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Ministério da Educação
Universidade Federal de Pelotas
Centro de Artes
Bacharel em Design Digital
Design, inovação e negócios: O designer empreendedor.
EDUARDO LENA
Pelotas, 2013.
EDUARDO LENA
Design, inovação e negócios: O designer empreendedor.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Design
Digital do Centro de Artes da
Universidade Federal de Pelotas
com vistas à obtenção do grau de
bacharel em Design Digital.
Orientadores:
Prof. Me. Pablo Fabião Lisboa
Prof. Me. Tobias Tessman Mülling
Pelotas, 2013.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Me. Pablo Fabião Lisboa
Prof. Me. Tobias Tessman Mülling
Profª. Me. Renata Oliveira Garcez
Profª. Dra. Helena de Araujo Neves
Agradeço todos aqueles que eu admiro porque “[...] pessoas
que admiro me ajudam a ver que posso e devo sonhar alto. Ao
entender o que eu admiro nelas, eu acabo conhecendo-me muito
melhor e entendendo o que realmente importa para mim.” Bel Pesce
Agradeço ao dom da vida e a todas as energias que me cercam
personificada naquele que alguns chamam de Deus, Jah, Pai Celestial,
Buddah ou qualquer que seja o nome. Agradeço por poder estar
criando, desenvolvendo e crescendo minhas percepções morais e
intelectuais.
Agradeço a família, presente e paciente em todas essas
etapas. A minha mãe pela ternura das sempre presentes palavras de
incentivo; ao meu pai pela incomparável admiração pelo labor e pelo
que é correto e ao meu irmão pelos inúmeros sonhos que me fez criar.
Agradeço a todas as experiências de trabalho que tive até
hoje, que me tornaram e me tornam o que sou hoje e o que ainda
posso vir a ser. Em especial agradeço a Bruno Geraldo e Jeferson
Christh que me apresentaram o universo das startups e fizeram com
que despertasse em mim o desejo de construir este projeto.
Por fim, agradeço aos amigos e a minha namorada que
sempre me ajudaram a trabalhar e ir atrás dos meus ideais, permitindo
que conseguisse terminar este projeto.
“Carrego nas costas meu mundo
E junto umas coisas que me fazem bem,
Fazendo da minha janela
Imenso horizonte, como me convém.”
Luis Marenco
LENA, Eduardo. Design, inovação e negócios: O designer
empreendedor. Trabalho de Conclusão de Curso ao título de Bacharel
em Design Digital pela Universidade Federal de Pelotas em Pelotas,
Rio Grande do Sul. 2013.
Novas possibilidades de empreender como tendência, a
inovação nos seus mais diversos aspectos como diferencial, o
pensamento estruturado no design agregado a novas maneiras de se
dominar a gestão como meio, e produtos inovadores de sucesso por
fim, trazem a presente pesquisa a função de descobrir, estruturar e
ambientalizar a pesquisa na produção do trabalho que tem como
objetivo mostrar que mudanças atuais nos negócios estão
proporcionando ao designer uma maior facilidade em agregar valor
sobre ideias inovadoras.
Acredita-se que os designers vem sendo reconhecidos no
mercado somente como prestadores de serviços ao ponto que têm
toda a capacidade de inovar e gerir ideias e pensamentos na busca de
um sucesso empresarial, invocando muitas vezes seus esforços para
que deixe de ser apenas um prestador de serviço e passe a ser um
gerador de novas possibilidades.
Partindo então do pressuposto de que devido às
competências do designer e a comum ideia de visão ampla e
estratégica, de planejamento de projeto, de potencial inovador, de
comunicação e entendimento de mercado sendo ratificado na
maneira com que desenvolve seu trabalho, procura-se verificar a
relação de design, inovação e empreendedorismo na criação de novos
modelos de negócios, mostrando que o designer pode ser visto por
ele e pela sociedade como um competente e inovador empreendedor.
Para isso buscou-se por meio de uma pesquisa de abordagem
qualitativa, caracterizada por um levantamento de bibliografia,
observações e de experiências pessoais, um alinhamento técnico-
cientifico sobre o tema. Com base em observações do mercado e de
alguns estudos de casos, elaborou-se um resultado prático que trata
de uma ferramenta na forma de plataforma web que tem como
premissa fomentar e auxiliar o designer na criação de projetos
inovadores, entendendo-os como negócio.
Palavras-chave: Design. Inovação. Empreendedorismo.
Startup.
Figura 01 - Conceito e Abrangência da inovação ...................................... 21
Figura 02 - Matriz novidade e resultado ....................................................... 23
Figura 03 – Rel. do modelo de negócios desagregados ........................... 40
Figura 04 - Relação de lógica da cauda longa ............................................. 41
Figura 05 - Esquema exemplo da relação multilateral ............................. 42
Figura 06 - Esquema visual da relação Modelo Aberto ........................... 43
Figura 07 - Mapa da Empatia ............................................................................. 45
Figura 08 - Exemplos de Checklist ................................................................... 47
Figura 09 - Estrutura Diagrama Espinha de Peixe ..................................... 47
Figura 10 - Exemplo utilização “Por que, por que” .................................... 48
Figura 11 - Elementos de um mapa mental .................................................. 48
Figura 12 - Questões indagadoras do MESCRAI ....................................... 49
Figura 13 - Exemplo de relação com a Régua Heurística ........................ 49
Figura 14 - Configuração exemplo dos Seis Chapéus .............................. 50
Figura 15 - Marca da startup UP.me ............................................................... 61
Figura 16 - Landing page do Projeto UP.me ................................................ 62
Figura 17 - Página interna sobre o funcionamento da ferramenta ..... 62
Figura 18 - Página interna com lista dos projetos ...................................... 63
Figura 19 - Página interna com técnicas aplicadas no projeto .............. 63
Figura 20 - Página interna com detalhamento de técnica ...................... 63
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 12
Atualmente o poder de consumo de muitas pessoas e países
tem aumentado, sobre uma ótica otimista pode-se dizer que as
desigualdades estão caminhando em direção a uma linearidade,
conforme nos mostra o Índice de Gini1 disponível em
<http://datos.bancomundial.org/indicador/SI.POV.GINI>, acessado
em fev 2013. Ao passo que estamos cada vez mais conectados e
envolvidos com os outros, com os problemas dos próximos ou ainda
com a necessidade de outras pessoas, estamos vendo que a economia
mundial está sofrendo alterações, que os valores estão mudando e
que certas atitudes antes vistas como retrógadas agora revivem com
grande força, onde fica claro que o panorama mundial atual está
baseado na ampliação da demanda por produtos e processos
1 Índice de Gini: é uma medida de desigualdade desenvolvida pelo
estatístico italiano Corrado Gini. É comumente utilizada para calcular a
desigualdade de distribuição de renda mas pode ser usada para qualquer
distribuição.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 13
diferenciados, marcado por um novo dinamismo econômico, sendo
viabilizados pelo desenvolvimento intensivo e acelerado de novas
tecnologias e novas formas de organização.
Com a occorência dessas mudanças, inúmeras possibilidades
aparecem deixando em aberto pretextos que possibilitam com que
qualquer individuo dê sua contribuição em relação à resolução de
problemas e necessidades cotidianas. Nesta lógica, investidores e
empreendedores têm visto seus horizontes aumentarem pois a cada
dia existe a possibilidade de se descobrir uma nova atividade, uma
nova necessidade ou um nicho de mercado diferente ainda não
explorado.
Segundo Santos Filho (2012), especialista em
empreendedorismo, existem três grandes áreas que estão a frente de
todas as pessoas influenciando na vivência comum que ainda não são
bem exploradas e que tendem a crescer nos próximos anos. A
urbanização, que nos insere em grandes centros resultando em
aspectos de mobilidade, qualidade de vida entre outros; tecnologias
inteligentes que podem potencializar nossas capacidades nos
afazeres; e socialização, pois é o meio de relação que cresce a cada dia
mais, em especial no Brasil por termos essa característica salientada.
O empreendedorismo se mostra então em ótima fase com
inúmeras possibilidades, entretanto, temos muitas vezes a ideia de
que empreender é atribuição de um administrador - talvez pelo seu
perfil de atividade ou pela formação acadêmica – ou de um
empresário que já está acostumado a gerir e empreender devido à
prática de mercado. Todavia é importante percebermos que
empreender, de maneira correta, segundo Geringer (2012), deve levar
em conta o ato de empreender por oportunidade e não por
necessidade. Logo, empreender se entende que seja atribuição de
qualquer um que possua a visão e o entendimento técnico necessário
no que se está desenvolvendo.
Se pensarmos que o design e o empreendedorismo sempre
estiveram lado a lado, percebemos que o designer cria, em quase
todas as possibilidades, para organizações que inevitavelmente
surgiram de atitudes empreendedoras de seus sócios e proprietários.
Nesta perspectiva o design vem se modificando, evoluindo e
consequentemente servindo de base para novas propostas, como nos
mostra Vianna (2012):
É pensando de maneira abdutiva que o designer constantemente desafia seus padrões, fazendo e desfazendo conjecturas, e transformando-as em oportunidades para a inovação. E essa habilidade, de se desvencilhar do pensamento lógico cartesiano, que faz com que o designer se mantenha fora da caixa.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 14
A presente afirmação é ratificada em literaturas mais
recentes que mostram que é pouco provável abordar assuntos como
inovação e novos modelos de negócio sem se falar de design,
conforme nos mostra Vianna (2012).
De acordo com Dell´Era & Verganti (2009), o design está cada
vez ganhando mais atenção tanto pelos consumidores nos seus
aspectos estéticos, formais ou simbólicos, como pelas empresas que
estão se orientando pelo design. Segundo Vianna (2012), o design não
se limita apenas aos aspectos já mencionados, mas de forma geral, o
design é uma relação que interliga o racional, a emoção e a cognição
na busca de sanar as necessidades das pessoas promovendo uma
melhor qualidade de relação quer seja com ambientes ou com
pessoas, isso por quê:
O designer enxerga como um problema tudo aquilo que prejudica ou impede a experiência (emocional, cognitiva, estética) e o bem-estar na vida das pessoas (considerando todos os aspectos da vida, como trabalho, lazer, relacionamentos, cultura etc.). Isso faz com que sua principal tarefa seja identificar problemas e gerar soluções .
Estando claro que o mercado vem se modificando e que o
design está constantemente focado em resolver e identificar
negativas do cotidiano, passamos a analisar outra perspectiva que se
torna elo para se entender essas mudanças.
A inovação se tornou a força motriz do desenvolvimento de
novos produtos e serviços. Por meio dela novas empresas surgem,
pequenas empresas crescem e se criam novos panoramas
mercadológicos. Segundo a revista norte-americana Business Week,
citada por Vianna (2012) “o processo de inovação consiste em recriar
modelos de negócio e construir mercados inteiramente novos que vão
ao encontro de necessidades humanas não atendidas”.
É pela inovação que as pessoas são atingidas e acabam se
identificando. Muitos produtos, processos ou serviços, são
apresentados para a sociedade de maneira não convencional e muitas
vezes acabam educando novos consumidores ou mostrando-os
necessidades que nem eles mesmos haviam identificado. Esta
inovação caracterizada pelo processo estratégico de pensamento do
designer, aliado ao espírito empreendedor, somado à gestão de
negócios, nos traz um resultado que atualmente está crescendo no
Brasil e no mundo, são as chamadas Startups. Essa forma de
empreender apresenta em sua maioria bases tecnológicas que se
utilizam da inovação, tanto de produtos como de processos, para criar
resultados diversificados para contribuir no cotidiano das pessoas.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 15
As Startups, em sua forma simplificada, divergem dos
sistemas tradicionais, pois é um empreendimento que consiste em um
pensamento diferenciado de entender o mercado partindo primeiro
de um problema, tendo suas perspectivas em produtos/serviços que
sejam escaláveis, com um sistema de desenvolvimento dinâmico e
colaborativo focado na otimização de processos e métodos e,
consequentemente, uma entrega satisfatória de um bem agregado de
valores simbólicos mas extremamente fundamentado na
funcionalidade.
Muitas pessoas dizem que qualquer pequena empresa em seu período inicial pode ser considerada uma startup. Outros defendem que uma Startup é uma empresa com custos de manutenção muito baixos, mas que consegue crescer rapidamente e gerar lucros cada vez maiores. Mas há uma definição mais atual, que parece satisfazer a diversos especialistas e investidores: uma startup é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza (GITAHY, 2012).
É importante também salientarmos que talvez a principal
diferença entre os modelos de empreendedorismo, além dos já
mencionados, fazem relação com o mercado de atuação em que o
tradicional tende a seguir um modelo já testado, como por exemplo
uma padaria, uma farmácia ou um supermercado. Já a Startup busca
inovar de diversos modos, inclusive na área de atuação, onde ainda
não se tenha explorado ou que seja pouco comum, como serviços web
e redes sociais.
A maneira como surgem as startups também as diferencia,
pois levam em conta um baixo valor de investimento, trabalho
colaborativo, reduzido número de pessoas sendo, na sua maioria,
apenas os envolvidos no modelo de negócio, além de buscar a
simplificação de processos como também a apropriação de
ferramentas já existentes que facilitem o desenvolvimento prático
dos projetos. Para Caseira (2010), o SEBRAE ajuda no
desenvolvimento de uma empresa na área de planejamento e gestão
de um negócio, mas não na concepção sobre o que se está oferecendo
para posterior desenvolvimento, “uma necessidade não atendida
pelos manuais do SEBRAE, que é a concepção do negócio, que
antecede o seu planejamento e a sua gestão.”
