museu do moinho de papel - leiria
Post on 21-Dec-2015
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Museu do Moinho de PapelAna Carolina Timbó . Análise Patrimonial . Professor Romeu Duarte
Localização Leiria Programa inicial Moinho de papel Programa actual Museu do Moinho de papel Data construção Século XV Data reconversão 2009 Autor reconversão Álvaro Siza Classificação Grau 2 !!*Grau 2 – imóvel ou conjunto com valor tipológico, estilístico ou histórico ou que se singulariza na massa edificada, cujos elementos estruturais e características de qualidade arquitectónica ou significado histórico deverão ser preservadas. Incluem-se neste grupo, com excepções, os objectos edificados classificados como Imóvel de Interesse Público.
Contexto Histórico
• Em Portugal, a utilização do papel como suporte de documentos escritos remonta ao século XIII;
• Somente no séc XV tem-se notícias sobre os primeiros moinhos papeleiros;
• Em 1411, D. João I, por Carta Régia, dá alvará de construção de um moinho a Gonçalo Lourenço de Gomide;
“… em dois assentamentos velhos que em outro tempo foram moinhos que estão no termo e na ribeira da nossa vila de Leiria … junto à ponte dos caniços…” instalasse“…engenhos de fazer ferro, serrar madeira, pisar burel e fazer papel ou outras coisas que se façam com o artifício da água… contando que não sejam moinhos de pão…”.
• Leiria : cidade portuária, faz fronteira com Lisboa e Coimbra;
• Sítio ideal: terreno granítico, próximo ao corpo d’água, bem localizado em relação aos grandes centros, boas condições de mobilidade;
• Foi primeiro moinho papeleiro de Portugal e até o século XVI figurou como o único produtor de papel do reino;
• Funcionava juntamente com uma oficina de tipografia (1495).
Séc XV - construção do Moinho; Séc XVI - o moinho foi doado ao Convento de Santo Agostinho e serviu para abastecimento de água ao convento e ao antigo quartel militar; Séc. XVIII - com a extinção das ordens religiosas em 1834, regressa às mãos de um habitante local e volta a funcionar apenas como moagem de cereais (milho, trigo e descasque de arroz); Séc XX - decadência daquelas atividades industriais no início do séc, as instalações foram reconvertidas para a produção do azeite; 1999 - Comprado pela Prefeitura Municipal; 2009 - Inaugurado o Museu do Moinho de papel.
Contexto Urbano
• Localizado na margem esquerda do rio Lis; !
• Alinhamento da fachada principal virada para a rua, com passeio estreito; !
• Fachada lateral esquerda integrada no pequeno largo junto à ponte e açude dos Caniços; !
• Em suas imediações situa-se a Igreja e convento de Santo Agostinho; !
• Frente ao moinho o monte de Nossa Senhora da Encarnação com a Capela da mesma invocação.
Esplanada
Intervenção
• A intervenção no museu do moinho faz parte de um contexto mais abrangente de requalificação urbana da cidade de Leiria (projeto Polis);
• Projeto de requalificação do rio e de suas adjacências;
• Apropriação do rio pela população;
• Criação de áreas de lazer ao longo do Rio;
• Integração de equipamentos culturais e educativos dentro da cidade;
• Forma de projetar a cidade;
• Processo de recuperação e reabilitação.
Intervenção
• Planta retangular, composta por 3 corpos principais:
moinho: instalações para a atividade de moagem;
armazém: para exposição e recepção com serviço de apoio;
casa do moleiro; !• Foram preservadas algumas evidências de produção de azeite, através da aplicação de zonas envidraçadas no pavimento; !
• Sendo por natureza um edifício localizado no rio, foi também criado um espaço de esplanada, na zona da represa, onde se situam os mecanismos de canalizar a água para o moinho;
• Fachada sul: virada para a rua, aberta por portão reto (moinho), fresta horizontal e janela ao nível do piso superior (casa do moleiro) e portão reto (armazém);
• Fachada leste: ribeirinha, aberta por arcos góticos dos poços dos rodízios, prolongando-se por muro com plataforma de pequeno cais de embarque alpendrado;
• Interior: várias dependências articuladas, de pavimento em soalho e cobertura em madeira com ripas transversais.
