossos clientes nos próximos meses”
Por outro lado, uma das reportagens sobre o assunto registra que a EE (uma outra Operadora do
UK) lançou o `serviço` de voz por WiFI em abril do corrente ano e ainda está testando o VoLTE com
a expectativa de lançamento comercia até o fim do ano.
No caso da O2 e da Three (outras Operadoras Móveis do UK) elas também estão oferecendo voz
sobre WiFI; no entanto, isto ocorre na forma de Aplicativo e não como uma funcionalidade residente
nos Handsets que estabeleça as chamadas usando o “teclado” dos aparelhos para endereçamento
das ligações.
A generalização da técnica “offload” e alguns desdobramentos
Manifestações na mesma linha também têm sido observado na imprensa especializada norte-
americana. Desta maneira, a tendência de massificação das terminações das linhas de acesso físicas
por meio de sistemas sem fio, utilizando faixas não licenciadas, parece ser irreversível. Ocorre que
o tradicional WiFI (padrão IEEE 802.11) começa a ganhar concorrentes com outros padrões, sendo
o mais destacado o que emprega tecnologia LTE. Neste sentido, recomenda-se a leitura do item
“Indústria norte-americana promove nova tecnologia sem fio” no COMENTÁRIO GERAL DA SEMANA
do BS 35/15.
No caso do WiFI tradicional há algum tempo se evidencia a conveniência de sua utilização como
forma de aliviar a carga de tráfego de dados das Redes Móveis Sem Fio. É a chamada técnica
“offload”. Inicialmente, a operação era excludente: para operar como WiFI devia se derrubar a
conexão celular. Com a evolução da tecnologia foram criadas novas versões do padrão que
permitem, nas redes de uma mesma Operadora, a passagem automática de um para outro sistema
(como no Handoff ou Handover das redes celulares). Agora, com a introdução do LTE esta técnica
certamente terá sua utilização mais disseminada e com facilidades mais avançadas.
A consequência imediata é a necessidade de se proporcionarem acessos físicos com elevadas taxas
de transmissão em todos os pontos onde esses “WiFI” estarão instalados que, na prática, serão a
sua grande maioria. A conclusão óbvia é que a operação otimizada das Redes Sem Fio dependerá
bastante das Redes Com Fio! Ou seja: desmistifica-se a possibilidade defendida por muitos de que
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os Sistemas Sem Fio tenderiam a diminuir a relevância das Redes Cabeadas. Na verdade,
transparece óbvio que elas são complementares! Numa visão mais radical, as Redes Móveis não
poderão operara adequadamente sem o suporte de redes físicas bem estruturadas.
O Caso Específico da Voz
O BS “pega uma carona” neste noticiário focando as atenções em alguns pontos relativos às
mensagens de voz.
1. A voz continua sendo uma preocupação para as Operadoras na oferta de seus serviços;
2. O VoLTE, apesar de inúmeros anúncios de lançamento, por parte de inúmeras Operadoras Móveis
em diversas partes do mundo, ainda não é uma realidade operacional. Deve-se observar que o
VoLTE é obtido através de funcionalidade de Rede e não de uma Aplicativo que funcione na Camada
de Aplicação;
3. Em BS anterior foi feito comentário a respeito de iniciativa da Qualcomm para criar dispositivos
similares aos atuais WiFI (Padrão IEEE 802.11) utilizando o padrão tecnológico LTE com algumas
adaptações. Isto possibilitará uma melhor integração de tais dispositivos com as Redes LTE (Padrão
4G e futuramente 5G);
4. Nestas circunstâncias, as Operadoras procuram oferecer suas próprias soluções usando outras
tecnologias (p.ex. WiFI) para enfrentar as OTTs que utilizam Aplicativos de voz (Viber, Skype,
WhatsApp, etc.);
5. Causa estranheza que o 3GPP, a GSMA, e os fabricantes de equipamentos de Rede e de Handsets
não exponham clara e publicamente as dificuldades para o VoLTE deslanchar massivamente, pois
há alguns anos isto vem sendo cogitado sem uma concretização real. Não há como negar os
desgastes que este fato traz para os relacionamentos na indústria;
6. Não se sabe exatamente o que quer dizer a expressão “serviços de voz do futuro” empregada por
diversas Operadoras Móveis; entende-se que o “serviço de voz” será único podendo existir
diferentes Aplicativos ou diversas formas para implementa-lo.
7. No Brasil ainda não se notaram iniciativas das Operadoras Móveis nesta direção, mas é inegável
que isto deverá ocorrer em algum momento não muito distante; é difícil entender que elas
continuem a assistir passivamente a corrosão de suas receitas associadas à voz sem adotarem
alguma iniciativa, pelo menos para mitigar este efeito;
8. O “Serviço de Voz” é, tradicionalmente, regulado e não há uma clara indicação (mesmo a nível
mundial) sobre o tratamento que receberá em relação a este aspecto, levando em conta as diversas
tecnologias que suportarão sua prestação, no momento todas elas utilizando o conceito básico do
VoIP. E, por se tratar de IP, tal prestação não se sujeitaria à regulamentação como, aliás, defendem
para tudo aquilo que envolva a Internet;
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9. O caso do Aplicativo de voz do Whats App pode ser o “gatilho” para que o assunto seja localmente
avaliado e se adotem medidas adequadas sobre as quais não sobrevivam dúvidas de ordem
regulatória. Como se sabe, recentemente este assunto foi objeto de manifestações públicas
divergentes entre o Ministro das Comunicações e o Presidente da Anatel. O que por si só não tem
problema algum; mas, indica a conveniência em aprofundar e abreviar uma decisão sobre o assunto.
Não é preciosismo Regulatório
A abordagem deste tema pode transparecer um preciosismo tecnológico ou algo que se resolverá
por si só com o passar do tempo. O BS considera de modo diferente.
Historicamente, o Serviço de Voz (Telefonia) foi bastante regulado; durante cerca de cem anos, a
partir do final do Século XIX, foi dominante nas telecomunicações públicas o que lhe dava um
caráter de essencialidade e de fundamental interesse público. Somente nos últimos 30 anos
começaram a surgir outros serviços (proporcionados pelas chamadas Redes de Dados) que se
apresentavam como alternativas de telecomunicação ao Serviço de Voz. As Redes IP surgiram como
uma revolução sistêmica impactante já na passagem para o Século XXI.
