necessidades nutricionais no prétermo
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Necessidades Nutricionais no Prétermo
Susana Pissarra
Março 2013
Nutrição do Recém-nascido Pré-termo
Secção de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
1. Nutrição no RN pré-termo 2. Necessidades Nutricionais no
RN pré-termo 3. Desafios para o futuro
AGENDA
1. Nutrição no RN pré-termo ... as incertezas do passado... ... o que sabemos hoje...
2. Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
3. Desafios para o futuro
AGENDA
Ehrenkranz RA, et al. Pediatrics 1999; 104:280-9
Nutrição no RN pré-termo
• Incertezas relativamente a.... • Abordagem nutricional global do RN PT
• Quantidade necessária de nutrientes a administrar • Riscos envolvidos no suporte nutricional • Consequências de nutrição inadequada
Nutrição no RN pré-termo: as incertezas
Ziegler EE et al. Clin Perinatol 2002; 29: 225-44
O que sabemos.... • 500000 nascimentos PT / ano na Europa • sobrevivência crescente ao longo das últimas
décadas graças aos CCT antenatais e à utilização de surfactante exógeno
• Nascimento pré-termo = interrução abrupta do fornecimento de nutrientes
• Nascimento numa fase de rápido crescimento intra-uterino nos fetos saudáveis
Nutrição no RN pré-termo: o que sabemos
Corpeleijn W. JPGN 2010.
• Nas UCIN estes PT são sujeitos a múltiplas agressões que aumentam as suas necessidades energéticas
• Por constrangimentos de gestão de fluídos e
intolerância alimentar este aumento das exigências não é acompanhado de aumento suficiente do aporte resultando em balanço francamente negativo Corpeleijn W. JPGN 2010.
Nutrição no RN pré-termo: o que sabemos
• Tal balanço negativo condiciona que cerca de 40 a 90% destes prematuros apresentam uma restrição do crescimento em boa parte devido a défice proteico-energético
Corpeleijn W. JPGN 2010.
Nutrição no RN pré-termo: o que sabemos
• A maior parte dos PT admitidos a UCIN apresentam à alta pesos para a idade gestacional francamente inferiores ao esperado (<2 z-scores)
• Estes PT vêm a recuperar o peso ao longo
dos meses seguintes à alta da UCIN, num processo de crescimento de recuperação – catch up growth
Corpeleijn W. JPGN 2010. Franz AR. Pediatrics 2009. 123: e101-9
Nutrição no RN pré-termo: o que sabemos
• As implicações em termos de desenvolvimento psico-motor e risco futuro de doença metabólica e cardio-vascular deste processo de crescimento de recuperação permanecem por esclarecer na sua totalidade – parecendo
favorecer o desenvolvimento psico-motor ao mesmo tempo que aumenta o risco de doença metabólica e cardiovascular no futuro
Corpeleijn W. JPGN 2010. Franz AR. Pediatrics 2009. 123: e101-9
Nutrição no RN pré-termo: o que sabemos
• A privação, numa fase precoce, de nutrientes essenciais acarreta consequências a longo prazo, nomeadamente no que diz respeito ao crescimento e maturação cerebrais
• Em PT MBP aumentos de aporte de calorias e proteínas associam-se a aumento de MDI aos 18 M • >10Kcal/Kg/dia - >4,6 pontos • >1 gr/Kg/dia de proteínas - > 8,2 pontos!!!
Lucas A et al. Arch Dis Child 1989; 64: 1570-8. Stephens BE. Pediatrics 2009; 123: 1337-43. Ehrenkranz RA. Pediatrics 2006;117:1253-61
Nutrição no RN pré-termo: o que sabemos
Nutrição
Restrição de crescimento pós natal
Pior resultado neurodesenvolvimento
Restrição de crescimento pós natal
Pior resultado neurodesenvolvimento
Nutrição no RN pré-termo: o que sabemos
Ziegler EE et al. J Matern Fetal Neonat Med 2009;22(3): 191-7
• O conceito de
NUTRIÇÃO AGRESSIVA / NUTRIÇÃO OPTIMA Deve ser nosso objectivo que RN PT admitidos a UCIN
mimetizem com o seu crescimento e composição corporal, os fetos e RN termo saudáveis de igual idade gestacional.
Nutrição no RN pré-termo: o que sabemos
Composição corporal do feto de 1000g
• 1% de gordura • 8% de proteínas • Reserva calórica de 110 Kcal/kg
• ....... Suficiente para 4 dias de fome....