Intervenção
• Edificação composta por paredes portantes em alvenaria de pedra e saibro, com reboco de saibro e cal, pisos em madeira e cobertura com forro de pinho e telha canudo; !
• Cobertura em telhados de quatro águas (moinho) e em duas águas (armazém e casa do moleiro); !
• Recuperação ou substituição dos equipamentos permitiram a reprodução das atividades realizadas no moinho;
!• Na sala dedicada ao fabrico de papel manteve-se o sistema de ventilação natural existente e os vãos
originais; !
• Linguagem construtiva tradicional pontuada com pequenos pormenores atuais; !• Edifício como um museu-vivo: mais fiel possível à época em que laborava, dotando-o de novas condições,
fazendo face ás novas solicitações e exigências atuais (segurança, logísticas ou programáticas) !
• Respeito à estética arquitetônica preexistente; !
• Cunho pessoal do arquiteto - arquitetura horizontal, austera e ao mesmo tempo leve e discreta, por conta das formas simples e paleta cores claras.
Análise
• Boito !Distinguibilidade: complementos e acréscimos devam mostrar ser obras de seu tempo; opinião reiterada na Carta de Cracóvia; Restauração pitoresca; !• Carta de Veneza !Artigo 1º - A noção de monumento histórico compreende a criação arquitetônica isolada, bem como o sítio urbano ou rural que dá testemunho de uma civilização particular, de uma evolução significativa ou de um acontecimento histórico. Estende-se não só às grandes criações, mas também às obras modestas, que tenham adquirido, com o tempo, uma significação cultural; !• Carta Nizhny Tagil ! 5-i. A conservação do património industrial depende da preservação da sua integridade funcional, e as intervenções realizadas
num sítio industrial devem, tanto quanto possível, visar a manutenção desta integridade. O valor e a autenticidade de um sítio industrial podem ser fortemente reduzidos se a maquinaria ou componentes essenciais forem retirados, ou se os elementos secundários que fazem parte do conjunto forem destruídos;
! 5-iv. A adaptação de um sítio industrial a uma nova utilização como forma de se assegurar a sua conservação é em geral
aceitável salvo no caso de sítios com uma particular importância histórica. As novas utilizações devem respeitar o material específico e os esquemas originais de circulação e de produção, sendo tanto quanto possível compatíveis com a sua anterior utilização. É recomendável uma adaptação que evoque a sua antiga actividade;
7-i. Os museus industriais e técnicos, assim como os sítios industriais preservados, constituem meios importantes de protecção e interpretação do património industrial.
Análise
• Riegl !Valor de uso: inerente a todos os monumentos que tenham conservado seu papel memorial original e suas; funções antigas, quer tenha recebido novos usos; !Somente a investigação dos sentidos atribuídos pela sociedade ao monumento histórico permite fundar uma prática; !• Ruskin Perenidade da arquitetura; !Restaurar um objeto ou edifício é atentar contra sua autenticidade; !!✴ Buscar necessidades dentro da comunidade e definir a nova ocupação.
!!
Bibliografia
CHOAY, Françoise. A Alegoria do patrimônio. São Paulo, Editora UNESP, 2011. !BOITO, Camillo. Os restauradores. Cotia-SP, Ateliê Editorial, 2008. !BRANDI, Cesare. Teoria da restauração. Cotia-SP, Ateliê Editorial, 2004. !CARTA DE VENEZA – Carta de Veneza sobre a Conservação e Restauro dos Monumentos e dos Sítios. 1964.
CARTA DE CRACÓVIA - Princípios para a Conservação e o Restauro do Património Construído. 2000.
CARTA DE NIZHNY TAGIL -sobre o Património Industrial, Nizhny Tagil. 2003.
!http://www.in-loko.pt/leiria-moinho-de-papel.html !http://www.destinoportugal.pt-tur.com/destino_concelhos/leiria/moinho_papel.html !http://www.monumentos.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=887 !
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