mÉtodo para anÁlise de eficiÊncia da aplicaÇÃo para o ... · o custo de produção pode ser...

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  • Conbraf Congresso Brasileiro de Fitossanidade, 1, 2011.

    UNESP, Jaboticabal - SP

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    MTODO PARA ANLISE DE EFICINCIA DA APLICAO PARA O CONTROLE DE Brevipalpus phoenicis (Geijskes) (Acari: Tenuipalpidae)

    Marcelo da Costa Ferreira

    1, Giorge Frana Gomes de Carvalho

    2; Natali dos Santos Calazana

    3;

    Daniel Junior de Andrade4.

    1 Professor Adjunto; Unesp Jaboticabal; mdacosta@fcav.unesp.br

    2 Doutorando em Agronomia, Produo Vegetal; Universidade Estadual Paulista, Faculdade de

    Cincias Agrrias e Veterinrias, Unesp Jaboticabal; Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane, s/n, 14884-900, Jaboticabal-SP; giorge-carvalho@uol.com.br 3 Graduanda em Engenharia Agronmica, Unesp Jaboticabal.

    4 Doutorando em Agronomia, Entomologia Agrcola; Unesp Jaboticabal.

    Resumo - O Brasil o maior produtor de laranja do mundo e o segundo em suco de laranja, mesmo com todas as adversidades que os produtores tm passado nas ltimas safras agrcolas, com aumentos nos preos de insumos, quedas nos preos das caixas de laranjas e o aumento do risco da atividade. O custo de produo pode ser diminudo com a utilizao de tcnicas mais corretas e precisas de controle fitossanitrio, que podem resolver entre outros problemas, o caro da leprose dos citros. Este trabalho teve como objetivo desenvolver um mtodo experimental de aplicao de calda fitossanitria a campo que proporcione posteriores anlises do controle do caro Brevipalpus phoenicis (Geijskes) (Acari: Tenuipalpidae). Para isto, foi necessrio manter uma criao em laboratrio do caro em estudo. Utilizaram-se estacas de madeira com arcos de arame para sustentar o fruto de laranja (amostra) durante os ensaios. Variveis como velocidade de deslocamento do trator-pulverizador, taxa de aplicao, presso de bicos entre outros foram considerados. O mtodo proposto e aplicado atingiu as expectativas do controle do caro da leprose e conclui-se que este deve ser usado outras vezes para que possa ser validado.

    Palavras chave: Tecnologia de aplicao, caro da leprose dos citros.

    Introduo

    O Brasil ocupa a primeira posio em produo de laranja no mundo, com uma

    produo de 50 milhes de toneladas na safra de 2008-2009 (AGRIANUAL, 2010) representando 30% da produo mundial do fruto e 59% da produo de suco de laranja (Neves & Jank, 2006).

    Uma das dificuldades enfrentadas pela citricultura refere-se ao aspecto fitossanitrio e entre as doenas, destaca-se a Leprose dos citros, considerada como a doena viral de maior importncia econmica para a citricultura brasileira, devido aos gastos necessrios para aquisio de produtos fitossanitrios visando o controle do caro-vetor Brevipalpus phoenicis (Geijskes) (Acari: Tenuipalpidae).

    Neste contexto, destaca-se a tecnologia de aplicao de produtos fitossanitrios, a ser empregada na citricultura de forma a possibilitar a correta colocao do produto biologicamente ativo no alvo, na quantidade necessria, de forma econmica e com o mnimo de impacto ambiental possvel (Matuo, 1987).

    Tradicionalmente na cultura dos citros, ainda se empregada a aplicao a volume alto de calda fitossanitria para controle do caro da leprose, o B. phoenicis, cuja calda aplicada alm do ponto de escorrimento. Diante desse fato, mesmo aplicando-se at 15 mil litros de calda por hectare so frequentes os relatos de insucesso no controle deste caro nos pomares paulistas com constataes de ressurgncia da praga aps o tratamento (Ferreira, 2003).

    Matuo (1987) atribui essas falhas principalmente aplicao dos produtos, em razo da escassez de estudos para o estabelecimento dos critrios necessrios ao desenvolvimento de equipamentos e formas de aplicao para a utilizao mais racional dos recursos destinados ao tratamento fitossanitrio.

    A falta de um mtodo prtico para a amostragem padronizada da mortalidade dos caros e posterior anlise dos resultados e que no dependa de uma infestao natural do

    mailto:giorge-carvalho@uol.com.br

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    caro da leprose, em condies de campo em pomares comerciais faz com que sejam dificultadas as aes experimentais.

    Portanto, o presente trabalho teve como objetivo, desenvolver e avaliar um mtodo experimental de amostragem do efeito da aplicao de calda fitossanitria a campo que proporcione posteriores anlises a serem realizadas em laboratrio sobre o controle do caro B. phoenicis

    Material e mtodos

    Mtodo experimental de pulverizao e anlises laboratoriais para avaliao de mortalidade do caro B. phoenicis.

    Um mtodo prtico de amostragem a campo foi desenvolvido e este garante uma uniformidade de infestao de caros por fruto amostrado consistindo na colocao estratgica de frutos de laranja pelos quatro quadrantes da planta, em duas alturas, e dois frutos no centro da copa, acompanhando o tronco, tambm nas duas alturas, com a utilizao de hastes de madeira conforme apresentado na Figura 1a. Em cada fruto desenhado um crculo com 2,5 cm de dimetro, estas reas so chamadas de arenas e so os lugares para onde os caros de uma criao sero transferidos (Figura 1b).