As startups bem sucedidas são diferentes de empresas estabelecidas – é mesmo surpreendente como começaram. Seria bom se as pessoas prestassem mais atenção nesse nicho tão importante do mundo dos negócios, embora quase sempre incompreendido. [...] o mundo empresarial poderia ser mais produtivo se funcionasse da mesma forma. (LIVINGSTON, 2009, p. 12).
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 16
Sendo assim, observa-se a importância de inserir o designer
ainda mais no pensamento mercadológico e nas inovações, pois
percebe-se que outras áreas do conhecimento se apropriaram do
design para inovar e desenvolver, onde os designers em contra
partida, muitas vezes ficam acomodados com a prestação de serviço
tendo embora um grande potencial a ser explorado como diferencial
de mercado.
O presente estudo baseou-se no grupo de investimento
norte-americano chamado Designer Fund que tem por atividade
financiar, custear e mentorar ideias inovadoras vindouras de
designers com todo a aporte financeiro e intelectual para projetos que
tenham algum impacto social.
Nós acreditamos que poucos designers estão indo pelo caminho do empreendedorismo e das criações tecnológicas com impacto social. Em nossa pesquisa encontramos questões sistêmicas incluindo a falta de educação empreendedora como profissionais de sucesso que servem de modelo e tem capital. Também acreditamos que companhias podem ter sucesso se o talento do design, engenharia e negócios colaborasem desde o inicio (Designer Fund, 2012 – tradução do autor).
Foi através do Designer Fund que Enrique Allen resolveu
desenvolver um projeto chamado Designer Founders que serviu como
instrumento maior de inspiração para o desenvolvimento desta
pesquisa. O projeto de Allen, é um livro colaborativo que mostra uma
série de entrevistas com designers que foram cruciais para a criação
de tech startups sendo ativos proprietários (founders) ou sócios(co-
fouders) servindo de inspiração para que outros designers também
vejam a importância do empreendedorismo.
O livro se encontra atualmente na primeira edição
disponibilizada gratuitamente onde são entrevistados Evan Sharp da
Pinterest <http://pinterest.com>, Rashmi Sinha do SlideShare
<http://slideshare.net/>, Yves Behar da Fuseproject
<http://www.fuseproject.com/>, Christina Brodbeck da Theicebreak
<theicebreak.com> e Scott Belsky e Matias Corea do Behance
<http://www.behance.net/>. As intrevistas são feitas sem roteiro, são
conversas espontâneas que depois são transcritas e publicadas com o
mínimo de edição possível, também não há nas entrevistas um desejo
de criar um guia ou manual com dicas, mas de mostrar exemplos que
estão se perdendo e popularizar o entendimento do que os designers
podem alcançar.
Agregado aos objetivos da pesquisa científica, desejamos de
forma empírica que os designers possam se inspirar e se encorajar a
serem empreendedores, nas suas diversas formas e aplicações. É
interesse deste projeto mostrar que o designer é muito mais que um
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 17
colaborador ou peça de um sistema, ele pode devido sua capacidade
intelectual e formação, também gerir e criar empreendimentos
evidenciando que startups são boas alternativas para os mesmo
empreenderem.
Novas tecnologias, novas ferramentas e mudanças na
estrutura dos tradicionais planos emprendedores surgiram e fizeram
com que se repense o contexto de empreender e nas atribuiçoes de
um novo empreendedor e de cada profissional dentro desta lógica. O
site Designer Founders, disponível em: <designerfounders.com> já
mencionado, é um exemplo de um novo jeito de se posicionar, agir e
ratificar um pensamento sobre como ter uma empresa, sendo
estabelecido como a referência inicial do presente trabalho, por
catalogar as principais empresas criadas com vasta participação de
designers na criação de seus modelos de negócio projetando
empresas que de acordo com o site The Designer Fund, estão
crescendo e gerando bilhões de dólares. “Design é o elo que está
faltando no seu time de empreendedores. O perfeito equilíbrio entre
negócios, tecnologia e design é uma incrível e poderosa ferramenta
[...] e um modelo de negócios ainda mais poderoso” (RILEY, 2012).
O presente objeto de estudo mostrou para além da percepção
pessoal do acadêmico uma possível falta de presença e interesses de
muitos designers dentro do mundo empreendedor. Por experiências
vividas dentro da academia através de disciplinas e troca de
informações com colegas, em espaços de feiras e eventos como o
Startupweekend Porto Alegre que ocorreu em abril de 2012, como
também na rede de networking. Ainda através de pesquisas, é fácil
perceber a importância dos designers dentro desses novos
empreendimentos e a dificuldade de se achar profissionais da área
para a produção e criação das startups, como ratifica Sacha Greif em:
<www.thenextweb.com>, acessado em maio de 2012, “O primeiro
passo para startups resolverem seus problemas na contratação de
designers é entender que há um problema.”
A relevância desta pesquisa consiste em analisar,
compreender e sistematizar a capacidade do designer enquanto
empreendedor, com recomendações para auxiliá-los na
ambientalização da atual realidade mercadológica, encorajando e
mostrando novas realidades propondo, através da compreensão do
comportamento de outros profissionais e de outras experiências, uma
contribuição para que o design como um todo, se entenda como área
ativamente inovadora e empreendedora alcançando com eficiência os
objetivos aos quais se está engajado.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 18
Com os estudos, levantamentos, informações e todo material
acessado para a realização desta pesquisa se torna importante
entender o ato de objetivar que é parte do pensamento estratégico
para o desenvolvimento da inovação. É uma parte importante pois
delimita o foco do que se quer criar, balizando e criando linhas guias
para a estrutura de pensamento, assim como nos negócios onde o
objetivo também mostra o caminho a ser trilhado.
1.2.1 Objetivos gerais1.2.1 Objetivos gerais1.2.1 Objetivos gerais1.2.1 Objetivos gerais
O presente projeto de pesquisa tem por objetivo analisar e
compreender as relações do profissional de design com a inovação,
gestão, e a criação de perfil empreendedor se utilizando de técnicas,
metodologias e sistemáticas para gerar empreendimentos com cunho
inovador e dentro desta, startups. Como resultado prático deste
estudo objetiva-se projetar e construir uma ferramenta de auxílio,
fomento, e suporte à criação e gerência de negócios e projetos
inovadores.
1.2.2 Objetivos específicos1.2.2 Objetivos específicos1.2.2 Objetivos específicos1.2.2 Objetivos específicos
a) Compreender os conceitos de inovação, gestão, design e
empreendimento;
b) Analisar as atribuições e potencialidades do designer
enquanto inovador e empreendedor;
c) Entender a relação entre inovação, gestão e o mercado com
foco no design;
d) Projetar uma plataforma web como resultado prático do
estudo que compreenderá inumeras técnicas de estímulo a
criatividade, de doutrina mercadológica, de estratégia
diferecial como também de gestão dos projetos.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 19
Para que possamos nos ambientar e termos base para os
próximos desdobramentos do assunto, é importante entendermos
este capítulo que apresentará uma abordagem sobre conceitos,
descrições e entendimentos oriundos de diversas fontes sobre
inovação, gestão/empreendedorismo e design, tendoa prática de
mercado como viés e o design como foco. Cada um destes temas
citados acima estão apresentados em forma de subcapítulos a seguir.
Muito se escuta que a inovação traz as empresas e
organizações um potencial diferenciador de muito apreço e valia. A
inovação é em muitos casos a grande responsável pelo destaque de
produtos e serviços que são continuamente modificados e
consumidos pela sociedade. No entanto, quando há interesse de
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 20
propor a inovação acaba-se por se criar o questionamento sobre o que
é de fato é inovar.
2.1.1 O que 2.1.1 O que 2.1.1 O que 2.1.1 O que éééé e o que ne o que ne o que ne o que nãããão o o o éééé inovainovainovainovaçãçãçãção?o?o?o?
Constantemente escutamos os termos inovar, criar ou
modificar de diversas maneiras, porém, atualmente a inovação vem
ganhando outras forças, pois além de modificar a vida das pessoas
direta ou indiretamente, ela ganha importância e se torna cerne de
mudanças econômicas do mundo, como nos mostra o Manual de Oslo
(s/d, p. 15) por exemplo:
[...]estamos claramente vivendo uma importante revolução tecnológica, com a economia mundial sendo reconfigurada pelas novas tecnologias da informação e por mudanças fundamentais em campos como a biotecnologia e a ciência dos materiais.
Segundo o Dicionário Aurélio, o termo inovação corresponde
ao “ato ou efeito de inovar”. Esta denominação não nos diz muito, mas
se pesquisarmos pelo conceito de inovar, também com base no
Dicionário Aurélio (1993, p. 307), vamos encontrar a seguinte
explicação: inovar é “introduzir novidade. tornar novo. renovar”. Tais
terminologias ainda são insuficientes para concluirmos ou iniciarmos
nossa abordagem. O termo inovação está muito banalizado, pois é
constantemente comentado ou difundido de forma superficial ou
ainda confundido com invenção, mudanças, novas ideias, melhorias,
etc. Sendo assim, vemos que se faz necessário impormos uma
perspectiva de análise sobre a inovação, e para que seja congruente
com os objetivos do trabalho passaremos a buscar explicações acerca
da inovação sob a visão de mercado.
A lei brasileira nº10.973 que dispõe sobre incentivos à
inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo
e dá outras providências, declara que inovação é “a introdução de
novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou social que
resulte em novos produtos, processos ou serviços.” (LEI 10.973, 2004,
p. 1). No livro Inovação Organizacional e Tecnológica (MOREIRA &
QUEIROZ, 2007) apresentam uma definição do relatório da
Comunidade Européia, intitulado Green Paper on Innovation (European
Commission, 1995) que nos apresenta “Inovação é tomada como
sendo um sinônimo para a produção, assimilação e exploração com
sucesso de novidades nas esferas econômicas e sociais”, sendo
seguida de um adendo que faz relação com os usuários da inovação:
“A inovação oferece novas soluções para problemas e assim torna
possível satisfazer as necessidades tanto do indivíduo como da
sociedade”.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 21
Já segundo o Manual de Instrumentos de Apoio à Inovação
Tecnológica da ANPEI – Associação Nacional de Pesquisa,
Desenvolvimento e Engenharia das Empresas inovadoras, inovação é:
A inovação tecnológica caracteriza-se pela criação ou modificação de um produto utilizando uma nova tecnologia, e também pela aquisição de um novo equipamento e pela introdução de modificações no processo produtivo (ANPEI 2004, p. 6)
Ainda por outra visão o Manual Gestão da Inovação do SEBRAE
mostra a inovação como área e atuação em que a “inovação não é
ciência e tecnologia, mas sim sociedade e economia, e, portanto, as
empresas possuem um papel importantíssimo na sua evolução
competitiva e no êxito econômico do seu país”. A inovação é tratada
pelo SEBRAE como um conjunto de fatores que compreendem a
implementação, processos e métodos abrangendo empresas, o
mercado e o mundo, conforme nos indica a figura nº01 retirada do
manual de Gestão da Inovação(2012).
Figura 01 – Anexo A - Conceito e Abrangência da inovação – Fonte: O autor
Com essas definições, fica mais claro entendermos os
princípios da inovação, porém, segundo Carlomagno (2011) além dos
conceitos supracitados, a inovação só ocorre se há uma efetiva
implantação da mesma, ou seja, a inovação só acontece de fato
quando um produto/processo é realmente implantado e atinge um
objetivo. Em artigo para o Boletim do Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas, Carlomagno nos afirma que, “Um projeto
só será considerado um produto, processo, prática de gestão ou
modelo de negócio inovador quando preencher dois requisitos
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 22
básicos: o da novidade e do resultado. Antes disso o projeto apresenta
potencial inovador, nada mais”.
Neste contexto, a inovação tem bases próximas na qual a
inovação social diz respeito a tudo aquilo que acaba se modificando
no âmbito das pessoas como melhorias práticas ou de consumo, e a
inovação econômica, que aborda o sentido de inovação para crescer
do ponto de vista empreendedor. Essas bases estão intimamente
ligadas ao mercado e suas correlações pois, a inovação proporciona
um efeito cascata que acaba por beneficiar a inumeras esferas da
sociedade e do mercado.
Falando sobre mercado, a inovação é constantemente
acrescida de resultados que trazem retorno para a iniciativa privada
ou pública no sentido de maior arrecadação, faturamento ou melhoria
estratégica que venha a agregar no processo de criação de valor sobre
um produto/serviço. Esse processo reflete diretamente na sociedade,
ou seja, a inovação é explorada quando há uma necessidade de uma
organização aumentar seus campos de atuação levando em conta o
desejo de crescer, somando consequentemente, algo positivo às
comunidades sociais.
Nesse contexto de inovação mercadológica/econômica o
Manual de Oslo(2005) que é a principal fonte internacional de
diretrizes para coleta e uso de dados sobre atividades inovadoras da
indústria, nos diz que a inovação pode ser compreendida como:
[...] a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios na organização do local de trabalho ou relações externas (MANUAL DE OSLO, 2005, p. 55).
Com isso, a inovação cria, desenvolve, modifica, implementa
ou aprimora um produto, método, serviço ou processo que seja
inovador em essência e que de fato seja implementado no seu âmbito,
atingindo a comunidade de forma positiva e trazendo retorno para
quem a introduz.