Portanto, é perfeitamente compreensível que a atual regulamentação do Setor esteja fortemente
condicionada pelos aspectos ligados à transmissão dos sinais de voz. Que, além disso, apresenta
dois pontos singulares bastante significativos, inclusive no contexto regulatório: a) é a forma natural
de comunicação direta entre pessoas e a mais tradicional entre os menos jovens; b) a comunicação
é em tempo real, o que impõe latência mínima na transmissão desses sinais e se transforma em
uma imposição importante na operação das redes.
O Modelo Está no Foco
No Brasil estes aspectos são perfeitamente notados. A Lei Geral das Telecomunicações foi concebida
em uma época (segunda metade da década de 90) em que a Telefonia era o serviço dominante e a
referência para o estabelecimento das políticas de governo em relação ao Setor. Ainda que já se
conhecesse a Internet e o seu potencial futuro na evolução das telecomunicações, o Modelo que
sustentou a elaboração e promulgação da LGT foi formulado tendo como base a Rede Telefônica e
o Serviço por ela proporcionado.
Aspectos basilares desse Modelo, como os da continuidade, da universalização, e da competição na
prestação do serviço estão claramente referidos e concentrados no Serviço de Voz, tecnicamente
denominado STFC – Serviço Telefônico Fixo Comutado.
Fica evidente que não se pode “fechar os olhos” para esta questão a partir de uma avaliação
simplista calcada no princípio de que a evolução tecnológica é inevitável. Trata-se de um fato óbvio,
mas não se podem desprezar aspectos fundamentais associados à previsibilidade regulatória que é
básica para o desenvolvimento dos negócios do Setor.
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Não se defende uma regulação estática que crie barreiras à evolução tecnológica; mas, por outro
lado, não se devem aceitar interpretações ou evoluções ligeiras, ajustadas a determinados
interesses de momento, deste ou daquele segmento. A estabilidade regulatória é um conceito
fundamental para aqueles que investem em qualquer Setor.
Também não se defende uma postura regulatória que elimine os riscos do negócio, mesmo porque
um dos aspectos relevantes deve ser o incentivo à competição na prestação dos serviços; esta
competição, por si só, é fonte de tais riscos em razão das disputas de mercado inerentes ao
processo.
O STFC Não É Mais O Mesmo
Sintetizando os comentários anteriores e focando na situação brasileira pode-se constatar em forma
de itens:
I.O ambiente regulatório no que tange aos aspectos do interesse público é pautado pelo Serviço de
Voz (STFC), daí ser o único explorado sob Regime de Concessão e altamente regulado;
II. Ligações de voz vêm sendo feitas pelos usuários sem caracterizar que sejam STFC, portanto sem
o mesmo nível de regulação ou sem regulação; isto permite custos mais baixos para os usuários, e,
em grande número de vezes, sem custos (ligações gratuitas);
III. A evolução da utilização dos Sistemas Sem Fio e de novas facilidades introduzidas – veja-se os
exemplos que baseiam os presentes comentários - permite aos usuários alternativas para ligações
de voz que o levam, inclusive, a dispensar o telefone fixo tradicional;
IV. A crescente disponibilização de acessos para a TV por Assinatura via Cabo também provoca ações
neste sentido com a oferta dos chamados Planos “Combo”, nos quais as ligações de voz estão
inseridas, muitas vezes também de forma gratuita, numa prática usualmente introduzida sob a
forma de “franquia”;
V. Estes movimentos levam à progressiva e irreversível redução do número de telefones STFC (das
Concessionárias), bastante regulados, e ao aumento de telefones NÃO STFC (Autorizadas) com
pouca regulação. Números divulgados na semana indicam que nos últimos 12 meses o STFC perdeu
cerca de 1 milhão de usuários;
VI. O mercado vem aderindo a esta tendência pacificamente ainda que haja facilidades nos
telefones STFC (decorrentes de obrigações regulatórias) que não são observadas nos demais casos,
criando uma assimetria regulatória e uma duvidosa situação em relação aos direitos dos usuários,
alguns deles vinculados ao “interesse público” que é um dos conceitos básicos para a existência da
Concessão;
VII. No limite, a tendência inevitável é a inviabilização ao longo do tempo dos telefones STFC
(portanto perdendo sentido a figura da Concessão) e a dominância de outras formas que permitam
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efetivar as ligações de voz. Neste particular, é interessante registrar que situação análoga ocorre
em outros países onde a transição vem se deparando com dificuldades e particularidades específicas
de cada caso que impõe alguma forma de intervenção dos Reguladores, como deverá ocorrer aqui;
VIII. Cabe reiterar que a figura da Concessão tem atrelados alguns fundamentos básicos, como é o
caso de: continuidade, universalização, padrões de qualidade, teto de preços; todos eles associados
à prestação do STFC, que está em “decadência”, e sendo substituído por outras alternativas nas
quais predominam “regras de mercado”, nas quais não se fazem presentes tais fundamentos, como
já foi mencionado;
IX. A possibilidade de utilização dos meios físicos das Redes do STFC para suportar canais digitais
que permitam o acesso à Internet (xDSL) está em progressiva involução. Ainda que a tecnologia dos
dispositivos xDSL tenha tido incríveis avanços a deterioração dos meios físicos (falta de manutenção
adequada e não instalação de novos cabos de fios de cobre) não tem permitido a obtenção das taxas
de transmissão necessárias para os novos Aplicativos, em condições técnicas e econômicas
razoáveis. Esta etapa do processo de transição – pelo menos no Brasil – perdeu o timing de sua
aplicabilidade e, portanto, parece não ser uma alternativa que mereça ser considerada em termos
práticos nos projetos das redes de acesso do futuro imediato, pelo menos como solução massiva;
X. Esta consideração induz à conclusão de que o “interesse público” nas Redes do Futuro não deve
estar condicionado somente às redes físicas (cabeadas) pois a essencialidade de determinados
serviços ou aplicativos estará também associada às Redes Sem Fio. Somente para referir casos mais
evidentes, vale mencionar os sistemas de monitoração em tempo real de dados médicos de um
paciente que sofre de algum mal sistêmico; de alguma informação relacionada à segurança física
das pessoas; ou, do monitoramento de um bebê em casa com sua “Babá”;