Ziegler EE. Growth 1976; 40: 329-41.
Nutrição no RN pré-termo: o que sabemos
”Preterm birth is a nutritional emergency...”
As reservas corporais de um feto de 1000g são suficientes para fornecer energia durante 4 a 5 dias
Heird WC. Acta Paediatr Scand 1989; 351: 13-23.
Nutrição no RN pré-termo: o que sabemos
Ehrenkranz RA, et al. Pediatrics 1999; 104:280-9
Nutrição no RN pré-termo
Nunca é tão fácil perder-se como quando se julga conhecer o
caminho. Provérbio Chinês
1. Nutrição no RN pré-termo 2. Necessidades Nutricionais no
RN pré-termo . Fluídos
. Energia . Proteínas . Carbohidratos . Lípidos . Minerais e oligoelementos . Vitaminas
3. Desafios para o futuro
AGENDA
• Quais as necessidades exactas em nutrientes no RN PT?
• A resposta a esta questão tem-se baseado em • Composição de leite humano – o modelo EMPÍRICO
modelo da composição ideal em macro e micronutrientes no PT???
Nutrição no RN pré-termo
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
• MÉTODO EMPÍRICO
• Usa a composição de diferentes leites com conteúdos energético e/ou proteíco variável como ponto de partida e crescimento e balanço nitrogenado como resultado para estimar necessidades nutricionais.
• Aplica-se maioritariamente a RN >1200g
• Ganho ponderal aumenta linearmente com aporte proteico e energético até aportes de 4,2 g/kg/dia
• Cada g/kg/d de aporte proteico adicional aumenta ganho ponderal em 3,44 g/kg/dia
Kashyap S. J Ped 1986; 108: 955-63.
• Quais as necessidades exactas em nutrientes no RN PT?
• A resposta a esta questão tem-se baseado em • Composição de leite humano – o modelo EMPÍRICO
modelo da composição ideal em macro e micronutrientes no PT???
• Padrão de crescimento e aquisição tecidular intrauterino de fetos saudáveis com a mesma idade gestacional... - o modelo FACTORIAL
modelo imperfeito... O RNPT não é exactamente um feto!!!
Nutrição no RN pré-termo
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
• MÉTODO FACTORIAL • Modelo fetal • Usa a acreção fetal de componentes corporais como ponto de
partida • Parte do pressuposto que a composição corporal do PT deve
mimetizar a do feto e que o crescimento ex-utero deve ser igual ao crescimento in-utero
• Modelo adequado para a maioria dos nutrientes (excepção: água...)
• Permite estabelecer que as necessidades nutricionais do PT são muito superiores às do RN de termo e que o LM é insuficiente para as suprir
Ziegler EE. Growth 1976; 40: 329-41. Ziegler EE. Ann Nutr Metabol 2011; 58(suppl 1):8-18
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
Composição Corporal do Feto de referência
Ziegler E et al. Growth 1976; 329-41 (cortesia do autor)
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
Diferenças entre Feto e Pré-termo de igual idade pós concepcional
Thureen PJ. In Neu J, Polin RA eds. Gastroenterology and Nutrition . Neonatology Questions and Controversies. Elsevier Inc. (Saunders); 2008. Van Den Akker CHP et al. Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2010; 13:75-80
Proteínas
Carbohidratos
Lípidos
Uptake de aa em excesso do que necessita para acreção proteica Aa em excesso são oxidados contribuindo para a produção energética
Infusão de aminoácidos em quantidade insuficiente para a acreção proteica
Fornecimento de glicose a ritmo que reflecte utilização de glicose para produção de energia Utilização da glicose a níveis baixos de insulina
Infusão de glicose a ritmos muito superiores aos do feto... Hiperglicemia!! Concentrações plasmáticas de insulina elevadas
Uptake de lípidos escasso AG essenciais
Metabolismo energético não dependente de lípidos até 3ºT Uptake de lípidos no fim do 3ºT (feto termo: 12-18% massa gorda)
Lípidos fornecidos como fonte energética Produção de tecido adiposo muito precoce relativamente ao feto
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
Diferenças entre Feto e Pré-termo de igual idade pós concepcional
Proteínas
Carbohidratos
Lípidos
+++ aminoácidos
Glicose qb
--- lípidos (AG essenciais)
--- aminoácidos
+++ Glicose
+++ lípidos
Thureen PJ. In Neu J, Polin RA eds. Gastroenterology and Nutrition . Neonatology Questions and Controversies. Elsevier Inc. (Saunders); 2008. Van Den Akker CHP et al. Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2010; 13:75-80
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
Necessidades Nutricionais do Pré-termo
Proteínas
Carbohidratos
Lípidos
23-30 sem: 3-4,5 g/kg/d 30-36 sem: 2,5-3 g/kg/d 36-40 sem: 2-3 g/kg/d
Iniciar glicose a 5-7 mg/kg/min Aumento progressivo até 10-11 mg/kg/min
Considerar produção endógena Manter glicemia entre 60-120 mg/dL (150-200???) Capacidade oxidativa máxima: ~11-13 mg/kg/min
2-3 g/kg/d Fornecer acidos gordos essenciais
Thureen PJ. In Neu J, Polin RA eds. Gastroenterology and Nutrition . Neonatology Questions and Controversies. Elsevier Inc. (Saunders); 2008. Van Den Akker CHP et al. Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2010; 13:75-80.