Para Carlomagno (2011), é importante vermos o que não é
inovação ou o que não pode ser considerado inovação para que
possamos ratificar o entendimento sobre o assunto. Segundo essa
linha de pensamento, o pesquisador desenvolveu um quadro gráfico
que nos garante um entendimento sobre a inovação organizada em
função dos dois eixos centrais: novidade e resultado, conforme
adaptação de imagem a seguir.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 23
Figura 02 – Matriz novidade e resultado – Fonte: O autor
Analisando a fig. 02 vemos que no quadro superior esquerdo
com contorno preto há um grande índice de novidade em contraponto
com uma ausência de aplicabilidade, não produzindo resultado, sendo
assim, caracterizando uma invenção. Nos quadros com contorno
verde que seguem na base da matriz está a adequação, que são as
ideias sem novidades e que ao serem implementadas apenas se
equiparam a concorrência, e apesar de serem importantes não criam
vantagem competitiva. O quadro de borda azul que permeia o meio da
matriz combina os resultados médios que nos dão o consentimento de
que há alguma novidade agregado a implementação sistêmica. São as
melhorias contínuas que se caracterizam por ajustes e modificações
visando que o produto ou serviço sempre possa trazer resultados e se
estabeleça no seu contexto. Por fim, no canto superior direito está a
inovação, que nos faz ver as ideias com alto grau de novidade e de
resultado. Este campo tem o objetivo de garantir tanto inovação mais
radicais como inovações incrementais. Quanto mais inovadora e de
difícil reprodução por outros concorrentes, por exemplo, maior será o
sucesso, o valor agregado e a garantia de resultado da inovação.
2.1.2 Os tipos de inovação2.1.2 Os tipos de inovação2.1.2 Os tipos de inovação2.1.2 Os tipos de inovação
O Manual de Oslo (2005) mostra que há três principais
categorias de fatores que têm relação primária com a inovação. Elas
se referem a empresas comerciais, instituições dedicadas à ciência e
tecnologia e as questões de transferência e absorção de tecnologia,
conhecimentos e habilidades. Além disso, a gama de oportunidades
para inovação é influenciada por um quarto conjunto de fatores - o
ambiente que cerca as instituições, sistemas jurídicos, o contexto
macroeconômico e outras condições que independem de quaisquer
considerações sobre inovação.
Para o Manual de Gestão da Inovação do SEBRAE (2012),
existem cinco tipos de novação: inovação de produto/bem; inovação
de serviço; inovação de processo; inovação de marketing e inovação
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 24
organizacional, onde todos os tipos de inovação são comuns no que
diz respeito a algo novo ou significativamente melhorado. As
inovações de produto/processos tratam de uma inovação no uso
previsto, tanto no que tange à configuração física como na sua
facilidade de uso, características funcionais, valor agregado, etc. Já a
inovação de processo é a inserção de um método ou distribuição que
incluem técnicas, equipamentos ou softwares nos seus processos.
Seguindo a mesma ideia, a inovação de marketing prioriza mudanças
significativas na concepção do produto ou em sua embalagem, no
posicionamento do produto no mercado, em sua promoção ou na
fixação de preços. A inovação organizacional é a imposição de um
método nas práticas gestoras e de negócios da empresa influindo na
organização do trabalho, relações internas e externas podendo ser
tangível ou intangível.
Ainda assim, em outro entendimento a inovação é abordada
pelo Manual de Oslo como tecnológica e não tecnológica. A não
tecnológica compreende as relações de inovação que são excluídas da
tecnológica. Trata de recursos que não necessariamente se utilizem
de novas tecnologias para inovar, ou seja, pode-se considerar
inovação não tecnológica aquela mudança real ou substancialmente
implementada na forma organizacional e gerencial.
Os principais tipos de inovações organizacionais e gerenciais
falam sobre implantação de técnicas avançadas de gerenciamento,
introdução de estruturas organizacionais significativamente
modificadas e implantação de orientações estratégicas corporativas
novas ou substancialmente modificadas.
Já a inovação tecnológica abrange todo e qualquer fragmento
tecnológico que possa potencializar a inovação ou que seja centro
dessa. Esta, por sua vez, tem como corpo estrutural a inovação
tecnológica de produto e inovação tecnológica de processo
conhecidas como inovação em TPP.
Conforme o Manual de Oslo (2012), a inovação de produto
em que se entende produto tanto por bens como serviços, é uma
inovação que abrange duas formas já em contexto: um produto
tecnologicamente novo ou um produto tecnologicamente
aprimorado. Onde um é algo novo que tem seus usos e características
diferentes do já existente e outro, respectivamente, traz agregado
uma melhora significativa.
Ainda no contexto do manual, ele nos ajuda entender a
tecnologia de processo como melhorias significativas ou novas
estratégias no que tange a produção, tendo em vista a organização da
produção, desenvolvimento da produção, e novos conhecimentos que
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 25
busquem potencializar e aumentar os resultados produtivos de um
bem ou serviço.
2.1.2.1.2.1.2.1.3333 Inovando e criandoInovando e criandoInovando e criandoInovando e criando
Para estimular a inovação, especialistas nos apresentam
inúmeras dicas e técnicas. Segundo Gibson (2009), especialista em
gestão e consultor de empresas multinacionais, para se inovar é
preciso quatro atitudes principais: dar tempo e espaço a seus
colaboradores; apostar na diversidade; estimular as conexões entre o
que já existe, e estimular insights.
Segundo Gibson (2009), o tempo e espaço promoverão no
colaborador um conforto maior para que surjam ideias, pois segundo
ele, não é no calor do dia-a-dia dos afazeres que surgem grandes
ideias, citando o Google como exemplo. A diversidade não trata
apenas de gênero ou raça, mas de pensamento. Áreas e profissionais
diferentes podem criar juntos a inovação, contemplar a mixagem de
jovens e experientes, de áreas do conhecimento diferentes ou ainda
relação com outras empresas motiva a inovação, pois aqueles que
estão na mesma área tendem a ter a mesmo processo cognitivo e
perceptivo.
Já a conexão, nos dá a ideia de que é necessário nos
aproveitarmos de outros atributos já existentes para criarmos o novo,
recriando o que já existe de maneira inovadora. Ainda por último,
segundo Rowan, os insights abrangem a quebra de paradigmas, a
identificação de tendências e principalmente saber analisar as
necessidades do consumidor tentando antecipá-las.
Com efeito, existem alguns pontos que podem ser
maximizados para que a inovação se torne cada vez mais presente.
Segundo o Manual da Gestão da Inovação do SEBRAE (2012),
consideram-se atitudes de estímulo a inovação a arte de identificar
capacidades técnicas e humanas nos colaboradores devendo ser
aprimoradas no processo e desenvolvimento de inovações; o
estabelecimento de grupos de capacitação como parte de um
programa de educação continua dentro da empresa; ação de envolver
seus colaboradores nas escolhas de fornecedores; como também
avaliar se a capacitação supriu as necessidades; estimular o uso dos
conhecimentos adquiridos na prática de cada seguimento do negócios
e estimular o compartilhamento do conhecimento adquirido assim
como desenvolver o hábito da aprendizagem.
Além de exercitarmos a inovação, também se faz importante
nas organizações a avaliação das ações em pról da mesma. Tem-se
como principal ítem avaliativo o fator implementação, pois se
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 26
voltarmos aos conceitos apresentados anteriormente, conforme
Carlomagno, a inovação se dá somente se há implementação,
justificando a necessidade de mensurar e afirmar a efetivação da
inovação.
Existe uma relação entre indicadores, comparação,
orientação e posição, que nos dão base para avaliar a empresa ou
organização. Os indicadores podem ser qualitativos ou quantitavos
sendo avaliados esforço, processo, estímulo e resultados. Os
qualitativos abrangem potencial de vendas, qualidade do produto,
integração da equipe, papel da liderança etc. Já os quantitativos
mostram o percentual do mercado ocupado pelo novo produto,
número de meses para o retorno do investimento, percentual do
faturamento advindo de produtos lançados nos últimos três anos,
entre outros.
Naturalmente, existem órgãos que ajudam, financiam,
mentoram e incentivam a inovação no mundo todo, alguns com
abrangência regional, outros mundial, ajudando a potecializar e
implementar a inovação dentro das empresas e organizações. No
Brasil existem particularmente cinco tipos de inventivos de órgãos
públicos e privados: os Incentivos Fiscais, que propõem deduções
fiscais e até isenção de impostos, por meio de sistemas de
compensação, investindo em projetos de inovação; Bolsas para
recursos humanos que são programas de bolsas para recursos
humanos na busca de empregar especialistas envolvidos em projetos
de desenvolvimento, capacitá-los e possibilitar que participem de
projetos de pesquisas referente à inovação; Financiamentos que são
créditos e facilidades concedidos a empresas que mostram sua
capacidade para desenvolver projetos de inovação; Fundos de
investimento que possuem como principais objetivos a injeção de
capital em empresas de base tecnológica para que o processo seja
autônomo e Fundos setoriais que são financiamentos de projetos de
pesquisa, desenvolvimento e inovação relativos a setores específicos
e estratégicos no País os quais são escolhidos pelo governo como
prioridade e setorização.
Ainda neste contexto existem inúmeras organizações,
entidades e ONGs que também auxiliam no desenvolvimento de
inovação como o investidores Anjos que, de forma objetiva, são
pessoas físicas e não empresas que detém de um certo capital
somente para investir em empresas geralmente em estado inicial.
Segundo descrição do grupo de investimento Anjos do Brasil,
disponível em <www.anjosdobrasil.com.br>, acessado em dezembro
de 2012, um investidor anjo pode ser considerado:
O Investidor-Anjo é normalmente um (ex-) empresário/empreendedor ou executivo que já trilhou uma carreira de sucesso, acumulando
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 27
recursos suficientes para alocar uma parte (normalmente entre 5% a 10% do seu patrimônio) para investir em novas empresas, bem como aplicar sua experiência apoiando a empresa. Importante observar que diferentemente que muitos imaginam, o Investidor-Anjo normalmente não é detentor de grandes fortunas, pois o investimento-anjo para estes seria muito pequeno para ser administrado. (ANJOS DO BRASIL, 2012)
Existem ainda Serviços de Apoio às Empresas, Agências de
Inovação, Programas de Apoio Tecnológico, Programas de Apoio
Tecnológico à Exportação, Portais e Redes de Informação
Tecnológica, entre outros.
Para aqueles que não estão familiarizados com o mercado ou
ainda não tiveram o interesse ou a oportunidade de entender mais
sobre as atividades organizacionais das empresas e entidades, gestão
e empreendedorismo podem se confundir pois os termos são
pronunciados constantemente anexados um ao outro. Os termos, se
superficialmente analisados, são dependentes pois estão em uma
mesma área do conhecimento, mas ao mesmo tempo se diferem.
Vejamos:
2.2.1 O empreendedorismo2.2.1 O empreendedorismo2.2.1 O empreendedorismo2.2.1 O empreendedorismo
Segundo Schumpeter (1984) o empreendedorismo é um ativo
motivador do processo de criação e difusão da invenção e da
inovação. Já segundo Filion (1999, p.19) depois de pesquisar mais de
sessenta definições do termo na literatura nos mostra que:
O empreendedor é uma pessoa criativa, marcada pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos e que mantém alto nível de consciência do ambiente em que vive, usando-o para detectar oportunidades de negócios. Um empreendedor que continua a aprender a respeito de possíveis novas oportunidades e a tomar decisões moderadamente arriscadas que objetivam a inovação, continuará a desempenhar um papel empreendedor.
Ainda se faz necessário entendermos que empresário não é o
mesmo que empreendedor mesmo os dois fazendo parte da relação
com negócios e mercado. O empresário é aquela figura que domina e
está à frente de um negócio, já o empreendedor domina e está à
frente de uma ideia, motivação ou ideal não necessariamente tendo o
controle de uma empresa/negócio. Oliveira Júnior (2000) entende o
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 28
contexto de criatividade como termo que resume as ideias de
empreendedor supracitadas, ele nos diz que:
[...]é necessário se ter em mente que não se trata da criatividade por si só, mas desta aplicada a um objetivo organizacional, o que significa que o empreendedor deve ser capaz de fundamentar uma visão da inovação sólida o suficiente para motivar com ela seu grupo de trabalho, o que se dá no campo da gestão das organizações. (JUNIOR, 2000)
2.2.2 A gestão2.2.2 A gestão2.2.2 A gestão2.2.2 A gestão
Gestão no seu abrangente termo e não vinculada a nenhuma
área trata da capacidade racional de projetar, estabelecer, estudar e
entender tarefas, posicionamentos, estratégias e deliberações no que
tendem o desenvolver de algum assunto administrativo e
coordenativo. Quando associada a outras palavras, exerce suas
mesmas capacidades, mas de forma limitada como por exemplo o
termo “gestão de pessoas” que é a área de atuação da gestão que lida
com recursos humanos, ou ainda, gestão social que trata dos relações
dos seres humanos, internas ou externas.
Para nosso presente projeto é válido entendermos gestão
associada a palavra “projeto” pois estamos nos referindo a uma
subdivisão do termo que trata dos mesmos conceitos, mas aplicados a
um projeto delimitado e fechado. Na definição do Project Management
Insitute (PMI) entende-se por gestão de projeto “a aplicação do
conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do
projeto a fim de atender aos seus requisitos.” (PMBOK, 2004, p. 8).
Seguindo esta lógica, ratificamos que gestão de projeto ainda
tem algumas peculiaridades. O gerenciamento da integração é uma
delas. É importante dentro de uma gestão, fazer a interligação de
diversas áreas como também “[...] identificar, definir, combinar e
unificar e coordenar os diversos processos e atividades de
gerenciamento de projetos dentro dos grupos e processos de
gerenciamento de projetos” (PMBOK, 2004, p. 77).