XI. A Concessão, por sua vez, não é uma figura abstrata; seus fundamentos estão materializados em
“Contratos” que condicionam as Partes (Concessionárias e Poder Público Concedente) a
determinadas obrigações; nestas condições é evidente que os riscos podem atingir a ambas as
Partes, não se devendo desprezar a figura do “equilíbrio econômico-financeiro” dos Contratos,
costumeiramente relegado a um segundo plano nas considerações feitas sobre o assunto;
XII. Nestas circunstâncias, o caso do Brasil apresenta detalhes que, provavelmente, não encontram
paralelo em outros países e, portanto, devem encontrar soluções próprias, inclusive levando em
conta as políticas nacionais para o Setor. Em outras palavras: no caso particular do nosso País, a
questão não assume somente contornos regulatórios; existem os de ordem contratual que, por
natureza, são de longo prazo. Desta forma, eventuais mudanças regulatórias não podem
desconsiderar a realidade destes contratos de Concessão que ainda têm prazo remanescente de
vigência de 10 anos;
XIII. Uma das particularidades que polariza as atenções de muitos segmentos é a questão dos “Bens
Reversíveis”. Trata-se de um “arranjo” adaptado às circunstâncias brasileiras que deveria servir tão
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somente como uma “proteção” na eventualidade da ocorrência de situações extremas na vida
empresarial da Concessionária; mas, acabou se transformando no ponto nodal das discussões
dentro de uma visão patrimonialista que, muito provavelmente, não era a intenção do legislador
original. O foco, sempre foi a prestação do Serviço e o cumprimento de determinadas obrigações
contratualmente estabelecidas; o que, de uma forma ou outra foi realizado. Um certo impasse fica
estabelecido quando se geram expectativas de realizar avanços na prestação de Serviço na
formatação do Regime de Concessão, mas com características bem diferentes do STFC, utilizando a
Rede que lhe dá suporte à qual estão associados os tais Bens Reversíveis;
XIII. O detalhe óbvio é como manter as premissas do “interesse público” nas condições que já se
vislumbram, entre elas o inexorável decaimento do STFC, ao longo do tempo. E, este é um outro
aspecto fundamental: é extremamente difícil imaginar que se dará fim ao STFC de um momento
para outro e substituí-lo (ou não) por outro Serviço com características diferentes. Na verdade, este
é um dos aspectos do dilema com o qual se deparam os Reguladores de todo o mundo;
XIV. Sob este aspecto, o BS gostaria de colocar à reflexão de seus leitores uma mensagem de
referência : “Chegar não é só alcançar o fim; mas, concluir o que foi proposto iniciar”.
XV. A sequência de considerações feitas – que poderiam ser ampliadas – leva à conclusão de que o
STFC já apresenta insuficiências incontornáveis para considera-lo a base do Serviço que reúne as
características de uma Concessão dos tempos atuais. Apresenta-se, então, a questão óbvia
relacionada com o impasse anteriormente mencionado: como se pode encaminhar o caso na busca
de uma solução que atinja os objetivos preconizados?
O Encaminhamento das Ações
São bastante oportunos os movimentos para se discutir a situação dos Contratos de Concessão
atualmente vigentes, sob a perspectiva de seu escopo limitado, diante das necessidades presentes
e futuras dos usuários dos serviços. A Comissão a ser formada no Ministério das Comunicações tem
um abrangente trabalho a enfrentar. Mas, a Câmara dos Deputados também está se debruçando
sobre o assunto. Um longo caminho deve ser percorrido até se dispor de resultados palpáveis.
A questão básica a definir é se haverá ou não um Serviço a ser explorado em Regime Público
(portanto com Contrato de Concessão) que supra os fundamentos do “interesse público” para os
Acessos de Banda Larga. O SCM – Serviço de Comunicação Multimídia – já está regulamentado, mas
a sua prestação é feita exclusivamente no Regime Privado;
Um movimento desta natureza exige discussões profundas, inclusive de ordem econômica tendo
em vistas os vultosos investimentos que se fazem necessários. Sobre este aspecto, o BS já fez
comentários específicos em edições anteriores tendo lançado a quantia de referência de $200
bilhões a ser investida no Setor de Telecomunicações brasileiro nos próximos 10 anos.
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O BS não consegue vislumbrar a possibilidade de se criar um Modelo desta natureza para o Serviço
de Acesso à Banda Larga como aconteceu há cerca de 20 anos atrás com o STFC. Naquela
oportunidade havia circunstâncias que poderiam tornar atrativa a celebração de Contratos de
Concessão na forma conhecida. Contudo, a longa duração do Contrato (com a prorrogação) acabou
transformando em desvantagem aquilo que, à época, era considerado vantajoso, ou, pelo menos,
viável para ambas as Partes;
Do ponto de vista das Redes as mudanças ocorridas desde aquela época foram notáveis de modo
que uma iniciativa desta natureza necessariamente deveria considerar também o Acesso à Banda
Larga Sem Fio. Como se sabe, o Modelo para implantação dos Sistemas Móveis foi totalmente
concebido para ter sua exploração no Regime Privado em ambiente de plena competição. Seria um
retrocesso introduzir o Regime Público nestes Sistemas;
A continuidade da prestação dos Serviços parece não ter atualmente a mesma relevância de duas
décadas atrás. O Brasil já ocupa a quarta ou quinta posição entre as maiores Redes de
Telecomunicações do mundo. A competição atingiu níveis até superiores aos que se verificam em
outros países. Os Provedores Regionais são uma realidade que somente necessitam de um pouco
mais de incentivo para se posicionarem como uma alternativa concreta na prestação de serviços em
regiões menos atendidas do nosso País;
A qualidade dos serviços, ainda que seja objeto de reclamações, pode ser considerada aceitável
levando em conta o enorme crescimento da demanda por acessos e tráfego de dados no Brasil;
O problema fundamental parece se concentrar na Universalização do Serviço de Acesso à Banda
Larga. No conceito original de Universalização, é necessário dispor de um Serviço explorado em
Regime Público para acessar os recursos do Fundo de Universalização (Fust), o qual, aliás, não foi
praticamente utilizado desde a sua criação, uma vez que tais recursos estão contingenciados pelo
Tesouro Nacional. Mas, por que não se avaliar a possibilidade de manter a Universalização, mas no
Regime Privado de Prestação dos Serviços?