Cowett RM et al. Sem Neonatol 2004;9:37-47
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
Necessidades Nutricionais do Pré-termo
Energia
• Necessário fornecer energia suficiente para prevenir o recurso a reservas endógenas • Taxa metabólica basal: 40-50 Kcal/kg/d 20% para metabolismo proteico (4-5 Kcal/gr proteína) • Custo energético de acreção proteica= energia acumulada (4Kcal/g)
+ custo energético do ganho proteíco (10 Kcal/g)
• Acreção proteica ocorre com aportes acima dos 1-1,5g/kg/d de proteínas • Fornecimento energético mínimo=taxa metabólica basal + 10 Kcal/kg/g de proteína fornecida acima de 1g/kg/d = 50-60 Kcal/kg/d • Provavelmente o aporte energético óptimo no RN PT deve consistir predominantemente em aa e glicose
Thureen PJ. In Neu J, Polin RA eds. Gastroenterology and Nutrition . Neonatology Questions and Controversies. Elsevier Inc. (Saunders); 2008. Van Den Akker CHP et al. Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2010; 13:75-80
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
Ziegler EE. Growth 1976; 40: 329-41. Ziegler EE. Ann Nutr Metabol 2011; 58(suppl 1):8-18
Aporte enteral > para compensar absorção enteral incompleta de proteína (88%) e energia (85%)
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
Ziegler EE. Ann Nutr Metabol 2011; 58(suppl 1):8-18
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
Ziegler EE. Growth 1976; 40: 329-41. Ziegler EE. Ann Nutr Metabol 2011; 58(suppl 1):8-18
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
•Fluídos •Energia •Proteínas •Carbohidratos •Lípidos •Minerais e oligoelementos •Vitaminas
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo F
LU
ÍDO
S
• FASE I: TRANSIÇÃO • Imediatamente após o nascimento • Oligúria seguida de fase diurética • Perda considerável de fluídos por evaporação pela pele imatura do RN e
pela natriurese contínua • Perda aceitável de água de cerca de 10%
• FASE II: INTERMÉDIA • Diminuição das perdas insensíveis de água (aumento da camada córnea
da pele) • Diminuição da diurese • Diminuição da excreção de sódio
• FASE III: CRESCIMENTO ESTÁVEL • Aquisição ponderal continuada • Balanço positivo de água e iões
Nutrição parentérica no RN pré-termo F
LU
ÍDO
S
• Iniciar com 80-120 mL/kg/dia (no PT<1500g) • Incrementos de 10-15 mL/dia • Máximo a atingir ao fim da 1ª semana 150-200
mL/kg/dia
• Osmolaridade urinária desejável: 75-300 mosmol/Kg • Atenção ao excesso de fluídos em PT em risco de PDA
FL
UÍD
OS
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
EN
ER
GIA
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
Hulzebos CV et al. Sem Fetal Neonatal Med 2007; 12: 2-10.
Recomendações baseadas em estudos envolvendo PT >1000g, saudáveis e estáveis. Aplicáveis e PT <1000g????
• São fontes de energia as proteínas, a glicose e os lípidos
• Necessidades diárias: 120-130 kcal/kg/dia • Para consumo ”basal” (com metabolismo) (45 Kcal/kg/d)
+ crescimento (~4-5 Kcal/g; ganho de 17 g/kg/d) (70-80 kcal/kg/d) (>90-100Kcal/kg/d armazenamento sob a forma de tecido gordo)
• Distribuição ideal:
• Carbohidratos: 60% • Lípidos: 30% • Proteínas: 10 a 15%
EN
ER
GIA
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
Embleton ND et al. Early Hum Develop 2007; 83: 831-7.