Outro aspecto importante é a gestão de escopo de projeto
que segundo o PMBOK (2004) trata de reafirmar todos os futuros
processos do projeto e o que será necessário. Ainda nesta lógica,
entendemos a gestão de tempo do projeto que “inclui todos os
processos necessário para que seja realizado o término do projeto no
prazo estipulado.” Ainda há também, juntamente deste área, as
gestões de recursos humanos do projeto, de custos do projeto, de
qualidade do projeto, gestão dos riscos do projeto e das
comunicações.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 29
2.2.3 As empresas 2.2.3 As empresas 2.2.3 As empresas 2.2.3 As empresas e as organizaçõese as organizaçõese as organizaçõese as organizações
O conceito de empresa e de organização trata do conjunto de
aspectos humanos, técnicos e financeiros que trabalham em conjunto
em pról de uma orientação econômica através de uma atividade fim.
Com o objetivo de categorizá-las, elas podem se enquadrar de
diversas formas quanto a sua formação jurídica, propriedade do seu
capital, a sua dimensão e ainda setor a que pertence.
A organização trata de um grupo que possui um mesmo
objetivo, podendo incluse ser uma empresa ou associação. As
organizações geralmente são formadas pela soma de pessoas,
máquinas e outros equipamentos, recursos financeiros e outros que
propiciem esta união atigirem objetivos pré estabelecidos. A
organização então é o resultado da combinação de todos estes
elementos orientados a um objetivo comum podendo ou não ser
comercial.
Já a empresa, se entende que tem por essencia a geração e
movimentação de recursos financeiros, não somente estuturais ou
organizacionais. Segundo Coelho (2012), a empresa é “um conjunto
organizado de meios com vista a exercer uma actividade particular,
pública, ou de economia mista, que produz e oferece bens e/ou
serviços, com o objetivo de atender a alguma necessidade humana”. O
autor também nos fala sobre a questão do lucro, que na visão
moderna, é consequencia do processo produtivo e o retorno esperado
pelos investidores, ou seja, resultado de um objetivo pré estabelecido.
Martins (2008) nos afirma que empresa é aquele sistema
organizado que possui um forte cunho econômico, sendo este o
principal motivador da constituição de uma organização. Entrando em
mais detalhes, Perroux (apud Guitton, 1961, p.50) fala que o conceito
de empresa deve considerar a produção em relação com comercio,
onde afirma:
[...] uma organização da produção na qual se combinam os preços dos diversos fatores da produção, trazidos por agentes distintos do proprietário da empresa, visando a vender um bem ou serviços no mercado, para obter a diferença entre os dois preços (preço do custo e preço de venda) o maior proveito monetário possível (GUITTON, 1961,p.50)
Indo de encontro a esses conceitos, Coelho (2009) nos mostra
que apesar de a organização não possuir bases comerciais, não
necessariamente seja esse seu único papel ou interesse. Citando
exemplos o autor nos fala de outras perspectivas que sustentam suas
ideias.
[...] religiosos podem prestar serviços educacionais (numa escola ou universidade) sem
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 30
visar especificamente o lucro. É evidente que, no capitalismo, nenhuma atividade econômica se mantém sem lucratividade e, por isso, o valor total das mensalidades deve superar o das despesas também nesses estabelecimentos. Mas a escola ou universidade religiosas podem ter objetivos não lucrativos, como a difusão de valores ou criação de postos de empregos para os seus sacerdotes. Neste caso, o lucro é meio e não fim da atividade econômica. (COELHO, 2009, p. 13)
Em suma, podemos perceber que organização e empresa na
verdade são grandes sinonimos, apesar do fato da organização não ter
necessariamente fim lucrativo, pois atualmente, inúmeras empresas
também não tem.
Se olharmos para organizações como os clubes sociais por
exemplo, temos um exemplo de organização que em seu objetivo não
está a geração de riquesas e montantes, mas sim um objetivo de
melhora e prestação de serviços de qualidade a seus associados. No
entanto, para que essa organização se sustente e possibilite
investimentos em pról de melhoras para seus usuários, se faz
necessário o pensamento um tanto quanto financeiro e capitalista.
Em contraponto a este conceito de organização que acaba por
focar em rentabilidades, temos a empresa chamada Nós Coworking,
disponível em <www.noscoworking.com.br>, acessado em dezembro
de 2012, que é um espaço colaborativo onde a empresa oferece uma
estutura adequada para que outras empresas possam ter um local de
trabalho. Segundo eles, “Projetos e negócios podem ser trabalhados
de forma colaborativa e você ainda expande sua rede de contatos e
faz novos amigos” seguindo a tendência da colaboratividade que visa
gerar lucros em sua essência com a proposta do espaço, mas que ao
mesmo tempo se propõe a ajudar e inpulsionar outros negócios.
2.2.4 Plano de negócio e modelo de negócio2.2.4 Plano de negócio e modelo de negócio2.2.4 Plano de negócio e modelo de negócio2.2.4 Plano de negócio e modelo de negócio
Com o passar do tempo os modelos e planos de negócios e a
maneira de se administrar/gerir empresas foi se modificando e ainda
se encontra em constante processo de mudanças conforme o
mercado evolui. Pensamentos e formas de se entender o processo de
venda/compra e as relações interpessoais estão interferindo
diretamente na maneira de se pensar um negócio e
consequentemente nas relações comerciais. Seria interessante
passarmos por uma abordagem histórica que nos ilustraria fatos que
nos levam a entender esse contexto, no entanto é mais interessante
neste momento entendermos alguns pequenos detalhes no que se
refere à modelo de negócio e plano de negócios do que pensarmos sua
história.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 31
O plano de negócios, ou business plan é uma ferramenta que
permite ao empreendedor entender seu negócio e principalmente
planejá-lo. Nele se encontram diversas informações que irão fazer
com que sua ideia seja plenamente organizada e formalizada. Segundo
ROSA (2007) o plano de negócio é:
Um plano de negócio é um documento que descreve por escrito os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócio permite identificar e restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado.
Entende-se que a principal função de um plano de negócio diz
respeito a organização e prevenção de recursos, o estabelecimento de
objetivos, o entendimento do púbico alvo, assim como o levantamento
de dados e parcerias para o desenvolvimento total do negócio que se
pretende empreender, ou seja, é uma etapa de desenvolvimento de
negócios em que pensamos formalmente as questões práticas que
envolvem o empreender.
Em contra partida, o modelo de negócios apesar de ter
entendimentos confundidos com o plano de negócios, abrange mais
questões subjetivas inere nte a ideia empreendedora. Segundo
MORAES (2011) “O modelo de negócio vai dar o tom da inteligência
estratégica da empresa”. O modelo de negócio analisa qual a melhor
forma de se encontrar com o cliente e gerar a partir deste encontro
uma relação mercantil durável procurando entender esta relação
como uma entrega de solução não formalizada, não tátil.
Gitahi (2011) nos apresenta uma relação que diferencia o
modelo de negócio do plano de negócio alegando que o modelo faz
referencia a uma entrega estratégica de valor que ainda não é
canalizada de forma metodológica. Segundo o autor, “o modelo de
negócios é a forma como uma empresa cria, entrega e captura valor.
Em outras palavras, é a fórmula que transforma time, produto e
gestão em receita, lucros e retorno para os acionistas”.
A partir destas relações entre plano e modelo de negócio,
podemos perceber outros detales que são pertinentes a inovação e o
design nas relações empreendedoras. Por volta dos anos 2000, por
exemplo, onde tivemos o boom da internet, tínhamos uma maneira
diferente de administração que era voltada para a realidade que se
encontrava a sociedade naquele período, assim como a forma de gerar
planos de negócios e modelos de negócios. A interpretação básica era
que uma empresa tinha um produto e procurava vendê-lo, tendo
como diferencial a qualidade.
Já em outras épocas o preço era a premissa, em outras ainda,
a capacidade de entregar o produto - quando da época da artesania
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 32
por exemplo. Ou seja, anteriormente a empresa que detinha o poder
de construir e criar o que achava necessário para vender, assim como
o de impor valores e custos sobre os mesmos, podendo ser
interpretado por negócios que tinham um plano de negócio
estruturado pois era formalizado e entendido os processos de compra
e venda. No sentido modelo de negócio, se pensarmos na relação de
geração de valor focada no usuário, estes empreendimentos ainda não
possíam qualidades que os fizessem entender seus negócios por parte
de um modelo.
Gitahi (2011) nos mostra exemplos de relações em que o
plano de negócio é útil e válido, mas também nos mostra exemplos em
que a idealização de um modelo de negócio dinâmico se faz mais
importante “o segredo é realizar ciclos curtos de validação e
reorientação do modelo de negócios. Uma empresa tradicional
tentaria passar seu primeiro ano executando à risca o plano de
negócio[...]”. Isso nos mostra que devemos ser dinâmicos no que diz
respeito a entender nosso negócio, e utilizarmos o modelo de negócio
para entendermos as relações com o consumidor nos aspectos não
formais e ir se adaptando conforme o consumidor se estabelece. Do
contrário, vemos que o plano de negócios se faz útil quando pensamos
em formalizar nosso empreendimento, ele se faz útil a partir do já
ocorrido entendimento do consumidor traduzindo de maneira prática
os resultados e orientações.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 33
Neste capítulo iremos abordar as diversas facetas do
desenvolvimento de um negócio com a visão do designer focado na
inovação. Para se desenvolver e transformar uma ideia em realidade
passamos por inúmeras etapas que poderão influenciar no sucesso ou
fracasso do emprendimento, indo desde o entendimento da inovação
efetiva, o desenvolvimento de um modelo de negócio, até as relações
com consumidor e com a gestão, sendo fatídicos para o progresso o
seu entendimento.
A seguir o projeto explica e exemplifica as variantes de um
negócio, abrangindo detalhamento sobre quem é o designer e qual o
seu potencial enquanto inovador e empreendedor, os diversos
padrões de modelos de negócio, técnicas e métodos de gerar e
modelar ideias e negócios, assim como as startups que são o resultado
e a busca final deste projeto onde procura-se entender suas
características para servir de amparo a pesquisa.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 34
O design como área e o designer como profissional ainda
sofrem grande necessidade de se apresentar e de se caracterizar
perante a sociedade. Existem inúmeros conceitos que nos ajudam a
entender o que de fato faz um designer ou o que é responsabilidade
do design.
Para o Manual do SEBRAE - Design para todas as empresas
(2012) que tem o objetivo de proliferar o entendimento do design nos
diversos setores da prestação de serviço ou do comercio de
produtos/bens, o design é conceituado como “uma atividade de
projeto responsável pelo planejamento, criação e desenvolvimento de
produtos e serviços.” O que já insere a ideia de que o design não se
limita apenas a criação visual de comunicação empresarial ou
organizacional, como é de entendimento superficial de parte da
sociedade.
O design tem muitas áreas e afins, podemos citar aqui de
maneira resumida algumas atividades do design enquanto grupo de
atuação, que segundo Riley (2012) existem três grandes áreas:
• Design gráfico
É uma das áreas mais difundidas, que está ligado a imagem, ou
seja, recursos visuais quer sejam ilustrações, tipografias,
branding ou outras que fazem relação com o visual prático;
• Design de interação
Área que abrange a interação humana com objetos
tecnológicos ratificados nos digitais. O autor faz uma relação
de que enquanto o design gráfico é observado, o design de
inteção é experienciado;
• Design industrial
Trata da parte de tudo aquilo que temos em relação a
produtos físicos, de maneira geral para consumo em massa,
sempre pensando na usabilidade e ergonomia dos aparatos e
objetos que nos deparamos do dia-a-dia.
Segundo Bonsiepe (1997), o designer em atuação tanto na
área gráfica (graphic), interação (interaction) ou indutrial (industrial), irá
de forma geral, projetar e entender o que se está projetando para que
a partir deste entendimento ele possa manipular suas ferramentas a
fim de solucionar as necessidades então propostas.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 35
Por outra perspectiva, conforme Osterwalder(2011), “o
trabalho de um designer é estender os limites do pensamento,
apresentar novas opções e, em resumo, criar valor para os usuários”
indo além da caracterização proposta por Riley. Vemos, conforme o
autor, um design integrado e comprometido com o pensamento
estratégico que pode ser considerado uma difusão do design.
Esta difusão do design está sendo entendida por muitos como
mais um braço forte do design enquanto área pois, é aqui que ele toma
força para interagir de igual com os intelectuais da administração e do
marketing, tomando grandes propoções atualmente pela maneira
nova de se impor nas relações comerciais, não tratando de recursos
práticos e táteis, mas de ideias, gestão e inovação, fazendo com que a
lógica de estudo das relações comerciais sejam alteradas pela visão
criativa e centrada no usuário por parte do designer.
Podemos ver que o próprio design, mesmo ainda não
afirmado como conceito perante a sociedade, está se reinventando e
se modificando ao passo que o mercado evolui. O design agora está
além do processo de comunicação de uma empresa, ele não se limita
somente aos conceitos de Riley, ele está inserido em todas as áreas de
uma organização e ainda vem se tornando peça chave, pois trata de
posicionamento estratégico e se relaciona diretamente com o
consumidor, assumindo ainda mais importância quando pensamos nas
suas relações com o vender e projetar uma imagem na sociedade.
Ainda nesta perspectiva, Osterwalder(2011) percebe o
designer como profissional capaz de criar, dentro de uma ótica de
modelos de negócios inovadores, experiências e análises com um
olhar diferenciado alterando significativamente o resultado de um
negócio, segundo o autor “estamos convencidos que as ferramentas e
a atitude da profissão do design são requisitos para o sucesso da
geração de Modelos de Negócios”.