A situação dos assinantes.
Da mesma forma que existe um instrumento contratual entre as Concessionárias e o Poder
Concedente (a União) as Concessionárias o têm com os seus assinantes. Tais contratos não podem
ser quebrados ou alterados de forma unilateral. E este é um dos aspectos fundamentais para a
intervenção por parte da Agência Reguladora. Desta forma, será necessário ao longo do tempo
estabelecer estratégias e formas práticas de tratar deste assunto no contexto de que estes
assinantes têm direitos que não podem ser, simplesmente, ignorados.
É evidente que a evolução tecnológica, conforme foi mencionado, trará a obsolescência do STFC –
pelo menos na forma como ele é atualmente prestado. Mas, é um fato conhecido de experiências
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passadas que sempre existirão pessoas fiéis às suas tradições e a uma forma de viver pouco
impactada pelas inovações tecnológicas. Assim, não é de estranhar que um número considerável de
assinantes queira manter o Serviço na forma como ele é prestado. Portanto, um caso que deve ser
equacionado como já aconteceu em situações pretéritas envolvendo as telecomunicações (veja-se,
por exemplo, o caso do AMPS, a versão analógica da Telefonia Móvel Celular).
E, é de bom senso considerar que as ações devem ser no sentido de convencer os assinantes
recalcitrantes da conveniência de mudarem ou migrarem para uma alternativa que é melhor para
seus interesses do que forçá-los a adotar uma determinada solução que lhes for imposta.
Além do mais, é inescapável que as Entidades de Defesa do Consumidor deixem de tomar para si a
“bandeira” dos “consumidores” exigindo que os direitos dos assinantes sejam preservados e que
alguma forma de “compensação” (não necessariamente financeira) lhes seja proporcionada para
“reparar” eventuais inconvenientes devido à paralisação da prestação do Serviço.
Este é um ponto relevante a respeito do qual o BS voltará a se posicionar. Não que ele seja
fundamentalmente decisivo em relação às decisões que serão tomadas, mas tem sua importância
no contexto geral pois envolve os usuários que não podem ser tratados de acordo com os interesses
exclusivos das Prestadoras. Deve ser claramente demonstrado que as medidas tomadas também
atendem aos interesses dos usuários. E, reiterando o que foi mencionado anteriormente, o bom
senso indica ser muito melhor convence-los da conveniência da mudança do que criar uma situação
em que eles sejam forçados a isto.
Portanto, este é mais um ingrediente que se junta a outros mencionados para enfatizar os cuidados
e a atenção a serem dados ao tema.
Ainda que não tenha uma ligação imediata com os aspectos levantados sugere-se fazer uma
conexão deste texto com o item “Compreensão e Colaboração do Regulador” que faz parte do
COMENTARIO GERAL DA SEMANA do BS 36/15.
Contribuição do BS Para as Discussões
Neste contexto o BS toma a liberdade de sugerir alguns pontos na tentativa de contribuir para a
análise da questão:
a) Os atuais Contratos de Concessão do STFC são mantidos e extintos ao seu término, mantendo-se
as obrigações nele previstas desde que isto não signifique perdas operacionais relevantes que,
inclusive, possam ser alegadas como desequilíbrio econômico-financeiro;
b) Os Bens Reversíveis seriam, desde logo, objeto de uma reavaliação levando em consideração sua
aplicabilidade na melhoria e modernização da prestação do STFC pelo prazo remanescente. Os Bens
que não tenham utilidade neste sentido, que sejam considerados como sucata, ou que onerem
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patrimonialmente as Companhias, seriam vendidos pelo máximo valor obtido no mercado e os
recursos aplicados na melhoria dos serviços de acordo com o “interesse público”; inclusive, na
Universalização do Serviço de Acesso à Banda Larga conforme será enfatizado abaixo;
c) Os recursos do Fust a partir de 2016 passariam a ser, efetivamente, empregados na
Universalização do Serviço de Acesso à Banda Larga; o SCM e o SMP seriam os Serviços de
referência. Não haveria um Serviço de Acesso à Banda Larga explorado em Regime Público de forma
que seria permitida a utilização dos recursos do Fust em projetos explorados no Regime Privado.
e) Como base para utilização dos recursos do Fust poderiam ser utilizados os seguintes critérios que,
naturalmente, poderão ser expandidos e melhor estruturados:
(i) Não seriam aplicados para financiar a construção de Redes a não ser em casos muito específicos
em que operação se mostre comprovadamente inviável e tenham elevado interesse social;
(ii) Os recursos seriam utilizados para o pagamento da parte não recuperável de projetos com
rentabilidade insuficiente ou, mesmo, negativa. O procedimento somente seria aplicado em
localidades – inclusive nas periferias urbanas - nas quais não houver mais de dois competidores em
condições de disputar o mercado de forma financeira e economicamente viável;
(iii) Seria criada uma Entidade Independente, sem fins lucrativos, para receber os recursos do Fust
e administrar sua aplicação de acordo com Diretrizes gerais estabelecidas em Política Pública. A
Administração seria feita em moldes privados, mas a Administração Pública indicaria
representantes para uma espécie de Conselho Gestor, em igual número ao das Empresas que
contribuírem para o Fundo. A Diretoria Executiva seria formada por profissionais independentes
recrutados no mercado. A Entidade, teria, necessariamente apoiar os projetos em consonância com
o PNBL do Governo Federal e em cooperação com os Governos Estaduais, com as Prefeituras e com
Entidades de caráter público, não governamentais;
(iv) Na fase inicial seria dada prioridade a projetos que tivessem impacto imediato na educação,
cultura, saúde, e, segurança pública. Os Governos (Federal, Estadual, e, Municipal) pagariam pelos
serviços às Prestadoras Privadas. Esta seria uma forma de ajudar a viabilização da prestação a outros
segmentos das localidades (comércio, pequenos negócios, residências, escritórios, etc.).