    Figura 1. Posicionamento dos frutos no interior da copa da rvore de citros. a) Posicionamento da haste de madeira com as duas alturas do fruto posicionado. b) fixao do fruto na haste.

    Aps a colocao das hastes com os frutos de laranja sem resduos de acaricidas, as

    pulverizaes referentes a cada tratamento (Tabela 1) foram realizadas e os frutos recolhidos e levados ao laboratrio. Em laboratrio, foram transpostos os caros da criao para os frutos e avaliou-se a mortalidade dos mesmos.

    Tabela 1. Velocidades de deslocamento do conjunto trator-pulverizador e volumes de aplicao

    utilizados para avaliao do modelo de pulverizador envolvente Topspray.

    Catanduva-SP, 2008.

    Pulverizador Tratamentos Velocidade

    (km/h) Volume de calda por planta (L)

    propargite

    Topspray

    1

    2,25

    4,0

    2 6,0

    3 8,0

    4

    3,48

    4,0

    5 6,0

    6 8,0

    a b

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    Portanto, a primeira etapa a ser realizada para se ter sucesso utilizando este mtodo a criao do caro a ser estudado, em condies de laboratrio.

    Para incio da referida criao coletou-se frutos de laranja da variedade Pera, com sintomas de leprose, infestados com B. phoenicis em pomar de citros da FCAV/UNESP, que no so pulverizados com produtos fitossanitrios.

    Pulverizador envolvente utilizado para aplicao do mtodo.

    Foi utilizado o modelo Topspray, fabricado por Herbicat Ltda., um pulverizador

    envolvente de arrasto tratorizado de jato transportado com tanque de 2000 litros, bomba de diafragma, modelo COMET, com vazo de 151 L por minuto a 540 RPM na TDP, ventilador radial, barra de pulverizao assistida a ar, articulada acima, lateralmente e abaixo da copa das plantas, de forma a acompanhar a silhueta da laranjeira (envolvente), para um dos lados equipada com 28 pontas de pulverizao de cone vazio (srie TXA VK) dispostos em vazes, presses e posies estratgicas e pr-definidas na barra, de forma a obter uniformidade de distribuio da calda.

    Legenda:

    Plantas da bordadura

    Planta amostrada

    Caminhamento do pulverizador Sentido do jato de calda

    Figura 2. Esquema da parcela experimental e caminhamento do trator-pulverizador para as

    pulverizaes.

    As parcelas experimentais continham 35 plantas dispostas em cinco linhas. Uma linha foi utilizada como quebra-vento, de cada lado da rea tratada e duas linhas laterais foram utilizadas como bordaduras. A linha central foi considerada a rea til da parcela e a planta do meio sendo a amostrada. As seis plantas restantes da linha central serviram de bordadura. O esquema da parcela experimental, bem como o caminhamento do conjunto trator-pulverizador pode ser visualizado na Figura 4.

    Avaliao de mortalidade do caro B. phoenicis

    Para a realizao deste experimento, utilizou-se o mtodo descrito anteriormente, sendo

    colocadas cinco hastes por planta amostrada em cada parcela experimental, totalizando 40 frutos por tratamento.

    No dia seguinte a aplicao, dez caros adultos de B. phoenicis, procedentes da criao-estoque foram colocados na arena. As avaliaes foram realizadas diariamente at o momento em que no se tinham caros sobreviventes. Em cada avaliao verificou-se o nmero de caros mortos, vivos e retidos na barreira de cola de cada fruto.

    Resultados e discusso

    Observou-se que aps onze dias da aplicao, mesmo tendo sido variado as

    velocidades de andamento do trator-pulverizador, as vazes das pontas e suas presses de

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    trabalho, a taxa de aplicao e os pontos amostrados em cada planta, nmero de caros vivos

    encontrados foram inferiores aos da testemunha e prximos a zero.

    O ocorrido nos indica que este mtodo tem potencial de ser utilizados nas mais

    diversas situaes que se assemelham ao que ocorre no campo, em lavouras comerciais.

    Novos estudos esto sendo propostos, em diferentes localidades, relevos, diferentes calibraes de pulverizadores, para que seja obtidas a repetibilidade e a reprodutivilidade necessrias para que o mtodo possa ser validado e se tornar corrente em avaliaes experimentais.

    0,00

    2,00

    4,00

    6,00

    8,00

    10,00Trat 1

    Trat 2

    Trat 3

    Trat 4Trat 5

    Trat 6

    Testemunha

    caros vivos

    Figura 3. Distribuio da mortalidade do caro B. phoenicis em funo da posio amostrada e

    dos tratamentos realizados.

    Concluso

    O mtodo desenvolvido mostra ser prtico, de baixo custo e eficiente, sendo passvel de utilizao.

    Referncias

    AGRIANUAL 2010. Citros-laranja. So Paulo: FNP Consultoria & Comrcio. 2009. p.281 FERREIRA, M. C. Caracterizao da cobertura de pulverizao necessria para controle do caro Brevipalpus phoenicis (G., 1939) em citros. 2003. 64p. Tese (Doutorado em Produo Vegetal) - Faculdade de Cincias Agrrias e Veterinrias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal-SP. MATUO, T. Enfoque multidisciplinar da tecnologia de aplicao de defensivos agrcolas. In: MATUO, T.; FERREIRA, M. E.; CARVALHO, R. P. L.; TAMAKI, T. Tecnologia de aplicao de defensivos agrcolas. Jaboticabal-SP, FUNEP, p.3-11. 1987. NEVES, M. F.; JANK, M. S. Perspectivas da cadeia produtiva de laranja no Brasil: A Agenda 2015. So Paulo, 23 Nov. 2006

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