Segundo o autor, inúmeras pessoas de “negócios” acabam por
fazer design – entende-se design por projetar, organizar e criar –
todos os dias, no entanto, elas devem entender a questão complexa de
projetar em ambiente “não familiar” e “não mapeado” sendo esse o
grande diferencial do designer. Ele está acostumado a se utilizar de
técnicas e ferramentas que ajudam-nos a pensar o “aquilo que não
existe” (OSTERWALDER, 2011, p. 125).
Destaca-se, em inúmeros pensamentos sobre design, a
fatídica relação de constante mudanças no “pensar” o design quanto
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 36
no “fazer” design. Whiteley (1998) nos fala sobre mudanças na relação
entre prática e teoria no design, antes conceituadas como
independentes e autônomas e agora multidisciplinar.
O autor ratifica que a partir de um passado recente, os
processos de informatização vem provendo mudanças no entender e
ensinar o design, derrubando conceitos que antes sustentavam a
relação separada de teoria e prática. Segundo ele, mudanças
circunstaciais e ideológicas fazem parte desta nova percepção:
A erosão da distinção entre teoria e prática é sintomática de um desmoronamento maior das fronteiras que separavam disciplinas, áreas de conhecimento e metodologias científicas. Antes conceituadas como independentes, autônomas e compartimentadas, as disciplinas tradicionais hoje dão lugar à interdiciplinaridade, outro sintoma característico da condição pós-moderna. (WHITELEY, 1998, p.63)
Baseado em seus estudos e principalmente em sua
experiência prática no ensino das teorias para alunos de cursos
práticos, Whiteley analisa e faz um levantamento de alguns tipos de
designer e propõe através de uma tentativa, um novo modelo de
designer a ser criado que se caracteriza pela compreensão mais
aprofundada e mais complexa de valores do design.
• O designer formalizado
Este tipo de designer é aquele profissional que possui
sua formação focada em grandes reduções do que o design
pode ser se limitando a entendê-lo como estudo formalizador
que deve ser útil e funcional. Segundo o autor, esta relação
pode ser vista na origem da Bauhaus por exemplo, em que há
uma redução do design como uma “mera questão de
funcionalidade utilitária, de materiais, de métodos de
construção, de forma e proporção.”
• O designer teorizado
O designer teorizado tenta se justificar levando em
consideração que a teoria “informa e explica todos os outros
tipos de discurso”, mas que na realidade não se faz concreto.
Este tipo de designer, ao contrário do citado anteriormente
(formalizado) está totalmente imerso no pensar, não
conseguindo sobresair e abstrair conceitos para o contexto
prático do design. Segundo o autor, acaba por acontecer um
esquecimento das necessidades específicas de cada um,
levando todos a estudar e entender os mesmos conceitos com o
mesmo grau de complexidade, segundo ele “o designer
teorizado pode acabar sendo tão remoto e irrelevante quanto o
designer formalizado”.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 37
• O designer politizado
Política e pensamentos sociais marcam este tipo de
designer que surge após 1917 com o Construtivismo e pelo
Produtivismo Russo. Com o passar do tempo este designer foi
se remodelando quanto a causa, mas não mudando seu cunho
“revolto social”. No final da década de 1960 este designer se
tornou “radical”, depois em 1970 conforme contexto da época,
se tornou “responsável” ratificado na publicação chamada
Design for the real world. Já na década de 1980 o designer deu
lugar aos pensamentos “verdes” com preocupações ambientais,
sendo seguido de outra mudança na década de 90 onde ele se
tornou “ético” pensando no consumo consciente e criticando os
modelos políticos do Ocidente moderno. Segundo Whiteley, a
reação deste tipo de designer é válida e louvável, no entando
em muitos casos se confunde com oposicionismo a “qualquer
custo” na tentantiva de promover uma tendência de
“racionalismo simplista e redutivo”.
• O designer consumista
Este modelo de designer é o mais comum e o que se
justifica na realidade do mercado ou nas exigências
profissionais. Este designer se preocupa em produzir para o
comércio ou para a indústria, muitas vezes não pensando em
seus impactos, onde a efemeridade do design cresce e
conformidade toma conta. Este tipo de designer passou por
instruções que deixaram de lado as análises históricas e
ideológicas, apresentando-se como limitador a produção
consumista, pois se perdeu a tentativa de impor o pensamento
crítico sobre o papel do design na sociedade. Segundo o autor,
“o modelo se apresenta, portanto, como uma decorrência
‘natural’ das condições de trabalho, prestando-se a uma
assimilação fácil e direta”.
• O designer tecnológico
Este designer está atrelado a inovação tecnológica
inerente aos processos produtivos e assistidos pela tecnologia.
Este modelo mostra que o designer acredita que se a
ferramenta ou processo prossuir a mais atualizada versão
“hightech”, seu trabalho então será digno e profissional, se
enganando profundamente. Assim como o designer consumista
citado acima, este modelo se desfaz das problemáticas que são
pertinentes as questões críticas na teoria, como também no
que refere ao consumo e a efemeridade das coisas.
Depois de citar e explicar o que pensa sobre os designers,
Whiteley nos propõe um novo modelo de designer que ele intitula
“designer valorizado”. Segundo o autor, o mundo precisa mais do que
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 38
nunca de designers criativos como base de conceito, mas que seja
construtivo e de visão independente e crítica, para que não seja um
aliendado social chamado pelo autor de “lacaios do sistema
capitalista” como também não seja um ideólogo extremista que se
rebela aos sistemas sem ao menos entendê-lo, como também
rejeitando os “geninhos tecnológicos” para que os mesmos possam se
usufruir da tecnologia como meio e não como fim. Ou seja,
profissionais que possam ter um equilibrio entre os tipos citados pelo
autor, com atitudes inovadoras, sensíveis e conscientes.
Para este designer novo, criado pelo autor como valorizado, a
prática e a teoria deveriam ter uma consciência crítica e rigorosa da
questão dos valores, levando o bom senso a frente das práticas
emocionais. Para este profissional, deve-se pensar em teoria e prática
em todas as abordagens, evitando ao máximo analisar por somente
um ou outro quesito.
Os projetos e tarefas de estudo, de coleta de informações, de pesquisa e de redação de trabalhos escritos deveriam não somente avordar um problema de design propriamente dito (seja este ‘pratico’ ou ‘teorico’), no sentido usual de aprofundar a criatividade, o profissionalismo, a competência, as habilidades técnicas ou o conhecimento acadêmico do aluno. (WHITHLEY, 1998, p.70)
Este novo profissional deverá ser capaz de refletir sobre a
problemática, levando em consideração o papel do designer na
sociedade, valores implícitos e princípios mercadológicos. A
consciência dos valores envoltos as questões críticas se tornam
elementos principais para que o designer valorizado possa produzir
de maneira diferente das citadas anteriormente.
Em suma, o aspecto transdiciplinar juntamente com a quebra
da separação entre teoria e prática, aliada ao pensamento crítico do
designer, fará com que se recrie este novo profissional que entende a
transformação do design em uma atividade de “ordem cultural e não
apenas de ordem utilitária ou comercial”. Esta nova cunjuntura do
designer já está sendo apoiada em diversos planos e esferas por parte
de empresas, entidades educacionais e insituições de ordem pública.
A dimensão que este apoio ao designer valorizado está
ganhando já chegou ao governo Brasileiro que segue a onda mundial.
Atualmente o governo está investindo na proliferação do design, pois
entende que a área é extremamente pertinente para a inovação e
para o desenvolvimento da qualidade de vida da sociedade. Existem
inúmeros planos, incentivos e organizações que ajudam o design
enquanto área como, por exemplo, o Programa Brasileiro do
Design(PBD), criado em 1995 pelo ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comercio Exterior.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 39
Assim como o PBD, o SEBRAE oferece através do Programa
Via Design a oportunidade para que micro e pequenas empresas e
artesãos também passem a contar com os benefícios do design. Já o
Portal SENAI Design através de uma rede de núcleos de apoio, busca
auxiliar as indústrias na inclusão de uma gestão do design em suas
estratégias, fator fundamental para a diferenciação e inovação de
seus produtos, se juntanto também ao programa Design & Excellence
que visa promover o reconhecimento internacional do design
brasileiro e difundir no país uma cultura de exportação de produtos
de valor agregado.
Descobrir uma maneira fácil e rápida que possibilite uma
maior arrecadação de dinheiro e sucesso é o desejo de todos porém,
sabemos que não é simples. Como vimos durante o desenvolvimento
desta pesquisa, existem inúmeras variantes que permitem o
desenvolvimento sadio de ideias que possuem cunho inovador e
tendem a se estabelecer enquanto negócio. Pensando nisso,
Osterwalter(2010) juntamente com mais de quatrocentas e setenta
pessoas, desenvolveu uma maneira nova de se enteder o negócio
partindo de uma análise de modelos de negócios que possuem
“arranjos similares” que mostram na verdade uma lógica parecida
envolvendo-os em um padrão.
Os padrões identificados são oriundos de importantes
conceitos da literatura da administração entretanto, readaptados
para a realidade atual de inovações e avanços tecnológicos,
possibilitando entender um mesmo negócio com diversos padrões. A
seguir discutiremos cinco padrões comuns à administração com a
visão de Ostwalter(2010) objetivando reposicionar conceitos
possibilitando comparações de modo que sejam úteis para o
entendimento do negócio.
3.3.1 Modelo de negócios desagregados3.3.1 Modelo de negócios desagregados3.3.1 Modelo de negócios desagregados3.3.1 Modelo de negócios desagregados
Segundo o levantamento do autor nos referenciais da área, o
conceito de negócio desagregado mostra que há três tipos
fundamentalmente diferentes de modelar o negócio desagregado
gerando três enfoques diferentes: negócios de relacionamento com o
cliente, negócios de inovação de produto e negócios de infraestrutura.
Cada tipo de negócio dentro do conceito de desagragados irá
ter imperativos econômicos, competitivos e culturais diferentes.
Dentro de uma modelagem desagregada, o negócio pode ter os três
tipos diferentes de enfoque, mas como o próprio nome sugere,
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 40
desagregados, ou seja, devem ser analisados separadamente onde um
não entre em conflito com o outro.
Segundo Treacy e Wiersema (1995) as empresas devem se
concentrar mais em uma das três disciplinas de valores: exelência
operacional, liderança de produto ou intimidade com o cliente. Essas
disciplinas serão entendidas pela empresa como diferentes e
separadas, seguindo a idea de desagregamento. Abaixo está ilustrado
um quadro que mostra os três tipos básicos de negócios
exemplificando suas relações econômicas, culturais e competitivas.
Figura 03 – Apêndice 02 - Relação modelo de negócios desagregados –
Fonte: O autor
Assim como Treacy e Wiersema(1995), outros autores citam
essa relação alegando que além de entendê-las separadamente, é
preciso focar em uma pois, cada tipo é guiado por fatores diferentes
podendo entrar em conflitos negativos caso sejam abrangidos mais de
um ao mesmo tempo.
3.3.2 A cauda longa3.3.2 A cauda longa3.3.2 A cauda longa3.3.2 A cauda longa
O modelo da cauda longa apresenta um etendimento
aparentemente simples, vender “menos de mais”. Segundo
Anderson(2006) o modelo de cauda longa trata de oferecer mais
variações de produtos vendendo menos quantidades, evitando assim
custos de estocagem e plataformas de vendas. Segundo o autor,
geralmente existem produtos “hits” - entende-se como produtos de
sucesso - que apresentam 20% da variedade total de produtos em um
negócio, mas que vendem grandes quantidades. A ideia de vender
vários ítens bastante seguimentados que sejam vendidos em pouca
quantidade quebra o paradigma do monopólio dos produtos hits. No
quadro a seguir podemos ver a relação da cauda longa que concentra
mais numero de produtos cada um deles vendendo em menores
quantidades.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 41
Figura 04 – Relação de lógica da cauda longa – Fonte: O autor
Para ilustrar, Anderson mostra três estímulos que fizeram
com que a indústria da mídia crescesse neste sistema de modelo de
negócio. Primeiramente houve uma democratização das ferramentas
de produção possibilitando maior acesso por parte de um maior
número de pessoas, seguindo a tendência da tecnologia de fácil
acesso. Em seguida a internet é citada pois transformou a forma de
distribuição daqueles produtos que foram criados pela
democratização das ferramentas, criando nichos de interesses
diversos com fácil replicação. Encerrando, a queda nos custos entre
oferta e demanda mostrou que esta relação ficou mais fácil pois
surgiram poderosas ferramentas de busca e recomendação, com
avaliação por outros usuários, comunidades de interesses e relações
sociais de compra.
3.3.3 Plataformas multilaterais3.3.3 Plataformas multilaterais3.3.3 Plataformas multilaterais3.3.3 Plataformas multilaterais
Sugerido pelo prefixo multi no próprio nome, este modelo de
negócio está estabelecido na prática de vendas com grupos distintos,
que atrai usuários e consumidores ao passo que são de valor para uns
apenas se outros grupos também estiverem presentes.
Conhecida pelos teóricos econosmistas como mercados
multilaterais, este modelo mostra que a união de grupos de consumo
interdependentes gera valor ao ato de conexão dos mesmos, ou seja,
este modelo precisa atender a todos os grupos simultaneamente para
criar valor, exemplificado por Osterwalder (2010) na relação do
cartão de crédito que conecta o comerciante ao portador de cartão,
como os jornais, que ligam leitores aos anunciantes e assim por diante.