Eventualmente, o Fust completaria os custos caso os recursos orçamentários se mostrem
insuficientes para desenvolver atividades com qualidade compatível com o ambiente e com as
práticas desenvolvidas a nível nacional;
(v) A Agência Reguladora atuaria no sentido de simplificar os procedimentos para a prestação dos
serviços nas condições de aplicação dos recursos do Fust de modo a auxiliar a sua viabilização sem,
contudo, haver prejuízos para os usuários, principalmente em relação à qualidade dos serviços e as
aplicações às quais terão acesso;
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(vi) O Governo Federal, através do Ministério das Cidades ou de outro Órgão designado promoveria
a coordenação da implantação das diversas infraestruturas urbanas em conjunção com os Planos
Diretores das Municipalidades, incluindo atividades vinculadas às denominadas “Cidades
Inteligentes”. Procuraria se adotar o máximo de “padronização” dos projetos para criar volumes
que reduziriam seus custos;
(vii) Como o STFC seria extinto ao final do Contrato de Concessão – ou antes, se houver acordo entre
as Partes – não haveria necessidade de manter os Bens Reversíveis, vinculados aos atuais Contratos
que não tivessem uma clara utilização nas operações remanescentes. Aceito este princípio, duas
ações poderiam ser aprovadas: 1. Haveria total desvinculação de todas as redes de acesso
construídas com tecnologia de fibras ópticas com a questão dos Bens Reversíveis; 2. Da mesma
forma, não haveria vinculação com os Bens Reversíveis de sistemas rádio utilizadas para prover
Banda Larga Fixa Sem Fio, ou, Banda Larga Móvel;
(viii) A Agência Reguladora poderia estabelecer metas para o provimento de Acessos de Banda
Larga, com Fio ou sem Fio, utilizando as licitações do espectro de radiofrequência ou impondo
obrigações no caso de análise de temas de interesse das Operadoras nas quais, eventualmente, elas
tenham alguma vantagem uma vez atendidas suas solicitações;
(ix) A Agência Reguladora e/ou o Ministério das Comunicações implementaria políticas para a
implantação dos Backbones e Backhauls nacionais que dariam suporte à ampla expansão dos
Acessos de Banda Larga, em todo o País. Eventualmente, a Telebras poderia ser um instrumento de
determinadas políticas de interesse do Governo.
(x) A posição dos assinantes do STFC deve ser avaliada com os devidos cuidados conforme
comentado no item “A situação dos Assinantes”.
ANEXO
Indústria norte-americana promove nova tecnologia sem fio
Grupos da indústria e Operadoras de grande porte dos USA estão promovendo uma coalizão para
promover uma tecnologia que, segundo eles, ajudará a expansão de suas redes.
Verizon, AT&T e T-Mobile estão formando a “Evoque” uma coalização que promoverá a tecnologia
identificada como LTE-U. Pelo lado da indústria estão participando a Alcatel-Lucent e a Qualcomm,
entre outras companhias.
Com tal tecnologia será possível que terminais móveis acessem frequências não licenciadas usadas
para o WiFI, sem necessidade de efetuar login. Com isto, será efetivamente possível alternar entre
o LTE tradicional e o espectro não licenciado aumentado a capacidade das Redes Móveis.
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Um dos objetivos é, também, fazer a aproximação com uma outra tecnologia similar chamada LAA
– License Assisted Access – promovida pela Ericsson. Para os leitores interessados sugere-se clicar
em ericsson-license-assisted-access-laa para obterem informações em relação à LAA.
Um outro objetivo é convencer a FCC a conceder mais espectro “não licenciado” para suas
atividades. Com isto, obviamente, imaginam ter mais flexibilidade para projetar suas redes e
trabalharem adequadamente as crescentes quantidades de tráfego de dados originados e
terminados em dispositivos sem fio.
Contudo, há setores que estão criticando este movimento, liderados pela “Indústria de Cabo”.
Dizem eles que o assunto não foi suficientemente examinado e que há risco de o espectro não
licenciado ser “entupido”.
11. BATERIAS DE APARELHOS CELULARES – MITOS E VERDADES
O ESTADO DE S. PAULO, publicou em seu Site, no dia 08/09/2015, um interessante texto a respeito
dos “mitos e verdades” que cercam as baterias utilizadas nos aparelhos celulares com os quais
operamos quotidianamente. Este assunto historicamente tem interesse para os usuários, pois todos
têm um caso particular a relatar de situação em que se viram impedidos de se comunicar pelo fato
de a bateria estar descarregada.
Para os mais “experientes” que tiveram o “privilégio” de dispor de um celular nos seus primórdios
(década de 90) o tema era, talvez, mais importante do que nos dias atuais. As baterias (Níquel –
Cádmio) descarregavam rapidamente e, ainda, tinham o chamado efeito memória. Devido a tal
efeito, as baterias tinham que ser utilizadas até estarem completamente descarregadas para serem
carregadas novamente. Se assim não se procedesse, a sua capacidade ia diminuindo a cada carga
até que ficava praticamente inutilizável, mesmo tendo pouco tempo de vida útil. Era comum, as
pessoas portarem baterias de reserva carregadas para substituir as que deviam ser completamente
descarregadas.
Naquela época já se sabia que o sucesso das comunicações celulares do futuro dependeria do
desenvolvimento de novos tipos de baterias que tivessem, no mínimo, três características: (i) maior
capacidade de armazenamento de energia, permitindo o aumento de sua autonomia; (ii) não
apresentassem o efeito memória; e, (iii) tempo de recarga substancialmente reduzido.
Isto foi alcançado com as baterias que utilizam a tecnologia denominada “íon de lítio” (Li – ion), com
excessão do tempo de recarga que ainda continua elevado. Estas baterias são amplamente
utilizadas nos aparelhos Smartphones atuais e em uma série enorme de outros aparelhos
eletrônicos que as pessoas utilizam no seu dia a dia.