• As proteínas, apesar de fonte de energia, devem ser reservadas para a produção de tecidos (deve respeitar-se uma
relação calorias não protéicas /calorias proteicas >6 i.e. 25 calorias não proteicas /1gr de aa))
• Devem fornecer-se carbohidratos e lípidos em
quantidades suficientes para evitar o catabolismo proteico
• As calorias não-proteicas devem dividir-se entre CH e lípidos na razão de 2:1
EN
ER
GIA
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
PR
OT
EÍN
AS
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
Te Braake FWJ et al. Sem Fetal Neonatal Med 2007; 12: 11-8. Vlaardingerbroek H et al. Neoreviews 2011: 12: e506-16
Essencial para ciclo ureia (amónia) Precursor na síntese do NO
Precursor da taurina e do glutatião
Precursor do glutatião Neurotransmissor inibitório SNC
Precursor do colagéneo. Função plástica.
Precursor de serotonina, dopamina, epinefrina, norepinefrina e melanina
• O aporte de amino-ácidos deve iniciar-se em D1 (nas primeiras 2h) de vida e ser aumentado rapidamente até atingir 3,5 – 4,0 g/kg/dia
• Na ausência de aporte exógeno, o PT cataboliza diariamente 1 g/kg das suas proteínas corporais
• É na primeira semana de vida do PT que as necessidades energético-proteicas e de micronutrientes são menos satisfeitas
PR
OT
EÍN
AS
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
Embleton ND et al. Early Hum Develop 2007; 83: 831-7.
• O PT deve reter cerca de 350 mg de nitrogénio por dia para ser capaz de atingir o crescimento desejado de 17 g/kg/dia
• Para reter 350 mg de nitrogénio, o PT necessita que lhe sejam administradas 3,5 g/kg/dia de proteínas
desde o nascimento. • A administração precoce de aminoácidos parece
ser segura e bem tolerada
PR
OT
EÍN
AS
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
RN<30 sem: 3,5-4,0 g/kg/d RN 30-36 sem: 2,5-3,5 g/kg/d RN > 36 sem: 2,5 g/kg/d
Hay WW et al. Ped Neonatol 2010; 51(4): 198-207 Hay WW et al. Neonatol 2008;94(4): 245-54
Thureen PJ et al. Ped Res 2003; 53(1): 24-32. Hay WW et al. Ped Neonatol 2010; 51(4): 198-207
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
• A acreção proteica é um processo energia dependente pelo que a administração de proteínas deve ser acompanhada pela administração de energia a fim de evitar a utilização catabólica das proteínas administradas
• Esta energia, in útero, é fornecida sob a forma de glicose.
• No PT sob AP, a utilização de uma fonte com densidade energética maior - Lípidos - permite evitar os constrangimentos de volume relacionados com o risco de PDA e DBP.
PR
OT
EÍN
AS
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
• A administração precoce de doses adequadas de proteína ao RN PT associa-se a: • Melhor crescimento somático
• Melhor desenvolvimento psico-motor e
comportamental
PR
OT
EÍN
AS
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
Stephens BE. Pediatrics 2009; 123: 1337-43. Ehrenkranz RA. Pediatrics 2006;117:1253-61
CA
RB
OH
IDR
AT
OS
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
• A administração de glicose deve iniciar-se com 5 a 6 mg/kg/min (7,2 a 8,6 g/kg/dia)
• Deve aumentar-se 1 a 2 g/kg/dia até máximo de 10-12 mg/kg/min (14-17 g/kg/dia) em função da glicemia
• Não deve ultrapassar-se a capacidade oxidativa máxima de glicose (13 mg/kg/min ou 18 g/kg/d) (sob
risco de conversão desta em lípidos – lipogénese – com elevado consumo energético e produção de CO2)
CA
RB
OH
IDR
AT
OS
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
• Se hiperglicemia, um aporte mínimo de 6 mg/kg/min deve ser assegurado nem que para tal seja necessário recorrer à administração de insulina (0,06-0,12 UI/kg/h) com o objectivo de manter glicemias entre 5,5 e 8,2 mmol/L (100-150 mg/dL) --- muita controvérsia!!!