O valor desta conexão entre grupos é o diferencial desta
plataforma pois ao pertencer a um grupo, a relação se torna
substancialmente dependente do outro grupo, ratificado no exemplo
de uma plataforma de games onde o console só irá atrair compradores
se existir jogos disponíveis, informalmente levantando o dito popular
da relação “o ovo e a galinha” onde um é dependente do outro e só
terá finalidade real ao existirem em conjunto.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 42
Figura 05 – Esquema exemplo da relação multilateral – Fonte: O autor
3.3.4 Grátis como modelo de negócio3.3.4 Grátis como modelo de negócio3.3.4 Grátis como modelo de negócio3.3.4 Grátis como modelo de negócio
Um dos mais atraentes e difundidos modelos de negócios em
startups digitais(internet) trata da proliferação de um modelo de
negócio através de ao menos um segmento de serviços ou produtos
grátis, onde este é beneficiado continuamente por oferta livre de
custos. Existem diferentes maneiras de se propor a oferta livre, porém
todos com a mesma lógica que compreende clientes não pagantes
subsidiados por outra parte do modelo de negócio, ou por outro
segmento de clientes.
Criar valor sobre uma ideia é a premissa maior de um negócio
inovador, com isso, a proposta de apresentar um produto sem custos
se torna muito atrativa e perspicaz. Partindo da ideia de que é preciso
custear a parte free com outras fontes de receitas, é importante uma
organização e subdivisão de focos que permitam essa inovação
modular.
Sabe-se que um grande diferencial do ponto de vista do
marketing para o sucesso de uma ideia, é o fato de construir junto ao
seus público uma forte relação de aprovação e fidelização. Com o
modelo freemium por exemplo, fica ainda mais forte esta relação que
nos permite acesso grátis a produtos e serviços básicos mas me
permitindo se ter - caso seja de interesse do consumidor - acesso a
mais ferramentas e opções daquele mesmo produto.
A segmentação freemium da ideia de grátis como modelo de
negócio, foi citada por Jarid Lukin e popularizada por Fred Wilson.
Esta lógica descreve boa parte dos atuais modelos de negócios que
provem da internet, que misturam contas grátis(free) com acesso
limitado aos produtos e outras versões pagas com acessos
diferenciados. Segundo estudos, apenas 10% dos usuários free
acabam migrando para acessos pagos dentro do produto, porém essa
base de usuários que contribuem com pagamento da ferramenta
acaba por custear todos os outros 90% de usuários grátis, sendo
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 43
possível devido ao baixo custo de manutenção para usuários free ao
ponto que a plataforma já está consolidada.
3.3.5 Modelo de negócio aberto3.3.5 Modelo de negócio aberto3.3.5 Modelo de negócio aberto3.3.5 Modelo de negócio aberto
O modelo aberto traz um conceito colaborativo que pode ser
utilizado por companhias para criar valor sobre ideias de projetos
inovadores. Esta criação de valor neste modelo de negócio aplica-se a
pensamentos que sejam nativos da empresa e que sejam explorados e
produzidos fora dos domínios da mesma, ou ao contrário, onde ideias
externas ao círculo de negócios daquela insituição venham a ser
desenvolvidas internamente.
O termo aberto neste modelo diz respeito a abertura do
processo e desenvolvimento de pesquisas de uma companhia para
grupos externos. Segundo Chesbrough(2003) em um mundo
globalizado atualmente marcado pela cooperação, a distribuição do
conhecimento e a criação de valor sobre ela irá propiciar uma maior
integração entre propriedade intelectual, conhecimento, produtos e
processos de inovação, podendo ser monetarizados ao abrirem para
outros grupos por meio de licenciamentos, cocriações, sociedades e
cooperativas.
Esta relação descrita pelo autor se apresenta de duas formas
distintas, mas com mesma base colaborativa. Chamada de relação “de
dentro para fora” esta prática ocorre com um licenciamento ou venda
da propriedade intelectual ou tecnológica de ideias, tidas pela
empresa como “ideais de pouco potencial”, que serão aprimoradas
externamente por outros grupos. A outra prática faz a relação “de
fora para dentro”, que consiste em trazer ideias, tecnologias ou
propriedades intelectuais externas para dentro de seus processos,
prática essa que a cada dia se fortalece mais.
Figura 06 – Esquema visual da relação Modelo Aberto – Fonte: O autor
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 44
São diversas as maneiras atuais que foram desenvolvidas para
auxiliar no desenvolvimento de ideias, propiciar a inovação e
incentivar a criatividade, indo de modelos simples e cotidianos até
complexos sistemas. A seguir se encontra um levantamento de
recursos que podem ser utilizados para diversos fins que visam
acrescentar no designer opções que possibilitem-no visualisar melhor
as possibilidades de negócios e o entendimento das ideias inovadoras
e potencialmente comercializaveis.
• Mapa da empatia
Esta técnica tem o propósito maior de entender o
consumidor além das características demográficas e físicas,
buscando caracterizar a percepção do ambiente em que ele se
encontra, seus comportamentos, suas preocupações e suas
aspirações. Em realidade, esta técnica mostra a visão do
designer em procurar entender o seu público apreciando
informações inerentes a constituição subjetiva e não objetiva,
permitindo entender melhor aquilo que o consumidor
realmente está interessado.
O mapa é composto por seis elementos: O primeiro é “o
que ele vê?” que trata de um descritivo sobre o que o
consumidor vê ao seu redor, como é, quem está junto, a que
tipos de oferta ela está exposta, quais problemas ela encontra.
O segundo ítem trata do “o que ele escuta?” mostrando quem
influencia este consumidor, a quem ele escuta, que canais ele
atende, quais o chamam a atenção. O terceiro ítem busca
aprofundar “o que ele realmente pensa e sente?” na tentativa
de apresentar o que é realmente importante para ele, suas
emoções, suas motivações, seus sonhos e desejos.
Na sequência, o quarto questionamento é “o que ela diz
e fala?” imaginando sua exteriorização de comportamento, qual
a atitude, o que ele fala para outros, com atenção para que se
confirme a coerência entre o que ele faz e o que fala. O quinto
fala das suas tristezas e dores, suas frustações, seus problemas
e os riscos que ele teme. Finalizando com o sexto e último
objeto de análise, procura-se descobrir o que o consumidor
realmente quer, como ele mede o sucesso de uma experiência
de compra, o que o cliente ganhará consumindo.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 45
Figura 07 – Apêndice 03 – Mapa da Empatia – Fonte: O autor
• Técnica da Ideação
O lógica de formalizar uma ideia pode ocorrer de
diversas formas, Ostewalder(2010) nos mostra uma
constituição que abrange alguns passos evidentemente
práticos e objetivos. Em primeiro vem a “composição da
equipe” em que devemos formar um conjunto de pessoas para
desenvolvimento da técnica. Esta composição deve ser
orientada pela diversidade, onde valores diversificados de
idade, experiência, ramo ou capacidade profissional se difiram
uns dos outros.
Em seguida deve-se propiciar a “imersão” para o grupo,
procurando levantar apenas elementos que devem ser
estudados antes de pensar em ideia propriamente dita. Nesta
etapa pesquisas, estudos do cliente, novas tecnlogias, análise
de dados e situações externas devem ser priorizadas, podendo
resultar em trabalhos mais superficiais ou mais complexos.
O próximo passo da técnica da ideação diz respeito a
“expansão” focando na inovação em cada parte das ideias
levantadas, expandindo a gama de possíveis soluções para
diferentes aspectos. Neste momento também prioriza-se a
quantidade de possíveis soluções, independente de qualidade.
O quarto ítem chamado de “critério de seleção” irá
separar as ideias possíveis de ser implantadas gerando
premissas e critérios padrões, sendo expecíficos ao contexto
porém, levando em conta tempo de implementação,
complexidade, potencial inovador, possível resistência do
cliente e resultado para a vantagem competitiva.
O último passo da Ideação é chamado de
“prototipando” que irá construir exemplos práticos(protótipos)
de modelo de negócio materializando a ideia em prática, ao
passo que irá se encaixando e se modificando ao longo do
processo.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 46
• Analogia
Esta técnica possui o objetivo de fazer ligações entre
termos e objetos que sejam pertinentes ao produto ou ideia a
ser desenvolvida. Existem cinco tipos de analogia que podem
ser usados nos processos de desenvolvimento. O primeiro tipo
se apresenta com o nome “analogia direta” que tem sua base na
semelhança com outros campos do conhecimento. Recomenda-
se neste técnica buscar semelhanças e analogias próximas em
outras outras áreas do conhecimento quando o problema é
novo, e analogias remotas quando o problema já é conhecido.
Em contraponto, a “analogia simbólica” irá buscar
verbos, declarações ou definições do problema através de
imagens subjetivas e impessoais, servindo como base livre para
diversas associações com outros símbolos e conceitos.
Já a “analogia pessoal” consiste em colocar-se na
situação referente ao problema, para que assim seja
determinado a situação real, a circuntância ativa da ideia e a
mutação da ideia inicial. Diferente da “analogia fantástica”, que
irá ao contrário da analogia pessoal, partir de uma ideia fim tida
como ideal, criando universos irreais de relação caso seja
necessário.
Por último temos a “analogia forçada” que traz uma
série de imagens e palavras sobre a referente ideia seguida da
criação de associações aleatórias e forçadas entre as
apresentações.
• Checklist
Esta técnica é utilizada para aumentar as possibilidades
de se encontrar soluções básicas para problemas simples. O
checklist traz o principio de que necessita-se balizar as
problemáticas para que não se perca o foco, mantendo em
alerta para os múltiplos aspectos de uma mesma questão.
Como exemplo, podemos citar um checklist que referencia a
lógica dos “cinco sentidos humanos” onde ele irá elencar cinco
sentidos e características associadas a eles, como por exemplo -
tato: sensibilidade, textura pressão - ou ainda paladar: sabor,
doce, amargo.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 47
Figura 08 – Exemplos de Checklist – Fonte: O autor
• Diagrama Espinha de peixei ou fishbone diagram
Este modelo de diagrama irá identificar maiores
informações subsequentes a ideia bruta, é uma ferramenta
para identificar e explorar causas de um problema através de
ordens em efeito cascata. Seus resultados ajudam a estruturar
a informação unindo causas e efeitos fazendo convergir para
sua raiz provável. Na prática, a espinha de peixe irá começar
com um problema, sendo ramificado após algumas das
possíveis causas, tentando organizá-los de forma a considerar
os pontos de causa por ordem ascendente de complexidade.
Figura 09 – Estrutura Diagrama Espinha de Peixe – Fonte: O autor
• Diagrama Por que, por que ou why-why diagram
Trata-se aqui de um diagrama baseado na estrutura do
espinha de peixe, patindo de uma pergunta como “porque
existe um problema?” que irá ajudar na organização da lógica
do pensamento em equipe, mostrará as prioridades de ação,
assim que identificado a lógica e pode ser utilizado como meio
de apresentação para explicações de um problema. Este
diagrama é muito simples e de grandes resultados, foi
desenvolvido pela empresa Toyota e vem se mostrando simples
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 48
e eficaz pois trata de perguntar sempre “por quê?” ao final de
cada identificação, veja o exemplo a seguir.
Figura 10 – Exemplo utilização “Por que, por que” – Fonte: O autor
• Mapas mentais ou mind mapping
Uma das mais famosas técnicas estimuladoras do
pensamento tem suas origens perdidas no tempo, mas sabe-se
que inclusive Leonardo Da Vinci a utilizava. Esta técnica
permite visualizar e estruturar problemas complexos onde o
problema é colocado no centro de uma prancha sendo rodeado
de ideias e pensamentos relativos, fazendo conexões e ligações
que mostrem uma lógica de desenvolvimento.
Figura 11 – Elementos de um mapa mental – Fonte: O autor
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 49
• MESCRAI – Instigação de questões
O MESCRAI é um método possui este nome devido a
junção das iniciais Modificar, Eliminar, Substituir, Combinar,
Rearranjar Adaptar e Inverter que são palavras chave das
questões que serão levantadas sobre a ideia. Este método pode
ser aplicado de diversas maneiras visuais, com palavras,
imagens, icones ou fotografias. Para exemplificar, vejamos o
exemplo abaixo que contempla algumas indagações de
investigação segmentada para cada palavra-chave.
Figura 12 – Questões indagadoras do MESCRAI – Fonte: O autor
• Régua Heurística
Considerada uma “memória artificial” segundo Plentz
(2011) a régua heurística possui um grande número de fatores
listados de forma circular em quatro níveis que ao estarem
alinhados podem gerar mais de quatro mil perguntas distintas.
Esta técnica deve ser usada com o propósito de levantar
perguntas e questionamentos a cerca da ideia a ser
desenvolvida como forma de aquecimento e preparação. Com
esta lógica de uso, a régua heurística pode prover um
pesamento livre e a ampliação de questões ainda não citadas.
Figura 13 – Apendice 04 - Exemplo de relação com a Régua
Heurística – Fonte: O autor
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 50
• Seis chapéus ou six hats
Esta técnica é muito dinâmica e requer um número de
seis colaboradores para que seja efetiva em seu máximo no
entanto, caso o numero seja reduzido, a técnica também é útil.
Cada integrante (dos seis presentes) irá simbolicamente
representar um personagem que está ligado a ideia ou
problema.
Como sugestão, Plentz(2011) cita que cada um possua
um chapéu colorido onde o branco irá considerar apenas os
fatos, figuras, informações e questões existentes no projeto.
Seguindo, o chapéu vermelho irá representar as emoções,
sentimentos e intuição. Já o preto prezará pela lógica negativa,
e pensamento contrário aos sugeridos. O amarelo será o
contrário do preto que potencializará o lado dos benefícios e
harmonia. O quinto da cor verde, será usado com o obejtivo de
desenvolver a criatividade, possíveis alternativas, curiosidades,
provocações e propor mudanças. Por último o azul terá a tarefa
de visão geral do andamento e o controle do processo.