Contudo, o problema da capacidade de armazenamento persiste. O grande número de
funcionalidades proporcionadas pelas Redes atuais e o fato de o Smartphone estar em permanente
contato com as mais diversas Bases de Dados faz com que a bateria esteja sendo consumida, mesmo
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que o usuário não esteja se comunicando. Isto devido ao trabalho dos seus “processadores” e ao
consumo com os sistemas rádio que transmitem e recebem os sinais fazendo, por exemplo,
atualizações de software, proteção contra fraudes, e outras funcionalidades no contexto de que os
aparelhos operam com a filosogia “allways on”.
Uma outra função que drena a bateria é a de armazenamento de Dados. As “memórias” dos
aparelhos consomem energia para manter estes Dados. Por isto, verifica-se uma crescente
necessidade de se utilizarem Bases de Dados externas (a Nuvem) para os usuários armazenarem
informações que não tiverem condição de guardar em seus próprios sistemas externos (Servidores
ou dispositivos de armazenamento próprios).
No momento os pesquisadores trabalham em duas linhas de aumento da capacidade: (i) introduzir
novas técnicas no Li-ion de forma que se consiga aumentar sua capacidade de armazenamento; (ii)
utilizar novos materiais e novas técnicas. A primeira alternativa é que a se mostra mais avançada e
com possibilidades de utilização comercial a curto prazo. Também estão adiantadas as pesquisas
para se dispor comerciamente em curto prazo baterias carregáveis em minutos.
Esta é uma questão que, muito provavelmente, persistirá ao longo do tempo. Novas tecnologias de
baterias estão sendo anunciadas e, brevemente, estarão no mercado. Elas terão muito maior
capacidade de armazenar energia, porém as necessidades dos usuários também aumentarão
geometricamente. Os leitores engenheiro do BS têm conhecimento destes fatos. Mas, os não
engenheiros provavelmente ouviram falar do tema, mas gostariam de tirar algumas dúvidas. Por
esta razão, o BS decidiu, a título de curiosidade, transcrever o texto do Estadão para os que
manifestarem interesse no tema.
Veja 11 mitos ou verdades sobre a bateria de celulares
O Estado de S. Paulo, 08/11/2015
Tomada de 220V carrega o celular mais rápido
Stoyan Nenov/Reuters 09/09/15
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Mito. De acordo com o professor de Engenharia de Computação do Instituto Mauá, João Carlos Lopes
Fernandes, o adaptador do carregador converte e diminui a tensão para a que o celular aceita. Logo, não
faz diferença alguma carregá-lo numa tomada de 220V
Carregadores portáteis comprometem a bateria
Mito. Desde que sejam originais. Eles usam portas USB e têm uma potência menor, por isso demoram
mais para carregar, mas não têm impacto na vida útil da bateria.
O telefone carrega mais rápido no modo avião
Verdade. Segundo o professor Fernandes, no modo avião o celular não está fazendo comunicação com a
rede, por isso deixa de consumir a energia que essa atividade utilliza. Porém, seria preciso fazer um estudo
para mensurar quão mais rápido a bateria carrega nesse modo
As baterias dos celulares de hoje não viciam
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Verdade. Antigamente era preciso fazer uma carga completa, após o celular ‘zerar’, para evitar que a
bateria viciasse. Com as baterias novas, isso não acontece mais e é possível carregá-las a todo e qualquer
momento.
Deixar o celular plugado na tomada mesmo quando a bateria já está em 100% afeta o
desempenho
Mito. Quando a bateria chega em 100%, o circuito elétrico da carga desarma e para de puxar energia.
Carregar o smartphone desligado é melhor
Mito em partes. De acordo com o professor do Instituto Mauá, quando o celular está desligado, todo o
circuito vai direto para a bateria e não se distribui para outras funções que o telefone desempenharia se
estivesse ligado. Assim, não é exatamente uma regra carregar o celular desligado, é apenas
‘recomendável’.
As baterias antigas duravam mais do que as novas
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Mito. Hoje todos os telefones estão conectados à rede de dados e isso consome muita bateria. Segundo o
professor, hoje não existe mais o modo ‘standby’, no qual o celular ficava esperando para receber ligações:
é como se ele ficasse constantemente em modo conversação. “Se fosse usar uma bateria antiga num
smartphone de hoje, ela não duraria uma hora”, exemplifica.
É melhor usar a bateria até o final para depois carrega
Mito. Novas baterias não tem essa restrição
O período em que a bateria retém a carga diminui com o tempo
Verdade. Bateria de smartphone é igual bateria de carro: com o passar do tempo, não segura mais carga
e isso está ligado à vida útil dela. Hoje, uma bateria de smartphone tem uma vida útil média de 2 anos.
É bom deixar o celular desligado por um tempo
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Mito. Segundo o professor Fernandes, não há necessidade de desligar o celular. Só é preciso desligá-lo se
a conexão dele travar, ou seja, quando, por algum motivo, ele não consegue fazer ou receber ligação
Carregadores genéricos queimam a bateria
Verdade em partes. É preciso ficar atento à corrente que o carregador e o celular suportam. Se a corrente
elétrica do carregador for maior que a bateria suporta, ela pode queimar. Alguns aparelhos mais
sofisticados possuem sistema de proteção que desarma o aparelho para ele não queimar, mas são exceção
no mercado.
12. UMA VISÃO DO MUNDO 5G
O padrão 5G das Redes Móveis do futuro ainda está em gestação. A indústria, e algumas
Organizações Internacionais continuam trabalhando ativamente para chegar a um nível aceitável
de padronização sobre a qual todos possam realizar seus desenvolvimentos próprios. Mas já há
notícias que alguns dos fabricantes estão realizando “Projetos Piloto” certamente tentando se
antecipar àquilo que entendem será oficializado no futuro breve, nos detalhes essenciais.
Contudo, já se tem uma ideia das possibilidades que a tecnologia oferecerá à sociedade. Múltiplas
aplicações estão sendo antecipadas sobre a égide da chamada Internet das Coisas (IoT).