• A administração de aa aumenta a tolerância à glicose (pela promoção da secreção endógena de insulina).
CA
RB
OH
IDR
AT
OS
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
LÍP
IDO
S
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
LÍP
IDO
S
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
• Os lípidos permitem fornecer elevadas densidades energéticas em pequenos volumes de fluídos
• Devem iniciar-se nas primeiras 72h de vida do PT ( a introdução precoce não parece associar-se a efeitos adversos como previamente temido)
• A dose preconizada é de 0,5-1,0 g/kg/dia, com aumentos diários de 0,5 g/kg/dia até atingir 3 a 4 g/kg/dia
• Devem fornecer 45% do aporte energético diário em calorias
• Devem preferir-se emulsões de 3ª geração (com óleo
vegetal como fonte de ω6, azeite para melhorar a relação ω6-ω3, MCT como fonte energética rápida e óleo de peixe pelas suas propriedades anti-inflamatórias)
LÍP
IDO
S
Simmer K. Cochrane Database Syst Rev, 2005; Corpeleijn WE. Ann Nutr Metab 2011; 58(suppl 1):20-9
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
MIN
ER
AIS
e O
LIG
OE
LE
ME
NT
OS
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
2 a 3 mg/kg/d, PN<1500g 2 mg/kg/dia, PN>1500g
• Necessidades calculadas para mimetizar a taxa de acumulação in utero
• Grande variabilidade nas doses recomendadas: • Cálcio: 50-120 mg/kg/dia • Fósforo: 30-70 mg/kg/dia • Relação Ca/Pi (mg): 1,7-2,2 / 1
MIN
ER
AIS
e O
LIG
OE
LE
ME
NT
OS
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
VIT
AM
INA
S
Necessidades Nutricionais no RN pré-termo
200 a 450 mcg/kg/d
2,8-3,5mg/kg/d
• Qual a melhor maneira de fornecer estas necessidades nutricionais? • Instituindo nutrição parentérica precoce
• Idealmente iniciada nas primeiras 2h de vida com 2,5 g/kg/dia de proteínas – eficaz e seguro!!!!
• Introduzindo precocemente alimentação entérica adequada, preferencialmente com leite materno
• Optimizando o aporte de leite materno enriquecendo-o com fortificante e suplemento proteíco
Nutrição no RN pré-termo
Ibrahim HM et al. J Perinatol 2004; 24: 482-6. te Braake FW et al. Sem Fetal Neonatal Med 2007; 12:11-8
1. Nutrição no RN pré-termo 2. Necessidades Nutricionais no
RN pré-termo 3. Desafios para o futuro
AGENDA
1. Identificar biomarcadores de tolerância / toxicidade proteica 2. Produzir misturas de aa ideais para mimetizar o perfil de aa séricos
do feto de igual idade pós-concepcional.... a questão dos aa essenciais e condicionalmente essenciais
3. Estabelecer limites séricos toleráveis para glicemia... o papel da insulina
4. Avaliar impacto de administração precoce de lípidos 5. Definir ”outcomes” ideais mensuráveis das diferentes estratégias
nutricionais 6. Realizar estudos prospectivos controlados e randomizados que
validem regimes nutricionais no RN PT MBP em termos de eficácia e segurança
7. Determinar o impacto nutricional das políticas ”poupadoras” de O2 8. A questão do ”programming”
Desafios futuros
”Programming”: a nutrição em janelas críticas da
vida fetal e pós natal precoce pode permanentemente afectar ou programar a saúde do indivíduo a longo prazo
Impacto da nutrição precoce: “programming”
Teoria de Barker 1987
RCIU, Diabetes materna, Outros factores
Parto pretermo Baixo peso ao nascimento LIG/AIG/GIG
NUTRIÇÃO
Doença cardiovascular, metabólica, renal, ...
Impacto da nutrição precoce: “programming”
HTA, resistência à insulina, diabetes...
Singhal. Lancet 2005
Compromisso do desenvolvimento Psico-motor
Doença cardiovascular
Lesão renal
Síndrome metabólica
Compromisso do crescimento
somático
Type of Research 20-year Truth Survival
Non-randomized trials 87±2 %
Randomized trials 85±3 %
Meta-analysis 57±10 %
50-year Survival of Conclusions of Randomized Clinical Trials
Negative 68±13 %
Positive 14±4 %
Necessidades Nutricionais no Prétermo
Susana Pissarra
Março 2013
Curso de Nutrição
Secção de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria
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