É importante lembrar aos integrantes que nenhum
chapéu é mais importante que outro e que para proveito ainda
maior, pode-se fazer rodízio entre os chapéus, criando etapas
diferentes entre cada situação.
Figura 14 – Configuração exemplo dos Seis Chapéus – Fonte: O
autor
• Seleção de ideias
Este método irá atuar após as ideias terem sido
estabelecidas e estudadas. Depois dos insights, do periodo de
maturação da ideia e do desenvolvimento de caracteristicas
das mesmas, será criado uma classificação em oito níveis
conforme mostra De Bono (1997). A primeira é chamada de
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 51
“Dutil - ideia diretamente utilizavel” que classifica aquelas
ideias com valor e que podem ser implementadas.
Em seguida temos a “B-ÑN - boa ideia, mas não para
nós” que classifica a ideia como valiosa, de passível utilização
mas não se adapta a formação da empresa. O terceiro nível é
“B-Res - boa ideia, mas não agora” que também entende a ideia
como valiosa e utilizável mas não se encaixa no atual contexto
ou necessidade. O quarto nível é chamado de “PMe - precisa
ser melhorada” onde a ideia possui falhas, mas que ajustada
pode trazer grande retorno. Em seguida, a ideia pode ser
classificada em “F-Ñu – forte, mas não utilizável” que mostra
uma ideia valiosa mas impossível de implementação por
diversos fatores como leis, riscos, etc. A sexta classificação é “I-
Ñutil – interessante, mas não útil” que engloba ideias que só
com muito trabalho e com muito tempo para serem
desenvolvidas, pois possuem entendimento de fracas ou
superficiais. O sétimo tipo de ideia trata das ideias de pouco
valor que não agregam em nada ou já estão implementadas,
chamadas de “PV – pouco valor”. O último tipo de classificação
é chamado de “Inap – inaproveitável” onde a ideia é impossivel
de ser aplicada ou possui grandes contras e merece ser
descartada pois não será reutilizada.
Em suma, é perfeitamente recomendável, segundo
Plentz(2011), que uma ou mais técnicas sejam associadas e utilizadas
ao mesmo tempo e em diversos momentos diferentes do processo,
pois a cada experiência o resultado será diferente. Também percebe-
se que existem inúmeras técnicas similares porém, o menor
diferencial entre elas se torna capaz de prover grande ideia ou
entendimento.
A economia criativa no Brasil cresce ao par que o governo
também investe no seu desenvolvimento, segundo o estudo
apresentado pela FIRJAN (2012) no manual sobre o mapemamento
da indústira criativa do Brasil, o “Brasil está entre os maiores
produtores de criatividade do mundo”.
Atualmente, além do capital, da matéria-prima e da mão de
obra, as forças estratégicas de uma empresa estão no uso das ideias
como recurso essencial para geração de valor, ou seja, muito mais que
um produto maravilhoso está o desenvolvimento de ideias mesmo
que simples, mas que atuem em conformidade com a inovação.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 52
O design, dentro da economia criativa, nos mercados atuais
cada vez mais competitivos, se torna instrumento primordial para
conquista de diferenciação e ainda de criação de negócios. Segundo o
estudo da FIRJAN(2012), “no Brasil, a cadeia de Design engloba 117
mil empresas, sendo 2.717 no núcleo criativo do segmento”. Os dados
indicam que o design, como área, é a terceira maior repartição criativa
do país, “no que diz respeito ao emprego, o segmento possui o terceiro
maior núcleo criativo do país, são 103 mil profissionais. Quando
considerada a cadeia do Design, esse número chega a 207 mil.”
Esta economia criativa liderada muitas vezes pelo
pensamento inovador de jovens está criando outra perspectiva na
forma de empreender. Dizem os especialistas em mercado que o
grande empreendedor é aquele que está sempre em busca de algo
novo. Esse algo novo muitas vezes pode ser, como abordado
anteriormente, um produto de determinado segmento, um processo
novo na organização ou ainda uma estratégica de marketing,
ratificando o perfil de economia criativa.
Há algumas vertentes de mercados que atualmente estão se
salientando baseadas nos princípios da economia criativa que tratam
dos serviços digitais ou a prestação de serviços na internet. Entende-
se prestação de serviço na internet aquela ação que oferece um
produto na forma de serviço por meio digital independente do device,
podendo ser mobile, notebooks ou televisão digital. São exemplos
desse tipo de serviço digital as empresas Buscapé <buscape.com.br>
que oferece aos usuários um sistema agregador de ofertas e preços de
produtos, e a Netflix <netflix.com> que disponibiliza através de uma
plataforma inúmeros filmes para seus usuários.
Outro setor da economia criativa que também merece
destaque é o comércio eletrônico. Este mercado é considerado um
dos mais promissores da atualidade pois, conforme Revista Veja,
disponível em <http://veja.abril.com.br/noticia/ economia/vendas-no-
comercio-eletronico-brasileiro-crescem-29-em-2012>, acessado em
janeiro de 2013, somente no primeiro semestre de 2012 o setor
faturou mais de R$ 10 bilhões, fechando o ano com 24,12 bilhões de
reais tendo alta de 29% em relação ao ano anterior. O comércio
eletrônico acaba atingido esferas grandiosas de ganho de mercado,
elevando seus níveis de atuação de forma surpreendente, fazendo
com que grandes empresas invistam nesses setores, como por
exemplo Americanas e Ponto Frio.
Com o crescimento do mercado digital, comércio eletrônico e
da economia criativa, se tornou cada vez mais proprício e comum
pequenas empresas investirem nesses setores, assim como jovens
sonhadores que investem tempo, dedicação, trabalho e dinheiro em
negócios incertos focados na inovação, criando o conceito de Startup.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 53
Startup é um novo conceito de empreendedorismo que vem
chamando atenção no mundo empresarial por suas características de
modelos de negócios como também pelas características de inovação,
mudando o pensamento e a maneira como eram vistos os
empreendimentos até então.
As startups são empreendimentos em fase inicial, daí seu
nome: start (início) e up (para cima), que geralmente estão no processo
em que se está consolidando a forma de implementar o negócio ou de
iniciar a venda de seus produto/bem/serviço. É comum que as
startups sejam de pequena dimensão no que diz respeito à quantidade
de colaboradores ou pessoas envolvidas, pois uma das premissas do
possível sucesso alegadas pelos teóricos é começar com poucas
pessoas mas que sejam capacitadas. É importante lembrarmos que as
startups são negócios e empreendimentos inovadores, ligados ao
desenvolvimento de ideias e frequentemente com base tecnológica,
conforme nos fala Teixeira (2012):
[...] a maioria delas(startups) têm um perfil jovial, otimista, não burocrático e sem elementos tradicionais de uma empresa comum, como hierarquia rígida, formalidades de vestuário e horários fixos, por exemplo. As startups, em regra, querem as pessoas felizes e com qualidade de vida, fazendo o que gostam, utilizando de forma agradável o capital intelectual adquirido (TEIXEIRA, 2012).
As startups diferenciam-se dos modelos tradicionais de
empreendimento por diversos motivos. Segundo Gitahi (2012) este
tipo de negócio tem como característica principal a incerteza do
sucesso principalmente por se tratar de inovação. O autor fala que no
empreendimento tradicional já está consolidado sabe-se quais são
suas características e diferenciais, no entando a startup não,
conforme cita “Um cenário de incerteza significa que não há como
afirmar se aquela ideia e projeto de empresa irão realmente dar certo
- ou ao menos se provarem sustentáveis”. Vejamos algumas
características das startups:
• Inovação
Uma startup possui a perspectiva de pesquisar, entender,
investigar e implementar a inovação em seus produtos/serviços
de modo prático, simples e comercial. Esta inovação pode ser
implementada durante a formação da ideia ou durante o
processo de desenvolvimento, no entanto a inovação maior
acontece para o consumidor, ou seja, inovação para o público
final.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 54
• Nascente
Conforme o próprio nome, se entende por startup aquele
empreendimento que está em fase inicial, ou seja, no começo
de suas atividades pensando em uma estruturação lógica e
procurando entender seu produto e a melhor forma de
comercializá-lo, sem possuir um passado ou histórico de
atividades.
• Incerteza
Diferente de um negócio tradicional, a startup permeia campos
do mercado com propostas ainda não consolidadas. Em geral a
startup atua em segmentos de mercado que não são comuns ou
ainda não foram descobertos. No tradicional, o modelo já foi
testado e a principio sabe-se em geral seu comportamento,
como por exemplo padarias e serviços petshop o que não
ocorre em uma startup, pois a premissa da inovação não
permite saber seu comportamento geral.
• Escalável
Escalável é o termo usado para entendermos o processo de
desenvolvimento da startup. Ser escalável em uma startup
significa ter um produto que possa ser facilmente replicado,
produzido e ampliado sem demandar investimentos na mesma
proporção do crescimento. Também prevê sustentação do
mesmo modelo de negócio, sem necessidade de alterações,
onde na prática podemos ter como exemplo a relação de
criação de uma plataforma interativa, que ao se expandir não
requer mais desenvolvimento ou custos pois, sua base está
pronta e basta apenas escalonar ou torná-la escalável para
outros usuários.
• Problemáticas e soluções
Uma startup de sucesso deve partir sempre de um problema e
nunca de uma solução. Segundo especialistas, a busca por
identificar um problema é o principal papel de uma startup,
após o problema identificado que se desenvolve uma solução
pois, no momento em que uma ideia se torna inovadora e está
solucionando um problema específico, aí então está a stratup.
• Custos
Uma startup parte do pressuposto de que a produção e o
desenvolvimento da ideia sejam auto-custeados, ou seja, que
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 55
tenham custos arcados pelos – geralmente – próprio sócios.
Outros casos tratam de investimentos externos por parte de
incubadoras, aceleradoras, mentorias, investidores ou ainda
aporte governamental.
• Digital como meio
Em sua maioria, as startups se baseiam no mercado digital e na
internet pois os custos e investimentos de se ter um negócio
não físico é muito menor em comparação a critação de uma
indústria ou comércio físico, descomplicando o modelo de
negócio. Essa afirmação se ratifica ao percebermos os custos de
criação e manutenção de um negócio fisico, onde temos gastos
com ponto de venda, incluindo aluguel, telefone, estrutura,
estoque, recursos humanos, etc. Ou ainda o fato de limitação
“local” com uma sede física sem contar com investimentos em
divulgação e comunicação, que através de mídias tradicionais
se torna ainda mais caro.
• Processos
As startups por serem dinâmicas e rápidas requerem uma
adaptação do modelo de negócio constante. Ao contrário de
um plano de negócio tradicional, que irá definir previamente
uma lógica de ação com base em suposições, metas e objetivos,
a startup se baseia em um processo diferente. Neste processo a
lógica tem um ítem chamado validação que estará sempre
presente no desenvolvimento que tem início em um problema,
seguido da concepção de uma ideia solucionadora, depois
validação desta ideia para confirmar se ela tem sentido e se é
aceita pelo publico, para depois prototipar e voltar a validar a
prática para só então formalizar a ideia e desenvê-la
plenamente. Importante entendermos também que durante
este processo, o modelo de negócio pode ir se alterando
conforme o retorno da validação.
• Organização
As startups seguem o modelo de organização conteporâneo
que cada vez mais ganha força. Um modelo aberto e livre de
rigidez hierárquica, que propicie ao colaborador a ideia de
pertencer a organização como um sócio e não somente como
um colaborador. É presente nas startups também a ideia de
prezar pelo conforto e satisfação dos sócios(colaboradores),
buscando otimizar as relações entre os grupos da empresa. A
flexibilidade dentro das startups costuma ser muito otimizada,
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 56
seguindo os mesmos conceitos de propror satisfação ao sócio.
Esta flexibilidade incentiva-os a desenvolverem também suas
ideias e projetos pessoais, colaborando com a empresa e com o
potencial criativo de cada um, assim como jornadas de trabalho
livres, homework e cooperação.
Essas características das startups tem motivado inúmeras
pessoas a empreenderem e arriscarem implementar ideais pessoais
ou motivando-as a colaborarem com ideias de outros. Conforme
dados publicados pela revista Exame (2012), que ouviu 170
empreendimentos startups, onde somente neste âmbito a
arrecadação entre 2011 e 2012 ficou em mais de 26 milhões anuais.
Igualmente, na média, cada startup arrecadou 152 mil reais no ano
(EXAME, 2012).
Com grande experiência profissional trabalhando fora e
dentro de uma startup, Elle Luna, da startup Mailbox, enfatiza que é
preciso entender que pesquisar o usuário não produz
necessariamente um design centrado no usuário (LUNA, 2012, s/p).
Usar grupos específicos e pesquisas para medir e prever o que o
consumidor precisa, limita o entendimento do próprio pesquisado. Ela
fala que devemos nos preocupar em entender o usuário, pois, caso
isso não ocorra e o usuário fale por sí só, a pesquisa acaba por, na
melhor das hipóteses, apenas incrementar o projeto. Luna (2012)
ainda defende que, consumidores pesquisados estão focados apenas
em suas realidades presentes e não no que realmente querem ou
necessitam. Para exemplificar, a autora cita Henry Ford que em uma
de suas entrevistas comentou: "se eu tivesse perguntado às pessoas o
que eles queriam, eles teriam dito cavalos mais rápidos".