A reportagem abaixo, reproduzida do El País, oferece uma ideia geral do que poderá vir a acontecer.
O BS estimula seus leitores a lerem o texto no idioma original como uma forma de aculturamento
sobre o tema.
El País
Las grandes ‘telecos’ ya experimentan con el 5G Las empresas de telecomunicaciones están probando nuevas redes que permitan más velocidad y una
mayor conectividad entre objetos. Se espera su llegada para 2020
XAVIER FONTDEGLÒRIA HONG KONG 5 NOV 2015
Es muy posible que en un futuro no tan lejano sean drones los que te traigan una pizza a casa. O que
un parche en tu pecho capte tus constantes vitales y los transmita en tiempo real a tu teléfono móvil y
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al de tu doctor. O que tu perro, tu bicicleta o tu maleta lleven incorporados sistemas de geolocalización
para no perderlos de vista. El llamado Internet de las cosas, que se empieza a visualizar en forma de
relojes, electrodomésticos o vehículos, es ya una realidad, pero su desarrollo y explosión a medio plazo
dependerá de la siguiente generación de redes móviles, el 5G.
"Las posibilidades con los drones son infinitas y pronto veremos cosas propias del mundo de la ciencia
ficción", asegura Zhang Yongjun, director de mercadotecnia de Parrot en China. Sus aeronaves no
tripuladas, que parecen un juguete, ya se utilizan por ejemplo en el sector agrícola para determinar el
estado de los cultivos y cartografiar la tierra. Algunos modelos pueden cargar con pequeños paquetes,
y compañías como Wal-Mart o Amazon ya han empezado a experimentar con el sistema. "Para
nosotros la llegada del 5G es crucial", continúa Zhang. "Ahora nuestros aparatos pueden manejarse
hasta en un radio de dos kilómetros, pero con los avances que permitirá esta nueva tecnología ya no
habrá límites de distancia".
Las redes móviles de cuarta generación (4G), que apenas se han empezado a implantar en muchos
países, ya parecen haber quedado obsoletas para según qué usos. Y las grandes compañías de
telecomunicaciones y operadores del mundo, según explicaron en el Mobile Broadband Forum que
Huawei ha organizado en Hong Kong, ponen ya el ojo en tecnologías que permitan la llegada del 5G y
su despliegue a partir de 2020.
Los cálculos que con los que estas compañías manejan muestran un crecimiento exponencial del uso
de datos en los próximos cinco años. Por un lado, habrá unos 6.700 millones de usuarios de teléfonos
móviles, ordenadores y tabletas que demandan cada vez más velocidad, más calidad del servicio y
menos precio. Por otro, los objetos inteligentes pasarán de los 15.000 millones actuales a los 50.000
millones. "Hay que acelerar y actuar con rapidez ante estos cambios, tenemos que estar preparados
para gestionar las cada vez mayores necesidades de los clientes", aseguró Enrique Blanco, responsable
global de Tecnología de Telefónica.
Ahora nuestros aparatos pueden manejarse hasta en un radio de dos kilómetros, pero con los avances que
permitirá esta nueva tecnología ya no habrá límites de distancia"
La china Huawei planea invertir 550 millones de euros en los próximos tres años para lograr dar con
la solución a este desafío. "La transformación digital está creando grandes oportunidades en la
industria móvil. Necesitamos unificar estándares y reducir el coste de las conexiones, y esto se logrará
solamente con la cooperación de todos los actores de la industria", explicó Ken Hu, consejero delegado
rotatorio de la compañía, en el encuentro. La compañía presentó, junto a la operadora hongkonesa
HKT, el primer paso hacia el 5G. Le llaman 4,5G, con velocidades de hasta un giga por segundo frente
a los teóricamente 10 GB por segundo que se podrán alcanzar con la quinta generación.
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Pero si para los usuarios de teléfonos inteligentes la velocidad lo es casi todo debido al cada vez mayor
protagonismo del vídeo, para los nuevos usos en el ámbito del Internet de las cosas la latencia (el
periodo que la señal tarda en llegar entre dispositivos) es igualmente importante. Un ligero retraso en
las máquinas de la cadena de producción de una fábrica podría comportar numerosas pérdidas
económicas, y en el caso de la cirugía a distancia o los vehículos sin conductor hasta podría ser letal.
"A corto plazo, la tecnología que disponemos no satisface plenamente las necesidades de cada mercado
en particular", recordó Alex Sinclair, director de Tecnología de GSMA.
Según datos de esta organización, en 2014 el sector de la tecnología móvil supuso el 3,8% de la
economía mundial. En cinco años, está tasa subirá hasta el 4,2% (unos 3,9 billones de dólares) y
generará 28 millones de empleos directos e indirectos. "Entonces seguramente sí veremos drones
repartiendo cartas, regalos y quizás alguien se atreve con las pizzas", afirma Zhang.
13. YouTube POR ASSINATURA
Conforme foi comentado no BS 38/15, A Google anunciou o lançamento do YouTube Red. Uma
versão do tradicional YouTube com a particularidade de que será disponibilizado através de uma
assinatura mensal ($9,99 mensais) e terá algumas características específicas como, por exemplo,
não ter anúncios (ver BS 38/15).
A “novidade” tem repercussões significativas devido à expectativa de mudanças e o impacto que
terá sobre os usuários que se acostumaram à utilização gratuita do serviço, aceitando a publicidade
como uma forma de sua manutenção.
O jornal O ESTADO DE S. PAULO publicou uma reportagem sobre o assunto em sua edição de
02/11/2015, com o título: “YouTube Red assusta produtores de conteúdo”. O BS reproduz, na
sequência, um trecho do texto que resume, sinteticamente, o tema que está sendo abordado.
Tudo de graça. O YouTube Red é a mais nova tentativa do Google de ganhar dinheiro com o site de vídeos. Em
2013, a empresa criou alguns canais exclusivos com conteúdo pago, mas a estratégia não deu certo. Uma das
principais razões é a “cultura do grátis”: vale a pena pagar por vídeos que sempre estiveram disponíveis de
graça? “O legal do YouTube é que era tudo para todos. Agora, a lógica financeira vai monetizar tudo. Isso é
chato”, diz Belotti, do Meus 2 Centavos.