Luna (2012) faz também uma relação de áreas onde cruza o
design e a engenharia, falando que “Design e engenharia não formam
um grande casal” a começar por traços que formam a cultura da
engenharia que raramente são os mesmos que criam a cultura do
design. Isso porque o design está sujeito a ambientes turbulentos,
repletos de informação e de pessoas. O profissional de design é
ousado e tende a ir além do comum e do que é imposto como certo,
podendo ocorrer no percurso algumas negativas ou falhas que são
entendidas como aprendizado, diferentemente da engenharia que
tem sua ação focada, objetiva, metódica sendo impossível de erro por
se ter a concepção das ciências exatas.
Entendendo isso, Luna (2012) mostra que os designers tem
saber portar-se frente a esse tipo de diferenças, onde as áreas
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 57
divergem, cada um com sua cultura. Ela ressalva que é normal o
designer querer motivar e interagir, mas que nem sempre é uma boa
saída. Luna(2012) nos alerta para a participação do design e do
designer na concepção do projeto e nas estratégias do mesmo, pois ao
passo que o projeto cresce, se torna mais trabalhoso reorganizar ou
refazer.
Tendo isso em vista Enrick Allen nos apresenta, mais uma
forma de incentivo aos designers empreenderem, o Design Fund. Na
introdução desde presente estudo apresentou-se o fundo de
investimento chamado Design Fund, que tem, por via de regra, o
objetivo de investir em ideias inovadoras vindouras de designers que
possam propiciar a sociedade mudanças para uma melhor qualidade
de vida.
O Designer Fund investe recursos financeiros em negócios,
proporciona mentoria, que é o aconselhamento e ajuda no
entendimento do negócio, e ainda possibilita conexões com outros
empresários, investidores e designers experientes, aumentando o
networking da empresa que participa.
Através do Designer Fund, Allen, está atualmente
desenvolvendo um projeto chamado Designer Founders, um livro que
trata de relatar histórias sobre designers que tiveram grande
contribuição para a criação de novos empreendimentos startups.
Segundo Allen: “Agora, mais do que nunca, estamos frente a
problemas complexos que somente designers são capazes de resolver,
integrando tecnologia, negócios e valores humanos. Não mais o design
pode ser somente um terceirizado estando limitado a colocar “batom
em porco”.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 58
Como resultado prático para este estudo, se faz interessante
que todos os atributos e conceitos levantados sejam devidamente
utilizados para que se torne coerente e autoafirmativo no que diz
respeito as propostas aqui apresentadas, fazendo a relação prática do
designer empreendedor. Buscou-se então a criação de uma startup
que atendesse a necessidade a que o projeto se propõe trazendo o
auxílio ao designer no aprimoramento e implementação de ideias
inovadoras, surgindo a startup chamada UP.me.
O naming do projeto se deu de forma livre e natural. Em um
primeiro momento era necessário estabelecer algumas limitações que
ocorreram com o auxilio da ferramenta checklist. Em seguida através
da técnica seleção de ideias buscou-se representar no nome o
desenvolvimento do empreendedor e sua ascenção enquanto
empresa, ou seja, o crescimento.
Para tal, buscando a relação de expansão, foi escolhida a
palavra “UP”, palavra em inglês que traz a conotação de “pra cima”,
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 59
“acima”, “alto”, etc. Juntamente identificou-se a necessidade de
reforçar o empreendedor ativo por trás das ideias da startup,
escolhendo-se então o pronome “me”, que em português significa “eu”,
“para mim”. Outro fator que determinou o naming do projeto foi a sua
disponibilidade de domínio para registro na web, pois é necessário
que a startup tenha um nome fácil e pregnante, resultando então em
<www.up.me>, ou simplesmente <up.me> que também é cabível de
acesso.
Segundo dicas de especialistas, é importante que o modelo de
negócio de uma startup fique constantemente sendo atualizado e
renovado para que ele seja concreto. Pensando assim, vamos aqui
estabelecer um primeiro momento de modelo de negócio pois como
vimos nos conceitos deste projeto, é necessário para desenvolvermos
uma ideia inovadora, a constante validação do modelo de negócio que
só irá acontecer na implementação real desta startup que
infelizmente não será abordada nesta pesquisa.
Para fins práticos, o UP.me irá ter diversas formas de
monetarizar e ter retornos de seus usuários através de diferentes
modelos cabíveis, cada qual com um propósito diferente. Porém o
modelo de negócio “grátis como modelo de negócio” citado neste
projeto e explicado por Osterwalter (2010) será o primeiro método de
análise para que depois passemos a validação desta ideia.
• UP.me freemium
O modelo de negócio que se torna mais interessante para o
UP.me é o chamado “grátis como modelo de negócio”. Neste
caso temos uma relação de usuários grátis e usuários
assinantes onde os assinantes acabam por gerar renda para
sustentar os grátis.
Nesta plataforma temos um plano de assinatura grátis que
disponibiliza para seus usuários espaço limitado de
ferramentas e opções. Na prática, o usuário terá apenas a
possibilidade de ter um projeto ativo por vez podendo ser
compartilhado com apenas mais um usuário. O usuário grátis
também terá acesso limitado às ferramentas de gestão e
desenvolvimento de ideias, sem compreender o sistema de
tarefas e agendamentos. Este usuário também não terá
mentoria dos parceiros, nem mentoria supervisionada por
monitores.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 60
Para usuários pagantes, as opções de ferramentas do UP.me
são muito maiores. Ficou decido conforme pesquisas em outras
startups e softwares houses que teremos apenas duas opções de
assinatura, ou seja, dois planos de assinatura. Cada plano terá
um valor diferenciado que englobará itens de melhoria
conforme o valor pago. No plano Plus, que é o intermediário, o
usuário terá todas as opções do grátis porém com acrescimos
de até cinco projetos ao mesmo tempo, compartilhamento livre
e ilimitado, ferramenta de controle de tarefas e direito a duas
mentorias com nossos parceiros a cada projeto.
Já o plano Premium, que é o melhor estruturado, o usuário
terá todos os itens grátis e plus disponíveis porém com
acrescimos de número de projetos ilimitados, ferramenta de
gestão de horas, ferramenta de controle financeiro, mentoria
mensal(uma vez ao mês) dos parceiros e direito a vaga para
pitch(defesa de ideia) em evento que ocorrerá uma vez a cada
semestre sem custos.
O UP.me terá inicialmente custos grandes com o
desenvolvimento da plataforma. Este desenvolvimento será
financiado por investimento externo e parceiros de trabalho
que desejem se tornar sócios da plataforma, recebendo
porcentagem da empresa. Os custos fixos do projeto serão em
relação a hospedagem da plataforma e com anúncios digitais
para divulgação dos serviços do UP.me. Os custos que
existiriam com o design serão arcados pelo idealizador deste
projeto que tem formação para tal, reduzindo ainda mais os
custos.
Em suma, é importante ratificarmos que este modelo de
negócio proposto está balizado através de pesquisas e suposições,
devendo então ser validado perante o mercado e os potenciais
usuários para entendermos se realmente estas suposições se firmam
como capacidade mercadologia provavelmente sofrendo
aprimoramentos.
O projeto em sua aplicação visual que compreende os
entendimentos de direção de arte e arquitetura de informação, ambos
com enfoque para meios digitais caracterizados pela utilização na
internet, seguiu uma metodologia de projeto baseada nas
experiências vividas pelo idealizador deste estudo no mercado de
trabalho e no desenvolvimento acadêmico. Essa metodologia tem
suas caracteristicas baseadas e orientadas por teóricos como Garret
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 61
(2007) através de sua teoria da experiência do usuário aplicada a web,
passando por algumas etapas até resultar no projeto abaixo.
A marca da startup UP.me foi desenvolvida de forma a
fomentar a simplicidade para gerar entendimento rápido atrelado a
ideia de fácil memorização proposta pelo nome. A marca não possui
símbolo nem elementos confusos e ou salientes, pelo contrário, ela é
constituida por formas diretas, simples e estuturadas, priorizando
apenas um logotipo com tipografias que oferecem uma boa
leiturabilidade. Juntamente com a tipografia utilizada na palavra “UP”,
usou-se uma forma geométrica que acabou gerando uma forma de
flecha incorporada a letra “U”, reafirmando o sentido “para cima”
condizente com a proposta. Já a palavra “me” está constituida por
uma tipografia manuscrita que fazendo um contraponto entre as
formas das tipografias escolhidas e subjetivamente propondo a
versatilidade do manuscrito em relação ao ser humano que a produz,
condizendo com o propósito “me”. As cores utilizadas foram o verde e
o azul, ambas em tonalidade que promovam um contraste suficente
entre os elementos. O azul nos lembra em seus aspectos subjetivos a
tecnologia, confiança e sucesso, agregada ao verde que nos remete ao
dinheiro e tranquilidade. A seguir na figura 15 podemos perceber suas
formas, cores e composição.
Figura 15 – Marca da startup UP.me – Fonte: O autor
Após formulada a marca, passou-se a desenvolver as
qualidades específicas do projeto web que propõem um
funcionamento de forma intuitiva e fácil. Todo a sistemática e lógica
de arquitetura de informação da landing page, que é uma página de
entrada da plataforma, foi estabelecida conforme pesquisa de
referências entre startups e também tendo em vista a facilidade de
criação da mesma, pois como característica de uma startup, o trabalho
tem que ser dinâmico e fácil.
Ao acessar de fato a plataforma, o usuário irá - conforme sua
conta de assinatura - ter acesso a diferentes opções e caminhos de
navegação no entanto, a segmentação de informação segue a mesma
ao longo do projeto para propor a unidade e também a facilidade de
produção pela programação e codificação. Na sequência a seguir
temos algumas telas que foram desenvolvidas e ilustram a dinâmica e
o funcionamento da lógica do UP.me.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 62
Figura 16 – Apêndice 05 - Landing page do Projeto UP.me – Fonte: O autor
Figura 17 – Apêndice 06 - Página interna sobre o funcionamento da
ferramenta – Fonte: O autor
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 63
Figura 18 – Apêndice 07 - Página interna com lista dos projetos – Fonte: O
autor
Figura 19 – Apêndice 08 – Página interna com técnicas aplicadas no projeto –
Fonte: O autor
Figura 20 – Apêndice 09 – Página interna com detalhamento de técnica –
Fonte: O autor
Nas demais páginas do site o padrão visual e a estrutura de
informação permanecem as mesmas, não sendo compreendidas aqui
neste projeto por hora, visto que o que foi apresentado já
compreende a primeira fase da concepção da ideia inovadora que
deverá ser, como dito antes, validada para que seu desenvolvimento
seja realmente efetivo.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 64
Com base no trabalho desenvolvido, percebe-se que o
mercado está confiando no designer para que ele possa, através de
duas habilidades, modificar ou propor modificações na sociedade
como um todo. O designer atualmente possui incentivos e estrutura
para que possa projetar a inovação em seus produtos e serviços,
facilitando o ato de empreender e mostrando sua relevância.
Na presente pesquisa também apreciamos resultados de
diversas bibliografias que nos trazem a ideia de que os profissionais
de outras áreas têm buscado no design e seus conteúdos, elementos
para sustentar suas ações profissionais, no sentido de empreender
novos projetos e negócios.
Com a finalização deste projeto juntamente com sua prática,
é importante que o designer consiga diferenciar e entender os
conceitos de inovação, gestão e empreendedorismo, para que possa
desenvolver e suportar a criação de novos produtos através do
design.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 65
Acredita-se que com o entendimento da inovação e gestão
aplicada ao empreendedorismo, as racionalidades do designer o
guiarão para o modelo idealizado por Whitley (1998) de designer
valorizado, pois assim o profissional terá a capacidade de lidar com os
questionamentos cotidianos pensando em seu papel dentro da
sociedade através do bom senso sendo salientado por seu
posicionamento inovador, sensível e acima de tudo crítico, resultante
da junção entre prática e teoria.
Este designer valorizado agora vê a relevância de se conhecer
as diversas facetas dos negócios, sendo um aliado crítico das
sistemáticas mercadológicas. Agora, é necessário que este designer
conheça também os diversos tipos de modelos de negócio que podem
ser ajustáveis a seus entendimentos, assim como as técnicas que o
ajudam a modelar e consolidar suas espectativas e ideologias de
negócios.
Sendo assim, o designer inovador é aquele que compreende e
aprende estes processos, conectando a criatividade ao pensamento
crítico e ao entendimento de empreender, gerando assim novos
produtos e serviços inovadores.
Design, Inovação e Negócios: O Designer Empreendedor 66
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APÊNDICE 01 – CONCEITO E ABRANGÊNCIA DA INOVAÇÃO – FONTE: O AUTOR
APÊNDICE 02 – RELAÇÃO DO MODELO DE NEGÓCIOS DESAGREGADOS – FONTE: O AUTOR
APÊNDICE 03 – MAPA DA EMPATIA – FONTE: O AUTOR
APÊNDICE 04 – EXEMPLO DE RELAÇÃO COM A RÉGUA HEURÍSTICA – FONTE: O AUTOR
APÊNDICE 05 – LANDING PAGE DO PROJETO UP.ME – FONTE: O AUTOR
APÊNDICE 06 – PÁGINA INTERNA SOBRE O FUNCIONAMENTO DA FERRAMENTA – FONTE: O AUTOR
APÊNDICE 07 – PÁGINA INTERNA COM LISTA DOS PROJETOS – FONTE: O AUTOR
APÊNDICE 08 – PÁGINA INTERNA COM TÉCNICAS APLICADAS NO PROJETO – FONTE: O AUTOR
APÊNDICE 09 – PÁGINA INTERNA COM DETALHAMENTO DE TÉCNICA – FONTE: O AUTOR
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