Com o modelo de assinatura, o YouTube se torna uma plataforma de vídeos mais parecida com o Netflix, que já
surgiu como um serviço pago. Atualmente, os brasileiros que assinam o serviço precisam pagar uma
mensalidade a partir de R$ 19,90. “Pode levar um tempo para que o Google ensine aos usuários que a internet
também precisa ser paga. O Netflix não teve essa dificuldade. Nunca tirou doce da boca de ninguém”, diz Ian.
Para Leon Oliveira, do canal Coisa de Nerd, as pessoas vão avaliar se vale a pena pagar US$ 9,99 para não
ver um anúncio de cinco segundos. “O conteúdo original vai ter que ser tão bom quanto o do Netflix para dar
certo.”
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Apontado como principal rival do Red, o Netflix foi um dos primeiros a apostar em uma estratégia de conteúdo
próprio, com séries de TV e filmes exclusivos. Atualmente, o serviço possui 69 milhões de assinantes em todo o
mundo e a empresa espera alcançar 74 milhões de pessoas até o final de 2015.
14. FECHAMENTO DE CENTRAIS TELEFÔNICAS CONVENCIONAIS
A reportagem está inserida em um jornal “leigo” (El País). Mas, o tema é interessante na medida
em que se trata de algo que está na ordem do dia das discussões que se travam envolvendo a
transição das chamadas redes de comutação de circuitos para as redes digitais de comutação de
pacotes, baseadas nos protocolos TCP/IP.
O BS traz o assunto ao conhecimento de seus leitores não como uma simples curiosidade; mas, para
registrar que já se está passando da fase da simples discussão para a adoção de medidas efetivas
neste sentido. No caso trata-se de um exemplo envolvendo a Rede espanhola; porém, situações
similares estão ocorrendo em outras partes do mundo.
Isto leva a pensar que no Brasil o assunto deve ser objeto da devida atenção no contexto –
explorado pelo BS em diversas edições – de que a rede de acesso está em situação precária em
grande parte das regiões urbanas do País e que não se sustentam técnica e economicamente ações
visando sua modernização. O mesmo se verifica com as Centrais Telefônicas tradicionais, algumas
das quais, brevemente, haverá dificuldades de encontrar partes para reposição das que forem
danificadas ou terminar sua vida útil.
Portanto, a alternativa mais viável é a substituição por Redes de Nova Geração. Infelizmente, no
caso do Brasil, esta possibilidade encontra fortes barreiras em função de aspectos regulamentares
vinculadas à Concessão do STFC. Há obrigações às quais estão submetidas as Concessionárias que
somente podem ser atendidas através da tecnologia que, claramente, está sendo superada e deve
ser substituída. Por outro lado, aspectos vinculados à questão dos Bens Reversíveis apresentam
ainda maiores barreiras a serem vencidas.
O BS aproveita também a oportunidade para colocar o fato à consideração do GT formado no
Ministério das Comunicações que, entre outros aspectos, deve levar em conta pontos como os
apontados na reportagem.
Las centrales telefónicas de cobre empiezan a cerrar por la fibra óptica
Telefónica ha solicitado ya que 38 centrales tradicionales dejen de usar el cobre
EL PAÍS MADRID 28 OCT 2015 - 13:38 CET
El despliegue de la nueva red de fibra óptica traerá consigo abandonar progresivamente la tradicional
red de cobre. Este noviembre cerrarán las dos primeras centrales de cobre, sustituidas por la red de
fibra óptica. Son dos centrales situadas en Torrelodones (Madrid) y Sant Cugat (Barcelona). Después
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de un año de garantía y seis meses de guarda, Telefónica dejará de usar la red de cobre en esas dos
centrales, según ha informado este miércoles la Comisión Nacional de los Mercados y la Competencia.
Telefónica ha notificado el cierre de otras 36 centrales. En realidad, más que el cierre, lo que ocurre es
que se deja de usar la red de cobre, aunque el edificio se puede seguir usando para el despliegue de
fibra óptica o para antenas de telefonía móvil.
Madrid es la provincia que más centrales va a cerrar (o dejar de usar para la red de cobre), con siete
cierres programados, contando el de Torrelodones. Le siguen las provincias de Zaragoza y Valladolid,
con cuatro centrales cada una; y Barcelona, con tres, incluyendo Sant Cugat. También cerrarán dos
centrales en A Coruña, Baleares, Girona, La Rioja, Murcia y Santa Cruz de Tenerife. Completan los
cierres previstos una central en álava, Cáceres, Cádiz, Guadalajara y Las Palmas.
De momento son todas centrales pequeñas, en las que no hay operadores alternativos desagregando
bucle. En realidad, 38 centrales son aún muy pocas, teniendo en cuenta que en España hay unos 6.500
edificios de centrales.
El año pasado se registraron más de 15 millones de líneas de fibra óptica hasta el hogar (FTTH)
instaladas. La previsión es que en 2017 se alcancen más de 41 millones de accesos de nueva generación,
según los datos de la CNMC.
Telefónica sólo puede cerrar una central cuando más del 25% de los clientes de esa central se conecten
por medios alternativos a la red de cobre (por ejemplo, fibra óptica). Si además en esa central hay
operadores alternativos desagregando bucle, Telefónica deberá seguir prestando ese servicio mayorista
durante cinco años, más 6 meses de guarda. Si no hay operadores alternativos ubicados en la central
(como ocurre en las 38 que cierran), el período de garantía se reduce a un año, seguido de los seis
meses de guarda.
__________________________________________________________________________________
NOTA: Os comentários do presente BOLETIM SEMANAL bem como a edição final do texto são de responsabilidade
de Antonio Ribeiro dos Santos, Consultor Principal da PACTEL. A precisão das informações não foi testada. O
eventual uso das informações na tomada de decisões deve ser feita sob exclusiva responsabilidade de quem o
fizer. Também não se assume responsabilidade sobre dados e comentários realizados por terceiros cujos termos
o BS não endossa necessariamente. É apreciado o fato de ser mencionada a fonte no caso de utilização de alguma
informação do BOLETIM SEMANAL.
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